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UÍGE PREPARATÓRIO

UNIVERSITÁRIO

PARA AS SEGUINTES ÁREAS:


 DIREITO
 ECONOMIA
 CONTABILIDADE E GESTÃO
 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O FORMADOR
Elson António Paulo

UNIKIVI ACESSO 2023/2024


ÍNDICE

CAPITULO I. Fonética e fonologia ............................................................................................... 1


Classificação dos fonemas/ sons linguísticos ............................................................................. 2
As vogais .......................................................................................................................................... 3
Classificação das vogais ................................................................................................................ 3
Sequência de sons vocálicos/ encontros vocálicos ................................................................... 4
As consoantes ................................................................................................................................. 4
Classificação das consoantes ....................................................................................................... 5
Sequência de sons consonantais/ encontros consonânticos ................................................... 5
Classificação dos encontros consonantais ................................................................................. 5
A sílaba e a sua classificação ....................................................................................................... 5
CAPÍTULO II. Ortografia ................................................................................................................ 9
Regras de Acentuação ................................................................................................................... 9
Emprego de por que, porque e por quê, porquê ...................................................................... 12
CAPÍTULO III. Classe, Estrutura, Formação de palavras....................................................... 13
Processo de formação de palavras ............................................................................................ 23
Palavras e morfemas .................................................................................................................... 26
Estrutura das palavras .................................................................................................................. 26
Família das palavras ..................................................................................................................... 27
CAPITULO IV - VERBO ............................................................................................................... 28
Tempos simples e compostos ..................................................................................................... 34
Verbos auxiliares e o seu emprego ............................................................................................ 34
Conjugação dos verbos regulares .............................................................................................. 35
Conjugação na voz passiva ......................................................................................................... 43
CAPÍTULO V. Discurso directo, indirecto e discurso livre. ..................................................... 44
CAPÍTULO VI. Pontuação ........................................................................................................... 46
Estilística ......................................................................................................................................... 49
CAPÍTULO VII. Noção de Versificação...................................................................................... 53
Estrutura do verso ......................................................................................................................... 53
A rima .............................................................................................................................................. 55
Tipos de rimas ............................................................................................................................... 55
A estrofe.......................................................................................................................................... 58
Poemas de forma fixa ................................................................................................................... 59
Linhas basilares de Língua Portuguesa para o Exame de Acesso à UNIKIVI, 2023/2024, por Elson António Paulo. UPU

CAPITULO I. Fonética e fonologia

Para compreensão da Língua Portuguesa devemos nos reportar a gramática. A


gramática divide-se em várias partes dentre elas: a fonética, a morfologia e a
sintaxe.
Fonética
Não é conveniente debruçarmos sobre a fonética sem no entanto,
compreendermos a fonologia. A fonologia é a ciência que estuda o papel de
cada som, a estrutura silábica bem como o acento. Pode considerar-se como
parte dagramática.

Ao passo que, a fonética é a parte da gramática que estuda os sons da fala


humana, ou seja, estuda o aparelho fonador, os movimentos dos lábios e da
língua, etc.

Fonemas: são os sons mínimos que constituem a palavra, isto é, são os sons
produzidos pelos falantes, os quais se articulam, juntam-se e formam as palavras,
bem como, ajudam distinguir uma palavra da outra (ex.: casa, capa).
Observe as palavras abaixo:

a) Sapato

Letras: s, a, p, a, t, o
Fonemas: / s /, / a /, / p /, / a/, / t /, / o /
O número de letras (6) é igual ao número de fonemas (6).

b) Hebreu

Letras: h, e, b, r, e, u
Fonemas: / e /, / b /, / r /, / e /, / u /
O número de letras (6) não é igual ao número de fonemas (5), pois a letra 'h' não
representa nenhum fonema/som.

c) Sexo

Letras: s, e, x, o
Fonemas: / s /, / e /, / k /, / s /, / o /
O número de letras (4) não corresponde ao número de fonemas (5), pois a letra / x /
representa dois sons (fonemas) de / ks /.
Obs: uma letra pode representar mais de um fonema, daí nem sempre as
palavras apresentam o número idêntico de letras e de fonemas, ex.: mola/guia.

Este Material de Apoio, é uma obra não acabada. Refere-se as suas imperfeições e as observações possíveis, ao lado de alguns
peritos e leitores.

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Classificação dos fonemas com base na passagem de ar dos


pulmões para as pregas vocais
Fonemas orais: Sons liberados apenas pela boca; Ex: Sexo.

Fonemas nasais: Sons liberados pela boca e pelo nariz. Ex: Molho.

Classificação dos fonemas/ sons linguísticos


Os sons linguísticos classificam-se em:
 Vogais
 Semivogais
 Consoantes

O alfabeto português
O alfabeto é o conjunto de letras que sustentam uma língua.

O alfabeto da língua portuguesa é formado por vinte e três letras (23). As letras do
alfabeto são: A- B- C- D- E- F- G- H- I- J- L- M- N- O- P- Q- R- S- T- U- V- X- Z.
Importa aqui realçar dentro dessas 23 letras, temos patente as vogais, as
semivogais e as consoantes, que fazem parte da classificação dos sons
linguísticos, matérias estas a serem desenvolvidas.

Obs: Outrossim, para além das 23 letras que constitui o alfabeto já mencionadas,
ainda se utilizam as letras K, W, e Y, que não fazem parte do alfabeto português.

Uso de K, W e Y

As letras K, k (capa), W, w (duplo vê ou dâblio) e Y, y (i grego ou ípsilon),


pertencem a outros alfabetos, como por exemplo o inglês.

As letras K, W, Y têm uso restrito. Usam-se em casos especiais:

 Antropónimos (nomes de pessoas) originários de outras línguas. Ex: Kant,


Wagner, Taylor, etc.
 Topónimos (nomes de lugares) originários de outras línguas. Ex: Malawi,
Nova Yorque, etc.
 Em símbolos e abreviaturas de uso internacional. Ex: K = potássio; kg=
quilograma, km = quilómetro, W = Oeste, w = watt, WWW = World Wide Web.

Estas letras (K,W,Y) podem ter valor de vogais ou consoantes conforme a


pronúncia.

 O k tem sempre valor de consoante, pois é pronunciado comoc antes de


vogaletc. Ex: Kant.
 O w tem valor de vogal, porque normalmente é pronunciado como u. Ex:
Windows.
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peritos e leitores.

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 O y tem valor de vogal (semivogal), porque normalmente é pronunciado


como i. Ex: yobass.

As vogais

 Vogais: são sons ou fonemas que ao lhes pronunciarem, o som passa sem
qualquer interrupção na cavidade bucal. Na escrita, são representadas por 5
letras:A, E, I, O, U. Elas são consideradas como sendo o centro de toda sílaba,
são mais tónicos, ou seja, têm pronúncia mais forte que as semivogais.

Mas em determinadas circunstâncias as vogais serão apenas três (A, E, O). Em


cada sílaba há apenas uma vogal. Nunca haverá mais do que uma vogal em uma
mesma Sílaba.

Classificação das vogais


Quanto ao timbre ou grau de abertura

As vogais podem ser: abertas, médias e fechados.

Vogais Abertas (á, é, ó): chávena, café, automóvel, lado, boneco, nova.

Vogais Médias (â, ê, ô): câmara, lê, avô, flor, plano.

Vogais Fechadas (i, u): sílaba, pires, número, tudo.

Quanto ao papel da cavidade bucal e nasal


Elas podem ser: vogais orais e nasais.

Orais: quando pronunciam-se apenas com a boca.

Ex: Pai, cama, casa, rosa, pé, doce, segredo, muro.

Nasais: quando pronunciam-se com a bola e com auxílio das fossas nasais.A
nasalidade das vogais representam-se graficamente por um til(~), ou por
acrescimo de consoantemou n,no meu ou no final de palavra. Ex: Mãe, cão, pão,
cidadã, irmã, manhã, Damba, atum, Songo.

 Semivogais: são os fonemas que quando juntos a uma vogal, formam um


ditongo.São mais fracos na pronúncia e inseparáveis na divisão silábica,são os
fonemas I e U, e podem aparecer representados na escrita por “e”, “o” ou “m”. Ex:
pai, automóvel, série, água, Mauro, falei, comeu, pães/pãis, mão/mãu, cem/cei.

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Sequência de sons vocálicos/ encontros vocálicos

Encontro vocálico é o encontro de vogais e semivogais em uma palavra.

Classificação dos encontros vocálicos


Classificam-se em: ditongo, hiato e tritongo.

Ditongo: é o encontro de uma vogal e outra semivogal ou umasemivogal e outra


vogalpronunciadas numa só emissão de voz(em uma mesma sílaba). Ex: cão,
qualidades, leitura, á-gua, muito. Estes nunca se separam na divisão silábica
nem na translineação.

Os ditongos podem ser:

 Decrescente e crescente
 Orais e nasais.

 Ditongo Crescente: quando a vogalestiver depois da semivogal.


Ex.: Mútua, Série, Maria, igual, eloquente, quase, ária.
 Ditongo Decrescente: quando a vogalestiver antes da semivogal.
Ex.: pai, seu, constrói, falou, liceu, pouco, boi, pau, teu.

Tal como a classificação das vogais, os ditongos também classificam-se em:


orais e nasais.

Ditongos orais: são aqueles que ao pronunciarem-se o som sai apenas pela
boca.Ex.: Pau, Papéis, Baixa, lençóis, leite, louça, colónia;

Ditongosnasais: são aqueles que ao pronunciarem-se o som sai pela cavidade


bucal mas com auxílio das fossas nasais.Ex.: Mansão, Muito, põe.

Hiato: é o encontro desagradável entre uma vogal e uma semivogal ou uma


semivogal e uma vogal de sílabas diferentes, que não formam ditongo. Ex: ra-i-
nha=rainha, sa-í-da=saída, jú-ni-or=júnior, ca-ís-te=caíste, va-ri-a-do=variado, cu-
ri-o-so=curioso, pa-ra-í-so=paraíso, ru-í-na=ruína.

Tritongo: é a combinação de uma semivogal + vogal + semivogal pronunciados


numa só emissão de voz. Ex.: Paraguai, Iguais.

As consoantes

 Consoantes: são letras que ao lhes pronunciarem, o som passa mas


interrupto na cavidade bucal.

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A língua portuguesa tem (18) dezoito consoantes: B, C, D, F, G, H, J, L, M, N, P,


Q, R, S, T, V, X, Z.

Classificação das consoantes


Há traços distintivos que permitem classificar as consoantes. Dentre elas
abordaremos apenas quanto ao papel dacavidade bucal e nasal.
Quanto ao papel da cavidade bucal e nasal as consoantes classificam-se
em:
Orais: quando há passagem do ar apenas pela cavidade bucal.
Ex: Porta, barco, figo, voto, sol, osso, poço, céu, boca.
Nasais: quando há passagem do ar pelas cavidades bucal e nasal.
Ex: moda, molho, nódoa, amo, ano.

Sequência de sons consonantais/ encontros consonânticos

Encontro consonantal é a sequência de consoantes numa palavra.

Dígrafo: é a combinação de duas consoantes pronunciadas numa só emissão de


voz ou não. A segunda letra é diacrítica, isto é, existe apenas para ajudar numa
determinada pronúncia, por exemplo, se dissermos caro, o R terá um som
diferente de RR, em carro, o segundo R em carro, é uma letra diacrítica.

Classificação dos encontros consonantais


Encontro Consonantal Puro (perfeito): inseparáveis, pois ficam na mesma
sílaba. Ex: pla-ne-ta, a-dre-na-li-na, gra-vi-dez, Petro.

Encontro Consonantal Disjunto (imperfeito):separáveis, pois não ficam na


mesma sílaba.Ex: ap-to, as-pa, vis-ta, Vas-co.

Encontro Consonantal Fonético: consistena letra x com som de KS1. Ex: Maxi
(maksi), nexo (nekso), axila (aksila), tóxico (tóksico), complexo (complekso).

A sílaba e a sua classificação

Entende-se por sílaba,um fonema ou conjunto de fonemas pronunciadas numa só


emissão de voz. Se pronunciarmos uma palavra lentamente, dividimo-la em
pequenos segmentos fónicos. Por exemplo, na palavra aluno, esta não será
pronunciada a-l-u-n-o, pois isso seria soletrar, mas sim, a-lu-no.

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Chama-se difono o som KS representado pela letra X.
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Usa-se o hífen para marcar a separação silábica.

A sílaba pode ser constituída por uma vogal, por um ditongo ou consoantes
juntas a vogal ou ditongo. Assim sendo, as consoantes sozinhas, sem vogal ou
ditongo, não formam uma sílaba.

Regras a observar na divisão silábica


Não separam-se
Ditongos e tritongos: cau-le, U-ru-guai, sa-guão, etc.
Alguns dígrafos como: fa-cha-da, es-ta-nho, co-lhei-ta, car-rei-ra, ex-ces-so, fla-
gran-te, gló-ria, a-brir, re-tra-to, gnós-ti-co, pneu-má-ti-co, pneu-mo-ni-a, etc.

Palavra terminada em consoante: em nenhuma hipótese uma palavra que


termine com consoante terá uma divisão silábica em que a consoante fique
isolada no final. Nesse sentido, a última letra se une à anterior. Exemplos: sub-lin-
gual, su-ben-ten-der, en-xá-guam, etc.

Separam-se
Ditongo decrescente + vogal: são palavras formadas por três vogais, mas não é
a mesma coisa que o tritongo. Nessas palavras, a formação é feita com uma
vogal + semivogal + uma outra vogal. Preste atenção! prai–a, tei–a, joi–a, as-sem-
blei-a, etc.
Hiatos: quando há um encontro de duas vogais pertencentes a sílabas diferentes.
Exemplos: sa-ú-de, Sa-a-ra, pi-a-da, ci-ú-me, com-pre–en-do, xi–i-ta, vo–o, pa-ra-
cu-u-ba, etc.
Encontros consonantais imperfeitos: com excepção dos casos de encontros
consonantais perfeitos, nos outros casos a separação ocorre. Exs: de-cep–ção,
ab–do-me, sub–ma-ri-no, ap–ti-dão, con-vic-ção, com-um-men-te, etc.

Classificação das sílabas quanto ao som final


Sílaba aberta: quando termina em vogal ou semivogal.

Ex: a-pa-ga-do (as quatro sílabas são abertas pois terminam em vogais)

Sílaba fechada: quando terminam em consoante.

Ex: trans-por-tar (as três sílabas são fechadas pois acabam em consoantes).

Cal-do (a primeira sílaba é fechada pois termina em consoante e a última sílaba é


aberta pois acaba em vogal).

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Classificação das sílabas quanto à acentuação:

Sílaba tónica: é a sílaba proferida com mais intensidade do que as outras.


Geralmente ela possui o acento tónico.Exemplos: Ca-fé, ca-der-no, lâm-pa-da.

Sílaba átona: todas as outras sílabas da palavra que não têm acentuação tónica,
possuem baixa intensidade na pronúncia.Ex: Pú-bli-co.

De acordo com a posição em relação à sílaba tónica, a sílaba átona pode ser:
Pretónica: antes da sílaba tónica. Ex: ca-fé;
Postónica: depois da sílaba tónica. Ex: fi-go.

A palavra
A palavra é um fonema ou grupo de fonemas que possuem um determinado
sentido. Ex: o, só, são, pois, é, mãe, etc.

Classificação das palavras quanto ao número de silábica

Quanto ao número de sílabas, as palavras são classificadas em:

Monossílabo ou Monossilábicas: palavras constituídas somente por uma sílaba.


Ex: mãe, só, é, eu, dó, cruz, sim, pois, teu, quais, há, ai, pai, céu.

Dissílaba: palavras constituídas por duas sílabas. Ex: po-de, tal-vez, a-í.

Trissílaba: palavras constituídas por três sílabas. Ex: man-guei-ra.

Polissílaba: palavras constituídas por mais de três sílabas. Ex: cons-tan-te-men-


te, pneu-má-ti-co, so-bre-tu-do, in-com-pre-en-sí-vel.

Classificação das palavras quanto à posição da sílaba tónica


Quanto a posição da sílaba tónica, as palavras classificam-se em:

Palavras agudas (oxítonas): quando a sílaba tónica estiver na última sílaba da


palavra. Ex.: avô, parabéns, só, boné, ladrão, rapaz, funil, etc.

Palavras graves (paroxítonas): quando a sílaba tónica estiver na penúltima


sílaba da palavra. Ex: caneta, todos, madeira, acontece, porteiro, açúcar,
chocolate.

Palavras esdrúxulas (proparoxítonas): quando a sílaba tónica recai sobre a


antepenúltima sílaba da palavra. Ex: número, cólera, óptimo, fábrica, árvore,
altíssimo.

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Relação entre grafia, a pronúncia e o significado das palavras.


As palavras estabelecem relações entre si, quer ao nível do som, grafismo e
significação.
Palavras homónimas
São aquelas que têm a mesma grafia e pronuncia, mas que têm significados
diferentes. Ex1: Canto; rio, são, pregar.

Palavras homógrafas
São aquelas que têm grafia idêntica, mas pronúncia e significados diferentes. Ex:
colher (verbo), colher (utensílio), exército (as tropas de uma nação), exercito
(verbo exercitar); cópia (reprodução gráfica), copia (verbo copiar), sede (vontade
de beber) e sede (residência).
Palavras homófonas
São aquelas que se lêem da mesma maneira, mas apresentam escritas e
significados diferentes. Ex1: coser, cozer, acento, assento, hora, ora, trás, traz,
incipiente, insipiente, seção, secção, cessão, etc.

Palavras parónimas
São aquelas que têm significados diferentes, mas aproximam-se tanto na grafia
como na pronúncia, pelo que geram frequentes confusões. Ex1: perfeito (sem
defeito); prefeito (chefe do poder executivo nas municipalidades), descriminação
(absolver do crime); discriminação (diferenciação), emigrar (saída); imigrar
(entrada), cumprida (acto ou efeito de cumprir) comprida (extensão); Aferir
(conferir) auferir (colher, obter), deferimento ( atendimento) diferimento (demora).

Hiperonímia ou Hiperónimos

São palavras de sentidos mais gerais, relativamente a outras de sentido mais


específico, ou seja, é uma palavra que se refere a todos os seres de uma
“espécie”. Ex: cor- azul, amarelo, vermelho; Peixe- atum, sardinha, carapau,
fruta- maçã, ananás, banana, animal- cão, gato.

Hiponímia ou Hipónimos

São palavras de sentidos mais específicos, relativamente a outras de sentidos


mais gerais. Por exemplo, gato, cão, tartaruga, são hipónimo de mamífero; maçã,
banana, manga, são hipónimo de fruta; Elson, Diamantino, Jínior são hipónimo
de homem, castanho, amarelo, são hipó. de cor.

Polissemia: são palavras que contém vários significados, em que só o contexto


em que a palavra se enquadra nos permite distinguir com exactidão qual o seu
significado. Ex: Condutor, banco, Escola, Carta, Bloco, etc.

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Semântica
A semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras que
podem estar isoladas ou contextualizadas.

Relações de semelhança/oposição
Quanto à sua significação, as palavras classificam-se em:

P. Sinónima ou Sinónimo: trata-se de palavras diferentes na forma, mais com


sentidos iguais ou aproximados. Ou seja, são palavras que têm significado
semelhante, sendo possível empregar uma palavra por outra em determinados
contextos ou em todos contextos. Ex: triste = melancólico; resgatar = recuperar;
maciço = compacto; ratificar = confirmar; digno = decente, honesto;
reminiscências = lembrança; insipiente = ignorante; Dentista = estomatologista.

P. Antónima ou Antónimo: palavras ou frases diferentes e que possuem


significado oposto. Ex1: Par x Ímpar; condenar x absolver; simplificar x complicar,
Chegar x Partir, Amigo x Inimigo. Ex2: O chegar e o partir são dois lados cruciais
da vida.

CAPÍTULO II. Ortografia


Regras de Acentuação

Ortografia: é a parte da gramática que trata da grafia (escrita) correcta das


palavras, ou seja, é aparte da gramática que ensina a escrever bem. A palavra
Ortografia é formada por "orto", elemento de origem grega, usado como prefixo,
com o significado de directo, recto, exacto e "grafia", elemento de composição de
origem grega com o significado de acção de escrever; ortografia, então, significa
acção de escrever directo.
Os acentos gráficos são os sinais auxiliares da escrita que servem para indicar a
pronúncia certa da palavra. Os acentos gráficos, são apenas três a saber:

Acento agudo (´): marca a sílaba tónica com vogal aberta (á; é; ó) ou semivogal
(i; u), nos casos em que for necessário acento agudo. Ex: algumas palavras que
possuem sílaba tónica: página, vírus, café, automóvel, saída, húmido, mágoa, etc.

Acento grave (`): marca o fenômeno da crase, para indicar hora, bem como, nos
advérbiois de modo, de lugar (à tarde, à noite, às pressas, às escondidas, às
escuras, às tontas, à direita, à esquerda, à vontade, à revelia).
Ex: Sou leal à mulher da minha vida.
Ex: Voltaremos do preparatório às 12h.
Eles chegaram às 8h30.
 Excepções do uso da crase: dispensa-se a crase (à) se as horas vierem
acompanhadas das preposições “até”, “para” e “desde”. Ex: Aguardaremos o
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formador Elson até as 9h. O formador Abel remarcou a sua aula para as 11h.
Desde as 10h, que o formador Lázaro não sai da sala.

Acento circunflexo (^): marca a sílaba tónica com vogal média (â, ê, ô) quando
for necessário graficamente: âmbar, êxito, farmacêutico, avô.

São acentuadas com acento circunflexo também:

 As vogais tónicas, quer nas palavras esdrúxulas, as formas da 3.ª pessoa do


plural do presente do indicativo dos verbos ter, vir e seus derivados, para as
distinguir das formas do singular: têm (tem), vêm (vem), contêm (contem),
provêm (provem), retêm (retém), e nas formas da 3.ª pessoa do singular e do
plural do presente do indicativo dos verbos crer, dar, ler, e ver e seus
derivados: crê, crêem, dê e dêem, lê e lêem, vê e vêem, bem como, na forma
do infinitivo do verbo pôr.
Os sinais diacríticos
Dentro da acentuação se fala, ainda, dos diacríticos que, não sendo acentos,
ajudam a dar outra tonalidade às palavras.

O til (~): indica que é nasal o ditongo ou vogal que marca, geralmente emprega-
se sobre as vogais: cão, pão, vulcão, tão, põe. O til pode funcionar também como
sinal de acentuação: amanhã, campeão, bem como, usa-se nas sílaba tónica.

A cedilha (¸): é um sinal que coloca-se debaixo da consoante C quando estiver


somente antes de A, O e U. Indica que C tem som de S. ex: cabeça, abraçar.

O hífen (-): usa-se na translineação como sinal de divisão silábica, usa-se


também nas palavras compostas por justa posição, bem como na divisão silábica:
cons-|tituir, guarda-chuva, guarda-livros, jurídico-normativo; al-tís-si-mo; E
também, nas palavras derivadas por prefixação: ex-ministro.

O travessão (  ): serve para chamar a atenção para as palavras que se


seguem mais frequentemente, para indicar a mudança de interlocutor nos
diálogos:
« Que linda manhã!- disse ela por fim, rindo toda vermelha.
 Linda manhã, linda! – repetiu Desidério, contemplando-a, enlevado.»

O apóstrofo (' ): indica a supressão de uma vogal, no interior de palavras


compostas e não só: galinha-d' angola, copo-d' água, Sant' Ana,
Sant'Agostinho.

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O trema (¨): servia para distinguir um i ou u de fonemas vocálicos com os quais


não formam ditongo (saüde, païsagem). Ainda se mantém na ortografia em vigor
no Brasil (agüentar, eloqüente, tranqüilo), mas foi abolido da de Portugal em
1945, sendo apenas consentido em vocábulos derivados de nomes estrangeiros:
mülleriano (de Müller).

DIVISÃO SILÁBICA NA TRANSLINEAÇÃO

Translineação trata da separação das sílabas de uma linha para outra em um


texto formal, como em redacção oficial. Embora a translineação respeite
geralmente a divisão silábica, em alguns casos apresenta regras próprias.

Regra Geral:

Deve-se evitar que a sílaba constituída de vogal fique isolada no fim ou no início
de linha. Por exemplo: em translineações são inadequadas as separações: "úmi-
do, e não ú-mido","a-í".
Deve se evitar que a translineação provoque a ocorrência de palavras chulas ou
inadequadas: apósto-lo, e não após-tolo; dispu-ta, e não dis-puta.

Regras Particulares:

 Consoante inicial: a consoante inicial da palavra nunca se separa sozinha a


formar sílaba, mesmo que esteja seguida de outra consoante: Cro-|mático,
gno-|siologia, mne-|mónica.

 Mas, no interior das palavras, há grupos de consoantes que podem separar-


se, consoantes que não estão seguidas de vogal permanece unida à sílaba
precedente: Bap-tis-ta, di-rec-tor.

 Sequências indivisíveis: há sequências de consoantes que a pronúncia


torna indivisível, mesmo quando se encontram no interior das palavras; (bl,
br, cl, cr, dl, dr, fl, fr, gl, gr, pl, pr, tl, tr, vl, vr): a) Á-|fri-|ca, b) a-|tlé-|ti-|co.

 Sequência ch, lh e nh: não podem separar-se as letras destas sequências,


pois são dígrafos e representam um único som: ma-|cho, so-|nhar, mu-|lher,
ro-|lha, coe-|lho.

 Consoantes iguais: (cc, cç, mm, nn, rr, ss): duas consoantes, iguais-fica uma
em cada linha. Ex: frac-|ção, frac-|cio-|nar, co-|mum-|men-|te, ter-ra, tos-sir...

 Sequência sc: esta sequência divide-se na mudança de linha, ficando o s


numa sílaba e o c na seguinte: as-|cender flores-|cente, mas-|culino.

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peritos e leitores.

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 As vogais que formam ditongo nunca se separam:ai-|… au-|… eu-|... ei-|…


oi-|… ou-| …etc.: arcai-|co incau-|to, hermeneu-|ta, fei-|to, biscoi-|to, a-pai-
xo-na-do, for-tui-to, qua-li-da-de.

 As vogais dos hiatos separam-se: a-tra-ir, ca-os, com-pre-en-der, flú-or, re-al,


ra-i-nha, sa-ís-te.
Nota: Embora seja correcto, deve evitar-se deixar uma só vogal de um dos
lados. Ex: a-|paixonado.
 Repetição do hífen: se a palavra for composta, ou forma verbal pronominal,
ou prefixo, deve-se por clareza gráfica de acordo o Novo Acordo Ortográfico,
repitir o hífen no início da linha seguinte.

Emprego de por que, porque e por quê, porquê


 Porquê

É um substantivo, por isso somente poderá ser utilizado, quando for precedido de
artigo, pronome, adjectivo ou numeral.

• Ninguém entende o porquê de tanta confusão.

• Este porquê é um substantivo.

• Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?

• Existem quatro porquês.

 Por quê

É usada no final de frases interrogativas (com sinal). Pronome interrogativo


utilizado no final de perguntas.

• Ele não compareceu à reunião. Alguém sabe por quê?

• Você está rindo por quê?

 Por que

É usada nas frases interrogativas directas e indirectas, indicando finalidade ou


motivo, no início ou no meio do período. Ex1: por que a Paulina está tão alegre?

Ex2: E vocês, por que ficaram António?

 Porque

É usada para introduzir uma explicação ou resposta.

• Não te telefonei, porque estou ocupado.

• O Miguel está alegre porque venceu.


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CAPÍTULO III. Classe, Estrutura, Formação de palavras

Morfologia: é a parte da gramática que estuda a estrutura das palavras, o


processo de formação das palavras e as classes de palavras. Na morfologia
existe 10 classes gramaticais de palavras, dentre elas encontramos dois grandes
grupos de palavras a saber: palavras variáveis e palavras invariáveis.

Palavras variáveis: os nomes ou substantivos, os adjectivos, os numerais, os


determinantes ou artigos, os pronomes e os verbos são variáveis, porque mudam
de forma (singular, plural, masculino, feminino etc.).

Palavras invariáveis: as conjunções, as preposições, as interjeições e os


advérbios, são invariáveis, porque não mudam de forma.

As palavras variáveis

1. Nome/substantivo1: são palavras variáveis que designam seres, coisas,


estado ou qualidades e ainda acções, pois que, que estes podem ser formados a
partir de um adjectivo ou verbo. Isto é, o substantivo é tudo o que pode ser visto,
pego ou sentido.

Eles variam em género (masculino e feminino) em número (singular 2 e plural3),


grau (normal4, diminutivo5 ou aumentativo6).

Os substantivos também podem ser compostos, tratando-se daqueles


substantivos formados por mais de um radical, isto é, por mais de uma palavra,
quer sejam elas palavras compostas por justaposição ou por aglutinação:
vagalume, girassol, guarda-chuva, beija-flor, madrepérola, beira-mar, segunda-
feira, passatempo, pernalta.

Os substantivos subdividem-se em:

Substantivo próprio: designam nomes e apelidos de pessoas, nomes de países,


de arquipélagos, de continentes, de regiões, de localidades de zonas geográficas,
de pontos cardeais, de rios, de mares de oceanos, de estrelas, de planetas, de
instituições ou órgãos públicos, títulos honoríficos, catedráticos, eclesiásticos, etc.
Contudo, escrevem-se geralmente com iniciais maiúsculas. Ex: Luzolo Pedro,
André Neves, António Vemba, Garcia Pedro, Formosa Plaina, Cecília Kiala,
Domingos Lourenço, Francisco Chaquipolongo, Cazenga, UNIKIVI, Vénus, etc.

2
Um ser único ou coisa. Ex.: Escola, Livro, Homem, etc.
3
Mais do que um ser ou coisa. Ex.: Escolas, Homens, Livros, etc.
4
Mulher, mesa, cão, porta, casa, amor.
5
Ex.: casinha, amorzinho, casota, cãozito, mulherzinha, portinha.
6
Ex.: casarão, ricaço, mulherona, canzarrão, portão, mesarão.
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Substantivo comum: são aqueles que não individualizam os seres,


apresentando-os de uma forma vaga. Estes por sua vez, subdividem-se em:
 Concreto:é aquele que designa seres que existem por si só ou
apresentam-se em nossa imaginação como se existissem por si.
Ex.: cachorro, homem, ar, computador, som, Deus, pedra...
 Abstracto: são aqueles não palpáveis”, isto é, designa prática de ações
verbais, existência de qualidades ousentimentos humanos. Por exemplo saída
(prática de sair), beleza (existência do belo), saudade,conversa, sonho, frio, dor,
ansiedade, conforto, liberdade, amargura, viagem, orgulho,beijo, etc.

Substantivo colectivo: designa o conjunto de seres ou coisas. Ou seja, são


nomes comuns que, embora no singular, designam um conjunto de seres da
mesma espécie.

Exemplos: C o n j u n t o d e : Exemplos: Conjunto de:


Formigueiro F o r m i g a s C a r d u m e P e i x e s
V a r a P o r c o s E n x a m e A b e l h a s
Multidão P e s s o a s Arquipélago I l h a s
Esquadrilha A v i õ e s Exército S o l d a d o s
Al c a t e i a L o b o s G a l e r i a Quadros, pinturas
A r m a d a Navios de guerra F r o t a Navios mercantes
B a n d a M ú s i c o s F a t o C a b r a s
B a n d o Aves, malfeitores Esquadra N a v i o s
Assemblei a Membros de associação M a n a d a Bois, Elefantes
Re ba nh o O v e l h a s , g a d o P o m a r Árvores de frut a
Quadrilha Ladrões, Bandidos Ca ra va na V i a g e n s
M a t i l h a Cães que se levam à caça T u r m a A l u n o s

Formas/ tipos de substantivos

Os substantivos quanto a forma ou tipos, eles podem ser:

01) Substantivos Biformes: são os que apresentam duas formas, uma para o
masculino, outra para o feminino, com o mesmo radical. Ex.: menino – menina,
traidor – traidora, aluno – aluna.

02) Substantivos uniformes: são os que apresentam apenas um forma, para


ambos os gêneros. Os substantivos uniformes recebem nomes especiais, que são
os seguintes:

 Comum de dois: os comuns-de-dois são os que têm uma só forma para


ambos os gêneros, com artigos distintos. Ex: o / a estudante, o / a imigrante, o / a

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agente, o / a intérprete, o / a patriota, o / a artista, o / a camelô, o / a fã, o/a


cliente, um dentista / uma dentista, a cliente, o cliente, etc.
 Sobrecomum: os sobrecomuns são os que têm uma só forma e um só
artigo para ambos os gêneros, exemplos: o cônjuge, a criança, o indivíduo, a
testemunha, a vítima, o cadáver, o sujeito, o ídolo, a pessoa, etc.

03) Substantivos Heterônimos: são os que apresentam duas formas, uma para
o masculino, outra para o feminino, com dois radicais diferentes. Ex. homem –
mulher, bode – cabra, boi - vaca.

Alguns substantivos que, admitem mais de uma forma para o plural:

• charlatão = charlatões, charlatães, cirurgião = cirurgiões, cirurgiães, peão =


peões, peães, anão = anões, anãos, corrimão = corrimões, corrimãos, verão =
verões, verãos, vulcão = vulcões, vulcãos.

2. Adjectivos: são palavras variáveis que qualificam e caracterizam os seres, os


objectos, as acções e sentimentos: alegria, gordo, nervoso, feio, bonito,
bondoso…

Os adjectivos quanto a flexão variam em: género, grau e número.

Género dos adjectivos:

O adjectivo pode ser: biformes e uniformes.


 Biformes: são aqueles que têm uma forma para o masculino e outra o
feminino. Ex.: alto/a, gordo/a, bonito/a.
 Uniformes: são aqueles que apresentam uma e única forma tanto para o
masculino e para o feminino. Ex.: fértil, inteligente, quente.

Grau dos adjectivos:

Os adjectivos têm três graus: Normal ou positivo, Comparativo, Superlativo.

 Grau normal7: exprime a qualidade do nome ou objecto, sem quaisquer


alterações resultantes de comparação ou intensificação. Ex: A Ângela é forte;
Ex.: Aqui, mora gente honrada.

 Grau comparativo8: refere a qualidade tendo uma outra referência para


estabelecer a comparação entre dois seres ou objecto.

7
Bom, mau, grande, pequeno.
8
Melhor, pior, maior, menor.
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O grau comparativo pode ser:


- de igualdade: tão Adj. como ou quanto. Ex: A Emília António é tão boa como /
quanto a Isabel Paulo.
- de superioridade: mais Adj. (do) que ou do que. Ex: O Caetano João é mais
forte do que a Nicleta.
- de inferioridade: menos Adj. (do) que ou do que. Ex: A Silvina F. Moniz é
menos alta do que a Paulina C. Ndombasi.

 Grau superlativo: exprime a qualidade do substantivo no mais alto ou


mais baixo grau. Portanto, existe superlativo absoluto9 e superlativo relativo10.

O grau superlativo pode ser:

- Superlativo relativo de superioridade: o/ a/ os/ as mais adjectivo.


Ex: A Angelina é a mais alta da sala.

- Superlativo relativo de inferioridade: o/ a/ os/ as menos adjectivo. Ex: O


António Pembele é o menos alto da sala.

- Superlativo absoluto analítico: muito/ imensamente/ excessivamente +


adjectivo. Ex: O Ernesto Nkololo é muito alto.

- Superlativo absoluto sintético: adj. + sufixo –íssimo/a os/as. Ex: O Kalaki


Miguel é altíssimo.

Número dos adjectivos: o adjectivo assume o número singular ou plural de


acordo com o nome que qualifica.

Assim sendo, o adjectivo concorda em número com o nome que qualifica. Ex.:
livro bonito, cadernos bonitos; dia quente, dias quentes; uma mulher nervosa,
umas mulheres nervosas.
Quando caracteriza vários nomes do singular, o adjectivo toma a forma do
plural. Ex.: livro e caderno bonitos.

Adjectivo composto: quando qualifica…... Ex: Camisas rosa-claro, ternos rosa-


claro, olhos verde-claros, camisas verde-mar, surdo-mudo e pele-vermelha.

3. Numerais: são qualificadores que indicam uma quantidade de seres, objectos


ou designam o lugar que eles ocupam em determinada série.
Podem ser:

9
Óptimo, péssimo, máximo, mínimo.
10
O melhor, o pior, o maior, o menor.
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Cardinais: indicam simplesmente o número de pessoas, coisas, ou seja, que


variam em gênero são “um (uma), dois (duas)”. Ex: 1(um), 2(dois), 3(três),
4(quatro), 5(cinco)…

Ordinais: variam em gênero e número, indicam a ordem que as pessoas, animais


ou coisas, ocupam numa série. Ex: 1º(primeiro), 2º(segundo), 3º(terceiro),
4º(quarto), 5º(quinto), 6º(sexto)…

Multiplicativos: indicam o número de vezes que um ser ou objecto é maior do


que outro. Ex: 2(dobro/duplo), 3( triplo), 4(quádruplo), 5(quíntuplo), 6(sêxtuplo)...

Faccionários: indicam a diminuição proporcional da quantidade, a sua divisão.


Ex.: 2(meio/uma metade), 3( terço), 4(quarto), 5(quinto), 6(sexto), 7(sétimo)...

Colectivos: os que mesmo no singular, indicam um número de seres. Ex.:


aqueles jovens formam um trio notável. (meia dúzia, novena, dezena, dúzia,
vintena, trintena, quarentena, centena ou cento, milhar, bilião, trilião, etc). Ex2: A
população do bairro Dunga está em quarentena.

4. Os artigos: são palavras variáveis em gênero e número que se colocam antes


dos nomes/ substantivos para lhes particularizar o sentido.

Empregam-se: para identificar o substantivo como conhecido, – artigos


definidos,.bem como, designar objectos ou seres não identificados e para
representar uma espécie – artigos indefinidos.

A rt i go s d e f i n id o s Artigos in definidos
Masculino F e m i n i n o Masculino Feminino
S in gu la r O a U m u m a
P l u r a l O s a s U n s u m a s

5. Os pronomes: são palavras variáveis que se empregam em vez de


substantivos ou acompanham um substantivo e dão a conhecer os objectos. Eles
variam em: gênero, número e pessoa. Classificam-se em:

Pronomes pessoais

Pronomes pessoais: são usados para se referir aos participantes do discurso; ou


seja, são os que representam as pessoas gramaticais11. Eles podem ser:

Pronome reflexivo12 quando indica que a acção expressa pelo verbo recai sobre
a mesma pessoa que a praticou.

11
São três as pessoas gramaticais: a 1ª pessoa é a que fala eu, no singular, nós, no plural; a 2ª pessoa é
aquela com quem se fala, tu, no singular e vós, no plural; já a 3ª é aquela de quem se fala, ele ou ela, no
singular e eles ou elas, no plural.
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Pronome recíproco13 quando a acção expressa pelo verbo indica reciprocidade.

Pronomes reflexivo s P ronomes recí proc os

S i n g u l a r
1.ª pessoa me
2.ª pessoa te
3.ª pessoa se, si, contigo
P l u r a l
1.ª pessoa nos nos
2.ª pessoa vos vos
3.ª pessoa se, si, contigo se

O, A, OS, AS: são pronomes pessoais quando estão juntos a um verbo. Ex.: A
caneta, tenho-a eu.

Se: é pronome reflexivo quando, junto dum verbo indica a acção por ele expressa
recai sobre o próprio sujeito. Ex.: O Afonso queimou-se.

Se: é pronome recíproco quando, exprime uma reciprocidade. Ex.: A Helena


Bernardo Quilandi e a sua prima amam-se.

Pronomes demonstrativos

Os pronomes demonstrativos: são aqueles que estabelecem uma referência de


proximidade ou distância.

V a r i á v e i s I n v a r i á v e i s
Masculino F e m i n i n o
E s t e e s t a
esse essa
Singular aquele aquela
o outro a outra
o mesmo a mesma isto
o tal a tal
o a isso
E s t e s e s t a s
esses essas
Plural aqueles aquelas aquilo
os outros as outras
os mesmos as mesmas
tais tais
os as

12
O Lucas Tiago vestiu-se com cuidado.
13
O Lázaro e a sua parceira amam-se muito.
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O, A, OS, AS: são pronomes demonstrativos se estão seguidos de queou de de.


Ex.: O que tu merecias sei-o eu; Há viagens boas, mas as de avião são melhores.

Pronomes possessivos

Os pronomes possessivos: são aqueles que exprimem a relação de posse entre


o(s) possuidor(s) e o(s) objecto(s) possuído(s).

Quadro dos pronomes possessivos

Um pos s ui d o r Vários possuidores


Pessoa
Masculino Feminino Masculino F e m i n i n o
Um objecto 1 ª M e u M i n h a N o s s o N o s s a
Possuído 2 ª T e u T u a V o s s o V o s s a
3 ª Seu (dele) Sua (dela) S e u S u a
1 ª M e u s Minhas N o s s o s N o s s a s
Vários objectos
2 ª T e u s T u a s V o s s o s V o s s a s
Possuídos
3 ª S e u s S u a s Seus (deles) Su as (de la s )

Pronomes indefinidos

Os pronomes indefinidos: são aqueles que exprimem uma ideia de


indeterminação: ninguém está cá; «Quanta mulher no teu passado, quanta!»

S i n g u l a r P l u r a l
Masculino F e m i n i n o Masculino F e m i n i n o
U m U m a U n s U m a s
Algum Alguma Alguns Algumas
Nenhum Nenhuma Nenhuns Nenhumas
Outro Outra Outros Outras
Todo Toda Todos Todas
Um Uma Uns Umas
Certo Certa Certos Certas
Muito Muita Muitos Muitas
Pouco Pouca Poucos Poucas
Tanto Tanta Tantos Tantas
Quanto Quanta Quantos Quantas
Qualquer Qualquer Quaisquer Quaisquer

Pronomes relativos

Pronomes relativos: são aqueles utilizados com o intuito de substituir um


substantivo (pessoa ou "coisa"), evitando sua repetição.

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V a r i á v e i s

S i n g u l a r P l u r a l
Masculino F e m i n i n o Masculino F e m i n i n o
C u j o C u j a C u j o s C u j a s
Quanto Quanta Quantos Quantas
O qual A qual Os quais As quais
Q u a l Q u a i s
I n v a r i á v e i s : Q u e , Q u e m , O n d e

Por exemplo, Roubaram a peça. A peça era rara em Angola há o substantivo


peçarepetido. Pode-se usar o pronome relativo que e, assim, evitar a repetição
de peça. O pronome serácolocado após o substantivo. Então teremos Roubaram
a peça que... . Este que está no lugar dapalavra peça da outra oração. Deve-se,
agora, terminar a outra oração: ...era rara em Angola, ficandoRoubaram a peça
que era rara em Angola.

Outros exemplos:

Antipatizei com o rapaz. Você conhece a namorada do rapaz.Então a frase


ficará assim, Antipatizei com o rapaz cuja namorada você conhece.

Pronomes interrogativos

Os pronomes interrogativos: são aqueles usados em frases interrogativas directas


ou indirectas.

V a r i á v e i s
S i n g u l a r P l u r a l
Masculino F e m i n i n o Masculino F e m i n i n o
Q u a n t o ? Q u a n t a ? Q u a n t o s ? Q u a n t a s ?

Q u a l ? Q u a i s ?
Invariáveis: Que?, quem?, O que?, O quê? Onde?

Pronomes de Tratamento

São pronomes muito usados no tratamento cortês e cerimonioso. Embora o


pronome de tratamento se dirija à segunda pessoa, toda a concordância deve ser
feita com a terceira pessoa. Usa-se Vossa, quando conversamos com a pessoa,
e Sua, quando falamos dapessoa.

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Pronomes Abreviatura Abreviatura Usados para


singular Plural
Vossa Senhoria V. S.ª V. S.ªs
Pessoas com um grau de prestígio maior, como
Directores, etc.
Vossa Excelência V. Ex.ª V. Ex.ªs Pessoas com alta autoridade, militares e políticos,
como: Presidente da República, Senadores,
Deputados, Embaixadores, Oficiais de Patente
Superior à de Coronel, Cônsules, etc.
Vossa Excelência V. Ex.ª V. Ex.ªs Bispos e arcebispos.
Reverendíssima Rev.mª Rev.mªs
Vossa Eminência V. Em.ª V. Em.ªs Cardeais.
Vossa Alteza V.A. VV.AA. Príncipes, duques e arquiduques.
Vossa Santidade V.S. - Papa
Vossa V. Rev.mª V. Rev.mªs Sacerdotes em geral.
Reverendíssima
Vossa V.P. VV. PP. Abades, superiores de conventos.
Paternidade
Vossa V. Mag.ª V. Mag.ªs Reitores de universidades.
Magnificência
Vossa Majestade V.M. VV.MM. Reis, rainhas e imperadores.
Meritíssimo Juiz M. Juiz de Direito

3. Os verbos

Os verbos são palavras variáveis que exprimem as acções, qualidades, ou


estados praticadas ou sofridas por pessoas, coisas ou animais, situando-os no
tempo.

Os verbos variam em: modo, tempo, pessoa, número, e voz.

NB: Matéria a ser desenvolvida no capítulo IV.

Classes das palavras invariáveis.


4. As preposições

As preposições: são palavras invariáveis que ligam dois elementos sintácticos de


natureza diferente. Isso significa que a preposição é o termo que liga substantivo
a substantivo, verbo a substantivo, substantivoa verbo, adjetivo a substantivo,
advérbio a substantivo, etc.

Temos as seguintes preposições: de, a, ante, após, até, com, desde, para,
conforme, consoante, por, durante, entre, excepto, mediante, salvo, em, sobre,
visto, mais, sem, senão, trás, contra, em, perante, sob:

Ex1: Caminhou com o filho de Mariapor montes e vales.

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Ex2: O António Vemba foi a Barcelona.

5. As conjunções

As conjunções: são palavras invariáveis que ligam apenas elementos sintácticos


da mesma natureza.

Temos algumas conjunções: e, nem, mas, porém, contudo, não só, mas
também, no entanto, logo, ou, pois, portanto, por consequência, nem, já,
apesar disso, se… Ex1: Ontem choveu e fez tanto sol; Ex2: Rosa ou Aleluia é a
mesma pessoa; Ex.: Não sei se partiremos amanhã.

6. Interjeições

As interjeições: são palavras invariáveis que exprimem emoção ou sentimentos, e


geralmente são acompanhadas do ponto de exclamação.

Temos algumas interjeições: ah! , oh! , olá! , caramba! , meu Deus! , oba! ,
viva!, coragem! , bravo! , força! , muito bem! , socorro! , ui! , ai de mim! ,
silêncio!, , obrigado!, vamos!, oxalá!, hum!, psiu!, alto!, etc.

Ex.: Aplauso! Para todos admitidos no exame.Ex.: Silêncio!

7. Os Advérbios

Os advérbios: são palavras invariáveis que exprimem circunstâncias diversas, ou


serve para modificar o sentido de uma oração.

Classificação dos Advérbios

Os advérbios podem ser de:

 Lugar: abaixo, acima, acolá, adiante, além, atrás, aqui, debaixo, onde, perto,
dentro, defronte, aí, ali, aquém, através, cá, detrás, fora, junto, lá, longe, etc.
 Tempo: agora, ainda, amanhã, anteontem, ontem, antes, antigamente, breve,
cedo, depois, doravante, enfim, então, hoje, logo, já, jamais, logo, nunca,
outrora, sempre, tarde, dia, etc.
 Modo: assim, aliás, bem, como, depressa, devagar, mal, melhor, pior, quase,
sobretudo, seriamente, lindamente, etc.
 Quantidade: bastante, demasiado, mais, menos, muito, pouco, quão, quanto,
quase, tão, bem, demais, tanto, etc.
 Afirmação: sim, certamente, decerto, efectivamente, claro, efectivamente,
realmente, etc.
 Negação: nunca, jamais, não, negativamente, etc.
 Inclusão: até, mesmo, também, inclusivamente, etc.
 Exclusão: apenas, salvo, senão, exclusivamente, só, simplesmente,
somente, unicamente, etc.
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peritos e leitores.

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 Designação: eis.
 Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, etc.
 Interrogativos: de causa: porquê?, de lugar: onde?, de tempo: quando?, de
modo: como?

LÉXICO

Lexicologia é o ramo da linguística que se ocupa no estudo do léxico


(vocábulo/palavra) quanto a sua formação, derivação, etimologia e significado.

Processo de formação de palavras


A língua portuguesa apresenta dois processos regulares para formação de
palavras: a derivação e a composição.

1º Derivação: é o processo de formação de palavras a partir de outras já


existentes, antepondo ou pospondo às palavras primitivas14 afixos15.

Os processos de derivação propriamente dita:

- Derivação por prefixação

- Derivação por sufixação

- Derivação regressiva

- Derivação parassintética

- Derivação imprópria

 Derivação por prefixação16: anteposição de um elemento prefixo a uma


palavra primitiva (palavra que não é formada a partir de nenhuma outra palavra:
água, fazer, terra, sol, leal, etc).
Ex: invariável (in + variável), Infeliz (in + feliz), descontente (des + contente),
desleal.

 Derivação por sufixação17: posposição de um elemento sufixo a uma


palavra primitiva. Ex:lealdade (leal + dade), lavagem, Atropelamento, Previsão,
Armação.

 Derivação por prefixação e sufixação / Parassintética: ocorre quando


há acréscimo simultâneo de prefixo e de sufixo a uma palavra primitiva

14
Aquelas que não têm origem noutras palavras da mesma língua (Papel, Feliz, Folha).
15
São morfemas derivativacionais ligados ao radical e capazes de modificar o seu significado, formando
palavras novas. Existem dois tipos (prefixos e sufixos).
16
Morfema derivacional que vem antes do radical para ampliar sua significação e formar nova palavra.
17
Morfema derivacional que vem depois do radical para ampliar sua significação e formar nova palavra.
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peritos e leitores.

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(substantivo ou adjetivo). Ex: infelizmente (in +feliz + mente), empobrecer (em +


pobre + cer), abençoar (a + bênção + ar), amanhecer (a + manhã + ecer).

 Derivação regressiva: consiste em retirar um elemento à palavra primitiva


(formação de um substantivo a partir de um verbo por redução da palavra
primitiva). Ex: alcançar – alcance, amparar – amparo, demorar – demora, errar-
err.

 Derivação imprópria: consiste na alteração da classe de uma palavra e do


seu significado, sem que se verifiquem modificações formais. A palavra não muda
absolutamente nada na forma; o que muda é sua classificação morfológica e seu
sentido. É por isso que ela é chamada de imprópria, ou seja, ela não é
propriamente uma derivação, pois não se usam morfemas (afixos) para mudar a
forma da palavra. Ex1: A Juliana é gira. (usado como adjectivo) / A roda gira de
cima para baixo. (usado como forma verbal). Ex2: Aquela blusa é preta?
(adjectivo) / Preta, você me ama? (substantivo).

2º Composição

A composição é também um processo de formação de palavras que consiste na


união de dois ou mais radicais para formar uma única palavra.

As palavras podem ser compostas por: justaposição, e por aglutinação.

 Composição por justaposição: junção de palavras, normalmente


separados por hífen, numa só, mantendo as palavras primitivas independência de
acentuação e de sílabas, ou seja, na união, os radicais não sofrem qualquer
alteração em sua estrutura. Ex.:couve-flor, cabra-cega, guarda-sol, amor-perfeito,
amor-ódio, arroz-doce, limpa-vidros, quebra-cabeça, zé-ninguém, sem-sabor,
malmequer, semicondutores, vaivém, passatempo, manda-chuva, pontapé,
dezoito, passatempo, guarda-chuva, paraquedas, etc.

 Composição por aglutinação: junção de palavras numa só, sendo que


apenas a segunda palavra primitiva mantém acento tónico. Ou seja, há perda de
elementos estruturais e fonéticos nos radicais (não são separados por hífen). Ex.:
planalto (plano alto), aguardente (água ardente), vinagre (vinho acre), Valongo
(vale longo), embora (em boa hora) fidalgo, Mariana, boquiaberto (boca aberta),
petróleo (pedra óleo), noroeste (norte oeste), lobisomem (lobo homem).

Processos irregulares de formação de palavras


Além da derivação e da composição (processos regulares), o português dispõe de
processos irregulares de formação de palavras.

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Empréstimo ou estrangeirismos é o processo que consiste no uso de uma


palavra de outra língua e que são comummente usadas pelos falantes. O
português conta com variadíssimos empréstimos. Exs.: xeque, alface, açúcar (de
origem árabe); realpolitik, leitmotiv, volfrâmio (de origem alemã); harakiri, biombo,
sushi (de origem japonesa), garçom (de origem francesa), futebol, patchwork,
know-how, spray (de origem inglesa). Em geral, a palavra mantém o sentido da
língua de origem.

Os empréstimos podem sofrer adaptações ortográficas, morfológicas e


semânticas. Ex: dossier – dossiê, toalete - toillet.

Neologismos18 são as palavras criadas pela necessidade de designar conceitos


ligados ao domínio científico, artístico, técnico, industrial, etc.

Ex.: parabólica, audiovisual, digital, multimédia, blogue, televisão...

Siglas são palavras formadas através da redução de um grupo de palavras às


suas iniciais, as quais são pronunciadas de acordo com a soletração de cada
letra. Ex.: FMI (Fundo Monetário Internacional), APL (Atlético Petróleos de
Luanda), TPA (Televisão Pública de Angola), UPU (Uíge Preparatório
Universitário).

Abreviatura entende-se por omissão de uma parte final da palavra sem prejuízo
para o seu significado. Ex.: Foto (fotografia), Hiper (hipermercado), metro
(metropolitano), moto (motocicleta), pneu (pneumático), quilo (quilograma)…

Há diversas formas de estabelecer abreviaturas:

 escrever a primeira letra ou as primeiras letras da palavra:

Ex.: Obg. – Obrigado, abrev. – abreviatura.

 escrever a primeira e a(s) última(s) letra(s). Por vezes a(s) última(s) letras
colocam-se em expoente, isto é, em posição superior à linha: Dr. - Doutor,
Eng.ª – Engenheira; Dr.ª – Doutora.
 Todas as abreviaturas devem terminar com ponto. Excepto nos casos em que
se escreve a(s) última(s) letra(s) em expoente, o ponto deve vir antes
dessa(s) última(s) letra(s).Ex.: Dr. – Doutor; Dr.ª – Doutora.
 se a palavra abreviada tiver acento gráfico, a abreviatura deve conservá-lo:
Ex.: Séc. – Século.
 se a segunda sílaba começar com duas consoantes, as duas farão parte da
abreviatura: Ex.: gloss. – glossário; decr. – decreto.

18
Expressões ou palavras novas que integram o léxico da língua, num período recente, uma palavra criada
numa língua, com base em palavras de outras línguas.
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 Regra geral, as abreviaturas devem respeitar a palavra original quanto ao uso


de maiúscula ou minúscula: Ex.: Sto. - Santo; ex. - exemplo

Acrónimo/acronímia forma-se como a sigla: a partir da redução das palavras de


uma expressão às suas iniciais. No entanto, ao contrário da sigla, que se lê
soletrando, o acrónimo pronuncia-se como uma palavra só, respeitando a
estrutura silábica da língua. Exs. SIDA - Síndroma de Imunodeficiência Adquirida,
PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, ISCED, UNIKIVI,
ISPPU, ISPN - Instituto Superior Privado Nzenzo Estrela.

A toponímia trata de palavras que representam lugares: Dream Space Uíge,


Praça Grande, Gruta do Nzenzo, Hotel Bago Vermelho, Kivuvu, etc.

A antroponímia trata de palavras que representam pessoas: Fielsa, Micaela,


Elson, Armando, Maria, Julieta, etc.

Palavras e morfemas

Considera-se palavras o conjunto de fonemas que possuem um sentido.

Estrutura das palavras


Estudar a estrutura das palavras é estudar os elementos que formam a palavra.

As palavras podem ser: simples ou compostas.

Palavras simples: são aquelas que possuem apenas um radical, quer se trate
de palavras primitivas ou derivadas.

Ex.: amor, água, pé, guarda, aguardar.

Palavras compostas: são aquelas que têm mais de um radical ou palavra.

Ex.: amor-perfeito, guarda-nocturno, planalto (plano + alto), malmequer (mal + me


+ quer).

Uma palavra simples é estruturada por três elementos que são: o radical, a vogal
temática, e a desinência.

 O radical: é umaparte invariável de uma palavra.


 A vogal temática: designa-se por fonema que serve de elemento de
ligação entre o radical e as desinências. Elas indicam a que conjugação overbo
pertence:
• 1ª conjugação = Verbos terminados em AR.
• 2ª conjugação = Verbos terminados em ER.
• 3ª conjugação = Verbos terminados em IR.

Obs.: O verbo pôr pertence à 2ª conjugação, já que proveio do antigo verbo poer.
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 A desinência: designa-se por fonema que indica as flexões de nomes e


verbos.

Ex1: Bancos

Ex2: Comer

 Tema: é a junção do radical + vogal temática.

Morfema
Morfema é a menor parte unidade significativa que constitui uma palavra.

O morfema pode ser livre ou preso.

 Morfema livre (lexical): quando por si só pode constituir uma palavra não
precisam de outros morfemas para constituir uma palavra “o radical”. Ou seja, é a
base da palavra, é a parte responsável pela significação principal de uma palavra
e pela formação de novas palavras. Sem radical não há palavra(s). Ex.1: a palavra
feliz faz parte do morfema livre, pois é um radical, logo; sozinha possui
significado: contente. Ex.2: livreiro (livr- é o morfema lexical – radical, pois posso
formar outras palavras com este pedaço, como livrinho, livraria, livrete etc.).

 Morfema preso (derivacional): quando por si só não pode constituir uma


palavra, depende de um outro morfema para que ele ganhe um significado
próprio. Ou seja, é aquele que se une ao morfema lexical para formar novas
palavras.

Os morfemas presos podem ser de dois tipos: prefixos e sufixos.

Ex1: na expressão "INfeliz, o prefixo "IN", que faz parte do morfema preso
prefixal, sozinho, não possui significado próprio; já a expressão “felizMENTE, o
sufixo “MENTE”, que faz parte do morfema preso sufixal, sozinho, não possui
significado próprio.

Ex2: livreiro é palavra derivada de livro porque recebeu o sufixo –eiro, pois o
sufixo –eiro, sozinho não constitui uma palavra, depende de um morfema livre
para que ele ganhe um significado próprio.

Família das palavras


Entende-se por família de palavras: o conjunto de todas palavras formadas, por
derivação ou composição, que derivam de uma mesma palavra primitiva, ou

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seja, que têm o mesmo radical. Ex1: Mar: marítimo, marinheiro, etc. Ex2: Terra:
terreno, terraço, terramoto, território.

CAPITULO IV - VERBO
Verbo são palavras variáveis que enunciam e atribuem, a uma pessoa ou coisa,
uma acção, um estado ou qualidade. Ou seja, uma palavra variável que exprime
acção, estado ou fenómeno da natureza.

Flexão

Os verbos têm as seguintes categorias de flexão:

 Número: singular e plural.


 Pessoa:1ª “eu”, 2ª “tu”, 3ª “ele/ela”/1ª “nós”, 2ª “vós”, 3ª “eles/elas”.
 Modo: expressam gramaticalmente as atitudes e opiniões dos
falantes, tais como: constatação, certeza, dúvida, suposição, permissão,
obrigação, etc. Podem ser formas verbais finitas e não finitas.

Formas verbais finitas

Estes variam em tempo, e correspondem aos modos verbais: Indicativo,


Conjuntivo, Condicional e Imperativo.

Os Modos podem ser:

 INDICATIVO
O modo indicativo exprime, regra geral, uma acção, estado ou um facto
considerado como realidade:
Tempos verbais do Indicativo

Existem três tempos naturais: presente, pretérito ou passado, futuro. «futuro do


pretérito/condicional».

01) Presente: indica facto que ocorre no dia-a-dia, ou seja, indica que a acção
decorre no momento em que se fala ou escreve. Ex. Confio em meus amigos.

02) Pretérito: indica factos que já ocorreram.

A) Pretérito Perfeito: indica acções ou factos decorridos no passado e


completamente realizado. Ex. Ontem visitei a UNIKIVI.

B) Pretérito Imperfeito: indica factos decorridos no passado, mas inacabados


(não concluído). Ex. Naquela época, Menakuanzambe vivia no Cazenga.

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C) Pretérito Mais-que-perfeito: indica facto ocorrido antes de outro no Pretérito


Perfeito do Indicativo. Ex. Ontem, quando você foi a UNIKIVI, eu já caminhara 6
Km.

03) Futuro
Indica factos que ocorrem depois do momento da fala.

A) Futuro do Presente: indica facto que, com certeza, ocorrerá. Ex. Amanhã
caminharei no Largo do Governo pela manhã.

B) Futuro do Pretérito/condicional: indica facto futuro, dependente de outro


anterior a ele. Ex. Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto.

 CONJUNTIVO19
O modo conjuntivo, exprime acções, estados ou factos no plano de incerteza,
probabilidades, eventualidades, desejo ou irrealidades: Oxalá que esteja
bom.

 CONDICIONAL
O modo condicional é usado, em orações condicionadas, para referir factos que
não se realizaram e cuja realização é incerta: Se pudesse gostaria ser
economista, Jândio.Se eu seria seu parceiro.

 IMPERATIVO
O modo imperativo expressa permissão, obrigação ou ordem, podendo também
ser usado para transmitir informações, instruções, conselhos, convites, etc:
Nota: O imperativo utiliza as formas do presente do conjuntivo nas pessoas em
que o imperativo não tem formas próprias (3.ª pessoa do singular e 1.ª e 3.ª
pessoas do plural).

Ex: Óptimo! Cantem vocês!

E na forma negativa: Não cantem vocês!

O imperativo pode ser: afirmativo ou negativo.

Sê não sejas
Seja não seja
Sejamos não sejamos
Sejam não sejais
Sede não sejam

19
O Conjuntivo é designado por alguns autores noutras gramáticas por subjuntivo.
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Formas verbais não finitas/Formas Nominais do verbo20

Estes não variam em tempo, e correspondem aos modos verbais: Infinitivo,


Gerúndio e Particípio.

 INFINITIVO
O infinitivo: apresenta, em abstracto, a ideia do enunciado.São as formas
terminadas em ar, er ou ir.

O Infinitivo pode ser:


Infinitivo impessoal21: quando usado na forma invariável, (terminando sempre
em -ar, -er ou -ir).

Ex: Rir como um louco. Ex2: Sonhar que aprovei pode se uma realidade.

Infinitivo pessoal: quando admite flexão em todas as pessoas. Ex: Antes de


saíres fecha a porta. Ex2: O Nguenda gosta dos olhares dela.

 GERÚNDIO
Apresenta a acção designada pelo verbo no decorrer do seu desenvolvimento.
O gerúndio, geralmente termina em “ndo”.

O gerúndio pode ser simples (Nós ali a sofrer, e eles rindo-se) ou composto
(conseguiu a melhor nota no teste de admissão, tendo recebido um prémio).

 PARTICÍPIO
O particípio apresenta o resultado da acção. As formas do particípio são
frequentemente usadas com valor de adjectivo.O particípio geralmente termina
em ado, ada, ido ou ida: amado, amada, comido, comida, latido, latida.

Verbos com duplo particípio passado

Existem verbos com duplo particípio passado, uma forma regular em –ado ou –
ido, geralmente utiliza-se na formação dos tempos compostos com os auxiliares
tere haver; uma forma irregular, mais curta, habitualmente utilizada com os
auxiliares sere estar.

20
São formas nominais porque podem desempenhar, de certa maneira funções de equivalentes a nomes:
formanda/formando.
21
O infinitivo impessoal do verbo é constituído pelo radical + vogal temática + desinência do infinitivo:
Cant = radical, a = vogal temática, r = desinência do infinitivo. Já o Tema, é constituído pelo radical + vogal
temática (Cant + a = Canta).
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peritos e leitores.

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I n f i n i t i v o Particípio regular Particípio irregula r


A c e i t a r A c e i t a d o A c e i t o , a c e i t e
E l e g e r E l e g i d o E l e i t o
E n v o l v e r E n v o l v i d o E n v o l t o
O m i t i r O m i t i d o O m i s s o
C o r r i g i r C o r r e g i d o C o r r e t o

 Tempo: o tempo indica o momento em que se situa o enunciado expresso


pelo verbo.

 Voz: só os verbos transitivos têm voz passiva. Temos: voz activa, passiva,
reflexiva.

Classificação dos verbos

 Quanto à semântica
 Verbos transitivos: verbos que pedem um complemento directo.
Os verbos transitivos podem ser:

Transitivo directo: quando não exigir preposições depois do verbo mas exigem
complemento (abrir, adorar, agarrar, escrever, esquecer, aprender, crer, comer,
conseguir, empregar, enganar, descobrir, construir, fazer, frequentar, ganhar,
imaginar, lavar, ler, ouvir, querer, ter, ultrapassar, ver). Ex: O Zaiadiaco Kiala
gosta de ler livros.

Transitivo indirecto:quando exigir preposição depois do verbo (acudir, agradar,


concordar, conviver, obedecer, pertencer, repugnar, confundir, partilhar, repartir).
Ex: A prestação doSimãoagradoua todos.

 Verbos intransitivos: são aqueles que não pedem complemento directo


(andar, existir, nadar, voar, saltar, etc). Ex1: O homem nasce, cresce e morre.
Ex2: A Isabel salta.

 Verbos impessoais22: são verbos que designam acções involuntárias, isto


é, fenómenos da natureza e portanto, não têm sujeito nem objecto na oração.
Exemplos: chover, anoitecer, nevar, haver, alvorecer, ventar, chuviscar,
amanhecer, relampejar, trovejar, etc.

22
Não se aplica a pessoas, conjugam-se apenas na 3.ª pessoa do singular: chover/chove/choveu/…
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 Verbos unipessoais23: conjugam-se apenas na 3.ª pessoa do singular e


do plural e têm sujeito, referem-se à vida e às vozes dos animais:balir, cacarejar,
coaxar, ganir, ladrar, latir, miar, mugir, piar, rugir, zumbir, ruminar.

 Verbos de ligações ou copulativos: são os verbos que não designam


acções; apenas servem para ligar o sujeito ao predicativo: ser, estar, parecer,
permanecer, continuar, andar, tornar-se, ficar, viver, virar etc.

 Quanto à conjunção

Os verbos seguem três modelos de conjugação:

 Verbos da 1ª conjunção: são os verbos terminados em ar: molhar, cortar,


relatar, cantar, perguntar, etc.
 Verbos da 2ª conjunção: são os verbos terminados em er: receber,
conter, poder, ler, perder, dizer, etc.

NB: O verbo anómalopôr (único com o termina em or), com seus compostos
(compor, depor, supor, transpor, antepor, etc), também sãoconsiderados da 2ª
conjunçãopor se originarem do antigo verbo poer

 Verbos da 3ª conjugação: são os verbos terminados em ir: sorrir, fugir,


iludir, cair, abrir, pedir, ouvir, rir, etc.

 Quanto à morfologia

Quando seguem ou não o modelo da sua conjugação, os verbos são: regulares


ou irregulares.

 Verbos regulares: são aqueles que mantêm o seu radical em toda sua
conjugação.
Exemplos: amar, vender, partir, sonhar, acreditar, escrever, beberetc.

 Verbos irregulares: são aqueles que, nalguns casos da conjugação


sofrem modificações em relação aos paradigmas da conjunção a que pertencem,
ou seja, tendo alterações no radical. Ex: ficar, ser, caber, dizer, querer, dormir,
ouvir, medir, haver, ir, vir, trazer, querer, pôr, fazer, dar, ter, etc.

 Verbos anómalos: entre os irregulares se destacam os anómalos. São


verbos que não seguem os paradigmas da conjunção a que pertence, sendo que
muitas vezes o radical é diferente em cada conjugação. Exemplos: ir, ser, ter (“eu

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Não se aplica a pessoas, conjugam-se apenas na 3.ª pessoa do singular e do plural:
cacarejar/cacareja/cacarejam/…
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vou”, “ele foi”, “eu sou”, “tu és”, “ele tinha”, “eu tivesse”,). O verbo “pôr” pertence à
segunda conjugação e é anómalo a começar do próprio infinitivo.

 Verbos defectivos24: verbos que não se conjugam em todos os tempos ou


em todas as pessoas. Exemplo: precaver (indicativo presente- precavemo-nos,
precaveis-vos. Imperativo: precavei-vos). abolir (indicativo presente- aboles,
abole, abolimos, abolis, abolem. Imperativo: abole, aboli), falir, precaver, etc.

 Verbos abundantes: verbos que apresentam mais de uma forma de


conjugação, verificam-se sobretudo em formas do particípio. Exemplos: encher –
enchida, cheio; fixar – fixado, fixo; fazer – faz, faça; dizer – diz, diga; trazer – traz,
traga.

Algumas formas especiais de conjugação

Conjugação pronominal: quando o verbo é conjugado com os pronomes


pessoais –o, -a, -os, -as, -me, -te, -lhe, -nos, -vos, -lhes na função de
complemento directo: eu compro-o, eu louvo-a, eu lavo-me, tu ama-lo.

Conjugação reflexa: quando o verbo é conjugado com os pronomes pessoais


me, te, se, nos, vos, sendo que a acção praticada pelo sujeito recai sobre ele
próprio. Ex: Lavo-me; penteias-te.

O verbo como fulcro da oração


Como vimos na lição anterior, o verbo exprime a acção, ou um estado, situado no
tempo.Exemplo: O Samuelestudou a lição (pretérito perfeito)

O Pedro escreve no quadro (presente)

Quando o verbo exerce a função de predicado, constitui o centro da oração. Não


há oração sem verbo. Se não está expresso, tem de se subentender:

Exemplo: fora daqui!

Certamente, nesta oração está presente o verbo, mas subentender-se facilmente.


Sai fora daqui!

Sem verbo, não há oração, mas pode haver oração apenas com verbo.

Exemplo: retirem-se; estudem; nasceu…

24
Os verbos defectivos que não possuem 1.ª pessoa do presente do indicativo e o presente do conjuntivo:
banir: eu -/ tu banes/ ele bane; Verbos que possuem apenas a 1.ª e 2.ª pessoas do plural no presente do
indicativo e não possuem presente do conjuntivo: falir: eu -/ tu-/ ele -/nós falimos/ vós falis/ eles -
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Tempos simples e compostos

Os tempos simples forma-se pela junção do radical (R), com a vogal temática
(VT), e a desinência. Ilustração do Verbo Andar

Quadro síntese dos Modos e Tempos Verbais (Simples )


M o d o s T e m p o s E x e m p l o s :
P r e s e n t e A n d o , …
Pretérito Imperfeito A n d a v a , …
Formas verbais Finitas

Modo indicativo P e r f e i t o A n d e i , …
Mais-que-perfeito A n d a r a , …
F u t u r o A n d a r e i , …
P r e s e n t e A n d e , …
Modo conjuntivo I m p e r f e i t o A n d a s s e , …
F u t u r o A n d a r , …
Modo condicional P r e s e n t e A n d a r i a , …

Modo imperativo P r e s e n t e A n d a i , …

não finitas

Infinitivo Impessoal A n d a r ,
I n f i n i t i v o
Formas
Verbais

Infinito Pessoal ( eu) andar , (t u) andar e s


G e r ú n d i o A n d a n d o
P a r t i c í p i o A n d a d o

Tempos compostos: quando os tempos são formados com o verbo auxiliarter ou


havere como principal, qualquer verbo no particípio, têm a designação de tempos
compostos. Ex: Eu tenho comido muito. Ex: A Verónicahavia estudadomuito
para entrar na Faculdade.

Verbos auxiliares e o seu emprego

Os verbos auxiliares: são aqueles que precedem o verbo principal na formação


de tempos compostos, bem como, na formação da voz passiva, etc.

Os verbos auxiliares de uso frequente são: ter, haver (regulares) ser e estar
(irregulares).

O verbo ter e haver empregam-se com o particípio do verbo principal formando


tempo composto da voz activa para exprimir um facto acabado, repetido ou
continuo. Ex.: tenho feito comida; havíamos comprado livros e caderno.

Empregam-se também no infinito do verbo principal antecedendo-se da


preposição «de». Ex.: Tenho de estudar hoje. Havemos de preparar os exames.

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O verbo ser emprega-se com o particípio do verbo principal para formar a voz
passiva. Ex.: O exame foi feito por mim; Ex.: As olimpíadas de Matemática foram
ganhas pelos estudantes da Escola Grande do Cazenga, nº 3043.

O verbo estar emprega-se nas três formas nominais que são: particípio,
gerúndio e infinito.
 Com o particípio do verbo principal para formar tempo da voz passiva.
Ex.: Estou satisfeito com o resultado obtido.
 No gerúndio antecedido da preposição «a».
Ex1: Estava estudando a última aula.
 Com o infinito antecedido da preposição «para» e «por».

Ex.: A Isabelestá para fazer o exame de Comercial.

Conjugação dos verbos regulares

1.ª Conjugação – Vogal temática: -a-


Cantar

I n d i c a t i v o C o n j u n t i v o Condicional I n f i n i t i v o Imperativo
P r e s e n t e S i m p l e s Pessoal simples
C a n t o C a n t e C a n t a r i a C a n t a r
Cantas Cantes Cantarias Cantares Canta
Canta Cante Cantaria Cantar
Cantamos Cantemos Cantaríamos Cantarmos
Cantais Canteis Cantaríeis Cantardes Cantai
Cantam Cantem Cantariam Cantarem

P r e t é r i t o I m p e r f e i t o C o m p o s t o Pessoal composto

Cantava Cantasse Teria Cantado Ter Cantado


Cantavas Cantasses Terias Cantado Teres Cantado
Cantava Cantasse Teria Cantado Ter Cantado
Cantávamos Cantássemos Teríamos Cantado Termos Cantado
Cantáveis Cantásseis Teríeis Cantado Terdes Cantado
Cantavam Cantassem Teriam Cantado Terem Cantado

Pretérito perfeito simples Impessoal simples


C a n t e i C a n t a r
Cantaste
Cantou
Cantamos
Cantastes
Cantaram
Pretérito perfeito composto Impessoal compost o

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Tenho Cantado T e n h a C a n t a d o T e r c a n t a d o
Tens Cantado Tenhas Cantado
Tem Cantado Tenha Cantado
Temos Cantado Tenhamos Cantado
Tendes Cantado Tenhais Cantado
Têm Cantado Tenham Cantado
Pretérito mais-que-perfeito simples P a r t i c í p i o
C a n t a r a C a n t a d o
Cantaras
Cantara
Cantáramos
Cantareis
Cantaram
Pretérito mais -que-perf eito compost o G e r ú n d i o
Tinha Cantado Tivesse Cantado S i m p l e s Composto
Tinhas Cantado Tivesses Cantado Cantando Tendo cantado
Tinha Cantado Tivesse Cantado
Tínhamos Cantado Tivéssemos Cantado
Tínheis Cantado Tivésseis Cantado
Tinham Cantado Tivessem Cantado
F u t u r o s i m p l e s
C a n t a r e i C a n t a r
Cantarás Cantares
Cantará Cantar
Cantaremos Cantarmos
Cantareis Cantardes
Cantarão Cantarem
F u t u r o c o m p o s t o
Terei Cantado T i v e r C a n t a d o
Terás Cantado Tiveres Cantado
Terá Cantado Tiver Cantado
Teremos Cantado Tivermos Cantado
Tereis Cantado Tiverdes Cantado
Terão Cantado Tiverem Cantado

2.ª Conjunção – vogal temática: -e-

Vender

I n d i c a t i v o C o n j u n t i v o Condicional I n f i n i t i v o Imperativo
P r e s e n t e S i m p l e s Pessoal simples
V e n d o V e n d a V e n d e r i a V e n d e r
Vendes Vendas Venderias Venderes Venda
Vende Venda Venderia Vender
Vendemos Vendamos Venderíamos Vendermos
Vendeis Vendais Vendereis Venderdes Vendei
Vendem Vendam Venderiam Venderem
P r e t é r i t o I m p e r f e i t o C o m p o s t o Pessoal composto

Este Material de Apoio, é uma obra não acabada. Refere-se as suas imperfeições e as observações possíveis, ao lado de alguns
peritos e leitores.

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V e n d i a V e n d e s s e Teria vendido T e r v e n d i d o
Vendias Vendesses Terias vendido Teres vendido
Vendia Vendesse Teria vendido Ter vendido
Vendíamos Vendêssemos Teríamos vendido Termos vendido
Vendeis Vendêsseis Teríeis vendido Terdes vendido
Vendiam Vendessem Teriam vendido Terem vendido
Pretérito perfeito simples Impessoal simples
V e n d i V e n d e r
Vendeste
Vendeu
Vendemos
Vendeis
Venderam
Pretérito perfeito composto Impessoal compost o
Tenho vendido T e n h a v e n d i d o T e r v e n d i d o
Tens vendido Tenhas vendido
Tem vendido Tenha vendido
Temos vendido Tenhamos vendido
Tendes vendido Tenhais vendido
Têm vendido Tenham vendido

Pretérito mais-que-perfeito simples P a r t i c í p i o


V e n d e r a V e n d i d o
Venderas
Vendera
Vendêramos
Vendereis
Venderam

Pretérito mais -que-perf eito compost o G e r ú n d i o


Tinha vendido Tivesse vendido Simples Composto
Tinhas vendido Tivesses vendido Vendendo Tendo vendido
Tinha vendido Tivesse vendido
Tínhamos vendido Tivéssemos vendido
Tínheis vendido Tivésseis vendido
Tinham vendido Tivessem vendido

F u t u r o s i m p l e s
V e n d e r e i V e n d e r
Venderás Venderes
Venderá Vender
Venderemos Vendermos
Vendereis Venderdes
Venderão Venderem
F u t u r o c o m p o s t o
Terei vendido Tiver vendido
Terás vendido Tiveres vendido
Terá vendido Tiver vendido
Teremos vendido Tivermos vendido
Tereis vendido Tiverdes vendido
Terão vendido Tiverem vendido

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3.ª Conjunção – vogal temática: -i-

Partir

I n d i c a t i v o C o n j u n t i v o Condicional I n f i n i t i v o Imperativo
P r e s e n t e S i m p l e s Pessoal simples
P a r t o P a r t a P a r t i r P a r t i r
Partes Partas Partirias Partires Parta
Parte Parta Partiria Partir
Partimos Partamos Partiríamos Partirmos
Partis Partais Partias Partirdes Parti
Partem Partam Partem Partirem
P r e t é r i t o I m p e r f e i t o C o m p o s t o Pessoal composto
P a r t i a P a r t i s s e Teria partido T e r p a r t i d o
Partias Partisses Terias partido Teres partido
Partia Partisse Teria partido Ter partido
Partíamos Partíssemos Teríamos partido Termos partido
Partíeis Partísseis Teríeis partido Terdes partido
Partiam Partissem Teriam partido Terem partido
Pretérito perfeito simples Impessoal simples
P a r t i P a r t i r
Partiste
Partiu
Partimos
Partistes
Partiram
Pretérito perfeito composto Impessoal compost o
Tenho partido T e n h a p a r t i d o T e r p a r t i d o
Tens partido Tenhas partido
Tem partido Tenha partido
Temos partido Tenhamos partido
Tendes partido Tenhais partido
Têm partido Tenham partido

Pretérito mais-que-perfeito simples P a r t i c í p i o


P a r t i r a P a r t i d o
Partiras
Partira
Partíramos
Partireis
Partiram

Pretérito mais -que-perf eito compost o G e r ú n d i o


Tinha partido Tivesse partido Simples Composto

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Tinhas partido Tivesses partido Partindo Tendo partido


Tinha partido Tivesse partido
Tínhamos partido Tivéssemos partido
Tínheis partido Tivésseis partido
Tinham partido Tivessem partido

F u t u r o s i m p l e s
P a r t i r e i P a r t i r
Partirás Partires
Partirá Partir
Partiremos Partirmos
Partireis Partirdes
Partirão Partirem
F u t u r o c o m p o s t o
Terei partido Tiver part ido
Terás partido Tiveres partido
Terá partido Tiver partido
Teremos partido Tivermos partido
Tereis partido Tiverdes partido
Terão partido Tiverem partido

Estrutura das formas verbais


Uma forma verbal é estruturado pelos seguintes elementos: o radical e o tema.

Radical: é a parte invariável de uma palavra.


Ex: Amar; Amo, Amas, Ama, etc.

Tema: é a combinação do radical + vogal temática a que pertence o verbo. Ex:


Ama.

SINTAXE
A sintaxe é a parte da gramática que estuda as funções desempenhadas pelas
palavras na frase.

Frase, simples e complexas


Frase: é um conjunto de palavras que formam um sentido completo.

Tipos de frases
● Há quatro tipos de frase.

Repara nesta gravura. → Frase imperativa, emprega-se quando se dá uma


ordem, um conselho, ou se faz um pedido.

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O que faz o animal? → Frase interrogativa, emprega-se quando se faz uma


pergunta.

Ontem fui na UNIKIVI. → Frase declarativa, emprega-se quando se dá uma


informação.

Meu Deus, aprovei! → Frase exclamativa, emprega-se quando se exprime um


sentimento (indignação, admiração, surpresa...).

A frase pode ser:simples ou complexa.

a) Frase simples: é aquela que é constituída por uma única oração, contendo,
porém, um só verbo conjugado.

Exemplo:Eu e a minha esposafomosna UNITELFESTA-Uíge.


● Nesta frase há uma única forma verbal conjugada; por isso, contém apenas
uma oração.

b) Frase complexa: é aquela que é constituída por duas ou mais orações.


Ex1: O Francisco Chaquipolongoé meu amigo, mas não gosta de ir à igreja.

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA ORAÇÃO


Os elementos essenciais da oração são: o sujeito e o predicado, porque
normalmente as orações são formadas por esses termos. Os demais consideram-
se complementais, ou seja, acessórios.

O sujeito designa o ser ou o objecto sobre o qual se afirma ou nega alguma


coisa.

O sujeito pode ser representado por:

- Um nome;

Ex: Uíge é a capital da nossa Província.

- Um pronome pessoal;

Ex: Tu terás bom resultado.

- Um verbo:

Ex: Fumar é proibido.

Quanto aos tipos de sujeitos, o sujeito pode ser:

Sujeito simples: quando é constituído por um só elemento, (um nome, um


pronome ou um verbo acompanhado de um determinante e ou de um adjectivo);

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Ex: O bebé brinca com a bola / A pequena Faustamara não quer comer.

Entrar não é permitido.

Sujeito composto: quando designa mais do que um ser ou conjunto:

Ex.: O homem e a mulher são iguais em dignidade. Ex2: O Livro e o caderno são
meus.

Indeterminado – sempre que não se sabe quem praticou a acção, ou seja,


quando não se refere a nenhuma pessoa determinada.Ex.: Telefonaram-te agora;
Ex2: Batem a porta

Subtendidoou oculto– o contexto ou a forma verbal levam à descoberta do


sujeito embora este não seja expresso, portanto, o sujeito está omisso.Ex.:
Estudaremosa matéria toda.

Inexistente ou oração sem sujeito – quando utilizamos verbos impessoais,


designando fenómenos da natureza e com o verbo haver, com o sentido de
existir.Ex.˸ Ontem trovejou de manhã e de tarde. Ex2: Na prateleira de cima há
mais dois dicionários. Ex3: Havia muitos homens na Faculdade.

O Predicado corresponde ao verbo, designa aquilo que se declara acerca do


sujeito. Daí que é o núcleo ou o elemento principal de uma oração e pode
chamar-se predicado verbal ou predicado nominal.

Predicado verbal: São as palavras que não precisam de outra para completar o
sentido.Ex.: OLázaroestudou. Ex: Os assaltantes fugiram.

Predicado nominal: formado por um verbo copulativo, também chamado


predicativo. Esses precisam de uma palavra para completar o verbo. Ex1: A
Brancaestá triste. Ex2: O João é inteligente.

ELEMENTOS COMPLEMENTAIS DA ORAÇÃO


Além do sujeito e do predicado, elementos indispensáveis em qualquer oração,
há outros elementos que podem aparecer, dependendo uns do verbo
(Complementos do verbo) e outros do nome (complemento do nome).

Complemento do verbo
O Complemento directo designa o ser ou o objecto sobre o qual recai a acção
expressa pelo verbo: o, os, a, as, um, uma, uns, umas, etc. Faz-se as seguintes
perguntas: o quê?.

Ex1: A Emília vê um filme. Ex2: O Gelson viu o Pedro.

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O Complemento indirecto indica o destinatário da acção expressa pelo verbo:


para, à, aos, etc. Faz-se as seguintes perguntas: aquem?

Ex1: O pai ofereceu um computador ao Henriques. Ex2: O cão obedece ao Garcia

O predicativo do sujeito25 é a palavra ou expressão que estabelece uma relação


de sentido com o sujeito. Esta relação de sentido é estabelecida através de um
verbo copulativo.

Ex: Aquele estudante é muito inteligente.

Sujeito v. copulativo predicativo do sujeito

Os complementos circunstanciais exprimem as circunstâncias em que a acção


é praticada. Estes podem ser: de tempo, de lugar, de modo, de causa, de fim, de
meio, de companhia, de dúvida, e de instrumento.

Ex: Entrámos repentinamente. C. C. de Modo

Ex: Que fizeste ontem? C. C. de Tempo

Ex: Tiveram um acidente devido à velocidade. C. C. de Causa

Ex: Tomei um xarope para curar a gripe. C. C. de Fim

Ex: Comuniquei por telefone. C. C. de Meio

Ex: Viajei de comboio. C. C. de Meio

Ex: O Policarpo chegou em casa com os seus pais. C. C. de Companhia

Ex: Talvez vá à Universidade Kimpa Vita. C. C. de Dúvida/ C.C. de Lugar

Ex: Cortei o cabelo com uma lâmina dorco. C. C. de Instrumento

O agente da passiva é o complemento de um verbo conjugado na voz passiva e


designa o ser que pratica a acção sofrida pelo sujeito. Geralmente introduzido
pela preposição por, pelo ou, mais raramente, pela preposição de.

Ex: A operação resgate foi coroadade êxito.

Verbo na voz passiva c. agente da passiva

25
Ou Nome Predicativo do Sujeito: indica um estado ou uma característica do sujeito.
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Complemento do nome
O atributo é todo o adjectivo que se junta a um nome para o caracterizar.
Geralmente ele coloca-se, depois do nome, mas em alguns casos coloca-se antes
do nome. Ex.: O carro vermelho é fora de série.Ex.: Que curioso rapaz!

O aposto é uma expressão nominal que se coloca a seguir a um nome, para


completar o seu sentido, fornecendo uma explicação acerca dele. Aparece entre
vírgulas e pode retirar-se da frase sem que haja uma alteração importante do seu
sentido. Trata-se de um termo acessório da oração.

Ex: Aquela cidade, Londres, surpreendeu-me. Ex: Leonel A. Messi, jogador


argentino, nasceu no mês de Junho em 1987 na Argentina. Ex: Victor Hugo
Mendes, escritor angolano, nasceu na província de Malanje em 1982.

O complemento determinativo é constituído por um nome ou equivalente, o qual


se liga a outro nome ou a um adjectivo por meio de preposição de, do, dos, da,
das, etc.

Ex1: um barulho de passos. Ex2: A Cuca de Angola é apetitosa.

O vocativo é o nome ou equivalente que, no discurso directo, se emprega para


invocar ou chamar uma pessoa real ou fictícia. Geralmente constrói-se, na escrita,
no início, no meio ou no fim da frase, destacado por meio de vírgulas. Ex: Ó meus
sonhos, aonde fostes ?/ Sofia, dê-me um beijo! Ex: Não corras, Isabel.

Conjugação na voz passiva

Voz verbal é a flexão do verbo que indica se o sujeito pratica, ou recebe, ou


pratica e recebe a acção verbal.

Existe em português três voz verbal: activa, passiva e reflexa.

1) Voz activa: é aquela em que o sujeito pratica acção expressa pelo verbo.
Ex1: O aluno estuda a lição.
Ex2: Eu fiz este tapete.
Ex3: Elson, o formador de Língua Portuguesa, fundou Uíge Preparatório
Universitário.

2) Voz passiva: é aquela em que o sujeito recebe ou sofre acção expressa


pelo verbo.
Ex1: A lição é estudada pelo aluno.
Ex2: Este tapete foi feito por mim.

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Ex3: Uíge Preparatório Universitário foi fundado pelo Elson, o formador de Língua
Portuguesa.

3) Voz Reflexiva: há dois tipos de voz reflexiva:

A) Reflexiva: quando o sujeito praticar a acção sobre si mesmo, ou seja, o sujeito


sofre a acção praticada por si mesmo. Ex. Rosa machucou-se.

B) Reflexiva recíproca: quando houver dois elementos como sujeito: um pratica


a ação sobre o outro, que pratica a ação sobre o primeiro. Ex. Angelina e Silvina
amam-se.
Ex2: Infelizmente, às vezes, colocamo-nos em situação de risco. (é possível
colocar alguém em situação de risco).

Regra de Ouro
A mudança/transposição de voz ativa para passiva depende de alguns
procedimentos:
1) O complemento da activa torna o sujeito da passiva.
2) Empregamos um verbo auxiliar26 geralmente (ser) conjugado
no mesmo tempo que o verbo da voz activa.
3) De seguida empregamos o verbo da voz activa no participo
passado.
4) Colocamos uma preposição, geralmente por contraída com
o artigo determinante do nome o0u do sujeito da activa (por
+ o = pelo).
5) E finalmente, o sujeito da activa torna o complemento da
passiva.

CAPÍTULO V. Discurso directo, indirecto e discurso livre.

Discurso Directo: transmite as falas tal e qual como estão sendo ditas.

Ex: Eu serei um bom Jurista.

Discurso Indirecto: não transmite as falas tal e qual foram ditas.

Ex: Afirmou que seria um bom Jurista.

Regra de Ouro

26
Para além do verbo ser há outros verbos auxiliares, que combinados com um particípio, podem
formar a voz passiva como: estar, andar, viver, ficar, ir, vir.

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Na transformação de um discurso para o outro verifica-se geralmente mudanças


nas formas verbais (modo, tempo, e pessoais), nos pronomes, nos advérbios de
lugar ou de tempo.

 Presença do verbo declarativo, disse, afirmou, perguntou, ordenou e o


pronome, que.

 Uso dos pronomes pessoais

Ex.: eu, tu para ele/ela.

Ex.: nós, vós para eles/elas

Ex: me, te, nos, vos para o, a, os, lhe, lhes, se.

 Uso dos pronomes possessivos e demonstrativos

Ex.: Este, nesse, esse para aquele.

Ex.: Isto, isso para aquilo.

Ex.: Seu, sua para dele, dela.

Ex.: Meu, minha, teu, tua, nosso/-a, vosso/-a para seu, sua (dele, deles, dela,
delas).

 Modificação dos verbos

Quando está no:

 Presente do indicativo passa para pretérito imperfeito do indicativo

Ex.: Eu sou seu amigo.  Disse que era amigo dele.

Ela gosta de estudar.  Disse que ela gostava de estudar.

 Pretérito perfeito do indicativo passa para pretérito mais que prefeitodo


indicativo simples ou composto. Ex1: Eu fui um bom estudante. 
Disse que fora um bom estudante. Ex2: Eu já fui ao Cazenga.  Disse
que já tinha ido (fora) ao Cazenga.

 Futuro do presente/indicativo passa para condicional/futuro do


pretérito.Ex.: Eu serei estudante da UNIKIVI.  Disse que seria estudante
da UNIKIVI.

 Futuro do conjuntivo passa para o conjuntivo imperfeito.Ex.: Paciência se


fores ao cinema liga-me.  Pediu ao Paciência que se ele fosse ao cinema
para ligar-lhe.

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 Modo imperativo, conjuntivo passa para conjuntivo imperfeito ou


infinitivo.Ex1.: Vá à loja comprar feijão.  Ordenou que fosse a loja comprar
feijão.Ex2:Sra. Emília feche a porta.  Pediu a Sra. Emília que fechasse a
porta ou pediu a Sra. Emília para fechar a porta.

 Distanciar o facto real/presença dos advérbios de tempo e de lugar.

 Aqui, cá, para ali, lá

 Aí, lá, para lá

 Agora, já, para então, naquele momento, logo, imediatamente.

 Hoje, para naquele dia.

 Ontem, para no dia anterior, ou na véspera

 Amanhã, para no dia seguinte

 Logo, para depois

 Neste momento para naquele momento.

Discurso indirecto livre: é um discurso híbrido, que aproxima narrador e


personagens, como se ambos falassem em uníssono27. É um discurso que resulta
da mistura dos outros dois discursos, o directo e o indirecto.

Ex.: «O padre Dário tomou muito mal o nosso propósito. Estava muito sentido
connosco! Sentia-se enganado!».

CAPÍTULO VI. Pontuação


Os sinais de pontuação têm como objectivo tornar a comunicação mais eficaz,
clarificando o entendimento da leitura e o ritmo do texto. O uso adequado dos
sinais de pontuação é fundamental para uma interpretação correcta.

São usados os seguintes sinais de pontuação:

Ponto (.): o ponto é usado no final da frase (simples ou composto) e indica uma
paragem no discurso, bem como, emprega-se também nas abreviaturas.

Ex1: O Filipe Sakala é meu amigo. (F.S).

Ex2: O Euclides Matos estudou Economia mas agora fará o seu mestrado. (F.C)

Exs.: Dr. - Doutor, Sr. - Senhor, V. Exa - Vossa Excelência.

27
Que tem som igual ao de outro, que concorde.
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Vírgula (,): a vírgula indica uma pausa breve, separando diferentes orações numa
frase ou enumerações, bem como destaca o vocativo 28, etc.

Ex.: A Isabel, a Vinda Helena, o Lucas, o Zeluka, o Lusa, o Jovelino, o Cláudio, o


Ramiro, o Ntotila Daniel, Domingos J. Moio, Nkanga, Samuel Pedro, André M.
Luamba, Adilson J. Quilenda, Ferraz Sebastião, Alfredo dos Santos, Simão,
Divunza Eduardo, José Francisco, Manuel Nicolau, Henrique Vambano, Paulo
Sebastião, Menakuanzambi J. Moio, Maria Marques, Mungua João, Pedro,
Verónica Malonda,e tantos outros frequentaram o curso preparatório em “Uíge
Preparatório Universitário”.

Ponto e vírgula (;): assinala uma pausa maior do que a vírgula e menor do que a
do ponto final.O emprego do ponto-e-vírgula depende muito do contexto em que
ele aparece, porém, pode empregar-se para separar enumeração após dois
pontos, ou para separar duas orações.

NB: O ponto e vírgula nunca terminam uma frase e depois dele usa-se letras
minúsculas.Ex.: Os formandos devem respeitar as seguintes regras:

- não fumar dentro da Instituição;

- não danificar o património público;

- respeitar os formadores e os colegas;

- trazer sempre o material de apoio durante as aulas.

Doispontos (:): empregam-se para apresentar enumeração, explicação, citação,


uma expressão de causa, de consequência, bem como introduzir a fala de uma
personagem no discurso directo. Ex.: Assim sendo, os ditongos podem ser:
crescente, decrescente e nasal ou orais.

Ponto de interrogação (?): indica uma pergunta e coloca-se no final das frases
interrogativas directas, para indicar uma dúvida, incerteza, bem como para
denotar surpresa, por vezes combina-se o ponto de interrogação com o ponto de
exclamação. Ex.: Vamos ao Cazenga?

Ex2: 10 estudantes aptos, 56 não aptos e 41 foram ao recurso em DA I. Quem me


dera?!

Ponto de exclamação (!): empregam-se no final das frases que retratam


emoções e sensações: surpresa, dor, sentimento, alegria, espanto, revolta, bem
como em final de frases que indicam ordem, chamamento, ironia, etc.

Ex.: Oh! Graças a Deus conseguiste!

28
Ó avó, como é o mar?
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Reticência (…): utilizam-se para exprimir dúvida, hesitação, ironia, amargura, etc.
Servem, igualmente, para assinalar a interrupção de uma frase e a omissão de
uma ou mais palavras no discurso, indicando que algo ficou por dizer e, assim, o
leitor imaginara o resto. Bem como, para indicar que, num diálogo, a fala de uma
personagem foi interrompida pela fala da outra.

Ex.: Como todos já deram sua opinião...

__ Um momento, formador, ainda tenho um assunto a tratar.

Travessão (): utiliza-se no discurso directo para introduzir as falas, ou seja, para
indicar no diálogo a mudança do interlocutor e para distinguir as palavras das
personagens do narrador.

Ex.:  Você ainda é criança.

 E dai? – Gaguejei, despeitado:  Você também não é?

Sinais auxiliares da escrita


 Parentes curvos ou parêntesis rectos() ou [ ]: servem para isolar
um elemento do resto da frase ou até a própria frase, ilustrando uma explicação,
uma reflexão, uma reacção emocional, bem como, para assinalar uma alínea e
referenciar datas, etc.

Ex: Foi naquele ano (2017) que tudo começou.Ex2: a) / b)

 Barra oblíqua (/): Indica uma oposição, especificação do ano, em


documentos legislativos, final de um verso, numa citação linear, e mudança de
estrofe, quando a barra esta duplicada, bem como, emprega-se na divisão das
sílabas métricas: Ex1: bem/ mal; Ex2: 02/06/1993. Ou Decreto-lei 16-A/95, de 15
de Dezembro.Ex3: Torna a dormir, quieto e sossegado.// Torna sincero, dizendo
(…).

 Aspas ou comas (« ») ( “ „‟ ): é utilizada para distinguir citação do


resto do texto, como também para indicar o título de uma obra, são utilizadas no
início e no fim.

Ex: O livro. «Quem me dera ser onda» de Manuel R. Monteiro.

 Asterisco (*): sinal em forma de estrela, que se emprega entre


parentes ou não, para indicar uma nota no pé da página, bem como, para indicar
uma construção agramatical.

Ex: *O Daniel Duarte e a Garcia Pedro da Silva estive no Puniv/Songo. (falta de


concordância do verbo com o sujeito).

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 Chaveta { }: é usado para indicar as partes ou divisões de um


assunto. Ex:Sinais auxiliares da escrita Curvos
Parêntesis
Rectos
Barra oblíqua
Aspas
Asterisco
Chaveta

Cedilha, Til e Hífen


til

O guarda-chuva da minha irmã é engraçado.

hífen cedílha

● O til indica que a vogal e nasal.


● O hífen liga duas palavras.
● A cedilha altera o som da letra c.

Estilística

São os recursos utilizados nos textos (principalmente literários) para conferir à


mensagem mais impacto, estilo, beleza ou qualquer outro recurso expressivo.
Essas figuras são objecto do estudo da Estilística, que é uma subdivisão da
Gramática.

São três as figuras de linguagem:


1) figuras de sintaxe (ou construção);
2) figuras de palavras e
3) figuras de pensamentos.

Figuras de sintaxe

a) Elipse: significa, em gramática, omissão. Essa é a palavra-chave. Quando se


omite algum termo ou palavra deum enunciado, tem-se a elipse. Vale lembrar que
essa omissão deve ser captada pelo leitor, que podededuzi-la a partir do contexto,
da situação comunicativa.

Exemplos:Empreste-me essa folha [omitiu-se de papel: folha (de papel)];

 Todos esperamos se faça justiça [omitiu-se a conjunção que: esperamos


(que) se faça justiça].
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b) Pleonasmo: é a reiteração, a repetição, o reforço de uma idéia já expressa por


alguma palavra, termo ou expressão.É reconhecido como figura de sintaxe
quando utilizado com fins estilísticos, como a ênfase intencional auma idéia;
sendo resultado da ignorância ou do descuido do usuário da língua, é
considerado como umvício de linguagem (pleonasmo vicioso).

Exemplos:

 Vamos sair fora formandos! (se é sair, obviamente é para fora)


 Que tal subir lá em cima e tomar um bom vinho? (se é subir, obviamente é
para cima)
 "Eu nasci há dez mil anos atrás" (se é há, só pode ser atrás)

Observação: um recurso literário bastante difundido é o epíteto de natureza, que


não deve ser considerado como um pleonasmo vicioso. Serve, por fins estilísticos,
para reforçar uma característica que já é natural ao ser.

Exemplos: céu azul, pedra dura, chuva molhada.

c) Inversão: é, como o próprio nome diz, qualquer inversão da ordem natural de


termos num enunciado, a fim de conferir-lhe especiais efeitos e reforços de
sentido. Exemplo:Sua mãe eu nunca conheci (a ordem natural seria Eu nunca
conheci sua mãe).

d) Prolepse (ou antecipação): deslocamento do termo de uma oração para a


oração anterior.Exemplos:

 A Governadora de Luanda dizem que vai pedir demissão [o sujeito da


oração vai pedir demissão (A Governadora de Luanda) foi deslocado para antes
da oração principal (dizem)].

e) Repetição: é a repetição de palavras que tem por finalidade exprimir a idéia de


insistência, progressão eintensificação.

Exemplos: Aquela moça era linda, linda, linda.

f) Onomatopéia: consiste na criação de palavras com o intuito de imitar sons ou


vozes naturais dos seres. É, na verdade, um dos processos de formação das
palavras, que cabe à Morfologia.

Exemplos: Ouviu o tilintar das moedas (o verbo tilintar imita o som de moedas se
entrechocando).

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peritos e leitores.

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Figuras de palavras

a) Comparação: é a comparação directa de qualificações entre seres, com o uso


do conectivo comparativo (como, assim como, bem como, tal qual, etc.).

Exemplos:

 Minha irmã é bondosa como um anjo (existe uma relação de qualificações


entre a irmã e o anjo; houve, pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio
do conectivo como)
 Age o neto tal quais os avós (existe uma semelhança de acções entre o
neto e os avós; houve, pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do
conectivo tal quais).

b) Metáfora: é o mecanismo pelo qual se toma "emprestada" a característica de


um ser utilizando esse próprio sercomo característica.

Cabe ao receptor da mensagem saber qual é a característica em comum dos dois


seres. Constitui uma das mais importantes e freqüentes figuras de linguagem,
sendo muito utilizada tanto na poesia quanto naprosa.
Exemplos:
Minha irmã é um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo;
como não houve um conectivo que estabelecesse a relação comparativa, chama-
se a essa comparação mental de metáfora.
A palavra anjo não está sendo utilizada em seu sentido original; foi tomada como
uma qualificação. Cabe ao receptor saber que a característica em comum entre
os dois seres é a bondade).
Figuras de pensamentos

a) Antítese: é a aproximação de palavras ou expressões que exprimem idéias


contrárias, adversas.

Exemplos: Cândido Comunhão, jovem de idade e velho de espírito, aproximou-se.


O que sempre foi simples tornou-se complexo.

b) Eufemismo: é uma maneira de, por meio de palavras mais polidas, tornar mais
suave e sutil uma informação decunho desagradável e chocante.

Exemplos:Infelizmente ele se foi (em vez de ele morreu).

c) Gradação: é a maneira ascendente ou descendente como as idéias podem ser


organizadas na frase.

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Exemplos:Jonas, inesperadamente, assustou-se. Depois, gritou, aterrorizou-se e


morreu (gradação ascendente, domenor para o maior).
Ela é uma bandida, uma enganadora, uma sem-vergonha (gradação
descendente, do maior para omenor).

d) Ironia: consiste em dizer, com intenções sarcásticas e zombadoras,


exatamente o contrário do que sepensa, do que realmente se quer afirmar. Exige,
em alguns casos, bastante perícia por parte do receptor(leitor ou ouvinte).

Exemplos:
Olá! Júlio. Como você está em forma (considere-se que Júlio seja um rapaz com
mais de 130 quilos)!

Meus parabéns pelo seu serviço (considere-se que o segurança tenha dormido e
a empresa tenha sidocompletamente esvaziada durante um assalto)...

e) Hipérbole: modo exagerado de exprimir uma idéia.Exemplos:


Estou morrendo de sede.
Você é a garota mais linda do mundo.

f) Personificação: é a atribuição de características humanas a seres não-


humanos. Exemplos:
O prédio sorria perante os trabalhadores (sorrir é uma atitude humana atribuída a
um imóvel, umaedificação).
Depois que o sol me cumprimentou, dirigi-me à cozinha (cumprimentar é uma
atitude humana atribuídaa um astro).

g) Reticência: é a suspensão de uma idéia ou de um pensamento, deixando a


cargo do leitor ou ouvinte ainterpretação/inferência do que deveria ou poderia ser
mencionado.
Exemplos:Hoje eu tenho meu arroz e o meu feijão. Amanhã... (podemos deduzir
que o emissor da mensagem nãotenha certeza de que terá algo para comer
amanhã; ou de que será feijão com arroz. A correta inferênciadependerá do
contexto em que a reticência estiver inserta).

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CAPÍTULO VII. Noção de Versificação

A versificação é um processo que espelha o conjunto de regras a que os versos


se submetem.

Verso: é cada uma das linhas de um poema, ou composição poética. Encontra-se


dividido em sílabas métricas.

Ritmo: é constituído por uma cadência que resulta da alternância harmónica


entre sílabas acentuadas (fortes) e sílabas átonas (fracas). O ritmo de cada
verso resulta do acento e do número de sílabas.

Estrutura do verso
Estrutura-se em:

 Metro
 Rima

 Metro: é a medida poética que regula o número de sílabas breve ou


longas de cada verso. O metro é constituído por sílabas métricas e acentos
rítmicos.

- As sílabas métricas: são as sílabas contadas no verso. Elas nem


sempre coincidem com as sílabas gramaticais, pós, baseiam-se nos sons que o
verbo capta, as quais nem sempre correspondem cada palavra. Quando uma
palavra termina por vogal átona e a seguinte começa por vogal (ou h) quase
sempre há uma elisão29, e a sua contagem (escansão) é feita até a última sílaba
tónica do verso, ou seja, até à sílaba tónica da última palavra.

Ex: Helena partiu agora para Lisboa.

He/ le/ na/ par/ ti/ u a/ go /ra /pa /ra/ Lis/boa (12 sílabas métricas)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Ex2: O/ ca/va/lei/ro a/ che/gar (7 sílabas métricas)

- Acento rítmico: é uma cadência que resulta da alternância entre as


sílabas acentuadas e sílabas átonas.

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A elisão: faz-se na vogal átona final de uma palavra quando a palavra seguinte começa por vogal.
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Tipos de verso

Números de sílabas e acentos

Alguns versos têm designações especiais, consoante o número de sílabas


métricas, podem ser:

 Monossílabo (verso de 1 sílaba)


Ex: Meu

 Dissílabo (verso de 2 sílabas)


Ex: Tor/men/[to]

 Trissílabo (verso de 3 sílabas)


Ex: Co/ra/ção

 Tetrassílabo (verso de 4 sílabas)


 Ex: A/mor/ e/ter/no

 Pentassílabo ou Redondilha menor (verso de 5 sílabas)


Ex: A/que/la/can/ção.

 Hexassílabo ou Heróicos quebrados (verso de 6 sílabas)


Ex: Do/pri/mei/ro/re/tra/[to]

 Heptassílabo ou Redondilha maior (verso com 7 sílabas)


Ex1: Quem/me/di/ria/, co/ra/ção

 Octossílabo (verso de 8 sílabas)


Ex1: Só um/jo/vem/bom/e/res/pon/sá/[vel]

 Eneassílabo (verso de 9 sílabas)


Ex1: To/dos/cla/mam/só o/lhan/do/Be/lu/[cha]

 Decassílabo ou Heróicos (verso de 10 sílabas)


Ex1: A/que/la/pri/ma/ve/ra/que/du/rou

 Hendecassílabo ou Arte-maior (verso de 11 sílabas)


 Dodecassílabo ou Alexandrino (verso de 12 sílabas)
 Os versos com mais de 12 sílabas não têm designação especial,
chama-se versos bárbaros ou irregulares.

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Quanto à acentuação, consideram-se versos: agudos (quando a última palavra é


a aguda), graves (quando a última palavra é grave) e esdrúxulos (quando a última
palavra é esdrúxula).

Os versos que têm a mesma medida, isto é, o mesmo número de sílabas métricas
chama-se isométricos.

A rima
Rima: é a correspondência harmónica de sons na terminação de dois ou mais
versos.

Tipos de rimas
Quanto a disposição ou combinações de rimas entre os versos, as rimas podem
ser: Rimas emparelhadas, cruzadas, interpoladas e rimas encadeadas.

Rima emparelhadas: quando os versos rimam dois a dois seguidamente: (AA;


BB)

Ilustração
Não dá continuarmos a falar de mim

Quando a culpa só recai em mim.

Diz-me lá qual será a solução,

Se eu neguei dar-te o meu coração.


ELSON ANTÓNIO PAULO, “O desespero”

Rima cruzada: quando os versos rimam alternadamente, o 1º verso rima com o


3º e o 2º com o 4º: (ABAB)

Ilustração
Quando se sentires perdida

Fecha os olhos e tenha fé

Não tenhas medo da vida

Pois, ela faz-se com a fé


LUZOLO PEDRO DA SILVA, “A determinação”

Rima interpolada ou intercalada: quando entre dois versos que rimam, há dois
ou mais versos que rimam ou não entre si.: (ABCA)

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Quando tu não tens para dar

Não esperas receber

Amar é ser real

Sem ter medo de errar


KANDA

Rima encadeada ou interna: quando o final de um verso rima com o meio do


verso seguinte: (… A /… A … B / … B … C).

Quisesse tomar tu este valeiro

Que em secreto estaleiro eu construí.


ALMEIDA GARRET

Quanto as espécies de rima, as rimas podem ser: perfeita ou imperfeita.

Rima consoante ou perfeita: quando há correspondência total de sons a partir


da última vogal tónica: lenha / venha

Rima toante ou imperfeita: quando a correspondência de sons só existe na


vogal tónica: porta / resposta; alicate/alface.

Os versos que não rimam chamam-se versos brancos ou soltos:

Saber é saber o que saber como saber

Saber é a capacidade intelectual

O conhecimento que parte do cérebro

Mais nada se compara com o coração…

Quanto as classes gramaticais das terminações:

Quanto à natureza morfológica ou à riqueza, as rimas podem ser:


rimas pobres e rimas ricas.
Rima pobre: quando as palavras em rima forem da mesma categoria gramatical,
ou seja, quando a correspondência de sons dá-se entre as palavras da mesma
categoria gramatical. Ex.:

Para ser Universitário, tive de estudar

Mas não obstante ler

Tive de dar o meu máximo, para alcançar


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ELSON ANTÓNIO PAULO, O retorno do Investimento

Rima rica: quando as palavras em rima forem de categoria gramatical diferente:

Você me insistiu fazer o que nunca fiz

Agora tu vês um final infeliz


LAY HOUSTON, In Volta

Quanto à acentuação:
Rima grave ou feminina: se o acento tónico recai na penúltima sílaba.

Deixa-me arrepiado viver nesse com essacrise

Amar loucamente esse país por mim écrime


ELSON ANTÓNIO PAULO O meu erro

Rima aguda ou masculina: se o acento tónico recai na última sílaba.

Dizes que eu errei

Diz-me algo

Mas onde errei

Se não dizeres nada

Vou continuar a querer saber o porque

O porque que dizes que eu errei


ELSON ANTÓNIO PAULO O meu erro

Rima esdrúxula: se o acento tónico recai na antepenúltima sílaba. Ex.:

No ar lento fumam gomas aromáticas

Brilham as navetas, brilha a matemática.


EUGÉNIO DE CASTRO

Os versos que têm sempre a mesma rima chamam-se monórrimos. Quando não
há rima, falamos de versos brancos ou soltos.

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A estrofe
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Entende-se por estrofe , o agrupamento de versos rítmico formado de dois ou
mais versos que, em geral, se combinam pela rima separados por um espaço.

As estrofes quanto ao número de versos podem ser:

 Monóstico: é a estrofe composta por 1 só verso.


 Dístico ou parelha: estrofe constituída de 2 versos que rimam entre si, pelo
esquema (aa-bb-cc, etc.).

Exemplo,

Era tão claro o dia, mas a treva


do som baixando, em seu baixar me leva.

pelo âmago de tudo, e no mais fundo


decifro o choro pânico do mundo,

que se entrelaça no meu próprio choro,


e compomos os dois um vasto coro.

C. Drummond de Andrade, Claro Enigma

 Terceto: estrofe poética formada por 3 versos, composto do seguinte


esquema (aab-ccb, abc-abc, aba-bcb, etc.), ou mesmo sem rima.

 Quadra: estrofe constituída por 4 versos, que combinam-se de forma


alternada (abab) ou oposta (abba), em que o 2º verso rima com o 4º verso.
Exemplo,

O pouco que Deus nos deu


Cabe numa mão fechada;
O pouco com Deus é muito,
O muito sem Deus é nada.

 Quintilha: é a estrofe de 5 versos. Ela apresenta o seguinte esquema (abbab,


abaab e ababa).
Exemplo,

O tempo que eu hei de sonhado A


Quanto tempo foi de vida! B
Ah, quanto do meu passado A
Foi só a vida mentida B

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NB: Quando a Estrofe escreve com a letra inicial na linha seguinte.
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De um futuro imaginado! A
(Fernando Pessoa)
 Sextilha: estrofe com 6 versos. As suas rimas variam muito, podem obedecer
o seguinte esquema usual (aabbcc) ou (abcbdb).

 Sétima/ septilha: estrofe de 7 versos. Ela obedece o esquema seguinte


(abbaacc).

 Oitava: estrofe com 8 versos. Ela obedece o esquema seguinte (abababcc).

 Nona: estrofe com 9 versos. Ela obedece o esquema seguinte (aabcdbcdb ou


aabaacdcd).

 Décima: estrofe com 10 versos. Ela obedece o esquema seguinte


(abbacddccd e abaabcddcd).

 As estrofes formadas por 11 ou mais versos designam-se por estrofes


irregulares ou bárbaros. Tal como os versos que possuem mais de 12
sílabas são chamados por versos bárbaros ou irregulares.

Poemas de forma fixa


A composição poética, ou seja, um poema constituído por 14 versos, geralmente
decassilábicos ou alexandrinos, distribuídos por duas quadras e dois tercetos,
damos a designação de soneto. Este tipo de composição poética foi
aperfeiçoado, na Itália, por Petrarca e introduzido na literatura portuguesa por Sá
de Miranda.

Tradicionalmente, apresenta uma tese (1ª quadra), uma explicação ou


desenvolvimento dessa ideia (2ª quadra), uma confirmação (1º terceto) e uma
conclusão ou chave de ouro (2º terceto). Geralmente, segue o esquema
rimático: ABBA – ABBA – CDC – CDC.

Há duas variedades de soneto: o soneto Italiano e o soneto Inglês.

Os temas predominantes são: Amor, tristeza, a saudade e a natureza.

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