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Un3-Condutores e Eletrodutos
Un3-Condutores e Eletrodutos
Condutores e eletrodutos
Introdução
Os condutores elétricos são componentes essenciais do circuito elétrico, pois é através deles que a
corrente elétrica circula. Por causa disso, dissipam uma certa quantidade de calor (efeito Joule).
Embora isso não possa ser evitado, poderá ser minimizado por meio da escolha correta do tipo de
condutor cujo material de fabricação e bitola devem estar de acordo com as demandas de sua
utilização.
O presente texto contém informações sobre condutores e eletrodutos que são de interesse de todo
eletricista.
Como já foi estudado, condutor é o componente do circuito que conduz a corrente elétrica. Ele é tão
mais eficaz quanto maior for sua capacidade de facilitar a passagem da corrente.
Por causa disso, os condutores elétricos são fabricados com materiais cuja formação atômica facilita a
ocorrência de uma corrente elétrica, ou seja, materiais que conduzem eletricidade com maior eficácia
devido a sua condutibilidade.
Os materiais mais utilizados como condutores elétricos são o cobre e o alumínio. Esses dois
materiais apresentam vantagens e desvantagens em sua utilização. A tabela a seguir apresenta em
destaque os itens nos quais um material apresenta vantagem sobre o outro.
Cobre Alumínio
2 2
Resistividade (0,017Ω /mm ) / m Resistividade (0,028Ω /mm ) / m
Boa resistência mecânica Baixa resistência mecânica
Soldagem das emendas com estanho Requer soldas especiais
Custo elevado Custo mais baixo
3 3
Densidade 8,9 Kg/dm Densidade 2,7 Kg/dm
Tipos de condutores
O condutor pode ser constituído de um ou vários fios. Quando é constituído por apenas um fio é
denominado de fio rígido. Quando é constituído por vários fios, é chamado de cabo. (Figura 1)
fio
cabo
FIGURA 1
O cabo é mais flexível que um fio de mesma seção. Assim, quando se necessita de um condutor com
seção transversal superior a 10 mm2 é quase obrigatório o uso do cabo devido à sua flexibilidade, uma
vez que o fio a partir desta seção é de difícil manuseio.
O cabo pode ser formado por um condutor (cabo simples ou singelo) ou vários condutores
(múltiplo). (Figura 2)
cabos múltiplos
FIGURA 2
Isolação
Para a proteção do condutor é utilizada uma capa de material isolante denominada isolação, com
determinadas propriedades destinadas a isolá-los entre si.
FIGURA 3
A isolação deve suportar a diferença de potencial entre os condutores e terra, e proteger o condutor de
choques mecânicos, umidade e corrosivos. Alguns condutores são fabricados com duas camadas de
materiais diferentes, porém completamente aderidas entre si.
A camada interna é constituída por um composto com propriedades elétricas superiores, sendo que a
externa é constituída por um material com características mecânicas excelentes.
isolação condutor
cobertura
FIGURA 4
A isolação suporta temperaturas elevadas, de acordo com o material que é utilizado na sua fabricação.
Veja tabela a seguir:
Normalização
No Brasil, até 1982, os condutores elétricos eram fabricados de acordo com a escala AWG / MCM. A
partir daquele ano, de acordo com o plano de metrificação do Instituto Nacional de Metrologia, foi
implantada a série métrica conforme as normas da IEC.
Como conseqüência, a NBR 5410 inclui duas novas características nas especificações dos fios e
cabos:
• nova escala de seções padronizadas em mm2 e
• emprego de materiais isolantes com nova temperatura-limite, aumentando de 60°C para 70°C.
Com isso, houve um aumento da densidade de corrente (ampères por mm2) uma vez que o
emprego de materiais isolantes com maior temperatura-limite possibilita este aumento.
Outra vantagem dessa mudança é que as seções são dadas em números redondos, ou seja, com
menor números de casas decimais em relação ao sistema AWG / MCM.
A tabela que segue mostra o limite de condução de corrente elétrica pelos condutores, no sistema
métrico, a capacidade de condução de corrente para cabos isolados até 3 condutores carregados, e
maneiras de instalar n°s. 1,2 ,3 ,5 e 6 da norma NBR 5410.
o
PVC/70 C - NBR- 6148 ABNT
2 2
Série Métrica (mm ) Ampères Série Métrica (mm ) Ampères
1,5 15,5 70 171
2,5 21 95 207
4 28 120 239
6 36 150 272
10 50 185 310
16 66 240 364
25 89 300 419
35 111 400 502
50 134 500 578
Todos os condutores elétricos devem estar devidamente protegidos contra sobrecargas e curtos-
circuitos. A proteção deverá ser feita através de fusíveis ou disjuntores adequados. Tais dispositivos
de proteção deverão ser dimensionados de acordo com a capacidade de condução de corrente do
condutor estabelecida pela norma vigente e que, também, é fornecida pelo fabricante, muitas vezes na
própria embalagem do produto.
Emendas e derivações
As emendas feitas em linhas abertas são feitas enrolando-se a extremidade do condutor à ponta do
outro e vice-versa. Este tipo de emenda é denominado de prolongamento. (Figura 5)
FIGURA 5
Para se executar este tipo de emenda, os condutores a serem unidos devem ser desencapados com o
auxílio de um canivete em aproximadamente 50 vezes seu diâmetro. (Figura 6)
50 D
FIGURA 6
O revestimento isolante deve ser retirado com um canivete usado de forma inclinada como se
estivesse apontando um lápis. (Figura 7)
FIGURA 7
O fio sem isolação deve ser cruzado, e as primeiras espiras enroladas com os dedos: (Figuras 8 e 9)
FIGURA 8 FIGURA 9
Então, prossegue-se com o alicate universal, dando o aperto final com dois alicates. (Figuras 10 e 11)
FIGURA 10 FIGURA 11
As emendas de condutores em caixas de ligações são denominadas rabo de rato. Para esse tipo de
emenda, os condutores são desencapados da mesma forma e comprimento do processo anterior.
Os fios devem estar fora da caixa e a emenda deve ser iniciada torcendo-se os condutores com os
dedos. (Figuras 12 e 13)
FIGURA 12 FIGURA 13
FIGURA 14
FIGURA 15
condutor principal
condutor derivado
FIGURA 16
O condutor a ser derivado deve ser desencapado num comprimento de aproximadamente 50 vezes
seu diâmetro. A região do outro condutor onde se efetuará a emenda deve ser desencapada num
comprimento aproximado de 10 vezes o seu diâmetro. (Figura 17)
FIGURA 17
Deve-se cruzar o condutor em um ângulo de 90° em relação ao condutor principal, segurando-os com
o alicate universal. (Figura 18)
condutor
principal
condutor
derivado
alicate
FIGURA 18
O condutor derivado deve ser enrolado com os dedos sobre o principal mantendo-se as espiras uma
ao lado da outra, e um mínimo de 6 espiras. (Figuras 19 e 20)
condutor principal
condutor derivado
FIGURA 19 FIGURA 20
alicate
FIGURA 21
Em virtude da resistência que os condutores oferecem na torção das pontas, em condutores com
seção igual ou superior a 10 mm2 outro processo de emenda é utilizado. Isso exige técnica especial de
junções, a fim de assegurar uma ligação mecânica forte, além do bom contato elétrico.
Emendas em prolongamento
Instalações externas
e em derivação
cobre
Prolongamento ou
Emenda com conector derivações em fios singelos inibidor
ou cabos.
alumínio
Outra forma de emendar fios grossos é pela emenda por soldagem que apresenta um bom contato
elétrico e boa resistência mecânica. Ela é executada com o auxílio de um metal de adição formado
por uma liga de estanho e chumbo. (figura 28)
metal de
adição
ferro de
soldar
FIGURA 28
Para executar a emenda por soldagem, o ferro de soldar deve estar com a ponta limpa, quente e com
uma certa quantidade de metal de adição derretido.
O ferro deve ser o apoio da emenda, e o metal de adição deve estar apoiado na parte superior da
emenda até que a solda fundida preencha todos espaços entre as espiras e cubra totalmente a
emenda.
Conectores especiais
A conexão de condutores pode também ser feita por meio de conectores especiais, denominados
bornes ou conectores bornes, que unem fios ou cabos por meio de parafusos. (Figuras 29, 30 e 31)
Outra forma de conexão de condutores a equipamentos é o olhal, feito com um alicate de bico. É
importante observar o sentido de aperto do parafuso ao se conectar o fio no equipamento para que o
olhal não se abra. (figura 32)
FIGURA 32
Toda emenda e derivação deve ser protegida por uma isolação restabelecendo as condições de
isolação dos condutores. Essa isolação é feita por meio da fita isolante.
A fita isolante é fabricada com materiais plásticos e borracha. É apresentada comercialmente em rolos
com diferentes comprimentos e larguras adequadas a cada tipo de condutor que se queira isolar.
Independentemente do tipo de emenda ou derivação, esta deve ser isolada com, no mínimo, duas
camadas de fita sem que ela seja cortada, procurando deixá-la bem esticada e com a mesma
espessura do isolamento do condutor. (Figuras 33, 34 e 35)
Eletrodutos
Eletrodutos são tubos de metal ou plástico, rígidos ou flexíveis, utilizados com a finalidade de proteger
os condutores contra umidade, ácidos ou choques mecânicos. Podem ser classificados em:
• eletroduto rígido de aço-carbono;
• eletroduto rígido de PVC;
• eletroduto metálico flexível;
• eletroduto de PVC flexível.
FIGURA 36
Comercialmente são adquiridos em barras de 3 metros, cujas extremidades são roscadas e providas
de uma luva. (Figura 37)
3m
FIGURA 37
Os eletrodutos rígidos de aço são especificados de acordo com as normas NBR 5597, 5598, 5624 e
13057. Apresentam variação de diâmetro e espessura de parede conforme a tabela a seguir:
As diferenças entre as normas citadas estão no acabamento, no tipo de rosca (BSP ou NPT) e na
presença ou ausência de costura no eletroduto.
Observações
I. A designação do diâmetro do eletroduto deve ser feita pelo diâmetro nominal e não pela
designação da rosca.
II. No comércio são encontrados eletrodutos de má qualidade que não atendem às normas. Os
comerciantes chamam esses materiais de eletrodutos leves, médios ou pesados. Esse material e
essas denominações não devem ser usados.
Para a fixação dos eletrodutos em instalações aparentes são utilizadas braçadeiras apropriadas para
cada ocasião e que são encontradas em catálogos de fabricantes.
Os eletrodutos metálicos não devem ser utilizados em ambientes corrosivos ou com excessiva
umidade. Além disso, eles devem ser curvados a frio, pois o calor destrói sua proteção de esmalte, o
que causará a posterior oxidação do eletroduto.
FIGURA 38
Para dobrar o eletroduto é necessário que antes se prepare um gabarito de arame de acordo com as
curvas a serem feitas. Figura 39)
FIGURA 39
As partes que serão curvadas devem ser marcadas no eletroduto conforme a figura a seguir. (Figura
40)
1a marcação 2a
marcação
FIGURA 40
Para executar o dobramento, apóia-se o eletroduto no chão. O dobra-tubos é então seguro com as
mãos, e o operador prende o eletroduto com os pés. O cabo do dobra-tubos é puxado aos poucos e o
eletroduto é dobrado conforme a inclinação da curva desejada. (Figura 41)
FIGURA 41
Durante essa operação, não se pode esquecer de comparar o eletroduto com o gabarito preparado
anteriormente.
Para executar essa operação, pode-se usar, também, o tripé do tipo dobra-tubos. Com esse
equipamento, porém, o tripé fica fixo e é o eletroduto que é movimentado.
Estes eletrodutos são fabricados com derivados de petróleo, sendo isolantes elétricos, não sofrem
corrosão nem são atacados por ácidos.
São fabricados em barras de 3 metros e têm, também, suas extremidades roscadas. Seus diâmetros e
espessura de parede são determinados pela NBR 6150, conforme tabela que segue:
Para utilização em desvios da instalação são fabricadas curvas de 90o. (Figura 42)
FIGURA 42
Em alguns casos é necessário curvar o eletroduto em ângulos, para adaptá-lo ao traçado de uma
instalação, quando este encontre um obstáculo ou acompanhe uma superfície com uma curvatura
especial.
Da mesma forma como com os eletrodutos de aço, em alguns casos, quando se empregam os
eletrodutos rígidos de PVC, é necessário curvá-los em ângulos, para adaptá-los ao traçado da
instalação. Para isso, é necessário ter uma fonte de calor e uma mola de aço com diâmetro compatível
com a medida do diâmetro interno do eletroduto.
Para curvar o eletroduto de PVC, primeiro deve-se marcar a zona a ser curvada com dois traços.
Depois disso, seleciona-se a mola correspondente ao eletroduto, introduzindo-a de maneira que
coincida com a zona a ser curvada. (Figuras 43 e 44)
16 D faça topo
zona a curvar
D
FIGURA 43
FIGURA 44
A zona a ser curvada, deve ser aquecida, girando-se e deslocando-se o eletroduto em um e outro
sentido, sobre uma fonte de calor suave, para que o plástico amoleça. A fonte de calor pode ser um
fogareiro elétrico, um soprador térmico, ou mesmo uma chama.(Figura 45)
fonte de calor
FIGURA 45
Quando se percebe que o material está cedendo, começa-se a curvá-lo lentamente. Deve-se evitar
queimar ou amolecer demasiado o plástico.
Continua-se dobrando o eletroduto até obter a forma desejada, controlando com o gabarito
correspondente ou sobrepondo-o ao traçado. Quando o curvamento estiver de acordo com o gabarito,
a zona curvada deve ser imediatamente resfriada com um pano umedecido ou submergindo-a em um
recipiente com água fria.
FIGURA 46
FIGURA 47
Este eletroduto é comercializado em rolos de 100 metros, que contêm a indicação do diâmetro
externo.
FIGURA 48