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Apostila de

Fonte: shorturl.at/rtQT8. Acesso em: 13 fev 2020.

Apostila editada pela Profa. Eliane Bihuna de Azevedo, com contribuições dos
Profs. Dario Nolli, Elisandra Bar de Figueiredo e Helder Geovane Gomes de Lima.

Joinville, fevereiro de 2020.

1
-

2
Formulário

Círculo Trigonométrico:

Adaptado de: http://tipo10.blogspot.com/2008/09/crculo-trigonomtrico.html

Acesso: 15/12/2011.

Funções trigonométricas:

Hip
CO

CA

CO CA
1. Seno: sen( ) = ; 2. Cosseno: cos ( ) = ;
Hip Hip
CO sen ( )
3. Tangente: tg( ) = = :
CA cos ( )

3
Relações Trigonométricas:

1. sen2 ( ) + cos2 ( ) = 1;
2. tg2 ( ) + 1 = sec2 ( ) ;
3. 1+cotg2 ( ) =cossec2 ( ) ;
4. sen(a b) = sen(a) cos (b) sen(b) cos (a) ;
5. cos(a b) = cos (a) cos (b) sen(a) sen(b) ;
6. sen(2 ) = 2 sen( ) cos ( ) ;
7. cos (2 ) = cos2 ( ) sen2 ( );
1 1
8. sen2 ( ) = 2 2
cos (2 );
1
9. cos2 ( ) = 2
+ 21 cos (2 );

Propriedades de Logarítmos:
1. loga (a) = 1; 2. loga 1 = 0;
b
3. loga (bc) = loga b + loga c; 4. loga = loga b loga c;
c
logc a
5. loga (bc ) = c loga b; 6. logb a = ;
logc b

Propriedades de Exponenciais:
c
1. a
p
b+c
= ab :ac ; 2. apbc = ab =p (ac )b ;
c b p
3. rab = ap c; 4. n ab = n a: n b;
a n
a
5. n = p n
; 6. aloga b = b:
b b

Funções Hiperbólicas:

ex e x
1. Seno Hiperbólico: senh(x) = ;
2
ex + e x
2. Cosseno Hiperbólico: cosh (x) = :
2

Relações para Funções Hiperbólicas:

1. cosh2 (x) senh2 (x) = 1;


2. senh(x) + cosh (x) = ex ;
3. cosh (x) senh(x) = e x ;

4
4. 1 tgh2 (x) = sech2 (x) ;
5. cotgh2 (x) 1 =cossech2 (x) ;
6. senh(x + y) = senh(x) cosh (y) + cosh (x) senh(y) ;
7. cosh (x + y) = cosh (x) cosh (y) +senh(x) senh(y) ;
8. senh(2x) = 2 senh(x) cosh (x) ;

9. cosh (2x) = cosh2 x+sinh2 (x) ;


cosh (2x) 1
10. senh2 x = ;
2
cosh (2x) + 1
11. cosh2 x = :
2

Função Par: f (x) = f ( x)


Função ímpar: f ( x) = f (x)
Função Periódica: f (x + T ) = f (x)

Limites Notáveis:
sen (u) 1 cos (u)
1. lim = 1; 2. lim = 0;
u!0 u u
u!0 u
1 au 1
3. lim 1 + = e; 4. lim = ln a:
u! 1 u u!0 u

Formas Indeterminadas ou Indeterminações:


0 1
, , 0 1, + 1 1, 00 , 11 e 10 :
0 1

De…nição de Derivada:

f (x + x) f (x)
f 0 (x) = lim :
x!0 x

Aproximação Linear Local:

f (x0 + x) ' f (x0 ) + f 0 (x0 ) x:

5
Tabela de Derivadas

Sejam u = u (x) e v = v (x) funções deriváveis e n 2 R.


Função Derivada
1. y = un y 0 = nun 1 u0 ;
2. y = uv y 0 = u0 v + v 0 u;
u vu0 uv 0
3. y = y0 = ;
v v2
4. y = au , a > 0 e a 6= 1 0 0 u
y = u :a ln a;
5. y = eu y 0 = u0 eu ;
0
6. y = loga u, a > 0 e a 6= 1 y 0 = uu loga e;
0
7. y = ln u y 0 = uu ;
8. y = sen(u) y 0 = u0 cos u;
9. y = cos u y 0 = u0 sen(u);
10. y = tg(u) y 0 = u0 sec2 (u);
11. y = cotg(u) y 0 = u0 cossec2 (u);
12. y = sec (u) y 0 = u0 tg(u) sec (u);
13. y = cossec(u) y 0 = u0 cossec(u)cotg(u);
14. y = senh(u) y 0 = u0 cosh (u);
15. y = cosh u y 0 = u0 senh(u);
16. y = tgh(u) y 0 = u0 sech2 (u);
17. y = cotgh(u) y 0 = u0 cossech2 (u);
18. y = sech(u) y 0 = u0 sech(u)tgh(u);
19. y = cossech(u) y 0 = u0 cossech(u)cotgh(u) ;
0 u0
20. y = arcsen(u) y = p ;
1 u2
0
u
21. y = arccos u y0 = p
1 u2
0
u
22. y =arctg(u) y0 = ;
1 + u20
u
23. y =arccotg(u) y0 = ;
1 + u0 2
u
24. y = arcsec u, juj 1 y0 = p , juj > 1;
juj u2 1
u0
25. y =arccossec(u), juj 1 y0 = p , juj > 1;
juj u2 1
u0
26: y =argsenh(u) y0 = p ;
u2 + 1
u0
27. y =argcosh(u) y0 = p , u > 1;
u2 1
u0
28. y =argtgh(u) y0 = , juj < 1;
1 0 u2
u
29. y =argcotgh(u) y0 = , juj > 1;
1 u2
u0
30. y = argsech(u) y0 = p , 0 < u < 1;
u 1 u2
u0
31. y = argcossech(u) y0 = p , u 6= 0:
juj 1 + u2

6
Tabela de Integrais Imediatas

R un+1
1. un du = + c, n 6= 1;
n+1
R du
2. = ln juj + c;
u
R u au
3. a du = + c, a > 0 e a 6= 1;
ln a
R u
4. e du = eu + c;
R
5. sin (u) du = cos u + c;
R
6. cos (u) du = sin u + c;
R
7. sec2 (u) du = tg(u) + c;
R
8. cossec2 (u) du = cotg(u) + c;
R
9. sec (u) du = ln jsec (u) + tg (u)j + c;
R
10. cossec(u) du = ln jcossec (u) cotg (u)j + c;
R du 1 u
11. = arctg + c.
u2 +a 2 a a

7
8
Capítulo 1
Números Reais, Intervalos e Funções

Objetivos
Identi…car os conjuntos numéricos;

Conhecer e aplicar as propriedades relativas à adição e multiplicação de números


reais;

Utilizar as propriedades relacionadas com as desigualdades estritas e não estritas;

Operar com equações e inequações com e sem valor absoluto;

Determinar o campo de de…nição de uma função;

Operar com funções;

Obter funções compostas;

Identi…car funções pares, ímpares e periódicas;

Determinar a inversa de uma função;

Esboçar grá…cos de funções usando translação;

Reconhecer os tipos de funções: polinomiais; racionais; irracionais; potenciais;


exponenciais; logarítmicas; trigonométricas; hiperbólicas; e hiperbólicas inversas;
1.1 Números

Os primeiros números conhecidos foram os Números Contáveis, ou seja, o


conjunto dos Números Naturais, representado por N, isto é:

N = f0; 1; 2; 3; :::g:

As operações com os números naturais foram responsáveis pela criação dos


números negativos, assim:

x+a=b ) x=b a,
onde a e b são números naturais.
Estes números, juntamente com os números naturais formam o conjunto dos
Números Inteiros, representado por Z, isto é:

Z = f:::; 3; 2; 1; 0; 1; 2; 3; :::g:
A resolução de equações do tipo
b
ax = b ) x = ,
a
com a e b números inteiros onde a não é nulo, pode levar ao surgimento de números
não inteiros. Desta forma, os números da forma ab com a e b números inteiros e a 6= 0
formam um conjunto de números, denominado Números Racionais, representado por
Q. E os números (frações) decimais in…nitos não periódicos são denominados Números
p p
Irracionais, representados por =. São exemplos de números irracionais: , e, 2, 3,
p
5, ...
Observando a reta numerada, vemos que a todos os pontos foram atribuídos
números. Temos, então que, a reunião dos números racionais com os números irracionais
se denomina conjunto dos Números Reais, representado por R.

5
2 1
1
-2 -1 0 1 1 3 2 5
2 2

Como o cálculo envolve números reais, vejamos algumas de…nições e pro-


priedades fundamentais destes números, embora não tenhamos interesse em mostrar
como estas propriedades são tiradas dos axiomas e teoremas.

De…nição 2: Soma: 8a; b 2 R; 9 (a + b) 2 R


Produto: 8a; b 2 R; 9 (a:b) 2 R
, satisfazendo as propriedades:

a+b=b+a
1. Comutativa: 8a; b 2 R; ;
a:b = b:a

10
a + (b + c) = (a + b) + c
2. Associativa: 8a; b; c 2 R; ;
a: (b:c) = a: (b:c)

8a 2 R; 90 2 R ; a + 0 = 0 + a = a
3. Existência de elemento neutro: ;
8a 2 R; 91 2 R, a:1 = 1:a = a

4. Elemento oposto: 8a 2 R; 9 a 2 R ; a + ( a) = ( a) + a = 0;
1
5. Elemento inverso: 8a 2 R e a 6= 0, 9 a 2 R ; a: (a 1 ) = (a 1 ) :a = 1;
6. Distributiva: 8a; b; c 2 R; a: (b + c) = a:b + a:c.

De…nição 3: Subtração: 8a; b 2 R; 9 (a b) 2 R:


De…nição 4: Divisão: 8a; b 2 R e b 6= 0; 9 ab 2 R:

1.2 Desigualdades

Axioma de Ordem: No conjunto dos números reais, existe um subconjunto, R+ , dito


reais positivos, tais que:

1. se a 2 R, exatamente uma das três a…rmações é verdadeira: a = 0, a é positivo


ou a é positivo;
2. a soma e o produto de reais positivos é um número real positivo;

De…nição 5: O número real a é negativo se, e somente se, a é positivo.


De…nição 6: Desigualdade Estrita
Os símbolos < (menor que) e > (maior que) são de…nidos por:

i. a < b se, e somente se, b a é positivo;


ii. a > b se, e somente se, a b é positivo.

De…nição 7: Desigualdade Não Estrita


Os símbolos (menor ou igual) e (maior ou igual) são de…nidos por:

i. a b se, e somente se, a < b ou a = b;


ii. a b se, e somente se, a > b ou a = b.

As desigualdades de…nidas acima, satisfazem as propriedades:

1. a > 0 se, e somente se, a é positivo;


2. a < 0 se, e somente se, a é negativo;
3. a > 0 se, e somente se, a é negativo;

11
4. a < 0 se, e somente se, a é positivo;
5. Transitiva: Se a < b e b < c, então a < c;
6. Se a < b e c 2 R, então a + c < b + c;
7. Se a < b e c < d, então a + c < b + d;
8. Se a < b e c 2 R+ , então a:c < b:c;
9. Se a < b e c 2 R , então a:c > b:c;
10. Se 0 < a < b e 0 < c < d, então a:c < b:d;
11. Se a > b e b > c, então a > c;
12. Se a > b e c 2 R, então a + c > b + c;
13. Se a > b e c > d, então a + c > b + d;
14. Se a > b e c 2 R+ , então a:c > b:c;
15. Se a > b e c 2 R , então a:c < b:c;
16. Se a > b > 0 e c > d > 0, então a:c > b:d;
1
17. Se a < b, com ambos positivos ou negativos, então a
> 1b :

De…nição 8:
R = fx 2 R : x 6= 0g
R+ = fx 2 R : x 0g
R+ = fx 2 R : x > 0g
R = fx 2 R : x 0g
R = fx 2 R : x < 0g

1.3 Intervalos

De…nição 9: Intervalos são conjuntos in…nitos de números reais. Geome-


tricamente, correspondem a segmentos de reta sobre um eixo coordenado. Por exemplo,
se a < b, então o intervalo aberto de a a b, denotado por (a; b), é o segmento de reta
que se estende de a até b, excluindo-se os extremos; e o intervalo fechado de a até b,
denotado por [a; b], é o segmento de reta que se estende de a até b, incluindo-se os
extremos. Estes intervalos podem ser expressos na notação de conjuntos como
(a; b) = fx 2 R : a < x < bg;
[a; b] = fx 2 R : a x bg.
.

12
Um intervalo pode incluir um extremo, mas não outro. Estes intervalos são
chamados semi-abertos (ou, algumas vezes, semi-fechados). Além disso, é possível um
intervalo estender-se inde…nidamente em uma ou em outra direção, escrevemos +1 no
lugar do extremo direito, e para indicar que o intervalo se estende inde…nidamente na
direção negativa, escrevemos 1, no lugar do extremo esquerdo. Os intervalos que se
estendem entre dois números reais são chamados de intervalos de comprimento …nito,
enquanto que os que se estendem inde…nidamente em uma ou em ambas as direções são
chamados de intervalos de comprimento in…nito.
Observação: Na tabela a seguir, leia-se …nito por comprimento …nito e
in…nito por comprimento in…nito.

Notação de Intervalo Notação de Conjuntos Classi…cação


(a; b) fx 2 R : a < x < bg Finito; aberto
[a; b] fx 2 R : a x bg Finito; fechado
[a; b) fx 2 R : a x < bg Finito; semi-aberto à direita
ou semi-fechado à esquerda
(a; b] fx 2 R : a < x bg Finito; semi-aberto à esquerda
ou semi-fechado à direita
( 1; b] fx 2 R : x bg In…nito; fechado
( 1; b) fx 2 R : x < bg In…nito; aberto
[a; +1) fx 2 R : x ag In…nito; fechado
(a; +1) fx 2 R : x > ag In…nito; aberto
( 1; +1) R In…nito; aberto e fechado

Exemplo 2: Determinar os valores de x que satisfazem as desigualdades:

1. x2 3x 10;
Solução:
Subtraindo-se 10 de ambos os lados, obtém-se a inequação:

x2 3x 10 0: (1)

As raízes da equação x2 3x 10 = 0 são 2 e 5.


Estas raízes dividem o eixo coordenado em três intervalos abertos: ( 1; 2) ; ( 2; 5)
e (5; +1) :
Analisando os sinais de x2 3x 10 = (x + 2) (x 5) em cada intervalo, temos
que:

Intervalo Ponto de teste Sinal de (x + 2) (x 5) no ponto de teste


( 1; 2) -3 ( )( ) = +
( 2; 5) 0 (+) ( ) =
(5; +1) 6 (+) (+) = +

Portanto, a solução da desigualdade (1) é S = [ 2; 5] :

Observação: O procedimento acima, de testar o sinal da expressão em apenas um


ponto do intervalo e concluir que ele será o mesmo em todo o intervalo só funciona

13
devido a uma propriedade chamada de continuidade, a qual será estudada no
próximo capítulo.

1
2. 2x 5< x 1
( )
Solução:

Condição de existência de solução: x 1 6= 0 ) x 6= 1:


Observe que x 1 pode ser positivo ou negativo. Assim, temos 2 casos a
serem analisados:

1 Caso: Para x 1 < 0, ou seja, x < 1, temos que:

Multiplicando ( ) por x 1 , temos que:


2x 5 < x 1 1 ) (2x 5) (x 1) > 1 ) 2x2 7x + 4 > 0: ( )
p p
2 7+ 17 7 17
Resolvendo a equação 2x 7x + 4 = 0 conclui-se = 2: 780 8 e 4 =
4
0:719 22 são suas raízes p p p p
Analisando os intervalos 1; 7 4 17 , 7 4 17 ; 7+4 17 e 7+4 17 ; +1 ;
p p
obtém-se que a solução da desigualdade ( ) é I1 = 1; 7 4 17 [ 7+4 17 ; +1 :
Dessa forma, neste intervalo, a solução é S1 = I1 \ ( 1; 1) ) S1 =
p
1; 7 4 17 :

2 Caso: Para x 1 > 0, temos que:

Multiplicando ( ) por x 1, temos que:


2x 5 < x 1 1 ) (2x 5) (x 1) < 1 ) 2x2 7x + 4 < 0:
p p
7 17 7+ 17
A solução dessa desigualdade é I2 = 4
; 4 :
p
Logo, neste intervalo a solução é S2 = I2 \ (1; +1) ) S2 = 1; 7+4 17 :

Portanto, a solução da
p
desigualdade
p
é a união das soluções acima, ou seja,
S = S1 [ S2 ) S = 1; 7 4 17 [ 1; 7+4 17 .

1.4 Valor Absoluto

De…nição 10: O valor absoluto ou módulo de um número real x é repre-


sentado e de…nido por:
x; se x 0
jxj = :
x; se x < 0
Vemos que o valor absoluto de um número real nunca é negativo. Geomet-
ricamente, o valor absoluto de um número real x é sua distância do ponto de origem,
independentemente de sua direção.

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Exemplo 1: j7 4j = j3j = 3 e j4 7j = j 3j = 3:
Vemos que j7 4j = j4 7j é a distância entre 4 e 7 sem a preocupação com qual dos
números é maior.
p
De…nição 11: Seja x 2 R: A raiz quadrada de x, denotada por x, é o
(único) número real não negativo cujo quadrado é x.
Exemplos:
p
25 = 5, pois 52 = 25;
q
( 6)2 = 6, pois 62 = 36:

1.4.1 Propriedades do Valor Absoluto

Sejam x e y dois números reais.

1. jxj 0;
2. jxj x;
3. j xj = jxj;
A demonstração da cada uma das propriedades acima, decorre diretamente da
de…nição.
p
4. jxj2 = x2 e jxj = x2 ;
Demonstração:

(a) Se x 0, então da de…nição vem que, jxj = x que veri…ca a proposição;


(b) Se x < 0, então da de…nição vem p que, jxj = x e ( x)2 = x2 , de onde
2 2
jxj = x e, por conseguinte, jxj = x2 .

5. jxyj = jxj : jyj;


Demonstração:
q p p
Pela propriedade 4, temos que: jxyj = (xy)2 = x2 : y 2 = jxj : jyj :

6. Desigualdade triangular: jx + yj jxj + jyj;


Demonstração:
Pela propriedade 4, temos que:
jx + yj2 = (x + y)2 = x2 + 2xy + y 2 x2 + 2 jxyj + y 2
) jx + yj2 jxj2 + 2 jxyj + jyj2 = (jxj + jyj)2
) jx + yj jxj + jyj.

15
7. jxj jyj jx yj ;
Demonstração:
Fazendo x = x + y y e da propriedade 6; segue que:

jxj = jx + y yj jx yj + jyj :

Somando jyj a ambos os lados, temos que:

jxj jyj jx yj :

8. jxj jyj jx + yj ;
Demonstração:
Fazendo x = x + y y e da propriedade 6 vem que

jxj = jx + y yj jx + yj + j yj = jx + yj + jyj :

Somando jyj a ambos os lados, temos que:

jxj jyj jx + yj :

9. jx yj jxj + jyj ;
Demonstração:
Observe que:

jx yj = jx + ( y)j jxj + j yj jxj + jyj :

x jxj
10. y
= jyj
, com y 6= 0.
Demonstração:
Note que:

x 1 1 1 jxj
= x: = jxj : = jxj : =
y y y jyj jyj

11. Seja a um número real positivo, então:

(a) jxj < a se, e somente se, a < x < a;


(b) jxj a se, e somente se, a x a
(c) jxj > a se, e somente se, x < a ou x > a;
(d) jxj a se, e somente se, x a ou x a.

16
Demonstração: Somente do caso (a)
Inicalmente, provaremos que jxj < a se a < x < a:
i: Se x > 0 ) jxj = x, uma vez que x < a teremos jxj < a;
ii: Se x < 0 ) jxj = x , mas uma vez que x < a teremos x < a, mas
j xj = x, então jxj < a:
Portanto jxj < a se a < x < a:

Agora, mostraremos que jxj < a somente se a < x < a:


i: Se x 0, como jxj = x, teremos x < a, como a > 0 e a < 0, então
a < 0 < x < a de onde vem que a < x < a.

ii:Se x < 0 ) jxj = x , como jxj < a teremos que x < a e com x > 0,
então a < 0 x < a ou a < x < a, de onde vem que a < x < a:
Portanto, jxj < a se, e somente se, a < x < a:

Observação 1: A demonstração dos casos (b), (c) e (d) é análoga.

Exemplo 2: Resolva a equação jx 3j2 4 jx 3j = 12:


Solução:
De…nindo u = jx 3j, temos que a equação acima pode ser escrita como

u2 4u 12 = 0 (1)

As raízes da equação (1) são 2 e 6.


? Para u = 2, segue que: jx 3j = 2. Absurdo!!!!
Por propriedade de módulo jxj 0:

? Para u = 6, segue que: jx 3j = 6 (2)


Pela de…nição de módulo, temos que
x 3, se x 3
jx 3j = :
(x 3) , se x < 3

1o Caso: Se x 3; temos que:


x 3 = 6 =) x = 9
Como 9 2 [3; +1), segue que uma solução é S1 = f9g :
2o Caso: Se x < 3; temos que:
x + 3 = 6 =) x = 3
Como 3 2 ( 1; 3], segue que uma solução é S2 = f 3g :
Portanto, a solução é S = f 3; 9g :

Exemplo 3: Determine todos os valores de x que satisfazem a desigualdade

jx 5j < jx + 1j :
Solução 1:
Elevando ao quadrado ambos os lados e usando a propriedade 4, temos que:

17
jx 5j2 < jx + 1j2 ) (x 5)2 < (x + 1)2
) x2 10x + 25 < x2 + 2x + 1
) 12x > 24, ou seja , x > 2:

Solução 2:
Pela de…nição de módulo, temos que:
x 5; se x 5 x + 1; se x 1
jx 5j = e jx + 1j = .
x + 5; se x < 5 x 1; se x < 1

1 Caso: Se x < 1, temos que:


jx 5j < jx + 1j ) x+5< x 1 ) 5< 1:Absurdo!!!
Logo, não há solução para x < 1, isto é, S0 = fg.

2 Caso: Se 1 x < 5, temos que:


jx 5j < jx + 1j ) x + 5 < x + 1 ) 2x < 4 ) x < 2:
Logo, a solução neste intervalo é S1 = (2; 5) :

3 Caso: Se x 5, temos que:


jx 5j < jx + 1j ) x 5 < x + 1 ) 5 < 1.
Como a desigualdade é satisfeita para qualquer x 5, temos que a solução
é todo x 2 [5; +1), ou seja, S2 = [5; +1) :
Portanto, a solução da desigualdade é a união das soluções acima, ou seja,
S = S0 [ S1 [ S2 = (2; +1).

Exemplo 4: Determine todos os valores de x que satisfazem a desigualdade


j2x 1j < x 1 2 : ( )
Solução:
Condição de existência de solução: x 6= 2
Pela de…nição de módulo, temos que:

2x 1; se x 21
j2x 1j = 1 :
(2x 1) ; se x < 2

Observe que x 2 pode ser positivo ou negativo. Assim, temos 3 casos a


serem analisados:

1 Caso: Se x < 12 , temos que:

Para x < 12 ; temos que x 2 < 0. Assim, multiplicando ( ) por x 2 , temos


que:
j2x 1j < x 1 2 ) (2x 1) (x 2) > 1 ) 2x2 + 5x 3 > 0:
Resolvendo a inequação 2x2 + 5x 3 > 0: ( )
Observe que x = 1 e x = 32 são raízes da equação 2x2 + 5x 3 = 0: Dessa
forma, analisando os intervalos ( 1; 1), 1; 23 e 32 ; +1 , conclui-se que a solução da
inequação ( ) é I1 = 1; 23 .
Logo, neste intervalo não há solução, pois I1 \ 1; 12 = fg:

1
2 Caso: Se 2
x < 2, temos que:

18
1
Para 2
x < 2, temos que x 2 < 0. Assim, multiplicando ( ) por x 2,
temos que:
j2x 1j < x 1 2 ) (2x 1) (x 2) > 1 ) 2x2 5x + 1 > 0:
Resolvendo a inequação
p
2x2 5x + 1 > 0:
p
(??)
5+ 17 5 17
Observe que 4 e 4 são raízes da equação 2x2 5x + 1 = 0: Dessa
p p p p
forma, analisando os intervalos 1; 5 4
17
, 5
4
17 5+ 17
; 4
e 5+ 17
4
; +1 , conclui-
p p
se que a solução da inequação ( ) é I2 = 1; 5 4 17 [ 5+4 17 ; +1 .
Logo, neste intervalo a solução é S2 = I2 \ 12 ; 2 ) S2 = fg :

3 Caso: Se x > 2, temos que:


Para x > 2; temos que x 2 > 0. Assim, multiplicando ( ) por x 2 , temos
que:
1
j2x 1j < x 2
) (2x 1) (x 2) < 1 ) 2x2 5x + 1 < 0:
p p
5 17 5+ 17
A solução da inequação 2x2 5x + 1 < 0 é I3 = 4
; 4 :
p
Logo, neste intervalo é S3 = I3 \ (2; +1) ) S3 = 2; 5+4 17 :
Portanto, a solução da pdesigualdade é a união das soluções acima, ou seja,
S = S1 [ S2 [ S3 ) S = 2; 5+4 17 .

Exemplo 5: Determine todos os valores de x que satisfazem a desigualdade


x4 5x2 + 4
< 4x:
jx2 1j
Solução:
Condição de existência de solução: x2 1 ) x 6= 1:
Pela de…nição de módulo, temos que:

x2 1; se x2 1 > 0
x2 1 = 2 :
(x 1) ; se x2 1 < 0
Resolvendo a inequação x2 1 > 0, obtém-se que:

x2 1; se x < 1 ou x > 1
x2 1 = :
(x2 1) ; se 1<x<1

4 2 (x2 4)(x2 1)
Observe que: x jx25x 1j+4 = jx2 1j
< 4x: (#)
Temos dois casos a serem analisados.

1 Caso: Se x2 1 > 0:
Aplicando a de…nição de módulo em (#), temos que:

x2 4x 4 < 0:
p p
A solução dessa inequação é I1 = 2 2 2; 2 + 2 2 .
p
Logo, a solução é S1 = I1 \ [( 1; 1) [ (1; +1)] ) S1 = 1; 2 + 2 2 :

19
2 Caso: Se x2 1 < 0:

Aplicando a de…nição de módulo em ( ), temos que:

x2 + 4x 4 > 0:
p p
A solução dessa inequação é I2 = 1; 2 2 2 [ 2 + 2 2; +1 .
p
Logo, a solução é S2 = I2 \ ( 1; 1) ) S2 = 2 + 2 2; 1 :
Portanto, a solução da
p desigualdade épa união das soluções acima, ou seja,
S = S1 [ S2 ) S3 = 2 + 2 2; 1 [ 1; 2 + 2 2 .

1.5 Função

De…nição 12: Sejam A e B dois subconjuntos de R. Uma função f : A !


B é uma lei (ou regra) de correspondência entre dois conjuntos não vazios, tal que a
cada elemento de A se associa um único elemento de B. O conjunto A é chamado de
domínio de f e é denotado por Df , B é chamado de contradomínio ou campo de valores
de f . Denotamos por,
f :A!B
x ! f (x)
Exemplo 6:

1. A área do quadrado (A) é função do comprimento do lado (l), ou seja, A = l2 .


2. A distância que alguém percorre (d) depende do tempo gasto (t). Representamos
por d = d (t) :

De…nição 13: Seja f : A ! B:


1. Dado x 2 A, o elemento f (x) 2 B é chamado de valor da função f no ponto x ou
de imagem de x por f:
2. O conjunto de todos os valores assumidos pela função é chamado de conjunto
imagem de f e é denotado por Im f:

1.5.1 Formas de Expressão das Funções

1. Forma Tabular: a correspondência entre os elementos é dada por meio de uma


tabela.
Por exemplo, se f (xo ) = y0 , f (x1 ) = y1 , f (x2 ) = y2 , , f (xn ) = yn :

20
x xo x1 x2 xn
y = f (x) y0 y1 y2 yn

Exemplo 7:

(a) Tábuas de logaritmos;


(b) Tabelas trigonométricas.

2. Forma Grá…ca: A função pode ser escrita de duas formas:

(a) Diagrama de Ven-Euler: As ‡echas indicam que a correspondência é do


conjunto A para o conjunto B.
f B
A
2
1
-3
2
5
3 7
4 1

Observe que:
Domínio de f : Df = A;
Contradomínio de f : B;
Imgem de f : Im f = f2; 3; 5; 7g :

(b) Diagrama Cartesiano: As retas x e y são perpendiculares; x é chamado


eixo das abscissas e y o eixo das ordenadas.

y
8

-3 -2 -1 1 2 3
x

3. Forma Analítica: A função é escrita, segundo uma lei, denotada por y = f (x).
Exemplos:

(a) f (x) = x2 ;
Domínio: Df = R;
Imagem: Im f = [0; +1).

21
(b) g (t) = t2 t 4 ;
Domínio: Dg = ft 2 R : t 6= 2g ) Dg = R f 2; 2g;
Imagem: Im g = R.
p
(c) h (x) = x2 1
Domínio: Dh = fx 2 R : x2 1 0g ) Dh = fx 2 R : x 1 ou x 1g
) Dh = ( 1; 1] [ [1; +1);
Imagem: Im h = [0; +1).

Na forma analítica, a segunda variável, x, a qual se pode atribuir valores


arbitrários dentro dos limites impostos pela natureza do problema, é dita variável in-
dependente ou argumento da função, e a primeira variável y cujo valor é determinado
quando se dá valores à variável independente é dita variável dependente ou simplesmente
função.
Observação:Uma maneira rápida de saber se a curva C dada representa ou
não uma função é através do teste da reta vertical. Sabemos que, se f é uma função,
um ponto de seu domínio pode ter somente uma imagem. Assim, C só representa o
grá…co de uma função quando qualquer reta vertical corta a curva C no máximo em um
ponto. Na …gura abaixo, C1 respresenta o grá…co de uma função, enquanto a curva C2
não representa.

C1 C2

1.5.2 Operações com Funções

De…nição 14: Dadas as funções f e g. As operações de adição, subtração,


multiplicação e divisão são de…nidas por:

1. (f g) (x) = f (x) g (x) ;


2. (f:g) (x) = f (x) :g (x) ;
f f (x)
3. g
(x) = g(x)
, para g (x) 6= 0::

O domínio das funções f g e f:g é a interseção dos domínios de f e g. O


f
domínio de g
é a interseção dos domínios f e g, excluindo-se os pontos x onde g (x) = 0.
p
Exemplo 8: Sejam f (x) = 2x 1 e g (x) = x2 5x + 6 . Determine as
funções f g, f:g e fg e seus domínios.
Solução: Pela de…nição acima, temos que:

22
p
(f g) (x) = 2x 1p x2 5x + 6;
(f:g) (x) = (2x 1) x2 5x + 6;
f
g
(x) = px2x 1
2 5x+6 .

Como Df = R e Dg = ( 1; 2] [ [3; +1), então o domínio de f g e f:g é


( 1; 2] [ [3; +1). O domínio de fg é ( 1; 2) [ (3; +1).

Observação: Deve-se tomar cuidado, pois nem sempre a interseção dos p


domínios pdas funções é o domínio das funções resultantes. Por exemplo, se f (x) = x
e g (x) = x o domínio da função h (x) = (f:g) (x) = x é Dh = Df \ Dg = [0; +1) e
não R (que aparentemente seria o domínio da função h (x)). O grá…co da função h pode
ser observado na próxima …gura.

y
4
2
0
0 2 4
x

De…nição 15: Dadas duas funções f e g, a função composta de g com f ,


denotada por g f é de…nida por

(g f ) (x) = g (f (x)) .

O domínio de g f é o conjunto de todos os pontos x do domínio de f tais


que f (x) está no domínio de g. Simbolicamente,

D (g f ) = fx 2 Df : f (x) 2 Dgg .
O diagrama pode ser visualizado abaixo.

f g
x f (x ) g ( f (x ))

g of

p
Exemplo 9: Sejam f (x) = x2 + 3 e g (x) = x. Encontre a função f1 (x) =
(g f ) (x) e f2 (x) = (f g) (x).
Solução: Pela de…nição de função composta, temos que:
p
f1 (x) = (g f ) (x) = g (xp2 + 3) = x2 + 3;
f2 (x) = (f g) (x) = f ( x) = x + 3:
Note que, g f 6= f g.
p
Exemplo 10: Sejam f (x) = ln x, g (x) = x e h (x) = sin (x2 + 1). Encon-
tre f1 (x) = (f g) (x) e f2 (x) = (g f h) (x) .
Solução: Pela de…nição de função composta, temos que:
p p
f1 (x) = (f g) (x) = f ( x) = ln x = ln2x :

23
p
f2 (x) = (g f h) (x) = g (f (sin (x2 + 1))) = g (ln (sin (x2 + 1))) = ln (sin (x2 + 1)):
Determine o domínio dessas funções compostas!

1.5.3 Funções Especiais

1. Função constante: f : R ! fkg de…nida por f (x) = k. Associa a qualquer


número real x um mesmo número real k. Gra…camente, é uma reta paralela ao
eixo das abscissas. Se k = 2, o grá…co é

y 2.5
2.0

-4 -2 0 2 4
x

2. Função Identidade: f : R ! R de…nida por f (x) = x: O grá…co é a reta


bissetriz do primeiro e do terceiro quadrante.

y 2
1

-2 2
-1
x
-2

3. Função A…m: f : R ! R de…nida por f (x) = ax + b, onde a e b constantes e


a 6= 0 são, respectivamente, o coe…ciente angular e o coe…ciente linear. O grá…co
é uma reta. Se a > 0, a reta é crescente; se a < 0, a reta é decrescente; e se b = 0,
a reta passa pela origem do sistema cartesiano. Exemplo: f (x) = 3x + 4:

y 10
5

-2 2
-5 x

4. Função Módulo: f : R ! [0; +1) de…nida por f (x) = jxj :

y
2

-2 0 2
x

24
5. Função Quadrática: f : R ! R de…nida por f (x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c
constantes e a 6= 0. O grá…co dessa função é uma parábola com eixo de simetria
paralelo ao eixo dos y: Se a > 0 a parábola tem concavidade voltada para cima.
Se a < 0 a concavidade é voltada para baixo. Exemplo: f (x) = x2 4x + 4

y 10
5

-2 0 2 4 6
x

6. Função polinomial: f : R ! R de…nida por f (x) = a0 xn + a1 xn 1 + +


an 1 x + an , com ai , i = 0; 1; ; n, constantes reais, a0 6= 0, n 2 N e n é o grau do
polinômio. As funções constante, identidade, lineares e quadráticas são exemplos
de funções polinomiais. Exemplo: f (x) = 5x5 6x + 7:

y
10

-2 2
-10 x

7. Função Racional: função de…nida como o quociente de duas funções polinomiais,


isto é, f (x) = p(x)
q(x)
, onde q (x) 6= 0. O domínio da função racional é o conjunto dos
reais excluindo todos os x tais que q (x) 6= 0: Exemplo: f (x) = xx2 11 :

1.5.4 Funções Pares, Ímpares e Periódicas

De…nição 16: Uma função f (x) é par se, para todo x 2 Df ,


f ( x) = f (x) :
O grá…co de uma função par é simétrico em relação ao eixo dos y.

25
De…nição 17: Uma função f (x) é ímpar se, para todo x 2 Df ,
f ( x) = f (x) :
O grá…co de uma função ímpar é simétrico em relação à origem.

De…nição 18: Uma função f (x) é periódica se existe um número real T 6= 0,


tal que

f (x + T ) = f (x) :
para todo x 2 Df .

Exemplo 11: Classi…que as funções abaixo, como par ou ímpar.

1. f (x) = x4 + x2 2;
Solução: f ( x) = ( x)4 + ( x)2 2 = x4 + x2 2 = f (x) :
Logo, f é uma função par.

2. f (x) = 4x3 + x2 ;
Solução: f ( x) = 4 ( x)3 + ( x)2 = x2 4x3 :
Logo, f não é uma função par nem ímpar, pois f ( x) 6= f (x) e f ( x) 6= f (x) :

3. f (x) = x7 ;
Solução: f ( x) = ( x)7 = x7 = f (x) :
Logo, f é uma função ímpar.

Exemplo 12: Mostre que a função f (x) = sin (2x) é periódica de perído
T = .
Solução: Precisamos mostrar que f (x + ) = f (x), para mostrar que f (x) =
sin (2x) é periódica de perído T = .
Por propriedades de funções trigonométricas, temos que:
f (x + ) = sin (2 (x + )) = sin (2x) cos (2 ) + sin (2 ) cos (2x) = sin 2x =
| {z } | {z }
=1 =0
f (x) :
Portanto, f (x) = sin (2x) é periódica com perído T = .

Exemplo 13: Mostre que se f e g são funções ímpares, então f:g é uma
função par.
Solução:
Seja h a função de…nida por h (x) = (f:g) (x) = f (x) :g (x).
Nosso objetivo é mostrar que h é uma função par, ou seja, mostrar que
h ( x) = h (x).
Note que:

h ( x) = f ( x) :g ( x) ( )
Por hipótese, sabemos que f e g são ímpares, ou seja, que f ( x) = f (x)
e g ( x) = g (x). Usando estes resultados em ( ), segue que:

26
h ( x) = f (x) : [ g (x)] = f (x) :g (x) = h (x) .

Exemplo 14: Se f é uma função par, g é uma função ímpar e não nula,
então a igualdade
" #
2 (g (x))2 g ( x) f (x)
[f ( x)] = g ( x) :f ( x) (#)
g ( x)

é verdadeira?
Solução:
Para verii…car se a igualdade dada é verdadeira ou não, usaremos as hipóteses,
que são:

(i) f é uma função par, ou seja, f ( x) = f (x) ;


(ii) g é uma função ímpar, ou seja, g ( x) = g (x).

Partindo
" pelo lado direito de (#) e chamando-o
# de A, temos que:
2
(g (x)) g ( x) f (x)
A = g ( x) :f ( x)
g ( x)
" #
(g (x))2 + g (x) f (x)
)A = g (x) :f ( x)
# g (x)
(ii)
Colocando em evidência a função g (x), temos que:
g (x) [g (x) + f (x)]
A= g (x) + :f ( x)
g (x)
A = [ g (x) + g (x) + f (x)] :f ( x) = f (x) :f ( x)
) A = f ( x) :f ( x) = [f ( x)]2 :
#
(i)
Conclusão: A igualdade dada em (#) é verdadeira.

Exemplo 15: Sejam f e g as funções de…nidas por


3x 3 x
f (x) = e g (x) = 1:
x x 3

(a) A função h (x) = (g f ) (x) é uma função par, ímpar ou nem par nem ímpar?
Justi…que usando a de…nição. (b) Determine todos os valores reais de x que
f (x)
satisfazem a inequação j1 + g (x)j :
3
Solução:
(a) Temos que:
3x 3
3x 3
x 3x 3
h (x) = (g f ) (x) = g = 1= 1= x:
x 3x 3 3
3
x
Veri…cando se a função h é par, ímpar ou nem par nem ímpar.
h ( x) = ( x) = h (x).

27
Portanto, como h (x) = h (x) a função h é ímpar.
(b) Usando a de…nição das funções f e g, temos que:
f (x) x x 1 jxj x 1
j1 + g (x)j ) ) (1)
3 x 3 x jx 3j x
Resolvendo a inequação (1) :
* Condição de existência de solução: x 6= 0 e x 6= 3.
Como jx 3j > 0, podemos multiplicar a inequação (1) por jx 3j sem que
a desigualdade seja alterada.
(x 1) jx 3j
jxj (2)
x
x 3, se x 3
* Pela de…nição de módulo, temos que: jx 3j =
3 x, se x < 3
* Temos três intervalos a serem anlisados: I1 = ( 1; 0), I2 = (0; 3) e I3 =
(3; +1) :
1o Caso: Para x 2 I1 :
Neste intervalo x < 0, então multiplicando por x a inequação (2), temos que:
x jxj (x 1) jx 3j ) x2 (x 1) (3 x) ) x2 x2 +
4x 3
) 0 4x 3, cuja solução é I4 = 34 ; 1 :
Solução parcial 1: S1 = I1 \ I4 = fg
2o Caso: Para x 2 I2 :
Neste intervalo x > 0, então multiplicando por x a inequação (2), temos que:
x jxj (x 1) jx 3j ) x2 (x 1) (3 x) ) x2 x2 + 4x
3
)0 2x2 + 4x 3, cuja solução é R
Solução parcial 2: S2 = I2 \ R = (0; 3)
3o Caso:Para x 2 I3 :
Neste intervalo x > 0, então multiplicando por x a inequação (2), temos que:
x jxj (x 1) jx 3j ) x2 (x 1) (x 3) ) x2 x2 4x + 3
)0 4x + 3, cuja solução é I4 = 43 ; 1
Solução parcial 3: S2 = I3 \ I4 = (3; +1)
Solução …nal: S = S1 [ S2 [ S3 ) S = (0; +1) f3g

1.5.5 Funções Injetoras, Sobrejetoras e Bijetoras

Quando para quaisquer valores de x1 e x2 do domínio de uma função f tais que


x1 6= x2 tivermos f (x1 ) 6= f (x2 ), dizemos que a função é injetora.
Quando o conjunto imagem de uma função f for igual ao seu contradomínio,
dizemos que a função é sobrejetora.
Quando uma função é injetora e sobrejetora ao mesmo tempo, dizemos que ela é
bijetora.

28
Exemplo 16: Considere a função dada pela lei de formação f (x) = x2 : Se
de…nirmos f : R ! R; f não será nem injetora e nem sobrejetora. Se de…nirmos
f : R+ ! R; f será injetora mas não será sobrejetora. Se de…nirmos f : R ! R+ ; f
será sobrejetora, mas não será injetora e se de…nirmos f : R+ ! R+ ; f será bijetora.
(Sugestão: construa os grá…cos e veri…que as a…rmações acima).
Observação: Note que dada uma lei de formação, uma função pode ser bi-
jetora ou não, dependendo do seu campo de de…nição (domínio) e de seu contradomínio.

1.5.6 Funções Inversas

Seja y = f (x) = x3 + 1. Nesta expressão, temos que y é uma


p função de x,
mas podemos escrever x como uma função de y, ou seja, x = g (y) = 3 y 1. Observe
que,

(g f ) (x) = g (f (x)) = g x3 + 1 = x;
p
(f g) (y) = f (g (y)) = f 3 y 1 = y.

Neste exemplo, compondo as funções f e g obtivemos as funções identidades.


Os pares de funções com essas duas propriedades são chamadas de funções inversas.

De…nição 19: Se as funções f e g satisfazem as duas condições

(g f ) (x) = x, 8x 2 Df ,
(f g) (y) = y, 8y 2 Dg,
então, dizemos que f e g são funções inversas. Além disso, chamamos f uma
inversa de g e g uma inversa de f:

De…nição 20: Seja y = f (x) uma função ou f : A ! B. Se, para cada


y 2 B, existir exatamente um valor de x 2 A tal que y = f (x), então podemos de…nir
uma função g : B ! A. A função g de…nida desta maneira é chamada de inversa de f:
p
Exemplo 17: As funções f (x) = x3 + 1 e g (y) = 3 y 1 são funções
inversas.
Uma função não pode ter duas inversas. Assim, se uma função f tiver uma
inversa, a inversa é única. A inversa de uma função é comumente denotada por f 1
(lê-se: inversa de f ). Sabemos que, função está determinada pela relação que estabelece
entre suas entradas e saídas e não pela
p letra usada para variável independente. Assim,
no exemplo 13, temos que f 1 (x) = 3 x 1 é a função inversa de f:
Se usarmos a notação f 1 , em vez de g, na de…nição 15, e se usarmos x como
variável independente, temos que se f e f 1 são inversas, então:

1
f f (x) = x, 8x 2 Df ,
1 1
f f (x) = x, 8x 2 Df .

29
ATENÇÃO: f 1
é apenas uma notação para a função inversa, f 1
6= f1 :

Exemplo 18:
p
1. A função f : 23 ; +1 ! R+ de…nida por y = f (x) = 3x 2 tem como função
inversa f 1 : R+ ! 23 ; +1 , de…nida por f 1 (x) = 31 (x2 + 2).

2. A função f : R f3g ! R f 1g de…nida por y = f (x) = x3 x1 tem como função


inversa f 1 : R f 1g ! R f3g, de…nida por f 1 (x) = 1+3x
x+1
.

Uma maneira de determinar as funções inversas é resolvendo y = f (x) para


x como uma função de y e, a seguir, substituir y por x na fórmula …nal para f 1 :
Nem toda função tem uma função inversa. Gra…camente, podemos deter-
minar se uma função admite inversa. Passando uma reta paralela ao eixo dos x, esta
deve cortar o grá…co em apenas um ponto. Este é o teste da reta horizontal. A função
f (x) = x2 não possui função inversa, mas fazendo uma restrição conveniente no domínio,
essa mesma função pode admitir inversa.

y3
2

-3 -2 -1 0 1 2 3
x

Para fazermos o grá…co da função inversa basta traçarmos a reta y = x e


observarmos a simetria.
2
Exemplo 19: Se f : [0; +1) ! [0; +1) de…nida por
p f (x) = x tem como
1 1
inversa a função f : [0; +1) ! [0; +1) dada por f (x) = x:

5
y
4

0
0 1 2 3 4 5
x

30
1.5.7 Algumas Funções Elementares

1. Função Potencial: função de…nida por f (x) = xn , onde n 2 R. Exemplo:


1 p
f (x) = x 3 = 3 x

y
2

-5 5
-2 x

2. Função Exponencial: f : R ! (0; +1) de…nida por f (x) = ax , com a 2 R e


0 < a 6= 1. Com relação ao grá…co dessa função, podemos a…rmar que:

(a) está acima do eixo das abscissas;


(b) corta o eixo das ordenadas no ponto (0; 1) ;
(c) f é crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1:

y 10
5

-4 -2 0 2 4
x

3. Função Logarítmica: f : R+ ! R de…nida por f (x) = loga x, com a 2 R e


0 < a 6= 1. Com relação ao grá…co dessa função, podemos a…rmar que:

(a) está todo a direita eixo das ordenadas;


(b) corta o eixo das abcissas no ponto (1; 0) ;
(c) f é crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1:
(d) é simétrico ao grá…co da função g (x) = ax em relação à reta y = x (ou seja,
funções exponenciais e logarítmicas são inversas uma da outra).

Observação: Quando a base for o número e o logaritmo é dito logaritmo natural


ou neperiano, escrevemos f (x) = ln x.

p
Exemplo 20: Seja g a função de…nida por g (x) = ln 2 2x : Encontre a
função inversa de g , o domínio e a imagem da função da função g 1
Solução:

31
y
1

0
2 4
-1
x

Sabemos que para que exista inversa uma função deve ser bijetora. Consequente-
mente, Dg = Im g 1 e Im g = Dg 1 :
* Domínio de g: Dg = fx 2 R : 2 2x > 0g = ( 1; 1)
1
* Determinando g :
p p
y = g (x) = ln 2 2x ) ey = 2 2x ) e2y = 2 2x
2 e2y
) e2y 2= 2x ) x= :
2
1 2 e2x
Logo, a função inversa de g é g (x) = :
2
1
E ainda, Dg = R.
1 2 e2x
Portanto, g : R ! ( 1; 1) e g 1
(x) = :
2

4. Funções Trigonométricas:

(a) Função Seno: f : R ! [ 1; 1] de…nida por f (x) =sen x: A função seno é


uma função periódica e de período T = 2 :

y 1

-6 -4 -2 2 4 6
x
-1

(b) Função Cosseno: f : R ! [ 1; 1] de…nida por f (x) = cos x: A função


cosseno é uma função periódica e de período T = 2 :

y 1

-6 -4 -2 2 4 6
x
-1

(c) Função Tangente: de…nida por f (x) =tg(x) = sen x


cos x
, para todo x tais que
(2k+1)
cos x 6= 0, isto é, para x 6= 2 , com k 2 Z : A função tangente é uma
função periódica e de período T = :

32
y
2
1

-4 -2 -1 2 4
x
-2

cos x
(d) Função Cotangente: de…nida por f (x) =cotg(x) = sen x
, para todo x tais
que sen x 6= 0, isto é, para x 6= k , com k 2 Z: A função cotangente é uma
função periódica e de período T = :

y
2
1

-4 -2 -1 2 4
x
-2

(e) Função Secante: de…nida por f (x) = sec x = cos1 x , para todo x tais que
cos x 6= 0, isto é, para x 6= (2k+1)
2
, com k 2 Z : A função secante é uma
função periódica e de período T = 2 :

y 4
2

-10 -5 5 10
-2 x
-4

(f) Função Cossecante: de…nida por f (x) =cossec(x) = sen1 x , para todo x
tais que sen x 6= 0, isto é, para x 6= k , com k 2 Z : A função cossecante é
uma função periódica e de período T = 2 :

y 4
2

-10 -5 5 10
-2 x
-4

p
1 x2 ln(se n (x))
Exemplo 21: Detemine o domínio da função f (x) = e :
Solução:
p
De…nindo f1 (x) = 1 x2 e f2 (x) = ln (sen (x)), temos que: f (x) = ef1 (x):f2 (x) :
* Domínio de f : Df = Df1 \ Df2 .
* Determinando o domínio das funções f1 e f2 :
Domínio de f : Df1 = fx 2 R : 1 x2 0g = [ 1; 1]

33
Domínio de f2 : Df2 = fx 2 R : sen (x) > 0g = (2k ; (2k + 1) ), com k 2 Z.
Conclusão: Df = (0; 1]:

5. Funções Trigonométricas Inversas: como as funções trigonométricas são per-


iódicas é impossível de…nir funções inversas das trigonométricas em todo o seu
domínio. Portanto, para de…nirmos a funções trigonométricas inversas necessita-
mos restringir os domínios.

(a) Função Arco Seno: Seja f : ;


2 2
! [ 1; 1] a função de…nida por
f (x) =sen x. A função inversa de f (x) é chamada de arcsen x e denotada
por f 1 : [ 1; 1] ! ; , onde f 1 (x) = arcsin x:
2 2

y
1

-1 1
-1 x

(b) Função Arco Cosseno: Seja f : [0; ] ! [ 1; 1] a função de…nida por


f (x) = cos x. A função inversa de f (x) é chamada de arccos x e denotada
por f 1 : [ 1; 1] ! [0; ], onde f 1 (x) = arccos x:

y
2

-1 0 1
x

(c) Função Arco Tangente: Seja f : ;


2 2
! R a função de…nida por
f (x) =tg x. A função inversa de f (x) é chamada de arctg x e denotada por
f 1:R! ; , onde f 1 (x) =arctg(x) :
2 2

y
1

-4 -2 2 4
-1
x

1 1
(d) Função Arco Cotangente: f : R ! (0; ) de…nifa por f (x) =arccotg(x) :

(e) Função Arco Secante: de…nida por f 1 (x) = arcsec (x), cujo domínio é
Df 1 = ( 1; 1] [ [1; +1) e imagem Im f 1 = 0; 2 [ 2 ; .

34
y4
2

-6 -4 -2 0 2 4 6
x

(f) Função Arco Cossecante: de…nida por f 1 (x) =arcossec(x), cujo domínio
é Df 1 = ( 1; 1] [ [1; +1) e imagem Im f 1 = 2
; 0 [ 0; 2 :

y 2
1

-4 -2 2 4
-1 x
-2

6. Funções Hiperbólicas: As funções exponenciais

ex e x
e+e x
e ,
2 2
ocorrem freqüentemente na Matemática Aplicada. Estas expressões de…nem as
funções seno hiperbólico e cosseno hiperbólibo de x, respectivamente. O comporta-
mento dessas funções nos leva a fazer uma analogia com as funções trigonométricas.
x x
(a) Seno Hiperbólico: f : R ! R de…nida por f (x) = sinh x = e 2e . O
grá…co dessa função pode ser obtido pelo método chamado adição de coorde-
nadas. Para usar esta técnica, esboçamos os grá…cos das funções 12 ex e 12 e x
(tracejados) e somamos as respectivas ordenadas.

y
4
2

-4 -2 -2 2 4
x
-4

(b) Cosseno Hiperbólico: f : R ! [1; +1) de…nida por f (x) = cosh x =


ex +e x
2
:

y
5

-4 -2 0 2 4
x

35
(c) Tangente Hiperbólica: f : R ! ( 1; 1) de…nida por f (x) =tgh(x) =
sinh x x x
cosh x
= eex +ee x :

y 1

-4 -2 2 4
x
-1

(d) Cotangente Hiperbólica: f : R ! [( 1; 1) [ (1; +1)] de…nida por


1 x x
f (x) = tgh(x) = eex +ee x :

y
4
2

-4 -2 -2 2 4
x
-4

1 2
(e) Secante Hiperbólica: f : R ! (0; 1] de…nida por f (x) = cosh x
= ex +e x :

y
1

-4 -2 0 2 4
x

1 2
(f) Cossecante Hiperbólica: f : R ! R de…nida por f (x) = sinh x
= ex e x :

y
2
1

-4 -2 -1 2 4
x
-2

Observação: Muitas identidades análogas às conhecidas para funções trigonométri-


cas são válidas para as funções hiperbólicas. Algumas identidades das funções
hiperbólicas estão abaixo relacionadas:
i. cosh2 x sinh2 x = 1;
ii. sinh x + cosh x = ex ;
iii. cosh x sinh x = e x ;
iv. 1 tgh2 (x) = sech2 (x) ;
v. cotgh2 (x) 1 =cossech2 (x) ;
vi. sinh (x + y) = sinh x cosh y + cosh x sinh y;
vii. cosh (x + y) = cosh x cosh y + sinh x sinh y;
viii. sinh (2x) = 2 sinh x cosh x;

36
ix. cosh (2x) = cosh2 x + sinh2 x;
cosh (2x) 1
x. sinh2 x = ;
2
cosh (2x) + 1
xi. cosh2 x = :
2

Exemplo 22: Considere as funções f1 (x) = 1 x, f2 (x) = j x2 + 5x 4j,


f3 (x) =senh(x) e f4 (x) = ln x. Determine o domínio da função F , sendo que:
F (x) = f4 [f3 (f1 (x) + f2 (x))] :
Solução:
Sabemos que F é de…nida por F (x) = f4 [f3 (f1 (x) + f2 (x))] : Então:
F (x) = f4 [f3 (1 x + j x2 + 5x 4j)] = f4 [senh (1 x + j x2 + 5x 4j)]
) F (x) = ln (senh (1 x + j x2 + 5x 4j)) :
Domínio de F : DF = fx 2 R : senh (1 x + j x2 + 5x 4j) > 0g :
Sabemos que: senh(u) > 0 , u > 0
Dessa forma:
senh(1 x + j x2 + 5x 4j) > 0 , 1 x + j x2 + 5x 4j > 0
Pela de…nição de módulo, temos que:
x2 + 5x 4, se 1 x 4
j x2 + 5x 4j =
x2 5x + 4, se x < 1 ou x > 4

Para x 2 [1; 4], temos que:


1 x x2 + 5x 4 > 0 ) x2 + 4x 3 > 0 , x 2 (1; 3) Solução
parcial 1: S1 = [1; 4] \ (1; 3) ) S1 = (1; 3)

Para x 2 ( 1; 1) [ (4; +1), temos que:


1 x+x2 5x+4 > 0 ) x2 6x+5 > 0 , Solution is: ( 1; 1)[(5; 1)
Solução parcial 2: S2 = ( 1; 1) [ (5; 1)

Conclusão: DF = S1 [ S2 = (( 1; 3) f1g) [ (5; 1) :

7. Funções Hiperbólicas Inversas:

(a) Inversapdo Seno Hiperbólico: f : R ! R de…nida por f (x) = arg sinh x =


ln x + x2 + 1 , chamada de argumento do seno hiperbólico:

y
2
1

-4 -2 2 4
-1 x
-2

37
(b) Inversa do Cosseno Hiperbólico:
p f : [1; +1) ! [0; +1) de…nida por
f (x) = arg cosh x = ln x + x 2 1 , chamada de argumento do cosseno
hiperbólico:

y
2
1
0
0 2 4
x

(c) Inversa da Tangente Hiperbólica: f : ( 1; 1) ! R de…nida por f (x) =argtgh(x) =


1
2
ln x+1
1 x
, chamada de argumento da tangente hiperbólica.

y
4
2

-1 -2 1
x
-4

(d) Inversa da Cotangente Hiperbólica: f : ( 1; 1) [ (1; +1) ! R


de…nida por f (x) =argcotgh(x) = 21 ln x+1
x 1
:

y
4
2

-4 -2 -2 2 4
x
-4

(e) Inversa da Secante Hiperbólica: f : (0; 1] ! R de…nida por f (x) =argsech(x) =


p
2
ln 1+ x1 x :

y
5

0
0.0 0.5 1.0
x

(f) Inversa da Cossecante Hiperbólica: f : R ! R de…nida por f (x) =argcossech(x) =


p
2
ln x1 + 1+x
jxj
:

38
y
4
2

-4 -2 -2 2 4
x
-4

p
Exemplo 23: Mostrar que o arg sinh x = ln x + x2 + 1 , 8 x 2 R.
Solução: Sejam x 2 R e y = arg sinh x
Como a função argumento do seno hiperbólico é a função inversa do seno,
temos que:
y y
x = sinh y = e 2e ) ey 2x e y = 0:
Multiplicando ambos os lados por ey , temos que:
e2y 2xey 1 = 0:
Resolvendo essa equação quadrática, segue que:
p
2 p
ey = 2x 24x +4 = x x2 + 1.
Como ey > 0, 8 y, a solução envolvendo o sinal negativo deve ser descartada.
Portanto,
p
ey = x + x2 + 1.
Aplicando o neperiano em ambos os membros, obtemos que:
p p
y = ln x + x2 + 1 ) arg sinh x = ln x + x2 + 1 :

1.6 Translações

Exemplo 23: Seja f a função de…nida por f (x) = x2 : A partir do grá…co de f


construa o grá…co das funções: g1 (x) = x2 + 1, g2 (x) = x2 + 4x + 4 e g3 (x) =
x2 + 4x + 5:
Solução:
Reescrevendo as funções, temos que:
g1 (x) = f (x) + 1:
Observe que para cada valor de x a imagem de g1 é igual a uma unidade a
mais que a imagem da função f para o mesmo valor de x: Note ainda que o grá…co de
f é uma parábola com vértice no ponto (0; 0) e o grá…co de g também é uma parábola,
mas com o vértice no ponto (0; 1) :

y
4

-2 -1 0 1 2
x

39
g2 (x) = x2 + 4x + 4 = (x + 2)2 = f (x + 2) :

Neste caso, note que a variável x de g2 corresponde a 2 unidades a mais que


de f: Gra…camente, g2 é uma parábola com vértice no ponto (0; 2) :

y
4

-4 -2 0 2
x

g3 (x) = x2 + 4x + 5 = x2 + 4x + 4 + 1 = (x + 2)2 + 1 = f (x + 2) + 1:
Reescrevendo a função g3 e comparando com o que já foi estudado sobre as funções
g2 e g3 , podemos concluir que o vértice da parábola g3 é o ponto ( 2; 1) :

y
4

-4 -2 0 2
x

Generalizando, a partir do grá…co de uma função f para construir o grá…co


de uma função:

g (x) = f (x) + k basta deslocar k unidades para cima; se k > 0, ou para baixo;
se k < 0, o grá…co de f : Dizemos que o grá…co de g é uma translação vertical do
grá…co de f ;
g (x) = f (x c) basta deslocar c unidades para a direita; se k > 0, ou para a
esquerda ; se k < 0, o grá…co de f : Dizemos que o grá…co de g é uma translação
horizontal do grá…co de f ;
g (x) = f (x c) + k basta deslocar horintalmente c unidades (para a direita ou
esquerda) e verticalmente k unidades (para cima ou para baixo) o grá…co da função
f:

Exemplo 24: Se y = f (x) = jxj , então:

40
y = jxj + 2 y = jxj 2

y y
4 2
2

-4 -2 0 2 4 -4 -2 2 4
x -2
x

y = jx + 2j y = jx 2j

y y
5 5

-6 -4 -2 0 2 4 -2 0 2 4 6
x x

2
Exemplo 25: Esboce o grá…co da função f (x) = xx2 +2x x 6
.
x2 +2x x(x+2)
Solução: Note que, f (x) = x2 x 6 = (x+2)(x 3) = x 3 = x x 3+3
x
3
= 1 + 3 x1 3 :
Podemos esboçar o grá…co dessa função, observando que f (x) = 1 + 3g (x 3),
onde g (x) = x1 . O grá…co de f é obtido através de uma translação paralela ao eixo
x, do grá…co de g em três unidades direção positiva, e ainda, há uma translação
de uma unidade, na direção positiva, paralela ao eixo y. Assim,

y 10

2 4 6
x
-10

41
1.7 Exercícios*

1. Determine o conjunto solução das inequações:

1 2 x 2
(a) 2 3
(6x 9) >
2
1
(b) > 1
x+7
2
(c) <x
3 x
1 3
(d)
3x + 2 x 1
2x + 1 x 3
(e) >
2x x+2
3 x
(f) p 1
x 1
x2 4x + 3
(g) >0
x2 4x
x 1
(h) 0< <2
2x 1
x+1 x
(i) <0
2 x 3+x
2. Obtenha o conjunto solução das equações modulares:

(a) j7xj = 4 x
(b) x + 1 j2x 4j + j5 xj = 0
1 8
(c) x x
= 3

3. Determine o conjunto solução das inequações:


1 1
(a) 5
jx + 1j jx + 3j
2
(b) 1 + jxj <
jxj
jxj 2 x
(c) >
x 1 jxj
1 x 2 x
(d)
x jx 2j

* Agradeço a monitora Bruna Tizoni Francisco por ter contribuído na reestrutu-


ração da lista de exercícios.

42
4. Determine o domínio e a imagem das funções abaixo ilustradas.

(a)

(b)

(c)

(d)

5. Represente geometricamente as funções abaixo. A seguir, determine o domínio e


a imagem.
(
3, se x 1
(a) f (x) = 2x, se 1<x 2
x 6, se x > 2
(
2 + jx 1j , se x 3
(b) f (x) = 1, se 3 < x < 5
2x 5, se 5 x < 8

43
8
< 2,
p se 6 x 2
(c) f (x) = x+ 2, se 2 < x <0
: 3 px, se x 0

6. Em cada um dos itens abaixo use translação para representar geometricamente


cada uma das funções dadas.

(a) f (x) = 2x2 ;


i. g1 (x) = f (x) + 3; ii. g2 (x) = f (x + 2) ; iii. g3 (x) = f (x + 2) + 3;
p
(b) f (x) = x;
i. g1 (x) = f (x) + 4; ii. g2 (x) = f (x 1) ; iii. g3 (x) = f (x 1) + 4;
(c) f (x) = x3
i. g1 (x) = f (x) 2; ii. g2 (x) = f (x + 1) ; iii. g3 (x) = f (x + 1) 2;
1
(d) f (x) = x
i. g1 (x) = f (x) 3; ii. g2 (x) = f (x 2) ; iii. g3 (x) = f (x 2) 3;
(e) f (x) = jxj
i. g1 (x) = f (x) + 5; ii. g2 (x) = f (x + 3) ; iii. g3 (x) = f (x + 3) + 5:

7. Use translação para representar geometricamente as funções:

(a) y = x2 10x 22;


(b) y = 3x2 + 9x;
x+2
(c) f (x) = ;
x+1
x+2
(d) f (x) = :
1 x
8. Determine a função f (x) de primeiro grau que satisfaz f (1) = 1 e f ( 1) = 7:
9. Determine o domínio e construa o grá…co das seguintes funções. A seguir identi-
…que como estão relacionados os grá…cos das funções do mesmo tipo.
(a) f (x) = 4 x2
(n) g(x) = log(x 2)
(b) g(x) = 4 + x2
(o) h(x) = log x 2
(c) h(x) = 4 (x 1)2
(p) p(x) = ln x
(d) p(x) = 6 (x 1)2
3
(q) f (x) = 2x
(e) f (x) = x
(r) g(x) = 2x
(f) g(x) = (x + 1)3
(s) h(x) = 2 x
(g) h(x) = (x + 1)3 + 1
(t) p(x) = 2x + 1
x3 (u) q(x) = ex
(h) p(x) =
4 (v) f (x) = x 1
(i) q(x) = 2x3
p (w) h(x) = x 2
(j) f (x) = x 1
p (x) p(x) = x 2
(k) g(x) = x + 1
p (y) f (x) = sin(2x)
(l) h(x) = x + 1
(z) h(x) = 2 sin x
(m) f (x) = log x

44
1
10. Seja f (x) = : Determine os valores indicados sendo a um número real.
x2 +4 p
(e) f ( a)
2 p
(a) f (1=a) (c) f (a ) (f) f (a)
(b) 1=f (a) (d) [f (a)]2 f (a + h) f (a)
(g) ; com h 6= 0
h
15
11. Se f (x) = 2x ; mostre que f (x + 3) f (x 1) = 2
f (x):

12. Se f (x) = ex ; veri…que que f (x)f (y) = f (x + y):


13. Se f (x) = ln x; veri…que que:
u v
(a) f (x) + f (y) = f (xy) (b) f (x2 ) = 2f (x) (c) f ( ) + f ( ) = 0
v u
14. Em cada caso, escreva a função pedida na forma mais simples e dê o domínio da
função resultante
1 x
(a) Se f (x) = , então
x+1
1
i. f 1+x
;
ii. (f f ) (x) :

1 x2
(b) Se f (x) = , então
x2 + 1
i. g (x) = 2f (x) f (2x)
ii. g (x) = 12 f (x) f x2
iii. f ( x 1)
n+1
iv. f
n 1
(c) Se f (x) = 2x2 3x + 4, então encontre h(x) = f (x + h) f (x).

f (a + h) f (a)
(d) Se f (x) = 4x2 3x + 2, então obtenha g (h) = .
h

1 f( ) f( )
(e) Se f ( ) = +1
, então g ( ) = .
1 + f ( )f ( )

(f) Se f (x) = sin2 (2x), então f + 2


.

(g) Se f (x) = ln x e g (x) = x3 , então


i. (f g) (x)
ii. (g f ) (x)

15. Use a de…nição de módulo para reescrever as funções abaixo e a seguir esboce seu
grá…co.

(a) f (x) = jxj + j2x 1j + jx 1j

45
(b) f (x) = j9 x2 j

16. Sejam f (x) = 2x e g (x) = f (2x + 1), determine uma relação entre a e b para que
g (a) = g (b) :
17. Considere as funções f (x) = x + 2, g (x) = x + 3, h (x) = jxj e F (x) = f (x) g (x).
Encontre todos os valores de x 2 < que satisfazem a inequação

(h F ) (x) < (h (x))2 6:

18. Determine o domínio das funções:


r
jxj
(a) f (x) = 3
x+1
r
jxj
(b) f (x) =
x+1
r
5x 2
(c) f (x) =
x+1
p
5x 2
(d) f (x) = p
x+1
p
(e) f (x) = x jx2 + x 2j
q
1
(f) f (x) = 2 + jxj x
r
1 x
(g) f (x) =
x 3 j9 x2 j

19. Determine quais das funções abaixo, de R em R; são injetoras e quais são sobre-
jetoras. Justi…que suas respostas.

(a) y = x + 2
(b) y = x2 5x + 6
(c) y = 2x
(
1
(d) y = ; se x 6= 0
x
0; se x = 0

20. Sejam f e g duas funções de R em R assim de…nidas:

x + 1; se x 0
f (x) = e g(x) = 3x 2:
x + 1; se x < 0

Determine f g e g f:
x + 1; se x 0
21. Sendo f : R ! R de…nida por: f (x) = : Determine f f:
1 2x; se x > 0

46
22. Determine, nas …guras abaixo, se o grá…co é simétrico em relação ao eixo x, ao
eixo y, à origem ou nenhum dos procedentes.
y y y y

x x x x

23. A …gura em anexo mostra a parte de um grá…co. Complete o grá…co de forma que
ele seja simétrico com relação:
(a) ao eixo x; (b) ao eixo y; (c) à origem.

24. A …gura em anexo mostra a parte de um grá…co. Complete os grá…cos supondo


que:
(a) f é uma função par; (b) f é uma função ímpar.

25. Classi…que as funções cujos grá…cos estão na …gura abaixo em anexo, como pares,
ímpares ou nenhum dos dois casos.

y y y y
2 5 20 100
1
10
-4 -2
-1 2 4 -4 -2 2 4
x -4 -2 2 4 -4 -2 0 2 4 x
-2 x x -100

26. Determine quais das funções abaixo são pares ou ímpares.


(a) f (x) = 5x3 2x; (b) f (s) = s2 + 2s + 2;
v v
(c) f (t) = jtj ; p (d) f (v) = a +a2
;
(e) f (x) = ln x + 1 + x2 ; (f) f (u) = ln 1+u
1 u
:

47
27. Mostre que se f e g são funções ímpares, então (f + g) e (f g) também são
funções ímpares.
f
28. Mostre que se f e g são funções ímpares, então f g e g
são funções pares.

1 1
29. Mostre que a função [f (x) + f ( x)] é par e que a função [f (x) f ( x)] é
2 2
ímpar.
30. Prove que qualquer função f : R ! R pode ser expressa como a soma de uma
função par com uma função ímpar.
1
31. Considere as funções g (x) = x2 1 + jx 1j e h (x) = x 2
.

(a) A função g é uma função par, ímpar ou nem par nem ímpar? Justi…que com
argumentos consistentes.
1 1
(b) Determine o conjunto solução da inequação g (x 1) h (x) < h 3
:

32. Determine o domínio das funções:


p
(a) f (x) = loga (4 x)
i. Para a > 1;
ii. Para 0 < a < 1:
x
(b) f (x) = log 1 2
2 x 1
1
(c) f (x) = p
ln (x2 + 1)
ln (ex 1) + 3
(d) f (x) =
xx
p
e5x 1 1
(e) f (x) =
ln (1 j2x 5j)
s
1
(f) f (x) = ln 2 + jxj
x 1

33. O acidente nuclear que ocorreu em Goiânia, no ano de 1987, começou quando uma
cápsula de chumbo contendo por volta de 20 gramas de cloreto de césio-137 (CsCl)
foi removida de um aparelho de radioterapia abandonado.
Suponha que a quantidade remanescente de uma substância radiativa é obtida
pela função f (t) = kect , onde k e c são constantes a serem determinadas, e é um
número irracional conhecido como número de Euler e t é o tempo. Sabendo que a
meia-vida do CsCl, o tempo necessário para que sua atividade radiativa caia pela
metade, é de trinta anos, explicitando todo o seu raciocínio, determine:

(a) a função que representa a quantidade remanescente de CsCl em Goiânia;


(b) quanto tempo levará para que 95% da quantidade de CsCl que causou o
acidente em Goiânia tenha se desintegrado.

48
34. O crescimento de uma cultura de bactérias pode ser obtido pela função f (t) =
kect , onde k e c são constantes a serem determinadas, e é um número irracional
conhecido como número de Euler e t é o tempo. Sabendo que inicialmente haviam
B0 bactérias e que após uma hora o número de bactérias aumentou em 50%,
explicite seu raciocínio para determinar:

(a) a função que representa o crescimento desta cultura de bactérias;


(b) quanto tempo levará para que o número de bactérias seja cem vezes maior
que a quantidade inicial.

35. Pela lei do resfriamento de Newton, a temperatura de um corpo em um determi-


nado instante de tempo t é descrita pela função f (t) = tm + cekt , onde tm é a
temperatura do meio, e é um número irracional conhecido como número de Euler,
c e k são constantes a serem determinadas.
Suponha que, após ter sido coado, a temperatura do café é de 90 C, após 1 minuto
a temperatura do café é de 80 C e que este café será mantido em um ambiente
climatizado cuja temperatura é constante e igual a 20 C. Explicitando todos os
seus cálculos, resolva os itens dados a seguir.

(a) Determine a função que representa o resfriamento do café;


(b) Sabe-se que para um café ser ingerido sem queimar a boca de uma pessoa, é
necessário que a temperatura do mesmo seja de no máximo 60 C. Determine
quanto tempo levará para que este café possa ser ingerido.

36. Nos itens abaixo determine a função inversa e construa o grá…co de f e f 1 :


p
(a) f (x) = x 1; x 1
x+2
(b) f (x) =
x 2
(c) f (x) = x2 + 2x 1; x 1
p
37. Seja f (x) = cos x e g(x) = x + 1: Classi…que a função h(x) = g 1 (x) (g f )(x)
como função par ou ímpar.
3x 3 x
38. Sejam f e g as funções de…nidas por f (x) = e g(x) = 1:
x x 3
(a) Veri…que se a função h(x) = (g f )(x) é par ou ímpar.
(b) Determine todos os valores reais de x que satisfazem a inequação
f (x)
j1 + g(x)j :
3
p
39. Seja g a função de…nida por g(x) = ln( 2 2x): Determine a inversa da função
g(x) e o domínio e imagem desta.
8
< x2 3; se x > 2
40. Considere a função de…nida por f (x) = 1; se x = 2 :
: 1
; se x < 2
x 2

(a) Construa o grá…co de f (x):

49
(b) f : R ! R é bijetora? Justi…que.
(c) Determine f 1 (x); restringindo domínio e contradomínio se necessário, e con-
strua o seu grá…co.

ln(x + 1); se x 0
41. Considere a função de…nida por f (x) = :
ex ; se x < 0

(a) Construa o grá…co de f (x):


(b) f : R ! R é bijetora? Justi…que.
(c) Determine f 1 (x); restringindo domínio e contradomínio se necessário, e con-
strua o seu grá…co.

42. Seja f (x) = 2 cos(x): Determine:

(a) o período de f (x):


1
(b) f (x) com restrição de domínio e imagem.
1
(c) o grá…co de f (x) e f (x):

43. Seja f (x) = sin(2x): Determine:

(a) o período de f (x):


1
(b) f (x) com restrição de domínio e imagem.
1
(c) o grá…co de f (x) e f (x):

44. Considere
p as funções f e f g de…nidas por f (x) = ln(x3 ) 2 e (f g)(x) =
x + 1: Determine as funções g e g 1 : A seguir determine o domínio e a imagem
de g 1 :
ex e x
45. Seja f (x) = :
2
(a) Prove que se f (a) = f (b); então a = b:
(b) Prove que dado y 2 R existe x 2 R tal que f (x) = y:
1 1 1
(c) Determine D(f ); Im(f ) e a lei de f :

50
Respostas:

1. -

(a) 1; 35
(b) ( 7; 1) [ ( 1; 8)
(c) (1; 2) [ (3; 1)
7 2
(d) 8
; 3
[ (1; 1)
2
(e) 2; 11
[ (0; 1)
(f) [2; 1)
(g) ( 1; 0) [ (1; 3) [ (4; 1)
(h) 1; 31 [ (1; 1)
(i) ( 1; 3) [ (2; 1)

2. -

(a) 0; 67; 21
(b) f 1g [ [5; +1)
1 1
(c) 3; ; ;3
3 3

3. -
p p
(a) 6 2; 6 2 f 3; 1g
(b) (0; 1) [ ( 1; 0)
(c) (1; 1)
(d) ( 1; 0) [ 0; 21 [ [2; 1)

4. -

(a) D (f ) = R f0; 2g ; Im (f ) = ( 1; 1)
(b) D (f ) = R; Im (f ) = [ 4; +1)
(c) D (f ) = ( 4; 1) [ [0; +1) ; Im (f ) = f 1g [ [0; 1] [ (2; 4]
(d) D (f ) = ( 1; 9] ; Im (f ) = [ 5; 1) [ [0; +1)

5. -
a. b.

51
c.

6. Use algum software grá…co, como o GeoGebra, para veri…car sua resposta.
7. -

(a) Translação horizontal de 5 unidades para a esquerda e translação vertical de


3 unidades para cima do grá…co de f (x) = x2 :
(b) Translação horizontal de 32 unidades para a esquerda e translação vertical de
27
4
unidades para baixo do grá…co de f (x) = 3x2 :
(c) Translação horizontal de 1 unidade para a esquerda e translação vertical de
1 unidades para cima do grá…co de f (x) = x1 :
(d) Translação horizontal de 1 unidade para a direita e translação vertical de 1
unidade para baixo do grá…co de f (x) = x3 :

8. f (x) = 4x 3
9. Respostas em grupo.

(a) - (d): Df = R (e) - (i):

52
(j) - (l): Df = Dg = [0; +1); Dh = [ 1; +1) De (m)-(p): Df = Dh = Dp = (0; +1) ;
Dg = (2; +1)

(q) - (u): Df = Dg = Dq = Dp = Dh = R (v) - (x): Df = Dh = R ; Dp = (0; +1)

(y) e (z): Df = Dg = Dh = R

10. .
a2 1
(a) 1
1 + 4a2 (d) (f) p
(a + 4)2
2 a2 + 4
(b) a2 + 4 2a + h
1
1 (e) (g)
(c) 4 a+4 [(a + h)2 + 4](a2 + 4)
a +4
11. -
12. Igualdade verdadeira-
13. a) Verdadeira; b) Verdadeira; c) Verdadeira.

53
14. -
x
(a) (i) 2+x ; (ii) x
4x4 9x2 1 4x4 9x2 4 x(2+x) 2n
(b) (i) (x2 +1)(4x2 +1) ; (ii) 2(x2 +1)2
; (iii) x2 +2x+2
; (iv) n2 +1
(c) 4xh + 2h2 3h
(d) 8a + 4h 3
2
(e) 2 1

(f) sen2 (2 )
(g) (i) 3 ln x; (ii) ln3 x
15. -
a2 1
(a) 1
1 + 4a2 (d) (f) p
(a + 4)2
2 a2 + 4
(b) a2 + 4 2a + h
.
1
1 (e) (g)
(c) 4 a+4 [(a + h)2 + 4](a2 + 4)
a +4
8
4x + 2;
> se x < 0
<
2x + 2; se 0 x < 12 9 x2 ; se x 2 [ 3; 3]
(h) f (x) = (i) f (x) =
>
: 2x; se 12 x < 1 x2 9; se x 2 ( 1; 3) [ (3; +1)
4x 2; se x 1

16. a = b
5
17. jx2 + 5x + 6j < x2 6, Solution is: 1; 2

18. -

(a) R f 1g
(b) ( 1; +1)
2
(c) ( 1; 1) [ 5
;1
2
(d) 5
;1
p p
(e) 3 1; 2
p
(f) ( 1; 0) [ 0; 2+1
3
(g) 1; 2
[ [3; 1)

54
(h) S = ( 1; 8) [ ( 7; +1)
2
(i) S = ( 2; 11 ) [ (0; +1)
(p) S = ( 1; 0)
(j) S = [2; +1)
(q) S = ( 4; 3] [ (3; 4)
(k) S = (0; 1)
(r) S = (1; +1)
(l) S = ( 1; 31 ) [ (1; +1) p
(s) S = [0; 3 2 5 )
(m) S = ( 1; 0) [ (1; 3) [ (4; +1)
(n) S = ( 1; 32 ] [ [10; +1) (t) S = ( 1; +1) f 3; 1g
9
(o) S = [ 11 ; 53 ]

19. .

(a) Bijetora
(b) Nem injetora nem sobrejetora
(c) Injetora
(d) Bijetora
a2 1
(e) 1
1 + 4a2 (h) 2 (j) p
(a + 4)2 a2 + 4
(f) a2 + 4 2a + h
1
1 (i) (k)
(g) 4 a+4 [(a + h)2 + 4](a2 + 4)
a +4
20. -
3x 1; se x 23 3x + 1; se x 0
(f g)(x) = e (g f )(x) =
3x + 3; se x < 23 3x + 1; se x < 0
8
> x + 2; se x 1
< 2x 1; se 1<x 0
21. (f f )(x) = 1 + 4x; se 0 < x < 21 :
>
:
2 2x; se x 12
22. origem; eixo x; eixo y; não há simetria..
23. -
24. -
25. a) ímpar; b) nem par nem ímpar; c) par; d) ímpar.
x
(a) g(x) = e Dg = R f 1; 2g (b) h(x) = x e Dh = R f 1g
x+2
26. -
a) ímpar b) nem par nem ímpar c) par
d) par e) nem par nem ímpar f) ímpar
(a) h(x) = 3 ln x e Dh = R+ (b) u(x) = ln3 x e Du = R+

27. Use a de…nição.


28. Use a de…nição.
29. Use a de…nição.

55
1
30. Para provar o que foi solicitado, use o fato de que: f (x) = [f (x) + f ( x)]
2
1
+ [f (x) f ( x)].
2
31. -

(a) Nem par nem ímpar


1
p p
(b) x2 2x + jx 2j < 5, Solution is: 2
21 + 32 ; 21 29 + 1
2

32. -

(a) i) D (f ) = ( 1; 3] ; ii) D (f ) = [3; 4)


(b) D (f ) = ( 1; 0) [ (1; 1)
(c) D (f ) = R
(d) D (f ) = (0; +1) f1g
5
(e) D (f ) = (2; 3) 2
p
(f) D (f ) = ( 1; 1) [ 2; 1

33. -

(a) f (t) = 20e 0;023105t ;


(b) Aproximadamente 130 anos.

34. .

(a) f (t) = B0 e 0;40547t


(b) Aproximadamente 11 horas e 20 minutos.

35. -

(a) f (t) = 20 + 70e 0:154 15t


(b) Aproximadamente 3 minutos e 36 segundos.

36. .
1 1
(a) f : [0; +1) ! [1; +1) de…nida por f (x) = x2 + 1

56
1 1 2(x+1)
(b) f : Rnf1g ! Rnf2g de…nida por f (x) = x 1

1 1
p
(c) f : [ 2; +1) ! ( 1; 1] de…nida por f (x) = 1 x+2

37. h é uma função par.


38. -

(a) h é uma função ímpar.


(b) S = (0; +1) f3g

2 e2x
39. g 1 (x) = ; Dg 1 = R e Im(g 1 ) = ( 1; 1):
2
40. Temos que f é injetora, porém não é sobrejetora (Justi…que!),
8 p
< x + 3; se x > 1
1
f (x) = 2; se x = 1
: 1 + 2; se x < 0
x

41. Temos que f é injetora, porém não é sobrejetora (Justi…que!),


1 ex 1; se x 0
f (x) =
ln( x); se 1<x<0

57
Figura 1: Exercício 40 Figura 2: Exercício 41
1 1 x
42. T = 2 ; f : [ 2; 2] ! [0; ] dada por f (x) = arccos 2
:

1 1 arcsin(x)
43. T = ; f : [ 1; 1] ! 4
; 4
dada por f (x) = :
2
p
x+1+2 2
44. g(x) = e 3 ; g 1 (x) = (3 ln(x) 2)2 1; g 1
: [e 3 ; +1) ! [ 1; +1):

Figura 3: Exercício 42 Figura 4: Exercício 43


1 1
p
45. f :R!R e f (x) = ln(x + x2 + 1):

58
Capítulo 2
Limite e Continuidade de uma
Função

Objetivos

Interpretar geometricamente a de…nição de limite;

Provar os limites, pela de…nição;

Determinar limites geometricamente (usando os limites bilaterais);

Calcular limites através de propriedades;

Encontrar limites utilizando os limites notáveis;

Estudar a continuidade de uma função;

Classi…car as descontinuidades de uma função;

Aplicar o teorema do Valor Intermediário.


2.1 Limite de uma Variável

A idéia de uma variável aproximando-se de um valor limite aparece de forma


clara quando se procura estabelecer a fórmula que representa a área de um círculo.
Assim, considerando a área de um polígono regular de n lados inscrito no
círculo, vemos que a medida que n cresce a área do polígono se aproxima da área do
círculo.

Fazendo n crescer inde…nidamente, a área do polígono tende a um limite e


este é de…nido como a área do círculo. Neste exemplo, observamos geometricamente a
ideia de limite.
Agora, vamos construir a noção de limite trabalhando com o conjunto dos
R. Analisemos os seguintes exemplos de sucessões numéricas:
1. f1; 2; 3; 4; 5; g;
1 2 3 4 5
2. ; ; ; ; ;
2 3 4 5 6
;
3. f1; 0; 1; 2; 3; g;
4. 1; 23 ; 3; 54 ; 5; 67 ; 7; .
Observe que, na sucessão (1) os termos tornam-se cada vez maiores sem
atingir um limite; em (2), os temos estão se aproximando de 1, ou seja, 1 é seu limite;
em (3), os termos da sucessão decrescem inde…nidamente sem atingir um limite; e, em
(4), os termos estão oscilando, não havendo um limite.
Vamos estabelecer agora, a de…nição de limite de uma variável.
De…nição 1: Seja x uma variável, diz-se que x tende a uma constante a,
ou que o limite de x é a, se para um número qualquer positivo ", por pequeno que seja,
os valores sucessivos de x se aproximam de a de tal modo que a diferença x a em valor
absoluto seja menor que " , isto é, jx aj < ". Matematicamente, lim x = a ou x ! a.
Lê-se: x tende para a.
Geometricamente, a desigualdade jx aj < ", estabelecida de…nição 1, sig-
ni…ca que, qualquer x 2 (a "; a + ") tem limite a, isto é, tende para a.

a −ε a a +ε

60
Exemplo 1: Se a = 3, então x 2 (3 "; 3 + ") ) 3 " < x < 3 + " )
jx 3j < ".
Se " = 0; 001, então 2; 999 < x < 3; 001 ) lim x = 3 ) x ! 3.

Estudaremos agora o limite de uma função de uma variável real com todas
as suas interpretações.

2.2 Limite de uma Função

2.2.1 Noção Intuitiva

O uso básico de limites é descrever como uma função se comporta quando a


variável independente tende a um dado valor.
Exemplo 2: Examinemos o comportamento da função f (x) = x2 x + 1,
quando x se aproxima de 2.

y 10

6
f (x )
4

3
2

f (x )
0
0 1 2 3 4 5
x x x

Representando f na forma tabular, temos que:

x 1; 99 1; 995 1; 999 2 2; 001 2; 005 2; 05


f (x) 2; 8525 2; 9701 2; 985025 3; 003001 3; 015025 3; 1525

Observando a tabela e o grá…co é fácil constatar que o limite de x2 x + 1


quando x tende a 2 é 3 por qualquer um dos lados de 2, ou seja, lim (x2 x + 1) = 3.
x!2
Note que, na análise precedente estivemos preocupados com os valores de f
próximos do ponto x = 2 e não com o valor de f em x = 2.
Informalmente, temos que se os valores de f (x) puderem ser tomados tão
próximos quanto quisermos de b, fazendo x su…cientemente próximo de a (não igual a
a), então escrevemos

61
lim f (x) = b, ou f (x) ! b se x ! a.
x!a

Observação: No exemplo anterior, a função f (x) estava de…nida em x = 2


(ponto de interesse), mas quando falamos em limite nos interessa saber o comportamento
da função na vizinhança de um certo a; não necessita que a função f esteja de…nida no
ponto a ser analisado. Observe isso, no exemplo a seguir.
x p x
Exemplo 3: Seja f (x) = px+1 1
: Veri…que que lim x+1 1
= 2.
x!0
Solução: Observe a tabela abaixo:

x 0; 001 0; 0001 0; 00001 0 0; 00001 0; 0001 0; 001


f (x) 1; 9995 1; 99995 1; 999995 2; 000005 2; 00005 2; 0005

Por evidências numéricas estamos sendo induzidos a concluir que

x
lim p = 2:
x!0 x+1 1
Podemos con…rmar este resultado
p
por
p manipulações algébricas. Veja:
x
f (x) = px+1 = p x : px+1+1 = x + 1 + 1, se x 6= 0.
1 x+1 1 x+1+1
A partir daí, é evidente que f (x) ! 2, quando x ! 0

2.2.2 Limites Laterais

Nem sempre uma função tem limites iguais quando se aproxima pela direita
ou pela esquerda de um número real a. Vamos analisar agora, funções que estão de…nidas
em intervalos onde existem pontos nos quais o grá…co da função dá um salto. Assim,

Isto pode ser observado no próximo exemplo.

62
jxj
Exemplo 4: Se f (x) = x
:
Solução:
jxj 1, se x > 0;
Note que: f (x) = =
x 1, se x < 0:

y
1.4
1.2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2

-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-0.2 x
-0.4
-0.6
-0.8
-1.0
-1.2
-1.4

Gra…camente, temos que:

lim f (x) = 1 e lim f (x) = 1:


x!0+ x!0

Com esta notação, o índice superior + indica um limite à direita e o índice


superior indica um limite à esquerda.

De…nição 2: Se a função f (x) tende a b1 , …nito ou não, quando x tende


a a por valores inferiores ao a, então dizemos que b1 é o limite à esquerda de f (x) no
ponto a, ou seja
lim f (x) = b1 :
x!a

De…nição 3: Se a função f (x) tende a b2 , …nito ou não, quando x tende a


a por valores superiores ao a, então dizemos que b2 é o limite à direita de f (x) no ponto
a, ou seja

lim f (x) = b2 .
x!a+

Estes limites laterais podem ser:

i. iguais, isto é, b1 = b2 ;
ii. diferentes, isto é, b1 6= b2 ;
iii. pode existir um e outro não;
iv. ambos não existirem.

63
Relação entre limites laterais e bilaterais

O limite bilateral existe se, e somente se, existirem os limites laterais e forem
iguais. Escrevemos,

lim f (x) = b , lim f (x) = lim+ f (x) .


x!a x!a x!a

Exemplo 4: Determine o limite (limite bilateral) das funções abaixo:


x
2
, se x 2;
1. f (x) = x
2
+ 1, se x > 2.
Solução:
O grá…co de f é:

Gra…camente, os limites laterais são:


x
lim f (x) = lim 2
= 1;
x!2 x!2
x
lim f (x) = lim+ 2
+ 1 = 2.
x!2+ x!2

Conclusão, como o lim f (x) 6= lim+ f (x), então não existe o lim f (x) (limite
x!2 x!2 x!2
bilateral).

(
x , se x > 0;
2. f (x) = 1, se x = 0;
x, se x < 0;
Solução:
O grá…co de f é:

Gra…camente, os limites laterais são:


lim f (x) = lim x = 0;
x!0 x!0

64
lim f (x) = lim+ ( x) = 0.
x!0+ x!0

Conclusão, como o lim f (x) = lim+ f (x), então existe o limite bilateral e lim f (x) =
x!0 x!0 x!0
0.

6x + 7 , se x 2;
3. f (x) =
4 x, se x > 2.
Solução:
Gra…camente, os limites laterais são:
lim f (x) = lim (6x + 7) = 5;
x! 2 x! 2

lim f (x) = lim + (4 x) = 6.


x! 2+ x! 2

Conclusão, como o lim f (x) 6= lim + f (x), então limite bilateral não existe.
x! 2 x! 2

4. f (x) = jx 3j :
Solução:
O grá…co de f é:

y4
2
.
0
0 2 4 6
x

Gra…camente, os limites laterais são:


lim f (x) = lim ( x + 3) = 0;
x!3 x!3

lim f (x) = lim+ (x 3) = 0.


x!3+ x!3

Conclusão, como o lim f (x) = lim+ f (x), então lim f (x) = 0.


x!3 x!3 x!3

8
< x2 3, se x > 2;
5. f (x) = 1, se x = 2;
: 1
, se x < 2.
x 2

Solução:
Gra…camente, os limites laterais são:
1
lim f (x) = lim x 2
= 1;
x!2 x!2

lim+ f (x) = lim+ (x2 3) = 1.


x!2 x!2

Conclusão, como o lim f (x) 6= lim+ f (x), então não existe lim f (x).
x!2 x!2 x!2

65
Observação: Intuitivamente, dizemos que uma curva é contínua quando
não apresenta quebras ou buracos. Estas quebras ou buracos são chamados de descon-
tinuidades.
y
buraco
salto

2.2.3 Limites pela de…nição

Introdução

Inicialmente, suponhamos que uma família pretende disciplinar o uso da


água em sua residência. Admitimos que o custo do m3 de água seja R$ 1; 20 e que esta
família decide gastar R$ 90; 00 por mês com uma tolerância de R$ 6; 00 para mais ou
para menos. A questão que se põe é: qual a faixa de consumo em m3 de água para que
o custo …que dentro do padrão estabelecido?

Solução:
Sejam
x : o número de m3 de água a serem consumidos;
p : o valor pago pela água em R$.
É fácil ver que a função que relaciona o valor a pagar com o consumo é
p (x) = 1; 2x:
Como foi decidido gastar R$ 90; 00 por mês com uma tolerância de R$ 6; 00
para mais ou para menos, conclui-se que o valor a ser pago deve pertencer ao intervalo
[84; 96].
Na seqüência, é necessário estabelecer o intervalo de consumo. Para isso,
determinamos os valores de a e b tais que
p (a) = 84 e p (b) = 96:
Ou seja,
p (a) = 84 ) 1; 2a = 84 ) a = 70;
p (b) = 96 ) 1; 2b = 96 ) b = 80.

66
Conclusão: Para que os gastos …quem no intervalo [84; 96] o consumo deve
…car entre 70m3 e 80m3 de água, isto é, pertencer ao intervalo [70; 80].

Ao estudarmos limites das funções, o valor p (x) = 90 é denominado limite


de p (x) quando x tende a 75, a tolerância R$ 6; 00 é denominado " e a margem 5 m3
em torno de 75 é denominado . O grá…co a seguir retrata esta situação:

y
90 + ε
2ε 90
90 − ε
80
65 70 75 80
75 − δ 75 + δ x

A próxima questão que se põe é: existe uma relação entre a tolerância ad-
mitida em torno do valor monetário …xado como referência (R$ 90; 00) e a margem em
torno do valor central de consumo (75 m3 )? Isto, é, dado " > 0 é possível encontrar
> 0 tal que dependa de "? A resposta é sim e, o procedimento, para determinar esta
relação consiste em estabelecer a relação entre as desigualdades
jp (x) 90j < " e jx 75j < :
Desse modo,

jp (x) 90j = j1; 2x 90j = 1; 2 jx 75j < ": (1)


Por outro lado,
jx 75j < . (2)
Das relações (1) e (2), podemos admitir a relação
"
1; 2 = " ) = .
1; 2
Portanto, para cada tolerência de gastos " podemos encontrar a margem de
consumo .
Vejamos os valores de para alguns valores de ".

Valor de " Valer de Intervalo de gastos Intervalo de consumo


6 5 [84; 96] [70; 80]
5 4; 1667 [85; 95] [70:833; 79:617]
4 3; 3333 [86; 94] [71:667; 79:333]
3 2; 5 [84; 93] [72:5; 77:5]
2 1; 6667 [88; 92] [73:833; 76:16666]
1; 2 1 [89; 91] [74; 76]

67
Generalizando

Consideremos y = f (x) uma função de…nida em uma determinada vizinhança


do ponto a ou para certos pontos desta vizinhança.

De…nição 4: A função y = f (x) tende ao limite b, quando x tende para a,


se para todo e qualquer número positivo ", por pequeno que seja, é possível indicar um
número positivo tal que, para todo e qualquer x 6= a que satisfaz 0 < jx aj < se
veri…cará a desigualdade jf (x) bj < ". Escreve-se:
lim f (x) = b, ou f (x) ! b se x ! a:
x!a

Interpretação Geométrica

Se x ! a, então f (x) ! b, no grá…co de y = f (x) se interpreta:


y y = f (x )

b+ε
b
b−ε

a −δ a a +δ x

Uma vez que da desigualdade 0 < jx aj < se deduz jf (x) bj < ",
então, todos os pontos P , no grá…co de f (x), correspondentes aos valores de x que se
encontram a uma distância não maior que do ponto a, se localizarão dentro de uma
faixa de largura 2", limitada pelas retas y = b " e y = b + ". Isto é, para um dado
" > 0 e arbitrário, f (x) faz corresponder um número > 0 tal que a < x < a+
sempre que b " < f (x) < b + ".
Podemos resumir a de…nição 4, usando símbolos:

lim f (x) = b , 8" > 0; 9 > 0, se 0 < jx aj < , então jf (x) bj < " .
x!a

Exemplo 5: Seja f (x) uma função dada por f (x) = 2x 4.

68
Gra…camente, observamos que lim (2x 4) = 2, pois:
x!3

x 2; 99 2; 999 3 3; 01 3; 001
f (x) 1; 98 1; 998 2; 02 2; 002

A medida que x se aproxima de 3 por valores menores ou maiores, f (x) se


aproxima de 2. Podemos tomar jf (x) 2j tão pequeno quanto quisermos, bastando para
isto, escolhermos x bem próximo de 3. Vejamos agora, como determinar em função
de um dado ".

Temos f (x) = 2x 4 e lim f (x) = 2 . Usando a de…nição 4, temos que:


x!3

Dado qualquer " > 0, 9 > 0, se 0 < jx 3j < , então:


jf (x) 2j < "
) j(2x 4) 2j < "
) j2x 6j < "
) 2 jx 3j < "
) jx 3j < 2"

Escolhendo = 2" , a de…nição se veri…ca.


Por exemplo, se " = 0; 01, então = 0; 005.

Outra forma de provar o limite usando a de…nição é através da resolução das


inequações modulares, da seguinte forma:
Dado qualquer " > 0, 9 > 0 se 0 < jx 3j < , então jf (x) 2j < ".
Note que:
jf (x) 2j < " ) j2x 6j < " ) " < 2x 6 < "
"
) 2
< x 3 < 2" ) jx 3j < 2" = :
"
Conlusão: escolhendo = 2 o limite está provado.

69
2
Exemplo 6: Mostre que lim xx 4
2
= 4:
x!2

Solução: Vamos mostrar que, para qualquer " > 0; 9 > 0 tal que jf (x) 4j <
" se 0 < jx 2j < .

Dado qualquer " > 0, 9 > 0 se 0 < jx 2j < , então


jf (x) 4j < "
x2 4
) x 2
4 <"
(x 2)(x+2)
) x 2
4 <"

) jx 2j < "

Escolhendo = " , a de…nição se veri…ca.

Exemplo 7: Mostre que lim x2 = 16:


x!4

Solução: Vamos mostrar que, para qualquer " > 0; 9 > 0, se 0 < jx 4j <
, então jf (x) 16j < ".

Interpretação geométrica:

- 2/Apostila de Cálculo 1/Q5NFGX2C.wmf

Dado qualquer " > 0, 9 > 0, se 0 < jx 4j < , então


jf (x) 16j < " ) jx2 16j < "
Observe que,
jf (x) 16j = jx2 16j = j(x 4) (x + 4)j = jx 4j jx + 4j. (1)

Precisamos substituir jx + 4j por um valor constante. Neste caso, vamos


supor que 0 < 1, então 0 < jx 4j < , seguem as seguintes desigualdades equiva-
lentes:

70
jx 4j < 1 ) jx 4j < 1 ) 1<x 4<1 ) 3<x<5
) 3 < x < 5 ) 7 < x + 4 < 9.

Logo, jx + 4j < 9.

Assim, por (1), temos que

jf (x) 16j < 9 jx 4j

Como, pela de…nição, deve ocorrer que jx 4j < , temos que

jf (x) 16j < 9 .

Escolhendo = min 1; 9" , obtém-se que

"
jf (x) 16j 9: = ".
9

Resolvendo novamente fazendo o uso de inequações:


Se 0 < jx 4j < , então:
jf (x) 16j < " ) jx2 16j < "
) jx2 16j < " ) " < x2 16 < " (1)
) " < x2 16 e x2 16 < ":
Resolvendo a primeira inequação:
" < x2 16 ) p 0 < x2 16 + p"
) S1 = 1; 16 " [ 16 "; +1 , para " 2 (0; 16) :
Resolvendo a segunda inequação:
x2 16 < " )p x2 16p " < 0
) S2 = 16 + "; 16 + " ;para " > 0:
Logo, a solução
p da inequação
p (1) é S p
= S1 \ S2p
) S= 16 + "; 16 " [ 16 "; 16 + " , para " 2 (0; 16) :

71
p p
Como x ! 4 e 4 2 16 "; 16 + " , iremos usar somente este intervalo
para encontrar :
Temos
pque: p p p
x2 16 "; 16 + " , 16 "<x< 16 + "
Subtraindo 4 em todas as
p p desigualdades, segue que:
16 " 4 < x 4 < 16 + " 4
p
Observe que como " 2 (0; 16), então o número 16 " 4 é negativo. Logo,
devemos considerar seu valor absoluto na escolha do , pois, pela de…nição, deve ser
positivo.
Conlusão: p p
Escolhendo = min 16 " 4 ; 16 + " 4 o limite está provado.

Teorema da Unicidade: Se x!a


lim f (x) = b1 e lim f (x) = b2 , então b1 = b2 :
x!a
Demonstração: Note que,
jb1 b2 j = jb1 f (x) + f (x) b2 j = j (f (x) b1 ) + (f (x) b2 )j

Pela desigualdade triangular, temos que:


jb1 b2 j j (f (x) b1 )j+jf (x) b2 j = jf (x) b1 j+jf (x) b2 j ( )
Como lim f (x) = b1 e lim f (x) = b2 , pela de…nição de limites, dado " > 0,
x!a x!a

9 1 > 0; tal que se 0 < jx aj < 1, então jf (x) b1 j < " ;


9 2 > 0 tal que se 0 < jx aj < 2 , então jf (x) b2 j < " .

Seja = min f 1 ; 2 g. Então, em ( ), segue que

jb1 b2 j < 2 ":

jb1 b2 j
Se escolhermos " = 2
, obtém-se que

jb1 b2 j < jb1 b2 j , sempre que jx aj < : Contradição!!!

Logo, b1 = b2 .

72
Voltemos agora a analisar a de…nição de limite. Convém enfatizar que, em
limites, não é necessário que a função seja de…nida em x = a para que o limite desta
função exista quando x ! a.

2.2.4 Limites In…nitos

De…nição 5: Uma função f (x) torna-se in…nitamente grande positivamente


quando x ! a se o valor de f (x) se torna e permanece maior do que qualquer número
positivo M devidamente escolhido, por maior que seja. Isto é,

lim f (x) = +1 , 8M > 0; 9 > 0; se 0 < jx aj < , então f (x) > M .


x!a

Geometricamente:

a −δ a a +δ x

De…nição 6: Uma função f (x) torna-se in…nitamente grande negativa-


mente quando x ! a se o valor de f (x) se torna e permanece menor do que qualquer
número positivo N devidamente escolhido, por menor que seja. Isto é,

lim f (x) = 1 , 8N < 0; 9 > 0; se 0 < jx aj < , então f (x) < N .


x!a

Geometricamente:

73
y
a −δ a a +δ
x

Exemplo 8: Mostre que lim (1 1x)2 = +1:


x!1

Solução: Dado um número M > 0 para que 9 > 0, se 0 < jx 1j < ,


então f (x) > M:
Seja M > 0. Assim,
f (x) > M se 0 < jx 1j <
) f (x) = (1 1x)2 > M , se 0 < jx 1j <
) (1 x)2 < 1
M
, se 0 < jx 1j < .
Por propriedade de valor absoluto, temos que:
) j1 xj2 < M1 , se 0 < jx 1j < .
Como j1 xj = jx 1j ; temos que:
) jx 1j2 < M1 , se 0 < jx 1j <
) jx 1j < p1M .

Logo, escolhendo = p1M tem-se o resultado.


Se M = 9, então = 13 :

y
5

-2 0 2 4
x

Resolvendo através de inequações:


Dado um número M > 0 para que 9 > 0, se 0 < jx 1j < , então
f (x) > M
1
) (1 x)2
> M , se 0 < jx 1j <

Como ambos os membros da primeira inequação são positivos, então podemos


reescrever esta desigualdade como

74
) 1
M
> (1 x)2 ) 0 > (1 x)2 1
M
(1)
Resolvendo a equação associada:
1
M
= (1 x)2 ) 1 x = p1M ) x = 1 p1
M

Após fazer o estudo do sinal de (1 x)2 1


M
conclui-se que a solução de (1)
é:
x2 1 p1 ; 1 + p1 )1 p1 <x<1+ p1
M M M M
) p1 <x 1 < p1M ) jx 1j < p1 = :
M M

Conlusão:
Escolhendo = p1 ; o limite está provado.
M

1
Exemplo 9: Mostre que lim x2
= 1:
x!0

Solução: Dado um número N < 0 para que 9 > 0, se jx 0j < , então


f (x) < M :
Seja N < 0. Assim,
se 0 < jxj < ;então f (x) < N
) f (x) = x12 < N ) x2 > N1 ) x2 < N1
Por propriedade de valor absoluto, temos que:
) jxj2 < 1N ) jxj < p 1 N :
Logo, escolhendo = p 1 N obtém-se o resultado.

Se N = 4, então = 12 .

x
-4
y -2 0 2 4

-0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1.0

Observação: Encontramos com muita freqüencia grá…cos que se aproximam


de uma reta à medida que x cresce ou decresce. Estas retas são chamadas de assíntotas.
No exemplo 8, temos duas assíntotas: x = 1 e y = 0. A primeira é chamada de assíntota
vertical; a segunda, assíntota horizontal.

75
2.2.5 Limites no In…nito

De…nição 7: Uma função f (x) tem limite b quando x tende ao in…nito


positivamente, se para qualquer número " positivo por pequeno que seja, é possível
indicar um M positivo, tal que, para todo x que satisfaz x > M se veri…ca j f (x) bj <
": Isto é,

lim f (x) = b , 8" > 0; 9M > 0, se x > M , então j f (x) bj < " .
x!+1

Geometricamente:
y

b+ε
b
b −ε

x
M

De…nição 8: Uma função f (x) tem limite b quando x tende ao in…nito


negativamente, se para qualquer número " positivo por pequeno que seja, é possível
indicar um N negativo, tal que, para todo x que satisfaz x < N se veri…ca j f (x) bj <
": Isto é,

lim f (x) = b , 8" > 0; 9N < 0, se x < N , então j f (x) bj < ".
x! 1

Geometricamente:
y

b+ε
b
b −ε

N x

76
2x
Exemplo 10: Mostre que lim = 2:
x! 1 x 3

Solução: Pela de…nição de limite, sabemos que


lim x2x3 = 2 se, e somente se, dado qualquer " > 0, existe um número N < 0
x! 1
tal que se x < N

jf (x) 2j < "


2x
) x 3
2 <"
2(x 3+3)
) x 3
2 <"
6
) 2+ x 3
2 <"
6
) jx 3j
<"
6
) jx 3j > "

Por propriedade de módulo, temos que


x 3 < 6" ) x < 3 6" :
ou:
x 3 > 6" ) x > 3 + 6" desprezada, pois, pela de…nição de limite x
deve ser menor que um número N:
Escolhendo N = 3 6" com " 2 (0; 2), o limite está provado.
Se " = 0; 05, então N = 117.

y 10

5
x
-10

x+5
Exemplo 11: Mostre que lim = 1.
x!+1 x+4

Solução: Pela de…nição de limite, sabemos que

lim x+5 = 1 se, e somente se, dado qualquer " > 0, existe um número
x!+1 x+4
M > 0 tal que se x>M

77
jf (x) 1j < "
x+5
) x+4
1 <"
(x+4)+1
) x+4
1 <"
1
) 1+ x+4
1 <"
1
) jx+4j
<"
1
) jx + 4j > "

Por propriedade de módulo, temos que


x + 4 < 1" ) x < 4 1" desprezada, pois, pela de…nição de limite

x deve ser maior que um número N:


ou:
x + 4 > 1" ) x > 4 + 1" :

1
Logo, escolhendo M = 4+ "
> 0 se, e somente se " 2 0; 14 , o limite está
provado.

y
4
2

-8 -6 -4 -2 -2
x
-4

2.2.6 Limites In…nitos no In…nito

De…nição 9: Uma função f (x) torna-se in…nitamente grande positivamente


quando x tende ao in…nito positivamente se, para cada número M positivo qualquer (tão
grande quando se queira) pudermos determinar um número m positivo, tal que para
todo x que satisfaz x > m veri…ca f (x) > M: Isto é,

lim f (x) = +1 , 8M > 0; 9m > 0, se x > m, então f (x) > M .


x!+1

Analogamente, nos demais casos, temos que:

78
De…nição 10: x!+1
lim f (x) = 1 , 8N < 0; 9m > 0; se x > m, então
f (x) < N .

De…nição 11: x!
lim f (x) = +1 , 8M > 0; 9n < 0; se x < n, então
1
f (x) > M .

De…nição 11: x!
lim f (x) = 1 , 8N < 0; 9n < 0, se x < n; então
1
f (x) < M .

Observação: Convém esclarecer que +1 e 1 não são números, dizer que


x ! +1 ou x ! 1 indica o comportamento da variável x. Este fato não tem o
mesmo signi…cado que, por exemplo, x ! 10 ou x ! 10. Neste caso, dizemos que o
limite da função não existe.

Exemplo 12: Determine os limites no in…nito de f (x) = x3 :


Solução: Geometricamente, é fácil concluir que

lim f (x) = 1 e lim f (x) = +1:


x! 1 x!+1

y 100

-10 10
x
-100

79
2.3 Propriedades de Limites

Sejam f (x) e g(x) funções para as quais existe lim f (x) e lim g (x). Assim:

1. lim [f (x) g (x)] = lim f (x) lim g (x);


Lê-se: o limite de uma soma e/ou diferença de funções é igual a mesma soma
e/ou diferença dos limites destas funções.

2. lim [k:f (x)] = k lim f (x);


Lê-se: o limite do produto de uma constante k por uma função é igual ao produto
desta constante pelo limite da função.

3. lim [f (x) :g (x)] = lim f (x) : lim g (x);


Lê-se: o limite de um produto de duas funções é igual ao produto dos limites destas
duas funções.

f (x) lim f (x)


4. lim g(x)
= lim g(x)
, se lim g (x) 6= 0;
Lê-se: o limite de um quociente de funções, se existir, é igual ao quociente dos
limites destas funções.

5. lim [f (x)]n = (lim f (x))n , com n 2 N;


Lê-se: o limite da potência de uma função é igual a potência do limite desta
função.
p
n
p
6. lim f (x) = n lim f (x);
Lê-se: o limite da raiz n-ésima de uma função é igual a raiz n-ésima do limite
desta função.

7. lim (ln f (x)) = ln (lim f (x)), se lim f (x) > 0;

8. lim (cos f (x)) = cos (lim f (x));

9. lim (sin f (x)) = sin (lim f (x));

10. lim ef (x) = e(lim f (x)) ;

11. O limite de uma função polinomial inteira quando x ! 1 é igual ao limite de


seu termo de mais alto grau, isto é, se f (x) = a0 xn + a1 xn 1 + + an , então

+1, se a0 > 0
(a) lim f (x) = ;
x!+1 1, se a0 < 0

80
a0 > 0 e n par
(b) lim f (x) = +1, se ;
x! 1 a0 < 0 e n ímpar
a0 > 0 e n ímpar
(c) lim f (x) = 1, se :
x! 1 a0 < 0 e n par

12. Propriedade do Confronto: Se f (x) e g(x) são funções tais que lim f (x) = lim g (x) =
x!a x!a
b e se h (x) é um função para a qual f (x) h (x) g (x), então lim h (x) = b.
x!a

13. Propriedade da Conservação do Sinal: Se o lim f (x) = b 6= 0, então existe uma


x!a
vizinhança do ponto x = a na qual f (x) conserva o sinal de b.

14. Se f (x) assume somente valores não negativos e se lim f (x) = b, então b será um
x!a
número não negativo.

15. Se lim f (x) = 0 e jg (x)j k, com k 2 R+ , então lim [f (x) :g (x)] = 0.


x!a x!a

Observações:
(i) Em outras palavras, dizer que jg (x)j k, com k 2 R+ , signi…ca que g é
uma função limitada.
(ii) As demonstrações das propriedades acima …cam como exercício.

2.4 Cálculo de Limites

No cálculo do limite de uma função, quando obtivermos uma das sete formas,
0 1
, , 0: ( 1) , + 1 1, 00 , 1 1
e ( 1)0 ,
0 1
conhecidas como formas indeterminadas, nada se poderá concluir de imediato sem um
estudo mais profundo de cada caso, estudo esse feito em geral com auxílio da equivalência
entre funções.

Exemplo 13: Calcule os limites:

81
p
1. lim 3x2 + 3
x 7 + xex 9
+2
x!8
Solução: Pelas propriedades de limites, temos que:
p
lim 3x2 + 3 x 7 + xex 9 + 2 =
x!8
q
= 3lim (x2 ) + 3 lim (x 7) + lim x:lim ex 9 + lim 2
x!8 x!8 x!8 x!8 x!8

q lim (x 9)
= 3lim (x2 ) + 3 lim x lim 7 + lim x :e x!8
+ lim 2
x!8 x!8 x!8 x!8 x!8

p lim x lim 9
= 3 (8)2 + 3
8 7 + (8) :e x!8 x!8
+2
8 9
= 3 64 + 1 + 8e +2
1
= 8e + 195.

Observação: Note que, escrevendo passo a passo todas as propriedades de limites,


o cálculo do limite torna-se trabalhoso. Com a experiência, é possível aplicar
diretamente estas propriedades.

x2 +x 6
2. lim = 00 ;
x! 3 x+3

Solução: Devemos eliminar a indeterminação, para isso, usaremos manipulações


algébricas.
x2 +x 6 (x+3)(x 2)
lim = lim = lim (x 2) = 5.
x! 3 x+3 x! 3 x+3 x! 3

p p
x+2 2
3. lim = 00 ;
x!0 x
p p
Solução: Multiplicando e dividindo pelo conjugado de x+2 2 , temos que:
p p
x+2 2 1 1
lim = lim p p = p .
x!0 x x!0 x+2+ 2 2 2

p
3
x 1
4. lim p = 00 :
x!1 x 1
Solução: De…nindo x = t6 , e observando que se x ! 1, então t ! 1, temos que:
p
3
x 1 t2 1 t+1 2
lim p = lim 3 = lim 2 = .
x!1 x 1 x!1 t 1 x!1 t +t+1 3

2x2 + 5 1
5. lim 2
= ;
x!1 5x + 3x 1
Solução 1:
2x2 2
Pela propriedade (11), temos que: lim = .
x!1 5x2 5
Solução 2:

82
Colocando x2 em evidência no numerador e denominador, temos que:
2x2 + 5 x2 2 + x52 2 + x52 2
lim = lim 2 = lim = ,
x!1 5x2 + 3x x!1 x 5 + x3 x!1 5 + 3 5
x
5 3
pois x2
e x
tendem a zero quando x ! 1

Observação: Quando temos lim f (x) estamos denotando os limites no in…nito,


x!1
ou seja, queremos calcular lim f (x) e lim f (x).
x!+1 x! 1

3x + 2x2 y + 2x3 y 2
6. lim =1
1
x!1 4 3xy 2y 3 x3
Solução: Pela propriedade (11), temos que:
3x + 2x2 y + 2x3 y 2 2x3 y 2 y2 1
lim = lim = lim = y
.
x!1 4 3xy 2y 3 x3 x!1 2y 3 x3 x!1 y

x 4 a4
7. lim = 00 ;
x!a x2 a2
Solução: Fatorando o numerador, temos que:
x4 a4 (x2 a2 ) (x2 + a2 )
lim = lim = lim (x2 + a2 ) = 2a2 .
x!a x2 a2 x!a x 2 a2 x!a

a)n xn
(x
8. lim = 00 ;
a!0 a
Solução: Pela forma binomial, temos que:
n(n 1)xn 2 a2
(x a)n xn xn nxn 1 a + 2!
+ + ( a)n xn
L = lim = lim
a!0 a a!0 a
n(n 1)xn 2a n 1
) L = lim nxn 1
+ 2!
+ + ( a) = nxn 1 .
a!0

p
3x2 +5 1
9. lim6x 8
= 1
;
x!1

Solução: Colocando x2 em evidência no numerador e x no denominador, temos


que:
q q
p 2 5
jxj 3 + x52
3x2 + 5 x 3 + x2
lim = lim 8
= lim 8
x!1 6x 8 x!1 x 6 x!1 x 6
x x
Analisando os limites no in…nito, temos que:
q q
p x 3 + 5
3 + x52 p
2
3x + 5 x2 3
L1 = lim = lim 8
= lim 8
= :
x!+1 6x 8 x!+1 x 6 x!+1 6 6
x x
q q
p x 3 + 5
3 + x52 p
3x2 + 5 x2 3
L2 = lim = lim 8
= lim 8
= :
x! 1 6x 8 x! 1 x 6 x!+1 x 6 6
x x

83
p p
10. lim x2 + 8x + 3 x2 + 4x + 3 = 1 1;
x!1
Solução: Multiplicando e dividindo pelo conjugado do númerador, temos que:
p p
L = lim x2 + 8x + 3 x2 + 4x + 3 =
x!1
h p p p p i
2 2
) L = lim x2 + 8x + 3 x2 + 4x + 3 pxx2 +8x+3+ px +4x+3
+8x+3+ x2 +4x+3
x!1
4x q 4x q
) L = lim p q = lim q
x!1 x2 1+ x8 + 32 + 1+ x4 + 3
x!1 jxj 1+ x8 + 32 + 1+ x4 + 3
x x2 x x2

Assim,
p p 4x
L1 = lim x2 + 8x + 3 x2 + 4x + 3 = lim q q =
x!+1 x!+1 8 3 4 3
x 1+ x
+ x2
+ 1+ x
+ x2
2.
p p 4x
L2 = lim x2 + 8x + 3 x2 + 4x + 3 = lim q q =
x! 1 x! 1 8 3 4 3
x 1+ x
+ x2
+ 1+ x
+ x2
2.

j2x 6j
11. lim = 00 .
x!3 x2 9
j2x 6j jx 3j
Solução: Temos que, f (x) = 2
=2
x 9 (x 3) (x + 3)
Pela de…nição de módulo, temos que:

x 3, se x 3
jx 3j = :
3 x, se x < 3

Reescrevendo a função, temos que:

2
x+3
, se x 3
f (x) = 2 .
x+3
, se x <3

Assim, para determinar lim f (x), analisemos os limites laterais:


x!3
2
lim f (x) = lim+ x+3 = 13 .
x!3+ x!3
2 1
lim f (x) = lim x+3
= 3
.
x!3 x!3

Como lim+ f (x) 6= lim f (x), então lim f (x) não existe.
x!3 x!3 x!3

(
x2 + 1, se x < 2
12. lim f (x), onde f (x) = 6 , se x = 2 :
x!2
9 2x, se x > 2
Solução: Como f (x) é uma função de…nida por partes, para determinar lim f (x)
x!2
devemos analisar os limites laterais.
lim f (x) = lim+ (9 2x) = 5.
x!2+ x!2

84
lim f (x) = lim (x2 + 1) = 5.
x!2 x!2
Como lim+ f (x) = lim f (x), então lim f (x) = 5.
x!2 x!2 x!2

sen (x)
13. lim
x!1 x
Solução: Note que não sabemos qual é o valor de lim sen(x), mas sabemos que
x!1

1 sen (x) 1; 8x 2 R ) jsen (x)j 1:


1
Sabemos também que lim = 0:
x!1 x
Escolhendo as funções f e g da seguinte forma:
1
f (x) = e g (x) = sen (x) ;
x
pela propriedade de limites número 15, resulta que
sen (x)
lim [f (x) :g (x)] = lim =0
x!1 x!1 x

1 f (x + a) f (x) 1
Exemplo 14: Se f (x) = , mostre que lim = .
x a!0 a x2
Solução:
1 1
f (x + a) f (x) 1 1
lim = lim x+a x = lim = .
a!0 a a!0 a a!0 x (x + a) x2

p
1 + x (1 + ax)
Exemplo 15: Determine o valor da constante a para que exista lim :
p x!0 x2
1 + x (1 + ax)
Solução: De…nindo L = lim .
x!0 x2
Se: p
1 + x (1 + ax)
L = lim 2
= 00
x!0 p x p
1 + x (1 + ax) 1 + x + (1 + ax) 1 + x (1 + ax)2
) L = lim p = lim 2 p
x!0 x2 1 + x + (1 + ax) x!0 x 1 + x + (1 + ax)
2 2 2
x 2ax + a x (1 2a) + a x 1 2a
) L = lim 2 p = lim p = :
x!0 x 1 + x + (1 + ax) x!0 x 1 + x + (1 + ax) 0
Então, observe que, para que este limite exista é necessário que 1 2a = 0,
isto é, que a = 12 .
Para este valor de a, segue que:
(1=2)2 1
L = lim p 1
= :
x!0 1 + x + 1 + x
2
8

85
Exemplo 16: Represente geometricamente uma função f que satisfaça as
seguintes condições: f (0) = 0, lim f (x) = 1, lim f (x) = 2 e f é uma função par.
x!3 x!1
Solução:
Pelas informações dadas no comando da questão, uma representação geomet-
rica de f é:

-3 3 x

2.5 Limites Notáveis

Desenvolveremos aqui, alguns limites, cujas generalizações serão de grande


utilidade no cálculo dos limites de funções que assumem uma das indeterminações do
tipo 00 , 11 e 10 .

sen (u)
Proposição 1:lim =1
u!0 u
Demonstração:

Do grá…co, teremos que:


sen (u) < u <tg(u) ) sen u < u < sen(u)
cos(u)
.
Sabemos que sen(u) > 0 e cos (u) > 0 para u 2 0; 2 . Assim, dividindo
tudo por sen(u), obtém-se que:
u 1
1 < sen(u) < cos(u) .
Por propriedades de desigualdades não estrita, temos que:

86
1 > senu(u) > cos (u) :
Tomando o limite para u ! 0, segue que:
lim 1 <lim senu(u) <lim cos (u) ) 1 <lim senu(u) < 1 :
u!0 u!0 u!0 u!0
Pela propriedade do confronto, obtemos que:
lim senu(u) = 1.

Exemplo 17: Calcule os limites:


sen ax
1. lim = 00 .
x!0 senbx
Solução: Multiplicando e dividindo por x1 , temos que:
sen ax
sen ax sen ax x1 asen ax
L = lim = lim : = lim senx bx = lim ax
x!0 sen bx x!0 sen bx x1 x!0
x
x!0 bsen bx
bx
asen ax alim senaxax a
ax x!0
) L = lim = = .
x!0 bsen bx blim senbxbx b
bx x!0

tg (x)
2. lim = 00 .
x!0 x
Solução: Reescrevendo a função, temos que:
sin x
tg (x) cos x sin x 1 sin x 1
lim = lim = lim : = lim :lim = 1.
x!0 x x!0 x x!0 x cos x x!0 x x!0 cos x

3. lim (x:cossec (3x)) = 0:1.


x!0
Solução: Reescrevendo a função, temos que:
1 3x 3x
lim (x:cossec (3x)) = lim x: = lim = 13 lim = 13 .
x!0 x!0 sen (3x) x!0 3sen (3x) x!0 sen (3x)

1 cos x
Proposição 2:lim = 0.
x!0 x
Demonstração:
Usando a identidade trigonométrica sin2 = 1 cos
2
2
, para = x2 , temos que:
2 x x x
1 cos x 2 sin 2 sin 2 sin 2
L = lim =lim =lim x
x!0 x x!0 x x!0
2
sen x2 x
) L=lim x :lim sen = 1 0 = 0:
x!0
2
x!0 2

Exemplo 18: Calcule os limites:

87
1cos (x )
1. lim = 00
x! sin (x )
Solução: De…nindo t = x . Se x ! , então t ! 0. Assim,

1 cos (x ) 1 cos t 1 cos t lim 1 cost


t
t t!0
lim = lim = lim sin t = = 0.
x! sin (x ) t!0 sin t t!0
t
lim sint t
t!0

1cos (4x)
2. lim = 00 :
x!0 x sin (4x)

Solução: Multiplicando e divindindo pelo conjugado do numerador, temos que:


1cos (4x) 1 cos2 (4x) sin2 (4x)
L = lim = lim = lim
x!0 x sin (4x) x!0 x sin (4x) (1 + cos (4x)) x!0 x sin (4x) (1 + cos (4x))

sin (4x) sin (4x) 1


L = lim = 4lim :lim = 4:1: 12 = 2.
x!0 x (1 + cos (4x)) x!0 4x x!0 1 + cos (4x)

x
1
Proposição 3: lim 1+ = e, onde e 2: 718 3 é o número irracional
x!1 x
neperiano.

Exemplo 19: Calcule os limites:


1
1. lim (1 + x) x = 11 .
x!0

Solução: De…nindo u = x1 . Se x ! 0, então u ! 1. Assim,


u
1 1
lim (1 + x) = lim
x 1+ = e.
x!0 u!1 u

a x
2. lim 1 + = 11 .
x!1 x
Solução: De…nindo y = xa . Se x ! 1, então y ! 0. Assim,
a
a x a 1
lim 1 + = lim (1 + y) y = lim (1 + y) y = ea .
x!1 x y!0 y!0

x+3
x+3
3. lim = 11 .
x!1 x 1
Solução: Reescrevendo a função, temos que:
x+3 x+3 x+3
x+3 x 1+1+3 4
L = lim = lim = lim 1+ .
x!1 x 1 x!1 x 1 x!1 x 1
4
De…nindo x 1
= v1 . Se x ! 1, então v ! 1. Assim,
4v+4 v 4 4
1 1 1
L = lim 1+ = lim 1+ lim 1+ = e4 .
v!1 v v!1 v v!1 v

88
ax1
Proposição 4:lim = ln a, onde a 2 R+ f1g.
x!0 x
Demonstração: De…nindo u = ax 1:
Aplicando logaritmo neperiano em ambos os lados, temos que:
ln (u + 1)
ln (u + 1) = ln ax ) x = .
ln a
Se x ! 0, então u ! 0. Dessa forma,
ax 1 u u 1
L = lim = lim ln(u+1) = ln a: lim = ln a: lim ln(u+1)
x!0 x u!0 u!0 ln (u + 1) u!0
ln a u
1 1 1
) L = ln a: ln(u+1) = ln a: = ln a: ln e
= ln a:
lim ( u ) 1
ln lim (u+1) u
u!0
u!0

Exemplo 20: Calcule os limites:

e2x 1
1. lim 5x = 00 .
x!0 e 1
Solução: Multiplicando e dividindo por x1 , temos que:
2x
2x
e 1 e2x 1 2lim e 2x 1 2 ln e
x!0
lim = lim 5xx 1 = 5x = = 25 .
x!0 e5x 1 x!0 e 5lim e 5x 1 5 ln e
x x!0

7x 49
2. lim = 00 .
x!2 x 2
Solução: Reescrevendo a função, temos que:
7x 49 7x 72 7x 2 1
L = lim = lim = 72 lim :
x!2 x 2 x!2 x 2 x!2 x 2
De…nindo u = x 2. Se x ! 2, então u ! 0.
7u 1
L = 49lim = 49 ln 7.
u!0 u

2
e(x ) 1
3. L = lim = 00
x! 1 cos (x )
Solução: De…nindo u = x , temos que:
2 !
eu
2
1 eu 1 (1 + cos (u)) eu
2
1
L = lim = lim = lim (1 + cos (u))
u!0 1 cos (u) u!0 1 cos2 (u) u!0 sen2 (u)

89
ln e
}| {
z
2
eu 1
lim 2
) L = 0 u!0 u 12 lim (1 + cos (u)) ) L = 2
|u!0 {z }
B sen (u) C 2
@ lim A
| {zu }
u!0
1

(1 + x)a 1
4. lim = 00 .
x!0 x
Solução: Multiplicando e dividindo a função por a ln (1 + x), temos que:
(1 + x)a 1 (1 + x)a 1 a ln (1 + x)
L = lim = lim :
x!0 x x!0 a ln (1 + x) x
ln (1 + x) (1 + x)a 1
) L = alim lim
x!0 x x!0 a ln (1 + x)
1 (1 + x)a 1
) L = alim ln (1 + x) x lim
x!0 x!0 a ln (1 + x)
1 (1 + x)a 1
) L = a ln lim (1 + x) x lim
x!0 x!0 a ln (1 + x)
a
(1 + x) 1
) L = alim
x!0 a ln (1 + x)
De…nindo: u = (1 + x)a , então ln u = a ln (1 + x).
Se x ! 0, então u ! 1. Assim,
u 1
L = alim : ( )
u!1 ln u
De…nindo: y = u 1. Se u ! 1, então y ! 0. Dessa forma, em ( ), temos que:
y 1 1 1
L = alim = a:lim ln(1+y) = a =a = a.
y!0 ln (1 + y) y!0 1 ln e
y ln lim (1 + y) y
y!0

ln (2 cos (x 2) 1 cos (2x 4)) ln (x2 4x + 4) 1+1


5. lim+ (x 2) =0 0
x!2 10x 100
Solução:
ln (2 cos (x 2) 1 cos (2x 4)) ln (x2 4x + 4)
L = lim (x 2)
x!2 10x 100
0 2 cos(x 2) 1 cos(2(x 2))
1 2 cos(x 2) 1 cos(2(x 2))
ln (x 2)2
lim ln (x 2)2 ln( 00 )
L = lim @ 10x 2 1
A= x!2
10x 2 1
= 0
x!2 100 x 2
lim 100 x 2
0
x!2

De…nindo u = x 2.
Se x ! 2 então u ! 0, temos que:

90
2 cos(u) 1 cos(2u)
lim ln u2 2 cos (u) 1 cos2 (u) + sen2 (u)
u!0 1
L= u = ln lim
10 1 100 ln 10 u!0 u2
100lim
u!0
| {zu }
ln 10
!
1 (1 cos (u))2 + sen2 (u)
L= 100 ln 10
ln lim
u!0 u2
0 1
2 2
1 B (1 cos (u)) sen (u) C
L= 100 ln 10
ln @ lim 2
+ lim 2 A ) L=0
u!0
| {zu } |u!0
{zu }
0 1

2.6 Continuidade de uma Função

Ao estudar lim f (x) analisa-se o comportamento da função f (x) para valores


x!a
de x próximos de a, pois o lim f (x) pode existir sem mesmo a função estar de…nida no
x!a
ponto x = a. No momento em que se analisa o valor de f (a) é igual ou não ao valor do
limite bilateral estuda-se continuidade de f em a:

De…nição 12: Uma função f é contínua no ponto em que x = a se, e


somente se,
lim f (x) = f (a):
x!a

Os pontos em que f não é contínua diz-se que f é descontínua. As descon-


tinuidades podem ser classi…cadas como:

Removível: se lim f (x) = L , mas L é diferente de f (a), então x = a é uma


x!a
descontinuidade removível de f .
Primeira Espécie ou Salto: se ambos os limites laterais existem, porém são
distintos, ou seja, o limite bilateral não existe. Reescrevendo, se lim f (x) = L1 e
x!a
lim+ f (x) = L2 , com L1 6= L2 ;então a descontinuidade é do tipo salto.
x!a

Segunda Espécie ou In…nita: se f tender a 1 no ponto considerado.

91
Exemplo 21: Veri…que se as funções f e g são contínuas no ponto em que
x = 1. ( 2
x2 + x 2 x +x 2
a. f (x) = ; b. g (x) = , se x 6= 1
x 1 x 1
3 , se x = 1

Solução: Observe que as duas funções são idênticas, exceto no ponto x = 1.


Assim,
x2 + x 2
lim f (x) = lim g (x) = lim
x!1 x!1 x!1 x 1
(x + 2) (x 1)
) lim f (x) = lim = lim (x + 2) = 3.
x!1 x!1 x 1 x!1

Logo, o limite bilateral das funções f e g existe.


Conclusões:

a. Note que x = 1 2= Df , então f não é contínua em x = 1:Como f (1) não está de…nida
e lim f (x) existe, então a descontinuidade é do tipo removível.
x!1

c. Como g (1) = 3 e g (1) = lim g (x), então a função g é contínua em x = 1.


x!1

Exemplo 22: Estude a continuidade das funções:


x
2
, se x 0
1. f (x) = x ;
2
+ 1, se x < 0
Solução:
Observe que o domínio de f é Df = R e seu grá…co é:

Gra…camente, pode se concluir que f não é contínua em todo o seu domínio, pois
a função apresenta um salto no ponto x = 0.
Agora, respondendo a questão de forma analítica, usando a de…nição de con-
tinuidade:

(a) f (0) = 0;

92
(b) Os limites laterais são:
lim+ f (x) = lim+ x2 = 0;
x!0 x!0
x
lim f (x) = lim 2
+ 1 = 1.
x!0 x!0
Logo, como o lim+ f (x) 6= lim f (x), então não existe o lim f (x) (limite
x!0 x!0 x!0
bilateral).
Para provar que f é contínua nos demais pontos, basta mostrar que limf (x) =
x!c
f (c), para todo c 2 R : :
Conclusão: A função f não é contínua em x = 0, pois o limite bilateral não
existe. A descontinuidade é do tipo salto ou de primeira espácie.

5
j2x + 5j , se x 6= 2
2. f (x) = 5 ;
3 , se x = 2
Solução: Aplicando a de…nição de módulo, podemos reescrever f (x) como:
8
< (2x + 5) , se x < 52
f (x) = 3 , se x = 52 .
:
2x + 5, se x > 25
Observe que as sentenças (primeira e terceira) que de…nem a f são contínuas, pois
5
limf (x) = f (c), para todo c 2 R 2
. Dessa forma, o único ponto que talvez
x!c
a função f; cujo domínio é Df = R;não seja contínua ocorro no ponto em que
x = 25 : Usando a de…nição de continuidade nesse ponto, temos qe:
5
(a) f 2
= 3;
(b) Limites laterais:
lim f (x) = lim ( 2x 5) = 0;
5 5
x! 2
x! 2

lim + f (x) = lim + (2x + 5) = 0;


5 5
x! 2
x! 2

Como os limites laterias são iguais, então lim5 f (x) = 0.


x! 2

5 5
Conclusão: Como lim5 f (x) 6= f 2
, então f não é contínua apenas em x = 2
:
x! 2
A descontinuidade é do tipo removível.

Exercício 23: Mostre que a função f (x) = jxj é uma função contínua em
R.
x, se x 0
Solução: Pela de…nição de módulo, temos que: f (x) = jxj = :
x, se x < 0
Sabe-se que o domínio de f é Df = R: Observe que a função muda de
de…nição em x = 0: Logo, é necessário analisar com cuidado somente o ponto em que
x = 0; pois nos demais pontos pertencentes ao domínio, tem-se que:
limf (x) = jcj = f (c), para qualquer c 2 Df ) f é contínua para todo
x!c
c2R :

93
Em x = 0, tem-se que:
* f (0) = 0 (
lim f (x) = lim ( x) = 0
x!0 x!0
* Limites laterais: :
lim+ f (x) = lim+ (x) = 0
x!0 x!0
Como lim f (x) = lim+ f (x) = 0, então lim f (x) = 0 = f (0) : Logo, f é
x!0 x!0 x!0
contínua em x = 0:
Conclusão: f é função contínua em todo o seu domínio.

Exemplo 24: Seja f a função de…nida por


8
> 2 , se x 3
< x 1 , se 3<x 0
f (x) = 1
, se 0 < x < 2
>
: 1 x
2
2
(x 2) , se x > 2
:
(a) Represente geometricamente o grá…co da função f .
(b) A função f é contínua em x = 3, x = 0 e x = 2? Use a de…nição de
continuidade para justi…car sua resposta. E ainda, nos pontos em que f for descontínua,
classi…que as descontinuidades.
(c) Encontre o lim f (x) :
x! 1
Solução:
(a) Representação geométrica de f :

(b) Pela de…nição, uma função f é contínua em um ponto cuja abscissa é a


se, e somente se, lim f (x) = f (a).
x!a
* Em x = 3, observe que lim f (x) = f ( 3) = 2. Logo, f é contínua em
x! 3
x = 3.
* Em x = 0, a função f não é contínua, pois o limite bilateral não existe, pois
lim f (x) = 1 e lim+ f (x) = +1. A descontinuidade de segunda espécie ou in…nita.
x!0 x!0
* Em x = 2, note que lim f (x) = 12 , mas como f (2) não está de…nida, então
x!2
f não é contínua em x = 2. A descontinuidade é do tipo removível.

94
(c) lim f (x) = 2 e lim f (x) = 1.
x! 1 x!+1

Exemplo 25: Use a de…nição de continuidade para decidir se a função


8
>
> 1 e3 sin x
< , se x > 0
f (x) = sin (2x)
>
>
: x 3 , se x 0
2

é contínua em x = 0. Caso conclua que a função não é contínua em x = 0; classi…que


essa descontinuidade.
Solução: Pela de…nição de continuidade em um ponto, f é contínua em
x = 0 se, e somente se, lim f (x) = f (0) :
x!0
(i) f (0) = 32 ;
x 3 3
(ii) lim f (x) = lim 2
= 2
;
x!0 x!0
3 sin x
1 e 1 e3 sin x e3 sin x 1
lim+ f (x) = lim+ = lim+ = lim+ lim 1
x!0 x!0 sin (2x) x!0 2 sin x cos x x!0 sin x x!0+ 2 cos x
De…nindo u = sin x. Se x ! 0 então u ! 0. Assim,
u
(e3 ) 1
lim+ f (x) = 21 lim+ = 12 ln e3 = 32 :
x!0 u!0 u
Portanto, lim f (x) = 32 :
x!0
(iii) lim f (x) = f (0) :
x!0
Conclusão: f é contínua em x = 0:

Exemplo 26: Sejam f e g as funções de…nidas por


8
> asen (x2 4)
>
> , se x < 2
>
> x + 2
<
f 1 (x) = 1 + ln(x + b) e g (x) = f (1) , se x = 2 :
>
>
>
>
: (3a 2b) senh (x + 2) , se x >
>
2
x+2
Use a de…nição de continuidade para determinar o valor das constante a e b
para que a função g seja contínua em x = 2:
Solução:
Pela de…nição de continuidade, g é contínua em x = 2 se, e somente se,

(
L1 = lim g (x) = g ( 2)
x! 2
lim g (x) = g ( 2) , ( )
x! 2 L2 = lim + g (x) = g ( 2)
x! 2

95
1
Encontrando (f 1 ) (x) = f (x) :
y = 1 + ln(x + b) ) y 1 = ln (x + b)
) ey 1 = eln(x+b) ) x = ey 1 b
Logo, temos que: f (x) = ex 1 b
Reescrevendo a função g, temos que:
8
> asen (x2 4)
>
> , se x < 2
>
> x+2
<
g (x) = 1 b, se x = 2 :
>
>
>
>
: (3a 2b) senh (x + 2) , se x >
>
2
x+2
Determinando os limites laterais:
asen (x2 4) asen (x2 4) (x 2)
L1 = lim f (x) = lim = lim
x! 2 x! 2 x+2 x! 2 x+2 (x 2)
sen (x2 4) sen (v)
) L1 = a lim lim (x 2) = 4a lim
x! 2 x2 4 x! 2 #
|v!0 {z v }
| {z } D e …n in d o v=x+2
= 4 =1

) L1 = 4a
2b) senh (x + 2)
(3a
L2 = lim + f (x) = lim + = 00
x! 2 x! 2 x+2
ex+2 e (x+2) eu e u
) L2 = (3a 2b) lim + = (3a 2b) lim+
x! 2 x+2 # u!0 u
D e …n in d o x=x+2
u u u
e (e 1) (e 1)
) L2 = (3a 2b) lim+ = (3a 2b) lim+ e u lim+
u!0 u | {z }|u!0 {z u }
u!0
=1 =ln e
) L2 = 3a 2b
Por ( ), temos que:
L1 = g ( 2) 4a = 1 b a= 2
) ) .
L2 = g ( 2) 3a 2b = 1 b b= 7

2.7 Continuidade em Intervalos

Uma função é contínua em um intervalo quando é contínua para todo x deste


intervalo. Assim,

96
De…nição 13: Dizemos que f é contínua à direita em a se, e somente se,
f (a) = lim+ f (x) :
x!a

De…nição 14: Dizemos que f é contínua à esquerda em b se, e somente se,


f (b) = lim f (x) :
x!b

De…nição 15: Uma função f (x) é dita contínua em um intervalo fechado


[a; b], se as seguintes condições forem satisfeitas:

(i) f é contínua em (a; b);


(ii) f é contínua à direita em a;
(iii) f é contínua à esquerda em b.

p
Exemplo 27: Veri…car se f (x) = 4 x2 é contínua em [ 2; 2]:
Solução:
Sabemos que o domínio de f é Df = [ 2; 2]. Veri…quemos se as condições
da de…nição 15 são satisfeitas.
p
(i) Para qualquer c 2 ( 2; 2), temos que f (c) = 4 c2 = limf (x). Logo, f é contínua
x!c
em (a; b).
p
(ii) lim f (x) = lim 4 x2 = 0 = f ( 2). Então, f é contínua à direita em a.
x! 2 x! 2
p
(iii) lim f (x) = lim 4 x2 = 0 = f (2). Então, f é contínua à esquerda em a.
x!2 x!2

Conclusão: f (x) é contínua no intervalo fechado [ 2; 2].

97
2.8 Propriedades das Funções Contínuas

Se f (x) e g(x) são funções contínuas em c, então:


(i) f (x) g(x) é uma função contínua em c;
(ii) f (x):g(x) é uma função contínua em c;
f (x)
(iii) g(x)
é uma função contínua em c se g (c) 6= 0 e tem uma descontinuidade em c se
g (c) = 0.

Teorema: Todo polinômio é uma função contínua.

Demostração: Queremos mostrar que limp (x) = p (c), onde p (x) é um


x!c
polinômio de grau n.
Seja p (x) = a0 xn + a1 xn 1 + + an 1 x + an .

Tomando o limite para x ! c, temos que:


limp (x) =lim (a0 xn + a1 xn 1 + + an 1 x + an )
x!c x!c
= lim (a0 xn ) + lim (a1 xn 1
+ + an 1 x + an )
x!c x!c
= a0 limxn + lim (a1 xn 1 ) + lim (a2 xn 2
+ + an 1 x + an )
x!c x!c x!c
Aplicando-se sucessivamente as propriedades de limites, segue que:
limp (x) = a0 cn + a1 cn 1 + + an 1 c + an = p (c).
x!c
Portanto, limp (x) = p (c).
x!c

Continuidade de Funções Racionais

Uma função racional é contínua em todo seu domínio.

x2 25
Exemplo 28: Para quais valores de x a função f (x) = é con-
x2 5x + 6
tínua?

Solução: Como f (x) é uma função racional, então é contínua em todo seu
domínio, ou seja, em todos os pontos, exceto onde o denominador se anula. Logo, f é
contínua em R f2; 3g :

98
Continuidade de Funções Compostas

Se f (x) é contínua em x = c e g(x) é contínua em f (c) então, a função


composta (g f ) (x) é também contínua em c, isto é:

lim (g f ) (x) = g limf (x) = g (f (a)) .


x!c x!c

Exemplo 29: Sejam f (x) = cos x e g (x) = 2x . Então a função g f é


contínua em x = 0?

Solução: Como lim g (f (x)) = lim g (cos x) = g (0) = 1 = g (f (0)), então


x!0 x!0
g f é contínua em x = 0.

sin (x) + cos (2x)


Exemplo 30: Investigue se a função f (x) = é contínua
ln (sin x)
em x = 6 .
Solução: Note que f (x) pode ser escrita como:

f1 (x) + f2 (x)
f (x) = ;
f3 (f2 (x))

onde f1 (x) = sin x, f2 (x) = cos 2x e f3 (x) = ln x:


Em x = 6 , temos que:
1
lim f1 (x) = sin 6
= 2
= f1 6
) f1 é contínua;
x! 6

1
lim f2 (x) = cos 3
= 2
= f2 6
) f2 é contínua;
x! 6

lim f3 (f2 (x)) = lim f3 cos 3


= ln cos 3
= ln 2 = f3 f2 6
) f3 f2 é
x! 6 x! 6
contínua.

Pelas propriedades (i) e (iii) de funções contínuas, concluímos que f é con-


tínua em x = 6 .

99
Teorema do Valor Intermediário

A …gura abaixo, mostra o grá…co de uma função que é contínua no intervalo


fechado [a; b], sugere que se traçarmos uma reta horizontal y = k, onde k está entre f (a)
e f (b) então essa reta irá interceptar a curva y = f (x) pelo menos uma vez em [a; b].

f (b )
k
f (a )

a c b x

Teorema do Valor Intermediário: Se f é contínua no intervalo fechado


[a; b] e k é um número real tal que f (a) k f (b) ou f (a) k f (b), então existe
pelo menos um c 2 [a; b] tal que f (c) = k.

No …gura abaixo pode ser observado que se f (a) < f (b), mas não existe
nenhuma constante c 2 (0; b) tal que f (c) = k. Isto não contradiz o teorema do valor
intermediário, pois a função y = f (x) apresentada na fugura abaixo não satisfaz uma
das hipóteses do teorema anterior, pois f não é contínua em todo o intervalo [a; b] :

y y = f (x )

f (b )

f (a )

a b c x

O próximo teorema é uma consequência do Teorema do Valor Intermediário.

Teorema de Bolzano ou do Anulamento: Se f é contínua em [a; b] e


se f (a) e f (b) tem sinais opostos, então existe pelo menos um número c entre a e b tal
que f (c) = 0.

100
Em outras palavras, o teorema do anulamento nos diz que se f é contínua
em um intervalo fechado e se f aplicada nos extremos do intervalo tem sinais opostos,
então existe pelo menos uma raiz pertencente a este intervalo.

Exemplo 31:

1. Seja f (x) = x2 + x 2. Existe alguma raiz de f no intervalo [0; 2]?


Solução: Temos que f (0) = 2 e f (2) = 4. Como f é contínua em [0; 2], f (0) < 0
e f (2) > 0, então pelo teorema do valor intermediário, existe c 2 (0; 2) tal que
f (c) = 0.
Determine este c!

2. Veri…que se a função f (x) = ex 2 cos (x) possui alguma raiz no intervalo [0; ] :
Justi…que sua resposta com argumentos consistentes.
Solução:
Note que a função f é contínua em [0; ], pois é a diferença de funções contínuas
e, além disso, f (0) = 1 < 0 e f ( ) = e + 2 > 0. Pelo teorema de Bolzano,
existe c 2 (0; ) tal que f (c) = 0:
Observe que, através do teorema de Bolzano, garantimos a existência de uma raiz
no intervalo [0; ] da função f , porém para determinar os valores em que f (x) = 0,
ou seja, ex = 2 cos (x) é necessário utilizar técnicas que serão estudadas em Cálculo
Numérico.

101
2.9 Exercícios

1. Considere a função f (x) dada na Figura 1 e determine:


(a) lim f (x) (c) lim f (x) (e) lim f (x)
x!1 x!1 x! 1
(b) lim+ f (x) (d) f (1) (f) lim f (x)
x!1 x!+1

Figura 1: Exercício 1 Figura 2: Exercício 2


2. Considere a função f (x) dada na Figura 2 e determine:
(a) lim f (x) (e) lim f (x)
x! 2 x!2
(b) lim + f (x) (f) lim+ f (x) (i) lim f (x)
x! 1
x! 2 x!2
(c) lim f (x) (g) lim f (x) (j) lim f (x)
x!2 x!+1
x! 2
(d) f ( 2) (h) f (2)

3. Considere a função f (x) dada na Figura ?? e determine:


(a) lim f (x) (c) lim f (x) (e) lim f (x)
x!0 x!0 x! 1
(b) lim+ f (x) (d) f (0) (f) lim f (x)
x!0 x!+1

Figura 3: Exercício 3 Figura 4: Exercício 4

4. Considere a função f (x) dada na Figura 4 e determine:


(a) lim f (x) (c) lim f (x) (e) lim f (x)
x!2 x!2 x! 1
(b) lim+ f (x) (d) f (2) (f) lim f (x)
x!2 x!+1

102
5. Considere a função f (x) dada na Figura 5 e determine:
(a) lim f (x) (c) lim f (x) (e) lim f (x)
x! 1 x! 1 x! 1
(b) lim + f (x) (d) f ( 1) (f) lim f (x)
x! 1 x!+1

Figura 5: Exercício 5 Figura 6: Exercícios 10 e 11.


6. Em cada item determine o valor de que satisfaz a relação

0 < jx aj < ) jf (x) Lj < ;

dados:

(a) f (x) = 2x + 3; a = 1; L = 5 e = 0; 2
2
(b) f (x) = x + 2; a = 1; L = 3 e = 0; 1
(c) f (x) = ln(x + 1); a = 0; L = 0 e = 0; 5
2
(d) f (x) = x + 2x + 1; a = 1; L = 0 e = 0; 16
(e) f (x) = x2 + 2x + 1; a = 0; L = 1 e = 1
p
(f) f (x) = x + 2; a = 2; L = 2 e = 1

7. Use a de…nição de limite para provar que:


p
2 (f) lim x+2=2
x 5x + 6 1 x!2
(a) lim = 1 1
x!3 2x 6 2 (g) lim p =
(b) lim 4x 2
16x + 16 = 0
x!5 x 1 2
x!2 1
(c) lim x2 + 2 = 3 (h) lim =0
x! 1 2 x
x!1
(d) lim ln(x + 1) = 0 1
x!0
(i) lim+ = +1
x!1 x 1
(e) lim (x2 + 2x + 1) = 1 x 1
x!0 (j) lim 2 = 0:
x!+1 x 3x + 2
8. Seja f uma função de…nida em R e tal que, para todo x; é válida a inequação

jf (x) 3j 3jx 1j:

Determine lim f (x) e justi…que sua resposta usando a de…nição de limite.


x!1

103
9. Seja f uma função de…nida para x 2 R; com f (1) = 2 e tal que, para todo x;

jx 1j2
jf (x) 2j < :
4
Use a de…nição de limite para provar que f é contínua em x = 1:
10. Considere a função f (x) dada na Figura 6.

(a) Para quais valores de x0 2 R existe lim f (x)? Justi…que.


x!x0

(b) Para quais valores de x0 2 R f (x) é contínua? Justi…que.

11. Seja f (x) a função representada na Figura 6 e g(x) representada na Figura 7.

Figura 7: Exercícios 11.


Determine:
(o) lim (f + g)(x)
(h) lim (f + g)(x) x!4
(a) lim (f + g)(x)
x! 9 x!0 (p) lim+ (f + g)(x)
(i) lim+ (f + g)(x) x!4
(b) (f + g)( 9) x!0 (q) lim (f + g)(x)
g (j) lim (f + g)(x) x!4
(c) lim (x) x!0 (r) (f + g)(4)
x! 9 f
(k) (f + g)(0) (s) lim (f + g)(x)
g x!+1
(d) ( 9) g
f (l) lim (x) (t) lim (f + g)(x)
x!0 f x! 1
(e) lim (f g)(x)
x! 4 g (u) lim (f g)(x)
(m) lim+ (x) x!+1
(f) lim + (f g)(x) x!0 f (v) lim (f g)(x)
x! 4
g x! 1
(g) lim (f g)(x) (n) (0) g
x! 4 f (w) lim (x)
x! 1 f

12. Dados lim f (x) = 2; lim g(x) = 4 e lim h(x) = 0: Obtenha os limites abaixo
x!a x!a x!a
justi…cando seu raciocínio usando as propriedades de limites.
7g(x)
(a) lim [f (x) + 2g(x)] (c) lim [g(x)]2 (e) lim
x!a 2f (x) + g(x)
x!a x!a
p
(b) lim [h(x) 3g(x) + 1] (d) lim 6 + f (x)
3
3f (x) 8g(x)
x!a x!a (f) lim
x!a h(x)

104
13. Determine para quais valores de x 2 R a função f (x) dada a seguir é contínua.
(
5
; se x 6= 4 ( 2
(a) f (x) = x 4 x +x 6
1; se x = 4 (d) f (x) = ; se x 6= 3
( x + 3
1 + x; se x 2 1; se x = 3
(b) f (x) = 2 x; se 2<x<2 2x 1
2x 1; se x 2 (e) f (x) = 2
x x3
( 2
1; se x < 0 j3x + 2xj
(c) f (x) = 0; se x = 0 (f) f (x) =
x
x; se x > 0

14. Determine o(s) valor(es) da constante k; se existir(em), para que a função


8
>
< 2kx; sex 1
f (x) = x + k; se1 < x < 2
>
: 2
; sex 2
kx
seja contínua em R:
(
x2 + 2ax + b + 15; sex < 1
15. Considere a função f de…nida por f (x) = 5; sex = 1 :
bx3 ax2 ; sex > 1
Determine os valores de a e b para que a função f (x) seja contínua em R:
16. Considere
8 as funções g e h de…nidas por g(x) = x2 2; para todo x 2 R; e
< 2x2
; sex 6= 0
h(x) = jxj :
:
a + 1; sex = 0

(a) Determine f (x) = (g h)(x):


(b) Determine o valor de a para que a função f (x) seja contínua em x = 0:

105
17. Calcule os limites.
x2 5x + 6 x4 16
1. lim ; 2. lim
x!3 x 3 x!2 x 2
t3 + 8 x2 + 6x + 5
3. lim 4. lim
t! 2 t+2 x! 1 x2 3x 4
x2 4x + 4 s6 2s3 5s + 1
5. lim 6. lim
x!2 x2 + x 6 s! 1 4s4 3s
y 2
7. lim [ln (1 + x) ln x] 8. lim
x!+1 y! 1 y 2 + 2y + 1

r p
3 3u2 4u5 5y 2 2
9. lim 10. lim
u!+1 2u7 + 1 y! 1 y+3

u2 8 2x + 8
11. lim p 12. lim
u! 1 3u4 + u x! 3 x+3

s 6 4 x
13. lim 14. lim
s!6 s2 36 x!4 x2 2x 8
p
x+4 2 10x
15. lim 16. lim p p
x!0 x x!0 x2 +3 x+3

3x2 17x + 20 (2 + h)4 16


17. lim 18. lim
x!4 4x2 25x + 36 h!0 h
p p
a2 + bt a x 2 + a2 a
19. lim ,a>0 20. lim p , a, b > 0
t!0 t x!a x 2 + b2 b
p 3
p
8+h 2 3
x 1
21. lim 22. lim p
h!0
p h p x!1 4 x
p1
3
x2 2 3 x + 1 3 5+x
23. lim 24. lim p
x!1 (x 1)2 x!4 1
p5 x
p p x x + 3x 10
25. lim x2 + 1 x2 1 26. lim
x!+1 p x!+1 p x3
x2 + 1 2
x +1
27. lim 28. lim
x!+1 x + 1 x! 1 x + 1

p p 3 y
29. lim 3x2 + 2x + 1 2x 30. lim p
x!+1 y!+1 5 + 4y 2

5x3 x2 + x 1
31. lim p3 y
32. lim
y! 1 5+4y 2 x! 1 x4 + x3 x+1
p
3
3x + 5 2 j2x2 11x + 12j
33. lim 34. lim
x!1 x2 1 x!4 x2 16

106
18. Calcule os seguintes limites, usando os limites notáveis sempre que for possível.
sen (x2 1)
sin x sin 2 (n) lim 3
(a) lim x!1 x 3x2 x + 3
x!2 x 2 x+2

sen (a + x) sen (a x) 3 7 1
(b) lim (o) lim
x!0 x x! 2 x + 2
2 1
sin x:cotg (x)
(c) lim (p) lim xtg
x!0 x x!1 x
x p
x x
(q) lim 1 2x
(d) lim x!0
x! 1 1+x q
(e) lim
sen x (r) lim x+4
(x + 5)2
x! 4
x! x
x 2
1 2 cos x 1
(f) lim (s) lim 5 + 1 +
x! 3 sen x x!+1 x
3
x 1 x 1
tg (x) sen x e a
(g) lim (t) lim 2
x!0 x3 x!1 x 1
ln (1 + ax) (2x 2)
e 1
(h) lim (u) lim (5x 5)
x!0 x x!1 e 1
eax ebx 2 1
(i) lim (v) lim
x!0 x x!0 sen2 x 1 cos x
ln x ln 3 2x 5x
(j) lim (w) lim
x!3 x 3 x!0 sen(2x) senx
cotg 2 (x) p
(k) lim (1 + 3tg (x))2 p p
x!0 (x) lim x+ x x
x 3 x!+1
e e
(l) lim (y) lim [x (ln (x 1) ln x)]
x!3 x 3 x!+1
" #
ln (2 x) x+5
(m) lim 1
x!1 x 1 (z) lim 10 + 1 +
x!1 x

19. Calcule os seguintes limites, usando os limites notáveis sempre que for possível.
x2 3sen x
(a) lim 1 tg (x)
x!0 x (g) lim
1 2 cos x + cos (2x) x! 4 cos x sin x
(b) lim x2
x!0 x2 x2 + 1
ln x (h) lim
(c) lim+ p x!1 x2 3
x!1 x 1 sec2 x
esen x 1 (i) lim (sen2 x + 2 cos2 x)
x! 2
(d) lim p
x!0 sin (2x)
(j) lim [x ( x e 1)]
x!1
e2x ex x
(e) lim (k) lim p
x!0 sen (2x) senx x!0 1 cos x
x 1
x
3 4 1 (l) lim (1 x) tg 2
(f) lim x!1
x!1 sin [5 (x 1)]

(x 4)2
20. Sejam f e g duas funções de…nidas por g (x) = x 2 e f (x) = x cosec (x 4) :
e e4
Determine lim h (x) :, sendo h (x) = (f g) (x) :
x!6

107
x
p x+c
21. Sejam f (x) = ln 2 2x, para todo x < 1; e k = lim : Encontre, se
x!+1 x c
1
possível, o valor da constante c para que f (0) = k:
( a
sin (2x) + (x + 1) b, se x < 0
22. Considere a função f (x) de…nida por f (x) = x :
a (x2 + 1) + 3b, se x 0
Encontre, se possível, uma relação entre as constantes a e b de tal forma que a
função f (x) seja contínua em 0.
1
23. Obtenha lim F (x), sabendo que F (x) = h (f (g (x))) com f (x) = ex , g (x) =
x! 1
1 cos (x 1)
ex 2 e h (x) =
x 1
p 3
24. Sejam f (x) = 3
ln (2x 1 + j1 xj) e g (x) = ex :

(a) Determine o domínio da função f:


(b) Estude a continuidade da função h (x), sabendo que
8
< g (f (x)) , se x 2 Df
>
0, se x = 0
h (x) = :
: sin (2x) 2, se x 2 R
>
fDf g
x
Caso a função h não seja contínua em todos os pontos, classi…que a(s) de-
scontinuidade(s).

25. Use a de…nição de continuidade para decidir se a função


8
>
> 1 e3 sin x
>
< sin (2x) , se x 0
f (x) =
>
> p p p
>
: x lim x+ x x + 1 , se x > 0
x!+1

é contínua em x = 0. Caso conclua que a função não é contínua em 0 classi…que


essa descontinuidade.
26. Sejam f (x) = sin(5x), g (x) = x2 1 e h (x) = ln (x 1) : Determine lim F (x),
x!1
f (g (x))
sabendo que F (x) = .
g (x) :h (h 1 (x 3))
8 2
>
> 2 ebx 1
>
>
>
> , se x < 0
< 5 5 cos2 x
27. Considere a função f , de…nida por f (x) = :
>
> a, se x = 0
>
>
>
>
:
(x + 1)(ln 5)=x , se x > 0
Encontre, se possível, o valor das constante a e b para que a função f (x) seja
contínua em 0.
28. Determine o valor dos seguintes limites, justi…cando sua resposta.

108
1 + cos(x)
(a) lim
x!+1 x
1; se x 2 Q
(b) lim xq(x); sendo q(x) =
x!0 1; sex 2 R Q
(c) lim ex sin(x)
x! 1

29. Temos que


h
sin(x) x tan(x) para todo x 2 0;
2
i
tan(x) x sin(x) para todo x 2 ;0
2
x
Use o Teorema do confronto para provar que lim = 1:
x!0 sin(x)

30. Seja f de…nida em R tal que para todo x 6= 1 tem-se que

x2 1
x2 + 3x f (x) :
x 1
Calcule lim f (x) justi…cando sua resposta.
x!1

109
Respostas:

1. .

(a) lim f (x) = 1 (c) lim f (x) não existe (e) lim f (x) = 0
x!1 x!1 x! 1
(b) lim+ f (x) = 0 (d) f (1) = 0 (f) lim f (x) = +1
x!1 x!+1

2. .

(a) lim f (x) = 5 (e) lim f (x) = 5


x! 2 x!2
(b) lim f (x) = 5 (f) lim+ f (x) = 5 (i) lim f (x) = +1
x! 1
x! 2+ x!2
(c) lim f (x) = 5 (g) lim f (x) = 5 (j) lim f (x) = +1
x!2 x!+1
x! 2
(d) f ( 2) = 5 (h) f (2) = 4

3. .

(a) lim f (x) = +1 (c) lim f (x) = +1 (e) lim f (x) não existe
x!0 x!0 x! 1
(b) lim+ f (x) = +1 (d) f (0) não existe (f) lim f (x) não existe
x!0 x!+1

4. .

(a) lim f (x) = 1 (c) lim f (x) não existe (e) lim f (x) = 1
x!2 x!2 x! 1
(b) lim+ f (x) = +1 (d) f (2) = 0 (f) lim f (x) = +1
x!2 x!+1

5. .

(a) lim f (x) = 1 (c) lim f (x) não existe (e) lim f (x) = 2
x! 1 x! 1 x! 1
(b) lim + f (x) = 2 (d) f ( 1) = 2 (f) lim f (x) = 1
x! 1 x!+1

6. .
(a) = 0; 1 (d) = 0; 4
(b) = 0; 04 (e) = 0; 4
(c) = 0; 4 (f) =3

7. .

(a) =2
p
(b) =
2
p p
(c) = minfj 1 1j; 1+ 1g; 2 (0; 1)
(d) = minfje 1j; e 1g
p p
(e) = minfj 1 1j; 1 + 1g; 2 (0; 1)
2 2
(f) = minfj(2 ) 4j; (2 + ) 4g; 2 (0; 2)

110
( )
2 2
2 2
(g) = min 4; 4 ; 2 (0; 1=2)
1 2 1+2
1 1
(h) N = 2 ; 2 (0; 1=2) ou N pode ser qualquer número negativo se > 2

1
(i) =
M
1
(j) N = 2 +

8. Use a de…nição de limite e mostre que dado > 0 basta escolher = =3 para
provar que lim f (x) = 3:
x!1

9. Use a de…nição de continuidade num ponto e a de…nição de limite.


10. (a) x0 2 R f 4; 0g (b) x0 2 R f 9; 4; 0g
11. .

(o) 1
(a) 0 (h) 6 (p) 1
(b) 2 (i) +1 (q) 1
0
(c) (indeterminação) (j) não existe (r) 0; 25
0 (s) +1
(d) 0 (k) 6
(l) 1 (t) +1 1 (indeterminação)
(e) 4
(m) 0 (u) +1
(f) 2
(n) 1 (v) 1
(g) não existe 1
(w) +1
(indeterminação)

12. (a) 6 (b) 13 (c) 16 (d) 2 (e) 1 (f) 1


13. (a) R f4g (b) R f 2; 2g (c) R f0g (d) R f3g (e) R f0; 1g (f)
R f0g
14. Não existe valor para k para que f seja contínua.
15. a = 2 e b = 7
4x2 2; se x 6= 0
16. (a) f (x) = (b) a = 1
a2 + 2a 1; se x = 0
17. .
1. 1 2. 32
3. 12 4. 54
5. 0 6. +1
7. 0 8. 0 p
9. 0 p 10. 5
11. 33 12. 1
1
13. 12 14. 61

111
p
15. 14 16. 20 3
17. 1 18. 32 p
b a(1 2)
19. 2a 20. b pa2 +b2
1
21. 12 22. 43
1
23. 9 24. 31
25. 0 26. 0
27. 1 28. 1
29. +1 30. 21
31. 12 32. 0
33. 81 34. 85 , se x ! 4 e 58 , se x ! 4+
18. .
1
(n) 2
1
(a) cos 2 (o) ln 3
7
(b) 2 cos a (p) 1
(c) 1 (q) e 2
(d) e 1 (r) e2
(e) 1 (s) (e + 5)2
p
(f) 3 1 1
1 (t) ln a
(g) 2 2
2 2
(u)
(h) a 5
(i) a b 1
(v)
1 2
(j) 2
3 (w) ln
(k) e3 5
(l) e3 1
(x)
(m) 1 2
(y) 1
(z) e + 10

19. .
(a) 3 p
(b) 1 (g) 2
4
(c) 0 (h) e
1 (i) e
(d) (j) 1
2 p p
(e) 1 (k) 2, se x ! 0+ ; 2, se x ! 0
1 (l) 2
(f) ln 3
20
4
20. e
p
21. c = ln( 2)
22. a = 2b
23. 0

112
24. (a) (0; +1) (b) h(x) é contínua para todo x 2 R
3 1
25. lim+ f (x) = ; lim f
2 x!0+
(x) = 2
; descontinuidade essencial em x = 0.
x!0

5
26. 2

25
27. a = 5 e b = 2

28. Todos os limites dão zero.


29. -
30. lim f (x) = 2
x!1

113
Capítulo 3

Derivada e Diferencial

Objetivos
Determinar a equação de retas tangentes a uma curva em um determinado ponto;

Resolver problemas que envolvam retas paralelas e normais à reta tangente de uma
curva em ponto;

Calcular derivadas pela de…nição;

Derivar qualquer função, usando as regras de derivação;

Determinar as derivadas laterais;

Derivar funções compostas (regra da cadeia);

Derivar implicitamente uma função;

Encontrar a derivada de funções parametrizadas;

Determinar derivadas de ordem superior;

Interpretar geométrica e …sicamente derivadas e diferenciais;

Resolver problemas que envolvam diferenciais.


3.1 Introdução

O Cálculo Diferencial é o ramo da matemática que tem como foco o estudo


do movimento e da variação deste movimento. Seu objeto de estudo são as funções. As
idéias que usaremos aqui foram introduzidas no século XVII por Newton e Leibnitz.
A intenção de Cálculo Diferencial é o de medir os incrementos ou variações
de grandezas, isto é, problemas do tipo: dada uma função, medir o seu incremento.

Exemplo 1:

a. A velocidade é a variação da distância em relação ao tempo, isto é, o incremento da


distância na unidade de tempo é a velocidade.
b. O peso de um animal aumenta regularmente 5 quilos por mês, isto é, o seu incremento
em quilos por mês é 5.

3.2 Reta Tangente

Sejam y = f (x) uma curva do R2 . Sejam P e Q dois pontos distintos desta


curva, cujas coordenadas são (x0 ; f (x0 )) e (x1 ; f (x1 )), respectivamente.
y
s
Q
y 1 = f (x1 )
y = f (x )
∆y
y 0 = f (x 0 )
P α
∆x

x0 x1 x

A inclinação da reta secante s, que passa pelos pontos P e Q, é

f (x1 ) f (x0 ) y
ms = tg ( ) = = .
x1 x0 x
Supondo que o ponto P se mantém …xo e Q se move sobre a curva na direção
de P . Assim, a inclinação da reta secante irá variar. À medida que Q se aproxima de P
a inclinação da reta secante varia cada vez menos até atingir uma posição limite. Este
limite é chamade de inclinação da reta tangente (t) à curva no ponto P .

115
t
y

Q s
y 1 = f (x1 )
y = f (x )
P
y 0 = f (x 0 )

x0 x1 x

De…nição 1: Dada uma curva y = f (x), seja P (x0 ; f (x0 )) um ponto sobre
ela. A inclinação da reta tangente à curva em P é dada por

y f (x1 ) f (x0 )
mt = lim = lim ,
Q!P x x 1 !x 0 x1 x0
quando este limite existe.
De…nindo x1 = x0 + x. Se x1 ! x0 , então x ! 0. Assim, podemos
reescrever o coe…ciente angular da reta tangente como

y f (x0 + x) f (x0 )
mt = lim = lim .
x!0 x x!0 x

Sabemos que a equação geral de uma reta é

y y0 = m (x x0 ) ,

onde m é o coe…ciente angular da reta.


Dessa forma, podemos escrever a equação da reta tangente à curva y =
f (x) no ponto P (x0 ; f (x0 )) é

y f (x0 ) = mt (x x0 ) .

Exemplo 2:

1. Encontre a inclinação da reta tangente à curva y = x2 +6x+9, no ponto P (x0 ; y0 ).


Solução: Pela de…nição 1, sabemos que a inclinação da reta tangente à curva
y = x2 + 6x + 9 no ponto P (x0 ; y0 ) é
f (x0 + x) f (x0 ) (x0 + x)2 +6(x0 + x)+9 (x20 +6x0 +9)
mt = lim x
= lim x
=
x!0 x!0
2x0 x+( x)2 +6 x
mt = lim x
= lim (2x0 + ( x) + 6) = 2x0 + 6.
x!0 x!0
Logo, o coe…ciente angular da reta tangente é 2x0 + 6.

116
2. Determine a equação da reta tangente à curva y = 3x2 + 5, no ponto cuja abcissa
é 4.
Solução: Sabemos que, a equação da reta tangente à curva y = f (x) = 3x2 + 5,
no ponto de abcissa 4, é

y f (4) = mt (x 4) ,
onde:
f (4) = 3 (4)2 + 5 = 53;
2 3(16+8 x+( x)2 ) 48 24 x+3( x)2
mt = lim f (4+ x)x f (4) = lim 3(4+ x)x+5 53
= lim x
= lim x
=
x!0 x!0 x!0 x!0
24.
Logo, a equação da reta tangente é
y 53 = 24 (x 4) ) y = 24x 43.
Geometricamente,

y
50

2 4
-50 x

p
3. Considere à curva y = x. Determine a equação da reta tangente a curva e
paralela à reta r : 18x 3y + 3 = 0 :
p
Solução: Seja t a reta tangente à curva y = f (x) = x e paralela à reta r : y =
6x + 1.
Como as retas t e s são paralelas, então mt = ms = 6. (1)
Por outro lado, a inclinação da reta tangente é
p p
f (x0 + x) f (x0 ) x0 + x x0
mt = lim x
= lim x
x!0 x!0

Resolvendo-se o limite acima, obtém-se: mt = p1 . (2)


2 x0

Comparando (1) e (2), tem-se:


p1 = 6 ) x0 = 144 1
:
2 x0
1 1
Logo, a equação da reta tangente no ponto P 144
; f 144
é
1 1 1
t:y 12
=6 x 144
) t : y = 6x + 8
.
Geometricamente,

y3
2
1

1 2
x

117
4. Determine a equação da reta normal à curva y = x3 no ponto P (1; 1) :
Solução: Sejam s e t as retas normal e tangente, respectivamente, à curva y = x3
no ponto P (1; 1) :
Como as retas t e s são perpendiculares, então mt :ms = 1. (1)
Por outro lado, a inclinação da reta tangente em P é
f (1+ x) f (1) (1+ x)3 1
mt = lim x
= lim x
x!0 x!0

Resolvendo-se o limite acima, obtém-se: mt = 3. (2)


1
Substituindo (2) em (1), tem-se que: ms = 3
:
Dessa forma, a equação da reta normal no ponto P (1; 1) é
1 4 1
s:y 1= 3
(x 1) ) s : y = 3 3
x.
,

y
4
2

-2 -1 -2 1 2
x
-4

3.3 Derivadas

Derivada de uma função num ponto

De…nição 2: A derivada de uma função f (x) num ponto x0 , denotada por


f 0 (x0 ) é de…nida pelo limite

f (x0 + x) f (x0 )
f 0 (x0 ) = lim ,
x!0 x
quando este limite existe.
Lembrando que: x1 = x0 + x , podemos escrever f 0 (x0 ) como
f (x1 ) f (x0 )
f 0 (x0 ) = lim .
x1 !x0 x1 x0

Geometricamente, f 0 (x0 ) representa a inclinação da reta tangente à curva


y = f (x) no ponto P (x0 ; f (x0 )).

118
Derivada de uma função

De…nição 3: A derivada de uma função y = f (x), denotada por f 0 (x) tal


que seu valor em qualquer x 2 Df é de…nido por

f (x + x) f (x)
f 0 (x) = lim ,
x!0 x
quando este limite existe.

Dizemos que f é derivável quando existe a derivada em todos os pontos de


seu domínio.
Observações:

(i) Da de…nição 2, temos que o coe…ciente angular da reta tangente a uma curva y =
f (x), em um ponto P (x0 ; f (x0 )), é mt = f 0 (x0 ).
f (x+ x) f (x)
(ii) Na de…nição 3, o quociente x
é chamado Quociente de Newton.

Outras notações de derivada:


dy
f 0 (x) = y 0 = Dx f = .
dx

Exemplo 4: Seja f (x) = x2 + 1. Determine f 0 (3).

Solução: Pela de…nição de derivada de uma função num ponto, em x0 = 3, temos que:

f (3+ x) f (3) ((3+ x)2 +1) (32 +1) 10+6 x+( x)2 10
f 0 (3) = lim x
= lim x
= lim x
= 6.
x!0 x!0 x!0

Portanto, f 0 (3) = 6.

Exemplo 5: Determine a derivada de cada uma das funções:


x 2
1. f (x) = x+3
;
Solução: Pela de…nição de derivada, temos que:
(x+ x) 2 x 2
f (x+ x) f (x)
f 0 (x) = lim x
= lim (x+ x)+3
x
x+3

x!0 x!0
(x+ x 2)(x+3) (x 2)(x+ x+3)
= lim x(x+3)(x+ x+3)
x!0
5 x
= lim x(x+3)(x+ x+3)
x!0
5 5
= lim ) f 0 (x) = (x+3)2
.
x!0 (x+3)(x+ x+3)

119
1
2. f (x) = x 3 .
Solução: Pela de…nição de derivada, temos que:
1 1
f (x+ x) f (x) (x+ x) 3 x3 0
f 0 (x) = lim x
= lim x
= 0
x!0 x!0

De…nindo u3 = x + x e a3 = x. Se x ! 0, então u ! a. Dessa forma,


f 0 (x) = lim uu3 aa3 = lim u2 +au+a
1 1
2 = 3a2 ,
u!a u!a
p
mas a = 3 x, então:
1
f 0 (x) = 3 p
3 2.
x

3.4 Diferenciabilidade

Como a de…nição de derivadas envolve limites, a derivada de uma função


existe quando o limite da de…nição 3 existe. Esses pontos são chamado pontos de difer-
enciabilidade para f , e os pontos onde este limite não existe são chamados de pontos de
não-diferenciabilidade para f .
Geometricamente, os pontos de diferenciabilidade de f são aqueles onde
a curva y = f (x) tem uma reta tangente,e os pontos de não-diferenciabilidade são
aqueles onde a curva não tem reta tangente. De modo informal, os pontos de não-
diferenciabilidade mais comumente encontrados podem ser classi…cados como: picos,
pontos de tangência vertical e pontos de descontinuidade.
y y
y

x0 x0 x x0 x
x

Ponto anguloso (bico) Ponto de tangência vertical Ponto de descontinuidade


Intuitivamente, os picos são pontos de não-diferenciabilidade, uma vez que
não há como desenhar uma única reta tangente em tal ponto. Por um ponto de tangência
vertical entendemos um lugar na curva onde a reta secante tende a uma posição limite
vertical. Neste pontos, o único candidato razoável para a reta tangente é uma reta
vertical naquele ponto. Mas as retas verticais tem inclinação in…nita; logo, a derivada
(se existisse) teria um valor …nito real lá, o que explicaria intuitivamente por que a
derivada não existe no ponto de tangência vertical.
y
P y

Q
Q
Q

P
x x x
x0 x0 x x

Exercício 6: Prove que a função f (x) = jxj não é diferenciável em x = 0.

120
Solução: Pela de…nição de derivada de uma função em um ponto, temos
que:
f (0 +x) f (0) j0 + xj j0j j xj
f 0 (0) = lim = lim = lim
x!0 x x!0 x x!0 x
1, se x > 0
f 0 (0) = .
1, se x < 0
j xj
Como os limites laterais são diferentes, dizemos que o limite lim não
x!0 x
existe. Conseqüentemente, f 0 (0) não existe.

Observação: A função f (x) = jxj é contínua em x = 0 e no entanto não é


derivável em x = 0.

Continuidade de funções deriváveis

Vejamos um teorema que nos garante a continuidade da função nos pontos


em que esta é derivável.
Teorema: Se uma função y = f (x) é derivável em x = a, então é contínua
em x = a.
Demonstração:
Devemos mostrar que lim f (x) = f (x0 ), ou seja, que lim (f (x) f (x0 )) =
x!x0 x!x0
0.
Note que:
f (x0 +
x) f (x0 )
lim (f (x0 + x) f (x0 )) = lim : x
x!0 x!0 x
f (x0 + x) f (x0 )
= lim : lim x.
x!0 x | x!0
{z }
=0
f (x0 + x) f (x0 )
Por hipótese, f é derivável então lim existe e é igual a
x!0 x
f 0 (x0 ). Dessa forma,

lim (f (x0 + x) f (x0 )) = 0 .


x!0

Por propriedades de limites, tem-se que:

lim f (x0 + x) = f (x0 ) .


x!0

De…nindo x = x0 + x. Se x ! 0, então x ! x0 . Portanto,

lim f (x) = f (x0 ) :


x!x0

Observações:

(i) Convém notar que o recíproco deste teorema não é necessariamente correto, isto é,
uma função y = f (x) pode ser contínua em x = a e, no entanto, não derivável em
x = a. Pode-se observar isso, no exemplo 6.

121
(ii) O teorema acima nos garante que nos pontos de descontinuidade a função não pode
ter derivada. Embora com isto não se queira dizer que
nos demais exista.

p
Exemplo 7: A função y = x é de…nida e contínua para todo x 2 R+ , mas
1
f 0 (x) = p não é de…nida para x = 0. Portanto, não existe y 0 para x 2 R .
2 x

3.5 Derivadas Laterais

De…nição 4: Seja y = f (x) uma função de…nida em x = x0 , então a


derivada à direita de f (x) em x0 indica por f+0 (x0 ) é de…nida por

f (x0 + x) f (x0 ) f (x) f (x0 )


f+0 (x0 ) = lim + = lim+ ,
x!0 x x1 !x0 x x0

caso o limite exista.

De…nição 5: Seja y = f (x) uma função de…nida em x = x0 , então a


derivada à esquerda de f (x) em x0 indica por f 0 (x0 ) é de…nida por

f (x0 + x) f (x0 ) f (x) f (x0 )


f 0 (x0 ) = lim = lim ,
x!0 x x1 !x0 x x0

caso o limite exista.


Do teorema da unicidade dos limites teremos que, se

f+0 (x0 ) = f 0 (x0 ) ,

então f é derivável em x0 .

2x 1, se x < 3
Exemplo 8: Seja f (x) = , calcule a derivada em x = 3.
8 x, se x 3
Solução: Sabemos que f 0 (3) existe se as derivadas laterais existirem e forem
iguais.
As derivadas laterais são:
f 0 (3) = lim f (3+ x)x f (3) = lim 6+2 x 6
x
= 2;
x!0 x!0
f+0 (3) = lim + f (3+ x) f (3)
x
= lim + 8 3 x 8+3
x
= 1.
x!0 x!0
Como f+0 (3) 6= f 0 (3), então f não é derivável em x = 3

Exemplo 9: Seja f (x) = (x 2) jxj. Encontre f 0 (0) :


Solução: Aplicando a de…nição de módulo, podemos reescrever f como

x2 2x, se x 0
f (x) = .
(x2 2x) , se x < 0

122
O grá…co de f é:

y
2

-2 2 4
-2 x

Geometricamente, concluímos f não é derivável em x = 0, pois apresenta


um pico neste ponto.
Mostremos analiticamente que f 0 (0) não existe.
As derivadas laterais são: 2
f+0 (0) = lim + f (0+ x)x f (0) = lim + (0+ x) 2(0+
x
x) 0
= 2;
x!0 x!0
(0+ x)2 +2(0+ x) 0
0
f (0) = lim f (0+ x)x f (0) = lim x
= 2.
x!0 x!0
Conclusão: f (0) não existe, pois f+0 (0) 6= f 0 (0) :
0

3.6 Regras de Derivação

A derivada de uma função é de…nida como um limite e usamos este limite para
calcular alguns casos simples. Vamos desenvolver agora alguns teoremas importantes,
que possibilitarão calcular derivadas de forma mais e…ciente.

Derivada de uma função constante

Teorema: Se f (x) = k, com k 2 R, então f 0 (x) = 0.


Demostração: Pela de…nição de derivada, temos que:
f 0 (x) = lim f (x+ x)x f (x) = lim k xk = lim 0 = 0.
x!0 x!0 x!0

Exemplo 10: Se f (x) = 10, então f 0 (x) = 0.

Regra da Potência

Teorema: Se f (x) = xn , com n 2 N, então f 0 (x) = nxn 1 .


Demostração: Pela de…nição de derivada, temos que:
n n
f 0 (x) = lim f (x+ x)x f (x) = lim (x+ x)x x (1)
x!0 x!0
Pelo binômio de Newton, sabemos que
(x + x)n = xn + nxn 1 x + n(n2 1) xn 2
( x)2 + + nx ( x)n 1
+ ( x)n .
Substituindo em (1), segue que:
n(n 1) n 2
nxn 1 x+ x ( x)2 + +nx( x)n 1
+( x)n
f 0 (x) = lim 2
x
x!0

= lim nxn 1
+ n(n 1) n 2
2
x ( x) + + nx ( x)n 2
+ ( x)n 1
= nxn 1 .
x!0

123
Portanto, f 0 (x) = nxn 1 .

Exemplo 11:

(a) Se f (x) = x7 , então f 0 (x) = 7x6 .


(b) Se f (x) = x, então f 0 (x) = 1.

Observação: Se n 2 Q , o teorema acima continua verdadeiro.

Derivada do produto de uma constante por uma função

Teorema: Se f for uma função diferenciável em x e c for um número real


constante, então cf também é diferenciável em x e

d df (x)
(cf (x)) = c .
dx dx

Demonstração: De…na g (x) = cf (x). Pela de…nição de limite, temos que:


g 0 (x) = lim g(x+ x)x g(x) = lim cf (x+ x)x cf (x) = c lim f (x+ x)x f (x) .
x!0 x!0 x!0
Como f é diferenciável em x, então f 0 (x) existe. Assim,

g 0 (x) = cf 0 (x)
Portanto,
(cf (x))0 = cf 0 (x) :

Exemplo 12:

(a) Se f (x) = 3x4 , então f 0 (x) = 12x3 .


x3
(b) Se f (x) = , então f 0 (x) = 3 x2 .

Derivada de soma e diferença de funções

Teorema: Se f e g forem funções diferenciáveis em x, então f g também


é diferenciável em x e
d df (x) dg (x)
[f (x) g (x)] = .
dx dx dx

Demonstração: De…nindo h (x) = f (x) + g (x). Pela de…nição de limite,


temos que:
h(x+ x) h(x)
h 0 (x) = lim x
= lim f (x+ x)+g(x+ x x) f (x) g(x) :
x!0 x!0
Reagrupando os termos e aplicando a propriedade do limite da soma de
funções, tem-se que:

124
f (x+ x) f (x) g(x+ x) g(x)
h0 (x) = lim x
+ lim x
.
x!0 x!0
Como f e g são funções diferenciáveis, segue que

h0 (x) = f 0 (x) + g 0 (x) .

Portanto, a derivada da soma é a soma das derivadas, ou seja,

(f (x) + g (x))0 = f 0 (x) + g 0 (x) .

p
Exemplo 13: Se f (x) = 6 3 x + 3x2 + 7. Determine f 0 (x).
Solução: Aplicando a propriedade da derivada da soma, temos que:
p 0 p 0 0
f 0 (x) = (6 3 x + 3x2 + 7) = (6 3 x) + (3x2 ) + (7)0 :

Pelas propriedades da derivada de uma constante por uma função e da


derivada de uma função constante, segue que:
0
1 0
f 0 (x) = 6 x 3 + 3 (x2 ) + 0:
Aplicando a regra da potência, obtém-se:
1
f 0 (x) = 6: 13 x 3 1 + 3:2x2 1 = 6x + 22 = 6x + 2
3 2.
p
x
x3

Regra do Produto

Teorema: Se f e g forem funções diferenciáveis em x, então f:g também


é diferenciável em x e
d dg (x) df (x)
[f (x) :g (x)] = f (x) + g (x) .
dx dx dx

Demonstração: De…nindo h (x) = f (x) :g (x). Pela de…nição de limite,


temos que:
h(x+ x) h(x) f (x+ x):g(x+ x) f (x):g(x)
h0 (x) = lim x
= lim x
x!0 x!0
Somando e subtraindo f (x) :g (x + x), segue que:
h0 (x) = lim f (x+ x):g(x+ x) f (x):g(x+ x x)+f (x):g(x+ x) f (x):g(x) .
x!0
Rearranjando os termos e aplicando a propriedade do limite da soma de
funções, tem-se que:
h 0 (x) = lim f (x+ x):g(x+ x)x f (x):g(x+ x) + lim f (x):g(x+ x)x f (x):g(x)
x!0 x!0
= lim g(x+ x)(f (x+
x
x) f (x))
+ lim f (x)(g(x+ x) g(x))
x
.
x!0 x!0
Aplicando a propriedade do produto de limites, temos que:
h0 (x) = lim g (x + x) : lim f (x+ x)x f (x) + lim f (x) : lim g(x+ x) g(x)
x
.
x!0 x!0 x!0 x!0
Como f e g são funções diferenciáveis, segue que:

h0 (x) = g (x) :f 0 (x) + f (x) :g 0 (x) .

125
p
Exemplo 14: Se f (x) = x2 x. Determine f 0 (x).
Solução 1: Pela regra do produto, temos que:
0p 1 0 p 3
f 0 (x) = (x2 ) x + x2 x 2 = 2x x + x2 2p1 x = 25 x 2 .

5
Solução 2: Reescrevendo f , temos que: f (x) = x 2 .
Pela regra do produto, obtemos que:
5 1 3
f 0 (x) = 52 x 2 ) f 0 (x) = 52 x 2 .

Observação: O teorema anterior é válido para mais de duas funções, ve-


jamos para três. Se f (x) = u(x):v(x):w(x), então

f 0 (x) = u0 (x):v(x):w(x) + v 0 (x):u(x):w(x) + w0 (x):u(x):v(x)

e assim sucessivamente.

Regra do Quociente

f
Teorema: Se f e g forem funções diferenciáveis em x e g (x) 6= 0, então g
também é diferenciável em x e
d f (x) g (x) :f 0 (x) f (x) :g 0 (x)
= .
dx g (x) (g (x))2

f (x)
Demonstração: De…nindo h (x) = g(x)
. Pela de…nição de limite, temos que:
f (x+ x) f (x)
h(x+ x) h(x) g(x):f (x+ x) g(x+ x)f (x)
h0 (x) = lim x
= lim g(x+ x)
x
g(x)
= lim x:g(x):g(x+ x)
.
x!0 x!0 x!0
Somando e subtraindo f (x) :g (x), segue que:
h0 (x) = lim g(x):f (x+ x)+f (x):g(x) f (x):g(x) g(x+
x:g(x):g(x+ x)
x)f (x)
x!0
Rearranjando os termos e aplicando a propriedade do limite da soma de
funções, tem-se que:
h0 (x) = lim g(x)(:f (x+ x) f (x))
g(x):g(x+ x) x
lim f (x)( g(x)+g(x+ x))
g(x):g(x+ x) x
x!0 x!0
:f (x+ x) f (x) f (x)
= lim 1
: lim lim : lim g(x+ x)x g(x)
x!0 g(x+ x) x!0 x x!0 g(x):g(x+ x) x!0
Como f e g são funções diferenciáveis, segue que:
1 f (x) g(x):f 0 (x) f (x):g 0 (x)
h0 (x) = g(x) :f 0 (x) (g(x)) 0
2 g (x) =
(g(x))2
.
Portanto,
0
f (x) g (x) :f 0 (x) f (x) :g 0 (x)
= .
g (x) (g (x))2

x +2 2
Exemplo 15: Se f (x) = 3x 1
. Determine f 0 (x).
Solução: Pela regra do quociente, temos que:
0
(3x 1):(x2 +2) (x2 +2)(3x 1)0 (3x 1):2x (x2 +2)30 3x2 2x 6
f 0 (x) = (3x 1) 2 = (3x 1)2
= (3x 1)2
.

126
2 + x2 h (x)
Exemplo 16: Seja f (x) = . Se h (x) é derivável, h (1) = 2 e
0 0
x3
h (1) = 10. Calcule f (1). A função f é contínua em x = 1? Justi…que.
Solução:
Como h é derivável então existe h0 (x). Assim, pela regra do quociente,
temos que
0
0 x3 : (2 + x2 h (x)) (2 + x2 h (x)) :3x2
f (x) =
x6
2 0
x: (2xh (x) + x h (x)) (2 + x2 h (x)) :3
) f 0 (x) = :
x4
Em x = 1, temos que
f 0 (1) = 2h (1) + h0 (1) 6 3h (1) = h0 (1) 3h (1) 6:
Sabemos que h (1) = 2 e h0 (1) = 10, temos que
f 0 (1) = 10 3 ( 2) 6 = 10.
Como f 0 (1) existe, f é derivável em 1 então, por teorema, f é contínua em
x = 1:

Regra da Cadeia

Teorema: Sejam y = f (u) e u = g(x), duas funções deriváveis. A derivada


da função y em relação a x é igual ao produto da derivada da função y em relação a u
pela derivada da função u em relação a x, isto é,
dy dy du dy
= : ou = f 0 (g(x)) :g 0 (x) .
dx du dx dx

Demonstração: Formemos separadamente o quociente de Newton em ambas


as funções, assim:
y + y = f (u + u) ) y = f (u + u) f (u) ) uy = f (u+ u)u f (u) ;
(1)

u g(x+ x) g(x)
u + u = g (x + x) ) u = g (x + x) g (x) ) x
= x
. (2)

Notemos que, os primeiros membros de (1) e (2), nos dão uma razão entre
o acréscimo de cada função e o acréscimo da correspondente variável. Os segundos
membros de (1) e (2), nos dão as mesmas razões de outra forma.
Escolhemos os primeiros membros por ser uma notação mais conveniente e
façamos o produto, assim:
y y u
= : .
x u x
Fazendo x ! 0, então u ! 0 pois, u(x) é derivável e portanto contínua.
De onde vem que:
y y u
lim = lim : lim .
x!0 x u!0 u x!0 x
Da de…nição de derivadas vem:

127
dy dy du dy
= : ou = f 0 (g(x)) :g 0 (x) .
dx du dx dx
Portanto,
((f g) (x))0 = f 0 (g(x)) :g 0 (x) .

Exemplo 17: Determine as derivadas das funções abaixo:


p
(a) y = 5x + 2;
p
Solução: De…nindo u = 5x + 2. Então, y = u.
dy 1 du
Assim, du
= p
2 u
e dx
= 5.

Pela regra da cadeia, temos que:


dy
= dy : du
dx du dx
) dy
dx
= 1
p
2 u
:5 ) dy
dx
= p5
2 5x+2
.

p
3
p
(b) y = 2x2 x;
p p
Solução: De…nindo v = 2x2 x, u = vey= 3
u.
dy
Pela regra da cadeia, temos que: = dy : du
dx du dx
(1)
du du dv
mas, dx
= dv dx
.
Temos que:
dv du 1 dy 2
dx
= 4x 1; dv
= p
2 v
; dx
= 3
3 2.
p
u

Assim, substituindo em (1), segue que:


dy 2 1 dy
= 3p
3 2:
p : (4x 1) ) = p 4x p 1
= 4x 1
:
dx u 2 v dx 6 3 2x2 x 2x2 x 6(2x2 x) 6
5

4 x2 +2
(c) y = (2x2 x) : 3x 1
;

Solução: Pela regra do produto, temos que:


0 0
4 x2 +2 x2 +2 4
y 0 = (2x2 x) 3x 1
+ 3x 1
(2x2 x) : ( )

Pela regra da cadeia, temos que:


0
4 3 0 3
(2x2 x) = 4 (2x2 x) (2x2 x) = 4 (4x 1) (2x2 x) : (1)

Pela regra do quociente, segue que:


0
x2 +2 3x2 2x 6
3x 1
= (3x 1)2
(2)

128
Substituindo (1) e (2) em ( ), temos que:
3 x2 +2 3x2 2x 6 4
y 0 = 4 (4x 1) (2x2 x) 3x 1
+ (3x 1)2
(2x2 x)
3
(2x2 x)
y0 = (3x 1) 2 (54x4 35x3 + 90x2 50x + 8).

x2
(d) y = p
3 2
.
(x2 +1)

Solução: Reescrevendo a função, temos que:


2
y = x2 x2 + 1 3
.

Pela regra do produto, temos que:


2 2 0
0
y 0 = (x2 ) (x2 + 1) 3 + x2 (x2 + 1) 3 : ( )

Pela regra da cadeia, temos que:


2 0 2 1
1 0
(x2 + 1) 3 = 32 (x2 + 1) 3 (x2 + 1) = 4x
3
(x2 + 1) 3
= 4x
1 : (1)
3(x2 +1) 3

Substituindo (1) em ( ), temos que:


2
4x
y 0 = 2x (x2 + 1) 3 + x2 1
3(x2 +1) 3

2x
y0 = 1 (3x2 + 5).
3(x2 +1) 3

Derivada das funções trigonométricas

1. Derivada da Função Seno: Se f (x) = sin x, então f 0 (x) = cos x.


Demonstração: Pela de…nição de limite, temos que:
f (x+ x) f (x)
f 0 (x) = lim x
= lim sin(x+ x)
x
sin x
x!0 x!0
sin x cos( x)+sin( x) cos x sin x
= lim x
x!0
sin x[cos( x) 1]+sin( x) cos x
= lim x
x!0
Aplicando propriedades de limites, temos que:
cos( x) 1
f 0 (x) = lim sin x : lim x
+ lim cos x : lim sin( x x)
x!0 x!0 x!0 x!0

f 0 (x) = sin x 0 + cos x 1 )0


f (x) = cos x.

129
Portanto,
f 0 (x) = cos x:
p
Exemplo 18: Se f (x) = sin 3x2 1, determine f 0 (x).
p
Solução: De…nindo u = 3x2 1, então y = f (u) = sin u.
Pela regra da cadeia, temos que:
y 0 = f 0 (u) :u0 = (sin u)0 :u0 = u0 : cos u
1 0 p
y 0 = (3x2 1) 2 : cos 3x2 1
1
0 p
y 0 = 12 (3x2 1) 2 (3x2 1) : cos 3x2 1
p
y 0 = p3x3x2 1 cos 3x2 1 .

2. Derivada da Função Cosseno: Se f (x) = cos x, então f 0 (x) = sin x.

Demonstração: Pela de…nição de limite, temos que:


f (x+ x) f (x)
f 0 (x) = lim x
= lim cos(x+ x)
x
cos x
x!0 x!0
cos x cos( x) sin( x) sin x cos x
= lim x
x!0
cos x[cos( x) 1] sin( x) sin x
= lim x
x!0
Aplicando propriedades de limites, temos que:
cos( x) 1 sin( x)
f 0 (x) = lim cos x : lim x
lim sin x : lim x
x!0 x!0 x!0 x!0

f 0 (x) = cos x 0 sin x 1 ) 0


f (x) = sin x.
Portanto,
f 0 (x) = sin x:

p
Exemplo 19: Se f (x) = cos sin x + 1 , determine f 0 (x).

p
Solução: De…nindo u = sin x + 1, então y = f (u) = cos u.
Pela regra da cadeia, temos que:
y 0 = f 0 (u) :u0 = (cos u)0 :u0 = u0 : sin u
p 0 p
y0 = sin x + 1 : sin sin x + 1
p p 0 p
y0 = cos x + 1: x + 1 : sin sin x + 1
1
p p
y 0 = 2px+1 cos x + 1 : sin sin x + 1 .

130
3. Derivada da Função Tangente: Se f (x) =tg(x), então f 0 (x) = sec2 x.

Demonstração: Escrevendo a função tangente como um quociente, temos que:

sin x
f (x) = tg (x) = :
cos x

Derivando pela regra do quociente, temos que:


cos x(sin x)0 sin x(cos x)0 cos2 x+sin2 x 1
f 0 (x) = cos2 x
= cos2 x
= cos2 x
= sec2 x.
Portanto,
f 0 (x) = sec2 x:

p
Exemplo 20: Se f (x) =tg sin (x2 ) , determine f 0 (x).
p
Solução: De…nindo u = sin (x2 ), então y = f (u) =tg(u).
Pela regra da cadeia, temos que:
y 0 = f 0 (u) :u0 = (tg (u))0 :u0 = u0 : sec2 u
1 0 p
y 0 = (sin (x2 )) 2 : sec2 sin (x2 )
1
0 p
y 0 = 21 (sin (x2 )) 2 (sin (x2 )) : sec2 sin (x2 )
cos(x2 ) p
y0 = x p sec2 sin (x2 ) .
sin(x2 )

4. Derivada da Função Cotangente: Se f (x) =cotg(x), então f 0 (x) = cossec2 (x).

Demonstração: Escrevendo a função cotangente como um quociente, temos que:


cos x
f (x) = cotg (x) = :
sin x

Derivando pela regra do quociente, temos que:


sin x(cos x)0 cos x(sin x)0 sin2 x cos2 x 1
f 0 (x) = sin2 x
= sin2 x
= sin2 x
= cossec 2 (x).
Portanto,
f 0 (x) = cossec 2 (x) :

Exemplo 21: Se f (x) =cotg(x2 + x + 1), determine f 0 (x).


Solução: De…nindo u = x2 + x + 1, então y = f (u) =cotg(u).
Pela regra da cadeia, temos que:
y 0 = f 0 (u) :u0 = (cotg (u))0 :u0 = u0 :cossec2 u
0
y0 = (x2 + x + 1) :cossec2 (x2 + x + 1)
y0 = (2x + 1) :cossec2 (x2 + x + 1).

131
5. Derivada da Função Secante: Se f (x) = sec (x), então f 0 (x) =tg(x) sec x.
Demonstração: Escrevendo a função secante como um quociente, temos que:

1 1
f (x) = sec x = = (cos x) :
cos x

Derivando pela regra da cadeia, temos que:


2
f 0 (x) = 1 (cos x) (cos x)0 = sin x
cos2 x
= sin x
: 1
cos x cos x
=tg(x) sec x.
Portanto,
f 0 (x) = tg (x) sec x:

6. Derivada da Função Cossecante: Se f (x) =cossec(x), então f 0 (x) = cotg(x)cossec(x).


Demonstração: Escrevendo a função cossecante como um quociente, temos que:

1 1
f (x) = cossec (x) = = (sin x) :
sin x

Derivando pela regra da cadeia, temos que:


2
f 0 (x) = 1 (sin x) (sin x)0 = cos x
sin2 x
= cos x 1
:
sin x sin x
= cotg(x) :cossec(x).
Portanto,
f 0 (x) = cotg (x) :cossec (x) :
p
Exemplo 22: Se f (x) =cossec 4 sec (x), determine f 0 (x).
p
Solução: De…nindo u = 4 sec (x), então y = f (u) =cossec(u).
Pela regra da cadeia, temos que:
y0 = u0 :cotg(u)cossec(u)
p 0 p p
y0 = 4
sec (x) :cotg 4 sec (x) cossec 4 sec (x)
1
3
0
p p
y0 = 4
(sec (x)) 4 (sec (x)) cotg 4
sec (x) cossec 4
sec (x)
1
3 p p
y0 = 4
(sec (x)) 4 tg(x) sec (x).cotg 4
sec (x) cossec 4
sec (x)
1
1 p p
y0 = 4
(sec (x)) 4 tg(x).cotg 4
sec (x) cossec 4
sec (x) :

Observação: Todos os teoremas demonstrados até aqui, são generalizados,


com o uso da função composta:

1. Se f (u) = sin u, então f 0 (u) = u0 cos u;

2. Se f (u) = cos u, então f 0 (u) = u0 sin u;

3. Se f (u) =tg(u), então f 0 (u) = u0 sec2 u;

132
4. Se f (u) =cotg(u), então f 0 (u) = u0 cossec2 (u) ;

5. Se f (u) = sec u, então f 0 (u) = u0 tg(u) sec (u) ;

6. Se f (u) =cossec(u), então f 0 (u) = u0 cossec(u)cotg(u).

Exemplo 23: Encontre o(s) ponto(s) em que a(s) reta(s) tangente(s) ao


grá…co de y = 3x tg(x) é(são) paralela(s) à reta y x = 2:
Solução:
Se t a reta tangente ao grá…co de y = f (x) que é paralela r : y = x + 2.
Então:
mt = mr ) mt = 1:
Por outro lado, sabemos que:
mt = f 0 (xo ) = 3 sec2 xo ) mt = 1 () 3 sec2 xo = 2
) cos xo = 1 () xo = 4 + k ou xo = 34 + k , com k 2 Z:
Então os pontos de tangência são: P 4 + k ; f 4 + k e Q 34 + k , f 34 + k

Derivada da função exponencial

Teorema: Se y = ax , com a > 0 e a 6= 1, então y 0 = ax ln a.


Demonstração: Pela de…nição de limite, temos que:
(x+ x) ax ax (a x 1)
y 0 = f 0 (x) = lim f (x+ x)x f (x) = lim a x
= lim x
:
x!0 x!0 x!0
Pelas propriedades de limites, temos que:
x
y 0 = lim ax : lim a x 1 = ax ln a.
x!0 x!0
Portanto,
y 0 = ax ln a.

Caso particular: Se a = e, então para y = ex , segue que

y 0 = ex ln e ) y 0 = ex .

Derivada da função logarítmica

Teorema: Se y = loga x, com a > 0 e a 6= 1, então y 0 = x1 loga e.


Demonstração: Pela de…nição de derivadas, temos que:
x+ x
log ( )
y 0 = f 0 (x) = lim f (x+ x) f (x)
x
= lim loga (x+ x)
x
loga x
= lim a xx
x!0 x!0 x!0

x 1 1
log (1+ ) x x
x x
= lim a x x
= lim loga 1 + x
= loga lim 1 + x
:
x!0 x!0 x!0
1 x x
De…nindo u
= x
, ou seja, u = x
. Se x ! 0, então u ! 1. Assim,
u 1
x u x
1 1
y 0 = loga lim 1 + u
= loga lim 1 + u
= x1 loga e:
u!1 u!1

133
Portanto,
1
y0 = loga e:
x

Caso particular: Se a = e, então para y = loge x = ln x, segue que

1
y = ln x ) y0 = .
x

Derivada de uma função exponencial composta

Teorema: Se y = uv , onde u = u (x) e v = v (x) são funções de x, deriváveis


em um intervalo I e u (x) > 0, 8x 2 I, então

y 0 = v:uv 1 :u0 + uv : ln u:v 0 .

Demonstração: Usando propriedades de logaritmo, podemos escrever a função


y = uv , como v
y = eln u ) y = ev ln u .
Note que:
y = (g f ) (x) = g (f (x)), onde g (w) = ew e w = f (x) = v ln u.
Pela regra da cadeia, temos que:
y 0 = g 0 (w) :w0 ) y 0 = ew : (v ln u)0
0
) y 0 = ew v 0 ln u + v uu ) y 0 = ev ln u (v 0 ln u + v:u 1 :u0 )
Por propriedade
v
de logaritmo, segue que:
y 0 = eln u (v 0 ln u + v:u 1 :u0 ) ) y 0 = uv (v 0 ln u + v:u 1 :u0 ).
Portanto,
y 0 = v:uv 1 :u0 + uv : ln u:v 0 .

Resumo: Aplicando a regra da cadeia para as funções compostas abaixo,


obtém-se:

1. Se y = au , com a > 0 e a 6= 1, então y = u0 :au ln a;

2. Se y = eu , então y = u0 eu ;

u0
3. Se y = loga u, com a > 0 e a 6= 1, então y = u
loga e;

u0
4. Se y = ln u, então y = u
;

5. Se y = uv , então y 0 = v:uv 1 :u0 + uv : ln u:v 0 .

Exemplo 24: Determine a derivada das funções:

134
p
2x2 +3x
1. y = 5 ;
p
Solução: De…nindo u = 2x2 + 3x, então y = 5u .
Pela regra da cadeia, temos que:
1 0 1
0
u0 = (2x2 + 3x) 2 = 12 (2x2 + 3x) 2
: (2x2 + 3x) = p4x+3 :
2 2x2 +3x

Pela regra de derivação da função exponencial composta, temos que:


p
2x2 +3x
y 0 = 5u ln 5:u0 ) y0 = p4x+3 5 ln 5.
2 2x2 +3x

2x
2. y = ln (sin (e ));
2x
Solução: De…nindo u = sin (e ), então y = ln u.
Pela regra da cadeia, temos que:
0 2x 0
u0 = (sin (e 2x
)) ) u0 = (e ) cos (e 2x
)
0 0 2x 2x 0 2x 2x
u = ( 2x) (e ) cos (e ) ) u = 2e cos (e ).
Pela regra de derivação da função logaritmo composta, temos que:
0 2e 2x cos(e 2x )
y 0 = uu ) y 0 = sin(e 2x )
= 2e 2x cotg(e 2x ) :

p 2
x
3. y = e e ;
p
Solução: De…nindo u = ex2 , então y = ln u.
Pela regra da cadeia, temos que:
1 0 1
0 1
2 2 2
0 x2 0 1 x2 x2 x2 x2
u = e ) u = 2
e e = xe e

1 1
2
p
0 x2
u =x e = x ex2 .
Pela regra de derivação da função exponencial composta, temos que:
p p 2
x
y 0 = u0 eu ) y 0 = x ex2 e e .
p
3 x 1
4. y = sec 2x + 1 +cossec x+1
;
Solução: Aplicando propriedades de derivadas, temos que:
p 0 p 0 0
y 0 = sec 3 2x + 1 + cossec xx+11 = sec 3 2x + 1 + cossec x 1
x+1
:
p x 1
De…nindo u = 3 2x + 1 e v = x+1 .
Pela regra da cadeia, temos que:
1 0 2
u0 = (2x + 1) 3 ) u = 23 (2x + 1) 3 .
Pela regra do quociente, temos que:
x 1 0 (x+1)(x 1)0 (x 1)(x+1)0 2
v0 = x+1
) v0 = (x+1)2
= (x+1)2
.
Pela regra de derivação de funções trigonométricas composta, temos que:
y 0 = u0 sec (u)tg(u) v 0 cotg(v)cotg(v)

135
2
p p 2
y0 = p
3 2
sec 3
2x + 1 tg 3
2x + 1 (x+1)2
cotg xx+11 cotg x 1
x+1
.
3 (2x+1)

2
5. y = (sin x)x ;
Solução: De…nindo u = sin x e v = x2 .
Pela regra de derivação de uma função exponencial composta, temos que:
y 0 = v:uv 1 :u0 + uv : ln u:v 0
2 2 0
y 0 = x2 (sin x)x 1
(sin x)0 + (sin x)x ln (sin x) : (x2 )
2 2
y 0 = x2 (sin x)x 1
cos x + 2x (sin x)x ln (sin x)
2
y 0 = x (sin x)x x cos x
sin x
+ 2 ln (sin x)
2
y 0 = x (sin x)x (xcotg (x) + 2 ln (sin x)).

Derivada de funções hiperbólicas

Como as funções hiperbólicas são de…nidas em termos das funções exponen-


ciais, a derivação dessas funções se resume na derivação de funções exponenciais.
Exemplo 25: Mostre que se f (x) = sinh x, então f 0 (x) = cosh x:
x x
Solução: Lembre que: f (x) = sinh (x) = e 2e . Assim,
x x
0
ex +e x
f 0 (x) = (sinh (x))0 = e 2e = 2
= cosh x.
Portanto, f 0 (x) = cosh x:

Analogamente, obtemos as derivadas das demais funções hiperbólicas, que


são:

1. Se f (u) = sinh u, então f 0 (u) = u0 cosh u;

2. Se f (u) = cosh u, então f 0 (u) = u0 sinh u;

3. Se f (u) =tgh(u), então f 0 (u) = u0 sech2 (u) ;

4. Se f (u) =cotgh(u), então f 0 (u) = u0 cossech2 (u) ;

5. Se f (u) =sech(u), então f 0 (u) = u0 tgh(u)sech(u) ;

6. Se f (u) =cossech(u), então f 0 (u) = u0 cossech(u)cotgh(u).

Observação: A demonstração das derivadas das funções hiperbólicas …ca


como exercício!

Exemplo 26: Determine a derivada das funções:

136
1. y = cosh ((x3 + 2) e4x );
Solução: De…nindo u = (x3 + 2) e4x . Então: y = cosh u.
Pela regra do produto, temos que:
0 0
u0 = (x3 + 2) (e4x ) + (x3 + 2) e4x ) u0 = 4 (x3 + 2) e4x + 3x2 e4x
u0 = (4x3 + 3x2 + 8) e4x .
Pela regra de derivação de funções hiperbólicas, temos que:
y 0 = (cosh u)0 = u0 sinh u ) y 0 = (4x3 + 3x2 + 8) e4x sinh ((x3 + 2) e4x ).

x2 +3
2. y =tgh ln x4
;
x2 +3
Solução 1: De…nindo u = ln x4
. Assim, y =tgh(u).
Derivando o ln, temos que:
x2 +3
0 2(x2 +6)
4 2x2 +12
u0 = xx2 +3 = x2x+35 = x3 +3x
.
x4 x4

Pela regra de derivação de funções hiperbólicas, temos que:


2x2 +12 x2 +3
y 0 = u0 sech2 (u) ) y 0 = x3 +3x
sech2 ln x4
.

x2 +3
Solução 2: De…nindo u = ln x4
. Assim, y =tgh(u).
Aplicando as propriedades de ln para reescrever a função u, temos que:
2x 4 2x2 +12
u = ln (x2 + 3) 4 ln x ) u0 = x2 +3 x
= x3 +3x
.
Pela regra de derivação de funções hiperbólicas, temos que:
2x2 +12 x2 +3
y 0 = u0 sech2 (u) ) y 0 = x3 +3x
sech2 ln x4
.

q
3. y = cotgh (t + 1)2 ;
p
Solução: De…nindo u =cotgh(t + 1)2 . Então, y = u.
Pela regra da cadeia, temos que:
0
y0 = 1
p
2 u
:u0 ) y0 = p 1
cossech2 (t + 1)2 (t + 1)2
2 cotgh(t+1)2

(t+1)cossech 2 (t+1)2
y0 = p .
cotgh(t+1)2

Exemplo 27: Sejam f uma função diferenciável e g a função de…nida por

g (x) = cosh (2x 1) f 8x3 :

Supondo que g 0 12 = 12 determine o valor f 0 (1).


Solução:
Pela regra do produto, temos que:
0
g 0 (x) = (2x 1)0 senh(2x 1) f (8x3 ) + cosh (2x 1) f 0 (8x3 ) (8x3 )

137
) g 0 (x) = 2senh(2x 1) f (8x3 ) + 24x2 cosh (2x 1) f 0 (8x3 )
Como g 0 21 = 12, segue que:
12 = 2senh (0) f (1) + 24 41 cosh (0) f 0 (1)
| {z } | {z }
0 1
) 12 = 6f 0 (1) ) f 0 (1) = 2.

3.7 Derivação Implícita

De…nição 6: Quando a relação entre x e y é dada por uma equação da


forma F (x; y) = 0, dizemos que y é uma função implícita de x.
Uma equação em x e y pode implicitamente de…nir mais do que uma função
de x:Por exemplo, se resolvermos a equação
x2 + y 2 = 9, (1)
p
para y em termos de x, obtemos y = 9 x2 . Assim, encontramos duas funções que
estão de…nidas implicitamente por (1),
psão p
f1 (x) = 9 x2 ; f2 (x) = 9 x2 ;
Os grá…cos dessas funções são semicírculos do círculo x2 + y 2 = 9 que estão
localizados acima e abaixo do eixo das ordenadas.
p p
x2 + y 2 = 9 f1 (x) = 9 x2 f2 (x) = 9 x2

y 4 y x
-2 0 2
2
y
2
-1
-4 -2 2 4
-2 x -2 0 2 -2
-4 x -3

Observe que o círculo completo não passa no teste da reta vertical, e portanto,
não é o grá…co de uma função de x. Contudo, os semicírculos superior e inferior passam
no teste da reta vertical.
Nem sempre é possível de…nir a forma explícita de uma função de…nida im-
plicitamente. Por exemplos, as funções
x3 + y 2 = 3xy,
y 4 + 3xy + 2 ln y = 0,
não podem ser expressas na forma y = f (x).
O método da derivação implícita permite encontrar a derivada de uma função
assim de…nida, sem a necessidade de explicitá-la.

Derivada de uma função dada implicitamente

Suponhamos que F (x; y) = 0 de…ne implicitamente uma função derivável


y = f (x). A derivada de uma função na forma implícita é obtida usando a regra da
cadeia. Assim, é possível determinar y 0 sem explicitar y.

138
Exemplo 28: Derive implicitamente as funções abaixo.

1. x2 + y 2 = 9;
Solução: Derivando ambos os membros com relação a x, temos que:
0
(x2 + y 2 ) = (9)0 ) 2x dx
dx
dy
+ 2y dx =0 ) dy
dx
= x
y
.

2. x3 + y 2 = 3xy;
Solução: Derivando ambos os membros com relação a x, temos que:
0
(x3 + y 2 ) = (3xy)0 dy
) 3x2 + 2y dx = 3 (xy)0 dy
) 3x2 + 2y dx dy
= 3y + 3x dx
dy dy 3y 3x2
) (2y 3x) dx = 3y 3x2 ) dx
= 2y 3x
.

3. y 4 + 3xy + 2 ln y = 0
Solução: Derivando ambos os membros com relação a x, temos que:
0
(y 4 + 3xy + 2 ln y) = (0)0 dy
) 4y 3 dx dy
+ 3x dx dy
+ 3y + 2 y1 dx =0
2 dy dy 3y 2
) 4y 3 + 3x + y dx
= 3y ) dx
= 4y 4 +3xy+2
.

3 +x
4. y 7 + ln (sin (xy 2 )) = e2x .
Solução: Derivando ambos os membros com relação a x, temos que:
0
6 0 (sin(xy2 )) 3 +x
7y y + sin(xy 2 )
= (6x2 + 1) e2x
0
(xy2 ) cos(xy 2 ) 3 +x
) 7y 6 y 0 + sin(xy 2 )
= (6x2 + 1) e2x
3 +x
) 7y 6 y 0 + (y 2 + 2xyy 0 )cotg(xy 2 ) = (6x2 + 1) e2x
3 +x
) (7y 6 + 2x cot (xy 2 )) y 0 = (6x2 + 1) e2x y 2 cotg(xy 2 )
3 +x
(6x2 +1)e2x y 2 cot(xy 2 )
) y0 = 7y 6 +2x cot(xy 2 )
.

Exemplo 29: Determine o(s) ponto(s) em que a reta tangente à curva

C : x2 + xy + y 2 3y = 9

é horizontal.
Solução:

Interpretação geométrica:

Pela próxima …gura, note que existem dois pontos em que a reta tangente a
curva C é horizontal.

139
Determinando analiticamente os pontos em que a reta tangente a curva C é hori-
zontal:
dy
Sabemos que a reta tangente é horizontal nos pontos em que mt = dx
= 0:
Derivando implicitamente a equação que descreve C, temos que:
dy 2x y
2x + xy 0 + y + 2yy 0 3y 0 = 0 ) dx = x+2y 3
. ( )
dy
Se x + 2y 3 6= 0, então dx = 0 , y = 2x. (1)
Substituindo em C, temos que:
3x2 + 6x 9 = 0 ) x2 + 2x 3 = 0, ou seja, x = 3 ou x = 1.
Substituindo estes valores em (1), obtemos: P1 ( 3; 6) e P2 (1; 2).
Portanto, a reta tangente é horizontal nos pontos P1 e P2 , pois satisfazem a
condição ( ).

Exemplo 30: Seja C uma circunferência


p com centro na origem e raio igual
a 2. Mostre que a tangente a C no ponto P 1; 3 é ortogonal a reta que passa pela
origem do sistema de coordenadas e pelo ponto P .
Solução:
Interpretação geométrica:

Equação da circunferência C cujo centro está na origem e cujo raio é igual a


2:
C : x2 + y 2 = 4: (1)
Sejam t e r, respectivamente, a reta tangente à C em P e a reta que passa
pela origem e polo ponto P .
Objetivo do exercício: mostrar que r ? t.
Sabemos que mr :mt = 1 , mr :mt = p 1: p
* Coe…ciente angular da reta r: mr = 13 00 = 3:
* Para obter o coe…ciente angular da reta t deriva-se impliticamente a equação
(1) com relação a x, pois sabemos que o coe…ciente angular de uma reta tangente é:
dy x 1
mt = = ) mt = p :
dx P y P 3
Portanto, mr :mt = 1.

140
Observação: A técnica utilizada na demonstração da derivada de uma
função exponencial composta também e a derivada implícita de uma função podem
ser usadas para facilitar a derivação de algumas funções que envolvam quocientes e
produtos. Isto pode ser observeado o próximo exemplo.
p3
p
2x + 1 5 sen3 (2x)
Exemplo 31: Obtenha a derivada da função y = :
e3x7 +x
Solução:
Antes de derivar, usando a regra do quociente, iremos reescrever a função
com a …nalidade de que sua derivada seja obtida mais facilmente.
Aplicando o logaritmo
p neperiano
! em ambos os lados, estamos que:
p3 5 3
2x + 1 sen (2x)
ln y = ln
e3x7 +x
Aplicando as propriedades de logaritmo neperiano, temos que:
p p 7
) ln y = ln 3 2x + 1 5 sen3 (2x) ln e3x +x
1 3
) ln y = ln (2x + 1) 3 + ln (sen (2x)) 5 (3x7 + x) ln e
) ln y = 13 ln (2x + 1) + 35 ln (sen (2x)) (3x7 + x)
Derivando implicitamente com relação a x, temos que:
d d 1
) dx (ln y) = dx 3
ln (2x + 1) + 53 ln (sen (2x)) (3x7 + x)
y0 2 2 cos (2x)
) = 13 + 35 21x6 1
y 2x + 1 sen (2x)
Multiplicando ambos os lados por y, obtém-se que:
2 6
) y0 = y + cotg (2x) 21x6 1
6x + 3 5
Susbtituindo
p apfunção y dada inicialmente segue que:
3
2x + 1 5
sen3 (2x) 2 6
y0 = 7 + cotg (2x) 21x6 1 :
e3x +x 6x + 3 5

3.8 Derivada da função inversa

x dy dx
Exemplo 32: Considere a função y = f (x) = x+2 . Determine dx e dy
.
Solução:
x
Como y = x+2 , derivando pela regra do quociente, obtemos que

dy 2
= .
dx (x + 2)2

Para determinar dxdy


, iremos escrever x em função de y e, a seguir, derivar x
com relação a y.
Se x = g (y) = 12yy , então dx
dy
= (y 21)2 .
x
Lembrando que y = x+2 , temos que:

dx (x + 2)2
= .
dy 2

141
Observe que,
dx 1
= dy .
dy dx

Neste exemplo, veri…camos uma aparente relação que existe entre a derivada
de uma função e a derivada de sua inversa.
1
Para determinarmos um relação entre as derivadas de f e f , suponha que
ambas as funções são diferenciáveis, e seja
1
y=f (x) . (#)
Reescrevendo esta equação como
x = f (y) ,
e diferenciando implicitamente com relação a x, resulta que
d(x) d dy dy
dx
= dx (f (y)) ) 1 = f 0 (y) dx ) dx = f 01(y) .
1
A partir de (#) obtemos a seguinte fórmula que relaciona a derivada de f
com a derivada de f .
d 1
f 1 (x) = 0 .
dx f (f 1 (x))

Podemos enunciar este resultado como:

Teorema: Seja y = f (x) uma função de…nida em um intervalo aberto (a; b).
Suponhamos que f (x) admite uma função inversa x = g (y) contínua. Se f 0 (x) existe e
é diferente de zero para qualquer x 2 (a; b), então g = f 1 é derivável e
1 1
g 0 (y) = = 0 .
f0 (x) f (g (y))

Em outras palavras, se y = f (x) admita uma função inversa então


dy 1
= dx .
dx dy

Derivada das funções trigonométricas inversas

1. Derivada da função Arco Seno: Seja f : [ 1; 1] ! ;


2 2
de…nida por
f (x) = arcsin x. Então, y = f (x) é derivável em ( 1; 1) e y 0 = p11 x2 .
Demostração: Sabemos a função arco seno é a inversa da função seno, ou seja,
y = arcsin x , x = sin y.

Como (sin y)0 existe e é diferente de zero 8y 2 2


; 2
, pelo teorema da derivada
da função inversa, temos que:

142
1 1
y 0= 0= .
(sin y) cos y
p
Pela identidade trigonométrica, temos que: cos y = 1 sin2 y. Assim,
1 1
y0 = p =p .
1 sin2 y 1 x2

Portanto,
1
y0 = p .
1 x2

2. Derivada da função Arco Cosseno: Seja f : [ 1; 1] ! [0; ] de…nida por


f (x) = arccos x. Então, y = f (x) é derivável em ( 1; 1) e y 0 = p11 x2 .
Demostração: Sabemos a função arco cosseno é a inversa da função cosseno, ou
seja,
y = arccos x , x = cos y.

Como (cos y)0 existe e é diferente de zero 8y 2 (0; ), pelo teorema da derivada da
função inversa, temos que:

1 1
y 0= = .
(cos y)0 sin y
p
Pela identidade trigonométrica, temos que: sin y = 1 cos2 y. Assim,

1 1
y0 = p = p .
1 cos2 y 1 x2

Portanto,
1
y0 = p .
1 x2

3. Derivada da função Arco Tangente: Seja f : R ! 2


; 2
de…nida por
1
f (x) =arctg(x). Então, y = f (x) é derivável e y 0 = 1+x 2.

Demostração: Sabemos a função arco tangente é a inversa da função tangente, ou


seja,
y = arctg (x) , x = tg (y) .

Como (tg (y))0 existe e é diferente de zero 8y 2 2


; 2
, pelo teorema da derivada
da função inversa, temos que:

1 1
y 0= 0= .
(tg (y)) sec2 y

143
Pela identidade trigonométrica, temos que: sec2 y = tg2 (y) + 1. Assim,
1 1
y0 = 2 = 2 .
tg (y) + 1 x +1

Portanto,
1
y0 = .
1 + x2

4. Derivada da função Arco Cotangente: Seja f : R ! (0; ) de…nida por


1
f (x) =arccotg(x). Então, y = f (x) é derivável e y 0 = 1+x 2.

Demostração: Sabemos a função arco cotangente é a inversa da função cotangente,


ou seja,
y = arccotg (x) , x = cotg (y) .

Como (cotg (y))0 existe e é diferente de zero 8y 2 (0; ), pelo teorema da derivada
da função inversa, temos que:

1 1
y 0= = .
(cotg (y))0 cossec2 y

Pela identidade trigonométrica, temos que: cossec2 y = cotg2 (y) + 1. Assim,


1 1
y0 = 2 = .
cotg (y) + 1 x2 +1

Portanto,
1
y0 = .
1 + x2

5. Derivada da função Arco Secante: Seja f (x) = arcsec (x), de…nida para
jxj 1. Então, y = f (x) é derivável para jxj > 1 e y 0 = jxjp1x2 1 .

Demostração: Sabemos a função arco secante é a inversa da função secante, ou


seja,

1 1
y = arcsec (x) , x = sec (y) = ) y = arccos .
cos y x

Pela regra da cadeia, nos pontos em que existe a primeira derivada, temos que:
p
2
y0 = q 1 : 1
= q1 = px = p p1 = p1 .
1 1 x2 x2 x2 1 x2 x2 1 x2 x2 1 jxj x2 1
x2 x2

Portanto,
1
y0 = p .
jxj x2 1

144
6. Derivada da função Arco Cossecante: Seja f (x) =arccossec(x), de…nida para
jxj 1. Então, y = f (x) é derivável para jxj > 1 e y 0 = jxjp1x2 1 .

Demostração: Sabemos a função arco cossecante é a inversa da função cossecante,


ou seja,

1 1
y = arccossec (x) , x = cossec (y) = ) y = arcsin .
sin y x

Pela regra da cadeia, nos pontos em que existe a primeira derivada, temos que:
p
2
y0 = q 1 : 1
= q1 = px = p1 .
1 1 x2 x2 x2 1 x2 x2 1 jxj x2 1
x2 x2

Portanto,
1
y0 = p .
jxj x2 1

Para funções compostas, usando a regra da cadeia, temos que:


0
1. Se y = arcsin u, então y 0 = pu ;
1 u2

0
2. Se y = arccos u, então y 0 = pu ;
1 u2

u0
3. Se y =arctg(u), então y 0 = 1+u2
;

u0
4. Se y =arccotg(u), então y 0 = 1+u2
;

0
5. Se y = arcsec (u), então y 0 = pu ;
juj u2 1

0
6. Se y =arccossec(u), então y 0 = pu .
juj u2 1

Exemplo 33: Determine a derivada das funções.

1. f (x) = arcsin [ln (x2 1)];


2x
Solução: De…nindo u = ln (x2 1). Então, u0 = x2 1
.
0
y0 = pu =p 1 2x
2 = p 2x .
1 u2 1 (ln(x2 1))2 x 1 (x2 1) 1 ln2 (x2 1)

3
2. f (x) = arcsec xex ;
3 3
Solução: De…nindo u = xex . Então, u0 = (1 + 3x3 ) ex .
3
pu
0 (1+3x )
3 ex
y0 = juj u2 1
= p .
jxex j x2 e2x3
3
1

145
p
3. f (x) =arccossec lnx2 + 1 ;
p
Solução: De…nindo u = ln x2 + 1 = 21 ln (x2 + 1). Então, u0 = x
x2 +1
.
0
y0 = pu = p
xp
p .
juj u2 1 (x2 +1)jln x2 +1j ln2 x2 +1 1

Derivada das funções hiperbólicas inversas

Pelo capítulo anterior,


p sabemos que a função y = argpsinh x também pode
ser escrita como y = ln x + x2 + 1 . Assim, de…nindo u = x + x2 + 1, segue que:

p 0
0 x2 + 1
x+ 1 + pxx2 +1 1
y = p = p ) y0 = p :
x + x2 + 1 x + x2 + 1 x2 +1

Logo, se y = arg sinh x, então y 0 = p 1 .


x2 +1

Por desenvolvimento análogo podem ser obtidas as derivadas das demais


funções hiperbólicas inversas.
A seguir, apresentamos as derivadas das funções hiperbólicas inversas com-
postas.
0
1. Se y = arg sinh u, então y 0 = pu ;
u2 +1

0
2. Se y = arg cosh u, então y 0 = pu , para u > 1;
2
u 1

u0
3. Se y = arg tgh(u), então y 0 = 1 u2
, para juj < 1;

u0
4. Se y = arg cotgh(u), então y 0 = 1 u2
, para juj > 1;

0
5. Se y = arg sech(u), então y 0 = pu , para 0 < u < 1;
u 1 u2

0
6. Se y = arg cossech(u), então y 0 = pu , para u 6= 0:
juj 1+u2

Exemplo 34: Determine a derivada da função y = arg tgh cosh2 (6x) .


Solução: Se u = cosh2 (6x), então:
u0 = 12 cosh (6x) sinh (6x) = 6 sinh (12x).
Assim,
0
y 0 = 1 uu2 = 16 sinh(12x)
cosh4 (6x)
.

146
3.9 Derivadas de Ordem Superior

Se a derivada f 0 de uma função f for ela mesma diferenciável, então a


derivada de f 0 será denotada por f 00 , sendo chamada de derivada segunda de f . À
medida que tivermos diferenciabilidade, poderemos continuar o processo de diferenciar
derivadas para obter as derivadas terceira, quarta, quinta e mesmo as derivadas mais
altas de f . As derivadas sucessivas de f são denotadas por
0 0 0 0
f 0 , f 00 = (f 0 ) , f 000 = (f 00 ) , f (4) = (f 000 ) , f (5) = f (4) ,

Chamadas de derivadas primeira, segunda, terceira e assim por diante. Acima


da derivada terceira, …ca muito estranho continuar a usar linhas para indicar derivadas.
Assim sendo, denotamos por inteiros entre parênteses a indicação da ordem das derivadas.
Nesta notação, a derivada de ordem arbitrária é denotada por

f (n) : n-ésima derivada de f_ .

Derivadas sucessivas também podem ser denotadas por


dy d
y 0 = f 0 (x) ) dx = dx [f (x)];
2
00 00 d y d d d2
y = f (x) ) dx2 = dx dx [f (x)] = dx 2 [f (x)];
3
d y d d2 d3
y 000 = f 000 (x) ) dx 3 = dx dx2
[f (x)] = dx3
[f (x)];
.. .. ..
. . .
Em geral, escrevemos
dn y dn
y (n) = f (n) (x) ) = [f (x)] :
dxn dxn

Exemplo 38: Obtenha a expressão da n-ésima derivada das funções abaixo:

1. y = x5 3x3 + x2 + 5;
Solução: Temos que:
y 0 = 5x4 9x2 + 2x;
y 00 = 20x3 18x + 2;
y 000 = 60x2 18;
y (4) = 120x;
y (5) = 120;
y (6) = 0;
..
.
Determinando algumas derivadas, observamos que a forma geral da n-ésima é

y (n) = 0, 8n 6.

147
2. y = a2x , para a > 0 e a 6= 1;
Solução: Temos que:
y 0 = 2 ln a:a2x ;
y 00 = (2 ln a)2 :a2x ;
y 000 = (2 ln a)3 :a2x ;
y (4) = (2 ln a)4 :a2x ;
..
.
Determinando algumas derivadas, observamos que a forma geral da n-ésima é

y (n) = (2 ln a)n :a2x , 8n 2 N.

3. y =sen x;
Solução: Temos que:
y 0 = cos x =sen x + 2
;
y 00 = sen x =sen x + 2 2 ;
y 000 = cos x =sen x + 3 2 ;

y (4) =sen x =sen x + 4 2 ;


..
.
Determinando algumas derivadas, observamos que a forma geral da n-ésima é

y (n) = sen x + n , 8n 2 N.
2

4. y = ln (3x + 1);
Solução: Temos que:
3
y0 = 3x+1
;
3:3
y 00 = (3x+1)2
;
3:3:2:3
y 000 = (3x+1)3
;
3:3:2:3:3:3
y (4) = (3x+1)4
;
..
.
Observamos que a forma geral da n-ésima é

(n) ( 1)n+1 3n (n 1)!


y = , 8n 2 N..
(3x + 1)n

148
1
5. y = x+a
.
Solução: Observe que, y = (x + a) 1 . Assim, temos que:
y0 = (x + a) 2 ;
y 00 = 2 (x + a) 3 ;
y 000 = 2:3: (x + a) 4 ;
y (4) = 2:3:4: (x + a) 5 ;
..
.
Observamos que a forma geral da n-ésima é

(n) n (n+1) ( 1)n n!


y = ( 1) (x + a) n! = , 8n 2 N.
(x + a)n+1

Exemplo 39: Determine a constante k para que y (x) = k cotgh(x) .sech(x)


seja solução da equação
y:y 0 + cot gh (x) : cos sech2 (x) = 0.
Solução: Reescrevendo y (x) = k cotgh(x) .sech(x), temos que:
y (x) = k cosh x
: 1 = k sinh
sinh x cosh x
1
x
= k (sinh x) 1
Assim,
y 0 (x) = k (sinh x) 2 cosh x = k sinh cosh
2 :
x
Observe que,
1 cosh
y:y 0 + cotgh(x) : cossech2 (x) = k sinh x
: k sinh 2
x
+ cotgh(x) : cossech2 (x)
= ( k 2 + 1) cotgh(x) : cossech2 (x)
Logo,
y:y 0 + cotgh(x) : cossech2 (x) = 0 , ( k 2 + 1) cotgh(x) : cossech2 (x) = 0
Dessa forma, a igualdade é satisfeita se, e somente se,
cosh x
k 2 + 1 = 0 ou cotgh(x) : cossech2 (x) = 0 ) k = 1 ou sinh 2
x
= 0:
Conclusão: Se k = 1 então y (x) = k cotgh(x) .sech(x) é solução da
equação diferencial dada.

Exemplo 40: Determine o valor das constantes A e B para que a função


y = A sen(2x) + B cos (2x) satisfaça a equação y 00 + y 0 2y =sen(2x).
Solução:
Como y = A sen(2x) + B cos (2x), temos que:
1a derivada: y 0 = 2A cos (2x) 2B sin (2x)
2a derivada: y 0 = 4B cos (2x) 4A sin (2x)
Substituindo na equação y 00 + y 0 2y =sen(2x), temos que:
( 4B cos (2x) 4A sin (2x))+(2A cos (2x) 2B sin (2x)) 2 (A sin (2x) + B cos (2x)) =
sin (2x)
) (2A 6B) cos 2x (6A + 2B) sin 2x = sin (2x)
Por comparação, segue que:
2A 6B = 0 3 1
) A = 20 e B = 20 :
6A 2B = 1

149
3.10 Diferenciais e Aproximação Linear Local

3.10.1 Incrementos

Seja y = f (x) uma função. Sempre é possível considerar uma variação da


variável independente x. Se x varia de x0 a x1 , de…nimos o incremento ou acréscimo de
x, denotado por x, como
x = x1 x0 .

Se y = f (x) e se x varia de x0 a x1 , então há uma correspondente variação


no valor de y que vai de y0 = f (x0 ) até y1 = f (x1 ), ou seja, o incremento x em x
produz um incremento y em y, onde

y = y1 y0 = f (x1 ) f (x0 ) . ( )
y

Q
y1

P ∆y
y0
∆x

x0 x
x1

Os incrementos podem ser positivos, negativos ou nulos, dependendo da


posição relativa do pontos inicial e …nal. Por exemplo, na …gura anterior, os incre-
mentos x e y são positivos. Observe que, as expressões x = x1 x0 e y = y1 y0 ,
podem ser reescritas como

x1 = x0 + x e y1 = y0 + y.

Com esta notação podemos escrever ( ) como

y = f (x0 + x) f (x0 ) .

Em um ponto qualquer, omitindo-se os subscritos, temos que:

y = f (x + x) f (x) .

Geometricamente,
y

Q
y + ∆y
∆y
P
y
∆x

x x + ∆x x

150
A razão xy pode ser interpretada como a inclinação da reta secante que passa
pelos pontos P (x; f (x)) e Q (x + x; f (x + x) ), e, portanto, a derivada de y com
relação a x pode ser expressa como
dy y f (x + x) f (x)
= lim = lim .
dx x!0 x x!0 x
Gra…camente,
y
y = f (x )

y + ∆y
∆y = f (x + ∆x )− f (x )
y
∆x

x x + ∆x x

3.10.2 Diferenciais

Os símbolos dy e dx que aparecem na derivada são chamados de diferenciais,


dy
e o nosso objetivo é de…nir estes símbolos de tal forma que se possa tratar dx como
uma razão. Com essa …nalidade, vamos considerar x como …xo e de…nir dx como uma
variável independente, para a qual possa ser atribuído um valor arbitrário. Se f for
diferenciável em x, então de…nimos dy pela fórmula
dy = f 0 (x) dx.
Se dx 6= 0, podemos dividir esta expressão por dx. Assim,
dy
= f 0 (x) .
dx
Como a inclinação da reta tangente a y = f (x) em x é mt = f 0 (x), as difer-
enciais dy e dx podem ser vistas como o avanço (dx) e a elevação (dy) correspondentes
dessa reta tangente.
Para ver a diferença entre o incremento y e o diferencial dy, vamos atribuir
às variáveis independentes dx e x o mesmo valor (dx = x). Dessa forma, temos que:
(i) y representa a variação ao longo da curva y=f (x), quando são percorridas x
unidades na direção x;
(ii) dy representa a variação ao longo da reta tangente y=f (x), quando são percorridas
dx unidades na direção x.
y
y = f (x )

∆y
dy

dx = ∆x

x + dx x
x
(x + ∆x )

151
Exemplo 41: Seja y = x2 . Determine o incremento y e o diferencial dy
em x = 3 para dx = x = 4 unidades.
dy
Solução: Observe que dx = 2x pode ser escrita na forma diferencial como
dy = 2xdx.
Para x = 3, temos que:
dy = 6dx ) dy = 24 unidades ao longo da reta tangente.
y = f (3 + x) f (3) ) y = f (7) f (3) = 40 unidades ao longo da
curva.
Assim, y dy = 16 unidades.
y 50

40

30
∆y
20 dy
10

0
0 1 2 3 4 5 6 7
x

Exemplo 42: Seja y = ln x. Determine o incremento y e o diferencial dy


em x = 2 para dx = x = 23 unidades.
dy
Solução: Observe que dx = x1 pode ser escrita na forma diferencial como
dy = x1 dx.
Para x = 2, temos que:
dy = 12 dx ) dy = 34 = 0:75 unidades ao longo da reta tangente.
y = f (2 + x) f (2) ) y = f 72 f (2) = ln 72 ln 2 = 0:559 62
unidades ao longo da curva.
Assim, y dy = 0:190 38 unidades.

3.10.3 Aproximação Linear Local

Uma função diferenciável em P é dita localmente linear em P , quando P é


um ponto de diferenciabilidade de uma função f , pois quanto maior for a ampliação em
P , mais o segmento da curva contendo P se parecerá com uma reta não-vertical, que é
a reta tangente à curva em P .
y
y = f (x )

f (x 0 )

x0 x

Observe que, a equação da reta tangente no ponto (x0 ; f (x0 )) é dada por

y f (x0 ) = f 0 (x0 ) (x x0 ) .

152
Como y = f (x), para valores de x próximos de x0 , tem-se que

f (x) f (x0 ) + f 0 (x0 ) (x x0 ) .

Esta aproximação é chamada de aproximação linear local e é melhor a medida


que x ! x0 . De…nindo x = x x0 , podemos escrever a aproximação como

f (x0 + x) f (x0 ) + f 0 (x0 ) x.

p
Exemplo 43: Calcule um valor aproximado de 3 65; 5.
Solução:
p
Seja a função y = 3 x. Assim, a aproximação linear local para f é
+ x) f (x0 ) + f 0 (x0 ) x
f (x0p
p 2
) 3 x0 + x 3 x +
0 p3 2
x. (+)
3 x0
Observe que:
65; 5 = 64 + 1; 5:
Assumindopx0 = 64 e x = 1; 5, pela aproximação dada em (+), segue que
p 3 1
3
65; 5 64 + p3
(1; 5) = 4; 031 3.
3 (64)2
p
Observe que, o valor calculado diretamente é 3 65; 5 = 4; 031.
Assim, a diferença entre o valor exato e aproximado, em valor absoluto, é
3 10 3 .

Exemplo 44: Calcule uma valor aproximado para tg(45 40 3000 ) :


Solução:
Seja y = f (x) a função de…nida por f (x) =tg(x). Assim, a aproximação
linear local para f é
f (x0 + x) f (x0 ) + f 0 (x0 ) x
) tg(x0 + x) tg(x0 ) + sec2 (x0 ) x. (#)
Observe que:
45 40 3000 = 45 + 40 3000 :
Assumindo x0 = 45 e x = 40 3000 .
Devemos transformar x para radianos:
0
Transformando 3000 para minutos, tem-se que: 3000 = 21
0 0
Transformando 40 + 12 = 92 para graus, tem-se que:
9 0 9 3
2
= 120 = 40
3
E, …nalmente, transformando 40 para radianos, obtém-se:
3
40
= 2400 .
Portanto, pela aproximação dada em (#), tem-se que
tg(45 40 3000 ) tg(45 ) + sec2 (45 ) 2400
) tg(45 40 3000 ) 1; 002617.

Exemplo 45: Determine uma aproximação linear local para f (x) = sin x
em torno de x = 0. Use esta aproximação para encontrar sin (2 ).
Solução: Pela aproximação linear local, temos que:

f (x0 + x) f (x0 ) + f 0 (x0 ) x.

153
Para x0 = 0, temos que
f ( x) f (0) + f 0 (0) x ) sin ( x) sin 0 + (cos 0) x
) sin ( x) x: (I)
Para determinar um valor aproximado de sin (2 ), é necessário transformar
2 para radianos. A seguir, basta aplicar a relação dada em (I).
Transformando 2 para radianos, obtém-se:
2 1
2 = 180 = 90 .
Assim, pela aproximação dada em (I), tem-se que
sin (2 ) 90 = 0; 03 490 7.
Note que este valor está bem próximo do valor exato, que é

sin (2 ) = 0; 0348995:

Exemplo 46: Um dos catetos de um triângulo retângulo mede 20 cm de


comprimento e o ângulo oposto a este cateto foi medido como sendo rad. Sabendo
6
que ao medir o ângulo pode ter ocorrido um erro de até 5%, para mais, use diferenciais
para estimar a medida da hipotenusa.
Solução:
Interpretação geométrica:
H
20 cm
30°

Temos que: sin 30 = 20


H
) H = 40 cm.
Observe que o cateto oposto ao ângulo de interesse é …xo e que foi cometido
um erro de até 5% para mais ao medir este ângulo, isto signi…ca que a medida da
hipotenusa é maior que 40cm, pois o ângulo exato é menor que rad.
6
Por diferenciais, temos que o valor da hipotenusa será:

H +d H + dH (1)
6 6
Encontrando dH :
20
Seja f ( ) = = 20 sin 1 :
sin
Pela de…nição de diferencial, temos que:
cos
dH = f 0 ( ) d ) dH = 20 2 d
sin
5 1
Sabe-se que: = 30o e que d = 100 6
= 120 rad.
Substituindo estas informações em (1), temos que:
cos p
H 6 +d 40 20 2 6 1
120
= 40 + 31 3 = 41: 814cm:
sin 6

154
3.11 Interpretação Mecânica da Derivada

Velocidade

Sabemos que velocidade é a variação do espaço percorrido num determinado


intervalo de tempo.
Supondo que um corpo se move em linha reta e que s (t) represente o espaço
percorrido pelo móvel até o instante t. Então no intervalo de tempo entre t e t + t,
o corpo sofre um deslocamento s = s (t + t) s (t). De…nimos a velocidade média
como
s s (t + t) s (t)
vm = ) vm = .
t t
A velocidade média não nos diz nada a respeito da velocidade do corpo num
determinado instante t. Para determinar a velocidade instantânea, isto é, a velocidade
num instante t devemos fazer t cada vez menor ( t ! 0). Assim, a velocidade neste
instante é o limite das velocidade médias.
s (t + t) s (t)
v = v (t) = lim vm = lim ) v = s0 (t) .
t!0 t!0 t

Aceleração

Lembre que a aceleração é a variação da velocidade num certo intervalo de


tempo gasto.
Por racicíonio análogo ao anterior, segue que a aceleração média no intervalo
de t até t + t é
v v (t + t) v (t)
am = ) am = .
t t
Para obter a aceleração do corpo no instante t, tomamos sua aceleração média
em intervalos de tempo t cada vez menores. A aceleração instantânea é

v (t + t) v (t)
a = a (t) = lim am = lim ) a = v 0 (t) = s00 (t) .
t!0 t!0 t

Exemplo 37: No instante t = 0 um corpo inicia um movimento retilíneo e


t
sua posição num instante t é dada por s (t) = t+1 . Determinar:

(a) a posição no instante t = 2;


(b) a velocidade média do corpo para t 2 [2; 4];
(c) a velocidade do corpo no instante t = 2;
(d) a aceleração média do corpo para t 2 [0; 4];
(e) a aceleração no instante t = 2.
Obs: Considere o tempo medido em segundos e a distância em metros.

155
Solução:
(a) A posição do corpo no instante t = 2 é s (2) = 23 m.
(b) Para t 2 [2; 4], temos que t = 2. Assim, a velocidade média do corpo é
vm = s(t+ t)t s(t) = s(4) 2 s(2) = 1
15
m=s:
1
(c) A velocidade instantânea é v (t) = s0 (t) = (t+1)2.

0 1
Então, em t = 2, obtém-se v (2) = s (2) = 9 m=s.
(d) Para t 2 [0; 4], temos que t = 4. A aceleração média do corpo é
am = v(4) 4 v(0) = 256
m=s.
2
(e) A aceleração instantânea é a (t) = v 0 (t) = (t+1)3
.
2
Logo, em t = 2, temos que a (2) = 27 m=s2 .

3.12 Taxa de Variação

Sabemos que a velocidade é a razão da variação do deslocamento por unidade


de variação de tempo. Então, dizemos que s0 (t) é a taxa de variação da função s (t)
por unidade de variação de t. Analogamente, dizemos que a aceleração a (t) = v 0 (t)
representa a taxa de variação da velocidade v (t) por unidade de tempo.
Toda derivada pode ser interpretada como uma taxa de variação. Dada uma
função y = f (x), quando a variável independente varia de x a x + x, a correspondente
variação de y será y = f (x + x) f (x). Assim, a taxa de variação média de y com
relação a x é dada por
y f (x + x) f (x)
= .
x x
A taxa de variação instantânea é de…nida como
dy y f (x + x) f (x)
= lim ) f 0 (x) = lim .
dx x!0 x x!0 x

Exemplo 37: Seja V o volume de um cubo de x cm de aresta.

(a) Calcule a razão da variação média do volume quando x varia de 3 cm à 3; 1 cm.


(b) Calcule a razão da variação instantânea do volume por variação em centímetros no
comprimento de aresta x, quando x = 3 cm.

Solução:
(a) Sabemos que o volume de um cubo é V = x3 . Quando x varia de 3 cm
à 3; 1 cm, temos que x = 0; 1 cm. Então, a razão da variação média do volume
V
x
= V (x+ x)x V (x) ) V
x
= V (3;1)0;1 V (3) = 27; 91 cm3 .
(b) A variação instantânea do volume é dada por V 0 (x) = 3x2 .
Em x = 3, temos que: V (3) = 27 cm3 .

156
3.13 Taxas Relacionadas

Nos problemas de taxas relacionadas busca-se encontrar a taxa segundo a


qual certa quantidade está variando em relação a outras quantidades, cujas taxas de
variação são conhecidas.
Exemplo 38: O lado de um quadrado ` (em m) está se expandindo segundo
a equação ` = 2+t2 , onde a variável t representa o tempo. Determine a taxa de variação
da área deste quadrado em t = 2 s.
Solução:
Sejam:
t : tempo (em s);
` : lado do quadrado (em m);
A : área do quadrado (em m2 ):
Sabemos que, a área de um quadrado é

A (`) = `2 .

Como ` é uma função do tempo, pela regra da cadeia, temos que


dA
dt
= dA d`
d` dt
) dA dt
= 2` d`
dt
= 2 (2 + t2 ) d`
dt
) dA dt
= (4 + 2t2
) 2t = 4t 3
+ 8t.
Para t = 2s, temos que:
A0 (2) = dA dt t=2
) A0 (2) = 48 m2 =s.

Exemplo 39: Suponhamos que um óleo derramado através da ruptura do


tanque se espalha em uma forma circular cujo raio cresce em uma taxa constante de
1
2
m=s. Com que velocidade a área do derramamento de óleo está crescendo quando o
raio dele for 20m?
Solução:
Sejam:
t : tempo (em s);
r : raio (em m);
A : área da circunferência (em m2 ):
O óleo está se espalhando em forma circular, a área do derramamento é

A (r) = r2 .

Como r é está variando com o tempo, pela regra da cadeia, temos que
dA
dt
= dA dr
dr dt
) dA dt
= 2 r dr
dt
. (1)
Sabemos que o raio cresce em uma taxa constante de 21 m=s, ou seja, dr
dt
=
1
2
m=s.
Substituindo em (1), temos que:
dA
= r:
dt
Para o raio r = 20m, temos que:
A0 (20) = dA
dr r=20
) A0 (20) = 20 m2 =s.

Exemplo 40: Uma escada de 510 cm de comprimento está apoiada em um


muro vertical. Se a extremidade inferior da escada se afasta do muro na razão de 90

157
cm=s, então com que rapidez está descendo a extremidade superior no instante em que
o pé da escada está a 240 cm do muro?

Solução:
Sejam:
x : distância do pé da escada ao muro (em cm);
y : distância do topo da escada ao chão (em cm);
t : tempo (em s):
Nosso objetivo é determinar dy
dt
, para x = 240 cm.
Fazendo um esboço, pelo teorema de Pitágoras, temos que:
x2 + y 2 = (510)2 . (I)
Como x e y variam no tempo, derivando implicitamente com relação ao tempo
(I), temos que:
2x dx
dt
+ 2y dy
dt
= 0 ) dy dt
= xy dxdt
. (II)
Por (I), se x = 240 cm, então y = 450 cm:
Substituindo em (II) ; e ainda, lembrando que dxdt
= 90 cm=s, obtém-se

dy
= 48 cm=s:
dt

Exemplo 41: Acumula-se areia em monte com a forma de um cone cuja


altura é igual ao raio da base. Se o volume da areia cresce a uma taxa de 10 m3 =h, a
que razão aumenta a área da base quando a altura do monte é de 4 m.
Solução:
Sejam:
h : altura do monte de areia (em m);
r : raio da base (em m);
A : área da base (em m2 ):
V : volume de areia (em m3 ).
A área da base corresponde a área de um circulo, isto é,
A = r2 .
Pela regra da cadeia, a razão que aumenta à área da base é
dA
dt
= dA dr
dr dt
) dA dt
= 2 r dr
dt
. (I)
Precisamos encontrar uma relação para dr dt
.
Como o monte de areia tem a forma de um cone, seu volume é
V = 13 r2 h. (II)
Lembre que, o raio e a altura são iguais.
Assim, substituindo r = h em (II), temos que
V = 13 r3 . (III)
Aplicando a regra da cadeia em (III), temos que
dV
dt
= dV dr
dr dt
) dV dt
= r2 dr
dt
) dr dt
= 1r2 dV
dt
.
dV 3 dr 10
Como dt = 10 m =h, temos que dt = r2 :
Substituindo em (I), temos que:
dA
dt
= 2 r 10r2 = 20
r
.
Se h = r = 4, então
dA
= 5 m2 =h.
dt

158
3.14 Exercícios

f (x + h) f (x)
1. Para as funções dadas abaixo calcule lim :
h!0 h
(a) f (x) = x2 2 x
p (e) f (x) = cos
(b) f (x) = x 2
1 (f) f (x) = tan(x)
(c) f (x) = (g) f (x) = loga (x); a 2 R+ f1g
2x
(d) f (x) = sin(3x) (h) f (x) = ax ; a 2 R+ f1g

2. Use a de…nição para encontrar a primeira derivada de cada uma das funções abaixo.
x 1 (c) f (x) = e2x
(a) f (x) =
2x + 3
p (d) f (x) = ln (x + 1)
3
(b) f (x) = x + 1 (e) f (x) = sinh (ax) ; a 2 R

Nos exercícios 3 a 5 use a de…nição de derivada para encontrar o coe…-


ciente angular da reta tangente
3. Seja f (x) = p1 :
x

(a) Determine o coe…ciente angular da reta tangente ao grá…co de y = f (x); no


ponto de abscissa x = 1.
(b) Determine a equação da reta tangente no ponto mencionado.
(c) Determine os pontos da curva y = f (x) em que a reta tangente tem inclinação
de 60 :

4. Seja f (x) = x x 1 : Se possível, determine a equação da reta tangente e da reta


normal a curva y = f (x) no ponto P 2; 23 :

5. Caso exista, determine a(s) equação(ões) da(s) reta(s) tangente(s) a curva f (x) =
x2 + ln (x + 1) que é(são) perpendicular(es) a reta r : 3y + 3x = 6:
6. Determine as coordenadas dos pontos da curva f (x) = x3 x2 + 2x em que a reta
tangente é paralela ao eixo x:
sin x
7. Mostre que as retas tangentes à curva f (x) = em x = e x= ,
x
interceptam-se formando um ângulo reto.
x
8. Determine a equação da reta normal a curva f (x) = 1+x que é paralela a reta
r : y + x + 3 = 0:
p
9. Considere a curva dada por f (x) = 4x 3. Caso exista, escreva a equação da
reta tangente a esta curva que é paralela a reta r : x + y = 0:
1
10. Seja f (x) = : Determine a equação da reta tangente e da reta normal a curva
ex2
y = f (x) no ponto cuja abscissa é x = 1:
11. Determine as abscissas dos pontos do grá…co de y = 3x cos (2x) ; nos quais as
retas tangentes são perpendiculares a reta r : 2x + 4y = 5:

159
p
12. Dada a curva f (x) = x 1: Determine a equação da reta normal a esta curva
no ponto em que a reta tangente é paralela à reta r : x + 2y 5 = 0:
p
13. Dada a curva f (x) = 3 3x + 2 determine, se possível:

(a) o(s) ponto(s) da curva onde a reta tangente é paralela a reta y = 2:


(b) a(s) equação(ões) da(s) reta(s) tangente(s) a curva no(s) ponto(s) onde a
inclinação é 45 :

14. Em cada item, veri…que se a função dada é derivável nos pontos referidos, justi…-
cando sua resposta.

3 2x; se x < 2
(a) f (x) = ; em x = 2:
3x 7; se x 2
(b) f (x) = jx 3j; em x = 3:
3 1 2
(c) f (x) = 1 x ; em x = :
2 3 9
p
1 x; se x < 1
(d) f (x) = ; em x = 1:
1 x2 ; se x 1
x2 4; se x < 1
(e) f (x) = ; em x = 1:
2x; se x 1
x2 x + 4; se x 1
(f) f (x) = 3 ; em x = 1:
x 3x2 + 4; se x > 1

3x2 ; se x 2
15. Seja f a função de…nida por f (x) = : Determine, se possível,
ax + b; se x > 2
os valores das constantes a e b para que f seja uma função derivável em x = 2:
Obs: Lembre que se f é derivável em um ponto, então f também deve ser contínua
neste ponto.
16. Determine os pontos onde a função f (x) = jxj + jx + 1j não é derivável.
17. Determine a derivada das funções a seguir da forma mais simples.
(i) f (x) = xex ex (q) f (x) = e 2x ln x
(a) f (x) = (3x2 + 2x 4)(x4 5)
x(x2 1) (r) f (x) = ex ln(x)
(b) f (x) = ( 2x2 + 1)3 (j) f (x) = p p
2 1 x2 (s) f (x) = sec( x 1)
2
(c) f (t) = t + 2 (k) f (x) = 3 + log2 (4x2 )
2x
t p (t) f (x) = 24x ecos(x)
(x + 1)3 (l) f (x) = ln( 3 4x2 + 7x) (u) f (x) = cot(2x3 sin(x2 ))
(d) f (x) = p (m) f (x) = x ln x
xp3
p p (v) f (x) = xln(x) + ln(ln(x))
(e) f (x) = (1 + 3 x)3 (n) f (x) = ln( x) + ln x (w) f (x) = sech (2x)
p !
(f) f (x) = ln (9x + 4) x2 + 1 (x) f (x) = xx
2

(g) f (x) = ln(sin2 (x)) (o) f (x) = ln


(9x 4)2 (y) f (x) = 3tan(5x)
2
(h) f (x) = sinh(x ) (z) f (x) = ex
x
(p) f (x) = csc(2x )

160
18. Determine y 0 = f 0 (x); com as simpli…cações possíveis, sendo y = f (x) a expressão
dada.
(a) y = (4x3 5x2 + 2x + 1)3
(b) y = eln x
(c) y = ln((2 3x)5 ) ex + 1
3 2 (n) y = ln x
(d) y = ln (5x + 1) e 1
(e) y = tg(x3 2x) (o) x ln y y ln x = 1
4
1 2 (p) exy x3 + 3y 2 = 11
(f) y = + x
x2 (q) 8x2 + y 2 = 10
4 (r) y = x sin y
(g) y = 8
(x x5 + 6)10 1
(s) x = sin
1 1 y
(h) y = + ln 3
ln x x (t) y = 3arcsin(x )
3
x2 2x (u) (y 2 9)4 = (4x2 + 3x 1)2
(i) y =
3 4x3 (v) cos2 (3yx) ln(xy) = 0
r
2 (w) y = (1 + arccos(3x))3
3 x 1
(j) y = ln (x) y = ln(arctan(x2 ))
x2 + 1 p
(k) y = ln(ln(sec(2x))) (y) y 2 = e 3x tan( x)
(l) y = (sin(5x) cos(5x))5 (z) y = arctan(3x 5)
csc(3x)
(m) y =
x3 + 1

19. Seja x2 + xy + y 2 = 3 uma curva, se existir determine a(s) equação(s) da(s) reta(s)
tangente(s) a esta curva e que seja(m) paralela(s) a reta(s) r : x + y = 1.
20. Se existir, escreva a equação da reta normal a curva (x2 + 4) y = 4x x3 e que
passe pela origem do sistema cartesiano.
21. Mostre que as retas tangentes às curvas 4y 3 x2 y x+5y = 0 e x4 4y 3 +5x+y = 0,
na origem, são perpendiculares.
3
22. A reta x = a intercepta a curva y = x3 + 4x + 3 num ponto P e a curva y = 2x2 + x
num ponto Q. Para que valor(es) de a as retas tangentes a essas curvas são
paralelas? Encontre a(s) equação(ões) da(s) referida(s) reta(s).
23. Determine a equação da reta normal à curva C : xy 2 + y 3 = 2x 2y + 2 no ponto
em que a abscissa e a ordenada tem o mesmo valor.
24. Seja P o ponto de interseção das curvas C1 : 2x2 + 3y 2 = 5 e C2 : y 2 = x3 . Mostre
que as retas tangentes às curvas C1 e C2 são perpendiculares no ponto P .
1
25. Se f (x) = ; obtenha uma fórmula para f (n) (x) onde n é um inteiro positivo.
x
Quanto é f (n) (1)?
26. Determine a expressão da derivada n-ésima em cada caso:

(a) f (x) = eax ; com a 2 R :


(b) f (x) = (a + bx)m ; com a; b 2 R e m 2 N

161
x
(c) f (x) =
x+1
(d) f (x) = ln(2x 3)

27. Determine f (101) (1) f (100) (1) para as funções dadas a seguir:

(a) f (x) = log2 (x)


(b) f (x) = x100

28. Sejam f : R ! R uma função diferenciável duas vezes e g : R ! R dada por


g(x) = f (x + 2 cos(3x)):

(a) Determine g 00 (x):


(b) Se f 0 (2) = 1 e f 00 (2) = 8; calcule g 00 (0):

29. Considere a função g (x) = cos x: [f (x)]2 ;, onde f : R ! R é duas vezes diferen-
ciável. Se f (0) = 1 e f 0 (0) = f " (0) = 2; determine g 00 (0) :
30. Determine:
p
3
(a) f 0 (0) sabendo que f sin x 2
= f (3x ) + 3x :

(b) a função g sabendo que (f g)0 (x) = 24x + 34; f (x) = 3x2 x 1 e
g 0 (x) = 2:
(c) (g f h)0 (2) ; sabendo que f (0) = 1; h (2) = 0; g 0 (1) = 5 e f 0 (0) =
h0 (2) = 2:

31. Determine o valor das constantes A e B para que a função y = A sin(2x) +


B cos(2x) seja solução da equação diferencial y 00 + y 0 2y = sin(2x):
32. Seja C uma circunferência com
p centro na origem e raio igual a 2. Mostre que a
tangente a C no ponto P (1; 3) é ortogonal a reta r que passa pela origem e pelo
ponto P:
33. Prove as seguintes fórmulas de derivadas usando regras de derivação já estudadas.

(a) y = sinh(u) ) y 0 = u0 cosh(u);


(b) y = cosh(u) ) y 0 = u0 sinh(u);
(c) y = tanh(u) ) y 0 = u0 sech2 (u);
(d) y = coth(u) ) y0 = u0 cossech2 (u);
(e) y = sech(u) ) y0 = u0 tanh(u)sech(u);
(f) y = cossech(u) ) y0 = u0 coth(u)cossech(u);

Obs. algumas identidades hiperbólicas:

cosh2 (x) sinh2 (x) = 1;


1 tanh2 (x) = sech2 (x);
coth2 (x) 1 = cossech(x):

162
34. Prove as seguintes fórmulas de derivadas usando derivação implícita.

u0
(a) y = arcsin(u) ) y0 = p
1 u2
u0
(b) y = arccos(u) ) y0 = p
1 u2
u0
(c) y = arctan(u) ) y0 =
1 + u2
u0
(d) y = arccot(u) ) y0 =
1 + u2
u0
(e) y = arcsec(u) ) y0 = p
juj u2 1
u0
(f) y = arccsc(u) ) y0 = p
juj u2 1

35. Calcule a área do triângulo retângulo ABC na Figura 1, sabendo-se que n é a reta
normal a f (x) = ex no ponto xo = 1

Figura 1: Exercício 35.


36. Um forno industrial coze a temperatura constante de 608 graus centígrados. A
temperatura do forno, desde o início em que é ligado até atingir a temperatura
20t2 + 5t + 32
de cozedura, é dada por: T (t) = ; t em minutos e T (t) em C.
t+2
Determine:

(a) a temperatura inicial do forno?


(b) a variação da temperatura no intervalo de tempo [2; 10]:
(c) a variação instantânea da temperatura para t = 10.
0:12t
37. O valor de um automóvel ao …m de t anos é dado por V (t) = 50000e ; sendo
V dado em reais e t em anos.

(a) Por qual preço foi comprado o automóvel?


(b) Represente gra…camente a função e determine o valor aproximado do au-
tomóvel daqui a 5 anos.
(c) A taxa de variação é negativa para qualquer valor de t: Justi…que esta a…r-
mação e interprete este fato no contexto da situação.
(d) Em que momento a taxa de variação é -2500 reais ao ano?

163
(e) Mostre que o grá…co V 0 tem uma assíntota horizontal. Qual o seu signi…cado
relativo à situação?
p
38. Seja y = 3 3x + 2 a equação do movimento de uma partícula, determine:

(a) a velocidade da partícula quando transcorridos 2s:


(b) a aceleração da partícula quando transcorridos 2s:
3
39. Um carro está a s = 16t 2 24t + 16 km a leste de uma parada no instante t
horas. Pergunta-se:

1
(a) Qual é a velocidade no instante t = h e qual é o sentido que ele se move?
4
(b) Qual a posição do carro quando sua velocidade é nula?

40. Dois corpos têm movimento em uma mesma reta segundo as equações s1 = t3 +
4t2 + t 1 e s2 = 2t3 5t2 + t + 2: Determine a velocidade e as posições desses
dois corpos no instante em que as suas acelerações são iguais. Considere s1 e s2
em metros e t em segundos.
41. Dois pontos partem da origem do eixo x no instante t = 0 e se movem ao longo
desse eixo de acordo com as equações x1 = t2 2t e x2 = 8t t2 ; com x1 e x2
em metros e t em segundos.

(a) Em que instante os dois têm mesma velocidade?


(b) Qual a velocidade desses pontos no instante em que eles têm a mesma posição?

42. A posição de uma partícula que se desloca ao longo do eixo y varia com o tempo x
v0
segundo a equação y = 1 e cx , x 0, onde v0 e c são constantes positivas.
c
Use a DEFINIÇÃO de derivadas para determinar a velocidade da partícula no
instante x:
43. Uma esfera aumenta de modo que seu raio cresce a razão de 12; 5 cm/s. Qual a
variação do volume no instante em que o raio é de 15; 2 cm?
44. Dois carros, um dirigindo-se para leste com velocidade de 80 km/h, o outro
dirigindo-se para sul com velocidade de 50 km/h, estão viajando em direção ao
encontro das rodovias. A que velocidade os carros se aproximam um do outro,
no momento em que o primeiro carro está a 400 m e o segundo está a 300 m da
interseção das rodovias?
45. Um tanque de forma cônica invertido tem altura de 8 m, raio da base 2 m. O
mesmo se enche de água à razão de 7 m3 /min. Com que velocidade sobe o nível
da água quando este se encontra a 4 m de profundidade?
46. Uma piscina tem 18 m de largura, 28 m de comprimento, 2 m de profundidade em
um extremo e 8 m no outro, o fundo tem forma de um plano inclinado. Se a água
está sendo bombeada para a piscina à razão de 0; 8 m3 /min, com que velocidade
se eleva o nível da água no instante em que ele esta a 1; 8 m na extremidade mais
profunda?

164
47. Em que pontos da parábola y 2 18x = 0 a ordenada y cresce duas vezes mais
depressa que a abscissa x?
48. Uma criança esta empinando uma pipa e movendo-se horizontalmente a 4 m/s.
Supondo que a pipa permaneça sempre a 80 m de altura, sobre o nível do solo,
qual é a velocidade com que a criança está soltando a corda da pipa quando esta
corda medir 100 m?
Obs: Despreze a altura da criança.
49. Um tanque tem a forma de um cilindro circular reto com raio da base de 5 m e
altura de 10 m. Se instante t = 0s, a água começa a ‡uir no tanque à razão de 25
m3 /h, determine:

(a) com que velocidade sobe o nível da água?


(b) quanto tempo levará para encher o tanque?

50. Um balão está subindo verticalmente acima de uma estrada a uma velocidade
constante de 31 m/s. Quando ele está a 17 m acima do solo, uma bicicleta que se
desloca a uma velocidade constante de 5 m/s passa por baixo dele. A que taxa a
distância entre a bicicleta e o balão aumentará 3s depois?
51. O nível de café que escoa de um …ltro cônico, de diâmetro e altura 15 cm, para
uma cafeteira cilíndrica, de diâmetro e altura 15 cm, varia a uma taxa de 2 10 4
cm/min. A que taxa o nível do café, na cafeteira, aumentará quando a altura de
café no …ltro for 5 cm?
52. Um cabo de cobre tem diâmetro de 1 cm a 0 C. Suponha que seu comprimento é
de 1 m e não se altera com a variação da temperatura. Se seu diâmetro aumenta
a uma velocidade de 0; 02cm= C; Calcule a taxa de variação do volume desse cabo
quando a temperatura está a 20 C.
53. Numa granja de frangos, o abastecimento de ração é automático. A ração está
num reservatório que tem a forma de uma pirâmide de base quadrada com 2 m de
lado e 6 m de altura, cujo vértice está voltado para baixo. Se o consumo de ração
é de 0; 05 m3 =h, com que velocidade desce o nível de ração quando este está a 2
m do vértice?
54. A altura de um triângulo cresce a razão de 1cm= min e sua área aumenta a razão
de 2cm2 = min. Qual a taxa de variação da base do triângulo quando sua altura
for 10cm e sua área 100cm2 .
55. Uma piscina tem 24m de comprimento e seus extremos são trapézios isósceles com
altura de 6m, uma base menor 6m e uma base maior de 8m. A água está sendo
bombeada para a piscina à razão de 10m3 =mim. Com que velocidade o nível de
água está subindo quando a profundidade da água é de 2m?
56. Um avião (A) voa a 124 m/s, paralelamente ao solo, a uma altitude de 1220 m
no sentido oeste, tomando como referência um holofote (H), …xado no solo, que o
focaliza e que se encontra à esquerda da projeção vertical (P) do avião e sabendo
que a luz do holofote deverá permanecer iluminando o avião, qual será a velocidade
com que estará variando quando a distância entre o holofote e a projeção vertical
do avião for de 610 m?

165
57. Às 7 : 00 horas dois navios partem de um ponto O em rotas que formam um ângulo
de 120 : Os navios A e B deslocam-se a 20 km/h e 25km/h, respectivamente.
Determine qual é a velocidade de afastamento desses navios às 9 : 00 horas.
58. Use aproximações lineares para estimar o valor de
p
(a) 4 17 1
2
(g) p 3
(b) (8; 06) 3 30
0;13
(c) tan(44 ) (h) e
(d) ln(1; 05) (i) arctan(1; 02)
p (j) (1; 01)6
(e) 99; 8 p
(f) (1; 2)1;2 (k) 3 65

59. Suponhapque não temos uma fórmula para g(x); mas sabemos que g(2) = 4 e
g 0 (x) = x2 + 5 para todo x: Use uma aproximação linear para estimar g(1; 95)
e g(2; 05):
60. A aresta de um cubo tem 30cm, com um possível erro de medida de 0,1cm. Use
diferenciais para estimar o erro possível no cálculo

(a) do volume do cubo.


(b) da área da superfície do cubo.

61. Por meio de diferenciais obtenha uma fórmula aproximada do volume de uma …na
coroa cilíndrica de altura h; raio interior r e espessura r: Qual o erro decorrente
do uso desta fórmula?
62. Estima-se em 12cm o raio de uma esfera com erro máximo de 0,05cm. Estime o
erro máximo para no cálculo do volume da esfera.
63. Uma janela tem o formato de um quadrado com um semicírculo em cima. A base
da janela mede 60cm com um possível erro na medida de 1mm. Use diferenciais
para estimar o maior erro possível no cálculo da área desta janela.
64. Na medida que a areia escoa de um recipiente, vai formando uma pilha cônica
cuja altura é sempre igual ao raio. Se, num dado instante, o raio é 10cm, use
diferenciais para aproximar a variação do raio que ocasiona um aumento de 2cm3
no volume da pilha.
65. A área de um quadrado de lado s é dada por s2 : Para um acréscimo s de s;
ilustre geometricamente dA e A dA:
66. Aproxime, por meio de diferenciais, N = (2; 01)4 3(2; 01)3 + 4(2; 01)2 5: Qual
o valor exato de N ?
67. Uma caixa em forma de cubo deve ter um revestimento externo com espessura de
1/4 cm. Se o lado da caixa é de 2 m, usando diferencial, encontre a quantidade
de revestimento necessária.

Respostas:

166
1. .
(a) f 0 (x) = 2x 1 x
(e) f 0 (x) = sin
1 2 2
(b) f 0 (x) = p (f) f 0 (x) = sec2 (x)
2 x
1 loga (e)
(c) f 0 (x) = (g) f 0 (x) = ; a 2 R+ f1g
2x2 x
0
(d) f (x) = 3 cos(3x) (h) f 0 (x) = ax ln(a); a 2 R+ f1g

2. .
5 (c) f 0 (x) = 2e2x
(a) f 0 (x) =
(2x + 3)2 1
1 (d) f 0 (x) =
(b) f 0 (x) = p x+1
3 (x + 1)2
3
(e) f 0 (x) = a cosh (ax) ; a 2 R

1
3. (a) (b) 2y + x = 3 (c) não existe
2
x 4 56
4. Reta tangente: y = ; Reta normal: y = 9x +
9 3
3
5. y = x e y = x + ln(2)
4
6. Não existem.
7. Mostre que o produto dos coe…cientes angulares é -1.
8. y = x
1
9. y = x
4
ex e 1
10. Reta tangente: y = e 1 ( 2x + 3); Reta normal: y = +
2 2 e
7 11
11. x = + k ou x = +k ; k 2Z
12 12
12. y = 2x 5
4
13. (a) não existe; (b) y = x e y = x +
3
14. .
(a) Não é derivável. (d) Não é derivável.
(b) Não é derivável. (e) Não é derivável.
(c) Não é derivável. (f) f 0 (1) = 3:

15. a = 12 e b = 12:
16. x = 0 e x = 1:

167
17. .
(m) f 0 (x) = 1 + ln x
0 5 4 3
(a) f (x) = 18x + 10x 16x 30x 10 1 1
0
(b) f (x) = 12x(1 2x ) 2 2 (n) f 0 (x) = p +1
2x ln x
4
(c) f 0 (t) = 2t 9x2 + 4x + 18
t3 (o) f 0 (x) =
3(x + 1)2 (x 1) (9x 4)(x2 + 1)
(d) f 0 (x) = p (p) f 0 (x) = 2x ln(2)cotg (2x )cossec (2x )
2x
p x3
1
(1 + 3 x)2 (q) f 0 (x) = e 2x 2 ln x
(e) f 0 (x) = p3 x
x2
9 (r) f 0 (x) = xx (ln(x) + 1)
(f) f 0 (x) = p p
9x + 4 0 tan( x 1) sec( x 1)
0
(s) f (x) = p
(g) f (x) = 2cotg (x) 2 x 1
(h) f 0 (x) = 2x cosh(x2 ) (t) f 0 (x) = 16x ecos(x) (ln(16) sin(x))
(i) f 0 (x) = xex (u) f 0 (x) = 2x(cos(x2 ) 3x)cossec 2 (2x3 sin(x2 ))
2x2 1 2 ln2 (x)xln(x) + 1
(j) f 0 (x) = p 0
(v) f (x) =
1 x2 x ln(x)
2 log2 (e) 0
(w) f (x) = 2 tanh(2x)sech (2x)
(k) f 0 (x) = 9x ln(9) + 2
x (x) f 0 (x) = xx +1 (2 ln(x) + 1)
8x + 7
(l) f 0 (x) = (y) f 0 (x) = 5 ln(3)3tan(5x) sec2 (5x)
12x2 + 21x x
(z) f 0 (x) = xx ex (ln(x) + 1)

18. .

168
2ex
(n) y 0 =
e2x 1
(a) y 0 = 6(6x2 5x + 1)(4x3 5x2 + 2x + 1)2 y(y x ln y)
(o) y 0 =
(b) y 0 = 1 x(x y ln x)
15 3x2 yexy
(c) y 0 = (p) y 0 =
3x 2 6y + xexy
30x ln2 (5x2 + 1) 8x
(d) y 0 = (q) y 0 =
5x2 + 1 y
0 2
(e) y = (3x 2)sec2 (x3 2x) sin y
(r) y 0 =
0 8(x4 1)(x4 + 1)3 1 x cos y
(f) y =
x9 1
(s) y 0 = y 2 sec
40x (8x3 5)
4
y
(g) y 0 = 8
(x x5 + 6)11 3
3x2 ln(3)3arcsin(x )
1 1 (t) y 0 = p
(h) y 0 = 2
1 x6
x ln x x (4x2 + 3x 1)(8x + 3)
6(x 2)2 x2 (2x4 8x3 + 3x 3) (u) y 0 =
(i) y 0 = 4(y 2 9)3
(3 4x3 )4 y
4x (v) y 0 =
(j) y 0 = x
3(x 4 1) 9(1 + arccos(3x))2
2 tan(2x) (w) y 0 = p
(k) y 0 = 1 9x2
ln(sec(2x)) 2x
(x) y 0 =
(l) y = 25(sin(5x) cos(5x))4 (sin(5x) + cos(5x))
0
arctan(x2 )(1 + x4 )
p p p
3cossec(3x)[cotg(3x)(x3 + 1) + x2 ] e 3x [ 6 x tan( x) + sec2 ( x)
(m) y 0 = (y) y 0 = p
(x3 + 1)2 4y x
3
(z) y 0 =
9x2 30x + 26
19. y = x 2 e y= x+2
20. y = x
1
21. m1 = e m2 = 5
5
7
22. Para a = 1 : y = 5x + e y = 5x 2; para a = 3 : y = 13x 15 e y = 13x 18:
3
23. y = 7x + 8
2 3
24. m1 = e m2 =
3 2
( 1)n n!
25. f (n) (x) = n+1
e f (n) (1) = ( 1)n n!
x
26. .

(a) f (n) (x) = an eax


(b) f (n) (x) = m(m 1)(m 2) (m (n 1))(a + bx)m n n
b ; se n m e
f (n) (x) = 0; se n > m

169
(n) ( 1)n+1 n!
(c) f (x) =
(x + 1)n+1
( 1)n 1 2n (n 1)!
(d) f (n) (x) =
(2x 3)n

27. (a) log2 e(100! + 99!)


(b) 100!

28. (a) g 00 (x) = (1 6 sin (3x))2 f 00 (x + 2 cos(3x)) 18 cos(3x)f 0 (x + 2 cos(3x))


(b) g 00 (0) = 10
29. g 00 (0) = 3
6
30. (a) f 0 (0) = (b) g(x) = 2x + 3 (c) 20
5
3 1
31. A = e B=
20 20
p
3 p
32. mt = e mr = 3:
3
33. -
34. -
e3
35. A = u.a.
2
36. -

(a) 16 C.
(b) 17,875 C.
(c) 19,29 C por minuto.

37. .

(a) 50000 reais.


d. 7,3 anos.

1 1
38. (a) v(2) = u.c./s (b) a(2) = u.c./s2
4 16
39. (a) v(1=4) = 12km/h e está indo na direção oeste (b) s(1) = 8km
40. t = 3s; v1 (3) = 52m/s; v2 (3) = 25m/s; s1 (3) = 65m; s2 (3) = 14m
41. (a) 2,5s (b) t = 0s ) v1 = 2m/s e v2 = 8m/s; t = 5s ) v1 = 8m/s e
v2 = 2m/s
cx
42. v0 e u.c./u.t.
43. 11552 cm3 /s

170
44. 94km/h
7
45. m/min

46. 0,005m/min ou 0,025m/min, dependendo da interpretação da piscina.


9 9
47. ;
8 2
48. 2,4m/s
1
49. (a) m/h (b) 31,4h

27
50. p 3; 46m/s
61
4
2 10
51. cm/min
9
52. 1; 4 cm3 / C
53. -0,1125m/h
54. -1,6cm/min
55. 0,0625m/min
56. 0,08rad/s
p
57. 5 61km/h
58. .
65 26
(a) = 2; 03125 (g) 0; 32099
32 81
(b) 4; 02 (h) 0; 87
90 1
(c) 0; 9651 (i) + 0; 7954
90 4 100
(d) 0; 05 (j) 1; 06
(e) 9; 99 193
(k) 4; 02083
(f) 1; 2 48

59. g(1; 95) 4; 15 e g(2; 05) 3; 85


60. dV = 270cm3 e dA = 36cm2
61. V = 2 rh r =(Área lateral do cilindro interior) (Espessura) e E = h( r)2
62. dV = 28; 8 cm3
63. dA = 16; 7263cm2
1
64. dr = cm
50

171
65. A região sombreada corresponde a dA e A dA está indicado

66. N 3; 12 e N = 3; 12100501
67. 60000 cm3

172
Capítulo 4

Regra de L’Hôpital

4.1 Introdução

No capítulo 2, discutimos limites que podem ser determinados examinando


por inspeção ou por alguma manipulação algébrica. Nesta seção, estaremos interessados
com limites que não podem ser obtidos por tais métodos. Por exemplo, por algumentos
geométricos, usando o Teorema do Confronto e algumas manipulações com desigualdades
já provamos que
sen (x)
lim = 1: (1)
x!0 x
Nosso objetivo aqui é desenvolver um método mais direto. O que faz o
limite (1) problemático é o fato de que numerador e denominador tendem a zero, ou
seja, temos uma forma indeterminada do tipo 00 : Este limite pode ser conjecturado de
aproximações locais lineares de sen(x) em 0.
Lembre que, se uma função f for diferenciável em um ponto x0 , então para
os valores de x próximo de x0 , os valores de f podem ser aproximados por
f (x) f (x0 ) + f 0 (x0 ) (x x0 ) ; (2)
onde a aproximação tende a ser cada vez melhor quando x ! x0 :Em partic-
ular, para f (x) =sen(x) e x0 = 0, segue que
sen (x) x:
sen (x)
Isto sugere que o valor de …ca cada vez mais próximo de 1 quando
x
x ! 0 e, portanto, podemos concluir que
sen (x) x
lim = lim = 1:
x!0 x x!0 x

A idéia de usar aproximações lineares locais para calcular formas indetermi-


nadas do tipo 00 pode ser usada para motivar um procedimento mais geral para deter-
minar tais limites. Para esta proposta, suponhamos que
f (x)
lim
x!x0 g (x)

é uma forma indeterminada do tipo 00 , isto é,

lim f (x) = lim g (x) = 0: (3)


x!x0 x!x0

Por simpli…cação, admitiremos também que f e g são funções diferenciáveis


em x = x0 e que f 0 e g 0 são funções contínuas em x = x0 ; ou seja,

lim f 0 (x) = f 0 (x0 ) e lim g (x) = g 0 (x0 ) : (4)


x!x0 x!x0

A diferenciabilidade de f e g implica que f e g são contínuas em x = x0 , e,


portanto a partir de (3) segue que

f (x0 ) = lim f (x) = 0 e g (x0 ) = lim g (x) = 0: (5)


x!x0 x!x0

Assim, usando a aproximação linear local, as propriedades de limites e a


equação (4), temos que:
f (x) f (x0 ) + f 0 (x0 ) (x x0 ) f 0 (x0 ) (x x0 ) f 0 (x0 )
lim = lim = lim =
x!x0 g (x) x!x0 g (x0 ) + g 0 (x0 ) (x x0 ) x!x0 g 0 (x0 ) (x x0 ) g 0 (x0 )
Através da equação (5), obtemos o seguinte resultado

f (x) f 0 (x)
lim = lim 0 :
x!x0 g (x) x!x0 g (x)

0
4.2 Forma indeterminada do tipo 0

Teorema: Se f e g são duas funções com primeiras derivadas 0 (x)


contínuas em
x = x0 , lim f (x) = 0 e lim g (x) = 0 e 8 x 6= x0 , g 0 (x) 6= 0 e lim fg0 (x) existir então
x!x0 x!x0 x!x0

f (x) f 0 (x)
lim = lim 0 .
x!x0 g (x) x!x0 g (x)

Podemos concluir então, pelo Teorema de L’Hôpital, que para calcular um


limite cuja indeterminação é do tipo 00 basta derivar o numerador e o denominador, e
estas derivadas serão o numerador e o denominador de uma nova função cujo valor no
ponto de indeterminação da função inicial é o limite desta quando o argumento tende
ao ponto de indeterminação.

Exemplo 1: Calcule os limites:

ln (1 + x)
1. lim ;
x!0 x
ln (1 + x)
Solução: Observe que lim = 00 .
x!0 x

174
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
1
ln (1 + x) 1
lim = lim 1+x = lim = 1.
x!0 x x!0 1 x!0 1 + x

1 sin x
2. lim .
x! 2 cos x
1 sin x
Solução: Observe que lim = 00 .
x! 2 cos x
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
lim 1 sin x = lim cos x
= 0.
x! 2 cos x x! 2 sin x

Observação 1: Se f 0 (c) = 0 e g 0 (c) = 0, isto é, lim f 0 (x) = 0 e lim g 0 (x) =


x!x0 x!x0
0 e se as funções f 0 e g 0 satisfazem as condições impostas às funções f e g segundo a
f 0 (x)
hipótese do teorema, então este teorema pode ser aplicado para a razão 0 e nos
g (x)
dará como conclusão que:

f (x) f 00 (x) f 00 (x0 )


lim = lim 00 = 00 .
x!x0 g (x) x!x0 g (x) g (x0 )

ex e x
2x
Exemplo 2: Calcule lim .
sin x x!0 x
ex e x 2x
Solução: Observe que lim = 00 .
x!0 x sin x
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:

ex e x
2x ex + e x 2
lim = lim = 00 .
x!0 x sin x x!0 1 cos x
Aplicando novamente a regra de L’Hôpital, temos que:
ex + e x 2 ex e x
lim = lim = 00
x!0 1 cos x x!0 sin x
Novamente a regra de L’Hôpital, temos que:
ex e x ex + e x
lim = lim = 2.
x!0 sin x x!0 cos x

Observação 2: O processo descrito pelo Teorema de L’Hôpital pode ser


repetido quantas vezes se …zer necessário, desde que respeitadas as condições do teorema.
Para o caso geral, f (n) (x) e g (n) (x), não demonstraremos aqui, pois exige o conhecimento
da Fórmula de Taylor com resíduo para f (x) e g (x).

Observação 3: O Teorema de L’Hôpital pode ser aplicado quando lim f (x) =


x!1
f 0 (x)
0 e quando lim g (x) = 0 e se o que se quer é o lim fg(x)
(x)
, desde que exista o lim 0 .
x!1 x!1 x!1 g (x)
Para tanto, basta fazer uma mudança de variável. De…nindo x = y1 . Se x ! 1, então
y ! 0. Assim,

175
1 1 0 1
f (x) f y y2
f y f 0 (x)
lim = lim = lim = lim :
x!1 g (x) y!0 1 y!0 1 0 1 x!1 g 0 (x)
g y y2
g y

k
sin x
Exemplo 3: Calcule lim 1 .
x!1
x
k
sin x
Solução: Observe que lim 1 = 00 .
x!1
x
De…nindo y = x1 . Se x ! 1, então y ! 0. Assim,
sin xk sin (ky)
lim 1 = lim = 00 .
x!1
x
y!0 y
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
sin (ky) k cos (ky)
lim = lim = k.
y!0 y y!0 1
Exemplo 4: Calcule os limites a seguir.
x a
1. lim ;
x!a xn an
x a
Solução: Observe que lim = 00 .
x!a xn an
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
x a 1
lim n n
= lim n 1 = nan1 1 .
x!a x a x!a nx

tan x x
2. lim ;
x!0 x sin x
tan x x
Solução: Observe que lim = 00 .
x!0 x sin x
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
tan x x sec2 x 1
lim = lim = 00 .
x!0 x sin x x!0 1 cos x
Novamente, aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
sec2 x 1 2 sec2 x tan x 2
lim = lim = lim 3 = 2.
x!0 1 cos x x!0 sin x x!0 cos x

ln (sin x)
3. lim ;
x! 2 ( 2x)2
ln (sin x) 0
Solução: Temos que lim 2 = 0.
x! 2 ( 2x)
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
cos x
ln (sin x) sin x cossec2 x 1
lim = lim = lim = .
x! 2 ( 2x)2 x! 2 4 ( 2x) x! 2 8 8

176
ax bx
4. lim ;
x!0 x
ax bx
Solução: Temos que lim = 00 .
x x!0
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
ax b x ax ln a bx ln b
lim = lim = ln a ln b = ln ab .
x!0 x x!0 1

1
4.3 Forma indeterminada do tipo 1

Teorema: Se f e g são funções contínuas e deriváveis em todos os pontos


x 6= x0 (numa vizinhança do ponto x0 ) e g 0 (x) 6= 0 para todo x e se lim f (x) = 1 ,
x!x0
f 0 (x)
lim g (x) = 1 e lim 0 existir, então
x!x0 x!x0 g (x)

f (x) f 0 (x)
lim = lim 0 .
x!x0 g (x) x!x0 g (x)

ln x
Exemplo 5: Calcule o lim+ 1 .
x!0
x
ln x 1
Solução: Temos que lim+ 1 = 1
.
x!0
x
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
1
ln x x
lim+ 1 = lim+ 1 = lim+ ( x) = 0.
x!0 x!0 x!0
x x2

Observação 4: As considerações tecidas nas observações para regra de


L’Hôpital para indeterminação do tipo 00 são também verdadeiras aqui no a para inde-
terminação do tipo 1
1
e ilustraremos apenas com exemplos.

Exemplo 6: Calcule os limites.


tan x 1
1. lim = 1
;
x! 2 tan (3x)

Solução: Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:


tan x sec2 x cos2 (3x) 0
L = lim = lim 3 sec 2 (3x) = lim 3 cos2 x = 0 .
x! 2 tan (3x) x! 2 x! 2

Novamente, pela regra de L’Hôpital, temos que:


sin(6x)
L = lim sin(2x) = 00 :
x! 2

Pela regra de L’Hôpital novamente, temos que:


L = lim 3cos(2x)
cos(6x)
= 3.
x! 2

177
x2
2. lim x = 11
;
x!+1 e

Solução: Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:


x2 2x 1
lim = lim =1 .
x!+1 ex x!+1 ex

Novamente, pela regra de L’Hôpital, temos que:


lim 2xx = lim 2
x = 0.
x!+1 e x!+1 e

ex
3. lim =11
;
x!+1 x

Solução: Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:


ex x
lim = lim e1 = +1.
x!+1 x x!+1

Observação 5: A regra de L’Hôpital só pode ser aplicada para indeter-


0 1
minações da forma e . Caso seja ignorada essa condição, chega-se a resultados
0 1
absurdos.
Veremos a seguir, como as indeterminações da forma 0:1, 1 1, 11 , 00
e 1 podem ser transformadas em indeterminações do tipo 00 e 1
0
1
, com o objetivo de
aplicar a regra de L’Hôpital para auxiliar no cálculo de limites.

4.4 Aplicações da Regra de L’Hôpital

4.4.1 Forma indeterminada 0:1

Se f (x) = g (x) h (x) e o lim f (x) = 0:1, então para levantar esta indeter-
x!x0
minação rrescrevemos a função como segue

g (x) h (x)
f (x) = 1 ou f (x) = 1 .
h(x) g(x)

0 1
Desta forma, o lim f (x) assume a forma indeterminada 0
ou 1
:
x!x0

Exemplo 7: Calcule os limites:

1. lim (sec (3x) cos (5x))


x! 2

Solução: Temos que lim (sec (3x) cos (5x)) = 0:1.


x! 2

Reescrevendo a função, temos que:

178
sec (3x) cos (5x)
L = lim (sec (3x) cos (5x)) = lim 1 = lim = 00 .
x! 2 x! 2 x! 2 cos (3x)
cos(5x)

Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:


5 sin (5x)
L = lim = 53 .
x! 2 3 sin (3x)

2 x2
2. lim (x2 1) e = 1:0
x!+1

Solução: Reescrevendo o limite, temos que:


2
2 (x2 1)
x2
L = lim (x2 1) e =1
= lim
:
x!+1 x!+1 ex2 1

Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:


2 (x2 1) 2x 2 (x2 1) 4x2
L = lim = lim = lim
x!+1 2xex2 x!+1 ex2 x!+1 2xex
2

2x 2
) L = lim x2 = lim 2 = 0
x!+1 e x!+1 2xex

x
3. lim+ cot 2
(ln (x 1) x) = 0:1.
x!1
Solução: Reescrevendo a função, temos que:
x ln (x 1) x 1
L = lim+ cotg 2
(ln (x 1) x) = lim+ =
x!1 x!1 tan 2x 1

Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:


1 x
x 1
1 2 (2 x) cos2 2 0
) L = lim+ = lim =
x!1
2
sec2 2x 1# x!1+ x 1 0
1

Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:


x
2 cos2 2
+ 2
(2 x) sin ( x)
)L= lim+ = 0.
x!1 1

4.4.2 Forma indeterminada 1 1

Se f (x) = g (x) h (x) e o lim f (x) = 1 1, então, através de operação


x!x0
elementares entre as funções g (x) e h (x) é sempre possível transformar o lim f (x)
x!x0
0 1
numa das formas indeterminadas 0
ou 1
.

Exemplo 8: Calcule os limites:

1. lim (sec (x) tg (x)).


x! 2

Solução: Temos que lim (sec (x) tg (x)) = 1 1.


x! 2

179
Reescrevendo a função, temos que:
1 sin x 1 sin x
L = lim (sec x tan x) = lim = lim = 00 :
x! 2 x! 2 cos x cos x x! 2 cos x
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
cos x
L = lim = 0.
x! 2 sin x

1 1
2. lim+ =1 1
x!0 x2
+ x 1 cos x
Solução: Reescrevendo a função, temos que:
x + cos x + x2 1
L = lim+ = 00
x!0 (x2 + x) (cos x 1)
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
2x sin x + 1
L = lim+ 2
= 1
x!0 2x cos x + x sin x 2x cos x + x sin x + 1

1 1
3. lim+ x
=1 1
x!0 ln (1 + x) e 1
Solução: Reescrevendo a função, temos que:
1
ex 1 ln(1+x) ex 1+x
L= lim (ex 1) ln(1+x) = lim 1 =
x!0 # x!0 (ex 1) 1+x + ex ln (1 + x) #
0 L0 H 0 L0 H
0 0

1
ex + (1+x)2
) L = lim (1+x)ex (ex 1):1 1
= 1.
x!0
(1+x)2
+ ex 1+x + ex ln (1 + x)

4.4.3 Formas Indeterminadas 11 , 00 e 10

Se f (x) = [g (x)]h(x) e lim f (x) assume uma das três formas indeterminadas
x!x0
11 , 00 e 10 , então, para qualquer uma destas três indeterminações de…ne-se

L = lim f (x) = lim [g (x)]h(x) :


x!x0 x!x0

Aplicando-se o logaritmo neperiano a função dada, temos que:

ln L = ln lim [g (x)]h(x) ) ln L = lim ln [g (x)]h(x) .


x!x0 x!x0

Por propriedade de logaritmo neperiano, temos que:

180
ln L = lim [h (x) ln (g (x))] = b:
x!x0

Assim, o limite passa a assumir a forma indeterminada 0:1, que se resolve


conforme a primeira aplicação da regra de L’Hôpital vista antriormente. E ainda, como
foi aplicado logaritmo na função dada, para determinar a solução …nal deve-se aplicar a
função exponencial (pois é a função inversa do logaritmo) do limite, isto é,
L = eb ) lim f (x) = eb .
x!x0

Exemplo 9: Determine os limites abaixo.


1. lim xx = 00 ;
x!0
Solução: De…nindo L = lim xx .
x!0
Aplicando logaritmo neperiano em ambos os membros, temos que:
ln L = ln lim xx = lim (ln (xx )) = lim (x ln x) = 0:1.
x!0 x!0 x!0
Reescrevendo a função, temos que:
ln L = lim ln1x = 1
1
.
x!0 x

Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:


1
x
ln L = lim 1 = lim ( x) = 0 ) ln L = 0.
x!0 x!0
x2
Aplicando a função exponencial a ambos os membros, obtém-se:
L = e0 ) lim xx = 1.
x!0

x
2. lim (2 x)tan( 2 ) = 11 ;
x!1
x
Solução: De…nindo L = lim (2 x)tan( 2 ) .
x!1
Aplicando logaritmo neperiano em ambos os membros, temos que:
x
ln L = ln lim (2 x)tan( 2 ) = lim tan 2x ln (2 x) = 1:0.
x!1 x!1
Reescrevendo a função, temos que:
!
sin 2x x ln(2 x)
ln L = lim ln (2 x) = lim sin lim cos
x!1 cos 2x x!1 2 x!1 ( 2x )
ln (2 x)
) ln L = lim x
= 00 .
x!1 cos
2
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
1
2 x 2
ln L = lim = lim = 2 ) ln L = 2 .
x!1
2
sin 2 x (2 x) sin 2 x
x!1

Aplicando a função exponencial a ambos os membros, obtém-se:


x p
L = e ) lim (2 x)tan( 2 ) = e = e2 .
2 2

x!1

181
3. lim (cotg (x))sin x = 10 .
x!0

Solução: De…nindo L = lim (cotg (x))sin x .


x!0
Aplicando logaritmo neperiano em ambos os membros, temos que:
ln L = ln lim (cotg (x))sin x = lim (sin x ln(cotg (x))) = 0:1.
x!0 x!0
Reescrevendo a função, temos que:
ln(cotg (x)) ln(cotg (x)) 1
ln L = lim 1 = lim = 1
.
x!0
sin x
x!0 cossec (x)
Aplicando a regra de L’Hôpital, temos que:
cossec2 (x)
cotg(x) sin x
ln L = lim = 0 ) ln L = 0.
= lim
x!0 cotg (x) cossec (x) x!0 cos2 x

Aplicando a função exponencial a ambos os membros, obtém-se:


L = e0 ) lim (cotg (x))sin x = 1.
x!0

p
4 cos2 (3x)
4. lim 1 + cos2 (3x)
x! 2
p
4 cos2 (3x)
Solução: De…nindo L = lim 1 + cos2 (3x), temos que:
x! 2

1 ln (1 + cos2 (3x))
ln L = ln lim (1 + cos2 (3x)) 4 cos2 (3x) = lim =
x! 2 x! 2 4 cos2 (3x) #
0 0
0 L H

6 cos(3x) sin(3x)
1+cos2 (3x) 1 1 1
) ln L = lim = lim
4 x! 2
= 4
.
x! 2 24 cos (3x) sin (3x) 2 1 + cos (3x)

1 1
) ln L = 4
, L= p :
4
e

182
4.5 Exercícios

1. Calcule os limites, aplicando a regra de L’Hopital, quando possível:


x arcsen x sen x sen y
1. lim 2. lim
x!0 x x!y x y
ex senx 1 sec2 x
3. lim 4. lim
x!0 ln (1 + x) x! 2 sec2 (3x)
ln x xn
5. lim 6. lim 2x , para n 2 N
x!0 cossec x x!1 e
tg (x) ln x
7. lim 8. lim n , para n 2 N
x! 2 tg (3x) x!+1 x
cotg (x) x
9. lim 10. lim (1 x)cos( 2 )
x!0 cotg (2x) x!1
2x
1 x2
2x 1 ln (sen2x)
11. lim 12. lim+
x!1 x x!0 ln (sen x)
tg ( x)
13. lim+ [x ln (sin x2 )] 14. lim
x!0 x!0 x 2
a
15. lim x sin 16. lim [( 2x) tg (x)]
x!1 x x! 2
h x i
17. lim [(1 tgx) sec (2x)] 18. lim (a2 x2 ) tg
x! 4 x!a 2a
p3 3 x 2
19. lim x x3 x ; 20. lim x tg(x 2)
cos (x 2)
x!+1 x!2
2 1 1 1
21. lim 22. lim
x!0 sen2 x 1 cos x x!1 x 1 ln x
1 1 1 1
23. lim 24. lim
x!0 sen2 x x2 x!0 x2 xtg (x)
x2 4 x
25. lim x
26. lim 2
tg
x!0 4x 2x (e + 1) x!0 x 4
x 1 x2
x 1 2
27. lim e 1+ x 28. lim cos
x!1 e x!1 x
x
2 1
29. lim +1 30. lim x 1 x
x!1 x x!1
1
31. lim (1 + sen x)cotg(x) 32. lim (ex + x) x
x!0 x!0
4x
33. lim (e2x + 2x) 34. lim+ (1 + x)ln x
x!0 x!0
sen x
1 x tg (
x
)
35. lim 36. lim tg 4
2
x!0 x x!1
1 tg x
37. lim p 38. lim+ (ex + x)ln x
x! 4 1 2sen x x!0
xsen2 x sen2 x cotg (x)
39. lim 40. lim
x!0 3tg3 x cos x x!0 x2
1
2 1 ln(ex 1)
41. lim x x ln 1 + 42. lim+ x
x!1 x x!0

183
x
x tg ( 2a )
43. lim 2 a
44. lim ln (cotg (x))tg x
x!a
x 2
x!0 p
e 1 1 1 x
45. lim 2
46.lim p p
x!1 2arctg (x ) x!0 1 + x 1 x2
2 1 1
47. lim (ex + 1)x 48. lim (x + 1) 4 x 4
x!0 x!1
p 2x
x 4
49. lim 3x x2 1 50. lim (x 3)
x!1 x!4
arccos x 3x2
51. lim p 52. lim x
x!1 1 x x!0 2e 2
1
x2
53. lim ln (ex + 1)
x!1

x
x+a
2. Determine o valor da constante a para que lim = 4.
x!+1 x a
x2
3. Determine todos os valores das constantes a e b para que lim = 8:
x!0 a + cos (bx)

a=x
1 + e2x p
4. Determine o valor da constante a para que lim = e:
x!+1 2
5. Determine, se possível, o valor da constante a para que
p
ln(x+1) xsen2 (x)
lim+ 1 + a ln (x + 1) = lim :
x!0 x!0 3tg3 (x) cos (x)

6. Se f 0 é contínua e f (0) = 3 determine, se possível, o valor da constante m e o


valor de f 0 (0) para que

m f (e4x 1) + [f (sin (3x))]2


lim = 12:
x!0 x

184
Respostas:

1. .
1. 0 2. cos y 3. 0 4. 9
1, para x ! 1
5. 0 6. 7. 3 8. 0
0, para x ! +1
1
9. 2 10. 1 11. e 12. 1
2
13. 0 14. 15. a 16. 2
2 2
4a
17. 1 18. 19. 0 20. 6
1 1 1 1
21. 22. 23. 24.
22 2 3 3
25. 26. 1 27. e 28. e 2
8
29. e2 30. e 1 31. e 32. e2
33. 1 34. 1 35. 1 36.
1
37. 2 38. 1 39. 40. 1
3
2
1
41. 42. e 43. e 44. 0
2
1
45. 46. 1 47. 1 48. 0
2 p
49. 1 50. e8 51. 2 52. 0
53. 0
2. c = ln 2
1
3. a = 1 e b= 2

1
4. a = 4

5. a = ln 3
6. m = 3 e f 0 (0) = 2:

185
Capítulo 5
Análise da Variação das Funções

Objetivos
Interpretar geometricamente e aplicar o teorema de Rolle;

Interpretar geometricamente e aplicar o teorema do Valor Médio;

Determinar intervalos de crescimento e decrescimento de uma função;

Encontrar os pontos críticos;

Determinar os intervalos em que uma função é côncava e/ou convexa;

Obter os pontos de in‡exão;

Encontrar os máximos e mínimos relativos;

Analisar os máximos e mínimos de uma função mediante o teste (ou critério) da


primeira derivada;

Analisar os máximos e mínimos de uma função mediante o teste (ou critério) da


segunda derivada;

Determinar as assíntotas do grá…co de uma função;

Construir grá…cos de funções;

Aplicar a teoria de máximos e mínimos das funções na resolução de problemas;

Analisar o grá…co de uma função (máximos e mínimos relativos e absolutos, pon-


tos críticos, pontos de in‡exão, intervalos de crescimento e decrescimento, con-
cavidade, assíntotas).
5.1 Introdução

O aspecto quantitativo no estudo dos fenômenos da natureza se resume em


estabelecer e analisar a dependência funcional entre as grandezas variáveis que tomam
parte em cada fenômeno. Se conseguirmos estabelecer esta dependência funcional de
modo analítico, isto é, mediante uma ou várias fórmulas, podemos explorar esta de-
pendência servindo-nos dos métodos de análise matemática.
O nosso objetivo é estabelecer um método geral para a análise da variação
de funções de uma variável real e construção do seu grá…co.

5.2 Funções Crescentes e Decrescentes

De…nição 1: Seja f uma função de…nida em um intervalo I e sejam x1 ,


x2 2 I.
(i) f é crescente em I se f (x1 ) < f (x2 ) para x1 < x2 ;
(ii) f é decrescente em I se f (x1 ) > f (x2 ) para x1 < x2 ;
(iii) f é constante em I se f (x1 ) = f (x2 ) para todos os pontos x1 e x2 .

y y y

f (x 2 )
f (x 1 )
f (x1 ) f (x1 ) = f (x 2 )
f (x 2 )

x1 x2 x x
x x1 x2 x1 x2

f crescente f decrescente f constante


Se uma função é só crescente ou só decrescente em um intervalo, dizemos que
é monótona neste intervalo.

5.3 Máximos e Mínimos

Considere a função y = f (x) como abaixo ilustrada.


y

y = f (x )

x0 x1 x2 x3 x4 x5 x

187
Os pontos de abcissas x0 , x1 , x2 , x3 , x4 e x5 são chamados pontos extremos.
Os valores das ordenadas, f (x0 ), f (x2 ) e f (x4 ) são chamados de máximos relativos; e,
f (x1 ), f (x3 ) e f (x5 ) são chamados de mínimos relativos.
De…nição 2: Uma função f tem um máximo relativo em c, se existir um
intervalo aberto I, contendo c, tal que
f (c) f (x) ; 8x 2 I \ Df:

De…nição 3: Uma função f tem um mínimo relativo em c, se existir um


intervalo aberto I, contendo c, tal que
f (c) f (x) ; 8x 2 I \ Df:

x3
Exemplo 1: A função f (x) = 3
4x tem um máximo relativo em c1 = 2
e um mínimo relativo em c2 = 2.

y
5

-4 -2 2 4
-5
x

Teorema: Supondo que f (x) existe para todos os valores de x 2 (a; b) e


que f tem um extremo relativo em c, com a < c < b. Se f 0 (c) existe, então f 0 (c) = 0.
Demostração: Supondo que f tem um ponto de máximo relativo em c e que
0
f (c) existe. Então, pela de…nição de derivadas, temos que
f 0 (c) = lim f (x)x cf (c) = lim+ f (x)x cf (c) = lim f (x)x fc (c) .
x!c x!c x!c
Como c é um ponto de máximo relativo de f , se x estiver su…cientemente
próximo de c, temos que
f (c) f (x) ) f (c) f (x) 0.
f (x) f (c)
Se x ! c+ , então x c ! 0. E ainda, x c
0. Assim,

f (x) f (c)
f 0 (c) = lim+ 0. (1)
x!c x c
f (x) f (c)
Se x ! c , então x c ! 0. E ainda, x c
0. Assim,

f (x) f (c)
f 0 (c) = lim 0. (2)
x!c x c

De (1) e (2), segue que f 0 (c) = 0.

Geometricamente, está proposição nos a…rma que se f tem um extremo rela-


tivo em c e se f 0 (c) existe, então o grá…co de y = f (x) tem um reta tangente horizontal
no ponto x = c.

188
A proposição 1, nos permite concluir que se f 0 (c) existe, a condição f 0 (c) = 0
é necessária para a existência de um extremo relativo em c, mas não é su…ciente. Em
outras palavras, se f 0 (c) = 0, então a função f pode ter ou não um extremo relativo no
ponto c. Isto pode ser observado nas funções f (x) = x3 e g (x) = jxj. Veri…que!!!
De…nição 4: O ponto c 2 Df tal que f 0 (c) = 0 ou f 0 (c) não existe é
chamado de ponto crítico ou valor crítico.
Observe que uma função de…nida num dado intervalo pode admitir vários
pontos extremos. Ao maior e ao menor valor da função num intervalo denominamos
máximo absoluto e mínimo absoluto, respectivamente.

Teorema de Weierstrass: Se f é uma função contínua, de…nida em um


intervalo fechado [a; b]. Então f assume seu máximo e mínimo absoluto em [a; b].
Obs: Esta demonstração será omitida.

5.4 Teoremas sobre derivadas

O próximo teorema a…rma que se o grá…co de uma função deferenciável cruza


a reta y = k em dois pontos, a e b, então entre eles deve existir ao menos um ponto c
onde a reta tangente horizontal. Observe a …gura abaixo:
y

a c1 c2 b x

No exemplo acima ilustrado, em cada um dos pontos cujas abscissas são c1


e c2 o coe…ciente angular da reta tangente a curva é zero. Portanto, f 0 (c) = 0.

Teorema de Rolle
Seja f uma função tal que

i. f é contínua em [a; b] ;
ii. f é derivável em (a; b);
iii. f (a) = f (b).

Então, existe pelo menos um c 2 (a; b) tal que f 0 (c) = 0.


Demonstração: Consideremos dois casos.

1o Caso: Se f (x) = k, 8x 2 [a; b].

189
Então f 0 (x) = 0, 8 x 2 (a; b).
Logo, qualquer número entre a e b pode ser escolhido como c.

2o Caso: Se f (x) 6= f (a) = f (b), para algum x 2 (a; b).


Como f é contínua em [a; b], pela proposição 2, f atinge seu máximo e seu mínimo em
[a; b]. Sendo f (x) 6= f (a) = f (b) existe um valor extremo em algum c 2 (a; b).
E ainda, como f é derivável, pela proposição 1, conclui-se que f 0 (c) = 0:

Exemplo 2: A função f (x) = x x3 , 8x 2 [ 1; 1], veri…ca o teorema de


Rolle?
Solução: Veri…quemos se as hipóteses do teorema de Rolle são satisfeitas:

i. f é de…nida e contínua sobre o intervalo fechado [ 1; 1];


iii. f 0 (x) = 1 3x2 é de…nida e contínua em [ 1; 1]. Logo, f é derivável em ( 1; 1);
iii. f ( 1) = f (1) = 0;

Como as hipóteses estão satisfeitas,p então existe c 2 ( 1; 1) tal que


f 0 (c) = 0 ) 1 3c2 = 0 ) c = 33 2 ( 1; 1).

Exemplo 3: A função f (x) = cos2 x, 8x 2 4


; 4
, veri…ca o teorema de
Rolle?
Solução: Temos que:

i. f é de…nida e contínua em 4
; 4
;

ii. f 0 (x) = 2 sin x cos x = 2 sin (2x) é derivável em 4


; 4
;

iii. f 4
=f 4
= 21 ;

Observe ainda que, se


f 0 (c) = 0 ) 2 sin (2c) = 0 ) c = n2 , com n = 0; 1; 2; : : :.
Para c = 0, temos que c 2 ; .
4 4
Logo, veri…ca-se o teorema de Rolle.
q
Exemplo 4: A função f (x) = 3 (x 2)2 , 8x 2 [0; 4], veri…ca o teorema de
Rolle?
Solução: Veri…quemos se as hipóteses do teorema de Rolle são satisfeitas:

i. f é de…nida e contínua sobre o intervalo fechado [0; 4];


p
iii. f (0) = f (4) = 3 4;
2
ii. f 0 (x) = p
3
não é de…nida para x = 2 2 (0; 4).
3 (x 2)

190
Logo, não veri…ca o teorema sobre o intervalo [0; 4].
p
5
Exemplo 5: A função f (x) = 1 x4 se anula nos extremos do intervalo
[ 1; 1]. Demonstre que sua derivada não se reduz a zero em nenhum ponto do segmento
[ 1; 1] :
Solução: Observe que

(i) f é de…nida e contínua sobre o intervalo fechado [ 1; 1];


(iii) f ( 1) = f (1) = 0;
4
(iii) f 0 (x) = p
55x
não é de…nida para x = 0 2 ( 1; 1).

Portanto, f não satisfaz o teorema de Rolle sobre o intervalo [ 1; 1] então


não é possível a…rmar que existe um ponto tal que f 0 (c) = 0:
p
Exemplo 6: Comprove que entre as raízes de f (x) = 3 x2 5x + 6 existe
também as raízes de sua derivada.
Solução: As raízes de f são 2 e 3. Note ainda que,

(i) f é de…nida e contínua sobre o intervalo fechado [2; 3];


(iii) f (2) = f (3) = 0;
2x 5
(iii) f 0 (x) = p
3
é derivável para todo x 2 (2; 3).
3 (x2 5x+6)2

Logo, pelo teorema de Rolle, concluímos que existe um c 2 (2; 3) tal que
f 0 (c) = 0, ou seja, entre 2 e 3 existe também a raiz da derivada.

Analisemos agora o primeiro teorema do valor médio para derivadas, ou seja,


sobre os incrementos …nitos de uma função.

O teorema de Rolle é um caso especial do Teorema do Valor Médio, o qual


a…rma que entre dois pontos quaisquer A e B sobre um grá…co de uma função diferen-
ciável, deve haver pelo menos um lugar onde a reta tangente à curva é paralela à reta
secante que passa por A e B.
Note que o coe…ciente angular da reta secante, que passa pelos pontos A (a; f (a))
e B (b; f (b)), é
f (b) f (a)
b a
e que a inclinação da reta tangente em c é f 0 (c). Geometricamente,
y

f (b )

f (a )

a c b x

191
Teorema do Valor Médio (ou de Lagrange)
Seja f uma função tal que

i. f é contínua em [a; b] ;
ii. f derivável em (a; b);

Então, existe pelo menos um c 2 (a; b) tal que f 0 (c) = f (b)b af (a) .
Demonstração: A equação da reta que passa pelos pontos A e B é

f (b) f (a)
y f (a) = (x a) .
b a
Se y = h (x), então:

f (b) f (a)
h (x) = f (a) + (x a) .
b a
Observe que h (x) é uma função polinomial. Sendo assim, h é uma função
contínua e diferenciável para todo x.
De…na a função g (x) = f (x) h (x). Assim,
f (b) f (a)
g (x) = f (x) f (a) (x a) .
b a
Esta função representa a distância vertical entre um ponto do grá…co e o
ponto correspondente da reta secante.
Note que:

(i) g (a) = g (b) = 0;


(ii) g é uma função contínua em [a; b];
(iii) g é derivável em (a; b);

Portanto, como a função g satisfaz as condições do Teorema de Rolle, existe


um c 2 (a; b) tal que

f (b) f (a)
g 0 (c) = 0 ) f 0 (c) = .
b a

Exemplo 7: Veri…que se as funções abaixo veri…cam o teorema do valor


médio:

1. f (x) = x x3 em [ 2; 1];
Solução: Veri…cando as hipóteses do teorema do valor médio:

(a) i. f é de…nida e contínua em [ 2; 1];


ii. f 0 (x) = 1 3x2 é de…nida para todo x 2 ( 2; 1);

192
Logo, satisfaz as condições do teorema. Assim, temos que 9c 2 ( 2; 1) tal que
f (b) f (a)
f 0 (c) = b a
) 1 3c2 = 2 ) c= 1.
Observe que, apenas 1 2 ( 2; 1) :

2
2. f (x) = x 3 sobre [ 1; 1].
Solução: Veri…cando as hipóteses do teorema do valor médio:

(a) i. f é de…nida e contínua em [ 1; 1];


2
ii. f 0 (x) = 3 p
3 x não é de…nida em x = 0 2 ( 1; 1);

Vejamos, no entanto, se veri…ca o Teorema.


f (b) f (a) 2
f 0 (c) = b a
) p
33x
= 0.
Conclusão: não existe c 2 ( 1; 1). Portanto, não veri…ca o teorema sobre [ 1; 1].

Exemplo 8: Em que ponto da curva f (x) = ln x a tangente é paralela à


corda que une os pontos A (1; 0) e B (e; 1).
Solução: Como as hipóteses do Teorema de Lagrange são satisfeitas para
f (x) = ln x sobre [1; e] (veri…que!!! ), temos que
f 0 (c) = f (b)b fa (a) ) 1c = e 1 1 ) c = (e 1) ) c 2 (1; e).
Lembre que f 0 (c) é o coe…ciente angular da reta secante que passa pelos
pontos A e B.
Portanto, o ponto em que a tangente a curva é paralela a corda que une os
pontos A e B é P (e 1; ln (e 1)).

Exemplo 9: Aplique o Teorema de Lagrange para demonstrar a desigual-


dade x > ln (x + 1) se x > 0.
Solução: Como x > 0 tomemos um número c tal que 0 < c < x: Se f (x) =
ln (x + 1) e os extremos do intervalo são a = 0 e b = x, então:
f 0 (c) = f (b)b af (a) ) c+1
1
= ln(x+1)
x 0
0 x
) ln (x + 1) = c+1 :
Oberve que,
x
c+1
< x, pois c > 0 ) ln (x + 1) < x:

Com o auxílio do estudo das derivadas podemos aprimorar este conceito de


função crescente, decrescente ou nula. O próximo teorema esta baseado no teorema do
Valor Médio.

Teorema 1: Seja f uma função contínua sobre o intervalo fechado [a; b] e


derivável no intervalo aberto (a; b).

(i) Se f 0 (x) > 0, 8x 2 (a; b), então f é crescente em [a; b];


(ii) Se f 0 (x) < 0, 8x 2 (a; b), então f é decrescente em [a; b];
(iii) Se f 0 (x) = 0, 8x 2 (a; b), então f é constante em [a; b].

193
Demonstração:
Sejam x1 ; x2 2 [a; b] com x1 < x2 . Como f é contínua em [a; b] e derivável
em (a; b), então f é contínua em [x1 ; x2 ] e derivável em (x1 ; x2 ), pois [x1 ; x2 ] [a; b].
Pelo Teorema do valor médio, 9c 2 (x1 ; x2 ) tal que
f (x2 ) f (x1 )
f 0 (c) = ) f (x2 ) f (x1 ) = f 0 (c) (x2 x1 ) .
x2 x1
Observe que x2 x1 > 0, então:

(i) Se f 0 (c) > 0, então f (x2 ) f (x1 ) > 0 ) f (x2 ) > f (x1 ).
Logo, pela de…nição 1, f é crescente em [a; b].
(ii) Se f 0 (c) < 0, então f (x2 ) f (x1 ) < 0 ) f (x2 ) < f (x1 ).
Portanto, pela de…nição 1, f é decrescente em [a; b].
(iii) Se f 0 (c) = 0, então f (x2 ) = f (x1 ). Dessa forma, pela de…nição 1, f é constante
em [a; b].

Geometricamente, no(s) intervalo(s) em que f é crescente, a inclinação da


reta tangente à curva em cada ponto é positiva, pois forma com o eixo x um ângulo
agudo ; decrescente, a inclinação da reta tangente à curva em cada ponto é negativa,
pois forma com o eixo x um ângulo obtuso . E ainda, a reta tangente é paralela ao
eixo x nos pontos em que a derivada é nula.
y

α1
α1

x0 x1 x2 x4 x

Exemplo 10: Determinar os intervalos de crescimento e/ou decrescimento


das funções:
5 3
1. f (x) = x5 x
3
;
Solução: O domínio da função f é: Df = R.
Temos que:
f 0 (x) = x4 x2 = x2 (x2 1) ) Df 0 = R.
Assim,
f 0 (x) = 0 , x2 (x2 1) = 0 ) x = 0 ou x = 1.
Os pontos críticos da função são: 1, 0 e 1.
Analisando o sinal da derivada nos intervalos ( 1; 1), ( 1; 0), (0; 1) e (1; +1),
pelo teorema anterior, conclui-se que:
f é crescente para x 2 ( 1; 1] [ [1; +1);
f é decrescente para x 2 [ 1; 1].

194
Gra…camente, temos que:

y 1

-2 -1 1 2
x
-1

1
2. f (x) = x+2
;
Solução: O domínio da função f é: Df = R f 2g.
Temos que:
1
f 0 (x) = (x+2)2
) Df 0 = R f 2g.
Observe que f 0 não existe em x = 2. Assim,
0 1
f (x) = 0 , (x+2)2
=0) 1=0 Absurdo!

Temos que, f 0 não existe em x = 2. Como 2 2 = Df , não pode ser consider-


ado um ponto crítico. Apesar disso, devemos considerá-lo na análise do sinal da
derivada.
Analisando o sinal da derivada nos intervalos ( 1; 2) e ( 2; +1), conclui-se
que f é decrescente para x 2 ( 1; 2) [ ( 2; +1).
Gra…camente, temos que:

y
2
1

-4 -2 -1 2
x
-2

p
3. f (x) = 1 x2 ;
Solução: O domínio da função f é: Df = [ 1; 1].
Temos que:
f 0 (x) = p x ) Df 0 = ( 1; 1).
1 x2
0
Note que f não está de…nida em x = 1. Assim,
0
f (x) = 0 , p x = 0 ) x = 0.
1 x2

Analisando o sinal da derivada somente nos intervalos ( 1; 0) e (0; 1), pois fazem
parte do domínio da função, conclui-se que:

f é crescente para x 2 ( 1; 0];


f é decrescente para x 2 [0; 1).

195
Gra…camente, con…rma-se a conclusão acima.

y
1.0
0.5

-1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0


x

2x2 4, se x 1
4. f (x) = .
x 1, se x > 1
Solução: O domínio da função f é: Df = R.
Temos que:
4x, se x < 1
f 0 (x) = ) Df 0 = R f1g.
1, se x > 1

Para x < 1, temos que:

f 0 (x) = 0 , 4x = 0 ) x = 0.
O único ponto crítico, neste intervalo, é 0.
Analisando o sinal da derivada somente nos intervalos ( 1; 0) e (0; 1), conclui-se
que:
f é crescente para x 2 [0; 1];
f é decrescente para x 2 ( 1; 0].

Para x > 1, temos que:

f 0 (x) = 0 , 1 = 0 Absurdo!!!
Logo, não há ponto crítico neste intervalo.
Como f 0 (x) = 1 < 0 para todo x > 1, então f é decrescente para todo x 2
(1; +1).

Conclusão:

f é crescente para x 2 [0; 1];


f é decrescente para x 2 ( 1; 0] [ (1; +1).

Observação: Como uma função f (x) pode ter valor extremo num ponto
no qual a abscissa x não pertença ao seu campo de de…nição, embora esta abscissa não
possa ser considerada como um valor crítico, ao estabelecer os intervalos para a análise
do crescimento e decrescimento da função y = f (x) estes valores devem ser considerados,
pois são extremos destes intervalos. Nos itens 2 e 3, do exemplo 1, esta consideração foi
feita.

196
5.5 Critérios para determinação dos extremos de
uma função

Os extremos relativos podem ser vistos como pontos de transição, separando


regiões onde o grá…co é crescente ou decrescente. Conforme a …gura abaixo, os extremos
relativos de uma função contínua ocorrem ou em bicos (pontos de não-diferenciabilidade)
ou em pontos em que a reta tangente é horizontal.
Pontos de
y
não-diferenciabilidade

x0 x1 x2 x3 x4 x5 x

Os pontos extremos relativos de uma função, se houver, ocorrem em pontos


críticos em que f 0 muda de sinal.
A seguir, veremos alguns teoremas que estabelecem critérios para determinar
os extremos de uma função.

Critério da derivada primeira para determinação dos extremos

Teorema 2 (Teste da primeira derivada): Seja y = f (x) uma função


contínua num intervalo fechado [a; b] que possui derivada em todo o ponto do intervalo
(a; b), exceto possivelmente num ponto c.

i. Se f 0 (x) > 0 para todo x < c e f 0 (x) < 0 para todo x > c, então f tem máximo
relativo em c;
ii. Se f 0 (x) < 0 para todo x < c e f 0 (x) > 0 para todo x > c, então f tem mínimo
relativo em c;
iii. Se f 0 (x) > 0 para todo x < c e f 0 (x) > 0 para todo x > c, então f não tem ponto
nem de máximo nem de mínimo relativo em c;
iv. Se f 0 (x) < 0 para todo x < c e f 0 (x) < 0 para todo x > c, então f não tem ponto
nem de máximo nem de mínimo relativo em c;

Demonstração do caso (i):


Como f 0 (x) > 0 para todo x 2 (a; c), então f é crescente em [a; c] (por
teorema da seção anterior). Analogamente, concluímos que f é decrescente em [c; b].
Portanto, f (x) < f (c) para todo x 6= c em (a; b), então f tem um máximo relativo em
c.

A demonstração dos casos (ii), (iii) e (iv) é semilar a do caso(i).

197
Podemos concluir deste teorema que: se ao passar pelo ponto crítico da
esquerda para a direita o sinal da primeira derivada muda de mais (+) para menos (-)
então, em a função tem um valor máximo e se muda de menos (-) para mais (+) então,
em a função tem valor mínimo.

Exemplo 11: Determine os valores extremos da função, se existirem:


3 2
1. f (x) = x3 x
2
6x;
Solução: O domínio da função f é: Df = R.
Temos que:
f 0 (x) = x2 x 6 ) Df 0 = R.
Assim,
f 0 (x) = 0 , x2 x 6 = 0 ) x1 = 2 e x2 = 3.
Logo, os pontos críticos da função são: 2 e 3.
Analisando o sinal da derivada nos intervalos ( 1; 2), ( 2; 3) e (3; +1), conclui-
se que:

f 0 (x) > 0 para x 2 ( 1; 2) [ (3; +1);


f 0 (x) < 0 para x 2 ( 2; 3).

Pelo teste da primeira derivada conclui-se que:

Em x = 2, a função f tem um ponto de máximo em P 2; 22


3
;
15
Em x = 3, a função f tem um ponto de mínimo em P 3; 2
.

p
3
3
2
2. f (x) = 1 x2 ;
Solução: O domínio da função f é: Df = [ 1; 1].
Temos que:
p 2
0 1 x3
f (x) = 1 ) Df 0 = [ 1; 0) [ (0; 1].
x3
0
A função f não está de…nida em x = 0.
Temos que,
p 2
1 x3 2
0
f (x) = 0 , 1 = 0 ) x3 = 1 ) x = 1, mas 12
= ( 1; 1).
x3
f 0 (x) não está de…nida em x = 0:

Logo, o único ponto crítico ocorre em x = 0.


Analisando o sinal da derivada nos intervalos ( 1; 0) e (0; 1), conclui-se que:

f 0 (x) > 0 para x 2 ( 1; 0);


f 0 (x) < 0 para x 2 (0; 1).

Pelo teste da primeira derivada conclui-se que, em x = 0 a função f tem um


ponto de máximo em P (0; 1).

198
p
3
1. f (x) = (x 1) x2 ;
Solução: O domínio da função f é: Df = R.
Temos que:
5xp 2
f 0 (x) = 33x
) Df 0 = R .
Assim,
5xp 2
f 0 (x) = 0 , 33x
= 0 ) 5x 2 = 0 ) x = 52 .
f 0 (x) não está de…nida em x = 0

Logo, os pontos críticos da função ocorrem em x = 0 e x = 52 .


Analisando o sinal da derivada nos intervalos ( 1; 0), 0; 52 e 2
5
; +1 , conclui-se
que:
2
f 0 (x) > 0 para x 2 ( 1; 0) [ 5
; +1 ;
f 0 (x) < 0 para x 2 0; 52 .

Pelo teste da primeira derivada conclui-se que:

Em x = 0, a função f tem um ponto de máximo em P (0; 0);


q
2 2 3 3 4
Em x = 5
, a função f tem um ponto de mínimo em P 5
; 5 25
.

2. f (x) = (x 1)2 (x + 1)3 ;


Solução: O domínio da função f é: Df = R.
Temos que:
f 0 (x) = (x 1) (x + 1)2 (5x 1) ) Df 0 = R.
Assim,
f 0 (x) = 0 , (x 1) (x + 1)2 (5x 1) = 0 ) x1 = 1, x2 = 1 e x3 = 15 .
Logo, os pontos críticos da função são: 1 e 15 .
Analisando o sinal da derivada nos intervalos ( 1; 1), 1; 51 , 1
5
;1 e (1; +1),
conclui-se que:

f 0 (x) > 0 para x 2 ( 1; 1) [ 1; 51 [ (1; +1);


1
f 0 (x) < 0 para x 2 5
;1 .

Pelo teste da primeira derivada conclui-se que:

Em x = 1, a função f tem não tem valor máximo nem mínimo;


1 1 3456
Em x = 5
, a função f tem um ponto de máximo em P ;
5 3125
;
Em x = 1, a função f tem um ponto de mínimo em P (1; 0).

199
Roteiro para determinar os valores extremos

1o Passo: Determinar o campo de de…nição de f ;


2o Passo: Encontrar a primeira derivada;
3o Passo: Determinar os pontos críticos;
4o Passo: Analisar o sinal de f 0 (x);
5o Passo: Aplicar o teste da primeira derivada.

Critério da derivada segunda para determinação dos extremos

Seja x = c um valor crítico do domínio de f (x) tal que f 0 (c) = 0, se existir a


segunda derivada f 00 (x) e se esta é contínua numa vizinhança de x = c podemos então
averiguar se f (c) é um valor máximo ou mínimo relativo de f (x) através da segunda
derivada, segundo o teorema seguinte:

Teorema 3 (Teste da segunda derivada): Sejam f uma função de-


rivável num intervalo aberto (a; b) e c um ponto crítico de f neste intervalo tal que
f 0 (c) = 0, para c 2 (a; b). Se f admite a derivada f 00 em (a; b) e se

i. f 00 (c) < 0, então f tem um valor máximo relativo em c;


ii. f 00 (c) > 0, então f tem um valor mínimo relativo em c;

Demonstração do caso (i ):
Por hipótese f 00 (c) existe e f 00 (c) < 0. Então, pela de…nição de derivada
segunda, temos que:
f 0 (x) f 0 (c)
f 00 (c) = lim < 0.
x!c x c
Existe um intervalo aberto I contendo, contendo c, tal que

f 0 (x) f 0 (c)
< 0, 8x 2 I.
x c
Seja A o intervalo aberto que contém todos os pontos x 2 I tais que x < c.
Então, c é o extremo direito do intervalo aberto A:
Seja B o intervalo aberto que contém todos os pontos x 2 I tais que x > c.
Então, c é o extremo esquerdo do intervalo aberto B:
Como f 0 (c) = 0, concluímos que:

se x 2 A ) f 0 (x) > 0;
se x 2 B ) f 0 (x) < 0.

200
Pelo teste da primeira derivada, conclui-se que f tem um valor máximo
relativo em c.

A demonstração de (ii) é análoga.


Observação: Se f 00 (c) = 0 ou f 00 (c) não existir, então o teste da segunda
derivada é inconclusivo, isto é, f pode ter um máximo, um mínimo ou nem de máximo
nem de mínimo em c. Neste caso, para proceder a análise dos máximos e mínimos
devemos recorrer ao critério da primeira derivada.

Exemplo 12: Determine os valores extremos de cada função mediante o


critério da segunda derivada.
1. f (x) = x3 3x2 9x + 5;
Solução: O domínio da função f é: Df = R.
Temos que:
f 0 (x) = 3x2 6x 9 ) Df 0 = R.
Assim,
f 0 (x) = 0 , 3x2 6x 9 = 0 ) x1 = 1 e x2 = 3.
Os pontos críticos da função são: 1 e 3.
f 00 ( 1) = 12 < 0
f 00 (x) = 6x 6) .
f 00 (3) = 12 > 0
Pelo teste da segunda derivada, conclui-se que:
Em x = 1, a função f tem um ponto de máximo em P ( 1; 10);
Em x = 3, a função f tem um ponto de mínimo em P (3; 22).

2. f (x) = 1 x4 ;
Solução: O domínio da função f é: Df = R.
Temos que:
f 0 (x) = 4x3 ) Df 0 = R.
Assim,
f 0 (x) = 0 , 4x3 = 0 ) x = 0.
O único ponto crítico da função é o 0.
f 00 (x) = 12x2 ) f 00 (0) = 0 .
Logo, o teste da segunda derivada é inconclusivo.
Neste caso, recorrendo ao critério da derivada primeira, temos que:
f 0 (x) > 0 para x 2 ( 1; 0);
f 0 (x) < 0 para x 2 (0; +1).
Conclusão: Pelo teste da primeira derivada, tem-se que em x = 0 a função f
tem um ponto de máximo em P (0; 1).

201
5.6 Concavidade

O sinal da derivada de f revela onde o seu grá…co é crescente ou decrescente,


ele não revela a direção da curvatura. Por exemplo, na próxima …gura, vê-se que ambos
os lados do ponto P o grá…co é crescente, mas à esquerda a curvatura está para cima e à
direita a curvatura está para baixo. Nos intervalos onde o grá…co de f tem a curvatura
para cima dizemos que f é côncava para cima, e se a curvatura é para baixo, dizemos
que f é côncava para baixo naqueles intervalos.

Côncava
P para baixo
Côncava
para cima

Para funções diferenciáveis,a direção da curva pode ser caracterizada em


termos das retas tangentes. Nos intervalos em que f é côncava para cima seu grá…co
está acima das retas tangentes. Nos intervalos em que f é côncava para baixo seu grá…co
está abaixo das retas tangentes.
y y = f (x ) y
P
P y = f (x )

a c b x a c b x
f côncava para cima f côncava para baixo

De…nição 5: Se f for diferenciável num intervalo I então:


i. f tem concavidade para cima se f 0 for crescente em I;
ii. f é concavidade para baixo se f 0 for decrescente em I;

Para obter os intervalos em que a concavidade é voltada para cima ou para


baixo, isto é, os intervalos em que f 0 cresce e decresce, estuda-se o sinal da segunda
derivada de f .

Teorema 4: Seja f uma função duas vezes diferenciável em um intervalo


aberto I = (a; b). Se:

i. f 00 (x0 ) > 0 quando x0 2 I então, o grá…co de f tem concavidade para cima sobre I;
ii. f 00 (x0 ) < 0 quando x0 2 I então, o grá…co de f tem concavidade para baixo sobre
I.

Demonstração: Omitiremos a demonstração tanto de (i) quanto de (ii), fare-


mos apenas algumas considerações:

202
1a Este teorema nos diz que se em I a segunda derivada é positiva (caso (i)) ou negativa
(caso (ii)) exceto em alguns pontos nos quais ela é zero, então a curva f (x) tem
concavidade para cima para o caso (i) ou para baixo no caso (ii).
2a Se ocorrer que f 00 (x) = 0 não só em alguns pontos senão em todo o intervalo I,
então f (x) será uma função linear, onde não faz sentido tratar de concavidade.

Exemplo 13: Determine os intervalos de concavidade e/ou convexidade da


curva.

1. f (x) = x3 x2 ;
Solução:
Temos que:
f 0 (x) = 3x2 2x;
00
f (x) = 6x 2.
Assim,
f 00 (x0 ) = 0 , 6x0 2 = 0 ) x0 = 13 .
Analisando os intervalos 1; 31 e 1
3
; +1 , conclui-se que:

f 00 (x) < 0, 8x 2 1; 13 ) o grá…co de f tem concavidade voltada para


baixo;
1
f 00 (x) > 0, 8x 2 3
; +1 ) o grá…co de f tem concavidade voltada para
cima.

x2
2. f (x) = e ;
Solução: Domínio de f : Df = R.
Temos que:
x2
f 0 (x) = 2xe ;
00 x2
f (x) = 2e (2x2 1) :
Assim,
p
x2 2
f 00 (x0 ) = 0 , 2e (2x20 1) ) x0 = 2
.
Analisando os sinais da segunda derivada concluímos que:
p p
2 2
f 00 (x) > 0, 8x 2 1; 2
[ 2
; +1 ) o grá…co de f tem concavi-
dade voltada para cima;
p p
2 2
f 00 (x) < 0, 8x 2 2
; 2
) o grá…co de f tem concavidade voltada para
baixo.

203
5.7 Pontos de In‡exão

Quando sobre o grá…co de uma função existir um ponto, no qual o sentido


de concavidade pode mudar então, a reta tangente atravessa o grá…co neste ponto. Este
ponto é chamado ponto de in‡exão.
De…nição 6: Um ponto P (c; f (c)) do grá…co de uma função contínua f é
chamado um ponto de in‡exão, se existe um intervalo (a; b) contendo c, tal que uma das
situações ocorra:

i. f tem concavidade voltada para cima em (a; c) e para baixo em (c; b);
ii. f tem concavidade voltada para baixo em (a; c) e para cima em (c; b).

P
f (c )

a c b x

Estabeleceremos agora uma condição necessária para a existência de pontos


de in‡exão.

Teorema 5: Seja f (x) uma função diferenciável sobre (a; b) onde c 2 (a; b),
se P (c; f (c)) é um ponto de in‡exão do grá…co de f (x) e se existe f 00 (c), então f 00 (c) =
0.
Demonstração:
Do fato de P (c; f (c)) ser um ponto de in‡exão, existe então um intervalo
(a; b) onde c 2 (a; b) tal que:

i. f 0 (x) é crescente sobre (a; c) e decrescente sobre (c; b), ou


ii. f 0 (x) é decrecente sobre (a; c) e crescente sobre (c; b).

Do fato que existe f 00 (c) sabemos que f 0 será contínua em c e considerando


o caso (i) concluímos que f 0 (c) é um valor máximo relativo de f 0 (x) e f 00 (c) = 0.
Agora, considerando o caso (ii) concluímos que f 0 (c) é um valor mínimo
relativo de f 0 (x) e f 00 (c) = 0.

Estabeleceremos agora uma condição su…ciente para a determinação e análise


de f (x) quanto aos pontos de in‡exão.

Teorema 6: Seja f (x) uma função contínua sobre um conjunto I onde


(a; b) I, se c 2 (a; b) tal que f 00 (c) = 0 ou f 00 (c) não existir e se:

i. f 00 (x) > 0 quando x 2 (a; c) e f 00 (x) < 0 quando x 2 (c; b), então P (c; f (c)) é um
ponto de in‡exão do grá…co de f (x);
ii. f 00 (x) < 0 quando x 2 (a; c) e f 00 (x) > 0 quando x 2 (c; b), então P (c; f (c)) é um
ponto de in‡exão do grá…co de f (x);

204
iii. f 00 (x) < 0 quando x 2 (a; c) e f 00 (x) < 0 quando x 2 (c; b) (ou f 00 (x) < 0 quando
x 2 (a; c) e f 00 (x) < 0) então P (c; f (c)) não é um ponto de in‡exão do grá…co de
f (x).

Demonstração do caso (i):


Como f 00 (x) > 0 para x 2 (a; c), pelo teorema 4 (i) o grá…co da curva f (x)
tem concavidade voltada para cima sobre (a; c) e como f 00 (x) < 0 para x 2 (c; b), pelo
teorema 4 (ii) o grá…co da curva é convexo tem concavidade voltada para baixo sobre
(c; b). Assim, o ponto P (c; f (c)) onde pela de…nição 3 é um ponto de in‡exão do grá…co
de f (x) sobre (a; b).
A demonstração dos caos (ii) e (iii) é análoga.

Roteiro para determinar os pontos de in‡exão do grá…co de f

1o Passo: Determinar f 00 (x);


2o Passo: Determinar c tal que f 00 (c) = 0 e/ou f 00 (c) não exista;
3o Passo: Analisar o sinal de f 00 (x) conforme o teorema 6.

Exemplo 14: Determine os intervalos em que a concavidade voltada para


cima e/ou para baixo, bem como os pontos de in‡exão do grá…co da função dada

1. f (x) = x3 6x2 + 12x + 4;


Solução:
Temos que:
f 0 (x) = 3x2 12x + 12;
f 00 (x) = 6x 12.
Determinando os possíveis pontos de in‡exão:
f 00 (x0 ) = 0 , 6x0 12 = 0 ) x0 = 2.
Analisando os intervalos ( 1; 2) e (2; +1), conclui-se que:

f 00 (x) < 0, 8x 2 ( 1; 2) ) o grá…co de f tem concavidade voltada para


baixo;
f 00 (x) > 0, 8x 2 (2; +1) ) o grá…co de f tem concavidade voltada para
cima.

Portanto, como há mudança de concavidade em x = 2, este ponto é um ponto de


in‡exão.

2. f (x) = ln x;
Solução: Domínio de f : Df = R+ .
Temos que:
f 0 (x) = x1 ;
1
f 00 (x) = x2
) Df 00 = R+ .

205
Determinando os possíveis pontos de in‡exão:
f 00 (x0 ) = 0 , x12 = 0 ) 1 = 0. Absurdo!
Como f 00 (x0 ) = 0 não ocorre para nenhum valor de x, então o único ponto a ser
analisado é o ponto em que f 00 não está de…nida, ou seja, x = 0.
Como f 00 (x) < 0, 8x 2 (0; +1) então o grá…co de f tem concavidade voltada
para baixo.
Portanto, como não há mudança de concavidade em x = 0 então não existe ponto
de in‡exão.
1
3. f (x) = (x 1) 3 ;
Solução: Domínio de f : Df = R.
Temos que:
2
f 0 (x) = 13 (x 1) 3 ;
5
f 00 (x) = 29 (x 1) 3 ) Df 00 = R f1g.
Determinando os possíveis pontos de in‡exão:
5
2
f 00 (x0 ) = 0 , 9
(x 1) 3 =0) 2 = 0. Absurdo!
00
Como f (x0 ) = 0 não ocorre para nenhum valor de x, então o único ponto a ser
analisado é o ponto x = 1 pois neste ponto f 00 não está de…nida.
Analisando os intervalos ( 1; 1) e (1; +1), conclui-se que:

f 00 (x) > 0, 8x 2 ( 1; 1) ) o grá…co de f tem concavidade voltada para


cima;
f 00 (x) < 0, 8x 2 (1; +1) ) o grá…co de f tem concavidade voltada para
baixo.

Portanto, como há mudança de concavidade em x = 1, o ponto P (1; 0) é um ponto


de in‡exão.

4. f (x) = sin x;
Solução: Domínio de f : Df = R.
Temos que:
f 0 (x) = cos x;
f 00 (x) = sin x ) Df 00 = R.
Determinando os possíveis pontos de in‡exão:
f 00 (x0 ) = 0 , sin x = 0 ) = n , com n 2 Z
Analisando alguns intervalos, temos que:
..
.

Se 2 < x < , f 00 (x) < 0 ) o grá…co de f tem concavidade voltada


para baixo;
Se < x < 0, f 00 (x) > 0 ) o grá…co de f tem concavidade voltada para
cima;

206
Se 0 < x < , f 00 (x) < 0 ) o grá…co de f tem concavidade voltada para
baixo;
Se < x < 2 : : :, f 00 (x) > 0 ) o grá…co de f tem concavidade voltada para
cima.
..
.
Como há mudança de concavidade em : : : , 0, , : : :, os pontos P1 ( ; 0),
P2 (0; 0), P3 ( ; 0) : : : são pontos de in‡exão.
Portanto, cada ponto de f onde x = n , com n 2 Z é um ponto de in‡exão.

x3
5. f (x) = x2 +12
;
Solução: Domínio de f : Df = R.
Temos que:
x4 +36x2
f 0 (x) = (x2 +12)2
;
24x(36 x2 )
f 00 (x) = (x2 +12)3
) Df 00 = R.
Determinando os possíveis pontos de in‡exão:
24x(36 x2 )
f 00 (x0 ) = 0 , (x2 +12)3 = 0 ) 24x (36 x2 ) = 0
) x = 0 ou x = 6.
Analisando os intervalos, temos que:

8x 2 ( 1; 6), f 00 (x) > 0 ) o grá…co de f tem concavidade voltada para


cima;
8x 2 ( 6; 0), f 00 (x) < 0 ) o grá…co de f tem concavidade voltada para
baixo;
8x 2 (0; 6), f 00 (x) > 0 ) o grá…co de f tem concavidade voltada para cima;
8x 2 (6; +1), f 00 (x) < 0 ) o grá…co de f tem concavidade voltada para
baixo.
9
Portanto, como há mudança de concavidade em 6, 0 e 6 os pontos P1 6; 2
,
P2 (0; 0) e P3 6; 29 são pontos de in‡exão.

5.8 Assíntotas do grá…co de uma função

Em aplicações práticas, encontramos com muita frequência grá…cos que se


aproximam de uma reta à medida que x cresce ou decresce. Essas retas são chamadas
de assíntotas. Veja alguns exemplos:

207
y y
y

x
x x

De…nição 7: Seja y = f (x) uma função, A (x; f (x)) um ponto do grá…co


de f (x) e r uma reta, quando a distância d entre a reta e o ponto A tende a zero
enquanto o ponto A tende ao in…nito, esta reta r é dita assíntota da curva.

As assíntotas podem ser classi…cadas como assíntotas verticais e oblíquas,


como veremos a seguir.

5.8.1 Assíntotas Verticais

De…nição 8: A reta x = a é uma assíntota vertical do grá…co de y = f (x)


se pelo menos uma das seguintes a…rmações for verdadeira:

i. lim+ f (x) = +1;


x!a

ii. lim+ f (x) = 1;


x!a

iii. lim f (x) = +1;


x!a

iv. lim f (x) = 1.


x!a

Exemplo 15: Determine, se existir(em), as assíntotas verticais de cada


função:

2
1. f (x) = x 5
Solução: Geometricamente, observe que:

lim f (x) = +1 e lim f (x) = +1.


x!5+ x!5

208
y 4
2
0
5 10
-2 x
-4

Portanto, pela de…nição 5, segue que a reta x = 5 é uma assíntota vertical.

2. f (x) = tan x.
Solução:
sin x
As assíntotas verticais da função f (x) = tan x = cos x
correspondem as retas
x = (2k + 1) 2 com k 2 Z, pois nestes pontos cos x = 0. Geometricamente,
observe que:

lim f (x) = 1e lim f (x) = +1.


x!(2k+1) 2 + x!(2k+1) 2

y
2
1

-4 -2 -1 2 4
x
-2

5.8.2 Assíntota Oblíquas

De…nição 6: A curva f (x) tem uma assíntota oblíqua, cuja equação é da


forma y = kx + b, onde os valores dos coe…cientes k e b, se existirem os limites:

f (x)
k = lim e b = lim (f (x) kx) .
x!1 x x!1

Observações:

i. Se um dos limites acima não existir, então a curva não tem assíntota oblíqua.
ii. Se k = 0 e b existir, então a equação da assíntota será y = b e é chamada de assíntota
horizontal.

Exemplo 16: Escreva as equações de todas as assíntotas, em cada caso:

209
1
1. f (x) = ;
x
Solução: Domínio de f : Df = R .
Candidata a assíntota vertical: x = 0.
Como lim+ f (x) = +1 e lim f (x) = 1, pela de…nição 5, conclui-se que x = 0
x!0 x!0
é uma assíntota vertical.
Se existe(m) assíntota(s) oblíquas, elas são da forma y = kx + b.
Veri…quemos se é possível determinar os coe…cientes k e b.
Temos que:
f (x) 1
k = lim = lim 2 = 0;
x!1 x x!1 x
1
b = lim (f (x) kx) = lim = 0.
x!1 x!1 x
Como k = 0 e b existe, então a assíntota oblíqua é a reta y = 0.
Conclusão:

assíntota vertical: x = 0;
assíntota horizontal: y = 0.

x2 + 2x 1
2. f (x) = ;
x
Solução: Domínio de f : Df = R .
Candidata a assíntota vertical: x = 0.
Como lim f (x) = +1 e lim+ f (x) = 1, pela de…nição 5, conclui-se que x = 0
x!0 x!0
é uma assíntota vertical.
Se existe(m) assíntota(s) oblíquas, elas são da forma y = kx + b.
Determinando, se possível, os coe…cientes k e b.
Temos que:
f (x) x2 +2x 1
k = lim = lim x2
= 1;
x!1 x x!1

x2 +2x 1 2x 1
b = lim (f (x) x) = lim x
x = lim x
= 2.
x!1 x!1 x!1
Como k = 1 e b existe, então a assíntota oblíqua é a reta y = x + 2.
Conclusão:

assíntota vertical: x = 0;
assíntota oblíqua: y = x + 2.

210
y
5

-4 -2 2 4
x

x
3. f (x) = e sin x + x.
Solução: Domínio de f : Df = R.
Como existe o limite lim f (x) = e a sin a + a entãonão há assíntota vertical, pois
x!a
não satisfaz as condições da de…nição 5.
Se existe(m) assíntota(s) oblíquas, elas são da forma y = kx + b.
Determinando, se possível, os coe…cientes k e b.
Temos que:
f (x) e x sin x+x e x
k = lim = lim = lim lim sin x + lim 1
x!1 x x!1 x x!1 x x!1 x!1
x
)k= lim e lim sin x + 1
x!1 x x!1
Como a função sin x é periódica, lim sin x não existe, mas sabemos que 1
x!1
sin x 1, ou seja, esta função é limitada. Podemos representar então que lim sin x =
x! 1
m. Assim, segue que:

se x ! +1, então: k = 1.
f (x)
se x ! 1, então não existe k, pois k = lim = 1.
x! 1 x

Dessa forma, para x ! +1, temos que:


x x
b = lim (f (x) x) = lim (e sin x) = lim e lim (sin x) = 0.
x!+1 x!+1 x!+1 x!+1

Como k = 1 e b existe, então a assíntota oblíqua é a reta y = x.


Conclusão:

assíntota vertical: @;
assíntota oblíqua: y = x.

y 10

-4 -2 2 4
x
-10

211
Esquema Geral Para Analisar Funções e Construir Grá…cos

O grá…co de uma função é construído baseado na investigação. Segundo as


análises realizadas nos itens anteriores, podemos estabelecer um método prático que o
resumimos nos seguintes passos:
1o Passo: Determinar o campo de de…nição da função;
2o Passo: Encontrar os pontos críticos de f ;
3o Passo: Análise dos sinais de f 0 , para determinar os intervalos de crescimento e de-
crescimento de f ;
4o Passo: Determinar os pontos de máximos e/ou mínimos, se existirem (usa-se teste
da primeira derivada ou teste da segunda derivada);
5o Passo: Calcular os possíveis pontos de in‡exão;
6o Passo: Determinar os intervalos de concavidade, convexidade e pontos de in‡exão;
7o Passo: Determinar as equações de todas as assíntotas;
8o Passo: Construir o grá…co.

Exemplo 17: Analise e contrua o grá…co de cada uma das funções abaixo:
x
1. f (x) = ;
1 + x2
Solução: 1) Domínio: R;
1 x2
2) Determinando os pontos críticos: f 0 (x) = (1+x2 )2
:
Observe que, f 0 está de…nida 8x 2 R.
1 x2
f 0 (x) = 0 , (1+x2 )2
=0 ) x= 1.

3) Analisando os sinais de f 0 , tem-se que:


f é crescente 8x 2 [ 1; 1] ;
f é decrescente 8x 2 ( 1; 1] [ [1; +1) :

4) Pelo teste da 1a derivada conclui-se que:


1
f tem um ponto de mínimo em P1 1; 2
;
f tem um ponto de máximo em P2 1; 21 .

2x(x2 3)
5) Determinando os pontos de in‡exão: f 00 (x) = (1+x2 )3
;
Note que, f 00 está de…nida 8x 2 R.
2x0 (x20 3) p
f 00 (xo ) = 0 , 3 = 0 ) xo = 0 ou xo = 3.
(1+x20 )
6) Analisando os sinais de f 00 ; tem-se que:

212
p p
f tem concavidade voltada para cima 8x 2 3; 0 [ 3; +1 ;
p p
f tem concavidade voltada para baixo 8x 2 1; 3 [ 0; 3 .
p p
3
p p
3
Dessa análise, conclui-se que os pontos A1 3; 4
, A2 (0; 0) e A3 3; 4
são pontos de in‡exão de f .
7) Determinando as assíntotas:
x a
verticais: lim f (x) = lim 2
=
x!a x!a 1 + x 1 + a2
Logo, não há assíntotas verticais.

oblíquas: y = kx + b, onde
f (x) 1
k = lim = lim 2 = 0;
x! 1 x x! 1 1+x
x
b = lim (f (x) 0x) = lim 2 = 0.
x!1 x!1 1+x
Portanto, y = 0 é assíntota oblíqua.
8) Construção do grá…co:

y
0.5

-6 -4 -2 2 4 6
-0.5
x

2. f (x) = x3 9x2 + 24x 7;


Solução: 1) Domínio: R;
2) Determinando os pontos críticos: f 0 (x) = 3x2 18x + 24;
Domínio de f 0 : Df 0 = R;
f 0 (x) = 0 , 3x2 18x + 24 = 0 ) x1 = 2 e x2 = 4.
3) Analisando os sinais de f 0 , tem-se que:

f é crescente 8x 2 ( 1; 2] [ [4; +1);


f é decrecente 8x 2 [2; 4].

4) Pelo teste da 1a derivada conclui-se que:

f tem um ponto de máximo em P1 (2; 13);


f tem um ponto de mínimo em P2 (4; 9).

213
5) Determinando os pontos de in‡exão: f 00 (x) = 6x 18;
Domínio de f 00 : Df 00 = R;
f 00 (xo ) = 0 , 6x0 18 = 0 ) xo = 3.
6) Analisando os sinais de f 00 ; tem-se que:

f tem concavidade voltada para baixo 8x 2 ( 1; 3) ;


f tem concavidade voltada para cima 8x 2 (3; +1) :

Portanto, o pontos A (3; 11) é o ponto de in‡exão de f .


7) Determinando as assíntotas:

verticais: lim f (x) = a3 9a2 + 24a 7.


x!a

Logo, não há assíntotas verticais.

oblíquas: y = kx + b, onde
f (x) 7
k = lim = lim x2 9x + 24 = +1;
x! 1 x x! 1 x

Portanto, como não existe k então não há assíntota oblíqua.


8) Construção do grá…co:

y 20

10

2 4 6 8
-10 x

x
3. f (x) = p
3
;
x2 1
1) Domínio: R f 1; 1g;
x 2 3
2) Determinando os pontos críticos: f 0 (x) = p
3
:
3 (x2 1)4

Observe que, f 0 não está de…nida em x = 1.


2 p
f 0 (x) = 0 , px 3
3
=0 ) x= 3.
3 (x2 1)4
p
Pontos a serem considerados na análise dos sinais de f 0 : x = 1ex= 3.
3) Analisando os sinais de f 0 , tem-se que:
p p
f é crescente 8x 2 1; 3 [ 3; +1 ;
p p
f é decrecente 8x 2 3; 1 [ ( 1; 1) [ 1; 3 .

214
4) Pelo teste da 1a derivada conclui-se que:
p p
3
f tem um ponto de máximo em P1 3; p
3
2
;
em x = 0, f não tem ponto nem de máximo nem de mínimo;
p p3
f tem um ponto de mínimo em P2 3; p
3
2
.

Comentário: Observe que, pelo teste da 1a derivada somos levados a concluir


que em x = 1, f não tem pontos nem de máximo nem mínimo. Deve-se tomar
cuidado com essa conclusão, pois estes pontos cujas abcissas são 1 nem fazem
parte do domínio da função. Portanto, não poderão ser pontos de máximos e/ou
mínimos.
2x(9 x2 )
5) Determinando os pontos de in‡exão: f 00 (x) = p3 2 7
;
9 (x 1)

Note que, f 00 não está de…nida em x = 1.


2x0 (9 x20 )
f 00 (xo ) = 0 , q
7 = 0 ) xo = 0 ou xo = 3.
9 3 (x20 1)

os pontos a serem analisados são: 0, 1 e 3.


6) Analisando os sinais de f 00 ; tem-se que:

f tem concavidade voltada para baixo8x 2 ( 1; 3) [ ( 1; 0) [ (1; 3);


f tem concavidade voltada para cima 8x 2 ( 3; 1) [ (0; 1) [ (3; +1).

Logo, os pontos A1 3; 23 , A2 (0; 0) e A3 3; 23 são pontos de in‡exão de f .


Em x = 1, apesar do valor da ordenada correspondente não estar de…nida, pois
f não é de…nida nestes pontos, também há mudança de concavidade. Portanto,
também são pontos de in‡exão.
7) Determinando as assíntotas:

verticais:

As retas candidatas a serem assíntotas verticais são x = 1. Veri…cando se real-


mente essas retas são assíntotas verticais.
(
lim f (x) = +1
x!1+
lim f (x) ) ;
x!1 lim f (x) = 1
x!1
(
lim f (x) = +1
x! 1+
lim f (x) ) .
x! 1 lim f (x) = 1
x! 1

Logo, as retas x = 1 e x = 1 são assíntotas verticais.

oblíquas: y = kx + b, onde

215
f (x) 1
k = lim = lim p
3 2 = 0;
x! 1 x x! 1 x 1
x
b = lim (f (x) 0x) = lim p
3 2
x 1
= +1.
x!1 x! 1

Portanto, não existe assíntota oblíqua.


8) Construção do grá…co:

Exemplo 18: Seja f um função contínua para todo x real. Sabe-se f (0) = 0,
f (6) = 0 e que o grá…co de f possui a reta y = x + 2 como assíntota oblíqua para
x ! 1. Usando as informações que podem ser extraídas dos grá…cos da primeira e
da segunda derivada de f , que estão abaixo ilustrados, esboce o grá…co da função f .
Justi…que seu raciocínio com argumentos consistentes.

y y
5 5

-4 -2 2 4 6 8 -2 2 4 6 8
-5
x x
-5

y = f 0 (x) y = f 00 (x)
Solução:
Dados:

1. Domínio de f : Df = R;
f (0) = 0 e f (6) = 0;
a reta y = x + 2 é assíntota oblíqua para x ! 1;
O grá…co da primeira derivada nos fornece as seguintes informações:

a f 0 não existe em x = 0 e em x = 6 ) os pontos P1 (0; f (0)) e P2 (6; f (6))


são pontos críticos;
f 0 (4) = 0 ) o ponto P3 (4; f (4)) é um ponto crítico;
f 0 (x) < 0; 8x 2 ( 1; 0) [ (4; 6) [ (6; +1) ) f é uma função decrescente
8x 2 ( 1; 0] [ [4; +1) f6g ;
f 0 (x) > 0; 8x 2 (0; 4) ) f é uma função crescente 8x 2 [0; 4] ;
pelo teste da primeira derivada: o ponto P1 é um ponto de mínimo relativo;
o ponto P2 não ponto de máximo nem de mínimo relativo; e, o ponto P3 é
um ponto de máximo relativo.

216
O grá…co da segunda derivada nos fornece as seguintes informações:

a f 00 não existe em x = 0 e em x = 6 ) os pontos P1 (0; f (0)) e P2 (6; f (6))


são candidatos a pontos de in‡exão;
f 00 (x) 6= 0 para todo x real;
f 00 (x) < 0; 8x 2 ( 1; 0) [ (0; 6) ) f tem concavidade voltada para baixo
8x 2 ( 1; 0) [ (0; 6);
f 0 (x) > 0; 8x 2 (6; +1) ) f tem concavidade voltada para cima 8x 2
(6; +1) ;

A partir destas informações, temos que um esboço do grá…co de f é:

y
5

-4 -2 2 4 6 8 10 12 14
x
-5

-10

Exemplo 19: Seja f uma função contínua em R cujo grá…co de sua primeira
derivada está ilustrado na …gura abaixo.

Sabendo que f (0) = 4 e que lim (f (x) x) = 2, esboce o grá…co da função


x 1
f.
Solução:
Pelo grá…co de f 0 , temos que:

f 0 (x) > 0, 8x 2 ( 1; 0) [ (1; +1) ) f é crescente 8x 2 ( 1; 0] [ [1; +1) ;


f 0 (x) < 0, 8x 2 (0; 1) ) f é decrescente 8x 2 [0; 1] ;
f é decrescente 8x 2 ( 1; 1] ) f tem concavidade voltada para baixo 8x 2
( 1; 1) ;
f é crescente 8x 2 [ 1; 1) f0g ) f tem concavidade voltada para cima 8x 2
( 1; 1) f0g ;

217
Como lim (f (x) x) = 2; concluímos que a reta y = x + 2 é asíntota oblíqua de
x 1
f para x ! 1:
Pelas informações acima, segue que um esboço para o grá…co da função f é:
y
4

-1 1 x

5.9 Aplicações da Teoria dos Máximos e Mínimos


de Funções na Solução de Problemas

Os problemas de determinação de valores máximos e mínimos se encontram


entre as aplicações mais comuns do Cálculo Diferencial e Integral I. Certamente, você
já deve ter ouvido falar em lucro máximo, custo mínimo, tempo mínimo, diferença de
potencial máximo, tamanho ótimo, potência máxima ou distância máxima. A teoria de-
senvolvida para a determinação de extremos de funções pode ser aplicada na resolução
de tais problemas. Estes, podem ser enunciados por escrito e podem ser resolvidos sem-
pre que for possível equacionar o fenômeno em estudo, mediante fórmulas matemáticas.
Vejamos exemplos nesse sentido.

Exemplo 20: A diferença de dois números é a. Determine esses números


para que o seu produto resulte o menor possível.
Solução:
Sejam x e y os números tais que

x y = a ) x = a + y. (1)

Seja P a função produto de…nida por

P = xy: (2)

Substituindo (2) em (1), temos que:


P = (a + y) y = y 2 + ay, com y 2 R:
Determinando os pontos críticos:
a
P 0 (y) = 2y + a ) P 0 (y) = 0 () 2y + a = 0 ) y= 2
:
Logo, o único ponto crítico é em y = a2 :
Aplicando o teste da segunda derivada: P 00 (y) = 2.
a
P 00 2
= 2 > 0:
Portanto, y = a2 é o mínimo relativo de P .

Como

218
a
lim P (y) = lim (y 2 + ay) = lim y 2 = +1, então y = 2
é o mínimo
y! 1 y! 1 y! 1
absoluto de P:
Substituindo y em (1), conclui-se que:
a a
x= ey= .
2 2

Exemplo 21: Um pacote pode ser enviado pelo reembolso postal desde que
a soma de seu comprimento mais o perímetro de sua base não exceda 2 m. Determine
as dimensões do pacote de volume máximo que pode ser enviado, se a base é quadrada.
Solução: Sejam

V : volume do pacote (m3 );


a : lado da base (m); c
c : comprimento (m). a
a

Objetivo: Determinar as dimensões a e c que maximizam o volume do pacote.


Sabemos que a soma de seu comprimento mais o perímetro de sua base (que é
quadrada) não pode exceder 2 m, ou seja,

c + 4a = 2 ) c = 2 4a: (1)
O volume do pacote é
V = a2 :c ) V = a2 (2 4a) = 2a2 4a3 , com a 2 0; 21 :
Como V é uma função contínua em 0; 12 , pelo teorema de Wieirstrass, V
tem seus extremos absolutos em 0; 21 :
Note que nos extremos do intervalo o volume é nulo, logo, não podem ser
solução, pois não haveria pacote. Logo, a solução estará no intervalo aberto de 0; 12 ,
ou seja, os extremos absolutos estarão nos pontos críticos.
Determinando os pontos críticos:
V 0 (a) = 0 ) 4a (3a 1) = 0 () a = 0 ou a = 13 .
Como 0 2 = 0; 21 , o único ponto crítico é em a = 31 .
Aplicando o teste da segunda derivada: V 00 (a) = 4 24a ) V 00 13 < 0:
Portanto, a = 31 é o máximo absoluto de V . Assim, por (1), segue que c = 32 :

Exemplo 22: Uma janela consiste de um retângulo com um semicírculo em


cima e deve ter um perímetro P . Determine o raio do semicírculo para que a área da
janela seja máxima.
Solução:
Sejam

P : perímetro da janela; r
A : área da janela;
r : raio do semicírculo;
h
h : altura do retângulo;

Objetivo: Determinar r para que a área da janela seja máxima. Para tanto,
devemos determinar r que maximize a área da janela.

219
A área da janela é
2
A =(área do retângulo) + (área do semicírculo) ) A = 2rh + 2r (1)
O perímetro da janela é
P = 2h + 2r + 2 2 r = 2h + 2r + r ) h = P r(2+ 2
)
(2)
Substituindo (2) em (1), temos que:
2
A = 2r P r(2+
2
)
+ 2r = P r 12 r2 2r2 = 21 r (4r 2P + r), com r 2
2P
0; 4+ :
Como a área é uma função contínua e o intervalo é fechado então existe
extremo absoluto neste intervalo, pelo teorema de Wieirstrass.
Determinando os pontos críticos:
P
A0 (r) = P r 4r ) Vc0 (r) = 0 () P r (4 + ) = 0 ) r = 4+ :
P
Logo, o único ponto crítico é r = 4+ :
Aplicando o teste da segunda derivada: A00 (r) = 4
P
A00 4+ = 4 < 0:
P
Portanto, r = 4+ maximiza a área da janela.
P
Como r = 4+ é um mínimo relativo, e nos extremos do intervalo segue que
2P
A (0) = A 4+ = 0, então este valor de r também é o valor de mínimo absoluto.

Exemplo 23: Deve-se construir um tanque para armazenamento de um gás


propano em forma de um cilindro circular reto com dois hemisférios nas extremidades.
O custo do metro quadrado dos hemisférios é o dobro do custo da parte cilíndrica. Se
a capacidade do tanque deve ser de 12 m3 , que dimensões minimizaram o custo da
construção?
Solução: Sejam
tanque em 2 dimensões

C : função custo; r

r : raio do hemisfério raio do cilindro;


h : altura do cilindro.
h

Objetivo: Determinar as dimensões r e h que minimizam o custo na contrução


do tanque.
Como o custo está associado com a área lateral, temos que:
C = 2 [área de uma esfera( área de 2 hemisférios)] + (área lateral do cilin-
dro)
) C = 2 (4 r2 ) + 2 rh = 8 r2 + 2 hr: (1)
O volume total do tanque é dado por
V = (volume de uma esfera) + (volume de um cilindro)
V = 34 r3 + r2 h:
Como V = 12 m3 , temos que
12 = 43 r3 + r2 h ) h = 12 r2
4
3
r: (2)
Substituindo (2) em (1), temos que:
C = 8 r2 + 2 12 r2
4
3
r r = 24 r + 16
3
r2 , com r 2 (0; +1) :
Determinando os pontos críticos: q
24 32 r 9
C 0 (r) = r2
+ 3
) C 0 (r) = 0 () r= 3
4
:

220
q
48
Aplicando o teste da segunda derivada: C (r) = 00
r3
+ 323 ) C 00 3 9
4
>0
q
) r = 3 94 é um mínimo relativo.
Note que:
16
lim+ C (r) = lim+ 24 r + 3
r2 = +1
r!0 r!0
16
lim C (r) = lim 24 r + 3
r2 = +1
r!+1 r!+1 q
Logo, pode-se concluir que o valor de mínimo relativo r = 3 94 também é o
valor de mínimo absoluto.q
Portanto, r = 3 94 minimiza a área da janela. Basta substituir este valor de
r (2) para obter h:
Exemplo 24: Dado o volume V de um cilindro, quais devem ser as suas
dimensões para que seja mínima a área total?
Solução:
Interpretação geométrica:

Objetivo: Determinar r e h para que a área do cilindro seja mínima.

A área do cilindro é
A =(área do retângulo) + (2 área do círculo) ) A = 2 r2 + 2 rh (1)
Sabemos que o volume do cilindro é V , assim:
V = r2 h ) h = Vr2 (2)
Substituindo (2) em (1), temos que:
A = 2 r2 + 2 Vr = 2 r2 + Vr , com r 2 (0; +1) :
Determinando os pontos críticos:
A0 (r) = 2 2 r rV2 ) A0 (r) = 0 () 2 2 r rV2 = 0 )
q
3 V
r= 2
:
V
Aplicando o teste da segunda derivada: A00 (r) = 2 2 +
q r3
A 3 2V = 12 > 0:
00

Note que:
lim+ A (r) = lim+ 2 r2 + 2 Vr = +1
r!0 r!0
lim A (r) = lim 2 r2 + 2 Vr = +1
r!+1 r!+1 q
3 V
Logo, pode-se concluir que o valor de mínimo relativo r = 2
também é o
valor de mínimo absoluto.
Logo, as dimensões que minimizam a área são
r r
3 V 3 V
r= eh=2 .
2 2

221
Exemplo 25: A distância percorrida (no vácuo), por um projétil, lançado
com uma velocidade v0 desde uma canhão de artilharia com ângulo de elevação é dada
v 2 sin(2 )
por y = 0 g . Determine para que y seja máxima.
Solução:
Sabemos que a distância percorrida por um projétil é dada por
v02 sin (2 )
y= :
g
Consideremos 2 0; 2 . Observe que y é uma função contínua em 0; 2 ,
então o teorema de Wieirstrass garante que seus extremos abasolutos estão no intervalo
0; 2 :
Como y (0) = y 2 = 0, então os extremos absolutos devem estar nos pontos
críticos da função y = y ( ) :
Determinando os pontos críticos:
2v 2 cos(2 ) 2v02 cos(2 )
y0 ( ) = 0 g ) y 0 ( ) = 0 () g
=0 ) = 4:
4v02 sin(2 )
Aplicando o teste da segunda derivada: y 00 ( ) = g
4v 2
A00 4 = g 0 < 0
) = 4 é o máximo absoluto, pois este é o único ponto crítico dentro do
intervalo 0; 2 :
Portanto, = 4 é o ângulo de elevação cujo alcance será o máximo possível.
v02
Logo, para = 4
temos que y = g
.

Exemplo 26: Uma estação de rádio fez um levantamento dos hábitos dos
ouvintes entre 17hs e meia-noite. A pesquisa mostra que a porcentagem de adultos
sintonizados na estação x horas após as 17hs é f (x) = 81 ( 2x3 + 27x2 108x + 240).
Em que instantes, entre 17hs e meia-noite, existem mais e menos ouvintes sintonizados
na estação? Qual é a porcentagem de ouvintes nestes momentos?
Solução:
Objetivo: Determinar x que maximiza e minimiza a função f .
Como a pesquisa mostra que a porcentagem de adultos sintonizados na es-
tação x horas após as 17hs é f (x) = 18 ( 2x3 + 27x2 108x + 240), temos que x 2 [0; 7].
Determinando os valores críticos:
f 0 (x) = 43 (x2 9x + 18) ) f 0 (x) = 0 , x = 3 ou x = 6.
Aplicando o teste da segunda derivada, temos que:
f 00 (3) > 0 é um ponto de mínimo relativo
f 00 (x) = 43 (2x 9) ) 00 .
f (6) < 0 é um ponto de máximo relativo
Como f é uma função contínua em no intervalo fechado [0; 7], pelo teorema
de Wieirstrass, existem os extremos abasolutos em [0; 7] : Logo, os máximos e mínimos
absolutos podem estar nos extremos do intervalo. Analisando o valor da função nos
extremos e nos pontos extremos relativos, temos que:
f (0) = 240
8
= 30% f (6) = 33 2
= 16: 5%
105 121
f (3) = 8 = 13: 125% f (7) = 8 = 15: 125%
Logo, x = 0 e x = 3 são, respectivamente, os pontos de máximo e mínimo
absolutos.
Conclusão:

222
Às 17hs (x = 0), o maior número de adultos está sintonizado na rádio; corresponde
a 30% dos ouvintes:
Às 20hs (x = 3), o menor número de adultos está sintonizado na rádio; corresponde
a 13% dos ouvintes:

223
5.10 Exercícios

1. Seja f (x) = x5 + x + 1: Justi…que a a…rmação: f tem pelo menos uma raiz no


intervalo [ 1; 0]: Determine um intervalo de amplitude 0,25 que contenha a raiz.
1
2. Prove que a equação x3 = 0 admite ao menos uma raiz real. Determine
x4
+1
um intervalo de amplitude 0,25 que contenha a raiz.
3. Prove que cada um dos conjuntos abaixo admite máximo e mínimo absolutos.

x
(a) A = = 2 x 2
x2 +1
x2 + x
(b) A = = 1 x 1
x2 + 1

x2 + x
4. Seja f : [ 1; 1] ! R dada por f (x) = 2 :
x +1
(a) Prove que f (1) é o valor máximo de f:
(b) Prove que existe c 2 ( 1; 0) tal que f (c) seja o valor de mínimo absoluto de
f:

5. Prove que a equação x3 3x2 + 6 = 0 admite uma única raiz real. Determine o
intervalo de amplitude 1 que contenha a raiz.
6. Prove que a equação x3 +x2 5x+1 = 0 admite três raízes reais distintas. Localize
intervalos de amplitude 1 que contenham tais raízes.
7. Determine condições sobre a 2 R para que a equação x3 +3x2 9x +a = 0 admita:

(a) uma única raiz real.


(b) duas raízes reais distintas.
(c) três raízes reais distintas.
x
8. Considere f (x) = : Existe c 2 [ 2; 1] tal que f (c) = 0? Justi…que.
x3 x+1
9. Considere f (x) = x 2 : Podemos usar o Teorema de Rolle para concluir que existe
c 2 [ 2; 2] tal que f 0 (c) = 0? Justi…que.
10. Em cada caso, examine se as funções satisfazem as condições e veri…cam o Teorema
de Rolle e justi…que sua resposta.

(a) f (x) = 2x2 + x sobre o intervalo 12 ; 1 ;


p3
(b) f (x) = 1 x2 sobre o intervalo [ 1; 1];
(c) f (x) = tan (x) sobre o intervalo [0; ];
(d) f (x) = (x 1) (x 2) (x 3) sobre o intervalo [1; 3];
(e) f (x) = sin2 (x) sobre o intervalo [0; ].

224
11. Sabendo que f (x) = 4x3 4x + x2 1 tem raízes 1 e 1, pelo teorema de Rolle
é possível a…rmar que a derivada tem alguma raiz entre 1 e 1? Justi…que.
12. Em cada caso, examine se as funções satisfazem as condições e veri…cam o Teorema
do Valor Médio (de Lagrange). Justi…que.
p
(a) f (x) = 3 x2 5x + 6 sobre o intervalo [ 3; 4];
p
5
(b) f (x) = 1 x4 sobre o intervalo [0; 2];
4
(c) f (x) = x 3 sobre o intervalo [ 1; 1];
x
(d) f (x) = sin sobre o intervalo [0; 1];
2
1
(e) f (x) = sobre o intervalo [ 1; 1];
x
1
(f) f (x) = sobre o intervalo [0; 1].
(x 2)2

13. Através do teorema de Rolle é possível a…rmar que a função f (x) = 2 j3 xj


possui um ponto crítico no intervalo [1; 5]? Justi…que.
14. Use algum dos teoremas estudados para determinar em que ponto da curva f (x) =
x3 2x2 1 a reta normal a esta curva é perpendicular a reta que passa pelos
pontos A (1; 2) e B (0; 1).
15. Utilize o Teorema de Lagrange para demonstrar as desigualdades:

(a) ex 1 + x, para x 0;
(b) arctan (x) < x, para x > 0;
(c) bn an nbn 1
(b a), para b > a, n 2 N
(d) jsin sin j j j, para e 2 R.
(
3, se x = 0
16. Para que valores de a, m e b a função f (x) = x2 + 3x + a, 0 < x < 1 satisfaz
mx + b, se 1 x 2
o teorema do Valor Médio no intervalo [0; 2]? Justi…que.
17. Em que ponto da curva f (x) = xn a tangente a curva é paralela a corda que une
os pontos A (0; 0) e B (a; an )?
p
18. Seja g a função de…nida por g (x) = 4 x2 .

(a) Usando um dos teoremas estudados, determine o ponto em que a reta normal
à curva y = g (x) também é normal a reta que passa pelos pontos A ( 2; 0)
e B (0; 2).
p
(b) A função y = f (x) = 16 x4 :g 0 (x), veri…ca o teorema de Rolle entre as
raízes da função g? Justi…que.

19. Seja p (x) = Ax2 + Bx + C, onde A, B e C são constante reais e A 6= 0. Mostre


que para qualquer intervalo [a; b], o valor de c cuja existência é garantida pelo
Teorema de Lagrange, é o ponto médio do intervalo.

225
20. A…rma-se que f (0) = 3 e f 0 (x) 5, para todo x real, então pelo Teorema do
Valor Médio (ou de Lagrange) o maior valor possível para f (2) é 7. Pergunta-se:
é verdade? Justi…que.
21. Em cada caso, determine os intervalos onde f (x) é crescente e decrescente bem
como todos os pontos de máximo e mínimo:
x 16
(a) f (x) = (e) f (x) =
(x 8)(x + 2) x (4 x2 )
(b) f (x) = x + sin x (x 2) (8 x)
(f) f (x) =
(c) f (x) = x ln x x2
2
x
(d) f (x) = xe x (g) f (x) = p
x2 1
22. Em cada caso, determine todos os intervalos de concavidade para baixo e para
cima bem como os pontos de in‡exão.
16
x (c) f (x) =
(a) f (x) = x (4 x2 )
(x 8)(x + 2)
x2
(b) f (x) = xe x (d) f (x) = p
x2 1
23. Em cada caso, determine a equação de todas as assíntotas.
16 sin x
(a) f (x) = (c) f (x) = 2
x (4 x2 ) x
x2 cos(x2 1)
(b) f (x) = p (d) f (x) = 2x
x2 1 x 1

24. Faça a análise e construa o grá…co de cada uma das funções:


ln x
(a) f (x) = (i) f (x) = xex
2
(q) f (x) = (x 1) ex
x p
1 p 2
6x2 x4 (j) f (x) = x + (r) f (x) = x + p 2 2
(b) f (x) = x x
9 x
x (k) f (x) = 2x + 1 + e 1
(c) f (x) = 4 2 1 x
(s) f (x) = x
x 4 (l) f (x) = x e x
p3
(d) f (x) = 2x x 3 1 (t) f (x) = x ln(x2 )
(m) f (x) = 2x + 2
1 x (u) f (x) = xe x
(e) f (x) = p
1 ex (n) f (x) = 2 x x (v) f (x) = x + ln x
2 2
(f) f (x) = e x + 2 x 1 (w) f (x) = cot (x) ; 8x 2 ( ; )
(o) f (x) = 2
1
(g) f (x) = e x x +1 (x) f (x) = sec (x) 8x 2 ( 2 ; 2 )
3
1 16x 1 (y) f (x) = ln (cos (2x)) ; 8x 2
(h) f (x) = (p) f (x) = + (0; 2 )
(x 2)2 3 x

25. Dada a função f (x) = ln (x2 + 1), explique, usando o Teorema de Rolle, porque
é possível a…rmar que existe um possível ponto de in‡exão no grá…co da curva de
y = f (x), no intervalo 12 ; 2 .

26. Seja f (x) = 2ax3 + bx2 cx + d uma função com pontos críticos em x = 0 e x = 1.

(a) Determine uma relação entre as constantes a, b, c e d.

226
(b) Se a > 0 em qual dos pontos críticos a função terá máximo e/ou mínimo?

27. Considere a função f (x) = x8 + 2x7 8x6 + x5 2x4 + 2x3 + 4x2 . A…rma-se que
no intervalo (0; 1) esta função tem pelo menos um ponto crítico. Pergunta-se: é
verdade ? Justi…que sua resposta.
28. Determinar os coe…cientes a e b de forma que a função f (x) = x3 + ax2 + b tenha
um extremo relativo no ponto ( 2; 1).
29. Esboce o grá…co da função f (x) que satisfaz as seguintes condições:

i. f (0) = 1;
ii. y = 1 é uma assíntota horizontal de f ;
iii. f não possui assíntota vertical.
iv. f 0 (x) > 0 para todo x 2 ( 1; 1) [ (1; +1) ;
v. f 0 (x) < 0 para todo x 2 ( 1; 1) ;
p p
vi. f 00 (x) > 0 para todo x 2 1; 3 [ 0; 3 ;
p p
vii. f 00 (x) < 0 para todo x 2 3; 0 [ 3; +1 :

Determine os pontos de máximo(s) e/ou mínimo(s) e o(s) ponto(s) de in‡exão.


Justi…que cada um desses itens.
30. Construa o grá…co de uma função que satisfaz as seguintes condições: f 0 ( 1) =
f 0 (1) = 0; f 0 (x) < 0 se jxj < 1; f 0 (x) > 0 se 1 < jxj < 2; f 0 (x) = 1 se jxj > 2;
f 00 (x) < 0 se 2 < x < 0; o ponto P (0; 1) é um ponto de in‡exão.
31. Construa o grá…co de uma função contínua em R que satisfaz as seguintes condições:

i. f 0 (x) > 0 se jxj < 2; f 0 (x) < 0 se jxj > 2; f 0 (2) = 0;


ii. lim f (x) = 1 e f ( x) = f (x) ;
x!+1

iii. f 00 (x) < 0 se 0 < x < 3;


iv. P (3; f (3)) é ponto de in‡exão.

32. Seja f a função cujo grá…co está representado na …gura a seguir.

227
Faça a análise grá…ca de f , observando, se existir(em), assíntota(s) vertical(is)
e assíntota(s) horizontal(is), os intervalos em que f 0 (x) > 0 e f 0 (x) < 0 , os
intervalos em que f 00 (x) > 0 e f 00 (x) < 0 , pontos de máximo(s) e/ ou mínimo(s)
relativos, o(s) ponto(s) de in‡exão, descontinuidades e raízes. Justi…que cada
item.
33. Sabe-se que f é uma função contínua em R. Construa o grá…co de f de tal forma
que sua primeira derivada apresente o comportamento abaixo ilustrado. Além
disso, descreva o que pode ser concluído sobre o grá…co de f 00 (x): Justi…que suas
conclusões.

34. Esboce o grá…co da função f , contínua em R; sabendo que o grá…co da primeira


derivada de f está representado na …gura a seguir e as raízes de f estão em
x = 2; x = 0 e x = 2:

228
35. Sabendo que h é uma função contínua em R, lim h (x) = 2 , lim h (x) = 2
e
x!+1 x! 1
0
que o grá…co de h está ilustrado na …gura abaixo, faça um esboço do grá…co da
função h. Além disso, argumete de forma consistente se existe(m) ou não ponto(s)
crítico(s), ponto(s) extremo(s), ponto(s) de in‡exão e assíntotas.
- 2/Apostila de Cálculo 1/Q5NFGY4S.wmf
36. Sabendo que f é uma função contínua em R, lim (f (x) + x) = 2, f (0) =
x! 1
f (6) = 0 e que o grá…co da primeira derivada de f está abaixo ilustrado, esboce
o grá…co da função f . Justi…que seu raciocínio com argumentos consistentes.

-4 -2 2 4 6 8
x

-5

y = f 0 (x)

37. Quer-se construir uma sala retangular que tenha 236 m2 de área. Quais devem
ser as dimensões para que seu perímetro seja o menor possível?

229
38. Tem-se um terreno retangular de 4328 m2 de área. Pretende-se murá-lo e sabe-se
que o vizinho de um dos lados paga a metade do muro que faz limite com sua
propriedade. Para tanto, quais devem ser as dimensões deste terreno para que se
gaste o mínimo possível ao murá-lo?
39. Dentre todos os retângulos de área 49 cm2 , qual tem perímetro mínimo?
40. Um fazendeiro tem 24 m de cerca para construir três galpões retangulares adja-
centes (de mesma área), conforme a …gura a seguir. Quais devem ser as dimensões
totais dos galpões de modo a maximizar sua área total ?

41. Um sólido será construído acoplando-se a um cilindro circular reto de altura h e


raio r uma semi-esfera também de raio r. Deseja-se que a área da superfície do
sólido seja de 5 cm2 : Determine os valores de r e h para que o sólido tenha volume
máximo.
42. Um arame de comprimento 12m é cortado em dois pedaços, sendo que um pedaço
é dobrado em forma de quadrado cujo lado é l; e o outro pedaço é dobrado em
forma de círculo cujo raio é R: Como devemos cortar o arame para que a soma
das áreas englobadas pelos dois pedaços seja máxima?
43. Há várias semanas o Departamento de Estradas vem registrando velocidade do
tráfego ‡uindo numa rodovia após uma saída. Os dados sugerem que a velocidade
do tráfego na saída é aproximadamente f (t) = t3 10; 5t2 + 30t + 20 km/h, onde
t é o número de horas após o meio dia. A que horas entre 15 e 18 horas, o tráfego
se move mais rápido e a que horas ele se move mais lentamente?
44. Considere três números positivos tais que sua soma é 15. Sabendo-se que o dobro
do primeiro mais três vezes o segundo, mais quatro vezes o terceiro é 45, determine
então esses números de modo que o produto dos três seja o maior possível.
45. Considere o retângulo, da …gura a seguir, cujo perímetro é 16cm. Determine os
lados do retângulo para que a área do trângulo ABC seja a maior possível.

46. Determine, se existir, um número positivo tal que a soma de seu cubo com 4 vezes
o inverso de seu quadrado seja o menor possível.
47. Considere um semicírculo de raio 2. Determine:

(a) as dimensões do retângulo com máxima área que seja inscrito neste semicír-
culo;
(b) a área deste retângulo.

230
48. Um recipiente com a forma de um paralelepípedo de base quadrada tem um volume
de 2:000 cm3 . Sabendo-se que o custo da base e da tampa é o triplo do custo dos
lados, determine as dimensões do recipiente de menor custo possível.
49. Duas cidades estão localizadas ao sul de um rio conforme a …gura a seguir. Uma
estação bombeadora de água será instalada para servir as duas cidades. A tubu-
lação seguirá as retas que ligam cada cidade à estação. De…na o ponto onde a
estação bombeadora deve ser instalada para minimizar o custo da tubulação.

50. Determine as dimensões de um cilindro reto inscrito em uma esfera de raio R para
que este tenha o maior volume possível.
51. Uma pista de atletismo com comprimento total 400m, consiste em 2 semicírculos
e dois segmentos retos, conforme a …gura a seguir. Determine as dimensões da
pista de tal forma que a área retangular, demarcada na …gura, seja máxima.

52. Uma folha de papelão quadrada com 16 cm2 é usada para fazer uma caixa aberta,
retirando quadrados do mesmo tamanho dos quatro cantos e dobrando-se os lados.
Qual é o tamanho dos quadrados que resulta na caixa com o maior volume possível?
53. Pretende-se estender um cabo de uma usina de força à margem de um rio, de 900m
de largura, até uma fábrica situada do outro lado do rio, 3000m rio abaixo. O
custo para estender um cabo pelo rio é de R$5; 00 por metro, enquanto que para
estendê-lo por terra custa R$4; 00 o metro. Qual é o percurso mais econômico
para o cabo?
54. Considere um trapézio isósceles de área 50cm2 : Sabendo que = 30 é um dos
ângulos da base, determine a medida da lateral l para que o perímetro seja mínimo.
55. Uma bateria de voltagem …xa V e resistência interna …xa r está ligada a um circuito
V
de resistência variável R: Pela Lei de Ohm, a corrente I no circuito é I = :
R+r
Se a potência é dada por P = I 2 R; mostre que a potência máxima ocorre quando
R = r:

231
56. No projeto de aviões, uma característica importante é o chamado "fator de ar-
raste", isto é, a força de freagem exercida pelo ar sobre o avião. Um modelo
B
mede o arraste por uma função da forma F (v) = Av 2 + 2 ; onde A e B são
v
constantes positivas. Descobre-se experimentalmente que o arraste é minimizado
B
quando v = 160 mph. Use esta informação para encontrar a razão :
A
57. A carga transmitida através de um circuito varia de acordo com a equação q =
dq
t4 4t3 coulombs. Determine o instante t quando a corrente i = atinge um
dt
mínimo.
58. O trabalho realizado por um solenóide ao mover um induzido varia de acordo
com W = 2t3 3t4 joules. Determine a maior potência desenvolvida. (Potência:
dW
P = :)
dt
4
59. Determine a maior corrente num capacitor com capacitância C igual a 10 6
3
dV
farads, se a voltagem aplicada for dada por V = 250t2 200t3 volts (i = C ).
dt
60. Um gerador produz uma tensão Vin = 110 Volt para alimentar uma carga resistiva
R: A linha de transmissão de energia possui uma resistência r0 = 0; 8k /km e
5000km de extensão entre a fonte e a carga. Sabendo que a potência sobre uma
R
carga é dada por P = V 2 ; calcule o valor de R para que a potência
(R + r)2
transmitida pelo gerador seja máxima.
61. Um circuito RLC paralelo sobreamortecido com o capacitor de capacitância C =
1
23; 81mF = F, inicialmente descarregado, e o indutor de indutância L = 7H,
42
inicialmente carregado com corrente de -10A, gera uma tensão de saída no resistor
de resistência R = 6 regida pela Equação 5.1. Calcule o tempo para que a
corrente que passa pelo resistor seja máxima. Calcule também o valor da tensão
e da corrente no resistor nesse instante e esboce o grá…co da tensão de saída do
circuito. Dados:

V = K1 es1 t + K2 es2 t (5.1)


V = RI (5.2)

K1 = K2 = 84V
p
s1 = 2 !02

232
p
s2 = + 2 !02
1
=
2RC
1
!0 = p
LC
62. Considere um retângulo inscrito no segmento parabólico delimitado pela função
f (x) = 4 x2 e pelos eixos cartesianos, como na …gura abaixo. Quais as dimensões
do retângulo para que sua área seja máxima? Qual é o valor da área máxima?

63. Um produtor de fertilizante constata que, se produzir x unidades de fertilizantes,


x
pode vender seu produto a p = 300 reais por unidade. O custo de produção
10
(em reais) de x unidades é

x2
C (x) = 15:000 + 125x + :
40
Se a capacidade de produção da empresa for de, no máximo, 1:000 unidades de
fertilizante num determinado intervalo de tempo especi…cado, quantas unidades
deveriam ser manufaturadas e vendidas nesse intervalo de tempo para maximizar
o lucro?
64. No planejamento de uma lanchonete foi estimado que se existem lugares para de
20 a 80 pessoas, o rendimento semanal será de R$ 70,00 por lugar. Contudo,
se a capacidade de assentos está acima de 80 lugares, o rendimento semanal, em
cada lugar, será reduzido em 50 centavos pelo número de lugares excedentes. Qual
deverá ser a capacidade de assentos para que o rendimento semanal seja o maior
possível? Qual é o lucro máximo?

Respostas:

1. Use o TVI ou o Teorema Bolzano; c 2 ( 1; 0:75)


Observação: O teorema de Bolzano está enunciado no capítulo 2.

2. Use o TVI ou o Teorema Bolzano; c 2 (0:75; 1)


3. Use o Teorema de Weiertrass.
4. Use o Teorema de Weiertrass.
5. Use o Teorema de Bolzano; [ 2; 1]
6. Use o Teorema de Bolzano; [ 3; 2]; [0; 1]; [1; 2]

233
7. .

(a) a < 27 ou a > 5:


(b) a = 27 ou a = 5:
(c) 27 < a < 5:

8. Não.
9. Não.
10. (a) não; (b) não; (c) não; (d) sim; (e) sim.
11. Sim.
12. (a) não; (b) sim; (c) sim; (d) sim; (e) não; (f) sim.
13. Não. f 0 não existe em x = 3.
1 32
14. 3
; 27

15. Dica: Primeiro encontre a função e o intervalo para aplicar o TVM.


16. a = 3, b=4 e m = 1.
a an
17. p ; p
n 1
n n 1 nn
p p
18. (a) 2; 2 ; (b) não.
19. -
20. A a…rmação é verdadeira.
21. .

(a) Decrescente no domínio


(b) Crescente no domínio
(c) Decrescente em (0; e 1 ] e crescente em [e 1 ; +1)
(d) Decrescente em [1; +1) e crescente em ( 1; 1]
(e) Crescente em 1; p2 [ p2 ; +1 e decrescente em p2 ; p2
3 3 3 3

(f) Decrescente em ( 1; 0) [ [3:2; +1) e crescente em (0; 3:2)


p p p p
(g) Decrescente em ( 1; 2) [ (1; 2) e crescente em ( 2; 1) [ ( 2; +1):

22. .

(a) Côncava para cima em ( 2; 0][(8; +1) e côncava para baixo em ( 1; 2)[
(0; 8)
(b) Côncava para baixo em ( 1; 2] e côncava para cima em [2; +1)
(c) Côncava para cima em ( 1; 2) [ (0; 2) e côncava para baixo em ( 2; 0) [
(2; +1)

234
(d) Côncava para cima em todo seu domínio

23. .

(a) y = 0; x = 2; x = 0 e x = 2
(b) y = x; y = x; x = 1 e x = 1
(c) y =0 e x=0
(d) y = 2x e x = 1

24. No …nal do gabarito.


25. Sugestão: Aplique o Teorema de Rolle para a função g (x) = f 0 (x) :
26. (a) b = 3a, c = 0 e d 2 R.
(b) P1 (0; f (0)) e P2 (1; f (1)) são pontos de máximo e mínimo relativo, respecti-
vamente.
27. A…rmação verdadeira.
28. a = 3 e b = 3.
29. -
30. -
31. -
32. .

Assíntotas verticais: x = 1 e x = 0
Assíntotas Horizontais: não tem
f 0 (x) < 0 ) x 2 ( 1; 2] [ [ 21 ; 0)
1
f 0 (x) > 0 ) x 2 [ 2; 1) [ ( 1; 2
] [ (0; +1)
00
f (x) < 0 ) x 2 ( 1; 3:1] [ [ 2; 0) [ (0; +1)
f 00 (x) > 0 ) x 2 [ 3:1; 2)
Ponto de mínimo: ( 2; f ( 2))
Ponto de máximo: ( 1=2; f ( 1=2))
Ponto de in‡exão: ( 3:1; f ( 3:1))
Descontinuidades: x = 1 e x = 0
Raiz: x = 5=4

33. Pelo grá…co de f 0 (x) pode-se concluir que f (x) tem um mínimo em x = 0 e
pontos de in‡exão em ( 1; f ( 1)) e (1; f (1)): Sendo côncava para baixo em
( 1; 1] [ [1; +1) e côncava para cima em [ 1; 1]: Também podemos concluir
que as únicas raízes de f 00 (x) são x = 1 e x = 1; sendo f 00 (x) < 0 se x 2
( 1; 1) [ (1; +1) e f 00 (x) > 0 se x 2 ( 1; 1):
34. -

f ( 2) = f (0) = f ( 2) = 0

235
Ponto de mínimo: (1:5; f (1:5))
Ponto de máximo: ( 1; f ( 1))
Pontos de in‡exão: (0; 0); (2; 0) e (3; f (3))
f (x) tem um "pico"em x = 0 e uma tangente vertical em x = 2

35. -

Domínio de f : Df = R;
P1 (0; f (0)) é um ponto de máximo e C é um ponto de mínimo;
A, B e P2 (4; f (4)) são pontos de in‡exão;
Assintotas horizontais: y = 2 para x ! +1 e y = 2 para x ! 1:

36. -

Domínio de f : Df = R;
a reta y = x + 2 é assíntota oblíqua para x ! 1;
P1 (0; 0) é um ponto de mínimo e P2 (4; f (4)) é um ponto de máximo.
P3 (6; 0) é um ponto de in‡exão.
f (x) tem um "pico"em P1 e uma tangente vertical em P3 :
p
37. x = y = 2 59m
38. Aproximadamente 76m por 57m.
39. O quadrado de lado 7cm.
40. 2m e 3m.
41. r = h = 1cm
6
42. R = e l=0

43. Mais rápido 15h, mais lento às 17h.


44. x = y = z = 5
45. x = y = 4cm
r
5 8
46.
3
p p
47. (a) 2 2 2; (b) 4u.a.
p
3 20
48. 5 144cm e p
3
12
20
49. m após o ponto N:
7
p p
6R 2 3R
50. e
3 3

236
200
51. 100m e m

2
52. m
3
53. 1200m pelo rio e 1800m por terra.
54. l = 10cm
55. -
B
56. = (160)4
A
57. t = 2s
58. 2=9W 0; 222 W
4
25 10
59. i = A
18
60. R = 4M
ln 6 70 35
61. t = s; V = p 5
V; I = p A
5 6 356
p p
62. 23 3u:c:; 16
9
3u:a:
63. 700 unidades
64. 110 lugares; R$6:050; 00.

24. -

237
ln x 6x2 x4
a. f (x) = x
b. f (x) = 9

y y
0
2 4 6 -4 -2 2 4
x -2 x
-1

x
p
3
c. f (x) = x4 4
d. f (x) = 2x x3

y y
0.2 2

-4 -0.2
-2 2 4 -2 -2 2
x x

1 x2
e. f (x) = 1 ex
f. f (x) = e +2

y y
2
-4 -2 0 2 4
-4 -2
-2
2 4 x
x
1 1
g. f (x) = e x h. f (x) = (x 2)2

y 10 y
-4 -2 0 2 4 -5 0 5
x x

2 1
i. f (x) = xex j. f (x) = x + x

y 20 y 5

-4 -2 2 4 -4 -2 2 4
-20 x -5 x
x
k. f (x) = 2x + 1 + e l. f (x) = x2 e1 x

y y 10
10

-4 -2 0 2 4 -2 0 2 4 6
x x

238
1 p
m. f (x) = 2x + x2
n. f (x) = 2 x x

y y1
10

0
-4 -2 2 4 2 4
-10 x x

x2 1 16 3 1
o. f (x) = x2 +1
p. f (x) = 3
x + x

y 1 y 20

-5 5 -2 -1 1 2
-1 x -20 x

p p
q. f (x) = (x 1) ex r. f (x) = x+ p2 2 2
x

y 6 y 0.4
0.2
0.0
0 2 4
-4 -2 0 2 x
x

1
s. f (x) = x x
t. f (x) = x ln (x2 )

y y
5
10

-4 -2 2 4 -4 -2
-10 2 4
-5 x x

x
u. f (x) = xe v. f (x) = x + ln x

y y
5
-4 -2 2 4 0
-2 x -5 2 4
x
25. 26.

w. f (x) = cot (x) x. f (x) = sec (x)

y y
5 5
-2 -5 2
x -5 5
-5
x
z. f (x) = ln (cos (2x))

x
02 4 6
y 0

-8

239
240
Capítulo 6
Integral Inde…nida

Objetivos
Determinar a primitiva de uma função, mediante a de…nição;

Interpretar geometricamente a integral inde…nida;

Aplicar as propriedades relativas à integral inde…nida;

Resolver integrais através de integração imediata;

Resolver integrais pelo método da integração por partes;

Resolver integrais de funções trigonométricas;

Resolver integrais elementares que contém um trinômio quadrado;

Resolver integrais por substituições trigonométricas;

Resolver integrais por decomposição em frações parciais.


6.1 Introdução

O estudo desenvolvido neste capítulo visa o problema inverso ao que desen-


volvemos no capítulo 3, ou seja, agora será dada uma função e deveremos calcular uma
outra função, cuja derivada é igual à função dada. Neste sentido, serão apresentados
os métodos mais comuns para que isto possa ser alcançado. Para tanto, precisamos do
conceito de primitiva de uma função.

De…nição 1: Uma função F (x) é chamada de primitiva ou antiderivada da


função f (x) em um intervalo I se

F 0 (x) = f (x) , 8x 2 I.

Exemplo 1:
x3
(i) F (x) = 3
é uma primitiva de f (x) = x2 ;

(ii) F (x) = cos x é uma primitiva de f (x) = sin x;


x
(iii) F (x) = e é uma primitiva de f (x) = e x.

Observação 1: Em qualquer um dos exemplos acima podemos perceber


que se acrescentarmos uma constante qualquer na função F (x) sua derivada continuará
sendo igual a função dada, isto é, ela continuará sendo uma primitiva.
Vejamos algumas proposições neste sentido.

Proposição 1: Seja F (x) uma primitiva da função f (x). Então, se c é


uma constante qualquer, a função G (x) = F (x) + c também é primitiva de f (x).
Demonstração: Como F (x) é uma primitiva da função f (x), pela de…nição,
F 0 (x) = f (x).
Assim, G0 (x) = (F (x) + c)0 = F 0 (x) = f (x).
Portanto, G é uma primitiva de f .

O teorema 1 no garante que para uma função contínua dada não existe uma
única primitiva, mas sim, uma in…nidade delas.

Proposição 2: Se f 0 (x) se anula em todos os pontos do intervalo I, então


f é constante em I.
Demonstração: Sejam x, y 2 I, com x < y.
Como f é diferenciável em I, então f é contínua em [x; y] e diferenciável
em (x; y).
Pelo Teorema do Valor Médio, existe c 2 (x; y) tal que
f (y) f (x)
f 0 (c) = :
y x

242
Por hipótese, f 0 (c) = 0, pois c 2 I. Assim, segue que
f (y) f (x) = 0 ) f (y) = f (x) .
Sendo x e y dois pontos quaisquer de I, concluímos que f é constante em I.

Proposição 3: Se F (x) e G (x) são funções primitivas de f no intervalo I,


então existe uma constante c tal que F (x) G (x) = c.
Demonstração: Seja H (x) = F (x) G (x).
Como F (x) e G (x) são primitivas de f (x) em I, então F 0 (x) = G0 (x) =
f (x), 8x 2 I. Logo, H (x) é derivável em I e

H 0 (x) = F 0 (x) G 0 (x) = f (x) f (x) = 0 .


Pela proposição 2, segue que, existe uma constante c, tal que H (x) = c, ou
seja,
F (x) G (x) = c ) F (x) = G (x) + c:

Dos teoremas acima podemos escrever que tendo-se determinado uma prim-
itiva F (x) obtém-se outra primitiva qualquer da função dada, somando-se a F (x) uma
constante c e a expressão F (x) + c representa o conjunto de todas as funções primitivas
para a função f (x) dada.
Com isto podemos estabelecer a de…nição de integral inde…nida.

De…nição 2: Se F (x) é uma primitiva ou antiderivada de f (x), a expressão


F (x) + c é de…nida como sendo a integral inde…nida da função f (x) e é denotada por
Z
f (x) dx = F (x) + c.

Na igualdade estabelecida na de…nição 2, temos que:


R
o símbolo é chamado sinal de integração;

f (x) é dita função subintegral ou integrando;

a expressão f (x)dx é dita elemento de integração;

a função F (x) é dita, parte funcional da integral inde…nida;

o número c é dito, constante arbitrária da integral inde…nida.

Observações 2:

i. A integral inde…nida é também conhecida como anti-diferencial.


ii. Na notação da de…nição
R 2, o termo dx não tem signi…cado próprio, somente a ex-
pressão completa f (x) dx = F (x) tem sentido.
iii. Quando
R queremos obter todas as primitivas de uma função f (x) dada, escrevemos
f (x) dx:

243
Exemplo 2:

R x3
1. x2 dx = 3
+ c;
R
2. cos xdx = sin x + c;
R
3. e x dx = e x
+ c.

Interpretação Geométrica

A integral inde…nida, geometricamente, representa uma família de curvas e


se obtém cada uma delas mediante o deslocamento de uma curva paralela a si mesma ao
longo do eixo das ordenadas. Os grá…cos dessa família das primitivas (ou antiderivadas)
de f são chamados de curvas integrais.
Exemplo 3: O grá…co a seguir representa uma família de curvas da função
integrando f (x) = cos x. As curvas integrais abaixo …gura apresentada assumiu os
valores c = 2; 1; 0; 1; 2.

6.2 Propriedades da Integral Inde…nida

Proposição 4: Sejam f; g : I ! R e c uma constante qualquer. Então:


R R
i. cf (x) dx = c f (x) dx;
R R R
ii. (f (x) g (x)) dx = f (x) dx g (x) dx.

Demonstração:

i. Como F (x) é uma primitiva de f (x) então cF (x) é primitiva de cf (x). Assim,
temos que:
R R
cf (x) dx = cF (x) + k = cF (x) + ck1 = c (F (x) + k1 ) = c f (x) dx.

244
ii. Provaremos para a soma, a demonstração para a diferença é análoga.

Sejam F (x) e G (x) as primitivas das funções f (x) e g (x).


De…nindo H (x) = F (x) +G (x) e h (x) = f (x) + g (x), temos que:
H 0 (x) = F 0 (x) +G0 (x) = f (x) + g (x) = h (x).
Assim,
R
h (x) dx = H (x) + c = F (x)R +G (x) +Rc1 + c2 =
= F (x) +c1 + G (x) + c2 = f (x) dx + g (x) dx.

Observação 3: A proposição (ii) é válida para um número …nito de funções,


isto é, a integral da soma é igual a soma de integrais.
Resumiremos a seguir algumas propriedades da integral inde…nida, cujas
demonstrações serão omitidas aqui:
R
i. d (F (x)) = F (x) + c, onde d (F (x)) representa é a diferencial da função F (x);
R 0
ii. f (x) dx = f (x) ;
R
iii. d f (x) dx = f (x) dx;
R
iv. f (ax) dx = a1 F (ax) + c, onde a é uma constante;
R
v. f (x + b) dx = F (x + b) + c, onde b é uma constante;
R
vi. f (ax + b) dx = a1 F (ax + b) + c, onde a e b são constantes.

Através das derivadas das funções elementares é possível obter uma tabela
de integrais, conhecidas como integrais imediatas.

6.3 Tabela de Integrais Imediatas


R un+1
1. un du = n+1
+ c, n 6= 1;
R du
2. u
= ln juj + c;
R au
3. au du = ln a
+ c, a > 0 e a 6= 1;
R
4. eu du = eu + c;
R
5. sin (u) du = cos u + c;
R
6. cos (u) du = sin u + c;
R
7. sec2 (u) du =tg(u) + c;
R
8. cossec2 (u) du = cotg(u) + c;
R du
9. = a1 arctg u
a
+ c.
u 2 + a2

245
A veri…cação destas integrais pode ser feita segundo a de…nição de integral
inde…nida, ou seja, através da de…nição de primitiva de uma função.

Observação: As integrais abaixo não são imediatas, porém elas sugem


várias vezes nas integrações. Como, por enquanto, não temos condições de demonstrá-
las iremos utilizar este resultado. Para demostrá-las é necessário utilizar além do método
da substituição (próxima seção) a técnica de decomposição em frações parciais, que é a
última técnica de integração a ser utilizada.
R
1. sec (u) du = ln jsec (u) + tg (u)j + c;
R
2. cossec(u) du = ln jcossec (u) cotg (u)j + c;

Exemplo 4:
R
1. sec2 udu =tg(u) + c
Solução: De…nindo F (u) =tg(u) + c e f (u) = sec2 u:
Devemos mostrar que F 0 (u) = f (u) :
F 0 (u) = (tg (u) + c)0 = sec2 u = f (u) :

R du u
2. = a1 arctg +c
u2
+a 2 a
Solução: De…nindo F (u) = a1 arctg u
a
+ c e f (u) = 1
u2 +a2
:
Devemos mostrar que F 0 (u) = f (u) :
!
u 0
1 u 0 1 a 1 1 1
F 0 (u) = a
arctg a
+c = a 2 = 2 2 = u2 +a2
= f (u) :
1 + ua a 1 + ua2

Vejamos agora, alguns exemplos usando a tabela e as propriedades.

Exemplo 5: Resolva as integrais inde…nidas:


R p
1. (2x3 3 sin x + 5 x) dx;
Solução: Pelas propriedades de integrais, temos que:
R p R R R p
(2x3 3 sin x + 5 x) dx = 2x3 dx 3 sin xdx + 5 xdx
R R R 1
= 2 x3 dx 3 sin xdx + 5 x 2 dx
10 32
= 12 x4 + 3 cos x + 3
x +c

1 p
R x4 + 3x 2 + x 4 x
2. p dx;
x
Solução: Pelas propriedades de integrais, temos que:
1 p
R 3x4 5x 2 + x 4 x R 7 R R 1
p dx = 3x 2 dx + x5 dx + x 8 dx
x

246
R 7 R dx
R 1
= 3 x 2 dx 5 x
+ x 8 dx
9 9
= 23 x 2 5 ln x + 89 x 8 + c.

R
3. 2ex + x37 tg2 (x) cossec2 (x) dx.
Solução: Pelas propriedades de integrais, temos que:
R R R R
2ex + x37 tg2 (x) cossec2 (x) dx = 2 ex dx+3 x 7 dx tg2 (x) cossec2 (x) dx
6 R sen2 x 1
= 2ex + 3 x 6
+c dx
cos2 x sen2 x
6 R 1
= 2ex + 3 x 6
+c dx
cos2 x
6 R2 2
= 2ex + 3 x 6
+c sec (x) dx
1
= 2ex 2x6
tg(x) + k:

6.4 Técnicas de Integração

Com o objetivo de usar alguma das integrais imediatas, faz-se necessário uti-
lizar alguns métodos para transformar a integral dada em uma integral conhecida. A
seguir, estudaremos alguns métodos de integração que irão nos auxiliar neste procedi-
mento.

6.4.1 Integração Por Substituição

A técnica de integração por substituição, também conhecida como troca de


variáveis, pode ser motivada examinando-se a regra da cadeia do ponto de vista da
antiderivação. Com este propósito, suponha que F (x) seja uma primitiva de f (x) e que
g (x) seja uma função diferenciável.
Pelas regras de derivação, sabemos que:
d
[F (g (x)) + k] = F 0 (g (x)) g 0 (x) = f (g (x)) g 0 (x) , para k 2 R.
dx
Note que acabamos de provar que a F (g (x)) + k é a primitiva da função
f (g (x)) g 0 (x), ou seja, provamos que
Z
f (g (x)) g 0 (x) dx = F (g (x)) + c.

De…nindo u = g (x). Então du = g 0 (x) dx. Dessa forma,


Z
f (u) du = F (u) + c.

247
Exemplo 6: Resolva as integrais inde…nidas.
Rp
1. 2x 1dx;
Solução: De…nindo u = 2x 1. Então du = 2dx:
Por substituição, temos que:
Rp Rp Rp
2x 1dx = 2x 1 22 dx = 12 udu
R 1 3
= 12 u 2 du = 31 u 2 + c:
Voltando para a variável x, obtemos que:
Rp 3
q
2x 1dx = 3 (2x 1) + c = 3 (2x 1)3 + c.
1 2 1

R 3x
2. x2 +1
dx;
Solução: De…nindo u = x2 + 1. Então du = 2xdx:
Por substituição, temos que:
R 3x 3
R 2x 3
R du
2
x +1
dx = 2 2
x +1
dx = 2 u
= 32 ln juj + c:
Retornando para a variável x, obtemos que:
R 3x
x2 +1
dx = 23 ln jx2 + 1j + c.

Esta técnica é uma das mais importantes para o cálculo de integrais in-
de…nidas. O sucesso desta integração depende da habilidade para escolher a substitu-
ição adequada. A seguir, apresentamos as etapas envolvidas na aplicação da técnica de
integração por substituição.

Etapas utilizadas na técnica de integração por substituição

Etapa 1: Escolha u = g (x);


du
Etapa 2: Calcule dx
= g 0 (x);
Etapa 3: Substitua u = g (x) e du = g 0 (x) dx;
Etapa 4: Calcule a integral resultante;
Etapa 5: Substitua u por g (x) novamente.

Exemplo 7: Resolva as integrais inde…nidas.


R 2x4
1. p
3
dx;
7 2x5
Solução: De…nindo u = 7 2x5 . Então du = 10x4 dx:
Por substituição, temos que:
R x4 2
R 10x4 1
R du
p
3
7 2x5
dx = 10
p
3
7 2x 5
dx = 5
p
3u

R 1 3 23
2
= 15 u 3 du = 10 u + c = 10 3
(7 2x5 ) 3 + c.

248
R x3 dx
2. ;
e2x4
Solução: Reescrevendo o integrando, temos que:
R x3 dx R 3 2x4
e2x4
= xe dx
De…nindo u = 2x4 . Então, du = 8x3 dx.
Por substituição, temos que:
R 3 2x4 R 4 R
xe dx = 18 e 2x ( 8x3 ) dx = 1
8
eu du
1 u 1 4
= 8
e +c= 8
e 2x + c.

R
3. sin2 (3x + 5) cos (3x + 5) dx;
Solução: De…nindo u = sin (3x + 5). Então, du = 3 cos (3x + 5) dx.
Por substituição, temos que:
R R
sin2 (3x + 5) cos (3x + 5) dx = 31 u2 du
= 19 u3 + c = 91 sin3 (3x + 5) + c.

p
R x 1 + cotg (x2 + 1)
4. dx
sin2 (x2 + 1)
Solução: Reescrevendo o integrando, temos que:
R xp1+cotg(x2 +1) R 2 2
p
2 2
sin (x +1)
dx = xcossec (x + 1) 1 + cotg (x2 + 1)dx
De…nindo u = 1+cotg(x2 + 1). Então du = 2xcossec2 (x2 + 1) dx
Por substituição, temos que:
R xp1+cotg(x2 +1) Rp
sin2 (x2 +1)
dx = 12 udu =
3
1 32 1
= 3
u +c= 3
(1 + cotg (x2 + 1)) 2 + c:

Exemplo 7: Resolva as integrais inde…nidas.

R 4x + 2
1. dx;
2x 1
Solução: Reescrevendo o integrando, temos que:
R 4x+2 R R R
2x 1
dx = 2 + 2x4 1 dx = 2 dx + 4 2xdx 1
De…nindo u = 2x 1. Então du = 2dx. Dessa forma,
R 4x+2 R R du
2x 1
dx = 2 dx + 2 u
= 2x + 2 ln juj + c
= 2x + 2 ln j2x 1j + c.

249
R
2. 3x (sin (3x ) + cos (3x )) dx.
Solução: De…nindo u = 3x , temos que du = 3x ln 3dx. Assim,
R x R
3 (sin (3x ) + cos (3x )) dx = ln13 (sin (3x ) + cos (3x )) 3x ln 3dx
R R R
= ln13 (sin u + cos u) du = ln13 sin udu + ln13 cos udu
1 1
= ln 3
sin (3x ) ln 3
cos (3x ) + c

6.4.2 Integração Por Partes

A técnica de integração por partes é a formulação antiderivada da fórmula


para diferenciação do produto de duas funções.
Sejam u = u (x) e v = v (x) são funções deriváveis, então pela regra do
produto, temos que:
d
[ u (x) :v (x)] = u (x) v 0 (x) + v (x) u0 (x) .
dx
Integrando
R d com relaçãoRa x, temos que: R
dx
[ u (x) :v (x)]Rdx = u (x) v 0 (x)Rdx + v (x) u0 (x) dx
) Ru (x) :v (x) = u (x) v 0 (x) dx + R v (x) u0 (x) dx
) u (x) v 0 (x) dx = u (x) :v (x) v (x) u0 (x) dx.
Da de…nição de diferenciais, lembre que
dv = v 0 (x) dx e du = u0 (x) dx.
Assim,
Z Z
udv = uv vdu,

é chamada de fórmula de integração por partes.

Exemplo 8: Resolva as integrais inde…nidas.


R
1. ln xdx;
u = ln x ) du = x1 dx
Solução: Escolhendo :
dv = dx ) v = x
Pela integração por partes, temos que:
R R 1 R
ln xdx = x ln x x x dx = x ln x dx = x ln x x + c.

Observação 5: No exemplo acima, quando calculamos a função v, desprezamos


a constante k, isto é: Z Z
dv = dx ) v = x + k,

uma vez que interessa somente uma função primitiva e não o conjunto todo. Neste
caso é comum dizer que escolhemos a constante k = 0.

250
R
2. xsen(x) dx;
u = x ) du = dx
Solução: De…nindo :
dv =sen(x) dx ) v = cos (x)
Pela integração por partes, temos que:
R R
xsen(x) dx = x cos (x) + cos (x) dx =sen(x) x cos (x) + c.

R
3. arcsin xdx;
u = arcsin x ) du = p dx
Solução: De…nindo 1 x2 :
dv = dx ) v = x
Pela integração por partes, temos que:
R R x
arcsin xdx = x arcsin x p
1 x2
dx
Por substituição, fazendo u = 1 x2 ) du = 2xdx, temos que:
R R 1
arcsin xdx = x arcsin x + 12 u 2 du
p
= x arcsin x + u + c
p
= x arcsin x + 1 x2 + c

p
R x ln x + 1 + x2
4. p dx
1 + x2
Solução: De…nindo
( p
u = ln x + 1 + x2 ) du = p 1 dx
x
p 1+x2 ,
dv = p1+x2 dx ) v = 1 + x2
Pela integração por partes, temos que:
p
R x ln(x+ 1+x2 ) p p Rp 1
p
1+x2
dx =1 + x2 ln x + 1 + x2 1 + x2 p1+x 2 dx
p p R
= 1 + x2 ln x + 1 + x2 dx
p p
= 1 + x2 ln x + 1 + x2 x + c:

O problema na integração por partes está em saber qual a expressão subin-


tegral que se toma como u e qual a que se toma por dv. Recomenda-se substituir por
dv aquela diferencial para a qual é conhecida a integral ou então, que seja fácil de se
calcular.
Há casos em que se pode tomar como dv qualquer uma das funções da ex-
pressão subintegral. No entanto, é bom lembrar que, a diferenciação em uma série de
casos, simpli…ca a expressão, isto é, as derivadas de algumas funções transcendentes são
algébricas, é o caso das funções logarítmicas e das funções circulares inversas.
Portanto, nas integrais do tipo:

R
1o Caso: f (x) (função transcendental) dx, onde f (x) é um polinômio real em x, para
realizar a integração por partes, é necessário fazer a seguinte escolha

251
u = função transcendental
.
dv = f (x) dx

R
2o Caso: f (x) (função circular) dx, onde é um polinômio real em x, para aplicar o
método da integração por partes, de…nimos

u = f (x)
.
dv = (função circular )dx

Nestes dois casos, as funções transcendentais ou as funções circulares têm


derivadas não-algébricas.
Exemplo 9: Resolva as integrais inde…nidas.
R x
1. e cos xdx;
Solução: Neste caso, as duas funções da expressão subintegral são transcendentes

cujas derivadas não são algébricas.


u = ex ) du = ex dx
Escolhendo :
dv = cos xdx ) v = sin x
Pela integração por partes, temos que:
Z
R x x
e cos xdx = e sin x ex sin xdx ( )
| {z }
(I)

Para resolver a integral (I) devemos aplicar novamente a integração por partes.
u = ex ) du = ex dx
De…nindo :
dv = sin xdx ) v = cos x
Substituindo em ( ), temos que:
R x R
e cos xdx = ex sin x ex cos x + ex cos xdx
R
) 2 ex cos xdx = ex sin x + ex cos x + k
R x
) ex cos xdx = e2 (sin x + cos x) + c.

Neste exemplo, podemos notar que, ao aplicarmos pela segunda vez a integração
por partes, o método nos levou a uma igualdade com a integral dada, o que
possibilitou a sua resolução. Poderíamos, no início, ter escolhido qualquer uma
das funções subintegrais como u e o resultado se manteria.

R
2. xe5x dx;
u = x ) du = dx
Solução: De…nindo :
dv = e5x dx ) v = 15 e5x

Pela integração por partes, temos que:


R 5x 5x R 5x
xe dx = xe5 1
5
e dx = 51 xe5x 15 e5x + c.

252
R
3. x arcsin xdx;
u = arcsin x ) du = p 1 dx
Solução: De…nindo 1 x2 :
2
dv = xdx ) v = x2

Pela integração por partes, temos que:


R 2 R 2
x arcsin xdx = x2 arcsin x 21 p1x x2 dx
2 R x2 +1 1
= x2 arcsin x + 12 p
1 x2
dx
2 R 2 R
= x2 arcsin x + 12 p11 xx2 dx 12 p1dxx2
Z p
x2 1
R
= 2 arcsin x + 2 1 x2 dx 21 p1dxx2 (1)
| {z }
(I)
p
u = 1 x2 ) du = p x dx
Resolvendo, por partes, a integral (I): 1 x2
dv = dx ) v = x
Rp p R x2 +1 1
x2 dx = x 1 x2
1 p
1 x2
dx
p Rp R
= x 1 x2 1 x2 dx + p1dxx2
Rp p
) 1 x2 dx = x2 1 x2 + 21 arcsin x (2)
Substituindo (2) em (1), temos que:
R 2 p
x arcsin xdx = x2 arcsin x + 21 x2 1 x2 + 12 arcsin x 1
2
arcsin x + c
x2 1
p
= 2 4
arcsin x + 41 x 1 x2 + c.

R 2(ln x)4 + 5
(ln x) 2
4. 7(ln x) 2 dx
Solução: De…nindo u = ln x, temos que x = eu e dx = eu du.
Assim, pela técnica de substituição, temos que:
R 2(ln x)4 + (ln x)5 2 R 4
+5(ln x)2 R 4 2 u R 2 2 5 u
7(ln x)2
dx = 2(ln x)
7(ln x)2
= 2u 7u+5u
2 e du = 7
u + 7 e du
Z
R
= 27 u2 eu du + 57 eu du (1)
| {z }
(I)

Resolvendo a integral (I):


De…nindo
tR = u2 R ) dt = 2udu
,
dv = eu du ) v = eu
pela integração por partes, temos que:
R 2 u R
u e du = u2 eu 2 ueu du
De…nindo
R = u R )u dw = du u
w
,
dv = e du ) v = e

253
e, novamente, usando a integração por partes, temos que:
R 2 u R u
u e du = u2 eu 2 ueu e du = 2eu + u2 eu 2ueu (2)
Substituindo (2) em (1), obtemos:
R 2(ln x)4 + (ln x)5 2
7(ln x)2
dx = 79 eu + 27 u2 eu 4
7
ueu +c
= 27 x ln2 x 4
7
x ln x + 97 x + c.

Uma estratégia para integrar por partes

Poderíamos dizer
R que o propósito da integração por R partes é transferir o
cálculo de uma integral udv para o cálculo de uma integral R vdu (a qualRespera-se
que saibamos calcular), pela fórmula de integração por partes,
R udv = uv vdu.
Ao integrar por partes, uma integral da forma f (x) g (x) dx, devemos sem-
pre escolher, dentre as duas funções da expressão f (x) g (x) dx, uma delas como sendo
o fator u e a outra como parte de uma diferencial dv.
Em outras palavras, podemos fazer u = f (x) e dv = g (x) dx, ou u = g (x)
e dv = f (x) dx, ou u = f (x) g (x) e dv = 1dx:Mas, esta escolha não pode ser feita de
modo
R aleatório. Temos
R que ser espertos em nossa escolha para que, ao passarmos da
udv para a integral vdu, passemos a uma integral tecnicamente mais simples de ser
calculada.
Uma sugestão que funciona bem na grande maioria das vezes é escolher as
funções u e v segundo o critério que descreveremos abaixo. Ele foi publicado como uma
pequena nota em uma edição antiga da revista American Mathematical Monthy.
Considere o seguinte anagrama de funções elementares:
L I A T E
Logarítmicas Inversas de Algébricas Trigonométricas Exponenciais
trigonométricas
Neste esquema, as letras do anagrama LIATE são iniciais de diferentes tipos
de funções.
Uma estratégia que funciona bem é: ao realizar uma integração por partes,
escolher dentre as funções que aparecem no elemento de integração,

como função u: a função cuja inicial de caracterização posiciona-se mais à esquerda


no anagrama;
como diferencial dv: a função cuja inicial de caracterização posiciona-se mais à
direita no anagrama.

Resumindo, u deve caracterizar-se pela letra mais próxima de L, e dv pela


letra mais próxima de E.
Observa que já usamos esta estratégia nos exemplos desenvolvidos anterior-
mente:
R
Na integral ln xdx …zemos u = ln x (logarítmica) e dv = 1dx (algébrica);
R
Na integral xsen(x) dx …zemos u = x (algébrica) e dv =sen(x) dx (trigonométrica);

254
R
Na integral arcsen(x) dx …zemos u =arcsen(x) (inversa de trigonométrica) e dv =
1dx (algébrica);
R
Na integral xe5x dx …zemos u = x (algébrica) e dv = e5x dx (exponencial);
R
Na integral xarcsen(x) dx …zemos u =arsen(x) (inversa de trigonométrica) e
dv = xdx (algébrica);

Observações:
(i) Para calcular integrais cuja resolução é pelo método da integração por
partes você poderá utilizar o anagrama LIATE para facilitar a escolha de u e de dv, mas
tenha sempre o cuidado para não utilizá-lo
R x2 de forma errada, em integrais que seu uso é
impossível. Por exemplo, na integral e dx, temos uma função algébrica (f (x) = 1)
e uma função que é resultado da composição de uma função algébrica com exponencial
2
(g (x) = ex ). Neste exemplo, o anagrama LIATE não funciona! Além disso, esta
integral você poderá obter sua solução depois que estudar séries de funções em Cálculo
2.
R x ln(x+p1+x2 )
(ii) Para resolver p
1+x2
dx não utilizamos o anagrama LIATE, pois
as funções envolvidas não Rse enquadram nos tipos de funções do anagrama.
(iii) A integral ex cos xdx é um dos poucos casos em que é indiferente qual
das funções do elemento de integração você escolherá por u e por dv:Neste integral,
poderia ser utilizado o anagrama.
R 2(ln x)4 + (ln x)5 2
(iv) Na integral 7(ln x)2
dx primeiramente …zemos uma mudança de
variável, depois deste procedimento foram aplicadas as propriedades de integrais e,
…nalmente, em uma das integrais obtidas foi utilizado o anagrama.

6.5 Integração de Funções Trigonométricas

R R
6.5.1 Integrais do tipo sinn xdx e cosn xdx, onde n 2 N

Para n 2, deve-se utilizar alguma(s) da(s) seguintes identidades trigonométri-


cas:

sin2 x + cos2 x = 1 se n for ímpar;


sin2 x = 21 21 cos (2x)
se n for par.
cos2 x = 21 + 12 cos (2x)

Exemplo 10:

255
R
1. sin3 xdx;
Solução: Reescrevendo a função do integrando, temos que:
R R R
sin3 xdx = sin2 x sin xdx = (1 cos2 x) sin xdx
R R
= sin xdx cos2 x sin xdx = cos x + 31 cos3 x + c.

R
2. sin2 xdx;
Solução: Temos que:
R R 1 1
sin2 xdx = 2 2
cos (2x) dx
R R
= 21 dx 12 cos (2x) dx = 12 x 1
4
sin 2x + c.

R
3. cos4 xdx;
Solução: Reescrevendo a função do integrando, temos que:
R R 2 R 1 1 2
cos4 xdx = (cos2 x) dx = 2
+ 2 cos (2x) dx
R R R
= 41 dx + 12 cos (2x) dx + 14 cos2 (2x) dx
R 1 1
= x4 + c1 + 41 sin (2x) + c2 + 14 2
+ 2 cos (4x) dx
R R
= x4 + c1 + 41 sin (2x) + c2 + 18 dx + 81 cos (4x) dx
= 83 x + 14 sin 2x + 1
32
sin 4x + c.

R
6.5.2 Integrais do tipo sinm x cosn xdx, onde m ou n é um número
inteiro positivo ímpar

Neste caso, quando m ou n é um número inteiro positivo ímpar não nos


importamos com o que o outro possa ser. Por exemplo, se m é ímpar escrevemos

sinm x = sinm 1
x sin x,

onde m 1 é par. Portanto, é uma potência de sin2 x e pode ser expressa em


potências de cos2 x pela substituição

sin2 x = 1 cos2 x

e a integral será
Z
(soma dos termos envolvendo cos x) sin xdx

e como sin x = (cos x)0 cada termo é da forma un , sendo u = cos x.


O procedimento é análogo se n for ímpar.

Exemplo 11: Calcule as integrais:

256
R
1. sin10 x cos3 xdx;
Solução: Reescrevendo a função do integrando, temos que:
R R
sin10 x cos3 xdx = sin10 x cos2 x cos xdx
R
= sin10 x 1 sin2 x cos xdx
R R
= sin10 x cos xdx sin12 x cos xdx
De…nindo u = sin x ) du = cos xdx.
Assim, por substituição, temos que:
R R R 12
sin10 x cos3 xdx = u10 du u du = 1 11
11
u 1 13
13
u +c
= 1
11
sin11 x 1
13
sin13 x + c.

R
2. sin5 x cos2 xdx.
Solução: Reescrevendo a função do integrando, temos que:
R R
sin5 x cos2 xdx = sin4 x sin x cos2 xdx
R 2
= sin2 x sin x cos2 xdx
R 2
= (1 cos2 x) sin x cos2 xdx
R R R
= cos6 x sin xdx 2 cos4 x sin xdx + sin x cos2 xdx
De…nindo u = cos x ) du = sin xdx.
Por substituição, temos que:
R R 6 R R
sin5 x cos2 xdx = u du + 2 u4 du u2 du
1 7
= 7
u + 52 u5 1 3
3
u
1
= 7
cos7 x + 25 5
cos x 1
3
cos3 x + c.

6.5.3 Integração de funções envolvendo seno e cosseno de arcos


diferentes
R R R
As integrais do tipo sin (mx) cos (nx) dx, sin (mx) sin (nx) dx e cos (mx) cos (nx) dx,
onde m 6= n, são resolvidas utilizando-se as fórmulas relacionadas à adição de arcos:

i: sin (mx) cos (nx) = 12 [sin ((m + n) x) + sin ((m n) x)];

ii: sin (mx) sin (nx) = 21 [cos ((m n) x) cos ((m + n) x)];

iii: cos (mx) cos (nx) = 12 [cos ((m + n) x) + cos ((m n) x)].

Exemplo 12: Calcule as integrais:

257
R
1. sin (2x) cos (4x) dx;
Solução: Usando as fórmulas de adição de arcos, temos que:
R R
sin (2x) cos (4x) dx = 21 (sin (6x) + sin ( 2x)) dx
R R
= 12 sin (6x) dx 21 sin (2x) dx
1
= 12
cos (6x) + 41 cos (2x) + c.

R
2. cos (4x) cos (3x) dx;
Solução: Usando as fórmulas de adição de arcos, temos que:
R R
cos (4x) cos (3x) dx = 12 (cos (7x) + cos ( x)) dx
R R
= 12 cos (7x) dx + 21 cos xdx
1
= 14
sin (7x) + 12 sin x + c.

R R
6.5.4 Integrais do tipo tgn xdx e cotgn xdx, onde n é inteiro
positivo

Essas integrais se resolvem mediante sucessivas aplicações das identidades


trigonométricas
tg2 x = sec2 x 1 e cotg2 x = cossec2 x 1,
R R
que tem por …nalidade obter integrais da forma tgm x sec2 xdx e cotgm xcossec2 xdx,
que são calculadas pelo método da substituição.

Exemplo 13: Calcule as integrais inde…nidas:


R
1. tg3 xdx;
Solução: Reescrevendo a função do integrando, temos que:
R 3 R
tg xdx = tg2 (x) :tg(x) dx
R
= (sec2 x 1)tg(x) dx
R R
= sec2 x:tg(x) dx tg(x) dx
De…nindo u =tg(x) ) du = sec2 xdx. Assim,
R 3 R R
tg xdx = udu tg(x) dx
u2
= 2
ln jsec xj + c
tg 2 (x)
= 2
ln jsec xj + c.

R
2. cotg4 xdx.
Solução: Reescrevendo a função do integrando, temos que:
R R
cotg4 xdx = cotg2 (x)cotg2 (x) dx
R
= cotg2 (x) : (cossec2 x 1) dx

258
R R
= cotg2 (x) :cossec2 xdx cotg2 (x) dx
R R
= cotg2 (x) :cossec2 xdx (cossec2 x 1) dx
R R R
= cotg2 (x) :cossec2 xdx cossec2 xdx + dx
De…nindo u =cotg(x) ) du = cossec2 xdx. Assim,
R R 2 R R
cotg4 xdx = u du cossec2 xdx + dx
u3
= 3
+cotg(x) +x+c
cotg 3 (x)
= 3
+cotg(x) + x + c.

R R
6.5.5 Integrais do tipo secn xdx e cossecn xdx, onde n é um
número inteiro positivo

Nestes casos, basta fazer:

secn x = secn 2
x sec2 x ou cossecn x = cossecn 2 x.cossec2 x

e utilizar as identidades trigonométricas

sec2 x = tg2 x + 1 e cossec2 x = cotg2 x + 1.

Exemplo 14: Calcule as integrais inde…nidas:


R
1. cossec4 (2x) dx;
Solução: Reescrevendo a função do integrando, temos que:
R R
cossec4 (2x) dx = cossec2 (2x)cossec2 (2x) dx
R
= (cotg2 (2x) + 1)cossec2 (2x) dx
R R
= cotg2 (2x)cossec2 (2x) dx + cossec2 (2x) dx
De…nindo u =cotg(2x) ) du = 2cossec2 xdx. Assim,
R R R
cossec4 (2x) dx = 21 u2 du + cossec2 (2x) dx
u3 1
= 6 2
cotg(2x) +c
cotg 3 (2x) 1
= 6 2
cotg(2x) + c.

R
2. sec3 xdx.
Solução: Reescrevendo o integrando, temos que:
R R
sec3 xdx = sec2 x sec xdx
u = sec x ) du = sec x:tg(x) dx
De…nindo .
dv = sec2 xdx ) v =tg(x)

259
Pela integração por partes, temos que:
R R 2
sec3 xdx = sec x:tg(x) tg (x) sec xdx
R
= sec x:tg(x) (sec2 x 1) sec xdx
R R
= sec x:tg(x) sec3 xdx + sec xdx
R R
) 2 sec3 xdx = sec x:tg(x) + sec xdx
R
) sec3 xdx = 12 (sec x:tg (x) + ln jsec x + tg (x)j) + c.

Observação 5: Neste caso, sempre que n é número inteiro positivo ímpar


deveremos usar integração por partes.

R R
6.5.6 Integrais do tipo tgm (x) secn xdx e cotgm (x)cossecn (x) dx,
onde m e n são inteiros positivos

Quando m for par e n for ímpar, a integral deve ser resolvida usando a
integração por partes. Nos demais casos, usa-se o método da substituição.
Exemplo 15: Calcule as integrais inde…nidas:
R
1. tg6 (x) sec4 xdx;
Solução: Como n é par, iremos usar a identidade trigonométrica sec2 x =tg2 x+1.
R 6 R
tg (x) sec4 xdx = tg6 (x) sec2 x sec2 xdx
R
= tg6 (x) (tg2 x + 1) sec2 xdx
R R
= tg8 (x) sec2 xdx + tg6 (x) sec2 xdx
De…nindo u =tg(x) ) du = sec2 xdx.
Por substituição, temos que:
R 6 R R
tg (x) sec4 xdx = u8 du + u6 du = 91 u9 + 17 u7 + c
= 91 tg9 (x) + 17 tg7 (x) + c.

R
2. tg3 (x) sec3 xdx;
Solução: Como m é ímpar, iremos usar a identidade trigonométrica tg2 x =
sec2 x 1.
R 3 R
tg (x) sec3 xdx = tg2 (x) :tg(x) : sec3 xdx
R
= (sec2 x 1) :tg(x) : sec3 xdx
R R
= tg(x) sec5 xdx tg(x) : sec3 xdx
R R
= tg(x) sec x sec4 xdx tg(x) : sec x: sec2 xdx
De…nindo u = sec x ) du = sec x:tg(x) dx.
R 3 R R 2
tg (x) sec3 xdx = u4 du u du = 15 u5 31 u3 + c
= 15 sec5 x 1
3
sec3 x + c.

260
R
3. tg2 (x) sec3 xdx;
Solução: Observe que m é par e n é ímpar.
R 2 R
tg (x) sec3 xdx = (sec2 x 1) sec3 xdx
Z Z
5
= sec xdx sec3 xdx (1)
| {z } | {z }
(I) (II)

Ambas integrais são resolvidas através da integração por partes.


Pelo exemplo 14, item 3, temos que a integral (II) é
R
sec3 xdx = 12 sec x:tg(x) + 21 ln jsec x + tg (x)j + c1 (2)

Resolvendo a integral (I), temos que:


R R
sec5 xdx = sec3 x: sec2 xdx
u = sec3 x ) du = 3 sec2 x: sec x:tg(x) dx
De…nindo .
dv = sec2 xdx ) v =tg(x)
Por partes, temos que:
R R
sec5 xdx = tg(x) sec3 x 3 sec2 x: sec x:tg2 (x) dx
R
= tg(x) sec3 x 3 sec2 x: sec x: (sec2 x 1) dx
R R
= tg(x) sec3 x 3 sec5 xdx + 3 sec3 xdx
R R
) 4 sec5 xdx = tg(x) sec3 x + 3 sec3 xdx
R R
) sec5 xdx = 41 tg(x) sec3 x + 34 sec3 xdx + c2 (3)

Substituindo (2) e (3) em (1), temos que:


R 2
tg (x) sec3 xdx = 41 tan x sec3 x 81 sec x:tg(x) 1
8
ln jsec x + tan (x)j + k.

6.6 Integrais Por Substituição Trigonométrica

Geralmente, usa-se esta técnica quando o integrando contém uma expressão


da forma
n n n
a2 u2 2
; u 2 + a2 2
ou u2 a2 2
; para n 2 N e a 6= 0:

o objetivo é eliminar a soma/diferença do termo a2 u2 , a2 + u2 ou u2 a2 :


A substituição trigonométrica deve ser escolhida de forma que ao utilizar
alguma das identidades trigonométricas abaixo seja possível eliminar a soma/diferença
de quadrados.
sin2 + cos2 = 1 ou tan2 + 1 = sec2 :
Analisemos cada um dos casos cujas formas foram citadas acima.

261
n
1o Caso: O integrando contém a expressão (a2 u2 ) 2 com a > 0:

Introduzindo uma variável tal que u = a sin : Então, du = a cos d e


supondo que 2 2
, temos que:
n n
(a2 u 2 ) 2 = a2 a2 sin2 2
n
= a2 1 sin2 2
n
= (a2 cos2 ) 2
= an cosn .
Como sin = ua , então = arcsin u
a
.
Gra…camente, temos que:

a
u
θ

a2 − u2

n
2o Caso: O integrando contém a expressão (a2 + u2 ) 2 com a > 0:

Introduzindo uma variável tal que u = atg : Então, du = a sec2 d e


supondo que 2 < < 2 , temos que:
n n
(a2 + u2 ) 2 = (a2 + a2 tg2 ) 2
n
= (a2 (1 + tg2 )) 2
n
= (a2 sec2 ) 2
= an secn .
Como tg = ua , então =arctg ua .
Gra…camente, temos que:

u2 + a2
u
θ
a

n
3o Caso: O integrando contém a expressão (u2 a2 ) 2 com a > 0:

Introduzindo uma variável tal que u = a sec : Então, du = a sec :tg d e


supondo que 0 < 2 ou < 32 , temos que:
n n
(u2 a2 ) 2 = (a2 sec2 a2 ) 2
n
= (a2 (sec2 1)) 2
= an tgn .
Como sec = ua , então = arcsec ua .

262
Gra…camente, temos que:

u
u2 − a2
θ
a

Exemplo 16: Calcule as integrais inde…nidas abaixo:


p
R 9 x2
1. dx;
x2
Solução: De…nindo x = 3 sin ) dx = 3 cos d :
p q
Temos que: 9 x = 9 (3 cos )2 = 3 cos .
2

Assim,
R p 9 x2 R 3 cos
R
x2
dx = 9 sin2
:3 cos d = cotg2 d
R
= (cossec2 1) d
R R
= cossec2 d d
= cotg + c. ( )
Devemos retornar a variável x. Para isso, observe que:

3 x
x x = 3 sin p) = arcsin 3
2 :
θ cotg( ) = 9x x
9 − x2

Substiuindo em ( ), temos que:


R p 9 x2 p
9 x2
x2
dx = x
+ arcsin x3 + c.

Rp
2. x2 + 5dx;
p p
Solução: De…nindo x = 5tg ) dx = 5 sec2 d .
p p p
Temos que: x2 + 5 = 5 (1 + tg2 ) = 5 sec .
Assim,
Rp Rp p R
x2 + 5dx = 5 sec : 5 sec2 d = 5 sec3 d
Integrando por partes, usando resultado do exemplo 14, item 2, temos que:
Rp
x2 + 5dx = 25 tg sec + 52 ln jtg + sec j + c. (#)
Devemos retornar a variável x. Para isso, observe que:

263
( p
x= 5tg ) tg = px
p 5
x 2 :
sec = p +5
5

Substiuindo em (#), temos que:


Rp p
2
p
2
x2 + 5dx = x x2 +5 + 52 ln px5 + x
p +5
5
+c
p
x x2 +5
p
x+ px2 +5
p
= 2
+ 52 ln 5
5
2
ln 5+c
p p
x x2 +5 x+ x2 +5
= 2
+ 52 ln 5
+ k.

R dx
3. p ;
x3x2 9
Solução: De…nindo x = 3 sec ) dx = 3 sec tg d :
p q
Temos que: x 2 9 = (3 sec )2 9 = 3tg .
Assim,
R dx
R 3 sec :tg d 1
R d
x3
p
x2 9
= 27 sec3 :3tg
:d = 27 sec2
1
R 1
R 1 1
= 27
cos2 d = 27 2
+ 2 cos (2 ) d
1
R 1
R
= 54 d + 54 cos (2 ) d
1 1
= 54
+ 108
sin (2 ) +c
1 1
= 54
+ 54
sin cos + c. (++)
Observe que:

x
x = arcsec
p 3
;
x −9
2 2
sin = xx 9 :
θ
cos = x3
3

Substiuindo em (++), temos que:


R p
3 x2 9
pdx = 1
arcsec x
+ + c:
x3 x2 9 54 3 54 x2

R p
4 25x2
4. x4
dx;
Solução: De…nindo u = 5x ) du = 5dx, temos que:
R p4 25x2 R p 4 u2
x4
dx = 125 u4
du
Por substituição trigonométrica,
u = 2 sin p) du = 2 cos d
p :
4 u2 = 4 4 sin2 = 2 cos

264
Assim,
R p4 25x2 R 2 cos 125
R
x4
dx = 125 16 sin4
2 cos d = 4
cotg2 :cossec2 d :

Se v =cotg , então dv = cossec2 d . Dessa forma,


R p4 25x2 125
R 2
x 4 dx = 4
v dv = 125
12
v 3 + c = 125
12
cotg3 + c
Do triângulo retângulo, temos que:
p p
u 4 u2 4 u2
sin = 2
) cos = 2
) cotg = u
:
Logo,
3
R p
4 25x2 125
p
4 u2
3 (4 25x2 ) 2
x4
dx = 12 u
+c= 12x3
+ c:

6.7 Integrais Elementares que Contém um Trinômio


Quadrado

Nesta seção, estudaremos integrais que contém um trinômio quadrado, ou


seja, integrais da forma
Z Z Z Z p
mx + n mx + n dx
dx; p dx; p e ax2 + bx + cdx;
ax2 + bx + c 2
ax + bx + c 2
(mx + n) ax + bx + c

onde a, b, c, m e n são constantes reais, com a 6= 0, b ou c 6= 0, m ou n 6= 0.


Para resolver qualquer uma destas integrais será necessário completar quadra-
dos, mudar de variável e, a seguir, utilizar alguma das técnicas de integração que já foram
estudadas.

dx R
Exemplo 17: Calcule a integral inde…nida .
5x + 7 2x2
Solução: Pela técnica de completar quadrados, temos que:
2
2x2 5x + 7 = 2 x2 52 x + 27 = 2 x 52 + 31 16
.
Assim,
R R
dx
2x2 5x+7
= 12 dx
2 31 .
(x 52 ) + 16
De…nindo u = x 52 ) du = dx.
Por substituição simples e por substituição trigonométrica, temos que:
R dx
R
2x2 5x+7
= 12 du
p
31
2 =
p2 arctg 4x
31
p 5 + c.
31
u2 + 4

R x 1
Exemplo 18: Calcule a integral inde…nida dx.
x 1 x2
Solução: Pela técnica de completar quadrados, temos que:
R x 1 R 12 (2x 1) 12 1
R 2x 1 1
R dx
2
x x 1
dx = 2
x x 1
dx = 2 2
x x 1
dx 2 x2 x 1

265
Z
1 2 1 dx
= ln jx
2
x 1j + c1 2
. (1)
x2 x 1
| {z }
(I)

Resolvendo a equação (I):


RCompletando
dx
R quadrados,
dx
temos que:
2
x x 1
= 2
(x 12 ) 54
De…nindo t = x 21 ) dt = dx.
Por substituição simples e porpsubstituição trigonométrica, temos que:
R dx R dt p
5 u 25
2
x x 1
= t2 5 = 5
ln p
5
+ c2
4 u+ 2

Retornando em (1) segue que: p


R x 1 p
5 j2x 1 5j
x2 x 1
dx = 12 ln jx2 x 1j ln p + c.
10 j2x 1+ 5j

R dx
Exemplo 19: Calcule a integral inde…nida p2+3x 2x2
.
Solução: Pela técnica de completar quadrados, temos que:
R p R p R
p dx 2 p dx 2 dx
= = 2.
q
2+3x 2x2 2 3 2 2 25
1+ 2 x x
16 (
x 34 )
3
De…nindo u = x ) du = dx. Então,
R dx
p R4
2
p
2 = 2
p 25du 2
2+3x 2x u
16
Por
R substituição p
trigonométrica, temos que:
dx 2
p
2+3x 2x2
= 2 arcsin 45 u + c
p
2 4x 3
= 2
arcsin 5
+ c.

R
Exemplo 20: Calcule a integral inde…nida px2x+3+2x+2
dx.
Solução: Reescrevendo o integrando, temos que:
R R 21 (2x+2)+2
p x+3 dx = p dx
x2 +2x+2
1
R x2 +2x+2
2x+2
R dx
= 2 px2 +2x+2 dx + 2 px2 +2x+2
R R
= 21 p 2x+2
2 dx + 2 p dx 2
x +2x+2 (x+1) +1
2
u = x + 2x + 2 ) du = (2x + 2) dx
De…nindo .
t = x + 1 ) dt = dx
Por
R substituição simples
R du e por
R dt substituição trigonométrica, temos que:
p x+3 dx = 1 p +2 p
2
x2 +2x+2
p u t2 p
+1
= u + 2 ln t + t2 + 1 + c
p p
= x2 + 2x + 2 + 2 ln x + 1 + x2 + 2x + 2 + c.
R dx
Exemplo 21: Calcule a integral inde…nida p
(x+1) x2 +1
.
1
Solução: De…nindo u = x+1 ) x + 1 = u1 ) dx = du u2
, temos que:
R dx
R du R R
p = 1 q 1 u2 2 = r du = u
p du
(x+1) x2 +1 (1 u)2 +u2 2u2 2u+1
u ( u
1 ) +1 u
u 2
juj

Se u > 0, temos que:

266
R dx
R du
p
2
R du
p
2
R du
p = p = 2
p = 2
q
(x+1) x2 +1 2u2 2u+1 u2 u+ 21 1 2 1
(u 2 )+4
1
De…nindo t = u ) dt = du. Assim,
R dx
p2
2
R dt
p = 2
p2 1
(x+1) x2 +1 t +4
Por
R substituição trigonométrica,
p p temos que:
dx 2
p
(x+1) x2 +1
= 2 ln 2t + 4t2 + 1 + c
p q
2
= 22 ln 2u 1 + 4 u 12 + 1 + c
p q 2
= 22 ln xx+11 + 2 (x+1)
x +1
2 + c
q
Como u > 0 então x > 1 ) (x + 1)2 = jx + 1j = x + 1.
Logo,
R dx
p
2
p
1 x+2 x2 +1
p
(x+1) x2 +1
= 2
ln x+1
+ c.

Se u < 0, por desenvolvimento análogo ao anterior, obtemos que:


R dx
R du
p
2
p
x 1 2 x2 +1
p
(x+1) x2 +1
= p
2u2 2u+1
= 2
ln x+1
+ k:

Rp
Exemplo 22: Calcule a integral inde…nida 1 2x x2 dx.
Solução: Completando quadrados, temos que:
Rp Rq
2
1 2x x dx = 2 (x + 1)2 dx
RFazendo
p u = x + 1 )R du p = dx, temos que:
2
1 2x x dx = 2 u2 du
Por substituição trigonométrica, temos que:
Rp u
p
2 u 2
1 2x x2 dx = 2
+ arcsin pu2 + c
p
x+1 1 2x x2 x+1
= 2
+ arcsin p
2
+ c:

6.8 Integração de Funções Racionais Através da De-


composição em Frações Parciais

Seja f uma função racional da forma

p (x) p0 + p1 x + p2 x2 + + pm xm
f (x) = = .
q (x) q0 + q1 x + q2 x 2 + + qn x n

Se o grau do polinômio do numerador é menor que o grau do polinômio do


denominador a fração é dita própria, do contrário é dita imprópria.
No caso das impróprias, ao dividir o numerador pelo denominador, segundo
divisão de polinômios,
p(x) q(x)
R(x) Q(x)

267
podemos reescrever a função f (x) como

p (x) Q (x) q (x) + R (x) R (x)


f (x) = = = Q (x) + ;
q (x) q (x) q (x)

onde a parcela R(x)


q(x)
é uma fração própria.
Como a primeira parcela, Q (x), é um polinômio, integrá-lo é uma tarefa
simples. Vejamos o caso da segunda parcela, R(x)
q(x)
, que é uma fração própria, conforme
o próximo método a ser apresentado.

6.8.1 Decomposição em Frações Parciais

Neste método é útil escrever a fração própria F (x) = R(x)


q(x)
como uma soma de
frações parciais. Os denominadores destas frações são obtidas fatorando-se o polinômio
q (x) em um produto de fatores lineares e ou quadráticos. Às vezes isto pode não ser
fácil, porém há um teorema que nos diz o seguinte:
“Qualquer polinômio com coe…ciente reais pode ser expresso como um pro-
duto de fatores lineares e ou quadráticos, de tal forma que cada um dos fatores tenha
coe…cientes reais.”
Depois de feita a fatoração, o método para determinar as frações parciais
depende da natureza desses fatores.
Vamos considerar vários casos, para tanto, tomemos o polinômio q (x) de
grau n cujo coe…ciente de termo xn é 1, caso contrário, seremos obrigados a dividir
tanto o numerador quanto o denominador por este coe…ciente.

b
1o Caso: Se x = a
é raiz de multiplicidade r do polinônio q:

Se o polinômio q (x) apresenta o fator (ax + b)r , com a 6= 0 e r 2 N, ou seja, se x = ab


é raiz de q com multiplicidade r, então para cada fator (ax + b)r erão somadas r
parcelas da forma
A1 A2 Ar
F (x) = + + + ,
(ax + b) (ax + b)2 (ax + b)r

onde Ai , com i = 1; 2; : : : ; r são constantes a serem determinadas.

2o Caso: Se q (x) apresenta fatores quadráticos irredutíveis.

Por fator quadrático irredutível deve-se entender que o fator ax2 + bx + c


possui o discriminante negativo, isto é, < 0:
r
Se q (x) apresenta o fator (ax2 + bx + c) , com a e c constantes reais não
r
nulas, r 2 N e < 0, então para cada fator quadrático irredutível (ax2 + bx + c) serão
somadas r parcelas da forma

268
A1 x + B1 A2 x + B2 Ar x + Br
+ + + ,
(ax2 + bx + c) (ax2 + bx + c)2 (ax2 + bx + c)r

onde Ai e Bi , com i = 1; 2; : : : ; r são constantes a serem determinadas.

Observação: Se q (x) apresenta fatores lineares e quadráticos irredutíveis


deve-se utilizar simultaneamente os dois casos.

Exemplo 23: Escreva, SEM determinar os coe…cientes, qual é a decom-


posição em frações parciais de cada uma das funções abaixo.
x
1. (a) f (x) =
(x3 1)2
1) (x2
Solução:
Reescrevendo a função f , temos que:
x x
f (x) = 2 =
2
(x 1) (x + x + 1) [(x 1) (x + 1)] (x + 1) (x 1)3 (x2 + x + 1)
2

A B C D E Fx + G
) f (x) = + 2 + + 2 + 3 + 2
x + 1 (x + 1) x 1 (x 1) (x 1) x +x+1
2x5 + 1
(b) g (x) =
x5 x4 + 2x3 2x2 + x
1
Solução:
Como o grau do numerador é igual ao grau do denominador, primeiro devemos
realizar a divisão dos ploninômios para reescrever a função g :
2x5 + 1 2x4 4x3 + 4x2 2x + 3
g (x) = 5 = +2
x x4 + 2x3 2x2 + x 1 |x5 x4 + 2x3{z 2x2 + x 1}
f (x)
Usando a decomposição em frações parciais para reescrever a função f , temos
que:
2x4 4x3 + 4x2 2x + 3
f (x) =
(x 1) (x2 + 1)2
A Bx + C Dx + D
) f (x) = + 2 +
(x 1) (x + 1) (x2 + 1)2

Exemplo 24: Calcule as integrais inde…nidas abaixo.


R x 1
1. x3 x2 2x
dx.
Solução: Note que:
R x 1 R x 1
x3 x2 2x
dx = x(x 2)(x+1)
dx
Decompondo em frações parciais, temos que
x 1 A B C A(x 2)(x+1)+Bx(x+1)+Cx(x 2)
x(x 2)(x+1)
= x
+ x 2
+ x+1
= x(x 2)(x+1)
,
que é uma identidade para todo x real exceto 0, 1 e 2.

269
) x 1 = (A + B + C) x2 + ( A + B 2C) x 2A.
Por comparação, tem-se que:
( 8
A+B+C =0 < A = 12
A + B 2C = 1 ) B = 61 .
:
2A = 1 C = 23
Assim,
R x 1 1
R dx 1
R dx 2
R dx
x(x 2)(x+1)
dx = 2 x
+ 6 x 2 3 x+1

= 12 ln jxj 2
3
ln jx + 1j + 61 ln jx 2j + c
1 4
= 6
3 ln jxj 3
ln jx + 1j + ln jx 2j + c
x3 (x 2)
= 61 ln x+1
+ c.

R x3 1
2. x2 (x 2)3
dx.
Solução: Decompondo em frações parciais, temos que:
x3 1 A B C D E
x2 (x 2)3
= x2
+ x
+ (x 2)3
+ (x 2)2
+ x 2
,
que é uma identidade para todo x real exceto 0 e 2. Assim,
x3 1 A(x 2)3 +Bx(x 2)3 +Cx2 +Dx2 (x 2)+Ex2 (x 2)2
x2 (x 2)3
= x2 (x 2)3

) x3 1 = (B + E) x4 +(A 6B + D 4E) x3 +( 6A + 12B + C 2D + 4E) x2 +


(12A 8B) x 8A.
Por comparação, tem-se que:
8 8
> B+E =0 >
> A = 18
>
> >
> 3
< A 6B + D 4E = 1 < B = 16
6A + 12B + C 2D + 4E = 0 ) C = 47 .
>
> >
>
>
: 12A 8B = 0 >
> D = 54
8A = 1 : E= 3
16
Assim,
R x3 1 1
R dx 3
R dx 7
R dx 5
R dx 3
R dx
x2 (x 2) 3 dx = 8 x2
+ 16 x 4 (x 2)3
+ 4 (x 2)2 16 x 2
3 3 5 7 1
= 16
ln jxj 16
ln jx 2j 4(x 2)
+ 8(x 2)2 8x
+c
3 x 11x2 31x+4
= 16
ln x 2 8x(x 2)2
+ c.
R x2 2x+3
3. (x 1)(x2 +2x+2)
dx;
Solução: Decompondo em frações parciais, temos que:
x2 2x+3 Ax+B C (Ax+B)(x 1)+C (x2 +2x+2)
(x 1)(x2 +2x+2)
= x2 +2x+2
+ x 1
= (x 1)(x2 +2x+2)

) x2 2x + 3 = (A + C) x2 + (B A + 2C) x + (2C B).


Por comparação, tem-se que:
( 8 9
A+C =1 < A= 5
7
B A + 2C = 2 ) B= 5
.
2C B = 0 : 4
C= 5

270
Assim,
R x2 2x+3
R 9
x+ 57 4
R dx
(x 1)(x2 +2x+2)
dx = 2
5
x +2x+2
dx 5 x 1
R 9
(2x+2) 25 4
R dx
= 10
x2 +2x+2
dx 5 x 1
9
R 2x+2 2
R dx 4
R dx
= 10 x2 +2x+2
dx 5 x2 +2x+2 5 x 1
9 2
R dx 4
= 10
ln jx2 + 2x + 2j 5 (x+1)2 +1 5
ln jx 1j + c
9 2 4
= 10
ln jx2 + 2x + 2j 5
arctg(x + 1) 5
ln jx 1j + c
9
1 (x2 +2x+2) 2
= 10
ln (x 1)4 5
arctg(x + 1) + c.

R dx
4. e x (e2x +1)(ex 1)
.
Solução: Reescrevendo o integrando, temos que:
R dx
R ex
e x (e2x +1)(ex 1)
= (e2x +1)(ex 1) dx

De…nindo u = ex , temos que x = ln u e dx = u1 du. Assim,


R ex
R u 1
R du
2x x
(e +1)(e 1)
dx = 2 :
(u +1)(u 1) u
du = (u2 +1)(u 1)

Decompondo em frações parciais, temos que:


1 (Au+B)(u 1)+C (u2 +1)
(u2 +1)(u 1)
= Au+B
u2 +1
+ uC 1 = (u2 +1)(u 1)

)1=C B + Au2 + Cu2 Au + Bu


Por comparação, temos que:
( ( 8 1
A+C =0 A=B < A= 2
1
A+B =0 ) B+C =0 ) B= 2
:
B+C =1 B+C =1 : 1
C= 2

Assim,
R du 1
R du 1
R u 1
R du
(u2 +1)(u 1)
= 2 (u 1) 2 u2 +1
du 2 u2 +1

= 12 ln ju 1j 1
4
ln ju2 + 1j 1
2
arctan u + c
= 21 ln jex 1j 1
4
ln je2x + 1j 1
2
arctan (ex ) + c:

R x2 +x+1
5. (x2 +4x+5)2
dx.
Solução: Decompondo em frações parciais, temos que:
Decompondo em frações parciais, temos que
x2 +x+1 Ax+B Cx+D Ax+B+(Cx+D)(x2 +4x+5)
(x2 +4x+5)2
= (x2 +4x+5)2
+ x2 +4x+5
= (x2 +4x+5)2
,
) x2 + x + 1 = Cx3 + (4C + D) x2 + (A + 5C + 4D) x + (B + 5D).
Por comparação, tem-se que:

271
8 8
> C =0 > A= 3
< <
4C + D =1 B= 4
) .
>
: A + 5C + 4D =1 : C=0
>
B + 5D =1 D=1
Assim,
Z Z
R x2 +x+1 3x + 4 dx
(x2 +4x+5)2
dx = 2 dx + 2
(#)
2
(x + 4x + 5) x + 4x + 5
| {z } | {z }
(II) (I)

Resolvendo a integral (I):


R dx
R dx
x2 +4x+5
= (x+2) 2
+1
= arctan (x + 2) + c1 . (1)
Resolvendo a integral (I):
R 3x+4
R x
R dx
2 dx = 3 2 dx + 4
2
(x +4x+5) 2
(x +4x+5) (x2 +4x+5)2
R R
= 23 (x2 +4x+5)
2x+4
2 dx + 2
dx
2
((x+2)2 +1)
y = x2 + 4x + 5 ) du = (2x + 4) dx
De…nindo .
z = x + 2 ) dz = dx
Por substituição simples, temos que:
R R R
3x+4
(x2 +4x+5)2
dx = 23 dyy2
+ 2 (z2dz
+1)2
R R 2 z2
= 23 y 2 dy + 2 z(z+12 +1)2 dz

R R R 2
= 23 y 2 dy + 2 z2dz+1 2 (z2z+1)2 dz
Z
3 z2
= 2y + 2arctg(z) + c2 2 dz (2)
(z 2 + 1)2
| {z }
(III)

Resolvendo, por partes, a integral (III):


u = z ) du = dz
De…nindo z 1 .
dv = (z2 +1)2 dz ) v = 2(z 2 +1)

Assim,
R z2 z 1
R dz
2
(z 2 +1)
dz = 2(z 2 +1)
+ 2 z 2 +1
z
= 2(z 2 +1)
+ 12 arctan z + c3 (3)
Substituindo (3) em (2), temos que:
R 3x+4 3
(x2 +4x+5)2
dx = 2y +arctg(z) + z2z+1 + c4 . (4)
Substituindo (1) e (4) em (#), temos que:
R x2 +x+1 3
(x2 +4x+5)2
dx = 2y + 2:arctg(z) + z2z+1 + k
3 x+2
= 2(x2 +4x+5 )
+ 2:arctg(z) + (x+2)2 +1
+k
2x+7 x+2
= 2(x2 +4x+5)
+ 2:arctg(x + 2) + (x+2)2 +1
+ k.

272
6.9 Exercícios

1. Calcule as integrais inde…nidas abaixo usando integração imediata ou o método


da substituição.
Z 3 Z p
1 e x 1
(a) 1+ dx (j) p + p px dx
x x xe
Z Z 1
dx ex + 1
(b) 3 (k) dx
(x + 2) x2
Z Z p
p arctan x
(c) x x 1dx (l) p dx
Z (1 + x) x
p Z p p
(d) x3 x2 + 3dx sec x tg x
p
(m) dx
Z 2 x
3
ln x Z
(e) dx e4x
x (n) dx
Z p (1 + 3e 4x )2
x
Z
(f) dx dx
x 2 (o)
Z p
Z 1 + cos x
(g) sin x cos xdx ln x
(p) dx
Z x Z x + 4x ln2 x
sin 3
(h) dx (q) sinh (3x) dx
2 + cos x3
Z p 7 p Z
x 3
x
(i) p dx (r) tanh (ln (cos x)) tan xdx
6 x
4

2. Use o método de integração por partes para calcular


Z as integrais inde…nidas abaixo.
Z
(a) x2 cos xdx (f) x sec2 xdx
Z 3 Z
x
(b) dx (g) xn ln 2x3 dx, n 2 N
2x
Z e Z
ax
(c) e cos (bx) dx, onde a e b 2 R (h) arcsin (2x) dx
Z Z
p x
(d) ln x + 1 + x dx2 (i) arctan p dx
1 x 2
Z Z
(e) x sin (3x 2) dx (j) cos (ln x) dx

3. Resolva as integrais de funções trigonométricas abaixo.

273
Z
Z (e) (2 sin (x))2 dx
(a) sin4 (ax) dx, a 2 R Z
Z (f) cot3 (2x) csc (2x) dx
(b) sin2 x cos5 xdx Z
Z (g) tan3 (x) sec4 (x) dx
x x
(c) sin2 cos2 dx Z
2 2
Z (h) cot3 (2x) dx
2
(d) sin2 (3x) + cos(3x) dx Z
(i) tan2 x sec3 xdx

4. Calcule
Z as integrais inde…nidas a seguir pelo método da substituição trigonométrica.
x
(a) dx Z
1 + x4 x+4
Z p (f) dx
9 x 2
Z 4x2 + 5
(b) 3
dx dx
Z p x (g) 2 2 2 2
(c) x2 a2 dx, a 2 R Z a sin x + b cos x
dx
Z (h) p 32
dx (1 + x)
(d) p Z
x 2 25 dx
Z (i) p
dx x x2 4
3
(e) 2
x 4 + ln x

5. Resolva as integrais inde…nidas elementares que contém um trinômio quadrado


abaixo.
Z
x+3
(a) 2
dx Z
x 2x 5 dx
Z 2 (f) p
(x 1) 2 2
(b) dx Z x xx + x + 2
2 2e + 1
Z x + 3x + 4 (g) 5 dx
5x + 3 ex + 2
(c) p dx Z ex
2
x + 4x + 10 x
Z (h) p dx
x 1 6x x 2
(d) dx Z
(x2 + 2x + 3)2 cos x
Z (i) dx
2x 1 2
sen x 6 sin x + 12
(e) p dx
(2x + x2 ) 2x + x2

6. Use o método da decomposição em frações parciais para resolver as integrais in-


de…nidas abaixo.

274
Z
5x 2
(a) dx Z
x2 4 3x2 x + 4
Z (g) dx
x2 x (x3 + 2x2 + 2x)
(b) dx Z
x2 + x 6 x5 + 9x3 + 1
Z (h) dx
4x 2 x3 + 9x
(c) dx Z
Z x 3 x2 2x 3e 2x + 2e x 2
dx (i) dx
(d) e 3x 1
Z
x + 3x2
3
2x3 x + 1
Z (j) dx
x2 x 4 x (x2 + 1)2
(e) dx Z
(x2 + 4) (2x 1) x3 + 3x 1
Z (k) dx
x2 + 2x 1 (x 1) (x4 + x2 )
(f) dx
(x 1)2 (x2 + 1)

7. Use alguma das técnicas de integração estudadas para provar que:


Z
du 1 u
(a) 2 2
= arctan +k
u +a a a
Z p
du
(b) p = ln u + u2 a2 + k
u2 a2
8. Resolva as integrais inde…nidas abaixo pelo método que julgar conveniente.

275
Z Z
ln x dx
(a) dx (n)
x 1 + ln2 x 1+e x
Z Z 2 3
sin x x2 x ln (1 + x3 )
(b) + p dx (o) dx
cos3 x 1 + x2 1 + x3
Z Z
e2x 1 ln x
(c) dx (p) p dx
e2x + 1 x
Z p p Z
2 3x (q) sin4 e2x cos e2x e2x dx
(d) p dx
3
x
Z Z p 1
sec2 x ( x + 1) 3
(e) 3 dx
(r) p dx
(tan2 x + 9) 2 x
Z Z
p
(f) cos x sin x 1 sin4 xdx (s) (ln (cos x))2 tan xdx
Z Z
p dx
(g) 1 + ex dx (t) p
Z 3 + 1 + 2x
Z
ln2 x p (u) ln x2 + 1 dx
(h) + x ln x dx
x Z sec2 x
Z p e tan x
x (v) dx
(i) dx cos 2 x
Z 1+x Z
dx ex
p (w) p dx
(j) e2x + 1
Z
x 1 Z
dx x arcsin x
p (x) p dx
(k) 1 x 2
Z 1 + ex Z
ln [ln (ln x)]
(l) x (ln x)2 dx (y) dx
x ln x
Z Z p
ln (ln x) x tan3 x2 1
(m) dx (z) p dx
x ln x x2 1

9. Resolva
Z as integrais inde…nidas abaixo pelo método que julgar conveniente.
x Z
(a) p p4
dx (3 cos2 x 2) sin x
1+x 1+x (h) dx
Z cos 3x cos2 x + cos x 1
ln (x + 3) Z
(b) p dx
x+3 (i) e 2x cos2 3e x dx
p p
Z cot (4x) 3 cot (4x) Z 5x
p 2 + 9 3x + 1
(c) csc (4x) dx (j) dx
cot (4x) 3x + 9 x
Z Z
dx
(d) (k) 3x (sin (3x ) + cos (3x ))2 dx
2 2 Z
x2 csc8 sec3 p
x x (l) ex 1 + ex ln (1 + ex ) dx
Z
tan (x) sec x Z p
(e) dx 3
x 4
cos2 x + 9 (m) dx
Z p p3
2 x 2 x +1 2
ln x 2 ln x + 10
(f) dx Z
Z x tan3 x 1+sec2 x
(n) e dx
(g)
2
sin (4x) ecos x dx cos2 x

276
Respostas: Ao resolver essas questões você poderá obter resultados equiva-
lentes.

1. .
1
(a) 2
6x2 ln x 6x + 2x3 1 +k
2x 1 p
1 (j) p 2e2 x
2 +k
(b) +k e x
2 (x + 2)2 1 1
2 3 (k) xe x + 1 + k
(c) (3x + 2) (x 1) 2 + k x p
15 (l) arctan2 ( x) + k
1 2 3 p
(d) x 2 x2 + 3 2 + k (m) sec( x) + k
5 1
ln4 x (n) 4x
+k
(e) +k 36e + 12
4 1 cos x
1
x (o) +k
(f) +k sin x
ln 1 1
2 3 (p) ln ln2 x + +k
(g) sin 2 x + k 8 4
3 1
x (q) cosh (3x) + k
(h) 3 ln cos +2 +k 3
p 3
3 13 (r) ln jcosh (ln (cos x))j + k
2x 4 x7 2x 12
(i) +k
51 13
2. .

(a) x2 sin x 2 sin x + 2x cos x + k


1 2x
(b) e 4x3 + 6x2 + 6x + 3 + k
8
a (cos bx) eax + beax sin bx
(c) +k
a2 + b 2
p p
(d) x ln x + x2 + 1 x2 + 1 + k
1 1
(e) sin (3x 2) x cos (3x 2) + k
9 3
(f) x tan(x) + ln j cos(x)j + k
xn+1
(g) (ln 2 + 3 ln x + n ln 2 + 3n ln x 3) + k
(n + 1)2
1p
(h) 1 4x2 + x arcsin(2x) + k
2
p x
(i) 1 x2 + x arctan p +k
1 x2
1
(j) x (cos (ln x) + sin (ln x)) + k
2
3. .
sin(4ax) 8 sin(2ax) + 12ax
(a) +k
32a

277
sin7 x 2 sin5 x sin3 x
(b) + +k
7 5 3
x sin(2x)
(c) +k
8 16
7x 2 sin3 (3x) sin(6x) sin3 (3x) cos(3x)
(d) + + +k
8 9 48 12
9x sin(2x)
(e) + 4 cos x +k
2 4
csc(2x) csc3 (2x)
(f) +k
2 6
tan6 x tan4 x
(g) + +k
6 4
cot2 (2x) ln(sin(2x))
(h) +k
4 2
2 tan x sec3 x tan x sec x ln(tan x + sec x)
(i) +k
8
4. .
arctan(x2 )
(a) +k
2
p p
1 9 x2 + 3 3 9 x2
(b) ln + +k
6 x x2
p p
x x2 a2 ln x + x2 a2 a2
(c) +k
2 2
p
(d) ln x + x2 25 + k
1 ln x
(e) arctan +k
2 2
p p !
1 5 2 5 2 5x
(f) ln x2 + + arctan +k
8 4 5 5
1 a tan x
(g) arctan +k
ab b
p
4( x + 2)
(h) pp +k
x+1
p
x2 4 1 2
(i) arctan p +k
8x2 16 x2 4
5. .
p p 2!
ln (x2 2x 5) 6 6 x+1
(a) + ln +k
2 3 x2 2x 5
p
5 ln (x2 + 3x + 4) 9 7 2x + 3
(b) x + arctan p +k
2 7 7

278
p !
p x+2+ x2 + 4x + 10
(c) 5 x2 + 4x + 10 7 ln p +k
6
x 2 1 x+1
(d) p arctan p +k
2(x2
+ 2x + 3) 2 2 2
3x + 1
(e) p +k
x2 + 2x
p p p p
4 x2 + x + 2 2x ln(x + 4 + 8(x2 + x + 2)) + 2 ln x
(f) +k
8x
p p !
x
6 e + 6 + 1
(g) ln e2x + 2ex 5 + ln p +k
12 ex 6+1
1 p
(h) 3 arcsin 1 x x (x 6) + k
3
p p !
3 3 sin x p
(i) arctan 3 +k
3 3

6. .

(a) 2 ln (x 2) + 3 ln (x + 2) + k
4 ln (x 2) 9 ln (x + 3)
(b) x + +k
5 5
(c) ln x (x 2) 2 ln (x + 1) + k
(x ln x
x ln (x + 3) + 3)
(d) +k
9x
1 1 1
(e) ln x2 + 4 ln x +k
2 2 2
ln (x2 + 1) 2 arctan x + 2 ln (x 1) + 2x arctan x 2x ln (x 1) + x ln (x2 + 1) + 2
(f) +
2 (1 x)
k
[7 x 14x arctan (x + 1) 5x ln (x2 + 2x + 2) + 10x ln x + 8]
(g) +k
4x
ln x ln (x2 + 9) x3
(h) + +k
9 18 3
p p p !
3 ln (e2x + ex + 1) 3 2 3ex 3
(i) ln (ex 1) + arctan + +k
2 3 3 3
4 ln x 6x 2 ln (x2 + 1) + 2 arctan x 2x2 ln (x2 + 1) x2 + 4x2 ln x + 2x2 arctan x
(j) +
4 (x2 + 1)
k
6x ln (x 1) 6x arctan x + x ln (x2 + 1) 8x ln x 4
(k) +k
4x
7.

279
8. .
1
(a) ln ln2 x + 1 + k
2
p p
x x2 + 1 ln x + x2 + 1 + sec2 (x)
(b) +k
2
(c) ln e2x + 1 x+k
p 5
6(2 3 x) 2 p 3
(d) 4(2 3 x) 2 + k
5
tan(x)
(e) p +k
9 tan2 (x) + 9
p
arcsin(sin2 x) + sin2 x 1 sin4 x
(f) +k
4
p
p ex + 1 1
(g) 2 ex + 1 + ln p x +k
e +1+1
3 3
2x 2 ln x ln3 x 4x 2
(h) + +k
3 3 9
p p
(i) 2 x 2 arctan( x) + k
p p
(j) 2 x + 2 ln j x 1j + k
p
ex + 1 1
(k) ln p x +k
e +1+1
x2 2 ln2 x 2 ln x + 1
(l) +k
4
ln2 (ln x)
(m) +k
2
(n) ln (ex + 1) + k
ln4 (x3 + 1)
(o) +k
12
p
(p) 2 x (ln x 2) + k
sin5 (e2x )
(q) +k
10
p 4
3( x + 1) 3
(r) +k
2
ln3 (cos(x))
(s) +k
3
p p
(t) 2x + 1 3 ln(3 + 2x + 1) + k
(u) 2 arctan x 2x + x ln x2 + 1 + k
1
e cos2 x
(v) +k
2
p
(w) ln(ex + e2x + 1) + k

280
p
(x) x arcsin(x) 1 x2 + k
(y) ln (ln x) [ln (ln (ln x)) 1] + k
p
tan2 ( x2 1) p
(z) + ln(cos( x2 1)) + k
2
9. .
3 5 3
2(x + 1) 2 4(x + 1) 4 4(x + 1) 4
(a) + + +x+k
3 5 3
p
(b) 2 (ln (x + 3) 2) x + 3 + k
5
6 cot 6 (4x) 5 cot(4x)
(c) +k
20
sin11 x2 sin9 x2
(d) +k
22 18
sec x arctan(3 sec x)
(e) +k
9 27
p p
(ln x 1) ln2 x 2 ln x + 10 + 9 ln(ln x 1 + ln2 x 2 ln x + 10)
(f) +k
2
cos2 x cos2 x
(g) e [2 cos(2x) 4] + k ou e 4 cos2 x + 6 + k
5 ln (cos2 x + 1) 5 arctan (cos x) ln jcos x 1j
(h) +k
4 2 2
2x x 2x x x
e [cos (6e ) e + 6 sin (6e ) e + 18]
(i) +k
72
27 2x 6 x + 2 arctan(3 x )
(j) +k
54 ln
3x + sin2 (3x )
(k) +k
ln 3
3
2 (ex + 1) 2 [3 ln (ex + 1) 2]
(l) +k
9
p p
p 3 3 arctan( 2 3 x)
2
(m) 6 ln j1 + 2 x j 4 ln jxj + p +k
2
2
etan x (tan2 x 1)
(n) +k
2

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Referências Bibliográ…cas

[1] ANTON, H. Cálculo, um novo horizonte. Porto Alegre: Bookman, vol. 1, 6a ed..,
2000.

[2] ÁVILA, Geraldo S. S. Análise matemática para licenciatura. 3.ed. rev. e ampl. São
Paulo: E. Blücher, 2006. 246 p.

[3] FLEMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A. São Paulo: Pearson Prentice


Hall, 6a ed. rev. e ampl., 2006.

[4] LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. São Paulo. Editora HARBRA
ltda, 3a ed., 1994.

[5] NOLLI, Dario. Apostila utilizada nos semestres anteriores a 2007/2. (base desta).

[6] PISKOUNOV, N. Cálculo Diferencial e Integral. Moscu, Editorial Mir, 4a ed., 1977.

[7] SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com Geometria Analítica. São Paulo. Makron Books
Ltda, 2a ed., 1994.

[8] THOMAS, G. E. Cálculo. São Paulo. Pearson Addison Wesley, São Paulo, vol. 1,
10a ed, 2002.

[9] KÜHLKAMP, N. Cálculo 1. Florianópolis. Editora UFSC, 3a ed. rev. e ampl. 2006.

[10] SAMPAIO, J. C. V. Cálculo 1: Integração por Partes. UFSCAR. [Acesso:


06/02/2011]. http://www.dm.ufscar.br/~sampaio/calculo1_aula16.pdf

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