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A EMPRESA

Startup fundada com o objetivo extensionista, promovendo


conhecimento e capacitação aos profissionais do meio agro.

Missão:
Disseminar e semear conhecimento e capacitação aos profissionais
do agro seja engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, produtores rurais,
etc, bem como estudantes da área.

Visão:
Fomentar o crescimento e desenvolvimento tecnológico do agronegócio brasileiro.

Valores:
1º - Pessoas em primeiro lugar; 2º - Integridade; 3º - Amor ao que fazemos; 4º -
Comprometimento; 5º - Ética e transparência; 6º - Agregar valor.

FUNDADOR & CEO

Luís Guilherme, nascido e criado em Buritizal, interior de São Paulo. Teve seus
primeiros passos dentro de um coxo bovino, que mais tarde em contato com grandes
culturas despertou sua paixão sobre o agronegócio. Na busca de encontrar seu espaço,
ingressou na faculdade federal de agronomia. A partir disso criou a AgriFert Brasil,
criando e disseminando conhecimento para os quatro cantos do Brasil.
AUTOR

Luís Guilherme Monteiro Ramalho


CONHECENDO A APLICAÇÃO AGRÍCOLA...................................................................................... 8
Tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas
Esclarecendo termos
Cuidados com a aplicação
Alvo biológico e químico
Eficiência na aplicação de agroquímicos
Cuidados com a calda

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS E ADJUVANTES .................................................................................. 16


Defensivo agrícola
Componentes inertes
Formulação de defensivos agrícolas
Adjuvantes: Ferramenta indispensável para uma boa aplicação
Tipos de adjuvantes

TIPOS DE APLICAÇÃO E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ............................................................... 28


Métodos de aplicação de defensivos agrícolas
Equipamentos e técnicas de aplicação

OS PILARES DE UMA APLICAÇÃO BEM SUCEDIDA ...................................................................... 37


Fatores indispensáveis para o sucesso da aplicação

INTERAÇÃO APLICAÇÃO X AMBIENTE ....................................................................................... 43


Perdas na operação e interação do defensivo agrícola com o meio ambiente
Qualidade da água

APLICAÇÃO HIDRÁULICA – COMPONENTES PRINCIPAIS............................................................. 52


Componentes básicos dos pulverizadores hidráulicos
TAMANHOS DE GOTAS E TIPOS DE PONTAS .............................................................................. 65
Tamanho de gotas
Tipos de pontas

EPI’s, FORMAS DE CONTAMINAÇÃO E DESCARTE DE EMBALAGENS .............................................. 80


Vias de contaminação
EPI’s – Equipamentos de proteção individual
Destino das embalagens vazias

COLOCANDO EM PRÁTICA ........................................................................................................ 90


CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................... 96
LITERATURAS CONSULTADAS ................................................................................................. 101
PREFÁCIO

Como é de conhecimento de todos ligados à área agrária a maioria das culturas de interesse
comercial sofre com uma série de fatores que reduzem produtividade ou influenciam
negativamente fatores intrínsecos a produção. Dentre os elementos a serem controlados pode-se
elencar pragas, fitopatógenos e plantas invasoras, os quais afetam grãos, frutos, hortaliças, plantas
utilizadas na alimentação animal, culturas perenes, flores e plantas ornamentais.
Algumas alternativas são utilizadas para contornar estes entraves, dentre elas destaca-se o
tratamento fitossanitário com a utilização de uma gama de produtos químicos visando obter bons
resultados agronômicos. Todavia para a utilização desta técnica, é indispensável conhecimento,
principalmente acerca da melhor opção para eficácia na operação, entender o alvo a ser controlado
e qual a abordagem ideal, e qual tratamento se adéqua na condição observada.
Deve-se ter em mente que uma aplicação mal conduzida, com equipamentos mal regulados,
horários ou condições climáticas desfavoráveis é com certeza uma das maiores fontes de prejuízos
na condução de uma cultura, ademais se tem o risco de contaminação das pessoas envolvidas na
operação, bem como do meio ambiente.
Sendo assim nós da AgriFert Brasil preparamos este material, o qual foi feito com muito
empenho para esclarecer dúvidas essenciais acerca do tema Tecnologia de Aplicação, possibilitando
assim a tomada de decisões acertadas, potencializando o investimento no controle de pragas,
doenças e plantas daninhas, vale ressaltar que todo conhecimento encontrado neste E- book deve
ser utilizado em consonância com conhecimentos nas áreas de defensivos e princípios ativos, e
todos os produtos aqui citados servem apenas para elucidar exemplos práticos e não tem por
objetivo recomendar ou criticar quaisquer produtos ou marcas citadas.
CONHECENDO A
APLICAÇÃO
AGRÍCOLA

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TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS

Entende-se por tecnologia de aplicação todo e qualquer conhecimento obtido por meio da

metodologia científica que possibilite a deposição do produto biologicamente ativo no alvo,

observando a quantidade necessária, visando economia e buscando evitar ao máximo a

contaminação em outras áreas.

Esclarecendo termos
 Pulverização x aplicação
Para o bom entendimento de toda operação agrícola é indispensável o esclarecimento

acerca de certos termos, que geralmente no dia a dia são considerados sinônimos, porém cada qual

tem seu significado específico. Dentre estes devemos entender a diferença entre pulverização e

aplicação, na qual pulverização se refere especificamente ao processo físico- mecânico que

transforma uma substância líquida em partículas ou em gotas, e o processo de aplicação esta

relacionado com a deposição destas gotas em um alvo desejado, sempre posicionando a densidade

e tamanho adequado ao local almejado.

 Regular x calibrar
Outros termos que tem sido erroneamente utilizados ou ignorados em situações do dia a dia

são os termos regular um equipamento e calibrar o equipamento.

Regular um equipamento significa adequar seus componentes ao produto que será utilizado,

ou a cultura que será tratada, sendo assim sempre que o objetivo for potencializar a operação as

atitudes a serem tomadas para regulagem de um equipamento, serão de responsabilidade do

técnico responsável, sendo exemplos de decisões: o espaçamento de bicosem uma barra, o tipo

de ponta, a velocidade de aplicação, altura da barra, dentre outros.

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Calibrar um equipamento consiste em verificar a vazão nas pontas, determinar quanto de

produto deve ser aplicado, quanto de ingrediente ativo deve ser colocado no tanque, e a pressão

de trabalho. Logo se faz impreterível para o sucesso da operação o domínio das duas áreas, pois

para o sucesso da calibração é indispensável uma boa regulagem do equipamento.

 Malha de filtro mesh


Esta unidade é bastante relevante em situações em que se deseja filtrar grânulos de

diferentes dimensões, e dentre suas várias aplicabilidades, podemos destacar a malha que compõe

filtros presentes nos pulverizadores.

Esta unidade é classificada de acordo com a quantidade de fios existentes em uma

polegada, ou seja, uma malha de 50 mesh (malha 50) possui 50 fios dentro de uma polegada (25,4

mm = 1 pol) tal medida mesh é feita na malha linear, sendo assim, quanto maior a malha mesh,

menores os sólidos que conseguem ultrapassá-la.

CUIDADOS COM A APLICAÇÃO


É fundamental tomar certos cuidados durante o preparo e a aplicação da calda, tais medidas

buscam manter a integridade física do aplicador, evitar a contaminação do ambiente bem como

proporcionar uma boa vida útil aos equipamentos utilizados.

Tais cuidados devem ser tomados antes, durante e após a aplicação, e todos eles devem

ser considerados importantes, pois qualquer um ignorado pode acarretar prejuízos nos demais.

Antes da aplicação é necessário cuidar com o transporte dos produtos, sempre observando

a condição das embalagens de modo a impedir a contaminação do ambiente, os produtos devem

ser armazenados em galpões específicos, longe de residências, e de preferência em um ambiente

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determinado apenas para este tipo de produtos, o qual deverá ser seguro, de modo a evitar ao

máximo roubo e invasões.

Durante a aplicação é importante seguir todas as orientações presentes no rótulo do

produto, tomando os cuidados necessários ao abrir as embalagens e ao romper o lacre, evitando

contaminar o ambiente. É importante que o local a ser escolhido para realização da operação de

preparo de calda disponha de ventilação em abundância, e é necessário a utilização de bacia de

contenção (imagem 1 ) ou bancada próxima ao local de aplicação para manipular os produtos.

Imagem 1: Bacia de contenção ideal para manipular defensivos agrícolas

Fonte: Google Imagens, 2020.

Quando o produto a ser manipulado estiver em uma formulação líquida, deve ser utilizado

um copo medidor para dosar, sempre se atendo a receita agronômica e a quantidade de calda a ser

preparada, se o produto estiver em formulação de pó molhável ou solúvel, este deve ser solubilizado

previamente em um recipiente, e após esta etapa, transferido para o reservatório do pulverizador.

Sempre que uma embalagem for esvaziada, esta deve passar por processo de tríplice

lavagem, e em seguida inutilizada e encaminhada a um local adequado para ser destinada à

reciclagem.

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O processo de regulagem e calibração do equipamento deve ser realizado apenas com

água no reservatório. Durante a aplicação deve-se evitar a contaminação do meio ambiente, em

hipótese alguma o colaborador deve tentar desobstruir um bico utilizando a boca, e quando

manipular defensivos muito tóxicos, nunca deve estar sem um acompanhante. Nunca deve ser feita

qualquer aplicação contra o vento, e a aplicação deve ser feita em situações de tempo mais ameno

(manhã e final de tarde) e nunca se deve fumar, beber ou comer durante ou próximo alguma

aplicação.

Após a aplicação observar se sobrou calda no pulverizador, caso o tenha, é necessário aplicar

este excedente em bordaduras ou carreadores e em seguida lavar o pulverizador e todo o sistema

com água, para evitar o desgaste desnecessário do equipamento. Toda e qualquer embalagem de

produto deve ser inutilizada e destinada ao depósito adequado, o colaboradordeve tomar banho

com água fria (água morna abre os poros da pele e potencializa uma possível contaminação em caso

da presença de produto no corpo) e sabão e vestir uma roupa limpa.

ALVO BIOLÓGICO E QUÍMICO


Entende-se por alvo biológico o ser vivo que precisa ser atingido por meio da aplicação, de

uma forma direta ou indireta. Para ser atingido de forma direta é necessário que a deposição do

produto seja feita de maneira certeira diretamente sobre o alvo, quando indireta, o contato se dá

por meio de uma redistribuição, a qual é possibilitada por uma série de fatores: deslocamento

superficial do local onde o produto foi depositado inicialmente, movimentação translaminar ou

translocação sistêmica.

Todo produto que não consegue atingir o alvo biológico não conseguirá desempenhar seu

papel, podendo então ser considerada uma perda, ou seja, o processo de aplicação deve ser

conduzido de forma precisa e atingir principalmente a parte que tem relação direta com o controle.

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Alvo químico é o local onde deve ser colocado o produto para que este consiga atingir de

forma eficaz o alvo biológico, podendo então ser explicado como a interação entre a planta e a

capacidade de redistribuição do produto por ela.

Por exemplo, se o alvo biológico é uma lagarta desfolhadora (Spodoptera spp.) atacando uma

folha de amendoim (Arachis hypogaea) é necessário que o inseticida de contato seja posicionado

no terço médio da planta, ou seja, onde as pragas estão atacando efetivamente. Qualquer produto

aplicado em outra parte da planta será considerado perda, logo o alvo químico a ser tratado será a

parte superior das folhas onde está localizada a população de lagartas.

Um exemplo bastante conhecido é o que ocorre em aplicações que visam atingir as folhas,

estudos apontam que cerca de 30% deste produto atingem o solo por ocasião da aplicação.

EFICIÊNCIA NA APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS


Toda operação agrícola tem uma série de fatores pertinentes que corroboram para o sucesso

de sua execução, sejam eles inerentes aos equipamentos, máquinas, produtos e colaboradores

envolvidos na operação e fatores que fogem do controle do responsável, tal qual o relevo em que a

atividade será realizada e condições climáticas observadas no momento da operação, além da

correlação entre todos estes quesitos citados. Entretanto o conhecimento de todos os fatores que

podem influenciar negativamente na aplicação possibilita equacionar e controlar com mais

objetividade todo processo, garantindo assim eficácia do controle.

A eficiência da aplicação pode ser definida como a relação entre a dose teoricamente

requerida para um controle efetivo e a dose efetivamente utilizada, a qual é expressa em

porcentagem.

𝑑𝑡
𝐸= 𝑥 100
𝑑𝑟

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Onde:
E = Eficiência da aplicação (%);
dt = dose teórica requerida;
dr = dose real empregada.

Para melhor assimilação deste conceito podemos utilizar um exemplo prático bastante

simples. Caso assumirmos que determinado percevejo demanda 0,04 mg de um determinado

inseticida para seu controle, e que em um hectare encontramos uma população de 1 milhão deste

percevejo, seria necessário apenas 40 mg deste produto para o controle deste inseto praga, caso

fosse possível aplicar todo este inseticida sem nenhuma perda, assumindo 100% de eficiência.

Todavia o que observamos no dia a dia é a aplicação de doses superiores a 3000 vezes aplicadas

na cultura.

Atualmente a ineficiência nos processos de aplicação de produtos químicos, pode ser

considerada o processo mais ineficiente que o homem já praticou até hoje, no controle de afídeos

a eficiência é de 0,02%, para insetos em uma lavoura a eficiência média está por volta de 0,000001%,

logo quanto menor o alvo, menor tende a ser a eficiência no controle. Diante de uma informação

tão preocupante a melhoria da eficiência deve ser alcançada mediante evolução no processo de

aplicação, em todos seus aspectos!

CUIDADOS COM A CALDA

O termo calda é utilizado para definir o resultado da adição de diluente à formulação

escolhida, na concentração adequada para aplicação.

Neste cenário então, torna-se passível obsevar certas condições que possam tornar ineficaz

a operação, como por exemplo, a incompatibilidade entre produtos ou formulações que podem

causar o entupimento dos filtros ou bicos e demais componentes do sistema.

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Juridicamente falando, atualmente é passível ao produtor misturar diferentes produtos no

tanque do pulverizador para aproveitar a operação e reduzir despesas com várias aplicações,

resolver problemas relacionados a diferentes espécies de plantas daninhas estarem se

desenvolvendo ao mesmo tempo na lavoura e observar a presença de insetos pragas e fungos, por

exemplo, atacando a lavoura ao mesmo tempo. Hoje tal prática não é regulamentada, logo é

necessário pesquisar relatórios de empresas e observar tabelas de compatibilidade entre produtos.

É de responsabilidade do profissional responsável que prescreve a receita agronômica esclarecer

que a bula dos produtos não indicam que tais práticas sejam realizadas, nem suas empresas se

responsabilizam por efeitos contrários ao esperado pelo produtor.

Quando feita a mistura de produtos em uma calda é passível que ocorram quatro situações

distintas: efeito sinérgico, que se dá quando um produto potencializa a ação do outro; efeito aditivo,

quando não se observa alteração na eficiência dos produtos misturados, efeito antagônico quando

um produto ou mais produtos podem ter seu efeito anulado ou enfraquecido e também pode

ocorrer incompatibilidade, observada quando ocorre alteração na composição física ou química da

solução.

Caso for realmente necessário à utilização de uma mesma aplicação para aplicar mais de um

produto, é necessário a pré-diluição e a mistura de quantidades menores do produto em um balde

ou recipiente, que não seja diretamente o tanque ou reservatório da calda a ser aplicada, para que

seja passível de observar algum comportamento físico atípico (heterogeneidade da calda,

empedramento, segregação, excesso de espuma, etc.), assim evitando atrasos relacionados ao

desentupimento de componentes e o desperdício de produto.

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DEFENSIVOS
AGRÍCOLAS E
ADJUVANTES

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DEFENSIVO AGRÍCOLA

Defensivo agrícola é definido como: “Substância ou mistura de substâncias de natureza

química quando destinadas a prevenir, destruir ou repelir direta ou indiretamente qualquer forma

de agente patogênico ou de vida animal ou vegetal que seja nociva às plantas e animais úteis, seus

produtos e subprodutos e ao Homem” quanto à legislação que regulamenta este assunto estão as

seguintes leis, resolução e decreto:

 LEI 7.802, de11 de Julho de 1989;

 RESOLUÇÃO Nº 344, de 27 de Julho de 1990;

 LEI Nº 9.974, de 06 de Junho de 2000;

 DECRETO Nº 4074, de 04 de Janeiro de 2002.

Para que um produto técnico seja passível de ser utilizado, é necessário transformar seu

ingrediente ativo (i.a.) em uma forma apropriada para o uso, tal etapa da produção deste defensivo

consiste em misturar o i.a. com ingredientes inertes, tais ingredientes podem apresentar a forma

líquida ou sólida, sempre buscando possibilitar ao produto sua dissolução na calda, assim cumprindo

o objetivo final, que é atingir efetivamente o alvo biológico, ser transportado sem perder suas

condições e armazenamento. Cada ingrediente ativo pode serencontrado em uma forma durante a

elaboração, logo para industrialização do produto comercial é necessário se ater a características

físicas e químicas destes, tais características a serem observadas são: a estabilidade química, que

tem por finalidade estabelecer qual tipo de formulação pode ser desenvolvida, para que consiga

manter suas características até o momento de ser dissolvido na calda; o ponto de fusão, que é

importante ser conhecido em situações em queo ingrediente ativo precisa passar por processo de

moagem para formulação de pó molhado ou pó seco, por exemplo, e sua solubilidade em água ou

solventes orgânicos, para que diferentes

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produtos não solúveis em água sejam dissolvidos em solventes orgânicos que apresentem uma

compatibilidade biológica.

COMPONENTES INERTES

Substâncias inertes devem apresentar baixo custo e concomitantemente serem neutras, isto

é, não sofrem ou causam qualquer reação química ao entrarem em contato com o i.a., servindo

apenas como veículo do produto. Dentre os inertes mais utilizados na produção de defensivos estão

a areia, o amianto, a calcita, a argila calcinada, diluentes vegetais, o enxofre, o talco, dentre outras.

É importante perceber que cada inerte é indicado para determinado tipo de formulação, sendo

bastante particular em cada produto.

Ainda na formulação de defensivos agrícolas alguns inertes podem cumprir um papel

auxiliar, isto é, aumentar a eficiência do produto. Dentre os agentes que podem ser úteis para este

propósito estão os:

 Agentes dispersantes - Auxiliam na dispersão de pós nas misturas e os mantêm em

suspensão, evitando a formação de conglomerados no fundo do tanque, ou causando o

entupimento de bicos e equipamentos utilizados na pulverização.

 Antiespumantes - tem a finalidade de reduzir ou impedir a formação de espumas quando o

produto é misturado, ou agitado no tanque do pulverizador.

 Emulsionantes - servem para compatibilizar o ingrediente ativo e o solvente utilizado na

formulação com a água, estes atuam de forma a reduzir a tensão superficial entre a gota e

a superfície a ser tratada, aumentando assim a superfície de contato do i.a. no alvo biológico.

 Estabilizantes - evita a decomposição do i.a. perante condições adversas de calor, luz e

umidade, aumentando assim a vida útil do produto em situações de armazenamento.

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FORMULAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

Tomar os devidos cuidados no armazenamento de defensivos agrícolas evita uma série de

consequências nocivas, sobretudo em caso de embalagens abertas com quantidades menores de

produto. Tais danos podem comprometer a utilização posterior, gerando assim prejuízos. Logo é

importante compreender qual o tipo da formulação e qual a melhor forma de armazenagem,

evitando assim problemas como a formação de grumos (empedramento de formulações sólidas

empilhadas sem controle), Dissociação da emulsão (água de má qualidade no local da mistura ou

qualidade inadequada de estabilidade na formulação), formação de cristais (soluções aquosas e

concentradas emulsionáveis instáveis em situações de baixas temperaturas) e floculação (misturas

de formulações incompatíveis, ou feitas na ordem incorreta, como concentrados emulsionáveis com

suspensões concentradas, por exemplo), a floculação também pode ocorrer quando uma calda é

preparada e não é pulverizada totalmente logo após sua mistura, ficando longos períodos em

repouso.

Atualmente no Brasil temos a disposição uma série de formulações possíveis para agrotóxico

disponíveis comercialmente, as quais podem ser observadas na tabela 1 a seguir, sob-

regulamentação da ABNT NBR 12697/2004:

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Tabela 1: código das formulações e suas respectivas denominações
CÓDIGO DENOMINAÇÃO
CS Suspensão de encapsulado
DC Concentrado dispersível
EC Concentrado emulsionável
EO Emulsão de água em óleo
EW Emulsão de óleo em água
ME Microemulsão
SC Suspensão concentrada
SE Suspo-emulsão
SG Granulado solúvel
SL Concentrado solúvel
SP Pó solúvel
TB Tablete
DT Tablete para aplicação direta
ST Tablete para dissolução em água
WT Tablete para dispersão em água
WG Granulado dispersível
WP Pó molhável
BR Bloco
PC Gel ou concentrado em pasta
GL Gel emulsionável
GW Gel solúvel em água
EG Grânulo emulsionável
EP Pó emulsionável
OD Dispersão de óleo ou suspensão concentrada em óleo
ZC Formulação mista de CS e SC
ZE Formulação mista de CS e SE
ZW Formulação mista de CS e EW
OF Suspensão concentrada dispersível ou miscível em óleo
OI Solução miscível em óleo
OP Pó dispersível em óleo
CG Granulado encapsulado
DP Pó seco
ED Líquido para pulverização eletrostática/eletrodinâmica
GR Granulado
SO Óleo para pulverização/espalhamento
SU Suspensão a ultrabaixo volume
UL Ultrabaixo volume
MG Microgranulado
GP Pó fino
FG Granulado fino
GG Macrogranulado
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CP Pó de contato
DT Tablete para aplicação direta
CL Líquido ou gel de contato
SD Suspensão concentrada para aplicação direta
AL Outros líquidos para aplicação direta
AP Outros pós
DS Pó para tratamento a seco de sementes
ES Emulsão para tratamento de sementes
FS Suspensão concentrada para tratamento de sementes
LS Solução para tratamento de sementes
SS Pó solúvel para tratamento de sementes
SS Pó solúvel para tratamento de sementes
WO Pó para preparação de pasta em óleo
WS Pó para preparação de pasta em água
CF Suspensão de encapsulado para tratamento de semente
GF Gel para tratamento de sementes
AE Aerosol
FU Fumigante
FD Pastilha fumigante
FK Vela fumigante
FP Cartucho fumigante
FR Bastonete fumigante
FT Tablete fumigante
FW Granulado fumigante
GA Gás liquefeito sob pressão
GE Gerador de gás
HN Concentrado para termonebulização
KN Concentrado para nebulização a frio
LA Laca
PR Bastonete vegetal
PA Pasta
RB Isca
AB Iscas em grãos
BB Iscas em blocos
CG Iscas granuladas
PB Iscas em placas
5B Iscas em aparas
VP Produtor de vapor
GS Pasta oleosa
FB Saco formulado
XX Outros
Adjuvante
Espalhante
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Espalhante adesivo

LEGENDA
Formulações para diluições em água;
Formulações para diluição em solventes orgânicos;
Formulações para aplicação direta;
Formulações para tratamento de sementes;
Formulações especiais.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento, 2004.

Imagem 2: Onde a formulação do defensivo pode ser encontrada na bula

Fonte: Adaptado pelo próprio autor, 2020.

Sendo assim observa-se grande variedade de formulações, as quais para que apresentem

eficácia no controle biológico demandam algumas qualidades físico-químicas elencadas na tabela

2 a seguir, abordando as formulações mais comuns no mercado atual.

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Tabela 2: Necessidades indispensáveis para alguns tipos de formulações
FORMULAÇÃO NECESSIDADE
Apresentar boa suspensibilidade, dispersão em água, partículas pequenas e
WP
pouca formação de espuma.

Emulsificação espontânea em água, sendo esta estável e homogênea


EC
(apresenta aspecto leitoso).

Formação de solução aquosa sem resíduos, dissociando-se no meio de


SP
maneira rápida.

Formação de solução límpida e homogênea em água, sob forma de solução


SL
verdadeira de ingredientes ativos.

DP Livre de grumos e ideal para polvilhamento.

Fluido, liberação rápida do ingrediente ativo em meio aquoso, demanda


GR/MG
partículas uniformes.

Pouco volátil e pouco viscoso; não deve conter substâncias sólidas quando em
UL
suspensão.

Fonte: adaptado pelo autor, 2020.

ADJUVANTES: FERRAMENTA INDISPENSÁVEL PARA UMA BOA APLICAÇÃO

Conforme dito anteriormente, os adjuvantes são produtos indispensáveis e que potencializam

a aplicação de defensivos agrícolas. Definido por Kissmann em 1998, como substância sem atividade

fitossanitária que é adicionado a calda para otimizar o efeito da aplicação. Quando aplicados

isoladamente não causam efeitos (positivos ou negativos) à fauna e flora, todavia quando aplicados

em mistura com defensivos agrícolas melhoram sua aplicabilidade.

A pulverização para que bem sucedida demanda uma boa formação das gotas através dos

bicos, contato da gota com folha e posteriormente sua estabilidade, em seguida deve ocorrer o

depósito e penetração desta na camada externa da folha, conforme observado a seguir:

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Imagem 3: Esquema desde a formação da pulverização até a penetração do produto

Fonte: https://www.crodacropcare.com/pt-br/products-and-applications/adjuvants

De modo geral os adjuvantes atuam modificando certas propriedades da solução, o

proporcionando assim, uma maior cobertura do produto nas plantas e aumentando a absorção do

mesmo, além de diminuir os riscos de perdas e contaminação, principalmente do solo. Fatores como

formação de espuma durante o preparo da calda, má homogeneização, deriva, escorrimento do

produto e qualidade água é responsável por grande parte das perdas durante a aplicação, e podem

ser evitadas através da utilização dos adjuvantes.

TIPOS DE ADJUVANTES
Os adjuvantes são divididos em dois grandes grupos. Sendo um deles conhecidos como

modificadores de propriedades da superfície dos líquidos (Não iônicos), os quais não possuem cargas

elétricas e não dissociam na água, além disso, não reagem com os sais presentes nas substâncias,

sendo assim, mais utilizados na agricultura, dentre os adjuvantes que compõe este grupo pode-se

destacar os:

 Surfactantes: ajudam na junção e equilíbrio de duas substâncias em caso de mistura de

produtos na calda de aplicação.

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 Antiespumantes: atuam reduzindo a formação de espuma durante a preparação da calda e

prejudica a deposição do produto na folha.

 Reguladores de pH: ajusta o pH da calda, aumentando a compatibilidade de mistura

adequando-o em uma faixa de 6,0 a 6,5, considerada ideal para a máxima eficiência da

maioria dos produtos (existem produtos que demandam pH específicos, sempre consultar

a bula e conferir o pH durante o preparo de calda).

 Espalhantes: melhora o ângulo de contato, pois atua quebrando a tensão superficial do

produto e aumentando assim sua absorção.

Imagem 4: Folha da direita sem a utilização de um espalhante e folha


da direita com adição deste adjuvante na calda.

Fonte: Workshop Sabri, 2018.

 Umectante: também conhecidos como molhantes, são à base de óleo e ajudam a diminuir

as interferências das barreias climáticas quando em baixa umidade relativa do ar, estes

atuam reduzindo a perda de umidade para o meio ambiente e diminuindo a evaporação da

gota, possibilitando ao produto a retenção e absorção da umidade presente no ambiente

(imagem 5), logo o produto tem um período maior de permanência sobre a superfície da

folha.

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Imagem 5: Demonstração da absorção de água do meio ambiente
que os umectantes exercem

Fonte: Portal Aeagro, 2020.

 Detergentes: atuam auxiliando no espalhamento, dispersão e remoção de eventuais sujeiras

que possam estar presentes na camada externa das folhas, as quais possam vir a prejudicar

a absorção do produto.

 Dispersantes: evitam a precipitação de partículas sólidas, atuando na redução da força de

coesão e tornando as partículas mais estáveis.

 Aderentes: substância que apresenta afinidade com a água e adesão à camada externa da

folha, cera da cutina, como o próprio nome diz, este exerce a função de aumento da

aderência dos produtos liquido ou sólidos a camada da folha, e em caso de chuvas após a

aplicação este proporciona menor escorrimento.

Os aditivos (Iônicos) são adjuvantes que possuem cargas elétricas dissociam na água e reagem

com sais minerais presentes nas substancias, eles são em sua maioria de origem de derivados de

amônia e de alto valor agregado.

 Óleo mineral e Óleo vegetal: Originados de substâncias parafínicas de hidrocarboneto

(petróleo) e substâncias vegetais, respectivamente, atuam dissolvendo as barreiras de

gorduras presentes na cutícula da folha (imagem 6) para facilitar a sua aderência, aumentar

o peso da gota, reduzir a deriva bem como evaporação da gota. No entanto, por

26
atuarem na dissolução da cutícula a aplicação de defensivos com formulações de óleo

torna a planta mais sensível a intempéries climáticas, em alguns casos pode causa

queimaduras nas folhas até que esta reconstitua sua cutina. Nesse sentido, adjuvantes que

utilizam esta formulação são mais indicados em casos de dessecação de áreas e controle de

plantas daninhas.

Imagem 6: Estrutura da célula vegetal

Fonte: Portal Aeagro, 2020.


 Sulfato de amônio: É um composto advindo do nitrogênio inorgânico que se dissocia em

sulfato de amônio, o amônio reage por meio da alteração do pH das células do apoplasto

tornado uma molécula lipofílica que facilita a absorção do produto na cutícula da folha.

 Ureia: Também é um composto advindo do nitrogênio inorgânico que atua na ruptura das

partículas da cutícula da folha e facilita a entrada dos produtos químicos aplicados.

 O sulfato de amônio e a Ureia são adicionados à calda com a função de melhorar o efeito do

produto por meio da adição de adubo nitrogenado, também pode ser utilizado o nitratode

amônio e Polifosfato de amônio.

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TIPOS DE APLICAÇÃO
E EQUIPAMENTOS
UTILIZADOS

28
MÉTODOS DE APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

Atualmente os métodos passíveis de aplicação de defensivos agrícolas podem ser agrupados

em:

 Aplicação via sólida;

 Aplicação via líquida;

 Aplicação via gasosa.

Todas estas são classificadas a depender do estado físico do material que será aplicado,

sendo a aplicação via líquida, utilizando a água como diluente o principal método utilizado.

Aplicação via sólida

Esta modalidade de aplicação tem como vantagem principal a não utilização de água, ou seja,

a formulação está na concentração adequada para sua aplicação no campo, entretanto apresenta

como desvantagem a necessidade do transporte de enormes quantidades de materiais sólidos

inertes, necessários para a formulação, o que causa o aumento substancial do custo de unidade do

i.a.. A aplicação sólida pode ser por meio de pó e por meio da aplicação de grânulos.

Imagem 7: exemplo de defensivo em formulação granulada

Fonte: Portal Alibaba, 2020.

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A dosagem utilizada para granulados pode ser recomendada em função da área (kg/ha),

comprimento (g/m de sulco de plantio) ou por unidade produtiva (g/planta). Geralmente a dosagem

para este tipo de formulação oscila entre 10 e 40 kg/ha.

Aplicação via líquida

Entende-se por aplicação via líquida a diluição da formulação em um líquido apropriado

antes da operação ser realizada. O líquido mais utilizado como diluente é a água, e as formulações

mais utilizadas nesta modalidade são: Concentrado emulsionável, grânulos dispersíveis em água,

suspensão concentrada, pó molhável e pó solúvel. À aplicação de defensivos líquidos sem a adição

de diluente (imagem 8), se dá o nome de formulação Ultrabaixo volume (UBV).

Imagem 8: aplicação de formulação na modalidade UBV

Fonte: Portal MaxMaq, 2019.

A aplicação via líquida pode ser realizada mediante pulverização, isto é, aplicação de um

líquido por meio de gotas; filete líquido aplicado in loco (rega ou injeção) ou na forma de gotas

diminutas, que formam neblina (nebulização).

A água é o diluente mais utilizado por ser de fácil obtenção e apresentar baixo custo, pois no

campo geralmente se tem uma fonte prontamente disponível nas condições encontradas nos

principais polos agropecuários do Brasil, outro fator que colabora para a ampla utilização da água

30
como solvente é a compatibilidade com a maioria das formulações disponíveis no mercado, todavia

é necessário observar certas limitações encontradas na água: Tensão superficial e Evaporação.

Adiante aspectos químicos encontrados na água serão abordados também.

Uma característica intrínseca a este diluente é sua elevada tensão superficial, ou seja, a gota

depositada em uma superfície tende a manter sua forma esférica, reduzindo assim a superfície de

contato, sendo então necessária a adição de produtos com a presença de agentes surfactantes para

reduzir a tensão superficial, melhorando o espalhamento sobre a superfície tratada. Outras

possibilidades são a inclusão de adjuvantes na calda, tais quais emulsionantes, agentes molhantes,

etc. Na prática, ou comercialmente estes produtos são tratados como espalhantes adesivos.

A água pode evaporar durante o percurso entre a máquina e o alvo a ser controlado, isto

acarreta o aumento da superfície do líquido reduzindo o tamanho das gotas e perdendo assim a

porção volátil por essa superfície.

Aplicação via gasosa

A aplicação via gasosa, também conhecida como fumigação (imagem 9) consiste na

utilização de um produto preparado na forma sólida (pastilha ou pasta) ou forma líquida, que ao

entrar em contato com o ar passa um processo de volatilização, liberando um gás, com efeito,

fumigante. Atualmente os produtos mais utilizados nesta modalidade são a fosfina e fosfeto de

alumínio, sendo comumente utilizado no controle de pragas em silos de armazenamento de grãos.

31
Imagem 9: aplicação de defensivo por meio de fumigação

Fonte: Google imagens, 2020.

EQUIPAMENTOS E TÉCNICAS DE APLICAÇÃO


Os equipamentos de aplicação são classificados de acordo com a formulação a ser aplicada,

a forma de transporte do produto e a energia utilizada para realizar a operação (exemplo: bomba

costal manual, pulverizador de jato automotriz, etc.). A seguir os principais utilizados atualmente.

Aplicadores de Granulados

A aplicação de pó se dá por meio do polvilhamento, este pode ser feito utilizando uma

polvilhadeira manual, costal motorizada, tratorizada ou por meio da utilização de avião. Tal

operação deve ser realizada em dias sem a presença de ventos fortes, e nas primeiras horas da

manhã ou ao final da tarde, a umidade presente nas folhas aumentam a adesividade do pós as

folhas, entretanto deve-se ressaltar que este método atualmente está praticamente em desuso,

devido ao grande risco de contaminação do meio ambiente e da população em geral.

Nos últimos anos é possível observar um crescimento paulatino da aplicação de formulações

granuladas, sobretudo formulações sistêmicas aplicadas ao solo para controlar pragas que se

alimentam de seiva, e de pragas que habitam o solo. Uma vantagem de formulações granuladas é a

possibilidade de utilizar um veículo que libere o i.a. ao longo do tempo, mantendo assim o efeito do

produto onde é aplicado por mais tempo.

32
A aplicação de grânulos (imagem 10) é feita por meio de granuladoras manuais, por meio de

tração animal, trator ou avião, ao passo que, os grânulos escoam por gravidade, e o controle da

vazão é feito por meio de dispositivos que aumentem ou reduzam a passagem destes, dispositivos

estes semelhantes a um funil. Outro fator importante é que estas partículas possuem peso

suficiente para resistirem à ação de ventos durante a aplicação, tornando assim a aplicação de

produtos altamente tóxicos o mais seguro possível, além de eliminar a etapa de diluição do produto.

Imagem 10: exemplo da aplicação de defensivos granulados com a utilização de equipamentos montados

Fonte: FCA – UNESP.

Regulagem de granuladoras

A regulagem destes equipamentos se dá de maneira bastante simples, e varia de acordo com

o equipamento.

Quando o equipamento é manual e a aplicação é feita em covas de plantio, deve-se acionar

o equipamento posicionando-o sobre um coletor (balde, saco plástico, bandeja) e observar a massa

do produto depositado por vez que seu mecanismo é acionado, em seguida regula-se o dosador de

modo a adequar a dose recomendada com base na demanda da cultura a ser tratada, tal processo

é bastante simples e feito por meio de tentativa e erro.

33
Quando o equipamento utilizado realiza a aplicação em sulco, deve-se demarcar dois pontos

no terreno em que a operação será realizada, distantes no mínimo 50 metros entre si, tomar uma

distância antes do ponto A, com a máquina (trator, autropopelido, etc.) de modo que, no momento

que ele ultrapasse o primeiro ponto esteja na velocidade de trabalho. Em seguida deve-se

cronometrar o tempo do deslocamento entre o ponto A e o ponto B.

Feito isso, o equipamento deve ser posicionado sobre uma lona e acionado para que

deposite o produto pelo tempo estipulado, em seguida pesa-se a massa do produto e compara-se

com a necessidade demandada por área, considerando o espaçamento da cultura. A seguir regula-

se o dosador de acordo com o recomendado, certos equipamentos existem tabelas para facilitar a

regulagem.

EQUIPAMENTO DE APLICAÇÃO LÍQUIDA

Os equipamentos de aplicação líquida podem ser divididos em injetores, nebulizadores e

pulverizadores conforme dito anteriormente, todavia, no mundo a maior parte dos defensivos

agrícolas é aplicada via pulverização, sendo assim indispensável conhecer os pulverizadores

hidráulicos.

Estes podem ser divididos em dois grandes grupos: Pulverizadores de jato arrastado, que

consiste na utilização de uma corrente de ar que arrasta a gota até o alvo e pulverizadores de

rasto lançado, onde as gotas após serem lançadas ao ar chegam ao alvo por conta de sua própria

energia cinética.

Dentre os pulverizadores disponíveis no mercado, de acordo com a configuração e ao tipo

utilizado para ser arrastado podemos citar:

 Pulverizador Costal: Composto por um reservatório com alças (imagem 11), o qual é

carregado diretamente nas costas do operador, de forma similar a uma mochila, tal

equipamento pode ser acionado de forma manual, elétrica ou com utilização de


34
combustível, este equipamento é recomendado para áreas pequenas, ou aplicações

pontuais, devido ao baixo rendimento e a dificuldade enfrentada pelo operador

Imagem 11: esquema de pulverizador costal

Fonte: Adaptado pelo autor, 2020.

 Pistola de pulverização: Trabalham com ar comprimido, e possui acionamento elétrico ou

manual. Indicada para hortas, pomares e pequenos jardins.

 Pulverizador de barra: Equipamento no qual seus bicos com suas respectivas pontas de

pulverização encontram-se equidistantes entre si, dispostas em uma barra de pulverização,

geralmente montada em um trator, tanque de arrasto ou máquina autopropelida. Tal

modelo possibilita aplicar em grandes áreas com um tempo de operação reduzido, o que

torna passível de ser utilizado por qualquer produtor a independer do tamanho de sua área,

aumentando assim sua eficiência. Pulverizadores de barra usualmente são encontrados

operando em culturas anuais, perenes, semi-perenes, batata e horticultura em geral.

35
 Atomizador: O produto é pulverizado sobre a plantação por meio de uma corrente de ar com

grande velocidade (imagem 12), possibilitando que o produto alcance grandes distâncias, tal

equipamento é bastante utilizado em aplicações em culturas anuais, como diversos tipos de

citrus e café.

Imagem 12: Trator equipado com atomizador de arrasto aplicando em


lavoura de café

Fonte: Bassi, 2016.

36
OS PILARES DE UMA
APLICAÇÃO BEM
SUCEDIDA

37
FATORES INDISPENSÁVEIS PARA O SUCESSO DA APLICAÇÃO

Para o sucesso da aplicação vários fatores estão atrelados, tendo cada qual seu pesodurante

a operação, sempre é necessário pensar fora do senso comum, que diz que para uma boa aplicação

é necessário apenas um bom equipamento e o conhecimento técnico do produto que será utilizado

para o controle. Vamos considerar quatro fatores como determinantes para o sucesso da operação,

sendo eles:

 Boa cobertura do alvo;

 Dosagem correta;

 Época adequada para aplicação;

 Segurança na aplicação.

Boa cobertura do Alvo

Para uma boa cobertura deve-se buscar atingir o alvo biológico com uma boa uniformidade

na distribuição das gotas, evitar a ocorrência de faixas sem aplicação do produto bem como a

sobreposição. O conhecimento do agente a ser controlado influencia diretamente na cobertura do

alvo, visto que, para controle de um fungo a cobertura deve ser maior do que se o alvo for um inseto,

que tem a capacidade de se locomover, e assim, entrar em contato com o produto. Também é

necessário observar o modo de ação do produto a ser aplicado, pois caso utilizar um produto

sistêmico, a demanda de cobertura é menor que ao optar por um produto de contato, dado o

comportamento dos dois em uma planta.

38
A cobertura pode ser quantificada por meio da fórmula de COURSHEE (1967):

𝑉 .𝑅 . 𝐾2
𝐶 = 15 .
𝐴 .𝐷

Onde:

C = Cobertura (% da área);

V = Volume aplicado (L/ha);

R = Taxa de recuperação (% do volume aplicado efetivamente depositado sobre o alvo);

K = Fator de espalhamento de gotas;

A = Superfície vegetal que compõe a área (ha);

D = Diâmetro da gota utilizada.

De acordo com a fórmula acima, para que se alcance uma boa cobertura do alvo é necessário

que se consiga manter altos os valores que compõe o numerador e/ou baixos os valores que

compõe o denominador. Ou seja, é possível atingir uma boa cobertura por meio deum alto

volume de calda na aplicação (V), Altos volumes aplicados entregam boa cobertura doalvo

mesmo em situações que se utilizam gotas grandes (D).

Para obter aumento na taxa de recuperação (R), no dia a dia, o mais comumente utilizado é

a adequação do tamanho das gotas de modo a tornar eficiente sua coleta pelo alvo. Estudos

apontam que carregar as gotas de forma eletrostática também é eficiente para aumentar o valor de

R, uma vez que, as gotas quando se aproximam do alvo com esta carga, são atraídas por ele devido

à carga negativa e aumentam consideravelmente este fator.

Ao considerarmos o fator de espalhamento (K) é importante perceber que ele atua em forma

de função quadrática, ou seja, bastante sensível na cobertura, e este fator consegue ser alterado

por meio da utilização de agentes tensoativos (adjuvantes), os quais reduzem a tensão superficial e

possibilitam o maior espalhamento da gota.

39
Quanto aos fatores que compõe o denominador, é importante não esquecer osfundamentos

matemáticos, por exemplo: uma alteração no tamanho da área foliar, devido ao crescimento e

mudança no estádio fenológico da planta, e mantendo-se todos os demais fatores iguais, constata-

se uma redução na cobertura. Sendo assim, necessária uma adequação parasuprir estas mudanças,

uma alternativa para solucionar o problema do enfolhamento é aumentaro volume de aplicação.

Redução no tamanho de gotas proporciona um aumento no grau de cobertura do alvo, pois

gotas menores tendem a ser mais eficientemente captadas pelo alvo, concomitantemente

aumentando a cobertura. No Capítulo 7 pode ser observado melhor o comportamento das gotas,

a importância e recomendação para seu tamanho.

Dosagem correta

O termo dose está relacionado com a quantidade de produto, sendo expressa em unidades

de peso ou volume (g, Kg, ml, L), já dosagem pode ser entendida como as relações que envolvem

quantidade, ou seja, dose por volume, dose por unidade de peso, dose por comprimento ou área.

Cotidianamente utilizam-se como recomendação de dosagem duas formas: indicação por meio de

concentração e indicação por meio de quantidade de produto por área.

Para aplicações que demandam alto volume de calda, e tem-se a necessidade que ocorra

escorrimento de calda, e que a calda retida nas folhas apresentará proporcionalidade a calda que

escorre utiliza-se a recomendação por concentração, independentemente do volume total aplicado.

Tal modalidade é preferível para aplicações com fungicidas, nas quais se prioriza aplicações de alto

volume. Um ponto positivo desta modalidade é a questão que independe o tamanho das plantas

tratadas e a quantidade de folhas que estas apresentem, pois a quantidade demandada para o

tratamento é auto ajustada, desde que ocorra escorrimento.

40
Em aplicações que necessitem que determinada quantidade de i.a. seja aplicado em toda a

área, como é o caso de inseticidas em grandes culturas e herbicidas, a indicação de dosagem é

feita por meio de quantidade do produto por hectare, tal modalidade possibilita uma maior

variabilidade na quantidade de calda, otimizando assim a operação.

Ao observar esta alternativa de dosagem, a impressão que fica é que tal sistema é mais

técnico, pois preza pelo produto distribuído de forma homogênea ao longo de toda a área, todavia

um princípio fundamental é ignorado na prática, pois se a planta está nos seus estádios iniciais de

desenvolvimento, provavelmente um ha de solo não comportará 1 hectare a de folhas, porém, logo

1 ha de solo poderá estar coberto por cerca de 3 a 5 hectares de folhas ou superfície vegetal, sendo

então necessário que esta modalidade de recomendação leve em consideração o “índice de área

foliar”, parâmetro negligenciado na maioria das vezes, o que acarreta sobredoses do produto, a

depender da situação, e gerando gastos desnecessários.

Época adequada para aplicação

Todo produto agroquímico é desenvolvido submetido a condições específicas para atender

a determinadas demandas, entender o modo e o mecanismo de ação destes produtos é um fator

determinante para seu posicionamento durante o desenvolvimento da cultura, e assim determinar

sua “época de aplicação”.

Outro fator importante para determinar a época de aplicação é o nível de infestação das

pragas, patógenos ou plantas daninhas, e em caso de produtos para controle de alguma doença,

entender em qual estágio de infecção a doença se encontra.

Quando a aplicação é feita visando controlar plantas daninhas, é indispensável conhecer o

comportamento da invasora, entender o P.A.I. (Período Anterior a Interferência) P.C.P.I. (Período

Crítico de Prevenção a Interferência) e o P.T.P.I. (Período Total de Prevenção a Interferência), é

necessário saber os hábitos da planta, seu fototropismo, condições ideais para germinação,
41
hábitos de crescimento, etc. Da mesma forma o conhecimento pode ser aplicado para o controle de

insetos pragas, o produto e sua respectiva aplicação devem ser posicionados de modo a

desempenhar a máxima eficiência possível, respeitando a dinâmica populacional de insetos inimigos

naturais e insetos polinizadores.

Ademais, para uma aplicação bem sucedida, é necessário observar as condições climáticas

e utilizar as ferramentas disponíveis para o monitoramento.

Segurança na aplicação

Por último, mas não menos importante, é necessário que toda e qualquer aplicação seja

conduzida com responsabilidade, evitando a contaminação do colaborador, do meio ambiente e

que a operação seja realizada apenas em caso de extrema necessidade, buscando sempre

correlacionar o método de controle químico com outros métodos preconizados pelo M.I.P. (Manejo

Integrado de pragas), M.I.P.D. (Manejo Integrado de Plantas Daninhas) e M.I.D. (Manejo Integrado

de Doenças), buscando sempre a preservação do Agroecossistema.

42
INTERAÇÃO
APLICAÇÃO X AMBIENTE

43
PERDAS NA OPERAÇÃO E INTERAÇÃO DO DEFENSIVO AGRÍCOLA COM O MEIO

AMBIENTE

Dentre os fatores importantes para garantir um bom desempenho da aplicação de

um produto em uma lavoura, os ambientais são de extrema importância, pois se todos os

cuidados com tamanho de gotas, escolha da ponta de pulverização, dentre outros fatores que

serão tratados mais adiante no capítulo 7, sejam realizados da forma correta e duranteo

momento da aplicação as condições ambientais não estiverem adequadas, além do prejuízo

econômico pela perca dos produtos e consequente redução na eficiência do produto, acarreta

em enormes prejuízos ambientais devido a fatores como a dinâmica de movimentação, como

por exemplo, a movimentação em direção à atmosfera (Deriva evolatilização) levando este

produto para outros locais, podendo acarretar morte de plantas em lavouras vizinhas,

florestas ou pessoas, e a movimentação em direção à água superficial e subterrânea

(Lixiviação e escorrimento superficial) com a contaminação do lençol freático e dos rios,

gerando problemas socioambientais graves.

Imagem 13: Representação esquemática dos processos que determinam


o comportamento dos defensivos agrícolas no solo e no ambiente.

Fonte: Próprio autor, 2020.

44
DERIVA

A deriva é um fenômeno do desvio da calda aplicada de defensivos agrícola, no qual

ocorre o deslocamento das gotas por meio da ação do vento (tabela 3), distanciando a

aplicação do alvo, além de ter prejuízos agronômicos, perda eficiência da eficiência e a

necessidade de reaplicação do produto, este pode contaminar outras áreas cultivadas e cursos

d’água, assim como os operadores.

Tabela 3: Classificação do tamanho da gota em função do risco de deriva


TAMANHO GOTA (µm) CLASSIFICAÇÃO DAS GOTAS RECOMENDAÇÃO DE USO COBERTURA RISCO DE DERIVA
< 25 AEROSOL FINO ÁREAS FECHADAS ÓTIMO ELEVADO
26 - 50 AEROSOL GROSSO ÁREAS FECHADAS ÓTIMO ELEVADO
51 - 100 NEBLINA ÁREAS FECHADAS ÓTIMO ELEVADO
101 - 200 FINA INSETICIDA//FUNGICIDA BOA ELEVADO
201 - 300 MÉDIA MAIORIA DAS APLICAÇÕES MÉDIA MÉDIO
> 300 GROSSA HERBICIDA RUIM BAIXO
> 400 MUITO GROSSA HERBICIDA RUIM BAIXO
Fonte: Boletim 112/1 FAO – ONU, Adaptado pelo autor, 2020.

Este fenômeno pode ocorrer de duas formas, como exoderiva e endoderiva (imagem

14).

Imagem 14: Tipos de derivas

Fonte: Adaptado pelo autor, 2020.

A exoderiva é o desvio das gotas da área cultivada para uma área externa, causado

pela ação do vento e da evaporação da água usada na preparação da calda, esse fenômeno

45
ocorre principalmente nas gotas de tamanhos menores. A endoderiva é o desvio das gosta

dentro da área cultivada, esse fenômeno ocorre principalmente com gotas maiores e altos

volumes aplicados, podendo causar escorrimento superficial e em casos mais drásticos

lixiviação. E a evaporação é uma deriva ocasionada pelas condições adversas de clima, como

por exemplo, excesso de vento.

Um processo importante que ocorre relacionado à deriva é a inversão térmica que

ocorre em momentos de calmaria quando a velocidade do vento é de 0 km/h, ocorre uma

formação de uma camada de ar quente próximo as plantas e uma camada com ar mais frio

logo acima, como o ar frio é mais denso ele retira o ar quente e preenche aquele espaço,

esse processo faz com que as gotas pulverizadas na área, especialmente as mais leves se

mantenham em suspensão por mais tempo e sujeitas a outras variações climáticas, portanto

a aplicação em condições como esta pode ser tão prejudicial como aquelas com ventos

maiores que 10 km/h.

Importância do controle da deriva

Como mencionado anteriormente à deriva traz diversos prejuízos e gera a ineficiência

na aplicação e muitas vezes se faz necessárias reaplicações de defensivos, além do desperdício

de produto, mão de obra, combustível e desgastes do trator, podendo poluir o meio ambiente,

nascentes de rios, pode causar danos às lavouras vizinhas, ao operador e outros.

O cuidado na hora de fazer a pulverização e ocorrência de possível deriva deve ser

ainda maior em áreas próximas a cursos d’agua ou área de preservação permanente (APP),

mantendo distância conforme a Lei Federal 4.771/65, alterada pela Lei 7.803/89 e a Medida

Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001.

46
Realizar as aplicações no período recomendado, início da manhã ou à noite em queas

condições ambientais são favoráveis, com temperatura em torno de 30°C, umidade relativa

do ar maior que 55% e com vento entre 3 a 10 km/h, como o indicado na tabela 3 Utilizar

adjuvantes que melhore o peso, a área de contato e espessantes da gota. Observar as

indicações do manual do pulverizador e bicos, como por exemplo, bico duplo leque ou cone,

são indicados para gotas finas ou muito finas, com volume menor de aplicação, já o bico leque

com pressão mais baixa é indicado para gotas maiores, médias ou grandes, com maior volume

de aplicação (ANTUNIASSI, 2004).

O manejo dos fatores relacionados abaixo garante a qualidade na aplicação de

defensivos agrícola:

A altura da barra de pulverização deve ser posicionada o mais próximo do alvo, para

minimizar as perdas por deriva e volatilização. No caso de aplicações aéreas deve ser

considerada uma distância mínima do alvo, pois voos muito próximos causam a distorção da

deposição da gota. A velocidade do trator também deve ser considerada para evitar deriva e

outros problemas.

Tabela 4: Recomendação de pulverização em função da velocidade do vento


VELOCIDADE DO AR
APROXIMADAMENTE NA ALTURA DO DESCRIÇÃO SINAIS VISÍVEIS PULVERIZAÇÃO
BICO
Fumaça sobe Não
≤ 2 km/h Calmo
verticalmente recomendável
Não
2,0 - 3,2 km/h Quase calmo Fumaça inclinada
recomendável
Folhas oscilando Ideal para
3,2 - 6,5 km/h Brisa leve
moderadamente pulverização

Folhas e ramos em Evitar pulverizar


6,5 - 9,6 km/h Vento leve
movimento constante herbicidas

Movimento de galhos,
Vento Impróprio para
9,6 - 14,5 km/h poeira e pedaços de papel
moderado pulverização
são levantados
Fonte: Associação nacional de defesa vegetal, Adaptado pelo autor, 2020.

47
No momento da aplicação alguns cuidados podem ser tomados em relação ao modo

com que esteja sendo feita a distribuição do produto na área, quando esta seja feita de forma

tratorizada deve se levar em conta a velocidade de deslocamento do equipamento utilizado,

é recomendada estar entre 1,6 a 6,4 Km h-1 mantendo ao máximo a velocidade constante, pois

o aumento da velocidade em 1 km h-1 gera uma redução de 20% da vazão. A altura da barra

deve ser posicionada o mais próximo do alvo, para minimizar as perdas por deriva e

volatilização.

Em casos de pulverização realizada por aeronaves a velocidade recomendada é em

torno de 160 km h-1 e manter uma distância mínima do alvo podendo no máximo estar a 3 m

de altura, pois voos muito próximos causam a distorção da deposição da gota.

Evaporação

O processo de evaporação pode estar presente na aplicação agrícola, o qual consiste

na mudança do estado líquido para o gasoso, todavia devido a diferença na composição da

molécula a toxidade permanece em suspensão, tal fenômeno ocorre quando a aplicação é

realizada em condições de temperatura altas e umidade relativa baixa. Os fatores que

favorece a evaporação são a solubilidade, tensão superficial e o diâmetro das gotas utilizadas,

em que quanto menor as gotas, maior é a área de contato gerando maior velocidade no

processo evaporativo, os quais influenciam no espectro da gota da pulverização, além do

coeficiente de partição n-octanol água que consiste na lipoficidade do composto e a sua

capacidade de dissolver em água e álcool e a capacidade de degradação damolécula (DA SILVA,

FERREIRA, 2002).

48
É importante conhecer as características da molécula que está sendo trabalhada, pois

algumas apresentam maior propensão à volatilização, requerendo assim maior cuidado com

a tempera para não ocorra perda do produto.

Lixiviação (Água subterrânea)

É o transporte vertical através do perfil do solo, translocando o produto para camadas

mais profundas do solo, podendo atingir o lençol freático e contaminar nascentes, rios, lagos,

entre outros. Ocorre em maior frequência na aplicação de herbicidas e no manejo de

hortaliças, com excessivo preparo de solo. Este é influenciado pela solubilidade do produto

pulverizado, características do solo e saturação do solo, por exemplo, se ocorrer uma chuva

de alta intensidade em pequeno intervalo de tempo e estiver sido realizada uma

pulverização, ou realizar logo em seguida (OLIVEIRA E BRIGHENTI, 2011). No processo de

lixiviação pode ocorrer um processo físico-químico nomeado de sorção no qual as moléculas

são retidas a uma superfície solida fixa aos coloides do solo (EMBRAPA, 2018).

Escorrimento superficial (Água superficial)

Outro comportamento dos defensivos agrícolas no solo é o escorrimento superficial,

transporte da enxurrada em movimento horizontal no solo, ocasionado pelo posicionamento

da pulverização em momento inadequado, este é intensificado quando o solo esta saturação

e quando este se encontra descoberto e em áreas onde não foi realizada a sistematização,

além disso, que com o início do período chuvoso ocorre um processo denominado de erosão

laminar levando o produto junto com o solo para rios ou mesmo a ocorrência de erosões

mais profundas e contaminar o lençol freático (OLIVEIRA E BRIGHENTI, 2011).

49
Fatores relacionados aos equipamentos

Para evitar problemas relacionados ao pulverizador é ideal fazer manutenções

preventivas, antes de ocorrer danos e prejuízos mais relevantes, como vazamentos,

rachaduras, desgaste de peças, ressecamento e entupimento de bicos.

O primeiro passo da manutenção preventiva é a limpeza geral do equipamento com

água, diariamente após seu uso, deve-se ressaltar a necessidade de tomar os devidos cuidados

para evitar a contaminação de canais, lagos e lençol freático. Nunca deixar restosde calda

no tanque do pulverizador, pois pode causar desgastes no tanque e em componentes do

sistema, além do risco de ocorrer segregação e causar o entupimento de bicos. A verificação

das peças e componentes é indispensável, e sempre que constatadodeve ser substituído as

que estão com desgaste. O controle e reparo de buracos e rachaduras que ocasionam

possíveis vazamentos, é necessário, pois componentes como mangueiras, conexões e bombas

com estes defeitos não proporcionam uma aplicação uniforme, ademais se deve seguir as

orientações do manual do fabricante.

Qualidade da água

A água é utilizada como meio de transporte para aplicação de defensivos agrícolas,

todavia os produtos utilizados e os pulverizadores demandam uma qualidade água para evitar

a ineficiência da aplicação, devido ao desgaste, entupimento dos bicos e inatividade dos

produtos ativos por causa de reações com partículas indesejadas na água como argila e

matéria orgânica.

Nesse sentido, a qualidade química da água é um fator a ser analisada, como a dureza.

A dureza é definida como a concentração de cátions presentes na água, formados por

carbonatos, bicarbonatos, cloretos e sulfatos. Assim, os valores para a dureza da água

50
adequada para aplicação de produtos fitossanitários em suma maioria devem apresentar uma

classe do tipo muito branda a branda (Tabela 4), atendendo as exigências dos produtos

utilizados como também por reduzir custos de manutenção dos equipamentos e

consequentemente aumentando o seu tempo de vida.

Tabela 4: Classes de dureza da água


Classe Ppm de CaCO3 Graus de Dureza
Muito Branda < 71,2 <4
Branda 71,2 - 142,4 4–8
Semi Dura 142,4 - 320,4 8 – 18
Dura 320,4 - 534,0 18 - 30
Muito Dura > 534,0 > 30

Outro fator químico da água a ser analisado que também pode interferir na qualidade

da calda, refere-se ao seu potencial hidrogeniônico (pH). Esse por sua vez, deve ser mais

preciso, pois alguns produtos fitossanitários exigem um pH ideal para garantir a estabilidade

aumentando a sua eficiência. Deste modo, a maioria dos produtos exigem um pH mais

acidificado para diminuir a sua reatividade, através de ácidos fracos como vinagre e ácido

fosfórico mantendo o pH entre 6,0 e 6,5 (imagem 15).

Apenas verificar o pH da água no entanto não é suficiente para precaver alterações

na calda, sendo necessário a verificação da calda durante o seu preparo, pois o pH é

constantemente alterado por diversos fatores como temperatura e a concentração de sais

presentes na água.

Imagem 15: faixa de pH

Fonte: Adaptado pelo autor 2020.

51
APLICAÇÃO HIDRÁULICA –
COMPONENTES PRINCIPAIS

52
COMPONENTES BÁSICOS DOS PULVERIZADORES HIDRÁULICOS

Dentre os pulverizadores disponíveis no mercado, os tratorizados são os que

apresentam sistema hidráulico mais complexo, todavia seu principio de funcionamento é

justamente o mesmo observado em aviões utilizados na aplicação agrícola, e o mesmo

utilizado em pulverizadores costais, apresentando partes em comum, tal qual um reservatório

para armazenamento de calda (tanque), uma fonte de energia, a qual é responsável para

acionar o líquido, e um componente responsável pela formação das gotas, entretanto alguns

outros elementos e acessório são demandados para que o sistema seja funcional e eficiente

(imagem 16).

Imagem 16: Sistema utilizado em um pulverizador tratorizado, onde: 1 – tanque; 2 – agitador; 3 – registro;
4 – filtro; 5 – bomba; 6 – tubulação de retorno; 7 – regulador de pressão; 8 – manômetro; 9 – válvulas de
barra; 10 – barras; 11 – bicos.

Fonte: Adaptado pelo próprio autor, 2020.

Dito isto, entender os componentes que integram o sistema se faz indispensável, pois

cada qual tem sua importância, e entendendo seu funcionamento torna-se mais fácil a

identificação de possíveis problemas durante uma operação.

53
Tanque ou depósito
Este componente tem como objetivo armazenar a calda que será pulverizada durante

a aplicação, sendo bastante importante manter sua boa condição estrutural, para evitar

desperdício de defensivo, contaminação do meio ambiente e do colaborador (imagem 17).

Imagem 17: Trator equipado com tanques de pulverização dianteiro e traseiro

Fonte: adaptado pelo autor, 2020.

Algumas medidas devem ser tomadas para garantir a segurança da equipe, prolongar

ao máximo a vida útil do equipamento e manter sua eficácia na lavoura, as quais serão

abordadas a seguir.

Todo equipamento deve passar por uma manutenção preventiva antes do início da

safra, visto que os pulverizadores tendem a ficar um período em repouso, e por existirem uma

série de componentes de borracha, plástico ou metais, estes podem sofrer desgastes,

comprometendo assim o bom funcionamento. Todo equipamento vem com um manual de

utilização, o qual especifica itens a serem observados, são itens simples e rápidos de serem

avaliados.

54
Outra prática necessária para o prolongamento da vida útil de tanques é a realização

de limpeza regular. Sempre que uma aplicação for finalizada é necessário esvaziar o tanque,

para evitar a corrosão, além da possível obstrução de bicos por restos de produtos no

reservatório e componentes do sistema. Atualmente no mercado existem certos produtos

específicos para esta limpeza, chamados de “limpa tanque”.

Conforme dito anteriormente, é passível que ocorra mistura de diferentes defensivos

em um mesmo tanque para uma determinada aplicação, sendo assim indispensável uma boa

mistura da calda, pois em caso de falta de homogeneidade, durante uma aplicação pode

ocorrer uma subdosagem ou superdosagem do defensivo em determinada faixa de aplicação,

causando danos à cultura, concomitantemente prejuízos ao produtor.

Outro ponto que merece atenção nos tanques está relacionado com o aparecimento

de vazamentos, sendo então necessária uma avaliação geral da estrutura, a fim de perceber

possíveis trincas, que devem ser corrigidas no inicio, antes do comprometimento do

componente.

Agitadores

Este sistema apresenta um papel de grande importância em um pulverizador, pois é

responsável por manter a homogeneidade da calda, evitando a segregação de determinadas

formulações utilizadas (ex: pós molháveis), os agitadores podem ser classificados de dois tipos

básicos, a depender de sua forma de atuação.

Os agitadores mecânicos consistem em uma hélice acionada por um eixo ligado a

bomba, ou por meio de outro acionamento presente dentro do tanque. Já os agitadores

hidráulicos (imagem 18) utilizam-se do retorno da bomba para agitar a calda, aproveitando-

se do efeito Venturi (quando a água presente no sistema hidráulico encontra uma zona de

55
estreitamento, ocorre uma compressão momentânea, o que reduz a pressão, e aumenta sua

velocidade) tem a possibilidade de agitar a calda sem a necessidade de bombas maiores, visto

que com o princípio de Venturi observa-se um deslocamento de calda de 3 a 5 vezes maior

que o proporcionado pelo retorno normal da bomba.

Imagem 18: exemplos de agitadores hidráulicos

Fonte: Google imagens, 2020.

Filtro
Trata-se de um componente fundamental em um pulverizador, podendo cada modelo

apresentar de 4 a 6 tipos de filtros, sendo indispensável sua presença: na boca do tanque

(imagem 19), o qual tem por objetivo garantir a entrada de líquido o mais limpo possível no

reservatório.

Imagem 19: Filtro da abertura do tanque

Fonte: Itália máquinas, 2020.

Antes da bomba (imagem 20) a fim de garantir o melhor de desempenho e segurança

no operacional da bomba.

56
Imagem 20: filtro de aspiração e sua localização na bomba

Fonte: Itália máquinas, 2020.

Na linha de pulverização (imagem 21) reduzindo e facilitando a limpeza dos

componentes na saída do líquido para os bicos.

Imagem 21: Filtros da linha de pulverização

Fonte: Google imagens, 2020.

Nos bicos (imagem 22), os quais têm por finalidade impedir o entupimento das

pontas.

Imagem 22: Filtro do bico

Fonte: Google imagens, 2020.

57
Os filtros desempenham quatro funções essenciais no equipamento:

 Garantir uniformidade na aplicação, impedindo o entupimento de pontas o que

acarreta problemas como a distribuição da calda em determinada faixa de

aplicação.

 Aumentar a capacidade operacional dos pulverizadores, uma vez que, a cada

entupimento de um componente do sistema a operação deve ser paralisada

para correção, acarretando assim maior área tratada por dia.

 Garantir maior segurança ao colaborador, pois o risco de contaminação é

aumentado em situações que demanda o desentupimento de bicos, além do

risco de contaminar a cabine do trator, ambiente este que deve estar livre de

produtos agroquímicos.

 Aumentar a vida útil das pontas, pois a presença de sólidos como areia e argila

podem danificá-las devido à abrasão, e o desentupimento com ferramentas

não recomendadas pode alterar o diâmetro do orifício de saída da calda,

proporcionando perca na uniformidade da aplicação.

Para a correta escolha do tipo de filtro a ser utilizado é necessário observar qual a

formulação do produto que será utilizada, pois produtos que apresentam maior granulometria

(distribuição das dimensões dos sólidos que compõe a formulação) como os produtos pó

molháveis e suspensões demandam filtros com malha maior (50, 30 mesh), já produtos que

formam soluções aquosas, emulsões e pós-solúveis, devem utilizar malhas nos filtros 80 ou

100 mesh.

Outro fator que influencia no tipo de filtro que deve ser utilizado é o modelo e tamanho

da ponta selecionada, pois para cada tipo de ponta, recomenda-se um filtro específico. Na

prática pontas de menor vazão, exigem filtros mais finos (malha 80,100) e

58
pontas de maior vazão podem-se utilizar filtros mais grossos (malha 50). Geralmente o

fabricante disponibiliza em seu catálogo ao lado da ponta o tipo de filtro recomendado.

A limpeza de todos os filtros que integram o pulverizador deve ser feita diariamente, e

em caso de necessidade de realizar limpeza de filtro com calda no tanque, é necessário fechar

o registro posicionado antes deste.

BOMBA

A função deste componente é colocar a energia necessária no sistema para pressionar

a calda e possibilitar a pulverização (energia potencial). Alguns tipos de bombas estão

disponíveis no mercado, entretanto atualmente as mais utilizadas são bombas centrífugas, de

pistão e pistão diafragma.

Bombas centrífugas (imagem 23) demandam ser instaladas em posição mais baixa que

a do tanque, pois não tem capacidade de sucção apresentando perca no desempenhono

volume deslocado na medida em que a pressão é aumentada, sendo assim têm-se um

problema em situações em que é necessário o aumento do volume de calda, pois isso aumenta

a pressão no sistema.

Imagem 23: Bomba centrífuga.

Fonte: Google imagens, 2020.

59
Bombas de pistão (imagem 24) e pistão diafragma são bombas que trabalham com

bombeamento positivo, desempenhando a função de sucção da calda do tanque,

apresentando assim uma curva de desempenho basicamente constante, dependem da

rotação e capacidade do conjunto de pistões e diafragmas a depender do modelo, logo

independem da pressão de trabalho.

Imagem 24: Bomba a pistão.

Fonte: Google imagens, 2020.

Bombas de pistão realizam seu deslocamento de acordo com a rotação fornecida pela

TDP (tomada de potência), porém estas bombas são projetadas trabalhar entre 450 a 540

RPM, onde a capacidade nominal da bomba é desempenhada a 540 RPM, e caso a rotação

seja reduzida a vazão sofre uma influência diretamente proporcional.

CAMÂRA DE COMPRESSÃO

A câmara de compressão (imagem 25) tem como função manter a pressão o mais

constante possível, em especial para bomba de dois pistões que pelo movimento de admissão

e compressão gera uma oscilação na pressão de serviço, isso geraria uma oscilação da vazão e

do diâmetro das gotas (O diâmetro de gotas será tratada no capítulo 7) aplicadas na área,

resultando em grande variação o que não é interessante, para que tais problemas

60
não ocorram é instalado logo após a bomba corrigindo esta oscilação, em bombas de ação

contínua ou com maior número de pistões ela não é utilizada.

Imagem 25: Câmara de compressão.

Fonte: Google imagens, 2020.

REGULADOR DE PRESSÃO

Este componente desempenha papel fundamental no funcionamento de todo sistema,

pois atua no sentido de direcionar a calda que é bombeada pela bomba para seu destino

correto, tal peça (imagem 26) é composta por uma entrada, que é abastecida pelo fluxo

oriundo da bomba e duas saídas, uma que se comunica com os bicos, fornecendo a calda na

pressão adequada para manter a vazão desejada e outra saída que retorna todo o excedente

para o tanque. Por exemplo, se uma bomba tem capacidade de bombear 50 litrospor minuto

e a barra contenha 10 bicos com pontas com vazão de 2 litros por minuto, serão gastos 20

litros com a vazão necessária em um minuto e o restante deverá retornar par o tanque. Este

mecanismo é operado por meio de um parafuso que comprime a mola e que comanda a

passagem para o retorno, ao passo que quanto mais se comprime a mola, maior

61
dificuldade o líquido encontra para retornar ao tanque, aumentando assim a pressão no

trecho que estão localizados os bicos com suas respectivas pontas.

Imagem 26: Conjunto com registros manuais (1), manômetro (2) e


regulador de pressão (3).

Fonte: Portal MF rural, 2020.

REGISTRO

Os registros são importantes para regulação da pressão exercidas nas pontas do

pulverizador, realizando a obstrução ou desobstrução da passagem do líquido que tem como

destino os bicos promovendo alteração na vazão, a quantidade de registros varia conforme o

número de seções que a barra do pulverizador possui.

Nos modelos mais novos de pulverizadores existem válvulas responsáveis pela

regulação do retorno da seção individualmente, podendo ser reguladas para não modificar a

pressão das seções que se mantêm abertas. As válvulas utilizadas podem ser as mecânicas

ou elétricas, dando maior importância atualmente às elétricas que permitem um manejo mais

seguro devido o distanciamento do operador com o registro, toda a regulagem é realizada por

um computador presente na cabine do trator.

62
MANÔMETRO

O manômetro traz a indicação da pressão que está sendo exercida pelo sistema, os

valores são dados lb/pol.2 e kg/cm2. Este mecanismo é de extrema importância para o controle e

regulagem da pressão de serviço do equipamento.

Imagem 27: Pulverizador tratorizado com conjuto regulador de pressão,


válvulas e manômetro.

Fonte: Itália máquinas, 2020.

BARRA

As barras são onde estão dispostos os bicos de pulverização, seu comprimento varia

de acordo com o modelo, em geral barras muito longas geram problemas durante aplicação

devido a oscilação na pressão de serviço exercida nos últimos bicos, ocasionando

heterogeneidade na aplicação. As barras de pulverização mais modernas possuem um sistema

de suspensão próprio que absorve a energia gerada pelas oscilações provocadaspelo trator,

o que evita problemas com a deposição desigual do produto na área, tornando-a mais

homogênea possível. Barras de pulverização equipadas com esta ferramenta são

denominadas barras auto-estáveis.

63
Imagem 28: Modelos de pulverizadores montados

Fonte: Google imagens, 2020.

Este componente demanda um cuidado extra por parte do operador, pois pode ser

danificado facilmente ao encostar-se a árvores ou terraços presentes no terreno.

64
TAMANHOS DE
GOTAS E TIPOS DE
PONTAS

65
Tamanho de gotas

A aplicação de diversos produtos fitossanitários, fertilizantes foliares e hormônios

vegetais sintéticos pode ocorrer por meio da pulverização, que consiste basicamente em um

jato de água a uma pressão já determinada que entra em contato com um objeto e se

fragmenta em várias partes que são denominadas gotas, estas podem ser de diferentes

diâmetros, cada uma com suas particularidades para o processo de pulverização, são

classificados da seguinte forma:

 Neblina: Gotas com diâmetro entre 50 a 100 (µm), devido ao fato de serem muito leves

permanecem em suspensão por mais tempo estando sujeitas a evaporação e ao arrasto

gerado pelo vento, também denominado de deriva, em geral são poucas as que atingem as

folhas.

Fonte: Adaptado pelo autor, 2020.

 Gotas finas: Gotas que possuem diâmetro entre 101 a 200 (µm), são gotas pequenas que tem

como vantagem possibilitar uma melhor cobertura do alvo e apresentar maior facilidade de

penetrar na cultura, devido a um maior número de gotas por área, são necessárias em

aplicações que demande melhor cobertura de área. Apresenta a desvantagem de ser

susceptível à deriva e evaporação, resultando em perda de produto, além de gerar sério risco

ambiental.

66
Fonte: Adaptado pelo autor, 2020.

 Gotas médias: Gotas que possuem diâmetro entre 201 a 300 (µm), sendo uma opção

intermediária entre as gotas finas e as grossas. Caso não haja indicação do tamanho de gota

para algum produto é indicado à utilização de gotas médias.

Fonte: Adaptado pelo autor, 2020.

 Gotas grossas: Gotas que possuem diâmetro acima de 300 (µm), são gotas maiores que

permitem que não ocorra a deriva, é utilizado principalmente quando o alvo da aplicação é o

solo. Devido seu diâmetro maior a aplicação não garante boa distribuição e possui baixa

penetração na cultura.

67
Fonte: Adaptado pelo autor, 2020.

Para determinar o diâmetro de gotas e classificá-las dessa forma utiliza-se o DMV

(Diâmetro Mediano Volumétrico) que consiste no diâmetro de gota que divide em duas partes

as gotas, levando em consideração que a soma dos volumes de gotas com maiores diâmetros

e das gotas com diâmetros menores deve ser iguais, outra variável importante é o DMN

(Diâmetro Mediano Numérico) é o diâmetro que divide em dois com metade das gotas com

diâmetros maiores e a outra com gotas de diâmetros menores, apenas considerando o

número de gotas, a relação entre (equação A) deve se aproximar ao máximo de 1 para que

uma aplicação possa ser considerada como de excelência.

Como pode ser observada no modo que é realizada a classificação, uma ponta não

produz apenas um diâmetro de gotas, mas sim vários que podem estar sujeitos aos problemas

citados anteriormente (tabela 5).

Equação A: relação DMV por DMN

𝐷𝑀𝑉
𝐷𝑀𝑁

68
Tabela 5: Distância percorrida por gotas de diferentes diâmetros liberadas a 3 m de altura submetidas a
determinado vento com velocidade de 1,34 m s-1.
DIÂMETRO DA GOTA (µM) DISTÂNCIA DA DERIVA (M)
500 2,1
200 4,9
100 15,25
30 152,5
15 610
Fonte: Quantick (1985) – Adaptado pelo autor.

Antes de se realizar o processo de pulverização na lavoura é essencial que o produtor

tenha em mente o produto que vai aplicar na lavoura, pois a escolha do produto vai impactar

diretamente no tamanho da gota que deve ser aplicada na área como pode ser visto nas

tabelas 6 e 7, que estão relacionadas à utilização de defensivos agrícolas, e qual o alvo que

estas gotas devem atingir.

Tabela 6: Classe de defensivos e número de gotas por cm2recomendado.


DEFENSIVO GOTAS cm-2
Inseticida 20 a 30
Herbicida pré-emergente 20 a 30
Herbicida pós-emergente 30 a 40
Fungicida sistêmico 30 a 50
Fungicida de contato >70
Fonte: Matthews (2000) – Adaptado pelo autor.

Tabela 7: Diâmetro de gotas e quantidade de gotas observadas por cm2 proveniente de aplicação de 1L de
calda para 1 ha.
DIÂMETRO DE GOTA (µM) GOTAS cm-2
50 153
100 19
200 2,4
400 0,3
Fonte: Matthews (2000) – Adaptado pelo autor.

69
O volume de calda utilizado durante a pulverização tem impacto direto neste diâmetro

(Tabela 8), isto é ocasionado devido à utilização de volumes maiores que formam em geral

gotas com diâmetros maiores e volumes mais baixos formam gotas de menor diâmetro, esses

fatores devem ser levados em conta para a aplicação que se deseja realizar na área, sendo

importante que se tenha atenção ao volume de calda correto para cada aplicação.

Tabela 8: Demanda de calda por cultura influencia no diâmetro das gotas


CLASSE CULTURAS (L ha-1)
Alto volume > 600
Médio volume 200 a 600
Baixo volume 50 a 200
Muito baixo volume 5 a 50
Ultra baixo volume <5
Fonte: Matthews (2000) – Adaptado pelo autor.

A escolha das pontas de pulverização, que será tratado mais adiante, e o tamanho de

gotas formadas estão diretamente relacionados com a pressão de serviço que o equipamento

deve possuir no momento da aplicação, visto que a pressão tem forte impacto sobre o

tamanho de gotas (imagem 29) existe uma relação inversamente proporcional que ocorre, em

que quanto maior a pressão aplicada, menores serão as gotas formadas e para pressões

reduzidas, maior o diâmetro das gotas (tabela 9).

Imagem 29: Aumento do ângulo com o aumento da pressão.

Fonte: Jacto (2001).

70
Tabela 9: Influência da pressão no tamanho de gotas e vazão
Pressão Diâmetro de gotas Vazão Ângulo do jato
Maior Menor Maior Maior
Menor Maior Menor Menor
Fonte: Pereira (2015) – Adaptado pelo autor.

Os problemas gerados devido à negligência com estes fatores podem ser bem

expressivos, um exemplo é se pensarmos em uma aplicação de fertilizantes foliares para uma

determinada cultura com o objetivo de corrigir uma deficiência, que necessitaria de gotas

menores para garantir melhor cobertura, ao se aplicar gotas maiores por algum erro cometido

nos pontos anteriores estes nutrientes não serão espalhados da forma correta e sua

assimilação pela cultura de forma rápida, almejada pela aplicação foliar, não vai ocorrer

resultando em queda na produtividade.

Como já foi mencionado anteriormente no capítulo 5 é importante também estar

atento aos fatores climáticos e ambientais para garantir melhores resultados.

TIPOS DE PONTA

O máximo desempenho em uma aplicação de produtos em uma lavoura somente é

alcançado, ao realizar a calibragem de modo preciso a cada aplicação, pois a falta de padrão

dos tipos de pontas na barra, ajustes de fixação e desgaste das pontas, são alguns dos

inúmeros fatores, que proporcionam adversidades na aplicação por promoverem um maior

número de aplicações, ineficiência da ação do produto na plantação e prejuízos ambientais,

aumentando os custos por aplicação. Nesse sentido, alguns passos devem ser seguidos para

ajustar o equipamento, como determinar a quantidade de bicos ou selecionar o melhor tipo

de ponta.

Assim o bico de pulverização nada mais é que um componente dos pulverizadores

podendo apresentar de um no caso do pulverizador costal a quarenta em pulverizadores

71
autopropelidos, sendo constituído, pelo corpo, peneira, ponta e capa (Imagem 30) e todo

aparato de fixação na barra, e dessa forma espalhar o líquido sobre o alvo, através da pressão

que o líquido sofre na ponta reduzindo-o a partículas de diferentes diâmetros.

Imagem 30: Componentes do bico de pulverização

Fonte: Adaptado pelo autor 2020

No entanto, dependendo da aplicação, deve-se adequar a ponta do bico de

pulverização de acordo com o alvo e produto fitossanitário, possibilitando determinar a

melhor vazão, distribuição e tamanho de gotas em função do modelo da ponta,características

do líquido e pressão. Essas informações são de extrema importância para a escolha da ponta

e assim todas as pontas apresentam uma nomenclatura pela norma da ISO 10.625

obedecendo ao padrão internacional, podendo cada tipo de ponta ser adaptado a qualquer

pulverizador e facilitar a sua identificação (imagem 31). A ISO por meio da norma 10.626

também padronizou a vazão em função da cor, representada pela Tabela 10.

72
Imagem 31: Nomenclatura da ponta

Fonte: TEEJET 2020

Tabela 10: Códigos de cores e seu padrão comparativo entre os padrões usados
Sistema Internacional
Cor da ponta
Vazão a 3 bar (L/min)
Laranja 0,39
Verde 0,59
Amarelo 0,79
Azul 1,18
Vermelho 1,58
Marrom 1,97
Cinza 2,37
Branco 3,16
Fonte: Adaptado pelo autor, 2020

Outro aspecto importante relacionado aos tipos de ponta é o material de fabricação

que é diretamente proporcional a sua durabilidade e qualidade, podendo ser do tipo latão,

aço inoxidável, polímero de PVDF (fluoreto de polivinilideno), poliacetal e cerâmica. Isso é

necessário para prever o tempo de uso necessário para realizar a substituição deste

componente, pois o tempo influencia no desgaste de acordo com o material (Gráfico 1), usos,

cuidados operacionais e qualidade da água. Consequentemente, o custo da ponta é

proporcional ao seu desempenho, agregando qualidade na aplicação e como resultado pode

extrair o melhor do agroquímico, com maior proteção ao homem e ao meio ambiente.

73
Gráfico 1: Teste comparativo de desgaste (eixo x corresponde ao tempo em horas; eixo
y corresponde a % do crescimento da vazão

Fonte: Adaptado de SGC UK LTD. Saint-Gobain AC France, 2005.

Desta forma, para determinar a substituição da ponta deve-se observa a vazão

disponibilizada no equipamento e compará-la com a vazão recomenda pelo fabricante,

permitindo uma variação de até 10% da vazão recomendada.

A pressão, as características físicas do líquido (tensão superficial, densidade,

viscosidade), o modelo da ponta e as condições do ambiente, determinam os tamanhos das

gotas e a sua forma de distribuição, influenciando no desenvolvimento da lâmina líquida. A

forma de distribuição é relacionada ao tipo de jato produzido podendo ser divididos em:

 Pontas de jato leque

Nas pontas do tipo leque, o jato do líquido produzido em um plano inclinado apresenta

formato de leque. Estas pontas operam com pressões de 2 a 4 bar com aberturas de ângulos

de 60º a 150º. Pode ser indicada para aplicação de inseticidas, herbicidas e fungicidas ao solo

ou culturas de campo. O padrão de deposição desses bicos não é muito regular concentrando

a maioria das gostas no centro do plano e, devido a isso, a suautilização em barras é provida

com a sobreposição dos planos de cada ponta, proporcionando uma uniforme faixa de

distribuição (Imagem 32).

74
Imagem 32: e Ponta do jato tipo de leque e perfil de deposição

Fonte: Adaptado pelo autor, 2020.

 Ponta de impacto

Essas pontas operam com baixa pressão entre 0,7 a 1,69 bar, em angulações de 80º a

160º, possibilitando a pulverização de gotas acima de 300 µm de diâmetro, minimizando

bastante os efeitos de deriva. Contudo, estes bicos são recomendados para a aplicação de

herbicidas sistêmicos a baixo volume como em pulverizadores costais de acionamento

manual, pois a sua utilização em barras apresenta problemas de sobreposição, tornando a

deposição bastante irregular (Imagem 33).

Imagem 33: e Ponta do jato tipo impacto (a) e perfil de deposição (b)

a) b)

Fonte: Adaptado pelo autor, 2020.

As pontas de jato plano “leque” podem ainda ser subdivididas em perfil elíptico, ideal

para utilização em barras, uniforme para utilização em faixa, Ieque duplo, e aqueles

75
destinados a produzirem gotas maiores para evitar efeitos tendenciosos de deriva, como o

de baixa pressão, de redutora de deriva e de injeção de ar por um sistema Venturi.

 Pontas de jato cônico vazio

O cone vazio é caracterizado por conceder deposição de gotas apenas na periferia do

cone, permanecendo o interior desprovido de gotas. Este tipo de distribuição é formado pela

ponta que dispõem uma forma de disco e seus componentes (difusor, caracol, espiral ou core),

sendo o diâmetro das gotas controlado pela pressão e tamanho dos orifícios.

Esse modelo de ponta é muito utilizado para alvos irregulares com alto volume foliar,

em razão de alcançar diferentes superfícies devido à variação de ângulos de 70º e 80º,

menores diâmetro de gotas e pressões com valores até 10 bar, em relação aos do tipo leque

(imagem 34).

 Pontas de jato cônico cheio

Em relação ao cone cheio há distribuição de gotas na área é distribuída por completo,

com pressões de até 3 bar e ângulo de 80º, possibilitando diâmetro de gotas maiores que o

cone cheio minimizando os efeitos de deriva. São recomendadas para a aplicação de herbicidas

sobre o solo ou sistêmicos (imagem 34).

Imagem 34: Ponta do tipo cone vazio (a) e cheio e suas respectivas deposições
de gotas (b)

a) b)

Fonte: Adaptado pelo autor 2020.

76
Observado as características da distribuição de gota pelas pontas e os seus tipos ideais

para cada aplicação, se faz necessário também a determinação da vazão por meio da

velocidade de operação (km/h), volume da calda (L/ha) e espaçamento entre bicos (E),

aplicando-se a seguinte equação:

Lha-1*kmh-1*E
L/min=
600

Exemplo prático:

Considerando-se uma velocidade 10,92 kmh-1, espaçamento entre bicos de 0,5 m e

um volume de calda de 100 Lha-1:

100Lha-1*10,92kmh-1*0,5m
L/min= = 0,91 L/min
600

Neste caso observamos uma vazão de 0,91 L/min correspondendo ao catálogo (tabela

11) à ponta TT11002, que produz um tamanho de gota média e uma pressão de 4bar. A

partir desses dados é possível ajustar o pulverizador para um volume de calda de

aproximadamente 100 Lha-1. No entanto, para confirmar se o equipamento esta aplicando o

volume de calda desejado, pode-se acionar o pulverizador na rotação de serviço do motor,

coletando a água de no mínimo de duas pontas durante um minuto através de uma proveta

graduada, e calculando a média desse volume (L). Com isso, deve se obter a área de cobertura

da aplicação que foi proporcionada durante um minuto de coleta, medindo o comprimento

(L) que o maquinário realizou em um minuto pela faixa de aplicação como

77
demonstrado na imagem 35, com no mínimo três repetições. Com esses dados pode-se

aplicar na seguinte equação para determinar o volume de calda do pulverizador:

𝐿 10000 ℎ𝑎 ∗ 𝐿
𝑉𝑎𝑧ã𝑜( )=
ℎ𝑎 2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐿(𝑚)

Exemplo prático: Considerando a média do volume coletado na proveta de 1 L, o

espaçamento de 0,5 m (E) e o comprimento obtido pelo maquinário de 100 m, vejamos:

𝐿 10000ℎ𝑎 ∗ 1
𝑉𝑎𝑧ã𝑜 ( )= = 100 𝐿/ℎ𝑎
ℎ𝑎 (2 ∗ 0,5 𝑚) ∗ 100𝑚

Então 100 L/ha é o volume de calda que o pulverizador esta oferecendo, sendo

compatível com o valor desejado. Caso os valores tenham ficado bem próximos é possível

realizar os devidos ajustes para adequar a vazão regulando a pressão pelo manômetro.

Imagem 35: Comprimento percorrido pelo maquinário em um minuto.

Fonte: Antuniassi, 2004.

78
Tabela 11: Catalágo de pontas para escolha de acordo com a vazão

Fonte: TEEJET 2011.

79
EPI’s, FORMAS DE
CONTAMINAÇÃO E
DESCARTE DE
EMBALAGENS

80
Defensivo agrícola: se negligenciada sua toxicidade, pode ser um vilão

A partir da revolução verde foram criadas leis de fiscalização para regulamentar a

utilização de defensivos agrícolas, no entanto, as aplicações de defensivos pouco sofreram

alteração no operacional no último século, e adotar as técnicas citadas anteriormente em

consonância com profissionais capacitados na execução da operação, reduz o risco de

contaminação ambiental e do ser humano.

Atualmente o Brasil lidera o ranking de consumo de defensivos agrícolas, este fato se

dá principalmente pela possibilidade encontrada em algumas regiões de realizar três safras

em um único ano agrícola utilizando a rotação de culturas, tal particularidade não é

encontrada em outros países produtores de grãos, como os Estados Unidos que tem um

período do ano com frio extremo e neve. As principais culturas que recebem tratamento com

defensivos são a soja (Glycine Max), milho (Zea mays) e cana-de-açúcar (Saccharum

officinarum) com 570, 170 e 48 milhões de litros respectivamente, com destaque para os

estados, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, totalizando em 2016 mais de 30 milhões de reais

com o consumo de defensivos agrícolas. Neste cenário o meio ambiente é passível de ser

contaminado caso negligenciadas recomendações durante as operações, outro componente

do sistema que corre risco diário se contaminar é o homem, o qual trabalha diretamente

exposto aos produtos em diversas etapas da operação, e por falha de algumEPI, ou descuido

pode acabar se contaminando.

As vias de contaminação podem ser divididas em contaminação por exposição direta

e contaminação pela exposição indireta:

81
VIAS DE CONTAMINAÇÃO

Contaminação por meio de exposição direta

A principal via de contaminação humana é o contato direto com os defensivos

agrícolas, através da via dérmica, seja pelo contato com a pele, via ocular pelo contato direto

do produto com os olhos, oral pela boca, além da via respiratória através da absorção rápida

pelo nariz e pulmões. Em caso de ingestão do produto, dá-se o nome de contaminação aguda

oral, a seguir, as imagens especificam os principais riscos de contaminação presentes na

atividade.

82
CONTAMINAÇÃO INDIRETA

Via ambiental pela exposição pós a utilização e aplicação dos defensivos agrícolas na

retomada na área tratada antes do intervalo de segurança indicado na bula do produto, e

contato com as plantas com resíduos dos produtos e a via alimentar pela ingestão dealimentos

contaminados, pelo excesso de aplicação de defensivos e comercialização antes do intervalo

de segurança após aplicação.

Os principais fatores que estão ligados a esta contaminação estão o desconhecimento


do risco causado à saúde humana, desrespeito às normas básicas de segurança, a
comercialização indiscriminada, sem utilização do receituário agronômico assinada pelo
engenheiro agrônomo ou técnico agrícola responsável.

EPI’s – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Entende-se por EPI’s as vestimentas utilizadas durante o trabalho para proteger a

saúde do trabalhador durante a utilização e aplicação de defensivos agrícolas, reduzindo assim

o risco de contaminação durante a exposição aos produtos. É importante definir que o

83
risco de intoxicação por determinado produto é uma correlação estatística da probabilidade

de uma substância química causar efeito tóxico, correlacionando então à toxicidade do

produto e o período de exposição.

Toda substância química é considerada tóxica, o que vai definir o quão tóxico é

determinada substância é a dose e a sensibilidade do organismo exposto, quanto menor for

a dose capaz de causar um efeito adverso, maior será sua toxicidade (imagem 36) logo se

percebe um fator determinante para manter a integridade física do colaborador, se este não

tem a capacidade de alterar a toxicidade do produto, a única forma viável de reduzir riscos

de contaminação é por meio de barreiras físicas, reduzindo assim a exposição, por meio da

utilização dos EPI’s.

Imagem 36: Escala de toxicologia dos agrotóxicos

Fonte: Adaptada pelo autor, 2020.

É importante destacar que o custo com EPI’s dentro de toda operação agrícola é um

dos menores, aproximadamente 0,05% dos custos são com estes equipamentos, ao passo que

99,95% são gastos com insumos, fertilizantes, sementes, material, mão de obra, custos

administrativos, produtos fitossanitários, dentre outros, ou seja, o valor a ser investido é

muito baixo se considerado todos os impasses que podem ser evitados.

84
Os EPI’s (imagem 37) podem variar de acordo com a atividade exercida, porém é

indispensável, e de acordo com a NR. 6, o uso de equipamentos de proteção individual é

obrigatório, também é deliberado pelo ministério do Trabalho que todo EPI deve conter o

CA (Certificado de aprovação), que garante a qualidade do equipamento.

Imagem 37: EPI’s necessários para aplicação de defensivos

Fonte: Adaptado pelo autor, 2020.

Para o preparo de calda, e aplicação em situações que utilizam máquinas agrícolas sem

cabine pressurizada ou isolada é necessário à utilização de uma série de EPI’s, os quais

possuem uma ordem certa para serem colocados e retirados, sendo eles:

 Avental – Tem por objetivo proteger o aplicador contra respingos de produtos mais

concentrados, ou de vazamentos de equipamentos em aplicações com

85
pulverizadores costais; Devem ser confeccionados com materiais resistentes a

solventes orgânicos (PVC).

 Boné, capuz ou touca árabe: Tem por objetivo a proteção do couro cabeludo e pescoço

contra contaminação por meio de respingos, estes devem ser confeccionados em

tecido de algodão e tratados para serem hidro-repelentes.

 Botas – Tem a função de proteção do pé, é importante que tenha cano alto e seja feita

de material resistente a solventes orgânicos.

 Jaleco e Calça – Protegem o corpo de respingos do produto ou calda, geralmente são

confeccionados com algodão e recebe tratamento hidro-repelente, estes podem ser

lavados até 30 vezes para serem reutilizados, todavia é recomendado evitar

exposições a grandes quantidades do produto, como jatos dirigidos, ou molhamento

intenso.

 Luvas – Proteção contra contaminação dérmica por meio das mãos, estas devem ser

preferencialmente nitrílicas ou neoprene, podendo ser utilizadas com qualquer tipo de

formulação.

 Respiradores – Evita a contaminação por meia de vias respiratórias, contaminação

possível devido à presença de vapores orgânicos, névoas ou partículas suspensas que

podem ser formar ao manipular os produtos ou durante a aplicação, estes respiradores

podem ser descartáveis, ou com filtros de carvão ativados especiais para reposição.

 Viseira facial ou óculos de proteção – Tem por objetivo impedir a contaminação

protegendo os olhos e/ou rosto durante manuseio e aplicação. É importante que este

item seja transparente, e não cause distorção da imagem ao colaborador, tal

86
equipamento deve possibilitar a utilização do respirador em simultâneo, caso

necessário.

A ordem a ser utilizada para vestir e retirar os EPI’s (tabela 12) tem por objetivoevitar

ao máximo o contato direto com os produtos químicos utilizados, tal ordem deve estar

bastante clara para todos os envolvidos na operação, para que o risco decontaminação seja

cada vez menor.

Tabela 12: ordem correta de vestir e retirar Epi’s


VESTIR RETIRAR
Calça Boné árabe
Jaleco Viseira facial
Botas Avental
Avental Jaleco
Respirador Botas
Viseira facial Calça
Boné árabe Luvas
Luvas Respirador
Fonte: adaptado pelo autor, 2020.

DESTINO DAS EMBALAGENS VAZIAS

Em contrapartida aos benefícios dos defensivos agrícolas, estes podem oferecer risco

ao meio ambiente e ao ser humano se não realizado a destinação correta das embalagens

vazias.

Após o preparo da calda dos produtos para aplicação de defensivos agrícolas as

embalagens vazias devem ser lavadas, evitando a contaminação pelos resíduos nela presentes

que devem ser destinados no tanque juntamente com a calda que será aplicada, em seguida

armazena-las e fazer agendamento eletrônico para devolução na unidade de recebimento,

apresentando as notas fiscais, para que esta seja destinada para o correto

87
lugar e posteriormente poderem ser recicladas sem causar danos ambientais (GERASSI,2004).

Segundo a legislação Lei 7.802 de 11 de Julho de 1989, as embalagens de defensivos

agrícolas tem que ser realizada a reciclagem controlada, esta deve ser lavada conforme as

normas especifica NBR 13.968 da ABNT (Associação brasileira de normas técnicas) e é

conhecida como tríplice lavagem (BRASIL, 2015).

A tríplice lavagem consiste em um procedimento de três lavagens consecutivas na

embalagem, conforme mencionado acima este procedimento deve ser realizado durante o

preparo de calda, para destinar os resíduos para o tanque do pulverizador.

Para aproveitamento máximo do produto, inverta a embalagem por alguns segundos

no tanque do pulverizador. Em seguida adicione ¼ de água na embalagem, feche e agite por

30 segundos, de forma que todas as extremidades do recipiente entrem em contato com a

solução, posteriormente verta o líquido no tanque realizando esta operação por três vezes, ao

final, perfure a embalagem para que esta não seja reaproveitada (FARIA, PEREIRA, 2012)

TRIPLÍCE LAVAGEM

Conforme dito anteriormente para o correto descarte de embalagens vazias de

defensivos agrícolas é necessário realizar a tríplice lavagem, a qual deve ser realizada de

acordo com a imagem 38.

88
Imagem 38: procedimento adequado para lavagem de embalagens de defensivos vazias

Fonte:Adaptado pelo autor, 2020.

89
COLOCANDO EM
PRÁTICA

90
À seguir uma tabela com a faixa de pH ideal na calda para vários princípios ativos:
HERBICIDAS INSETICIDAS
Princípio ativo pH ideial Princípio ativo pH ideial
Acifluorfen Sodium 5 Acephate 5
Acierfluorfen+Bentazone 5 Azimphos Ethvi 5
Alachlor 5 Bacillus Thurigiensis 5
Amentryne 5 Carbaryl 5
Atrazine 5 Carbofuran 5
Bentazone 5 Carbosulfan 5,5 - 7
Chlorimuron-Etyl 5 Cartap 5
Clomazone 5 Cloropyrifos 5,0 - 4,0
Cyanazine 5 Ciflutrin 4
Dicamba 5 Cypermethrin 4
Doclorofenoxiacético 5 Deltametrine 4
Diquat 5 Diazinon 7
Diuron 6,0 - 7,0 Diflubenzuron 5
Diuron-Hexazinone 6 Dimetoate 4
Fenoxaprop - P - Etil 5 Ethion 5,0 - 6,0
Fluazipop- P - Butil 3,0 - 4,0 Endossulfan 5
Gliphosate 4 Fenitrothion 4,0 - 6,5
Glufosinato 5 Fenthion 4,0 - 5,0
Imazapyr 5 Fenvalerate 4
Imazaquin 5 Formetanate Hidrocloreto 6
Imazethapyr 5 Lambdacyhalothrin 4
Flumetsulan 5 Lufenurom 5
Fomesafen 5 Malathion 5
Halosulfuron 5 Methamidophos 4,0 - 5,0
Holoxifop 5 Methidathion 4,0 - 5,0
Lactofen 5 Methomil 5
Linuron 5 Monotocrophos 4
Metolaclor 5 Parathion-Metil 5
metribuzin 5 Permethrin 4
Oryzalina 5 Phosmet 5
Oxyfluorfen 5 Profenofos 4
Paraquat 5 Teflubenzuron 5
Pendimenthalin 5 Thiodicarb 5
Picloran 5 Thiometon 5
Sethoxidim 5 Triazophos 4 -6,5
Simazine 5 Trichlorfon 6
Sulfentragone 5
Sulfosate 5
Trifuralina 5

91
FUNGICIDAS ACARICIDAS
Princípio ativo pH ideial Princípio ativo pH ideial
Benomil 5 Abmectin 5
Bitertanol 5 Amitraz 5
Captan 5 Azocyclotin 5,0 - 6,5
Carbendazin 5 bromopropylade 5
Carboxin 5 Cyhexatin 5
Clorothalonil 5,0 - 6,0 Dicofol 5
Cyproconazole 5 Dicofol + Tetradifon 5
Dodine 5 Dimetoate 4
Fernarimol 6,0 - 7,0 Fenbutatin-oxide 7
Iprodione 5,0 - 6,0 Óxido de Fenibutatina 7
Mancozeb 5 Hexythiazox 5
Oxicloreto de cobre 5 Proargite 5
Propiconazole 5,0 - 6,5 REGULADORES
Tebuconazole 5 Princípio ativo pH ideial
Thiofanato Metilílico 5 Ethphon 3
Thiabendazole 5 Cloreto de mepiquat 5
Triadimefon 5
Triaforine 5

Calibragem da bomba costal

Considerando que a dose recomendada do produto comercial na área é de 1L/ha, quanto de

produto comercial o José deverá colocar no tanque de 20L?


10000*Vaplicado
 Volume de calda (L/ha)=
Aconhecida

Vtanque*Dose
 Quantidade de Produto (L/ha)=
Vcalda

Resolução:

Passo 1: Primeiro deve-se colocar um volume conhecido de água no tanque do pulverizador

costal, neste exemplo foi colocado 5L de água, para aplicação desta numa área conhecida de

100m2 (Imagem 1). Após a aplicação em área total contabiliza-se o quanto de água foi

92
aplicado, pela diferença do que foi colocado com a quantidade de água remanescente no

tanque, no caso 4 L de água no tanque, resultando em 1 L água aplicado em 100 m2.

Imagem 1: Área conhecida para calibração do pulverizador costal

Fonte: Adaptado pelo autor, 2020

Passo 2: Com os dados adquiridos no passo 1 de quantidade de água aplicada em uma área

conhecida, correspondente a 1 L (Vaplicado) de água por 100 m2 (Aconhecida), calcula-se o volume

de calda do seguinte equação:

10000*1 L
Volume de calda= =100 L/ha
100 m2

Passo 3: Dessa forma, pode-se calcular o quanto do produto comercial deve ser

adicionado em um tanque de 20 L, pela seguinte equação:

20 L*1 Lha-1
Quantidade de Produto (L/ha)= =0,2 L
100 Lha-1

Calibragem do pulverizador de barra:

Em uma área onde se encontra implantado a cultura do eucalipto, com plantas ainda jovens

e sabendo que são sensíveis a aplicação de glifosato deve se utilizar pontas que permitam

93
gotas mais grossas, evitando o processo de deriva, supondo que a ponta foi escolhida realize

a calibragem do equipamento para a aplicação e calcule a carga do tanque.

O comprimento da barra do equipamento é de 2 m e contendo 4 bicos, tanque de 300 L para

uma aplicação de 4 L/ha de glifosato, com 125 L/ha de calda e sabendo que o trator percorre

50 m em 45 s.

 Equação para calcular a velocidade:

180
Tempo

 Equação para calcular a vazão necessária:

TA * V * EB
60000

 Equação para calcular dose do produto:

Tanque*Dose
Volume de calda

Resolução:

Passa 1: a taxa de aplicação será de (TA) 150 L/ha

Passo 2: calcular a velocidade (V):

180
= 5 km ℎ−1
36

Passo 3: calcular a vazão necessária na ponta por minuto:

94
Espaçamento entre bicos (EB):

2m
= 50 cm
4bicos

125 * 5 * 50
𝐿/𝑚𝑖𝑛 = = 0,521 L/min
60000

Passo 4: Determinar a dose do produto para um tanque de 300 L:

300 Lha-1*4 L ha-1


=9,6 L ha-1
125L ha-1

Conversão

Converta os valores de galões por minuto em Litros por minuto representados na tabela

abaixo:

 Obs: 1 galão/minuto equivale a 3,785 litros/minuto:

Pressão Vazão

Bico lb/pol² Bar gal/min litro/min


20 1,4 0,21 a)
30 2,1 0,26 b)
40 2,8 0,3 c)
8003 60 4,2 0,37 d)

Resposta:

a) 0,795 L/minuto b) 0,984 L/minuto

95
c) 1,135 L/minuto

d) 1,400 L/minuto

96
CONSIDERAÇÕES
FINAIS

96
Conforme abordado neste material, a aplicação de defensivos agrícolas é uma etapa

fundamental para a condução das diferentes culturas que compõe o agronegócio brasileiro,

que é motivo de orgulho para todos os brasileiros integrando uma parcela considerável do

PIB.

Sendo então indispensável seguir todas as recomendações e dominar o conhecimento

teórico a fim de acertar nas decisões reduzindo os custos com a operação,que é uma das

mais onerosas dentro de toda a cadeia produtiva. Conhecer de todas as particularidades desta

atividade possibilita uma melhor gestão dos colaboradores e ressaltaa importância de sempre

ter a disposição equipamentos adequados e com a manutenção em dia, para reduzir perdas e

contornar os riscos de contaminação de todos os indivíduos envolvidos bem como do meio

ambiente.

A pessoa que está na área nunca pode se esquecer de que todo e qualquer defensivo

agrícola é um produto tóxico, o que varia entre eles é a dose necessária para a contaminação

aguda, todavia como a aplicação agrícola é demandada quase que obrigatoriamente em

sistemas de produção intensivos, o risco eminente de contaminação por meio do contato

contínuo existe, e estudos apontam que a contaminação crônica é responsável por inúmeros

casos de doenças incuráveis, logo antes de qualquer manuseio ou contato sempre utilize os

EPI’s e tenha atenção.

Certas decisões por mais simples que pareçam ser, devem ser tomadas, como a escolha

de um bom adjuvante, respeitar as recomendações com relação às condições climáticas

necessárias para realizar a operação, escolher a ponta adequada, altura de barra, velocidade

de deslocamento, quantidade de calda a ser aplicada. O principal erro observado nesta

operação é a utilização de uma calibragem e regulagem universal, todavia deve-se ter

97
em mente que cada operação é única, os riscos e configurações devem ser observados de

modo a acertar individualmente cada aplicação.

Conforme relatado anteriormente, a aplicação agrícola é uma operação com

baixíssima eficiência, entender os fatores que a compõe é fundamental para máxima

eficiência da operação.

De modo geral, o sucesso da operação depende exclusivamente do responsável, cabe

a ele utilizar tudo que tem a disposição para alcançar o sucesso em sua lavoura, então sempre

que surgir uma dúvida releia este material, nós da AGRIFERT BRASIL temoscerteza que irá te

auxiliar bastante. Um forte abraço e muito obrigado!

98
LITERATURAS
CONSULTADAS

99
REFERÊNCIAS

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103

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