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Tecnologia de Aplicacao para Protecao de Alto Nivel Das Suas Plantas o Guia Pratico
Tecnologia de Aplicacao para Protecao de Alto Nivel Das Suas Plantas o Guia Pratico
Missão:
Disseminar e semear conhecimento e capacitação aos profissionais
do agro seja engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, produtores rurais,
etc, bem como estudantes da área.
Visão:
Fomentar o crescimento e desenvolvimento tecnológico do agronegócio brasileiro.
Valores:
1º - Pessoas em primeiro lugar; 2º - Integridade; 3º - Amor ao que fazemos; 4º -
Comprometimento; 5º - Ética e transparência; 6º - Agregar valor.
Luís Guilherme, nascido e criado em Buritizal, interior de São Paulo. Teve seus
primeiros passos dentro de um coxo bovino, que mais tarde em contato com grandes
culturas despertou sua paixão sobre o agronegócio. Na busca de encontrar seu espaço,
ingressou na faculdade federal de agronomia. A partir disso criou a AgriFert Brasil,
criando e disseminando conhecimento para os quatro cantos do Brasil.
AUTOR
Como é de conhecimento de todos ligados à área agrária a maioria das culturas de interesse
comercial sofre com uma série de fatores que reduzem produtividade ou influenciam
negativamente fatores intrínsecos a produção. Dentre os elementos a serem controlados pode-se
elencar pragas, fitopatógenos e plantas invasoras, os quais afetam grãos, frutos, hortaliças, plantas
utilizadas na alimentação animal, culturas perenes, flores e plantas ornamentais.
Algumas alternativas são utilizadas para contornar estes entraves, dentre elas destaca-se o
tratamento fitossanitário com a utilização de uma gama de produtos químicos visando obter bons
resultados agronômicos. Todavia para a utilização desta técnica, é indispensável conhecimento,
principalmente acerca da melhor opção para eficácia na operação, entender o alvo a ser controlado
e qual a abordagem ideal, e qual tratamento se adéqua na condição observada.
Deve-se ter em mente que uma aplicação mal conduzida, com equipamentos mal regulados,
horários ou condições climáticas desfavoráveis é com certeza uma das maiores fontes de prejuízos
na condução de uma cultura, ademais se tem o risco de contaminação das pessoas envolvidas na
operação, bem como do meio ambiente.
Sendo assim nós da AgriFert Brasil preparamos este material, o qual foi feito com muito
empenho para esclarecer dúvidas essenciais acerca do tema Tecnologia de Aplicação, possibilitando
assim a tomada de decisões acertadas, potencializando o investimento no controle de pragas,
doenças e plantas daninhas, vale ressaltar que todo conhecimento encontrado neste E- book deve
ser utilizado em consonância com conhecimentos nas áreas de defensivos e princípios ativos, e
todos os produtos aqui citados servem apenas para elucidar exemplos práticos e não tem por
objetivo recomendar ou criticar quaisquer produtos ou marcas citadas.
CONHECENDO A
APLICAÇÃO
AGRÍCOLA
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TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS
Entende-se por tecnologia de aplicação todo e qualquer conhecimento obtido por meio da
Esclarecendo termos
Pulverização x aplicação
Para o bom entendimento de toda operação agrícola é indispensável o esclarecimento
acerca de certos termos, que geralmente no dia a dia são considerados sinônimos, porém cada qual
tem seu significado específico. Dentre estes devemos entender a diferença entre pulverização e
relacionado com a deposição destas gotas em um alvo desejado, sempre posicionando a densidade
Regular x calibrar
Outros termos que tem sido erroneamente utilizados ou ignorados em situações do dia a dia
Regular um equipamento significa adequar seus componentes ao produto que será utilizado,
ou a cultura que será tratada, sendo assim sempre que o objetivo for potencializar a operação as
técnico responsável, sendo exemplos de decisões: o espaçamento de bicosem uma barra, o tipo
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Calibrar um equipamento consiste em verificar a vazão nas pontas, determinar quanto de
produto deve ser aplicado, quanto de ingrediente ativo deve ser colocado no tanque, e a pressão
de trabalho. Logo se faz impreterível para o sucesso da operação o domínio das duas áreas, pois
diferentes dimensões, e dentre suas várias aplicabilidades, podemos destacar a malha que compõe
polegada, ou seja, uma malha de 50 mesh (malha 50) possui 50 fios dentro de uma polegada (25,4
mm = 1 pol) tal medida mesh é feita na malha linear, sendo assim, quanto maior a malha mesh,
buscam manter a integridade física do aplicador, evitar a contaminação do ambiente bem como
Tais cuidados devem ser tomados antes, durante e após a aplicação, e todos eles devem
ser considerados importantes, pois qualquer um ignorado pode acarretar prejuízos nos demais.
Antes da aplicação é necessário cuidar com o transporte dos produtos, sempre observando
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determinado apenas para este tipo de produtos, o qual deverá ser seguro, de modo a evitar ao
contaminar o ambiente. É importante que o local a ser escolhido para realização da operação de
Quando o produto a ser manipulado estiver em uma formulação líquida, deve ser utilizado
um copo medidor para dosar, sempre se atendo a receita agronômica e a quantidade de calda a ser
preparada, se o produto estiver em formulação de pó molhável ou solúvel, este deve ser solubilizado
Sempre que uma embalagem for esvaziada, esta deve passar por processo de tríplice
reciclagem.
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O processo de regulagem e calibração do equipamento deve ser realizado apenas com
hipótese alguma o colaborador deve tentar desobstruir um bico utilizando a boca, e quando
manipular defensivos muito tóxicos, nunca deve estar sem um acompanhante. Nunca deve ser feita
qualquer aplicação contra o vento, e a aplicação deve ser feita em situações de tempo mais ameno
(manhã e final de tarde) e nunca se deve fumar, beber ou comer durante ou próximo alguma
aplicação.
Após a aplicação observar se sobrou calda no pulverizador, caso o tenha, é necessário aplicar
com água, para evitar o desgaste desnecessário do equipamento. Toda e qualquer embalagem de
produto deve ser inutilizada e destinada ao depósito adequado, o colaboradordeve tomar banho
com água fria (água morna abre os poros da pele e potencializa uma possível contaminação em caso
uma forma direta ou indireta. Para ser atingido de forma direta é necessário que a deposição do
produto seja feita de maneira certeira diretamente sobre o alvo, quando indireta, o contato se dá
por meio de uma redistribuição, a qual é possibilitada por uma série de fatores: deslocamento
translocação sistêmica.
Todo produto que não consegue atingir o alvo biológico não conseguirá desempenhar seu
papel, podendo então ser considerada uma perda, ou seja, o processo de aplicação deve ser
conduzido de forma precisa e atingir principalmente a parte que tem relação direta com o controle.
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Alvo químico é o local onde deve ser colocado o produto para que este consiga atingir de
forma eficaz o alvo biológico, podendo então ser explicado como a interação entre a planta e a
Por exemplo, se o alvo biológico é uma lagarta desfolhadora (Spodoptera spp.) atacando uma
folha de amendoim (Arachis hypogaea) é necessário que o inseticida de contato seja posicionado
no terço médio da planta, ou seja, onde as pragas estão atacando efetivamente. Qualquer produto
aplicado em outra parte da planta será considerado perda, logo o alvo químico a ser tratado será a
Um exemplo bastante conhecido é o que ocorre em aplicações que visam atingir as folhas,
estudos apontam que cerca de 30% deste produto atingem o solo por ocasião da aplicação.
de sua execução, sejam eles inerentes aos equipamentos, máquinas, produtos e colaboradores
envolvidos na operação e fatores que fogem do controle do responsável, tal qual o relevo em que a
correlação entre todos estes quesitos citados. Entretanto o conhecimento de todos os fatores que
A eficiência da aplicação pode ser definida como a relação entre a dose teoricamente
porcentagem.
𝑑𝑡
𝐸= 𝑥 100
𝑑𝑟
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Onde:
E = Eficiência da aplicação (%);
dt = dose teórica requerida;
dr = dose real empregada.
Para melhor assimilação deste conceito podemos utilizar um exemplo prático bastante
inseticida para seu controle, e que em um hectare encontramos uma população de 1 milhão deste
percevejo, seria necessário apenas 40 mg deste produto para o controle deste inseto praga, caso
fosse possível aplicar todo este inseticida sem nenhuma perda, assumindo 100% de eficiência.
Todavia o que observamos no dia a dia é a aplicação de doses superiores a 3000 vezes aplicadas
na cultura.
considerada o processo mais ineficiente que o homem já praticou até hoje, no controle de afídeos
a eficiência é de 0,02%, para insetos em uma lavoura a eficiência média está por volta de 0,000001%,
logo quanto menor o alvo, menor tende a ser a eficiência no controle. Diante de uma informação
tão preocupante a melhoria da eficiência deve ser alcançada mediante evolução no processo de
Neste cenário então, torna-se passível obsevar certas condições que possam tornar ineficaz
a operação, como por exemplo, a incompatibilidade entre produtos ou formulações que podem
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Juridicamente falando, atualmente é passível ao produtor misturar diferentes produtos no
tanque do pulverizador para aproveitar a operação e reduzir despesas com várias aplicações,
desenvolvendo ao mesmo tempo na lavoura e observar a presença de insetos pragas e fungos, por
exemplo, atacando a lavoura ao mesmo tempo. Hoje tal prática não é regulamentada, logo é
que a bula dos produtos não indicam que tais práticas sejam realizadas, nem suas empresas se
Quando feita a mistura de produtos em uma calda é passível que ocorram quatro situações
distintas: efeito sinérgico, que se dá quando um produto potencializa a ação do outro; efeito aditivo,
quando não se observa alteração na eficiência dos produtos misturados, efeito antagônico quando
um produto ou mais produtos podem ter seu efeito anulado ou enfraquecido e também pode
solução.
Caso for realmente necessário à utilização de uma mesma aplicação para aplicar mais de um
ou recipiente, que não seja diretamente o tanque ou reservatório da calda a ser aplicada, para que
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DEFENSIVOS
AGRÍCOLAS E
ADJUVANTES
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DEFENSIVO AGRÍCOLA
química quando destinadas a prevenir, destruir ou repelir direta ou indiretamente qualquer forma
de agente patogênico ou de vida animal ou vegetal que seja nociva às plantas e animais úteis, seus
produtos e subprodutos e ao Homem” quanto à legislação que regulamenta este assunto estão as
Para que um produto técnico seja passível de ser utilizado, é necessário transformar seu
ingrediente ativo (i.a.) em uma forma apropriada para o uso, tal etapa da produção deste defensivo
consiste em misturar o i.a. com ingredientes inertes, tais ingredientes podem apresentar a forma
líquida ou sólida, sempre buscando possibilitar ao produto sua dissolução na calda, assim cumprindo
o objetivo final, que é atingir efetivamente o alvo biológico, ser transportado sem perder suas
condições e armazenamento. Cada ingrediente ativo pode serencontrado em uma forma durante a
físicas e químicas destes, tais características a serem observadas são: a estabilidade química, que
tem por finalidade estabelecer qual tipo de formulação pode ser desenvolvida, para que consiga
manter suas características até o momento de ser dissolvido na calda; o ponto de fusão, que é
importante ser conhecido em situações em queo ingrediente ativo precisa passar por processo de
moagem para formulação de pó molhado ou pó seco, por exemplo, e sua solubilidade em água ou
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produtos não solúveis em água sejam dissolvidos em solventes orgânicos que apresentem uma
compatibilidade biológica.
COMPONENTES INERTES
Substâncias inertes devem apresentar baixo custo e concomitantemente serem neutras, isto
é, não sofrem ou causam qualquer reação química ao entrarem em contato com o i.a., servindo
apenas como veículo do produto. Dentre os inertes mais utilizados na produção de defensivos estão
a areia, o amianto, a calcita, a argila calcinada, diluentes vegetais, o enxofre, o talco, dentre outras.
É importante perceber que cada inerte é indicado para determinado tipo de formulação, sendo
auxiliar, isto é, aumentar a eficiência do produto. Dentre os agentes que podem ser úteis para este
formulação com a água, estes atuam de forma a reduzir a tensão superficial entre a gota e
a superfície a ser tratada, aumentando assim a superfície de contato do i.a. no alvo biológico.
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FORMULAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
produto. Tais danos podem comprometer a utilização posterior, gerando assim prejuízos. Logo é
suspensões concentradas, por exemplo), a floculação também pode ocorrer quando uma calda é
preparada e não é pulverizada totalmente logo após sua mistura, ficando longos períodos em
repouso.
Atualmente no Brasil temos a disposição uma série de formulações possíveis para agrotóxico
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Tabela 1: código das formulações e suas respectivas denominações
CÓDIGO DENOMINAÇÃO
CS Suspensão de encapsulado
DC Concentrado dispersível
EC Concentrado emulsionável
EO Emulsão de água em óleo
EW Emulsão de óleo em água
ME Microemulsão
SC Suspensão concentrada
SE Suspo-emulsão
SG Granulado solúvel
SL Concentrado solúvel
SP Pó solúvel
TB Tablete
DT Tablete para aplicação direta
ST Tablete para dissolução em água
WT Tablete para dispersão em água
WG Granulado dispersível
WP Pó molhável
BR Bloco
PC Gel ou concentrado em pasta
GL Gel emulsionável
GW Gel solúvel em água
EG Grânulo emulsionável
EP Pó emulsionável
OD Dispersão de óleo ou suspensão concentrada em óleo
ZC Formulação mista de CS e SC
ZE Formulação mista de CS e SE
ZW Formulação mista de CS e EW
OF Suspensão concentrada dispersível ou miscível em óleo
OI Solução miscível em óleo
OP Pó dispersível em óleo
CG Granulado encapsulado
DP Pó seco
ED Líquido para pulverização eletrostática/eletrodinâmica
GR Granulado
SO Óleo para pulverização/espalhamento
SU Suspensão a ultrabaixo volume
UL Ultrabaixo volume
MG Microgranulado
GP Pó fino
FG Granulado fino
GG Macrogranulado
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CP Pó de contato
DT Tablete para aplicação direta
CL Líquido ou gel de contato
SD Suspensão concentrada para aplicação direta
AL Outros líquidos para aplicação direta
AP Outros pós
DS Pó para tratamento a seco de sementes
ES Emulsão para tratamento de sementes
FS Suspensão concentrada para tratamento de sementes
LS Solução para tratamento de sementes
SS Pó solúvel para tratamento de sementes
SS Pó solúvel para tratamento de sementes
WO Pó para preparação de pasta em óleo
WS Pó para preparação de pasta em água
CF Suspensão de encapsulado para tratamento de semente
GF Gel para tratamento de sementes
AE Aerosol
FU Fumigante
FD Pastilha fumigante
FK Vela fumigante
FP Cartucho fumigante
FR Bastonete fumigante
FT Tablete fumigante
FW Granulado fumigante
GA Gás liquefeito sob pressão
GE Gerador de gás
HN Concentrado para termonebulização
KN Concentrado para nebulização a frio
LA Laca
PR Bastonete vegetal
PA Pasta
RB Isca
AB Iscas em grãos
BB Iscas em blocos
CG Iscas granuladas
PB Iscas em placas
5B Iscas em aparas
VP Produtor de vapor
GS Pasta oleosa
FB Saco formulado
XX Outros
Adjuvante
Espalhante
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Espalhante adesivo
LEGENDA
Formulações para diluições em água;
Formulações para diluição em solventes orgânicos;
Formulações para aplicação direta;
Formulações para tratamento de sementes;
Formulações especiais.
Sendo assim observa-se grande variedade de formulações, as quais para que apresentem
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Tabela 2: Necessidades indispensáveis para alguns tipos de formulações
FORMULAÇÃO NECESSIDADE
Apresentar boa suspensibilidade, dispersão em água, partículas pequenas e
WP
pouca formação de espuma.
Pouco volátil e pouco viscoso; não deve conter substâncias sólidas quando em
UL
suspensão.
a aplicação de defensivos agrícolas. Definido por Kissmann em 1998, como substância sem atividade
fitossanitária que é adicionado a calda para otimizar o efeito da aplicação. Quando aplicados
isoladamente não causam efeitos (positivos ou negativos) à fauna e flora, todavia quando aplicados
A pulverização para que bem sucedida demanda uma boa formação das gotas através dos
bicos, contato da gota com folha e posteriormente sua estabilidade, em seguida deve ocorrer o
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Imagem 3: Esquema desde a formação da pulverização até a penetração do produto
Fonte: https://www.crodacropcare.com/pt-br/products-and-applications/adjuvants
proporcionando assim, uma maior cobertura do produto nas plantas e aumentando a absorção do
mesmo, além de diminuir os riscos de perdas e contaminação, principalmente do solo. Fatores como
produto e qualidade água é responsável por grande parte das perdas durante a aplicação, e podem
TIPOS DE ADJUVANTES
Os adjuvantes são divididos em dois grandes grupos. Sendo um deles conhecidos como
modificadores de propriedades da superfície dos líquidos (Não iônicos), os quais não possuem cargas
elétricas e não dissociam na água, além disso, não reagem com os sais presentes nas substâncias,
sendo assim, mais utilizados na agricultura, dentre os adjuvantes que compõe este grupo pode-se
destacar os:
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Antiespumantes: atuam reduzindo a formação de espuma durante a preparação da calda e
adequando-o em uma faixa de 6,0 a 6,5, considerada ideal para a máxima eficiência da
maioria dos produtos (existem produtos que demandam pH específicos, sempre consultar
Umectante: também conhecidos como molhantes, são à base de óleo e ajudam a diminuir
as interferências das barreias climáticas quando em baixa umidade relativa do ar, estes
(imagem 5), logo o produto tem um período maior de permanência sobre a superfície da
folha.
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Imagem 5: Demonstração da absorção de água do meio ambiente
que os umectantes exercem
que possam estar presentes na camada externa das folhas, as quais possam vir a prejudicar
a absorção do produto.
Aderentes: substância que apresenta afinidade com a água e adesão à camada externa da
folha, cera da cutina, como o próprio nome diz, este exerce a função de aumento da
aderência dos produtos liquido ou sólidos a camada da folha, e em caso de chuvas após a
Os aditivos (Iônicos) são adjuvantes que possuem cargas elétricas dissociam na água e reagem
com sais minerais presentes nas substancias, eles são em sua maioria de origem de derivados de
gorduras presentes na cutícula da folha (imagem 6) para facilitar a sua aderência, aumentar
o peso da gota, reduzir a deriva bem como evaporação da gota. No entanto, por
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atuarem na dissolução da cutícula a aplicação de defensivos com formulações de óleo
torna a planta mais sensível a intempéries climáticas, em alguns casos pode causa
queimaduras nas folhas até que esta reconstitua sua cutina. Nesse sentido, adjuvantes que
utilizam esta formulação são mais indicados em casos de dessecação de áreas e controle de
plantas daninhas.
sulfato de amônio, o amônio reage por meio da alteração do pH das células do apoplasto
tornado uma molécula lipofílica que facilita a absorção do produto na cutícula da folha.
Ureia: Também é um composto advindo do nitrogênio inorgânico que atua na ruptura das
O sulfato de amônio e a Ureia são adicionados à calda com a função de melhorar o efeito do
produto por meio da adição de adubo nitrogenado, também pode ser utilizado o nitratode
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TIPOS DE APLICAÇÃO
E EQUIPAMENTOS
UTILIZADOS
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MÉTODOS DE APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
em:
Todas estas são classificadas a depender do estado físico do material que será aplicado,
sendo a aplicação via líquida, utilizando a água como diluente o principal método utilizado.
Esta modalidade de aplicação tem como vantagem principal a não utilização de água, ou seja,
a formulação está na concentração adequada para sua aplicação no campo, entretanto apresenta
inertes, necessários para a formulação, o que causa o aumento substancial do custo de unidade do
i.a.. A aplicação sólida pode ser por meio de pó e por meio da aplicação de grânulos.
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A dosagem utilizada para granulados pode ser recomendada em função da área (kg/ha),
comprimento (g/m de sulco de plantio) ou por unidade produtiva (g/planta). Geralmente a dosagem
antes da operação ser realizada. O líquido mais utilizado como diluente é a água, e as formulações
mais utilizadas nesta modalidade são: Concentrado emulsionável, grânulos dispersíveis em água,
A aplicação via líquida pode ser realizada mediante pulverização, isto é, aplicação de um
líquido por meio de gotas; filete líquido aplicado in loco (rega ou injeção) ou na forma de gotas
A água é o diluente mais utilizado por ser de fácil obtenção e apresentar baixo custo, pois no
campo geralmente se tem uma fonte prontamente disponível nas condições encontradas nos
principais polos agropecuários do Brasil, outro fator que colabora para a ampla utilização da água
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como solvente é a compatibilidade com a maioria das formulações disponíveis no mercado, todavia
Uma característica intrínseca a este diluente é sua elevada tensão superficial, ou seja, a gota
depositada em uma superfície tende a manter sua forma esférica, reduzindo assim a superfície de
contato, sendo então necessária a adição de produtos com a presença de agentes surfactantes para
possibilidades são a inclusão de adjuvantes na calda, tais quais emulsionantes, agentes molhantes,
etc. Na prática, ou comercialmente estes produtos são tratados como espalhantes adesivos.
A água pode evaporar durante o percurso entre a máquina e o alvo a ser controlado, isto
acarreta o aumento da superfície do líquido reduzindo o tamanho das gotas e perdendo assim a
utilização de um produto preparado na forma sólida (pastilha ou pasta) ou forma líquida, que ao
entrar em contato com o ar passa um processo de volatilização, liberando um gás, com efeito,
fumigante. Atualmente os produtos mais utilizados nesta modalidade são a fosfina e fosfeto de
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Imagem 9: aplicação de defensivo por meio de fumigação
a forma de transporte do produto e a energia utilizada para realizar a operação (exemplo: bomba
costal manual, pulverizador de jato automotriz, etc.). A seguir os principais utilizados atualmente.
Aplicadores de Granulados
A aplicação de pó se dá por meio do polvilhamento, este pode ser feito utilizando uma
polvilhadeira manual, costal motorizada, tratorizada ou por meio da utilização de avião. Tal
operação deve ser realizada em dias sem a presença de ventos fortes, e nas primeiras horas da
manhã ou ao final da tarde, a umidade presente nas folhas aumentam a adesividade do pós as
folhas, entretanto deve-se ressaltar que este método atualmente está praticamente em desuso,
granuladas, sobretudo formulações sistêmicas aplicadas ao solo para controlar pragas que se
alimentam de seiva, e de pragas que habitam o solo. Uma vantagem de formulações granuladas é a
possibilidade de utilizar um veículo que libere o i.a. ao longo do tempo, mantendo assim o efeito do
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A aplicação de grânulos (imagem 10) é feita por meio de granuladoras manuais, por meio de
tração animal, trator ou avião, ao passo que, os grânulos escoam por gravidade, e o controle da
vazão é feito por meio de dispositivos que aumentem ou reduzam a passagem destes, dispositivos
estes semelhantes a um funil. Outro fator importante é que estas partículas possuem peso
suficiente para resistirem à ação de ventos durante a aplicação, tornando assim a aplicação de
produtos altamente tóxicos o mais seguro possível, além de eliminar a etapa de diluição do produto.
Imagem 10: exemplo da aplicação de defensivos granulados com a utilização de equipamentos montados
Regulagem de granuladoras
o equipamento.
o equipamento posicionando-o sobre um coletor (balde, saco plástico, bandeja) e observar a massa
do produto depositado por vez que seu mecanismo é acionado, em seguida regula-se o dosador de
modo a adequar a dose recomendada com base na demanda da cultura a ser tratada, tal processo
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Quando o equipamento utilizado realiza a aplicação em sulco, deve-se demarcar dois pontos
no terreno em que a operação será realizada, distantes no mínimo 50 metros entre si, tomar uma
distância antes do ponto A, com a máquina (trator, autropopelido, etc.) de modo que, no momento
que ele ultrapasse o primeiro ponto esteja na velocidade de trabalho. Em seguida deve-se
Feito isso, o equipamento deve ser posicionado sobre uma lona e acionado para que
deposite o produto pelo tempo estipulado, em seguida pesa-se a massa do produto e compara-se
com a necessidade demandada por área, considerando o espaçamento da cultura. A seguir regula-
se o dosador de acordo com o recomendado, certos equipamentos existem tabelas para facilitar a
regulagem.
pulverizadores conforme dito anteriormente, todavia, no mundo a maior parte dos defensivos
hidráulicos.
Estes podem ser divididos em dois grandes grupos: Pulverizadores de jato arrastado, que
consiste na utilização de uma corrente de ar que arrasta a gota até o alvo e pulverizadores de
rasto lançado, onde as gotas após serem lançadas ao ar chegam ao alvo por conta de sua própria
energia cinética.
Pulverizador Costal: Composto por um reservatório com alças (imagem 11), o qual é
carregado diretamente nas costas do operador, de forma similar a uma mochila, tal
Pulverizador de barra: Equipamento no qual seus bicos com suas respectivas pontas de
modelo possibilita aplicar em grandes áreas com um tempo de operação reduzido, o que
torna passível de ser utilizado por qualquer produtor a independer do tamanho de sua área,
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Atomizador: O produto é pulverizado sobre a plantação por meio de uma corrente de ar com
grande velocidade (imagem 12), possibilitando que o produto alcance grandes distâncias, tal
citrus e café.
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OS PILARES DE UMA
APLICAÇÃO BEM
SUCEDIDA
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FATORES INDISPENSÁVEIS PARA O SUCESSO DA APLICAÇÃO
Para o sucesso da aplicação vários fatores estão atrelados, tendo cada qual seu pesodurante
a operação, sempre é necessário pensar fora do senso comum, que diz que para uma boa aplicação
é necessário apenas um bom equipamento e o conhecimento técnico do produto que será utilizado
para o controle. Vamos considerar quatro fatores como determinantes para o sucesso da operação,
sendo eles:
Dosagem correta;
Segurança na aplicação.
Para uma boa cobertura deve-se buscar atingir o alvo biológico com uma boa uniformidade
na distribuição das gotas, evitar a ocorrência de faixas sem aplicação do produto bem como a
alvo, visto que, para controle de um fungo a cobertura deve ser maior do que se o alvo for um inseto,
que tem a capacidade de se locomover, e assim, entrar em contato com o produto. Também é
necessário observar o modo de ação do produto a ser aplicado, pois caso utilizar um produto
sistêmico, a demanda de cobertura é menor que ao optar por um produto de contato, dado o
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A cobertura pode ser quantificada por meio da fórmula de COURSHEE (1967):
𝑉 .𝑅 . 𝐾2
𝐶 = 15 .
𝐴 .𝐷
Onde:
C = Cobertura (% da área);
De acordo com a fórmula acima, para que se alcance uma boa cobertura do alvo é necessário
que se consiga manter altos os valores que compõe o numerador e/ou baixos os valores que
compõe o denominador. Ou seja, é possível atingir uma boa cobertura por meio deum alto
volume de calda na aplicação (V), Altos volumes aplicados entregam boa cobertura doalvo
Para obter aumento na taxa de recuperação (R), no dia a dia, o mais comumente utilizado é
a adequação do tamanho das gotas de modo a tornar eficiente sua coleta pelo alvo. Estudos
apontam que carregar as gotas de forma eletrostática também é eficiente para aumentar o valor de
R, uma vez que, as gotas quando se aproximam do alvo com esta carga, são atraídas por ele devido
Ao considerarmos o fator de espalhamento (K) é importante perceber que ele atua em forma
de função quadrática, ou seja, bastante sensível na cobertura, e este fator consegue ser alterado
por meio da utilização de agentes tensoativos (adjuvantes), os quais reduzem a tensão superficial e
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Quanto aos fatores que compõe o denominador, é importante não esquecer osfundamentos
matemáticos, por exemplo: uma alteração no tamanho da área foliar, devido ao crescimento e
mudança no estádio fenológico da planta, e mantendo-se todos os demais fatores iguais, constata-
se uma redução na cobertura. Sendo assim, necessária uma adequação parasuprir estas mudanças,
gotas menores tendem a ser mais eficientemente captadas pelo alvo, concomitantemente
aumentando a cobertura. No Capítulo 7 pode ser observado melhor o comportamento das gotas,
Dosagem correta
O termo dose está relacionado com a quantidade de produto, sendo expressa em unidades
de peso ou volume (g, Kg, ml, L), já dosagem pode ser entendida como as relações que envolvem
quantidade, ou seja, dose por volume, dose por unidade de peso, dose por comprimento ou área.
Cotidianamente utilizam-se como recomendação de dosagem duas formas: indicação por meio de
Para aplicações que demandam alto volume de calda, e tem-se a necessidade que ocorra
escorrimento de calda, e que a calda retida nas folhas apresentará proporcionalidade a calda que
Tal modalidade é preferível para aplicações com fungicidas, nas quais se prioriza aplicações de alto
volume. Um ponto positivo desta modalidade é a questão que independe o tamanho das plantas
tratadas e a quantidade de folhas que estas apresentem, pois a quantidade demandada para o
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Em aplicações que necessitem que determinada quantidade de i.a. seja aplicado em toda a
feita por meio de quantidade do produto por hectare, tal modalidade possibilita uma maior
Ao observar esta alternativa de dosagem, a impressão que fica é que tal sistema é mais
técnico, pois preza pelo produto distribuído de forma homogênea ao longo de toda a área, todavia
um princípio fundamental é ignorado na prática, pois se a planta está nos seus estádios iniciais de
1 ha de solo poderá estar coberto por cerca de 3 a 5 hectares de folhas ou superfície vegetal, sendo
então necessário que esta modalidade de recomendação leve em consideração o “índice de área
foliar”, parâmetro negligenciado na maioria das vezes, o que acarreta sobredoses do produto, a
Outro fator importante para determinar a época de aplicação é o nível de infestação das
pragas, patógenos ou plantas daninhas, e em caso de produtos para controle de alguma doença,
necessário saber os hábitos da planta, seu fototropismo, condições ideais para germinação,
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hábitos de crescimento, etc. Da mesma forma o conhecimento pode ser aplicado para o controle de
insetos pragas, o produto e sua respectiva aplicação devem ser posicionados de modo a
Ademais, para uma aplicação bem sucedida, é necessário observar as condições climáticas
Segurança na aplicação
Por último, mas não menos importante, é necessário que toda e qualquer aplicação seja
que a operação seja realizada apenas em caso de extrema necessidade, buscando sempre
correlacionar o método de controle químico com outros métodos preconizados pelo M.I.P. (Manejo
Integrado de pragas), M.I.P.D. (Manejo Integrado de Plantas Daninhas) e M.I.D. (Manejo Integrado
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INTERAÇÃO
APLICAÇÃO X AMBIENTE
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PERDAS NA OPERAÇÃO E INTERAÇÃO DO DEFENSIVO AGRÍCOLA COM O MEIO
AMBIENTE
cuidados com tamanho de gotas, escolha da ponta de pulverização, dentre outros fatores que
serão tratados mais adiante no capítulo 7, sejam realizados da forma correta e duranteo
econômico pela perca dos produtos e consequente redução na eficiência do produto, acarreta
produto para outros locais, podendo acarretar morte de plantas em lavouras vizinhas,
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DERIVA
ocorre o deslocamento das gotas por meio da ação do vento (tabela 3), distanciando a
necessidade de reaplicação do produto, este pode contaminar outras áreas cultivadas e cursos
Este fenômeno pode ocorrer de duas formas, como exoderiva e endoderiva (imagem
14).
A exoderiva é o desvio das gotas da área cultivada para uma área externa, causado
pela ação do vento e da evaporação da água usada na preparação da calda, esse fenômeno
45
ocorre principalmente nas gotas de tamanhos menores. A endoderiva é o desvio das gosta
dentro da área cultivada, esse fenômeno ocorre principalmente com gotas maiores e altos
lixiviação. E a evaporação é uma deriva ocasionada pelas condições adversas de clima, como
formação de uma camada de ar quente próximo as plantas e uma camada com ar mais frio
logo acima, como o ar frio é mais denso ele retira o ar quente e preenche aquele espaço,
esse processo faz com que as gotas pulverizadas na área, especialmente as mais leves se
mantenham em suspensão por mais tempo e sujeitas a outras variações climáticas, portanto
a aplicação em condições como esta pode ser tão prejudicial como aquelas com ventos
de produto, mão de obra, combustível e desgastes do trator, podendo poluir o meio ambiente,
ainda maior em áreas próximas a cursos d’agua ou área de preservação permanente (APP),
mantendo distância conforme a Lei Federal 4.771/65, alterada pela Lei 7.803/89 e a Medida
46
Realizar as aplicações no período recomendado, início da manhã ou à noite em queas
condições ambientais são favoráveis, com temperatura em torno de 30°C, umidade relativa
do ar maior que 55% e com vento entre 3 a 10 km/h, como o indicado na tabela 3 Utilizar
indicações do manual do pulverizador e bicos, como por exemplo, bico duplo leque ou cone,
são indicados para gotas finas ou muito finas, com volume menor de aplicação, já o bico leque
com pressão mais baixa é indicado para gotas maiores, médias ou grandes, com maior volume
defensivos agrícola:
A altura da barra de pulverização deve ser posicionada o mais próximo do alvo, para
minimizar as perdas por deriva e volatilização. No caso de aplicações aéreas deve ser
considerada uma distância mínima do alvo, pois voos muito próximos causam a distorção da
deposição da gota. A velocidade do trator também deve ser considerada para evitar deriva e
outros problemas.
Movimento de galhos,
Vento Impróprio para
9,6 - 14,5 km/h poeira e pedaços de papel
moderado pulverização
são levantados
Fonte: Associação nacional de defesa vegetal, Adaptado pelo autor, 2020.
47
No momento da aplicação alguns cuidados podem ser tomados em relação ao modo
com que esteja sendo feita a distribuição do produto na área, quando esta seja feita de forma
é recomendada estar entre 1,6 a 6,4 Km h-1 mantendo ao máximo a velocidade constante, pois
o aumento da velocidade em 1 km h-1 gera uma redução de 20% da vazão. A altura da barra
deve ser posicionada o mais próximo do alvo, para minimizar as perdas por deriva e
volatilização.
torno de 160 km h-1 e manter uma distância mínima do alvo podendo no máximo estar a 3 m
Evaporação
favorece a evaporação são a solubilidade, tensão superficial e o diâmetro das gotas utilizadas,
em que quanto menor as gotas, maior é a área de contato gerando maior velocidade no
FERREIRA, 2002).
48
É importante conhecer as características da molécula que está sendo trabalhada, pois
algumas apresentam maior propensão à volatilização, requerendo assim maior cuidado com
mais profundas do solo, podendo atingir o lençol freático e contaminar nascentes, rios, lagos,
hortaliças, com excessivo preparo de solo. Este é influenciado pela solubilidade do produto
pulverizado, características do solo e saturação do solo, por exemplo, se ocorrer uma chuva
são retidas a uma superfície solida fixa aos coloides do solo (EMBRAPA, 2018).
e quando este se encontra descoberto e em áreas onde não foi realizada a sistematização,
além disso, que com o início do período chuvoso ocorre um processo denominado de erosão
laminar levando o produto junto com o solo para rios ou mesmo a ocorrência de erosões
49
Fatores relacionados aos equipamentos
água, diariamente após seu uso, deve-se ressaltar a necessidade de tomar os devidos cuidados
para evitar a contaminação de canais, lagos e lençol freático. Nunca deixar restosde calda
que estão com desgaste. O controle e reparo de buracos e rachaduras que ocasionam
com estes defeitos não proporcionam uma aplicação uniforme, ademais se deve seguir as
Qualidade da água
todavia os produtos utilizados e os pulverizadores demandam uma qualidade água para evitar
produtos ativos por causa de reações com partículas indesejadas na água como argila e
matéria orgânica.
Nesse sentido, a qualidade química da água é um fator a ser analisada, como a dureza.
50
adequada para aplicação de produtos fitossanitários em suma maioria devem apresentar uma
classe do tipo muito branda a branda (Tabela 4), atendendo as exigências dos produtos
Outro fator químico da água a ser analisado que também pode interferir na qualidade
da calda, refere-se ao seu potencial hidrogeniônico (pH). Esse por sua vez, deve ser mais
preciso, pois alguns produtos fitossanitários exigem um pH ideal para garantir a estabilidade
aumentando a sua eficiência. Deste modo, a maioria dos produtos exigem um pH mais
acidificado para diminuir a sua reatividade, através de ácidos fracos como vinagre e ácido
presentes na água.
51
APLICAÇÃO HIDRÁULICA –
COMPONENTES PRINCIPAIS
52
COMPONENTES BÁSICOS DOS PULVERIZADORES HIDRÁULICOS
para armazenamento de calda (tanque), uma fonte de energia, a qual é responsável para
acionar o líquido, e um componente responsável pela formação das gotas, entretanto alguns
outros elementos e acessório são demandados para que o sistema seja funcional e eficiente
(imagem 16).
Imagem 16: Sistema utilizado em um pulverizador tratorizado, onde: 1 – tanque; 2 – agitador; 3 – registro;
4 – filtro; 5 – bomba; 6 – tubulação de retorno; 7 – regulador de pressão; 8 – manômetro; 9 – válvulas de
barra; 10 – barras; 11 – bicos.
Dito isto, entender os componentes que integram o sistema se faz indispensável, pois
cada qual tem sua importância, e entendendo seu funcionamento torna-se mais fácil a
53
Tanque ou depósito
Este componente tem como objetivo armazenar a calda que será pulverizada durante
a aplicação, sendo bastante importante manter sua boa condição estrutural, para evitar
Algumas medidas devem ser tomadas para garantir a segurança da equipe, prolongar
ao máximo a vida útil do equipamento e manter sua eficácia na lavoura, as quais serão
abordadas a seguir.
Todo equipamento deve passar por uma manutenção preventiva antes do início da
safra, visto que os pulverizadores tendem a ficar um período em repouso, e por existirem uma
utilização, o qual especifica itens a serem observados, são itens simples e rápidos de serem
avaliados.
54
Outra prática necessária para o prolongamento da vida útil de tanques é a realização
de limpeza regular. Sempre que uma aplicação for finalizada é necessário esvaziar o tanque,
para evitar a corrosão, além da possível obstrução de bicos por restos de produtos no
em um mesmo tanque para uma determinada aplicação, sendo assim indispensável uma boa
mistura da calda, pois em caso de falta de homogeneidade, durante uma aplicação pode
Outro ponto que merece atenção nos tanques está relacionado com o aparecimento
de vazamentos, sendo então necessária uma avaliação geral da estrutura, a fim de perceber
componente.
Agitadores
formulações utilizadas (ex: pós molháveis), os agitadores podem ser classificados de dois tipos
hidráulicos (imagem 18) utilizam-se do retorno da bomba para agitar a calda, aproveitando-
se do efeito Venturi (quando a água presente no sistema hidráulico encontra uma zona de
55
estreitamento, ocorre uma compressão momentânea, o que reduz a pressão, e aumenta sua
velocidade) tem a possibilidade de agitar a calda sem a necessidade de bombas maiores, visto
Filtro
Trata-se de um componente fundamental em um pulverizador, podendo cada modelo
(imagem 19), o qual tem por objetivo garantir a entrada de líquido o mais limpo possível no
reservatório.
no operacional da bomba.
56
Imagem 20: filtro de aspiração e sua localização na bomba
Nos bicos (imagem 22), os quais têm por finalidade impedir o entupimento das
pontas.
57
Os filtros desempenham quatro funções essenciais no equipamento:
aplicação.
risco de contaminar a cabine do trator, ambiente este que deve estar livre de
produtos agroquímicos.
Aumentar a vida útil das pontas, pois a presença de sólidos como areia e argila
Para a correta escolha do tipo de filtro a ser utilizado é necessário observar qual a
formulação do produto que será utilizada, pois produtos que apresentam maior granulometria
(distribuição das dimensões dos sólidos que compõe a formulação) como os produtos pó
molháveis e suspensões demandam filtros com malha maior (50, 30 mesh), já produtos que
formam soluções aquosas, emulsões e pós-solúveis, devem utilizar malhas nos filtros 80 ou
100 mesh.
Outro fator que influencia no tipo de filtro que deve ser utilizado é o modelo e tamanho
da ponta selecionada, pois para cada tipo de ponta, recomenda-se um filtro específico. Na
prática pontas de menor vazão, exigem filtros mais finos (malha 80,100) e
58
pontas de maior vazão podem-se utilizar filtros mais grossos (malha 50). Geralmente o
A limpeza de todos os filtros que integram o pulverizador deve ser feita diariamente, e
em caso de necessidade de realizar limpeza de filtro com calda no tanque, é necessário fechar
BOMBA
Bombas centrífugas (imagem 23) demandam ser instaladas em posição mais baixa que
problema em situações em que é necessário o aumento do volume de calda, pois isso aumenta
a pressão no sistema.
59
Bombas de pistão (imagem 24) e pistão diafragma são bombas que trabalham com
Bombas de pistão realizam seu deslocamento de acordo com a rotação fornecida pela
TDP (tomada de potência), porém estas bombas são projetadas trabalhar entre 450 a 540
RPM, onde a capacidade nominal da bomba é desempenhada a 540 RPM, e caso a rotação
CAMÂRA DE COMPRESSÃO
A câmara de compressão (imagem 25) tem como função manter a pressão o mais
constante possível, em especial para bomba de dois pistões que pelo movimento de admissão
e compressão gera uma oscilação na pressão de serviço, isso geraria uma oscilação da vazão e
do diâmetro das gotas (O diâmetro de gotas será tratada no capítulo 7) aplicadas na área,
resultando em grande variação o que não é interessante, para que tais problemas
60
não ocorram é instalado logo após a bomba corrigindo esta oscilação, em bombas de ação
REGULADOR DE PRESSÃO
pois atua no sentido de direcionar a calda que é bombeada pela bomba para seu destino
correto, tal peça (imagem 26) é composta por uma entrada, que é abastecida pelo fluxo
oriundo da bomba e duas saídas, uma que se comunica com os bicos, fornecendo a calda na
pressão adequada para manter a vazão desejada e outra saída que retorna todo o excedente
para o tanque. Por exemplo, se uma bomba tem capacidade de bombear 50 litrospor minuto
e a barra contenha 10 bicos com pontas com vazão de 2 litros por minuto, serão gastos 20
litros com a vazão necessária em um minuto e o restante deverá retornar par o tanque. Este
mecanismo é operado por meio de um parafuso que comprime a mola e que comanda a
passagem para o retorno, ao passo que quanto mais se comprime a mola, maior
61
dificuldade o líquido encontra para retornar ao tanque, aumentando assim a pressão no
REGISTRO
regulação do retorno da seção individualmente, podendo ser reguladas para não modificar a
pressão das seções que se mantêm abertas. As válvulas utilizadas podem ser as mecânicas
ou elétricas, dando maior importância atualmente às elétricas que permitem um manejo mais
seguro devido o distanciamento do operador com o registro, toda a regulagem é realizada por
62
MANÔMETRO
O manômetro traz a indicação da pressão que está sendo exercida pelo sistema, os
valores são dados lb/pol.2 e kg/cm2. Este mecanismo é de extrema importância para o controle e
BARRA
As barras são onde estão dispostos os bicos de pulverização, seu comprimento varia
de acordo com o modelo, em geral barras muito longas geram problemas durante aplicação
de suspensão próprio que absorve a energia gerada pelas oscilações provocadaspelo trator,
o que evita problemas com a deposição desigual do produto na área, tornando-a mais
63
Imagem 28: Modelos de pulverizadores montados
Este componente demanda um cuidado extra por parte do operador, pois pode ser
64
TAMANHOS DE
GOTAS E TIPOS DE
PONTAS
65
Tamanho de gotas
vegetais sintéticos pode ocorrer por meio da pulverização, que consiste basicamente em um
jato de água a uma pressão já determinada que entra em contato com um objeto e se
fragmenta em várias partes que são denominadas gotas, estas podem ser de diferentes
diâmetros, cada uma com suas particularidades para o processo de pulverização, são
Neblina: Gotas com diâmetro entre 50 a 100 (µm), devido ao fato de serem muito leves
gerado pelo vento, também denominado de deriva, em geral são poucas as que atingem as
folhas.
Gotas finas: Gotas que possuem diâmetro entre 101 a 200 (µm), são gotas pequenas que tem
como vantagem possibilitar uma melhor cobertura do alvo e apresentar maior facilidade de
penetrar na cultura, devido a um maior número de gotas por área, são necessárias em
susceptível à deriva e evaporação, resultando em perda de produto, além de gerar sério risco
ambiental.
66
Fonte: Adaptado pelo autor, 2020.
Gotas médias: Gotas que possuem diâmetro entre 201 a 300 (µm), sendo uma opção
intermediária entre as gotas finas e as grossas. Caso não haja indicação do tamanho de gota
Gotas grossas: Gotas que possuem diâmetro acima de 300 (µm), são gotas maiores que
permitem que não ocorra a deriva, é utilizado principalmente quando o alvo da aplicação é o
solo. Devido seu diâmetro maior a aplicação não garante boa distribuição e possui baixa
penetração na cultura.
67
Fonte: Adaptado pelo autor, 2020.
(Diâmetro Mediano Volumétrico) que consiste no diâmetro de gota que divide em duas partes
as gotas, levando em consideração que a soma dos volumes de gotas com maiores diâmetros
e das gotas com diâmetros menores deve ser iguais, outra variável importante é o DMN
(Diâmetro Mediano Numérico) é o diâmetro que divide em dois com metade das gotas com
número de gotas, a relação entre (equação A) deve se aproximar ao máximo de 1 para que
Como pode ser observada no modo que é realizada a classificação, uma ponta não
produz apenas um diâmetro de gotas, mas sim vários que podem estar sujeitos aos problemas
𝐷𝑀𝑉
𝐷𝑀𝑁
68
Tabela 5: Distância percorrida por gotas de diferentes diâmetros liberadas a 3 m de altura submetidas a
determinado vento com velocidade de 1,34 m s-1.
DIÂMETRO DA GOTA (µM) DISTÂNCIA DA DERIVA (M)
500 2,1
200 4,9
100 15,25
30 152,5
15 610
Fonte: Quantick (1985) – Adaptado pelo autor.
tenha em mente o produto que vai aplicar na lavoura, pois a escolha do produto vai impactar
diretamente no tamanho da gota que deve ser aplicada na área como pode ser visto nas
tabelas 6 e 7, que estão relacionadas à utilização de defensivos agrícolas, e qual o alvo que
Tabela 7: Diâmetro de gotas e quantidade de gotas observadas por cm2 proveniente de aplicação de 1L de
calda para 1 ha.
DIÂMETRO DE GOTA (µM) GOTAS cm-2
50 153
100 19
200 2,4
400 0,3
Fonte: Matthews (2000) – Adaptado pelo autor.
69
O volume de calda utilizado durante a pulverização tem impacto direto neste diâmetro
(Tabela 8), isto é ocasionado devido à utilização de volumes maiores que formam em geral
gotas com diâmetros maiores e volumes mais baixos formam gotas de menor diâmetro, esses
fatores devem ser levados em conta para a aplicação que se deseja realizar na área, sendo
importante que se tenha atenção ao volume de calda correto para cada aplicação.
A escolha das pontas de pulverização, que será tratado mais adiante, e o tamanho de
gotas formadas estão diretamente relacionados com a pressão de serviço que o equipamento
deve possuir no momento da aplicação, visto que a pressão tem forte impacto sobre o
tamanho de gotas (imagem 29) existe uma relação inversamente proporcional que ocorre, em
que quanto maior a pressão aplicada, menores serão as gotas formadas e para pressões
70
Tabela 9: Influência da pressão no tamanho de gotas e vazão
Pressão Diâmetro de gotas Vazão Ângulo do jato
Maior Menor Maior Maior
Menor Maior Menor Menor
Fonte: Pereira (2015) – Adaptado pelo autor.
Os problemas gerados devido à negligência com estes fatores podem ser bem
determinada cultura com o objetivo de corrigir uma deficiência, que necessitaria de gotas
menores para garantir melhor cobertura, ao se aplicar gotas maiores por algum erro cometido
nos pontos anteriores estes nutrientes não serão espalhados da forma correta e sua
assimilação pela cultura de forma rápida, almejada pela aplicação foliar, não vai ocorrer
TIPOS DE PONTA
alcançado, ao realizar a calibragem de modo preciso a cada aplicação, pois a falta de padrão
dos tipos de pontas na barra, ajustes de fixação e desgaste das pontas, são alguns dos
aumentando os custos por aplicação. Nesse sentido, alguns passos devem ser seguidos para
de ponta.
71
autopropelidos, sendo constituído, pelo corpo, peneira, ponta e capa (Imagem 30) e todo
aparato de fixação na barra, e dessa forma espalhar o líquido sobre o alvo, através da pressão
do líquido e pressão. Essas informações são de extrema importância para a escolha da ponta
e assim todas as pontas apresentam uma nomenclatura pela norma da ISO 10.625
obedecendo ao padrão internacional, podendo cada tipo de ponta ser adaptado a qualquer
pulverizador e facilitar a sua identificação (imagem 31). A ISO por meio da norma 10.626
72
Imagem 31: Nomenclatura da ponta
Tabela 10: Códigos de cores e seu padrão comparativo entre os padrões usados
Sistema Internacional
Cor da ponta
Vazão a 3 bar (L/min)
Laranja 0,39
Verde 0,59
Amarelo 0,79
Azul 1,18
Vermelho 1,58
Marrom 1,97
Cinza 2,37
Branco 3,16
Fonte: Adaptado pelo autor, 2020
que é diretamente proporcional a sua durabilidade e qualidade, podendo ser do tipo latão,
necessário para prever o tempo de uso necessário para realizar a substituição deste
componente, pois o tempo influencia no desgaste de acordo com o material (Gráfico 1), usos,
73
Gráfico 1: Teste comparativo de desgaste (eixo x corresponde ao tempo em horas; eixo
y corresponde a % do crescimento da vazão
forma de distribuição é relacionada ao tipo de jato produzido podendo ser divididos em:
Nas pontas do tipo leque, o jato do líquido produzido em um plano inclinado apresenta
formato de leque. Estas pontas operam com pressões de 2 a 4 bar com aberturas de ângulos
de 60º a 150º. Pode ser indicada para aplicação de inseticidas, herbicidas e fungicidas ao solo
ou culturas de campo. O padrão de deposição desses bicos não é muito regular concentrando
a maioria das gostas no centro do plano e, devido a isso, a suautilização em barras é provida
com a sobreposição dos planos de cada ponta, proporcionando uma uniforme faixa de
74
Imagem 32: e Ponta do jato tipo de leque e perfil de deposição
Ponta de impacto
Essas pontas operam com baixa pressão entre 0,7 a 1,69 bar, em angulações de 80º a
bastante os efeitos de deriva. Contudo, estes bicos são recomendados para a aplicação de
Imagem 33: e Ponta do jato tipo impacto (a) e perfil de deposição (b)
a) b)
As pontas de jato plano “leque” podem ainda ser subdivididas em perfil elíptico, ideal
para utilização em barras, uniforme para utilização em faixa, Ieque duplo, e aqueles
75
destinados a produzirem gotas maiores para evitar efeitos tendenciosos de deriva, como o
cone, permanecendo o interior desprovido de gotas. Este tipo de distribuição é formado pela
ponta que dispõem uma forma de disco e seus componentes (difusor, caracol, espiral ou core),
sendo o diâmetro das gotas controlado pela pressão e tamanho dos orifícios.
Esse modelo de ponta é muito utilizado para alvos irregulares com alto volume foliar,
menores diâmetro de gotas e pressões com valores até 10 bar, em relação aos do tipo leque
(imagem 34).
com pressões de até 3 bar e ângulo de 80º, possibilitando diâmetro de gotas maiores que o
cone cheio minimizando os efeitos de deriva. São recomendadas para a aplicação de herbicidas
Imagem 34: Ponta do tipo cone vazio (a) e cheio e suas respectivas deposições
de gotas (b)
a) b)
76
Observado as características da distribuição de gota pelas pontas e os seus tipos ideais
para cada aplicação, se faz necessário também a determinação da vazão por meio da
velocidade de operação (km/h), volume da calda (L/ha) e espaçamento entre bicos (E),
Lha-1*kmh-1*E
L/min=
600
Exemplo prático:
100Lha-1*10,92kmh-1*0,5m
L/min= = 0,91 L/min
600
Neste caso observamos uma vazão de 0,91 L/min correspondendo ao catálogo (tabela
11) à ponta TT11002, que produz um tamanho de gota média e uma pressão de 4bar. A
coletando a água de no mínimo de duas pontas durante um minuto através de uma proveta
graduada, e calculando a média desse volume (L). Com isso, deve se obter a área de cobertura
77
demonstrado na imagem 35, com no mínimo três repetições. Com esses dados pode-se
𝐿 10000 ℎ𝑎 ∗ 𝐿
𝑉𝑎𝑧ã𝑜( )=
ℎ𝑎 2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐿(𝑚)
𝐿 10000ℎ𝑎 ∗ 1
𝑉𝑎𝑧ã𝑜 ( )= = 100 𝐿/ℎ𝑎
ℎ𝑎 (2 ∗ 0,5 𝑚) ∗ 100𝑚
Então 100 L/ha é o volume de calda que o pulverizador esta oferecendo, sendo
compatível com o valor desejado. Caso os valores tenham ficado bem próximos é possível
realizar os devidos ajustes para adequar a vazão regulando a pressão pelo manômetro.
78
Tabela 11: Catalágo de pontas para escolha de acordo com a vazão
79
EPI’s, FORMAS DE
CONTAMINAÇÃO E
DESCARTE DE
EMBALAGENS
80
Defensivo agrícola: se negligenciada sua toxicidade, pode ser um vilão
encontrada em outros países produtores de grãos, como os Estados Unidos que tem um
período do ano com frio extremo e neve. As principais culturas que recebem tratamento com
defensivos são a soja (Glycine Max), milho (Zea mays) e cana-de-açúcar (Saccharum
officinarum) com 570, 170 e 48 milhões de litros respectivamente, com destaque para os
estados, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, totalizando em 2016 mais de 30 milhões de reais
com o consumo de defensivos agrícolas. Neste cenário o meio ambiente é passível de ser
do sistema que corre risco diário se contaminar é o homem, o qual trabalha diretamente
exposto aos produtos em diversas etapas da operação, e por falha de algumEPI, ou descuido
81
VIAS DE CONTAMINAÇÃO
agrícolas, através da via dérmica, seja pelo contato com a pele, via ocular pelo contato direto
do produto com os olhos, oral pela boca, além da via respiratória através da absorção rápida
pelo nariz e pulmões. Em caso de ingestão do produto, dá-se o nome de contaminação aguda
atividade.
82
CONTAMINAÇÃO INDIRETA
Via ambiental pela exposição pós a utilização e aplicação dos defensivos agrícolas na
contato com as plantas com resíduos dos produtos e a via alimentar pela ingestão dealimentos
83
risco de intoxicação por determinado produto é uma correlação estatística da probabilidade
Toda substância química é considerada tóxica, o que vai definir o quão tóxico é
a dose capaz de causar um efeito adverso, maior será sua toxicidade (imagem 36) logo se
percebe um fator determinante para manter a integridade física do colaborador, se este não
tem a capacidade de alterar a toxicidade do produto, a única forma viável de reduzir riscos
de contaminação é por meio de barreiras físicas, reduzindo assim a exposição, por meio da
É importante destacar que o custo com EPI’s dentro de toda operação agrícola é um
dos menores, aproximadamente 0,05% dos custos são com estes equipamentos, ao passo que
99,95% são gastos com insumos, fertilizantes, sementes, material, mão de obra, custos
84
Os EPI’s (imagem 37) podem variar de acordo com a atividade exercida, porém é
obrigatório, também é deliberado pelo ministério do Trabalho que todo EPI deve conter o
Para o preparo de calda, e aplicação em situações que utilizam máquinas agrícolas sem
possuem uma ordem certa para serem colocados e retirados, sendo eles:
Avental – Tem por objetivo proteger o aplicador contra respingos de produtos mais
85
pulverizadores costais; Devem ser confeccionados com materiais resistentes a
Boné, capuz ou touca árabe: Tem por objetivo a proteção do couro cabeludo e pescoço
Botas – Tem a função de proteção do pé, é importante que tenha cano alto e seja feita
intenso.
Luvas – Proteção contra contaminação dérmica por meio das mãos, estas devem ser
formulação.
podem ser descartáveis, ou com filtros de carvão ativados especiais para reposição.
protegendo os olhos e/ou rosto durante manuseio e aplicação. É importante que este
86
equipamento deve possibilitar a utilização do respirador em simultâneo, caso
necessário.
A ordem a ser utilizada para vestir e retirar os EPI’s (tabela 12) tem por objetivoevitar
ao máximo o contato direto com os produtos químicos utilizados, tal ordem deve estar
bastante clara para todos os envolvidos na operação, para que o risco decontaminação seja
Em contrapartida aos benefícios dos defensivos agrícolas, estes podem oferecer risco
ao meio ambiente e ao ser humano se não realizado a destinação correta das embalagens
vazias.
embalagens vazias devem ser lavadas, evitando a contaminação pelos resíduos nela presentes
que devem ser destinados no tanque juntamente com a calda que será aplicada, em seguida
apresentando as notas fiscais, para que esta seja destinada para o correto
87
lugar e posteriormente poderem ser recicladas sem causar danos ambientais (GERASSI,2004).
agrícolas tem que ser realizada a reciclagem controlada, esta deve ser lavada conforme as
embalagem, conforme mencionado acima este procedimento deve ser realizado durante o
solução, posteriormente verta o líquido no tanque realizando esta operação por três vezes, ao
final, perfure a embalagem para que esta não seja reaproveitada (FARIA, PEREIRA, 2012)
TRIPLÍCE LAVAGEM
defensivos agrícolas é necessário realizar a tríplice lavagem, a qual deve ser realizada de
88
Imagem 38: procedimento adequado para lavagem de embalagens de defensivos vazias
89
COLOCANDO EM
PRÁTICA
90
À seguir uma tabela com a faixa de pH ideal na calda para vários princípios ativos:
HERBICIDAS INSETICIDAS
Princípio ativo pH ideial Princípio ativo pH ideial
Acifluorfen Sodium 5 Acephate 5
Acierfluorfen+Bentazone 5 Azimphos Ethvi 5
Alachlor 5 Bacillus Thurigiensis 5
Amentryne 5 Carbaryl 5
Atrazine 5 Carbofuran 5
Bentazone 5 Carbosulfan 5,5 - 7
Chlorimuron-Etyl 5 Cartap 5
Clomazone 5 Cloropyrifos 5,0 - 4,0
Cyanazine 5 Ciflutrin 4
Dicamba 5 Cypermethrin 4
Doclorofenoxiacético 5 Deltametrine 4
Diquat 5 Diazinon 7
Diuron 6,0 - 7,0 Diflubenzuron 5
Diuron-Hexazinone 6 Dimetoate 4
Fenoxaprop - P - Etil 5 Ethion 5,0 - 6,0
Fluazipop- P - Butil 3,0 - 4,0 Endossulfan 5
Gliphosate 4 Fenitrothion 4,0 - 6,5
Glufosinato 5 Fenthion 4,0 - 5,0
Imazapyr 5 Fenvalerate 4
Imazaquin 5 Formetanate Hidrocloreto 6
Imazethapyr 5 Lambdacyhalothrin 4
Flumetsulan 5 Lufenurom 5
Fomesafen 5 Malathion 5
Halosulfuron 5 Methamidophos 4,0 - 5,0
Holoxifop 5 Methidathion 4,0 - 5,0
Lactofen 5 Methomil 5
Linuron 5 Monotocrophos 4
Metolaclor 5 Parathion-Metil 5
metribuzin 5 Permethrin 4
Oryzalina 5 Phosmet 5
Oxyfluorfen 5 Profenofos 4
Paraquat 5 Teflubenzuron 5
Pendimenthalin 5 Thiodicarb 5
Picloran 5 Thiometon 5
Sethoxidim 5 Triazophos 4 -6,5
Simazine 5 Trichlorfon 6
Sulfentragone 5
Sulfosate 5
Trifuralina 5
91
FUNGICIDAS ACARICIDAS
Princípio ativo pH ideial Princípio ativo pH ideial
Benomil 5 Abmectin 5
Bitertanol 5 Amitraz 5
Captan 5 Azocyclotin 5,0 - 6,5
Carbendazin 5 bromopropylade 5
Carboxin 5 Cyhexatin 5
Clorothalonil 5,0 - 6,0 Dicofol 5
Cyproconazole 5 Dicofol + Tetradifon 5
Dodine 5 Dimetoate 4
Fernarimol 6,0 - 7,0 Fenbutatin-oxide 7
Iprodione 5,0 - 6,0 Óxido de Fenibutatina 7
Mancozeb 5 Hexythiazox 5
Oxicloreto de cobre 5 Proargite 5
Propiconazole 5,0 - 6,5 REGULADORES
Tebuconazole 5 Princípio ativo pH ideial
Thiofanato Metilílico 5 Ethphon 3
Thiabendazole 5 Cloreto de mepiquat 5
Triadimefon 5
Triaforine 5
Vtanque*Dose
Quantidade de Produto (L/ha)=
Vcalda
Resolução:
costal, neste exemplo foi colocado 5L de água, para aplicação desta numa área conhecida de
100m2 (Imagem 1). Após a aplicação em área total contabiliza-se o quanto de água foi
92
aplicado, pela diferença do que foi colocado com a quantidade de água remanescente no
Passo 2: Com os dados adquiridos no passo 1 de quantidade de água aplicada em uma área
10000*1 L
Volume de calda= =100 L/ha
100 m2
Passo 3: Dessa forma, pode-se calcular o quanto do produto comercial deve ser
20 L*1 Lha-1
Quantidade de Produto (L/ha)= =0,2 L
100 Lha-1
Em uma área onde se encontra implantado a cultura do eucalipto, com plantas ainda jovens
e sabendo que são sensíveis a aplicação de glifosato deve se utilizar pontas que permitam
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gotas mais grossas, evitando o processo de deriva, supondo que a ponta foi escolhida realize
uma aplicação de 4 L/ha de glifosato, com 125 L/ha de calda e sabendo que o trator percorre
50 m em 45 s.
180
Tempo
TA * V * EB
60000
Tanque*Dose
Volume de calda
Resolução:
180
= 5 km ℎ−1
36
94
Espaçamento entre bicos (EB):
2m
= 50 cm
4bicos
125 * 5 * 50
𝐿/𝑚𝑖𝑛 = = 0,521 L/min
60000
Conversão
Converta os valores de galões por minuto em Litros por minuto representados na tabela
abaixo:
Pressão Vazão
Resposta:
95
c) 1,135 L/minuto
d) 1,400 L/minuto
96
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
96
Conforme abordado neste material, a aplicação de defensivos agrícolas é uma etapa
fundamental para a condução das diferentes culturas que compõe o agronegócio brasileiro,
que é motivo de orgulho para todos os brasileiros integrando uma parcela considerável do
PIB.
teórico a fim de acertar nas decisões reduzindo os custos com a operação,que é uma das
mais onerosas dentro de toda a cadeia produtiva. Conhecer de todas as particularidades desta
atividade possibilita uma melhor gestão dos colaboradores e ressaltaa importância de sempre
ter a disposição equipamentos adequados e com a manutenção em dia, para reduzir perdas e
ambiente.
A pessoa que está na área nunca pode se esquecer de que todo e qualquer defensivo
agrícola é um produto tóxico, o que varia entre eles é a dose necessária para a contaminação
contínuo existe, e estudos apontam que a contaminação crônica é responsável por inúmeros
casos de doenças incuráveis, logo antes de qualquer manuseio ou contato sempre utilize os
Certas decisões por mais simples que pareçam ser, devem ser tomadas, como a escolha
necessárias para realizar a operação, escolher a ponta adequada, altura de barra, velocidade
97
em mente que cada operação é única, os riscos e configurações devem ser observados de
eficiência da operação.
a ele utilizar tudo que tem a disposição para alcançar o sucesso em sua lavoura, então sempre
que surgir uma dúvida releia este material, nós da AGRIFERT BRASIL temoscerteza que irá te
98
LITERATURAS
CONSULTADAS
99
REFERÊNCIAS
Aeagro, Veja como escolher o adjuvante agrícola e melhorar o seu manejo. Disponível em:
BRASIL, Brasília. Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989. Diário Oficial da República Federativa
CAMPO E NEGÓCIOS. pH ideal de calda para produtos fitossanitários. Ed. fev. 2016.
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/663946/manual-de-
100
Cuidados básicos com o pulverizador, Conteúdos Agro Bayer, 2019. Disponível em:
https://www.agro.bayer.com.br/conteudos/news-bucket/2019/02/25/16/16/8-
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/426350/1/Dc102.pdf.
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1099141/1/DOC1
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GERASSI, P. V. M. Manual de destinação final de embalagens vazias de produtos
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01 ago. 2020.
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(INFOTECA-E), 2015.
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RAMOS, Hamilton et al. Manual de tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários. São
ferramentas. Inf. Tec. Nortox, Ed. 19. Abr., 2019. Disponível em:
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103