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Representações sociais da maternidade na


mídia digital

Antonia Regynara Moreira Rodrigues


Universidade Federal do Acre - UFAC

Maria Adelaide Moura da Silveira


Secretaria de Saúde de Caucaia

Ana Eulária Silva Costa


Universidade Estadual do Ceará - UECE

Larissa de Freitas Xavier


Universidade Estadual do Ceará - UECE

Laianny Luize Lima e Silva


Universidade Federal do Piauí - UFPI

Dafne Paiva Rodrigues


Universidade Estadual do Ceará - UECE

'10.37885/230111737
RESUMO

Objetivo: Apreender as representações sociais da maternidade na mídia digital. Métodos:


Pesquisa documental realizada com 39 reportagens encontradas no acervo digital da Revista
Veja, tendo a Teoria das Representações Sociais como referencial teórico. Foram selecio-
nadas notícias que tivessem em seus títulos as palavras-chave “maternidade” ou “mãe”
disponíveis na íntegra. Realizou-se a análise lexical dos dados das reportagens, através do
software ALCESTE, resultando em cinco classes. Resultados: As representações sociais da
maternidade apresentaram-se em dois eixos temáticos: “Ampliação da licença-maternidade:
uma conquista do direito materno” e “Maternidade: do desejo ao exercício do papel mater-
no”. Conclusão: Compreende-se que a produção e divulgação de reportagens da Revista
Veja desvelam nas representações sociais da maternidade a variabilidade histórica e social
do seu significado na constituição familiar e nos papéis de gênero, sofrendo alterações ao
longo dos tempos.

Palavras-chave: Maternidade, Representações Sociais, Revista.


INTRODUÇÃO

A experiência da maternidade constitui um marco na vida de uma mulher, envolve as-


pectos transgeracionais e culturais, associados ao que se espera da mulher dentro da família
e da sociedade. Caracteriza-se como uma época de transição, reestruturações na identidade
e nos papéis exercidos pela mulher, bem como retoma vivências passadas. Constituir-se
como mãe é anterior a gestação, começa desde as primeiras relações e identificações da
mulher, passando pela adolescência e o desejo de ter um filho (REZENDE, 2017; ZANATTA;
PEREIRA; ALVES, 2017).
Por ser inerente ao ser feminino, a maternidade carrega a responsabilidade social de
preservação da espécie e à continuidade de uma cultura específica. Representa a realização
da própria essência feminina que possui um conjunto de competências inatas para ser mãe e
que, dessa forma, dá cumprimento ao seu destino (ESTRELA; MACHADO; CASTRO, 2018).
A maternidade inscreve-se na dinâmica da sociedade, num momento historicamente
construído, no qual a influência de padrões culturais, das representações sociais, crenças
e valores se apresentam como determinantes (LAUXEN; QUADRADO, 2018). O carácter
social da maternidade é provado pela variabilidade histórica e social do seu significado,
sofrendo alterações ao longo dos tempos.
Entre 1930 até meados de 1980, a divisão mais tradicional de papéis e as relações de
gênero atribuía à mulher a função de gestar, cuidar e educar os filhos e se responsabilizar
pela rotina da casa. No decorrer do século XX e, atualmente, com a participação da mulher
no mercado de trabalho, além de todas estas atribuições, espera-se um bom desempenho
profissional e financeiro (PETKOWICZ; LAZZARI; GALLON; NARDES, 2022).
Assim, pretende-se neste artigo discutir a maternidade como fenómeno onde con-
vergem representações e práticas de natureza pessoal, familiar, cultural e social, reco-
nhecendo a importância da família e do meio cultural na construção das representações
sociais da maternidade.
Para que exista representação social sobre um objeto é preciso que este desperte
o interesse do grupo, seja relevante, faça parte de suas práticas cotidianas e seja alvo da
comunicação entre seus membros (SÁ, 1998). Compreendidas como uma maneira de per-
ceber o mundo, as pessoas e os fenômenos, as representações sociais são construídas,
desconstruídas e transformadas por meio das interações sociais.
A Teoria das Representações Sociais foi o referencial teórico escolhido para este estudo
por possibilitar trazer o conhecimento de senso comum nascido através da comunicação e
das relações entre pessoas e grupos que orientam a informação e atuação do homem no
mundo (MOSCOVICI, 2012).

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As representações sociais são elaboradas a partir dos processos de ancoragem, que
tenta incorporar ideias estranhas, reduzi-las a categorias e a imagens comuns, colocando-as
em um contexto familiar; e a objetivação, que é transformar o abstrato em quase concreto,
transferir o que está na mente em algo que exista no mundo físico. Elas têm o objetivo de se
abstrair sentido do mundo e introduzir nele ordem e percepções, que reproduzem o mundo
de uma forma significativa (MOSCOVICI, 2012).
A mídia é um local inegável de produção e divulgação de informações, os produtos
midiáticos são mediadores de uma dada realidade construída historicamente a partir de re-
presentações e discursos visuais e verbais que ajudam a modelar a visão de mundo (TOMAZ,
2015; BRAGA, 2021). Tornou-se um espaço singular para a pesquisa das mais diferentes
áreas do conhecimento interessadas na construção e interação social. Por essa razão, a
escolha da mídia para o estudo da maternidade trata-se do reconhecimento de sua influência
frente à construção e propagação de opiniões, tornando-se fundamental compreender que
imagem de mãe e maternidade tem sido transmitida.
A escolha do tema se deu pela necessidade de produção e veiculação de estudos sobre
maternidade, uma vez que esta, por vezes, não é percebida dissociada da gestação, além
da possibilidade de incitar e nortear estudos posteriores. Nessa perspectiva, objetivou-se
apreender as representações sociais da maternidade na mídia digital.

MÉTODOS

Pesquisa do tipo documental, que possui a vantagem de valer-se de rica e estável


fonte de dados, permitindo acrescentar a dimensão do tempo à compreensão do objeto em
estudo, pois favorece a observação do processo de maturação ou evolução de indivíduos,
grupos, conceitos, conhecimentos, comportamentos (GIL, 2010).
Assim, utilizaram-se notícias veiculadas na mídia digital da Revista Veja, por ser uma
revista de circulação nacional, de linguagem acessível aos leitores e por possuir uma fer-
ramenta de busca on line. A coleta de dados realizou-se entre os meses de maio e junho
de 2022 no acervo digital da revista, utilizando o descritor maternidade. Como critérios
de inclusão: notícias que tivessem em seu título as palavras-chave maternidade ou mãe
publicadas nos últimos dez anos e disponíveis na íntegra. Foram excluídas notícias que
possuíssem as palavras-chaves no título sem que seu tema principal fosse a maternidade
enquanto fenômeno.
Foram encontradas 609 reportagens, das quais 82 possuíam as palavras-chaves no
título. Destas 15 retratavam a maternidade enquanto espaço físico, 14 referiam a materni-
dade de artistas, 06 estavam repetidas, 05 não puderam ser acessadas e 3 não retratavam
o tema. Após aplicação dos critérios, a amostra final foi composta por 39 notícias.

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As reportagens foram utilizadas para preparar um banco de dados único para ser pro-
cessado com o uso do software ALCESTE-versão 2012 (Análise Lexical de um Conjunto
de Seguimentos de Texto), que possibilita a realização de análise lexical quantitativa do
material textual para extrair as estruturas com significados mais representativos e acessar
a informação essencial presente, permitindo descrever, classificar, assimilar, sintetizar e
identificar a organização tópica de um texto, acessando as relações existentes entre os
léxicos, contudo não deixa de considerar a qualidade do fenômeno em estudo, e ainda
fornece critérios provenientes do material utilizado para a consideração do mesmo como
indicador de um fenômeno de interesse científico (CAMARGO, 2005; SOUSA; RODRIGUES;
ROCHA; MARTINS, 2009).
O ALCESTE pode agilizar a análise de dados textuais e tem potencial para ser usado
no mapeamento geral do corpus, resultando em uma classificação objetiva, a partir de cri-
térios estatísticos, baseada na co-ocorrência das palavras; apresentando as relações entre
as classes encontradas e gráficos que representam essas relações (SOUSA; RODRIGUES;
ROCHA; MARTINS, 2009).
O corpus é o banco de dados de texto que foi analisado e fragmentado inicialmente
em Unidade de Contexto Inicial (UCI) das reportagens captadas na Revista utilizada para o
estudo (SOUSA; RODRIGUES; ROCHA; MARTINS, 2009). Após reconhecer as indicações
das UCIs, o programa dividiu o material em Unidades de Contexto Elementar (UCE). Elas
são segmentos de textos, na maior parte das vezes, do tamanho de três linhas, dimensio-
nados pelo programa informático em função do tamanho do corpus e, em geral, respeitando
a pontuação (CAMARGO, 2005).
O programa fornece o número de classes resultantes da análise, as formas reduzi-
das, o contexto semântico e as UCE características de cada classe consolidada. Com o
material, as autoras explicitaram o conteúdo presente no mesmo, organizando as classes
em blocos temáticos de acordo com os dados fornecidos pelo software. Por fim, foram
interpretados e analisados os blocos temáticos na perspectiva processual da Teoria das
Representações Sociais.

RESULTADOS

A partir do processamento do software ALCESTE, foram encontradas 3086 palavras


ou formas distintas, agrupadas em 290 UCE, das quais 227 foram classificadas em cinco
classes, obtendo 78% de aproveitamento conforme Dendograma de Classificação Hierárquica
Descendente (Figura 1).

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Figura 1. Dendograma da Classificação Hierárquica Descendente das representações sociais da maternidade na mídia.
Fortaleza- CE, 2022.

Fonte: Elaborado pelas autoras a partir do Software Alceste.

Num primeiro momento, o corpus foi divido (1ª partição) em dois subcorpus, originando
de um lado a classe 1 e do outro aquele subcorpus que posteriormente originou as classes
2, 3, 4 e 5. A classe 1 é a mais específica e representa 20% do corpus. Num segundo mo-
mento, o segundo subgrupo foi dividido em dois (2ª partição), obtendo-se a classe 2 (7% do
corpus) e outro subgrupo. Em seguida, esse subgrupo foi dividido (3ª partição), originando a
classe 3 (10% do corpus) e um novo subgrupo. Finalmente, esse último subgrupo se divide
(4ª partição), originando as classes 4 (28% do corpus) e a classe 5 (35% do corpus), mais
comuns entre si, por serem as últimas a se dividirem, além de serem as de maiores número
de UCE analisadas. A CHD encerrou aqui, pois as cinco classes mostraram-se estáveis, ou
seja, compostas de UCE com vocabulário semelhante.
A classe 1 é a de maior de maior significância estatística em termos de agregação de
UCE, totalizando 20% do total. Essa é uma classe formada de 45 UCE e 74 palavras analisá-
veis. A classe 1 aborda a proposta de lei e aprovação da ampliação da licença maternidade
de 120 dias para 180 dias. A mídia objetiva as representações sociais da maternidade na
ampliação da licença maternidade como conquista do direito materno e ancora nas palavras

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aprovação, proposta, ampliação, empresa, licença-maternidade, mês, projeto, lei, benefício,
aderir, prorrogação.
A classe 2 é a de segunda maior significância estatística em termos de agregação de
UCE, totalizando 7% do total. Essa é uma classe formada de 16 UCE e 57 palavras anali-
sáveis. A classe 2 aborda listas de países com melhores condições de uma mulher exercer
a maternidade conforme determinantes sociais de saúde. As palavras mais representativas
foram: children, melhores, país, lugar, lista, piores, situação, economia.
A classe 3 foi formada com 23 UCE (10%) e teve 37 palavras analisáveis. Está re-
presentada pelo sonho realizado da adoção do papel materno após decisões judiciais em
diversas circunstâncias. As palavras mais representativas foram: biológico, nome, justiça,
adoção, registro, pai, juiz, certidão.
A classe 4 foi composta por 63 UCE (28%) e 82 palavras analisáveis, abordando o
contexto da maternidade tardia. As palavras mais representativas foram: mulher, trabalho,
parto, idade, gravidez, especial, carreira, faixa, etária.
A classe 5 foi a de maior número de UCE, formada com 80 UCE (35%) e 81 palavras
analisáveis. Explora a dedicação da mulher à maternidade tão desejada, além da satisfação
e da consciência da responsabilidade de criar um filho. As palavras mais representativas
foram: desejo, aluguel, barriga, ensinar, fácil, executiva, sinto.
Para fins desse artigo, essas classes foram organizadas em blocos temáticos de acor-
do com aproximação das classes demonstrada na CHD para análise. A classe 1 compôs o
primeiro bloco temático nomeado de Ampliação da licença maternidade: uma conquista
do direito materno e as classes 2, 3, 4 e 5 compuseram o segundo bloco temático, no-
meado de Maternidade: do desejo ao exercício do papel materno, conforme apresen-
tado no Quadro 1.

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QUADRO 1. Organização das classes em Blocos Temáticos. Fortaleza- CE, 2022.

CLASSES UCEs Blocos temáticos


A comissão de seguridade social e família da câmara dos deputados aprovou
nesta quarta-feira o projeto de lei que visa estender a licença maternidade
para 6 meses. O projeto 2513-7, do senado, prevê a concessão de incen-
tivos fiscais a empresas que prorrogarem o prazo da licença por mais 60
dias. (uci n° 8)
O projeto pretende incentivar um maior número de instituições a conce-
Ampliação da Licença materni-
der esse benefício as trabalhadoras (....) De acordo com o presidente da
Classe 1 dade: uma conquista do direito
SBP,esse tempo e fundamental para que as mulheres possam se dedicar a
materno
amamentação. (uci n° 34)
(...) a aprovação da medida representa um grande ganho para as traba-
lhadoras e para os bebês, que poderão ficar mais tempo com suas mães.
Atualmente, a licença maternidade já pode ser estendida para 6 meses no
caso das empresas que aderirem ao Programa Empresa Cidadã, criado pela
lei 11.778. (uci n° 9)
(...) No outro extremo da lista, a Noruega é hoje o melhor pais para a ma-
ternidade, segundo a classificação melhores e piores lugares para ser mãe,
que compara 165 países em termos de saúde materna, educação, situação
Classe 2 econômica. (uci n° 29).
(...) a ONG internacional analisa os melhores e piores países para assumir
uma maternidade em diversos fatores, como nível educativo, econômico, sa-
nitário e politico das mães, além do bem-estar básico dos filhos. (uci n° 30).
Em uma decisão inédita, a justiça de Pernambuco autorizou o registro de
um menino de 4 anos em nome de 3 pessoas; a mãe, o pai e a madrasta
da criança. A guarda da criança será compartilhada entre o casal e a mãe.
A mãe biológica não tinha condições de sustentar o filho, que era criado
também pelo pai com sua companheira. (uci n° 16).
Após 3 anos de espera, a menina Kaylla Brito Santarelli, de 3 anos, será uma
Classe 3
das poucas crianças no país que terá uma nova certidão de nascimento onde
constará o nome de suas duas mães.( uci n° 6).
Levantamento inédito da coordenadoria da infância e da juventude do tri-
bunal de justiça de São Paulo indica que 102 mães entregaram de forma
voluntaria o filho recém-nascido a justiça paulista para adoção nos últimos
12 meses.(uci n° 19). Maternidade: do desejo ao
exercício materno
(...) a idade das gestantes cada vez mais avançada. (...) o número de mu-
lheres que engravidaram pela primeira vez depois dos 40 anos cresceu 27%
Classe 4 na última década. (uci n° 10).
Em 10 anos, a proporção de mulheres com ao menos um filho caiu em todas
as faixas etárias .... (uci n° 26).
Eu sempre digo que ter filhos é fácil. Agora ser mãe e muito difícil. (...)
Não é minha prioridade. Tem um monte de coisas que quero fazer antes.
(uci n° 39).
Cada uma se expressa de uma forma diferente. Mas a verdade e que, seja
como for a sua, com certeza tudo que ela faz e pensando no seu bem e no
seu futuro. (uci n° 20).
Classe 5 Ter dado a luz e agora ver a minha menina nascer desta forma, o amor que
senti pela mãe de aluguel, para minha era a mulher mais maravilhosa do
mundo ao fazer isto por nos. (uci n° 28)
(...) A maratona começou no segundo mês de vida dos e durou ate o fim
da licença maternidade, emendada com um mês de ferias. A história de
Claudia é um exemplo da realidade de muitas executivas ante a materni-
dade. (uci n° 27).
Fonte: Elaborado pelas autoras

DISCUSSÃO

1º Bloco temático: Prorrogação da Licença maternidade: uma conquista do direito


materno

Na classe 1, as representações sociais da maternidade na mídia foram objetivadas na


ampliação da licença maternidade como conquista do direito materno.

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A Comissão da Seguridade Social e da Família aprovou o projeto de lei 2513/07,
transformada na Lei Ordinária 11.770 de 09 de setembro de 2008, que permite a ampliação
da licença maternidade por mais 60 dias. O projeto cria o Programa Empresa Cidadã que
é destinado à prorrogação de sessenta dias da licença maternidade mediante a concessão
de incentivo fiscal. O projeto inclui, inclusive, as mães adotivas e durante a prorrogação,
a empregada terá direito à remuneração integral (BRASIL, 2008). A licença maternidade
é uma conquista histórica para a mulher trabalhadora e é um dispositivo de direito que lhe
garante maior permanência e vínculo com seu filho sem prejuízo do emprego e do salário
(SORJ; FRAGA, 2022).
A inserção de um novo membro na família, seja o nascimento de um filho ou a chegada
de uma criança por adoção, é sempre um grande marco na vida das pessoas. É um fato sig-
nificativo que demanda reorganização do núcleo familiar em torno de novos papéis parentais,
adaptações da rotina e do espaço físico, além do orçamento (FERNANDES; SANTOS, 2019).
A mulher trabalhadora torna-se sobrecarregada ao conciliar vida doméstica e cuidado
dos filhos com o trabalho profissional fora do lar. Dessa forma, a licença maternidade, sem
prejuízo financeiro, previsto como benefício à mulher/mãe trabalhadora, sobretudo na fase
inicial da maternidade, torna-se fundamental. Independente da filiação biológica ou adotiva,
o período inicial da maternidade, demanda adaptação recíproca entre pais e filhos, relação
mediada pela figura materna (GARCIA; VIECILI, 2018; SORJ; FRAGA, 2022).
A relevância da existência e do seguimento de uma legislação trabalhista que garanta
um período mínimo de alguns meses de afastamento da mulher do seu trabalho justifica-se
pela importância da presença materna e dos cuidados recebidos por uma criança em seus
primeiros anos de vida para a manutenção de sua saúde física e mental. O elemento tem-
po proporcionado pela licença maternidade é fundamental para a disponibilidade afetiva,
contato físico, diálogo, convivência, que favorece e estimula o afeto, o carinho, o cuidado,
a proteção, o atendimento às necessidades de um ser humano em desenvolvimento (seu
filho) para o êxito de uma relação de filiação, seja biológica ou adotiva (GARCIA; VIECILI,
2018; PEREIRA, et.al, 2022).
A ampliação da licença maternidade para seis meses foi de valiosa para a redução dos
índices do desmame precoce, aumento do período do aleitamento materno e na manutenção
de sua prática, uma vez que possibilita maior tempo de dedicação da mãe ao seu bebê, sen-
do a amamentação um dos fatores mais importantes para a criação do vínculo do binômio
mãe-filho, além do desenvolvimento da criança (RIMES; OLIVEIRA; BOCCOLINI, 2019).
As representações sociais da maternidade na mídia ancoram-se nos benefícios da am-
pliação da licença maternidade, já que favorece um maior vínculo do binômio mãe-filho e, con-
sequentemente, maiores condições sociais e econômicas para o exercício do papel materno.

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2º Bloco temático: Maternidade: do desejo ao exercício materno

O 2º bloco temático foi composto pelas classes 2, 3, 4 e 5 de acordo com as proxi-


midades lexicais.
A Classe 2 ancora o exercício da maternidade no mundo influenciado por determinantes
sociais da saúde. A mídia divulga lista de países nos quais são avaliadas as condições para
o exercício da maternidade, sendo esta influenciada por determinantes sociais de saúde
como educação, economia, saneamento básico e política.
Sabe-se que a saúde está situada dentro de um contexto amplo, influenciada por
inúmeros determinantes sociais da saúde como educação, lazer, segurança, alimentação,
saneamento básico, condições de ingresso no trabalho, condições econômicas, culturais e
ambientais da sociedade, além de questões políticas (BRASIL, 2014).
As condições de saúde, assim como as iniquidades existentes em todos os países,
são influenciadas pelas condições em que as pessoas nascem, vivem, crescem, trabalham
e envelhecem. Investir em serviços e programas de saúde sexual e reprodutiva e melhorar
o nível de bem-estar das mulheres e as circunstâncias do parto e nascimento, enfatizando
fortemente o desenvolvimento da primeira infância e a educação das crianças são algumas
das recomendações da Comissão sobre os Determinantes Sociais de Saúde da Organização
Mundial da Saúde (ROCHA, et.al, 2021).
Diante desses determinantes sociais de saúde e da realidade mundial, a mulher con-
temporânea idealiza a maternidade, no entanto, planeja um futuro mais digno para a criação
do bebê e para a constituição de uma família. Essas representações sociais são ancoradas
nas classes 4 e 5.
As classes 4 e 5 são as mais comuns entre si e trazem as representações da ma-
ternidade objetivadas no desejo da mulher em ser mãe, no entanto, mais tardio. A mulher
contemporânea vê a maternidade com mais responsabilidade e dedica-se primeiramente
aos estudos e à carreira profissional para a posterior concretização do seu sonho de ser
mãe. A mulher atual tem assumido uma série de papéis que antes se referiam prioritaria-
mente aos homens. Tal fato trouxe mudanças na rotina da mulher contemporânea, mas
também para seus projetos de vida e para suas consequentes escolhas. Em função de
todas as demandas relacionadas com a carreira e ao estudo, o projeto de ter filhos tem sido
sistematicamente adiado (PETKOWICZ; LAZZARI; GALLON; NARDES, 2022).
Mulheres como Cláudia da UCE nº183 que estão inseridas no mercado de traba-
lho, planejam-se para a maternidade de forma que possa conciliar vida pessoal e profis-
sional. As representações sociais da mídia ancoram-se numa mulher que idealiza status
social e melhores condições socioeconômicas para criar seus filhos com mais conforto e
amor. A revista mostra a manifestação de receios em relação aos cuidados com o bebê e

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com o seu futuro, que parecem estar associados a esta nova condição social e relacional a
que mulher tem que atender.
A busca da satisfação profissional, pela independência financeira, um relacionamento
estável e o fato de terem uma rotina exacerbada justificam a maternidade tardia como opção
(BRUZAMARELLO; PATIAS; CENCI, 2019). Contudo, embora a maternidade tardia esteja
ancorada em determinantes sociais da saúde e na idealização de melhores condições sociais
e econômicas para proporcionar bem-estar aos seus filhos, na construção da subjetividade
da mulher, a maternidade ainda é uma meta a ser alcançada.
As mudanças sociais que envolvem a multiplicidade de papéis desempenhados pelas
mulheres na sociedade são significativas, no entanto, ao mesmo tempo que aplaudem as
suas conquistas, relembram que é na maternidade que se espera da mulher a maior das
vitórias. A mulher cresce com a expectativa de um dia realizar-se com a gestação de um
filho. O planejamento para engravidar passa a fazer parte de sua vida e quando não con-
seguem engravidar, ou levar adiante uma gestação, algumas mulheres buscam exercer o
papel materno através da adoção de uma criança (FERNANDES; SANTOS, 2019).
As reportagens da referida revista ancoram suas representações sobre a maternidade
como um sonho de muitas mulheres. E para realizar esse sonho, quando não possível de
forma natural, recorrem à adoção de um filho ou utilizam recursos da reprodução humana
assistida, como a gestação de substituição, chamada “barriga de aluguel”, como foi apre-
sentado, respectivamente, nas classes 3 e 5.
As mudanças ocorridas nos conceitos de adoção articulam-se às transformações ocor-
ridas na família ao longo da história e às preocupações com a infância, quando esta passou
a gozar de mais interesse e cuidados por parte da sociedade moderna. Tais mudanças
passaram a exercer influências também na legislação, conforme observado em adoções
realizadas com pessoas solteiras, casais separados e por casais homoafetivos.
O desejo de se tornar pai ou mãe em uma relação homossexual procura vencer obstácu-
los, permitindo-os vivenciar um modo de relacionamento familiar distinto do modelo de familiar
heterossexual, um ideal social que é apenas mais um modelo dentro da diversidade das
configurações familiares contemporâneas. É louvável enxergar a sexualidade, a paternidade
e adoção de crianças sob as lentes do afeto, do cuidado e das novas possibilidades de laços
familiares com que a contemporaneidade nos brinda (SANTOS; ARAÚJO; NEGREIROS;
CERQUEIRA-SANTOS, 2018; XIMENES; SCORSOLINI-COMIN, 2018). O casal tem o de-
sejo de ter filhos, ao longo da trajetória da vida, como uma experiência de continuidade e
realização de um plano acalentado também pela sociedade heteronormativa.
A experiência de adoção aciona elementos novos nas vidas de pais homossexuais,
que em busca da conservação de suas novas famílias, mantém um forte vínculo afetivo com

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seus filhos adotivos que foram desejados, amados e, dia a dia, conquistados, não vendo na
discriminação sexista empecilhos suficientes para atenuar o amor que cultivam na relação
com eles (SANTOS; ARAÚJO; NEGREIROS; CERQUEIRA-SANTOS, 2018; XIMENES;
SCORSOLINI-COMIN, 2018).
Os processos de adoções são ancorados em uma complexa inter-relação entre questões
simbólicas, como os valores, crenças e discursos presentes na sociedade; estruturais como
as leis, regulamentos e procedimentos, além de questões como a família, comunidade e inte-
rações pessoais, além de aspectos individuais. Estes estão em permanente transformação,
influenciando e sendo influenciados pelas pessoas por meio de suas vivências cotidianas
(FERNANDES; SANTOS, 2019).
A mídia traz, inclusive, a entrega de maneira voluntária de crianças para adoção por
suas mães biológicas. A literatura identifica que fatores sociais, familiares e econômicos
estão implicados na decisão da entrega de um filho. Ainda se constata que essas mulheres,
muitas vezes, encontram-se desamparadas ao não receber apoio familiar e de instituições
de saúde e de assistência social (CARVALHO; HAJJ, 2018).
Esse fato representado na classe 3 corrobora com as representações da classe 2,
quando se observa a preparação para o exercício da maternidade sendo influenciada por
determinantes sociais de saúde. A maternidade, a infertilidade e seus significados sociais e
culturais são fenômenos incitadores de inúmeros sentimentos, por esta razão e acreditando
na tentativa da mídia televisiva de aproximar-se com a vida real, este fenômeno tem sido
alvo de interesse.
Gerar um filho tem um significado pessoal para a mulher, uma vez que a gravidez pode
representar a confirmação de sua feminilidade. Entretanto, cada vez mais recorrente em
nossa sociedade, a infertilidade é um problema que afeta o bem-estar psíquico e emocional
do indivíduo. E mesmo que deva ser considerada como um problema do casal, a mulher é
colocada numa posição estigmatizante socialmente (RANGEL, et.al, 2021). Em virtude dessa
representação culturalmente construída e aceita, a mulher busca uma forma de objetivar
seu desejo e atender ao que a sociedade implicitamente determina como papel feminino.
A reprodução humana assistida fornece, então, um campo privilegiado em possibili-
dades de articulação entre o feminino e o desejo de gerar um filho. Dentre as técnicas de
Reprodução Humana Assistida, a que ganha relevância no presente estudo, é a gestação
de substituição, conhecida “barriga de aluguel”. A mãe de aluguel apresentada pela classe
5 é representada como uma pessoa responsável pela possibilidade e realização do sonho
da maternidade, e por isso, lhe é dedicado um amor e carinho especial por algumas famílias.
As expectativas em relação ao tornar-se mãe e o exercício do papel materno é so-
cialmente atribuído à figura feminina e materna como algo natural. Entretanto, sabe-se que

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a constituição desse papel envolve aspectos sociais, familiares, culturais e experiências
singulares de cada mulher (FERNANDES; SANTOS, 2019).
Foi possível perceber a objetivação da maternidade e do papel materno no cuidado,
cuidado este de ordem física e afetiva, pois mesmo quando observados discursos de preocu-
pação estes estavam voltados para o desenvolvimento adequado deste papel e em propor-
cionar um futuro digno aos filhos. Esse bloco temático revela elementos que perpassam do
desejo ao exercício da maternidade na contemporaneidade, elucidados na gravidez tardia,
na adoção e na reprodução assistida, retratados e divulgados pela mídia aos seus leitores.

CONCLUSÃO

Neste presente estudo, a mídia digital Revista Veja, de circulação nacional, represen-
tou a maternidade como símbolo da feminilidade e papel destinado socialmente à mulher,
ratificando a variabilidade histórica e social do seu significado na constituição familiar e nos
papéis de gênero ao longo dos tempos.
As representações sociais da maternidade foram ancoradas na ampliação da licença
maternidade como uma conquista do direito materno e objetivadas nos benefícios trabalhistas
das mães com vínculo empregatício, seja biológica ou adotiva, garantindo maior vínculo do
binômio mãe-filho e amamentação exclusiva por maior período.
A mídia ancorou a maternidade nas condições que um país precisa para o exercício
adequado da maternidade, considerando os determinantes sociais de saúde como fatores de
significativa influência tanto na decisão da maternidade, como na qualidade de vida materno-
-infantil e objetivou-a na própria concretização da maternidade e no desempenho desse papel.
Diante desses fatores, a maternidade tardia se apresenta como opção da mulher con-
temporânea que tem a sua inserção no mercado de trabalho e sua independência financeira
como prioridades antes do exercício do papel materno. No entanto, apesar das mudanças
na própria identidade feminina diante de seus múltiplos papéis na sociedade, a gestação de
um filho permanece como indispensável para o sentimento de completude da maioria das
mulheres. E para a concretização do desejo da maternidade, as representações sociais da
mídia são ancoradas na adoção de uma criança, ou até mesmo, na utilização da reprodução
assistida, quando a gestação não for possível por meios naturais.
Compreende-se que a produção e divulgação de reportagens da Revista Veja e as
representações apreendidas acerca do tema podem ou não ser comum às representações
sociais elaboradas pelas pessoas. Entretanto, em virtude desta revista ser de circulação na-
cional, com fácil acesso e pela obtenção de um corpus documental em notícias, publicidade
e informações científicas, acredita-se em uma aproximação com as ideias do senso comum
e em seu potencial para influenciar as opiniões e comportamentos dos grupos sociais.

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Evidenciam-se como limitações a restrição da busca a uma revista, devendo-se ser am-
pliado para outras revistas com alcance nacional, bem como aos outros meios de divulgação
de informação pela mídia. Assim, almeja-se contribuir com a produção de conhecimento em
relação à maternidade, além de nortear estudos posteriores, discussões sociais e científicas.

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