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9/21/23, 10:50 AM Quando o homem dá à luz: pessoas trans mostram como vivem a maternidade | Metrópoles

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Quando o homem dá à luz: pessoas trans


mostram como vivem a maternidade
A modelo colombiana Danna Sultana, transexual, e seu noivo porto-riquenho Esteban
Landrau, também transexual, decidiram usar as redes sociais para compartilhar os
preparativos para a chegada de Ariel, primeiro filho do casal. Apesar de perfis sobre Danna-Esteban-Taris-e-Frank_001_Homens-grávidos
maternidade serem comuns, inclusive entre casais LGBTs, a empreitada repercutiu
internacionalmente pelo fato de o bebê estar sendo gestado por Esteban. Taris fez 11 tentativas frustradas de inseminação caseira. Frank é um homem transexual,
e resolveu testar a inseminação nele mesmo. Na primeira tentativa, ele engravidou
Os dois se conheceram em Miami, em 2019, apaixonaram-se e descobriram vários Reprodução/Facebook
desejos em comum, como o de formar uma família. Foi quando decidiram interromper o
tratamento hormonal de Esteban e tentar engravidar.

Em entrevista ao Metrópoles, Danna contou que ambos estão morando em Porto Rico,
país que acreditam ser mais preocupado com questões de gênero e com os direitos da
comunidade LGBTQIA+. “Pouco se fala sobre transgêneros no meu país. A raiz do
problema é que não temos educação para todos na Colômbia”, observou Danna.

 Eu sou uma mulher trans, meu noivo é um homem trans. Nos


conhecemos e soubemos que deveríamos ficar juntos. Agora,
queremos ampliar a família. Sabemos que é um caminho difícil, mas estamos
juntos e nos amamos. Vamos criar Ariel como um homem cisgênero e ele
será como todos os porto-riquenhos e norte-americanos.

Danna Sultana

Apesar de o país ter vivido uma onda recente de violência a pessoas trans, Danna
acredita que a família será feliz. “Há intolerância em todo lugar, é inevitável lidar com ela.
Mas, como mãe, espero oferecer um lar seguro para nosso filho”, diz. Danna-Esteban-Taris-e-Frank_003_Homens-grávidos

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Danna e Esteban aguardam a chegada do primeiro filho do casal Reprodução/Instagram

Danna-Esteban-Taris-e-Frank_002_Homens-grávidos

Os dois vão criar Ariel em Porto Rico como um homem cigênero (condição da pessoa
cuja identidade de gênero corresponde ao gênero que lhe foi atribuído no nascimento)
Reprodução/Instagram

Danna-Esteban-Taris-e-Frank_004_Homens-grávidos

Danna é uma mulher trans e Esteban um homen trans. Eles se conheceram no ano
passado, se apaixonaram e Esteban parou de tomar hormônios para tentar engravidar
Reprodução/Instagram

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Danna-Esteban-Taris-e-Frank_001_Homens-grávidos

Taris fez 11 tentativas frustradas de inseminação caseira. Frank é um homem transexual,


e resolveu testar a inseminação nele mesmo. Na primeira tentativa, ele engravidou
Reprodução/Facebook

Danna-Esteban-Taris-e-Frank_005_Homens-grávidos

No Brasil, Taris e Frank viveram uma história parecida. Frank deu luz à Antonella em
2019 Reprodução/Facebook Danna-Esteban-Taris-e-Frank_003_Homens-grávidos

Danna e Esteban aguardam a chegada do primeiro filho do casal Reprodução/Instagram

Reação dos internautas

No YouTube, Danna e Esteban interagem com os internautas, esclarecem dúvidas e


compartilham eventos comuns da gestação, atualmente no oitavo mês. “Foi uma
gravidez tranquila, sem problemas e enjoos”, disse Esteban.

A reação dos seguidores aos vídeos quase sempre é positiva. Comentários depreciativos
também aparecem. Esses, porém, são ignorados. “São atitudes que refletem a
ignorância da sociedade em relação a esse tipo de família. Nos concentramos no fato de
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que estamos inspirando outros casais a sentirem orgulho de quem eles são e a violência, dificuldades. Mas tenho muitos amigos que vivem aí e sentimos vontade de
entenderem que a diversidade sexual e a identidade de gênero são coisas muito conhecer’, reforçou.
diferentes”, ponderou Danna.
Taris, Frank e Antonella

A experiência vivida por Danna e Esteban não é inédita. Em 2019, o Metrópoles noticiou
o caso de Taris de Souza e Frank Teixeira, que concretizaram o sonho de ter um filho
juntos. O acontecimento teve grande repercussão em Itapira, cidade a 166 quilômetros
de São Paulo, onde eles vivem. Isso porque quem deu à luz foi o pai.

Taris fez 11 tentativas frustradas de inseminação caseira. Frank é um homem transexual,


e resolveu testar a inseminação nele mesmo. Ele estava havia seis meses sem tomar
ampolas de testosterona. Na primeira e única tentativa, engravidou.

Quando o casal se conheceu, há seis anos, Frank ainda se identificava com o gênero
feminino. Após dois anos juntos, ele começou a tomar hormônios masculinos e não fez

Transição de gênero
mastectomia. Por isso, ambos podem amamentar juntos a filha Antonella.
Reprodução/Facebook
A transição de Danna para o gênero feminino ocorreu quando ela tinha 21 anos. Apesar
de ter crescido com o apoio e o amor da família, a jovem decidiu deixar a casa dos pais
em Medelín por considerar a comunidade onde vivia excessivamente conservadora.

Em Bogotá, a carreira da modelo ganhou notoriedade depois que ela participou de um


famoso reality show. Convidada a se apresentar como artista em clubes de Nova York e
Miami, ela acabou conhecendo Esteban.

Morando com o amado em Porto Rico desde o início da pandemia do coronavírus, a


artista se diz feliz, sobretudo pela oportunidade de contribuir com as pautas das pessoas
trans.

 “Sinto que estamos ajudando as pessoas a se tornarem visíveis para


a sociedade, tentando demonstrar que nossos direitos são os
mesmos de todos, são direitos humanos”.

Questionada sobre como estrangeiros veem a questão dos transgêneros no Brasil, ela
Antonella nasceu em setembro de 2019
diz considerar o país “razoavelmente” tolerante. “Como disse, em todo lugar tem
Direitos no Brasil

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De acordo com a ex-presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB-SP e Danna e Esteban afirmam que o Brasil é bem visto na questão de direitos LGBTs pela
doutora em Direito Adriana Galvão, apesar de não haver, em âmbito legislativo, normas comunidade trans na América Latina
explícitas para pessoas LGBTs, o Judiciário tem atuado para garantir respaldos legais.
Também há decisões que estendem a licença maternidade para o parturiente e a mãe.

 “Antes, a única forma de transexuais e travestis alterarem seu registro


civil era por meio de decisões judiciais. Isso mudou graças a uma
Adriana, no entanto, explica que se o homem gestou, o casal geralmente precisa
ingressar na justiça para que o INSS conceda o mesmo período de afastamento para
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje, é possível fazer a ambos os genitores.
retificação diretamente no cartório, apresentando alguns documentos
pessoais”, explica. Adriana explica que essas dificuldades advêm da falta de empenho do legislativo em
discutir leis que contemplem todas as possibilidades da diversidade sexual e de gênero.
“Não estamos mais na época de Roberta Close, em que era necessário apresentar um
exame de mudança de sexo. Juízes também não podem mais exigir perícia e pareceres “Não temos legislação específica tratando dessas matérias e é muito difícil aprovar leis

médicos. É um avanço”, defende a profissional. para os LGBTs no Brasil. Atualmente, muita coisa avançou em âmbito administrativo. Não
porque uma lei modificou isso e, sim, porque o Judiciário tem se esforçado para
Embora seja incomum, a situação de Danna, Esteban, Taris e Frank também não é regulamentar direitos constitucionais, com o entendimento de que se não for assim, esse
novidade do ponto de vista jurídico. Há várias decisões positivas para casais compostos público continuaria sem usufruí-los por muito tempo”, finaliza a advogada.
por uma ou duas pessoas trans. O registro de nascimento de crianças frutos dessas
relações deve ser feito diretamente no cartório, de acordo com o registro dos pais.

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Reprodução/Instagram

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