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Quando o Homem Dá À Luz - Pessoas Trans Mostram Como Vivem A Maternidade - Metrópoles
Quando o Homem Dá À Luz - Pessoas Trans Mostram Como Vivem A Maternidade - Metrópoles
9/21/23, 10:50 AM Quando o homem dá à luz: pessoas trans mostram como vivem a maternidade | Metrópoles
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Em entrevista ao Metrópoles, Danna contou que ambos estão morando em Porto Rico,
país que acreditam ser mais preocupado com questões de gênero e com os direitos da
comunidade LGBTQIA+. “Pouco se fala sobre transgêneros no meu país. A raiz do
problema é que não temos educação para todos na Colômbia”, observou Danna.
Danna Sultana
Apesar de o país ter vivido uma onda recente de violência a pessoas trans, Danna
acredita que a família será feliz. “Há intolerância em todo lugar, é inevitável lidar com ela.
Mas, como mãe, espero oferecer um lar seguro para nosso filho”, diz. Danna-Esteban-Taris-e-Frank_003_Homens-grávidos
Danna-Esteban-Taris-e-Frank_002_Homens-grávidos
Os dois vão criar Ariel em Porto Rico como um homem cigênero (condição da pessoa
cuja identidade de gênero corresponde ao gênero que lhe foi atribuído no nascimento)
Reprodução/Instagram
Danna-Esteban-Taris-e-Frank_004_Homens-grávidos
Danna é uma mulher trans e Esteban um homen trans. Eles se conheceram no ano
passado, se apaixonaram e Esteban parou de tomar hormônios para tentar engravidar
Reprodução/Instagram
Danna-Esteban-Taris-e-Frank_001_Homens-grávidos
Danna-Esteban-Taris-e-Frank_005_Homens-grávidos
No Brasil, Taris e Frank viveram uma história parecida. Frank deu luz à Antonella em
2019 Reprodução/Facebook Danna-Esteban-Taris-e-Frank_003_Homens-grávidos
A reação dos seguidores aos vídeos quase sempre é positiva. Comentários depreciativos
também aparecem. Esses, porém, são ignorados. “São atitudes que refletem a
ignorância da sociedade em relação a esse tipo de família. Nos concentramos no fato de
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que estamos inspirando outros casais a sentirem orgulho de quem eles são e a violência, dificuldades. Mas tenho muitos amigos que vivem aí e sentimos vontade de
entenderem que a diversidade sexual e a identidade de gênero são coisas muito conhecer’, reforçou.
diferentes”, ponderou Danna.
Taris, Frank e Antonella
A experiência vivida por Danna e Esteban não é inédita. Em 2019, o Metrópoles noticiou
o caso de Taris de Souza e Frank Teixeira, que concretizaram o sonho de ter um filho
juntos. O acontecimento teve grande repercussão em Itapira, cidade a 166 quilômetros
de São Paulo, onde eles vivem. Isso porque quem deu à luz foi o pai.
Quando o casal se conheceu, há seis anos, Frank ainda se identificava com o gênero
feminino. Após dois anos juntos, ele começou a tomar hormônios masculinos e não fez
Transição de gênero
mastectomia. Por isso, ambos podem amamentar juntos a filha Antonella.
Reprodução/Facebook
A transição de Danna para o gênero feminino ocorreu quando ela tinha 21 anos. Apesar
de ter crescido com o apoio e o amor da família, a jovem decidiu deixar a casa dos pais
em Medelín por considerar a comunidade onde vivia excessivamente conservadora.
Questionada sobre como estrangeiros veem a questão dos transgêneros no Brasil, ela
Antonella nasceu em setembro de 2019
diz considerar o país “razoavelmente” tolerante. “Como disse, em todo lugar tem
Direitos no Brasil
De acordo com a ex-presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB-SP e Danna e Esteban afirmam que o Brasil é bem visto na questão de direitos LGBTs pela
doutora em Direito Adriana Galvão, apesar de não haver, em âmbito legislativo, normas comunidade trans na América Latina
explícitas para pessoas LGBTs, o Judiciário tem atuado para garantir respaldos legais.
Também há decisões que estendem a licença maternidade para o parturiente e a mãe.
médicos. É um avanço”, defende a profissional. para os LGBTs no Brasil. Atualmente, muita coisa avançou em âmbito administrativo. Não
porque uma lei modificou isso e, sim, porque o Judiciário tem se esforçado para
Embora seja incomum, a situação de Danna, Esteban, Taris e Frank também não é regulamentar direitos constitucionais, com o entendimento de que se não for assim, esse
novidade do ponto de vista jurídico. Há várias decisões positivas para casais compostos público continuaria sem usufruí-los por muito tempo”, finaliza a advogada.
por uma ou duas pessoas trans. O registro de nascimento de crianças frutos dessas
relações deve ser feito diretamente no cartório, de acordo com o registro dos pais.