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Ebook - Fundamentos Da Impressão 3D FDM
Ebook - Fundamentos Da Impressão 3D FDM
FUNDAMENTOS
DA IMPRESSÃO 3D
introdução ......................................................................................................3
INTRODUÇÃO
Então você quer aprender impressão 3D? Pois então sente-se, relaxe e prepare-se. Aprender
a domar uma impressora não é particularmente difícil, mas a impressora 3D é só parte da
equação… A nal, os objetos em 3D que ela imprime precisam vir de algum lugar, eles
podem ser baixados de sites de arquivos 3D, grátis ou pagos, eles podem ser obtidos por
digitalização, um processo chamado escaner 3D, ou até mesmo, em últimos casos,
desenhados em 3D!
Uma vez determinado o que imprimir em 3D, vem a pergunta do como imprimir em 3D. A
impressora 3D não é diferente da nossa impressora 2D, a famosa impressora de papel com
tinta caríssima. Na impressora 3D também preciso escolher a resolução, isto é, a qualidade
com que quero imprimir, será um rascunho? Ou será em alta qualidade? A orientação do
papel na impressora tradicional se traduz na orientação do objeto 3D, se eu for imprimir um
busto de um super herói, eu vou fazer a impressão desse objeto com o busco surgindo na
impressora na forma que ele cará na prateleira depois? Ou de ponta cabeça? Ou de lado?
Ou deitado de costas? Por m, diferente da impressora 2D, na impressora 3D ainda
podemos escolher como preencher a nossa peça. Ela será oca? Ou sólida? Ou algo no meio
entre esses dois extremos?
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Isso nos leva a uma terceira questão: de qual material será feita minha peça? O ABS é um
dos famosos plásticos de engenharia, usado de brinquedos à peças de nossos carros,
celulares e laptops. O PETg é um derivado das garrafas PET, dessas de refrigerantes, um
pouco mais difíceis de imprimir, mas por outro lado, muito resistente à radiação solar,
contato com óleo e graxas sem dissolver. E há, claro, polímeros, isto é, plásticos
especialmente criados para a impressão 3D, o PLA é o famoso biopolímero degradáveis, das
quais sacolas de supermercado e lmes plásticos de alimento são feitos, e uma versão para
impressoras 3D foi criada com este material, super fácil de imprimir, e degradável no meio
ambiente, não é muito bom para itens que precisam durar, mas para conceitos rápidos ou
peças de uso pontual, nada poderia ser melhor.
Em resumo, imprimir em 3D é fácil, mas é apenas uma parte do processo. Obter o que
imprimir, saber como imprimir e em qual material imprimir tem que conformar parte de um
curso de fundamentos, e é isso que este ebook visa apresentar.
Bom, nada melhor do que começarmos dando nome aos bois, não é mesmo? Não vou contar
aqui toda a longa história da impressão 3D, basta dizer que ela surgiu em 1984, na época o
processo se chamava Rapid Prototyping, e se chamaria assim por um tempão. Gradualmente
de 1984 à 2009, novas formas de se empilhar camadas e criar uma peça em 3D foram sendo
criadas, sendo a mais popular destas formas, uma que chamamos de FDM ou FFF, é aquela
impressora 3D mais famosa do mundo, que usa um ozinho plástico, e vai derretendo ele
para desenhar com esse material a nossa peça desejada.
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O nome popular deste processo, FDM ou FFF signi ca Fabricação por Filamento Fundido, e
se tornou popular, porque diferente de outros processos, que usam resinas fotossensíveis,
ou pós fundidos à laser, este processo é basicamente uma pistola de cola quente metida à
besta, operada por um conjunto numérico. Não apenas usa materiais fáceis de operar e
armazenar, como também produz peças com materiais que já usamos no dia a dia. Neste
livro vamos falar sobre esse processo principalmente, já que é uma das formas mais fáceis de
entrar nesse mundo, mas lá no nalzinho do livro falo um pouco das impressoras de
imagens, ok? A nal, um dia você vai precisar de outras formas de impressão 3D. Diferente
da batalha do passado, Sega contra Nintendo, ou batalhas modernas, Android contra iPhone,
a impressão 3D não cabe bairrismos, impressão 3D por o ou por resinas devem trabalhar
lado a lado.
E o que é impressão 3D? É um processo que transforma peças do mundo digital em peças
reais. Para isso ele faz vários cortes na peça, e depois desenha, com um material que tenha
espessura, um corte sobre o outro, é como se uma fatiadora de uma peça de presunto,
dessas de qualquer padaria, construísse o presunto fatiado ao empilhar as fatias uma sobre a
outra. Ou como um pacote de pão fatiado. O pacote tem aquela forma bonitinha, comprida e
arredondada, como o lho de um ônibus com um fusca, mas o que de verdade forma esse
pacote é a pilha de fatias de pão que estão lá dentro. Em resumo, imprimir em 3D é
empilhar fatias de uma peça virtual aqui no mundo real.
A IMPRESSORA FDM:
As impressoras FDM evoluíram em aparência e facilidade ao longo dos anos, mas ainda
compartilham todas as mesmas partes, com pequenas diferenças, mas todas terão um
cabeçote de extrusão, por exemplo: um conjunto de bloco de aquecimento que, adivinhem,
aquece o lamento para deixá-lo molinho e passar pelo bico, que é outra parte do cabeçote.
E há um motor, que empurra o lamento pelo bloco aquecedor para que o lamento passe
pelo bico.
Há um pórtico, um trilho no qual no o cabeçote se move, assim ele consegue desenhar com
o plástico quente. Esse pórtico é o que permite que os desenhos em 3D sejam desenhados
em X, Y e Z sobre uma mesa aquecida. A mesa, cama ou berço é onde as camadas são
empilhadas. Ela pode ou não ser aquecida, para ajudar a controlar o plástico a não encolher.
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Materiais aquecidos têm o mal hábito de encolherem enquanto esfriam, e uma mesa
quentinha pode ajudar a controlar esse encolhimento.
Viu? Essa máquina fantástica e que tem revolucionado o mundo não é tão complexa! É na
verdade, bem simples, não por acaso hoje essas coisas são tão baratinhas hoje em dia!
As impressoras a partir de 2009 passaram a ser criadas sem as amarras das patentes dos
fabricantes originais, e iniciou-se à era do Open-Source, ou melhor, Free-Open Source
System, um sistema aberto e gratuito para ser criado. O site reprap.org hoje tenta gerenciar
essa criação, mas uma criação comunitária tem seus poréns, por exemplo, padronizar
nomes.
A plataforma sobre a qual o material é depositado para formar a peça pode ser chamada de
plataforma, mesa, cama ou até mesmo prato. Isso porque houveram diversas criações
distintas da impressora e cada qual adotou o nome que achou mais adequado. E a confusão
se estende ao inglês, onde essa plataforma é chamada de cama (bed), que pode ou não ser
aquecida (hot bed). O sensor de calibração automática, quando existe, tem diversos nomes,
mas o mais comum é o BLTouch, sensor de toque de nivelamento da cama ou no inglês Bed
Leveling Touch. Mas a película que vai sobre a cama, e é vendida avulsa, é chamada de Build
Plate - prato de construção. Ou seja, preparem-se para lidar com diferentes nomes.
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MATERIAIS
Nesta obra vamos nos ater aos 4 cavaleiros da impressão 3D, os materiais mais comuns de
serem usados na sua impressora 3D, o ABS, PETG, PLA e TPU.
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O ABS contudo não é um material fácil de ser usado e nem é recomendado para iniciantes,
por ser um material com alto fator de contração, isto é, quando ele começa a esfriar depois
de depositado pelo cabeçote da impressora, ele encolhe muito, o que faz com que ele possa
se soltar da bandeja de construção com facilidade, e mesmo quando isso não acontece, ele
pode ter pequenas deformações ou trincas depois de impresso. Claro que há truques para
fazer peças em ABS em impressoras domésticas, mas isso vai além da proposta deste livro.
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O PETG também pode ser ligeiramente translúcido quando puro, sendo perfeito para criar
peças que trabalham com LEDs, por conduzirem a luminosidade, e resistirem bem a
qualquer calor que um LED possa gerar.
Indicado desde peças conceito, protótipos rápidos, peças para teste de encaixe, montagem e
ergonomia, mas graças às suas ligas de alto impacto, também podem substituir peças em
ABS com vantagens.
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cabeçote que longe do cabeçote, as impressoras chamadas do tipo Bowden. Justamente por
ser elástico, o material não pode acumular tensão antes de começar a sair pelo bico do
cabeçote, e trocando tudo em miúdos, você precisa trabalhar muito lentamente com esse
material na sua impressora. Agora, para certas peças, com certeza essa di culdade extra
pode ser recompensada.
Outros materiais
No nal, o que realmente limita os materiais que sua impressora poderá usar é que tipo de
cabeçote ela possui. Cabeçotes com a chamada “garganta”, o tubo que leva o lamento até o
bloco aquecedor, feitos de te on - aquele tubinho branco que você vê nas impressoras como
a Ender-3, só conseguem atingir até 240°C sem começarem a carbonizar. Já impressoras que
tenham esse tubo internet de metal, chamadas de “all metal”, podem atingir temperaturas
bem maiores, sendo que aí o limite de quais temperaturas são essas passa a ser a fonte de
energia que a impressora utiliza. Fontes fracas como a
da Ender-3 não conseguem atingir temperaturas
muito altas de qualquer forma.
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impressoras, podem ser a Poliamida, conhecida vulgarmente como Nylon, com ou bra de
carbono, o PET puro, sem aquele “g”, o ABC mesclado com o Policarbonato, material
extremamente duro, que forma escudos policiais, coberturas de piscinas e uma in nidade de
outras coisas, o próprio Policarbonato (PC) é outro material que algumas impressoras
conseguem produzir, e a assim por diante, como falei antes, há uma in nidade de materiais
que uma impressora 3D pode trabalhar, cada qual com suas demandas, vantagens e
desvantagens, mas para aqueles que estão começando, acreditem em mim, esses quatro
materiais que vimos aqui são mais do que su cientes.
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CAPÍTULO 2: O QUE IMPRIMIR EM
3D?MATERIAIS
Metade deste livro já está dominada, já vimos a impressora e seus materiais, e antes de
conhecer um pouco mais a fundo as con gurações de impressão, vamos precisar de um
desenho em 3D para imprimir, certo?
Por isso vamos retomar um pouco nestas páginas sobre como conseguir esse desenho,
basicamente, existem 3 formas de conseguí-lo: 1) baixá-lo da internet, 2) digitalizar algo
existente e 3) desenhar em 3D você mesmo!
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Uma informação digna de nota antes de mergulharmos nas formas de se obter o desenho
3D: não importa o formato que seu software de desenho CAD salve, as impressoras 3D
precisam trabalhar apenas com formatos especí cos de arquivos. Em geral, o mais antigo e
popular é o formato chamado STL - Linguagem Simpli cada Triangulada, um formato tão
antigo que carrega diversos problemas, e por isso, em substituição. Quase todos os
softwares modernos de "fatiamento" de desenhos 3D hoje podem ler, além do STL, arquivos
no formato OBJ e, principalmente, 3MF, aliás, preferia esse último, sempre que possível.
Última coisa, já que estamos falando de formatos, o que a impressora efetivamente lê não é
o arquivo STL, mas um arquivo chamado gcode. Por isso não adianta encher o cartão de
memória da sua impressora com arquivos STL, que ela até irá listá-los no painelzinho, mas
ao mandar imprimir um destes, ela simplesmente não fará nada, pois não sabe o que fazer.
Assim, saiba, seu CAD pode gerar quaisquer formatos, desde proprietários como .catpart.
prt ou .prt00332, ou neutros como STP ou IGS, mas o fatiador lê apenas STL, OBJ e 3MF, e
sua impressora só lê .gcode, ok?
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STL ix
Se você quer ter certeza que tudo que baixar pode ser impresso, minha recomendação é o
serviço brasileiro chamado STL ix, um serviço com dois tipos de assinatura, uma mais
barata, que não dá direito de venda das peças, e uma mais cara, para empresas, que também
dá direitos de impressão para ns comerciais, isto é, para vender as peças. A única questão é
que hoje, enquanto escrevo esse livro, o acervo ainda é pequeno, mas a comparação é
injusta, o Thingiverse, o mais antigo portal de arquivos 3D do mundo, criado pela Makerbot
remonta à 2008 e chegou apenas agora à 8 milhões de desenhos 3D.
Thingiverse
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Thangs
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CrealityCloud
Existem in nitas redes sociais de arquivos 3D que eu poderia citar ainda, como fab365,
cults3d, GrabCAD e tantos outros, mas outro portal que vale a pena destacar é da própria
Creality, maior fabricante de impressoras 3D do mundo e detentora de marcas como a
Ender-3 e suas variantes, CR-10, K1 e tantas outras. A Creality não apenas criou um fatiador
online, uma versão do Cura que funciona através de navegador, como uma forma de facilitar
o acesso à ferramenta para aqueles usando Chromebooks e tablets, ferramentas comuns em
escolas, como também decidiu dar um passo além e criar uma espécie de "tudo em um"
online. Sua página, crealitycloud.com, oferece compartilhamento de desenhos 3D, vendas de
desenhos 3D, hospedagem paga e grátis de arquivos, além de, claro, ajudar no preparo e
tratamento dos arquivos para a impressão 3D. Eu particularmente acho que hoje a página é
bagunçada, poluída e lenta, mas vale a pena car de olho, para uma empresa de dinheiro
in nito como eles, uma nova página mais prática e clara pode surgir do dia para a noite.
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Capturar objetos reais para o mundo virtual é uma função que parece que vai e volta à moda.
Primeiro, lá nos idos tempos do Windows 8 (lembra?), a Microsoft criou uma ferramenta
chamada 3D Scan, que simplesmente convertia o Kinect, acessório do console de games
XBOX em um escaner 3D! Bastava comprar um adaptador da porta do kinect para USB, e
pronto, o Windows já o reconhecia como uma ferramenta de captura. Infelizmente, primeiro
a Microsoft descontinuou o Kinect como acessório de seus videogames, como depois reduziu
o suporte do Windows 10 e 11 ao acessório, e apesar do 3D Scan ainda estar disponível na
Microsoft Store, os resultados da ferramenta com o Kinect têm variado muito nas
comunidade, para alguns, funciona de primeira, para outros, simplesmente não funciona,
não importa quantos drivers, plugins e SDKs você instale no seu Windows. Há um ótimo
tutorial, em inglês, para aqueles que já tiverem um Kinect e nada a perder, em inglês:
https://all3dp.com/2/kinect-3d-scanner-easy-beginner-tutorial/
Outras ferramentas de captura de algo do mundo real para o mundo digital consistem em
softwares para smartphones, como o Qlone. Esse software se baseia em um processo
chamado de fotogrametria, ou seja, ele captura diversas fotos ao redor de um objeto e
através de uma função baseada em "Machine Learning", ele é capaz de reconstruir o objeto
da foto em 3D. São necessárias 10, 20, até 100 fotos, e muito tempo de processamento para
se obter bons resultados, mas o fato é que é possível.
Para objetos maiores, como monumentos e prédios históricos, uma alternativa é utilizar o
Autodesk ReCap, que opera pelo mesmo princípio, mas a câmera não precisa ser de
smartphones, e sim de drones, ou qualquer outra forma de câmera que se possa pensar. O
software é relativamente pesado e demanda forte processamento em uma boa máquina, mas
os resultados são incríveis, principalmente para quem atua em restauração de edifícios
históricos ou em maquetes, esta é a melhor opção para formatos imensos.
Eu comecei essa sessão falando sobre como a captura de objetos reais para o mundo digital
parece algo que vai e volta à moda, pois em 2012 a Microsoft mostrou ao mundo como
utilizar um acessório de videogame em um escaner 3D, e quase 10 anos depois foi a vez da
Apple introduzir a função LiDAR em seus iPads e iPhones. O sensor que combina laser com
infravermelho da Apple permite não apenas digitalizar o mundo real, como fazê-lo de forma
paramétrica, extraindo medidas, e com o re namento e facilidade de uso que a Apple faz das
suas coisas (e preço, sempre o preço…).
Ainda que a Apple diretamente não ofereça forma de extrair os arquivos LiDAR em STL,
existem Apps que já fazem isso, e claro, a oferta deve aumentar com o tempo. (Leia um
depoimento de uso do LiDAR bem bacana aqui! - https://www.reddit.com/r/3Dprinting/
comments/sujs0o/iphone_lidar_to_stl_to_3d_print_real_world_example/)
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Para aqueles que são jovens há muito tempo, como eu, desenhar em 3D consistia em
comprar um CD pirata de um software CAD, fazer 40 horas de cursinho, preferencialmente
um cursinho barato e comunitário no SEBRAE ou SESC, e depois, com sorte, pensar em
algo para desenhar. Felizmente os tempos mudaram, e muito.
Hoje os desenhos em 3D podem ser feitos com o Paint 3D no Windows 10, ou com o 3D
Builder, também no Windows 10. Ou no Minecraft, com o uso de sites apropriados para
extrair criações do jogo para fora dele, já em formato STL, como o site www.printcraft.org
que permite realizar esse tipo de operação.
Basicamente, o que qualquer criança sabe hoje em dia - os tais "nativos digitais", tudo é 3D,
jogos, redes sociais atuais ou do futuro próximo, como os planos do Facebook de converter
todo o mundo em adeptos da realidade virtual através do chamado Metaverso. Só que o
falta, às vezes, é uma forma prática de exportar todos esses modelos em 3D para que nossa
impressora possa imprimí-los.
Paint 3D é uma ferramenta que eu levei anos para dar uma chance. Ela habita um espaço
raro entre modelagem orgânica, quando você manipula uma massa virtual para criar seu
modelo 3D, e modelagem primitiva, quando você cria seus modelos 3D unindo ou
subtraindo formas geométricas. Com o Paint 3D você pode colocar imagens 2D, sobrepor a
esse plano modelos em 3D prontos, de uma vasta biblioteca, e ainda por cima, pode criar
seus próprios modelos 3D, deformando formas geométricas mas de maneiras bem
O resultado é uma ferramenta poderosa de modelagem, para quem tem aquela veia artística
mais saliente. E claro, tudo que estiver em 3D, dá para mandar para a impressora 3D, claro!
Uma última dica: a ferramenta de seleção mágica do Paint 3D para selecionar uma gura
especí ca dentre um desenho mais poluído é quase um Photoshop grátis! Funciona de forma
incrível, precisa, não apenas destaca um desenho de um fundo poluído, como também
corrige o desenho de fundo, já eliminado a imagem da composição, preenchendo as lacunas.
É só vendo para crer!
3D Builder
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coloca o 3D Builder como sua única opção grátis de reparar um arquivo STL de forma
automática e grátis hoje. Dá para arrumar um STL no Prusa Slicer, mas de forma rápida e
automática, só no 3D Builder!
Mas o 3D Builder também te permite manipular objetos STL, desde lidar com aqueles
conjuntos inconvenientemente salvos como um só STL, e o 3D Builder te permite explodir
esse arquivo em diversos componente menores, até um mini TinkerCAD o ine no seu
computador, embora com comandos mais chatos, a prática é a mesma, somar e subtrair
formas geométricas para criar seus próprios modelos 3D, com a possibilidade extra de poder
importar e modelar sobre outros arquivos STL que tenha feito download, importar imagens
2D como modelos 3D, extrudando as imagens ao longo do eixo Z, com diversos ltros para
garantir que você pegue os contornos exatos do desenho!
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TinkerCAD
Sem Windows? Sem problemas! Desde que tenha internet. O TinkerCAD é um software
online, que funciona através do navegador da internet. Ele pertence à Autodesk e é uma
ferramenta de modelagem online incrível. Nos mesmos moldes do 3D Builder, ele faz a
chamada modelagem primitiva, ou seja, soma e subtração de volumes para compor o
formato 3D nal desejado. Mas ele vai muito além do 3D, o TinkerCAD inclui ainda uma
plataforma de programação em Arduino (e simulação de circuitos), seu CAD 3D possui
física e ainda aceita scripts para gerar formas pré con guradas, conforme medidas inseridas,
criando templates de formas 3D. Dava para fazer um livro inteiro só sobre ele, por isso
vamos apenas convidá-los a explorar a ferramenta.
Na sua encarnação online, este SolidWorks é uma ferramenta de modelagem orgânica, mais
semelhante com ferramentas como Blender e ZBrush, onde você na verdade modela uma
"massinha" virtual, puxando e esticando, para dar forma à sua visão.
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Da mesma forma que o TinkerCAD, o SolidWorks Apps for Kids também tem uma
ferramenta de paint, para pintar e editar seu 3D, uma ferramenta de cinemática 2D, que não
sei o que faz lá, mas é bem divertida de usar (trivia: tente fazer o sistema de rodas de tração
de uma locomotiva à vapor funcionar na simulação de cinemática).
Vejo que seu interesse na impressão é real. Ou você simplesmente pulou até essa página
aleatoriamente, e nesse caso, só posso te convidar a continuar a leitura. Seja como for, o que
vamos falar neste terceiro capítulo é sobre como con gurar uma impressão 3D. No primeiro
capítulo conhecemos um pouco sobre a impressora 3D. No segundo capítulo vimos sobre
como obter um desenho 3D, chegou a hora, não dá para enrolar mais.
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Enquanto o "CAD" desenha o 3D, o software de fatiamento irá gerar à partir de um arquivo
STL, OBJ ou 3MF um novo arquivo, o ".gcode" que é o que efetivamente irá para a
impressora. Agora, fatiar um arquivo é uma arte, como dizem lá fora, ainda é "mais arte do
que ciência". Efetivamente, fatiar um desenho 3D é muito simples, você abre seu software de
fatiamento favorito, aperta o botão que diga algo parecido a "preparar impressão", e se não
der nenhum erro, você já tem seu arquivo ".gcode" pronto para uso na impressora. Mas na
prática…
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a 5.3.1, mas não se atente a isso, para o básico, a mudança da versão não tem um impacto
tão grande assim, e a empresa tem o mal hábito de lançar alguma nova atualização a cada
mês, sendo difícil manter qualquer guia atualizado.
Embora a instalação seja bem simples, a chamada "N, N, N, F", de "next, next, next, nish",
um cuidado é necessário após a instalação, de escolher conectar uma máquina fora de rede.
Lembrando de escolher isso, basta agora percorrer a longa lista de fabricantes e suas
impressoras cadastradas já na plataforma do software e escolher a sua impressora. Se por
um acaso sua marca e modelo não estiverem listadas, não se desespere, é super fácil
con gurar sua impressora dentro do software, e provavelmente o próprio fabricante já tem
instruções para isso no site dele. No nosso caso, adotamos a fabricante Creality e o modelo
Ender-3, o modelo mais popular de impressora do mundo.
2. Menu de tarefas, são 3 abas, Preparar/Prepare onde abrimos nosso arquivo 3D em STL
ou OBJ ou 3MF e o con guramos para a impressão, a aba Pré-Visualização/Preview,
onde vemos a simulação do código que irá para a impressora 3D e a aba Monitor, onde
se a máquina de impressão 3D estiver conectada diretamente ao computador,
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podemos operá-la através do software UltiMaker Cura, coisas como ligar ou desligar
motores, ventiladores, pré-aquecer ou resfriar mesa e/ou bico, etc.;
3. Esta pasta serve de atalho para abrir um arquivo a ser preparado para a impressão. A
mesma função pode ser encontrada no menu "Arquivo/File, Abrir/Open";
4. Este campo mostra qual a impressora que estamos utilizando, no nosso caso uma
Creality Ender-3;
5. Este campo mostra para qual material pensamos fazer a impressão, isto é importante,
porque diferentes materiais possuem diferentes temperaturas, velocidades e outras
con gurações que afetarão diretamente como a peça será impressa. Para exempli car,
enquanto o PLA pode ser impresso com um cabeçote à 200°C e mesa à 60°C, o ABS já
requer temperaturas como 230°C e mesa à 100°C, é fundamental escolher o material
certo aqui;
6. Menu de con guração de impressão. Neste menu vamos escolher qual será a
resolução da nossa impressão, isto é, a altura da camada, o preenchimento, espessura
de parede e teto/piso da peça, se usaremos suportes e/ou adesão ou não, já vamos
falar sobre estas con gurações
Mas estas não são todas as funções disponíveis, sendo que o software ainda nos oferece mais
um menu, caso tenhamos uma peça aberta na bandeja da impressora, para isso, vamos abrir
um arquivo de exemplo, um cubo de calibração. Como imprimimos diversos cubos de
impressão 3D ao longo da vida da impressora, pois eles nos permitem avaliar como anda a
precisão do nosso equipamento, muitas pessoas criaram cubos que sejam ligeiramente mais
úteis, ou com formas de brinquedos, que depois possam dar para crianças, ou com formas de
blocos de encaixe, pela mesma razão. Para nosso ebook, vamos utilizar um Cali Cat, um
cubo de calibração que parece um gato fugido do Minecraft.
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Vamos ao Thingiverse, que conhecemos no capítulo 2, www.thingiverse.com e lá vamos
procurar por Cali Cat - the calibration cat. Um truque que pode ajudar aos novatos, o
Thingiverse deve ter o pior buscador da história da internet, talvez por isso mesmo, as peças
quando inseridas na rede social, ganham um código de acesso rápido que pode ser usado
para buscar por elas depois, no caso do nosso Cali Cat, o código é thing:1545913, assim,
basta escrever http://www.thingiverse.com/thing:1545913
2. Modi car o tamanho do modelo, fazer uma escala maior ou menor que a natural do
modelo;
3. Girar o modelo em 3 diferentes eixos, ao redor do centro do modelo, seja para frente,
para os lados ou girá-lo sobre o próprio eixo;
4. Espelhar o modelo, muito útil para quem precisa de peças espelhadas, mas só o tem
desenho de uma das peças. sejam retrovisores automotivos, suportes para livros,
qualquer coisa que funcione em duplas que sejam iguais, mas espelhadas;
5. Con gurações especiais para o modelo: imprimir a peça como se fosse suporte, de
maneira normal, mesclando peças diferentes e gerar ou não suporte em partes
mescladas. Um detalhe, é possível inserir mais de uma peça na bandeja da impressora,
pode-se colocar várias peças iguais ou diferentes peças, e é possível uní-las através
desta função;
6. Bloqueador de suporte: usuários experientes podem saber quando uma peça precisa
de suporte em quase tudo, mas não em certos detalhes. Através desta função pode-se
bloquear a geração de suporte em partes especí cas da peça;
8. O menu de con guração agora ampliado, diferente da imagem anterior, aqui pode-se
ver claramente como escolher as con gurações da impressão 3D: Alta qualidade,
Qualidade dinâmica, Qualidade padrão ou rascunho;
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O modelo quando está selecionado ca com um contorno que o destaca, e só para ilustrar,
além de todas as funções que já demonstramos, o software ainda tem um menu contextual
que é alcançado quando se clica em qualquer lugar com o botão direito do mouse.
As funções deste menu contextual são: Centralizar a peça selecionada, Apagar a peça
Selecionada ou Multiplicar a peça selecionado; Selecionar todos os modelos, Arrumar os
modelos pela bandeja da impressora, Limpar (apagar) todas as peças da bandeja da
impressora, Reabrir todos os modelos 3D, Reiniciar todas as con gurações de posição da
peça selecionada ou reiniciar todas as alterações de todas as peças da bandeja.
Para os casos de múltiplas peças selecionadas, ainda há 3 funções nesse menu contextual:
Agrupar as peças selecionadas, fundir/unir as peças selecionadas ou desagrupar as peças
selecionadas.
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ALTURA DE C AMADA
A altura de camada pode ser entendida como a resolução de nossa impressão 3D, uma
camada menor resultará em muito mais camadas de impressão, mas o o depositado, muito
menor, terminará com um acabamento muito superior. Neste simples exemplo com nosso
Cali Cat, vemos que produzir essa peça em alta qualidade, sem alterar nenhuma das outras
con gurações, já tem uma diferença enorme no tempo e acabamento do modelo quando
feito com uma camada de 0,28mm.
O modelo feito em camada de 0,12mm precisa de 289 camadas para atingir os 35mm de
altura do Cali Cat, enquanto o modelo feito em 0,28mm de altura de camada requer apenas
124, menos da metade, o resultado, porém, é visível nos detalhes da orelha. Enquanto no
Cali Cat feito em 0,12 o acabamento está em vermelho uniforme nas orelhas, no Cali Cat
feito em 0,28 nota-se que a lateral do o, em amarelo, está bem saliente.
Para comparação, a altura de camada é como tentar montar uma maçã usando peças de Lego.
Este conjunto de jogos de encaixe tem blocos ninhos, que seriam nossa alta qualidade, e
blocos mais grossos, que seriam nosso rascunho. Com ambos pode-se montar a maçã, mas a
maçã feita com os blocos mais grossos terá péssima curvatura, será quase uma escada,
enquanto a maçã feita com camadas mais nas carão muito mais próximas do arredondado
desejado.
Uma dica importante na altura da camada é tomar um cuidado de sempre utilizar valores
que sejam múltiplas do diâmetro do seu bico. A maioria das impressoras possuem bicos de
0,4mm, mas não é raro achar bicos de 0,5mm, por isso atente-se. Se seu bico é de 0,4mm de
diâmetro, as camadas recomendadas são: 0,12mm, 0,16mm, 0,2mm, 0,24mm e 0,28mm.
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Ao preencher o modelo com apenas 10% do volume interno em plástico, cria-se uma malha
interna, e largos intervalos quadrados. Aqui nossa peça pesará apenas 5g de material para
ser produzida em 46 minutos. No outro extremo, quando pedimos que o preenchimento
seja de 90%, a peça parece quase que totalmente preenchida, e o resultado é o consumo de
material, a nova peça pesará 15g, ou 3 vezes mais que o modelo anterior, e levará mais que o
dobro do tempo para ser produzida, levando agora 1 horas e 37 minutos.
Por outro lado, a peça feita com 90% de preenchimento será inevitavelmente muito mais
forte que a peça feita em 10%, incapaz de resistir a esforços ou até mesmo quedas, sem
sofrer algum dano.
Uma observação que você deve notar no software é que não apenas é possível escolher o
preenchimento da peça em volume, mas também a forma como preencher a peça. No
passado todas as peças de impressão 3D eram preenchidas como uma colmeia, com
hexágonos criados dentro das peças. Esse processo não é particularmente ruim, mas coloca
muito estresse sobre as polias e correias da impressora 3D, e por isso novos padrões foram
surgindo. Eu particularmente utilizo muito o “Linear”, por ser o que menos desgasta a
impressora a longo prazo.
NÚMERO DE CONTORNOS
Se você gosta de programas de ciências para crianças, já deve ter visto aquela experiência
que o sujeito fura uma batata crua com um canudo plástico, certo? O ponto é que nem
sempre a peça precisa ter um preenchimento sólido para ser forte. Quando sabemos qual
sentido de esforço uma peça irá suportar, podemos deixar apenas as paredes, topo ou base
da peça mais fortes, e o resto fazer de forma mais esparsa.
Aqui temos duas peças com 10% de preenchimento apenas, mas a peça da esquerda foi feita
com 20 contornos, enquanto a peça da direita foi feita com apenas 2 contornos. E o
resultado é esse que vemos, com tantos contornos, quase não sobrou espaço para o software
preencher qualquer coisa, e o tempo de construção saltou dos 46 minutos da peça feita com
2 contornos, para 2 horas e 2 minutos para a peça com 20 contornos! O consumo de
material também triplicou, com 20 contornos a peça pesará 15g, enquanto com 2 contornos,
a peça pesa apenas 5g.
Fazer 20 contornos foi um exagero para tornar a comparação mais visível, mas talvez 4, 6 ou
no máximo 8 já seriam su cientes para a peça ter a resistência desejada, ao menos em
compressão, sem a necessidade de ter tanto preenchimento, podendo entregar a mesma
resistência de uma peça preenchida com 90%, com muito menos tempo e gasto de material.
Para número de contornos vale a mesma observação feita para a altura da camada, como o
software UltiMaker Cura utiliza um valor que é por medida, embora seja possível escolher
por números de camadas, ao se trabalhar por uma medida de parede, escolha paredes que
sejam múltiplas do diâmetro do seu bico. Assim bicos de 0,4mm de diâmetro, por exemplo,
vão trabalhar com paredes entre 0,4mm (1 contorno ou modo vaso), 0,8 (o padrão, 2
contornos) e assim por diante.
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SUPORTES
Suportes são estruturas que nos ajudam a construir uma peça, para a ter a certeza de que
nenhum material irá se soltar durante a construção, são como aqueles caibros que vemos em
prédios em obra, segurando a laje recém cheia de cimento, mas que após o mesmo secar, os
caibros podem ser removidos.
Tecnicamente, nosso Cali Cat não requer suportes, mas se pedirmos para o software calcular
o fatiamento da peça com a função suporte ativa, você verá que o software pode ser
extremamente conservador, e coloca suportes em diversas regiões.
Cada material tem um ângulo que a impressora consegue apoiar material acima da camada
de baixo, sem precisar de suporte. Como a construção do rabo do nosso arquivo, que é
propositalmente à 45°, pois tanto o ABS quanto o PLA podem ser feitos nesse ângulo sem
prejudicar a peça, na teoria. Com o tempo, usuários avançados conseguem saber, só de olhar,
quando colocar ou não suportes na peça.
Atente que na imagem o que é vermelho são contornos depositados da nossa peça, e o que é
cinza claro, quase transparente, é material de suporte que deverá ser destacado de sua peça
depois.
ORIENTAÇ ÃO DA PEÇ A
No exemplo acima vemos o arquivo Cali Cat em diferentes posições em relação a bandeja da
impressora, respectivamente, com o rabo apoiado na mesa e o corpo todo no ar, de ponta
cabeça o até deitado de lado. Estas posição, claro, ignorando aquela que é a posição natural
do arquivo, com as patas tocando a bandeja da impressora.
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MELHORES PRÁTICAS
A impressão 3D permite criar formar já com movimentos, peças que cam interconectadas,
e quando retiradas da impressora 3D, podem ter movimento relativo uma com a outra. Isso
acontece pela combinação de alguns conhecimentos, tais como: ângulos de auto sustentação,
pontes, uso correto da retração, escolha certa do material do modelo, entre outros
conhecimentos. Quando um projeto é realizado tendo essas funções já em mente, isto é, a
peça é desenha pensando-se no material que será impressa, na tecnologia de impressão 3D
que será aplicada, chamamos esse conceito de projetos de Design for Additive Manufacture -
DfAM, e é um dos conceitos de projetos que vem crescendo ao redor do mundo.
Ainda falando de DfAM, outro conhecimento importante para se ter em mente, é que as
peças feitas por impressão 3D não possuem a mesma resistência mecânica em todos os
eixos. Ela é mais forte, sempre que a força aplicada for paralela às camadas, e mais fraca
sempre que a força aplicada for perpendicular às camadas. Esse é um dos conhecimentos
mais importantes para se ter em mente na hora de projetar uma peça para uso direto da
impressora, e chamamos esse efeito anisotrópica.
O contraste desse conhecimento é que por vezes, como o cabeçote da impressora desenha
sobre a mesa X, Y, sobre a bandeja da impressora, como se fosse uma mão segurando uma
caneta, os contornos e detalhes semre saem melhores quando feitos nesta posição. Já
produzir uma peça ao longo do eixo Z, o acabamento da peça está preso a altura da camada
utilizada, e por vezes esse é o pior eixo para se produzir uma peça. Veja a ilustração do
gancho sustentando uma corda por exemplo. Fazer essa peça com a base mais larga apoiada
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na mesa da impressora seria a forma mais fácil de se produzir essa peça, o “gancho” nem
precisa de suportes, por ser auto sustentável, porém, as camadas terminam orientadas da
pior forma possível para o esforço que estarão submetidas.
Para máxima resistência esse gancho precisa ser desenhado ao longo da mesa XY, ou seja,
toda essa peça precisaria ser feita “ de lado” para ter a máxima resistência possível, e como
você pode imaginar, isso demandaria uma quantidade imensa de suportes para se produzir
esse gancho, ao meio da base, de forma satisfatória. E qual a solução? No maravilhoso livro
de Cli ord Smyth, “The zombie apocalypse guide for 3D printings”, o autor nos apresenta
diversas ideias de quem vivia em uma cabana no Alasca e precisava fazer se suas impressoras
3D artigos práticos para sua própria sobrevivência, como sustentar um painel solar, reparar
uma canoa ou produzir armadilhas de caça que funcionassem. Um verdadeiro guia para
quem quer aprender mesmo DfAM, ele nos lembra que ao mesmo tempo que a impressora
3D pode produzir peças já montadas e articuladas, às vezes, produzir uma peça única em
duas metades pode ser uma solução mais inteligente:
Existem múltiplos mercados para a impressão 3D, mas só em uma impressora 3D pode ser
uma ferramenta de venda, o mercado de prestação de serviços de impressão 3D! Nos outros
mercados, o cliente não quer saber se o decorável que ele comprou foi feito em 3D, se a
bijuteria ou bolsa que comprou foi feita em 3D, se o acessório para seu carro ou caso foi
feito em 3D. Ele quer que o que ele comprou seja bonito, atenda a função e solucione um
problema. Do ponto de vista do cliente, se uma de suas comprar foi feita em 3D, injetado,
usinado ou produzido por mágica de fadas, não faz a menor diferença.
Mas inacreditavelmente, o que eu mais vejo são pessoas tentando empreender no mercado
de impressão 3D alardeando que seus produtos foram feitos assim, e o pior, anunciando-os
em comunidades de impressão 3D. Se seu mercado é penduradores de parede para colocar
chaves, desses onde você entra em casa e pendura suas chaves do carro, da casa, da bicicleta,
da caixa de correio, você não anuncia em uma página do Facebook sobre impressoras 3D,
anuncia na Shopee, ou no Mercado Livre, ou qualquer outro market place.
Isto dito, a nal, quais são os mercados potenciais para a impressão 3D? Algumas pistas já
foram dadas: bijuterias, decoração, peças automotivas são só alguns dos mercados possíveis.
Como regra geral, toda vez que uma altíssima customização encontrar baixa demanda de
volumes, a impressão 3D é a resposta certa.
MERCADO DA MODA
Em 2015 participei da produção de colares e brincos do designer Pedro Lourenço para a São
Paulo Fashion Week, onde produzimos colares, pingentes e brincos para o des le. Foi uma
experiência única, visto que o designer não utiliza software CAD para suas obras, mas faz de
maneira artesanal, sobre manequins graduados, para ter uma noção perfeita de seu
caimento, proporções e volumes.
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da Autodesk, mas hoje poderia ser feito de forma igualmente simples com o software que já
falamos aqui, o Qlone.
Se quiser saber mais sobre esse processo, o canal do YouTube Universo da Moda com Max
Fivelinha fez uma cobertura completa: https://youtu.be/1gw3lwZMj4U
DECORÁVEIS
Peças de decoração feitas a partir de impressão permitem customizar as obras para caberem
em cada espaço, e bolso. Decoráveis não são só vasos, mas colecionáveis também, Action
Figures, vulgarmente conhecidos como bonequinhos, são também decorações.
Esta criação demanda não só a impressão 3D bem feita, mas pintura, acabamento, reforços
para peças que carão ao sol, acabamento para aquelas peças de interior. A produção ainda
passar por questões de direitos autorais. Não se pode vender bonecos dos Vingadores da
Marvel, eles são propriedades da Disney, mas há um campo cinza sobre intervenções
artísticas sobre artes de outras pessoas, mas o melhor caminho ainda é a venda de criações
originais, é o caso da Ops3D, que esbanja criatividade e bom gosto em suas obras que vende,
e também na forma como as publicita no mercado, mais que um concorrente, um professor
sobre como vender no segmento.
Na mesma toada, suportes para máscaras, para que não se apoiassem nas orelhas,
auxiliadores para abrir portas. E para sair do tema da pandemia, veja o maravilhoso trabalho
do Prof. Renato Frosch que criou a iniciativa Santos às Cegas, onde ele não apenas
digitalizou e imprimiu os principais monumentos da cidade de Santos, São Paulo, como
também os imprimiu conforme as normas e regras para fazê-lo à pessoas cegas ou com baixa
visão. Por exemplo, ao imprimir uma igreja, ele produz as diferentes texturas da igreja,
mármore, cimento e pedras, com diferentes texturas no objeto 3D, como também sempre
imprime o que se chama "escala humana", para que uma pessoa cega ou de baixa visão possa
saber realmente o tamanho do monumento que toca.
MANUFATURA AUXILIADA
Quando mostramos o que uma impressora 3D pode fazer, aliada a recursos tão simples
quanto Paint 3D, 3D Builder e 3D Scan, pode-se dar asas a esses departamentos. Se além
destes recursos colocarmos na oferta um conhecimento de ferramentas CAD reais, e
conceitos de Design for Additive Manufacturing de verdade, os potenciais são ilimitados.
Consultores neste mercado podem precisar de conhecimentos profundos de processo de
produção, de materiais poliméricos e acima de tudo, muita criatividade para encontrar a
solução certa da forma certa, mas os valores pagos neste mercado ainda estão bem acima de
várias outras aplicações da manufatura aditiva.
Para ter um exemplo do que a impressão 3d pode fazer no mercado, veja esse vídeo da
própria MakerBot, e de como a impressão 3D auxiliava a produção de suas próprias
impressoras 3D: https://youtu.be/vPDMSHP8XyU.
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EM RESUMO
Para possuir uma impressora 3D não é necessário empreender, claro. Você pode
perfeitamente ter uma impressora 3D em casa para seus próprios projetos pessoais, ou no
departamento da sua empresa, para te ajudar a ter ideias, mesmo que sua empresa seja de
serviços como um banco ou um escritório de assessoria contábil, desenvolver uma
mentalidade 4.0 não requer um produto, mas se for empreender, não se esqueça, a
impressão 3D é o processo, não o produto nal, ainda hoje, o que vende, é um bom produto,
a um bom preço e que solucione um problema, sem importar como ele foi feito.
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CAPÍTULO 5: E AS IMPRESSORAS DE
RESINA?
Quase 40 anos depois, temos não apenas uma tecnologia que lida com resinas líquidas -
termo xos - e as transmuta em peças lindas, temos desde a pioneira, a SLA, o que signi ca
mais ou menos: 'Aparelho Laser de tridi cação' (Stereolitographic Laser Aparatus), mas
temos mais sigas do que cabem no gibi, é DLP, LCD/LED, PJM, MJM, a nal, qual a melhor
tecnologia?
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Em 2000, quando eu vendia CAD 3D da Dassault Systèmes, aquele que todos faziam a piada
se eu estava trabalhando na “ rma da minha tia”, o tal CATIA, o mundo ainda era jovem e o
conhecimento de computação e ferramentas de desenho não eram difundidas como são hoje.
Para se ter uma ideia, o sistema operacional era o Windows NT 4.0 (ainda), executando ou o
AutoCAD 2000, puramente 2D, ou o Autodesk Mechanical Desktop, pai do Inventor e avô
do Fusion. Numa dessas prospecções eu liguei certa vez para uma empresa que projetava
chapas para corte e dobra, e ela usava o Excel para os desenhos! Deixando as bordas mais
grossas ou mais nas, linhas contínuas ou tracejadas, ele desenhava com as células do Excel
desenhos lindíssimos. Foi quando meu chefe cunhou a frase “a melhor ferramenta é a que
você sabe usar bem”.
Eu contei essa história para dizer que apesar de sermos uma população tendenciosa a
dicotomias, ou Nintendo ou Sega, ou Windows ou Mac, ou FDM ou Resinas, a verdade é
que não há uma tecnologia que seja melhor que as outras. Cada tecnologia é um “trade o ”,
uma troca, ganha-se por um lado, perde-se por outro. Dito isso, o que vou apresentar é o
meu parecer sobre as diversas tecnologias de resina, de uma forma ampla, ok?
SL A - STEREOLITHOGRAPHY APPARATUS
O laser tem um segundo problema, as impressoras de SLA possuem dois tipos de altura de
camada, igual nas impressoras FDM, mais precisa, com mais camadas, ou mais rápida e com
camadas mais grosseiras. O truque é que em geral, a altíssima resolução de uma impressora
SLA acontece em uma cuba menor, para maior resolução ela não pode utilizar todo o volume
da impressora, só 1 ⁄ 8 do volume original. Isso se dá por que o laser produz um ponto
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luminoso sobre a resina, mas ele só é um ponto enquanto o laser aponta reto, do foco
emissor para baixo, conforme o raio laser começa a buscar os extremos da área de
impressão, esse ponto vai se tornando um oval. É uma fração de algo que já era muito
pequeno o quanto o ponto chega a se deformar, mas quando falamos de extrema precisão, é
o bastante para não ser mais considerado "altíssima resolução".
A parte polêmica deste artigo já passou, mas permita-me voltar à ele, uma impressora de
LED pode ser mais rápida que uma impressora a laser. Acontece que o LED é uma fonte
emissora de energia inferior ao Laser, mas por outro lado, as impressoras LED modernas
utilizam matrizes LED que são as mesmas que encontramos em nossos laptops, celulares e
tablets, e quando projetam uma imagem, projetam essa imagem por toda a camada, a
diferença do laser que precisa desenhar cada contorno como já dissemos. A questão aqui é
que o laser tem mais energia, então ele precisa de menos tempo de exposição e ainda assim,
garante uma fusão ainda superior que o LED, no que tange a união entre camadas. Se a
matriz de LED for feita de um painel OLED, aquele que para produzir partes pretas na
imagem, ele simplesmente apaga os LEDs não utilizados, e se o emissor for monocromático,
ainda melhor para a impressora LED, já que intensi ca a energia emitida, e não há miasmas
da luz preta que podem causar cristalização ou ilhas, que depois têm o mau hábito de grudar
na peça e estragar os suportes. O problema é que as únicas empresas que têm interesse em
telas 4K OLED monocromática são fabricantes de impressoras 3D e amantes de cinemas
cult, sendo que o segundo não produz telas.
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Vale a lembrança que as impressoras 3D de LED hoje já foram impressoras que usavam
lâmpadas, destas de datashow e retroprojetores (de novo, perguntem aos seus pais), e que
compartilhavam muito dos problemas das impressoras laser, como a ovalização das bordas,
burnout do centro dos objetos impressos, além da vida curtíssima destas lâmpadas de car
acendendo-as e apagando-as a cada 2 ou 3 segundos por várias horas. As matrizes de LED
realmente solucionam diversos problemas.
P O LY J E T O U M U LT I J E T
Agora, estas não são as únicas formas de se produzir peças pelo processos de cura de resinas
fotossensíveis, estes são os mais populares. A Stratasys tem um processo que é um lho
entre impressoras tradicionais e impressoras 3D, a Polyjet, que utiliza alguns cabeçotes de
impressoras 2D de grandes formatos, para dispersar gotículas de resina de forma
incrivelmente controlada sobre uma mesa. As gotículas são curadas por uma lâmpada
emissora de Infravermelho permanentemente acesa, que não prejudica a resina, já que a
mesma só vê a luz quando é dispersa pelo cabeçote.
O cabeçote tem uma membrana do tipo piezo-elétrica, que ao ser estimulada por uma
corrente elétrica vibra, e deixa cair gotas de 90x10 elevado à -12, ou 90 picos cada gota.
Após a camada ter sido desenhada, uma lâmina corta a calota superior das gotas, e um rolo
preso ao cabeçote prensa as camadas depositadas, fazendo assim uma impressão que busca
ser "handsfree", não há manuseio direto da resina - que vem em cartuchos semelhantes aos
das impressoras de tinta domésticas- não há exposição da impressão ao ambiente, as
impressoras operam fechadas, ainda que algumas possam requerem exaustão de ar, para
tirar o odor das resinas. E existe aqui até mesmo uma resina lavável que atua como suporte
solúvel.
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A Stratasys com a PolyJet, ou PJM, PolyJet Material, tem a mesma tecnologia da Kyocera
chamada de MJM - MultiJet Material, onde é quase tudo igual, mas na Stratasys ao lado do
cabeçote da resina vai um cabeçote de uma resina solúvel em água para os suportes, e na
MJM o suporte é em cera aquecida, e a remoção é por forno que derreterá a cera. As
desvantagens da PJM ou MJM é o alto custo das resinas, já que as máquinas só aceitam a
resina em recipientes especí cos e com chip ePROM para garantir autenticidade do material
e também informar ao software quais materiais possuem carregados, e mesmo com a alta
tecnologia de dispersão e acabamento, nenhuma das duas entrega a qualidade exata do uma
SLA consegue. É o "trade-o "de ter uma tecnologia de resina que pode ser usada em um
escritório, a pequena perda de resolução.
A SLA tem como desvantagens o alto custo para “start de máquina”, já que seus grandes
volumes de impressão ocorrem em uma cuba cheia de resina, de 100 à 200 litros de resina,
que precisa ser ltrada a cada parada de máquina prolongada, além da necessidade de pisos
anti vibração, ou qualquer T-Rex passando na rua causará o famoso efeito doppler, aquelas
ondas na água no copo causadas pela propagação de impactos através de meios líquidos. Mas
apesar do alto custo de instalação e da “pegada” que uma máquina dessas deixa na empresa,
a qualidade da SLA continua a ser algo insuperável, sem mencionar as capacidades
volumétrica, fácil, uma das maiores impressoras até hoje.
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P R O G R A M M A B L E P H O T O P O LY M E R I Z A T I O N
Para encerrar as tecnologias de cura de resina, mesmo sem cobrir todas, não posso deixar de
falar das impressoras PPP - Programmable PhotoPolymerization - ou fotopolimerização
programável, uma variação das impressoras LED com uma pitada das impressoras PJM ou
MJM, ela consiste uma cura em duas etapas de cada camada, criando camadas
intrinsecamente presas umas às outras, gerando peças praticamente isotrópicas, e não por
acaso, a tecnologia que brilhou durante a pandemia na fabricação dos swabs - os bastões de
testes de que foram produzidos por impressão 3D, numa época de cadeias logísticas insanas
misturadas à quarentenas severas.
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EM RESUMO
Assim, a forma de curar resinas pode variar de uma maneira inacreditável, desde a pioneira
SLA, não apenas ainda no jogo, como ainda é a melhor em acabamento até os dias de hoje,
passando por experiências de replicar esse processo mas com menor custo, como são as SLA
da FormLabs (assistam ao documentário Print: the legend, na Net ix), processos de resinas
fotossensíveis por luz direta (a tal da lâmpada de retroprojetores, chamadas de DLP - Digital
Light Process), com telas de LED ou OLED, ou ainda com leiras de micro-LEDs per lados
de maneira especí ca, como as Halot da Creality fazem hoje em dia. Ainda tem os processos
derivados das plotters, com cabeçotes especiais, como a PolyJet e, claro, a revolucionária PPP
- Photopolymerization Process.
De comum, todas utilizam uma resina fotossensível, que podem vir a emular propriedades
de polímeros, que podem ser ou não bio-compatíveis, que podem ou não possuir cores,
todas entregam uma qualidade de acabamento superior às impressoras de pós unidos ou de
lamento derretido, e além de demandarem menos acabamento após a impressão, também
são as únicas tecnologias capazes de entregar transparência, enquanto outros processos
entregam no máximo, translucidez.
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BIBLIOGRAFIA
• OECH, Roger; Um TOC na cuca; Editora de Cultura;
• SMYTH, Cli ord; The Zombie Apocalipse Guide For 3D Printing, Self publishing; ISBN
9781530542772
• Economia Naranja, Inovaciones que no sabias que eran de America Latina y Caribe; 2017,
BID, Banco Interamericano de Desarrollo;
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SOBRE OS AUTORES:
Emanuel Campos atua na impressão 3D desde 2000, quando iniciou como estagiário na
revenda da Stratasys no Brasil, a Sisgraph. Até 2016 atuou divulgando aplicações de
engenharia da impressora 3D além do protótipo rápido, área chamada de Engenharia de
Aplicação, e de 2016 para frente se envolveu com o uso da impressora 3D na educação, onde
é co-autor de 18 livros para o ensino fundamental com planos de aula que envolvem o uso
de tecnologias. É casado e mora um pouco no Brasil e um pouco na Argentina.
A 3D Prime é uma das maiores fabricantes do país de lamentos e resinas para a impressão
3D, uma empresa estabelecida em 2017, a empresa rapidamente se tornou referência no
mercado, pela alta qualidade de seus produtos e uma postura inovadora ao trazer novidades
para o mercado. Além da produção de lamentos e resinas a empresa oferece manutenção de
impressoras 3D e representa as marcas líderes do mercado em equipamentos e acessórios
para a impressão 3D. Con rma mais em http://www.3dprime.com.br
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