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Paulo tinha fama de mentiroso.

Um dia chegou em casa dizendo que vira no


campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe
botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio
da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou
e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi
proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando
que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam
formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo
ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: - Não há nada a
fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.
(Carlos Drummond de Andrade)
Conhecendo
o TDAH
Segundo o DSM-5, o TDAH se classifica
entre os transtornos do
neurodesenvolvimento, que são
caracterizados por dificuldades no
desenvolvimento que se manifestam
precocemente e influenciam o
funcionamento pessoal, social,
acadêmico ou pessoal.
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis
prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade.

Desatenção e desorganização envolvem incapacidade de permanecer em uma


tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais em níveis inconsistentes com
a idade ou o nível de desenvolvimento.

Hiperatividade-impulsividade implicam atividade excessiva, inquietação,


incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e
incapacidade de aguardar - sintomas que são excessivos para a idade ou o nível
de desenvolvimento.

Na infância, o TDAH frequentemente se sobrepõe a transtornos em geral


considerados "de extemalização", tais como o transtorno de oposição desafiante e
o transtorno da conduta. O TDAH costuma persistir na vida adulta, resultando
em prejuízos no funcionamento social, acadêmico e profissional.
ASPECTOS
10 sinais de TDAH
na criança

1.A criança distrai-se com facilidade.


2.A criança é inquieta, apresentando com
frequência o agitar das mãos, pés
e dificuldade de permanecer sentado.
3.A criança apresenta dificuldade de
seguir instruções.
4.A criança é geralmente
considerada “esquecida”, por não se
lembrar de detalhes simples, como
repassar algum recado ou uma matéria
recém-estudada.
5. A criança
apresenta dificuldade para finalizar suas atividades, sejam
elas domésticas ou escolares.
6. A criança
apresenta dificuldade para manter a atenção nas
atividades.
7. A criança evita participar de atividades que necessitem
de esforço mental.
8. A criança apresenta dificuldade de participar
de atividades silenciosas.
9. A criança fala muito e
frequentemente interrompe assuntos alheios.
10. A criança responde perguntas de
forma impulsiva e precipitada.
Critérios
diagnósticos
CRITÉRIO A– Um padrão persistente de desatenção e/ou
hiperatividade-impulsividade que interfere com o funcionamento ou
desenvolvimento. Em ambos os domínios seis (ou mais) dos seguintes
sintomas devem persistir por pelo menos seis meses, em um grau que é
inconsistente com o nível de desenvolvimento, e tem um impacto
negativo diretamente sobre as atividades sociais e
acadêmicas/profissionais. Para adolescentes e adultos mais velhos (17
anos ou mais), pelo menos cinco sintomas são obrigatórios:
DESATENÇÃO
a) Muitas vezes, deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido
na escola, no trabalho ou durante outras atividades.
b) Muitas vezes tem dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades
lúdicas (por exemplo, tem dificuldade em permanecer focado durante as palestras,
conversas ou leitura longa).
c) Muitas vezes parece não escutar quando lhe dirigem a palavra (por exemplo, a
mente parece divagar, mesmo na ausência de qualquer distração óbvia).
d) Muitas vezes, não segue instruções e não termina tarefas domésticas, escolares
ou no local de trabalho (por exemplo, começa tarefas, mas rapidamente perde o
foco e é facilmente desviado).
e) Muitas vezes tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (por exemplo,
dificuldade no gerenciamento de tarefas sequenciais, dificuldade em manter os
materiais e os pertences em ordem, é desorganizado no trabalho, tem má
administração do tempo, não cumpre prazos).
f) Muitas vezes, evita, não gosta, ou está relutante em envolver-se
em tarefas que exijam esforço mental constante (por exemplo,
trabalhos escolares ou trabalhos de casa ou para os adolescentes
mais velhos e adultos: elaboração de relatórios, preenchimento de
formulários, etc).
g) Muitas vezes perde coisas necessárias para tarefas ou atividades
(por exemplo, materiais escolares, lápis, livros, ferramentas,
carteiras, chaves, documentos, óculos, telefones móveis).
h) É facilmente distraído por estímulos externos.
i) É muitas vezes esquecido em atividades diárias (por exemplo,
fazer tarefas escolares, adolescentes e adultos mais velhos: retornar
chamadas, pagar contas, manter compromissos).
HIPERATIVIDADE-IMPULSIVIDADE:
a) Frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira.
b) Muitas vezes levanta-se ou sai do lugar em situações que se espera que fique
sentado (por exemplo, deixa o seu lugar na sala de aula, no escritório ou outro local
de trabalho, ou em outras situações que exigem que se permaneça no local).
c) Muitas vezes, corre ou escala em situações em que isso é inadequado (Em
adolescentes ou adultos, esse sintoma pode ser limitado a sentir-se inquieto).
d) Muitas vezes, é incapaz de jogar ou participar em atividades de lazer calmamente.
e) Não para ou frequentemente está a “mil por hora” (por exemplo, não é capaz de
permanecer ou fica desconfortável em situações de tempo prolongado, como em
restaurantes e reuniões).
f) Muitas vezes fala em excesso.
g) Muitas vezes deixa escapar uma resposta
antes da pergunta ser concluída (por exemplo,
completa frases das pessoas; não pode esperar
por sua vez nas conversas).
h) Muitas vezes tem dificuldade em esperar a sua
vez (por exemplo, esperar em fila).
i) Muitas vezes, interrompe ou se intromete os
outros (por exemplo, intromete-se em conversas,
jogos ou atividades, começa a usar as coisas dos
outros sem pedir ou receber permissão).
CRITÉRIO B – Vários sintomas de desatenção e/ou hiperatividade-
impulsividade devem estar presentes antes dos 12 anos de idade.
CRITÉRIO C – Vários sintomas de desatenção e/ou hiperatividade-
impulsividade devem estar presentes em dois ou mais contextos
(por exemplo, em casa, na escola ou trabalho, com os amigos ou
familiares; em outras atividades).
CRITÉRIO D – Há uma clara evidência de que os sintomas
interferem ou reduzem a qualidade do funcionamento social,
acadêmico ou ocupacional.
CRITÉRIO E – Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o
curso da esquizofrenia ou outro transtorno psicótico, e não são
melhor explicados por outro transtorno mental (por exemplo,
transtorno de humor, transtorno de ansiedade, transtorno
dissociativo, transtorno de personalidade).
Aspectos importantes a
serem avaliados a fim de que
não sejam cometidos enganos
Avaliar se os sintomas
no diagnóstico de TDAH
existem desde a
infância ou início da
adolescência.

Avaliar a frequência e a
intensidade que estes Avaliar se os sintomas
sintomas aparecem, a duração não estão sendo
dos mesmos e a interferência provocados por nenhum
que eles causam na vida, ou outro transtorno
seja, se acarreta ou não
conhecido.
prejuízo no funcionamento da
pessoa.
O
DIAGNÓSTICO
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR –
PROFISSIONAIS DA SAÚDE E
EDUCAÇÃO
MÉDICO: ANAMNESE, AVALIAÇÃO POR
MEIO DE ESCALAS E CRITÉRIOS
DIAGNÓSTICOS, EXAME CLÍNICO;
ESCOLAS: RELATÓRIOS COM
INFORMAÇÕES SOBRE APRENDIZAGEM
E COMPORTAMENTO DO ALUNO;
PAIS: INFORMAÇÕES SOBRE O
COMPORTAMENTO, ROTINAS DIÁRIAS E
DÉFICITS RELACIONAIS
IMPACTOS DO TDAH

Em função dos sintomas apresentados, as pessoas diagnosticadas sofrem


um grande impacto nas atividades diárias. O que para muitas pessoas pode
parecer ser algo simples, como exemplo, prestar atenção em uma conversa
e organizar as tarefas ao longo da semana, para quem tem TDAH essas
são tarefas muito complexas.
Apresentam grande dificuldade em prestar atenção em detalhes e em
atividades que exigem organização.
Muitas vezes não conseguem cumprir prazos, se esquecem de
compromissos importantes, como por exemplo pagar contas e datas
comemorativas. Em outros casos, os prejuízos são maiores nos casos de
pacientes que perdem a carteira ou o carro no estacionamento do shopping.
No ambiente familiar as relações são marcadas por discussões
e cobranças sobre a falta de organização.
No trabalho geralmente não consegue cumprir prazos,
apresenta mais lentidão do que as outras pessoas, o que o
torna menos eficiente e em alguns casos, resulta na demissão.
Na escola os pacientes tem dificuldades para prestar a atenção
na aula e, consequentemente, para aprender, além de ser visto
como o aluno problema. Por conta desses impactos, as pessoas
com TDAH são afetadas psicologicamente por se sentirem
incapazes, por não terem autonomia e confiança para exercer
atividades ou tarefas importantes em função do grande número
de erros cometidos e das dificuldades vividas.
• Para os indivíduos em que predomina a hiperatividade,
uma característica importante que vale ser ressaltada é
que estes, inconscientemente, buscam conflitos como
uma maneira de ativar seu próprio córtex pré-frontal.
Não planejam fazer isso, negam que fazem, e ainda
assim fazem. Isso ajuda a aumentar a atividade de seus
lobos frontais e a se sentirem mais estimuladas. Embora
não seja um fenômeno consciente, parece que ficam
viciadas em confusão.
• A hiperatividade se manifesta com movimentos
frequentes, a criança bate com os pés, mexe as mãos,
não para quieta, corre o tempo todo.
• Naqueles predominantemente desatentos, parece que quanto mais
a pessoa tenta se concentrar, pior para ela. A atividade no córtex
pré-frontal se desliga ao invés de ligar.
• Quando um pai, um professor, um chefe, põe pressão na pessoa
que tem déficit de atenção, ela se torna menos eficiente, fazendo
com que o supervisor interprete isso como decréscimo no seu
desempenho ou má conduta proposital.
• O que acontece é que todos nós funcionamos melhor com elogios,
mais intenso então, é quem possui essa patologia.
• É adequado trabalhar com essas pessoas com estímulo e
ambientes que sejam altamente interessantes e tranquilos, para
que se tornem mais produtivas. O mais incrível é que essas pessoas
frequentemente conseguem prestar atenção em coisas bonitas,
novas, interessantes ou assustadoras, que oferecem estimulação e
ativam o córtex pré-frontal, conseguindo se focalizar e concentrar.
• A desatenção pode acontecer em situações
escolares, profissionais ou sociais.
• Frequentemente dá-se a impressão de que a
mente está em outro lugar ou que não
escutou o que foi dito.
• Há uma dificuldade em completar tarefas,
compreender instruções, organizar
atividades. Seus objetos são desorganizados
e com frequência são perdidos, desleixados,
danificados. As pessoas com TDAH distraem-
se com qualquer ruído, esquecem coisas das
atividades diárias, esquecem compromissos
marcados, não prestam atenção no que os
outros dizem.
• Naqueles predominantemente impulsivos, a mente
funciona como um receptor de alta sensibilidade, que, ao
captar um pequeno sinal, reage automaticamente sem
avaliar as características do objeto gerador do sinal
captado.
• A impulsividade se manifesta como impaciência,
responder precipitadamente antes do término das
perguntas, dificuldade de aguardar a sua vez para falar,
interromper ou intrometer nos assuntos alheios,
causando muitas dificuldades nos contextos sociais,
escolares ou profissionais.
PREJUÍZOS TÍPICOS NA INFÂNCIA

ESTRESSE E RELACIONAMENTO POUCOS AMIGOS OU DESENVOLVIMENTO


CONFLITOS DEFICIENTE COM OS NENHUM AMIGO LENTO DE
FAMILIARES PARES PRÓXIMO AUTOCUIDADO

POUCA IMPORTÂNCIA
DESENVOLVIMENTO ANOS DE
COMPORTAMENTOS A SEGURANÇA
LENTO DE ESCOLARIDADE
DISRUPTIVOS EM PESSOAL/INCIDÊNCIA
RESPONSABILIDADE RELATIVAMENTE
ESPAÇOS PÚBLICOS DE FERIMENTOS
SOCIAL INFERIOR A MÉDIA
ACIDENTAIS
O que a escola pode fazer?
Ajudar a melhorar a concentração
Quando notar alterações, o professor pode adaptar a didática em
sala de aula. Para melhorar a concentração do aluno, vale começar
a aula com algum tipo de motivação, mudar o tom de voz para dar
ênfase a pontos importantes do assunto, associar o tema a
aplicações práticas, utilizar estímulos audiovisuais e similares.
Incluir a criança em exemplos
Outra ideia é incluir o aluno com o transtorno em exemplos. É
fundamental que isso não cause constrangimento a ele. E mais:
deve-se sempre respeitar a vontade do aluno. Se ele não quiser
participar de atividades, não deve ser obrigado a fazê-lo.
Adaptar as avaliações
O professor pode variar as formas de avaliação para averiguar se o
aluno absorveu o conteúdo. Além das provas objetivas, então,
podem ser aplicados trabalhos, apresentações em sala, pesquisas
de campo, debates e outros. As provas devem ser objetivas, curtas
e sem pegadinhas, para que o aluno não se perca nos detalhes.
Dividir as atividades em blocos
Ficar concentrado por muito tempo é um grande desafio para
crianças com TDAH na escola. Por isso, uma alternativa é dividir as
atividades em blocos: com uma necessidade de concentração
menor, há mais chances de sucesso para elas.
Oferecer apoio organizacional
Criar uma rotina que o aluno possa seguir diariamente funciona como
um roteiro que pode ajudar em forma de lembrete. Assim, ele serve de
apoio até mesmo para a família: os pais podem usá-lo para auxiliar a
criança a fazer as tarefas, enquanto tira suas dúvidas e a motiva a
terminá-las. Entre os passos a serem seguidos estão:

• fazer as tarefas do dia;


• anotar as dúvidas;
• verificar as dificuldades;
• estudar para as provas;
• organizar o material.
TDAH NA SALA DE AULA

• Reduzir as tarefas, torná-las mais curtas


• Pôr notas das datas em que devem ser
entregues as tarefas e trabalhos.

ou dividi-las em partes, etapas.
Reduzir as tarefas escritas e de copiar.
• Complementar, reforçar instruções
• Facilitar alternativas distintas de

verbais com informação visual.
Dar cópias das notas básicas dos
avaliação: oral, com projetos especiais.
• Utilizar suportes complementares na

capítulos.
Modificar, simplificar o texto do livro de
classe como gravadores, calculadoras,
exercícios.
computadores, papel carbono, etc.
• Ter em casa uma cópia do texto da
escola.
Ajustes e intervenções específicas
No ambiente
1. Sentar-se na frente, perto do professor.

2. Sentá-lo longe das distrações.

3. Limitar as distrações visuais.

4. Reduzir o nível de ruído quando necessária

concentração.
5. Fazer cartazes e guias para referência do aluno.
Organização
1. Escrever as tarefas no quadro e explicá-las oralmente.
2. Usar e seguir o calendário diariamente.
3. Clarificar as tarefas no final do dia.
4. Conferir com o professor ou parentes os
materiais necessários para levar para casa.
5. Dar-lhe materiais prontos para arquivar na pasta
6. Ter pastas, cadernos, etc.,com divisões e cores diferentes.
7. Ajudar a organizar a mesa e materiais.
8. Codificar os textos e livros por cor.
9. Colar uma lista na mesa de: “Coisas por fazer”.
10. Dividir tarefas longas.
11. Limitar a quantidade de materiais sobre a mesa da criança.
COMUNICAÇÃO E TRABALHO EM EQUIPE

1. As comunicações diárias ou semanais devem ser assinadas


pelos pais com gráficos e guias especiais que indiquem o comportamento e se
os trabalhos estão completos.
2. Comunicação telefônica frequente com os pais (Lembre-se de compartilhar as
conquistas positivas e as preocupações).
3. Encontros mais frequentes com os pais para construir
uma equipe de trabalho com e para a criança.
4. Compartilhar com outro professor suas conquistas, atividades, disciplina,
trabalho em equipe.
5. Fazer com que o aluno saiba que estamos interessados em ajudá-lo, dialogar
sobre as suas necessidades e incentivar a comunicação aberta.
Gestão em sala de aula
1.Aumentar a estrutura e o monitoramento dos comportamentos concretos.
2.Definir com clareza as expectativas e as consequências (Verifique-
as frequentemente).
3.Ter proximidade física com o aluno, contato visual permanente.
4.Ensinar apenas quando haja silêncio e todos estejam atentos.
5.Elogiar comportamentos positivos.
6.Utilizar cartas de progresso, contratos para melhorar o comportamento.
7.Facilitar oportunidades de movimento e descansos frequentes.
8.Dar apoio extra durante as transições e mudanças do dia.
9.Permitir que o estudante participe da seleção das consequências e dos
prêmios.
10.Utilizar períodos de reforço curtos com avaliação constante.
Ensino e avaliação
1. Dar tempo extra para processar informações
(falar mais lentamente e dar mais “tempo para que o aluno pense e
responda”).
2. Aumentar a quantidade de exemplos, modelos,
demonstrações e prática dirigida.
3. Dar muitas oportunidades para trabalhar com companheiros ou em
grupo pequeno.
4. Oferecer oportunidades para verbalizar na aula, para expressar-se sem
temor em um clima seguro sem temer o ridículo.
5. Analisar o progresso e reforçá-lo: tarefas, trabalho em classe, etc.
6. Utilizar técnicas multissensoriais.
7. Propor projetos que permitam a criatividade e expressão.
• Permitir o uso de computadores, calculadoras, etc.
• Ajustar-se às dificuldades envolvidas nos trabalhos escritos por meio de:
a. Mais tempo disponível para completar.
b. Respostas orais. Phase 2 Phase 3
c. Human
Ditar safety Human
as respostas, para quesafety Human safety
alguém as copie.
d. Permitir que os pais assinem o trabalho depois de
algum tempo.
• Repetir as instruções dadas.
• Destacar os pontos importantes do texto.
• Facilitar-lhe com diagramas e resumos da lição.
• Dar-lhe gravações com a leitura do texto.
• Usar técnicas de perguntas variadas para dar mais oportunidades de
resposta.
• Fornecer guias simples, organizados, breves.
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PARA ALUNOS
COM TDAH
Atenção e memória sustentada:
1 – Quando o professor der alguma instrução, pedir ao aluno para repetir as instruções ou compartilhar
com um amigo antes de começar as tarefas.
2 – Quando o aluno desempenhar a tarefa solicitada ofereça sempre um feedback positivo (reforço)
através de pequenos elogios e prêmios que podem ser: estrelinhas no caderno, palavras de apoio,
um aceno de mão… Os feedbacks e elogios devem acontecer SEMPRE E IMEDIATAMENTE após o aluno
conseguir um bom desempenho compatível com o seu tempo e processo de aprendizagem.
3 – NÃO criticar e apontar, em hipótese alguma, os erros cometidos como falha no desempenho. Alunos
com TDAH precisam de suporte, encorajamento, parceria e adaptações. Esses alunos DEVEM ser
respeitados. Isto é um direito! A atitude positiva do professor é fator DECISIVO para a melhora do
aprendizado.
4 – Na medida do possível, oferecer para o aluno e toda a turma tarefas diferenciadas. Os trabalhos em
grupo e a possibilidade do aluno escolher as atividades nas quais quer participar são elementos
que despertam o interesse e a motivação. É preciso ter em vista que cada aluno aprende no seu tempo
e que as estratégias deverão respeitar a individualidade e especificidade de cada um.
5 – Optar por, sempre que possível, dar aulas com materiais audiovisuais, computadores, vídeos, e outros
materiais diferenciados como revistas, jornais, livros etc. A diversidade de materiais pedagógicos
aumenta consideravelmente o interesse do aluno nas aulas e, portanto, melhora a atenção sustentada.
6 – Utilizar a técnica de “aprendizagem ativa” (high response strategies): trabalhos em duplas,
respostas orais, possibilidade do aluno gravar as aulas e/ou trazer seus trabalhos gravados em
pendrive ou nuvem para a escola.
7 – Adaptações ambientais na sala de aula: mudar as mesas e/ou cadeiras para evitar
distrações. Não é indicado que alunos com TDAH sentem junto a portas, janelas e nas
últimas fileiras da sala de aula. É indicado que esses alunos sentem nas primeiras fileiras, de
preferência ao lado do professor, para que os elementos distratores do ambiente não
prejudiquem a atenção sustentada.
8 – Usar sinais visuais e orais: o professor pode combinar previamente com o aluno
pequenos sinais cujo significado só o aluno e o professor compreendem. Exemplo: o professor
combina com o aluno que todas as vezes que percebê-lo desatento durante as atividades,
colocará levemente a mão sobre seu ombro para que ele possa retomar o foco das atividades.
9 – Usar mecanismos e/ou ferramentas para compensar as dificuldades memoriais:
tabelas com datas sobre prazo de entrega dos trabalhos solicitados, usar post-it para fazer
lembretes e anotações para que o aluno não esqueça o conteúdo.
10 – Etiquetar, iluminar, sublinhar e colorir as partes mais importantes de uma tarefa, texto
ou prova.
Tempo e processamento das informações:
1 – Usar organizadores gráficos para planejar e estruturar o trabalho escrito e facilitar a
compreensão da tarefa.
2 – Permitir como respostas de aprendizado apresentações orais, trabalhos manuais e outras tarefas
que desenvolvam a criatividade do aluno.
3 – Encorajar o uso de computadores, gravadores, vídeos, assim como outras tecnologias que possam
ajudar no aprendizado, no foco e motivação.
4 – Reduzir ao máximo o número de cópias escritas de textos. Permitir a digitação e impressão,
caso seja mais produtivo para ao aluno.
5 – Respeitar um tempo mínimo de intervalo entre as tarefas. Exemplo: propor um trabalho em dupla
antes de uma discussão sobre o tema com a turma inteira.
6 – Permitir ao aluno dar uma resposta oral ou gravar, caso ele tenha alguma dificuldade para
escrever.
7 – Respeitar o tempo que cada aluno precisa para concluir uma atividade. Dar tempo extra nas
tarefas e nas provas para que ele possa terminar no seu próprio tempo.
Organização e técnicas de estudo:
1 – Dar as instruções de maneira clara e oferecer ferramentas para organização
do aluno desenvolver hábitos de estudo. Incentivar o uso de agendas,
calendários, post-it, blocos de anotações, lembretes sonoros do celular e uso
de outras ferramentas tecnológicas que o aluno considere adequada para a sua
organização.
2 – Na medida do possível, supervisionar e ajudar o aluno a organizar os seus
cadernos, mesa, armário ou arquivar papéis importantes.
3 – Orientar os pais e/ou o aluno para que os cadernos e os livros sejam
“encapados” com papéis de cores diferentes. Exemplo: material de matemática –
vermelho, material de português – azul, e assim sucessivamente. Este procedimento
ajuda na organização e memorização dos materiais.
4 – Incentivar o uso de pastas plásticas para envio de papéis e apostilas para casa e
retorno para a escola. Desta forma, todo o material impresso fica condensado no
mesmo lugar minimizando a eventual perda do material.
5 – Utilizar diariamente a agenda como canal de comunicação entre o
professor e os pais. É extremamente importante que os pais façam observações
diárias sobre o que observam no comportamento e no desempenho do filho
em casa, assim como o professor poderá fazer o mesmo em relação às
questões relacionadas à escola.
6 – Estruturar e apoiar a gestão do tempo nas tarefas que exigem desempenho
em longo prazo. Exemplo: ao propor a realização de um trabalho de pesquisa que
deverá ser entregue no prazo de 30 dias, dividir o trabalho em partes, estabelecer
quais serão as etapas e monitorar se cada uma delas está sendo cumprida. Alunos
com TDAH apresentam dificuldades em desempenhar tarefas em longo prazo.
7 – Ensine e dê exemplos frequentemente. Use folhas para tarefas diárias ou
agendas. Ajude os pais, oriente-os como proceder e facilitar os problemas com
deveres de casa. Alunos com TDAH não podem levar “toneladas” de trabalhos
para fazer em casa num prazo de 24 horas.
Técnicas de aprendizado e habilidades
metacognitivas:
1 – Explicar de maneira clara e devagar quais são as técnicas
de aprendizado que estão sendo utilizadas. Exemplo: explicar e
demonstrar na prática como usar as fontes, materiais de referência,
anotações, notícias de jornal, trechos de livro etc.
2 – Definir metas claras e possíveis para que o aluno faça sua
autoavaliação nas tarefas e nos projetos. Este procedimento
permite que o aluno faça uma reflexão sobre o seu aprendizado e
desenvolva estratégias para lidar com o seu próprio modo de
aprender.
3 – Usar organizador gráfico para ajudar no planejamento,
organização e compreensão da leitura ou escrita.
Inibição e autocontrole:

1 – Buscar sempre ter uma postura proativa. Antecipar as possíveis dificuldades


de aprendizado que possam surgir e estruturar as soluções. Identificar no ambiente
de sala de aula quais são os piores elementos distratores (situações que provocam
maior desatenção) na tentativa de manter o aluno o mais distante possível deles e,
consequentemente, focado o maior tempo possível na tarefa em sala de aula.
2 – Utilizar técnicas auditivas e visuais para sinalizar transições ou mudanças
de atividades. Exemplo: falar em voz alta e fazer sinais com as mãos para lembrar
a mudança de uma atividade para outra, ou do término da mesma.
3 – Dar frequentemente feedback (reforço) positivo. Assinale os pontos positivos
e negativos de forma clara, construtiva, respeitosa. Este monitoramento é
importante para o aluno com TDAH, pois permite que ele desenvolva uma
percepção do seu próprio desempenho, potencial e capacidade e possa
avançar motivado em busca da sua própria superação.
4 – Permitir que o aluno se levante em
alguns momentos, previamente combinados
entre ele e o professor. Alunos com
hiperatividade necessitam de alguma
atividade motora em determinados
intervalos de tempo. Exemplo: pedir que vá
ao quadro (lousa) apagar o que está escrito,
solicitar que vá até a coordenação buscar
algum material etc. Ou mesmo permitir que
vá rapidamente ao banheiro ou ao corredor
beber água. Este procedimento é
extremamente útil para diminuir a atividade
motora e, muitas vezes,
é ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO para
crianças muito agitadas.
10 mandamentos
1. Quando existe consciência sobre os problemas que o TDAH pode causar na vida das crianças, fica mais
fácil minimizar esses efeitos. Então, confira algumas dicas simples que podem contribuir para maior
eficácia do tratamento desse transtorno:
2. Reforce os aspectos positivos da criança, parabenizando por seus acertos
3. Dê instruções claras e objetivas, facilitando o entendimento
4. Incentive a criança a terminar aquilo que já iniciou
5. Seja presente no âmbito escolar do filho, assim fica mais fácil saber como está o desempenho em
diversos aspectos da vida
6. Estimule a autonomia da criança, incentivando-a a realizar certas atividades, mas sempre de acordo
com sua idade
7. Por mais corrido e atribulado que seja o dia a dia, tenha tempo para interagir e brincar com o filho
8. Tente manter sempre o ambiente doméstico o mais organizado possível
9. Crie uma rotina diária consistente, ou seja, com horários bem estabelecidos e pouco mutáveis
10. Tenha conversa frequentes com a criança e pergunte como ela se sente e se acredita que alguma coisa
deve mudar
11. Quando a criança fizer algo inapropriado, diga que foi errado e explique como seria a maneira mais
correta.
TRATAMENTO
1. Deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação
aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao
portador. A medicação, na maioria dos casos, faz parte do tratamento.
2. Baseia-se na intervenção multidisciplinar envolvendo profissionais das áreas
médicas, saúde mental e pedagógica, em conjunto com os pais.
3. A psicoterapia que é indicada para o tratamento do TDAH chama-se Terapia
Cognitivo Comportamental que no Brasil é uma atribuição exclusiva de
psicólogos. Não existe até o momento nenhuma evidência científica de que
outras formas de psicoterapia auxiliem nos sintomas de TDAH.
4. O tratamento com fonoaudiólogo está recomendado em casos específicos
onde existem, simultaneamente, Transtorno de Leitura (Dislexia) ou
Transtorno da Expressão Escrita (Disortografia). O TDAH não é um problema
de aprendizado, como a Dislexia e a Disortografia, mas as dificuldades em
manter a atenção, a desorganização e a inquietude atrapalham bastante o
rendimento dos estudos.
O profissional de saúde deve educar a família sobre o transtorno, através de informações
claras e precisas, a fim de que aprendam a lidar com os sintomas dos seus filhos.
Intervenções no âmbito escolar também sãoPhaseimportantes
2 e, muitas vezes,
Phase é necessário
3
um acompanhamento psicopedagógico centrado na forma do aprendizado, como por
Human safety Human safety Human safety
exemplo, nos aspectos ligados à organização e ao planejamento do tempo e das
atividades.
O tratamento reeducativo psicomotor pode ser indicado para melhorar o controle do
movimento.
Em relação às intervenções psicoterápicas centradas na criança ou adolescente, as mais
estudadas e com maior evidência científica de eficácia para os sintomas centrais do
transtorno (desatenção, hiperatividade, impulsividade), bem como, para o manejo de
sintomas comportamentais comumente associados (oposição, desafio, teimosia), são as
cognitivo-comportamentais, especialmente os tratamentos comportamentais.
Adaptações
REFERÊNCIAS

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