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Obras do Autor: Die Zweidimensionalitas des Rechts als Vorausseteung fir den Merhodendualismas von Emil Lask. Meisenheim - Glan, 1970. A ciéncia do direte, Sao Paulo, Alas, 1977; 2 ed, 1980. Conceito de sistema no direto, Sto Paulo, Revista dos Tribunais, 1976. Funsdo social da dogmtica jurdica. Sto Paulo, Revista dos “Tribunais, 1978, Teoria da norma juriica. Rio de Janeiro, Forense, 1978; 2. 1986; 3. ed. 1997, Consttunte. So Paulo, Revista dos Tribunals, 1985; 2, ed, 1986, Constitwigdo de 1988 — leg legitimag (em colaboraga0) imidade, vigencia e efiedcia, 0 Paulo, Aas, 1989, Inverpretagdo estudos da Consttugo de 1988. Sao Paul Atlas 1990, Introducio ao estado do direito, So Paulo, Atlas, 1988: 2 ed 1904, TERCIO SAMPAIO FERRAZ JR. DIREITO, RETORICA E COMUNICACAO SUBSIDIOS PARA UMA PRAGMATICA DO DISCURSO JURIDIC adigio 1997 Editors Saraiva ISBN 85-02-02971-3 "hmornBrasiora cov, oP Bre en or ere mrmnommceatice Para meus filhos Daniela Carolina Beatz Tnaldo ‘Thatiana Introdusao ns 1. Objetivos x 2, Docurso do taal xt 3, Limites da investigagao xi 1 Parte ‘© DISCURSO COMO DISCUSsAO Capitulo | —0 discurso do angulo pragmtico 1. Discurso e situagio comunicativa 3 2. Elementos do diseuso enguanto discussio. Fungbes prag Capitulo II — Modatidades do discurso 1.0 discurs dalégico: componente, objeto eestrutura.. 15 2, Odiscurso monoligicn:componemes, objeto eestutura 24 Capitulo Il — Unidad racional do diseuso I. Racionalidade e discurso 2» 2 Discussio-com e discussdo-conta 4 3, Discurso, conflio edecisio. 40 44. Mods dscursivos esta unidade a 2" Pane © DISCURSO JURIDICO Capitulo 1 — Caracteres gerais do dscursojurdieo [Discurso jridco e stuaeo comunicativa 37 2, Questdescoafliivas juridicas. ot 3. Reflexividade do discursojurdico 6 Capitulo — 0 discurso judicial 1. Caractres gers 2, "Topica material” e“Wpica formal™ 5, Quesides “dogmaticas” e questbes“zeéticas 44 Argumentasao "dogmstca" eargumentagio “Petica™ Capitulo I — 0 discurso da norma 1.0 sentido atribuido & expresso “discus da norma 2 Fungbes do valor no dscurso da norma 3, Momento monol6ico do discurso da norma 4 Sistema das nosmas. O problema das lacunas| 5.Os instrumentossistematizadores do diseurso da norma «do ngulo da pragmstica Capitulo TV — 0 discurso da Cigncia do Direito 1. Existe um discursocientifco do Dircito? 2, Discurso da Ciéncia do Direto e stuagdo comunicativa 5, Reflexividade do objeto e fungbes pragmaticas do discur so da Cigncia do Diteito, Bibliografia va seza 105 ul 116 m 1B Mar 153 163 175 INTRODUGAO, 1. OBJETIVOS, (© ceme deste trabalho é o discus juridico. Visto, porém, de tum aagulo especifico. ‘costume, no modo de tata o dscurso,consierar os momen~ tosda semistica ou tori dos signos —asinfaxe, enquanto conexdo dos signos entre sia semdnrca, enguanto conexio dos signos com 10s seus objetos (cuja designagao € afimada),e & pragmatica, en {quanto conexto situacional na qual os signos sao usados — de tal odo que a sintaxe venha em primeito plano, muitas vezes até como ‘ego Islada de pesquisa, da partindo-se para a seméntica,apare- ‘endo, por sltimo, a pragmtica, com sentido subsiiro. Ess, en- ‘quanto campo da rtdrica ao qual pertence basiamente a teoria da rgumentago juridicae da suas formas discursvas, caractriza, fo tratamento habitual, por ama cetaauséneia de igor, se compara ‘a coma sintaxe ea sermintica comando, por isso, em rela a els, uma posigao de inferiridae (Ora, o desenvolvimento experimentado pela modema tori da tendo et vista a radescoberta da reldrica no seu rela- > comunicagao, da organi- ‘agin eda decisio tl como encontramos, por exemplo, Theodor Viehweg. no campo juriico, em Chaim Perelman, na ogica, tem tenlado ivercer a ordem habitual da invesigago semitica,acentuan ‘do impertincia do momento da “dscutibilidade” (dilegestha, temando- ono pot de part para ans do discus, Sendo lings: fica’ isto & como agdo dirigida a outros homens, &diferenga do mero agi, 8 posigao da pragmstica, dentro da semibtica, se modil- a, aparecendo em primeito lugar, constitundse a Sinane € 456 rminticaa partir dela Essa concepeio do discuso enquantoprodugdo de pensamento «no enquanto instrumento lingisuco de expresso de coisas pen- a sada exige uma andlise da sua estrutura, sem, é claro, © desmem= bramento isolado dos momentos semisticos, pois os aravessa e, de ‘certo modo, os constitu. Nesse sentido ais, a concepgioarstoelica dda ligca como ecine ligase aessa vio de maneirasurpreendent. Isso porque sua concepeio tem origem na dialética retsrica da sofistica, de Séerates e Plat, cominuando a desenvolver-senatéc- nica das disput da Idade Média, perdendo, postriormente, a i= porta, em favor da concepeio "eistémica” da lgica, o que trans- formou a erica, aos poucds, em Simple "oratéria™. Ora, apoian dose na antiga rechne arsttéica, a chamnada “Idgica operativa" ow “Jopicadaldgica” vem tentando, atualmente, uma nova investigag0 das operagées Iogicas fundamentais,& luz de uma nova andlise do discurso enquanto ato de disci. Essa nova anilise permite ums rates ligieas tal como a encontramos em Paul Lorenzen e Wilhelm ‘Kamla e em Kuno Lorenz. que se fundam, por sua ver, nos traba- ponente e ul ‘Hi por iso se pode ver que estamos tocando em uma questo {que, no campo jurdieo, especialmente no direito processua, & de fundamental importincia e de hi muito conhecida. De fato, nesta Tinha de pensamento, € possvel uma aproximagao entre a ica e a “a? ‘proband incumbit ei qu assernt) sala a0s olhos. Na verdade. 2h «a operativa € conduzida, por forca dos seus pressupostos, 2 questo {do comportamento reciproco e corto dos “jogadores™ Talvez se poss dizer — isso constitu 0 mago da nossa propia ese — que. ro discurso juridico, reflete-se, ou melhor, manifesta-se numa di- ‘mensio especial, aquilo ue constitu erepula,racionalmente, numa dimensio fenérica, toda e qualquer discussdo. Embora nessetereno faltem ainda trabalhos que se dediquem especificamente ainvestiga- ‘gio do fendmeno da “discuibilidade", no se pode negat que, em Frinepio, a discuss raciona, ist 6, a operagao Faional do diseur- x 0, constitu um campo problemstico de extraordindriaimportincia pata comprensio ds diferentes formas do diseuso hunano, A investigaglo que realizamos com ese trabalho dadas essas raze, pode apresentar resultados fecundos que abarcam ni 56 0 ‘campo juridico, mas tocar em problemas do diseuso de modo ge- ral, Const, slém disso, tema relativamente pouco explorado,h vendo apenas ensaios de madelo para uma pragmatica do discurso jurdico!. Nossa tentativa, por iso, afastando-se, & verdade, da tr ‘minologia semistica,inteoduz um modelo de pragmstica de eunho Fetirico, procurando, nese sentido, uma cot fidelidade a0 uso ju ico da atgumentagao 2, DECURSO DO TRABALHO Imente, do dscurso como discuss, procurs- 3s inhas grais de wm esquema communicative que nos ‘ermita entender odiscurso comoagio lingutstica", Tendo em vista ‘© modelo retérico,conjugado com os modelos da tora da informa- ‘gloe da comunicago, a situago discursiva € deserita com a ajuda ‘ds conceitos de pergunuar e responder. Perguna respostaconst- tem, a nosso ver, elementos preciosos para uma concepea0 do sen tido ¢ das formas do ato de dscutt Ligado a esse tema coloce-se também, o problema da intersubjetividade, de cujos diversos ang Jos aceniuamos o pont de vista da Logica dialogica de Lovenven, Kamlahe Loren Sendo nossa intengio formular e analisar os elementos const tuintes da situagao comunicaivadiscusivao discus aparece como relacdo entre um sujeito emissore um recepoe. A partir dessa rel ‘io, investigamos, eno, como e por que 8 dscurso toma esta ot Aaquelaestratura, distinguindo, assim, o& modos bisicos e esue- ticos da discus 7, Eni oto, Gard One igen Rag Kats Ado erisiche Semiot, Fakfu 173 Paap ise de npn dsingul peng. ‘igi Bap ita te Rat Eh omit Sanden Ponce Semi « lowfa ~ ynot acolo 0.8 da Mola egnter eon adore), Sia Pao. 1972p. 95. xi ‘Como modelo para esta ails, apoi retGricas de Arstteles, ue nos servem para a elahoragio de mode- Tos mais complexos, Esses tds generos (judicial, deliberative de ‘monsrativo) tomaram-se, historicamente, 0 centro teorético Jo exet= cio daars bene dicen, cujo cern éconstuido pelaargumentatio bu probario. O género judicial manifesta mais claramente o cardter Uialetico(dilgico) da discussio, na media em que a todo tema & tiscutido a parti de, pelo menos, dois pontos de vista posts. O _8Gnerodelberativo tem carter dialbgico menos manifest, sendo 0 ‘género demonsirativo aguele que tem expresso dialigica mais fir sil Complicando esse modelo, procuramos estabelecer,nicalmen- teem que ermos o uso racional do discurso pressupde © “filtro” do “mntuo entendimento”,examinado em consondncia com a teria da “Sitaglo comunicativa imperativa” de Hor, segundo a qual aquele «que diz algo se utiliza de um som linguistico destiuido de significa ‘Goa fim de provocar um comportamento no sev owinte-A partir da ogo de “ntlivo entendimento”, tcatamos distinguir 0 eomporta- ‘mento discursiv racioal do iercional. Oselementos que compdem ‘situago comunicativa discursva, 0 orador,o Ouvine ea ago lin fistiea enquanto objeto do discurso entrosan-se em vite de re sas, denre as quai a fundamental & a regra do dever de prova, que ‘obriga aquele que fala a dar azdes do seu fla. 'A composigio articulada dos elementos da discussGo em rela- «io regra do dever de prova possbilit-nos a distingo das fungdes Dragmaticas do discurso ¢ dos seus modos fundamentas, que de- fhominamos dialdgico (com os subtipos discussdo-com © discus Sdo-contra) e monolgico. © que determina esses modos € rego {do ouvinte& ago linguistica do que propoe a discussio. No dislozo, aquele modo em que a reagao questionadora do ouvinte qualifica 6 ‘jeto do discurso come um dub no monélogo,aguele em que ‘8 reago quaifica o objeto como um certon, esto contidas diferen- {és extrutrais basicas que manifestam o problema da racionalidade ‘de mancira caracterstica, Em ambos a felagio discursive racional [pressupde que as partes seam “homSlogas”,conforme oensinamento {Se Lorenzen e Kamla. Mas, para além desse ensinament, distin [guimos, ainda como discursoracional, o que chamamos de “discus- $o-conta onde as parte no sio “homélogas”, mas “heterlogas”, 1 que € proprio dos dscursos que envolvem:o problema da decisio, xi [A partir desse modelo, enssiamos uma andlise do dieursojur dico, distinguindo-o em discurso judicial (discursos processuais, ontiatuais et.) que manifesta os caractres da discussao-conta fiscurso da norma (a norma jridica vista como discurso) onde se tiscuteo problema da presenga, no discuso juridio, do momento monoldgico, aparecendo ai a questi do valor ¢ da ideologia, © 0 discurso da Ciencia do Direito, onde se examinam as condigdes de possiilidade de uma discussao-com cieatica no Disc. 3, LIMITES DA INVESTIGAGAO E preciso slientar, desde o inicio, que o caster desta investiga- {lo no € nem ontolégico nem epistemoldgico, embora as rlasdes ‘So que ali sedis com uma ontologiajuriicae com umaepistemologia {da Ciéncia do Direito sejam possvels sso quer dizer que no pre= {endemos propor uma investgagio do que & 6 Dreito, ou do que é& horma, nett uma teoria da ciénca juriica, que poaha a descoberto as suas condigoes de possbildade. Estamos conscientes, nesse sen tido, de que tdo que porventura se diga do Direito, da norma ou dda Ciéncia do Direito no pretende esgotar a sua essencialidade, 0 ‘Que ald, objetivo de qualquer ontologiae epistemologia. Nosso propssito€ mais modesto e secircunsereve& produgio de um esque Ime praginético do discurse juridico que. no tendo um sentido transcendental, pretende apenas ser um modelo por meio do qual se possa esnudar & pesquisar 8 agéo discusiva empirica dos agentes Juricos, Alem disso, pepo esquema propostoacentua oaspecto pag imético, ilaminado pela retcrca, 0 que significa que no abordamos, {no ser em caso de nevessidade, os aspectos semanticos e sini 0s, Nio quetemos, com isso, esabelecer um isolamento dos «8s ‘omens semiticos, mesmo porgue, de certo modo, eles esto pre Sentes na nossa anise, mas apenas privilegiattemaricamente um eles, do mesmo modo que uma semantcajuridiea privlegia a rela- ‘fo signo-objetoe uma sintaxejurdia, a elagdosigno-signo, sem om iso elimina ox outros aspectos Desejams, finalmente, manifesta ainfluéncia eo etimulo que recehemos, para claboragio desta investigago, da obra eda ate ‘io pessoal de Miguel Reale eTheodor Viehweg, bem como de cole [Bs como Celso Lafer,Irincu Stenger, Mério Sproviero Jodo Bats 4a Villela, Carchrstian von Braunmihl, Lorenz Funderburk, que xilt iscutiram conoseo alguns pontos desta ese. Por lt amos deixar de mencionar a Fundago Alexander von Hurnbolt da Alemanha, que nox ropiciu wn ano de pesquisa nt Universidade de Mainz. ¢ a Fundagio de Amparo & Pesquisa do Es- tado de Sio Paulo, que nos concedew Bolsa para a continuidade © \érmino desta investiga, 1." PARTE O DISCURSO COMO DISCUSSAO xIV Carireiok 0 Discurso do Angulo Pragmatico 1. DISCURSO E SITUAGAO COMUNICATIVA ‘A cultura ocidental, tl como fol cunhada pelos grandes pens ores pregose pela radigio que aces se seguiu, concebe ou n0s leva !aconceber 9 discutso como Um fendmenoiniersubjetivoespecifico ‘Quem discursa age. © discurso € um ato ene homens © deve ser concebido como agdo insti. isto & a diigida a outros ho- ‘Mais do que ‘uma tice amiga drige-se a umaudtiiTadoserhamano, menos ye ‘qe cictments magna ume tayo rbisonana acharse inserdo nism mud ingusticament nica e que coresponde {prximadament experienia da Lebel thse Om ‘vce nos ica moderna fost da nga, no & um objeto GGomo ov0. Ia, o m0), tm 8 soma de todos objeto. ors ‘ments no mundo podem delimit um objeto em Sela ou T, Cf Pl Lorenzen Wiel Kamlh Logic Propet orachale des verinhigan Rens Maobeim- Wen Zick 9 ep Ie 2 Anatol Repay Pisophie hee und morgen Earn os operaonae Deen {rl ©. Scare arnt 190, Edwatd Sap A Hgsngem = fea to est da fal rad, Mana Clara eB de nc. 1ST 9. 1. ¢ 2. Cf Chin fercane Olle Tech To de Papeamenaion a naele rhrorigue Branlies 1p, Sob 9 eo cnn" inguin ct Kono Loree lemons der rach. Frans 1970, prise 3. Die Kriss der europasche Wisencafen amd de ranscendertle Phanomenolgie, Den Hang. 1962. p. 162, Cl tambéa, Est Case, Philosophie der smbolichen Former = Zar hese des Beg Dams, Toots. 309 ee Kuno Lower op ct pies ros, sem que 0 prprio mundo seja delimitivel em confronto com ‘outros objetos, pos iss significaria pensar © mundo junto com uma putea coisa que 0 circundaste. Essa propredade do mundo (human) fem apontat para. infinite, apesar disso, em atuar signifieativamen- te como fino, 0 que Hussel tentou captar com a imagem da “ho- rizonte", levacnos a vé-lo como uma palava su generis (nem nome Drdprio. nem predicador, que aprendemes *sinsemanticamente™ ‘Todo homem, nesse sentido, procuraajltar-se no mundo, tentando adapta 2s suas articulagoes, na medida, port, em que di 20 ‘mundo uma articulagio. Achar-s inserido no mundo nao significa, por isso, aceiar, sem questionar. uma artculaeio. © homem 10 fest, apenas, no mundo, masse orienta nee. Nao assumimos pura e ‘Simplesmenie comportamentos apreaides,sejam eles em termes de Fespeito& normas étias,sociais ou juridias da tradigio, mas pedi mos. suajustitieaglo.O homem ni est diane da “realidade™ como ‘conscigneta "sem mundo", mas se ergue por meio da construgo a ticulada do seu corpo e dos seus instntos herdados sobre um "mun do circundante”, qual ele, ao falar, transforma no seu mundo, at- culado de modo infinitameate mais rio, e que, apesar de tudo, futu- Famente, 0 cerea. Dizer que estamos no mundo significa, pois, que estamos situados dentro de uma possibilidade infinitamente aualizavel: por toda a nossa vida, aprendemos uma série de habitos Tinguisticns de varios tipos, como uma lingua” que sabemos e po ‘demos usar, habitas que, em diferentes combinagdes e madiicagtes, So efetivamente(atualidade) repetidos (discus 'Nio acetamos apenas o mda, mas pedimos sua justificaso ‘Quem desea jutificar aquile que faze que diz nio despreza a neces sidade de orientarse no: mundo: busca objetivos para 0 sev aie © ‘aybes para 0 seu falar. Ora, 0 estabelecimento de objetivo e fun- damentos€, por sua ver, de novo, ago lnglstea, que Se refer a ou {os homens, os quais também a acetam ow a tecusam, econhecem- na ou a poem em divida. Devemos distinguir, pois, inicialmente, ‘dis raus da sitagio discusiva. Num primeira plano, todo diseur sicados” a gto CL Pal Lcaese Wii Kamiah yp itp. 9h € Edmund Hesse Enfant und Ure. Untermehungen sur Geneloie de 5. CEP de Saussure, Curso de linguiica sera. wad. A. Chel 3. acs shen Sto Pai 10: Soe s0 se revela como uma diseussio, entendendose por discussdo ‘edo inguistieacujo modelo primtio se resume nd articulagao da ato de perguntar © no de responder. O homem nio age tem um ‘comportamento qualquer: ndo age ereage pura simplesmente, mas fe detém, a fim de tomnat present, dscursivamente, um comport ‘mento pascado au futuro. esse momenta de inlcleegio de algo acon tecido ou de planejamento de algo por acontecer, que envolve uma falta de seguranga, denominamos perguar. A pengunta tepresenta, assim, um no sentir-se seguro de sua propia ago edo se proprio. ‘comportamento e, desse modo, a possibilidade de distinguir entre ‘objetivose consequncias da sua propria ago, bem como entre di curso fundamentado e dscurso ni fundamentado, Ela permite além ‘isso, a distingdo entre as diferentes possbilidades de agi, em ter- ‘mos de como se deve agi, como se tem de agit, como se quer agir etc. Uma pergunta, por sua vez, nio se move num véeuo, mas se anicula num mundo de jusificagbes que entram em cena com pre de auroridade, ito 6, capacidadee pronto para exit con (Gustentailidade), ja na determinagio de objetives, j4 pela apresentagio de fundamentos, A esse momento da sustentabilidade 4a propria ago edo préprio comportamentoe, assim, da possiil: dade de finagdo de objetivo e conseqifncias do propio air, bem ‘como do diseursona su fundamentagio, denominamos resposta’ ‘A aniculagio necessria entre pergunta © respast, enquanto modelo primar da discussio.leva-nos, contudo, para um segundo plano da stuagodiscursiva. A simplicidade do modelo alberga uma omplexidade, na medida em que uma discuss ni se restme no ‘questionamento de objetivos efundameatos, que devem ser justif- cados, mas envolve 0 questonamento ds propriasjustiFcagsie, isto 0 modelo pergonta-espostarepetese em relagio asi mesmo, em termos de relervidade, ou seja, como uma discussio que se volta sobre si mesma. Assim. se no primeizo plano — discussao de prime ro gra —a situayio pede 0 fornecimento de objetivos e fundamen tos, no segundo — discussio de segundo grat — objetivo efunda- _menios sto de nove questionados, donde & exigenei de bons objet vos ¢ fundamentos verdadeirs”. Nesse seguro plano introduzse, essa forma, 0 diseurso como ars bene dicen Fundamental para o entendimento desse segundo geau da dis: ceussio€ 0 conceito de reflervidade". © conceito de “reflexividade™ ‘no deve sr toma aqui no sent da Tiga formal — uma relagao ‘se chama nese sentido eflexiva quando x tem afelagdoR cons ‘go mesmo; por exemplo elagioidentico a ou seja, como relagio ‘Que satisfaz 0 pressuposio segundo o qual todo membro est para si 0 que para um outro —. pois a identidade ‘exata da ela reflexiva nos impediria de ver areflexividade como lum aumento de complexidade no interior do proprio discurso, Reflexividade, nesses terms, é uma qualidade do diseurso que re sulta de uma ago que poderiamos chamar de rfleio. Como exer plo de reflexio, nos quadros da anise lnguistica, podemos citar fg que Lorenzen e Kamiah" denomisim abstragdo, "Abstragio", Gizem eles, & uma ago que executamos quando distinguimos em uma palavra sua "forma sonora” da sua "signiicaglo™. Ela ocore ‘quando passanos do “uso” de uma palavia — "isto € um cavalo” — para sua “*mengio” — “cavalo tm ts slabas” ou “eavalo é uma palavra portuguesa", Assim também podemos atbuir a um objeto ‘qualquer 0 predicador “tango” e dizer "isto € um tango". Quando ‘izemos, porém, "o tango ¢ dif” estamos fazendo uma assergi0 ‘no sobre uma sitwago aqui e agora (ato) mas sobre um “esquema se ago" (poténcia)~ A passagem de uma “ago atual” para o seu ‘esquema” é de novo, uma “abstragSo". Isso quer dizer que “abst 80" implica sempre um aumento de complexidade no interior da Propria “lingua”, no sentido de que no apenas podemos falda mas, metalinghisticamente, falar sobre ela [Em nosso contexto, reflexividade significa, pois, um _questionamentocritco que se manifesta ma propia dscussso, quan- TO coi de lenis propia ems fundamen a to ‘do conporament, como prea, 4 cubrao Je ea. ina "Sn groeso de dec, a atocneepto abo pnt de wise do se Esioew sea problemsties da prove CE Niklas Luhmaan, Sosologsche ‘upanmg Olan, 1971. p98 «= SED Hier We Ackermasn, Grunge der theorenschen Loi Resta Ging Heeler, 1989p. 115 Sobre toma ds tlle n> ‘alsmo wanseadel deste seciaesecalmente ma oa de Theor Lit to aco suconanento com 4 soi hegsiana (a gual os asa. go {yet nee Bunerbr Erle errohen~ Een Bota, 11 pises 10. 0p. ct.» 88 do se tenta busca, seriamente, uma nova justiFeagio para os objet 0s €fundamentos assinaados no proprio discuso. Tata-se, poi ‘de um por prova a sua sustentabilidade. Isso significa uma nova discussio eujo tema € a justificago formecida. Ora, voltando i dis- tussle sobre a prapria discussio € possivel capti-la, na sua reflexividade, como um processo de argumentagao, © que significa por seu lado, captar 0 ato de discutr como ato de persuadir © de Com isso deimitamos © nosso campo de interesse. Deixando de lado outraspossiilidades do ato de dscursar.inamo-nos agui no sse mado, inserimo-nos ns quads da concep ao linguist ca da cultura ocidenal, sem problematiz-la, tentando captat como ela se dS. No esquema dessa concepsao, a possiilidade de comun: agi € pressuposta eentendida como uma relagio entre dois sujei {os, © que supde um desenvolvimento linguistico onde a estutura sintiticasujeito-predicado j4ocorren", Nos termes dessa possbi ade, o processo de aprendizad € um pressuposto da propa order ‘social, no apenas no senda de um complexa de contecimentos © para esse modo de discus, 'No discurso dialdgico,oradore ouvinte apresentam caracters- ticas especifcas, Se na discussio em geral o orador éo seu propo- hence o ouvinte aguele a quem se drige a ago do orador, no discur- {$0 dialdgico ambos #30, em primeiro lugar, dados coneretos.O or ‘or naoe apenas aquele que abr a discuss, mas €alguem em sua (cdo, Nao € apenas Um proponente,€ também um partcipe dadiscus- ‘fo. Sua ag linguistic €esseneialmente“sintomdtica’ cons {do uma expressto de si proprio, essencial para a compreensio do ‘iscurso. Como paricpe, que inerfere na discusio, ele sofe tam- ‘bem as infléneias da gio lingstica) que ele proprio desencadeta Por isso, no ¢ possivel desvincular a acd lingUistica do sew orador, ‘que aparece, endo, no como 0 seu porta-vor como mero insi- tent mas como diretamente responsavel por ela. Essa responsabi- Tidade, que se articula no dever de rova, lgs-o 20 ouvine, que deve serconeebido semelhantemente: 2 a¢0 linglistica do orador consti- {ui um sinal para o seu comportamento concreto. Sua reapo, ava, faz dele um aro, cuja presenea, na situagio disidgica, configura a sdiscussio, Nao se tal, pois, de um dheords, sto ,aquele que ass te ao espeticula sacto", mas de alguém convidado a intervit. TE Soe herds theories sei. Sige Habermas, Fate's fess Merresoret Halve ¢E.Tepsch (els. Dato TBrtap. ash © Sore o pnsament Saloon oola moderna, et HHL Seve Dislikes Denden,Durmst197 Is ‘A palavra “site” nao deve se entendida, em nosso contex {rum seatide empiri, quer psiologico, quer sociol6gico ete cembora essa possiildade nio se exchua, A situago constitu uss ‘modelo cuja anise precede a experimental, sendo, lis, provivel ‘que esta lima se torne mais ransparente por meio da primeira. Tea ta-se, pois da reconstrugdo erfica de um esquema estlizado que ‘ode tomar claro aos agentes ingusticos aguilo que eles fazem, qua- 4o se orientam,agindo, no seu mundo eircundante, Por isso, quando dizemos que oradore ouvineestioem situa. queremos dizer que cles estioobrigados a levar-se matuamente em conta, na sua avida- de, Nesse sentido eles sio concretos,E é nessa situago — conereta — que a discussd0 se determina, isto €,estabelece para si propria as regrts que vie constituir a sua extruur, ‘A reagio do ouvinte, no discus dialdgico, tendo em vista 0 smadelo pergunta-resposta, acentua, esquematicamente, as caracte- Fisticas da pergunta, Trata-se, pois, de um por a prova a sustentabitidade de uma ago linguistica que se pretende dotada de autordade. Essa reagio, como dissemos, permite-nos qualiicar 0 objeto da dscussio como um dubium ‘Quais a carateristicas de uma questio que se qualifiea como tun dubuon? Como toda questio, aquela que qualificamos como ‘dubium manifesta, incialmente, uma altemativa. Ela consiste, as ‘sim, numa concoréneia de possibilidades, numa concorréacia que lricula as possiilidades como alterativas". Nao nos referimos, portant, 40 dabium como uma hipotéticaindeterminahilidade ab- Cr Hert Mattes op tp 249 4c tabi, ee oes. H LL Holingswonh Te peo ofthe eulene New Yo. 19; Ca Hovland Etec of the muss metinof communica n Handbook of xl pseholo Gndner Linsey fel, Cambridge Mascari, 1951, esp. Cap 28 Chater FR'Wogs Cmuncosdo de mato, tad M Ako, Ris Se Jae, 96K. em iris psn EO tem dubia, em opoego cert € wad por Quinn: ~Cet ta, a cuigu et anus aut aa culpa ex dais parton nab ps 36 ‘Stone st Mbt, de Ms deter: pati aor semetiae coms Sein ne coment” Thesaara lina latina es ronan spor sepium en quae chp arn: pa Lasher op. 35, Compara pops a ding fpr Edd Huse ce pos Ike tera coma em Era Uc p. 1035 6 soluta,o que se daria, ais, fora de qualquer contexto discursive © que nao tem interesse para nds, mas como uma questo evade sério, pola posigie © pela reagio respecivamente da orador © do ‘De quando em ver surge nos compéndios de Kigica a conhecid {bula dos cegas.o elfante. Essa histéra nos permite, de uma ma neira, avez perigosamente intutva,esclarecet 0 que quoter di zx, Assim emibora do ponta de vista do fabulista haja 0 pressuposto arogante de que a6 ele € capaz de reconhecere determinar aquilo ‘ques copos,impotene e rdiculamente, tentam conseguit, ov sc, uma agio ligistiea que se sustenta, para um terceiro observador, & arogincia do fabulista poderia ser igualmenteidicularizada por sua ngenuidade, na medida em que se pusesse a descoberoo limite do seu pressuposto, Na verdade, cada cego —e no caso fabulista seria tamm um deles — est diante do elefante enquanto posibilidade, vale dizer, dante de uma questiotornada complexa pela relagdo en ‘we 0 conjunto das articulagbes possveis e uma anieuagio efetivads, (Qualificar uma questo como dium signifi, pois, concebéa eo ‘mo complexidade, isto &, possiilidades em alterativ, varia, ‘confit, aaséncia de consensa!,Essacomplevidade, entretanto, cot re apenas em relago a uma conexdo comprestsiva ji existent, mas ‘que, dada a patcipagio do ouvint, no mediatiza uma certea, Conirrio, abre um leque de solugdes. Esse leque, que se abe no ‘momento em que a questo se pb como debi, spade se tomada Seriamente em rlasao ao proprio dubium, ove vale dizer: odubium projea-se, prospectivamente permitindo um controle das varagSes Possiveis do discurso,delimitando-Ihe o campo de flexiilidade v de Capacidade de adaptagao, de indiferenga relaiva a distorgdes e de tolerancia quanto a contradigdes: um campo, pis, de liberdade na escolha de solugies, que, a partir dele, dublum, aparecem como cequivalentemente uilizaveis, Além dessa projesio prospectiva, a questo qualificada como lub manifesta carter reflexivo aventuado. O dubium express lum processo de autocomplexidade, sto no se projeta apenas para frente, em altemativas, mas se volta para si proprio, captando-se, 36, Soe wsto de complied f Nik nd Zvecrnonat: Tange 1968p 6 Latmion. Sytem 0 regressvaments outa ver coma dubia, Ua questo quaifca se {Sum com um dubiom,na media em qu ea indaga ds sas spas coniges de possibiade © deur dain Mio es She neses fms. ta voeagio transcendental no set de Gjuendoséoseucbjeto se mrifesta como um dub masa propria Manet como dubuun se eel, novasent, i bia ‘Areflexividade do dub prmite-no distinguir as suas dif semesmanifestages, Falimos, ese moto, em problema ciema e {porta Unagutstio dlgicas problematic quando wmacomps- fasao das alemaiva nos perme elmilaro campo de solyie. Problem €, pos, ums queso cjoTmite € dado plas diferentes fnsibidades, esrturatas como aheraivas, Um lems, or su Tada ¢ umn questo qe ultrapasso mite ds lleratvas. st tm questo onde a cmparago dis alteraivas ns orig aban- dhna campo de possbldages" A apora, fnalmente uma ques {Boemeaje campo de psstiiads a pia questo permane tement uma alent" Assim, por exemplo, quests como “A isvidade eerida por €protepda pla vigente” sf problems teas, Uma questo como Emuneinds qe se eferem a enunciados {heos tom tambe uma relevincia eis?” consul um dma 7 Compa se sein ds anced ns cas tema eel False hones, Pat, 3850 Meee secs eran! looms fter Blu The dais of ‘eecarsud Nts Lae, SooogicieAuhisane pte es “ePaper da ais sto ee rantaga ef Cols Ler The plang pte ade pla Siem n Bras Ao of Rabel str plan 986 96 ee, Come iy ate Ameen Stes Propamm. 16 p84 e ibe 90 ema an de cs wm nn ts sade sane na obo de eee yn gent Mage Eto tee em er oor Medi (t, Hc ahr ob Sty No comete ocean cuan, em eens Psa ‘En tapi Sti as Moh pete de aa apr fo: ms ano ¢ paraoia ca Wir Gun, The ways fan Te mye parades on che Stay Non Yrs 6p “gNCT spit as ek Kan ie Sptatye Maiasptie Neo en Har Alert Elo wl Me in orale Aen ZeTpech ede) Demat ol rogetanewe p38 emesT2e8 or fir, questesfilostieas envolvidas, por exemplo, a “divida meuddiea” de Descartes, como dizer 0 que ¢ pensar tendo de pensa falar de lingua tendo de utiliza, descrevero ato cognitivo tendo de iat um alo cognitivo etc, io aporéicas. A aporia nd €, pois, ‘uma questi sem sentido, mas uma questo que se prope asi mes rma como ques Dados os caracteres peculiares do dubium que acabarmos de apresentar. propbe-se, entio, a questo da estuture do diseurso igco, isto €, da peneralizag3o sintitica do seu eomportamento ‘como todo". O dubiam, come tal, no mediatiza uma verdad, isto .apanir dele no € possvel deduzira sua solugdo pos ee pressu- pe, justamente, a possbilidade de mais de uma slugao. Nesse sen- tido, © dubium do consttui um axioma. O discurso dalégico nao “aia ein nos forse, seo, um ham exp ds ecalandates qu ues apt Pcl vouutuntcomposn ace) “xquantoconipurg sain do “cmon prorat er conte Se no apenas em rar do rete tere tambon 40 Pen dere No Pimeio can, cnttra pepe concgio saison. gue € une rade gramaca ese determina segundo dive fate. br Palveas sua dienidadey a auctortay formas ingsticar sans por autores 3 omenda:s concn (padrio mas importante. elendi com © 30 thet gee omen rao N sno a tend po ae ce dice aera seanga plo empegs dan “aap fas Se malas aero aces de ape ao pores 3 oe 4 dace de una prea cle pecan) rae em Be Tapa dena pte ao sere dod tim ase ms pe soda poe aa gah ver Se fore ce pertain, se aes 1 to pase ign» et eres cance seon 9 bene scrip b Contra Stic un sbodeagn tat. merce fel polemic, piscine here tne) pose ms pale iia ar hoe ios se derma antes rer se seg anbihade do nue retry a Pos oso (do cients), donde seu seni quae pj € su caer iene na ‘pot como um fm determine constant costae pts, as Cm tum problem icomorniel que merge dasa ate arenes atta, (dscns snide prauocontei, Soe autre aga ‘ein cH Luteo p88 Sobre a esta a aoe moderns sobre relent a Mawr ef based ian Ter at Sormas sina, Sept da revista Estads Uneaten, Unive Fe ‘Arde Pemamtcr 9, et TO, cm pepe 9 admit, pois, de inicio, uma axiomatizagso®, no sendo possvel lo alizarse ai, em principio, um grupo de assergdes nio deduzidas © posts fora de questionamenta, Na erdade, unsa axiomatizago pres Sunde que o objeto do discurso este regulado por um sistema de fssergbes, redurido que Toi a um conjunto de axiomas, sendo por meio deles conteolado, © objeto, assim controlado, no poderia mais Complicar-se no sentido reflexive, desdobrando-se apenas em uma ‘iregio. O discutso dialégico, a0 contro, deve preparar-se para fassergies, a0 mesmo tempo, sobre questes solugdes de questies Portant, abir-se para contradigdes patents. Por um lado, ele cu ‘mina em outros dubia cada vez mais amplos€ abstratos. Por outro tad, desenvolve regras praginaticas, de uso intersubjetivo, para 0 tment bo dablun, Asim, no Iga Jo proce avo surge uma tGenica a tcnica da recepgio conseiente de ages © 00 testagdes ocorrdas, que servem, eno, de premisa para a anilise ‘comparativa de questbesesolugio de quests [A reer gerale sica do discursodialigico, entendid apenas pela regra do dever de prova, comum a todo discurso fundamentants, gue se revela no préprio estar em situagio. pode ser formulada Tss0 nos poe, de nove, em confronto com o problema do regresso a0 to. Na verdade, s6 essa regra nao ¢capaz de orientaro decurso dh disci dake, Passo, € neces apres de tuts regras que se igam & primeira, em termos de uma aticulago praca es egras so estabelecias como propssito de possibil fara discussto, isto 6 de evita que oradore ouvite sejam aljados abstaidos da situa, Assim, a parti da primeira regra & possfvel ‘ero diflogo como uma série de dislogos parciais, onde se fixam as TB Sabre “uiomatzagn" 1M. BoeRémski, Die sigenssachen Denneinden, ern Munchen, 1968. p. 73 "ACh Nike Lahn, opts p26 $5-EL Witgentein, Pinoy. 2 Pane 86,0. $I parzam etarameno dss eps Wingestn aia que a Hosa. Weqienemene Srparamos so splat sem jp clei etm eis vs. ge Rohan pie Bor que aque gu wo gus tna Joga ut teres de dsc: as aes lias primis. Fstas eto sujevtas a duss outrasrogras: 6) uma agio lingustica primitia do ‘orador nio pode ser atacada pelo ouvine, pois ela pode, eventual ‘mente, ser defendida pelo orador ocuvinteliita-se a ela. mas.) 0 ‘orador nfo pode mais pa em divida" Com iso, & possvel cor {omar o regresso a infinit, Essas regrasgeras,contudo, nao esela- ecem iodo o decurso do dislogo, sendo necesstio oestabelecimen= to de regras pariculares, cuja determinagio depend das diversas situagGes, o que se entende quando se Fala em discutsojuridico, pov Itico,flessfico ete ‘Como podemos percehe, a estutura dialégica no pressupde 0 principio do tertium non danur, que implicaria uma regra segundo & qual sages linguisticas seriam dividdas, de antemio, em elutiveis eno refutives, ou justficaveis end justificdves. Ao conti, cla absorve basicamente, como seu trago fundamental, a possibiidae ‘do contralitirio, a possiilidade de contestagio, Unt tal estratura lo se confunde, por iso, com a finagao de ceras constantes e eX- clusio de variveis, mas repousa aur modo de tratamento especial ‘do dium, ou seja, no seuestabelecimento como pemissanvariante {que aqueles que o querem diseutirndo podem modificar Revela-se aa interessante capacidade do diseuso dialgico de, na aticulagao de lterativas, ni eliminé-as. dubia, fixado como invariant, Petmanece como dub. Assim. pa lustre com wi exermplo que ‘encontramos em Miguel Reale", pademos observar que 0 esabele- ‘imento raconal do valor como motivo da cond, com fim, neu tralizao valor das consequéncias de outros comportamentos. mas iio o elimina, ao contri, 0 mantém, na negagdo, como momento Cconsituivo do fim estabelecido, senda a ele constantemente refer do. Assim, aida Ue fim enquano algo estabelecido como constante ‘nessa media, principio que garantina sunidade esteutural. perde Sa importincia. Iso porque uma anise mais cuidadosa nos fz ver 46 Compare, nse seniors de eno das Prinausagen ma pies operates, CX WiamieRber op sp 780s Ua gh ington Poa € sein gue. situa cant ort de mate Cams Fe Pasa Goce pate dec f if {8 rg dill nerds 9 ard sto come As dns limes be spicam que, snes, ven temo deve $5 ingodurgn ster sido pat pelo pop slo ‘8 Faso do die, S Pa 1, 3-113 ‘que foda posi de um fim revela, na verdade, uma série de estate las que, em Yelagao ao dubium. moxtam-se como funeionalmente fequivalentes e, nessa media, em prinipio instiveis” Acestruturadaldgicaé, nesses termos, aberae, até certo ponto imprevisivel. sso porque o dubium, sendo reflexivo,revela uma es ‘rutura que nao constitu apenas um modelo diretivo, mas sobretudo um esquema plurivetoril de possbildades generalizadas, isto €, possbildades dotadas de uma erta neutraidade em face de diferen~ {35 simplifcagbes, a qual nao limita, ao contri, aumenta o poten ial para complexidade. Essa estrutura€ atualizada na forma de es teatgias,termo tornado relevane pela"Tevia dos Jogos" entend 460 aqui como plano de compertamento consruido em conformida- se com as regrus do didiogo constiuindo. nesse sentido, um con ‘cit dindmico que pressuptic nao sé uma flagdo sem: fim ene os estategistas (impossbilidade de climinagio do didbiam como tl) ‘mas também, numa certa medida, uma flexibilidade das proprias re tra, que podem ser "mudadas” por meio de interpretagdo" Nesses termos, podemos dizer que o centro das estratégias & constituido pelo que denominaremos, para usar uma terminologia de Theodor ‘Viebwee'. topes. Os topo devem ser entendidos como formulas de wan 18 p14 SoC. Jone you Neumann e Oskar Morpeastere Theory of games and ‘conomiebenoiour,Precan, 194. Kat Detach, Police Kober Made wad Peseta Eckel rire Brisa, 198. p98 3 {son Hurt. Te theory of exnamis Reina in Reads pri reo {Ghcio, 198, p 503 c+ 1 ainda cone de Grvinsranpe naps de Pr Lovnzen pt p19 eas css em Wiad Re, pt prise sse W. Sgn, Remarhs onthe complenes of lols! ssens Fis othe vay — concepts of P Leen and K- Loven Note Dame “earl of Formal Logic abe 16,5. n. p81 Sobre ela ete delaras tad. 3. @ Mowe So Pas 971-87 e SIUCL Kan Deutch pci, p. 0S the pati coma jogo em fim, cous rogan, durante 9 J, se mic CF tm, Dav Easton (Cltegars pars adie de Scans em pita, in Modaldader de else police Did Easton (el), ad 6. Vellwo, E Barre L.A. Machado da $a Ro oD, 190. 186 e Uma tora dean polia, a, “2 Topik nd lrteprades Stnchen 1968. Cr. nbn, ANSces Re tureg 2.145826 ill. 14 63 be Cha tla © L Oth as Laban, Zeer und Sytemaronalan. Ubi. 2 procura, no sent de que eles servem de orientasio pritica na ela ‘horagio das estatégias. So os topo eos reperrios de topo’ que se revelam para os pancipanes da discussio na determinagio mesma da questo, que organizam e delimitam 0 aleance das estatégias ‘Assim, por exemplo, um procedimentoestratégico como 0 da subs- Uituigdo de uma situagio objetiva por oura subjetiva, com o fito de se possbilitar a roformulagio de'um problems nical, ocorre em fungi de uma série de topo formas vigentes da experignca social, politica, econdmica, artistic ee) acentuando-seeeras peculiar Ses, dferengas entre umas eoutras, ou procurando-se um certo con Ses do eal, pela institucionaizaga0 de determinadas formas viveneiais (costumes, valores, modos de percepgdo ete.) Por causa da reflexividade do dubium, também os topoindo podem ser dliitados, embora sejapossivel, aqui e agora, Sta clasifeagio em cataloges. iehweg"Uenomina esse processa classiticaério “t6pica de segundo gra Por meio dos ope odiscurso dalégico experimenta uma certa historicidade, Dizemox uma cera histonicidade, porgue © discurso dial6giconio é histrico no sentido de que a categoria de historcidade sejauma condigio transcendental do dilogo. poiselaé também con: uistada a panir do dislogo. E preciso aastar pois, do nosso conte: to uma concepcbo idealista de dialeghesta em wrmos de um “didlo ‘go eterno", ou melhor, “permanente!” que nos obrigaia aver os dis Togos parculares como concretizagdes dialéicas do Dogo da His ‘ra enquanto processoglobalizanie. Assim, nio 0 didlogo, como modo do discurso. mas as estratégias do dislogo, dada a sua “opicidade”, so histricas na sentido de serem insepariveis do ‘momento situacional em que ccortem, dee alimentando-se formal © materalmente. Os topo. por sua vez, ndo sSo, nesses termes, ele- ‘mentos oa entidades (quer exteriores, quer interiores a0 discurso), mas resultados de uma operagdo, 0, ainda, no So inventirios esruturados, mas operagdes estruturanes*: 54. CE St de pratt, o seria operative do const de “tat a concepeso de gramsties de Chomhy. Verdes ator. Curen es in Tinguste ters Moto. 1964p? = Exe oso que abe Nica de spun pas, de Vike 23

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