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Capitulo Hl Entrevistas para a aplicagao de testes Maria L. S. de Ocampo e Maria E. Garcia Arzeno Quando o psicélogo planeja a bateria de testes que ira uti- lizar, pode incorrer em dois erros: alongar excessivamente 0 processo ou encurté-lo demais. No planejamento da bateria te- mos de pensar que 0 processo psicodiagnéstico deve ser sufi- cientemente amplo para compreender bem 0 paciente, mas ao mesmo tempo nao se deve exceder porque isto implica (da mes- ma forma que uma redugo excessiva) uma alteragiio no vin- culo psicélogo-paciente. Algumas vezes, aumenta-se excessi- vamente o mimero de entrevistas iniciais ou finais; outras vezes, pelo contrario, isto se da nas entrevistas destinadas a aplicagao dos testes. Desde o primeiro contato com o paciente, acontece algu- ma coisa que mobiliza, no psicdlogo, a determinagao de aplicar um numero maior ou menor de testes. Nisto influi muito o tipo de relagio predominante entre ambos. Se predominam ele- mentos negativos no vinculo, o psiclogo pode optar por con- tinuar a relago aplicando outros testes, para ver se ela melhora. Isto, ao contrario do que se espera, pode piorar a relagdo. Se 0 vinculo foi predominantemente positivo, pode ocorrer também que 0 psicélogo o prolongue porque o fato de dar o psicodiag- néstico como finalizado é sentido como uma perda que nao tolera; custa-Ihe separar-se do paciente, no primeiro caso pel ae 56 Oprocesso psicodiagnéstico e as técnicas projetivas predominio de elementos contratransferencialmente negativos, © no segundo pelo predominio dos elementos positivos. Em ambos 0s casos, pela culpa que a separagao produz nele, culpa relacionada com aspectos infantis préprios nao elaborados. De uma maneira ou de outra, o problema consiste em estabelecer uma dosagem adequada da quantidade de entrevistas em geral e, como veremos neste capitulo, das destinadas aos testes em especial. E neste momento do processo psicodiagnéstico que achamos, mais freqiientemente, desvios em relagdo ao que cha- maremos de uma duragao usual ou tipo. Em termos gerais, a bateria de testes projetivos pode ocupar entre duas e quatro en- trevistas destinadas a examinar o paciente. Em outros casos 0 psicélogo vé o paciente apenas uma vez. Entendemos que estes sdo casos extremos entre os quais se deve achar a duragio ade- quada dentro dos limites que especificamos acima. Se reduzimos demais 0 processo, haverd, inevitavelmente, um déficit de informagao, seja qual for o material de testes uti- lizado. Se 0 prolongamos demais, surgem eventualidades de importincia que s6 sero reconhecidas se o psicdlogo trabalhar com um marco de referéncia psicanalitico e admitir a impor- tancia da transferéncia e da contratransferéncia em sua relagdo com 0 paciente ¢ seus pais. Quando a bateria de testes se pro- longa mais do que o devido é porque predomina no psicélogo a sensagao de impoténcia ante o paciente. O Paciente fica so- brecarregado em seu trabalho (sejam horas de jogo, desenhos ou produgao verbal. Isto facilita nele a fantasia de que o que esté acontecendo com ele ¢ tao sério ou complicado que leva © psicélogo a uma exploragao intensiva, Em suma, a fantasia’ seria a de ter algo extraordinério, complicado e dificil de cap- ‘ar. Ainda que o paciente nio tenha nenhuma idéia do tempo que dura comumente um psicodiagnéstico, pode também ali- mentar estas fantasias, pois o psicélogo, involuntariamente, mite-Ihe sua inquietagao, incerteza, curiosidade, etc. Bs mo sentimento é 0 que pode favorecer outro tipo de fan paciente: a de que forma com o psicélogo um casal Entrevistas para a aplicagio de testes. Si voyeur-exibicionista, ficando assim distorcida a dose e a qua- lidade de curiosidade que o psicélogo deve utilizar para cum- prir seu papel com eficiéncia, Além disso, se a devolugio de informagio ¢ um passo tio importante no fechamento do pro- cesso como nés pensamos ¢ confirmamos dia a dia na pratica profissional, esse paciente fica frustrado em seus desejos de saber o que Ihe ocorre ¢ 0 que Ihe recomendam fazer. Isto é, a devolugao funciona como uma expectativa que nao se cumpre, sobretudo se a quantidade de entrevistas excede demais 0 esti- pulado no contrato. Neste sentido, 0 paciente funciona mais como objeto de estudo do que como pessoa. Se a problematica do paciente, anterior & iniciagio do psicodiagnéstico, for pre- cisamente essa, sentira que se repete com 0 psicdlogo a expe- rigncia que teve em suas primeiras relagdes objetais. Isto, longe de ser saudavel, pode acarretar sérios inconvenientes ao pro- cesso psicodiagnéstico e a eventual terapia futura. Se ndo se trabalha com técnica de devolugio de informagio, essa relagao fica inconclusa; a despedida entre ambos se da com grande incdgnita por parte do paciente (e do psicdlogo) e com um in- cremento de ansiedade persecutdria, porque nao lhe foi dada a oportunidade de uma experiéncia corretora das fantasias men- cionadas. Outro aspecto a ser considerado é aquilo que acon- tece quando, finalmente, se recomenda psicoterapia: o mode- Jo de vinculo que o paciente leva internalizado € prejudicial, pois favorece fantasias de ser retido e, ao mesmo tempo, frus- trado em suas tentativas de aproximagao real. Se se prolongam as entrevistas para serem aplicados muitos testes, perdura o temor de ser remexido. Se nesse vinculo prolongado tiver pre- dominado a idealizagao, o paciente chegara a terapia com a fan- tasia de ser tio interessante, agradavel ou sedutor que ninguém pode desprender-se dele. O que assinalamos como muito importante ¢ a distorgo que 0 psicélogo facilita no paciente num sentido ou no outro (aumento da idealizacio ou da perseguigao) a respeito do vin- culo paciente-terapeuta com base no modelo que introjetou $2___ Oprocesso psicodiagnéstico eas técnicas projetivas durante o psicodiagnéstico. Outro elemento negativo digno de ser assinalado & que a prolongacao do vinculo dificulta a pas. sagem transferencial que o paciente deve realizar ao comecar sua terapia, Este inconveniente torna-se mais sério quando a patologia do paciente ¢ muito grave, seu ego muito fraco e suas defesas muito precdrias. Dissemos antes que quando o vinculo se prolonga demais por iniciativa do psicdlogo é porque predominou nele um sen- timento de impoténcia. O que sente € que nao consegue com- preender o paciente e recorre a aplicagao de outros testes, es- perando que algum Ihe dé a resposta ansiosamente buscada, Do nosso ponto de vista, o mais adequado é que a extensio da bateria e o mimero de entrevistas iniciais e finais se mantenha constante (dentro do possivel). Isto supde a possibilidade, por parte do psicélogo, de aceitar um limite para si e colocar um limite para o paciente. Quando aumenta a quantidade de entre- vistas com os pais, rompe-se 0 equilibrio necessario da relagdo com eles ¢ com 0 filho. Eles dio muito material e parecem ter coisas muito importantes guardadas (atitude evacuativa); no entanto, trata-se geralmente de uma tatica empregada para re- clamar uma maior atengdo para si 4 custa do filho. Por seu lado, © psicdlogo continua concedendo entrevistas, aparentemente com o fim de reunir dados que permitam uma maior compreen- sio do paciente, operando com a premissa de que quanto mais detalhada for a biografia, melhor a compreensio que tera. Nao obstante, esquece que um vinculo assim prolongado com os pais pode converter-se em uma Psicoterapia breve de casal, onde os Pals 0 manipulam, estabelecendo-se com eles uma alianga des- Virtuante, na medida em que se atrasa 0 contato com o filho. O aconselhavel, segundo nossa opiniio, é apontar para esses pais @ necessidade de contar com um profissional que os escute € Oriente, independente daquilo que faga falta para o filho. Caso Contririo, pesar de obterem um certo beneficio secundario (pseu- do-alivio proveniente de atagaes, evacuagdes, e agindo a servigo de suas Proprias resisténcias, j Boa ee Bnirevistas para a aplicagdo de testes. 53 Jogo deve (ou deveria) centrar-se em outro ponto (o filho). Se para ele é to natural o fato de marginalizar 0 filho, podemos presumir a existéncia de aspectos infantis que lutam competi- tivamente contra o paciente, retendo consigo, triunfalmente, além da conta, 0 pai e a mie. Isto pode estar ligado a outros fatores, tais como uma curiosidade perversa (voyeurismo), neces- sidade de ser 0 que sabe tudo (onipoténcia), etc. Quanto aos pais que procuram reter o psicélogo, podemos afirmar a exis- téncia de sentimentos de citimes e rivalidade diante do filho que ficara com o psicélogo, vivido como representante de um casal pai-mae bons. Eles passam a ocupar o lugar de filhos necessitados. Tudo isso se confirma se, na devolugao, os pais o evidenciam na propria dinamica da entrevista ou solicitando novas entrevistas. Geralmente verbalizam que algo nao ficou claro para eles, que necessitam conversar mais sobre isso, que hd algo mais para se falar. Isto pode ser real, pois alguns pais esperam até ficarem convencidos de que o psicélogo trabalha bem, sabe escuté-los e compreendé-los, e s6 ento o fazem participar de dados muito ansiégenos. Mas ¢ necessirio colo- car um limite a isso ou cairemos nos erros assinalados. Se os pais demonstram uma grande quantidade de ansiedades, acei- tamos e até propomos uma entrevista para ajudé-los a elaborar esta ansiedade. Mas n‘io se trata de manter esta atitude ad infi- nitum, posto que a ansiedade dos pais se transforma, entdo, na tatica indicada para reter o psicélogo, o qual, longe de sanar a situagGo trazida 4 consulta, complica-a ainda mais. Muitas vezes, tentam reter 0 psicdlogo mais e mais porque querem mostrar-lhe que so bons pais, procuram se justificar e vivem- no como um superego paterno-materno que exige explicagdes intermindveis sobre 0 que fizeram ou deixaram de fazer. O psicélogo deve levar em conta estes elementos para compreen- der melhor os pais e, fundamentalmente, o filho. Constitui um item importante do diagndstico que deve ser incluido no mo- mento da devolugio de informagao para esclarecer-lhes 0 tipo de vinculo existente. _O provessopsicodiagnéstco e as técnicas roe, Vejamos agora o que ocorre quando 0 processo, em ger, «¢-aaplicagio de testes, em particular, se reduzem consider. ‘elmente (por exemplo, se se recorrer, por iniciativa do psigg, Jogo, a uma hora de jogo ou A aplicagao de um tinico teste). Esta redueao do processo favorece a fantasia de que 0 paciente pode depositarrapidamente 0s conflites ¢ preocupagses no psied. go, que, além disso, & investido de atributos magicos de com. preensio dos mesmos. Facilita, por parte dos pais, uma atitude tendente a nao sofrer as alternativas do processo, a ndo se expor mobilizagio de angustia. Este contato fugaz empobrece a capacidade de compreensio do psicélogo, embora haja casos em que ele mesmo 0 provoca, levado pela quantidade de ansie. dade ou raiva que sente contratransferencialmente: procura li vrarse do paciente o mais cedo possivel. Se nao trabalha com a técnica de devolugao de informagdo, as fantasias antes men- cionadas no podem ser retificadas. Quando 0 psic6logo pla- neja um contato tio fugaz com 0 paciente (e os pais), achamos que opera com uma grande onipoténcia, sustentada pelo psi- célogo ou transferida a um determinado teste, por exemplo, 0 Rorschach. Tal atitude facilita, no paciente, a fantasia de que 0 que ele tem & algo muito simples, muito facil de captar e/ou, simultaneamente, que 0 psicdlogo é uma espécie de bruxo que maneja o teste como uma bola de cristal que reflete tudo 0 que acontece. Por outro lado, diminui sua capacidade de sutilizar, estimula a tendéncia a preencher os vazios da produgdo do pa- ciente com suas préprias projegdes, aumenta a intolerdncia para aceitar 0 que no sabe, para defrontar-se com diividas e carén- cias. Pensamos que, em ambas as situagées extremas, oculta-se um déficit de informagao que leva, em um caso, a uma busca de infinitas Tecorréncias e, no outro, a negar a necessidade de Tecorréncias suficientes que Ihe permitam uma boa sintese da Problemdtica do paciente. Ha uma voracidade e uma curiosi- a Soe, styedag om uum caso e reprimidas no outto- 0 aac contra-identificagao projetiva com o paciente ipenha um papel importante nestas variagdes do proces Entrevistas para a aplicagao de testes, 55 so psicodiagnéstico, Se o paciente tenta evitar fobicamente 0 psicélogo ou se tenta absorvé-lo e instalar-se em uma relagio perdurdvel com ele, pode mobilizé-lo a contra-identificar-se, através de condutas tendentes a encurtar ou a prolongar o vi culo. Com sua capacidade de pensar atacada, o psicélogo sente que nao entende o paciente e opta por prolongar o vinculo ou reduzi-lo mais do que ¢ conveniente, transformando-se em um mau continente, porque nao metaboliza o que o paciente the dé, nao discrimina, acumula ou, pelo contririo, pede pouco material por temor que o invadam. Planejamento da bateria Planejamento geral da bateria Para planejar uma bateria é necessdrio pensar em testes que captem o maior ntimero possivel de condutas (verbai grificas e lidicas), de maneira a possibilitar a comparacio de um mesmo tipo de conduta, provocada por diferentes estimulos ou instrumentos e diferentes tipos de conduta entre si. E muito importante discriminar a seqiiéncia em que serio aplicados os testes escolhidos. Ela deve ser estabelecida em fungao de dois fatores: a natureza do teste e a do caso em questio. O teste que mobiliza uma conduta que corresponde ao sintoma nunca deve ser aplicado primeiro (um teste verbal a um gago, ou um teste de inteligéncia a uma pessoa que consulta por causa de difi- culdades intelectuais, ou um desiderativo a um depressivo, es- quizofrénico, moribundo ou velho, para quem a vivéncia de morte é algo tao presente). Utilizar estes testes em primeiro lugar supde colocar o paciente na situagiio mais ansiégena ou deficitaria sem o prévio estabelecimento de uma relagiio ade- quada. Incorrer neste erro pode viciar todo 0 processo psico- diagnéstico ou imprimir um tom persecutério que impeca a emer- géncia dos aspectos adaptativos. Recomendamos como regra 56__ Oprocess psicodiagnéstico €astcnias proeri, geral reservar os testes mais ansiégenos para as Ultimas entre, vistas, de tal modo que o paciente ndo utilize toda sua energia para controlar a perseguigio assim incrementada, Hé instry. mentos que sfio ansidgenos por sua propria construgio, sejg qual for a problemitica do paciente em que so aplicados, ta} como acontece com o desiderativo, Suas instrugdes contém um ataque & identidade que pode converter-se em um elemento traumético, 0 qual, somado ao sintoma egodisténico, impede ‘uma boa reorganizagao ¢ dirige 0 processo. Assim, nio se deve colocar o desiderativo nem como primeiro nem como ultimo teste. (Como primeiro teste faria com que 0 paciente enfren- tasse a morte desde o inicio; como ultimo teste poderia inter. ferir na elaboragio depressiva implicada na separago.) Os testes grificos so os mais adequados para comegar um exame psicol6gico, a menos que o paciente apresente sérios transtornos organicos, graves alteragdes do esquema corporal, dificuldade no uso das maos, etc. Vejamos quais sao as razdes pelas quais consideramos esses testes apropriados para come- car a bateria. Por abarcarem os aspectos mais dissociados, menos sentidos como proprios, permitem que o paciente tra- balhe mais aliviado. Outro elemento que os torna recomendi- veis para a incluso no comego da bateria ¢ 0 fato de serem econémicos quanto ao tempo gasto em sua aplicagio. Salvo raras exceg6es, 0 paciente pode cumprir em poucos minutos a primeira tarefa que lhe é pedida. O fato de haver saido ileso desta primeira prova alivia o paciente, modifica as fantasias com que chegou a respeito do exame psicoldgico (geralmente muito persecutérias) e deixa como saldo favordvel a disposi- 40 de estabelecer um bom rapport com o psicdlogo. A con duta gréfica guarda uma estreita relago com aspectos infantis, da personalidade e, de acordo com o tipo de vinculo que ° paciente mantém com estes aspectos, sentir-se~4 tranqililizado ou irritado com a tarefa proposta. Se essa conduta foi normal na infancia, a reagdo sera de alivio ou agrado. Se a associa com dificuldades de algum tipo, reagiré com comentarios de auto- Enirevistas para a aplicagéo de testes__ 57 justificacdo, autocriticas ou criticas ao psicélogo. Pode expres- sar-se, sem verbalizar seu desagrado, com associagées nas quais mostra seu mal-estar, ou reagir com um bloqueio total ou um negativismo aberto e declarado. Na maioria dos casos, a soli- citagio de um teste gréfico significa para o paciente enfrentar uma tarefa conhecida que ja realizou em algum momento. A simplicidade do material contribui para trangiiiliz4-lo (papel em branco e lapis). Consideramos necessério incluir, entre os testes grificos, diferentes contetidos em relagdo ao tema soli- citado, comegando pelos de temas mais ambiguos até chegar aos mais especificos. Por exemplo: desenho livre, figura huma- na (Machover), casal (Bernstein), casa~arvore-pessoa (Hammer ¢ Buck), familia (Porot, Garcia Arzeno-Verthelyi). Neste sentido, se quisermos extrair dos testes graficos toda ariqueza que oferecem, é importante aplicd-los sucessivamen- te, constituindo um todo que nos permita a comparacio inter- testes, sem a interferéncia de estimulos que mobilizem outros tipos de condutas e de associagdes (como podem ser o deside- rativo ou o Phillipson). Esta comparagao constitui um elemen- to diagnéstico e progndstico muito importante em nivel de con- duta grafica, ja que sdo estes testes que, em diferentes investi- gacdes, foram indicadores de incipiente patologia e detectores de remissdes tardias. Através da seqiiéncia de testes graficos podemos verificar se 0 sujeito se organiza ou se desorganiza cada vez mais. Os testes graficos refletem os aspectos mais estaveis da personalidade, os mais dificeis de serem modifica- dos. Este é mais um elemento a favor de nao se incluirem somente testes graficos na bateria, porque uma patologia muito intensa nos graficos pode aparecer mais moderada nos testes verbais. Por isso recomendamos que nao se fique exclusiva~ mente com uma mostra da conduta grafica do paciente. A comparagio da produgao do paciente nos diferentes testes graficos é um recurso que oferece elementos diagnésti- COS € prognésticos adicionais em relagéo ao que cada teste da Separadamente. Dentro dos testes com instrugdes fec! a O processo psicodiagnéstico e as técnicas Prin ie es mendamos ineluit 0 H.TP, porgue permite explorar dfn, niveis de projegao da personalidade: a projegao de ASpectos mai icos esti na figura da drvore, ¢ 08 menos arcaicos na pos ot bém recomendamos fazer a comparagao entre os ah fe aa verbalizagdes espontaneas ‘Ou: induzidas Pelo psicg, Referimo-nos as verbalizagdes dos testes grificos corre. ee adas entre si e com os testes verbais. Podemos Sutilizay naa correlacionando aquelas Laat com = de testes verbais que utilizam um estimulo visual (Phillipson, ‘orschac, C.A.T) e com as que utilizam um estimulo verbal (desideray. vo, minhas mios, etc.). Desta maneira pode-se explorar np sentido de ver quais as fantasias que emergem, quais as asso ciagSes que o paciente expressa verbalmente e qual éseu com. portamento perceptivo, conforme o tipo de teste: exclusiva. mente gréfico, exclusivamente verbal ou que combine as dias técnicas. Isto também é valido no caso de serem incluidas té- nicas ou testes Itidicos na bateria. Assim poderemos fazer uma correlacao entre os trés tipos de conduta. A inclusao destes tes- tes (teste da casa de A. Aberastury, por exemplo) permite ex- plorar o manejo do espago tridimensional, aspecto nao inclui- do nos outros tipos de testes, A bateria-padrio Como expressamos anteriormente, bateria-padro, devem ser incluidos, eni aqueles que promovam condutas diferentes, Portanto, a baterin Projetiva deve incluir testes grificos, verbais e hidi - {0 aos testes de inteligéncia, embora no sendo sect ee lidade, fazemos afirmagdes similares: sus incluso na sendén. cia da bateria nfo pode ser arbitriria, pois corre-se 0 risco de ttazer conseqiigncias desfavoriveis esuaseo de tanto para o di quanto para a relago psicélogo-paciente, Preferimos aie? . as Suas caracteristicas, coloci-los no final da bateria de testes Pro- Pensamos que, numa Itre Os testes projetivos, Jetivos pois: ee Entrevistas para a aplicagdio de testes 9 a) O material apresentado ao paciente no é ambiguo (como nos testes projetivos), mas de contetido preciso (pontos, desenhos geométricos, etc.), com 0 que fica estabelecida uma primeira diferenca diante da qual as reagdes do paciente sfio importantes para o diagnéstico e prognéstico. Deve-se levar em conta que, se depois de um teste de inteligéncia damos as instrugées de um teste projetivo, pode ser dificil para o pacien- te reacomodar-se a estimulos tao indefinidos como uma pran- cha de Rorschach, Phillipson ou C.A.T. 6) As instrugSes dos testes de inteligéncia implicam uma atitude mais ativa por parte do psicdlogo, que propde um tipo de tarefa diferente das outras e estabelece um limite de tempo mais definido do que nos testes projetivos (estipulado, inclusi- ve, pelo proprio teste, para garantir a validade dos resultados). c) O registro da prova também difere. Em geral, 0 psico- logo nao escreve tudo o que acontece ¢ muitas vezes é visivel para o paciente que 0 que registra so sinais positivos ou nega- tivos a respeito de suas respostas. d) Alguns testes de inteligéncia incluem interrogatérios que diferem dos interrogatorios dos testes projetivos por serem menos ambiguos ¢ mais especificos e diretivos. e) A relagdo psicélogo-paciente muda a partir do momento da verbalizagao da instrugao e da mostra do material. O pacien- te percebe que est sendo avaliado em relago a algo muito especifico, que tem ligagao com a inteligéncia. Nos testes pro- jetivos diminui sua sensagao de responsabilidade e a ansieda- de persecutdria concomitante pode aumentar ou diminuir, segun- do 0 caso. Se o sintoma que o paciente traz é justamente uma dificuldade intelectual, a quantidade de ansiedade aumentara notavelmente e, mais ainda, se colocarmos o teste de inteligén- cia em primeiro lugar. Mas o que esta “neutralizado” & 0 que suscita menos ansiedade. Pode acontecer, entio, que um esqui- zoide, com sélidas defesas de intelectualizagio, ndo experi- mente ansiedade ¢ respire aliviado se Ihe apresentarmos um teste de inteligéncia, j4 que “encaixa” melhor com o tipo de defesa que mais utiliza ante a ansiedade, _— O process psicodiagnstio eas trieaspy oe Pensamos, entfio, que um teste de inteligéncia ng, sero primeiro teste. O momento exato de sua inclusig qo ‘Tecidido de acordo com 0 caso. Quando se trata de viriga de inteligéncia e/ou maturidade, & preferivel inclui-log ss juntos no final da bateria, Se se trata de um 86, pode ser galadlo com os testes projetivos, mas aplicado no final dea" ma das entrevistas. (Por exemplo, um Bender pode ser coy ‘Bu do no final do grupo de testes grificos, dado que se ieee paciente uma conduta grifica, mas se enfatiza a necessidade gue copie 0 modelo o mais fielmente possivel.) Se se quise, avaliar as partes adaptativas em relagéo com a inteligéncia, torna-se adequada a aplicagao de um Weschler (dedicandocthe toda uma entrevista) intercalado com 0s testes projetivos. Em, geral preferimos deixar o Phillipson para o final da bateria fim de avaliar os aspectos relativos & separaco. As técnicas ¢ os testes projetivos permitem avaliar qualitativamente (¢ quan. titativamente de forma aproximada) aspectos gerais da inteli- géncia que tém ligago com algumas capacidades adaptativas do ego. Se aplicarmos um Rorschach poderemos apreciar o potencial e a eficiéncia intelectual do paciente, o tipo de inteli- géncia predominante, em que medida ¢ forma os fatores emo- cionais acrescentam, enriquecem, empobrecem ou bloqueiam a inteligéncia. O que ndo podemos fazer é falar sobre 0 QL, sobre o percentil ou classe de inteligéncia do paciente, nem so- bre outros dados que somente os testes de inteligéncia (Raven, Anstey, etc.) oferecem. O Weschler é 0 teste que melhor pode nos ajudar no sen- tido de uma boa avaliagdo destas capacidades adaptativas ¢ que, como o Bender, é suscetivel de uma interpretagao proje- tiva complementar da avaliagao quantitativa, com que podere- mos integrar melhor estes resultados dentro da bateria. Se © caso requer uma avaliagao rica, detalhada e precisa do nivel € do funcionamento intelectuais, devemos recorrer aos testes especificos anteriormente mencionados. No caso de aplicagio de uma bateria completa a um adul to ou a um adolescente recomendamos a seguinte seqiiéncia: Ieee rnrevistas para a aplicagao de testes. pa er, 1! entrevista: . Testes grificos: desenho livre, duas pessoas, teste da fa- ‘lia e HTP. (House, Tree, Person), Caso haja suspeita de pro- Jemas de maturidade ou lestio orgdnica, pode-se aplicar em eguida o Bender. 2" entrevista: Rorschach e desiderativo, finalizando com o pedido de luma recordag3o ou de um sonho para nao despedir o paciente ‘com tudo 0 que este ultimo teste mobilizou. 3? entrevista: Teste de relagdes objetais de H. Phillipson. Caso se trate de uma crianga, a bateria completa constaria de: 1 entrevista: Hora de Jogo diagnéstica. 22 entrevista: Testes grificos: os mesmos que para 0 caso de adolescen- tes ou adultos. 34 entrevista: Rorschach e desiderativo, finalizando da mesma manei- rae pela mesma razdo explicitada no caso de adultos ou ado- lescentes. 4! entrevista: Teste de apercepgao tematica para criangas (C.A.T.) ou Phillipson em criangas maiores com tendéncia a intelectuali- zagio € rejeigao de estimulos mais infantis. Para investigagdes complementares algumas vezes se aplica 0 C.A.T. ou 0 teste de Blacky. Preferimos substituir 0 C.A.T. pelo Phillipson quando ocorrem as condigées especificadas acima ou no caso de fobias aos animais. 2__ Oprocesoprenagnsin sre Pe ‘a Bibliografia Abte Bellak, Psicologia proyectiva. Buenos Aires, Paidos ‘Anderson ¢ Anderson, Técnicas proyectivas del diagnésticy gico. Madri, Rialp. Psi, stodos proyectivos. Buenos Aires, Kapelus, ‘Anzieu, D., Los mét Bell, 1, Técnicas proyectivas. Buenos Aires, Paidés. Bernstein, J, Introduccion al Manual del Test de Aperepi Temitica (T.A.T,) de H. Murray. Buenos Aires, Paidés. _ Hammer, E., The Clinical Application of Proyective Drawings L:Abatte, L., Principios de psicologia clinica. Buenos Aires, Pi Rapaport, D., Tests de diagnéstico psicolégico. Buenos Aires, Paidis, Schafer, R. The Clinical Application of Psychological Test. Now York, International University Press Inc.

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