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‘apitulo V teste de relagées objetais de ferbert Phillipson ia L. 8. de Ocampo e ia E. Garcia Arzeno O teste de relagdes objetais (T.R.O.) de Herbert Phillipson de 1955 e comegou a difundir-se em nosso meio dez ou anos depois. Incorporamo-lo a nossa bateria de testes pois jderamos que oferece uma série de vantagens em relagio ao gem de uma ampla e detalhada fundamentacio teorica ida na teoria das relagdes objetais de M. Klein e Fairbairn. Neste capitulo trataremos de comunicar 0 que pensamos instrumento projetivo, tao rico para os que desejam in- igar a personalidade humana a luz da psicologia Kleiniana. colocamos a seguir é contribuigo nossa, produto de um Iho desenvolvido tanto na pritica particular e hospitalar na atividade docente. Dentro das técnicas projetivas cabe situar 0 T.R.O. entre nicas de estimulagdo visual e produgao verbal Os testes projetivos que mais se aproximam do T.R.O. por /alor no diagndéstico clinico so o T.A.T, de H. Murray e 0 hach. Vejamos as caracteristicas comuns e diferenciais eles. 1. OTA.T. € um teste que sugere, mediante alto grau de tizagao, o que cada prancha explora. (Por exemplo, a pran- Ae | 122 ___ Oprocessopsicodiagnistico ea enioy co. Pe cha 5 mostra uma mulher que segura a porta com intenes, abrir ou de fechar, mas esta ago & induzida diretameny ¢stimulo, assim como também 0 € a agdo de espar, gH my procurar algo.) © Rorschach apresentapranchas de absolute neutaigy, tematica. Em qualquer prancha podem ser vistas ou nig fi ras fazendo algo que pode ter ou no um tom persecutira ¢ ue o paciente vé depende do que ele mesmo projeta,—” OTRO. concilia ambas as tendéncias. (Por exempo,, prancha B3 (4) mostra uma figura recortada em preto em py, meiro plano a direita que pode ser visualizada como uma pes, soa espiando, olhando, conversando como espectador passyy ou que pode também ser vista como uma sombra, uma esti ou uma cortina.) 2. O TACT. poe a énfase na seqiiéncia temporal do drama: que vern antes, agora e depois, de uma forma que poderiamas qualificar de balanceada. Rorschach niio pede uma histéria nem explora a histo ricidade do percepto do paciente. Est centrado no aqui e agora da percepgao. OTR.O. explora a seqiiéncia temporal do drama associa- do percepgiio, mas dé énfase especial ao presente, sobre 0 qual pede ao paciente que entre mais em detalhe. 3. OT.AT. sugere um alto grau de movimento humano (Por exemplo, na prancha 17 RH é muito improvavel que 0 p- ciente nao veja o homem subindo ou descendo pela corda ov descansando antes de continuar, Qualquer uma destas vari: des implica movimento humano.) Rorschach apresenta manchas que néio sugerem expl- citamente nenhum movimento humano, mas permitem pt] ta-lo. Devido a desestruturagiio das pranchas pode aparecet ™ vimento humano, animal ou movimento de seres inanimades Dai a enorme importincia da aparigio de movimento humano (N) ho teste, ao qual Rorschach atribui um especial valor diag tico e prognéstico. co teste de relagdes objetais de Herbert Phillipson 123 OT.R.O. também concilia estas duas tendéncias, Em suas pranchas 0 movimento humano no é claramente sugerido, mas pode ser projetado. Isto depende do paciente (nao da prancha), que pode ver figuras humanas estéticas ou em movimento, animais estiticos ou em movimento (ainda que seja muito menos freqiiente do que no Rorschach) ou seres inanimados estiticos ou em movimento, 4, No T.A.T. 0 conteiido humano est claramente apresen- tado, pelo menos nas pranchas da primeira série. Em qualquer uma destas pranchas ¢ impossivel ndo ver figuras humanas, Pode ser que 0 paciente as distorga, mas a identidade humana niio pode ser negada e impe-se ao paciente pelas caracteristi- cas do estimulo. Se a angistia provocada pela prancha é inten- sa, surgem bloqueios ou franca resisténcia a fazer 0 que o psi- célogo solicita. Por isso, a visualizagdo de figuras humanas no T.A.T. nao constitui um indice de satide, como ocorre nos outros testes. Ao contrario, ver animais ou objetos onde outros veem pessoas constitui um indice de séria patologia. O Rorschach tampouco sugere diretamente figuras hu- manas. O paciente pode projeta-las e, se o consegue, toma-se isto como indicador diagnéstico e prognéstico significativo, conforme as caracteristicas que o paciente atribua as figuras que vé, 0 lugar onde as localize, etc. (Por exemplo na pran- cha 7, chamada “da mae”, alguns véem: “duas mulheres dan- gando”, outros “cachorros e coelhinhos”, outros “nuvens de tempestade”, “pedacos de pedra”, etc.) OTR.O. apresenta pranchas onde é muito facil visualizar figuras humanas (a C3 por exemplo), outras onde é provavel que sejam visualizadas, mas que permitem variantes (A1) & outras, finalmente, que admitem a possibilidade de ver figuras humanas, animais ou seres inanimados com a mesma facili- dade. (Assim ocorre com a AG em que alguns Mas pessoas no cemitério”, outros, “pin Outros, “é uma tempestade de neve com ©, este teste permite diferentes graus de hi manizagao da projegio, da mesma manei 1__ Oprocesso psicodiagnéstico e as técnicas Projetivay ‘a maioria das La um estimulg facilitando assim a descrigdo e a jn. anes. lguma (16 porexempo det lena ihloge seja vivido como um agressor, 0 que ‘apie pacete au sao eval persecutéria, dadas ticas da prancha mos . ‘ omg uta um estimulo nao estruturado mas fa. cilmente estruturdvel pela maioria dos sujeitos. Foi isto que levou o autora selecionar essas dez manchas entre milhares ¢ a optar por fazé-lassimétricas, Permite, portanto, que 0 pacien. te ponha em jogo outras defesas, e se aparecem as menciona- das no caso do'T.A.T,, sua significatividade ser muito maior, NoT.R.O,,o estimulo apresenta um grau de estruturagio intermediirio. Séo pranchas menos estruturadas que as do TA.T. ¢ mais do que as do Rorschach. O teste consta de trés séries de “diferentes graus de estruturagio, o que permite apreciar a rea- S40 do sujeito ante estas mudancas, dentro do mesmo teste, A varidvel particularmente importante neste sentido & a de Con- tetido de Realidade, que varia fundamentalmente de uma série para outra, 5,0 TAT. utiliza, ni que costumam ay é im 5 la . parecer prove ec, cn ei formas dis manchas (forma, caw » Cor, simetria, etc.), A acd ; ‘ dora de qualquer cme G0 do estimulo é desencadea- OTRO. possui z um alto grau de saturacdo projet) THIS so raros, dado que Paciente ee ertea Os bie Oeste de relagées objetais de Herbert Phillipson Ds 7.0 TA.T. 6, predominantemente, um teste de conteido Interessa mais o drama do que a propria percepgio. ‘ O Rorschach é um teste de forma. O que determina a pro- jeedo do paciente ¢ o interjogo de fatores formais. Nao se fala aqui de texto ¢ contexto. O carater banal das respostas é deter- minado com base na maioria estatistica, OT.R.O. € um teste de contetido ¢ de forma. Na interpre- tagio do material, Phillipson incluiu diferentes critérios, dando importancia a ambas as variaveis, 8.OT.A.T. € um teste dramatico. O Rorschach um teste dinamico. O TR.O. é dramitico e dinamico. 9. OT.A.T. recolhe a projegao através da fantasia aciona- da pelas instrugdes, que pedem ao sujeito que diga o que acon- feceu antes, o que est acontecendo e 0 que acontecera depois, O Rorschach recolhe a projegao através da percepcao, e por isso solicita ao paciente que diga o que vé. Podem surgir associagdes livres com dramatizagdes reais ou fantasiadas, mas trata-se de fendmenos especiais. OTR.O. recolhe a projecdo através de ambos os compor- tamentos. E tio significativo 0 que o paciente vé como o tipo de historia que elabora ao dar historicidade a percepgao e conectar os diferentes elementos percebidos. 10. No T.A.T. a influéncia cultural € importante porque em todo 0 teste 0 contetido de realidade esta altamente estru- turado (inclusive nas roupas dos personagens). A tinica exce- so € a primeira prancha da segunda série. E evidente que se trata de um teste do ano de 1930. O Rorschach néo acusa um grau tio alto de influéneia do Cultural, mas hé algumas respostas que chegaram a ser popula- Tes e que estiveram determinadas pelo cultural, como, por exem- Plo, © “cogumelo atémico” que se costuma ver na prancha 9. No T.R.O. a incidéncia cultural é escassa, exceto em duas Pranchas: a C3 e a C12, (Na C3 é comum que se veja uma sala de jantar em que se toma o clissico five o'clock tea. Na C12, na Inglaterra, € comum ver-se uma casa de campo. Em nosso Meio, a imagem do que é uma casa de campo é diferente, pois O process psicodiagnéstico eas tcncas py Dieta, mais freqiientemente a resposta “o apartament de pemio, 0 atelié de um pintor, um apartamento cony b, uma casa humilde”... Podemos também incluir a CG: as yon! o paciente elabora uma historia sobte 0 encouragado Poem que é, na realidade, a tematica na qual 0 autor se baseoy arg aparece esta prancha.) ‘As figuras humanas apresentadas nas pranchas do T.R 9, das do T.A.T, no tém rosto, nem sexo, nen ‘ovimentos, nem vinculagdes, nem expresses .stdio num cendrio com pouco contetido de Tea. Tidade. Isto implica a possibilidade de projetar o que se refere 4 relagdo transferencial. Emergem conflitos com diferentes figuras parentais € fraternas, com o grupo de semelhantes, com situagdes atuais, passadas e futuras, através de diferentes tipos de fantasias: arcaices (na série A), mais evoluidas (na série B) e com mais afetos (na série C), equivalentes &textura (c), claro-escuro (K) e cor (C) do Rorschach. (Os estimulos utilizados pelo T.R.O. apresentam as seguin- tes vantagens sobre os do T.A.T.: 1. Utiliza estimulos ambiguos: os personagens humanos, 1s objetos e o clima emocional. O fundo nfo aparece como estimulo primordial. No T.A.T. 0 fundo é usado como estimu- Jo e é apresentado com bastante detalhes € estruturagao. (Por cexemplo nas pranchas 3, 8 ¢ 15 hé objetos que server direta mente como estimulos.) 2. A manipulagao do espaco ¢ diferente: em algumas pran- chas do T.R.O. deve-se preenché-lo. 3. Nao introduz respostas de movimento humano nem de outro tipo; se estes aparecem € porque 0 paciente necesita colocé-los (em especial, movimento humano e inanimado). 4. No ha tragos culturais. 5. O contetido agressivo é menor e, portanto, dé lugar @ uma maior labilidade transferencial. 6. Introduz a utilizagdo da textura, da cor em duas mod lidades (intru 3 Mads Cri € difuwsa) e das gradagdes do preto (brane. diferentementé idade, nem m nem tempo, € & uate derelages objets de Herbert Philipson 7 0 TRO. amplia o Rorschach, j4 que disps hhumanas (nfo indiscriminadamente, ita sim the oe . tado) para explorar as reagdes do paciente diante de pranchas de um s6 personagem, de dois, de trés e de grupo. Dé part nidade para avaliar muitos dos ctitérios do Rorschach no material perceptivo que oferece e permite, além disso, a explo- taedo dos contetidos do drama que o paciente elaborou Em relagao ao primeiro poderiamos fazer as seguintes comparacdes: Rorschach TRO. ritéris de localizagio G (clobais) CCorresponderia 9 uma percepsio comple- ta de todas as figuras humanaspresentes 1a pranchae do conti derealidade em seus diferentes graus. CCorrespondera a respostas em que 0 pa- cientepereebe parte dests figuras hums- nas e/ou do contedo de realdade coinc- ‘dentes com o que a maioria destaca dentro do conjunto de cada prancha D(respostas de grande detalhe ou detalhe Se o paciente vai “recortando” pores da comum) prancha, incluindo-as depois em uma situago total, eamos uma conduta equ- valente & W aditva do Rorschach Dd (pequeno detalhe ou detalhe raro) OTR.O. nfo é adequado para recolher res- postas de pequenos detalhes, mas podem parecer nas séries B e C especialmente, ‘Quando opaciente sent o impacto doest- mulo e utiliza os Dd da prancha, € para colocar em marcha uma: conduta descritiva que Ihe serve como: defesa diante do claro- fescuto ou a cor, As pranchas C3 ¢ Cl io as que mostra isso com mais feqincia. Em geral épatolgico. a _-_, $ resptas de espa em rae) Determinantes Ce combinagées (respostas de cor pura € comnbnada com elements forms) K e combinagbes (respostas de claro-cs- caro paro ¢ combinado com elementos formais) ‘Mem (movimento humanoe inanimado) BRter Comeido He Hi (respostas Fi éedeiichame me bamo€ OTR.O. nao é adequado : reagdo do pacente dane donc?" P8G05 branco e nem para dar-thes do determina, Nio cbt on pranchas, como na BG, em que o Bima te de branco ¢ preto é manifeyy tram-se algumas respostas S, comp cxemplo: “Esta é a plataforma de wage tag de trem” (franjabranca obiqu). fe BG ena B3 recolhem-se, is vezs ey a0 sombreado por suas aparentes ico cis, conduta comparivel i que no Ror cach chamamos “critica de objeto” Correlaciona-se com ver ¢ interpreta a5 cores do .R.O. Correlaciona-se com ver e interpreta 0 claro-escuro. Podem aparecer no T.R.O,, mas o paciente deve impé-las do mesmo modo que m0 Rorschach e, diferentemente doT.A.T, Mé ‘mais comum, ¢ m pode aparecer om me- nor feqignia, ja que 0 movimento anima (FM) € quase incomum. Na prancha AG podem aparecer respostas como: “pings caminhando”, ‘Assim como no Rorschach, ¢ diferente ‘mente doT.A.T,, o paciente deve impé-bs. Em suas descrigdes (espontineas ou st citadas) do que vé, pode ser apreciado so! nivel de preciso formal, grsso modo. Cortelaciona-se com 0 que 10 TO. cb ‘mamos de “Mundo humano”. CO teste de relagdes objetais de Herbert Phillipson 129 fy Rorschach TRO. Acad(spesasdeconeioainle de &eohtmt inna pen detalhe animal) em geral, supdem uma conduta percept patologica, = Objeos Relaciona-se com o “Conteido de ealida- de" do TRO, Paisagens Idem, Fogo, sangue et: Correlaciona-se com 0 “Contexto de reali dade” do TR.O. Na prancha C2 inglesa é freqiiente a inclusio de “sangue” por causa do vermelho, estimulo que na versio ar- gentina é marrom, ¢ por isso recolhem-se mais alusses a fumaga,sueira, et. Assim como 0 Rorschach, 0 TR.O. tem uma seqiiéncia estabelecida por seu autor para a apresentago das pranchas. A ordem é arbitréria, mas as alteragdes da seqiiéncia, além de complicarem a tarefa de interpretagdo do material, porque a produgao assim obtida nao pode ser comparada com os “cli- chés”, criam interferéncias na relagio transferencial com 0 paciente que, inconscientemente, percebe a ansiedade, a contra- riedade, 0 temor, etc., que o psicdlogo transmite de maneira verbal ou pré-verbal. Uma vez estabelecidos os padrdes in- terindividuais, ou seja, uma vez padronizado o teste, a seqiién- cia deve ser respeitada, para que a comparagao da produgéo do Paciente com as do resto da populagio seja valida. Isto ocorre também com 0 C.A.T., mas no com 0 T.A.T., cujo autor acel- taa selecio de pranchas e a escolha da seqiiéncia, de acordo com 0 critério do psicélogo em cada caso. Outro elemento comum entre o Rorschach ¢ 0 T. R.O. 6a forma de registro do material e os passos na aplicagao do teste. Phillipson também considera importante registrar toda a pro- duo verbal e pré- be oct CO processo psicodiagnéstic € a nig, re Proj et, 130_ a, ete. Depois da primeira mostra das py a, como NO Rorschach, um interrogatério Para come ficar ou elucidar 0 que 0 Paciente deixoy incoy tn ambiguo, confuso ou contradit6rio. Por tiltimo, Phillipson, . pém inclui um exame de limites, para casos em que 9 fet te nao levou em conta algumas das varidveis dos critéing interpretagao, ou © tenha feito, mas de uma forma insta, (por exemplo: nao ver seres humanos em algumas ite Pranch, (or inluir a cor para nada, bloqueio, diante de defemin pranchas, 4 em cada pranché realiz specifica ue nao cede no interrogatorio, auséncia de inci, do passado, presente € futuro, auséncia de conflito ou de Solu. des do conflito, et : Em termos gerais, podemos dizer que um Rorschach ¢ jn. substituivel quando se deseja um diagnéstico preciso da esr, tura subjacente do caso, com possibilidades de estabelecer un diagnéstico diferencial e de traduzir estes conceitos em fir. mulas ¢ nuimeros. Um Phillipson ¢ imprescindivel para explo. rar a dinamica do mundo interno do paciente, a natureza de seus relacionamentos objetais inconscientes, a possibilidade de modificagdo de vinculos patoldgicos, os diferentes tipos ¢ niveis de organizagao de vinculos e sistemas defensivos diante de diversas situagGes (trés séries com um, dois, trés e virios personagens) Phillipson incluiu, assim como Murray, uma prancha em branco, mas esta incluso tem caracteristicas diferentes no TR.O. Ocupa o iiltimo lugar na seqiiéncia e, por esta razio, explor. as fantasias de doenga e cura, os recursos com que o pacieae conta para fantasié-las e as possibilidades de realizar 0 qx fantasia. Deste modo, permite, junto com as outras, recolhet mais material sobre a relacdo transferencial. Por esse motiv®, Murray incluiu-a e decidiu colocd-la no meio da set série. Phillipson, em compensagao, colocou-a no final, pa explorar como o paciente se despede do teste ¢ do psicélos® Pane eo oTR.O, tém instrugdes semelhantes, P fatize © presente, enquanto Murray da 0 mest teste de relagdes objetais de Herbert Phillipson UI valor aos trés componentes da seqiiéncia temporal. Phillipson’ pede para 0 paciente 0 seguinte: “Em primeiro lugar devera dizer como imagina que esta situagdo surgiu (isto pode ser feito em uma ou duas frases). Depois imagine o que esta acon- tecendo na situagdo e conte-me com mais detalhes, Por iltimo, imagine 0 que aconteceré depois ou como termina (isto tam- bém pode ser feito com uma ou duas frases).” Por seu lado, Murray solicita: “Vou mostrar-lhe uma série de figuras. Vocé tem que me fazer um relato sobre cada uma delas. Tem que me dizer qual é a situago que a prancha mostra, que acontecimen- tos a provocaram e qual ser o resultado da mesma, descreven- do os sentimentos e pensamentos dos personagens. Gostaria que inventasse um argumento, nao uma historia literdria muito trabalhada. Quero escrever o que vocé expressar, se possivel a0 pé da letra. Por isso pego que nao se apresse.” Fundamentagéo teérica do teste Esta é uma breve sintese do que expde 0 autor do TR.O. A hipotese basica ¢ a seguinte: a pessoa percebe dinamica- mente 0 mundo que a rodeia. Esta percepgao é coerente com sua forma de se conduzir em qualquer situagdo humana que enfrente. Portanto, em qualquer tipo de interagio com seu meio (diante de uma prancha de T.A.T,, Rorschach ou TR.O.) refletird também os processos dindmicos através dos quais ex- Pressa e regula as forgas conscientes e inconscientes que ope- Tam em sua interago com a situagao. x H. Phillipson utilizou, para fundamentar seu teste, @ teoria Kleiniana e fairbaniana das relagdes objetais. A pessoa se con- duz com outra de acordo com uma longa aprendizagem, Pro- uto das relagdes com seus objetos mais arcaicos (0s pais), de quem depende para a satisfagao de suas necessidades prima Flas. Existe um alto grau de isomorfismo entre a forma como i mos de pessoas ¢ a forma ge ree eodiagnstico eas nica pryyy, se expressa a interagdo com diferentes elementos ero ‘geesbe aprender, trabalhar, etc). modo de ma cionar com pessoas € coisas € a maneira de perceber tr dem a uma tentativa de conciliar dois sistemas de objets, muito amplos ¢ em diferentes graus, superpostos: 1) Formas inconscientes reprimidas de se relacionar que foram fantasiadas como maneiras gratificantes ou de ataqu quando o individuo era frustrado além de seu grau de tolerin, Estas relagGes inconscientes ¢ Ga possivel nos primeiros anos. 6 conflituais permanecem continuamente ativas € procura resolver-se em comportamentos irracionais ou infantis, in compativeis com as relagdes socials. x de relagdes mais conscientes acumuladas 2) A experiéncia : depois de um longo periodo, ‘durante o qual as repetidas provas de sua consisténcia ¢ validade tém como resultado uma conso- Tidagdo dos padrdes de interagdo ¢ dos valores ligados a eles. ‘ve tentativas de conciliar ambos os sistemas determinam © comportamento tipico. Quando as formas inconscientes de se relacionar se satisfazem no presente, deteriora-se a qualida- de da relagao: perder’ flexibilidade, haveré menos intereim- bio (0 dar e receber), confundir-se~4 0 outro com partes do proprio sel, emergira a percepcao errénea, incompleta, perifé- fica, enfatizar-se-4 0 édio e, ao mesmo tempo, o medo das con- seqiiéncias. O produto ¢ algo mais ico, mal balanceado, que requer muito esforgo para manter 0 equilibrio. _ Os fatores que determinam a medida na qual as forgas inconscientes atuam sao: a) No individuo: Pressio e forea com que suas relasées &¢ che inconscientes dominantes buscam gratificago, em equi- brio com a extensio e flexibilidade das formas concretamet- te fundamentadas da interagéo com as pessoas, itfbrio do qual o individuo dispord em uma determinada sit equilibrio ‘ nada situagao. 8) No marco ambiental: 1) A’medida em que © stuasS that ictildda ma hinbviafcblnedla¥deriti Gamnienreses a sinacio de relagio de objeto de uma fantasia abe chaiet em al ou sciente, |gum ou em ambos os aspectos frustrantes ou evocativos. cl (GU Oeste de relagdes objetais de Herbert Phillipson 133 O encaminhamento do paciente ao psicélogo reativa a situagio edipiana; 2) coincidéncia de situagées-estimulo com situagses de relagdo de objeto inconsciente; situagdes objetais da pran- cha com a relagao transferencial; 3) presenca ou auséncia de objetos do meio fisico (conteiido de realidade) que podem entrar em contradi¢ao ou nao com seus aspectos inconscientes, e 4) 0 clima emocional provocado pelo T:R.O., surgido do uso da cor, do claro-escuro e do cinza esfumagado, que determinam diferentes sentimentos: afeto, ddio, protegao, tensao, etc. Por isso, 0 T.R.O. utiliza: a) SituagSes de relagdes objetais de 1, 2, 3 ¢ varios perso- nagens (grupo), como matrizes nas quais se realizaram as apren- dizagens de relagdes interpessoais ¢ que sio 0 niicleo de rela- ‘des objetais no presente. 5) Quantidade varidvel de contetido de realidade através de distintos objetos do mundo fisico. c) Quantidade variével de clima emocional que evocam diferentes tipos e niveis de sentimento. Isto permite explorar também o clima emocional na relagao transferencial. Descrigio do material O teste consta de treze pranchas: trés séries de quatro pran- chas cada uma e uma prancha em branco. Em cada série ha uma prancha com um personagem, com dois, trés e finalmen- te com um grupo de pessoas de quantidade nem sempre deter- minada claramente (seis na BG ¢ na AG e um grupo impreci- so na CG). Dadas suas diferentes tonalidades (predominio do cinza esfumagado na série A, do contraste de claro-escuro na Be da cor na C), cada série distingue-se das demais pelos di- versos graus de estruturagdo do ambiente fisico e pelo clima emocional que desperta, Estas pranchas operam como estimu- los que tendem a evocar relacées interpessoais altamente con- flitivas, mas nao as sugerem como ocorre no T.A.T. Série A: © mundo humano é vago, apenas delineado, 0 sombreado é claro e o ambiente que mostra carece de detalhes. 134 O proceso psicodiagnéstico e as técnicas projetia, Poderiamos comparar esta série com a prancha 7 do Rorschach Explora as primeiras relagdes de objetos de dependéncia e sua relacdo com 0 contato fisico e sensitivo. As pranchas sugerem pouco ¢ deixam a imaginagio do paciente muito mais liberada Série B: Apresenta o contraste de branco e preto € os ma- tizes de cinza. Os tragos so definidos. Em sua grande maio- tia, os elementos desta série esto perfeitamente delineados, os objetos mostram uma estrutura definida no que se refere a0 contetido de realidade; isto faz com que paciente tenha pouca liberdade para interpretar a prancha. O sombreado é muito se- melhante ao preto-cinza das pranchas mais escuras do Rorschach, mas sem sua profundidade nem difustio. Esta série enfatiza 0 clima de ameaga e indiferenga, Série C: O mundo humano apresentado nesta série é mais tealista, o ambiente mais rico de detalhes e a apresentagiio me- nos definida do que na série B, porém, mais do que na A. A cot € utilizada com duas modalidades: intrusio (0 globo vermelho da C3) ou esfumagado para reduzir o desafio emocional quea Sua incluso implica. Em geral, as cores desta série sugerem calor (vermetho), indiferenga (esverdeado), temor ou irritacio (vermelho), doenga (azul), dano ou animagao (em nosso mei a prancha C2 apresenta uma tonalidade marrom em lugar dd vermelho esfumagado original, podendo surgir, entao, associ: ges com sentimentos diante da sujeira). © branco das prat- chas CG (que é mais marcado nas pranchas inglesas do qv? nas nossas) aumenta a tensio e os sentimentos agressivos qu? 4 prancha provoca entre o individuo e o grupo. Andlise e descrigdo de cada prancha Prancha Al (1) Propde uma situagio nova. O paciente mostra-n0s is” reage ao enfrenta-la. As perturbagGes inferidas da produsa0 1s cout? Oreste de relagdes objetais de Herbert Phillipson eee Iss te desta primeira prancha devem ser relacio com tudo o que mobiliza a situagao de tes «da bateria) ou, pelo menos, com o temor ante 6 desconhecido (a primeira prancha). Em 90% dos casos visualiza-se aqui uma figura masculina. Com menor freqiiéncia, uma segunda figu- ra, que pode ser vista como feminina, utilizando-se, para loca. lizi-la, 08 tragos cinza-escuros da zona inferior da prancha Esta prancha (c em maior medida a branca, sem excluir as de. mais) da-nos elementos para investigar como o Paciente vive a situagio de exame psicologico e qual o tipo de relagdo trans. ferencial predominante que estabeleceu com o psicélogo, Sua tematica responde a este comego: “Se estou diante de go novo que me deixa ansioso eu...” nadas justamente te (se € 0 primeiro cha A2 (2) Nao se trata mais de uma situagdo nova porque é a segun- prancha e pertence & mesma série A, mantendo-se o cinza fumagado um pouco mais pronunciado do que na prancha At. novidade desta prancha esti na apresentagio de dois perso- gens, isto é, do par. Geralmente vé-se a figura da esquerda aternal, filial, amistoso, etc., sendo mais freqiiente a primeira), ido em um determinado vinculo (namorados, conversando, iiscutindo, amando-se, brigando, andando, etc.). O leve som- eado que aparece acima no centro estimula a projegio de um mbiente no qual est colocado o par e pode servir também ara a elaboraco de situagées futuras (0 par aparece fazendo rojetos). O paciente pode tomar maior ou menor disténcia diante Problemitica que a prancha estimula. As vezes ele se inclui, izendo que um dos dois personagens ¢ ele, o que supde uma erda de distancia em relagio ao estimulo. Outras vezes ele se ’clui do par visualizado e relata-nos a hist6ria de um par ante ual se sente como espectador. Se a distncia é excessiva, pode 136 ___ Oprocesso psicoiagnéstico € as tenicas pre, —— Mar evar a uma historia simples, nada significativa, pobre, g, distancia é mais saudavel, o paciente poder elaborar ung Wie toria rica, sem confundir-se com um dos personagens na | afastar-se demasiadamente deles, ¢ assim a projecio funciong ti mais livremente, Diremos, ento, que se identifica com ano, os personagens, projetando diferentes aspectos de si mesng “x medida em que o paciente se inclui na historia pode sy claramente inferida de suas verbalizagdes. Assim, pode diz. nos: “este sou eu com minha noiva”, ou “um casal de namorg. dos que esti passeando”, ou “aqui vejo um casal; veo. caminhando e me parece que a mulher quer se aproximar cari- nhosamente do homem”. Neste iiltimo exemplo o paciente x inclui como um espectador que relata 0 que o par faz. Out maneira de se incluir seria no nivel perceptual; nesse caso, o paciente vé um par e acrescenta um terceiro personagem, qu, geralmente, é uma crianga colocada entre as duas figuras, en- baixo. Vejamos um exemplo: “E um casal, parece haver uma crianga no meio, pode ser o filho.” De uma forma ou de outra aparecem projetados certos aspectos infantis do paciente que o impedem de ver o par unido. E importante considerar também 0 uso do contetido de realidade que 0 paciente faz nesta prancha, 0 continents qut procura para este par: estdio fora ou dentro, em um ambiente com caracteristicas realistas ou fantasmiticas, etc., 0 que 108 Pe mite inferir como o paciente se estrutura ¢ se inclui no espe Prancha C3 (3) Introduz varios elementos novos. Em primeiro lugs 2° aparece o vermelho intrusivo (globo vermelho) e difus °° segundo lugar aparecem trés figuras claramente diferene™ Por dltimo, o contetido de realidade é, pela primeira ves ™* Povoado e mais preciso e assinala uma situagdo de deat terior de uma biblioteca ou sala de jantar). Esta prancha mobiliza os sentimentos relac’ conflito edipiano. Se a comparamos com as outras prans® jonados com? ste \ Oreste derelagdes objets de Herbert Phillipson a3 ies personagens (B3 e A3) podemos ver que o marco é mais acolhedor devido a0 contetido de reatidade e ao calor que o vermelho difuso sugere. Por outro lado, mobiliza afetivamen. te o paciente muito mais do que as outras, pela Presenga da cor em geral,¢ pelo globo vermelho em particular, que opera come um verdadeiro desafio. E muito interessante comparar a histé- ria anterior com esta, sobretudo quando o paciente incluiu 0 terceiro personagem na prancha de dois. O vermelho desta prancha, comparado com o da prancha 2 do Rorschach, é menos violento, por ocupar uma area menor e aparecer dentro de um contexto mais amplo; contudo, isto nfo impede que sejam uti- lizados critérios de interpretagdo préximos. Os individuos emo- cionalmente perturbados nao incluirdo a cor, mas talvez sua forma de visualizar e 0 conteiido da hist6ria, unidos as suas reagdes verbais, informar-nos-do sobre a maneira como tratou esse aspecto do estimulo: pode-se registrar um tempo de rea- cio prolongado ou produzir-se uma longa pausa mais adiante, Pode ser que 0 sujeito comece a verbalizar sua surpresa (“nao imaginava isto, o que pode ser?”) ou seu franco desagrado (“se nio fosse por esse vermelho aqui eu diria que..”; “o que nao entendo para que este vermelho aqui...”). Esta tltima conduta é semelhante ao que, no Rorschach, € denominado “critica de objeto”. Alguns pacientes reparam mais no contetido de realidade do que no contexto de realida- de ¢ exclamam: “Esta é mais facil!” porque podem apelar para defesas como a descrigdo, com que evitam encarar 0 contexto de realidade ou fazem-no s6 depois de terem levado um tempo Para incorpord-lo ¢ inclui-lo na historia. Um individuo que inclui, sem entraves, a cor, e 0 faz com éxito, que visualiza de forma correta os trés personagens, que inclui bem o contetido de realidade © pode cumprir os demais requisitos explicitados ‘a instrugdes, é uma pessoa que possui uma boa adaptagao de Scus afetos ¢ impulsos ao mundo externo ¢ interno, que tem lum grau adequado de controle racional sobre os mesmos ¢ que Possui uma boa capacidade para elaborar a situagao triangular. oppress pcodiagntico ea tcrics veg, le como vinculo entre os persona, fo cha ou café”... O matiz afetin 1 apreciado através de outros esclaecimene faz (“discutem, so amigos, Um est does ‘conversam sobre negocios, 0s pais estio ing, etc.). a oralidad do, tomand Pode aparecet Prancha B3 4 prancha da série B que mostramos a torna-se menos acolhedor: 0 brano,o -se com contornos nitidamente demar- tados. Em relagdo 4 prancha anterior, 0 contetido de realidade diminui notavelmente em quantidade e muda quanto 4 quali- dade: torna-se menos detalhado e mais austero. O que se man- tém éa situagao triangular, ainda que com uma variante: agora aparece um par claramente unido e uma terceira pessoa afas- tada do par. Este personagem pode funcionar dentro da histo- ria como terceiro excluido ou incluido € excludente de algun dos membros do par. Quando a ansiedade é muito elevads, alguns pacientes tendem a negar 0 tercelro personagem, ho- mologando esta prancha com outra jé conhecida (A2), a el porar a histdria de um par. O que deveria ser um terceiro pet sonagem se transforma entdo em uma cortina, uma estitus uma sombra, etc, Esta distorgao perceptual obedece & necessi dade de controlar a intensa ansiedade persecutoria que mobi- lizaria a inclusao, no nivel perceptual, do terceiro personaget? com caracteristicas humanas (ndio meras estituas ¢ sombras) = cue casos, a intolerdncia & situagdo de terceit excluido iim gpa rs pesnage oo curva a ae Hd véern dois, Interpreta entéio um’ Lig a See : io como 0 ombro da mulher do pat raf eas filho (bebé de colo ou ftho jem eo'personagem do ie © 0 pai. Deste modo, referindo-s ou primeiro plano como alguém que tam dl Esta é a primeira O ambiente paciente. cinza eo preto mostram- rte de relates objet de Herbert Phiipson 139 esti presente (alguém que observa a cena, ciente projetou certos aspectos infantis no do ene o par, recorrendo a uma adigio nagem situado no primeiro plano pode se filho mais velho que observa a cena. incluso antes mene nada permite-nos pensar que esse paciente ainda utiliza ine mas condutas para seni-se “entre” papai e mame reclamand atengdo como quando era bebé. O bebé diminuiria a culpa que poderia surgi no paciente ao atrbuir a um fitho mais velho ¢ possbilidade de interceptar as relagdes entre pai e mie O impacto desta primeira prancha da série B na seqiéncia do teste pode ser comparado com o impacto produzido pela prancha 5 do Rorschach por sua saturagio de preto. Em gera a resposta do paciente indica-nos sua capacidade para enfren, tar aspectos sombrios, angustiantes ou decepeionantes da vida. O tipo de vinculo que é projetado com freqiiéncia nesta pran- cha € ode olhar e ser olhado, Incui também a contraparte agres- siva de espiar ¢ ser espiado, invadido ou controlado através do olhar. A inveja pode aparecer no olhar daquele que se torna 0 teroeiro excluido, Em alguns casos, o paciente se identifica, predominantemente, com um dos membros do par e projeta na terceira figura aspectos superegéicos. Por exemplo, o casal de noivos que se despede enquanto a mie da moga espia, exercen- do fungdes censoras, Por exemplo), 0 pas Petsonagem incluj- Perceptual. O perso- * visualizado como 9 Prancha AG (5) Ea terceira prancha da série A que mostramos ao paciente, Estimula angistia mais atenuada e de tipo predominantemen- te depressivo. Explora a capacidade do paciente de tolerar 0 dano infligido aos objetos queridos, aceitar a ansiedade de- Pressiva e elaborar perdas. Indica-nos, além disso, como sente esas perdas e permite expressar a possibilidade de rearmar-se diante dos lutos reais ou fantasiados, incluindo os microlutos «da Vida cotidiana. Se o paciente nao pode sentir depressivamen- 10 O process picodagnistic ti i __. Pig tea sitwagio qu a prancha coloca,costuma suri como, a.ansedade confusionl ou aidealizagdo extrema, que Isto é funciona, dé ar &penenssdo extema. Ashita ge) ea ‘fee eno, asides peda ov enerose spre, | MAAS tos nl, acsptosremnidsno cou igus demonicecae,| Senter santes, Convém analsar estas defesas dentro de umacous| ame casa io na qual intervém a culpa depressva © culpa pense, personagem cet a, Poem aparecerblogusis quando hi impossiidtei|sonagem teve claborar esta situago de perda: em tal caso, comparanoses | ratten0 od vai Produgio com a que se abtém na prancha A3 (8) eneasqia | vinculo que o ésperamos achar uma relagio de complementaidade ‘oe um indie iia identi Prancha BI (6) 1 descend ‘revistado O efeto de laro-escuro desta prancha comparvens|)fiiagae Prancha 4 do TRO, eda 4 e ada 5 do Rorschach. Esasi>| barn eanh. Feu tanbém é geramenevisualizaa como masina NB ins Pacientes incluem uma se; gunda figura que “esti na canst "dos trata mais da primeira prancha e, portato, nit € as defesas que podem surgi sio atibuiveis a compo dona es Pesonaldade, inchs dum 20%, |

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