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22/08/23, 17:12 FazendoVídeo | CCD - o olho da câmera

Produção de vídeo semi-profissional - Dicas e Informações


Técnicas

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CCD - o olho da câmera Buscar Artigos
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Eduardo Baptista
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Você já ouviu falar sobre ele inúmeras vezes e
Sobre
provavelmente tem uma câmera de vídeo ou uma
FAQ
máquina fotográfica digital que o utiliza para registrar as
Produtos e
imagens: o CCD. Vamos efetuar aqui um passeio por
Serviços
esse engenhoso dispositivo criado pela eletrônica, que
Atualizações
revolucionou a captação do vídeo e mais recentemente,
Recentes
da fotografia.

Para isso, vamos precisar de uma calculadora


eletrônica.... e antes que você diga que a única coisa que
você não gostaria de fazer agora é contabilizar quanto
vai custar a sua próxima produção, fique sabendo que a
calculadora não será utilizada para fazer contas. Na
verdade, você vai sair em busca daquele tipo de
calculadora que funciona com energia solar, ou seja, que
pode funcionar sem pilhas ou baterias. E vai reparar que
ao lado do display onde são mostrados os números,
existem algumas janelinhas escuras, uma ao lado da
outra. O que são essas janelinhas? São foto-células, o
princípio do funcionamento do CCD.

O CCD é um minúsculo painel (um dos tipos mais


comuns de CCD tem 1/3 pol. de medida na diagonal, ou
seja, apenas 6,7 mm) composto por milhares de pontos
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sensíveis à luz. Cada um destes pontos é uma miniatura


da foto-célula utilizada pelas calculadoras. Neste tipo de
calculadora, a eletricidade é gerada pelas foto-células,
que convertem luz em energia. No painel do CCD
existem portanto milhares de minúsculas foto-células
gerando cargas elétricas, que são descarregadas uma a
uma, em sequência, no processo de leitura descrito
adiante. Essas cargas formam uma "fila" na saída do
painel, acopladas umas às outras como os vagões de um
trem, daí a origem do nome "CCD": Charge Coupled
Device (dispositivo de cargas acopladas).

Inventado nos anos 70, o CCD substituiu os antigos e


desajeitados tubos que eram utilizados até então dentro
das câmeras de vídeo, denominados Vidicon. O CCD é o
chip sensor responsável por registrar a imagem 'vista' por
uma câmera de vídeo: as lentes da câmera projetam
sobre sua superfície a imagem, que é convertida em
impulsos elétricos gerando assim o sinal de vídeo.

Quanto mais luz incide sobre o CCD, mais energia é


gerada: a intensidade de corrente criada é proporcional à
intensidade da luz. Agora pense em uma paisagem
qualquer e veja que uma imagem fotográfica é formada
por distintas áreas, claras e escuras; ao ser projetada
sobre o CCD, fará com que alguns pontos recebam mais
luz, outros menos, outros quase nenhuma, de acordo
com o desenho da imagem. Imagine agora que em um
dado instante, cada ponto do CCD (ou seja, cada micro
foto-célula) tenha a intensidade da corrente que ele está
gerando medida e anotada em algum lugar. Imagine
agora um dispositivo em forma de painel, composto por
vários pontos que, recebendo determinada intensidade
de corrente, brilhem de acordo com esta intensidade.
Será possível então reproduzir nesse painel, ponto por
ponto, a imagem registrada no CCD.

Este dispositivo é a tela de um aparelho de TV e o


processo de anotar (armazenar) e posteriormente
reproduzir as intensidades de corrente é o processo de

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gravação e reprodução em uma fita de vídeo. Percebeu


como, a grosso modo, um é o inverso do outro?

Porém em vídeo, como as imagens estão em movimento,


não basta registrar estas intensidades de corrente em
determinado instante e sim a todo (ou quase todo)
instante. Para tanto, um circuito eletrônico 'varre'
periodicamente o CCD, percorrendo-o e 'anotando' em
cada ponto do mesmo (micro foto-célula) qual a
intensidade da corrente naquele momento. O CCD é lido
em linhas horizontais, da esquerda para a direita e de
cima para baixo.

À medida que esta varredura é feita, uma sequência


imensa de valores diferentes de intensidade de corrente
é produzida pelo circuito leitor do CCD (o "trem" de
cargas acopladas descrito acima); para registrar esta
sequência de cargas, uma fita magnética passa em
velocidade constante sobre um dispositivo de gravação
(cabeça de vídeo). Um processo eletrônico transforma
variações de intensidade de corrente (os diferentes
valores das cargas) em variações equivalentes de campo
magnético, magnetizando a fita. Pronto ! Aí está,
registrada na fita, a imagem projetada no CCD.

O processo inverso irá reproduzir esta imagem registrada


na fita: ao ser a mesma movimentada na mesma
velocidade sobre um dispositivo leitor de gravação
(cabeça de vídeo) as variações de intensidade de campo
magnético serão convertidas pelo circuito eletrônico em
variações de intensidade de corrente. Um canhão de
elétrons percorrerá, também em linhas horizontais da
esquerda para a direita e de cima para baixo, uma
trajetória emitindo mais ou menos elétrons (conforme a
intensidade da corrente 'lida' na fita) em direção a parte
interna do tubo de imagem da TV que, revestido de uma
substância capaz de emitir mais ou menos luz conforme
receba mais ou menos elétrons, formará na tela a
mesma imagem registrada pelo CCD.

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Você já viu aqueles mosaicos de pastilhas coloridas em


que o artista forma com as mesmas uma imagem perfeita
quando observada à distância? Então, cada um dos
pontos sensíveis à luz no CCD assemelha-se a uma
pastilha do mosaico: imagine pastilhas de mesmo
tamanho alinhadas simetricamente lado a lado. Só que
ao invés de "pastilha", seu nome é "pixel". Como cada
pixel ocupa uma determinada área da imagem, quanto
mais pixels no CCD maior o detalhamento da imagem
registrada.

Percebeu como até aqui ninguém falou na palavra


"digital"? O CCD é lido pelo circuito eletrônico linha a
linha e o resultado é um sinal analógico, uma sequência
de valores de intensidades dos sucessivos pixels
dispostos ao longo das linhas. É por isso que o CCD não
é um dispositivo digital: ele é um dispositivo analógico.
Isso quer dizer que aquela sofisticada câmera digital que
você acaba de comprar possui um chip analógico em seu
interior e que o primeiro sinal gerado pela câmera a partir
da imagem projetada pelas lentes é analógico?
Exatamente !!

E agora vem o segredo: a partir deste ponto, o sinal


analógico pode ser gravado diretamente na fita (câmeras
analógicas) ou então digitalizado e a seguir gravado em
fita / disco (câmeras digitais). Neste caso, a conversão
analógico/digital é efetuada em tempo real por um
circuito denominado A-D converter (Analogue to Digital
Converter), localizado dentro da câmera.

Tudo bem, você aprendeu como a imagem é


formada...mas... e a questão das cores? A foto-célula
presente na calculadora não consegue distinguir cores,
apenas reage à luminosidade como um todo, maior ou
menor. Alguns artifícios são adotados para conseguir o
registro de imagens em cores. O mais simples (e barato)
consiste em recobrir o CCD com uma máscara de micro
janelas coloridas, nas cores básicas do sistema RGB
(vermelho, verde, azul), alternando-se as cores através
da superfície do CCD. Desta forma, 1/3 dos pontos do

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CCD estará coberto por um filtro vermelho e somente se


sobre este ponto houver alguma parcela de cor vermelha
a foto-célula situada abaixo do mesmo a registrará. O
mesmo acontecerá para as outras cores. O circuito
eletrônico então fará a leitura separada das células,
conforme a cor, gerando três sinais diferentes. Estes
sinais podem agora serem gravados de maneira
analógica ou então serem convertidos para o formato
digital sendo a seguir gravados.

O processo acima descrito acarreta perdas na definição


da imagem (ocupa 1/3 dos pontos para cada cor) entre
outros problemas. Um processo mais sofisticado (e caro)
utiliza 3 CCDs, cada um para registro independente de
uma das 3 cores básicas. Um sistema de prismas separa
a imagem em 3; a seguir cada imagem passa através de
um filtro de uma das cores básicas e é projetada sobre o
CCD correspondente. A qualidade da imagem é muito
superior neste processo, embora de maneira geral seja
necessária mais luz para o registro da mesma, uma vez
que ela é dividida no processo de registro no CCD.

As câmeras do segmento doméstico e semi-profissional


geralmente possuem um único CCD, enquanto que
outras de segmento semi-profissional e todas do
segmento profissional possuem 3 CCDs. Somente a
quantidade total de pixels no(s) CCD(s) de duas câmeras
não serve de parâmetro de comparação para se deduzir
a qualidade da imagem; uma câmera com 1 CCD
contendo mais pixels do que a soma dos pixels de outra
com 3 CCDs não necessariamente produzirá imagem
melhor, porque a quantidade de pixels é apenas um dos
fatores que contribuem para a mesma.

Existem tamanhos padrão usuais para a medida da


diagonal de CCDs, medida em polegadas: 2/3 pol, 1/2
pol, 1/3 pol, 1/4 pol e 1/6 pol. Os primeiros CCDs
continham pixels maiores do que os atuais e podia-se
dizer que quanto maior o tamanho de um CCD melhor a
imagem produzida. Atualmente no entanto a tecnologia é
capaz de compactar cada vez mais um número maior de

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pixels em CCDs de dimensões menores (1/4 pol, 1/6 pol)


de forma que nem sempre um CCD menor produz
imagem com menor qualidade do que um maior.

Pronto! Agora que você já sabe como funciona o CCD,


aproveite que está com a calculadora na mão e.....

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