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Resumo Brasil IV"O populismo e as ciências sociais no Brasil: notas sobre a

trajetória de um conceito" - Angela de Castro Gomes:

Estudar populismo requer compreender que é um conceito utilizado até os dias


de hoje e no senso comum. Escrever sobre populismo é um risco no Brasil, por
aprovação ou por rejeição, geralmente é mal compreendido, por isso escrever
sobre o tema vai modificando o próprio tema. É um tema muito compartilhado,
portanto vai desde a discussão dentro da academia até o senso comum.
Dentro da academia discussão, alguns o defendem e o valorizam, outros
criticam e abandona o tema, isso só demonstra as modificações que o tema
sofre sua resistência e virtude. Já na sociedade o conceito não tem mudança
no significado, é relacionado a uma memória coletiva dos que se envolvem
com política, é populista o político que engano o povo e que uso de um
discurso para alcançar interesses pessoais, portanto o populismo se torna um
desdobramento do famoso “o povo não sabe votar”, uma extinção do voto em
nome da “boa política”.

Década de 50, universidade na sua juventude com 20 e poucos anos,


surgimento de interesse das ciências sociais em fazer uma analise sobre a
estrutura do poder nacional. Criação do grupo de Itatiaia, agosto de 1952 que
realizavam reuniões de tempos em tempos para discutir problemas políticos,
econômicos e sociais para o desenvolvimento do país, financiados pelo
ministério da agricultura. Com eles se cria em 53 o IBESP (Instituto Brasileiro
de Economia Sociologia e Politica) nascendo com eles a ideologia nacional
desenvolvimentista. Objetivo do grupo de criar uma explicação para a crise,
realizando uma mobilização de forças progressistas,para reformas de base,
criação de uma vanguarda esclarecida (intelectuais) atendendo a projetos
políticos que solucionariam os atuais problemas. Um dos problemas é o
populismo, “o que é o ademarismo?” Adhemar de Barros, usa o populismo que
é uma política de massa, trabalhador é igual proletariado, não estão
organizados como classe. Essa influência marxista é negativa por relacionar
fenômeno popular a progresso, sem perceber o caráter reacionário do
populismo. Populismo como uma conformação dos dirigentes, deixa de
exemplificar a forma de viver. O proletariado sem consciência de classe, classe
dirigente em crise, líder carismático, subordina instituições.

O nacional-desenvolvimentismo é uma transição de uma economia de base


agrária-exportadora para uma fase moderna de expansão urbano-industrial.
Anos 40 aos 60 duas fases do populismo, econômica que é a industrialização
em curso vista com êxito no país. E a política com a experiência democrática. A
partir de 64 o populismo passa a tentar responder quais as razões do golpe,
passando a se relacionar os motivos do golpe com um esgotamento da
experiência populista de 30 a 64.
A partir da década de 60, com Francisco Weffort, o populismo é o que foi
gerado por um longo processo da sociedade brasileira, tendo inicio a revolução
de 30,aparece de duas maneiras: estilo de governo e política de massas. Com
uma analise histórica, existem dois períodos do populismo: o da sua origem
com a revolução de 30 com a crise do liberalismo oligárquico, sendo
necessárias bases sociais de poder do estado.E a republica populista de 45-64,
que experimenta uma experiência democrática. Com essa crise do liberalismo
oligárquico, surge a necessidade de recorrer a legitimação do poder por meio
da população, surge a política de massas que será a base do populismo no
Brasil. A partir disso surge a categoria manipulação de massas, que se dá em
uma via de mão dupla com o controle do estado sobre a população e com o
atendimento das demandas da população. Fazendo uma distinção entre esses
dois grupos: o estado como classe dominante e que detém a capacidade de
deliberar políticas necessárias, já a população como classe que não detém
autonomia e só pode por acabar sendo manipulada.

A transformação do concito, visto como algo negativo, a partir dos anos 70/80,
período de renascimento de movimentos sociais. E nos anos 90 o
reaparecimento do populismo, onde classifica como populismo clássico o
período de 30 a 60, populismo neoliberal em 80 e no período atual um
neopopulismo com a tentativa de consolidação da democracia.

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