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Resumo
Este artigo aborda a relação entre língua, linguagem e fala, e discute a variação
linguística e o preconceito associado a ela na sociedade. A língua é entendida como
um conjunto de códigos usados por um grupo de pessoas de forma padronizada, en-
quanto a linguagem refere-se à capacidade de comunicação entre os seres humanos.
A fala é a manifestação prática da linguagem, expondo os diferentes usos da língua
que muitas vezes causam surpresa. A variação linguística é explicada como outras
formas de expressar o mesmo conteúdo em diferentes contextos, influenciada por fa-
tores como gênero, região e nível socioeconômico. Embora a variação não seja um
erro, algumas pessoas a consideram errada devido à existência de uma norma padrão
imposta pela gramática. No entanto, a norma padrão não deve ser abandonada, pois
cada contexto requer uma forma específica de linguagem. O artigo também aborda o
preconceito linguístico, que envolve a reprovação das variedades linguísticas utiliza-
das pelas camadas sociais de menor prestígio. A escola e os professores desempe-
nham um papel importante na conscientização sobre a variedade linguística e na pro-
moção de uma abordagem mais inclusiva. É necessário um trabalho reflexivo para
que os alunos compreendam que ser diferente não significa estar errado, e que a
escolha da linguagem depende do contexto. A reflexão sobre o uso da língua deve
ultrapassar os limites da escola e alcançar outros setores da sociedade para uma
compreensão mais ampla do tema.
Introdução
[...] ela não se confunde com a linguagem; é somente uma parte determinada,
essencial dela, indubitavelmente. É, ao mesmo tempo, um produto social [...]
e um conjunto de convenções necessárias, adotada pelo corpo social. (SAU-
SSURE, 2006, p.15)
Essa conexão entre as pessoas é gerada, de forma prática, pela fala de cada
pessoa, é por ela que os diferentes usos da língua são expostos e que muitas vezes
causam um espanto em muitas pessoas. Já a linguagem, é entendida como a capa-
cidade de comunicação existente entre os seres, seja falada, escrita, gestual etc. Ou
seja, língua é um fruto da linguagem que foi desenvolvido pelos humanos para que
fosse possível existir uma comunicação em que todos pudessem compreender o que
o outro estava querendo dizer. Isso é presente pois cada um tem o seu jeito de se
exprimir, que já vem de todo o contexto de vida em que esse ser está inserido. Cada
definição posta em seu lugar, vamos focar a nossa atenção especificamente na língua
e seu uso prático.
Variação linguística
Simplesmente não existe erro em língua. Existem, sim, formas de uso de lín-
guas diferentes daquelas que são impostas pela tradição gramatical. No en-
tanto, essas formas diferentes, quando analisadas com critérios, revelam-se
perfeitamente lógicas e coerentes. (BAGNO, 2001, p.25-26).
Preconceito linguístico
Com as diferentes formas de uso da língua, também vêm uma coisa que não é
muito boa: o preconceito, nesse caso, linguístico. Aqueles que fazem uso efetivamente
da norma padrão, seja em qualquer ambiente e contexto, contestam o uso de uma
linguagem mais informal que não se prende à gramática, ou seja, o falante não vai se
importar caso erre a concordância ou a regência, para ele o mais importante é a co-
municação. Sobre essa marginalização contra às variedades linguísticas, Marcos
Bagno (2009) afirma que:
Todo esse trabalhado permitirá que o aluno saia do ambiente escolar com uma
mente mais aberta e mais crítica, compreendendo que ser diferente não significa ser
errado, é só diferente. Percebendo conforme o contexto que uma variedade pode ser
mais propícia do que outra, pois colocada no lugar errado, será criticada e vista como
errada. Na verdade, não só o linguístico, mas qualquer tipo de preconceito, passa
muito pela posição assumido do praticante, pois sendo ele uma pessoa com uma
mente totalmente fechada e que só enxerga que a norma padrão deve estar presente
em qualquer tipo de contexto, não somente pelo fato de tentar se ajustar ao que a
gramática pede, mas pelo simples fato de criticar a forma de comunicação de alguma
determinada pessoa ou um determinado grupo. Portanto, quando olhamos todo o con-
texto social atualmente, percebemos que o exercício de reflexão sobre os usos da
língua deve superar os muros da escola, visto que muitos outros eixos sociais preci-
sam compreender melhor o assunto.
Conclusão
Além disso, é importante promover a reflexão sobre o uso da língua não apenas
dentro da escola, mas em outros setores da sociedade. Incentivar debates, campa-
nhas de conscientização e ações que valorizem a diversidade linguística podem con-
tribuir para uma maior compreensão e aceitação das diferentes formas de expressão.
É fundamental que os alunos compreendam que ser diferente não significa es-
tar errado, e que a escolha da linguagem depende do contexto. Através desse trabalho
reflexivo, é possível combater o preconceito linguístico e criar um ambiente mais in-
clusivo e respeitoso, onde todas as formas de expressão sejam valorizadas.
Referências
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 52. ed. São Paulo:
Loyola, 2009.