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Sebenta C1
Sebenta C1
2016
Materialização constitucional:
Thomas Paine: Está ligado ao constitucionalismo norte-americano:
1º Há direitos que são naturais ao ser humano
2º O poder existe para prosseguir determinados fins
Todos os seres humanos nascem livres e são iguais. Todo o homem é proprietário do
governo. A importância de que o fundamento dos governos está no respeito pelos direitos, por outro
lado, a soberania pertence à coletividade.
Benjamin Constant:
– Os direitos individuais são um limite à soberania do povo e são também o limite à
autoridade – os direitos individuais são um limite à democracia, ou seja, a vontade de
todos nunca pode prevalecer sobre os direitos individuais// o poder está limitado
pelos direitos fundamentais... Há uma liberdade especifica dos antigos e uma
liberdade dos modernos. Os direitos de participação politica estão subordinados aos
direitos individuais.
Liberalismo:
A importância da liberdade, propriedade e segurança
A limitação do poder
Interdependência entre a vontade coletiva e a vontade legislativa do Estado
Afirmação do principio da igualdade de todos perante a lei
A importância da ideia de democracia: A democracia é algo que nasce na Grécia antiga, algo
desenvolvido na idade media por Marsilio de Pádua, na sintese de Lincoln, feita do povo para o
povo. Conheceu no liberalismo uma democracia não democrática – A vontade geral não deve ser
limitada e por isso Russeau opõe-se à separação de poderes. A vitória do modelo democrático em
''bom americano'' – Hoje vivemos neste modelo
4.Out.2016
Constitucionalismo Anti-Liberal:
Assenta numa visão totalitária do Estado e numa total desvalorização da pessoa humana.
Omnipotência e omnipresença do Estado. Inversão dos princípios/dogmas liberais. Regeria a
liberdade política, parlamentarismo, Estado mínimo. O Estado é uma máquina de terror para os
cidadãos.
Totalitarismo:
Prefere o coletivo ao individual; Prefere a autoridade à liberdade; Prefere uma conceção
elitista do poder a uma conceção democrática; Prefere a irracionalidade à razão; Prefere a violência
ao humanismo. HIPERVALORIZAÇÃO DO ESTADO E DESVALORIZAÇÃO DA PESSOA
HUMANA.
A história pode retroceder, isto é, a luta pela liberdade da pessoa humana não é algo que possa ser
dado como adquirido.
10.Out.2016
1ºMomento:
Ideia dos Direitos Sociais. O liberalismo tipico partia do entendimento de que os direitos
fundamentais são tanto mais garantidos quanto menos a intervenção do estado. O Estado tem que
agir e transformar a realidade. Os direitos sociais são direitos a prestações do Estado (criar um
sistema publico de saude, ensino, promover o trabalho, etc). Enquanto que os cidadãos têm o poder
de exigir o estado tem o dever de prestar. A génese destes direitos encontra-se constitucionalizada
em 1793 e em 1848. A ideia dos direitos sociais encontra-se na grécia antiga, marsilio de pádua,
kant, Hegel, doutrina social da igreja, etc. Com o termo da segunda guerra mundial, esta ideia de
direitos sociais passa a fazer parte de todas as constituições – Cláusula Inerente de Bem-Estar: O
bem estar é uma condição inerente a todo o ser humano, há que haver condições dignas de
sobrevivência; o bem estar pressupõe uma dimensão cultural (ensino), imaterial, temporal (zelar
pelo bem das gerações futuras):
– O Ambiente, as gerações do presente não podem criar um nível de destruição do
ambiente que comprometa as gerações futuras
– O acesso aos recursos naturais, a caça, a pesca, não pode ser feita de forma a que a
geração do presente devore os recursos privando as gerações futuras do acesso a essas
fontes
– A geração do presente não pode vangloriar-se no acesso a reformas, pensões e subsidios
que comprometam a segurança a longo prazo.
Hugan Abermas – Defende uma conceção de democracia onde não interessa o conteúdo, o que
interessa é o processo de obter a decisão. Conceção processual da democracia: O cerne está na
comunicação, na teoria da discussão das ideias:
– Racionalidade da discussão
– Igualdade dos intervenientes
– Peso da maioria
Democracia sem valor e relevância
Zagremelski – Coloca a tónica da democracia na ideia de que tudo na democracia se pode rever.
Não há decisões que não possam ser mudadas, o cerne da democracia está na reversibilidade (tudo o
que se decide hoje, amanhã pode ser alterado). A democracia é um regime que não tem certezas
absolutas. Tudo pode ser objeto de critica.
Justiça Social: Não há dignidade humana sem justiça social. Pressupõe redistribuição da riqueza, ou
seja, os que mais têm devem contribuir para o bem-estar dos que menos têm:
– A doutrina social da igreja, onde a igreja aparece como guardiã da tutela da dignidade
humana.
A solidariedade entre cada pessoa, a ideia de que somos guardas dos nossos irmãos.
Pessoa enquanto individuo: Cada um de nós como individuo é uma realidade, uma
identidade biológica própria, tem uma dimensão física e psíquica própria, torna-nos únicos e é por
isso que não é possível existir a clonagem. O nosso genoma integra o género humano e por isso
todos nos participamos da mesma dimensão humana. Igual dignidade de cada um de nós.
Por outro lado, é uma realidade inata e inalienável, ninguém pode renunciar a sua categoria
como pessoa. A personalidade jurídica é consequência de sermos seres humanos.
Os direitos nossos como indivíduos, são eles o limite e fundamento do poder. O poder não
pode violar os nossos direitos individuais e só existe em função da garantia deles. Há direitos
humanos universais, e direitos humanos sociais (Mínimo de existência condigna, direito à saúde, ao
trabalho, educação etc).
Cada um de nós existe e vive em sociedade, é esta dimensão que coloca os problemas
constitucionais mas também coloca o conceito de nação: conceito cultural, espiritual, é no fundo
aquilo que une um conjunto de pessoas em termos de identidade cultural. Corresponde no fundo ao
espirito do povo: a ideia de que há um passado comum, uma língua comum, uma religião comum.
Normalmente, quando há uma consciência nacional, surge um Estado; Por outro lado é possível que
o mesmo estado seja composto por variadas nações. Tem uma projeção democrática, dá origem a
normas constitucionais. A nação é a fonte de vontade constitucional e pode produzir normas de
natureza constitucional; povo: é o vinculo jurídico que une uma pessoa a um Estado. Permite
diferenciar a figura do estrangeiro ( todo aquele que tem um vinculo de cidadania de um outro
estado que não o português) do apátrida ( aquele que não tem vinculo que o faz membro de um
povo); a cidadania é um direito fundamental consagrado na carta dos direitos humanos e na
constituição portuguesa. O principio geral hoje consagrado na constituição portuguesa é tentar
equiparar os nacionais com os estrangeiros (acabar com o racismo).
Pessoa humana enquanto membro da humanidade: Todos nós fazemos parte da familia humana
(expressão da carta das nações unidas). Valores de fraternidade e solidariedade, a humanidade é um
espaço de direitos e deveres. Cinco conceitos que hoje operam a humanidade:
– como património humanitário
– conceção dos conflitos armados tornar a guerra mais humana
– assistência humanitária
– conflito armado humanitário: intervenção da sociedade internacional para garantir o
respeito por regras minimas de direitos humanos
– crimes contra a humanidade, condutas que pela sua violencia e radicalismo chocam toda
a humanidade.
17.Out.2016
Não esquecer que cada direito envolve um dever. Devo ter o direito de ser respeitado e devo
respeitar. Todos os direitos têm sempre custos. Não há direitos de borla, todos têm um custo...
Uns mais do que outros.
18.Out.2016
– Poder inter-privados:
– Poder dos pais em manter a educação em relação aos filhos menores;
– Relação laboral entre a entidade empregadora e o empregado
3 aceções de estado:
– Estado soberano, sujeito de direito internacional
– Estado coletividade – enquanto titular do poder constituinte – sujeito de direito
constitucional
Estado pessoa coletiva de direito publico – sujeito de direito.
24.Out.2016
– Estado pós-liberal: Estado social – surge com a constiutição mexicana de 1917 e com a
alema de 1919 e com o pos 2ª guerra; Importancia do parlamentarismo, separação de
poderes etc; Aprofundamento dos direitos sociais e da demo participativa;
intervencionismo e garantia dos direitos sociais atraves do Bem estar social; Saber se o
estado social no final dos anos 80 do sec XX n tera dado origem a um estado pos social
ou neoliberal: é o resultado da crise do excesso de intervencionismo do estado ''menos
estado melhor estado''; é o estado que promove as privatizações, que vive a partir de
2008 a crise financeira que determinou a redução do estado e prestacional do estado, o
estado que vive hoje uma crise da democracia, há uma demo distante do povo, capturada
. O estado mais evidente dessa crise é a abstenção, o grande problema da democracia, a
auto-marginalização da democracia. Há anos atras todos lutavam pelo direito de voto,
hoje em dia ninguem vota; A constituição apesar de politicamente haver uma defesa
liberal luta contra ela através da ..?
25.Out.2016
Fragmentação do Estado
O Estado é hoje, depois de todo o processo evolutivo, uma realidade fragmentada:
– Internacionalização de matérias: à luz das cartas das nações unidas, art 2º no 7.
Existência de domínio reservado aos estados: Nestes últimos 70 anos ocorreu uma
redução do domínio reservado dos estados, ou seja, as matérias dos domínios do estado
passaram a ser matérias internacionais. Deu-se uma erosão do domínio reservado dos
estados;
– Que dominios integram o territorio de um estado? Nos anos 40, 50 e 60, portugal
defendia que os seus territorios ultra marinos eram parte do imperio portugues. Depois
as Nações Unidas, no final dos anos 50 e inicio dos 60 entenderam que a qualificação de
um territorio que estava sob a dependencia de outro estado, eram colonias. Portugal dizia
que os territorios ultra-marinos faziam parte do país, no entanto, os EUA obrigaram-nos
a deixar os territorios
– Crimes contra a humanidade: Genocidio contra a população, diz respeito a toda a
comunidade mundial e não só ao país em questão;
– Soberania partilhada: Há espaços territoriais que não são pertença apenas de um país
p.ex.: ZEE (zona economia exclusiva, não é só economica nem exclusiva do respetivo
estado, até porque para alem do espaço costeiro a que está encostada, todos os outros
têm hipotese de beneficiar dela)
Globalização: Mostra hoje a impotência do estado, ele não é capaz de dar resposta a
multiplos problemas. p.ex: uma crise financeira à escala mundial; a crise económica mundial;
combate à droga; combate ao tráfico humano; combate à epidemia; controlo da internet; controlo de
fluxos financeiros de um estado para determinadas entidade; combate ao terrorismo.
Os novos agentes internacionais: São uma realidade dos ultimos 10 anos, não têm sido
tratados nos manuais doutrinais. Entidades privadas que são ou que têm um espaço de atuação no
campo internacional, ou seja, que escapam ao dominio do estado. ex.: As organizações não
governamentais, algumas delas são organizações que têm um espaço de intervenção na área do
desporto (FIFA, UEFA). A entidade que controla os dominios da internet (entidade privada que não
está sob o dominio do estado); As agencias de ranking, condicionam os termos em que o estado tem
acesso a financiamento internacional.
A tentativa de assalto: Quando, por exemplo, a igreja tenta captar capital do estado e
influenciá-lo.
Colonização partidária do Estado: O Estado por vezes torna uma colónia dos partidos
políticos, por exemplo, o estado rosa, o laranja, etc. É a tentativa dos partidos políticos tentarem
capturar o próprio estado. Por vezes quem decide nem são as estruturas estatais, são as estruturas
partidárias.
Estrutura do Estado
Estados Federais:
- Cada cidadão está sujeito à ordem jurídica do estado federado (aquele onde nasceu,
reside, onde se encontre) mas também à ordem jurídica do estado federal. A constituição federal
estabelece aquilo que é competência da união e tudo o que não for da competência dela é dos
estados. Teoria dos poderes implícitos – Atribuir implicitamente os meios para chegar aos fins.
- Existência de uma constituição federal, permite não só definir a competência como
ela é, também, a garantia dos estados federais. É ela que define a competência das competências. É
lá que está a regra primeira da repartição da competência entre a união e os estados federados.
Const. NA – Estabelece o principio da igualdade entre os estados, ou seja, têm sempre o mesmo
numero de representantes no senado (2 por cada estado, independente do numero de senadores de
cada estado e da população); Existem mecanismos em que existem regiões autónomas que têm mais
poder que certos estados federados.\
- Dualidade de soberanias: No plano externo, só há um estado soberano (o federal):
Só ele pode ter representação diplomática, só ele pode ser representado na ONU. Os Estados
federados têm soberania no plano interno, ou seja, cada um tem o a sua constituição (p.ex: os
estados unidos têm 50 constituições federadas e uma federal): Estas constituições têm de estar
sempre de acordo com a principal constituição, ou seja, a federal.
- Há uma prevalência federal: 1. É a constituição federal que fixa os princípios a que
devem obedecer os estados federados; 2. Compete ao órgão supremo jurisdicional (Supremo
Tribunal Federal) definir o que é constitucional ou não; 3. As relações externas, a segurança e
defesa estão nas mãos do estado federado; 4. Prevalência do direito federal e do órgão executivo da
federação (Presidente dos Estados Unidos).
Há quem defenda que entre o estado unitário e o federal há a meio o estado regional. Aquele que é
composto por regiões autónomas: integralmente composto por regiões autónomas, ou parcialmente
composto por regiões autónomas. ‘’No Estado regional fica a meio caminho até ao estado unitário
porque a constituição é a mesma para todos mas há uma diferença político-administrativa’’:
- Não se pode falar em estado regional quando ele não está dividido em regiões autónomas
na sua integra.
- As regiões autónomas diferenciam-se dos estados federados porque estes têm poder
constituinte próprio e soberania no plano interno enquanto que as regiões autónomas não, ou seja,
os estatutos das regiões autónomas são leis do estado.
- Há regiões autónomas que têm mais poder que certos estados federados. Ex.: as
comunidades autónomas espanholas têm mais poder que os estados da federação brasileira. As
nossas regiões autónomas têm mais poder de negociação autónoma que certos estados federados.
Para prosseguir a segurança, justiça e bem-estar o estado necessita de por em ação meios que
desenvolvam uma atividade para garantir esses fins: Funções do Estado
1. Nem todas as funções do estado se esgota na prática de atos jurídicos. Ex.: dar uma
aula não é uma função jurídica, mas sim uma atividade de natureza técnica;
2. Nem toda a atuação do estado se traduz na prática de atos. Ex.: a apresentação do
programa do governo não é um ato jurídico.
3. Nem toda a atuação do estado se consubstancia em atuações jurídicas.
Funções jurídicas: Atividades que não envolvem atos jurídicos. Podem ter a ver com a definição das
linhas fundamentais do estado (Função constituinte – Feitura da constituição); (Funções
constituídas – Têm natureza jurídica com fundamento na constituição 1. Legislativa – feitura das
leis e consubstancia as opções jurídicas que devem ser obedecidas de forma imediata pela função
administrativa e jurisdicional; 2. Administrativa – tudo aquilo que é de carater residual, tudo aquilo
que não é lei nem atividade dos tribunais e tem natureza jurídica só pode ser função administrativa;
3. Jurisdicional – a resolução de litígios entre privados ou entre privados e públicos ou entre
públicos. Visa a paz jurídica através da resolução de litígios)
No desenvolvimento das funções jurídicas tal como no desenvolvimento das não jurídicas, há
comunicabilidade. Nas funções jurídicas há, também, funções de natureza politica.
‘’ não ‘’: Função técnica: produção de bens e prestação de serviços onde há utilização de um poder
politico; Podem produzir efeitos de natureza jurídica.
8.Nov.2016
Os órgãos do Estado: O poder politico está nas mãos de entidades coletivas, ou seja, precisa de
órgãos para formas e expressar a sua vontade.
TEORIA GERAL DOS ORGÃOS:
Um órgão é um centro institucionalizado que forma e expressa uma vontade que é
juridicamente atribuída à entidade coletiva.
1. Titular - É a pessoa física, que em cada momento ocupa o respetivo órgão. P.ex.:
Presidência da republica é o órgão; o presidente Marcelo Rebelo de Sousa é o
titular. Órgãos colegiais são órgãos que têm mais que um titular, os que são
singulares só têm um titular
2. Competência – Área de poderes, de matérias sobre a qual um órgão pode
formar e expressar a vontade.
3. Cargo ou mandato – o cargo é um nexo, é o vinculo jurídico que liga um titular a
um órgão.
Um órgão é sempre uma instituição, ou seja, perdura sempre para além do seu titular.
Imputação jurídica – A vontade expressa pelo órgão, é entendida como vontade da respetiva
entidade coletiva.
Agente – É aquele que colabora que auxilia o órgão na formação da vontade. Não expressa nem
forma uma vontade imputável à entidade coletiva.
Tipos de órgãos:
1. Órgãos colegiais: para expressarem uma vontade, têm de ter um mínimo de membros
presentes. Esse numero mínimo de membros presentes chama-se ‘’quorum’’ – metade
+ um. P.ex.: Se te 250 membros, só pode deliberar com 126 membros.
Como é que apura a sua vontade? Através do principio maioritário. Que maioria? A
maioria simples – verifica-se sempre que uma proposta recolhe um maior numero de
votos nesse sentido não contando as abstenções para o apuramento da respetiva
maioria. Maioria absoluta – Metade + 1 do quorum ou seja, mais de 50%.(126:2+1) A
maioria absoluta está sempre dependente do quórum, não está dependente do nro de
titulares do respetivo órgão. Normalmente as leis são aprovadas por maioria simples,
mas no que toca aos governos é apurada por maioria absoluta.
Só estes podem ser objeto de dissolução.
Vicissitudes que atingem a competência: Acontece através da intervenção de uma ordem jurídica.
Vicissitudes que atingem os titulares: ocorre quando há doença ou ausência do titular, ou seja, o
problema coloca-se sobre quem o substitui. Ou quando ele morre ou é demitido.
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Termos através dos quais se pode designar os titulares:
- Processos não jurídicos: aqueles que ocorrem à margem do direito. São baseados na
violação das normas jurídicas - 1. O Golpe de Estado (processo de alteração das regras de
designação dos governantes, feito à margem do direito e normalmente pelos titulares do próprio
poder alterando as regras da sua própria designação); 2. Revolta ou Rebelião (substituir os titulares
do poder, normalmente feita por militares); 3. Revolução (alteração mais radical, feita com
violência, feita para marginalizar, para por dedo à vigência das normas constitucionais).
- Processos jurídicos: 1. Herança (a transmissão hereditária do poder, caraterizador dos
sistemas de natureza monárquica); 2. Nomeação (sempre que a designação de um titular de um
órgão é feita por um órgão diferente); 3. Cooptação (designação do titular do órgão feita por outros
titulares do mesmo órgão); 4. Inerência (quando alguém é titular de um órgão por ser titular de
outro órgão); 5. Eleição (processo de designação dos titulares de órgãos feito através da expressão
do voto de uma pluralidade de pessoas).
Eleição e sistemas eleitorais:
1. O sistema eleitoral corresponde ao conjunto de normas que disciplinam os atos
eleitorais.
2. Há uma pluralidade de sistemas eleitorais:
a. Sistema maioritário – O candidato ou lista que vence numa determinada
circunscrição eleitoral, leva a totalidade dos representantes dessa circunscrição.
Ou seja, a lista mais votada é a única que vai ter representantes da circunscrição
eleitoral. MODALIDADES DE SISTEMA MAIORITÁRIO: 1. Sistema maioritário com
sufrágio uninominal (um deputado por cada circulo politico); 2. Sistema
plurinominal (vários nomes por cada circulo politico// Pode conduzir a que
exista um órgão colegial que só tenha representantes de uma determinada
lista).
Pode ser maioritário simples (Reino Unido, onde cada circunscrição eleitoral só
elege um deputado. Ex.: Um deputado tem 79 votos, o outro 78, quem ganha é
o primeiro porque basta a maioria simples).
Pode ser maioritário a duas voltas (França, há uma primeira volta, se ele tem
50% dos votos + 1, mas se acontece que um tenha só mais um ponto que o
outro obriga a uma segunda volta entre os candidatos mais votados.) Pode
conduzir a assembleias monolíticas.
b. Sistema proporcional – Deve haver uma correspondência entre o numero de
votos e o numero de representantes. Só é possível existir proporcionalidade se o
sistema for plurinominal. Pode conduzir ao pluripartidarismo.
c. Sistema misto – Sistema alemão, ou seja, há voto duplo (metade dos deputados
são eleitos pelo método maioritário, metade pelo proporcional). A cada eleitor
são dados dois boletins de voto. Se os partidos não atingirem o mínimo de 5%
em termos nacionais, não entram no parlamento.
A atividade decisória do estado nem sempre é prosseguida por ele. Normalmente é de exercício
publico, mas há casos em que é exercida por entidades privadas – Exercício privado de funções
publicas.
14.Nov.2016
O governo pode dizer o que quer que o parlamento aprove em matéria legislativa; o governo pode
pedir urgência na intervenção do parlamento. Por outro lado, o sistema francês, pode desencadear o
voto bloqueado – O governo apresenta uma proposta de lei, e os seus deputados, da maioria, podem
estar em discordância. O governo diz que neste voto desta lei, empenha a confiança politica, de
forma que os deputados se votarem a favor dão confiança ao governo, se votam contra, estão a
provocar a demissão do seu próprio governo.
21.Nov.2016
Sistema diretorial:
Surge com a constituição francesa de 1755;
Sistema adotado na suíça
É o mais próximo do sistema presidencial com duas diferenças: 1. Existência de órgãos
colegiais, o executivo não é unipessoal, mas colegial; 2. Não há verdadeiramente uma
figura de chefe de estado.
Sistema assente numa conceção rígida da separação de poderes;
O executivo está a cargo de um colégio, diretório.
Não há responsabilidade politica do órgão diretório, relativamente ao órgão parlamentar e
vice-versa.
A constituição
A constituição expressa a unidade axiológica do sistema jurídico, ou seja é a síntese de
valores do sistema jurídico
Tem uma força jurídica prevalecente: todos os atos jurídicos têm de ser conformes com a
constituição
Ocupa o topo da hierarquia das normas
Expressão jurídica do poder constituinte do Estado
No entanto não é bem assim... No constitucionalismo britânico a constituição é informal e
pode ser afastada como se se tratasse de uma lei normal; nem sempre ela está no jornal da
republica; Ela não é apenas um texto escrito, pode ser um conjunto de costumes;
Basta um ato para dizer que em situações semelhantes futuras, basta uma lei para que se possa
resolver a situação.
Os costumes não podem ser dados como apenas um para resolver situações.
P.ex.: A constituição britânica, é fundamentalmente uma constituição não escrita, não impedindo a
existência de leis escritas. A sua constituição não está no topo da pirâmide porque a lei do
parlamento pode dissolver a qualquer altura a constituição.
A delimitação de fronteiras, não é apenas o estado que delimita as suas próprias fronteiras,
tem de respeitar o principio de que não pode violar o espaço territorial de outros Estados.
Pode ocorrer que as normas da constituição escrita percam a sua efetividade, ou seja, a
norma está escrita, mas nunca foi aplicada. Ex.: A constituição de 76 falava na transição para o
socialismo numa sociedade sem classes; entre 76 e 2016 não há uma única decisão de qualquer
tribunal que tenha aplicado esse artigo.