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3.Out.

2016

Hegel: Defende o Estado, a importância do estado e cada um de nos como partículas do


estado. Defende também a liberdade: caracteriza o ser humano, o sentido da evolução da historia
está na luta pela liberdade, na luta de classes. ''Sê pessoa e respeita os outros como pessoas.'' A
importância da visão de que o ser humano como homem é uma realidade abstracta mas, também é
uma realidade concreta.

Materialização constitucional:
Thomas Paine: Está ligado ao constitucionalismo norte-americano:
1º Há direitos que são naturais ao ser humano
2º O poder existe para prosseguir determinados fins
Todos os seres humanos nascem livres e são iguais. Todo o homem é proprietário do
governo. A importância de que o fundamento dos governos está no respeito pelos direitos, por outro
lado, a soberania pertence à coletividade.

Stuart Mill: A importância da liberdade individual e da limitação do poder. Há uma


liberdade de consciência e opinião em relação a todas as pessoas. Afirma a ideia de que, há também
uma liberdade de associação. A importância de sublinhar que não há liberdade para dispor da
liberdade - Ex.: Ninguém pode, por acto de vontade, tornar-se escravo.

Benjamin Constant:
– Os direitos individuais são um limite à soberania do povo e são também o limite à
autoridade – os direitos individuais são um limite à democracia, ou seja, a vontade de
todos nunca pode prevalecer sobre os direitos individuais// o poder está limitado
pelos direitos fundamentais... Há uma liberdade especifica dos antigos e uma
liberdade dos modernos. Os direitos de participação politica estão subordinados aos
direitos individuais.

A declaração de direitos de Virginia de 1776:


– Os homens são livres e independentes
– Há direitos inatos
– A importância do governo orientado para o bem comum
– Principio da separação de poderes.

A declaração da independência dos Estados Unidos:


Se um governo desrespeita principios fundamentais então o povo pode abolir esse mesmo
governo.

A declaração de direitos do homem e do cidadão em França, 1789:


– Liberdade
– Propriedade
– Segurança
Direito dos povos a resistirem à opressão

Aditamentos da constituição norte-americana:


– Direito de reunião e petição
– Ninguém pode testemunhar contra si próprio
– Clausula aberta: Para além dos direitos fundamentais que estão inscritos na constituição,
podem existir outros direitos fundamentais ao nível do direito ordinário. - Não tipicidade
dos direitos fundamentais.
A constituição francesa de 1793:
Esta constituição nunca vigorou, mas foi um marco quer no constitucionalismo do sec XVIII
quer do sec XX. Corresponde à época da radicalização francesa:
– Igualdade, Liberdade, Segurança, Propriedade, Direito à insurreição contra a tirania e
governos.
– Primeira constituição a consagrar direitos sociais: direitos que nos conferem a nós, o
poder de exigir ao Estado prestações. São tanto mais garantidos quanto maior for a
intervenção do Estado. - Direito à subsistência, direito ao trabalho, direito à
instrução.

A constituição francesa de 1848:


– Afirmação do bem-estar como função do Estado
– O Estado tem como base a família, o trabalho, a propriedade e a ordem publica
– Primeira constituição a abolir a escravatura
– Abolição da pena de morte para crimes políticos
– Proibição da censura à imprensa

Liberalismo:
A importância da liberdade, propriedade e segurança
A limitação do poder
Interdependência entre a vontade coletiva e a vontade legislativa do Estado
Afirmação do principio da igualdade de todos perante a lei
A importância da ideia de democracia: A democracia é algo que nasce na Grécia antiga, algo
desenvolvido na idade media por Marsilio de Pádua, na sintese de Lincoln, feita do povo para o
povo. Conheceu no liberalismo uma democracia não democrática – A vontade geral não deve ser
limitada e por isso Russeau opõe-se à separação de poderes. A vitória do modelo democrático em
''bom americano'' – Hoje vivemos neste modelo

4.Out.2016

Critica ideológica ao liberalismo:


– Pensamento Contrarrevolucionário:
Formou-se através do Reino Unido onde, a Revolução Francesa não teve influência.
Burke: Os direitos fundamentais têm a sua origem não na lei mas, na tradição. Ou
seja, não na lei mas, no costume. Respeita a herança do passado. Respeita os direitos adquiridos (Os
direitos que cada um de nós tem e que resultam do passado).
Joseph Maistre: Há uma Constituição Natural em cada Estado (Produto da vontade
do monarca mas respeitando a liberdade dos individuos). Produto da evolução do tempo e não do
parlamento; Deve apenas limitar-se a retratar a realidade e não a transformá-la.
Carta Constitucional Francesa (1814) – Produto da Vontade do Rei. Foi a mãe da
Carta Constitucional portuguesa de 1826.
Legitimidade Monárquica – O Rei é interprete da Constituição.
Separação dos poderes, liberdades e direitos dos cidadãos modificadas da Carta, só é
possível pela conjugação de 2 vontades: do parlamento que aprova e do rei que sanciona.
Veto absoluto do rei.
Poder moderador – Benjamin Constant
– Pelo momento socialista:
Nova Sociedade, Novo Homem
Socialismo Cristão: San Simon – A sociedade deve existir para garantir o bem-estar sem abolição da
propriedade privada.
Socialismo Não-Marxista: Desvaloriza o Estado; Quer a abolição do Estado (Toda a
propriedade é um roubo); Conceção de Lassal que defende o cooperativismo como alicerce do
desenvolvimento económico.
Socialismo Marxista: Explica a história através da luta de classes; A história é a luta
pela liberdade entre explorado e explorador; ditadura do proletariado (forte intervencionismo
estatal).
Constitucionalismo Soviético: Forte intervencionismo do Estado; Conceção
resultante dos direitos fundamentais; Entendimento que o colectivo prevalece sobre o individual;
Concentração e não divisão dos poderes; Partido Único.
– Critica da Igreja Católica:
Surge em 189, Leão XIII
Critica severamente a sociedade liberal e o capitalismo (exploração das pessoas);
Atenta contra a dignidade humana, trabalhadores e noção de trabalho; O Estado não pode ficar a
contemplar a desgraça; Não é abolindo a propriedade privada e o Estado, que é o mais importante
de tudo, que se resolve o problema.
1931, Inciclicas do Papa:
Incompatibilidade entre o catolicismo, o liberalismo e o socialismo.
Principio da subsidiaridade: Tudo o que uma realidade social de âmbito inferior
puder fazer, não deve ser feita por uma realidade de âmbito superior. Aquilo que as realidades
inferiores não puderem fazer deverão ser feitas pelo Estado.

Constituição de 1917 mexicana


Constituição de 1919 alemã
Criação da organização internacional do trabalho

Constitucionalismo Anti-Liberal:
Assenta numa visão totalitária do Estado e numa total desvalorização da pessoa humana.
Omnipotência e omnipresença do Estado. Inversão dos princípios/dogmas liberais. Regeria a
liberdade política, parlamentarismo, Estado mínimo. O Estado é uma máquina de terror para os
cidadãos.

Totalitarismo:
Prefere o coletivo ao individual; Prefere a autoridade à liberdade; Prefere uma conceção
elitista do poder a uma conceção democrática; Prefere a irracionalidade à razão; Prefere a violência
ao humanismo. HIPERVALORIZAÇÃO DO ESTADO E DESVALORIZAÇÃO DA PESSOA
HUMANA.

A história pode retroceder, isto é, a luta pela liberdade da pessoa humana não é algo que possa ser
dado como adquirido.

Antecedentes ideológicos: Mussolini


Pensamento totalitário:
– Platão:
Criação de um modelo em que existiam privilégios naturais; O Estado tem como missão preservar a
raça; O governo não deve estar limitado pelas leis; O Estado tem intervenção total: deve definir
quem deve casar com quem, os filhos devem tirados aos pais para serem educados, matar os inúteis
para a sociedade.
– Hobbs:
O homem é o seu pior inimigo; Transferencia de liberdade para o estado em troca de segurança.
– Hegel:
Divinização do estado; O ser humano só se realiza como pessoa no Estado.
– Nietche:
Inverte a ordem de valores cristã:
Defende a crueldade, ou seja, acredita que deve ser usada a violência para adquirir o bem;
Piedade é sinal de fraqueza; extinção dos povos e da população inferior; sentimentos anti-semitas.
Defende o conflito ao invés da paz e da segurança.

10.Out.2016

O estado evolui para uma vertente social.

1ºMomento:
Ideia dos Direitos Sociais. O liberalismo tipico partia do entendimento de que os direitos
fundamentais são tanto mais garantidos quanto menos a intervenção do estado. O Estado tem que
agir e transformar a realidade. Os direitos sociais são direitos a prestações do Estado (criar um
sistema publico de saude, ensino, promover o trabalho, etc). Enquanto que os cidadãos têm o poder
de exigir o estado tem o dever de prestar. A génese destes direitos encontra-se constitucionalizada
em 1793 e em 1848. A ideia dos direitos sociais encontra-se na grécia antiga, marsilio de pádua,
kant, Hegel, doutrina social da igreja, etc. Com o termo da segunda guerra mundial, esta ideia de
direitos sociais passa a fazer parte de todas as constituições – Cláusula Inerente de Bem-Estar: O
bem estar é uma condição inerente a todo o ser humano, há que haver condições dignas de
sobrevivência; o bem estar pressupõe uma dimensão cultural (ensino), imaterial, temporal (zelar
pelo bem das gerações futuras):
– O Ambiente, as gerações do presente não podem criar um nível de destruição do
ambiente que comprometa as gerações futuras
– O acesso aos recursos naturais, a caça, a pesca, não pode ser feita de forma a que a
geração do presente devore os recursos privando as gerações futuras do acesso a essas
fontes
– A geração do presente não pode vangloriar-se no acesso a reformas, pensões e subsidios
que comprometam a segurança a longo prazo.

Dimensão inter-temporal do bem-estar: Não podemos comprometer a sobrevivência e bem-estar


das próximas gerações.
Por outro lado, o bem-estar social é fundido com o dever do Estado. Este não pode assistir de braços
cruzados a condutas que atentam contra a dignidade das pessoas.
Deve ser o Estado o primeiro responsável pelo bem-estar ou deve estar o bem-estar ser
subsidiário numa economia de mercado?
3 modelos constitucionais:
– Impõe ao estado a garantia do bem-estar
– A constituição escrita norte-americana, a britânica nem tem texto escrito sobre a matéria
ou seja remete para a vontade do legislador
– há situações em que há imposição constitucional, noutros há liberdade de legislação
(modelo português)
Quem garante o bem-estar é a administração pública.
Primeiras constituições a preocuparem-se com o bem-estar:
– Constituição francesa de 1946
– '' Italiana de 1947 (é a mesma que a de 48 porque foi feita em 47 e vigorou em 48)
– '' Alemã de 1949
2ª época:
– '' Portuguesa de 1976
– '' Espanhola de 1978
– '' Brasileira de 1988
3ª Época (anos 90)

Modelos de direitos sociais:


– Até ao fim dos anos 40: direito ao trabalho, segurança social, saúde, educação e função
social da propriedade
– Anos 70/80: Ambiente, património cultural, preocupação das gerações futuras.
– Anos 90: genética, biomedicina, informática
O século XX trouxe a vertente da internacionalização dos direitos humanos. Eles não são o
problema de cada um, nem da casa de cada um, têm a ver com a coletividade. A violação dos
direitos humanos é um problema que diz respeito à condição juridica internacional. É com a 2ª
Guerra Mundial que se toma consciência do drama dos direitos humanos.
3 dominios dessa preocupação anteriores à segunda guerra
– Proteção humanitária dos combatentes; regular a guerra em termos internacionais
– Tratamento dos prisioneiros
– Preocupação com os feridos de guerra
– Preocupação com a proteção das minorias após a primeira guerra mundial
– Preocupação da proteção dos trabalhadores
A partir da 2ª guerra: Importância da internacionalização
– O que a Alemanha nazi fez aos judeus e a consciência de que isso não poderia voltar a
acontecer
– Crueldades cometidas no oriente em relação aos estados invadidos pelo Japão bem como
a preocupação com os prisioneiros por eles feitos.
Com isto, deu-se a criação dos tribunais internacionais dos direitos humanos.
JULGAMENTO DE HEISHMANN PROF PAULO OTERO

Importância da criação da ONU e a declaração universal dos direitos do homem de 1948:


– Os direitos humanos passaram a ser normas imperativas para todos os estados. ''IUS
COGENS'' ( direito obrigatório )
– Se a matéria dos Direitos Fundamentais não faz parte de um domínio reservado de cada
estado, então há regras que são comuns em todos os estados. DIREITO
CONSITUCIONAL COMUM/ DIREITO TRANSNACIONAL
A união europeia tem a carta dos direitos fundamentais, integrada no tratado de Lisboa q garante a
proteção dos direitos fundamentais a nível europeu. Também existem outras formas de reforço da
garantia desses direitos pelo mundo inteiro. Há um mecanismo social que obriga os Estados a
seguirem os direitos fundamentais.
Domínio reservado dos estados: matérias nas quais as nações unidas não podem intervir.
Inicialmente os direitos humanos faziam parte do domínio reservado dos estados, no entanto,
passou a fazer parte do domínio internacional.

Principais paradoxos do século XX:


– Estados com grandes riquezas e desenvolvimento tecnológico mas também estados com
grande pobreza e sub desenvolvimento tecnológico
– Grande globalização dos direitos fundamentais e ao mesmo tempo uma certa
banalização da violência
– Estado Zorro – tirar aos que mais têm para dar aos que têm menos
– A vida que mais vale é a vida já nascida em detrimento da vida não nascida ou nos
momentos finais dela

Hoje em dia, as grandes coordenadas do debate ideológico são:


– A importancia da liberdade, o existencialismo: Jean Paul Satre (existencialismo ateu,
liberdade), Aidega, Maritain (importância da conceção cristã a propósito do
existencialismo), Karl … (devemos relativizar as certezas e ser tolerantes para com os
outros)
– A preocupação da democracia: A importância do pluralismo (traço caraterizador da
democracia ocidental); John Rolls (relativismo e pluralismo; consenso de sobreposição);
Carl Popper (nós podemos sempre aspirar à verdade, com base na postura de que a
melhor teoria expulsa as teorias anteriores, é através da discussão que se chega à
verdade, como é que nós devemos tratar aqueles que são intolerantes? Devemos
responder com tolerância ou intolerância?)
11.Out.2016

Hugan Abermas – Defende uma conceção de democracia onde não interessa o conteúdo, o que
interessa é o processo de obter a decisão. Conceção processual da democracia: O cerne está na
comunicação, na teoria da discussão das ideias:
– Racionalidade da discussão
– Igualdade dos intervenientes
– Peso da maioria
Democracia sem valor e relevância

Zagremelski – Coloca a tónica da democracia na ideia de que tudo na democracia se pode rever.
Não há decisões que não possam ser mudadas, o cerne da democracia está na reversibilidade (tudo o
que se decide hoje, amanhã pode ser alterado). A democracia é um regime que não tem certezas
absolutas. Tudo pode ser objeto de critica.

Democracia humana – Papa João Paulo II – Assenta em 3 ideias:


– Os direitos humanos são o núcleo essencial da democracia
– Afirmação de que a pessoa é o fundamento, é o limite e a razão de ser do poder, da
democracia e do direito.
– A democracia só é verdadeira se tiver um conteúdo de decisão comprometido com esta
ordem de valores, ou seja, se estiver ao serviço da pessoa humana e dos seus direitos.

Democracia no sentido internacional – A democracia é no fundo hoje, uma condição para o


desenvolvimento dos direitos humanos. Não há democracia sem respeitar os direitos humanos e
vice versa. Será legitimo recorrer à força para impôr a democracia? Nunca é legitimo fazer a
guerra para impor a democracia em nome dos direitos humanos porque, a guerra viola os direitos
humanos muito gravemente. Esta clausula literária esta presente na união europeia:
– um estado só pode fazer parte da UE se respeitar os direitos humanos;
– um estado da UE que não respeite os direitos humanos ou viole a clausula democrática
não pode fazer parte da união europeia;

Justiça Social: Não há dignidade humana sem justiça social. Pressupõe redistribuição da riqueza, ou
seja, os que mais têm devem contribuir para o bem-estar dos que menos têm:
– A doutrina social da igreja, onde a igreja aparece como guardiã da tutela da dignidade
humana.

Duas opções norte-americanas acerca da justiça social: Perante a desigualdade social o


que deve o Estado fazer? Uns respondem nada, outros que devem agir. Se nós pretendermos que o
Estado tenha uma postura extrema da redistribuição da riqueza podemos levar a um sistema de
rutura nestes termos: Se os impostos forem de tal forma elevados, chega a um ponto que nós
começamos a pensar se vale a pena trabalhar. A margem do salário que vai para os impostos é tão
grande que chegamos a questionar o esforço do trabalho. Tem de haver um equilíbrio entre o
esforço e a captação monetária.
Como resolver a justiça social?
– John Rawls – Estado Providência, importância da justiça ao nível dos resultados. A
igualdade não pode ser dada como tida à partida, tem também de ser assegurada à
chegada.
– Robert Nosick – Defende o Estado mínimo, autor q está na base do pensamento europeu
neo-liberal. A importância da igualdade está nas oportunidades, a todos deve ser
garantida a igualdade de oportunidade. Se existe igualdade à chegada, isto provoca falta
de estimulo na vida de cada um. Critica o modelo de Rawls: Os senhores têm nota final
correspondente à média dos exames feitos por cada um. Igualdade à chegada. Aqueles
que estudaram muito e tiram 18 valores, tem de conviver com aqueles que estudaram pra
13/12 valores e com os que não estudaram nada e tiveram menos nota. Mas, como o
resultado final é a média de todos, então, a média dá um 12. No segundo teste, todos os
estudantes deixaram de estudar porque pensaram todos que iam ter boa nota uns pelos
outros. A média desce para 9. No final do ano todos reprovaram.

A solidariedade entre cada pessoa, a ideia de que somos guardas dos nossos irmãos.

A crise do Estado Social/Crise da Clausula constitucional:


– Houve excessos do Estado de bem-estar
– Os custos financeiros
– Neo-liberalismo: menos estado=melhor estado
Hoje em dia o Dilema é entre o custo financeiro do bem-estar e os imperativos constitucionais. Há
riscos no Sec XXI:
– O fundamentalismo islâmico mas também o laico (França: proibiu que determinadas
pessoas usem o certo tipo de fato de banho porque é obrigatório pela religião.)
– Ideia da liberdade sem limites e por isso mesmo o relativismo, tudo é possível tudo é
admissivel.
– Deve-se substituir a pessoa pelo individuo: A pessoa e uma realidade incluída na
sociedade e o individuo é uma realidade sozinha
– Negam Deus, negam que existe algo de definitivo e negam tudo o que não tenha ver com
a ciência e a técnica
– Existência de uma democracia sem valores, acética, sem conteúdo. Tributária do
pensamento de Abermas.

Estado de Direitos Humanos:


– Estado que se alicerça na pessoa humana: pessoa inserida no valor da dignidade da
liberdade e na ideia de justiça como limite ao poder;
– Pessoa com base no pensamento Kanteano: a dignidade não tem preço e cada pessoa é
sempre um fim em si mesma e nunca pode ser usada como uma coisa;
– As conceções existencialistas: a valorização do individuo, da pessoa concreta.
– Tripla acessão da pessoa humana: Cada um de nós é ao mesmo tempo: individuo,
membro da sociedade e por fim é também parte da humanidade.

Pessoa enquanto individuo: Cada um de nós como individuo é uma realidade, uma
identidade biológica própria, tem uma dimensão física e psíquica própria, torna-nos únicos e é por
isso que não é possível existir a clonagem. O nosso genoma integra o género humano e por isso
todos nos participamos da mesma dimensão humana. Igual dignidade de cada um de nós.
Por outro lado, é uma realidade inata e inalienável, ninguém pode renunciar a sua categoria
como pessoa. A personalidade jurídica é consequência de sermos seres humanos.
Os direitos nossos como indivíduos, são eles o limite e fundamento do poder. O poder não
pode violar os nossos direitos individuais e só existe em função da garantia deles. Há direitos
humanos universais, e direitos humanos sociais (Mínimo de existência condigna, direito à saúde, ao
trabalho, educação etc).
Cada um de nós existe e vive em sociedade, é esta dimensão que coloca os problemas
constitucionais mas também coloca o conceito de nação: conceito cultural, espiritual, é no fundo
aquilo que une um conjunto de pessoas em termos de identidade cultural. Corresponde no fundo ao
espirito do povo: a ideia de que há um passado comum, uma língua comum, uma religião comum.
Normalmente, quando há uma consciência nacional, surge um Estado; Por outro lado é possível que
o mesmo estado seja composto por variadas nações. Tem uma projeção democrática, dá origem a
normas constitucionais. A nação é a fonte de vontade constitucional e pode produzir normas de
natureza constitucional; povo: é o vinculo jurídico que une uma pessoa a um Estado. Permite
diferenciar a figura do estrangeiro ( todo aquele que tem um vinculo de cidadania de um outro
estado que não o português) do apátrida ( aquele que não tem vinculo que o faz membro de um
povo); a cidadania é um direito fundamental consagrado na carta dos direitos humanos e na
constituição portuguesa. O principio geral hoje consagrado na constituição portuguesa é tentar
equiparar os nacionais com os estrangeiros (acabar com o racismo).

Pessoa humana enquanto membro da humanidade: Todos nós fazemos parte da familia humana
(expressão da carta das nações unidas). Valores de fraternidade e solidariedade, a humanidade é um
espaço de direitos e deveres. Cinco conceitos que hoje operam a humanidade:
– como património humanitário
– conceção dos conflitos armados tornar a guerra mais humana
– assistência humanitária
– conflito armado humanitário: intervenção da sociedade internacional para garantir o
respeito por regras minimas de direitos humanos
– crimes contra a humanidade, condutas que pela sua violencia e radicalismo chocam toda
a humanidade.
17.Out.2016

Estado de Direitos Humanos... Porquê?


– O núcleo do poder politico é apostar no respeito e na promoção dos direitos
fundamentais (não são todos mas apenas aqueles que dizem respeito à dignidade da
pessoa humana);
– Chama-se de Estado de Direito Humano ao invés de Estado de Direito Fundamental
porque, as ultimas decadas levaram a que se trate como direito fundamental, realidades
que pouco têm de fundamental. (p.ex:o tempo de antena dos ovos de codorniz ??). Há o
enfraquecimento da expressão ''fundamentalidade);
– As pessoas coletivas (agrupamento de pessoas, associação p.ex) também têm direitos
fundamentais. Há uma diferença entre os direitos fundamentais das pessoas singulares e
das pessoas coletivas;
– Cada vez mais há uma certa criação de direitos fundamentais que não estão ligados a
pessoas em concreto. Há uma certa despersonalizaão do individuo em concreto (p.ex.:
Direito ao ambiente ou ao património culturak). Há uma elevação de interesses difusos à
categoria de direitos fundamentais;
– Cada vez mais há novos direitos que, muitas vezes entram em conflito com direitos já
existentes;
– Nas últimas décadas assistes-se à criação de direitos ''fundamentais'' contrários à
dignidade humana. P.ex.: Direito a prostituição ou, legalizar um partido politico que
defende as situações em que a pedófilia é entendida como um direito;
– Na constituição portuguesa, a lei ordinária, o direito internacional pode criar novos
direitos fundamentais. Esta criação nunca é ilimitada, e interfere com os direitos já
existentes. Quando a constituição portuguesa tem a cláusula aberta para a criação de
novos direitos fundamentais, há perigo iminente para os já existentes;
– Os direitos fundamentais envolvem obrigações: Defesa, garantia e respeito dos direitos
fundamentais por parte do Estado; O Estado tem uma função de prospeção social (deve
criar condições que satisfaçam certos direitos fundamentais); Proteção perante terceiros
(Estado deve garantir que cada um de nós tem os seus direitos protegidos face a outros);
Combater a descriminação (O Estado deve implementar a igualdade).
– Todos os direitos fundamentais têm custos. Não há direitos de borla. Por isso é que
quando há crises, alguns desses direitos não podem ser satisfeitos.

Traços caracterizadores do EDH: (NEM TODOS OS ESTADOS INCLUEM ESTES 6


ELEMENTOS)
– O Estado de Direitos Humanos é um modelo de sociedade politica alicerçado no
respeito pela dignidade da pessoa humana: Sintese do contributo da conceção
judaico-cristã, de Pico Della Mirandola, Kant e existencialista. Qual o sentido
conceptual desta dignidade? O ser humano é sempre um fim em si mesmo; cada ser
humano é uma realidade unica e irrepetivel e, não é o Estado que confere a dignidade a
cada um de nós, mas sim nós mesmos que, por sermos pessoas temos uma dignidade que
se impõe ao Estado; A dignidade é independente da consciência e da compreensão; A
dignidade é irrenunciável, exige respeito pela integridade física, pela vida e pela
integridade psíquica. Não há dignidade sem liberdade; Exige condições materiais dignas
de vida, exige também respeito pelo espaço prórpio de cada um, imune da intervenção
de terceiros; Exige ainda, segurança na sociedade; Envolve um primado do ser sobre o
ter; Exige um poder limitado pelo direito. Qual a sua função na constituição? - É uma
síntese da ordem de valores, é o primeiro valor do ordenamento juridico, é um valor
absoluto, exige um respeito geral e funciona como fundamento divino. O poder existe
em função da proteção da dignidade humana. Tem uma vertente vertical, ou seja, a
projeção da nossa dignidade perante o poder; Dimensão horizontal, isto é, eu tenho de
respeitar a dignidade dos outros bem como eles têm de respeitar a minha; Vertente
autorreferencial, isto é, a dignidade vincula-nos a nós próprios, nenhum de nós pode
rejeitar a sua dignidade. A dignidade tem uma vincularidade universal, ou seja, é a
matriz da declaração universal dos direitos do homem, da organização das nações
unidas. A dignidade é o nucleo mais relevante do IUS COGENS. O respeito pela
dignidade humana existe desde que existem seres humanos.
– Está comprometido na garantia e defesa da cultura da vida: Inviolabilidade da vida
humana, desde que exista vida não é possível violá-la arbitrariamente; Proibição da pena
de morte; A cultura da vida pressupõe o livre desenvolvimento da personalidade e que a
investigação cientifica e tecnologica está ao serviço da pessoa humana;
– Vinculação internacional à tutela dos direitos fundamentais: O Estado reconhece que
há instancias internacionais que garantam os direitos fundamentais; O direito
internacional não só tem declarações de direitos como tem tribunais internacionais;
– As normas constitucionais têm uma eficácia reforçada: 1º as normas sobre direitos
fundamentais gozam de aplicabilidade directa; 2ª Todas as entidades publicas e privadas
estão vinculadas a respeitar as normas sobre direitos fundamentais; 3ªa máxima
efectividade interpretativa; 4º Não é possivel retroceder na garantia dos direitos
fundamentais sem justa causa
– Alicerça-se no poder politico democrático: Democracia comprometida com uma
ordem de valores.
– Tem uma ordem juridica axiologicamente justa: A justiça serve para garantir os
direitos face ao poder.
Desafios colocados ao EDH:
– Existencia, ainda hoje, de conceções totalitarias que ameaçam o EDH;
– Desenvolvimento de uma cultura de morte, ou seja, uma cultura que no fundo faz o
eclipse do valor da vida, que defende valores que não são os do direito à vida;
– Hiper valorização do principio maioritário (a maioria não é critério de verdade
– Degeneração do processo cientifico e tecnologico, ou seja, a ideia de que não estão ao
serviço do ser humano;
– A ideia de que todos nós somos sempre culpados de alguma coisa;
– A globalização põe em causa a privacidade e, por outro lado, põe em causa tbm a
possibilidade da manipulação da informação;
– Intolerância social, religiosa, politica;
– O Estado de Direitos Humanos não está completamente garantido.

Não esquecer que cada direito envolve um dever. Devo ter o direito de ser respeitado e devo
respeitar. Todos os direitos têm sempre custos. Não há direitos de borla, todos têm um custo...
Uns mais do que outros.

18.Out.2016

O Estudo do Poder Político:


O poder é sempre uma disponibilidade de meios para se alcançar um determinado fim ou
fins. Tem sempre a ver com uma definição unilateral, uma definição imperativa, imposição
unilateral de um comportamento, de uma conduta ou de um controlo de uma fiscalização. O poder
envolve sempre o exercício de uma autoridade; essa autoridade envolve um dever de obediência.
Não há poder sem autoridade e não há autoridade sem imposição de um comportamento. Quando
não há obediência a autoridade fica enfraquecida e o poder pode deixar de ser poder. Por vezes o
poder fica destruído quando é sistematicamente e reiteradamente desobedecido.
Existem vários tipos de poder:
– Poder expresso, visível – aquele que se sabe que existe e é transparente
– Poder oculto – aquele que não se vê
Os que fazem o poder visível podem estar a ser manipulados pelos fazedores do poder oculto
– Poder formal – Aquele que está regulado pelo direito
– Poder informal – Aquele que não está regulado pelo direito, surge de modo factual,
assente na prática, não é de natureza juridica.
– Poder factual – A revolução é um facto, não está regulada pelo direito mas é a fonte por
excelência do direito constitucional.
5 principais áreas de poder natural:
– Poder politico
– Poder económico – artigo 80 da constituição – impõe como principio fundamental a
subordinação do poder económico ao poder politico
– Poder religioso – Respublika cristiana e o poder do papa ou, a republica do irão
– Poder informativo – Um dos grandes novos poderes porque, quem tem info controla a
decisão. Especialmente apetecível pelo poder politico e economico.
– Poder cientifico ou tecnologico – muitas vezes as decisões são condicionadas pelas
opções politicas e tecnologicas

– Poder inter-privados:
– Poder dos pais em manter a educação em relação aos filhos menores;
– Relação laboral entre a entidade empregadora e o empregado

O que é o poder politico?


A política é uma atividade humana que tem como objeto a conquista, a manutenção e o
exercício do poder politico.
Ao poder politico concreto a definição: as opções essenciais da coletividade. Quais essas
opções? Numa sociedade podem se colocar 3 grandes questões:
– Quais são os objetivos da vivência comum? Da existencia da sociedade?
– Quais as soluções que concretizam esses grandes objetivos?
– Quem os define? Quem define os objetivos e as soluções?
Por vezes, mais importante de que saber quais as soluções e objetivos é quem os define
porque, a questão de saber quem é o sujeito que define tudo isso parte de uma particularidade:
Numa sociedade organizada, nem todos podem definir os objetivos e as soluções.
Todos nós cidadãos, somos chamados a definir a escolha da solução ao objetivo.
ex.: 3 opções, A B e C. Quem vota em A, não pretende nem B nem C, etc... Imaginemos que
o resultado eleitoral aponta para ganhar A, significa que quem vai definir os fins e os meios é A.
Mesmo quem votou em B e em C terá de obedecer a A - Acatamento das decisões de A.
Supostamente, para manter o equilíbrio democrático a maioria é que ganha. Mas, para que
tudo funcione, é necessário que a maioria assente paradoxalmente na ajuda à minoria. Porque, se a
minoria não tiver a esperança que mais tarde será maioria, então pode tudo ruir. ex.: luta armada,
mecanismo de expulsão do poder vigente.
Qual o instrumento que define as regras do jogo? A constituição!
Quais os problemas históricos que o poder politico tem colocado?
– Problema da sua origem
– Conceção teológica: Todo o poder vem de Deus (Divina): para uns o poder vem
diretamente de deus (conceção absolutista), para outros, o poder vem de Deus mas
através da mediação do Papa (medieval) // Conceção de que todo o poder vem do
Diabo (Diabólica)
– Conceção democrática: O poder vem do povo com três variantes: Enquanto
coletividade (soberania popular) // Não do povo enquanto coletividade mas sim da
nação, enquanto realidade abstrata, cultural, que se projeta no tempo (soberania
nacional)
– Conceção que diz que todo o poder vem de Deus mas através da mediação do povo.
D.João IV e D.João I
– Problema dos fins do poder politico:
– Os fins do poder politico não se podem identificar nunca com os interesses dos
titulares do poder
– Os fins do poder politico são ''bem comum''. O interesse publico é o fim do poder
politico:
– Assente numa visão personalista – A pessoa humana o centro justificativo do
poder politico, a razão de ser do poder comum
– Uma conceção trans-personalista – O Estado é mais importante que a pessoa.
Ela realiza-se nele. TOTALITARISTA
– Limitação do poder
– Destruir o Estado (conceção anarquista)
– Como se pode limitar?
– Conflito permanente entre o direito e os factos → O direito quer sempre
disciplinar os factos, regular os factos. Mas os factos muitas vezes não se
deixam regular por ele e impõem-se as normas escritas; ganham juridicidade.
Produz dois fenomenos: Normas juridicas escritas podem perder
efectividade, ou seja, existem mas são desvitalizadas. // A norma escrita é
substituída por uma norma não escrita. O facto deixa de ser facto e passa a
ser direito.
– Qual o melhor governo? Para Platão o governo do sábio, para Aristóteles o
poder limitado pelo direito. Num Estado de direito não há duvidas, num
estado constitucional o melhor é o poder limitado pelo direito. Mas há dois
tipos de estado de direito: Estado de Direito em que o poder faz as normas e
se submete a elas, auto-limitado – Estado de Direito Formal // Estado que não
está apenas limitado ao direito que ele próprio cria mas também a um direito
emanado de entidades exteriores a ele que o limitam e condicionam – Estado
de Direito Material
– Separação ou divisão de poderes
– Legitimidade dos titulares do poder politico: O que torna o poder legitimo? O poder
pode ser legitimo pelo titulo, isto é, o poder pode ser legitimo por aquele que conquistou
de forma valida ou pelo modo como é exercido. A legitimidade pode estar aliada ao
carisma de quem exerce o poder; pode ser um poder de base tradicional (legitimo porque
corresponde a uma tradição); pode ser legitimo porque é racional (se obedece à
constituição).
Como é que se regula o poder politico?
– A regulação do poder politico pode ser feita através de normas escritas ou não escritas
– Há formas jurídicas mas também normas não jurídicas que regulam o poder (normas de
natureza moral)
– Factos juridicos – ex.: Até há um ano atrás, nenhum candidato a primeiro ministro que
não tivesse ganho as eleições podia ser primeiro ministro. Neste ano, quem não ganhou
foi primeiro ministro – Precedente – Modo como anteriormente uma determinada
questão cria uma pauta de previsão para casos futuramente identicos
– Tensão permanente entre a normatividade oficial e não oficial (normas juridicas
publicadas no jornal oficial da republica VS normas não escritas que as vezes são as que
são efetivamente aplicadas). As normas não oficiais que contrariam a normatividade
oficial serão validas ou invalidas? São válidas. A função delas é substituir as normas
escritas mesmo ao nível da constituição.

Principais formas de expressão institucionais do poder politico:


– Poder politico com expressão na comunidade internacional – ONU
– Integração supra-nacional – UE
– Instituição Estado – Plano interno – Principal fonte do poder politico

3 aceções de estado:
– Estado soberano, sujeito de direito internacional
– Estado coletividade – enquanto titular do poder constituinte – sujeito de direito
constitucional
Estado pessoa coletiva de direito publico – sujeito de direito.

24.Out.2016

A evolução dos poderes de estado:


O liberalismo: é com a revolução francesa de 1789 e com as revoluções portuguesa de 1820,
que se estabelecem os grandes parâmetros da realidade constitucional. 3 grandes princípios da
revolução francesa:
– Constituição em sentido formal;
– Importância da separação de poderes, limitação do poder, garantia dos direitos
fundamentais;
– Principio da igualdade perante a lei.
4 períodos de estado:
– Estado pré-liberal: Historicamente, foi o que mais tempo ocupou// Dois subperiodos –
Os modelos pré-liberais anteriores ao estado europeu moderno: aquele que se alicerça no
pensamento de Jean Bodain, teorizador da ideia da soberania (ninguém está superior ao
poder do rei e os estados estão independentes da respublika cristã) Quatro tipos de
estado: Estado Oriental - estado que vai do terceiro ao primeiro milénio antes de cristo)
pérsia, Mesopotâmia, regime antigo (ampliação territorial, poder politico centralizado,
poder politico confundido com o religioso, poder de forte intervencionismo, poder com
ausência de noção de direitos dos cidadãos); Estado grego que vai do sec VI ao sec III
a.C - Estados de reduzida dimensão territorial; Pátria dos principais conceitos ainda hoje
existentes ao nível do direito constitucional – Democracia, igualdade, responsabilidade
política, limitação do poder e liberdade); Estado Romano do Sec II a.C ao Sc IV d.C -
em termos territoriais uma síntese entre os dois anteriores (reune o poder central e o
local; poder civil e militar; ditadura, cesarismo; ordem axiológica judaico-cristã); Estado
medieval ao corporativo – Sec V ao XIV - há mesmo estado? O que nós assistimos
correspondente à queda do imperio é considerado estado? Há uma fragmentação do
poder politico ou feudalismo politico – o poder politico está dividido entre o rei, um dos
senhores (o senhor dos senhores) mas tbm entre o poder eclesiastico, poder municipal,
ou seja, o estado para alem dos senhorios, há 4 desdobramentos e aquilo que assistimos
ao longo de todo o estado medieval é a tentativa do rei de centralizar todo o poder
(sucesso dos portugueses insucesso dos ingleses)/Há uma aliança estrategica entre o rei e
a burguesia// Modelo de conflitualidade permanente, a dispersão do poder politico gera a
tensão permanente; O estado está dividido em classes: por um lado, o rei a nobreza o
clero e a burguesia mas tbm há uma organização social em função das profissões de cada
um. Modelo posto em causa por Jean Bodain, em função do conceito de
soberania;Estado renascentista/Barroco – Estado de expansão ultra-marina; Intervenção
economica com expressão no mercantilismo e protecionismo; Concepção judicial do
poder; Estado iluminista sec XVIII e sec XIX: Centralização completa do poder politico
nas mãos do rei; Estado em que a centralização do poder no rei confere-lhe uma
superioridade e poder ilimitados; Forte intervencionismo do Estado, estado que não só
dirige como fiscalização a exaustão, a conduta dos populares no plano social, cultural e
financeiro

– Estado liberal: Começa com a revolução francesa:


– Separação de poderes
– Supremacia da lei: 2 vias, via de Russeau a lei é a expressão da vontade geral;
Montesquieu, a lei é a expressão da superioridade da lei, da vontade do
parlamento
– Igualdade de todos perante a lei
– Importancia da proteção dos direitos fundamentais
– Abstencionismo do estado por oposição ao forte intervencionismo absolutista:
Tese que levou o estado a garantir a mais a liberdade, intervindo menos.
O estado liberal surge entre dois conflitos politicos: O primeiro é entre a legitimidade tradicional
(os legitimistas preferiam um modelo anterior a revolução) e os defensores da revolução; O
Segundo conflito é dentro dos liberais entre os que apostavam na importancia do rei e do principio
monarquico limitado pela constituição e os que defendiam a democracia e que apostavam no poder
politico e não monarquico.
Fases do liberalismo:
– Fase revolucionária;

– Momento da restauração (Benjamin Constant)

– Modelo de compromisso entre legitimidade monarquica e democratica (1830 –


frança monarquia de judo – Quem modifica a carta é o parlamento e só entra em
vigor com a sanção do rei)

– Predominância da legitimidade democrática – Exportação do modelo revolucionário


fazendo com que o liberalismo seja aplicado noutros paises a força, ou seja, através
das invasões francesas; Surgimento do primeiro fenomeno de descolonização ou seja
territorios ultramarinos europeus ganham independencia, sendo a primeira no
continente americano (brasil e colonias espanholas) levantando problemas de
legitimidade (santa aliança p.ex.); Principio das nacionalidades numa formulação
que correspondia ao entendimento de que a cada nação deve corresponder um
estado, por isso, o principio da nacionalidade esta na base dos dois principais estados
europeus, o alemao e o italiano; Questão social, ou seja, o liberalismo politico sofre
os efeitos de uma exploração do ser humano por questões economicas fazendo com
que fosse combatido pelas conceções socialistas e a doutrina social da igreja.
– Estado anti-liberal: Sintese de coneceções anti-liberais, nega a separaçao de poderes, a
importancia do parlamento como instituição central, é anti-individualista, nega a
relevancia dos direitos fundamentais de todos e tem no fundo 4 principais manifestações
historicas:
– Estado sovietico – assenta nas ideias da rev russa de 1917, marxismo e
leninismo, relevancia da estrutura economica da sociedade, ditadura do
proletariado, do modelo economico de direção central, luta de classes, imfluencia
de russeau, legalidade socialistas
– Estado fascista – origem nos anos 20 do sec XX com dominio nos anos 30,
alicerçado no pensamento de Mussolini e caracteriza-se pela natureza anti-
parlamentar, anti-democratica, anti-liberal e anti-abstencionismo, é um estado
assente no corporativismo da sociedade;
– Modelo nazi – pensamento hitleriano, estado comungador das caracteristicas
anti-individualistas, naturalistas,etc, conceção de hegemonia racial, conceção de
hegemonia com o destruir de todos os que não comungavam esta hegemonia de
uma conceção de desvalorização e hierarquização de raças. Vocação de espansão
bélica ainda que cumprindo a legalidade formal.
– Modelo do estado chinês – Assente num partido unico, estado mais ressente,
surge em 1949, é um modelo de comunismo: influencia do pensamento maoista e
depois da revolução cultural, a adaptação do modelo para politicamente
continuar fiel ao partido único mas em termos economicos a abertura ao mundo.
Tudo ensaiado na experiencia de hong-kong e macau. Antigas colonias britanicas
e portuguesas q transitaram para a esfera politica chinesa. Mostra como é
possivel conciliar o modelo capitalista com o comunismo totalitario.

– Estado pós-liberal: Estado social – surge com a constiutição mexicana de 1917 e com a
alema de 1919 e com o pos 2ª guerra; Importancia do parlamentarismo, separação de
poderes etc; Aprofundamento dos direitos sociais e da demo participativa;
intervencionismo e garantia dos direitos sociais atraves do Bem estar social; Saber se o
estado social no final dos anos 80 do sec XX n tera dado origem a um estado pos social
ou neoliberal: é o resultado da crise do excesso de intervencionismo do estado ''menos
estado melhor estado''; é o estado que promove as privatizações, que vive a partir de
2008 a crise financeira que determinou a redução do estado e prestacional do estado, o
estado que vive hoje uma crise da democracia, há uma demo distante do povo, capturada
. O estado mais evidente dessa crise é a abstenção, o grande problema da democracia, a
auto-marginalização da democracia. Há anos atras todos lutavam pelo direito de voto,
hoje em dia ninguem vota; A constituição apesar de politicamente haver uma defesa
liberal luta contra ela através da ..?

25.Out.2016

Fragmentação do Estado
O Estado é hoje, depois de todo o processo evolutivo, uma realidade fragmentada:
– Internacionalização de matérias: à luz das cartas das nações unidas, art 2º no 7.
Existência de domínio reservado aos estados: Nestes últimos 70 anos ocorreu uma
redução do domínio reservado dos estados, ou seja, as matérias dos domínios do estado
passaram a ser matérias internacionais. Deu-se uma erosão do domínio reservado dos
estados;
– Que dominios integram o territorio de um estado? Nos anos 40, 50 e 60, portugal
defendia que os seus territorios ultra marinos eram parte do imperio portugues. Depois
as Nações Unidas, no final dos anos 50 e inicio dos 60 entenderam que a qualificação de
um territorio que estava sob a dependencia de outro estado, eram colonias. Portugal dizia
que os territorios ultra-marinos faziam parte do país, no entanto, os EUA obrigaram-nos
a deixar os territorios
– Crimes contra a humanidade: Genocidio contra a população, diz respeito a toda a
comunidade mundial e não só ao país em questão;
– Soberania partilhada: Há espaços territoriais que não são pertença apenas de um país
p.ex.: ZEE (zona economia exclusiva, não é só economica nem exclusiva do respetivo
estado, até porque para alem do espaço costeiro a que está encostada, todos os outros
têm hipotese de beneficiar dela)

Globalização: Mostra hoje a impotência do estado, ele não é capaz de dar resposta a
multiplos problemas. p.ex: uma crise financeira à escala mundial; a crise económica mundial;
combate à droga; combate ao tráfico humano; combate à epidemia; controlo da internet; controlo de
fluxos financeiros de um estado para determinadas entidade; combate ao terrorismo.

Integração supranacional: Há estados que em termos regionais se inserem dentro de


estruturas internacionais que têm uma supremacia sobre os respetivos estados, por exemplo,
integração europeia e papel da união europeia:
– Há matérias que deixaram de ser do estado e passaram para a decisão da união europeia,
ou seja, o estado foi expropriado;
– A matéria é partilhada entre o estado e a união europeia. p.ex: o contrato que a união
europeia está a fazer acerca do dinheiro que portugal deve a ela.
– Co-administração: administração conjunta entre portugal, os restantes membros da união
europeia e ela própria.

Os novos agentes internacionais: São uma realidade dos ultimos 10 anos, não têm sido
tratados nos manuais doutrinais. Entidades privadas que são ou que têm um espaço de atuação no
campo internacional, ou seja, que escapam ao dominio do estado. ex.: As organizações não
governamentais, algumas delas são organizações que têm um espaço de intervenção na área do
desporto (FIFA, UEFA). A entidade que controla os dominios da internet (entidade privada que não
está sob o dominio do estado); As agencias de ranking, condicionam os termos em que o estado tem
acesso a financiamento internacional.

Neo-feudalização interna: Hoje, o estado concorre com entidades publicas inferiores ao


estado que reivindicam mais matérias financeiras que permitem as decisões contribuindo para o
enfraquecimento do estado. Protagonistas desta neo-feudalização politica: Regiões autónomas,
universidades publicas, etc.

A tentativa de assalto: Quando, por exemplo, a igreja tenta captar capital do estado e
influenciá-lo.
Colonização partidária do Estado: O Estado por vezes torna uma colónia dos partidos
políticos, por exemplo, o estado rosa, o laranja, etc. É a tentativa dos partidos políticos tentarem
capturar o próprio estado. Por vezes quem decide nem são as estruturas estatais, são as estruturas
partidárias.

Estrutura do Estado

Quais os elementos do Estado?


– Elementos Materiais:
– Povo: Todo aquele que tem um vinculo juridico com o Estado, designa-se nas
pessoas singulares por cidadania, nas pessoas coletivas nacionalidade;LEI 37/81 de 3
de Outubro, segundo a ultima versão. NUMERO 9/2015 de 29/07; Diferença entre
povo e população: Povo é conceito juridico, é o substrato de um estado, pressupoe
um vinculo de cidadania e nacionalidade; população é um elemento de natureza
quantitativa, integra a população do estado todos aqueles que residem no estado,
estrangeiros ou apatridas; Um portugues que seja emigrante em frança é portugues
mas fará parte da população francesa. O povo permite diferenciar a existencia de um
direito fundamental de todos nos que é a cidadania. Cidadão originário vs não
originário: é originário aquele que adquiriu a cidadania através do nascimento, o não
originário é aquele que a adquiriu atraves de casamento ou naturalização. A
cidadania activa, os eleitores, titulares de direitos politicos; Cidadãos não ativos,
aqueles que não são titulares de direitos politicos; Progressiva afirmação de
identidade entre cidadãos, estrangeiros e apatridas, permitindo a luz da constituição
identificar um principio de equiparação resultante do art 15,1 e diz-nos que todos
têm os mesmo direitos e deveres. O art 15 está estruturado em termos de regras e
exceção, ou seja se o nro 1 define que todos tem os mesmos direitos e deveres o nro
2 vem aplicar uma exceção. O numero 3 vem aplicar uma exceção à exceção (VER
ESSE ARTIGO SENÃO CONTINUAS BURRA). Povo vs Pátria: Pátria é a
afetividade de alguém a um determinado estado mesmo não sendo nacional desse
mesmo estado. CIDADANIA: compete a cada estado definir quem são os seus
nacionais;Em portugal a cidadania só se perde por um acto de vontade, ninguém a
pode perder como sanção; a naturalização de um pt como sendo de outro estado,
nunca impede a portugal a cidadania potuguesa, ou seja, imagine-se que quer ser
americano, depois continua a ser portugues; a perda da cidadania portuguesa nunca é
irreversivel. Se uma pessoa tem várias cidadanias mas tem residencia no territorio de
um desses estados mas vive em espanha, em portugal vai ser tratado como espanhol.

– Território: Um elemento essencial para o exercicio da autoridade, só lá ele tem a


permitude do seu poder, é uma area especial para se garantir e efetivar os direitos das
pessoas; é a base da identificação da comunidade humana, e limite à autoridade do
poder. O Estado pode exercer autoridade fora do seu território atrvés das situações de
extraterritorialidade: quando há areas fora do territorio do estado em que ele goza de
autoridade, p.ex: as embaixadas e os consulados dos respetivos estados. Um sujeito
que desencadeou o escandalo do eclipse estava refugiado na embaixada do equador
em londres. O territorio do estado para traçar fronteiras.
– Poder Político
– Elementos Formais:
7.Nov.2016

Na confederação os estados confederados mantêm ainda alguma soberania na ordem


internacional e os estados federados não, têm apenas soberania nacional.

Estados Federais:
- Cada cidadão está sujeito à ordem jurídica do estado federado (aquele onde nasceu,
reside, onde se encontre) mas também à ordem jurídica do estado federal. A constituição federal
estabelece aquilo que é competência da união e tudo o que não for da competência dela é dos
estados. Teoria dos poderes implícitos – Atribuir implicitamente os meios para chegar aos fins.
- Existência de uma constituição federal, permite não só definir a competência como
ela é, também, a garantia dos estados federais. É ela que define a competência das competências. É
lá que está a regra primeira da repartição da competência entre a união e os estados federados.
Const. NA – Estabelece o principio da igualdade entre os estados, ou seja, têm sempre o mesmo
numero de representantes no senado (2 por cada estado, independente do numero de senadores de
cada estado e da população); Existem mecanismos em que existem regiões autónomas que têm mais
poder que certos estados federados.\
- Dualidade de soberanias: No plano externo, só há um estado soberano (o federal):
Só ele pode ter representação diplomática, só ele pode ser representado na ONU. Os Estados
federados têm soberania no plano interno, ou seja, cada um tem o a sua constituição (p.ex: os
estados unidos têm 50 constituições federadas e uma federal): Estas constituições têm de estar
sempre de acordo com a principal constituição, ou seja, a federal.
- Há uma prevalência federal: 1. É a constituição federal que fixa os princípios a que
devem obedecer os estados federados; 2. Compete ao órgão supremo jurisdicional (Supremo
Tribunal Federal) definir o que é constitucional ou não; 3. As relações externas, a segurança e
defesa estão nas mãos do estado federado; 4. Prevalência do direito federal e do órgão executivo da
federação (Presidente dos Estados Unidos).

Há quem defenda que entre o estado unitário e o federal há a meio o estado regional. Aquele que é
composto por regiões autónomas: integralmente composto por regiões autónomas, ou parcialmente
composto por regiões autónomas. ‘’No Estado regional fica a meio caminho até ao estado unitário
porque a constituição é a mesma para todos mas há uma diferença político-administrativa’’:
- Não se pode falar em estado regional quando ele não está dividido em regiões autónomas
na sua integra.
- As regiões autónomas diferenciam-se dos estados federados porque estes têm poder
constituinte próprio e soberania no plano interno enquanto que as regiões autónomas não, ou seja,
os estatutos das regiões autónomas são leis do estado.
- Há regiões autónomas que têm mais poder que certos estados federados. Ex.: as
comunidades autónomas espanholas têm mais poder que os estados da federação brasileira. As
nossas regiões autónomas têm mais poder de negociação autónoma que certos estados federados.

Tipos internacionais de estados:


1. O estado soberano – Soberania relativizada, internacionalizada, europeizada. O Estado
soberano é um estado com personalidade internacional, com competência
internacional em termos de direito de ligação (tem direito de receber e enviar
representantes diplomáticos), tem direito de reclamação internacional, de celebrar
contratos internacionais, tem direito de estar representado na ONU e de fazer a guerra.
2. Estados não soberanos – Estados federados porque não são soberanos no plano
internacional
3. Estado semissoberano - Estado vassalo: Andorra em relação à Espanha e França; Estado
Protegido: Marrocos em relação à França e Espanha; Estados membros de uma
confederação (estados confederados); Estado exíguo (pequena dimensão): Vaticano,
Mónaco; Estado neutralizado: Áustria na sequencia do acordo de 95 que lhe devolveu a
independência
4. Falsos Estados: Situações em que há a utilização da palavra estado, mas na verdade não
o são. Ex.: quando as colonias indianas eram portuguesas mas chamadas de Estado
Indiano e na verdade não eram estado.

Como é que o Estado exerce o seu poder?


Quais os fins do Estado?
1. A segurança: é uma das principais razões que leva à existência do estado. Passa pela
defesa de 3 realidades:
a. Pressupõe paz no plano interno e externo, e o estado deve garanti-la;
b. Exige estabilidade, isto é, pressupõe continuidade da ordem jurídica e é contra
as mudanças abruptas no ordenamento jurídico. Presspoe um principio de não
retroatividade da lei sempre que a lei é lesiva para as pessoas
c. Proteção da confiança, isto é, a previsibilidade na mudança, a não frustração das
expetativas.
2. A justiça: A razão de ser do próprio estado e poder, pressupõe que a segurança esteja
garantida tho. Está intimamente relacionada com a igualdade. Pressupõe que a lei seja
igual para todos sem descriminações e arbitrariedade na aplicação da lei. Mas tambem
defende uma ideia de proporcionalidade. Não é apenas formal mas também material:
a. Onde não há justiça nada diferencia o poder de um bando de ladroes (Sto
Agostinho)
b. Coloca o problema do dever de obediência perante leis injustas (será licito ou
não?)
3. O bem-estar: Não apenas o material, mas também o imaterial que tem também uma
dimensão temporal. Tem a ver com o pressuposto: O estado não pode ser indiferente
às necessidades das pessoas, ou seja, tem de promover a satisfação das necessidades
coletivas e tem de garantir um mínimo de existência:
a. O estado social é o resultado da evolução histórica e a questão hoje é saber se
por efeitos ideológicos e razões financeiras não se vive a crise do estado social;
b. O estado só deve intervir quando não há leis nem condições se não há bem-
estar.
c. Legitimação pelo êxito: dar resposta às necessidades coletivas.

Para prosseguir a segurança, justiça e bem-estar o estado necessita de por em ação meios que
desenvolvam uma atividade para garantir esses fins: Funções do Estado
1. Nem todas as funções do estado se esgota na prática de atos jurídicos. Ex.: dar uma
aula não é uma função jurídica, mas sim uma atividade de natureza técnica;
2. Nem toda a atuação do estado se traduz na prática de atos. Ex.: a apresentação do
programa do governo não é um ato jurídico.
3. Nem toda a atuação do estado se consubstancia em atuações jurídicas.

Funções jurídicas: Atividades que não envolvem atos jurídicos. Podem ter a ver com a definição das
linhas fundamentais do estado (Função constituinte – Feitura da constituição); (Funções
constituídas – Têm natureza jurídica com fundamento na constituição 1. Legislativa – feitura das
leis e consubstancia as opções jurídicas que devem ser obedecidas de forma imediata pela função
administrativa e jurisdicional; 2. Administrativa – tudo aquilo que é de carater residual, tudo aquilo
que não é lei nem atividade dos tribunais e tem natureza jurídica só pode ser função administrativa;
3. Jurisdicional – a resolução de litígios entre privados ou entre privados e públicos ou entre
públicos. Visa a paz jurídica através da resolução de litígios)
No desenvolvimento das funções jurídicas tal como no desenvolvimento das não jurídicas, há
comunicabilidade. Nas funções jurídicas há, também, funções de natureza politica.

‘’ não ‘’: Função técnica: produção de bens e prestação de serviços onde há utilização de um poder
politico; Podem produzir efeitos de natureza jurídica.

8.Nov.2016

Poderes do Estado (atividade na perspetiva dos instrumentos para alcançar os fins)


Que problemas se colocam em matérias do Estado?
- Será que os meios devem estar concentrados num sistema de concentração de poderes ou
divididos/separados? Para Rousseau, o poder deve estar concentrado; Para Montesquieu, deve estar
dividido. Esta divisão está intimamente relacionada com a limitação de poderes.

Os órgãos do Estado: O poder politico está nas mãos de entidades coletivas, ou seja, precisa de
órgãos para formas e expressar a sua vontade.
TEORIA GERAL DOS ORGÃOS:
Um órgão é um centro institucionalizado que forma e expressa uma vontade que é
juridicamente atribuída à entidade coletiva.
1. Titular - É a pessoa física, que em cada momento ocupa o respetivo órgão. P.ex.:
Presidência da republica é o órgão; o presidente Marcelo Rebelo de Sousa é o
titular. Órgãos colegiais são órgãos que têm mais que um titular, os que são
singulares só têm um titular
2. Competência – Área de poderes, de matérias sobre a qual um órgão pode
formar e expressar a vontade.
3. Cargo ou mandato – o cargo é um nexo, é o vinculo jurídico que liga um titular a
um órgão.

Um órgão é sempre uma instituição, ou seja, perdura sempre para além do seu titular.

Imputação jurídica – A vontade expressa pelo órgão, é entendida como vontade da respetiva
entidade coletiva.

Agente – É aquele que colabora que auxilia o órgão na formação da vontade. Não expressa nem
forma uma vontade imputável à entidade coletiva.

Tipos de órgãos:
1. Órgãos colegiais: para expressarem uma vontade, têm de ter um mínimo de membros
presentes. Esse numero mínimo de membros presentes chama-se ‘’quorum’’ – metade
+ um. P.ex.: Se te 250 membros, só pode deliberar com 126 membros.
Como é que apura a sua vontade? Através do principio maioritário. Que maioria? A
maioria simples – verifica-se sempre que uma proposta recolhe um maior numero de
votos nesse sentido não contando as abstenções para o apuramento da respetiva
maioria. Maioria absoluta – Metade + 1 do quorum ou seja, mais de 50%.(126:2+1) A
maioria absoluta está sempre dependente do quórum, não está dependente do nro de
titulares do respetivo órgão. Normalmente as leis são aprovadas por maioria simples,
mas no que toca aos governos é apurada por maioria absoluta.
Só estes podem ser objeto de dissolução.

Vicissitudes que atingem a competência: Acontece através da intervenção de uma ordem jurídica.

Vicissitudes que atingem os titulares: ocorre quando há doença ou ausência do titular, ou seja, o
problema coloca-se sobre quem o substitui. Ou quando ele morre ou é demitido.
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Termos através dos quais se pode designar os titulares:
- Processos não jurídicos: aqueles que ocorrem à margem do direito. São baseados na
violação das normas jurídicas - 1. O Golpe de Estado (processo de alteração das regras de
designação dos governantes, feito à margem do direito e normalmente pelos titulares do próprio
poder alterando as regras da sua própria designação); 2. Revolta ou Rebelião (substituir os titulares
do poder, normalmente feita por militares); 3. Revolução (alteração mais radical, feita com
violência, feita para marginalizar, para por dedo à vigência das normas constitucionais).
- Processos jurídicos: 1. Herança (a transmissão hereditária do poder, caraterizador dos
sistemas de natureza monárquica); 2. Nomeação (sempre que a designação de um titular de um
órgão é feita por um órgão diferente); 3. Cooptação (designação do titular do órgão feita por outros
titulares do mesmo órgão); 4. Inerência (quando alguém é titular de um órgão por ser titular de
outro órgão); 5. Eleição (processo de designação dos titulares de órgãos feito através da expressão
do voto de uma pluralidade de pessoas).
Eleição e sistemas eleitorais:
1. O sistema eleitoral corresponde ao conjunto de normas que disciplinam os atos
eleitorais.
2. Há uma pluralidade de sistemas eleitorais:
a. Sistema maioritário – O candidato ou lista que vence numa determinada
circunscrição eleitoral, leva a totalidade dos representantes dessa circunscrição.
Ou seja, a lista mais votada é a única que vai ter representantes da circunscrição
eleitoral. MODALIDADES DE SISTEMA MAIORITÁRIO: 1. Sistema maioritário com
sufrágio uninominal (um deputado por cada circulo politico); 2. Sistema
plurinominal (vários nomes por cada circulo politico// Pode conduzir a que
exista um órgão colegial que só tenha representantes de uma determinada
lista).
Pode ser maioritário simples (Reino Unido, onde cada circunscrição eleitoral só
elege um deputado. Ex.: Um deputado tem 79 votos, o outro 78, quem ganha é
o primeiro porque basta a maioria simples).
Pode ser maioritário a duas voltas (França, há uma primeira volta, se ele tem
50% dos votos + 1, mas se acontece que um tenha só mais um ponto que o
outro obriga a uma segunda volta entre os candidatos mais votados.) Pode
conduzir a assembleias monolíticas.
b. Sistema proporcional – Deve haver uma correspondência entre o numero de
votos e o numero de representantes. Só é possível existir proporcionalidade se o
sistema for plurinominal. Pode conduzir ao pluripartidarismo.
c. Sistema misto – Sistema alemão, ou seja, há voto duplo (metade dos deputados
são eleitos pelo método maioritário, metade pelo proporcional). A cada eleitor
são dados dois boletins de voto. Se os partidos não atingirem o mínimo de 5%
em termos nacionais, não entram no parlamento.

O sistema eleitoral condiciona o sistema partidário


O sistema eleitoral e o partidário condicionam o sistema de governo

Princípios a que esta sujeita a atividade decisória do estado:


1. Principio da juridicidade – o poder esta submetido ao direito
2. Deve prosseguir o interesse publico
3. Principio da igualdade
4. Respeito pelo interesse e vontades das pessoas
5. Principio da imparcialidade
6. Principio da justiça
7. Principio da proporcionalidade
8. Principio da boa fé

A atividade decisória do estado nem sempre é prosseguida por ele. Normalmente é de exercício
publico, mas há casos em que é exercida por entidades privadas – Exercício privado de funções
publicas.

Como é que o Estado decide quais são as formas de decisão:


1. Decide sobre a égide do direito publico mas também por via do direito privado
2. O estado normalmente decide por via unilateral, é só a sua manifestação de vontade.
Pode ser em termos gerais e abstratos (leis e regulamentos). Mas também pode decidir
por via unilateral para casos concretos (sentenças dos tribunais, leis medida – actos
legislativos para resolver casos concretos). Por vezes conjuga a sua vontade com outras,
já não perante formas unilaterais mas bilaterais de decisão: Os contratos celebrados
com o Estado e as conveções internacionais que o estado celebra com outras
organizações.

14.Nov.2016

É ou não possível a limitação do poder do Estado?


 Impossível limitar o poder do Estado: O estado é uma entidade soberana, a
soberania por natureza é limitada, por isso já não é verdadeiramente soberana.
 É desnecessário limitar o poder (Platão/Rousseau) – O governo deve ser assegurado
pelo filosofo que é sábio e por isso tem toda a razão.
 Identificação do direito com o Estado (Kelsen) – Todo o direito é proveniente do
Estado e todo o Estado tem sempre direito. Não é bem assim, isto é, é verdade que
todo o Estado gera direito mas nem sempre o direito é proveniente do Estado

Como resolver o problema da limitação do poder?


 O Estado está limitado por valores e princípios jurídicos que transcendem a sua
vontade. São indisponíveis pela vontade do estado, ou seja mesmo que o estado
quisesse não poderia transpor esses valores e princípios.
 O Estado está também vinculado pelo direito que o próprio estado cria. Também é
autor do direito (não de todo mas de parte substancial dele). Reversibilidade das
soluções, não há soluções jurídicas eternas. Isto é, o estado pode sempre modificar
o direito.
 O Estado não está apenas limitado pelo direito, há limites não jurídicos à atuação
dele. Ex.: Limites de natureza ética, a moral como ordem normativa, limitativa dos
governantes; Trato social; Cortesia Constitucional; Atos de natureza politica.

Haverá um direito supra positivo que limita o poder do Estado? SIM:


1. Há direito internacional publico imperativo para todos os estados (IUS COGIS);
2. Há normas fundamentais que correspondem à consciência jurídica geral que não
estão positivados e que se impõem a todos os Estados;
3. Há, para certos estados, mecanismos que se impõem aos estados por vias de
integração supranacional.

A constituição é sempre o limite ao poder do Estado. A origem histórica dela é mesmo


servir de limite.
A constituição como norma fundamental de limite ao poder do Estado: Todo o direito
produzido pelo estado tem de estar de acordo com a constituição. Ela é o limite às funções
constituídas do estado. Ou seja, a feitura das leis, a ação administrativa, etc tem de estar sempre
de acordo com a constituição.

Legalidade: A lei é o limite ao poder administrativo, ao poder judicial.

 O costume é também ele fonte de direito e fonte limitativa do poder do estado: 1. Há


costume de natureza constitucional; 2. Há costume de origem internacional; 3. O costume
pode ser contrario a constituição. (segundo o prof, este faz parte de uma constituição não
oficial que pode ser contrária às normas da constituição escrita).
 Há limitações não jurídicas ao poder do Estado: 1. Decorrente do jogo democrático,
pressupondo partidos políticos que por sua vez pressupõem partidos do governo e
oposição; 2. Os grupos de interesses, isto é, visa influenciar o poder, visa mobilizar,
angariar quem está no poder para satisfazer os seus interesses; 3. A opinião publica, é ela
especialmente importante na limitação do poder, por duas vias: Quer pela via da eleição
do referendo, quer pela...; 4. Os meios de comunicação social, têm hoje um papel
preponderante na limitação do poder.

Mecanismos de controlo do poder:


 Dentro dos próprios órgãos (Mecanismos intraorgânicos)
o No interior do parlamento - controlam o parlamento: 1. Bicameralismo; 2.
As maiorias qualificadas; 3. A organização interna do parlamento ex.: na
composição da mesa do parlamento;
o No executivo – controlam o poder executivo: O executivo é, não apenas
protagonizado pelo governo, mas também tem de contar com a participação
do Presidente da República, ele pode vetar os diplomas do governo... etc.
Compete ao 1º Ministro aceitar os deputados.
o No interior dos tribunais – controlam o poder judicial: Estrutura colegial dos
tribunais; Os juízes estão sujeitos a controlo disciplinar; O principio da dupla
instancia – por via de regra de uma decisão judicial cabe sempre recurso
para outra instancia superior.
 Controlam órgãos sobre outros órgãos (Mecanismos interorgânicos)
o Mecanismos de controlo politico: Controlo do governo pelo parlamento – o
governo pode ser controlado pelo parlamento através da retirada da
confiança no governo (típico dos sistemas parlamentares); Impeachment –
típico do sistema presidencial; Intervenção do senado norte-americano para
a eleição de certos nomes conforme a sua vontade.
o Mecanismos de controlo judicial: Fiscalização da constitucionalidade;
Fiscalização da legalidade; Mecanismos de controlo sobre as pessoas.
 Mecanismos exteriores aos órgãos do estado (Mecanismos extraorgânicos)
o Eleitoral; Eleições periódicas
o Artigo 21 da Constituição – Direito de Resistencia

O governo pode dizer o que quer que o parlamento aprove em matéria legislativa; o governo pode
pedir urgência na intervenção do parlamento. Por outro lado, o sistema francês, pode desencadear o
voto bloqueado – O governo apresenta uma proposta de lei, e os seus deputados, da maioria, podem
estar em discordância. O governo diz que neste voto desta lei, empenha a confiança politica, de
forma que os deputados se votarem a favor dão confiança ao governo, se votam contra, estão a
provocar a demissão do seu próprio governo.

21.Nov.2016

Características do sistema presidencialista:


 O presidente é simultaneamente chefe de estado e governo, com a particularidade de não
existir um governo como órgão autónomo do presidente.
 O sistema assenta num casamento sem divórcio, ou seja, nem o presidente pode dissolver
o congresso, nem o congresso pode destituir o presidente por razões de natureza politica.

O modelo norte-americano articula-se com 2 realidades:


 A separação de poderes, fundamentalmente assentando na ideia de que o presidente tem
o poder executivo, o congresso o legislativo e os tribunais o judicial. A lei só é lei quando o
presidente tem o poder de veto relativamente às leis do congresso por ele aprovadas.
 O poder executivo está concentrado no presidente, mas, o executivo só consegue certas
nomeações com a intervenção do congresso; O executivo só tem como função aplicar as
leis, ou seja, está limitado por ela, mas, os cordões da bolsa expressos no orçamento,
dependem da vontade do congresso.
 O poder judicial está nas mãos dos tribunais, mas estes existem para aplicar as leis. Mas,
não podem substituir a vontade dos legisladores pela sua própria vontade. Os juízes são
designados pelo presidente.
 O sistema de governo norte-americano, para alem da ligação com Montesquieu, está
ligado com a forma de estado:
o Ao nível da alteração da constituição norte-americana, contando com o congresso e
retificação dos estados
o O peso dos estados no congresso, tendo o senado o maior peso decisório
o A forma de estado também se reflete no processo de designação do presidente,
porque pode ocorrer que os representantes dos estados do colégio eleitoral não
tenham a ver com a quantidade de votos em termos nacionais.

Tipos de modelo presidencialista:


 Há modelos de presidencialismo adulterado: ter a aparência de ser presidencialismo mas
não é, porque tem um peso excessivo do presidente. Também usados como desculpa para
esconder sistemas ditatoriais.
 O presidencialismo norte-americano teve 2 momentos de difusão na europa: Na França,
com Luis Napoleão, dando o golpe de estado em 1848, eleito por sufrágio direto
presidente de frança, e proclamado imperador, tornando-se Napoleão III.
 Portugal, foi o 2º país europeu a consagrar o sistema presidencial, com Sidónio Pais (1917).

Modelo Francês da V República (híper presidencialismo)


 A constituição está pensada para a existência de um presidente e da maioria politica do
parlamento sintonizada com a maioria do presidente. O presidente francês tem as
vantagens somadas do presidente norte-americano e do primeiro-ministro britânico sem
ter os inconvenientes deles. Não é o chefe do governo.
 O chefe de governo é o primeiro-ministro que é escolhido pelo presidente da republica. É
um instrumento nas mãos do presidente da republica quando o presidente é
simultaneamente líder da maioria do poder parlamentar.
 A constituição não permite ao PR demitir o PM nem o Governo. O que o PR não pode fazer
como PR, pode fazer como presidente da maioria. Tirando confiança do governo, pode
demiti-lo.
 O presidente francês tem as vantagens do presidente norte-americano: tem poder de veto
sobre os diplomas provenientes do parlamento e governo; quem preside ao conselho de
ministros é o PR (em frança, a designação do PM era presidente do conselho de ministros);
pode instrumentalizar ao cumprimento da sua vontade os membros do governo;
 Tem as vantagens do PM britânico: é o líder da maioria parlamentar controlando o governo
e o parlamento; se o parlamento lhe cria obstáculos, ou dissolve o parlamento ou...?; No
entanto, não tem as desvantagens do modelo britânico, ou seja, nunca pode ser demitido;
 Não está sujeito às desvantagens do NA – pode dissolver o parlamento; participa no
processo de revisão da constituição; o mandato do presidente francês é mais extenso que
o do norte-americano; tem a possibilidade de assumir poderes excecionais, justificando a
situação presente em frança.
 O modelo francês pode funcionar de maneira diferente em casos de coabitação, quando o
PR não é líder da maioria parlamentar. Tem de coexistir entre a maioria que elegeu o
presidente e a parlamentar. Aqui o PR não pode demitir o governo mas pode dissolver o
parlamento quando quiser; pode vetar os diplomas provenientes do parlamento; quem
preside ao conselho de ministros continua a ser ele.

Sistema diretorial:
 Surge com a constituição francesa de 1755;
 Sistema adotado na suíça
 É o mais próximo do sistema presidencial com duas diferenças: 1. Existência de órgãos
colegiais, o executivo não é unipessoal, mas colegial; 2. Não há verdadeiramente uma
figura de chefe de estado.
 Sistema assente numa conceção rígida da separação de poderes;
 O executivo está a cargo de um colégio, diretório.
 Não há responsabilidade politica do órgão diretório, relativamente ao órgão parlamentar e
vice-versa.

Sistema Convencional ou Sistema de Assembleia:


 É a materialização do pensamento de Rousseau, da democracia radical: 1. Rejeita a
separação de poderes e defende a concentração do poder L e E numa assembleia; 2. A
assembleia exerce a totalidade dos poderes por delegação do povo; 3. Todos os órgãos do
estado emanam desta assembleia, ou seja, os órgãos executivos expressam a vontade da
assembleia, sendo eles politicamente responsáveis perante essa mesma assembleia.
 No sistema jacobino (const 1783) e no constitucionalismo soviético (herdeiro do modelo de
base convencional)

Sistemas de governo de raiz pré-liberal:


 Sistemas de base antiparlamentar:
o A monarquia limitada – resultado de uma reação contra a revolução, que procura
valorizar o elemento monárquico; o seu grande protagonista é Benjamin Constant;
Carta constitucional francesa de 1814; Carta constitucional portuguesa de 1826.
Características: O poder é a fonte do poder constituinte; O soberano autolimita-se
elaborando uma constituição, consagrando a separação de poderes e
reconhecendo direitos fundamentais aos súbditos. Há domínio da vida politica: A lei
só é lei através da conjugação de 2 vontades: o parlamento que aprova e o rei que
sanciona; O poder executivo está nas mãos do monarca que o exerce através dos
seus ministros que são apenas responsáveis perante o rei; os tribunais aplicam a lei
em nome do rei; o rei não só tem participação no poder legislativo, não só é
responsável pelo poder executivo mas também o poder moderador – chave da
organização politica. Por fim tem a competência residual, ou seja, pertence ao rei,
tudo aquilo que não está previsto na constituição atribuído a outros órgãos.
o Sistema Cesarista – na pratica de matriz ditatorial mas legitimado através do voto
popular; Está na génese do modelo de Napoleão Bonaparte, quer da constituição
francesa de 1799, quer na de 1802 e ainda de 1804. Tambem com Luis Napoleao de
186..?
o Governo de Chanceler – Origem na constituição alemã de 1871: 1. O executivo,
está concentrado no chefe de estado, que encarrega um ministro de exercer os
poderes por ele. 2. O chanceler é politicamente responsável apenas perante o chefe
de estado e compete ao chanceler designar os outros membros do governo que só
são responsáveis perante ele; 3. Tanto pode conviver com o modelo em que o
chefe de estado existe na forma monárquica, como também pode funcionar
quando o chefe de estado é o PR.

A constituição
 A constituição expressa a unidade axiológica do sistema jurídico, ou seja é a síntese de
valores do sistema jurídico
 Tem uma força jurídica prevalecente: todos os atos jurídicos têm de ser conformes com a
constituição
 Ocupa o topo da hierarquia das normas
 Expressão jurídica do poder constituinte do Estado
 No entanto não é bem assim... No constitucionalismo britânico a constituição é informal e
pode ser afastada como se se tratasse de uma lei normal; nem sempre ela está no jornal da
republica; Ela não é apenas um texto escrito, pode ser um conjunto de costumes;

Limites ao sistema jurídico:


O sistema jurídico é limitado pelo conjunto de valores do texto constitucional.
A constituição tem várias formas além da forma, isto é, também está aberta à factualidade,
ou seja, os factos podem virar normas.
Em cada país há sempre duas constituições, uma oficial escrita e, há paralelamente, uma
constituição não escrita, efetiva, apesar de ser uma constituição não oficial por não estar publicada
no jornal oficial. Há sempre desenvolvimentos informais da constituição, havendo sempre dois
poderes constituintes:
 Formal, o que tem procedimento de feitura, o que se expressa no arco jurídico escrito.
Pode estar nas mãos do rei, ao outorgar uma carta constitucional, nas mãos do
parlamento, quando altera uma constituição, ou nas mãos do eleitorado quando a
constituição é submetida a referendo
 Informal, está na sociedade, nas mãos dos tribunais, dos agentes políticos, dos aplicadores
da constituição. Gera e faz produzir uma constituição não escrita, normas constitucionais
não escritas. É um poder constituinte que não tem intencionalidade. Não tem
procedimento, nem regras que disciplinem a sua produção, sendo um poder que não se
traduz na pratica de atos jurídicos escritos com a designação de norma constitucional.

Basta um ato para dizer que em situações semelhantes futuras, basta uma lei para que se possa
resolver a situação.
Os costumes não podem ser dados como apenas um para resolver situações.
P.ex.: A constituição britânica, é fundamentalmente uma constituição não escrita, não impedindo a
existência de leis escritas. A sua constituição não está no topo da pirâmide porque a lei do
parlamento pode dissolver a qualquer altura a constituição.

Criticas à conceção tradicional da constituição:


A constituição formal esta no topo da pirâmide da estrutura normativa?
Em termos formais sim, mas hoje em dia, não há uma lei fundamental, mas sim um conjunto
de leis fundamentais.
Normas concorrenciais: O estado perdeu o monopólio das normas fundamentais
Uma mesma matéria pode ser objeto de intervenção constitucional de vários agentes

Ao lado da intervenção formal do estado, a própria sociedade pode gerar normas


constitucionais. A constituição não é aquilo que está escrito mas sim aquilo que os juízes
interpretam que está escrito. Ao lado do poder judicial, há outros protagonistas na designação da
normal constitucional, IUS COGENS. (DUDH)

A delimitação de fronteiras, não é apenas o estado que delimita as suas próprias fronteiras,
tem de respeitar o principio de que não pode violar o espaço territorial de outros Estados.

IUS COMUNES CONSTITUCIONAL – Direito comum a todos os estados.


Para alem do Estado, existem outros protagonistas limitadores das normas constitucionais,
por exemplo a União Europeia. Portugal, por exemplo, perdeu soberania às custas da UE.

Há também dentro na nossa constituição, situações em que se verificam a fragmentação da


força da constituição formal: Há uma concorrência de normas constitucionais; há uma relativização,
ideia da fragmentação da força normativa da constituição nacional. É como se os Estados da UE se
tornassem confederados. (o reino unido opôs-se a isso e saiu da UE).

Pode ocorrer que as normas da constituição escrita percam a sua efetividade, ou seja, a
norma está escrita, mas nunca foi aplicada. Ex.: A constituição de 76 falava na transição para o
socialismo numa sociedade sem classes; entre 76 e 2016 não há uma única decisão de qualquer
tribunal que tenha aplicado esse artigo.

A própria constituição por vezes procede a casos de desconstitucionalização, ou seja, há


desconstitucionalização sempre que se retira força constitucional a um preceito da constituição -
AUTO DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO – Carta Constitucional.

Tipos de poder constituinte informal:


 O poder constituinte informal segue o que resulta da constituição;
 Pode ser para alem da constituição;
 Quando o poder constituinte informal produz normas contrarias à constituição
escrita. Há quem entenda que as normas da normatividade não oficial, contrárias à
constituição são inconstitucionais (positivistas); e há quem entenda que a norma
vigente deve ser a norma contraria à não escrita.

QUEM APLICA A CONSTITUIÇÃO?


Por todos os titulares de todas as funções do Estado.
Quando existem privados que exercem funções publicas eles tbm aplicam a constituição.
No âmbito da atividade privada, aplicar a constituição, tbm é possível. Art 18,1.
Será a constituição portuguesa aplicada no estrangeiro? SIM! 1. Aos portugueses que se
encontram no estrangeiro; 2. Nos espaços das embaixadas e consulados no estrangeiro; 3. Sempre
que o direito português seja o materialmente regulador de litígios no estrangeiro.

Como se defende a constituição?


Pode ser defendida em termos externos, art. 7 do T. da UE.
É defendida em termos internos por 4 vias:
- Através do mecanismo de fiscalização da constitucionalidade das normas;
- Existência de limites materiais de revisão constitucional, clausulas pétreas, 282º - Não é
possível uma revisão constitucional modificar toda a constituição;
- Existência de regras para o estado de exceção constitucional – em situações de estado-sitio
ou de estado de emergência, a constituição admite a existência de uma ordem constitucional
excecional - Art.19
- Direito penal politico – normas criminais que dizem que é crime certas condutas
atentatórias da constituição.
Como cessa a vigência de uma constituição?
- Pode cessar através de processos constitucionais:
1. Revisão constitucional – Há uma alteração pontual, mais ou menos extensa das
normas da constituição, respeitando as regras definidas pela própria constituição.
2. Transição constitucional – Mudança de uma constituição para outra, respeitando as
regras da constituição vigente.
- Pode cessar através de processos aconstitucionais:
1. Processos revolucionários – Golpe de Estado, Revolução;
2. Processos não revolucionários – Situações de violação direta da constituição.

Dissolução da constituição nacional:


- A constituição de cada país, vai se esbatendo dentro da união europeia (a constituição de
estados soberanos se torna numa constituição de estados federados);
- ‘’ ‘’ ‘’ dentro do direito comum a vários direitos (IUS COGIS)

Nível interno constitucional, interno europeu e constitucional internacional geral – a constituição


dissolve-se devido a esse fenómeno e devido à concorrência de normas constitucionais.

Como se revela o sentido das normas da constituição?


Recorrendo ao elemento literal, teleológico, sistemático. A interpretação pode ser feita pela
assembleia da republica, pelos tribunais, administração publica, presidente da republica.
A interpretação obedece à ideia da unidade. A norma vive no contexto das outras normas. Ideia da
máxima efetividade das normas em matéria de direitos fundamentais.

Há dois grandes tipos de normas constitucionais:


1. Regras – Solução de tudo ou nada. Ex.: Requisitos pra ser PR.
2. Princípios – Boa fé, etc. Ex.: A administração deve agir de boa fé.

Pequenas hipóteses, onde é pedido aplicar os conhecimentos. CUIDADO A LER.


Pergunta de desenvolvimento

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