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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS
CENTRO DE PESQUISAS FLORESTAIS

MANEJO FLORESTAL:
Planejamento da Produção Florestal

Paulo Renato Schneider


Engenheiro Florestal, Dr.,
Prof. de Manejo Florestal, UFSM

Santa Maria
2004
2

Endereço:

Universidade Federal de Santa Maria


Centro de Ciências Rurais
Departamento de Ciências Florestais
Campus Universitário
97105-900 Santa Maria, RS. BRASIL

Fone: (55) 220 8444

E-mail: paulors@smail.ufsm.br

S359c Schneider, Paulo Renato

Manejo Florestal: planejamento da produção florestal / Paulo


Renato Schneider.
493p.

1. Engenharia Florestal 2. Manejo Florestal 3. Manejo florestal


sustentado 4. Planejamento florestal 5. Produção florestal
6. Fluxo de produção 7. Avaliação florestal 7. Plano de manejo.
II. Título.33333

CDU: 630
630.2/.9

Ficha catalográfica elaborada por Rosa Maria Fristsch Feijó


CRB-10 / 662
Biblioteca Central - UFSM
3

APRESENTAÇÃO

A realização deste trabalho foi motivada pelo contraste existente na literatura


contemporânea de manejo florestal, com relação à bibliografia tradicional, com isto pretende-
se mostrar as linhas de conexão que parecem existir entre estas duas formas de entender o
manejo florestal na atualidade.

As modificações do manejo das florestas são evidenciadas nas mudanças substanciais


nas linhas de pesquisas e consequentemente na relação dos trabalhos publicados na maioria
das revistas científicas nacionais.

Este trabalho reúne idéias que se encontram na literatura especializada sobre o manejo
florestal. Essas idéias são apresentadas como um marco teórico, ordenadas de forma lógica e
contínua por conteúdos, o que permite visualizar as conexões e as diferenças que as novas
idéias tem em relação às teorias tradicionais de manejo florestal, especialmente no
planejamento da produção.

É importante assinalar que não se pretende fazer uma descrição integral e completa do
manejo florestal para as diferentes situações, mas enfocar com maior amplitude e clareza os
aspectos teóricos e na medida do possível com exemplos práticos dos pontos mais importantes
e aplicáveis para o momento.

O autor agradece a colaboração do aluno de Graduação em Engenharia Florestal,


Paulo Sérgio Pigatto Schneider, pela digitação e correção de textos e aos alunos do Programa
de Pós-graduação em Engenharia Florestal, Sandro Vacaro, Hélio Tonini, Gedre Borsoi,
Luciano Scheeren, Ronaldo Drescher, Ivanor Müller e Fabio Moskovich, pela colaboração na
preparação de alguns exemplos práticos de planejamento da produção florestal, introduzidos
neste trabalho.

O Autor
4

Dedico,

a minha família, pelo estímulo e


apoio e, aos amigos, que
colaboraram na
realização deste trabalho.
5

SUMÁRIO
Página
APRESENTAÇÃO 3
SUMÁRIO 5

I - INTRODUÇÃO 11
1.1 Definições de manejo florestal 11
1.2 Ordenamento e manejo florestal 14
1.3 Histórico do manejo florestal 15
1.4 Relação do manejo florestal com outras disciplinas 17
1.5 Natureza e finalidade do manejo florestal 18

II - ELEMENTOS PRINCIPAIS DO MANEJO FLORESTAL 23


2.1 Espaço 23
2.2 Tempo 29
2.2.1 Idade 30
2.2.2 Rotação 32
2.2.3 Madureza de corte 33
2.3 Espaço e tempo 34
2.3.1 Rendimento sustentado e uso múltiplo da florestal 34
2.3.1.1 Histórico da sustentabilidade 34
2.3.1.2 Novas concepções de sustentabilidade 37
2.3.1.3 Condicionantes da sustentabilidade de produção 40
2.3.2 Incremento 42
2.3.3 Volume 44
2.3.4 Modelo de floresta normal 45
2.3.4.1 Modelo de floresta normal para sistemas equiâneos 45
2.3.4.2 Modelo de floresta ideal para sistemas inequiâneas 49
2.3.4.2.1 Método de área basal – máximo dap-q 49
2.3.4.2.2 Matriz de transição 52
2.3.4.2.3 Aplicação com matriz de transição 55
2.3.4.2.4 Implementação na aplicação da matriz de transição 59

III - LEVANTAMENTO, MÉTODOS E PLANEJAMENTOS 67


3.1 Determinação das metas da empresa 67
3.1.1 Meta econômica da empresa 67
3.1.2 Meta técnica da empresa 69
3.2 Ordem espacial 72
3.2.1 Necessidades da ordem espacial 72
3.2.2 Planejamento e execução da ordem espacial 74
3.3 Levantamento e planejamento silvicultural 77
6

3.3.1 Levantamentos dos povoamentos 77


3.3.2 Planejamento dos povoamentos 79
3.4 Volume e sua determinação 85
3.5 Incremento e sua determinação 88
3.5.1 Determinação da árvore média para cálculo do incremento 97
3.5.1.1 Exemplo de determinação da árvore média para obtenção do incremento 98
3.6 Levantamento e análise de vegetação 101
3.6.1 Considerações gerais 101
3.6.2 Composição florística 102
3.6.3 Distribuição espacial das espécies 102
3.6.4 Estrutura horizontal 104
3.6.5 Estrutura vertical 107
3.6.6 Índice de similaridade e diversidade florística 109
3.6.7 Estrutura espacial 110
3.6.8 Exemplo da dinâmica numa floresta natural heterogênea 111
3.6.9 Índice de distribuição espacial e competição 114
3.6.9.1 Índice de competição de copa 115
3.6.9.2 Índices independentes da distância 116
3.6.9.3 Índices dependentes da distância 117
3.6.9.4 Índice baseado no espaço ocupado pelas árvores 122
3.6.9.5 Índice baseado na manipulação das árvores 123
3.7 Regeneração natural 123

IV - AVALIAÇÃO DE RENTABILIDADE, ROTAÇÃO E BENEFÍCIOS 125


4.6.1 Introdução 125
4.6.2 Avaliação do solo florestal 126
4.6.2.1 Valor de produção do solo 126
4.6.2.2 Valor de transação do solo 131
4.6.3 Avaliação de povoamento florestais 131
4.6.3.1 Valor da exploração 131
4.6.3.2 Valor de custo do povoamento 133
4.6.3.3 Valor da expectativa de produção 135
4.6.3.4 Determinação do valor de indenização por aproximação 139
4.6.3.5 Valor da rentabilidade da floresta 141
4.6.3.6 Valor líquido presente 144
4.6.3.7 Valor líquido futuro 145
4.6.3.8 Razão benefício/custo 145
4.6.3.9 Determinação da taxa de juro 145
4.6.10 Avaliação de danos e desapropriação 154
4.6.10.1 Danos 154
4.6.10.2 Desapropriação 155
7

4.6.11 Valor do fator idade 155


4.6.12 Rotação 157
4.6.12.1 Determinação da rotação 158
4.6.12.2 Decisão sobre a rotação 163
4.6.12.3 Condições para uma rotação ótima 164
4.6.13 Avaliação dos benefícios indiretos da floresta 168
4.6.13.1 Conceito e importância da função social da floresta 168
4.6.13.2 Diferenças entre conceitos de benefícios indiretos 168
4.6.13.3 Características dos benefícios indiretos 169
4.6.13.4 Bens públicos e privados 169
4.6.13.5 Avaliação dos benefícios indiretos 170
4.6.13.6 Problemas fundamentais da avaliação dos benefícios indiretos 173
4.6.13.7 Métodos de avaliação dos benefícios indiretos 173
4.6.13.8 Incentivos das empresas florestais na Alemanha 178

V - PLANEJAMENTO E REGULAÇÃO DE CORTES 181


5.1 Planejamento de cortes por métodos tradicionais 181
5.1.1 Introdução 181
5.1.2 Indicadores da taxa de corte 183
5.1.3 Métodos de determinação da taxa de corte 184
5.1.3.1 Métodos Dedutivos 184
5.1.3.2.1 Métodos Indutivos 192
5.1.3.3 Determinação da taxa de corte de uma classe de manejo 195
5.2 Planejamento de corte por métodos contemporâneos 201
5.2.1 Introdução 201
5.2.2 Programação linear na área florestal 201
5.2.3 Método Simplex 203
5.2.3.1 Solução usando quadros 205
5.2.3.2 Casos especiais 208
5.2.3.2.1 Problema de minimização 208
5.2.3.2.2 Empate na entrada 208
5.2.3.2.3 Empate na saída - Degeneração 208
5.2.4 Modelos de regulação da produção 210
5.2.4.1 Modelo I 211
5.2.4.1.1 Modelo I com área restringida 211
5.2.4.1.2 Modelo I: com fluxo de corte restringido 218
5.2.4.1.3 Modelo I: com restrição do estoque final 221
5.2.4.1.4 Modelo I: com restrições reguladas 222
5.2.5 Modelo II 224
5.2.5.1 Restrição do estoque final 225
5.2.5.2 Condições de não negatividade 225
8

5.2.5.3 Função objetivo 227


5.2.5.4 Restrição de área 228
5.2.5.1.4 Restrições para o fluxo equilibrado 229
5.2.5.6 Restrições de estoque final 229
5.2.5.7 Ordenamento das restrições 230
5.2.6 Comparação do Modelo I e Modelo II 230
5.2.7 Utilização da programação linear 231
5.2.7.1 Definição de espaçamento 231
5.2.7.2 Abastecimento industrial 235
5.2.7.3 Suprimento de matéria-prima 239
5.2.8 Modelo I: Colheita em povoamentos manejados em talhadia simples 252
5.2.9 Modelo I: Colheita em povoamentos manejados em alto fuste 269
5.2.10 Definição de um modelo para planejamento da produção florestal 281
5.2.10.1 Determinação do ciclo econômico 281
5.2.10.2 Formulação do modelo de maximização 284
5.2.10.3 Formulação do modelo de minimização 286
5.2.10.4 Variação da taxa de juro 286
5.3 Planejamento de corte em floresta inequiânea 287
5.3.1 Determinação do incremento 287
5.3.2 Determinação da taxa de corte 288
5.3.4 Sistemas para manejo de florestas inequiâneas heterogêneas 289
5.3.4.2 Sistema Celos de manejo 289
5.3.4.2 Sistema de seleção 291
5.3.5 Sistema de manejo proposto 292
5.3.5.1 Caracterização das atividades 293
5.3.5.1.1 Delimitação da unidade de produção 293
5.3.5.1.2 Corte de cipós 294
5.3.5.1.3 Inventário florestal pré-exploração 294
5.3.5.1.4 Colheita florestal 294
5.3.5.1.5 Método de enriquecimento 295
5.3.6 Um exemplo de manejo em floresta inequiânea heterogênea 300
5.3.6.1 Composição florística 302
5.3.6.2 Análise estrutural 305
5.3.6.3 Análise da posição sociológica 309
5.3.6.4 Análise da qualidade do fuste 313
5.3.6.5 Volume, número de árvores e área basal por espécie e classe de diâmetro 318
5.3.6.6 Volume e número de árvores por classe de diâmetro e qualidade do fuste 318
5.3.6.7 Estimativa do estoque da floresta 324
5.3.6.8 Regeneração natural 325
5.3.6.9 Regulação do estoque 330
5.3.6.9.1 Determinação da distribuição de freqüência balanceada 330
9

5.3.6.9.2 Determinação do incremento 332


5.3.6.9.3 Determinação da taxa de corte sustentada 335
5.3.6.9.4 Programação dos cortes 336
5.3.6.9.5 Execução dos cortes 338

VI – PLANEJAMENTO DE OUTRAS ATIVIDADES 340


6.1 Planejamento de desbaste 340
6.1.1 Introdução 340
6.1.2 Efeito do desbaste sobre a produção 342
6.1.3 Qualidade do produto final 348
6.1.4 Resultados obtidos com aplicação de desbaste 351
6.1.5 Determinação da densidade ótima por meio de desbaste 355
6.1.5.1 Método de Índice de Espaçamento Relativo 355
6.1.5.2 Método Mexicano de desbaste 360
6.1.6 Idade do primeiro desbaste 362
6.1.7 Marcação e controle dos desbastes 363
6.1.9 Regimes de desbaste adotados em algumas empresas 365
6.1.10 Determinação de regime de desbaste 367
6.2 Planejamento da desrama 370
6.2.1 Introdução 370
6.2.2 Intensidade da poda 371
6.2.3 Programa de podas 373
6.2.4 Desrama em Eucalyptus saligna: um estudo de caso 376
6.2.5 Desrama em Pinus elliottii: um estudo de caso 381
6.2.6 Avaliação econômica das podas 385
6.3 Substituição de povoamentos florestais 387
6.3.1 Introdução 387
6.3.2 Métodos de Substituição 391
6.3.3 Progresso tecnológico 392
6.3.4 Critérios econômicos utilizados na avaliação de projetos 393
6.3.4.1 Critérios que não consideram o valor do capital no tempo 393
6.3.4.2 Critérios que consideram o valor do capital no tempo 394
6.3.5 Modelo de decisão entre substituição e condução da brotação: um estudo de caso 397
6.3.5.1 Origem dos dados 397
6.3.5.2 Custos e receitas residuais 398
6.3.5.3 Custo de cultura 399
6.3.5.3.1 Alternativa de substituição 399
6.3.5.3.2 Alternativa de condução da brotação 400
6.3.5.4 Custo de administração 400
6.3.5.5 Remuneração do capital terra 401
6.3.5.6 Preço da madeira 401
10

6.3.5.7 Taxa de juro subjetiva 401


6.3.5.8 Rotação dos povoamentos 401
6.3.5.9 Valor dos povoamentos 402
6.3.5.10 Resultados e discussões 402
6.3.5.10.1 Rotação financeira 402
6.3.5.10.2 Avaliação econômica das alternativas silviculturais 403
6.3.5.11 Considerações finais sobre a substituição de povoamentos 407
6.4 Planejamento de cultura 412
6.5 Planejamento de estradas 414
6.6 Planejamento da exploração principal 415
6.7 Planejamento de regulação de estoque e construção de reserva 416
6.8 Planejamento de exploração secundária 417

VII - PLANEJAMENTO DO FLUXO DE PRODUÇÃO 419


7.1 Planejamento do fluxo de produção em acacicultura 419
7.2 Planejamento do fluxo de produção para sistema de alto fuste 427

VIII - ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO 445


8.1. Plano de manejo para florestas de produção 445
8.1.1 Introdução 445
8.1.2 Definição dos objetivos do plano 446
8.1.3 Estrutura do plano de manejo 447
8.2 Plano de manejo para as unidades de uso sustentável subordinadas ao IBAMA 464
8.2.1 Introdução 464
8.2.2 Manejo das unidades de uso sustentável 466
8.2.3 Situação atual das unidades de uso sustentável 467
8.2.4 Manejo da unidades de conservação 468
8.2.5 Elaboração de plano de manejo para as Florestas Nacionais 470
8.2.5.1 Informações gerais sobre a Floresta Nacional 470
8.2.5.2 Planejamento da unidade de conservação 475
8.2.5.3 Ações de manejo por áreas de atuação 478
8.2.5.4 Sustentabilidade econômica 479
8.2.5.5 Cronograma físico-financeiro 479
8.2.5.6 Bibliografia 479
8.2.5.7 Anexos 479

IX - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 480

ANEXO I - FÓRMULAS PARA ALTERAÇÃO DE VALORES NO TEMPO 489

ANEXO II - CUSTOS 492


11

I - INTRODUÇÃO

A relação do homem com as florestas iniciou antes dos primeiros registros históricos.
Entretanto, nesta época era difícil de entender que a floresta representasse para o homem um
recurso valioso como se entende atualmente. Para as sociedades primitivas a floresta era um
elemento do ambiente com poucas oportunidades de uso embora que sobrevive de sua
abundância.
Atualmente, a floresta é vista pelo homem como um recurso escasso com valor
agregado, pelo aspecto econômico, ecológico e social, envolvidos no processo de produção.
Deve-se aceitar para os propósitos deste escrito que a função básica da empresa
florestal é a produção madeireira com fins comerciais lucrativos, e que o processo de
produção encontra-se sujeito a restrições para proteção dos outros recursos florestais e da
ecologia da floresta. Também, supõe-se que a exploração dos recursos florestais dá-se numa
propriedade privada, com base numa economia keynesiana, que preconiza o livre mercado,
múltiplos produtores e compradores, que atuam de maneira racional.
Dentro do cenário descrito, o manejo florestal tradicional pode ser entendido como
uma seqüência de decisões tomadas pela administração da empresa e que se encaminha para o
alcance eficiente de objetivos gerais, ou seja, da produção de madeira para fins comerciais e
de bens imateriais.
Uma das lições que a história nos deixou é de que a exploração irrestrita e desordenada
dos recursos florestais por parte de proprietários privados conduziu a destruição das florestas
e o conseqüente empobrecimento das comunidades.

1.1 Definições de manejo florestal

O manejo florestal é interpretado de diferentes maneiras, variando com a visão do


autor, como é mostrado em alguns exemplos a seguir:
a) Manejo florestal: é o conjunto de artes e técnicas que permitem a organização da
produção florestal com a base do rendimento contínuo (SOCIETY OF AMERICAN
FORESTERS, MEYER, 1961)
12

b) Manejo florestal: trata de levantamentos periódicos do estado atual dos


povoamentos, do planejamento a médio e longo prazo, da revisão periódica da produção da
propriedade florestal (MANTEL, 1959).
c) Manejo florestal: trata da organização ótima de uma propriedade florestal, através
de planejamento e controles dos efeitos, a serem feitos periodicamente, com a intenção da
preservação ou aumento duradouro da produção florestal (RICHTER, 1963).
f) Manejo florestal: é definido como a maneira de dirigir uma empresa florestal
(MEYER, 1961).

O termo dirigir a empresa florestal, significa, em termos amplos, dar ordens e


controlar. As ordens podem ser dadas através de um plano de ordenamento ou
espontaneamente. Por outro lado, o ato de controlar pode ser espontâneo ou através de um
sistema (fluxo de produção, contabilidade, etc.).
O manejo florestal, definido como a maneira de dirigir a empresa florestal, deve
cumprir as seguintes exigências básicas:
a) Manejo sustentado: a floresta deve ser manejada de tal maneira que venha dar em
longo prazo pelo menos os mesmos benefícios financeiros e não financeiros, como
atualmente.
Este conceito constitui-se no fundamento básico da Engenharia Florestal moderna. Se
a Engenharia Florestal brasileira contribuirá em longo prazo para o desenvolvimento florestal
do país, dependerá em primeiro lugar da aceitação deste conceito de manejo florestal pelos
técnicos, empresários e sociedade em geral.
Para cumprir as exigências do manejo sustentado, deve-se antes de tudo tomar cuidado
para não prejudicar irreversivelmente as condições ecológicas do habitat.
b) Manejo racional: um comportamento pode ser chamado de racional se as
informações disponíveis forem bem aproveitadas e visa um objetivo específico.
Atualmente, na maioria das empresas, há coleta de informações dendrométricas sem,
no entanto, aproveitá-las integralmente nas suas decisões. Isto, provavelmente, deve-se ao fato
de que estas informações não são bem ordenadas e, no momento da decisão, o acesso às
mesmas é difícil e demanda muito tempo. Devido a isso, o manejo racional exige um sistema
de informação bem ordenado, que forneça informações rápidas e resumidas.
13

c) Manejo funcional: o manejo funcional deve abranger quatro funções: análise,


planejamento, controle e correção.
. Análise: sem conhecimento da situação atual da empresa, a mesma não pode ser
dirigida de maneira satisfatória. O inventário florestal fornece uma base imprescindível de
informações para o manejo, porém as suas funções são bem mais amplas do que as do
inventário. O manejo começa com a análise dos resultados do inventário florestal e,
eventualmente, de outros levantamentos como a situação financeira e organizatória. A partir
disto, analisa-se as possibilidades da empresa alcançar os seus objetivos específicos. Para
analisar as possibilidades de uma empresa florestal fornecer madeira suficiente para uma
fábrica de papel, precisa-se de dados, da área, espécie, idade, classe de sítio, dos plantios e de
prognose da produção destes povoamentos.
. Planejamento: com base no conhecimento da situação atual e das possibilidades
futuras da empresa, o manejo planeja as medidas a serem tomadas para alcançar os seus
objetivos.
. Controle: planejamento sem controle não tem sentido, pois a sua execução,
divergirá até do melhor plano de manejo. Para um controle eficiente precisa-se de um sistema
que registre os acontecimentos (contabilidade, registros dendrométricos dos talhões, etc.) e de
técnicas específicas de controle, como por exemplo, PERT/CPM.
d) Manejo integral: para facilitar a análise deste complexo sistema de manejo, pode-
se observá-lo sob quatro aspectos diferentes:
. Aspecto físico: sob este aspecto analisa-se e planeja-se a empresa em unidades
físicas, como por exemplo, ha, m³, km, número de máquinas, homem horas por hectare, etc.
Muitas vezes o planejamento florestal é feito somente sob o aspecto físico.
. Aspecto financeiro: a estrutura e funcionamento da empresa florestal além de ser
planejada em termos físicos deve ser planejada e controlada, também, em unidades
financeiras.
. Aspecto organizatório: sob este aspecto observa-se os elementos humanos da
empresa, as suas funções, qualificações, subordinações, etc.
. Aspecto informativo: uma empresa florestal, não pode funcionar sem informações.
As ordens devem ser passadas por informações normativas, as quais baseiam-se em condições
descritivas da situação. Sob o aspecto informativo analisa-se as informações disponíveis na
empresa, as fontes de informações, a transformação de informações, por exemplo, o cálculo
14

de custos por hectare mediante as informações obtidas na folha de pagamento, notas de


compra, e a transmissão de informações dentro da empresa.
O manejo florestal deve ser integral no sentido que o mesmo deve referir-se a todos os
aspectos da empresa. Não é suficiente, por exemplo, planejar um desbaste somente sob o
aspecto físico (quantidade e que árvores devem ser cortadas num ano) sem considerar as
conseqüências financeiras (custos e vendas do desbaste), sem planejar a organização (quem
marca as árvores, quem corta, quem supervisiona, quem transporta, quem vende), e sem
planejar o aspecto informativo (com base em que dados é calculado o desbaste, como os
empregados e motoristas recebem as informações necessárias, quando e de quem o
departamento de vendas recebe as informações sobre a quantidade e a qualidade da madeira
disponível).
No Brasil, o manejo florestal ainda não tomou rumos definidos, e pode ser
considerado como uma matéria nova. Porque, a maioria dos plantios efetuados anos atrás, não
tiveram um planejamento concreto sobre os objetivos a serem atingidos, e simplesmente
porque a intenção era de aproveitar uma condição financeira, disposta em função da Lei dos
Incentivos Fiscais.
As empresas que até então não possuíam especialistas em manejo florestal, hoje se
sentem quase que obrigadas a dispor em seus quadros, com o objetivo único de solucionar
seus problemas de maneira mais coerente. Estes problemas estão principalmente vinculados à
necessidade de desbaste dos povoamentos, qualidade da madeira e dar um destino satisfatório
da matéria-prima, oriunda dos desbastes e cortes finais.
O ato de dirigir a empresa florestal é um atributo do gerente ou diretor da empresa
florestal, e que em muitos casos, não possui uma formação florestal profissional. Nestes
casos, o conceito de manejo florestal deveria ser modificado, porque as decisões técnicas a
serem tomadas para o manejo dos povoamentos deve sempre partir de um especialista em
manejo florestal.

1.2 Ordenamento e manejo florestal

O termo manejo florestal está sendo aplicado pela maioria das técnicas em dois
sentidos diferentes: como tratamento de um povoamento florestal; e, como administração ou
direção de uma empresa florestal.
15

Analisando-se estes dois aspectos, pode-se a primeira vista perceber que o manejo
florestal e o ordenamento florestal sejam sinônimos. Porém, analisando-se as funções do
gerente da empresa, percebe-se que o ordenamento abrange somente uma tarefa, embora a
mais importante das funções da gerência, que é a de ordenar a produção. E, o manejo florestal
abrange então todas as funções da gerência de uma empresa florestal, ou seja, ordenar e
controlar a produção.
No entanto, para chefiar uma empresa é preciso dar ordens e controlar. O plano de
manejo, geralmente elaborado por assessores, é posto em prática pela chefia da empresa, que
com isso, dá ordens a respeito das principais atividades planejadas a serem executadas num
período de tempo na empresa.
Muitas vezes, o plano de manejo contém ordens insuficientes para dirigir a empresa,
pois as ordens são afetadas por três tipos de defeitos: as ordens são incompletas; as ordens são
gerais, faltando detalhes; ou, as ordens muitas vezes são incorretas, devido à falta de precisão
e previsão. Devido a isso, a chefia deve durante a execução do plano de manejo, completar,
especificar e eventualmente corrigir as ordens dadas no mesmo, que por ventura estiverem
incorretas. Todavia, as decisões a respeito das correções do plano de manejo, devem ser
tomadas pelo gerente da empresa.

1.3 Histórico do manejo florestal

O nascimento do ordenamento florestal data de relatos muito antigos, como sendo as


primeiras tentativas de um manejo ordenado das florestas.
Já em 1122 a.C., um Imperador Chinês contratava um silvicultor com o objetivo de
realizar desbaste, poda e limpeza de povoamentos. O corte da madeira era determinado por
uma comissão e o uso da madeira era definido somente para determinados fins.
Conforme, o escritor Plinius, em 23-79 d.C., os romanos começaram a planejar a
utilização das florestas e já conheciam o regime de manejo em alto fuste e talhadia. No regime
de talhadia, aplicavam rotações de oito a onze anos. Porém, com a decadência do império
romano, essas iniciativas de um ordenamento não chegaram a se desenvolver.
Na Europa Central, o ordenamento florestal, nasceu principalmente na França,
Alemanha, Áustria e Suíça. Nesta região, o sistema de talhadia já era conhecido desde a época
de Carlos Magno, em 742 – 814 d.C.
16

A destruição das florestas na França motivou a intervenção do Estado, o que propiciou


o desenvolvimento de práticas de manejo florestal. Os antecedentes mais antigos são as Leis
de 1280, 1318 e 1346, que foram promulgadas com o objetivo de assegurar a permanência da
floresta, restringia-se os cortes e criavam um corpo de mestres florestais.
No Século XVI, na França, foi gerado um avanço significativo em matéria
silvicultural, que infelizmente tornou-se nula na prática devido aos freqüentes abusos na
execução dos cortes e pela persistente corrupção na administração. O avanço da destruição
florestal continuou provocando escassez de produtos florestais. Para combater o problema o
Governo Francês emitiu mais regulamentação, que culminou com a promulgação da Lei 1669,
por iniciativa de Jean Baptiste Colbert. Esta lei requeria que houvesse uma autorização oficial
para todo tipo de corte, e que no caso de cortes finais se especificava a forma de cubicação,
extensão e procedimento de tratamentos. Também se proibiu a entrada de gado na floresta e
se restringiu o pastoreio, para evitar danos e a segurança dos povoamentos. Essa Lei de 1669
foi importante acerca da necessidade de elaborar planos de manejo florestal formais cuja
execução dos aproveitamentos eram supervisionados pelo Estado.
Na Inglaterra, também, foram desenvolvidos esporádicos esforços, principalmente
durante e depois das guerras, mas que na prática acabaram sem maiores conseqüências de
desenvolvimento.
O curso da história, durante a Idade Média, a madeira situava-se como um recurso
importante devido a seu amplo uso em construções domésticas, naval e como combustível. As
constantes guerras européias foram fatores fundamentais neste giro de prioridades. O efeito
principal da guerra era a destruição das florestas. Um exemplo foi durante a guerra dos 30
anos (1618-1648), na Alemanha, quando uma grande área florestal foi destruída por incêndios
provocados, bem como por corte para obter madeira para fins bélicos e pagamento de tributos.
Na Alemanha, já no século XIV, foram realizadas práticas de rendimento sustentado
mediante o método de divisão de áreas. O método consistia em dividir a área total em parcelas
iguais aos anos da rotação, sendo então anualmente cortada e plantada uma destas parcelas.
Ainda nesse país, já no século XVIII, devido ao grave perigo de escassez de madeira, houve a
elaboração de uma teoria de ordenamento. Começava-se a regular o corte com base no
volume em vez da área.
A primeira Escola Florestal foi fundada por Hans Dietrich von Zanthier, em
Wernigerode, na Alemanha, que foi fechada com a morte do seu fundador, em 1778. De
17

enorme tradição e importância foi a Escola Prusiana, fundada em 1779, em Hessen, por Georg
Ludwig Hartig. Esta escola foi mudada de local em várias ocasiões, até instalar-se
definitivamente em Eberwald. Igualmente importante foi a Escola Sajona de Zillbach, na
região de Thuringen, estabelecida por Henrich von Cotta, em 1785, que depois se mudou para
Tharandt e se converteu na Academia Real.
A Hartig e Cotta deve-se a formulação, em 1804, da idéia básica de manejo florestal
sustentado, que tinha por significado: manejar as florestas de maneira que os descendentes
obtivessem dela pelo menos os mesmos benefícios que a geração atual.
Já no século XIX, foi formulado o famoso Modelo da Floresta Normal, por
Hundeshagen e Meyer. Esse modelo serve como base da maioria dos métodos da regulação do
corte. Ainda, nesse século, foram executados muitos estudos de produção e montadas várias
tabelas de volume e de produção, assim como, o cálculo com juros compostos, segundo
Pressler.
A primeira parte do século XX foi marcada por uma estagnação do desenvolvimento
florestal, causado principalmente pela luta inútil entre a Escola de Renda Líquida do
Terreno, que observa os juros sobre o valor do povoamento como custo, e a Escola de
Renda Líquida da Floresta, que não inclui os juros sobre o valor dos povoamentos no
cálculo de custos.
Uma fase muito promissora do ordenamento começou, depois da segunda guerra
mundial, com o desenvolvimento da pesquisa operacional, principalmente na Inglaterra e
EUA. Os modelos matemáticos formulados por esta disciplina são, especialmente, a
otimização linear, a otimização dinâmica, o sistema PERT/CPM e as técnicas de simulação,
que aplicadas ao manejo florestal permitem soluções mais realísticas de problemas mais
complexos do que as técnicas clássicas de ordenamento.

1.4 Relação do manejo florestal com outras disciplinas

O termo manejo florestal quer dizer dirigir ou guiar um povoamento durante a vida até
alcançar a produção de madeira e o sucesso econômico da empresa. Assim sendo, não se pode
tomar o manejo florestal como uma ciência independente, mas uma matéria que integra e
relaciona as disciplinas que: analisam os processos de crescimento; as que regem leis e
condições econômicas; e, as que se referem à extração de madeira.
18

Segundo RICHTER (1963), pode-se comparar o manejo florestal como o telhado de


uma casa que cobre parcialmente as seguintes disciplinas:
a) Ecologia: a ecologia antecede ao manejo florestal. É importante principalmente na
sondagem e mapeamento de habitat, assim como nas influências ecológicas sobre o
crescimento dos povoamentos.
b) Biometria e inventário florestal: fornecem dados básicos de crescimento e
produção indispensáveis para o planejamento florestal.
c) Silvicultura: o manejo florestal abrange aspectos silviculturais, tais como:
planejamento de plantio, tratos culturais, etc.
d) Proteção florestal: abrange todos os aspectos a amenizar os riscos contra o fogo e
insetos, etc.
e) Economia: o manejo florestal ocorre dentro de certos critérios econômicos,
principalmente nos aspectos que se referem à lei da oferta e procura, comercialização, custos
e cálculos de rentabilidade.
f) Colheita florestal: tem relação com o manejo florestal, nos seus aspectos
relacionados à exploração, custos, abastecimento, etc.
g) Política e legislação florestal: traçam certas margens de movimentação livre para
os planejamentos do manejo florestal.
Além destas disciplinas, podemos ainda acrescentar outras, como a dendrologia,
administração, etc.

1.5 Natureza e finalidade do manejo florestal

O manejo florestal é um constante planejar, revisar, executar de planos, e está sujeito


as características da produção florestal. Geralmente, há o objetivo principal do manejo, que
vem a ser a madeira. Este objetivo varia conforme a propriedade e a localização da empresa
em relação aos centros consumidores. Além do alvo principal, são incluídos também, as
explorações secundárias, tais como: resinas, casca, óleos, etc. ou a função protetora da
floresta.
Pode-se definir a característica da produção florestal com os seguintes elementos:
a) Elemento temporário: tem-se a produção com duração em longo prazo. Neste
caso, a produção tem o objetivo de atender um consumo futuro.
19

b) Elemento especial: como elemento especial da produção florestal, temos o habitat.


que varia de um habitat para o outro. A área de produção florestal pode ser analisada a nível
regional, empresarial, talhão, secção ou sub-secção.
c) Elemento biológico-biométrico: tem-se os conhecimentos ecológicos e
silviculturais para um melhor conhecimento da qualidade e das espécies existentes no habitat.
A escolha da espécie é de fundamental importância para o sucesso do empreendimento. As
observações sobre as conseqüências dos trabalhos aplicados, como: incremento, exuberância
de renovação, ocorrência de crescimento e estoques, são se fundamental importância no
manejo.
d) Elemento econômico: tem-se a produção florestal manejada em função de um
objetivo econômico, que em princípio pode somente ocorrer dentro de uma margem biológica
em concordância com as possibilidades do habitat. A formação de sortimentos, parcialmente
em função da determinação da produção; a economicidade das explorações secundárias,
desbastes, rentabilidade de mão-de-obra, são elementos a serem analisados para caracterizar a
produção florestal de uma empresa.
Estes quatro elementos integrantes na ocorrência da produção florestal devem sempre
estar equilibrados entre si. O manejo florestal tenta integrá-los e, por outro lado, em parte eles
determinam o objetivo da produção e com isso a duração do manejo.
Para poder elaborar um plano de manejo e nele um plano de produção em médio prazo
para uma empresa, deve-se entender bem o desenvolvimento da produção florestal, como
pode ser medida e influenciada pelos diversos fatores do meio.
As necessidades de um manejo florestal integral das florestas brasileiras, tanto
equiâneas como inequiâneas, faz-se sentir cada vez mais com o aumento da densidade
demográfica. Enquanto que a população mundial era pequena, havia pouco consumo de
madeira que era satisfeito com a exploração rudimentar das florestas naturais. Mas com o
crescimento da população (estimativas: 1950 em mais de 2,5 bilhões; 1970 em 3,5 bilhões;
1980 em 4,3 bilhões), a exploração rudimentar das florestas deve sofrer modificações, ou
fazer surgir novas técnicas de exploração das áreas florestais, para suprir a demanda de
produtos florestais. O consumo/cápita médio mundial mantém-se na faixa de 0,69 m3/ano,
mas está havendo uma transformação no tipo de consumo de matéria-prima, que exige no
momento, mais madeira industrial do que para outros usos, como mostra o Tabela 1.
20

TABELA 1 – Consumo de matéria-prima no mundo, com distribuição periódica


(m³/cápita/ano).
Tipo de Período/ano
Matéria-prima 1913 * 1962 1975 1985
Madeira Industrial 0,44 0,34 0,38 0,41
Lenha 0,42 0,35 0,31 0,28
Total 0,86 0,69 0,69 0,69
* Estimativa somente para a Europa.

A importância do setor florestal brasileiro pode ser medido pela quantidade das
exportações de celulose realizada por empresas brasileiras em 2000, que chegou a um valor
total de 3.013.830 toneladas, sendo os países da Europa os maiores importadores, com 46,7 %
do total produzido.

TABELA 2 – Exportações brasileiras de celulose por destino, em 2000

Destino Toneladas %
América do Norte 843.557 28,0
Ásia e Oceania 727.719 24,1
América Latina 34.809 1,2
Europa 1.407.631 46,7
África 114 -
Total 3.013.830 100,0
Fonte: BRACELPA (2000)

Em relação à cobertura florestal no Canadá, EUA, URSS e os países desenvolvidos do


leste da Ásia e Oceania a área de florestas fechadas permaneceram constante e aumentaram na
Europa, de acordo com as estimativas da Tabela 3. Nos demais países as áreas florestais
diminuíram consideravelmente, principalmente nos trópicos devido à exploração desordenada
e ao Schifting Cultivation. Este é o maior problema, porque dificilmente as florestas mundiais
não tropicais vão suprir a demanda do mercado mundial.
21

TABELA 3 – Estimativa da cobertura florestal per cápita

Cobertura ha./cápita
Florestal Pop. em 2000
Países/Regiões 1970 2000 2000 2000
Alto Baixo Alto Baixo
USA/Canadá 470 470 470 354 1.33 1.33
México 145 109 72 118 0.92 0.61
Europa 144 150 150 550 0.27 0.27
USSR 770 770 770 330 2.33 2.33
África (África) 928 696 463 766 0.91 0.60
1. Norte da África 9 7 4 145 0.05 0.03
2. Zona do Sahel 31 23 15 49 0.47 0.31
3. Leste da África e ilhas 264 198 132 233 0.85 0.57
4. Oeste da África 600 450 300 276 1.63 1.09
5. Sul da África 24 18 12 63 0.28 0.19
América Central + Sul 913 686 456 518 1.32 0.88
1. América Central 29 22 14 37 0.59 0.38
2. Caribe 4 3 2 55 0.05 0.04
3. América do Sul Tropical 342 257 171 137 1.88 1.25
4. Brasil 493 370 246 212 1.74 1.16
5. América do sul Temperada 45 34 23 77 0.44 0.30

Leste da Ásia 737 614 505 3498 0.18 0.14


1. Sul e Oeste da Ásia 171 128 85 1278 0.10 0.07
2. Ásia Continental Sul 116 87 58 208 0.42 0.28
3. Leste insular da Ásia 150 113 76 309 0.37 0.25
4. Leste da Ásia 186 186 186 1670 0.11 0.11
5. Oceania 114 100 100 33 3.03 3.03
Total 4113 3495 2886 6134 0.57 0.47
Fonte: STEINLIN (1979).
22

Existem ainda as florestas inacessíveis e as produtivas, mas que quando exploradas


faz-se de uma maneira rudimentar. Da mesma forma, as florestas devastadas, de baixa
produção, sofrem esta mesma influência, mas que pode ser aumentada com o uso de um
manejo intensivo e eficaz. Por outro lado, ainda existe o problema do transporte de longa
distância para abastecer as regiões com déficit de matéria-prima com madeira proveniente de
regiões de superprodução. Quando se depara com o déficit de madeira, a tendência é tomar
geralmente uma das opções: importar madeira a preços de mercado; ou, reunir esforços no
sentido de recuperar as florestas, através da regulação de cortes, de reflorestamentos, de
manejar as florestas naturais improdutivas ainda existentes.
23

II - ELEMENTOS PRINCIPAIS DO MANEJO FLORESTAL

Os elementos principais do manejo florestal são considerados dentro dos conceitos de


Espaço, Tempo e Espaço e Tempo, avaliados sob o aspecto físico.

2.1 Espaço

O espaço físico refere-se ao domínio da superfície ocupada por um empreendimento


florestal. O conhecimento da distribuição espacial das unidades é importante para obtenção do
regime sustentado, para que sejam mais bem utilizadas, planejadas, manejadas e controladas.
Devido a isso, para o início de qualquer empreendimento é necessário fazer a subdivisão das
áreas para iniciar a implantação das florestas.
Muitas vezes a própria natureza já oferece subdivisões naturais das áreas, devido à
ocorrência de espécies, diferença no porte das árvores, idade, etc. Entretanto, estas divisões
naturais, na maioria das vezes, não são suficientes, sendo necessário criar uma ordem
espacial dos povoamentos, visando facilitar os levantamentos, planejamentos, execuções e
controle; e também no cadastramento de informações históricas.
As subdivisões do espaço físico podem ser assim determinadas:

a) Subdivisão ecológica ou natural

Em todo empreendimento florestal existe uma divisão natural em decorrência de


condições climáticas e edáficas, que forma unidades ecológicas com localização fixa e
intransferível.
Uma empresa pode estar localizada em uma região ecológica única, mas também pode
fazer parte de mais regiões ecológicas, como, por exemplo, pertencer à região das florestas de
araucária, dos campos de cima da serra e das florestas subtropicais pluviais, etc.
Através de levantamentos edáficos, climáticos, geológicos, florísticos são
determinados os critérios para a delimitação de tais regiões, permitindo subdividir as áreas
florestais segundo grupos ecológicos.
Esta subdivisão de área fornece um aspecto geral da floresta dentro do qual os habitats
constituem apenas divisões.
24

A subdivisão em regiões ecológicas é útil somente em áreas grandes, pois agrupa áreas
segundo a vegetação natural. Já a determinação dos habitats permite delimitar áreas dos
povoamentos existentes, quer sejam naturais ou artificiais.
A delimitação de regiões ecológicas é feita sobre o mapa, uma única vez, devendo
sempre que possível trazer informações sobre os tipos florestais, pormenorizando as espécies,
tipos de solo, relevo e outros fatores existente na região.
Esta classificação reverte-se de grande importância quando da transformação e manejo
de áreas, pois em algum momento pode ser necessário conhecer como eram as condições
ecológicas naturais do local.
Por outro lado, a determinação dos habitats dentro da área da empresa, reveste-se de
maior importância, sendo à base do planejamento silvicultural e econômico, pois permite o
melhor aproveitamento do solo e clima local.
Os habitats formam a estrutura básica para a formação da ordem espacial,
constituindo-se no fundamento básico da ordem espacial.

b) Subdivisão das áreas de produção

A relação entre o espaço e a produção é definida pelas unidades: talhão, secção e


subsecção.

Talhão: é uma unidade de produção com área variável, que segundo MANTEL(1959)
situa-se entre 10 a 30 hectares e para RICHTER(1963) entre 10 a 100 hectares. Ele tem o
objetivo de facilitar a administração, planejamento e controle da produção. Possui caracter
duradouro, portanto deve ser claramente definido no campo.
O talhão pode ser composto por várias secções, que é uma unidade de produção com
orientação no espaço, de marcação fixa e visível no campo.
A forma do talhão é mais ou menos regular, preferivelmente retangular, pois facilita a
acessibilidade às explorações da madeira.
O talhão pode ser delimitado por estradas, rios, aceiros, cumeados e linhas abertas
artificialmente, entre outras.
O talhão serve para orientação do empreendimento sendo denominado por um número
arábico, por exemplo, 20, servindo para o planejamento da produção, infraestrutura, etc.
25

Secção: é uma subd ivisão do talhão, com área mínima de 3 hectares, servindo para o
planejamento e controle da produção. A área física da secção deve, dentro do possível,
coincidir com o habitat ou ser de grande semelhança. Sua forma é variável e a área é contígua
na floresta. A composição de espécies é a mesma, de mesma idade, independente em relação
ao habitat e micro-clima.
A separação da secção não ocorre normalmente por linhas naturais, sendo necessário a
sua delimitação em pintura de árvores, caminhos de extração de madeira, etc.
Muitas vezes, a forma e o tamanho da secção pode trazer influência sobre o
crescimento dos indivíduos e habitat. Esta influência pode causar a diminuição da produção
ou mesmo em outros casos ser vantajoso, como mostra a Figura 1.

FIGURA 1 – Influência marginal de povoamentos vizinhos no crescimento

A forma e a área manejada tem influência sobre o crescimento das árvores


remanescentes. Na Figura 2, pode-se verificar que o manejo em unidades de produção de
forma quadrado traz benefícios em relação às unidades de produção retangulares, pois estas
apresentam menor redução de incremento, provocado pela concorrência de árvores de unidade
vizinhas.
Para ilustração da distribuição espacial é mostrado na Figura 3 uma parte de um mapa
que contém a distribuição parcial das secções por talhão, dentro de um espaço físico.

Subsecção: são unidades de produção pequenas, com superfície menor que 3 hectare,
que se destacam por grandes diferenças no habitat das demais áreas do talhão ou secção, por
exemplo, idade, danos, qualidade, solo, etc.
26

FIGURA 2 – Relação da perda de produção com a forma da unidade

FIGURA 3 – Distribuição espacial das unidades de produção


27

b) Subdivisão técnica

Esta subdivisão tem por objetivo a formação das classes de manejo, que é uma divisão
idealizada não sendo necessariamente homogênea e contígua na natureza. Permite agrupar os
povoamentos com características iguais ou semelhantes.
Uma classe de manejo é formada por povoamentos com base nas seguintes
características: igualdade de rotação; igualdade de composição de espécies; mesmo objetivo
de produção, que está ligado ao sistema de manejo dos povoamentos.
As unidades de produção que compõe uma classe de manejo podem estar unidas ou
separadas espacialmente, sendo composta de talhões e secções distribuídas sobre toda a área
da empresa.
Na Figura 4 é apresentado um exemplo de classes de manejo, formadas por:
Classe de manejo I: Araucaria, rotação de 60 anos, alto fuste,
Classe de manejo II: Pinus, rotação de 20 anos, alto fuste.
Classe de manejo III: Pinus, rotação de 30 anos, alto fuste.
Classe de manejo IV: Eucalyptus, rotação de 7 anos, talhadia simples.

A utilidade de se trabalhar com classes de manejo é a seguinte:


a) Conseguir uma ordem sobre toda a distribuição dos povoamentos de um
empreendimento, tornando mais visível à distribuição das unidades de produção.
b) Para exercer o controle do regime sustentado da empresa.
c) Para obter uma maior visibilidade, o que facilita o trabalho de manejar a empresa
em regime sustentado.

Se as classes de manejo forem espacialmente contínuas na natureza são chamadas de


reais e quando descontínuas são ditas ideais, sendo esta a situação predominante.

d) Subdivisão interna de aproveitamento do solo

Na área total de uma empresa, nem sempre as áreas são ocupadas por povoamentos
florestais. As áreas podem ser classificadas em:
28

FIGURA 4 – Distribuição das classes de manejo

Solo estocado: são todas as áreas ocupadas por florestas ou árvores sendo subdividida
em:
+ Florestas produtivas: são aquelas áreas arborizadas destinadas a produção de
madeira ou eventualmente produtos secundários, como resina.
+ Clareiras: são áreas que durante certo período de tempo não são arborizadas,
podendo ser divididas em: clareiras reais quando as áreas não arborizadas necessitam ou
podem ser incluídas como florestas produtivas, e clareiras ideais quando as áreas estão
povoadas de árvores ralas, sem intenção de mudar o estado atual.
29

+ Florestas de regime especial: são áreas de pesquisa, de proteção de bacias


hidrográficas, povoamentos ricos em árvores matrizes, etc. Elas permitem manejo, porém sob
certas restrições.
+ Florestas de proteção: são áreas arborizadas cuja importância principal é a proteção
do solo.

Solo não estocado: são áreas que não são ocupadas por árvores, podendo ser
divididas em:
+ Áreas agrícolas;
+ Áreas de viveiro;
+ Estradas, áreas de estacionamento e estocagem de madeira;
+ Rios, lagos, açudes;
+ Áreas de prédios;
+ Aceiros;
+ Áreas de transmissão de energia;
+ Pedreiras;
+ Áreas improdutivas.

e) Subdivisão interna administrativa

É uma subdivisão realizada para propriedades maiores, por exemplo, superiores a


3.000 hectares. Esta subdivisão origina vários corpos independentes e de administração
própria, denominada de distrito.
O tamanho do distrito varia conforme a intensidade de administração das áreas,
normalmente pode variar de 1.000 hectares à superior a 10.000 hectares.

2.2 Tempo

A produção florestal, normalmente, ocupa grandes áreas e um longo período de


realização. A condução da floresta durante toda a vida deve seguir critérios técnicos fixos,
para alcançar os objetivos finais da produção.
30

Este longo processo necessita de observações e levantamentos contínuos sobre o


estado dos povoamentos, os efeitos do manejo anterior e a definição dos planejamentos para o
futuro dos povoamentos.
O fator tempo exige revisão periódica dos planejamentos, pois a longa duração da
produção determina que, para conseguir um produto determinado em quantidades desejadas,
necessita-se de operações contínuas, cujo efeito deve ser controlado.
Os longos períodos de produção podem mudar a importância econômica, devido ao
progresso tecnológico e mudanças das tendências de consumo.
O estabelecimento de uma relação exata entre o tempo e espaço é a importância
principal do manejo. A produção florestal ocorre no tempo físico, no qual ocorre a produção.
O tempo orgânico tenta situar o crescimento, por exemplo, em volume, numa relação de
tempo real necessário para alcançar um determinado valor. Esta relação de crescimento no
tempo pode ser definida por uma relação logarítmica, expressa por: ln y = K . ln2 t Sendo: y =
crescimento por unidade: t = tempo; ln = logarítmo neperiano; K = constante.
Os principais conceitos de tempo estão relacionados com a idade, rotação e madureza
de corte.

2.2.1 Idade

A idade é definida pelo número de anos de vida de uma planta ou povoamento,


incluindo-se o tempo de viveiragem.
A determinação exata da idade é importante no manejo florestal, pois permite medir o
incremento, produção, estoque e a madureza. Por isto, ela deve ser determinada no plano de
manejo para todas as unidades de produção.
A idade é o elemento que permite classificar os povoamentos segundo o Estado
Arbóreo, em povoamentos equiâneos ou inequiâneos. Os povoamentos são ditos equiâneos
quando os componentes do estado arbóreo tiverem a mesma ou quase a mesma idade e,
inequiâneos quando os componentes do estado arbóreo tiverem idades diferentes.
A diferenciação entre um povoamento equiâneo de um inequiâneo é um critério
artificial, normalmente determinado pelo limite de idade. Este limite de idade é determinado
pela idade média mais ou menos 10% da idade média (LI = i ± i * 0,1). Quando todos os
31

componentes do estado arbóreo tiverem idade dentro do limite de idade, o povoamento é


classificado como equiâneo, caso contrário, inequiâneo.
Para determinar a idade média de uma classe de manejo existem as seguintes
possibilidades:

- Idade Média de áreas:

i1 . a 1 + i 2 . a 2 +...+i n . a n
Ia =
a 1 + a 2 +...+ a n

Sendo: i = idade da unidade de produção; a = área da unidade de produção


correspondente.

- Idade Média de volume:

i1 .v1 + i 2 .v 2 + ... + i n .v n
Iv =
v1 + v 2 + ... + v n

Sendo: i = idade da unidade de produção; v = volume da unidade de produção


correspondente.

As unidades de produção de idades semelhantes podem ser agrupadas em classes,


através dos seguintes critérios:

- Classes naturais de idade: estas classes estão relacionadas aos diversos estágios de
vida de um povoamento, conduzido sob um sistema de manejo. Assim, por exemplo, no
sistema de alto fuste pode-se dividir o desenvolvimento do povoamento nas seguintes fases:
Classe I - Renovação: inclui todos povoamentos com idade que vai do plantio até o
fim dos tratos culturais.
Classe II - Estado denso: inclui todos os povoamentos com idade que vai do final dos
tratos culturais ao início dos desbastes.
Classe III - Estado de desbaste: inclui todos os povoamentos com idade e estado de
desbaste, com diâmetro médio geralmente inferior a 20 cm.
Classe IV - Estado de madeira: inclui todos os povoamentos em que o diâmetro
médio for maior que 20 cm.
32

- Classes silviculturais-técnicas de idade: estas classes silviculturais-técnicas de


idades são formadas pelo agrupamento dos povoamentos que apresentem um mesmo estado
de intervenções:
Classe I - Povoamentos em renovação: inclui todos os povoamentos onde já foi
realizado o corte raso e foi implantada uma nova cultura.
Classe II - Povoamentos de tratos culturais: inclui todos os povoamentos que se
encontram em estado de tratos culturais.
Classe III - Povoamentos em desbaste: inclui todos os povoamentos que se
encontram em estado de realização de desbastes.
Classe IV - Povoamentos em corte final: inclui todos os povoamentos velhos, nos
quais será realizado o corte raso.

- Classes artificiais de idade: são agrupados todos os povoamentos, independente do


estado de desenvolvimento ou tratamento, sendo formadas da seguinte maneira:
Classe I - 0 - 10 anos
Classe II - 11 - 20 anos
Classe III - 21 - 30 anos
Classe IV - 31 - 40 anos.

O intervalo de classe de idade depende da grandeza da rotação. Para rotações médias


de 40 até 50 anos, o intervalo de classe de idade pode ser de 10 anos; para rotações maiores de
50 anos, intervalos de 20 anos; em rotações curtas até 20 anos, intervalos de 5 anos; e rotações
muito curtas de 7 anos, intervalos de 2 anos. O importante é formar entre 4 a 5 classes de
idade para agrupar os povoamentos.

2.2.2 Rotação

A rotação é um termo relacionado com o tempo que leva um povoamento a ser


cortado. É o tempo regular entre o cultivo e o corte. A rotação é uma grandeza matemática,
utilizada para fins de administração, manejo e planejamento de corte.
A grandeza da rotação depende da espécie, sítio, meta econômica e meta técnica,
definida pelo sistema de manejo, em conseqüência a produção de determinados tipos de
sortimentos.
33

Na execução do manejo, a grandeza da rotação muitas vezes difere da idade de corte


final, que é a idade real da realização do corte, que muitas vezes não coincide com a rotação
devido aos seguintes aspectos: razões de estoque, que na idade da rotação pode estar muito
baixo ou alto demais; razões econômicas da empresa, pelo baixo preço da madeira, o que
leva a prolongar a rotação; razões de gastos extraordinários, o que leva a antecipar os cortes.

2.2.3 Madureza de corte

A madureza de corte é uma medida individual para designar a idade adequada de


aproveitamento. Ao contrário da rotação ela determina um objetivo técnico. A madureza
pode ser chamada de idade de madureza de corte, que não precisa ser idêntica a madureza,
por ser a idade real de realização do corte.
A madureza de corte é utilizada para especificar os cortes em povoamentos
inequiâneos, manejada em sistemas de jardinagem, ao contrário da rotação que é utilizada em
sistemas de manejo para povoamentos equiâneos.
A idade de madureza de um indivíduo é alcançada quando atinge certo tamanho em
diâmetro, altura ou qualidade. São valores absolutos que dependem dos critérios a serem
definidos pelo proprietário. Esta madureza pode ser:
- Madureza física: quando a árvore alcança o limite vital é variável de acordo com a
espécie;
- Madureza em volume: quando a árvore alcança o máximo de seu rendimento em
massa, ocorre na idade de culmíneo do incremento médio anual;
- Madureza em valor ou financeira: quando a árvore alcança o máximo incremento
em valor econômico. Ela ocorre quando o povoamento fornece a maior renda do solo. Este
critério foi utilizado na segunda metade do século passado, baseado na fórmula de Pressler,
definida por:
H
P = Z * __________
H+G

Sendo: Z = incremento em valor; H = valor do estoque; G = valor da terra; P =


percentagem indicando o aumento de valor anual.
34

2.3 Espaço e tempo

A produção florestal que ocorre em maiores espaços deve ser relacionados de maneira
que possibilitam o máximo de aproveitamento e de preservação dos benefícios gerais.

2.3.1 Rendimento sustentado e uso múltiplo da florestal

É o princípio de fornecer produção ótima de bens materiais e imateriais à sociedade.


Este conceito, nos últimos tempos, sofreu uma certa ampliação, pois atualmente entende-se
também a permanência das funções sociais da floresta.

2.3.1.1 Histórico da sustentabilidade

A ação do homem sobre os ecossistemas, em qualquer parte do mundo, em época atual


ou não, constituiu-se no alicerce do desenvolvimento social e econômico das comunidades.
Embora esse fato seja aceito por todos, muitas vezes os recursos naturais, tal sua
abundância, foram considerados um empecílho ao desenvolvimento econômico e por isso
foram subaproveitados ou mesmo dizimados, dando lugar a outras formas de atividade
econômica.
A ação humana, por meio de um longo processo de alteração ambiental, conduziu em
alguns casos, ao desenvolvimento econômico e social, mas, em muitos outros, trouxe junto à
escassez dos recursos, o declínio e a extinção, até mesmo, de sociedades.
O consumo desordenado, o desperdício e a substituição das florestas por outras
atividades econômicas levou, já em épocas remotas, ao desabastecimento de madeira e a
inviabilização de empreendimentos, obrigando os governantes ao confisco, à restrição e à
regulamentação do corte de árvores.
Várias proibições, restrições e punições visando regulamentar o uso da floresta datam
do ano de 1500, na Áustria, quando foi proibido o corte de madeira sem permissão oficial,
proibido deixar apodrecer madeiras, proibido deixar animais domésticos em florestas, pois
poderiam danificar árvores jovens e comprometer a regeneração. Essas, entre outras
tentativas de recuperação e de garantir o abastecimento da população com produtos florestais
não evitaram a escassez de madeira, obrigando então a realizarem-se mudanças na política de
35

uso de florestas e no desenvolvimento de métodos que propiciassem o melhor aproveitamento


dos recursos florestais.
O grande passo foi dado com o desenvolvimento da idéia de sustentabilidade, a qual
foi formulada já no início do século XVI e desenvolvida pelos engenheiros florestais ao longo
de muitos anos, até os tempos atuais. Já no início, observou-se uma grande difusão dos termos
relacionados a sustentabilidade florestal. Com a orientação do manejo florestal sustentado,
surgiram novas idéias, durante um período de esclarecimento à comunidade. A dominância
desse dogma fomentou a preocupação do homem com o futuro e a incerteza (SCHANZ,
1996).
O termo sustentabilidade florestal foi documentado pela primeira vez, provavelmente,
por Hans Carl von Carlowitz, em 1713, na Alemanha, divulgado no seu livro
“Silviculture Oeconomiaca”, afirmando que: a floresta deve fornecer produtos madeireiros e
não-madeireiros às gerações atuais e às futuras em igual quantidade e qualidade às, hoje,
disponíveis (SPEIDEL, 1972).
Para que isso possa ser possível é preciso que, periodicamente, seja cortada somente
uma quantidade de madeira igual ao crescimento das árvores da floresta, proporcionando,
assim, a perpetuação do estoque de madeira e da biodiversidade, o que requer longo prazo e a
manutenção do equilíbrio do ecossistema, suporte básico de qualquer produção.
A quantidade de madeira possível de corte corresponde à soma do crescimento de cada
árvore da floresta, em um determinado período, sendo obtida, principalmente, pelo corte das
árvores maduras, velhas e/ou doentes. Essa ação deve proporcionar melhores condições de
crescimento para as árvores remanescentes e ser realizada de forma equilibrada sobre todas as
espécies existentes na área.
A produção sustentada de madeira em longo prazo requer, indiscutivelmente, a
manutenção de condições ecológicas ótimas para as espécies, bem como o retorno
econômico, sem o qual não haverá sustentabilidade.
O termo manejo, que no início considerava apenas a produção contínua de madeira, foi
sendo alterado, envolvendo hoje também o planejamento econômico e ecológico da empresa
florestal a médio e longo prazos, com base no princípio de regime sustentado e de uso
múltiplo.
36

Sem dúvida, o princípio de sustentabilidade e as técnicas de gerenciamento de


florestas desenvolvidos foram e são, no mundo todo, a garantia da recuperação de áreas
florestais, da estabilidade ecológica e do abastecimento contínuo de indústrias e da população.
A palavra sustentabilidade é um termo neutro e seu significado está diretamente ligado
às expressões manutenção, constância, continuidade e a não-interrupção de um efeito ou
condição. O seu significado preciso só é conhecido após ser definido o objetivo a ser
alcançado.
A manutenção, a constância e a continuidade de um efeito ou produto pode estar
relacionada a uma condição como a área, o volume de madeira, e a uma situação ecológica.
Ainda, pode estar associada ao desenvolvimento ou mudanças, como por exemplo, a
produção de um determinado bem madeireiro e não-madeireiro, como proteção do solo, água,
ar, vegetação e animais.
A expressão sustentabilidade será operacional somente após ser determinada a
condição atual para essa sustentabilidade (condição estática), como se processará seu
desenvolvimento (condição/efeito dinâmico) e ainda, ser definido o objetivo para o qual será
realizado o planejamento. De forma geral, essas condições podem ser resumidas por
intermédio do seguinte esquema:

SUSTENTABILIDADE
ESTÁTICA DINÂMICA
(Continuidade da Situação) (Continuidade da Produção)
1. Área florestal 1. Incremento
2. Condições ecológicas 2. Aproveitamento da madeira: volume e
3. Volume de corte sustentado qualidade
4. Valor do volume de corte 3. Receitas líquidas
5. Manutenção da empresa 4. Rentabilidade
6. Manutenção do capital 5. Eficiência do capital
7. Força de trabalho 6. Rentabilidade do trabalho
7. Infra-estrutura: produção, proteção,
recreação, etc.
8. Uso múltiplo.
Fonte: SPEIDEL(1972)
37

A forma estática é considerada condicionante para chegar-se às formas específicas de


sustentabilidade dinâmica, ou seja, a sustentação do volume é a condicionante da produção de
madeira, assim como a manutenção da área é o fundamento da sustentabilidade biológica do
efeito de proteção proporcionado pela floresta.
O princípio da sustentabilidade é utilizado por diversos ramos da economia e não
somente pelo setor florestal. Entretanto, existem diferenças entre seus efeitos no segmento
florestal e no de outro segmento produtivo. Enquanto no segmento florestal, a inter-relação da
produção florestal com a natureza e o longo período de tempo que requer pode levar, quando
da não-observância das condicionantes da sustentabilidade, a danos irreparáveis que só serão
sentidos em longo prazo. Em outros segmentos econômicos, seus efeitos são logo conhecidos,
sendo possível introduzir correções simultâneas para garantir ou aproximar ao planejado.
No setor florestal, a aplicação da sustentabilidade, como princípio de perpetuidade,
considera ainda os seguintes aspectos (SPEIDEL, 1972):
a) Oferta regular de madeira para suprir a demanda regional. O abastecimento de
madeira para mercados distantes está condicionado ao preço de mercado, e do custo de
transporte.
b) Produção contínua e constante dos efeitos de proteção ambiental, (água, ar, solo,
etc.) e do bem-estar da população.
c) Quanto melhor utilizada a capacidade de produção da floresta, regular e
continuamente, menores serão os custos do empreendimento.
d) Sustentabilidade de uma floresta representa rendimentos regulares e alta liquidez.
e) A segurança é aumentada com o manejo dos povoamentos, pois com o trabalho
continuado são reduzidos os perigos de incêndios, ataques de insetos, doenças, ventos e de
outros fatores que podem causar danos.
f) A sustentabilidade é condicionante para a estabilidade da organização florestal em
longo prazo, que é dependente da quantidade e da continuidade da produção.

2.3.1.2 Novas concepções de sustentabilidade

Após a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no


Rio de Janeiro, em 1992, foi enfatizada a dimensão ecológica e social do desenvolvimento
sustentado, abrangendo não só a dimensão econômica.
38

Esse "novo enfoque" de sustentabilidade, "manutenção das condições ambientais", é,


na verdade uma das condicionantes do manejo em regime sustentado preconizado por Von
Carlowitz, em 1713, e desde então é aplicado pelos Engenheiros Florestais ao manejo das
florestas. Tais enfoques, agora enfatizados, são preceitos indispensáveis no manejo e
ordenação de florestas já descritos por BAUER (1877), MANTEL (1959), SPEIDEL (1972),
entre outros.
Segundo WHITMORE (1994), na segunda Conferência Ministerial sobre proteção das
florestas na Europa, realizada em Helsinki, em 1993, foi aceita a seguinte definição de
manejo sustentado: o manejo sustentado significa a administração e uso das florestas e
terrenos florestais de forma que mantenham sua biodiversidade, produtividade, capacidade de
regeneração, vitalidade e um potencial para cumprir, hoje e no futuro, pressões ecológicas,
econômicas e sociais, em níveis locais, nacionais e global, e que não cause danos a outros
sistemas.
Para atuar no manejo sustentado de florestas, é necessário o estabelecimento de
princípios em nível nacional e regional. As ações necessárias variam nas diferentes zonas,
desde áreas altamente habitadas e contaminadas, a ecossistemas frágeis, tendo alguns
princípios comuns. Os objetivos gerais, segundo o autor, podem incluir os seguintes aspectos
adotados na Conferência de Helsinki:
a) As ações humanas que conduzem, direta ou indiretamente, à degradação irreversível
do solo florestal, da fauna e da flora deverão ser proibidas. Os esforços deverão ser
incrementados para manter as emissões de ar contaminado e gases abaixo dos níveis de
tolerância esperados nos ecossistemas florestais. As queimadas e a poluição do solo deverão
ser controladas.
b) A política florestal deverá reconhecer a natureza de longo prazo das florestas, e
deverá influenciar fortemente as práticas, tanto nas florestas estatais como nas privadas que
facilitem as funções e a ordenação sustentada, incluindo a conservação e um apropriado
incremento da biodiversidade.
c) O manejo florestal deverá basear-se em políticas e regulações estáveis e de longo
prazo, as quais ajudam a conservação dos ecossistemas florestais funcionais.
d) O manejo florestal deverá basear-se em planos e em programas periódicos a nível
local, regional e nacional, na fiscalização florestal, avaliação dos impactos ecológicos e no
conhecimento científico e experiência prática.
39

e) O manejo florestal deverá aportar, até o ponto que seja econômica e ambientalmente
possível, combinações ótimas de bens e serviços para a nação e populações locais. O uso
múltiplo florestal deverá promover a consecução de um apropriado balanço entre as diferentes
necessidades da sociedade.
f) Nas práticas de manejo florestal deverá ser dada atenção à proteção de sítios
ecologicamente fracos, à conservação das florestas naturais e clímax, áreas com patrimônio
cultural e à paisagem, para salvaguardar a qualidade e quantidade de água e manter e
desenvolver outras funções de proteção de florestas.
g) O manejo florestal deverá tentar manter e, se possível, melhorar a estabilidade,
vitalidade e capacidade regenerativa, resistência e capacidade de adaptação dos ecossistemas
florestais estressados, incluindo sua proteção contra o fogo, pragas, enfermidades e outros
agentes que podem causar danos, como o pastoreio não controlado.
h) No manejo de florestas existentes e no desenvolvimento das novas, as espécies
arbóreas selecionadas deverão estar adaptadas às condições locais e serem capazes de tolerar
o “stress” climático e outros, como o dos insetos, enfermidades e trocas climáticas potenciais.
O reflorestamento deverá ser realizado de maneira que não afete, negativamente, os interesses
ecológicos, sítios notáveis e paisagens.
i) As espécies nativas e as procedências locais deverão ser preferidas onde sejam
apropriadas. Não se deverá considerar o uso de espécies, procedências, variedades, e ecotipos
fora de seu habitat natural, nem onde a sua introdução possa por em risco importantes e
valiosos ecossistemas naturais.
j) Em áreas de alto nível de consumo e concentrações de lixo, o uso de produtos
reciclados e de produtos florestais para energia deverá ser apoiado para aliviar o problema de
desperdícios e incrementar o potencial de produtos florestais para substituir os produtos de
recursos não renováveis.
k) Promover o entendimento público do que é o manejo sustentado.
Muitos trabalhos têm sido desenvolvidos para estabelecer critérios e indicadores de
avaliação dos princípios de manejo sustentado de florestas. Os critérios europeus e os
indicadores quantitativos normalmente disponíveis foram adaptados da Primeira Reunião de
Experts da Conferência de Helsinki, realizada em 1993, e de Genebra, em 1994. O grupo de
trabalho intergovernamental sobre critérios e indicadores para a conservação e manejo
sustentado de florestas temperadas e boreais, iniciada no Canadá, teve seus trabalhos
40

aprovados na Conferência realizada em Genebra, os quais consideram os seguintes critérios


de acordo com (WHITMORE, 1994):
a) Manutenção e incremento apropriado dos recursos florestais e sua contribuição ao
ciclo do carbono.
b) Manutenção do estado sanitário e vitalidade dos ecossistemas florestais.
c) Manutenção e incremento das funções produtivas das florestas (produtos
madeiráveis e não madeiráveis).
d) Manutenção, conservação e incremento apropriado da biodiversidade nos
ecossistemas florestais.
e) Manutenção e incremento apropriado das funções de proteção no ordenamento
florestal (solo e água).
f) Manutenção de outras funções sócio-econômicas.

Com base nesses critérios, são estabelecidos indicadores quantitativos e descritivos de


medidas para a execução da manejo sustentado das florestas. Os indicadores têm que ser
definidos e ponderados para o uso em inventários. Devido ao longo tempo de condução de
florestas e à incerteza resultante disso, em geral os indicadores não podem ser persistentes.
Segundo BRUENIG(1996), os indicadores que podem ser levados em consideração são:
camada de serapilheira; estrutura do estrato arbóreo; curva de distribuição do número das
árvores; estoque e densidade do povoamento; taxa de crescimento; e indicadores econômicos.

2.3.1.3 Condicionantes da sustentabilidade de produção

O manejo florestal, visando a sustentabilidade de produção, está condicionado,


conforme descrito por SPEIDEL(1972), aos seguintes aspectos:
a) Área mínima: a produção em regime sustentado depende da manutenção da área. O
tamanho da área é por sua vez dependente da espécie florestal, da qualidade do sítio, da classe
de produção e do tempo de rotação. Em espécies de rápido crescimento e de rotações curtas, a
área mínima pode ser menor e vice-versa. Em florestas naturais, devido à grande dispersão
das espécies e ao baixo incremento, à área mínima é relativamente maior. Já em Sistema
Plenterwald ou Jardinado, devido à regeneração e à existência de ingresso contínuo de
41

espécies em todas as classes de dimensão, bem como a produção de vários sortimentos, a área
mínima pode ser bem menor.
b) Capacidade mínima: o volume de madeira deve ser em quantidade e dimensão que
permita suprir o mercado, condicionado ao crescimento sustentado.
c) Reflorestamento de áreas não estocadas quer seja por motivos de produção de
produtos madeireiros ou não-madeireiros.
d) Estabilidade da produção: a continuidade da produção de madeira e dos benefícios
da floresta é ameaçada, quando não forem mantidas as condições de estabilidade como:
escolha de espécies adequadas ao sítio, da ordem espacial, e da existência de organização no
combate a danos e sinistros.
e) Manutenção da capacidade do sítio: a continuidade do empreendimento florestal
depende da manutenção da capacidade de produção do sítio. É um dos mais importantes
fatores. Essa capacidade de produção pode ser mantida com a escolha adequada da espécie,
método silvicultural, melhoramento, adubação e contínuo reflorestamento.
f) Equilíbrio entre corte e incremento: uma aproximação da quantidade explorada com
a quantidade do incremento, bem como a formação de classes de dimensão são os objetivos a
serem alcançados em longo prazo.
g) Liquidez: o financiamento de todos os insumos e serviços são condicionantes da
sustentabilidade e, por isso, é necessário garantir o retorno desse investimento para alcançar e
manter a capacidade mínima para o reflorestamento, para as atividades de interesse da
segurança da produção, da capacidade de produção dos solos, assim como, de outras
necessidades.
h) Condições econômicas regionais: além da infra-estrutura interna, muitas vezes é
necessário promover o desenvolvimento regional com o apoio a criação de núcleos para
trabalhadores e familiares, construção de estradas, escolas, e demais infra-estrutura social.

Em relação ao exposto, SPEIDEL(1972) afirma que: a existência de uma floresta em


rendimento sustentado depende não somente de condições naturais, mas também de condições
econômicas. A sustentabilidade natural e econômica são condições complementares para a
continuidade do empreendimento florestal. Sem sustentabilidade natural não existe
continuidade econômica, mas sem a condicionante econômica não poderão ser ofertados
continuamente produtos madeiráveis e não-madeiráveis.
42

2.3.2 Incremento

O incremento que se verifica num povoamento é uma reação à ação das leis naturais,
condicionadas ao clima, solo, espécie, composição florística e idade. Ele é uma expressão da
relação entre o espaço e tempo, medidas em metros cúbicos por hectare e ano.
O incremento que se verifica é o resultado do aumento da dimensão individual,
expresso por unidade de área e tempo (m3/ha/ano).
O incremento informa sobre a capacidade produtiva de um habitat e espécie, sendo a
base para a determinação da possibilidade de corte anual sustentado. Devido a isto, é
importante a determinação do incremento com uma precisão aceitável.
O incremento em volume dos povoamentos é imprescindível para o manejo e
determinação da taxa de corte sustentada. Ele é o resultado do incremento acumulado que
ocorre em três dimensões: diâmetro, altura e forma, isso é fortemente influenciado pela
densidade da população.
Os tipos de incrementos utilizados no manejo são os seguintes:

a) Incremento corrente anual (ICA)


O incremento corrente anual é obtido pela diferença de volume que se obtém no final e
no início de um ano físico, sendo expresso por:

ICA = Vn+1 - Vn

Sendo: Vn = volume no início do período; Vn+1 = volume no final do período.

b) Incremento periódico anual (IPA)


O incremento periódico anual é obtido pela diferença de volume obtido no final e
início de um período de tempo, dividindo pelo tempo entre os dois levantamentos, sendo
expresso por:

Vn+a - Vn
IPA = _______________
a

Sendo: Vn = volume no início do período; Vn+a = volume no final do período; a =


período de tempo entre os dois levantamentos.
43

c) Incremento médio anual (IMA)


O incremento média anual é obtido pela razão entre o volume sobre a idade, em um
determinado momento do desenvolvimento de um povoamento, sendo expresso por:

Vt
_______________
IMA =
t
Sendo: Vt = volume na idade t; t = idade do povoamento.

Quando o povoamento é manejado em desbaste, ao volume existente acrescenta-se o


volume dos desbastes realizados até o momento de determinação do incremento e divide-se
pela idade, assim obtém-se o incremento médio anual total, sendo expresso por:

t
Vt + ∑ D i
i= 1
IMA = _______________
t
Sendo: Di = volume dos desbastes realizados até a idade t.

d) Incremento médio na idade de corte (IMIC)


Este incremento é obtido pela razão entre o volume total na idade de corte sobre a
idade. É um valor constante, portanto serve somente para determinar o corte em alguns
métodos de determinação da taxa de corte, sendo expresso por:

Vr
IMIC = _____________
r

Sendo: Vr = volume na idade de rotação; r = rotação.

Na Figura 5 é representado as tendências dos incrementos médio anual, corrente anual


e na idade de corte em função da idade.
44

FIGURA 5 - Desenvolvimento dos incrementos no tempo

2.3.3 Volume

O volume é o resultado do incremento acumulado num determinado período de tempo,


cuja quantidade depende da espécie, idade, sítio, rotação e sistema de manejo empregado.
O volume das unidades de produção é a variável mais importante para o planejamento
da produção, por isso interessa ao manejo os seguintes tipos de volumes:
a) Volume real: é aquele estoque de madeira que realmente existe no povoamento,
determinado com procedimento de amostragem, estando condicionado a um erro de
amostragem tolerável.
b) Volume normal: é aquele volume determinado para uma classe de manejo, que
está condicionado à semelhança de composição em espécies, sítio, mesma rotação e sistema
de manejo, sendo obtido com base no modelo de floresta normal.
c) Volume ideal: é aquele volume que melhor corresponde às condições do sítio e
povoamento. É o volume determinado como ideal para o manejo de florestas inequiâneas,
obtido em função do modelo de floresta balanceada.
d) Volume desejado: é aquele volume determinado para determinados objetivos de
planejamento da produção. Normalmente, ele é determinado com base na distribuição ideal
dos povoamentos em classes de idade.
45

2.3.4 Modelo de floresta normal

2.3.4.1 Modelo de floresta normal para sistemas equiâneos

Os cortes sustentados em sistemas equiâneos de manejo são determinados com base no


princípio da normalidade, obtido através do Modelo de Floresta Normal. Este modelo surgiu
no século passado, como uma norma para restabelecer as florestas degradadas na época, e
constitui-se o modelo de regime sustentado para estes sistemas de manejo.

O termo normal refere-se ao estado ótimo em relação ao volume e ao incremento,


distribuição das classes de idade, quota de corte, para obtenção de uma situação ideal de
exploração da floresta. E, dos sistemas de manejo, pode-se citar: talhadia simples, talhadia
composta, alto fuste, floresta média e sistemas de corte raso, como da acácia-negra.
Na formulação da normalidade existe a necessidade de atender aos seguintes
pressupostos dentro de uma classe de manejo: uma ou poucas espécies; uniformidade dos
sítios; semelhança da capacidade produtiva dos sítios; não considerar a existência do volume
dos desbastes; e, independência na formação por classe de manejo. A representação das
classes de manejo podem ser observadas nos esquemas apresentados nas Figuras 6 e 7.
Esta classe de manejo é composta por florestas com uma extensão de “R“ anos e “R“
hectares. Isto pode ser exemplificado por uma rotação de 40 anos, para uma superfície de 40
hectares, porque cada idade está representando o volume por hectare.
Do esquema pode-se então deduzir que:
ir = i1 = i2 = i3 = ... = ir-1
v i = i1
v 2 = i1 + i2
vr = i1 + i2 + i3 + ... + ir-1 + ir
46

FIGURA 6 - Esquema da distribuição de um modelo de floresta normal

FIGURA 7 - Distribuição dos volumes e incrementos de uma classe de manejo,


para uma rotação
47

Podendo Vr ser interpretado como o incremento sustentado, sendo possível escrever


que:

∑ i = Vr = C

Sendo: C = volume do corte anual.

Nestas condições, o incremento corrente e o incremento médio anual total são iguais,
pois se está tratando de uma classe de manejo com condições semelhantes.

Por classe de manejo, entende-se pelo agrupamento de povoamentos com


características semelhantes de manejo, como mesma espécie, sítio, objetivo de produção e
sistema de manejo.
O volume normal da classe de manejo pode ser deduzido por:

Vn = V1 + V2 + V3 + ... +Vr-1 + Vr

Ou deduzido da fórmula do triângulo retângulo, sedo expresso por:

Vn = ½ (R * Vr)

Sendo: Vr = C

Pode-se escrever que:


Vn = ½ (R * C)

Desta forma, o corte normal pode ser determinado por:

2 * Vn
C = ________
R

Esta expressão vem a ser a fórmula de Mantel para determinação da taxa de corte
sustentada.
48

Segundo SPEIDEL(1972), o volume normal de uma classe de manejo numa rotação


deve ser estimada considerando a situação dos povoamentos em fase de implantação e aqueles
em corte final, assim pode-se determinar que:

a) Para povoamentos após o corte final (idade de implantação):

Vn = V0 + V1 + V2 + V3 + ... + Vr-1

b) Para povoamentos antes do corte final (maduros):

Vn = V1 + V2 + V3 + ... + Vr-1 + Vr

Somando-se estas duas expressões têm-se:

2Vn = V0 + 2V1 + 2V2 + 2V3 + ... + 2Vr-1 + Vr

Dividindo-se esta expressão por 2, têm-se:

Vn = V0 /2 + V1 + V2 + V3 + ... + Vr-1 + Vr/2

Como V0 corresponde ao volume inicial dos povoamentos, sendo muito pequeno,


podendo ser desconsiderado, então a expressão final fica sendo:

Vn = V1 + V2 + V3 + ... + Vr-1 + Vr/2

Ou
r −1
Vn = Vr/2 + ∑ Vx
x=1

Muitas vezes, o volume normal é calculado por classe de idade, cujas produções são
tomadas de tabelas de produção, com intervalo de 5 anos, então a expressão final fica sendo:

Vn = n * (V1 + V2 + V3 + ... + Vr-1 + Vr/2)

Sendo: Vi = volumes/ha nas idades; n = intervalo de classe de idade.


49

Este volume normal é acumulado em "R" hectares que deve ser expresso por unidade
de área, onde essa expressão fica sendo:

Vn = (A / R * n) * (V1 + V2 + V3 + ... + Vr-1 + Vr/2)

Na condição da existência de uma função de produção (Y = f(x)) para estimar o


estoque normal por idade, surge a necessidade de se trabalhar a integral da função, podendo-
se então escrever que:

r −1/2
Vn = ∫
0
f ( x). dx

Uma fórmula simples e prática para determinar o volume normal é expressa por:

Vn = r / 2 * IMA

Sendo: R = rotação; Vn = volume normal da classe de manejo; IMA = incremento


médio anual da classe de manejo.

2.3.4.2 Modelo de floresta ideal para sistemas inequiâneas

2.3.4.2.1 Método de área basal – máximo dap-q

A necessidade de estabelecer a normalidade e rendimento sustentado levou o


engenheiro francês Liocourt, em 1898, a formular um modelo de floresta ideal para estruturas
de seleção, em esquema de regulação de cortes consistentes (LOETSCH et al., 1973).
A proposta de Liocourt consiste em descrever as características de uma floresta normal
a partir do estudo dos melhores povoamentos irregulares que tinha naquele momento. Para
este fim, utilizou um povoamento de Abies sp. para analisar as distribuições de freqüência por
classe diamétrica do povoamento. Constatou que existia certa proporcionalidade entre o
número de árvores por categoria diamétricas sucessivas. Desta forma, deduziu a regra de que
em povoamentos irregulares cultivado, o número de árvores em relação às classes de diâmetro
decresce numa progressão geométrica.
Através da relação do número de árvores de classes de diâmetro sucessivas, obteve
uma constante, que denominou de Quociente de Liocourt, da seguinte forma:
50

N1 N2 Nn-1
----- = ----- = ... = ----- =q
N2 N3 Nn

Sendo: N1 até Nn = número de árvores das classes de diâmetro sucessivas de 1 até n.

Meyer apud LOETSCH et al. (1973) introduziu o termo Floresta Balanceada para
povoamentos inequiâneos dos USA, México e Suiça, onde o número de árvores por classe de
diâmetro decrescia numa progressão geométrica, sendo representado por uma função de
densidade, expressa por:

–a . di
Ni = K . e

Sendo: Ni = densidade para a classe de diâmetro di; di = diâmetro do centro de classe;


K, a = constantes; e = base logaritmo neperiano.

A distribuição de freqüência por classe de diâmetro também pode ser ajustada através
da Função Beta, para a obtenção das freqüências estimadas, sendo expressa por (LOETSCH et
al., 1973):

(x-a) (b-x)
Ni = b0 . b1 . b2

Sendo: Ni = número de árvores por hectare; x = diâmetro do centro de classe; a =


menor valor de diâmetro; b = maior valor de diâmetro; b0, b1, b2 = coeficientes da equação.

Os coeficientes da equação são determinados para prolongamentos da cauda da


distribuição de freqüência à direita da média, com incrementos de até 4 vezes o intervalo de
classe de diâmetro, sendo selecionados os coeficientes do prolongamento com maior precisão
estatística e melhor ajuste da distribuição de freqüência.
Assim, Liocourt, Meyer e outros pesquisadores europeus menos conhecidos,
estabeleceram a base do conceito de Floresta Balanceada.
O incremento destes povoamentos é a chave do manejo sob o método de seleção.
Porque, em povoamentos irregulares o corte deve ser exatamente igual ao incremento, e em
povoamentos cujas densidades sejam diferentes da normal o corte deve ajustar-se para que, de
maneira paulatina, obtenha-se a densidade normal.
51

No esquema de Liocourt existe uma previsão segundo a qual categorias diamétricas


grandes devem ser eliminadas, porque seu incremento está abaixo do ritmo que tem as
categorias menores. Sugere que mediante simulação ou experimentação se determine o maior
diâmetro que deve manter-se na área (critério de madurez ou condição de exploração). A
característica deste diâmetro deve permitir que o futuro volume de remoção anual do
povoamento resultante seja máximo.
A aplicação de cortes deverá prosseguir com as mesmas regras de marcação de
seleção, pois a técnica silvicultural de seleção, segundo Liocourt, tem sido o meio pelo qual se
obtêm e se mantêm as estruturas normais reguladas.
Para a obtenção de um plano de manejo, torna-se necessário inicialmente definir:
a) O valor da constante de Liocourt, que deve ser determinado em florestas com
densidade completa, e por tipo florestal;
b) A área basal remanescente desejada, que define as possibilidades de corte;
c) O diâmetro máximo desejado na floresta remanescente, para efetuar a colheita;
d) A grandeza do corte para um ciclo de corte de um tipo florestal.

A obtenção de uma floresta balanceada passa pela utilização do conceito de Liocourt,


sendo necessário recalcular os coeficientes B0 e B1, partindo-se da equação de Meyer, como
foi determinado por ALEXANDER & EDMINSTER (1977):

B1.Xi
B0 . e
q = -----------------
B .X
B0 . e 1 (i+1)
B1. X(i+1) B1.Xi
q . B0 . e = B0 . e

ln q + B1.X(i+1) = B1.Xi

ln q = B1.Xi - B1.X(i+1)

ln q = B1. (Xi - X(i+1))

ln q
B1 = ----------------
Xi - X(i+1)
52

O coeficiente B0 é obtido a partir da área basal remanescente e do diâmetro máximo


desejado, da seguinte maneira:

¶ . X1 2 ¶ . X22 ¶ . X32 ¶ . Xn2


G = ---------- . f1 + ------------ . f2 + -------------- . f3 + ..... + ---------- . fn
40000 40000 40000 40000

Considerando que as freqüências são estimadas pela equação de Meyer, expressa por:

B1.Xi
Yi = B0. e

E, substituindo-se a variável fn por esta equação, tem-se que:

¶ . X12 ¶ . X22 ¶ . Xn2


B .X1 B .X2 B .Xn
G = --------- . B0.e 1 + ---------- . B0.e 1 +.....+ ---------- . B0.e 1
40000 40000 40000


G = --------- [ X12 . B0 . e ]
B1.X1 B1.X2 B1.Xn
+ X22 . B0 . e + .... + Xn2 . B0 . e
40000

40000 . G
B0 = ln [-----------------------------------------------]
B1.X1 B1.X2 B1.Xn
¶ . ( X12 . e + X22 . e + .... + Xn2 . e )
Sendo: Xn = diâmetros dos centros de classe; B0, B1 = coeficientes da equação.

Com estes novos coeficientes B1 e B0 são geradas as freqüências absolutas da


distribuição balanceada, que deverá permanecer no povoamento após a execução dos cortes
seletivos.
Este procedimento de regulação, embora desenvolvido a partir do sistema de seleção,
pode ser aplicado na maioria dos sistemas de manejo para florestas inequiâneas.

2.3.4.2.2 Matriz de transição

A Cadeia de Markov ou Matriz de Transição é um importante instrumento para


viabilizar a prognose da produção em florestas nativas. A prognose a partir deste modelo é
feita através da estimativa da probabilidade de transição dos diâmetros entre classes
53

diamétricas, ou seja, para projetá-los para o futuro, a partir da matriz de probabilidade de


transição. As probabilidades da matriz de transição em um determinado período de medição
são obtidas pela razão das mudanças ocorridas numa classe diamétrica, tais como: árvores que
mudaram de classe, árvores mortas e as que permaneceram na classe, pelo número de árvores
existentes na classe no início do período de crescimento (SCOLFORO, 1997).
Estas projeções não devem ser realizadas para período de tempo longo, pois o
desempenho dos modelos é condicionado a dois pontos básicos:
a) O primeiro ponto básico considera que o incremento periódico em diâmetro das
árvores da floresta, obtido na parcela permanentes, tem o comportamento idêntico no futuro,
ao obtido por ocasião das avaliações realizadas nas parcelas permanentes.
b) O segundo ponto básico é que a projeção da estrutura da floresta depende somente
do estado atual, não sofrendo efeito do desenvolvimento passado da floresta. Esta
característica ou propriedade do modelo considerado é definida como Propriedade
Markoviana.

Estas duas condições parecem restritivas para aplicação do método na área florestal.
VANCLAY (1994) exemplifica que pela Propriedade Markoviana a probabilidade de
movimento de uma árvore de uma classe para outra não poderia depender de outras árvores ou
da área basal do povoamento, o que na realidade não acontece. O crescimento das árvores
remanescentes é alterado pelo aumento do espaço após a colheita, mortalidade ou mesmo
supressão de árvores.
Da mesma forma a propriedade estacionária indica que os parâmetros da matriz
deveriam permanecer constantes no tempo trazendo dificuldade para reduzir a taxa de
crescimento enquanto, por outro lado, a área basal aumenta.
O mesmo autor cita ainda que estas suposições são insustentáveis na modelagem da
dinâmica florestal e que a prognose pode ser irreal se as condições do povoamento futuro
apresentar grande diferença em relação a condições em que os dados foram observados.
Desta maneira o método trará melhores resultados se o povoamento for mantido em
condições semelhantes, isto é povoamento sem manejo próximo ao clímax ou povoamentos
regularmente manejados para uma área basal especificada.
54

Outra desvantagem é o excessivo número de parâmetros e a dificuldade na


acomodação de diferentes sítios e tipos florestais o que requer a padronização da matriz em
cada povoamento a ser prognosticado.
Com a finalidade de reduzir o grande número de parâmetros a serem calculados na
matriz de Markov, escolhe-se o intervalo de tempo ou o intervalo de classe de tal forma que
uma árvore não possa crescer mais que uma classe durante um período, permitindo uma
substancial redução no número de parâmetros a estimar (Usher Matrix).
A probabilidade de transição de cada período de projeção é obtida da matriz G,
expressa por:
i1 i2 i3 i4 i5 in

i1 a1 0 0 0 0 ....... 0
i2 b2 a2 0 0 0 ....... 0
i3 c3 b3 a3 0 0 ....... 0
i4 0 c4 b4 a4 0 ....... 0
G = i5 0 0 c5 b5 a5 ....... 0
. . . . . . ....... .
. . . . . . ....... .
. . . . . . ....... .
in 0 0 0 cn bn ....... an

Sendo:
Número de árvores vivas que permanecem na i-ésima classe diamétrica no
Período de tempo (∆t)
ai = ---------------------------------------------------------------------------------------------
Número de árvores existentes na i-ésima classe diamétrica no tempo t

Número de árvores vivas que migram da i-ésima classe diamétrica para a


i-ésima classe diamétrica + 1 no período de tempo (∆t)
bi = ---------------------------------------------------------------------------------------------
Número de árvores existentes na i-ésima classe diamétrica no tempo t

Número de árvores vivas que migram da i-ésima classe diamétrica para a


i-ésima classe diamétrica + 2 no período de tempo (∆t)
ci = ---------------------------------------------------------------------------------------------
Número de árvores existentes na i-ésima classe diamétrica no tempo t

Sendo: t = início do período de crescimento considerado; ∆t = intervalo de tempo entre


o início e o fim do período de crescimento; in = classes de diâmetro.
55

Para os elementos ai, bi e ci, a condição é de que a árvore continue viva e não seja
colhida no intervalo de tempo considerado.
Para se chegar na projeção de árvores, deve-se considerar que em qualquer vegetação
ocorrem mortalidades de árvores (mi), assim como ingresso ou recrutamento (ii) na menor
classe diamétrica. Estas variáveis são obtidas por:

a) Mortalidade:

A mortalidade de árvores é obtida por:

Número de árvores viva na i-ésima classe diamétrica no tempo t mais a


mortalidade no intervalo de tempo (∆t)
mi = ---------------------------------------------------------------------------------------
Número de árvores existentes na i-ésima classe diamétrica no tempo t

b) Recrutamento:

O recrutamento pode ser obtido pela função exponencial negativa, expressa por:

B1 . Di
Ii = B 0 . e

Sendo: Ii = recrutamento ou ingresso; Di = diâmetro do centro de classe; B0, B1 =


coeficientes.

Outros métodos para determinação dos elementos da matriz de transição podem ser
analisados em VANCLAY (1994).

2.3.4.2.3 Aplicação com matriz de transição

O exemplo a seguir foi desenvolvido por SCOLFORO (1997), onde a projeção da


estrutura de uma floresta natural foi obtida como segue:

Yt + ∆t = G . Yit + Iit

Sendo: Yt + ∆t = número de árvores projetadas; G = probabilidade de transição por


classe diamétrica; Yit= freqüência da classe de diâmetro; Iit = recrutamento ou ingresso.
56

O recrutamento pode ser obtido pela função exponencial negativa, expressa por:

B1 . Di
Ii = B 0 . e

Sendo: Ii = recrutamento das árvores nas classes de diâmetro; Di = centro de classe de


diâmetro.

A matriz de projeção da estrutura da floresta foi expressa por:

Y1t+∆t a1 0 0 . . 0 Y1t I1t


Y2t+∆t b2 a2 0 . . 0 Y2t I2t
Y3t+∆t c3 b3 a3 . . 0 Y3t I3t
Y4t+∆t = 0 c4 b4 . . 0 x Y4t + I4t
Y5t+∆t 0 0 c5 . . 0 Y5t I5t
. . . . . . . . .
. . . . . . . . .
Ynt+∆t 0 0 0 cn bn an Ynt Int

Um exemplo de como operar a matriz e assim efetuar uma prognose do número de


árvores em uma floresta nativa, no período de 5 anos, para uma base de dados de dois
inventários florestais realizados em 1990 e 1995, nos quais foram mensuradas todas as
árvores com mais de 5,0 cm de diâmetro.
A freqüência observada de árvores por classe diamétrica é apresentada no vetor coluna
da Tabela 4. O recrutamento foi estimado pela equação:

-0,6716 . Di
Ii = 32887,3423 . e

A passagem ou “outgrowth” de árvores da i-ésima classe de diâmetro para a i-


ésima + 1 ou i-ésima + 2 classes, assim como aquela que permaneceram na mesma classe
diamétrica no período entre os dois inventários, possibilitou gerar a matriz de transição,
conforme se pode ver na Tabela 4.
57
58

Estado estável:

O estado estável indica que, independentemente do número de prognose que sejam


efetuadas, o número de árvores da floresta permanece constante nas várias classes diamétricas
(SCOLFORO, 1997).
Este estado pode ser identificado a partir das expressões, quando:

Yt + ∆t = Yt = Y* e I i = I i*

Sendo: Y* = (Iθ - G) -1 . Ii Iθ = matriz identidade de mesma ordem que a matriz de


transição (G); G = matriz de probabilidade de transição; ( ) –1 = matriz inversa; I = vetor que
contém os ingressos; Y* = expressa estado de equilíbrio da estrutura da floresta (se a
igualdade das operações for constante)

Identificando este estado pode-se inferir que a floresta está em clímax. Vale ressaltar
que mesmo neste estado a mortalidade e o recrutamento continuam a ocorrer sem que, no
entanto, a floresta sofra mudanças drásticas em sua estrutura.

Estados adsorventes:

A característica básica deste estado é quando a probabilidade de transição de uma


classe diamétrica para outra for igual a zero. A probabilidade existe somente das árvores que
permanecerem na mesma classe diamétrica, como a definição de ai. Não ocorre a passagem de
árvores para a i-ésima classe + 1 ou + 2, conforme representado pelas probabilidades bi e ci
(SCOLFORO, 1997).
Desta maneira, as prognoses das freqüências das classes de diâmetro anteriores não
podem ultrapassar a classe que apresenta estado adsorvente. Há então um acréscimo de
árvores continuamente nesta classe. Este acréscimo será mais intenso à medida que mais
prognoses forem efetuadas, já que as árvores não mais saem desta classe.
A ocorrência deste estado adsorvente compromete as prognoses das freqüências da
floresta em que o estado de equilíbrio seja detectado.
59

2.3.4.2.4 Implementação na aplicação da matriz de transição

O modelo de simulação a seguir foi desenvolvido por SANQUETTA et al. (1996), que
considera a dinâmica em floresta nativa após intervenção, sujeita as seguintes hipóteses:
• Após a colheita há ocorrência de mortalidade por dano, uma vez que a derrubada de
árvores de grande porte atinge árvores nas suas periferias, e também por motivos de acesso ao
interior da floresta. Tal dano ocorre de forma inversamente proporcional ao diâmetro, isto é,
maiores são os danos em árvores de menor diâmetro;
• A taxa de mortalidade natural (não por danos) se manterá igual à taxa verificada
antes da exploração;
• A abertura do dossel provocada pela retirada das árvores de maior diâmetro
provocará uma aceleração do crescimento diamétrico das remanescentes, também
inversamente proporcional ao DAP;
• Com o passar do tempo a taxa de aceleração de crescimento irá diminuir de forma
proporcional à taxa de recuperação da área basal, chegando a zero no momento que a floresta
recuperar sua área basal original;
• A abertura do dossel também provocará um aumento de recrutamento devido ao
aumento de luminosidade na floresta.

a) Matriz de transição original

A representação matemática da matriz de transição pode ser escrita como:

A ⋅ E0 + R = E1

Sendo: (A) = a matriz de transição que contém probabilidades de uma árvore passar
para outras classes diamétricas através de crescimento com o tempo; (E0) = vetor de estoque
no momento zero, ou seja, a distribuição diamétrica antes da predição; (R) = vetor de
recrutamento; (E1) = vetor de estoque no momento um, no tempo de predição futuro.

b) Matriz de transição após o corte

Se uma floresta sofre intervenções é esperado que mudanças vão ocorrer nos
60

componentes da matriz de transição “A”. O modelo aqui proposto tem exatamente por
objetivo agregar ao modelo original mudanças em função da intervenção programada. Mais
especificamente, os seguintes componentes serão alterados:
a) Vetor do Estoque (E’): deverá refletir o número de árvores (ou outra variável de
interesse) depois de realizado o corte e a mortalidade por dano;
b) Vetor de Recrutamento (R’): deverá refletir a aceleração na taxa de recrutamento
devido à abertura do dossel;
c) Matriz de Transição (A’): deverá refletir a aceleração no crescimento devido ao
aumento na taxa de iluminação promovido pela abertura do dossel.
A representação matricial abaixo ilustra o modelo proposto, representado da mesma
forma que o modelo original, mas com seus componentes alterados segundo a metodologia
descrita nos itens seguintes.

a11′ a12′ ... a1′ j  e1′  r1′ e1′′


a ′ a ′ K a ′      e′′
 21 22 2 j  e2′  r2′   2
⋅ + =
 M M L M  M  M M
       
 ai′1 ai′2 L aij′   ei′   ri′  ei′′

c) Vetor do estoque após a intervenção

Após a intervenção (momento mo′ ), o vetor do estoque sofre uma redução devido ao
corte e à mortalidade por dano. O estoque em questão pode ser, por exemplo, o número de
árvores, volume, ou área basal.
Esta redução pode ser representada matematicamente da seguinte maneira:

e1′   e1 − c1 − m1 
e′  e − c − m 
 2 =  2 2 2
M  M 
   
 ei′   ei − ci − mi 

Sendo: ei′ = estoque na classe (i) no momento (m0’) após a intervenção; ei = estoque
na classe (i) no momento (m0); ci = estoque retirado na classe i no momento (m0);
mi = mortalidade por dano na classe (i).
61

d) Mortalidade por dano

Como o objetivo do modelo proposto é simular o comportamento da floresta, a


mortalidade por dano pode ser estimada de forma empírica através da seguinte fórmula:

mi = ei ⋅ d ⋅ li

Sendo: d = percentual de mortalidade por dano esperada para a primeira classe


e
diamétrica, em décimos; li = ei = fator de redução da mortalidade em função da classe de
1
diâmetro.

O manejador poderá determinar o valor de (d) em função de sua experiência e do


sistema de exploração adotado ou através de dados oriundos de experimentos. Vários cenários
de mortalidade por dano poderão ser testados antes da intervenção. Após a exploração, um
inventário poderá determinar o valor correto.
O fator de redução (li) tem por função estimar a mortalidade por dano nas classes
diamétricas de (2) a (n). Este fator representa a hipótese de que a taxa de mortalidade por
dano cai de forma proporcional à razão entre a freqüência do estoque na classe considerada
(ei) e a freqüência da primeira classe (e1).

e) Aumento do recrutamento

Com a abertura do dossel haverá um aumento na regeneração natural e, por


conseguinte, no recrutamento de novos indivíduos. A formulação matemática a seguir
objetiva representar o incremento no recrutamento ou ingresso.

r1′ r1 ⋅ hi 
r ′  r ⋅ h 
 2 =  2 i
M  M 
   
 ri′  ri ⋅ hi 

Sendo: ri′ = recrutamento verificado na classe (i) entre o momento (m0’) após a
intervenção e (m1); ri = recrutamento normal verificado entre (m0) e (m1); hi = taxa de
aceleração do ingresso devido a abertura do dossel.
62

A taxa de aceleração do ingresso poderá ser determinada empiricamente quando da


simulação do manejo, com base na experiência do técnico e/ou por meio de estudos
previamente realizados. Após o corte, através do inventário, será possível medir a resposta da
vegetação à intervenção.
A fórmula mostrada a seguir determina a taxa de aceleração por classe diamétrica:

hi = ( 1 + z ⋅ li ⋅ w )

Sendo: w = redutor da taxa de aceleração sobre a taxa (z) devido a recuperação da área
basal entre o momento (mt) e (mt+k) onde (k) representa o intervalo de tempo da previsão e o
e
momento atual; li = ei = fator de redução da aceleração em função da classe de diâmetro; z
1
= taxa de aceleração sobre o recrutamento da classe diamétrica 1, devido a abertura do dossel;

O redutor (w) é determinado pela taxa de recuperação da área basal, e é calculado


através da seguinte equação:

( ban − bamk )
w=
bac

Sendo: ban = área basal antes da intervenção; bamk = área basal após a intervenção
no momento (k); bac = área basal retirada; sendo (bamk ) sempre menor ou igual a (ban).

f) Mudança na matriz de transição

A segunda hipótese que fundamenta este trabalho determina que a intervenção


realizada na floresta irá promover um incremento na taxa de crescimento diamétrico das
árvores. Por conseguinte, a matriz de transição irá mudar. Haverá um incremento nas
probabilidades de mudança de uma classe para a outra. Em outras palavras, a matriz de
transição será acelerada.
63

A nova matriz (A’) de transição ficará assim representada:

a11′ a12′ ... a1′ j 


a ′ a ′ K a ′ 
 21 22 2 j
 M M L M 
 
 ai′1 ai′2 L aij′ 

Os seus novos valores serão calculados através das seguintes equações:

g) Coeficientes das diagonais inferiores para o período m0’ - mk

ai′, j = ai , j ⋅ ( 1 + t ⋅ li , j ⋅ w )

Sendo: (i > j) e (k) igual ao intervalo de tempo.

h) Coeficientes da diagonal principal para o período m0' - mk

n
ai′, j = 1 − ∑ ai′, j − mi
i =2

Sendo: mi = mortalidade normal verificada na classe ( i); t = taxa de aceleração sobre


ej +1
o crescimento devido a abertura do dossel; li,j = = fator de redução da aceleração em
ei
função da classe de diâmetro, sendo i > j; w = redutor da taxa de aceleração sobre a taxa (g)
devido a recuperação da área basal entre o momento (mk) e (mk+1); k = intervalo de tempo
entre as previsões.

Na exemplificação apresentada neste trabalho, o cálculo dos coeficientes da matriz não


considera o fator de redução da aceleração em função da classe diamétrica (li,j). Isto não foi
incorporado aqui em função da não disponibilidade de informações relativas ao
comportamento das diversas classes em relação à intervenção. Na medida em que o
monitoramento do comportamento da floresta avance, será possível considerar esta variável
nas simulações.
O fator de redução (w) é calculado pela mesma fórmula anteriormente descrita. Após o
64

primeiro período de projeção, a cada período (k) de nova projeção, este fator promoverá uma
diminuição na taxa de aceleração (t) e, por conseguinte, todos os coeficientes da matriz serão
alterados. No momento em que a floresta recuperar sua área basal inicial, (w) assumirá o valor
zero, levando (t) também a zero. Por conseqüência, a matriz de transição voltará ao seu
estágio inicial de normalidade.

i) Resultados da simulação com o modelo

Um exemplo aplicativo do modelo é apresentado a fim de demonstrar sua utilização.


Contudo o modelo proposto foi desenvolvido para simular o desenvolvimento de florestas
naturais sob quaisquer condições de interferência.
As condições iniciais pré-estabelecidas são taxa de mortalidade (d) igual a 20%, taxa
de aceleração sobre o recrutamento da classe diamétrica (l), devido à abertura do dossel de
30%, taxa de aceleração sobre o crescimento devido à abertura do dossel (t) de 30% e a matriz
de transição apresentada na Tabela 5.

TABELA 5 - Matriz inicial de probabilidades de transição por centro de classe de diâmetro para
o período 1984-87, num povoamento de “fir-hemlock”, Japão.

Estado Recruta- Centro de Classe de Diâmetro (cm) Mortalidade


mento
1984/1987 R 7 15 25 35 45 55 65 75 M
↓ →
R 0,9897
7 0,9288 0,0202 0,0512
15 0,9247 0,0286 0,0466
25 0,8966 0,0541 0,0492
35 0,8889 0,0556 0,0560
45 0,8420 0,1580 0,0000
55 0,8750 0,1250
65 0,7500 0,2500 0,0000
75 1,0000 0,0000
Fonte: SANQUETTA et al. (1996)
65

Para efetuar a simulação com o modelo é necessário também informar a distribuição


diamétrica inicial do povoamento (neste caso em 1984) e o recrutamento no período de
simulação (neste caso entre os anos de 1984 e 1987), conforme apresentado na Tabela 6.

TABELA 6 - Distribuição diamétrica inicial em 1984 e recrutamento no período de 1984 e


1987 para um povoamento de “fir-hemlock”, Japão

Centro de Classe Número de Recrutamento Número de


de Diâmetro Árvores em No Período Árvores em
(cm) 1984/0,89 ha 1984 a 1987 1987/0,89 ha
7 1.785 192 1.852

15 557 549

25 203 198

35 54 59

45 19 19

55 8 10

65 8 6

75 3 5

Total 2.637 2.698


Fonte: SANQUETTA et al. (1996)

Os resultados simulados dos parâmetros essenciais ao manejador florestal são


mostrados na Tabela 7. Observa-se que a área basal (ban) antes do corte e o número de
árvores total (N) após 12 anos com base na simulação pré-estabelecidas tendem a retornar as
condições iniciais.
66

TABELA 7 - Evolução dos parâmetros simulados após intervenção em um povoamento de


“fir-hemlock” no Japão.
Ano
Parâmetros 1984 1984'
Antes do corte Após o corte 1987 1990 1993 1996
ban 40,78
bamk 33,50 35,28 36,85 38,29 39,46
bac 7,28
w 1,0000 0,7553 0,5395 0,3421 0,1818
ri' 192 250 236 223 212 202
N 2.637 2.220 2.360 2.479 2.580 2.664
Sendo: ban = área basal antes da intervenção; bamk = área basal após a intervenção no momento (k);
bac = área basal retirada; sendo (bamk ) sempre menor ou igual a (ban).
Fonte: SANQUETTA et al. (1996)
67

III - LEVANTAMENTO, MÉTODOS E PLANEJAMENTOS

3.1 Determinação das metas da empresa

O planejamento em geral levantamento e avaliação da situação atual, que comparada


com uma situação desejada, traça-se os passos necessários para alcançar, através do
planejamento da atividade num determinado período de tempo.
Através do plano de manejo, ordenam-se e coordenam-se as diferentes atividades
dentro da empresa, durante um certo espaço temporário, visando a atingir a meta econômica.
O planejamento de atividades é delimitado por dois pontos extremos:
a) Num ponto encontra-se a situação atual da empresa, com a sua infra-estrutura,
situação de pessoal, situação dos povoamentos, etc.
b) No outro ponto encontra-se a situação desejada a ser alcançada.

De acordo com a distância entre estes dois pontos extremos, dependendo do que se
trata, se for preciso uma modificação total ou somente parcial dos povoamentos, o
planejamento estender-se-á sobre um maior ou menor espaço de tempo, definido por prazo de
planejamento, como segue:
Planejamento de longo prazo: São de 20 anos ou mais, que incluem a escolha de
espécies, modificação do sistema silvicultural (por exemplo, talhadia simples para alto fuste),
equilibração de estoque, construção de prédios de longa durabilidade, aumento ou diminuição
do quadro de pessoal da empresa, etc.
Planejamento de médio prazo: São de 5 a 20 anos, incluem a revisão dos planos,
construção de estradas, equipamento e financiamento de máquinas, veículos, viveiro, etc.
Planejamento de curto prazo: São de 1 ou mais anos. Geralmente é o planejamento
anual e relaciona-se diretamente com as atividades de planejamento de corte, exploração,
reflorestamento, utilização e manutenção de máquinas.

3.1.1 Meta econômica da empresa

A meta econômica de uma empresa é definida pelos objetivos e utilizações para as


quais a floresta está submetida a servir a empresa ou à sociedade.
A determinação da meta econômica de uma empresa é, principalmente, uma questão
política por parte da legislação e econômica por parte da empresa. Por exemplo, uma nação
68

quer abastecimento do mercado com madeira e uma empresa quer obter lucro do seu
investimento.
A meta econômica da empresa é o principal objetivo da atividade silvicultural, que
normalmente envolve a produção simultânea de elementos econômicos e extra-econômicos.
O elemento econômico: A sociedade espera das empresas o abastecimento do
mercado com matéria-prima. O proprietário quando particular, atende esta demanda e aplica
teorias econômicas a fim de garantir auto-sustento e lucro. Os critérios econômicos, durante
os últimos 200 anos, sofreram mudanças, passando pela teoria do Rendimento Líquido do
Solo e evoluindo para o Rendimento Líquido da Floresta, até chegar a atual teoria econômica,
que defende além de pontos de vista econômicos, também o social e o ambiental, como fonte
de rendimento tangíveis e intangíveis.
O elemento extraeconômico: A existência desta função traz como conseqüência gasta
ao proprietário. Normalmente, ela é inestimável em avaliações comuns, mas pode até ser da
intenção do proprietário em mantê-las, como exemplo a caça, pesca, prestígio social e outras.
Em relação à comunidade, existe a necessidade de garantir todos os benefícios da floresta,
como água, ar, proteção à erosão e exploração turística da área.
Os gatos podem ser decorrentes da necessidade de construção de instalações, tais
como: estacionamentos de carros, bancos, caminhos de passeio, etc. Também, inclui a função
do estabelecimento da paisagem, fator importante para o desenvolvimento da cultura popular,
atração de turistas, mas tudo demanda gastos para o proprietário.
As funções econômicas e extraeconômicas possuem uma certa relação com o tamanho
do empreendimento, diretamente relacionado com o volume de corte anual. Por isso, quanto
maior a empresa (corte anual), mais metas extraeconômicas exerce, por exemplo, o bem estar
dos operários, facilidades para turismo/recreação, etc., além do maior cuidado com o risco.
Na Figura 8 é mostrada uma relação da rentabilidade em função dos elementos
econômicos e extraeconômicos, em função do tamanho da empresa. Uma empresa,
dependendo do seu tamanho necessita de um mínimo de rentabilidade para sobreviver (ponto
B), a partir deste ponto ela começa a interessar-se pela exploração das funções
extraeconômicas. O ótimo em rentabilidade é atingido no ponto C. O ponto A é alcançado
quando se quer a máxima renda do solo, demandando o aproveitamento dos elementos
econômicos e extraeconômicos disponíveis.
69

FIGURA 8 - Relação da rentabilidade da empresa com o seu tamanho da produção

No planejamento do elemento econômico deve-se sempre considerar os elementos de


risco do investimento que devem ser avaliados na determinação da meta econômica da
empresa, pois pode modificar parcialmente a meta econômica da empresa (ciclo longo de
produção) que está sujeita a desenvolvimentos (mercado), ocorrências imprevisíveis (clima),
alteração da capacidade produtiva do solo (fertilidade), que quando surgem são incorrigíveis
ou de difícil recuperação; o planejamento deve levar isto em consideração através de ações
que possibilitam certa margem de possíveis manobras de defesa. Eventualmente, isto significa
uma desistência voluntária de possíveis lucros maiores em favor da segurança da produção.

3.1.2 Meta técnica da empresa

Para estabelecer a meta econômica da empresa é necessário definir as metas técnicas


locais para a empresa. Elas determinam o sistema de manejo, composição de espécies, grau de
mistura, estoque, etc.
70

Para o estabelecimento da meta técnica, RICHTER (1963) distingue três grupos de


submetas que devem ser observadas: da produção, do grau de estoque, e, da renovação.
A meta da produção: Refere-se especialmente aos tipos de sortimentos a serem
produzidos nos diferentes sítios, como madeira para laminação, carpintaria, parquet, postes,
celulose, carvão, lenha, etc.
A meta do grau de estoque: Baseia-se na meta da produção, e visa a possibilitar um
ótimo de acréscimo de volume destes sortimentos.
A meta da renovação: Tem vínculo com a substituição dos povoamentos, pois
determina a distribuição das espécies após renovação assegurada, o que se manifesta
diretamente no rendimento sustentado.
Outros pontos são importantes no estabelecimento das metas, como: alcance de um
certo grau de acessibilidade; cuidados especiais (desrama); mecanização; ordem espacial, por
exemplo, necessidade de mudar a direção tradicional dos cortes ou fazer paraventos.
As metas a serem estabelecidas no manejo florestal referem-se a aquelas a serem
atingidas a médio e curto prazo. Devido a isto, necessitam de bastante precisão para sua
continuidade, pois são influenciadas por certos fatores.
Para isto, SPEIDEL (1967) cita três critérios que podem ser seguidos no
estabelecimento das metas: prognóstico de consumo e procura; prognóstico de produção e
oferta; prognóstico da comercialização.
Prognóstico de consumo e procura: Este prognóstico é feito por agências nacionais
(IBAMA, Ministérios) e Internacionais (FAO). Serve para orientar sobre futuros mercados,
possibilidades de venda (futura procura de lenha, carvão, laminados, celulose, madeira
serrada, etc.). Um fator decisivo a ser levado em conta é a possível substituição de certos
sortimentos de madeira por outras fontes e o desenvolvimento dos preços. Por exemplo, a
substituição da lenha para energia com a construção de usinas hidroelétricas; substituição do
carvão vegetal pelo carvão mineral.
Um fator importante a ser observado é a procura por certas qualidades e tipos de
madeira no futuro, o que determina cuidado na escolha de espécies; cuidados com as
desramas, etc.
Os prognósticos devem ser considerados como uma moldura, pois eles não modificam
completamente o sistema de manejo das florestas existentes, mas sempre devem ser levados
em conta. Por exemplo, pode-se tomar o prognóstico mundial para 2010, também é possível
71

avaliar o desenvolvimento do consumo no Brasil através dos costumes de consumo em países


de condições semelhantes, porém mais adiantados (por exemplo, países Europeus, Nova
Zelândia, etc.).
Prognóstico de produção e oferta: Possível de ser feito por órgãos nacionais, com
base em informação nacional, estadual ou regional, podendo ser baseado nos levantamentos
feitos para os planos de manejo e os cortes.
Com base nestes prognósticos é possível como coincide a produção (oferta) com o
consumo (procura), e com isso tirar conclusões de como se pode administrar a empresa a fim
de levar maior vantagem e ter maior lucratividade. Por exemplo, uma grande catástrofe que
derruba as florestas de uma região, resultando um aproveitamento principal da madeira para
celulose, causa uma saturação do mercado com este tipo de sortimento. Que não pode ser
estocado, pois apodrece, em conseqüência os preços irão baixar. Devido a isto, deve-se
modificar o plano de corte, mesmo que tenha sido planejado, pode-se ir retardando os
desbastes para não vender madeira a preço muito baixos.
Prognóstico da comercialização: Surge da comparação entre oferta e procura
(regional, nacional) e da necessidade de eventuais importações ou possíveis exportações.
Quando possível isto deve ser levado em consideração já nos planejamentos para a empresa.
Neste prognóstico é importante a localização da empresa, que pode ser favorável ou
desfavorável na comercialização. Por exemplo, no Irã possíveis distâncias de transporte de
madeira são viáveis para as seguintes utilizações:
Carvão vegetal 0 - 22 Km
Chapas 20 - 40 Km
Celulose 40 - 130 Km
Madeira para serraria 60 - 120 Km
Laminados 60 - 400 Km
Faqueados 220 - 2000 Km.

Baseado nos três prognósticos pode-se estimar mais ou menos o desenvolvimento


entre renda bruta e despesas operacionais, o que é importante para se fazer planejamentos de
administração, mecanização, construção de estradas, etc., pois se pode relacionar com o
desenvolvimento dos mercados de trabalho e do custo de mão-de-obra.
72

Um aspecto importante no estabelecimento das metas é a situação geográfica da


empresa. A situação geográfica é uma coisa determinada, fixa, imóvel. Uma empresa pode
estar sujeita a aceitar esta situação, apesar de ocupação de mão-de-obra ou abastecimento de
uma indústria com matéria-prima própria.
Associado a situação geográfica está à densidade demográfica, que quanto maior,
maior a necessidade da empresa em fornecer produções imateriais, o que traz certos riscos
(fogo, acidentes com turistas, etc.) e certas vantagens, como mais estradas públicas,
eventualmente mão-de-obra disponível, mais infra-estrutura: telefone, escolas, médicos, etc.
O fator mais importante no estabelecimento das metas em uma empresa é à distância
dos compradores potenciais de madeira em relação à localização geográfica da empresa.
Sobre isto, SPEIDEL(1997) demonstrou o modelo da relação entre a intensidade possível de
administração e do manejo das florestas, em dependência da distância do mercado, como
mostra a Figura 9.

3.2 Ordem espacial

A ordem espacial é definida como sendo a distribuição das unidades de produção e


subdivisões que ocorrem dentro de um espaço físico.

3.2.1 Necessidades da ordem espacial

As unidades básicas da ordem espacial são os talhões e as secções. As secções são


áreas com semelhança de sítio, portanto, com produtividade homogênea.
A ordem espacial é feita nas florestas manejadas para possibilitar conhecer a
estatística das unidades de produção, com o enfoque de:
a) Comparação das unidades com base nas diferenças naturais de produtividade.
b) Comparação do aumento ou diminuição da produção com aplicação de tratamentos
específicos, como: corte, desbaste, adubação, espécies e tratos culturais. Com esta
comparação contínua obtém-se dos inventários, o controle e execução das atividades.
73
74

Devido a isto, evita-se efetuar mudanças na ordem espacial, pois dificulta o controle
estatístico da produção dos povoamentos.

Ordem espacial e o planejamento: As áreas separadas são de certa forma homogênea


(secção, talhão, distrito), possibilitando tratamentos específicos, tais como:
• Na secção: desbaste, adubação, escolha de espécies, melhoramentos.
• No talhão: estradas e exploração.
• No distrito: orientação geral.
Devido a isto, deve-se evitar mudanças contínuas das linhas limítrofes ou subdivisões
internas das unidades, devido aos tratamentos e cuidados.

Ordem espacial e a segurança: A segurança: a separação dos povoamentos diminui


os perigos contra danos, bióticos (insetos, fungos) ou abióticos (fogo), e facilita a mobilidade.

Ordem espacial e o manejo: A subdivisão do espaço físico facilita a acessibilidade,


ajuda à execução silvicultural, exploração, renovação (natural ou artificial) e faz com que a
floresta fique mais visível e controlável (mapas).

3.2.2 Planejamento e execução da ordem espacial

Quando já existe a ordem espacial, se for possível, deve ser deixada ou simplificada.
Por exemplo, quando se deseja transferir um limite artificial (aceiro) para um limite natural
(curso d’água, etc.).
Quando não existe a ordem espacial, deve-se tentar formar blocos de fácil orientação.
Estes são projetados sobre um mapa plani-altimétrico com posterior retificação e marcação no
campo. O tamanho da unidade de produção depende do sistema e intensidade do manejo,
tamanho da empresa, variando de 10 a 100 ha.
Os talhões, quando possível, devem ser retangulares na proporção de 2:1. A linha de
separação deve coincidir com as estradas principais para facilitar acesso de caminhão, e os
caminhos de extração, devem possibilitar acesso para trator ou tração animal.
75

Em terrenos com topografia plano ou levemente ondulado, as linhas de separação


devem formar de preferência ângulos retos. Em topografia montanhosa utiliza-se mais as
linhas naturais de separação e estradas.
A formação de secções, ao contrário dos talhões, são subdivisões sugeridas pelas
diferenciações existente na natureza. O ponto de partida para a sua delimitação é o mapa dos
sítios, resultante da sondagem e mapeamento dos sítios naturais.
Conforme a intensidade, as secções são mais ou menos semelhantes aos diferentes
sítios. O responsável pelos levantamentos para o planejamento deve assumir certos
compromissos entre a necessidade ou possibilidade econômica e a intenção de obter secções
homogêneas.
A secção é independente em relação ao manejo e proteção, por isto, não deve ser
grande. Quanto mais intensivo for o manejo, menor deve ser a área da secção.
Existindo o mapa dos sítios, deve-se verificar os critérios mais importantes utilizados
na separação dos sítios, e verificar se é possível juntar certos sítios para formar uma unidade
maior. Por exemplo, modificações quando em áreas pequenas, não podem ser diferenciadas
em seções, porém nos planejamentos silviculturais sofrerão tratos diferentes.
A execução da ordem espacial em áreas abertas, como em campos, é feita antes do
reflorestamento, na seguinte ordem:
a) Mapa plani-altimétrico da área;
b) Sondagem e mapeamento dos sítios;
c) Traçado da rede de talhões, com: estradas, tamanho, distância entre elas.
d) Planejamento das secções, como: caminhos de extração com largura de 2 a 4 m.

As linhas traçadas formam uma rede e entre as malhas da rede situam-se as áreas de
reflorestamento.
Na execução da ordem espacial em áreas florestais ainda não diferenciadas, as faixas a
serem abertas devem ajudar na segurança do povoamento.
Em grandes áreas, as faixas abertas podem ser substituídas por cortes em faixas de 10
a 15 metros de largura e reflorestamento em faixa. Assim, podem ser formadas copas maiores,
proporcionando faixas de segurança, este caso é para povoamentos mais velhos. Um corte
semelhante ao anterior, sem aumentar a largura e sem reflorestamento, incentiva a formação
76

de copas que permitem uma maior proteção do povoamento, o que pode ser aproveitado para
fazer estradas, sendo aconselhável para os povoamentos mais jovens.
O problema de abertura de faixas com posterior danos por vento existe menos em
florestas nativas, bem estratificadas e mais em grandes áreas de reflorestamentos
homogêneos. Estas duas possibilidades fornecem o mesmo efeito protetivo, isto é: Proteção
por paravento (beira de mato); e, proteção por abrigo.
A proteção por paravento significa uma perda de área produtiva. Em sistemas
intensivos, é conveniente a instalação de faixas de diferentes idades e estrutura para a
proteção.
Os motivos para separação de secções são os seguintes:
a) Metas técnicas diferentes. Por exemplo, talhadia, alto fuste, plenterwald, etc.
b) Espécies diferentes. Por exemplo, pinus e pinheiro-brasileiro espacialmente
separados, igualmente áreas de pinheiro-brasileiro oriundas de plantio em matas nativas.
c) Idades diferentes. Grandes diferenças de idades mesmo nas mesmas espécies ou nas
misturas de espécies.

Em terrenos planos com topografia plana à ondulada, tenta-se deixar coincidir a


separação da secção com linhas de extração existentes ou faz-se abertura e linhas de
separação.
Em terrenos com topografia montanhosa, as estradas, curvas de nível, curso d’água,
etc., separam a secção. As linhas muitas vezes coincidem com a modificação de sítios. A
projeção de novas estradas secundárias devem seguir estas divisões entre secções.
A formação de subsecções seguem sítios bem distintos, sem delimitação na natureza e
são pequenas demais para ser secções. Aparecem no mapa, mas não são contadas como
unidades próprias, somente recebem tratamentos silviculturais especiais.
A numeração das unidades espaciais segue a seguinte denominação:
a) O distrito é numerado em romano, i, ii, ...
b) O talhão em número arábico: 1, 2, 3,...
c) A secção em letras do alfabeto: a, b, c,...
d) A subsecção com expoente junto à secção: a1, b2, c1,...
77

Quando necessário e possível deve-se efetuar a marcação das unidades como segue: O
talhão é marcado em pontos de cruzamento de linhas de separação, feito em pedras, estacas
com a numeração do talhão. Isto, atualmente, é pouco praticado na maioria das empresas
florestais; a secção não recebe demarcação, se existirem linhas de extração, faz-se marcação
com pintura em árvores ou locais de destaque, como pedras. A numeração da secção somente
aparece no mapa; a subsecção destaca-se por si mesma na natureza, sem marcação, mas
aparece demarcada no mapa.
A execução da ordem espacial em áreas abertas, como em campos, deve ser feita antes
de efetuar o reflorestamento.

3.3 levantamento e planejamento silvicultural

3.3.1 levantamentos dos povoamentos

Os levantamentos dos povoamentos iniciam com a determinação de idade (para cada


espécie) do povoamento se for homogêneo, utilizando informações escritas ou orais, anéis de
crescimento ou comparação análoga.
Em povoamentos mais ou menos irregulares, a idade deve ser escrita da seguinte
forma:

45 – 60
--------- (onde 50 é a idade média).
50

Os povoamentos devem ser caracterizados utilizando-se de critérios verticais,


horizontais, mistura de espécies, podendo ser usado:

a) Critério da verticalidade: Descreve-se o número de estratos existentes no


povoamento.
- Um estrato: quando as copas na sua maioria encontram-se numa camada única.
Também vale como um estrato quando existe uma renovação de pequeno porte (menor que
1,5 m de altura).
- Dois estratos: quando duas camadas distintas formam-se, sendo possível uma
renovação de maior altura (mais que 2 m).
78

- Três estratos: 3 camadas distintas.


- Irregular (sem estratificação): as copas distribuem-se irregularmente sobre o espaço
vertical (tipo plenterwald).

b) Critério da horizontalidade: Descreve-se o grau de fechamento e projeção das


copas.
- Muito fechado: as copas das árvores entrelaçam-se, cobrindo o solo em mais que 100
% (florestas nativas, florestas muito fechadas); no solo geralmente não ocorre vegetação.
- Fechado: as copas das árvores entrelaçam-se ou tocam-se, cobrem o solo em mais ou
menos 100 %; no solo já ocorre vegetação.
- Aberto: encontram-se pequenas clareiras, até uma extensão de uma copa de árvore; o
povoamento ainda pode fechar-se.
- Claro: maiores clareiras, que não podem mais serem preenchidas pelas copas das
árvores dominantes.
- Ralo: estrato arbóreo muito esparso, cobrindo em menos de 50 % o solo. Vale
também quando um sub-bosque muito fechado cobre o solo, que, porém é sem valor; por
exemplo, pinhais explorados, com 30 a 40 pinheiros por hectare, ou um sub-bosque
fechadíssimo de taquara.

c) Critério da mistura: Descreve a composição em espécies, distinguindo-se a quota


de participação de espécies no estoque, bem como a distribuição das espécies no povoamento
(agrupamento = forma de mistura).
- Floresta mista: mistura singular
mistura em grupos (até1000 m2)
mistura em bosques (manchas) (0,5 ha)
mistura em faixas
mistura em filas.

A mistura de espécie é definida em % de superfície ocupada. Por exemplo, pinheiro


0,6, cedro 0,1, camboatá 0,2, podocarpus 0,1. Outras espécies de menor freqüência serão
descritas por: singular ou algumas, por exemplo: canela – singular; açoita-cavalo e murta –
algumas.
79

Também, deve-se tomar informações quanto à origem das árvores (reflorestamento,


renovação natural, brotação, etc.).
Junto com estas descrições deve ser feita também uma apresentação qualitativa e
quantitativa do povoamento. Avalia-se o estoque por espécie ou grupo de espécie: altura,
áreas basais, comprimento da tora aproveitável (isto principalmente para florestas nativas –
mistas para as quais não existem tabelas de volume ou tabelas de produção).
Além disso, avalia-se o dano existente nas árvores (como copa quebrada, danos por
vento, seca, neve), lesões causadas por exploração anterior, danos por fungos, cancro, fogo,
insetos, gado, etc. Geralmente, relaciona-se o dano em % de indivíduos atacados. Por
exemplo, 6 araucárias – 30 % atacadas por fogo (perda = os 2 primeiros metros da toara); 1
canela – 10% com copas parcialmente quebradas.
Estes danos podem ser avaliados com códigos que serão colocados nos formulários de
levantamento (dendrométrico), por exemplo:
1 = 10% de danos
2 = até 30% de danos
3 = até 60% de danos
4 = 61 – 100% atacadas, etc.
Essas características mencionadas, suas formas e peculiaridades podem ser mais bem
observadas na Figura 10.

3.3.2 Planejamento dos povoamentos

O planejamentos inicia com o levantamento ecológico (determinando sítios) em


conjunto com o levantamento silvicultural (após determinação da secção) possibilita o
planejamento das unidades de produção (secção) do ponto de vista técnico-silvicultural.
O planejamento dos povoamentos é principalmente técnico-silvicultural, saindo de
reflexões ecológicas, voltando-se para as finalidades econômicas. Este planejamento tenta
estabelecer os tratamentos dos povoamentos, para que estes cumpram o esperado, ao longo da
duração da produção.
80
81

No Brasil, praticamente nunca se tem a possibilidade de consultar planos de manejo


anteriores, por isso, é necessário então tirar conclusões a partir de conhecimentos teóricos,
informações de pessoal local, técnicos da empresa e de comparações análogas.
O planejamento técnico-silvicultural deve ser fácil de ser compreendido e claro; deve
corresponder à capacidade empresarial; deve ser voltado à meta técnica da empresa, levando-
se em conta fatores biológicos e econômicos; sempre que possível leva-se em conta
experiências locais ou regionais; é desenvolvido para cada secção, visando o cumprimento da
meta econômica durante um período de tempo de ordenamento de curto e médio prazo.
O planejamento visa a transformar ou manter a situação de uma floresta mista (em
idade e espécie); uma floresta homogênea; ou alguma forma transitória.
Logicamente, deve-se preocupar também como o planejamento da sucessão dos
povoamentos após os cortes (espécies plantadas ou renovadas naturalmente, métodos, época
de início, etc.).
O planejamento deve ser simples e não detalhado demais, deve seguir as linhas
traçadas pela meta econômica da empresa. Sempre vai ser necessário enquadrar os
planejamentos nas condições regionais, utilizando-se de critérios válidos para a região,
definidos por fatores como: material de origem, solo, clima, tipografia; e, critérios
econômicos, como densidade de população, indústrias existentes, possibilidades de
comercialização.
As condições regionais são obtidas de pesquisas ecológicas (tipos – zonas – regiões
florestais), e de experiência (comparação com plantios mais antigos da região nos mesmos
sítios. A própria topografia e acessibilidade podem influir extraordinariamente no
planejamento. Por exemplo, em topografia acidentada, com pedregosidade e estradas ruins,
não se deveria planejar plantações de rotação curta, com Eucalyptus, mas sim de espécies
valiosas de rotação longa.
Descrição das secções determina as linhas para o planejamento; secçõpes compostas
dos mesmos sítios recebem o mesmo tratametno, de acordo com as metas econômicas e
técnicas da empresa.
A meta econômica da empresa, dependendo tratar-se de uma indústria ou empresa
florestal independente, terá influência decisiva sobre a seleção da espécie, que é de utilidade
para indústria, ou então determinada por sítio. Para a determinação da espécie a ser utilizada,
82

o tipo florestal é o melhor indicador, porém não revela as condições ótimas econômicas, que
poderiam ser diferentes.
Determina as espécies (% de participação) que se deseja compor o povoamento no
momento do corte final ( = meta de estoqueamento).
O planejamento então fixa a forma e maneira de conseguir este povoamento de
maneira econômica e com um máximo de aproveitamento dos fatores de produção, bem como
um máximo de segurança. Mas, determina as espécies principais, por exemplo, pinheiro-
brasileiro, e as espécies auxiliares, por exemplo, podocarpus e bracatinga, bem como a forma
de mistura.
A meta técnica da empresa determina as qualidades de sortimentos a serem produzidos
e o planejamento técnico-silvicultural é definido a maneira de procedimento para alcançar tais
alvos. Por exemplo, para Araucária angustifólia: madeira de grande dimensão para laminação
e para serraria, de rotação longa; madeira para indústria de chapas e celulose, de rotação curta.
Na realidade brasileira as empresas particulares verticalizadas muitas vezes desejam uma só
espécie, uma só meta econômica, independente da capacidade produtiva dos sítios.
A partir destas duas metas, a técnica e a econômica, desenvolve-se então o
planejamento específico, empregando as técnicas silviculturais.

Planejamento silvicultural da secção: É o planejamento detalhado para a unidade de


produção da empresa e segue os critérios estabelecidos nas descrições gerais do planejamento
silvicultural.
Este planejamento serve de orientação para o responsável pela execução, para controle
contínuo (estatística) e para se ter o “histórico”das secções. Ele demonstra os caminhos para
alcançar as metas, partindo da situação atual, analisada através do levantamento da secção.
O planejamento específico orienta-se nos seguintes elementos, que devem ser
definidos para cada unidade de produção: meta econômica da empresa; a meta de
estoqueamento final (distribuição das espécies, taxa de corte e idade de corte); o alvo de
renovação (dando em 1/10 de quota de cada espécie). Este planejamento é feito em loco e leva
em conta além dos critérios mencionados também a existência de paraventos. Quer dizer que
cada secção deve ter o seu planejamento individual.
Os planejamentos podem ser divididos em vários grupos de tarefas definidas por:
medidas de renovação; medidas de desbaste; outras medidas de tratos:
83

a) Medidas de renovação: São todos os trabalhos que serão executados tendo como
conseqüência à renovação do povoamento.
Com isto, define-se o tipo de corte, situação e procedimento dos cortes, rapidez do
procedimento dos cortes, grau de abertura do dossel, tipo de renovação, renovação artificial,
idade – tamanho – tipo de mudas, espaçamento, preparo do solo, proteção das mudas,
drenagem, etc.
Em geral, pode-se dizer que para as espécies heliófilas têm-se corte raso e para as
espécies e sombra, tem-se o sistema plenterwald e corte seletivo.
Sempre se deve prever todos os trabalhos até que a renovação seja estabelecida,
logicamente que se deve descrever aquelas medidas que serão executadas brevemente, com
mais detalhes do que os trabalhos a serem executados mais tarde.

b) Medidas de desbaste: Elas são diferentes no que se refere à intensidade, início,


estrato, espécie e dependem principalmente do sistema silvicultural e de fatores econômicos,
como a mecanização e possibilidade de comercialização.

c) Outras medidas de tratos: Fazem parte do planejamento silvicultural,


principalmente quando a secção não é destinada a exploração. Podem incluir cuidados com as
renovações recém estabelecidas até outros cuidados antes do corte final (limpeza,
raleamentos, etc.) A descrição destas atividades deve conter todas as informações necessárias
para garantir uma execução adequada (capina, limpeza, corte de cipó, desrama, colheita de
sementes de árvores ou povoamento, etc.).
Esta descriminação em três grupos logicamente não é aplicável do mesmo modo na
prática, pois é simplesmente uma classificação artificial. Na realidade planeja-se
independentemente todos os trabalhos necessários numa secção, sem se preocupar com a
classificação do passo.
Nos planejamentos silviculturais, também, são relacionados os cortes que se fazem
necessários do ponto de vista silvicultural. Porém a indicação dos cortes sempre é seguida de
medidas de renovação que é uma exigência do regime sustentado. Estes cortes são indicados,
tendo um local definido de execução, velocidade de procedimento, direção de progressão,
bem como método de corte. Geralmente, marca-se em mapas as áreas que devem ser cortadas.
84

Juntamente com estas informações descreve-se para esta secção a quantidade estimada
de madeira a ser cortada. Esta informação é possível de ser obtida, pois o planejamento é feito
após os levantamentos dendrométricos no inventario, sendo discriminado os volumes de corte
em todas as secções, respectivamente, em corte final e corte antecipado. Estas informações
são obtidas através de medição ou cálculo em % do total de volume obtido.
Para o espaço temporário do ordenamento, por exemplo, cinco anos, deve-se calcular
toda a madeira que será cortada numa secção.
A indicação dos cortes já traz consigo a necessidade dos trabalhos de renovação do
povoamento, por exemplo, início e execução das medidas, preparo da área, espécie, abertura
do dossel, etc. Basicamente, informa-se para cada secção especificamente sobre quanta
madeira e de qual a qualidade que será cortada no próximo período de ordenamento.
Fazendo isto, em todas a secções ter-se-á uma visão geral de toda a classe de manejo,
quando se faz a soma dos cortes de todas as secções. Esta taxa de corte silvicultural que é
válida, por exemplo, para 5 anos, um quinto desta quantidade constitui a taxa de corte anual.
Esta taxa caracteriza-se pelo fato de que é o resultado de um planejamento silvicultural
individual, quer dizer que tem por base o melhor tratamento de cada secção. Isto significa,
que não tendo em vista as condições da unidade maior, da classe de manejo, não se terá o
regime sustentado. Por isso, calcula-se uma taxa de corte que procura garantir o regime
sustentado, fornecendo anualmente a mesma quantidade de madeira. Para a empresa é
importante o regime sustentado, por isto o povoamentos devem receber o melhor tratamento
silvicultural. Devido a isto, deve-se equilibrar as duas taxas de corte (calculada e
silvicultural), adequando ou eliminando cortes de povoamentos, até que a taxa de corte
calculada e a silvicultural sejam semelhantes. Para esta eliminação de povoamentos utiliza-se
de uma escala de urgência, indicando quais os povoamentos precisam ser cortados com mais
urgência do que outros, nos quais ainda pode ser retardado um pouco o corte. Esta relação de
urgência de cortes em parte é justificada pela necessidade das medidas de renovação, que
segundo MANTE(1959) é a seguinte:
a) Povoamentos maduros, que se encontram em processo de renovação.
b) Povoamentos em áreas pouco estocadas, por exemplo, com árvores velhas
esparsas.
c) Parte de povoamentos ruins seja por espécies indesejadas, espécies não aptas ao
sítio ou danificadas por vento, insetos, etc.
85

d) Cortes de povoamentos para manter ou fazer ordem espacial.


e) Povoamentos que alcançaram dentro dos próximos 5 a 10 anos a madureza de
corte.

Planejamento silvicultural específico para talhão e distrito: Neste planejamento


descreve-se de forma resumida os povoamentos (espécies, suas características, sistema
silvicultural, objetivos) inclusive as condições ambientais (solo, clima, temperatura,
precipitações, vento, material de origem), a divisão administrativa (no caso dos distritos) e a
técnica silvicultural até agora empregada.
Este planejamento geral é praticamente o resumo dos planejamentos silviculturais
regulares realizado para as secções. A partir dos planejamentos individuais de cada secção
(renovação, corte, cuidados, plantio, estradas, etc.) é feito o planejamento total, para todas as
secções e para o período de ordenamento.
Cada um destes planejamentos pode ser feito individualmente ou agrupado, juntando
no planejamento silvicultural os planejamentos da renovação, dos cuidados, dos plantios, dos
cortes, etc.

3.4 Volume e sua determinação

Para planejar os cortes e determinar os incrementos desejados é necessários conhecer


volume atual (real) e planejar o volume futuro (desejado). Para isto, determina-se o volume
individualmente para cada unidade de produção (secção), que se constitui na base de
levantamento. O levantamento é feito para obter volume com ou sem casca de cada secção.
Os volumes podem ser determinados de forma diferente:
a) Volume total por árvore: inclui a madeira da árvore com mais de 7 cm, ou outro
limite adotado pela indústria, podendo ser até incluídos os galhos grossos.
b) Volume da tora (fuste): muito comum em utilização e levantamento de florestas
nativas. Considera o volume da tora até o ponto e possível aproveitamento.

Caso exista comercialização de volume com casca, não é necessário fazer os cálculos
de conversão para volume sem casca. Também, deve ser assinalado, quando se tratar de
levantamento de volume total ou somente da tora (fuste); além disso, se for som ou sem casca.
86

A determinação dos volumes das árvores pode ser feita utilizando equações de volume
com ou sem casca. Posteriormente, é feita a extrapolação para a área da unidade de produção.
O volume das unidades de produção (secção) pode ser obtido através de levantamentos
completos ou por meio de um método de amostragem.

a) Levantamento completo

São feitos as medições com suta ou fita de diâmetro de todas as árvores de uma
determinada área (amostragem), que possuem um diâmetro superior a um limite estabelecido,
por exemplo, 7 am. A medição do diâmetro é feita ao DAP, com suta, quando em encosta no
lado de cima e, em planície sempre na mesma direção; e a altura com Blume Leiss ou outro
aparelho.
A determinação do volume pode ser feita por: equações ou tabelas de volume para
cada espécie, baseada em diâmetro, altura e qualidade; utilização do volume da árvore média,
para posterior extrapolação para a área da unidade de produção.
Os levantamentos completos são realizados quando os povoamentos forem de grande
valor econômico ou no caso de um povoamento com árvores velhas de grandes dimensões.

b) Levantamento por amostragem

Os levantamentos por amostragem são utilizados para áreas de unidades de produção


de maior extensão. Nestes levantamentos pode ser utilizado um método de amostragem que
melhor adequasse as condições dos povoamentos e as necessidades de informações. Para a
definição da metodologia do processo de inventário pode ser utilizada as indicações
encontradas e, PELLICO NETO & BRENA (1997) e a classificação da informações com
codificação nos levantamentos, definidos por SCHNEIDER (1999).
A determinação do volume com ou sem casca das árvores medidas pode ser obtido por
meio de equações de volume e posterior extrapolação para a área da unidade amostra.
Para situações especiais, pode-se fazer a qualificação dinâmica de povoamentos
quando se tratar de povoamentos novos que ainda não alcançaram a idade que possibilita
levantamentos de dados necessários e, quando levantamento expedito, determinação da idade
87

e conclusão análoga sobre o volume (comparação com povoamentos de crescimento


semelhante).
Isto pode ser feito através da qualificação dinâmica, com o que se estima a classe de
crescimento mediante a comparação com povoamentos vizinhos, observando-se o solo,
topografia e espécie; avaliando seu desenvolvimento, determinando a classe de crescimento
para o povoamento novo. Para a qualificação dinâmica pode-se basear, por exemplo, na altura
média do povoamento.
O levantamento é feito individualmente para cada unidade de produção, sendo obtido
por um determinado número de amostras.
Como a área das unidades de produção são conhecidas é possível a computação do
volume existente para toda a área.
O incremento é importante ser conhecido como indicador do estado produtivo dos
povoamentos e como medida para cortes possíveis.
Como todos os outros subsídios para o planejamento do manejo, o incremento deve sr
determinado também individualmente para cada secção.
Há vários tipos de incremento que podem ser determinados:
a) Em altura, diâmetro, volume, podem ser relacionados através da árvores individual
ou com o povoamento.
b) Do ponto de vista dinâmico temos os incrementos correntes, periódicos, dados em
m3 ou em aumento percentual do volume existente.

A determinação do incremento pode ser feita através de tabelas de produção, de onde


se obtém o incremento periódico anual e o incremento médio anual.
Para determinados fins pode ser calculado o incremento histórico que é baseado em
levantamentos em várias épocas bem distantes. Dados levantamentos devem abranger a
mesma área (sítio) e feito entre vários anos de diferença, podendo ser utilizado o método de
controle para esta finalidade.

3.5 Incremento e sua determinação

Como foi visto anteriormente, os incrementos mais comuns no planejamento da


produção são definidos pelo: incremento corrente anual, incremento periódico anual,
incremento médio anual parcial ou total e, incremento médio na idade de corte.
88

Na prática do manejo, também, podem ser utilizados outros tipos de incrementos, que
servem para expressar o crescimento de um povoamento florestal. Estes incrementos podem
ser determinados com base em métodos classificados em:

E.1 Métodos indiretos de determinação do incremento

Consiste em determinar o incremento por meio da taxa de crescimento percentual e do


volume da floresta.
O volume total ou parcial da floresta pode ser conhecido por inventário do
povoamento. A taxa de crescimento pode ser obtida por meio de fórmulas que usam certas
variáveis específicas.

E.1.1 Por meio de anéis anuais no DAP

A condição básica é que a espécie permita verificar a presença e medição de anéis


anuais de crescimento.
A taxa de incremento pode ser obtida por:

- Fórmula de Schneider: é obtida partindo-se da fórmula normal de determinação de


volume de árvores:
n.d 2
V= .h.f (a)
4
Sendo: d = diâmetro a 1,30 metros do nível do solo, em centímetros; h = altura da
árvore, em metros; f = fator de forma.

Devido à alteração do diâmetro, altura e forma das árvores, que variam com o
crescimento, estas variáveis sofrem um incremento ∆. Então se têm em: d → ∆d; h → ∆h; f
→ ∆f. Com o aumento destas variáveis, o volume sofre um incremento ∆v.
Assim, derivando-se parcialmente a equação do volume (a), após diferenciando-a e
somando todos estes elementos, têm-se:
89

- Derivada e diferencial em relação ao volume:

dv 2π .d
= .h.f
dd 4

2π .d
dv = . h . f . ∆d (b)
4

Sendo: ∆d ≅ dd

- Derivada e diferencial em relação à altura:

dv π .d 2
= .f
dh 4

π .d 2
dv = . f . ∆h (c)
4

Sendo: ∆h ≅ dh

- Derivada e diferencial em relação à forma:

dv π .d 2
= .h
df 4

π .d 2
dv = . h . ∆f (d)
4

Sendo: ∆f ≅ df
90

Somando-se as equações a, b, c, têm-se o incremento total da variável volume ∆v,


neste caso ∆v ≅ dv.

2π .d π .d 2 π .d 2
dv = . h . f . ∆d + . f . ∆h + . h . ∆f
4 4 4

Como os incrementos ∆h e ∆f são muito pequenos em relação ao ∆d, são eliminados e


têm-se que:

2π .d
∆v = . h . f . ∆d (e)
4

A percentagem de incremento em volume será:

∆v
PV% = . 100 (f)
v

Substituindo-se os elementos da equação (e) na (f) têm-se:

2π .d
. h . f . ∆d
4
PV% = ------------------------------- . 100
π .d 2
.h.f
4

2π .d 4 2 4 2.100.∆d
PV% = . ∆d . . 100 = . ∆d . . 100 =
4 π .d 2
4 d d

200.∆d
PV% = (h)
d

O incremento em diâmetro ∆d é medido através do número de anéis (n) em 1


centímetro externo, sendo expresso por:
91

1
∆d =
n

Sendo o crescimento em diâmetro duas vezes ao radial, então se têm:

∆d = 2 . r

1 2
∆d = 2 . = (g)
n n

Substituindo-se esta expressão (h) na (g), obtém a fórmula de Schneider:

400
200. n2 400 1
PV = = n = .
d d n d

400
PV =
n*d

Sendo: PV = incremento periódico anual percentual; n = número de anéis no último


centímetro; d = diâmetro, em centímetros.

O numerador da fórmula de Schneider pode assumir valores de 400 a 800. No caso de


povoamentos velhos utiliza-se 400, de média idade 600 e jovens 800. Essa fórmula pode ser
usada em qualquer tipo de floresta desde que as árvores apresentem anéis anuais de
crescimento.
O cálculo da taxa de incremento das árvores por classe de diâmetro é usada para se
obter a taxa de crescimento do povoamento, como mostra a Tabela 8.
A fórmula de Schneider foi modificada por Löetsch, para envolver uma amostragem
de árvores ficando assim expressa:

400 1 1
PV = * * Σ
dm N n

Sendo: PV = incremento periódico anual percentual; dm = diâmetro médio do


povoamento; N = número de árvores consideradas; n = número de anéis no último centímetro.
92

TABELA 8 – Cálculo da percentagem de incremento em volume pela fórmula de Schneider

Classe DAP Espécie N -anéis G G g Volume


DAP c/c últ. cm (%/ano) (m2) (m2/ano) (m3) m3/ano
12 Pinus 2 16,6 0,0113 0,0018 0,06 0,010
10-19,9 18 Pinus 4 5,5 0,0255 0,012 0,08 0,004
15 Pinus 2 13,3 0,0177 0,0023 0,07 0,009
Total - - - 9,7 0,0545 0,0053 0,21 0,033
20-39,9 Etc. - - - - - - -

- Fórmula de Wahlemberg: esta fórmula considera o tamanho do raio nos útimos 10


anéis ao DAP, sendo expressa por:

40* R
PV =
d

Sendo: PV = incremento periódico anual percentual; R = tamanho do raio em


centímetros nos últimos 10 anéis do DAP; d = diâmetro, em centímetros.

O cálculo do incremento por esta fórmula é obtido como mostra a Tabela 9.

TABELA 9 – Cálculo da percentagem de incremento em volume pela fórmula de


Wahlemberg

Classe DAP Espécie R % G G Volume


2 2 3
DAP c/c (cresc.nos). crescimento (m ) (m /ano) (m ) (m3/ano)
(10 cm)
12 Pinus 5 16,6 0,0113 0,0018 0,06 0,010
10-19,9 18 Pinus 2,5 5,5 0,0255 0,012 0,08 0,004
15 Pinus 5 13,3 0,0177 0,0023 0,07 0,009
Total - - - - 0,0545 0,0053 0,21 0,033
20-39,9 etc. - - - - - - -
93

- Fórmula de Borggreve: esta fórmula permite calcular a taxa média de incremento


percentual de uma série de dados de árvores muito diferentes, sendo expressa por:

4*d
100 * Σ
n
PV =
Σd 2

Sendo: PV = incremento periódico anual percentual; n = número de anéis no último


centímetro; d= diâmetro, em centímetros.

O cálculo do incremento por esta fórmula é mostrado na Tabela 10.

TABELA 10 – Cálculo da percentagem de incremento em volume pela fórmula de Borggreve.

Classe DAP Espécie N d2 4.d/n


DAP c/c (anéis no último
cm)
10-19,9 12 Pinus 2 144 24
18 Pinus 4 324 18
15 Pinus 2 225 30
Total - - - 693 72
20-39,9 Etc. - - - -

Assim, a percentagem de incremento será então obtida por:

100 . 72
PV = -------------- = 10,4 %
693

Para o cálculo da percentagem de incremento deve-se admitir que as árvores sejam


representativas da população, pelo menos para um erro aceitável, caso contrário as estimativas
de volume conterão um erro muito grande.
O cálculo do incremento, por meio da taxa de incremento percentual é obtido como
mostra a Tabela 11.
94

TABELA 11 – Cálculo do volume por meio do incremento percentual

Classe No G Volume % Incremento em Incremento em


DAP Árvores (m2) (m3) Incremento G (m2/ano) Volume(m3/ano)
10-19,9 65 1,6450 5,60 10,4 0,1710 0,5824
20-39,9 etc. - - - - -

e.1.2 Por meio da largura do diâmetro entre anéis


A taxa de incremento em volume por meio da largura do diâmetro entre anéis é obtida
pela fórmula:

  do  2 
PV = 100 * 1 −   
  ds / c  

Sendo: PV = incremento periódico anual percentual, em volume; ds/c = diâmetro sem


casca, em centímetros; do = ds/c – E; E = 2 * largura de n anéis.

Este método desconsidera o incremento em altura e fator de forma das árvores.


Portanto, é útil para o cálculo da taxa de incremento em árvores adultas, nas quais ocorre poça
mudança na altura formal.
Porém, para árvores jovens, onde ocorre aumento na altura em um período, deve-se
usar a fórmula:

  do  2  h − ih  
PV = 100 * 1 −   * 
  ds / c   h  

Sendo: h = altura total, em metros; ih = incremento em altura no período, em metros.

O incremento periódico anual percentual é então obtido por:

PVA = PV / n

Sendo: n = número de anéis onde foi obtido o diâmetro.


95

Estes cálculos das taxas de incremento devem ser feitos por classe de diâmetro,
tomando-se árvores representativas da população. E, posteriormente, são extrapolados para
obtenção do volume de toda a população:

e.1.3 Por meio de medições sucessivas de árvores


O método consiste em medir o incremento de árvores isoladas, representativas da
população para obter a taxa de incremento percentual e utilizar esta para obter o crescimento
de toda a floresta.
O inconveniente é que se necessita medir as árvores em intervalos de um ou mais
anos, par poder efetuar o cálculo da taxa de incremento.

- Fórmula de Pressler 1: esta fórmula de Pressler é expressa por:

V 2 − V 1 200
PV = *
V 2 +V1 n

Sendo: PV = incremento periódico anual percentual; V2 = volume ou área basal


tomado no final do período; V1 = volume ou área basal tomado no início do período; n =
período entre as duas medições.

Um exemplo de cálculo da taxa anual de crescimento é mostrada na Tabela 12.

TABELA 12 – Cálculo da percentagem de incremento em volume pela fórmula de Pressler 1.

Medida Inicial Medida Final Crescimento


o
Classe N Espécie Total Anual PV
DAP Árv. Soma G Soma G DAP G DAP G %
2 2 2 2
(cm) (cm ) (cm) (cm ) (cm) (m ) (cm) (m )
10-19,9 - - - - - - - - - - -
20-29,9 7 Pinus 209,6 5141,28 223,9 5850,42 14,3 70,049 0,4 142,25 2,6
40-49,9 - - - - - - - - - - -
Total - - - - - - - - - - -

Área da parcela = 0,25 ha Número de anos do período = 5 anos


96

Pode-se usar as taxas de incremento percentual em volume de cada classe de diâmetro


para obter o crescimento de toda a população, isto se as árvores amostras representarem a
população.
No entanto, deve-se dizer que o cálculo do crescimento por este procedimento muitas
vezes não alcança uma boa precisão, mas deve ser suficiente para a finalidade que se busca,
porém é de fácil obtenção e econômico.

- Fórmula de Pressler 2: esta fórmula facilita obter a taxa de crescimento num


determinado período em relação à média aritmética do volume da população, no início ou
final do período, pode também ser obtida pelas fórmulas:

V 2 − V 1 100
PV = *
V2 n

Ou

V 2 − V 1 100
PV = *
V1 n

Sendo: PV = incremento periódico anual em volume; V1 = volume no início do


período; V2 = volume no final do período; n= período entre as duas medidas.

- Método dos juros compostos: este método calcula a taxa de incremento através da
fórmula dos juros compostos, sendo expressa por:

Vn = Vo * ( 1 + i ) n

Sendo: Vn= volume no final do período; Vo = volume no início do período; i = taxa


anual de crescimento; n = número de anos do período.

E, a taxa de incremento periódico anual é obtida por:

 Vn 
i = n − 1 * 100
 Vo 
97

e.2 Métodos diretos de cálculos do incremento

e.2.1 método por comparação de inventários sucessivos

O método permite determinar o incremento histórico, que consiste na comparação dos


inventários sucessivos da mesma parcela e povoamento, sendo obtido através da fórmula:

V2 – V1 + E
______________________
IPA =
a

Sendo: IPA= incremento periódico anual, em volume; V2 = volume no final do


período; V1 = volume no início do período; E = volume dos corte realizados no período; a =
período de tempo entre os dois levantamentos.

Uma outra maneira de calcular este incremento é através do Método de Controle,


utilizando a fórmula:

V2 – V1 + E - I
IPA = ___________________________
a

Sendo: I = ingresso do volume das árvores numa classe de diâmetro.

Esta fórmula aplica-se a inventários totais de povoamentos, com parcelas permanentes,


sem considerar árvores individuais em separado.

3.5.1 Determinação da árvore média para cálculo do incremento

a) Árvore média de área basal

É utilizado para cálculo do volume e incremento, porém é afetada pelos desbastes, que
desloca a árvore média para um maior diâmetro, quando o desbaste for por baixo, e o
contrário em desbastes por alto.
Esta árvore média é obtida por:
98

G
g = ----------
N

E, o diâmetro médio de área basal é então obtido por:

dg = √ (4 . g / π )

Sendo: G = área basal das árvores amostradas; N = número de árvores amostradas.

b) Árvore central de área basal

A árvore central de área basal é menos sensível aos desbastes. Ela situa-se onde a
soma das áreas basais forem igual à metade, cuja localização é obtida numa ordem crescente
das áreas basais acumuladas por classe de diâmetro. Esta árvore, geralmente, é maior do que a
árvore média do povoamento. A sua localização é obtida por:

Σg
Localização = -----------
2

c) Árvore média numérica

É um método mais rápido de se obter a árvore média. Esta árvore situa-se em 60 % do


número de árvores acumuladas por classe de diâmetro, contadas a partir do diâmetro inferior
da classe de diâmetro.

3.5.1.1 Exemplo d determinação da árvore média para obtenção do incremento

a) Determinação da árvore central de área basal

Na Tabela 13 é mostrado um exemplo de cálculo da árvore central de área basal. No


exemplo, a árvore central de área basal é obtido por:

68,7061
Localização = ----------- = 34,35 m2
2
99

Por interpolação da área basal acumulada (34,35 m2) obtém-se que o diâmetro médio é
igual a 36,8 cm.

TABELA 13 – Determinação da árvore central de área basal

Classe No G G Total G Acumulado


DAP Árvore (m2) (m2) (m2)
10 - - - -
12 - - - -
14 2 0,0154 0,0308 0,0308
16 6 0,0201 0,1210 0,1514
18 11 0,0254 0,2794 0,4308
20 21 0,0314 0,6594 1,0902
22 32 0,0380 1,2160 2,3062
24 42 0,0452 1,8984 4,2046
26 57 0,0531 3,0267 7,2313
28 66 0,0616 4,0656 11,2969
30 67 0,0707 4,7378 16,0347
32 59 0,0804 4,7478 20,7783
34 55 0,0908 4,9940 25,7723
36 64 0,1018 6,5152 32,2875
38 44 0,1134 4,9896 37,2771
40 36 0,1257 3,7710 41,0481
42 24 0,1385 3,3240 44,3721
44 31 0,1521 4,7151 49,0872
46 25 0,1662 4,1550 53,2422
48 20 0,1810 3,6200 56,8622
50 18 0,1963 3,5334 60,3992
52 14 0,2124 2,9736 63,3692
54 11 0,2290 2,5190 65,8882
56 7 0,2463 1,7241 67,6107
58 2 0,2642 0,5284 68,1407
60 2 0,2827 0,5654 68,7061
Total 710 - 68,7061 -

b) Determinação da árvore média de área basal

Na Tabela 14 é mostrado um exemplo de cálculo da árvores média de área basal. No


exemplo, a árvore média de área basal é obtido por:

68,7061
g = ----------- = 0,0968 m2
710
100

E, o diâmetro médio de área basal é então obtido por:

dg = √ (4 . 0,0968 / π ) = 30,1 cm.

TABELA 14 – Determinação da árvore média de área basal


Classe No G G Total
DAP Árvore (m2) (m2)
10 - - -
12 - - -
14 2 0,0154 0,0308
16 6 0,0201 0,1210
18 11 0,0254 0,2794
20 21 0,0314 0,6594
22 32 0,0380 1,2160
24 42 0,0452 1,8984
26 57 0,0531 3,0267
28 66 0,0616 4,0656
30 67 0,0707 4,7378
32 59 0,0804 4,7478
34 55 0,0908 4,9940
36 64 0,1018 6,5152
38 44 0,1134 4,9896
40 36 0,1257 3,7710
42 24 0,1385 3,3240
44 31 0,1521 4,7151
46 25 0,1662 4,1550
48 20 0,1810 3,6200
50 18 0,1963 3,5334
52 14 0,2124 2,9736
54 11 0,2290 2,5190
56 7 0,2463 1,7241
58 2 0,2642 0,5284
60 2 0,2827 0,5654
Total 710 - 68,7061

c) Determinação da árvore média numérica

Na Tabela 15 é mostrado um exemplo de cálculo da árvore média numérica. No


exemplo, a árvore média numérica é obtida por:

Localização = 710 / 2 = 426.

Por interpolação do número de árvores acumuladas (426) chega-se ao diâmetro médio


de 34,3 cm.
101

TABELA 15 – Determinação da árvore média numérica

Classe No No Árvore
DAP Árvore Acumulado
10 - -
12 - -
14 2 2
16 6 8
18 11 19
20 21 40
22 32 72
24 42 114
26 57 171
28 66 237
30 67 307
32 59 363
34 55 418
36 64 482
38 44 526
40 36 556
42 24 580
44 31 611
46 25 636
48 20 656
50 18 674
52 14 688
54 11 699
56 7 706
58 2 708
60 2 710
Total 710 -

3.6 Levantamento e análise de vegetação

3.6.1 Considerações gerais

Numa comunidade florestal constantemente ocorrem mudanças em sua estrutura,


fisionomia e composição florística, que perduram até que a floresta atinja o estado clímax,
quando as árvores acabam morrendo por causas naturais.
A análise estrutural é realizada quando intervenções estão sendo planejadas para uma
comunidade florestal e que resultarão em alteração na diversidade florística, como por
exemplo: área para mineração, área para hidroelétrica, área de manejo e área para
empreendimento.
102

Os objetivos da análise estrutural de floresta são os seguintes:


a) Manter a diversidade florística, se intervenções com base em regime de manejo
sustentado forem aplicadas na floresta.
b) Compreender como as espécies florestais vivem em comunidade.
c) Verificar a distribuição espacial de cada espécie na floresta.
d) Auxiliar na definição de planos de revegetação de áreas degradadas com espécies
nativas.

Os métodos de análise estrutural da floresta foram propostos, inicialmente, por CAIN


& CASTRO(1956), constituídos da composição florística, estrutura horizontal e vertical da
floresta. Mais tarde outros parâmetros foram implementados, como a estrutura dinâmica e
espacial.

3.6.2 Composição florística

A composição florística indica o conjunto de espécies que compõem a floresta. Nesse


estudo, são relacionadas às espécies ocorrentes na floresta, com seu respectivo nome vulgar,
científico e família.
Para essa relação de espécies são determinadas as densidades absolutas e relativas do
número de espécies e gêneros que ocorrem na floresta.

3.6.3 Distribuição espacial das espécies

A definição da distribuição espacial das espécies que compõem uma floresta nativa é
uma informação extremamente importante para balizar o manejador na definição de critérios
de seleção das espécies a serem removidas da população. O conhecimento desse tema,
juntamente com a análise estrutural da floresta, particularmente a densidade, aliado a outras
informações como a estrutura balanceada da floresta remanescente, pode viabilizar a
elaboração e execução de planos de manejo que tenham compromisso com a sustentabilidade
da floresta.
O grau de dispersão das espécies, na área, pode ser obtido pelo Índice de Morisita
(IM), calculado pela expressão (BROWER & ZAR, 1977):
103

n . (ΣQ2 – N)
IM = __________________
N . (N – 1)

Sendo: n = número total de parcelas amostradas; N = número total de indivíduos por


espécie, contidas nas n parcelas; Q = número de indivíduos por espécie e por parcela.

A dispersão de indivíduos em nível de espécie pode ser agregada, aleatória ou


uniforme, dependendo dos valores obtidos do índice de morisita. Para IM > 1 a distribuição é
agregada; para IM = 1 a distribuição é aleatória; e para IM = 0 a distribuição é uniforme. Vale
ressaltar que a distribuição uniforme é de ocorrência rara e que a grande maioria das espécies
que compõem uma floresta nativa tem padrão de distribuição agregado.
Para identificar a significância do índice de morisita é utilizado o teste de qui-
quadrado, obtido pela expressão:

n . ΣQ2
χ2 = _______________ - n
N

Se o índice de morisita não diferir significativamente de 1, o padrão de distribuição


das espécies é aleatório, o que ocorre quando o valor de χ2 calculado for menor que o tabelar.
Quando o χ2 calculado for maior que o tabelar, a espécie apresentará um padrão de
distribuição agregado ou uniforme..
O Quociente de Mistura, desenvolvido por Jentsch, em 1911, é usado como fator de
medição da intensidade de mistura das espécies na floresta ou como um Fator de
Heterogeneidade Florística.
O Quociente de Mistura é obtido por meio da seguinte expressão (FOERSTER,
1973):

QM = NE / NI

Sendo: QM = quociente de mistura; NE = número de espécies; NI = número de


indivíduos.
104

3.6.4 Estrutura horizontal

A estrutura horizontal indica a participação de cada espécie na comunidade, bem como


a forma pela qual ela se encontra distribuída espacialmente na área (LAMPRECHT, 1990).
Para o estudo da estrutura horizontal são determinados os seguintes índices:

a) Densidade

A densidade avalia o grau de participação das diferentes espécies identificadas na


composição vegetal.
Esse índice se refere ao número de indivíduos de cada espécie, dentro de uma
associação vegetal por unidade de superfície, sendo expresso por:

. Densidade absoluta

Indica o número total de indivíduos de uma espécie por unidade de área:

DA = n

Sendo: DA = densidade absoluta; n = número total de indivíduos amostrados de cada


espécie por hectare.

. Densidade relativa

Indica o número de indivíduos de uma espécie em relação ao total de indivíduos de


todas as espécies identificadas:

n
DR = ______ . 100
N

Sendo: DR = densidade relativa (%); N = número total de indivíduos amostrados de


todas as espécies por hectare; n = número total de indivíduos amostrados de cada espécie por
hectare.
105

b) Dominância

A dominância é originalmente obtida pela projeção da copa dos indivíduos sobre o


solo. Devido à dificuldade para obter essa medida, ela é substituída pela área basal, sendo
expressa por:

. Dominância absoluta

Indica a soma das áreas basais dos indivíduos pertencentes a uma espécie, por hectare:

DOA = Σg

Sendo: DOA = dominância absoluta, em m2/ha; g = área basal de cada espécie, por
hectare.

. Dominância relativa

Indica a porcentagem da área basal de cada espécie que compõe a área basal total de
todas as árvores e espécies, por unidade de área:

g
DOR = _______ . 100
G

Sendo: DOR = dominância relativa (%); g = área transversal, em metros quadrados;


G= área basal de todas as espécies, em metros quadrados por hectare.

c) Índice de valor de cobertura

O Índice de Valor de Cobertura (IVC) de cada espécie é obtido pela soma dos valores
relativos de densidade e dominância, expresso por:

IVC = (DR + DOR) / 2

Sendo: DR = densidade relativa; DOR = dominância relativa.


106

d) Freqüência

A freqüência expressa a uniformidade de distribuição horizontal de cada espécie no


terreno, caracterizando a sua ocorrência dentro das parcelas em que ela ocorre, sendo expresso
por:

. Freqüência absoluta

Expressa a porcentagem de parcelas em que cada espécie ocorre:

Número de parcelas com ocorrência da espécie


FA = _____________________________________________________________
Número total de parcelas

. Freqüência relativa

É a porcentagem de ocorrência de uma espécie em relação à soma das freqüências


absolutas de todas as espécies:

FR
_______
FR = . 100
ΣFR

Sendo: FA = freqüência absoluta da espécie; FR = freqüência relativa das espécies.

e) Índice de valor de importância

O Índice de Valor de Importância (IVI) é uma combinação dos valores relativos de


densidade, dominância e freqüência, com a finalidade de atribuir uma nota global para cada
espécie da comunidade vegetal, o que permite uma visão mais ampla da posição da espécie,
caracterizando sua importância no conglomerado total do povoamento, sendo expresso por:

IVI = (DR + DOR + FR) / 3

Sendo: DR= densidade relativa; DOR = dominância relativa; FR = freqüência relativa.


107

3.6.5 Estrutura vertical

A análise da estrutura vertical da floresta pode fornecer um indício do estágio


sucessional em que se encontra cada espécie ou qual a espécie que poderá compor o
povoamento futuro.

a) Posição sociológica

Possibilita conhecer a composição florística dos distintos estratos da floresta no


sentido vertical. Normalmente, são considerados três estratos:
. Estrato superior é composto pelas árvores que apresentam altura total (hi) superior a
média aritmética das alturas (h) de todas as árvores medidas mais um desvio padrão (sh).
. Estrato médio é composto pelas árvores cuja altura total estiverem compreendidas
entre a média aritmética menos um desvio padrão e a média aritmética mais um desvio
padrão.
. Estrato inferior é composto pelas árvores com altura total inferior à altura média
menos um desvio padrão.

Os limites inferior e superior dos estratos podem ser determinados com base na curva
de freqüência acumulada do número de indivíduos por classe de altura, estabelecendo-se o
critério de que cada estrato deveria abranger 1/3 das alturas. Os limites dos estratos são, então,
determinados pelas alturas correspondentes a 33,33 % e 66,66 % das freqüências acumuladas
por classes de altura.
A presença de uma espécie nos três estratos é um indício de sua participação na
estrutura da floresta, durante a fase de seu desenvolvimento, até a clímax. Por outro lado,
espécies que aparecem no estrato inferior indicam que se desenvolvem na sombra, com portes
arbustivo e herbáceo.
A presença das espécies nos estratos é medida pelo Valor Fitossociológico (VF),
expresso por:

Número de indivíduos no estrato


________________________________________________
VF =
Número total de indivíduos observados
108

O Valor absoluto da posição fitossociológica (PFA) de uma espécie é obtido pela


soma dos seus valores fitossociológico em cada estrato, multiplicados pelo número de
indivíduos da espécie no estrato:

PFA = [ VF(Ei) . n(Ei) ] + [ VF(Em) . n(Em) ] + [ VF(Es) . n(Es) ]

Sendo: PFA = posição fitossociológica absoluta da espécie considerada; VF = valor


fitossociológico do estrato; Ei, Em, Es = estrato inferior, médio e superior; n = número de
indivíduos da espécie considerada.

A posição fitossociológica relativa (PFR) para cada espécie é calculada em


percentagem do seu valor absoluto em relação ao total dos valores absolutos de todas as
espécies, sendo expresso por:

PFA
PFR = _________ . 100
ΣPFA

b) Índice de valor de importância ampliado

Esse Índice de Valor de Importância Ampliado (IVIA) reúne os valores obtidos na


estrutura vertical, destacando a real importância fitossociológica da espécie dentro da
comunidade vegetal.
Uma espécie pode ter alto IVI e estar presente apenas no estrato superior, no entanto,
na dinâmica da população essa espécie pode não ser tão importante, pois sua tendência é
desaparecer naturalmente por não se estar reproduzindo e regenerando no local. Essa
informação pode ser melhorada associando-se o índice de valor de importância à posição
fitossociológica relativa, obtendo-se o índice de valor de importância ampliado (IVIA):

IVIA = IVI + PFR

No entanto, existe espécies que por suas características vegetativas são encontradas
somente no estrato inferior, com pequenos diâmetros e alturas, resultando um baixo IVI e
IVIA, mas que podem ter grande importância ecológica.
109

3.6.6 Índice de similaridade e diversidade florística

a) Índice de Similaridade de Jaccard

O Índice de Similaridade de Jaccard (ISJ) permite a avaliação florística entre as


diversas áreas amostradas de mesma fisionomia, sendo expresso por:

c
ISJ = ______________ . 100
a+b–c

Sendo: a = número de espécies da comunidade a; b = número de espécies da


comunidade b; c = número de espécies comuns.

b) Índice de diversidade de Shannon-Weaner

O índice de diversidade de Shannon-Weaner (IDSW) expressa a diversidade de


espécies das comunidades vegetais e pode ser calculado mediante da fórmula:

ni ni
______ ______
IDSW = Σ . ln
n n

Sendo: ni = número de indivíduos amostrados para a espécie i; n = número total de


indivíduos amostrados; ln = logarítmo neperiano.

Quanto maior for o valor de IDSW, maior a diversidade florística da população em


estudo. Esse valor pode variar entre 1 a 4,5.

c) Índice de Diversidade de Simpson (IDS)

O Índice de Diversidade de Simpson (IDS) descreve a diversidade florística da


população em estudo, sendo obtido pela fórmula:

IDS = Σ ni . (ni – 1) / (N . (N-1))

Sendo: ni = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie, por hectare; N =


número total de indivíduos amostrados, por hectare.
110

O valor estimado de IDS varia de 0 a 1, sendo que para valores próximos a 1 a


diversidade é considerada menor.

3.6.7 Estrutura espacial

A estrutura espacial é empregada para descrever o grau de ocupação do espaço


horizontal pelas copas, sendo medido sobre a superfície do solo.
A distribuição espacial dos indivíduos com a correspondente área de copa permite uma
visão conjunta do espaço ocupado pelas árvores, tanto no sentido horizontal como vertical na
floresta.
A representação da floresta por meio de perfis estruturais pode ser feita de duas
maneiras (LONGHI, 1980):
a) Perfil bidimensional ou tradicional: é feito mediante da projeção vertical e
horizontal da copa das árvores, podendo representar os estratos da floresta. Este tipo de perfil
fornece uma visão espacial da distribuição das árvores na floresta.
b) Perfil tridimensional: representa a composição e distribuição das árvores na floresta
em três dimensões: vertical, horizontal e profundidade. Esses perfis são de maior eficiência do
que os bidimensionais.

Concomitantemente, é feito uma projeção da copa das árvores sobre o espaço


horizontal, dando uma noção do grau de ocupação do espaço e da concorrência entre os
indivíduos da floresta.
O estudo da estrutura espacial pode ser feito por classe de diâmetro, por estrato ou
para toda a população.
Para obtenção da projeção vertical e horizontal das árvores num perfil há necessidade
de se ter às coordenadas dos indivíduos na unidade amostral ou população, além de funções
de regressão que permitam a estimativa do diâmetro de copa das espécies que compõem a
floresta.
Para isso, LONGHI (1980) determinou regressões para estimar o diâmetro da copa em
função do diâmetro tomado a 1,30 metros do nível médio do solo, para Araucaria
angustifólia. E espécies folhosas, de uma floresta natural localizada em são João do triunfo,
no estado do Paraná, tendo obtido as seguintes equações:
111

a) Para Araucaria angustifolia (R2 = 0,85):

DC = 0,12755 + 0,23261 . d

b) Para espécies folhosas (R2 = 0,67):

DC = -1,59222 + 0,35060 . d – 0,00187 . d2

Sendo: DC = diâmetro de copa, em metros; d = diâmetro à altura do peito, em


centímetros.

O mesmo autor observou que não houve diferença relativa acentuada entre a área basal
e a área de projeção das copas das espécies, com exceção da imbuia (Ocotea porosa), o que
justificou pelo fato dessa espécie possuir muitos indivíduos senis (grandes diâmetros) com
copas danificadas. Por causa disso, é possível substituir a projeção das copas pela área basal
do tronco para os cálculos da dominância das espécies, além de ser obtida com mais
facilidade e menor erro.

3.6.8 Exemplo da dinâmica numa floresta natural heterogênea

Para conhecer a dinâmica de crescimento de uma floresta é necessário estudar a


estrutura etária, o crescimento e a regeneração.
Nesse sentido, SEITZ (1991) estudou a dinâmica da Araucaria angustifolia e das
folhosas associadas para conhecer as características auto-ecológicas das espécies.
Para analisar a estrutura etária e o crescimento, o método mais simples a ser utilizado é
a análise dos anéis anuais de crescimento no tronco, com o que é possível determinar a idade
das árvores e o crescimento anual.
SEITZ (1991), para a análise de uma floresta mista com Araucaria angustifolia que,
sabidamente, não sofrera intervenção humana, localizada em Lages-SC, utilizou duas
subamostras de 3.000 m2, nas quais estavam presentes 29 araucárias com altura acima de 1,3
m. Após a classificação das árvores em classes sociológicas, determinou-se suas idades e
medido o raio desde a medula até o limite do vigésimo anel, conforme mostra a Tabela 16.
112

TABELA 16 - estrutura etária e crescimento radial juvenil das araucárias, em uma floresta
natural na região de Lages-SC.
Classe Idade Crescimento radial até os 20 anos (cm / 20 anos)
sociológica (anos) Médio Mínimo Máximo
Dominante 194-254 2,0 0,9 3,9
Intermediária 154-173 0,6 0,5 0,7
Dominada 23-93 0,7 0,4 1,2
Fonte: SEITZ (1991)

O autor observou uma nítida estratificação também da idade das árvores, associada à
classificação sociológica. As árvores dominantes eram mais velhas, com idade média em
torno de 165 anos. A variação de idade foi maior entre as árvores dominadas, com média de
idade de 60 anos, e maior em árvores muito jovens (23 anos).
Também com relação ao crescimento na fase jovem (primeiros 20 anos), as árvores
dominantes se destacaram, apresentando um crescimento três vezes maior do que o medido
nas árvores intermediárias e dominadas. Isso mostrou que as condições de crescimento das
árvores dominantes foram distintas das encontradas pelas plantas jovens, estabelecidas
posteriormente.
A análise de tronco de espécies folhosas associadas às araucárias foi realizada em 8
espécies por apresentarem anéis anuais de crescimento bem definidos: canela-lageana (Ocotea
pulchella Mart.), canela-preta (Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez), canela-guaicá
(Ocotea puberula Nees), cedro (Cedrela liloi C. Dc.), camboatá (Cupania vernalis Camb.),
miguel-pintado (Matayba elaeagnoides Randlk.), canela-de-veado (Helietta apiculata Benth.)
E carne-de-vaca (Styrax leprosum Hook. et Arn.). Essas espécies, presentes nos vários
estratos da floresta, mostraram características de crescimento distintas, independente dos
diâmetros dos troncos. A canela-lageana estava na mesma faixa etária das araucárias
dominantes, enquanto o miguel-pintado estava associado com as intermediárias. As demais
espécies estavam na mesma faixa etária das araucárias dominadas.
Porém, distintas das araucárias da classe dominada, três espécies (Nectandra
megapotamica, Ocotea puberula e Cedrela liloi) apresentaram um crescimento inicial em
diâmetro muito superior, com médias de 3,0, 0,7 e 4,3 cm/20 anos, respectivamente. A Ocotea
pulchella, que está presente com as araucárias no estrato dominante, teve um crescimento
médio nos primeiros 20 anos de apenas 1,3 cm.
113

Com relação a Araucaria angustifolia, SEITZ (1991) formulou a hipótese da relação


entre a vitalidade com a forma de sua copa, da seguinte forma:
a) As copas parabolóides ou hemisféricas indicariam árvores jovens de grande
vitalidade.
b) As copas em forma de taça indicariam árvores senis ou de pouca vitalidade.
c) As copas planas indicariam árvores da posição intermediária.

Com a análise das copas das árvores de diferentes classes sociológicas e idades na
floresta natural, é possível detectar novamente o ritmo de crescimento e sua dependência da
idade, conforme mostra a Tabela 17. As árvores dominantes, mais velhas, apresentam o
maior intervalo de tempo entre a formação de novos pseudoverticilos quando comparados às
mais jovens.

TABELA 17 – diferença de idade entre pontos a alturas distintas com relação aos dois últimos
pseudoverticilos da copa de araucária
Posição Classe Número de anéis
Sociológica Média Mínima Máxima
1o ao 2o Dominante 5,7 1 13
pseudoverticilo Intermediário 4,8 2 8
Dominado 3,5 0 7
Fonte: SEITZ (1991)

Conforme apresentado na Tabela 17, em um dado momento, no início do período


vegetativo, a gema apical inicia seu desenvolvimento, culminando ao final do período
vegetativo com a formação de um pseudoverticilo e uma gema apical. Em árvores jovens
pode, inclusive, ser formado mais de um pseudoverticilo durante um período vegetativo. Em
casos isolados, a gema apical pode desenvolver de 5 a 10 cm em um período vegetativo, sem
formar o pseudoverticilo. Apenas no período seguinte, ou depois de dois ou mais períodos,
finalmente é formado novo pseudoverticilo.
Paralelamente aos esforços para compreender a dinâmica das florestas naturais, urge
concentrar a atenção sobre as técnicas próprias para implantar e conduzir a regeneração
artificial de Araucaria angustifolia. Embora na floresta natural o número de indivíduos
adultos por hectare seja bastante reduzido, em função do espaço ocupado pelas copas, o
114

estabelecimento de povoamentos novos deve ser feito com um número elevado de plantas,
para garantir um mínimo de homogeneidade após os tratos silviculturais.
Uma série de fatores influem na heterogeneidade dos povoamentos jovens, sendo
provavelmente o genótipo um dos mais importantes. Para superar esta heterogeneidade, é
prática comum estabelecer os povoamentos por semeadura direta, utilizando-se 3 a 4 sementes
por cova. Após um ano é selecionada a melhor planta em cada cova, eliminando-se as demais.
Isso equivale a uma seleção de 25 a 33 %. Mesmo assim, os povoamentos ainda apresentam
heterogeneidade que se manifesta em relação ao crescimento em altura e à formação de
pseudoverticilos.
Normalmente, as árvores que conseguem formar um maior número de galhos,
provavelmente, tenham uma maior taxa fotossintética, e com isto, maior crescimento,
permitindo deduzir que as árvores com o maior número de pseudoverticilos irão dominar o
futuro povoamento.

3.6.9 Índice de distribuição espacial e competição

Segundo CONDES & MARTINEZ-MILLAN (1998) um povoamento florestal pode


enquadrar-se em um dos seguintes tipos de distribuição espacial:

a) Aleatória: nessa distribuição as árvores estão distribuídas ao acaso em todo o


espaço disponível. Não existe nenhum tipo de interação entre as mesmas. Para esse tipo de
distribuição espacial devem ser atendidas duas condições:
• Todos os espaços tem a mesma probabilidade de ser ocupado por uma árvore.
• A presença de um indivíduo em certo ponto não afeta a localização de outro
indivíduo.
Esses padrões espaciais são representados matematicamente pela distribuição de
Poisson.

b) Regular: nesse tipo de distribuição as árvores tem tendência a manter uma


distância mais ou menos constante entre si. Surge como conseqüência de um reflorestamento
ou como resposta a uma forte competição.
115

A representação matemática desse processo é a distribuição uniforme ou sistemática


(PENTTINEN et al., 1992).

c) Em agregados: esse tipo de distribuição ocorre da interação entre as árvores que


compõem a população florestal, ou como falta de homogeneidade do terreno, aparecendo
grupos de árvores alternadas e com espaços abertos. Esse tipo de distribuição denomina-se
contagioso ou com agregados e/ou “cluster”.
A representação matemática mais simples desse tipo de distribuição é uma função
dupla Poisson ou Newman tipo A (PIELOU,1977).

3.6.9.1 Índice de competição de copa

A determinação do espaço horizontal do povoamento tem sido preocupação de vários


pesquisadores em conseqüência sua relação com o volume e dimensão das árvores. Em
florestas mistas inequiâneas, esta determinação é por vezes complexa e imprecisa devido à
diversidade de espécies, dimensões e hábitos de crescimento das árvores.
Um dos primeiros pesquisadores a descrever o espaço horizontal, mediante a
densidade de copa, foi Ashe apud SCHNEIDER (1993) que a definiu como o espaço
horizontal do terreno ocupado pela copa das árvores. Embora muito utilizado esse valor já era
considerado pouco adequado por SPURR (1952), por não fornecer boas estimativas da área
das copas, quer seja na floresta ou em fotografias aéreas.
Vários pesquisadores têm estudado as relações entre diâmetro de copa e diâmetro da
árvore; e diâmetro da árvore com o diâmetro e altura da copa.
Dentre os pioneiros estão KRAJICEK et al.(1961) que expressaram a densidade pela
relação entre a área de projeção das copas que árvores de mesmo DAP teriam se crescessem
isoladas (PCI) e a área do terreno que ocupam (S), denominado-o de Fator de Competição das
Copas – FCC, o qual é expresso por:

Σ PCI
_______________
FCC =
S
116

Para expressar a densidade, CHISMAN & SCHUMACHER (1940) propuseram uma


medida de densidade relativa baseada no espaço ocupado por uma árvore, mediante a relação:

Si = b0 + b1.di + b2 . di2

Sendo: Si = superfície de copa da árvore i; di = diâmetro à altura do peito da árvore i,


em centímetros.

A expressão da superfície de copa por hectare é obtida pela soma das superfícies de
todas as árvores (ST):

ST = Σ Si = b0 . N + b1. Σ di + b2 . Σdi2

Sendo: N = número de árvores/ha.

Os coeficientes b0, b1 e b2 são calculados sobre dados amostrados em unidades


amostra de densidade completa, assumindo-se a área de 1 hectare.
Outros autores descrevem a competição como função do comprimento da copa, altura
da copa, diâmetro, posição sociológica e tendência de crescimento, originando índices
distintos cujo emprego se dá segundo a conveniência e disponibilidade de dados.
Alguns deles são caracterizados como índices de densidade de competição pontual
(PRODAN et al., 1997):

3.6.9.2 Índices independentes da distância

Esses índices baseiam-se em variáveis dendrométricas obtidas das medições das


árvores dos povoamentos.

a) Índice de GLOVER & HOOL (1979)

di2
_______
IGH =
d2

Ou de maneira similar:

hi
_______
I1 =
h
e
117

d i 2 . hi
___________
I2 =
d2 . h

Sendo: di = diâmetro da árvore considerada, em centímetros; d = diâmetro médio do


povoamento, em centímetros; hi = altura da árvore considerada, em metros; h = altura média
do povoamento, em metros.

b) Índice de BAL (Basal Area Larger)

G
BAL = _______
g

ou

b
BAL = _______
L

Sendo: G = área basal por hectare; g = área basal da árvore considerada; b= diâmetro
de copa; L = comprimento de copa.

3.6.9.3 Índices dependentes da distância

Esses índices relacionam a distância entre uma árvore elegida ao acaso e sua vizinha
mais próxima com a distância entre um ponto situado ao acaso e a árvore mais próxima.

a) Índice de ARNEY (1973):

IA= 100 . (Σ aij + CAi ) / CAi

Sendo: CAi = área da copa da árvore i, supondo que cresce em liberdade; aij = área
de sobreposição entre a árvore i e o competidor j.

Caso, IA for igual a 100, a árvore está isolada.


118

b) Índice de BELLA (1969)

aij dj
________
IB = Σ . ________
Ai di

Sendo: aij = área de sobreposição entre a árvore i e o competidor j; Ai = soma de


influência da árvore i; di e dj = diâmetro da árvore i e j, respectivamente.

c) Índice de EK & MONSERUD (1974)

Rj h j
__________
I EM = Σ ( a ij ) / CA i
Ri hi

Sendo: hi = altura da árvore considerada, em metros; hj = altura da árvore competindo,


em metros; Ri e Rj = raio médio da árvore considerada e competidora, em metros,
respectivamente; CAi = área da copa da árvore i, supondo que cresce em liberdade, sendo CA
uma função do diâmetro.

d) Índice de HEGYI (1974)

di
Ih = Σ (__________) / Lij
dj

Sendo: di e dj = diâmetro da árvore considerada e concorrente, em metros,


respectivamente; Lij = distância até o competidor j.

e) Índice de HOPKINS & SKELLAM (1954)

Esse índice se baseia no fato de que se a distância espacial é aleatória, a distribuição


das distâncias entre pontos e árvores é idêntica a distribuição das distâncias entre árvores.
Com o fundamento define-se o seguinte índice:

n
∑ d 2pt
I HS = i =1
n
∑ d 2tt
i =1
119

Sendo: dtt = distância entre uma árvore selecionada ao acaso e sua vizinha mais
próxima; dpt = distância entre um ponto situado ao acaso sobre o terreno e a árvore mais
próxima; n = número de pontos tomados ao acaso.

A seleção aleatória do ponto i para a medição da distância dpt e a seleção da árvore


para a medição da distância dtt devem ser independentes entre si. Esse índice assume valores
inferiores a 1 no caso de distribuição de tipo regular e superior a 1 em tipos irregulares.

f) Índice de BYTH & RIPLEY (1980)

Esses autores propuseram a seguinte modificação no Índice de Hopkins & Skellam:

1 n d 2pt
I BR =
n
∑d
i =1
2
+ d 2tt
pt

CONDES & MARTINEZ-MILLAN(1998) em estudo realizado, nas florestas da


Espanha, sobre comparação de vários índices de distribuição espacial, concluíram que o
índice de Byth & Ripley é o mais adequado para descrever as populações florestais.

g) Índice de BATCHELER (1971)

Esse índice é semelhante ao índice proposto por Hopkins; entretanto, nesse caso, não
existe independência entre as medições dpt e dtt. O modo de calculá-lo é relacionar um ponto
ao acaso no terreno e buscar a distância entre a árvore mais próxima (dpt), e a distância até o
vizinho mais próximo (dtt) que é medida desde essa árvore:

n
∑ d pt
IB = i = 1
n
∑ d tt
i=1

Supostamente, uma distribuição das árvores de tipo regular dá como resultado valores
de índices mais baixos que uma distribuição com agregados.
120

h) Índice de HOLGATE (1965)

Esse autor propôs dois índices que seguem as mesmas distribuições que os índices de
Hopkins & Skellam E Byth & Ripley:

n
∑ d 2pt
I HN = i =1
n
∑ d 2p2t
i=1

e,

n
∑ d 2pt
I HF = i=1
n
∑ d 2p2t − d 2pt
i =1

Sendo: dp2t = distância até a segunda árvore mais próxima.

I) Índice de CLARK & EVANS (1954) apud PRODAN(1997)

Esse índice necessita da densidade da população expressa como número de árvores por
hectare e uma amostra de n valores da distância entre uma árvore selecionada ao acaso e sua
vizinha mais próxima.
Sendo que dtt o valor médio das n distâncias e p o número de árvores por hectare, tem-
se no caso de uma distribuição espacial aleatória tem-se que dtt segue uma distribuição normal

com média (2 p )-1 . Como o índice de não-aleatoriedade se toma o cociente entre o valor

observado da distância mínima média e o valor médio esperado.


Esse índice é obtido pela expressão:

I CE = 2 d tt p

Sendo: d tt = razão da distância mínima média sobre o valor médio esperado; p =


número de árvores por hectare.
121

No caso de população aleatória o ICE assume o valor 1 e em população com agregados


o valor ICE é menor que 1.

J) Índice da Área Potencial Disponível (APA)

BROWN (1965) introduziu o índice chamado APA, que corresponde à idéia de uma
área potencialmente disponível, como medida de densidade potencial. A APA representa um
polígono irregular construído ao redor da árvore avaliada, formada por lados perpendiculares
à linha que a une com as árvores vizinhas eqüidistantes da árvore avaliada. Todos os
polígonos limitam-se entre si, de maneira que a soma de suas áreas é igual ao total da
superfície.
STHÖR (1963) propôs que as distâncias das perpendiculares que constituem os lados
do polígono sejam proporcionais aos diâmetros e não-eqüidistantes à árvore avaliada e às
competidoras para cálculo desse índice, dado por:

LR di
________
= __________
LIJ di + d j

Sendo: LR = distância entre a árvore considerada e a perpendicular; LIJ = distância


entre a árvore considerada e a competidora j; di = diâmetro da árvore considerada; dj =
diâmetro da árvore competidora.

MOORE et al. (1973) modificou a relação de distância, elevando ao quadrado o


diâmetro dos indivíduos, dado que os polígonos individuais não se sobreponham, sendo essa
nova relação expressa por:

di
______________
IR = . LIJ
2 2
di + dj

Como forma de descrever o crescimento das árvores e do povoamento sob diferentes


graus de competição, idade, dimensões e posição sociológica das árvores, entre outras,
surgiram os modelos de prognose de árvores individuais, os quais podem ser baseados em
modelos estatísticos empíricos ou em modelos ecofisiológicos. A estimativa do crescimento
do povoamento é, então, obtida pela soma do crescimento de cada árvore do povoamento.
122

De acordo com a forma de obtenção dos dados para descrever o crescimento das
árvores individuais, se forem conhecidas suas coordenadas, podem ser construídos modelos
de simulação dependentes ou independentes da distância (veja MUNRO, 1974).

3.6.9.4 Índice baseado no espaço ocupado pelas árvores

Esse índice é obtido pela sobreposição sobre a superfície que se está estudando, de
unidades amostrais de forma e tamanho prefixado, contabilizando o número de árvores que
caem dentro de cada unidade. Pode-se afirmar que o número de árvores em cada unidade é
uma medida da densidade da população. A variância dessa densidade depende do tipo de
distribuição espacial dos indivíduos.
Nesse caso, supõe-se um processo de Poisson (distribuição aleatória), para isso
FISHER et al. (1992) sugerem o seguinte índice:

n
n ∑ (x i - x i ) 2
S x2
IF = i =1
n
=
x
(n - 1) ∑ x i
i =1

Sendo: n = número de unidades amostra; xi = número de árvores na unidade i.

Valores do índice superiores a 1 são indicativos de distribuição com agregados e


inferiores a 1 indicam distribuição do tipo regular.
O resultado desse índice é muito influenciado, tanto pelo tamanho como pela forma
das unidades amostrais (PIELOU, 1977).

3.6.9.5 Índice baseado na manipulação das árvores

Esse índice requer, para o seu desenvolvimento, contar com dados das posições de
todas as árvores dentro de uma superfície suficientemente extensa. Os dados desse tipo são,
por outro lado, os mais representativos, mas também os de maior custo.
123

Os estudos baseiam-se geralmente na distribuição de distância entre todos os pares de


árvores. Utiliza-se a função acumulada das distâncias como ferramenta de análise,
conhecendo-se como função k de Ripley ou simplesmente de função k (RIPLEY, 1981).
Existe também a possibilidade de realizar estudos de correlação espacial e estudos
conhecidos como “processos de pontos marcados”, não só nas distâncias entre árvores, mas
também alguma variável característica deles (diâmetro ou altura).

3.7 Regeneração natural

No estudo da regeneração natural de uma floresta, são considerados todos os


indivíduos com diâmetro inferior ao estabelecido no inventário do estrato arbóreo, que
normalmente é fixado em 5 ou 10 cm.
Para a regeneração natural são utilizadas subunidades amostrais instaladas dentro das
unidades amostrais empregadas para a amostragem do estoque de crescimento e de
exploração. O tamanho, a forma e a intensidade amostral estão na dependência das
características da floresta, em relação à diversidade florística e a variação da característica de
interesse entre unidades amostrais.
No estudo da regeneração natural são estimados os parâmetros absolutos e relativos da
densidade e da freqüência para cada espécie, conforme expressões a seguir (SCOLFORO,
1977):

a) Densidade absoluta para a i-ésima espécie

DAi = Ni / A

b) Densidade relativa para a i-ésima espécie

DRi= ( DAi / DAT ) . 100

c) Freqüência absoluta para a i-ésima espécie

FAi = ( NUi / NUT ) . 100


124

d) Freqüência relativa para a i-ésima espécie

FRi = ( FAi / FAT ) . 100

Sendo: A = área da unidade de amostra; DAT = soma de todas as densidades


absolutas; FAT = soma de todas as freqüências absolutas; NUi= número de unidades
amostradas com a espécie i; NUT = número total de unidades amostradas; Ni = número de
indivíduos amostrados da i-ésima espécie.

Outro parâmetro da regeneração natural, que pode ser calculado, é a Classe de


Tamanho da Regeneração Natural, determinado por intermédio da fórmula:

VFj = ( Nij / NIT ) . 100

Sendo: VFj = valor fitossociológico na j-ésima classe de tamanho; Nij = número de


indivíduos da i-ésima espécie na j-ésima classe de tamanho; NIT = número total de
indivíduos.

Com os valores fitossociológico para as diferentes classes de tamanho em altura, pode-


se determinar os valores das classes de tamanho, mediante a fórmula:

CTARNi = [( VF1. NI1i) + (VF2 . NI2i) + (VF3 . NI3i) + (VF4 . NI4i)]


CTRRNi = ( CTARNi / SOMACTA ) . 100

Sendo: CTARNi = classe de tamanho absoluta da regeneração natural para a i-ésima


classe de tamanho; NI1i = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie na i-ésima
classe de tamanho; CTRRNi = classe de tamanho relativa a i-ésima espécie; SOMACTA =
soma das classes de tamanho absolutas.

A importância de cada espécie no estoque de regeneração, nível de densidade, nível de


distribuição e de posição sociológica, podendo ser determinadas por meio da média da soma
da densidade relativa (Dri), freqüência relativa (Fri) e classe de tamanho relativa da
regeneração natural (CTRNi), sendo denominada de Regeneração Natural da classe i, obtida
pela fórmula:

RNi = ( DRi + FRi + CTRRNi ) / 3


125

IV - AVALIAÇÃO DE RENTABILIDADE, ROTAÇÃO E BENEFÍCIOS

4.6.1 Introdução

O objetivo de conhecer profundamente a economia empresarial reside na possibilidade


de avaliar a economicidade de investimento. Uma medida empresarial é considerada
econômica quando preenche dois requisitos: servir para atingir os objetivos da empresa;
existir uma relação ótima entre despesas e receitas, custos e produção.
Isto pressupõe que a avaliação contemple os dois componentes: custos e produção,
despesas e receitas, para que se possa tomar decisões racionais e julgar as medidas
econômicas. Uma correta avaliação de todos os processos na empresa é, portanto, um
instrumento de condução e controle da atividade empresarial. Segundo Schmalenbach apud
SPEIDEL (1967) fazer economia (administrar) é avaliar, ponderar e decidir.
Em economia, o termo valor é definido como uma expressão da capacidade de um
bem ou serviço de satisfazer necessidades humanas e econômicas. O valor é geralmente
medido em moeda, podendo ser determinado para bens materiais, serviços, bens imateriais e
direitos. O valor de bens de serviços que foram utilizados para um determinado fim na
empresa podem ser determinados da mesma forma que o valor da produção empresarial que é
consumida no mercado. Conforme o objetivo a ser avaliado fala-se, por exemplo, de valor do
solo, povoamento, instalações, empresa, máquinas, etc.
O valor não é uma grandeza ou uma propriedade imutável, tem diferenças entre o
valor do mercado, valor de aquisição, valor de substituição, etc. Em cada um desses casos, o
valor é sob um ponto de vista ótico diferente, podendo para um mesmo objetivo ou serviço ser
variável.
No desenvolvimento histórico das ciências econômicas três teorias de avaliação
ganharam importância:
a) Teoria objetiva: considera o valor como uma propriedade absoluta e praticamente
imutável.
b) Teoria subjetiva: considera o valor simplesmente como uma expressão da
preferência do indivíduo.
c) Teoria gerundiva: considera o valor em relação ao objetivo que estes bens ou
serviços devem preencher. Neste caso, o valor também não é uma grandeza absoluta, mas
126

uma função do objetivo. Ao contrário do valor subjetivo, o valor gerundivo considera


empresas ou bem estar geral como fator de avaliação. O preço de mercado é a expressão da
influência da avaliação empresarial e do bem estar geral, sendo o valor é considerado sempre
como preço atual de mercado.
As teorias objetiva e subjetiva são incompletas, porque a primeira não considera a
satisfação de necessidades humanas, e na segunda porque os bens podem servir para diversas
finalidades.
Nem todos os tipos de produção na empresa, como, por exemplo, à purificação do ar
ou o combate à erosão, proporcionados por uma empresa florestal tem um valor de mercado.
Nestas circunstâncias, deve-se trabalhar com grandezas auxiliares. A introdução da escala
empresarial e do bem estar geral tornou mais fácil à fixação de valores. Portanto, a teoria
gerundiva deve ser à base das avaliações. Às vezes as avaliações devem seguir os preceitos
legais e/ou levar em consideração a tradição popular.

4.6.2 Avaliação do solo florestal

A avaliação do solo florestal para objetivos empresariais pode ser feito segundo os
incrementos, como o Valor de Produção do Solo ou o Valor Esperado do Solo. Com certo
grau de relação com a produção, existe também, o Valor de Transação do Solo que se
expressa no preço de mercado.

4.6.2.1 Valor de produção do solo

O valor da produção do solo baseia-se no levantamento das receitas que ocorrem


num hectare de determinado solo, durante um período normal de produção numa rotação. As
despesas efetuadas para produção devem ser deduzidas das receitas. As receitas de um hectare
são compostas pelo valor do corte final e pelo valor dos desbastes em diferentes idades. Deve
ser computado também qualquer outra receita que ocorra durante o período de rotação.
As despesas para obtenção de um povoamento unitário (hectare) na idade zero são
compostas pelos custos de implantação ou culturais (preparo do solo, aquisição de sementes,
compra ou produção de mudas, plantio e tratos culturais). Na exploração ocorrem custos que,
de preferência, são subtraídas da receita de forma a se obter receitas livres de custos de
127

exploração. Anualmente, ocorrem custos de administração compostos por custos de pessoal,


custos de material, eventualmente aluguéis, luz, telefone, etc.
Na Figura 11, observa-se as diferenças das receitas e das despesas em função do
tempo. A primeira receita, já livre de custos de exploração ocorre na idade “a”, e mal cobre os
custos de administração. Para comparar as receitas e as despesas deve-se tomar em conta
todos os valores num determinado momento, de preferência na idade de rotação. Nas receitas
e despesas considera-se os juros compostos até a idade “r”.

FIGURA 11 - Ocorrência dos custos e receitas no desenvolvimento do povoamento.

Economicamente, as receitas e despesas podem ser representadas através das


seguintes fórmulas:

Receitas:

A r + D a * 1, 0 i r − a + D b * 1, 0 i r − b + . . . + N q * 1, 0 i r − q

Despesas:

C * 1, 0 i r + V * ( 1, 0 i r − 1)

Sendo: i = taxa de juro; V = capital do custo de administração.


128

O capital do custo de administração é obtido pela expressão:

v
V = ou v = V * 1, 0 i
0 ,0 i

Portanto, o “v” é o juro dos custos de administração.


No início, ou para qualquer idade “r”, o capital dos custos de administração é
deduzido da seguinte maneira:

v + v * 1,0 i 1 + v * 1,0 i 2 + . . .+ v * 1,0 i r − 1

Sendo: v = custo de administração por hectare e ano, igual aos juros anuais do capital
dos custos de administração; C = custo de cultura, por hectare; Da = receitas do desbaste na
idade “a”, em moeda/ha; Db = receitas do desbaste na idade “b”, em moeda/ha; Nq = receitas
secundários livres de custos de exploração na idade “q”, em moeda/ha; Ar = valor do corte
final na idade “r”, em moeda/ha; e, r = rotação, em anos.

Colocando-se em evidência "v", obtém-se que:

, i1 + 10
v * (1 + 10 , i r −1
, i 2 +...+ 10

Conhecendo-se a progressão:
a * ( q r − 1)
para q > 1
q −1
Assim, têm-se que:

, i r − 1) v * (10
v * (10 , i r − 1)
=
10, i−1 0,0i

Como o capital do custo de administração é igual a:

v
V=
0,0i
129

Substituindo-se este valor na expressão anterior têm-se que:

V * 0,0i (1,0i r − 1)
= v * (1,0i r − 1)
0,0i

A receita líquida é a diferença entre as receitas brutas e despesas. Este rendimento


líquido corresponde a uma renda periódica e eterna, que ocorre a primeira vez na idade “a” e
depois sempre a cada “t” anos. Como pré-requisito deve-se supor que se implanta sempre a
mesma espécie e que a produtividade do solo, bem como os rendimentos e as despesas,
permaneçam constantes. Estas receitas e despesas periódicas e eternas podem ser
capitalizadas e o valor do capital representa o Valor da Produção do Solo, também
conhecido de Valor Esperado da Terra (VET), expresso por:

Ar + D a *1,0i r − a + D b *1,0i r − b + ... + N q *1,0i r − q − C *1,0i r − V * (1,0i r − 1)


VET = B =
1,0i r − 1

Esta fórmula foi desenvolvida por KÖNIG, em 1813. Porém, em 1849, foi
implementada por FAUSTMANN, e entrou para a história da economia florestal como
Fórmula de Faustmann. Esta fórmula é matematicamente correta, porém, na prática, está
sujeita a certas influências, tais como:
a) Trata-se de uma renda periódica e eterna, supõe-se todos os preços e custos futuros,
os quais são imprevisíveis. Não se sabe como serão os preços no futuro, por isso, parte-se da
situação atual dos preços, os quais com o tempo estão sujeitos a inúmeras modificações.
b) Supõe-se, ainda, rendas uniformes que fornece uma espécie, em forma de
monocultura, com rotação constante. Os incrementos podem alterar-se principalmente quando
baixa a produtividade, que para mantê-la uniforme exige-se maiores despesas com adubação e
outros melhoramentos;
c) Quando o povoamento já está implantado, calcula-se a partir deste. Isto não
significa que uma outra espécie não poderia dar rendas maiores. Este fato causou na Europa a
procura de uma espécie que possibilitasse maior renda (Picea excelsa), e no Brasil, pelos
mesmos motivos, as monoculturas extensas de Pinus e Eucalyptus;
130

d) Quando não existe um povoamento, precisa-se fazer comparações análogas,


avaliando povoamentos vizinhos, do mesmo sítio e determinar os sortimentos que se obterão
durante os diversos períodos;
e) O uso da fórmula é dificultado quando existir diferentes rotações e taxas de juros.

O valor de produção do solo é diretamente proporcional a magnitude das receitas dos


desbastes, corte final e produtos secundários e, inversamente proporcional aos custos de
implantação, administração e taxa de juros. O valor do rendimento do solo decresce com o
aumento da taxa de juros.
Na dependência da grandeza do período de rotação obtém-se um ponto de máxima, a
uma determinada taxa de juro, conforme é demonstrado na Figura 12.

FIGURA 12 - Valor da expectativa de produção do solo na dependência da rotação e taxa de


juros

Na Figura 12, verifica-se que a partindo da rotação de 30 anos, o valor de B cresce,


pois o valor do numerador, devido à alta produtividade de povoamento jovens, cresce mais
que o denominador. Mais tarde, devido a menores incrementos os valores crescentes do
numerador são sombreados pelos acréscimos do valor do denominador.
A variação do valor da produção do solo com a rotação fez com que surgisse a
chamada rotação financeira.
131

Observa-se também que modificações na taxa de juros redunda em modificações do


período de rotação financeira. O valor da produção do solo, na dependência da idade e taxa de
juros, pode ser negativo (Figura 12) e, portanto não serve para definir o preço de venda de
madeira. De qualquer forma, pode ser de uso exclusivo nas empresas para definir o valor da
produção, definição do preço e julgar a rentabilidade dos solos.

4.6.2.2 Valor de transação do solo

O valor de transação do solo como se apresenta no mercado de imóveis somente raras


vezes serve como base de comparação para avaliação florestal, pois os preços não estão
relacionados com a capacidade de produção florestal. No caso brasileiro, limita-se ao
comércio de imóveis, principalmente, na compra/venda de áreas com finalidade florestal de
uso agrícola. Por isto, não existe uma avaliação separada de povoamentos e solo, mas
simplesmente, formam-se os preços conforme a situação, infra-estrutura, topografia, etc. O
valor da madeira é computado somente para cobrir as despesas de derrubada e pagar
parcialmente o imóvel, isto quando do ponto de vista econômico o aproveitamento da madeira
for realístico.

4.6.3 Avaliação de povoamento florestais

O valor de um povoamento, em função do objetivo da avaliação e da idade do mesmo,


pode ser determinado como:
Valor da exploração;
Valor do custo do povoamento;
Valor da expectativa de produção;
Valor da rentabilidade da floresta; e outros.

4.6.3.1 Valor da exploração

O valor da exploração é o valor comercial do estoque de madeira, ou parte do mesmo,


menos os custos de exploração. É um valor válido para povoamentos que possuem
sortimentos comerciais.
132

O valor da exploração é utilizado livre dos custos de exploração, ou seja, descontado


dos custos de abate, traçamento, descasque e transporte. O custo de transporte sempre deve
ser diminuído do valor, que é uma questão de acordo entre as partes.
Para determinar este valor precisa-se levantar o volume em pé, e a sua distribuição em
sortimentos, o preço no mercado, o custo de exploração, a extração e comercialização. Para
isto, pode-se aproveitar valores tabelados para verificar a distribuição percentual dos
sortimentos para certa espécie e sua classe de sítio. Na inexistência de tabelas, pode-se usar
valores de experiência da empresa ou de empresa com situação semelhante.
Generalizando, pode-se determinar o valor da exploração segundo a seguinte fórmula
genérica:
A r = v * P
Esta fórmula, na existência de vários sortimentos de madeira, passa a ser estendida
para:

A r = v 1 * P 1 + v 2 * P 2 + . . .+ v n * P n

Sendo: v, v1, v2,...= volumes dos sortimentos; sendo que o volume de cada
sortimento é obtido da multiplicação do volume por hectare pelos respectivos valores dos
sortimentos (%); P, P1, P2,...= Preços livre de custos de exploração; n = número de
sortimentos.

Na forma reduzida, esta fórmula passa a ser expressa por:

n
A r = ∑ V x * P x
x= 1

Na Tabela 18, é apresentado um exemplo para determinação do valor de exploração


de Pinus elliottii, numa rotação de 30 anos e de índice de sítio 30, conforme SCHNEIDER
(1984).
Os valores calculados possibilitam também o estabelecimento de cifras de
quantidade, que servem de orientação para avaliação de casos semelhantes, dando um preço
médio por m3 de todo o povoamento, como se pode observar na Tabela 19.
133

TABELA 18- Cálculo do valor de exploração para Pinus elliottii.


SORTIMENTO Volume Preço Custo de Custo de Preço Valor de
3
$/ m s/c Exploração Transporte Líquido Exploração
3 3 3 3
Tipo % (3) m s/c/ha (1) $/ m s/c $/ m s/c $/ m s/c $/ha
Madeira/serraria 69,3 275,8 28,82 3,40 6,24 19,18 5.289,84
Madeira/celulose 9,5 37,8 16,47 3,57 6,24 6,60 251,75
Resíduo 21,2 84,3 ------ ------ ------ ------ ------
% 100,0 398,0 ------ ------ ------ ------ 5.541,59
3 3
Sendo: (1) Preço posto fábrica.($/m s/c); custo de transporte, 0,13 $/m /Km, para uma distância de transporte
até 40 Km.; (2) Caso exista outros sortimentos, por exemplo, madeira para laminação e outras utilidades, pode-se
ampliar o sistema.

TABELA 19 - Determinação da cifra de quantidade.


Sortimentos Preço Líquido Cifra de
Tipos % $/m3 Quantidade
Madeira/serraria 69,3 19,18 13,29
Madeira/celulose 9,5 7,70 0,63
Resíduo 21,1 ------ ------
% 100,0 ------ 13,92
* Cifra de quantidade = valor da exploração/volume total s/c

Desta forma, multiplicando-se a cifra de quantidade pelo volume sem casca obtém-se
direto o valor de exploração por hectare de um povoamento qualquer. Por exemplo, para um
volume igual a 398,00 m3s/c/ha, obtém-se um valor de exploração igual a 5.428,80 ($/ha).
Este método de determinação do valor de exploração pode ser feito para qualquer
povoamento, também misto, que alcançou ou está perto da idade de corte final. Na falta de
tabela de sortimentos, na maioria dos casos, é necessários fazer um levantamento volumétrico,
e posteriormente a classificação dos sortimentos, conforme possibilidade de exploração e
tradição do mercado de elaboração de sortimentos.

4.6.3.2 Valor de custo do povoamento

Para povoamento novo não serve a determinação do valor da exploração, pois os


custos são mais elevados do que a renda. Igualmente, a avaliação segundo o valor da
134

expectativa de produção, também apresenta falhas, pois há incertezas quanto ao


desenvolvimento do povoamento até então imprevisível. Em função disto, a melhor forma de
avaliar povoamentos muito jovens é através de seus custos de implantação, que pode ser
expresso pela fórmula:

n
V c = C * 1, 0 i m + ( B + V ) * ( 1, 0 i m − 1) − ∑ D j * 1,0 i m − j
j= 1

Sendo: C = custo de cultura, por hectare; B = capital de custo de solo, ou valor do


solo por hectare; V = capital do custo de administração, por hectare e ano; D = receitas dos
desbastes, por hectare; i = taxa de juro; m = momento (idade) da avaliação do povoamento.

O valor do custo do povoamento é determinado no momento “m” sendo diretamente


proporcional à idade, custo de cultura, valor do solo, capital do custo de administração e taxa
de juro; o "Vc" diminui com o aumento de rendas já ocorridas através dos desbastes.
Para calcular o Vc real, não se pode considerar os custos originais, pois não são válidos
no momento “m” para tal situação e sítio. Neste método não são considerados os diferentes
graus de dificuldade de implantação, o que o torna um tanto falho. Além disto, geralmente
existe coincidência entre a dificuldade de implantação e a menor produtividade do
povoamento.
Devido a isto, dever-se-ia avaliar os melhores sítios com um fator próprio,
eventualmente uma taxa de juros maior. O valor do custo do povoamento indica o valor
mínimo de um investimento, isto é, aquele bem deveria possuir no mínimo o valor do custo de
implantação.
A seguir é apresentado um exemplo de determinação do valor do custo de um
povoamento de araucária de índice de sítio 20, com idade de 5 anos, utilizando-se os seguintes
dados:
Custo no 0o ano $ 394,00/ha
o
Custo no 1 ano $ 58,80/ha
o
Custo no 2 ano $ 50,00/ha
Receitas: venda de 100 árvores de natal de 3 anos a $ 15,00 cada
Custo do capital solo (b) = 28,00 $/ha/ano
Custo de administração (v) = 50,00 $/ha/ano
Taxa de juro = 8% a.a.
135

Vp5 = C1 * 1,0i5 + C2 * 1,0i4 + C3 * 1,0i3 + (B + V)*(1,085 - 1) - D * 1,0i5-3


Vp5 = 394,00 *1,085 + 58,00 *1,084 + 50,00 * 1,083 + 975,0(1,085 -1)- 1500,00 * 1,082
Vp5 = 596,29 $/ha.

Este valor de 596,29 $/ha significa apenas o valor das árvores deste talhão. Se
quisermos vender toda a floresta, deve-se adicionar o valor do solo (B).
Variando o valor de “m” de “0” (zero) até “r”, isto é, calculando os custos de um
talhão para todos os anos da rotação, obtém-se o desenvolvimento do valor dos custos do
povoamento (Vc), conforme a Figura 13.

FIGURA 13 - Desenvolvimento do valor do povoamento e custos ao longo da rotação

Sendo: C = custo da cultura, por hectare; Ar = valor do povoamento da idade “r”, por hectare;
Am = valor dos custos de produção, por hectare; r = rotação, em anos; VCm = valor dos custos
do povoamento no momento “m”, por hectare; VEm = valor da expectativa de produção no
momento “m”, por hectare.

Este tipo de avaliação é bastante apropriado para indenizações de povoamentos jovens.


Caso os danos tenham atingido bens comerciais a indenização deve incluir o valor destes
bens.

4.6.3.3 Valor da expectativa de produção

Esta avaliação de um povoamento é realizada quando este se encontra dentro da idade


de rotação. A característica principal do método é a desconsideração no fluxo de caixa do
custo de culturas.
136

O valor da expectativa de produção de um povoamento é composto por todas as


receitas menos as despesas, que se pode esperar desde o momento de avaliação “m” até o
final da rotação, inclusive a renda do corte final, tudo estimado para o final da rotação e após
descapitalizado para o momento de avaliação “m”, através da seguinte fórmula:

A r + D a * 1,0 i r − a + D b * 1,0 i r − b + . . .− (B + V ) * (1,0 i r − m − 1)


VE m =
1,0 i r − m

Sendo: VEm = valor de expectativa de produção no momento “m”, por hectare; Ar =


receita líquida do corte final, por hectare; D = receitas líquidas dos desbastes, por hectare; V =
capital dos custos anuais de administração, por hectare e ano; B = capital do valor do solo, por
hectare; i = taxa de juro; r = rotação, em anos; m = idade no momento da avaliação.

O VEm diminui quando aumenta a taxa de juros, renda anual do solo e os custos de
administração. O valor do solo pode ser obtido por estatísticas de preços, valor de transação, e
valor de solos agrícolas, pouco apreciados.
Quanto menor a diferença entre “r” e “m” (r - m), mais se aproximam VEm e Ar, pois
pode não existir mais desbastes. Isto pode ser demonstrado da seguinte maneira:

A r − ( B + V ) * ( 1, 0 i r − r − 1)
VE m =
1, 0 i r − r

Com o que, pode se escrever que:

A r − ( B + V ) * ( 1,0 i 0 − 1)
VE m =
1,0 i 0
Sendo 1,0i0 = 1, resulta que VEm = Ar .

Ou seja, na idade “r” o valor da expectativa de produção do solo é igual ao valor de


exploração.
A seguir é apresentados um exemplo de determinação do valor da expectativa de
produção de um povoamento de araucária com idade de 20 anos, rotação de 40 anos e índice
de sítio 20, supondo os seguintes dados:
137

Custo da terra (b) = 28,00 $/ha


Custo de administração (v) = 50,00 $/ha
Taxa de juro (i) = 6 % a.a.
Produção dos desbastes:
Desbastes Volume m3 c/c Volume m3 s/c
D20 96 72
D25 144 108

Custo de transporte:
Para polpa ⇒ 6,24 $/m3 s/c
Para serra ⇒ 6,24 $/m3 s/c

Se o custo do transporte for igual a 0,18 $/m3s/c/km para uma distância de transporte
de 40 Km, os preços dos sortimentos assumem os seguintes valores:
Para polpa ⇒ 16,47 $/m3 s/c
Para serra ⇒ 28,82 $/m3 s/c
Custo exploração:
Para polpa ⇒ 3,57 $/m3 s/c
Para serra ⇒ 3,40 $/m3 s/c
Fator de empilhamento = 1,42.
Na Tabela 20 encontram-se os volumes e preços dos sortimentos e, custos de
exploração e transporte.

TABELA 20 - Volumes, custos e preços dos sortimentos (*)


Desb. Volume Serra Polpa Preço Custo Expl. Custo Tranp.
$/m3s/c $/m3s/c $/m3s/c
m3c/c m3s/c m3s/c m3s/c Serra polpa serra polpa serra polpa
D20 96 72 22 50 28,82 16,47 3,40 3,57 6,24 6,24
D25 144 108 43 65 28,82 16,47 3,40 3,57 6,24 6,24
A40 280 210 168 42 28,82 16,47 3,40 3,57 6,24 6,24
(*) Os sortimentos correspondentes encontram-se nas Tabelas 21. 22 e 23.
138

A determinação da cifra de quantidade para o desbaste (D20), é feita como no exemplo


anterior do valor da exploração, mudando-se somente os preços e custos, de acordo com a
Tabela 21.

TABELA 21 - Determinação da receita líquida do desbaste aos 20 anos (D20) e cifra de


quantidade.
Sortimentos Volume Preço Custo Custo Preço Renda Cifra
Exploração Transporte Líquido Líquida de
3 3 3 3 3
Tipos % m s/c $/m s/c m s/c m s/c m s/c $/ha Quantidade
Serra 23 22 28,82 3,40 6,20 19,22 422,84 4,40
Polpa 52 50 16,47 3,57 6,20 6,70 335,00 3,49
Resíduo 25 24 - - - - - -
Total 100 96 - - - - 757,84 7,89

A determinação da cifra de quantidade para o desbaste aos 25 anos (D25), igualmente,


é feita como no exemplo do valor da exploração, mudando os preços e custos, de acordo com
a Tabela 22.

TABELA 22 - Determinação da receita líquida do desbaste aos 25 anos (D25) e cifra de


quantidade.
Sortimentos Volume Preço Custo Custo Preço Renda Cifra
Exploração Transporte Líquido Líquida de
3 3 3 3 3
Tipos % m s/c $/m s/c $/m s/c $/m s/c $/m s/c $/ha Quantidade
Serra 30 43 28,82 3,40 6,20 19,22 825,60 5,73
Polpa 45 65 16,47 3,57 6,20 6,70 435,50 3,02
Resíduo 25 36 - - - - - -
Total 100 144 - - - - 1.261,10 8,75

A determinação da receita líquida do povoamento na idade “r” e a cifra de quantidade


são apresentadas na Tabela 23.
139

TABELA 23 - Determinação da receita líquida na idade de 40 anos (A40) e cifra de


quantidade.
Sortimento Volume Preço Custo Custo Preço Renda Cifra
Exploração Transporte Líquido Líquida de
3 3 3 3 3
Tipo % m s/c $/m s/c $/m s/c $/m s/c $/m s/c $/ha Quantidade
Serra 60 168 28,82 3,40 6,20 19,22 3.225,50 11,52
Polpa 15 42 16,47 3,57 6,20 6,70 281,40 1,00
Resíduo 25 24 - - - - - -
Total 100 280 - - - - 3.507,00 12,52

Prolongando-se as receitas dos desbastes para a idade de 40 anos (m = 20; r-m


= 20), têm-se:

D20 * 1,0i40-20 = 757,84 * 1,0620 = 2.430,50


D25 * 1,0i40-45 = 1.261,10 * 1,0615 = 3.022,30
v = 50,00 $/ha/ano ⇒ V = 50,00/0,06 ⇒ V = 833,33
b = 28,00 $/ha/ano ⇒ B = 28,00/0,06 ⇒ B = 466,66
(B+V)*(1,0i r-m-1) = (1.299,99) * (1,0620-1) = 2.869,25

Descapitalizando-se este valor para o momento da avaliação (m), tem-se que:

1
V E 20 = * (5.507 ,00 + 2 .430 ,50 + 3.022 ,30 − 2 .869 ,25)
1,06 20

V E 2 0 = 1.8 1 8 , 7 3 $ / h a

Ou seja, o valor de expectativa de produção do povoamento na idade 20 anos é igual a


1.898,73 $/ha.

4.6.3.4 Determinação do valor de indenização por aproximação

Este método consiste na determinação gráfica, uma vez calculada os valores VC, VE e
Ar em diferentes idades. As três curvas resultantes são bastante diferentes e, tenta-se
140

equilibrá-las por uma única, que revela aproximadamente o valor do povoamento nas
diferentes idades. Esta nova e única curva, na idade “0” é igual aos custos de cultura, e na
idade “r” igual ao valor da exploração.
Na Figura 14 nota-se nitidamente que "VE", até perto da idade “r” é maior do que o
valor de exploração, pois os custos de exploração são relativamente altos, quando comparados
com a renda a ser obtida. Abaixo de uma determinada idade, o valor "Am" pode ser negativo,
pois os preços da madeira que se obtém para os sortimentos finos e o baixo volume, não
cobrem as despesas de exploração.

FIGURA 14 - Desenvolvimento do valor do povoamento ao longo da rotação.

Sendo: C = custo da cultura, por hectare; Ar = valor do povoamento na idade “r”, por hectare;
VC = valor dos custos do povoamento, por hectare; VE = valor da expectativa de produção, por
hectare; Am = valor dos custos de exploração, por hectare; r = rotação, em anos; Vm = valor
médio do povoamento, por hectare;.

As diferenças entre os valores de "Ar" e "VE" podem ser usadas para indenizar perdas
por exploração obrigatória (por exemplo: instalação de rede elétrica, construção de estradas,
hidroelétrica, etc.).
O proprietário determina o VE, vende a madeira jovem cortada e obtém "Ar", e o valor
da indenização será igual a Ar – VE.
141

4.6.3.5 Valor da rentabilidade da floresta

Este método é usado para avaliar grandes povoamentos, que podem ser manejados em
regime sustentado (por exemplo: talhões, empresa), isto é, podem fornecer anualmente rendas
aproximadamente uniformes. Este valor é deduzido do modelo de floresta normal de uma
classe de manejo, e não do povoamento singular, que ocasionalmente pode estar em estado de
corte.
No modelo são considerados todos os custos que ocorrem em toda a área desta classe
de manejo, todos os custos que tem relação com a produção ou exploração da madeira,
incluindo os custos de construção de estradas, de melhoramento, etc. Sempre se deve
considerar toda a classe de manejo e não o povoamento isoladamente. Cada povoamento
isolado deve ser enquadrado na estrutura da classe de manejo da empresa; e por isto, é até
possível que este povoamento singular não receba o tratamento (manejo) ótimo, pois está
subordinado a um objetivo superior.
O ponto de partida para determinar o valor de rentabilidade da floresta é o modelo
normal de classe de manejo, isto é, uma estrutura completa de classes de idade, uma única
espécie ou mistura de espécies constante, idêntica classe de sítio, idêntico grau de estoque
sobre toda a área. Anualmente, são feitos os mesmos cortes de madeira em quantidade e
sortimento, as mesmas áreas são reflorestadas, a mesma idade de desbaste, os mesmos custos
de administração, exploração e outros custos são considerados.
Quando todos estes pressupostos acontecem, deveria ocorrer, conseqüentemente, em
todos os anos as mesmas despesas e receitas, isto é, regularmente rendas líquidas iguais, que
poderiam ser capitalizadas como renda perpétua:
VE
Vr =
0 ,0 i
Sendo: VE = renda líquida normal, por hectare; i = taxa de juros.

Este valor da rentabilidade da floresta é diretamente proporcional a renda anual e


inversamente proporcional à taxa de juros. Por isto, é muito importante uma reflexão exata
sobre a taxa de juros para se obter um "Vr" adequado. A taxa de juros varia conforme a
finalidade da avaliação, porém geralmente usa-se a taxa de juros efetiva.
Os elementos para determinar o valor da rentabilidade da floresta são:
142

Custos:
C = custo cultural (de implantação) e manutenção/ha;
v = custo de administração/ha/ano.

Rendas:
Ar = receitas do corte final/ha;
Di = receitas dos desbastes/ha.

O valor da rentabilidade da floresta (Vr), é obtido por:

A r + ∑ D i − (C + r * v)
Vr =
0 ,0 i
Desta maneira, também, pode-se avaliar a renda anual de qualquer coisa, como, por
exemplo, direitos, lenha para funcionários e outros direitos:

Capital (K):

R − C
K =
0 ,0 i

Sendo: R = receitas por hectare; C = custos por hectare.

A fórmula anterior (Vr) coincide com a realidade, quando o povoamento possui


estrutura de uma classe de manejo normal. Se isto não for o caso, pode-se determinar o valor
de rentabilidade da floresta, supondo um planejamento em longo prazo, quando se pretende a
construção de uma estrutura normal.
Segundo SPEIDEL (1967) o valor da rentabilidade da floresta (Vr) é a soma dos
valores do solo e dos povoamentos, isto é o valor total da classe de manejo, ou seja, a soma do
valor de todos os povoamentos isolados que poderiam ser tratados individualmente. Isto
significa que, o valor da rentabilidade da floresta, é igual à soma do valor da expectativa de
produção do povoamento e do valor do solo dos diferentes povoamentos:

r−1 A r + ∑ D − (C + r * v)
∑ (VE + B ) =
m =0 0 ,0 i
143

A seguir é apresentado um exemplo de determinação do valor de rentabilidade da


floresta de Araucaria angustifolia, utilizando-se dos seguintes dados:
Taxa de juros = 6% a.a.
Rotação = 40 anos
Índice de Sítio = 20
Ar = 3.507,00 $/ha
∑ D = 2.018,94 $/ha
C= 394,00 $/ha
v= 50,00 $/ha/ano.

3 . 507 , 00 + 2 . 018 ,94 − ( 394 , 00 + 40 * 50 , 00 )


Vr = = 52.199,00
0 , 06

O valor da rentabilidade "Vr" é 52.199,00 $, que representa o valor da classe de


manejo com rotação de 40 anos. Então, o valor da rentabilidade por hectare e ano, será igual
a 1.304,98 $/ha/ano.
Na Europa, usa-se este valor como base para avaliação de impostos a pagar. O "Vr"
cresce com o aumento das receitas oriundas do corte final, desbastes e com a diminuição da
taxa de juros. O "Vr" diminui quando os custos de administração, e taxa de juros crescem.
A fórmula é somente correta quando os pré-requisitos de uma classe de manejo de
estrutura normal coincidem com o povoamento em foco. Devido a isto ser relativamente raro
na prática, pode-se usar valores médios de períodos maiores, como base para a avaliação; ou
fazendo-se um planejamento em longo prazo, subdividindo em períodos de igual duração,
condições que garantem receitas aproximadamente iguais dentro dos períodos.
O valor médio com o qual é determinado o "Vr" pode ser conseguido na estatística da
empresa.
A renda líquida de um período de 20 anos de um plano de exploração de uma classe de
manejo é dada por:

R = ∑ A x + ∑ D x − (a * C + 20 * A * v)

Sendo: ∑ Ax = soma de todos os valores líquidos da exploração finais feitos no


período de 20 anos; ∑ Dz = soma de todos os valores líquidos do desbaste para o período de
20 anos; C = custo de cultura/ha; a = área de plantio do período de 20 anos; v = custo de
administração anual/ha; A = área da classe de manejo.
144

A receita líquida pode ser relacionada para a metade do período, e para tal é
determinado o valor do capital descapitalizado para o momento de avaliação:
R
O primeiro período (0 - 20 anos), média 10 ⇒
, i10
10
R
O segundo período (20 - 40 anos), média 30 ⇒
, i 30
10
Com a soma das receitas líquidas periódicas pode-se calcular a rentabilidade da
floresta (Vr):

R 10 R 30 R 50 r
Vr = + + + . . . +
1, 0 i 1 0 1, 0 i 3 0 1, 0 i 5 0 0 , 0 i * 1, 0 i n

Sendo: R = renda anual, que entra depois de “n” anos, isto é, após a floresta ter
r
alcançado o estado normal; = valor do capital da renda anual que entra a partir do ano
0,0i
r 1
“n”; * = valor do capital de renda anual descapitalizado para o momento de
, in
0,0i 10
avaliação.

A desvantagem, devido ao longo prazo do planejamento dos períodos, é a imprevisível


ocorrência das rendas verdadeiras, pois a utilização da madeira, tipo de exploração, relação do
preço e custo no futuro são de difícil previsão.
Em resumo sobre a avaliação, pode-se afirmar que todos os métodos possuem
vantagens e desvantagens; por isto, não existe nenhum método absolutamente correto e
sempre válido. Assim, conforme a necessidade e o objetivo da avaliação, escolhe-se o método
mais adequado. Quando possível deve-se utilizar vários métodos, para obter uma moldura do
valor definitivo. Em todos os métodos, há necessidade de estimar a taxa de juros. Todo o
método tem algo em comum, pois usam a continuidade da produção florestal, e não a
comercialização separada de solo e estoque de madeira.

4.6.3.6 Valor líquido presente

O valor líquido presente é definido como a diferença das receitas e despesas


descapitalizadas para o ano “0” (zero). Este método determina o valor atual de um fluxo de
caixa futuro, que pode ser expresso pela fórmula:
145

R1 R2 Rj  C1 C1 Cj 
VLP = + + ...+ −  + + ...+ 
(1 + i) 1 (1 + i) 2 (1 + i) j  (1 + i) 1 (1 + i) 2 (1 + i) j 

Sendo: R = receitas, 1...j, por hectare; C = custos, 1...j, por hectare; i = taxa de juro.

Em estudos de alternativas de investimentos, quanto maior for o valor líquido presente


mais atrativo é a alternativa ou projeto.

4.6.3.7 Valor líquido futuro

Através deste critério avalia-se o fluxo de caixa futuro, utilizando-se a seguinte


expressão:

, i j−1 + R 2 * 10
VLF = R 1 * 10 [
, i j− 2 +...− C 1 * 10
, i j−1 + C 2 * 10 ]
, i j− 2 +...

4.6.3.8 Razão benefício/custo

A razão benefício/custo é obtida pela divisão entre o valor presente das receitas e o
valor presente dos custos, como foi demonstrado para obter o valor líquido presente.
O valor da razão benefício/custo é obtido através da fórmula:

 R1 R2 R j   C1 C1 Cj 
B/C= + + ... + / + + ... + 
 (1 + i) 1 (1 + i) 2 (1 + i) j   (1 + i) 1 (1 + i) 2 (1 + i) j 

Este é um método utilizado por agências do governo na comparação de projetos


públicos.
Para decisão sobre a melhor alternativa de projeto, opta-se por aquele projeto cuja
relação B/C for maior que 1 (um), podendo ser aceito.

4.6.3.9 Determinação da taxa de juros

A totalidade das fórmulas empregada nos métodos de avaliação florestal, sempre


apresenta, a taxa de juros “i”. A taxa de juros “i” é o preço pago para a utilização do capital:
146

r = k * 0,0i
ou
k *i r * 100 i*k
r= ⇒i= ⇒r = = k * 0,0i
100 k 100

Sendo: r = renda; i = taxa de juro; k = capital.

Na economia florestal a taxa de juro, onde sempre se supõe o princípio do


sustentado, é geralmente inferior a taxa de juro comum, ao rendimento de capitais no
mercado, por exemplo: hipotecas ou a taxa de juro como é usada no comércio e indústria. No
entanto, existem várias razões que justificam o investimento em florestas que se pode dar ao
luxo de ter baixas taxas de juro, porque é uma aplicação segura. Isto se deve:
a) A produção florestal dá-se em longo prazo e, devido a isto, depende muito menos
do clima, etc., do que, por exemplo, a agricultura que apresenta maiores riscos de produção.
b) A madeira é uma matéria-prima usada há séculos, cuja demanda aumenta
continuamente, com pequeno risco na venda, porém, sensível à conjuntura, substituição e
modificações de consumo.
c) As rendas e preços de madeira, aumentam continuamente, porém relativamente
devagar. O aumento rápido do custo de mão-de-obra, entretanto, pode influir de forma
desvantajosa. Embora isto não é tão marcante no Brasil como na Europa.
d) O volume de madeira fica armazenado na floresta, estando disponível a qualquer
momento.
e) O capital investido na floresta está pouco sujeito a crises econômicas, políticas,
desvalorização da moeda, etc.

Tudo isto, justifica porque o proprietário pode satisfazer-se com uma taxa de juro
inferior, mas segura, a que se poderia obter em outros ramos da economia.
Em economia são conhecidos dois tipos de taxas de juro: nominal e efetiva.
A taxa de juros nominal é definida como a rentabilidade mínima que o proprietário
exige da utilização de seu capital. Esta rentabilidade, em geral, está intimamente relacionada
com a rentabilidade da renda máxima do solo. Porém, não pode ser usufruída plenamente,
147

devido à lei do regime sustentado que se impõe ao sistema capitalista, de tal maneira que é
impossível à obtenção do máximo rendimento. Somente em caso de indenização, o
proprietário poderia exigir uma taxa de juro nominal (o bem, a ser indenizado tem para mim
tal valor). A taxa de juro subjetiva é também chamada de taxa arbitrária.
A taxa juro efetiva, também chamada de taxa de juro interna, é a rentabilidade que
surge da confrontação de despesas reais com as rendas reais. Esta pode ser determinada para a
empresa, mas também para parte desta ou para povoamento singular.

a) Taxa juro efetivo

Na Europa, deixou-se de apreciar a taxa de juro subjetiva, depois que ela causou
grandes discussões no século passado, devido à economia florestal ter sofrido certas
restrições, como exigências da comunidade sobre a produção florestal, importância crescente
de funções sociais e de infra-estrutura. Devido a isto, hoje é usada a taxa objetiva de juro.
A determinação da taxa de juro efetiva a partir de custos e rendas pode ser obtida de
duas maneiras:
a) Quando há estrutura de regime sustentado, isto é, anualmente ocorrem custos e
rendas semelhantes nas classes de manejo, pode-se utilizar a renda líquida anual para
determinar a taxa de juro válida dentro da empresa.
b) Geralmente utiliza-se os custos e rendas como ocorrem numa determinada área
(hectare) até o corte final, para determinar a taxa de juro; determina-se então “C” e “R” com
diferentes taxas de juro, até que se alcance a igualdade “C = R”. Para tal, supõe-se os custos e
as rendas como constantes, e determina-se o resultado final num gráfico ou por simulação.

Com juros compostos, determina-se:


a) As receitas ao longo do período de rotação:

A r + D a * 1, 0 i r − a + D b * 1, 0 i r − b + . . .

b) As despesas correspondentes:

C * 1, 0 i r + ( B + V ) * ( 1, 0 i r − 1 )
148

Quando as receitas e despesas forem iguais obtém-se o equilíbrio econômico, que é


obtido na Equação Básica Florestal, expressa por:

A r + D a * 1,0 i r − a + D b * 1,0 i r − b + ... = C * 1, 0 i r + (B + V ) * (1, 0 i r − 1)

Sendo: Ar = receita líquida do corte final, por hectare; Da, Db, ... = receita líquida dos
desbastes a, b, ... , por hectare; B = valor do capital do solo, por hectare; V = valor do capital
dos custos de administração, por hectare e ano; i= taxa de juro; r = rotação, em anos; C=
custos de cultura, por hectare.

A Equação Básica Florestal é uma simples transformação da Fórmula de Faustmann.


No entanto, atribui-se a sua dedução a Hundeshagen. A idéia básica é de que haveria uma
produção econômica durante o prazo da rotação na qual os rendimentos com os seus juros
compostos seriam iguais aos custos com os seus juros compostos.
Neste sentido, SPEIDEL (1967) diz que o juro em povoamentos florestais depende,
em primeiro lugar, da espécie florestal que a forma e em segundo lugar, de suas propriedades
de crescimento e da utilidade que influencia o seu valor, seguindo os custos e a rotação.
Pelo processo de interação consegue-se determinar a taxa de juros “i”, como mostra a
Figura 15, de onde se pode tirar as seguintes relações:

∆ 1 ∆ 2
=
i − i1 i2 − i

Desta relação pode-se deduzir que:

∆ 1 * i2 + ∆ 2 * i1
i =
∆ 1 + ∆ 2

A grandeza da taxa de juro efetiva depende do tipo de madeira, classe de sítio, rotação,
preço da madeira e da dependência da grandeza dos elementos de custos. Na Europa Central,
utiliza-se uma taxa de juro para madeira de serraria e custo de duração relativa de produção ao
redor de 5% ao ano. Para madeira de folhosas, a taxa de juro pode ser negativa, na
dependência da classe de sítio e idade de rotação. Para crescimentos excepcionais,
especialmente em regiões dos trópicos e subtrópicos, e com correspondentes preços e
condições de custos, pode-se obter valores de taxas de juro de 10% ao ano ou mais.
149

FIGURA 15 - Representação da taxa de juro efetiva

Para Pinus elliottii, da floresta Nacional de Passo Fundo/RS, foram encontradas taxas
de juro efetivas de 5,08 a 6,73 % ao ano, do pior ao melhor sítio, respectivamente, conforme
mostra a Tabela 24, elaborada por (SCHNEIDER, 1984), que deu origem aos volumes e
valores dos sortimentos.
A Tabela 26 pode ser visto um exemplo para determinação da taxa de juro efetiva de
Pinus elliottii, cujas produções e valores podem ser vistos nas Tabelas 24 e 25, sendo
utilizado os seguintes dados:

Preços dos sortimentos (madeira em pé):


SER = 28,82 $/m3 s/c
IND = 16,47 $/m3 s/c
Custos:
Cultura = 394,00 $/ha
Administração = 50,00 $/ha/ano
Arrendamento = 28 $/ha/ano
Distância de transporte: < 40 Km.
Rotação: 30 anos.
150

TABELA 24 - Volumes e sortimentos de um povoamento de Pinus elliottii, Índice de sítio 26,


em Passo Fundo/RS.
IDADE VOLUME (m3s/c) SORT. REM. (%) SORT. DESB. (%) CASCA
(ANOS) REM DESB SER IND SER IND REM. DESB
05 64,8 2,45 56,75 21,05
72,4 6,66 67,47 19,49
10 210,3 12,98 71,89 20,59
133,8 12,98 71,89 19,34
15 274,6 34,63 58,78 19,08
74,8 34,56 58,86 20,27
20 328,4 61,47 34,55 18,89
46,3 61,76 34,10 20,05
25 369,1 79,84 16,83 18,72
29,5 72,44 23,91 19,92
30 398,2 85,24 11,68 18,65
Fonte: SCHNEIDER (1984)
Sendo: REM = remanescente; IND = sortimento para indústria de polpa; DESB = desbaste;
SER = sortimento para serraria; SORT = sortimento

TABELA 25 - Volume e valor do sortimento (veja a produção na Tabela 24).


VOLUME VALOR
IDADE REM DESB REMANESCENTE DESBASTE
(anos) SER IND SER IND SER IND TOTAL SER IND TOTAL
05 1,28 29,60 36,89 487,51 524,40
3,81 38,57 109,8 635,24 745,04
10 22,02 121,9 634,61 2.008,3 2.642,96
13,79 76,38 397,4 1.257,98 1.655,41
15 76,95 130,6 2.217,7 2.151,1 4.368,85
20,61 35,10 593,9 578,10 1.172,08
20 163,7 91,50 4.718,7 1.507,0 6.225,70
22,84 16,62 658,2 273,89 931,98
25 239,5 74,87 6.900,9 1.233,1 8.136,08
17,11 5,64 493,1 92,89 586,00
30 276,1 37,83 7.957,8 623,06 8.580,84
151

TABELA 26 - Determinação da taxa de juro efetiva para Pinus elliottii (veja produção na
Tabela 24).
CORTE F./ RECEITA NA IDADE “r” DESPESAS RENDA LIQ. IDADE “r”
DESBASTE 12 % 15 % 12 % 15 % 12 % 15 %
A30 8.580,84 8.580,84 B= 6757,31 B= 21.172,86
D7.5 9.540,80 17.293,42 V= 2.066,63 V= 21.737,25
D12.5 12.028,76 19.103,71 C= 11.804,21 C= 26.087,44
D17.5 4.832,62 6.724,81
D22.5 3.842,66 2.658,52
D27.5 1.370,99 831,38
TOTAL 40.196,67 55.192,38 30.628,15 68.997,55 9.568,52 -1.385,17

Tomando-se as diferenças na Tabela 26, têm-se que:

9568 , 52 * 15 + 1385 ,17 * 12


i = = 14 , 62 % a .a .
9568 , 52 + 1385 ,17

Do que se conclui que este povoamento com suas receitas e despesas pagas uma taxa
de juro efetiva de 14,62 % ao ano.

b) Taxa de juro nominal

A taxa de juro nominal expressa em valor de taxa negociada e aceita pelas partes para
um período de tempo diferente daquele no qual ocorrerá o processo de capitalização.
Normalmente, a taxa de juro nominal é obtida através da fixação de um valor para a
determinação da renda de um povoamento.
Neste sentido, pode-se, por exemplo, seguir o procedimento da análise do custo-preço,
custo marginal e renda líquida do povoamento. O custo-preço de madeira é o próprio custo
unitário ou custo médio de produção. Isto é, o preço mínimo pela qual deve ser vendida a
madeira, de modo que o capital alocado no processo produtivo seja remunerado a uma taxa
de juro desejada pelo investidor.
Uma floresta manejada para produzir um único sortimento, a receita bruta total da
madeira em pé, no ano “r”, será:
152

R r = Vr * P

Sendo: Rr = receita bruta total na idade “r”, por hectare; Vr = volume total ou por
hectare na idade “r”; P = preço da madeira, por m3.

O valor líquido da floresta (Vlf) é expresso pela diferença entre a receita bruta total e o
custo total (Cr), ou seja:

V if = R r − C r

Os valores desta expressão acima de Vlf referem-se aos valores capitalizados para a
idade “r”, pode-se transformar os custos totais em termos de capital atual (Co).
Assim, a fórmula transforma-se em:

Vi f =
[
R r − C * 1,0 i + M j * (1,0 i r − 1) ]
r
1,0 i
Sendo: M = custo de manutenção, por hectare; j = momento de ocorrência de
manutenção.

Desta forma, o custo-preço (P) é determinado pela equação:

r−a
C 0 * (1,0 i )
P =
Vr

É importante salientar que o critério custo-preço pode ser usado para comparar a
eficiência econômica de diferentes alternativas de produção.
Em qualquer situação, a opção será orientada para a alternativa que apresentar o menor
valor de custo-preço. Além de retratar o preço, ele fornece indicações relativas à determinação
da curva de oferta de um produtor, isto é, delimita as quantidades que um produtor está
disposto a comercializar, tendo em vista o nível do preço de mercado.
Este método pressupõe que deve existir as seguintes informações básicas:
a) Produção por idade, em m3/ha;
b) Custos operacionais de implantação e manutenção, por hectare.
153

É importante, também, determinar o custo marginal, que é o aumento no custo total,


quando se mantém o povoamento em pé por mais um ano, divido pelo aumento
correspondente na produção, ou é o custo adicional para se manter a floresta em pé durante
um ano.
Na Tabela 27, é apresentado um exemplo de determinação de receita líquida de um
povoamento de Eucalyptus grandis para uma taxa de juro de 8% ao ano. Supondo-se as
seguintes informações:
Fator empilhamento = 1,40
Percentagem de casca = 18%
Taxa de juro = 8% ao ano
(Preço da madeira em pé, pago ao proprietário = 6,00 $/estéreo s/c)
Custo de cultura (C) = 394,00 $/ha
Custo de administração (m) = 50 $/ha/ano

TABELA 27 - Determinação da renda líquida de um povoamento de Eucalyptus grandis.


Volume Volum Renda Custos Custos Custo/ Custo Renda Renda Renda
Idade C M Totais Preço Margin Liquida Liquida Liquida
m3 c/c/ha st s/c/ha $/ha $/ha $/ha $/ha st sc $/stsc $/ha $/ha ha/ano
0 394,00 50,00 444,00
1 425,52 78,00 503,52
2 459,56 162,24 621,80
3 106,36 122,10 732,60 496,33 253,22 749,55 6,13 -16,95 -13,46 -4,49
4 141,81 162,80 972,00 536,03 351,48 887,51 5,45 3,39 84,49 62,10 15,52
5 187,42 215,20 1290,0 578,91 457,59 1036,5 4,82 2,84 253,50 172,53 34,51
6 229,05 262,90 1577,4 625,23 572,20 1197,4 4,55 3,37 379,97 239,44 39,91
7 268,00 307,70 1846,2 675,25 695,98 1371,2 4,46 3,88 474,97 277,14 39,59
8 305,25 350,40 2102,4 725,27 829,66 1554,9 4,44 4,30 547,47 295,78 36,97

O problema deste método é que desconsidera o valor do capital do solo e da


administração que são altos na atividade de empresas florestais. Trata-se de uma forma muito
simples e empírica de determinação de receita florestal.
No entanto, é um método útil quando se tratar de pequenas propriedades com custos
de administração tendendo a zero e desconsiderar o valor do capital do solo.
No exemplo acima, constata-se que há uma taxa de juro subjetiva de 8%, obtém-se
aos 6 anos a máxima renda líquida média anual de 39,91 $/ha/ano.
154

O custo-preço indica o valor do preço mínimo que a madeira deveria ser vendida
para cobrir todos os custos e que na idade de 8 anos é 3,37 $/st s/c, embora que o menor custo
marginal tenha ocorrido aos 5 anos com um valor de 2,84 $/st s/c.
O custo marginal indica o custo para manter um metro estéreo em pé por mais um
ano, por exemplo, aos 6 anos, o custo marginal é de 3,37 $/st s/c, significa o custo de
manutenção de um st s/c até o 7o ano.

4.6.10 Avaliação de danos e desapropriação

4.6.10.1 Danos

O dano significa a perda de renda. Este dano pode ser causado por um terceiro
(indenizante) ou por determinadas circunstâncias (determinação do dano para cálculo interno),
como: fogo, animais domésticos e silvestres, poluição, vento, etc.
O ponto de partida para a determinação é as condições anteriores e posteriores ao
dano, sendo a diferença o valor do dano. Incluem-se, depois, eventuais custos extras, como
aqueles causados pelos trabalhos de apagar o fogo, etc.
As seguintes condições devem ser analisadas quanto aos danos:
a) Quando há perda de incremento, anual em m3 até o final da rotação, para o qual
faltam ainda “n” anos, deve-se capitalizar o valor.

a * ( 1,0 i n − 1) 1
n
*
1,0 i 0 ,0 i

Sendo: a = valor das perdas de incremento anual, por hectare.

b) Quando há destruição total, determina-se o valor dos custos, do rendimento


esperado, de exploração, diminuição por eventuais rendas, que provém da comercialização da
madeira eventualmente aproveitável.
c) Quando há danos parciais, estima-se a percentagem de dano, por exemplo, uma
percentagem da área de reflorestamento. Determina-se o valor da cultura menos o valor dos
custos.
155

Em todos os casos de danos, a indenização deve incluir também, as conseqüências


para o total da empresa; pois, talvez, por isto são causadas maiores despesas para exploração
de certas áreas da floresta, aumentando os custos de administração por unidade de área,
eventualmente, também o maior emprego temporário de operários para a exploração das
áreas danificadas, que causam maiores custos por m3.

4.6.10.2 Desapropriação

Uma determinada área florestal de interesse, por exemplo, público, pode permanecer
de propriedade da empresa ou pode passar para a propriedade pública. Neste caso, deve-se
fazer o seguinte:
a) A indenização pode ser feita por troca, por exemplo, colocando a disposição uma
outra área florestal do mesmo valor;
b) Indenizar o valor do solo (renda do solo capitalizada) mais o valor atual do
povoamento (valor da exploração, valor dos custos ou valor da expectativa de produção) e,
também, se possível o valor de rentabilidade da floresta;
c) Caso a área continue com o proprietário, mas não possa mais ser cultivada, então se
deveria indenizar além da renda do solo e do valor do povoamento, também, os impostos que
futuramente devem ser pagos pelo proprietário.

4.6.11 Valor do fator idade

SAGL (1976) determinou para várias espécies, na Áustria, o valor do fator idade com
base na produção de tabelas de produção, fazendo variar o custo de plantio, valor do solo e
custo do capital de administração.
O valor do fator idade (fi) foi determinado pela razão entre a expectativa de produção
do povoamento numa idade e o valor líquido do povoamento no corte final (Ar), da seguinte
maneira:

VE m
fi =
Ar
156

Através desta mesma relação, SCHNEIDER (1984) determinou o valor do fator idade
para Pinus elliottii da Floresta Nacional de Passo Fundo, fazendo variar o valor do solo, taxa
de juro e rotação. Na Tabela 28, pode ser visto um exemplo do desenvolvimento do fator
idade, para uma rotação de 30 anos.

TABELA 28 - Desenvolvimento do fator idade, para uma rotação de Pinus elliottii.


Índice Taxa Idade (anos)
Sítio Juro % 5 10 15 20 25 30
22 6.18 . 1912 .3706 .4167 .5370 .7304 1.0000
24 6.51 .1635 .3121 .4087 .5252 .7182 1.0000
26 6.90 .1614 .2944 .3742 .5028 .6966 1.0000
28 7.11 .1599 .2809 .3726 .4912 .6870 1.0000
30 7.57 .1602 .2749 .3520 .4642 .6674 1.0000
32 7.07 .1602 .2627 .3471 .4539 .6610 1.0000
34 8.07 .1634 .2595 .3243 .4300 .6431 1.0000

Com os valores do fator idade e valor líquido do corte final, pode ser obtido o valor da
expectativa de produção de um povoamento para todas as idades. Para isto, faz-se a
transformação da fórmula original para:

VE m = A r * fi

Uma outra forma de obter o valor da expectativa de produção de um povoamento é


utilizando a fórmula de BLUME, expressa por:

[ ]
VEm = ( A r − C ) * f i + C * B g

Sendo: VEm = valor da expectativa de produção, por hectare; Ar = rendimento líquido


do povoamento na idade “r”, por hectare; fi = valor do fator idade na idade “i”; Gr = grau de
estoqueamento na idade “i”; C = custo de cultura, por hectare.

Nos casos em que a rotação real (Rr) for menor que a rotação utilizada para a
determinação do fator idade, o valor do fator idade a ser utilizado deve ser multiplicado pelo
fator de correção (1/fiRr). Sendo que, fiRr é o fator idade de rotação real (Rr). Transportando-se
este valor para a fórmula de BLUME, esta passa a ser expressa por:
157

 1 
VEm =  ( A r − C ) * f i * + C * G r
 f iR r 

A medida que aumenta a distância da rotação real daquela utilizada na determinação


do fator idade, aumenta a diferença absoluta e relativa entre o valor do fator idade real e o
estimado, com isto, aumenta o erro do valor do fator idade ajustada pelo fator correção
(1/fiRr).
Para o mesmo objetivo pode-se, também, utilizar a fórmula de GLASER, expressa
por:

Ar − C 
V =  2
* t2 + C * Gr
 r 

Sendo: t = idade de avaliação, em anos; Gr = grau de estoqueamento na idade t; r =


rotação, em anos; Ar = valor do povoamento na idade r; C = custo de cultura, por hectare.

4.6.12 Rotação

Segundo (MANTEL, 1956), rotação é a duração média do tempo, determinada através


de planejamento entre a renovação de povoamentos e a colheita destas na idade madura,
supondo uma constituição da floresta que corresponde ao alvo econômico. A duração da
rotação é definida pela “meta técnica da empresa” e assim sujeita a vários critérios
econômicos e biológicos. Ela é parte do planejamento à longo prazo, define o volume do
estoque, grandeza dos incrementos, quantidade de investimento, juros e rentabilidade.
A rotação é um termo usado somente para sistemas silviculturais mais ou menos
equiâneos e para o sistema Plenterwald ou Femelwald é usado o termo de ciclo de corte.
A rotação não é apenas um simples instrumento de planejamento para se definir
quando e de quanto será o retorno do capital investido, mas serve, também, como uma norma
instrumental de manejo sustentado, mormente, quando se trata de classes de manejo. Ela
descreve além do crescimento biofísico da floresta, a evolução das rendas no decorrer do
tempo, quando os cálculos dos valores de povoamento são conjugados com uma tabela de
produção e sortimento.
158

O desenvolvimento calculatório da rotação de uma classe de manejo, para uma espécie


e de determinado sítio, pode ser utilizado como elemento de comparação entre uma floresta
desejada de rendimento persistente e uma real. Esta comparação permite um manejo adequado
para conduzir o povoamento para o objetivo pretendido, o qual é obtido quando o
desenvolvimento calculatório atinge o máximo.
SPEIDEL (1967) salienta que o tipo de rotação a ser determinada, varia de acordo com
a meta econômica da empresa, definida pelo objetivo da produção florestal. Para isto,
apresenta detalhadamente uma série de métodos que podem ser utilizados para definição deste
problema. Estes métodos de rotação podem ser encontrados na Tabela 29.

4.6.12.1 Determinação da rotação

a) Rotação de máxima renda bruta

A determinação da rotação de máxima renda bruta é obtida através da fórmula:

Ar* + ∑ D*
r

Um exemplo de determinação da rotação de máxima renda bruta, para Eucalyptus


grandis, pode ser visto na Tabela 30, sendo utilizado os seguintes dados:

Preço da madeira posto fábrica = 6,00 $/st sc


Custo de exploração = 6,24 $/st sc
Distância de transporte = < 40 Km
Fator empilhamento = 1,40
Percentagem de casca = 18%

Portanto, a rotação de máxima renda bruta para Eucalyptus grandis, do exemplo


proposto, é de 7 anos, onde ocorreu a máxima renda bruta anual.
159

TABELA 29 - Tipos de rotação de acordo com o objetivo


ROTAÇÃO OBJETIVOS E/OU FÓRMULA
DEFINIÇÕES
Fisiológica É definida com sendo a idade
ótima para se obter regeneração
natural
Técnica É obtida na idade de otimização
da composição de classes de
madeira num povoamento.
Máxima produção Maximização do rendimento em Vr
em volume volume
r
Máxima renda Maximização de remuneração A r + ∑ D − ( C + r * v)
líquida da floresta do capital povoamento
r
Máxima renda Maximização da remuneração A r + ∑ D − ( C + r * v) − 0,0iVEm
líquida do solo do capital solo
r
Máxima Maximização da remuneração A r + ∑ D − ( C + r * v) − 100
rentabilidade efetiva do capital
r (B + VEm )
Máxima renda Maximização da produção total
bruta bruta Ar * + ∑D*
r
Máximo benefício Maximização da renda bruta
do mercado e infra- mais os benefícios da infra-
∑ S + Ar * + ∑ D*
estrutura estrutura r
Máxima Maximização do quociente
produtividade de produtividade pela área da
∑ S + Ar * + ∑D*
− (A m + A f + A a )
área empresa r
Máxima Otimização do quociente
∑ S + Ar * + ∑ D *
produtividade do produtivo pelo tempo de − ( Am + A f + A a )
trabalho trabalho total T(r )
Rotação financeira Maximizar o valor esperado de
produção do solo
, i r − a + D b .10
A r + D a .10 , i r − a +...
, i r − V.(10
− C.10 , i r − 1)
, ir − 1
10
, i r − a + D b .10
, i r − a +...
Rotação de VLP Maximizar o valor líquido
presente
A r + D a .10
, i r − ( V + B).(10
− C.10 , i r − 1)
, ir
10
Fonte: SPEIDEL (1967).

Sendo: Ar = valor do corte final na idade “r”, por hectare; C = custo de cultura, por hectare;
v = custo de administração, por hectare e ano; VEm = valor médio da classe de manejo, por
hectare; Ar* = valor bruto do corte final na idade “r”, por hectare; ∑D* = soma da renda bruta
dos desbastes anuais, por hectare; r = rotação, em anos; B = valor do capital do solo, por
hectare; i = taxa de juro; a = área da empresa, em hectare; Am = custo do material; Af = custo
de terceiros; Aa = custo de escritório; T(r) = tempo total de trabalho, por hectare e ano; ∑S =
soma dos custos da infra-estrutura de produção, por hectare; Da, Db = receitas dos desbastes,
por hectare; V = v/0,0i; B = b/0,0i; b = custo do capital solo, por hectare.
160

TABELA 30 - Rotação de máxima renda bruta, para Eucalyptus grandis


Idade Volume Volume Renda Bruta Receita Bruta
(m3 c/c) (st s/c) ($/ha) ($/ha/ano)
03 106,36 112,1 1.372,10 457,37
04 141,81 162,8 1.982,88 495,72
05 187,42 215,2 2.634,05 526,81
06 229,05 262,9 3.217,90 536,92
07 268,00 307,7 3.766,25 538,04
08 305,25 350,4 4.288,90 532,11

b) Rotação de máxima renda líquida de floresta

A determinação da rotação de máxima renda líquida da floresta é obtida através da


fórmula:

A r + ∑ D − (C + r * v)
r

Na Tabela 31 pode ser observado um exemplo de determinação desta rotação para


Pinus elliottii, com variação da qualidade do sítio, conforme SCHNEIDER(1984).

TABELA 31 - Estimativa da rotação da máxima renda líquida da floresta, Pinus elliottii


Índice Rotação em anos
Sítio 5 10 15 20 25 30 35 40
22 -9.5 0.5 12.0 16.4 17.0 21.0 21.1 16.6
24 -9.2 1.8 17.5 23.6 29.9 29.7 26.6 24.8
26 -7.6 8.1 22.2 33.2 38.0 36.5 33.9 30.2
28 -7.0 10.4 31.8 42.9 45.9 43.3 39.9 36.1
30 -6.3 18.7 44.7 56.8 55.2 52.0 47.4 42.4
32 -5.5 22.1 55.2 65.2 63.6 58.7 53.3 47.9
34 -4.7 33.7 68.4 75.9 72.9 67.2 60.7 54.5
Fonte: SCHNEIDER (1984)
161

Portanto, a rotação de máxima renda líquida da floresta para Pinus elliottii varia com a
qualidade do sítio. Em sítios bons, com índice de sítio de 30 a 34 a rotação foi de 20 anos; nos
índices de sítios de 24 a 28 foi de 25 anos; e, no índice de sítio 22 foi de 35 anos.

c) Rotação financeira

A determinação da rotação financeira é obtida através da fórmula de Faustamnn,


expressa por:

A r + D a * 1,0i r − a + . . .− C * 1,0i r − V * (1,0i r − 1)


B=
1,0i r − 1
Neste sentido, é apresentado na Tabela 32, um exemplo de determinação desta
rotação para Pinus elliottii, da Floresta Nacional de Passo Fundo, conforme
SCHNEIDER(1984), sendo utilizado os seguintes dados:
Custo da cultura = 394,00 $/ha
Custo de administração = 50,00 $/ha/ano
Custo de manutenção:
Roçada no 1o ano = 58,80 $/ha
1a desrama (5o ano) = 50,00 $/ha
2a desrama (10o ano) = 64,67 $/ha
Custo de exploração e transporte = 4,36 $/m3
Preços dos sortimentos:
Sortimento com diâmetro na ponta fina de 15 - 27 cm = 16,47 $/m3
Sortimento com diâmetro na ponta fina de >28 cm = 28,82 $/m3

Portanto, a rotação financeira para Pinus elliottii, para o índice de sítio 28, é igual há
20 anos, para os custos e preços utilizados e taxa de juro de 6 % ao ano, pois nesta idade
maximizou o valor esperado da terra por hectare.
162

TABELA 32 - Determinação da rotação financeira para Pinus elliottii


Idade Sort. Rem. % Desbaste % Volume Vol. Rem. Vol. Desb.
ano 15-27 >28 15-27 >28 Rem. Desb. 15-27 >28 15-27 >28
5 16,1 0,0 64,8 10,4328 0,0
27,6 0,0 72,4 19,9824 0,0
10 41,6 0,1 210,3 87,4848 0,2103
41,6 0,1 133,8 55,6608 0,1338
15 76,2 2,8 274,8 209,2452 7,6888
76,4 2,7 74,8 57,1472 2,0196
20 78,2 11,2 328,4 256,8088 36,7808
78,2 11,2 46,3 36,2066 5,1856
25 67,3 26,0 369,1 284,4043 95,9660
75,0 17,0 29,5 22,125 5,015
30 58,4 36,0 398,2 174,1488 107,3520

TABELA 32 - Determinação da rotação financeira para Pinus elliottii. Cont.


Idade Receita Receita Receita Receita Custos Capitalizados Rotação
ano Rem. Desbaste Deb. Cap. Total $/ha Financeira
$/ha $/ha $/ha $/ha V C Total $/ha
5 126,34 126,34 281,85 601,49 883,35 -2238,17
241,99
10 1064,58 279,93 1.344,52 659,04 871,85 1.530,89 -235,65
677,33
15 2.722,03 1.158,18 3.880,18 1.163,80 1.253,31 2.417,11 1.047,63
741,45
20 4.009,61 2.407,60 6.417,21 1.839,28 1.677,21 3.516,49 1.314,25
565,30
25 5.355,50 3.875,86 9.231,37 2.743,23 2.244,49 4.987,71 1.2889,13
390,60
30 4.734,77 5.638,63 10.373,40 3.952,91 3.002,63 6.956,54 720,33
163

4.6.12.2 Decisão sobre a rotação

Segundo PEARSE(1967), a determinação da idade ideal para se explorar uma floresta,


depende dos objetivos da empresa ao conduzir seus povoamentos. Assim, como o valor de
uma floresta pode ser expresso tanto pelo valor econômico de seus produtos como seus
benefícios estéticos, recreativos, ecológicos e preservacionistas, a fixação de uma idade ideal
para exploração poderá variar. E, mesma considerando apenas o valor econômico da floresta,
através da sua produção, em qualidade de produtos, faz variar a rotação.
Para a maioria (se não a totalidade) das empresas o objetivo na sua política de manejo
florestal, é o de maximizar o valor econômico dos recursos florestais, em termos de produção
de madeira (madeira e casca).
O primeiro passo para se determinar à rotação que maximizará a renda de uma
empresa florestal, é isolar todos os custos e rendas envolvidos. Usualmente se expressa o
valor da madeira pela sua rentabilidade efetiva, que é o valor da madeira para alguma
utilização a que será destinada ou num centro de distribuição descontado dos custos de
armazenamento e transporte. Esta será então o preço máximo que um consumidor, em
condições normais de mercado, estará disposto a pagar pelo produto.
A rentabilidade potencial de um povoamento tende a aumentar com o aumento da
idade, por três razões. Primeiro, com a idade há um contínuo incremento no volume de árvore,
até sua morte, embora a partir de uma certa idade o valor no incremento começa a diminuir.
Segundo, enquanto o volume total do povoamento aumenta a medida em que a árvore
envelhece e aumenta de dimensões, o valor da madeira por unidade (por exemplo, m3)
também aumenta. As toras com dimensões maiores podem ter mais utilização que toras
pequenas; isto tanto pelas limitações impostas pelos consumidores, como usos alternativos,
aumento na qualidade (madeiras limpas), etc.
Finalmente, como regra geral, toras maiores apresentam um custo de exploração por
m3 menor que toras finas. Considerando que a rentabilidade é dada em função do valor da
madeira cortada menos os custos de exploração, este fato tende a favorecer rotações longas.
Considerando uma empresa global, os custos envolvidos são mais complexos. Embora
muitos deles possam ser considerados pelo seu valor atual (impostos, administração,
benfeitorias, etc.), há dois custos distintos envolvendo um povoamento: o custo do capital,
expresso pelo custo da floresta, e o custo da terra.
164

Tendo em vista que o valor de um bem tem um significado econômico a partir do


momento em que torna escasso, o significado deste custo é dado através do seu custo de
oportunidade. Ou seja, através de alternativas de uso do bem. O custo de oportunidade é
obtido do melhor uso para o bem. Observando-se este conceito, alguns fatores da produção
florestal, como a terra e o capital em forma de árvore, teriam que ter seus custos avaliados em
função de sua utilização, e, portanto, utilizado como tal; porém, este conceito básico de custo
de oportunidade nem sempre pode ser aplicado na economia florestal.
Assume-se que o custo real de se usar um capital de uma economia particular
(diferentes produtos florestais, rotação, etc.), é o retorno que este capital poderá gerar, em sua
melhor aplicação. Este retorno é a taxa do interesse que pode ser conseguida. Se a taxa
efetivada obtida não alcançar a taxa de interesse, o investidor não estará maximizando seu
retorno. Isto leva a se selecionar a rotação que propicie o maior retorno, observando-se os
custos da produção e o valor esperado do produto, que dependerá da finalidade da produção.
Menos simples do que estimar a rentabilidade do produto (madeira) é avaliar os custos
da terra, a rentabilidade esperada e os custos de oportunidade.
O valor da terra poderá ser expresso pela rentabilidade de sua melhor alternativa de
uso, o que amplia o problema. E mesmo considerando apenas o uso para fins florestais, o
investidor terá ainda que avaliar o resultado para diferentes rotações, e procurar aquela que
permita uma máxima rentabilidade para o terreno.
SEPEIDEL(1967) no seu trabalho sobre rotação e sua racionalização faz uma análise,
julgamento das necessidades e influências de diferentes fatores sobre as tendências reais da
rotação com vistas a sua fixação em relação aos aspectos ligados a: condição das classes de
idade; crescimento; regeneração natural; sortimento; volume de trabalho; valor da produção;
e, condições de mercado.

4.6.12.3 Condições para uma rotação ótima

Basicamente, toda empresa sempre procura maximizar sua renda, operando a um nível
onde os custos marginais igualam-se as rendas marginais. De maneira análoga, a rotação
ótima (idade de exploração) será aquela idade do povoamento na qual o incremento dos
custos iguala-se ao incremento das rendas.
165

Isto pode ser observado na Figura 16a. A mudança no incremento anual da renda (S)
da floresta na idade (t) é descrita pela curva ∆S. Se o valor por m3 de madeira fosse fixado
desconsiderando a dimensão ou a idade das árvores (valor fixo), esta curva teria exatamente a
mesma forma que a curva do incremento corrente anual, que indica a variação anual no
incremento em volume total da floresta ao longo do tempo.
O custo anual de oportunidade da terra (a) é constante ao longo do tempo. O custo de
interesse, contra a rentabilidade total da floresta aumenta ao longo do tempo.
A melhor rotação está indicada onde à curva de incremento da renda (∆S) interceptam
a curva de incremento dos custos (a + iS) no ponto (tm).
A amplitude deste ponto ótimo é demonstrar as implicações de se explorar a floresta
em qualquer idade que não “tm”. Em qualquer idade inferior a “tm”, os custos para se manter a
floresta por ano são inferiores ao valor dos produtos extras que a floresta produzirá neste ano,
assim, se conseguirá uma renda líquida positiva prolongando-se a rotação por mais um ano. A
qualquer idade superior a “tm” os custos anuais de manutenção da floresta excederão a renda
que ela propiciará a mais neste ano.
A curva dos custos e rendas acumulados (Figura 16b) é semelhante à curva de custos
e rendas total, com relação à produção, em termos convencionais. A máxima diferença entre
custos e rendas acumuladas novamente no ponto “tm”.
A Figura 16c representa a relação entre renda líquida e a idade do povoamento. A
renda líquida atinge um ponto máximo onde a declividade da curva é zero, ou seja, na idade
“tm”, que é, naturalmente, o ponto onde a diferença entre os custos e rendas acumulados é
máxima.
Resumindo, a rotação ótima ocorre quando:

∆S = a + iS

A princípio, a determinação da rotação parece simples, considerando apenas o valor


da floresta. Porém, o valor da terra só pode ser determinado quando se conhece o melhor uso
para a mesma (que propicia a maior renda), o que, em se pensando em reflorestamento, requer
o conhecimento sobre a melhor rotação.
Outras implicações na determinação da rotação são:
166

FIGURA 16 - Determinação do ponto de rotação ótima.


167

a) Mudanças nas taxas de juros

O efeito da alteração na taxa juro pode ser visualizado na Figura 17.

FIGURA 17 - Rotação ótima para duas taxas de juro J e J/2 %

A redução na taxa de juro tende a prolongar a rotação, o que é de se esperar, desde


que juros baixos aumentem o valor relativo de retornos mais longos. Por outro lado, o valor
da terra (a) pode exercer um efeito oposto sobre a duração da rotação.
A taxa de juro escolhido é de importância fundamental nas decisões que envolvem
tempo. Pequenas diferenças na taxa fixada para descontar os retornos esperados num futuro
distante, tem um efeito drástico em termos atuais.
Precisa-se definir primeiramente qual a taxa de juro de rentabilidade mínima que a
empresa está disposta a aceitar para seus investimentos.

b) Estoque inicial

A densidade inicial é uma decisão importante em função de sua influência no


incremento dos custos do povoamento, e, por conseguinte na rotação. A definição desta
influência é feita sobre o valor da madeira (dimensões e qualidade), sobre os custos de
implantação, custos de melhoramento do povoamento, etc.
168

4.6.13 Avaliação dos benefícios indiretos da floresta

4.6.13.1 Conceito e importância da função social da floresta

Endres apud SPEIDEL(1967) entende como conceito de benefícios sociais as


funções de proteção, higiene e de estética da floresta. Os benefícios sociais também são
chamados de bens não comercializáveis, bens não calculáveis, bens imateriais da floresta.
Atualmente, o conceito mais usado para expressar esses benefícios é o de Função Social da
Floresta.
Segundo SELING & SPATHELF (1999) ao lado da produção de madeira (produção
de bens materiais), a floresta e a produção florestal produzem bens imateriais que são
conceituados como benefícios sociais ("social benefits"), indiretos, tarefas secundárias, ou
produções de infra-estrutura, ou seja, todas as disposições e normas necessárias para a
existência e o desenvolvimento da economia e da sociedade. Esses benefícios indiretos são:
manutenção da fertilidade do solo; do regime de água; da limpeza do ar; e da recreação para
os habitantes dos centros urbanos, etc.
O conjunto de todos esses benefícios, ou seja, a produção de bens materiais e
imateriais chama-se de uso-múltiplo da floresta.
A importância da função social cresce, por um lado devido à diminuição constante das
áreas reflorestadas. Por outro lado, para área constante, com o aumento da densidade
demográfica, industrialização, urbanização e nível de vida. A importância da função social,
portanto, depende da oferta e procura. Nos países industrializados e com alta densidade
populacional a comunidade exige cada vez mais a possibilidade de usufruir as funções sociais
da floresta, o que pode estar ligado a restrições da liberdade e economia do proprietário
florestal.

4.6.13.2 Diferenças entre conceitos de benefícios indiretos

No passado, houve algumas tentativas para diferenciar os vários benefícios indiretos.


Tromp apud SELING & SPATHELF (1999) distingue entre benefícios indiretos naturais que
partem da floresta e que são importantes para a sociedade e, por outro lado, benefícios
indiretos produzidos que representam as produções advindas dos investimentos da produção
169

florestal. Niesslein apud SELING & SPATHELF (1999) faz uma outra distinção: diferencia
entre efeitos externos que são medidos pelo benefício produzido para o público e efeitos
internos como resultados positivos na área da propriedade. Uma outra importante noção, nesta
conexão, é as "funções da floresta". A idéia predominante é que a floresta reúna três funções:
a função de exploração, a de proteção e a de recreação. Segundo essa teoria, que foi criada
nos anos 60 na Alemanha, todas as funções da floresta são postas à disposição pela produção
florestal. Entretanto, essa idéia é atacada por outros autores.
Nesse sentido, Brandl & Oesten apud SELING & SPATHELF (1999) destacam a
distinção entre os efeitos da floresta e as produções da atividade florestal. Essa distinção deve
substituir, na opinião dos autores, a prévia idéia das três funções.

4.6.13.3 Características dos benefícios indiretos

A primeira característica dos benefícios indiretos é a falta de valor de mercado. Os


efeitos e as produções são entregues a consumidas sem um preço de mercado, ou seja, eles
são um bem público: nenhuma concorrência existe entre os usuários ("non-rivalry") e
nenhuma exclusão é possível ("non-excludability"). Há três causas para explicar a falta do
valor de mercado:
a) É inconveniente e/ou inoportuno quantificar e controlar o valor desse benefício
por causa do grande trabalho para sua determinação.
b) É politicamente indesejado.
c) É impossível por causa dos argumentos técnicos e jurídicos.

Uma outra característica dos benefícios indiretos é que são, muitas vezes, os
fundamentos para a produção de outros bens e estão ligados ao sítio. (Em último lugar, o
grande número e as diferentes maneiras em que se manifestam provocam conflitos de objetivo
ou de meta, por exemplo, a meta de “proteção da natureza” contra a meta de “recreação”).

4.6.13.4 Bens públicos e privados

Os bens privados são caracterizados pelos direitos exclusivos para usar e dispor
("property rights"). Na teoria, a diferença entre bens privados e públicos é fácil de ser
170

determinada, mas na prática existem muitos casos nos quais a separação é difícil como, por
exemplo, a floresta. Por um lado, a floresta é um bem privado como um fornecedor de
matérias-primas (madeira) e um local de atividades econômicas (construção das estradas,
caça, etc.). Por outro lado, a floresta é um bem público como um meio de recepção para
elementos e efeitos secundários (poluição do ar, barulho, proteção visual, proteção contra
deslizamentos, entre outros), como um bem de consumo, ou seja, por causa do direito das
pessoas de entrar na floresta. O fato da floresta ser também um bem público, traz
conseqüências negativas. O preço "zero" significa abundância, por isso pode existir uma
superutilização, o que traz danos à floresta.

4.6.13.5 Avaliação dos benefícios indiretos

A determinação do valor de benefícios indiretos da floresta para comunidade e para o


proprietário é somente uma parte da avaliação florestal, conforme caracterizado na Tabela 33.

TABELA 33 - Posição dos benefícios indiretos na avaliação florestal.


Avaliação florestal
Ó Ô
Teoria do valor da floresta Prática da avaliação florestal
Ð Ð
1. Tarefas e normas da avaliação florestal 1. Valor de venda (terreno e povoamento)
2. Avaliação florestal clássica 2. Avaliação de danos (danos de
2.1. Avaliação do terreno animais selvagens, danos pela separação
2.2. Avaliação do povoamento dos povoamentos, por exemplo pela
- Valor dos rendimentos esperados construção das estradas, danos pelas
- Valor de custo emissões)
- Valor de mercado 3. Avaliação para tributação
2.3. Avaliação de classe de manejo
2.4 .Taxa de juros na avaliação florestal
3. Valor dos benefícios indiretos da
floresta
Fonte: SELING & SPATHELF (1999)
171

A avaliação florestal pode ser subdividida na chamada "teoria do valor da floresta" e


na "prática da avaliação florestal". A avaliação dos benefícios indiretos encontra-se na área da
teoria de valor da floresta.
Os motivos para sua determinação podem ser distintos na empresa florestal e na
economia pública.
Na empresa florestal, refere-se, sobretudo, ao problema da rentabilidade que deve ser
considerada em conexão com os benefícios indiretos. Para pôr os benefícios indiretos à
disposição da população surgem mais gastos e menos renda na empresa florestal. Esses gastos
dependem da distância dos centros urbanos, pois quanto mais próxima estiver a floresta do
centro urbano maior será o valor despendido na construção das estradas para circulação, para
relações públicas (material informativo, informações para os visitantes) e pelas maiores
dificuldades na empresa florestal (por exemplo renúncia ao trabalho com máquinas grandes).
Uma menor renda surge pela renúncia à transformação dos povoamentos com uma
produtividade baixa, mas com uma grande atratividade para os visitantes, e pelos danos
causados pelos visitantes ao solo e aos povoamentos. Ao avaliar-se o valor dos benefícios
indireto, apresenta-se alguns problemas. O mais importante é que a contabilidade da empresa,
na maioria dos casos, não está preparada para tal como, por exemplo, o problema da
distribuição de custos de administração, ou para considerar que uma medida aplicada na
empresa serve para diferentes objetivos. Um outro problema é que os investimentos
realizados, na infra-estrutura da floresta, são feitos sem avaliar o interesse do público,
examinando-se somente o lado da oferta, isso é, avalia-se a sua existência e não a sua real
necessidade.
A respeito da política econômica, trata-se do planejamento e da alocação de recursos.
Entre as avaliações, numa empresa florestal e as avaliações de uma política econômica,
existem diferenças que são chamadas "externalidades", ou seja, as produções e os efeitos na
cadeia produtiva, não sendo contabilizados pelas empresas florestais.
Segundo Kapp apud SELING & SPATHELF (1999) faz uma distinção entre as
relações no mercado e as relações no meio ambiente. As relações no mercado são processos
de troca e as relações no meio ambiente são relação fora do mercado, entre a produção e o
meio ambiente e entre o meio ambiente e a pessoa. Nessa conexão, pode-se considerar:
172

a) Custos sociais (efeitos negativos para terceiros ou a sociedade que significam


receitas ou vantagens para o produtor, por exemplo à floresta como solução para a poluição de
água e ar).
b) Benefícios sociais (efeitos positivos para terceiros ou para a sociedade,
significando despesas ou desvantagens para o produtor, por exemplo os benefícios indiretos
da floresta.

Na avaliação sócio-econômica dos benefícios sociais da floresta devem ser


consideradas as despesas que tem todos os participantes na preparação das funções sociais.
Em contrapartida a estas despesas ocorrem os bens dos quais a sociedade e os indivíduos
usufruem.
Nas despesas para gerar os benefícios sociais participam as empresas florestais e a
administração pública. A parcela de participação das empresas florestal corresponde aos
custos que são suportados pelos visitantes ou pela administração pública. A parcela da
administração pública nos custos corresponde à indenização, subvenções, renúncia de
impostos feitos com o objetivo de fornecer os benefícios sociais da floresta para a
comunidade.
A vantagem da sociedade e seus indivíduos são o parâmetro mais importante e difícil
para a avaliação sócio-econômica dos benefícios sociais da floresta. A avaliação das
vantagens da sociedade pode ser feita a partir do bem estar de cada indivíduo, o que é bastante
difícil, se não impossível. Em função disto, costuma-se trabalhar com valores auxiliares ou
com indicadores de substituição.
Como valor auxiliar pode-se usar, por exemplo, os gastos que cada indivíduo tem para
usufruir determinado bem social. Neste caso, assume-se que o “bem” vale no mínimo tanto
quanto o indivíduo gasta para tê-lo. Neste gastos incluem-se pagamentos de ingressos, gastos
com deslocamento em carro próprio ou coletivo, e renúncia a outros tipos de diversão. A
média de gastos de cada indivíduo multiplicado pelo número de visitantes anuais dá o valor
dos benefícios sociais que a floresta põe a disposição anualmente.
Outra forma de avaliar os benefícios sociais é através de indicadores de substituição.
Neste caso, parte-se hipoteticamente de uma situação sem floresta e questiona-se quais os
gastos necessários para substituir os bens sociais da floresta. Para certos casos e situações é
simples como por exemplo encontrar o indicador de substituição para uma floresta pequena
173

que recobre um talude: o valor de substituição seria o custo para a construção de um muro de
arrimo. Difícil torna-se, por exemplo, determinar o valor de substituição da função de
filtragem do ar por filtros industriais.

4.6.13.6 Problemas fundamentais da avaliação dos benefícios indiretos

Para avaliar os benefícios indiretos é necessário conhecê-los, ou seja, com palavras


simples, o que não se sabe, não se pode conhecer. Por isso, só determinados benefícios
indiretos são conhecidos. Um exemplo pode ilustrar isso: só há poucos anos sabe-se que as
florestas do mundo têm importância no "efeito estufa". Somente após foi possível determinar
o valor das florestas a esse respeito.
Um outro problema é que a descrição dos benefícios indiretos pode ser difícil, porque,
às vezes, benefícios indiretos positivos têm também efeitos negativos. Um exemplo é as
bordaduras da floresta. Elas são importantes para a proteção contra os ventos dentro dos
povoamentos, mas podem causar uma aglomeração do ar frio que produz perdas de produção
nas áreas agrícolas.
Ao lado disso, existe o problema que muitas vezes a descrição de um benefício inclui
uma avaliação, o que requer critérios claros e bem definidos. Por outro lado, a quantificação
dos benefícios indiretos, ou seja, a avaliação é muito difícil, porque, em princípio, a noção
"avaliação objetiva" é paradoxal, pois os critérios de avaliação são sempre subjetivos na
quantificação dos benefícios indiretos.

4.6.13.7 Métodos de avaliação dos benefícios indiretos

A avaliação das funções sociais ou benefícios indiretos da floresta de uma empresa,


normalmente dá-se através da comparação das despesas e rendimentos eventuais. As despesas
e os rendimentos podem, eventualmente, ser obtidos na contabilidade da empresa, mas
algumas vezes, podem ser necessários levantamentos especiais.
As despesas empresariais com benefícios sociais podem ser compostas por:
a) Custos para a instalação, como bancos, pracinhas para crianças, placas indicativas,
construção de caminhos, áreas de camping, plataformas para pesca, etc.
174

b) Custos para a manutenção destas instalações como reparos, limpezas, substituições,


etc.
c) Custos de reflorestamento de áreas muito inclinadas, dunas, etc., que tenham como
objetivo exclusivo às funções sociais e não para a produção de madeira.

Ao lado destes custos facilmente detectáveis, existem outros mais difíceis de serem
levantados e atribuídos para a função social ou para a produção da empresa. É o caso dos
custos com a regulação de cursos d’água, fixação de taludes, construção de estradas, havendo
função social ou não, seriam executados.
Os custos mais elevados em função da utilização dos benefícios sociais da floresta,
também ocorrem no cuidado com os incêndios. As medidas preventivas devem ser maiores e
geralmente o seguro pago é maior.
Os danos causados em árvores, povoamentos jovens, necessidade de cercas para áreas
recentemente reflorestadas, também, redundam em custos mais elevados para o proprietário
florestal.
Outros fatores de aumento da despesa na empresa florestal é causada pela necessidade
de se trabalhar em pequenas áreas, de interesse paisagístico nas quais não se pode florestar, ou
o não reflorestamento de áreas com visão paisagística agradável, a necessidade de fazer
povoamentos mistos renunciando a espécie de maior crescimento ou de maior valor no
mercado.
Em contraposição com estas despesas podem ocorrer também alguns rendimentos para
o proprietário florestal. Estes rendimentos podem advir de aluguel de cabanas, taxas de
estacionamento, entradas para parques, taxas para pesca, etc. A avaliação dos benefícios
sociais pela empresa compõe-se, portanto, da soma de uma série de avaliações isoladas.
Para eliminar a dificuldade de distribuir custos comuns aos interesses da empresa e das
funções sociais ou benefícios indiretos da floresta ainda há necessidade de muitos estudos.
Na Tabela 34, são apresentados os métodos para avaliar o valor dos benefícios
indiretos da floresta. Primeiramente, é possível diferenciar entre métodos não-monetários e
monetários. Os métodos monetários podem ser subdivididos em métodos de custo e em
métodos orientados ao benefício ou à demanda.
175

TABELA 34 - Métodos de avaliação dos benefícios indiretos da floresta.


Métodos de Avaliação
Ó Ô
A. Métodos não monetários B. Métodos monetários
Ð Ð Ð
b.1 Métodos de custos b.2 Métodos orientados
ao benefício ou à
demanda
Ð Ð Ð
a.1 Métodos com escalas b.11Custos para substituição b.21 Método direto:
nominais b.12 Custos para recuperação - Contingent valuation
a.2 Métodos com escalas method ("CVM")
ordinais b.22 Métodos indiretos:
a.3 Métodos com escalas - Travel cost method
cardinais - Hedonic price method

Fonte: SELING & SPATHELF (1999)

A. Métodos não-monetários

a.1 Métodos com escalas nominais

Os métodos com escalas nominais distinguem entre o caso em que o benefício


indireto existe ou não existe, isto é, "nominal" significa apenas uma classificação dos
benefícios indiretos. Um exemplo é o mapeamento das funções da floresta na Alemanha
(recreação, água, proteção do solo, etc.). É importante afirmar que nesse método só a oferta
dos benefícios é medida e não a demanda.

a.2 Métodos com escalas ordinais

Nesse método é possível uma formação hierárquica de benefícios, mas nenhuma


consideração pode ser feita sobre suas diferenças de valor. Um exemplo é o mapeamento dos
biótopos florestais no Estado de Baden-Württemberg na Alemanha, ou seja, a atribuição de
cifras aos biótopos florestais. Neste caso, embora se possa dizer que a cifra “um” é melhor
que a cifra “dois”, não se pode determinar a diferença entre as duas. Nesse contexto também
só a oferta natural é considerada, e não a demanda das pessoas.
176

a.3 Métodos com escalas cardinais

Nos métodos com escalas cardinais, a diferença entre os valores é determinada. Para
isto, existem três métodos diferentes.
Um método é o da análise de valor de benefícios (“scoring model”). Trata-se de um
método para a avaliação de alternativas econômicas, mas tem também critérios que não são
medidos em unidades monetárias, ou seja, critérios técnicos, sociais ou psicológicos.
Um outro método é a análise de custos e benefícios (“cost-benefit-analysis”). Trata-
se de um método de avaliação comparada de projetos ou de alternativas de ações. Esse
método, sobretudo, é usado para avaliar projetos públicos de investimento.
E uma terceira possibilidade são os índices no contexto dos métodos de escalas
cardinais. Nele, os custos de produção dos benefícios indiretos podem ser expressos em
relação aos custos totais na empresa.

B. Métodos monetários

b.1 Métodos de custos

A idéia fundamental é que os benefícios indiretos valem, pelo menos, tanto quanto os
custos para a sua oferta ou para a substituição. Um exemplo de custo de substituição refere-se
aos custos para a preparação da água oriunda de uma área sem floresta em relação à produzida
em uma área florestal. Os custos de recuperação referem-se aos custos para a reparação de
danos que surgem em áreas sem floresta, por exemplo, os danos causados pela erosão do solo.

b.2 Métodos orientados ao benefício ou à demanda

Como o benefício das pessoas, que consomem, não é diretamente mensurável, o


conceito de "disposição de pagar" é utilizado, ou seja, um bem dá tanto benefício quanto uma
pessoa ou que a sociedade precisa ou pode pagar. A disposição de pagar por benefícios
indiretos existe, porque possibilitam o consumo ("user benefits") e trazem outros valores
agregados ("non-user-benefits"), tais como:
a) O valor de possibilidade: A disposição de pagar existe, porque garante a
possibilidade para usar o bem mais tarde.
b) O valor de patrimônio: O bem é útil, porque os descendentes poderão usá-lo.
177

c) O valor de existência: O bem tem utilidade pela sua simples existência, embora
possa, em um determinado momento, não ser utilizado.

b.21 Método direto:

- "Contingent valuation method" (CVM):

O método trabalha com pesquisa de pessoas sobre suas disposições de pagar por um
determinado bem. O método é muito fácil, porque basta entrevistar as pessoas que caminham,
que vão de bicicleta ou fazem uma corrida na floresta.
O método, porém, tem uma série de desvantagens. A disposição de pagar é
influenciada pela capacidade de pagar, ou seja, quanto maior o salário tanto maior a
disposição de pagar. Em virtude a disposição em pagar ser desigual entre as pessoas, é
necessário considerar os diferentes níveis salariais. Além disso, é preciso considerar que
somente as pessoas, com um salário próprio, podem decidir independentemente.
Uma outra desvantagem é o fato que há respostas estratégicas (respostas não
verdadeiras) ou que as respostas verdadeiras não são idênticas ao comportamento das pessoas.
E que, ainda pode existir um problema de informação. Os assuntos sobre os quais as pessoas
são perguntadas são muito complicados, podem representar conflitos entre gerações, entre
outros. Uma questão que precisa ser refletida é se existe hoje condições para avaliar bens, que
também atingirão as próximas gerações ? Trata-se de uma questão ética e moral.

b.22 Métodos indiretos:

A idéia fundamental nos métodos indiretos é que, com base no comportamento do


usuário, é deduzido o valor dos benefícios indiretos. Os métodos indiretos são os seguintes:

- "Travel cost method" (Método de custo de viagem):

Neste método, o valor do benefício indireto é atribuído em função do custo médio


dos visitantes para chegar à floresta. Para isso, é decisivo conhecer o preço pago pela
passagem de ônibus, do trem ou do gasto de combustível.
Em contraposição ao "Contingent valuation method", não apresenta nenhuma
resposta estratégica. Este método, porém, apresenta desvantagens, pois só é aplicável à função
de recreação, enquanto o "Contingent valuation method" é também aplicável para outras
178

funções, como por exemplo para averiguar a disposição de pagar pela água limpa originada da
floresta.
O "Travel cost method" trabalha com uma série de suposições, nele a pessoa é
observada sozinha, ou seja, considera-se que realizou a viagem sozinha, mesmo que ela tenha
sido realizada em grupo. Uma outra suposição é que a visita à floresta tenha sido o único
motivo para a viagem, mesmo que existam outros, como por exemplo uma visita a amigos.
Por isso a relação entre a distância de viagem e o benefício de recreação é baixo, pois o
método só quantifica o valor da recreação.

- "Hedonic price method" (Método do valor do terreno):

Este método foi desenvolvido por Petri apud SELING & SPATHELF (1999),
baseado-se no preço do terreno, ou seja, faz-se à comparação dos preços de mercado dos
terrenos junto à floresta com outros mais distantes. Os terrenos devem ser idênticos,
deduzindo-se da diferença dos preços o valor dos benefícios.

4.6.13.8 Incentivos das empresas florestais na Alemanha

Brandl & Oesten apud SELING & SPATHELF (1999) fizeram um estudo sobre a
avaliação monetária dos impactos causados pela produção florestal (efeitos externos positivos
e negativos) na Alemanha. Verificaram que há um grande número de casos nos quais os
efeitos positivos refletem na empresa florestal. Esses efeitos foram disponibilizados para as
comunidades na forma de água, ar, redução de ruído, recreação, entre outros. Os incentivos
recebidos pelas empresas florestais são um exemplo para isso, conforme apresentado na
Tabela 35.
A mais importante norma da Constituição da Alemanha é a proteção da propriedade
privada e, nesse sentido, a garantia das produções da floresta para o bem público é uma
atribuição das empresas florestais. A idéia fundamental é que a empresa florestal mantenha
uma boa saúde econômica.
A garantia das produções dos bens materiais e imateriais, para o bem público,
advindo da floresta fica ameaçada quando a empresa florestal encontra dificuldades
econômicas originadas pelas baixas rendas ou pelos efeitos negativos do forte compromisso
social.
179

TABELA 35 - Incentivos às empresas florestais do Estado de Baden-Württemberg , em 1993


(Brandl & Oesten apud SELING & SPATHELF (1999).
Descrição Milhões US$/ano
A. Incentivos no sentido estrito
1. Incentivos diretos
Cooperativas de empresas florestais 0,28
Florestamento 1,39
Construção de estradas 0,67
Tratamentos silviculturais 0,72
Transformações de povoamentos 0,28
Replantios 0,1
Programa especial "Silvicultura" 2,8
Medidas para a recuperação de novos danos florestais (adubação, 5,5
reflorestamento, etc.)
Recuperação de danos florestais extraordinários causados por 7,8
catástrofes naturais
2. Incentivos indiretos
Apoio à floresta privada (incluído da formação/instrução, 25,0
aperfeiçoamento e ajuda técnica)
Apoio à floresta municipal 21,7
Reforma agrária na floresta não-divulgado

B. Subvenções
Prêmio pelo florestamento 0,1
Subvenções para empresas com 5-20 ha de floresta (só empresas 9,0
florestais) ou de 3-200 ha de floresta (empresas com atividade florestal
e agrícola)
Redução de impostos não-divulgado
Promoção da produção e de vendas (p. ex.: redução de preço da não-divulgado
gasolina para máquinas grandes)

C. Pagamentos compensados
Programa especial "Floresta ecológica" 0,28

D. Remunerações pela produção


Incentivos à formação de parques e reservas naturais 1,1
Total 76,72
Total/ha/ano 1 80,00 - US$
Obs.: Em razão da impossibilidade em se obter dados de alguns programas de incentivo, a
soma dos valores da Tabela 3 é, com certeza, superior à apresentada.
Fonte: SELING & SPATHELF (1999)

1
Área florestal em Baden-Württemberg: 1.256.000 ha (37,1 % da área total do estado), área de floresta privada e
municipal: 958.328 ha (76,3 % da área florestal).
180

Por isso, estados como o de Baden-Württemberg e mesmo em toda Alemanha é


mantido uma política de incentivo às empresas florestais. Sobre isso, Brandl & Oesten apud
SELING & SPATHELF (1999) citam que existem alguns problemas atuais com os incentivos
florestais concedidos na Alemanha.
Em primeiro lugar, a definição dos objetivos a serem alcançados não está
suficientemente formulada. A sua redação é muito genérica e, por isso, não é possível
controlar adequadamente o seu efeito. O objetivo "melhoramento da situação econômica das
empresas florestais", por exemplo, foi descrito sem parâmetros, sendo necessário definir seus
objetivos e critérios operacionais com precisão.
Em segundo lugar, os programas de estímulo, muitas vezes, tornam-se sem efeito,
como por exemplo o incentivo à execução de tarefas na floresta que são normalmente
realizadas mesmo sem o financiamento. Nesse caso, os incentivos tornam-se puros programas
de "transfer". O proprietário recebe dinheiro sem mudar seu comportamento, o que se chama
"levar vantagem" ou "free-rider-problem".
Em terceiro lugar, os incentivos dependem das decisões orçamentais, ou seja,
dependem quase, exclusivamente, da disponibilidade orçamentária.
Em quarto lugar, citam os problemas de informação. Os vários usuários não recebem
as mesmas informações. Por exemplo, as empresas florestais municipais recebem mais
informações pelo apoio recebido das empresas florestais estaduais em comparação com as
empresas florestais privadas.2
Em quinto lugar, é a falta o controle do sucesso. Por causa da falta de critérios para
controlar o alcance dos objetivos não é possível medir o sucesso dos incentivos.
A conclusão de Brandl & Oesten apud SELING & SPATHELF (1999) é que por
meio dos incentivos fiscais, na Alemanha, os efeitos externos positivos da produção florestal
são internalizados. Entretanto, em razão da falta dos critérios exatamente definidos não se
pode verificar se os incentivos no ano 1993, numa quantidade de US$ 76,72 milhões,
destinados às empresas florestais privadas e municipais, foram muito baixos, suficientes ou
muito altos. Apesar dos problemas descritos no complexo sistema de incentivos à produção
florestal, a sua existência não é questionada nem pelo governo e nem pelos receptores.
Entretanto, é consenso que necessita ser aperfeiçoado.

2
Na Alemanha há três grupos dos proprietários florestais: floresta estadual, floresta municipal, floresta privada.
A proporção dos respectivos grupos depende sobretudo da história de cada País.
181

V - PLANEJAMENTO E REGULAÇÃO DE CORTES

5.1 Planejamento de cortes por métodos tradicionais

5.1.1 Introdução

Entende-se por planejamento da produção florestal a organização e o controle do


volume para obter um rendimento sustentado dos povoamentos florestais. Tem a finalidade de
buscar o equilíbrio entre o crescimento, produção e o corte da floresta. Devido a isto, é óbvio
que a regulação da produção constitui-se no ponto de maior importância no manejo florestal.
O planejamento da produção tem que facilitar o máximo de aproveitamento para o
proprietário da floresta e, também, para que a floresta tenha outras múltiplas funções
complementares à produção madeireira.
Para a regulação dos cortes usa-se certos métodos de determinação da possibilidade e
de sua distribuição nos povoamentos florestais. Bem como a distribuição da possibilidade nos
talhões e preparar um plano cronológico para as explorações. Por fim, a regulação tem que
procurar pontos de referências, a partir dos quais se pode analisar os resultados e avaliar o
progresso das operações.
No século passado, dava-se ênfase à obtenção de produções anuais iguais. Porém,
atualmente, não existe a preocupação primordial da escassez de madeira, pelo menos em
muitos países, portanto uma estrita regulação já não é tão indispensável. Em certos países, a
tendência é a de aumentar a exploração quando a demanda é grande e os preços altos, e
reduzí-la em caso contrário, para capitalizar-se sobre os povoamentos florestais.
Antes, os técnicos florestais tinham o critério de que para a regulação da produção de
uma floresta era necessário o período total da rotação. Atualmente, admitem que não é
aconselhável regular a produção para um período longo, em particular para toda a rotação da
floresta. As modificações contínuas das condições econômicas mostraram claramente que a
regulação da produção não pode ser planejada para um período muito longo.
A regulação de cortes ou planejamento de cortes especifica a quantidade de madeira
que pode ser cortada em um espaço temporário de validez de um plano de manejo.
182

O espaço de tempo é denominado de período de manejo, para o qual é elaborado o


plano de manejo. Normalmente este período de manejo é definido para o ciclo de cinco anos
nas condições brasileiras, e dez ou mais para florestas européias. O período de manejo está
vinculado à grandeza da rotação, que para nossas condições pode estar associada a rotações
curtas, de 8 a 10 anos para eucaliptos em talhadia simples e acácia-negra, e rotações médias
de 20 a 50 anos para pinus e araucária manejados em sistema de alto fuste.
Considerando que as épocas de abastecimento do mercado com madeira é determinado
por certos momentos críticos, que tem uma elevada importância no manejo, porque através
dos cortes visa-se dar continuidade no processo de produção de matéria-prima.
Neste aspecto, determina-se a quantidade de madeira que pode ser cortada em regime
sustentado e aquilo que é possível de ser cortado do ponto de vista silvicultural. Neste sentido,
o regime sustentado é interpretado como: “O princípio de administrar uma propriedade
florestal, com o objetivo de obter produção contínua e constante de matéria-prima, buscando o
equilíbrio entre produção e corte que se verifica em um período”.
Esta interpretação de regime sustentado tem alcançado interpretações e definições
variadas, como o simples “princípio da reprodução”, adotado na Rússia, principalmente para a
Tayga. No entanto, nos países capitalistas, este princípio é chamado de “continuidade de
reprodução“.
No manejo florestal moderno é utilizado o “regime sustentado e uso múltiplo“, que
expressa o manejo dos recursos renováveis para que estes produzam madeira, água de boa
qualidade, vida silvestre, pastagem e recreação ao ar livre, de tal maneira e combinação que as
necessidades econômicas, sociais e culturais do povo sejam satisfeitos, como mínima
alteração dos recursos básicos do solo e outros fatores ambientais.
O uso múltiplo define como deve ser o manejo de todos os diversos recursos
renováveis das florestas, de tal maneira que satisfaça as necessidades da população.
O regime sustentado e uso múltiplo constitui-se atualmente na base fundamental do
manejo florestal de todos os países desenvolvidos, como: Alemanha, Áustria, Suíça e outros.
Neste contexto, a determinação da quantidade a ser cortada é o objetivo maior do
manejo, para o que foram constituídas várias teorias para determinação do corte sustentado.
183

A taxa de corte é um termo utilizado para definir a quantidade de madeira a ser


cortada, expressa em metros cúbicos para a área de uma classe de manejo.
Segundo SPEIDEL(1972), no século XV, na região do Tirol, houve a primeira vistoria
para a determinação de cortes, com base em estimativas, visando limitar a derrubada de
florestas na época. Com o passar do tempo, aliado ao grave problema de escassez de madeira,
os métodos foram ficando mais precisos, matemáticos e adequados às condições reais da
floresta. Porém, não se deve pensar que é possível calcular exatamente o corte ideal, mas o
mais próximo possível do normal ou ótimo.

5.1.2 Indicadores da taxa de corte

Para a determinação da taxa de corte, deve-se levar em consideração certos


indicadores de crescimento, para isto existe as seguintes possibilidades:
a) Estoque existente: deve ser avaliado segundo a espécie, classe de idade e diâmetro;
b) Incremento corrente ou médio anual: deve ser avaliado também segundo a mesma
especificação anterior;
c) Possibilidades silviculturais de corte: é avaliado individualmente para cada
povoamento.

O planejamento de corte pode abranger várias formas de exploração, sendo


classificado da seguinte maneira:
a) Exploração principal: está relacionada ao aproveitamento da produção principal
(madeira);
b) Exploração secundária: está vinculada à exploração dos produtos secundários da
exploração, como: casca, resina, pastagem, manta, semente, etc.

A exploração principal pode ainda ser dividida em:


a) Exploração final: está vinculada ao volume do corte final;
b) Exploração antecipada: está vinculada aos volumes oriundos dos desbastes.
184

5.1.3 Métodos de determinação da taxa de corte

Os métodos para determinação da taxa de corte sustentada são divididos em dois


grandes grupos, denominados de Métodos Dedutivos e Indutivos.
Todos estes métodos possibilitam determinar a taxa de corte para obtenção de regime
sustentado, que se constitui no objetivo maior do manejo, por permitir uma contínua produção
e constante abastecimento industrial.

5.1.3.1 Métodos Dedutivos

Entende-se como métodos dedutivos todos aqueles que possibilitam a determinação


direta da taxa de corte.
Os métodos dedutivos de determinação da taxa de corte são os seguintes:

a) Métodos de divisão de área

É o método mais antigo de planejamento de corte, data do século XVII, e era


inicialmente utilizado para floresta de talhadia simples.
A taxa de corte da classe de manejo é determinada pela razão da área pela grandeza de
rotação, sendo expressa por:

C=A/r

Sendo: A = área da classe de manejo; r = rotação, em anos.

Este método caiu em desuso devido à variação da produção com a qualidade do sítio,
que é levado em consideração na determinação da taxa de corte de uma classe de manejo.
Mesmo assim, este método pode ser empregado para determinação de cortes em
pequenas propriedades florestais que cultivam acácia-negra e eucalipto em rotação curta, cuja
área apresenta uma homogeneidade de sítio.
185

b) Método da divisão de estoque

Este método teve ampla utilização no século XVIII, na Europa. É um método simples
e mais eficiente que o método de divisão de área por levar em consideração a produtividade
em volume.
A taxa de corte é obtida pela expressão:

C=V/r

Sendo: V = volume real da classe de manejo, em metros cúbicos; r = rotação, em anos;

c) Método de divisão de estoque, segundo Hufnagel

Este método foi desenvolvido na Áustria, no século XVIII. Ele considera somente os
povoamentos com idade superior a r/2 e o incremento destes nas mesmas idades de referência.
A taxa de corte é determinada através da fórmula:

V + A . i. r / 4
C=
r/2

Sendo: V = volume real da classe de manejo dos povoamentos com idade > r/2; A =
Área dos povoamentos com idade > r/4; i = incremento dos povoamentos com idade > r/2; r =
rotação, em anos.

A vantagem deste método de determinação da taxa de corte está em considerar


somente os povoamentos maduros em idade de exploração.

d) Método de divisão de estoque, segundo Flury

Este método de determinação da taxa de corte foi desenvolvido na Suíça, tendo por
objetivo equilibrar as eventuais falhas de estoque. Para isto, foi introduzido uma correção no
Método de Hufnagel original, sendo que a fórmula passou a ser expressa por:
186

V + A . i. r / 4 + ( V − V n )
C=
r/2

Sendo: V = volume real da classe de manejo; Vn = volume normal da classe de


manejo.

e) Método de Mantel

A taxa de corte pelo Método de Mantel é deduzida do Modelo de Floresta Normal,


sendo obtida através da seguinte fórmula:

C=2.V/r

Trata-se de um método simples e prático, embora tenha a desvantagem de não levar


em consideração o incremento do povoamento.
Uma modificação na fórmula de Mantel foi introduzida por Masson, ficando a mesma
expressa por:

C = V / ½. r

f) Método de Howard

Este método foi desenvolvido na Índia, para ser usado em florestas irregulares, sendo
considerada como uma fórmula empírica, expressa por:

V
C=
3 /8 .r

Neste método, o fator 3/8 constitui-se no limitador de aplicação, pois não pode ser
generalizado para qualquer tipo florestal.
187

g) Método de Blanford-Simmons

Este método também foi desenvolvido para florestas irregulares da Índia, que por
causar taxas de corte excessivas é desaconselhável. A fórmula é expressa por:

V
C=
r(1 − x 2 / r 2 )

Sendo: x = idade a partir do qual é determinado o volume; V = volume dos


povoamentos a partir da idade x; r = rotação, em anos.

h) Método de Mantel modificado

Este método constitui-se em uma extensão da fórmula de Mantel, sendo introduzido


um fator de correção da taxa de corte, deduzido pela razão entre o volume real e normal da
classe de Manejo.
A taxa de corte passa a ser determinada pela fórmula:

C = 2.V/r . V/Vn

Sendo: V = volume real da classe de manejo; Vn = volume normal da classe de


manejo; r = rotação, em anos; C = taxa de corte, em metros cúbicos.

A vantagem da introdução do fator V/Vn é possibilitar que os cortes não excedam ao


volume sustentado de produção. Com isto alcança-se um estoque normal, porque quando o
fator for >1 a taxa de corte será maior, e menor quando o estoque for insuficiente e o fator
será <1.

i) Método de Hanzlik

O método de Hanzlik foi desenvolvido nos EUA para determinar o corte de florestas
virgens de coníferas, nas quais se iniciava o manejo. Inicialmente, é necessário fixar a rotação
adequada para o tipo de floresta (espécie). Este método considera os povoamentos maduros
188

comercialmente para determinação do volume e os povoamentos mais jovens para o seu


incremento. O corte é determinado pela fórmula:

V
C= + IM A
r

Sendo: V = volume real de povoamentos maduros (idade > r/2); IMA = incremento
médio anual de povoamentos jovens (idade < r/2); r = rotação, em anos.

j) Método de Black-Hills

Este método de determinação da taxa de corte foi desenvolvido para florestas dos
EUA, sendo expresso por:

V m . P m + (V n + ip / 2 ). P n
C=
a

Sendo: Vm = volume real dos povoamentos maduros (idade > r/2); Pm = % de corte
possível em povoamentos maduros (idade > r/2); Vn = volume real de povoamentos jovens
(idade < r/2); pn = % de corte a ser feita nos povoamentos jovens (idade < r/2); ip =
incremento periódico de povoamentos jovens, no período de manejo (idade < r/2); a = período
de manejo, em anos.

As percentagens de cortes nos povoamentos maduros e jovens, não podem exceder a


100 % (Pm + Pn).
A vantagem desta fórmula é que distribui o corte de madeira madura durante “a“ anos,
até se conseguir o acréscimo do estoque de povoamentos mais jovens.

j) Método de Brandis

Este método é também chamado de Método Colonial, foi desenvolvido para


determinação de corte em povoamentos naturais de teca (Tectona grandis) do Sudeste da
Ásia.
O objetivo deste método é alcançar através do manejo extensivo de florestas com
pouca infra-estrutura, um rendimento sustentado.
189

O corte é determinado pela fórmula:

C=V/a.k

Sendo: V = volume real existente na classe de manejo; a = período de manejo ou


equilibração de estoque; k = fator, que depende do tipo florestal, varia de 0,4 a 0,8, quando
desconhecido é utilizado o valor de 0,6.

O método tem comprovado eficiência para obtenção de rendimento sustentado, útil e


aplicável em florestas tropicais, com heterogeneidade de espécies e número limitado de
madeiras comercializáveis.

k) Método de Paulsen-Hundeshagen

Neste método a taxa de corte é determinada através da fórmula:

Cv = Vr. Cd / Vd

Sendo: Vr = volume verdadeiro ou real da classe de manejo; Cd = corte desejado ou


normal da classe de manejo; Vd = volume desejado ou normal da classe de manejo; Cv =
corte verdadeiro ou real da classe de manejo.

Assim, regula-se a taxa de corte, caso o estoque for inferior ao desejado, diminui-se o
corte verdadeiro, e se o estoque for excessivo, aumenta-se à taxa de corte.
Posteriormente, foi introduzida uma modificação no método com a inclusão do
incremento médio total de povoamentos maduros, passando a ser expresso por:

Cv = Vr/Vn . IMA

Sendo: IMA = incremento médio anual total dos povoamentos maduros (idade > r/2).

Esta relação entre os estoques foi introduzida com a intenção de alcançar a


normalidade.
190

l) Método de Breymann

Este método foi desenvolvido na Escola Florestal Mariabrunn da Áustria, em 1807.


A taxa de corte é determinada pela fórmula:

Cv = Cd . 2.a / r

Sendo: a = idade média dos povoamentos da classe de manejo; Cd = corte verdadeiro


ou real da classe de manejo; r = rotação, em anos.

m) Método Austríaco

O Método Austríaco foi desenvolvido para florestas regulares ordenadas, onde se


busca a normalização do volume ao longo da rotação, pode ser usado para qualquer tipo de
floresta. O método está baseado no conceito de que o volume é à base da regulação e que a
possibilidade de corte obtém-se como resultado do crescimento do povoamento.
Este se constitui num dos mais precisos e importantes métodos para determinação da
taxa de corte, sendo obtido através da expressão:

Vr - Vn
C = IMA + -----------
a

Sendo: IMA = incremento médio anual total da classe de manejo; Vr = volume real da
classe de manejo; Vn = volume normal da classe de manejo; a = período de equilibração de
estoque, em anos.

O tamanho do período de equilibração é fixado segundo as conveniências


silviculturais ou, aproximadamente, 2/3 da rotação.
A vantagem deste método é levar em consideração o incremento médio anual total e a
correção deste pela diferença entre o volume real e normal, dentro de um período de tempo.
Por outro lado, Heyer, introduziu uma modificação na fórmula austríaca, substituindo
o período de equilibração pela grandeza da rotação. Desta forma, busca-se equilibrar o
volume real ao normal ao longo de toda a rotação do povoamento.
191

n) Método de Gerhard

É um método que alcançou uma importância prática, assim como o Método Austríaco.
Este método foi desenvolvido em 1920, com base no Método Austríaco, sendo a sua
representação matemática a seguinte:

IC A + IM A V r − V n
C= +
2 a

Sendo: ICA = incremento corrente anual total da classe de manejo; IMA =


incremento médio anual total da classe de manejo; Vr = volume real da classe de manejo; Vn
= volume normal da classe de manejo; a = período de equilibração, em anos.

o) Método Finlandês

No Método Finlandês, os povoamentos são agrupados em classes segundo a sua fase


de desenvolvimento, como mostra a Tabela 33.

TABELA 33 – Descrição das fases de desenvolvimento adotadas no Método Finlandês

Classes Descrição
0 Área de regeneração
1 Povoamentos jovens
2 Povoamentos em desbaste
3 Povoamentos em preparação para regeneração
4 Povoamentos maduros que serão regenerados proximamente
5 Povoamentos em processo de regeneração
6 Áreas marginais

O Método Finlandês desliga-se do conceito de rendimento sustentado e floresta


normal. Mostra alguns componentes próprios de manejo contemporâneo, como: a utilização
de uma função de produção empírica; a meta de extração vinculada a um processo de
diagnóstico e prescrição específica a cada condição florestal; a adoção de uma floresta meta, a
qual tem objetivos de rendimento que podem ou não ser máximos ou sustentados.
192

Por meio de inventários prescreve-se quais os tratamentos são convenientes a cada tipo
de povoamento, assim como a urgência de sua aplicação. Os cortes de regeneração são
prescritos utilizando uma rotação guia, que deve confirmar-se ou corrigir-se segundo a
condição do povoamento em questão. Outros tipos de povoamentos são tratados simplesmente
segundo a sua fase de desenvolvimento.
As informações do inventário são utilizadas junto com as metas de manejo, para
definir tratamentos a cada povoamento para um período de planejamento de 20 anos e,
também, define-se a ordem de intervenção dentro do povoamento com um mesmo tratamento.
As produções e incrementos são gerados em tabelas de produção. Esta estimativa
permite atualizar o rendimento dos povoamentos até a metade do período de planejamento,
que em média é quando se faz a intervenção.
O método determina o volume estimado que o povoamento terá no final do período de
planejamento e não a taxa de corte, através da fórmula:

VEi = (VOi . (1 + Ii)P/2 – Ri) . (1 + Ii)P/2

Sendo: VEi = volume estimado que terá uma classe composta dos povoamentos da
fase de desenvolvimento i = 0, 1, ..6, ao final do período de planejamento; VOi = Volume
inicial que tem a classe composta dos povoamentos da fase de desenvolvimento i; Ii =
Percentagem de incremento estimado nas tabelas de produção para um povoamento típico da
fase de desenvolvimento i; Ri = volume médio que será cortado no tratamento do povoamento
da fase de desenvolvimento i, segundo o inventário de prescrição; P = período de
planejamento (20 anos).

5.1.3.2.1 Métodos Indutivos

Os métodos indutivos determinam somente parâmetros que são utilizados na


determinação da taxa de corte nos métodos dedutivos. Portanto, estes métodos não permitem a
obtenção direta da taxa de corte sustentada, mas o incremento da classe de manejo que é
utilizado em um método dedutivo.
193

a) Método de controle

O Método de Controle foi desenvolvido por Gurnaud, em 1878, e mais tarde


implementado por Biolley, em 1890.
O objetivo principal do método de controle é obter um máximo na permanência de
estoque através da determinação do incremento como medida da taxa de corte.
Para a aplicação do método é necessário o controle periódico do crescimento, volume
e cortes.
O método determina o incremento que se verifica em um período ou ano, através da
fórmula:

V 2 −V1+ C − E
I=
a

Sendo: I = incremento periódico anual do povoamento; V2 = volume real no segundo


levantamento; V1 = volume real no primeiro levantamento; C = corte durante o período "a";
E = entrada, ingresso das árvores que passam de uma classe de diâmetro para a outra.

A determinação do incremento pelo método de controle, requer um cálculo inverso,


partindo-se das maiores classes de diâmetro para as menores.
O cálculo deste método é contrário aos métodos anteriores, que partem do estado atual,
periodicamente analisado, para alcançar o ótimo em relação ao estoque, incremento e corte.
Porém, o Método de Controle é especialmente apto para manejo em florestas heterogêneas,
como o sistema jardinado, mas pode ser usado da mesma maneira na floresta homogênea,
manejada em sistema de alto fuste.

Para efetuar o cálculo do incremento pelo método de controle é necessário ter


disponível uma equação de simples entrada ou tarifa, conforme apresentada na Tabela 36.

TABELA 36 – Volume em função do DAP

DAP (cm) 18 22 26 30 34 38 42 46 50 50
3
Volume (m ) 0,19 0,32 0,49 0,71 0,97 1,28 1,62 2,01 2,43 2,88
194

Tomando-se por base os resultados de dois inventários necessários e cortes


realizados num período de 10 anos, apresentados na Tabela 37, obtém-se o incremento
calculando-se o ingresso.

TABELA 37 – Dados dos inventários e determinação do incremento absoluto

Variável Total 18-26 cm 30-38 cm 42-50 cm 54-62 cm


3 3 3 3
N° m n° m n° m n° m n° m3
V2 3145 3324,7 1000 267,9 1290 1367,6 775 1441,6 80 247,6
C 290 185,9 170 49,5 80 67,7 40 68,7 - -
V2+C 3435 3510,6 1170 317,4 1370 1435,3 815 1510,3 80 247,6
V1 3205 2842,0 1160 354,7 1530 1528,9 480 852,6 35 105,8
V2+C-V1 230 668,6 10 -37,3 -160 -93,6 335 657,7 45 141,8
E 230 -43,7 10 112,5 -160 459,4 335 -486,0 45 -129,6
Inc.Abs. - 629,9 - 75,2 - 365,8 - 171,7 - 12,2
Sendo: V2 = volume do segundo levantamento; V1 = volume do primeiro levantamento; C =
cortes realizados no período; E = ingresso; Inc.Abs.= incremento absoluto.

O ingresso é calculado com o auxílio da Tabela 38, sendo sua determinação feita da
última classe de diâmetro para a primeira.

TABELA 38 - Cálculo de ingresso

18-26 cm 30-38 cm 42-50 cm 54-62 cm


DAP Ingresso DAP Passagem DAP Passagem DAP Passagem
3 3 3
n° m n° m n° m n° m3
18 230 43,7 30 220 156,2 42 380 615,6 54 45 129,6
22 34 46 58
26 38 50 62
V2+C-V1 10 -160 335 45
Passagem 220 156,2 P 380 615,6 P 45 129,6 P
Ingresso 230 -43,7 I 220 -156,2 I 380 -615,6 I 45 -129,6
Correção 112,5 C 459,4 C -486,0 C -129,6
Sendo: P = passagem; I = ingresso; C = correção; DAP = diâmetro à altura do peito.
195

Assim, para o exemplo, obtém-se o incremento periódico de 629,9 m3. Considerando


que o período de tempo entre os dois levantamentos foi de 10 anos, obtém-se um incremento
periódico anual de 62,99 m3/ano. E, sabendo-se que a área do povoamento é de 10 hectare, o
incremento periódico anual por hectare é igual a 6,299 m3/ha/ano.

5.1.3.3 Determinação da taxa de corte de uma classe de manejo

Para demonstrar a determinação da taxa de corte foi tomado como exemplo dados de
uma classe de manejo, constituída de 11 talhões, divididos em secções; com duas espécies (A
e C); com rotação de 50 anos; e manejadas em sistema de alto fuste. Estas informações da
classe de manejo encontram-se na Tabela 39, com as quais foi determinada a taxa de corte,
através dos seguintes métodos:

a) Taxa de corte pelo método de Mantel:

2 * Vr
. C = ______________
r

2 * 55.275
_______________
. CA = = 2.211 m3/ano
50

2 * 8.870
. CC = ----------- = 355 m3/ano
50

. TC = 2.211 + 355 = 2.566 m3/ano


196

TABELA 39 - Informações dendrométricas da classe de manejo


TALHÃO SECÇÃO ESPÉCIE IDADE ÁREA VOLUME ICA
(ano) (ha) (m3/ha) (m3/ano)
a C 65 1,79 354 6,88
b C 5 2,34 - -
c A 2 4,13 - -
1 C 1 1,72 - -
d A 47 2,65 1493 44,59
C 47 3,36 788 31,18
e C 0 1,70 - -
a A 53 1,54 838 20,51
C 53 0,16 16 0,56
b A 0 2,51 - -
c A 48 2,78 1766 43,96
C 48 2,63 808 27,47
2 d A 4 3,95 - -
C 3 1,17 - -
e A 57 3,28 1572 36,29
C 57 1,05 185 3,86
f A 41 2,62 1269 47,90
C 41 3,28 672 46,17
a A 5 6,41 - -
C 3 0,56 - -
b A 7 0,84 - -
3 C 7 4,35 - -
c A 29 3,98 1508 99,06
d A 28 6,39 2234 157,18
C 28 0,54 73 8,06
a A 49 4,16 2484 54,18
C 49 0,97 289 9,99
b A 8 2,79 - -
C 7 4,08 - -
c A 11 6,79 344 86,61
4 C 11 0,84 5 3,56
d A 46 1,91 1076 29,43
C 46 2,17 503 21,13
e A 11 3,81 184 40,29
C 11 0,62 3 2,00
a A 45 3,86 2154 64,27
C 45 2,12 489 23,03
5 b A 45 4,09 2318 64,90
C 45 2,27 537 24,31
c A 42 3,54 1738 63,74
C 42 1,80 446 20,80
a A 36 0,81 416 18,08
C 36 3,08 627 41,81
b A 40 6,52 3152 136,78
C 40 1,57 326 16,40
c A 37 5,41 2745 119,40
6 C 37 0,97 226 14,78
d A 38 2,43 1167 56,82
C 38 3,44 829 42,84
e A 41 3,47 1852 64,65
C 41 1,40 313 17,12
197

TABELA 39 - Informações dendrométricas da classe de manejo. Cont...


TALHÃO SECÇÃO ESPÉCIE IDADE ÁREA VOLUME ICA
(ano) (ha) (m3/ha) (m3/ano)
a A 12 7,24 393 97,56
C 12 2,16 11 8,12
b A 14 7,48 461 109,45
7 C 14 1,31 8 6,57
c A 13 5,42 284 66,80
d A 20 2,18 228 40,98
e A 22 4,31 903 93,71
C 22 1,01 52 9,47
a A 34 3,80 1748 105,17
C 34 0,62 138 7,47
b A 35 4,57 2071 104,36
C 35 0,28 62 3,98
c A 33 3,11 1207 78,44
8 C 33 2,13 338 28,28
d A 11 3,66 189 38,40
C 11 0,82 3 1,87
e A 12 2,87 156 31,77
C 12 0,65 5 4,04
a A 14 6,03 357 88,28
C 14 1,11 8 6,10
b A 13 4,57 260 64,12
9 c A 17 6,59 732 133,23
C 17 1,05 10 8,01
d A 23 5,50 1261 135,49
C 23 1,29 109 14,84
e A 21 4,21 756 102,90
C 21 0,83 53 10,83
a A 26 5,76 1702 134,70
C 26 0,36 37 5,12
b A 25 4,16 1350 108,22
c A 24 5,77 1685 139,26
C 24 0,71 70 9,35
10 d A 15 3,70 276 58,61
C 15 1,68 12 10,48
e A 16 5,16 463 83,16
C 16 0,47 4 2,58
f A 27 2,63 894 83,42
C 27 0,42 61 7,96
a A 13 4,19 231 45,82
C 13 3,41 21 17,95
b A 17 2,64 362 52,69
c A 23 3,93 889 86,17
d A 27 5,02 1946 123,50
11 C 27 0,78 112 13,11
e A 28 6,51 2147 165,95
C 28 1,09 108 12,00
f A 31 4,99 2014 138,25
C 31 1,12 159 16,70
198

b) Taxa de corte pelo método de Hufnagel:

V + A * i * r/4
. C = _________________________
r/2

43.511 + 2055,53* 50/4


. CA = ----------------------------------- = 2.768 m3/ano
50/2

8.496 + 456,01* 50/4


. CC = ------------------------------ = 568 m3/ano
50/2

. TC = 2768 + 568 = 3.336 m3/ano

c) Taxa de corte pelo método de Hanzlik:

V
. C = ----- + ICA
r

43.511
. CA = ___________ + 1.703,52 = 2.574 m3/ano
50

8.496
. CA = ___________ + 115,77 = 286 m3/ano
50

. TC = 2574 + 286 = 2.860 m3/ano

d) Taxa de corte pelo método de Austríaco:

Vr - Vn
. C = ICA + -----------
a

. Determinação do volume normal (Vn):

. Vn = n * (V5 + V10 + V15+ ....... + Vr/2)


199

As produções da classe de manejo, para as duas espécies, com grau de estoqueamento


igual a 0,9, encontra-se na Tabela 40.

TABELA 40 - Produções por idade e espécie

Idade Produção (m3/ha)

(anos) A C

5 73 4

10 147 8

15 164 12

20 188 53

25 297 113

30 400 178

35 505 241

40 595 296

45 672 340

50 738 374

Assim, o volume normal das espécies é obtido por:

. Vn(A) = 5 (73 + 147 + 188 +....738/2)


. Vn(A) = 17.052 m3 / 50ha
. Vn(A) = 17.050/50 * 217,47 * 0,9 = 66.741,5 m3
. Vn(C) = 5 (4 + 8 + 12 +....374/2)
. Vn(C) = 7.160 m3 / 50ha
. Vn(C) = 7.160/50 * 73,28 * 0,9 = 9.444,3 m3
200

55.275 – 66.741,5
.CA = 3759,05 + ------------------------ = 2.612 m3/ano
10

8.870 – 9.444,3
.CC = 571,78 + ---------------------- = 514 m3/ano
10

.TC = 2612 + 514 = 3.126 m3/ano

Na Tabela 41 encontram-se os resultados das taxas de corte determinadas para a classe


de manejo, por espécie e total, bem como, para a média de todos os métodos. Observa-se que
a taxa de corte média de todos os métodos utilizados foi de 2.382 m3, possível de ser cortado
por ano.

TABELA 41 - Resumo da determinação das taxas de corte

Taxa de Corte

Método de Taxa de Corte por Espécie (m3/ano) Taxa de Corte

A C Total (m3/ano)

Método de Mantel 2.211 355 2.566

Método de Hufnagel 2.768 568 3.336

Método de Hanzlik 2.574 286 2.860

Método de Austríaco 2.612 514 3.126

Taxa de Corte Média (m3/ano) 2.541 431 2.972

Por outro lado, verifica-se que existe uma grande variação do valor da taxa de corte de
cada método utilizado. Esta variação é devida à própria natureza do método, e deve-se,
principalmente, deve-se às variáveis utilizadas e à maneira como entram nas fórmulas.
201

5.2 Planejamento de corte por métodos contemporâneos

5.2.1 Introdução

O elevado tempo para o retorno do capital de um investimento florestal, aliado ao


custo crescente do dinheiro, faz com que o planejamento deva ser realizado criteriosamente.
As formas de análise e decisão, atualmente em uso, não fornecem respostas a muitas
indagações dos planejadores. Elas analisam um projeto e permitem a comparação entre
alguns, não apresentando, porém, a estratégia econômica, técnica e operacionalmente
aconselhada para o conjunto dos projetos.
Neste contexto, o planejador deve lançar mão de todas as técnicas disponíveis para
melhor planejar a produção florestal para um determinado fim. É neste ponto que modelos de
programação matemática podem ser usados para assistir os planejadores no desenvolvimento
de políticas ótimas de corte das florestas.
Na formulação destes modelos busca-se otimizar um objetivo específico,
considerando-se as restrições impostas ao problema. O objetivo a ser otimizado pode ser a
maximização do resultado econômico do conjunto de projetos, restrito a limitações de mão-
de-obra, máquinas, caixa, limites mínimos e máximos de produção, decorrente de uma
vinculação com o suprimento industrial.
Esses modelos ajustam-se muito bem às empresas que trabalham com produção e
consumo, num processo contínuo, como é o caso da indústria de celulose e papel.
O uso destas técnicas pressupõe a utilização de computadores e “software”
específicos, constituindo-se em meios rápidos e eficientes de auxílio ao planejador na tomada
de decisão.

5.2.2 Programação linear na área florestal

O planejamento geralmente é definido na prática como o processo de trabalho para


alcançar um ou vários objetivos. No caso de planejamento florestal deve-se ter bem claro os
objetivos, uma vez que o suprimento contínuo de madeira somente será conseguido se for
efetuado um controle da exploração e do manejo da floresta (FAO/SWE/TF, 1984).
BARROS & WEINTRAUB(1982), ao descreverem um modelo de planejamento para
indústrias verticalizadas, mostraram a necessidade das áreas de produção de madeira serem
divididas em classes ou áreas com propriedades uniformes. Os autores apresentam, entre
outras, como características para definir estas classes, a espécie, idade e condições do terreno.
202

Neste sentido, a estratificação da floresta para fins de planejamento, é um método


baseado em conhecimentos de dados geográficos e classificação ecológica das florestas, que
servem para estratificar os tipos florestais. Esta classificação é necessária para melhor
controlar as unidades de manejo, definir quantidades a serem estimadas e elaborar as
instruções necessárias ao manejo da floresta (DOLEZAL, 1978).
O emprego de métodos de programação matemática tem tornado possível a avaliação
de diversas variáveis de decisão ao mesmo tempo. Para isto, na formulação usual do modelo
de programação linear, no modelo de otimização da produção de madeira, uma variável de
entrada ou saída, tem sido tomada com valor da função objetivo e outra variável relevante tem
sido empregadas como restrições (KILKKI, 1986).
A aplicação de programação matemática em problemas de grande escala na área
florestal apresenta cinco passos a serem seguidos quando da aplicação da programação linear
(PL): a) determinar se o problema pode ou não ser resolvido; b) se tiver solução, dar uma
solução ótima: c) deduzir restrições de rendimento monetário, mão-de-obra disponível, tipos
de atividades, etc.; d) maximizar um rendimento para uma dada receita ou prever um nível de
produção especificado para um custo mínimo; e) prever uma receita, a qual inclua todos os
custos dos vários projetos (KIRBY, 1978).
A pesquisa operacional ou análise de sistemas são considerados métodos práticos
adicionais, os quais o administrador pode empregar para determinar estratégias de corte. Estes
métodos fornecem ao administrador florestal soluções de onde, quando e como ordenar os
cortes para maximizar os objetivos dos proprietários e considerar satisfatoriamente as
restrições especificadas (LOUCKS, 1964).
KIDD(1969) estudando regulação de florestas de Loblolly pine, em Virgínia (EUA),
avaliou a influência da taxa mínima atrativa sobre o volume retirado ao longo do
planejamento, tratamentos silviculturais empregados e a grandeza de rotação. Este trabalho
considerou as taxas de 3,6, e 10% ao ano. Os principais resultados encontrados foram à
constatação da redução da produção total, à medida que aumentou a taxa mínima atrativa. Os
tratamentos silviculturais também variaram, e em alguns casos, mesmo quando mantidas a
área designada, cada um foi diferente. A grandeza de rotação, de uma forma geral, tendeu a
aumentar juntamente com a taxa mínima atrativa.
203

5.2.3 Método Simplex

O Método Simplex é utilizado para determinar, algebricamente, a solução ótima de um


modelo de programação linear, desde que exista uma solução ótima.
A solução ótima do modelo de programação linear (PUCCINI,
1975):
Max Z = 5x1 + 2x2, sujeito a:
x1 ≤3 (a)
x2 ≤4 (b) (I)
x1 + 2x2 ≤9 (c)
x1; x2 ≥0 (d)
é uma solução compatível básica do sistema de equação:
Max Z = 5x1 + 2x2, sujeito a:
x 1 + x3 =3 (a)
x2 + x 4 =4 (b) (II)
x1 + 2x2 + x5 =9 (c)
x1; x2; x3; x4; x5 ≥0 (d).
ou seja, um ponto extremo do trapézio A, B, C, D, E (Figura 18).

FIGURA 18 - Trapézio ABCDE

O sistema (II) apresenta uma solução compatível básica óbvia, com os seguintes
valores para as variáveis:
204

Variáveis não-básicas: X1 = X2 = 0
Variáveis básicas: X3 = 3
X4 = 4
X5 = 9.
Este modelo pode, por exemplo, ser associado a um produtor florestal que deseja
otimizar as plantações de acácia-negra e eucaliptos na sua propriedade. O proprietário quer
saber as áreas de acácia-negra (x1) e eucaliptos (x2) que devem ser plantadas para que o seu
lucro nas plantações seja máximo. O seu lucro por unidade de área plantada de acácia-negra é
$ 5,00 e de eucalipto é $ 2,00 por unidade de área.
As restrições (a) e (b) indicam que as áreas plantadas de acácia-negra e eucaliptos não
devem ser maiores à demanda dessas plantações.
A restrição (c) indica que o consumo total de homens-hora nas duas plantações não
deve ser maior que 9. Cada unidade de área plantada de acácia-negra consome 1 homem-hora.
Cada unidade de área plantada com eucaliptos consome 2 homens-hora.
As restrições (d) informam que as áreas plantadas não podem ser negativas.
O método simplex, para ser iniciado necessita de conhecer uma solução compatível
básica (chamada solução inicial) do sistema de equações (II), isto é, um dos pontos A, B, C,
D, E do trapézio. Suponha-se que essa solução seja, por exemplo, o ponto A.
Com isso, o método simplex verifica se a presente solução é ótima. Se for, o processo
está encerrado. Se não for ótimo é porque um dos pontos extremos adjacentes ao ponto A
fornece para a função objetiva um valor maior do que o atual. No caso, tanto B como E são
melhores do que A.
Neste caso, faz então a mudança do ponto A para o ponto extremo adjacente que mais
aumenta o valor da função objetiva. No caso, o ponto B.
Agora, tudo que foi feito para o ponto extremo A é feito para o ponto extremo B. O
processo finaliza quando todos os pontos extremos a ele adjacentes, fornecerem valores
menores para a função ótima. Então é importante o fato do conjunto das soluções compatíveis
ser convexo.
Algebricamente, um ponto extremo adjacente é uma solução compatível básica
incluindo todas as variáveis básicas anteriores, como exceção de apenas uma delas. Achar,
portanto, a próxima solução compatível básica (ponto extremo adjacente) exige a escolha de
205

uma variável básica para deixar a base atual, tornando-se não-básica, e a escolha de uma
variável não básica para entrar na base em sua substituição.
O método simplex compreende, portanto, os seguintes passos:
a) Achar uma solução compatível básica inicial;
b) Sendo a solução atual ótima, então pare. Caso contrário, siga para o passo c;
c) Determinar a variável não-básica que deve entrar na base;
d) Determinar a variável básica que deve sair da base;
e) Achar a nova solução compatível básica, e voltar ao passo b.

5.2.3.1 Solução usando quadros

A utilização de quadros para a aplicação do método simplex em modelos de


programação linear visa apenas simplificar os cálculos.
Inicialmente , escreve-se o sistema (II) da seguinte maneira:

Z - 5x1 - 2x2 =0
x 1 + x3 =3 (III)
x 2 + x4 =4
x1 + 2x2 + x5 =9

Pode-se representar o sistema (III) de maneira esquemática abaixo:

Linha Z x1 x2 x3 x4 x5 b
Base 0 1 -5 -2 0 0 0 0
x3 1 0 1 0 1 0 0 3
x4 2 0 0 1 0 1 0 4
x5 3 0 1 2 0 0 1 9
(III)

Observa-se que os coeficientes da função objetiva, linha (0) de (III), sofreram inversão
de sinal.
206

Sendo nulos os coeficiente de x3, x4 e x5 na linha (0) de (III), a função objetiva já se


encontra somente em termos das variáveis não-básicas x1 e x2. Pode-se então afirmar que a
presente solução não é ótima e que a variável a entrar na base é x1.
O método determina que deve entrar na base aquela variável não-básica que tiver o
maior coeficiente na função objetivo, estando a mesma expressa apenas em termos das
variáveis não-básicas. No caso, a variável x1 que tem o coeficiente igual a 5. Este critério visa
aumentar o valor da função objetivo, o mais rápido possível.
Para a determinação da variável que sai, nas linhas (1), (2) e (3) de (III) só interessam:
a) os coeficientes do vetor independente b;
b) os coeficientes de x1 que forem positivos.
O valor máximo que x1 pode tomar, sem tornar negativa nenhuma outra variável, será
obtido pela razão entre os coeficientes acima mencionados, ou seja:
Linha (1): x1 ≤ 3/1
Linha (3): x1 ≤ 9/1.
A variável x1 assume, então, o valor 3 e deverá sair da base a variável que está
associada à linha (1), ou seja, x3 e entrar a variável x1.
Deve-se transformar a coluna de x1 do quadro (III) para a desejada no quadro (IV). A
linha (1) será a linha pivô das transformações por ser a linha associada à variável que sai da
base.
Para se obter o quadro (IV) é necessárias as seguintes operações no quadro (III):
a) Para obter a linha 1, divide-se a linha 1 do quadro (III) por 1;
b) Para obter a linha 2, multiplica-se por zero a linha 1 do quadro (IV) e soma-se a
linha 2 do quadro (III);
c) Para obter a linha 3, multiplica-se por -1 a linha 1 do quadro (IV) e soma-se a linha
3 do quadro (III);
d) Para obter a linha zero, toma-se o maior valor absoluto da variável não-básica da
linha zero do quadro (III), igual a 5, multiplica-se pela linha pivô (1) do quadro (III) e soma-
se a linha zero do quadro (III).
207

Linha Z x1 x2 x3 x4 x5 b
Base 0 1 0 -2 5 0 0 15
x1 1 0 1 0 1 0 0 3
x4 2 0 0 1 0 1 0 4
x5 3 0 0 2 -1 0 1 6
(IV)
Da linha (0) de (IV) tira-se que: Z = 15 + 2x2 - 5x3.
Pelo coeficiente -2 na linha (0) de (IV) pode-se afirmar que a solução ainda não é a
ótima. A variável que entra na base é x2.
Do quadro (IV) obtém-se:
Linha (2): x2 ≤ 4/1
Linha (3): x2 ≤ 6/2.
Deve sair da base a variável associada com a linha (3), ou seja, x5. As seguintes
operações devem ser realizadas no quadro (IV), para obter o quadro (V):
a) Para obter a linha 3, divide-se a linha 3 do quadro (IV) por 2;
b) Para obter a linha 1, multiplica-se a linha 3 do quadro (V) por zero e soma-se a
linha 1 do quadro (IV);
c) Para obter a linha 2, multiplica-se a linha 3 do quadro (V) por -1 e soma-se a linha 2
do quadro (IV);
d) Para obter a linha zero toma-se o maior valor absoluto da variável não-básica da
linha zero do quadro (IV), igual a 2, multiplica-se pela linha pivô (3) do quadro (V) e soma-se
a linha zero do quadro (IV).

Linha Z x1 x2 x3 x4 x5 b
Base 0 0 0 0 4 0 1 21
x1 * 1 1 1 0 1 0 0 3
x4 * 2 0 0 0 1/2 1 -1/2 1
x 2* 3 0 0 1 -1/2 0 1/2 3
(V)
208

A presente solução é a ótima, pois não existe nenhum coeficiente negativo na linha (0)
do quadro (V). A função objetiva será, então: Z = 21 - 4x3 - x5.

5.2.3.2 Casos especiais

A seguir serão apresentados alguns casos que podem ocorrer nos modelos de
programação linear e que não foram considerados anteriormente.

5.2.3.2.1 Problema de minimização

Até agora, resolveu-se modelos com funções objetivas a serem maximizadas, mas
quando a função objetivo tiver de ser minimizada pode-se fazer duas coisas, a saber:
a) Mudar o teste para saber se a solução é ótima e o critério de entrada na base.
b) Transformar o problema de minimização num problema de maximização. Sabe-se
que achar o mínimo de uma função é equivalente a achar o máximo do simétrico dessa
função.

5.2.3.2.2 Empate na entrada

Quando houver empate na escolha da variável que entra na base, deve-se tomar a
decisão arbitrariamente. A única implicação envolvida é que se pode escolher um caminho
mais longo ou mais curto para chegar à solução ótima.

5.2.3.2.3 Empate na saída - Degeneração

Como no caso anterior a decisão deve também ser arbitrária. Considere-se um


exemplo para se analisar as implicações desse empate. Seja o modelo:

Maximize: Z = 5x1 + 2x2


209

Sujeito a:
x1 ≤3
x2 ≤4 (3.6)
4x1 + 2x2 ≤ 12
x1 , x 2 ≥0

Colocadas as variáveis de folgas do modelo (3.6) obtém-se:

Linha Z x1 x2 x3 x4 x5 b
Base 0 0 -5 -2 0 0 0 0
x3 1 1 1 0 1 0 0 3
x4 2 0 0 1 0 1 0 4
x5 3 0 4 3 0 0 1 12
(3.7)
Para escolher a variável que sai da base de (3.7) deve-se fazer:
Linha (1): x1 ≤ 3/1
Linha (3): x1 ≤ 12/4.
Nos dois casos tem-se x1 ≤ 3. Escolha-se, arbitrariamente, x3 para sair da base. O novo
quadro será:

Linha Z x1 x2 x3 x4 x5 b
Base 0 0 0 -2 5 0 0 15
x1 1 1 1 0 1 0 0 3
x4 2 0 0 1 0 1 0 4
x5 3 0 0 2 -4 0 1 0
(3.8)

Observa-se que a variável básica x5 de (3.8) é nula. Isso sempre ocorrerá quando
houver um empate na saída. Aconteceu, nesse caso, das variáveis x3 e x5 se anularem ao
mesmo tempo, isto é, para o valor de x1 = 3. Assim, a variável que ficar na base também se
anulará. Quando isso ocorrer diz-se que a solução compatível básica é degenerada.
210

O próximo quadro será:

Linha Z x1 x2 x3 x4 x5 b
Base 0 0 0 0 7/3 0 2/3 15
x1* 1 1 1 0 1 0 0 3
x4* 2 0 0 0 4/3 1 -1/3 4
x2* 3 0 0 1 -4/3 0 1/3 0
(3.9)

Se na ocasião do empate fosse escolhido x5, em vez de x3, para sair da base, obtém-se:

Linha Z x1 x2 x3 x4 x5 b
Base 0 0 0 7/4 0 0 5/4 15
x3* 1 1 0 -3/4 1 0 -1/4 0
x4* 2 0 0 1 0 1 0 4
x1* 3 0 1 3/4 0 0 1/4 3
(3.10)

Deve-se ressaltar que no segundo caso conseguiu-se chegar à solução ótima (3.10)
com uma iteração a menos.
Ao se comparar os quadros (3.8) e (3.9) verifica-se que os valores das variáveis e da
função objetivo são os mesmos nos dois casos. Entretanto, a solução (3.9) é ótima e a (3.8)
não. Um dos problemas da degeneração é o de, eventualmente, se entrar em circuitos fechados
intermináveis à procura da solução ótima.

5.2.4 Modelos de regulação da produção

O ordenamento florestal é uma atividade marcante no manejo moderno e está


fortemente relacionado com o conceito de produção sustentável. O objetivo no ordenamento é
assegurar e maximizar uma produção contínua dos vários produtos e usos da floresta.
211

Segundo DAVIS(1966), os requisitos essenciais de uma ordenação total da floresta são


que a idade e as classes de diâmetro estejam representadas em proporções semelhantes e
tenham um crescimento contínuo a um preço fixo em aproximadamente igual à produção
periódica em quantidade e qualidade dos produtos desejados.
A Programação Linear apresenta dois modelos que implicam em um impacto
significativo no ordenamento da floresta. Estes modelos são denominados de Modelo I e II. A
diferença fundamental entre os Modelos I e II está centrada em três pontos de comparação: a
identificação das unidades de corte, o número de restrições e o número de variáveis
escolhidas.
O Modelo I identifica áreas dentro de cada classe de idade que devem ser separadas
em unidades de manejo, sendo estas preservadas através de todo o horizonte de panejamento,
independente de quando ocorrerá o corte de cada área. Por outro lado, o Modelo II, incorpora
(une) unidades de corte uma vez que elas são cortadas no mesmo período. O Modelo II,
também, em geral, requer mais restrições, bem como variáveis explícitas no final do horizonte
de planejamento. O Modelo I usualmente requer mais variáveis de decisão que o Modelo II.
A questão é identificar qual dos Modelos que mais sentido aplicar nas diferentes
situações. A superioridade de qualquer um dos modelos irá depender da maneira como as
florestas são administradas. E, o modelo escolhido deve refletir claramente esta estratégia
organizacional dos cortes.

5.2.4.1 Modelo I

5.2.4.1.1 Modelo I com área restringida

O primeiro modelo de ordenação da colheita de madeira foi chamado de Modelo I por


JOHNSON & SCHEUMAN(1977), mas é conhecido como Timber RAM (Método de
Distribuição dos Recursos) desenvolvido pelo Forest Service de US Departamento de
Agricultura dos USA. Após o seu desenvolvimento, houveram criticas enfocadas mais sobre a
implementação do Timber RAM do que sobre o modelo propriamente dito. No entanto, o
modelo foi utilizado de forma intensa, sendo este ponto de vista que será enfocado.
A estrutura do Modelo I surgiu por uma sugestão original de KIDD et al.(1966). No
entanto, outros modelos similares já haviam sido investigados, incluindo e LOUCKS(1964).
Em adição a implementação do Timber RAM, o Modelo I foi utilizado por CLUTTER (1968)
212

e, um sistema de ordenação chamado Max-Millon, que foi adotado por várias empresas
florestais e, deste modo, o Modelo I estendeu-se na ordenação florestal.
Para uma simples aplicação do Modelo I, foi feita uma adaptação de um exemplo
apresentado por DYKSTRA (1983), que considera a situação de um reflorestador que é
responsável pela programação da colheita de madeira (associadas com atividades de
plantação) sobre 35 hectares de floresta. O objetivo do manejo é de maximizar o valor da
madeira produzida nesta floresta após um horizonte de planejamento de quatro décadas. Outro
objetivo é ajustar a quantidade para o Modelo I incluindo a maximização da produção física
total de madeira obtida ou minimizar os custos de produção. Em adição ao valor objetivo
máximo, uma das metas a longo prazo é converter esta floresta de um estado não ordenado a
outro ordenado. Assume-se que o preço da madeira não é afetado pelo volume de madeira
cortada neste período. Isso é razoável para as 35 hectares de floresta, mas não para grandes
propriedades.
Outra pressuposição final é que só há atividades de extração de árvores caídas (1) e
cortadas (2) e imediatamente regeneradas por plantio. Outras atividades, como desbastes ou
fertilização não são consideradas, mas estas são extensões diretas dos processos examinados.
A floresta está dividida internamente em duas classes de idade, uma de 40 anos que
ocupa 10 hectares e outra de 80 anos em 25 hectares. É importante notar que esse modelo não
requer que as classes de idade sejam contínuas. Como exemplo, duas classes de idade
ocupando 10 e 25 hectares, respectivamente, com um grupo da classe de 40 anos, dividida em
6 talhões não contínuos de 1,67 hectare cada um. Como a classe de idade é ampla e a madeira
relativamente homogênea, não existe distinção no Modelo I.
Supondo que a idade mínima de corte comercial é de 30 anos, deste modo ambas
classes de idade podem ser comerciais na classificação do inventário corrente. O volume da
madeira em cada hectare é função da idade do povoamento, como o valor por unidade. O
valor e o volume da Tabela 42 descreve as expectativas para o crescimento das árvores nesta
floresta.
É importante notar na Tabela 42 uma homogeneidade completa na taxa de crescimento
em toda a floresta. No entanto, isto não é uma restrição que seja muito importante. Se for
aceito que a floresta é composta por diferentes classes de sítio, então árvores plantadas em
diferentes sítios podem ter taxas de crescimento diferentes. Nesse caso, pode-se obter uma
213

tabela de produção para cada uma. Isso pode incrementar a quantidade de informação que se
requer para o manejo, mas originaria mudanças que complicam o procedimento.
Considere as próximas variáveis possíveis no manejo do povoamento com respeito à
programação da colheita de madeira. No exemplo, o manejo do povoamento faz-se um
procedimento de decisão somente uma década por vez e só realizando atividades no início de
cada década. No entanto, as atividades podem acontecer no final, no meio ou continuar após a
década, tanto tempo quanto considerado necessário, fazendo cálculos indicados no início da
década. Por conveniência, permite-se examinar a possibilidade de dividir a floresta em uma só
hectare de uma classe de idade. Uma possibilidade poderia deixar as árvores crescerem na
hectare durante quatro décadas completas no horizonte de planejamento. Isso nivelaria o
estoque final de madeira do povoamento, com valor da expectativa de volume, que resulta do
produto da idade pelo volume dessa idade, menos o custo de implantação do povoamento.
Uma segunda possibilidade seria a colheita das árvores no início da primeira década e então
permitir que as árvores plantadas cresçam nas décadas restantes, produzindo no final da
rotação 290 m3 com um valor de ($14/m3 * 290 m3) = $4.060 (Tabela 42), menos os custos de
plantio. Uma terceira possibilidade seria a colheita das árvores no início da primeira década e
novamente no início da quarta década, nesta idade as árvores alcançam uma idade comercial
de 30 anos. Nesse caso, no momento do estoque final pode-se ter madeira não comercial, com
uma avaliação de ($8/m3 * 50 m3) = $400 (Tabela 42), menos os custos de plantio.
Na Tabela 43 são enumeradas seis possibilidades de prescrição de manejo que podem
ser especificadas em cada hectare da floresta. As primeiras três foram descritas no parágrafo
anterior, e para as três restantes prescrições de manejo, pode-se lograr o seu entendimento da
mesma maneira. Como a madeira entre cada uma das classes de idade é homogênea então não
se necessita considerar cada hectare de forma separada. Então, faz-se a pergunta, quantas
hectares estarão agora com 40 anos ou 80 anos, para serem cortadas em cada uma das seis
possíveis prescrições de manejo.
Deste modo, define-se a variável de decisão da seguinte maneira:

xij = hectares da classe de idade i para a prescrição de manejo j.

Sendo: i = o índice da classe de idade ( designada arbitrariamente i = 1, para árvores


de classe de idade de 40 anos, no início do período 1; e i = 2 para todas as árvores da classe de
80 anos) e j é o índice de prescrição de manejo da Tabela 44.
214

TABELA 43 - Valores e idades do exemplo da floresta, assumindo que todas as árvores


tem mesmo crescimento

Classe de Valor Volume anual


Idade ($/m3) (m3/ha)
Não Comercializáveis
10 8 50
20 8 100
Comercializáveis
30 12 240
40 14 290
50 17 350
60 21 425
70 26 520
80 32 635
90 38 760
100 42 900
110 50 1050
120 56 1150

Fica claro nessa definição que a programação linear tem seis variáveis de decisão para
cada classe de idade ou 12 variáveis no total, conforme Tabela 44.

TABELA 44 - Prescrição de manejo possível para o exemplo da floresta após quatro


décadas de planejamento horizontal

Prescrição de Ações de Planejamento no Período (décadas)


Manejo 1 2 3 4
1 - - - -
2 x - - -
3 x - - x
4 - x - -
5 - - x -
6 - - - x
Sendo: não corte = - ; corte = x

A única restrição, a longo prazo, é garantir que o total de hectares na classe de 40


anos, i = 1, seja tratado por todas as prescrições de manejo numa área de 10 hectares; e, que o
total de hectares de 80 anos de idade, i = 2, seja tratada por todas as prescrições de manejo
numa área de 25 hectares. Assim, pode-se escrever a programação linear da seguinte maneira:
215

Maximize:

M= 2 N= 6
Z= ∑ ∑ C ij xij (6.1)
i=1 j=1

Tal que:

N= 6
∑ x1j=10 (6.2)
j=1

N= 6
∑ x 2j = 25 (6.3)
j=1

xij ≥ 0 i = 1, 1; j = 1, ..., 6 (6.3)

Colocando-se por objetivo maximizar o valor da produção de madeira por quatro


décadas do horizonte de planejamento. O coeficiente de custo ( C ij ) da função objetiva (6.1)

representa a descontinuidade do valor líquido da classe de idade i, para a prescrição de


manejo j. O C ij pode ser calculada da seguinte maneira:

Aijk Aijk
h=4 Pijk Vijk − C p (1 + r ) E ijh − C p (1 + r )
C ij = ∑ + (6.5)
k =1 (1 + r ) ( k −1) y (1 + r ) hy

Sendo: h = número de períodos (décadas de planejamento horizontal); Pijk = preço por


unidade de volume de madeira cortada no início do período k da classe de idade i, sob a
prescrição de manejo j; Vijk = volume por hectare cortada no início do período k da classe de
idade i sob a prescrição de manejo j; C p = Custos por hectare de plantio para o
estabelecimento de povoamento; Aijk = povoamento de idade i no início de período k em
anos, quando é manejado sob a prescrição j; R = taxa periódica expressa em decimal (ex.: taxa
periódica de 3 %, implica em R = 0,03); y = número de anos em cada período de
planejamento (y = 10); Eijh =valor líquido por hectare inventariado na classe de idade i sob a
prescrição j, até o final do horizonte de planejamento.

Para este problema, tem-se que:


216

E ijh = PijhVijh

Sendo: Pijk e Vijk são determinados no final do horizonte de planejamento (para este
problema, no final do período 5).

É evidente que a equação (6.5) é uma função não linear e pode ser que esteja violando
a pressuposição de linearidade da programação linear. No entanto, pode-se observar que a
variável de decisão xij não figura na equação (6.5). No entanto, a equação é usada para

valores computáveis de C ij , com o qual, em todos os casos, assumem valores constantes

(números) que podem ser usados como coeficientes xij na função objetivo. Como exemplo,

considera-se o cálculo do coeficiente C 13 representando a periodicidade do valor líquido da


classe de idade 1, com a prescrição de manejo 3. Nota-se que a prescrição de manejo requer
cortes no início do período 1 (imediatamente o seu plantio) e o segundo corte no início do
período 4 (novamente seguido de plantio).
Usando a informação da Tabela 43 e assumindo-se que a taxa periódica é equivalente
a 3% a.a., e o custo de plantio é de $375/ha, pode-se verificar na equação (6.5) que:

32(635) − 375(1,03) 80
C11 = 0 + 0 + 0 + 0 + = 5006 $ / ha
(1,03) 40

14(290) − 375(1,03) 40 12(240) − 375(1,03) 30 8(50) − 375(1,03) 10


C13 = + 0 + 0 + + = 3616$ / ha
(1.03) 0 (1,03) 30 (1,03) 40

21(425) − 375(1,03) 60 8(100) − 375(1,03) 20


C15 = 0 + 0 + + = 3756$ / ha
(1.03) 20 (1,03) 40

32(635) − 375(1,03) 80 12(240) − 375(1,03) 30 8(50) − 375(1,03) 10


C 23 = + 0 + 0 + + = 17109$ / ha
(1.03) 0 (1,03) 30 (1,03) 40

De uma maneira similar pode-se estabelecer todos os valores de C ij , que são

mostrados na Tabela 45.


217

TABELA 45 - Valores de C ij para o exemplo do problema, assumindo que


R = 0,03 e C p =375

Início da Classe Início da Classe


de 40 anos de 80 anos
(i = 1) (i = 2)
C11 = 5006 C21 = 15.752
C12 = 3706 C22 = 17.199
C13 = 3616 C23 = 17.109
C14 = 3808 C24= 18.103
C15 = 3756 C25 = 16.976
C16 = 4315 C26 = 17.607

Considerando todos estes valores, o problema da programação linear pode ser


representado numericamente da seguinte forma:

Z = 5006 x11 + 3706 x12 + 3616 x13 + 3808 x14 + 3756 x15 + 4315 x16 +
15752x 21 + 17199 x 22 + 17109 x 23 + 18103 x 24 + 16976 x 25 + 17607 x 26

Tal que:

x11 + x12 + x13 + x14 + x15 + x16 = 10


x 21 + x 22 + x 23 + x 24 + x 25 + x 26 = 25
x ij ≥ 0
i = 1;2; j = 1;.....;6

A solução ótima deste problema inicia por x11 =10, x 24 = 25 e todos os outros xij= 0;
Z = 502.635 $. Esta solução indica que o valor líquido pode ser maximizado após um
horizonte de planejamento de quatro décadas para cada classe de idade. A classe de idade 40,
i =1, pode crescer até o final do horizonte de planejamento, e ser comercializada no final da
rotação. A classe de idade 80, i = 2, corta-se no início do período 2, quando se obtém a idade
de 90 anos. Então, realizar-se-á atividades de plantio e no final do horizonte de planejamento
haver-se-á prolongado a idade de comercialização em 30 anos. Fazendo referência a Tabela
46 observa-se que essa é realmente a solução ótima da programação linear.
218

TABELA 46 - Volumes cortados e estoque final, com uma restrição

Início Volume Cortado, (ha) (vol./ha), Estoque Final


Classes de Por período
Idade 1 2 3 4 Comercial Não Comercial
40 0 0 0 0 (10)(635) 0
= 6350
80 0 (25)(760) 0 0 (25)(240) 0
= 19000 = 6000
Total 0 19.000 0 0 12.350 0

Os resultados mostram que o volume não pode ser colhido durante o primeiro, terceiro
ou quarto período; no início do segundo período seria cortado 19.000 m3. No final do
horizonte de planejamento, existiriam duas classes de idade bem estabelecidas, 10 hectares
cresceriam até 80 anos, representado um volume comercial de 6.350 m3. As 25 hectares
remanescente teriam crescido até uma idade de 30 anos, representando um volume de 6.000
m3 no final da rotação.

5.2.4.1.2 Modelo I: com fluxo de corte restringido

Além do fato de que a floresta não é regulada, as soluções podem ser insatisfatórias
por várias razões: o proprietário pode ser um agente público com responsabilidade ou
entendido para querer manter um nível de corte aproximadamente igual e planejado para
assegurar a estabilidade da comunidade local.
Para ilustrar como funciona o fluxo de cortes restringidos, considere um simples
exemplo que se necessita encontrar o valor para x t , o número de hectares de madeira a ser
cortada num período t, onde t pode ser 1 ou 2 (o problema estende-se somente a 2 períodos).
Assumindo-se que o volume de madeira é de 500 m3/ha, no início do período 1, e que esse
cresceria até 600 m3/ha, no início do período 2. Se for desejado que o volume de corte, em
ambos os períodos, sejam iguais pode-se especificar isso escrevendo a seguinte restrição:

500 x1 = 600 x 2 ⇔ 500 x1 − 600 x 2 = 0


219

Então, por exemplo, se x1 for 100 hectares, x2 deve ser igual a:

1
500(100 ) / 600 = 83 ha
3

Agora, considerando uma modificação no exemplo, supondo que se propõe um


volume de corte para o período 2 somente do 80% do volume de corte do período 1, isso pode
ser garantido pela seguinte restrição:

0,8(500)x1 − 600 x 2 ≤ 0

2
Assim, se x1 = 100 x2 = 66 . Então, x2 pode ser algum valor maior que esse e ainda
3
satisfazer a restrição (experimente x2 = 100.000).
No contexto do Modelo I a forma geral do fluxo de corte restringido é como segue:

M N M N
(1 − α )∑∑ Vijk xij − ∑∑ Vij ( k +1) x ij ≤ 0 k = 1,...., H − 1 (6.7)
i =1 j =1 i =1 j =1

M N M N
(1 + β )∑ ∑ Vijk x ij − ∑ ∑ Vij ( k +1) x ij ≥ 0 k = 1,...., H − 1 (6.8)
i =1 j =1 i =1 j =1

Sendo: α = a fração máxima de redução permitida nos níveis de corte de período em


período; β = a fração máxima de incremento permitido no nível de corte de período em
período; α = β = 0 , para níveis de corte iguais em todos os períodos.

Para aplicar este fluxo de corte restringido ao nosso problema supõe-se que o
reflorestador decide que o nível de corte tenha que se incrementar ou diminuir por mais de
20% de década em década. Desse modo, α = β = 0,20 e desde H = 4, o fluxo de corte resulta
no que segue (verifique o valor numérico em referência a Tabelas 41 e também as formas de
restrição das equações 6.7 e 6.8):
220

0.8(290 x12 + 290 x13 + 635 x 22 + 635 x 23 ) − 350 x14 − 760 x 24 ≤ 0 (6.7a)
0.8(350 x14 + 760 x 24 ) − 425 x15 − 900 x 25 ≤ 0 (6.7b)
0.8( 425 x15 + 900 x 25 ) − 240 x13 − 240 x 23 − 520 x16 − 1050 x 26 ≤ 0 (6.7c)
1.2(290 x12 + 290 x13 + 635 x 22 + 635 x 23 ) − 350 x14 − 760 x 24 ≥ 0 (6.8a)
1.2(350 x14 + 760 x 24 − 425 x15 − 900 x 25 ≥ 0 (6.8b)
1.2( 425 x15 + 900 x 25 ) − 240 x13 − 240 x 23 − 520 x16 − 1050 x 26 ≥ 0 (6.8c)

Agregando essas restrições ao modelo anterior e resolvendo o problema agregado pelo


método simplex obtém-se a seguinte solução ótima:

x11= 10; x22 = 7,40; x24 = 7,42; x25 = 5,01; x26 = 5,16

Todas as outras: xij = 0; Z = $ 487.732

Note que o valor ótimo da função objetivo declinou para a solução prevista, em
14.903, ou seja, perto do 3 %. Isso não é uma surpresa porque a região factível do modelo de
corte restringido é muito mais severa que a do modelo com somente áreas restringidas.
O valor ótimo da variável x22 é 7,40, indicando que há 7,40 ha de árvores de 80 anos
de idade no início do período que seriam tratados pela prescrição de manejo 2, isso é, fazer o
corte e o plantio no início do período 1, deixando de lado o crescimento no final do horizonte
de planejamento.
Da observação das Tabelas 44 e 47 é possível assegurar que o povoamento possuirá no
final do horizonte de planejamento da seguinte distribuição de classes de idade: 5,16 ha de
árvores de 10 anos; 5,01 ha de árvores de 20 anos; 7,42 ha de árvores de 30 anos; 7,40 ha de
árvores de 40 anos; e, 10 ha de árvores de 80 anos.

TABELA 47 – Volumes de corte e estoque final para, com área e fluxo de corte restringido

Início Volume Cortado, (ha) (vol./ha), Estoque Final


Classes de Por período
Idade 1 2 3 4 Comercial Não Comercial
40 0 0 0 0 10(635) = 6350 0
80 (7.40)(635) (7.42)(760) (5.01)(900) (5.16)(1050) (7.40)(290) (5.01)(100)
=4699 = 5639 =4509 =5418 = 2146 =501
(7.42)(240) (5.16)(50)
=1781 =258
Total 4699 5639 4509 5418 10.277 759
221

5.2.4.1.3 Modelo I: com restrição do estoque final

Se for desejada uma ordenação florestal, então o manejo deve ser conduzido para um
período indefinido de tempo, porém, o modelo de programação linear tem um tempo de
horizonte finito. Em conseqüência disso, deve-se considerar que o manejo até o planejamento
final. Uma maneira de se fazer isto é ter uma idéia de um ”horizonte infinito“ como modelo
para fazer uma programação linear mais longa.
Uma alternativa é escrever uma restrição para a formulação do horizonte de curto
prazo que asseguraria um estoque final comercial com uma floresta ordenada. A correta
aplicação deste método requer uma boa estimativa dos níveis de corte no final do período.
Suponha que se tenha decidido que um nível razoável de comercialização no final da
rotação seria cortado um volume igual a um mínimo de 25 % no início do período 1, ou
[ ]
0,25 (290m 3 ha )(10ha ) + (635m 3 ha )(25ha ) ≅ 4694m 3 . Ao escrever uma restrição que assuma
que este volume de madeira comercial é o mínimo requerido pelo horizonte de planejamento
deve-se considerar cada um dos manejos contemplados na Tabela 44. Para nosso problema
isso implica em árvores com idade de pelo menos 30 anos, como mostra a Tabela 44. A
prescrição de manejo que produz árvores com esta idade ou mais velhas, no final do horizonte
de planejamento, é as prescrições 1, 2 e 4. Desse modo, as restrições do estoque finais devem
requerer que estas sejam suficientes para produzir 4694 m3 de madeira. As variáveis de
decisão para os manejos e, 2 e 4 são x11, x12, x14, x21, x22, x24. Uma declaração simbólica dessa
restrição deve ser escrita por:

D1 x11 + D2 x12 + D3 x14 + D4 x 21 + D5 x 22 + D6 x 24 ≥ 4694 (6.9)

Assim, pergunta-se qual valor deveriam ser atribuídos aos coeficientes D1 até D6 ?
Considere que D1 deve ser estável na unidade de m3 comercializáveis por hectare porque o
valor da equação 6.9 tem unidades em m3 de madeira comercializáveis e a variável x11 é
expressa em hectares. Note que na Tabela 42 as árvores são de 40 anos de idade ao início do
período e são atribuídas à prescrição de manejo 1 com um aumento na idade de 80 anos até o
final do horizonte de planejamento. Desse modo tem-se na Tabela 41 que estas árvores
representam um volume de 635 m3/ha. Se atribuirmos uma hectare à classe de um ano à
prescrição 1, então no final do horizonte de planejamento cada hectare deverá ter 635 m3
222

comercializáveis. Desse modo, se D1 = 635 m3/ha, usando similar argumentação você pode
verificar que o presente estado é igual à equação 6.9 para esse problema:

635x11+290x12+240x14+1150x21+290x22+240x24 ≥ 4690

Em geral, a equação 6.9 pode ser escrita da seguinte maneira:

M N
m
∑ ∑ Vijh x ij ≥ Em
i=1j=1

Sendo: V m
ijH = o volume por hectare de madeira comercializáveis na classe de idade I
sob prescrição de manejo j (o H subscrito indica que isto acontece no final do horizonte de
planejamento); Em = o nível de comercialização que requer o estoque final e m3, e o valor do
expoente m é usado como modificador comercial, e não como um atributo.

5.2.4.1.4 Modelo I: com restrições reguladas

Em alguns casos, é possível descrever as restrições que diretamente garantam que o


povoamento atinja um estado ordenado no final do horizonte de planejamento. O uso de cada
restrição para produzir uma distribuição das classes de idade no final do período 4, que é
consistente com o período de 40 anos. Para determinar uma ótima idade de rotação, é preciso
determinar uma série de programação linear utilizando um maior período de tempo no
horizonte de planejamento do que as 4 décadas consideradas.
Para estudar a Tabela 44, deve-se determinar uma solução única para este problema,
iniciando com um horizonte de planejamento de 4 décadas e duas classes de idade, tem-se
idades de 10, 20, 30, 40, 80 e 120 anos. Estas estão ordenadas na Tabela 48 com as
prescrições que produziam as mesmas.

TABELA 48 - Possíveis idades finais para o problema do Tabela 41

Prescrição de Idade de finalização da classe de idade i sob


Manejo j prescrição de manejo j
i = 1 (40) i = 2 (80)
1 80 120
2 40 40
3 10 10
4 30 30
5 20 20
6 10 10
223

Para obter uma produção florestal constante de 40 anos com uma área total de 35
hectares estas devem ser distribuídas igualmente entre as classes de idade de 10, 20, 30 e 40
anos no final do período 4. Portanto, cada classe de idade deve ocupar 35/4 = 8,75 hectares.
As restrições usadas são as seguintes:
X12+X22 = 8,75 (40 anos) (6.10)
X14+X24 = 8,75 (30 anos) (6.11)
X15+X25 = 8,75 (20 anos) (6.12)
X13+X16+X23+X26 = 8,75 (10 anos) (6.13).
Observa-se que uma restrição é requerida para produzir a área em cada uma das
classes de idade. Também, as variáveis X11 e X21 não aparecem nestas restrições. Essas
variáveis no final da produção são inconsistentes com uma rotação de 40 anos (Tabela 48),
podendo ser excluídas da formulação.
A solução ótima do modelo, incluindo a restrição de área, fluxo de corte, e a
regulação, é o seguinte:

* *
x15 = 5,16 x16 = 4,94 x *22 = 8,75
x *24 = 8,75 x *25 = 3,69 x *26 = 3,81

Todos os outros: xij* = 0; Z* = $478.938

A solução é resumida na Tabela 49, onde pode-se verificar que o ótimo é satisfeito e a
produção está ordenada para uma rotação de 40 anos.

TABELA 49 - Volume de corte e estoque final, com área, fluxo de corte e restrições
reguladas.

Início Volume Cortado, (ha) (vol./ha), Estoque Final


Classes de por período
Idade 1 2 3 4 Comercial Não Comercial
40 0 0 (5.06)(425) (4,94)(520) 0 (5,06)(100)
=2150 =2569 =506
(4,94)(50)
=247
80 (8,75)(635) (8,75)(760) (3,69)(900) (3,81)(1050) (8,75)(290) (3,69)(100)
=5556 = 6650 =3321 =4000 = 2538 =369
(8,75)(240) (3,81)(50)
=2100 =190
Total 5556 6650 5471 6569 4638 1312
224

5.2.5 Modelo II

Para o entendimento do Modelo II, pressupõe-se a prévia compreensão do Modelo I.


De acordo com JOHNSON & SCHEURMAN(1977), o Modelo II tem uma pequena
semelhança com outros modelos estruturais, como o modelo que emprega uma função
objetiva quadrática (não linear), formulados por Walker apud DYKSTRA (1983).
Para formulação do Modelo II define-se as variáveis de decisão da seguinte forma:
X ij = Reflorestamento das áreas (hectares) no início do período i e cortadas no início

do período j (seguindo por reflorestamento imediato);


WiH = Áreas (hectares) reflorestadas no início do período i e deixadas para o
inventário final no período h, no final do horizonte de planejamento.
Uma importante diferença nestas considerações e a definição do Modelo II, que
considera as áreas reflorestadas em um período e o corte em outro ou as áreas deixadas para o
inventário final. No Modelo I trabalha-se as áreas no início como classes de idades
particulares tratadas como uma prescrição de manejo particular. Essa diferença é fundamental
e reflete um ponto de vista significativo de como o povoamento é conduzido após a
formulação do Modelo I.
A formulação geral do Modelo II é dada seguindo a versão de JOHNSON &
SCHEURMAN(1977):

A B

H −1 J −N H −1
Maximizar: Z= ∑ ∑C x
j =0 i =−M
ij ij
+ ∑D
i =−M
iH WiH (6.14)

Sujeito a:

Restrição de área:

H −1

∑x
j =0
ij + wiH = Ai i = -M, -M+1,..., -1 (6.15)

H −1 j−N


k= j+N
x jk + w jH = ∑x
i=−M
ij j = 0, 1, 2, ....., H-1 (6.16)
225

Restrição de fluxo constante:

(1 − α ) Fk − Fk +1 ≤ 0 k = 0, 1, 2, ....., H-2 (6.17)

(1 + β ) Fk − Fk +1 ≥ 0 k = 0, 1, 2, ....., H-2 (6.18)

Sendo: α = fração reduzida máxima no nível de corte permitido desde um período k


até um período k+1; β = máximo de aumento da fração no nível de corte permitido desde o
k −N
período k até o período k+1: Fk = ∑ Vik xik ; Vik = volume por hectare cortado ao início do
i=−M
período k proveniente do reflorestamento no início do período i; X iK = Reflorestamento das
áreas, em hectares, no início do período i e cortados no início do período j.

5.2.5.1 Restrição do estoque final

Na definição da restrição do estoque final deve-se observar:


a) O total do estoque comercial em todas as classes de idade deixado até o fim do
horizonte de planejamento:

H −N

∑V
i =−M
m
iH WiH ≥ E m (6.19)

m
Sendo: ViH = volume comercial de madeira das áreas reflorestadas no início do
período i e deixado no inventário final; Em = volume comercial mínimo no inventário final;

b) A quantidade de volume comercial inventariado deixada em cada classe de idade i


ao final do horizonte de planejamento:

ViHmWiH ≥ E im (i = -M, -M+1,... H-N) (6.20)

m
Sendo: Ei é o volume comercial mínimo no inventário final nas hectares
reflorestadas no início do período i.

5.2.5.2 Condições de não negatividade

Neste condição, considera-se que:


Xij ≥ 0 para todas i e j; (6.21)

W iH ≥ 0 para todas i. (6.22)


226

É importante notar que nesta formulação se inicia desde o período 0 até o período i. O
horizonte de planejamento para o exemplo 6.1 definido em (5.2.4.1.1) amplia-se desde o
início do período 0 até o final do período 3 (ou equivalentemente ao início do período 4).
As condições introduzidas nas equações (6.14) a (6.22) e não definidas na formulação
do Modelo I ou na discussão prévia do Modelo II são as seguintes:
N = número mínimo de períodos entre os cortes;
-M = número de períodos antes do início do período 0, onde a classe mais velha
presente no início do período 0 é reflorestada (como exemplo: -M = -8 indica
que a classe de idade presente mais velha foi reflorestada oito períodos antes que
o período 0).
Cij = para cobrir a descontinuidade por hectare desde o início do período i e o corte ao

início do período j, as Cij são computadas de maneira similar ao Modelo I,

através da seguinte fórmula:

Pij Vij − C p (1 + R) ( j−i) Y


Cij =
(1 + R) jY

Pij = preço por unidade de volume de madeira cortada ao início do período j dos

hectares ao início do período j; C p = custos por hectare de estabelecimento do

povoamento por plantação; R = taxa descontínua, expressada como fração; Y =


número de anos em cada período de planificação; H = horizonte de
planejamento; D iH = desconto dos valores líquidos por hectare em cada período
no final do inventário ou nas áreas reflorestadas no início do período i; as
D iH são calculadas da seguinte maneira:

PiH ViH − C p (1 + R) (H−i) Y


DiH =
(1 + R)HY

A i = número de hectares presentes ao início do período 0 que foram reflorestadas no


período i, onde i vai desde -M a -1 pela progressão -M, -M+1, ....., -2, -1 (então,
A −8 representa as hectares que foram reflorestadas oito períodos antes do início
do período 0).
227

5.2.5.3 Função objetivo

Considerando a primeira fração da equação (6.14) marcada com A. Usando a situação


do exemplo do Modelo I, a parte A da equação (6.14) é expressa como segue:

3 j− 3
∑ ∑ C ij x ij
j= 0 i=−8

Pode-se examinar esta somatória da seguinte maneira:


1. Para j = 0 a soma sobre i vai de -8 a -3. No entanto, a indicação subscrita com i
indica um período durante o qual as hectares presentes no período 0 foram reflorestadas. Para
o exemplo 6.1, as únicas classes de idade presentes no período 0 são 8 e 4 períodos de idade.,
respectivamente. Assim, a soma sobre i de -8 até -3, quando j = 0 é dado por: C-80 x-80 + C-40
x-40
2. Para j =1, a soma sobre i vai de -8 até -2. Da mesma forma obtém-se: C-81 x-81 + C-
41 x-41.
3. Para j =2, a soma sobre i com variação de -8 até -1: C-82 x-82 + C-42 x-42.
4. Par j =3, a soma sobre i com variação de -8 até 0. Quando subscreve-se que i = 0
por j = 3 (exemplo: a variável de decisão é X03) a decisão indicada é como se o corte de
madeira, no início do período 3 foi reflorestada no início do período 0. Com isso reconhece-se
dois fatos do problema. No primeiro pode-se tomar decisões de corte e reflorestamento no
período 0. No segundo a idade mínima comercial é de três décadas. Desse modo, se forem
reflorestadas algumas áreas no período 0, pode-se cortar no período três, mas não antes. Isso é
controlado por j-N abaixo do limite no cálculo sobre i, Desse modo, quando j = 3, tem-se: C-83
x-83 + C-43 x-43 + C03 x03.

A soma total da parte A da equação (6.14) da função objetivo começa com a soma
do item 1 até o 4 inclusive. Esta soma reconhece a contribuição do corte da madeira objetivo.
A segunda porção da equação (6.14) parte B, reconhece o valor da madeira (não
necessariamente comercial) a qual é deixada como inventário ao final do horizonte de
planejamento. Para o exemplo 6.1 a função pode ser escrita como segue:
228

Maximizar:

Z = C −80 x −80 + C − 40 x − 40 + C −81 x −81 + C − 41 x − 41


+ C −82 x −82 + C − 42 x − 42 + C −83 x −83 + C − 43 x − 43 + C 03 x 03 A

+ D −84 w−84 + D− 44 w− 44 + D04 w04 + D14 w14 + D24 w24 B


+ D34 w34

5.2.5.4 Restrição de área

A equação (6.15) assegura que as áreas colhidas de cada classe etária presente no
período 0 mais as áreas deixadas para o inventário final desta classe etária, é igual ao número
total de hectares da classe etária do início. A equação (6.16) é um tanto difícil de seguir em
um exame minucioso. Esta área de restrição atesta que as áreas colhidas no período k das
áreas reflorestadas no período j mais a área deixada para o inventário final das áreas
reflorestadas no período j, devem igualar a área total reflorestada no período j. Esta restrição
supõe que as áreas colhidas são imediatamente reflorestadas. Por exemplo, no exemplo 6.1 a
restrição especificada pela equação (6.16) é a seguinte:

3 j−3


k = j+3
x jk + w j 4 = ∑x
i = −8
ij j = 0, 1, 2, 3

Essa restrição pode ser escrita:

x03 + w04 = x −80 + x −40 j= 0


w14 = x −81 + x −41 j =1
w 24 = x −82 + x −42 j= 2
w34 = x −83 + x −43 + x03 j= 3

A restrição para j=0 assegura que a área colhida no período 3 da área reflorestada no
período 0 mais a área deixada como estoque final no início do período 4 da área reflorestada
no período 0, devem igualar a área total reflorestada depois da colheita no período 0. No
exemplo 6.1 observa-se que a única área disponível para ser cortada no período 0 é aquela que
foi reflorestada oito períodos anteriores ao período 0.
229

Colocações similares podem ser feitas sobre cada uma das outras três restrições. Para o
restante das restrições j ≥ 1, visto que o total sobre k vai de j+3 a 3 O total de k para estas
restrições é indefinido. Portanto, nenhum termo x jk aparece nestas restrições.

5.2.5.1.4 Restrições para o fluxo equilibrado

Estas são similares as restrições de fluxo restringido para o Modelo I, exceto pelas
diferenças inerentes ditadas pelas diferenças nas variáveis de decisão para os dois modelos.
Assim, pode-se construir fluxos equilibrados numéricos para a implementação do Modelo II,
a partir do exemplo 6.1, usando o mesmo tipo de raciocínio da parte A da função objetivo da
equação (6.14).

5.2.5.6 Restrições de estoque final

No Modelo I o fluxo de restrição da colheita restringirá, período por período, as


flutuações nos volumes de colheita aos níveis de tolerância específica (α e β ) . Porém, isso
não assegura que fique um estoque comercial no final do horizonte de planejamento. Sempre
ficará um estoque, porque imediatamente depois de cortar a respectiva área é replantada, mas
esse estoque pode ser muito jovem para ser comercial. Nesses casos uma restrição específica
que regule o estoque final deve ser utilizada. A equação (6.19) simplesmente coloca um limite
mais baixo no volume total do estoque comercial remanescente no final do horizonte de
planejamento. Este é o tipo de restrição de estoque final utilizada no Modelo I. Por outro lado,
a equação (6.20) especifica uma série de restrições que coloca limites mais baixos no volume
comercial do estoque final em cada classe etária. Esse tipo de restrição fornece mais
informação e possibilita uma flexibilidade maior na especificação no tipo de estrutura
florestal que se deseja ter no final do horizonte de planejamento. Porém, requer também um
maior número de restrições e assim aumenta-se a dificuldade computacional do problema.

5.2.5.7 Ordenamento das restrições

O ordenamento das restrições para o Modelo II pode ser escrito como no Modelo I,
para assegurar que a floresta final esteja numa condição desejada.
230

5.2.6 Comparação do Modelo I e Modelo II

As diferenças básicas existentes entre os Modelos I e II são as seguintes:


a) A diferença fundamental entre os Modelos I e II é simplesmente a maneira de
manejar o povoamento. O Modelo I identifica áreas dentro da classe etária que devem ser
separadas em unidades de manejo, para depois preservar a identidade dessas ao longo de todo
o horizonte de planejamento. Por outro lado, o Modelo II, permite que áreas de uma classe de
idade mais nova sejam separadas e combinadas com áreas de outras classes de idade que são
ao mesmo tempo colhidas e reflorestadas. Assim, árvores de uma área particular podem
atingir a idade de 80 anos durante uma parte do horizonte de planejamento, mas somente
serão colhidas outra vez depois de 30 anos. Assim, o manejo no Modelo II é mais flexível que
no Modelo I. Qualquer uma das situações pode ser difícil de implementar porque ambas
requerem que o administrador florestal identifique no campo áreas que possam ser
aproveitadas segundo as prescrições selecionadas. No Modelo II esta implementação com
identificação no campo pode ser ainda mais complicada pelo fato de ser difícil determinar
áreas individuais através do tempo na programação linear de produção.
b) O Modelo II requer mais áreas de restrição que o Modelo I. Se houver k classes de
idade que contenham áreas no início do horizonte de planejamento e H períodos, então o
Modelo I tem k áreas restringidas e o Modelo II tem k + H áreas restringidas.
c) O Modelo II requer variáveis explícitas no estoque final e o Modelo I não, mas
usualmente esse requer mais (e as vezes muitas mais) variáveis de decisão que o Modelo II.
Não é o caso do exemplo 6.1, onde o Modelo I requer 12 variáveis de decisão e o Modelo II
requer 15 variáveis.
d) Como uma questão prática, o Modelo II freqüentemente prevê uma possibilidade de
corte maior que o Modelo I, no decurso de um horizonte de planejamento longo. Mais
madeira pode ser obtida, teoricamente, de uma floresta se o Modelo II for adotado. Isso
porque a identidade das unidades de manejo no Modelo I é assegurada de forma constante,
uma vez que essas unidades foram identificadas. Já no Modelo II não existem tais restrições
implícitas. Por isso, para que qualquer um dos modelos seja mais eficiente depende muito da
maneira como o reflorestamento é administrado. Portanto, o modelo escolhido deve sempre
refletir claramente a estratégia organizacional.
231

5.2.7 Utilização da programação linear

5.2.7.1 Definição de espaçamento

A definição do espaçamento a ser utilizado em 300 acres, em que você dispõe de


190.000 mudas e U$ 7.500,00. A escolha está limitada a três densidades: 908, 681 e 436
árvores/acre.
O custo por acre de implantação e o lucro líquido por acre para estes três
espaçamentos são, respectivamente :

a) Custos: U$ 33,93, U$ 25,05 e U$ 17,34;


b) Lucro: U$ 390, U$ 231 e U$ 125.

Função objetivo:

Maximizar:

Z = 390 X1 + 231 X2 + 125 X3

Restrições :

908 X1 + 681 X2 + 436 X3 ≤ 190.000 Restrição de mudas


33,93 X1 + 25,95 X2 + 17,34 X3 ≤ 7500 Restrição de recursos
X1 + X2 + X3 ≤ 300 Restrição de área

Solução algébrica:

Z – 390 X1 – 232 X2 – 125 X3 = 0

X1 + X2 + X3 + X4 + X5 + X6= 300
908 X1 + 681 X2 + 436 X3= 190000
33,93 X1 +25,95 X2 +17,34 X3 = 7500
232

a) Solução por quadros

Passo 1:

Var. N0 Z X1 X2 X3 X4 X5 X6 Lado
Básicas Eq. direito
Z 0 1 -340 -231 -125 0 0 0 0
X4 1 0 1 1 1 1 0 0 300
X5 2 0 908 681 436 0 1 0 190000
X6 3 0 33.93 25.95 17.34 0 0 1 7500

Passo 2:

Var. N0 Z X1 X2 X3 X4 X5 X Lado
Básicas Eq. 6 direito
Z 0 1 0 61.50 62.26 0 0.43 0 81607.93
X4 1 0 0 0.25 0.51 1 -0.001 0 90.7488
X1 2 0 1 0.75 0.48 0 1/908 0 209.2511
X6 3 0 0 0.50 1.04 0 -0.037 1 400.1101
233

b) Solução pelo CMMS

COMPUTER MODELS FOR MANAGEMENT SCIENCE

-=*=- INFORMATION ENTERED -=*=-

NUMBER OF VARIABLES : 3
NUMBER OF <= CONSTRAINTS : 3
NUMBER OF = CONSTRAINTS : 0
NUMBER OF >= CONSTRAINTS : 0

MAX max = 390 x1 + 231 x2 + 125 x3

SUBJECT TO:

908 x1 + 681 x2 + 436 x3 <= 190000

33.93 x1 + 25.95 x2 + 17.34 x3 <= 7500

1 x1 + 1 x2 + 1 x3 <= 300

-=*=- RESULTS -=*=-

VARIABLE ORIGINAL COEFFICIENT


VARIABLE VALUE COEFFICIENT SENSITIVITY

x1 209.251 390 0
x2 0 231 61.5
x3 0 125 62.269

CONSTRAINT ORIGINAL SLACK OR SHADOW


NUMBER RIGHT-HAND VALUE SURPLUS PRICE

1 190000 0 .43
2 7500 400.11 0
3 300 90.749 0

OBJECTIVE FUNCTION VALUE: 81607.93


234

SENSITIVITY ANALYSIS --

OBJECTIVE FUNCTION COEFFICIENTS

LOWER ORIGINAL UPPER


VARIABLE LIMIT COEFFICIENT LIMIT
x1 308 390 NO LIMIT
x2 NO LIMIT 231 292.5
x3 NO LIMIT 125 187.269

RIGHT-HAND-SIDE VALUES

CONSTRAINT LOWER ORIGINAL UPPER


NUMBER LIMIT VALUE LIMIT
1 0 190000 200707.344
2 7099.89 7500 NO LIMIT
3 209.251 300 NO LIMIT
---------- E N D O F A N A L Y S I S ----------

c) Solução ótima

Pela análise dos resultados conclui-se que o melhor espaçamento é o de 908


árvores/acre, que corresponde a variável X1. Deve-se plantar 209,25 árvores/acre neste
espaçamento e com isso maximiza-se a função objetivo em U$ 81.607,99.
Do coeficiente de sensibilidade, percebe-se que o uso do espaçamento de 681
árvores/acre (X2) diminui a função objetivo em U$ 61,50 para cada acre plantado. O uso do
espaçamento de 436 árvores/acre (X3) diminui a função objetivo em U$ 62.269.
Avaliando-se as folgas (Slack or Surplus), observa-se que na restrição 2 há uma sobra
em recursos de U$ 400,11, e a restrição 3 uma sobra em área de 90.749 acre.
O preço sombra (Shadow Price) indica que cada muda plantada no espaçamento X1
incrementa a função objetivo em U$ 0,43. Portanto, as mudas podem ser consideradas como
um recurso gargalo, pois limitam a função objetivo e impedem o uso completo da terra.
A análise de sensibilidade mostra que o lucro líquido para o espaçamento X1 (908
árvores/acre) poderia ser reduzido até um mínimo de U$ 308/acre, que ainda assim seria
viável. O espaçamento X2 (681 árvores/acre) somente seria interessante se o lucro líquido por
acre atingisse U$ 292,50 e no espaçamento X3 (436 árvores/acre) U$ 187,27.
235

5.2.7.2 Abastecimento industrial

Uma empresa florestal necessita abastecer a sua fábrica com 200.000 m3 de madeira
por ano. As suas reservas florestais para o ano vindouro estão distribuídas em três distritos
que contém: 145.000 m3 em 381.6 ha, 70.000 m3 em 200 ha e 180.000 m3 em 610.2 ha
A empresa dispõe de R$ 1.000.000,00 para gastar com reformas. O custo de renovação
florestal por hectare nestas áreas alcança, respectivamente: R$ 989,12 no distrito 1, R$ 745,00
no distrito 2 e R$ 818,18 no distrito 3, conforme Tabela 50.

TABELA 50 – Resumo da situação por distrito

Distrito Volume Custo de Renda Área


(m3) renovação (m3) (ha)
(R$/ha)
1 145000 989,12 17,80 381,6
2 70000 745,00 25,90 200,0
3 180000 818,18 19,10 610,2

Função objetivo:

Z = 17,80 D1 + 25,90 D2 + 19,10 D3

Restrições:

989,12D1 + 745,00D2 + 818,18D3 ≤ 1000000 Recursos de reformas


D1≤ 381,6 Restrição de área
D2≤ 200,0 Restrição de área
D3≤ 610,2 Restrição de área
379D1 + 350D2 + 294.98D3 = 200000 Consumo da fábrica

Solução algébrica:

Z – 17.80D1 – 25.90D2 –19.1D3 =0


982.12D1 +745D2 +818.18D3 +D4 = 1000000
D1 + D5 = 381.6
D2 + D6 = 200
D3 + D7 = 610.2
379.97 D1 + 735 D2 + 294.98 D3 + D8 = 200000
236

a) Solução por quadros

Passo 1:
Var. N0 Z D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 Lado
Básica Eq. Direito
Z 0 1 -17.8 -25.9 -19.1 0 0 0 0 0 0
D4 1 0 989.12 745 818.18 1 0 0 0 0 1000000
D5 2 0 1 0 0 0 1 0 0 0 381.6
D6 3 0 0 1 0 0 0 1 0 0 200
D7 4 0 0 0 1 0 0 0 1 0 610.2
D8 5 0 379.97 350 294.98 0 0 0 0 1 200000

Passo 2: Cálculo do bloqueio:


(1000000 / 745; 200 / 1; 200000 / 350)
(1342; 200; 571.42) = 200 é o valor mínimo – sai linha 3 (D6)
Var. N0 Z D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 Lado
Básica Eq. Direito
Z 0 1 -17.8 0 -19.1 0 0 25.90 0 0 5180
D4 1 0 989.12 0 818.18 1 -745 0 0 0 85100
D5 2 0 1 0 0 0 1 0 0 0 381.6
D2 3 0 0 1 0 0 0 1 0 0 200
D7 4 0 0 0 1 0 0 0 1 0 610.2
D8 5 0 379.97 0 294.98 0 0 0 0 -350 130000

Passo 3: Cálculo do bloqueio:


(85100 / 818.18; 610.2 / 1;13000 / 294.98)
(1004.01; 610.2; 44.07) = 44.07 é o valor mínimo – sai linha 5 (D5)
Var. N0 Z D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 Lado
Básica Eq. Direito
Z 0 1 6.8 0 0 0 0 25.90 0 -22.65 13597.5
D4 1 0 -64.69 0 0 0 0 0 0 970.36 490.422
D5 2 0 1 0 0 0 1 0 0 0 381.6
D2 3 0 0 1 0 0 0 1 0 0 200
D7 4 0 -1.288 0 0 0 0 0 1 1.186 169.49
D3 5 0 1.288 0 1 0 0 0 0 -1.186 440.707
237

b) Solução pelo CMMS

COMPUTER MODELS FOR MANAGEMENT SCIENCE

-=*=- INFORMATION ENTERED -=*=-

NUMBER OF VARIABLES : 3
NUMBER OF <= CONSTRAINTS : 4
NUMBER OF = CONSTRAINTS : 1
NUMBER OF >= CONSTRAINTS : 0

MAX max = 17.8 d1 + 25.9 d2 + 19.1 d3

SUBJECT TO:

989.12 d1 + 745 d2 + 818.18 d3 <= 1000000

1 d1 + 0 d2 + 0 d3 <= 381.6

0 d1 + 1 d2 + 0 d3 <= 200

0 d1 + 0 d2 + 1 d3 <= 610.2

379.97 d1 + 350 d2 + 294.98 d3 = 200000

-=*=- RESULTS -=*=-

VARIABLE ORIGINAL COEFFICIENT


VARIABLE VALUE COEFFICIENT SENSITIVITY

d1 0 17.8 6.803
d2 200 25.9 0
d3 440.708 19.1 0

CONSTRAINT ORIGINAL SLACK OR SHADOW


NUMBER RIGHT-HAND VALUE SURPLUS PRICE

1 1000000 490421.719 0
2 381.6 381.6 0
3 200 0 3.237
4 610.2 169.492 0
5 200000 0 .065

OBJECTIVE FUNCTION VALUE: 13597.519


238

-- SENSITIVITY ANALYSIS --

OBJECTIVE FUNCTION COEFFICIENTS

LOWER ORIGINAL UPPER


VARIABLE LIMIT COEFFICIENT LIMIT

d1 NO LIMIT 17.8 24.603


d2 22.663 25.9 NO LIMIT
d3 13.819 19.1 21.829

RIGHT-HAND-SIDE VALUES

CONSTRAINT LOWER ORIGINAL UPPER


NUMBER LIMIT VALUE LIMIT

1 509578.281 1000000 NO LIMIT


2 0 381.6 NO LIMIT
3 57.152 200 571.429
4 440.708 610.2 NO LIMIT
5 70000.016 200000 49996.812

---------- E N D O F A N A L Y S I S ----------

c) Solução ótima

A análise dos resultados indica que se deve explorar a totalidade dos distrito 2 e 440.7
ha no distrito 3 e, não explorar o distrito 1. Desta Forma, obtém-se um valor máximo na
função objetivo de R$ 13.597,519.
O coeficiente de sensibilidade permite afirmar que cada hectare explorado no distrito
1, diminui a função objetivo em R$ 6.803.
Analisando as sobras na restrição 1, observa–se uma sobra de capital de R$
490.421,72, e uma sobra de área de 551,09 ha, sendo 381,6 ha no distrito 1 e 169,492 ha no
distrito 3.
O preço sombra indica que cada hectare colhido a mais no distrito 2 incrementa a
função objetivo em R$ 3.237. Isto significa que se o preço da terra nessa região for inferior a
esse valor, valeria a pena ser adquirida.
A análise de sensibilidade indica que a renda líquida no distrito 2 pode cair até
R$22.663/ha, mesmo assim, seria interessante a sua exploração.
Para o distrito 1, a renda líquida teria que ser de no mínimo R$ 24.603 para que a sua
exploração fosse viável.
239

No distrito 3 a renda líquida teria que ser de no mínimo R$ 13.819, sendo o máximo
de R$ 21.829.

5.2.7.3 Suprimento de matéria-prima

A Empresa de Celulose Madepolpa produz 10.000 ton. de polpa por dia. O maior
problema para a empresa é o suprimento de toras, uma vez que a mesma não tem área própria
próxima à fábrica. Uma outra empresa, a Segra, possui 62.000 hectares próximo à Madepolpa.
A Madepolpa fechou um contrato em que prevê a compra de 1.415.000 m3/ano de madeira da
empresa Segra para os próximos 16 anos. O preço de compra das toras é de U$ 9,00/m3, e se a
Segra desejar entregar mais do que o volume estipulado em contrato em algum ano, a
Madepolpa comprará a madeira adicional ao mesmo preço. A Segra tem um problema de
programar as colheitas e os plantios de forma a atingir os 1.415.000 m3/ano nos próximos 16
anos, considerando a obtenção do máximo lucro.
A empresa Segra possui 36.000 hectares, com 13 anos de idade e 26.000 hectares de
área sem florestas. As produções para cada idade encontram-se a Tabela 51. O custo de
reforma é em U$ 375,00/ha, o custo de administração de U$ 3,75/ha e a taxa de juro usada
para análise financeira de 5% ao ano.

TABELA 51 - Produtividade por hectare nas diferentes idades para a empresa Segra.

Idade Produção Idade Produção


(anos) (m3/ha) (anos) (m3/ha)
10 203,61 21 567,17
11 244,75 22 589,56
12 285,48 23 611,54
13 326,55 24 631,41
14 365,38 25 648,97
15 398,83 26 664,01
16 431,01 27 678,22
17 461,52 28 689,62
18 491,19 29 700,05
19 517,15 30 705,29
20 542,97

O problema da programação linear envolve um período de planejamento de 16 anos,


com 8 períodos de corte de 2 anos (produção mínima por período = 2 anos x 1.415.000
240

m3/ano = 2.830.000 m3). Sendo a idade mínima de corte de 10 anos, tem-se a possibilidade de
se definir 15 regimes de manejo (Tabela 52).

TABELA 52 - Regimes de manejo possíveis na empresa Segra.

Regime de Período de corte


Manejo 1 2 3 4 5 6 7 8
1 C C
2 C C
3 C C
4 C
5 C C
6 C C
7 C
8 C C
9 C
10 C
11 C
12 C
13 C
14 C
15
Sendo: C = Corte raso seguido de reforma na unidade de corte 1 e plantação ou corte na unidade de corte 2.

Duas unidades de corte foram definidas, em que a unidade de corte 1 contém os


36.000 ha de plantações, com 13 anos de idade, e a unidade de corte 2 contém os 26.000 ha
em terras sem florestas.
Pela Tabela 53 pode-se observar que o possível regime de manejo 1 implica em um
primeiro corte raso na idade de 14 anos, com reforma imediata, e um segundo corte raso aos
10 anos. O segundo possível regime de manejo implica em um primeiro corte raso aos 14
anos de idade, com reforma imediata, e um segundo corte raso aos 12 anos.
Num primeiro passo, deve-se calcular o Valor Esperado da Terra (VET) com o
objetivo de se obter o período de rotação ótima, do seguinte modo:

RB − CI a
VET = − CI + t

1,0i − 1 0,0i

Sendo: CI = custo de implantação ou reforma; RB = receita bruta (preço X produção);


a = custo de administração; t = idade de corte; i = taxa de juros.
241

A Tabela 53 apresenta os resultados do cálculo da rotação ótima para todas as idades


entre 10 e 30 anos. Pode-se observar que na idade de 15 anos tem-se o maior Valor Esperado
da Terra (U$ 2.529,32); portanto, define-se esta idade como a de rotação econômica ótima.
Como exemplo, o cálculo do VET para a idade de 15 anos é o seguinte:

398,83 − 375 3,75


VET15 = −375 + − = 2.529,32 U$/ha
1,0515 − 1 0,05

TABELA 53 - Cálculo da rotação ótima através do valor esperado da terra anualizado.

Idade Produção CI RB VET


(ano) (m3/ha) (U$/ha) (U$/ha) (U$/ha)
10 203,61 375 1832,49 1867,542
11 244,75 375 2202,75 2123,066
12 285,48 375 2569,32 2307,181
13 326,55 375 2938,95 2444,995
14 365,38 375 3288,42 2523,085
15 398,83 375 3589,47 2529,318
16 431,01 375 3879,09 2512,351
17 461,52 375 4153,68 2474,633
18 491,19 375 4420,71 2426,194
19 517,15 375 4654,35 2352,547
20 542,97 375 4886,73 2278,928
21 567,17 375 5104,53 2198,169
22 589,56 375 5306,04 2111,232
23 611,54 375 5503,86 2025,888
24 631,41 375 5682,69 1935,372
25 648,97 375 5840,73 1840,409
26 664,01 375 5976,09 1741,630
27 678,22 375 6103,98 1645,874
28 689,62 375 6206,58 1547,028
29 700,05 375 6300,45 1451,538
30 705,29 375 6347,61 1347,927

Num segundo passo, determina-se a produção na colheita em cada possível regime de


manejo nas duas unidades de corte. Estes valores estão apresentados na Tabela 54.
Num terceiro passo calcula-se o Valor da Terra e Produção (VTP) no final do
horizonte de planejamento, para cada regime de manejo em cada unidade de corte, utiliza-se a
seguinte equação:
242

a
RB + VET +
0,0i
VTP =
1,0i k

Sendo: RB = Renda bruta na idade de rotação ótima; VET = Valor esperado da terra na
idade de rotação ótima; K = diferença em número de anos entre a idade do povoamento no
final do período de planejamento e a idade de rotação ótima (15 anos).

TABELA 54 - Estimativa da produção em hectare por unidade de corte, regime de manejo e


período de corte

Regime Produção por período de corte


Manejo 1 2 3 4 5 6 7 8
Unidade de corte 1
1 365,38 203,61
2 365,38 285,48
3 365,38 365,38
4 365,38
5 431,01 203,61
6 431,01 285,48
7 431,01
8 491,19 203,61
9 491,19
10 542,97
11 589,56
12 631,41
13 664,01
14 689,62
15
Unidade de corte 2
1 0,00 203,61
2 0,00 285,48
3 0,00 365,38
4 0,00
5 0,00 203,61
6 0,00 285,48
7 0,00
8 0,00 203,61
9 0,00
10 0,00
11 0,00
12 0,00
13 0,00
14 0,00
15
243

Os valores finais de VTP encontram-se na Tabela 55. Para o regime de manejo 1 na


unidade de corte 1, o valor final de VTP é calculado como:

3,75
9(398,83) + 2.529,32 +
0,05
VTP1 = = 3.802,45 US/ha
1,0510

TABELA 55 - Cálculo dos valores finais por regime de manejo e unidade de corte (VTP)

Regime de manejo Idade do povoamento Anos que faltam para Produção na idade VTP
no final do período atingir a rotação ótima ótima de rotação (m3) (U$/ha)
(anos) (valor de k)
Unidade de corte 1
1 5 10 398,83 3802,45
2 3 12 398,83 3448,934
3 1 14 398,83 3128,285
4 15 0 398,83 6193,79
5 3 12 398,83 3448,934
6 1 14 398,83 3128,285
7 13 2 398,83 5617,95
8 1 14 398,83 3128,285
9 11 4 398,83 5095,646
10 9 6 398,83 4621,901
11 7 8 398,83 4192,201
12 5 10 398,83 3802,45
13 3 12 398,83 3448,934
14 1 14 398,83 3128,285
15 29 0 700,05 8904,770
Unidade de corte 2
1 5 10 398,83 3802,45
2 3 12 398,83 3448,934
3 1 14 398,83 3128,285
4 15 0 398,83 6193,79
5 3 12 398,83 3448,934
6 1 14 398,83 3128,285
7 13 2 398,83 5617,95
8 1 14 398,83 3128,285
9 11 4 398,83 5095,646
10 9 6 398,83 4621,901
11 7 8 398,83 4192,201
12 5 10 398,83 3802,45
13 3 12 398,83 3448,934
14 1 14 398,83 3128,285
15 0 0 0,00 2604,32
Sendo: VTP = Valor da Terra e da Produção.
244

A idade do povoamento no final do período (anos) é obtida pela diferença do número


de anos do período de planejamento (16 anos) e pelo ponto médio do período de corte em
questão. No caso do regime de manejo 1, da unidade de corte 1, o período de planejamento é
de 16 anos e o corte é executado no 6° período corte, portanto, considerando o período médio
esse regime de manejo tem 11 anos de idade, assim: 16-11 = 5 anos para o final do período de
planejamento.
A Tabela 54 mostra os dados necessários para o cálculo do fluxo de caixa dos valores
líquidos presentes para cada regime de manejo por unidade de corte. Para tanto, é necessário
que se faça o cálculo da renda líquida, que é a renda bruta menos o custo de reforma. O
resultado para o regime de manejo 1 na unidade de corte 1 para os dois períodos de corte é
calculado do seguinte modo:

Renda líquida no período de corte 1:


Renda da colheita = 9,00 * 365,38m3/ha = 3288,42/ha
Custo de reforma = - 375,00/ha
2913,42/ha
Renda líquida no período de corte 6:
Renda da colheita = 9,00 * 203,61m3/ha = 1832,49/ha
Custo de reforma = - 375,00/ha
1457,49/ha
O Valor Liquido Presente (VLP) por hectare do fluxo de caixa gerado por
implementação do regime de manejo w é calculado pela seguinte equação, e encontram-se na
Tabela 56.

p RB jw − CR jw VTPw a
VLPw = ∑ + −
j=1 (1 + i) yj (1 + i) n 0,0i

Sendo: VLPw = Valor líquido presente por hectare do fluxo de caixa gerado por
implementação do regime de manejo w;RBjw = Renda bruta por hectare para a madeira
coletada no período j se o regime w é usado; CRjw = Custo por hectare de práticas
silviculturais no período j se o regime w é usado; VTPw = Valor final da terra e da produção
por hectare com regime w; a = Custo anual de administração; p = Número de períodos de
corte envolvidos; i = Taxa de juros; yj = Número de anos entre o início do período de
planejamento e o ponto médio do período de corte j; n = Número de anos do período de
planejamento.
245

Para o regime de manejo 1 na unidade de corte 1, o Valor Líquido Presente é calculado


como:

2913,42 1457,49 3802,45 3,75


VLP1 = + + − = 5293,80 U$/ha
1,051 1,0511 1,0516 0,05

TABELA 56 - Valores Líquidos Presentes (U$/ha) por regime de manejo e unidade de


corte
Regime Produção por período de corte
Manejo 1 2 3 4 5 6 7 8 VTP/ha VLP/ha
Unidade de corte 1
1 2913,42 1457,49 3802,45 5.293,80
2 2913,42 2194,32 3448,934 5.973,70
3 2913,42 2913,42 3128,285 5.534,19
4 2913,42 6193,79 5.537,14
5 3504,09 1457,49 3448,934 5.384,13
6 3504,09 2194,32 3128,285 5.548,76
7 3504,09 5617,95 5.525,61
8 4045,71 1457,49 3128,285 5.380,18
9 4045,71 5095,646 5.429,29
10 4511,73 4621,901 5.248,75
11 4931,04 4192,201 5.024,09
12 5307,69 3802,45 4.770,25
13 5601,09 3448,934 4.475,38
14 5831,58 3128,285 4.163,19
15 8904,77 2.105,47
Unidade de corte 2
1 -375,00 1457,49 3802,45 2.161,97
2 -375,00 2194,32 3448,934 2.311,55
3 -375,00 2913,42 3128,285 2.402,36
4 -375,00 6193,79 2.405,31
5 -375,00 1457,49 3448,934 3.033,23
6 -375,00 2194,32 3128,285 2.197,86
7 -375,00 5617,95 2.174,71
8 -375,00 1457,49 3128,285 1.916,44
9 -375,00 5095,646 1.965,55
10 -375,00 4621,901 1.775,84
11 -375,00 4192,201 1.603,77
12 -375,00 3802,45 1.447,70
13 -375,00 3448,934 1.306,13
14 -375,00 3128,285 1.177,72
15 2604,32 1.118,07
246

Desta forma, as variáveis de decisão são definidas como:


Xw = número de hectares na unidade de corte 1 sob o regime de manejo w (w = 1, 2,
..., 15);
Yw = número de hectares na unidade de corte 2 sob o regime de manejo w (w = 1, 2,
..., 15).

A função objetivo é:

Maximizar Z = 5293,80X1 + 5973,70X2 + 5534,19X3 + ... + 1177,72Y14 + 1118,07Y15

Sujeita às seguintes restrições de área:


15
15

∑X w = 36000 ∑Y
w =1
w = 26000
w =1

E as seguintes restrições de volume:


365,38 X1 + 365,38 X2 + 365,38 X3 + 365,38 X4 ≥ 2.830.000
431,01 X5 + 431,01 X6 + 431,01 X7 ≥ 2.830.000
491,19 X8 + 491,19 X9 ≥ 2.830.000
542,97 X10 ≥ 2.830.000
589,56 X11 ≥ 2.830.000
203,61 X1 + 631,41 X12 + 203,61 Y1 ≥ 2.830.000
285,48 X2 + 203,61 X5 + 664,01 X13 + 285,48 Y2 + 203,61 Y5 ≥ 2.830.000
365,38 X3 + 285,48 X6 + 203,.61 X8 + 689,62 X14
+ 365,38 Y3 + 285,48 Y6 + 203,61 Y8 ≥ 2.830.000

O problema envolve 30 variáveis de atividade e 10 restrições. Através do programa


CMMS (Computer Models for Management Science), foi resolvido o presente problema, onde
os resultados obtidos encontram-se a seguir:
247

COMPUTER MODELS FORMANAGEMENT SCIENCE

-=*=- INFORMATION ENTERED -=*=-

NUMBER OF VARIABLES : 30
NUMBER OF <= CONSTRAINTS : 0
NUMBER OF = CONSTRAINTS : 2
NUMBER OF >= CONSTRAINTS : 8

MAX = 5293.8 X1 + 5973.7 X2 + 5534.19 X3 + 5537.14 X4 + 5384.13 X5


+ 5548.76 X6 + 5525.61 X7 + 5380.18 X8 + 5429.29 X9 + 5248.75 X10
+ 5024.09 X11+ 4770.25 X12+ 4475.38 X13+ 4163.19 X14+ 2105.47 X15
+ 2161.97 Y1 + 2311.55 Y2 + 2402.36 Y3 + 2405.31 Y4 + 3033.23 Y5
+ 2197.86 Y6 + 2174.71 Y7 + 1916.44 Y8 + 1965.55 Y9 + 1775.84 Y10
+ 1603.77 Y11+ 1447.7 Y12+ 1306.13 Y13+ 1177.72 Y14+ 1118.07 Y15

SUBJECT TO:

1 X1 + 1 X2 + 1 X3 + 1 X4 + 1 X5
+ 1 X6 + 1 X7 + 1 X8 + 1 X9 + 1 X10
+ 1 X11+ 1 X12+ 1 X13+ 1 X14+ 1 X15
+ 0 Y1 + 0 Y2 + 0 Y3 + 0 Y4 + 0 Y5
+ 0 Y6 + 0 Y7 + 0 Y8 + 0 Y9 + 0 Y10
+ 0 Y11+ 0 Y12+ 0 Y13+ 0 Y14+ 0 Y15 = 36000

0 X1 + 0 X2 + 0 X3 + 0 X4 + 0 X5
+ 0 X6 + 0 X7 + 0 X8 + 0 X9 + 0 X10
+ 0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15
+ 1 Y1 + 1 Y2 + 1 Y3 + 1 Y4 + 1 Y5
+ 1 Y6 + 1 Y7 + 1 Y8 + 1 Y9 + 1 Y10
+ 1 Y11+ 1 Y12+ 1 Y13+ 1 Y14+ 1 Y15 = 26000

65.38 X1 + 365.38 X2 + 365.38 X3 + 365.38 X4 + 0 X5


+ 0 X6 + 0 X7 + 0 X8 + 0 X9 + 0 X10
+ 0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15
+ 0 Y1 + 0 Y2 + 0 Y3 + 0 Y4 + 0 Y5
+ 0 Y6 + 0 Y7 + 0 Y8 + 0 Y9 + 0 Y10
+ 0 Y11+ 0 Y12+ 0 Y13+ 0 Y14+ 0 Y15>= 2830000

0 X1 + 0 X2 + 0 X3 + 0 X4 + 431.01 X5
+431.01 X6 + 431.01 X7 + 0 X8 + 0 X9 + 0 X10
+ 0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15
+ 0 Y1 + 0 Y2 + 0 Y3 + 0 Y4 + 0 Y5
+ 0 Y6 + 0 Y7 + 0 Y8 + 0 Y9 + 0 Y10
+ 0 Y11+ 0 Y12+ 0 Y13+ 0 Y14+ 0 Y15>= 2830000

0 X1 + 0 X2 + 0 X3 + 0 X4 + 0 X5
+ 0 X6 + 0 X7 + 491.19 X8 + 491.19 X9 + 0 X10
+ 0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15
+ 0 Y1 + 0 Y2 + 0 Y3 + 0 Y4 + 0 Y5
+ 0 Y6 + 0 Y7 + 0 Y8 + 0 Y9 + 0 Y10
+ 0 Y11+ 0 Y12+ 0 Y13+ 0 Y14+ 0 Y15>= 2830000

0 X1 + 0 X2 + 0 X3 + 0 X4 + 0 X5
+ 0 X6 + 0 X7 + 0 X8 + 0 X9 + 542.97 X10
248

+ 0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 Y1 + 0 Y2 + 0 Y3 + 0 Y4 + 0 Y5
+ 0 Y6 + 0 Y7 + 0 Y8 + 0 Y9 + 0 Y10
+ 0 Y11+ 0 Y12+ 0 Y13+ 0 Y14+ 0 Y15>= 2830000

0 X1 + 0 X2 + 0 X3 + 0 X4 + 0 X5
+ 0 X6 + 0 X7 + 0 X8 + 0 X9 + 0 X10
+ 589.56 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15
+ 0 Y1 + 0 Y2 + 0 Y3 + 0 Y4 + 0 Y5
+ 0 Y6 + 0 Y7 + 0 Y8 + 0 Y9 + 0 Y10
+ 0 Y11+ 0 Y12+ 0 Y13+ 0 Y14+ 0 Y15>= 2830000

203.61 X1 + 0 X2 + 0 X3 + 0 X4 + 0 X5
+ 0 X6 + 0 X7 + 0 X8 + 0 X9 + 0 X10
+ 0 X11+ 631.41 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15
+ 203.61 Y1 + 0 Y2 + 0 Y3 + 0 Y4 + 0 Y5
+ 0 Y6 + 0 Y7 + 0 Y8 + 0 Y9 + 0 Y10
+ 0 Y11+ 0 Y12+ 0 Y13+ 0 Y14+ 0 Y15>= 2830000

0 X1 + 285.48 X2 + 0 X3 + 0 X4 + 203.61 X5
+ 0 X6 + 0 X7 + 0 X8 + 0 X9 + 0 X10
+ 0 X11+ 0 X12+ 664.01 X13+ 0 X14+ 0 X15
+ 0 Y1 + 285.48 Y2 + 0 Y3 + 0 Y4 + 203.61 Y5
+ 0 Y6 + 0 Y7 + 0 Y8 + 0 Y9 + 0 Y10
+ 0 Y11+ 0 Y12+ 0 Y13+ 0 Y14+ 0 Y15>= 2830000

0 X1 + 0 X2 + 365.38 X3 + 0 X4 + 0 X5
+ 285.48 X6 + 0 X7 + 203.61 X8 + 0 X9 + 0 X10
+ 0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 689.62 X14+ 0 X15
+ 0 Y1 + 0 Y2 + 365.38 Y3 + 0 Y4 + 0 Y5
+ 285.48 Y6 + 0 Y7 + 203.61 Y8 + 0 Y9 + 0 Y10
+ 0 Y11+ 0 Y12+ 0 Y13+ 0 Y14+ 0 Y15>= 2830000

-=*=- RESULTS -=*=-

VARIABLE ORIGINAL COEFFICIENT


VARIABLE VALUE COEFFICIENT SENSITIVITY
X1 0 5293.8 291.825
X2 9178.211 5973.7 0
X3 0 5534.19 351.382
X4 0 5537.14 436.56
X5 0 5384.13 233.485
X6 6565.973 5548.76 0
X7 0 5525.61 92.006
X8 4693.021 5380.18 0
X9 1068.497 5429.29 0
X10 5212.075 5248.75 0
X11 4800.19 5024.09 0
X12 4482.032 4770.25 0
X13 0 4475.38 1498.32
X14 0 4163.19 1644.176
X15 0 2105.47 3868.23
Y1 0 2161.97 483.185
Y2 0 2311.55 721.68
Y3 0 2402.36 542.741
Y4 0 2405.31 627.92
Y5 26000 3033.23 0
Y6 0 2197.86 766.513
Y7 0 2174.71 858.52
249

Y8 0 1916.44 1067.68
Y9 0 1965.55 1067.68
Y10 0 1775.84 1257.39
Y11 0 1603.77 1429.46
Y12 0 1447.7 1585.53
Y13 0 1306.13 1727.1
Y14 0 1177.72 1855.51
Y15 0 1118.07 1915.16

CONSTRAINT ORIGINAL SLACK OR SHADOW


NUMBER RIGHT-HAND VALUE SURPLUS PRICE

1 36000 0 5973.7
2 26000 0 3033.23
3 2830000 523534.25 0
4 2830000 0 .826
5 2830000 0 1.108
6 2830000 0 1.335
7 2830000 0 1.611
8 2830000 0 1.906
9 2830000 5084055.5 0
10 2830000 0 .241

OBJECTIVE FUNCTION VALUE: 274.029.225

-- SENSITIVITY ANALYSIS --

OBJECTIVE FUNCTION COEFFICIENTS


LOWER ORIGINAL UPPER
VARIABLE LIMIT COEFFICIENT LIMIT

X1 NO LIMIT 5293.8 5585.625


X2 5622.318 5973.7 7472.092
X3 NO LIMIT 5534.19 5885.572
X4 NO LIMIT 5537.14 5973.7
X5 NO LIMIT 5384.13 5617.615
X6 5456.753 5548.76 5904.845
X7 NO LIMIT 5525.61 5617.616
X8 5184.371 5380.18 5429.29
X9 5380.18 5429.29 5625.1
X10 NO LIMIT 5248.75 5973.7
X11 NO LIMIT 5024.09 5973.7
X12 3865.278 4770.25 5973.701
X13 NO LIMIT 4475.38 5973.7
X14 NO LIMIT 4163.19 5807.366
X15 NO LIMIT 2105.47 5973.7
Y1 NO LIMIT 2161.97 2645.155
Y2 NO LIMIT 2311.55 3033.23
Y3 NO LIMIT 2402.36 2945.101
Y4 NO LIMIT 2405.31 3033.23
Y5 2550.045 3033.23 NO LIMIT
Y6 NO LIMIT 2197.86 2964.373
Y7 NO LIMIT 2174.71 3033.23
Y8 NO LIMIT 1916.44 2984.12
Y9 NO LIMIT 1965.55 3033.23
Y10 NO LIMIT 1775.84 3033.23
Y11 NO LIMIT 1603.77 3033.23
Y12 NO LIMIT 1447.7 3033.23
250

Y13 NO LIMIT 1306.13 3033.23


Y14 NO LIMIT 1177.72 3033.23
Y15 NO LIMIT 1118.07 3033.23

RIGHT-HAND-SIDE VALUES

CONSTRAINT LOWER ORIGINAL UPPER


NUMBER LIMIT VALUE LIMIT
1 34567.152 36000 NO LIMIT
2 1030.426 26000 NO LIMIT
3 NO LIMIT 2830000 353534.25
4 2501539 2830000 3447572
5 2305165 2830000 3533801
6 0 2830000 3607993.75
7 0 2830000 3674750.5
8 .25 2830000 3734715
9 NO LIMIT 2830000 7914055.5
10 1874454 2830000 3047556.75
---------- E N D O F A N A L Y S I S ----------

Pela análise dos resultados, pode-se concluir que:


a) Sete diferentes regimes de manejo devem ser utilizados para a unidade de corte 1, e
um regime para a unidade corte 2;
b) Na unidade de corte 1 foram selecionados os regimes de manejo X2, X6, X8, X9,
X10, X11 e X12, e na unidade corte 2 foi selecionado apenas o regime de manejo Y5;
c) O valor máximo alcançado pela função objetivo foi de U$ 274.029.225,00, o que
representa U$ 4.419,83/ha.
d) Pela análise do preço sombra, pode-se dizer que para cada hectare a mais que a
Empresa Segra consiga incorporar na unidade de corte 1, o valor da função objetivo
aumentará em U$ 5.973,70; e, para cada hectare a mais incorporado na unidade de corte 2, o
valor da função objetivo aumentará em U$ 3.033,23/ha.
e) Pela análise das folgas, observa-se que se terá um excedente de madeira em relação
ao volume mínimo requerido pela Empresa de Celulose Madepolpa de 523.534 m3 no período
1 e 5.084.055 m3 no período 7, o que não se constitui em um problema, pois o excedente é
absorvido pela Madepolpa.
A solução ótima é apresentada na Tabela 57. Nas Tabelas 58 e 59 encontram-se as
áreas e volumes de corte, áreas cortadas e áreas plantadas por período de corte na Empresa
Segra, respectivamente.
251

TABELA 57 - Solução ótima para a Empresa Segra

Regime de Manejo Área Cortados nas Unidade de Corte (ha)


1 2
1 -.- -.-
2 9.178 -.-
3 -.- -.-
4 -.- -.-
5 -.- 26.000
6 6.566 -.-
7 -.- -.-
8 4.693 -.-
9 1.069 -.-
10 5.212 -.-
11 4.800 -.-
12 4.482 -.-
13 -.- -.-
14 -.- -.-
15 -.- -.-
Total 36000 26000

TABELA 58 – Área de corte, em hectares, por período de corte e regime de manejo


selecionado.

A) Períodos de corte
Manejo 1 2 3 4 5 6 7 8
Unidade de corte 1
2 9178 9178
6 6566 6566
8 4693 4693
9 1069
10 5212
11 4800
12 4482
Unidade de corte 2
5 26000
Total 9178 6566 5761 5212 4800 4482 35178 11259
252

TABELA 59 - Volume colhido, área plantada e área colhida por período de corte

Período Volume colhido Área plantada Área colhida


de corte (m3) (ha) (ha)
1 3.353.534 9.178 9.178
2 2.830.000 32.566 6.566
3 2.830.000 5.761 5.761
4 2.831.629 5.212 5.212
5 2.830.000 4.800 4.800
6 2.830.000 4.482 4.482
7 7.914.056 35.178 35.178
8 2.830.003 11.259 11.259

5.2.8 Modelo I: Colheita em povoamentos manejados em talhadia simples

Uma empresa florestal que fornece madeira para celulose e papel possui povoamentos
de Eucalyptus grandis, localizados em vários municípios da Depressão Central do Rio Grande
do Sul. Esses povoamentos encontram-se com idades de 2, 4 e 6 anos, em áreas de 3000 ha,
5000 ha e 1600 ha, respectivamente. Para simplificar os cálculos, considerou-se que esses
povoamentos encontram-se em sítios semelhantes. A estratégia da empresa é a seguinte:
a) A exploração dos povoamentos será feita por corte raso em duas rotações, sendo a
segunda originada pela condução da brotação do primeiro corte;
b) Os períodos de corte são para intervalo de tempo de 2 anos;
c) A idade mínima de corte é de 6 anos e a máxima de 10 anos;
d) Os povoamentos não são sujeitos a desbaste;
e) Todos os povoamentos devem ser cortados num horizonte máximo de planejamento
de 18 anos.

O objetivo é estabelecer o melhor regime de manejo em cada povoamento para se


obter o máximo de volume de madeira.
Inicialmente, os povoamentos foram agrupados em unidades de corte de acordo com a
idade dos mesmos. Na Tabela 60 observa-se todas as possibilidades dos regimes de manejo
para cada unidade de corte.
253

TABELA 60 - Prescrições de regimes de manejo possíveis após 18 anos de planejamento


horizontal

Unidade Regime Idade Período de corte


de corte manejo t=0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
1 2 C C
2 2 C C
3 2 C C
4 2 C C
1 5 2 C C
6 2 C C
7 2 C C
8 2 C C
9 2 C C
1 4 C C
2 4 C C
3 4 C C
4 4 C C
2 5 4 C C
6 4 C C
7 4 C C
8 4 C C
9 4 C C
1 6 C C
2 6 C C
3 6 C C
3 4 6 C C
5 6 C C
6 6 C C
Sendo: C = corte raso

Considerando a estratégia da empresa, observa-se que na Unidade de Corte 1


(idade atual de 2 anos) tem-se a possibilidade de 9 Regimes de Manejo. A primeira
possibilidade poderia ser cortar estes povoamentos aos 6 anos na primeira e segunda rotação.
Uma segunda possibilidade seria cortar os povoamentos aos 6 anos na primeira rotação e com
8 anos na segunda rotação. Uma terceira possibilidade seria cortar aos 6 anos na primeira
rotação e com 10 anos na segunda rotação. Uma quarta possibilidade seria cortar aos 8 anos
na primeira rotação e aos 6 anos na segunda rotação. Assim, pode-se fazer as prescrições para
os regimes de manejo restantes.
254

O segundo passo foi conhecer os volumes passíveis de serem obtidos dentro de cada
regime de manejo. A Tabela 61 mostra os volumes obtidos em diferentes idades na primeira e
segunda rotações. Os dados foram extraídos do Índice de Sítio 28 (FINGER, 1997).

TABELA 61 - Produção estimada com casca, em m3/ha

Idade 1° Rotação 2° Rotação


(anos) (m3/ha) (m3/ha)
3 76 117
4 134 179
5 196 236
6 259 286
7 319 329
8 375 365
9 427 395
10 473 420

É importante observar que na Tabela 61 pode-se reconhecer uma homogeneidade


completa na taxa de crescimento em toda a floresta. Se for aceita a hipótese que a floresta
está composta por diferentes classes de sítio, então árvores plantadas em diferentes sítios
podem ter taxas de crescimento diferenciado. Nesse caso, pode-se subdividir as classes de
idade em classes de sítio e obter uma tabela produção/rendimento para cada uma. Isso
incrementa a quantidade de informação requerida para o manejo (produção em cada classe de
idade por índice de sítio) e aumenta grandemente o número de unidades de corte
(povoamentos com mesma idade e índice de sítio), tornando o processamento deste exemplo
mais complexo.

a) Maximização do volume

Assumindo-se que o objetivo é a maximização da produção total. Então, a formulação


geral do Modelo I pode ser escrita como:

Max Z = ∑ ∑ Yij × X ij (1)


i j
255

Sujeito a:

∑X
j
ij ≤ Xi (2)

Sendo: Z = produção total; Yij = produção média por hectare na unidade de corte i
manejada pelo regime j; Xij = hectares cortados na unidade de corte i manejadas pelo regime j,
para a variável escolhida.

Os valores dos coeficientes da função objetivo (equação 1) são obtidos na Tabela 62,
confeccionada a partir das Tabelas 60 e 61. Por exemplo, para a variável escolhida X11
(unidade de corte 1, regime de manejo 1), o primeiro corte ocorre no período 2, numa idade
de 6 anos e uma produção estimada de 259 m3/ha, e o segundo corte no período 5, também
com idade de 6 anos e uma produção de 286 m3/ha. O valor para um Xij particular é a soma
dos períodos de corte (Tabela 62, última coluna); assim, para X11, o valor é de 545 m3/ha.

TABELA 62 - Produção de madeira de Eucalyptus grandis para o Índice de Sítio 28


(m3c/c/ha), de acordo com o regime de manejo (coeficientes da função
objetivo)

Unidade Regime Idade Período de corte Soma


de corte Manejo t=0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 (m3c/c/ha)
1 2 259 286 545
2 2 259 365 624
3 2 259 420 679
4 2 375 286 661
1 5 2 375 365 740
6 2 375 420 795
7 2 473 286 759
8 2 473 365 838
9 2 473 420 893
1 4 259 286 545
2 4 259 365 624
3 4 259 420 679
4 4 375 286 661
2 5 4 375 365 740
6 4 375 420 795
7 4 473 286 759
8 4 473 365 838
9 4 473 420 893
1 6 375 286 661
2 6 375 365 740
3 6 375 420 795
3 4 6 473 286 759
5 6 473 365 838
6 6 473 420 893
256

A função objetivo (Equação 1) pode então ser escrita como a soma do produto dos
coeficientes e a variável escolhida:

Max Z = 545 X11 + 624 X12 + 679 X13 + ... + 759 X34 + 838 X35 + 893 X36

A restrição do número de hectares (Equação 2) é a soma dos hectares cortados sob


cada regime de manejo para uma unidade de corte particular, ou:

A11 + A12 + ... + A19 = 3000


A21 + A22 + ... + A29 = 5000
A31 + A32 + ... + A36 = 1600

Note que na restrição de área é usado um sinal de igualdade, pois foi previamente
estabelecido que todos os povoamentos devem ser cortados num período máximo de 18 anos.
Os dados desse problema foram processados no programa computacional CMMS
(Computer Models for Management Science), e os resultados encontram-se a seguir:

COMPUTER MODELS FOR MANAGEMENT SCIENCE

-=*=- INFORMATION ENTERED -=*=-

NUMBER OF VARIABLES : 24
NUMBER OF <= CONSTRAINTS : 0
NUMBER OF = CONSTRAINTS : 3
NUMBER OF >= CONSTRAINTS : 0

MAX = 545 X11+ 624 X12+ 679 X13+ 661 X14+ 740 X15
+ 795 X16+ 759 X17+ 838 X18+ 893 X19+ 545 X21
+ 624 X22+ 679 X23+ 661 X24+ 740 X25+ 795 X26
+ 759 X27+ 838 X28+ 893 X29+ 661 X31+ 740 X32
+ 795 X33+ 759 X34+ 838 X35+ 893 X36

SUBJECT TO:

1 X11+ 1 X12+ 1 X13+ 1 X14+ 1 X15


257

+ 1 X16+ 1 X17+ 1 X18+ 1 X19+ 0 X21


+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 = 3000

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 1 X21
+ 1 X22+ 1 X23+ 1 X24+ 1 X25+ 1 X26
+ 1 X27+ 1 X28+ 1 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 = 5000

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 1 X31+ 1 X32
+ 1 X33+ 1 X34+ 1 X35+ 1 X36 = 1600

-=*=- RESULTS -=*=-

VARIABLE ORIGINAL COEFFICIENT


VARIABLE VALUE COEFFICIENT SENSITIVITY

X11 0 545 348


X12 0 624 269
X13 0 679 214
X14 0 661 232
X15 0 740 153
X16 0 795 98
X17 0 759 134
X18 0 838 55
X19 3000 893 0
X21 0 545 348
X22 0 624 269
X23 0 679 214
X24 0 661 232
X25 0 740 153
X26 0 795 98
258

X27 0 759 134


X28 0 838 55
X29 5000 893 0
X31 0 661 232
X32 0 740 153
X33 0 795 98
X34 0 759 134
X35 0 838 55
X36 1600 893 0

CONSTRAINT ORIGINAL SLACK OR SHADOW


NUMBER RIGHT-HAND VALUE SURPLUS PRICE

1 3000 0 893
2 5000 0 893
3 1600 0 893

OBJECTIVE FUNCTION VALUE: 8572800

-- SENSITIVITY ANALYSIS --

OBJECTIVE FUNCTION COEFFICIENTS


LOWER ORIGINAL UPPER
VARIABLE LIMIT COEFFICIENT LIMIT
X11 NO LIMIT 545 893
X12 NO LIMIT 624 893
X13 NO LIMIT 679 893
X14 NO LIMIT 661 893
X15 NO LIMIT 740 893
X16 NO LIMIT 795 893
X17 NO LIMIT 759 893
X18 NO LIMIT 838 893
X19 838 893 NO LIMIT
X21 NO LIMIT 545 893
X22 NO LIMIT 624 893
X23 NO LIMIT 679 893
X24 NO LIMIT 661 893
X25 NO LIMIT 740 893
X26 NO LIMIT 795 893
259

X27 NO LIMIT 759 893


X28 NO LIMIT 838 893
X29 838 893 NO LIMIT
X31 NO LIMIT 661 893
X32 NO LIMIT 740 893
X33 NO LIMIT 795 893
X34 NO LIMIT 759 893
X35 NO LIMIT 838 893
X36 838 893 NO LIMIT

RIGHT-HAND-SIDE VALUES

CONSTRAINT LOWER ORIGINAL UPPER


NUMBER LIMIT VALUE LIMIT

1 0 3000 NO LIMIT
2 0 5000 NO LIMIT
3 0 1600 NO LIMIT

---------- E N D O F A N A L Y S I S ----------

Analisando-se esses resultados, verifica-se que a empresa deve cortar a totalidade dos
povoamentos com dois e quatro anos de idade sob o regime de manejo 9 (X19 e X29), e a
totalidade dos povoamentos com 6 anos de idade sob o regime de manejo 6 (X36). Sob esses
regimes de manejo, tem-se uma produção máxima de 8.672.800 m3c/c/ha de madeira.
Avaliando-se o preço sombra (Shadow Price), observa-se que para cada hectare
adicionado em qualquer uma das classes de idade, incrementa-se 893 m3 de madeira a função
objetivo.
A análise de sensibilidade mostra que se a produção de matéria-prima em qualquer um
dos outros regimes de manejo for maior ou igual a 893 m3c/c/ha, começa a ser interessante
adotar esses regimes de manejo. Com relação aos regimes X19, X29 e X36, suas produções
podem ser reduzidas até 838 m3c/c/ha, mas ainda continuaria sendo vantajosa a sua utilização.
260

b) Restrição de fluxo de matéria-prima

Na solução anterior, fica claro que a floresta não permanecerá ordenada. Se


considerarmos que a empresa necessita de um fluxo contínuo e constante de matéria-prima
para o seu abastecimento, deve-se colocar restrições de fluxo de matéria-prima. Esse fluxo é a
soma da produção por unidade de superfície multiplicado pela superfície cortada em um
período de corte designado. Isso precisa ser somado sobre todas as unidades de corte e
regimes de manejo em cada período.
Algebricamente tem-se que:

∑ ∑Y
i j
ijk × X ij = W k (3)

Sendo: Yijk = produção por hectare na unidade de corte i manejada pelo regime j no
período de corte k; Xij = hectares cortados na unidade de corte i manejada pelo regime j no
período de corte k; Wk = fluxo de matéria-prima desejado no período de corte k.

Supondo que a empresa necessite 800.000 m3c/c de matéria-prima em cada período de


corte, e usando os valores de produção da Tabela 60, nossas restrições ao fluxo de matéria-
prima serão:
a) Para o período de corte 1 (k = 1):
259 X21 + 259 X22 + 259 X23 + 375 X31 + 375 X32 + 375 X33 = 800.000
b) Para o período de corte 2 (k = 2):
259X11 + 259X12+ 259X13+ 375X24 + 375X25+ 375X26 + 473X34 + 473X35 + 473X36 = 800.000
c) A restrição para k = 9:
420 X19 = 800.000

Na prática, é muito difícil obter-se um valor constante de produção em cada período de


corte. Devido a isso, deve-se estabelecer um limite inferior e superior para o fluxo de corte de
madeira. Nesse caso, considerou-se como aceitável uma variação de ± 10% no volume do
fluxo de corte. Desta maneira, tem-se como limite inferior de produção 720.000 m3c/c e como
limite superior 880.000 m3c/c para cada período.
Os dados desse problema foram processados no programa computacional CMMS, e os
resultados encontram-se a seguir:
261

COMPUTER MODELS FOR MANAGEMENT SCIENCE

-=*=- INFORMATION ENTERED -=*=-

NUMBER OF VARIABLES : 24
NUMBER OF <= CONSTRAINTS : 12
NUMBER OF = CONSTRAINTS : 0
NUMBER OF >= CONSTRAINTS : 9

MAX = 545 X11+ 624 X12+ 679 X13+ 661 X14+ 740 X15
+ 795 X16+ 759 X17+ 838 X18+ 893 X19+ 545 X21
+ 624 X22+ 679 X23+ 661 X24+ 740 X25+ 795 X26
+ 759 X27+ 838 X28+ 893 X29+ 661 X31+ 740 X32
+ 795 X33+ 759 X34+ 838 X35+ 893 X36

SUBJECT TO:
0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15
+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 259 X21
+ 259 X22+ 259 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 375 X31+ 375 X32
+ 375 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 <= 880000

259 X11+ 259 X12+ 259 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 375 X24+ 375 X25+375 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 473 X34+ 473 X35+ 473 X36 <= 880000

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 375 X14+ 375 X15


+ 375 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 473 X27+ 473 X28+ 473 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 <= 880000

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 473 X17+ 473 X18+ 473 X19+ 286 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
262

+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 286 X31+ 0 X32


+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 <= 880000

286 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 365 X22+ 0 X23+ 286 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 0 X31+ 365 X32
+ 0 X33+ 286 X34+ 0 X35+ 0 X36 <= 880000

0 X11+ 365 X12+ 0 X13+ 286 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 420 X23+ 0 X24+ 365 X25+ 0 X26
+ 286 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 420 X33+ 0 X34+ 365 X35+ 0 X36 <= 880000

0 X11+ 0 X12+ 420 X13+ 0 X14+ 365 X15


+ 0 X16+ 286 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 420 X26
+ 0 X27+ 365 X28+ 0 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 420 X36 <= 880000

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 420 X16+ 0 X17+ 365 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 420 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 <= 880000

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 420 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 <= 880000

1 X11+ 1 X12+ 1 X13+ 1 X14+ 1 X15


+ 1 X16+ 1 X17+ 1 X18+ 1 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 <= 3000
263

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 1 X21
+ 1 X22+ 1 X23+ 1 X24+ 1 X25+ 1 X26
+ 1 X27+ 1 X28+ 1 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 <= 5000

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 1 X31+ 1 X32
+ 1 X33+ 1 X34+ 1 X35+ 1 X36 <= 1600

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+259 X21
+259 X22+259 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+375 X31+375 X32
+375 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 >= 720000

259 X11+259 X12+259 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+375 X24+375 X25+375 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+473 X34+473 X35+473 X36 >= 720000

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+375 X14+375 X15


+375 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+473 X27+473 X28+473 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 >= 720000

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+473 X17+473 X18+473 X19+286 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+286 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 >= 720000

286 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 365 X22+ 0 X23+286 X24+ 0 X25+ 0 X26
264

+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 0 X31+365 X32


+ 0 X33+286 X34+ 0 X35+ 0 X36 >= 720000

0 X11+365 X12+ 0 X13+286 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 0 X22+420 X23+ 0 X24+365 X25+ 0 X26
+286 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 0 X31+ 0 X32
+420 X33+ 0 X34+365 X35+ 0 X36 >= 720000

0 X11+ 0 X12+420 X13+ 0 X14+365 X15


+ 0 X16+286 X17+ 0 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+420 X26
+ 0 X27+365 X28+ 0 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+420 X36 >= 720000

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+420 X16+ 0 X17+365 X18+ 0 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 0 X27+ 0 X28+420 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 >= 720000

0 X11+ 0 X12+ 0 X13+ 0 X14+ 0 X15


+ 0 X16+ 0 X17+ 0 X18+420 X19+ 0 X21
+ 0 X22+ 0 X23+ 0 X24+ 0 X25+ 0 X26
+ 0 X27+ 0 X28+ 0 X29+ 0 X31+ 0 X32
+ 0 X33+ 0 X34+ 0 X35+ 0 X36 >= 720000

-=*=- RESULTS -=*=-

VARIABLE ORIGINAL COEFFICIENT


VARIABLE VALUE COEFFICIENT SENSITIVITY

X11 0 545 41.314


X12 0 624 0
X13 813.924 679 0
X14 0 661 90.904
X15 0 740 55
X16 325.611 795 0
265

X17 0 759 133.999


X18 0 838 54.999
X19 1860.465 893 0
X21 0 545 622.345
X22 1972.603 624 0
X23 1425.081 679 0
X24 0 661 84.215
X25 0 740 42.901
X26 0 795 42.901
X27 0 759 90.904
X28 0 838 55
X29 1602.317 893 0
X31 0 661 650.685
X32 0 740 28.345
X33 0 795 28.347
X34 0 759 41.315
X35 332.784 838 0
X36 1082.002 893 0

CONSTRAINT ORIGINAL SLACK OR SHADOW


NUMBER RIGHT-HAND VALUE SURPLUS PRICE

1 880000 0 2.364
2 880000 0 1.888
3 880000 0 1.613
4 80000 0 1.486
5 880000 159999.984 0
6 880000 160000.016 0
7 880000 83710.898 0
8 880000 70270.57 0
9 880000 98604.766 0
10 3000 0 190.021
11 5000 0 129.92
12 1600 185.213 0
13 720000 159999.984 0
14 720000 160000 0
15 720000 159999.984 0
16 720000 160000 0
266

17 720000 0 .324
18 720000 0 .151
19 720000 76289.117 0
20 720000 89729.422 0
21 720000 61395.238 0

OBJECTIVE FUNCTION VALUE: 7347413.5

-- SENSITIVITY ANALYSIS --

OBJECTIVE FUNCTION COEFFICIENTS

LOWER ORIGINAL UPPER


VARIABLE LIMIT COEFFICIENT LIMIT

X11 NO LIMIT 545 586.314


X12 NO LIMIT 624 624
X13 679 679 694.521
X14 NO LIMIT 661 751.904
X15 NO LIMIT 740 795
X16 779.479 795 829.012
X17 NO LIMIT 759 892.999
X18 NO LIMIT 838 892.999
X19 838.001 893 NO LIMIT
X21 NO LIMIT 545 1167.345
X22 595.655 624 742.289
X23 659.422 679 731.726
X24 NO LIMIT 661 745.215
X25 NO LIMIT 740 782.901
X26 NO LIMIT 795 837.901
X27 NO LIMIT 759 849.904
X28 NO LIMIT 838 893
X29 850.099 893 912.577
X31 NO LIMIT 661 1311.685
X32 NO LIMIT 740 768.345
X33 NO LIMIT 795 823.347
X34 NO LIMIT 759 800.315
X35 838 838 892.999
X36 874.295 893 893
267

RIGHT-HAND-SIDE VALUES
CONSTRAINT LOWER ORIGINAL UPPER
NUMBER LIMIT VALUE LIMIT

1 813139.5 880000 949455


2 794084 880000 967605.75
3 799884.25 880000 942741.687
4 810857.25 880000 991047.812
5 720000 880000 NO LIMIT
6 720000 880000 NO LIMIT
7 796289.125 880000 NO LIMIT
8 809729.437 880000 NO LIMIT
9 781395.25 880000 NO LIMIT
10 2661.754 3000 3440.534
11 4731.834 5000 5258.147
12 1414.787 1600 NO LIMIT
13 NO LIMIT 720000 880000
14 NO LIMIT 720000 880000
15 NO LIMIT 720000 880000
16 NO LIMIT 720000 880000
17 656777.875 720000 777616.875
18 647251.25 720000 786298.875
19 NO LIMIT 720000 796289.125
20 NO LIMIT 720000 809729.437
21 NO LIMIT 720000 781395.25

---------- E N D O F A N A L Y S I S ----------

Os resultados obtidos indicam que, para a empresa manter a máxima produção e um


fluxo constante de matéria-prima, deve-se manejar os povoamentos da unidade de corte 1
com uma área de 813, 9 ha sob o regime de manejo 3 (X13), 325,6 ha sob o regime 6 (X16) e
1860,5 ha sob o regime 9 (X19), povoamentos estes que encontram-se com 2 anos de idade.
Nos povoamentos da unidade de corte 2 deverão ser manejados 1972,6 ha sob o regime de
manejo 2 (X22), 1425,1 ha sob o regime 3 (X23) e 1602,3 ha sob o regime 9 (X29),
povoamentos estes que encontram-se com 4 anos de idade. Nos povoamentos da unidade de
corte 3 a empresa manejará 332,8 ha sob o regime 5 (X35) e 1082,0 ha sob o regime 6 (X36),
268

sendo que esses povoamentos encontram-se com 6 anos de idade. Com isso, obtém-se uma
produção máxima total de 7.347.413,5 m3c/c.
Existe folga de 185,2 ha nos povoamentos com idade de 6 anos, ou seja, esses não
foram incluídos na otimização (sobressalente para os limites de produção estabelecidos),
podendo serem comercializados para terceiros ou deixados de reserva para qualquer
eventualidade.
A análise de sensibilidade, considerando as duas rotações, mostra que se a produção
total por hectare de povoamentos sob manejo X13 for menor que 679 m3c/c/ha, este regime de
manejo torna-se não vantajoso. No entanto, se a produção total for maior que 694,5 m3c/c/ha,
a função objetivo passa a ser outra e um novo processamento deve ser efetuado. Em X16, se a
produção total real diminuir até 779,5 m3c/c/ha, esse regime de manejo ainda continua sendo
vantajoso. Igual interpretação deve ser feita para os demais regimes de manejo selecionados
(X19, X22, X23, X29, X35 e X36).
A Tabela 63 apresenta um resumo dos regimes de manejo com suas respectivas áreas a
serem manejadas para se obter um fluxo contínuo de produção de matéria-prima em cada
período de corte.
269

TABELA 63 - Resumo das áreas de corte e fluxo de matéria-prima por período de corte

Período Regime Área a ser Idade Produção Fluxo de Corte


de de manejada corte (m3c/c/ha) de Madeira
Corte manejo (ha) (anos) (m3c/c/ha)
X22(1) 1.972,6 6 259 510.903,4
1 X23(1) 1.425,1 6 259 269.100,9
3.397,7 880.004,3
X13(1) 813,9 6 259 210.800,1
X35(1) 332,8 10 473 157.414,4
2
X36(1) 1.082,0 10 473 511.786,0
2.228,7 880.000,5
X16(1) 325.6 8 375 122.100,0
3 X29(1) 1.602,3 10 473 757.887,9
1.927,9 879.987,9
X19(1) 1.860,4 10 473 879.969,2
4
1.860,4 879.969,2
X22(2) 1.972,6 8 365 719.999,0
5
1.972,6 719.999,0
X23(2) 1.425,1 10 420 598.542,0
6 X35(2) 332,8 8 365 121.472,0
1.757,9 720.014,0
X13(2) 813,9 10 420 341.838,0
7 X36(2) 1.082,0 10 420 454.440,0
1.895,9 796.278,0
X16(2) 325,6 10 420 136.752,0
8 X29(2) 1.602,3 10 420 672.966,0
1.927,9 809.718,0
X19(2) 1.860,5 10 420 718.410,0
9
1.860,5 718.410,0
Obs.: valores entre parênteses referem-se à primeira ou segunda rotação.

5.2.9 Modelo I: Colheita em povoamentos manejados em alto fuste

A serraria Musbertova Ltda. consome 12.500 m3 de madeira por ano, com bitola
superior a 18 cm na ponta fina da tora. Possui uma área florestal de 2.500 ha plantados com
Pinus elliottii, até o momento sem desbastes, dividida em duas classes de manejo, sendo que a
Classe de manejo I compreende uma área de 1.500 ha, com 10 anos de idade, rotação de no
máximo 20 anos e ciclo previsto de desbaste de no mínimo de 5 anos. A Classe de manejo II
compreende uma área de 1.000 ha, com 5 anos de idade, rotação de 15 anos e ciclo de
270

desbaste de no mínimo 4 anos. Em ambas as classes não se admite desbastes em um período


inferior a 3 anos antes do corte final.
Para a região, o custo médio de cultura (implantação + tratos culturais) é de US$
400,00/ha. O custo médio do frete é de US$ 5,00/m3, exploração de US$ 4,00/m3 e
administração de US$ 40,00/ha/ano. O preço de toras para a região é:
- φ(ponta fina) > 30 cm = US$ 65,00/m3 (s3)
- φ(ponta fina) entre 18 e 30 cm = US$ 48,00/m3 (s2)
- φ(ponta fina) < 18 cm = US$ 12,00/m3 (s1).

A empresa quer uma definição quanto ao melhor(es) regime(s) de manejo a ser(em)


utilizado(s) de forma a atender a sua demanda e maximizar a renda líquida da floresta, além
de avaliar as possibilidades de fornecimento a terceiros de matéria-prima para celulose
(diâmetro da ponta fina < 18 cm), em um período de planejamento de 10 anos.
As possibilidades de regimes de manejo para as Classe de manejo I e II, levando em
conta a situação e a política da empresa, são apresentadas na Tabela 64. Na Classe de manejo
I as florestas têm 10 anos de idade, o Regime 1, por exemplo, compreende o corte raso aos 11
anos. O Regime 11 implica em desbastes aos 11 e 16 anos e corte raso aos 20 anos. Na Classe
de manejo II, as florestas têm 5 anos de idade, logo o Regime 1 implica em corte raso aos 6
anos e o Regime 18 em desbastes aos 6 e 10 anos e corte raso aos 15 anos.
A produção para cada regime de manejo foi simulada através do pacote SISPINUS,
onde foram também obtidos os sortimentos para serraria e celulose (Tabela 65) utilizados no
cálculo da máxima renda líquida da floresta.
A partir dos volumes obtidos para cada sortimento, efetuou-se o cálculo da renda
líquida da floresta por regime de manejo, utilizando a seguinte expressão:

RLF = A R + ∑ D − (C + R.a )

Sendo: RLF = renda líquida da floresta; AR = receita líquida no corte final; D = receita
líquida de desbastes; C = custo de cultura; R = idade do corte final; a = custo de
administração.
271

TABELA 64- Regimes de manejo possíveis nas Classe de manejo I e II.

Regime de Período de corte


Manejo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Classe de Manejo I
1 CF
2 CF
3 CF
4 CF
5 CF
6 CF
7 CF
8 CF
9 CF
10 CF
11 D D CF
12 D D CF
13 D CF
14 D CF
15 D CF
16 D CF
17 D CF
18 D D CF
19 D CF
20 D CF
Classe de Manejo II
1 CF
2 CF
3 CF
4 CF
5 CF
6 CF
7 CF
8 CF
9 CF
10 CF
11 D CF
12 D CF
13 D CF
14 D CF
15 D CF
16 D CF
17 D CF
18 D D CF
19 D D CF
20 D D CF
21 D D CF
22 D D CF
23 D D CF
Sendo: CF = corte final; D = desbaste
272

TABELA 65 - Produção para serraria e celulose por regime de manejo e período.

Regime de Período de corte


Manejo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Classe de Manejo I
0***
1 13,2**
147,3*
0
2 31,1
175,0
0
3 50,5
196,4
0
4 74,3
214,1
0
5 105,7
223,9
0
6 137,6
279,1
0,4
7 196,3
270,0
35,6
8 210,0
263,1
45,9
9 235,0
268,1
57,3
10 262,2
286,8
0 0 79,5
11 2,7 19,7 157,2
39,5 78,4 83,6
0 0 71,0
12 6,3 19,2 166,5
47,0 72,4 99,9
0 70,5
13 10,6 211,4
53,0 181,8
0 57,3
14 15,8 213,4
59,7 187,1
0 67,6
15 25,5 196,8
79,6 156,8
0 52,0
16 29,5 208,2
72,0 192,5
0 50,1
17 36,6 205,1
89,3 191,0
0 0 73,0
18 2,7 17,8 173,0
35,7 74,1 104,7
0 76,2
19 2,7 219,1
35,7 173,7
0 73,8
20 6,3 214,7
45,5 170,3
273

TABELA 65 - Produção para serraria e celulose por regime de manejo e período. Cont...

Regime de Período de corte


Manejo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Classe de Manejo II
0
1 0
71,8
0
2 0,3
148,6
0
3 15,8
209,5
0
4 47,5
256,2
0
5 86,7
364,2
0
6 171,0
364,5
25,7
7 214,2
400,8
39,6
8 261,5
454,7
59,6
9 326,2
448,3
82,2
10 372,3
499,4
0 123,8
11 0 360,1
16,1 322,1
0 115,8
12 0,1 351,3
34,4 324,8
0 108,0
13 3,2 342,6
50,4 328,3
0 102,3
14 9,6 333,2
66,1 323,6
0 95,5
15 17,7 325,7
100,1 331,9
0 86,1
16 35,6 337,5
107,3 311,8
5,1 83,6
17 45,0 312,6
118,5 327,0
0 0 151,3
18 0 6,0 300,2
16,1 79,3 171,4
0 0 144,7
19 0 10,2 308,4
16,1 101,4 165,4
0 0,6 138,4
20 0 21,0 305,2
16,1 109,8 165,0
274

TABELA 65 – Produção para serraria e celulose por regime de manejo e período. Cont...
Regime de Período de corte
Manejo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0 0 133,5
21 0,1 11,8 296,6
34,4 98,2 180,8
0 1,1 126,3
22 0,1 22,1 302,5
34,4 105,6 171,4
0 1,5 119,3
23 3,2 23,2 297,8
51,8 102,4 172,4
Sendo: * Volumes do sortimento s1 ** Volumes do sortimento s2 *** Volumes do sortimento s3

A Tabela 66 apresenta os valores de renda líquida da floresta para cada regime de


manejo das Classe de manejo I e II.
Como exemplo, para o regime de manejo 1 da Classe de manejo I, têm-se que:

AR = {(13,2 x 48)+(147,3 x 12) – (((5+4) x 13,2) + (5+4) x 147,3)} = 956,80


RLF = 956,8 + 0 – (400 + (11 x 40)) = 116,70

O problema de programação linear consiste em maximizar a função objetivo dada por:

MRLF = 116,7 X1 + 857,9 X2 + 1138,7 X3 + ...+ 19728 Y22 + 19387,5 Y23

As variáveis de decisão são definidas como:


Xi = número de hectares na classe de manejo I sob o regime de manejo i (i =
1,2,...,20);
Yj = número de hectares na classe de manejo II sob o regime de manejo j (j =
1,2,...,23);

As restrições são as seguintes:

a) Restrições de área:
20 23
∑ X i = 1500 ∑ Yj = 1000
i =1 j =1
275

TABELA 66 - Renda líquida por classe e regime de manejo.

Classe Regime RLF Classe Regime RLF


de manejo Manejo (U$/ha) de manejo Manejo (U$/ha)
1 116,70 1 -424,60
2 857,90 2 -222,50
3 1638,70 3 524,70
4 2580,00 4 1861,10
5 3794,00 5 3673,90
6 5163,70 6 6922,50
7 7408,10 7 10115,40
8 9852,90 8 12860,20
9 11379,70 9 16444,30
10 13095,00 10 19621,10
11 10860,90 11 20991,30
I 12 10921,90 B) II 12 20267,00
13 12110,40 13 18968,30
14 11688,00 14 19267,10
15 11964,50 15 19036,60
16 11775,80 16 19629,80
17 11872,80 17 19250,10
18 11078,00 18 20215,00
19 12345,60 19 20377,30
20 12199,20 20 20378,50
21 19447,70
22 19728,00
23 19387,50

b) Restrições de volume:
13,2X1 + 2,7X11 + 2,7X18 + 2,7X19 ≥ 12.500
31,1X2 + 6,3X12 + 6,3X20 + 0,3Y2 + 0,1Y12 + 0,1Y21 + 0,1Y22 ≥ 12.500
50,5X3 + 10,6X13 + 15,8Y3 + 3,2Y13 + 3,2Y23 ≥ 12.500
74,3X4 + 15,8X14 + 47,5Y4 + 9,6Y14 ≥ 12.500
105,7X5 + 25,5X15 + 86,7Y5 + 17,7Y15 + 6Y18 ≥ 12.500
137,6X6 + 19,7X11 + 29,5X16 + 171Y6 + 35,6Y16 + 10,2Y19 + 11,8Y21 ≥ 12.500
196,7X7 + 19,2X12 + 36,6X17 + 17,8X18 + 239,9Y7 + 50,1Y17 + 21,6Y20 +
23,2Y22 + 24,7Y23 ≥ 12.500
245,6X8 + 301,1Y8 ≥ 12.500
280,9X9 + 385,8Y9 ≥ 12.500
276

319,5X10 + 236,7X11 + 237,5X12 + 231,9X13 + 270,7X14 + 264,4X15 + 260,2X16 +


255,2X17 + 246X18+ 295,3X19 + 288,5X20 + 454,5Y10 + 483,9Y11 + 467,1Y12 +
450,6Y13 + 435,5Y14 + 421,2Y15 + 423,6Y16 + 396,2Y17 + 451,5Y18 + 453,1Y19 +
443,6Y20 + 430,1Y21 + 428,8Y22 + 417,1Y23 ≥ 12.500

O problema envolve 43 variáveis de atividade e 12 restrições. Através do programa


CMMS (Computer Models for Management Science), o presente problema foi resolvido por
programação linear, e os resultados encontram-se a seguir:

COMPUTER MODELS FOR MANAGEMENT SCIENCE

-=*=- INFORMATION ENTERED -=*=-

NUMBER OF VARIABLES : 43
NUMBER OF <= CONSTRAINTS : 0
NUMBER OF = CONSTRAINTS : 2
NUMBER OF >= CONSTRAINTS : 10

MAX = 116.7 x1 + 857.9 x2 + 1638.7 x3 + 2580 x4 + 3794 x5


+ 5163.7 x6 + 7408.1 x7 + 9852.9 x8 +11379.7 x9 +13095 x10
+10860.9 x11+10921.9 x12+12110.4 x13+11688 x14+11964.5 x15
+11775.8 x16+11872.8 x17+11078 x18+12345.6 x19+12199.2 x20
- 424.6 y1 - 222.5 y2 + 524.7 y3 + 1861.1 y4 + 3673.9 y5
+ 6922.5 y6 +10115.4 y7 +12860.2 y8 + 1644.3 y9 +19621.1 y10
+20991.301y11+20267 y12+18968.301y13+19267.1 y14+19036.6 y15
+19629.801y16+19250.1 y17+20215 y18+20377.301y19+20378.5 y20
+19447.699y21+19728 y22+19387.5 y23

SUBJECT TO:

1 x1 + 1 x2 + 1 x3 + 1 x4 + 1 x5
+ 1 x6 + 1 x7 + 1 x8 + 1 x9 + 1 x10
+ 1 x11+ 1 x12+ 1 x13+ 1 x14+ 1 x15
+ 1 x16+ 1 x17+ 1 x18+ 1 x19+ 1 x20
+ 0 y1 + 0 y2 + 0 y3 + 0 y4 + 0 y5
+ 0 y6 + 0 y7 + 0 y8 + 0 y9 + 0 y10
+ 0 y11+ 0 y12+ 0 y13+ 0 y14+ 0 y15
+ 0 y16+ 0 y17+ 0 y18+ 0 y19+ 0 y20
+ 0 y21+ 0 y22+ 0 y23 = 1500

0 x1 + 0 x2 + 0 x3 + 0 x4 + 0 x5
+ 0 x6 + 0 x7 + 0 x8 + 0 x9 + 0 x10
+ 0 x11+ 0 x12+ 0 x13+ 0 x14+ 0 x15
+ 0 x16+ 0 x17+ 0 x18+ 0 x19+ 0 x20
+ 1 y1 + 1 y2 + 1 y3 + 1 y4 + 1 y5
+ 1 y6 + 1 y7 + 1 y8 + 1 y9 + 1 y10
+ 1 y11+ 1 y12+ 1 y13+ 1 y14+ 1 y15
+ 1 y16+ 1 y17+ 1 y18+ 1 y19+ 1 y20
+ 1 y21+ 1 y22+ 1 y23 = 1000
277

13.2 x1 + 0 x2 + 0 x3 + 0 x4 + 0 x5
+ 0 x6 + 0 x7 + 0 x8 + 0 x9 + 0 x10
+ 2.7 x11+ 0 x12+ 0 x13+ 0 x14+ 0 x15
+ 0 x16 + 0 x17+ 2.7 x18+ 2.7 x19+ 0 x20
+ 0 y1 + 0 y2 + 0 y3 + 0 y4 + 0 y5
+ 0 y6 + 0 y7 + 0 y8 + 0 y9 + 0 y10
+ 0 y11 + 0 y12+ 0 y13+ 0 y14+ 0 y15
+ 0 y16 + 0 y17+ 0 y18+ 0 y19+ 0 y20
+ 0 y21 + 0 y22+ 0 y23 >= 12500

0 x1 + 31.1 x2 + 0 x3 + 0 x4 + 0 x5
+ 0 x6 + 0 x7 + 0 x8 + 0 x9 + 0 x10
+ 0 x11+ 6.3 x12+ 0 x13+ 0 x14+ 0 x15
+ 0 x16+ 0 x17+ 0 x18+ 0 x19+ 6.3 x20
+ 0 y1 + .3 y2 + 0 y3 + 0 y4 + 0 y5
+ 0 y6 + 0 y7 + 0 y8 + 0 y9 + 0 y10
+ 0 y11+ .1 y12+ 0 y13+ 0 y14+ 0 y15
+ 0 y16+ 0 y17+ 0 y18+ 0 y19+ 0 y20
+ .1 y21+ .1 y22+ 0 y23 >= 12500

0 x1 + 0 x2 + 50.5 x3+ 0 x4 + 0 x5
+ 0 x6 + 0 x7 + 0 x8 + 0 x9 + 0 x10
+ 0 x11+ 0 x12+ 10.6 x13+ 0 x14+ 0 x15
+ 0 x16+ 0 x17+ 0 x18+ 0 x19+ 0 x20
+ 0 y1 + 0 y2 + 15.8 y3 + 0 y4 + 0 y5
+ 0 y6 + 0 y7 + 0 y8 + 0 y9 + 0 y10
+ 0 y11+ 0 y12+ 3.2 y13+ 0 y14+ 0 y15
+ 0 y16+ 0 y17+ 0 y18+ 0 y19+ 0 y20
+ 0 y21+ 0 y22+ 3.2 y23 >= 12500

0 x1 + 0 x2 + 0 x3 + 74.3 x4 + 0 x5
+ 0 x6 + 0 x7 + 0 x8 + 0 x9 + 0 x10
+ 0 x11+ 0 x12+ 0 x13+ 15.8 x14+ 0 x15
+ 0 x16+ 0 x17+ 0 x18+ 0 x19+ 0 x20
+ 0 y1 + 0 y2 + 0 y3 + 47.5 y4 + 0 y5
+ 0 y6 + 0 y7 + 0 y8 + 0 y9 + 0 y10
+ 0 y11+ 0 y12+ 0 y13+ 9.6 y14+ 0 y15
+ 0 y16+ 0 y17+ 0 y18+ 0 y19+ 0 y20
+ 0 y21+ 0 y22+ 0 y23 >= 12500

0 x1 + 0 x2 + 0 x3 + 0 x4 + 105.7 x5
+ 0 x6 + 0 x7 + 0 x8 + 0 x9 + 0 x10
+ 0 x11+ 0 x12+ 0 x13+ 0 x14+ 25.5 x15
+ 0 x16+ 0 x17+ 0 x18+ 0 x19+ 0 x20
+ 0 y1 + 0 y2 + 0 y3 + 0 y4 + 86.7 y5
+ 0 y6 + 0 y7 + 0 y8 + 0 y9 + 0 y10
+ 0 y11+ 0 y12+ 0 y13+ 0 y14+ 17.7 y15
+ 0 y16+ 0 y17+ 6 y18+ 0 y19+ 0 y20
+ 0 y21+ 0 y22+ 0 y23 >= 12500

0 x1 + 0 x2 + 0 x3 + 0 x4 + 0 x5
+ 137.6 x6 + 0 x7 + 0 x8 + 0 x9 + 0 x10
+ 19.7 x11+ 0 x12+ 0 x13+ 0 x14+ 0 x15
+ 29.5 x16+ 0 x17+ 0 x18+ 0 x19+ 0 x20
+ 0 y1 + 0 y2 + 0 y3 + 0 y4 + 0 y5
+ 171.6 y6 + 0 y7 + 0 y8 + 0 y9 + 0 y10
+ 0 y11+ 0 y12+ 0 y13+ 0 y14+ 0 y15
+ 35.6 y16+ 0 y17+ 0 y18+ 10.2 y19+ 0 y20
278

+ 11.8 y21+ 0 y22+ 0 y23 >= 12500

0 x1 + 0 x2 + 0 x3 + 0 x4 + 0 x5
+ 0 x6 + 196.7 x7 + 0 x8 + 0 x9 + 0 x10
+ 0 x11+ 19.2 x12+ 0 x13+ 0 x14+ 0 x15
+ 0 x16+ 36.6 x17+ 17.8 x18+ 0 x19+ 0 x20
+ 0 y1 + 0 y2 + 0 y3 + 0 y4 + 0 y5
+ 0 y6 + 239.9 y7 + 0 y8 + 0 y9 + 0 y10
+ 0 y11+ 0 y12+ 0 y13+ 0 y14+ 0 y15
+ 0 y16+ 50.1 y17+ 0 y18+ 0 y19+ 21.6 y20
+ 0 y21+ 23.2 y22+ 24.7 y23 >= 12500

0 x1 + 0 x2 + 0 x3 + 0 x4 + 0 x5
+ 0 x6 + 0 x7 + 245.6 x8 + 0 x9 + 0 x10
+ 0 x11+ 0 x12+ 0 x13+ 0 x14+ 0 x15
+ 0 x16+ 0 x17+ 0 x18+ 0 x19+ 0 x20
+ 0 y1 + 0 y2 + 0 y3 + 0 y4 + 0 y5
+ 0 y6 + 0 y7 + 301.1 y8 + 0 y9 + 0 y10
+ 0 y11+ 0 y12+ 0 y13+ 0 y14+ 0 y15
+ 0 y16+ 0 y17+ 0 y18+ 0 y19+ 0 y20
+ 0 y21+ 0 y22+ 0 y23 >= 12500

0 x1 + 0 x2 + 0 x3 + 0 x4 + 0 x5
+ 0 x6 + 0 x7 + 0 x8 + 280.9 x9 + 0 x10
+ 0 x11+ 0 x12+ 0 x13+ 0 x14+ 0 x15
+ 0 x16+ 0 x17+ 0 x18+ 0 x19+ 0 x20
+ 0 y1 + 0 y2 + 0 y3 + 0 y4 + 0 y5
+ 0 y6 + 0 y7 + 0 y8 + 385.8 y9 + 0 y10
+ 0 y11+ 0 y12+ 0 y13+ 0 y14+ 0 y15
+ 0 y16+ 0 y17+ 0 y18+ 0 y19+ 0 y20
+ 0 y21+ 0 y22+ 0 y23 >= 12500

0 x1 + 0 x2 + 0 x3 + 0 x4 + 0 x5
+ 0 x6 + 0 x7 + 0 x8 + 0 x9 + 319.5 x10
+ 236.7 x11+ 237.5 x12+ 231.9 x13+ 270.7 x14+ 264.4 x15
+ 260.2 x16+ 255.2 x17+ 246 x18+ 295.3 x19+ 288.5 x20
+ 0 y1 + 0 y2 + 0 y3 + 0 y4 + 0 y5
+ 0 y6 + 0 y7 + 0 y8 + 0 y9 + 454.5 y10
+ 483.9 y11+ 467.1 y12+ 450.6 y13+ 435.5 y14+ 421.2 y15
+ 423.6 y16+ 396.2 y17+ 451.5 y18+ 453.1 y19+ 443.6 y20
+ 430.1 y21+ 428.8 y22+ 417.1 y23 >= 12500

-=*=- RESULTS -=*=-

VARIABLE ORIGINAL COEFFICIENT


VARIABLE VALUE COEFFICIENT SENSITIVITY

x1 946.97 116.7 0
x2 401.929 857.9 0
x3 151.101 1638.7 0
x4 0 2580 43153.512
x5 0 3794 52569.727
x6 0 5163.7 63230.91
x7 0 7408.1 63255.156
x8 0 9852.9 63117.836
279

x9 0 11379.7 54598.551
x10 0 13095 70807.922
x11 0 10860.9 53683.625
x12 0 10921.9 54866.063
x13 0 12110.4 54525.18
x14 0 11688 64098.148
x15 0 11964.5 65294.625
x16 0 11775.8 68802.305
x17 0 11872.8 69566.625
x18 0 11078 54488.734
x19 0 12345.6 54419.234
x20 0 12199.2 54881.098
y1 0 - 424.6 26687.412
y2 0 - 222.5 25684.234
y3 283.223 524.7 0
y4 263.158 1861.1 0
y5 144.175 3673.9 0
y6 72.844 6922.5 0
y7 39.413 10115.4 0
y8 41.514 12860.2 0
y9 32.4 1644.3 0
y10 0 19621.1 6641.715
y11 0 20991.301 5271.514
y12 0 20267 5728.789
y13 0 18968.301 2081.732
y14 0 19267.1 2064
y15 0 19036.6 2614.637
y16 0 19629.801 2620.688
y17 0 19250.1 3640.537
y18 0 20215 4484.566
y19 0 20377.301 4735.916
y20 0 20378.5 4430.439
y21 0 19447.699 5218.16
y22 0 19728 4706.221
y23 123.272 19387.5 0

CONSTRAINT ORIGINAL SLACK OR SHADOW


NUMBER RIGHT-HAND VALUE SURPLUS PRICE
1 1500 0 83902.922
2 1000 0 26262.812
3 12500 0 6347.442
4 12500 0 2670.258
5 12500 0 1628.994
6 12500 0 513.72
7 12500 0 260.541
8 12500 0 112.706
9 12500 0 67.309
10 12500 0 44.512
11 12500 0 63.812
12 12500 38916.715 0

OBJECTIVE FUNCTION VALUE: 5751026


280

-- SENSITIVITY ANALYSIS --

OBJECTIVE FUNCTION COEFFICIENTS


LOWER ORIGINAL UPPER
VARIABLE LIMIT COEFFICIENT LIMIT

x1 - 262336.531 116.7 83902.945


x2 - 269988.844 857.9 83902.922
x3 - 41514.813 1638.7 1465274.25
x4 NO LIMIT 2580 45733.512
x5 NO LIMIT 3794 56363.727
x6 NO LIMIT 5163.7 68394.609
x7 NO LIMIT 7408.1 70663.258
x8 NO LIMIT 9852.9 72970.734
x9 NO LIMIT 11379.7 65978.25
x10 NO LIMIT 13095 83902.922
x11 NO LIMIT 10860.9 64544.527
x12 NO LIMIT 10921.9 65787.961
x13 NO LIMIT 12110.4 66635.578
x14 NO LIMIT 11688 75786.148
x15 NO LIMIT 11964.5 77259.125
x16 NO LIMIT 11775.8 80578.102
x17 NO LIMIT 11872.8 81439.422
x18 NO LIMIT 11078 65566.734
x19 NO LIMIT 12345.6 66764.836
x20 NO LIMIT 12199.2 67080.297
y1 NO LIMIT - 424.6 26262.812
y2 NO LIMIT - 222.5 25461.734
y3 NO LIMIT 524.7 9395.217
y4 - 8351.4 1861.1 26262.814
y5 - 9133.387 3673.9 26262.816
y6 - 5709.804 6922.5 26262.814
y7 - 29650.756 10115.4 24178.053
y8 - 64520.832 12860.2 26262.814
y9 - 73343.672 1644.3 26262.811
y10 NO LIMIT 19621.1 26262.814
y11 NO LIMIT 20991.301 26262.814
y12 NO LIMIT 20267 25995.789
y13 NO LIMIT 18968.301 21050.033
y14 NO LIMIT 19267.1 21331.1
y15 NO LIMIT 19036.6 21651.236
y16 NO LIMIT 19629.801 22250.488
y17 NO LIMIT 19250.1 22890.637
y18 NO LIMIT 20215 24699.566
y19 NO LIMIT 20377.301 25113.217
y20 NO LIMIT 20378.5 24808.939
y21 NO LIMIT 19447.699 24665.859
y22 NO LIMIT 19728 24434.221
y23 17590.939 19387.5 NO LIMIT
281

RIGHT-HAND-SIDE VALUES

CONSTRAINT LOWER ORIGINAL UPPER


NUMBER LIMIT VALUE LIMIT

1 1479.726 1500 1568.606


2 935.2 1000 1265.859
3 11594.404 12500 12767.617
4 10366.361 12500 13130.521
5 9035.41 12500 13523.837
6 .001 12500 15577.991
7 0 12500 18118.143
8 0 12500 23619.648
9 4265.556 12500 28045.473
10 0 12500 32011.223
11 .002 12500 37499.766
12 NO LIMIT 12500 51416.715

Analisando-se os resultados, observa-se que:


a) A Função Objetivo maximizou a Renda Líquida da Floresta em 5.771.026,00 US$;
b) Na Classe de Manejo I foram selecionados os regimes: 1 com área a ser cortada de
946.97 ha; 2 com área a ser cortada de 401.929 ha; e, 3 com área a ser cortada de 151.101ha.
c) Na Classe de Manejo II, foram selecionados os regimes: 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 23, com
áreas a serem cortadas de 283.223, 263.158, 144.175, 72.844, 39.413, 41.514, 32.4 e 123.272
ha, respectivamente.
A análise do fluxo de produção para serraria e celulose pode ser observada na Tabela
67 e 68.

5.2.10 Definição de um modelo para planejamento da produção florestal

5.2.10.1 Determinação do ciclo econômico

a) Custos
Em cada alternativa silvicultural ocorrem custos diferenciados, bem como produções
distintas. Estes custos, em cada opção, são levantados e classificados em: implantação,
manutenção, exploração e administração.
282

TABELA 67 – Tipo de intervenção e área manejada (ha) por período de corte, para os
regimes de manejo selecionados.

Regime de Período de corte


Manejo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Classe de Maanejo I
1 CR
946.97
2 CR
401.93
3 CR
151.10
Classe de Manejo II
3 CR
283.22
4 CR
263.16
5 CR
144.17
6 CR
72.84
7 CR
39.41
8 CR
41.51
9 CR
32.4
23 D D CR
123.27 123.27 123.27
Sendo: CR = Corte Raso; D = Desbaste.

TABELA 68 - Área manejada e produção para serraria e celulose por período de corte.

Período Área manejada Volume para serraria Volume para celulose


(ha) (m3) (m3)
1 946,97 12.509,5 139.488,7
2 401,93 12.500,0 70.337,8
3 557,57 12.500,0 95.396,0
4 263,15 12.500,0 67.419,0
5 144,18 12.500,4 52.510,4
6 72,85 12.457,4 26.53,8
7 162,68 12.509,8 28.418,4
8 41,51 12.498,7 18.874,6
9 32,4 12.500,0 14.524,9
10 155,67 66141,7 37.432,3
283

b) Preço
O preço da madeira é obtido através da média praticada no mercado.

c) Valor esperado da terra


Estes custos juntamente com as prognoses de produção possibilitam o cálculo do valor
esperado da terra (VET). A fórmula do VET é a seguinte:

∑(R − Cm / (1+ t ) ) .(1+ t )


r −1 r −m
VET = m
m =1

Sendo: Rm = receita do ciclo no ano m; Cm = custos do ciclo no ano m; r = anos do


ciclo considerado; t = taxa de juros; m = momento de ocorrência da receita e ou custo.

Partindo-se da alternativa silvicultural apresentada pelo inventário dos povoamentos,


simula-se duas possibilidades: a repetição da alternativa dada; ou outra alternativa. Este
cálculo, além de fornecer a próxima alternativa silvicultural, determina a idade ótima de corte
do povoamento.
O critério de decisão, entre as duas alternativas silviculturais, será o maior valor do
VET.

d) Cálculo do valor líquido presente (VLP)


O primeiro modelo de planejamento apresenta como objetivo a maximização da renda
líquida da floresta, e para tanto, torna-se necessária a determinação do valor líquido presente
para cada alternativa silvicultural em seus diferentes períodos de ocorrência.
Da aplicação de diferentes regimes de manejo resultam fluxos com diferentes períodos
e, para torná-los equivalentes, utilizar-se a metodologia apresentada por Clutter et. al. apud
LIMA (1988) que fixa os seguintes critérios:
a) Se o intervalo de tempo entre o corte da última rotação do regime e o final do
período de planejamento permite uma primeira rotação do ciclo economicamente ótimo,
repete-se mais um ciclo do regime em questão e à receita obtida com o último corte deste
ciclo, soma-se o VET do ciclo economicamente ótimo;

b) Se o intervalo de tempo entre o corte da última rotação do regime e o final do


período de planejamento não permite uma primeira rotação do ciclo economicamente ótimo,
encerra-se o fluxo de caixa no ano de corte da última rotação do ciclo em questão e soma-se
284

ao ciclo economicamente ótimo à receita obtida com este último corte;

c) Se o último corte do regime ocorre exatamente no último ano do horizonte de


planejamento, encerra-se o fluxo de caixa nesse ano e soma-se o VET do ciclo
economicamente ótimo à receita obtida com esse corte.

Utilizando-se os critérios citados acima, calcula-se os VLPs para todos os regimes de


manejo possíveis em cada estrato.

r −1

∑ ( R / (1+ t ) − Cm ) + ( Rr / (1+ t ) − Cr + VRTi


m r
VLPij = m
m =1

Sendo: Rr = receitas do ciclo no ano r; Cr = custos do ciclo no ano r; r = número de


anos considerado no fluxo de caixa, igual a rotação.

Os valores resultantes deste cálculo serão os coeficientes das variáveis de decisão na


função objetivo de maximização.

e) Cálculo do custo anual


Neste cálculo, desconsidera-se todas as rendas obtidas com a floresta e transforma-se
os custos ocorridos durante o período de planejamento em uma prestação anual.
A fórmula do custo anual é a seguinte:

Cij = {∑ C r / (1 + t ) } *{t * (1 + t ) / ((1 + t ) − 1)}


r r r

m =1

Os valores resultantes deste cálculo são os coeficientes das variáveis de decisão na


função objetivo de minimização.

5.2.10.2 Formulação do modelo de maximização

A função objetivo de maximização é definida por:


285

n k
MAX Z = ∑ ∑VLP . X
i =1 j =1
ij ij

Sendo: VLPij = valor líquido presente, por hectare do estrato florestal i, caso o regime
de manejo j seja empregado; Xij = número de hectare do estrato i, designados ao regime de
manejo j; k = número de regimes de manejo; n = número de estratos.

a)Primeiro conjunto de restrições: área

A área de cada estrato deve ser explorada integralmente

∑x
J= 1
IJ = Ai

Sendo: Ai = área de estrato.

b) Segunda conjunto de restrição: produção anual

Volume mínimo: a produção anual deve ser maior ou igual a um volume mínimo,
durante todo o período de planejamento:

n k

∑ ∑V
i =1 j =1
ijm . X ij ≥ V mínimo

Sendo: Vij = volume por hectare; m = 1,2,...21.

Volume máximo: a produção anual deve ser menor ou igual a um volume máximo,
durante todo o período de planejamento:

n K

∑∑
i =1 j =1
V ijm . Xij ≤ V máximo

c) Terceiro conjunto de restrição: produção sustentada

O terceiro conjunto de restrições utilizado, junto com a função de maximização do


valor líquido presente da floresta, considera como produção mínima a sustentabilidade da
mesma.
Para o cálculo do corte sustentado pode-se utilizar o Método Austríaco, expresso por:

Vr − Vn
TC = IMA +
a
286

Sendo: TC = taxa de corte; IMA = incremento médio anual; Vn = volume normal;


Vr= volume real; a = período de equilibração de estoque.

Assim, o conjunto de restrições, para este caso, fica assim constituído:

n k

∑∑
i =1 j =1
Vijm . Xij ≥ V mínimo (corte sustentado)

Além destes conjuntos de restrições, muitos outras podem ser usadas, como restrições
operacionais, restrições de capital, etc.
O objetivo a ser maximizado ou minimizado, também pode ser alterado e considerar,
por exemplo, parâmetros como o custo/benefício, pay-back, etc.

5.2.10.3 Formulação do modelo de minimização

Com base nas mesmas produções e utilizando-se os custos citados anteriormente,


analisa-se as três restrições (a, b e c) através de uma função objetivo de minimização do custo
anual.
A função objetivo é expressa por:

n k
MIN Z = ∑∑
i =1 j =1
Cij . Xij

Sendo: Cij = Custo anual por hectare, do estrato florestal i, caso o regime de manejo j
seja empregado.

5.2.10.4 Variação da taxa de juro

Um dos fatores de grande importância na análise de investimentos é a taxa mínima


atrativa para remuneração do capital investido.
Aplicando a mesma metodologia citada anteriormente, pode-se variar, a taxa mínima
atrativa de 4% a.a., para 8% a.a. e em seguida para 12% a.a.
Para estas simulações utiliza-se apenas a função objetivo de minimização do custo
anual.
287

5.3 Planejamento de corte em floresta inequiânea

5.3.1 Determinação do incremento

Para a quantificação do incremento periódico anual em volume, podem ser


considerados os seguintes procedimentos:
a) Determinação, por meio de medições periódicas, em parcelas permanentes, do dap
das árvores.
b) Determinação mediante análise de tronco.
c) Determinação pela diferença de volume entre duas ocasiões do inventário florestal.

Para expressar o incremento periódico anual em percentagem do crescimento em


volume, parte-se da fórmula de juros, igualando o crescimento ao valor da taxa de interesse
mais o valor inicial.
O incremento periódico anual absoluto e relativo em volume pode ser obtido por
intermédio das seguintes fórmulas:

a) Pelo diâmetro no início (d) e no final do período (D):

D3 - d3 200
________________ . ________
Pv =
D 3 + d3 n

b) Pelo volume no início (Va) e no final do período (Vn):

Pv = { n
}
(Vn / Va ) − 1 * 100

c) Pelo volume no início do período (Va) e no final (Vn) mais os cortes (C):

Vn + C - Va
IPA = _________________
n

d) Pelo método de controle:

Segundo MANTEL (1959), o método de controle foi desenvolvido por Gournaud &
Biolley nas áreas de floresta jardinada da Suíça. O inventário periódico completo de
288

povoamentos para a avaliação do incremento, quase em todos os lugares, é substituído por


parcelas permanentes e o incremento periódico anual em volume é obtido segundo a fórmula:

Vn + C – Va - E
______________________
IPA =
n

Sendo: Pv = incremento periódico anual percentual em volume; D = diâmetro na


segunda ocasião; d = diâmetro na primeira ocasião; n = número de anos do período; IPA =
incremento periódico anual em volume; Vn = volume na segunda ocasião; Va = volume na
primeira ocasião; C = cortes realizados no período; E = ingresso ou passagem das árvores de
uma classe de diâmetro para outra.

5.3.2 Determinação da taxa de corte

Existem vários métodos que podem ser utilizados para determinação da taxa de corte
sustentada, na grande maioria desenvolvidas para florestas equiâneas, o que tem dificultado a
aplicação para obtenção da sustentabilidade de produção em florestas inequiâneas mistas.
Este fato foi comprovado por técnicos do Serviço Florestal Mexicano, que após vários
anos empregando os métodos tradicionais de regulação de corte constataram que não se
obtinha a sustentabilidade de produção, em decorrência da inadaptabilidade destes ao tipo de
floresta irregular do país. Devido a isto, desenvolveram um método próprio baseado na teoria
relativa de que os crescimentos anuais volumétricos de uma árvore ou povoamento
acumulam-se seguindo a lei dos juros compostos. A idéia básica é que a floresta possa repor o
volume de corte durante o período de tempo, definido pelo ciclo de corte estabelecido, o que
garantiria a sustentabilidade de produção na floresta. A intensidade de corte é obtida pela
expressão (SCHNEIDER, 1993):

IC = { 1 – ( 1 / 1,0icc) } . 100

Sendo: IC = a intensidade de corte, em percentagem do volume; i = incremento


corrente anual percentual em volume; cc = ciclo de corte, em anos.

A taxa de corte da floresta é obtida através da seguinte expressão:

TC = {Vr . IC / 100}

Sendo: TC = taxa de corte para o ciclo de corte, em volume; Vr = volume real do


povoamento, em metros cúbicos.
289

Outra possibilidade de determinação da taxa de corte sustentada é através do uso de


um método tradicional de regulação de corte, como por exemplo o Método Austríaco,
expresso pela seguinte fórmula (MANTEL, 1959):

Vr - Vi
_________________
TC = IMA +
a

Sendo: TC = taxa de corte anual, em metros cúbicos; IMA = incremento médio anual,
em volume; Vr = volume real, em metros cúbicos; Vi = volume ideal balanceado, após a
execução do corte, em metros cúbicos; a = período de equilibração de estoque, em anos.

Nesse método o volume de corte da floresta para um período de tempo, expresso pelo
ciclo de corte, é obtido mediante a multiplicação da taxa de corte anual pelo ciclo de corte em
anos.

5.3.4 Sistemas para manejo de florestas inequiâneas heterogêneas

5.3.4.2 Sistema Celos de manejo

A Universidade de Wageningen, na Holanda, e a Universidade Anton von Kom do


Suriname, em 1965, no Center for Agricultural Research, em Suriname, desenvolveram o
Sistema Celos de Manejo para ser utilizado em florestas tropicais de maneira sustentável.
Os princípios gerais do Sistema Celos de Manejo são os seguintes (GRAAF &
HENDRISON, 1987):
a) Integração das operações de exploração e tratamentos silviculturais.
b) O inventário florestal constitui-se na fonte de informações para o planejamento das
operações de exploração, tratamentos silviculturais, controle do desenvolvimento do
povoamento e efeitos dos tratamentos.
c) A extração da madeira é restrita à manutenção das funções ecológicas da floresta,
redução dos danos com queda das árvores e exportação de nutrientes.
d) O sistema é policíclico, com ciclos de corte de 15 a 25 anos, dependendo da taxa de
crescimento e dimensões esperadas para a madeira.
e) A administração é realizada por distrito florestal, com infra-estrutura de múltiplos
propósitos.
f) Estrita observância às leis de proteção e manejo das unidades florestais.
290

O Sistema Celos de Manejo para as florestas tropicais do Suriname consiste de duas


partes:
a) Sistema Celos de Exploração: constitui-se no uso de técnicas especiais de
exploração, com ênfase ao inventário como essencial ao plano, resultando em uma
considerável redução dos danos à floresta remanescente.
b) Sistema Celos Silvicultural: é implementado após a exploração, visando aumentar o
desenvolvimento das espécies remanescentes de interesse comercial.
Esse sistema objetiva estimular o crescimento das árvores comerciais remanescentes
de tamanho médio a grande, em florestas que sofreram exploração seletiva, de modo que os
cortes subseqüentes possam ser realizados em ciclos de corte de 20 a 25 anos. É recomendado
uma exploração inicial de 30 m3/ha, seguida de três refinamentos no decorrer do período de
regeneração. As árvores indesejadas são cortadas com machado e as árvores grossas aneladas.
No final, resultam remanescentes cerca de 500 árvores por hectare com um dap
superior a 10 cm, constituído de 40 a 50 % de espécies comerciais, com uma área basal de
cerca de 12 a 16 m2/ha. O incremento volumétrico de 0,5 m3/ha/ano antes do manejo, passa
para 2 m3/ha/ano ou mais, e o incremento diamétrico em torno de 0,9 cm/ano, sendo esperado,
naquelas florestas um volume comercial de 40 m3/ha, no final do ciclo de 20 anos.
Na Tabela 69, encontram-se as principais atividades desenvolvidas no Sistema Celos
de Manejo que devem ser repetidas a partir de cada novo ciclo de corte.

TABELA 69 – Principais atividades desenvolvidas no Sistema Celos de Manejo


___________________________________________________________________________
Ordem Atividades Período (anos)
1 Inventário detalhado do estoque regenerado, com enumeração
das árvores de interesse comercial (a–2)
2 Planejamento das subunidades de trabalho, estabelecimento das
Vias de acesso para transporte das árvores abatidas e localização
das árvores selecionadas para exploração (a-1)
3 Exploração das árvores selecionadas (marcadas) a
4 Registro das toras a
5 Extração das toras a+(1/12)
6 Trato silvicultural de condução dos remanescentes da exploração,
se necessário regeneração artificial a+2
7 2o refinamento e remoção de cipós a+10
8 Preparação para 2a exploração (remoção de cipós) a+(n-1)
Sendo: a = ano da exploração; n= período do ciclo de corte.
Fonte: GRAAF & POELS(1990)
291

5.3.4.2 Sistema de seleção

Segundo LAMPRECHT(1990), o sistema de seleção considera o corte de certa


proporção de árvores de espécies comercializáveis a partir de um diâmetro mínimo limite
desejado e conduz operações destinadas a auxiliar a regeneração. Nessas operações, incluem-
se o corte de árvores maduras, mortas ou a morrer, doentes, defeituosas ou espécies
indesejáveis; árvores com incremento decrescente; árvores que impedem o desenvolvimento
ótimo de outras de maior incremento ou da regeneração natural.
O sistema de corte seletivo, quando aplicado corretamente, respeitando as leis
ecológicas impostas pela natureza, é, inegavelmente, uma prática que produz um aumento da
produtividade da floresta. Isso ocorre pelo aumento da proporção de espécies de interesse na
área, mediante o processo de regeneração dirigida, conduzindo-se para uma produção
sustentável e ecologicamente viável.
No sistema de seleção a idéia é obter uma floresta balanceada, representada pela
distribuição exponencial negativa que normalmente deve ser aplicada sobre os
compartimentos de exploração anual. O ciclo de corte deve ser definido com cuidado, para
evitar o risco de ocorrer uma rápida degradação da floresta, o que é indesejável para qualquer
plano de manejo que vise a sustentabilidade.
Para que o sistema seletivo seja considerado um sistema silvicultural, é necessário que
as áreas mantenham uma proporção correta de plantas nas classes de diâmetro sucessivas, ou
seja, deve-se adotar o conceito de floresta balanceada; compreender a estrutura da floresta;
respeitar a biodiversidade; efetuar tratamentos que privilegiem a regeneração das espécies de
interesse, eliminando-se a concorrência com as plantas invasoras.
O início das atividades de manejo de uma área deve ser precedida do inventário, para
se conhecer a estrutura diamétrica da floresta em nível de espécie, e as informações de:
volume; área basal; número de indivíduos; qualidade do fuste desses indivíduos; identificação
dendrológica; aspectos fitossanitários; altura comercial e total; posição sociológica e o acesso
à área. Com estas informações é possível determinar, para um ciclo de corte, a possibilidade
de corte sustentado para a área.
Nesse sistema, todas as árvores das classes de diâmetro podem ser atingidas pelos
cortes, por terem alcançado diâmetro limite mínimo utilizável ou para promover o
melhoramento geral do povoamento.
292

Em condições favoráveis, logo após os cortes surgirá nas clareiras a regeneração,


porque as árvores remanescentes proporcionam condições favoráveis à germinação das
sementes especialmente das pioneiras indesejadas.
Os cortes a serem executados estão restritos às classes de diâmetro que apresentam
excesso de árvores, e que constituem o volume a ser retirado. Esse volume está diretamente
ligado aos objetivos do manejo definidos por critérios como: área basal remanescente
desejada; diâmetro máximo desejado; valor da constante regulativa (q), que depende da
estrutura do povoamento; e, nunca deve exceder ao incremento periódico anual do
povoamento, o que vem a caracterizar o regime sustentado.
Para conseguir-se uma floresta equilibrada são necessários vários cortes de seleção
sucessivos, a serem aplicados periodicamente com o objetivo de favorecer as espécies de
valor, especialmente as tolerantes à sombra, sem as quais o método não tem sucesso.
O problema do manejo de florestas inequiâneas reside no impacto sobre as árvores
remanescentes provocado pelo abate das árvores, assim como em conseqüência dos seguintes
fatores: ventos, pragas, doenças, ciclagem de nutrientes, distúrbios no sítio, criação de
condições favoráveis à regeneração natural ou artificial de determinadas espécies.
O sucesso desse método está em obter após os cortes a reprodução garantida das
espécies, crescimento das árvores remanescentes pela diminuição de concorrência de luz,
água e nutrientes entre os indivíduos.

5.3.5 Sistema de manejo proposto

Com base nas observações de experimentos e resultados de trabalhos técnicos


implantados em florestas tropicais e subtropicais, elaborou-se esse sistema de manejo que
permite obter certo volume de produtos florestais, como a lenha e madeira para serraria,
mantendo a biodiversidade por meio do estoque remanescente de indivíduos saudáveis,
distribuídos numa progressão geométrica decrescente nas classes de diâmetro.
O presente modelo de manejo tem muita aproximação com o Sistema de Seleção e
Sistema Celos de Manejo, pelas características técnicas de execução das atividades a serem
desenvolvidas na floresta.
O sistema proposto contempla a escolha e a marcação de matrizes para a
disseminação de sementes, bem como de árvores futuro, desejadas para os objetivos de
produção e manutenção da biodiversidade florística.
293

As atividades a serem desenvolvidas no sistema podem ser generalizadas como:


a) Corte de cipós para facilitar os trabalhos do inventário florestal e exploração futura
e melhorar o crescimento de espécies desejadas, quando necessário:
b) Inventário florestal pré-exploração.
c) Determinação das freqüências balanceadas.
d) Determinação da taxa de corte sustentada.
e) Seleção e marcação rigorosa dos indivíduos remanescente com DAP igual ou
superior ao diâmetro máximo desejado.
f) Seleção de árvores matrizes, das espécies desejadas, em franca fase de crescimento e
produção de sementes.
g) Corte dos indivíduos com DAP maior do que o diâmetro máximo desejado e
inferiores, quando houver excesso nas classes de diâmetro, em relação às freqüências
balanceadas.
h) Inventário pós-exploração, para verificação do estado da floresta após a
intervenção.
i) Monitoramento do crescimento e da dinâmica da regeneração natural.

5.3.5.1 Caracterização das atividades

5.3.5.1.1 Delimitação da unidade de produção

A marcação das unidades de produção pode ser realizada com teodolito ou bússola,
com áreas pequenas para facilitar os trabalhos de inventário florestal, exploração e condução
da floresta.
A delimitação das unidades de produção pode ser feita por estradas ou caminhos de
extração a serem abertos na floresta para o controle, exploração e condução da floresta e, por
riachos, acidentes geográficos, marcas topográficas, entre outros.
.
5.3.5.1.2 Corte de cipós

Antes do inventário pré-exploração é efetuado o corte de cipós. Essa operação é


realizada para facilitar a execução do inventário e das etapas seguintes do manejo. A
realização dessa atividade depende da tipologia da floresta que, muitas vezes, conta com a
294

presença abundante de cipós, o que prejudica o corte e abate correto das árvores; o corte de
cipós pode reduzir danos às árvores remanescentes, porém em alguns casos pode ser
dispensado.

5.3.5.1.3 Inventário florestal pré-exploração

No inventário florestal, é recomendado o uso do Processo de Inventário Florestal


Contínuo, com Reposição Parcial das Unidades Amostrais. Deve ser descrito todo o
desenvolvimento do método, os instrumentos utilizados e o erro amostral que deverá ser
sempre inferior a 10 % do volume comercial. Quando existirem vários tipos florestais e
unidades de produção, o inventário deverá ser estratificado, devendo mapeá-las e identificá-
las na floresta. As unidades amostrais permanentes devem ser identificadas na floresta e no
mapa (Veja LOETSCH & HALLER, 1975 e PÉLLICO NETO & BRENA, 1997).
O método de inventário deverá seguir o processo sistemático, em faixas ou linhas de
parcelas. As unidades devem ter largura de 15 metros, com comprimento variável de acordo
com a forma e extensão da floresta, porém não superior a 100 metros.
Os dados medidos e observados devem ser colocados em fichas padronizadas para
facilitar a averiguação a campo, e maior facilidade de processamento e armazenamento de
informações. Devem ser medidos e anotados o CAP, alturas e a classificação das árvores,
conforme recomendado na metodologia para a coleta de informações dendrométricas
desenvolvida por SCHNEIDER et al.(1999).

5.3.5.1.4 Colheita florestal

A colheita constitui-se na preocupação principal das atividades a serem desenvolvidas


no sistema de manejo, por causa das dificuldades, custo e danos causados no momento do
abate das árvores.
As etapas normalmente executadas nas unidades de produção são as seguintes:
a) Construção do sistema de caminhos: para retirada dos produtos da exploração da
floresta.
295

b) Corte das árvores marcadas: efetuado para remoção dos produtos da floresta,
devendo-se tomar medidas especiais para reduzir danos às árvores remanescentes, como a
retirada da copa antes do abate das árvores.
c) Embandeiramento: a retirada do produto florestal, como lenha e toras; pode ser
realizada em sincronia com o ritmo dos cortes. A lenha é embandeirada na margem das
unidades de produção ou em locais de fácil acesso. A retirada das toras é realizada com
cuidado, para evitar ao máximo os danos às árvores remanescentes, sendo levadas a um
estaleiro
d) Rebaixamento dos tocos, quando pertinente, e recate de lenha: realizado em toda a
unidade de produção após os cortes.
e) Inventário florestal pós-exploração: esse inventário é realizado após a exploração,
sendo identificadas, medidas e marcadas todas as árvores remanescentes da floresta.
f) Condução da floresta: com base nos resultados do inventário florestal pós-
exploração, pode-se tirar uma conclusão da situação da floresta remanescente e decidir sobre
a necessidade de promover seu enriquecimento, com espécies do local e de alto índice de
valor de importância ampliado.

O enriquecimento quando necessário pode ser feito em faixas, linhas ou em


distribuição aleatória, observando o espaçamento adequado para as espécies.
Seguem os tratos culturais, como eliminação da concorrência, promovendo-se
limpezas na área e combate à formiga, quando necessário. Nas árvores e arvoretas
remanescentes devem ser promovidas podas de condução para melhorar a qualidade da
madeira. O desenvolvimento da floresta é acompanhado de cortes de liberação ou refinamento
com a retirada de árvores indesejadas que venham a prejudicar o desenvolvimento das
desejadas e da regeneração natural ou artificial.

5.3.5.1.5 Método de enriquecimento

O enriquecimento é utilizado para aumentar a proporção das espécies de interesse em


áreas perturbadas por qualquer tipo de exploração, podendo ser feito em linhas ou faixas,
mediante semeadura ou plantio de espécies de valor comercial e ecológico.
Entre os métodos de enriquecimento mais comuns encontram-se: Métodos Caimital,
Anderson, Mexicano e o Método de Linhas ou Faixas. Desses, o método de enriquecimento
296

em linhas ou faixas é o mais utilizado na transformação de florestas inequiâneas,


principalmente tropicais e subtropicais, degradadas por processo de exploração.
A prática de enriquecimento em floresta tropical, floresta semidecídua ou decídua e
floresta temperada, normalmente é implementada em faixas espaçadas sendo que esse método
é mais bem aplicado nas seguintes condições:
a) Quando há necessidade de obter madeira de grandes dimensões para serraria,
laminação, ou para aumentar a produção.
b) Quando as espécies escolhidas para o plantio devem apresentar um rápido
crescimento e serem tolerantes.
c) Quando se quer redução nos riscos de incêndios na floresta remanescente.

Do ponto de vista geral, nenhuma área florestal deveria ser destinada à produção de
madeira antes de sofrer estudos ecológicas, especialmente da regeneração, que sejam
conhecidos o crescimento das principais espécies desejadas e que a taxa de rendimento
florestal sustentado seja possível de ser obtida.
A maior parte da madeira disponível no mercado origina-se de florestas degradadas
por meio da exploração irracional dos recursos florestais, como na agricultura migratória.
Essa prática tem transformado áreas florestais originais em áreas degradadas, que poderiam
ser recuperadas, mas que, normalmente, são abandonadas.
Dependendo da situação da área deve-se seguir caminhos tecnicamente diferenciados
para chegar a uma floresta de produção madeireira, como mostra a Figura 19.
O sistema de enriquecimento em linhas, proposto por CATINOT(1965), compreende
os seguintes passos, conforme ilustrado na Figura 20:
a) Inicialmente, procede-se a abertura de faixas paralelas eqüidistantes de 10 a 20
metros de largura, preferencialmente no sentido leste-oeste.
b) Em ambos os lados do eixo da faixa procede-se a limpeza total, incluindo arbustos e
herbáceas, abrindo uma vereda de 1 metro de largura.
c) Em ambos os lados da faixa, até uma distância de pelo menos 4 metros são
removidos todos os cipós, arbustos e regeneração, exceto as comercializáveis, até uma altura
de 2 a 4 metros.
297

FIGURA 19 – Esquema para transformação de floresta natural

Fonte: WASDSWORTH (1975)


298

d) No eixo da faixa, são plantadas mudas à distância de 5 a 10 metros.


e) As linhas de plantio devem ser periodicamente controladas e limpas, para evitar a
concorrência.

As implicações do método de enriquecimento em linha podem ser resumidas da


seguinte forma:
a) Nas faixas ocorre intervenções de corte seletivo das árvores, preservando em parte o
microclima e a proteção do solo mediante o povoamento original.
b) Pode-se introduzir espécies exigentes de florestas primárias naturais, que
normalmente não conseguem subsistir em terrenos abertos.
c) Nas faixas laterais pode-se conservar um povoamento auxiliar natural,
multiestratificado e rico em espécies.

As condições de luminosidade, nas faixas em geral, são insuficientes e dependem do


sentido da faixa, da largura da faixa e da altura do povoamento, como pode ser observado na
Figura 21. As faixas abertas no sentido leste-oeste, com largura igual à altura do dossel do
povoamento permitem uma penetração de 60% de luminosidade relativa, se comparadas a céu
aberto, com 100% de luminosidade.
No plantio, devem ser utilizadas espécies de ocorrência no local. A fase de
manutenção, melhoramento e condução é a mais delicada para o êxito dos plantios de
enriquecimento, pois envolvem fatores bioecológicos, principalmente o grau de luminosidade
e o sítio.
Na Tabela 71, é apresentada uma relação das principais características de grupos de
espécies florestais tolerantes e intolerantes, agrupadas de acordo com o comportamento e
potencialidade fisiológica e de crescimento.
O conhecimento da auto-ecologia das espécies é extremamente importante para iniciar
o processo de manejo de uma floresta nativa, como exemplificado na Figura 22. Nessa
verifica-se a exigência de luminosidade do guatambú na fase inicial de crescimento, sendo o
melhor crescimento em altura obtido com uma intensidade luminosa de 73,51%.
299

FIGURA 20 – Esquema do plantio de enriquecimento

Fonte: CATINOT (1965)

FIGURA 20 – Luminosidade relativa (luminosidade em campo aberto = 100%) em


faixas de diferentes larguras em relação à altura (h) das árvores
Fonte: CATINOT(1965)
300

FIGURA 21 – Luminosidade exigida pelo guatambú (Balforodendrum riedelianum)

Fonte: FARIAS(1994)

5.3.6 Um exemplo de manejo em floresta inequiânea heterogênea

Esse capítulo contém um exemplo do tratamento dado as informações levantadas na


floresta durante o inventário visando à elaboração do plano de manejo florestal.
No exemplo é abordado somente uma parte importante do plano. Trata-se da
sumarização e ordenação dos resultados das informações dendrométricas, fitossociológicas,
entre outras, de maneira a permitir a elaboração do plano.
Os exemplos de análise estrutural e da regeneração natural foram extraídos do plano
de manejo da Floresta Nacional de Passo Fundo, Rio Grande do Sul (BRASIL, 1982). Os
dados provêm de um talhão com 398 hectares daquela Floresta Nacional, estocado com
Floresta Ombrófila Mista, que se adequa para o desenvolvimento desse trabalho, sendo
exemplificado a parte referente a fitossociologia, à volumetria, às distribuições, determinação
da taxa de corte e à sua regulação, como parte integrante do plano de manejo florestal. As
demais partes, levantamentos e planejamentos não fazem parte desse exemplo, devendo serem
desenvolvidas pelo Engenheiro Florestal responsável.
As informações mensuradas no inventário florestal permitiram determinar os valores a
seguir apresentados:
301

TABELA 71 – Características dos grupos de espécies intolerantes e tolerantes à sombra

Características Intolerante Tolerante


Nomes Pioneira, demandante de luz, Clímax, tolerante à sombra,
alternativos intolerante à sombra, secundária primária
Germinação Somente em clareiras abertas, Geralmente debaixo do dossel
recebendo luz direta do sol
Mudas/ Não podem sobreviver sob o dossel, na Podem sobreviver sob o dossel,
plântulas sombra formando um banco de mudas
Sementes Pequenas, produzidas em grande Geralmente grandes , pouco
quantidade e de forma mais ou menos abundantes, em geral produzidas
contínua anualmente, e somente em árvores
que já atingiram seu porte máximo
Banco de se- Muitas espécies Poucas espécies
mente do solo
Dispersão Pelo vento ou por animais, muitas Por diversos meios, incluindo a
vezes a uma longa distância gravidade, algumas vezes somente
a uma curta distância
Dormência Capazes de dormência (ortodoxas), Muitas vezes com nenhuma
comumente encontradas no banco de capacidade de dormência
sementes do solo (recalcitrante), raramente
encontradas no banco de sementes
do solo
Crescimento Rápido Freqüentemente lento
em altura
Ramagem Esparsa, poucos ramos Freqüentemente copiosa, muitos
ramos
Periodicidade Indeterminada Determinada
de crescimento
Ataques de Folhas susceptíveis, macias, pouca Folhas muitas vezes menos
herbívoros defesa química susceptíveis devido à dureza
mecânica ou a produtos tóxicos
Madeira Geralmente clara, baixa densidade, sem Cor variável, clara para muito
sílica escura, baixa à alta densidade,
algumas vezes com sílica
Amplitude Larga Algumas vezes estreita
ecológica
Longevidade Freqüentemente curta Algumas vezes muito longa
Fonte: Whitmore apud CARVALHO(1997)
302

5.3.6.1 Composição florística

As espécies arbóreas com DAP igual ou maior a 5,0 cm, presentes na floresta natural
de Araucária, foram relacionadas no Tabela 72, com seus respectivos nomes científicos,
vulgares e famílias botânicas a que pertencem.
Do total das 567 árvores, por hectare, foram identificadas 42 espécies, 32 gêneros e 25
famílias botânicas, conforme pode ser observado no Tabela 73.
As famílias Myrtaceae e Sapindaceae foram as mais importantes do ponto de vista
florístico, uma vez que apresentaram maior número de gêneros e espécies. Deve-se destacar,
ainda, as famílias Compositae, Aquifoliaceae, Lauraceae e Rutaceae. As demais famílias se
encontravam representadas na floresta por uma única espécie.

TABELA 72 – Composição florística das espécies arbóreas com DAP ≥ 5,0 cm, em uma
floresta natural com Araucaria angustifolia
Código Nome científico Nome vulgar Família
01 Allophylus edulis (A. St. Hil.) Chal-chal Sapindaceae
02 Allophylum guaraniticus (St. Hil.)Radlk. Vacunzeiro Sapindaceae
03 Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. Pinheiro-brasileiro Araucariaceae
04 Banara parviflora Benth. Farinha-seca Flacourtiaceae
05 Campomanesa guaziomifolia (Camb.) Legr. Sete-capote Myrtaceae
06 Campomanezia xanthocarpa (Mart.)Berg. Guabiroba Myrtaceae
07 Capsicodendron dinisii (Schw.)P.Occh. Pimenteira Canellaceae
08 Cedrela fissilis Vel. Cedro Meliaceae
09 Cupania vernalis Camb. Camboatá-vermelho Sapindaceae
10 Erythroxylum deciduun A. St. Hil. Cocão Erythroxylaceae
11 Eugenia pyriformis Camb. Uvalha Myrtaceae
12 Eugenia rostrifolia Legr. Batinga Myrtaceae
13 Zanthoxylum kleinii (R.S.Cowan) W. Juvevê Rutaceae
14 Zanthoxylum rhoifolium Lamb. Mamica-de-cadela Rutaceae
15 Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Cambará Compositae
303

TABELA 72 – Composição florística das espécies arbóreas com DAP ≥ 5,0 cm, em uma
floresta natural com Araucaria angustifolia. Cont.
Código Nome científico Nome vulgar Família
16 Ilex brevicuspis Reissek Caúna Aquifoliaceae
17 Ilex dunosa Reissek Congonha Aquifoliaceae
18 Ilex paraguariensis A. St. Hil. Erva-mate Aquifoliaceae
19 Ilex theezans Mart. Caunão Aquifoliaceae
20 Ilex sp. Caúna Aquifoliaceae
21 Limanonia speciosa (Camb.) L.B.Smith Guaperê Cunoniaceae
22 Lithraea brasiliensis L. Manch. Bugreiro Anacardiaceae
23 Luehea divaricata Mart. et Zucc. Açoita-cavalo Tiliaceae
24 Matayba elaeagnoides Radlk. Camboatá-branco Sapindaceae
25 Myrcia bombycina (Berg) Kiaersk. Guamirim Myrtaceae
26 Myrciaria tenella (DC.) Berg Camboim Myrtaceae
27 Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez. Canela-preta Lauraceae
28 Nectandra saligna Ness et Mart.exNees Canela-fedida Lauraceae
29 Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan Angico-vermelho Leguminosae-mim
30 Piptocarpha angustifolia Dusén ex Malme. Vassourão-branco Compositae
31 Prunus sellowii Koehme Pessegueiro-do-mato Rosaceae
32 Randia armata (Sw.) DC. Limoeiro-do-mato Rubiaceae
33 Rapanea ferruginea (Ruiz et Pav.) Nez. Capororoquinha Myrsinaceae
34 Roupala sp. Carvalho-brasileiro Proteaceae
35 Sebastiania commersoniana (Baill.)
L. B. Smith & R. J. Downs Branquilho Euphorbiaceae
36 Symplocus uniflora (Pohl.) Benth. Sete-sangrias Symplocaceae
37 Strychnos brasiliensis (Spreng.) Mart. Esporão Loganiaceae
38 Sturax leprosum Hook. et Arn. Carne-de-vaca Styracaceae
39 Citronela paniculata (Miers) Howard Congonha Icacinaceae
40 Vitex megapotamica (Spreng.) Mold. Tarumã Verbenaceae
41 Desconhecida - Myrtaceae
42 Canelas - Lauraceae
304

TABELA 73 - Número de gêneros, espécies e árvores, por famílias com DAP ≥ 5,0 cm

Famílias N. Gêneros N. Espécies N. % N. % Acum.


Árvores Árvores
Araucariaceae 1 1 104 18,34 18,34
Sapindaceae 3 4 99 17,46 35,80
Myrtaceae 5 6 70 12,34 48,12
Canellaceae 1 1 53 9,35 53,49
Aquifoliaceae 1 5 38 6,70 64,19
Lauraceae 1 2 37 6,52 70,71
Anacardiaceae 1 1 26 4,58 75,29
Myrsinaceae 1 1 19 3,35 78,64
Euphorbiaceae 1 1 15 2,65 81,19
Flacourtiaceae 1 1 15 2,65 83,94
Rutaceae 1 2 14 2,47 86,41
Styracaceae 1 1 11 1,94 88,35
Loganiaceae 1 1 10 1,76 90,11
Rosaceae 1 1 9 1,59 91,70
Symplocaceae 1 1 8 1,41 93,11
Erythroxylaceae 1 1 7 1,23 94,34
Proteaceae 1 1 6 1,06 95,40
Compositae 2 2 4 0,71 96,11
Verbenaceae 1 1 4 0,71 96,82
Cunoniaceae 1 1 3 0,53 97,35
Leguminosae -Mim. 1 1 2 0,35 97,70
Meliaceae 1 1 2 0,35 98,05
Icacinaceae 1 1 1 0,18 98,23
Rubiaceae 1 1 1 0,18 98,41
Tiliaceae 1 1 1 0,18 98,59
Não Identificadas - 2 8 1,41 100,0
Total 32 42 567 100,0 100,0
305

Do ponto de vista fitossociológico, as famílias mais características da floresta foram


Araucariaceae, Sapindaceae e Myrtaceae, constituindo, aproximadamente, 48% das árvores da
floresta. As famílias Canellaceae, Aquifoliaceae, Lauraceae, Anacardiaceae, Myrsinaceae,
Euphorbiaceae, Flacourtiaceae, Rutaceae, Styracaceae e Loganiaceae, englobaram,
aproximadamente, 50% das famílias, 64% das espécies e 90% das árvores encontradas na
floresta. Elas foram, portanto, as famílias botânicas que mais caracterizaram a associação com
a araucária no local de estudo.
Para o Quociente de Mistura de Jentsch, encontrou-se uma relação de 1:14. Isso
significa que existia, em média, na floresta, 14 árvores por espécie. O quociente indicou que a
floresta apresentava uma mistura média de espécies com tendência à homogeneidade. Esse
valor é semelhante ao valor citado por LONGHI(1980) para uma floresta de araucária no
Estado do Paraná (1:11).

5.3.6.2 Análise estrutural

A estrutura da floresta foi caracterizada pela densidade, dominância, freqüência e


índice de valor de importância das espécies.
Os valores desses parâmetros estruturais podem ser observados na Tabela 74.

a) Densidade das espécies

Pode-se observar na Tabela 74, que o número de árvores por hectare, com DAP igual
ou superior a 5 cm, foi elevado (567 árvores por hectare), semelhante aos valores encontrados
por FÖRSTER(1973) para uma floresta tropical (624 árvores por hectare), considerada de
elevada densidade.
A Araucaria angustifolia foi a espécie mais abundante da floresta, possuindo cerca de
104 árvores por hectare, correspondendo a 18,3% do total das árvores. Portanto, essa foi a
espécie, fisionomicamente, mais característica da floresta.
306

TABELA 74 - Densidade, dominância, freqüência e índice de valor de importância

Espécie Densidade Dominância Freqüência I.V.I.


Abs Rel. Abs. Rel. Abs. Rel.
(código) (N.) (%) (m2) (%) (%) (%) (%)
1 6 1,06 0,15 0,46 20,0 1,86 1,13
2 3 0,53 0,11 0,31 15,0 1,40 0,75
3 104 18,34 15,19 44,80 100,0 9,30 24,15
4 15 2,65 0,24 0,71 40,0 3,72 2,36
5 1 0,18 0,02 0,07 5,0 0,47 0,24
6 10 1,76 0,16 0,48 35,0 3,26 1,83
7 53 9,35 1,55 4,57 85,0 7,91 7,27
8 2 0,35 0,25 0,72 10,0 0,93 0,67
9 31 5,47 1,16 3,42 40,0 3,72 4,20
10 7 1,23 0,15 0,44 20,0 1,86 1,18
11 2 0,35 0,08 0,23 10,0 0,93 0,50
12 8 1,41 0,24 0,72 25,0 2,33 1,49
13 10 1,76 0,48 1,40 25,0 2,33 1,83
14 4 0,71 0,05 0,15 20,0 1,86 0,90
15 3 0,53 0,22 0,65 5,0 0,47 0,55
16 31 5,47 3,04 8,97 50,0 4,65 6,36
17 2 0,35 0,13 0,40 10,0 0,93 0,56
18 1 0,18 0,01 0,03 5,0 0,47 0,23
19 3 0,53 0,07 0,21 15,0 1,40 0,71
20 1 0,18 0,02 0,05 5,0 0,47 0,23
21 3 0,53 0,15 0,45 10,0 0,93 0,63
22 26 4,59 0,97 2,87 40,0 3,72 3,72
23 1 0,18 0,09 0,26 5,0 0,47 0,30
24 59 10,41 3,64 10,73 85,0 7,91 9,68
25 17 3,00 0,24 0,70 40,0 3,72 2,47
26 32 5,64 0,43 1,26 45,0 4,19 3,70
27 18 3,17 0,85 2,49 40,0 3,72 3,13
28 19 3,35 1,45 4,29 45,0 4,19 3,94
29 2 0,35 0,15 0,45 10,0 0,93 0,58
30 1 0,18 0,04 0,11 5,0 0,47 0,25
31 9 1,59 0,19 0,55 30,0 2,79 1,64
32 1 0,18 0,03 0,10 5,0 0,47 0,25
33 19 3,35 0,76 2,24 45,0 4,19 3,26
34 6 1,06 0,20 0,58 10,0 0,93 0,86
35 15 2,65 0,,26 0,76 10,0 0,93 1,45
36 8 1,41 0,18 0,53 20,0 1,86 1,27
37 10 1,76 0,19 0,56 30,0 2,79 1,70
38 11 1,94 0,25 0,74 25,0 2,33 1,67
39 1 0,18 0,02 0,05 5,0 0,47 0,23
40 4 0,71 0,15 0,45 10,0 0,93 0,69
41 6 1,08 0,07 0,21 15,0 1,40 0,89
42 2 0,35 0,29 0,86 5,0 0,47 0,56
Total 567 100,00 33,90 100,00 1075,0 100,00 100,00
Obs.: veja nome das espécies na Tabela 72.
307

Outras espécies, também importantes na estrutura da floresta, foram: Matayba


elaeagnoides, Capsicodendron dinisii, Myrciaria tenella, Cupania vernalis e Ilex brevicuspis,
com abundâncias relativas de 10,4%; 9,3%; 5,6%; 5,5%; e 5,5%, respectivamente.
É notório observar que as seis espécies mais abundantes da floresta, citadas
anteriormente, somavam em conjunto, aproximadamente, 55% da densidade total. As demais
36 espécies participavam com 45% da densidade total da floresta. Esses dados explicam a
razão pela qual a floresta tinha tendência à homogeneidade.

a) Dominância das espécies

A Araucaria angustifolia foi a espécie mais abundante da floresta, possuindo cerca de


104 árvores por hectare, correspondendo a 18,3% do total das árvores. Portanto, essa foi a
espécie, fisionomicamente, mais característica da floresta.
A dominância, calculada pela área basal, foi um parâmetro importante, já que indicam,
não somente, a expansão horizontal das espécies, mas também por ser um bom indicador das
possibilidades de aproveitamento.
Os valores da dominância absoluta e relativa das espécies, calculados em função da
área basal, encontram-se relacionados na Tabela 74.
Encontrou-se para a totalidade das espécies, uma área basal de 32,9m2/ha,
aproximadamente, considerada como valor normal para as florestas naturais de araucária.
A araucária foi a espécie mais dominante da associação, apresentando uma área basal
de 15,19m2/ha, ou seja, 44,8% da dominância total das espécies. Foram destacadas também
Matayba elaeagnoides e Ilex brevicuspis, com valores de dominância relativa de 10,73% e
8,97%, respectivamente.
Essas três espécies, com aproximadamente 65% da área basal total da floresta, foram
as mais importantes, tanto na estrutura da floresta quanto nas possibilidades de
aproveitamento, pois apresentaram indivíduos com maiores dimensões.

c) Freqüência das espécies

Os valores de freqüência absoluta e relativa das diferentes espécies, existentes na


floresta, foram também registradas na Tabela 74.
308

Observa-se que a Araucaria angustifolia foi a espécie mais freqüente na floresta,


apresentando uma freqüência absoluta de 100%, indicando que a espécie ocorria
uniformemente distribuída por toda a área.
Outras espécies com elevada freqüência foram Capsicodendron dinisii, Matayba
elaeagnoides, Ilex brevicuspis, apresentando, respectivamente, valores de 85%, 85% e 50%
de freqüência absoluta, demonstrando que essas espécies ocorriam em mais de 50% da área da
floresta.
Essas espécies foram também, em termos de freqüências, as mais características da
floresta, contribuindo muito para a fisionomia da formação araucária.

d) Índice de valor de importância

O Índice de Valor de Importância (IVI) expressa o valor de cada espécie dentro da


totalidade da floresta. Esses valores, obtidos para as diferentes espécies, foram relacionados
no Tabela 74.
De acordo com os resultados, pode-se concluir que as espécies mais importantes da
floresta foram:
. Araucaria angustifolia, com um IVI de 24,15%, ou seja, aproximadamente a quarta
parte do valor total da floresta;
. Matayba elaeagnoides, com um IVI de 9,68%;
. Capsicodendron dinisii, com um IVI de 7,27%;
. Ilex brevicuspis, com um IVI de 6,36%;
. Cupania vernalis, com um IVI de 4,20%.

Verificou-se que essas cinco espécies mais importantes da floresta representaram,


aproximadamente, 50% do valor total da floresta. Portanto, essas foram as espécies que mais
caracterizaram a estrutura florística da floresta analisada.
As demais espécies, de menor IVI foram também importantes, por serem integrantes
da associação araucária, embora com menor participação.
309

5.3.6.3 Análise da posição sociológica

a) Densidade das espécies por posição sociológica

Verificou-se que, para a totalidade da floresta, ocorreu uma maior densidade de


árvores no estrato médio (41,62%), seguido pelo estrato inferior (39,51%) e superior
(18,87%). A pouca densidade de indivíduos no estrato inferior quando comparado com certas
florestas, deve-se ao fato de terem sido consideradas, nesta análise, apenas as árvores com
DAP igual ou superior a 10 cm. Por esse motivo, não se observou a distribuição de densidade
característica de florestas naturais, heterogêneas e ineqüiâneas, a qual apresenta maior número
de indivíduos no estrato inferior e diminuição até o estrato superior (veja Tabela 75).
A Araucaria angustifolia, Banara parviflora, Capsicodendron dinisii, Eugenia
rostrifolia, Zanthoxylum kleinii, Ilex brevicuspis, Lithraea brasiliensis, Matayba
elaeagnoides, Nectandra megapotamica, Nectandra saligna, Rapanea ferruginea e Vitex
megapotamica foram as únicas espécies representadas nos três estratos fitossociológicos. Por
esse motivo, pode-se prever que essas espécies possam ter permanência garantida na
composição futura da floresta.
No estrato superior as espécies mais abundantes foram: Araucaria angustifolia
(56,07%) e Ilex brevicuspis (15,89%). Além disso, essas espécies apresentaram maior número
de indivíduos no estrato superior e menor no inferior, o que confirma a sua própria
característica. Por esse motivo, essas espécies contribuíram muito para a fisionomia da
floresta, dominando o estrato superior.
As espécies mais abundantes da floresta, relacionadas no estrato inferior, foram:
Cupania vernalis, Campomanesia xanthocarpa, Lithraea brasiliensis, Myrcia bomycina,
Myrciaria tenella, Sebastiania commersoniana e Strychnos brasiliensis, constituíndo,
portanto, as espécies mais típicas do subbosque.

b) Dominância das espécies por posição sociológica

Os valores de dominância (área basal) por posição sociológica das espécies foram
registrados na Tabela 76.
310

TABELA 75 - Número de árvores por posição sociológica com DAP≥5,0 cm

Espécie Estrato Superior Estrato Médio Estrato Inferior Total


(código) N. %* %** N. %* %** N. %* %** N.
1 0 0,00 0,00 2 0,85 33,33 4 1,79 66,67 6
2 0 0,00 0,00 1 0,42 33,33 2 0,89 66,67 3
3 60 56,07 57,69 40 16,95 38,46 4 1,79 3,85 104
4 1 0,93 6,67 5 2,12 33,33 9 4,02 60,00 15
5 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 1 0,45 100,0 1
6 0 0,00 0,00 2 0,85 20,00 8 3,57 80,00 10
7 1 0,93 1,89 31 13,14 58,49 21 9,38 39,62 53
8 1 0,93 50,00 1 0,42 50,00 0 0,00 0,00 2
9 0 0,00 0,00 8 3,39 25,81 23 10,27 74,19 31
10 0 0,00 0,00 4 1,69 57,14 3 1,34 42,86 7
11 0 0,00 0,00 2 0,85 100,00 0 0,00 0,00 2
12 1 0,93 12,50 4 1,69 50,00 3 1,34 37,50 8
13 3 2,80 30,00 5 2,12 50,00 2 0,89 20,00 10
14 0 0,00 0,00 1 0,42 25,00 3 1,34 75,00 4
15 0 0,00 0,00 3 1,27 100,00 0 0,00 0,00 3
16 17 15,89 54,84 11 4,66 35,48 3 1,34 9,68 31
17 0 0,00 0,00 1 0,42 50,00 1 0,45 50,00 2
18 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 1 0,45 100,0 1
19 0 0,00 0,00 2 0,85 66,67 1 0,45 33,33 3
20 0 0,00 0,00 1 0,42 100,00 0 0,00 0,00 1
21 0 0,00 0,00 2 0,85 66,67 1 0,45 33,33 3
22 1 0,93 3,85 8 3,39 30,77 17 7,59 65,38 26
23 0 0,00 0,00 1 0,42 100,00 0 0,00 0,00 1
24 5 4,67 8,47 39 16,53 66,10 15 6,70 25,42 59
25 0 0,00 0,00 5 2,12 29,41 12 5,36 70,59 17
26 0 0,00 0,00 3 1,27 9,38 29 12,95 90,63 32
27 3 2,80 16,67 10 4,24 55,56 5 2,23 27,78 18
28 6 5,61 31,58 11 4,66 57,89 2 0,89 10,53 19
29 1 0,93 50,00 1 0,42 50,00 0 0,00 0,00 2
30 1 0,93 100,00 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 1
31 0 0,00 0,00 6 2,54 66,67 3 1,34 33,33 9
32 0 0,00 0,00 1 0,42 100,00 0 0,00 0,00 1
33 3 2,80 15,79 9 3,81 47,37 7 3,13 36,84 19
34 1 0,93 16,67 5 2,12 83,33 0 0,00 0,00 6
35 0 0,00 0,00 2 0,85 13,33 13 5,80 86,67 15
36 0 0,00 0,00 2 0,85 25,00 6 2,68 75,00 8
37 0 0,00 0,00 2 0,85 20,00 8 3,57 80,00 10
38 0 0,00 0,00 2 0,85 18,18 9 4,02 81,82 11
39 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 1 0,45 100,0 1
40 1 0,93 25,00 2 0,85 50,00 1 0,45 25,00 4
41 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 6 2,68 100,0 6
42 1 0,93 50,00 1 0,42 50,00 0 0,00 0,00 2
Total 107 100,0 18,9 236 100,0 41,62 224 100,0 38.51 567
* = % da espécie dentro da classe de posição sociológica
** = % da espécie entre as classes de posição sociológica
Obs.: veja nome das espécies na Tabela 72.
311

TABELA 76 – Dominância absoluta e relativa das espécies (área basal) por posição
sociológica com DAP ≥ 5,0 cm

Espécies Estrato Superior Estrato Médio Estrato Inferior Total


(código) m2 %* %** m2 %* %** m2 %* %** m2
1 0,00 0,00 0,00 0,07 0,61 46,15 0,08 2,03 53,85 0,15
2 0,00 0,00 0,00 0,03 0,30 32,75 0,07 1,73 67,25 0,11
3 12,95 71,37 85,26 2,19 18,77 14,40 0,05 1,26 0,34 15,19
4 0,04 0,22 16,77 0,08 0,68 33,02 0,12 2,92 50,21 0,24
5 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,22 0,54 100,00 0,02
6 0,00 0,00 0,00 0,06 0,48 34,72 0,11 2,58 65,28 0,16
7 0,07 0,39 4,54 1,04 8,95 67,33 0,44 10,58 28,13 1,55
8 0,22 1,21 89,45 0,03 0,22 10,55 0,00 0,00 0,00 0,25
9 0,00 0,00 0,00 0,50 4,08 40,96 0,69 16,65 59,04 1,16
10 0,00 0,00 0,00 0,10 0,84 65,24 0,05 1,27 34,76 0,15
11 0,00 0,00 0,00 0,08 0,66 100,0 0,00 0,00 0,00 0,08
12 0,04 0,23 16,85 0,17 1,48 70,28 0,03 0,77 12,88 0,24
13 0,26 1,45 55,31 0,18 1,57 38,45 0,03 0,72 6,24 0,48
14 0,00 0,00 0,00 0,02 0,17 40,08 0,03 0,72 59,97 0,05
15 0,00 0,00 0,00 0,22 1,89 100,0 0,00 0,00 0,00 0,22
16 2,00 11,00 65,65 0,98 8,44 32,33 0,06 1,50 2,02 3,04
17 0,00 0,00 0,00 0,12 1,07 92,34 0,01 0,25 7,06 0,13
18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,28 100,00 0,01
19 0,00 0,00 0,00 0,06 0,54 88,46 0,01 0,20 11,54 0,07
20 0,00 0,00 0,00 0,02 0,15 100,0 0,00 0,00 0,00 0,02
21 0,00 0,00 0,00 0,14 1,22 93,91 0,01 0,22 6,09 0,15
22 0,08 0,08 8,03 0,48 4,14 49,67 0,41 9,99 42,80 0,97
23 0,00 0,00 0,00 0,09 0,75 100,0 0,00 0,00 0,00 0,09
24 0,84 4,64 23,13 2,52 21,61 69,19 0,28 6,79 7,68 3,69
25 0,00 0,00 0,00 0,08 0,75 35,71 0,15 3,70 64,29 0,24
26 0,00 0,00 0,00 0,04 0,32 8,74 0,38 9,47 91,26 0,43
27 0,32 1,78 38,15 0,45 3,89 53,63 0,07 1,69 8,22 0,85
28 0,69 3,82 47,70 0,74 6,38 51,11 0,02 0,42 1,19 1,45
29 0,06 0,33 39,35 0,09 0,80 60,65 0,00 0,00 0,00 0,15
30 0,04 0,20 100,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04
31 0,00 0,00 0,00 0,11 0,92 57,48 0,08 1,94 42,51 0,19
32 0,00 0,00 0,00 0,03 0,30 100,0 0,00 0,00 0,00 0,03
33 0,19 1,06 25,30 0,46 3,92 60,02 0,11 2,71 14,68 0,76
34 0,05 0,26 24,13 0,15 1,27 75,87 0,00 0,00 0,00 0,20
35 0,00 0,00 0,00 0,03 0,29 18,19 0,22 5,45 86,81 0,26
36 0,00 0,00 0,00 0,03 0,28 18,18 0,15 3,58 81,82 0,18
37 0,00 0,00 0,00 0,05 0,48 28,64 0,13 3,27 71,36 0,19
38 0,00 0,00 0,00 0,10 0,85 39,93 0,15 3,64 60,07 0,25
39 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,37 100,00 0,02
40 0,05 0,27 31,85 0,06 0,54 41,02 0,04 1,00 27,13 0,15
41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 1,77 100,00 0,07
42 0,24 1,34 83,78 0,05 0,41 16,22 0,00 0,00 0,00 0,29
Total 18,15 100,0 53,51 11,65 100,00 34,35 4,12 100,0 12,14 33,91
* = % da espécie dentro da classe de posição sociológica
** = % da espécie entre as classes de posição sociológica
Obs.: veja nome das espécies na Tabela 72.
312

A área basal total da floresta foi de, aproximadamente, 34 m2/ha. Desse total, cerca de
54% encontravam-se no estrato superior, 34% no médio e 12% no estrato inferior. A maior
dominância ocorria no estrato superior, em razão de existirem, nesta posição, os maiores
diâmetros, ao contrário do que acontece nos estratos médio e inferior.
Com relação à dominância das espécies por estrato, foram observadas, no estrato
inferior, as seguintes espécies: Cupania vernalis (16,65%), Capsicodendron dinisii (10,58%),
Lithraea brasiliensis (9,99%), Myrciaria tenella (9,47%). No estrato médio, sobressaiam a
Matayba elaeagnoides (21,61%), Araucaria angustifolia (18,77%), Capsicodendron dinisii
(8,95%) e Ilex brevicuspis (8,44%). No estrato superior, a dominância da Araucaria
angustifolia (71,37%), Ilex brevicuspis (11,0%) e Matayba elaeagnoides (4,64%).

c) Volume comercial das espécies por posição sociológica

O volume comercial com casca das árvores foi determinado por meio das equações
definidas para espécies folhosas e para Araucaria angustifolia, respectivamente:

• Para espécies folhosas:

log v = -3,95275 + 2,04354 . log d + 0,61461 . log hc

• Para Araucaria angustifolia:

log v = -4,29736 + 2,18411. log d + 0,68504 . log hc

Por outro lado, o volume de galhos das espécies folhosas pode ser estimado mediante
a equação definida por BRENA et al.(1988):

log vg = -1,43430 + 0,00205 . (d.h)

Sendo: v = volume comercial com casca, em metros cúbicos; vg = volume de galhos,


em metros cúbicos; d = diâmetro à altura do peito, em centímetros; h = altura total, em
metros; hc = altura comercial, em metros.
313

Na Tabela 77 foram registrados os valores de volume comercial com casca por posição
sociológica das espécies encontradas na floresta.
Do volume comercial total com casca da floresta (259,37 m3/ha), cerca de 70% foram
encontrados no estrato superior, 25% no estrato médio e apenas 5% no inferior.
Com relação à distribuição do volume comercial por estrato, pode-se observar, no
estrato inferior, que as espécies com maior distribuição foram: Cupania vernalis (17,74%),
Lithraea brasiliensis (12,18%), Capsicodendron dinisii (10,84%), Myrciaria tenella (7,46%)
e Matayba elaeagnoides (6,04%). No estrato médio, destacam-se: Araucaria angustifolia
(33,11%), Matayba elaeagnoides (17,45%), Ilex brevicuspis (7,73%) e Nectandra saligna
(6,58%). No estrato superior sobressairam Araucaria angustifolia (82,19%), Ilex brevicuspis
(6,30%) e Matayba elaeagnoides (3,03%).

5.3.6.4 Análise da qualidade do fuste

a) Número de árvores por classe de qualidade de fuste

Os resultados da distribuição do número de árvores, por classes de qualidade do fuste


definidas por boa, média e má qualidade, encontram-se registrados no Tabela 78.
Considerando a totalidade das espécies da floresta, encontrou-se a seguinte proporção
de qualidade do fuste: 41,09% de boa qualidade, 29,81% de média qualidade e 29,10% de má
qualidade.
De acordo com esses valores, constatou-se que ocorriam árvores com uma boa forma
de fuste, o que é importante para uma exploração econômica da floresta.
A Araucaria angustifolia foi a espécie que apresentou melhores fustes, entre todas as
espécies da floresta, pois que representava, aproximadamente, 42% das árvores com fustes de
boa qualidade. Por outro lado, a Matayba elaeagnoides apresentou os piores fustes da floresta,
ou seja, cerca de 15% do total dos fustes eram de má qualidade.
Observou-se também que a Araucaria angustifolia apresentava cerca de 93% de suas
árvores com boa qualidade de fuste, 5% classificadas como de média qualidade, e, apenas, 2%
com de má qualidade. Isso demonstrou sua grande importância econômica na floresta em
questão.
314

TABELA 77 - Volume comercial com casca das espécies por posição sociológica com DAP ≥
5,0 cm
Espécie Estrato Superior Estrato Médio Estrato Inferior Total
(código) m3 %* %** m3 %* %** m3 %* %** m3
1 0,00 0,00 0,00 0,33 0,51 58,08 0,24 1,81 41,92 0,56
2 0,00 0,00 0,00 0,15 0,25 42,00 0,21 1,58 58,00 0,35
3 149,69 82,19 87,43 21,27 33,11 12,42 0,25 1,90 0,14 171,2
4 0,26 0,14 29,43 0,28 0,44 31,76 0,34 2,64 38,81 0,88
5 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,26 100,0 0,03
6 0,00 0,00 0,00 0,19 0,33 42,14 0,27 2,05 57,80 0,46
7 0,36 0,20 6,31 3,87 6,02 69,65 1,41 10,84 25,04 5,63
8 2,51 1,38 95,36 0,11 0,17 4,14 0,00 0,00 0,00 2,62
9 0,00 0,00 0,00 2,23 3,48 49,19 2,31 17,74 50,81 4,54
10 0,00 0,00 0,00 0,40 0,63 73,24 0,15 1,14 26,76 0,55
11 0,00 0,00 0,00 0,30 0,47 100,0 0,00 0,00 0,00 0,30
12 0,24 0,13 23,46 0,68 1,05 66,06 0,11 0,82 10,48 1,02
13 0,89 0,49 49,46 0,82 1,27 45,14 0,10 0,75 5,40 1,81
14 0,00 0,00 0,00 0,07 0,15 43,49 0,09 0,67 56,51 0,15
15 0,00 0,00 0,00 1,46 2,27 100,0 0,00 0,00 0,00 1,46
16 11,47 6,30 68,99 4,97 7,75 29,89 0,19 1,44 1,12 16,62
17 0,00 0,00 0,00 0,36 0,55 91,53 0,03 0,25 8,47 0,39
18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05 0,35 100,0 0,05
19 0,00 0,00 0,00 0,21 0,32 91,58 0,02 0,15 8,42 0,23
20 0,00 0,00 0,00 0,08 0,15 100,0 0,00 0,00 0,00 0,08
21 0,00 0,00 0,00 0,80 1,25 95,50 0,03 0,22 8,50 0,83
22 0,27 0,15 6,95 1,97 3,07 51,58 1,58 12,18 41,47 3,82
23 0,00 0,00 0,00 0,18 0,28 100,0 0,00 0,00 0,00 0,18
24 5,51 3,03 31,48 11,21 17,45 64,03 0,79 6,04 4,49 17,50
25 0,00 0,00 0,00 0,38 0,59 48,51 0,40 3,08 51,49 0,78
26 0,00 0,00 0,00 0,10 0,16 9,37 0,97 7,46 90,63 1,07
27 1,78 0,98 42,25 2,21 3,45 52,66 0,21 1,65 5,10 4,20
28 4,72 2,59 52,34 4,23 6,58 46,91 0,07 0,52 0,75 9,01
29 0,48 0,26 46,72 0,55 0,86 53,28 0,00 0,00 0,00 1,03
30 0,31 0,17 100,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,31
31 0,00 0,00 0,00 0,47 0,73 54,98 0,39 2,97 45,02 0,86
32 0,00 0,00 0,00 0,14 0,22 100,0 0,00 0,00 0,00 0,14
33 1,08 0,59 27,82 2,39 3,71 61,26 0,42 3,27 10,91 3,89
34 0,25 0,14 30,05 0,59 0,92 69,95 0,00 0,00 0,00 0,85
35 0,00 0,00 0,00 0,12 0,18 14,90 0,68 5,21 85,10 0,80
36 0,00 0,00 0,00 0,06 0,10 13,95 0,40 3,06 86,05 0,46
37 0,00 0,00 0,00 0,22 0,34 32,81 0,44 3,40 67,19 0,66
38 0,00 0,00 0,00 0,45 0,70 46,37 0,52 3,99 53,63 0,97
39 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05 0,39 100,0 0,05
40 0,21 0,12 39,12 0,19 0,29 34,08 0,15 1,12 26,79 0,54
41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14 1,07 100,0 0,19
42 2,10 1,16 91,03 0,21 0,32 8,97 0,00 0,00 0,00 2,31
Total 182,13 100,0 70,22 64,23 100,00 24,76 13,0 100,0 5,02 259,37
* = % da espécie dentro da classe de posição sociológica
** = % da espécie entre as classes de posição sociológica
Obs.: veja nome das espécies na Tabela 12.
315

TABELA 78 - Número de árvores por classe de qualidade de fuste com DAP ≥ 5,0 cm.

Espécie Boa Média Má Total


(código) N. %* %** N. %* %** N. %* %** N.
1 1 0,43 16,67 2 1,18 33,33 3 1,82 50,00 6
2 0 0,00 0,00 1 0,59 33,33 2 1,21 66,67 3
3 97 41,63 93,27 5 2,96 4,81 2 1,21 1,92 104
4 5 2,15 33,33 7 4,14 46,67 3 1,82 20,00 15
5 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 1 0,61 100,0 1
6 0 0,00 0,00 3 1,78 30,00 7 4,24 70,00 10
7 14 6,01 26,42 23 13,61 43,40 16 9,70 30,19 53
8 1 0,43 50,00 1 0,59 50,00 0 0,00 0,00 2
9 8 3,43 25,81 12 7,10 38,71 11 6,67 35,48 31
10 4 1,72 57,14 3 1,78 42,86 0 0,00 0,00 7
11 1 0,43 50,00 1 0,59 50,00 0 0,00 0,00 2
12 1 0,43 12,50 4 2,87 50,00 3 1,82 37,50 8
13 5 2,15 50,00 3 1,78 30,00 2 1,21 20,00 10
14 1 0,43 25,00 1 0,59 25,00 2 1,21 50,00 4
15 3 1,29 100,0 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 3
16 12 5,15 38,71 8 4,73 25,81 11 6,67 35,48 31
17 1 0,43 50,00 0 0,00 0,00 1 0,61 50,00 2
18 0 0,00 0,00 1 0,59 100,0 0 0,00 0,00 1
19 1 0,43 33,33 2 1,18 66,67 0 0,00 0,00 3
20 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 1 0,61 100,0 1
21 0 0,00 0,00 2 1,18 66,67 1 0,61 33,33 3
22 5 2,15 19,23 9 5,33 34,62 12 7,27 46,15 26
23 0 0,00 0,00 1 0,59 100,0 0 0,00 0,00 1
24 16 6,87 27,12 19 11,24 32,20 24 14,55 40,68 59
25 1 0,43 5,88 4 2,37 23,53 12 7,27 70,59 17
26 8 3,43 25,00 12 7,10 37,50 12 7,27 37,50 32
27 8 3,43 44,44 7 4,14 38,89 3 1,82 16,67 18
28 9 3,86 47,87 8 4,73 42,11 2 1,21 10,53 19
29 1 0,43 50,00 1 0,59 50,00 0 0,00 0,00 2
30 1 0,43 100,0 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 1
31 6 2,58 66,67 1 0,59 11,11 2 1,21 22,22 9
32 1 0,43 100,0 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 1
33 8 3,43 42,11 9 5,33 47,37 2 1,21 10,53 19
34 2 0,86 33,33 2 1,18 33,33 2 1,21 33,33 6
35 3 1,29 20,00 3 1,78 20,00 9 5,45 60,00 15
36 0 0,00 0,00 4 2,37 50,00 4 2,42 50,00 8
37 5 2,15 50,00 2 1,18 20,00 3 1,82 30,00 10
38 3 1,29 27,27 3 1,78 27,27 5 3,03 45,45 11
39 0 0,00 0,00 1 0,59 100,0 0 0,0 0,00 1
40 0 0,93 0,00 3 1,78 75,00 1 0,61 25,00 4
41 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 6 3,64 100,0 6
42 1 0,43 50,00 1 0,59 50,00 0 0,00 0,00 2
Total 233 100,0 41,09 169 100,0 29,81 165 100,0 29,10 567
* = % da espécie dentro da classe de qualidade do fuste
** = % da espécie entre as classes de qualidade do fuste
Obs.: veja nome das espécies na Tabela 72.
316

Outras espécies, como: Capsicodendron dinisii, Cupania vernalis, Ilex brevicuspis,


Nectandra megapotamica, Nectandra saligna, Luehea divaricata, Prunus sellowii e Rapanea
ferruginea apresentaram, na maioria dos indivíduos, fustes de boa e média qualidade, sendo
também de importância comercial.

b) Volume comercial por espécie e classes de qualidade do fuste

Os resultados do volume comercial com casca por classe de qualidade do fuste


definidas por boa, média e má qualidade, foram registrados na Tabela 79.
Observou-se que, aproximadamente, 81% do volume comercial com casca, de todas as
espécies, pertenciam às árvores com fuste de boa qualidade, 11% às árvores de média
qualidade e 8% às árvores de má qualidade. Com isso, deduziu-se que o povoamento
analisado apresentava alta importância comercial, uma vez que a maior percentagem de
volume comercial era de boa qualidade.
A Araucaria angustifolia foi a espécie de maior importância comercial, visto
representar, aproximadamente, 79,18% do volume comercial total de boa qualidade (166,28
m3/ha).
Outras espécies, também importantes comercialmente, por apresentarem maiores
volumes de boa e média qualidade, foram: Capsicodendron dinisii, Cupania vernalis,
Eugenia rostrifolia, Ilex brevicuspis, Lithraea brasiliensis, Matayba elaeagnoides, Nectandra
megapotamica, Nectandra saligna, Prunus sellowii e Rapanea ferruginea.
Entre as espécies que mais contribuíram para a composição do volume comercial com
casca total da floresta nativa, destacaram-se o pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia)
com cerca de 66,0% do volume comercial com casca total por hectare, seguido do camboatá-
branco (Matayba elaeagnoides) com 6,7% e da caúna (Ilex brevicuspis) com 6,4%. O
camboatá-vermelho (Cupania vernalis) e o camboim (Myrciaria tenella) contribuíram com
apenas 2,8%, aproximadamente.
Em termos de densidade, verificou-se que a araucária apresentou cerca de 18,3% do
total do número de árvores e o camboatá-branco cerca de 10,4%.
317

TABELA 79 - Volume comercial com casca por qualidade de fuste com DAP ≥ 5,0 cm

Espécie Boa Média Má Total


(código) m3 %* %** m3 %* %** m3 %* %** m3
1 0,15 0,07 26,51 0,29 1,05 52,43 0,12 0,55 21,07 0,56
2 0,00 0,00 0,00 0,15 0,55 42,00 0,21 0,96 58,00 0,35
3 166,28 79,18 97,13 3,71 13,24 2,16 1,21 5,68 0,71 171,20
4 0,34 0,16 37,89 0,49 1,75 55,49 0,06 0,27 6,02 0,88
5 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06 0,16 100,0 0,03
6 0,00 0,00 0,00 0,19 0,69 41,84 0,27 1,25 58,16 0,46
7 1,82 0,87 32,35 2,70 9,65 47,96 1,11 5,19 19,68 5,63
8 2,51 1,20 95,86 0,11 0,39 4,14 0,00 0,00 0,00 2,62
9 1,49 0,71 32,76 1,20 4,28 26,39 1,86 8,69 40,06 4,54
10 0,24 0,11 42,78 0,32 1,18 57,22 0,00 0,00 0,00 0,55
11 0,18 0,09 58,94 0,12 0,45 41,06 0,00 0,00 0,00 0,30
12 0,24 0,11 23,46 0,68 2,42 66,06 0,11 0,50 10,48 1,02
13 1,20 0,57 66,57 0,28 1,01 15,67 0,32 1,50 17,76 1,81
14 0,07 0,03 43,49 0,02 0,09 16,05 0,06 0,29 40,46 0,15
15 1,46 0,69 100,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,46
16 8,57 4,08 51,57 3,49 12,45 20,98 4,56 21,35 27,46 16,62
17 0,86 0,17 91,53 0,00 0,00 0,00 0,03 0,15 8,47 0,39
18 0,00 0,00 0,00 0,05 0,16 100,0 0,00 0,00 0,00 0,05
19 0,08 0,04 36,07 0,15 0,52 63,93 0,00 0,00 0,00 0,23
20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,08 0,39 100,0 0,08
21 0,00 0,00 0,00 0,07 0,27 8,97 0,76 3,55 91,03 0,83
22 1,54 0,73 40,17 1,04 3,71 27,21 1,25 5,83 32,61 3,82
23 0,00 0,00 0,00 0,18 0,65 100,0 0,00 0,00 0,00 0,18
24 7,00 3,33 40,01 4,86 17,86 27,79 5,64 26,38 32,20 17,50
25 0,23 0,11 29,48 0,14 0,51 18,41 0,41 1,90 52,10 0,78
26 0,29 0,14 26,82 0,38 1,34 35,09 0,41 1,91 38,08 1,07
27 3,17 1,51 75,89 0,92 3,30 21,95 0,11 0,52 2,66 4,20
28 5,74 2,73 63,69 3,12 11,16 34,68 0,15 0,69 1,63 9,01
29 0,48 0,23 46,72 0,55 1,97 53,28 0,00 0,00 0,00 1,03
30 0,31 0,15 100,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,31
31 0,40 0,23 56,41 0,29 1,04 34,05 0,08 0,38 9,55 0,86
32 0,14 0,07 100,0 0,00 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14
33 2,13 1,02 54,82 1,05 3,77 27,09 0,70 3,29 18,09 3,89
34 0,39 0,19 46,48 0,12 0,45 14,71 0,33 1,54 38,81 0,85
35 0,23 0,11 29,47 0,17 0,62 21,68 0,39 1,82 48,85 0,80
36 0,00 0,00 0,00 0,16 0,66 33,87 0,31 1,43 66,13 0,46
37 0,31 0,15 47,32 0,08 0,27 11,39 0,27 1,27 41,29 0,66
38 0,48 0,23 49,22 0,24 0,84 24,38 0,26 1,20 26,41 0,97
39 0,00 0,00 0,00 0,05 0,18 100,0 0,00 0,00 0,00 0,05
40 0,00 0,00 0,00 0,40 1,42 73,21 0,15 0,68 26,79 0,54
41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14 0,65 100,0 0,19
42 2,10 1,00 91,03 0,21 0,74 8,97 0,00 0,00 0,00 2,31
Total 210,01 100,00 80,97 27,99 100,00 10,79 21,37100,00 8,24 259,38
* = % da espécie dentro da classe de qualidade do fuste
** = % da espécie entre as classes de qualidade do fuste
Obs.: veja nome das espécies na Tabela 72.
318

Considerando o diâmetro médio, todas as espécies apresentaram um valor aritmético


bastante baixo, aproximadamente 25 cm. Por outro lado, excetuando-se o pinheiro-brasileiro,
com 15,0 m de altura comercial média, quase todas as espécies apresentaram alturas
comerciais menores que 6,0 m, com raras exceções, como por exemplo a caúna (Ilex sp.), o
cambará (Gochnatia polymorpha) e o vassourão-branco (Pitocarpha angustifolia),
independente da qualidade dos troncos e valorização.

5.3.6.5 Volume, número de árvores e área basal por espécie e classe de diâmetro

Verificou-se que a maioria das espécies apresentavam DAP superior a 30 cm. Além do
pinheiro-brasileiro, encontravam-se, neste caso, apenas a caúna e o camboatá-branco, entre as
folhosas. O pinheiro-brasileiro, por exemplo, permitiria a realização de corte na ordem de
94,5% do volume, com retirada de 66,4% do número de árvores por hectare. A caúna
permitiria a retirada de 87,6% do volume e 64,5% do número de árvores por hectare (veja
Tabela 80).

5.3.6.6 Volume e número de árvores por classe de diâmetro e qualidade do fuste

Baseando-se na equação de volume comercial com casca selecionada para o conjunto


de dados, foram calculados os volumes para todas as espécies inventariadas, agrupando-as em
classes de diâmetro e qualidade da tora, definidas por: I – boa qualidade; II – média
qualidade; III – má qualidade.
O maior volume comercial com casca de madeira, independente da espécie, foi
encontrado na classe de qualidade I, contando com cerca de 79,37% do total, correspondente a
41% do total do número de árvores por hectare.
319

TABELA 80 - Volume comercial com casca e número de árvores por hectare, classe de
diâmetro e espécie

Cód Descrição 5- 15- 25- 35- 45- 55- 65- >75 Total
14,9 24,9 34,9 44,9 54,9 64,9 74,9
1 Vol. c/c/ha 0,05 0,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,56
N. árv./ha 2,00 4,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,00
Área Basal 0,02 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15
DAP médio 11,3 0,69 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 17,56
Alt. Com. m 3,25 5,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,42
2 Vol. c/c/ha 0,00 0,22 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,35
N. árv./ha 0,00 2,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,00
Área Basal 0,00 0,06 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,11
DAP médio 0,00 18,78 25,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 20,90
Alt. Com. m 0,00 5,25 3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,50
3 Vol. c/c/ha 0,88 6,16 7,45 25,30 47,66 45,43 17,47 20,85 171,21
N. árv./ha 10,00 21,00 10,00 19,00 22,00 15,00 4,00 3,00 104,00
Área Basal 0,13 0,63 0,75 2,42 4,29 4,00 1,43 1,53 15,19
DAP médio 13,08 19,40 30,85 40,16 49,76 58,26 67,40 80,64 39,32
Alt. Com. m 8,35 12,86 15,40 16,24 16,82 16,60 17,50 19,00 15,02
4 Vol. c/c/ha 0,36 0,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,89
N. árv./ha 10,00 5,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 15,00
Área Basal 0,11 0,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,24
DAP médio 12,00 17,57 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 13,86
Alt. Com. m 4,05 5,40 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,50
5 Vol. c/c/ha 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03
N. árv./ha 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00
Área Basal 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02
DAP médio 0,00 16,87 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 16,87
Alt. Com. m 0,00 1,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,50
6 Vol. c/c/ha 0,22 0,24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,46
N. árv./ha 7,00 3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,00
Área Basal 0,07 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,16
DAP médio 12,60 17,72 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 14,15
Alt. Com. m 3,29 4,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,50
7 Vol. c/c/ha 0,49 3,87 1,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,63
N. árv./ha 13,00 35,00 5,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 53,00
Área Basal 0,16 1,05 0,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,55
DAP médio 12,41 19,31 29,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 18,58
Alt. Com. m 4,23 4,97 4,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,77
8 Vol. c/c/ha 0,00 0,11 0,00 0,00 2,51 0,00 0,00 0,00 2,62
N. árv./ha 0,00 1,00 0,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 2,00
Área Basal 0,00 0,03 0,00 0,00 0,22 0,00 0,00 0,00 0,25
DAP médio 0,00 18,14 0,00 0,00 52,84 0,00 0,00 0,00 35,49
Alt. Com. m 0,00 6,00 0,00 0,00 16,50 0,00 0,00 0,00 12,75
9 Vol. c/c/ha 0,33 1,78 1,71 0,72 0,00 0,00 0,00 0,00 4,54
N. árv./ha 7,00 17,00 6,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 31,00
Área Basal 0,11 0,54 0,40 0,11 0,00 0,00 0,00 0,00 1,18
DAP médio 14,19 19,90 28,91 38,20 0,00 0,00 0,00 0,00 20,95
Alt. Com. m 3,93 4,35 5,75 9,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,88
Obs.: veja nome (Cod.) das espécies na Tabela 72.
320

TABELA 80 - Volume comercial com casca e número de árvores por hectare, classe de
diâmetro e espécie. Cont.

Cód Descrição 5- 15- 25- 35- 45- 55- 65- >75 Total
14,9 24,9 34,9 44,9 54,9 64,9 74,9
10 Vol. c/c/ha 0,12 0,43 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,55
N. árv./ha 3,00 4,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7,00
Área Basal 0,04 0,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15
DAP médio 12,31 19,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 16,14
Alt. Com. m 5,00 4,87 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,93
11 Vol. c/c/ha 0,00 0,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,30
N. árv./ha 0,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,00
Área Basal 0,00 0,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,08
DAP médio 0,00 22,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 22,12
Alt. Com. m 0,00 5,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,25
12 Vol. c/c/ha 0,11 0,68 0,26 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,02
N. árv./ha 3,00 4,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,00
Área Basal 0,032 0,15 0,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,24
DAP médio 11,46 21,96 27,69 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 18,74
Alt. Com. m 4,67 6,25 5,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,50
13 Vol. c/c/ha 0,18 0,44 0,79 0,42 0,00 0,00 0,00 0,00 1,81
N. árv./ha 3,00 3,00 3,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,80
Área Basal 0,06 0,10 0,22 0,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,48
DAP médio 12,52 20,80 30,56 37,56 0,00 0,00 0,00 0,00 22,92
Alt. Com. m 6,50 5,50 4,50 4,50 0,00 0,00 0,00 0,00 5,40
14 Vol. c/c/ha 0,09 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15
N. árv./ha 3,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,00
Área Basal 0,03 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05
DAP médio 11,25 15,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 12,41
Alt. Com. m 4,00 4,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,13
15 Vol. c/c/ha 0,00 0,00 1,46 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,46
N. árv./ha 0,00 0,00 3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,00
Área Basal 0,00 0,00 0,22 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,22
DAP médio 0,00 0,00 30,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 30,45
Alt. Com. m 0,00 0,00 10,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,00
16 Vol. c/c/ha 0,14 0,25 3,88 8,86 1,09 2,40 0,00 0,00 16,62
N. árv./ha 3,00 2,00 11,00 12,00 1,00 2,00 0,00 0,00 31,00
Área Basal 0,04 0,07 0,77 1,48 0,19 0,50 0,00 0,00 3,04
DAP médio 12,52 20,69 29,73 39,55 49,34 56,34 0,00 0,00 33,63
Alt. Com. m 5,67 5,00 7,18 8,42 7,50 5,75 0,00 0,00 7,29
17 Vol. c/c/ha 0,03 0,00 0,00 0,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,39
N. árv./ha 1,00 0,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,00
Área Basal 0,01 0,00 0,00 0,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,13
DAP médio 11,46 0,00 0,00 39,79 0,00 0,00 0,00 0,00 25,62
Alt. Com. m 4,50 0,00 0,00 3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,75
18 Vol. c/c/ha 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05
N. árv./ha 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00
Área Basal 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01
DAP médio 12,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 12,10
Alt. Com. m 6,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,00
321

TABELA 80 - Volume comercial com casca e número de árvores por hectare, classe de
diâmetro e espécie. Cont.

Cód Descrição 5- 15- 25- 35- 45- 55- 65- >75 Total
14,9 24,9 34,9 44,9 54,9 64,9 74,9
19 Vol. c/c/ha 0,02 0,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,23
N. árv./ha 1,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,00
Área Basal 0,01 0,06 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07
DAP médio 10,18 19,89 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 16,66
Alt. Com. m 3,00 4,75 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,17
20 Vol. c/c/ha 0,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,08
N. árv./ha 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00
Área Basal 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02
DAP médio 14,96 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 14,96
Alt. Com. m 7,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7,50
21 Vol. c/c/ha 0,07 0,00 0,00 0,76 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83
N. árv./ha 2,00 0,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,00
Área Basal 0,02 0,00 0,00 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15
DAP médio 11,46 0,00 0,00 40,74 0,00 0,00 0,00 0,00 21,22
Alt. Com. m 5,25 0,00 0,00 8,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,17
22 Vol. c/c/ha 0,26 0,86 1,80 1,40 0,00 0,00 0,00 0,00 3,82
N. árv./ha 10,00 9,00 5,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 26,00
Área Basal 0,12 0,25 0,35 0,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,97
DAP médio 12,25 18,53 29,92 39,63 0,00 0,00 0,00 0,00 19,93
Alt. Com. m 2,55 4,33 4,60 7,50 0,00 0,00 0,00 0,00 3,94
23 Vol. c/c/ha 0,00 0,00 0,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,18
N. árv./ha 0,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00
Área Basal 0,00 0,00 0,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,09
DAP médio 0,00 0,00 33,42 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 33,42
Alt. Com. m 0,00 0,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,00
24 Vol. c/c/ha 0,30 2,33 4,32 4,32 4,56 1,67 0,00 0,00 17,51
N. árv./ha 8,00 24,00 16,00 6,00 4,00 1,00 0,00 0,00 59,00
Área Basal 0,10 0,68 1,14 0,78 0,73 0,25 0,00 0,00 3,64
DAP médio 12,73 18,12 30,02 40,53 48,22 56,66 0,00 0,00 25,59
Alt. Com. m 3,81 4,83 4,78 7,58 8,75 9,00 0,00 0,00 5,30
25 Vol. c/c/ha 0,40 0,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,78
N. árv./ha 14,00 3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 17,00
Área Basal 0,15 0,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,24
DAP médio 11,62 19,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 12,94
Alt. Com. m 3,54 5,83 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,94
26 Vol. c/c/ha 0,82 0,12 0,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,07
N. árv./ha 29,00 2,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 32,00
Área Basal 0,33 0,04 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,43
DAP médio 12,01 16,39 25,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 12,71
Alt. Com. m 3,22 3,75 2,58 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,23
27 Vol. c/c/ha 0,27 0,73 0,87 1,51 0,82 0,00 0,00 0,00 4,20
N. árv./ha 6,00 6,00 3,00 2,00 1,00 0,00 0,00 0,00 18,00
Área Basal 0,07 0,17 0,19 0,24 0,17 0,00 0,00 0,00 0,85
DAP médio 12,47 18,73 28,54 38,99 46,47 0,00 0,00 0,00 22,07
Alt. Com. m 5,19 6,00 6,33 9,00 6,00 0,00 0,00 0,00 6,11
322

TABELA 80 - Volume comercial com casca e número de árvores por hectare, classe de
diâmetro e espécie. Cont.

Cód Descrição 5- 15- 25- 35- 45- 55- 65- >75 Total
14,9 24,9 34,9 44,9 54,9 64,9 74,9
28 Vol. c/c/ha 0,12 0,90 1,85 4,10 2,06 0,00 0,00 0,00 9,01
N. árv./ha 3,00 5,00 4,00 5,00 2,00 0,00 0,00 0,00 19,00
Área Basal 0,03 0,17 0,28 0,61 0,36 0,00 0,00 0,00 1,45
DAP médio 11,35 20,82 29,44 39,47 47,75 0,00 0,00 0,00 8,88
Alt. Com.M 6,00 7,90 9,50 10,00 7,50 0,00 0,00 0,00 6,45
29 Vol. c/c/ha 0,00 0,00 1,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,03
N. árv./ha 0,00 0,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,00
Área Basal 0,00 0,00 0,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15
DAP médio 0,00 0,00 31,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 31,04
Alt. Com.M 0,00 0,00 11,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 11,00
30 Vol. c/c/ha 0,00 0,31 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,31
N. árv./ha 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00
Área Basal 0,00 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04
DAP médio 0,00 21,65 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 21,65
Alt. Com.M 0,00 15,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 15,00
31 Vol. c/c/ha 0,27 0,29 0,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,86
N. árv./ha 6,00 2,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 9,00
Área Basal 0,07 0,06 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,19
DAP médio 12,10 20,21 26,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 15,46
Alt. Com.M 5,92 6,50 8,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,28
32 Vol. c/c/ha 0,00 0,14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14
N. árv./ha 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00
Área Basal 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03
DAP médio 0,00 21,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 21,01
Alt. Com.M 0,00 5,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,50
33 Vol. c/c/ha 0,35 0,56 2,57 0,41 0,00 0,00 0,00 0,00 3,89
N. árv./ha 7,00 5,00 6,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 19,00
Área Basal 0,09 0,12 0,44 0,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,76
DAP médio 12,64 17,76 30,35 37,24 0,00 0,00 0,00 0,00 20,88
Alt. Com.M 5,93 6,60 8,50 4,50 0,00 0,00 0,00 0,00 6,84
34 Vol. c/c/ha 0,04 0,61 0,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,85
N. árv./ha 1,00 4,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,00
Área Basal 0,01 0,13 0,06 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,20
DAP médio 12,41 19,89 26,75 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 19,79
Alt. Com.M 4,50 6,75 4,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,00
35 Vol. c/c/ha 0,42 0,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,80
N. árv./ha 10,00 5,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 15,00
Área Basal 0,14 0,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,26
DAP médio 13,21 17,44 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 14,62
Alt. Com.M 4,05 4,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,07
36 Vol. c/c/ha 0,16 0,13 0,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,46
N. árv./ha 5,00 2,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,00
Área Basal 0,06 0,06 0,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,18
DAP médio 11,97 19,26 28,65 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 15,88
Alt. Com.M 3,60 2,25 3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,19
323

TABELA 80 - Volume comercial com casca e número de árvores por hectare, classe de
diâmetro e espécie. Cont.

Cód Descrição 5- 15- 25- 35- 45- 55- 65- >75 Total
14,9 24,9 34,9 44,9 54,9 64,9 74,9
37 Vol. c/c/ha 0,15 0,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,66
N. árv./ha 4,00 6,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,00
Área Basal 0,05 0,14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,19
DAP médio 12,18 17,24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 15,22
Alt. Com.m 4,25 4,83 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,60
38 Vol. c/c/ha 0,26 0,38 0,35 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,97
N. árv./ha 7,00 3,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 11,00
Área Basal 0,08 0,10 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,25
DAP médio 12,32 20,48 28,99 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 16,06
Alt. Com.m 4,36 5,00 7,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,77
39 Vol. c/c/ha 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05
N. árv./ha 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00
Área Basal 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02
DAP médio 14,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 14,01
Alt. Com.m 4,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,50
40 Vol. c/c/ha 0,00 0,54 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,54
N. árv./ha 0,00 4,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,00
Área Basal 0,00 0,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15
DAP médio 0,00 21,88 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 21,88
Alt. Com. 0,00 4,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,50
41 Vol. c/c/ha 0,08 0,06 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14
N. árv./ha 5,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,00
Área Basal 0,05 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07
DAP médio 11,21 17,19 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 12,20
Alt. Com. 1,70 3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,92
42 Vol. c/c/ha 0,00 0,21 0,00 0,00 0,00 2,10 0,00 0,00 2,31
N. árv./ha 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,00 0,00 2,00
Área Basal 0,00 0,05 0,00 0,00 0,00 0,24 0,00 0,00 0,29
DAP médio 0,00 24,51 0,00 0,00 0,00 55,7 0,00 0,00 40,11
Alt. Com.m 0,00 6,00 0,00 0,00 0,00 13,0 0,00 0,00 9,50

Vol. c/c/ha 7,15 25,26 30,20 48,1 58,7 51,6 17,4 20,8 259,3
Total N° árv./ha 186,0 191,0 82,0 51,0 31,0 19,0 4,0 3,0 567,0
Área Basal 2,239 5,632 5,750 6,36 5,96 4,99 1,42 1,53 33,91

Obs.: Veja nome das espécies na Tabela 72

As classes de qualidade II e III continham, aproximadamente, o mesmo número


relativo de árvores, ou seja, cerca de 30% do total, porém continham, em conjunto, menor
volume que a classe I. Verificou-se, nesse caso, que as duas classes de qualidade somavam
cerca de 19% do volume total (veja Tabela 81).
324

TABELA 81 - Volume comercial com casca e número de árvores por hectare, classe de
diâmetro e qualidade do tronco

Cód Descrição 5- 15- 25- 35- 45- 55- 65- >75 Total
14,9 24,9 34,9 44,9 54,9 64,9 74,9
1 V 2.16 12.81 17.66 38.87 49.03 43.61 14.9 16.96 196.04
N 34.00 73.00 36.00 39.00 27.00 17.00 4.00 3.00 233.00
V 2.36 9.14 6.69 3.86 4.39 1.546 0.0 0.0 28.89
2
N 68.00 68.00 23.00 6.00 3.00 1.00 0.0 0.0 169.00
V 2.94 4.87 6.61 4.76 1.78 1.07 0.0 0.0 22.04
3
N 84.00 50.00 23.00 6.00 1.00 1.00 0.0 0.0 165.00
Sendo: V = Volume por hectare; N = Número de árvores por hectare, Cod.= Código da classe
de qualidade.

5.3.6.7 Estimativa do estoque da floresta

A análise estatística dos dados obtidos no inventário da floresta nativa proporcionou as


seguintes estimativas:
a) Volume comercial médio com casca = 259,4 m3/ha.
b) Variância em volume comercial com casca (s2) = 6.219,0 m3/ha.
c) Erro padrão ( sv ) = 17,63 m3/ha.
d) Erro de amostragem (E) = 14,2%.
e) Intervalos de confiança:

• Para o volume comercial com casca médio por hectare

IC = [ 222,6 m3/ha < µ < 296,3 m3/ha ] = 95%

• Para o volume comercial com casca total, para 398 hectares:

IC = [ 88.595 m3 < ϒ < 117.927 m3 ] = 95%


325

Nesse caso, tendo sido fixado um erro amostral menor que 10 %, seria necessário
levantar mais unidades amostrais, o que não foi realizado, aceitando-se, assim, o erro amostral
calculado de 14,2 %.

5.3.6.8 Regeneração natural

As espécies arbóreas encontradas na regeneração natural foram relacionadas na


Tabela 82, com seus respectivos nomes vulgares e famílias a que pertencem.
Comparando-se esses resultados com os da Tabela 81 com os da Tabela 82, observa-se
que muitas espécies só foram encontradas na regeneração natural, isto é, não apresentaram
indivíduos arbóreos com mais de 5 cm de DAP. Isto representa uma característica normal de
florestas ineqüiâneas, na qual, por causa da concorrência, muitas espécies não chegam a
ocupar os estratos superiores e outras são exclusivas do sub-bosque. Essas espécies foram:
Acacia recurva, Syagnis romanzoffiana, Brunfelsia uniflora, Drimis brasiliensis, Eugenia
uniflora, Inga sp., Machaerium sp., Maytenus dasyclados, Maytenus ilicifolia, Patagonula
americana, Rapanea umbellata, Rhamus sphaerosperma, Rollinia sp., Sebastiania
brasiliensis e Trichilia elegans.
Por outro lado, certas espécies como Erythroxylum deciduum, Eugenia pyriformis,
Gochnatia polymorpha, Lamanonia speciosa, Randia armata, Citronela paniculata e Vitex
megapotamica não apresentaram regeneração natural. Sendo assim, pode-se deduzir que essas
espécies são propícias ao desaparecimento na floresta, pois não estavam resistindo à
concorrência.
Os valores de abundância das espécies encontradas na regeneração natural, foram
resumidos no Tabela 83. Pode-se observar a ocorrência de 46.890 indivíduos por hectare,
número este suficiente para garantir com eficiência a sucessão da floresta.
As espécies com maior regeneração natural, como pode ser observado na Tabela 83,
foram: Myrciaria tenella, Cupania vernalis, Allophylus edulis, Nectandra megapotamica,
Myrcia bombycina, Matayba elaeagnoides, Styrax leprosum e Trichilia elegans. Essas
espécies possuem maiores possibilidades de sobrevivência no futuro povoamento.
326

TABELA 82 - Espécies encontradas na regeneração natural com DAP<5,0 cm

Cod. Nome Científico Nome Vulgar Família


1 Acacia recurva Benth. Unha-de-gato Leguminosae-Mim.
2 Allophylus edulis (A. St. Hil.) Radlk. Ex Chal-Chal Sapindaceae
Warm.
3 Allophylus guaraniticus (A. St. Hil.) Vacunzeiro Sapindaceae
Radlk.
4 Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. Pinheiro-brasileiro Araucareaceae
5 Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glass. Coqueiro Palmae
6 Banara parviflora Benth. Farinha-seca Flacourtiaceae
7 Campomanesia guazumifolia Sete-capotes Myrtaceae
(Camb.)Legr.
8 Brunfelsia uniflora (Pohl) D.Don. Primavera Solanaceae
9 Campomanesia xanthocarpa (Mart.) Guabiroba Myrtaceae
Berg.
10 Capsicodendron dinisii (Schw.) P. Occh Pimenteira Canellaceae
11 Cedrela fissilis Vell. Cedro Meliaceae
12 Cupania vernalis Camb. Camboatá-vermelho Sapindaceae
13 Drymis brasiliensis Miers Casca-de-anta Winteraceae
14 Eugenia rostrifolia Legr. Batinga Myrtaceae
15 Eugenia uniflora L. Pitangueira Myrtaceae
16 Zanthoxylum kleinii (R.S.Cowan) Juvevê Rutaceae
Waterm.
17 Zanthoxylum rhoifoluma Lam. Mamica-de-cadela Rutaceae
18 Ilex brevicuspis Reissek Caúna Aquifoliaceae
19 Ilex dumosa Reissek Congonha Aquifoliaceae
20 Ilex paraguariensis A. St. Hil. Erva-mate Aquifoliaceae
21 Ilex theezans Mart. Caunão Aquifoliaceae
22 Ilex sp. Caúna Aquifoliaceae
23 Inga sp. Ingá Leguminosae-Mim.
24 Lithraea brasiliensis L. March. Bugreiro Anacardiaceae
25 Luehea divariacata Mart.et Zucc. Açoita-cavalo Tiliaceae
26 Machaerium sp. - Leguminosae-
Papil.
327

TABELA 82 - Espécies encontradas na regeneração natural com DAP < 5,0 cm. Cont.

Cod. Nome Científico Nome Vulgar Família

27 Matayba elaeagnoides Radlk. Camboatá-branco Sapindaceae


28 Maytenus dasyclados Mart. Coração-de-bugre Celastraceae
29 Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. Cancorosa Celastraceae
30 Myrcia bombycina (Berg) Kiaersk. Guamirim Myrtaceae
31 Myrciaria tenella (DC.) Berg Camboim Myrtaceae
32 Nectandra megapotamica (Spreng.) Canela-preta Lauraceae
Mez
33 Nectandra saligna Nees et Canela-fedida Lauraceae
Mart. ex Nees
34 Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan Angico-vermelho Leguminosae - Mim.
35 Patagonula americana L. Guajuvira Boraginaceae
36 Piptocarpha angustifolia Dusén ex Vassourão-branco Compositae
Malme
37 Prunus sellowii Koehne Pessegueiro-do- Rosaceae
mato
38 Rapanea ferruginea (Ruiz et Pav.) Mez Capororoquinha Myrsinaceae
39 Rapanea umbellata (Mart. ex A. DC.) Capororocão Myrsinaceae
Mez
40 Rhamnus sphaerosperma Swartz Pau-canjica Rhamnaceae
41 Rollinia sp. Ariticum Annonaceae
42 Roupala sp. Carvalho-brasileiro Proteaceae
43 Sebastiania brasiliensis Spreng. Pau-leiteiro Euphorbiaceae
44 Sebastiania commersoniana (Baill.) Branquilho Euphorbiaceae
L.B. Smith & R.J.Downs
45 Symplocus uniflora (Pohl) Benth. Sete-sangrias Symplocaceae
46 Strychnos brasiliensis (Spreng.) Mart. Esporão Loganiaceae
47 Styrax leprosum Hook. & Arn. Carne-de-vaca Styracaceae
48 Trichilia elegans A. Juss. Pau-de-ervilha Meliaceae
49 Myrtaceas desconhecidas - Myrtaceae
50 Canelas desconhecidas - Lauraceae
51 Outras desconhecidas - -
328

TABELA 83 - Abundância das espécies encontradas na regeneração natural com DAP<5,0


cm

Cód. Espécie Abundância da R. N.


N./180m2 % N./ha
1 Acacia recurva 1 0,12 56
2 Allophylus edulis 66 7,82 3.667
3 Allophylus guaranticus 10 1,18 555
4 Araucaria angustifolia 7 0,83 389
5 Syagns romanzoffiana 1 0,12 56
6 Banara parviflora 4 0,47 222
7 Campomanesia guazumifolia 10 1,18 555
8 Brunfelsia uniflora 7 0,83 389
9 Campomanesia xanthocarpa 7 0,83 389
10 Capsicodendron dinisii 18 2,13 1.000
11 Cedrela fissilis 1 0,12 56
12 Cupania vernalis 83 9,84 4.611
13 Drymis brasiliensis 11 1,30 611
14 Eugenia rostrifolia 3 0,36 167
15 Eugenia uniflora 6 0,71 333
16 Zanthoxylum kleinii 5 0,59 278
17 Zanthoxylum rhoifolia 11 1,30 611
18 Ilex brevicuspis 19 2,25 1.056
19 Ilex dumosa 4 0,47 222
20 Ilex paraguariensis 5 0,59 278
21 Ilex theezans 6 0,71 333
22 Ilex sp. 10 1,18 555
23 Inga sp. 4 0,47 222
24 Lithraea brasiliensis 2 0,24 111
25 Luehea divariacata 8 0,95 444
26 Machaerium sp. 5 0,59 278
27 Matayba elaeagnoides 40 4,74 2.222
Sendo: R.N. = regeneração natural.
329

TABELA 83 - Abundância das espécies encontradas na regeneração natural com DAP < 5
cm. Cont.

Cod. Espécie Abundância da R. N.


N./180m2 % N./ha
28 Maytenus dasyclados 18 3,13 1000
29 Maytenus ilicifolia 1 0,12 56
30 Myrcia bombycina 46 5,45 2.556
31 Myrciaria tenella 107 12,68 5.944
32 Nectandra megapotamica 59 6,99 3.278
33 Nectandra saligna 14 1,66 778
34 Parapiptadenia rigida 29 3,44 1.611
35 Patagonula americana 1 0,12 56
36 Piptocarpha angustifolia 2 0,24 111
37 Prunus sellowii 19 2,25 1.056
38 Rapanea ferruginea 1 0,12 56
39 Rapanea umbellata 1 0,12 56
40 Rhamnus sphaerosperma 2 0,24 111
41 Rollinia sp. 3 0,36 167
42 Roupala sp. 13 1,54 722
43 Sebastiania brasiliensis 22 2,61 1.222
44 Sebastiania commersoniana 3 0,36 167
45 Symplocus uniflora 13 1,54 722
46 Strychnos brasiliensis 8 0,95 444
47 Styrax leprosus 36 4,26 2.000
48 Trichilia elegans 31 3,67 1.722
49 Myrtaceas desconhecidas 24 2,84 1.333
50 Canelas desconhecidas 23 2,73 1.278
51 Outras desconhecidas 14 1,66 778
Total 844 100,0 46.890
Sendo: R.N. = regeneração natural
330

A Araucaria angustifolia, espécie mais abundante da floresta, apresentou uma baixa


regeneração natural (0,83%), valores menores que os encontrados por LONGHI(1980) em
uma floresta de araucária no Estado do Paraná (3%). A baixa regeneração natural da espécie
demonstrou que ela vem sofrendo problemas de regeneração no atual estágio da floresta, em
conseqüência das suas sementes (pinhões) serem apreciados por roedores, pássaros, bem
como coletadas pelo homem que as têm usado como alimento ou para comercialização. Outra
razão importante se refere ao sombreamento provocado pelas espécies do estrato
intermediário e do sub-bosque que impede o desenvolvimento da regeneração natural.

5.3.6.9 Regulação do estoque

5.3.6.9.1 Determinação da distribuição de freqüência balanceada

O inventário florestal realizado para as espécies arbóreas, com DAP igual ou superior
a 5 cm, acusou 567 árvores por hectare.
As freqüências observadas por unidade de área e classes de diâmetro foram ajustadas
por meio da equação de Meyer, expressa por:

ln Ni = 6,3049 - 0,06322 . di

Sendo: Ni= freqüência por hectare na classe i; di = centro de classe de diâmetro, em


centímetros.

Considerando que o coeficiente angular (bi) da equação de Meyer foi igual a -


0,06322, para um intervalo de classe de diâmetro de 10 cm, o Quociente de Liocourt (q) será
igual :

bi . (Xi - Xi+1) -0,06322 . (10-20)


q=e =e

q = 1,8817
331

Para uma estratégia de manejo em que se deseja uma área basal remanescente de 25
m2/ha, diâmetro máximo desejado de 50 cm e um Quociente de Liocourt de 1,4, os novos
coeficientes da equação de Meyer passam a ser:

b1 = ln q / (Xi - Xi+1) = ln 1,4 / -10

b1 = -0,0336

G . 40000
____________________________
b0 = ln [ ]
π . (Σ Xi2 . e b1 . Xi )

25 . 40000
b0 = ln [ ____________________________]
π . 1484,8277

b0 = 5,3677

Com o mesmo procedimento acima, foi determinado, para valores de q igual a 1,6 e
1,8, diâmetro limite de 40 e 50 cm e área basal de 20 e 25 m2/ha, as freqüências balanceadas
que se encontram na Tabela 84.

TABELA 84 – Freqüência balanceadas remanescente por classe de diâmetro em relação ao


diâmetro máximo desejado

Centro Diâmetro máximo desejado (cm)


Classe de 40 50
DAP q=1,4 q=1,6 q=1,8 q=1,4 q=1,6 q=1,8
Área basal remanescente = 20 m2/ha
10 178,33 233,15 291,24 122,50 172,80 228,90
20 127,38 145,15 161,80 87,50 108,00 127,17
30 90,98 91,08 89,89 62,50 67,50 70,65
40 64,99 56,92 49,94 44,64 42,19 39,25
50 31,89 26,37 21,80
Área basal remanescente = 25 m2/ha
10 222,91 291,44 364,05 153,12 216,00 286,12
20 159,22 182,15 202,25 109,37 135,00 158,96
30 113,73 113,84 112,36 78,12 84,37 88,31
40 81,23 71,15 62,42 55,80 52,73 49,06
50 39,86 32,96 27,26
332

Utilizando, por exemplo, como estratégia de manejo para o tipo florestal um


Quociente de Liocourt (q) de 1,4, área basal remanescente de, aproximadamente, 25 m2/ha e
um diâmetro máximo desejado de 50 cm, resultou nas freqüências remanescentes por classe
de diâmetro, encontradas na Tabela 84 e representadas na Figura 23.
A escolha de uma área basal remanescente apropriada é muito importante do ponto de
vista do aproveitamento do sítio e da promoção da vegetação após o corte. A escolha da área
basal remanescente depende muito da auto-ecologia das espécies principais em relação a
condição de tolerantes ou intolerantes. Essa área basal remanescente pode ser determinada em
função das freqüências reais por classe de diâmetro, considerandas até o diâmetro máximo
desejado.
Por outro lado, a condução da regeneração natural das espécies de luz necessita de
uma área basal remanescente que possibilite a estabilidade das plântulas jovens.
A determinação do diâmetro máximo desejado pode ser definido por critérios como o
aproveitamento técnico e a otimização do incremento em valor, mas também por critérios de
recreação e manutenção de habitat para a fauna.
Finalmente, o valor de q depende da distribuição dos diâmetros dentro da parte
regulada da distribuição diamétrica. Quanto maior o q, maior será o número de árvores de
pequeno porte na floresta.

5.3.6.9.2 Determinação do incremento

O incremento corrente anual percentual em volume foi determinado para Araucaria


angustifolia e o grupo de folhosas em geral, em função do diâmetro obtido por idade,
mediante análise de tronco.
As equações determinadas apresentaram um coeficiente de determinação superior a
85%, e um erro padrão da estimativa inferior a 3,4%, sendo apresentadas a seguir:

• Para Araucaria angustifolia:

ln ICA = 7,982 – 1,8990 * ln d


333

FIGURA 23 - Distribuição de freqüências reais e balanceadas para uma floresta mista


de Araucaria angustifolia

• Para espécies folhosas:

ln ICA = 5,7142 – 1,3318 * ln d

Sendo: ICA = incremento corrente anual percentual em volume comercial com casca;
d= diâmetro à altura do peito, tomado à 1,30 m do nível do solo; ln = logarítmo neperiano.

Na Figura 24, pode-se comparar as tendências dos incrementos correntes anuais


percentuais em volume comercial com casca para a Araucaria angustifolia e do grupo de
espécies de folhosas.
334

FIGURA 24 – Incremento corrente anual percentual em volume comercial com casca


em função do diâmetro, para a Araucaria angustifolia e folhosas

Com as equações de incremento foi determinada a taxa média de incremento corrente


anual do volume comercial com casca, expresso em percentagem, para Araucaria angustifolia
e para o grupo de folhosas. Essas taxas foram obtidas por ponderação do incremento estimado
para o centro de classe, com os volumes observados nas classes de diâmetro, mediante a
expressão:

ICA% = Σ Vi . ICi / Σ Vi

Sendo: ICA % = incremento corrente anual médio em volume comercial com casca
para a população, em percentagem; Vi = volume comercial com casca por hectare da classe de
diâmetro i; ICi = incremento corrente anual em volume comercial com casca da classe de
diâmetro i, em percentagem.

Na determinação do incremento corrente anual médio em volume comercial com


casca, expresso em percentagem, foi desprezada a classe de diâmetro acima de 60 cm, em
conseqüência do estado adulto das árvores estarem acima do diâmetro máximo desejado,
conforme apresentado na Tabela 85.
Assim, o incremento corrente anual em volume comercial com casca, expresso em
percentagem, para Araucaria angustifolia foi de 3,18% por ano, e para o grupo de folhosas de
4,14% por ano, servindo como estimadores do incremento corrente anual percentual médio
da população.
335

TABELA 85 – Determinação do incremento corrente anual percentual em volume comercial


com casca da Araucaria angustifolia e folhosas

Classes Araucaria angustifolia Folhosas


de V ICA% V x ICA% V ICA% V x ICA%
DAP
10 0,88 36,94 32,51 6,27 14,12 88,53
20 6,16 9,91 61,04 19,10 5,61 107,15
30 7,45 4,59 34,19 22,75 3,27 74,39
40 25,30 2,66 67,30 22,86 2,23 50,98
50 47,66 1,74 82,93 11,05 1,66 18,34
SOMA 87,45 - 277,97 82,03 - 339,39
MÉDIA 3,18 4,14
Sendo: ICA% = incremento corrente anual percentual em volume comercial com casca; V =
volume comercial com casca/ha observado na classe de diâmetro.

5.3.6.9.3 Determinação da taxa de corte sustentada

Para a determinação do corte sustentado de madeira foi utilizado o Método Mexicano,


em que a intensidade de corte é obtida pela expressão:
1
_____________
IC = (1 - ) . 100
1+pn

Sendo: IC = intensidade de corte em percentagem; p = incremento corrente anual


percentual em volume comercial com casca; n = ciclo de corte, em anos.

Para a estratégia de manejo visando redução da densidade para uma área basal de,
aproximadamente, 25 m2/ha, Quociente de Liocourt de 1,4, diâmetro máximo desejado de 50
cm e ciclo de corte de 14 anos, a taxa de corte é obtida pelo produto da intensidade de corte
pelo volume comercial com casca real, sendo obtido um valor de 99,0 m3/ha, distribuído em
60,8 m3/ha para Araucaria angustifolia e 38,2 m3/ha para as folhosas, conforme apresentada
na Tabela 86.
336

TABELA 86 – Determinação da taxa de corte sustentada

ICA Ciclo de Intensidade Volume Taxa de corte


Espécies (%) Corte (ano) de Corte (%) (m3/ha ) (m3/ha)
Araucaria angustifolia 3,18 14 35,5 171,21 60,8
Folhosas 4,14 14 43,3 88,18 38,2
Total - - - 259,39 99,0

De acordo com o expresso na Tabela 86, a floresta tem capacidade de repor, num
período de 14 anos, a taxa de corte de 99,0 m3/ha, quando poderá ser realizada uma nova
intervenção de corte. Para isso, deve-se adotar os procedimentos técnicos silviculturais e de
exploração adequados para promover melhorias na estrutura da floresta e no mínimo a
manutenção do crescimento atual, obtendo-se, assim, a sustentabilidade de produção.
A taxa de corte de 99,0 m3/ha foi distribuída entre a Araucaria angustifolia e o grupo
de folhosas, procurando equilibrar o corte em função das freqüências balanceadas por classes
de diâmetro, conforme é apresentado na Tabela 87. Essa tabela pode ser apresentada para
cada unidade de produção ou para a população, dependendo da extensão da área da floresta e
da necessidade de controle a ser exercido pelo engenheiro responsável.
Nas classes de diâmetro inferiores ao diâmetro máximo desejado, os cortes foram
distribuídos somente para o subtotal, deixando como uma alternativa de decisão o corte de
Araucaria angustifolia ou grupo de folhosas, de acordo com o estado sanitário, posição
sociológica e qualidade do fuste das árvores, a ser visualizado no momento da marcação das
árvores para o corte.

5.3.6.9.4 Programação dos cortes

As atividades de corte devem ser planejadas para cada unidade de produção,


dependendo do seu número e tamanho.
O plano de manejo deve conter a área a ser trabalhada anualmente, a necessidade de
mão-de-obra e as atividades florestais a serem desenvolvidas para alcançar os objetivos.
337
338

O número de unidades de produção que sofrerão intervenção em cada ano dependerá


da área total de manejo, a qual, a princípio, poderá ser regulada para produzir o mesmo
volume de madeira anualmente, podendo neste caso haver variação da área das unidades de
produção em função da capacidade do sítio.

5.3.6.9.5 Execução dos cortes

A execução do manejo propriamente dito consiste na realização de cortes de limpeza,


condução e colheita de árvores, visando alcançar os objetivos da produção estabelecidos no
plano de manejo.
Essas ações devem ser precedidas de um planejamento adequado e ser executado por
pessoal treinado, pois delas resultará a quantidade e qualidade da produção futura.
A divisão da área em unidades de produção bem como a definição de uma densidade
mínima de caminhos de extração são indispensáveis para a organização das atividades a
campo, reduzindo custos e o impacto sobre a floresta.
Deve-se ter claro que se estará trabalhando em uma mesma área com árvores de
dimensões distintas, desde plântulas até árvores maduras, sendo necessário evitar danos
àquelas que permanecerão no povoamento. Assim, devem ser consideradas medidas como a
retirada sequencial dos galhos, se possível e necessário, até o corte total da copa antes do
abate das árvores selecionadas para colheita.
Os cortes, a serem executados nas árvores previamente selecionadas no inventário e
que constituem a taxa de corte, podem ser considerados de acordo com o objetivo e fase de
sua aplicação, como:
a) Corte de limpeza: compreende os cortes de eliminação dos cipós para facilitar o
abate das árvores, evitando danos às remanescentes;
b) Desramas: constitui-se do corte dos galhos para a melhoria da qualidade do fuste e
da copa das árvores remanescentes;
c) Colheita: constitui-se do abate e extração das árvores selecionadas, que compõem a
taxa de corte sustentada;
d) Refinamento: abrange a liberação de árvores com um bom potencial de crescimento
no futuro e a retirada de árvores com más perspectivas de crescimento e sobrevivência. Para
339

isso, por exemplo um bom indicador é o tamanho e a arquitetura da copa, além do


comprimento relativo da copa e o tipo de ramificação.
Esses cortes não ocorrem de forma separada na floresta, mas concomitantemente.
Após as intervenções é necessário executar um inventário pós-exploração, para avaliar o
estado da floresta remanescente, visando definir ações para a sua condução. Nesse momento,
deve-se avaliar a necessidade de enriquecimento e de eliminação de concorrência.
Caso haja necessidade de enriquecimento da floresta, as espécies a serem introduzidas
devem pertencer à estrutura original da floresta, e ao grupo que tem alto índice de valor de
importância ampliado.
340

VI – PLANEJAMENTO DE OUTRAS ATIVIDADES

O planejamento do manejo abrange as propostas necessárias para a verificação e o


alcance das metas da empresa. Neste sentido, o planejamento é o ponto central do manejo. O
planejamento integral do manejo dos povoamentos florestais é normalmente efetuado dentro
de uma concepção de administração empresarial, executada com base num plano de manejo
que tem por objetivo primordial atingir a sustentabilidade de produção ao longo do tempo.
Para isso, uma empresa deve ser planejada em todas as atividades que serão executadas num
período de tempo de validez de um plano de manejo.
Uma característica do planejamento é saber e definir de antemão quais medidas serão
necessárias para alcançar a meta proposta. Enfim, o planejamento inclui a tarefa principal do
manejo que é determinar a quantidade de madeira que se cortará dentro do período de tempo.
Entre os planejamentos de atividades do manejo encontram-se os que referem-se a:
desbaste, desrama, cultura, adubação, tratos cultura, substituição, formação de reserva,
exploração da madeira e secundária e outros que se fizerem necessários para a administração
da empresa.

6.1 Planejamento de desbaste

6.1.1 Introdução

A competição que conduz a eliminação de indivíduos no povoamento também causa


uma diminuição do crescimento. A proporção varia inversamente segundo o grau de
dominância alcançado pelos indivíduos (posição da copa). As árvores dominantes sofrem
menos que as suprimidas, que no final são eliminadas. Deve-se destacar, ainda, que a
diferenciação das copas nas diversas classes (dominantes, co-dominantes, etc.) é o resultado
da competição.
O desbaste baseia-se no processo natural da vida do povoamento em relação à
diminuição progressiva do número de indivíduos por unidade de superfície, como
conseqüência da competição pela luz, umidade e pelas substâncias nutritivas do solo.
SCHULZ & RODRIGUEZ (1967) assinalam que o desbaste tem a finalidade de
manipular a competição entre as árvores e destacam que a competição é o fator ecológico
341

mais importante para o silvicultor, que pode fazer uso do desbaste para evitar as
conseqüências da competição excessiva e a permanência de indivíduos com má formação de
fuste.
A finalidade do desbaste é concentrar a produção, em termos de incremento, nas
árvores que constituirão o corte final ou as que serão aproveitadas nos desbastes comerciais.
Mediante os desbastes pode-se inverter o potencial produtivo do sítio para as árvores
de maior valor comercial e evitar sua dispersão em indivíduos indesejáveis ou de menor valor.
O desbaste consiste na manutenção da classe desejada de árvores e o número
apropriado destas por unidade de superfície em diferentes etapas do desenvolvimento
mediante a eliminação do resto. Isto inclui a seleção de árvores segundo suas características
de desenvolvimento e manutenção de um dossel mais ou menos uniforme, quer dizer, um
espaçamento mais ou menos uniforme (SINGH, 1968).
Segundo HILEY(1959), os experimentos sobre competição por água e sais minerais
têm demonstrado que, para uma produção mais econômica de madeira, as árvores devem estar
espaçadas mais amplamente que o de costume, quer dizer, que o espaçamento inicial deve ser
mais amplo e os desbastes mais fortes.
Para CRAIB(1947) na produção de madeira em plantações, os custos de produção são
muito afetados pelo espaçamento (densidade) e dependem: espaçamento inicial; mortalidade
natural; desbaste.
Estes fatores influem de uma maneira tão decisiva que em muitos métodos usados
produz-se madeira a custos maiores do que o permitido ou tolerável, devido a aplicação de
desbastes inadequados. O desbaste pode reduzir os custos de produção significativamente de
duas maneiras principais: mediante a redução da duração da rotação; mediante a produção de
material de maiores dimensões (tamanho).
Para cada espécie e para cada qualidade de sítio deve haver um regime ótimo de
desbaste, o qual permitirá que as árvores se desenvolvam satisfatoriamente, permitindo
produzir madeira da forma mais econômica possível.
A rentabilidade de um investimento depende altamente das épocas em que entram as
rendas e ocorrem os custos. Quanto mais cedo entra uma determinada renda maior a
rentabilidade do investimento, pois esta renda pode ser aplicada já em outro tipo de
investimento lucrativo. O contrário vale para os custos. Caso exista mercado para o material
de desbaste, pode-se, geralmente, aumentar a rentabilidade de um povoamento efetuando
342

desbastes cedo e pesados. Nos casos onde haja necessidade de investimento em infra-estrutura
viária, por exemplo, as vezes é vantajoso adiar o desbaste, até que o preço da madeira no
mercado cubra os custos da construção de estrada, exploração e transporte, permitindo ainda
um lucro satisfatório.

6.1.2 Efeito do desbaste sobre a produção

A teoria de MAR, difundida por MULLER apud ASSMANN(1970), em relação ao


crescimento e produção florestal estabelece que "... o incremento em volume não é
influenciado pela densidade do povoamento, dentro de certos limites". Isto quer dizer que
excluindo os extremos de densidade de um povoamento a produção total em volume é
semelhante para diferentes níveis de densidade. Esta teoria baseia-se no fato de que o meio
ambiente pode suportar uma determinada biomassa com uma determinada superfície folhar
por hectare, sendo portanto, o incremento em área basal ou volume uma função da qualidade
do sítio.
Mais tarde, o próprio ASSMANN(1970) constatou que as áreas manejadas com
desbastes pesados produziam menos volume que com desbastes leves, mesmo quando
desbastes pesados proporcionavam maior crescimento em área basal, isto porque as árvores
não somente apresentavam menor altura, mas também menores alturas formais.
Sobre isto, VON LAAR(1973) estudou, para Pinus radiata na África do Sul, a relação
simultânea entre o desbaste e poda e a influência sobre o crescimento e produção dos
povoamentos. No seu estudo, aplicou pesos de desbaste definidos pelo Índice de Espaçamento
Relativo nos níveis de 30, 40 e 50 % e podas de 50, 65 e 80 % da altura total,
respectivamente, constatando um efeito significativo da poda e desbaste sobre a taxa de
crescimento em área basal e volume por unidade de área.
No estudo conduzido por FLOTZ et al.(1967) apud DANIEL et al.(1982), foi
constatado que, após a execução do desbaste inicial, as remoções de 35 a 40 % do nível
máximo de área basal não influenciam a taxa de crescimento em área basal das árvores
remanescentes. Entretanto, remoções superiores de 40 % da área basal máxima resultaram
num marcante declínio do crescimento em área basal das árvores remanescentes.
Na Figura 25 observa-se que quando os desbastes forem executados com uma
intensidade para manter uma área basal de até 60% da área total, obtêm-se 100 % do
343

incremento total atual. Abaixo de 60 % da área basal total começa a decrescer em


percentagem do incremento total atual, isto é, assumindo um valor inferior a 100 %.

FIGURA 25 - Efeito da percentagem de área basal total ou volume sobre a percentagem do


incremento total atual (MULLER, 1945).

Os resultados obtidos após 50 anos de desbaste, tendo os cortes iniciados aos 31 anos,
com repetição a cada cinco anos, com alguns períodos ocasionais de quatro ou seis anos, em
povoamentos de Picea abies, na Suécia, encontram-se no Tabela 88 (DANIEL et al., 1982).

TABELA 88 - Produção de um povoamento de Picea abies, sob vários graus de desbaste,


de 31 a 81 anos (DANIEL et al.,1982).
____________________________________________________________
Tratamentos N G d h0 Ind. Rem. Desb. Tot. IPA % Volume
2
ha m /ha cm m m3 m3/ha m3/ha m3/ha G/ha V/ha Pé
______________________________________________________________________
I 1396 64,9 24,3 29,0 0,657 917 305 1222 1,00 19,1
II 600 43,2 30,3 29,4 1,013 608 590 1198 1,11 18,8 131
III 336 34,3 36,1 29,3 1,301 437 739 1176 1,30 18,0 128
IV 200 28,8 42,9 30,2 1,835 367 766 1133 1,31 17,5 124
______________________________________________________________________
Sendo: I - Testemunha, sem desbaste, sendo a produção na coluna dos desbastes referentes as
árvores mortas; II - Desbaste moderado; III- Desbaste intenso, pesado; IV - Desbaste muito
intenso.
344

Ao final da rotação, o volume total produzido geralmente é maior para densidades


maiores, entretanto, são as condições econômicas (mercado-sortimento-preços) que
determinam se é melhor produzir maior volume total com diâmetros de menor dimensão ou
menor volume total mas com diâmetros de maiores dimensões.
Na Figura 26 encontra-se o resultado de experimento de desbaste em Pinus elliottii,
com tratamentos: testemunha sem desbaste (T0); desbaste com redução de 75% da área basal
da testemunha (T3); desbaste com redução de 50% da área basal da testemunha (T2); desbaste
com redução de 25% da área basal da testemunha (T1).

FIGURA 26 - Influência da intensidade de desbaste sobre a produção total de Pinus elliottii

As grandezas dos incrementos dos diferentes tratamentos de intensidade de desbaste


diferenciaram-se, principalmente entre os tratamentos extremos de desbaste. Entretanto, como
se observa na Figura 26, os tratamentos que mantiveram 75 % (T1) e 50 % (T2) da área basal
em relação a testemunha mostram incrementos semelhantes aos 21 anos, tendendo a uma
maior aproximação com o aumento da idade. Isto comprova parcialmente a teoria de
345

Mar:Muller de que, sob certos limites, o peso de desbaste não influencia o incremento em
volume do povoamento.
mbora a intensidade de desbaste contenha em si as informações relativas ao peso e a
periodicidade dos desbastes, tanto esse peso como periodicidade provocam efeitos sobre o
crescimento que são independentes da intensidade. Assim, quanto mais longo for o ciclo
maior o peso do desbaste, mais elevado será o risco de quebra de incremento, em
conseqüência de uma incompleta utilização do sítio, logo após a operação de desbaste.
SCHNEIDER et al.(1998) estudaram o efeito de diferentes intensidades de desbaste
sobre a produção Eucalyptus grandis (Hill) ex Maiden implantado no ano de 1981, em
espaçamento inicial de 3,0 x 2,0 metros, na região de Cachoeira do Sul, Rio Grande do Sul.
O experimento foi instalado em um delineamento de blocos ao acaso, com duas
repetições e quatro tratamentos. Os tratamentos foram definidos pela área basal mantida em
relação à testemunha, sem desbaste e caracterizados por::
T1 = Tratamento 1: Testemunha - sem desbaste;
T2 = Tratamento 2 : manutenção de 60% da área basal da testemunha;
T3 = Tratamento 3 : manutenção de 50% da área basal da testemunha;
T4 = Tratamento 4 : manutenção de 40% da área basal da testemunha.

Os desbastes por baixo foram realizados aos 96 e 124 meses. Observou-se que houve
grande perda de produção entre a testemunha, sem desbaste, e os tratamentos com
manutenção de 60%, 50% e 40% da área basal da testemunha (Tabela 89).
No tratamento com manutenção de 60% da área basal da testemunha ocorreu a menor
perda de produção, com cerca de 15,42 %, em relação a testemunha, coincidindo com o
menor peso do desbaste utilizado. Da mesma forma, para o tratamento com manutenção de
50% da área basal da testemunha, ocorreu uma perda de produção de 25,64 %, chegando a
29,24 % no tratamento com manutenção de 40 % da área basal da testemunha. Estes valores
encontrados indicam, até a idade de 189 meses, que para qualquer uma das situações de
desbaste houveram perdas de produção.
346

TABELA 89 - Comparação das médias de produção total, através do teste Duncan, e perdas
de produção nos tratamentos, aos 189 meses de idade, em Eucalyptus grandis.

Tratamentos Produção Média * Perda de Produção


m3cc/ha m3cc/ha %
T1:Testemunha 756,25 a 0,00 0,00
T2: 60% 639,60 a b 116,65 15,42
T3: 50% 562,30 b 193,95 25,64
T4: 40% 535,05 b 221,20 29,24
* Médias seguidas de mesma letra são estatisticamente iguais, ao nível de 5% de
probabilidade.

Ao analisar o acréscimo em diâmetro ocorrido nas árvores após o desbaste verifica-se


que o aumento da intensidade do desbaste provocou um significativo ganho de dimensão. A
diferença obtida do diâmetro médio no tratamento com manutenção de 60% da área basal da
testemunha, em relação à testemunha sem desbaste, foi cerca de 6,4 cm ou de 23,9%. Nos
tratamentos com manutenção de 50% e 40% da área basal da testemunha, quando comparado
com a testemunha sem desbaste, houve acréscimo em diâmetro de 8,5 cm ou 29,4%, em
ambos, conforme mostra a Tabela 90.

TABELA 90 - Comparação das médias de diâmetro para os tratamentos, aos 189 meses de
idade, em Eucalyptus grandis

Tratamentos Diâmetros Médios * Diferenças dos diâmetros


cm %
T1: Testemunha 20,4 b ---- ----
T2: 60% 26,8 a 6,4 23,9
T3: 50% 28,9 a 8,5 29,4
T4: 40% 28,9 a 8,5 29,4
* Médias seguidas de mesma letra são estatisticamente iguais, ao nível de 5% de
probabilidade.
347

As produções totais e os diâmetros obtidos para a testemunha sem desbaste e os


tratamentos com manutenção de 60%, 50% e 40% da área basal da testemunha, mostrados na
Figura 27, permitem visualizar graficamente as tendências encontradas aos 189 meses de
idade do povoamento. Nesta observa-se a gradativa redução na produção e o grande
acréscimo do diâmetro com o aumento da intensidade de desbaste.

800 756,3 35

700 639,6 30

600 561,9
Produção Total (m 3/ha)

535,1 25

DAP Médio (cm)


500
20
400
15
300
10
200
Produç ão
100 5
DA P

0 0
T1 T2 T3 T4
T r atam e n to s

FIGURA 27 - Produção total da testemunha(T1), manutenção de 60%(T2), 50%(T3) e


40%(T4) da área basal da testemunha e diâmetros médio respectivos, aos 189
meses de idade, em Eucalyptus grandis

Na Figura 28 é apresentada a distribuição de freqüência ajustada, pela Função Beta,


para a testemunha sem desbaste, e os tratamentos com manutenção de 60%, 50% e 40% da
área basal da testemunha, aos 189 meses de idade. Comparando-se as distribuições de
freqüência da testemunha, com os demais tratamentos, observa-se uma acentuada diferença na
assimetria e na curtose das curvas. Nos tratamentos com manutenção de 50 % e 40 % da área
basal da testemunha, as freqüências por classe de diâmetro eqüivalem-se em número de
indivíduos por hectare indicando que, para estas duas intensidades de desbaste, não houve
grande alteração de freqüência por classe de diâmetro, excetuando-se a última classe, onde o
tratamento com manutenção de 50% da área basal teve maior número de árvores.
348

400

350

300

250
N/ha

200

150

100 T1
T2
50
T3

0 T4
5 10 15 20 25 30 35
DAP (cm )

FIGURA 28 - Freqüência ajustada pela Função Beta, para a Testemunha(T1), manutenção de


60%(T2), 50%(T3) e 40%(T4) da área basal da testemunha, aos 189 meses de
idade, em Eucalyptus grandis.

No tratamento com manutenção de 60% da área basal da testemunha houve maior


freqüência nas maiores classes de diâmetro, tendo ainda sido encontradas 425 árvores por
hectare com diâmetro igual e superior a 22,5 cm, e 250 árvores por hectare com diâmetro
igual e superior a 27,5 cm, ou seja, 45 % do número total de árvores por hectare (550 árvores
por hectare). Com diâmetro entre a 32,5 cm e 35,0 cm foram encontradas, aos 189 meses de
idade, 50 árvores por hectare.

6.1.3 Qualidade do produto final

A qualidade da madeira de uma determinada espécie depende de três fatores: da forma


das árvores, das dimensões das árvores e das qualidades tecnológicas da madeira (Figura 29).
Pelo desbaste pode-se eliminar as árvores com forma ruim e, desta maneira, melhorar
a qualidade do povoamento. Foi demonstrado que se pode obter árvores de maiores
dimensões através dos desbastes. Uma árvore com diâmetro grande tem um maior valor por
metro cúbico do que uma árvore com diâmetro pequeno, pois a serraria corta uma
determinada quantia de tábuas ou pranchas com menos custos e menor perda. Além disto,
também os custos de corte e transporte são menores se um determinado volume de madeira
estiver concentrado em poucas árvores.
349

FIGURA 29 - Relação entre a forma e a densidade de Pinus patula (VINCENT, 1975)

Por outro lado, ainda existe a influência do desbaste nas qualidades tecnológicas da
madeira, e um dos principais fatores é a densidade básica da madeira ou peso específico, já
analisados anteriormente. Pelo desbaste consegue-se anéis de crescimento mais largos. Em
várias pesquisas foi constatado que em coníferas os anéis mais largos estão correlacionados
com o peso específico menor. Porém, nestas pesquisas não foi considerado a idade em que os
anéis foram formados.
350

Na África do Sul, e mais tarde nos EUA, foi constatado que o peso específico não é
correlacionado com a largura dos anéis, mas sim com a idade em que o anel é formado. Nas
pesquisas anteriores, a idade não foi levada em consideração, os pesquisadores tomaram por
acaso anéis largos formados na juventude da árvore e anéis finos formados na idade adulta,
confundindo a correlação peso específico-idade com a correlação peso específico-largura do
anel.
A nova teoria peso específico-largura do anel pode ser explicada fisiologicamente, isto
é, o peso específico da madeira depende da percentagem de madeira primaveril e da madeira
outonal, pois quanto maior a percentagem de madeira outonal, maior o peso. Parece que as
árvores jovens iniciam o crescimento cedo na primavera e terminam, também, relativamente
cedo, enquanto árvores velhas iniciam e terminam o crescimento mais tarde, assim formando
maior percentagem de madeira outonal, o que significa um maior peso específico.
Parece que a discussão sobre as duas teorias ainda não está concluída. Porém, se a
nova teoria for correta, o que tudo indica, pode-se concluir que o desbaste não afeta o peso
específico da madeira, pois os anéis largos formados na idade "x" em conseqüência de um
desbaste pesado tem o mesmo peso específico como anéis finos formados também na idade
"x" num povoamento não desbastado. Portanto, a medida adequada para produzir madeira
com alto peso específico não é o desbaste leve, mas sim uma rotação longa. Aliás, em
pesquisas recentes com Pinus elliottii nos EUA não foi constatada nenhuma influência do
desbaste sobre o peso específico da madeira.
Tudo isto se refere somente às coníferas, contudo nas folhosas as condições são
diferentes. Deve-se diferenciar entre dois tipos de folhosas: com poros circulares e com poros
difusos. As folhosas com poros circulares produzem maior percentagem de madeira outonal,
quando crescem mais rápido. A madeira outonal é mais pesada e, por isso, a madeira crescida
rapidamente torna-se mais pesada do que uma em crescimento lento.
Pela teoria tradicional, nas espécies com poros difusos não existe correlação entre a
largura do anel e peso específico. Porém, esta teoria hoje é posta em dúvida por ensaios na
África do Sul com o gênero Eucalyptus, os quais revelam que o peso específico diminui com
anéis largos.
O peso específico da madeira é uma das mais importantes qualidades tecnológicas da
madeira, mas não a única. Outro fator importante é a superfície da madeira serrada. Uma
tábua de madeira com anéis finos geralmente apresenta uma superfície bem mais lisa e plana
351

que uma tábua de madeira com anéis largos. Este fato justifica para determinados fins, como
carpintaria, um preço mais elevado para madeira de anéis finos. Porém, para a maioria dos
usos da madeira de coníferas, a madeira de anéis largos de povoamentos desbastados
fortemente vale tanto quanto a de anéis fino de povoamento pouco ou não desbastados.

6.1.4 Resultados obtidos com aplicação de desbaste

Quando se deseja produzir toras de Pinus elliottii com diâmetro médio de 45cm e com
anéis anuais regulares, em rotação igual ou menor que 30 anos, é necessário reduzir a área
basal no primeiro desbaste de 40m2/ha para 20m2/ha. Com isso, consegue-se um incremento
em diâmetro de 1,5 à 2,0 cm/ano (FISHWICK, 1976).
NICOLIELO(1991) apresenta o sistema de manejo florestal utilizado na Companhia
Agroflorestal Monte Alegre, em Agudos-SP., que têm como objetivo a produção de madeira
para fins nobres, obtida com desbastes mais freqüentes e de intensidades moderadas. Para isto
utilizaram desbaste mais seletivos, com sistematização somente para a estração da madeira. O
número de desbastes e a intensidade aplicadas em povoamentos de Pinus sp. podem ser
observados nos Tabelas 91 e 92.

TABELA 91 - Intensidade de desbaste para Pinus sp., em espaçamento inicial de 2,0 x 2,0 m
(NICOLIELO, 1991).

Número Idade Número de Árvores/ha % Desbaste


Desbaste Anos Ant. Ret. Rem. Atual Acum.
1 7 2.500 1.000 1.500 40,0 40,0
2 9 1.500 500 1.000 33,3 60,0
3 11 1.000 300 700 30,0 72,0
4 15 700 200 500 28,7 80,0
5 19 500 200 300 40,0 88,0
C.R. 25 300 300 - 100,0 100,0
352

TABELA 92 - Intensidade de desbaste para Pinus sp., em espaçamento inicial de 2,5 x 2,0 m
(NICOLIELO, 1991).

Número Idade Número de Árvores/ha % Desbaste


Desbaste Anos Ant. Ret. Rem. Atual Acum.
1 8 2.000 600 1.400 30,0 30,0
2 10 1.400 400 1.000 28,6 50,0
3 12 1.000 300 700 30,0 65,0
4 15 700 200 500 28,6 75,0
5 19 500 200 300 40,0 85,0
C.R. 25 300 300 - 100,0 100,0

BERTOLOTI et al.(1983) analisando o ensaio de desbaste em povoamentos de Pinus


caribaea var. hondurensis, localizado no município de Agudos-SP, pertencentes à Cia. Agro-
Florestal Monte Alegre, plantados num espaçamento de 2,0 x 2,0 m, concluíram que,
tecnicamente, o primeiro desbaste deve ser realizado entre 11-12 anos de idade; os desbastes
permitiram duplicar o número de indivíduos com diâmetro superior a 25 cm em relação a
testemunha não desbastada, porém, não aumentou a produção volumétrica total; o primeiro
desbaste a ser executado deve ser conciliado com a necessidade e objetivos da empresa.
Os autores apresentam no Tabela 93 os resultados obtidos dos diferentes tratamentos
aplicados, definidos:
1 - Desbaste mecânico (corte raso) em toda a terceira linha;
2 - Desbaste por baixo (retirada das árvores inferiores);
3 - Desbaste mecânico em toda a quinta linha + desbaste por baixo;
4 - Desbaste mecânico em toda a nova linha mais desbaste por baixo;
5 - Desbaste mecânico em toda a décima terceira linha + desbaste por baixo;
6 - Desbaste mecânico em toda a décima sétima linha + desbaste por baixo;
7 - Desbaste mecânico em toda a décima nova linha + desbaste por baixo;
8 - Testemunha (sem desbaste);
9 - Desbaste por baixo de 30 % das árvores inferiores a cada 2 anos.
353

TABELA 93 - Área basal remanescente após o primeiro desbaste e volume comercial


obtido dos desbastes por tratamento (BERTOLOTI et al., 1983)

Tratamentos Área Volume comercial (m3/ha)


Basal Rem. Existente Rem. Existente Rem. Existente
m2/ha 1º 5/ 3/ 2º 3/ 3/ 3º 10/ 5/ 3/
Des. 74 75 Des. 76 77 Des. 77 78 79 Total
1 26,7 57,9 166 212 - 261 292 58,2 243 270 303 419
2 25,5 75,4 163 209 - 260 299 18,5 279 313 350 444
3 24,1 70,7 149 195 - 244 277 35,3 253 273 298 404
4 24,7 71,9 166 213 - 264 297 33,7 265 292 326 431
5 24,4 63,6 166 196 - 241 281 32,2 253 270 311 407
6 24,3 74,3 157 196 - 247 292 29,7 257 289 328 432
7 25,4 60,2 169 208 - 259 294 35,1 258 - 325 421
8 38,7 - 230 271 - 339 369 - 357 391 404 404
9 29,0 42,4 189 235 53,5 216 253 - 265 286 322 418
Sendo: Rem.= Remanescente; Des.= Desbaste; Data de plantio: 11/65; Data 1º
Desbaste: 01/73; Data 2º Desbaste: 03/76

As quantidades de madeira extraída no desbaste através dos diversos tratamentos não


diferiram entre si, mas foram superiores ao tratamento 9 por ser este um desbaste leve.
Estes autores, ainda, apresentam os resultados de rendimentos por hora das operações
de desbaste, como mostra na Tabela 91, após o primeiro desbaste
Na Tabela 95 são apresentados os rendimentos médios de descascamento de madeira,
por tratamento, no primeiro desbaste, e a Tabela 96 os rendimentos médios para carregamento
da madeira por tratamento, no primeiro desbaste.
354

TABELA 94 - Rendimento médio das operações: corte + desgalhamento + picamento


+ arraste + empilhamento no primeiro desbaste (BORTOLOTI et al.,
1983)
__________________________________________________________________
Tratamentos Rendimento por hora
Estéreo c/c Estéreo s/c m3 s/c
1 0,7089 0,5413 0,3491
2 0,4805 0,3714 0,2404
3 0,5468 0,4242 0,2735
4 0,5626 0,4316 0,2777
5 0,5010 0,3909 0,2504
6 0,5054 0,3970 0,2544
7 0,5054 0,3951 0,2532
9 0,4812 0,3776 0,2422

TABELA 95 - Rendimentos de descascamento de madeira, por tratamento, no


primeiro desbaste (BORTOLOTI et al., 1983).
__________________________________________________________________
Tratamentos Rendimento por hora
Estéreo c/c Estéreo s/c m3 s/c
1 19,6947 15,0490 9,7027
2 20,9736 16,2236 10,4295
3 10,2930 14,9798 9,6597
4 21,1544 16,2283 10,4429
5 20,7552 15,4218 9,8823
6 20,4532 16,0840 10,3070
7 20,0686 15,7001 10,0616
9 22,0350 17,3064 11,1010

TABELA 96 - Rendimentos médios para carregamento da madeira, por tratamento,


no primeiro desbaste (BORTOLOTI et al., 1983)
__________________________________________________________________
Tratamentos Rendimento por hora
Estéreo s/c m3 s/c
1 16,3867 10,4534
2 18,6094 11,8718
3 17,9395 11,4445
4 19,0781 12,1709
5 19,6004 12,5044
6 18,6886 11,9224
7 18,7189 11,9416
9 18,7499 11,9615
355

6.1.5 Determinação da densidade ótima por meio de desbaste

A regulação da produção por meio de desbaste depende basicamente da densidade


ótima ou ideal, que possibilita um máximo de crescimento potencial para determinada
espécie. O peso do desbaste pode ser determinado por vários métodos, demonstrados na
seqüência.

6.1.5.1 Método de Índice de Espaçamento Relativo

O peso do desbaste determinado pelo "Índice de Espaçamento Relativo" baseia-se em


elementos dendrométricos do povoamento. Para a determinação do índice de espaçamento
relativo leva-se em consideração a altura dominante e o espaço médio entre as árvores do
povoamento.
Na determinação do peso do desbaste é necessário conhecer o índice de espaçamento
relativo desejado (S´%), isto é, o número ótimo de indivíduos que devem permanecer no
povoamento após a execução do desbaste.
Para Pinus elliottii o índice de espaçamento relativo desejado, que permite manter
uma produção em incremento máximo em área basal, situa-se em torno de 21 %. Quando este
índice for menor que 16 % ocorre uma severa competição entre as árvores e perde-se 25 % do
incremento potencial. Devido a isto, o primeiro desbaste deveria ser executado quando o
índice de espaçamento caísse para 18 % (FISHWICK, 1976).
SCHNEIDER(1984) determinou com base em dados de inventário contínuo e
resultados de desbaste, o índice de espaçamento relativo desejado para Pinus elliottii da
Floresta Nacional de Passo Fundo-RS, ficando expresso por:

S´% = 18,0046 + 0,0649.h100

Para determinação do peso do desbaste por este método é necessário definir o espaço
médio desejado após o desbaste. Para isto, é necessário conhecer a relação entre o espaço
horizontal e vertical médio do povoamento, podendo ser deduzir por:

EMD = S´% . h100 / 100

Sendo: h100 = altura dominante de Assmann; EMD = espaço médio desejado, para após
o desbaste; S´% = índice de espaçamento relativo desejado.
356

Considerando-se que após o desbaste a distribuição das árvores no povoamento segue


a forma de um hexágono regular, assim a superfície média das árvores pode ser calculada
através da fórmula do hexágono regular. Com o que o número de árvores a permanecer
(Np/ha) no povoamento é calculado pela expressão:

Np/ha = 104 / {EMD2.( √ 3 / 2)} = 104 / (EMD2 . 0,866)

Com isso, pode-se facilmente determinar o número de árvores a serem


desbastadas(Nd/ha):

Nd/ha = Ni/ha - Np/ha

Sendo: Ni/ha = número de árvores por hectare antes do desbaste; Np/ha = número
de árvores por hectare após o desbaste.

Assim o peso do desbaste (Pd) em unidades relativas é expresso por:

Pd% = Nd/ha . 100 / Ni/ha

a) Índice de espaçamento relativo para Pinus elliottii

O índice de espaçamento relativo para Pinus elliottii foi determinado com base em
dados de experimento de intensidade de desbaste em função da área basal, definidos conforme
a Tabela 97.

TABELA 97 - Desbastes aplicados nas parcelas experimentais

Tratamento Nível de desbaste


T0 Testemunha sem desbaste, densidade completa
T1 Leve por baixo, retirando o equivalente a 25% da área basal de T0
T2 Moderado por baixo, retirando o equivalente a 50 % da área basal de T0
T3 Forte, retirando o equivalente a 75 % da área basal de T0
357

O Índice de Espaçamento Relativo (S%) calculado em cada idade e tratamento de


desbaste foi descrito através da equação (a) nos tratamentos T0, T1 e T2 e com a equação (b)
no tratamento T3; todas com alta precisão, conforme mostra a Tabela 98.

S% = exp (b0 + b1 / h100) (a)

S% = b0 + b1 h100 2 + b2 h100 3 (b)

Sendo: S% = índice de espaçamento relativo; h100 = altura dominante de Assmann.

TABELA 98 - Coeficientes de regressão da equação 12 para descrever a relação entre o Índice


de Espaçamento Relativo em função da altura dominante nos tratamentos
T0,T1,T2 e, da equação 13 para o tratamento T3.

C O E F I C I E N T E S
Tratamento r2 Syx%
b0 b1 b2
1,837109 11,683828 - 0,98502 0,9599

T1 2,178673 10,268424 - 0,96014 1,2837


T2 2,855854 5,161713 - 0,75145 1,6859
T3 38,943130 0,038502 -0,001826 0,90385 2,7690

O tratamento T3, além de receber o maior peso de desbaste, com a densidade de 75%
da área basal, também não teve desbastes ativos a partir do ano de 1986, época em que o
povoamento contava com 16 anos, levando a redução do S%, o que ocorreu de forma distinta
da observada nos demais tratamentos (Figura 31).

GLUFKE et al. (1997) analisaram este experimento e constataram uma diferença entre
o incremento periódico do tratamento desbastado e o incremento da testemunha (perda de
incremento) para Pinus elliottii, sendo ajustada por regressão como função da relação entre a
área basal mantida nos tratamentos e a área basal máxima através da equação:
358

Y = 61,37 + 28,67.x3 -0,29/ (G / Gmáx)

Sendo: Y= Arcsen √ (ipv%), G= área basal do tratamento de desbaste em m2/ha, e


Gmáx = área basal da testemunha em m2/ha.

Estes resultados são apresentados na Figura 30, onde se observa a drástica redução do
incremento volumétrico com o aumento do peso de desbaste. Observa-se ser possível
controlar a perda em incremento em volume com o peso de desbaste praticado. A retirada de
cerca de 13% da área basal levou a uma perda de 5% da produção volumétrica ( área basal
crítica) e a retirada de 30% de área basal no desbaste levou a uma perda em volume de 11%.
Por outro lado, e o desbaste de 70% da área basal máxima conduz a perda de 39% do volume
potencial a ser produzido no sítio.

90
80
perdas em incremento [%]

70
60
50
40
30
20
10
0
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
G/Gmax

FIGURA 30 - Perdas no incremento volumétrico (ipv%), em função do peso de desbaste


aplicado, expresso pela relação G/Gmax.
Fonte: GLUFKE at al. (1997)
359

45
40
35
30

S% 25
20
15
10
5
0
10 15 20 25 30
alt. dom. (m)

100% Gmax 75 % Gmax


50 % Gmax 25% Gmax

FIGURA 31 – Valores de S% ajustados pela função 12 para os tratamentos T0(100% Gmax),


T1(75% Gmax) e T2(50% Gmax) e pela função 13 para o tratamento T3(25%
Gmax)

b) Índice de espaçamento relativo para Eucalyptus grandis

FINGER & SCHNEIDER (1999) estudaram o índice de espaçamento relativo para


Eucalyptus grandis Hill ex Maiden, com base num experimento de intensidades de desbaste,
realizados aos 96 meses e repetido aos 124 meses após o plantio, e regulados em função da
área basal mantida em relação à testemunha sem desbaste e caracterizados por::
T1 = Tratamento 1: Testemunha - sem desbaste;
T2 = Tratamento 2 : manutenção de 60% da área basal da testemunha;
T3 = Tratamento 3 : manutenção de 50% da área basal da testemunha;
T4 = Tratamento 4 : manutenção de 40% da área basal da testemunha.
A partir das variáveis dendrométricas levantadas nos tratamentos com diferentes pesos
de área basal retirados nos desbastes foi calculado o Índice de Espaçamento Relativo (S%)
resultante em cada tratamento, pela expressão:
360

S% = EM / h100 * 100

Sendo: S% = índice de espaçamento relativo; EM = espaçamento médio entre árvores


em metros; h100 = altura dominante de Assmann em metros.

Os valores de S% calculados foram ajustados por equação de regressão para diferentes


alturas dominantes e diferentes intensidades de desbaste. Posteriormente foi definida uma
equação geral para estimar o Índice de Espaçamento Relativo, expressa por:

S% = - 10,95540 + 0,09561 Gmant - 0,001951 Gmant2 + 1,16672 h100

Sendo: h100 = altura dominante de Assmann; Gmant = área basal a ser mantida em
percentagem da testemunha sem desbaste.

Na Figura 32, observa-se a variação dos Índices de Espaçamento Relativo desejado,


para os diferentes pesos de desbaste, após a execução. Os resultados mostram o aumento do
Índice de Espaçamento Relativo com o crescimento da altura dominante para qualquer
quantidade de área basal mantida após o desbaste. Por outro lado, a magnitude deste Índice
diminuiu para uma mesma altura dominante com o aumento da área basal mantida, após o
desbaste.

6.1.5.2 Método Mexicano de desbaste

Segundo CABALLERO (1960) a teoria é relativa aos crescimentos anuais


volumétricos de uma árvore, os quais acumulam-se seguindo a lei dos juros compostos, que é
estendida aos povoamentos florestais. Por não ter semelhança com outros métodos conhecidos
e por se completar com instruções para fixação de onde, quando e como da ordenação
florestal, tem-se chamado de "método mexicano de ordenação florestal", sendo suas
expressões matemáticas as seguintes:

a) Possibilidade de corte anual(PC):

PC = VC / cc
361

25

20

15 40%
S%

50%
10 60%

0
22 26
Altura dominante (m)

FIGURA 32 - Índice de Espaçamento Relativo (S%) em função da altura dominante


para três pesos de desbaste para Eucalyptus grandis Hill ex Maiden.
Fonte: FINGER & SCHNEIDER (1999)

b) Existências reais antes dos cortes(ER):

ER = VP . 1,0pcc

c) Ciclo de corte em anos(cc):

cc= (logER - logVP) / log1,0p

d) Intensidade de corte(IC):

IC = [1 - (1 / 1,0pcc)] . 100

Sendo: VP = volume remanescente do povoamento; VC = volume de corte, por


definição ER – VP; VP=ER-VC; p = percentagem de incremento corrente em volume,
observado ao se fazer o inventário de ER ou do volume antes dos cortes.
362

Observa-se na equação(b) que o método força como tendência a reposição de "VC"


para voltar a obter "ER" original. O volume VP é obtido durante "cc" se os crescimentos
volumétricos anuais se acumularem seguindo na taxa "p" conforme a lei dos juros compostos.
Nota-se, especialmente para "cc" fixo, que "IC" só é função de "p", para cada
povoamento tem-se crescimentos diferentes, o que geralmente sucede, deve-se então calcular
intensidades de cortes também diferentes, segundo a sua correspondência. Isto é o que se faz
na prática, porque o ciclo de corte deve permanecer constante, e determina-se fazendo variar a
"IC" geralmente entre 35 e 50 % de "ER", elegendo a que concilie a economia de
aproveitamento, com a necessidades dasonômicas do povoamento.
Pelo exposto, esta concepção deve ficar perfeitamente clara de que, com o método
mexicano, programa-se cortes segundo o crescimento do povoamento, com intensidades
variáveis a cada povoamento sujeito a ordenação, espaçado a um número de anos (ciclo de
corte) fixo, durante o qual o povoamento florestal responde com seus respectivos incrementos
das árvores remanescentes, estabelecendo-se rotações de exploração que em teoria tendem a
repetir-se indefinidamente.
A variação das intensidades de corte individual compreende a um mesmo período de
recuperação (ciclo de corte). Um povoamento que tem maior crescimento poderá responder
com maior volume cortado que outro de crescimento inferior, onde por comparação o seu
aproveitamento, deverá também ser menor.

6.1.6 Idade do primeiro desbaste

A idade do primeiro desbaste pode exercer um efeito sobre o crescimento em


conseqüência da interdependência que se verifica entre a idade do primeiro desbaste, peso do
desbaste e nível do estoque. Quanto mais forte for o desbaste e mais longo seu ciclo maior
será a proporção do estoque removido, se a idade do primeiro desbaste não sofrer uma
alteração que compense a elevação do volume retirado em desbaste.
A idade para realização do primeiro desbaste, normalmente, é determinada por
critérios silviculturais, baseados na experiência do profissional, mas pode ser determinada
levando em consideração um dos seguintes critérios:
a) A Forestry Comission da Inglaterra para fixação da idade do primeiro desbaste leva
em consideração os seguintes aspectos: de um lado, no desbaste deve ser cortada uma
363

quantidade mínima de madeira para ser econômico; do outro lado, a percentagem cortada não
deve afetar a estabilidade do povoamento nem afetar o incremento futuro;
b) Determinar a idade do primeiro desbaste através do incremento corrente anual em
diâmetro. Neste caso, toma-se como referência o diâmetro médio de área basal(dg) do
povoamento, na idade que ocorrer o ponto de máximo do incremento corrente em diâmetro
situa-se, a idade do primeiro desbaste;
c) Determinar a idade do primeiro desbaste através do índice de espaçamento relativo.
Quando o S% cair para valores inferiores a 18 % obtém-se a idade ótima do primeiro
desbaste, considerando Pinus elliottii e Eucalyptus sp.

6.1.7 Marcação e controle dos desbastes

A marcação do número de árvores a desbastar deve ser efetuada levando-se em


consideração os seguintes critérios de prioridade:
a) Vitalidade, observa-se o estado sanitário e proporção de copa;
b) Qualidade, observa-se a forma do tronco;
c) Distribuição espacial ótima das árvores após os desbastes.

Deve-se considerar a densidade e o volume do povoamento associados a uma ótima


distribuição espacial das árvores a serem retiradas de tal maneira que o desbaste efetuado
corresponda com o desbaste calculado. Para controlar a correspondência entre o volume e o
corte desejado recomenda-se o seguinte procedimento: inicia-se a marcação pelo menos em
três pontos de amostragem diferentes no povoamento, marcando-se as árvores a serem
retiradas em cada ponto de amostragem, determina-se o volume das mesmas. Depois calcula-
se qual o volume que seria retirado por hectare, se fosse marcado todo o povoamento, da
mesma maneira como as marcações testes. Para isto, procede-se da seguinte maneira:
determina-se a área das amostras e transforma-se o volume para unidade de área.
Caso o desbaste marcado não coincidir com o desejado, deve-se então corrigir a
marcação teste, até chegar no volume desejado. Uma vez obtendo-se na marcação o volume
desejado, procede-se a execução do desbaste em todo o povoamento, seguindo os mesmos
critérios adotados na marcação teste.
364

Um dos maiores problemas do manejo florestal é a falta de registro da produção dos


desbastes dos talhões, o que dificulta substancialmente a correta definição do regime de
desbaste para o local e empresa.
O controle da produção florestal contribui para o sucesso de futuros empreendimentos,
no que concerne a determinação das taxas de corte de novos povoamentos, assim como, no
cálculo de valores econômicos dos desbastes, maximização das rendas na determinação da
rotação e taxa de retorno do investimento florestal. Além disto, estas informações podem
servir de base para a construção de tabelas de produção e sortimentos.
A determinação do peso e ciclo do desbaste, expresso pelo volume a ser desbastado
num momento do desenvolvimento do povoamento, é apresentado detalhadamente no capítulo
sobre tabela de produção.
Para o registro das informações de produção dos desbastes pode ser utilizado como
modelo padrão o apresentado na Tabela 99. Nesta tabela de controle dos desbastes é
registrado:
a) Informações: registrar o tipo de desbaste; espécie; número do talhão e observações a
serem registradas.
b) Povoamento remanescente: idade de desbaste; diâmetro de área basal média (dg);
altura correspondente ao diâmetro de área basal média(hg); altura dominante (h100); número
de árvores/ha (N); área basal/ha (G); volume/ha (V);
c) Desbaste: número de árvores/ha (N); volume/ha (V);
d) Produção total: volume/ha (V); incremento médio anual (IMA); incremento
periódico anual (IPA).

TABELA 99 - Registro e controle dos desbastes.


Tipo de desbaste: por baixo; Espécie: Pinus taeda; IS = 26;
Talhão: 20; Área 30 ha
Idade Povoamento Remanescente Desbaste Produção Total
Anos h100 hm dg N/ha G/ha f V/ha N/ha V/ha V/ha IMA IPA
4 5,8 4,9 8,3 2000 10,82 0,591 31,33 31,3 7,8 7,8
8 13,0 11,9 16,6 850 18,40 0,509 111,45 1150 114,6 226,0 28,2 48,6
12 18,8 17,8 27,0 488 27,94 0,463 230,51 362 131,7 476,7 39,7 62,6
16 23,1 22,3 37,0 488 52,47 0,425 497,75 744,0 46,5 66,8
365

6.1.9 Regimes de desbaste adotados em algumas empresas

AHRENS(1985) efetuou um levantamento sobre os diferentes regimes de desbaste


adotados nas empresas florestais do Brasil, detectando uma ampla variação em peso e ciclo do
desbaste empregado. Estes regimes de desbaste empregados são apresentados no Tabela 100.
O mesmo autor, faz uma proposição de regimes de desbastes alternativos para o
manejo de plantações de Pinus sp., com base nos diferentes objetivos de produção, como
segue:

TABELA 100 - Regime de desbaste adotados em algumas empresas florestais do


brasileiras (AHRENS, 1985)
________________________________________________________________
Empresa Densidade (Ano do desbaste/Corte raso) Espécie**
________________________________________________________________
KLABIN/Pr. 1900 1064 744 521 (390)* (312)* 0 PT,PE
(0) (7) (10) (13) (16) (20) (25)
PCC/SC. 2000 1080 600 360 0 PT
(0) (9) (12) (16) (20)
CAFMA/SP. 2000 1400 1000 700 500 300 0 PO,PH,PC
(0) (8) (10) (12) (15) (19) (25)
SEIVA/SC. 2500 1250 800 500 (250) 0 PT,PE
(0) (9) (11) (15) (20) (25)
RIGESA/SC. 1600 1000 410 0 PT
(0) (10) (15) (20)
BATISTELA/SC 2000 1100 800 400 0 PT,PE
(0) (8) (13) (16) (20)
CELULOSE 1666 850 450 0 PT
CAMBARÁ S.A. (0) (8) (12) (16)
________________________________________________________________
Sendo: * desbastes previstos, mas ainda não tinham sido realizados em plantações comerciais;
** PT = Pinus taeda; PE = Pinus elliottii; PO = Pinus oocarpa; PH = Pinus caribaea var.
hondurensis; PC = Pinus caribaea var. caribaea.
366

a) Produção de madeira para processamento de fibras:

Entende-se como processamento químico ou mecânico de cavacos/fibras para a


produção de celulose/papel, chapas de fibras, chapas de partículas de madeira aglomerada.
Quando este for o propósito de produção de madeira deve-se reduzir o número de
desbastes ao mínimo ou evitando a adoção de desbastes. Isto é justificado pela independência
das dimensões dos sortimentos para estes processamentos e os crescentes custos de mão-de-
obras decorrentes da aplicação dos desbastes, sem um retorno econômico ao acréscimo do
incremento volumétrico promovido pelos desbastes.

b) Produção de madeira para processamento mecânico:

Entende-se como sendo toras para processamento em serraria e indústrias de produção


de desenrolados e faqueados, essencialmente.
Com este propósito deve-se adotar rotações mais longas, talvez entre 20 e 30 anos,
com desbastes intercalados em ciclos mais curtos, seguido de podas, especialmente para as
árvores que atingirão os últimos desbastes e corte final.
Neste procedimento, a adoção de desbastes pré-comerciais pode ser recomenda em
determinadas circunstâncias.

c) Produção simultânea de madeira para processamento de fibras e para


processamento mecânico:

Este caso visa produzir madeira numa mesma propriedade em uso múltiplo, ou seja
para processamento de fibras e mecânico. Neste caso, deve-se adotar regimes de desbaste
bem definidos que resultem produtos para ambos os usos, mas com a exigência de obtenção
de madeira de boa qualidade para o processamento mecânico.
Por outro lado, pode-se adotar regimes de desbastes diferentes para povoamentos
distintos em decorrência do sítio, para a produção de vários sortimentos simultaneamente, que
terão usos diferenciados. Para o caso de madeira para processamento mecânico, deve-se
preferencialmente selecionar aqueles talhões de melhor crescimento, homogeneidade e forma
de tronco das árvores, dentre outras características desejáveis na matéria-prima requerida.
367

6.1.10 Determinação de regime de desbaste

Tomando como exemplo o Pinus taeda da região dos Aparados da Serra/RS. Para esta
região foi feita a classificação de sítios por SELLE (1993), para a espécie, conforme Figura
33.

FIGURA 33 - Curvas de índice de sítio para a espécie Pinus taeda L. da região de Cambará
do Sul, RS (SELLE, 1993).

A altura dominante foi estimada através da função ajustada para a espécie e região por:

h100 = A. (1 - e-0,107145161.t) 1,620809677

Sendo: h100 = altura dominante; A = valor da assíntota (quando t tende ao infinito);


e= base do logaritmo neperiano e t = idade.

O valor de A foi estimado pela função:

A = IS / (1 - e-0,107145161.t) 1,620809677

Sendo IS = índice de sítio para o qual deseja-se calcular a assíntota (16 ao 28); t =
idade de referência (20 anos).
368

Para estimar os parâmetros dendrométricos foram ajustadas equações de regressão


para estimar o desenvolvimento das variáveis: diâmetro de área basal média (dg), altura
média (hm), fator de forma artificial (f), fator K-Magin (K), índice de espaçamento relativo
(S%) e densidade populacional (N/ha) para o povoamento remanescente, foram
respectivamente (MAINARDI, 1996):
ln dg = 2,135496 - 0,527646 . ln hm + 0,323182 . (ln hm)2;
ln hm = - 0,348438 + 1,100458 . ln h100;
f = 1,878354 . 1/h + 0,627965 . h/d - 2,292104 . h/d2;
K = 0,7454581152 + 0,0013089 . h100;
S% = 31,55622016 - 0,3938992042 . h100;
ln N/ha = 12,08998 - 2,59126 . ln h100 + 0,19791 . (ln h100)2.
Estas equações permitiram estimar os parâmetros dendrométricos utilizados para
determinar os regimes de desbaste por índice de sítio, a partir da fixação das idades dos
desdastes. Os resultados estão agrupados em forma tabelar para os índices de sítio 16, 18, 20,
22, 24, 26 e 28, respectivamente, nas Tabelas 101 a 107. As mesmas equações podem ser
utilizadas para simulação outros regimes de desbaste, estabelecendo-se as idades de desbaste
desejadas e rotação.

TABELA 101 - Tabela de produção para Pinus taeda L. para o índice de sítio 16.

Idade Povoamento Remanescente Desbastes Produção Total


anos h100 hm dg N/ha G/ha f V/ha N/ha V/ha VAC V/ha IMA IPA
4 3,5 2,8 6,9 2000 7,48 0,790 16,5 16,56 4,14 4,14
8 8,0 7,0 10,3 1915 15,90 0,544 60,8 85 2,05 2,05 62,81 7,85 11,56
12 11,6 10,5 14,6 1021 17,08 0,518 92,8 895 61,92 63,97 156,80 13,10 23,50
16 14,2 13,1 18,5 1021 27,42 0,500 179,7 63,97 243,68 15,23 22,47

TABELA 102 - Tabela de produção para Pinus taeda L. para o índice de sítio 18.
Idade Povoamento Remanescente Desbastes Produção Total
anos h100 hm dg N/ha G/ha f V/ha N/ha V/ha VAC V/ha IMA IPA
4 4,0 3,2 7,1 2000 7,92 0,724 18,36 18,36 4,59 4,59
8 9,0 7,9 11,3 1559 15,63 0,535 66,06 441 14,20 14,20 80,26 10,03 15,47
12 13,0 11,9 16,6 850 18,40 0,509 111,45 709 70,65 84,85 196,30 16,36 29,01
16 16,0 14,9 21,5 850 30,86 0,487 224,11 84,85 308,96 19,31 28,16
369

TABELA 103 - Tabela de produção para Pinus taeda L. para o índice de sítio 20.

Idade Povoamento Remanescente Desbastes Produção Total


anos h100 hm dg N/ha G/ha f V/ha N/ha V/ha VAC V/ha IMA IPA
4 4,4 3,6 7,3 2000 8,37 0,677 20,39 20,39 5,10 5,10
8 10,0 8,9 12,5 1303 15,99 0,528 75,08 697 30,52 30,52 105,60 13,20 21,30
12 14,5 13,4 19,0 717 20,33 0,498 135,67 586 84,27 114,7 250,46 20,87 36,21
16 17,7 16,7 24,8 717 34,63 0,473 273,60 114,7 338,39 24,46 35,23

TABELA 104 - Tabela de produção para Pinus taeda L. para o índice de sítio 22.

Idade Povoamento Remanescente Desbastes Produção Total


anos h100 hm dg N/ha G/ha f V/ha N/ha V/ha VAC V/ha IMA IPA
4 4,9 4,1 7,6 2000 9,07 0,634 23,58 23,58 5,90 5,90
8 11,0 9,9 13,8 1112 16,63 0,521 85,79 888 52,07 52,07 137,86 17,23 28,57
12 15,9 14,8 21,3 624 22,23 0,488 160,72 488 96,78 148,8 309,57 25,80 42,93
16 19,5 18,5 28,4 624 39,53 0,458 334,94 148,8 483,79 30,24 32,30

TABELA 105 - Tabela de produção para Pinus taeda L. para o índice de sítio 24.

Idade Povoamento Remanescente Desbastes Produção Total


anos h100 hm dg N/ha G/ha f V/ha N/ha V/ha VAC V/ha IMA IPA
4 5,3 4,4 7,9 2000 9,80 0,615 26,52 26,52 6,63 6,63
8 12,0 10,9 15,2 966 17,53 0,514 98,31 1034 79,97 79,97 178,29 22,29 37,94
12 17,4 16,4 24,2 546 25,11 0,476 195,98 420 116,1 196,0 392,03 32,67 53,43
16 21,3 20,4 32,6 546 45,57 0,441 409,97 196,0 606,02 37,88 53,50

TABELA 106 - Tabela de produção para Pinus taeda L. para o índice de sítio 26.

Idade Povoamento Remanescente Desbastes Produção Total


Anos h100 hm dg N/ha G/ha F V/ha N/ha V/ha VAC V/ha IMA IPA
4 5,8 4,9 8,3 2000 10,82 0,591 31,33 31,33 7,83 7,83
8 13,0 11,9 16,6 850 18,40 0,509 111,45 1150 114,6 114,6 226,05 28,26 48,68
12 18,8 17,8 27,0 488 27,94 0,463 230,51 362 131,7 246,2 476,77 39,73 62,68
16 23,1 22,3 37,0 488 52,47 0,425 497,75 246,2 744,01 46,50 66,81
370

TABELA 107 - Tabela de produção para Pinus taeda L. para o índice de sítio 28.

Idade Povoamento Remanescente Desbastes Produção Total


anos h100 hm dg N/ha G/ha f V/ha N/ha V/ha VAC V/ha IMA IPA
4 6,2 5,3 8,6 2000 11,62 0,578 35,55 35,55 8,89 8,89
8 14,0 12,9 18,2 757 19,69 0,501 127,36 1243 158,9 158,9 286,30 35,79 62,69
12 20,3 19,4 30,3 438 31,58 0,450 275,96 319 154,8 313,7 589,66 49,14 75,09
16 24,8 24,2 41,9 438 60,39 0,409 597,33 313,7 911,03 56,94 80,34

Sendo: IPA = incremento periódico anual; IMA = incremento médio anual na idade em
questão; VAC = volume acumulado do desbaste na idade em questão; --- = classes de idade
com estimativas da densidade real inicial, devido a falhas e mortalidade.

6.2 Planejamento da desrama

6.2.1 Introdução

A desrama consiste na remoção de ramos dos fuste das árvores. Porém para obter
grandes incrementos é necessário copas relativamente grandes, o que implica em maior
quantidade e tamanho de ramos, que origina uma maior quantidade e tamanho de nós na
madeira no fuste. Igualmente, é de conhecimento que existe uma relação estreita entre o
tamanho da copa, profundidade e incremento volumétrico.
Em geral, as madeiras de espécies de florestas naturais possuem melhor qualidade do
que quando as plantadas, porque estas crescem em regime de intensa competição. Como
conseqüência dessa competição as árvores desenvolvem anéis de pequena espessura, com
menor incidência de nós, de menor diâmetro e mais curtos, porque existe uma menor distância
entre as árvores, o que dificulta a formação de galhos compridos e grossos.
Devido a estes aspectos, os silvicultores já tentaram imitar a natureza, procurando
utilizar espaçamentos menores no momento do plantio. Porém, mais tarde, descobriu-se que
não é somente o espaçamento que determina a formação de galhos nas árvores, mas também a
fertilidade do solo. Uma maior fertilidade do solo determina a formação de galhos mais
grossos, mesmo em espaçamento mais reduzidos, com o 2 x 2 metros.
Os principais objetivos das desramas são: produzir madeira de melhor qualidade,
livre de nós; dar acesso às marcações e desbastes; reduzir os riscos dos danos causados pelo
fogo; e diminuir os custos de exploração. Porém, segundo AARON(1969), o objetivo usual da
desrama em plantações florestais é melhorar as propriedades físicas da madeira serrada,
371

mediante a redução da quantidade e tamanho de nós, através da eliminação da formação de


nós mortos ou soltos.
Quanto mais alta for a classe de produtividade maior será a produção de madeira
livre de nós, para um dado custo de desrama, uma vez que as mesmas são feitas na mesma
idade ou na mesma altura relativa durante a rotação, para todas as classes de produtividade
(JOHNSTON et al., 1977).
As árvores quando ainda estiverem em pleno estágio de crescimento não toleram a
redução exagerada da sua copa viva. O corte dos galhos ou a sua morte em virtude do
fechamento do dossel do povoamento, em proporção superior a 50 % da copa viva, representa
um verdadeiro sacrifício em partes vitais das árvores, com perdas significativas de
crescimento.

6.2.2 Intensidade da poda

A desrama deve ser realizada quando os ramos ainda estiverem verdes, fazendo com
que o nó fique persistente, o que não acontece com nó resultante da desrama de galho seco.
Quando se pretende um cerne nodoso pequeno, é necessário desramar em duas ou em três
etapas, para evitar o corte excessivo da copa viva em qualquer altura, aumentando o custo da
desrama de um dado comprimento de tronco (ASSMANN, 1970).
A influência da remoção de galhos vivos na produção de madeira e na redução da
forma do fuste, é inversa ao efeito do desbaste. O desbaste do povoamento estimula o
crescimento do câmbio na base das árvores, enquanto a desrama tende a inibir o crescimento
nesta posição, concentrando-o na parte superior do tronco. Assim, a desrama tende a reduzir a
forma do tronco, cuja intensidade de redução depende da severidade da mesma. As desramas
entre 30 a 40 % da altura total das árvores são consideradas como a de melhor intensidade,
por outro lado remoções maiores levam a diminuição da produção de madeira (KOZLOWSKI
et al., 1990).
FISHWICK(1977) afirmou que as pesquisas têm demonstrado que 30 % da copa
viva pode ser removida em uma poda programada sem redução do incremento em volume da
árvore. No entanto, SHERRY(1967) encontrou que com uma poda de 33 % da copa viva de
todas as árvores de um povoamento de Pinus patula, na África do Sul, houve uma pequena
perda de incremento volumétrico em relação as parcelas não podadas, com recuperação após
372

15 meses, o que não se verificou com a remoção de 50 % da copa viva. Diz ainda, que este
efeito varia segundo a espécie, sendo o Pinus elliottii mais tolerante do que o Pinus patula.
Os efeitos da eliminação dos ramos vivos menores sobre o crescimento dependem
da sua contribuição total para a produção de carbohidratos. Nos povoamentos fechados, os
ramos inferiores das árvores não tolerantes tendem a fotossintetizar de modo pouco eficiente,
devido aos baixos níveis de intensidade luminosa que recebem.
A poda deve ser realizada ainda quando os ramos forem verdes o que faz com que
quando a madeira for trabalhada o nó fique persistente, isto não acontece com o nó resultante
da poda do galho seco.
Pretendendo-se obter um cerne nodoso pequeno é necessário podar em duas ou três
etapas, para evitar o corte excessivo da copa viva em qualquer altura, o que aumentam o custo
da poda de um dado comprimento de tronco. Para as podas no início da rotação, os custos
acumulam-se a juro composto num longo período, enquanto que, as podas tardias reduzem o
custo até determinada altura, pois podem ser feitas numa só operação sem retirar uma
proporção demasiadamente grande de copa viva e, ainda, porque encurtam o período dentro
do qual acumula-se o custo.
Este aumento da quantidade de madeira sem nós e limpa assume uma importância
direta somente se for acumulada na classe de maior qualidade, por possuir maior valor
econômico.
A escolha das árvores a podar é análoga às classes de produtividade, no sentido de
que é mais provável que uma árvore mais vigorosa na altura ao ser desramada produza um
maior volume de madeira isenta de nós do que uma árvore menor.
O número de árvores a podar deve corresponder ao número que se quer no final da
rotação ou, com segurança, podar um número maior, na expectativa de que algumas das
árvores podadas possam vir a ser removidas em desbastes antes da altura do corte final.
A desrama é uma prática recomendada pelos serviços florestais de vários países,
baseada em pesquisas com objetivos específicos. Nos Estados Unidos, em geral, em Pinus sp.
a desrama é limitada a 300 até 400 árvores por hectare, devido aos elevados custos, realiza-se
em duas etapas: a primeira, quando as árvores tiverem atingido altura de 5 metros, são
removidos os galhos inferiores até a altura de 2,4 metros; a segunda é realizada quando as
árvores atingirem de 10 a 12 metros de altura, o corte dos galhos prossegue até uma altura de
5,0 metros (JOHNSTON et al., 1977).
373

Na África do Sul, as podas em povoamentos de Pinus sp., implantados em


espaçamento de 2,7 X 2,7 metros, são realizadas em número de três, executadas de acordo
com o seguinte programa: 1ª poda (4 - 5 ano) - todas as árvores, até uma altura de 1,8 metros,
feita no momento em que a altura dominante das árvores seja de 6,1 metros; 2ª poda (6 - 7
ano) - feita nas 750 melhores árvores por hectare, cortando os ramos até a altura de 4,5
metros, quando as árvores dominantes atingirem a altura de 9,0 metros; 3ª poda (9 - 11 ano) -
feita nas 150 melhores árvores por hectare, até uma altura de 6,6 metros, quando a altura
dominante atingir 12,2 e 13,7 metros (RAMOS, 1973).
Na empresa Klabin S.A. a desrama em povoamentos de Eucalyptus grandis, E.
saligna, E. dunnii é realizada quando o povoamento atinge entre 20 e 30 meses de idade, e
apresenta, em média, 10 cm de diâmetro médio e 12 m de altura média. Na operação são
desramadas todas as árvores, exceto as localizadas nos futuros ramais de exploração, as
mortas, bifurcadas e doentes. A altura de poda atinge entre 6 e 7 m (SEITZ, 1995).

6.2.3 Programa de podas

Para a formulação de um programa de poda é necessário conhecer o crescimento da


espécie nas condições de sítio e espaçamento e, especialmente, definir o diâmetro do cerne
nodoso que se deseja, normalmente variando entre 10 e 15 centímetros. Após, deve-se efetuar
medições do diâmetro abaixo da copa viva, em intervalos freqüentes, até que o mesmo
alcance o diâmetro pré-determinado do cerne nodoso. Quando a árvore atingir este diâmetro é
o momento da execução de uma nova poda.
A decisão sobre a idade da realização das desramas já foi motivo de muitos trabalhos
científicos, bem como da intensidade da desrama em relação a altura total das árvores.
Atualmente, a idade da desrama é definida pelo DOS (Diameter Over Stubs). Este é definido
pelo diâmetro da árvore sobre o verticilo. Quando a poda é efetuado abaixo do diâmetro deste
verticilo o volume defeituoso fica concentrado o cilindro nodoso. Este volume com nós
acrescido da medula constituirão da madeira com defeito, que será abrigada pelo DOS. Este
método do DOS é empregado na Nova Zelândia em plantios de Pinus radiata.
O valor do DOS é variável, normalmente fixado entre 10 a 15 cm dependendo da
tolerância para a formação de madeira defeituosa. Quando as árvores do povoamento
atingirem o valor fixado do DOS é o momento da realização da poda. Em povoamentos não
374

podados o DOS é definido pelo diâmetro sobre o primeiro verticilo, que normalmente ocorre a
uma altura abaixo de 1 metro. A segunda poda deve ser realizada quando o diâmetro do
verticilo remanescente atingir o valor do DOS fixado.
A altura da desrama atinge um valor em torno de 7 metros. Em média a primeira
desrama atinge uma altura de 2,5 metros. É recomendado que esta altura de desrama nunca
ultrapasse o valor de 40 a 45 % da altura total das árvores. As desrama efetuadas com altura
superior a estes percentuais provocam efeitos negativos no crescimento futuro das árvores do
povoamento. Estas observações devem ser levadas em consideração em todas as desramas
subseqüentes, observando para cada árvores os critérios de 7 metros de fuste limpo e o
percentual de altura a ser desramado em cada operação de 40 a 45% da altura total.
O diâmetro sobre o verticilo em qualquer altura da árvore é estimado com acuracidade
através da seguinte equação:

DOS = 1,1731+0,935*X + 0,1351*DM–0,0007031*DM2–0,2513*DH+0,0451*DH2

HT − DH
Sendo: X = DAP * ; HT = altura total, em metros; DH = altura de ocorrência
HT − 1,4
do diâmetro sobre o verticilo DOS (m); DM = máximo diâmetro de galhos ou diâmetro sem
casca do maior galho em que ocorre o diâmetro sobre o verticilo, medido sobre o galho
podado (mm); DAP = diâmetro à altura do peito, em centímetro.

Na Figura 34 é ilustrada a posição de medição das variáveis em cada uma das árvores
do povoamento.
FISHWICK(1977) formulou um programa de poda para Pinus elliottii, com o
objetivo de obter toras com cerne nodoso com diâmetro controlado de 10 e 15 cm. Salienta
que os dados não devem ser tomados como definitivos, uma vez que as variações de espécies,
características fenotípicas do material, locais de plantio e espaçamentos utilizados podem
afetar os índices de crescimento das espécies, acarretando consequentemente alterações nos
resultados apresentados.
Para a obtenção de madeira com a presença de nós dentro do limite de 10 cm, com
tora de 7 metros, o autor sugere que o programa de poda seja iniciado quando a altura das
árvores selecionadas, em número recomendável de 500 árvores por hectare, atingirem uma
média de 5-6 m (aproximadamente aos 4 anos de idade) e o DAP de 10 cm. As podas devem
obedecer os seguintes critérios, conforme mostra a Figura 35:
375

a) 1ª poda até 2 m (40 % da copa removida);


b) 2ª poda até 4 m quando a altura for 7 m (40 % da copa viva removida);
c) 3ª poda até 5,5 m quando a altura for 9 m (30 % da copa viva removida);
d) 4ª poda até 7 m (somente 250-300 árvores/ha) quando a altura atingir 11-12 m (25
% da copa viva removida).

FIGURA 34 - Posição de medição das variáveis para a determinação do diâmetro sobre o


verticilo (DOS) através de equação

Por outro lado, para a obtenção de madeira com presença de nós dentro do limite de
15 cm e toras de 7 m, a poda deve ser iniciada quando a altura das 500 árvores selecionadas
atingirem uma média de 9-10 m (aproximadamente aos 6-7 anos de idade) e o DAP de 15 cm,
as podas devem obedecer aos seguintes requisitos:
376

a) 1ª poda até a altura de 5 m (53 % da copa removida);


b) 2ª poda até a altura de 7 m (realizado nas 250-300 árvores/ha, quando a altura total
for de 12-13 m), geralmente dois anos após a 1ª poda, removendo 27 % da copa viva.

FIGURA 35 - Procedimento para obtenção de madeira com nós dentro do limite de 10 cm


(FISHWICK, 1977)

6.2.4 Desrama em Eucalyptus saligna: um estudo de caso

Um experimento de desrama foi instalado em um povoamento monoclonal de


Eucalyptus saligna, após três anos de sua instalação, permitem afirmar que a aplicação da
desrama em povoamentos jovens de Eucalyptus saligna, nas intensidades de 0, 40, 60 e 80%
da altura total da árvore, não mostrou evidências de redução do crescimento em diâmetro,
altura e volume de madeira por hectare, bem como sobre a sobrevivência da espécie. Devido à
377

grande dominância apical do E. saligna e à pouca idade das árvores neste experimento, houve
a recuperação da dimensão da copa das árvores com o crescimento em altura já no primeiro
ano após a execução da desrama. A desrama em árvores com altura em torno de 11,0 m
permite obter, em uma única operação, troncos livres de nó até 8,8 m sem prejuízo do
crescimento da árvore. Os resultados indicaram ser possível aplicar a desrama na intensidade
de até 80% da altura total sem prejuízo ao incremento (FINGER et al., 2002).
Foram observadas diferenças de crescimento em diâmetro, altura e volume já no ano
de instalação dos tratamentos de desrama, decorrente da grande diferença nas dimensões das
copas. Entretanto, já no primeiro ano, verificou-se a recuperação da dimensão da copa das
árvores desramadas decorrente do crescimento em altura. Por outro lado, ocorreu a redução da
área de copa verde nas árvores não desramadas, decorrente da morte natural dos galhos
devido à redução da luminosidade no interior da floresta, vindo a homogenizar a dimensão
das copas nos tratamentos com desrama e sem desrama.
Estes resultados mostram que, embora tenham sido retirados diferentes quantidades de
copa nos tratamentos, a espécie não sofreu redução de crescimento, recuperando, com o
crescimento em altura, a parte da copa necessária para seu desenvolvimento pleno, conforme
se observa nas médias de altura apresentadas na Tabela 108.
Nas Figuras 36, 37 e 38 podem ser visualizados, respectivamente, o crescimento
verificado para o diâmetro à altura do peito, altura e volume por hectare, para cada
tratamento, nas idades de 3, 4 e 5 anos de idade da floresta. A análise destas figuras mostra
que não houve efeito dos tratamentos sobre o crescimento em diâmetro, o que também ficou
indicado estatisticamente. A pequena superioridade do tratamento com 40% de desrama (0,6
mm no ano) pode estar associada a maior mortalidade ocorrida neste tratamento, o que gerou
espaço entre árvores um pouco maiores.
Quanto ao volume, a Figura 38 mostra a mesma tendência observada para altura, ou
seja: valores de volume ligeiramente superiores no tratamento sem desrama e volumes iguais
nos que sofreram desrama. Nos dois casos os resultados podem estar sendo influenciados pela
pequena diferença na mortalidade de árvores, ocorrida ao acaso, dentro das repetições de igual
tratamento.
378

TABELA 108 – Médias das variáveis diâmetro, altura e volume/ha para as quatro
intensidades de desrama, em três anos consecutivos.

Idade Desrama N. árv. d h V


(m3/ha)
(anos) (%) (/432 m2) (cm) (m)
2* 0 72,0 7,5 8,0 62,7
40 64,3 7,1 7,5 60,5
60 69,7 7,3 7,8 62,1
80 70,3 7,5 8,3 59,6
3 0 71,3 10,6 12,1 81,9
40 63,3 10,9 12,5 76,9
60 67,7 10,4 11,8 73,5
80 68,3 10,6 12,9 77,5
4 0 71,0 12,3 16,9 145,2
40 63,3 12,5 17,2 139,5
60 67,0 12,2 16,9 136,5
80 68,3 12,1 17,2 134,8
5 0 71,0 13,4 19,1 203,1
40 61,7 13,8 19,2 195,6
60 66,7 13,3 18,6 187,8
80 64,0 13,2 18,4 179,5
Sendo: * situação observada no momento da aplicação do tratamento; N. árv. = número de
árvores; d = diâmetro à altura do peito, em centímetros; h = altura total, em metros; V =
volume total, em metros cúbicos por hectare.

Os resultados obtidos são de grande importância prática, pois indicam ser possível
retirar, em uma única operação de desrama, os galhos de árvores jovens de E. saligna até a
altura correspondente a 80% da altura total da árvore, sem prejuízo de seu crescimento em
diâmetro, altura e volume.
379

16

14
sem
12
d e s ra m a
10
40%
d(cm)

6 60%
4
80%
2

0
2 3 4 5
id a d e ( a n o s )

FIGURA 36 - Crescimento diamétrico nos tratamentos de desrama entre as idades de 2


e 5 anos.

25

20

15 sem
des ram a
h(m)

40%
10

60%
5
80%

0
2 3 4 5
id a d e ( a n o s )

FIGURA 37 - Crescimento da altura nos tratamentos de desrama entre as idades de


2 e 5 anos.
380

250

200

V(m3/ha) 150 sem


des rama
40%
100

60%
50
80%
0
2 3 4 5
id a d e ( a n o s )

FIGURA 38 - Crescimento volumétrico nos tratamentos de desrama entre as idades


de 2 e 5 anos.

A execução desta intensidade de desrama em árvores jovens, com altura próxima a


11,0 m permite, em uma única operação, deixar livre de nó cerca de 8,8 m do tronco com
diâmetro enodado menor que 8,0 cm ao DAP. Outra vantagem é o maior rendimento no
trabalho de campo em decorrência do reduzido diâmetro dos galhos, o que também poderá se
traduzir em vantagem econômica.
Outra alternativa de execução da desrama envolve duas fases. Na primeira são
retirados os galhos até a altura em que o executor da desrama alcance com a serra sem o uso
de cabo ou escada ( altura do homem mais o comprimento do braço). A segunda fase pode ser
realizada, quando conveniente, meses após levantando a desrama até a altura desejada. Esse
procedimento traz a vantagem da separação de atividades com rendimentos diferentes; a
desrama até a altura do executor, cerca de 2 m, e em alturas maiores, que requerem o uso de
cabos ou escadas. Outra vantagem desse procedimento é a maior resistência a flexão das
partes superiores do tronco quando a desrama for realizada mais tarde, vindo a facilitar a
operação de corte dos galhos.
A segunda fase pode também ser realizada no ano seguinte à desrama baixa, o que
garantiria ainda a obtenção de um núcleo enodado de dimensões reduzidas.
A realização da desrama em duas fases pode ser ainda importante em povoamentos
com espaçamentos iniciais amplos, pois garante menor luminosidade junto ao tronco
381

reduzindo a possibilidade da emissão de novos brotos neste local, como se observa em


povoamentos jovens que sofreram desrama drástica.

6.2.5 Desrama em Pinus elliottii: um estudo de caso

Um experimento foi instalado para estudar a influência da intensidade de desrama


sobre a produção de madeira de Pinus elliottii em um experimento em blocos casualizados
com três repetições e 5 tratamentos, definidos por: T1 – testemunha sem desrama; T2 -
desrama dos ramos secos; T3 - desrama de 40 % da altura total; T4 - desrama de 50 % da
altura total; e T5 - desrama de 60 % da altura total das árvores. Observou-se que o diâmetro e
a produção de madeira foram fortemente influenciados pela intensidade da desrama, aos 11
anos de idade. A testemunha com 263,5 m3/ha não diferiu do tratamento com desrama de
ramos secos com 245,1 m3/ha, mas ambos diferiram dos tratamentos com desrama de 40 % da
altura total com 231,5 m3/ha, da desrama de 50 % da altura total com 225,5 m3/ha e da
desrama com 60 % da altura total com 211,6 m3/ha. A menor perda de produção foi de 12,1 %
obtida no tratamento com desrama de 40 % da altura total, e a maior de 19,7 % ocorreu no
tratamento de desrama com 60 % da altura total. Estes resultados permitem concluir pela
recomendação da utilização de desrama com intensidade inferior a 40 % da altura total das
árvores, pois permitem menores perdas de produção e ganhos em incremento diamétrico e na
qualidade da madeira (SCHNEIDER et al., 1999).
Neste estudo, os tratamentos foram definidos pela altura de desrama aplicada, a saber:
Tratamento 1 = T1: testemunha, sem desrama;
Tratamento 2 = T2: desrama dos ramos secos;
Tratamento 3 = T3: desrama até 40% da altura total da árvore;
Tratamento 4 = T4: desrama até 50% da altura total da árvore;
Tratamento 5 = T5: desrama até 60% da altura total da árvore.

Os tratamentos de desrama foram aplicados até as árvores atingirem 12 metros de fuste


desramado. O corte dos galhos foi feito rente ao tronco, utilizando serrote de mão.
Os dados foram avaliados em duas idades do povoamento, 11 anos e 13 anos para a
variável volume total com casca por hectare e aos 13 anos para a comparação da dimensão
alcançada pelo diâmetro médio sob diferentes intensidades de desrama.
382

a) Volume aos 11 anos

Na produção de Pinus elliottii sob influência de diferentes intensidades de desrama,


obtida aos 11 anos de idade, observou-se diferença significativa na variância entre os
tratamentos testemunha, sem desrama (sd), desrama dos ramos secos (ds), desrama de 40 %,
50 %, 60 % da altura total das árvores a uma probabilidade de 0,008 (prob.>f), para um valor
de F calculado de 7,54. Por outro lado, não foi encontrada diferença significativa entre os
blocos, (prob.>F= 0,7736), para um valor de F calculado de 0,27, indicando existência de
homogeneidade entre os blocos.
A comparação das médias de volume, através do teste de Duncan, ao nível de 5% de
probabilidade, demonstrou que a testemunha sem desrama (SD) não diferiu do tratamento
com desrama de ramos secos (DS). Porém, ambos os tratamentos diferiram significativamente
dos tratamentos com desrama de 40 %, 50 % e 60 % da altura total das árvores. Por outro
lado, os tratamentos com desrama de 40 %, 50 % e 60 % da altura total não diferiram
estatisticamente entre si. Da mesma forma, não diferiram entre si o tratamento com desrama
dos ramos secos do tratamento com desrama de 40 % da altura total das árvores.
Na Figura 39 é apresentada a produção obtida nos tratamentos, aos 11 anos de idade.
Observa-se que o maior volume com casca por hectare foi obtido no tratamento sem desrama
(SD), com 263,5 m3/ha, seguido do tratamento com desrama dos ramos secos (DS), com
245,1 m3/ha. Com desrama de 40 % da altura total das árvores, obteve-se 231,5 m3/ha, ou
seja, uma diferença de volume em relação a testemunha de 12,1 %. A produção volumétrica
do tratamento com desrama de 50 % da altura total das árvores foi de 225,5 m3/ha, sendo esta
14,4 % menor que a da testemunha. A menor produção foi obtida no tratamento com desrama
de 60% da altura total das árvores, com 211,6 m3/ha, 19,7 % menor que a da testemunha, sem
desrama.

b) Volume aos 13 anos

A análise de variância da produção obtida nos tratamentos de diferentes intensidades


de desrama, com dados medidos dois anos após a execução do desbaste, demonstra que,
mesmo aos 13 anos de idade e após a realização do desbaste, manteve-se a diferença
significativa entre os tratamentos de desrama, a uma probabilidade de 0,0084 (Prob.>F), e um
valor de F calculado de 7,44.
383

350
300
250

Produção 200
(m3/ha) 150 11 anos
13 anos
100
50
0
SD DS 40% 50% 60%
Intensidade de Desrama

FIGURA 39 - Produção de Pinus elliottii Engelm. com diferentes intensidades de desrama,


aos 11 e 13 anos de idade.

A comparação das médias dos tratamentos pelo teste de Duncan (sob efeito dos
desbastes) demonstrou que foi produzido pela testemunha (SD) 333,2 m3/ha, não diferindo do
tratamento com desrama dos ramos secos com 317,6 m3/ha. Porém, ambos os tratamentos
diferiram significativamente dos tratamentos com desrama de 40 % da altura total das árvores
(297,1 m3/ha); de 50 % (289,9 m3/ha); e de 60%, (286,2 m3/ha). Por outro lado, estes três
tratamentos não diferiram estatisticamente entre si .

c) Diâmetro

A análise de variância dos diâmetros obtidos nos tratamentos, aos 11 anos de idade,
demostrou a existência de diferença significativa entre as diferentes intensidades de desrama,
a uma probabilidade de 0,0043 (Prob.>F), para um F calculado de 9,23.
A comparação das médias dos diâmetros, aos 11 anos de idade, feita com o teste de
Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade, demonstrou que a testemunha sem desrama, não
diferiu do tratamento com desrama dos ramos secos, mas diferiu dos demais tratamentos com
40%, 50 % e 60 % da altura total desramada, porém estes não diferiram entre si. Por outro
lado, o tratamento com desrama seca não diferiu do tratamento com desrama de 40 % da
altura total.
384

Na Figura 40 são apresentados os valores dos diâmetros médios, obtidos na


testemunha sem desrama (SD), e nos tratamentos com desrama dos ramos secos (DS) e nos
tratamentos com desrama de 40 %, 50 % e 60 % da altura total das árvores. Observa-se que,
em um período de 4 anos, contados a partir do estabelecimento das desramas no povoamento
florestal, ocorreu uma diferença de 1,17 cm entre o diâmetro médio da testemunha, sem
desrama e o diâmetro médio do tratamento com desrama mais severa, ou seja, desrama de 60
% da altura total das árvores. Deve-se considerar, ainda, que os tratamentos foram
desbastados de forma equânime aos 11 anos de idade, não tendo havido mudanças nas
tendências observadas antes e depois do desbaste como comprovam estes resultados.

18,5
18
17,5
17
16,5
Diâmetro
16
(cm) 11 anos
15,5
15 13 anos
14,5
14
13,5
SD DS 40% 50% 60%
Intensidade de Desrama

FIGURA 40 - Diâmetro médio de Pinus elliottii Engelm. sob diferentes intensidades de


desrama, aos 11 e 13 anos de idade.

Na Tabela 109 é apresentada uma síntese dos parâmetros dendrométricos obtidos nos
tratamentos testados, como o diâmetro médio, volume atual por hectare, volume do desbaste
por hectare, produção total por hectare e o incremento médio anual (IMA), em metros cúbicos
por hectare por ano, aos 11 anos de idade, bem como a comparação das médias pelo teste
Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade.
385

TABELA 109 - Parâmetros obtidos nos tratamentos de desrama em talhões de Pinus elliottii
Engelm., aos 11 e 13 anos de idade
11 anos 13 anos
Tratamentos DAP Produção IMA DAP Produção IMA
3 3 3
(cm) (m /ha) (m /ha) (cm) (m /ha) (m3/ha)
T1:Testemunha sem desrama 16,8 a 263,5 a 23,9 18,3 a 333,2 a 25,6
T2: Desrama dos ramos seco 16,3 ab 245,1 a 22,2 17,4ab 317,6 ab 24,4
T3: 40% 15,9 ac 231,5 c 21,0 17,4 b 297,1 bc 22,8
T4: 50% 15,5 c 225,5 c 20,5 16,7 c 289,9 c 22,3
T5: 60% 15,3 c 211,6 c 19,2 16,4 c 286,3 c 22,0
Sendo: DAP = diâmetro à altura do peito; IMA = incremento médio anual.

O incremento médio anual do diâmetro nos tratamentos testados mostraram as mesmas


tendências verificadas para o volume, ou seja, a sua redução com o aumento da intensidade de
desrama. O maior incremento encontrado, nesta idade, foi 23,9 m3/ha/ano, obtido na
testemunha sem desrama, e o menor, de 19,2 m3/ha/ano, ocorreu no tratamento com desrama
de 60 % da altura total das árvores.

6.2.6 Avaliação econômica das podas

De um modo geral, as podas só prolongam a rotação ideal se a percentagem do


acréscimo no valor anual corrente das árvores podadas for maior do que nas árvores não
podadas (JOHNSTON et al., 1977).
Para calcular a economia das podas é preciso saber o custo delas, o futuro índice de
crescimento das árvores podadas, o efeito das podas sobre as proporções do volume das
diferentes classes da madeira serrada e o diferencial dos preços entre as classes.
Porém, é sabido que as podas são caras, extremamente exigentes em trabalho
intensivo e, tendo em vista serem efetuadas relativamente cedo na rotação, a sua contribuição
para o aumento das despesas do investimento é elevada. Este custo varia bastante segundo as
espécies e a intensidade de poda.
A poda de árvores é o tratamento intermediário mais oneroso quando se estima sobre
uma base individual. Estes custos variam muito e dependem:
386

a) do número de árvores podadas por hectare;


b) do diâmetro dos ramos;
c) do número de ramos por verticilo;
d) do número de verticilos que se deve podar;
e) da altura que se realiza a poda;
f) da taxa de crescimento e, portanto, da qualidade do sítio;
g) da taxa de juro que se quer do investimento;
h) do tempo que é necessário esperar antes da exploração.

Uma forma prática que pode ser usada para diminuir os custos da poda consiste em
empregar um método adequado para o primeiro desbaste, como o sistemático em linhas, ou
seja, eliminando uma em cada três linhas, com a vantagem de não necessitar a marcação das
árvores. Isto é vantajoso, pois a produção total em volume não sofre alterações e a escolha das
árvores para o final da rotação não se restringe desnecessariamente. Com isto a própria queda
das árvores desbastadas provoca uma limpeza do fuste das árvores remanescentes e a prática
da poda seria, então, executada somente naquelas árvores remanescentes do primeiro
desbaste, escolhidas para a rotação final, diminuindo os custos desta atividade
consideravelmente.
Para se ter uma idéia dos custos desta atividade silvicultural, segundo
NICOLIELO(s.d.), para as condições da Companhia Agroflorestal Monte Alegre, de Agúdos-
SP, os rendimentos operacionais médios de poda por árvore/homem/dia variam
consideravelmente com a altura da poda e número de árvores a serem podadas, como pode ser
observados no Tabela 110.

TABELA 110 - Rendimentos operacionais médios de poda em Pinus sp.


(árvores/homem/dia) (NICOLIELO, s.d.)
Altura Idade Nº de Árvores Rendimento
Poda (m) (ano) Podadas (ha) (árvore/homem/dia)
2,0 5-6 Todas 460
6,0 9 500 200
12,0 12 300 60
387

6.3 Substituição de povoamentos florestais

O conteúdo a seguir foi parcialmente extraído de REZENDE (1987), no seu trabalho


sobre substituição de povoamentos de Eucalyptus sp.

6.3.1 Introdução

Os trabalhos específicos de análise econômica sobre a substituição dos povoamentos


de eucaliptos são quase inexistentes na literatura especializada do Brasil. Porém, é preciso
notar que a substituição de um eucaliptal, no que tange ao aspecto teórico da análise
econômica, é totalmente semelhante aos princípios econômicos que norteiam a teoria da
substituição de máquinas e equipamentos.
De acordo com os conceitos da Engenharia Econômica MASSÉ(1962) diferenciou
substituição de substituição, quando se trata de máquinas e equipamentos. Para ele uma
substituição é efetuada quando o equipamento começa a ser incapaz de exercer a função para
a qual foi designado e construído, e a substituição seria um reparo nas unidades de maneira
que continuassem a produzir em um nível desejado.
Um sistema produtivo pode ser substituído por várias razões, tais como:
a) Inadequação, perda da eficiência;
b) obsolescência funcional, física ou econômica;
c) elevação dos custos de manutenção e de reparos;
d) surgimento no mercado de sistemas mais econômicos e produtivos;
e) aumento de riscos para os operadores.

Quando se trata de equipamentos, os estudos para avaliar a viabilidade da substituição


devem levar em consideração:
a) A existência de equipamentos tecnicamente melhores;
b) obsolescência física: quando o equipamento está gasto e requer muita manutenção
ou necessita de substituição;
c) inadequação: quando o equipamento em uso não consegue suprir as novas
demandas e necessidades do mercado;
d) obsolescência funcional: é um caso em que há um decréscimo na demanda de bens
produzidos pelo equipamento;
388

e) possibilidade de se utilizar meios mais baratos de produção do que o uso e a


manutenção dos equipamentos atuais.
Para o caso da substituição sempre é considerada a existência de dois ativos que
competem por terem características diferentes, sendo o velho equipamento chamado Defensor
e o novo chamado Desafiante (HUMMEL & TASCHNER, 1988).
O termo substituição tem sido usado de maneira errada no setor florestal, uma vez que,
de acordo com a teoria da substituição de equipamentos, este termo significa fazer reparos,
portanto, este trabalho terá o cuidado de utilizar o termo substituição.
Na realidade, para o processo empregado atualmente na empresa, em áreas de
Eucalyptus, o termo “substituição” revela-se incorreto, pois as operações realizadas
modificam totalmente a estrutura básica da área (estradas, espaçamento, entre outros fatores),
promovendo, não um “conserto ou adaptação” do que foi feito anteriormente e, sim, uma
completa “substituição ou renovação florestal”, começando do nada, para uma nova floresta.
Para REZENDE et al.(1987), um povoamento florestal pode ser considerado como
uma máquina qualquer, que produz o produto madeira e a decisão de manter ou substituir esta
máquina se baseia nos mesmos princípios que ajudam a encontrar o ponto ótimo de
substituição de um trator ou uma motosserra.
Aplicando os conceitos de substituição de equipamentos ao setor florestal, considera
que o termo substituição precisa ser diferenciado do termo substituição. A substituição refere-
se a uma situação na qual um povoamento não é mais capaz de executar as tarefas para as
quais foi designado, o que ocorre naturalmente após três cortes.
A substituição refere-se a uma situação na qual um povoamento ainda é capaz de
executar suas funções, mas pode ser alterado (interplantio, adensamento) ou mesmo ser
substituído por outro mais eficiente.
A substituição pura e simples não apresenta os problemas inerentes à substituição.
Neste caso, os problemas são idênticos aos da tomada de decisão inicial, no momento do
plantio original. Trata-se da escolha da espécie, do espaçamento, do tipo e quantidade de
fertilizante, etc.
A substituição, que é o caso tratado aqui, é mais problemática e em muitas situações
vai sendo indefinidamente adiada até que se transforme em simples substituição. Ela pode
advir de duas situações básicas:
389

a) O povoamento atual não está produzindo madeira como deveria, em quantidade e


qualidade.
b) Houve progresso tecnológico na área florestal, de tal forma que um povoamento
implantado hoje, beneficiado por novas técnicas, produz madeira de modo mais eficiente em
relação ao povoamento atual.

Segundo SILVA(1990), a substituição consiste na substituição total do povoamento


de baixo potencial produtivo, ou com produtividade abaixo da esperada, por um novo
povoamento originado do plantio de mudas.
VALVERDE & REZENDE(1997), consideram que o problema da substituição não é
tão simples quanto a princípio se imagina. Existem conseqüências tanto na substituição
prematura quanto na tardia. Para a determinação do tempo de substituição é preciso definir e
conhecer parâmetros tais como:
a) o horizonte de planejamento;
b) a atividade econômica;
c) o futuro do investimento;
d) os custos operacionais;
e) os custos da depreciação;
f) a taxa de juros;
g) a utilização correta da unidade;
h) os programas de manutenção e reparos;
i) os critérios econômicos a serem usados.

A tomada de decisão com relação à substituição envolve uma série de fatores e nem
sempre o aspecto econômico predomina. Nas empresas verticalizadas tende-se a aferir o
retorno do investimento apenas no produto final. Deste modo, todas as etapas antecedentes,
inclusive, a produção florestal, passam a ser encaradas, apenas, como um ítem na estrutura de
custos e a preocupação maior é com a redução de custo destas operações e, não tanto, com
maior ou menor rentabilidade de cada projeto isoladamente.
Face a isto, na empresa Duratex, por exemplo, a decisão em termos técnicos ou
estratégicos, normalmente, indica substituição com base em uma análise das seguintes
premissas:
390

a) Produtividade abaixo dos 30 st/ha/ano; esta premissa liga-se à necessidade de


manter, a longo prazo, um nível de abastecimento adequado.
b) Mistura de materiais genéticos; a empresa busca eliminar povoamentos
geneticamente deficientes, substituindo-os por maciços provenientes de material genético
próprio, de alta produtividade.
c) Índices de falhas; os trabalhos já conduzidos permitem diagnosticar, através do
índice de falhas, a economicidade de conduzir ou não a brotação.
d) Localização estratégica; este fator liga-se ao problema de abastecimento e à
eventual existência de florestas ruins, em locais bastante interessantes, sob o ponto de vista da
localização. Neste caso, a substituição pode ser efetuada para garantir uma floresta de alta
produtividade, estrategicamente localizada.
e) Condições circunstanciais (fogo, geada, etc.); neste caso, a substituição é apenas
uma medida corretiva face a um imprevisto.

Antes de se transformar um povoamento é preciso estar certo de que a nova


tecnologia usada não será superada antes de ter pago seu próprio investimento. É preciso
também considerar o fato de que muitas vezes pode-se pular uma fase intermediária, passando
diretamente de uma tecnologia totalmente superada para uma super moderna. Este fato ocorre
quando o surgimento de uma tecnologia revolucionária é iminente.
Segundo REZENDE (1987), quando se está diante da questão substituição ou não um
povoamento, é preciso considerar alguns aspectos econômicos como:
a) O manejo das brotações é menos dispendioso, em termos de custo por unidade de
área, que a efetivação de um novo plantio.
b) O novo plantio é mais produtivo que o reflorestamento substituído, dado que
houve desenvolvimento tecnológico na condução dos plantios, aperfeiçoamento e melhoria do
material genético usado, seleção das espécies mais produtivas, seleção dos espaçamentos e
níveis de fertilização mais adequados à produção de madeira:
c) Há problemas de falhas e brotações.
d) Os custos de um povoamento já implantado são fixos e podem ser
desconsiderados, mas psicologicamente exercem grande influência na análise, agindo em
favor da manutenção do “status quo”.
391

e) O custo de substituição é menor que o custo do plantio original, uma vez que
alguns custos, como os de abertura de estradas, aceiros e construção de cercas não se repetem.

Um dos problemas mais comuns, após a execução do primeiro ou segundo corte em


plantações de eucaliptos submetidas ao regime de talhadia, é decidir qual será a alternativa
mais viável para a futura condução do povoamento. Geralmente a empresa é levada a decidir
pela manutenção do povoamento, aproveitando a brotação das cepas remanescentes ou, então,
pela substituição do mesmo.
É de suma importância que essa escolha seja embasada em dados e informações
técnica e economicamente corretas, a fim de otimizar a decisão do manejador. Dessa forma
seriam reduzidas ao mínimo as possibilidades de prejuízos financeiros para a empresa, em
face do tamanho das áreas, da mão-de-obra e do capital envolvidos em tais operações.
LOPES(1990) afirma que a condição satisfatória de qualquer empreendimento
depende de planejamento que englobe os fundamentos técnico-econômicos de todos os fatores
relevantes, reconhecendo as restrições e ordenando os recursos disponíveis, para que se atinja
a situação desejada. Contudo, é importante a exatidão e segurança com que se pode
prognosticar o desenvolvimento futuro dos fatores que influenciarão os objetivos
preconizados, bem como as suas tendências econômicas.

6.3.2 Métodos de Substituição

Em seu estudo para desenvolver um modelo teórico a fim de decidir o momento ótimo
de substituir povoamentos florestais, SILVA(1990), considerou os seguintes casos:
a) Ciclo terminal: É o caso onde a empresa deseja abandonar uma área ou um projeto.
isso pode acontecer quando a empresa planta em áreas alugadas e limita seu planejamento a
um único ciclo produtivo, por exemplo. O momento ótimo de cortar pela última vez o
povoamento é quando o valor atual dos custos variáveis for igual ou maior ao valor atual das
receitas.
b) Substituição parcial: Mantém-se a pressuposição de que a análise termina quando
o último corte do povoamento é feito. A empresa pode substituir parcialmente um
povoamento, o que pode acontecer devido à baixa produtividade de alguns talhões dentro do
projeto.
392

c) Cadeia de substituição: Difere do caso anterior, pois agora o último corte do


povoamento será seguido pela implantação de um novo, beneficiado ou não por uma nova
tecnologia. No momento ótimo de substituição o valor atual dos juros descontado do valor
total da cadeia é igual ao valor atual das receitas do velho povoamento no mesmo instante.
d) Momento ótimo de substituição quando se considera o progresso tecnológico:
Este é o caso onde o ciclo terminal dá origem a uma nova cadeia de substituições. Isto
acontece quando a empresa “adquire” uma nova tecnologia. Então, o povoamento original
passa a ser terminal, dando origem à cadeia.

6.3.3 Progresso tecnológico

O progresso tecnológico pode ser entendido como o desenvolvimento de novas


técnicas que, aplicadas a um novo projeto, proporcionarão uma melhor performance em
relação ao projeto atual.
STEINDL(1980), define progresso tecnológico como um processo que acarreta a
longo prazo o aumento do produto por trabalhador, e que possa experimentalmente ser
medido por ele, porém esta definição simples não traduz a complexidade deste fenômeno. O
progresso tecnológico pode proporcionar a economia do fator terra e recursos naturais e
consequentemente de capital, além de produzir novos bens e afetar a qualidade de vida. Uma
outra característica é o estímulo ao investimento.
O progresso tecnológico vem com o tempo, mudando conceitos e posições sociais.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, indústrias consideradas promissoras deixam de
existir, cedendo lugar a outras pouco expressivas ou, até então, não existentes.
O progresso tecnológico no setor florestal ocorre de forma lenta, porém constante. Ele
é evidenciado no aumento da produtividade e na redução dos custos, bem como nos dois
casos ocorrendo conjuntamente.
Para que o aumento na produtividade possa ser acompanhado, o setor florestal
demanda de investimentos em pesquisa por parte do setor privado. Tais investimentos são,
ainda, muito tímidos diante da posição que o setor ocupa na economia nacional, sendo
considerado um dos mais competitivos.
Atualmente tem sido observado em aumento de produtividade nos novos plantios,
devido aos trabalhos de melhoramento florestal realizados pelas empresas. Esta necessidade
393

surge a partir do aumento gradativo nos preços de terras utilizadas para o plantio de florestas,
tornando necessário a empresa obter uma produtividade maior em uma mesma área, deixando
como última opção o investimento em novas terras.
A importância do progresso tecnológico ao longo da história do setor florestal não
pode ser negada. Desconsiderar os ganhos proporcionados pela tecnologia é incorrer em erro.
O caso do aumento da produtividade, que na década de 60 era de 10 st/ha/ano e em 1990 já
alcançava 40 st/ha/ano é uma confirmação dessa importância. Outro exemplo clássico foi a
redução dos custos de implantação neste mesmo período, que passou de US$ 1800,00/ha para
US$ 600,00/ha.

6.3.4 Critérios econômicos utilizados na avaliação de projetos

A avaliação econômica de um projeto é feita com base nos custos e receitas que
ocorrem ao longo de sua vida útil. Geralmente os projetos podem ser convencionais e não-
convencionais. Convencionais são aqueles que sofrem apenas uma mudança de sinal em seus
fluxos de caixa, neles as receitas líquidas mudam de negativas para positivas e assim
permanecem até o final. Um caso particular de projeto convencional acontece quando a
mudança de sinal ocorre no primeiro período de tempo após seu início, neste caso ele é
chamado de projeto de investimento simples. Os chamados projetos não-convencionais são
aqueles onde há mais de uma mudança nos sinais das receitas líquidas em seus fluxos de
caixa, como é o caso dos reflorestamentos com eucaliptos onde são efetuados 3 cortes
(REZENDE & OLIVEIRA, 1993).
Diversos são os critérios utilizados para se estudar a viabilidade econômica de projetos
e sua seleção, não havendo consenso entre os autores sobre o melhor. Basicamente são
divididos em critérios que não consideram o valor do capital no tempo e critérios que
consideram o valor do capital no tempo.

6.3.4.1 Critérios que não consideram o valor do capital no tempo

Tempo de retorno do capital investido (Pay-back period): Este critério é o mais


simples e conhecido. Ele fornece informação de quantos períodos são necessários para que
haja retorno do capital investido na implantação de um projeto.
394

A simplicidade de aplicação e o fornecimento de uma idéia sobre a liquidez dos


projetos são suas vantagens. A utilização deste critério é maior por investidores que
empregam capital em equipamentos que, dada uma taxa de progresso tecnológico, se tornam
obsoletos em pouco tempo, por isso a necessidade de saber qual será o retorno do capital e em
quanto tempo (FARO, 1972). O critério, porém, apresenta imperfeições como:
a) Não atualizar os custos futuros;
b) não esclarecer qual o valor mínimo do tempo de retorno para se aceitar um projeto;
c) ignora os problemas de escala e há falhas no processo para o caso em que os
benefícios antecipam os investimentos.

Razão Receita/Custo: A avaliação de projetos pelo critério da razão receita/custo é


baseada no resultado da divisão das receitas pelos custos que ocorrem durante a vida útil de
cada projeto, sendo considerado viável o projeto com valores dessa razão maiores que um. O
método considera as receitas ocorridas após o retorno do capital investido, porém não
considera a variação do valor do capital no tempo e não respeita a ordem de ocorrência das
receitas, o que limita sua utilização (REZENDE & OLIVEIRA, 1993).

Razão Receita média/Custo: Este método utiliza a razão entre a média aritmética das
receitas que ocorrem durante a vida útil dos projetos e os custos para apontar o melhor, sendo
escolhido o de maior razão positiva.
A vantagem desse critério é considerar o tempo de ocorrência das receitas. Suas
limitações ocorrem por não considerar o valor do capital no tempo e a ordem de ocorrência
das parcelas (REZENDE & OLIVEIRA, 1993).
Os critérios apresentados até aqui são, em geral, utilizados para projetos que não vão
além do curto prazo. Para FARO(1972), tais critérios podem inferir em resultados
inconsistentes por desconsiderarem taxas de juros positivas. REZENDE & OLIVEIRA(1993)
consideram que para o setor florestal tais critérios são desaconselháveis, principalmente pelo
setor apresentar projetos de longo prazo e altas taxas de juros.

6.3.4.2 Critérios que consideram o valor do capital no tempo


395

Valor Presente Líquido (VPL): O critério do Valor Presente Líquido (VPL) consiste
em trazer para o ano zero do projeto todos os valores constantes no seu fluxo de caixa e
subtrair as receitas das despesas. Algebricamente tem-se:

VPL = Σ R j (1 + i ) -j
- Σ C j (1 + i ) -j

Sendo: Cj = custos líquidos do período de tempo considerado; Rj = receita líquida no


final do período de tempo considerado; i = taxa de desconto do projeto; n = duração do
projeto em números de períodos de tempo.

Para se avaliar a viabilidade de um projeto pelo VPL basta que o mesmo seja positivo.
Em caso de mais de um projeto, o de maior VPL deverá ser escolhido.
CONTADOR(1996) diz que o critério do VPL é rigoroso e isento de falhas, o que lhe
confere credibilidade.
REZENDE & OLIVEIRA(1993) chamam a atenção para um problema relacionado ao
uso do VPL, o valor da taxa de desconto. Esta observação é considerada por ser o VPL muito
sensível à mudanças nas taxas de juros, desconsiderar este fato pode causar erros na seleção
de projetos.
Outra observação importante diz respeito à duração dos projetos. Se os projetos
comparados apresentam o mesmo horizonte de planejamento o melhor será o que apresentar
maior VPL. Se os horizontes de planejamento forem diferentes, deve-se aplicar um método
que os equiparem antes da seleção.

Taxa Interna de Retorno (TIR): A Taxa Interna de Retorno (TIR) de um projeto é a


taxa que iguala o VPL a zero, ou seja, é quando o valor atual das receitas se iguala ao valor
atual dos custos. Algebricamente tem-se:

Σ A j (1 + i * ) -j
= 0

ou
Σ R j (1 + i * ) -j
- Σ C j (1 + i * ) -j
= 0

Sendo: Aj = receita líquida no final do ano j, sendo Aj = Rj + Cj; Rj = receita no final


do ano j; Cj = custos no final do ano j; i = taxa interna de retorno; n = duração do projeto em
anos.
396

A viabilidade dos projetos é considerada nos casos onde a TIR é maior que a taxa de
juros vigente no mercado.
FARO(1972) faz considerações sobre a natureza dos projetos. Quando se trata de
projetos convencionais a TIR é única. No caso de projetos não-convencionais pode ocorrer
mais de uma taxa.
A grande vantagem no uso da TIR é não precisar de informações externas ao projeto,
sendo necessário somente conhecer seu perfil e ter idéia da taxa de juros vigente no mercado
(CONTADOR, 1996).

Benefício (Custo) Periódico Equivalente (BCPE): Considerando a taxa i sob a


forma unitária em relação ao mesmo período adotado para o intervalo entre os fluxos de
caixa, este critério permite a definição do custo periódico equivalente de um projeto no caso
de resultado negativo ou de benefício no caso de resultado positivo, através da seguinte
relação:

B ( C )PE =
VPL [ (1 + i) t - 1 ] (1 + i ) nt
(1 + i ) nt - 1

Sendo: B(C)PE = benefício (custo) periódico equivalente; VPL = valor presente


líquido; i = taxa de desconto; n = duração do período de anos, meses, etc.; t = número de
períodos de capitalização.

A viabilidade do projeto é definida pelos valores positivos do B(C)PE, indicando que


os benefícios periódicos são maiores que os custos periódicos (REZENDE & OLIVEIRA,
1993). Quando se faz seleção entre projetos, sendo todos viáveis, o de maior BPE deverá ser
escolhido.
A característica mais importante deste critério é a correção implícita das diferenças
entre horizontes de planejamento, o que dispensa uma análise incremental.

Custo Médio de Produção (CMPr): O Custo Médio de Produção (CMPr) é o custo


total por unidade de produção que as empresas utilizam quando querem operar com custos
médios mínimos, independente da quantidade produzida e da duração do investimento.
397

De acordo com REZENDE & OLIVEIRA(1993), o CMPr é dado pela relação entre o
custo total atualizado e a produção total equivalente, sendo necessário converter os valores
para um mesmo período de tempo. Algebricamente tem-se:

Σ CT j
CM Pr =
Σ QT j

Sendo: CMPr = custo médio de produção; CTj = custo total anual; QTj = quantidade
total produzida; n = duração do investimento; j = período de tempo em que os custos e as
quantidades produzidas ocorrem.

A viabilidade do projeto é obtida pela comparação entre o custo médio de produção de


uma unidade do produto e o seu valor de mercado. Quando há mais de um projeto, o de menor
CMPr deve ser o escolhido.
A curva de custo total médio é delineada em forma de U, portanto apresenta ponto de
mínimo. O declínio inicial no custo médio se deve ao declínio nos custos fixos médios e
custos variáveis médios. Posteriormente, há um aumento nos custos variáveis médios, porém,
o declínio do custo fixo médio de forma acentuada obriga o custo total médio a declinar mais
ainda. Com o crescimento do custo variável médio mais que compensando o declínio do custo
fixo médio, o custo total atinge um ponto mínimo e cresce em seguida.

6.3.5 Modelo de decisão entre substituição e condução da brotação: um estudo de caso

O exemplo demostrado a seguir foi desenvolvido para povoamentos de Eucalyptus


saligna por SCHNEIDER et al.(1989).

6.3.5.1 Origem dos dados

Os dados de sítio, produção e custos utilizados neste modelo são oriundos do


município de Guaíba, no Estado do Rio Grande do Sul.
Os sítios florestais foram classificados em relação à altura dominante em função da
idade, para a espécie estudada em primeiro e segundo ciclos. A produção volumétrica, por
unidade de área, encontra-se estruturada por índice de sítio, idade e área basal, obtidas nas
tabelas de produção, confeccionadas para a empresa por SCHNEIDER et al.(1988).
Nas Tabelas 111 e 112, encontram-se resumidas as produções da espécie estudada, em
primeiro e segundo ciclos.
398

Para a transformação do volume comercial cúbico sem casca em estéreo, foi utilizado
o fator de empilhamento de 1,49.

TABELA 111 - Produção média (st sc/ha) por índice de sítio e área basal, em povoamento
de Eucalyptus saligna, primeiro ciclo, aos sete anos de idade.
Índice Área Basal (m2/ha)
de Sítio 10 14 18 22 26 30 34
20 90,1 124,6 158,7 192,5 226,0 259,4 292,6
22 98,8 136,5 173,9 211,0 247,8 284,3 320,6
24 107,4 148,4 189,1 229,3 269,4 309,2 348,7
26 116,1 160,3 204,3 247,8 290,8 333,9 376,7
28 124,6 172,2 219,3 265,9 312,4 358,5 404,5
30 133,2 184,0 234,4 284,3 333,9 382,2 432,2
32 141,7 195,8 249,4 302,5 355,2 407,7 459,8
34 150,2 207,5 264,3 320,6 376,7 432,2 487,5
36 158,7 219,3 279,4 338,8 397,8 456,7 515,1

TABELA 112 - Produção média (st sc/ha) por índice de sítio e área basal, em povoamento
de Eucalyptus saligna, segundo ciclo, aos sete anos de idade.
Índice Área Basal (m2/ha)
De Sítio 10 14 18 22 26 30 34
20 87,3 122,8 158,2 193,7 229,5 265,1 300,8
22 96,2 135,1 174,2 213,4 252,5 291,9 331,2
24 105,0 147,5 190,3 232,9 275,8 318,7 361,6
26 113,8 160,0 206,2 252,5 299,0 345,5 392,0
28 122,8 172,4 222,3 272,2 322,3 372,3 422,6
30 131,6 184,9 238,2 291,9 345,5 399,2 453,0
32 140,5 197,3 254,3 311,6 368,8 426,1 483,5
34 149,3 209,8 270,4 331,2 392,0 452,9 514,0

Na Tabela 113, encontra-se a produção média esperada para povoamentos da espécie,


em primeiro ciclo, aos sete anos de idade. As áreas basais, dessa tabela, foram estimadas
através da equação definida por SCHNEIDER et al. (1988).
399

6.3.5.2 Custos e receitas residuais

Entendem-se por custos e receitas residuais as despesas ou rendas obtidas, não


dissolvidas na primeira rotação.
Os custos ou receitas residuais dos povoamentos foram desconsiderados para as
alternativas silviculturais de substituição e condução da brotação.

TABELA 113 - Produção média esperada, em povoamentos de Eucalyptus saligna, em


primeiro ciclo, aos sete anos de idade.
Índice de Área Basal Vol. Comercial
Sítio (m2/ha) (st sc/ha)
20 26.91 232.23
22 27.35 258.48
24 27.84 285.96
26 28.38 314.55
28 28.98 344.74
30 29.64 376.41
32 30.37 410.08
34 31.15 445.38
36 32.01 483.13

6.3.5.3 Custo de cultura

Os custos culturais para substituição e condução da brotação apresentam-se


discriminados como segue:

6.3.5.3.1 Alternativa de substituição

O custo de cultura da substituição foi composto pelos custos gerais que ocorrem no
ano de implantação mais os custos de manutenção do povoamento, até um ano antes da
rotação.
Os custos operacionais na atividade de substituição foram agrupados em três classes,
cujos valores médios são apresentados no Tabela 114.
As classes de custo foram definidas por atividade de preparo do solo, como segue:
a) Classe A: arado + gradagem leve.
b) Classe B: arado reformador ou escarificador.
b) Classe C: escarificador + gradagem leve.
400

As operações homogêneas de preparo do solo foram agrupadas em classes de custos,


conforme a semelhança de seus custos, em relação a unidade e momento de ocorrência no
tempo.

TABELA 114 - Custos de substituição

Momento Tipo de Operação Classe de Custos (US$ /ha)


(ano) A B C
0 Implantação 437,3 500,0 562,2
1 Manutenção 17,2 17,2 17,2
2 Manutenção 17,2 17,2 17,2
3 Manutenção 17,2 17,2 17,2
4 Manutenção 17,2 17,2 17,2
5 Manutenção 17,2 17,2 17,2
6 Manutenção 17,2 17,2 17,2

6.3.5.3.2 Alternativa de condução da brotação

O custo de cultura na condução da brotação foi composto pelos custos gerais das
atividades silviculturais, iniciadas logo após o corte raso, seguido de outros custos até um ano
antes da rotação.
As atividades silviculturais gerais e seus custos médios estão apresentados na Tabela
115. Neste, os custos médios diferem nos anos iniciais do período de rotação, em relação aos
demais, devido à operação de combate à formiga, desbrota e rebrota.

TABELA 115 - Custos de condução da brotação.

Momento Custo
Tipo de Operação
(ano) (US$ /ha)
0 Manutenção 44,0
1 Desbrota e manutenção 57,8
2 Redesbrota e manutenção 23,4
3 Manutenção 17,2
4 Manutenção 17,2
5 Manutenção 17,2
6 Manutenção 17,2
401

6.3.5.4 Custo de administração

Na composição do custo de administração foram considerados os custos de material de


escritório, luz, telefone, pessoal técnico-administrativo, gerência, manutenção dos prédios e
instalações, etc.
Este custo foi considerado constante para as alternativas silviculturais de substituição e
condução da brotação, assumindo-se o valor médio de US$ 41,6/ha/ano.

6.3.5.5 Remuneração do capital terra

A remuneração anual do capital terra (b) foi obtida pela descapitalização do valor da
terra por unidade de área (B). Este valor, eventualmente, pode ser substituído pelo custo anual
do arrendamento de um hectare de terra.
O valor da terra (B) foi considerado constante para ambas as alternativas silviculturais,
assumindo o valor de transação corrente no mercado de US$ 686,7/ha.

6.3.5.6 Preço da madeira

O preço corrente da madeira em pé foi considerado de US$ 7,74 por estéreo sem
casca, para uma distância máxima de 100 km da fábrica.
Justifica-se o uso do preço da madeira em pé uma vez que os custos de exploração e
transporte são iguais para ambas as alternativas silviculturais, não sendo, portanto, necessário
considerá-los na tomada de decisão.

6.3.5.7 Taxa de juro subjetiva

A taxa de juro, para a determinação da rotação financeira e valor líquido presente, foi
fixada em 8% a.a. para ambas as alternativas silviculturais.
402

6.3.5.8 Rotação dos povoamentos

SPEIDEL(1967) cita vários métodos que podem ser utilizados para definir a grandeza
da rotação, que variam de acordo com o objetivo de maximização das rendas da empresa.
Desses métodos foi utilizada a rotação financeira, determinada através da Fórmula de König,
modificada para o problema, sendo representada pela seguinte expressão:

Ar - C × 1,0pr - ΣMi × 1,0pr -i - V × (1,0pr - 1)


B=
1,0pr - 1

Sendo: B = valor da produção do solo; Ar = valor do corte final por hectare; C = custo
do corte final por hectare; Mi = custo de manutenção no ano i, por hectare; V = capital dos
custos de administração, V = v/0,0p; v = custo anual de administração por hectare; p = taxa de
juro subjetiva; r = rotação; i momento da manutenção.

6.3.5.9 Valor dos povoamentos

Para a avaliação econômica das alternativas silviculturais de condução da brotação e


substituição de povoamentos de eucaliptos, foi utilizado o método do Valor Líquido Presente
(VLP), através da seguinte fórmula:

Ar - C × 1,0pr - ΣMi × 1,0pr -i - (T + V) × (1,0pr - 1)


VLP =
1,0pr

Sendo: t = capital dos custos da terra, T = t/0,0p; t = custo anual do capital terra.

No caso, o Valor Líquido Presente das alternativas silviculturais foi avaliado por
índice de sítio, classes de área basal e classes de custo de substituição.
Em cada índice de sítio, foi determinada a área basal mínima que conseguisse
equilibrar as despesas e receitas, à taxa de juro de 8% a.a. Estas áreas basais determinam o
valor mínimo da produção para que a floresta passe a ser economicamente rentável, nas
respectivas alternativas silviculturais e classes de custos considerados.
403

6.3.5.10 Resultados e discussões

6.3.5.10.1 Rotação financeira

No Tabela 116 encontram-se as produções geradas a partir de parcelas permanentes de


povoamentos em primeiro ciclo, assim como os valores obtidos para rotação financeira, com
variação dos custos de implantação.
Conforme demonstram os resultados obtidos, a idade de maximização do valor
esperado da produção do solo, para as classes de custo (A, B e C), a uma taxa de juro de 8%
a.a., ocorreu em períodos distintos.
Isto demonstra que, para uma mesma espécie e sítio, o máximo valor esperado da
produção do solo pode ocorrer em idades diferentes, considerando, para isto, tão somente a
variação do custo de implantação do povoamento.
Observa-se, nos resultados apresentados no Tabela 116, que a maximização do valor
esperado da produção do solo ocorreu aos sete anos, para as classes de custos B e C e, aos seis
anos, para a classe de custo A. No entanto, o verdadeiro ponto de máximo, na classe de custo
A, ocorreu em idade intermediária, entre seis e sete anos, devido ao valor esperado da
produção do solo aos cinco anos ser inferior ao obtido aos sete anos.
Como a grandeza da rotação financeira oscilou entre seis e sete anos, com pequenas
variações no valor esperado da produção do solo dentro de cada classe de custos, optou-se por
uma rotação média de sete anos.

6.3.5.10.2 Avaliação econômica das alternativas silviculturais

Os resultados da avaliação econômica encontram-se estruturados de acordo com a


alternativa silvicultural de condução da brotação e substituição do povoamento.

a) Área basal mínima para a condução da brotação


Os resultados do Valor Líquido Presente (VLP), por índice de sítio e classe de área
basal, para a condução da brotação, encontram-se no Tabela 117. Neste Tabela, encontram-se,
também, as áreas basais mínimas, para cada índice de sítio, para esta alternativa silvicultural.
Analisando-se os resultado observa-se que as áreas basais mínimas obtidas são
inversamente proporcionais à qualidade do sítio, tendo iniciado com um valor de 16,9 m2/ha,
no índice de sítio 20, e atingindo 10,0 m2/ha no índice de sítio 34.
404
407
408
409

b Área basal mínima para substituição

Nos Tabelas 118, 119 e 120 encontram-se os valores líquidos presentes para a
substituição para as classes de custo A, B e C, respectivamente. Estas encontram-se
estruturadas por índice de sítio, classe de área basal e área basal mínima, para cada tipo de
preparo do solo.
Para as três classes de custo a área basal mínima comportou-se de maneira
inversamente proporcional à qualidade do sítio, mas com grandezas ligeiramente
diferenciadas. A área basal mínima, para a atividade de substituição, é diretamente
proporcional à classe de custo, ou seja, para uma classe de custo mais dispendiosa é
necessária uma produção maior do povoamento.

c) Valor esperado na produção do solo com a substituição

A análise econômica para as produções esperadas com a substituição do povoamento


permitiu elaborar o Tabela 121, que apresenta os valores líquidos presentes para a
substituição, a uma taxa de 8% a.a. e rotação de sete anos.
Os valores apresentados no Tabela 121 mostram a tendência de acréscimo do valor
líquido presente em qualquer das classes de custos analisadas, com aumento da qualidade
produtiva do sítio.
O valor líquido presente somente foi negativo para a substituição de povoamentos nas
classes de custo B e C, no pior sítio, ou seja, no índice de sítio 20.

6.3.5.11 Considerações finais sobre a substituição de povoamentos

Nos resultados obtidos para as duas alternativas silviculturais verifica-se que a área
basal mínima para a substituição é superior à da condução da brotação, o que é facilmente
justificado pelos maiores custos da substituição, em qualquer das situações analisadas,
podendo ser observado na Tabela 122 e Figuras 41 a 43
410

TABELA 122 - Áreas basais limites para a condução da brotação e substituição de


povoamentos de Eucalyptus saligna, aos sete anos de idade.

Área Basal (m2/ha)


Índice de Mínima Mínima para substituição Crítica
Sítio para
A B C A B C
condução
20 16,9 26,0 27,6 29,3 17,6 - -
22 15,3 23,6 25,1 26,6 18,7 17,2 15,8
24 14,1 21,6 23,0 24,4 19,7 18,4 17,1
26 13,0 20,0 21,2 22,5 20,7 19,5 18,3
28 12,0 18,6 19,7 20,9 21,6 20,5 19,4
30 11,2 17,3 18,4 19,5 22,5 21,5 20,5
32 10,5 16,2 17,3 18,3 23,5 22,5 21,5
34 10,0 15,3 16,3 17,2 24,4 23,5 22,6

Estes resultados permitiram definir as áreas basais de referência, para ambas


alternativas silviculturais, como segue:
a) Área basal mínima pra condução da brotação: é a área basal a partir da qual o
investimento em condução da brotação passa a ser economicamente viável, onde o Valor
Líquido Presente da condução (VLPc) é maior ou igual a zero.
b) Área basal mínima para substituição: é a área basal a partir da qual o investimento
em substituição passa a ser economicamente viável, onde o Valor Líquido Presente da
substituição (VLPr) é maior ou igual a zero.
c) Área basal crítica: é a área basal a partir da qual o Valor Líquido Presente da
condução da brotação passa a ser maior que o obtido na substituição do povoamento, ou seja,
o VLPc é maior ou igual a VLPr.
Nas Figuras 41 a 43 onde estão apresentadas as áreas basais mínimas das alternativas
silviculturais, observa-se que abaixo da curva de área basal mínima de condução da brotação e
a direita da ordenada pontilhada, quando passa a existir, o valor líquido presente desta
alternativa é menor que zero e o valor líquido presente da substituição é maior que zero.
Nestas condições justifica-se economicamente a substituição do povoamento.
A ordenada pontilhada representa a projeção do ponto de interseção das curvas de
área basal esperada para substituição, com a área basal mínima para substituição. Esta indica
o limite máximo para o qual existe viabilidade de substituição, em qualquer região da figura,
com exceção à esquerda da linha, onde a substituição é inviável.
411

FIGURA 41 – Representação da área basal por índice de sítio para condução da brotação e
substituição com classe de custo “A”, em Eucalyptus saligna

A superfície delimitada pelas curvas de área basal crítica e mínima, para a condução
da brotação e à direita da ordenada pontilhada, quando esta existir, indica valores líquidos
presentes positivos para substituição e condução da brotação. No entanto, nestas condições, os
valores líquidos presentes para substituição foram maiores que os valores líquidos presentes
da condução da brotação, indicando que, embora a condução da brotação seja rentável, a
substituição do povoamento é economicamente mais recomendável.
412

FIGURA 42 – Representação da área basal por índice de sítio para condução da brotação e
substituição com classe de custo “B”, em Eucalyptus saligna

Da mesma forma, a superfície compreendida entre as curvas de área basal crítica


para a condução da brotação e área basal esperada para a substituição, e à direita da ordenada
pontilhada, quando existir, representa valores líquidos presentes positivos para a condução da
brotação e substituição. Aqui, comparando-se os valores de renda, verifica-se que o valor
líquido presente da condução da brotação é maior que o valor líquido presente da substituição,
justificando a manutenção do povoamento e, consequentemente, a condução da brotação.
413

FIGURA 43 – Representação da área basal por índice de sítio para condução da brotação e
substituição com classe de custo “C”, em Eucalyptus saligna

Para a utilização das áreas basais mínimas ainda é necessário o conhecimento das
condições dos povoamentos, no momento do corte, avaliadas a partir do inventário pré-corte.
Estas informações resumem-se em idade, altura dominante e área basal do povoamento. A
idade e altura dominante auxiliam na determinação dos índices de sítio, que associados à área
basal permitem a obtenção da produção.
É importante considerar que a queda de produtividade das brotações constitui-se no
fator mais importante na decisão da substituição de um povoamento, ou em muitas situações,
depende do critério econômico e da taxa de juros usados.
No processo de análise econômica, o horizonte de planejamento pode ter certa
influência na decisão da melhor alternativa silvicultural a adotar. Isto depende da forma de
414

fixação da rotação ou rotações sucessivas, o que determina métodos diferentes de análise. O


certo é que, quanto mais rigorosa for a análise, maior deve ser a exigência para a dissolução
dos custos iniciais da substituição na primeira rotação, evitando-se, com isto, maiores riscos
no investimento devido às incertezas da ocorrência dos parâmetros de produtividade e custos
ao longo de um horizonte de planejamento mais amplo

6.4 Planejamento de cultura

O planejamento de cultura constitui-se na atividade mais importante no contexto


empresarial, pois permite definição da espécie e método de plantio, previsão do número de
mudas, espécies, tempo de trabalho, organização do trabalho e localização dos plantios. No
levantamento das condições das secções já deve-se determinar o local e a época (mês/ano) de
corte e fixar a forma de renovação.
A escolha da espécie é uma tarefa de alta responsabilidade, que decidirá o caracter dos
povoamentos fixando-o inalteradamente no futuro, razão porque a sua solução não deve ser
orientada pela casualidade mas por experiências de conteúdo silvicultural, evitando-se grande
concentração de espécies, procurando-se selecioná-las usando os seguintes critérios:
possibilidades do sítio; silviculturais, necessidades da empresa da economia/mercado
nacional; exigências da proteção florestal.
Antecedendo-se ao planejamento do espaço físico, com distribuição técnica das
unidades de produção, definidas pelos talhões e secções e, locação da rede viária, aceiros e
outros usos do solo. Após a locação das unidades de produção estas devem ser descritas em
relação a área e sítio, o que auxiliará na seleção de espéceis e sua implantação.
Deve-se fazer uma descrição por secção das culturas existentes, com uma avaliação
crítica, mencionando possíveis melhorias, citando experiências sobre o replantio de espécies,
densidade, tipo de muda e método de plantio.
Na descrição dos reflorestamentos a serem executados mencionar: localização, área,
trabalhos preparatórios, como recate de galhos, formação de coivaras, espécies desejadas,
preparo de solo, drenagem, tipos de muda, forma de plantio, replantio e tratos silviculturais.
Mencionar os cuidados que devem ser tomados após o plantio, como: capinas, coroamento,
adubação, quantidades por ha ou por muda, época da adubação, cuidados contra danos por
formiga, insetos, roedores, etc.
415

Posteriormente, deve-se efetuar o planejamento total para talhão e distrito,


relacionando as medidas a serem aplicadas nos talhões, diferenciando-as por ano. Isto permite
efetuar o planejamento integral da empresa, com necessidades de mudas, adubos, sementes,
fitossanitários, horas de mão-de-obra para o preparo do solo, plantio, tratos silviculturais,
desrama, etc.
No planejamento relaciona-se separadamente as atividades, em relação à renovação,
que devem ser executadas ou previstas num espaço de tempo, para o qual terá validade. Ele
relaciona os objetivos a serem alcançados por secção e integral para a empresa.
Se for necessário, devem ser destacadas alguma atividades principais, como:
a) Plano de drenagem: desenhar num mapa as áreas relevantes, descrição de método de
drenagem, época e ano que será efetuada.
b) Plano de adubação: localização, área, quantidade, tipo de adubo, meio de
distribuição, época.
c) Plano de produção de mudas: contendo necessidades de sementes, recipientes,
adubos, fitossanitários, isso quando o viveiro for para a produção própria.
d) Plano de reflorestamento: localização, área, espécie, tipo de muda, forma de plantio,
época, espaçamento, etc.

O planejamento especial dos tratos silviculturais, também pode relacionar máquinas e


implementos a serem empregados, mencionado a mão-de-obra, rendimentos e custos do
trabalho.

6.5 Planejamento de estradas

O planejamento de estradas compreende os trabalhos necessários para dar


acessibilidade aos povoamentos, afim de executar os trabalhos previstos de silvicultura,
exploração, etc.
Caso se tratar de grandes áreas, ainda inacessíveis, deve-se elaborar projeto próprio de
estradas, devido aos elevados custos envolvidos na atividade.
Dentro do plano de manejo florestal é necessário somente assinalar certos trechos de
estradas que devem ser complementados para execução das diferentes atividades técnicas.
Para isso, deve-se desenhar o percurso aproximado das estradas; planejar, também,
aproximadamente como se poderia desenvolver a construção de estradas nos próximos anos;
416

muitas vezes faz-se somente as recomendações para estradas existentes, com respeito a
alargamento da estrada, aumento do raio das curvas para transporte de madeira comprida,
melhorar as valetas, diminuir erosão, etc.
No planejamento de estradas deve-se observar o seguinte:
a) Quando tratar-se de construção de estradas de forma extensa, deve-se elaborar um
projeto separado. No planejamento previsto no plano de manejo deve-se colocar, em anexo ao
plano geral, o planejamento de estradas, com o mapa, do projeto de estradas e os cálculos
necessários.
b) Quando se tratar de estradas de menor extensão, e de importância secundária, estão
deve-se fazer somente de forma descritiva, assinalando no mapa a localização, para talhão e
classes de aproveitamento.
c) Deve-se sempre indicar no plano de manejo uma descrição geral da rede de estradas
existentes dentro da área, que se refere a qualidade, melhorias e manutenção necessárias.

6.6 Planejamento da exploração principal

O planejamento da exploração é inevitável em qualquer situação, pois envolve


elevados custos, evita a improvisação, estabelece padrões de controle, antecipa aos problemas
e seleciona as melhores soluções. Ele é constituído pela divisão das áreas em unidades e pelo
planejamento das unidades de corte.
Dependendo da dimensão da empresa e sistema de manejo empregado, em relação as
áreas de corte, o planejamento da exploração deve ser realizado para os desbastes e corte
final individualmente.
O planejamento da exploração abrange todas as decisões que devem ser tomadas a
respeito do tipo de corte e quantidade de produto que devem ser colhido anualmente, e
temporal na execução do plano de manejo. A organização do trabalho de exploração depende
do tipo e forma de corte e intensidade de mecanização empregada pela empresa.
Normalmente, o planejamento da exploração é elaborado levando-se em conta as metas de
produção da empresa.
No caso da realização da exploração dos produtos provenientes de desbaste, a
organização do trabalho, normalmente, é feita com base num sistema semi-mecanizado de
exploração. Neste caso, deve-se planejar as atividades de exploração observando a foram de
abate, desdobramento, descascamento, empilhamento, transporte e mão-de-obra a ser
417

empregada, dimensionamento destas atividades em rendimentos e custos por máquina/hora ou


homem/hora, dependendo da situação.
Na exploração de madeira de corte final, também deve-se descrever o procedimento
das atividades envolvidas em relação ao tipo e forma de exploração.
Na elaboração do plano de exploração considera-se as restrições seguintes: área
disponíveis para corte, características das áreas, disponibilidade de equipamentos e normas
para evitar compactação do solo, erosão e danos às nascentes d'água.
Os critérios para avaliação das áreas de exploração são: volume de madeira e,
eventualmente, o número de árvores por hectare, dimensões das árvores, topografia, tipo de
solo, distância de transporte, densidade de estradas e disponibilidade de material para
revestimento de estradas.
Com base nestes aspectos, o plano de exploração é detalhado para as diversas fases
operacionais de exploração: limpeza pré-corte, preparação de estradas, pátio e sub-pátios de
estocagem , cortes, carregamento, baldeio e transporte. O plano deve ser sempre detalhado à
nível de talhão/secção.
O sistema de exploração florestal para empresas que utiliza o Eucalyptus, em rotação
curta, normalmente, envolve: planejamento das unidades, corte, manutenção, carregamento e
transporte. Nas operações correntes de exploração são consideradas as seguintes atividades:
roçada pré-corte, abate, desgalhamento e enleiramento da galhada, desdobramento,
descascamento, empilhamento, baldeio, carregamento e transporte. Deve-se dimensionar
estas atividades em relação aos rendimentos e custos envolvidos.
Nas atividades de corte deve-se descrever os equipamentos utilizados, como: moto-
serra, feller-bucher e harvester, mencionado os rendimentos, custos e mão-de-obra
envolvidos. Também, deve ser descrito a forma de baldeio e o transporte, mencionado o tipo
de equipamento, como: skider, forwarder, trator florestal, animal, determinando os
rendimentos e os custos envolvidos.

6.7 Planejamento de regulação de estoque e construção de reserva

No planejamento de produção, nem sempre o estoque existente corresponde ao


desejado, sendo praticamente impossível determinar o corte sustentado antes de que os
povoamentos alcancem a idade de rotação previsto, delimitando-se a quantidade de cortes
418

finais e de desbastes, utilizando informações de crescimento e produção de tabelas,


especialmente em muitas empresas em formação que possuem somente povoamentos novos.
Porém, mesmo quando os povoamentos forem bem distribuídos o que seria ideal para
regulação dos cortes sem limitações, é muitas vezes interessante formar de propósito um
estoque excedente que vem em benefício da empresa. Isto, simplesmente, é justificado para
evitar riscos econômicos que poderiam atingir futuramente a empresa.
Estas reservas de estoque podem garantir os seguintes benefícios:
a) Disponibilidade de estoque aproveitável em caso de gastos urgentes em ocorrências
de catástrofes.
b) Aproveitar oscilações favoráveis no mercado, por exemplo, preço bom pela
madeira.
c) Margem de segurança contra erros sistemáticos de determinação de volume.
d) Em benefício da nação, no caso de necessidade urgente de maiores quantidades de
madeira, o que evitaria cortes excessivos na empresa, como em épocas de guerra.
e) As reservas podem, também, ser financeiras, porém isto é outro assunto, pois aqui é
tratado somente do estoque de madeira.

Na prática existem as seguintes possibilidade de manter reservas:


a) Reservas permanentes: são formadas quando os povoamentos forem
desconsiderados da sua existência, são desaconselháveis pois provocam uma diminuição do
incremento e segurança contra ataques de pragas.
b) Reservas volantes: são formadas quando for desconsiderado certa quantidade do
volume existente, que não necessitam ser fixos espacialmente, mas somente na classe de
manejo. Estas reservas podem ser abertas ou escondidas, quer dizer destacadas da estatística
da empresa ou desconhecidas quando surgem de erros sistemáticos de levantamentos,
respectivamente.
A formação das reservas volantes podem ser obtidas através de:
a) Aumentando a grandeza da rotação, com o que se diminui a taxa de corte, pois
necessita-se de maior estoque de madeira para uma maior rotação.
b) Diminuindo os volumes reais no cálculo das taxas de corte ou na determinação da
percentagem de perdas nos cortes, por exemplo em vez de 10 % usar 15 % perda de volume
no corte.
419

c) Diminuindo uma percentagem do incremento real da classe de manejo.


d) Diminuindo diretamente o valor da taxa de corte.

Porém, para garantir o regime sustentado deve existir uma certa relação entre os
volumes por classes de idade (floresta de alto fuste) ou de classes de diâmetro (floresta
plenterwald). Por isto, o estoque de reserva deve possuir uma relação racional com o total
existente na classe de manejo.
A regulação de excesso ou falta de estoque se faz melhor através de métodos de
diminuição de volumes levantados, por exemplo, diminuição de 5 % do estoque real na
natureza.

6.8 Planejamento de exploração secundária

No sentido senso, o planejamento da exploração de produtos secundários não faz parte


do planejamento da produção florestal. Porém, muitas vezes a empresa dispõe de recursos e
de mercado para outros produtos que não seja a madeira, que podem ser: pastagens,
serapilheira, frutas, resina, casca e outros.
Geralmente, o planejamento é feito somente para aqueles povoamentos (secção ou
talhão) que fornecem tais produtos. Ele é feito de forma descritiva para a secção, estimando as
quantidades, utilizando dados de experiência, a serem obtidas anualmente. Os dados podem
ser obtidos de tabelas de rendimento de casca, resinagem, etc.
Caso se tratar de uma exploração secundária de maior escala, então é necessário se
fazer um planejamento próprio detalhado. Como por exemplo, a exploração de casca de
acácia-negra, que deve ser feito um planejamento de extração de casca, com determinação das
quantidades a serem obtidas através de utilização de tabelas de rendimento. Neste caso, deve-
se determinar a produção por talhão em kg de casca seca por área a ser colhido e,
posteriormente, a quantidade total anual da empresa.
420

VII - PLANEJAMENTO DO FLUXO DE PRODUÇÃO

O planejamento do fluxo de produção será apresenta da para duas situações de manejo


florestal. Uma situação vinculada à exploração de povoamentos de Acacia mearnsii,

destinados à produção de madeira e casca para extração de tanino e outra situação de

povoamentos de Pinus elliottii, manejados em sistema de alto fuste para produção de madeira
de vários sortimentos.

7.1 Planejamento do fluxo de produção em acacicultura

No presente caso foi tomado por base uma empresa que possui 4.000 ha de plantações

de acácia-negra e produz anualmente 700 toneladas de tanino, sendo que sua unidade

industrial consome aproximadamente 10.500 toneladas de casca por ano.

Em janeiro de 2000 uma empresa japonesa apresentou uma proposta de compra de

85.000 m3 de madeira e 400 toneladas de tanino por um período de 10 anos.

A empresa necessita saber se terá estoque de casca e madeira suficientes para garantir

um contrato, além de manter o seu atual nível de produção, uma vez que possui contratos

anteriores que não podem ser rompidos.

Além da área própria, a empresa conta com mais 2.000 ha de floresta pertencentes a
terceiros, que possuem contratos de parceria com a empresa. Esses contratos de parceria

prevêem que a empresa. deve comprar ao final de no máximo 10 anos, no mínimo 50% do

estoque de casca e madeira.

Para verificar a viabilidade de aceitar ou não tal contrato a empresa contratou os


serviços profissionais de consultoria florestal que, através do inventário, estruturação e análise

do fluxo de produção, deve fornecer as informações necessárias para a tomada de decisão.


Para o trabalho, foram realizados inventários nos povoamentos florestais das áreas

próprias da empresa e de terceiros, sendo os resultados apresentados nas Tabelas 123 e 124.
421

TABELA 123 - Resultados do inventário florestal para as áreas pertencentes à empresa


florestal

Região/Local Idade ho IS Espaç Area Área Peso Volume


basal casca (ton)
(ano) (m) (m) (m2/ha) (ha) (m3)
Vila Caibaté 3 12,4 16 2x2 13,1 135 14333 74,7
Três Forquilhas 8 14,5 12 2x2 16,1 308 20134 107,1
Espumoso 6 13,0 12 2x1 17,8 51 20327 105,5
Capão Bonito 2 9,3 18 2x2 10,3 430 12460 66,0
Coxilha Rica 1 5,2 20 2x1 7,0 528 9054 48,2
Cerro Branco 4 12,8 14 2x1 17,5 98 19796 102,6
Rincão dos Peludo 10 18,0 14 2x1 23,8 421 33572 181,6
Fazenda Cadeia 3 15,5 20 2x2 17,6 604 23109 124,1
Cascavel 5 16,0 16 2x2 18,3 756 24618 132,7
Fazenda do Cerro 8 21,7 18 2x1 25,9 350 39079 214,2
Fazenda do Coqueiro 9 22,4 18 2x2 23,8 319 37401 207,6
Sendo: h0 = altura dominante; IS = índice de sitio

TABELA 124 - Resultados do inventário florestal para as áreas pertencentes à parceiros.

Proprietário Idade ho IS Espaç Area Área Peso Volume


basal casca
(ano) (m) (m) (m2/ha) (ha) (ton) (m3)
Arlindo Flores 9 22,4 18 2x2 23,8 73 37401 207,6
Bill Pinton 7 23,0, 20 1x1 26,3 10 39585 216,7
Justimiano Moraes 2 8,3 16 3x2 7,0 32 7622 39,8
Juca Santos 8 14,5 12 3x1 17,7 27 22006 116,5
Afonso Camargo 1 3,1 12 2x1 4,3 19 3826 18,9
Antoninho Costa 8 19,3 16 1x1 26,1 53 37653 204,1
Miro Silva 6 21,6 20 2x1 25,2 61 39027 213,9
Martimiano Peleti 4 16,4 18 2x2 18,9 34 25821 139,7
Hildebrando Pascoal 9 19,9 16 2x1 25,3 152 37240 203,2
Nicolau dos S. Neto 1 3,1 12 3x1 3,5 214 3088 15,3
Luiz Estevão 8 21,7 18 1x1 26,6 113 39719 217,0
Ibsen Pinheiro 8 14,5 12 3x2 13,3 96 16646 89,2
Anselmo Boligoi 8 24,1 20 3x1 24,5 7 37677 207,7
Jõao Alves 6 15,1 14 2x2 17,0 234 21909 117,2
Nicéia Cardoso 3 10,9 14 2x2 11,0 15 10893 55,5
Georgina Caldas 2 9,4 18 2x1 12,8 28 15355 80,6
Lino Schmith 7 16,1 14 2x2 18,5 67 24919 134,5
Antônio Both 4 16,4 18 3x2 15,8 311 21979 119,9
Carlos Husseim 6 13,0 12 1x1 21,3 251 24393 126,1
Pedro Arafat 4 12,8 14 2x2 13,7 120 15408 80,4
Paulo Millosewich 6 21,6 20 1,5x3,5 20,0 83 32043 179,7
422

Considerando-se que a idade de rotação definida pela empresa para todos os sítios é de
mais ou menos 7 anos, faz-se uma projeção em relação a produção de casca e madeira,
realizando-se a simulação do corte raso nesta idade. Para os povoamentos com idades
superiores a 7 anos, o corte foi programado para o primeiro ano no período de planejamento
(2001).
Deve-se destacar que nas áreas de terceiros o volume considerado foi de apenas 50%
da produção total, de acordo com o contrato de parceria, existindo a possibilidade dos
parceiros disponibilizarem um volume superior ao estabelecido no contrato.
A Tabela 125 mostra o cronograma de realização dos cortes e as Figuras 44 e 45
mostram o fluxo de produção, considerando as áreas próprias e de parceiros na idade de
rotação utilizada pela empresa..

TABELA 125 - Cronograma de realização dos cortes nas áreas próprias e de terceiros,
considerando uma idade de rotação de 7 anos, em hectares.

Local 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Vila Caibaté 135
Três Forquilhas 308
Espumoso 51
Capão Bonito 430
Coxilha Rica 528
Cerro Branco 98
Rincão dos Peludos 421
Fazenda Cadeia 604
Cascavel 756
Fazenda do Cerro 350
Fazenda do Coqueiro 319
Arlindo Flores 73
Bill Pinton 10
Justiniano Moraes 32
Juca Santos 27
Afonso Camargo 19
Antoninho Costa 53
Miro Silva 61
Martimiano Peleti 34
Hilbebrando Pascoal 152
Nicolau S Neto 214
Luis Estevão 113
Ibsem Pinheiro 96
Anselmo Boligoi 7
Jõao Alves 234
Nicéia Cardoso 15
Georgina Caldas 28
Lino Oviedo 67
Antonio Schmith 311
Carlos Hussein 251
Pedro Arafat 120
Paulo Milosewich 83
423

60000

50000

40000
Casca (ton)

30000

20000

10000

0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Ano

FIGURA 44 - Fluxo de produção de casca verde para uma idade de rotação de 7 anos.

250000

200000
Volume (m3)

150000

100000

50000

0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Ano

FIGURA 45 - Fluxo de produção de madeira sem casca para uma idade de rotação de 7 anos.

Os volumes de madeira e o peso de casca apresentados no cronograma de realização


dos cortes são obtidos a partir das tabelas de produção, elaboradas por SCHNEIDER et
al.(2000) para a acácia-negra, utilizando como dados de entrada o índice de sítio e o
espaçamento do povoamento, em metros quadrados, na respectiva idade.
424

Analisando as Figuras 44 e 45 observa-se que com a idade de rotação utilizada pela


empresa a partir de 2007 não haverá disponibilidade de madeira e casca. A produção de casca
nos anos de 2001, 2002, 2004 e 2006 apresenta excesso e 2003 déficit. A produção de
madeira no ano de 2003 apresenta um déficit e 2001, 2002, 2004, 2005 e 2006 excesso.
Em vista disto, torna-se necessário equilibrar a produção para todo o horizonte de
planejamento, como forma de verificar a possibilidade de garantir o cumprimento do contrato
com a empresa japonesa.
A equilibração será feita adiantando ou atrasando a idade de corte tanto nas áreas
próprias como nas áreas de terceiros, uma vez que os contratos de parceria prevêem uma certa
flexibilidade, permitindo que os cortes sejam realizados entre 7 a 10 anos de idade.
As operações serão realizadas da seguinte maneira:
Ano de 2001: Serão cortados 304 ha da Fazenda do Coqueiro, toda a área do Rincão
dos Peludo e a área pertencente ao terceiro Hildebrando Pascoal.
Ano de 2002: Serão cortados 15ha restantes da Fazenda do Coqueiro, toda a área da
Fazenda do Cerro e as áreas pertencentes aos terceiros: Arlindo Flores, Anselmo Boligoi, Bill
Pinton e Antoninho Costa.
Ano de 2003: Serão cortados toda a área da Fazenda Três Forquilhas e Fazenda
Espumoso, as áreas pertencentes aos terceiros: Luis Estevão, Ibsem Pinheiro, Juca Santos,
Lino Oviedo, Miro Silva e João Alves.
Ano de 2004: Serão cortados 338 ha da Fazenda Cascavel e as as áreas pertencentes
aos terceiros: Paulo Millosewich, Carlos Husseim.
Ano de 2005: Serão cortados 418 ha restantes da Fazenda Cascavel e as áreas
pertencentes aos terceiros: Martimiano Pelenti e 131ha do Antônio Both.
Ano de 2006: Serão cortados a Fazenda Cerro Branco e 255 ha da Fazenda Cadeia.
Também foi cortado a área pertencente ao terceiro: Pedro Arafat os 180 ha restantes de
Antônio C. Magalhães.
Ano de 2007: Serão cortados 349 ha da Fazenda Cadeia e 42 ha da Fazenda Vila
Caibaté e as áreas pertencentes aos terceiros: Justiniano Moraes, Georgina Caldas, Nicéia
Cardoso, Nicolau dos Santos Netto e Afonso Camargo.
Ano de 2008: Serão cortados 93 ha restantes da Fazenda Vila Caibaté e toda a área da
Fazenda Capão Bonito.
Ano de 2009: Serão cortada toda a área da Fazenda Coxilha Rica.
Ano de 2010: Serão cortados 188 ha da Fazenda Rincão dos Peludo (reformada em
2001) e corte total da Fazenda do Coqueiro (reformada em 2001).
O cronograma de realização dos cortes pode ser observado nas Tabela 126 e 127, e o
fluxo de produção equilibrado nas Figuras 46 e 47.
425

TABELA 126 - Cronograma equilibrado de realização dos cortes nas áreas próprias e de
terceiros, com respectivas áreas de corte. em hectares

Local 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Vila Caibaté 42 93
Três Forquilhas 308
Espumoso 51
Capão Bonito 430
Coxilha Rica 528
Cerro Branco 98
Rincão dos Peludos 421 188
Fazenda Cadeia 255 349
Cascavel 338 418
Fazenda do Cerro 350
Fazenda do Coqueiro 304 15 319
Arlindo Flores 73
Bill Pinton 10
Justiniano Moraes 32
Juca Santos 27
Afonso Camargo 19
Antoninho Costa 53
Miro Silva 61
Martimiano Peleti 34
Hilbebrando Pascoal 152
Nicolau S Neto 214
Luis Estevão 113
Ibsem Pinheiro 96
Anselmo Boligoi 7
Jõao Alves 234
Nicéia Cardoso 15
Georgina Caldas 28
Lino Schmith 67
Antonio Both 311
Carlos Hussein 251
Pedro Arafat 120
Paulo Milosewich 83
Sendo: = Areas reformadas
426

TABELA 127 - Sortimentos S1 (casca-ton) e S2 (madeira-m3/sc), após a equilibração.


Local / proprietário Sort. 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Vila Caibaté S1 1512 3348
S2 8366 18525
Três forquilhas S1 7025
S2 37668
Espumoso S1 1301
S2 6685
Capão Bonito S1 16010
S2 88881
Coxilha Rica S1 18942
S2 103646
Cerro Branco S1 3290
S2 17796
Rincão dos peludos S1 14134 6044
S2 76454 32580
Fazenda cadeia S1 9007 11717
S2 49878 64739
Cascavel S1 11781 15051
S2 65031 83349
Fazenda do Cerro S1 13745
S2 75390
Fazenda do Coqueiro S1 11372 559 11931
S2 63123 3101 66224
Arlindo Flores S1 1359
S2 7544
Bill Pinton S1 179
S2 983
Justiniano Moraes S1 486
S2 2712
Juca Santos S1 332
S2 1775
Afonso Camargo S1 232
S2 1222
Antoninho costa S1 1036.4
S2 5644.5
Miro Silva S1 1142
S2 6256
Martimiano Peleti S1 636
S2 3529
Hilbebrando Pascoal S1 2830
S2 15443
Nicolau S Neto S1 2354
S2 12465
Luis Estevão S1 2230
S2 12215
Ibsem Pinheiro S1 918
S2 4968
Anselmo Boligoi S1 128
S2 706
Jõao Alves S1 3365
S2 18334
Nicéia Cardoso S1 228
S2 1248
Georgina Caldas S1 550
S2 3015
Lino Schmith S1 1019
S2 5578
Antonio Both S1 2099 2837
S2 11777 15921
Carlos Hussein S1 3776
S2 19967
Pedro Arafat S1 1826
S2 9990
S1 1287
Paulo Milosewich
S2 7150
S1 28336 17006 17332 16844 17786 16960 17079 19358 18942 17975
Total
S2 155020 93368 93479 92148 98655 93585 93767 107406 103646 98805
427

30000

25000

20000
Casca (ton)

15000

10000

5000

0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Ano

FIGURA 46 - Fluxo de produção de casca verde equilibrado.

180000

160000
140000

120000
Volume (m3)

100000

80000
60000
40000
20000

0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Ano

FIGURA 47 - Fluxo de produção de madeira sem casca equilibrado.


428

Pela análise das Figuras 46 e 47, observa-se que o contrato com a empresa japonesa
pode ser cumprido, havendo excesso de produção de casca nos anos de 2001, 2005, 2008,
2009 e 2010. Com relação à produção de madeira, observa-se um excedente de produção em
todos os anos do período de planejamento, sendo que o maior excesso de madeira sem casca
ocorre no ano de 2001, indicando que para a empresa compensar estes excessos, deverá
buscar novos mercados ou propor um aumento na venda de madeira com a empresa japonesa.
A Tabela 128, mostra a área a ser cortada antes e após a equilibração da produção.
nesta tabela observa-se que a área média anualmente cortada para atender ao contrato é de
650.7 ha /ano em um período de 10 anos.

TABELA 128 - Áreas a serem colhidas antes e após a equilibração.

Ano Pré-equilibração Pós-equilibração

Área (ha) Área (ha)


2001 1996 877
2002 1436 508
2003 563 957
2004 754 672
2005 490 763
2006 761 473
2007 699
2008 523
2009 528
2010 507
Média 545,45 650.7

7.2 Planejamento do fluxo de produção para sistema de alto fuste

A empresa florestal, possui 837 ha reflorestados com Pinus elliottii e consome 6.000
m3/ano de madeira para celulose e 20.000 m3/ano de toras para a serraria. O complexo
industrial utiliza os sortimentos com diâmetros entre 7 e 15 cm para fabricação de celulose.
As toras que atingem maiores dimensões são atualmente vendidas para serrarias de terceiros,
sendo que os sortimentos exigidos pelo mercado são:
- Toras com diâmetro superior a 25cm na ponta fina e 4 m de comprimento;
- Toras com diâmetro entre 15 e 25cm na ponta fina e 4 m de comprimento
429

No manejo dos povoamentos está prevista a utilização de uma rotação de mais ou


menos 26 anos, que foi definida em função de um diâmetro objetivo médio de 40cm e em
função do espaçamento e do sítio.
As simulações de desbaste foram feitas com a utilização do software SISPINUS 2.0,
sendo que as idades dos desbastes foram definidas pelo parâmetro área basal, ou seja, os
desbastes são realizados sempre que o valor deste parâmetro atinge valores próximos a
44m2/ha. O peso do desbaste foi de 30% em área basal aplicado sobre a testemunha, a qual foi
determinada pelo simulador, sem utilizar a opção de desbaste.
O volume dos sortimentos foi determinado com a utilização das tabelas de produção
desenvolvidas por SCHNEIDER & OESTEN(1999). No inventário Florestal, foram
levantados os dados apresentados na Tabela 129. Utilizando as informações já apresentadas,
juntamente com os dados das tabela de produção e sortimentos (veja SCHNEIDER &
OESTEN, 1999), determinou-se o fluxo de produção da empresa em sortimentos, bem como,
o cronologia dos desbastes e corte final é apresentado na Tabela 130.
O diâmetro médio atingido nos desbastes e corte final, bem como os volumes, são
apresentados na Tabela 131.
Os volumes dos sortimentos obtidos nas desbastes foram calculados com a utilização
das Tabelas de Sortimentos desenvolvidas, sendo que o volume total obtido com o simulador
foi corrigido pelo grau de estoqueamento e distribuído da seguinte forma:

- Sortimento S1: Madeira utilizada para serraria com diâmetros superiores a 25cm na
ponta fina e 4m de comprimento correspondendo aos sortimentos C2B%, C3A%, C3B% e
C4+, das tabelas de produção;
- Sortimento S2: Madeira utilizada para serraria com diâmetros entre 15 e 25cm na
ponta fina e 4m de comprimento correspondendo aos sortimentos C1B% E C2A%, das tabelas
de produção;
- Sortimento S3: Madeira utilizada para celulose com diâmetro entre 7 e 15cm na
ponta fina, com 4m de comprimento correspondendo ao sortimento C1A% das tabelas de
produção.
430

TABELA 129 - Dados levantados no inventário florestal

Local Espaç I G N Ho IS Área Rotação


ano ano m2/ha ha m ha ano
Afonso 2x2,5 4 13 1267 7,6 34 70,0 24
Afonso 2x2,5 5 19,6 1367 8,8 34 58,0 23
Afonso (Horto 1) 2x2,5 6 35,1 1803 9,5 30 56,0 25
Afonso (Horto 2) 4x3 6 13,6 800 8,5 26 20,0 25
Perim 2x2 6 33,4 1883 9,7 26 30,0 28
Perim 2x2 8 25,0 878 14,4 26 44,5 28
Perim 2x2 10 27,6 783 15,0 28 10,0 28
Valter 2x2,5 7 29,4 1567 9,5 26 55,0 30
Fuck 2x2 12 32,6 822 17,0 28 35,2 30
Taquaruçu (Horto 1) 2x2 12 63,7 2883 18,0 30 100,0 30
Taquaruçu (Horto 2) 2x2 12 38,0, 888 18,8 30 89,0 26
Taquaruçu (Horto 1) 2x2 15 41,5 892 20,0 28 120,0 29
Taquaruçu (Horto 2) 2x2 15 42,8 2117 20,0 28 70,0 29
Valdemar 2x2 15 21 367 20,0 28 40,0 27
Análio 2x2 22 30,2 383 25,3 28 35,0 30
431
432

TABELA 131 - Diâmetro médio remanescente e volume total/ ha retirado nos desbastes e no
corte final.

Local I D1 V1 D2 V2 D3 V3 D4 V4 Dcf Vcf


Afonso 4 20,7 110,62 27,8 160,91 -- -- -- -- 40,0 1075,6
Afonso 5 20,0 110,56 26,7 159,3 34,5 221,80 -- -- 40,0 765,45
Afonso (Horto 1) 6 17,8 83,81 25,1 117,61 31,3 157,99 -- -- 37,5 735,17
Afonso (Horto 2) 6 25,9 23,66 -- --- -- -- -- -- 36,5 615,58
Perim 6 17,8 88,04 24,7 132,53 28,3 157,21 35,0 193,38 41,4 714,38
Perim 8 18,7 79,77 25,2 120,60 31,4 158,83 -- -- 36,5 550,23
Perim 10 24,8 120,39 32,8 168,15 -- -- -- -- 40,3 725,04
Valter 7 26,5 116,77 35 166,83 -- -- -- -- 40,2 571,32
Fuck 12 25,5 126,57 34,2 178,59 -- -- -- -- 40,6 671,55
Taquaruçu (Horto 1) 12 16,8 270,64 23,7 194,94 33,7 282,61 -- -- 38,8 561,79
Taquaruçu Horto 2) 12 24,5 121,49 33,3 186,35 -- -- -- -- 40,0 688,41
Taquaruçu (Horto 1) 15 25,3 136,73 33,3 172,04 -- -- -- -- 39,1 614,90
Taquaruçu(Horto 2) 15 16,2 109,94 22,8 131,76 -- -- -- -- 30,0 603,51
Valdemar 15 -- --- -- -- -- -- -- -- 39,1 652,43
Análio 22 -- --- -- -- -- -- -- -- 38,4 667,18
Sendo: I = Idade em anos, Dn = diâmetro atingido no desbaste "n", Vn = volume desbastado
no desbaste "n", Dcf = diâmetro atingido no corte final, Vcf = volume atingido no corte final

Assim, tomando-se como exemplo o Horto Florestal Afonso, tem-se: idade de 4 anos,
o volume total estimado pelo simulador, retirado no primeiro desbaste aos 9 anos, foi de
110,62m3/ha. Sendo a área total deste horto de 70ha, o volume total é igual a (110,62m3 x
70ha) 7.743,40 m3.
Como este horto encontra-se no índice de sítio 34 (ver Tabela 129), busca-se a tabela
de produção correspondente. Para o cálculo do sortimento S3, devemos interpolar os valores
do sortimento C1A% entre 7,5 e 12,5 anos.
O valor interpolado, no caso 47,61%, deve ser multiplicado pelo volume total retirado
no primeiro desbaste.

7.743,4m3 x 0,4761 = 3.686m3.


Para o sortimento S2, devemos interpolar os valores de C1B% e C2A%, somá-los e
multiplicá-los pelo volume total retirado no primeiro desbaste.
433

Desta forma :
C1B% interpolado = 30.86%;
C2A% interpolado = 7,18%.

7.743,4m3 x (0,3086 + 0,0718) = 2.945m3

Para o Sortimento S1, devemos interpolar os valores de C2B%, C3A%, C3B% e


C4+%, somá-los e multiplicá-los pelo volume total retirado no primeiro desbaste.
Desta forma:
C2B% interpolado = 2.02;
C3A% interpolado= 0.33;
C3B% interplolado = 0.06;
C4+ interpolado = 0.

7.743,4m3 x (0,0202 + 0,0033 + 0,0006) = 187m3

A distribuição da produção no tempo, para os sortimentos celulose (S3) e serraria (S2


e S1), pode ser observada nas Figuras 48 e 49.
A análise dessas figuras mostra que, ao seguir apenas os critérios técnicos, não
teremos uma produção equilibrada, existindo anos de escassez e de grande oferta de madeira.

A Figura 48 mostra que a empresa terá um excesso de madeira industrial nos anos de
2001, 2005 e 2019; produção igual ao consumo nos anos de 2009 e 2013, sendo que nos
demais haverá falta de madeira para a indústria.
Em relação a madeira para serraria, a Figura 49 mostra que haverá um excesso de
madeira nos anos de 2001, 2008, 2009, 2012, 2013, 2015, 2018, 2019, 2020 e 2023; produção
igual ao consumo nos anos de 2007, 2017 e 2022 e falta nos demais, sendo que nos anos de
2010 e 2021 não haverá produção deste tipo de sortimento.
Para equilibrar a produção será necessário planejar o manejo, levando em
consideração a oferta e demanda de madeira durante o período de planejamento. Para isto,
fez-se nova simulação, adiantando ou atrasando os desbastes e o corte final. As atividades
realizadas e os respectivos volumes são apresentados abaixo, e na Tabela 132.
434

Produção de madeira industrial


25000
Volume anual em metros cúbicos

20000

15000

10000

5000

0
01

03

05

07

09

11

13

15

17

19

21

23
20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20
Ano

FIGURA 48 - Distribuição da produção de madeira Industrial (sortimento S3) no tempo.

Produção de madeira para serraria

140000
Volumeanual em metros cúbicos

120000
100000
80000
60000
40000
20000
0
01

03

05

07

09

11

13

15

17

19

21

23
20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

Ano

FIGURA 49 - Distribuição da produção de madeira para serraria (sortimentos S1 e S2) no


tempo.
435

Ano de 2001: Devido ao excesso de madeira, não foi realizado o desbaste no


Taquaruçu 12 anos, Horto 2 e Taquaruçu 15 anos, Horto 1.
Ano de 2002: Foi realizado o desbaste em 86ha no Taquaruçu 15 anos horto 1, e
conforme planejado anteriormente. nas áreas do Afonso 6 anos Horto 1 e Perim 6 anos.
Ano de 2003: Foi realizado o desbaste no restante da área no Taquaruçu 15 anos,
Horto 1 (34 ha) e no Taquaruçu 12 anos, Horto 2. Não sofreram alterações nos desbastes
previstos, as áreas do Valter 7 anos e Fuck 12 anos.
Ano de 2004: Foi adiantado, o segundo desbaste no Taquaruçu 12 anos, horto 1,
previsto inicialmente para 2005. O horto Afonso 5 anos, não sofreu alteração.
Anos de 2005, 2006 e 2007: Não sofreram alterações nos desbastes programados.
Ano de 2008: Foi realizado o desbaste em toda a área no Taquaruçu 15 anos horto 1
(120 ha). O segundo desbaste no Horto Afonso 5, não sofreu alteração.
Ano de 2009: Não sofreu alteração.
Ano de 2010: Foi realizado o Corte final no Taquaruçu 12 anos, Horto 2, previsto
inicialmente para 2013.Também foi realizado o primeiro desbaste no Afonso 6 anos, Horto 2,
conforme inicialmente planejado.
Ano de 2011: Foi antecipado o corte final em 10ha no Taquaruçu 15 anos Horto 1, na
área 1. Também foram realizados o terceiro desbaste nas áreas do Afonso 6 anos Horto 1 e
Perim 6 anos e o segundo desbaste na área Fuck 12 anos, conforme inicialmente planejado.
Ano de 2012: Não houve alteração.
Ano de 2013: Foi realizado o corte final no Taquaruçu 15 anos, Horto 1, área 1 (76
ha). Conforme inicialmente planejado, também realizou-se o segundo desbaste na área Perim
10 anos.
Ano de 2014: Foi realizado o corte final no Taquaruçu 15 anos, Horto 1, área 2.
Realizou-se também o terceiro desbaste no Afonso 5 anos, conforme inicialmente planejado.
Ano de 2015: Foi realizado o terceiro desbaste no Taquaruçu 12 anos Horto 1 e o
corte final em 10ha no taquaruçu 15 anos, horto 2.
Ano de 2016: Foi realizado o corte final em 30ha no Taquaruçu 15 anos, horto 2.
Também foi realizado o terceiro desbaste no Valter 7 anos e o quarto desbaste no Perim 6
anos, conforme inicialmente planejado.
Ano de 2017: Foi realizado o corte raso nos 30ha restantes no Taquaruçu 15 anos,
horto 2. Foi realizado o corte raso no Fuck 12 anos conforme inicialmente planejado.
Ano de 2018: Não houve alterações.
436

Ano de 2019: Foi realizado o corte final no Afonso 6 anos, Horto 1 e em apenas
10.7ha no Perin 8 anos.
Ano de 2020: Foi realizado o corte final em 45.07ha no Afonso 4 anos.
Ano de 2021: Foi realizado o corte final no Taquaruçu 12 anos, Horto 1, previsto
inicialmente para 2019.
Ano de 2022: Foi realizado o corte final no Afonso 6 anos, Horto 2 e no Perim 8 anos
em 33,8ha. Ainda foi realizado o corte raso no Perim 6 anos.
Ano de 2023: Foi realizado o corte final em 26,93ha do Afonso 4 anos. Ainda
realizou-se o corte final no Valter 7 anos.
As Figuras 50 e 51 mostram a distribuição da produção após a equilibração.

Produção de madeira industrial


25000

20000
Volumeanual (m3)

15000

10000

5000

0
01

03

05

07

09

11

13

15

17

19

21

23
20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

Ano

FIGURA 50 - Distribuição da produção de madeira Industrial (sortimento S3) no tempo.


437

Produção de madeira para serraria

140000
120000
Volumeanual (m3)

100000
80000
60000
40000
20000
0
01

03

05

07

09

11

13

15

17

19

21

23
20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20
Ano

FIGURA 51 - Distribuição da produção de madeira para serraria (sortimentos S1 e S2) no


tempo.

A análise da Figura 50, mostra que mesmo com a equilibração, a empresa vai dispor
de madeira para consumo apenas nos anos de 2001 (onde ocorrerá um excesso de 14.000 m3),
2005 (com excesso de 4.000 m3), 2009, 2013 e 2019.
Com relação a madeira para serraria, a Figura 51 mostra que, haverá falta de madeira
nos anos de 2003, 2004, 2005, 2007, 2008 e 2011. A partir de 2017 começam a ocorrer
grandes sobras de madeira, ocasionada pelo grande número de hortos, que entram em corte
final.
Este problema pode ser resolvido de três formas:
1) Caso se trate de uma empresa verticalizada, haverá a necessidade do plantio de
novas áreas. Neste caso o problema principal é determinar que área a empresa deverá plantar
e/ou fomentar durante o período de planejamento, de forma a aumentar o volume disponível
para celulose (a partir de 2006), sem aumentar o volume para serraria, a partir de 2009.
438
439

2) A empresa poderá aumentar o diâmetro da madeira que utiliza na fabricação de


polpa de celulose, uma vez que a partir de 2008 começam a haver sobras de madeira para
serraria. Neste caso o problema será determinar o volume deste novo sortimento e a sua
distribuição no período de planejamento.
3) A empresa poderá optar pela compra de madeira que necessita. Neste caso o
problema será determinar o volume a ser adquirido durante o período de planejamento. A
desvantagem neste caso é que a empresa fica sujeita as variações de oferta e preço do
mercado.

Caso 1: Para aumentar o volume para celulose, sem aumentar significativamente o


volume para serraria, a empresa deverá comprar novas áreas e optar por um regime de
manejo, que vise a produção de madeira de menores dimensões, ou seja, menores
espaçamentos e rotações mais curtas.

TABELA 133 - Simulação do crescimento em sítio médio para área não desbastada.

Idade Ho N d médio h médio G V IMA IPA


ano m ha cm m m2/ha m3/ha m3/ha/ano m3/ha/ano
1 0,9 2375 0,4 0,8 0 0 0 0
2 2,7 2375 2,3 2,4 1,0 1,1 0,6 1,1
3 4,5 2375 4,9 4,1 4,5 8,6 2,9 7,5
4 6,3 2374 7,4 5,8 10,2 27,5 6,9 18,8
5 8,0 2373 9,5 7,4 16,9 58,6 11,7 31,1
6 9,7 2370 11,4 9,0 24,0 100,6 16,8 42,1
7 11,3 2363 12,9 10,4 31,1 151,8 21,7 51,1
8 12,9 2353 14,3 11,9 37,9 210,1 26,3 58,3
9 14,3 2373 15,5 13,2 44,3 273,8 30,4 63,7
10 15,7 2316 16,6 14,5 50,2 341,3 34,1 67,5
11 17,1 2289 17,6 15,8 55,7 411,0 37,4 68,7
12 18,4 2256 18,5 17,0 60,6 481,3 40,1 70,4
13 19,7 2218 19,3 18,1 64,9 551,1 42,4 69,7
14 20,9 2174 20,1 19,3 68,7 618,9 44,2 67,0
15 22,1 2125 20,8 20,3 71,9 683,9 45,6 64,9
16 23,2 2072 21,4 21,4 74,5 745,0 46,6 61,1
17 24,3 2016 22,0 22,4 76,5 801,7 47,2 56,7
18 25,4 1975 22,5 23,4 78,0 853,4 47,4 51,7
19 26,4 1896 23,0 24,4 79,0 899,8 47,4 46,4
20 27,4 1833 23,5 25,3 79,5 940,7 47,0 40,9
21 28,4 1769 23,9 26,2 79,7 976,0 46,5 35,4
22 29,4 1705 24,3 27,1 79,4 1005,9 45,7 29,8
23 30,3 1641 24,8 28,0 79,5 1038,7 45,2 32,9
440

Para determinar a idade de rotação e o volume dos sortimentos dos povoamentos,


neste regime de manejo, utilizou-se o simulador Sispinus. A simulação indicou que o culmino
do IMA, para um índice de sítio médio (IS 28), ocorreu em um espaçamento de 2x2 m, aos 18
anos, como mostra a Tabela 133.
Para a determinação dos volumes dos sortimentos (celulose e Serraria) fez-se a
simulação com a utilização da área basal/ha, índice de sítio e número de árvores/ha , oriundos
do horto florestal Taquaruçu com 15 anos. A opção por esta área deu-se por ainda não ter sido
desbastada, estar em um sítio médio e possuir um espaçamento inicial de 2x2 m. Os
resultados desta simulação estão descritos nas Tabelas 134 e 135.

TABELA 134 - Simulação para o Horto Taquaruçu (15 anos)

Idade ho N d h G V IMA IPA


2 3 3
(ano) (m) (ha) (cm) (m) (m /ha) (m /ha) (m /ha) (m3/ha)
15 20,1 2117 16,0 18,4 42,6 366,0 24,4 24,3
18 23,1 1985 18,3 21,1 52,2 516,1 28,7 50,1

TABELA 135 - Distribuição de freqüência estimada para o Horto Taquaruçu aos 18 anos

Classe de N h V V d<15 cm V d>5 cm


3 3
DAP (ha) (m) (m /ha) (m /ha) (m3/ha)
5,7 - 9,9 71 18,6 3,0 3,0
10 - 14,9 486 20,1 55,5 55,5
15 - 19,9 764 21,0 178,6 178,6
20 - 24,9 591 21,8 236,2 133,2
25 - 28,3 74 22,9 42,9 42,9
Total - - 516,2 58,5 457,7
441

A análise da Tabela 135 os valores indicam que o volume para celulose produzido,
toras com diâmetro inferior a 15cm na ponta fina, será de 58,5m3/ha; para Serraria, toras com
diâmetro acima de 15cm na ponta fina, o volume será de 457,7m3/ha. Estes volumes foram
utilizados para obter a área a ser plantada e/ou fomentada pela empresa durante um período de
planejamento de 23 anos, (veja Tabela 133).

TABELA 136 - Definição do programa de plantio para a empresa florestal

Ano Balcel Balserr Áreanec Plantio Celulose Serraria


2001 5822 1397 0 53 0 0
2002 5117 4342 0 82 0 0
2003 -290 -5401 4.96 79 290 2269
2004 -439 -7720 7.50 25 439 3435
2005 706 -13779 0.00 58 0 0
2006 -1287 -14844 22.00 0 1287 10069
2007 -4100 -2185 70.09 0 4100 32078
2008 -2195 -1872 37.52 5 2195 17174
2009 229 13962.76 0.00 7.5 0 0
2010 -3200 17418 54.70 0 3200 25037
2011 -2492 948 42.60 22 2492 19497
2012 -2950 9754 50.43 70 2950 23081
2013 -3389 18251 57.93 37.5 3389 26515
2014 -4310 9450 73.68 0 4310 33721
2015 -4740 4504 81.03 54.7 4740 37085
2016 -3928 12562 67.15 42.5 3928 30732
2017 -3660 23458 62.56 50.5 3660 28636
2018 -4428 27406 75.69 58 4428 34644
2019 -3133 25009 53.56 74 3133 24512
2020 -4796 23151 81.98 81 4796 37524
2021 -4579 38088 78.27 67 4579 35826
2022 -1422 37253 24.31 63 1422 11126
2023 -3345 34762 57.18 76 3345 26171
Total 1003.128205 1006 58683 59131.7795
Sendo: Balcel = Balanço para celulose; Balserr = Balanço para serraria; Áreanec = Área necessária para suprir o
déficit de madeira.

O cálculo da área necessária para suprir o déficit de madeira em determinada idade foi
realizado dividindo-se o mesmo pela produção média por hectare, 58,5m3 para celulose e
457,7m3 para serraria.
O cálculo do plantio foi feito levando-se em consideração uma rotação de 18 anos, ou
seja, o plantio feito em 2001 supre a necessidade em termos de área para 2019, e assim
sucessivamente.
Deve ser observado, que a área descrita na Tabela 136, refere-se apenas à área a ser
adquirida e/ou fomentada pela empresa, que deverá ser adicionada às áreas hoje estocadas no
momento do corte raso.
442

A opção por uma rotação de 18 anos, apesar de suprir a falta de madeira para celulose,
gerou um grande excedente de madeira para serraria (Figura 52). Ao adotar este sistema, a
empresa deverá buscar novos mercados para madeira serrada.

100000
Demanda para celulose
90000
Demanda para serraria"
80000

70000

60000

50000

40000

30000

20000

10000

0
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
FIGURA 52 - Distribuição da produção no tempo, com a aquisição e/ou fomento de novas
áreas produtoras.

Caso 2: A empresa poderá optar pelo aumento do diâmetro limite para 20cm na ponta
fina. Neste caso não haverá a necessidade do plantio de novas áreas. O cálculo para este caso
foi realizado somando ao sortimento C1a, o sortimento C1b (ver tabela de produção, p. 46).
A Figura 55 apresenta a distribuição da produção no tempo ao se adotar esta prática.
A análise da Figura 55 mostra que mesmo aumentando para 20cm o diâmetro mínimo
para a produção de celulose, ainda haverá falta de madeira a partir de 2014. Para solucionar
este problema o diâmetro mínimo para este tipo de sortimento foi aumentado para 25cm na
ponta fina.
O cálculo para este caso foi feito somando o sortimento C2a aos sortimentos C1a e
C1b (ver tabela de produção). A Figura 56, mostra a distribuição da produção no tempo ao se
adotar esta prática.
443

70000
Demandaparacelulose
60000 Demandaparaserraria

50000
Volume (m3

40000

30000

20000

10000

0
01

03

05

07

09

11

13

15

17

19

21

23
20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20
Ano

FIGURA 55 - Distribuição da produção no tempo com a utilização dos sortimentos C1a e CIb
para a produção de celulose.

Como o volume do sortimento C2a somado ao C1a e C1b é superior a demanda,


apenas foi retirado deste sortimento o volume necessário para cobrir o déficit de madeira. Por
exemplo, no ano de 2014 foi retirado 2.500m3 do sortimento S2 (correspondente ao C2a, já
que o volume do sortimento C1b foi retirado anteriormente.), do Horto Afonso com 5 anos.
444

60000
Demandaparacelulose
50000 Demandaparaserraria

40000
Volume (m

30000

20000

10000

0
01
03
05
07
09
11
13
15
17
19
21
23
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Ano

FIGURA 56 - Distribuição da produção no tempo com a utilização dos sortimentos C1a , C1b
e C2a, para a produção de celulose.

A análise da Figura 56, mostra que a adoção desta prática eliminou o déficit de
madeira para celulose, existindo ainda um excesso de madeira para serraria.

Caso 3: A solução para a falta de madeira neste caso é dada com a compra de madeira
no mercado regional. O volume necessário para a compra, depende da necessidade de cada
ano, tanto para celulose quanto para serraria, conforme mostra a Tabela 137.
445

TABELA 137 - Volume a ser adquirido anualmente, durante o período de


planejamento.

Volume a ser adquirido Volume a ser adquirido


Ano celulose serraria Ano celulose serraria
2001 0 0 2013 3389 0
2002 0 0 2014 4310 0
2003 290 5401 2015 4740 0
2004 439 7720 2016 3928 0
2005 0 13779 2017 3660 0
2006 1287 14844 2018 4428 0
2007 4100 2185 2019 3133 0
2008 2195 1872 2020 4796 0
2009 0 0 2021 4579 0
2010 3200 0 2022 1422 0
2011 2492 0 2023 3345 0
2012 2950 0
446

VIII - ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO

8.1. Plano de manejo para florestas de produção

8.1.1 Introdução

O êxito na administração de um empreendimento depende, em grande parte, da


existência de um plano que defina, com clareza, os objetivos e os meios para alcançá-los. A
carência de um planejamento sistemático pode levar à definição de objetivos a partir de
critérios subjetivos, reduzida compatibilidade entre ações e objetivos, incorreta distribuição
temporal dessas ações, dificuldade de coordenação e de aferição dos resultados. O
planejamento é particularmente relevante no manejo florestal, em razão do longo período
envolvido, como também das dificuldades de se promover mudanças bruscas na condução de
uma floresta sem alternar a sustentabilidade.
O desenvolvimento a seguir representa uma recomendação a para a elaboração do
plano de manejo florestal. Um plano de manejo deve ter em vista atender, basicamente, os
seguintes objetivos.
a) Conhecer o estado dos povoamentos e suas características físicas, ecológicas,
silviculturais e econômicas.
b) Determinar os tratamentos técnicos e econômicos para o aproveitamento racional
dos povoamentos.
c) Obter as bases mínimas para assegurar ao proprietário rentabilidade de matéria-
prima.

Esses objetivos principais podem variar de acordo com as metas a serem atingidas. De
acordo com SPEIDEL (1972), MLR Baden-Wüttenberg (1982), SCHNEIDER (1985), um
plano de manejo na sua formulação deve, no mínimo, conter detalhadamente as seguintes
partes: descrição das bases naturais e econômicas, inventário, controle, planejamento e
crônica do manejo.
Por outro lado, quando a preocupação também for a obtenção da Certificação
Florestal, há necessidade de agregar à presente metodologia para elaboração do plano de
manejo as normas do agente certificador.
No presente momento, essas normas estão em fase de elaboração por um grupo de
trabalho liderado pela Forest Stewardship Council – FSC (FSC, 1998) para serem aplicadas
na floresta de terra firme da Amazônia brasileira.
447

Para aplicação das normas do FSC, descritos para a Bacia Amazônica, em outros tipos
florestais e diferentes estruturas fundiárias, entende-se que se deverá revisá-las, adequando-as,
quando necessário, às condições locais.
De forma geral as normas elaboradas estão inseridas nos conceitos e princípios que
regem o plano de manejo estabelecidos pela Forest Stewardship Council – FSC (FSC, 1998).

8.1.2 Definição dos objetivos do plano

Os objetivos, que devem ser definidos na elaboração de um plano de manejo, são os


seguintes:

a) Objetivos da propriedade

Os objetivos da propriedade devem buscar compreender todas as atividades que uma


floresta deve cumprir em interesse dos proprietários e da população. Nesse caso, as funções
florestais a serem observadas são as seguintes:
• Função de aproveitamento: produzir em regime sustentado madeira para as
necessidades da população, de determinados sortimentos e classes de qualidade,
especialmente de madeiras em grandes dimensões e elevado valor. A longo prazo,
deve-se observar a evolução da produtividade das florestas sobre o aproveitamento
ótimo dos sítios e, concomitantemente, a formação de uma reserva de madeira com
determinado estoque para os tempos de necessidade e crises econômicas.
• Funções de proteção: direitos de construção e proteção dos sítios e funções da
floresta. Elas são uma parte dos componentes visuais de manutenção da natureza,
paisagem, fundamentos das condições naturais de vida do homem, da fauna e
flora.
• Função de recreação: manutenção e proteção das florestas como uma condição de
bem-estar da população.

b) Objetivos do manejo
Os objetivos do manejo são definidos para cada propriedade individualmente, sendo
alvo as técnicas silviculturais. A elas pertencem, especificamente: o sistema de manejo, o
conjunto de espécies, o ciclo de corte, a quantidade e composição do volume de madeira, bem
como a construção da distribuição de freqüência nas classes de diâmetro.
448

Esse objetivo deve ser fixado para o período de validade do plano para os sítios e
funções estabelecidas ou naturais da floresta.

c) Objetivo econômico

Este objetivo é abordado segundo as condições ótimas entre despesas e receitas,


inversão e resultados, respectivamente.
A combinação dos objetivos para a empresa florestal deve ser estabelecida
individualmente. É importante considerar que os objetivos sejam operáveis. Segundo
OESTEN (1984), a operacionalidade significa que os objetivos formulados sejam:
a) Definidos quanto a sua magnitude e tempo.
b) Esclarecidos entre sí; por exemplo, a preferência entre os objetivos.
c) Alcançados pela empresa florestal.
d) Aceitos dentro da organização da empresa florestal.

8.1.3 Estrutura do plano de manejo

Para o atual estágio de desenvolvimento florestal, em relação à disponibilidade de


informações básicas de crescimento e produção, é necessário e indispensável seguir uma
formulação técnica abrangente e completa na elaboração do plano de manejo.
A estrutura do plano de manejo é constituída de duas partes básicas e obrigatórias, que
são: a parte das formalidades e a parte do plano propriamente dito.

PARTE I: FORMALIDADES DO PLANO

Identificação

• Requerimento do proprietário ao serviço florestal estadual, solicitando análise e a


aprovação do plano de manejo.
• Nome da propriedade, distrito e localização, número no registro geral de imóveis,
número do cadastro do INCRA.
• Proprietário: indicar o nome completo do proprietário, na condição de pessoa física
ou jurídica, número de identidade e/ou CGC, se for o caso, e endereço.
• Período de validade do plano de manejo: indicar as datas de início e final do
período de validade do plano.
449

• Responsável (eis) Técnico (s): indicar o nome do (s) Engenheiro (s) Florestal (is)
responsável (is) pela elaboração e pela execução do plano, com endereço e o número de
registro no CREA.
• Local e data: indicar o local e a data da confecção do plano.
• Identificar o processador da matéria-prima e do consumidor dos resíduos com
razão social, CGC e endereço, número de registro e categoria junto ao Cadastro
Florestal Estadual.

Contrato de Responsabilidade Técnica

Indicar nesse documento as principais responsabilidades, direitos, obrigações e


comprometimentos da parte do responsável técnico pela elaboração/execução do plano e do
proprietário. Abordar também as possíveis causas de uma eventual revisão intermediária do
plano, como por exemplo por danos provocados por incêndios, vento e pragas.
Da mesma forma deverá ser indicado o nome do Engenheiro Florestal responsável
pela execução do plano, quando ele não for a responsável pela elaboração.

Índice geral do plano

Deve ser apresentado detalhadamente o sumário, seguido da lista de tabelas e de


figuras.

Resumo do plano
O resumo do plano deve conter basicamente os seguintes tópicos: período de validade
do plano; áreas com indicação dos usos da terra; objetivos do manejo a que se propõe o plano,
indicando os métodos a serem utilizados; divisão da área florestal, indicando as áreas de
atividades de plantio, replantios, tratos culturais, tratos silviculturais e cortes; estimativa do
estoque em crescimento e rendimentos anuais previstos; prescrever as principais medidas de
proteção da flora e fauna; transcrever os principais planejamentos dos investimentos florestais
de infra-estrutura; prescrever as rendas brutas, despesas e rendas líquidas previstas.

PARTE II: PLANO DE MANEJO PROPRIAMENTE DITO

Nessa parte, encontra-se a estrutura geral do plano, sendo constituído dos seguintes
itens:
450

A. Introdução

A introdução propriamente dita contempla os objetivos e finalidades do plano, com


uma rápida descrição das características da empresa.

B. Metodologias

São descritos todos os métodos empregados no levantamento de dados para a


elaboração do plano, tais como:

B1. Mapeamentos

Os mapas são elaborados de acordo com as necessidades dos planejamentos


constituídos de: mapa básico, vegetação, sítios naturais, exploração, área de preservação,
reserva legal, etc.

B2. Inventário florestal

No levantamento dos dados dendrométricos deverá ser utilizado um Processo de


Inventário Florestal apropriado ao sistema de manejo empregado. Deverá também ser descrito
todo o desenvolvimento do método, o instrumental utilizado e o erro amostral que deverá ser
sempre inferior a 10 %.
Na existência de vários tipos florestais, deverá ser realizada uma estratificação da
população que deverá ser mapeada e identificada na floresta.

C. Formulação do plano

Essa parte do plano corresponde ao relatório técnico que deve conter as partes dos
inventários, controle, planejamento e crônica dos povoamentos.

C1. Descrição das bases naturais

Compreende os levantamentos vinculados ao ambiente natural, tais como:


451

a) Histórico

São levantadas e descritas as bases gerais da empresa, assim como os fundamentos


históricos ligados à sua formulação, desenvolvimento econômico, técnico e social.

b) Localização

Localizar a empresa quanto ao Estado, Município, Distrito e em relação ao sistema de


coordenadas geográficas.

c) Propriedade, Condições Jurídicas e Servidão Existente

Caracterizar o tipo de empresa: sua razão social, relação de proprietários e outros


aspectos. Descrever o tipo de propriedade existente, referentes às condições de uso da terra.
Apresentar um mapa com indicação das estradas transitáveis, servidão e caminhos existentes
dentro da área do plano.

d) Área

Compreende a descrição e divisão da área da empresa em relação às áreas estocadas e


não estocadas.

e) Divisão da floresta

Compreende a divisão, formação, mudanças e agrupamentos das áreas estocadas em


unidades de produção. Dessa, origina-se o talhão e a secção, seguindo as normas técnicas para
a sua formação.

f) Relevo

Analisar a área da empresa em relação a disposição do terreno, exposição, inclinação,


suas influências sobre a produção e transporte florestal.
452

g) Altitude

Analisar a área da empresa em relação às altitudes mínimas, máximas e média, e suas


relações com a adaptação e crescimento de espécies florestais.

h) Climatologia

Descrever os dados climáticos dos últimos dez anos, em relação a: precipitação,


temperaturas, umidade relativa, insolação, radiação solar e ventos, abordando a velocidade e
direção predominante.

i) Geologia

Levantar e descrever as informações sobre a origem da formação dos solos da região e


da área de abrangência da empresa.

j) Edafologia

Descrever os tipos de solos que ocorrem na área de forma generalizada, indicando os


levantamentos edáficos existentes.

k) Hidrologia

Descrever a formação hidrológica, suas influências no ambiente natural e seu


aproveitamento para o transporte florestal, se for o caso.

l) Vegetação original

Levantar ou revisar o tipo de formação florestal original da região e da área de


abrangência do plano, devendo-se abordar o tipo florestal, composição florística, valor
comercial das espécies e a influência da floresta no microclima e solo.

C2. Determinação dos sítios naturais

O inventário dos sítios naturais refere-se a sondagem e mapeamento dos habitats


florestais feito para determinar os limites de transição dos sítios, levando-se em consideração
453

os aspectos edáficos e florísticos. Os sítios devem ser descritos em relação à umidade, à


profundidade, à textura , à estrutura do solo, à composição e à forma da manta.

C3. Fatores variáveis do local

Homem: analisar as influências e ação do homem sobre o local, quanto ao roubo, as


fraudes e intervenções, a animais domésticos, a queimadas, etc.
Vertebrados selvagens: descrever as espécies de animais selvagens existentes,
densidade, benefícios e danos provocados por eles, verificar a possibilidade futura de
exploração econômica das espécies, assim como a introdução de algumas espécies.
Invertebrados: descrever os invertebrados que ocorrem na área e analisar suas
influências sobre os povoamentos florestais.
Fungos e outras interferências: descrever as espécies de fungos que ocorrem no
local, avaliando suas potencialidades de danos, outras influências e interesses.

C4. Ambiente econômico

Analisar a situação da empresa em relação aos seguintes aspectos:


• Capacidade: trabalho, máquinas e sistema de transporte.
• Situação econômica da empresa: comercialização, produção, infra-estrutura de
produção.
• Organização da empresa: pessoal, forma de organização da empresa, tamanho do
distrito florestal e localização.
• Economia regional: situação econômica da população, mercado regional e meios
de transporte.

C5. Inventário florestal

C5.1. Inventário das florestas plantadas

No inventário das florestas plantadas são levantadas informações qualitativas e


quantitativas referentes ao que segue:
454

a) Tipo de madeira, idade e classes naturais de idade

• Tipos de madeiras: Está vinculado a (s) espécies (s) que compõem os


povoamentos e que no inventário, normalmente, são representadas em forma de
código.
• Idade: Para povoamentos equiâneos é tomada a idade real.
• Classes naturais de idade: É uma classificação natural dos povoamentos em
relação ao seu estágio de desenvolvimento natural:
1- Estado jovem: São os povoamentos em estado de cultura ou de regeneração
natural, desde o estado de implantação, até o início de fechamento do
povoamento ou com uma altura média de 2 metros.
2- Estado denso: São povoamentos jovens do início do fechamento do coberto até o
início dos desbastes ou quando o DAP médio for igual a 7 cm com casca.
3- Estado de desbaste: São o povoamentos do início dos desbastes até a fase em que
o DAP médio atingir 14 cm com casca.
4- Estado de madeira: São os povoamentos com árvores com um DAP médio maior
que 14 cm com casca.

b) Forma de mistura e divisão da mistura

É uma aplicação exclusivamente para povoamentos mistos.

• Forma de mistura: É representada em unidades absolutas ou relativas da área


florestal ocupada pela mistura. A forma de mistura é classificada em:
1- Mistura isolada: As árvores encontram-se distribuídas aleatoriamente no
povoamento.
2- Mistura em grupinhos: Quando o diâmetro da área em metros for menor ou igual
a 15 metros.
3- Mistura grupos: Quando o diâmetro da área em metros for maior que 15 metros e
menor ou igual a 30 metros.
4- Mistura em grupão: Quando o diâmetro da área em metros for maior que 30
metros e menor ou igual a 60 metros.
5- Mistura em pequenas áreas: Quando o diâmetro da área em metros for maior que
60 metros.
6- Mistura em faixas: As árvores estão distribuídas em forma de faixas.
455

• Divisão da mistura: A divisão da mistura é representada em percentagem da área


ocupada, que será utilizada na determinação da área do talhão ocupada pela
mistura.

c) Qualidade da madeira e classes de valor

• Qualidade da madeira: Relaciona-se as condições de qualidade média da madeira


do povoamento, sendo representada pela:
1- Forma do tronco: longa, curta, reta, irregular.
2- Ramos: grandes, finos, desramado.
3- Copa: fraca, profunda.
4- Defeitos: danos dor animais, podridão.
5- Doenças: fúngicas, poluição.

• Classe de valor: A classe de valor é utilizada para representar uma estimativa


média do valor da madeira do povoamento, sendo classificada em:
1- Classe de valor 1: Povoamentos com altíssimo valor de produção.
2- Classe de valor 2: Povoamentos com alto valor de produção.
4- Classe de valor 3: Povoamentos com médio valor de produção.
4- Classe de valor 4: Povoamentos com pouco valor de produção.
5- Classe de valor 5: Povoamentos com nenhum valor de produção.

d) Determinação de variáveis dendrométricas: altura, diâmetros, área basal,


volume e classes de diâmetros

Como conseqüência do inventário devem ser determinados os diâmetros e alturas


médios e dominantes, área basal por hectare, volume total e comercial por hectare, bem como
a distribuição das freqüências por classe de diâmetro.

e) Grau de cobertura e grau de estoqueamento

• Grau de cobertura: É o grau de ocupação do solo pela copa das árvores. O grau de
cobertura é determinado para o povoamento total, pelos seguintes critérios:
1- Denso: copas profundas e cruzam-se umas as outras.
2- Fechado: copas tocam-se na ponta dos ramos.
456

3- Aberto: copas estão distanciadas sem que uma segunda copa possa ocupar este
espaço.
4- Claro: copas estão distanciadas de tal forma que uma segunda copa possa
ocupar este espaço.
5- Espaçado: copas estão distanciadas de tal forma que várias copas de árvores
possam ocupar este espaço.

• Grau de estoqueamento: O grau de estoqueamento (Ge) é a relação existente


entre o volume real (Vr) do povoamento e o volume da tabela de produção (Vtp) ou entre a
área basal real (Gr) do povoamento e a área basal da tabela de produção (Gtp): Ge = Vr / Vtp
ou Gr / Gtp.

f) Incremento

O incremento em volume, área basal ou diâmetro médio, normal e periódico da


produção pode ser estimado através dos resultados do inventário ou por tabelas de produção.
Outra forma de determinação dos incrementos é utilizando as fórmulas de Schneider, Pressler
e outras.

g) Estruturação da produção: sítio, tabelas de produção e sortimentos

Na inexistência de estrutura de produção para a empresa ou região, deve-se


confeccionara as tabelas de produção e sortimentos por índice de sítio, para cada espécie em
separado.

h) Sistema de manejo e forma de manejo

• Sistema de Manejo: descrever o (s) sistema de manejo adotado (s), sendo


classificados em três diferentes tipos:
1- Floresta baixa: talhadia simples.
2- Floresta média: talhadia composta.
3- Floresta de alto fuste.
• Forma de mistura: descrever o(s) sistema (s) silvicultural (is) utilizados, sendo
definidos pela forma de condução do sistema silvicultural em:
1- Corte raso.
457

2- Cortes de cobertura.
3- Cortes seletivos, etc...

C5.2. Inventário das florestas nativas

O inventário das florestas nativas deve ser realizado levando em consideração os


seguintes aspectos:

a) Composição florística

Analisar a composição florística da floresta, levando em consideração as árvores com


DAP maior ou igual a 10 cm, descrevendo-as pelo nome científico, vulgar e família. As
famílias botânicas devem ser analisadas em relação ao número de gêneros, número de
espécies, número de árvores da espécie e percentagem em relação ao número total de árvores
das espécies.

b) Estrutura da floresta

A estrutura deve ser caracterizada pela densidade, dominância, freqüência, índice de


valor de importância e índice de mistura das espécies.

c) Classificação das árvores:

• Posição sociológica

Classificar as árvores de acordo com a posição que ocupam no estrato, em três classes:
1- Estrato superior.
2- Estrato médio.
3- Estrato inferior.

• Tendência à valorização

Refere-se às condições de desenvolvimento de cada árvore, verificando a


possibilidade de passar de um estrato para outro, mediante os seguintes critérios:
1- Crescimento promissor, mudança ascendente na posição sociológica.
458

2- Crescimento médio, mudança lenta na posição sociológica.


3- Crescimento insignificante, tendência a permanecer na mesma posição sociológica.

• Classe de copa

As árvores são classificadas de acordo com sua profundidade de copa em:


1- Copa longa: comprimento maior que ½ da altura da árvore.
2- Copa média: comprimento entre ½ e ¼ da altura da árvore.
3- Copa curta: comprimento inferior a ¼ da altura da árvore.
4- Copa danificada ou quebrada.

• Condição de sanidade

A condição de sanidade das árvores deve ser analisada em relação às causas e à


intensidade dos danos:

Causas:
1- Saudável.
2- Danos abióticos (geadas, vento, etc.).
3- Danos por insetos.
4- Danos por fungos.
5- Danos por animais.
6- Danos complexos (causados por dois ou mais danos).
7- Morta.

Intensidade:
1- Baixa.
2- Média.
3- Alta.

• Qualidade do fuste

A classificação da qualidade do fuste deve ser analisada em relação aos aspectos:


1- Fuste reto, cilíndrico, sem defeitos aparentes, livres de nós e galhos que permite
obter madeira de alta qualidade.
459

2- Fuste reto a levemente tortuoso, cilíndrico ou com pequena excentricidade, sem


defeitos aparentes, presença de pequenos galhos, que permite obter madeira de boa
qualidade.
3- Fuste com tortuosidade acentuada, excêntrica ou não, com sinais de defeitos
internos e externos, presença de galhos de porte regular, que permite obter madeira
com qualidade regular;
4- Fuste inaproveitável, podre, oco, que não permite qualquer aproveitamento.

• Qualidade das toras

A classificação da qualidade das toras é feita individualmente, por meio do


partilhamento do fuste, e segue a mesma classificação anterior (para o fuste). As toras devem
ter o comprimento previamente definido, segundo as necessidades do mercado.

• Utilização das toras

Essa classificação é feita de acordo com os tipos de usos que podem ser dados à
madeira:
1- Compreende aquelas espécies arbóreas de alto valor econômico, considerado como
“madeiras de lei” e “pinho”, possíveis de serem utilizadas na confecção de móveis
em geral, construção civil (aberturas, portas, etc.), construção naval, faqueados,
laminados, na dependência das dimensões e qualidade da tora.
2- Compreende todas as espécies de importância secundária no mercado, ou com
limitação na forma do tronco para alguns fins citados na classe 1.
3- Compreende todas as espécies arbóreas e arbustivas de utilização restrita, mas com
finalidade para lenha, carvão e celulose.
4- Compreende todas as espécies sem perspectivas de utilização da madeira.

d) Estrutura do estoque, qualidade e freqüência por classe de diâmetro

Deve-se analisar o número de árvores e o volume em relação à qualidade do fuste e


classe de diâmetro.
460

e) Análise estatística do inventário

A análise estatística dos dados do inventário deve abranger: estimativas médias e totais
do estoque, erro de amostragem, intervalo de confiança, número de amostras, etc.

f) Regeneração natural

Refere-se à análise da regeneração natural em relação à composição de espécies,


intensidade, valor das plantas, importância ecológica e densidade das espécies.

C6. Controle do manejo no passado

Essa parte não se faz necessária, quando se tratar do primeiro plano de manejo. Caso
contrário, deve-se abordar os seguintes itens:

a) Histórico do manejo

Descrever os resultados dos processos técnicos de manejo anteriormente utilizados.


Analisar a importância e a forma de manejo. Verificar o desenvolvimento da ordem espacial,
sítios e as dificuldades econômicas do passado.

b) Análise do plano no período de validade

Avaliar a execução do plano de manejo anterior quanto ao que foi planejado,


mencionando dificuldades, danos que surgiram e suas influências, em relação aos seguintes
itens:

• Cortes realizados

Comparar as taxas de corte real com os cortes planejados. Verificar a sua influência
ecológica e econômica para a empresa, bem como sobre a produção dos talhões.
461

• Medidas silviculturais

Observar se as atividades de adensamento efetuadas sobre as áreas foram executadas e


quais os resultados obtidos. Julgar o sistema de regeneração utilizado, qualidade e densidade
da regeneração originada. Comparar o efeito de outras medidas silviculturais como a desrama,
corte de liberação, entre outros.

• Confrontação do plano com a execução de outras medidas

Deve-se refletir especialmente sobre os resultados das medidas não-planejadas no


plano, referente à ordem espacial, tratamentos silviculturais, paisagismo, recreação,
construção de estradas, proteção da floresta e caça, etc.
• Paisagismo

Analisar e descrever as conseqüências e aspectos das medidas florestais sobre a


paisagem.

• Resultados econômicos

Os resultados econômicos obtidos devem ser analisados, descritos e comparados com


os resultados de outras empresas florestais do mesmo setor.

C7. Planejamentos

Essa etapa compreende todos os tipos de planejamentos a serem executados no


período de validade do plano, tais como:

b) Objetivos ecológicos

Planejar os objetivos ecológicos da empresa, observando-se as categorias de objetivos,


com relação a: recreação na floresta, proteção do solo, proteção da floresta contra danos
bióticos e abióticos, proteção da água e bacias hidrográficas e da produção. Observar a
legislação vigente a esse respeito.
462

b) Rotação e Ciclo de corte e sua fundamentação

Determinar a rotação para as espécies das florestas equiâneas e por tipo florestal o
ciclo de corte a ser adotado no manejo das florestas inequiâneas, justificando-o mediante
critérios biológicos e/ou econômicos.

c) Modelo de floresta normal e balanceada

Analisar e planejar a situação das florestas em relação ao modelo de floresta normal


por sistemas equiâneos e balanceada e real para a floresta inequiâneas. Descrever os cálculos
utilizados para a regulação da floresta.
O modelo de floresta normal deve ser formulado por classe de manejo ou
aproveitamento, agrupando-se todos os povoamentos da mesma espécie, rotação e objetivos
de produção. Deve-se citar a área, idade média, corte planejado, em forma de tabelas.

d) Utilização secundária

Analisar os possíveis aproveitamentos secundários, como: resinagem, apicultura,


pecuária, etc. Citar as áreas de aproveitamento secundário, quantidade e extensão, e suas
influências na economia da empresa, floresta e ambiente.

e) Manutenção e conservação

Visa planejar medidas de proteção e manutenção de sítios ou ecossistemas de


relevante interesse ecológico, bem como a conservação da biodiversidade e preservação de
associação da flora e da fauna.

f) Direitos e obrigações

Esses aspectos se referem à parte legal do manejo das florestas, como a declaração de
reserva legal de áreas, ITR, entre outros. Outros direitos ainda devem ser analisados, como o
direito de pastagem, moradia, caminhos cedidos a terceiros, etc.
463

g) Administração

Descrever os aspectos da organização administrativa da empresa, abordando as


responsabilidades gerenciais, competências e delegação.

h) Condução do manejo

A condução do manejo deve ser planejada sob os seguintes itens:

• Meta econômica da empresa

Deve-se analisar, definir e justificar a permanência ou mudança da meta econômica da


empresa, especificamente em relação aos tipos de sortimentos a serem produzidos.

• Ordem espacial

Deve-se citar os critérios para formação e/ou revisão da ordem espacial existente.
Justificar as modificações do estado atual. Indicar a direção dos cortes, revisar a marcação das
linhas de divisórias ou de propriedade.

• Medidas de melhoramento das florestas

Descrever os tipos de regeneração natural ou artificial a serem utilizadas, destacando


as espécies e suas particularidades, tratos culturais necessários, enriquecimento,
espaçamentos, limpezas, cortes, liberação, refinamento, combate à formiga, indicando as
áreas e sua localização no mapa, etc.

• Tratos silviculturais

Indicar os tipos, local, intensidade dos tratos silviculturais a serem aplicados. As


medidas de desrama devem ser amplamente descritas, com indicações sobre o sistema de
manejo.
464

• Proteção florestal

Descrever as medidas de proteção florestal contra danos abióticos e bióticos.


Relacionar os danos mais freqüentes, motivos, medidas mitigadoras e a importância
econômica dos danos.

• Proteção à fauna

Descrever as medidas de controle e proteção da fauna e as restrições gerais à caça e


pesca dentro da área da empresa, e apontar as próprias liberações, caso houver.

• Taxa de corte e sua fundamentação

A taxa de corte deve ser determinada e justificada no plano de manejo. Citar o método
de determinação da taxa de corte utilizada para os cálculos, os parâmetros biométricos e os
critérios tomados para a sua fundamentação no período de validade do plano. Caso na
empresa existirem sistemas equiâneos e inequiâneos de manejo, a determinação da taxa de
corte deve ser feita separada.

i) Investimentos

Os investimentos devem ser planejados em relação aos seguintes itens:

• Estradas

Planejar qualquer tipo de investimento a ser executado no período de validez do plano.


Planejar por exemplo, a construção de novas estradas, quando for necessária, conservação de
estradas, determinar a extensão, custos e o valor do investimento. Analisar as características,
densidade e manutenção das estradas existentes. Deve-se fazer uma análise de custo/benefício
sobre a viabilidade econômica destes investimentos.

• Infra-estrutura

Analisar outros investimentos de infra-estrutura, como moradia, drenagem e sistemas


de comunicação, recreação, etc.
465

j) Medidas de recreação

As medidas de recreação na área, quando houverem devem ser descritas e analisadas


do ponto de vista econômico e devidamente justificadas. Analisar os custos/benefícios desta
atividade.

k) Trabalho florestal

Refere-se às operações de corte, tratos silviculturais, proteção, extração e transporte


florestal. O volume de trabalho esperado e a capacidade real de trabalho devem ser
comparados e julgados. Para isso é importante considerar: capacidade de realizações do corpo
de trabalhadores florestais, processo de trabalho, estado de mecanização, produtividade do
trabalho, possibilidades de racionalização do trabalho, emprego do serviço de terceiros, etc.
As operações de exploração florestal incluindo corte, arraste, transporte, caminhos de
extração, estradas, pátios de estocagem devem ser planejados para evitar danos à vegetação
existente.

l) Comercialização

Estudar todas as possibilidades de mercado atual, demanda dos produtos, formas de


comercialização dos diferentes tipos de sortimentos, possibilidades futuras de negócios,
preços de oferta, formas de entrega dos produtos e unidades de medidas. Possibilidades de
exportação de produtos e repercussões econômica e social.

C8. Crônica do manejo

Na crônica do manejo, deve-se descrever todas as formas de condução dos


povoamentos, com colocação sistemática dos resultados históricos.
A crônica dos povoamentos pode ser condensada sobre os seguintes pontos:
. Evolução da propriedade;
. Condições de direitos: exploração, proteção da floresta, água, etc.;
. Organização administrativa;
. Condições do trabalhador florestal;
. Condições da floresta: tipo de manejo, distribuição das espécies, métodos
Silviculturais, evolução das classes de idade, etc.;
466

. Cortes finais, antecipados e exploração;


. Avaliação da madeira e exploração secundária;
. Proteção florestal;
. Construção de estradas;
. Caça e pesca;
. Condições econômicas da empresa.

8.2 Plano de manejo para as unidades de uso sustentável subordinadas ao IBAMA

8.2.1 Introdução

O conteúdo que é apresentado a seguir foi compilado do trabalho elaborado por


SALOMÃO (2001).
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), instituído pela
Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000, estabelece critérios e normas para a criação,
implantação e gestão das unidades de conservação.
As unidades de conservação representam espaços territoriais destinados à conservação
da natureza, compreendendo a preservação, manutenção, utilização sustentável, restauração e
a recuperação do ambiente natural, visando a produzir, em bases sustentáveis, maior
benefício, às atuais gerações, mantendo potencial para satisfazer as gerações futuras, de forma
a garantir a sobrevivência dos seres vivos em geral. As unidades de conservação são
legalmente instituídas pelo Poder Público, em limites definidos e sob regime especial de
administração (SNUC, 2000).
O SNUC apresenta as unidades de conservação divididas em dois grupos, de acordo
com características específicas: unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável.
As unidades de proteção integral têm a preservação da natureza, como objetivo básico,
admitindo somente o uso indireto de seus recursos naturais. Nesse grupo estão incluídos as
Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais
e os Refúgios de Vida Silvestre.
As unidades de uso sustentável têm, como objetivo básico, a compatibilização da
conservação da natureza com o uso sustentável de parte de seus recursos naturais. Nesse
grupo estão as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as
Reservas de Desenvolvimento Sustentável, as Reservas Particulares do Patrimônio Natural,
além das Áreas de Proteção Ambiental e das Áreas de Relevante Interesse Ecológico. Destas,
serão enfocadas apenas as Florestas Nacionais e as Reservas Extrativistas, que hoje têm o seu
467

manejo subordinado totalmente ao IBAMA, visto tratar-se de unidades de domínio público e,


como tais, administradas pelo Poder Público. As Reservas de Fauna e as Reservas de
Desenvolvimento Sustentável ainda não foram criadas, ainda que legalmente instituídas. As
Reservas Particulares do Patrimônio Natural são de domínio particular em que se permitem a
pesquisa científica e a visitação, com objetivos turísticos, recreativos e educacionais. As
Áreas de Proteção Ambiental e as Áreas de Relevante Interesse Ecológico são compostas são
compostas por terras públicas ou privadas em que devem ser respeitados os limites
constitucionais, podendo ser estabelecidas normas e restrições para utilização de propriedades
privadas.

8.2.2 Manejo das unidades de uso sustentável

As Florestas Nacionais têm finalidades de conservação da biodiversidade, por meio da


utilização sustentável dos recursos naturais disponíveis em suas áreas, proporcionando
benefícios econômicos e sociais, principalmente às comunidades residentes e locais.
As Florestas Nacionais são unidades de conservação, constituídas de áreas de domínio
público e providas de cobertura vegetal nativa ou plantada, estabelecidas com o propósito de
promover o manejo dos recursos naturais, com ênfase na produção de madeira e outros
produtos vegetais. Têm, ainda, por objetivo, garantir a proteção dos recursos hídricos, das
belezas cênicas e dos sítios históricos e arqueológicos e fomentar, além do o
desenvolvimento da pesquisa científica básica e aplicada, a educação ambiental e as
atividades de recreação, lazer e turismo (Decreto 1298, de 1994). O SNUC 2000 define as
Florestas Nacionais como áreas com cobertura florestal de espécies predominantemente
nativas que têm, como objetivo básico, o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a
pesquisa científica, com ênfase em métodos para a exploração sustentável de florestas nativas.
Nessas unidades é admitida a permanência de populações tradicionais, que a habitam desde
sua criação, permitindo-se, também, recebam elas visitação pública.
O uso múltiplo se refere ao manejo integrado dos recursos naturais, para obter
madeira, água, recreação, peixes e outros produtos, de tal forma e em tal combinação que
atenda às necessidades sociais e econômicas do homem, sem deteriorar o ambiente.
O termo “uso múltiplo” em Floresta Nacional surgiu na década de 50, no Serviço
Florestal Americano, por ocasião da discussão do manejo das Florestas Nacionais. Até então,
as Florestas Nacionais americanas eram manejadas visando a obtenção de um único produto:
a madeira. Incorporadas às áreas florestais de grande potencial madeireiro, existiam áreas de
menor valor para esse fim, mas que poderiam ser utilizadas para produzir forragem ou mesmo
468

servirem para a caça ou recreação. Surgiu aí a idéia de que a áreas deveriam ser manejadas
para a obtenção de diferentes produtos, substituindo o manejo para um único produto, pelo
manejo integrado dos principais produtos naturais da floresta. A partir de então, o conceito de
uso múltiplo foi instituído e aprovado pelo Congresso Florestal Americano, por meio da Ata
do Uso Múltiplo e Rendimento Sustentável, para as Florestas Nacionais.
Atualmente, é um conceito aplicado no mundo inteiro para a problemática do manejo
de florestas, que inclui os seguintes temas: recreação ao ar livre, produção de pastagens,
exploração de madeira, manejo de bacias, manejo de vida silvestre e de peixes (LOPEZ,
1993)
Ainda segundo LOPEZ (1993), com o uso múltiplo de uma área, busca-se alcançar
variados e elevados rendimentos de bens e serviços, provenientes dos recursos naturais,
assegurando-se, ao mesmo tempo, sua perpetuação para obter-se variedades de produtos, que
necessitam, como insumos fundamentais, do tempo e da manifestação de fatores ecológicos,
biológicos e físicos, próprios do ambiente natural do lugar. Significa fazer uso, ao mesmo
tempo e na mesma área, de todos os valores ou benefícios que os ecossistemas florestais
oferecem à humanidade, ligados às funções sociais de produção, de proteção e de recreação.
A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações, cuja subsistência está
baseada no extrativismo, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno
porte, com objetivo básico de proteger os meios de vida e a cultura dessas populações,
assegurando os usos sustentáveis dos recursos naturais da unidade (SNUC, 2000). As
Reservas Extrativistas são criadas em área onde, simultaneamente, exista população
tradicional, recursos naturais a serem utilizados de forma sustentável e interesse ecológico e
social (CNPT, 1999).
Na Reserva Extrativista a visitação é permitida, assim como a pesquisa científica,
sendo proibidas, porém, a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou
profissional. A exploração de produtos madeireiros será permitida, quando complementadas
as atividades desenvolvidas na unidade (SNUC, 2000).

8.2.3 Situação atual das unidades de uso sustentável

O Brasil possui, atualmente, 58 Florestas Nacionais, com um total de 16.645.721 ha,


sendo 99,4% dessa área representada por 35 Florestas Nacionais da região norte. O Programa
Nacional de Florestas (PNF), instituído pelo Decreto n° 3.420, de 20 de abril de 2000 - cujo
objetivo é “ampliar e consolidar a base de florestas manejadas em áreas públicas e aprimorar
o sistema de gestão das unidades de uso sustentável”- tem como meta global “ampliar em 50
469

milhões de hectares a área de Florestas Nacionais na Amazônia Legal, até 2010”. A área total
de Florestas Nacionais até 2010 deverá ser a suficiente para atender, de forma sustentada, às
demandas atual e projetada de madeira tropical brasileira. Na seleção destinadas à criação de
novas Florestas Nacionais, as áreas escolhidas devem apresentar as seguintes características:
áreas não-protegidas; possuírem cobertura florestal; não revelarem indícios de ocupação
humana; abrigarem estoques de madeira de valor comercial; estarem dentro do raio de
acessibilidade econômica da indústria madeireira e notável importância para a conservação e
uso sustentável da biodiversidade (VERÍSSIMO et al., 2000).
A situação das Florestas Nacionais pode ser caracterizada por região. As unidades das
Regiões Sul e Sudeste são as que apresentam melhor infra-estrutura estabelecida. São
unidades tradicionalmente fornecedoras de madeira, provenientes da exploração dos
povoamentos de pinus e araucária, e são as que geram a maior receita das Florestas Nacionais.
As Florestas Nacionais da Região Nordeste abrigam mata que cumpre importante
papel na região, como fonte de energia, de alimento e de plantas medicinais, além de servirem
de importante refúgio para a fauna silvestre.
Na Região Norte é que existem as maiores áreas e os maiores problemas. As Florestas
Nacionais dessa região podem suprir de madeira os mercados regionais, podendo, portanto,
tornarem-se reguladoras de preços. Das 35 Florestas Nacionais da Região, parte foi criada
como área tampão de Reservas Indígenas e outras estão localizadas fora do raio econômico de
produção. É esperado que, gradativamente, todas as Florestas Nacionais venham a ser
implantadas. O importante de estas áreas estarem destinadas a unidades de conservação, em
especial, a Florestas Nacionais, é a possibilidade de que, no futuro, elas venham a tornar-se
pólos de desenvolvimento da região, dado às possibilidades de manejo, visando tanto à
produção madeireira, como a não-madeireira, incluindo aí o manejo de fauna silvestre
(SALOMÃO, 1996).
Atualmente, existem 21 Reservas Extrativistas, num total de 3.950,619 ha, sendo 13
unidades, na região norte, que possuem, como principais recursos, a borracha, a castanha, a
copaíba e a pescado. As demais têm sus economia baseada no babaçu e no pescado.

8.2.4 Manejo da unidades de conservação

O Decreto 1.298, de 1994, estabelece que as Florestas Nacionais são manejadas


visando a demonstrar a viabilidade do uso múltiplo e sustentável dos recursos florestais e a
desenvolver técnicas de produção correspondente. Esse manejo tem por objetivo, ainda,
recuperar áreas degradadas e combater a erosão e sedimentação, além de preservar recursos
470

genéticos “in situ” e a diversidade biológica, assegurando o controle ambiental nas áreas
contíguas.
As Florestas Nacionais desempenham papeis estratégicos, tais como: de ordenamento
territorial do solo com vocação florestal; de reserva estratégica de terras e recursos florestais
de propriedade pública, possibilitando a regulação de preços e mercados de produtos
florestais; de base para a oferta sustentável de produtos madeireiro e não-madeireiro; de
promover a utilização, pela iniciativa privada, do estoque de recursos florestais de forma
sustentável e controlada pelo Poder Público; de potencial de geração de receitas públicas pela
cobrança de taxas, royalties e outros, e, ainda, pela venda de madeira e de produtos não-
madeireiros; de demonstração de modelos de uso sustentável dos recursos florestais e da
viabilidade econômica desse uso; e, de permitir o uso do recurso florestal de forma
comunitária por populações residentes e locais.
O manejo de uma Floresta Nacional, visando ao rendimento sustentável dos produtos,
com base em uso múltiplo, é extremamente complexo e representa um grande desafio para os
manejadores de florestas. Requer conhecimentos multidisciplinares, considerando a parte
dendrológica, econômica, política e social. Existe também limitação por parte da legislação
nacional, como no caso da caça, atividade desenvolvida nas Florestas Nacionais dos Estados
Unidos, relacionada tanto com a vida silvestre quanto com a recreação. Outra atividade não
desenvolvida nas Florestas Nacionais do Brasil, por tradição, é o pastoreio (SALOMÃO,
1996).
As Florestas Nacionais podem ser manejadas em escala empresarial ou por meio de
manejo comunitário, segundo o que determina a legislação específica sobre o uso dos
diferentes produtos.
O manejo empresarial em Floresta Nacional possibilita, para a empresa, a isenção de
custos de imobilização de capital em terras, reduzindo a necessidade do latifúndio florestal
privado e proporcionando segurança quanto ao planejamento do suprimento da indústria de
base florestal e ao investimento em escalas ótimas de produção.
A proposta para a realização de manejo comunitário é apresentada por associações ou
cooperativas formadas por populações tradicionais residentes nas Florestas Nacionais ou
formadas por populações locais. Estas organizações deverão ter, no mínimo um ano de
existência, a contar do registro da ata de criação e a área a ser manejada não deverá
ultrapassar 500 ha por ano.
As comunidades tradicionais residentes em Florestas Nacionais também poderão
apresentar proposta de manejo em escala empresarial.
471

As Reservas Extrativistas são manejadas visando, principalmente, aos produtos


extrativos, como sementes, frutos, látex, óleos, resinas, cipós, peixes, e, em algumas áreas, ao
manejo comunitário, com a participação dos moradores.
Nas Reservas Extrativistas são incentivadas a produção agroflorestal, a melhoria da
agricultura e da pecuária sustentável e a produção de artesanatos. Em algumas unidades
ocorre a produção madeireira, por meio de manejo comunitário.
O SNUC estabelece que todas as unidades de conservação devem dispor de um Plano
de Manejo, que deve abranger a área da unidade, sua zona de amortecimento e os corredores
ecológicos, incluindo medidas que promovam a integração da unidade com as comunidades
vizinhas, considerando aspectos econômicos e sociais. O Plano de Manejo é um documento
técnico por meio do qual, nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o
seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos
naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade (SNUC
2000).

8.2.5 Elaboração de plano de manejo para as Florestas Nacionais

O Plano de Manejo de Florestas Nacionais deverá conter informações gerais sobre a


Floresta Nacional, planejamento da Floresta Nacional e anexos, conforme Roteiro
Metodológico para Elaboração de Planos de Manejo para as Florestas Nacionais, que contém,
basicamente, os seguintes itens:

8.2.5.1 Informações gerais sobre a Floresta Nacional

a) Sumário
Apresentar o conteúdo do Plano de Manejo com indicação das respectivas páginas.

c) Introdução
Abordar o conceito de Plano de Manejo, seus objetivos e forma de estruturação,
descrevendo, brevemente, a metodologia de elaboração, além do período e resultados das
avaliações dos planejamentos anteriores, assim como o estágio atual de implantação do Plano
em vigência.
472

d) Contexto Federal
Esse item visa a situar a unidade de conservação no contexto federal, permitindo,
dessa forma, conhecer a sua representatividade e o seu enquadramento sob diferentes
aspectos.

d) Informações gerais da Floresta Nacional


O objetivo é apresentar as informações gerais da Unidade, tais como: Ficha Técnica
da Unidade de Conservação, contendo dados de forma sucinta e de fácil consulta (atividades e
principais produtos e serviços existentes; atividades potenciais -produtos e serviços-
atividades conflitantes e atividades de Uso Público).
Acesso à Floresta Nacional - apontar as vias de acesso, com todas as alternativas
oferecidas, como portos, aeroportos, ferrovias e estradas, bem como o serviço regular de
transporte. Tais informações deverão ser apresentadas também em mapas ou croqui.
Histórico e Antecedentes Legais - apresentar o histórico da unidade até a data atual,
mostrando seus antecedentes legais, os motivos que levaram à sua criação, bem como as
razões de seu enquadramento na categoria de manejo para Floresta Nacional.
Origem do Nome - registrar, sempre que possível, a origem e o significado do nome
da unidade de conservação
Situação Fundiária – esclarecer se as áreas pertencem ao Poder Público, nomeando a
Instituição onde estão registradas; anotar o percentual de áreas privadas, a presença de
invasores ou posseiros, a existência e percentual de terras devolutas do Estado ou da União e
outras circunstâncias encontradas na área.

d) Caracterização dos fatores abióticos da Floresta Nacional


A caracterização dos fatores abióticos deverá ser feita mediante os seguintes itens:
Clima - caracterizar o regime de precipitação, temperatura, vento e umidade.
Relevo - descrever o tipo e a forma de relevo indicando as variações de altitude.
Geomorfologia - identificar as unidades fisionômicas e declividades mais
representativas e as unidades geomorfológicas, apresentando as características e etapas da
morfogênese regional.
Geologia - apresentar a evolução geológica por meio de estudos sobre a Litologia,
Tectônica e distribuição estratigráfica.
Solos - identificar as características físicas, tais como: textura, estrutura, densidade,
permeabilidade, declividade, profundidade e capacidade de campo, além de estimar a
vulnerabilidade à perda natural de solo.
473

Espeleologia - relacionar as cavidades naturais subterrâneas (cavernas, grutas, furnas,


abrigos sob rocha, abismos, etc.) encontradas na área, informando o nome pelo qual são
conhecidas, suas localizações (região, fazenda, serra, rio etc.), o estado geral de conservação,
a existência ou não de visitação (eventual ou freqüente) ou de outros usos pela população
local (abrigo, depósito, local de manifestação folclórica ou religiosa, etc.). Todas as cavidades
deverão ser georreferenciadas.
Hidrografia/Hidrologia - citar os principais cursos de água e suas nascentes, dando
enfoque ao regime das águas (cheias e vazantes), aqüíferos e seus mecanismos de recarga.
Limnologia - identificar as características físico-químicas dos ambientes lênticos,
assim como as interferências antrópicas que possam tê-lo afetado, definindo a qualidade da
água.

f) Caracterização dos fatores bióticos da Floresta Nacional


A caracterização dos fatores bióticos deverá ser feita por meio dos seguintes itens:
Vegetação – realizar a análise da vegetação nativa (descrição das tipologias, análise
dos parâmetros florísticos e dos parâmetros fitossociológicos; análise da estrutura diamétrica,
número de árvores, distribuição da área basal e estrutura volumétrica, análise da fragmentação
de ambientes) e análise dos reflorestamentos (descrição dos reflorestamentos, análise da
distribuição diamétrica, da área basal e do volume).
Fauna - identificar as espécies que ocorrem na área, considerando a mastofauna
(terrestre e quirópteros), herpetofauna, avifauna, anfíbios, ictiofauna e insetos de interesse
econômico, considerando sua classificação, segundo seu status de conservação e grau de
endemismo, e observando a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora
e da Fauna em Perigo de Extinção (CITES), a capacidade de suporte da área e as espécies
com potencial zootécnico, além da possibilidade de manejo sustentável da fauna.
Vegetação e Fauna - apresentar os estudos sobre as relações entre a vegetação e a
fauna, que após serão integrados dentro de uma visão ecossistêmica, bem como as
necessidades de um manejo direto sobre os recursos naturais da Unidade.

g) Aspectos culturais e históricos


Nas Unidades que apresentarem aspectos culturais e históricos relevantes, deverão ser
apresentadas, de forma sucinta, as informações acerca da colonização da região, levantamento
histórico e as manifestações culturais resultantes.
474

h) Ocorrência de fogo e fenômenos naturais excepcionais


Quando for relevante para a área, deve-se apresentar o histórico da ocorrência de fogo
e outros fenômenos da natureza que comumente ocorram, afetando seus recursos. Deve-se
indicar, também, os períodos de maior risco, assim como as áreas mais susceptíveis.

h) Atividades da unidade de conservação e seus impactos evidentes


Analisar as atividades desenvolvidas na Floresta, abordando aquelas apropriadas à
categoria de manejo (fiscalização, pesquisas, manutenção, educação ambiental, visitação,
pesca, exploração de produtos madeireiros e não madeireiros, mineração e outros) e as que
não se enquadram na mesma (ocupação ilegal, caça, estradas, linhas de transmissão,
aeroportos, portos, gasodutos e oleodutos, entre outros).

j) Aspectos institucionais
Pessoal - relacionar o pessoal lotado (contratado ou cedido à unidade de conservação)
em número, capacitação, idade e nível de qualificação e perfil profissional.
Infra-estrutura e Equipamentos - identificar a infra-estrutura da unidade de
conservação, indicando a localização e estado de conservação.
Estrutura Organizacional - apresentar o organograma e regimento interno.

k) Zona de amortecimento

Descrição da Zona de Amortecimento - descrever a área de Zona de Amortecimento


a ser considerada.
Caracterização dos Ecossistemas da Zona de Amortecimento - avaliar a
primitividade, grau de fragmentação e estágio de formação dos diferentes ambientes, além de
levantamento para a criação de uma rede de ambientes naturais no entorno da Unidade.
Uso e Ocupação do Solo e Principais Atividades Econômicas – identificar,
resumidamente, as principais atividades econômicas desenvolvidas (agrícola, pecuária,
minerária, industrial, pesqueira, madeireira, extrativista, etc.) e suas tendências e eventuais
problemas ambientais decorrentes.

l) Socio-economia da população residente e da zona de amortecimento


Caracterização da População - apresentar a caracterização da população segundo o
último censo IBGE (distribuição rural/urbana, faixa etária/sexo, grau de escolaridade, origem
e correntes migratórias, estratificação social, principais atividades econômicas, etc).
475

Características culturais - registrar as manifestações culturais regionais em termos


de valores folclóricos, musicais, teatrais, literários, gastronômicos, incluindo os usos
tradicionais da flora e fauna silvestre e outros, que tenham algum significado para a
caracterização daquela população.
Infra-estrutura Disponível para o Apoio à Unidade - apresentar a infra-estrutura de
saúde, de turismo, da rede de serviço (mecânica, construção civil, comércio, bancário,
abastecimento de combustível, entre outros), de segurança pública, comunicação,
fornecimento de energia elétrica, transporte e correio.
Ações Ambientais Exercidas por outras Instituições - descrever as atividades
desenvolvidas por outras instituições governamentais e não-governamentais na área de meio
ambiente, tais como campanhas educativas, programas de coleta de lixo, existência de
zoológicos, hortos florestais, jardins botânicos, etc. na Zona de Amortecimento.
Apoio Institucional - identificar todos os envolvidos, atuais ou potenciais, com a
Floresta, a exemplo das organizações governamentais e não governamentais, bem como
representantes da iniciativa privada. Para cada instituição identificada descrever as atividades
que desenvolvem e suas relações com a Floresta.
Visão das Comunidades sobre a Unidade de Conservação - identificar e avaliar a
percepção (visão) que as comunidades têm da Unidade.
Problemática - analisar os principais problemas que foram levantados e discutidos.
Informação expedita sobre a Unidade e a Zona de Amortecimento - relacionar os
serviços de hospedagem, alimentação e saúde; os pontos de maior concentração de visitantes;
os pontos de atração importantes e seus motivos (festas populares, pontos de paisagem
notável, culinária local etc.); o sistema de sinalização informativa; a disponibilidade de
serviços aos visitantes/turistas como: banheiros, áreas de descanso, lanchonetes,
estacionamentos, camping, etc. e o nível e custo dos serviços prestados; os meios de
divulgação das atividades turísticos e ecoturísticos; o envolvimento dos funcionários da
Unidade e da comunidade nos serviços turísticas e ecoturísticas; a comercialização de
produtos dentro e no entorno da Floresta, especialmente as que utilizam a imagem da mesma;
os dados coletados de forma sistemática, ou não, dos usuários da Floresta Nacional e de seu
grau de satisfação.

m) Declaração de significância
Analisar a Floresta Nacional com relação à raridade, representatividade, grau de
ameaça, importância ecológica, exclusividade, distintividade e possibilidades de processos
demonstrativos, entre outros. A base da referida análise serão os conhecimentos obtidos,
476

referentes aos aspectos geomorfológicos, espeleológicos, culturais, antropológicos,


arqueológicos, históricos, paleontológicos, paisagísticos e espécies da fauna e flora, potencial
madeireiro e não madeireiro e de uso sustentável dos recursos naturais.

8.2.5.2 Planejamento da unidade de conservação

a) Objetivos específicos da unidade de conservação


Com base no SNUC, relacionam-se aqui os objetivos preliminares estabelecidos para a
Unidade em estudo, inerentes à sua categoria de manejo, mencionando-se as espécies raras ou
endêmicas e aquelas ameaçadas de extinção, os sítios históricos e arqueo-paleontológicos, as
amostras representativas dos ecossistemas protegidos, formações geológicas, relevantes
belezas cênicas, exploração sustentável dos recursos naturais, pesquisa com geração de
tecnologia e modelos de desenvolvimento sustentável, ecoturismo, uso público e outros. Estes
objetivos serão estabelecidos na Reunião Técnica com a equipe de planejamento e
apresentados na Oficina de Planejamento.

b) Diretrizes de planejamento
As Diretrizes de Planejamento deverão estar baseadas na interpretação dos resultados
da Oficina de Planejamento, depois de sua análise e discussão pela equipe responsável.
Deverão ser apresentados os fatores externos à abrangência do planejamento que são
importantes para a consolidação da Unidade e que possam impedir a implementação do
mesmo, assim como os indicadores que comprovarão o grau de satisfação.

c) Zoneamento
O objetivo de se estabelecer o zoneamento da Floresta Nacional é o de organizar
espacialmente a área em parcelas, denominadas zonas, que demandam distintos graus de
proteção, e uso sustentável, contribuindo, desta forma, para que a Floresta cumpra seus
objetivos específicos de manejo.

Zonas Previstas para Florestas Nacionais:


Zona Intangível
Zona Primitiva
Zona de Uso Intensivo
Zona Histórico-Cultural
Zona de Recuperação
477

Zona de Uso Especial


Zona de Produção Florestal
Zona de Produção Fauna
Zona de Mineração
Zona Populacional

d) Programas de manejo

Os Programas de Manejo agrupam as atividades afins que visam ao cumprimento dos


objetivos da Unidade. Estão estruturados em sub-programas destinados a formular a estrutura
básica das atividades de gestão e manejo da área. Para cada sub-programa, apresenta-se a
seguinte estrutura: objetivos e resultados esperados, com as suas metas e indicadores,
atividades e normas, requisitos e prioridades de cada atividade.
A abrangência dos Programas de Manejo será estabelecida de acordo com os
conhecimentos e experiência adquiridos, além de implementação das outras atividades. As
atividades deverão ser distribuídas nos programas e subprogramas relacionados.

e) Definição dos programas de manejo

Programa de Conhecimento:
Sendo o conhecimento científico uma importante ferramenta para o estabelecimento
das Ações de Manejo e o cumprimento dos objetivos de criação de uma unidade de
conservação, neste roteiro lhe é conferido o status de programa.
Este programa é composto de três subprogramas:
Subprograma de Pesquisa
Subprograma de Monitoramento Ambiental
Subprograma de Geração de Tecnologia

Programa de Uso Público:


Esse programa tem por objetivo ordenar, orientar e direcionar o uso da unidade de
conservação pelo visitante, promovendo experiências em contato com o meio ambiente da
Unidade de Conservação e do seu entorno.
É composto pelos seguintes subprogramas:
Subprograma de Recreação
478

Subprograma de Interpretação e Educação Ambiental

Programa de Integração com a Área de Amortecimento e com a População


Residente:
O Programa tem por objetivo proteger a unidade de conservação mediante ações
propostas para sua Zona de Amortecimento, de forma a minimizar e amortizar impactos sobre
a unidade de conservação, evitando a sua insularização, por meio de ações de manejo.
Esse Programa é composto dos seguintes subprogramas:
Subprograma de Educação Ambiental
Subprograma de Controle Ambiental
Subprograma de Incentivo a Alternativas de Desenvolvimento

Programa de Manejo do Meio Ambiente:


Esse Programa visa à proteção e uso sustentável dos recursos naturais englobados pela
Unidade e também dos recursos culturais. Os maiores objetivos são o de garantir a evolução
natural dos ecossistemas ou suas amostras, habitats, biótipos e biocenoses, além da
manutenção da biodiversidade e do uso dos recursos madeireiros e não-madeireiros da
floresta, de tal maneira que possam servir à ciência e ao implemento da produção de madeira
e outros produtos vegetais, tais como: resinas, óleos, taninos, sementes, raízes e outros.
Esse Programa é composto dos seguintes subprogramas:
Subprograma de Manejo Florestal
Subprograma de Proteção Florestal
Subprograma de Recuperação dos Recursos
Subprograma de Exploração Mineral

Programa de Operacionalização:
O objetivo deste Programa é garantir a funcionabilidade da unidade de conservação,
fornecendo a estrutura necessária para o desenvolvimento dos outros programas.
Esse Programa é composto dos seguintes subprogramas:
Subprograma de Regularização Fundiária
Subprograma de Administração
Subprograma de Proteção e Fiscalização
479

Subprograma de Infra-estrutura e Equipamentos


Subprograma de Cooperação Institucional
Subprograma de Relações Públicas

8.2.5.3 Ações de manejo por áreas de atuação

A elaboração deste item é realizada através do conteúdo dos programas e sub-programas,


organizando as ações em termos espaciais e temporais, facilitando assim o manuseio do Plano
de Manejo pelo gerente da Unidade.

8.2.5.4 Sustentabilidade econômica

Com base nas atividades propostas nos subprogramas de manejo, deverão ser
apresentados estudos preliminares de viabilidade econômica, contendo os quadros de custos de
investimentos e operacionalização e identificação dos investimentos e custeios necessários, além
do quadro de receitas, de forma a explicitar seus níveis de contribuição para a auto-sustentação
da Floresta Nacional.

8.2.5.5 Cronograma físico-financeiro

Nesse item relaciona-se, por tema, as ações estabelecidas para as Áreas Funcionais e
Estratégicas, indicando instituições envolvidas, tempo de execução e custos estimados. Esse
cronograma destina-se a orientar o planejamento operativo da Floresta para o período de cinco
anos.

8.2.5.6 Bibliografia

Relacionar a bibliografia consultada quando da elaboração do Plano de Manejo,


segundo as Normas Brasileiras de Citação de Referências Bibliográficas.
480

8.2.5.7 Anexos

Nos anexos deve-se incluir todas aquelas informações adicionais consideradas


relevantes.
481

IX - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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490

ANEXO I - FÓRMULAS PARA ALTERAÇÃO DE VALORES NO TEMPO

TIPO DE ALTERAÇÃO TEMPORAL FÓRMULAS


1 – Capitalização e atualização de um único valor:
1.1 – Valor final: valor inicial capitalizado Vn = V0 (1 + i )
n

1.2 – Valor inicial: valor final atualizado Vn


V0 =
(1 + i )n
2 – Valor atual de uma série de termos anuais:
2.1 – Valor inicial de uma série perpétua de termos anuais r
a começar dentro de um ano V0 =
i
2.2 - Valor inicial de uma série limitada de termos anuais a
começar dentro de um ano. V0 =
[
r (1 + i ) − 1
n
]
i(1 + i )
n

3 – Valor atual de séries de termos periódicos:


3.1 – Valor inicial de uma série perpétua de termos r
V0 =
periódicos a começar dentro de um ano
[(1 + i )t − 1 ]
3.2 - Valor inicial de uma série limitadas de termos
V0 =
[
r (1 + i ) − 1
n
]
[ ]
periódico a começar dentro de um ano
(1 + i )t − 1 (1 + i )n
4 – Valor final acumulado de uma série de
termos anuais:
4.1 – Valor final de uma série de termos anuais
Vn =
[
r (1 + i ) − 1
n
]
i
4.2 – Valor final de séries de termos periódicos
Vn =
[
r (1 + i ) − 1
n
]
[(1 + i ) − 1](1 + i )
t n

Símbolos:
i = taxa de juro anual (= 0,0i)
n = número de anos, durante os quais se capitaliza ou desconta,
r = valor do rendimento ou custo que ocorre anualmente;
t = número médio de anos entre as ocorrências periódicas de “r”;
vo = valor inicial, isto é, agora ou no começo: valor referido ao ano zero; e
vn = valor final referido ao ano “n”.
491

EXEMPLOS: Alterações de valores no tempo, com taxa de juro.

1 – Se tivermos 100$ aplicados durante 2 anos durante 2 anos a uma taxa de juro de 5% ao
ano. Qual o valor obtido no final do período?
Vn = V0 (1 + i )
n

Vn = 100(1,05)
2
= 110,25 $

2 – Qual o valor do investimento inicial, necessário para obter 110,25$, ao fim de 2 anos, à
taxa de juro de 5% ao ano?
Vn
V0 =
(1 + i )n
110,25
V0 = = 100 $
(1,05)2
3 – Se for deixado 100$ por tempo indefinido ao juro constante de 5%, e se o juro for pago
todos os anos (se for retirado). Qual será o rendimento anual?
r = i *V0
r = 0,05 * 100 = 5$

4 – Se um investimento render 5 $ ao ano, quando a taxa de juro for 5%. Qual é o valor inicial
do capital?
r
V0 =
i
5
V0 = = 100 $
0,05

5 – Qual a taxa de juro de um investimento que rendeu 5$ de um capital inicial de 100$?


r
i=
V0
5
i= = 5%
100

6 – Um capital estando sujeito por 6 anos a uma legislação especial, e que se deseja obter o
valor atual de 5$ a 5% ao ano, durante apenas estes 6 anos. Qual é o valor final
atualizado?
2 3
 r   r   r 
 +  +  + ....
1+ i  1+ i  1+ i 
ou

V0 =
[
r (1 + i ) − 1
n
]
i (1 + i )
n

V0 =
[
5 (1,05) − 1
6
] = 25,37 $
0,05(1,05)
6
492

7 – Qual é o valor atual de uma propriedade florestal, se render 34$ líquidos por hectare a
uma taxa de juro de 5%, de 6 em 6 anos, com início daqui a seis anos?
r
V0 =
[ ]
(1 + i )t − 1
34
V0 =
[ ]
(1,05)6 − 1
= 100 $/ha

8 – Qual é o valor final acumulado de uma série periódica que de 5$ em 6 anos, a uma taxa de
juro de 5% ao ano?

Vn =
[ ]
r (1 + i ) − 1
n

Vn =
[
5 (1,05) − 1
6
] = 34 $
0,05
493

ANEXO II - CUSTOS

A composição de custos pode ser feita seguindo um índice dos custos totais em tipos
de custos e centros de custos (SPEIDEL, 1984):

1. Tipos de Custos:
a) Custos de salários:
– salário para trabalhador;
– salário do administrador; e
– salário do proprietário.
b) Custos de amortização.
c) Custos de material:
– material propriamente dito;
– matéria-prima; e
– energia.
d) Custo de terceiros:
– serviços terceiros;
– seguros;
– honorários; e
– outros custos.
e) Custos de juros.
f) Custo de imposto:
g) Custo de risco:
– risco de instalação;
– risco de povoamento
– risco de fornecimento;
– risco de mercado; e
– risco de desenvolvimento.

2. Centro de custos:
a) Custo de cultura:
– preparo do solo;
– muda;
– plantio;
– replantio; e
– tratos culturais.

b) Custo de administração:
- Todos os custos da empresa, exceto os custos de cultura e exploração

c) Custo de exploração:
– abate;
– desalhamento;
– traçado;
– descascamento;
– armazenamento (empilhamento); e
– transporte.

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