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A GEOMETRIZAÇÃO EM SISTEMAS DE IDENTIDADE

VISUAL

Emilio Augusto Gomes de Oliveira


UNESP/FAAC, Programa de Pós-graduação em Design
emiliodesign@gmail.com

Roberto Alcarria do Nascimento


UNESP/FAAC, Programa de Pós-graduação em Design
alcarria@faac.unesp.br

Aniceh Farah Neves


UNESP/FAAC, Programa de Pós-graduação em Design
aniceh@faac.unesp.br

Resumo
O presente artigo demonstra a importância de aplicação da geometrização
bidimensional através de estudos de caso pertinentes à área do design
gráfico corporativo. Para tanto, aborda a contribuição da geometria,
considerando as relações de proporção áurea e construção de marcas
gráficas através da modularização. Como resultado, marcas criadas e
formatadas com o auxílio desta técnica podem apresentar uma melhor
harmonia visual.

Palavras-chave: design gráfico, geometria, identidade visual.

Abstract / resumen
This article demonstrates the importance of applying the geometrization
through relevant case studies to the area of corporate graphic design. It
thus explores the contribution of geometry, considering the relations of the
golden ratio and building brands through graphic modularization.

Keywords: graphic design, geometry, visual identity.


1 Introdução
É notório que o campo da arte e das artes aplicadas tais como a arquitetura e o design
se baseiam, de forma geral, na ciência da geometria e dos seus sistemas de
representação. Esta premissa existe, não apenas em relação ao desenvolvimento do
desenho em si, mas, sobretudo nos aspectos da visão e raciocínio espacial, da
capacidade de abstração, da ideia de disciplina, o que contribui para a o processo de
elaboração e a construção da forma.
Para Rodrigues (2000), a geometria é responsável por “atitudes mentais próximas
do pensamento imagético”, fundamentais ao desenvolvimento intelectual adequado
para diversas áreas, em particular, no design. Portanto, o objetivo da geometria no
design não é tão somente quantificar padrões estéticos através do desenho
geométrico, mas sim, proporcionar, no processo projetual, uma coerência, através de
uma “estrutura visual”. De posse deste conhecimento, o designer poderá validar os
projetos de design, especificamente neste trabalho, de identidade visual.
Por ser uma ciência complexa, não faz parte do contexto desta pesquisa apresentar
as diversas aplicações da geometria na área do design. Contudo, através de uma
síntese de uma revisão bibliográfica acerca deste campo do saber, este artigo
apresenta exemplos de aplicação da geometrização em estudos de caso pertinentes à
área do design gráfico corporativo. Para tanto irá abordar a contribuição da geometria,
considerando as relações de proporção áurea e construção de marcas gráficas
através da modularização.

2 A proporção áurea
A geometria é uma importante linguagem do homem. Ao mesmo tempo, esta
ciência consegue conciliar a matemática e a beleza, como por exemplo, através do
uso da proporção áurea. De acordo com Elam (2010), a proporção áurea ou seção
áurea ou número de ouro é uma constante real algébrica representada graficamente
pela letra grega (phi). Esta relação proporcional ocorre quando um elemento menor
está para o maior assim como o maior está para a soma dos dois [a : b = b : (a+b)].
Em linguagem algébrica, essa relação é descrita como 1: e equivale a
aproximadamente 1:1, 61803.
De acordo com Fontoura (1982), as propriedades específicas da seção áurea tem
relação direta com a série de números denominada sequência de Fibonacci, assim
chamada em homenagem ao matemático Leonardo de Pisa (1170-1250), conhecido
como Fibonacci e que também foi o introdutor dos algarismos arábicos na Europa.
Essa sequência numérica – 1,1,2,3,5,8,13,21,34 – é calculada somando-se os dois
números antecessores para se obter o seguinte. Por exemplo: 1+1=2, 1+2=3, 2+3=5,
etc. Desta forma, a proporção entre qualquer par de números na sequência de
Fibonacci é muito próxima a da proporção áurea, na qual os primeiros pares da série
vão progressivamente se aproximando da seção áurea.
Para Doczi (1986), a proporção áurea pode ser definida como sendo a harmonia
das formas, assim:
“O poder do segmento áureo de criar harmonia advém de sua
capacidade singular de unir as diferentes partes de um todo, de tal
forma que cada uma continua mantendo sua identidade, ao mesmo
tempo em que se integra ao padrão maior de um todo único”.
(DOCZI, 1986, p. 52).

Sob este aspecto da harmonia, conforme Elam (2010), existe uma referência
humana cognitiva pela proporção áurea, comprovada através da história. A autora cita
que encontram-se evidências em escritos, na arte e arquitetura dos gregos e
civilizações antigas, no século 500 a.C. Posteriormente, os artistas renascentistas
estudaram, documentaram e empregaram a razão áurea em clássicas obras de arte e
arquitetura. Porém, não só existe materialização destas proporções em artefatos e/ou
no ambiente construído, mas também estas podem ser encontradas no mundo natural,
através das proporções humanas e dos padrões de crescimento em plantas e animais.
A esta afirmação pode-se exemplificar que as formas com perfil em espiral das
conchas marinhas revelam um padrão cumulativo de crescimento. Tais padrões são
espirais logarítmicas caracterizadas pelas proporções da seção áurea. As figuras 1 e 2
mostra que cada estágio consecutivo de expansão da espiral da concha é contido por
uma forma retangular áurea que é um quadrado maior que o anterior.

Figuras 1 e 2 – Proporção áurea em espirais da concha nautilus

Fonte: http://chocoladesign.com/proporcoes-aureas
Esta forma retangular, bem como a espiral áurea são possíveis de serem
representadas geometricamente. Neste sentido, Ribeiro (2003) aponta que a natureza
humana parece preferir a figura do retângulo áureo como a mais agradável e
harmoniosa figura gráfica, que tem sido frequentemente utilizada, especificamente,
nos conceitos formais de diversos projetos de design. Assim, é natural que o público
receptor tenha uma melhor interpretação em projetos nos quais esta proporção está
presente.

3 A geometria no design gráfico


Historicamente, a partir do desenvolvimento das vanguardas modernistas e de
movimentos como o Suprematismo, Construtivismo Russo e De Stijl, alguns conceitos
funcionais foram sendo criados na área do design gráfico. Neste aspecto, pode-se
exemplificar nestes o uso de formas básicas (quadrado, círculo e triângulo), o
abstracionismo geométrico e o ortogonalismo. Não obstante, é comum afirmar que a
história do funcionalismo é a história oficial do design. Neste sentido, a célebre escola
Bauhaus da década de 20, analisava a forma sob o aspecto de elementos geométricos
básicos. Os integrantes acreditavam que “esta linguagem seria compreensível para
todos, apoiadas no simples fato de o olho ser um instrumento universal” (LUPTON,
2008).
A figura 3 ilustra um cartaz desenvolvido por Fritz Schleifer no ano de 1922 para
a Bauhaus Ausstellung (Exposição Bauhaus) e que se alinha às ideias construtivistas
da época. O rosto humano e a tipografia são representados sinteticamente de maneira
abstrata, com formas básicas geométricas, simplificadas em cinco formas
retangulares e modulares. Estas possuem proporções geométricas entre as larguras
dos retângulos, que variam de dimensão, conforme o desenho do rosto.

Figura 3 – Cartaz para exposição Bauhaus em 1922.

Fonte: http://design.blog.br/geral/geometria-do-design-fundamentos-de-harmonia-grafica-
visual.
Este exemplo aponta que o estudo da geometria ainda é extremamente importante
na formação de designers, pois não há divisão de espaços sem a estruturação
modular geométrica. Para Wong (2001), “a estrutura serve para controlar o
posicionamento das formas em um desenho [...] e impõem ordem e predetermina
relações internas de formas em um desenho”. Mesmo no atual sistema de interfaces
digitais, não há sistemas construtivos sem suportes geométricos que definam a
localização virtual de elementos. Neste sentido, o grid ou diagrama é uma solução
planejada que se baseia em um conjunto de proporções. Para Tondreau (2009), o grid
é uma estrutura constituída por linhas verticais e horizontais, espaçadas igualmente,
que se cruzam, resultando em um determinado número de subdivisões quadradas de
mesmo tamanho. Neste artigo não serão apresentadas as diversas possibilidades do
uso de grids no design gráfico, contudo o uso das malhas de diagramação
(quadrículas) como suporte para a técnica da modularização. Este método é
importante para a correta manutenção do projeto, sobretudo em identidades visuais.

4 O uso da geometrização na identidade visual


Segundo Villas-Boas (2000), “o design gráfico refere-se à área de conhecimento e a
prática profissional relativas ao ordenamento estético-formal de elementos (...) que
compõem peças gráficas destinadas à reprodução com objetivo expressamente
comunicacional”. Neste campo de atuação, o sistema de identidade visual nada mais é
do que todos os elementos da identidade visual de uma marca aplicados de forma
sistematizada. Trata-se de um produto gráfico que exige que o desenho demonstre
muito de suas funções prática, estética e simbólica. Desta forma, prever o
comportamento de todo o seu sistema de aplicações neste tipo de projeto é um das
possibilidades de se garantir maior adequação do produto gráfico, seja em termos de
estética e de eficiência na comunicação. Assim, para que a imagem das organizações
possam ser eficientemente decodificadas pelo público, parâmetros devem ser
estabelecidos para que esta linguagem tenha uma mensagem única e coesa,
adquirindo significação.
No projeto de identidades visuais, diferentes técnicas podem ser utilizadas na
geometrização de símbolos e logotipos. Na maioria dos casos aplicados ao design
gráfico, a base para toda a atividade de geometrização é um elemento fundamental
denominado módulo, que estabelece um sistema de relações proporcionais dentro da
malha estrutural (GOMES E MEDEIROS, 2005b).
Uma destas possibilidades é o uso da razão áurea, a partir de um sistema modular
proporcional. Nesta ótica, o Studio de Branding FutureBrand se inspirou na proporção
áurea para o desenvolvimento da identidade visual do Grupo Boticário (Fig. 4):

Figura 4 – Construção áurea do símbolo do Grupo Boticário.

Fonte: http://www.banskt.com/blog/golden-ratio-in-logo-designs/

Neste mesmo contexto, a figura 5 ilustra o processo de modularização circular


aplicado na construção áurea do símbolo da Apple.

Figura 4 – Construção áurea do símbolo do Grupo Boticário.

Fonte: http://www.buamai.com/image/42502

Outro exemplo capaz de demonstrar a importância do uso de módulos na


construção geométrica é o caso do recente redesign do símbolo da rede social Twitter
(Fig. 6). A nova versão do pássaro azul utiliza menos módulos circulares do que a
versão anterior. Aparentemente nesta, não houve um estudo mais apurado no sentido
de proporcionar uma harmonia visual, como ilustra o comparativo entre as duas
versões na figura 7.

Figura 6 – Redesign do símbolo do Twitter, sendo o mais recente, à direita.

Fonte: http://designshack.net/articles/graphics/twitters-new-logo-the-geometry-and-evolution-
of-our-favorite-bird/

Figura 7 – Construção gráfica das duas versões do símbolo do Twitter

Fonte: http://designshack.net/articles/graphics/twitters-new-logo-the-geometry-and-evolution-
of-our-favorite-bird/

Ainda no contexto do projeto de identidades visuais, há um conjunto de documentos


técnicos usualmente denominados por ‘manual de identidade visual’. Uma das
pranchas que compõem tal material deve apresentar a lógica construtiva da marca
gráfica, no sentido de garantir a reprodução fidedigna desta. Porém, na maioria dos
casos, esta indicação se limita uso da quadrícula, tal qual no caso do símbolo
acessório, em gradiente, da UNESP, na figura 8.

Figura 8 - Diagrama base para a aplicação do símbolo acessório da UNESP

Fonte: http://www.unesp.br/aci_ses/identidade-visual/Manual_Identidade_Visual_UNESP.pdf
Contudo, esta malha gráfica (grid) permite estabelecer relações proporcionais entre
os elementos construtivos bem como suas relações de disposição, indicando assim o
posicionamento de cada elemento dentro da composição. Poucos são os casos em
que, de fato, são apresentadas a “geometrização da marca” ou “construção
geométrica da marca”. É o caso, por exemplo, dos manuais desenvolvidos pelo Studio
de design Sebastiany Branding (Fig. 9).

Figura 9 – Construção gráfica da marca Cebrace. Design Sebastiany Branding

Fonte: http://www.sebastiany.com.br

Na visão de Strunck (2001), uma função importante destas construções


geométricas é que estas servem como referência para a marcação de
superampliações, como por exemplo, na pintura em grandes superfícies ou até mesmo
como base para o posicionamento relativo entre os vários caracteres de um logotipo
ou partes de símbolos gráficos.
Na maioria dos casos, esta modulação vem acompanhada de uma régua que
possibilita a identificação mais imediata das proporções da forma e das relações entre
os elementos que a compõem. Tais indicações estão associadas ao sistema de
proporções, composto por módulos quadrados, não necessariamente relacionadas a
qualquer unidade específica de medida, mas perfeitamente associáveis a qualquer
uma delas, se necessário. Ex: Módulo/unidade = altura da letra X. Para tanto, deve-se
evitar unidades fixas como centímetros ou milímetro. A opção por trabalhar com uma
unidade modular, encontrada na própria marca, simplifica o processo de construção e
reconstrução da marca.
No entanto, este tipo de organização integrando a malha gráfica (grids) à geometria
da marca, mesmo expressando uma maior clareza e precisão ao trabalho - não é uma
das práticas mais comuns, pois não há normas específicas que definam o uso do grid
na área do design. À exceção da regra, em nível nacional, é trabalho de design
corporativo de Alexandre Wollner (fig. 10). Trata-se de um dos expoentes e pioneiros
do design brasileiro, cuja importância é corroborada pela qualidade dos seus projetos
à luz da construção da forma, o que o diferencia dentre a maioria dos profissionais da
área. Stolarski (1995) considera que seu trabalho pode ser classificado como
“geométrico” em virtude da utilização de razões harmônicas e pelo uso do sistema de
modulação proporcional.

Figura 10 – Geometrização da marca Eucatex e do Banco Itaú. Design: Alexandre Wollner

Fonte: Stolarski, 1995.

A partir da ilustração do trabalho de Wollner, considera-se indispensável, o sistema


de proporções modulares como base geométrica para a construção do símbolo
gráfico, notadamente nas identidades visuais, inclusive como fator de adaptação
métrica, aos mais diversos sistemas de medição (metro, polegada, ponto tipográfico,
pixel, dentre outros).
Para o diretor, Guilherme Sebastiany, há exatamente quatro razões que justifiquem
ainda a utilização da construção geométrica das marcas e a subsequente indicação
em manuais de aplicação: nem todas as empresas dispõem de tecnologia para
reprodução digital dos projetos gráficos (ampliações digitais, por exemplo); o controle
do projeto, que pode sofrer alterações por terceiros; a não confiabilidade pela
durabilidade dos arquivos digitais em detrimento do manual impresso e; a
oportunidade de se refinar o projeto através dos grids, após a aprovação do cliente
(SEBASTIANY, 2010).
Finalmente, dependendo das versões desenvolvidas para a marca pode ser
necessário fazer grades de construções e modulações para as diferentes versões da
marca. Ressalta-se que nestas também é fundamental indicar todos os fatores que
viabilizem a construção da marca como ângulos, curvas, primitivas geométricas,
tangentes, dentre outras informações técnicas que contribuem para a correta
implantação e manutenção da identidade visual.

5 Conclusão
Através deste trabalho foi possível compreender a importância da modularização
geométrica na construção gráfica da marca em sistemas de identidade visual, seja
pelo uso de módulos proporcionais a partir da razão áurea ou por módulos-base,
(circulares, por exemplo), ou pelo uso de grids. Embora o seu uso seja ainda
questionado por parte dos designers contemporâneos, em detrimento do paradigma
digital, este trabalho mostra a importância do uso destas construções no design gráfico
corporativo. Nesta ótica, fatores como o entendimento correto das proporções da
marca, bem como o seu controle dimensional e a possibilidade do seu uso em
ampliações o torna um aspecto fundamental de atenção no projeto.
Da mesma forma, a construção geométrica permite que o design da identidade
visual tenha uma harmonia visual, que pode ser obtida, por exemplo, pela proporção
áurea. Em suma, nas palavras de Leonardo da Vinci “Tudo na natureza é ratio, razão,
proporção” e para o design, esta afirmação é extremamente pertinente.

Referências

BROD JÙNIOR, M; GOMES, L. V. N; WENZEL, L. Identidade Visual: Técnica de


geometrização para símbolos no projeto de imagens corporativas.

DOCZI, György. O Poder dos limites: harmonias e proporções na natureza, arte e


arquitetura, 1986.

ELAM, K. Geometria do Design. São Paulo: Cosac Naify, 2010.

FONTOURA, I. Decomposição da forma: manipulação da forma como instrumento


para a criação. Curitiba: Itaipu, 1982.

GOMES, L. V. N; MEDEIROS, L. M S. Ordem e Arranjo em Desenhos Industriais:


Malhas e Grelhas, Revisão e Retomada. Graphica, 2005 a.

ISQUIERDO, C. M. R. A. A geometria enraizada na obra: concepção e resolução /


Cinthya Maria Rodrigues Álvares Isquierdo. Dissertação (mestrado) - Universidade são
Judas Tadeu, São Paulo, 2012.

LUPTON, E. Novos fundamentos do design. São Paulo: Cosac Naify, 2008.


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RODRIGUES, A. L. M. M. O desenho. Lisboa: Editorial Estampa, 2000

SEBASTIANY, G. Porque fazer malhas construtivas? Disponível em


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depoimentos sobre o design visual brasileiro. São Paulo: Cosac Naify, 2005.

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sobre o marketing das marcas e como representar graficamente seus valores. Rio de
Janeiro: Rio Books, 2001.

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VILLAS-BOAS, A. O que é (e o que nunca foi) design gráfico. Rio de Janeiro. 2AB,
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