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F 7) (11) Numero de Pubicagée: PT 972572 E bsoac a4 (200601 Sotho Mire (12) FASCICULO DE PATENTE DE INVENCAO (22) Data de pedido: 1999.06.08 (73) Tituar(es): ROMUALDO LUIS RIBERA SALCEDO (0) Prioridade(s}: 1998.06.08 PT 1021669 | R DOS BRAGAS SN PT (49) Data de publicagao do pedido: 2000.01.19 | (72) inventor(es): ROMUALDO LUIS RIBERA SALCEDO PT (45) Data e BPI da concessao: 2006.12.06 00372007 (74) Mandatario: PEDRO Gil. DA SILVA PELAYO DE SOUSA HENRIQUES DE 'SADA BANDEIRA 708 2SQ.4000-432 PORTO PT (64) Epigafe: CICLONES DE ELEVADA EFICIENCIA (67) Resumo’ RESUMO “CICLONES DE ELEVADA EFICIENCIA” © presente invento respeita a ciclones invertidos de elevada eficiéncia - integrando uma entrada tangencial de seccéo essencialmente rectangular, de lados a e b, o primeiro deles paralelo ao eixo do ciclone; um corpo de altura #, com um trogo superior cilindrico de diametro De altura he com um trogo inferior tronco-cénico invertido de base menor de diametro Ds: e um tubo de vortice ci- lindrico, de diametro D, ¢ altura s - que podem ser usados em condigées laboratoriais ou industriais, onde sejam ne cessérios despoeiradores. © inventor conseguiu obter uma correlacao empirica para a difusividade turbulenta das particulas, através do ajuste de uma teoria de difusividade finita a dados expe- rimentais a escala laboratorial e 4 escala piloto e indus- trial. Esta correlagdo permite projectar ciclones de fluxo invertido com geometria arbitraria, em fungdo da granulo- metria e das condigées operatérias. Foi elaborado um pro- grama de computador que permitiu a optimizagao da geome- tria des ciclones de fluxo invertido, tendo-se obtido duas “familias” que, respectivamente, maximizam a eficiéncia e © racio eficiéncia/custos. As geometrias propostas, definidas com base em ra- cios das dimensdes indicadas, so diferentes de qualquer geometria disponivel na literatura, sendo ambas significa- tivamente mais eficientes. Para caudais tipicos de multi- ciclones industriais, prevéem-se redugdes nas emissdes en- tre 30-45% para a primeira familia e entre 20-35% para a segunda familia, em comparagéo com ciclones de elevada eficiéncia existentes no mercado. Testes escala labora~ torial com uma geometria semelhante confirmam estas previ- sdes. DESCRICKO “CICLONES DE ELEVADA EFICIENCIA” Dominio ‘Técnico [0001] 0 presente invento, respeitando a ciclones, en- quadra-se no dominio dos equipamentos de despoeiramento. [0002] Com efeito, os ciclones sio despoeiradores utili- zados em varios tipos de indistrias, com dois fins comple- mentares: remogdo de poeiras dos gases emitidos por pro- cessos, antes de serem libertados para a atmosfera (ex. fumos de caldeiras), e recuperagdo de poeiras dteis como matéria prima dos processos que as geraram (ex. indistria de madeiras, cortigas e metalomecdnica). Estado da técnica anterior [0003] 0s ciclones industriais sao de varios tipos, sendo os mais utilizados os do tipo de fluxo invertido, cujo esquema se mostra na figura 1. 0 gds entra pela sec- 80 ab e 6 obrigado a descrever uma espiral descendente, até que muda de direcgao devido ao campo de pressées esta~ belecido (dai a designacéo de “fluxo invertido”) saindo no topo pelo tubo de vértice de altura s e diametro D,. No seu trajecto descendente, as particulas sao arrastadas para as paredes e acabam por cair no fundo do ciclone, sendo parte delas separadas do gas. [0004] 0s fabricantes de ciclones especificam os seus projectos através de “familias”, caracterizadas por apre- sentarem relagdes fixas de certas dimensdes internas cha~ ve, designadamente os sete racios de a, b, 5, Dy h, He Dy relativamente ao diametro interno D. [0005] Embora, os primeiros ciclones datem j4 do século XIX, 0 certo é que ndo existe até ao presente nenhum mode- lo de cAlculo que se possa aplicar com fiabilidade ao pro- jecto de ciclones de fluxo invertido. Existe apenas uma teoria que consegue ajustar razoavelmente muitos dos dados existentes relativos a ciclones laboratoriais e a escala piloto ou industrial, tendo sido desenvolvida por Mothes ¢ Loffler (1988), teoria essa doravante designada por teoria ML, A sua desvantagem 6 que apenas pode ser utilizada como diagnéstico (ajuste de resultados obtidos com ciclones existentes) e n&o como prognéstico (ou previsdo do compor- tamento de ciclones com geometria arbitraria). 0 problema reside no desconhecimento do valor da difusividade turbu- lenta das particulas, parametro fundamental na teoria ML e do modo como ele é afectado pela geometria, condigoes ope- ratérias e granulometria. [0006] Alguns investigadores tém-se debrugado sobre este tema, incluindo o préprio Requerente (Clift et al., 1991; Salcedo, 1993, 1996; Salcedo e Fonseca, 1996). No entanto, até recentemente (Salcedo e Coelho, 1999), nao foi possivel descrever este pardmetro através de qualquer relac4o utiliz4vel no projecto de ciclones. [0007] Sendo assim, o problema da obtengio de geome- trias mais eficientes tem sido abordado através da via em- pirica (por tentativa e erro), como o demonstram os poucos trabalhos existentes sobre o assunto (Li et al., 19887 Schmidt, 1993), Embora estes métodos conduzam a projectos melhorados, as melhorias nao s4o geralmente muito signifi- cativas, requerendo demasiado tempo e custo de desenvolvi- mento. [0008] Resumindo, os ciclones de fluxo invertido do mercado ndo sdo certamente os melhores, isto 6, os mais eficientes e que, simultaneamente, possuam baixos consumos energéticos. Os fabricantes de ciclones vao projectando estes equipamentos baseados sobretudo na sua experiéncia e conhecimentos empiricos. [0009] Seja, como for, uma comparagéo mais detalhada entre os ciclones conforme a presente invengdo e os do es~ tado anterior da técnica, designadamente o correspondente A patente EP0564992 e nove outros colhidos, essencialmen- te, de exemplos constantes da literatura, seré feita adi- ante, tanto apés a Descrigéo da invengao na parte final do respectivo capitulo, como ainda no capitulo Exemplos pré- tices. Uma nova abordagem [0010] Com 0 objectivo de conseguir projectos de ciclo- nes de eficiéncia significativamente superior a dos ciclo- nes disponiveis no mercado, numa primeira fase, efectuou- se um estudo sobre a aplicabilidade (ajuste) da teoria ML as curvas de eficiéncia fraccional (eficiéncia versus ta~ manho das poeiras) de 21 casos relatados na literatura. Os ciclones estudados variam de 0,03658m a 0,305m de diametro De os caudais de 0,7m3h-1 a 835m3h-1, ou seja, estudaram- se quer condigdes laboratoriais, quer condigdes a escala piloto e industrial. As difusividades turbulentas obtidas nos 21 ajustes foram de sequida correlacionadas com a gra- nulometria, geometria dos ciclones e condigdes operatérias (caudal e temperatura). Conseguiu-se obter, apés um esfor- go considerével, uma correlag&o empirica que explica 70% da variabilidade dos dados, e que é estatisticamente si- gnificativa com elevado grau de confianga (95%), isto é, uma correlagéo que pode ser utilizada com fiabilidade para © projecto de novos ciclones e previsdo da sua eficiéncia. A correlagao vem dada por (Salcedo e Coelho, 1999): Pe = AsRe® a em que Ae B sio duas constantes, Pe € o nimero de Peclet, que depende da difusividade turbulenta das particulas, e Re € 0 niimero de Reynolds, que depende da geometria condigbes operatérias. As condigdes operatérias, quando acopladas 4 teoria ML e A geometria do ciclone, fornecem os valores de Re. De seguida, retira-se da correlacao (1) © valor de Pe, do qual se extrai directamente o valor da difusividade turbulenta das particulas. Esta correlacao produz muito melhores resultados do que considerar um va~ lor constante para a difusividade, tal como é proposto por alguns autores (Clift et al., 1991; Hoffmann et al., 1996) ou através de uma outra correlagdo proposta na literatura (Ogawa, 1984, 1987; Li e Wang, 1989). {0011] Numa segunda fase, elaborou-se um programa de computador que efectua a optimizacao da geometria dos ci- clones, baseada em dois critérios distintos: méxima efici- éncia ou maximo récio eficiéncia/custos, sendo neste caso 0s custos de investimento e operatérios estimados pelo critério de Licht (1980), que define um parémetro adimen- sional, Kricnt, © qual se pretende maximizar. 0 programa de computador utiliza a teoria ML com a difusividade retirada da correlagéo (1) e acopla-a com uma rotina de optimizacao desenvolvida pelo proponente (Salcedo, 1992). Como restri- gdes a optimizagdo foram impostos varios critérios geomé- tricos, para permitir a obtencao de ciclones com viabili- dade de construgdo, e critérios de maxima queda de pressao admitida, a qual foi fixada em aproximadamente 1500Pa (150mmi,0), tal como é vulgar em aplicagdes industriais deste tipo de equipamento. Foi igualmente incluido, como restrigdo, que a geometria obtida néo conduzisse ao fen6: meno de ressuspensdo das poeiras (emissdo para a atmosfera por arrastamento de particulas previamente capturadas), tendo para isso sido utilizado o critério de Kalen e Zenz (Licht, 1980). Isto é, pretendeu-se que os ciclones opti mizados tivessem uma eficiéncia de projecto o mais préximo possivel da real. [0012] Uma vez que os resultados da optimizagdo obtidos na segunda fase forneceram geometrias que variavam confor- me as condigdes operatérias, foi necess4rio proceder a trabalhosas simulagdes adicionais na tentativa de obtencac de uma tnica geometria para cada um dos dois critérios de optimizagéo previamente fixados (méxima eficiéncia ou mé- ximo récio eficiéncia/custos). Tal exercicio obrigou a re- alizagéo de centenas de simulacdes/optimizagdes, até se conseguirem identificar tragos comuns que definen duas fa~ millas de ciclones, doravante designadas, respectivamente, por ciclone(s) A e ciclone(s) B. Descrigdo da invengdo [0013] 0s ciclones de fluxo invertido e de alta efici- éncia conforme a inveng’o - que so do tipo dos que inte- gram quer uma entrada tangencial de secc4o essencialmente rectangular, de lados a e b, © primeiro deles paralelo ao eixo do ciclone, quer um corpo de altura H, com um trogo superior cilindrico de diametro De altura he com um tro- go inferior tronco-cénico invertido de base menor de diametro D,, quer ainda um tubo de vortice cilindrico, de diametro D, e altura s - cuja geometria foi obtida do modo anteriormente descrito, caracterizam-se, consoante a res~ pectiva familia, A ou B (a primeira relativa aos ciclones de maxima eficiéncia e a segunda aos ciclones que maximi- zam 0 parametro Kriertr Ou seja, 0 récio efici- éncia/custos), por os referidos lados, alturas e didmetros se relacionarem entre si de modo que os récios das respec- tivas dimensées internas pela dimensdo do dito diametro interno D do corpo do ciclone se encontram compreendidos entre os valores (adimensionais) limite constantes das sete primeiras linhas da tabela 1. [0014] Tal tabela, abaixo representada, para além dos sete r4cios das dimensdes chave anteriormente citadas, cu- jos valores limite se encontram representados na sua pri- meira parte, contém duas linhas adicionais: uma relativa ao paraémetro adimensional relativo A altura do cone (H/D~ h/D) © a outra ao paraémetro Kriche- Tab.1 - Geometrias das familias optimizadas Racio Ciclones A Ciclones B a/D 0,270-0, 360, 0,270-0, 310 b/D 0, 270-0, 360 0, 270-0, 310 s/D 0, 330-0, 495 0, 330-0, 395 De/D 0, 280-0, 370 0, 405-0,430 h/D 1,001-1, 300 2050-2, 260 H/D 4, 050-4, 250 3, 500-3, 700 Dp/D 0, 200-0, 300 0, 250-0, 300 (a-h) /D 2, 750-3, 250 1,240-1, 650 Kuient 59,0 124,7 [0015] Para verificagdo de que as geometrias propostas sd0 muito diferentes das disponiveis no mercado, represen- tam-se, na tabela 2, os valores dos mesmos récios constan- tes da tabela 1, mas relativamente as geometrias disponi- veis na literatura. Tab. 2 - Geometrias de familias disponiveis na literatura Racio ay (2) (3) (4) 5) 6) (8) (9 a 0,544 0,500 0,500.0, 750 0,500 0,440 0,500 0,583 0,635 b/D 0,306 0,230 0,200 0,375 0,250 0,210 0,250 0,208 0,279 s/D 0,544 0,654 0,500 0,875 0,625 0,500 0,600 0,583 0,500 D./D 0,500 0,523 0,500 0,750 0,500 0,400 0,500 0,500 0,583 n/D 0,544 0,654 1,500 1,500 2,000 1,400 1,750 1,333 1,750 a/D. 2,986 3,165 4,000 4,000 4,000 3,300 3,750 3,170 3,850 Dy/D (0,00 0,317 0,375 0,375 0,250 0,400 0,400 0,500 0, 400 (H-h)/D 2,444 2,511 2,800 2,500 2,000 2,500 2,000 1,837 2,100 Kuscne «9 04 24,33 46,941,73 25,45 41,21 25,10 27,57 10,25 [0016] 0s nove ciclones a que se refere a tabela 2, encontram-se discriminados na tabela 3. Tab. 3 - Discriminagéo dos ciclones da Tabela 2 Ciclone Almeida (1980). Ciclone para fumos de caldeira Li et al. (1988). Ciclone zhou's Licht (1980). Ciclone Stairmand HE Licht (1980). Ciclone Stairmand HT Licht (1980). Ciclone Lapple Licht (1980). Ciclone Swift HE Licht (1980). Ciclone Swift GP Licht (1980). Ciclone Petterson-Whitby Ciclone de elevada eficiéncia comercializado em Portugal wer ausune [0017] Da comparacdo dos valores constantes das tabelas 1 e 2, verifica-se que os ciclones A tém todos os récios das dimensées chave diferentes de todos os outros nove ci- clones, salvo em trés casos, onde, ainda assim, as dife- rengas s&o enormes pois s6 um récio é pontualmente comum sendo os restantes seis todos diferentes. No caso dos ci- clones B a situagao, em nimero, 6 precisamente idéntica. [0018] Como caracteristicas principais que distinguem as familias optimizadas das restantes, ressaltam, entre outras que se podem extrair das tabelas, as seguintes: - Entrada do g4s através de secgao preferencialmente qua- drada e n&o rectangular; - Tubo de vértice mais estreito (D,/D menor) e cone mais alto (H/D-h/D maior), nos ciclones - Corpo cilindrico mais alto (h/D maior) e cone menos alto (H/D-h/D menor), nos ciclones By = Elevado valor do factor Kiscat. [0019] Por seu lado, igualmente para verificacao de que as geometrias propostas sao muito diferentes das corres- pondentes aos ciclones descritos no documento P0564992 ~ doravante ciclones 10 - representam-se, na tabela 4, os valores dos mesmos r4cios constantes da tabela 1, mas re~ lativamente a estes ciclones: Tab. 4 ~ Geometria do ciclone EP0564992 Récio (10) a/D 0,.274-0, 500 b/D 0, 141-0, 258 3s/D 0,270-0, 750 D./D 0, 300-0,700 h/D 0, 160-1, 000 H/D 0, 800-2,.000, D)/D >0,640 (H-h)/D <2,511 Kuicnt 80 [0020] Da comparagao dos valores constantes das tabelas le 4, verifica-se que quer os ciclones A quer os B tém quatro dos sete récios das dimensées chave integralmente diferentes dos dos ciclones 10, possuindo ainda, os ciclo- nes A, dois dos restantes récios das dimensées chave par- cialmente distintos dos dos ciclones 10 e, os ciclones B, um deles também parcialmente distinto. [0021] Como caracteristicas principais que distinguem as familias optimizadas da dos ciclones 10, ressaltam, en- tre outras que se podem extrair das tabelas 1 e 4, as se~ quintes: - Entrada do g4s através de seccéo preferencialmente qua- drada e nao rectangular; = Cone mais alto (H/D-h/D maior), em todos os ciclones A, © tubo de vortice mais estreito (D/D menor) para parte deles; - Corpo cilindrico mais alto (h/D maior) e maior valor do factor Kiient, nos ciclones 3. [0022] Por outro lado, os ciclones B, relativamente aos ciclones A, caracterizam-se por as caracteristicas técni- cas relativas aos trés primeiros e ao iltimo dos racios das dimensées chave terem fortes tragos em comum, resul- tantes de os respectivos valores limite definirem, para cada um desses récios dos ciclones B, subconjuntos dentro dos intervalos dos correspondentes racios dos ciclones A. Mais propriamente, no caso dos dois primeiros récios, constata-se, pela identidade, entre si, dos respectivos limites, um trago de uniao entre as entradas dos ciclones dos dois tipos. [0023] Portanto, o presente pedido de patente refere-se a duas familias de geometrias de ciclones de fluxo inver- tido, as quais foram optimizadas por computador, possuindo caracteristicas geométricas substancialmente distintas das dos ciclones existentes no mercado e sendo ambas signifi- cativamente mais eficientes. A familia de ciclones A é de eficiéncia maxima e a familia de ciclones B, sendo de efi- ciéncia ligeiramente menor, tem, contudo, menores quedas de pressio e os respectivos custos operatérios séo igual- mente inferiores. Breve descrigéo das figuras [0024] A figura 1 constitui uma representacao esquematica de um ciclone de fluxo invertido, com a indicagao das su- as dimensdes chave; A figura 2 constitui uma representagéo proporcional dos oito primeiros ciclones indicados na tebela 2, para um diametro D (arbitrdrio} de 0,02m. As entradas do primeiro e do quarto ciclones so involutas. A figura 3 representa um grafico de eficiéncias frac— cionais de ciclones do tipo A, versus ciclones do tipo 3 (da tabela 2), para vérios diametros das pociras. As condigées operacionais foram as seguintes: caudal 0,9m°/h e diametro médio méssico del, 37pm. A figura 4 representa um grafico de eficiéncias glo- bais de ciclones do tipo A, versus vérios ciclones dos representados na figura 2 (designadamente os 2, 3, 6 € 8), para diversos caudais quantificados em massa de poeiras por volume de gis. As condigdes operacionais foram as seguintes: diametro médio m4ssico de 3, 67pm. A figura 5 representa um grafico idéntico ao da figura 4, relativamente as mesmas condigdes operacionais, mas com referéncia a ciclones do tipo B em vez de do tipo AL A figura 6 representa, para o mesmo diametro arbitra~ rio da figura 2, e também proporcionalmente, um exem- plo de ciclone A e um de ciclone B. Exemplos praticos [0025] Para confirmar experimentalmente os resultados obtidos, foram construidos 6 miniciclones, com diametros entre 0,0215m e 0,07m, sendo trés do tipo Stairmand HE (Licht, 1980) - ciclone mimero 3 da tabela 2 ¢ da figura 2 - e os outros trés optimizados. Em todos os casos obser- vou-se, nos optimizados, uma significativa melhoria na eficiéncia de captura. [0026] A Figura 3 mostra o comportamento de dois mini-~ ciclones, sendo o optimizado um ciclone A e o outro do tipo 3 conforme atras referido. Esta figura mostra as eficiéncias experimentais (representadas por circunferéncias para o ciclone A e por circulos para o ciclone 3) e também, para ambos os ciclones, as eficiéncias previstas pela teoria ML quando acoplada 4 estimativa da difusividade pela correlagdo (1). Estas eficiéncias encontram-se representadas por uma linha descontinua para o ciclone A e por uma linha continua para © ciclone 3. A poeira a capturar é extraordinariamente fina, pois tem didmetro médio (em massa) de 1,37ym. & a distribuigdo em massa que interessa considerar j4 que a legislacao em vigor para a emissao de particulas se refere particulas se refere a massa de poeira por volume de gas. As eficiéncias globais (resultantes da ponderagdo das efi- ciéncias fraccionais pela massa) foram respectivamente de 38% e 55% para os ciclones Stairmand HE e optimizado, ou seja, as emissdes do ciclone optimizado s&o cerca de 27% inferiores as do ciclone Stairmand HE. 10027] A previséo do comportamento dos ciclones para situagdes industriais pode ser vista nas figuras 4 e 5, que comparam, para uma poeira muito fina (3,67ym de diame- tro médio em massa), as eficiéncias estimadas para as duas familias optimizadas (A e B) e para quatro familias de elevada eficiéncia conhecidas (Licht, 1980; Li et al., 1988). & notério o aumento de eficiéncia esperado das fa- milias optimizadas. Para caudais entre 100-200mh™, tipi- cos de multiciclones industriais (baterias de ciclones de pequenas dimensdes em paralelo), prevéem-se emissdes, com ciclones A, cerca de 30-45% inferiores as dos ciclones de elevada eficiéncia Swift HE e Stairmand HE, respectivamen- te, (figura 4). Para a geometria dos ciclones B, prevéem- se emissdes cerca de 20-35% inferiores (figura 5). [0028] Em termos de comparagdo com os ciclones 10 para © mesmo tipo de poeira a que se refere a figura 4 e, por exemplo, para um caudal de 110m’h?, enquanto que a efici- éncia de um ciclone A é de 92,5% - conforme se extrai da dita figura - a de um ciclone 10 com dimensées corres- pondentes sensivelmente ao valor médio dos intervalos pre- ferenciais de racios indicados em EP0564992, queda-se pe- los 78,2% ou mesmo sé pelos 65%, se se considerar a velo- cidade m&xima admitida para evitar o fenémeno de ressus- pensdo. Efectivamente, ndo se pode considerar o ciclone 10 como sendo de alta eficiéncia. [0029] Assim, estima-se que qualquer das geometrias op- timizadas consiga reduzir significativamente as emissées em comparacdo com outras geometrias de elevada eficiéncia. Estas previsées estao de acordo com os valores obtidos em laboratério e apresentados acima. [0030] Ora, o desenvolvimento de ciclones com efici- éncias significativamente superiores as dos ciclones actu~ almente existentes, sobretudo para particulas de diémetro abaixo de 2-3,m, tem um elevado potencial para aplicagao industrial. Varias indéstrias (madeiras, metalomecdnicas, cimenteiras, produgdo quimica de granulados e em pé) pode- riam usufruir de equipamentos de baixo custo e com efici- éncia suficiente para colmatar a necessidade de recorrer a equipamentos muito mais caros, como filtros de mangas e electrofiltros. Mesmo que a legislagéo apenas possa ser cumprida recorrendo a filtros de mangas ou electrofiltros, a existéncia de ciclones de muito elevada eficiéncia a montante seria amplamente justificada pela protec¢do que os ciclones trariam aos equipamentos mais dispendiosos, mediante a menor abrasao, eroséo e desgaste destes. Acres- ce que, em alguns casos de processos a elevadas temperatu- ras e press4o, os ciclones sao actualmente os tinicos des- poeiradores que se podem aplicar. Referéncias bibliograficas 0031) - Almeida, M.J.M., ‘Manual de captagdo de poeiras nos lo- cais de trabalho’, Livraria Bertrand, 1980. - Clift, R., M. Ghadiri e A.C. Hoffman, ‘A Critique of Two Models for Cyclone Performance’, AIChE J., vol.37, 285- 289, 1991. - Hoffmann, A.C., M. de Groot e A. Hospers, ‘The effect of the dust collection system on the flowpattern and separa- tion efficiency of a gas cyclone’, Can. J. Chem, Eng., vol.74, 464-470, 1996. - Li, E, e Wang, Y., ‘A New Theory of Cyclone Separators’, AIChE. J., vol.35, no.4, 666-669, 1989. - Li, Z., 2. Zisheng e Yu Kuotsung, ‘Study of structure parameters of cyclones’, Chem. Eng. Res. 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Porto, 6 de Margo de 2007 REIVINDICACOES Ciclone de fluxo invertido, de elevada eficiéncia - integrando uma entrada tangencial de seccdo essencial- mente rectangular, de lados a e b, o primeiro deles paralelo ao eixo do ciclone; um corpo com um trogo su- perior cilindrico de diametro D e altura h e com um trogo inferior tronco-cénico invertido de base menor de diametro Dj; e um tubo de vértice cilindrico de al- tura s - caracterizado por ter uma geometria definida, en termos dos r4cios das dimensdes internas dos refe- vidos lados, altura e diametros pela dimens4o do dito diametro interno D do corpo do ciclone, pelo conjunto dos seguintes parémetros (adimensionais) : a/D 0,270-0, 360; b/D 0,270-0, 360; s/D 0330-0, 495; Dp/D 0,200-0, 300. Ciclone de fluxo invertido, de elevada eficiéncia, conforme a reivindicagéo anterior - com o corpo de al- tura H, sendo o respectivo trogo superior cilindrico de altura h, e com o tubo de vértice cilindrico de diametro D, - cazacterizado por ter uma geometria de- finida, adicionalmente, em termos dos récios das di- mensées internas da referidas alturas e diametro pela dimensao do dito diametro interno D do corpo do ciclo- ne, pelo conjunto dos seguintes parametros (adimensio- nais D./D 0, 280-0, 370; n/D 1,001 H/D 4,050-4, 250. 3007 Ciclone de fluxo invertide, de elevada eficiéncia, conforme a primeira reivindicagao - com 0 corpo de al- tura H, sendo o respective trogo superior cilindrico de altura h, e com 0 tubo de vértice cilindrico de diametro D, - caracterizado por ter uma geometria de- finida, adicionalmente, em termos dos récios das di- mensdes internas da referidas alturas e diametro pela dimensao do dito diametro interno D do corpo do ciclo- ne, pelo conjunto dos seguintes parametros (adimensio- nais): D/D 0, 405-0, 430; h/D 2, 050-2, 260; H/D 3,500-3,700; ¢, em termos dos racios constantes da dita primeira rei- vindicagao, pelos seus seguintes subconjuntos: a/D 0,.270-0, 310; b/d 0,270-0,310; 3/D 0, 330-0, 395; Do/D 0, 250-0, 300. Ciclone conforme qualquer das reivindicagées anterio- res, caracterizado por a dimensdo dos lados a e b ser igual, sendo a sec¢o de entrada quadrada. Ciclone conforme a reivindicagéo 3, caracterizado por uma entrada tangencial em involuta. Porto, 6 de Marco de 2007 1/6 Fig. t TW | a 3/6 8 ¢g 8 8 ¢ & (%) (puoj9044 9}9U9191)3 Didmetro (ym) Fig. 3 Eficténcia Global () © 8 4/6 10 100 1000 Caudal (m3/h) Fig. 4 Eficiéncta Global (&) 5/6 © 8 1 10 100 1000 Caudal (m3/h) Fig. 5 Fig. 6

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