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Journal of Business Research 123 (2021) 14-22

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Journal of Business Research

Página inicial do jornal: www.elsevier.com/locate/jbusres

Inovação convergente na era digital e na crise pandêmica

COVID-19
Sang M. Lee, Silvana Trimi *
College of Business, University of Nebraska - Lincoln, Lincoln, NE 68588-0491, Estados Unidos

ARTICLEINFO RESUMO

Palavras-chave: A inovação sustentável é fundamental para a sobrevivência e o sucesso organizacional no turbulento ambiente de
Inovação de convergência mercado da era digital, especialmente na atual crise pandêmica do COVID-19. Este artigo apresenta a inovação
Inovação sustentável convergente (IC), impulsionada pelo efeito de fusão exponencial de vários objetos, tecnologias, ideias e estratégias,
Pandemia do covid-19
como uma nova competência central sustentável das organizações. Apresentamos o conceito de CI incluindo seu
Ecossistema autônomo
ecossistema autônomo habilitado por tecnologias avançadas, características únicas do ciclo de vida,
Para um bem maior
relacionamentos com outras abordagens de inovação e seu propósito de criação de valor para as partes
interessadas e além (para o bem maior). O artigo também explora como a CI pode ser um catalisador para gerenciar
a atual pandemia de COVID-19 e traçar o caminho para a pós-crise.

1. Introdução globalização como a conhecemos (Karabell, 2020)

O ambiente de negócios é turbulento e em constante mudança. O que é
diferente na era digital de hoje é que as mudanças estão ocorrendo em taxas de
velocidade e escala sem precedentes (Brosseau, Ebrahim, Handscomb,E Thaker,
2019) A destrutiva situação atual trazida pela pandemia global de COVID-19 é
apenas um exemplo extremo. Hoje, muitas organizações, especialmente
pequenas e médias empresas (PMEs), não desfrutam mais do luxo de desenvolver
estratégias por intervalos de vários anos, mas estão lutando para encontrar
planos de sobrevivência para o próximo trimestre ou meses (Blackburn, LaBerge,
O'Toole e Schneider, 2020) A onda de megatendências, como globalização,
avanços em tecnologias, preocupações ambientais, mudanças demográficas,
urbanização, crise pandêmica global e outras forças, está tornando o mercado
cada vez mais incerto. O ambiente está se tornando ainda mais complexo à
medida que essas megatendências também estão evoluindo em uma taxa
crescente. Por exemplo, a globalização já passou por mudanças muito mais
profundas do que a retórica das tensões comerciais e do fervor nacionalista (Lund,
Manyika, Bughin, Krishnan, Seong e Muir, 2019) Muitas economias emergentes,
como China e Índia, desenvolveram grandes mercados domésticos e, portanto,
sua dependência do comércio global diminuiu significativamente. A crise da
pandemia de coronavírus acelerou a divisão geopolítica e interrompeu
profundamente as cadeias de abastecimento da maioria das empresas que muitos
estão começando a se perguntar se este é o fim do
Simultaneamente, os avanços nas tecnologias digitais ocorrem na velocidade
da luz, como computação ubíqua baseada em nuvem, análise de big data,
inteligência artificial (IA), aprendizado de máquina, Internet das coisas (IoT),
sistemas autônomos, robôs inteligentes, 3-D impressão e realidade virtual e
aumentada (VR e AR). Essas tecnologias não estão apenas mudando a maneira
como as organizações funcionam e as pessoas vivem, mas também se provaram
extremamente valiosas no combate aos problemas sociais. Por exemplo,
tecnologias digitais avançadas são amplamente aplicadas para testar, rastrear
contatos e tratar pessoas para o coronavírus; para reestruturar rapidamente as
cadeias de abastecimento; apoiar o teletrabalho e a educação a distância, que
mudarão permanentemente a natureza do trabalho e da educação no futuro;
Sneader & Singhal, 2020) A atual crise pandêmica sem precedentes está fazendo
com que muitas organizações estejam em um estado de urgência para inovação,
por exemplo, redirecionando negócios, produtos, materiais, etc. para implementar
rapidamente soluções inovadoras para problemas como a capacidade limitada de
teste e tratamento para prevenir o vírus de propagação, escassez de materiais
essenciais devido a interrupções da cadeia de abastecimento, ajudando as
pessoas necessitadas e reabrindo com segurança a economia (Bello, Collins,
Dreischmeier & Libarikian, 2020; Stoll, 2020) Para competir com sucesso no
ambiente hipercompetitivo e instável, as organizações devem desenvolver
recursos dinâmicos com base na agilidade, flexibilidade, resiliência e velocidade (
Aghina, De Smet, Lackey, Lurie, &

* Autor correspondente.
Endereço de e-mail: silvana@unl.edu (S. Trimi).

https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2020.09.041
Recebido em 10 de maio de 2020; Recebido em forma revisada em 16 de setembro de 2020; Aceito em 19 de setembro de 2020
Disponível online em 25 de setembro de 2020
0148-2963 / © 2020 Elsevier Inc. Todos os direitos reservados.
SM Lee e S. Trimi
Muraka, 2018) Assim, a inovação sustentável tornou-se uma prioridade
estratégica para todo tipo de organização, seja ela uma empresa, governo
ou empresa sem fins lucrativos (Ettlie, 2006; Lee e Lim, 2018; Veronica,
Alexeis, Valentina e Elisa, 2019)
A inovação foi definida de diferentes maneiras, com base no propósito,
processo ou perspectivas disciplinares. Neste artigo, a inovação é definida
como "implantação de novas ideias e / ou tecnologias de maneiras
fundamentalmente diferentes para criar valor novo ou adicional para o
sucesso contínuo da organização e de suas partes interessadas" (Adner e
Kapoor, 2010; Lee, 2018) Na era digital atual, a inovação não é equivalente à
automação habilitada pela tecnologia para as economias de escala, como
demonstrado pelo paradigma industrial de produção em massa iniciado
pelo fordismo no início do século 20 (Hakansson & Ford, 2002) Hoje, a
inovação pode ser baseada na convergência de coisas aparentemente
heterogêneas e não relacionadas que podem criar um resultado
exponencial com base nas economias de convergência e rede (Coolican e Jin,
2018; Hedvall, Jagstedt, & Dubois, 2019; Metcalfe, 2013; Reim, Sjodin e
Parida, 2019) A inovação baseada no efeito exponencial da convergência,
que rotulamos como inovação de convergência (CI) neste artigo, é muito
mais dinâmica do que a automação, pois alavanca a força quântica da fusão
de vários objetos, ideias, pessoas, funções, tecnologias, organizações,
indústrias e sociedades (Lee & Lim). O principal recurso da CI é o
ecossistema, que é projetado para tomar decisões ou ações necessárias de
forma autônoma, por meio da varredura do ambiente com o suporte de
sensores inteligentes, IA, IoT, análise de big data, aprendizado de máquina e
computação ambiental. As informações relevantes extraídas são então
enviadas para o próximo nível para avaliar as ideias de inovação derivadas
de fontes internas e externas para implementação (Lee e Lim, 2018)
CI seria uma competência central sustentável não apenas para a criação de
valor, mas também para a busca de um futuro inteligente onde as pessoas, a
sociedade e o meio ambiente floresçam (Hedvall et al., 2019; Lee e Lim, 2018; Lee
e Trimi, 2018) Embora não tenha sido rotulado como CI, a convergência de
diferentes objetos e tecnologias tem sido amplamente aplicada para gerenciar
problemas críticos. Por exemplo, mesmo nesta era digital, ainda existem 1,2
bilhão de pessoas que vivem na pobreza energética sem acesso à eletricidade
devido à extrema pobreza (Hunt, 2017) A WakaWaka foi estabelecida com a
convergência da ciência solar, engenharia mecânica, telecomunicações,
crowdfunding e design thinking para produzir dispositivos portáteis baratos que
fornecem luz LED movida a energia solar. WakaWaka trouxe não apenas luz
elétrica para as pessoas, mas também possibilitou a comunicação com o mundo
exterior, tornando possível o carregamento de telefones celulares (Lee, 2018)
Água potável é um recurso crítico em falta para mais de 1,5 bilhão de pessoas em
todo o mundo. Warka Water convergiu a engenharia arquitetônica, a física e a
meteorologia para construir torres de água que coletam água condensada limpa
todos os dias em áreas secas da Etiópia (Lee e Lim, 2018) A atual pandemia
COVID-19 amplia um papel crítico que a CI pode desempenhar no gerenciamento
de crises. O CI pode ser inestimável no gerenciamento dos efeitos destrutivos do
desligamento pessoal, econômico e social (Bello et al., 2020) O papel da CI para as
estratégias organizacionais, especialmente em tempos de urgência, apresenta um
novo modelo de inovação sustentável para o gerenciamento da urgência com
agilidade e resiliência (Desmond-Hellmann, 2020)
Este estudo traz contribuições tanto para a teoria quanto para a
prática da inovação. Para a contribuição à literatura de inovação,
apresentamos o novo conceito de CI, as principais forças que permitem
o desenvolvimento de um ecossistema baseado em plataforma, a
estrutura da CI como um ecossistema autônomo autogerenciado, os
muito diferentes (da inovação típica) CI's ciclo de vida e
relacionamentos da CI com outras estratégias de inovação sustentável.
Este estudo também traz uma contribuição prática, pois lança novos
insights para o desenvolvimento da agilidade organizacional por meio
da CI como uma competência competitiva na era digital. Talvez a
contribuição prática mais vívida de nosso estudo seja que delineamos
como o IC pode ajudar a gerenciar o desafio do COVID-19 (para testes
sob demanda, rastreamento de contato habilitado para tecnologia de
pacientes infectados, isolamento efetivo de pessoas vulneráveis,
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e a abertura da economia), e se preparar para um mundo e futuro pós-pandemia
permanentemente diferente.
O restante do artigo está organizado da seguinte forma. Na próxima
seção, apresentamos o referencial teórico da CI, incluindo uma revisão da
era digital, com o surgimento da Quarta Revolução Industrial (4IR) e as
transformações digitais que engendram o imperativo da inovação
sustentável. Em seguida, apresentamos o conceito de CI incluindo a
evolução da inovação, a estrutura da CI e o ciclo de vida da CI na era digital.
Seção 3 articula a importância da CI na gestão da atual crise pandêmica
COVID-19, com foco no papel da CI em reimaginar o período pós-
pandêmico. Seção 4 discute a estrutura de várias estratégias para a inovação
sustentável e suas relações. O artigo termina comSeção 5, que fornece um
breve resumo do estudo, as contribuições teóricas e práticas do IC para a
sustentabilidade organizacional e as limitações do estudo e das
necessidades de pesquisas futuras.
2. Referencial teórico da CI
A história humana pode ser caracterizada como uma série de inovações. Os
humanos têm se esforçado para buscar maneiras de melhorar a qualidade de
vida, desde a era da caça e coleta até a economia agrária, a era industrial, a era da
informação e agora a economia do conhecimento (Lee, 2018) Cada inovação
inicialmente traz uma grande sacudida, como aconteceu em automóveis,
fabricação de PCs, smartphones e assim por diante. O número de produtores iria
primeiro aumentar de forma constante e, em seguida, conforme o pool de valor se
consolida, ele cairá rapidamente (Bughin, Catlin, Hirt e Willmort, 2018) Assim,
quando a nova mudança está sendo operacionalizada, um período de equilíbrio
relativamente tranquilo prevaleceria apenas para ser pontuado por novas
inovações que são superiores às anteriores (Siebel, 2019) Como testemunhado
pelas quatro grandes revoluções (agricultura, indústria, informação e digital), a
frequência, velocidade e magnitude do impacto de tais interrupções têm se
acelerado (Bughin e Woetzel, 2019; Lee e Lim, 2018)
Toda organização, independente de seu porte e propósito, possui uma
cadeia de atividades para criar valor agregado. O principal objetivo da
inovação é buscar abordagens eficazes para melhorar a cadeia de valor para
a organização e suas partes interessadas (Freeman, 2004; Harrison &
Freeman, 2017) A literatura sobre inovação tem uma rica tradição baseada
em extensa pesquisa ao longo dos anos (Adner e Kapoor, 2010; Carrillo,
Druehl, & Hsuan, 2015; Chesbrough, 2003; Chesbrough e Brunswick, 2014;
Christensen, Rayneer, & McDonald, 2015; Cohen e Levinthal, 1990; Crossan e
Apaydin, 2010; Ettlie, 2006; Gobble, 2014; Lee e Lim, 2018; Março, 1991;
Tapscott, 2006; Von Hippel, 2017) Como tal, não revisaremos a literatura
sobre inovação aqui. No entanto, deve-se destacar que, nos últimos anos, o
ritmo da inovação tem sido frenético devido aos rápidos avanços nas
tecnologias, nas ciências, na transformação digital das organizações; o efeito
combinado da complexidade crescente das cadeias de valor globais
estendidas; e a recente crise pandêmica COVID-19 (Bello et al., 2020; Ip,
2020; Stoll, 2020; Tonby & Woetzel, 2020) Assim, a inovação tornou-se um
imperativo para a sustentabilidade organizacional e demonstrou sua
importância durante a atual crise pandêmica (Stoll, 2020) No entanto, fazer
as coisas com rapidez e da maneira certa não se revelou uma tarefa fácil
para as organizações. Nesta seção, discutiremos o surgimento da CI na era
digital, a evolução da inovação, a estrutura da CI e o ciclo de vida da CI,
2.1. Era digital e inovação sustentável
Hoje vivemos na era digital, muitas vezes descrita como a era da Quarta
Revolução Industrial (4IR) ou transformação digital (TD). O conceito de 4IR
surgiu na Alemanha para o desenvolvimento de manufatura inteligente. O
núcleo do 4IR é a convergência de tecnologias avançadas para conectividade
cibernética de sistemas físicos e controle automático de processos de
manufatura (PwC, 2016; Scalabre, 2019) Desde a introdução de 4IR como um
importante tópico de debate noFórum Econômico de Davos (2016), seu
conceito se espalhou rapidamente por todo o mundo e
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foi adotado como um meio de inovação sustentável por todos os tipos de

indústrias, governos e organizações sem fins lucrativos.
Com a popularidade do 4IR, muitos o consideram sinônimo de DT. No entanto,
eles devem ser diferenciados com base em dois aspectos. Em primeiro lugar, os
principais drivers de 4IR são tecnologias (Scalabre, 2019), enquanto a TD é
baseada na convergência não apenas de tecnologias avançadas, mas também de
ideias e estratégias. Em segundo lugar, o objetivo principal do 4IR é melhorar a
eficiência e a eficácia da cadeia de valor da organização. No entanto, a DT tem um
propósito de aspiração muito mais amplo e superior, não apenas para maior
criação de valor para uma organização, mas também para o objetivo
compartilhado das partes interessadas (Freeman, 2004; Harrison & Freeman,
2017; LeeE Trimi, 2018; Miles, 2012)
A TD não é apenas digitalização, que é o processo de melhoria dos
Figura 1. Convergência no espaço de inovação incremental-drástica.
sistemas existentes com a aplicação de tecnologias digitais avançadas. DT
envolve uma reinvenção fundamental da maneira como as coisas são feitas
2.2.2. Estrutura de CI
por indivíduos, organizações, governos e sociedade (O'Halloran e Griffin,
No ambiente de negócios global hipercompetitivo, a sustentabilidade de
2019) O DT é habilitado não apenas por tecnologias avançadas, mas
uma organização depende de sua agilidade, adaptabilidade e resiliência (
também pela cocriação de objetivos compartilhados (Porter e Kramer, 2011;
Teece, 2014; Von Briel et al., 2019) O objetivo principal da CI é apoiar essa
Von Briel, Schneider e Lowry, 2019), convergindo estratégias e ideias
competitividade organizacional.Figura 2 mostra os principais elementos de
criativas. A DT ajudou a desenvolver sistemas autônomos, redes sociais (Li e
CI e o ecossistema de inovação autogerenciado, que é estruturado como
Bernoff, 2008), e sistemas inteligentes alimentados por IA (por exemplo,
uma teia de aranha com várias camadas, onde cada camada executa certas
casas inteligentes, infraestrutura, cidades e países) (Rogers, 2016) Esses
funções (como uma seção de instrumento em uma orquestra) e todas as
desenvolvimentos permitiram a criação de inteligência ambiente e o
camadas se conectam, coordenam e funcionam juntos em harmonia para
paradigma de "tudo inteligente" (Streitz, Charitos, Kaptein e Bohlen, 2019) A
produzir um resultado de inovação quântica poderoso. A estrutura do
DT ajudou as organizações a desenvolver cadeias de valor globais com
ecossistema é composta da seguinte forma:
conectividade, agilidade, flexibilidade e recursos dinâmicos, todos
Camada 1 é o direto Ponto de contacto com as forças de mercado, incluindo
imperativos para a sustentabilidade das empresas na era da urgência (De
clientes, concorrentes, condições de mercado (por exemplo, condições
Smet & Gagnon, 2018) A DT também permitiu que governos e instituições
econômicas, culturais, políticas e ambientais) e desenvolvimentos tecnológicos.
sem fins lucrativos se tornassem entidades digitais inteligentes com serviços
Essa camada é composta por uma rede de sensores inteligentes habilitados para
humanos e sociais, sistemas de participação cidadã, policiamento 24/7 e
IA que podem monitorar as condições e movimentos do mercado. Os dados
semelhantes (Lee e Trimi, 2018) Tanto o 4IR quanto o DT forneceram um
coletados por sensores são transmitidos em tempo real para análises de big data.
impulso ao desenvolvimento da CI.
As informações relevantes extraídas pelo sistema de análise de dados são
encaminhadas para o sistema de tomada de decisão autônomo, que é apoiado
2.2. Inovação de convergência (CI)
por aprendizado de máquina, IoT e outras tecnologias digitais, invoca a
implementação instantânea das ações necessárias. Os problemas de colaboração
Neste artigo, propomos a CI como uma estratégia de inovação sustentável,
ou tomada de decisão de ordem superior são encaminhados para a Camada 2 e
com seu ecossistema autônomo, na turbulenta era digital. A CI pode ajudar as
acima.
organizações a implementar estratégias eficazes para a criação de valor com
Camada 2 tem uma série de inovações conectadas subsistemas como
agilidade, mesmo na época sem precedentes da atual pandemia.
P&D interno, conectar e desenvolver (C&D) para fontes externas, redes de
colaboração com organizações parceiras e outras partes interessadas (por
2.2.1. Evolução da inovação
exemplo, clientes, comunidades e governos) e sistemas de código aberto
O conceito e a prática da inovação evoluíram ao longo da história,
(por exemplo, inovação aberta, crowd sourcing e fontes públicas ) Esses
passando por diferentes fases ou etapas. Cada fase sucessiva de inovação é
subsistemas são conectados ao sistema de filtro tácito da organização, que
baseada no conhecimento e aprendizagem acumulados das fases
processa e avalia ideias de várias fontes, incluindo aquelas que são
anteriores, acelerando assim a velocidade e o alcance da inovação na nova
transmitidas da Camada 1 com base nas capacidades e estratégias da
fase. Por exemplo, embora tenha levado 15 anos após a pandemia de gripe
organização.
espanhola (1918–1920) para descobrir o vírus (em 1933), levou apenas
Camada 3 tem um valor co-plataforma de criação, onde a organização tenta
algumas semanas para descobrir o vírus COVID-19.
co-criar metas compartilhadas com as principais partes interessadas, incluindo
As principais fases da evolução da inovação são: (1) Inovação fechada (focado
clientes, fornecedores, outras organizações parceiras, comunidade, governos e
em P&D interno, estritamente protegido como fonte de vantagem competitiva), (2)
sociedade em geral (Porter e Kramer, 2011; Ramaswammy & Ozcan, 2014) O
Inovação colaborativa (colaboração com organizações parceiras para criar cadeias
principal problema de decisão na plataforma envolve prioridades atribuídas a
de valor globais de classe mundial na forma de alianças estratégicas, joint
diferentes objetivos associados a cada entidade interessada. Assim, seriam
ventures, acordos de licenciamento de tecnologia e parcerias de mercado), (3)
necessárias decisões estratégicas baseadas na visão da organização e nos
Inovação aberta (busca de novas fontes de ideias de inovação por meio do
objetivos de longo prazo no nível da alta administração.
aproveitamento da inteligência coletiva e de fontes abertas), (4) Co-inovação
Camada 4 é o nível mais alto do ecossistema a partir do qual o propósito
(parceria de organizações que compartilham mesmos objetivos básicos, envolve-
da inovação transcende às camadas inferiores para implementação. Embora
se na cocriação de valor com cada um trazendo suas capacidades centrais de
a criação de valor seja o objetivo imediato da maioria das organizações,
classe mundial para a cadeia de valor), e (5) Inovação convergente (agrupamento
tanto para seu desempenho quanto para o interesse de todas as partes
ou fusão de objetos, ideias ou experiências aparentemente não relacionados,de
interessadas (Freeman, 2004), o objetivo final da inovação pode ser muito
todos os tipos de fontes externas, incluindo organizações e pessoas de diferentes
mais abrangente e ambicioso do que isso. O objetivo da inovação deve ser
setores e países que compartilham os objetivos aspiracionais das partes
para o bem maior (além disso para a organização e suas partes
interessadas (Freeman, 2004) e para o bem maior (Baldwin, 2016; Hunt, 2017; Lee
interessadas) - criar um futuro inteligente onde as pessoas, organizações e o
e Lim, 2018; Lee e Olson, 2010) CI tem um poder quântico que vem da capacidade
meio ambiente floresçam (Hunt, 2017; Lee e Trimi, 2018)
de integrar os pontos fortes de diferentes elementos de inovação:
O IC proposto está em consonância com a pesquisa ativa atual sobre
incrementalmente (horizontalmente) e drasticamente (verticalmente), como
organizações autônomas como proposto por Libert, Beck e Davenport
mostrado emFigura 1.

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Figura 2. Ecossistema de inovação de convergência.

(2019). Embora as empresas autônomas ainda não sejam uma realidade, muitas
áreas funcionais viram inovações em direçãosemi-autônomo operações da
seguinte forma (Gilder, 2018; Libert et al., 2019)
- Gestão de operações / cadeia de suprimentos (sistemas empresariais SAP)
- Trabalho de documentação e conhecimento (Microsoft)
- Serviços financeiros (roboadvisorpro)
- Marketing, publicidade, gestão de relacionamento com o cliente
(Marketo, Salesforce, 6sense)
- Serviços de TI (Oracle, IBM, IPsoft)
- Tomada de decisão cognitiva (IBM Watson, Google AlphaGo Zero)
Libert et al. (2019)sugeriu a seguinte escala para medir a autonomia de
um sistema:
1. Controlado por humanos, com sistemas autônomos que fornecem dados /
informações de suporte
2. Controlado por humanos, com a maioria dos sistemas operando de forma autônoma
com orientações e avisos predefinidos
3. Sistema controlado, com intervenção humana frequente e suporte para a
tomada de decisão
4. Sistema controlado, com intervenção humana para problemas de decisão
crítica
5. Totalmente controlado pelo sistema, sem intervenção humana ou
suporte
serviços perturba o mercado. Testemunhamos a mudança da sorte de muitas
organizações que já foram de classe mundial, como Kodak, Research in Motion
(Blackberry), Blockbuster, Nokia, Nieman Marcus, Sharp e muitas outras. Além
disso, na era digital competitiva, o ciclo de vida da inovação tornou-se muito mais
curto, pois as competências essenciais organizacionais são baseadas em
tecnologias de rápido desenvolvimento (Lee e Trimi, 2018)
Normalmente, o ciclo de vida da inovação se assemelha à curva S da
tecnologia (Christensen, 1992; Ettlie, 2006) No início da curva, uma nova ideia é
plantada para diferentes maneiras de criar valor com os recursos necessários
comprometidos. Muitas ideias inovadoras, invenções, patentes ou modelos de
negócios podem não passar por essa fase e suas curvas S nem mesmo
começarão. Alguns podem receber suporte de gerenciamento e recursos
necessários para implementação, mas diminuem sem atingir o estágio de
decolagem. Algumas outras inovações podem ter ciclos de vida longos com taxas
marginais de retorno estáveis (por exemplo, produtos de consumo, produtos de
papel e alimentos). No entanto, uma inovação bem-sucedida teria uma curva em
S, conforme mostrado emFig. 3a: após o lançamento da inovação, a taxa marginal
de retorno aumenta exponencialmente até atingir o ponto de inflexão - esta é
normalmente a fase de 'colheita' da inovação, onde a taxa marginal

Enquanto a maioria das operações autônomas listadas acima estão no nível 1

menos ou l, na melhor das hipóteses, com base na escala de medição, o IC
proposto estaria em torno do nível 3.

2.2.3. Ciclo de vida de CI

A inovação raramente é um processo único. Em vez disso, geralmente envolve
um ciclo de vida (Ettlie, 2006) A vantagem do pioneiro, com base em novas
tecnologias e / ou novos modelos de negócios, pode durar vários meses, anos ou
até mais, até que novos concorrentes com novos produtos inovadores /
Fig. 3a. Curva S do ciclo de vida da inovação.

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de retorno começa a diminuir até atingir o pico da curva. Para minimizar a perda,
a empresa pode abandonar a curva S da inovação antes que seu retorno comece a
se tornar negativo e, em vez disso, pode iniciar um novo ciclo. Uma empresa
esclarecida pode ter uma estratégia proativa para inovação contínua. Quando a
curva S da primeira inovação atinge seu ponto máximo, ela pode lançar a curva S
seguinte, aproveitando a experiência de aprendizagem das anteriores e novos
avanços tecnológicos (verFig. 3b) Na figura do ciclo de vida, o eixo X representa o
tempo, enquanto o eixo Y mostra o resultado da inovação em termos de valor
agregado (por exemplo, eficiência da cadeia de valor, novos produtos / serviços,
novo valor para o cliente, novos mercados ou novos modelos de negócios) .

As curvas S de CI na era digital seriam diferentes das curvas S de

inovação contínua mostradas em Fig. 3a e Fig. 3b, que se baseiam nas
economias de escala ou rede. CI normalmente terá curvas S mais curtas e a
curva S sucessiva iniciaria de um ponto mais alto do que o pico da curva
anterior, devido ao efeito exponencial de convergência. Além disso, o
comprimento e a trajetória das curvas S variam de acordo com a natureza da
inovação. Além disso, a linha de transição do pico da curva S anterior para o
Fig. 4. Curvas S de inovação de convergência.
ponto inicial da próxima curva S seria irregular e saliente, assim como o
padrão geral de desenvolvimento de tecnologia (Lee e Olson, 2010) Os
semanas, o número de empregos criados durante os últimos 10 anos ou mais nos
novos pontos de partida de curvas S sucessivas dependeriam da natureza da
EUA desapareceu e mais de 30 milhões de trabalhadores solicitaram auxílio-
convergência e das tecnologias envolvidas. As curvas S típicas de CI para
desemprego. A pandemia de coronavírus não só afetou a saúde das pessoas (mais
uma organização de sucesso na era digital são apresentadas emFig. 4.
de 3 milhões de pessoas infectadas e mais de 200.000 mortes em todo o mundo
em 30 de abril de 2020 de acordo com o World Monitor) e está devastando a
economia de quase todas as nações, mas também alterou a própria estrutura da
3. Significado do CI na crise pandêmica de Covid-19
vida de todos (a maneira como as pessoas trabalham, viajam, se socializam,
aprendem, amam, se exercitam, etc.). Neste tempo sem precedentes de
As megatendências ou mesmo giga tendências às quais aludimos na
isolamento, desespero e dificuldades econômicas, as organizações precisam ser
Introdução trouxeram a transformação digital de organizações, economias e
mais ágeis, resilientes e objetivas, indicando a necessidade urgente de inovação
sociedades (Aghina et al., 2018) Para sobreviver e florescer na era digital, as
eficaz (Stoll, 2020)
organizações se esforçam para se tornar entidades ágeis. Esta é uma jornada
No estado de pandemia, as pessoas são sequestradas em isolamento, grandes
assustadora para muitas organizações, mas elas não têm escolha a não ser seguir
partes da economia são fechadas, as escolas estão no modo de educação online,
esse caminho difícil em direção à DT. Além disso, a velocidade de transformação
aqueles que ainda têm empregos trabalham remotamente de casa e os primeiros
não tem precedentes. A era digital exige que as organizações se tornem não
respondentes arriscam suas vidas para tratar pacientes infectados, entregar
apenas ágeis, adaptáveis e resilientes, mas também extremamente inovadoras.
comida para pessoas isoladas e proteger a segurança da comunidade. As duas
Para se tornarem organizações tão ágeis, a inovação deve ser a principal
tarefas mais críticas para os líderes são: primeiro, como controlar o vírus agora
prioridade estratégica. Embora a maioria das organizações compreenda a
(distanciamento social, teste, rastreamento de contato de pessoas infectadas,
importância da inovação, muitas foram, pelo menos até a crise do COVID-19,
tratamento dos pacientes, etc.) e desenvolver uma vacina eficaz o mais rápido
empurradas para dentro dela, em vez de começar com um senso de urgência (
possível (em um questão de 8–9 meses em vez do mínimo usual de 18 meses); e
Stoll, 2020) Agora, o enorme poder destrutivo da pandemia COVID-19 abalou o
segundo, quando e como abrir a economia novamente. Essas duas tarefas exigem
mundo na velocidade da luz e a maioria das organizações, especialmente as PMEs,
inovação ágil em necessidade, o objetivo exato da CI (Bello et al., 2020; Lee e Lim,
estão em um caos total. As organizações agora anseiam pelos tempos antes
2018)
temidos da transformação digital (Blackburn et al., 2020)
A China anunciou uma pneumonia de causa desconhecida em 31 de dezembro
de 2019. Em dois meses, o número de pacientes infectados e mortes acelerou em 3.1. Inovação para gerenciar a pandemia
todo o mundo e a OMS declarou que era uma pandemia em 11 de março de 2020 (
Desmond-Hellmann, 2020) Em questão de vários Em face da pandemia devastadora, o passo mais urgente a tomar é
implantar atividades eficazes. Ironicamente, essas atividades são os
elementos centrais da IC, indicando que a IC não é apenas para tempos
normais, mas é ainda mais eficaz em tempos de crise. Para gerenciar a crise
pandêmica, as seguintes atividades são importantes.

- Varredura de ambiente em tempo real: Para entender a gravidade e

magnitude do vírus, uma sociedade precisa de uma infraestrutura
inteligente de preparação. É impossível combater o vírus sem o
centro nervoso que pode coletar e analisar dados. A Coreia do Sul
foi apontada como a nação mais bem-sucedida na gestão da
pandemia por meio de sua infraestrutura de saúde pública,
resultado das lições do país com as falhas na luta contra a MERS (a
síndrome respiratória do Oriente Médio) em 2012. A cadeia crítica
de eventos para uma gestão eficaz da pandemia envolve: teste,
rastreamento de contatos de pessoas infectadas, quarentena ou
tratamento, garantindo a capacidade de atendimento (equipe
médica, instalações hospitalares, ventiladores, equipamento de
proteção individual (PPE) e logística após o tratamento), etc.
Fig. 3b. Curvas S de inovação contínua.

18
SM Lee e S. Trimi
a maioria dos governos (Reuters, 2020) Com seus sistemas de comunicação
móvel líderes mundiais, o rastreamento de contatos era feito
instantaneamente, a chave para a contenção do vírus.
- Fluxo contínuo de dados, análises e informações para a tomada de decisões: A chave
para o sucesso da inovação é que as informações valiosas extraídas da análise de
dados são rapidamente aplicadas à tomada de decisão. A rápida disseminação do
vírus paralisou a maioria das máquinas econômicas, especialmente as indústrias de
transporte aéreo, hotelaria e turismo, entretenimento, esportes e educação. Nos
EUA, as PMEs foram especialmente afetadas, pois muitas tiveram que encerrar
completamente suas operações. Embora o governo federal e o Federal Reserve
tenham agido rapidamente para desenvolver planos de estímulo econômico, eles
ainda não foram rápidos o suficiente para conter o tsunami do impacto econômico
da pandemia (Stoll, 2020)
- Rede de colaboração: COVID-19 é uma pandemia global. Não pode ser
controlada, nem seu tratamento e vacina implementados de forma eficaz, por
apenas um país isoladamente. A colaboração internacional entre organizações
de saúde pública, governos e profissionais médicos é essencial para
compartilhar informações como o DNA do vírus original em Wuhan, China,
sucessos ou falhas de tratamento, padrões de infecção, etc. (Desmond-
Hellmann, 2020) Nos Estados Unidos, tem havido parcerias público-privadas
extraordinárias para combater o vírus. Por exemplo, o Federal Drug
Administration (FDA) aprovou Remdesivir, medicamento intravenoso da Gilead
Science em 1 de maio de 2020, na velocidade da luz de vários dias, depois que
o medicamento mostrou 31% de melhora na recuperação entre 1.063
pacientes gravemente enfermos (Associated Press, 2020) Houve outras
parcerias formadas rapidamente entre cientistas, fundações privadas,
empresas farmacêuticas e centros de pesquisa universitários para desenvolver
vacinas eficazes para o coronavírus (Copeland, 2020; Desmond-Hellmann,
2020)
- Inovação ágil: A crise pandêmica trouxe tragédias humanas, danos
econômicos e tormento social. No entanto, uma história de sucesso da
experiência atual com a pandemia seria como as organizações
aprenderam a inovar rapidamente em crises. Existem muitos exemplos.
Os varejistas, que há meses contemplam desenvolver planos de
implementação para um serviço de entrega na calçada aos clientes,
desenvolveram o sistema em questão de poucos dias, quando a crise
pandêmica atingiu. A Ford Motors, que vem trabalhando há anos para
desenvolver carros elétricos que possam competir com a Tesla sem
muito sucesso, trocou algumas de suas linhas de operação para produzir
ventiladores médicos em questão de poucas semanas durante a
pandemia (Stoll, 2020) O mesmo fez a True Value Co., que trocou duas de
suas linhas de produção de tinta para desinfetante para mãos aprovado
pela FDA em duas semanas (Ip, 2020) A crise pandêmica despertou a
engenhosidade americana de seus esforços de inovação inflexíveis em
tempos comuns para inovadores ágeis em tempos de crise pandêmica.
- Poder exponencial de convergência: Na época da crise do COVID-19, as
organizações e as pessoas estão se tornando extraordinariamente criativas
para encontrar novas soluções, seja para fazer máscaras ou protetores faciais
para equipes médicas, entregar refeições em lares de idosos ou socorristas,
ou colaborar na busca de novas vacinas . É aqui que o verdadeiro poder
exponencial de convergência está sendo encontrado quando diferentes
objetos, tecnologias, disciplinas, empresas, indústrias ou pessoas talentosas
se juntam (Ip, 2020)
- Para um bem maior: Para lutar contra o inimigo comum em COVID-19,
pessoas, empresas, organizações de saúde e inovadores estão sendo unidos.
O grito de guerra é “Estamos juntos para derrotar a pandemia”. O objetivo
comum de pessoas trabalhando juntas em ideias inovadoras para derrotar o
vírus é para um bem maior, um futuro mais brilhante. Demorou 15 anos para
descobrir o vírus da influenza espanhola (de 1918 a 1933), mas levou apenas
algumas semanas para isolar o vírus Covid-19 (Ip, 2020) Este é o poder da
convergência de tecnologias, pessoas e organizações trabalhando juntas para
um propósito comum de um bem maior.
3.2. Pivotando para o futuro pós-pandêmico com CI
Quando a pandemia mostra um declínio marginal em sua taxa de infecção,
19
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os governos precisam abrir lentamente a economia. A pandemia causou enormes
danos econômicos, sem falar na agonia emocional e social das pessoas. No
entanto, é hora de reimaginar o que é possível se as organizações e os governos
se articularem efetivamente para o período pós-pandemia. O AC (após o
coronavírus) não será normal como o BC (antes do coronavírus), pois o
comportamento das pessoas e das organizações foi permanentemente alterado
de várias maneiras. Acreditamos que o conceito de CI será uma grande ajuda para
o processo de giro da seguinte maneira.
- Desenvolvimento de infraestrutura autônoma para saúde pública:
Especialistas científicos alertaram que COVID-19 pode permanecer por pelo
menos dois anos, mesmo se vacinas eficazes forem encontradas e aplicadas.
Assim, para se proteger desta e de futuras pandemias, uma infraestrutura
inteligente deve ser desenvolvida para coletar dados em tempo real e apoiar a
tomada de decisões de acordo. Este ecossistema autônomo deve incluir a
plataforma de colaboração para o compartilhamento de informações e ações
coletivas globais e também domésticas.
- Mobilizando a inovação em velocidade e escala: Governos, empresas e
organizações sem fins lucrativos aprenderam que as ações inovadoras
devem ocorrer rapidamente e na escala apropriada. China, Índia e Coréia
do Sul desenvolveram ecossistemas digitais para controle de vírus por
meio do processo de teste-rastreamento-isolamento. Esses sistemas têm
se mostrado eficazes para conter a propagação da pandemia (Tonby &
Woetzel, 2020)
- Visão de dados: A crise do coronavírus ensinou as pessoas a confiar nos
dados. As apresentações da Força-Tarefa do Coronavírus na Casa Branca
atraíram muita atenção dos americanos à medida que cientistas renomados
discutiam as ações baseadas em dados, incluindo os esforços para achatar a
curva do número de pessoas infectadas. A análise de big data desempenhará
papéis importantes no suporte ao ecossistema de inovação autônomo e às
plataformas de colaboração.
- Sistemas operacionais flexíveis e resilientes: A pandemia causou enormes
interrupções nas cadeias de suprimentos globais das organizações. A
vulnerabilidade dos sistemas operacionais levará ao desenvolvimento de
novos sistemas operacionais ágeis com relacionamentos colaborativos
contingentes, bem como reshoring de operações (Bello et al., 2020)
- Serviços remotos ou “intactos”: A pandemia alterou permanentemente o
comportamento das pessoas em todos os aspectos, desde apertar as mãos até
aprender, praticar exercícios, socializar, viajar e se divertir. Muitas instituições
educacionais considerarão o ensino online uma parte importante de seus
serviços no futuro. Da mesma forma, as pessoas preferem serviços "sem
tato" (sem contato) em hospitalidade, varejo e até mesmo nas áreas de saúde (
Lee e Lee, 2019)
- Transações digitais de alto toque: A pandemia forçou muitos consumidores a
mudar seu comportamento de compra de uma experiência pessoal de alto
toque para transações digitais de alto toque. Essa mudança de
comportamento não se aplica apenas a produtos de consumo de baixo custo,
mas também a compras de alto padrão, como joias, obras de arte, automóveis
ou até mesmo imóveis. Muitos idosos com deficiência digital aprenderam a
usar compras online, expandindo assim a base de clientes para muitas
empresas de varejo (Bello et al., 2020)
- Priorizando a vida: A tortuosa experiência da pandemia, não só para
aqueles que sofreram a doença ou profundamente afetados por sua
mortalidade, mas também para as pessoas comuns que vivenciaram o
isolamento social pela primeira vez, tiveram a chance de reavaliar o que
é importante na vida. A manifestação de apreço e apoio dos primeiros
socorros em hospitais, lares de idosos, mercearias, policiais e bombeiros
e muitos outros é o resultado do sentimento de que “estamos juntos
para derrotar o inimigo”. A importância de fazer as coisas para "o bem
maior" e para um futuro melhor está agora profundamente enraizada no
coração das pessoas (Lee e Lim, 2018)
4. Estratégias de inovação sustentável
As estratégias de inovação dependem da visão e competência da alta
administração, tipo de indústria, composição das partes interessadas e cultura
SM Lee e S. Trimi
(país, região, religião, etc.). Apesar disso, toda organização possui uma
cadeia de valor, uma rede de funções e atividades de valor agregado. Para
se sustentar, as organizações devem inovar continuamente para melhorar
suas cadeias de valor por meio de várias estratégias e abordagens. Algumas
das estratégias de inovação mais proeminentes praticadas pelas
organizações e seus relacionamentos são as seguintes:
- Inovação incremental (evolutiva) e drástica (revolucionária): A inovação
incremental, também conhecida como inovação evolutiva ou exploradora,
tenta melhorar continuamente as atividades atuais de criação de valor.
Quando uma organização está confiante de que sua cadeia de valor está bem
projetada e funcionando adequadamente, a estratégia de inovação da
empresa estaria focada na melhoria contínua do sistema atual. Muitas
empresas japonesas são bem conhecidas por Kaizen, JIT e gerenciamento
lean, todos preocupados com a inovação contínua para os sistemas existentes
(Lee, 2015) No entanto, embora cerca de 70% dos projetos de inovação sejam
desse tipo, acredita-se que eles contribuam com apenas um terço dos lucros
corporativos (Stokes, 2006) Por outro lado, a inovação drástica, muitas vezes
referida como inovação revolucionária ou exploratória, trata de explorar o
desconhecido para descobrir maneiras fundamentalmente diferentes de criar
valor (Março de 1991) Muitas empresas americanas são conhecidas por essa
abordagem de inovação, desenvolvendo novos produtos / serviços,
reengenharia de seus processos de negócios (BPR), formulando novos
modelos de negócios e transformando a cadeia de valor para a criação de
novo valor para o cliente.
- Inovação disruptiva e não disruptiva: A inovação disruptiva é um
conceito bastante complexo. A noção básica é que as empresas tendem
a ultrapassar seus mercados com aplicações de novas tecnologias para
atender a demanda de seus clientes convencionais e de ponta, o que
abre uma janela de oportunidades para os recém-chegados atrairem o
cliente de baixo custo do mercado (Christensen et al., 2015) No processo,
porém, os novos participantes do mercado podem crescer tão
rapidamente que podem, eventualmente, derrubar líderes de mercado
incumbentes (Adner, 2001) Existem muitos exemplos, como Honda,
Samsung Electronics, Xiaomi, Netflix, etc., que revolucionaram
completamente o mercado. A ideia de inovação disruptiva chamou a
atenção dos executivos corporativos e se tornou um grito de guerra tão
grande para as empresas na era digital que muitos até começaram a
acreditar que inovação é sinônimo de disrupção (Kim e Mauborgne, 2019
) No entanto, muitas inovações que resultam em produtos, serviços,
mercados, modelos de negócios ou novas soluções completamente
novos não perturbam de fato a situação existente, mas oferecem novas
possibilidades. Recentemente, a inovação não disruptiva provou ser tão
importante quanto a inovação disruptiva com seus recursos de criação
de valor.Kim e Mauborgne (2019) sugeriu Microfinanças, Viagra,
coaching de vida, Post-It-Notes, academias de ginástica e consultoria
ambiental como bons exemplos de inovações não disruptivas. Embora a
inovação não disruptiva possa ser menos dolorosa do que a inovação
disruptiva em termos de custos de transição, ela pode causar
interrupções nas organizações estabelecidas e no mercado (Christensen
et al., 2015)
- Ambidestria em inovação: A partir da discussão acima de inovação
incremental vs. inovação drástica e inovação disruptiva vs. não
disruptiva, deve ficar claro que cada organização deve desenvolver
um equilíbrio adequado entre as abordagens de inovação opostas.
Essa tentativa é a ambidestria na inovação, que se esforça para
reduzir a tensão entre os dois tipos opostos (O'Reilly & Tushman,
2013) Na era digital, muitas organizações buscam agilidade,
flexibilidade, resiliência e recursos dinâmicos por meio de inovações
drásticas e não disruptivas (Raisch, Birkinsoshaw, Probst, &
Tushman, 2009; Teece, 2014) Simultaneamente, as organizações
devem buscar sua vantagem competitiva existente por meio de
inovações incrementais, mas disruptivas, relativamente estáveis.
Assim, gerenciar a ambidestria entre abordagens opostas de
inovação está se tornando cada vez mais importante.
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- Inovação de convergência: Conforme já discutido, a inovação na era digital
raramente é baseada em uma única ideia criativa ou tecnologia. Em vez disso,
muitas vezes requer um pacote criativo, integração ou fusão de coisas, ideias,
tecnologias ou estratégias aparentemente não relacionadas para criar
resultados e possibilidades extraordinários (Baldwin, 2016; Lee e Trimi, 2018)
Portanto, a CI tem uma ampla gama de aplicações em toda a cadeia de valor.
Fig. 5 apresenta um esquema abstrato de quão diferente abordagens de
inovação estão relacionados na esfera de criação de valor (eixo vertical). O eixo
horizontal mostra o principalpropósito de inovação em três categorias amplas: (1)
A etapa menos sofisticada de tentar encontrar novas soluções para os problemas
existentes; (2) O nível médio de sofisticação para redefinir necessidades ou
problemas existentes e encontrar soluções; e (3) O mais alto nível de
complexidade para identificar ou criar novas necessidades e encontrar soluções (
Kim e Mauborgne, 2019) As inovações incrementais e disruptivas tendem a se
concentrar na busca de soluções novas ou melhores para as necessidades ou
problemas existentes. Por exemplo, o Uber, o Airbnb e o smartphone da Xiaomi
são inovações que melhoraram os produtos ou necessidades existentes,
tornando-se possíveis ameaças aos operadores existentes no mercado. Por outro
lado, as inovações drásticas e não disruptivas se concentram mais na identificação
de novas necessidades ou problemas de criação de valor e na busca de soluções
possíveis para eles. Alguns exemplos são a Apple com seus smartphones e tablets,
que com sua drástica inovação criaram um mercado completamente novo, sem
perturbar qualquer operador estabelecido ou mercado.
A abordagem da ambidestria para a inovação visa encontrar um
bom equilíbrio entre duas estratégias de inovação opostas. Na
extremidade esquerda da figura, onde os esforços de inovação estão
concentrados em abordagens incrementais e disruptivas, o papel da
inovação ambidestra seria relativamente limitado. Da mesma forma, na
extremidade direita da figura, onde inovações drásticas e não
disruptivas são dominantes, a abordagem ambidestra não seria
proeminente. Assim, a área onde a abordagem ambidestra
desempenha um papel importante seria em torno da parte central do
continuum da inovação, onde as necessidades ou problemas existentes
são redefinidos e novas soluções são desenvolvidas por qualquer uma
das abordagens de inovação. Para a CI, ela desempenha papéis
significativos em todo o processo de criação de valor,
independentemente do grau de sofisticação envolvido ou do propósito
da inovação. Em outras palavras,
5. Conclusão
Vivemos na era digital, onde as mudanças são complexas, turbulentas e
massivas em escala. O efeito de combinação de várias forças de mercado resultou
no ambiente de 4IR e na transformação digital. Para sobreviver e prosperar neste
novo ambiente de mercado, as organizações devem ser ágeis com recursos
dinâmicos. Diante de crises inesperadas, como oscilações do mercado (por
exemplo, recessões econômicas), incertezas políticas (por exemplo, geopolítica e
guerras comerciais), mudanças climáticas, guerras, questões de saúde (por
exemplo, a pandemia global de COVID-19), coloque as organizações ao teste final
de sustentabilidade. Para sobreviver, mas também florescer em tempos de crise,
as organizações precisam confiar em suas capacidades de inovação. A inovação
sustentável tornou-se imperativa para empresas, governos e organizações sem
fins lucrativos.
5.1. Impacto e contribuição do estudo
A inovação é frequentemente considerada sinônimo de aplicação de
tecnologias sofisticadas que interrompem o processo existente de criação
de valor. No entanto, como a comunidade global está aprendendo a lição
mais importante da atual crise global do coronavírus, a inovação é a
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Fig. 5. Abordagens de inovação estratégica.

produto de urgência. Muitas organizações, independentemente de seu tamanho, O núcleo da CI é seu ecossistema, que é habilitado por tecnologias digitais avançadas, como AI, IoT, big data analytics

propósito ou localização, nunca viram tal senso de urgência e propósito para e VR / AR, que permite seus recursos de detecção para a dinâmica das forças de mercado e transmite informações

encontrar soluções para combater o vírus e as enormes rupturas econômicas e críticas para a tomada de decisão autônoma. Também sugerimos como a curva S do ciclo de vida de IC é diferente do

sociais que ele trouxe (Desmond-Hellmann, 2020) Além disso, a inovação, ciclo de vida de inovação típico. A curva S do IC na era digital tende a ser mais curta e uma nova curva S pode começar

especialmente em tempos de crise, requer não apenas inteligência coletiva para após uma série de movimentos ascendentes descontínuos que são habilitados por novas tecnologias. Em quarto lugar,

se reaproveitar para objetivos compartilhados, mas também esforços discutimos as diferenças e relações entre as várias estratégias de inovação sustentável para três propósitos básicos,

colaborativos para convergir diferentes ideias com velocidade e máxima que vão desde encontrar novas soluções para problemas existentes para redefinir necessidades existentes e encontrar

determinação (Bello et al., 2020) Este artigo é muito atual neste momento de crise, soluções para eles para identificar novas necessidades e encontrar soluções. Acreditamos que essas novas

pois apresenta o conceito de IC, uma nova abordagem de inovação, que converge perspectivas contribuirão para a literatura sobre inovação e fornecerão novos insights para a prática de gestores na

novas idéias e estratégias para a criação de valor e além, e que com seu formulação de estratégias nos esforços de formulação para inovação sustentável. Outra contribuição crítica deste

ecossistema autônomo pulsa o ambiente em mudança em tempo real (com o artigo é que articulamos as funções e capacidades da CI vis-à-vis a atual luta global contra a formidável pandemia

suporte de tecnologias digitais) para a tomada de decisão sob demanda. A CI COVID-19. Acreditamos que este seja o primeiro estudo que relaciona como a inovação de convergência pode ser uma

apóia pessoas, organizações e outras entidades que vão bem fazendo o bem. arma chave para gerenciar emergências globais, como crises pandêmicas. Outra contribuição crítica deste artigo é que

Assim, CI é a abordagem de inovação sustentável nova e emergente para articulamos as funções e capacidades da CI vis-à-vis a atual luta global contra a formidável pandemia COVID-19.

organizações na era digital. Acreditamos que este seja o primeiro estudo que relaciona como a inovação de convergência pode ser uma arma

Este estudo contribui para a teoria e prática da inovação de várias maneiras. chave para gerenciar emergências globais, como crises pandêmicas. Outra contribuição crítica deste artigo é que

Primeiro, apresentamos como a mudança na força do mercado giga na era 4IR e articulamos as funções e capacidades da CI vis-à-vis a atual luta global contra a formidável pandemia COVID-19.

DT, especialmente neste tempo sem precedentes de pandemia global, tornou a Acreditamos que este seja o primeiro estudo que relaciona como a inovação de convergência pode ser uma arma

inovação sustentável imperativa para o sucesso organizacional e o bem-estar das chave para gerenciar emergências globais, como crises pandêmicas.

pessoas. Em segundo lugar, revisamos o poder da convergência para a criação de

valor para pessoas, organizações, governos e a sociedade em geral. Economias de
convergência, o processo criativo de fusão de objetos, tecnologias, ideias e
estratégias podem criar uma força quântica que é muito maior do que as 5,2 Limitações e pesquisas futuras
economias de escala e as economias de rede. Terceiro, apresentamos o conceito e
a estrutura da CI como um ecossistema autogerenciado para a criação de valor e Este estudo tem algumas limitações. Em primeiro lugar, a ideia conceitual e a
muito mais. o estrutura de IC que propomos no artigo precisam de pesquisa empírica para suas
aplicações práticas. No entanto, o desenvolvimento das forças de mercado,

21
SM Lee e S. Trimi
especialmente a velocidade dos avanços em novas tecnologias, é rápida e
complexa. Nesse sentido, nosso estudo pode parecer um tanto futurista.
Acreditamos que o propósito final da inovação, a criação de um futuro inteligente,
requer novas abordagens que estão à frente do tempo. Em segundo lugar, o
tópico da inovação sustentável é bastante amplo e abstrato. Consequentemente,
nossa proposta de IC e sua relação com outras estratégias de inovação também
são abstratos. No ambiente dinâmico de hoje, no entanto, essa abstração é
necessária para capturar a importância estratégica da inovação sustentável para
as organizações na era digital. Essas limitações oferecem novas oportunidades de
pesquisa no futuro.
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