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Economia do Turismo

Fundamentos microeconómicos: a
oferta turística
1. Conceitos iniciais
Economia do Turismo

Oferta turística – quantidade de um bem/serviço turístico que as empresas


estão dispostas a oferecer, consoante os preços determinados, durante um certo
período de tempo.

Função da oferta turística – relação entre a quantidade oferecida de um


determinado bem/serviço turístico e os vários fatores que influenciam a mesma.

Qs: oferta do produto turístico


Po: preço de outros produtos
Px: preço do produto
T: nível de tecnologia
C: custo dos fatores de produção
π: lucro esperado
N: número de fornecedores/vendedores

2
2. Especificidades da oferta turística
Economia do Turismo

Ao contrário da maioria das Os produtos turísticos têm


indústrias que produz bens ou características específicas que os
serviços, não há uma “indústria tornam diferentes dos restantes
do turismo”. produtos oferecidos no mercado.

3
3. Deslocações: da curva vs. ao longo da curva
Economia do Turismo

4
4. Oferta turística e elasticidade
Economia do Turismo

Elasticidade Descreve a sensibilidade de uma variável quando ocorrem alterações


noutra variável

A oferta de um produto turístico pode ser…

Elástica (Es > 1): a oferta turística é Inelástica (Es < 1): a oferta turística é
sensível a alterações no preço ou no pouco sensível a alterações no preço
rendimento ou no rendimento

5
4. Oferta turística e elasticidade
Economia do Turismo

6
5. Produção
Economia do Turismo

OS FATORES PRODUTIVOS…

Recursos naturais Clima, florestas, metais, água

Capacidades físicas e intelectuais dos


Recursos humanos
trabalhadores, empreendedorismo

Capital (Human-made resources) Edifícios, equipamento dos hotéis e resorts

Fatores de produção fixos vs. variáveis

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6. Custos de produção
Economia do Turismo

Custos explícitos e custos implícitos


Custos fixos e custos variáveis
Custo total, custo médio e custo marginal

FC: custos fixos


VC: custos variáveis
TC: custo total
AC: custo médio
AFC: custo fixo médio
AVC: custo variável médio
MC: custo marginal

8
7. Cadeia logística do turismo
Economia do Turismo

A cadeia
logística/cadeia de
abastecimento (supply
chain) do turismo
consiste na rede de
firmas e atividades que
possibilitam a oferta de
um produto turístico.

9
8. Considerações finais
Economia do Turismo

I. A ‘indústria’ do turismo abrange outputs de uma grande variedade de outras


indústrias. Ao contrário de outras indústrias, o elemento principal/estruturante
não é o tipo de produto produzido, mas sim as características do consumidor
final.

II. Embora o turismo seja, em grande medida, uma ‘indústria’ de serviços, a teoria
microeconómica relacionada com a produção, os custos e as estruturas de
mercado (monopólios, oligopólios, etc.) também é aplicável a este setor.

III. As empresas do setor turístico tendem a operar em estruturas de mercado de


oligopólio ou de concorrência monopolística, em que empresas de dimensão
mais reduzida tentam distinguir-se umas das outras oferecendo produtos
diferenciados.

10
8. Considerações finais
Economia do Turismo

IV. A natureza oligopolista de muito do turismo revela que as empresas procuram


controlar as suas cadeias de abastecimento através de integração vertical ou
horizontal, ou ainda através da formação de alianças estratégicas.

V. A atuação do governo através da formulação e aplicação de políticas públicas


pode afetar as condições ‘habituais’ de oferta e procura no mercado. No setor do
turismo, as políticas públicas podem afetar a performance das empresas através
da introdução de: taxas e subsídios, regulação, controlo de preços, etc.

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Economia do Turismo

Fundamentos microeconómicos: a
procura turística
1. Conceitos iniciais
Economia do Turismo

Procura turística – quantidade de um bem/serviço turístico que os indivíduos


estão dispostos a consumir, consoante os preços determinados, durante um
certo período de tempo.

Função da procura turística – relação entre a quantidade procurada de um


determinado bem/serviço turístico e os vários fatores que influenciam a mesma.

Qx: procura do produto turístico Ps: preço dos bens substitutos


Px: preço do produto Pc: preço dos bens complementares
Y: rendimento do consumidor T: gostos e preferências do consumidor
N: número de consumidores no mercado M: gastos com marketing

2
2. Fatores que influenciam a procura turística
Economia do Turismo

PROCURA DE…

BEM/SERVIÇO
VIAGENS
TURÍSTICO
“Price-factors” “Non-price factors” Preço do bem/serviço
Deslocação Tempo de lazer Rendimento do consumidor
Alojamento Educação Preço de bens relacionados
Alimentação Gostos e preferências
Gostos e preferências
Condições
Entretenimento Gastos em marketing
meteorológicas
… …

3
3. Deslocações: da curva vs. ao longo da curva
Economia do Turismo

4
4. Procura turística e elasticidades
Economia do Turismo

Elasticidade Descreve a sensibilidade de uma variável quando ocorrem alterações


noutra variável

Elasticidade Elasticidade Elasticidade Elasticidade


preço preço-cruzada marketing rendimento

A procura de um produto turístico pode ser…

Elástica: a procura turística é sensível Inelástica: a procura turística é


a alterações no preço ou no pouco sensível a alterações no preço
rendimento ou no rendimento
5
4.1. Elasticidade preço da procura
Economia do Turismo

6
4.2. Elasticidade rendimento da procura
Economia do Turismo

7
4.3. Elasticidade preço-cruzada da procura
Economia do Turismo

8
5. Considerações finais
Economia do Turismo

I. Segundo a teoria convencional, a procura turística pode ser influenciada por um


leque variado de fatores, que podem ou não estar relacionados com o preço.

II. A procura turística exibe 4 tipos diferentes de elasticidade, as quais são cruciais
para a tomada de decisão:

a) A elasticidade preço da procura é importante quando se procura maximizar


as receitas das vendas (a receita total de um produto turístico é maximizada
quando esta elasticidade é unitária);

b) A elasticidade rendimento da procura permite identificar o tipo de bens


(normal, inferior, …) e, assim, ajudar a reconhecer os potenciais mercados
para os produtos em causa;

9
5. Considerações finais
Economia do Turismo

c) A elasticidade preço-cruzada da procura possibilita saber se um produto tem


associado a si bens complementares, bens substitutos, ou se é
independente de outros produtos. Assim, permite determinar a estratégia
de preços e a análise de riscos;

d) A elasticidade-marketing auxilia os responsáveis pela tomada de decisão a


determinar quais os níveis apropriados de publicidade.

III. Cada vez mais são feitos estudos com o objetivo de modelizar matematicamente,
através de disciplinas científicas como a Econometria, os fatores que, de facto,
influenciam a procura turística, e até que ponto vai essa influência.

10
5. Considerações finais
Economia do Turismo

Os investigadores devem tratar de forma rigorosa a recolha dos dados, a


especificação do modelo econométrico e a avaliação dos resultados obtidos.

A literatura sugere que a procura turística internacional é afetada pelos mais


variados fatores, destacando-se o rendimento, os preços relativos, os custos de
transporte, a taxa de câmbio e as relações culturais e económicas entre países.

Com o passar do tempo, a modelização da procura turística tem-se tornado mais


sofisticada e complexa (big data por exemplo), tendência que promete
continuar, tendo em conta a sua relevância para um melhor entendimento da
gestão turística, do recurso ao marketing e da implementação de políticas que
atendam a um desenvolvimento sustentável do turismo.

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Economia do Turismo

Fundamentos microeconómicos:
estratégia de preços no turismo
1. Preço como variável de decisão
Economia do Turismo

Empresa de
turismo

Tem de tomar
decisões quanto
às variáveis…

A B C…

…PREÇO!
O preço é uma das variáveis mais importantes no setor turístico.
Esta variável desperta a perceção dos consumidores no que toca
à qualidade do produto turístico e ao seu posicionamento na
cadeia de valor do segmento de mercado onde está inserido.
Assim, pode atrair ou afastar os consumidores.
2
1. Preço como variável de decisão
Economia do Turismo

Preço
Relação inversa que implica uma
implementação cautelosa da
Quantidade estratégia de preços.
vendida

Os impactos na receita total, decorrentes de alterações nos


preços, dependem da elasticidade da procura.

Estabelecer um preço mais elevado pode resultar em menos


compradores e menor receita total, se o produto enfrentar uma
procura elástica.

Por outro lado, a receita total também pode ser menor como
resultado do estabelecimento de preços mais baixos (mais
compradores), caso o produto enfrente uma procura inelástica. 3
1. Preço como variável de decisão
Economia do Turismo

FATORES QUE INFLUENCIAM A ESTRATÉGIA DE PREÇOS


Fyall & Garrod, 2005; Seaton & Bennett, 1999)

Posição da empresa no
Objetivos da empresa Estrutura acionista Estrutura de mercado mercado
• Pública, privada, sem fins
• Curto, médio e longo prazo • Monopólio, oligopólio, etc. • Liderança por custo,
lucrativos, etc.
diferenciação, etc.

Restrições de Preço dos bens


Estrutura de Natureza sazonal capacidade complementares e
custos da empresa do turismo • Limites de quartos nos dos bens
hotéis, etc. substitutos

Sistemas de Volatilidade do
Presença do governo no ambiente
mercado classificação e avaliação
Força da marca macroeconómico
• Sistema de estrelas para os
• Taxas, limites de preços •Sentimento do consumidor,
hotéis, etc.
taxas de câmbio, etc.

4
2. Estratégias competitivas
Economia do Turismo

Porter (1980)

Empresas competitivas seguem uma das (ou uma combinação das)


estratégias seguintes:

Liderança por Foco


custos • Foco numa
Diferenciação determinada área
• Alcançar os custos geográfica, num
de produção mais do produto
segmento de
baixos em relação à consumidores, num
concorrência produto, etc.

5
3. Estratégias de preços competitivas
Economia do Turismo

Quando as empresas não têm a


capacidade ou os recursos
suficientes para analisar
A empresa de turismo definirá o preço sob a cuidadosamente a informação
regra de maximização do lucro sobre os consumidores, custos, etc.

‘Marginal pricing’ ‘Non marginal pricing’

Sistema de Objetivos
Discriminação Tarifa de ‘Peak load ‘Penetration ‘Markup
preços ‘Bundling’ pricing’ pricing’
sem fins
de preços duas partes pricing’ lucrativos
uniforme

1º grau, 2º
grau e 3º
grau

6
3. Estratégias de preços competitivas
Economia do Turismo

Preço Uniforme

O preço é o mesmo para todos os clientes


7
3. Estratégias de preços competitivas
Economia do Turismo

Discriminação de Preços Perfeita - 1º degrau

Discriminação de preços ao nível de cada cliente individual 8


3. Estratégias de preços competitivas
Economia do Turismo

Discriminação de Preços Imperfeita - 1º degrau

Discriminação de preços para conjuntos de consumidores 9


3. Estratégias de preços competitivas
Economia do Turismo

Discriminação de Preços - 2º degrau

Discriminação de preços para grandes quantidades 10


3. Estratégias de preços competitivas
Economia do Turismo

Discriminação de Preços - 3º degrau

Discriminação de preços por grupos (adultos, seniores, ...)

11
3. Estratégias de preços competitivas
Economia do Turismo

Duas Tarifas- a) à pessoa; b) grupos

Há uma joia/fee de entrada e um preço pela utilização


12
3. Estratégias de preços competitivas
Economia do Turismo

Preços sazonalizados

Preços diferentes na época baixa e alta


13
3. Estratégias de preços competitivas
Economia do Turismo

Outras estratégias competitivas (Marginal Pricing):

• Empacotamento (“Bundling”) – um ou mais produtos num package;

• Fidelização/Amarramento (“Tying”) – Oferece vários produtos, tentando amarrar os


clientes (exemplo: companhias aéreas com lounges especiais);

• Desnatação de Preços (“Price skimming”) – quando se inventa um novo produto os


preços podem ser altos (possível quandos os segmentos são bem definidos e a
procura é inelástica);

• Transferência de Preços (“Transfer Pricing”) – possível quando os inputs e os outputs


estão dentro da mesma cadeia de valor na empresa (exemplo: empresas de aviação
com hóteis) ;

• Gestão do Rendimento (“Yeld Management” – quando a empresa usa uma estrutura


de preços para tornar mais lucrativa a utilização da sua capacidade (exemplo:
companhias aéreas ou hóteis que apesar de não ter toda a capacidade usada não
baixam preços)
14
4. Estratégias de preços não competitivas (colusivas)
Economia do Turismo

CARTEL

LIDERANÇA
PELOS PREÇOS

15
5. Modelo hedónico de preços (MHP)
Economia do Turismo

Lancaster, 1966; Rosen, 1974

Um bem possui vários atributos cuja combinação forma cabazes de utilidade que os
consumidores valorizam.

Uma premissa básica desta teoria é que, uma vez que os bens são avaliados pela sua
utilidade, o preço de um cabaz de produtos turísticos é amplamente determinado pelo valor
que os consumidores atribuem às suas características constitutivas. Assim, espera-se que
atributos positivos (percecionados pelo consumidor) aumentem o preço, enquanto atributos
indesejáveis reduzirão o preço.

A análise MHP fornece uma compreensão acerca das características dos produtos turísticos
que são valorizadas pelos consumidores e em que medida. Essas informações têm implicações
no marketing e no desenvolvimento de produtos, i.e., devem ser as características de alto
valor a ser enfatizadas e identificadas para os turistas.
16
6. Considerações finais
Economia do Turismo

I. O preço é uma variável de decisão crucial para as empresas do setor turístico.

II. O preço fixado por uma empresa de turismo para o(s) seu(s) produto(s) resulta
da interação de fatores internos e externos à empresa.

III. As estratégias de preços das empresas do setor turístico podem ser competitivas
(‘marginal pricing’ e ‘non-marginal pricing’) ou não competitivas (cartel e
liderança por preços).

IV. Os resultados do MHP apresentam-se como uma oportunidade para os gestores


turísticos aumentarem os seus preços estratégicos através de melhorias na
qualidade e inovação.

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Economia do Turismo

Impactes Macroeconómicos do
Turismo
1. O Modelo Circular da Economia (1)
Economia do Turismo
1. O Modelo Circular da Economia (2)
Economia do Turismo
2. Igualdade Produção, Despesa e Rendimento
Economia do Turismo

Y=D Y = C + G + I +X - M

Y = C + G + I +X – M = W + ∏+ J + Outros

Produto Despesa Rendimento

Simbologia: Hipóteses simplificativas da Igualdade:


Y = Produto (PIB ou PNB) i. Variação de Stocks (Vex), ou seja
C = Consumo Privado produto não consumido, é
G = Gastos Públicos investimento;
I = Investimento = FBCF + Vex ii. Não há empréstimos/endividamento
X = Exportações ao e do Exterior;
M = Importações iii. A Identidade é válida para o ano t, não
W = Massa Salarial; ∏ = Lucros/Dividendos; se gastando riqueza de t-1 ou de anos
J= Juros futuros.
3. Oferta e Procura Agregada/Macroeconómica
Economia do Turismo

Y=D AK L(1- ) = C + G + I +X - M

Investimento liga a Procura e a Oferta Procura


Oferta:
 K (quantidade de capital no
ano t) = Kt-1 -Amortizaçãot +
It (Investimento no ano t) Y = f (A, K, L) D = f (C,G,X,M)

Aumento das receitas do S


P
turismo, significa aumento das D
exportações (X) na Identidade
Oferta-Despesa, logo acresce o Y
P
(PIB), pelo efeito multiplicador,
se economia não estiver em
pleno emprego (Ype) ↑X

Ye Ype Q
4. Oferta e Procura, emprego e inflação
Economia do Turismo
5.Turismo, Desemprego, Contas Externas,
Divida Pública e Défice Orçamental Economia do Turismo

Se Y pleno emprego > Y efetivo → U (desemprego) → logo se ↑ X →↑D → ↑ Y


(PIB)

Divida Externa Acumuladat = Divida Acumulada Externa no ano t-1 –


Amortização da Dividat + Défice Externot

Possível D > Y (gastar mais do que se produziu num ano) → (endividamento


externo; BTC < 0) ... ou consumo de riqueza criada em anos anteriores)

Divida Públicat = (Divida Publica Acumulada t- 1 x Juros t) – Amortização da


Divida Públicat + Bg (défice orçamental t)

Se ↑X (turismo) → ↑ D →↑Y = kD (efeito multiplicador) → ↑L (↓U), ↑BTC


(↓Endividamento Externo) e ↑Bg (↓ défice Orçamental)
7. Balança Corrente (Bens e Serviços)
Economia do Turismo

Fonte: Pordata 8
5. Viagens e Turismo na Balança de Serviços (Portugal)
Economia do Turismo

9
7. Balança de Pagamentos (BP) (2021)
Economia do Turismo

10
8. Viagens e Turismo na BS (Portugal)
Economia do Turismo

11
5. Viagens e Turismo na BP (Efeitos
Diretos e Indiretos) Economia do Turismo

As atividades de
lazer e turismo
produzem efeitos
complexos na
balança de
pagamentos dos
países. Exemplo:
seria de esperar
que a Disneyland
Paris tivesse um
impacto
económico
positivo sobre a
BP francesa.
Contudo…

12
6. Défice Externo, Política Económica e Turismo
Economia do Turismo

No curto prazo, défices correntes na BP não são necessariamente um problema, visto que
podem ser resolvidos através de empréstimos ou vendas de ações ao estrangeiro, ou ainda
através da atração de investimento. Contudo, existem limites ao empréstimo e venda de ações
no exterior. Assim, um défice corrente prolongado exige a intervenção do Estado através de:

1. Desvalorização ou depreciação da moeda  estimular as exportações.


2. Deflação  na presença de deflação, os consumidores preferem poupar em vez de
incorrer em gastos ‘hoje’, dada que os preços vão estar mais baixos ‘amanhã’, e ainda
mais baixos na próxima semana, etc. Se por um lado pode contrair as importações, por
outro a economia pode entrar numa espiral de recessão. O governo pode estimular a
deflação através do aumento das taxas de juro ou aumento de impostos.
3. Protecionismo  contrair as importações.
4. Desvalorização Fiscal e Salarial
5. Estimular a competividade (investimento e políticas supply side)

Para os países da Área Euro, os pontos 1 e 2 são impraticáveis, dado que a política monetária
é controlada pelo BCE. No contexto da UE, o ponto 3 também é difícil de praticar. A 4.
grandes dificuldades legais ou agrava o défice orçamental. O 5 é de longo prazo e de efeitos
incertos. Pode haver uma solução via choque externo, e não tanto de política conjuntural
macro, com um incremento da procura externa turística por razões e causas externas. 13
7. Turismo e Taxas de Câmbio
Economia do Turismo

A taxa de câmbio é o preço de uma moeda expresso em termos de outra moeda.

As taxas de câmbio, tal como as políticas governamentais, são importantes para as


organizações de lazer e turismo (compram bens importados, concorrem num mercado
mundial e os preços que oferecem captam estrangeiros se competitivos)

Todas variáveis que entram positivamente na BP valorizam a moeda e todas as quem entram
negativamente desvalorizam-na. O Banco Central pode contrariar estes movimentos com
operações opostas

Exemplo: se o Euro se valoriza perde-se competitividade nos EUA. Se a Libra se desvaloriza,


favorece o Turismo de Portugal para o RU e desfavorece a vinda para Portugal (Algarve)

As Paridades de Poder Compra (PPC) (relação entre preços internos e externos) e os


Termos de Troca (relação preços de exportações e importações) influenciam respetivamente
a entrada de turistas (se o preços são baixos, mesmo com a mesma moeda, atrai turistas) e o
valor acrescentado que fica no País (com termos de troca baixos, significa que os turistas que
entram deixam menos dinheiro que os que saem)
14
7. Turismo eTaxas de câmbio
Economia do Turismo

Ligação entre o aumento no valor da moeda da Costa Rica e a queda nas receitas do turismo.
Ligação entre a queda no valor do dólar das Fiji e o crescimento do turismo. 15
Economia do Turismo

Contribuição económica, benefícios e


impactes económicos do Turismo
1. Contribuição económica do Turismo
Economia do Turismo

A contribuição económica do turismo refere-se à contribuição das despesas


(relacionadas com atividades turísticas) que contribuem para variáveis-chave
(e.g. PIB, rendimento das famílias, emprego, valor acrescentado, etc.).

Os países já começam a desenvolver Contas Satélites do Turismo, de modo a


perceber como é que o turismo contribui para os indicadores económicos mais
relevantes. Esta contribuição pode ser direta ou indireta.

Contribuição direta: ocorre quando os turistas fazem compras diretamente aos


vendedores/firmas de uma certa região (e.g. alojamento, transportes comida,
etc.).

Contribuição indireta: ocorre quando as firmas que vendem bens/serviços aos


turistas compram inputs a outras firmas, e estas, por sua vez, compram inputs a
outras firmas (e.g. hotéis e restaurantes compram tapetes e computadores a
fornecedores que, por sua vez, compram combustível e energia, …).

2
2. Impactes económicos do Turismo
Economia do Turismo

Enquanto que a contribuição económica do turismo mede o impacto global deste


setor na economia, o impacto económico refere-se a alterações na contribuição
económica, resultantes de eventos específicos que afetam o sistema turístico.

Contribuição Impacto
económica económico

Qual é o impacto económico de uma alteração nas despesas efetuadas pelos


turistas?

 Promoções; desregulamentação de companhias aéreas; eventos especiais(e.g.
campeonatos desportivos)
x Taxas turísticas; ataques terroristas; tsunamis

3
2. Impactes económicos do Turismo
Economia do Turismo

Existem diferentes técnicas


para estimar estes
impactes.

O que há de comum em
todas elas é o objetivo:
informar os policy makers
da alocação de recursos
apropriada tanto no setor
turístico, como entre o
setor turístico e outras
indústrias.

É dada particular atenção


às estimativas do impacte
de choques turísticos nas Deslocação da curva da procura (e.g. abertura a
variáveis macroeconómicas: turistas internacionais)
Injeção de dinheiro neste destino turístico
PIB, atividade económica
Efeitos diretos, indiretos e induzidos
global, consumo agregado, Aumento da atividade económica
etc. 4
2.1. Efeitos diretos, indiretos e induzidos
Economia do Turismo

5
3. Custos e benefícios do Turismo
Economia do Turismo

• Bens/serviços importados
Custos (para uma •

Aumento da poluição e congestionamento
Impactos socioculturais
economia) • …

• Criação de emprego

Benefícios (para •
Geração de rendimento
Estimula o investimento
uma economia) • Receitas para o Estado
• Promove desenvolvimento económico regional
• …

Impacte Benefícios e
económico custos (líquidos)
6
4. Formulação de políticas
Economia do Turismo

Uma certa alteração pode ter


um impacte positivo na
atividade económica, mas Estimativas de benefícios
Atender aos benefícios
não ser uma mudança líquidos através de técnicas
líquidos e não aos impactos
desejável na economia – rigorosas
tudo depende dos custos
desta nova alteração (*)

- Níveis ótimos de produção e


marketing
Fornecer informação aos
- Formulação de Estratégia
policy makers
Nacional do Turismo

(*) Uma empresa está a ponderar lançar uma campanha de marketing com um custo de €10 milhões,
que trará vendas adicionais de €50 milhões. O impacte é positivo. Mas e o benefício líquido? Depende
dos custos! Se os custos de produzir os produtos adicionais para venda for €35 milhões, o benefício
líquido é positivo. Contudo, se o custo de produção for €45 milhões, o benefício líquido é negativo.
7
5. Fontes de custos e benefícios
Economia do Turismo

Falha de mercado: quando os preços de mercado não refletem totalmente os


custos e benefícios sociais associados a um produto ou serviço.

Existem algumas distorções comuns à maioria das economias que afetam


(positiva ou negativamente) os benefícios líquidos nacionais do turismo:

1. Efeitos dos termos de troca

2. Tributação, receitas do Estado e subsídios

3. Poder de mercado (elevado)

4. Subemprego/desemprego

5. Efeito de câmbio

6. Externalidades
8
6. Contribuição económica do Turismo: Contas Satélite
Economia do Turismo

Importância da existência de melhores bases estatísticas para análise do turismo:

1. Muitos países falham em perceber a importância do turismo como atividade económica criadora
de valor;

2. Os dados do turismo tendem a não estar devidamente incorporados no complexo sistema


nacional oficial de estatísticas, não recebendo a atenção que merecem;

3. Este tipo de problemas estende-se ao setor dos serviços em geral, setor este que historicamente
recebeu menos atenção nos sistemas de estatística nacionais, que se concentravam nas
atividades primárias e secundárias;

4. Estatísticas fiáveis e compreensíveis são essenciais para os policy makers tomarem as melhores
decisões no que toca à afetação de recursos. 9
6. Contribuição económica do Turismo: Contas Satélite
Economia do Turismo

A Conta Satélite do Turismo (CST) consiste num sistema de informação integrada, que
tem como objetivo principal apresentar as atividades e produtos relacionados, direta ou
indiretamente, com o Turismo. Assim, permite:

• Suprir lacunas existentes na avaliação do Turismo, na dinâmica da economia nacional;

• Constituir um instrumento analítico mais eficaz, na medida em que permite


percecionar de forma mais correta e detalhada o fenómeno “Turismo”:

o Abordagem quantificada e específica do setor do Turismo;


o Obtenção de indicadores que permitem medir de forma completa a importância
do Turismo na estrutura económica nacional.

10
6. Contribuição económica do Turismo: Contas Satélite
Economia do Turismo

As Contas Satélite do
Turismo (Tourism
Satellit Accounts – TSA)
foram criadas por
organizações como a
OCDE, a UNWTO e a
WWTC, e estão
presentes na maioria
dos países
desenvolvidos.
Contudo, podem
emergir diferenças
entre os sistemas de
identificação e
mensuração das
componentes a
considerar.
11
6. Contribuição económica do Turismo: Contas Satélite
Economia do Turismo

Fonte: INE (Maio de 2022)

12
Economia do Turismo

Turismo : História e Medição da Atividade


(Indicadores de Oferta e Procura)
1. A Evolução Histórica do Turismo
Economia do Turismo

i) Idade Clássica (até ao sec. XVIII)


• Gregos e Romanos (olímpiadas, religião, termas, teatro)
• Religião: expansão do Cristianismo e do Islão (ordens
religiosas, cruzadas)
• Comércio
• Séquitos dos monarcas, expedições marítimas

ii) Idade Moderna (Sec. XVIII E XIX)

• Revolução Industrial: máquina a vapor; crescimento


económico; estradas, mercados, exportações
• Turismo organizado (Thomas Cook - 1864)

2
1. Evolução Histórica do Turismo
Economia do Turismo

iii) Idade Contemporânea (séc. XX)


• Desenvolvimento do Caminhos de Ferro + telégrafo +
telefone + automóvel
• Cooperação internacional e integração económica
iv) Segunda metade do séc. XX
Paz; estabilidade do sistema financeiro; progressos científico e
tecnológico; abundância de fatores produtivos; explosão
demográfica

Período de forte crescimento económico (elevados níveis de


produtividade) mais produção em menos tempo

Tempo livre
Mais rendimento
Comportamentos e motivações individuais alteram-se (lazer/trabalho )
3
2. Conceito de Turismo e a História
Economia do Turismo

1. Tempo livre// não-trabalho (séc. XX)


2. Tempo livre// lazer
3. Tempo livre// turismo

Lazer: “espaço” propício para o desenvolvimento de atividades

4. Turismo/longevidade/alterações sociais/crescimento
económico
5. Para além do senso comum: “turista” assume-se cada vez mais
como uma categoria cujo enquadramento, embora difícil, é
fundamental para a caracterização da atividade turística.
4
3. Definição deTurismo
Economia do Turismo

“O turismo compreende as atividades de pessoas que viajam para (e


permanecem) locais fora do seu ambiente habitual, por um período
inferior a um ano, por motivos de lazer, negócios e outros não
relacionados com o exercício de uma atividade remunerada no local
visitado”
Eurostat

A dimensão e o desenvolvimento da atividade:


É um complexo de acontecimentos e relações, que faz com que o atual
entendimento sobre a sua delimitação seja entendida num sentido
amplo, isto é, numa perspetiva sistémica do Turismo: é um conjunto
de mecanismos interligados entre si e com outros sectores da atividade
económica.
5
4. O Cluster do Turismo
Economia do Turismo

Fonte: Oferta Educativa e Formativa em Turismo: Articulação com o mercado de emprego, Edição Espaço e
Desenvolvimento
6
5. Relações Procura - Oferta
Economia do Turismo

Estrutura que mostra a interação entre a procura turística, os


elementos de ligação entre procura e oferta turística no destino.

Procura Componentes de ligação Oferta no destino


1. Determinantes 1. Transportes 1. Atracções
2. Motivações 2. Intermediários das viagens 2. Serviços /
3. Comportamentos de 3. Intermediários de marketing equipamentos/ estruturas
compra 3. Infra-estruturas

7
6. Dinâmicas/Caraterização da Oferta:
Determinantes Economia do Turismo

• Impulso dado à actividade: apoios públicos às infra-estruturas e ao


desenvolvimento

• Diversificação da oferta (crescimento oferta)

• Procura concentrada (região) ( mercados emissores de


proximidade)

• Crescimento receitas turísticas

• Crescimento do produto (lógicas contraditórias)

8
6. Dinâmicas/Caraterização da Oferta:
Determinantes Economia do Turismo

• Inovação diferente de invenção (diferença entre criar e pôr na prática)

Pode-se ser inovador sem ser criador (da invenção à inovação: inovação é
um conjunto de processos inventados com rentabilidade ecónómica

• O carácter “novidade” não implica necessariamente progresso.

As TI vieram perturbar o mundo da distribuição turística.

• Invenção não é sinónima de sucesso

9 em cada 10 invenções não passam disso mesmo.

As Dinâmicas inovadoras das Oferta serão aprofundadas nos próximos Capítulos


9
7. A caraterização/métrica da oferta: estatísticas
descritivas (indicadores)
Economia do Turismo

• Capacidade de Alojamento Nº Camas ou Nº Quartos


• Taxa de Ocupação = (Nº de Dormidas/ (Nº Camas * 365))*100
• Taxa de Ocupação* = (Nº Quartos Ocupados/Nº Quartos * 365))*100
• Indice de Saturação Turística = Nº Turistas/ População Residente Total;
Potencial de Crescimento

10
8. Oferta: posicionamento dos hóteis no mercado
Turistico Economia do Turismo

11
9. Procura Turística: a importância fulcral
do Turista e os processos de escolha Economia do Turismo

• Modelos de escolha

• Escolha consumo/lazer

• Escolha entre despesa em turismo e noutros bens

• Análise clássica vs análise pluridisciplinar

12
9. Procura Turística: a importância fulcral
do Turista e os processos de escolha Economia do Turismo

• Existe o bem Turismo, então temos de saber o que é a função de procura


turística.
• O Turismo é apenas um dos inúmeros bens e serviços integrantes do cabaz
de consumo de um consumidor.
• A Função Utilidade Turística: a utilidade em turismo é a capacidade que os
bens turísticos reúnem para satisfazer as necessidades relacionadas com o
consumo turístico.
• O Turismo, tal como qualquer outro mercado, observa os princípios habituais
da utilidade marginal decrescente e da maximização da utilidade, i.e. a
utilidade turística cresce à medida que aumenta a quantidade de bens e
serviços que consumimos até chegar a um ponto tal em que o consumo do
bem ou serviço já não proporciona qualquer acréscimo de satisfação/utilidade;

13
9. Procura Turística: a importância fulcral
do Turista e os processos de escolha Economia do Turismo

 A Procura turística concorre com a poupança e o consumo de outros bens e


serviços.

 Podemos representar do seguinte modo:

Rendimento (Y)

Bens Essenciais (C) Rendimento


Disponível para
Consumo Turístico
(Yd = Y-C)

Consumo Turístico Poupança (S)


(Ct)
14
9. Procura Turística: a importância fulcral
do Turista e os processos de escolha Economia do Turismo

 A escolha ótima entre Lazer e Rendimento (Consumo).

 A escolha de um indivíduo em passar as férias no estrangeiro depende


do seu Rendimento Disponível. O rendimento disponível depende do
número de horas de trabalho remunerado.

 Aqui assume-se que a escolha que cada trabalhador enfrenta diz


respeito ao número de horas que deve trabalhar por dia.

 A alternativa a trabalhar é gastar o tempo em “atividades de lazer”

 Lazer inclui divertimentos, dormir, comer ou qualquer outra atividade


para além do trabalho remunerado.
15
9. Procura Turística: a importância fulcral
do Turista e os processos de escolha Economia do Turismo

• Na utilidade turística procura-se estabelecer uma relação ordinal, já conhecida


da teoria do consumidor como o mapa de indiferença.

• Das várias alternativas de consumo com que o turista se defronta estabelece uma
ordem de preferência, ex:
• Zonas de destinos de férias: praia, neve, campo;
• Formas de alojamento: hotel, pensão, parque de campismo;
• Meio de transporte: automóvel, avião, comboio.

• O problema da maximização da utilidade turística só se resolve com recurso à


restrição orçamental.

• O consumo de bens turísticos está condicionado pela variável tempo. No


mercado turismo, a existência de tempo livre é uma condicionante indispensável
para a realização do acto de consumo.
16
9. Procura Turística: a importância fulcral
do Turista e os processos de escolha Economia do Turismo

A escolha neste contexto é entre dois bens que podem ser designados por
“Rendimento” (M) e “Lazer” (L). Na figura abaixo está ilustrada a restrição
orçamental em que w representa a taxa salarial por hora de trabalho.

24hw
Rendimento, Consumo

E
9hw

-w

Lazer 15h Horas de Trabalho 24h L

17
9. Procura Turística: a importância fulcral
do Turista e os processos de escolha Economia do Turismo

As diferentes combinações de consumo/rendimento e lazer estão ilustradas na linha


CBL na figura em baixo:

C
Rendimento, Consumo

E I2

D
I1
B

L2 L1 L Lazer

18
9. Procura Turística: a importância fulcral
do Turista e os processos de escolha Economia do Turismo

O consumidor tem de decidir a combinação preferida do consumo de turismo


e outros bens. Assim como na combinação preferida de diferente tipos de
turismo. Exemplos

• Se Londres e Paris são encaradas como complementares, proporções fixas de


rendimento serão alocadas a cada.
• Se Sydney e New York são substitutos perfeitos, ou se escolhe ir a Sydney ou a
New York.

Paris Sydney

TP I TS

TL Londres TNY New York


19
10. Análise Clássica da Procura e visões
Economia do Turismo
pluridisciplinares

• A teoria económica clássica utiliza assunções que limitam muito a análise da


procura turística.

• A utilização de outras disciplinas (sociologia, psicologia) e recentes abordagens


na teoria económica (economia experimental) tem enriquecido muito as
decisões da procura turística.

20
10. Análise Clássica da Procura e visões
pluridisciplinares Economia do Turismo

Os determinantes da Procura turística agrupam-se nas seguintes categorias:

• Estruturais: são aqueles que definem a tendência da procura médio e longo


prazo e que se encontram ligado ao processo de crescimento económico;

• Conjunturais: são os que influenciam a procura num determinado momento,


exemplo: catástrofe natural, terrorismo, etc.

• Psicossociológicos: são aqueles que atuam permanentemente e tem carácter


dinâmico, pertencem ao domínio subjetivo das preferências do consumidor,
sendo por isso difíceis de quantificar.

21
10. Análise Clássica da Procura e visões
pluridisciplinares Economia do Turismo

Estruturais:
• Demografia (crescimento populacional; estrutura etária)
• Desenvolvimento económico (riqueza; atitude perante lazer;
comportamento oferta)
• Tempo trabalho: mais férias; mais descanso..
• Densidade populacional (condições de vida; urbanização; relações
sociais
• Progresso tecnológico (transportes; informação/comunicação)
10. Análise Clássica e visões pluridisciplinares
Economia do Turismo

• Conjunturais:
▪ alterações de preços; taxas de câmbio; convulsões politicas; catástrofes…

• Psicossociais: extra económicos ( preferências)


▪ hierarquia das necessidades ( patamares de necessidades);
▪ diferentes motivações psicológicas para turismo ( aventureiro; psico-
cêntrico;
▪ motivação social (interacção grupo);
▪ consumo “ostentação”( aumenta o preço e aumenta a procura).
11. A caraterização/métrica da Procura: a Função
Procura Economia do Turismo

Função procura turística típica; caracterização das elasticidades mais importantes;


factores determinantes da procura turística em geral (estruturais, conjunturais e
psicossociais) (Cunha, L. (2013) – capítulo 4)
• Os consumidores fazem as suas escolhas de consumo com base em
motivações objectivas e subjectivas. Exemplo de uma motivação objectiva é o
rendimento e de subjectiva são os gostos, preferências do consumidor.
• D=f( Pt, Yd; Pi; G; E, CT). O consumo do bem turismo depende de vários
factores, tais como: Preço (Pt); Rendimento disponível (Yd); Preço de
outros bens (Pi); Gostos e preferências dos consumidores (G); Taxa de
câmbio (E); Custos de transporte (CT)

24
11. A caraterização/métrica da Procura: as
elasticidades Economia do Turismo

Em turismo as motivações do consumidor são distintas das que se verificam nos outros
mercados. É frequente verificar-se no turismo de luxo que a procura turística não diminui
quando o preço aumenta ou o rendimento disponível diminui.

Efeito Veblen também conhecido pelo efeito de ostentação ou demonstração: em certas


circunstancias, a procura poderá aumentar com o aumento dos preços.

A consideração deste aspeto poderá ser importante para agentes de mercado que se situem
em segmentos muito específicos da oferta, com clientes muito exigentes e com uma restrição
orçamental pouco ativa.

Visto o turismo não se tratar de um bem essencial, por vezes o aumento do rendimento não
se reflete no aumento da procura.

25
11. Efeitos Preço e Rendimento e subsetores
turísticos Economia do Turismo

Esta análise é muito importante para os operadores turísticos e


políticos. Distinções Possíveis:

• Turismo bem normal;

• Turismo bem inferior;

• Turismo bem de luxo;

• Turismo bem de necessidade;

• Bens complementares;

• Bens substitutos.
26
11. A caraterização/métrica da Procura:
elasticidades, subsetores e classes sociais Economia do Turismo

• A Procura turística reage a variações de preço e/ou de rendimento, uma vez que
são estes os factores que mais influenciam a procura turística.

• No Turismo não se pode apontar um padrão genérico para a elasticidade da


procura, uma vez que esta depende do segmento de consumidores analisados.

• Segmento de consumidores de rendimentos elevados, a procura poderá ser


inelástica;
• Para o segmento de consumidores de rendimento baixo ou médio, a procura é
em geral elástica uma vez que para este consumidores a RO desempenha um
papel activo nas suas escolhas.

27
11. A caraterização/métrica da Procura:
elasticidades, subsetores e classes sociais Economia do Turismo

Idêntica análise poder-se-á fazer em relação ao rendimento. Variações no


rendimento influenciam o consumo turístico.

• Para a maioria da população o turismo constitui um bem de luxo, o qual


manifesta uma elevada sensibilidade da procura face a variações no
rendimento, i.e. a procura-rendimento turística é geralmente elástica.

• Para o segmento com maior nível de rendimento, a procura turística é


menos sensível perante variações no rendimento: se o rendimento baixa,
não se renuncia a viagens.

28
11. A caraterização/métrica da Procura:
elasticidades, subsetores e classes sociais Economia do Turismo

• A procura turística é também influenciada pelas preferências dos


consumidores as quais dependem também dos preços de outros bens
suscetíveis de substituírem o consumo turístico.

• A elasticidade procura-preço cruzada mede a intensidade com que substitui o


consumo de turismo por outro bem.

• Esta elasticidade é mais elevada junto das camadas com menor nível de
rendimento.

• Em geral são os bens com substitutos próximos que apresentam uma procura
mais elástica.

29
11. A caraterização/métrica da Procura:
elasticidades, subsetores e representação gráfica Economia do Turismo

Elasticidade da Procura-Rendimento em diferentes tipos de Turismo.

Rendimento
Turismo de convenções
Turismo de negócios
VFR Férias
Segundas residências

Y1

Y0

Procura de Turismo

30
11. A caraterização/métrica da Procura:
elasticidades, subsetores e estudos (exemplos) Economia do Turismo

Individuo Yt Rendimento Dt Procura % Rendimento Yt+1 Rendimento Dt+1 Procura


anual Turística em turismo anua Turística
A 2100 70 3.3% 2310 100
B 14000 1500 10,7% 15400 1600

• eA = 4,2% > 1 bem de luxo, é muito sensível a aumentos de rendimento..


• eB = 0,6 % > 0 bem normal, mas responde de uma maneira rígida a
aumentos do rendimento.

31
11. A caraterização/métrica da Procura:
elasticidades, subsetores e estudos (exemplos) Economia do Turismo
11. A caraterização/métrica da Procura:
elasticidades, subsetores e estudos (bibliografia) Economia do Turismo

• Sinclair e Stabler, cap. 2; cap. 3: Empirical Studies of


• Tourism Demand
• Cunha, L. (2013) – capítulo 4

33
11. A caraterização/métrica da Procura:
considerações sobre estudos empiricos Economia do Turismo

• Os estudos empíricos ajudam a perceber o padrão do comportamento da


procura turística e a sua sensibilidade a alterações das variáveis das quais
depende.
• Exemplo: estudo da sensibilidade da procura ao rendimento do pais de origem dos
turistas, à taxa relativa de inflação e à taxa de cambio entre os países, de origem e de
destino.

• Toda esta informação é importante para o sector público e privado ligado ao


turismo.

• Nos estudos empíricos, as estimativas correctas são obtidas apenas se a


especificação teórica do modelo subjacente é apropriado e de acordo com a
realidade que tenta retratar.

• O processo de tomada de decisão por parte dos consumidores é crucial de modo


a garantir que as estimativas do modelo empírico não tenham implicações
politicas erradas.
34
11. A caraterização/métrica da Procura:
considerações sobre estudos empiricos Economia do Turismo

• Analisar 2 tipos de modelos econométricos utilizados para caracterizar a


procura turística:

• 1. Modelo de Equação Única;

• 2. Modelo de Sistema de Equações.

• Relevância dos 2 métodos para a estimação em previsão da procura do


turismo.

35
11. A caraterização/métrica da Procura:
considerações sobre estudos empiricos (modelo de Economia do Turismo
equação única)

• Explicação teórica da utilização de cada variável independente no modelo


econométrico.

• Técnica econométrica utilizada para estimar a relação entre a procura turística e


cada um dos seus determinantes.

D = f(x1, x2, x3,...)

• Onde D é a procura turística;


• x1, x2, x3,... são as variáveis explicativas da procura.

• A questão teórica é saber que variáveis utilizar para caracterizar a procura.

36
11. A caraterização/métrica da Procura:
considerações sobre estudos empiricos (vantagens Economia do Turismo
da equação única
 Vantagens deste modelo:

 Fácil de utilizar;
 Produz informação útil: pode-se quantificar o quanto a alteração de uma variável afeta
a procura através do cálculo das elasticidades.
 A elasticidade pode ser calculada para diferentes intervalos de tempo. Aqui quer-se
mostrar a diferença entre as respostas de curto prazo e longo prazo da procura a
alterações do rendimento.
 Esta informação pode ser de grande valor para a definição de politicas, por exemplo
definir o intervalo de tempo em que determinada medida politica de reajuste
pode ou deve ser aplicada.

 Desvantagens do modelo: a equação mal especificada por causa da inclusão de variáveis


inapropriadas à explicação da procura turística e /ou por causa da omissão de variáveis
explicativas à procura resultados espúrios.

37
11. A caraterização/métrica da Procura:
considerações sobre estudos empiricos (exemplos) Economia do Turismo

• Gray (1966) estimou a saída de turistas dos EUA e do Canada e


verificou que a elasticidade procura-rendimento variava entre 4.99
e 7.01;

• Tremblay (1989) estimou uma elasticidade procura-rendimento


para Portugal de 11.35;

• As diferenças de elasticidade encontradas entre os diferentes


estudos da procura turística justificam-se visto os valores
respeitarem a diferentes origens e destinos, intervalos de tempo, as
medidas de procura serem em termos de despesa ou nº de visitas,
etc...
38
11. A caraterização/métrica da Procura:
considerações sobre estudos empiricos (sistema de
Economia do Turismo
equações)

 O sistema de equações tem sido utilizado para estimar a procura turística num
conjunto de países destinos de consumidores de um conjunto de países de
origem.

 Este modelo tem uma base teórica sólida, formulada a partir da teoria da
escolha do consumidor. Este modelo permite assim a generalização do
comportamento individual do consumidor representativo.

 O sistema de equações assume que as decisões são tomadas em 2 fases:


 1ª O consumidor escolhe entre um conjunto amplo de bens e serviços,
como por exemplo: alimentação, habitação e turismo.
 2ª Decide entre bens turísticos, exemplo: férias na Europa, EUA ou Ásia.

39
11. A caraterização/métrica da Procura:
considerações sobre estudos empiricos (sistema de
Economia do Turismo
equações)

 O Modelo Almost Ideal Demand System (AIDS) incorpora os axiomas da


escolha do consumidor e o rendimento do consumidor :
n
X
wij =  i +   ij ln Pi + i ln( )
i =1 P
 wij=fracção do orçamento despendido pelos rendimentos do pais de origem i
no pais de destino j.
 Pi = nível de preços no país de origem i.
 X = orçamento disponível para o turismo pelos residentes do país de
origem i.
 P índice de preços dos países de destino j.

40
11. A caraterização/métrica da Procura:
considerações sobre estudos empiricos (sistema de
Economia do Turismo
equações)

 Este modelo considera o papel da despesa (RO) e dos preços na determinação da


procura turística, de acordo com os fundamentos microeconómicos do turismo.

 O objectivo deste modelo de sistema de equações é diferente do modelo da


equação única.
 O modelo de equação única preocupa-se em explicar a despesa agregada em
turismo e não a sua distribuição por local ou tipo de turismo.

 O modelo AIDS examina a procura turística e tem como vantagem de se basear


explicitamente na teoria da escolha do consumidor de ser formulado de uma
maneira consistente com a agregação do consumidor individual para a procura de
mercado.

 Este modelo evita assim resultados não centrados devido a uma base teórica
inapropriada.
41
11. A caraterização/métrica da Procura: considerações
sobre estudos empiricos (problemas de recolha da
Economia do Turismo
informação)

• Conhecimento das dinâmicas da actividade (politicas)

• Dificuldades na medida dos fluxos turísticos (mobilidade de turistas;

• Imaterialidade dos serviços; comparabilidade)

• Como medir a procura: fronteiras; hotelaria; inquéritos; banca

• Como medir a oferta : entidades de licenciamento e organizações internacionais


(turismo portugal, omt,ocde, eurostat..)

42
11. Composição das despesas turísticas e
procura (mensuração dificil) Economia do Turismo

• O valor do consumo turístico corresponde ao quantitativo monetário do


conjunto de bens e serviços consumidos pelos turistas durante a sua deslocação
e permanência no local de destino.

• Despesas de Consumo turístico:


• Deslocação (transportes, alimentação,...)
• Local de Destino (alojamento, entretenimento,...)
• Antes da deslocação (compra de equipamentos, livros turísticos,...)
• Outras.

• A diversidade das tipologias de consumo, fazem o Consumo turístico de difícil


mensurabilidade.

43
12. A caraterização/métrica da Procura: estatísticas
descritivas (elementos relevantes)
Economia do Turismo

• Entradas – limitações (despesas dos turistas; não distingue;


origem dos turistas; turismo interno)
• Dormidas – limitação (hotelaria não recenseada)
• Receitas (despesas efectuadas no país pelos visitantes estrangeiros,
incluindo transportes pagos às empresas nacionais)
• Despesas (gastos dos residentes nas viagens ao exterior-
transporte,consumo) limitações: despesas de transportes são
imputados à rubrica “transportes”, turismo externo)
• Relevância: balança turística - ( receitas/despesas)

1. País receptor (BT > 1)


2. País emissor (BT < 1) 44
12. A caraterização/métrica da Procura: estatísticas
descritivas (indicadores)
Economia do Turismo

• Permanência Média = Nº dormidas totais/Nº turistas (tipos de viagens);


• Indice de Preferência = Nº turistas chegados a um local/nº global de turistas
no País (quota região);
• Índice de Sazonalidade = Nº entradas nos meses de maior fluxo/ Nº entradas
durante o ano
• Taxa de Partida: Nº pessoas que passam férias fora da residências + 4
dias/População Total (nível de desenvolvimento);
• RevPar (Rendimento Médio por Quarto) – receita média por quarto usado
(ADR)*taxa de ocupação

45
Economia do Turismo

Economias Externas
1. Economias externas
Economia do Turismo

Envolvente
competitiva

Recreação,
Envolvente Envolvente
Tecnológica
lazer e Política
turismo

Envolvente
Sociocultural

2
2. Envolvente competitiva
Economia do Turismo

Competitive Strategy, Porter (1980): modelo das 5 forças de Porter para


analisar o ambiente competitivo em que as organizações operam:

a) Ameaça de novos entrantes


b) Poder dos fornecedores
c) Poder dos clientes
d) Ameaça dos produtos substitutos
e) Rivalidade dos concorrentes

3
2.1. Ameaça de novos entrantes
Economia do Turismo

Ameaça de novos entrantes


pode causar…

Aumento da competição nos Aposta na diferenciação dos


preços produtos

Novas empresas tentam


ganhar quota de mercado e
lucros
Empresas existentes querem
manter a sua posição

4
2.1. Ameaça de novos entrantes
Economia do Turismo

A força da ameaça de novos entrantes está dependente das


barreiras à entrada no setor/mercado:

• Redução dos CM de • Custos de capital • Marketing efetuado • Há ou não acesso a


produção elevados (e.g. pelas grandes canais de
decorrente do parques temáticos) marcas dificulta o distribuição? (e.g.
aumento da • Curva de estabelecimento de companhias aéreas)
produção aprendizagem novas marcas

Economias de Capital e Canais de


escala experiência Publicidade
distribuição

• Quando a entrada • Não é tecnicamente • Lealdade dos


num mercado viável/desejável a consumidores
provoca fortes presença de várias
reações por parte empresas no
das organizações já mercado (e.g. rede
estabelecidas ferroviária)
Guerras Condições de Força da
antecipadas de monopólio
entrada natural marca
5
2.2. Poder dos fornecedores
Economia do Turismo

Impacto
nos preços
Custos de e
mudança qualidade

Grau de
monopólio
/oligopólio

Uma das soluções pode ser integração vertical no início da


cadeia de valor (‘backward vertical integration’)

6
2.3. Poder dos clientes
Economia do Turismo

Número de
clientes

Conhecimento
do
consumidor

Competição entre
fornecedores

7
2.4. Ameaça dos produtos substitutos
Economia do Turismo

Como reagir a ameaças de produtos substitutos?

Estratégia
Estratégia de
“Liderança pelo
“Diferenciação”
custo”

Implementação
de custos de
Diversificação
mudança (e.g.
MEO, NOS, …)

8
2.5. Rivalidade dos concorrentes
Economia do Turismo

Os concorrentes
Custos de
podem recorrer a Liderança de Alterações na
armazenamento;
“cross- mercado capacidade
Perecibilidade
subsidization”?

Situação em
que os lucros Existe um
Quando a
de uma número
capacidade de
atividade são elevado ou
oferta de um Quanto
usados ​para reduzido de
bem/serviço maiores estes
financiar outra concorrentes
aumenta, é custos, maior a
atividade que no mercado
provável que a competição
está a em que a
concorrência
perder/gerar organização
aumente
menos opera?
dinheiro

9
3. Envolvente tecnológica
Economia do Turismo

O que é que as alterações tecnológicas podem oferecer às organizações de


lazer e turismo?

1. Redução de custos

Pressuposto: tecnologia
constante
- Uma melhoria na tecnologia
fará a curva dos CM no longo
prazo diminuir

2. Novos produtos e novos mercados

10
3. Envolvente tecnológica
Economia do Turismo

Qual é o impacto das alterações tecnológicas na/no…

Hospitalidade Turismo Lazer e recreação


• Ligações para • Meios de transporte • Surgimento do lazer
sistemas centrais de mais modernos, doméstico (e.g.
reservas (e.g. velozes e eficientes Netflix; realidade
Booking) (e.g. Airbus A380) virtual)
• Melhorias nos • Redução de tempo e • Mudanças na área
processos de gestão custo de viagens da recreação (e.g.
(e.g. minimizar (e.g. tecnologias que vinil/CD vs.
tempo de check-in) detetam espaço Spotify/iTunes;
• Alteração das aéreo livre) jornais online; e-
preferências dos • E-tourism books)
consumidores (e.g.
necessidade de wi-fi)

Aumento das escolhas disponíveis para os consumidores. Acesso imediato à


informação. “Electronic word-of-mouth”. Empresas têm possibilidade de recolher
11
informação sobre os consumidores e fazer ofertas consoante as suas preferências.
4. Envolvente política
Economia do Turismo

Qual é o Tendências O próprio Atividades de


partido no políticas de governo está grupos
poder? longo prazo sujeito a um políticos
são difíceis de ambiente radicais (e.g.
prever operacional Al Qaeda)
que depende
da economia e
das relações
internacionais

Dada a instabilidade do ambiente político, as organizações que desejam ter em


conta na sua estratégia esta envolvente, optam frequentemente por incorporar
na sua estratégia cenários de previsão, onde incluem as várias influências
políticas possíveis e os vários resultados distintos decorrentes das mesmas.
12
4. Envolvente política
Economia do Turismo

Algumas das ferramentas para cenários de previsão são…

Relatórios
do governo

Programas
dos
partidos
políticos

Outros
grupos de
interesse

Mudanças
na lei

13
5. Envolvente sociocultural
Economia do Turismo

Estrutura Atitudes,
Níveis de Classes
da valores e
educação sociais
população cultura

Estrutura etária Materialismo


Tendências migratórias Religião
Fonte de mão-de-obra Feminismo
Distribuição socioeconómica e geográfica Heterogeneidade cultural → Subculturas

14
5. Envolvente sociocultural
Economia do Turismo

15
Economia do Turismo

Turismo Mundial: Evolução, Desafios e


Importância Económica
Panorama do Turismo mundial – Chegadas e
Receitas (2019) Economia do Turismo
Panorama do Turismo mundial – Receitas e PIB
(2019) Economia do Turismo
Panorama do Turismo mundial – Chegadas
(destino) por Região (2019) Economia do Turismo
Evolução do Turismo mundial – Chegadas e Receitas
(2019) Economia do Turismo

Fonte: UNWTO, International Tourism Results 2018 and Outlook 2019 (janeiro 2019)
Panorama do Turismo mundial – evolução dos
turistas (1950-2030) Economia do Turismo

Evolução de turistas mundiais desde


2030 – 1.8 mil
milhões

2016 – 1.235 mil


milhões

2012 – mil milhões

1980 – 277
milhões
a década de 50

1950 – 25
milhões

Fonte: UNWTO, Infographics


Destino dos Turistas: Tendências regionais e
Passado Economia do Turismo

Fonte: UNWTO, Highlights, ed. 2017


Evolução do Turismo mundial – exportações
(2019) Economia do Turismo
Efeitos do Turismo na Balança de Pagamentos
(2019) Economia do Turismo
Efeitos do Turismo nos PIB nacionais (2019)
Economia do Turismo
Crescimento do Turismo por Regiões (2019)
Economia do Turismo
Países no Top Turístico (2019)
Economia do Turismo
Turismo: os recebedores (receitas/destino) (2019)
Economia do Turismo
Turismo na Europa (2019)
Economia do Turismo
Turismo na Ásia (2019)
Economia do Turismo
Turismo na América (2019)
Economia do Turismo
Turismo na África (2019)
Economia do Turismo
Turismo no Médio Oriente (2019)
Economia do Turismo
Turismo: os gastadores (2019)
Economia do Turismo
Turismo: os gastadores (2019)
Economia do Turismo
Fluxos turísticos com e na Europa
Economia do Turismo

21
Turismo: Causas da Deslocação dos Turistas
(2019) Economia do Turismo
Turismo: Meios de Transporte dos Turistas
(2019) Economia do Turismo
O que motiva este crescimento?
Economia do Turismo

Ambiente
Melhoria da
económico
conectividade
favorável

Maior Forte procura


facilitação de dos mercados
vistos emergentes
Tendências Setoriais de Mudança
Economia do Turismo

Fonte: Turismo de Portugal, I.P., Turismo 2020, Cinco Princípios para uma
ambição (2015)
Tendências Setoriais de Mudança
Economia do Turismo

“Um número crescente de viajantes está a abdicar de andar de avião em prol


do ambiente, mesmo que isso implique passar 14 dias num comboio ou mais
de 40 horas num autocarro.” (2019)

“A melhor startup europeia de turismo tem ADN português, carros elétricos e


transmite viagens em direto. ‘Electric Tours’ tornou-se na primeira startup do
mundo a introduzir a tecnologia live streaming (em direto) no setor do
turismo.” (2018)

“Governo relança turismo sénior no Inatel com 13 mil vagas. O local escolhido
para relançar esta iniciativa (Fornos de Algodres) tem um objetivo: o governo
quer que o programa também ajude a promover a atividade económica das
regiões do interior e vai fazer parcerias com mais de 50 hotéis privados para
alargar oferta.” (2018)

“Autocarros de turismo "não são mais bem-vindos" no centro de Paris,


anunciou o vereador da capital francesa. A medida visa alterar o panorama dos
meios de transporte para alternativas mais amigas do ambiente. A nova lei da
mobilidade vai dar às autoridades locais mais poder para regular o trânsito
local e novas opções de transporte como bicicletas alugadas e scooters
elétricas. ” (2019)
Tendências com impacto no Turismo Mundial
Economia do Turismo

Fonte: Turismo de Portugal, I.P., Estratégia Turismo 2027, 09-2017


Turismo: economia, cultura, ambiente (2017) -
Problemas Economia do Turismo

Fonte: UNWTO, Infographics


Turismo: um setor económico determinante
Economia do Turismo

Fonte: WTTC, Travel & tourism economic impact 2019


Turismo: um setor económico determinante
Economia do Turismo

Fonte: WTTC, Travel & tourism economic impact 2019


Turismo: 2020 Crise
Economia do Turismo
Turismo: 2022 – Recuperação
Economia do Turismo
Turismo: 2022 – Recuperação
Economia do Turismo
Turismo: 2022 – Recuperação
Economia do Turismo
Turismo: 2022 – Recuperação
Economia do Turismo
Turismo: 2021 – Crise e ligeira recuperação
Economia do Turismo
Turismo: 2022 – Expetativas de recuperação
Economia do Turismo
Turismo: 2022 – Cenários de recuperação
Economia do Turismo
Economia do Turismo

Turismo em Portugal: Evolução,


Desafios e Importância Económica
Turismo em números | 2021
Economia do Turismo
Turismo em números | 2021
Economia do Turismo
Turismo em números | VABGT e VAB
Turismo Economia do Turismo
Turismo em Portugal: a importância
comparativa da atividade (2016) Economia do Turismo

Fonte: INE, Contas Satélite do Turismo


Turismo em Portugal: interno e externo e
subatividades Economia do Turismo

Peso (%) das componentes da Distribuição (%) do VAB gerado pelo


procura turística turismo, por atividade (2016)

Fonte: INE, Contas Satélite do Turismo


Turismo em Portugal: a importância da
atividade Economia do Turismo

Distribuição (%) do emprego nas atividades Índice de remuneração por trabalhador nas
características do turismo (2016) atividades características do turismo (2016)

As atividades que mais contribuíram para o emprego (hotéis,


restaurantes e similares) correspondem às mais baixas remunerações per capita!

Remuneração média próxima da média nacional (+3,6%)

Fonte: INE, Contas Satélite do Turismo


Turismo em números | Distribuição do
Emprego Economia do Turismo
Turismo em números | Remunerações por
subsetores do Turismo Economia do Turismo
Turismo em números | Variação dos
subsetores (Crise Covid) Economia do Turismo
Turismo em números - Exportações | 2020
Economia do Turismo

Balança de Viagens e Turismo Exportações % VT/ES ExportaçõesExprtações % VT


Anos Saldo Exportações Importações Serviços Exp Serviços Bens B&S no Total
1996 1923,31 3686,63 1763,32 6651,3 55,4% 19322,9 21916,8 16,8%
1997 2244,82 4062,57 1817,75 7352,5 55,3% 21395,2 24341,6 16,7%
1998 2818,78 4903,31 2084,53 8578,4 57,2% 22830,2 26254,6 18,7%
1999 2833,47 4957,6 2124,13 8748,4 56,7% 23710,7 27488,5 18,0%
2000 3297,6 5720 2422,4 10151,8 56,3% 27214,8 31384,6 18,2%
2001 3761,56 6124,76 2363,19 10583,3 57,9% 27858,9 32049,8 19,1%
2002 3847,2 6093,82 2246,62 10886,4 56,0% 28460,9 33406,7 18,2%
2003 3718,37 5848,93 2130,55 10866,1 53,8% 29260,3 35003,8 16,7%
2004 3970,73 6195,47 2224,74 11858,7 52,2% 30920,1 36837,8 16,8%
2005 3744,34 6198,6 2454,26 12181,7 50,9% 31137,1 37637,5 16,5%
2006 4014,25 6671,94 2657,68 14755 45,2% 35640,5 44734,8 14,9%
2007 4533,41 7402,1 2868,69 17215,9 43,0% 38294,1 48303,4 15,3%
2008 4501,33 7440,1 2938,78 17970,7 41,4% 38847,3 49516,7 15,0%
2009 4195,58 6907,84 2712,26 16516,1 41,8% 31696,8 41823,3 16,5%
2010 4648,45 7601,27 2952,82 17463,8 43,5% 37267,9 47417,3 16,0%
2011 5171,99 8145,56 2973,57 19316,1 42,2% 42828 53624,8 15,2%
2012 5659,57 8605,54 2945,97 19930,1 43,2% 45213 56007 15,4%
2013 6218,29 9156,98 2938,69 21996,8 41,6% 47302,9 59478,6 15,4%
2014 7156,89 10284,2 3127,32 23054,7 44,6% 48053,7 60483,4 17,0%
2015 8272,63 11605,21 3332,58 24912,2 46,6% 49634 62636,2 18,5%
2016 9261,18 12811,41 3550,23 26562,3 48,2% 50038,8 63298,6 20,2%
2017 11500,36 15550,37 4050,01 30825,7 50,4% 55018 69367,6 22,4%
2018 12469,11 17053,55 4584,44 33409,8 51,0% 57850 73222,8 23,3%
2019 13166,98 18291 5124,02 35730,4 51,2% 59902,8 76167,5 24,0%
2020 4973,21 7716,43 2743,22 22314,4 34,6% 53757,4 67204,8 11,5%
2021 6369,24 9943,47 3574,23 27056,1 36,8% 63618,5
7. Balança Corrente 2021 (Bens e Serviços)
Economia do Turismo

Fonte: Pordata 12
5. Viagens e Turismo (2021) na Balança de Serviços (Portugal)
Economia do Turismo

13
Evolução do Turismo em Portugal
Economia do Turismo

Fonte: Pordata
Turismo: Balança Turística (2009-2021)
Economia do Turismo
Turismo em números - Exportações e
Importações % PIB| 2020 Economia do Turismo
Turismo: Proveitos, Receitas, Ocupações
Economia do Turismo
Evolução do Turismo em Portugal - Procura
Economia do Turismo

Fonte: Pordata
Estabelecimentos Turísticos – Dormidas por
Países Economia do Turismo
Evolução do Turismo em Portugal – Procura
(2019) Economia do Turismo
Dormidas em Hotéis – Residentes e Não
Residentes Economia do Turismo
Economia do Turismo
Evolução do Turismo em Portugal - Procura
Economia do Turismo

Fonte: Destaques INE


Capacidade Regional (camas) dos
Estabelecimentos (2021) Economia do Turismo
Tipo de Estabelecimentos (camas) por
Regiões(2018) Economia do Turismo

Nº Estabelecimentos por NUTS II - 2018

Açores Alentejo Algarve AM Lisboa Centro Madeira Norte

Nº Estabelecimentos por Tipologia – 2018


500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0

Fonte: Turismo de Portugal


Nota: 2018 dados provisórios;
informação referente ao mês de
julho e atualizada em 17.10.2018
Evolução dos Estabelecimentos Turísticos
(camas) Economia do Turismo

Fonte: Pordata
Evolução dos Estebelecimentos Turísticos -
Tipo Economia do Turismo

Fonte: Pordata
Evolução do Turismo em Portugal –
Estabelecimentos Economia do Turismo

Nº Estabelecimentos por Tipologia – Total Portugal


900

800

700

600

500

400

300

200

100

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
5* 4* 3*
2* e 1* Hotéis-Apartamentos Pousadas
Aldeamentos Turísticos Apartamentos Turísticos Outros

Fonte: Turismo de Portugal


Nota: 2018 dados provisórios; informação referente ao mês de julho e atualizada em 17.10.2018
Evolução das Empresas de Animação- Oferta
Economia do Turismo

Evolução anual dos registos de empresas de animação turística

Fonte: Turismo de Portugal


Nota: Última atualização a 07/08/2019
Ocupação Regional dos Estabelecimentos
(2021) Economia do Turismo
Estada Média Regiões (2021)
Economia do Turismo

Fonte: Pordata
Rendimento Regional dos Estabelecimentos
(2021) – Quarto Disponível Economia do Turismo
Rendimento Médio dos Estabelecimentos
(2021) – Quarto Ocupado Economia do Turismo
Evolução do Turismo em Portugal - Procura
Economia do Turismo

Fonte: Destaques INE


Economia do Turismo
Economia do Turismo
Economia do Turismo
Evolução do Turismo em Portugal - Procura
Economia do Turismo

Entradas de turistas não residentes, por tipo de


fronteira e motivo de viagem

Fonte: INE – Estatísticas do Turismo 2017


Turismo em Portugal: a importância da
atividade Economia do Turismo

Fonte: BdP

As Balanças Corrente e de Capital determinam a capacidade/necessidade de financiamento externo da


economia. Com uma balança externa negativa, a tendência é para o aumento da dívida externa
portuguesa.

Os Serviços têm-se manifestado cruciais para a diminuição do défice da Balança Comercial e,


consequentemente, da Balança Corrente.
Principais fragilidades para o Turismo em
Portugal Economia do Turismo

Oferta turística
Sazonalidade insuficiente e pouco
segmentada

Insuficiente presença
Assimetrias regionais de marcas/cadeias
internacionais

Baixo nível de (Falta de) autonomia


qualificações e de
rendimentos dos financeira das
profissionais de turismo empresas do Turismo
Principais fragilidades para o Turismo em
Portugal Economia do Turismo

Sazonalidade

Fonte: Turismo de Portugal


Principais fragilidades para o Turismo em
Portugal Economia do Turismo

Sazonalidade
2018

Fonte: Turismo de Portugal


Principais fragilidades para o Turismo em
Portugal Economia do Turismo

Assimetrias regionais Dormidas por NUTS II - 2014


18 000 000
16 000 000
14 000 000
12 000 000
10 000 000
8 000 000
6 000 000
4 000 000
2 000 000
0
Norte Centro A.M. Alentejo Algarve Açores Madeira
Lisboa

Dormidas por NUTS II - 2018


25 000 000

20 000 000

15 000 000

10 000 000

5 000 000

0
Norte Centro A.M. Alentejo Algarve Açores Madeira Fonte: Turismo de Portugal
Lisboa Nota: Dormidas no total dos Alojamentos Turísticos
Principais fragilidades para o Turismo em
Portugal Economia do Turismo

Nível de qualificações

Fonte: Turismo de Portugal, I.P., Estratégia Turismo 2027, 09-2017


Principais fragilidades para o Turismo em
Portugal Economia do Turismo

Autonomia financeira

Fonte: Turismo de Portugal, I.P., Estratégia Turismo 2027, 09-2017


Mercados: variáveis relevantes
Economia do Turismo
Principais metas para o Turismo em Portugal
Economia do Turismo

Fonte: Turismo de Portugal, I.P., Estratégia Turismo 2027, 09-2017


Comparação Internacional
Economia do Turismo

Posição de Portugal no Travel & Tourism


Competitiveness Index (WEF)*
25

20
20 18
17
15
15

10

0
2009 2011 2013 2015
Série 1

*Sendo que a posição 1 corresponde ao país mais bem


posicionado em termos de competitividade
Fonte: World Economic Forum
Comparação Internacional
Economia do Turismo

Fonte: The Travel & Tourism Competitiveness Report 2017


Comparação Internacional
Economia do Turismo
Turismo| Síntese - Posicionamento
internacional Economia do Turismo

Fonte: Portugal Global, nº 103, novembro 2017


Comparação Internacional
Economia do Turismo

Entradas de turistas em alojamentos turísticos coletivos: total

Que países recebem mais e menos turistas?

Fonte: Pordata
Comparação Internacional
Economia do Turismo

Fonte: OECD Tourism Trends and Policies 2018


Comparação Internacional
Economia do Turismo

Fonte: INE, Contas Satélite do Turismo


Comparação Internacional
Economia do Turismo
Comparação Internacional
Economia do Turismo

Fonte: INE, Contas Satélite do Turismo


Turismo em Portugal: a importância da
atividade Economia do Turismo

Procura Turística

Consumo de Turismo no Território Económico (CTTE)


=
Turismo recetor (despesa dos visitantes não residentes)
+
Turismo interno (despesa dos visitantes residentes)
+
Outras componentes (componente não mercantil, consumos
imputados)
Economia do Turismo

Turismo e Inovação: Produto e


Processo
Tipos de Turismo
Economia do Turismo
Tendências Futuras do Turismo
Economia do Turismo
Tendências Futuras do Turismo
Economia do Turismo
Tendências Futuras do Turismo
Economia do Turismo
Tendências Futuras do Turismo
Economia do Turismo
Tendências Futuras do Turismo
Economia do Turismo
Tendências Futuras
Economia do Turismo
A Importância de Inovar e subir na Cadeia de
Valor Economia do Turismo
Turisfobia?
Economia do Turismo
Economia do Turismo
Economia do Turismo
Economia do Turismo
Lisboa: Complementaridade ou
Concorrência? Economia do Turismo
AirBnB em Portugal
Economia do Turismo
Hotelaria de Luxo: o que é Luxo?
Economia do Turismo
Luxo em Imagens: Representações
Economia do Turismo
Luxo, Representações e Marketing
Economia do Turismo
Marcas e Luxo
Economia do Turismo
Top 10 das Marcas de Luxo e Valor da Marca
Economia do Turismo
O que é a Marca?
Economia do Turismo
Maslow Hoje e nos Hotéis de Luxo
Economia do Turismo
Marketing Concepts: dos 4P’s ao 4C’s
Economia do Turismo
The Guest Experience
Economia do Turismo
Reservar um Hotel
Economia do Turismo
Mercado de Hotelaria de Luxo: Prospectiva
Economia do Turismo
Turismo de Luxo: Prospetiva
Economia do Turismo
Sistemas de Informação e Hotelaria
Economia do Turismo
Fontes de Decisão do Turista
Economia do Turismo
Decisão do Turista: Primeira Palavra Pesquizada
na Google Economia do Turismo
Inspiração para Viajar
Economia do Turismo
Metasearch: o Poder do Consumidor
Economia do Turismo
Economia do Turismo

Turismo e Sustentabilidade
Potenciais impactes do Turismo no Ambiente
Economia do Turismo

Recursos
Naturais

Turismo

Recursos Recursos
Humanos Físicos

2
Potenciais impactes do Turismo no Ambiente
Economia do Turismo

Exemplo: procura de
alojamento num hotel
• “Non-Maket Attributes”:
acesso a praias ou a áreas
florestais
• “Maket Attributes”:
tamanho do quarto,
localização do hotel,
comodidades oferecidas

3
Potenciais impactes do Turismo no Ambiente
Economia do Turismo

4
Falhas de mercado
Economia do Turismo

Ausência de direitos
de propriedade Lagos e oceanos
relacionados com o
ambiente

Uso de Poluição
praias sonora
locais ou ou do ar
de Ambiente:
estradas características Externalidades
de Bens Públicos

5
Avaliação dos impactes do Turismo no Ambiente
Economia do Turismo
Valor económico total = ‘valor de uso’ + ‘valor de não-uso’

Use value

Non-use value
• Refletido no preço de • Valor que as pessoas atribuem
mercado aos bens (subjetividade),
• Uso direto mesmo que nunca os tenham
Exemplo: preço de um bilhete usado nem venham a usar.
para visitar o Palácio da Pena Exemplo: preservação de
património natural

6
Avaliação dos impactes do Turismo no Ambiente
Economia do Turismo

Como estimar o ‘non-use value’?

1. Stated preferences: o valor é determinado através de questionários que


estudam as preferências dos indivíduos em situações de mercado
hipotéticas

2. Teoria das Preferências Reveladas: o valor é determinado pela observação


do comportamento dos indivíduos em mercados semelhantes

3. Valor imputado: o valor é determinado através dos custos reais em que os


indivíduos incorrem atualmente para evitar a perda do recurso em causa ou
para o restituir

7
Existe um nível ótimo de poluição?
Economia do Turismo

Três abordagens – a), b) e c) – para calcular o nível ótimo de poluição

8
Estratégias para o controlo da poluição
Economia do Turismo

Acordos
Bargaining solution Fusão
voluntários

Taxas (sobre a
Controlo direto Subsídios produção ou a
poluição)

Códigos de
Direitos de
conduta, educação,
poluição
informação

9
Instrumentos económicos para a proteção do ambiente
Economia do Turismo

As metas ambientais têm vindo a tornar-se mais ambiciosas, pelo que cada vez
mais se procuram instrumentos económicos mais sofisticados e baseados na
eficiência

Ao determinar qual o melhor curso de ação, o objetivo principal deve ser a


redução de emissões poluentes, através do menor custo possível.

As empresas têm um incentivo para reduzir a sua pegada ambiental sempre


que uma ‘unidade’ de redução de emissões poluentes é menos onerosa do que
o preço dessas mesmas emissões.

Contudo, existem vários obstáculos à implementação destes instrumentos que


visam a proteção do ambiente dos efeitos adversos do turismo.

10
Instrumentos económicos para a proteção do ambiente
Economia do Turismo

Problemas Custos de Bens


Incerteza…
de fronteira transação públicos
… do lado da
procura turística
(ex.: nº visitantes
de um parque) Dificuldade em
Custos Vale a pena
imputar
administrativos restringir o uso
… dos impactos barreiras físicas
da de um bem
causados pelo ou intangíveis a
implementação turístico?
turismo ativos
ambientais de instrumentos Quais os custos
de controlo e benefícios?
… dos custos (quais
os custos das
alterações
climáticas?)

11
O turismo e as alterações climáticas
Economia do Turismo

O turismo e as alterações climáticas influenciam-se mutuamente.

Por um lado, a indústria do turismo é parte do problema climático, ao


contribuírem com emissões diretas (e.g. uso de combustível nos transportes) ou
indiretas (e.g. eletricidade gerada por combustíveis fósseis num hotel).

Por outro lado, a atratividade de muitos destinos turísticos depende do meio


ambiente (resorts no litoral, florestas tropicais, reservas naturais, …).

As alterações climáticas vão ter repercussões na maioria dos destinos turísticos,


que terão de se adaptar a uma nova realidade.
12
Impacte das alterações climáticas no turismo
Economia do Turismo

Redistribuição geográfica e sazonal da procura turística

Repercussões no crescimento económico global

Alteração de quotas de mercado entre os destinos turísticos

Pequenas ilhas particularmente vulneráveis à subida do nível do mar

Ilhas tropicais vulneráveis a fenómenos naturais (e.g. furacões)

Aumento da competição no setor turístico

13
Impacte do turismo nas alterações climáticas
Economia do Turismo

A maioria das indústrias relacionadas com o turismo requerem a energia gerada


pelos combustíveis fósseis  emissão de gases poluentes, nomeadamente CO2
• Emissões diretas de CO2: autocarros, carros alugados, aviação, parques
temáticos, restaurantes, …
• Emissões indiretas de CO2:produção de eletricidade pelas agencias de
turismo ou na construção de hotéis, manufatura de t-shirts e outros
souvenirs, produção agrícola, …

A Declaração de Davos (2007), resultado do trabalho da OMT, da ONU e do


Fórum Económico Mundial, refere que o setor do turismo deve responder
rapidamente a alterações climáticas, reduzindo progressivamente a emissão de
GHG. Tal implica a adaptação das empresas turísticas a uma nova realidade, a
utilização de tecnologias que promovam a eficiência energética e a canalização
de recursos financeiros para ajudar as regiões mais pobres.

14
Impacte do turismo nas alterações climáticas
Economia do Turismo

Source: CarbonBrief

15
Impacte do turismo nas alterações climáticas
Economia do Turismo

Note: RBA allocates consumption-based emissions to the tourist’s country of residence, DBA allocates them to the
tourist’s destination country.
16
Source: CarbonBrief (2013)
9. Políticas de atenuação das alterações climáticas
Economia do Turismo

Maior uso de
Reduzir o
transportes públicos
uso de
Mudanças de gestão
energia
(videoconferências)

Melhorar a
Tecnologias inovadoras eficiência
energética

Energias Fontes de energia não


renováveis finitas e não poluidoras

Sumidouros
de carbono

17
Políticas de atenuação das alterações climáticas
Economia do Turismo

Quais são os impactos, no turismo, destas políticas de atenuação?

• Aumento dos custos base da indústria do turismo

• Com o aumento dos custos, o turismo vai tornar-se menos atrativo para os
consumidores

• No curto prazo, diminuição da rentabilidade da indústria do turismo

• Países perdedores vs. Países ganhadores

18

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