Professional Documents
Culture Documents
Lei 36 98 SaudeMental
Lei 36 98 SaudeMental
o 169 — 24-7-1998
1 — O presente capítulo regula o internamento com- 1 — O internando goza, em especial, do direito de:
pulsivo dos portadores de anomalia psíquica.
a) Ser informado dos direitos que lhe assistem;
2 — O internamento voluntário não fica sujeito ao
b) Estar presente aos actos processuais que direc-
disposto neste capítulo, salvo quando um internado tamente lhe disserem respeito, excepto se o seu
voluntariamente num estabelecimento se encontre na estado de saúde o impedir;
situação prevista nos artigos 12.o e 22.o c) Ser ouvido pelo juiz sempre que possa ser
tomada uma decisão que pessoalmente o afecte,
excepto se o seu estado de saúde tornar a audi-
Artigo 7.o ção inútil ou inviável;
d) Ser assistido por defensor, constituído ou
Definições nomeado, em todos os actos processuais em que
participar e ainda nos actos processuais que
Para efeitos do disposto no presente capítulo, con- directamente lhe disserem respeito e em que
sidera-se: não esteja presente;
e) Oferecer provas e requerer as diligências que
a) Internamento compulsivo: internamento por se lhe afigurem necessárias.
decisão judicial do portador de anomalia psí-
quica grave; 2 — Recai sobre o internando o especial dever de
b) Internamento voluntário: internamento a soli- se submeter às medidas e diligências previstas nos arti-
citação do portador de anomalia psíquica ou gos 17.o, 21.o, 23.o, 24.o e 27.o
a solicitação do representante legal de menor
de 14 anos; Artigo 11.o
c) Internando: portador de anomalia psíquica sub-
metido ao processo conducente às decisões pre- Direitos e deveres do internado
vistas nos artigos 20.o e 27.o; 1 — O internado mantém os direitos reconhecidos aos
d) Estabelecimento: hospital ou instituição análoga internados nos hospitais gerais.
que permita o tratamento de portador de ano- 2 — O internado goza, em especial, do direito de:
malia psíquica;
e) Autoridades de saúde pública: as como tal qua- a) Ser informado e, sempre que necessário, escla-
lificadas pela lei; recido sobre os direitos que lhe assistem;
f) Autoridades de polícia: os directores, oficiais, b) Ser esclarecido sobre os motivos da privação
inspectores e subinspectores de polícia e todos da liberdade;
os funcionários policiais a quem as leis respec- c) Ser assistido por defensor constituído ou
tivas reconhecerem aquela qualificação. nomeado, podendo comunicar em privado com
este;
d) Recorrer da decisão de internamento e da deci-
Artigo 8.o são que o mantenha;
e) Votar, nos termos da lei;
Princípios gerais f) Enviar e receber correspondência;
g) Comunicar com a comissão prevista no arti-
1 — O internamento compulsivo só pode ser deter- go 38.o
minado quando for a única forma de garantir a sub-
missão a tratamento do internado e finda logo que ces- 3 — O internado tem o especial dever de se submeter
sem os fundamentos que lhe deram causa. aos tratamentos medicamente indicados, sem prejuízo
2 — O internamento compulsivo só pode ser deter- do disposto no n.o 2 do artigo 5.o
minado se for proporcionado ao grau de perigo e ao
bem jurídico em causa.
3 — Sempre que possível o internamento é substi- SECÇÃO III
tuído por tratamento em regime ambulatório. Internamento
4 — As restrições aos direitos fundamentais decor-
rentes do internamento compulsivo são as estritamente Artigo 12.o
necessárias e adequadas à efectividade do tratamento Pressupostos
e à segurança e normalidade do funcionamento do esta-
belecimento, nos termos do respectivo regulamento 1 — O portador de anomalia psíquica grave que crie,
interno. por força dela, uma situação de perigo para bens jurí-
3546 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 169 — 24-7-1998
4 — Para o efeito do disposto no n.o 2 o estabele- d) Solicitar ao Ministério Público junto do tribunal
cimento envia, até 10 dias antes da data calculada para competente os procedimentos judiciais julgados
a revisão, um relatório de avaliação clínico-psiquiátrica adequados à correcção de quaisquer situações
elaborado por dois psiquiatras, com a eventual cola- de violação da lei que verifique no exercício
boração de outros profissionais de saúde mental. das suas funções;
5 — A revisão obrigatória tem lugar com audição do e) Recolher e tratar a informação relativa à apli-
Ministério Público, do defensor e do internado, excepto cação do presente capítulo;
se o estado de saúde deste tornar a audição inútil ou f) Propor ao Governo as medidas que julgue
inviável. necessárias à execução da presente lei.
Artigo 37.o
Artigo 43.o
Custas
Base de dados
Os processos previstos neste capítulo são isentos de
custas. A comissão promoverá, nos termos e condições pre-
vistos na legislação sobre protecção de dados pessoais
e sobre o sigilo médico, a organização de uma base
SECÇÃO VIII de dados informática relativa à aplicação do presente
Comissão de acompanhamento
capítulo, a que terão acesso entidades públicas ou pri-
vadas que nisso tenham interesse legítimo.
Artigo 38.o
Criação e atribuições Artigo 44.o
Relatório
É criada uma comissão para acompanhamento da exe-
cução do disposto no presente capítulo, seguidamente A comissão apresenta todos os anos ao Governo, até
designada por «comissão». 31 de Março do ano seguinte, um relatório sobre o exer-
cício das suas atribuições e a execução do disposto no
Artigo 39.o presente capítulo.
Sede e serviços administrativos
Por ordem superior e para constar, comunica-se • Rua de D. Francisco Manuel de Melo, 5 — 1099 Lisboa Codex
Telef. (01)387 30 02 Fax (01)384 01 32
que não serão aceites quaisquer originais destina-
• Rua da Escola Politécnica, 135 — 1250 Lisboa
dos ao Diário da República desde que não tragam Telef. (01)397 30 35/(01)397 47 68 Fax (01)396 94 33 Metro — Rato
aposta a competente ordem de publicação, assinada • Rua do Marquês de Sá da Bandeira, 16-A e 16-B — 1050 Lisboa
e autenticada com selo branco. Telef. (01)353 03 99 Fax (01)353 02 94 Metro — S. Sebastião
• Rua de D. Filipa de Vilhena, 12 — 1000 Lisboa
Telef. (01)796 55 44 Fax (01)797 68 72 Metro — Saldanha
• Avenida do Engenheiro Duarte Pacheco — 1070 Lisboa
Os prazos para reclamação de faltas do Diário da (Centro Comercial das Amoreiras, loja 2112)
República são, respectivamente, de 30 dias para o con- Telef. (01)387 71 07 Fax (01)353 02 94
tinente e de 60 dias para as Regiões Autónomas e estran- • Avenida Lusíada — 1500 Lisboa
geiro, contados da data da sua publicação. (Centro Colombo, loja 0.503)
Telefs. (01)711 11 19/23/24 Fax (01)711 11 21 Metro — C. Militar
• Praça de Guilherme Gomes Fernandes, 84 — 4050 Porto
Telef. (02)205 92 06/(02)205 91 66 Fax (02)200 85 79
PREÇO DESTE NÚMERO 76$00 (IVA INCLUÍDO 5%) • Avenida de Fernão de Magalhães, 486 — 3000 Coimbra
Telef. (039)2 69 02 Fax (039)3 26 30
Diário da República Electrónico: Endereço Internet: http://www.incm.pt • Correio electrónico: dre l incm.pt • Linha azul: 0808 200 110
Toda a correspondência, quer oficial, quer relativa a anúncios e a assinaturas do «Diário da República» e do «Diário da Assembleia da República»,
deve ser dirigida à administração da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, E. P., Rua de D. Francisco Manuel de Melo, 5 — 1099 Lisboa Codex