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1. Introdução
O rio Matola tem a sua origem numa área pantanosa no nordeste do distrito de Moamba,
estendendo-se o seu curso por cerca de 70 km. A sua foz está localizada na parte interna do
estuário de Espírito Santo, perto da confluência com os rios Umbeluzi e Tembe. A água é
salgada, proveniente do estuário, ou salobra até muito para o interior. O rio Matola é
sazonal, possuindo a montante apenas água durante a estação chuvosa. Este rio tem uma
ligação com a bacia do Incomati perto da região de Sabie e Madjulane (25° 26' 57.25"S, 32°
19' 59,47" E) durante a estação chuvosa.
Recentemente, a área a jusante ao longo do rioo Matola também experimentou um intenso
desenvolvimento dos assentamentos com a industrialização diversificada e urbanização, o
que resulta na perturbação humana do rio (agricultura nos bancos, extração de areia, corte da
vegetação, lavagem de roupas, efluentes etc.) e influencia para que haja menor diversidade de
espécies. O rio Matola na estação seca consiste de algumas piscinas de água salobre cobertas
por junco e gramíneas. Por conseguinte, não atrai mamíferos com uma intensidade
semelhante à dos outros rios maiores. No entanto, alguns manguços foram encontrados no
banco do rio Matola. O rio Matola tal como os rios Limpopo e Umbeluzi, sofre de intrusões
salinas na foz.

1.1. Objectivos
A seguir são apresentados os objectivos que permearão o desenvolvimento deste
relatório.
1.1.1. Objectivo gerais
 Realizar um estudo pormenorizado nas características gerais do rio Matola
 Estudar a flora e fauna do rio Matola; e
 Conhecer macrophytas do rio Matola.
1.1.2. Objectivos específicos
 Determinar os parâmetros físico-químicos do rio Matola
 Descrever a utilidade e o perfil do rio Matola;
 Identificar a flora e a fauna existente no rio Matola; e
 Identificar as espécies de macrophytas existentes no rio Matola.

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1.2. Questões científicas


1. Quais são os valores dos parâmetros físico-químicos do rio Matola?
2. Será que os níveis dos parâmetros físico-químicos da água do rio Matola estão
dentro dos limites recomendados?
3. Os níveis dos parâmetros físico-químicos das águas ao longo do rio Matola são
influenciados pelas actividades humanas?
4. Será que o rio Matola tem um valor socienconómico?
5. Que espécies de flora e fauna podemos encontrar no rio Matola?
6. Será que existe diversidade de macrophytas no rio Matola?

1.3. Hipóteses da pesquisa


H1: Os níveis dos parâmetros físico-químicos da água do rio Matola estão dentro dos
limites recomendados.
H0: Os níveis dos parâmetros físico-químicos da água do rio Matola não estão dentro
dos limites recomendados.
H1: Os níveis dos parâmetros físico-químicos das águas ao longo do rio Matola são
influenciados pelas actividades humanas.
H0: Os níveis dos parâmetros físico-químicos das águas ao longo do rio Matola não são
influenciados pelas actividades humanas.
H1: O rio Matola tem um valor socienconómico.
H0: O rio Matola não tem um valor socienconómico.
H1: O rio Matola contêm espécies de flora e fauna.
H0: O rio Matola mão contêm espécies de flora e fauna.
H1: No rio Matola existe diversidade de macrophytas.
H0: No rio Matola não existe diversidade de macrophytas.
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2. Fundamentação teórica
2.1 Rio
Um rio é um curso de água, usualmente de água doce, que flui por gravidade em direção a
um oceano, um lago, um mar, ou outro rio. Em alguns casos, um rio simplesmente flui para o
solo ou seca completamente antes de chegar a um outro corpo de água.

Segundo FREITAS (2007), rios são deslocamentos de água que acontecem de maneira
natural, sem haver interrupção. Geralmente, um rio parte de sua nascente e corre em direção
aos relevos mais baixos até atingir ou desembocar em outro curso maior, como o oceano, por
exemplo; além da possibilidade de desaguar em um lago.

Os rios apresentam disparidades entre eles, a configuração de um rio depende do relevo


(montanhas, planaltos, planícies, depressões) no qual o mesmo percorre, além de ser
influenciado pelas características climáticas (chuvoso ou seco) da região. Em geral, os rios
são formados por águas subterrâneas, pelo encontro das águas de mais de um rio ou pelo
derretimento de geleiras. Além disso, podem ser perenes (que não secam) ou sazonais.
FREITAS (2007).
2.1.1. Partes de um rio
Nascente: é o local onde a água subterrânea atinge a superfície, dando
origem a um curso deágua. O ponto onde a água aflora é também chamado
de olho de água, mina, fonte, bica ou manancial.
Leito: é o espaço ocupado pelas águas. É o caminho que o rio percorre.
Margem: é o local onde a água encontra-se com a terra. Costuma-se utilizar
esse termo para referir-se à beira da água de um rio ou de um lago quando se
encontra com terra.
Foz: é o local onde uma corrente de água, como um rio, deságua. Sendo
assim, um rio pode ter como foz outro rio, um grande lago, uma lagoa, um
mar ou o oceano.
Afluente: é o curso de água que deságua em um rio principal ou em um
lago. São os afluentes que alimentam o rio principal.
Subafluente: é o rio que deságua no rio afluente.
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Meandro: é o caminho tortuoso de um curso de água.


Confluência: é o ponto de junção entre dois fluxos de água para formar um
novo rio.
2.1.2. Conceitos relacionados à hidrografia
Montante: é o sentido contrário ao que corre o fluxo do rio, em direção à nascente.
Jusante: é o sentido da correnteza em um curso de água, da nascente para a foz.
Rio de planalto: rio que corre em terras altas. Geralmente é caudaloso e apresenta
quedas de água que podem ser aproveitadas para geração de energia elétrica ou para
o turismo;
Rios de planície: rios que correm em áreas planas. São bons para a navegação
quando não há obstáculos;
Bacia hidrográfica: é o conjunto de todos os elementos de um rio e as terras
drenadas pelo curso de água.

2.2. Parâmetros físico-químicos


2.2.1. Temperatura
A temperatura é medida, utilizando-se um termómetro com escala em graus Celsius (ou
centígrados) °C. Há vários tipos de termómetro, de precisão e de faixas de temperatura
registadas. A temperatura afecta as propriedades físicas e químicas da água. Os hábitos
alimentares, reprodutivos e as taxas metabólicas dos organismos aquáticos também
sofrem alterações decorrentes das variações de temperatura.
Elevações da temperatura aumentam a taxa das reações físicas, químicas e biológicas (na
faixa usual de temperatura), diminuem a solubilidade de gases (ex: oxigênio dissolvido)
e também aumentam a taxa de transferência de gases (o que pode gerar mau cheiro, no
caso da libertação de gases com odores desagradáveis) (SPERLING, 2005 citado por
NOGUEIRA, COSTA e PEREIRA, 2015).
Variações de temperatura são parte do regime climático normal e corpos de água
naturais apresentam variações sazonais e diurnas, bem como estratificação vertical. A
temperatura superficial é influenciada por fatores tais como latitude, altitude, estação do
ano, período do dia, vazão e profundidade. A elevação da temperatura em um corpo de
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água geralmente é provocada por despejos industriais (indústrias canavieiras, por


exemplo) e usinas termoelétricas.
2.2.2. pH
O potencial hidrogeniônico (pH) representa a intensidade das condições ácidas ou
alcalinas do meio líquido por meio da medição da presença de íons hidrogênio.
O pH é uma medida que indica se uma solução líquida é ácida (pH <7, a 25 °C), neutra
(pH = 7, a 25 °C), ou básica/alcalina (pH> 7, a 25 °C). Uma solução neutra só tem o
valor de pH = 7, a 25 °C. Isto implica variações do valor medido, conforme ocorrem
variações de temperatura. O pH pode variar durante as estações do ano ou até mesmo
durante o dia. A faixa ideal de valores de pH para a vida aquática está entre 6.5 e 8.5. O
pH menor que 4.0 ou maior que 10.0 normalmente é letal para peixes e outros
organismos. As águas naturais reflectem os solos por onde passaram. As alterações de
pH podem ter origem natural (dissolução de rochas, fotossíntese) ou antropogênica
(despejos domésticos e industriais). Para a adequada manutenção da vida aquática, o pH
deve situar-se geralmente na faixa de 6 a 9.
Na questão sanitária, somente águas extremamente ácidas ou básicas, poderiam causar
algum tipo de irritação na pele e nos olhos (SPERLING, 2005 citado por NOGUEIRA,
COSTA e PEREIRA, 2015).
2.2.3. Condutividade
A condutividade de uma água traduz-se pela capacidade da mesma para conduzir
corrente eléctrica, resultante do teor de iões dissolvidos na água. A condutividade
depende da quantidade de substâncias dissolvidas na água, mas também da temperatura
da água (MENDES, et al., 2004 citado por GOMES, 2011).
A origem dos referidos iões pode ser diversa. Pode resultar de processos de lixiviação
dos solos (carbonatos, bicarbonatos, sulfatos, cloretos, nitratos, cálcio, magnésio entre
outros), ou podem também resultar de efluentes e resíduos agrícolas e/ou industriais.
2.2.4. Turbidez
Turbidez é a medida da “transparência” da água causada por material em suspensão.
A turvação deve-se à presença de partículas em suspensão, de materiais diversos, como
argilas, matéria orgânica e inorgânica, areias e outros. Também a turbidez pode ser
resultante de erosão e do escoamento superficial, deixando a água com coloração
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marrom. A complexidade das interacções ópticas entre a luz incidente, as propriedades


ópticas das matérias dissolvidos e em suspensão e as características do fluido, em
particular o seu índice de refracção e cor, torna a turbidez numa propriedade visual
essencialmente subjectiva, não se comportando como uma grandeza física directamente
mensurável.
A turbidez pode também ser causada por excesso de algas, que deixam a água verde.
Esse tipo é chamado de turbidez devido ao plâncton. A alta turbidez limita a entrada de
luz solar na água, inibe o crescimento de plantas aquáticas e pode atrapalhar o
ecossistema aquático.
2.2.5. Oxigênio dissolvido
O oxigênio dissolvido refere-se ao oxigênio molecular (O2) dissolvido na água. A
concentração de OD nos cursos d’água depende da temperatura, da pressão atmosférica,
da salinidade, das atividades biológicas, de características hidráulicas (existência de
corredeiras ou cachoeiras) e, de forma indireta, de interferências antrópicas, como o
lançamento de efluentes nos cursos d’água. A unidade de OD utilizada é mg/L
2.3. Fitoplâncton
O termo fitoplâncton (do grego phyton ou planta e planktos errante) foi criado em 1897 e
se refere a organismos maioritariamente autotróficos oxigênicos que são incapazes de
vencer as correntes, e são, portanto, distribuídos ao sabor dessas. É composto
principalmente por organismos unicelulares e são os principais seres fotossintetizantes
do ambiente marinho. O fitoplâncton está distribuído em todas as áreas iluminadas dos
oceanos, uma vez que não necessita de substrato para fixação. Como o fitoplâncton é a
principal comunidade de organismos autotróficos marinhos, seu papel na cadeia trófica é
de suprema importância.
2.4. Zooplâncton
O nome zooplâncton deriva do grego zoon (animal) e planktos (a deriva), logo, o
plâncton é formado por organismos que vivem dispersos na coluna de água, com meios
de locomoção limitados. Já o termo zooplâncton se refere à parcela heterotrófica de
organismos do plâncton. Entretanto, apesar de muitas vezes definidos como organismos
de pouca mobilidade, diversos organismos do zooplâncton, como microcrustáceos,
podem se mover extensivamente. Sendo assim, estes organismos possuem uma
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heterogeneidade tanto espacial quanto temporal em função das condições do ambiente, e


não são aleatoriamente distribuídos como poderia se pensar devido ao significado do
termo plâncton.
2.5. Macrophytas
São plantas que encontramos no ecossistema límnico e que variam desde macroalgas ate
angiospérmicas. São plantas aquáticas que podem ser vistas a olho nu. Devido às
características diferentes dos vegetais pertecentes a esse grupo, eles são
preferencialmente classificados quandto ao seu graus de adaptação ao meio aquático,
podendo ser submersas, emergentes, com folhas flutuantes e flutuantes livres.
2.6. Flora e fauna
Flora e fauna são termos utilizados normalmente para descrever respectivamente, o
conjunto de animais e plantas de uma região. A fauna representa a comunidade de
espécies animais que habitam um ambiente específico ou alargado. Desse modo, o termo
pode ser empregado em relação a um bioma específico, por exemplo fauna do rio
Matola. E a flora, ao contrário da fauna, é o termo utilizado para refletir a todas as
espécies de vegetação em um ecossistema ou período.
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3. Metodologia
A fim de cumprir os objectivos traçados nesta pesquisa, foram utilizados materiais, e
quipamentos e métodos que possibilitaram a execução das actividades propostas, desde a
caracterização geográfica até a determinação dos parâmetros físico-químicos e identificação
da flora e fauna e descrição do perfil do rio.
Para a redeção deste relatório as medições dos parâmetros físico-químico (pH,
condutibilidade, turbidez e temperatura), foram feitas in situ, e foi usado o método de
observação directa (fauna, flora, macrophytas e poluição) e indirecta, entrevista e
experimental que consistiu na recolha de dados do rio Matola para uma posterior análise do
fitoplâncton e zooplâncton.

3.1. Descrição da área do estudo


O rio Matola é um rio nacional, que tem a sua nascente numa área pantanosa no nordeste
num dos distritos de Maputo, Moamba, que tem uma população estimada de cerca de 63
390 habitantes, sendo o distrito dividido em quatro (4) postos administrativos. Quase
metade do território do distrito é de solo fértil, sendo apenas 23% dessa área de terra
fértil, ocupada por explorações agrícolas e pecuárias e, relativamente a actividade
industrial. Estendee o seu curso por cerca de 70 km.
O Rio Matola é sazonal, possuindo a montante apenas água durante a estação chuvosa. O
leito do rio é arenoso e rochoso na maior parte da área (a montante). A jusante, as
margens do rio são mangais que se estendem entre a sua foz no estuário até a Fabrica de
Fundição de Alumínio de Beleluane (MOZAL). Estas áreas são muito utilizadas para a
produção de sal, tendo em conta o número de salinas que foram construídas, no passado.
Recentemente, a área a jusante ao longo do Rio Matola também experimentou um
intenso desenvolvimento dos assentamentos com a industrialização diversificada e
urbanização.
A sua foz está localizada na parte interna do estuário de Espírito Santo, perto da
confluência com os Rios Umbeluzi e Tembe.
O estuário do Espírito Santo é uma baixa fluvial sujeita a acção dos rios Tembe,
Umbeluzi e Matola e da Baía de Maputo. Morfologicamente o estuário é uma área
preenchida por mangais na qual se distingue um vale que é o leito do rio Tembe. O
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estuário tem cerca de 800 metros de largura e a nível do paralelo 26 Sul recebe os rios
Umbeluzi e Matola.

Figura 1: Mapas do rio Matola e estuário do Espírito Santo.

3.2. Materiais
 Rede de filtração;
 Disco de Secchi de marca PHYWE
 Mobile-Link de marca PHYWE
 Sensor de condutividade de marca PHYWE
 Sensor de pH de marca PHYWE
 Telemóvel
3.3. Reagentes
 Formol
 Lugol
3.4. Procedimentos
1. Medimos a turbidez na parte montante e jusante do rio Matola, para tal entramos
no rio introduzimos o disco de Secchi e mensuramos a turbidez.
2. Para a medição da condutividade, pH e a temperatura, primeiro associamos do
mobile-link o sensor de condutividade e entramos no rio e a condutividade e a
temperatura foi determinada e por último associamos o sensor de pH e
determinamos o pH do rio. O procedimento foi o mesmo a montante e jusante.
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3. Usamos as garrafas plásticas para coletar as amostras do zooplâncton e


fitoplâncton, primeiro coletamos as amostras de fitoplâncton e adicionamos o
formol e por último colectamos as amostras de zooplâncton e adicionamos o
lugol. O procedimento foi o mesmo a montante e Jusante.
4. Percorremos um pequeno curso do rio matola no sentido da ponte Matola rio para
observar a situação da poluição do rio Matola.
5. Entrevistamos os pescadores na ponte de Matola rio.
6. Fizemos a observação de zooplâncton e fitoplâncton através do miscroscópio
com a objectiva de 4 no laboratório.

3.5. Resultados
3.5.1. Parâmetros físico-químicos
Tabela 1: Parâmetros físico-químicos
Parâmetros físico-químicos Montante Jusante
Temperatura 24,1 ºC 27.3 ºC
Condutividade 22 912 us/cm 24380 us/cm
pH 7.3 7.2
Turbidez 1,4 m 0.5 m

3.5.2. Fauna

Figura 2: Aetobatus narinari Figura 3: Potamotry falkneri


Fonte: Autores Fonte: Autores
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Figura 4: Brycon sp Figura 5: Epinephelus marginatus

Fonte: Autores Fonte: Autores

Figura 6: Argyrosomus regius Figura 7: Boulengerella maculata Figura 8: Dplodus sargus

Fonte: Autores Fonte: Autores Fonte: Autores

Figura 9: Etelis oculatus Figura 10: Clarias gariepinus Figura 11: Scylla serrata

Fonte: Autores Fonte: Autores Fonte: Autores


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3.5.3. Flora
O rio Matola consiste em áreas isoladas de água parada dentro do leito do rio que
permanecem até ao final da estação seca. Durante a estação chuvosa essas águas
permanentes formam o que é chamado Rio Matola.

Estas terras húmidas são principalmente cobertas por densas canas de Phragmithes
australis. Porque este leito do rio tem água salobra, as áreas drenadas do leito do rio
são colonizadas pelas gramíneas Cynodon dactylon. Nas partes mais altas da
margem do rio, que são bem drenadas e apenas inundadas quando o rio inunda, a
vegetação é dominada por gramíneas (Eragrostis rigidior e Eragrostis ciliaris),
ervas (Sida rhimbifolia, Hibiscus calyphylus e Vahlia capensis), mas também pela
palmeira Phoenix reclinata.
A flora ripariana do Rio Matola que está sobre dunas sedimentares antigas mais
vermelhas incluem algumas ervas (Solanum panduriforme), arbustos (quatro
espécies de quatro famílias) e pequenas árvores das famílias Euphorbiaceae,
Ebenaceae e Asteraceae. E também encontramos Hyphaene natalensis.

3.5.4. Macrophytas

Rio Matola a jusante, as margens do rio são mangais que se estendem entre a sua foz no estuário
até a Fabrica de Fundição de Alumínio de Beleluane (MOZAL) e também num pequeno percuso
da sua margem vegetação de caniços (Phagmithes autralis), Cynodon dactylon e também a
Cabomba sp.

Figura 12: Cabomba sp

Fonte: Autores
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3.5.4. Zooplâncton
Tabela 2: do zooplâncton do rio Matola
Montante Jusante
Zooplâncton Larva dos Crustáceos Copepodes
(Nauplius)
Ovos de Peixe Medusa
Poliquetas Bivalves
Cladocera

3.5.5. Fitoplâncton
Montante Jusante
Fitoplâncton Euglenophyta Bacillariophyta
Dinophyta Chlorophyta
Cyanophyts

4. Perfil do rio Matola


O Rio Matola tem a sua origem numa área pantanosa no nordeste do distrito de Moamba,
estendendo-se o seu curso por cerca de 70 km. A sua foz está localizada na parte interna do
estuário de Espírito Santo, perto da confluência com os Rios Umbeluzi e Tembe. A água é
salgada, proveniente do estuário, ou salobra até muito para o interior. O rio Matola é sazonal,
possuindo a montante apenas água durante a estação chuvosa. Este rio tem uma ligação com
a bacia do Incomati perto da região de Sabie e Madjulane (25° 26' 57.25"S, 32° 19' 59,47" E)
durante a estação chuvosa.
O leito do rio é arenoso e rochoso na maior parte da área (a montante). A jusante, as margens
do rio são mangais que se estendem entre a sua foz no estuário até a Fabrica de Fundição de
Alumínio de Beleluane (MOZAL).
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5. Discussão dos resultados


Pelos valores, verifica-se que a água do rio Matola apresenta elevados teores de
condutividade eléctrica, ou seja, contem uma elevada quantidade de iões dissolvidos na água,
que por sua vez se traduz numa elevada salinidade. Além da condutividade, os parâmetros de
pH indicam que a água do rio Matola é alcalina, ou seja, a água ideal, não provoca efeitos
nocivos no Homem, mesmo estando numa zona industrial e hipotecaticamente deveria sofrer
descarga de efluentes das indústrias e também em campo foi possível notar que não havia
muita matéria orgânica existente no corpo de água, isso indica que um dos motivos para o
valor do pH do corpo hídrico ser próximo à neutralidade pode ter sido o fato de conter pouca
matéria orgânica e o rio não estar a sofrer descarga de efluentes das indústrias.

Os resultados do estudo indicaram que embora a fauna dos substratos lodosos seja pouco
diversificada em relação a número de espécies, a abundância das espécies existentes é um
elevado.
A fauna dos mangais do Estuário é dominada por crustáceos e poliquetas. Os caranguejos
violinistas representam um grupo dominante, com três espécies presentes (Uca annulipes,
Uca gaimardi, Uca vocans), com densidades que variam entre 3 e 6 indivíduos por metro
quadrado. Os caranguejos das espécies Sesarme e o Scylla serrata encontram-se presentes
embora em densidades mais baixas.
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6. Conclusão
Findo o trabalho concluímos que o leito do rio é arenoso e rochoso na maior parte da área (a
montante). A jusante, as margens do rio são mangais que se estendem entre a sua foz no
estuário até a Fabrica de Fundição de Alumínio de Beleluane (MOZAL).
A jusante e montante o pH está entre 7.2 e 7.3 e a condutividade está entre 24380 us/cm 22 e
912 us/cm, contem uma elevada quantidade de iões dissolvidos na água, que por sua vez se
traduz numa elevada salinidade e os parâmetros físico-químicos mostram-se elevados a
jusante do rio do que a montante.
A jusante do rio Matola encontra-se também maior diversidade de fitoplâncton e zooplâncton
também concluímos que o rio possui uma flora diversificada e a fauna é bastante diversa.
Porém o rio não contém muita diversidade de macrophytas.
A jusante a água é muito turva facto justificavel por rio estar na capital industrial e que
experimentou um intenso desenvolvimento dos assentamentos com a industrialização
diversificada e urbanização.
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7. Referências bibliográficas
FIPAG. 2012. Estudos Ambientais e Sociais para o Sistema de Abastecimento de Água do
Grande Maputo.
METEO J.M.R. Planejamento ambiental: Bases conceitos níveis e métodos:
in:Desenvolvimento sustentável e planejamento bases teóricas e conceituais. Orgs.
Cavalcanti P.B ET AL. Imprensas Universitárias Fortaleza-CE. 1997
GUERRA & CUNHA. Germofologia; Uma atualização de bases e conceitos ED.
Bertrande 70 Edição. Rio de Janeiro –Brasil. 2007
CUNHA, & LINO. Gestão de água; Princípios fundamentais e sua aplicação em Portugal,
ED. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa 1980.
BANDEIRA, Salomão, BOLNICK, Doreen e BARBOSA, Filomena. Flores Nativas do
Sul de Mocambique. 1. Ed, SGL-Spestrum Graphics Limitada, Maputo-Moçambique.
2007.
ASTOS, L. A.; FERREIRA, I. M. Composições Fitofisionômicas do Bioma Cerrado.
Espaço em Revista, Goiânia, v. 12, n. 1, p. 97-108, Janeiro 2010. ISSN ISSN 1519-7816
ESTEVES, F. D. A. Fundamentos de Limnologia. Interciência, Rio de Janeiro, n. 2ª, 1998.

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