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MÓDULO 01 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Conceitos Básicos do SFN

OE 001.01.a - Entender e explicar os conceitos básicos do SFN.

Define-se o Sistema Financeiro Nacional (SFN) como o conjunto de instrumentos, mecanismos e instituições que
proporcionam o direcionamento da poupança para investimento, transferindo dos agentes de mercado que dispõem de
recursos financeiros (superavitários) para aqueles que os demandam (deficitários). O SFN pode ser segmentado em seis
mercados distintos:

Mercado monetário: concentra as operações de curto e curtissimo prazo para controle de oferta de moeda e das taxas de
juros, com o objetivo de garantir a liquidez da economia, Mercado de câmbio: ambiente onde se realizam as operações
que envolvem moeda estrangeira entre os agentes autorizados pelo Banco Central e entre estes e seus clientes,
diretamente ou por meio de seus correspondentes;

Mercado de crédito: onde acontecem e são registradas operações de crédito e financiamento de curto e médio prazo
destinadas ao consumo e capital de giro para pessoas fisicas e juridicas;

Mercado de capitais: permite o direcionamento de recursos disponiveis no médio e longo prazo para investimentos,
mediante negociação de titulos e valores mobiliários, notadamente ações e titulos de divida, em bolsa de valores ou
balcão,

-Mercado de seguros e previdência: formado pelas entidades de seguros e previdência, auxilia o gerenciamento de riscos,
mobiliza poupanças e facilita investimentos de longo prazo, e

Mercado de derivativos: oferece mecanismos de proteção contra o risco de variação de preços de determinado ativo ou
mercadoria

Grande parte do desenho institucional do Sistema Financeiro Nacional sofreu alterações a partir de uma ampla reforma
estrutural realizada em 1964. Até então, era composto:

- por bancos de desenvolvimento federais ou estaduais (como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -
BNDES, o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia);

pelas Caixas Econômicas (Federal-CEF e estaduais);

pelos bancos comerciais, cooperativas de crédito, distribuidoras e bolsas de valores.

Os bancos de desenvolvimento tem no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a principal
instituição financeira do governo federal, nos termos da Lei n° 1.628, de 20 de junho de 1952 e Lei no 2.973, de 26 de
novembro de 1955.

Nessa reestruturação foram criados o Banco Central do Brasil (BCB), o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco
Nacional de Habitação (BNH), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além dos Bancos de Investimento (BI) e
Corretoras de Valores (CV).

A Constituição de 1988 retirou do Banco do Brasil a função de autoridade monetária (conta movimento - que dividia com
o Banco Central), fazendo com que ele passasse a atuar apenas como um banco comercial

Atualmente o Banco do Brasil é um banco comercial comum, embora ele seja responsável pela Câmara de Compensação.

A Caixa Econômica Federal passou a ser o órgão máximo na politica habitacional. Depois dessas transformações, a
configuração do SFN foi dividida em três subsistemas:

*Dependendo de suas atividades, corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.

"As instituições de pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes
estabelecidas pelo CMN.
Alguns exames não diferenciam os órgãos normativos dos supervisores. Portanto, podem considerar o Banco Central e a
CVM como normativos. Os órgãos operadores são os demais já indicados.

Órgãos de Regulação e Fiscalização

OE 001.02.a - Entender e explicar as principais atribuições dos órgãos e agentes reguladores: CMN, Bacen e CVM.

Para o bom funcionamento do Sistema Financeiro Nacional, há os órgãos e agentes reguladores. No Brasil, as autoridades
monetárias são

o Conselho Monetário Nacional (CMN), e

o Banco Central do Brasil (BCB).

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão que fiscaliza o mercado de capitais, principalmente no que tange às
empresas de capital aberto.

OCMN é um órgão do Poder Executivo, enquanto o BCB e a CVM são autarquias que possuem a obrigação de
operacionalizar as diretrizes politicas do governo federal, conferindo agilidade e dinamismo à sua atuação em matéria de
natureza económico- financeira

Os três órgãos integram uma estrutura que visa promover o desenvolvimento equilibrado do pais e servir aos interesses
da coletividade no âmbito dos mercados financeiro e de capitais.

Conselho Monetário Nacional (CMN)

O CMN é o órgão superior do SFN e tem a responsabilidade de formular a politica da moeda e do crédito. Seu objetivo é a
estabilidade da moeda e o desenvolvimento económico e social do pais.

O CMN teve diferentes composições ao longo de sua história. A partir do Plano Real, o Conselho passou a ter um perfil
monetário, sendo integrado por apenas três membros:

Ministro da Economia (presidente),

Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia,

Presidente do Banco Central

Como entidade superior do sistema financeiro (Lei no 4.595/64), compete ao CMN:

-orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas e privadas, - propiciar as condições para tornar mais
eficiente o sistema de pagamentos e a mobilização de recursos

-zelar pela liquidez e pela solvencia das instituições financeiras

-coordenar as politicas monetária, crediticia, orçamentária, fiscal e da divida pública interna e externa

-estabelecer a meta de inflação (Decreto no 3.088 de 21/06/1999).

A partir dessas funções básicas, o CMN fica responsável por várias atribuições especificas, destacando-se.

fixar as diretrizes e normas da politica cambial

disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações crediticias;

regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no pais;

estabelecer limites para a remuneração das operações e os serviços bancários ou financeiros


-outorgar ao BCB o monopólio de operações de câmbio quando o balanço de pagamentos exigir e estabelecer normas nas
transações de titulos públicos.

Banco Central (BCB ou Bacen)

É o órgão executivo central do sistema financeiro, cabendo-lhe cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o
funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN

Com a promulgação da Lei Complementar no 179/2021, passou a dispor de autonomia para perseguir seu objetivo
fundamental, que é assegurar a estabilidade de preços. Sem prejuízo deste, também tem por objetivos zelar pela
estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nivel de atividade económica e fomentar o
pleno emprego.

O Presidente do Bacen deverá apresentar, no Senado Federal, em arguição pública, no primeiro e no segundo semestres
de cada ano, relatórios de inflação e de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas no semestre anterior.

Nesse sentido, cabe agora ao Bacen conduzir privativamente a politica monetária, inclusive com autonomia para emissão
de papel-moeda, sem a necessidade de prévia autorização do CMN, para cumprimento das metas de inflação
estabelecidas.

Ao BCB, as atribuições são

atuar privativamente com o objetivo de manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional
(CMN);

emitir papel-moeda e executar os serviços de meio circulante,

-estabelecer a aliquota e receber os recolhimentos compulsórios, além de realizar operações de redesconto,

regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis:

comprar e vender titulos públicos federais dentro da execução da politica monetária,

exercer o controle de crédito sob todas as suas formas;

autorizar o funcionamento e exercer a fiscalização de todas as instituições financeiras, inclusive das estrangeiras em
operação no Brasil;

controlar o fluxo de capitais estrangeiros e garantir o correto funcionamento do mercado cambial

Com as atribuições citadas anteriormente, o BCB pode ser considerado

Banco dos bancos: depósitos compulsórios e redescontos de liquidez,

Gestor do Sistema Financeiro Nacional: normas, autorizações, fiscalização e intervenção, Executor da politica monetária:
determinação da taxa Selic, controle dos meios de pagamento (liquidez no mercado), orçamento monetário e
instrumentos de politica monetária,

Banco emissor: emissão e saneamento do meio circulante,

Banqueiro do governo: administração da divida pública interna e externa, gestor e fiel depositário das reservas
internacionais do país,

-Centralizador do fluxo cambial: normas, autorizações, registros, fiscalização e intervenção. Compete, ainda, ao presidente
do Banco Central do Brasil escolher e nomear o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e os
membros do plenário, que é composto pelo presidente do Coaf e por 12 servidores ocupantes de cargo efetivos, de
reputação ilibada e reconhecidos conhecimentos em matéria de prevenção e combate à lavagem de dinheiro.
O Tesouro Nacional é considerado por alguns como parte do Sistema Financeiro Nacional e é responsável pela gestão
eficiente e transparente das contas públicas, por zelar pelo equilibrio fiscal e pela qualidade do gasto público. O Banco
Central atua como administrador da divida pública, realizando a venda de titulos emitidos pelo Tesouro Nacional

Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

É o órgão supervisor do sistema financeiro, responsável pelo desenvolvimento, pela disciplina e pela fiscalização do
mercado de valores mobiliários não emitidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional

Sua atuação também abrange as bolsas de mercadorias e futuros, as entidades do mercado de balcão organizado e as
entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários.

Sob sua alçada, foram consolidadas as seguintes atividades:

regulação e fiscalização de valores mobiliários no mercado,

negociação e intermediação nos mercados de valores mobiliários e de derivativos;

organização, funcionamento e operações das bolsas de valores e das bolsas de mercadorias e futuros;

administração de carteiras e custódia de valores mobiliários;

auditoria das companhias abertas;

serviços de consultor e analista de valores mobiliários.

Com essas atividades, a CVM tem por objetivo o fortalecimento do mercado de capitais e valores mobiliários por meio
dola).

estimulo à aplicação de poupança no mercado acionário,

garantia do funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores e instituições auxiliares que operem neste mercado,

proteção aos titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e outros tipos

de atos ilegais que manipulem preços de valores mobiliários nos mercados primários e secundários de ações;

Fiscalização da emissão, do registro, da distribuição e da negociação de titulos emitidos pelas sociedades anonimas de
capital aberto.

A CVM tem o poder de policia, uma vez que pode multar infratores e comunicar a irregularidade à Procuradoria
especializada e as autoridades policiais. Porém, a CVM não tem o poder de fechar uma instituição financeira infratora ou
obrigá-la a parar de oferecer certos investimentos.

OE 001.02 b - Entender e explicar as principais atribuições da Previc e Susep, assim como as distinções no tocante a regras
e objetivos das EFPC e EAPC.

Previc

A Superintendencia Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma autarquia vinculada ao Ministério da


Previdência Social, responsável por fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar (fundos
de pensão).

As Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) são constituídas sob forma de sociedade civil ou fundação,
sem fins lucrativos, com o objetivo de operar planos de beneficio de caráter previdenciário acessiveis, exclusivamente, aos
servidores/ empregados dos patrocinadores e aos associados/membros dos instituidores.

A Previc pode ser considerada como o braço fiscalizador do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), que
tem a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência
complementar
A Previc se relaciona com os órgãos normativos do sistema financeiro na observação das exigências legais de aplicação das
reservas técnicas, fundos especiais e provisões que as entidades sob sua jurisdição são obrigadas a constituir e que têm
diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A Previc compete

propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência Complementar,

harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar com as politicas de desenvolvimento
social e económico-financeira do governo,

- fiscalizar, supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades relacionadas com a previdência complementar
fechada,

Susep

analisar e aprovar os pedidos de autorização para constituição, funcionamento, fusão, incorporação, grupamento e
transferência de controle das entidades fechadas de previdência complementar, bem como examinar e aprovar os
estatutos das referidas entidades, os regulamentos dos planos de beneficios e suas alterações;

examinar e aprovar os convênios de adesão celebrados por patrocinadores e instituidores, autorizar a retirada de
patrocinio e decretar a administração especial em planos de beneficios operados pelas entidades fechadas de previdência
complementar, bem como propor ao ministro a decretação de intervenção ou liquidação das referidas entidades.

Com função regulatória, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) é o órgão responsável pelo controle e pela
fiscalização do mercado de seguros, previdência complementar aberta e capitalização.

As Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC são constituídas unicamente sob a forma de sociedade
anonima, com o objetivo de instituir e administrar planos de beneficios de caráter previdenciário que poderão ser
contratados por toda e qualquer pessoa fisica.

Autarquia vinculada ao Ministério da Economia, foi criada pelo Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966, que
também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual fazem parte o Conselho Nacional de Seguros Privados
(CNSP), a Susep, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), as sociedades autorizadas a operar em seguros privados e
capitalização, as entidades de previdência complementar aberta e os corretores habilitados.

O CNSP é o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da politica de seguros privados, sendo suas principais
funções:

-regular a constituição, a organização, o funcionamento e a fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao SNSP,
bem como a aplicação das penalidades previstas;

fixar as caracteristicas gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro;

estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;

prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada
Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites Legais e técnicos das respectivas operações; e

disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor

Compete à Susep, na qualidade de executora da politica traçada pelo CNSP

-fiscalizar a constituição, a organização, o funcionamento e as operações das Sociedades Seguradoras,


processar os pedidos de autorização para constituição, organização, funcionamento, fusão, encampação, grupamento,
transferência de controle acionário e reforma dos estatutos das Sociedades Seguradoras, opinar sobre eles e encaminhá-
los ao CNSP.

baixar instruções e expedir circulares relativas à regulamentação das operações de seguro, fixar condições de apólices,
planos de operações e tarifas a serem utilizadas obrigatoriamente pelo mercado segurador nacional

aprovar os limites de operações das Sociedades Seguradoras,

autorizar a movimentação e liberação dos bens e valores obrigatoriamente inscritos em garantia das reservas técnicas e
do capital vinculado,

fiscalizar as operações das Sociedades Seguradoras; e

proceder à liquidação das Sociedades Seguradoras que tiverem cassada a autorização para funcionar no país.

MÓDULO 02 – PARTICIPANTES DO MERCADO

Para instituições financeiras nacionais começarem suas operações, é necessário autorização do Banco Central. Para
instituições financeiras estrangeiras, além da aprovação do Banco Central, é preciso, também, a autorização por decreto
assinado pelo Presidente da República.

As principais atividades e funções de cada uma das instituições financeiras que atuam no sistema financeiro serão
descritas resumidamente a seguir.

OE 300.01.a - Entender e explicar as principais atribuições dos bancos múltiplos, bancos comercials, bancos de
investimento, sociedades corretoras e sociedades distribuidoras de titulos e valores mobiliários.

Bancos Comerciais

São as mais conhecidas das instituições financeiras em função dos múltiplos serviços prestados à população, constituindo
a base do sistema monetário.

Segundo o Manual de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, os bancos comerciais possuem como objetivo
proporcionar o suprimento adequado de recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a
indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas.

Para tanto, podem, entre outras atividades, descontar titulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em
conta corrente, captar recursos à vista e a prazo fixo, repassar aos clientes recursos de instituições oficiais e obter recursos
externos para repasse.

A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade tipica do banco comercial, o qual pode, também,
captar depósitos a prazo, sendo o spread bancário a diferença entre a taxa que as instituições financeiras captam dinheiro
e a taxa que elas cobram ao emprestá-lo.

Os bancos comerciais devem ser constituidos sob a forma de sociedade anonima e na sua denominação social deve
constar a expressão "Banco" (Res. CMN 2.099/1994).

Bancos de Investimento

São instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação societária de caráter temporário, de
financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de
terceiros.
Devem ser constituidos sob a forma de sociedade anonima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a
expressão "Banco de Investimento" (Res. CMN 2.624/1999).

Esses bancos captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos
de investimento por eles administrados.

As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de titulos e
valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos.

Os bancos de investimento fortalecem as processos de capitalização das empresas ao prolongarem o prazo das operações
de empréstimo e financiamento para a compra de máquinas e equipamentos e da subscrição de debentures e ações
(operações de underwriting).

Por meio de atividades de corporate finance (fusões, cisões ou incorporações), contribuem para melhorar a ordenação da
economia e proporcionar uma maior eficiência para as empresas

Não podem manter contas correntes, nem destinar recursos a empreendimentos imobiliários.

Bancos Múltiplos

Foram criados para racionalizar a administração das instituições financeiras, permitindo que algumas delas se constituam
em uma única empresa. Na prática, as funções de cada uma são mantidas separadas, mas as operações são contabilizadas
em um único balanço.

Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam

as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras:

- comercial:

-de investimento e/ou de desenvolvimento

de crédito imobiliário

de arrendamento mercantil (leasing); e

-de crédito, financiamento e investimento.

Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis as instituições singulares
correspondentes às suas carteiras.

A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público.

Para que se configure a existência de um banco múltiplo, este deve possuir pelo menos duas das cinco carteiras
anteriormente mencionadas, sendo uma delas, necessariamente, a comercial ou a de investimento.

Bolsa de Valores

As bolsas de valores são ambientes organizados para negociação de titulos e valores mobiliários. Sua principal função é
proporcionar um ambiente liquido, transparente e seguro para a realização de negócios, contribuindo assim para a
eficiência do mercado de capitais. Ademais, fornecem ambiente para as companhias levantarem capital para expansão de
suas atividades, mediante ofertas públicas de ações e outros valores mobiliários, destinadas inclusive a pequenos
investidores.

As bolsas de valores utilizam sistemas eletrônicos de negociação para registro das ordens de compra e venda. No Brasil,
atualmente, a principal bolsa é a B3 (sigla para Brasil, Bolsa, Balcão), entidade organizada sob a forma de sociedade por
ações (SA), cuja regulação e fiscalização é atribuição da CVM.
As bolsas têm autonomia para exercer seus poderes de autorregulamentação sobre os participantes de mercado que
nelas operam, pois é somente através das corretoras e distribuidoras que os investidores tem acesso aos sistemas de
negociação para efetuarem suas transações de compra e venda.

ABSM Supervisão de Mercados é uma associação civil sem fins lucrativos constituida pela B3 para realizar, com autonomia
administrativa e orçamentária, as atividades de autorregulação, monitoramento, supervisão e fiscalização.

Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM)

Operam com compra, venda e distribuição de titulos e valores mobiliários (ações, ouro e câmbio, por exemplo) por conta
de terceiros, fazendo a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias e futuros.

Também podem administrar carteiras e fundos de investimento, bem como custodiar valores mobiliários, operar no
mercado aberto e realizar lançamentos públicos de ações.

Sua constituição e seu funcionamento dependem da autorização do Banco Central e da CVM, respectivamente.

Corretoras de câmbio

As sociedades corretoras de câmbio são constituidas sob a forma de sociedade anonima ou por colas de responsabilidade
limitada, devendo constar na sua denominação social a expressão "Corretora de Cambio".

Tém por objeto social exclusivo a intermediação em operações de câmbio e a prática de operações no mercado de câmbio
de taxas flutuantes. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil

Corretoras de mercadorias

Para os efeitos da Instrução CVM no 402/2004, considera-se "corretora de mercadorias" a sociedade habilitada a negociar
ou registrar operações com valores mobiliários em bolsa de mercadorias e futuros. Essas corretoras estão sujeitas ao
controle e à fiscalização da CVM, bem como das bolsas de mercadorias e futuros das quais tiverem sido admitidas como
membros, e também integram o sistema brasileiro de distribuição de valores mobiliários.

Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM)

Por meio da Decisão Conjunta no 17 do Banco Central e da CVM (março/2009), as Distribuidoras ficam autorizadas a
operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados da bolsa de valores.

Clas também efetuam a subscrição e a intermediação da colocação de emissões de titulos e valores mobiliários.

É importante destacar que a competência da CVM em relação às CTVMs e DTVMs está limitada ao que prevé a Lei
6.385/76, ou seja, as operações com valores mobiliários.

No conceito de valores mobiliários sujeitos ao regime da referida lei incluem-se, por exemplo, ações, debentures e
contratos derivativos, mas, por exemplo, não são incluidos os titulos públicos, sendo que toda a atividade relativa a esses
ativos está sujeita à regulamentação e fiscalização do Banco Central do Brasil.

OE 300.02.a - Entender e explicar as principais atribuições da Caixa Econômica, BNDES, Financeiras e Cooperativas de
Crédito.

Caixa Econômica Federal

A Caixa Econômica é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Economia, habilitada a captar depósitos à vista,
realizar operações ativas, prestar serviços e centralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos oriundos
do FGTS.

A Caixa Econômica Federal tem o monopólio de empréstimo com penhor dos bens pessoais, e integra o Sistema Brasileiro
de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro Habitacional (SFH).

BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDCS) é um dos maiores bancos de desenvolvimento do
mundo e, hoje, o principal instrumento do Governo Federal para o financiamento de longo prazo e investimento em todos
os segmentos da economia brasileira.

O apoio do BNDES ocorre por meio de financiamento a investimentos, subscrição de valores mobiliários, prestação de
garantia e concessão de recursos não reembolsáveis a projetos de caráter social, cultural e tecnológico. O Banco atua por
meio de produtos, programas e fundos, conforme a modalidade e a caracteristica das operações.

Por ser uma empresa pública e não um banco comercial, o BNDES avalia a concessão do apoio com foco no impacto
socioambiental e económico no Brasil Incentivar a inovação, o desenvolvimento regional e o desenvolvimento
socioambiental são prioridades para a instituição.

Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (Financeiras)

Conhecidas como "financeiras, são instituições privadas que fornecem empréstimo e financiamento para aquisição de
bens e serviços (crédito direto ao consumidor), além de outras operações, como financiamentos a profissionais
autônomos.

As financeiras não são autorizadas a captar depósitos à vista ou manter conta correntes. A principal fonte de recursos é a
colocação de Letras de Cambio no mercado, que são titulos emitidos pelos devedores e aceitos pela SCFI.

Muitas das financeiras não ligadas a bancos operam como braço financeiro de grupos comerciais ou industriais. É o caso,
por exemplo, de lojas de departamentos ou montadoras de automóveis que possuem suas próprias financeiras

Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, em cuja denominação social deve constar a expressão
"Crédito, Financiamento e Investimento".

OE 300.03.a - Entender e explicar as principais atribuições das sociedades de arrendamento mercantil, sociedades de
crédito imobiliário, companhias hipotecárias e cooperativas de crédito.

Sociedades de Arrendamento Mercantil

São sociedades compostas por pessoas juridicas que tenham como objeto principal de sua atividade a prática de
operações de arrendamento mercantil (leasing) nas modalidades financeira e operacional Podem ser objeto de
arrendamento bens móveis, de produção nacional ou estrangeira, e bens imóveis adquiridos pela entidade arrendadora
para fins de uso próprio da arrendatária (Res. CMN 2.309/1996). Além de recursos próprios, as fontes podem ser
provenientes de empréstimos contraidos no pais e no exterior, colocação de debentures e de notas promissórias, cessão
de contratos, depósitos interfinanceiros, dentre outras formas autorizadas pelo Bacen.

Essas sociedades também podem realizar operações de leasing financeiro contratadas com o próprio vendedor do bem ou
com pessoas a ele ligadas: bancos múltiplos com carteira de investimento, de desenvolvimento e/ou de crédito
imobiliário, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento; caixas econômicas; e sociedades de crédito imobiliário.

Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI)

Instituições financeiras voltadas a repassar recursos captados por meio de contas de poupança, cédulas hipotecárias,
letras imobiliárias, além de recursos de financiamento ou repasses nacionais ou estrangeiros. O foco da SCI consiste no
financiamento para construção de habitações, na abertura de crédito para compra ou construção de casa própria e no
financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construção.

São constituidas sob a forma de sociedade anonima e deve constar de sua denominação social a expressão "Crédito
Imobiliário

Os dois principais sistemas de financiamento imobiliário são:


Sistema Financeiro da Habitação (SFH): é regulamentado pelo Governo Federal, que estabelece algumas condições para a
concessão do financiamento, como valor máximo de avaliação do imóvel e custo efetivo máximo do empréstimo; e

Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI): abrange todos os outros financiamentos que não seguem os requisitos do
SFH, sendo que as condições são negociadas entre os mutuários e os agentes financeiros.

Companhias Hipotecárias (CH)

Instituições financeiras autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central que têm por objetivo a concessão de
financiamentos imobiliários residenciais ou comerciais, empréstimos garantidos por hipotecas ou alienação fiduciaria de
imóveis e repasses de recursos relacionados a programas imobiliários, além da administração de fundos de investimento
imobiliário (FI).

Deve ser constituida sob a forma de sociedade anonima e a expressão "Companhia Hipotecária" deve constar de sua
denominação social.

Apesar da CH ter sido criada para fomentar o financiamento além dos limites do SFH (Res. CMN 2122/1994),
posteriormente passou a fazer parte e estar sujeita às normas também desse sistema (Lei n° 11.977/2009). Nada
obstante, as CH não recebem depósitos de poupança. Seus recursos provém, entre outros, de letras hipotecárias,
debentures, empréstimos, financiamentos no Pais e no Exterior e letras de crédito imobiliário (LCI).

Cooperativas de Crédito

Instituições financeiras formadas pela associação de pessoas para prestar serviços financeiros exclusivamente aos seus
associados. Os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da cooperativa, participando de sua gestão e
usufruindo de seus produtos e serviços.

O resultado positivo da cooperativa, conhecido como sobra, é repartido entre os cooperados. Por outro lado, eles estão
sujeitos a participar do rateio de eventuais perdas, em ambos os casos, na proporção dos serviços usufruidos.

Diferentemente de outros ramos do cooperativismo, as cooperativas de crédito são autorizadas e supervisionadas pelo
Banco Central e seus associados encontram os principais serviços disponiveis nos bancos, tais como como conta corrente,
aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos.

A Politica Nacional de Cooperativismo, estabelecida pela Lei no 5764/1971, definiu os seguintes tipos de cooperativas

Singulares: são as constituídas pelo número minimo de vinte pessoas fisicas, sendo excepcionalmente permitida a
admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas fisicas
ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos.

- Centrais ou federações de cooperativas: são as constituídas de, no minimo, très singulares filiadas.

- Confederações de cooperativas centrais: são as constituidas por pelo menos trés cooperativas centrais ou federações de
cooperativas, da mesma ou de diferentes modalidades.

Investidores Qualificados, Profissionais e Não Residentes

OE 300.04.a-Entender e explicar os conceitos de Investidores Qualificados, Profissionals e Não-Residentes.

O investidor individual investe para si mesmo, enquanto que o investidor institucional investe em nome de outras pessoas
ou organizações.

Uma das formas de alcançar o fortalecimento do mercado de capitais é restringindo a venda de instrumentos financeiros
mais complexos a investidores qualificados ou profissionais. Sendo assim, a CVM definiu normas para o enquadramento
como investidor qualificado e profissional e os instrumentos financeiros que só podem ser oferecidos para esses
investidores.

A Instrução da CVM 554/2014, em seu artigo 9-B, define investidores qualificados como:
investidores profissionais,

- pessoas naturais ou juridicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 1.000.000,00 e que,
adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio,

as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas
pela CVM como requisitos para o registro de assessores de investimento, administradores de carteira, analistas e
consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e

-clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que sejam investidores qualificados.

São considerados investidores profissionais

- instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil;

- companhias seguradoras e sociedades de capitalização;

entidades abertas e fechadas de previdência complementar

pessoas naturais ou juridicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 e que,
adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor profissional mediante termo próprio,

fundos de investimento,

-clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de carteira de valores mobiliários
autorizado pela CVM.

assessores de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários autorizados pela
CVM, em relação a seus recursos próprios,

investidores não residentes.

Investidores Não Residentes (INRS) são pessoas físicas ou jurídicas, inclusive fundos ou outras entidades de investimento
coletivo, com residência, sede ou domicilio no exterior e que investem no Brasil.

A Resolução CMN no 4.373/14 disciplina sobre as aplicações dos INRS no Brasil, nos mercados financeiro e de capitais do
país. Ainda, de acordo com o art. 4o do mesmo normativo, tais investidores estão sujeitos a registro prévio na CVM.

MÓDULO 03 – CÓDIGO DE CERTIFICAÇÃO

Anbima - Atribuições

OE 110.01.a - Conhecer e compreender a atuação, objetivo e compromissos da Anbima em relação aos mercados de
capitais.

A partir da união entre a Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) e a Associação Nacional
dos Bancos de Investimento (Anbid), desde 2009, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de
Capitais (Anbima) representa o segmento das instituições que atuam nos mercados de capitais brasileiro.

Com o objetivo de fortalecer a representação do setor e apoiar a evolução do mercado, a Anbima assume quatro
compromissos:

- Representar: promove a discussão sobre propostas de aprimoramento do mercado, além de propor boas práticas de
negócios aos associados,
- Autorregular: supervisiona e orienta as instituições associadas através dos Códigos de Autorregulação e Melhores
Práticas:

A autorregulação da Anbima é organizada na forma voluntária privada e abrange as très atividades que integram o
conceito geral de regulação: a elaboração de regras, a supervisão e o enforcement, que reúne as iniciativas para fazer
cumprir e punir o descumprimento. As instituições formalizam a sua adesão aos códigos e ao modelo de autorregulação
por meio de procedimento documentado, válido para fins dos processos sancionadores.

- Informar. divulga referências de preços e indices, provendo informações sobre os mercados representados pela entidade.

- Educar capacita e qualifica os investidores brasileiros e os profissionais que atuam no mercado por meio de certificações,
educação continuada e disseminação de conteúdo sobre educação financeira.

Objetivo e Abrangência (Capítulo II)

OE 110.02.a - Entender e explicar o objetivo e abrangência, bem como os principios gerais do Código Anbima de
Certificação (Capitulo II).

Art. 2'-O presente Código tem por objetivo estabelecer principios e regras para a capacitação técnica dos profissionais das
Instituições Participantes que desempenham as Atividades Elegiveis.

Art. 3'- Este Código se destina aos bancos múltiplos bancos comerciais, bancos de investimento. bancos de
desenvolvimento, sociedades corretoras e distribuidoras de titulos e valores mobiliários, as pessoas jurídicas que
desempenham as atividades de Gestão de Recursos de Terceiros e Gestão de Patrimônio Financeiro, assim como as
securitizadoras.

51°. Os Gestores de Recursos de Terceiros e as securitizadoras que atuarem na atividade de Distribuição de Produtos de
Investimento, nos termos permitidos pela Comissão de Valores Mobiliários, devem obter as certificações obrigatórias para
a atividade de Distribuição, conforme previsto na seção I do capitulo VIII deste Código.

52°. A observância das normas deste Código é obrigatória para as Instituições Participantes.

53°. As Instituições Participantes devem assegurar que o presente Código seja também observado por todos os
integrantes de seu Conglomerado ou Grupo Econômico que estejam autorizados, no Brasil, a desempenhar as Atividades
Elegiveis

54°. A obrigação prevista no caput não implica o reconhecimento, por parte das Instituições Participantes, da existência de
qualquer modalidade de assunção, solidariedade ou transferência de responsabilidade entre esses integrantes, embora
todas as referidas entidades estejam sujeitas às regras e aos principios estabelecidos pelo presente Código.

Art. 4° - As Instituições Participantes submetidas à ação reguladora e fiscalizadora do Conselho Monetário Nacional, do
Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários, concordam, expressamente, que o adequado desempenho
das Atividades Elegíveis excede o limite de simples observância da Regulação que lhes são aplicáveis, devendo, dessa
forma, submeter-se também aos procedimentos estabelecidos por este Código.

Parágrafo único - O presente Código não se sobrepõe à Regulação vigente, caso haja contradição entre as regras
estabelecidas neste Código e a Regulação em vigor, a disposição contrária do Código deve ser desconsiderada, sem
prejuízo das demais regras nele previstas.

Princípios Gerais de Conduta (Capítulo IV)

OE 110.03.a - Entender os principios gerais de conduta que norteiam a atuação do profissional certificado, tanto em
relação aos mercados em que atua como em relação à Instituição Participante com a qual mantenha vinculo (Capitulo IV).

Art. 6-As Instituições Participantes devem assegurar que seus profissionais L Possuam reputação ilibada;
II. Exerçam suas atividades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade;

III. Cumpram todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercicio de suas atividades, o cuidado que toda pessoa
prudente e diligente costuma dispensar à administração de seus próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações
ou irregularidades que venham a ser cometidas

IV. Norteiem a prestação de suas atividades pelos principios da liberdade de iniciativa e da livre concorrência, evitando a
adoção de práticas caracterizadoras de concorrência desleale/oude condições não equitativas, respeitando os principios
de livre negociação; V. Evitem quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e principios contidos
neste Código e na Regulação em vigor.

VI. Adotem condutas compatíveis com os principios de idoneidade moral e profissional; VIL Vedem a intermediação de
investimentos ilegais e não participem de qualquer negócio que envolva fraude ou corrupção, manipulação ou distorção
de preços, declarações falsas ou lesão aos direitos de investidores;

VIII. Sejam diligentes e não contribuam para a veiculação ou circulação de noticias ou de informações inveridicas ou
imprecisas sobre o mercado financeiro e de capitais;

IX. Zelem para que não sejam dadas informações imprecisas a respeito das atividades que é capaz de prestar, bem como
com relação a suas qualificações, seus titulos acadêmicos e experiência profissional; e

X. Cumpram com o disposto neste Código e nos Códigos Anbima das Atividades Elegiveis as quais exerçam, como o Código
de Recursos de Terceiros e o Código de Distribuição.

Art. 7 - As Instituições Participantes devem assegurar que seus profissionais, no exercicio de suas atividades, não tenham

L Sido inabilitados para o exercicio de cargo em instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo
Banco Central, pela CVM, pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar ou pela Susep

II. Sua autorização para o exercicio da atividade suspensa, cassada ou cancelada; e/ou

III. Sofrido punição definitiva, nos últimos 5 (cinco) anos, em decorrência de sua atuação como administrador ou membro
de conselho fiscal de entidade sujeita ao controle e à fiscalização dos órgãos reguladores mencionados anteriormente.

Art. 8"- São considerados descumprimento ás obrigações e aos principios deste Código não apenas a inexistência das
regras e procedimentos aqui exigidos, mas também a sua não implementação ou implementação inadequada para os fins
previstos neste Código.

Parágrafo único - São evidencias de implementação inadequada das regras e procedimentos previstos no Código:

@). A reiterada ocorrência de falhas, não sanadas nos prazos estabelecidos, e

Aausencia de mecanismo ou evidência que demonstre a aplicação dos procedimentos estabelecidos por este Código.

Art. 9 - As Instituições Participantes devem garantir, por meio de controles internos adequados, o permanente
atendimento ao disposto neste Código, ás politicas e à Regulação vigente.

51°. Para assegurar o cumprimento do disposto no caput, as Instituições Participantes devem implementar e manter, em
documento escrito, regras, procedimentos e controles internos que contenham, no minimo

L Procedimentos para identificação de todos os Profissionais Certificados na admissão e no desligamento, bem como para
atualização das informações desses profissionais de modo a manter atualizado o Banco de Dados da Anbima

II. Critérios adotados pelas Instituições Participantes para determinar as Atividades Elegiveis para cada uma das
certificações;
III. Critérios de identificação de elegibilidade de profissionais transferidos

IV. Procedimento adotado para a atualização da certificação dos profissionais que atuam em Atividades Elegíveis quando
de seu vencimento; e

V. Procedimento para afastamento imediato dos profissionais que desempenhem Atividades Clegiveis semadevida
certificação, ou com a certificação vencida, bem como documentação formal que evidencie esse afastamento, observadas
as exceções expressas neste Código. 52°. Os controles previstos no caput devem ser efetivos e consistentes com a
natureza, porte, complexidade, estrutura, perfil de risco e modelo de negócio das Instituições Participantes.

Art. 10-As Instituições Participantes devem assegurar que os profissionais a elas vinculados conheçam e assinem, de
forma manual ou eletrônica, o código de ética por elas adotado até o último dia do mês subsequente à sua contratação.

Certificações Anbima (Capítulo VIII)

Certificação Profissional Anbima para Especialistas em Investimentos (CEA)

OE 110.04.a-Indicar as regras especificas relativas à Certificação Profissional Anbima para Especialistas em Investimentos
(Capitulo VIII - Seção I, Subseção III).

Art. 23. A CEA é destinada aos profissionais que assessoram os gerentes de contas de investidores pessoas fisicas em
investimentos, podendo indicar Produtos de Investimento.

51° Não são considerados como especialistas de investimento os profissionais que apenas executam ordens e os
profissionais que assessoram os gerentes de contas de investidores pessoas fisicas exclusivamente em uma única
modalidade de investimento.

52° Os Profissionais que obtiverem a CEA poderão exercer as atividades que requeiram CPA-10 e CPA-20.

53° As Instituições Participantes devem

L Manter, no minimo, 75% (setenta e cinco) por cento dos profissionais descritos no caput certificados pela CEA; e

II. Certificar os 25% (vinte e cinco) por cento dos profissionais restantes em até doze meses, a contar do inicio no exercicio
da atividade prevista no caput, devendo esses profissionais possuir, durante este período, a CPA-20.

54°Não serão considerados única modalidade de investimento os Fundos de Investimento classificados em diferentes
classes, conforme estabelecido pela Regulação em vigor.

Certificação Anbima para Gestão de Recursos de Terceiros

OE 110.04.b - Indicar as regras específicas relativas à Certificação Profissional Anbima para Gestores de Recursos de
Terceiros (Capitulo VIII - Seção II).

Art. 24. As certificações aplicáveis à Gestão de Recursos de Terceiros são

LCFG.

II. CGA; e

IIL CGE.

Art. 25. Estão abarcados por esta seção todos os profissionais que atuam na Gestão de Recursos de Terceiros e tenham
alçada/poder discricionário de investimento (compra e venda) dos Ativos Financeiros e Imobiliários, conforme aplicável,
integrantes das carteiras dos Veiculos de Investimento. 51°. Não se aplica o disposto no caput ao profissional que apenas
obliver a CFG

52°. O profissional que fizer a Gestão de Recursos de Terceiros de Fundos de indice deve possuir a CGA ou a CGC, sendo
ambas aceitas para cumprimento do disposto no caput
Subseção I-Certificação Anbima Fundamentos (CFG)

Art. 26. ACFG é destinada aos profissionais que têm interesse em desempenhar o exercicio profissional de Gestão de
Recursos de Terceiros, não tem caráter obrigatório e não é condição para atuar em nenhuma atividade especifica, sendo,
no entanto, pré-requisito para se certificar na CGA e/ou na CGE

Subseção II-Certificação de Gestores Anbima (CGA)

Art. 27. A CGA é destinada aos profissionais que desempenham o exercicio profissional de Gestão de Recursos de
Terceiros de Fundos 555 classificados como renda fixa, ações, multimercados, cambiais e Carteiras Administradas,
observado o parágrafo 2o do artigo 25 deste Código.

Subseção III-Certificação de Gestores Anbima para Fundos Estruturados (CGE)

Art. 28. A CGE é destinada aos profissionais que desempenham o exercicio profissional de Gestão de Recursos de Terceiros
de Fundos estruturados, observado o parágrafo 2o do artigo 25 deste Código.

Parágrafo único - Cabe à Diretoria expedir regras e procedimentos que descrevam os Fundos de Investimento
considerados estruturados para fins deste Código.

Certificação Anbima para Gestão de Patrimônio Financeiro

OE 110.04.c - Indicar as regras especificas relativas à Certificação para Gestão de Patrimônio Financeiro (Capitulo VIII -
Seção III).

Art. 29. O Gestor de Recursos que desempenha a atividade de Gestão de Património deve, para exercicio de sua atividade,
obter a CGA e/ou CGE, conforme aplicável

51°. Sem prejuízo do disposto no caput, a Instituição Participante que desempenha a atividade de Gestão de Patrimônio
Financeiro deve assegurar que 75% (setenta e cinco por cento), no minimo, dos profissionais que atuam na Gestão de
Patrimônio Financeiro realizando contato comercial.com o investidor, a fim de assessorar suas decisões de investimento,
sejam certificados:

L Pela CEA: ou

IL Pelo CFP®, ou

IIL Pelo CFA, ou

IV. Pela CGA; ou

V. Pela CGC

52°. A Diretoria poderá regulamentar por meio de regras e procedimentos os prazos para que as

Instituições Participantes atendam ao percentual estabelecido pelo caput

MÓDULO 04 – SISTEMA E CAMARA DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA

A Conta Reservas Bancárias é uma conta de movimentação obrigatoriamente mantida por bancos comerciais, bancos
múltiplos com carteira comercial e caixas económicas junto ao Banco Central, cujas transações ocorrem de forma
eletrônica e escritural. Ou seja, cada banco possui uma conta reserva no Banco Central, na qual ocorrem inúmeras
transações ao longo do dia.
Dessa forma, para um correntista transferir recursos para outro correntista de outro banco, necessariamente o fluxo de
movimentação passa pelas Contas Reservas Bancárias das respectivas instituições financeiras mantidas no Banco Central.

Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)

OE 301.01.a - Explicar as funções, a estrutura e o funcionamento do SPB.

O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende as entidades, os sistemas e os procedimentos relacionados com o
processamento e a liquidação de operações de transferência de fundos, moeda estrangeira ou com ativos financeiros e
valores mobiliários.

Utilizamos o Sistema de Pagamentos Brasileiro quando:

transferimos dinheiro entre bancos,

depositamos um cheque de um banco em uma conta de outro banco,

pagamos um boleto de um banco com débito em conta de outro banco negociamos titulos e valores mobiliários

- realizamos qualquer pagamento com nosso cartão de débito ou crédito.

É por meio do Sistema de Pagamentos Brasileiro que o dinheiro sai da conta do "devedor" e chega

até a conta do "credor

Como esse sistema envolve a transferência de recursos, necessariamente a instituição que estiver recebendo o
pagamento acusará um aumento de recursos financeiros em sua conta e, por consequência, a instituição que estiver
efetivando o pagamento deverá ter sua conta sensibilizada de forma negativa. Ou seja, o aumento de liquidez (recursos
financeiros) em uma instituição se dará em função da diminuição de liquidez em outra.

No Sistema de Pagamentos Brasileiro, ocorrem inúmeras transações como essa ao longo do dia, pois correntistas fazem
saques, realizam pagamentos, contraem empréstimos e fazem investimentos. Por

sua vez, esse mecanismo também é utilizado por empresas e bancos que efetuam negociação com titulos públicos e
privados das mais variadas categorías.

O grande risco refere-se à possibilidade de, nesse emaranhado de transações, algum banco não honrar determinado
pagamento, o que pode provocar uma sequência de inadimplências dentro do sistema bancário - o chamado risco
sistémico. Quando materializado, o risco sistêmico pode implicar desde pequenas perdas até a quebra do sistema
bancário como um todo.

Visando diminuir esse risco, o Sistema de Pagamentos Brasileiro é constituido por Camaras de Compensação.

Câmaras de Compensação

As Camaras de Liquidação e Compensação são conhecidas como Clearings. Elas são instituições que proporcionam, de
forma eletrônica, rápida e segura, a compensação e a liquidação referentes as mais diversas operações que envolvam
transferência de fundos.

Camaras ou Clearings basicamente eliminam o risco de contraparte, ou seja, o risco de uma parte pagar e não receber o
ativo, ou do vendedor entregar o ativo e não receber o pagamento. Elas fazem isso primeiro recebendo os valores do
comprador e os ativos do vendedor, para somente depois entregar os valores ao vendedor e os ativos ao comprador.

As Câmaras ou Clearings privadas de ativos e de pagamentos foram estruturadas com o objetivo de promover a liquidação
de operações nos respectivos segmentos. As Clearings têm a responsabilidade de

- Garantir operações por elas autorizadas,

- Gerenciar riscos envolvidos em operações realizadas por seus participantes, e


- Liberar as operações.

As mais importantes Câmaras de Compensação no Brasil são a B3 e a Selic

Selic

OE 301.02.a - Entender e explicar as principais atribuições e importância do Selic. Criado em 1979, o Selic é o Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia. Ele é gerido e operado pelo Banco Central em parceria com a Anbima. O sistema
destina-se à emissão, ao resgate, ao pagamento dos juros e á custódia dos titulos emitidos pelo Tesouro Nacional

O Sistema processa os titulos, além de realizar emissão, resgate, pagamento dos juros e custódia. Os principais titulos
custodiados no Selic são

- LFT - Tesouro Selic

LTN- Tesouro Prefixado,

NTN-F - Tesouro Prefixado com juros semestrais;

NTN-B- Tesouro IPCA com juros semestrais

NTN-B Principal - Tesouro IPCA; e

NTN-C - Tesouro IGP-M com juros semestrais.

B3

OE 301.02.b - Entender e explicar as principais atribuições e importância da B3 S/A - Brasil no Sistema Financeiro Nacional.

A B3 foi formada a partir da fusão entre a BM&F Bovespa e a Cetip. É uma das principais empresas de infraestrutura de
mercado financeiro mundial, atuando tanto em ambiente de bolsa, como de

balcão. É constituida por meio de sociedade de capital aberto, com ações (B35A3) negociadas no Novo Mercado.

AB3 desempenha as atividades de criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito
e registro para todas as principais classes de ativos, tais comox

Listado B3 - ações, derivativos e commodities;

Balcão B3-titulos privados e operações estruturadas; e

- Câmara de Cambio - moedas à vista

Ainda atua como contraparte central garantidora para a maior parte das operações realizadas em seus mercados e oferta
serviços de central depositária e de central de registro.

As operações à vista com ações são liquidadas em D 2, ao passo que as operações com titulos de renda fixa privada
possuem um ciclo de liquidação de Do ou D11. Prêmios de opções sobre ações são liquidados em D'1

A BSM Supervisão de Mercados é uma associação civil sem finalidade lucrativa e tem por objetivo analisar, supervisionar e
fiscalizar as operações e as atividades das instituições financeiras que atuam junto à B3 e da própria B3.

MÓDULO 05 – CÓDIGO DE DISTRIBUIÇÃO

Definições (Capítulo 1)

OE 004.01.a - Entender e explicar as definições necessárias para a interpretação do Código Anbima para Distribuição de
Produtos de Investimento.

Art. 1° - Para os efeitos deste Código, entende-se por.


Produtos de Investimento: ativos definidos pela CVM e/ou pelo BCB.

Distribuição de Produtos de Investimento:

oferta de Produtos de Investimento de forma individual ou coletiva, resultando ou não em aplicação de recursos, assim
como a aceitação de pedido de aplicação por meio de agências bancárias, plataformas de atendimento, centrais de
atendimento, Canais Digitais, ou qualquer outro canal estabelecido para este fim; e

atividades acessórias prestadas aos investidores, tais como manutenção do portfólio de investimentos e fornecimento de
informações periódicas acerca dos investimentos realizados.

Objetivo e Abrangência (Capítulo II)

OE 004.02.a - Entender e explicar o objetivo e a abrangência do Código Anbima para Distribuição de Produtos de
Investimento.

Art. 2" - Este Código autorregula a distribuição de produtos de investimento e tem por objetivo estabelecer principios,
regras e procedimentos para esta atividade visando promover, principalmente: L A manutenção dos mais elevados
padrões éticos e a consagração da institucionalização de práticas equitativas no mercado financeiro e de capitais,

II. A concorrência leal;

III. A padronização de seus procedimentos;

IV. O estimulo ao adequado funcionamento da Distribuição de Produtos de Investimento;

V. A transparência no relacionamento com os investidores, de acordo com o canal utilizado e as características dos
investimentos; e

VI. A qualificação das instituições e de seus profissionais envolvidos na Distribuição de Produtos de Investimento.

Art. 3° - Este Código se destina aos bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de
desenvolvimento, sociedades corretoras e distribuidoras de titulos e valores mobiliários, assim como as instituições
participantes autorizadas apenas pela CVM a distribuir seus próprios produtos de investimento.

51°. As instituições participantes autorizadas apenas pela CVM a distribuir seus próprios produtos de investimento não
estão obrigadas a aderir formalmente a este Código, devendo somente observar e cumprir com todas as disposições nele
previstas, conforme aplicável

52° As Instituições Participantes devem assegurar que o presente Código seja também observado por todos os integrantes
de seu Conglomerado ou Grupo Econômico que estejam autorizados, no Brasil, a distribuirem Produtos de Investimento.

53°A obrigação prevista no parágrafo acima não implica o reconhecimento, por parte das Instituições Participantes, da
existência de qualquer modalidade de assunção, transferência de responsabilidade ou solidariedade entre esses
integrantes, embora todas as referidas entidades estejam sujeitas às regras e principios estabelecidos pelo presente
Código.

54° As Instituições Participantes estão dispensadas de observar o disposto neste Código na Distribuição de

L Produtos de investimento para

a União, Estados, Municipios e Distrito Federal, observado o parágrafo 7o deste artigo, e b. Pessoa jurídica dos segmentos
classificados como middle e corporate, segundo critérios estabelecidos pela própria Instituição Participante

II. Caderneta de poupança, observado o parágrafo 1o do artigo 80 deste Código.

55°.Os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) não estão incluidos na dispensa de que trata o inciso L, alinea "a" do
parágrafo acima.
56° Cabe à Diretoria regulamentar as regras e procedimentos referentes a outras dispensas não previstas no parágrafo 4o
deste artigo.

Art. 4° - As instituições participantes, ainda que submetidas à ação reguladora e fiscalizadora do Conselho Monetário
Nacional, do BCB e da CVM, concordam, expressamente, em submeter-se também aos procedimentos estabelecidos por
este Código.

ca

Parágrafo único - O presente Código não se sobrepõe à regulação, caso haja contradição entre as disposições deste Código
e a regulação, deve prevalecer a regulação, sem prejuízo das demais regras previstas no Código que não estejam
conflitantes.

Princípios Gerais de Conduta (Capítulo IV)

OE 004.03.a - Entender, interpretar e explicar os Princípios Gerais de Conduta das instituições participantes para exercer a
atividade de distribuição de produtos de investimento no varejo.

Art. 6° - As Instituições Participantes devem

Exercer suas atividades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade, cumprindo com suas obrigações e empregando o
cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à administração de seus próprios negócios,
respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a ser cometidas durante o período em que
prestarem as atividades autorreguladas por este Código,

II. Nortear a prestação das atividades pelos principios da liberdade de iniciativa e da livre concorrência, evitando a adoção
de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e/ ou de condições não equitativas;

III. Cumprir fielmente as exigências estabelecidas pela regulação, bem como as regras e principios contidos neste Código

IV. Adotar condutas compativeis com os principios de idoneidade moral e profissional; V. Evitar práticas que possam vir a
prejudicar a distribuição de produtos de investimento, especialmente no que tange aos deveres e direitos relacionados ás
atribuições especificas de cada uma das instituições estabelecidas em contratos, regulamentos, neste Código e na
regulação

VI. Envidar os melhores esforços para que todos os profissionais que desempenhem funções ligadas à Distribuição de
Produtos de Investimento atuem com imparcialidade e conheçam o código de ética da Instituição Participante e as
normas aplicáveis à sua atividade, VIL Divulgar informações claras e inequivocas aos investidores acerca dos riscos e
consequências que poderão advir dos Produtos de Investimento, e

VIII. Identificar, administrar e mitigar eventuais conflitos de interesse que possam afetar a imparcialidade das pessoas que
desempenhem funções ligadas à Distribuição de Produtos de Investimento.

Art. 7° - São considerados descumprimentos ás obrigações e aos principios deste Código não apenas a inexistência ou
insuficiência das regras e procedimentos aqui exigidos, mas também a sua não implementação ou implementação
inadequada para os fins previstos neste Código.

Parágrafo único - São evidências de implementação inadequada das regras e procedimentos estabelecidos neste Código a
reiterada ocorrência de falhas, não sanadas nos prazos estabelecidos pelo presente documento.

Regras e Procedimentos (Capítulo V)


OE 004.04.a-Compreender, interpretar e explicar as Regras e os Procedimentos para a atividade de distribuição de
produtos de investimento no âmbito de Segurança e Sigilo das Informações e da Gestão de Riscos.

Privacidade e proteção de dados pessoais (Seção II)

Art. 11 - As instituições participantes devem implementar e manter, em documento escrito e com base em critérios
próprios, regras, procedimentos e controles internos que tratem da privacidade e dos dados pessoais a que as instituições
tenham acesso, incluindo, no minimo.

L Como se dá o controle de privacidade e dados pessoais a que as instituições tenham acesso, identificando, mas não se
limitando a controlador, processador, bases legais, finalidade, duração de tratamento, compartilhamento e
responsabilidades;

IL Critérios adotados para a proteção da confidencialidade dos ativos de informação e dos dados pessoais tratados
durante todo o seu ciclo de vida, conforme classificação da informação, abordando desde a sua geração até o seu
descarte, incluindo armazenamento, acesso, criptografia, tratamento, transmissão e transporte,

III. Regras aplicáveis aos colaboradores para o gerenciamento de identidade e acesso aos ativos de informação e dados
pessoais a que tenham acesso, desde o inicio até o término do relacionamento do colaborador com as instituições,
inclusive nos casos de mudança de atividade dentro da mesma instituição, de forma a garantir o adequado tratamento
dos dados, e

IV. Prazo para atualização do documento de que trata o caput, que não deve ser superior a 24 (vinte e quatro) meses, ou
sempre que necessário se a regulação exigir.

Plano de continuidade de negócios (Seção III)

Art. 12 - As instituições participantes devem implementar e manter, em documento escrito, plano de continuidade de
negócios observando-se, no minimo

L Formas alternativas para processamento em situações de contingencia, assegurando a continuidade das atividades em
tempo hábil para cumprimento de suas responsabilidades,

II. Análise de riscos potenciais, os quais as instituições estejam expostas com a indicação da medida de contingencia a ser
adotada para mitigação, e

III. Planos de contingencia, detalhando os procedimentos de ativação, o estabelecimento de prazos para a implementação
e a designação das equipes que ficarão responsáveis pela operacionalização dos referidos planos.

Segurança da informação e cibersegurança (Seção IV)

Art. 13 - As instituições participantes devem implementar e manter, em documento escrito, regras, procedimentos e
controles internos de segurança da informação e de cibersegurança que sejam compativeis com o seu porte, perfil de
risco, modelo de negócio e complexidade das atividades desenvolvidas.

51°0 documento de que trata o caput deve ser formulado com base em principios que busquem assegurar a
confidencialidade, a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas de informação utilizados pelas instituições
participantes e deve conter, no minimo:

L Indicação dos procedimentos adotados para controle de informações consideradas pelas instituições como
confidenciais, reservadas ou privilegiadas a que tenham acesso os seus sócios, diretores, administradores, colaboradores
e terceiros contra-tados.
II. Avaliação de riscos, que deve identificar os ativos considerados relevantes pelas ins- tituições, sejam eles
equipamentos, sistemas, dados ou processos, suas vulnerabili- dades, considerando a identificação de probabilidades e
impactos de possiveis ame-aças cibernéticas.

III. Ações de proteção e prevenção, visando mitigar os riscos identificados, e

IV. Descrição dos mecanismos de supervisão para cada risco identificado, de forma a verificar sua efetividade e identificar
eventuais incidentes.

52°.Ċ recomendável que as instituições participantes observem, na elaboração do documento de que trata o caput, o guia
Anbima de segurança cibernética disponivel no site da Associação na internet

Art. 14-As instituições participantes devem exigir que seus colaboradores e/ou terceiros contratados assinem, de forma
manual ou eletrônica, documento de confidencialidade sobre as informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas
que lhes tenham sido confiadas em virtude do exercicio de suas atividades profissionais, excetuadas as hipóteses
permitidas em lei

Parágrafo único - As instituições participantes estão dispensadas de assinar o documento de que trata o caput, caso o
contrato de prestação de serviço do profissional ou do terceiro contratado possua cláusula de confidencialidade.

Art. 15-As instituições participantes devem assegurar que suas regras e procedimentos de contratação de terceiros,
observado o parágrafo 2o deste artigo, contemplem a contratação de serviços de processamento e armazenamento de
dados e de computação em nuvem, no Pais ou no exterior, classificados como criticos e/ou de maior risco conforme
metodologia de cada instituição.

51°. A contratação de serviços de processamento e armazenamento de dados de que trata o caput deve assegurar a
verificação da capacidade do potencial prestador de serviço, incluindo, no

minimo

L O cumprimento da regulação,

II. O acesso das instituições aos dados e ás informações a serem processados ou armazenados pelo prestador de serviço,

III. A confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a recuperação dos dados e das informações processados ou
armazenados pelo prestador de serviço;

IV. A sua aderência a certificações exigidas pelas instituições para a prestação do serviço a ser contratado, caso aplicável;

V. O provimento de informações e de recursos de gestão adequados ao monitoramento dos serviços a serem prestados;

V. Aidentificação e a segregação dos dados dos clientes das instituições por meio de controles fisicos ou lógicos; e

VIL A qualidade dos controles de acesso voltados à proteção dos dados e das informações dos clientes das instituições.

Publicidade (Capítulo VIII)

OE 004.05.a - Entender, interpretar e explicar a divulgação de publicidade, material técnico e material publicitário, além
dos avisos obrigatórios, em cada um desses documentos elaborados pelas instituições participantes, segundo as
disposições da legislação, regulação e autorregulação aplicáveis a cada produto de investimento, e a intervenção do
Conselho de Regulação e Melhores Práticas na expedição de diretrizes especificas.

Material Publicitário (Seção II)

Art. 35-A Instituição Participante, ao divulgar Material Publicitário em qualquer meio de comunicação disponivel, deve
incluir, em destaque, link ou caminho direcionando investidores ou potenciais investidores ao Material Técnico sobre o(s)
Produto(s) de Investimento mencionado(s), de modo que haja conhecimento de todas as informações, características e
riscos do investimento.

51°. Ainstituição Participante e empresas do Conglomerado ou Grupo Econômico que fizerem menção de seus produtos
de Investimento nos Materiais Publicitários de forma geral e não especifica, devem incluir link ou caminho que direcione
os investidores ou potenciais investidores para o site da instituição

52°.A Instituição Participante deve incluir, quando da divulgação de rentabilidade do Produto de Investimento em Material
Publicitário, o nome do emissor e a carência, se houver

Material Técnico (Seção III)

Art. 36 - O Material Técnico deve possuir, no minimo, as seguintes informações sobre o Produto de Investimento

L Descrição do objetivo e/ou estratégia,

II. Público-alvo, quando destinado a investidores especificos,

III. Carência para resgate e prazo de operação,

IV. Tributação aplicável;

V. Informações sobre os canais de atendimento,

VI. Nome do emissor, quando aplicável;

VIL Classificação do Produto de Investimento, e

VIII. Descrição resumida dos principais fatores de risco, incluindo, no minimo, os riscos de

liquidez, de mercado e de crédito, quando aplicável.

Parágrafo único - Nas agências e dependências da Instituição Participante, devem-se manter à disposição dos
interessados, seja por meio impresso ou passivel de impressão, as informações atualizadas previstas no caput para cada
Produto de Investimento distribuido nesses locals.

Avisos Obrigatórios (Seção VI)

Art. 42-As Instituições Participantes devem incluir, com destaque, nos Materiais Técnicos os seguintes avisos obrigatórios:

L Caso faça referência a histórico de rentabilidade ou menção a performance:

a. "Rentabilidade oblida no passado não representa garantia de resultados futuros", e

b. "A rentabilidade divulgada não é liquida de impostos"

II. Caso faça referência a Produtos de Investimento que não possuam garantia do fundo garantidor de crédito: "O
investimento em lindicar produto de investimentol não é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito".

III. Caso faça referência à simulação de rentabilidade: "As informações presentes neste material técnico são baseadas em
simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes

cas

Parágrafo único - No uso de midia impressa e por meios digitais escritos, o tamanho do texto e a localização dos avisos e
informações devem permitir sua clara leitura e compreensão.

Distribuição de Produtos de Investimento (Capítulo IX)


OE 004.06.a - Entender, interpretar e explicar as Regras Gerais destinadas à atividade de distribuição de produtos de
investimento, bem como conhecer as regras para a divulgação de informações dos produtos por meios eletrônicos.

Art. 43-As Instituições Participantes devem atribuir a responsabilidade pela Distribuição de Produtos de Investimento a
um diretor estatutário ou equivalente, ressalvado o disposto no Artigo 10 deste Código Art. 44 - As Instituições
Participantes quando estiverem prestando informações ou recomendando Produtos de Investimento, não podem induzir
os investidores a erro ao dar a entender que atuam como prestadores de serviço de consultoria independente de valores
mobiliários de forma autónoma à atividade de Distribuição de Produtos de Investimento.

Divulgação de Informações por Meios Eletrônicos (Seção I)

Art. 45 - As Instituições Participantes devem disponibilizar seção exclusiva em seus sites na internet sobre os produtos de
Investimento distribuidos, contendo, no minimo, as seguintes informações:

ca

L Descrição do objetivo e/ou estratégia de investimento,

II. Público-alvo, quando destinado a investidores especificos

III. Carência para resgate e prazo de operação,

IV. Nome do emissor, quando aplicável:

V. Tributação aplicável;

VI. Classificação do Produto de Investimento, nos termos estabelecidos pelas regras e procedimentos de Suitability,
disponível no site da Anbima na internet;

VIL Descrição resumida dos principais fatores de risco, incluindo, no minimo, os riscos de liquidez, de mercado e de
crédito, quando aplicável.

VIII. Inclusão de aviso obrigatório sobre a remuneração recebida, direta ou indiretamente, pela Distribuição do Produto de
Investimento com o seguinte teor. "A instituição é remunerada pela distribuição do produto.

Parágrafo único - As Instituições Participantes, quando da divulgação de informações dos Fundos de Investimento nos
sites na internet, devem observar, além do previsto no caput, o disposto do Artigo 2o do anexo II deste Código.

Art. 46 - As Instituições Participantes devem possuir canais de atendimento compativeis com seu porte e número de
investidores para esclarecimento de dúvidas e recebimento de reclamações.

Conheça seu Cliente (Capítulo X)

OE 004.07.a - Entender e explicar o processo de Conheça seu Cliente adotado pelas instituições participantes.

Art. 50 - As Instituições Participantes devem, no seu processo de Conheça seu Cliente, buscar conhecer seus investidores
no inicio do relacionamento e durante o processo cadastral, identificando a necessidade de visitas pessoais em suas
residências, seus locais de trabalho e em suas instalações comercials.

51° As Instituições Participantes devem implementar e manter, em documento escrito, regras e procedimentos que
descrevam o processo de Conheça seu Cliente adotado pela instituição. 52.0 documento de que trata o parágrafo acima
deve conter regras que sejam efetivas e consistentes com a natureza, porte, complexidade, estrutura, perfil de risco dos
Produtos de Investimento distribuidos e modelo de negócio da instituição, e conter, no minimo.

L Procedimento adotado para aceitação de investidores, incluindo procedimento para análise e validação dos dados, bem
como a forma de aprovação dos investidores

II. Indicação dos casos em que são realizadas visitas aos investidores em sua residência, local de trabalho ou instalações
comerciais;
III. Indicação do sistema e ferramentas utilizadas para realizar o controle das informações, dados e movimentações dos
investidores

IV. Procedimento de atualização cadastral, nos termos da Regulação em vigor

V. Procedimento adotado para identificar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final, nos termos da Regulação;
e

VL Procedimento adotado para veto de relacionamentos em razão dos riscos envolvidos. Art. 51 - As Instituições
Participantes devem manter as informações cadastrais de seus investidores atualizadas, de modo a permitir que haja
identificação, a qualquer tempo, de cada um dos beneficiários finais, bem como do registro atualizado de todas as
aplicações e resgates realizados em nome dos investidores, quando aplicável

Suitability (Capítulo XI)

OE 004.08.a - Entender, interpretar e explicar os procedimentos adotados pelas instituições participantes e os controles
próprios que possibilitem a verificação do processo de Suitability dentro de cada uma delas.

Art. 52 - As Instituições Participantes, no exercicio da atividade de Distribuição de Produtos de Investimento, não podem
recomendar Produtos de Investimento, realizar operações ou prestar serviços sem que verifiquem o Suitability do cliente.

Parágrafo único - Cabe à Diretoria regulamentar as regras e procedimentos referente ao Suitability dos investidores.

Private (Capítulo XIV)

OE 004.09.a-Entender e explicar o serviço de private, conforme o Código de Distribuição. Entender e explicar a finalidade
do Selo Anbima.

Art. 75-0 serviço de private, para fins deste Código, compreende

LA Distribuição de Produtos de Investimento para os investidores que tenham capacidade financeira de, no minimo, 3
(três) milhões de reais, individual ou coletivamente; e

II. A prestação dos seguintes serviços:

a. Proposta de portfólio de produtos e serviços exclusivos, e/ou

b. Planejamento financeiro, incluindo, mas não se limitando a:

i. Análises e soluções financeiras e de investimentos especificas para cada investidor, observada a Regulação aplicável; e

ii Constituição de Veiculos de Investimento, que podem ser exclusivos, reservados e personalizados segundo as
necessidades e o perfil de cada investidor, em parceria com administradores fiduciarios e/ou gestores de recursos de
terceiros.

O Fundo Exclusivo é constituido exclusivamente a um único investidor profissional, enquanto o Fundo Reservado é aquele
destinado a um grupo determinado de investidores que tenham entre si vinculo familiar, societário ou que pertençam a
um mesmo Conglomerado ou Grupo Econômico, ou que, por escrito, determinem essa condição.

51° Sem prejuízo do disposto no caput, as Instituições Participantes podem oferecer a seus investidores:

L Planejamento fiscal, tributário e sucessório, que deve ser desempenhado por profissional tecnicamente capacitado para
esse serviço:
II. Planejamento previdenciário e de seguros, que deve ser desempenhado em parceria com sociedade seguradora para a
constituição de Fundos Previdenciários personalizados segundo as necessidades e o perfil de cada investidor, assim como
análises e propostas de seguros, de forma geral; e

III. Elaboração de relatórios de consolidação de investimentos detidos em outras instituições, que permitam uma análise
critica em relação às posições, concentração de ativos, risco do portfólio, entre outros aspectos.

52° As Instituições Participantes, quando da prestação do serviço previsto no inciso II, alinea "b" do caput, devem possuir
contrato contendo, no minimo:

L Descrição dos serviços contratados:

II. Descrição da forma de remuneração, incluindo os casos de múltipla remuneração pela aquisição e manutenção dos
investimentos;

III. Indicação de quem prestará o serviço (se a própria instituição ou terceiro por ela contratado). IV. Descrição da
prestação de informações para o investidor, com a respectiva periodicidade, e V. Cláusula prevendo a responsabilidade do
terceiro contratado para a prestação dos serviços, quando for o caso

Art. 76-A Instituição Participante que oferecer para seus investidores o serviço de private deve possuir em sua estrutura:

L 75% (setenta e cinco por cento) de seus gerentes de relacionamento certificados CFP®, devendo estes profissionais ser
funcionários das Instituições Participantes e exercerem suas funções exclusivamente para o private,

II. Profissional ou área responsável pela atividade de estrategista de investimentos, devendo o profissional que atue nesta
atividade ser certificado (i) pelo CFP: (i) pela CGA; (i) pela CGE, (iv) pelo CFA, ou, ainda, possuir autorização da CVM para o
exercicio da atividade de administração de carteira de valores mobiliários, nos termos da regulação especifica

III. Profissional responsável pela análise de risco de mercado e de crédito dos Produtos de Investimento recomendados
aos investidores, e

IV. Economista.

51° Não é necessária dedicação exclusiva dos profissionais mencionados nos incisos II, III e IV do caput para o serviço de
private, desde que as outras atividades ou funções desempenhadas não gerem conflito de interesses com o referido
serviço.

52°.Os demais profissionais do private que desempenharem a atividade de Distribuição de Produtos de Investimento e
que não estiverem enquadrados no percentual do inciso I do caput, estarão sujeitos ao disposto no Código de
Certificação.

Art. 77 - As Instituições Participantes que decidirem prestar o serviço de private para seus investidores dever, previamente
ao inicio da prestação, informar à Anbima que passarão a prestar esse serviço e demonstrar que cumpriram com as
exigências previstas neste capitulo.

Selo Anbima (Capítulo XVIII)

Art. 81 - A veiculação do selo Anbima tem por finalidade exclusiva demonstrar o compromisso das Instituições
Participantes em atender às disposições deste Código

51°. A Anbima não se responsabiliza pelas informações constantes dos documentos divulgados pelas Instituições
Participantes, ainda que façam uso do selo Anbima, nem tampouco pela qualidade da prestação de suas atividades.

52°. Cabe à Diretoria regulamentar as regras e procedimentos para uso do selo Anbima.

Distribuição de Fundos de Investimento (Anexo II)

OE 004.10.a - Entender, interpretar e explicar o processo de distribuição de Fundos de Investimentos e suas


características.
Art. 1° - O presente anexo aplica-se, em adição às regras do Código, à distribuição dos Fundos de Investimento
autorregulados pela Anbima.

Parágrafo único - Em caso de eventual divergência entre as disposições deste anexo e do Código, prevalecem as
disposições deste anexo.

Distribuição (Capítulo 1)

Art. 2° - As Instituições Participantes devem disponibilizar seção exclusiva em seus sites na internet, observado o artigo 46
do Código, sobre os Fundos, contendo, no minimo, as seguintes informações:

L Politica de investimento,

II. Classificação de risco do Fundo,

III. Condições de aplicação, amortização (se for o caso) e resgate (cotização);

IV. Limites minimos e máximos de investimento e valores minimos para movimentação e permanência no Fundo,

V. Taxa de administração, de performance e demais taxas, se houver,

VI. Rentabilidade, observado o disposto nas regras de Publicidade previstas nos anexos do Código de Recursos de
Terceiros, quando aplicável;

VIL Avisos obrigatórios, observado o disposto nas regras de Publicidade previstas nos anexos do Código de Recursos de
Terceiros, quando aplicável; e

VIII. Referência ao local de acesso aos documentos do Fundo com explicitação do canal destinado ao atendimento a
investidores.

51° As Instituições Participantes podem disponibilizar as informações exigidas pelo caput por meio de seu próprio site, ou
por meio de link para os sites dos Administradores Fiduciarios e/ou Gestores de Recursos dos Fundos distribuidos que
contenham as informações.

52° Independentemente de qual seja a escolha do local para divulgar as informações dos Fundos, conforme previsto no
parágrafo anterior, a Instituição Participante é responsável pelas informações divulgadas.

53°.0 disposto no caput aplica-se aos Fundos:

Constituidos sob a forma de condominio aberto, cuja distribuição de cotas independe de prévio registro na CVM, nos
termos da Regulação vigente, e

II. Que não sejam Exclusivos e/ou Reservado, e

III. Que não sejam objeto de oferta pública pela Instituição Participante.

Art. 3° - As Instituições Participantes devem disponibilizar aos investidores os documentos obrigatórios dos Fundos,
conforme exigido pela Regulação

Distribuição por Conta e Ordem (Capítulo II)

Art. 4° - As Instituições Participantes podem realizar a subscrição de colas dos Fundos 555 e dos FIDC por conta e ordem
de seus respectivos investidores.

со
Parágrafo único - Para a adoção do procedimento de que trata esta seção, o Administrador Fiduciário dos Fundos 555 e do
FIDC e o Distribuidor devem estabelecer, por escrito, a obrigação deste último de criar registro complementar de cotistas,
especifico para cada Fundo 555 e FIDC em que ocorra tal modalidade de subscrição de colas, de forma que LO Distribuidor
inscreva no registro complementar de cotistas a titularidade das colas em nome dos investidores, atribuindo a cada colista
um código de investidor e informando tal código ao Administrador Fiduciario do Fundo 555 e do FIDC; e

IL O Administrador Fiduciario, ou instituição contratada, escriture as cotas de forma especial no registro de cotistas do
Fundo 555 e do FIDC, adotando, na identificação

do titular, o nome do Distribuidor, acrescido do código de investidor fornecido, e que identifica o cotista no registro
complementar.

Art. 5° - As aplicações ou resgates realizados nos Fundos 555 e no FIDC pelos Distribuidores que estejam atuando por
conta e ordem de investidores devem ser efetuadas de forma segregada, de modo que os bens e direitos integrantes do
patrimônio de cada um dos investidores, bem como seus frutos e rendimentos, não se comuniquem com o patrimonio
daquele que está distribuindo as cotas. Art. 6° - As Instituições Participantes que estejam atuando por conta e ordem de
investidores assumem todos os ônus e responsabilidades relacionados aos investidores, inclusive quanto a seu
cadastramento, identificação e demais procedimentos que caberiam, originalmente, ao Administrador Fiduciario do
Fundo 555 e do FIDC, em especial no que se refere.

LÅresponsabilidade de dar ciência ao cotista de que a distribuição é feita por conta e ordem, II. À comunicação aos
investidores sobre a convocação de assembleias gerais de cotistas e sobre suas deliberações, de acordo com as instruções
e informações que, com antecedência suficiente e tempestivamente, receberem dos Administradores Fiduciarios dos
Fundos 555 e do FIDC:

III. Ao zelo para que o investidor final tenha pleno acesso a todos os documentos e informações dos Fundos 555 e do
FIDC, em igualdade de condições com os demais cotistas,

IV. À manutenção de informações atualizadas que permitam a identificação, a qualquer tempo, de cada um dos
beneficiários finais, bem como do registro atualizado de todas as aplicações e resgates realizados em nome de cada um
desses beneficiários; e

V. A obrigação de efetuar a retenção e o recolhimento dos tributos incidentes nas aplicações ou resgates nos Fundos 555 e
no FIDC, conforme determinar a legislação tributária.

Art. 7°-A Instituição Participante que estiver atuando por conta e ordem de investidores deve diligenciar para que o
Administrador Fiduciario do Fundo 555 e do FIDC disponibilize, por meio eletrônico, os seguintes documentos:

L Nota de investimento que ateste a efetiva realização do investimento a cada nova aplicação realizada por investidores
por conta e ordem, em até 5 (cinco) dias da data de sua realização, e II. Mensalmente, extratos individualizados dos seus
investidores por conta e ordem, em até 10 (dez) dias após o final do mês anterior.

51° A nota de investimento e o extrato mensal devem ser disponibilizados com a identificação do Administrador Fiduciario
e, qualquer um deles, deve conter.

LO código de identificação do investidor da Instituição Participante no Administrador Fiduciario

II. A denominação e número de inscrição do Fundo 555 e do FIDC investido no CNPJ; e

III. A quantidade de cotas subscritas e valor investido no Fundo 555 e do FIDC.

52° A nota de investimento deve informar a data da subscrição.

53°.0 extrato mensal deve informar o valor atualizado da posição do investidor em cada Fundo 555 e em cada FIDC.
MÓDULO 06 – PREVENÇÃO A LAVAGEM DE DINHEIRO

Legislação e regulamentação correlata: Lei no 9.613/1998, Lei no 13.260/2016, Lei no 13.810/2019, Lei n° 13794/2020,
Decreto no 154/1991, Decreto no 5.640/2005. Circular Bacen n° 3.858/2017, Circular Bacen no 3942/2019, Circular Bacen
no 3.978/2020, Carta Circular Bacen no 4.001/2020 e Resolução CVM n° 50/2021

Fases da Lavagem de Dinheiro: Colocação, Ocultação e Integração

OE 006.01.a - Entender e explicar o que caracteriza a lavagem de dinheiro e suas fases. Conhecer a legislação e a
regulamentação vigente.

A lavagem de dinheiro constitui um conjunto de operações comerciais ou financeiras que buscam incorporar na economia
de cada pais os recursos, bens e serviços que se originam de atos ilicitos.

Ela é um processo dinamico que ocorre em três etapas independentes, mas que, com frequência, ocorrem
simultaneamente.

ETAPAS - LAVAGEM DE DINHEIRO

Colocação ou omissão

Cobertura ou ocultação

Integração

Colocação ou omissão: é a primeira etapa do processo. Com o objetivo de ocultar sua origem, o criminoso procura
movimentar o dinheiro em paises com regras mais permissivas ou que possuem um sistema financeiro mais liberal.

A colocação se efetua por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou

de bens.

Para dificultar a identificação da procedência do dinheiro, os criminosos aplicam técnicas sofisticadas e cada vez mais
dinámicas, como o fracionamento dos valores que transitam pelo sistema financeiro e a utilização de estabelecimentos
comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie.

- Cobertura ou ocultação: é a segunda etapa do processo. Consiste em dificultar o rastreamento contábil dos recursos
ilicitos.

O objetivo é quebrar a cadeia de evidencias ante a possibilidade da realização de

investigações sobre a origem do dinheiro.

Os criminosos buscam movimentar o dinheiro de forma eletrônica, transferindo os ativos para contas anonimas -
preferencialmente, em paises amparados por lei de sigilo bancário - ou realizando depósitos em contas "fantasmas

- Integração: nesta última etapa os ativos são incorporados formalmente ao sistema económico.

As organizações criminosas prestam serviços entre si ou buscam investir em

empreendimentos que facilitem suas atividades.

Uma vez formada a cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.

Quem Está sujeito à Lei e à Regulamentação

OE 006.02.a - Indicar as pessoas sujeitas ao mecanismo de controle da lei, incluindo os gestores de fundos de
investimento e entender as responsabilidades dos profissionals e das instituições financeiras e não financeiras.

Lei no 9.613/1998

Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores, a prevenção da utilização do sistema
financeiro para tais ilicitos e cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), além de outras providências.
Segundo a lei, sujeitam-se as obrigações relativas à prevenção e ao combate à lavagem de dinheiro as pessoas físicas e
jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou
não.

La captação, a intermediação e a aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira,

II. a compra e a venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial;

III. a custódia, a emissão, a distribuição, a liquidação, a negociação, a intermediação ou a administração de titulos ou


valores mobiliários

São ainda relacionadas como sujeitas as obrigações de prevenção e combate à lavagem de dinheiro entidades como
bolsas, seguradoras, administradora de cartões, empresas de leasing, factoring. lotéricas, guarda e transportes de valores,
juntas comerciais e registros públicos, assim como pessoas fisicas e jurídicas que comercializem imóveis ou bens valiosos,
ou ainda que exerçam atividades relacionadas a feiras, eventos ou transferências de atletas, além das dependências no
exterior, com matrizes de tais entidades no Brasil, relativamente a residentes no pais.

Identificação dos Clientes e Manutenção dos Registros

OE 006.03.a - Entender os mecanismos e as necessidades da identificação dos clientes e manutenção de registros


conforme a lei de lavagem de dinheiro.

Lei no 9.613/1998

Determina que o Banco Central manterá registro centralizado formando o cadastro geral de correntistas e clientes de
instituições financeiras, bem como de seus procuradores.

Circular Bacen no 3.978/2020

Política de PLDFT e Governança

As instituições financeiras devem implementar e manter politica formulada com base em principios e diretrizes que
busquem prevenir a sua utilização para as práticas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo, devendo
essa politica ser compatível com os perfis de risco.

dos clientes

da instituição,

das operações, transações, produtos e serviços; e

dos funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.

As instituições acima referidas devem indicar formalmente ao Banco Central do Brasil diretor responsável pelo
cumprimento das obrigações de PLDFT, podendo tal diretor desempenhar outras funções na instituição, desde que não
haja conflito de interesses.

Identificação, qualificação e classificação dos clientes

As instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen devem implementar procedimentos destinados a conhecer seus
clientes, incluindo aqueles que assegurem a devida diligência na sua identificação, qualificação e classificação, sendo
compativeis.com:

L o perfil de risco do cliente, contemplando medidas reforçadas para clientes classificados em categorias de maior risco,
de acordo com a avaliação interna de risco.

II. a politica de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, e

III. a avaliação interna de risco.

As instituições acima referidas devem adotar procedimentos de identificação que permitam verificar e validar a
identidade do cliente, abrangendo a obtenção, a verificação e a validação da autenticidade dessas informações, inclusive,
se necessário, mediante confrontação com as disponiveis em bancos de dados de caráter público e privado.
No processo de identificação do cliente devem ser coletados, no minimo

Lo nome completo e o número de registro no Cadastro de Pessoas Fisicas (CPF), no caso de pessoa natural; e

II. a firma ou denominação social e o número de registro no Cadastro Nacional da Pessoa Juridica (CNPJ), no caso de
pessoa jurídica.

OE 006.03.b - Analisar a capacidade financeira do cliente como prevenção e combate aos crimes de lavagem de dinheiro e
financiamento ao terrorismo.

As instituições devem adotar procedimentos que permitam qualificar seus clientes por meio da coleta, verificação e
validação de informações, compativeis com o perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de negócio, de forma a
identificar o local da residência, sede ou filial e avaliar a capacidade financeira do cliente, incluindo a renda, no caso de
pessoa natural, ou o faturamento, no caso de pessoa jurídica.

A cadeia de participação societária deve ser analisada até a identificação da pessoa natural caracterizada como
beneficiário final da pessoa juridica. O valor minimo de referência de participação societária para tal caracterização deve
ser estabelecido com base no risco e não pode ser superior a 25%, considerada, em qualquer caso, a participação direta e
a indireta. É também considerado beneficiário final o representante, inclusive o procurador e o preposto, que exerça o
comando de fato sobre as atividades da pessoa jurídica.

A análise do beneficiário final não é aplicável a companhias abertas, entidades sem fins lucrativos, cooperativas,
investidores não residentes especificos, além de fundos e clubes de investimentos que atendam a determinados
requisitos.

Os procedimentos de qualificação devem incluir a verificação da condição do cliente como pessoa exposta politicamente,
bem como a verificação da condição de representante, familiar ou estreito colaborador dessas pessoas.

As instituições devem classificar seus clientes nas categorias de risco definidas na avaliação interna de risco, com base nas
informações obtidas na qualificação do cliente, sendo realizada em função do perfil de risco do cliente e da natureza da
relação de negócio. A classificação deve ser revista sempre que houver alterações no perfil ou na natureza

Registro de operações

As instituições devem manter registros de todas as operações realizadas, produtos e serviços contratados, inclusive
saques, depósitos, aportes, pagamentos, recebimentos e transferências de recursos, contendo, no minimo, as seguintes
informações sobre cada operação:

Pessoa natural

Pessoa jurídica

Residente no Brasil

L tipo:

II. valor, quando aplicável; III. data de realização,

IV. nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do titular e do beneficiário da operação, e

V. canal utilizado.

Residente no exterior L. nome.

II. tipo e número do documento de viagem e respectivo pais emissor, e

III. organismo internacional de que seja representante para o exercicio de funções especificas no pais, quando for o caso

I nome da empresa, e

Il número de identificação ou de registro da empresa no respectivo pais de origem.


No caso de operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos, por meio de qualquer
instrumento, as instituições devem incluir nos registros as informações necessárias à identificação da origem e do destino
dos recursos.

No caso de operações com utilização de recursos em espécie de valor individual superiora R$ 2.000,00, as instituições
devem incluir no registro o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador dos recursos.

No caso de operações de depósito em espécie ou saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de
pagamento, de valor individual igual ou superior a R$ 50.000,00, as instituições devem incluir no registro:

Lo nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do proprietário ou destinatário dos
recursos;

II. o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador dos recursos,

III. a finalidade do saque ou a origem dos recursos depositados; e

IV. o número do protocolo da solicitação de provisionamento, quando se tratar de saque.

As instituições devem requerer dos sacadores clientes e não clientes solicitação de provisionamento com, no minimo, três
dias úteis de antecedência, das operações de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento,
de valor igual ou superior a R$ 50.000,00.

Na hipótese de recusa do cliente ou do portador dos recursos em prestar a informação sobre a origem ou destinação dos
recursos, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa informação nos procedimentos de monitoramento, seleção e
análise.

Os registros de todas as operações realizadas, produtos e serviços contratados devem ser conservados e mantidos à
disposição do Bacen pelo periodo minimo de 10 (dez) anos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao da
realização da operação.

Comunicação de Operações Financeiras ao Coaf

OE 006.04.a- Entender a necessidade e procedimentos de Comunicação de Operações Financeiras.

Lei no 9.613/1998

As pessoas sujeitas às obrigações relativas à prevenção e ao combate à Lavagem de Dinheiro deverão comunicar ao
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive
àquela da qual se refira a informação, no prazo de 24 horas:

La proposta ou realização de transações em moeda nacional ou estrangeira, titulos e valores mobiliários, titulos de
crédito, metais, ou qualquer ativo passivel de ser convertido em dinheiro que ultrapassar limite fixado pela autoridade
competente,

II. operações que, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios
indicios dos crimes previstos nessa Lei, ou com eles relacionar-se.

Carta Circular Bacen n° 4.001/2020

Divulga a relação de operações e situações que podem configurar indicios de ocorrência dos crimes de LDFT passiveis de
comunicação ao Coaf por parte das instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen, sendo que as operações especificadas
são abrangidas pelas seguintes situações:

L operações em espécie em moeda nacional com a utilização de contas de depósitos ou de contas de pagamento,

II. operações em espécie e cartões pré-pagos em moeda estrangeira e cheques de viagem; IIL identificação e qualificação
de clientes;

IV. movimentação de contas de depósito e de contas de pagamento em moeda nacional; V. operações de investimento no
pais

VI. operações de crédito no pais


VIL movimentação de recursos oriundos de contratos com o setor público,

Vill.consórcios

IX. pessoas ou entidades suspeitas de envolvimento com o financiamento ao terrorismo e a proliferação de armas de
destruição em massa,

X. atividades internacionais;

XI. operações de crédito contratadas no exterior,

XII. funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados,

XIII. bens não de uso (BNDU) e outros ativos não financeiros,

XIV.movimentação de contas correntes em moeda estrangeira (CCMD); e

XV. operações realizadas em municipios localizados em regiões de risco.

Circular Bacen no 3.978/2020

OE 006.04.b - Entender e interpretar quais operações financeiras configuram indicios de ocorrência dos crimes de lavagem
de dinheiro e financiamento ao terrorismo e como é realizada a comunicação dessas operações.

As instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen devem comunicar ao Coaf sem dar ciencia aos envolvidos ou a
terceiros:

Las operações ou situações suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do

terrorismo;

II. as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque em espécie de valor igual ou superior a R$ 50 mil

IIL as operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos, por meio de qualquer instrumento,
contra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a R$ 50 mil; e

IV. a solicitação de provisionamento de saques em espécie de valor igual ou superior a R$ 50 mil

As comunicações devem especificar, quando for o caso, se a pessoa objeto da comunicação: Lé pessoa exposta
politicamente ou representante, familiar ou estreito colaborador dessa pessoa,

IL é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou tenha intentado praticar atos terroristas ou deles participado ou facilitado
o seu cometimento e, sendo o caso, se possui ou controla, direta ou indiretamente, recursos na instituição.

Cumprimento de Sanções de Indisponibilidade de Ativos Impostas por Resoluções do Conselho de Segurança das Nações
Unidas (CSNU)

OE 006.05.a - Entender e interpretar as obrigações de cumprimento de sanções de indisponibilidade de ativos impostas


por resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas-CSNU.

Lei n° 13.810/2019

Dispõe sobre o cumprimento de sanções impostas por resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU),
incluida a indisponibilidade de ativos de pessoas naturais e jurídicas e de entidades, e a designação nacional de pessoas
investigadas ou acusadas de terrorismo, de seu financiamento ou de atos a ele correlacionados.

A indisponibilidade de ativos, que consiste na proibição de transferir, converter, trasladar, disponibilizar ativos ou deles
dispor, direta ou indiretamente, ocorrerá nas seguintes hipóteses

L por execução de resoluções do CSNU, assim como por designações de seus comités de sanções; ou
II. a requerimento de autoridade central estrangeira, desde que o pedido de indisponibilidade esteja de acordo com os
principios legais aplicáveis e apresente fundamentos objetivos para exclusivamente atender aos critérios de designação
estabelecidos em resoluções do CSNU

A indisponibilidade de ativos não constitui a perda do direito de propriedade.

As resoluções sancionatorias do CSNU são dotadas de executoriedade imediata no Brasil

É vedado a todos os brasileiros, residentes ou não, ou a pessoas naturais, pessoas jurídicas ou entidades em território
brasileiro, descumprir, por ação ou omissão, sanções impostas por resoluções do Conselho de Segurança das Nações
Unidas ou por designações de seus comités de sanções, em beneficio de pessoas naturais, pessoas jurídicas ou entidades
sancionadas, inclusive para disponibilizar ativos, direta ou indiretamente, em favor dessas pessoas ou entidades.

As pessoas naturais e jurídicas sujeitas as obrigações de PLD, conforme Lei no 9.613/1998, cumprirão, sem demora e sem
prévio aviso aos sancionados, as resoluções do CSNU que determinem a indisponibilidade de ativos de titularidade, direta
ou indireta, de pessoas físicas, de pessoas jurídicas ou de entidades submetidas a sanções decorrentes de tais resoluções,
na forma e nas condições definidas por seu órgão regulador ou fiscalizador.

A indisponibilidade de ativos e as tentativas de sua transferência relacionadas às pessoas naturais, às pessoas jurídicas ou
ás entidades sancionadas por resolução do CSNU serão comunicadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, aos
órgãos reguladores ou fiscalizadores das pessoas naturais ou das pessoas juridicas de que trata a Lei no 9.613/1998 e ao
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Resolução BCB 44/2020

Estabelece procedimentos para a execução pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen das medidas
determinadas pela Lei no 13.810/2019, determinando o cumprimento imediato das medidas estabelecidas nas resoluções
do CSNU ou as designações de seus comités de sanções que determinem a indisponibilidade de ativos de titularidade,
direta ou indireta, de pessoas naturais, de pessoas juridicas ou de entidades.

As instituições acima mencionadas devem monitorar as determinações de indisponibilidade, bem como eventuais
informações a serem observadas para o seu atendimento, visando ao seu cumprimento imediato, independentemente da
comunicação do Bacen. Recebida tal comunicação, caberá ás instituições verificar se já foram adotadas de imediato as
providências correspondentes e adotá-las, caso necessário.

Tais instituições devem comunicar imediatamente a indisponibilidade de ativos e as tentativas de sua transferência
relacionadas às pessoas naturais, às pessoas juridicas ou ás entidades sancionadas por resolução do CSNU ao:

L Banco Central do Brasil;

II. Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP); e

III. Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Organismos Nacionais e de Cooperação Internacional

OE 006.06.a - Identificar e interpretar as politicas e os procedimentos de prevenção e combate ao crime de lavagem de


dinheiro. Identificar os organismos nacionais e de cooperação internacional. Entender a Convenção de Viena, o Decreto
no 154/91, a Convenção Internacional para Supressão do Financiamento do Terrorismo, o Decreto n° 5.640/05 e a atuação
do Grupo de Ação Financeira - GAFI.

Convenção de Viena

A Convenção das Nações Unidas contra o Tráfico de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas, ocorrida em Viena em
dezembro de 1988 e promulgada no Brasil pelo Decreto no 154/1991, criminaliza a lavagem de dinheiro (apesar de não
usar expressamente essa denominação), estabelecendo critérios para a privação das organizações criminosas ligadas ao
tráfico de entorpecentes do produto de suas atividades ilicitas. Além disso, ela também estabelece as bases da
cooperação juridica internacional e introduz a possibilidade da inversão do ônus da prova

Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento do Terrorismo


Realizada em Nova York em 1999 e promulgada no Brasil pelo Decreto no 5.640/2005, estabeleceu novas linhas
estratégicas, principalmente voltadas para a supressão das fontes financeiras e criação de mecanismos para rastrear e
dificultar a movimentação de recursos financeiros de organizações terroristas. Suas diretrizes foram incorporadas no
âmbito da Lei no 13260/2016, que disciplina o crime de terrorismo, trata de disposições investigatórias e processuais e
reformula o conceito de organização terrorista.

Grupo de Ação Financeira (GAFI)

Entidade intergovernamental criada em 1989 pelos ministros de seus estados-membros. Sua composição engloba 35
países e territórios, dentre eles o Brasil, admitido como membro efetivo no ano de 2000, além de duas organizações
regionais. Seus objetivos são o desenvolvimento de padrões e a promoção da efetiva aplicação das medidas legislativas,
regulamentares e operacionais contra a Lavagem de dinheiro, o financiamento do terrorismo, a proliferação de armas de
destruição em massa e outras ameaças à integridade do sistema financeiro internacional

Em colaboração com outros atores internacionais, o GAFI também identifica vulnerabilidades, em ambito nacional, que
possam permitir o uso do sistema financeiro internacional para fins ilicitos. Nesse sentido, o GAFI desenvolveu uma série
de recomendações reconhecidas como o padrão internacional para combater a lavagem de dinheiro, o financiamento do
terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa. Publicadas em 1990, as 40 Recomendações do GAFI são
recorrentemente revisadas para garantir que continuem relevantes, atualizadas e em condições de aplicação por todos os
paises do mundo. Nesse sentido, cabe ressaltar que a Lei no 9.613/1998 seguiu modelo sugerido pelo GAFL. Considerando
as diferenças entre os sistemas legais, administrativos e operacionais de cada pais, as recomendações do GAFI devem ser
aplicadas por meio de medidas adaptadas as suas circunstâncias particulares, mas que se revelem essenciais para

L identificar os riscos e desenvolver politicas de coordenação doméstica, baseadas nos riscos, II. intensificar o combate à
lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa,

III. aplicar medidas preventivas para setores mais propicios à lavagem de dinheiro;

IV. estabelecer medidas institucionais de reforço a poderes e responsabilidades das autoridades que atuam no combate à
lavagem de dinheiro,

V. aumentar a transparência e disponibilidade das informações de propriedade de pessoas juridicas e outras estruturas; e

VI. facilitar a cooperação internacional

Apesar de suas recomendações não possuirem a ideia de obrigatoriedade, o GAFI acompanha, por meio de mecanismos
de autoavaliação e avaliação mútua, os progressos realizados por seus paises-membros na implementação de medidas
destinadas ao combate à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e à proliferação de armas de destruição
em massa. Caso determinado pais não atenda aos padrões estabelecidos pelo GAFI, passa a fazer parte de uma espécie de
"lista negra". Em consequência, qualquer transferência financeira internacional de tal pais estará sujeita ao escrutinio dos
demais paises envolvidos. Persistindo a avaliação negativa, o GAFI pode determinar contramedidas a serem aplicadas
contra o país listado.

Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)

O Coaf é o órgão que desempenha papel central no sistema nacional de PLD. Enquanto Unidade de Inteligencia Financeira
do governo brasileiro, tem a incumbencia legal de receber e analisar as

comunicações suspeitas oriundas dos segmentos econômicos elencados na Lei no 9.613/1998, atuando ainda como
supervisor das pessoas obrigadas que não possuem um supervisor próprio.

Lei no 13.974/2020

O Coaf dispõe de autonomia técnica e operacional, atua em todo o território nacional e vincula-se administrativamente ao
Banco Central do Brasil

Compete ao Coaf, em todo o território nacional, sem prejuízo das atribuições estabelecidas na legislação em vigor.
L produzir e gerir informações de inteligência financeira para a prevenção e o combate à lavagem de dinheiro, e

II. promover a interlocução institucional com órgãos e entidades nacionais, estrangeiros e internacionais que tenham
conexão com suas atividades.

Aplicação do Princípio "conheça seu cliente"

OE 006.07.a - Conhecer a função do cadastro e as implicações de um cadastro desatualizado.

Função do cadastro

O cadastro de clientes é uma atividade relacionada ao registro e à análise das informações e documentos de identificação
de clientes com os quais a instituição mantém relacionamento, por meio dos serviços e produtos financeiros, vinculados
ou não à conta corrente ou de investimento dentro da instituição.

É uma atividade que requer atenção na organização e no funcionamento, tendo em vista sua condição de responsável
pela análise e avaliação da qualidade dos documentos, se são suficientes para análise, e das informações de identificação
dos clientes, constituindo-se a partir da continua, sistemática e legalmente exigida atualização de dados a partir de bases
seguras e confiáveis.

Assim sendo, o cadastro de clientes é elemento chave para fins de PLDFT e, em razão desta importância, trata-se de uma
atividade sempre presente nos normativos que regem o assunto.

O princípio "conheça seu cliente" como forma de proteção da instituição financeira e do profissional

OE 006.07.b - Entender e explicar a importância da aplicação do principio "conheça seu cliente" como forma de proteção
da instituição financeira e do profissional, a função da atualização do cadastro e as implicações em caso do
descumprimento da norma.

O principio "conheça seu cliente" originou-se de uma recomendação do Comité de Basiléia, na qual os bancos devem
estabelecer um conjunto de regras e procedimentos bem definidos com o objetivo de "conhecer seu cliente, buscando
identificar e conhecer a origem e constituição do seu patrimônio e recursos financeiros".

Trata-se de um elemento critico na administração dos riscos inerentes à PLDFT, pois a aplicação de uma adequada politica
de conhecer o cliente ajuda a proteger a reputação e a integridade das instituições financeiras e do mercado de valores
mobiliários, assim como de seus profissionais, reduzindo a possibilidade dessas entidades se tomarem veiculos ou vítimas
de crimes relacionados à LDFT.

Pessoa Exposta Politicamente (PEP)

OE 006.07.c - Definir e elencar as Pessoas Expostas Politicamente (PEP).

Segundo o Anexo A da Resolução CVM no 50/21, consideram-se pessoas expostas politicamente:

os detentores de mandatos eletivos dos poderes executivo e legislativo da União,

II. os ocupantes de cargo, no poder executivo da União, de

a) Ministro de Estado ou equiparado,

b) natureza especial ou equivalente,

c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de entidades da administração pública indireta, e

d) grupo direção e assessoramento superior - DAS, nivel 6, ou equivalente.

III os membros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e dos Tribunais Regionais Federais, do Trabalho e
Eleitorais,
IV. o Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador Geral da Justiça Militar e os
Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal;

V. os membros do Tribunal de Contas da União e o Procurador-Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da
União,

VI. os presidentes e tesoureiros nacionais, ou equivalentes, de partidos politicos,

VIL os governadores e secretários de Estado e do Distrito Federal, os deputados estaduais e distritais, os presidentes, ou
equivalentes, de entidades da administração pública indireta estadual e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça,
Militares, de Contas ou equivalente de Estado e do Distrito Federal;

Vill. os prefeitos, vereadores, presidentes de tribunais de contas ou equivalente dos municipios. Também são
consideradas pessoas expostas politicamente aquelas que, no exterior, sejam:

chefes de estado ou de governo

II. politicos de escalões superiores;

III. ocupantes de cargos governamentais de escalões superiores,

IV. oficiais generais e membros de escalões superiores do poder judiciário

V. executivos de escalões superiores de empresas públicas; ou

VI. dirigentes de partidos politicos.

Ademais, também são consideradas pessoas expostas politicamente os dirigentes de escalões superiores de entidades de
direito internacional público ou privado.

A condição de pessoa exposta politicamente perdura até 5 (cinco) anos contados da data em que a pessoa deixou de se
enquadrar como tal

Para fins do aqui disposto, são considerados

L familiares: os parentes, na linha direta, até o segundo grau, o cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a
enteada, e

II. estreitos colaboradores:

a) pessoas naturais que são conhecidas por terem sociedade ou propriedade conjunta com pessoas jurídicas de direito
privado ou em arranjos sem personalidade juridica, que figurem como mandatárias, ainda que por instrumento particular,
ou possuam qualquer outro tipo de estreita relação de conhecimento público com uma pessoa exposta politicamente, e

b) pessoas naturais que têm o controle de pessoas jurídicas de direito privado ou em arranjos sem personalidade juridica,
conhecidos por terem sido criados para o beneficio de uma pessoa exposta politicamente.

Circular Bacen no 3.978/2020

As instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen devem implementar procedimentos destinados a conhecer seus
clientes, incluindo procedimentos que assegurem a devida diligência na sua identificação, qualificação e classificação,
devendo tais procedimentos serem compativeis com

L o perfil de risco do cliente, contemplando medidas reforçadas para clientes classificados em categorías de maior risco,
de acordo com a avaliação interna de risco

II. a politica de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, e III. a avaliação interna de risco.
As informações coletadas nos procedimentos destinados a conhecer os clientes devem ser conservadas e mantidas à
disposição do Bacen pelo periodo minimo de 10 (dez) anos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao término
do relacionamento com o cliente.

Procedimentos Destinados a Conhecer Funcionários, Parceiros e Prestadores de Serviços Terceirizados

Os criminosos que se ocupam da prática de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo tendem a dispender
quantias significativas em tentativas de corromper os funcionários, parceiros ou prestadores de serviços terceirizados em
instituições visando ao afrouxamento dos controles.

Sendo assim, devem ser estabelecidos procedimentos que possuam como objetivo proporcionar um adequado
conhecimento dos funcionários que trabalham nas instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen, assim como das
pessoas sujeitas as obrigações de PLDFT no âmbito do mercado de valores mobiliários.

Esse conhecimento, que se inicia com a contratação do funcionário, deve continuar com os treinamentos e programas
PLDFT, reforçados com a aplicação regular de questionários relacionados à Ética, as Normas de Conduta e aos
Investimentos Pessoais.

Circular Bacen no 3.978/2020

OE 006.08.a - Entender e explicar a importância dos procedimentos destinados a conhecer funcionários, parceiros e
prestadores de serviços terceirizados da instituição financeira. Entender e interpretar os procedimentos mínimos
aplicáveis.

As instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen devem implementar procedimentos destinados a conhecer seus
funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo procedimentos de identificação e qualificação,
que devem ser compativeis com a politica de PLDFT e a avaliação interna de risco.

As instituições mencionadas devem classificar as atividades exercidas por seus funcionários, parceiros e prestadores de
serviços terceirizados nas categorias de risco definidas na avaliação interna de risco As informações relativas aos
funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados devem ser mantidas atualizadas, considerando inclusive
eventuais alterações que impliquem mudança de classificação nas categorias de risco.

Penalidades, Multas, Efeitos e Responsabilidade Administrativa

Lei no 9.613/1998

OE 006.09.a - Definir as responsabilidades administrativas e as penalidades pela não existência de politicas e


procedimentos de PLD.

Penalidades, multas e efeitos

O processo e julgamento dos crimes previstos na Lei no 9.613/98 obedecem ao procedimento comum dos crimes punidos
com reclusão, da competência do juiz singular, independendo do processo e julgamento dos crimes antecedentes, ainda
que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente a decisão sobre a unidade de processo e julgamento.

Entretanto, a competência acima mencionada é da Justiça Federal quando

Lo crime for praticado contra o sistema financeiro e a ordem económico- financeira, ou em detrimento de bens, serviços
ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas; ou

II. quando infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal

Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou
valores provenientes, direta ou indiretamente, constitui infração penal
Pena: reclusão de 3 a 10 anos e multa.

A pena será aumentada de um a dois terços se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por
intermédio de organização criminosa.

A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz
deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou participe
colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações
penais, à identificação dos autores, coautores e participes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.

São efeitos da condenação pelos crimes de lavagem de dinheiro, além dos previstos no Código Penal: La perda, em favor
da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Estadual - de todos os bens, direitos e valores relacionados,
direta ou indiretamente, à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança,
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, e

IL a interdição do exercicio de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de
administração ou de gerência das pessoas jurídicas sujeitas às obrigações de PLD, pelo dobro do tempo da pena privativa
de liberdade aplicada.

Responsabilidade administrativa

Serão aplicadas pelas autoridades competentes às pessoas sujeitas às obrigações de PLDFT, bem como aos
administradores das pessoas jurídicas que deixem de cumprir as obrigações previstas, cumulativamente ou não, as
seguintes sanções:

advertência

IL multa pecuniaria variável não superior.

a) ao dobro do valor da operação;

b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação, ou

c) ao valor de R$ 20 milhões;

IIL inabilitação temporária, pelo prazo de até 10 (dez) anos, para o exercicio do cargo de administrador das pessoas
sujeitas as obrigações de PLDFT.

IV. cassação ou suspensão da autorização para o exercicio de atividade, operação ou funcionamento.

Lei no 13.260/2016

Receber, prover, oferecer, obter, guardar, manter em depósito, solicitar, investir, de qualquer modo, direta ou
indiretamente, recursos, ativos, bens, direitos, valores ou serviços de qualquer natureza, para o planejamento, a
preparação ou a execução dos crimes previstos na Let

Pena: reclusão, de 15 a 30 anos.

Incorre na mesma pena quem oferecer ou receber, obliver, guardar, mantiver em depósito, solicitar, investir ou de
qualquer modo contribuir para a obtenção de ativo, bem ou recurso financeiro, com a finalidade de financiar, total ou
parcialmente, pessoa, grupo de pessoas, associação, entidade ou organização criminosa que tenha como atividade
principal ou secundária, mesmo em caráter eventual, a prática dos crimes previstos na Lei.

Salvo quando for elementar da prática de qualquer crime previsto nesta Lei, se de algum deles resultar lesão corporal
grave, aumenta-se a pena em um terço, se resultar morte, aumenta-se a pena na metade.

MÓDULO 07 – LAVAGEM DE DINHEIRO NOS MERCADOS ORGANIZADOS

Prevenção à Lavagem de Dinheiro, ao


Financiamento do Terrorismo e ao Financiamento da Proliferação de Armas de Destruição em Massa (PLD-FTP)

OE 375.01.a - Conhecer quem está sujeito às obrigações descritas na legislação que dispõe sobre a prevenção à lavagem
de dinheiro no âmbito do mercado de valores mobiliários.

Legislação, âmbito e finalidade

O Grupo de Ação Financeira (GAFI) é uma entidade intergovernamental, criada em 1989. Sua composição engloba 35
paises e territórios, dentre eles o Brasil, admitido como membro efetivo no ano 2000.

O GAFI atua visando ao desenvolvimento de padrões e à promoção da efetiva aplicação das medidas legislativas,
regulamentares e operacionais contra a lavagem de dinheiro, o financiamento do terrorismo, a proliferação de armas de
destruição em massa e outras ameaças à integridade do sistema financeiro internacional

Seguindo os padrões do GAFI, a Comissão de Valores Mobiliários emitiu a Resolução CVM no 50/21, que dispõe sobre a
prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e ao financiamento da proliferação de armas de
destruição em massa (PLD/FTP) no âmbito do mercado de valores mobiliários. São pessoas que estão sujeitas às
obrigações ali previstas, no limite de suas atribuições:

I as pessoas naturais ou jurídicas que prestem no mercado de valores mobiliários, em caráter permanente ou eventual, os
serviços relacionados à distribuição, custódia, intermediação ou administração de carteiras.

II. as entidades administradoras de mercados organizados e as entidades operadoras de infraestrutura do mercado


financeiro,

A bolsa de valores, a câmara de compensação, a central depositária, os escrituradores, os agentes de custódia e as


entidades do mercado de valores mobiliários estão abrangidos na Resolução CVM 50/21 e, por conseguinte, estão sujeitos
às obrigações de PLD/FTP.

III. as demais pessoas referidas em regulamentação especifica que prestem serviços no mercado de valores mobiliários,
incluindo

a) os escrituradores

b) os consultores de valores mobiliários

c) as agências de classificação de risco

d) os representantes de investidores não residentes, e

e) as companhias securitizadoras

IV. os auditores independentes no âmbito do mercado de valores mobiliários.

Ademais, as entidades do mercado de valores mobiliários devem submeter os Assessores de Investimentos (AI), com
quem mantém vinculo, às suas politicas de PLD/FTP, assim como as regras, aos procedimentos e aos controles internos a
elas relacionados.

Por outro lado, a Resolução CVM no 50/21 não se aplica aos analistas de valores mobiliários e ás companhias abertas,
desde que não exerçam as atividades acima elencadas.

Já as instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central estão sujeitas à Circular Bacen n° 3978/20, que
dispõe sobre a politica, os procedimentos e os controles internos, visando à prevenção da utilização do sistema financeiro
para a prática dos crimes de "lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei no 9.613/98, assim como
do financiamento ao terrorismo, previsto na Lei no 13260/16.

As corretoras e distribuidoras, tanto por atuarem no mercado de valores mobiliários, quanto por serem autorizadas a
funcionar pelo Bacen, devem observar a Resolução CVM n° 50/21 e a Circular Bacen no 3978/20.
Abordagem Baseada em Risco (ABR)

OE 375.01.b - Entender e interpretar o conceito de abordagem baseada em risco para a PLD/FTP.

A Abordagem Baseada em Risco (ABR), recomendada pelo GAFI aos paises-membros desde 2012, visa fortalecer o sistema
de PLD/FTP. Nesse conceito, os próprios países passam a ter que identificar, avaliar e compreender os riscos de lavagem a
que estão expostos, bem como adotar planos de ação para mitigação desses riscos e acompanhar a efetividade dessas
ações.

Para a correta adoção da ABR, é necessário que haja a identificação preliminar dos riscos internos das instituições, através
da Avaliação Interna de Risco, também recomendada pelo GAFI e adotada pela Resolução CVM n° 50/21, que incumbe à
entidade do mercado de valores mobiliários a responsabilidade de

I elencar todos os produtos oferecidos, serviços prestados, respectivos canais de distribuição e ambientes de negociação e
registro em que atuem, segmentando-os minimamente em baixo, médio e alto risco de LD/FTP, e

II. classificar os respectivos clientes por grau de risco de LD/FTP segmentando-os minimamente em baixo, médio e alto
risco, levando em consideração, dentre outros fatores:

a) o tipo de cliente e sua natureza juridica, a sua atividade, a sua localização geográfica, os produtos, serviços, operações e
canais de distribuição por ele utilizados, bem como outros parámetros de risco adotados no relacionamento com os seus
clientes; b) o relacionamento com outras entidades do mercado de valores mobiliários, considerando, inclusive, as
politicas de PLD/FTP de tais entidades, e

c) a contraparte das operações realizadas em nome de seu cliente, no caso de operações realizadas em ambientes de
registro.

Ademais, as pessoas Expostas Politicamente (PCP) e as organizações sem fins lucrativos, em face de suas peculiaridades,
devem ter tratamento especifico dentro da politica de PLD/FTP e do processo periódico da avaliação interna de risco.

Ou seja, a Resolução CVM n° 50/21 estabelece que as entidades com obrigações de PLD/FTP devem classificar todos os
grupos de seu relacionamento e suas atividades em nivel de risco de acordo as especificidades de cada segmento e da
própria instituição.

Nesse sentido, a Abordagem Baseada em Risco permite que medidas de PLD/FTP sejam aplicadas de forma proporcional e
adequada à natureza dos riscos, aperfeiçoando a eficácia dos procedimentos a serem implementados.

O objetivo da ABR é a implementação de medidas mais reforçadas onde os riscos são maiores e medidas simplificadas
onde eles são menores, o que exige das entidades do mercado de valores mobiliários que conheçam seus clientes, seus
funcionários e suas contrapartes, para que possam avaliar seus riscos e adotar planos proporcionais de miligação.

As entidades do mercado de valores mobiliários com obrigações de PLD/FTP devem ainda indicar um diretor estatutário,
responsável pelo cumprimento das normas a elas relacionadas, notadamente pela implementação e manutenção da
respectiva politica de PLD/FTP compatível com a natureza, o porte, a complexidade, a estrutura, o perfil de risco e o
modelo de negócio da instituição, de forma a assegurar o efetivo gerenciamento dos riscos de LD/FTP apontados.

A nomeação ou a substituição do diretor estatutário deve ser informada a instituições como CVM, bolsa, câmara de
compensação e central depositária, no prazo de até 7 (sete) dias úteis, contados da sua investidura.

No caso de conglomerado financeiro, admite-se a indicação do diretor para todo o conglomerado. Sua função pode ser
desempenhada em conjunto com outras funções na instituição, desde que não impliquem possiveis conflitos de
interesses, principalmente com as respectivas áreas de negócios.
O diretor estatutário deve elaborar relatório concernente à avaliação interna de risco de LD/FTP, a ser encaminhado para
os órgãos da alta administração especificados na politica de PLD/FTP, até o último dia útil do mês de abril, contendo, além
da classificação de risco dos produtos e clientes, informações sobre

- a identificação e a análise das situações de risco de LD/FTP, considerando as respectivas ameaças, vulnerabilidades e
consequências

a análise da atuação dos prepostos, assessores de investimento ou prestadores de serviços relevantes contratados;

o número das operações e situações atipicas detectadas, das análises realizadas e de comunicações de operações
suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAP):

os indicadores de efetividade nos termos definidos na politica de PLD/FTP, incluindo a tempestividade acerca das
atividades de detecção, análise e comunicação de operações ou situações atipicas; e

as recomendações para mitigar os riscos identificados no exercicio anterior que ainda não foram devidamente tratados,
contendo possíveis alterações nas diretrizes da politica de PLD/FTP e aprimoramento das regras, procedimentos e
controles internos, com o estabelecimento de cronogramas de saneamento.

Assim como a CVM, o Bacen também determina a indicação de diretor responsável pela PLD/FTP. As instituições
financeiras devem elaborar e encaminhar ao Banco Central, até 31 de março do ano subsequente ao de referência,
relatório de efetividade da politica, controle e acompanhamento da PLD. Além disso, deve ser encaminhado, até 30 de
junho, o plano de ação com relatório de acompanhamento, destinado a solucionar eventuais deficiências identificadas no
respectivo relatório de efetividade.

Política de PLD/FTP

OE 375.01.c - Entender como cada instituição financeira deve avaliar os riscos relacionados à PLD/FTP de sua atividade e
elaborar uma politica direcionada a esses riscos a partir de suas características próprias. Conhecer as obrigações de
controle da efetividade da politica de PLD/FTP.

As entidades do mercado de valores mobiliários abrangidas pela Resolução CVM n° 50/21 devem elaborar e implementar
a politica de PLD/FTP indicando, no minimo

La governança relacionada ao cumprimento das obrigações de PLD/FTP, incluindo a descrição circunstanciada de como
estão estruturados os órgãos da alta administração, quando aplicável, assim como a definição dos papéis e a atribuição de
responsabilidades dos integrantes de cada nivel hierárquico da instituição no tocante à elaboração e implementação do
processo de abordagem baseada em risco

II. a descrição da metodologia para tratamento e mitigação dos riscos identificados, a qual deve amparar os parâmetros
estabelecidos na avaliação interna de risco, contemplando o detalhamento das diretrizes:

a) que fundamentaram a abordagem baseada em risco adotada:

b)

para continuamente conhecer

1 os clientes ativos, incluindo procedimentos de verificação, coleta, validação e atualização de informações cadastrais,
bem como demais diligências aplicáveis, e

Cliente ativo é aquele que nos últimos 12 (doze) meses tenha efetuado movimentação de sua conta corrente ou posição
de custódia, realizado operação no mercado de valores mobiliários ou apresentado saldo em sua posição de custódia.
OE 375.01.d - Conhecer os procedimentos para identificação e monitoramento de funcionários e prestadores de serviços
relevantes.

2. os funcionários e os prestadores de serviços relevantes;

As entidades com obrigações de PLD/FTP são orientadas a implementar procedimentos destinados a conhecer (identificar,
selecionar e qualificar) seus funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, devendo tais procedimentos
serem compativeis com a politica de PLD/FT e a avaliação interna de risco.

c) utilizadas para nortear as diligências visando à identificação do beneficiário final do respectivo cliente,

d) de monitoramento e possivel detecção das atipicidades, bem como a especificação de outras situações de
monitoramento reforçado, e

e) acerca dos critérios utilizados para a obtenção dos indicadores de efetividade da abordagem baseada em risco utilizada
para fins de PLD/FTP:

III. a definição dos critérios e periodicidade para atualização dos cadastros dos clientes ativos, observando-se o intervalo
máximo de 5 (cinco) anos;

Éválido ressaltar que há exceção a essa regra no caso de clientes de maior risco, para os quais recomenda-se observar o
período máximo de renovação de 24 (vinte e quatro) meses, de forma a alinhar o prazo de atualização do cadastro com o
prazo de atualização do perfil de investimento do cliente.

As entidades sujeitas às obrigações de PLD/FTP não devem aceitar ordens de movimentação de contas de clientes que
estejam com os cadastros desatualizados, exceto nas hipóteses de pedidos de encerramento de conta ou de alienação ou
resgate de ativos.

IV. se for o caso, a descrição das rotinas que visem pautar as diligências relativas ao registro e as operações de investidor
não residente no Brasil; e

V. as ações que envolvam a identificação das contrapartes das operações realizadas nos ambientes de registro, quando
aplicável

A Politica de PLD/FTP deve ser documentada, aprovada pela alta administração e mantida atualizada. No caso de
conglomerados financeiros, devem ser estabelecidos mecanismos de intercambio de informações entre as áreas de
controle das instituições integrantes.

Regras, procedimentos e controles de PLD/FTP

Cadastro e identificação de beneficiário final

OE 375.01.e-Conhecer os procedimentos e as regras para identificação do cadastro de clientes.

A Resolução CVM no 50/21 distingue o conceito de cliente do conceito de investidor, esclarecendo, para os exclusivos
efeitos de PLD/FTP, o alcance mais limitado do conceito de cliente e mais amplo do conceito de investidor.

L cliente: investidor que mantém relacionamento comercial direto com as pessoas que estão sujeitas as obrigações de
PLD/FTP, e

II. investidor: pessoa natural ou juridica, fundo ou veiculo de investimento coletivo ou o investidor não residente em nome
do qual são efetuadas operações com valores mobiliários.

A Resolução CVM n° 50/21 aperfeiçoa o processo "Conheça seu Cliente" ao determinar, para além do processo de
identificação e de coleta de dados cadastrais dos clientes, as diligências continuas visando à coleta de informações
suplementares e, em especial, à identificação de seus respectivos beneficiários finais.
As informações cadastrais relativas a clientes devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-los, todos seus
controladores, diretos e indiretos, e as pessoas naturais que sobre eles tenham influência significativa, até alcançar a
pessoa natural caracterizada como beneficiário final.

Influência significativa é situação em que uma pessoa natural, seja o controlador ou não, exerça influencia de fato nas
decisões ou seja titular de mais de 25% do capital social das pessoas jurídicas ou do patrimonio liquido dos fundos de
investimento.

As entidades sujeitas as obrigações de PLD/FTP devem definir o percentual de participação minimo que caracteriza o
controle direto ou indireto, observado que, exclusivamente para fins de identificação como beneficiário final, o percentual
não pode ser superior a 25% da participação

No caso de fundos de investimento, o distribuidor será o prestador de serviços que manterá relação comercial direta com
o cotista, sendo de sua responsabilidade a coleta das informações cadastrais, a manutenção do cadastro e a adoção das
diligências previstas em sua politica de PLD/FTP para controlar e monitorar o risco inerente às suas atividades.

No caso de investidores não residentes, o cadastro deve conter, adicionalmente:

L os nomes e respectivos números de CPF/MF das pessoas naturais autorizadas a emitir ordens no Brasil e, conforme o
caso, dos administradores da instituição ou responsáveis pela administração da carteira, e

II. os nomes e respectivos números de CPF/MF do representante legal e do responsável pela custódia dos seus valores
mobiliários no Brasil

É facultada a utilização de cadastro simplificado de investidores não residentes, possibilitando que a coleta e a
manutenção dos dados cadastrais sejam realizadas por instituição estrangeira, desde que ele seja cliente da instituição
estrangeira e que esta assuma obrigações relativas à PLD/FTP.

Implicações de um cadastro desatualizado

Caso as informações minimas exigidas pela Resolução CVM 50/2021 não sejam obtidas, a entidade deve diligenciar, não
só para validar os dados que foram informados, como também para obter os demais não informados. Se ainda assim, a
instituição obrigada não estiver de posse de todas as informações exigidas, essa situação não impede o inicio do
relacionamento comercial

No entanto, essa situação de excepcionalidade deve estar prevista na respectiva Politica de PLD/ FTP da entidade,
incluindo

L monitoramento reforçado, mediante a adoção de procedimentos mais rigorosos para a seleção de operações ou
situações atipicas, independentemente da classificação de risco desse investidor

II. análise mais criteriosa com vistas à verificação da necessidade de comunicar ao COAF sobre todas as situações e
operações detectadas que possam constituir sérios indicios de LD/FTP e cumprir, imediatamente e sem aviso prévio aos
sancionados, as medidas estabelecidas nas resoluções sancionatórias do CSNU, na hipótese de detecção de outros sinais
de alerta, e

III. avaliação do diretor responsável pela PLD/FTP, passivel de verificação, quanto ao interesse no inicio ou na manutenção
do relacionamento com o investidor.

Dentre as diligências a serem adotadas pelas entidades para a validação dos dados cadastrais, deve ser destacada a
importância da consulta periódica na página da CVM da lista de entidades que estão temporariamente impedidas de atuar
no mercado de valores mobiliários. A periodicidade dessa rotina deve estar prevista na respectiva politica de PLD/FTP.

Dispensa de identificação de beneficiário final


As entidades abaixo não são obrigadas a identificar a pessoa natural caracterizada como beneficiário

final:

L a pessoa juridica constituida como companhia aberta no Brasil;

II. fundos e clubes de investimento nacionais registrados, desde que

a) não seja fundo exclusivo,

b) sejam geridos discricionariamente, e

c) seja informado o número do CPF ou do CNPJ de todos os colistas para a Receita Federal do Brasil.

III. instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil,

IV. seguradoras, entidades abertas e fechadas de previdência complementar e de regimes próprios de previdência social;

V. os investidores não residentes classificados como:

a) bancos centrais, governos ou entidades governamentais, assim como fundos soberanos ou companhias de
investimento controladas por fundos soberanos e similares

b) organismos multilaterais

c) companhias abertas ou equivalentes,

d) instituições financeiras ou similares, agindo por conta própria

e) administradores de carteiras, agindo por conta própria

1) seguradoras e entidades de previdência, e

g) fundos ou veiculos de investimento coletivo, desde que, cumulativamente:

i. o número de cotistas seja igual ou superior a 100 (cem) e que nenhum deles exerça influência significativa, e

il sejam administrados discricionariamente por administrador profissional sujeito à regulação de órgão regulador que
tenha celebrado com a CVM acordo de cooperação mútua

Registro de transações

OE 375.01.f - Conhecer os procedimentos e as regras para o registro de transações. As pessoas abrangidas pela Resolução
CVM50/21 devem manter registro de toda operação envolvendo valores mobiliários, independentemente de seu valor, de
forma a permitir.

L a verificação da movimentação financeira de cada cliente, consoante a politica de PLD/FTP, a avaliação interna de risco e
as respectivas regras, procedimentos e controles internos,

assim como em face das informações obtidas no processo de identificação dos clientes, considerando em especial

a) os valores pagos a titulo de liquidação de operações;

b) os valores ou ativos depositados a titulo de garantia, em operações nos mercados de liquidação futura, e

c) as transferências de valores mobiliários para a conta de custódia do cliente,

II. as tempestivas análises e comunicações.

Registro de transações

OE 375.01.g-Conhecer o período de conservação dos cadastros e registros.


As entidades do mercado de valores mobiliários sujeitas às obrigações PLD/FTP devem, conforme Resolução CVM 50/21,
manter registros de toda operação envolvendo valores mobiliários e à disposição da CVM, durante o periodo minimo de 5
(cinco) anos, toda a documentação relacionada às obrigações previstas nessa legislação.

Já as instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, por força da Resolução Bacen no
3.978/20, devem conservar e manter a documentação supracitada à disposição do Bacen pelo periodo minimo de 10 (dez
anos).

Monitoramento e da comunicação das operações

OE 375.01.h - Conhecer os procedimentos e as regras para o monitoramento e a comunicação das operações ao COAF.

As pessoas sujeitas às obrigações de PLD/FTP devem, no limite de suas atribuições, monitorar continuamente todas as
operações e situações, bem como observar as seguintes atipicidades, que podem, após detecção e respectiva análise,
configurar indicios de LD/FTP

L situações derivadas do processo de identificação do cliente, tais como:

a) aquelas em não seja possivel manter atualizadas as informações cadastrais,

b) que não seja possivel identificar o beneficiário final;

c) que as diligências não possam ser concluidas, ou

d) que os valores se afigurem incompativeis com a ocupação, rendimentos, situação patrimonial ou atividade econômica.

II. situações relacionadas a operações cursadas no mercado de valores mobiliários, tais como

a) realizadas entre as mesmas partes ou em beneficio das mesmas partes, nas quais haja seguidos ganhos ou perdas no
que se refere a algum dos envolvidos;

b) que evidenciem oscilação significativa em relação ao volume ou à frequência de negócios de quaisquer das partes
envolvidas,

c) cujos desdobramentos contemplem caracteristicas que possam constituir artificio para burla da identificação dos
efetivos envolvidos e beneficiários respectivos,

d) cujas caracteristicas e desdobramentos evidenciem atuação, de forma contumaz, em nome de terceiros

e) que evidenciem mudança repentina e objetivamente injustificada relativamente às modalidades operacionais


comumente utilizadas pelos envolvidos,

1) cujo grau de complexidade e risco se afigurem incompativeis com o perfil, porte e objeto social do cliente

g) realizadas com a aparente finalidade de gerar perda ou ganho para as quais falte, objetivamente, fundamento
económico ou legal:

h) transferências privadas de recursos e de valores mobiliários sem motivação aparente, tais como: entre contas-correntes
de investidores perante o intermediário; de titularidade de valores mobiliários sem movimentação financeira; e de valores
mobiliários fora do ambiente de mercado organizado,

i) depósitos ou transferências realizadas por terceiros, para a liquidação de operações de cliente, ou para prestação de
garantia em operações nos mercados de liquidação futura

j) pagamentos a terceiros, sob qualquer forma, por conta de liquidação de operações ou resgates de valores depositados
em garantia, registrados em nome do cliente; e k) operações realizadas fora de preço de mercado.

III. operações e situações relacionadas a pessoas suspeitas de envolvimento com atos terroristas, tais como aquelas que
envolvam:
a) ativos alcançados por sanções impostas pelas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), de
acordo com a Lei no 13810/19:

b) ativos alcançados por requerimento de medida de indisponibilidade oriundo de autoridade central estrangeira de que
se venha a ter conhecimento,

c) a realização de negócios, qualquer que seja o valor, por pessoas que tenham cometido ou intentado cometer atos
terroristas, ou deles participado ou facilitado o seu cometimento, conforme o disposto na Lei no 13.260/16;

d) valores mobiliários pertencentes ou controlados, direta ou indiretamente, por pessoas que tenham cometido ou
intentado cometer atos terroristas, ou deles participado ou facilitado o seu cometimento, e

e) movimentação passivel de ser associada ao financiamento do terrorismo ou ao financiamento da proliferação de armas


de destruição em massa.

IV. operações com a participação de pessoas naturais, pessoas jurídicas ou outras entidades que residam, tenham sede ou
sejam constituidas em paises, jurisdições, dependências ou locais:

a) que não aplicam ou aplicam insuficientemente as recomendações do GAFI, conforme listas emanadas por aquele
organismo, e

b) com tributação favorecida e submetidas a regimes fiscais privilegiados, conforme normas emanadas pela Receita
Federal do Brasil

Segundo a Lei no 9.613/98, as pessoas sujeitas as obrigações relacionadas à PLD/FTP deverão comunicar ao COAF
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras), abstendo-se de dar ciencia de tal ato a qualquer pessoa, inclusive
aquela da qual se refira a informação, no prazo de 24 horas: a proposta ou realização de transações em moeda nacional
ou estrangeira, titulos e valores mobiliários, titulos de crédito, metais ou qualquer ativo passivel de ser convertido em
dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente.

operações que, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indicios
dos crimes previstos nessa Lei, ou com eles relacionar-se.

As entidades do mercado de valores mobiliários sujeitas às obrigações de PLD/FTP devem comunicar à CVM, se for o caso,
a não ocorrência, no ano civil anterior, de situações, operações ou propostas de operações passiveis de serem
comunicadas, devendo tal comunicação ser realizada anualmente até o último dia útil do mes de abril

Cumprimento de Sanções de Indisponibilidade de Ativos Impostas por Resoluções do Conselho de Segurança das Nações
Unidas- CSNU

OE 375.011- Conhecer os procedimentos visando ao cumprimento de sanções de indisponibilidade de ativos impostas por
resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas - CSNU.

A Lei no 13.810/2019 dispõe sobre o cumprimento de sanções impostas por resoluções do Conselho de Segurança das
Nações Unidas (CSNU), incluida a indisponibilidade de ativos de pessoas naturais e juridicas e de entidades, e a
designação nacional de pessoas investigadas ou acusadas de terrorismo, de seu financiamento ou de atos a ele
correlacionados.

A indisponibilidade de ativos, que consiste na proibição de transferir, converter, trasladar, disponibilizar ativos, ou deles
dispor, direta ou indiretamente, ocorrerá nas seguintes hipóteses

L por execução de resoluções do CSNU, assim como por designações de seus comités de sanções; ou

II. a requerimento de autoridade central estrangeira, desde que o pedido de indisponibilidade esteja de acordo com os
principios legais aplicáveis e apresente fundamentos objetivos para exclusivamente atender aos critérios de designação
estabelecidos em resoluções do CSNU
A indisponibilidade de ativos não constitui a perda do direito de propriedade. As resoluções sancionatórias do CSNU são
dotadas de executoriedade imediata no Brasil.

As pessoas naturais e juridicas sujeitas às obrigações de PLD/FTP cumprirão, sem demora e sem prévio aviso aos
sancionados, as resoluções do CSNU que determinem a indisponibilidade de ativos de titularidade, direta ou indireta, de
pessoas fisicas, de pessoas jurídicas ou de entidades submetidas a sanções decorrentes de tais resoluções, na forma e nas
condições definidas por seu órgão regulador ou fiscalizador

A indisponibilidade de ativos e as tentativas de sua transferência relacionadas às pessoas naturais, às pessoas juridicas ou
ás entidades sancionadas por resolução do CSNU serão comunicadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, aos
órgãos reguladores ou fiscalizadores das pessoas naturais ou das pessoas juridicas (CVM e/ou Bacen) e ao Conselho de
Controle de Atividades Financeiras (COAF).

As pessoas naturais e as pessoas juridicas sujeitas às obrigações de PLD/FTP informarão, sem demora, ao Ministério da
Justiça e Segurança Pública e aos órgãos reguladores e fiscalizadores (CVM e/ou Bacen) a existência de pessoas ou ativos
sujeitos a determinações de indisponibilidade às quais deixaram de dar cumprimento imediato, informando as razões para
tanto.

MÓDULO 08 – CRIMES FINANCEIROS

Preceitos Legais

Conduta criminosa

OE 397.01.a - Distinguir a conduta criminosa da conduta adequada aos preceitos da lei.

Os seguintes preceitos legais estão definidos no Decreto-Lei no 2.848/1940 (Código Penal Brasileiro): Anterioridade da Lei:
não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

Assim, para se tipificar uma conduta criminosa, a lei terá que ser anterior ao cometimento do delito. Ademais, deve haver
uma norma tipificando uma conduta e cominando uma pena.

Lei penal no tempo: ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude
dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Dessa forma, uma conduta passa a ser considerada adequada caso compatível com os preceitos de lei posterior que
doravante deixa de considerá-la crime.

Tipo penal

OE 397.01.b- Entender o conceito de tipologia aberta e a obrigação que cria de constante atualização por parte dos
profissionais.

O tipo penal é uma norma que descreve condutas criminosas em abstrato, podendo se classificar em: tipo fechado: a
conduta proibida pode ser perfeitamente individualizada sem que haja necessidade de recorrer-se a outros elementos
além daqueles fornecidos pela própria lei penal no tipo; e

tipo aberto: quando o tipo não individualiza totalmente a conduta proibida, exigindo que o juiz o faça, recorrendo a
normas gerais ou regras de conduta, inclusive de caráter ético, que estão fora do tipo penal.

Cabe então ao profissional financeiro conhecer não apenas as normas jurídicas vigentes, como também as regras de
conduta, mantendo-se em constante atualização, de forma a evitar que, por mero desconhecimento, sejam adotadas
práticas tipificáveis como conduta criminosa.
Omissão imprópria

OE 397.01.c - Compreender a necessidade de reporte de operações criminosas, sob risco de configuração de omissão
imprópria.

A omissão se caracteriza pela falta de ação no cumprimento de um dever, sendo a omissão imprópria um tipo penal
atribuível àquele que se omite, como se ele tivesse causado o resultado ou o risco previsto na norma.

Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

O Código Penal considera que omissão é penalmente relevante quando quem se omitiu devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:

tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; ou com seu comportamento anterior, criou o risco da
ocorrência do resultado.

Assim, todo aquele que cria um risco, mesmo permitido, tem o dever de mantê-lo dentro dos parâmetros toleráveis,
definidos pelas normas de cuidado correspondentes.

Nos casos em que o profissional financeiro toma conhecimento de atividades fraudulentas ou criminosas, ele tem o dever
de reportá-las ao competente órgão regulador, sob pena de sua falta de ação poder se configurar como crime por omissão
imprópria.

Dever Fiduciário na Profissão de Investimento

OE 397.02.a - Descrever o dever fiduciário e sua importância para a profissão de investimentos.

Os deveres fiduciários na profissão de investimentos existem para garantir que os agentes encarregados de administrar o
dinheiro de outras pessoas ajam conforme o interesse dos beneficiários e não em seu próprio interesse.

É dever fiduciário dos profissionais de investimento agir com honestidade, boa-fé, lealdade e prudência, pois suas
decisões trazem consequência para a sociedade como um todo.

Além da honestidade e boa-fé, que integram o complexo de virtudes representado pela integridade, cabe especificar as
seguintes obrigações, em face de sua relevância para os profissionais de investimento:

Lealdade: o agente fiduciario tem um dever de lealdade para com seus clientes, devendo usar cautela e discernimento
razoáveis, além de agir para o beneficio de seus clientes e colocar os interesses deles acima de seus próprios interesses ou
dos interesses do seu empregador.

Prudência e Zelo: o agente fiduciário deve agir com o devido cuidado, habilidade e diligência, fazendo investimentos como
qualquer pessoa comum e prudente faria.

A quebra dos deveres fiduciários deteriora a confiança no mercado financeiro e de capitais, nas instituições e nos
profissionais de investimento, estimulando a crença que os detentores de informações, acessos e poder de decisão
privilegiados podem obter vantagens indevidas e injustas às expensas dos interesses daqueles que deveriam zelar.

Princípios Gerais de Ética Empresarial

OE 397.03.a - Conhecer e explicar os princípios fundamentais de ética empresarial aplicada a profissionais de


investimentos.

São considerados os seguintes seis princípios fundamentais para a ética empresarial, de acordo com o modelo de Robert
Solomon, que formam uma estrutura integrada de propósitos entre a sociedade, a comunidade, a empresa e o indivíduo:

- Empresas como comunidade: ao invés de visar exclusivamente o lucro, as empresas passam a ser movidas pela vontade
coletiva e ambição de seus empregados.

- Excelência: fazer bem e fazer o bem, o que indica um senso de missão e um compromisso que vai além do potencial da
empresa.
- Influência: o empregado é influenciado pela empresa na qual trabalha, desenvolvendo sua identidade pessoal, em
grande parte, por meio dela.

- Integridade: complexo de virtudes que formam um caráter coerente e uma personalidade identificável e confiável.

- Julgamento: orienta o papel dos individuos em situações conflito, sendo aprendido através da experiência e devendo ser
estimulado, enfatizado e praticado.

A preocupação com o todo: relacionado ao holismo, cujo objetivo é cultivar seres humanos completos e preocupados com
o todo.

Um exemplo de holismo é a Responsabilidade Social Corporativa, que não deve ser vista apenas como uma forma de
filantropia por parte das empresas, mas como objetivo central dessas, já que seu propósito deve ser enriquecer não
apenas os empresários, como também a sociedade pela qual eles são responsáveis.

Crimes contra o Mercado de Capitais

Exercício irregular da profissão

OE 397.04.a - Compreender a necessidade de autorização ou registro para a realização de condutas específicas no


mercado de valores mobiliários.

A Lei no 6.385/1976 conceitua o crime de exercicio irregular de cargo, profissão, atividade ou função como:

Exercer, ainda que a titulo gratuito, no mercado de valores mobiliários, a atividade de administrador de carteira, de
assessor de investimento, de auditor independente, de analista de valores mobiliários, de agente fiduciario ou qualquer
outro cargo, profissão, atividade ou função, sem estar, para esse fim, autorizado ou registrado na autoridade
administrativa competente, quando exigido por lei ou regulamento.

A pena atribuivel à conduta criminosa de exercicio irregular é de detenção de 6 meses a 2 anos, além de multa.

Uso indevido de informações

OE 397.04.b - Identificar a utilização indevida de informações privilegiadas, distinguir os diferentes tipos de Insider Trading
(Primário e Secundário) e o dever de sigilo de informações privilegiadas.

Inside information

Segundo a Lei no 6.385/1976, informação privilegiada (inside information) é toda a informação relevante ainda não
divulgada ao mercado. Assim, considera-se:

- confidencial: a informação não divulgada amplamente no mercado através da midia. A informação divulgada aos
analistas não é considerada pública até que seja fornecida para os investidores em geral; e

- relevante: se a divulgação da informação afetaria o preço de um titulo ou se os investidores gostariam de ter a


informação antes de tomar uma decisão de investimento, ela é relevante. Se o efeito da disseminação desta informação
no preço for ambiguo, a informação pode não ser considerada relevante.

Insider trading

Insider trading ocorre quando pessoas que possuem informação privilegiada sobre as companhias realizam negócios com
ativos dessas empresas em proveito próprio e/ou prejudiciais aos investidores em geral, podendo tal prática ser
classificada como:

primário: quando o crime for cometido por quem recebe a informação privilegiada diretamente de sua fonte de origem, e
sabe se tratar de uma informação privilegiada da qual deve ou não guardar sigilo;

secundário: acontece quando o crime for cometido por alguém que não tem acesso à informação diretamente da sua
origem, mas recebe a informação confidencial de terceiros ou circunstâncias excepcionais, podendo, ainda, não saber se
tratar de uma informação privilegiada; e
repasse: incorre na mesma conduta criminosa quem repassa informação sigilosa relativa a fato relevante a que tenha tido
acesso em razão de cargo ou posição que ocupe em emissor de valores mobiliários ou em razão de relação comercial,
profissional ou de confiança com o emissor.

Utilizar informação relevante de que tenha conhecimento, ainda não divulgada ao mercado, que seja capaz de propiciar,
para si ou para outrem, vantagem indevida, mediante negociação, em nome próprio ou de terceiros, de valores
mobiliários enseja pena de reclusão, de um a cinco anos, e multa de até três vezes o montante da vantagem ilicita obtida
em decorrência do crime.

Incorre na mesma pena quem repassa informação sigilosa relativa a fato relevante a que tenha tido acesso em razão de
cargo ou posição que ocupe em emissor de valores mobiliários ou em razão de relação comercial, profissional ou de
confiança com o emissor.

A pena é aumentada em 1/3 (um terço) se o agente se vale de informação relevante de que tenha conhecimento e da
qual deva manter sigilo.

Confidencialidade

OE 397.04.c - Analisar e interpretar situações apresentadas referentes à confidencialidade das informações. Determinar se
houve ou não violação de informações confidenciais.

O profissional deve proteger a confidencialidade de todas as informações dos clientes. Um relacionamento de confiança
com o cliente só pode ser construido sob o entendimento de que as informações serão tratadas de forma discreta e
segura e não serão reveladas inadequadamente. O uso de informação do cliente é impróprio, independente de causar ou
não dano a este. É permitido usar informações confidenciais do cliente quando ele e o profissional estiverem em uma
disputa civil, para se defender contra acusações de impericia feitas pelo cliente ou, ainda, para cumprir com
requerimentos ou processos legais. Em todas as outras situações, mesmo que não cause danos ao cliente, não é permitido
revelar suas informações a terceiros.

As informações privilegiadas devem ser preservadas, cabendo aos emissores e ás entidades que atuam no mercado de
valores mobiliários propiciar o controle de informações confidenciais, restritas e privilegiadas a que tenham acesso os
seus sócios, diretores, administradores, profissionais e terceiros contratados.

Conflito de interesses

OE 397.04.d - Analisar, interpretar e identificar situações apresentadas e que sejam potencials de conflito de interesses.

O conflito de interesses está relacionado a circunstâncias, a relacionamentos ou a outros fatos vinculados aos próprios
interesses financeiros, operacionais, de propriedade e/ou pessoais de um profissional que podem impedir, de alguma
forma, tal profissional de prestar seu aconselhamento, suas recomendações ou serviços de forma desinteressada.

O profissional deve manter com os clientes uma relação profissional integra, revelando e gerenciando possiveis conflitos
de interesses. Ele deve compatibilizar os próprios sentimentos, preconceitos e desejos, de forma a alcançar um equilibrio
entre os interesses conflitantes.

Manipulação dos Mercados

OE 397.05.a - Entender a conduta e o dolo especifico de manipulação de mercado.

Os profissionais de mercado não devem se envolver em práticas que distorçam preços de ativos ou artificialmente
aumentem o volume de negociação com a intenção de enganar os participantes do mercado.

Exemplos incluem manipulações baseadas em transações que dão falsas impressões de volume e/ou preço, assim como
disseminar informações falsas e enganosas para influenciar o preço de um ativo.

A Lei no 6.385/1976 conceitua a prática de manipulação de mercado como


Realizar operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas destinadas a elevar, manter ou baixar a cotação,
o preço ou o volume negociado de um valor mobiliário, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro, para si ou para
outrem, ou causar dano a terceiros.

É imputável a pena de reclusão, de um a oito anos, além da multa de até três vezes o montante da vantagem ilicita oblida
em decorrência do crime de manipulação.

As multas cominadas para os crimes de manipulação de mercado e uso indevido de informação privilegiada deverão ser
aplicadas em razão do dano provocado ou da vantagem ilicita auferida pelo agente. Nos casos de reincidência, a multa
pode ser de até o triplo dos valores fixados em lei.

A existência de prejuizo ao investidor ou o efetivo recebimento da vantagem indevida não são requisitos necessários à
caracterização da operação fraudulenta. Basta que o agente tenha tido a intenção de obter vantagem ilicita, utilizando
para tanto de ardil ou artificio destinado a induzir ou manter terceiros em erro.

Práticas não equitativas

OE 397.05.b - Conhecer as práticas não equitativas e de manipulação de mercado definidas em lei.

A Lei no 6.385/1976 definiu como uma de suas atribuições assegurar a observância de práticas equitativas no mercado de
valores mobiliários.

Nesse sentido é que a Resolução CVM n° 62/2022 veda aos administradores e acionistas de companhias abertas, aos
intermediários e aos demais participantes do mercado de valores mobiliários, considerando falta grave passivel de
aplicação de penalidades previstas na Lei no 6.385/76, práticas caracterizadas como:

I criação de condições artificiais de demanda, oferta ou preço: aquelas criadas em decorrência de negociações pelas quais
seus participantes ou intermediários, por ação ou omissão dolosa provocarem, direta ou indiretamente, alterações no
fluxo de ordens de compra ou venda de valores mobiliários;

II. manipulação de preços: utilização de qualquer processo ou artificio destinado, direta ou indiretamente, a elevar,
manter ou baixar a cotação de um valor mobiliário, induzindo terceiros à sua compra e venda,

III operação fraudulenta: aquela em que se utilize ardil ou artificio destinado a induzir ou manter terceiros em erro, com a
finalidade de obter vantagem ilicita de natureza patrimonial para as partes na operação, para o intermediário ou para
terceiros; e

IV. prática não equitativa: aquela de que resulte, direta ou indiretamente, efetiva ou potencialmente, um tratamento para
qualquer das partes, em negociações com valores mobiliários, que a coloque em uma indevida posição de desequilibrio
ou desigualdade em face dos demais participantes da operação.

Ilícitos de mercado

OE 397.05.c - Identificar os exemplos notórios de ilícitos de mercado (front running. spoofing, layering, money pass,
churning e manipulação de benchmark).

O livro de ofertas, ou book, é onde são registradas e apresentadas as intenções de compra e venda de ativos na Bolsa de
Valores.

Segundo as regras de negociação da B3, o livro de ofertas apresenta a seguinte ordenação:

- ofertas de compra de maior preço tem prioridade na execução e, no caso de mais de uma oferta com o mesmo preço, a
prioridade é daquela enviada mais previamente, e

- ofertas de venda de menor preço tem prioridade na execução e, no caso de mais de uma oferta com o mesmo preço, a
prioridade é daquela enviada mais previamente.

As informações disponibilizadas no livro de ofertas são relevantes para as decisões de negociação, não podendo conter,
portanto, falsas representações aos investidores.
Front running

Front running é a inserção de uma ordem de negociação no livro de ofertas por um operador, em proveito próprio ou de
terceiros, em função do seu conhecimento sobre uma futura transação que irá impactar substancialmente o preço do
ativo.

O operador também pode adotar essa conduta criminosa mediante a informação privilegiada de uma recomendação de
compra ou venda de um ativo que poderá, com razoável grau de certeza, afetar o seu preço quando divulgada ao público
em geral.

Spoofing

Um exemplo do ciclo de spoofing é um investidor que envia sua oferta de venda no preço pretendido, mesmo observando
no book que ela ficou posicionada atrás de outras de menor ou igual valor, inseridas previamente.

Ele então envia uma oferta artificial expressiva no lado oposto do book, ou seja, uma oferta de compra de valor abaixo e
próximo ao da sua ordem de venda, o que induz os compradores a incluir ou ajustar a maior o preço de suas ofertas de
compra visando à obtenção de posição de prioridade.

Com o novo fluxo de ordens de compra, advindo da reação dos compradores à oferta ficticia, a oferta de venda inicial
passa a dispor de maiores possibilidades de execução e, assim que executada, o investidor fecha o ciclo do spoofing,
cancelando a oferta de compra fictícia.

Layering

Por sua vez, o layering é uma prática abusiva de criação de liquidez artificial no livro de ofertas por meio de camadas de
ofertas artificiais em niveis sucessivos de preços, com o objetivo de induzir os investidores a superar as barreiras criadas
pelas camadas, gerando assim ordens mais agressivas do Lado oposto do book

Enquanto o spoofing é implementado com apenas uma ordem artificial, o layering utiliza camadas de ordens.

Após a execução do negócio originalmente pretendido, as camadas de ofertas e, por conseguinte, a liquidez artificial, são
canceladas.

O layering é mais adotado nos books com spreads mais abertos, isto é, quando a diferença entre a melhor oferta de
compra e melhor oferta de venda é maior, já que, nesses casos, a manipulação tende a ser mais abrangente do que no
spoofing.

Money pass

A prática do money pass consiste na realização de operação no mercado de valores mobiliários acordada previamente
entre dois individuos, com o objetivo de ocultar a transferências de recursos entre eles.

Um exemplo seria um investidor colocar ordens de compra e venda de sua conta e da conta de um terceiro em lados
opostos do livro de ofertas, com uma diferença de poucos segundos entre elas.

É também possivel a utilização de operações de day trade, em que ocorre a abertura e o encerramento de posição no
mesmo pregão, para a prática desse ilicito.

Churning

Churning, também conhecido como overtrading, consiste na prática irregular de realizar sucessivas operações com o
objetivo preponderante de gerar maior volume de corretagens e comissões.

A prática de chuming, comumente associada à gestão irregular de carteira de investidor, é caracterizada pela presença de
três principais fatores:

- controle sobre a conta do cliente,

- negociação excessiva, e

- custos excessivos.
A prática de efetuar negócios de maneira excessiva, com o objetivo de gerar maiores receitas, é considerada quebra de
lealdade, em razão da atuação contrária e fraudulenta ao melhor interesse do investidor, o que resulta em infração às
disposições da Resolução CVM no 62/2022.

Manipulação de benchmark

A manipulação de benchmark ocorre mediante conluio de agentes de mercado, inclusive instituições financeiras e
entidades que atuam no mercado de capitais, visando afetar artificialmente os valores que servem de base ao cálculo de
indices de referência (benchmarks).

Os operadores dos agentes envolvidos deliberadamente submetem ao provedor do indice informações de valores ou
taxas artificialmente altos ou baixos, forçando a valorização ou desvalorização do indicador, de forma a apoiar as
negociações de ativos e derivativos realizadas por seus empregadores.

Além de ensejar mudanças regulatórias, ações judiciais e multas, crimes dessa natureza ganham notoriedade,
prejudicando a confiança do público nos mercados financeiros e de capitais.

MÓDULO 09 – SUITABILITY

Resolução CVM: 30 - Dever de Verificação da Adequação dos Produtos, Serviços e Operações ao Perfil do Cliente
(Suitability)

As pessoas habilitadas a atuar como integrantes do sistema de distribuição e os consultores de valores mobiliários não
podem recomendar produtos, realizar operações ou prestar serviços sem que verifiquem sua adequação ao perfil do
cliente.

Para tornar o processo de adequação de produtos de investimento mais claro e objetivo, pode-se desenvolver uma
Análise do Perfil do Investidor. Trata-se de uma metodologia que orienta o investidor a identificar seu perfil e verificar a
adequação de produtos de investimento a ele.

A Resolução CVM no 30, de 2021, regulamenta o dever de verificação da adequação dos produtos, serviços e operações
ao perfil do cliente.

As regras previstas na instrução são aplicáveis às recomendações de produtos ou serviços, direcionadas a clientes
especificos, realizadas mediante contato pessoal, seja sob formas oral, escrita, eletrônica ou pela internet.

OE 007.01.a - Identificar o perfil e a situação patrimonial do cliente, utilizando dados obtidos pela entrevista e pela
aplicação de questionário, conforme legislação vigente e definições da CVM.

A Análise do Perfil do Investidor (API) è geralmente desenvolvida a partir de um questionário respondido pelo investidor,
antes da decisão sobre em quais produtos ele irá aplicar seus recursos.

Análise do Perfil do Investidor

Adequação aos produtos e serviços Tolerância aos riscos

Categorias de perfil de risco Necessidade futura de recursos

Categorias de produtos

OE 007.01.b - Analisar o perfil do cliente (suitability): identificar o perfil de risco do cliente e, em função de seus objetivos,
horizonte de investimento e expectativas de retorno, avaliar todas essas informações para formular uma estratégia
adequada de investimentos.
Para verificar se há adequação entre a recomendação de produtos ou serviços ao perfil do cliente, é necessário checar se

Lo produto, o serviço ou a operação são adequados aos objetivos de investimento do cliente.

II. a situação financeira do cliente é compatível com o produto, o serviço ou a operação; e

III. o cliente possui conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados ao produto, ao serviço ou à
operação.

Para verificar a adequação do produto, serviço ou da operação aos objetivos de investimento do cliente, é necessário
analisar, no minimo

- o período em que o cliente deseja manter o investimento;

as preferências declaradas do cliente quanto à assunção de riscos; e

as finalidades do investimento.

Para determinar a situação financeira do cliente, é preciso analisar, no minimo

o valor das receitas regulares declaradas pelo cliente,

- o valor e os ativos que compõem o patrimônio do cliente, e

a necessidade futura de recursos declarada pelo cliente.

Para determinar o nível de conhecimento financeiro do cliente, deve-se analisar, no minimo - os tipos de produtos,
serviços e operações com os quais o cliente tem familiaridade,

a natureza, o volume e a frequência das operações já realizadas pelo cliente no mercado de valores mobiliários, bem
como o período em que tais operações foram realizadas; e - a formação académica e a experiência profissional do cliente
(esta etapa não se aplica ao cliente pessoa juridica)

Ademais, há de considerar os custos diretos e indiretos associados aos produtos, serviços ou operações, abstendo-se de
recomendar aqueles que, isoladamente ou em conjunto, impliquem custos excessivos e inadequados ao perfil do cliente.
Nesse sentido, é vedada a prática de venda casada, que consiste na vinculação de determinada operação à contratação de
outro produto ou serviço de que o cliente provavelmente não necessita ou que não seja adequada aos seus interesses,
como, por exemplo, a liberação de um empréstimo condicionada à contratação de um titulo de capitalização ou de um
plano de previdência.

Após esta análise, deve-se avaliar e classificar o cliente em categorias de perfil de risco previamente estabelecidas.

Os profissionais devem analisar e classificar as categorias de produtos com que atuam, identificando as características que
possam afetar sua adequação ao perfil do cliente, devendo ser considerados, no minimo.

os riscos associados ao produto e a seus ativos subjacentes,

- o perfil dos emissores e prestadores de serviços associados ao produto,

- a existência de garantias; e

os prazos de carência.

Ċ vedada a recomendação de produtos ou serviços ao cliente quando

o produto ou serviço não for adequado ao perfil do cliente,

não forem obtidas as informações que permitam a identificação do perfil do cliente; ou

as informações relativas ao perfil do cliente não estiverem atualizadas.


Quando o cliente ordenar a realização de operações nas situações acima previstas, ou seja, cujas recomendações seriam
vedadas, devem os profissionais, antes da primeira operação com a categoria de valor mobiliário

alertar o cliente acerca da ausência ou da desatualização de perfil ou da sua inadequação, com a indicação das causas da
divergência, e

obter declaração expressa do cliente de que está ciente da ausência, da desatualização ou da inadequação de perfil

Essas providencias ficam dispensadas quando o cliente estiver, comprovadamente, implementando recomendações
fornecidas por consultor de valores mobiliários autorizado pela CVM.

A atualização das informações relativas ao perfil de clientes, à análise e à classificação das categorías de valores
mobiliários que compõem as carteiras de clientes deve ser feita em intervalos de, no máximo, 24 meses.

O profissional fica dispensado do dever de verificar a suitability dos seguintes investidores

L Investidor qualificado ou profissional (com exceção das pessoas fisicas),

IL Pessoa juridica de direito público,

IIL Clientes cuja carteira de valores mobiliários seja administrada discricionariamente por administrador de carteira de
valores mobiliários autorizado pela CVM

IV. Já tiver o seu perfil definido por um consultor de valores mobiliários autorizado pela CVMe esteja implementando a
recomendação por ele fornecida

A partir de 01/10/2020, passou-se a observar uma potencial discrepancia entre este prazo de 24 meses para atualização
de perfil de investimentos e o prazo máximo de 5 anos para atualização dos dados cadastrais, conforme politica de
Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo-PLDFT, estabelecido no âmbito da Resolução
CVM no 50.

Visando harmonizar tal discrepancia, a CVM

incluiu o artigo go na Resolução CVM no 30, determinando que as instituições devem diligenciar para manter as
informações relativas ao perfil de seus clientes atualizadas, devendo, para tanto, observar os critérios e a periodicidade
utilizados para atualização dos cadastros dos clientes ativos, conforme previsto na norma que dispõe sobre a PLDFT,
observando-se o intervalo máximo de 5 anos; e publicou o Oficio Circular no 02/021, em que orienta as instituições a
elaborarem um "plano de harmonização entre a periodicidade de atualização das regras de PLD/ FTP e das regras de
"Suitability e, em caso contrário, a instituição deverá justificar a eventual divergência".

Assessores de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários autorizados pela
CVM, em relação a seus recursos próprios são investidores profissionais e ficam dispensados da realização de suitability.

Os profissionais devem manter, pelo prazo minimo de 5 anos contados da última recomendação prestada ao cliente ou de
sua última operação, conforme o caso, ou por prazo superior por determinação expressa da CVM, em caso de processo
administrativo, todos os documentos e declarações exigidos pela Resolução CVM no 30.

Há dois prazos de retenção de documentos de clientes vigentes: a Resolução CVM n° 30 requer 5 anos, enquanto a
Circular Bacen n° 3978/20 requer 10 anos. Caso esse tema seja cobrado em exame, a questão terá a informação
necessária no enunciado para que não haja dúvidas para o candidato.

Abertura, Manutenção e Movimentação de Contas de Depósitos

A Resolução Bacen n° 2025, que altera e consolida as normas relativas à abertura, manutenção e movimentação de contas
de depósitos, estabelece que:
Art. 12. Cabe à instituição financeira esclarecer ao depositante acerca das condições exigidas para a rescisão do contrato
de conta de depósitos à vista por iniciativa de qualquer das partes, devendo ser incluidas na ficha-proposta as seguintes
disposições minimas:

L comunicação prévia, por escrito, da intenção de rescindir o contrato,

II. prazo para adoção das providências relacionadas à rescisão do contrato:

III. devolução, à instituição financeira, das folhas de cheque em poder do correntista, ou de apresentação de declaração,
por esse último, de que as inutilizou,

IV. manutenção de fundos suficientes, por parte do correntista, para o pagamento de compromissos assumidos com a
instituição financeira ou decorrentes de disposições legais,

V. expedição de aviso da instituição financeira ao correntista, admitida a utilização de meio eletrônico, com a data do
efetivo encerramento da conta de depósitos à vista.

Parágrafo 1o A instituição financeira deve manter registro da ocorrência relativa ao encerramento da conta de depósitos à
vista.

Parágrafo 2o O pedido de encerramento de conta de depósitos deve ser acatado mesmo na hipótese de existência de
cheques sustados, revogados ou cancelados por qualquer causa, os quais, se apresentados dentro do prazo de prescrição,
deverão ser devolvidos pelos respectivos motivos, mesmo após o encerramento da conta, não eximindo o emitente de
suas obrigações legais.

O Bacen esclarece que por ser um contrato voluntário feito por tempo indeterminado, uma conta bancária pode ser
encerrada por qualquer uma das partes envolvidas. Lembramos que, se a conta tiver sido aberta por meio eletrônico, a
instituição financeira deve oferecer ao correntista a opção de encerrá-la também por esse meio.

Quando a iniciativa do encerramento for do banco, ele deve

⚫comunicar o fato, previamente e por escrito, dando um prazo para que o cliente adote as providências necessárias. Essa
comunicação deve conter a situação que motivou a rescisão; solicitar a devolução dos cheques que estejam em poder do
cliente, ou entrega de declaração de inutilização dos cheques;

⚫ informar o cliente sobre a necessidade de manutenção de fundos suficientes na conta para o pagamento de
compromissos assumidos ou decorrentes de disposições legais.

O banco deverá encerrar a conta se forem verificadas irregularidades nas informações prestadas, julgadas de natureza
grave, comunicando o fato imediatamente ao Banco Central.

No caso da inclusão no Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundos (CCF), o encerramento da conta depende de
decisão do banco. Contudo, é proibido o fornecimento de talonário de cheques ao depositante enquanto seu nome
figurar no CCF.

Quando a iniciativa do encerramento for do cliente, esse deverá observar os seguintes cuidados:

solicitar por escrito ao banco o encerramento da conta, exigindo recibo na cópia da solicitação (em se tratando de
atendimento presencial):

verificar se todos os cheques emitidos foram compensados para evitar que seu nome seja incluido no CCF pelo motivo 13
(conta encerrada).

entregar ao banco as folhas de cheque ainda em seu poder, ou apresentar declaração de que as inutilizou

solicitar o cancelamento dos débitos automáticos em conta, caso existentes;

manter recursos suficientes para o pagamento de compromissos assumidos com a instituição financeira ou decorrentes de
disposições legais.
A instituição financeira deve informar ao cliente a data do efetivo encerramento da conta por correspondência ou por
meio eletrônico.

Lembramos que contas inativas não são encerradas automaticamente após um certo periodo sem movimentação. É
necessário seguir os procedimentos acima para o encerramento da conta.

MÓDULO 10 – ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Principais Fatores de Análise de Investimentos

OE 184.01.a - Entender e explicar os fatores a serem considerados na Análise de Investimentos.

A análise de um investimento refere-se à apuração do desempenho de um investimento com base em três principais
fatores: rentabilidade, risco e liquidez.

A seguir, conheça com mais detalhes cada um desses fatores.

Rentabilidade

OE 184.01.b - Explicar e diferenciar os conceitos de rentabilidade absoluta e relativa, bruta e líquida.

Rentabilidade Absoluta X Rentabilidade Relativa (benchmark)

Rentabilidade absoluta refere-se a um valor, geralmente expresso em porcentual, mas que não está associado a qualquer
outra remuneração.

Por sua vez, rentabilidade relativa diz respeito a um valor associado a outra remuneração (benchmark).

Se um fundo DI rendeu 10% em determinado periodo e, nesse mesmo intervalo de tempo, o CDI também rendeu 10%,
dizemos que a rentabilidade absoluta do fundo DI nesse período foi de 10% e a rentabilidade relativa foi de 100% do CDI

Então, a rentabilidade absoluta compara o valor final de determinada aplicação com seu valor inicial para aferição do
ganho (ou perda, se for o caso). Já a rentabilidade relativa parte do resultado da rentabilidade absoluta e o compara com
outra taxa e, portanto, é sempre expressa em função de outra taxa.

Rentabilidade Bruta X Rentabilidade Líquida

A rentabilidade bruta refere-se ao rendimento de determinado ativo ou aplicação, desconsiderando impostos incidentes.

Ela é normalmente divulgada após a dedução das taxas diretamente incidentes sobre o investimento, o que é o caso, por
exemplo, da taxa de administração cobrada nos fundos de investimento.

Quando se subtrai impostos pertinentes da rentabilidade bruta, obtém-se a rentabilidade liquida.

Uma aplicação rendeu 10% (rendimento bruto). Se o imposto de renda sobre esse ganho fosse de 15%, a rentabilidade
liquida seria de 8,5%, isto é, descontando-se a aliquota de 15% do rendimento bruto.

Liquidez

A liquidez mede a facilidade de negociação do ativo ou o volume de negócios que ocorre com ele. Em outras palavras,
mede o quão rapidamente um ativo pode ser convertido em dinheiro.

A caderneta de poupança possui liquidez diária: o investidor pode resgatar sua aplicação a qualquer momento, por sua
vez, um imóvel tem liquidez mais restrita, pois o proprietário necessita encontrar um comprador interessado e acordar as
condições de venda.

Ativos de maior valor geralmente possuem menor liquidez. Porém, a liquidez também está associada as características do
ativo em si, assim como ao mercado de negociação desse ativo como um todo.

Risco
O risco pode ser definido como o grau de incerteza a respeito de um evento (o investimento, por exemplo). Diante de
eventos que apresentam certo grau de incerteza, podemos estabelecer uma correspondente probabilidade de ocorrência
do evento.

A condição limite será a de incerteza plena, em que não temos condições de usar o conceito de probabilidades para a
avaliação do evento. Assim, devemos utilizar as probabilidades dos eventos em estudo como forma de atenuar as
condições de incerteza. É por meio delas que pretendemos captar a influência da experiência, do julgamento e do
ambiente, em diferentes condições de projeções de resultados relativos a uma questão que será o objeto de decisão.

Principais Riscos do Investidor

OE 184.02.a - Explicar e distinguir os principais tipos de risco incorridos por investidores: Risco de Mercado, Risco de
Mercado Externo, Risco de Crédito e Risco de Liquidez.

Risco de Mercado

Risco de mercado é a possibilidade de perda causada pelos impactos de flutuações da taxa de juros ou outras variáveis
econômicas, afetando os preços e indices sobre instrumentos financeiros.

Existe uma tendência à correlação negativa entre o valor de um investimento em renda fixa e mudanças nas taxas de
juros, ou seja, conforme aumenta o valor da taxa de juros, há uma tendência de redução da rentabilidade desses
investimentos.

Na mesma direção, elevações nas taxas de juros normalmente apresentam um resultado negativo no preço das ações. As
razões para essa pressão negativa incluem o aumento na taxa de juros que vai ser usada para descontar o fluxo de caixa,
aumento dos custos dos empréstimos para as empresas (expectativa de resultados mais fracos) e aumento do retomo
esperado em investimentos alternativos (titulos indexados em juros).

Risco de Mercado Externo

O risco de mercado externo está associado às incertezas de retorno de ativos em funções de oscilações na taxa de cambio,
de mudanças no cenário macroeconómico mundial, de riscos geopoliticos especificos de cada pais investido e de questões
legais, regulatórias e tributárias especificas de um pais. Também pode ser considerado o risco de o governo de um país,
por questões económicas ou politicas, mudar sua politica a ponto de interferir nos pagamentos a credores estrangeiros.
Esse prêmio de risco geralmente está embutido na taxa de juros cobrada por empréstimos estrangeiros.

Risco de Crédito

O risco de crédito está relacionado à probabilidade de os titulos adquiridos pelo investidor não serem honrados na data
de seu vencimento ou de que as condições acordadas não sejam honradas, evento que no mercado recebe o nome de
default.

O risco de crédito se aplica não apenas à possibilidade de não pagamento do principal dos titulos, mas também ao não
pagamento dos eventos intermediários a eles relacionados, tais como juros e amortizações.

Investidores e administradores de recursos analisam o risco de crédito por meio da verificação da capacidade de
pagamento das empresas privadas emissoras e por meio das agências de ratings ou de crédito que classificam o risco de
crédito de emissores. São também muito utilizadas como indicadoras da disposição e da capacidade de pagamento de
dividas pelos governos. As agências de crédito mais importantes são: Moody's, Standard & Poor's e Fitch

Risco de Liquidez

Risco de liquidez refere-se a uma variação desfavorável de retorno devido à falta de negociabilidade de um instrumento
financeiro. Em outras palavras, seria o risco de não se conseguir vender um ativo rapidamente a um preço justo por falta
de demanda (baixa liquidez).
O risco de liquidez pode surgir em função do tamanho de determinada posição em relação aos volumes usuals de
negociação ou da instabilidade das condições de mercado.

O risco de liquidez é geralmente medido pelo bid/ask spread do titulo, que nada mais é que a diferença do preço de oferta
e demanda do papel (quanto maior o spread, maior o risco de liquidez e vice-versa).

MÓDULO 11 – ADEQUAÇÃO DE PRODUTOS E FINANÇAS PESSOAIS

OE 185.01.a - Identificar os principais fatores que determinam a adequação de produtos de investimentos às necessidades
dos investidores.

Os principais fatores que determinam a adequação dos produtos de investimentos às necessidades dos investidores são

- Objetivos do investidor,

Horizonte de investimento,

Risco versus retorno,

- Diversificação

Grau de conhecimento do mercado financeiro,

- Situação Financeira (Finanças Pessoais).

Vejamos cada um abaixo.

Objetivos do Investidor

OE 185.02.a-Identificar os objetivos pessoais e financeiros do cliente, suas necessidades e prioridades assim como seus
horizontes de tempo (objetivos de acumulação de capital, tais como geração de renda, aposentadoria, entre outros).

O processo de análise do perfil do investidor envolve também compreender os objetivos do cliente. Em linhas gerais, um
investimento pode ter como objetivo custear:

educação;

2 aquisição de bens móveis e imóveis

aposentadoria.

É possivel também que o investidor tenha como objetivo fazer aplicações para formação de uma poupança como reserva
para despesas inesperadas. É o que se costuma chamar de Colchão de Segurança ou Reserva de Emergência

Os objetivos sempre são acompanhados por uma expectativa de prazo para que eles sejam atingidos. Por exemplo, um
investidor pode querer se aposentar em 30 anos, mas gostaria de adquirir um novo imóvel em, no máximo, cinco anos.
Tão importante quanto o objetivo é o horizonte desse investimento.

Recomendação

Recomenda-se que os objetivos sejam separados de acordo com o horizonte de tempo.

Horizonte de Investimento

O horizonte de investimento, ou horizonte de tempo, corresponde aos períodos nos quais uma carteira é dividida, e define
a demanda de recursos para atender a importantes objetivos do investidor. Por exemplo:
Curto prazo menos de 3 anos.

Médio prazo entre 3 e 10 anos.

Longo prazo mais de 10 anos.

A definição desses prazos varia de instituição para instituição, portanto não é preciso decorá-los. Uma mudança de
horizonte de tempo acontece quando as circunstâncias e os padrões de gasto ou as receitas do investidor mudam
significativamente. Por exemplo, um indivíduo que está atualmente empregado terá pelo menos dois períodos os anos
restantes de trabalho (com renda) e os anos de aposentadoria.

Geralmente, os investidores individuais lidam com tres horizontes de tempo:

Pré-aposentadoria

Aposentadoria

Pós-morte

Pré-aposentadoria: o período que engloba os anos associados à idade ativa, quando se gera renda por meio do trabalho e
de outras fontes), até a aposentadoria

- Aposentadoria: o número de anos que o investidor viverá, depois de aposentado, com a renda gerada pela sua carteira
(e por outras fontes de renda, tais como planos de previdência e aposentadoria pública)

- Pós-morte: a disposição da riqueza depois da morte do investidor, relacionada a questões de herança e transmissão de
patrimônio.

Os horizontes mais longos de tempo indicam uma maior capacidade que um cliente tem de assumir riscos, mesmo
quando sua disposição (ou seja, sua vontade) para tal não é evidente. Os prazos longos permitem menos pressão sobre
uma carteira de investimentos para eventuais recuperações. O inverso também é verdadeiro. Entretanto, cada caso é
especifico e exige atenção individual

Risco versus Retorno

OE 185.03.a-Analisar as informações do cliente e determinar sua tolerância a riscos.

Em finanças, qualquer avaliação acerca do retorno de um investimento deve necessariamente estar associada ao risco
desse investimento.

O risco pode ser definido como o grau de incerteza a respeito de um evento, como um investimento. Podemos
estabelecer uma probabilidade de ocorrência do evento (de perda, por exemplo).

Tolerância a riscos

A teoria de finanças tradicional pressupõe que os investidores são racionais e avesso a riscos, ou seja, preferem o maior
retorno a dado nivel de risco.

A tolerância ao risco é composta de dois fatores pessoais (disposição para aceitar risco) e econômicos (capacidade para
aceitar riscol

A disposição para assumir risco é subjetiva e é determinada pelo perfil psicológico do investidor Já a capacidade para
assumir risco é mais fácil de ser quantificada devido à conexão entre os objetivos e o limite de tempo para alcançá-los.

A regra geral é

Quanto maior o retorno desejado, maior o risco.

Por isso, é imprescindível que durante o processo de análise do perfil do investidor haja uma avaliação a respeito da
tolerância que o cliente tem a riscos.
Veja os seguintes exemplos de situações referentes à tolerância ao risco (agregando tanto capacidade como disposição

Baixa tolerância ao risco::

-Metas a curto prazo.

-Necessidade de liquidez a curto prazo.

-Proximidade de aposentadoria

-Grande parte da renda destinada a pagamentos de despesas e compromissos financeiros.

-Alterações no mercado causam ansiedade e desconforto.

Alta tolerância ao risco:

-Metas a longo prazo.

-Reserva suficiente para casos de emergência.

-Carreira em crescimento ou inicio de carreira.

-Menor comprometimento da renda.

-Tranquilidade frente às mudanças no mercado.

Diversificação

OE 185.04.a-Conhecer, comparar e explicar os conceitos de risco diversificável e risco

sistemático.

Em finanças, a máxima "não coloque todos os ovos no mesmo cesto" é bastante válida quando falamos de investimentos.
O ato de distribuir investimentos em duas ou mais aplicações é conhecido como diversificação.

A grande vantagem da diversificação é a redução do risco total de uma carteira de ativos, simplesmente pelo fato de
alocar os recursos em diferentes ativos.

Risco Sistemático e Não Sistemático

Em resumo, o risco total de um bem ou de uma carteira pode ser subdividido em

Risco Sistemático, de Mercado ou Conjuntural

É o risco não diversificável. Consiste no risco que os sistemas econômico, politico e social, vistos de forma ampla, impõem
ao ativo.

Risco Não Sistemático ou Próprio

É o risco diversificável. Consiste no risco intrinseco ao ativo e ao subsistema ao qual diretamente o ativo em estudo ou o
setor a que pertence. É gerado por fatos que atingem

está ligado, não atingindo os outros ativos e respectivos subsistemas.

A figura a seguir ilustra bem essa situação: o risco total (0) é igual à soma do risco sistemático e do risco não sistemático,
enfatizando o efeito da diversificação.

Diversificação
Risco Total-

Sistemático. Não Sistemático

Risco Não Sistemático

Risco Sistemático

Número de ações na carteira

Como se observa, a diversificação reduz o risco não sistemático (diversificável), mas não o sistemático (não diversificável).
O risco total não pode ser reduzido abaixo do risco sistemático, ou de mercado.

Por sua vez, o risco não diversificável refere-se ao risco que o sistema em sua totalidade irá impor a todo e qualquer ativo
e, portanto, mesmo em uma carteira bem diversificada, esse risco estará presente. Por isso, esse risco não diversificável
foi chamado de risco sistemático.

É importante notar que a adição de novos titulos à carteira reduz o risco total até certo ponto. Quando atingimos o risco
sistemático, ou de mercado, a diversificação atingiu seu ponto máximo (a curva não irá além do risco de mercado). Essa é
a chamada diversificação eficiente.

A chave para diversificação está na correlação dos titulos. Vale lembrar que o coeficiente de correlação é um valor entre -1
e 1 e mede o grau do movimento conjunto entre duas variáveis aleatórias - nesse caso, os retomos da ação

A diversificação eficiente ocorre em uma carteira na qual os retornos dos investimentos estão inversamente relacionados,
ou seja, quando o valor de uma ação sobe, o da outra cai na mesma intensidade (coeficiente de correlação é -1).

Grau de conhecimento do mercado financeiro

A verificação da adequação do produto, operação ou serviço ao perfil do cliente envolve avaliar se ele possui
conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados ao produto oferecido.

Uma forma de se assegurar que o cliente possui tal conhecimento é verificar qual a experiência desse cliente com
investimentos.

Clientes que investem há mais tempo, ou que investem em produtos mais sofisticados, tendem a apresentar mais
conhecimento do mercado financeiro. Por sua vez, clientes que investem há pouco tempo (ou que nunca investiram
anteriormente), ou aqueles que concentram suas aplicações em produtos mais simplificados e de baixo risco, tendem a
apresentar um conhecimento menos profundo do mercado financeiro.

Ao identificar o grau de conhecimento do mercado financeiro de seu cliente, o profissional de investimentos saberá como
se comunicar melhor com ele e também quais produtos (mais ou menos arriscados) lhe oferecer.

Finanças Pessoais

Conceitos de Orçamento e Fluxo de caixa

OE 185.05.a - Definir os principais conceitos para elaboração de orçamento pessoal: poupança, gastos correntes, receitas,
despesas e fluxo de caixa.

Um bom orçamento começa com o estabelecimento de objetivos e metas a serem alcançados, podendo estar voltados
para curto, médio ou longo prazos.

O orçamento envolve planejar, definir necessidades e eleger prioridades dentro da renda disponivel, ajudando o cliente a
entender seus hábitos de consumo.

Passos do orçamento

1. Comece com um histórico de extratos bancários e canhotos de cheques de 12 meses anteriores.


Crie uma planilha para todas as despesas, dividindo-as em categorias més a més.

Se necessário, recorra a extratos de cartões de crédito para assistir o cliente na determinação do orçamento para cada
categoria de gastos. Também discrimine as receitas: salário, rendas, etc.

2. Faça um levantamento de gastos futuros, considerando também as despesas sazonais. Identifique gastos que podem
ser eliminados ou reduzidos.

3. Planeje para o inesperado (sempre há despesas imprevistas).

4. Uma vez determinados os valores mensais por categoria, calcule-os como percentual da receita liquida.

5. Identifique custos sensiveis à inflação e custos fixos (financiamento da casa, etc).

6. Projete as receitas mensais para o próximo ano.

7. Determine o total das despesas e em quais meses elas ocorrerão. Seguros e impostos geralmente são despesas anuais.
A falta de planejamento pode gerar problemas de fluxo de caixa.

8. Projete o orçamento para os próximos 12 meses.

9. Compare as despesas reais com as projetadas. Ajuste os próximos 11 meses de acordo.

10. Continue a analisar, selecionando categorias de despesas sobre as quais se tem controle (Ex: lazer, telefone, entre
outros).

As informações que geralmente fazem parte do orçamento são

Receitas: Salários, Receita de juros, Receitas de dividendos, Receitas de aluguéis, Reembolso de impostos,Outras receitas,
Pensão alimentícia, Renda de aposentadoria

Despesas: Aplicações mensais (previdência e investimentos). Custos fixos obrigatórios: -Despesas de moradia (aluguel,
financiamento, água, luz e gás). -Despesas de carros (seguro, prestações, estacionamento, lavagem, combustivel e
manutenção). - Impostos. -Seguros. Custos fixos facultativos: -TV a cabo, telefone, internet, etc. -Clube/ginástica. Custos
variáveis obrigatórios: Alimentação Custos variáveis facultativos: - Férias. – Lazer Fluxo de Caixa Liquido - Fluxos positivos-
negativos: - Analisar Fluxo de Caixa Liquido Facultativo.

Notas de rodapé devem ser usadas para explicar detalhes de receitas e despesas

Exemplo de Orçamento:

Jonas e Maria Carvalho - Ano de 2018

Entradas - Anuais

Salário de Jonas

R$ 42.000,00

Salário de Maria

R$ 55.000,00

Receita de dividendos

Receita de juros

Total de Entradas Anuais

Saidas - Anuais

Poupança e Investimentos

Previdência

Aplicações
Juros

Custos Fixos-Anuais

Financiamento da casa

IPTU

Seguro Residencial

Água, luz e gás

Telefone

Financiamento do carro

Seguro do carro

R$ 1.220,00

R$ 1.110,00

R$ 99,330,00

R$ 5.000,00

R$ 10.530,00

R$ 1.000,00 R$ 16,530,00

R$ 9.592,00 R$ 2.000.00

R$ 720,00 R$ 1.200,00

R$ 1.200,00

R$ 9,000,00

R$ 1.800,00

Gasolina/oleo/manutenção Pagamento de cartões de crédito

R$ 2,600,00

R$ 5,000,00

R$ 33.112,00

Custos Variáveis - Anual

Impostos

R$ 26.142,00

Alimentação

Saúde (dentista/médico/remédios)

R$ 6.490,00

R$ 2.400,00

Vestuário / Despesas pessoais

R$ 2,600,00
Educação

R$ 3,000,00

Empregados

R$ 2.000,00

Férias/Lazer

Despesas discricionárias

Total de Saidas Anuais

R$ 3,000,00

R$ 4,056,00

R$ 49.688,00

R$ 99-330,00

Deve-se fazer o balanceamento das receitas e despesas mensais, e reservar uma parcela das receitas para poupança e
investimentos (plano de investimentos).

Em resumo, o orçamento doméstico refere-se a uma previsão de entradas e saidas da familia em determinado periodo.

Por sua vez, o Fluxo de Caixa relaciona as movimentações financeiras (entradas e saidas)

de acordo com o seu real valor e no momento (geralmente no dia) em que ocorreram.

Se o orçamento assim se concretizar, o fluxo de caixa terá exatamente as mesmas informações, mas agrupadas conforme a
data em que as movimentações ocorreram

As contas do Balanço Patrimonial Pessoal

OE 185.05.b - Identificar e explicar as contas do Balanço Patrimonial Pessoal

O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativamente e quantitativamente, a posição


patrimoniale financeira de uma pessoa ou familia, em uma determinada data

No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas conforme os elementos patrimoniais registrados, e agrupadas
de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da pessoa fisica ou familia.

Nele são registrados os bens, direitos e obrigações da pessoa fisica ou da familia em um determinado momento,
agrupados em contas dispostas em ordem decrescente de liquidez, do lado dos ativos, e por ordem crescente de
vencimento (maturidade), do lado dos passivos. Veja o exemplo abaixo:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO

PASSIVO

Bens de Uso:

Residência

Carros

Casa de veranelo
Bens de não usoc

Participações societárias

Investimentos

Fazenda arrendada

Dividas:

Saldo de financiamento imobiliário

Empréstimos bancários

Cartões de crédito

Saldo de financiamento de automóvel

Patrimônio Líquido

Ativo-Passivo

As contas de ativos e passivos podem ser classificadas de acordo com seus prazos. Ativos e passivos circulantes (ou de
curto prazo) são aqueles realizáveis no prazo de até um ano.

Segue abaixo um exemplo de um balanço para uma familia:

ATIVOS1

Exemplo de Balanço Familiar:

Roberto e Denise de Oliveira - Dezembro de 2019

PASSIVOS & PATRIMONIO LÍQUIDO

Passivos de Curto Prazo

Dinheiro & Instrumentos (Alta Liquidez)

Cartão de crédito 1

R$ 5,000,00

Conta banco / Poupança R$ 40.000,00

Cartão de crédito 2

R$ 7.000,00

Total Dinheiro

R$ 40.000,00

Alivos Investidos

Carteira Invest. Denise Carteira Invest. Roberto Previdência Denise Previdência Roberto

R$ 90.000,00 R$ 110.801,00 R$ 200.000,00

Cartão de crédito 3 Financiamento Carro 1 Financiamento Carro 2 Total Passivos Curto

R$ 400.000,00

Passivos de Longo Prazo Financ. res. praia

R$ 8.000,00 R$ 10.000,00 R$ 10.000,00 R$ 40.000,00

R$ 120.000,00
Confeitaria Denise

R$ 100.000,00

Financ. res. principal

R$ 150.000,00

Ag. Publicidade Roberto R$ 300.000,00

Total de Investimentos

Total Passivos Longo

R$ 270.000,00

R$ 1.280.801,00

Bens de Uso Pessoal

Automóvel 1

R$ 20.000,00

Patrimônio Liquido

R$ 1.592.801,00

Automóvel 2

R$ 22.000.00

Bens pessoais e móveis

R$ 100.000,00

Residência na praia

R$ 180.000,00

Residência principal

R$ 300.000,00

Total Bens Uso Pessoal

R$ 622.000,00

TOTAL PASSIVOS E PL

R$ 1.902.801,00

TOTAL ATIVOS

R$ 1.902.801,00

Notas:

Todos os bens foram avaliados no valor atual de mercado.

"Casal com comunhão universal de bens.

Índice de endividamento

OE 185.05.c-Conhecer o indice de endividamento e sua utilização.


O indice de endividamento é calculado por meio do quociente entre o Passivo Total, que representa o total de dividas, e o
Ativo Total (AT).

Esse indice mede quanto do Ativo Total (patrimonio liquido) está comprometido com o pagamento de dividas e
obrigações financeiras em um certo prazo.

Indice de Endividamento (IE) - PT

AT

Ativo Circulant

Considere o balanço patrimonial de uma familia:

Saldo Caderneta de Poupança R$ 50.000,00

Saldo liquido CDB

Total Alivo Circulante

R$ 120.000,00

R$ 170.000,00

Carro Adriana

R$ 50.000,00

Carro Bernardo

R$ 30.000,00

Exigível a

Longo Prazo

Circulante

Passivo

Saldo devedor financiamento

carro Bernardo

Saldo devedor financiamento

imobiliário

Total Passivo (Exigivel)

R$ 12.500,00

R$ 68,500,00

R$ 81.000,00

Ativo Permanente

R$

Imóvel Residencial

500.000,00
R$

Valor acumulado PGBL

300.000,00

R$

880.000,00

Património Liquido - Ativos - Passivos R$ 969.000,00

Total Alivo Permanente

ATIVO TOTAL R$ 1.050.000,00

Calcule o indice de endividamento dessa familia.

Endividamento - PT

AT

PASSIVO TOTAL PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 1.050.000,00

O Passivo Total, ou Exigivel, é calculado a partir da soma do Passivo Circulante (R$ 12.500,00) com o Exigivel de Longo
Prazo (R$ 68.500,00), o que resulta em R$ 81,000,00 Como o Ativo Total é de R$ 1.050.000,00, temos:

Endividamento 81.000 0,077 -7.7%

1.050.000

Afamilia tem uma situação financeira bem confortável, com um indice de endividamento relativamente baixo.

Finanças Sustentáveis

OE 185.06.a - Conhecer o conceito de investimento ASG e identificar os riscos relacionados a tais investimentos.

Finanças Sustentáveis é um termo utilizado para referenciar a integração das questões ASG, isto é, dos aspectos
Ambientais, Sociais e de Governança, nos processos de tomada de decisão de investimento. Estudos apontam que a
observância de questões ASG pelas empresas implica um diferencial positivo de retorno financeiro. Sendo assim, investir
nas empresas que se preocupam com questões ASG tende a proporcionar uma performance superior, notadamente no
longo prazo.

Consideram-se investimentos ASG aqueles que financiam setores, empresas ou projetos que foquem em questões ASG,
tais como:

Ambientais: uso sustentável de recursos naturais, emissão de carbono, eficiência energética e tecnologia limpa,

Sociais: direitos humanos e politica de inclusão e diversidade racial e de gênero, e

Governança: transparência, ética, politicas e relações de trabalho, proteção de dados e independência e diversidade do
conselho das companhias.

Embora tradicionalmente de maior interesse de investidores profissionais, tais como fundos de pensão, seguradoras e
gestores de recursos, esses temas vêm atraindo uma atenção cada vez maior dos investidores de varejo, tanto dos
qualificados como do público em geral

Uma forma do investidor tomar ciência dos riscos ASG aos quais as empresas emissoras de ações e titulos estão sujeitas é
acessando o Formulário de Referência (FRE), documento disponibilizado no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
ou nas respectivas seções de Relação com Investidores (RI) das companhias.

No FRE constam informações sobre a existência ou não de politicas socioambientais, custos de recuperação ambiental,
riscos de impactos ao meio ambiente, além da descrição sobre as práticas de governança corporativa adotadas pelas
empresas.
MÓDULO 12 – AÇÕES E CLUBES DE INVESTIMENTO

Definição de Ações e Forma de Representação

OE 198.01.a - Definir e explicar o conceito e a forma de representação das ações. Uma ação é a menor parcela do capital
social das sociedades anônimas (S/A), correspondendo a um titulo patrimonial que concede aos seus titulares, os
acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio, no limite das ações possuidas. Apesar de todas as S/A terem o seu
capital dividido em ações, somente as ações emitidas por companhias abertas registradas na CVM podem ser negociadas
publicamente no mercado de valores mobiliários. Essas empresas são chamadas de empresas listadas em bolsa

Quanto à forma, as ações são nominativas, isto é, emitidas em nome de seu titular, o qual estará inscrito no Livro de
Registro de Ações Nominativas, não sendo permitida a emissão de ações ao portador ou endossáveis. Ademais, as ações
são escriturais, ou seja, não são representadas por cautela ou certificado

Tipos de Ações

Ações ordinárias

OE 198.02.a - Explicar e diferenciar ações ordinárias de preferenciais, comparando as vantagens e desvantagens de cada
tipo para o investidor.

São ações que dão direito a voto nas assembleias (assembleias gerais ordinárias e extraordinárias) dos acionistas das
companhias, sendo cada ação equivalente a um voto.

Os acionistas detentores de ações ordinárias e/ou preferenciais são os proprietários da empresa. Porém, caso ocorra a
falência da empresa, havendo recursos ou bens, as ações ordinárias são o último débito a ser quitado por esta.

Os acionistas detentores de ações ordinárias, por meio das assembleias, elegem os membros do Conselho Administrativo.
Os diretores eleitos desse Conselho definem o destino da empresa, bem como aprovam o balanço patrimonial e a
demonstração de resultado da instituição.

Os acionistas ordinários têm dois direitos principais:

Participação no controle das operações ou direito a voto, e

Direito a Tag Along - em caso de alienação do controle de companhia aberta, o acionista com direito a voto deve receber
oferta de, no minimo, 80% (Tag Along) do valor pago por ação com direito a voto ao integrante do bloco de controle.

Ações preferenciais

Os detentores deste tipo de ação têm preferência na distribuição de dividendos, no reembolso de capital ou no acúmulo
de distribuição de resultados com reembolso de capital, em relação às ações ordinárias.

Conforme o artigo 17 da Lei no 10.303/2001 (Lei das 5.As), as preferências ou vantagens das ações preferenciais podem
consistir.

1 em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou minimo;

2. em prioridade no reembolso do capital, com ou sem prêmio, ou

3. na acumulação de ambas as vantagens indicadas.

Contudo, a Lei no 10.303 estabelece que somente serão negociadas em bolsa as ações preferenciais com pelo menos uma
das vantagens a seguir, independentemente do direito de receber ou não o reembolso de capital:

- Direito de participar do dividendo a ser distribuido, correspondente a, pelo menos, 25% do lucro liquido, de acordo com
o seguinte critério.

a) prioridade no recebimento de dividendos correspondente a, no minimo, 3% do valor patrimonial liquido da ação, e

b) direito de participar dos lucros distribuidos em igualdade de condições com as ordinárias; ou

Direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos, 10% maior que o atribuido a cada ordinária, ou
Direito de serem incluidas no tag along assegurando o dividendo, no minimo, igual ao das ordinárias.

As ações preferenciais geralmente não dão direito a voto (há exceções). O número de ações preferenciais sem direito a
voto não pode ultrapassar 50% do total de ações emitidas.

Caso a companhia não distribua resultados por três exercicios consecutivos, as ações preferenciais podem adquirir direito
a voto, o qual será mantido até que se faça a distribuição de dividendos.

A aquisição do direito a voto valerá tanto nas companhias abertas ou fechadas nas quais foi estipulado dividendo fixo ou
minimo quanto nas companhias abertas em que foi estipulado dividendo minimo de 3% do patrimônio liquido.

Blue chips: são ações de grande liquidez e procura no mercado de ações por parte dos investidores, em geral de empresas
tradicionais, de grande porte/ambito nacional e excelente reputação, cujos preços elevados refletem essas qualidades.

Clubes de Investimento em Ações

Regulação

OE 198.03.a - Explicar as regras da CVM e da B3 na constituição de clubes de investimento, suas principais características e
regras de aplicação e resgate.

Para formar um clube de investimento, basta um grupo de pessoas fazer o cadastro em uma corretora ou distribuidora de
titulos ou banco, que servirá como apoio na tomada de decisões com relação à carteira de ações. Quanto à denominação,
deverá constar a expressão "Clube de Investimento".

O clube deve ser constituido por ato do administrador e seu funcionamento depende de registro em entidade
administradora de mercado organizado, que deve regulamentar a atuação e manter os controles cabíveis sobre as
atividades dos clubes nela registrados.

Trata-se de um condominio aberto constituido por no minimo 3 e no máximo 50 pessoas físicas para aplicação de recursos
comuns em titulos e valores mobiliários, dentro de regras especificas estabelecidas pela CVM. São regulamentados pelo
Regulamento de Clubes da B3 e pela Resolução CVM no 11, de 2020. O clube de investimento terá prazo de duração
indeterminado, salvo se, em sentido contrário, dispuser seu Estatuto Social

Cotas

As cotas do clube correspondem a frações ideais de seu patrimônio e devem ser escriturais e nominativas. Elas conferem
iguais direitos e obrigações aos cotistas, sendo vedada a criação de diferentes classes.

Um membro não pode ter mais de 40% das cotas. As cotas não podem ser objeto de cessão ou transferência, salvo por
decisão judicial, execução de garantia ou sucessão universal

É vedada a distribuição de colas com a utilização de serviços públicos de comunicação, como a

imprensa, o rádio, a televisão e a internet, bem como o envio de malas diretas e e-mails.

Principais agentes e atribuições

O clube deve ser administrado por sociedade corretora, sociedade distribuidora, banco de investimento ou banco múltiplo
com carteira de investimento, que é responsável pelo conjunto de atividades e de serviços relacionados direta e
indiretamente ao seu funcionamento e manutenção.

A gestão da carteira do clube pode ser realizada pelo administrador, eleito pela assembleia geral, ou por pessoas naturais
ou juridicas contratadas pelo administrador, desde que, em qualquer hipótese, previamente autorizados a exercer a
atividade de administrador de carteira de valores mobiliários pela CVM. O regulamento do clube deve estipular se o
administrador atuará também como gestor.

A gestão da carteira também pode ser realizada por um ou mais cotistas, eleitos pela assembleia geral, observadas
algumas vedações da norma.
Patrimônio

OE 198.03.b Entender e explicar os limites operacionais, deveres e vedações de um Clube de Investimento em Ações.

A carteira deve conter, no minimo, 67% de seu patrimonio liquido investido em ações, bonus de subscrição, debentures
conversiveis em ações de companhias abertas, recibos de subscrição, colas de fundos de indices de ações negociados em
mercado organizado e certificados de depósitos de ações.

O restante (33%) pode ser aplicado em:

Loutros valores mobiliários de emissão de companhias abertas,

II. cotas de fundos de investimento das classes Curto Prazo, Referenciado e Renda Fixa,

III. titulos públicos federais;

IV. titulos de responsabilidade de instituição financeira, e

V. compra de opções, observado o disposto nos parágrafos a seguir.

Operações permitidas (Resolução CVM no 11, art. 28)

51°O Clube poderá realizar outras operações em mercados de derivativos, além da compra de opções, incumbindo à
entidade administradora de mercado organizado:

L estabelecer as modalidades operacionais admitidas, bem como os limites de exposição e de alavancagem decorrentes
de operações realizadas em mercado de derivativos, tendo em vista o disposto no § 2o

II. regulamentar a forma e os limites de utilização dos ativos do Clube para a prestação de garantias em operações
próprias;

III. definir procedimentos de administração de risco a serem adotados pelo administrador em caso de utilização de
derivativos, e

IV. definir procedimentos e prazos para adequação da composição da carteira em caso de desenquadramento.

52° Na regulamentação do disposto no § 1o, a entidade administradora de mercado organizado deverá observar os
seguintes critérios:

L em qualquer hipótese, o principal fator de risco do Clube deve ser a variação do preço dos ativos de renda variável,
apenas sendo permitida a realização de operações com derivativos que tenham, como ativo subjacente, ações ou indices
de ações;

II. o Clube apenas pode realizar operações com derivativos em mercados de bolsa;

III. os limites de exposição e de alavancagem em mercado de derivativos, assim como a

possibilidade de utilização de uma determinada modalidade operacional, devem ser definidos tendo em vista a proteção
da integridade do patrimônio líquido do Clube, e

IV. é vedado o lançamento de opções a descoberto.

Art. 30 - Somente podem compor a carteira do Clube ativos financeiros admitidos à negociação em mercados organizados,
ou registrados em sistema de registro, de custódia ou de liquidação financeira devidamente autorizado pelo Banco Central
do Brasil ou pela CVM, nas suas respectivas áreas de competência.

Vedações (Resolução CVM n°11)

Art. 29 - É vedado ao Clube

L realizar operações com valores mobiliários fora de mercados organizados,

IL adquirir titulos ou valores mobiliários de emissão do administrador, do gestor ou de empresas eles ligadas, e

a
IIL adquirir cotas de fundos de investimento administrados ou geridos pelo administrador, pelo gestor ou por empresas a
eles ligadas.

Art. 24-Ĺ vedado ao administrador e ao gestor do Clube praticar os seguintes atos em nome do Clube: L contrair ou
efetuar empréstimos, salvo pelas hipóteses descritas no parágrafo único,

IL prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer outra forma;

IIL vender cotas à prestação

IV. prometer rendimentos predeterminados aos cotistas,

V. aplicar recursos diretamente no exterior,

VI. adquirir cotas do próprio Clube, e

VII. utilizar recursos do Clube para pagamento de seguro contra perdas financeiras de colistas. Quando da distribuição de
colas, de acordo com o art. 12, é vedada a busca de colistas com a utilização de serviços públicos de comunicação, como a
imprensa, o rádio, a televisão e páginas abertas ao público na rede mundial de computadores, bem como por envio de
malas diretas, inclusive por meio eletrônico.

Prestação de informações (Resolução CVM n° 11)

Art. 31 - O administrador deve fornecer à entidade administradora de mercado organizado em que o Clube estiver
registrado, na forma e na periodicidade por esta determinada, as seguintes informações sobre o Clube, sem prejuízo de
outras que tal entidade exigir:

I número de participantes

IL valor do patrimônio liquido e da cota,

IIL rentabilidade do periodo,

IV. demonstrativo da composição e diversificação da carteira, e

V. dados referentes ás reclamações de cotistas.

A auditoria das demonstrações financeiras dos clubes é, em principio, facultativa, tendo em vista que a contratação de tal
serviço pode ser incompatível com o volume de recursos de certos clubes. Porém, a entidade administradora de mercado
organizado pode estabelecer a sua obrigatoriedade, com base em critérios próprios.

Vantagens

OE 198.03.c - Entender e explicar as vantagens e desvantagens de um Clube de Investimento em Ações em relação a


outras opções de investimento no mercado acionário.

As principais vantagens de um Clube de Investimento em relação a um Fundo de Investimento em Ações são

Custo mais baixo: com menos exigências de controles, os custos dos clubes são reduzidos em comparação aos fundos de
investimento. A manutenção também é mais barata e simples.

Acessibilidade: qualquer pessoa pode aplicar, mesmo que tenha recursos limitados.

Diversificação: com um volume maior, originado pela soma dos recursos de cada integrante do Clube, é possivel
diversificar a aplicação, investindo em ações de diferentes empresas e setores da economia, com custos de transação
proporcionalmente menores.

Participação direta: os clubes de investimento permitem, em principio, que os envolvidos participem diretamente da sua
gestão, o que, embora demande tempo e exija certa disciplina, constitui excelente forma de aprender como funciona o
mercado.

RESUMO
Uma ação é a menor fração do capital social de uma sociedade anónima ou companhia. Quem investe em ações torna-se
proprietário de uma parte da companhia. Elas podem ser.

Ordinárias - com direito a voto nas assembleias, elegem os membros do Conselho Administrativo (diretores que
conduzem as operações da empresa), definem o destino dos resultados da empresa, aprovam o balanço patrimoniale a
demonstração de resultado. Caso ocorra a falência da empresa, havendo recursos ou bens, as ações ordinárias são o
último débito a ser quitado, ou

Preferenciais - normalmente não tem direito a voto, mas detêm a preferência na distribuição de dividendos em relação às
ações ordinárias. O número de ações preferenciais sem direito a voto não pode ultrapassar 50% do total de ações
emitidas.

Blue chips: são ações de grande liquidez e procura, em geral de empresas tradicionais, de grande porte e excelente
reputação, cujos preços elevados refletem essas qualidades.

Clube de Investimento é um condominio constituido apenas por pessoas fisicas para aplicação de recursos comuns em
titulos e valores mobiliários, dentro de regras especificas estabelecidas pela CVM e pela bolsa. Deve possuir estatuto
social (com politica de investimentos, prazos minimos de carência, regras para entrada, taxas de administração, etc.)
registrado em bolsa de valores.

Membros: pode-se constituir de 3 a 50 participantes

Composição da carteira: deve conter, no minimo, 67% em ações, bônus de subscrição e debentures conversiveis em ações
de companhias abertas na Bolsa de Valores ou mercado de balcão. O restante (33%) pode ser aplicado em outros titulos
de emissão de companhias abertas, titulos públicos, cotas de fundos das classes "Curto Prazo", "Referenciado" e "Renda
Fixa", em titulos de responsabilidade de instituição financeira e, com ressalvas, a compra de opções. Vantagens para os
investidores em relação a um Fundo de Investimento em Ações: custo mais baixo, acessibilidade, diversificação e
participação direta.

MÓDULO 13 – OFERTA PUBLICA E RISCO DE AÇÕES

OE 355.01.a - Explicar quais os principais canais de distribuição de ações.

Canais de Distribuição: Sociedades Corretoras, Distribuidoras de titulos e valores mobiliários, Agencias bancárias

As sociedades corretoras e distribuidoras de titulos e valores mobiliários estão habilitadas a realizar a intermediação de
operações de compra e venda de ações em bolsas de valores.

Portanto, para negociar ações, o investidor deve abrir conta na corretora ou na distribuidora e iniciar a compra e venda
dos papéis.

Outra forma de comprar e vender ações é por meio de agências bancárias, uma vez que os principais bancos em operação
no pais possuem corretoras ligadas ao conglomerado financeiro e oferecem essa facilidade aos correntistas.

Tanto no caso de corretoras como de bancos, muitas instituições oferecem sistemas de negociação on-line conhecidos por
home brokers. A partir desses sistemas, os investidores podem comprar e vender ações através da internet.

Oferta Pública Inicial de Ações - IPO

OE 355.02.a - Entender o conceito de Oferta Pública Inicial (IPO) de Ações assim como os conceitos de período de reserva,
ratelo, ordem limitada e ordem a mercado.

Uma IPO (Initial Public Offering) ou Oferta Pública Inicial ocorre quando uma empresa abre seu capital pela primeira vez e
se torna pública. Essa venda de ações pode ser feita pela própria empresa e é o que chamamos de distribuição primária.
Na distribuição secundária um sócio da empresa vende suas ações e o dinheiro arrecadado fica com ele e não para o caixa
da empresa.
Na oferta primaria, há entrada de recursos no caixa da empresa que serão direcionados para investimentos, redução de
passivos, etc.

Uma vez ocorrido o lançamento inicial ao mercado, as ações passam a ser negociadas no mercado secundário.

Período de reserva

O periodo de reserva está relacionado ao tempo que o investidor tem para entrar em contato com a corretora e solicitar a
compra do ativo objeto do IPO.

Esse período se encerra, em geral, um dia antes do IPO, quando são então divulgados o preço inicial do papel e a
quantidade que cada investidor comprará. Encerrado o período de reserva e definida a quantidade de ações que o
investidor irá adquirir, ele não pode mais desistir do negócio.

Rateio

Dependendo da procura, pode ocorrer de nem todos os investidores conseguirem adquirir o volume financeiro de ações
que desejariam. Nesses casos, é feito um rateio, isto é, uma divisão da quantidade total de ações a serem ofertadas entre
os investidores que fizeram reservas.

Ordem limitada

Na ordem com limite ou limitada, o investidor estabelece o preço máximo ou minimo pelo qual ele quer comprar ou
vender determinada ação. Ela somente será executada por um preço igual ou melhor (mais favorável ao investidor) do
que o indicado

Se o preço limite for de R$ 30 para um investidor que queira tomar uma posição comprada, a ordem somente será
executada por R$ 30 ou menos. Naturalmente, não há garantia de que a ordem será executada, já que o preço-limite
poderá não ser alcançado.

Ordem a mercado

Por sua vez, na ordem a mercado, o investidor especifica somente a quantidade e as caracteristicas dos valores mobiliários
ou direitos que deseja comprar ou vender.

A ordem é executada prontamente pela corretora, ao melhor preço disponivel, desde que se trate de ação com liquidez.
Essa é a ordem mais comum no mercado.

Riscos no Mercado Acionário

OE 355.03.a - Entender, analisar, explicar e distinguir os principais tipos de risco das operações do mercado acionário.

As ações são ativos de renda variável, ou seja, não oferecem rentabilidade garantida.

Assim, pode-se ter prejuízo no investimento de ações e recomenda-se que o horizonte de investimento do investidor seja
de médio a longo prazo para poder esperar a reversão de eventuais desvalorizações.

Risco da empresa

O risco da empresa está ligado ao risco inerente do negócio, incluindo a estrutura competitiva, a gestão, a filosofia da
empresa, etc. O risco da empresa pode ser considerado como a incerteza de seu resultado operacional

Empresas de serviços públicos apresentam um fluxo operacional razoavelmente estável e, portanto, seu nivel de risco é
mais baixo, empresas com receitas flutuantes (empresas ciclicas), como produtores de automóveis, tem risco de negócio
mais alto, pois possuem elevado custo fixo e, consequentemente, grande alavancagem operacional

Risco de mercado (volatilidade)


Este risco reflete a volatilidade dos preços, porque a cotação de uma ação pode oscilar consideravelmente, seja durante o
tempo do pregão, no mesmo dia, seja em períodos mais longos. A volatilidade existe porque a percepção de risco entre os
investidores não é idêntica, isto é, as expectativas dos investidores sobre os resultados futuros e sobre o valor da empresa
são diferentes. Além disso, é afetada pelo volume de informações que surgem sobre a empresa ou a afetam, podendo
melhorar ou piorar seus resultados. A existência do mercado de derivativos (opções de compra e venda para
determinadas ações) também pode influenciar a volatilidade, não necessariamente aumentando-a

Risco de liquidez

Mede a facilidade de negociação do ativo ou o seu volume de negócios. Uma ação com alta liquidez oferece mais
segurança ao investidor.

Caso ele decida vender sua posição de ações, conseguirá em pouco tempo convertê-las em dinheiro, vendendo-as a um
valor justo.

RESUMO

Uma IPO (Initial Public Offering) ou Oferta Pública Inicial ocorre quando uma empresa abre seu capital

pela primeira vez e se toma pública. Essa venda de ações pode ser feita pela própria empresa chamada distribuição
primária (há entrada de recursos no caixa da empresa). Na distribuição secundária um sócio da empresa vende suas ações
e o dinheiro arrecadado fica com ele e não para o caixa da empresa.

O período de reserva está relacionado ao tempo que o investidor tem para entrar em contato com a corretora e solicitar a
compra do ativo objeto do IPO.

O rateio é a divisão da quantidade total de ações a serem ofertadas entre os investidores que fizeram reservas.

Na ordem limitada, o investidor estabelece o preço máximo ou minimo pelo qual ele quer comprar ou vender
determinada ação. Ela somente será executada por um preço igual ou melhor (mais favorável ao investidor) do que o
indicado.

Na ordem a mercado, o investidor especifica somente a quantidade e as características dos valores mobiliários ou direitos
que deseja comprar ou vender.

Riscos no Mercado Acionário:

Risco da empresa: inerente do negócio, incluindo a estrutura competitiva e a gestão da empresa, etc. É a incerteza de seu
resultado operacional

Risco de Mercado: reflete a volatilidade dos preços, dado que a cotação de uma ação pode oscilar consideravelmente,
seja durante o tempo do pregão, no mesmo dia, seja em períodos mais longos.

Risco de Liquidez: mede a facilidade de negociação do ativo ou o seu volume de negócios. Uma ação com alta liquidez
oferece mais segurança ao investidor

MÓDULO 14 – RENDIMENTO DE AÇÕES

Remuneração dos Acionistas

OE 017.01.a - Identificar, analisar e distinguir os dividendos e os juros sobre capital próprio e calcular a taxa de retorno
inerente a tais proventos.

Dividendos

O dividendo representa a mais importante forma de remuneração do acionista, pois é uma quantia expressa em moeda
corrente, paga pela empresa aos seus acionistas.

O estatuto de uma S/A determina o dividendo minimo obrigatório a ser pago aos acionistas.
Se o estatuto ou a assembleia da empresa não estabelecerem uma politica de dividendos, a legislação brasileira
estabelece que o dividendo minimo obrigatório será de 50% do lucro liquido anual ajustado, que é o lucro liquido
deduzido das reservas de lucros permitidas em lei (5% de reserva legal, reserva para contingencia e reserva de lucros a
realizar). Porém, o estatuto pode estabelecer percentual inferior a 25%

A reserva legal é uma conta do Patrimonio Liquido com a finalidade de assegurar a integridade do capital social e somente
poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital

A companhia pode optar entre distribuir o montante integral do lucro liquido ou então, reter uma parcela desse lucro,
visando financiar novos investimentos com recursos próprios, os recursos dos sócios.

Uma relação denominada payout, é calculada pelos analistas de investimentos e informa que percentual do lucro liquido
da empresa foi distribuido sob a forma de dividendos:

Indice payout-

dividendos JCPs esperados

lucro liquido da empresa no exercicio

Portanto, quanto maior for o indice, maior será a parcela do lucro liquido distribuida sob a forma de dividendos.

Quanto menor for o indice, maior será a parcela do lucro liquido reinvestido na empresa, aumentando, dessa forma, a
participação dos recursos próprios em relação aos recursos de terceiros na estrutura de capital da companhia.

Os dividendos não são deduzidos da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido
(CSLL) devidos pelas empresas, pois eles são considerados após a apuração do lucro liquido do exercicio.

Os dividendos recebidos pelos acionistas não são tributados pelo Imposto de Renda.

Considerando que os dividendos não integram a base de cálculo do imposto de renda do beneficiário, a taxa de
rendimento dos dividendos é calculada sem dedução de impostos, conforme o seguinte exempla

A cotação atual de determinada ação, que no ano anterior pagou um dividendo de R$ 4,00, é R$ 50,00. Considerando a
expectativa que neste ano ocorra um crescimento de 25% dos dividendos e que o preço da ação suba para R$ 60,00, o
rendimento esperado de dividendo é de

O rendimento esperado de dividendo é calculado com base no dividendo a ser pago no futuro, mas em relação ao preço
da ação observado no presente, sem incidência de impostos

Dividendo a ser pago - Dividendo pago anteriormente x (1⚫ Taxa de crescimento) Dividendo a ser pago - R$ 4,00 x (1+0.25)
- R$ 4,00 x 1,25 - R$ 5,00

Rendimento esperado de dividendos - Dividendo a ser pago / Cotação atual da ação Rendimento esperado de dividendos -
R$ 5,00 / R$ 50,00 -10%

Após seu pagamento, o preço de mercado da ação sofre uma redução no mesmo valor do dividendo pago por ação. Nesse
caso, diz-se que a ação passa a ser negociada ex-dividendos.

Há três momentos importantes no processo que ocorre no intervalo entre a decisão da empresa de pagar dividendos e o
seu efetivo recebimento pelos acionistas:

Data do anúncio: é a data em que o corpo diretivo da empresa aprova e declara que serão pagos dividendos e, também, o
dia em que a empresa se obriga a pagar dividendos

-Data do ajuste de preço de mercado (ex-dividendo é a data em que o preço de mercado se ajusta ao dividendo (ou seja, o
valor de mercado será reduzido, aproximadamente, ao valor do dividendo). A partir desta data, quem comprar a ação não
terá mais direito a este dividendo anunciado. Ou seja, se um acionista vender suas ações a partir desta data, ainda
receberá o pagamento do dividendo, mas o comprador não, e

Data do pagamento: é a data em que a empresa efetivamente paga os dividendos aos acionistas.

Juros sobre capital próprio

Os juros sobre o capital próprio foram criados no Brasil em 1995. pela Lei no 9.249, no conjunto de medidas que
sucederam o Plano Real e visavam eliminar a indexação da economia. Assim foi extinta a correção monetária de contratos,
dos preços e dos balanços das empresas.

Para substituir a correção monetária, foram criados os juros sobre o capital próprio, que remuneram o capital do acionista
investido na empresa até o valor da correção da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) sobre o patrimonio liquido,
desconsiderando, deste último, o valor da reserva de reavaliação de bens e direitos.

O valor desembolsado pode ser considerado como despesa até o limite do maior entre

50% do lucro liquido do periodo após a dedução da contribuição social e antes do IR, ou -50% dos saldos de lucros
acumulados e reservas de lucros de periodos anteriores.

Diferentemente dos dividendos, que representam uma parcela do lucro liquido da empresa do mesmo exercicio, os juros
sobre o capital próprio representam os juros que incidem sobre os lucros não distribuidos pela empresa em exercicios
anteriores e mantidos sob a forma de reservas de lucros.

Embora não seja obrigatório, as empresas que apuram o Imposto de Renda (IR) sobre o lucro real obtém um beneficio
fiscal, pois os pagamentos de juros sobre o capital próprio (ICP) não são contabilizados como uma distribuição de lucros,
mas sim como uma despesa com juros, o que reduz a base de cálculo, bem como o valor a pagar, do Imposto de Renda
(IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido (CSLL)

Uma empresa tem um lucro antes de impostos de R$ 5 milhões, sendo que a aliquota de Imposto de Renda Pessoa
Jurídica (IRP) é de 15%, acrescida da aliquota adicional de 10% sobre o lucro que exceder R$ 240.000 no ano.
Considerando uma aliquota da Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL) de g% e caso pague R$ 2 milhões como
juros sobre o capital próprio (JCP), o valor que pode ser distribuido como dividendos corresponde a O valor pago a titulo
de JCP pode ser deduzido da base de cálculo dos impostos incidentes sobre o lucro

Lucro antes de impostos

R$ 5.000.000,00

Juros sobre o capital próprio.

(R$ 2.000.000,00)

Lucro tributável

IRPJ (R$ 3 milhões x 15%).

R$ 3.000.000,00

(R$ 450.000,00)

IRPJ adicional (R$ 2,76 milhões x 10%) (R$ 276.000,00)

CSLL (R$ 3 milhões x 9

Lucro liquido após impostos


(R$ 270.000,00)

R$ 2.004.000,00

O valor sujeito à distribuição a titulo de dividendos corresponde ao lucro liquido após impostos de R$ 2004.000,00, não
sendo este, diferentemente do JCP, passivel de dedução da base de cálculo dos impostos incidentes sobre o lucro.

Os acionistas são tributados à aliquota de 15% de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e, apesar do valor do JCP aos
acionistas ser contabilizado como uma despesa pela empresa pagadora, ele pode ser imputado, pelo seu valor liquido de
IR, ao total dos dividendos obrigatórios previstos na Legislação

O preço da ação, após seu pagamento ao acionista, sofre o mesmo efeito que ocorre no pagamento dos dividendos,
reduzindo seu valor de mercado no montante aproximado dos juros sobre o capital próprio por ação, passando a ser
negociada ex-juros. Portanto, descontado do lucro tributável e diminuindo o IR a ser pago pela empresa.

Recompra

OE 017.01.b- Comparar o impacto da recompra de ações e da distribuição de dividendos sobre a riqueza do acionista.

Outra forma de a empresa remunerar o acionista é mediante um programa de recompra de ações, no qual uma empresa
adquire uma determinada quantidade de ações de sua própria emissão junto ao mercado acionário a preços de mercado.

Programas de recompra de ações tendem a elevar o preço e o lucro por ação, proporcionando um ganho de capital para
os acionistas, visto diminuir a quantidade de ações em circulação.

Entretanto, a elevação nos preços das ações nem sempre é observada de imediato, já que as empresas costumam
estabelecer um prazo longo para o programa de recompra, comumente de doze meses, escalonando suas aquisições
durante tal periodo.

OE 017.01.c - Conhecer e explicar as limitações impostas às companhias abertas para negociação de ações de sua própria
emissão.

A Resolução CVM n° 77/22 estabelece que as companhias abertas, ao negociar ações de sua própria emissão, somente
podem:

- adquirir ações para permanência em tesouraria ou cancelamento, e

alienar as ações adquiridas nesses termos e mantidas em tesouraria.

A negociação, por companhia aberta, de ações de sua emissão terá sua eficácia condicionada à prévia aprovação pela
assembleia geral quando:

L realizada fora de mercados organizados de valores mobiliários, envolver, ainda que por meio de diversas operações
isoladas, mais de 5% de espécie ou classe de ações em circulação em menos de 18 meses;

II. for realizada fora de mercados organizados de valores mobiliários e a preços mais de 10% superiores, no caso de
aquisição, ou mais de 10% inferiores, no caso de alienação, as cotações de mercado,

III. tiver por objetivo alterar ou preservar a composição do controle acionário ou da estrutura administrativa da sociedade,
ou

IV. a contraparte em negócio realizado fora de mercados organizados de valores mobiliários for parte relacionada a
companhia.

Nos demais casos e desde que não vedada em estatuto, a negociação pode ser aprovada pelo conselho de administração.

A negociação, por companhia aberta, de ações de sua emissão, assim como de derivativos delas referenciados, deve ser
liquidada em até 18 meses, contados da aprovação dos negócios pela assembleia geral ou pelo conselho de
administração.
A aquisição, por companhia aberta, de ações de sua emissão é vedada quando:

L tiver por objeto ações pertencentes ao acionista controlador,

II. for realizada em mercados organizados de valores mobiliários a preços superiores aos de mercado,

III. estiver em curso o período de oferta pública de aquisição de ações de sua emissão, conforme definição das normas
que tratam desse assunto, ou

IV. requerer a utilização de recursos superiores aos disponiveis nas reservas de lucros e capital, excetuando-se as reservas
legal, de lucro a realizar, especial de dividendo obrigatório não distribuido, de incentivos fiscais e o resultado já realizado
do exercicio social em andamento.

As companhias abertas não podem manter em tesouraria ações de sua emissão em quantidade superior a 10% de cada
espécie ou classe de ações em circulação no mercado, incluídas neste percentual aquelas detidas por sociedades coligadas
e controladas.

Eventos Corporativos

OE 017.02.a - Entender, explicar e interpretar os conceitos de direito de subscrição, bonificação, desdobramento de ações
e grupamento de ações. Calcular o preço de uma ação após distribuição de proventos.

Subscrição

A subscrição representa um direito de preferência dado aos acionistas, por um determinado período, não inferior a 30
dias, na aquisição das novas ações, em uma proporção percentual equivalente às suas posições acionárias, a um preço
preestabelecido, geralmente inferior ao preço da ação vigente no mercado de bolsa

Este direito é, também, chamado de bonus de subscrição e equivale a uma opção de compra (call) para o investidor.

A subscrição pode surgir como um beneficio aos acionistas, caso o preço de subscrição seja inferior ao preço de mercado,
de forma que os acionistas estarão recebendo uma espécie de desconto. Caso o preço seja equivalente ou superior ao de
mercado, esse direito não representará uma vantagem, uma vez que inexistirá condição diferenciada em relação aos não
acionistas da empresa. Quando a empresa lança uma subscrição de ações, ela anuncia uma série de condições, sendo as
principais o número de ações colocadas à venda e o preço de subscrição destes papéis, que resultam no valor total da
operação, além do cronograma da subscrição.

Assim, o acionista acaba sendo informado de duas variáveis importantes:

a proporção de novas ações a que sua posição já existente the dará direito,

o preço a que elas estão sendo oferecidas.

Uma empresa possui capital atual de R$ 1 bilhão, composto por 250 milhões de ações valendo R$ 4,00 cada. A empresa,
agora, decide aumentar seu capital em

R$ 500 milhões, com as novas ações sendo ofertadas a R$ 3.50 cada. Neste caso, cada acionista terá direito a subscrever
ações equivalentes a 50% de sua posição atual, a um preço abaixo do valor de mercado, o que certamente significa um
beneficio.

A fórmula para o cálculo do valor da ação após a subscrição é:

% da subscrição - R$ 500 milhões/R$ 1 bilhão -50%

Valor da ação após a subscrição x (100% % do aporte) - (Valor da cotação atual x 100%) + (Valor da subscrição x % do
aporte)

Obs: Sempre usar o valor percentual em números decimais na fórmula.

Valor da ação após a subscrição - (4,001) (35 0,5)-x 15


5.75 x 1,5

X-3,833

Já o preço teórico do direito pode ser obtido por meio da seguinte formula: Preço teórico do direito - Valor da ação hoje -
Valor da ação após a subscrição

Preço teórico do direito -4.00 -3,83

Preço teórico do direito -0,17

Ou seja, podemos concluir que se o preço do direito de subscrição fosse maior do que 0,17, os investidores iriam querer
vendê-los. Por outro lado, caso eles estivessem cotados abaixo de 0,17. haveria uma oportunidade de ganhos mediante a
compra dos direitos para exercé-los.

O direito de preferência de subscrição do acionista tem como principal objetivo permitir que os atuais acionistas da
empresa mantenham a sua participação acionária em caso de aumento de capital Caso o acionista opte por não
subscrever as novas ações, pode-se dizer que sua participação acionária foi diluída.

O acionista atual não é obrigado a participar da subscrição. Os direitos podem ser negociados de forma separada da ação,
ou seja, como mais um papel na bolsa.

Assim, quem tinha um papel, a ação original da empresa antes da subscrição, passa a ter dois a ação e o direito, que
geralmente negocia como as quatro letras do código da ação seguido pelos números 1 ou 2, e que pode ser exercido ou
vendido para outro investidor.

O acionista que não efetuar a subscrição do bonus na data ou dentro do periodo estipulado perderá seu direito e não fará
jus à restituição do valor pago antecipadamente.

Dessa forma, o bonus dá ao acionista, confiante no futuro da empresa em que investiu, a garantia de subscrever ações no
futuro por um preço predeterminado.

Bonificação

A bonificação representa um direito do acionista da empresa.

Uma bonificação ocorre quando a empresa realiza um aumento de capital via emissão e distribuição de ações aos atuais
acionistas por incorporação de reservas de lucros ou de reservas de capital.

Ela não envolve captação de recursos. Eventualmente, a empresa pode optar por distribuir essas reservas de lucros (ou
parte delas) em dinheiro, gerando o que se denomina bonificação em dinheiro. A participação dos acionistas nessa
emissão de ações é proporcional à posição acionária existente no momento em que a assembleia de acionistas decide
conceder a bonificação

Como não ocorre qualquer modificação na estrutura econômico-financeira da empresa, havendo apenas uma
reclassificação contábil a bonificação não afeta o valor da empresa, que permanece inalterado no ato da bonificação, mas
futuramente pode afetar o preço da ação devido ao maior número de ações no mercado e à consequente diluição de
lucros (dividendos mais baixos por ação).

Quando um lote padrão de negociação (100 ações) cujo valor em bolsa atinge R$ 10,00 recebe uma bonificação de 300%,
isso implica que, para cada ação possuida, o acionista receba gratuitamente mais três ações da mesma espécie.

Assim, o lote padrão de 100 ações poderá ser negociado por R$ 2,50, uma quantia mais acessivel, o que amplia, em tese,
o número de investidores interessados em comprar ou vender.

Um exemplo hipotético a Gerdau irá distribuir uma nova ação para cada duas possuidas, ou seja, uma bonificação de 50%.
Como o valor de mercado da empresa não se alterará por esse evento, a Bovespa fará um ajuste na cotação em
determinada data. Sua cotação de fechamento anterior à vigência da nova quantidade de ações será dividida, nesse caso,
por 1.50. Se, por exemplo, a cotação de fechamento anterior for de R$ 30,00, sua nova cotação na abertura de mercado
(após a bonificação ou ex-boni) será de R$ 20,00. Preço ex-bonificação - Preço com bonificação

(1+% bonificação)

Preço ex-bonificação - 30/(150) - R$ 20,00.

Logo, um investidor que possuía duas ações da empresa, cotadas a R$ 30 cada (totalizando R$ 60), passará a ter três
ações, cotadas a R$ 20 cada (totalizando os mesmos R$ 60).

Desdobramento e grupamento

O split ou desdobramento representa uma distribuição de novas ações aos atuais acionistas, desdobrando cada ação em
uma ou mais ações.

Isso aumenta a quantidade de ações no mercado, reduzindo a cotação na mesma proporção, sem alterar a estrutura de
capital da empresa

Geralmente, ocorre quando a cotação de uma ação ou do lote de ações está sendo negociada a preços muito elevados, o
que dificulta sua negociação. Por esse motivo, a empresa opta por realizar o desdobramento das ações, a fim de reduzir
sua cotação e aumentar sua liquidez em bolsa.

O desdobramento é, às vezes, confundido com bonificação, porque nos dois casos há um aumento do número de ações,
sem que tenha ocorrido qualquer acréscimo patrimonial

A diferença é que na bonificação a empresa incorpora reserva de lucros ou reserva de

capital e no split não há nenhuma alteração no balanço da empresa.

Analisemos um exemplo para entender melhor.

Um split ou desdobramento de 2 por 1 significa que se o investidor possui 200 ações a R$ 20,00 cada, passará a ter 400
ações a R$ 10,00 cada.

Preço ex-split - Preço split

(1+% splin

Preço ex-split-20/2 - R$ 10,00.

Já o inplit ou grupamento é o contrário do split ou desdobramento. No inplit há uma diminuição do número total de
ações, mantendo-se a proporção entre as classes de ações, não implicando, necessariamente, redução da liquidez.

Uma empresa decide realizar o inplit quando deseja diminuir a quantidade de ações em circulação a fim de elevar sua
cotação e reduzir sua volatilidade. Também não produz qualquer efeito sobre a estrutura de capital da empresa.

É o caso de o preço da ação em bolsa ficar tão reduzido, que se toma necessária uma quantidade muito grande de ações
para realizar uma simples operação de venda ou de compra com valor pouco expressivo, muitas vezes maior do que um
lote padrão de 100 ações.

Para calcular o valor da ação após um inplit, utiliza-se a seguinte formula:

Preço ex-inplit - Preço com inplit" (1+% Inplit)

Por exemplo, um inplit de 100% significa que, se o investidor possui 200 ações a R$ 20,00 cada, passará a ter 100 ações a
R$ 40,00 cada.

Preço ex-inplit - 20" (2) - R$ 40,00


Ganho de Capital

OE 017.03.a - Entender e explicar os conceitos de ganho de capital na valorização das ações.

A valorização de mercado/ganho de capital é o aumento do valor da empresa em bolsa.

O ganho de capital é expresso pela variação positiva da cotação da ação em bolsa em determinado período e depende de
uma gama de variáveis, sobretudo dos fundamentos e das expectativas que os investidores têm em relação ao futuro da
companhia.

O exemplo a seguir ilustra como calcular o retorno de um investidor que utiliza margem para comprar ações, alavancando
sua posição.

Um investidor comprou 100 ações de uma empresa por R$ 50, sendo que 30 destas ações foram compradas com uso de
margem fornecida pela corretora. Um mês depois, as ações subiram 10% e o investidor vendeu todas as ações. Dado que
a corretora cobrou R$ 15 pela margem disponibilizada ao investidor, qual foi o retorno do acionista? Resposta:

O investimento total foi de R$ 5,000, sendo que R$ 3,500 foi capital do investidor e R$ 1.500 foram comprados com a
margem disponibilizada pela corretora. O lucro da operação foi de R$ 500 ou 10% do investimento total (R$ 5.000). Como
o acionista pagou R$ 15 para a corretora, o lucro final ao investidor foi R$ 500 - R$ 15 - R$ 485. O retorno do acionista foi
de R$ 485/ R$ 3.500 ou 13,85%. Como o acionista se alavancou na operação, ele obteve um retorno superior ao retorno
da ação (10%)

Os investidores procuram se antecipar aos eventos ou acontecimentos que irão influenciar os resultados futuros das
empresas.

As principais variáveis macroeconomicas que interferem nas expectativas dos agentes económicos são

-taxa básica de juros no Brasil e nos EUA

taxa de cambio,

situação das contas públicas;

carga fiscal:

taxa de inflação;

safra agricola,

preços internacionais das commodities,

nivel de emprego, e

renda disponivel para consumo.

Todas essas variáveis estão interligadas e afetam a percepção de risco dos investidores e da comunidade financeira sobre
o valor da empresa.

RESUMO

O dividendo é uma quantia, expressa em moeda corrente, paga pela empresa aos seus acionistas. O estatuto de uma S/A
determina o dividendo minimo obrigatório a ser pago aos acionistas. Quando não estabelecido, a legislação brasileira
determina que o dividendo minimo obrigatório será de 50% do lucro liquido anual ajustado. Os dividendos recebidos
pelos acionistas não são tributados pelo Imposto de Renda

Os juros sobre o capital próprio (JCP) remuneram o capital do acionista investido na empresa até o valor da correção da
TJLP sobre o Patrimônio Liquido. Quando do recebimento de JCP, os acionistas são tributados na fonte pelo titulo de
Imposto de Renda à aliquota de 15%.
O ganho de capital é expresso pela variação positiva da cotação da ação em bolsa em determinado periodo.

Direito de subscrição: tem como principal objetivo permitir que os atuais acionistas da empresa mantenham a sua
participação acionária em caso de aumento de capital ou seja, este direito equivale a uma call, ou opção de compra

Bonificação em ações: representa um aumento do capital da empresa e se origina da incorporação de reservas


acumuladas ao capital, com a emissão de novas ações, que são oferecidas aos acionistas. Não envolve captação de
recursos.

Desdobramento de ações ou Split: é a multiplicação do número de ações da empresa, que se desdobra em determinada
proporção.

Grupamento de ações ou Inplit: é o processo inverso ao Split, no qual o número de ações da empresa é dividido em
determinada proporção. Ambos não causam qualquer modificação no balanço da empresa, alterando apenas o número
total de ações e seu preço na mesma proporção.

MÓDULO 15 – TRIBUTAÇÃO DE RENDA VARIÁVEL

Imposto de Renda sobre as Operações de Renda Variável no Mercado à Vista de Bolsa de Valores e Day Trade

São considerados ativos de renda variável aqueles cuja remuneração ou retorno de capital não podem ser dimensionados
no momento da aplicação e serem negociados no mercado à vista e de liquidação futura:

Ações, BDRs e ETFs;

Ouro, alivo financeiro;

Futuros:

Termo;

Opções.

Além disso, estes ativos devem ser negociados em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou assemelhadas
(mercado de balcão organizado).

Impostos que incidem na renda variável:

Imposto sobre Operações Financeiras sobre titulos e valores mobiliários (IOF/TVM): as operações do mercado de renda
variável estão sujeitas ao IOF/TVM à aliquota zero.

Imposto de Rendar a aliquota do imposto de renda dependerá de se a operação tem característica de "investimento" ou
de "especulação"

O imposto de renda deve ser calculado mensalmente e pago em DARF especifico que vence no último dia útil do mês
subsequente ao ganho apurado.

Assim, é fundamental que o investidor controle os resultados obtidos nas operações "comuns" e nas operações "day
trade" separadamente.

OE 045.01.a - Conhecer, para as operações de renda variável, o fato gerador, a base de cálculo, as alíquotas vigentes, o
responsável pelo recolhimento, os prazos de recolhimento, as possibilidades de isenção, a regra vigente sobre a
compensação de perdas e os diferentes regimes de tributação, segundo a Receita Federal do Brasil.

Operações comuns (não day trade)


São operações nos mercados à vista e de liquidação futura, consideradas "investimento", ou seja, aquelas que um
investidor mantém por pelo menos um dia. Em outras palavras, a operação é aberta em um pregão e somente é
encerrada em outro pregão.

Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF): poderá incidir mensalmente IRRF de 0,005% desde que o seu valor seja
superiora R$ 1,00 em sua primeira incidência.

Este fato ocorre devido à hipótese de isenção (veja detalhes adiante) somente para vendas no mercado à vista (ações e
ouro, ativo financeiro) no valor bruto de até R$ 20.000,00/mês.

Note que, multiplicando R$ 20.000,00 por 0,005%, temos exatamente R$ 1,00. Caso ocorra a primeira retenção deste
imposto no mês, a segunda retenção ocorre com qualquer valor devido (veja exemplo numérico detalhado no final do
material).

Esta regra de retenção de IRRF acima de R$ 1,00 por mês também é válida para operações nos mercados de liquidação
futura (futuros, termo e opções), apesar de nenhuma operação nestes mercados ter isenção de imposto de renda.

O IRRF de 0,005% é sempre tratado como antecipação do imposto devido e incide sobre:

Mercados Base de Cálculo

Avista Valor bruto da alienação. (atenção a esta base de cálculo!)

Opções Valor positivo da soma dos prêmios pagos e recebidos no mesmo dia

A termo No caso de liquidação financeira o valor da liquidação financeira se positivo, seja do comprador ou
do vendedor

Futuro No caso de liquidação mediante entrega do ativo no vencimento a diferença, se positiva, entre o
preço a termo e o preço à vista.

Este tributo também é conhecido como dedo duro, porque incide sobre o valor bruto de venda das ações,
independentemente de a operação ter gerado lucro.

No caso de futuros, termos e opções, note que a base de cálculo é diferente.

O IRRF não incide

No exercicio de opções;

Nas operações de titularidade das corretoras, fundos e clubes de investimento,

Nas operações conjugadas, e

Nas operações de investidores estrangeiros operando de acordo com as normas e condições estabelecidas pela Resolução
do CMN n° 4.373/2014

Retenção: pela instituição que receber diretamente a ordem do cliente.

Compensação: caso não consiga compensar o IRRF no mês da operação, este poderá ser compensado nos meses
subsequentes.

Caso não seja compensado durante o ano fiscal, pode ser recuperado na declaração de ajuste anual da pessoa fisica (em
"impostos pagos durante o ano", incluir no campo "Lei no 110337.

Imposto mensal: a aliquota mensal do imposto de renda sobre os ganhos liquidos

é 15,00%. O ganho liquido é o somatório dos resultados positivos e negativos obtidos em cada operação realizada com
base mensal

Para apurar o ganho liquido, consideramos as despesas constantes nas notas de corretagem (NC) para reduzir a base de
cálculo.

Assim, o ganho liquido (GL) é igual a Receita Liquida de Venda (RLV) menos o Custo de Aquisição (CA), ou seja
GL - RLV-CA

RLV: é o valor recebido quando vendemos uma ação (ou qualquer ativo de renda variável). Equivale à diferença do valor
bruto de venda (quantidade do ativo x preço) menos os custos constantes na NC (CBLC, Bolsa e Corretagem).

CA: é o valor pago na compra de uma ação (ou qualquer ativo de renda variável). Equivale à soma do valor bruto de
compra (quantidade do ativo x preço mais os custos constantes na NC.

Caso o investidor tenha efetuado mais de uma compra de um mesmo ativo, considerar o custo médio de aquisição para
calcular o GL

Se o valor a ser recolhido for inferior a R$ 10,00, o recolhimento ocorrerá quando esse valor ultrapassar

este minimo, sem incorrer em qualquer custo (multa ou juros) ao investidor

Note que o IRRF deve ser reduzido do valor do IR mensal a ser pago:

Forma de cálculo (GL x 15%) - IRRF

Segue um resumo da tributação aplicável ao mercado à vista de renda variável

Mercado à vista

Fato Gerador Auferir ganhos liquidos na alienação.

Base de Cálculo Somatório dos ganhos liquidos no mês.

Aliquota Na fonte: 0,005% sobre o valor bruto de venda desde que o valor da primeira
incidência seja superior a R$ 1,00

IR total: 15,00% sobre o ganho liquido, desde que o DARF tenha valor minimo de
R$ 10,00. Tributação definitiva.

Retenção e Recolhimento Fonte: 3o dia útil subsequente ao decêndio do fato gerador.

Mensal: apurado mensalmente e pago até o último dia útil do mes subsequente.

Responsável pelo Recolhimento Fonte: instituição intermediadora que receber diretamente

a ordem do cliente.

Mensal: o contribuinte

Compensação Perdas incorridas poderão ser compensadas com ganhos liquidos de qualquer
outra operação "comum" inclusive nos mercados de liquidação futura) no próprio mês ou nos
meses subsequentes.

Imposto Fonte: deduzido do imposto apurado no próprio més ou nos meses


subsequentes. Caso não seja compensado durante o ano fiscal, pode ser recuperado na
declaração de ajuste anual da pessoa fisica.

Isenção Isenção de IR fonte e mensal) sobre os ganhos nas vendas brutas mensais com
valor igual ou inferior a R$ 20.000,00 para ações e também R$ 20.000,00 para ouro, ativo
financeiro.
Operações day trade

Day trade é a operação ou a conjugação de operações iniciadas e encerradas em um mesmo dia, com o mesmo ativo, em
uma mesma instituição intermediadora, em que a quantidade negociada tenha sido liquidada, total ou parcialmente.

Imposto de Renda Relido na Fonte (IRRF):

Sobre o lucro das operações day trade, por qualquer beneficiário, incide imposto de renda na fonte à aliquota de 1,00%
sobre o ganho liquido da operação. Não há valor minimo de retenção e o IRRFé sempre tratado como antecipação do
imposto devido

Base de cálculo: o ganho liquido constante na Nota de Corretagem (NC).

Retenção: pela instituição que receber diretamente a ordem do cliente.

Compensação: caso não consiga compensar o IRRF no mês da operação, este poderá ser compensado nos meses
subsequentes. Caso não seja compensado durante o ano fiscal, pode ser recuperado mediante pedido formal de
restituição à Receita Federal (Per/Dcompl.

Imposto mensal:

A aliquota mensal do imposto de renda sobre os ganhos liquidos é de 20,00%

O ganho liquido é o somatório dos resultados positivos e negativos obtidos em cada operação ou contrato realizado

Para apurar o ganho liquido, consideramos as despesas constantes nas notas de corretagem (NC) para reduzir a base de
cálculo.

Assim: Ganho liquido (GL) - Receita Liquida de Venda (RLV) - Custo de Aquisição (CA), ou, GL - RLV-CA.

Base de cálculo: Ganho Liquido (GL)

Aliquota: 20%

Dedução: IRRF

Forma de cálculo: (GL x 20%) - IRRF

Responsável pelo recolhimento: o investidor

Periodicidade: mensal

Data do recolhimento: último dia útil do més subsequente ao imposto apurado

Forma de recolhimento: via DARF (código 6015) e com valor minimo de R$ 10,00. Caso o valor a ser recolhido seja inferior
a R$ 10,00, o recolhimento ocorrerá quando este valor ultrapassar este minimo, sem incorrer em qualquer custo (multa
ou juros) ao investidor.

OE 045.01.b - Calcular o valor do Imposto de Renda (IR) sobre operações realizadas em Bolsa de Valores, identificando a
diferença entre as alíquotas das operações de renda variável no mercado à vista de ações e operações de day trade em
bolsas de valores.

Um investidor vende 400 ações por R$ 55,00 em 11/maio, tendo despesas de R$ 72,00. Em 30/junho do mesmo ano ele
vende 200 ações por R$ 65,00 cada, tendo despesas de R$ 85,00. Neste caso, qual será o valor de IR que será recolhido
por este investidor, se pagou por cada ação R$ 44.40 sem despesas na compra?

O investidor PF possui isenção de IR para as vendas de ações realizadas no mēs, no Limite de R$ 20.000,00.

Resposta: O investidor ficou isento no mês de junho, visto o valor de venda ter sido de R$ 13.000,00⚫ despesas. Já em
maio suas vendas foram de R$ 22.000,00.

Calculando

Valor de compra: 400 x R$ 44.40 - R$ 17.760,00


Valor de venda: 400 x R$ 55,00 - R$ 22.000,00 - R$ 72,00 - R$ 21.928,00

Imposto de renda (Venda - Compra) - R$ 21.928,00 - R$ 17.760,00 - R$ 4.168,00 x 15%- R$ 625,20

Um investidor comprou 10 ações a R$ 170,00 e vendeu no mesmo dia as 10 ações a R$ 180,00. Qual é o IR total devido?

Resposta: R$ 20,00

Como a questão menciona ser no mesmo dia, é uma operação day trade.

Quando se trata de operação day trade, não há isenção de R$ 20 mil no rendimento. Então, o IR é de 20% sobre o ganho.

Lucro - R$ 1800,00 - R$ 1700,00 - R$ 100,00 20% - R$ 20,00

Um investidor comprou e vendeu ações no mesmo dia, obtendo lucro de R$ 20.000,00 bruto, tendo despesas de R$
300,00. Qual é o IR que a corretora irá reter na fonte?

Resposta: R$ 197,00

A corretora calcula 1% sobre o lucro, ou seja, R$ 20.000,00 - R$ 300,00 - R$ 19.700,00.

Observe o exemplo de bonificação de ações:

Um investidor recebe bonificação em ações de 30% de uma empresa na qual possuía 5,000 ações, compradas por R$
10,00 cada. No Aviso aos Acionistas, o custo unitário informado por ação foi de R$ 5,00. Calcule o valor do IR devido caso
o investidor venda todas as suas ações, inclusive as bonificadas, um mês após a bonificação, por R$ 15.00, cada

O ganho de capital é obtido através do custo médio da aquisição após a bonificação, conforme a seguir.

Custo Médio - 1(5,000 X R$ 10,00) (1500 x R$ 5.00)/(5000 1500) - R$ 8,85

Ganho de Capital - (6500 x R$ 15.00) - (6500 x R$ 8,85) - R$ 40.000,00

A aliquota de imposto de renda (IR) em operações não day trade é de 15%

Imposto de Renda - R$ 40,000,00 x 15% - R$ R$ 6.000,00.

Em relação à Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Fisica (DIRPF) podem ocorrer duas situações distintas:

as ações recebidas em bonificação são mantidas ao final do ano: tais ações deverão ser relacionadas na ficha de Bens e
Direitos da DIRPF pelo custo de aquisição informado no Aviso aos Acionistas; ou

as ações recebidas em bonificação são alienadas antes do final do ano em que ocorreu a bonificação: não é necessário
informar as ações recebidas na ficha de Bens e Direitos da DIRPF.

Entretanto, em ambos os casos, é necessário informar as ações recebidas em bonificação na ficha de Rendimentos Isentos
e Não Tributáveis da DIRPF, de forma a evidenciar a origem do aumento patrimonial

Isenção de IR no ganho de capital de ações negociadas no Bovespa Mais

Até 31 de dezembro de 2023, fica isento do imposto de renda sobre o ganho de capital auferido por pessoa fisica na
alienação realizada no Bovespa Mais. Para mais detalhes, vide Instrução da RFB 1585/2015

Quando o beneficiário tiver a condição de imune, este deve declarar por escrito à fonte pagadora a sua condição para que
não haja retenção do IR na fonte

Alienação de ações fora da Bolsa

A própria empresa (pessoa juridica) pode ser responsável por reportar o acionista que alienar suas ações fora da bolsa e
não entregar documento de arrecadação de receitas federais que comprove o pagamento do imposto de renda sobre o
ganho de capital incidente na alienação ou declaração do alienante sobre a inexistência de imposto devido. O reporte
deve acontecer através da entrega de uma Declaração de Transferência de Titularidade de Ações (DTTA), e a falta do
reporte implica em uma multa no valor de 30% do valor do imposto devido.

RESUMO

Alivos de renda variável: negociados no mercado à vista e de liquidação futura - ações, BDRS e ETFs, ouro, ativo financeiro,
futuros, termo e opções.

Impostos que incidem na renda variável:

• Imposto sobre Operações Financeiras sobre titulos e valores mobiliários (IOF/TVM): aliquota zero.

Imposto de Renda: a aliquota dependerá de se a operação tem caracteristica de "investimento" ou de "especulação. Deve
ser calculado mensalmente e pago em DARF especifico que vence no último dia útil do més subsequente ao ganho
apurado.

Operações comuns (não day trade): são consideradas "investimento", ou seja, aquelas que um investidor mantém por
pelo menos um dia.

Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF): mensalmente, poderá incidir IRRF de 0,005% desde que o seu valor seja
superior a R$ 1,00 em sua primeira incidência. É sempre tratado como antecipação do imposto devido e incide sobre:

-Mercado à vista: valor bruto da alienação,

Opções: valor positivo da soma dos prêmios pagos e recebidos no mesmo dia Termo: no caso de liquidação financeira: o
valor da liquidação financeira se positivo, seja do comprador ou do vendedor, e

Futuro: no caso de liquidação, mediante entrega do ativo no vencimento: a diferença, se positiva, entre o preço a termo e
o preço à vista.

Este tributo também é conhecido como "dedo duro", porque incide sobre o valor bruto de venda das ações,
independentemente de a operação ter gerado lucro. O IRRF não incide

-No exercicio de opções;

- Nas operações de titularidade das corretoras, fundos e clubes de investimento,

Nas operações conjugadas; e Nas operações de investidores estrangeiros operando de acordo com as normas e condições
estabelecidas pela Resolução CMN no 4.373/2014

Retenção: pela instituição que receber diretamente a ordem do cliente. Compensação: caso não consiga compensar o
IRRF no mês da operação, este poderá ser compensado nos meses subsequentes.

Imposto de Renda mensal a aliquota mensal sobre os ganhos liquidos é 15.00% Para apurar o ganho liquido, consideramos
as despesas constantes nas notas de correlagem (NC) para reduzir a base de cálculo. Assim, o ganho liquido (GL) é igual a
Receita Liquida de Venda (RLV) menos o Custo de Aquisição (CA).

Caso o valor a ser recolhido seja inferior a R$ 10,00, o recolhimento ocorrerá quando este valor ultrapassar este minimo,
sem incorrer em qualquer custo (multa ou juros) ao investidor

O IRRF deve ser reduzido do valor do IR mensal a ser pago:

IR - (GL x 15%) - IRRF

Isenção no mercado à vista: isenção de IR (fonte e mensal) sobre os ganhos nas vendas brutas mensais com valor igual ou
inferior a R$ 20.000,00 para ações e ainda R$ 20.000,00 para ouro, ativo financeiro.

Operação day trade: é a operação ou a conjugação de operações iniciadas e encerradas em um mesmo dia, com o mesmo
ativo, em uma mesma instituição intermediadora, em que a quantidade negociada tenha sido liquidada, total ou
parcialmente
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF): imposto de renda na fonte à aliquota de 1,00% sobre o ganho liquido da
operação. Não há valor minimo de retenção e o IRRF é sempre tratado como antecipação do imposto devido

Base de cálculo: o ganho liquido constante na Nota de Corretagem (NC). Retenção: pela instituição que receber
diretamente a ordem do cliente. Compensação: caso não consiga compensar o IRRF no mês da operação, este poderá ser
compensado nos meses subsequentes. Se não for compensado durante o ano fiscal, pode ser recuperado mediante
pedido formal de restituição à Receita Federal

Imposto de Renda mensal: a aliquota mensal do imposto de renda sobre os ganhos liquidos é de 20,00%

O IRRF deve ser reduzido do valor do IR mensal a ser pago:

IR

- (GLX 20%) - IRRF

Responsável pelo recolhimento: o investidor

Data do recolhimento: último dia útil do més subsequente ao imposto apurado

Forma de recolhimento: via DARF e com valor minimo de R$ 10,00

MÓDULO 16 – TITULOS PUBLICOS

OE 165.01.a - Explicar as principais caracteristicas dos titulos do governo brasileiro: Letras do Tesouro Nacional (LTN),
Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e Notas do Tesouro Nacional séries B e F (NTN-B e NTN-F). Identificar a adequação dos
produtos em função do nivel de conhecimento do investidor e seus objetivos e perfil de risco.

O Tesouro Nacional utiliza a emissão de titulos públicos, representativos da divida mobiliária da União, como uma das
formas de captação de recursos para financiar atividades do governo federal, tais como investimentos em educação,
saúde e infraestrutura.

No mercado primário, onde o Tesouro Nacional emite os titulos públicos e o investidor compra tais titulos diretamente do
emissor, são dois os ambientes nos quais ocorrem ofertas primárias:

Ofertaspúblicas leilões realizados semanalmentepelo Tesouro Nacionaleoperacionalizados pelo Banco Central Apenas
Intermediários Financeiros (Bancos, Corretoras, Financeiras, dentre outros) podem adquirir titulos no mercado primário
através de leilões.

- Tesouro Direto: programa criado em 2002, no qual o investidor pessoa física adquire titulos públicos diretamente do
Tesouro Nacional pela internet, após cadastrar-se com uma instituição financeira habilitada.

No mercado secundário, onde o investidor adquire o titulo de outro investidor, ao invés de adquirir diretamente do
emissor, os titulos públicos são negociados no mercado brasileiro com base em taxas, diferentemente do observado no
mercado internacional, no qual as negociações são efetivadas com base em preços.

Os papéis mais negociados são as Notas do Tesouro Nacional (NTN), as Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e as Letras do
Tesouro Nacional (LTN).

A existência de um mercado secundário liquido e transparente proporciona maior visibilidade às taxas negociadas e
garante diferenças mais justas entre os preços de compra e venda. A redução da assimetria de informação, aliada à maior
justiça na precificação de um ativo, aumenta a eficiência do mercado, na medida em que reduz os custos de negociação.

Por sua vez, o Banco Central, ao exercer sua autonomia para execução da politica monetária, utiliza a compra e venda de
titulos públicos visando, respectivamente, expandir e contrair a quantidade de moeda em circulação, através de
transações realizadas no ambiente denominado open market.

No nivel primário do open market, as operações são realizadas pelo Banco Central exclusivamente com os maiores
bancos, conhecidos como dealers, enquanto no nivel secundário as operações podem ser realizadas entre outros
participantes, inclusive junto ao público em geral.
Os titulos públicos de maior liquidez no open market, ou seja, com maior disponibilidade para compra e venda, são as LTN
(prefixado) e as LFT (pós-fixado, corrigido pela Selic).

O titulo público é resgatado em data predeterminada, por um valor especifico, atualizado

ou não por indicador de mercado, como, por exemplo, taxa de juros ou indices de preços.

Letras do Tesouro Nacional: LTN e LFT

ALTN é um titulo com rentabilidade definida no momento da compra (prefixado), com o resgate do valor do titulo (R$
1.000,00) na data do vencimento.

Cada titulo é adquirido com deságio (desconto) e não paga juros intermediários.

São emitidas pelo Tesouro Nacional com o objetivo de cobrir o déficit orçamentário, bem como para a realização de
operações por antecipação de receitas.

No mercado brasileiro, a convenção adotada para as taxas é baseada em dias úteis (ano com 252 dias úteis).

As LTNs possuem prazo minimo de 28 dias, sendo seus preços unitários (PU) negociados com seis casas decimais e as
taxas calculadas na forma anual com duas casas decimais.

Nos leilões ou no mercado primário, são negociadas em múltiplos de 50 titulos, sendo a quantidade minima estipulada de
50 titulos, não havendo qualquer restrição de qualidade para negociação no mercado secundário.

Na negociação desses titulos, os agentes de mercado consideram o prazo e a taxa de juros, determinando o valor de
compra ou venda do titulo, denominado de PU (preço unitário).

Por serem prefixadas, o valor das LTNs dependerá da taxa de juros praticada a cada instante pelo mercado, já que esta
será a taxa de desconto para cálculo do valor presente do titulo.

ALTN representa uma ótima aplicação no cenário de redução de taxas de juros, uma vez que o preço é inversamente
proporcional à taxa de remuneração, ou seja, quanto menor for a taxa, maior será o preço unitário do titulo e vice-versa
(quanto maior a taxa, menor o valor presente).

Agora passemos à definição de LFT. É um titulo de médio e longo prazos pós-fixado com rentabilidade diária vinculada a
taxa Selic. O resgate do principal e dos juros ocorre no vencimento do titulo

A avaliação da LFT é um pouco diferente. Por ser pós-fixada, seu valor flutua em função da oferta e da demanda de
mercado.

O seu preço subirá quando ela for negociada com ágio (aumento da demanda), pagando uma taxa de juros menor do que
a taxa Selic.

O preço cairá quando ela for negociada com deságio (diminuição da demanda), pagando uma taxa de juros maior do que
a taxa Selic.

Como as LFTs são indexadas à taxa Selic, elas possuem uma caracteristica inversa às das LTNs, representando um
investimento recomendável em um cenário de elevação de taxa de juros, pois sua remuneração cresce com a elevação da
taxa. Da mesma forma, não representam um bom investimento em cenário de baixa de juros.

Notas do Tesouro Nacional: NTN-B, NTN-B Principal e NTN-F

Instrumento criado pelo governo, pela Lei no 8.177, de 01/03/91, com o objetivo de alongar o prazo de financiamento da
dívida do Tesouro.

São titulos pós-fixados com valor nominal de emissão, em geral, escritos em múltiplos de R$ 1.000,00. A forma de
colocação pode ser direta ou por oferta pública, com a realização de leilões pelo Bacen.

NTN-B. O valor nominal do titulo na data-base é atualizado pela variação do Indice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), do IBGE, desde a data-base de emissão, e paga juros semestralmente com ajuste no primeiro periodo de
fluência quando couber.
O primeiro cupom de juros a ser pago contemplará a taxa integral definida para seis meses, independentemente da data
de emissão do titulo. A taxa de juros é definida quando da emissão do titulo, em porcentagem ao ano, e é aplicada sobre
o valor nominal atualizado.

O prazo de resgate do titulo é definido pelo Ministério da Fazenda quando da emissão do titulo por oferta pública ou
colocação direta em favor do interessado. O principal é pago em parcela única na data de vencimento do titulo.

A NTN-B Principal é um titulo que não paga os cupons intermediários que a NTN-B paga

O comprador desse titulo receberá apenas no vencimento o rendimento da inflação mais os juros reais negociados na
compra do papel

Analogamente, é uma LTN por pagar apenas um valor no vencimento, mas, diferentemente desse tipo de papel, o
rendimento total só será conhecido no fim, pois a inflação que vai valorizar o papel só será conhecida com o passar do
tempo.

NTN-F é um titulo prefixado, sendo a rentabilidade do titulo definida pelo deságio sobre seu valor nominal quando de seu
lançamento.

Cle paga juros semestralmente com ajuste de prazo no primeiro periodo de fluência quando couber. Foi lançado com a
finalidade de caucionar os saques dos recursos do FAT.

Tesouro Direto

OE 165.02.a - Entender e explicar a estrutura e a forma de negociação do Tesouro Direto, o papel do custodiante e da B3,
e os custos para o investidor.

O Tesouro Direto é um programa de venda de titulos públicos federais (LTN, LFT, NTN-B, NTN-C e NTN-F) para pessoas
físicas desenvolvido pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3.

Trata-se de uma negociação no mercado primário em que o Tesouro Nacional vende diariamente titulos aos investidores,
podendo recomprá-los semanalmente. As operações realizadas no Tesouro Direto são liquidadas pela Câmara de Ativos da
B3. que recolhe os recursos financeiros dos investidores por meio dos seus agentes de custódia e mantém o registro
analitico dos investidores titulares. Tais titulos se encontram depositados em uma conta especifica da B3 no Selic que atua
como central depositária de titulos públicos.

Possuir CPF e manter conta cadastrada junto à instituição financeira habilitada são os requisitos indispensáveis para
investir no Tesouro Direto, o que torna o programa acessivel a investidores residentes e não residentes.

Os titulos públicos são custodiados no Selic.

Os novos nomes dos titulos públicos negociados na plataforma do Tesouro Direto são.

LTN-Tesouro Prefixado,

LFT-Tesouro Selic

NTN-B-Tesouro IPCA com Juros Semestrais

NTN-B Principal - Tesouro IPCA; e

NTN-F - Tesouro Prefixado com Juros Semestrais.

O Tesouro Direto possibilita a compra de titulos da divida pública diretamente pela internet. Nas compras tradicionais, a
parcela minima de compra é de 1% do valor de um titulo, desde que respeitado o limite financeiro minimo de R$ 30,00.

O limite financeiro máximo de compras mensais é de R$ 1.000.000,00, tanto para as compras tradicionais quanto para as
programadas. Não há limite financeiro para vendas.

Este limite não deve ser considerado para cada titulo separadamente, mas sim para a carteira de titulos adquirida pelo
investidor durante o més.
Nos meses de vencimento e de pagamento de juros de titulos adquiridos anteriormente no Tesouro Direto e que ainda
estejam na carteira do investidor e poderão ser utilizados para compra de titulos, se assim desejar, utilizando seu limite de
R$ 1.000.000,00 mais o valor de resgate e dos juros dos titulos.

A liquidez das aplicações é garantida pelas recompras diárias feitas pelo Tesouro. Ou seja, o investidor pode vender
antecipadamente os titulos adquiridos no Tesouro Direto ao Tesouro Nacional, diariamente.

As compras de titulos realizadas no Tesouro Direto estão sujeitas ao pagamento de duas taxas de serviços

Taxa cobrada pela B3: taxa de custódia de 0,20% aa sobre o valor dos titulos referente aos serviços de guarda dos titulos e
ás informações e movimentações dos saldos. Essa taxa é cobrada proporcionalmente ao período em que o investidor
mantiver o titulo, sendo provisionada diariamente a partir da liquidação da operação de compra (D+2). Especificamente
para os investimentos no titulo Tesouro Selic, a cobrança só ocorre sobre os valores que excedem R$ 10 mil; e

Taxa cobrada pela instituição financeira a taxa cobrada pela instituição financeira é livremente pactuada com o investidor.
O Tesouro Direto disponibiliza em seu site um ranking com as taxas cobradas por cada instituição.

Cabe ao investidor confirmá-las no momento da contratação. A taxa pode ser cobrada anualmente, modalidade mais
comum, ou por operação.

Os preços e as rentabilidades dos titulos públicos negociados no Tesouro Direto podem ser acompanhados diariamente.

As regras de aplicação no Tesouro Direto, assim como os preços e as taxas dos titulos disponiveis, podem ser consultados
no site oficial: https://www.tesourodireto.com.br/

Resumo de Titulos Públicos

Titulo Rentabilidade Atual valor nominal Taxa Juros Pagamento de Cupom

LTN(Tes Préfixado) Prefixada – definida Não há Não há Não há


pelo deságio sobre o
valor nominal

LFT (Tesouro Selic) Pós-fixada Taxa Selic Não há Não há

NTN-B (Tesouro IPCA


com.Juros semestrais) Indexada à inflação
juros reals Variação do IPCA Definida qdo Semestral
da emissão

NTN-B Principal
(Tesouro IPCA+) Indexada à inflação
juros reais Variação do IPCA Definida qdo Não Há

da emissão

NTN-F
(Tesouro Prefixado
com juros semestrais) Prefixada definida não há Definida na Semestral
pelo deságio sobre o emissão
valor nominal

RESUMO
O Tesouro Nacional utiliza a emissão de titulos públicos como uma das formas de captação de recursos para financiar
atividades do governo federal. Os principais titulos são

LTN (tesouro prefixado), LFT (tesouro selic), NTN-B (tesouro ipca com juros semestrais), NTN-B PRINCIPAL (tesouro ipca) e
NTN-F (tesouro prefixado com juros semestrais)

O Tesouro Direto é um programa de venda de titulos públicos federais que possibilita a compra de titulos da divida pública
diretamente pela internet. Nas compras tradicionais, a parcela minima de compra é de 1% do valor de um titulo, desde
que respeitado o limite financeiro minimo de R$ 30,00. O limite financeiro máximo de compras mensais é de R$
1.000.000,00, tanto para as compras tradicionais quanto para as programadas. Não há limite financeiro para vendas.

MÓDULO 17 – INSTRUMENTOS DE RENDA FIXA

Certificado de Depósitos Bancários (CDBs)

OE 189.01.a - Calcular e entender as caracteristicas do Certificado de Depósito Bancário (CDB), indicando aquelas
relacionadas à liquidez, a emissores, à rentabilidade, a garantias e a riscos.

Definição

Os CDBS (Certificado de Depósito Bancário) são titulos de renda fixa emitidos por bancos e financeiras, que corresponde a
um depósito a prazo, pois ao comprar o CDB o investidor está emprestando o dinheiro para a instituição financeira e
recebendo em troca um titulo, que contempla a devolução do principal, acrescido do pagamento de juros.

Os bancos múltiplos, os bancos comerciais, os bancos de investimento, os bancos de desenvolvimento, as caixas


económicas e as sociedades de crédito, financiamento e investimento (financeiras) podem captar recursos sob a
modalidade de depósitos a prazo.

Ele representa promessa de pagamento nominativa endossável à ordem, de importância depositada em banco, acrescida
do valor da remuneração ou lucratividade convencionada até o vencimento.

Um CDB pode ser resgatado antes do seu vencimento, mas, para isto, o investidor terá de vendê-lo ao banco. Além de
interrompido o investimento, o banco deverá pedir um prêmio para comprar o papel, o que é desvantajoso para o
investidor.

Características

Os CDBS podem ser prefixados, remunerados por uma taxa flutuante ou pós-fixados (só se sabe a remuneração no
vencimento).

-No caso dos prefixados, suas taxas são definidas no momento da aplicação, não há prazo minimo ou máximo,

- Os remunerados por uma taxa flutuante podem ser indexados à taxa dos Depósitos Interfinanceiros (DI) e à taxa Selic.
Assim como ocorre com os prefixados, não há prazo minimo ou máximo para os CDBs remunerados por taxas flutuantes;

No caso dos prefixados, suas taxas são definidas no momento da aplicação, não há prazo minimo ou máximo,

Os pós-fixados podem ser referenciados às taxas do CDI, TR e Selic. Assim

como ocorre com os prefixados, não há prazo minimo ou máximo para os CDBS remunerados por taxas flutuantes;

- Os indexados, ou hibridos, estão atrelados a indices de inflação, sendo os mais comuns ao IPCA

Além dos CDBs tradicionais, existem ainda o CDB Over, o Rural e os com taxas flutuantes (taxas repactuadas
mensalmente).

Analisemos os exemplos a seguir.

Um investidor aplica R$ 36.000,00 em um CDB, com 62 dias úteis de prazo. Sabendo-se que o banco emitente paga uma
taxa de 16% aa, determine o valor de resgate, o valor do imposto de renda e o valor de resgate liquido dessa operação:

Solução:
Valor de resgate -valor aplicado x (1⚫iaa)

-36.000 x (1,16-37.338,87

Imposto de Renda - (aliquota do Imposto de Renda) x Rendimento Bruto - -22.5% x (37.338,87-36.000)-22.5% x 1338,87-
301,25

Valor de resgate liquido - Valor de resgate - Imposto de Renda -

-37.338,87-301,25-37.037.62

No caso do exemplo anterior, calcule as seguintes taxas mensais (para 30 dias corridos, equivalentes a 21 dias úteis)
correspondentes à aplicação: (a) Taxa efetiva bruta; (b) Taxa efetiva liquida:

Solução:

Cálculo da taxa efetiva bruta mensal - TEB-

valor.de.resgate valor.aplicado

em quen representa o prazo da operação em número de dias.

valor.de.resgate

TEB-valor.aplicado

37.338,87 -1

36.000,00

-0.0124 ou 124% am

Cálculo da taxa efetiva liquida mensal -TEL-

valor.de.resgate

TEL-

valor.aplicado

1.

37.037,62

36.000,00

-10,00967 ou 0,967% am

Calcule o valor de resgate liquido de uma aplicação em CDB com renda pós-fixada no valor de R$5.000,00, pelo prazo de
120 dias, com 82 dias úteis, sabendo-se que o banco pagará juros de TR 16% aa

A aplicação foi feita no dia 5 de janeiro para resgate no dia 5 de maio do mesmo ano. Considere que as TRS referentes aos
dias 5 dos meses de janeiro, fevereiro, março e abril tenham sido de 2,21% 1,96%, 2,13% e 2.37%, respectivamente:

Solução:

⚫ Cálculo do valor de resgate

Valor de Resgate-PC(1+ia)

PC-5.000,00 x 1,0221 x 1,0196 x 1,0213 x 1,0237-5447.78

Valor de Resgate -5447.78 x (1,16)-5-717.34


• Cálculo do Imposto de Renda

IR - 22.5% x Renda Bruta - 0,225 x Renda Bruta

Renda Bruta - Valor de Resgate - Aplicação-5-717.34-5.000,00-717.34

IR -0,225 x 717.34-161,40

• Valor de resgate liquido - Valor de resgate - IR-5717.34-161,40-5555.94.

Riscos

Risco de crédito

Os CDBS possuem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos para os depósitos realizados por clientes até o limite de R$
250 mil, limitado ao saldo existente, contra a mesma instituição associada ou contra todas as instituições associadas do
mesmo conglomerado financeiro.

Risco de mercado

Um CDB pode ser resgatado antes do seu vencimento, porém o investidor terá de vendê-lo ao banco. Além da interrupção
do investimento, o banco geralmente cobra um prêmio para recomprar o papel Este procedimento, muitas vezes, não é
vantajoso para o investidor principalmente no caso de CDBS prefixados. No caso de CDBS pós-fixados, o impacto negativo
do resgate antecipado é menor ou inexistente.

Risco de liquidez

Risco associado à dificuldade de se converter o investimento em dinheiro. Os CDBS pós-fixados, em sua grande maioria,
possuem liquidez diária. Já os CDBs prefixados podem ser emitidos sem liquidez ou com alguma, implicando, muitas
vezes, penalidades ao investidor no caso de resgate antecipado.

Tributação

Sobre o ganho nominal das aplicações em CDB/RDB incide o imposto de renda, cujas aliquotas são iguais as dos titulos de
renda fixa (Tabela Regressiva com aliquotas de 15% a 22,5% dependendo do prazo da aplicação), recolhido pelo banco
emissor no momento do resgate do titulo.

Os CDBS estão também sujeitos ao IOF regressivo caso o saque aconteça antes de 30 dias, ou seja, quanto mais tempo o
dinheiro ficar investido menos se paga em IOF.

Caderneta de Poupança

OE 189.02.a - Calcular e entender as caracteristicas da Caderneta de Poupança, indicando aquelas relacionadas à liquidez,
a emissores, à rentabilidade, a garantias e aos riscos.

Conceito e finalidade

A caderneta de poupança é uma aplicação de renda fixa de alta liquidez e baixo limite minimo de depósito.

É a aplicação mais procurada pelo pequeno investidor (de renda mais baixa) devido à segurança oferecida e ao menor
limite minimo de depósito. Não há limite máximo para a quantidade de cadernetas de poupança que um poupador pode
manter ativa sob sua titularidade.

Existem, basicamente, três tipos de contas de poupança

Pessoa Fisica,

Pessoa Jurídica Sem Fins Lucrativos, e

Pessoa Jurídica Com Fins Lucrativos.

As características da Poupança Pessoa Jurídica Sem Fins Lucrativos são semelhantes as das contas Pessoa Física.

A
Os investimentos em poupança têm rentabilidade em aniversários, a cada 30 dias. Assim, se o investidor retirar parte do
dinheiro aplicado antes do prazo, perderá a rentabilidade do periodo.

Rentabilidade

Com o novo critério de cálculo introduzido pela Lei no 12.703/12, que alterou a Lei no 8.177/91, o saldo das contas de
poupança passou a ter remuneração diferenciada, com as seguintes caracteristicas:

Contas de poupança pessoa física e pessoa jurídica sem fins lucrativos

A caderneta de poupança paga juros de 0,5% a.m. (equivalente a 6,17% ao ano) mais a variação da Taxa Referencial (TR) A
correção é diferenciada para cada dia, de acordo com a quantidade de dias úteis do mês e a oscilação da TR

O rendimento da caderneta de poupança costuma ser igual em todos os bancos, embora alguns ofereçam atrativos para
aplicações por tempo maior, facilidades na tomada de crédito, incluindo juros mais baixos e/ou prêmios para quem
obtiver determinado saldo médio mensal

- Os depósitos efetuados a partir de 4 de maio de 2012 recebem remuneração básica pela TR no periodo, mais
remuneração adicional de acordo com o quadro a seguir

Para os depósitos efetuados a partir de 4 de maio de 2012, quando a meta da taxa Selic for 8,5% ao ano ou menor, a
rentabilidade da poupança será 70% da meta da Selic mais TR. Conta de poupança Pessoa Física e Pessoa Jurídica Sem Fins
Lucrativos

Meta da taxa Selic maior do que 8,5%

Rendimento fixo

TR+ 0,5% a.m. (equivalente a 6,17% ao ano)

Meta da taxa Selic igual a ou menor do que 8,5%

Rendimento variável

TR+ 70% da Selic

Só para novos depósitos

Contas de poupança pessoa jurídica com fins lucrativos

- Os rendimentos desse tipo de poupança são creditados trimestralmente, na data de aniversário da conta

- Os depósitos efetuados até 3 de maio de 2012 recebem remuneração básica pela variação da TR no periodo, mais
remuneração adicional de 15% ao trimestre (equivalente a 6,14% ao ano):

Os depósitos efetuados a partir de 4 de maio de 2012 recebem remuneração básica pela TR no periodo, mais
remuneração adicional de

- 1,5% ao trimestre (equivalente a 6,14% ao ano) quando a meta da taxa Selic for superior a 8,5% ao ano; e

- 70% da meta da taxa Selic ao ano, devidamente ajustada para o período, quando a meta da taxa Selic for igual ou inferior
a 8.5% ao ano.

Observemos dois exemplos.

O Sr. Oliveira abriu uma caderneta de poupança no dia 13/09/09 com um depósito de R$ 4.500,00. Sabendo-se que a TR
do período é de 2.57%, calcule os valores da correção monetária e dos juros creditados em 13/10/09 (suponha
rendimento mensal de 0,5%)

Solução:

Valor da correção monetária - CM-2,57% 4500,00-115.65

- Valor dos juros -0.5% (4.500,00 115.65) - 23.08


-Saldo da conta em 13/10/09-4.500,00 115.65 + 23.08 -4.638.73

O saldo dessa conta poderia também ser obtido como segue: Saldo - 4.500,00 1,0257*1,005-4.638.73

Caso o Sr. Oliveira tivesse sacado R$ 1500,00 em qualquer dia, entre o dia do depósito e o dia útil anterior à data do
crédito, os valores da correção monetária e dos juros seriam calculados com base no saldo de R$ 3.000,00.

Riscos

No dia 04/01/13, uma empresa aplica R$ 75.000,00 em uma caderneta de poupança. Calcule os valores da correção
monetária e dos juros a serem creditados no dia 4 de abril de 2013. As TRS para os dias 4 dos meses de janeiro a março
foram de 2.38%, 2,97% e 3,04%, respectivamente. A taxa de juros para o trimestre é de 1,5%

Solução:

Valor da correção monetária - CM - TR acumulada "VI-

-(1,0238*1,0297 1,0304-1)*75.000,00-

-8,62547% 75.000,00 -6.469,10

Valor dos juros -15% (75.000,00 6.469.10)-1.222,04

Saldo da conta antes do Imposto de Renda -

-75.000,00 6.469.10 1.222,04-82.691,14

O saldo dessa conta também pode ser obtido da seguinte maneira: Saldo -75.000,00 * 1,02381,02971,0304 1,015 -
82.691.14

A caderneta de poupança conta com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em até R$ 250 mil por
conglomerado financeiro e por CPF. Vale dizer que este é o valor total da garantia oferecida ao conjunto de aplicações
financeiras e saldo em conta-corrente que o investidor tiver em cada banco.

Se um investidor tem R$ 130 mil em poupança, R$ 140 mil em CDB e R$ 15 mil na conta- corrente no banco X, o valor
coberto pelo FGC será de, no máximo, R$ 250 mil

Tributação

O investidor pessoa fisica não paga Imposto de Renda (IR) sobre o rendimento da caderneta de poupança. Da mesma
forma, pessoas juridicas sem fins lucrativos, condominios comerciais e residenciais também são isentos de tributação
sobre ganhos da caderneta.

Já as pessoas jurídicas estão sujeitas ao Imposto de Renda sobre ganhos obtidos com aplicações, conforme a tabela
regressiva

IR de operações e aplicações de RF-- a partir de 2005

Prazo

Aliquota

Até 180 dias

22.50%

De 181 até 360 dias

20,00%

De 361 até 720 dias


17.50%

Mais de 720 dias

15,00%

Qualquer tipo de aplicador (pessoa fisica ou juridica) está isento da cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras
(OF), referente a ganhos em investimento em caderneta de poupança. Geralmente a aliquota de IR incidente sobre
cadernetas de poupança é 22,5% devido ao fato de os rendimentos serem trimestrais (180 dias).

Letra de Crédito Imobiliário (LCI)

OE 189.03.a - Entender as caracteristicas da Letra de Crédito Imobiliário (LCI), indicando aquelas relacionadas à liquidez, a
emissores, à rentabilidade, a garantias e aos riscos.

Características

A Letra de Crédito Imobiliário (LCD) foi criada pela Medida Provisória no 2223/2001 Trata-se de um titulo de crédito cujo
lastro são créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou por alienação fiduciaria do imóvel A LCI também pode contar
com garantia de uma instituição financeira. O prazo das LCIS não pode ser superior ao prazo de quaisquer dos créditos
imobiliários que as lastreie.

Os titulos podem ser garantidos por um ou mais créditos imobiliários, mas a soma do valor principal das LCIs emitidas não
pode exceder o valor dos créditos imobiliários em poder da instituição emissora.

As LCIS podem ser emitidas pela Caixa Econômica Federal, por bancos comerciais, bancos múltiplos com carteiras de
crédito imobiliário, sociedade de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimos, além de companhias
hipotecárias e cooperativas de crédito

LCI

Remuneração estes titulos permitem uma dentre as alternativas abaixo:

Taxa prefixada

. Taxa pós-fixada, atualizada monetariamente, comumente indexada ao DI ou à taxa Selic.

Indexada a indice de preços, devendo ser observado que

o prazo deve ser superior a 36 meses, se a periodicidade de atualização for mensal,

o prazo deve ser superior a 12 meses, se a periodicidade de atualização for anual

Os prazos minimos são

36 meses, quando atualizada mensalmente por indice de preços; . 12 meses, quando atualizada anualmente por indice de
preços, e

go dias, quando não atualizada por indice de preços.

Vantagens e riscos: as LCIs conferem aos seus tomadores direito de crédito pelo valor nominal, juros e, se for o caso,
atualização monetária. Quando comparadas aos fundos de renda fixa e CDB, a isenção de imposto de renda é o que torna
o investimento em LCIs mais atrativo.

A fórmula de cálculo do LCI é

Em que:

Valor do Resgate Liquido - Valor inicial x (1+Fator(% do CDI) x CDI do periodo)

Valor inicial - o montante inicial investido


Fator - a rentabilidade proposta pelo emissor do titulo como % do CDI, e

CDI do período - a taxa de CDI que acumulou da data de compra até o vencimento do titulo.

Alberto comprou R$ 100.000 em LCI que paga 92% do CDI com vencimento em 182 dias úteis. No vencimento qual será o
valor do resgate liquido, dado o CDI ter permanecido constante no periodo em 5% aa?

Primeiro, devemos calcular a taxa de juros do período.

Temos que a taxa é de (1 0,05)^(182/252)-1-3.5866% no período.

Segundo, devemos aplicar o fator na rentabilidade, ou 0.92'3.5866%, que resulta em 3.2996% no periodo.

Por fim, podemos calcular que o valor do resgate liquido é de 100.000 x (10,032996) ou R$ 103299.60.

000

Uma LCI, em um prazo de 180 dias, que promete rendimento de 90% do CDI, garante esses 90%. Para um CDB com a
mesma rentabilidade liquida, seria necessário um rendimento bruto de 116,13% (dificil de encontrar). A tabela a seguir
exemplifica as comparações de retornos:

Prazo

CDI liquido

IR (aliquota) Taxa Bruta Equivalente

Até 180 dias

90%

22.5%

116,13%

De 181 a 360 dias

90%

20%

112.50%

De 361 a 720 dias

90%

17.50%

109.09%

Acima de 720 dias

90%

15%

105.88%

Fontic Banco Ourinvest

Porém, uma LCI com prazo de vencimento de 6 meses possui liquidez reduzida quando comparada ao CDB, que permite
ser liquidado de forma antecipada. Portanto, a diferença de rentabilidade remunera a menor liquidez do titulo.
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)

OE 189.04.a- Entender as caracteristicas da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), indicando aquelas relacionadas à
liquidez, a emissores, à rentabilidade, a garantias e aos riscos.

Características

As LCAs são emitidas por instituições financeiras e possuem como lastro os direitos creditórios que são originados no
agronegócio. Os valores dos juros aplicados são maiores do que os da poupança, sendo corrigidos pelo CDI, podendo
chegar, em média, entre 85% a 100%

A LCA requer um investimento inicial alto (de RS 30 a R$ 50 mil, dependendo da instituição). Os valores não são liquidados
diariamente, portanto existe um prazo determinado para se ter restituição do capital investido.

O risco primário da LCA é da instituição financeira. Ela conta com a garantia do emissor

e com o adicional do lastro de operação de crédito rural à qual pertence. Passou a ter prazo minimo de:

12 meses, quando atualizada anualmente por indice de preços; e

90 dias, quando não atualizada por indice de preços.

Riscos das LCIS e LCAS

Risco de crédito

Ambas as LCIs e LCAs possuem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos para os depósitos realizados por clientes até o
limite de R$ 250 mil, limitado ao saldo existente, contra a mesma instituição associada ou contra todas as instituições
associadas do mesmo conglomerado financeiro.

Risco de mercado

O risco de mercado está associado a riscos de variações de preços do ativo. Via de regra, as aplicações em LCI são levadas
até o vencimento e, portanto, esse risco é atenuado. No caso do CRI, caso o investidor deseje resgatar seus recursos,
estará sujeito a esse risco.

Risco de liquidez

O risco de liquidez está associado à facilidade com que ativos são convertidos em dinheiro. A maioria das LCIs não tem
liquidez alta, isso é, só podem ser resgatadas no vencimento.

Tributação

As LCAS e as LCIS tem como um de seus atrativos o fato de que os investidores pessoas físicas têm seus rendimentos
isentos de Imposto de Renda.

Operações Compromissadas

OE 189.05.a - Entender e explicar o conceito, a estrutura e o funcionamento de uma operação compromissada,


analisando-a e explicando os diversos tipos de riscos envolvidos nestas operações.

Conceito e Finalidade

Operação compromissada é aquela em que o vendedor assume o compromisso de recomprar os titulos que "emprestou
em uma data futura predefinida e com o pagamento de remuneração preestabelecida.

As operações compromissadas ocorrem quando há o compromisso de realizar uma operação contrária aquela que foi
realizada, ou seja, se o banco vendeu, ele se compromete a comprar de volta, ou, se comprou, se compromete a vender.
Pelo menos uma das partes contratantes deve ser uma instituição financeira.
Note que uma operação compromissada representa um empréstimo de uma das partes para a outra, com o lastro ou a
garantia de um titulo.

Características

A rentabilidade das operações compromissadas, na maioria dos casos, é atrelada ao CDI. Ela é definida no momento da
compra, podendo ser prefixada ou pós-fixada, vedada a utilização de cláusula de reajuste cambial.

As operações compromissadas que têm como objeto titulos emitidos após 8 de março

de 2012 por empresa ligada possuem garantia do FGC.

Os bancos compram e mantém titulos em suas carteiras. Eles podem propor vender esse titulo a você, com o
compromisso de recomprá-lo daqui a um determinado período de tempo.

É como se o banco estivesse pedindo dinheiro emprestado a você e dando como garantia um titulo de sua carteira. Dessa
maneira, o banco não se desfaz do titulo, e você não possui de fato esse titulo, pois ele pertence ao banco. Se a
negociação fosse definitiva, o banco venderia o titulo a você sem o compromisso de recomprá-lo.

Os riscos ao se investir em operações compromissadas são baixos, visto que o titulo negociado é a própria garantia do
investimento.

Por exemplo, se um investidor fizer uma operação compromissada com o banco, caso este venha a quebrar ou não honrar
os pagamentos, o titulo é usado como garantia, e começa a pertencer ao investidor

Sobre os rendimentos destas operações incide IR na tabela regressiva.

RESUMO

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são titulos de renda fixa emitidos por bancos e financeiras similares a um
depósito bancário. Cles podem ser prefixados, remunerados por uma taxa flutuante ou pós-fixados.

A Caderneta de poupança é uma conta de depósito remunerado com garantia do FGC, aceita valores minimos de
depósitos baixos e conta com isenção de Imposto de Renda para Pessoa Física e Pessoa Jurídica sem fins lucrativos.

Para Pessoa Fisica e Pessoa Jurídica sem fins lucrativos, a rentabilidade é - Os depósitos efetuados até 3 de maio de 2012
recebem remuneração básica pela variação da TR 0,5% ao mês (equivalente a 6,17% ao ano); - Os depósitos efetuados a
partir de 4 de maio de 2012 recebem remuneração básica pela TR no período, mais remuneração adicional de 0,5% ao
mês (equivalente a 6,17% ao ano) quando a meta da taxa Selic for superior a 8.5% ao ano, e 70% da meta da taxa Selic ao
ano, quando essa for igual ou inferior a 8,5% ao ano.

A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é um titulo de crédito cujo lastro são créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou
por alienação fiduciaria do imóvel. Quanto à remuneração, podem ter taxa prefixada ou pós-fixada.

A Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) é emitida por instituições financeiras e possui como lastro os direitos creditórios
originados no agronegócio. Tem prazo minimo de 12 meses, quando atualizada anualmente por indice de preços, e go
dias, quando não atualizada por indice de preços.

Na Operação Compromissada o vendedor assume o compromisso de recomprar os titulos que "emprestou em uma data
futura predefinida e com o pagamento de remuneração preestabelecida (um empréstimo de uma das partes para a outra,
com a garantia de um titulo).

MÓDULO 18 – DEBENTURES

Características

OE 358.01.a - Entender as caracteristicas das debentures e debentures incentivadas, bem como os principais tipos
(simples e conversíveis), indicando aquelas relacionadas à liquidez, à rentabilidade, às garantias e aos riscos.

As debentures são titulos de renda fixa emitidos por companhias que buscam obter recursos de médio e longo prazos
para financiar as suas atividades ou quitar dividas, constituindo-se em uma das formas mais acessiveis de captação de
recursos. Trata- se de uma divida que a empresa levanta junto ao investidor mediante o pagamento de juros. São aptas a
emitir debentures as sociedades anónimas de capital aberto ou fechado, desde que não sejam instituições financeiras.

Somente emissores com registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) são capazes de fazer emissões públicas de
debentures destinadas ao público em geral. As ofertas públicas de emissores não registrados na CVM apenas podem ser
destinadas a investidores profissionais.

Na emissão de debentures, é obrigatória a elaboração de um documento chamado "Escritura de Emissão", no qual são
especificados os direitos e deveres dos debenturistas e da emissora.

Os covenants são as cláusulas que determinam o que o emissor deve ou não fazer durante a validade do titulo emitido.
Eles estabelecem algumas condições que, via de regra, visam aumentar a segurança do investidor de que o emissor irá
arcar com suas obrigações referentes ao titulo.

Algumas das informações contidas nesse documento são a remuneração pelo investimento nas condições e prazos
acordados, o vencimento da debenture, amortizações, direito de resgate antecipado parcial ou total e regras de
repactuação das condições definidas, se aplicável

A escritura de emissão de debentures distribuidas ou admitidas à negociação no mercado terá obrigatoriamente a


intervenção de um "agente fiduciario dos debenturistas, que poderá ser uma pessoa fisica que atenda aos requisitos para
o exercicio de cargo em órgão de administração da companhia ou instituição financeira que tenha por objeto social a
administração ou a custódia de bens de terceiros.

O agente fiduciario representa os interesses dos debenturistas, verificando o cumprimento das condições pactuadas na
Escritura, além de ser responsável pela elaboração de relatórios de acompanhamento. O agente fiduciario é obrigado a
declarar que não tem impedimentos para exercer a função e que aceita integralmente a Escritura.

Taxas e Formas de Remuneração

A rentabilidade da aplicação em debenture é definida pela combinação de duas variáveis

Valorização do titulo

Juros pagos (em periodos definidos)

Os juros a serem pagos devem refletir a qualidade da empresa, a escassez de recursos no mercado e o apetite dos
investidores. Isso significa que empresas de melhor qualidade (do ponto de vista de resultado e estrutura de capital)
pagam menos, pois o investidor está correndo menos risco ao emprestar o seu dinheiro.

Os rendimentos das debentures tradicionais têm sido pagos ao final de seis meses a um ano e o resgate do principal deve
ser corrigido por ocasião de seu vencimento. Além dos juros, a maior parte das empresas emitentes paga os chamados
premios, que representam um rendimento adicional pago juntamente com os juros.

Normalmente, são calculados a partir da utilização de outro indexador ou podem ser simplesmente definidos com base
em percentual a ser aplicado sobre o principal corrigido no dia de seu pagamento. As condições para seu cálculo são
repactuadas semestralmente ou anualmente pelas partes.

As debentures podem ser resgatadas pela emitente antes de seu vencimento, se assim constar na sua escritura (callable).
Esse resgate pode ser parcial ou total, programado antecipadamente ou não programado.

No programado, o resgate é feito em épocas previamente estipuladas, enquanto no não programado o resgate é realizado
a qualquer tempo, por decisão da empresa emitente.

As debentures, apesar de poderem ser negociadas em bolsa de valores, na maioria das vezes são negociadas em mercado
de balcão. O mercado de balcão define a compra e a venda de titulos fora do ambiente das bolsas, por meio de

contato direto com os bancos de investimentos;

bancos múltiplos com carteira de investimento,


sociedades corretoras;

sociedades distribuidoras.

O perfil dos investidores de debentures varia, mas geralmente são considerados titulos de risco moderado (menor do que
ações) e que procuram receber receitas (pagamentos de juros).

Tipos

Conversíveis

Em alguns casos, as debentures podem ser conversiveis em ações, ou seja, podem conter uma opção de conversão na
data de exercicio que viabiliza sua troca por ações da empresa.

Dessa forma, o investidor deixa de ser um credor para ser um acionista. Contudo, a conversão não é obrigatória, pois
dependendo de quanto estiverem valendo as ações no mercado, a conversão pode não compensar.

O preço da ação a ser utilizado nesse cálculo é, normalmente, determinado pela sua cotação em bolsa, pelo seu valor
patrimonial e pelas perspectivas de rentabilidade da companhia, dependendo do que foi definido na escritura de emissão
das debentures.

Incentivadas

As debentures incentivadas são titulos de crédito privado com isenção fiscal (IR), emitidos por empresas que desejam
financiar seus projetos a um custo mais acessivel Em contrapartida ao beneficio fiscal, o governo exige que as companhias
usem o dinheiro para projetos de infraestrutura. Geralmente, a rentabilidade segue uma taxa prefixada mais a inflação
pelo IPCA Esses titulos não são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mas apresentam suas garantias
próprias.

Riscos

Risco de crédito

OE 358.02.a - Identificar e explicar os diferentes tipos de garantia e espécie de debentures emitidas no Brasil: garantia
real, garantia flutuante, espécie quirografária e espécie subordinada.

O risco de crédito da debenture está associado à possibilidade de a empresa emitente não conseguir pagar os juros,
tampouco arcar com o resgate do titulo. Portanto, o investidor deve avaliar cuidadosamente a situação financeira da
empresa emitente antes de aplicar em debentures. Não há garantias do FGC nem de qualquer outro mecanismo.

Existem, basicamente, quatro tipos de garantias, sendo que a diferença entre elas reside no grau de prioridade que o
investidor tem de receber o dinheiro que emprestou em caso de falência da empresa emissora

As debentures podem apresentar as seguintes garantias, em ordem decrescente (maior para menor):

Garantia real: os direitos do investidor são garantidos por um ativo da empresa, que não pode ser negociado até que as
obrigações com os debenturistas sejam quitadas por completo.

Garantia flutuante: o debenturista tem privilégio sobre os bens da empresa sem que isso faça com que eles deixem de ser
negociados.

Garantia sem preferência ou quirografárias: não há qualquer garantia real para o debenturista que, em caso de falência,
concorre em pé de igualdade com os demais credores sem preferência da empresa para receber seus direitos.

Garantia subordinada: debentures sem garantia podem contar com cláusulas de subordinação, garantindo a preferência
somente em relação aos acionistas com relação ao recebimento dos seus direitos.

Risco de mercado

O risco de mercado associado às debentures é geralmente alto. Ele está vinculado à variação da taxa de juros, que, por
sua vez, afetam os valores das debentures numa relação inversa: quanto maior for a taxa de juros no mercado, menor será
o preço do titulo (taxa usada para descontar os fluxos recebidos no futuro). Da mesma forma, quanto menor a taxa de
juros no mercado, maior será o preço do titulo.
Risco de liquidez

As debentures geralmente possuem baixa liquidez (alto risco de liquidez), uma vez que as negociações no mercado
secundário são reduzidas, comparativamente aos volumes transacionados com ações.

RESUMO

As debentures são titulos de renda fixa emitidos por sociedades anonimas não financeiras que buscam obter recursos de
médio e longo prazo para financiar as suas atividades ou quitar dividas.

As debentures incentivadas são titulos de crédito privado com isenção fiscal (IR), emitidos por empresas que desejam
financiar seus projetos a um custo mais acessivel Em contrapartida ao beneficio fiscal, o governo exige que as companhias
usem o dinheiro para projetos de infraestrutura

Os rendimentos das debentures são pagos semestral ou anualmente. Elas podem ser prefixadas ou pós-fixadas com valor
de face corrigido por taxas de juro ou por indice de preço.

Existem quatro tipos de garantias, dependendo do grau de prioridade que o investidor tem de receber o dinheiro em caso
de falência da empresa emissora.

Garantia real: os direitos do investidor são garantidos por um ativo da empresa, que não pode ser negociado até que as
obrigações com os debenturistas sejam quitadas por completo,

Garantia flutuante: o debenturista tem privilégio sobre os bens da empresa sem que isso faça com que eles deixem de ser
negociados

Garantia sem preferência ou quirografárias: não há qualquer garantia real para o debenturista que, em caso de falência,
concorre em pé de igualdade com os demais credores sem preferência da empresa para receber seus direitos, e

Garantia subordinada: debentures sem garantia podem contar com cláusulas de subordinação, garantindo a preferência
somente em relação aos acionistas com relação ao recebimento dos seus direitos.

MÓDULO 19 – TRIBUTAÇÃO DE RENDA FIXA

OE 091.01.a-Conhecer, para as operações de renda fixa, o fato gerador, a base de cálculo, as alíquotas vigentes, o
responsável pelo recolhimento, os prazos de recolhimento, as possibilidades de isenção e a regra vigente sobre a
compensação de perdas do imposto de renda.

Aplicações financeiras de renda fixa são aquelas que permitem ao investidor conhecer, no ato de sua realização, os
critérios para determinação da remuneração sobre o valor investido.

São elas

Titulos públicos. Os principais são titulos emitidos pelo Tesouro Nacional: LFT, LTN, NTN-F, NTN-B e NTN-B Principal Há
outros como os Titulos da Divida Agrária (TDA), além de titulos estaduais e municipais.

Para melhorar a comunicação com o investidor, o Tesouro Nacional alterou os nomes dos titulos públicos. Hoje temos:

-LTN: Tesouro Prefixado,

- NTN-F: Tesouro Prefixado com juros semestrais,

- NTN-B Principal: Tesouro IPCA

- NTN-B: Tesouro IPCA com juros semestrais; e

-LFT: Tesouro Selic.

Titulos privados. São instrumentos de captação emitidos pelas instituições financeiras (letras de câmbio e letras
financeiras) ou por empresas via mercado de capitais (debentures incentivadas ou não, commercial papers, nota
promissória e cédula de crédito bancário).

Swaps.
Titulos imobiliários: Letras Hipotecárias (LH), Certificados de Recebiveis Imobiliários (CRI) e Letras de Crédito Imobiliário
(LCI).

Titulos do agronegócio: Certificado de Depósito Agropecuário (CDA), Warrant Agropecuário (WA), Certificado de Direitos
Creditórios do Agronegócio (CDCA), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificado de Recebiveis do Agronegócio
(CRA) e Cédula do Produto Rural (CPR).

Aplicações financeiras de renda fixa lastreadas em depósitos:

A prazo: são depósitos remunerados perante os bancos, seja em operações de investimento (CDB e RDB), seja em
operações interbancárias (CDI);

Caderneta de poupança

Outras aplicações que se equiparam à renda fixa:

Operações conjugadas com ativos de renda variável: box de opção e venda coberta a termo (financiamento).

Empréstimo (aluguel) de ações;

Operações de mútuo e de compra vinculada à revenda, tendo por objeto ouro, ativo financeiro;

Empréstimo em dinheiro entre pessoas juridicas não financeiras e entre pessoas juridicas não financeiras e pessoas fisicas

Export notes: titulos emitidos fora ou dentro do mercado financeiro. Representam créditos futuros, decorrentes de
exportações a serem realizadas, Entrega de recursos à pessoa juridica, sob qualquer forma e a qualquer titulo,
independentemente da fonte pagadora ser ou não instituição autorizada a funcionar pelo BC; e

• Certificado de Operações Estruturadas (COE).

Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)

Alíquota

IR de operações e aplicações de RF-- a partir de 2005

Prazo Até 180 dias

Aliquota 22,50%

Prazo De 181 até 360 dias

Aliquota 20,00%

Prazo De 361 até 720 dias

Aliquota 17.50%

Prazo Mais de 720 dias

Aliquota 15,00%

Esta tabela é conhecida como "tabela regressiva", uma vez que a aliquota do IR é reduzida na medida em que o prazo de
aplicação aumenta.

O imposto retido é considerado como devido exclusivamente na fonte e os rendimentos dessas aplicações não integram a
base de cálculo do imposto de renda na Declaração de Ajuste Anual

Eles são lançados como rendimentos de aplicações financeiras" no item rendimentos sujeitos à tributação
exclusiva/definitiva" na declaração.

Fato gerador

Recebimento do rendimento no vencimento do titulo,

Recebimento de juros (par exemplo: cupom de titulos públicos);


Resgate, venda, repactuação ou cessão com rendimento,

Conversão de debentures em ações

Vencimento de operações conjugadas, e

Rendimentos de empréstimos (mútuos) entre pessoas juridicas ou entre pessoa juridica e pessoa fisica.

Nas operações de empréstimo em que o prazo de pagamento seja indeterminado, a aliquota do imposto sobre a renda na
fonte é fixada em 22,5%.

Responsável pelo recolhimento

Pessoa juridica que pagar o rendimento ou entidade que, embora não seja a fonte pagadora original, faça o pagamento ao
beneficiário final

O responsável pelo recolhimento dos impostos para os titulos adquiridos no Tesouro Direto éol

o Agente de Custódia, que são os bancos comerciais, múltiplos ou de investimento, além

de corretoras e distribuidoras de titulos e valores mobiliários, habilitados e responsáveis

pela administração das contas individualizadas em nome de cada investidor.

Base de cálculo

Diferença positiva entre o valor da venda, resgate ou rendimento liquido de IOF.

Compensação de perdas

Não há hipótese de compensação de perdas em ativos de renda fixa.

1. Aplicação de R$ 100,00 em um investimento considerado de renda fixa para fins tributários, e resgate de R$ 110,00
após 12 dias. Calcular o IOF e IRRF.

Verificando na tabela, a aliquota do IOF para 12 dias é de 60%. Assim, o IOF será de R$ 6,00 (R$ 10,00 x 60%), restando R$
4,00 de rendimento. O IRRF é calculado após o IOF: R$ 4,00 x 22,50% - R$ 0,90

Logo, o rendimento liquido é de R$ 3.10 e o cliente resgata o valor de R$ 103.10.

2. Um cliente investiu em uma LFT que vence em 380 dias. Se ele mantiver o papel até o vencimento, qual aliquota de
imposto pagará sobre seus rendimentos?

Resposta: Pela Tabela Regressiva, a aliquota será de 17.5%, visto o prazo ter sido maior do que 360 dias e menor do que
720 dias.

Isenções

As aplicações a seguir são isentas de imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual Titulos imobiliários: Letras
Hipotecárias (LH), Certificados de Recebiveis Imobiliários (CRI) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI)

Titulos do agronegócio: Certificado de Depósito Agropecuário (CDA), Warrant Agropecuário (WA), Certificado de Direitos
Creditórios do Agronegócio (CDCA), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificado de Recebiveis do Agronegócio
(CRA) e Cédula do Produto Rural (CPR)

Caderneta de poupança (incluindo condominios de edificios).

Debentures de infraestrutura (pessoas fisicas são isentas de IR sobre os rendimentos e ganho de capital, porém as pessoas
juridicas são tributadas à aliquota de 15% de IR, exclusivamente na fonte).

Os rendimentos recebidos por pessoas juridicas sofrerão incidência das aliquotas da tabela regressiva do imposto de
renda sobre renda fixa

OE 091.02.a - Calcular os impostos sobre os titulos públicos e privados de renda fixa no mercado brasileiro do ponto de
vista de um investidor residente no Brasil
Tributação de titulos pós-fixados:

Um CDB DI pós-fixado de R$ 1000,00, com 505 dias úteis e 731 dias corridos até o vencimento, é projetado para
remunerar o seu detentor à taxa anual de 18,87% Calcule o valor do imposto e a taxa liquida, após impostos, a ser obtida
pelo investidor no período, caso a projeção se confirme e ele retenha o titulo até seu vencimento.

Resposta: Devemos inicialmente converter a taxa ao ano para a taxa equivalente ao período de 505 dias úteis,
considerando a convenção de 252 dias úteis por ano

periodo - 10,1887) - 1 x 100 - 41.40%

Na HP-12c:

1,1887 IENTERI 505 INTERI 252 / 11 H- 100 bx: calcula a taxa ao ano no período de 505 dias úteis. A calculadora retomará
a taxa de 41,40%

Sendo assim, a remuneração obtida pelo investidor do CDB DI será tributada à aliquota de 15%, em função do seu prazo
de 731 dias ser superior a 720 dias

Valor do imposto: Rendimentos x IR - (R$ 1000,00 x 41,40%) x 15% - R$ 62,10.

Taxa liquida após impostos - Taxa antes de impostos x (1-IR) - 41,40% x (1-0,15) - 35.19%

Tributação de titulos prefixados sem cupom de juros (zero cupom):

Uma LTN, com 42 dias úteis e 61 dias corridos de prazo até o vencimento, é negociada com taxa efetiva anual de 23,62% a
R$ 965.28. Calcule o valor do imposto e a taxa liquida, após impostos, a ser obtida pelo investidor no período, caso ele
retenha o titulo até seu vencimento

Resposta: Devemos inicialmente converter a taxa ao ano para a taxa equivalente ao período de 42 dias úteis,
considerando a convenção de 252 dias úteis por ano.

'periodo - (10,2362)-1) x 100-3,60%

Na HP-12c:

1,2362 (ENTERI 42 INTERI 252 / lyl 1-100 lxt: calcula a taxa ao ano no período de 42 dias úteis. A calculadora retomará a
taxa de 3,60%.

Sendo assim, a remuneração obtida pelo investidor da LTN sujeita-se à incidência de Imposto de Renda (IR) à aliquota de
22,5%, em função do seu prazo de 61 dias ser inferior a 180 dias:

Valor do imposto: Rendimentos x IR - (R$ 1.000,00 - R$ 965,28) x 22,5% - R$ 7,81

Taxa liquida após impostos - Taxa antes de impostos x (1-IR) - 3,60% x (1-0,225) - 2,79%

ão de titulos com cupom de juros:

Uma debenture, com 731 dias de prazo, cupom de 10% a.a. e valor nominal de R$ 1.000,00, foi adquirida por R$ 865,12.
Se o investidor manteve o titulo até o vencimento e os pagamentos semestrais de cupom ocorreram em 184, 368, 549 e
731 dias corridos após a aplicação, qual é o total de imposto de renda (IR) pago pelo investidor?

O valor unitário do cupom de 10% a.a, pago semestralmente, corresponde a

Valor dos cupons semestrais - R$ 1.000,00 x (1+0.10) - 11 - R$ 48,81

Na HP-12c

1,10 |ENTERI 1 ENTERI 2 I/III 1 - 1000 Ixt: calcula o valor dos cupons semestrais no regime de juros compostos. A
calculadora retornará o valor de 48,81

Sobre os cupons de juros, serão aplicadas as aliquotas do IR dos respectivos prazos, sendo estes contados a partir da data
de inicio da aplicação.

IR Cupom - R$ 48,81 x 20% - R$ 9.76


IR Cupom,- R$ 48,81 x 17.5% - R$ 8,54

IR Cupom, R$ 48,81 x 17.5% - R$ 8,54 IR Cupom,- R$ 48,81 x 15% - R$ 7.32

Em relação ao principal, o ganho obtido pelo investidor será tributado em função do prazo, sendo este contado a partir da
data da aplicação

IR Principal,- (R$ 1.000,00 - R$ 865,12) x 15% - R$ 134.88 x 15% - R$ 20,23

Dessa forma, o IR total pago pelo investidor corresponde ao somatório do IR descontado na fonte quando dos
recebimentos dos cupons e do principal:

Total de IR - IR Cupom IR Cupom, IR Cupom, IR Cupom, IR Principal,

Total de IR - R$ 9.76 R$ 8,54 R$ 8.54 R$ 7.32 R$ 20,23 - R$ 54.40

Empréstimo (aluguel) de ações

OE 091.02.b - Calcular os impostos sobre as operações de aluguel de ações. O rendimento auferido pelo titular
(emprestador) das ações é tributado como renda fixa.

Quando a remuneração for fixada em percentual sobre o valor das ações objeto do empréstimo, as receitas ou despesas
terão por base de cálculo o preço médio da ação verificado no mercado à vista da bolsa de valores em que as ações
estiverem admitidas à negociação no dia útil anterior à data de concessão do empréstimo ou no dia útil anterior à data do
vencimento da operação, conforme previsto no contrato.

Os valores distribuidos pela companhia emissora das ações durante o contrato de empréstimo, reembolsados ao
emprestador, serão considerados restituição parcial do valor emprestado originalmente, e não rendimento.

No caso do tomador, a diferença positiva ou negativa entre o valor da alienação e o custo médio de aquisição das ações
será considerada ganho liquido ou perda do mercado de renda variável, sendo esse resultado apurado por ocasião da
recompra das ações.

Na apuração deste imposto poderão ser computados como custos da operação as corretagens e os demais emolumentos
efetivamente pagos pelo tomador.

Os valores de remuneração auferida pelo emprestador, os dividendos e os juros sobre capital próprio a ele reembolsados
serão computados como despesa ou custo da operação.

Resumo: titular é tributado como renda fixa e tomador como renda variável

Um titular emprestador alugou 10 mil ações LMN, pelo prazo de 126 dias úteis e 180 dias corridos, recebendo uma taxa
de 5% ao ano sobre o valor das ações e tomando como base seu preço no inicio do contrato. No dia da concessão, a ação
fechou cotada a R$ 11,50, sendo que o seu preço médio, mensurado durante este pregão, correspondeu a R$ 12,00. No
pregão anterior, o preço médio foi R$ 13,00, enquanto o fechamento ocorreu a R$ 12,50. Desconsiderando corretagens e
emolumentos, qual é o imposto de renda (IR) total a pagar pelo emprestador no momento da liquidação do contrato?
Resposta: Quando a remuneração for fixada em percentual sobre o valor das ações no inicio do contrato, as receitas ou
despesas terão por base de cálculo o preço médio da ação verificado no dia útil anterior à data de concessão do
empréstimo.

Sendo assim, devemos inicialmente converter a taxa ao ano para a taxa equivalente ao período de 125 dias úteis,
considerando a convenção de 252 dias úteis por ano i-II(10,05) ^ (125/252) - 1 x 100 -2.47% no período de 126 dias úteis e
180 dias corridos. Na HP-12c: 1,05 IENTERI 126 ENTERI 252 I/I lyxl 1 H 100 lxl lit calcula e insere a taxa ao ano no periodo
de 126 dias úteis. A calculadora retornará a taxa de 2.47%

Remuneração auferida pelo investidor - quantidade de ações alugadas x preço médio do dia anterior x taxa de aluguel no
período

Remuneração auferida pelo investidor - 10 mil x R$ 13,00 x 2.47% - R$ 3211,00

A remuneração auferida pelo emprestador nas operações de empréstimo de ações será tributada como aplicação de
renda fixa, sujeitando-se à incidência de IR, à aliquota de 22,5%, aquelas com prazo de até 180 dias:
IR - Remuneração auferida pelo emprestador x 22,5% - R$ 3.211,00 x 22,5% - R$ 722,48.

Um investidor tomou por empréstimo 10 mil opções da ação LMN, pelo prazo de 126 dias úteis e 180 dias corridos,
pagando uma taxa de 5% ao ano sobre o valor das ações. No dia da concessão, ele vendeu todas as ações pelo preço de
fechamento a R$ 11,50. Ao final do contrato, para fins de liquidação, ele recomprou as 10 mil ações a mercado pelo valor
de R$ 9,00. A taxa de aluguel foi de 2,47% sobre o valor da ação, tomando como base o preço de R$ 13.00. Tendo em vista
que no decorrer do contrato a ação pagou R$ 0,50 de dividendos, reembolsados ao emprestador, e desconsiderando
demais corretagens e emolumentos, qual é o imposto de renda (R) total pago pelo tomador?

Resposta: No caso de tomador de ações por empréstimo, a diferença positiva ou negativa entre o valor da alienação e o
custo médio de aquisição desses valores será considerada ganho liquido (GL) ou perda do mercado de renda variável,
sendo esse resultado apurado por ocasião da recompra das ações. Os valores de remuneração auferida pelo emprestador,
assim como os dividendos e os juros sobre capital próprio a ele reembolsados, são dedutiveis no cálculo do GL

GL - Valor da alienação - Custo médio de aquisição - Taxa de aluguel - Dividendo reembolsado ao emprestador

GL - (10 mil x R$ 11,50)-(10 mil x R$ 9,00)-(10 mil x R$ 13,00 x 2,47%) - (10 mil x R$ 0,50) GL-R$ 115.000,00 - R$ 90.000,00
- R$ 3.211,00 - R$ 5.000,00 - R$ 16.789.00

Os ganhos liquidos no mercado de renda variável sujeitam-se à aliquota de IR de 15% IR - Ganho liquido x 15% - R$
16.789.00 x 15% - R$ 2.518,35

Venda coberta a termo

Nas operações conjugadas envolvendo venda coberta (não sujeitas ao ajuste diário), isto é, naquelas operações
conhecidas como financiamento, o ganho do vendedor é tributado como renda fixa.

Por sua vez, nas operações isoladas de vendas cobertas, nas quais o vendedor já possui o ativo antes de realizar a venda a
termo, o ganho é tributado como renda variável

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

OE 091.03.a-Conhecer, para as operações de renda fixa, o fato gerador, a base de cálculo, as aliquotas vigentes, o
responsável pelo recolhimento, os prazos de recolhimento e as possibilidades de isenção do IOF.

IOF/TVM

O IOF/TVM sobre investimentos é cobrado de acordo com o seu prazo de resgate. Quanto mais tempo o dinheiro ficar
investido, menor será o imposto. O IOF é cobrado antes do IRRF e incide sobre resgate, cessão ou repactuação

nas operações no mercado de renda fixa, e

nas operações de resgate de cotas dos fundos de investimento.

O IOF será cobrado à aliquota de 1% ao dia sobre o valor do resgate, cessão ou repactuação limitado ao rendimento da
operação, em função do prazo e com isenção a partir de 30 dias corridos, conforme a seguinte tabela regressiva

1 96% 11 63% 21 30%

2 93% 12 60% 22 26%

3 90% 13 56% 23 23%

4 86% 14 53% 24 20%

5 83% 15 50% 25 16%

6 80% 16 46% 26 13%

7 76% 17 43% 27 10%

8 73% 18 40% 28 6%

9 70% 19 36% 29 3%
10 66% 20 33% 30 Isento

Como regra geral, o IOF incide sobre: titulos públicos, CDB, RDB, fundos de investimento de curto e longo prazo, LCI, LH e
COE, conforme segue:

Aliquota zero:

CRI, CRA, LCA e CDCA

Operações de renda variável com característica de renda fixa e swaps.

Resgate de cotas de fundos e clubes de ações.

Titulos de renda fixa privados como debentures e letras financeiras.

Operações de renda variável realizadas em bolsa de valores e de mercadorias ou em mercado de balcão organizado.

FIP, FIC-FIP e FICE (incluindo FIP-IE e FIP-PD&I).

Operações de titularidade de Instituição Financeira e carteiras de fundos de investimento

Isento: CPR, CDA e WA.

Não incidência: depósito em caderneta de poupança, transferência de custódia de titulos entre instituições financeiras
(desde que seja o mesmo favorecido) e depósito judicial

Responsável de recolhimento: a pessoa jurídica que credita os rendimentos, resgata ou recompra o titulo (instituições
financeiras, bolsas, administrador do fundo, etc).

Prazo: o IOF será cobrado na data da liquidação financeira da operação e deve ser recolhido ao Tesouro Nacional até o
terceiro dia útil subsequente ao decêndio da cobrança ou do registro contábil do imposto

RESUMO

Aplicações financeiras de renda fixa:

Titulos públicos e privados.

Swaps

Titulos imobiliários e do agronegócio

Aplicações financeiras de renda fixa lastreadas em depósitos.

Outras aplicações que se equiparam à renda fixa

- Operações conjugadas com ativos de renda variável: box de opção e venda coberta a termo (financiamento):

Empréstimo (aluguel) de ações

- Operações de mútuo e de compra vinculada à revenda, tendo por objeto ouro, ativo financeiro.

Empréstimo em dinheiro entre pessoas juridicas não financeiras e entre pessoas jurídicas não financeiras e pessoas fisicas,

Entrega de recursos à pessoa juridica: independentemente da fonte pagadora ser ou não instituição autorizada a
funcionar pelo BC, e

Certificado de Operações Estruturadas (COE).

Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF): a partir de 2005, os rendimentos produzidos por aplicação financeira de renda
fixa são tributados na fonte às aliquotas de

22,5% aplicações com prazo de até 180 dias

20% aplicações com prazo de 181 até 360 dias

17,5% aplicações com prazo de 361 até 720 dias


15% aplicações com prazo acima de 720 dias

Fatos geradores do IRRF:

Recebimento do rendimento durante ou no vencimento do titulo,

Resgate, venda, repactuação ou cessão com rendimento,

Conversão de debentures em ações; e

Vencimento de operações conjugadas.

Responsável pelo recolhimento do IRRF: pessoa jurídica que pagar o rendimento ou entidade que fizer o pagamento ao
beneficiário final

Base de cálculo do IRRF. diferença positiva entre o valor da venda, o resgate ou o rendimento liquido de IOF.

Compensação de perdas do IRRF. não há hipótese de compensação de perdas em ativos de renda fixa.

Rendimentos isentos de IR para pessoas fisicas:

Titulos imobiliários: LH, CRI e LCI.

Titulos do agronegócio: CDA, WA, CDCA, LCA, CRA e CPR

Caderneta de poupança (incluindo condominios de edificios).

Debentures de infraestrutura: pessoas fisicas são isentas de IR sobre os rendimentos e o ganho de capital, porém as
pessoas juridicas são tributadas à aliquota de 15% de IR, exclusivamente na fonte

MÓDULO 20 – ASPECTOS GERAIS DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Definições e Aspectos Gerais

OE 011.01.a - Entender as caracteristicas e diferenças dos Fundos de Investimento (FI) e dos Fundos de Investimento em
Cotas (FIC).

Um fundo de investimento é um condominio que reúne recursos de um conjunto de investidores, pessoas fisicas e/ou
juridicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição de uma carteira de titulos ou valores
mobiliários.

Já o Fundo de Investimento em Cotas (FIC) representa um fundo que compra cotas de outros fundos.

Condominio Carteira de titulos ou valores mobiliários Ganhos financeiros


(fundo de investimento)

Condomínio

OE 011.01.b-Entender e explicar o conceito de condomínio e as instruções da Comissão de Valores Mobiliários utilizadas


para normatizar esses investimentos.

Do ponto de vista jurídico, um condominio está relacionado ao fato de uma mesma coisa pertencer a várias pessoas,
cabendo a cada uma delas igual direito sobre o todo e cada uma de suas partes.

Um exemplo é o caso do condominio de apartamentos: os condôminos (investidores) centralizam a administração do


prédio (carteira do fundo) na figura do sindico (gestor do fundo).

Em um fundo de investimento, o gestor do fundo aplica os recursos dos investidores (patrimonio do fundo) para
maximizar o retorno e minimizar o risco da carteira.
Por meio dos fundos, os pequenos investidores têm acesso a melhores condições de mercado, menores custos e contam
com administração profissional, colocando-os em igualdade com as grandes investidores.

Mediante a aplicação em diferentes classes, os fundos permitem uma maior diversificação dos investimentos visando à
diluição do risco e ao aumento potencial do retorno.

Vale ressaltar que os recursos dos fundos nunca se misturam aos da instituição administradora.

Atualmente, os fundos funcionam sob a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável por sua
regulação e fiscalização, buscando a proteção do investidor. A Instrução CVM n° 555, de 17/12/14, e suas alterações
regem os fundos de investimentos

Cabe à Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) auxiliar na construção,
modernização e aperfeiçoamento da legislação de fundos de investimento, influenciar e dar suporte à indústria para
explorar adequadamente as oportunidades de crescimento e melhorar constantemente seus pilares.

Cota

OE 011.01.c - Entender, explicar e calcular o valor da cota dos fundos de investimento. Uma cola é uma fração de um
fundo. A soma de todas as cotas compradas pelos investidores (chamados colistas) resulta no valor do patrimônio do
fundo.

O valor da cota é resultante da divisão do patrimônio liquido do fundo pelo número de cotas existentes.

Um fundo com patrimônio liquido de R$ 1 milhão que possui 50 mil cotas terá uma cota no valor de R$ 20,00 (R$
1.000.000,00 / 50.000).

A cota de fechamento é a mais comumente adotada, sendo calculada apurando os valores dos ativos componentes do
fundo, classe ou subclasse no próprio dia do cálculo da cota, sendo divulgada após o fechamento do mercado, no dia útil
seguinte.

Já a cota de abertura é calculada a partir dos valores dos ativos até a data do dia anterior, devidamente atualizada por 1
dia, sendo divulgada antes da abertura dos negócios do dia

A cota de abertura é aplicável aos fundos, classes e subclasses cujos ativos integrantes não apresentam grandes variações
durante o dia, o que tende a ser o caso dos titulos de renda fixa.

Propriedade dos ativos de fundos de investimento - excluindo fundos imobiliários

A propriedade dos ativos dos fundos de investimento é registrada em nome do fundo inscrito em um CNPJ, mas não
constitui pessoa jurídica. Os ativos são de propriedade dos investidores devido à estrutura de cotas.

As ordens de compra e venda de titulos e valores mobiliários e outros ativos disponiveis no âmbito do mercado financeiro
devem sempre ser expedidas com a identificação precisa do fundo de investimento em nome do qual elas devem ser
executadas.

Segregação entre gestão de recursos próprios e de terceiros (Chinese Wall)

Chinese Wall é o conjunto de procedimentos e politicas internas de uma instituição que visa estabelecer uma barreira à
comunicação entre diferentes individuos ou setores de uma mesma empresa. O objetivo é assegurar o cumprimento de
legislação vigente no que diz respeito à segregação da administração de recursos de terceiros das demais atividades da
instituição

Isso ocorre para minimizar conflitos de interesse entre o que é melhor para a firma e para o cliente. Um exemplo seria um
gestor comprar ações para um fundo porque a instituição onde trabalha quer vendê-las de sua carteira própria (e não
porque acredita ser um bom investimento).

Tipos de Fundos

Aberto e fechado

OE 011.02.a - Comparar e distinguir fundos abertos e fechados.


O fundo pode ser constituido sob a forma de

Condominio fundos abertos

Os cotistas podem solicitar o resgate de

suas cotas a qualquer momento.

Condominio fundos fechados

As cotas somente poderão ser

resgatadas ao término do prazo de duração do fundo previsto em seu regulamento ou em sua liquidação

A cota de fundo aberto não pode ser objeto de cessão ou transferência, exceto nos casos de

I decisão judicial ou arbitral;

II operações de cessão fiduciaria

III execução de garantia,

IV. sucessão universal;

V. dissolução de sociedade conjugal ou união estável por via judicial ou escritura pública que disponha sobre a partilha de
bens; e

VI. transferência de administração ou portabilidade de planos de previdência.

Já a cota de fundo fechado e seus direitos de subscrição podem ser transferidos mediante termo de cessão e
transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou por negociação em mercado organizado em que as cotas do
fundo sejam admitidas à negociação

Essa transferencia fica condicionada à verificação pelo administrador do atendimento das formalidades estabelecidas no
regulamento e nos normativos vigentes.

Fundos exclusivos e restritos

OE 011.02.b - Entender e explicar as caracteristicas da composição de carteira, o cálculo de cota e liquidez das cotas dos
fundos exclusivos e restritos, bem como sua

adequação na gestão do patrimônio do cliente.

O fundo exclusivo é um fundo de investimento destinado a investidores profissionais, constituido para receber aplicações
exclusivamente de um único cotista

Na emissão e no resgate de cotas do fundo exclusivo pode ser utilizado o valor de cota de fechamento ou abertura,
conforme o regulamento. Essa regra não se aplica caso o fundo exclusivo tenha como cotista outro fundo de investimento
que não esteja autorizado a escolher o tipo de cota a ser utilizado. OE 011.02.c - Entender e explicar o processo de
marcação a mercado nos fundos exclusivos e fundos restritos.

Nos fundos exclusivos o prospecto e a marcação a mercado são facultativos, isto é, não obrigatórios. Para entender o
conceito veja o tópico Marcação a Mercado mais à frente.

Os fundos de investimento em cotas exclusivos e os fundos de investimento em cotas destinadas exclusivamente a


investidores profissionais podem adquirir cotas de qualquer fundo de investimento registrado na CVM, nos limites
previstos nos seus regulamentos.

Os limites de concentração por emissor e por modalidade de ativo estabelecidos na ICVM no 555 não se aplicam aos
fundos destinados a estes investidores.

O fundo exclusivo é indicado para aquele investidor que busca personalização, já que não há nenhuma regra especifica de
alocação, senão aquela por ele definida. Ademais, vantagens inerentes ao tratamento tributário, à segregação com o
patrimônio pessoal e ao planejamento sucessório tendem a atenuar os inconvenientes relativos ao alto custo e ao
expressivo investimento requerido.

Os fundos de investimento restritos são aqueles constituidos para grupos limitados de investidores qualificados ou
profissionais, comumente empresas do mesmo grupo econômico, membros de uma mesma familia, dentre outros, que
possuem objetivos em comum na aplicação de seus recursos.

Muitas vezes, mas nem sempre, os fundos restritos também são fundos exclusivos.

Gestão discricionária e não discricionária

OE 011.02.d-Entender e explicar os conceitos de gestão discricionária e não discricionária, aplicados na administração de


fundos exclusivos e restritos ou carteiras administradas. A gestão de uma carteira de investimento pode ser feita de duas
formas:

Gestão discricionária

O cliente decide o percentual a ser aplicado nos diversos ativos dos mercados financeiros, define seus padrões de risco e
delega para o banco a gestão da carteira por meio de uma politica de investimentos combinada identificada como carteira
administrada.

Gestão não discricionária

Esse tipo de gestão é ideal para os clientes que gostam de tomar suas próprias decisões de investimento e que valorizam
as informações e o apoio de uma estrutura composta por profissionais especializados no mercado financeiro.

Fundos ativos e passivos

OE 011.02.e - Conhecer, classificar e explicar o conceito de estratégia de gestão de fundos em fundos de investimento
ativos e passivos e explicar os riscos assumidos quando da escolha do tipo de estratégia.

Fundos ativos

São fundos que empregam estratégias ativas para superar o benchmark a médio e longo prazo, principalmente mediante
exposições a riscos não sistemáticos, ou seja, aos riscos especificos dos ativos. Os gestores buscam aproveitar as
ineficiências na precificação do mercado para assim gerar alfa, que corresponde, em termos gerais, à diferença entre o
retorno obtido pelo fundo e o retorno do indice de referência.

Os fundos ativos possuem tendência de se desviar da performance do indice (maior volatilidade ou tracking error).

Fundos passivos

Tém suas carteiras atreladas a um benchmark. O objetivo desse tipo de fundo é acompanhar o comportamento do
benchmark. A carteira desses fundos, portanto, é muito parecida com a composição do indice escolhido. São
procedimentos para manter aderência ao indice de referência

Estratégia: Uso de derivativos

Limitações: Necessidade de renovação dos instrumentos derivativos (opções e futuros) quando os prazos de vencimentos
destes são mais curtos do que a operação de simulação planejada (um fundo que procura replicar um indice de ações
precisa renovar constantemente esses instrumentos). Inexistência de derivativos em alguns casos (para replicar indices).
Inexistência de liquidez em alguns derivativos (tipo e prazo definidos), impedindo o fundo de replicar o indice. Custos
envolvidos em operações de derivativos.

Estratégia: Compra de carteira à vista com todos os papéis

Limitações: Custo e dificuldade de manutenção de carteira com a mesma composição do indice. Necessidade de
existência de fundo com base ampla para execução e inclusão de todos os papéis. Fluxos de caixa devem ser programados
para atender resgates e compras e manter aderência ao indice. Mudança na ponderação do indice que compõe o
benchmark, fazendo com que sejam necessárias alterações na carteira

Estratégia: Compra de papéis representativos do indice


Limitações: Escolha dos papéis a serem comprados ou do método para determinar isso. Maior tracking error (desvio em
relação ao indice, levando o fundo a se afastar de seu objetivo), já que a carteira não estará replicada em sua totalidade.

Direitos e Obrigações dos Cotistas

OE 011.03.a - Entender e explicar os direitos e as obrigações dos cotistas.

As cotas do fundo conferem iguais direitos e obrigações aos cotistas, independentemente do valor investido e da
quantidade de cotas. Todos têm os mesmos direitos e deveres enquanto cotistas de fundos de investimento.

Embora não haja distinção entre as classes de cotistas nos fundos regulamentados pela Instrução CVM n° 555. para alguns
fundos isso é possivel. É o caso dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Nesses casos, as cotas podem
ser classificadas em sénior ou subordinada.

A cota de classe subordinada é aquela que se subordina à cota da classe senior para efeito de amortização ou resgate.

Assim, o cotista que detém cotas da classe subordinada receberá o pagamento pelo resgate ou amortização de suas cotas
somente depois que o cotista de classe senior liver recebido

Constituem direitos dos colistas:

Receber a remuneração proporcionada pelo fundo nos termos do respectivo regulamento;

Participar e votar na Assembleia Geral de Colistas.

Os cotistas responderão por eventual patrimonio liquido negativo do fundo, ou seja, eles assumem o prejuízo do fundo. O
administrador e o gestor, se houver, serão responsáveis perante os cotistas pela inobservância da politica de investimento
ou dos limites de concentração previstos em regulamento. A responsabilidade solidária do administrador e dos seus
contratados por prejuízos decorrentes de atos e omissões na administração de um fundo de investimento está
regulamentada na ICVM no 555- Trata-se de relevante proteção aos investidores que confiaram seus recursos a empresas
de gestão de investimento de terceiros.

Responsabilidades dos Prestadores de Serviços

OE 011.04.a-Entender e explicar o processo de administração e gestão de um fundo de investimento: disposições gerais e


o papel do administrador, do gestor, do distribuidor, do custodiante e do auditor na arquitetura de fundos de
investimento.

É possivel identificar cinco funções que podem ser claramente segregadas no que diz respeito aos fundos de investimento:
administrador, gestor, distribuidor, custodiante e auditor independente. As funções de administrador, gestor, distribuidor e
custodiante podem ser, e muitas vezes são, exercidas por uma mesma instituição.

Administrador

Responsável pela constituição do fundo e prestação de informações à CVM. O administrador tem poderes para
representar e administrar o fundo nos termos do regulamento.

A administração do fundo compreende o conjunto de serviços relacionados direta ou indiretamente ao funcionamento e à


manutenção do fundo, que podem ser prestados pelo próprio administrador ou por terceiros por ele contratados, por
escrito, em nome do fundo.

Gestor

Profissional responsável por comprar e vender os ativos que estão na carteira do fundo. A gestão profissional deve ser
desempenhada por pessoa natural ou juridica credenciada como administradora de carteira de valores mobiliários pela
CVM.

Os gestores são profissionais especializados que acompanham o mercado e têm poder para definir os melhores
momentos de compra e venda dos ativos financeiros, seleção de papéis e alocação, conforme a politica de investimento
do fundo.

Distribuidores
Os distribuidores, também chamados de sociedades distribuidoras, são as instituições financeiras que vendem fundos de
investimentos.

Apesar dos maiores distribuidores serem os bancos de varejo, os fundos de investimento também podem ser adquiridos
por meio de corretoras e distribuidoras de titulos e valores mobiliários, de bancos de atacado ou diretamente dos
gestores. Muitos distribuidores possuem facilidades operacionais via internet.

A distribuição de cotas de fundo aberto independe de prévio registro na CVM e é realizada por instituições intermediárias
integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários.

Já a distribuição de cotas de fundo fechado não destinadas a investidores qualificados depende de prévio registro na CVM
e só pode ser feita por instituições integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários

Custodiante

O custodiante é uma pessoa juridica credenciada na CVM para o exercicio da atividade de prestador de serviço de
custódia fungivel (custódia em que valores mobiliários depositados podem não ser os mesmos quando de sua saida,
embora sejam das mesmas espécies, qualidade e quantidade).

A Anbima define em seu Código de Serviços Qualificados ao Mercado de Capitais os tipos de serviços aos quais a atividade
de custódia compreende

- A liquidação fisica e financeira dos ativos,

A guarda dos ativos:

A administração e informação de proventos associados a esses ativos.

Os serviços de custódia compreendem também a liquidação financeira de derivativos, contratos de permutas de fluxos
financeiros (swaps) e operações a termo.

Auditor Independente

O auditor independente é o perito (contador) prestador de serviços de auditoria independente a empresas, que exerce a
atividade no âmbito do mercado de valores mobiliários e está sujeito ao registro na CVM.

Ele pode ser pessoa fisica ou juridica, sociedade profissional constituida sob a forma de sociedade Limitada. A CVM
mantém cadastro dos responsáveis técnicos autorizados a emitir e assinar o parecer do auditor, em nome de cada
empresa, no âmbito do mercado de valores mobiliários.

A auditoria independente é o exame analitico da escrituração contábil de uma empresa, realizada de forma independente,
sem nenhum vínculo com a empresa. Essa avaliação busca dar maior credibilidade ás informações divulgadas, bem como
maior segurança para os usuários.

O auditor deve elaborar os seguintes documentos

a) Relatório de auditoria sobre as demonstrações financeiras examinadas, opinando sobre sua adequação aos principios
fundamentais de contabilidade,

b) Relatório atestando o cumprimento de normas operacionais estabelecidas em lei e dispositivos regulamentares,


evidenciando as irregularidades encontradas. Seu relatório se baseia nos registros contábeis e operacionais, em
documentos de terceiros (bancos e fornecedores) e em normas e procedimentos de controle interno da empresa

Desta forma, o auditor independente é imprescindível à credibilidade do fundo, representando um instrumento de


proteção para o investidor, na medida em que sua função é zelar pela confiabilidade das demonstrações financeiras dos
fundos de investimento.

Vantagens dos Fundos de Investimento

OE 011.05.a - Conhecer e explicar as vantagens de se investir em um fundo de investimento em relação ao investimento


direto em ativos individuals.
Os Fundos de Investimento (F) têm alguns diferenciais significativos perante os ativos individuais, dentre os quais
podemos destacar:

ACESSIBILIDADE NO MERCADO FINANCEIRO: Qualquer pessoa pode aplicar em fundos de investimentos, inclusive
naqueles Acessibilidade ao que realizam investimentos no exterior, mesmo que não tenha grandes mercado financeiro
recursos. Há fundos de investimento que aceitam aplicações a partir de R$ 100 ou até menos.

Diversificação: Dentro dos fundos de investimento podem existir diversas estratégias para a redução do risco, vis-à-vis
posições em somente um ativo.

Gestão especializada: Os gestores de fundos de investimento são pessoas dedicadas e amplamente capacitadas para a
tomada de decisão de investimento. Elas tém, geralmente, melhor formação acadêmica do que a média dos investidores e
maior acesso ás informações disponiveis para a tomada de decisão, o que tende a gerar melhores escolhas de
investimento.

Liquidez: Grande parte dos fundos no Brasil tem liquidez diária e permite que os investidores possam aplicar em fundos
sem o comprometimento de liquidez por prazos mais longos.

Redução no custo de corretagens: Altos volumes negociados conseguem bons descontos de taxas.

Transparência: Os regulamentos e os prospectos dos fundos abertos são públicos.

Serviços: Os fundos mútuos disponibilizam uma série de serviços, como demonstrativos mensais, relatórios anuais,
reinvestimento de juros e dividendos, planos de valorização e planos de saques.

Uso de ativos diferenciados: podem usar ativos com dificil operacionalização para um investidor individual (com atividades
ou profissão não financeiras, ou mesmo sem tempo) como derivativos - essenciais na administração de risco.

Para grandes investidores sofisticados, as aplicações em ativos individuais em uma carteira administrada por eles mesmos
permitem economia no que se refere as taxas de administração, de performance e de comercialização.

Para megainvestidores é normal a estruturação de uma equipe para a administração de seu patrimônio (family offices).
Através dessa estrutura - que em muitos pontos simula um fundo mútuo -o investidor desfruta de várias vantagens dos
fundos mútuos e, geralmente, incorre em taxas inferiores àquelas cobradas pelos fundos.

RESUMO

Um fundo de investimento é um condominio que reúne recursos de um conjunto de investidores, pessoas fisicas e/ou
jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição de uma carteira de titulos ou valores
mobiliários. Já os Fundos de Investimento em Colas (FIC) são fundos que investem em cotas de outros fundos.

As cotas do fundo correspondem a frações ideais de seu patrimônio, as quais conferem iguais direitos e deveres aos seus
cotistas, e serão escriturais e nominativas.

O fundo pode ser constituido sob a forma de

Condominio aberto (fundos abertos) os colistas podem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer momento,

Condominio fechado (fundos fechados): as cotas somente poderão ser resgatadas ao término do prazo de duração do
fundo previsto em seu regulamento ou em sua liquidação.

O fundo exclusivo é um fundo de investimento que tem apenas um cotista e é autorizado apenas para investidores
profissionais, sendo o prospecto e a marcação a mercado facultativos.

Já o fundo restrito recebe investimentos de um grupo restrito de cotistas que possui objetivos em comum na aplicação de
seus recursos, tais como empresas de um mesmo grupo ou membros de uma mesma familia.

Quanto à estratégia de gestão, os fundos se classificam em:

• Fundos ativos: empregam estratégias ativas para superar o benchmark a médio e longo prazo, principalmente mediante
exposições a riscos não sistemáticos, ou seja, aos riscos especificos dos ativos. Os gestores buscam aproveitar as
ineficiências na precificação do mercado para assim gerar alfa, que corresponde, em termos gerais, à diferença entre o
retorno obtido pelo fundo e o retorno do indice de referência.

Fundos passivos: têm suas carteiras atreladas a um benchmark. O objetivo desse tipo de fundo é acompanhar o
comportamento do benchmark.

Como norma geral, as cotas do fundo conferem iguais direitos e obrigações aos cotistas, independentemente do valor
investido e da quantidade de cotas. Entretanto, há distinção entre as classes de colistas para alguns fundos, tais como os
Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), em que as cotas podem ser classificadas em cotas seniores e
subordinadas, estas últimas subordinando-se às primeiras para efeito de amortização e resgate.

Há cinco funções que podem ser claramente segregadas no que diz respeito aos fundos de investimento.

Os administradores controlam todos os prestadores de serviços responsáveis pelo bom funcionamento do fundo e
garantem que eles estejam operando dentro das normas legais, sendo também os responsáveis pela constituição do
fundo e prestação de informações à

CVM.

O gestor é o profissional responsável por comprar e vender os ativos que estão na carteira do fundo

Os distribuidores, também chamados de sociedades distribuidoras, são as instituições financeiras que vendem fundos de
investimento.

O custodiante é a pessoa juridica credenciada na CVM para o exercicio da atividade de prestador de serviço de custódia
fungível. É responsável pelo registro, liquidação e exercicio dos direitos e obrigações dos ativos que compõem a carteira.

O auditor independente é o perito (contador) prestador de serviços de auditoria independente a empresas, que exerce
atividade no âmbito do mercado de valores mobiliários e está sujeito ao registro na CVM.

MÓDULO 21 – NORMAS E ADMINISTRAÇÃO DE FUNDOS

Administração e Gestão

Vedações e obrigações do Administrador e do Gestor

OE 162.01.a - Entender e explicar as vedações e obrigações do Administrador e do Gestor.

ATA

Compete ao Administrador, dentre outras obrigações:

I. Diligenciar para que sejam mantidos, às suas expensas, atualizados e em perfeita ordem

a.o registro de cotistas

b. o livro de atas das assembleias gerais,

c. o livro ou lista de presença de cotistas;

d. os pareceres do auditor independente,

e. os registros contábeis referentes as operações e ao patrimônio do fundo,

[ a documentação relativa as operações do fundo.

IL. Solicitar, se for o caso, a admissão à negociação das colas de Fundo fechado em mercado organizado,

III. Pagar a multa cominatória, nos termos da legislação vigente, por cada dia de atraso no cumprimento dos prazos
previstos nesta Instrução

IV. Elaborar e divulgar as informações sobre o Fundo

V. Manter atualizada junto à CVM a lista de prestadores de serviços contratados pelo Fundo, bem como as demais
informações cadastrais
VL Custear as despesas com elaboração e distribuição do material de divulgação do Fundo, inclusive da lamina, se houver,

VIL Manter serviço de atendimento ao cotista, responsável pelo esclarecimento de dúvidas e pelo recebimento de
reclamações, conforme definido no regulamento do Fundo,

VIIL Observar as disposições constantes do regulamento,

IX. Cumprir as deliberações da assembleia geral;

X. Fiscalizar os serviços prestados por terceiros contratados pelo Fundo.

O administrador também pode contratar, em nome do Fundo, com terceiros devidamente habilitados e autorizados, os
seguintes serviços para o Fundo, além do serviço obrigatório de auditoria

independente.

- A gestão da carteira do Fundo,

-A consultoria de investimentos;

-As atividades de tesouraria, de controle e processamento dos titulos e valores mobiliários;

-A distribuição de cotas

-A escrituração da emissão e resgate de cotas;

-A custódia de ativos financeiros,

-A classificação de risco por agência de classificação de risco de crédito,

- O formador de mercado.

O administrador e o gestor devem, em conjunto, adotar as politicas, os procedimentos e os controles internos necessários
para que a liquidez da carteira do Fundo (exceto Fundos fechados) seja compativel.com:

Os prazos previstos no regulamento para pagamento dos pedidos de resgate,

- O cumprimento das obrigações do fundo.

Caso o Fundo invista em cotas de outros Fundos de Investimento, o administrador e o gestor, devem, em conjunto e
diligentemente, avaliar a liquidez do Fundo investido, considerando, no minimo.

- O volume investido,

As regras de pagamento de resgate do Fundo investido

Os sistemas e ferramentas de gestão de liquidez utilizados pelo administrador e gestor do Fundo investido

As ordens de compra e venda de ativos financeiros devem sempre ser expedidas com a identificação precisa do fundo de
investimento em nome do qual elas devem ser executadas. Entretanto, quando uma mesma pessoa juridica for
responsável pela gestão de diversos fundos, será admitido o grupamento de ordens, desde que referida pessoa jurídica
tenha implantado processos que possibilitem o rateio, entre os fundos, das operações realizadas, por meio de critérios
equitativos, preestabelecidos, formalizados e passiveis de verificação.

Ressalvada a remuneração que lhes é devida na qualidade de prestadores de serviços do Fundo, o administrador e o
gestor devem transferir ao Fundo qualquer beneficio ou vantagem que possam alcançar em decorrência de sua condição.

Também é vedado ao administrador, ao gestore ao consultor o recebimento de qualquer remuneração, beneficio ou


vantagem, direta ou indiretamente por meio de partes relacionadas, que potencialmente prejudique a independência na
tomada de decisão de investimento pelo Fundo, exceto nos seguintes casos:

- Investimentos realizados por Fundo de Investimento em cotas de Fundo de Investimento que invista mais de 95% de seu
patrimonio em um único Fundo de Investimento,
- Fundos de investimento exclusivamente destinados a investidores profissionais, desde que a totalidade dos cotistas
assine termo de ciência.

É vedado ao administrador e ao gestor, no que aplicável, praticar os seguintes atos em nome do Fundox

- Receber depósito em conta corrente,

- Contrair ou efetuar empréstimos, salvo em modalidade autorizada pela CVM:

-Prestar fiança, aval, aceite ou se coobrigar sob qualquer outra forma, exceto se o Fundo for destinado exclusivamente a
investidores qualificados, previsto em seus regulamentos e haja concordância de, no minimo, dois terços das cotas
emitidas pelo Fundo,

-Vender cotas à prestação, sem prejuízo da integralização a prazo de cotas subscritas, Prometer rendimento
predeterminado aos cotistas,

-Realizar operações com ações fora de mercado organizado, ressalvadas as hipóteses de distribuições públicas, de
exercicio de direito de preferência e de conversão de debentures em ações, exercicio de bônus de subscrição, negociação
de ações vinculadas a acordo de acionistas e nos casos em que a CVM tenha concedido prévia e expressa autorização;

-Utilizar recursos do Fundo para pagamento de seguro contra perdas financeiras de cotistas,

-Praticar qualquer ato de liberalidade.

Os Fundos de Investimento podem utilizar seus ativos para prestação de garantias de operações próprias, bem como
emprestar e tomar ativos financeiros em empréstimo, desde que tais operações de empréstimo sejam cursadas
exclusivamente por meio de serviço autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM.

Normas de conduta

OE 162.01.b - Entender e explicar as normas de conduta aplicáveis ao Administrador e Gestor.

A Instrução CVM 555, em seu artigo gz, estabelece as seguintes Normas de Conduta aplicáveis aos administradores e
gestores:

I Exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições para o Fundo, empregando o cuidado e a diligência que
todo homem ativo e probo costuma dispensar a administração de seus próprios negócios, atuando com lealdade em
relação aos interesses dos cotistas e do Fundo, evitando práticas que possam ferir a relação fiduciaria com eles mantida e
respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a ser cometidas sob sua administração ou gestão, II.

II Exercer ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes do patrimonio e das atividades do Fundo,
ressalvado o que dispuser a politica relativa ao exercicio de direito de voto do Fundo, e

III Empregar, na defesa dos direitos do colista, a diligência exigida pelas circunstâncias, praticando todos os atos
necessários para assegurá-los, e adotando as medidas judiciais cabiveis.

Substituição do Administrador e do Gestor

OE 162.01.c - Entender e explicar as regras de substituição de um Administrador e Gestor.

Segundo o art. 93 da ICVM 555, o administrador e o gestor da carteira do Fundo devem ser substituidos nas hipóteses de

I Descredenciamento para o exercicio da atividade de administração de carteiras de valores mobiliários, por decisão da
CVM,

IIRenúncia

III Destituição, por deliberação da assembleia geral.

Nas hipóteses de renúncia ou descredenciamento, fica o administrador obrigado a convocar imediatamente assembleia
geral para eleger seu substituto, a se realizar no prazo de até 15 dias, sendo também facultado aos cotistas que detenham
ao menos 5% das cotas emitidas, em qualquer caso, ou à CVM, nos casos de descredenciamento, a convocação da
assembleia geral

No caso de renúncia, o administrador deve permanecer no exercicio de suas funções até sua efetiva substituição, que
deve ocorrer no prazo máximo de 30 dias, sob pena de liquidação do fundo pelo administrador.

Já no caso de descredenciamento, a CVM deve nomear administrador temporário até a eleição de nova administração.

Objetivo do Fundo e Política de Investimento

OE 162.02.a - Entender e explicar as informações contidas no objetivo e na politica de investimento dos fundos de
investimento, qual a sua definição e finalidade.

Cada Fundo possui um objetivo que estabelece seu perfil de risco e retorno, direcionado assim a um público-alvo, com
perfil adequado para este tipo de investimento.

Este objetivo, que é determinado pela instituição financeira administradora do Fundo, é facilitado pela determinação de
uma politica de investimentos.

A politica de investimentos define os parâmetros de atuação do gestor pela determinação de regras e referências para a
composição e alocação de uma carteira, procurando facilitar a busca pelo objetivo estabelecido para o Fundo.

A legislação classifica os Fundos e estabelece limites e orientação para alocação, conforme a composição do seu
patrimônio

- Renda fixa:

- Cambial;

- Ações

- Multimercado.

Entretanto, o talento e habilidade do gestor atribuem o sabor e o atrativo de cada Fundo, definindo sua personalidade.

O objetivo e a politica de investimentos são essenciais para transparência e escolha adequada dos Fundos pelo investidor.

Na denominação do Fundo não podem ser acrescidos termos ou expressões que induzam interpretação indevida quanto a
seus objetivos, sua politica de investimento ou seu público-alvo.

Informações Comerciais na Distribuição de Fundos

OE 162.03.a - Entender e explicar as regras e os principais documentos utilizados na distribuição de fundos: prospecto,
regulamento, termo de adesão, termo de ciência de risco e lâmina de informações essenciais.

A divulgação de informações é considerada peça essencial no processo de distribuição e eventual prestações de contas do
que ocorre no Fundo.

Regulamentadas pela CVM, o Prospecto, a Lámina de Informações Essenciais, o Regulamento e o Termo de adesão e
ciência de risco estão entre as primeiras peças que devem ser analisadas pelo investidor

A politica de divulgação deverá ser idêntica para todos os colistas, consultores de investimento, agencias classificadoras e
demais interessados, sendo certo que a alteração da politica de divulgação deverá ser divulgada como fato relevante.

Prospecto

O Prospecto é o documento que apresenta as informações para o investidor relativas à politica de investimento do Fundo
e aos riscos envolvidos, bem como dos principais direitos e responsabilidades dos colistas e do administrador.

Deve estar atualizado e à disposição dos investidores potenciais durante o período de distribuição, nos locais em que esta
for realizada, em número suficiente de exemplares. Com a ICVM 555, ele ficou dispensado para os Fundos nela
regulamentados, porém, ainda é mandatório nos demais Fundos como FIDC e FIL

Lâmina de informações essenciais


A Lâmina de Informações Essenciais deve ser elaborada pelo administrador de Fundo aberto que não seja destinado
exclusivamente a investidores qualificados.

A Lâmina deve conter as seguintes informações:

Público-alvo: descrição do público-alvo e as restrições de investimento;

- Objetivos do Fundo: descrição resumida dos objetivos do Fundo. É importante que o investidor tenha um entendimento
da natureza e dos riscos envolvidos no investimento,

Condições de investimento: descrição dos investimentos minimos iniciais, investimentos adicionais, resgates, horário para
aplicação e resgate, valor minimo para permanência, prazo de carência, conversão de cotas, pagamento dos resgates,
taxas de administração, taxa de entrada, taxa de saida, taxa de performance e taxa total de despesas;

Composição da carteira: descrição do patrimônio líquido do fundo (X) e as cinco espécies de ativos em que ele concentra
seus investimentos;

Risco: nota de classificação dada pelo administrador dos Fundos, numa escala de 1 a 5, de acordo com o risco envolvido
na estratégia de investimento de cada um deles;

Histórico de rentabilidade ou Simulação de desempenho,

Histórico de rentabilidade para todos os fundos, exceto os estruturados:

Inserção das seguintes informações: "Arentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros";

Rentabilidade acumulada nos últimos 5 anos: por ano, pela rentabilidade (liquida de despesas, mas não de impostos),
pela variação percentual do indice de referência (quando houver).

- Em Fundos que possuem indice de referência de renda variável incluir a contribuição em relação ao indice de referência
(rentabilidade do Fundo - rentabilidade do indice de referência), quando houver.

- Em Fundos que possuem indice de referência de renda fixa calcular o desempenho do fundo como % do indice de
referência, quando houver

Rentabilidade mensal: descrever a rentabilidade do Fundo nos últimos 12 meses: por més, pela rentabilidade do Fundo
(liquida de despesas, mas não de impostos), pela variação percentual do indice de referência, quando houver

- Em Fundos que possuem indice de referência de renda variável: incluir a contribuição em relação ao indice de referência
(rentabilidade do Fundo - rentabilidade do indice de referência), quando houver.

- Em Fundos que possuem indice de referência de renda fixa desempenho do Fundo como % do indice de referência,
quando houver.

Histórico dos Fundos, no caso de Fundos estruturados: Inserir Cenários para apuração de rentabilidade: descrição da
fórmula de cálculo da rentabilidade do Fundo, incluindo todas as condições (gatilhos) e cláusulas que afetarão o
desempenho.

Exemplo comparativo: comparação de custos e beneficios de investimentos em Fundos como rentabilidade, período de
resgates, dedução de imposto de renda, custos com taxa de ingresso, taxa de saida, performance individual e despesas,

Politica de distribuição: descrição resumida da politica de distribuição, que deve abranger. descrição da forma de
remuneração dos distribuidores;

se o principal distribuidor oferta, para o público-alvo do Fundo, preponderantemente Fundos geridos por um único gestor,
ou por gestores ligados a um mesmo grupo económico,

-qualquer informação que indique a existência de conflito de interesses no esforço de venda.

-Simulação de despesas: comparação de despesas em períodos mais longos de investimento entre diversos Fundos

-Serviço de atendimento ao cotista:


- Telefone,

- Página na rede mundial de computadores

- Reclamações: endereço eletrônico e demais canais disponiveis.

Supervisão e fiscalização:

Comissão de Valores Mobiliários - CVM;

Serviço de Atendimento ao Cidadão-www.cvm.gov.br.

É vedado ao administrador e aos demais prestadores de serviços do Fundo aberto atribuir a denominação "lamina" a
qualquer outro material de divulgação que não atenda ao disposto acima.

O administrador e o distribuidor devem assegurar que potenciais investidores tenham acesso à lâmina antes de seu
ingresso no Fundo.

Regulamento

O Regulamento é o documento em que estão estabelecidas as regras básicas de funcionamento de um Fundo de


Investimento.

Ele deve, obrigatoriamente, dispor sobre:

Qualificação do administrador do Fundo e do custodiante com informação sobre os seus registros perante a CVM,

Quando for o caso, referência à qualificação do gestor da carteira do Fundo com informação sobre os seus registros
perante a CVM;

Espécie do Fundo (se aberto ou fechado);

Prazo de duração (se determinado ou indeterminado),

Politica de investimento, de forma a caracterizar a classe do Fundo. Essa politica deverá ter informações sobre:

Percentual máximo de aplicação em ativos financeiros de emissão do administrador, gestor ou de empresa a eles ligada,
observados os demais limites expressos na ICVM 565

Percentual máximo de aplicação em cotas de fundos de investimento administradas pelo administrador, gestor ou
empresa a eles ligada,

Percentual máximo de aplicação de ativos financeiros de um mesmo emissor, observados os demais limites expressos na
Instrução CVM 555

A possibilidade, se for o caso, de o fundo realizar operações em valor superior ao seu patrimonio, com a indicação de seus
niveis de alavancagem

Taxa de administração fixa e expressa em percentual anual do patrimonio liquido (base 252 dias),

-Taxas de performance de ingresso e de saida (observadas disposições sobre a cobrança da taxa de performance
constantes da Instrução CVM 555):

Taxa máxima de custódia expressa em percentual anual do patrimônio líquido do Fundo, Demais despesas do Fundo,

Condições para a aplicação e o resgate de cotas, inclusive quando se tratar de fundos com cota de abertura

Distribuição de resultados compreendendo os prazos e condições de pagamento; Público-alvo

Intervalo para a atualização do valor da cota, quando for o caso,

Exercicio social do Fundo

Identificação dos riscos assumidos pelo Fundo


A forma de comunicação que será utilizada pelo administrador (fisica ou eletrônica). O administrador pode destinar
diretamente aos colistas as quantias que forem atribuidas ao Fundo a titulo de dividendos, juros sobre capital próprio,
reembolso de proventos decorrentes do empréstimo de valores mobiliários ou outros rendimentos advindos de ativos
financeiros que integrem sua carteira, desde que expressamente autorizado pelo regulamento. As alterações no
regulamento de um Fundo dependem de autorização da Assembleia Geral de Cotistas.

Termo de adesão e ciência de risco

O Termo de Adesão e Ciência de Risco é um atestado formal assinado pelo investidor cotista ao subscrever cotas de um
fundo de investimento, demonstrando estar ciente da politica de investimento, da possibilidade de ocorrência de
patrimônio negativo, de sua responsabilidade por aportes adicionais de recursos, das taxas de administração, do risco do
investimento e de que tenha tido acesso ao inteiro teor do regulamento e Lamina.

A instituição administradora deve manter o termo de adesão à disposição da fiscalização da CVM devidamente assinado
pelo investidor ou sistema eletrônico reconhecido por auditoria de sistemas pelo prazo de 5 anos.

Fundos destinados a investidores qualificados

Os Fundos para esses tipos de investidores têm várias regras diferenciadas em razão de serem entendidos como
investidores mais esclarecidos. A Instrução CVM 555, em seu art. 42, estabelece que os Fundos destinados a investidores
qualificados ficam dispensados da elaboração de lâmina

OFundo destinado exclusivamente a investidores qualificados, desde que previsto em seu regulamento, pode:

I Admitir a utilização de ativos financeiros na integralização e resgate de colas, com o estabelecimento de critérios
detalhados e precisos para adoção desses procedimentos;

II. Dispensar, na distribuição de cotas de fundos fechados, a elaboração de prospecto e a publicação de anúncio de inicio e
de encerramento de distribuição,

III. Cobrar taxas de administração e de performance, conforme estabelecido em seu regulamento,

IV. Estabelecer prazos para conversão de cota e para pagamento dos resgates diferentes daqueles previstos nesta
Instrução;

V. Prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se de qualquer outra forma, em nome do fundo, relativamente a operações
direta ou indiretamente relacionadas à carteira do fundo, sendo necessária a concordância de cotistas representando, no
minimo, dois terços das cotas emitidas pelo fundo.

Fundos para investidores profissionais

Assim como os Fundos destinados aos investidores qualificados, os destinados exclusivamente a investidores profissionais
também apresentam regras diferenciadas.

Podem ser admitidos como colistas de um Fundo para investidores profissionais:

I Os empregados ou sócios das instituições administradoras ou gestoras deste Fundo ou empresas a ela ligadas, desde que
expressamente autorizados pelo diretor responsável da instituição perante a CVM; e

II. Investidores relacionados ao investidor profissional por vinculo familiar ou vinculo societário familiar, desde que no
minimo 90% das cotas do fundo em que se pretenda ingressar sejam detidas por tais investidores.

Esses Fundos podem, desde que previsto em seu regulamento, utilizar-se das faculdades descritas acima para investidores
qualificados e, ainda, das seguintes regras

I Não observancia das limitações de modalidades de ativo financeiro e os limites de concentração por emissor,

II. Aplicação de forma ilimitada no exterior, desde que incluam em sua denominação o sufixo "Investimento no Exterior".

III. Não observancia das responsabilidades dos administradores sobre a divulgação das informações periódicas (Art. 56
ICVM 555)

IV. Aplicação dos seus recursos em qualquer fundo de investimento registrado na CVM.
Prestação de Contas aos Cotistas

Divulgação de cotas e rentabilidade

OE 162.04.a-Entender e explicar quais regras devem ser obedecidas pelas instituições para elaboração e divulgação de
material publicitário, material técnico ou propaganda institucional.

Todo material de divulgação do Fundo deve

- Ser consistente com o regulamento e com a lamina, se houver,

- Ser elaborado em linguagem serena e moderada, advertindo seus leitores para os riscos do investimento,

- Ser identificado como material de divulgação,

- Mencionar a existência da lâmina, quando houver, bem como os endereços na internet nos quais tais documentos
podem ser obtidos

- Ser apresentado em conjunto com a lamina, se houver,

- Conter informações sobre supervisão e fiscalização do Fundo, se a lâmina não for obrigatória,

- Atender aos requisitos sobre informações estabelecidos na instrução ICVM 555-

A divulgação de informação sobre os resultados do Fundo pode ser feita por qualquer meio após um período de carência
de seis meses a partir da data da primeira emissão de colas.

OE 162.04.b - Entender e explicar as regras de divulgação do valor das cotas e da rentabilidade e sua periodicidade.

Toda informação divulgada por qualquer meio, na qual seja incluida referência à rentabilidade do Fundo, deve
obrigatoriamente.

Mencionar a data do inicio de seu funcionamento,

- Contemplar, adicionalmente à informação divulgada,arentabilidade mensale a rentabilidade acumulada nos últimos 12


meses, não sendo obrigatória, neste caso, a discriminação mes a més, ou no período decorrido desde a sua constituição,
se inferior,

- Ser acompanhada do valor do patrimônio liquido médio mensal dos últimos 12 meses ou desde a sua constituição, se
mais recente,

- Divulgar a taxa de administração e a taxa de performance, se houver, expressa no regulamento vigente nos últimos 12
meses ou desde sua constituição, se mais recente, Destacar o público-alvo do Fundo e as restrições quanto à captação, de
forma a ressaltar eventual impossibilidade, permanente ou temporária, de acesso ao Fundo por parte de investidores em
geral

Sempre que o material de divulgação apresentar informações referentes à rentabilidade ocorrida em periodos anteriores,
deve ser incluida advertência, com destaque, de que

- A rentabilidade oblida no passado não representa garantia de resultados futuros,

- Os investimentos em Fundos não são garantidos pelo administrador ou por qualquer mecanismo de seguro ou, ainda,
pelo Fundo Garantidor de Crédito.

Composição e diversificação da carteira

OE 162.04.c - Entender e explicar as regras para composição e diversificação da Carteira do Fundo.

O Fundo deve manter seu patrimônio aplicado em titulos e valores mobiliários, ativos financeiros e modalidades
operacionais disponiveis no mercado financeiro e de capitais, nos termos estabelecidos em seu regulamento.

Caso o Fundo possua posições ou operações em curso que possam vir a ser prejudicadas pela sua divulgação, o
demonstrativo da composição da carteira pode omitir sua identificação e quantidade, registrando somente o valor e a
percentagem sobre o total da carteira.
As operações omitidas devem ser divulgadas no prazo máximo de

30 dias, improrrogáveis, nos Fundos da classe Renda Fixa Curto prazo, Referenciado e Simples.

90 dias Nos demais casos, 90 dias após o encerramento do mês, podendo ser prorrogado uma única vez, em caráter
excepcional, e com base em solicitação fundamentada submetida a aprovação da CVM, até o prazo máximo de 180 dias.

Caso o administrador divulgue a terceiros informações referentes à composição da carteira, a mesma informação deve ser
colocada à disposição dos cotistas na mesma periodicidade.

Estão ressalvadas as hipóteses de divulgação de informações pelo administrador aos prestadores de serviços do fundo,
necessárias para a execução de suas atividades, bem como aos órgãos reguladores, autorreguladores e entidades de
classe, quanto aos seus associados, no atendimento a solicitações legais, regulamentares e estatutárias por eles
formuladas.

Balancetes e demonstrações contábeis

OE 162.04.d - Entender e explicar a periodicidade de divulgação das Demonstrações Contábeis e balancetes.

De acordo com o art. 59 da Instrução CVM 555, o administrador deve remeter, por meio do Sistema de Envio de
Documentos, disponivel na página da CVM na internet, os seguintes documentos, conforme modelos disponiveis na
referida página:

I. Informe diário, no prazo de 1 dia útil,

II. Mensalmente, até 10 dias após o encerramento do mês a que se referirem:

a Balancete

b. Demonstrativo da composição e diversificação de carteira:

с Perfil mensal,

d. Lâmina de informações essenciais, se houver,

III Revogado

IV. Anualmente, no prazo de go dias contado a partir do encerramento do exercicio a que se referirem, as demonstrações
contábeis acompanhadas do parecer do auditor independente.

V. Formulário padronizado com as informações básicas do Fundo, sempre que houver alteração do regulamento, na data
do inicio da vigência das alterações deliberadas em assembleia.

O prazo de retificação das informações é de 3 dias úteis, contado do fim do prazo estabelecido para a apresentação dos
documentos. Quando o Fundo adotar politica que preveja o exercicio de direito de voto decorrente dos ativos financeiros
detidos pelo Fundo, o perfil mensal deve incluir

Resumo do teor dos votos proferidos no periodo a que se refere o perfil;

- Justificativa sumária do voto proferido ou as razões sumárias para eventual abstenção ou não exercicio do direito de
voto.

Atos ou fatos relevantes

OE 162.04.e-Entender o conceito de Atos ou Fatos Relevantes e as regras de divulgação. O administrador é obrigado a


divulgar imediatamente a todos os colistas na forma prevista no regulamento do Fundo e por meio do Sistema de Envio de
Documentos disponivel na página da CVM, e para a entidade administradora de mercado organizado onde as cotas
estejam admitidas à negociação, qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado ao funcionamento do Fundo ou
aos ativos financeiros integrantes de sua carteira.

Considera-se relevante qualquer ato ou fato que possa influir de modo ponderável no valor das cotas ou na decisão dos
investidores de adquirir, alienar ou manter tais cotas.
Qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado ao funcionamento do Fundo ou aos ativos financeiros integrantes
de sua carteira deve ser

Divulgado por meio do Sistema de Envio de Documentos disponivel na página da CVM.

Mantido nas páginas na rede mundial de computadores do administrador e do distribuidor do respectivo Fundo.

Disclaimers e avisos obrigatórios

OE 162.04.f - Entender e explicar as informações periódicas e comunicação com cotistas.

O administrador do fundo é responsável por

- Calcular e divulgar o valor da cota e do patrimônio liquido do fundo aberto.

Diariamente

Para Fundo que não ofereçam liquidez diária a seus cotistas, em periodicidade compatível com a liquidez do
Fundo, desde que expressamente previsto em seu regulamento,

- Disponibilizar aos cotistas, mensalmente ou no período previsto no regulamento para cálculo e divulgação da cota,
extrato de conta contendo.

Nome do Fundo e o número de seu registro no CNPJ,

Nome, endereço e número de registro do administrador no CNPJ;

Nome do colista

Saldo e valor das cotas no inicio e no final do período e a movimentação ocorrida ao longo do mês

Rentabilidade do Fundo auferida entre o último dia útil do mes anterior e o último dia útil do mês de referência do
extrato,

Data de emissão do extrato da conta,

O telefone, o correio eletrônico e o endereço para correspondência do serviço de atendimento ao cotista,


conforme definido no regulamento do Fundo.

- Disponibilizar as informações do Fundo, inclusive as relativas à composição da carteira, à periodicidade, prazo e teor das
informações, de forma equanime entre todos os cotistas

- Disponibilizar aos cotistas dos Fundos não destinados exclusivamente a investidores qualificados a demonstração de
desempenho do Fundo até o último dia útil de fevereiro de cada ano,

- Divulgar, em lugar de destaque na sua página na internet e sem proteção de senha, a demonstração de desempenho do
Fundo relativo

Aos 12 meses findos em 31 de dezembro, até o último dia útil de fevereiro de cada ano,

Aos 12 meses lindos em 30 de junho, até o último dia útil de agosto de cada ano.

Caso o Fundo realize a cobrança da taxa de performance (método do ajuste), o administrador deve divulgar o valor da cola
antes de descontada a provisão para o pagamento da taxa de performance. Por sua vez, o administrador não está
obrigado a remeter mensalmente o extrato ao cotista, nos casos em que o cotista, por meio de assinatura em documento
especifico, expressamente optar pelo não recebimento. De qualquer forma, o administrador deverá manter o documento
previsto neste artigo à disposição da CVM, pelo prazo de 5 anos.

Assembleias gerais: competência, convocação e deliberações

OE 162.04.g - Conhecer e explicar o papel da assembleia geral de cotistas em um fundo de investimento e as regras de
participação nas assembleias gerais de cotistas. Compete privativamente à assembleia geral de cotistas decidir sobre:

- As demonstrações contábeis apresentadas pelo administrador,


- As substituição do administrador, gestor ou custodiante do Fundo,

- A fusão, a incorporação, a cisão, a transformação ou a liquidação do Fundo

- O aumento da taxa de administração, da taxa de performance ou das taxas máximas de custódia;

- A alteração da politica de investimento do Fundo;

- A emissão de novas cotas, no Fundo fechado,

- A amortização e o resgate compulsório de cotas, caso não estejam previstos no regulamento; A alteração do
regulamento, ressalvo se a alteração.

Decorrer exclusivamente da necessidade de atendimento a normas legais ou regulamentares, exigências


expressas da CVM, de entidade administradora de mercados organizados onde as cotas do Fundo sejam admitidas à
negociação, ou de entidade autorreguladora, nos termos da legislação aplicável e de convenio com a CVM;

For necessária em virtude da atualização dos dados cadastrais do administrador ou dos prestadores de serviços do
Fundo,

Envolver redução das taxas de administração, de custódia ou de performance (deve ser imediatamente
comunicada aos cotistas).

As alterações do regulamento referidas nos dois primeiros itens devem ser comunicadas aos cotistas, no prazo de até 30
(trinta) dias contado da data em que tiverem sido implementadas. Por sua vez, a alterações relacionadas ao item III, por
envolver redução nos encargos cobrado pelo fundo, devem ser imediatamente comunicadas aos cotistas.

A convocação da Assembleia Geral deve ser feita com 10 dias de antecedência, no minimo, da data de sua realização e
deve constar, obrigatoriamente, do dia, hora e local em que será realizada. Essas informações devem, ainda, serem
encaminhadas a cada colista e disponibilizadas nas páginas do administrador e do distribuidor na internet.

A assembleia geral se instala com a presença de qualquer número de cotistas.

As deliberações da Assembleia Geral serão tomadas por maioria de volos, cabendo a cada cota 1 volo. O regulamento
poderá estabelecer também quórum qualificado para as deliberações.

De acordo com os procedimentos definidos no regulamento, a Assembleia Geral pode ser realizada por meio eletrônico,
devendo estar resguardados os meios para garantir a participação dos cotistas e a autenticidade e segurança na
transmissão de informações, particularmente os votos, que devem ser proferidos por meio de assinatura eletrónica
legalmente reconhecida.

Somente podem votar na assembleia geral os cotistas do Fundo inscritos no registro de cotistas na data da convocação da
assembleia, seus representantes legais ou procuradores legalmente constituidos há menos de 1 ano.

Não podem votar nas assembleias gerais, a não ser que sejam os únicos cotistas do fundo

- Seu administrador e seu gestor,

- Os sócios, diretores e funcionários do administrador ou do gestor,

- Empresas ligadas ao administrador ou gestor, seus sócios, diretores, funcionários;

- Os prestadores de serviços do fundo, seus sócios, diretores e funcionários.

Esta vedação não se aplica quando

Os únicos cotistas forem, no momento de seu ingresso no fundo, as pessoas mencionadas anteriormente,

Houver aquiescência expressa da maioria dos demais cotistas presentes à assembleia, manifestada na própria
assembleia, ou em instrumento de procuração que se refira especificamente à assembleia em que se dará a permissão de
voto.

RESUMO
Cada fundo possui um objetivo que estabelece seu perfil de risco e retorno, direcionado assim a um público-alvo, com
perfil adequado para este tipo de investimento.

A Politica de Investimentos define os parámetros de atuação do gestor pela determinação de regras e referências para a
composição e alocação de uma carteira.

A divulgação de informações é considerada essencial na distribuição e prestações de contas do fundo, sendo regulamenta
pela CVM:

O Prospecto apresenta as informações relativas à politica de investimento, aos riscos envolvidos, os principais direitos e
responsabilidades dos cotistas e do administrador,

O Regulamento é o documento onde estão estabelecidas as regras básicas de funcionamento de um fundo de


investimento,

A Lamina de Informações Essenciais deve conter: público-alvo, objetivos, politica e condições de investimento,
composição da carteira, risco, histórico de rentabilidade, exemplo comparativo, simulação de despesas, politica de
distribuição, serviço de atendimento ao cotista, supervisão e fiscalização O Termo de Adesão e Ciência de Risco é um
atestado formal, assinado pelo investidor cotista, dando ciente da politica de investimento, da possibilidade de ocorrência
de patrimônio negativo, de sua responsabilidade por aportes adicionais de recursos, das taxas de administração, do risco
do investimento e de que tenha tido acesso ao inteiro teor do regulamento e da lamina, se houver.

Os fundos destinados a Investidores Qualificados ou exclusivamente

a Investidores Profissionais têm várias regras diferenciadas em razão de serem entendidos como investidores mais
esclarecidos.

Devem ser divulgadas as rentabilidades mensal e acumulada nos últimos 12 meses ou no periodo decorrido desde a
constituição do Fundo. Entretanto, esta (e qualquer outra) divulgação sobre os resultados do fundo só pode ser feita (por
qualquer meio) após um período de carência de 6 meses, a partir da data da primeira emissão de cotas.

O Administrador é obrigado a divulgar imediatamente qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado ao
funcionamento do fundo ou aos ativos financeiros integrantes de sua carteira. Considera-se relevante qualquer ato ou
fato que possa influir de modo ponderável no valor das cotas ou na decisão dos investidores de adquirir, alienar ou
manter tais cotas.

MÓDULO 22 – VALOR E NEGOCIAÇÃO DE COTAS

Fatores que afetam o Valor das Cotas

Marcação a Mercado

OE 163.01.a-Conhecer e explicar o processo de marcação a mercado no cálculo da cota de fundos de investimento.

O valor da cota e do patrimônio liquido do fundo aberto devem ser calculados e divulgados diariamente, ou, para fundos
que não ofereçam liquidez diária a seus colistas, em periodicidade compativel.com sua liquidez, desde que expressamente
previsto em seu regulamento.

Se um fundo possui janela de resgate a cada go dias, ele pode divulgar a cota de acordo com esse prazo. Já a divulgação
do demonstrativo da composição e diversificação de carteira no site da CVM deve ser feita a cada 30 dias.

Assim, os fundos abertos com resgates diários devem ter seus ativos valorizados dia a dia, por intermédio do conceito de
Marcação a Mercado (MaM).

A Marcação a Mercado tem como objetivo garantir que os ativos integrantes das carteiras dos fundos sejam valorizados a
preços de mercado, na periodicidade adequada e de acordo com as melhores metodologias e práticas de mercado. Além
disso, ela evita a transferência de riqueza entre cotistas.

Podem deixar de marcar a mercado os fundos em que os cotistas tenham intenção de preservar um volume de aplicações
compativeis com a manutenção dos ativos até o vencimento, desde que sejam observadas, cumulativamente, as seguintes
condições:
Fundo destinado a um único investidor (Fundos Exclusivos), a investidores pertencentes ao mesmo conglomerado ou
grupo económico-financeiro ou a investidores qualificados; Haja solicitação formal de todos os colistas, na qual deve
constar declaração de que possuem capacidade financeira para levar ao vencimento os ativos classificados nesta
categoria, Todos os cotistas que ingressarem no fundo a partir da classificação nesta categoria devem assinar o termo de
adesão ao regulamento e manter sua capacidade financeira e anuência à classificação de titulos e valores mobiliários
integrantes da carteira do fundo na categoria ativos até o vencimento.

Efeito da não marcação a mercado em ativos mantidos até o vencimento

OE 163.01.b - Explicar o efeito de transferência de riqueza e suas consequências para o investidor quando o processo de
marcação a mercado não é realizado de forma adequada, assim como o efeito da não marcação a mercado quando a
decisão do investidor for por manter os ativos até o vencimento.

A marcação a mercado faz com que, a cada dia, o ativo seja precificado como se estivesse sendo vendido/comprado
naquele dia, ou seja, como se aquele fosse o preço justo (preço de mercado) pelo qual o gestor se desfaria de todos os
ativos do fundo. Caso o gestor não venda esse titulo/posição, esse efeito será simplesmente contábil, já que no
vencimento desses ativos o fundo receberia a taxa acordada no inicio da operação.

Caso haja uma desvalorização dos ativos contidos no fundo e eles não sejam marcados a mercado, haverá transferência de
riqueza entre os cotistas. Aqueles que resgatarem seus recursos nesse momento serão beneficiados em detrimento
daqueles que resgatarem posteriormente.

Taxas e outras despesas

Taxa de administração

OE 163.01.c - Conhecer e explicar o cálculo da taxa de administração, sua base de cálculo e forma de cobrança. Explicar e
calcular o impacto dessa taxa na rentabilidade do cliente.

A taxa de administração é a porcentagem cobrada sobre o patrimônio liquido do fundo de investimento,


independentemente do seu desempenho. É a remuneração da instituição administradora pelo serviço de gestão,
operacionalização e custódia dos recursos.

Cumpre ao administrador zelar para que as despesas com a contratação de terceiros prestadores de serviços não excedam
o montante total da taxa de administração fixada no regulamento.

Nos fundos abertos, as taxas de administração e de performance devem ser provisionadas por dia útil, sempre como
despesa do fundo e apropriadas conforme estabelecido no regulamento.

Os fundos de investimento e os fundos de investimento em cotas não destinados a investidores qualificados que
adquirirem, nos limites da Instrução CVM n° 555. colas de outros fundos de investimento devem estabelecer em seu
regulamento que a taxa de administração cobrada pelo administrador compreende a taxa de administração dos fundos
em que investirem.

Neste caso, é permitido que o regulamento do fundo estabeleça uma taxa de administração máxima, compreendendo a
taxa de administração dos fundos em que invista, e uma taxa de administração minima, que não inclua a taxa de
administração dos fundos em que invista, caso em que

a lamina, se houver, deve destacar a taxa máxima

qualquer canal ou material de divulgação que efetue comparação de qualquer natureza entre fundos deve se
referir, na comparação, apenas à taxa máxima, permitida a referência, em nota, a taxa minima e à taxa efetiva em outros
periodos, se houver

Quanto mais conservador o fundo, mais importante é para sua rentabilidade. Por exemplo, em um fundo referenciado Dl
a taxa de administração é um fator importante na sua rentabilidade vis-à-vis os seus concorrentes. Já em um Fundo
Multimercado, a taxa de administração é menos importante porque a volatilidade do fundo é muito maior, o que faz com
que uma diferença de 0,5% a 1,0% ao ano seja facilmente assimilada por uma estratégia acertada do gestor.

Um fundo de investimento cobra taxa de administração de 3% ao ano e inicia o dia com patrimônio de R$ 10 milhões e
551.394 cotas. Calcule o valor da cota a vigorar no inicio do dia seguinte (D+1), sendo que, ao longo do dia (Do):
-Os ativos do fundo tenham se valorizado 0,033%

- Não houve movimentações (resgates ou aportes). Resolução:

1° passo: Cálculo do patrimônio a partir da valorização dos ativos.

O novo patrimonio do fundo, por conta da valorização dos ativos, será de: 10.000.000 x (10,00033)-10.003.300,00.

2° passo: Descontar a taxa de administração.

Para calcular a taxa diária de administração a ser cobrada, deve-se dividir 3% por 252, o que equivale a 0,011905% Logo,
devemos aplicar esse percentual ao patrimônio do fundo: 10.003.300 x 0,011905% - 1190,87. Então, o patrimônio do
fundo liquido da taxa de administração em D-1 será de R$ 10.002.109.13

3° passo: Cálculo da cota.

Como não houve movimentações, o fundo iniciará D+1 com 551.394 cotas. Dessa forma, o valor de cada cota será:
10.002.109.13/551-394-R$ 18,139677. Como a cola em Do era de 10.000.000/551.394-18.135852, o fundo registrou
valorização de 0,021% (18.139677 -18,1358521-1) x 100) nesse periodo (um dia).

Um fundo de investimento rendeu 105% do CDI em um período de 70 dias úteis. Supondo que a taxa CDI tenha ficado
estável e constante durante esse período em 12% ao ano, qual é o rendimento anual equivalente desse fundo?

Resposta: 12,63%.

Deve-se calcular a taxa equivalente a 100% do CDI em 70 dias úteis: (10,12/70/252-1- 3.198093% ap. A seguir, calculamos
o equivalente a 105% desse valor, ou seja, 3.357998% ap. Por fim, deve-se anualizar o resultado: (10,033579981252/70-1-
12,626% aa

Taxa de performance

OE 163.01.d - Conhecer e explicar o cálculo da taxa de performance, sua base de cálculo e forma de cobrança.

Além da taxa de administração, alguns gestores também cobram uma taxa pelo seu desempenho (baseada no resultado
do fundo).

As taxas de performance devem obrigatoriamente estar atreladas ao benchmark do fundo. Os Fundos de Renda Fixa
normalmente adotam o CDI ou o IGP-M como benchmark, os Fundos Cambiais usam o dólar e os Fundos de Renda
Variável o indice Ibovespa

É vedada a cobrança de taxa de performance nos fundos classificados como Renda Fixa (exceto longo prazo e divida
externa), a não ser que sejam destinados a investidores qualificados. Para estes, os fundos podem cobrar taxa de
performance de acordo com o que dispuser o seu regulamento. A cobrança da taxa de performance para as demais
classes de fundos deve obedecer as seguintes regras:

-É cobrada sobre a parcela da rentabilidade do fundo que exceda a variação de um indice predeterminado (benchmark)
compatível com a politica de investimento do fundo,

- Vedação da vinculação da taxa de performance a percentuais inferiores a 100% do parametro de referência

- Cobrança após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de administração; Cobrança por periodo, no minimo
semestral

- Deve-se observar o conceito de linha d'água

De acordo com o conceito de linha d'água, a cobrança de taxa de performance não é permitida caso o valor da cota do
fundo seja inferior ao seu valor por ocasião da última cobrança efetuada

Um fundo cobra taxa de performance de 20% do que ultrapassar a variação do Ibovespa.

Situação A:

Rendimento do fundo: 1,70%


Variação do Ibovespa 1,80%

A taxa de performance não pode ser aplicada porque o fundo não superou a meta.

Situação B:

Rendimento do fundo: 2,80%

Variação do Ibovespa 1,80%

Superação da meta: 1,0%

Neste caso, o valor da taxa de performance é de 0,25%, visto que a rentabilidade do fundo foi de 1% acima do benchmark
e essa rentabilidade já inclui a cobrança de taxa de performance. Ou seja, o fundo teria rendido 3,05% se não houvesse
performance, mas como ele cobra 20% do que ultrapassa o benchmark (20% de 1,25% -0,25%) tira-se 0.25% de
performance, fazendo com que a rentabilidade do fundo fique em 2,80%

Atente sempre para o valor da cota da última cobrança da taxa de performance.

Pode acontecer, por exemplo, de um fundo superar o benchmark e cobrar a taxa. Naquele momento, vamos supor que a
cota valesse R$ 1.50. No semestre seguinte, uma forte queda do fundo leva a cota a R$ 0,80. No próximo semestre, o
fundo se recupera e volta a superar o benchmark, mas o valor da cota no último dia útil desse período atingiu R$ 1,20.
Nesse caso, apesar do desempenho positivo, o valor da cota estava abaixo daquele registrado quando da última cobrança
(R$ 1,50) e, por isso, não haverá incidência da taxa de performance.

O regulamento do fundo deve prever quanto será o percentual cobrado relativo à taxa de administração e performance.
Em relação a mudanças nas taxas de administração, o seguinte processo ocorre - Aumentos só podem ser realizados após
aprovação da assembleia geral dos fundos, - Reduções podem ocorrer de forma unilateral pelo administrador, desde que
notifique de imediato à CVM, à entidade administradora do mercado organizado onde as cotas sejam admitidas à
negociação e aos cotistas, promovendo a devida alteração no regulamento e na lamina, se houver

Ademais, não há impedimentos para que percentuais das taxas de administração e de performance sejam destinadas a
remunerar a prestação de serviço de distribuição de produtos de investimento, devendo o distribuidor disponibilizar, em
seu site da internet, informações sobre os tipos de remuneração recebida.

Outras despesas

OE 163.01.e - Conhecer as despesas autorizadas pela CVM.

Os fundos de investimento tem outras despesas que também impactam as cotas, que podem ser

- Custos de auditoria

- Taxas de ingresso e saida do fundo,

-Taxas CVM.

-Taxas de registro no Selic, dentre outros.

Algumas dessas taxas são fixas e independem do patrimônio líquido do fundo, o que faz com que fundos de patrimônio
pequeno muitas vezes sejam inviáveis.

As seguintes despesas também podem ser debitadas diretamente do fundo.

Taxas, impostos ou contribuições federais, estaduais, municipais ou autárquicas, que recaiam ou venham a recair sobre os
bens, direitos e obrigações do fundo,

- Despesas com o registro de documentos em cartório, impressão, expedição e publicação.

Influência da alavancagem nos fundos e riscos para os investidores

OE 163.01.f-Entender e explicar a influência da alavancagem nos fundos, assim como os riscos gerados para os
investidores. Calcular o valor de perdas potenciais com a alavancagem.
As estratégias são diversas, podendo variar desde aquelas que procuram agregar valor em mercados especificos
(abordadas em itens anteriores de renda fixa e variável) dentro de uma alocação mais balanceada (podendo ser
estratégica ou tática), ou abordando estratégias envolvendo mercados múltiplos, arbitragens, uso de ativos de caixa e
derivativos, posições long/short, situações de estresse, alavancagens, entre outros.

A alavancagem em fundos de investimento consiste em utilizar derivativos não apenas na proteção da carteira, mas
também para abrir posições ativas, que podem resultar até mesmo em exposição superior ao patrimonio liquido do
fundo.

Um gestor de Fundo Multimercado acredita que a taxa de juros a longo prazo irá cair mais agressivamente. Assim, ele abre
posição equivalente a 150% do seu patrimonio em contratos futuros de juros. Para isso, é necessário um depósito de
garantia junto à Bolsa. Caso a margem de garantia exigida pela Bolsa seja de 10% da exposição, o dispendio inicial do
fundo com a posição será de apenas 15% do seu patrimônio, enquanto a exposição será dez vezes maior.

Com isso, ele maximiza a sua aposta, fazendo com que, caso ele esteja correto, tenha uma rentabilidade maior do que se
tivesse somente aplicado o patrimonio.

O inverso também é verdadeiro, ou seja, no caso de a estratégia dar errado, as perdas também serão maiores do que se o
gestor tivesse exposto somente ao equivalente a 100% do seu patrimônio.

Conforme o exemplo anterior, podemos notar que a alavancagem aumenta significativamente o risco para os investidores,
pois eles podem ter perdas maiores que seu patrimônio.

Um Fundo Multimercado se encontra alavancado em 300% do seu patrimônio liquido (PL) de R$ 100 milhões.
Posteriormente, os ativos que integram sua carteira apresentaram uma queda de 30%. Qual é o valor da perda incorrida
pelo fundo?

Um fundo com um PL de R$ 100 milhões alavancou 300%, ou seja, abriu uma exposição de valor 300% superior ao seu PL:

Valor da exposição - R$ 100 milhões (300% x R$ 100 milhões)

Valor da exposição - R$ 100 milhões R$ 300 milhões - R$ 400 milhões

Considerando uma desvalorização de 30% na carteira do fundo, temos:

Valor da perda - R$ 400 milhões x (-) 30%

Valor da perda -(-) R$ 120 milhões

Dessa forma, uma desvalorização de 30% na carteira de um fundo alavancado em 300% resultará em uma perda de valor
superior ao montante do seu patrimonio liquido.

Impacto de variações nas taxas de juros, câmbio e inflação sobre os tipos de fundos

O risco de um fundo está associado ao risco de cada ativo contido em sua carteira, proporcional ao volume dos ativos na
carteira.

Nesse sentido, variações nas taxas de juros tendem a impactar principalmente os Fundos de Renda Fixa. Via de regra, uma
elevação nas taxas de juros tende a ser positiva para Fundos de Renda Fixa com carteiras pós-fixadas, mas negativa para
Fundos de Renda Fixa com carteiras prefixadas.

Por sua vez, uma queda nos juros tende a impactar positivamente os Fundos de Renda Fixa.com carteiras prefixadas, mas
negativamente os Fundos de Renda Fixa com carteiras pós-fixadas.

Além disso, variações nas taxas de câmbio e de inflação tendem a impactar, de forma diretamente proporcional, Fundos
Cambiais e Fundos de Renda Fixa com grande participação em suas carteiras de ativos indexados a indices de preços.

Dinâmica de Aplicação e Resgate

Movimentações de recursos

OE 163.02.a - Entender e explicar as regras de aplicação e resgate, bem como de aplicação de recursos e compra de ativos
por parte dos gestores.
Aplicação

A compra de ativos em um fundo de investimento é função do gestor. Sempre que houver aplicações em fundos de
investimento, o gestor deverá utilizar esses recursos para aquisição de titulos e valores mobiliários, respeitando as regras
do regulamento do fundo e seguindo as diretrizes da politica de investimento. Cabe então a ele, observando essas
limitações, decidir que ativo comprar, em qual quantidade e em que momento.

Resgate

O resgate de recursos e a venda de ativos também são feitos pelos gestores.

Sempre que houver resgates em fundos de investimento, o gestor deverá vender ativos e levantar valor suficiente para
fazer frente ao resgate. Assim como no caso da compra de ativos, cabe a ele decidir quais ativos vender e em qual
quantidade. O momento da venda depende da existência de caixa disponivel no fundo para pagamento do resgate e ainda
de restrições relacionadas ao prazo de carência e ao processamento da venda do ativo

Cota do dia (D+0) e cota do dia seguinte ao da data de aplicação (D+1)

OE 163.02.b - Entender e explicar o processo de cálculo e divulgação da cota de abertura e da cota de fechamento.

O valor da cota do dia é resultante da divisão do valor do patrimônio liquido (ativos -passivos) pelo número de cotas do
fundo, apurados, ambos, no encerramento do dia, ou seja, no horário de fechamento dos mercados em que o fundo atue
(cota de fechamento).

Todos os fundos devem ter suas cotas calculadas pelo conceito de cota de fechamento.

Os Fundos de Renda fixa (exceto Longo Prazo e Divida Externa), Exclusivos e Previdenciários poderão optar por ter o valor
da cota do dia calculado a partir do patrimônio líquido do dia anterior, devidamente atualizado por um dia (cota de
abertura), ou de fechamento.

Calcular a cota do seguinte fundo em D-1 com os seguintes dados:

Cola D-0- 1,5111

Número de cotas: 100.000

Não houve ingressos no fundo em D1

-Resultado da valorização dos ativos de Dio para D+1 R$ 6.000,00

- Despesas de taxa de administração provisionadas 2% aa. (base 252)

- Despesas com auditoria diária R$ 25,00

-Despesas de corretagem diária R$ 500,00

O valor da cota desse fundo em D+1 será:

-O PL de abertura é R$ 151.110 e soma-se a valorização. A partir daí calcula-se a taxa de administração

-Taxa de adm. - (1.511 * 100.000) + 6.000 (10,02)-11-12.35

- A cota será calculada do PL de abertura somado da valorização e da subtração das despesas (taxa de adm.,
auditoria e corretagem):

- Cota (D+1) - (151.110 6000 (12,35 25 500))/100.000 - 1,565727 (divulgar cotas com pelo menos seis casas
decimais)

A taxa de administração pode ser calculada de forma linear ou exponencial Isso não está definido em regulamentação e
pode variar de instituição para instituição.

Os fundos classificados como Renda Fixa, assim como os Exclusivos ou Previdenciários, poderão ter o valor da cota do dia
calculado a partir do patrimonio liquido do dia anterior, devidamente atualizado por um dia (cota de abertura).
Estes fundos têm a opção de terem cota de abertura ou de fechamento. Quando se tratar de fundo que atue em
mercados no exterior, o encerramento do dia poderá ser considerado como o horário de fechamento do mercado
indicado no regulamento.

Para as cotas de abertura, os eventuais ajustes decorrentes das movimentações ocorridas durante o dia deverão ser
lançados contra as aplicações ou regates dos cotistas que efetuaram essas movimentações ou, ainda, contra o patrimônio
do fundo, conforme dispuser o regulamento.

Com a Instrução CVM no 555, entrou em vigor a cota de fechamento para os Fundos Cambiais Multimercado, Renda Fixa
Longo Prazo e os de Divida Externa, como já ocorria com os Fundos de Ações.

Essa cota reflete o valor da carteira do fundo após o fechamento do mercado financeiro, procedimento que é
especialmente importante nos fundos de maior risco, nos quais os preços dos ativos que integram suas carteiras estão
sujeitos a oscilações mais significativas ao longo do dia.

Com esse procedimento, evita-se que investidores com informações atualizadas sobre a evolução do mercado realizem
movimentações de aplicações ou resgates que eventualmente os beneficiem em relação aos demais cotistas desses
fundos.

Em contrapartida, o crédito dos resgates solicitados nesses fundos ocorre, no minimo, no dia seguinte ao da solicitação e
somente após a liberação e o cadastramento da cota. Isso ocorre porque, em muitos casos, a finalização da apuração da
cota de fechamento e consequentemente o seu cadastramento acontecem somente no dia seguinte, após o fechamento
do mercado financeiro.

Resgate de cotas: pagamento, prazos e carência

O resgate de recursos e a venda de ativos também são feitos pelos gestores.

Sempre que houver resgates em fundos de investimento, o gestor deverá vender ativos e levantar valor suficiente para
fazer frente ao resgate. Assim como no caso da compra de ativos, cabe a ele decidir quais ativos vender e em qual
quantidade.

O momento da venda depende da existência de caixa disponivel no fundo para pagamento do resgate e ainda de
restrições relacionadas ao prazo de carência e ao processamento da venda do ativo.

Prazo de carência

OE 163.02.c - Entender as características e diferenças dos fundos com carência e dos fundos sem carência.

Carência é o período em que se fixam penalidades para o investidor que decidir resgatar seu investimento antes do prazo
pré-estipulado.

Os fundos poderão adotar um prazo de carência para crédito da rentabilidade das cotas.

O prazo de carencia também é conhecido como data de aniversário da cola, e compreende um prazo pré-determinado de
dias que se renova automaticamente.

Caso haja resgate no intervalo de vigência do prazo de carência, o valor da cota para resgate será aquele da data inicial de
vigência do periodo de carência, e o investidor perderá a rentabilidade do periodo.

Portanto, os fundos sem carência são aqueles que não estipulam prazo de carência para crédito da rentabilidade das
cotas.

Prazo de cotização: conceito (prazo de conversão de cotas na aplicação e no resgate)

OE 163.02.d-Entender e explicar os conceitos de prazo de cotização e prazo de conversão de cotas na aplicação e no


resgate.

ATA Segundo o art. 37 da ICVM 555, o resgate de colas de um fundo deve obedecer as

seguintes regras
I. O regulamento deve estabelecer os prazos entre a data do pedido de resgate, a data de conversão de cotas e a data do
pagamento do resgate,

II. A conversão de cotas deve se dar pelo valor da cota do dia na data de conversão, observada, se for o caso, a fórmula de
cálculo da cota do dia admitida nos fundos de investimento classificados como "Renda Fixa" e registrados como
"Exclusivos" ou "Previdenciários",

III. O pagamento do resgate deve ser efetuado em cheque, crédito em conta corrente ou ordem de pagamento, no prazo
estabelecido no regulamento, que não pode ser superior a 5 (cinco) dias úteis, contado da data da conversão de cotas,
exceto quando se tratar de fundos destinados exclusivamente a investidores qualificados, que podem estabelecer prazos
para conversão de cotas e para pagamentos dos resgates diferentes daqueles previstos na regulamentação existente,

IV. O regulamento pode estabelecer prazo de carência para resgate, com ou sem rendimento,

V. É devida ao cotista uma multa de 0.5% (meio por cento) do valor de resgate, a ser paga pelo administrador do fundo,
por dia de atraso no pagamento do resgate de cotas, exceto se for em função de casos excepcionais de iliquidez dos ativos
na carteira.

Taxa de ingresso e taxa de saída

OE 163.02.e-Entender e explicar o conceito de taxa de ingresso e taxa de saída. Os termos taxa de aplicação e taxa de
resgate equivalem, respectivamente, à entrada e saida do cotista do fundo. A sua utilização pelos administradores está
relacionada a forçar o cotista a permanecer certo periodo de tempo no fundo a fim de que as estratégias de investimento
do administrador possam ser desenvolvidas sem a pressão do resgate das cotas.

A taxa de entrada ou de ingresso, também conhecida como taxa de carregamento, assim como a taxa de saida, devem ser
definidas no regulamento do fundo.

Caso haja uma taxa de entrada, o valor será deduzido da importância a ser convertida em cotas. Já em relação à taxa de
saida, o valor incidirá quando do resgate das cotas.

Diferentemente das demais taxas, a taxa de entrada ou de saida não está computada no valor da cota do fundo, o que
dificulta o cálculo da rentabilidade.

Fechamento do fundo para novas aplicações

OE 163.02.f-Entender e explicar o processo de fechamento de um fundo de investimento para novas aplicações.

Um fundo de investimento pode fechar para novas aplicações e também para saques, desde que isto seja adotado para
todos os cotistas. Da mesma forma, ele pode fechar para novas captações com o objetivo de preservar a viabilidade da
sua estratégia de investimento.

Isso porque um aumento significativo no patrimônio do fundo pode inviabilizar as suas estratégias de gestão, o que
resulta em comprometimento da rentabilidade.

Um fundo de investimento com um volume de patrimônio em descompasso com a liquidez do mercado em que atua pode
aumentar desnecessariamente o risco para o cotista.

Assim, o gestor tem autonomia para fechar o fundo para novas aplicações quando achar viável Entretanto, o fechamento
para resgate dos cotistas constitui uma situação bem distinta.

Essa é uma estratégia pontual, utilizada para driblar periodos de extrema falta de liquidez do mercado. O seu objetivo é
não prejudicar os cotistas remanescentes, aqueles que não solicitaram resgate.

Fechamento do fundo para resgates

OE 163.02.g - Entender e explicar o processo de fechamento de um fundo para resgates. Uma abrupta queda da liquidez
dos ativos do fundo compromete a capacidade de pagamento dos resgates.

Segundo o art. 39 da ICVM 555, no caso de fechamento dos mercados e/ou em casos excepcionais de iliquidez dos ativos
financeiros componentes da carteira do fundo, inclusive em decorrência de pedidos de resgates incompativeis com a
liquidez existente, ou que possam implicar alteração do tratamento tributário do fundo ou do conjunto dos cotistas, em
prejuízo destes últimos, o administrador pode declarar o fechamento do fundo para a realização de resgates.

Neste caso, ele deve proceder à imediata divulgação de fato relevante, tanto por ocasião do fechamento quanto da
reabertura do fundo. O fechamento do fundo para resgate deve, em qualquer caso, ser imediatamente comunicado à
CVM.

O fundo deve permanecer fechado para aplicações enquanto perdurar o periodo de suspensão de resgates.

Caso o fundo permaneça fechado por período superior a 5 (cinco) dias consecutivos, o administrador deve
obrigatoriamente, além da divulgação de fato relevante por ocasião do fechamento, convocar no prazo máximo de 1 (um)
dia, para realização em até 15 (quinze) dias, assembleia geral extraordinária para deliberar sobre as seguintes
possibilidades:

- Substituição do administrador, do gestor ou de ambos,

-Reabertura ou manutenção do fechamento do fundo para resgate,

-Possibilidade do pagamento de resgate em ativos financeiros;

-Cisão do fundo, e

-Liquidação do fundo.

O administrador responderá aos cotistas remanescentes pelos prejuízos que lhes tenham sido causados em decorrência
da não utilização dos poderes conferidos neste artigo.

RESUMO

Os fundos abertos com resgates diários devem ter seus ativos valorizados dia a dia, por meio de Marcação a Mercado
(MaM), cujo objetivo é garantir que os ativos integrantes das carteiras sejam valorizados a preços de mercado, evitando
assim a transferência de riqueza entre cotistas.

As taxas de administração são pagas pelos cotistas ao administrador do fundo pelos serviços por ele prestado. Essas taxas
são fixas e expressas em percentual ao ano.

As taxas de performance, cobradas pelo desempenho, devem obrigatoriamente estar atreladas ao benchmark do fundo.
De acordo com o conceito de linha d'água, a cobrança não é permitida caso o valor da cota do fundo seja inferior ao seu
valor por ocasião da última cobrança efetuada.

O regulamento do fundo deve prever quanto será o percentual cobrado relativo as taxas de administração e performance.
Em relação a mudanças nas taxas de administração:

Aumentos só podem ser realizados após aprovação da assembleia geral; e

Reduções podem ocorrer de forma unilateral pelo administrador.

O valor da cota do dia é resultante da divisão do valor do patrimônio liquido pelo número de colas do fundo, apurados,
ambos, no encerramento do dia, ou seja, no horário de fechamento dos mercados em que o fundo atue (cola de
fechamento).

Todos os fundos devem ter suas cotas calculadas pelo conceito de cota de fechamento. Os Fundos de Renda fixa (exceto
Longo Prazo e Divida Externa), Exclusivos e Previdenciários poderão optar por ter o valor da cota do dia calculado a partir
do patrimônio liquido do dia anterior, devidamente atualizado por um dia (cota de abertura), ou de fechamento.

Carência é o período em que se fixam penalidades para o investidor que decidir resgatar seu investimento antes do prazo
pré-estipulado.

A taxa de entrada ou de ingresso, também conhecida como taxa de carregamento, assim como a taxa de saida, devem ser
definidas no regulamento do fundo. Diferentemente das demais taxas, as taxas de entrada ou de saida não estão
computadas no valor da cota, o que dificulta o cálculo da rentabilidade do fundo.

MÓDULO 23 – CLASSIFICAÇÃO DE FUNDOS


Classificação CVM

OE 014.01.a - Conhecer as regras de composição das carteiras dos fundos segundo a classificação CVM: Fundo de Renda
Fixa, Fundo de Ações, Fundo Cambial e Fundo Multimercado.

OE 014.01.b-Conhecer e explicar os riscos de investir nessas categorias de fundos de

investimento.

A ICVM n° 555 classifica os fundos em quatro principais classes:

1. Renda Fixa.

2 Multimercado.

3. Ações.

4. Cambial

Estas principais categorias admitem sufixos conforme abaixo:

Classe

Renda Fixa: Curto Prazo, Referenciado, Simples, Divida Externa

Renda Fixa ou Multimercado: Longo Prazo, Crédito Privado, Investimento no Exterior

Ações: BDR Nivel I, Mercado de Acesso, Investimento no Exterior

Abaixo seguem mais detalhes sobre a classificação segundo a ICVM no 555

Fundo de Renda Fixa

Os fundos de Renda Fixa devem possuir, no minimo, 80% da carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados
via derivativos, à variação da taxa de juros doméstica ou de indice de preços, ou ambos.

Os fundos de Renda Fixa admitem cotas de abertura (exceto os Longo Prazo e Divida Externa), mas não permitem
cobrança de taxa de performance, exceto

se destinados a investidores qualificados.

Os sufixos a seguir podem ser adicionados ao nome do fundo conforme abaixo:

OE 014.01.c-Entender e explicar as caracteristicas dos sufixos: Curto prazo, Referenciado, Simples, Divida Externa, Crédito
Privado, Ações - Mercado de Acesso e Investimento no Exterior.

Referenciado

Os fundos classificados como "Referenciados devem apresentar em sua denominação o seu indicador de desempenho,
em função da estrutura dos ativos financeiros integrantes das respectivas carteiras, desde que atendidas,
cumulativamente, as seguintes condições:

- Ter 80%, no minimo, de seu patrimônio liquido representado, isolada ou cumulativamente, por:

- titulos da divida pública federal;

- ativos financeiros de renda fixa considerados de baixo risco de crédito pelo gestor.

- Estipular que 95%, no minimo, da carteira seja composta por ativos financeiros de forma a acompanhar, direta ou
indiretamente, a variação do indicador de desempenho (benchmark) escolhido.

- Restringir a respectiva atuação nos mercados de derivativos com a realização de operações com o objetivo de proteger
posições detidas à vista, até o limite dessas.

Simples
Os fundos classificados como "Renda Fixa Simples são constituidos sob a forma de condominio aberto e tem no minimo
95% de seu patrimonio liquido, isolada ou cumulativamente, composto por.

Titulos da divida pública federal

Titulos de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições financeiras que possuam classificação de risco
atribuida pelo gestor, no minimo, equivalente aquela atribuída aos titulos da divida pública federal

Operações compromissadas lastreadas em titulos da divida pública federal ou em titulos de responsabilidade,


emissão ou coobrigação de instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, desde que, na hipótese de
lastro em titulos de responsabilidade de pessoas de direito privado, a instituição financeira, contraparte do fundo na
operação, possua classificação de risco atribuida pelo gestor, no minimo, equivalente àquela atribuida aos titulos da divida
pública federal

Outras caracteristicas do Fundo Simples são:

-Utiliza derivativos exclusivamente para fins de proteção da carteira (hedge).

- Tem limite de concentração de 50% em papéis privados.

- Preve, em seu regulamento, que todos os documentos e informações a ele relacionados sejam disponibilizados aos
cotistas preferencialmente por meios eletrônicos.

- Deve adotar estratégia de investimento que proteja o fundo de riscos de perdas e volatilidade.

- Sua lamina de informações essenciais deve comparar a performance do fundo com a performance da taxa Selic.

Ficam vedadas as seguintes condições (Fundo Simples)

- Cobrança de taxa de performance,

- Realização de investimentos no exterior,

- Concentração em créditos privados;

- Transformação do fundo em fundo fechado,

- Qualquer transformação ou mudança de classificação do fundo.

Os investidores que ingressarem nesse fundo ficam dispensados da assinatura do termo de adesão e da verificação da
adequação do investimento no fundo ao perfil do cliente (dispensada análise de suitability).

Fundo de Dívida Externa

Os fundos classificados como "Divida Externa deverão aplicar, no minimo, 80% de seu patrimonio liquido em titulos
representativos da divida externa de responsabilidade da União e, no máximo, 20% do patrimonio liquido em outros
titulos de crédito transacionados no mercado internacional.

A aquisição de cotas de outros fundos classificados como "Divida Externa" não está sujeita a incidência de limites de
concentração por emissor.

Os recursos porventura remanescentes (após atendimento dos 80% minimos) podem ser direcionados à realização de
operações em mercados organizados de derivativos no exterior e no pais.

No exterior: Exclusivamente para fins de hedge dos titulos integrantes da carteira respectiva, ou podem ser mantidos em
conta de depósito em nome do fundo, no exterior, observado, relativamente a essa última modalidade, o limite de 10% do
patrimônio liquido respectivo.

No pais: Exclusivamente para fins de hedge dos titulos integrantes da carteira respectiva e desde que referenciados em
titulos representativos de divida externa de responsabilidade da União, ou podem ser mantidos em conta de depósito à
vista em nome do fundo, no país, observado, no conjunto, o limite de 10% do patrimônio liquido respectivo.
Relativamente aos titulos de crédito transacionados no mercado internacional, o total de emissão ou coobrigação de uma
mesma pessoa juridica, de seu controlador, de sociedades por ele(a) direta ou indiretamente controladas e de suas
coligadas sob controle comum não pode exceder 10% do patrimonio liquido do fundo.

Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura

Os FI-Infra e os FIC-FI-Infra podem ser constituídos sob a forma de condominio fechado ou aberto classificados como
Renda Fixa

Esses fundos compram as debentures de infraestrutura incentivadas, certificados de recebiveis imobiliários e fundos de
investimento em direitos creditórios cujos rendimentos são isentos de imposto de renda para pessoas fisicas. O fundo
repassa o beneficio fiscal para o cotista com a vantagem de permitir maior diversificação e liquidez.

Esses fundos têm uma carência de 180 dias para atingir um percentual minimo de 67% do seu patrimonio liquido em
ativos de infraestrutura Após dois anos da sua integralização, o limite sobe para 85% para obter o beneficio fiscal

Fundo de Ações

Os fundos classificados como "Ações" deverão possuir, no minimo, 67% da carteira investida nos seguintes ativos
admitidos à negociação em mercado organizado.

- Ações

- Bonus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações

- Cotas de fundos de ações e colas dos fundos de indice de ações.

- BDRs niveis II e IIL

O principal fator de risco da carteira de um fundo classificado como ações deve ser a variação de preços de ações
admitidas à negociação no mercado de balcão organizado.

Mercado de Acesso

Fundos de ações cuja politica de investimento preveja que, no minimo, 2/3 do patrimônio liquido sejam investidos em
ações de companhias listadas em segmento de negociação de valores mobiliários voltado ao mercado de acesso,
instituido por bolsa de valores ou por entidade do mercado de balcão organizado, que assegure, por meio de vinculo
contratual, práticas diferenciadas de governança corporativa.

Quando constituidos sob a forma de condominios fechados, esses fundos podem investir até 1/3 do patrimônio liquido
em ações, debentures, bônus de subscrição ou outros titulos e valores mobiliários conversiveis ou permutáveis em ações
de emissão de companhia fechada, desde que o fundo.

- Participe do processo decisório da companhia em que se investiu, com efetiva influência na definição de sua politica
estratégica e na sua gestão por meio de indicação de membros do Conselho de Administração, detenção de ações que
integram o bloco de controle, celebração de acordos de acionistas.

- Invista somente em companhias fechadas que adotem determinadas práticas de governança.

Para que o valor das cotas desses fundos não fique defasado diante do valor das companhias fechadas, as companhias
fechadas investidas por Fundos de Ações - Mercado de Acesso devem ser avaliadas a valor justo, a cada 12 meses.

No âmbito da B3, o segmento de acesso é atualmente representado pelo Bovespa Mais.

BDR Nível I

Minimo de 67% do PL composto pelos mesmos ativos do Fundo de Ações, incluindo os BDR Nivel I. Ou seja, se incluir os
BDR classificados como Nivel I, o fundo deve usar a designação "Ações - BDR Nivel

Fundo Cambial

Fundos que aplicam pelo menos 80% de sua carteira em ativos relacionados diretamente ou sintetizados, via derivativos, à
variação de preços de moeda estrangeira ou à variação do cupom cambial.
Se a entidade for associada à Anbima e aderir à sua classificação de fundos, os recursos remanescentes em caixa devem
estar investidos em cotas de Fundos Renda Fixa-Duração Baixa - Grau de Investimento ou Soberano, ou em ativos
permitidos a estes fundos, não admitindo alavancagem. O montante não aplicado em ativos relacionados direta ou
indiretamente ao dólar ou ao euro deve ser aplicado somente em titulos e operações de Renda Fixa (prefixadas ou pós-
fixadas à CDI/Selic). Não admitem alavancagem.

Fundo Multimercado

Os fundos classificados como "Multimercado devem possuir politicas de investimento que envolvam vários fatores de
risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais classes
mencionadas anteriormente.

Caso obedeçam as regras estabelecidas nessas categorías, estes fundos podem adotar

os seguintes sufixos:

- Longo Prazo

- Crédito Privado,

- Investimentos no Exterior.

Características das subclassificações

Os fundos Referenciados e Simples constam no ponto Fundos de Renda Fica.

Os fundos Mercado de Acesso constam no ponto Fundos de Ações.

- Os fundos Investimentos no Exterior constam no ponto Ativos Financeiros no Exterior.

Crédito Privado

Os fundos de investimento classificados como Renda Fixa, Cambial ou Multimercado que realizarem aplicações em
quaisquer ativos ou modalidades operacionais de responsabilidade de pessoas fisicas ou jurídicas de direito privado,
exceto em ações e assemelhados, ou de emissores públicos diferentes da União Federal que, em seu conjunto, excedam o
percentual de 50% de seu patrimônio liquido, devem observar as seguintes regras, cumulativamente aquelas previstas
para sua classe

- Incluir na sua denominação o sufixo "Crédito Privado",

- Incluir os destaques necessários no termo de adesão e ciência de risco.

Essas regras também se aplicam aos fundos de investimento em cotas de fundos de investimento

Fundos curto prazo e longo prazo

OE 014.01.d-Conhecer as regras que classificam fundos de investimento em curto ou longo prazo, e o impacto tributário
dessa regulamentação.

Os fundos de curto prazo deverão aplicar seus recursos exclusivamente em titulos públicos ou privados preficados ou
indexados à taxa Selic ou a outra taxa de juros, ou titulos indexados a indices de preços, com prazo máximo a decorrer de
375 dias e prazo médio da carteira do fundo inferior a 60 dias. Os titulos privados deverão ser considerados de baixo risco
de crédito pelo gestor.

São permitidas a utilização de derivativos somente para proteção da carteira e a realização de operações compromissadas
lastreadas em titulos públicos federais.

Os fundos curto prazo admitem cotas de abertura, mas é vedada a cobrança de taxa de performance (exceto se forem
destinados a investidores qualificados).

Os fundos de investimentos poderão ser adicionalmente classificados como "Longo Prazo" quando dispuserem em seu
regulamento que têm o compromisso de obter o tratamento fiscal destinado a fundos de longo prazo previsto na
regulamentação fiscal vigente e que atendem às condições previstas na referida regulamentação. Estes fundos são
obrigados a

- incluir a expressão "Longo Prazo" na denominação do fundo,

- atender às condições previstas na referida regulamentação de forma a obter o referido tratamento fiscal.

O fundo de longo prazo deve ter prazo médio da carteira superior a 365 dias corridos e não ter restrição quanto ao prazo
máximo dos titulos de sua carteira.

O fundo que mencionar ou sugerir em seu regulamento, lamina, ou se houver em qualquer outro material de divulgação,
a obtenção do tratamento fiscal previsto para fundos de longo prazo, mas sem assumir o compromisso de atingir esse
objetivo, ou que irá fazê-lo apenas quando considerar conveniente para o fundo, deverá incluir em seu material de
divulgação o risco de não obtenção do tratamento tributário perseguido e as consequências da perda do tratamento
tributário perseguido, explicitando as aliquotas incorridas pelos cotistas em tais casos.

Os fundos de longo prazo para efeito tributário e de legislação tem que ter prazo médio superior a 365 dias corridos.

Já o prazo máximo de maturação dos titulos que podem compor os fundos classificados como "Curto Prazo pela Instrução
CVM no 555 é de 375 dias.

Ou seja, há duas classificações distintas para fundos de curto e de longo prazo:

1. da Receita Federal para fins tributários: a IN RFB 1585 estabelece que:

- fundo de curto prazo: é aquele cuja carteira de titulos tenha prazo médio igual ou inferior a 365 dias.

- fundo de longo prazo: cuja carteira de titulos tenha prazo médio igual ou superior a 365 dias, o que proporciona
menores aliquotas de imposto de renda para prazos superiores a 360 dias. De forma a evidenciar o tratamento tributário
mais favorável, adiciona-se o sufixo "Longo Prazo" ao nome do fundo.

2. da CVM para fins de classificação de perfil de risco: a ICVM n° 555 considera que:

-fundo de curto prazo, ou seja, que apresenta menor risco de variação em função de mudanças nas taxas de juros, é
aquele cuja carteira de titulos tenha prazo médio igual ou inferior a 60 dias, além de prazo até o vencimento máximo de
375 dias. De forma a evidenciar o risco comparativamente menor, adiciona-se o sufixo "Curto Prazo" ao nome do fundo.

Fundos de Investimentos em Cotas (FIC)

Os Fundos de Investimentos em Cotas deverão ter no minimo 95% de seu patrimonio investido em cotas de fundos de
investimento de uma mesma classe, exceto os fundos classificados como Multimercado, que podem investir em cotas de
fundos de classes distintas.

Conforme artigo 119 da ICVM no 555, os restantes 5% do patrimônio do fundo podem ser mantidos em depósitos à vista
ou aplicados em

- Titulos públicos federais;

- Titulos de renda fixa de emissão de instituição financeira;

- Operações compromissadas;

- Cotas de fundos de indice que reflitam as variações e a rentabilidade de indices de renda fixa;

-Colas de fundos de investimento classificados como "Renda Fixa" Curto Prazo, Referenciado lo benchmark escolhido deve
ser a variação do CDI ou Selic) e Simples.

Os percentuais referidos anteriormente deverão ser cumpridos diariamente, com base no patrimônio liquido do fundo do
dia imediatamente anterior.

Ficam vedadas as aplicações em colas de

I Fundos de Investimento em Participações (FIP),


II Fundos de Investimento em Cotas de FIP,

III Fundos de Investimento em Direitos Creditórios no Ambito do Programa de Incentivo à Implementação de Projetos de
Interesse Social

IV. Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional

V. Fundos Mútuos de Privatização - FGTS;

VI. Fundos Mútuos de Privatização - FGTS-Carteira Livre,

VII. Fundos de Investimento em Empresas Emergentes;

VIII. Fundos Mutuos de Investimento em Empresas Emergentes - Capital Estrangeiro,

IX Fundos de Conversão,

X Fundos de Privatização - Capital Estrangeiro,

XL Fundos Mútuos de Ações Incentivadas,

XIL Fundos de Investimento Cultural e Artistico,

XIII. Fundos de Investimento em Empresas Emergentes Inovadoras

XIV.Fundos de Investimento em Diretos Creditórios Não Padronizados;

XV. Fundos de Investimento em Diretos Creditórios (FIDC).

XVLFundos de Investimento em Cotas de FIDC;

XVILFundos de Investimento Imobiliário (FII).

Os Fundos de Investimentos em Cotas classificados como Renda Fixa e Multimercado podem investir, até o limite de 20%
do patrimônio liquido, em cotas de Fundos de Investimento Imobiliário, de FIDC e de Fundos de Investimentos em Cotas
de FIDC, desde que previsto em seus regulamentos.

Caso haja regulamento e lamina do Fundo de Investimentos em Cotas, eles devem especificar o percentual máximo do
patrimônio que pode ser aplicado em um só fundo de investimento.

Os Fundos de Investimentos em Cotas classificado como Multimercados, desde que destinados exclusivamente a
investidores qualificados, poderão investir em cotas de Fundos de Investimento Imobiliário

-cotas de FIDC;

- cotas de Fundos de Investimento em Cotas de FIDC,

- Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes;

- Fundos de Investimento em Participações (FIP);

- Fundos de Investimento em Cotas de FIP.

Ativos financeiros no exterior

OE 014.01.e - Entender e explicar as regras de utilização de ativos financeiros no exterior, os ativos equivalentes e seus
limites de concentração.

O fundo poderá manter em sua carteira ativos financeiros negociados no exterior até o limite de

Limite de Investimento

Ilimitado: Fundos Renda Fixa-Divida Externa. Fundos exclusivamente destinados a investidores profissionais que incluam
em sua denominação o sufixo "Investimento no Exterior”. Fundos exclusivamente destinados a investidores qualificados,
desde que sua politica de investimento determine que, no minimo, 67% de seu patrimônio liquido seja composto por
ativos financeiros no exterior.
Máximo de 40%: Fundos exclusivamente destinados a investidores qualificados que não se enquadrem no cenário acima.

Máximo de 20%: Fundos destinados ao público em geral.

As aplicações em ativos financeiros no exterior não são cumulativamente consideradas no cálculo dos correspondentes
limites de concentração por emissor e por modalidade de ativo financeiro aplicáveis aos ativos domésticos.

Limites por Emissor e por Modalidade de Ativo Financeiro

OE 014.02.a - Conhecer e explicar os limites por emissor e por modalidade de ativo financeiro.

É também importante saber que os fundos de investimentos deverão observar os seguintes limites de concentração por
emissor sobre o seu patrimonio liquido:

-Até 20% - quando o emissor for instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil;

-Até 10%- quando o emissor for companhia aberta ou fundo de investimento,

- Até 5%-quando o emissor for pessoa fisica ou pessoa juridica de direito privado que não seja companhia aberta ou
instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil

Não há limites-quando o emissor for a União Federal

O fundo não poderá deter mais de 20% de seu patrimônio líquido em titulos ou valores mobiliários de emissão do
administrador, do gestor ou de empresas a eles ligadas, observando-se, ainda, cumulativamente, que

I É vedada a aquisição de ações de emissão do administrador, exceto no caso do fundo cuja politica de
investimento consista em buscar reproduzir indice de mercado do qual as ações do administrador ou de companhias a ele
ligadas façam parte, caso em que tais ações poderão ser adquiridas na mesma proporção de sua participação no
respectivo indice,

II O regulamento deverá dispor sobre o percentual máximo de aplicação em cotas de fundos de investimento
administrados por seu administrador, gestor ou empresa a eles ligada.

O disposto no inciso I acima não é aplicável aos fundos cuja politica de investimento for investir no minimo 95% de seu
patrimônio líquido em ações ou certificados de depósito de ações do próprio administrador ou gestor do fundo, ou de
empresas ligadas, ocasião em que o administrador deve adotar medidas que garantam o correto entendimento pelos
investidores acerca do risco de concentração. O valor das posições do fundo em contratos derivativos será considerado no
cálculo dos limites estabelecidos, cumulativamente, em relação ao emissor do ativo subjacente e à contraparte, quando
se tratar de derivativos sem garantia de liquidação por câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de
liquidação autorizados a funcionar pelo Banco Central ou pela CVM.

Juntamente aos limites por emissor, o fundo deve observar os seguintes limites de concentração por modalidades de ativo
financeiro:

I Até 20% do patrimônio liquido do fundo, para o conjunto dos seguintes ativos:

a) cotas de fundos de investimento registrados com base nesta Instrução (Renda Fixa, Cambial, Ações e
Multimercados);

b) cotas de Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento registrados com base nesta Instrução;

c) colas de fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados registrados com base
nesta Instrução;

d) colas de Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento destinados exclusivamente a


investidores qualificados registrados com base nesta Instrução

e) cotas de Fundos de Investimento Imobiliário - Fill;

f) cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios - FIDC,

g) cotas de Fundos de Investimento em Fundos de Investimento em Direitos Creditórios - FICFIDC


h) cotas de Fundos de Indice admitidos à negociação em mercado organizado,

i) Certificados de Recebiveis Imobiliários - CRI,

j) outros ativos financeiros não previstos nos incisos II e III deste artigo.

II Até 5% do patrimônio liquido do fundo, para o conjunto dos seguintes ativos:

a) cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Não Padronizados - FIDC-NP,

b) cotas de Fundos de Investimento em Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Não Padronizados - FIC-
FIDC-NP,

c) cotas de fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores profissionais registrados com base
nesta Instrução;

d) cotas de Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento destinados exclusivamente a


investidores profissionais registrados com base nesta Instrução.

III. Não há limite de concentração por modalidade de ativo financeiro para o investimento em:

a) titulos públicos federais e operações compromissadas lastreadas nestes titulos

b) ouro, desde que adquirido ou alienado em negociações realizadas em mercado organizado,

c) titulos de emissão ou coobrigação de instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil;

d) valores mobiliários diversos daqueles previstos com concentração máxima de 20%, desde que objeto de oferta
pública registrada na CVM.

e) notas promissórias, debentures e ações, desde que tenham sido emitidas por companhias abertas e sejam
objeto de oferta pública,

f) contratos derivativos, exceto se referenciados nos ativos listados acima.

Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura

Os limites de concentração por emissor desses fundos dependem a quem são destinados:

- Ao público de varejo: 20%;

- Aos investidores qualificados: 40%

- Aos investidores profissionais: não há limite.

Os Fundos de Ações - Mercado de Acesso terão o prazo de 180 dias para atingir os limites de concentração por emissor e
por modalidade de ativo estabelecidos em seus regulamentos, sejam eles fechados ou abertos.

Os fundos de investimento poderão ultrapassar o limite de concentração por modalidades de ativo financeiro de até 20%
em cotas de fundos de investimento cotas de Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento (registrados
com base nas determinações previstas na ICVM n° 555); e colas de Fundos de Indice admitidos à negociação em mercado
organizado, desde que

- o Fundo de Investimento em Cotas que adquirir e as Cotas de fundos que cobrem taxa de performance atendam às
condições estipuladas na Instrução CVM n° 555, destinadas exclusivamente a investidores qualificados

- o regulamento e a lamina, se houver, do Fundo de Investimento em Cotas especifiquem o percentual máximo do


patrimônio que pode ser aplicado em um só fundo de investimento;

- o regulamento do Fundo de Investimento em Cotas especifique o percentual máximo do patrimônio que pode ser
aplicado em um só fundo de investimento

Os limites de concentração por emissor e por modalidades de ativos financeiros são computados em dobro nos fundos de
investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados (fundos restritos).
O administrador responde pela inobservância dos limites de composição e concentração de carteira e de concentração em
fatores de risco estabelecidos na ICVM no 555 e no regulamento.

Entende-se por principal fator de risco de um fundo: o indice de preços, a taxa de juros, o indice de ações ou o preço do
ativo cuja variação produza, potencialmente, maiores efeitos sobre o valor de mercado da carteira do fundo.

Sem prejuízo da responsabilidade do gestor, o administrador deverá informá-lo, e à CVM, da ocorrência de


desenquadramento, até o final do dia seguinte à data do desenquadramento

O administrador e o gestor, se contratado, devem acompanhar o enquadramento aos limites referidos anteriormente, que
devem ser cumpridos diariamente, com base no patrimonio liquido do fundo com, no máximo, 1 dia útil de defasagem.

O regulamento pode reduzir, mas não pode aumentar os limites máximos estabelecidos na Instrução CVM n° 555-

A exceção a esta regra é quando o descumprimento for causado por desenquadramento passivo, decorrente de fatos
exógenos e alheios à sua vontade, que causem alterações imprevisiveis e significativas no patrimônio liquido do fundo ou
nas condições gerais do mercado de capitais, desde que tal desenquadramento não ultrapasse o prazo máximo de 15 dias
consecutivos e não implique alteração do tratamento tributário conferido ao fundo ou aos cotistas do fundo.

Contudo, o administrador deve comunicar à CVM, depois de ultrapassado o prazo de 15 dias, a ocorrência de
desenquadramento com as devidas justificativas, informando ainda o reenquadramento da carteira no momento em que
ocorrer.

O administrador e o gestor não estão sujeitos às penalidades aplicáveis pelo desenquadramento passivo dos limites de
concentração por emissor no período de desinvestimento previsto no regulamento dos fundos fechados ou conforme
deliberação da assembleia geral de cotistas.

MÓDULO 24 – CÓDIGO DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS DE TERCEIROS

Definições (Cap. 1)

OE 005.01.a - Definir os termos utilizados no Código (Capitulo I).

Art. 1o. As definições e siglas abaixo indicadas, quando utilizadas neste Código, no singular ou no plural, terão os
significados abaixo e serão válidas especificamente para o presente documento:

L Aderentes: instituições que aderem ao Código e se vinculam à Associação por meio contratual, ficando sujeitas às regras
especificas deste documento,

II. Administração de Recursos de Terceiros: atividades de Administração Fiduciaria, Gestão de Recursos de Terceiros e
Gestão de Patrimônio Financeiro, quando referidas em conjunto, conforme definidas neste Código,

III. Administração Fiduciaria conjunto de serviços relacionados direta ou indiretamente ao funcionamento e à manutenção
do Fundo, desempenhado por pessoa jurídica autorizada pela CVM,

IV. Administrador Fiduciario pessoa juridica autorizada pela CVM para desempenhar a atividade de Administração
Fiduciaria,

V. Análise de Perfil do Investidor: regras e procedimentos adotados pelas Instituições Participantes para identificar as
necessidades económico-financeiras, presentes e futuras, do investidor, suas expectativas, restrições, objetivos, tolerância
ao risco, necessidade de liquidez e horizonte de investimento,

VI. Anbima ou Associação: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais:

VIL Apreçamento: consiste em precificar os Ativos pertencentes à carteira dos Veiculos de Investimento pelos respectivos
preços negociados no mercado em casos de Ativos liquidos ou, quando este preço não é observável, por uma estimativa
adequada de preço que o Ativo teria em uma eventual negociação feita no mercado,
VIII. Associada ou Filiada: instituições que se associam à Anbima e passam a ter vinculo associativo, ficando sujeitas a
todas as regras de autorregulação da Associação;

IX. Ativos de Crédito Privado: ativos financeiros representativos de dividas ou obrigações de pessoas físicas ou jurídicas de
direito privado e titulos cujos emissores sejam diferentes da União Federal (não soberanas);

X. Ativos Financeiros: bens, direitos de qualquer natureza, valores mobiliários e ativos financeiros definidos pela CVM e/ou
pelo Bacen,

XI. Ativos Imobiliários: quaisquer ativos pelos quais ocorra a participação dos FIl nos empreendimentos imobiliários
permitidos pela Regulação aplicável;

XII. Ativos: Ativos Financeiros e Ativos Imobiliários quando considerados em conjunto,

XIII. Bacent Banco Central do Brasil,

XIV.Carta de Recomendação: documento expedido pela Supervisão de Mercados e aceito pela Instituição Participante que
contém as medidas a serem adotadas a fim de sanar a(s) infraçãolões) de pequeno potencial de dano e de fácil
reparabilidade cometida(s) pelas Instituições Participantes, conforme previsto no Código dos Processos;

XV. Carteira Administrada: carteira administrada regulada pela Resolução n° 21;

XVL Cedente: aquele que realiza a Cessão de Direitos Creditórios para o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios;

XVII.Cessão de Direitos Creditórios: a transferência pelo Cedente, credor originário ou não, de seus Direitos Creditórios
para o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, mantendo- se inalterados os restantes elementos da relação
obrigacional;

XVIIL Código de Certificação: Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação
Continuada;

XIX. Código de Distribuição: Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para a Distribuição de Produtos de
Investimento,

XX. Código de FIP: Código ABVCAP/Anbima de Regulação e Melhores Práticas para o mercado de FIP e Fundos de
Investimento em Empresas Emergentes;

XXXL Código de Serviços Qualificados: Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para os Serviços Qualificados ao
Mercado de Capitais,

XXII.Código dos Processos: Código Anbima dos Processos de Regulação e Melhores Práticas; XXXIIL Código ou Código de
Recursos de Terceiros: Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Administração de Recursos de Terceiros;

XXIV. Códigos Anbima: Códigos Anbima de Regulação e Melhores Práticas,

XXXV. Comissão de Acompanhamento: Organismo de Supervisão com competências definidas nos termos deste Código:

XXVL Conglomerado ou Grupo Econômico: conjunto de entidades controladoras diretas ou indiretas, controladas,
coligadas ou submetidas a controle comum

XXXVIL Conheça seu Cliente: regras e procedimentos adotados pelas Instituições Participantes para conhecer seus
investidores

XXVIIL Conselho Consultivo ou Comité órgão de deliberação, assessoramento, consulta e/ ou fiscalização eventualmente
instituido pelo Fundo por previsão em Regulamento e/ ou decisão da Assembleia Geral, que tenha por objetivo (a) ter
influência nas decisões de investimento e desinvestimento dos Fundos, e/ou (b) acompanhar investimentos realizados
pelo Fundo, e/ou (c) resolver sobre questões estratégicas do Fundo, dentre outras atribuições permitidas pela Regulação,
XXXIX. Conselho de Ética conselho de ética da Anbima eleito nos termos do estatuto social disponivel no site da
Associação na internet;

xxxx. Conselho de Recursos de Terceiros: Organismo de Supervisão com competências definidas nos termos deste Código,

XXXI. Consolidação de Ativos: serviço prestado a investidores que representa a consolidação de Ativos ou carteiras
mediante contrato especifico, por meio do qual o prestador de serviços consolida informações sobre os diversos
investimentos mantidos pelo cliente e os consolida por meio de relatórios periódicos. Esta atividade não é definida como
carteira administrada e não está sujeita às disposições do anexo V deste Código, devendo o prestador de serviços de
consolidação obter, conforme o caso e segundo o escopo contratado, eventuais licenças necessárias para a prestação de
tais serviços,

XXXXII. Coobrigação é a obrigação contratual ou qualquer outra forma de retenção substancial dos riscos de crédito do
Ativo adquirido pelo Fundo assumida pelo Cedente ou terceiro, em que os riscos de exposição à variação do fluxo de caixa
do ativo permaneçam com o Cedente ou terceiro,

XXXXIII. CVM: Comissão de Valores Mobiliários,

XXXXIV.Desenquadramento: descumprimento dos limites de concentração e diversificação da carteira dos Veiculos de


Investimento, assim como todas as vedações e restrições inclusas nos Documentos dos Veiculos de Investimento, não
compreendendo os limites de risco descritos na seção IV do capitulo VIII deste Código que por ventura estejam previstos
no regulamento dos Fundos ou nos contratos de Carteira Administrada, conforme o caso, XXXXV. Direitos Creditórios:
direitos e titulos representativos de crédito, originários de operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial,
industrial, imobiliário, de hipotecas, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços, e os warrants, contratos e
demais titulos referidos pela Regulação em vigor,

XXXXVI. Diretoria: diretoria da Anbima eleita nos termos do estatuto social disponivel no site da Associação na internet;

XXXVIL Documentos do FIP. é o conjunto dos documentos constitutivos e/ou documentos de

governança do FIP, incluindo, mas não se limitando, ao Regulamento, compromisso de investimento, boletim de
subscrição, acordo de quotistas, acordo de co-investimento e outros documentos que regulem direitos e obrigações das
Instituições Participantes e investidores no âmbito do FIP,

XXXVIII.Documentos dos Veiculos de Investimento: são os documentos oficiais exigidos pela Regulação especifica em vigor
dos Veiculos de Investimento,

XXXIX FIDC: Fundos de Investimento em Direitos Creditórios regulados pela Instrução CVM n 356, de 17 de dezembro de
2001, e suas alterações posteriores;

XL

XLI.

FIL: Fundos de Investimento Imobiliários regulados pela Instrução CVM no 472, de 31 de outubro de 2008, e suas
alterações posteriores;

FIP Entidade de Investimento são os FIPS classificados como entidade de investimento nos termos da Regulação da CVM,

XLII. FIP Não Entidade de Investimento: são os FIPs não classificados como entidade de investimento nos termos da
Regulação da CVM:

XLIIL FIP. Fundos de Investimento em Participações regulados pela Instrução CVM n° 578, de 30 de agosto de 2016, e suas
alterações posteriores;
XLIV. Fundo 555: Fundo de Investimento regulado pela instrução CVM no 555, de 17 de dezembro de 2014, e suas
alterações posteriores,

XLV.

Fundo Aberto: Fundo constituido sob a forma de condominio aberto, em que os investidores podem solicitar o resgate de
suas cotas em conformidade com o disposto no regulamento do Fundo,

XLVL Fundo de indice: Fundos de Indice de Mercado regulados pela Instrução CVM no 359, de zz de janeiro de 2002, e
suas alterações posteriores

XLVII. Fundo de Investimento ou Fundo: comunhão de recursos, constituido sob a forma de condominio, destinada a
aplicação em Ativos;

XLVIIL Fundo Exclusivo: Fundo destinado exclusivamente a um único investidor profissional, nos termos da Regulação em
vigor,

XLIX. Fundo Fechado: Fundo constituido sob a forma de condominio fechado em que as cotas somente são resgatadas ao
término do prazo de duração do Fundo

LL

LII.

LIII.

LIV.

LV.

LVL

Fundo Reservado: Fundo destinado a um grupo determinado de investidores que tenham entre si vinculo familiar,
societário ou que pertençam a um mesmo Conglomerado ou Grupo Econômico, ou que, por escrito, determinem essa
condição,

Gestão de Patrimonio Financeiro ou Gestão de Patrimônio compreende, em adição ao capitulo Vill deste Código, a gestão
dos Veiculos de Investimento com foco individualizado nas necessidades económico-financeiras do investidor, presentes e
futuras, mediante o entendimento de suas expectativas, restrições e objetivos

Gestão de Recursos de Terceiros: gestão profissional dos Ativos integrantes da carteira dos Veiculos de Investimento,
desempenhada por pessoa jurídica autorizada pela CVM nos termos estabelecidos nos Documentos dos Veiculos de
Investimento, neste Código e na Regulação vigente,

Gestor de Patrimônio Financeiro ou Gestor de Patrimonio: Gestor de Recursos que desempenha a Gestão de Recursos de
Terceiros e, adicionalmente a esta atividade, desempenha a atividade de Gestão de Patrimônio Financeiro,

Gestor de Recursos de Terceiros ou Gestor de Recursos: pessoa juridica autorizada pela CVM a desempenhar a atividade
de Gestão de Recursos de Terceiros,

ICVM 400: instrução CVM no 400, de 29 de dezembro de 2003, e suas alterações posteriores, que dispõe sobre as ofertas
públicas de distribuição de valores mobiliários, nos mercados primário ou secundário,

Instituições Participantes: instituições Associadas à Anbima ou instituições Aderentes a este Código:

LVIL Investimento Sustentável: investimento com objetivo intencional de proteger, con-tribuir,


Não Causar Dano ou degradações, gerar impacto positivo e/ou assegurar direitos em questões ambientais, sociais e/ou de
governança sem que haja intenção de comprometer o desempenho financeiro do Fundo,

LVIII. Material Publicitário: material sobre os Veiculos de Investimento ou sobre a(s) atividade(s) de Administração
Fiduciaria, Gestão de Recursos de Terceiros e/ou Gestão de Patrimônio divulgado pelas Instituições Participantes por
qualquer meio de comunicação disponivel, que seja destinado a investidores ou potenciais investidores com o objetivo de
estratégia comercial e mercadológica, podendo mencionar a rentabilidade dos Veiculos de Investimento,

LIX. Material Técnico: material sobre os Fundos de Investimento divulgado pelas Instituições Participantes por qualquer
meio de comunicação disponivel, que seja destinado a investidores ou potenciais investidores com o objetivo de dar
suporte técnico a uma decisão de investimento, devendo conter, no minimo, as informações previstas no artigo 24 do
anexo I desse Código,

LX.

Não Causar Dano: não realizar, renovar, ou deter investimentos que gerem impactos adversos relativamente ao objetivo
do Fundo

LXI. Organismos de Supervisão em conjunto, Conselho de Recursos de Terceiros, Comissão de Acompanhamento e


Supervisão de Mercados,

LXII. Plano de Continuidade de Negócios planos de contingencia, continuidade de negócios e recuperação de desastres
que assegurem a continuidade das atividades da Instituição Participante e a integridade das informações processadas em
sistemas sob sua responsabilidade e interfaces com sistemas de terceiros;

LXIIL Questões ASG: politicas, práticas e/ou informações e/ou dados referentes a temas ambientais, sociais e de
governança corporativa;

LXIV. Regulação: normas legais e infralegais aplicáveis às atividades de Administração de Recursos de Terceiros;

LXV. Relação Fiduciaria relação de confiança e lealdade que se estabelece entre os investidores e a Instituição Participante
no momento em que lhe é confiada a prestação de serviço para a qual foi contratada;

LXVI. Resolução 21 resolução n° 21 da CVM de 25 de fevereiro de 2021, e suas alterações posteriores, que dispõe sobre o
exercicio profissional de administração de carteiras de valores mobiliários;

LXVII. SSM sistema de supervisão de mercados,

LXVIII Supervisão de Mercados: Organismo de Supervisão com competências definidas nos termos deste Código,

LXIX. Termo de Compromisso. instrumento pelo qual a Instituição Participante compromete- se perante a Anbima a cessar
e corrigir os atos que possam caracterizar indicios de irregularidades em face deste Código, e

LXXX Veiculo de Investimento Fundos de Investimento e Carteiras Administradas constituidos localmente com o objetivo
de investir recursos obtidos junto a um ou mais investidores.

Objetivo e Abrangência (Cap. II)

OE 005.02.a-Entender o objetivo e a abrangência do Código, incluindo os principios e as regras para a administração de


recursos de terceiros (Capitulo II).

Art. 2o - O presente Código tem por objetivo estabelecer principios e regras para a Administração de Recursos de
Terceiros visando promover, principalmente:

LA manutenção dos mais elevados padrões éticos e a consagração da institucionalização de práticas equitativas no
mercado financeiro e de capitais,

IL A concorrência leal;
IIL A padronização de seus procedimentos;

IV. A maior qualidade e disponibilidade de informações, especialmente por meio do envio de dados pelas Instituições
Participantes à Anbima, e

V. A elevação dos padrões fiduciarios e a promoção das melhores práticas de mercado.

Art. 3° - Este Código se destina as Instituições Participantes que desempenham o exercicio profissional de Administração
Fiduciaria, Gestão de Recursos de Terceiros e Gestão de Patrimônio Financeiro de Veiculos de Investimento.

51° Os Gestores de Recursos de Terceiros ou os Administradores Fiduciarios que atuarem na atividade de Distribuição de
Produtos de Investimento, nos termos permitidos pela CVM, devem observar o disposto no Código de Distribuição.

52° As Instituições Participantes devem assegurar que o presente Código seja também observado por todos os integrantes
de seu Conglomerado ou Grupo Econômico que estejam autorizados, no Brasil, a desempenhar o exercicio profissional de
Administração Fiduciaria, Gestão de Recursos de Terceiros e Gestão de Patrimônio Financeiro.

53° A obrigação prevista no parágrafo acima não implica o reconhecimento, por parte das Instituições Participantes, da
existência de qualquer modalidade de assunção, solidariedade ou transferência de responsabilidade entre estes
integrantes, embora todas as referidas entidades estejam sujeitas as regras e principios estabelecidos pelo presente
Código

54° As Instituições Participantes estão dispensadas de observar o disposto neste Código para

L Os Clubes de Investimento;

II. Os Gestores de Recursos, cuja instituição tenha sido dispensada nos termos da Resolução 21;

III. Gestores de Recursos de Terceiros pessoa fisica, e

IV. Os Fundos de Investimento cujo patrimônio liquido seja composto, exclusivamente, por recursos próprios do Gestor de
Recursos ou, no caso de instituições financeiras, de seu

Conglomerado ou Grupo Econômico, de acordo com a dispensa concedida pelo regulador a cada instituição.

Art. 4°-As Instituições Participantes submetidas à ação reguladora e fiscalizadora do Conselho Monetário Nacional, do
Bacen e da CVM, concordam, expressamente, que as atividades de Administração Fiduciaria e Gestão de Recursos de
Terceiros excedem o limite de simples observância da Regulação que lhes são aplicáveis, devendo, dessa forma, submeter-
se também aos procedimentos estabelecidos por este Código

Parágrafo único - O presente Código não se sobrepõe à Regulação vigente, caso haja contradição entre as regras
estabelecidas neste Código e a Regulação em vigor, a disposição contrária do Código deve ser desconsiderada, sem
prejuízo das demais regras nele previstas.

Princípios Gerais de Conduta (Cap. IV)

OE 005.03.a-Entender os Principios Gerais de Conduta elencados no Código e distinguir as ações consistentes das
inconsistentes usando esses principios (Capitulo IV).

Art. 6° - As Instituições Participantes devem

L Exercer suas atividades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade,

II. Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercicio de suas atividades, o cuidado que toda pessoa
prudente e diligente costuma dispensar à administração de seus próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações
ou irregularidades que venham a ser cometidas
III. Nortear a prestação das atividades pelos principios da liberdade de iniciativa e da livre concorrência, evitando a adoção
de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e/ ou de condições não equitativas, respeitando os principios de livre
negociação

IV. Evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e principios contidos neste Código e na
Regulação em vigor,

V. Adolar condutas compativeis com os principios de idoneidade moral e profissional: VI. Evitar práticas que possam vir a
prejudicar a Administração de Recursos de Terceiros e seus participantes, especialmente no que tange aos deveres e
direitos relacionados ás atribuições especificas de cada uma das Instituições Participantes estabelecidas em contratos,
regulamentos, neste Código e na Regulação vigente,

VII. Envidar os melhores esforços para que todos os profissionais que desempenhem funções ligadas à Administração de
Recursos de Terceiros atuem com imparcialidade e conheçam o código de ética da Instituição Participante e as normas
aplicáveis à sua atividade,

VIIL Identificar, administrar e mitigar eventuais conflitos de interesse, nas respectivas esferas de atuação, que possam
afetar a imparcialidade das pessoas que desempenhem funções ligadas à Administração de Recursos de Terceiros;

IX. Evitar práticas que possam ferir a Relação Fiduciaria mantida com os investidores

X Desempenhar suas atribuições buscando atender aos objetivos descritos nos Documentos

dos Veiculos de Investimento e na Regulação em vigor, bem como promover a divulgação de informações a eles
relacionadas, inclusive no que diz respeito à remuneração por seus serviços, visando sempre ao fácil e correto
entendimento por parte dos investidores; e XI. Transferir ao Veiculo de Investimento qualquer beneficio ou vantagem que
possa alcançar em decorrência de sua condição como Administrador Fiduciario, Gestor de Recursos e/ou Gestor de
Patrimônio, observada a exceção prevista na norma especifica de Fundos.

Art. 7° - São considerados descumprimento as obrigações e principios deste Código não apenas a inexistência das regras e
procedimentos aqui exigidos, mas também a sua não implementação ou implementação inadequada para os fins
previstos neste Código

Parágrafo único - São evidências de implementação inadequada das regras e procedimentos estabelecidos neste Código:

LA reiterada ocorrência de falhas, não sanadas nos prazos estabelecidos, e

IL Aausência de mecanismo ou evidência que demonstre a aplicação dos procedimentos estabelecidos por este Código.

Art. 8° - vedado, nos casos dos Fundos de Investimento em cotas de Fundos de Investimento que invistam mais de 95%
(noventa e cinco por cento) de seu patrimonio em um único Fundo, a utilização de qualquer instituto juridico ou estrutura
de produto, cuja implicação econômica, de forma direta ou indireta, resulte em desconto, abatimento ou redução artificial
de taxa de administração, performance e/ ou qualquer outra taxa que venha a ser cobrada pela indústria de Fundos de
Investimento.

Regras e Procedimentos (Cap. V)

OE 005.04.a-Compreender, interpretar e explicar as Regras, os Procedimentos e os Controles (Cap. V) para a atividade de


distribuição de produtos de investimento no âmbito de Segregação de Atividades (Seção II) e Segurança e Sigilo das
Informações (Seção III).

Compliance

Art. 10. As Instituições Participantes devem manter em sua estrutura área(s) que sejalm) responsável(is) por seus
controles internos e/ou Compliance.

51° A(s) area(s) a que se refere o caput develm


L Ter estrutura que seja compatível com a natureza, porte, complexidade e modelo de negócio das Instituições
Participantes,

IL Ser independente(s), observado o artigo 11 deste Código,

IIL Ter profissionais com qualificação técnica e experiência necessária para o exercicio das atividades relacionadas à função
de controles internos e/ou de Compliance,

IV. Ter comunicação direta com a diretoria, administradores e com o conselho de administração, se houver, para realizar
relato dos resultados decorrentes das atividades relacionadas à função de controles internos e/ou de Compliance,
incluindo possiveis irregularidades ou falhas identificadas,

V. Ter acesso regular à capacitação e treinamento, e

VI. Ter autonomia e autoridade para questionar os riscos assumidos nas operações realizadas pela instituição.

52° A(s) funções desempenhadas pela(s) área(s) responsável(s) pelos controles internos e/ou pelo Compliance pode(m)
ser desempenhada(s) em conjunto, na mesma estrutura, ou por unidades especificas.

Art. 11. As Instituições Participantes devem atribuir a responsabilidade pelos controles internos e/ ou pelo Compliance a
um diretor estatutário ou equivalente, sendo vedada a atuação em funções relacionadas à Administração de Recursos de
Terceiros, à intermediação, distribuição ou à consultoria de valores mobiliários, ou em qualquer atividade que limite a sua
independência, na instituição, ou fora dela

Parágrafo único - A Instituição Participante poderá designar um único diretor responsável pelos controles internos e/ou
pelo Compliance, ou pode indicar diretores especificos para cada uma dessas funções.

Segregação de Atividades

Art. 12.0 exercicio da Administração de Recursos de Terceiros deve ser segregado das demais atividades das Instituições
Participantes e de seu Conglomerado ou Grupo Econômico que possam gerar conflitos de interesse.

51° A segregação de que trata o caput deve adotar procedimentos operacionais com o objetivo de L Mitigar a ocorrência
de ilicitos legais ou contrários à Regulação,

IL Promover a segregação funcional das áreas responsáveis pela Administração de Recursos de Terceiros das demais áreas
que possam gerar potenciais conflitos de interesse, de forma a minimizar adequadamente tais conflitos:

IIL Garantir a segregação fisica de instalações entre a área responsável pela Administração de Recursos de Terceiros e as
áreas responsáveis pela intermediação e distribuição de Ativos,

IV. Propiciar o bom uso de instalações, equipamentos e informações comuns a mais de um setor da empresa

V. Preservar informações confidenciais e permitir a identificação das pessoas que tenham acesso a elas, e

VI. Administrar e monitorar adequadamente as áreas identificadas como de potencial conflito de interesses.

52° Para o cumprimento do disposto no parágrafo anterior, as Instituições Participantes devem implementar e manter, em
documento escrito, regras e procedimentos relativos à segregação das atividades que possam gerar conflito de interesse
com o objetivo de demonstrar a total separação das áreas, ou apresentar as regras de segregação adotadas

53° A adoção de práticas claras e precisas que assegurem o bom uso das instalações e equipamentos não exclui a
obrigatoriedade de manter a segregação fisica de que trata o inciso III do parágrafo 1o deste artigo.
54° A segregação fisica de instalações de que trata o inciso III do parágrafo 1o deste artigo não é necessária entre a área
responsável pela Administração de Recursos de Terceiros, da área responsável pela distribuição de colas de Fundos de que
a pessoa jurídica seja Administrador Fiduciario ou Gestor de Recursos.

Segurança e sigilo das Informações

Art. 13. As Instituições Participantes devem estabelecer mecanismos para:

ca

L Propiciar o controle de informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas a que tenham acesso os seus sócios,
diretores, administradores, profissionais e terceiros contratados;

IL Assegurar a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de informações, em especial para os
mantidos em meio eletrônico, e

IIL Implantar e manter treinamento para os seus sócios, diretores, alta administração e profissionais que tenham acesso a
informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas e participem do processo de decisão de investimento.

Parágrafo único - As Instituições Participantes devem implementar e manter, em documento escrito, regras e
procedimentos para assegurar o disposto no caput, incluindo, no minimo. L Regras de acesso às informações
confidenciais, reservadas ou privilegiadas, indicando como se dá o acesso e controle de pessoas autorizadas e não
autorizadas a essas informações, inclusive nos casos de mudança de atividade dentro da mesma instituição ou
desligamento do profissional

IL Regras especificas sobre proteção da base de dados e procedimentos internos para tratar casos de vazamento de
informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas mesmo que oriundos de ações involuntárias; e

IIL Regras de restrição ao uso de sistemas, acessos remotos e qualquer outro meio/ veiculo que contenha informações
confidenciais, reservadas ou privilegiadas.

Art. 14. As Instituições Participantes devem exigir que seus profissionais assinem, de forma manual ou eletrônica,
documento de confidencialidade sobre as informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas que lhes tenham sido
confiadas em virtude do exercicio de suas atividades profissionais, excetuadas as hipóteses permitidas em lei.

соо

Parágrafo único Os terceiros contratados que tiverem acesso às informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas
que lhes tenham sido confiadas no exercicio de suas atividades, devem assinar o documento previsto no caput, podendo
tal documento ser excepcionado quando o contrato de prestação de serviço possuir cláusula de confidencialidade.

Administração Fiduciária (Cap. VII)

OE 005.05.a - Definir Administração Fiduciaria e entender as obrigações gerais do Administrador Fiduciário e as regras
relativas aos limites de investimento dos fundos (Capitulo VII).

Art. 25 - A Administração Fiduciaria compreende o conjunto de serviços relacionados direta ou indiretamente ao


funcionamento e à manutenção dos Fundos de Investimento, devendo o Administrador Fiduciario fazê-lo de acordo com o
disposto neste Código e na Regulação vigente.

Seção I-Obrigações Gerais do Administrador Fiduciário

Art. 26-0 Administrador Fiduciario é o responsável pela

L Constituição, administração, funcionamento e divulgação de informações dos Fundos;


II. Elaboração de todos os documentos relacionados aos Fundos, devendo observar, durante a elaboração, a Regulação
aplicável a cada tipo de Fundo de Investimento;

III. Supervisão das regras, procedimentos e controles da gestão de risco implementada pelo Gestor de Recursos, conforme
seção IV do capitulo Vill deste Código,

IV. Supervisão dos limites de investimento das carteiras dos Fundos, nos termos da seção II deste capitulo:

V. Supervisão dos terceiros contratados, conforme capitulo VI deste Código; e

VI. Gestão do risco de liquidez, que deve ser feita em conjunto com o Gestor de Recursos, nos termos da Regulação
vigente e conforme o previsto no contrato de prestação de serviço.

Seção II - Limites de Investimento dos Fundos

Art. 27-Sem prejuízo das obrigações aplicáveis ao Gestor de Recursos, o Administrador Fiduciario deve supervisionar os
limites de investimento das carteiras dos Fundos, de forma a verificar sua aderência às regras, restrições e vedações
previstas em seus regulamentos, assim como na Regulação vigente.

Gestão de Recursos de Terceiros (Cap. VIII)

OE 005.06.a - Definir a atividade de Gestão de Recursos de Terceiros e entender as obrigações gerais do gestor dessa
atividade, as regras relativas a limites de investimento dos veículos de investimento, ao ratelo de ordens para os veículos
de investimento e à Gestão de Risco dos veículos de investimento (Capitulo VIII).

Art. 31-A Gestão de Recursos de Terceiros consiste na gestão profissional dos Ativos

Financeiros integrantes das carteiras dos Veiculos de Investimento, nos termos estabelecidos nos Documentos dos
Veiculos de Investimento, neste Código e na Regulação vigente.

51° A Gestão dos Veiculos de Investimento deve ser exercida por profissional devidamente habilitado e autorizado pela
CVM para o exercicio da atividade de Gestão de Recursos de Terceiros, ressalvado o disposto no parágrafo 4o do artigo 3o
deste Código.

52° Os profissionais que exerçam a atividade de Gestão de Recursos de Terceiros e possuam alçada de decisão sobre o
investimento, desinvestimento e manutenção dos Ativos integrantes das carteiras dos Veiculos de Investimento devem
estar devidamente certificados, nos termos do Código de Certificação, ressalvado o disposto no parágrafo 4o do artigo 3o
deste Código.

53° A Gestão de Recursos de Terceiros realizada com a utilização de sistemas automatizados ou algoritmos está sujeita às
obrigações e regras previstas neste Código.

Seção I-Obrigações Gerais do Gestor de Recursos de Terceiros

Art. 32-O Gestor de Recursos é responsável:

Pelas decisões de investimento, manutenção e desinvestimento, segundo a politica de investimento e demais


características do Veiculo de Investimento estabelecidas nos Documentos dos Veiculos de Investimento, conforme
aplicável;

IL Pelas ordens de compra e venda de Ativos e demais modalidades operacionais;

IIL Pelo envio das informações relativas aos negócios realizados pelos Veiculos de Investimento ao Administrador
Fiduciario ou ao terceiro contratado para essa atividade, quando aplicável;
IV. Pela negociação, alocação e rateio de ordens dos Veiculos de Investimento, quando aplicável; V. Pelo enquadramento
aos limites de investimento da carteira dos Veiculos de Investimento, observado o disposto nos Documentos dos Veiculos
de Investimento e na Regulação vigente;

VI. Pelo processo de prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e ao financiamento da proliferação
de armas de destruição em massa - PLD/FTP dos Alivos adquiridos pelos Veiculos de Investimento;

VII. Pelo controle de risco dos Veiculos de Investimento, incluindo, mas não se limitando à gestão do risco de liquidez,
risco de mercado e risco de crédito, bem como ao enquadramento dos Veiculos de Investimento aos limites de risco
estabelecidos nos Documentos dos Veículos de Investimento e/ou em suas regras de risco, e

VIIL Por garantir que as operações realizadas pelos Veiculos de Investimento tenham sempre propósitos económicos
compatíveis com os Documentos dos Veiculos de Investimento, e estejam em consonância com os principios gerais de
conduta previstos neste Código.

Parágrafo único - É recomendável que o Gestor de Recursos observe, para atender

o disposto no inciso VII do caput, o Guia Anbima de PLD/FTP disponivel no site da Associação na internet.

Art. 33-O Gestor de Recursos deve estabelecer procedimentos para o controle e monitoramento das operações realizadas
entre os Veiculos de Investimento sob a mesma gestão, com critérios que busquem mitigar eventuais conflitos de
interesse e assimetria entre os Veiculos de Investimentos.

Seção IV - Gestão de Risco dos Veículos de Investimento

Subseção I- Responsabilidades

Art. 37-O Gestor de Recursos é o responsável pela gestão de risco da carteira dos Veículos de Investimento, ressalvado o
risco de liquidez, que deve ser gerido em conjunto com o Administrador Fiduciario.

51° A gestão de risco de que trata o caput deve ser desempenhada por área designada para esta atividade, devendo o
Gestor de Recursos assegurar que essa área:

L Detenha profissionaisemquantidadesuficiente, observada anatureza,oporte,acomplexidade, a estrutura, o perfil de risco


das operações realizadas e o modelo de negócio da instituição, IL Tenha profissionais com qualificação técnica e
experiência necessária para o exercicio da atividade,

II Possua independência funcional em relação à mesa de operação,

IV. Tenha comunicação direta com a diretoria ou alta administração para realizar relato dos resultados decorrentes das
atividades relacionadas à sua função,

V. Tenha acesso regular a capacitação e treinamento, e

VI. Tenha autonomia e autoridade para questionar os riscos assumidos nas operações realizadas pela Instituição
Participante e adotar as medidas necessárias.

52° A área referida no parágrafo acima é responsável por

L Implementar, manter e executar o processo de gestão de risco e o disposto no documento interno que trata das regras,
procedimentos e controles de risco, nos termos do artigo 39. incluindo os terceiros contratados para desempenhar
funções ligadas a esse processo;

IL Elaborar, no minimo mensalmente, relatório de monitoramento indicando os Veiculos de Investimento que tiveram seus
limites de risco excedidos;

IL Reportar os assuntos envolvendo a gestão de risco para as áreas e profissionais determinados pela instituição e para os
diretores de gestão de risco e de Gestão de Recursos de Terceiros, IV. Publicar o documento interno que trata das regras,
procedimento e controles de risco, nos termos do artigo 39, no site do Gestor de Recursos e mantê-lo atualizado,
informando a data de vigência do documento, bem como a data da última revisão; e

V. Manter em seus arquivos os documentos previstos nesta seção por, no minimo, 5 (cinco) anos. 53°. O Gestor de
Recursos pode, sem prejuízo de suas responsabilidades, contratar terceiros para desempenhar a atividade prevista neste
artigo, sendo que, neste caso, os requisitos de contratação previstos no capitulo VI deste Código devem ser igualmente
aplicáveis para esta contratação.

54°. O Gestor de Recursos deve observar, caso aplicável, as regras de gestão de risco especificas para cada Veiculo de
Investimento, conforme previsto nos anexos a este Código

Selo Anbima (Cap. XIII)

Art. 58. A veiculação do selo Anbima tem por finalidade exclusiva demonstrar o compromisso das Instituições
Participantes em atender às disposições deste Código.

51°. A Anbima não se responsabiliza pelas informações constantes dos documentos divulgados pelas Instituições
Participantes, ainda que façam uso do selo Anbima, nem tampouco pela qualidade da prestação de suas atividades.

52°. Cabe à Diretoria regulamentar as regras e procedimentos para o uso do selo Anbima.

Fundos de Investimento 555 (Anexo I)

OE 005.07.a - Conhecer as regras especificas detalhadas no Anexo I - Fundos de Investimento 555.

Objetivo e Abrangência (Cap.1)

Art. 1° - O presente anexo aplica-se, em adição às regras do Código, aos Fundos 555-

Parágrafo único - Em caso de eventual divergência entre as disposições deste anexo e do Código, prevalecem as
disposições deste anexo.

Documentos e informações dos Fundos 555 (Cap. III)

Art. 7° 0 Administrador Fiduciario deve tomar providências para que sejam disponibilizados aos investidores os
documentos relacionados ao Fundo 555 e suas informações periódicas a partir de seu ingresso no Fundo, nos termos da
Regulação aplicável

Art. 8° - Os documentos devem conter as principais caracteristicas do Fundo 555, dentre as quais as informações
relevantes aos investidores sobre politicas de investimento, taxas e riscos envolvidos, bem como seus direitos e
responsabilidades.

Lâmina de Informações Essenciais

Art. 9° - O Administrador Fiduciário do Fundo 555 aberto que não seja destinado exclusivamente a investidores
qualificados deve elaborar lámina de informações essenciais na forma do disposto na Regulação vigente.

cas

Parágrafo único - Cabe à Diretoria regulamentar as regras e procedimentos referentes

à elaboração da escala de risco para a lámina de informações essenciais.


Publicidade dos Fundos 555 (Cap. VI)

Regras Gerais (Seção 1)

Art. 20-A Instituição Participante, ao elaborar e divulgar Material Publicitário e Material Técnico, deve L Envidar seus
melhores esforços no sentido de produzir materiais adequados aos investidores, minimizando incompreensões quanto ao
seu conteúdo e privilegiando informações necessárias para a tomada de decisão de investidores e potenciais investidores

II. Buscar a transparência, clareza e precisão das informações, fazendo uso de linguagem simples, clara, objetiva e
adequada aos investidores e potenciais investidores, de modo a não induzir ao erro ou a decisões equivocadas de
investimentos;

III. Conter informações verdadeiras, completas, consistentes e alinhadas com os documentos do Fundo 555:

IV. Zelar para que não haja qualificações injustificadas, superlativos não comprovados, opiniões ou previsões para as quais
não exista uma base técnica, promessas de rentabilidade, garantia de resultados futuros ou isenção de risco para
investidores e potenciais investidores,

V. Disponibilizar informações que sejam pertinentes ao processo de decisão, sendo tratados de forma técnica assuntos
relativos à performance passada, de modo a privilegiar as informações de longo prazo em detrimento daquelas de curto
prazo,

VI. Manter a mesma linha de conteúdo e forma e, na medida do possivel, incluir a informação mais recente disponivel, de
maneira que não sejam alterados os períodos de análise, buscando ressaltar períodos de boa rentabilidade, descartando
períodos desfavoráveis, ou interrompendo sua recorrência e periodicidade especialmente em razão da performance VII.
Privilegiar dados de fácil comparabilidade, e, caso sejam realizadas projeções ou simulações, detalhar todos os critérios
utilizados, incluindo valores e taxas de comissões; e

Vill. Zelar para que haja concorrência leal, de modo que as informações disponibilizadas ou omitidas não promovam
determinados Fundos ou Instituições Participantes em detrimento de seus concorrentes, sendo permitida comparação
somente nos termos do capitulo VI, seção V deste anexo

51° Todo Material Publicitário e Material Técnico é de responsabilidade de quem o elabora inclusive no que se refere à
conformidade com as regras previstas neste Código e na Regulação vigente. 52°. Não estão sujeitos às regras previstas nos
artigos 23 e 24 deste Código, os materiais dos Fundos de Investimento objeto de oferta pública, devendo ser utilizado,
para esses casos, os materiais aprovados pela CVM, conforme Regulação especifica para ofertas públicas.

53°. Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, a Instituição Participante estará sujeita às demais regras do Código.

Art. 21. Para fins deste Código, não são considerados Material Publicitário ou Material Técnico:

L Formulários cadastrais, questionários de perfil do investidor ou perfil de investimento, materiais destinados unicamente
à comunicação de alterações de endereço, telefone ou outras informações de simples referência para o investidor,

II. Materiais que se restrinjam a informações obrigatórias exigidas pela Regulação vigente, III. Questionários de due
diligence e propostas comerciais;

IV. Materiais de cunho estritamente jornalistico, inclusive entrevistas, divulgadas em quaisquer meios de comunicação

V. Saldos, extratos e demais materiais destinados à simples apresentação de posição financeira, movimentação e
rentabilidade, desde que restrito a estas informações ou assemelhadas; VI. Divulgação continuada de: cota, (i) patrimônio
liquido e (i) rentabilidade, por qualquer meio, bem como a divulgação da carteira na forma da politica de divulgação
prevista nos documentos dos Fundos

VIL Propaganda de empresas do Conglomerado ou Grupo Econômico da Instituição Participante que apenas faça menção
a investimentos de forma geral, ou de departamentos e/ou empresas que realizam a Administração Fiduciaria e Gestão de
Recursos em conjunto com os outros departamentos ou empresa que desenvolvam outros negócios do Conglomerado ou
Grupo econômico, e

VIII. Materiais e/ou relatórios que tenham como finalidade mero acompanhamento do Fundo, desde que seja um Fundo
Exclusivo ou Reservado.

Art. 22. As regras estabelecidas neste capitulo destinam-se, exclusivamente, as relações entre a Instituição Participante e
seus investidores ou potenciais investidores, não sendo aplicáveis nas relações restritas entre a Instituição Participante e
seus profissionais no exercicio de suas funções, ou entre as próprias instituições.

Material Publicitário (Seção II)

Art. 23. A Instituição Participante, ao divulgar Material Publicitário em qualquer meio de comunicação disponivel, deve
incluir, em destaque, link ou caminho direcionando os investidores ou potenciais investidores ao Material Técnico sobre o
Fundo 555 mencionado, de modo que haja conhecimento de todas as informações, caracteristicas e riscos do
investimento.

Parágrafo único A Instituição Participante e empresas do Conglomerado ou Grupo Económico que fizerem menção de seus
Fundos 555 nos Materiais Publicitários de forma geral e não especifica, devem incluir link ou caminho que direcione os
investidores ou potenciais investidores para o site da instituição.

Material Técnico (Seção III)

Art. 24-O Material Técnico deve possuir, no minimo, as seguintes informações sobre os Fundos 555-

L Descrição da classificação Anbima

II. Descrição do objetivo e/ou estratégia,

III. Público-alvo, quando destinado a investidores especificos,

IV. Carência para resgate e prazo de operação,

V. Tributação aplicável; e

VI. Informações sobre os canais de atendimento.

Parágrafo único - Nas agências e dependências das Instituições Participantes, devem-se manter à disposição dos
interessados, seja por meio impresso ou passivel de impressão, as informações previstas no caput.

Histórico da Rentabilidade (Seção VI)

Art. 31 - Ao divulgar a rentabilidade dos Fundos 555, as Instituições Participantes devem

L Utilizar o mes anterior do calendário civil,

II. Utilizar, caso aplicável, todos os meses do ano corrente do calendário civil de forma individual (més a més) ou com seu
valor acumulado (acumulado no ano),

III. Incluir anos anteriores do calendário civil

IV. Incluir periodos de 12 (doze) meses do calendário civil, contados até o més anterior à divulgação dos últimos 12 (doze)
meses, utilizando a mesma metodologia caso divulguem periodos múltiplos de 12 (doze) meses;

V. Incluir, nas hipóteses em que os Fundos 555 tenham sido constituidos a menos de 12 (doze) meses, a data de
constituição do Fundo até o més anterior à divulgação, e

VI. Tratar de forma segregada dos demais, os Fundos 555

a Destinados exclusivamente à aplicação de outros Fundos (Fundos máster),

b. Exclusivos e/ou Reservados; e


c. Administrados por Instituição que não seja Associada à Anbima ou Aderente a este Código

51°. Para os Fundos constituídos há menos de 12 (doze) meses é obrigatório observar, no minimo, as regras definidas nos
incisos I, II e VI, deste artigo.

Art. 32 - Caso haja mudança na classificação, nos termos estabelecidos pela CVM, mudança do Gestor de Recursos, ou,
ainda, mudança significativa na politica de investimento do Fundo 555, a Instituição Participante pode divulgar, adicional e
separadamente à sua rentabilidade obrigatória acumulada nos últimos 12 (doze) meses a rentabilidade relativa ao periodo
posterior à mudança, informando o que foi

alterado

51°. Para fins deste artigo, entende-se por mudança significativa:

LA alteração do objetivo de investimento do Fundo 555.

IL A alteração da classificação Anbima, nos termos estabelecidos pelas regras e procedimentos Anbima para classificação
de Fundos 555

III. A mudança do indice de referência (benchmark) do Fundo 555, e

IV. As situações em que os Fundos 555 espelhos que invistam mais de 95% (noventa e cinco por cento) em cotas de um
único Fundo quando houver a substituição do Fundo investidor.

52°. A Instituição Participante que optar por divulgar a rentabilidade relativa ao período posterior as mudanças de que
trata o caput, deverá divulgá-la obrigatoriamente por, no minimo, 12 (doze) meses. Art. 33. A divulgação de rentabilidade
deve ser acompanhada do valor do patrimônio liquido médio mensal do Fundo 555 apurado no último dia útil de cada
més, nos últimos 12 (doze) meses do calendário civil, ou nos meses de existência do Fundo 555, caso tenha sido
constituido a menos de 12 (doze) meses.

Avisos Obrigatórios (Seção VII)

Art. 34 - As Instituições Participantes devem incluir, com destaque, no Material Técnico, os seguintes avisos obrigatórios:

Caso faça referência a histórico de rentabilidade ou menção a performance:

a "Rentabilidade oblida no passado não representa garantia de resultados futuros",

b. "A rentabilidade divulgada não é liquida de impostos", e

c. "O investimento em Fundo não é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito".

d. Caso faça referência à simulação de rentabilidade de um Fundo 555 nos casos previstos no artigo 29 deste anexo: "As
informações presentes neste material técnico são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser
significativamente diferentes".

II. Caso haja cobrança de taxa de entrada, taxa de saida e/ou outras taxas que afetem a rentabilidade do Fundo 555, e
estas taxas não estejam refletidas no valor da cota, o aviso do inciso I, alinea "a", "i" deste artigo deve ser substituido pelo
seguinte aviso: "A rentabilidade divulgada não é liquida de impostos e taxa de Inome da taxal"

Apreçamento dos Ativos (Cap. VII)

OE 005.07.b - Entender o objetivo do Apreçamento de Ativos no registro dos ativos financeiros, conforme definidos pela
regulamentação em vigor.
Art. 35-O Administrador Fiduciario deve adotar no Apreçamento dos Ativos a metodologia de Apreçamento, conforme
Regulação vigente.

Parágrafo único - O apreçamento tem como principal objetivo evitar a transferência de

riqueza entre os investidores dos Fundos 555, além de dar maior transparência aos riscos embutidos nas posições.

Art. 36 - Cabe à Diretoria regulamentar as regras e procedimentos referentes ao Apreçamento dos fundos 555

As Regras e Procedimentos Anbima para Apreçamento n. 1, de 23/05/2019, tem por objetivo estabelecer normas,
critérios e procedimentos para o apreçamento dos ativos financeiros integrantes das carteiras dos Fundos de
Investimento.

MÓDULO 25 – TRIBUTAÇÃO DE FUNDOS E IOF

OE 015.01.a - Conhecer as alíquotas, o fato gerador, a base de cálculo e os agentes responsáveis pelos recolhimentos,
calcular o imposto de renda e o ganho de capital nas aplicações em fundos de investimentos.

Para compreender os aspectos relacionados à tributação de fundos e IOF é importante entender os seguintes concellos:

Fato gerador: é o evento que gera a obrigação de pagar um tributo descrito em lei No caso do imposto de renda, o fato
gerador é a aquisição da disponibilidade de renda, ou seja, o produto do capital, do trabalho ou de ambos, ou de
acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda

-Renda: é o produto do capital e/ou do trabalho,

-Acréscimo patrimonial: é o ganho de capital na alienação de um bem, por exemplo, -Base de cálculo: quantifica o fato
gerador do tributo. É o rendimento, o ganho e o lucro,

Aliquotac estabelece a parcela da base de cálculo que corresponde ao tributo devido -Contribuinte: é o sujeito que pratica
o fato gerador, ou seja, a pessoa que aufere renda ou percebe acréscimos patrimoniais;

Responsável: em geral, é o próprio contribuinte, no entanto, outra pessoa pode estar obrigada ao pagamento do tributo.
Ou seja, responsável é a pessoa que, mesmo sem se revestir da condição de contribuinte, encontra-se legalmente
obrigada a pagar o imposto

Imposto de Renda nos Fundos de Renda Fixa de Curto prazo e de Longo Prazo

OE 015.02.a - Entender e explicar as regras da Receita Federal para composição das carteiras dos fundos.

Composição das carteiras segundo regras da Receita Federal

Os fundos de investimento regidos por norma geral e classificados como renda fixa, multimercado e cambial seguem
regras de tributação similares àquelas aplicáveis aos demais investimentos em renda fixa, observada a seguinte distinção
quanto ao seu enquadramento em curto prazo ou longo prazo.

Fundos de Renda Fixa de Curto Prazo

São os fundos que possuem titulos em carteira com prazo médio igual ou inferior a 365 dias. No resgate, assim como no
caso de ativos de renda fixa, calcula-se primeiro o eventual IOF.

O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRR) devido por ocasião do resgate segue as seguintes aliquotas: 22.5% em
aplicações de até 180 dias,

20% em aplicações com prazo acima de 180 dias.

Os fundos de renda fixa sofrem a incidência do come-colas, um mecanismo semestral que antecipa o valor do IR devido
considerando a menor aliquota de IR possivel para o fundo, ou seja, a de 20%

A cobrança (do montante em dinheiro) é feita pela redução de cotas (come-cotas) a cada seis meses, no último dia útil de
maio e de novembro. Caso o resgate ocorra antes de seis meses e o come-cotas já tiver sido cobrado, poderá ocorrer
cobrança de IR complementar
O quadro a seguir mostra a composição dos fundos de investimento de curto prazo

FUNDOS DE INVESTIMENTO DE CURTO PRAZO (carteiras com titulos com prazo médio igual ou inferior a 365 dias)

Fato Gerador: Rendimentos auferidos no último dia útil dos meses de maio e novembro de cada ano, ou no resgate, se
ocorrido em outra data

Base de Cálculo: Diferença positiva entre o valor patrimonial da cota no dia da aplicação e o valor apurado no último dia
útil dos meses de maio e novembro ou no resgate. O IRRF devido é sempre liquido de eventual IOF.

Alíquota: Semestralmente 20,00%; No resgate: será aplicada, se necessária, aliquota complementar em função do prazo
da aplicação. Aplicações até 180 dias: 22,50%; Aplicações acima de 180 dias: 20,00%

Retenção e Recolhimento: Retido na fonte: na dala do fato gerador, Recolhido: 3o dia útil subsequente ao decêndio do
fato gerador.

Responsabilidade pelo Recolhimento: Do administrador do fundo.

Compensação: Os prejuízos havidos nos resgates poderão ser compensados com rendimentos auferidos em resgates
posteriores, no mesmo ou em outro fundo da mesma natureza tributária, desde que administrado pela mesma pessoa
juridica. A instituição administradora deverá manter um sistema de controle e registro em meio magnético que permita a
identificação, em relação a cada cotista, dos valores compensáveis.

Isenção: Não há

Fundos de Renda Fixa de Longo Prazo

Os fundos de investimento de longo prazo são aqueles que possuem titulos em carteira com prazo médio maior do que
365 dias. No resgate, assim como no caso de ativos de renda fixa, calcula-se primeiro o eventual IOF. O IRRF devido por
ocasião do resgate segue as seguintes aliquotas:

22.5% - APLICAÇÕES DE ATÉ 180 DIAS

20% - APLICAÇÕES DE 181 ATÉ 360 DIAS

17.5% - APLICAÇÕES DE 361 ATĖ 720 DIAS

15% - APLICAÇÕES ACIMA DE 720 DIAS

Para os fundos de longo prazo, a aliquota do come-cotas considera o valor de 15% sobre o IR.

O quadro a seguir mostra a composição dos fundos de investimento de longo prazo

Fundos de Investimento de Renda Fixa de Longo Prazo (carteiras com titulos com prazo médio superior a 365 dias)

Fato Gerador: Rendimentos auferidos no último dia útil dos meses de maio e novembro de cada ano, ou no resgate, se
ocorrido em outra data.

Base de Cálculo: Diferença positiva entre o valor patrimonial da cota no dia da aplicação e o valor apurado no último dia
útil dos meses de maio e novembro ou no resgate. O IRRF devido é sempre liquido de eventual IOF.

Alíquota: Semestralmente: 15.00%; No resgate será aplicada, se necessária, aliquota complementar em função do prazo
da aplicação. • Aplicações de até 180 dias: 22,50%; • Aplicações de 181 a 360 dias: 20,00%; • Aplicações de 361 a 720
dias: 17.50%; • Aplicações acima de 720 dias: 15,00%

Retenção e Recolhimento: Retido na fonte: na data do fato gerador. Recolhido: 3o dia útil subsequente ao decêndio do
fato gerador.

Responsabilidade pelo Recolhimento: Administrador do fundo.

Compensação: Os prejuízos havidos nos resgates poderão ser compensados com rendimentos auferidos em resgates
posteriores, no mesmo ou em outro fundo da mesma natureza tributária, desde que administrado pela mesma pessoa
jurídica. A instituição administradora deverá manter sistema de controle e registro em meio magnético que permita a
identificação, em relação a cada cotista, dos valores compensáveis.
Isenção: Não há

Come-cotas - alíquotas e características

OE 015.02.b - Entender e explicar o "come-cotas" e suas aliquotas.

Os rendimentos em fundos de investimento são tributados pelo IR em dois momentos: no resgate e semestralmente, sem
a ocorrência de resgate, no último dia útil de maio e novembro. Esta cobrança semestral é conhecida como come-cotas.

No come-cotas o imposto de renda é cobrado em forma de cotas sobre os ganhos obtidos em fundos de curto e longo
prazo.

O cálculo do imposto a ser pago é aplicado sobre os rendimentos obtidos, sendo que no primeiro desconto considera-se a
valorização desde a compra das cotas. No segundo desconto em diante, o cálculo é feito com base na diferença dos
últimos seis meses.

Sobre os rendimentos obtidos, incidiu aliquota de 20% para os fundos curto prazo, 15% para os fundos longo prazo.

Como o valor da cota não é afetado, a rentabilidade do fundo também não sofre influência.

Porém, o rendimento final de cada investidor será impactado, pois cada investidor terá menos colas a cada cobrança do
come-cotas.

OE 015.02.c - Calcular o valor do Imposto de Renda nos fundos de renda fixa de curto prazo e de longo prazo.

Em 03/02/2017 um investidor aplicou R$ 100.000,00 em um fundo de renda fixa de longo prazo, adquirindo 1.000 cotas,
que valiam R$ 100,00 cada.

Suponha que em 30/05/2017, último dia útil do mês, as cotas tenham valorizado 10%, valendo agora R$ 110,00 cada. O
investidor possui então R$ 110.000,00 em sua aplicação (1000 cotas a R$ 110,00 cada).

Nesse momento, o come-cotas devido é de 15% do rendimento, isto é, 15% sobre o ganho de capital de R$ 10.000,00 (o
investidor aplicou R$ 100.000,00 e possui, nesse momento, R$ 110.000,00). Logo, o come-cotas será de R$ 1500,00, (15%
sobre R$ 10.000,00).

Porém, deve-se transformar esse valor em um determinado número de cotas, que serão "comidas" pela IRRF.

Como cada cota vale R$ 110,00, então, R$ 1.500,00 equivalem a R$ 1.500,00/R$ 110,00 -13.6364 colas.

Portanto, em 02/06/2017, próximo dia útil após a cobrança do come-cotas, a posição da aplicação desse investidor será a
seguinte.

Quantidade de cotas: 1000-13,6364 (come-cotas) - 986.3636 cotas;

Valor de cada cota: R$ 110,00 (o come-cotas não afeta o valor da cota),

Saldo na aplicação após incidência do come-colas: R$ 110,00/cola x 986.3636 colas - R$ 108.500,00, equivalente à
aplicação inicial de R$ 100.000, somada com o rendimento bruto de R$ 10.000 e deduzido Imposto de Renda (come-
cotas) de R$ 1.500 (15% do ganho).

Compensação de perdas

OE 015.02.d-Entender e explicar a compensação de perdas em fundos de investimento.

As eventuais perdas apuradas no resgate de cotas de fundos de investimento podem ser compensadas com rendimentos
auferidos em resgates posteriores, no mesmo ou em outro fundo de investimento, desde que

administrado pelo mesmo administrador,

esteja sujeito à mesma classificação tributária (longo prazo, curto prazo ou renda variável), devendo a instituição
administradora manter sistema de controle e registro em meio magnético que permita a identificação, em relação a cada
cotista, dos valores compensáveis.
Segundo o artigo 15.5 1o da IN RFB 1.585/15, considera-se perda "a diferença negativa entre o valor de resgate e o valor
da aplicação acrescido dos rendimentos tributados anteriormente".

No caso de resgate total de cotas, o valor das perdas deverá permanecer nos sistemas de controle e registro da referida
instituição obrigatoriamente até o final do ano-calendário seguinte ao do resgate. A tabela a seguir mostra um exemplo de
cálculo de IR com compensação de perdas:

ANO DA APLICAÇÃO VAL APLICAÇÃO FUNDORF LONGO PRAZO RESGATE TOTAL ANO RESGATE GANHO/PERDA

2016 100.000,00 80.000,00 2021 -20.000,00

2017 100.000,00 130.000,00 2022 30.000,00

IR-15% (30.000,00-20.000,00)-1,500,00

Como o lucro decorrente do resgate da segunda aplicação ocorreu até 31/12/22, a perda decorrente do resgate realizado
em 2021, na primeira aplicação, pode ser compensada, prevalecendo em ambas

a aliquota de 15% da tabela regressiva para aplicações com prazo superior a 720 dias em fundos RF classificados como
longo prazo.

Para simplificação do exemplo, não foi considerado o come-colas.

Fundos incentivados de investimento em infraestrutura

OE 015.02.e - Calcular o valor do Imposto de Renda nos Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura.

Os Fl-Infra e os FIC-FI-Infra podem ser constituidos sob a forma de condominio fechado ou aberto classificados como
renda fixa.

Esses fundos compram as debentures de infraestrutura incentivadas, certificados de recebiveis imobiliários e fundos de
investimento em direitos creditórios cujos rendimentos são isentos de Imposto de Renda para pessoas fisicas.

Esses fundos têm uma carência de 180 dias para atingir um percentual minimo de 67% do seu patrimônio liquido em
ativos de infraestrutura. Após dois anos da sua integralização, o limite sobe para 85% para obter o beneficio fiscal.

Fundos de Renda Variável e Clubes de Investimento

OE 015.03.a - Calcular o valor do Imposto de Renda nos fundos de renda variável e clubes de investimento.

Os fundos de renda variável são investimentos com retorno de capital que podem variar positivamente ou negativamente,
de acordo com as expectativas do mercado, ou seja, não podem ser dimensionados no momento da aplicação.

Para as aplicações efetuadas a partir de 02/01/2005, o IR recolhido no resgate é de 15% sobre o ganho nominal (diferença
entre o valor resgatado e o aplicado) e não há incidência de IOF e nem de come-cotas.

Os rendimentos obtidos no resgate de cotas de fundos e clubes de investimento cujas carteiras sejam constituidas, no
minimo, por 67% de ações negociadas no mercado à vista de bolsas ou entidades assemelhadas são tributados à aliquota
de 15%.

O quadro a seguir mostra a composição dos fundos e clubes de investimento de renda variável:

Fundos e Clubes de Investimento em Ações

Fato Gerador: Auferir rendimentos no resgate de cotas.

Base de Cálculo: Diferença positiva entre o valor de resgate e valor de aquisição da cota.

Alíquota: 15,00%

Retenção e Recolhimento: Retido na fonte: na data do resgate. Recolhido: 3o dia útil subsequente ao
decêndio do fato gerador.
Responsabilidade pelo Recolhimento: Do administrador do fundo ou do clube.

Compensação: Os prejuízos havidos nos resgates totais poderão ser compensados com

rendimentos auferidos em resgates posteriores, no mesmo ou em outro fundo da


mesma natureza tributária, desde que administrado pela mesma pessoa jurídica. A
instituição administradora deverá manter sistema de controle e registro em meio
magnético que permita a identificação, em relação a cada cotista, dos valores
compensáveis.

Isenção: Não há

Observações: Serão equiparados ás ações, para efeito da composição do limite de 67%


em ações, os recibos de subscrição de ações, os certificados de depósitos de ações, os
BDRs, as colas dos fundos de ações e as cotas dos fundos de indice de ações negociadas
em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado.

Veja o exemplo:

Se um investidor aplicou R$ 100.000,00 em um fundo de renda variável e, no resgate, o valor retido do IR foi de R$ 7,500,
qual foi o valor do rendimento da aplicação?

a) R$ 25.000,00

b) R$ 50.000,00

c) R$ 60.000,00

d) R$ 75.000,00

Os ganhos auferidos em aplicações em fundo de ações são tributados no resgate à aliquota de 15%. Assim, como o IR foi
de R$ 7.500,00 e a aliquota de 15%, o ganho foi de (R$ 7.500 / 15%) - R$ 50.000,00.

Tributação de Fundos Fechados

OE 015.04.a-Calcular o valor do Imposto de Renda nos fundos fechados. Tributação na alienação da cota por pessoa fisica:

• 15% para pessoa juridica

• Aliquota progressiva para pessoa fisica como ganho de capital na alienação de bens e direitos conforme abaixo.

I 15% sobre os ganhos até R$ 5,.000.000,00,

II 17.5% sobre os ganhos que excederem R$ 5.000.000,00 até R$ 10.000.000,00

IIL 20% sobre os ganhos que excederem R$ 10.000.000,00 até R$ 30.000.000,00, e

IV. 22,5% sobre os ganhos que excederem R$ 30.000.000,00.

IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)

OE 015.05.a - Calcular o valor do Imposto sobre Operações Financeiras nos fundos de renda fixa e nos fundos com data de
aniversário.

IOF/TVM

Atualmente, o IOF/TVM incide sobre o rendimento que compõe o valor de resgate, cessão ou repactuação, limitado ao
percentual do rendimento em função do prazo da operação, sendo de 96% em operações com prazo de um dia e zero em
operações com prazo de 30 ou mais dias corridos.

A sua cobrança ocorre antes da cobrança do IRRF e incide sobre:

Aplicações em renda fixa

Aplicações em fundos de investimento de renda fixa.


São contribuintes do IOF as pessoas fisicas e as pessoas juridicas que efetuarem operações de relativas a titulos ou valores
mobiliários. Por sua vez, a cobrança e o recolhimento do imposto são efetuados pelo responsável tributário, ou seja, pelas
instituições autorizadas a operar na compra e venda de titulos ou valores mobiliários.

No quadro a seguir, reproduzimos a tabela do IOF/TVM.

N° dias Limite de Rendimento

1 96% 11 63% 21 30% 2 93% 12 60% 22 26% 3 90% 13 56% 23 23% 4 86% 14 53% 24 20% 5 83% 15 50% 25 16% 6 80%

16 46% 26 13% 7 76% 17 43% 27 10% 8 73% 18 40% 28 6% 9 70% 19 36% 29 3% 10 66% 20 33% 30 Isento

Como regra geral, o IOF incide sobre: titulos públicos, CDB, RDB, fundos de renda fixa de curto e de longo prazo, LCI, LH e
COE, conforme segue:

Aliquota zero:

- CRI, CRA, LCA e CDCA.

- Operações de renda variável com caracteristica de renda fixa e swaps.

- Resgate de cotas de fundos e clubes de ações.

- Titulos de renda fixa privados, como debentures e letras financeiras.

- Operações de renda variável realizadas em bolsa de valores e de mercadorias ou em mercado de balcão organizado.

- FIP. FIC-FIP e FICE (incluindo FIP-IE e FIP-PD&D.

- Operações de titularidade de instituição financeira e carteiras de fundos de investimento.

Isento: CPR, CDA e WA

Não incidencia: depósito em caderneta de poupança, transferência de custódia de titulos entre instituições financeiras
(desde que seja o mesmo favorecido) e depósito judicial.

IOF virtual:

- Gera um provisionamento do IOF no come-cotas para evitar o não recolhimento deste imposto em eventual resgate em
um fundo,

- Ocorre quando o investidor aplica em um fundo e o come-cotas ocorre com menos de 30 dias da data desta aplicação. O
IOF é apenas provisionado, reduzindo a base de cálculo do come-cotas. O IRRF será ajustado quando ocorrer resgate ou
no próximo come-cotas.

Um cliente aplica a nove dias da incidência do come-cola do mês de maio em um fundo de renda fixa de curto prazo.

Come-cotas sem IOF virtual Come-cotas com IOF virtual

Rendimento R$ 10.000,00 R$ 10.000,00

IOF virtual R$ 0,00 R$ 7,000,00

Rendimento após IOF R$ 10.000,00 R$ 3,000,00

Come-cotas R$ 2.000,00 R$ 600,00

Diferença R$ 0,00 R$ 1.400,00

*A diferença é ajustada no próximo come-colas ou no resgate, o que ocorrer primeiro. Note que, caso o cliente efetue o
resgate antes de seis meses, haverá tributação de IR de 22,50% cm ambos os casos.

RESUMO
Fundos de renda fixa de curto prazo: são os que possuem titulos em carteira com prazo médio igual ou inferior a 365 dias.
No resgate, assim como no caso de ativos de renda fixa, calcula-se primeiro o eventual IOF. O Imposto de Renda Retido na
Fonte (IRRF) devido por ocasião do resgate segue as seguintes aliquotas:

22.5% em aplicações com prazo de até 180 dias,

20% em aplicações com prazo acima de 180 dias.

Os fundos de renda fixa sofrem a incidência do come-cotas, um mecanismo semestral que antecipa o valor do IR devido
considerando a menor aliquota de IR possivel para o fundo, a qual, nesta modalidade, é de 20%. A cobrança (do montante
em dinheiro) é feita pela redução de colas (come-cotas) a cada seis meses, no último dia útil de maio e de novembro.

Fundos de renda fixa de longo prazo: são os que possuem titulos em carteira com prazo médio superior a 365 dias. No
resgate, assim como no caso de ativos de renda fixa, calcula-se primeiro o eventual IOF. O IRRF devido por ocasião do
resgate segue as seguintes aliquotas:

• 22.5% em aplicações com prazo de até 180 dias,

20% em aplicações com prazo de 181 até 360 dias,

17.5% em aplicações com prazo de 361 até 720 dias.

15% em aplicações com prazo acima de 720 dias.

Para os fundos de longo prazo, a aliquota do come-cotas considera o valor de 15% sobre o IR.

Compensação para fundos de RF curto e longo prazo os prejuízos havidos nos resgates poderão ser compensados com
rendimentos auferidos em resgates posteriores, no mesmo ou em outro fundo da mesma natureza tributária, desde que
administrado pela mesma pessoa jurídica.

Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura: compram as debentures de infraestrutura incentivadas,


certificados de recebiveis imobiliários e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios cujos rendimentos são isentos de
IRPF.

Fundos de renda variável e clubes de investimento: os rendimentos obtidos no resgate de cotas de fundos e clubes de
investimento cujas carteiras sejam constituidas, no minimo, por 67% de ações negociadas no mercado à vista de bolsas ou
entidades assemelhadas são tributados à aliquota de 15% e não há incidencia de IOF e nem de come-cotas.

Compensação: os prejuízos havidos nos resgates poderão ser compensados com rendimentos auferidos em resgates
posteriores, no mesmo ou em outro fundo da mesma natureza tributária, desde que administrado pela mesma pessoa
jurídica.

Serão equiparados às ações, para efeito da composição do limite de 67% em ações, os recibos de subscrição de ações, os
certificados de depósitos de ações, os BDRs, as colas dos fundos de ações e as cotas dos fundos de indice de ações
negociadas em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado.

Fundos fechados: tributação na alienação da cota por pessoa fisica.

Enquadrado como fundo de ação com alienação da cota na bolsa de valores: tributado como ganho liquido com aliquota
de 15%

Enquadrado como fundo de renda fixa com alienação da cota na bolsa de valores: tribulado como renda fixa

Alienação de cotas fora da bolsa:

- pessoa juridica: 15%

- pessoa fisica aliquota progressiva como ganho de capital

na alienação de bens e direitos:

15% sobre os ganhos até R$ 5 milhões;

17.5% sobre os ganhos que excederem R$ 5 milhões até R$ 10 milhões


20% sobre os ganhos que excederem R$ 10 milhões até R$ 30 milhões,

22,5% sobre os ganhos que excederem R$ 30 milhões.

Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Titulos ou Valores Mobiliários (IOF/TVM): incide
sobre o rendimento que compõe o valor de resgate, cessão ou repactuação, limitado ao percentual do rendimento em
função do prazo da operação, sendo de 96% em operações com prazo de um dia zero em operações com prazo de 30 ou
mais dias corridos.

A cobrança ocorre antes do IRRF e incide sobre titulos públicos, CDB, RDB, fundos de renda fixa de curto e de longo prazo,
LCL, LH e COE

Aliquota zero:

- CRI, CRA, LCA e CDCA;

-Operações de renda variável com caracteristica de renda fixa e swaps.

-Resgate de cotas de fundos e clubes de ações.

-Titulos de renda fixa privados, como debentures e letras financeiras.

- Operações de renda variável realizadas em bolsa de valores e de mercadorias ou em mercado de balcão


organizado.

-FIP. FIC-FIP e FICE (incluindo FIP-IE e FIP-PD&I).

- Operações de titularidade de instituição financeira e carteiras de fundos de investimento

Isento: CPR, CDA e WA

Não incidencia depósito em caderneta de poupança, transferência de custódia de titulos entre instituições financeiras
(desde que seja o mesmo favorecido) e depósito judicial.

MÓDULO 26 – PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA

Previdência Social x Previdência Privada

Avaliação da necessidade do cliente

OE 175.01.a - Avaliar quais são os benefícios em contribuir para a Previdência Social pensando em um plano para a
aposentadoria. Avaliar a necessidade do cliente em utilizar a Previdência Privada como complemento de sua
aposentadoria oficial.

A Previdência Social é o seguro social para o contribuinte. É uma instituição pública que tem como objetivo reconhecer e
conceder direitos aos seus segurados.

A renda transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a renda do trabalhador contribuinte quando ele
perde a capacidade de trabalho, seja por doença, invalidez, idade avançada, morte, desemprego involuntário ou até
mesmo em função de maternidade e reclusão.

Os planos de Previdência Privados individuais são aqueles que o investidor pode adquirir diretamente nas instituições
especializadas em administrar esse tipo de produto ou por meio de um corretor de seguros.

Os produtos de previdência, sobretudo aqueles cujo objetivo seja uma renda ou beneficio de aposentadoria, devem ser
pensados como uma poupança de longo prazo, ou seja, quanto mais cedo se começar, maior será o valor recebido no
momento da aposentadoria.

No entanto, a maioria das pessoas no Brasil começa a pensar no futuro muito tarde, talvez pela falta de cultura sobre o
assunto ou de disponibilidade de recursos.

Normalmente, as pessoas só procuram por planos de previdência a partir dos 40 anos, para se aposentar aos 55 anos, por
exemplo.
Se a entidade de previdência adotar a tábua atuarial AT-2000, a expectativa de vida para um homem de 55 anos é de
aproximadamente mais 29 anos, ou seja, nesse caso, o participante terá de poupar aproximadamente por 10 ou 15 anos
para receber renda por 29 anos (expectativa de vida).

Assim, fica fácil entender que o esforço contributivo de quem começa a poupar tarde será muito maior, tomando o
produto aparentemente caro. Por outro lado, se aquele mesmo participante optasse por contratar o seu plano aos 20
anos, teria muito mais tempo para poupar (35 anos), o que certamente tomaria o produto muito mais atraente.

Logo, o tempo destinado à acumulação de recursos é fundamental para o cálculo do custo do produto.

O beneficio máximo previsto pela Previdência Social equivale a R$ 7.507.49*. Este valor tem sido reajustado anualmente,
sempre no mês de janeiro, pelo governo federal, juntamente com outros beneficios da Previdência Social e o salário
minimo.

Um plano de previdência depende essencialmente de quatro variáveis no ato de sua contratação:

1 Idade com que se inscreveu para o plano

2 Idade da aposentadoria

3 Quanto receber no futuro, e

4 Rentabilidade do dinheiro

*Este é o valor vigente em jan/2023.

PGBL e VGBL

OE 175.02.a - Entender e explicar as caracteristicas dos principais produtos de Previdência Complementar Aberta e
analisar suas caracteristicas (PGBL e VGBL), suas diferenças e adequação às necessidades dos clientes.

Plano Gerador de Benefício Livre - PGBL

O PGBL designa planos que, durante o periodo de diferimento, tenham a remuneração da provisão matemática de
beneficios a conceder baseada na rentabilidade da carteira de investimentos de FIC(s), no qual esteja aplicada a totalidade
dos respectivos recursos, sem garantia de remuneração minima e de atualização de valores e sempre estruturados na
modalidade de contribuição variável.

Caracteristicas especificas do PGBL

proporciona diferimento fiscal, ou seja, permite o abatimento das contribuições realizadas na apuração da base de cálculo
do imposto de renda até o limite de 12% da renda tributável; e tributação nos resgates ou recebimento de renda ocorre
sobre o valor total

Vida Gerador de Benefício Livre - VGBL

O VGBL designa planos que, durante o período de diferimento, tenham a remuneração da provisão matemática de
beneficios a conceder baseada na rentabilidade da(s) carteira(s) de investimento de FIC(s), no(s) qual(is) esteja(m)
aplicada(s) a totalidade dos respectivos recursos, sem garantia de remuneração minima e de atualização de valores e
sempre estruturados na modalidade de contribuição variável

Caracteristicas especificas do VGBL:

- não proporciona diferimento fiscal, ou seja, não permite o abatimento das contribuições realizadas na apuração
da base de cálculo do imposto de renda até o limite de 12% da renda bruta tributável; e

- tributação nos resgates ou recebimento de renda ocorre sobre os rendimentos, somente no evento de resgate
ou renda

Características comuns ao PGBL e VGBL

- é oferecido pelas Entidades Abertas de Previdência Complementar - EAPC;

- estruturado na modalidade de contribuição variável;


- não tem garantia de remuneração minima e de atualização de valores;

- recursos são investidos em um FIE - Fundo de Investimento Especialmente Constituido, cujos cotistas são as
seguradoras ou EAPC e, no caso de fundo com patrimônio do fundo segregado ao da entidade, os segurados e
participantes do VGBL e PGBL;

- nos planos sem patrimônio segregado, o participante se expõe ao risco de crédito da seguradora, pois no caso de
eventual insolvencia, o saldo do plano compõe o patrimônio da entidade, enquanto nos planos com patrimônio
segregado, o risco de crédito da seguradora para o participante é menor na fase de acumulação, considerando que pode
haver a portabilidade dos recursos antes da conversão da renda. Já na fase de beneficio, o risco de crédito da seguradora
é representativo, pois é somente ela quem garante o pagamento dos beneficios:

- cotização diária com base no FIC, onde estão aplicados os respectivos recursos;

carteira de investimentos estruturada sobas modalidades Soberano, Renda Fixa ou Composto, conforme classificação
Susep

- o risco especifico dos ativos nos quais os recursos foram investidos é mais acentuado na fase de acumulação,
pois a seguradora não garante rentabilidade sobre o montante dos recursos acumulados no fundo,

- não cobra IOF ou imposto de renda sobre rendimentos, conforme regras do come-cotas,

- pode compor a estrutura de planos individuais ou coletivos,

- possibilita a contratação do beneficio que poderá ser recebido sob a forma de pagamento único ou renda,
respeitando a estrutura técnica do respectivo plano e os dados atualizados da proposta de inscrição,

- na fase de beneficios poderá ter reversão de resultados financeiros ou excedentes financeiros; e

prazos do resgate:

- de planos destinados ao público em geral:

- carência inicial para resgate de 60 dias a 60 meses; e intervalo minimo entre resgates de 60 dias a 6
meses.

- de planos destinados a proponentes qualificados: -carência inicial para resgate de 180 dias a 60 meses, e

- intervalo minimo entre resgates de 60 dias a 24 meses.

prazos da portabilidade

entre entidades diferentes:

-carência inicial para portabilidade minima de 60 dias para planos destinados ao público em geral, sendo
estendido para 180 dias nos planos destinados a participantes qualificados.

-intervalo minimo de 60 dias entre portabilidades.

na mesma entidade:

- admite-se períodos inferiores a 60 dias de carência inicial e de intervalo minimo.

Escolha do produto mais adequado

Para que a escolha do produto seja adequada, alguns pontos importantes devem ser levados em consideração. Veja a
seguir um resumo das principais caracteristicas do PGBL e VGBL

PGBL Contribuições: As contribuições realizadas podem ser deduzidas da renda bruta tributável, até o limite de 12%, para
apuração da base de cálculo do imposto de renda devido na declaração de ajuste anual. Necessário ser contribuinte do
INSS ou aposentado para usufruir desta possibilidade.

VGBL Contribuições: Não é permitida a dedução das contribuições da renda bruta tributável
PGBL Retirada dos recursos: Nos eventos de resgate de recursos ou recebimento de renda ocorre tributação de imposto
de renda sobre o valor total retirado de acordo com o regime tributário escolhido pelo participante

VGBL Retirada dos recursos: Nos eventos de resgate de recursos ou recebimento de renda, ocorre tributação de imposto
de renda sobre os rendimentos do valor retirado, de acordo com o regime tributário escolhido pelo participante.

PGBL Público-alvo: Quem efetua a declaração de ajuste anual do imposto de renda pelo formulário completo.

PGBL Portabilidade: A transferência de recursos é permitida desde que ocorra dentro de uma mesma familia de planos
(PGBL para PGBL). O prazo minimo a cumprir antes de pedir a transferência é de 60 dias.

VGBL Público Alvo: Quem efetua a declaração de ajuste anual do imposto de renda pelo formulário simplificado. Quem é
isento. Quem já efetuou contribuições de até 12% da renda bruta tributável no PGBL e deseja efetuar contribuições
superiores a este patamar em Previdência Privada.

VGBL Portabilidade: A transferência de recursos é permitida desde que ocorra dentro de uma mesma familia de planos
(VGBL para VGBL). O prazo minimo a cumprir antes de pedir a transferência é de 60 dias.

As contribuições efetuadas no PGBL em nome de dependentes econômicos também podem ser utilizadas como despesa
dedutivel do imposto de renda pelo responsável declarante. As contribuições irão compor o mesmo limite de 12% da
renda bruta a que o investidor já tem direito. A partir de 16 anos do menor dependente será necessário que seja efetuado
em seu nome recolhimento à previdência social para que essa dedução seja possivel

Características Técnicas que Influenciam o Produto

A escolha de um plano de previdência é influenciada por alguns fatores. Os principais são: taxas de administração, taxas
de carregamento, portabilidade, transferências entre planos, resgates e regimes de tributação. Conheça cada um deles a
seguir

OE 175.03.a - Entender e explicar as características técnicas que influenciam os produtos de Previdência Complementar
Aberta: taxa de administração e taxa de carregamento.

Taxas de administração

A Taxa de Administração Financeira é o percentual que incide sobre o patrimônio liquido do fundo, de acordo com os
saldos médios diários. Representa a remuneração da entidade de previdência e do administrador do fundo e é descontada
da rentabilidade bruta.

A rentabilidade divulgada é sempre liquida, ou seja, já descontada a taxa de administração. Normalmente é fixada em um
percentual anual.

A Taxa de Administração Financeira (TAP) é cobrada diariamente, mas podemos demonstrar sua cobrança considerando
um fluxo anual.

-Valor investido - R$ 100.000,00,

- Rendimento bruto -10% ao ano,

- Taxa de Administração Financeira - 2% ao ano,

- Valor Bruto - R$ 100.000,00 10% - R$ 110.000,00,

- Cobrança da taxa - R$ 110.000,00 -2%

- Saldo Final - R$ 107.800,00,

-Rendimento Liquido - 7,8% anual (rentabilidade divulgada).

Este exemplo é uma mera simplificação, pois a TAF é cobrada diariamente na variação da cota do fundo de investimento.

Taxas de carregamento

Taxa de carregamento é a importância resultante de um percentual aplicado sobre as contribuições brutas, destinada a
atender as despesas administrativas, de correlagem ou de colocação do plano.
Carregamento na entrada (no momento em que a contribuição é efetuada)

- Contribuição bruta - R$ 1000,00,

- Carregamento - 2% (R$ 20,00)

- Contribuição liquida - R$980,00

A rentabilidade incidirá sobre o valor da contribuição após a cobrança da taxa de carregamento.

Carregamento na saida (no momento da realização do resgate ou transferência)

- Contribuição bruta - R$ 1.000,00;

- Rentabilidade -10%

- Valor de resgate - R$ 1.100,00

- Base de cobrança - R$ 1.000,00,

- Carregamento - 2% (R$ 20,00)

- Resgate liquido -1.080,00.

Portabilidade

OE 175.03.b - Entender as caracteristicas que o investidor deve observar na contratação ou na portabilidade e


transferência entre os planos de Previdência Complementar Aberta.

Portabilidade é a possibilidade de transferência dos valores acumulados para aposentadoria entre empresas de
previdência, a pedido do investidor.

Ao contratar um plano de previdência, o investidor deverá cumprir carência inicial de 60 dias no PGBL ou VGBL até poder
transferir recursos para outra entidade de previdência.

Ao efetuar uma transferência parcial para outra entidade de previdência, o investidor deverá aguardar carência de 60 dias
até poder efetuar a próxima transferência.

Não é possivel a portabilidade entre pessoas diferentes. A portabilidade só é permitida entre planos do mesmo
participante.

Transferências entre planos

Não é permitido a portabilidade entre planos de "familias" diferentes. Por exemplo, o PGBL é um plano de previdência e o
VGBL é um plano de seguro de vida com cláusula de sobrevivência. Por esta razão a transferência entre eles não é possivel

Resgates

O prazo do investimento na previdência privada determina vantagens relevantes para o investidor. No longo prazo,
características como o diferimento fiscal oferecido pelo PGBL, a ausência da tributação semestral do come-cotas no PGBL
ou VGBL e ainda a possibilidade de efetuar realocações em perfis de investimento distintos, sem gerar recolhimento de
imposto de renda, propiciam ganhos que não são fáceis de tangibilizar para o investidor, mas que não podem ser
desprezados como bons atrativos para aqueles que têm um horizonte de tempo mais longo, seja para efetuar resgates no
futuro ou optar por receber um beneficio de aposentadoria.

Além das caracteristicas mencionadas, a possibilidade da escolha do regime tributário regressivo ou definitivo potencializa
os possiveis ganhos. Neste regime, prazos maiores de investimento são contemplados com aliquotas de imposto de renda
cada vez menores, podendo chegar até 10%

Tábua atuarial

OE 175.03.c - Entender a influência da tábua atuarial (ou biométrica) na fase de beneficios. Avaliar a influência e utilização
da tábua atuarial na portabilidade de planos.
Para avaliar o esforço contributivo necessário para que o participante atinja a renda desejada, a entidade de previdência
precisa saber quantos anos, em média, o participante sobreviverá, a partir da idade estabelecida para o inicio da
percepção de renda.

A ferramenta indicada para promover esta estimativa é a Tábua Biométrica ou a Tábua Atuarial

Dependendo da tábua utilizada, o esforço contributivo será maior ou menor.

Ao longo do tempo, várias tábuas atuariais foram utilizadas no mercado brasileiro, sempre com a regulação da Susep
(Superintendência de Seguros Privados).

Como exemplos, podemos citar as tábuas AT-49, AT-55. AT-83 e AT-2000.

Tábua Biométrica⚫ rentabilidade - nesse exemplo, utilizamos a Tábua AT-2000. 0%, significando que a entidade não está
repassando ao participante qualquer rentabilidade na fase de cobertura.

Exemplo:

- Sexo-masculino

- Data de nascimento - 01/01/1979

- Data prevista para concessão da renda - 01/12/2034

- Taxa de carregamento - 0%

- Valor do saldo da provisão matemática na data de concessão da renda - R$ 300.000,00

- Idade do participante na data de concessão da renda - 55 anos

- Usando a Tábua AT-2000 0%

- Renda mensal vitalicia - R$ 866,78

- Usando a Tábua AT-83+ 0%

- Renda mensal vitalicia - R$ 935.64

- Os valores indicados confirmam a influência da tábua.

- Como a Tábua AT-2000 admite uma expectativa de vida maior, o valor da renda mensal vitalicia é menor. Essa tábua é
mais conservadora que a AT-83.

Atualmente, a tábua atuarial mais utilizada é a BR-CMS, que utiliza a experiência do mercado segurador brasileiro para
determinar a expectativa de vida a ser utilizada nos cálculos de beneficio.

Segue um resumo das tábuas utilizadas e suas relações com a expectativa de vida e renda mensal vitalicia

BR-CMS AT-49

AT-2000 AT-55

AT-83 AT-83

AT-55 AT-2000

AT-49 BR-CMS

Expectativa de Vida Renda Mensal Vitalicia

Ao contrário das tábuas atuariais mais antigas, a BR-EMS pode ser atualizada a cada cinco anos, refletindo assim a
evolução da expectativa de vida dos participantes de planos de previdência no mercado brasileiro.
Embora não se perceba claramente a influência da rentabilidade na renda mensal vitalicia, ela é fundamental na
determinação do valor da renda

Quanto maior for a taxa de juros utilizada, maior será a renda.

Atualmente, a taxa de juros prevista pelas entidades de previdência em planos novos para fase de concessão de renda
varia entre 0% e 4% ao ano.

Planos antigos, por legislação, devem manter a condição negociada na época da contratação.

Tipo de benefício desejável a partir da aposentadoria

OE 175.03.d - Entender os tipos de beneficios disponíveis nos planos de previdência abertos.

Quando o investidor de um plano de previdência privada atinge a idade em que já é elegivel a uma das rendas disponiveis
no plano, outra análise importante precisa ser realizada: a forma de retirada ou recebimento dos recursos.

Entre as opções que o participante pode ter disponivel estão:

- retirada total dos recursos (para alocação em outro veiculo financeiro) - neste caso o investidor precisa avaliar a
conveniência desta retirada face à tributação onerosa que provavelmente ocorrerá no momento da retirada. Dependendo
do Regime de Tributação do plano, pode ser adequado aguardar um momento mais vantajoso financeiramente para
efetuar esta retirada,

- retiradas programadas conforme a necessidade de recursos - uma das vantagens desta forma de retirada é poder
otimizar a tributação dos recursos conforme o prazo, no caso do regime tributário ser o regressivo. Outro ponto é não
abrir mão da liquidez dos recursos, caso haja alguma necessidade eventual de recursos.

A desvantagem é que, dependendo do ritmo das retiradas, o recurso pode acabar e o investidor ter uma sobrevida longa
pela frente. Se não existirem outros recursos disponiveis, dificuldades financeiras podem ocorrer

- renda vitalicia - a renda vitalicia sem continuidade é indicada para o investidor que aceita entregar a propriedade dos
recursos acumulados para a entidade de previdência. Além disso, não abre mão da perpetuidade da renda e também
considera que os outros familiares ou dependentes estão seguros financeiramente ou mesmo podem suprir por conta
própria o fluxo de recursos da renda que será interrompido com o seu falecimento,

- renda vitalicia com continuidade a um beneficiário - as formas de renda com continuidade são indicadas para o
investidor que aceita entregar a propriedade dos recursos acumulados. para a entidade de previdência. Além disso, não
abre mão da perpetuidade da renda e, adicionalmente, considera importante ou necessário que algum beneficiário de
continuidade a esta renda. Esta escolha faz com que a renda do próprio participante assistido seja menor, mas elimina o
risco de deixar familiares ou dependentes desassistidos na sua ausência, renda prazo certo.

- a renda prazo certo é uma renda financeira, na qual as variáveis de prazo e juros garantidos são combinadas para gerar
uma renda futura pelo prazo contratado. Esta escolha normalmente se baseia na avaliação de que é vantajoso o patamar
dos juros garantidos versus a incerteza dos resultados a serem obtidos por conta própria.

Outras formas de renda podem ser disponibilizados nos planos de previdência comercializados atualmente, no entanto as
principais análises a serem realizadas estão expostas acima.

Tipos de renda em um plano de previdência

OE 175.03.e - Entender e explicar os tipos de renda disponiveis e indicar sua contratação em função dos objetivos do
cliente.

- Renda Mensal Vitalicia: renda paga vitaliciamente ao participante a partir da data de concessão do beneficio.

- Renda Mensal Temporária: renda paga temporariamente e de forma exclusiva ao participante. O beneficio cessa com o
seu falecimento ou o fim da temporariedade contratada, o que ocorrer primeiro. Renda Mensal por Prazo Certo: renda
paga por um prazo preestabelecido ao participante. Em caso de falecimento do participante antes do término do prazo
contratado, os beneficiários darão continuidade ao recebimento da renda até se completar o prazo.
- Renda Mensal Vitalicia com Prazo Minimo Garantido: renda paga vitaliciamente ao participante a partir da data da
concessão do beneficio. Em caso de falecimento do participante antes do término do prazo contratado, os beneficiários
darão continuidade ao recebimento da renda até se completar prazo.

- Renda Mensal Vitalicia Reversivel ao Beneficiário Indicado: renda paga vitaliciamente ao participante a partir da data de
concessão. Ocorrendo o falecimento do participante, um percentual desta renda será revertido vitaliciamente ao
beneficiário indicado.

- Renda Mensal Vitalicia Reversivel ao Conjuge com Continuidade aos Menores: renda paga vitaliciamente ao participante
a partir da data de concessão. Ocorrendo o falecimento do participante, um percentual desta renda será revertido
vitaliciamente ao cônjuge e na falta deste, reversivel temporariamente ao(s) menor(es) até que complete(m) a
maioridade.

Coberturas de riscos passíveis de contratação

OE 175.03.f-Entender as coberturas passiveis de contratação nos planos de previdência abertos.

As entidades de previdência também podem oferecer coberturas adicionais aos seus participantes, além da acumulação
de recursos por meio do plano de previdência.

São seguros que visam cobrir os eventos de morte ou invalidez durante o período de acumulação ou diferimento.

Os valores pagos para obter essas coberturas não geram saldo.

As variáveis determinantes do custo dessas coberturas adicionais são a idade do segurado, que define o risco de
ocorrência do evento de morte ou invalidez, e o valor do capital de cobertura pretendido.

A contratação dessas coberturas não é obrigatória, sendo acessória ao plano de previdência que visa à acumulação de
recursos.

Pecúlio por Morte: Importância em dinheiro pagável de uma só vez ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de
inscrição em decorrência da morte do participante ocorrida durante o periodo de cobertura e depois de cumprido o
período de carência estabelecido no plano.

Pecúlio por Invalidez: Importância em dinheiro pagável de uma só vez ao próprio participante em decorrência de sua
invalidez total e permanente ocorrida durante o periodo de cobertura e depois de cumprido o periodo de carência
estabelecido no plano.

Pensão por Morte: Renda a ser paga ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de inscrição em decorrência da morte do
participante ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano.

Renda por Invalidez: Renda a ser paga ao participante em decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida
durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano.

RESUMO

OPGBL e o VGBL, durante o periodo de diferimento, remuneram os recursos aplicados com base na rentabilidade dos
Fundos de Investimento Especialmente Constituidos (FIC), sem garantia de remuneração minima, sempre estruturados na
modalidade de contribuição variável.

São características especificas do PGBL:

permite o abatimento das contribuições da base de cálculo do imposto de renda até o limite de 12% da renda bruta
tributável;

a tributação nos resgates ou recebimento de renda ocorre sobre o valor total São características especificas do VGBL:

não permite o abatimento das contribuições da base de cálculo do IR,

a tributação nos resgates ou recebimento de renda ocorre sobre os rendimentos.


Taxa de carregamento: percentual cobrado sobre as contribuições, destinado ao custeio da administração do passivo e
pagamento de corretagem. Taxa de administração: percentual cobrado sobre o patrimônio acumulado, destinado à
execução dos investimentos do plano de beneficios.

Portabilidade: possibilidade de transferência, observada carência minima de 60 dias, dos valores acumulados para
aposentadoria entre empresas de previdência, a pedido do investidor. É possivel efetuar transferência entre modalidades
de previdência diferentes, desde que sejam do mesmo participante e tenham a mesma característica tributária:

é possivel a portabilidade entre o PGBL e o PRGP, mas não é possivel entre o PGBL e VGBL

a portabilidade de planos no regime tributário progressivo para o regressivo é permitida, sendo a contagem do tempo
iniciada a partir da transferência. Entretanto, não é permitida a portabilidade de planos comregime regressivo para o
progressivo.

São coberturas de risco não obrigatórias oferecidas pelas entidades:

Pecúlio por Morte: importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao beneficiário indicado na proposta, em decorrência
da morte do participante.

Peculio por Invalidez: importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao próprio participante, em decorrência de sua
invalidez total e permanente.

Pensão por Morte: renda a ser paga ao beneficiário indicado na proposta em decorrência da morte do participante

Renda por Invalidez: renda a ser paga ao próprio participante em decorrência de sua invalidez total e permanente.

Um plano de previdência pode ser dividido em duas fases:

Fase de contribuição, acumulação ou diferimento: periodo no qual o investidor acumula um capital efetuando
contribuições e recebendo rendimentos pelo investimento.

Fase de beneficio, cobertura ou recebimento: periodo subsequente à entrega do capital acumulado à entidade e da
escolha de uma das formas de renda disponibilizadas.

Os tipos de rendas disponiveis são definidos no momento da contratação. Renda Mensal Vitalicia: paga vitaliciamente e
de modo exclusivo ao participante, sendo que este beneficio cessa com o seu falecimento. Renda Mensal Vitalicia
Reversivel ao Cônjuge com Continuidade aos Menores: paga vitaliciamente ao participante e, ocorrendo seu falecimento,
um percentual será revertido vitaliciamente ao cônjuge, e na falta deste, reversivel temporariamente aos menores
dependentes econômicos. Renda Vitalicia com Reversão a Beneficiário Indicado: paga vitaliciamente ao participante e,
ocorrendo seu falecimento, um percentual será revertido vitaliciamente ao beneficiário indicado.

Renda Vitalicia com Prazo Minimo Garantido: paga vitaliciamente ao participante e, ocorrendo seu falecimento, é
garantida ao beneficiário a continuação até o prazo minimo de garantia, cuja contagem se inicia com fase de beneficio

Renda Mensal Temporária: paga temporariamente e exclusivamente ao participante, sendo que esta cessa com o
falecimento do participante ou o fim da temporariedade contratada, o que ocorrer primeiro.

Renda Mensal por Prazo Certo: paga por um prazo preestabelecido ao participante e, ocorrendo seu falecimento antes do
prazo, será paga ao beneficiário durante o periodo restante.

MÓDULO 27 – TRIBUTAÇÃO DE PREVIDÊNCIA

Tributação nos planos de Previdência Complementar

Escolha do regime de tributação mais adequado ao cliente

OE 039.01.a-Identificar a natureza dos rendimentos do cliente e verificar qual o modelo de declaração de IR é mais
adequado, entendendo e explicando o impacto em cada um dos regimes de tributação.

Natureza dos rendimentos do cliente na declaração anual de ajuste do Imposto de Renda da Pessoa Física - DIRPF

Para a correta escolha da modalidade de previdência privada, é importante identificar a natureza das diversas verbas
recebidas pelo investidor ao longo de um ano fiscal
Na tabela a seguir, listamos os principais tipos de rendimentos sujeitos ao imposto de renda.

LISTA PARCIAL IMPOSTO SOBRE A RENDA

Tipo de Rendimentos Tipo de Tributação

Salários e ordenados Tributável

Férias Tributável

INSS Tributável

Aluguéis Tributável

Pró-labore Tributável

Pensões Tributável

Honorários Tributável

Comissões e correlagens Tributável

Direitos autorais Tributável

Royalties Tributável

13o salário Exclusiva na fonte

Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) Exclusiva na fonte

Ganhos de capital na alienação de bens e direitos (há exceções)Tributação Definitiva

Lucros e dividendos distribuídos Isento

Indenização por rescisão de contrato de trabalho e FGTS Isento

Programas de Demissão Voluntária (PDV) Isento

Aposentadoria por doença grave Isento

Proventos e pensões de maiores de 65 anos Isento

Pecúlio por morte ou invalidez recebido de planos de previdência Isento

Capital das apólices de seguro ou peculio por morte Isento

Herança, legado ou doação em adiantamento da legitima Isento

Somente aqueles classificados como "Tributável" poderão constar como Renda Bruta Tributável da Declaração Anual do
Imposto de Renda e, assim, compor o montante sobre o qual calcularemos a potencial contribuição a ser realizada no
PGBL

Modelos de Declaração de Imposto de Renda (DIRPF)

A cada ano, o contribuinte que efetua sua Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda, ao apurar o imposto de renda
devido, precisa escolher entre ser tributado utilizando as Deduções Legais para apurar a sua base de cálculo ou ser
tributado utilizando o Desconto Simplificado

Veja a comparação

Declaração Completa (por Deduções Legais)

Para apuração da base de cálculo do imposto de renda, é permitido deduzir da Renda Bruta Tributável os seguintes
valores:

- Previdência Social
- Dependentes (limite por dependente ano-base 2023 R$ 2275.08)

- Despesas com instrução (limite individual: R$ 3,561,50).

- Despesas médicas (sem limite).

- Previdência Privada até 12% da Renda Bruta se investido em planos PGBL.

Declaração Simplificada (por Desconto Simplificado)

- Corresponde a 20% do valor da Renda Bruta Tributável limitado a R$ 16.754.34 (ano-base 2023).

Se a soma das Deduções Legais for superior a 20% da Renda Bruta Tributável, será mais vantajosa a opção pela declaração
completa, caso contrário, será mais vantajosa a utilização do Desconto Simplificado.

Caso a renda anual seja superior a R$ 83.771,70, a conclusão anterior deverá ser analisada com mais cuidado, pois, a
partir desse patamar de renda, o desconto máximo permitido de R$ 16.754.34 como Desconto Simplificado passa a
corresponder a um percentual menor que 20% da renda Porém, essa análise precisa sempre ser refeita quando a Tabela
de Imposto de Renda é alterada.

Mais de 60% das pessoas que declaram o Imposto de Renda no Brasil utilizam o Desconto Simplificado. Não por acaso, o
VGBL se tornou o carro-chefe do setor de previdência aberta no pais nos últimos tempos.

Na fase de diferimento os aportes feitos em plano VGBL não podem ser descontados da base de tributação do IR. Apenas
o PGBL oferece essa oportunidade de até 12% da renda bruta ser abatida quando investida nesse produto.

Regime Tributável Progressivo ou Compensável

OE 039.01.b-Conhecer, explicar e calcular a incidência de imposto de renda de acordo com o plano de previdência
contratado e com a fase de diferimento (resgate) ou de beneficio (renda), em cada um dos regimes de tributação
progressivo e regressivo. No regime tributário progressivo (compensável), os valores resgatados ou recebidos em forma
de renda compõem a renda bruta tributável do investidor. Dessa forma, deverão constar da declaração de ajuste anual do
imposto de renda como Rendimentos Tributáveis Recebidos de PJ pelo Titular, juntamente com outras fontes de renda.

No PGBL e no FAPI, deverá ser considerado o valor integral, e no VGBL, somente a parte correspondente à rentabilidade.

Resgates

Nos eventos de resgates, haverá tributação na fonte de 15%, sem deduções, a titulo de antecipação ao valor devido na
declaração de ajuste anual

Veja este primeiro caso:

Resgate de Previdência com Outra Fonte de Renda

Tributação na fonte

Rendimento Tributável Valor Bruto Imposto Recolhido na Fonte

Salário (R$ 10.000,00 por mês) 120.000,00 22.567,68

Renda PGBL (tabela) 20.000,00 3.000,00

Total 140.000,00 25.567,68


Tributação na declaração de ajuste anual (2)

Rendimento Tributável Valor Bruto Imposto Anual Devido

Salário + Resgate PGBL 140.000,00 28.067,68

Imposto a pagar 2.500,00

Observe este outro exemplo.

Resgate de Previdência sem Outra Fonte de Renda

Tributação na fonte

Rendimento Tributável Valor Bruto Imposto Recolhido na Fonte

Salário 0,00 0,00

Resgate PGBL (15%) 20.000,00 3,000,00

Total 20.000,00 3,000,00

Tributação na declaração de ajuste anual (2)

Rendimento Tributável Valor Bruto Imposto Anual Devido

Salário + Resgate PGBL 20.000,00 0,00

Imposto a restituir 3.000,00

Rendas

Nos eventos de recebimento de renda haverá tributação, na fonte, conforme tabela mensal de imposto de renda.
Posteriormente, também deverá haver ajuste na Declaração Anual

Observe este primeiro exemplo:

Renda de Previdência com Outra Fonte de Renda

Tributação na fonte (1)

Rendimento Tributável Valor Bruto Imposto Recolhido na Fonte

Salário (R$ 10.000,00 por mês) 120.000,00/ano 22.567,68

Renda no PGBL (R$ 1700,00 por mês) 20.400,00 0,00

Total 140.400,00 22.567,68

Tributação na declaração de ajuste anual (2)

Rendimento Tributável Valor Bruto Imposto Anual Devido

Salário + Renda no PGBL 140.400,00 28.177,68

Imposto a pagar 5.610,00


Agora, veja este segundo caso:

Renda de Previdência sem Outra Fonte de Renda Tributação na fonte (1):

Rendimento Tributável Valor Bruto Imposto Recolhido na Fonte

Salário 0,00 0,00

Renda no PGBL (R$ 1.700,00 por mês) 20.400,00 0,00

Total 20.400,00 0,00

Tributação na declaração de ajuste anual (2)

Rendimento Tributável Valor Bruto Imposto Anual Devido

Salário + Renda no PGBL 20.400,00 0,00

Imposto a restituir 0,00

OE 039.01.c-Conhecer as tabelas aplicáveis e as respectivas alíquotas para planos de previdência e decidir sobre o melhor
regime de tributação em função dos prazos de acumulação.

Tabelas utilizadas nos cálculos

Tabela Progressiva Mensal do Imposto de Renda

Base de Cálculo (R$) Aliquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$)

Até 1903.98

De 1903.99 até 2.826,65 7,5 142,80

De 2.826,66 até 3751,05 15 354,80

De 3.751,06 até 4,664,68 22,5 636.13

Acima de 4.664,68 27.5 869.36

Tabela vigente em 2023

Tabela Progressiva Anual do Imposto de Renda

Base de Cálculo (R$) Aliquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$)

Até 22.847.76

De 22.847.77 até 33.919,80 7.5 1.713.58

De 33919.81 até 45012,60 15 4.257.57

De 45,012,61 até 55-976,16 22,5 7.633.51

Acima de 55.976,16 27.5 10.432.32

Tabela vigente om 2023


Transferência de Recursos entre Regimes Tributários Diferentes

- A transferência de regime tributário regressivo para regime tributário progressivo não é permitida

- A transferência de regime tributário progressivo para regime tributário regressivo é permitida. A contagem do tempo
começa a partir do momento da transferência.

Regime Definitivo ou Exclusivo

No regime tributário regressivo (definitivo), os valores resgatados ou recebidos em forma de renda serão tributados
exclusivamente na fonte.

Dessa forma, deverão constar da declaração de ajuste anual do imposto de renda como Rendimentos Sujeitos à
Tributação Exclusiva/Definitiva.

Para esses valores não haverá ajuste, ou seja, não existirá imposto a pagar ou a restituir.

No PGBL e no FAPI deverá ser considerado o valor integral, e no VGBL, somente a parte correspondente à rentabilidade.
As aliquotas cobradas nesse regime tributário ficam menores com o passar do tempo, conforme a tabela a seguir.

Prazo de Acumulação dos Recursos Aliquota IR na Fonte

Até 2 anos 35%

Acima de 2 até 4 anos 30%

Acima de 4 até 6 anos 25%

Acima de 6 até 8 anos 20%

Acima de 8 até 10 anos 15%

Acima de 10 anos 10%

Cada contribuição realizada ao plano tem seu próprio prazo de acumulação.

Resgates

Nos eventos de resgate, utiliza-se a Tabela Regressiva considerando a regra contábil PCPS: o primeiro recurso que entra é
o primeiro recurso que sai, ou seja, nos resgates parciais, primeiro serão resgatados os recursos depositados há mais
tempo e que já estão com aliquotas menores.

No caso de falecimento do titular e resgate por parte dos beneficiários, a aliquota de IR será a menor entre 25% e o que
indica a tabela de acordo com o prazo do aporte. Ou seja, caso o titular do VGBL faleça nos primeiros quatro anos após a
opção pelo regime regressivo, os beneficiários pagarão aliquota máxima de 25%.

Contribuições de R$ 500,00 realizadas ao longo de 15 anos (180 meses) a uma rentabilidade nominal de 0,8% ao mês.

PMT-(500,00)

1-0,8%

N-180

FV-?-199786,41

Os recursos acumulados para esse exemplo estarão acumulados conforme a tabela a

seguir.

Prazo de Acumulação dos Recursos Saldo (R$) Alíquota IR na Fonte

Até 2 anos 13171,58 35%

Acima de 2 até 4 anos 15.947.42 30%


Acima de 4 até 6 anos 19.308,27 25%

Acima de 6 até 8 anos 23.377.39 20%

Acima de 8 até 10 anos 28.304.07 15%

Acima de 10 anos 99.677,68 10%

Se esse investidor decidir resgatar R$ 80.000,00, utilizará somente recursos que já atingiram a aliquota de 10%. Será
tributado na fonte em R$ 8.000,00 de forma definitiva

e resgatará R$ 72.000,00 liquidos de IR

Se esse investidor decidir resgatar R$ 120.000,00, utilizará R$ 99.677.68 com aliquota de 10% e a diferença de R$
20.322.32 com aliquota de 15%

(A) Saldo Aliquota IR (B) Saldo Resgatado (C) IR Pago Resgate Liquido Saldo Restante (A+B)
Na fonte (B-C)

13.171,58 35% 13.171,58

15.947.42 30% 15.947.42

19.308,27 25% 19.308,27

23.377.39 20% 23.377.39

28.304,07 15% 20.322.32 3.048.35 17.273.97 7.981,75

99.677,68 10% 99.677,68 9.967.77 89.709.91 0,00

199.786,41 120.000,00 13.016,12 106.983,88 79.786,41

Renda

Quando um investidor decide receber uma renda por meio de seu plano de previdência, a entidade de previdência efetua
um cálculo de Prazo Médio Ponderado (PMP) para determinar a aliquota de IR que incidirá sobre os valores da renda
recebida.

Para efetuar esse cálculo, é considerada cada contribuição e seus respectivos prazos no momento da concessão do
beneficio. As eventuais retiradas efetuadas ao longo do tempo também são consideradas.

Se o Prazo Médio Ponderado totalizar 15 anos, por exemplo, significa que desde a primeira renda recebida a tributação
será de 10% conforme a tabela regressiva.

Em outro exemplo, se o Prazo Médio Ponderado totalizar 9 anos, os primeiros 12 beneficios serão tributados pela aliquota
de 15%

Como o prazo continua sendo contado, depois de 1 ano o prazo já será de 10 anos, a partir de então a aliquota passará a
ser de 10%, mantendo-se nesse patamar

Planejamento Tributário Utilizando Planos de Previdência Complementar Aberta

Os planos de previdência privada aberta são normalizados pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e
fiscalizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Por outro lado, a tributação desses planos é regida e
fiscalizada diretamente pela Receita Federal do Brasil Sendo assim, as decisões que envolvem planejamento tributário,
notadamente sobre a escolha do regime de tributação mais adequado, dependem de variáveis que não são fáceis de
determinar ou de prever com precisão

No entanto, conhecer as regras de cada regime e saber que prazo e valor são os dois eixos definidores dessa análise
ajudam a dar clareza ao processo de decisão. A tabela a seguir combina esses dois eixos de forma sistemática.
Dessa forma, compor uma análise para o regime tributário progressivo sempre dependerá da existên- cia ou não de outras
fontes de renda tributável, por isso, na tabela anterior, devemos considerar que as aliquotas serão aplicadas sobre os
valores recebidos de previdência já considerando outras fontes e eventuais deduções.

RESUMO

Modelos de DIRPF:

Declaração Completa, que utiliza as Deduções Legais, ou

• Declaração Simplificada, que utiliza o Desconto Simplificado de 20% da Renda Bruta Tributável

Se a soma das Deduções Legais for superior a 20% da Renda Bruta Tributável, será mais vantajosa a opção pela Declaração
Completa, caso contrário, a Simplificada.

Beneficio fiscal: os investidores do PGBL e similares que efetuam sua DIRPF pelo Modelo Completo podem utilizar as
contribuições efetuadas como despesa dedutivel, até o limite de 12% da renda bruta tributável, para apuração da base de
cálculo do imposto de renda. Para a obtenção do beneficio, é necessário ser contribuinte do INSS ou aposentado

Regime tributário progressivo:

- os resgates serão tributados na fonte pela aliquota fixa de 15% para qualquer valor.

- no recebimento de renda haverá tributação, na fonte, conforme tabela mensal de imposto de renda.

Esta tributação é uma antecipação ao valor devido e deve ser ajustada na Declaração Anual, conforme Tabela Progressiva
do Imposto de Renda.

- Os resgates serão tributados considerando a regra PEPS, ou seja, primeiro serão resgatados os recursos que foram
depositados há mais tempo e já estão com aliquotas menores. Excepcionalmente para os casos de falecimento do
participante, os recursos com prazo de acumulação inferior a 6 anos serão tributados pela aliquota de 25%.

- Quando o investidor optar pela renda, a entidade de previdência efetua um cálculo de Prazo Médio Ponderado (PMP)
para determinar a aliquota de IR a incidir sobre os valores da renda recebida.

Esta tributação é exclusiva na fonte e cobrada de forma definitiva, sem possibilidade de ajuste na DIRPF.

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