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Yuri Banov

Diagnósticos equivocados e seus


impactos na saúde
(Hugo Martins e Luis Correia)
Dificuldades do diagnóstico na psiquiatria
● não tem marcador biológico
● Diagnóstico baseado em sinais e sintomas
● Sistema diagnóstico precisa ser aprimorado

Transtorno de Personalidade borderline


● Transtorno muito comum, mas pouco conhecido.
● Altas taxas de suicídio (Leichsenring, 2023).
● Altas taxas de comorbidade com outros transtornos mentais (Tate el al, 2022)
● Problemas com funcionalidade (Hastrup et al, 2019).- 60% dos pacientes desempregados
● Alto custo social (Hastrup et al, 2019).
● Parte dos profissionais de saúde mental tem percepções negativas sobre os pacientes que sofrem
com esse distúrbio (Black et al, 2011).
● Nos Estados Unidos, a prevalência gira entre 0,5 a 5,9% (Zanarini, 2015).
● Não há evidências que seja mais comum em mulheres (Zanarini, 2015).
● Em populações clínicas é o transtorno da personalidade mais comum (Gunderson, 2010).
● 10% de todos os pacientes ambulatoriais em psiquiatria (Eaton and Greene, 2018).
● Entre 15 e 25% dos pacientes internados em clínicas psiquiátricas (Leichsenring, 2023).
● 5 a 9% em amostras não clínicas (Ellison et al, 2018)
● 30% dos pacientes nos ambulatórios de dor crônica (Kalira et al, 2013).

Critérios diagnósticos DSM


● Instabilidade persistente na autoimagem.
● Instabilidade persistente nas emoções.
● Acentuada impulsividade.
● Instabilidade persistente nos relacionamentos.
● Precisa ter no mínimo 5
○ esforços desesperados para evitar o abandono (real ou imaginado).
○ relacionamentos intensos e instáveis que se alternam entre idealização e desvalorização da
outra pessoa.
○ autoimagem ou senso do eu instável.
○ impulsividade em ≥2 áreas que pode prejudicá-los (p. ex., sexo inseguro, compulsão alimentar,
dirigir de forma imprudente, álcool, drogas).
○ comportamentos, gestos ou ameaças repetidas de suicídio ou autolesão.
○ mudanças rápidas no humor, normalmente durando apenas algumas horas e raramente mais
do que alguns dias.
○ sensação persistentes de vazio
○ raiva muito intensa
○ ideação paranóide associado a estresse ou sintomas dissociativos intensos (desconfiada quem
algo esta errado, algo esta sendo tramado)
Yuri Banov
● Desafio: sintomas muito diferentes, que se relaciona a muitos transtornos
● além disso, os sintomas devem ter acontecido no início da idade adulta, mas também podem ocorrer
durante a adolescência.

Proposta dimensional
● 1) Aferir o quanto funcional é a pessoa (escala de 0 até 5)
● 2) quais traços psicológicos dessa personalidade

● uma vez que você suspeita, vc precisa pensar além das perguntas estruturadas do DSM (precisa
esmiuçar mais)
○ experiências adversas na infância + contexto de vulnerabilidade emocional acentuada

--
● "A tentativa de suicídio é a especialidade comportamental dos pacientes com borderline". -John G.
Gunderson
● O TPB é o único diagnóstico do DSM, definido em parte por comportamentos de autolesão ou
suicidas.
● Tentativa de suicídio ocorre em mais de 70% os pacientes com borderline.
● Comorbidade com TPB aumenta a probabilidade de comportamento suicida em outros transtornos.
● Entre os 90 participantes do estudo, 28% tentaram suicídio ao menos uma vez.
● Os fatores que aumentaram o risco de suicídio foram:
○ baixa condição socioeconômica,
○ baixo suporte psicossocial,
○ história familiar de suicídio,
○ ausência de tratamento ambulatorial antes da tentativa de suicídio
○ hospitalização psiquiátrica anterior.
● O fator que diminuiu o risco de suicídio foi o funcionamento global elevado como linha de base.
Yuri Banov
Dilema Bipolar X Borderline
● Itens que predizem TAB e não o TPB foram humor elevado, grandiosidade, aumento da energia,
logorréia, diminuição da necessidade de sono e hiperatividade.
● Itens que predizem o TPB e não o TAB foram autolesão, tentativa de suicídio e desconfiança

A arte do erro Diagnóstico


● onde há medida, há erro
○ Medida = verdade +erro
○ erro= aleatório (confiabilidade, ele surge pq a imagem não é nitida ) + sistemático (validade)
● Diagnóstico → momento presente
● Prognóstico → momento futuro
● Realismo ingênuo: a gente acha que o que existe é o que estamos vendo
● Inferência: a partir da observação de uma parcela, pensamos em uma realidade

Estratégia Diagnóstica
● Tentativa e erro probabilística
● Redução de erro aleatório
○ confiabilidade da ferramenta
○ Medidas repetidas quando possível: repete varias vezes uma entrevista e verifica se o
resultado é o mesmo
○ Evitar excesso de categorização
● Redução de erro sistemático

Viés Cognitivos
● Viés de ancoragem: se baseia em informações prévias, utiliza a primeira impressão
● Viés de representatividade: pq um especialista falou
● Viés de semelhança: conclusão baseada em padrão
● Viés de positividade: o medo de perder o diagnóstico, se eu quero errar eu quero errar que a pessoa é
doente. Fomo (fear of missing out)

Em resumo (sobre diagnóstico)


● reconhecendo que sempre estamos errados, que reduzimos a magnitude do erro diagnóstico.
● Diagnóstico é um pensamento probabilístico, que sofre permanente correção longitudinal (ao longo do
tempo)
● Erro aleatório é reduzido por melhores ferramentas de observação e reavaliação longitudinal
● Erro sistemático é reduzido pela consciência de nossos vieses cognitivos.
● Diagnóstico é rejeição da hipótese nula, precisa rigor
● erro científico é natural de existir, logo, o diagnóstico errado naturalmente vai existir e isso não deixa
de ser científico

oii =]
Esse resumo foi feito pelo Yuri e foi disponibilizado gratuitamente
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obrigado =)

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