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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE

(Delegação de Maputo)

CURSO: PSICOLOGIA
2o Ano

Cadeira: Introdução a Psicologia II

Tema: Esquizofrenia

Discente:

Yannick Inês Adérito Nhantumbo

Maputo: Fevereiro de 2023


Discente:

Yannick Inês Adérito Nhantumbo

Tema: Esquizofrenia

Trabalho de carácter avaliativo a


ser entregue na cadeira de
Psicopatologia do Ciclo Vital 1,
leccionado pelo docente: Dra
Anastácia Lucas

Maputo: Fevereiro de 2023


Índice
1. Introdução.........................................................................................................................................3

1.1. Objectivos do trabalho..................................................................................................................4

1.1.1. Objectivo Geral..........................................................................................................................4

1.1.2. Objectivos Específicos...............................................................................................................4

1.1.3. Procedimento metodológico.......................................................................................................4

2. História da Esquizofrenia.................................................................................................................5

3. Conceito sobre esquizofrenia...........................................................................................................5

4. Tipos de esquizofrenia.....................................................................................................................6

5. Causas da esquizofrenia...................................................................................................................9

6. Sintomas da esquizofrenia..............................................................................................................10

7. Diagnóstico da esquizofrenia.........................................................................................................12

8. Tratamento e medicação.................................................................................................................13

9. Conclusão.......................................................................................................................................14

10. Bibliografia...................................................................................................................................15
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1. Introdução
A esquizofrenia é uma doença mental crónica, caracterizada por um conjunto de sintomas, como
alucinações, comportamento e discurso desorganizado, alterações do pensamento e cognição. Afecta
ainda os sentimentos, a percepção, a atenção, o humor, a linguagem e a capacidade de tomada de
decisão (March et al, 2013).

As funções cognitivas são também atingidas e, num quadro de esquizofrenia, as que são mais
afectadas dizem respeito, à memória de trabalho e visual, a aprendizagem, a velocidade de
processamento, a atenção e concentração, e as funções executivas. O início precoce desta doença
juntamente com o seu carácter crónico tornam-na um transtorno severo, quer para a pessoa, quer para
a sua família O processo de diagnóstico centra-se nos sintomas, positivos, negativos e cognitivos.

A importância das funções cognitivas e de todas as áreas afectadas pela esquizofrenia, têm grande
impacto naquilo que será o desempenho funcional das pessoas com tal diagnóstico clínico. Neste
sentido, é fundamental o desenvolvimento de estratégias de intervenção que optimizem, não só, o
funcionamento cognitivo, mas também comportamental, com reflexo nas actividades básicas de vida
diária, e ainda, nas instrumentais (Vieira, 2013).
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1.1. Objectivos do trabalho


1.1.1. Objectivo Geral
Mencionar em relação a esquizofrenia.

1.1.2. Objectivos Específicos


Mencionar o historial da esquizofrenia;
Definir esquizofrenia;
Indicar os tipos de esquizofrenia;
Mencionar as causas da esquizofrenia;
Descrever os sintomas da esquizofrenia;
Indicar as formas de tratamento e medicação.

1.1.3. Procedimento metodológico


De salientar que, para elaboração do trabalho, o autor recorreu a metodologia de consulta de algumas
obras bibliográficas que versam sobre o tema nelas inclinadas e que tais obras estão referenciadas na
lista bibliográfica. Como se não bastasse, tratando-se dum trabalho científico, importa salientar que, o
trabalho está organizado textualmente da seguinte maneira: a introdução, desenvolvimento e
conclusão.
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2. História da Esquizofrenia
Desde há muitos séculos que são encontrados relatos dos sintomas que hoje seriam compatíveis com
um quadro de esquizofrenia. Mas é apenas no século XVII, que os sintomas psíquicos são valorizados
como inerentes à disfunção mental, começando a surgir interesse em conceituar e classificar as
perturbações psiquiátricas (Vallejo, 2006 cit in Bambo, 2010).

A esquizofrenia foi descrita pela primeira vez por Bénédict Morel no ano de 1852, como uma
síndrome que afectava adolescentes e adultos jovens, e que, evoluía para demência, sendo por isso,
designada como “demência precoce”. Mais tarde, em 1899 Emil Kraepelin decide sistematizar as
diferentes entidades de “demência precoce”.

Por outro lado, Eugen Bleuler em 1911 baseado na existência de desconexão e dissociação das
funções psíquicas sugere o termo de esquizofrenia (Centeno et al., 2006 cit in Merino, 2011). De
acordo com Bleuler, os sintomas característicos da esquizofrenia eram o autismo, ambivalência,
afecto embotado e fraca associação de ideias. Os delírios e as alucinações seriam acessórios, pois
ocorriam em outras perturbações psiquiátricas.

Kurt Schneider em 1948, faz a distinção dos sintomas de primeira ordem causados pela esquizofrenia
e os sintomas de segunda ordem reacções ao processo mórbido (Fonseca, 1987; Paim, 1990; Kaplan,
2007; Moreno, 2007 cit in Bambo, 2010). Estes conceitos constituíram as bases para a definição dos
critérios de diagnóstico para o quadro de esquizofrenia, que permanecem até hoje.

3. Conceito sobre esquizofrenia


Etimologicamente, o termo esquizofrenia significa mente dividida ou dissociada, pois os pensamentos
e os sentimentos não se relacionam entre si de forma lógica e harmoniosa. A esquizofrenia trata-se,
por isso, de uma desordem psiquiátrica complexa, onde ainda hoje se estuda a sua etiologia, devido à
variedade de apresentações clínicas que assume (Silveira et al, 2012).

Para Porto e Viana (2009) a esquizofrenia é um conjunto de transtornos psiquiátricos graves e


incapacitantes que caracterizado por alterações no pensamento, emoções e comportamento, que pode
ser causado por factores genéticos, ambientais e alteração em neurotransmissores. Geralmente, a
esquizofrenia se manifesta entre o final da adolescência e início da vida adulta em homens e mulheres

Conforme Hales et al (2012) a esquizofrenia é uma doença psiquiátrica grave, crónica e incapacitante,
muitas vezes incorrectamente descrita como desdobramento de personalidade. Afecta de forma
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profunda a forma de pensar da pessoa, a sua vida emocional e o seu comportamento em geral. Para
além do doente em si, todos o que o rodeiam sofrem com esta patologia, dadas as dificuldades de
relacionamento social, familiar e profissional que ela provoca.

Para Hales et al (2012), a esquizofrenia é uma doença mental que, segundo a OMS (Organização
Mundial de Saúde), acomete cerca de 20 milhões de pessoas em escala mundial. Normalmente, o
transtorno aparece entre o final da adolescência e começo da vida adulta, sendo uma doença crónica,
complexa e que exige tratamento por toda a vida.

Sendo assim, a esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico em que uma alteração cerebral dificulta o
julgamento correcto sobre a realidade, a produção de pensamentos simbólicos e abstractos e a
elaboração de respostas emocionais complexas e tem sido historicamente o principal tema de estudo
entre as doenças mentais. Ela pode ser considerada o “enigma” da psiquiatria, como a entidade
patológica mais obscura e mais destrutiva de forma desproporcional tanto para o indivíduo como para
a sociedade.

4. Tipos de esquizofrenia
O CID-10 (1993) refere-se que existam debates sobre os quão precisos são os tipos de esquizofrenia,
ainda há sete subclassificações no CID-10 ferramenta usada pelos médicos para classificar as doenças
comuns e os transtornos de saúde mental, que não são mutuamente exclusivas. Portanto os tipos de
esquizofrenias são:

 Paranoide
Gabbard (1998) considera ainda, que a esquizofrenia paranoide é associada a delírios de perseguição
e grandeza, assim como ideias ilógicas e irrealistas, podendo apresentar alucinações. Esse é o tipo
identificado com mais facilidade. Segundo Gabbard (1998), os pacientes podem agir de forma
desconfiada, principalmente porque esses sintomas fazem com que a pessoa confunda a linha entre o
que é real e o que não é, dificultando a vida normal. Esse é o tipo mais comum do transtorno,
apresentando sintomas mais leves no início.

Por isso, pode ser confundido facilmente com vários outros. Entre os sinais, aparecem pontos como
menor socialização, insónia, irritabilidade e problemas no desempenho escolar. A fase inicial é
chamada de “prodrômica”, e os sinais de alerta costumam aparecer quando os sintomas mais
característicos são trazidos à tona. Isso inclui ver coisas que os outros não estão vendo, desconfiar das
intenções das pessoas e ter dificuldade para manter o pensamento claro.
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 Hebefrênica
No tipo hebefrênico, as respostas emocionais são superficiais ou não fazem sentido para o contexto,
além de comportamento considerado bizarro, crenças irreais e percepções falsas. O termo
“hebefrenia” também tem origem no grego, estando associado à “adolescência”. A razão é o fato de o
transtorno se iniciar com mais frequência na puberdade.

O problema ainda pode ser reconhecido pelas falas desorganizadas e pela “esquizofasia” termo usado
para a mistura de palavras aparentemente sem relação entre si. Às vezes, a desorganização também
surge no comportamento, atrapalhando hábitos como se alimentar e tomar banho. Uns dos pontos que
mais chamam atenção são as reacções sentimentais, consideradas pouco esperadas nos contextos em
que aparecem. Por exemplo, com risadas em situações tristes ou ausência de prazer em eventos
positivos.

 Catatônica
Para Gabbard (1998), a esquizofrenia catatônica tem um comportamento motor um pouco mais
chamativo. Aqui, o paciente pode ficar imóvel como uma estátua, tornar-se mudo e perder boa parte
das acções voluntárias. Às vezes, esses estados acontecem após períodos de actividade motora
impulsiva. Embora tenha sido associada à esquizofrenia por muito tempo, a catatonia também é
observada em transtornos de humor e outras condições mentais.

Por isso, debate-se se o problema é realmente um diagnóstico independente ou um traço de outros


transtornos. Aqui, o reconhecimento é importante, já que a condição atrapalha o desenrolar da vida
das pessoas. Em alguns casos, elas não conseguem realizar ou interromper acções, podendo seguir
por movimentos repetitivos.

 Indiferenciada
Um dos tipos de esquizofrenia que não são percebidos rapidamente é o indiferenciado. Isso porque
ele conta com uma diminuição lenta nas interacções e nos interesses. Assim, as emoções dificilmente
se aprofundam e as ideações são muito simples, apenas ligadas a coisas directas.

Para Gabbard (1998), este tipo de esquizofrenia, os pacientes ainda passam a diminuir a actividade
mental e o uso de recursos internos, além de regredir os comportamentos para formas mais simples.
Por fim, há uma indiferença e uma apatia em relação ao mundo externo. Boa parte do diagnóstico
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nasce a partir da percepção de que há a presença de sintomas psicóticos, mas sem os critérios para
outros tipos de esquizofrenia, como paranóide, catatônica ou hebefrênica.

 Depressão pós-esquizofrênica
A depressão pós-esquizofrênica aparece após a esquizofrenia e conta com sintomas pouco intensos.
Isso significa que há sintomas comuns de depressão, mas com alguns mais leves de esquizofrenia.
Não é incomum ver pacientes esquizofrénicos desenvolverem depressão, e nem sempre as pessoas
próximas percebem isso. Geralmente, o problema é encontrado quando um paciente passa por uma
experiência depressiva ao superar a esquizofrenia. (Costa; Andrade, 2011).

Na maior parte das vezes, ele apresenta sintomas mais leves, sem levar à classificação de episódio
depressivo grave. Entre as teorias do motivo de a depressão pós-esquizofrénica acontecer, está o
isolamento social provocado pela esquizofrenia um factor de risco para o transtorno. Outra hipótese é
o envolvimento com álcool, algo que acontece com frequência entre os pacientes (Costa; Andrade,
2011).

 Residual
A classificação residual não tem as características que costumam definir os outros tipos de
esquizofrenia e, por isso, é considerada menos grave. São pacientes que têm um histórico com o
problema, mas mostram poucos sintomas psicóticos. Uma das formas de observar a residual é pela
pouca presença dos “sintomas positivos”, simbolizados pelos traços que aparecem nos episódios de
esquizofrenia, como alucinações, delírios, distorções etc. Nesse caso, os sinais mais comuns são os
“sintomas negativos”, que acontecem nas respostas emocionais e nos processos de pensamento
quotidianos.

 Simples
Na esquizofrenia simples, há poucos sintomas positivos graves, e os negativos se desenvolvem de
forma lenta. Aqui, apatia, isolamento social e humor baixo são, talvez, os pontos que você possa ver
com mais frequência. Embora o diagnóstico dos tipos de esquizofrenia tenha avançado com os anos,
não é possível dizer o mesmo do aspecto social (Giraldi; Campolim, 2014).

Para Borba et al. (2018, p. 2), os pacientes ainda sofrem com os estereótipos, fazendo com que o
apoio terapêutico seja útil também para lidar com o preconceito. Além do trabalho com o psicólogo, a
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esquizofrenia tem um tratamento com grandes avanços no mundo farmacológico. Hoje, existem
medicamentos capazes de controlar os sintomas e diminuir as chances de recaída.

5. Causas da esquizofrenia
Desconhece-se qual seja exactamente a causa da esquizofrenia, mas pesquisas actuais sugerem uma
combinação de factores hereditários e ambientais. Entretanto, ela é fundamentalmente um problema
biológico (que envolve alterações moleculares e funcionais no cérebro), embora determinados
factores externos, como eventos estressantes de grande porte ou o uso de substâncias possam
desencadeá-la. (Borba et al., 2018).

Os factores que podem fazer com que as pessoas sejam vulneráveis à esquizofrenia incluem:
 Predisposição genética
 Problemas ocorridos antes, durante ou depois do nascimento, como infecção pelo vírus
influenza na mãe durante o segundo trimestre da gravidez, falta de oxigénio no momento do
parto, baixo peso ao nascer e incompatibilidade do tipo de sangue entre mãe e filho
 Infecções no cérebro
 Uso de canabis no início da adolescência

Segundo Pinheiro et al. (2010) afirma que as pessoas que têm um progenitor ou um irmão com
esquizofrenia têm um risco de cerca de 10% de desenvolver o transtorno em comparação com um
risco de 1% entre o resto da população. Um gémeo cujo irmão gémeo tenha esquizofrenia tem um
risco de 50% de desenvolver a doença. Essas estatísticas sugerem que a hereditariedade está
envolvida. (vedana; miasso, 2012).

Como é o caso de Souza Filho et al. (2010) e Schisler (2017), descrevem que algumas pessoas com
esquizofrenia podem apresentar uma diminuição da função mental (cognitiva), às vezes já desde o
começo do transtorno. Esse comprometimento cognitivo dá origem a dificuldades de atenção,
raciocínio abstracto e de resolução de problemas. A gravidade do comprometimento cognitivo é um
determinante primordial da incapacidade global em pessoas com esquizofrenia. Muitas pessoas com
esquizofrenia estão desempregadas e têm pouco ou nenhum contacto com familiares ou outras
pessoas.
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6. Sintomas da esquizofrenia
De acordo com Schisler (2017), a esquizofrenia pode ter início súbito, em um intervalo de dias ou
semanas, ou lento e gradativo, ao longo de anos. Ainda que a gravidade e a sintomatologia variem
entre diferentes pessoas com esquizofrenia, geralmente a gravidade dos sintomas consegue afectar a
capacidade da pessoa de trabalhar, de interagir com outros e de cuidar de si mesma.

Contudo, às vezes, os sintomas são leves no início (o chamado pródromo). A pessoa pode
simplesmente parecer afastada, desorganizada ou desconfiada. É possível que alguns médicos
reconheçam estes sintomas como sendo o início da esquizofrenia, porém outros apenas os
reconhecem em retrospectiva.

De acordo com Vedana (2011) a esquizofrenia é caracterizada por sintomas psicóticos, que incluem
delírios, alucinações, pensamento e fala desorganizados e comportamento bizarro e inadequado. Os
sintomas psicóticos envolvem uma perda do contacto com a realidade. Os sintomas podem ser
desencadeados ou agravados por eventos estressantes da vida, como perda de um emprego ou término
de uma relação amorosa. O uso de drogas, incluindo o uso de maconha, também pode desencadear ou
piorar os sintomas.

Em geral, os sintomas da esquizofrenia pertencem a quatro categorias principais:

 Sintomas positivos
 Sintomas negativos
 Desorganização
 Comprometimento cognitivo

Os sintomas de esquizofrenia no sexo masculino costumam aparecer entre os 15 e 20 anos. Já em


mulheres, os sinais da doença são mais comuns beirando os 30 anos de idade. Embora seja raro,
também é possível o aparecimento da esquizofrenia em crianças e adultos com mais de 50 anos. A
esquizofrenia é a principal doença de um grupo de transtornos psiquiátricos denominados de
transtornos psicóticos. (Ferreira; Torres, 2016)

 Delírios
São alterações decorrentes da forma como o cérebro está captando a realidade e produzindo a crítica
sobre a mesma. As alterações nestas áreas do cérebro produzem crenças convictas em fatos e
percepções que não são compartilhadas pelas outras pessoas. (Alves; Silva, 2001).
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Uma pessoa delirante tem certeza de que está sendo prejudicada de alguma forma ou capta sinais em
coisas que estão acontecendo à sua volta e chega a conclusões que não são racionais. A pessoa com
esquizofrenia pode acreditar também que seu pensamento está sendo controlado por algo ou alguém
que está distante ou que ela própria consiga controlar o pensamento das outras pessoas. (Benini; Leal,
2016)

Os delírios mais comuns são os de estarem sendo vigiados ou perseguidos por alguém, mas existem
vários outros tipos de delírio: de terem criado fui inventado algo, de estarem sendo traídos, de serem
culpados por alguma catástrofe ou de estarem sendo infestados por parasitas dentro do corpo.

 Alucinações
Segundo Read (2009), são alterações na forma como o cérebro percebe os estímulos do meio e se
caracterizam pela percepção de estímulos que não existem ou que não estão sendo percebidos pelas
outras pessoas, como ver coisas que só ela vê ou ouvir coisas que apenas ela escuta. As alucinações
podem estar em qualquer um dos sentidos, mas ouvir vozes é a alucinação mais comum de todas. A
pessoa pode também falar sozinha interagindo com vozes que esteja ouvindo ou com
imagens/pessoas que esteja vendo.

 Pensamento desorganizado
Esse sintoma pode ser reflectido na fala, que também sai desorganizada e com pouco ou nenhum
nexo. A ideia de que pensamento desorganizado é um sintoma da esquizofrenia surgiu a partir do
discurso desorganizado de alguns pacientes. (Marques; Furegato, 2012).

Para os médicos, os problemas na fala só podem estar relacionadas à incapacidade de a pessoa formar
uma linha de pensamento coerente. Neste sentido, a comunicação eficaz de uma pessoa portadora de
esquizofrenia pode ser prejudicada por causa deste problema, e as respostas às perguntas feitas podem
ser parcial ou completamente alheias e desconexas.

 Habilidade motora desorganizada ou anormal


O comportamento de uma pessoa com esse tipo de disfunção não é focado em um objectivo, o que
torna difícil para ela executar tarefas. Comportamento motor anormal pode incluir resistência a
instruções, postura inadequada e bizarra ou uma série de movimentos inúteis e excessivos.
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7. Diagnóstico da esquizofrenia
Segundo Estevan e Marcon, et al. (2011), afirmam que não há exames médicos disponíveis capazes
de diagnosticar a esquizofrenia. Para que o paciente seja diagnosticado com esquizofrenia, um
psiquiatra deve examiná-lo para confirmar se é um caso da doença ou não. O diagnóstico é feito com
base em uma entrevista minuciosa com a pessoa e seus familiares e após o descarte de outras doenças
que atingem o cérebro e também podem contar com os mesmos sintomas psicóticos da esquizofrenia.

De acordo com Tundis (1990) a esquizofrenia é diagnosticada quando a psicose ocorre por uma
alteração no próprio cérebro e não por psicose decorrente de outras causas. Exames que avaliam a
imagem do cérebro como tomografia ou ressonância magnética e exames de sangue podem ajudar a
descartar outras doenças que podem também se apresentar com psicose, como:

A esquizofrenia será diagnosticada quando ambos os critérios a seguir estão presentes:


 Dois ou mais sintomas característicos (delírios, alucinações, fala desorganizada,
comportamento desorganizado, sintomas negativos) persistem por, no mínimo, seis meses.
 Esses sintomas causam deterioração significativa no desempenho profissional, escolar ou
social.

Informações fornecidas pela família, pelos amigos ou pelos professores são importantes para definir o
início do transtorno. Exames laboratoriais costumam ser realizados para descartar a presença de um
transtorno por uso de substâncias ou de um quadro clínico, neurológico ou hormonal de base que
possa ter as características de uma psicose (Pacheco, 2009).

Portanto, existem exemplos desses quadros clínicos que incluem tumores cerebrais, epilepsia do lobo
temporal, doenças da tireoide, doenças autoimunes, doença de Huntington, doenças hepáticas, efeitos
colaterais de medicamentos e deficiências de vitamina. Às vezes, são realizados exames para detectar
a presença do transtorno por uso de substâncias (Barroso, 2009).

Embora as pessoas com esquizofrenia apresentem anormalidades cerebrais que podem ser
visualizadas na TC ou RM, as anormalidades não são específicas o suficiente para ajudar a
diagnosticar a esquizofrenia. Além disso, o médico tenta descartar uma série de outros transtornos
mentais que têm as mesmas características da esquizofrenia, como o transtorno psicótico breve, o
transtorno esquizofreniforme, o transtorno esquizoafetivo e o transtorno de personalidade
esquizotípica. (Amarante, 1995)
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8. Tratamento e medicação
Segundo Lemos e Júnior (2009) os medicamentos utilizados para tratar a esquizofrenia são a principal
abordagem para manter a qualidade de vida do paciente e dos familiares. Nos dias de hoje, existe um
verdadeiro arsenal terapêutico que permite reduzir bastante o número e a severidade das crises,
minimizando as chances de um eventual surto psicótico.

Ballarin e Carvalho et al. (2011) afirmam que o uso adequado e contínuo permite uma redução de
sintomas, como os delírios e as alucinações. Entre as principais medicações disponíveis estão os
antipsicóticos típicos, dos quais os mais comuns são a Clorpromazina e o Haloperidol, além dos
antipsicóticos atípicos de nova geração, como a Clozapina, a Olanzapina, a Quetiapina e a
Risperidona.

Embora não tenha sido incluído no Programa de Medicamentos Excepcionais do Ministério da Saúde,
o aripiprazol vem sendo utilizado como alternativa de tratamento por não apresentar os efeitos
colaterais comuns a esse grupo de antipsicóticos atípicos (dislipidemia, hiperglicemia e ganho de
peso) (Ramminger; Brito, 2011).

Segundo Vidal e Bandeira, et al. (2008), afirmam que os antipsicóticos são a base para o tratamento
medicamentoso da esquizofrenia, sendo utilizados na fase aguda, na terapia de manutenção e na
prevenção de recidiva. Os antipsicóticos disponíveis para tratamento são os de primeira geração, ou
convencionais, contemplados no Programa Dose Certa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
e os de segunda geração, ou atípicos, incluídos no Programa de Medicamentos Excepcionais do
Ministério da Saúde.
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9. Conclusão
A esquizofrenia é um transtorno psíquico, que sem dúvidas, gera prejuízos irreparáveis na vida do
paciente, seja na esfera emocional, social ou familiar. Além de se manifestar em pessoas ainda muito
jovens, a doença causa surtos psicóticos recorrentes, em que o paciente não consegue manter contacto
com a realidade, permanecendo em um “mundo de delírios e alucinações”, ocasionando sofrimento
para ele e sua família.

Durante a construção desse trabalho, buscou-se compreender, o que contribui para uma pessoa
desenvolver esse transtorno, buscando evidenciar as causas e os factores de risco associados à
patologia e seu impacto no ensino superior. E assim, que possam ser abordadas formas de tratamento
ou prevenção da doença, de maneira eficaz. Observou-se que, mesmo com os tratamentos eficientes
existentes actualmente, as possibilidades de cura são nulas.

Nesse sentido, o profissional da Psicologia poderia contribuir para melhorar a qualidade de vida dos
familiares de pacientes com esquizofrenia através de grupos psicoterapêuticos, orientação profissional
e roda de conversas a fim de possibilitar a troca de experiências. Dessa forma, espera-se que os
familiares encontrem subsídios para lidar com as diversas especificidades dos casos apresentados.
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10. Bibliografia
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