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RESUMO
Esse estudo na área da inclusão educacional, teve como objetivo discutir a atuação docente em
Educação Especial, visando ponderar os desafios de diferentes enfoques e práticas pedagógicas para
a efetivação da inclusão escolar. A base teórica contemplou as concepções sobre ensino colaborat ivo
(MENDES; VILARONGA; ZERBATO, 2018), trabalho docente articulado (HONEFF, 2013) e em
políticas públicas, na área da Educação Especial e Educação Inclusiva (BRASIL, 2008; 2015). O
caminho metodológico apresentou uma abordagem qualitativa (YIN, 2016), do tipo pesquisa
participante (GIL, 2002), com análise de caráter descritivo (GIL, 2002). Dessa forma, foi realizado um
recorte das atividades desenvolvidas na escola, dando maior enfoque àquelas realizadas no contexto
de ensino colaborativo, trabalho docente articulado e Atendimento Educacional Especializado - AEE
realizados no ano de 2019, em uma escola de Educação Básica da rede municipal de ensino de São
Sepé – RS. Constatou-se que intervenções para além do contexto do AEE, como as realizadas da
forma de ensino colaborativo e trabalho docente articulado, têm um impacto positivo no processo de
ensino-aprendizagem de todos os alunos, bem como, podem auxiliar na efetividade dos processos de
inclusão escolar, potencializando o aprender.
INTRODUÇÃO
1
Mestranda em Políticas Públicas e Gestão Educacional pela Universidade Federal de Santa Maria.
Professora de Educação Especial da rede municipal de ensino de São Sepé – RS.
roniseventurini@gmail.com
2
Doutora em Educação pela Universidad Autonoma de Barcelona. Docente do Departamento de
Fundamentos da Educação, Universidade Federal de Santa Maria. silviamariapavao@gmail.com
3
Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria. Professora da rede estadual
de ensino. angela.picada@gmail.com
Especial, empregando o uso do Diário de campo desenvolvido pela professora de
Educação Especial da escola, se analisa a atuação docente em Educação Especial e
as diferentes formas de contribuir com a inclusão escolar por meio do ensino
colaborativo, trabalho docente articulado e Atendimento Educacional Especializado -
AEE, bem como os desafios para a implementação dessas práticas pedagógicas.
O estudo é de abordagem qualitativa (YIN, 2016), sendo caracterizado pela
pesquisa participante, que conforme Gil (2002, p. 55) “[...] caracteriza-se pela
interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas”, sendo
adequada, visto que uma das autoras atua como Educadora Especial na instituição
onde as intervenções são realizadas. Assim, esse estudo também assume um caráter
descritivo no âmbito análise das informações do campo investigado (GIL, 2002).
Para esse estudo, foi realizado um recorte das ações realizadas pela Educação
Especial em uma escola de Educação Básica da rede municipal de São Sepé - RS,
dando um enfoque às atividades no âmbito do ensino colaborativo, trabalho docente
articulado e AEE. Todas as atividades desenvolvidas pela professora de Educação
Especial são planejadas previamente e, ao final delas, as observações e avaliações
são registradas em diário de campo próprio, cuja finalidade é de registro das ações.
Argumenta-se que as práticas resultantes desse ensino, implicam na relação
entre professores do ensino regular e professores de Educação Especial, tendo um
impacto positivo no processo de ensino-aprendizagem de todos os alunos, auxiliando
na efetividade dos processos de inclusão escolar, potencializando o aprender.
Com base nessa nova concepção de escola “para todos”, a Educação Especial
deixa de ser uma modalidade de ensino paralela às demais e passa a constituir a
proposta pedagógica de cada escola, deixando de ser um serviço substitutivo ao
ensino regular e assumindo uma modalidade que perpassa todas as etapas e
modalidades de ensino (BRASIL, 2008). Sendo assim, é papel da Educação Especial
ar apoio aos professores da sala de aula regular, articular-se com a gestão escolar e
com a família, orientar quanto às estratégias metodológicas que atendam as
demandas de aprendizagem de cada aluno, produzir recursos didáticos, atuar para a
diminuição e/ou eliminação de barreiras que interfiram na efetiva inclusão escolar dos
alunos, realizar o AEE, dentre outras funções.
Partindo dessa reflexão, entende-se como necessário à pesquisa,
contextualizar as demandas e desafios encontrados no ano de 2017, quando se
iniciou a atuação em Educação Especial na escola, pois assim é possível olhar para
a construção da Educação Especial dentro dessa instituição de ensino. Até o ano de
2017, a escola não possuía nenhum professor de Educação Especial mesmo tendo
alunos público-alvo da Educação Especial. Ou seja, a esses alunos, por inúmeras
questões que perpassam à Educação, era negado um dos seus direitos: a oferta do
AEE (BRASIL, 2008). Nesse cenário, o primeiro desafio foi construir junto à
comunidade escolar, em especial, junto aos professores e gestão escolar, o papel do
professor de Educação Especial.
Outro fator desafiante, foi o de conciliar todas as demandas recebidas com a
carga horária destinada às funções da Educação Especial (na época, as 22 horas
eram divididas entre duas escolas) e a decisão de ir além, atendendo alunos com
transtornos de aprendizagem, embora não sejam considerados alunos público-alvo
da Educação Especial (BRASIL, 2008). Posteriormente, em 2019, foi possível ter três
turnos de trabalho nessa escola, as demais horas a professora de Educação Especial
atuava de forma itinerante em mais duas escolas do município, auxiliando no
processo de identificação de alunos com indicadores de Altas
Habilidades/Superdotação.
Algumas das ações iniciais para organização da prática pedagógica foram
necessárias e importantes para a construção do papel do professor de Educação
Especial, bem como auxiliam até o momento as ações desenvolvidas, dentre elas,
destacam-se: realizar um mapeamento de quem eram os alunos público-alvo da
Educação Especial; fazer as avaliações pedagógicas e, quando necessário,
encaminhamentos para avaliações complementares de alunos que apresentavam
dificuldades no seu processo de ensino-aprendizagem; encontrar um espaço físico
para a realização dos atendimentos; realizar formações na escola durante os
momentos pedagógicos a fim de esclarecer o que é papel do professor de Educação
Especial, bem como abordar temáticas relacionadas à área a partir das demandas
dos demais professores; organizar os horários dos atendimentos no contexto do AEE
contemplando os alunos público-alvo da Educação Especial e aqueles que
apresentam transtornos de aprendizagem, bem como para atender os professores e
familiares dos alunos e realizar atividades de ensino colaborativo e trabalho docente
articulado (MEDEIROS, PAVÃO, 2019).
Como já pontuado, para além do atendimento dos alunos público-alvo da
Educação Especial, decidiu-se atender os alunos com Transtornos de Aprendizagem,
uma vez que compreende-se que estes também necessitam de um atendimento
especializado, pois
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GIL, A.C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GHEDIN, E.; FRANCO, M.A.S. Questões de método na construção da pesquisa
em educação. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2011.
OLIVEIRA, A.P.; RAMOS, F. dos S.; VIEIRA, R.F. Um olhar sobre os alunos que a
política nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação inclusiva e a
legislação vigente não nos permitem ver… In: PAVÃO, A.C.O.; PAVÃO, S.M. de O.
Os casos excluídos da política nacional de educação especial na perspectiva
da educação inclusiva. Santa Maria: UFSM, PRE, 2017.
YIN, R.K. Pesquisa qualitativa do início ao fim. Porto Alegre: Penso, 2016.