M1D1Aulas1 11 2e2 1

beddacbjhig beddacbjhig
beddacbjhig beddacbjhig beddacbjhig
beddacbjhig
beddacbjhig
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8:
:2
beddacbjhig
12
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beddacbjhig
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beddacbjhig
l.
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beddacbjhig
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M1D1 – Aulas 1.1;1.2;2.1

s.
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Prof. Dr. Bernardo Gonçalves

ru
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6
-8
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.1
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beddacbjhig
-1
beddacbjhig
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Jé
beddacbjhig
beddacbjhig
beddacbjhig
beddacbjhig
Os Direitos Fundamentais nas Relações Privadas

beddacbjhig à luz da Teoria da
beddacbjhig
Integridade de Ronald Dworkin1

04
8:
Bernardo Gonçalves Fernandes2
:2
beddacbjhig
12
3
02
/2
Na formulação clássica dos direitos fundamentais, de matriz eminentemente liberal, os
05
direitos fundamentais representavam limites beddacbjhig
ao exercício do poder do Estado, de modo a barrar a
3/
-0
ação usurpadora deste nas suas relações com beddacbjhig
os particulares. beddacbjhig
m
co
beddacbjhig
Com o aumento de complexidade percebido pelo direito e o desenvolvimento de novos
l.
ai
gm
beddacbjhig
paradigmas jurídicos, uma nova possibilidadebeddacbjhig
de incidência dos direitos fundamentais foi teorizada beddacbjhig
v@
para além da dicotomia Estado-Particular. Sem dúvida, essa nova possibilidade de aplicação dos
ad
direitos fundamentais irá ter íntima relação com a ruptura paradigmática com o Estado Liberal
s.
ita
(constitucionalismo clássico de cunho negativo abstencionista), adstrito a uma perspectiva subjetiva
fre
lly
dos direitos fundamentais, e o advento do Estado Social (constitucionalismo social de cunho positivo
ne
ru
intervencionista), que, para além da dimensão subjetiva, desenvolveu
beddacbjhig uma dimensão objetiva dos
-b
beddacbjhig
3
beddacbjhig
direitos e garantias beddacbjhig
fundamentais.
beddacbjhig
6
-8
beddacbjhig
97
Nesses termos, a relação que se dá entre Estado, de um lado, e particular, de outro – agora
.1
02
beddacbjhig
chamada de eficácia vertical dos direitos fundamentais
beddacbjhig
– continua a existir. Porém, além dessa
.3
43
perspectiva, surge a necessidade de defender, com base no catálogo de direitos fundamentais, o

beddacbjhig
-1
beddacbjhig
particular nas suas relações com outros particulares, fazendo-se com que nesse novo quadro seja
s
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Ba
beddacbjhig 1 beddacbjhig
.Texto originariamente publicado em: Direito Civil beddacbjhig
em Debate: reflexões críticas sobre temas atuais. QUEIROZ,
ly
beddacbjhig
Mônica. GUERRA, Carlos Henrique Fernandes. VIEIRA, Marcelo de Mello. SILLMAN, Marina Carneiro Matos (Orgs.)
el
un
Belo Horizonte: Editorabeddacbjhig

D´Plácido, 2016. p. 11 – 31. beddacbjhig
Br
. Pós-Doutor em Direito pela Universidade de Coimbra - Portugal. Mestre e Doutor em Direito Constitucional pela
a
UFMG. Professor Adjunto IV da Faculdade de Direito da UFMG e Professor Adjunto IV da Faculdade de Direito da PUC-
ic
ss
beddacbjhig MG. beddacbjhig

Jé
3
.Nesse sentido: a defesa de alguns autores europeus ébeddacbjhig
que os direitos fundamentais,
beddacbjhig com o advento do Estado Social e
de suas funções, passaram a ter também uma dimensão objetiva. Esta,beddacbjhig
beddacbjhig embora não sem divergência, consistiria na
consideração de que os direitos fundamentais devem sebeddacbjhig
apresentar como a base de todo o ordenamento jurídico (função beddacbjhig
legitimadora e corporificadora) de um Estado. Sendo os mesmos dotadosbeddacbjhig
de vinculação entre os órgãos públicos e os beddacbjhig
particulares, por percorrerem todo o sistema com uma eficácia irradiante. Sem dúvida, essa dimensão, não obstante as
críticas a mesma, constituirá um reforço de proteçãobeddacbjhig
aos direitos fundamentais, sobretudo no modo de como eles
devem e podem incidir nas mais variadas situações de beddacbjhig
aplicação dos mesmos que obviamente não estariam restritas ao
beddacbjhig parâmetro Estado frente ao Particular. Conforme os beddacbjhig
adeptos de tal tese: na sentença do caso Lüth deduziu-se da
beddacbjhig dimensão objetiva dos direitos fundamentais um efeitobeddacbjhig
de irradiação destes sobre todo o sistema normativo. Esse efeito
traduz a ação conformadora que o Direito constitucional deve exercer sobre
beddacbjhig todos os ramos do Direito. Apontamentos
beddacbjhig
sobre a aplicação das normas de direito fundamental nas relações entre particulares. GONÇALVES PEREIRA, Jane Reis,
2003, p. 154.
2
beddacbjhig
beddacbjhig repensada toda a dinâmica
beddacbjhigposta para aplicação dos direitos fundamentais. Por isso mesmo, fala-se
em eficácia horizontal ou de direitos fundamentais nas relações privadas.4
beddacbjhig
Segundo Sarmento,
beddacbjhig os debates iniciais encontram
como marco histórico inicial o período
beddacbjhig
logo após o advento da Lei Fundamental de Bonn, na Alemanha. Na gênese dessa discussão
beddacbjhig delineou-se que o dever do Estado de proteçãobeddacbjhig
dos direitos fundamentais não estava limitado a uma
atividade omissiva beddacbjhig
– uma abstenção de não violação – mas também
beddacbjhig
se incluía no rol de condutas beddacbjhig
04
beddacbjhig
esperadas ações em defesa de lesões ou ameaças que os particulares poderiam vir a sofrer em
8:
:2
beddacbjhig
virtude da ação de beddacbjhig
terceiros (também particulares). Sendo assim, o debate que envolveu a eficácia
12
beddacbjhig
3
horizontal dos direitos fundamentais é de cunho tipicamente europeu, tendo como precursoras a
02
/2
5
doutrina e jurisprudência tedesca. beddacbjhig beddacbjhig
05
3/
6 beddacbjhig
Pois bem, a doutrina e jurisprudência alemã, a partir da década de 50, passam a reconhecer
-0
m
a aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas. beddacbjhig
beddacbjhig
O problema, então, passou a ser não a
co
beddacbjhig
l.
questão da eficácia dos direitos fundamentais nessas relações, mas, sim, a forma de incidência dos
ai
gm
beddacbjhig
direitos fundamentais previstos na Constituição nas relações entre particulares. Surgiu aí a dúvida se
v@
ad
beddacbjhig beddacbjhig s.
.SARMENTO, Daniel, Abeddacbjhig
vinculação dos particulares aos direitos fundamentais no direito comparado e no Brasil, p. 193-
ita
beddacbjhig
194. Certo é que o termo ‘direitos fundamentais’ nas relações privadas é o mais adequado, visto que em determinadas
fre
hipóteses (casos concretos) os particulares não estão beddacbjhig
em relação de horizontalidade devido à discrepância de uns em
lly
beddacbjhig
ne
relação aos outros. É interessante registrarmos que alguns doutrinadores, atualmente, falam em “eficácia diagonal dos
ru
direitos fundamentais”. Essa seria, justamente, a referente aos particulares nas relações com outros particulares não
-b
beddacbjhig numa relação de horizontalidade
beddacbjhig (nos termos da crítica de Daniel Sarmento), mas sim de verticalidade, ou seja, um
6
particular (por exemplo com grande poderio econômico) em relação a outro (por exemplo: hipossuficiente). Nesse
-8
97
beddacbjhig sentido, teríamos a eficácia diagonal dos direitos fundamentais (e não a horizontal) apesar da relação ser entre
beddacbjhig
.1
particulares.
02
.3
5
43
.Nesses termos: na Alemanha, embora haja certa hesitação quando se trata de identificar a origem precisa do debate, é
beddacbjhig
-1
possível afirmar que este ganhou consistência a partirbeddacbjhig

da década de cinquenta, quando foi cunhado o célebre termo
s
drittwirkung der grundrechte. Há quem sustente, inclusive, que a própria ideia de eficácia dos direitos fundamentais em
ta
relações privadas é umabeddacbjhig
criação da ciência jurídica alemã, verdadeiro produto made in germany, que mais tarde tornou-
ei
beddacbjhig
Fr
se artigo de exportação jurídica. Com efeito, embora a construção norte-americana da state action doctrine torne
de
beddacbjhig questionável o pioneirismo invocado pela dogmática germânica, o fatobeddacbjhig é que esta conferiu ao tema densidade e
ta
beddacbjhig originalidade ímpares, beddacbjhig

vindo a tornar-se ponto de referência para toda a doutrina europeia. Apontamentos sobre a
is
aplicação das normas de direito fundamental nas relações entre particulares. GONÇALVES PEREIRA, Jane Reis, 2003, p.
t
Ba
134.
ly
6
.O Tribunal Constitucional Alemão debateu e enfrentou o tema da eficácia dos direitos fundamentais nas relações
el
un
privadas no famoso caso Lüth (1958). Este se tornou uma verdadeira referência não só na Alemanha no que diz respeito
Br
beddacbjhig à aplicação dos direitos fundamentais nas relações entre beddacbjhig

particulares. Um resumo do caso pode ser assim descrito: em
a
1950 Erich Lüth, presidente do clube de imprensa de Hamburgo, em um discurso feito perante produtores e
ic
ss
beddacbjhig distribuidores da indústria cinematográfica, defendeu que fosse realizado um boicote ao filme Unsterbiliche Gelibte
beddacbjhig
Jé
(Amante imortal), dirigido por Veit Harlam, em virtude do cineasta ter elaborado
beddacbjhig beddacbjhigfilmes de conotação antissemita na
época nazista de Hitler. A produtora do filme de Harlam recorreu ao Tribunal
beddacbjhig de Hamburgo com o objetivo de que fosse
beddacbjhig
determinado a Lüth que cessasse a conclamação ao boicote, com fundamento no art. 826 do Código Civil (quem, de
modo contrário aos bons costumes, cause danos dolosamente a outro, está obrigado a reparar o dano). A demanda foi
acolhida pelo Tribunal. beddacbjhig
Ocorreu em virtude de tal decisão recurso por parte de Lüth perante a Corte Constitucional, que beddacbjhig
por sua vez reformou a sentença entendendo ter havido violação ao direito fundamental de Lüth à liberdade de
beddacbjhig
expressão. É bom que se diga que nesse caso a Corte adotoubeddacbjhig
a tese da eficácia indireta ou mediata. Outro famoso caso
beddacbjhig foi intitulado de caso do celibato no qual o Tribunal beddacbjhig
Federal do Trabalho Alemão em 1957 declarou a invalidade de
beddacbjhig cláusula contratual que previa a extinção do contrato beddacbjhig
de trabalho de enfermeiras de um hospital privado, casos estas
viessem a contrair matrimônio. Apontamentos sobre abeddacbjhig
aplicação das normas de direito fundamental nas relações entre
beddacbjhig
particulares. GONÇALVES PEREIRA, Jane Reis, p. 166. SARMENTO, Daniel, A vinculação dos particulares aos direitos
fundamentais no direito comparado e no Brasil).
3
beddacbjhig
beddacbjhig os direitos fundamentais deveriam ser aplicados de forma direta ou indireta nas relações privadas.
beddacbjhig
Nesse sentido, teremos a partir daí duas teses,beddacbjhig
acerca da afirmação e aplicação da intitulada eficácia beddacbjhig
beddacbjhig 7
horizontal (direitos beddacbjhig
fundamentais nas relaçõesbeddacbjhig
privadas).
Na primeira corrente, fala-se em uma eficácia indireta e mediata8 dos direitos
beddacbjhig fundamentais. Aqui, a proteção aos direitos beddacbjhig
fundamentais em relações privadas somente pode se
dar a partir da consagração de leis infraconstitucionais beddacbjhig
voltadas para tais relações. Em tal beddacbjhig
04
perspectiva, as normas infraconstitucionais são interpretadas à luz das disposições constitucionais,
8:
:2
beddacbjhig
como se esta fosse beddacbjhig
um filtro. Com isso, segundo Robert Alexy, a aplicação dos direitos fundamentais
12
beddacbjhig
3
na relação entre particulares seria sempre mediada
beddacbjhig pela atuação do legislador (e sua produção
02
beddacbjhig
/2
normativa ordinária) ou mesmo pelo Juiz, que deveria interpretarbeddacbjhig
o direito infraconstitucional beddacbjhig
05
3/
9
(privado) à luz das normas de direitos fundamentais. Esta é a posição majoritária na doutrina
beddacbjhig
-0
alemã, sendo assumida, por exemplo, por Konrad Hesse10, para quem tal teoria visaria proteger o
m
co
beddacbjhig
núcleo da autonomia privada dos indivíduos. Todavia, em nossa opinião, o que se vê, é o inverso.
l.
ai
gm
beddacbjhig
A assunção de tal tese, para alguns doutrinadores,
adota uma perspectiva “hipertrofiada” do
v@
que seja autonomia privada que fragiliza a si mesma, uma vez que passa a aplicação de direitos
ad
fundamentais a serbeddacbjhig
dependente da produção legislativa infraconstitucional, e, além disso, trabalha a
ita
beddacbjhig
fre
beddacbjhig autonomia privada como um direito fundamental que sempre preponderaria sobre outros direitos
beddacbjhig
lly
fundamentais (precedência
beddacbjhigincondicionada ou absolutização).
ne
beddacbjhig
ru
-b
beddacbjhig
É interessante que sustentam os defensores da tese da eficácia indireta e mediata que a
beddacbjhig
6
adoção da tese contrária da eficácia direta beddacbjhig

e imediata: a) poderia comprometer em demasia a
-8
beddacbjhig
97
autonomia privada;beddacbjhig
b) daria poderes excessivos aos juízes em detrimento do legislador eleito
.1
beddacbjhig
02
democraticamente; c) geraria insegurança jurídica, pois ensejaria que os conflitos privados seriam
.3
43
solucionados com base em princípios constitucionais

beddacbjhig
vagos e abstratos; d) poderia por em risco a
-1
beddacbjhig
autonomia do direito privado permitindo sua dissolução pelo direito público (colonização pelo
s
ta
11
ei
direito constitucional).
Fr
de
beddacbjhig Já a segunda corrente, que apresenta um acolhimento atualmente minoritário em solo

beddacbjhig
ta
tedesco (alemão) – mas majoritário em países ibéricos comobeddacbjhig
a Espanha –, entende que a eficácia
is
beddacbjhig
t
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dos direitos fundamentais é direta e imediata.
beddacbjhig Seus defensores afirmam que os direitos
ly
beddacbjhig
el
un
Br
.CANOTILHO, José Joaquim Gomes, Direito constitucional e teoria da Constituição, 5. ed., p. 446.
a
.Essa teoria foi inicialmente defendida pela teorização de Günther Dürig e posteriormente por outros autores. É
ic
ss
beddacbjhig atualmente a tese majoritária na doutrina e na jurisprudência alemã a partir do caso Lüth. No caso acima citado, a Corte
beddacbjhig
Jé
Constitucional entendeu que os Tribunais civis ao examinarem litígios de natureza

beddacbjhig privada devem levar em consideração
beddacbjhig
os direitos fundamentais, interpretando os preceitosbeddacbjhig
de direito civil debeddacbjhig
forma a harmonizá-los com os valores que
emanam da Constituição. Apontamentos sobre a aplicação das normas de direito fundamental nas relações entre
particulares. GONÇALVES PEREIRA, Jane Reis, 2003, p. 134. beddacbjhig beddacbjhig
9
.ALEXY, Robert, Teoríabeddacbjhig
de los derechos fundamentales, 1997, p. 243. beddacbjhig
10
.HESSE, Konrad, Derecho constitucional y derecho privado, p. 60-61.
beddacbjhig
11
.SARMENTO, Daniel, A vinculação dos particulares aosbeddacbjhig
direitos fundamentais no direito comparado e no Brasil, p. 219-
beddacbjhig 248. beddacbjhig
12
beddacbjhig .O autor que preliminarmente defendeu essa tese beddacbjhig
foi Hans Carl Nipperdey, juiz do Tribunal Federal do Trabalho
alemão. O texto inicial que demarcou sua posição foi beddacbjhig
“Die wüde dês menschen” publicado em obra coletiva em 1954
beddacbjhig
pela Editora Dunker & Humboldt. Nipperdey concordou com a premissa definida pela Corte Constitucional de que a Lei
Fundamental não era neutra, mas sim vincularia uma ordem objetiva de valores. Porém, ele não compartilhava a noção
4
beddacbjhig
beddacbjhig fundamentais, tal beddacbjhig
como previstos no texto constitucional, já trazem condições de plena
aplicabilidade nas relações entre particulares, dispensando a mediação infraconstitucional, não
beddacbjhig
necessitando, portanto, da atuação (sindicabilidade)
beddacbjhig do legislador e nem mesmo da interpretação da
beddacbjhig
beddacbjhig legislação infraconstitucional à luz da Constituição. Nesse sentido,
beddacbjhigcom base na perspectiva da
beddacbjhig máxima efetividade a Constituição (com seu rol de direitos fundamentais) deveria ser aplicada
beddacbjhig
diretamente nas relações entre particulares13. beddacbjhig beddacbjhig
04
Mas aqui uma advertência.
Além das duas correntes de maior sucesso aventadas, existem
8:
:2
beddacbjhig
também teorias alternativas, que não advogam a “dicotomia” (hiato) eficácia indireta/mediata e
12
3
eficácia direta/imediata. Uma delas é a do jurista Robert Alexy. Para o professor de Kiel
02
/2
deveríamos buscar uma teorização que tenha como objetivobeddacbjhig
explicar de forma mais satisfatória e, beddacbjhig
05
3/
porque não dizer, mais completa a incidência de direitos fundamentais nas relações privadas.
beddacbjhig
-0
m
Nesses termos, Alexy trabalha um modelo de
complementariedade entre as eficácias
co
beddacbjhig
l.
indireta e direta e acrescenta nesse modelo a “teoria dos deveres de proteção”. Com isso, defende
ai
gm
beddacbjhig
a teoria ou modelo dos três níveis de efeitos (nível dos deveres do Estado, o nível dos direitos
v@
frente ao Estado e beddacbjhig
o nível da relação entre sujeitos privados). No primeiro nível teríamos a teoria
ad
beddacbjhig s.
da eficácia indireta ou mediata. Ou seja, o juiz deve buscar inicialmente (inclusive por uma
ita
fre
beddacbjhig questão de segurança jurídica) interpretar obeddacbjhig

direito privado (e sua legislação infraconstitucional
lly
produzida pelo legislador democraticamente eleito pelo povo) à luz da Constituição. No segundo
ne
ru
nível, teríamos os deveres de proteção, ou seja, há um dever de proteção do Estado na relação
-b
entre os particulares com outros particulares, e, portanto, o judiciário ao dirimir conflitos
6
-8
97
beddacbjhig interpretativos deve sempre levar em consideração os direitos fundamentais. E no terceiro nível
beddacbjhig
.1
02
beddacbjhig teríamos a tese da eficácia direta e imediata dos direitos fundamentais sendo trabalhada e
beddacbjhig
.3
aplicada.14
43
beddacbjhig
-1
beddacbjhig
Já Daniel Sarmento e em especial Bilbao Ubillos, defendem
beddacbjhig a eficácia direta, mas não beddacbjhig
s
ta
ei
descartam a aplicação das normas infraconstitucionais (mediante a irradiação de valores

Fr
constitucionais). Advogam que se as normas infraconstitucionaisbeddacbjhigsão inadequadas ou mesmo
de
beddacbjhig
ta
beddacbjhig
insuficientes (ou inexistentes), o juiz deve aplicar a Constituição
beddacbjhig
para resolver a querela entre
is
t
Ba
beddacbjhig particulares. É claro que pesa (até mesmo por deferência aobeddacbjhig
legislador democraticamente eleito)
ly
um ônus argumentativo para a aplicação direta das normas beddacbjhig
constitucionais nas relações privadas
el
beddacbjhig
un
(ou seja, deve restar claro que solução definida
beddacbjhig pelo legislador infraconstitucional não foi
Br
beddacbjhig
a
beddacbjhig
suficiente ou não foi adequada para resolver a questão, não proporcionando a tutela ao direito
beddacbjhig
ic
ss
Jé
de que o efeito irradiante dos direitos fundamentais nas relações entre os particulares deveria se propagar por meio das
cláusulas gerais do Direito Civil (ou de qualquer outro beddacbjhig
ramo do Direito), mas sim de forma direta sem a intermediação
infraconstitucional. Apontamentos sobre a aplicação beddacbjhig
das normas de direito fundamental nas relações entre
beddacbjhig particulares. GONÇALVES PEREIRA, Jane Reis, p. 158. beddacbjhig
13
beddacbjhig .SARMENTO, Daniel. A vinculação dos particularesbeddacbjhig
aos direitos fundamentais no direito comparado e no Brasil,
p.242-244. beddacbjhig beddacbjhig
14
.ALEXY, Robert, Teoría de los derechos fundamentales, 1997, p. 514-521. SARMENTO, Daniel. A vinculação dos
particulares aos direitos fundamentais no direito comparado e no Brasil, p.242-244.
5
beddacbjhig
beddacbjhig fundamental exigida pela Constituição). Nesse sentido, defendem uma ponderação entre a
beddacbjhig
autonomia privada e o outro direito fundamental em jogo. 15
beddacbjhig
Já na tradição norte-americana, a
beddacbjhig discussão
sobre a eficácia horizontal dos direitos
beddacbjhig
fundamentais, ganha outros contornos. Salvo a 13ª Emenda, que prevê a proibição de escravidão,
beddacbjhig todos os demais direitos se voltam e vinculam única e exclusivamente o Estado. Nesse diapasão, a
beddacbjhig
doutrina da state beddacbjhig
action objetiva preservar o espaço de autonomia
beddacbjhig
dos Estados-membros para beddacbjhig
04
beddacbjhig
legislar sobre direitos privados, vedando tal matéria ao espaço de competências da União. Sendo
8:
:2
beddacbjhig
assim, proíbe-se que as cortes federais, mesmo que a pretexto de estarem aplicando a Constituição,
12
3
intervenham na disciplina das relações entre particulares (portanto a regra é a da não aplicação dos
02
/2
direitos fundamentais nas relações privadas). Todavia, a partir da década de 40, a Suprema Corte
05
3/
começa a temperar (relativizar) a tese da inaplicabilidade dos direitos fundamentais em relações
beddacbjhig
-0
privadas16. Ao adotar a public function theory, afirma a aplicabilidade dos mesmos quando o
m
co
beddacbjhig
particular exercer beddacbjhig
atividades de natureza tipicamente estatal (atos equiparados ao do poder
l.
beddacbjhig
ai
17
gm
público). beddacbjhig
v@
A Suprema beddacbjhig
Corte também entende que o Estado não está autorizado por meio de sua
ad
beddacbjhig s.
legislação a estimular – seja de modo direto, seja de modo indireto – o desrespeito aos direitos
ita
fundamentais.18 No campo doutrinário, se fazem
fre
beddacbjhig presentes diversos questionamentos da doutrina

beddacbjhig
lly
da state action, uma vez que, ainda que pesem os temperamentos e variações adotados pela
ne
ru
Suprema Corte, não comporta a mesma um tratamento beddacbjhig adequado aos direitos fundamentais em sua
-b
beddacbjhig
eficácia horizontal (nas relações privadas). beddacbjhig
6
-8
beddacbjhig
97
.1
02
.3
15
43
.SARMENTO, Daniel. A vinculação dos particulares aos direitos fundamentais no direito comparado e no Brasil, p.242-
beddacbjhig
-1
244. beddacbjhig
16 beddacbjhig beddacbjhig
s
.SARMENTO, Daniel, A vinculação dos particulares aos direitos fundamentais no direito comparado e no Brasil, p. 200.
ta
Nesse sentido, a doutrina afirma que se pode vislumbrar duas hipóteses em que a Suprema Corte estabelecia uma
ei
Fr
interpretação ampliativa da noção de state action, viabilizando, assim, o exame da relação jurídica privada à luz dos
de
beddacbjhig preceitos que garantem as liberdades constitucionais: a) o exercício, por beddacbjhig

um sujeito privado, de uma função típica do
ta
beddacbjhig Estado; e b) a existência de circunstâncias que permitam vincular uma ação estatal à uma conduta privada. Ou seja, as
beddacbjhig
is
liberdades civis limitariam as pessoas privadas quando estas exercessem beddacbjhig
uma função estatal ou quando atuassem em
t
Ba
beddacbjhig
conexão com o Estado. Apontamentos sobre a aplicação das normas de direito fundamental nas relações entre
ly
particulares. GONÇALVES PEREIRA, Jane Reis, p. 175. beddacbjhig
el
beddacbjhig
un
17
.O caso mais significativo foi o precedente Marsh v. Alabama (326 U.S. 501), de 1946, que discutia “se uma empresa
Br
privada, que possuía terras no interior das quais se localizavam ruas, residências, estabelecimentos comerciais etc., podia
a
ou não proibir Testemunhas de Jeová de pregarem no interior da sua propriedade. A Suprema Corte declarou inválida tal
ic
ss
beddacbjhig proibição, pois ao manter uma ‘cidade privada’ (private owned town), a empresa se equiparava ao Estado e se sujeitava
beddacbjhig
Jé
à 1ª Emenda da Constituição norte-americana, que assegura liberdade debeddacbjhig

beddacbjhig culto. SARMENTO, Daniel, A vinculação dos
particulares aos direitos fundamentais no direito comparado
beddacbjhig e no Brasil,beddacbjhig
p. 201). Em caso anterior Smith v. Allwright
(1944) a mesma teoria foi aplicada aos partidos políticos quando decidiram excluir ou não filiar pessoas negras,
impedindo-as, portanto, de participação nas intituladas eleições primárias (internas), pois as primárias integram a
engenharia eleitoral e as mesmas vedações que limitam a discriminação nas eleições devem ser as primárias aplicadas.
Em Evens v. Newton (382 U.S. 296), de 1966, a Suprema Corte reconheceu que, mesmo sendo privado, se um parque
beddacbjhig
beddacbjhig
fosse aberto ao público, o mesmo não poderia ter restrições de acesso a negros.
beddacbjhig .Baseado nessa orientação, em Reitman v. Mulkey (387 U.S.
beddacbjhig369), de 1967, a Suprema Corte invalidou uma emenda à
beddacbjhig Constituição do Estado da Califórnia, que concedia aos proprietários de imóveis o poder de negar-se a vendê-los ou
beddacbjhig
arrendá-los para quem quisessem, sob o argumento debeddacbjhig
que o ato normativo em questão tivera o objetivo de estimular a
beddacbjhig
discriminação racial privada no acesso à moradia. SARMENTO, Daniel, A vinculação dos particulares aos direitos
fundamentais no direito comparado e no Brasil, p. 204.beddacbjhig beddacbjhig
6
beddacbjhig
beddacbjhig Conforme abeddacbjhig
doutrina de Virgílio Afonso da Silva, quando a state action afirma não trabalhar
a aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas, aceitando apenas o raciocínio (artificial)
beddacbjhig
da equiparação de beddacbjhig
uma ação privada a uma ação pública (de Estado) para que particulares possam
beddacbjhig
beddacbjhig ser protegidos nas relações com outros particulares, está usando, na verdade, de um “artifício”, pois
beddacbjhig
beddacbjhig a negativa da proteção a particulares seria apenas (tão somente) “aparente” e de cunho casuísta.
beddacbjhig
Nesse sentido, “a equiparação só ocorre quando já há um fim deliberado de coibir uma violação a
04
um direito fundamental causada por uma ação privada.”
8:
:2
beddacbjhig
Pois bem, como último aporte, resta saber como podemos trabalhar a doutrina da eficácia
12
3
horizontal dos direitos fundamentais em terrae brasilis. Adotamos tal aplicação dos direitos
02
/2
fundamentais seguindo a tradição europeia ou nos filiamos à perspectiva
beddacbjhig
norte-americana? beddacbjhig
05
3/
beddacbjhig
Sem dúvida, o Brasil vem adotando, tanto doutrinária como jurisprudencialmente a posição
-0
m
europeia do manuseio dos direitos fundamentais nas relações
beddacbjhig
privadas. Portanto, a vinculação de
beddacbjhig
co
beddacbjhig
l.
particulares aos direitos fundamentais vem sendo reconhecida.
ai
gm
beddacbjhig
uma teorização20 (fundamentação teórica)

Porém, ainda não há na jurisprudência do STF
v@
ad
beddacbjhig
beddacbjhig
sobre os limites e beddacbjhig
alcances dessa aplicação, ou seja, sobre o campo de incidência dos direitos
beddacbjhig
s.
fundamentais de forma direta (imediata) ou indireta (mediata) nas relações privadas. Mas apesar da
ita
fre
falta de uma construção teórica específica, beddacbjhig
o STF vem aplicando os direitos fundamentais nas
lly
beddacbjhig
ne
relações privadas. Nesses termos, trazemos a cotejo quatro casos que entendemos serem
ru
-b
beddacbjhig
paradigmáticos, sendo três deles do STF e que um deles do TST:
beddacbjhig
6
-8
1) RE nº 158.215/RS. Nesse caso, julgado em 30/04/96, o Supremo Tribunal Federal
97
.1
considerou a expulsão de associados de uma cooperativa

sem a observância do direito adequado de
02
.3
beddacbjhig defesa e do devido processo legal como violações aos direitos fundamentais previstos
beddacbjhig
43
beddacbjhig
constitucionalmente. A ementa da decisão assim preleciona: DEFESA – DEVIDO PROCESSO LEGAL –
-1
beddacbjhig
s
INCISO LV DO ROL DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS – EXAME – LEGISLAÇÃO COMUM. A

ta
ei
intangibilidade do preceito constitucional assegurador do devido processo legal direciona ao exame

Fr
de
beddacbjhig da legislação comum. Daí a insubsistência da óptica segundobeddacbjhig

a qual a violência à Carta Política da
ta
República, suficiente a ensejar o conhecimento de extraordinário, há de ser direta e frontal. Caso a
is
t
Ba
caso, compete ao Supremo Tribunal Federal exercer crivo sobre a matéria, distinguindo os recursos
ly
el
protelatórios daqueles em que versada, com procedência, abeddacbjhig

beddacbjhig
transgressão a texto constitucional,
un
Br
beddacbjhig muito embora torne-se necessário, até mesmo, partir-se do que previsto na legislação comum.
beddacbjhig
a
ic
Entendimento diverso implica relegar à inocuidade doisbeddacbjhig princípios básicos em um Estado beddacbjhig
ss
Jé
Democrático de Direito – o da legalidade e beddacbjhig

do devido processo legal, com a garantia da ampla
beddacbjhig
defesa, sempre a pressuporem a consideração de normas estritamente legais. COOPERATIVA –
EXCLUSÃO DE ASSOCIADO – CARÁTER PUNITIVO – DEVIDO
beddacbjhig PROCESSO LEGAL. Na hipótese de
beddacbjhig
exclusão de associado decorrente de conduta contrária aos estatutos, impõe-se a observância ao
beddacbjhig
devido processo legal, viabilizado o exercício amplo da defesa. Simples desafio do associado à
beddacbjhig
beddacbjhig .SILVA, Virgílio Afonso da, A constitucionalização do beddacbjhig
direito: os direitos fundamentais nas relações privadas, 2005, p.
106. beddacbjhig beddacbjhig
20
.SARMENTO, Daniel, A vinculação dos particulares aos direitos fundamentais no direito comparado e no Brasil, p. 260.
7
beddacbjhig
beddacbjhig assembleia geral, no que toca à exclusão, não é de molde a atrair adoção de processo sumário.
beddacbjhig
Observância obrigatória do próprio estatuto da cooperativa. (Rel. Min. Marco Aurélio de Mello- 2ª
beddacbjhig
Turma DJ 07.06.1996)
2) RE nºbeddacbjhig
161.243/DF. Nesse histórico caso julgado em 29/10/1996, o Supremo Tribunal beddacbjhig
beddacbjhig Federal entendeu que o princípio da igualdadebeddacbjhig
(isonomia), previsto na Constituição como um direito
fundamental, devebeddacbjhig
ser observado também nas relações entre particulares, não devendo um
04
beddacbjhig
trabalhador brasileiro ser discriminado por empresa estrangeira, conforme a ementa abaixo:
8:
:2
beddacbjhig
EMENTA: CONSTITUCIONAL.
beddacbjhig TRABALHO. PRINCÍPIO DA IGUALDADE. TRABALHADOR BRASILEIRO
12
beddacbjhig
3
EMPREGADO DE EMPRESAbeddacbjhig ESTRANGEIRA: ESTATUTOS DO PESSOAL DESTA: APLICABILIDADE AO
02
beddacbjhig
/2
TRABALHADOR ESTRANGEIRO E AO TRABALHADOR BRASILEIRO. C.F., 1967, art. 153, § 1º; C.F.,
05
3/
1988, art. 5º, caput. I. – Ao recorrente, por não ser francês, não obstante trabalhar para a empresa
beddacbjhig
-0
francesa, no Brasil, não foi aplicado o Estatuto do Pessoal dabeddacbjhig
Empresa, que concede vantagens aos
m
beddacbjhig
co
beddacbjhig
empregados, cuja aplicabilidade seria restrita ao empregado de nacionalidade francesa. Ofensa ao
l.
ai
gm
princípio da igualdade: C.F., 1967, art. 153, § beddacbjhig
1º; C.F., 1988, art. 5º, caput). II. – A discriminação que
v@
se baseia em atributo, qualidade, nota intrínseca
beddacbjhig ou extrínseca do indivíduo, como o sexo, a raça, a
beddacbjhig
ad
nacionalidade, o credo religioso, etc., é inconstitucional. Precedente do STF: Ag 110.846(AgRg)-PR,
s.
ita
Célio Borja, RTJ 119/465. III. – Fatores que autorizariam
beddacbjhig a desigualização não ocorrentes no caso. IV.
fre
beddacbjhig
lly
beddacbjhig
– R.E. conhecido e provido. (Rel. Min. Carlos Mario Velloso DJ 19.12.1997)
beddacbjhig
ne
ru
3) RE nº 201.819/RJ. Nesse caso, que envolveu a UBC (União Brasileira de
-b
Compositores) e umbeddacbjhig
associado que foi excluído sem o direito ao devido processo legal, contraditório
6
-8
beddacbjhig
97
beddacbjhig e à ampla defesa, o Ministro Gilmar Ferreira Mendes desencadeou a divergência em relação ao voto
beddacbjhig
.1
02
beddacbjhig proferido pela Relatora Ministra Ellen Gracie (voto vencido). O Eminente Ministro afirmou que os
beddacbjhig
.3
direitos fundamentais previstos na Constituição devem ser aplicados não só nas relações entre o
43
beddacbjhig
-1
beddacbjhig
Estado e o particular, mas também nas relações entre os particulares
beddacbjhig envolvendo, por exemplo, beddacbjhig
s
ta
beddacbjhig
pessoas físicas e jurídicas privadas, conforme a ementa: EMENTA: SOCIEDADE CIVIL SEM FINS
beddacbjhig
ei
Fr
LUCRATIVOS. UNIÃO BRASILEIRA DE COMPOSITORES. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DA

de
AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES
ta
is
PRIVADAS. RECURSO DESPROVIDO. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES
t
Ba
PRIVADAS. As violações a direitos fundamentais não ocorrem beddacbjhig
somente no âmbito das relações entre
ly
el
beddacbjhig
un
o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de
Br
direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados beddacbjhigpela Constituição vinculam
a
beddacbjhig
ic
ss
beddacbjhig diretamente não apenas os poderes públicos, estando direcionados beddacbjhig também à proteção dos
Jé
particulares em face dos poderes privados. II.beddacbjhig

OS PRINCÍPIOSbeddacbjhig
beddacbjhig
CONSTITUCIONAIS COMO LIMITES À
beddacbjhig
AUTONOMIA PRIVADA DAS ASSOCIAÇÕES. Abeddacbjhig ordem jurídico-constitucional brasileira não conferiu beddacbjhig
a qualquer associação civil a possibilidade de agir à revelia dos princípios inscritos nas leis e, em
especial, dos postulados que têm por fundamentobeddacbjhig direto o próprio texto da Constituição da
beddacbjhig
República, notadamente em tema de proteção às liberdadesbeddacbjhig
beddacbjhig
e garantias fundamentais. O espaço
beddacbjhig de autonomia privada garantido pela Constituição às associações não está imune à incidência dos
beddacbjhig
princípios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos
beddacbjhig fundamentais de seus associados.
beddacbjhig
A autonomia privada, que encontra claras limitações
beddacbjhigde ordem jurídica, não pode ser exercida em beddacbjhig
8
beddacbjhig
beddacbjhig detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros, especialmente aqueles
beddacbjhig
positivados em sede constitucional, pois a autonomia
beddacbjhig da vontade não confere aos particulares, no beddacbjhig
beddacbjhig
domínio de sua incidência
beddacbjhige atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e
beddacbjhig
beddacbjhig definidas pela própria Constituição, cuja eficácia e força beddacbjhig
normativa também se impõem, aos
beddacbjhig particulares, no âmbito de suas relações privadas, em tema de liberdades fundamentais. III.
beddacbjhig
SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS. ENTIDADE QUE INTEGRA ESPAÇO PÚBLICO, AINDA QUE
04
NÃO-ESTATAL. ATIVIDADE
beddacbjhig DE CARÁTER PÚBLICO. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DO
8:
beddacbjhig
:2
DEVIDO PROCESSObeddacbjhig
LEGAL. APLICAÇÃO DIRETA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS À AMPLA DEFESA E
beddacbjhig
12
beddacbjhig
AO CONTRADITÓRIO. As associações privadasbeddacbjhig
que exercem função predominante em determinado
3
beddacbjhig
02
âmbito econômico e/ou social, mantendo seus associados embeddacbjhigrelações de dependência econômica
/2
beddacbjhig
05
e/ou social, integram o que se pode denominar de espaço público, ainda que não-estatal. A União
3/
beddacbjhig
-0
Brasileira de Compositores – UBC, sociedade civil sem fins lucrativos,
beddacbjhig
integra a estrutura do ECAD e, beddacbjhig
m
co
portanto, assume posição privilegiada para determinar
beddacbjhig a extensão do gozo e fruição dos direitos
l.
ai
autorais de seus associados. A exclusão de sócio do quadro social da UBC, sem qualquer garantia de
gm
beddacbjhig
ampla defesa, do contraditório, ou do devidobeddacbjhig
processo constitucional, onera consideravelmente o
v@
beddacbjhig
recorrido, o qual fica
ad
impossibilitado de perceber os direitos autorais relativos à execução de suas
ita
beddacbjhig obras. A vedação das garantias constitucionais do devido processo legal acaba por restringir a
beddacbjhig
fre
própria liberdade de exercício profissional dobeddacbjhig
sócio. O caráter público da atividade exercida pela
lly
beddacbjhig
ne
sociedade e a dependência do vínculo associativo para o beddacbjhigexercício profissional de seus sócios
ru
beddacbjhig
-b
beddacbjhig
legitimam, no casobeddacbjhig
concreto, a aplicação direta dos direitos fundamentais concernentes ao devido
6
processo legal, aobeddacbjhig

contraditório e à amplabeddacbjhig
defesa (art. 5º, LIV e LV, CR/88). IV. RECURSO
-8
97
EXTRAORDINÁRIO beddacbjhig
DESPROVIDO. (Rel. do Acórdão Min. Gilmar Ferreira Mendes. 2ª T DJ 26.10.20.
.1
beddacbjhig
02
.3
beddacbjhig 4) RR nº 122600-60.2009.5.04.0005, O caso julgado pelo TST envolveu regulamento de

beddacbjhig
43
beddacbjhig
empresa em que o empregador, por meio de seu poder diretivo, proibia o namoro entre
-1
beddacbjhig
s
empregados, dentro e fora do local de trabalho. Dispensados empregados que mantinham um

ta
ei
relacionamento, abeddacbjhig
decisão do TST reconheceu a invalidade desse regulamento e,
Fr
beddacbjhig
de
beddacbjhig consequentemente, a arbitrariedade da dispensa, fixandobeddacbjhig

danos morais para os empregados
ta
is
beddacbjhig dispensados. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DEbeddacbjhig REVISTA. DANO MORAL - NÃO
t
Ba
CARACTERIZAÇÃO. Ante a razoabilidade da beddacbjhig
tese de violação dos artigos 5º, X, da Constituição
ly
beddacbjhig
el
Federal e 927 do Código Civil, recomendável o processamento do recurso de revista, para exame
un
Br
beddacbjhig da matéria veiculada em suas razões. Agravo provido-. RECURSO

beddacbjhig DE REVISTA. DANO MORAL.
a
ic
NORMA REGULAMENTAR QUE PROÍBE O RELACIONAMENTO AMOROSO ENTRE EMPREGADOS.

ss
Jé
ABUSO DO PODER DIRETIVO DA RECLAMADA. INOBSERVÂNCIA

beddacbjhig DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE
beddacbjhig
DA PESSOA HUMANA E DO DIREITO À LIBERDADE. beddacbjhig VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 5º, INCISO X, DA beddacbjhig
CONSTITUIÇÃO FEDERAL E 927 DO CÓDIGObeddacbjhigCIVIL CARACTERIZADA.
beddacbjhig
beddacbjhig
A partir da segunda metade beddacbjhig
do século XX, consolidou-se a percepção de que também os denominados -poderes privados-
beddacbjhig
podem vulnerar os direitos fundamentais das pessoas com as quais mantêm relações jurídicas,
beddacbjhig
beddacbjhig principalmente naquelas de natureza assimétrica,
beddacbjhigem que um dos polos está em estado de
beddacbjhig
sujeição ou é hipossuficiente do ponto de vista jurídico, econômico
beddacbjhig
beddacbjhig
ou social. Daí a consagração da
beddacbjhig
denominada eficácia horizontal dos direitos beddacbjhig
fundamentais ou a sua eficácia na esfera do Direito beddacbjhig
9
beddacbjhig
beddacbjhig Privado ou entre particulares,
beddacbjhig instrumento mediante o qual o Poder Judiciário atua para limitar o
exercício arbitrário ou abusivo do poder por particulares que atinja os direitos fundamentais
beddacbjhig
daqueles com os quais estes se relacionam.beddacbjhig
beddacbjhig Também não cabe, hoje, nenhuma dúvida quanto à
beddacbjhig aplicabilidade direta e imediata dos direitos fundamentaisbeddacbjhigem geral no âmbito das relações
beddacbjhig trabalhistas. Afinal, a doutrina contemporânea reconhece e proclama que -os direitos
beddacbjhig
fundamentais não são como os chapéus que se deixam na beddacbjhig entrada do local de trabalho, eis que beddacbjhig
04
tais direitos, assimbeddacbjhig
como as cabeças, não podem ser separados da pessoa humana em nenhum
8:
beddacbjhig
:2
lugar, sob nenhuma circunstância.- Discute-se, no caso, a configuração do dano moral decorrente
beddacbjhig
12
de demissão fundamentada em norma interna da reclamada que proíbe o relacionamento
3
02
amoroso entre empregados dentro e fora da empresa. A situação beddacbjhigfática explicitada na decisão
/2
beddacbjhig
05
regional é de que o reclamante trabalhava beddacbjhig
no supermercado e exercia o cargo de operador de
3/
-0
supermercado, o qual passou a ter relacionamento amorosobeddacbjhig
beddacbjhig
com uma colega, que trabalhava no beddacbjhig
m
beddacbjhig
co
setor de segurança, de controle patrimonial.beddacbjhig
Foi aberto, então, um procedimento administrativo
l.
ai
contra os dois empregados, com base em norma interna da empresa, por meio da qual se proibia
gm
beddacbjhig
o relacionamento amoroso
beddacbjhig entre empregados do departamento de segurança e qualquer outro
v@
beddacbjhig
empregado da empresa,
ad
sob pena de desligamento imediato. A dispensa dos dois empregados, na
ita
beddacbjhig mesma data, decorreu do simples fato de estarem morando juntos, tendo um relacionamento, e
beddacbjhig
fre
da companheira do reclamante exercer suasbeddacbjhig
atividades exatamente no setor de Divisão de Loss
lly
beddacbjhig
ne
Prevention ou de prevenção de perdas, presumindo-se que ela poderia não agir corretamente no
ru
-b
beddacbjhig
exercício de suas funções
beddacbjhig
na área de segurança do supermercado. Na hipótese dos autos, não
6
houve nenhuma alegação ou registro de quebeddacbjhig

eles agiram mal, de que entraram em choque ou de
-8
beddacbjhig
97
que houve algumbeddacbjhig
incidente, envolvendo beddacbjhig
esse casal, no âmbito da empresa. Esses fatos
.1
02
configuram, sim, invasão injustificável ao patrimônio
beddacbjhig moral de cada empregado e da liberdade de
.3
beddacbjhig
43
cada pessoa que, por ser empregada, não beddacbjhig

deixa de ser pessoa e não pode ser proibida de se
-1
beddacbjhig
relacionar amorosamente com seus colegas de trabalho. Aobeddacbjhigcontrário: isso é inerente à natureza beddacbjhig
s
ta
ei
humana. Diante desse contexto fático, não cabe a menor dúvida de que preceitos constitucionais
Fr
fundamentais estão sendo atingidos, como a dignidade da pessoa humana e a liberdade, tendo em
de
ta
beddacbjhig
vista que a vida pessoal desse empregado, sem nenhuma
beddacbjhig
justificativa razoável e sem real
is
t
Ba
beddacbjhig necessidade, está sendo desproporcionalmente limitada pelo empregador fora do ambiente de
beddacbjhig
ly
trabalho. Com efeito, em razão da condiçãobeddacbjhig
hierárquica da beddacbjhig
relação existente entre empregado -
el
un
subordinado - e empregador, tem-se que esse último detém o poder diretivo, o qual, no entanto,
Br
a
deve observar os limites estabelecidos na Constituição Federal e nas leis, devendo os atos
ic
ss
beddacbjhig empresariais, sejam eles tácitos, sejam escritos (regulamentos internos e demais normas
beddacbjhig
Jé
internas), ser razoáveis, sendo vedado seubeddacbjhig
uso abusivo e beddacbjhig
contrário à função social que deve
presidir e, ao mesmo tempo, servir de limite daqueles próprios
beddacbjhig atos empresariais. Destaque-se,
beddacbjhig
aqui, a necessidade de respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana, preconizado no
artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal, o qual se concretiza pelo reconhecimento e pela
beddacbjhig
beddacbjhig
beddacbjhig positivação dos direitos e das garantias fundamentais, sendo o valor unificador de todos os
beddacbjhig
beddacbjhig direitos fundamentais, e à liberdade, que constitui
beddacbjhig um dos pilares principais de efetivação da
dignidade humana. Vale ressaltar, por oportuno, beddacbjhigque uma das principais características dos beddacbjhig
beddacbjhig
direitos fundamentais é sua inalienabilidadebeddacbjhig
ou indisponibilidade, que resulta da fundamentação
beddacbjhig
beddacbjhig
10
beddacbjhig
beddacbjhig do direito no valor beddacbjhig
da dignidade humana: da mesma forma que o homem não pode deixar de ser
homem, ele não pode ser livre para ter oubeddacbjhig
não dignidade - o Direito não pode permitir que o beddacbjhig
beddacbjhig
homem se prive de sua dignidade. Nesse contexto,
beddacbjhig beddacbjhig serão indisponíveis exatamente os direitos
beddacbjhig fundamentais que visam resguardar diretamente a potencialidade beddacbjhig do homem de viver com
beddacbjhig dignidade e de se autodeterminar,
beddacbjhig como o direito à proteção da personalidade e da vida privada
do trabalhador, que se destina a salvaguardar a liberdade do trabalhador de tomar decisões sem
04
coerções externas,beddacbjhig
mormente quando envolver questões inerentes à própria natureza humana,
8:
beddacbjhig
:2
como é, sem dúvida, o direito de estabelecer relacionamentos amorosos com pessoas com
beddacbjhig
12
quem um determinado empregado ou empregada
beddacbjhighouver convivido no ambiente de trabalho,
3
beddacbjhig
02
situação ora em análise. Ademais, a norma regulamentar que proíbe aos empregados da
/2
05
reclamada que, de forma absoluta e até mesmo beddacbjhigfora de seu local de trabalho, mantenham
3/
-0
qualquer forma de relacionamento afetivo ou amoroso combeddacbjhig
beddacbjhig
alguns de seus colegas de trabalho beddacbjhig
m
beddacbjhig
co
também fere direta e frontalmente o artigo 5º, II, da Constituição Federal, ao tentar tornar ilícito,
beddacbjhig
l.
ai
no âmbito da empresa, um comportamento que a Constituição e as leis absolutamente não
gm
beddacbjhig
proíbem e até estimulam por meio do artigobeddacbjhig
226 da mesma Norma Fundamental, que assegura a
v@
beddacbjhig
especial proteção do
ad
Estado à família e à união estável entre o homem e a mulher, como entidade
ita
beddacbjhig familiar. Por fim, tal conduta empresarial também ignora por completo o disposto no artigo 21 do
beddacbjhig
fre
Código Civil brasileiro, que estabelece incisivamente
beddacbjhig que -a vida privada da pessoa natural é
lly
beddacbjhig
ne
inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para
ru
-b
beddacbjhig
impedir ou fazer cessar ato contrário a essa norma- (destacou-se). Diante disso, é forçoso concluir
beddacbjhig
6
que está configurado, no caso, o abuso do poder diretivo da empresa, a qual, fundamentando-se
-8
97
exclusivamente embeddacbjhig
norma interna que proíbe o relacionamento amoroso entre empregados,
.1
beddacbjhig
02
dispensou sem causa justificada o reclamante, violando direta e indiscutivelmente seu patrimônio
.3
43
moral, lesão que deve ser reparada, nos termos dos artigos 5º, inciso X, da Constituição Federal e
beddacbjhig
-1
beddacbjhig
927, caput, do Código Civil. Recurso de revista conhecido beddacbjhige provido. -ADICIONAL DE beddacbjhig
s
ta
ei
INSALUBRIDADE - beddacbjhig
BASE DE CÁLCULO (alegação de violação aos artigos 7º, IV, da Constituição beddacbjhig
Fr
Federal e 192 da Consolidação das Leis do Trabalho). Não demonstrada
beddacbjhig a violação à literalidade de
de
beddacbjhig
ta
beddacbjhig
preceito constitucional ou de dispositivo de lei federal, não há
beddacbjhig
que se determinar o seguimento do
is
t
Ba
beddacbjhig recurso de revista com fundamento na alínea -c- do artigobeddacbjhig896 da CLT. Recurso de revista não
ly
conhecido. HONORÁRIOS DE ADVOGADO (alegação beddacbjhigde violação à Lei nº 1.060/50 e divergência
el
beddacbjhig
un
jurisprudencial). De acordo com a Súmula/TST nº 221, não se conhece do recurso de revista por
Br
a
beddacbjhig
violação de texto legal ou de preceito constitucional beddacbjhig quando o recorrente não indica
ic
ss
beddacbjhig expressamente o dispositivo de lei ou preceito constitucional tido por violado. Por outro lado, não
beddacbjhig
Jé
citada nas razões recursais a fonte oficial ou beddacbjhig
repositório jurisprudencial
beddacbjhig de que foram extraídas as
decisões paradigmas, não há como se determinar beddacbjhig o seguimento
beddacbjhig do recurso de revista com
fundamento na letra "a" do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho. Aplicação da
Súmula/TST nº 337. Recurso de revista nãobeddacbjhig
conhecido- Redator Ministro: José Roberto Freire
beddacbjhig
beddacbjhig Pimenta, Data de Julgamento: 11/06/2014, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 08/08/2014).
beddacbjhig
beddacbjhig
Por último, após esses interessantes casos, é importante
beddacbjhig
registrar nossa posição
hermenêutica sobre o tema. A doutrina brasileira em larga escala vem desenvolvendo a perspectiva
11
beddacbjhig
beddacbjhig de resolver as querelas entre direitos fundamentais a partir de standards e da técnica da
beddacbjhig
ponderação (sopesamento) entre a autonomiabeddacbjhig
privada X outros direitos fundamentais. beddacbjhig
beddacbjhig
Apenas como exemplo dessa
beddacbjhig parte da doutrina21 estabelece
postura, beddacbjhig o que chama de pautas
argumentativas (ainda que não definitivas) que poderiam ser invocadas para justificar (ou não) a
beddacbjhig incidência de direitos fundamentais nas relações privadas. Entre elas temos: a) Se ação violadora do
beddacbjhig
direito puder ser indiretamente imputada ao Estado, os direitos fundamentais, em tese deveriam ser
04
aplicados como nosbeddacbjhig
casos das concessionárias de serviços públicos bem como no caso de atores
8:
beddacbjhig
:2
beddacbjhig
privados que atuem com o suporte estatal; b) Pessoas privadas que se encontram em posição de
12
3
supremacia devembeddacbjhig
ter suas ações limitadasbeddacbjhig
pelos direitos fundamentais, ou seja, quanto mais
02
/2
intenso o poder da organização privada maior peso terá obeddacbjhigdireito fundamental que porventura beddacbjhig
05
3/
venha a ser violado por suas ações; c) Proximidade da relação jurídica entre particulares da esfera
beddacbjhig
-0
pública. Aqui quanto mais próxima à esfera pública revelar-se uma relação jurídica, menos seria a
m
co
beddacbjhig
possibilidade de umbeddacbjhig
direito fundamental vir a prevalecer sobre a autonomia privada. Os exemplos
l.
beddacbjhig
ai
gm
trazidos pela professora da UERJ, seriam os beddacbjhig
de que não há que se cogitar de que os pais sejam
v@
obrigados a dar a seus filhos presentes de Natal
beddacbjhig semelhantes ou que lhes devam oferecer mesadas
beddacbjhig
ad
idênticas, ou mesmo impor-lhes castigos equivalentes por obediência ao princípio da igualdade. Um
s.
ita
exemplo interessante, seria ainda o do proprietário de dois imóveis com inquilinos inadimplentes e
fre
lly
beddacbjhig
resolve ajuizar umabeddacbjhig
ação de despejo contra um deles ser questionado sobre o ajuizamento em
beddacbjhig
ne
beddacbjhig
relação ao outro com base no princípio da igualdade; d) beddacbjhigPor fim, teríamos a necessidade de
ru
beddacbjhig
-b
beddacbjhig preservar a pluralidade no âmbito social. Nesse sentido, o standard seria o de que a incidência dos
beddacbjhig
6
-8
direitos fundamentais nas relações entre particulares não poderia conduzir a uma homogeinização
97
.1
da comunidade, nabeddacbjhig beddacbjhig

medida em que seria preciso preservar a identidade e as peculiaridades dos
02
.3
beddacbjhig diversos agentes sociais. Como exemplo aponta que uma escola islâmica (que siga os ritos da religião
beddacbjhig
43
beddacbjhig
muçulmana) não poderia ser compelida a acatar a matricula de alunos não-muçulmanos e alunas
-1
beddacbjhig
s
não muçulmanas sendo obrigada a aceitar seus hábitos (como o das meninas não usarem o véu), ou
ta
ei
mesmo uma escolabeddacbjhig
judaica aceitar em seus quadros um membro de convicções sabidamente anti-
Fr
beddacbjhig
de
beddacbjhig semitas. Afirma a autora que em tais casos a aplicação do beddacbjhig

princípio da igualdade importaria no
ta
is
beddacbjhig aniquilamento da própria essências das entidades. Porém a beddacbjhig

questão da escola se modificaria se a
t
Ba
situação fosse de uma escola laica se recusar a aceitar a matrícula de estudante de terminada
ly
el
religião.
un
Br
No mesmo sentido, embora com uma argumentação dotadas de mais especificidades,
a
ic
ss
beddacbjhig Daniel Sarmento , também estabelece uma série de parâmetros para a ponderação de interesses.
beddacbjhig
Jé
Segundo ele, não seria razoável exigir, com base na isonomia, beddacbjhig
beddacbjhig
beddacbjhig
que um indivíduo trate de forma igual
beddacbjhig
todos os vizinhos, na medida em que tem o beddacbjhig

direito de gostar mais de uns do que de outros (por beddacbjhig
exemplo: convidar alguns para sua casa e outros não, seja porbeddacbjhig
questões de for intimo ou mesmo de beddacbjhig
capricho). Por isso, advoga a fixação de limites para incidência dos direitos fundamentais nas
beddacbjhig
beddacbjhig
beddacbjhig .Aqui sobretudo: Apontamentos sobre a aplicação das normas de direito fundamental nas relações entre
beddacbjhig
particulares. GONÇALVES PEREIRA, Jane Reis, p. 189. beddacbjhig beddacbjhig
22
.Aqui sobretudo: SARMENTO, Daniel, A vinculação dos particulares aos direitos fundamentais no direito comparado e
no Brasil, p. 270-284.
12
beddacbjhig
beddacbjhig relações entre os particulares.
beddacbjhig Nesses termos, teríamos standards para as colisões com o objetivo de
estreitar as margens de discricionariedade judicial, ampliando, no entendimento de Sarmento, a
beddacbjhig
segurança jurídica com o estabelecimento debeddacbjhig
beddacbjhig critérios para o controle social e a crítica pública das
beddacbjhig decisões judiciais. beddacbjhig
beddacbjhig Dentre os standards possíveis, teríamos: a) Quanto maior for a desigualdade, mais intensa
beddacbjhig
seria a proteção aobeddacbjhig
direito fundamental em jogo, e menos seria a tutela da autonomia privada. Ao
04
beddacbjhig
contrário, em umabeddacbjhig
situação de tendencial desigualdade entre as partes, a autonomia privada vai
8:
beddacbjhig
:2
beddacbjhig
receber uma proteção mais intensa, abrindo espaço para restrições mais profundas ao direito
12
3
fundamental com ela em conflito;23b) No campo das relações econômicas, defende sarmento que a
02
/2
essencialidade do bem, é um critério importante para a beddacbjhig
aferição da intensidade da proteção beddacbjhig
05
3/
conferida a autonomia privada. Portanto, quanto mais o bem envolvido na relação jurídica em
beddacbjhig
-0
discussão for considerado essencial para abeddacbjhig
vida humana,beddacbjhig
maior será a proteção do direito
m
co
beddacbjhig
fundamental em jogo, e menor seria a tutela da autonomia privada. Ao contrário, quando o bem
l.
ai
gm
sobre o qual versar a relação privada puder ser qualificado de supérfluo, a proteção da autonomia
beddacbjhig
v@
negocial será maior,beddacbjhig
e menos intensa se fará abeddacbjhig
tutela do direito fundamental contraposto. Sarmento
ad
usa como exemplobeddacbjhig
o de que a limitação da autonomia privada das escolas na admissão de alunos
beddacbjhig
s.
ita
deve ser mais intensa do que as restrições debeddacbjhig
boates e discotecas, na aceitação de clientes, pois sob
fre
beddacbjhig
lly
beddacbjhig
um ângulo constitucional, a educação é um bem mais essencial do que o lazer. Aqui resta claro que
beddacbjhig
ne
o peso da autonomia privada numa ponderação não variabeddacbjhig apenas de acordo com o grau de
ru
beddacbjhig
-b
beddacbjhig desigualdade na relação
beddacbjhigjurídica, mas também em função da natureza da questão a ser
6
-8
examinada;24c) A vítima participou ou não do ato gerador da lesão. Quando o atingido não participa
97
.1
do ato gerador da beddacbjhig beddacbjhig

lesão ao seu direito fundamental, está em jogo apenas a autonomia privada da
02
.3
beddacbjhig outra parte da relação jurídica. Nesse caso, beddacbjhig

afirma Sarmento, que o peso atribuído a autonomia
43
beddacbjhig
privada deve ser menor. Já quando a vítima beddacbjhig
empresta seu consentimento ao ato, o que se da em
-1
s
caso por exemplo de aplicação de cláusulas contratuais,

beddacbjhig torna-se necessário considerar a autonomia
ta
beddacbjhig
ei
da vontade das duas partes envolvidas. Por isso, o peso da autonomia privada tende a ser maior
Fr
de
beddacbjhig sobretudo se tratar de uma relação paritária, em que não se presume a falta de liberdade real no ato
beddacbjhig
ta
25
is
beddacbjhig de renúncia ao exercício do direito fundamental. beddacbjhig

t
Ba
Apesar de respeitarmos as posições que trabalham com precedências
condicionadas (e
ly
el
un
relativas), parâmetros e standards adotamos uma posição hermenêutica contrária à da doutrina

Br
aqui trabalhada.
a
ic
ss
Jé
23
.No caso brasileiro, diante da nossa gritante desigualdade social, esta questão
beddacbjhig assume um relevo ímpar. Aqui, com
beddacbjhig
sobras de razão, um reforço das relações travadas combeddacbjhig
outros particularesbeddacbjhig
mais poderosos, como os empregadores e os
fornecedores de bens e serviços. SARMENTO, Daniel, Abeddacbjhig
vinculação dos particulares aos direitos fundamentais no direito beddacbjhig
comparado e no Brasil, p. 270-284. beddacbjhig beddacbjhig
24
.Afirma Sarmento nabeddacbjhig
sequência que quando se tratar de hipótese envolvendo decisão de caráter eminentemente beddacbjhig
econômico-patrimonial, a importância dada a autonomia privada será menor, sobretudo quando estiver em jogo algum
beddacbjhig
bem material considerado essencial a vida humana. Jábeddacbjhig
quando a decisão em causa se ligar a alguma escolha em que se
beddacbjhig manifeste mais intensamente a dimensão afetiva da beddacbjhig
personalidade, ou quando ela envolver mais profundamente a
beddacbjhig esfera da privacidade do agente, aí o peso atribuídobeddacbjhig
à autonomia privada na ponderação de interesses terá de ser
necessariamente maior. SARMENTO, Daniel, A vinculação dos particulares
beddacbjhig aos direitos fundamentais no direito
beddacbjhig
comparado e no Brasil, p. 279. beddacbjhig beddacbjhig
.A vinculação dos particulares aos direitos fundamentais no direito comparado e no Brasil, p. 281.
13
beddacbjhig
beddacbjhig Entendemos com Dworkin que conflitos (tensões) envolvendo direitos fundamentais seriam
beddacbjhig
solucionados por meio de uma análise cuidadosa e pormenorizada da leitura que a sociedade (e não
beddacbjhig
exclusivamente o intérprete)
beddacbjhig faz da sua história jurídica. Os standards, assim como as precedências
beddacbjhig
26
beddacbjhig condicionadas, ou mesmo a fórmula do peso (como em Alexy ) são parte de uma hermenêutica
beddacbjhig
beddacbjhig epistemológica (metodológica)
beddacbjhig não condizente com o giro hermenêutico-pragmático que
defendemos. beddacbjhig beddacbjhig
04
Em nossa leitura devemos
nos esforçar para construir um esquema coerente de princípios e
8:
:2
beddacbjhig
de regras que estão inscritos em nossa prática social. Nesses termos, Dworkin intitula de
12
3
“integridade” uma concepção
beddacbjhig do direito que se destaca por tentar agir assim.
02
beddacbjhig
/2
05
Como consequência, um direito que apresente integridade é capaz de sinalizar e nortear a
3/
beddacbjhig
aplicação dos princípios em face de cada caso concreto, que deve sempre ser tratado como um
-0
m
27
evento único e irrepetível. Em cada caso, portanto, podemosbeddacbjhig
beddacbjhig
observar os argumentos trazidos por
co
beddacbjhig
l.
todos os participantes (o que inclui, principalmente, os argumentos que, num processo judicial, são
ai
gm
beddacbjhig
veiculados tanto pelo autor quanto pelo réu), assim como as discussões anteriores sobre aqueles
v@
direitos envolvidos.beddacbjhig
Se posto dessa maneira, seremos capazes de compreender que o que se mostra
ad
beddacbjhig
um conflito entre direitos (ou princípios) é, na realidade, uma ilusão.28
s.
aparentemente como
ita
fre
Para explicar a dinâmica de aplicaçãobeddacbjhig
do direito à luz da integridade, Dworkin desenvolve a
lly
beddacbjhig
ne
metáfora do “romance em cadeia”. Aqui, cada juiz deve assumir o papel de um romancista que está
ru
-b
beddacbjhig
escrevendo um capítulo para uma obra coletiva. Ele tem de ler tudo o que os demais fizeram para se
beddacbjhig
6
inteirar da narrativa e procurar construir uma história que preserve a linha de raciocínio já
-8
97
estabelecida pelos beddacbjhig
romancistas anteriores. Logo, não lhe é autorizado ignorar o que passou, nem
.1
beddacbjhig
02
transformar o livro coletivo em uma obra de beddacbjhig
contos desconexos. Ao contrário, seu capítulo tem de
.3
beddacbjhig
43
ter uma ligação com o passado e, ao mesmo tempo, permitir uma abertura para o futuro, de modo
beddacbjhig
-1
beddacbjhig
que a história possa evoluir e não apenas ser repetida pelos futuros participantes dessa prática. 29
s
ta
ei
Assim aconteceria
beddacbjhig
com o direito. Cada decisão judicial preenche um momento de nossa beddacbjhig
Fr
de
beddacbjhig histórica institucional, tentando revelar a melhor leitura quebeddacbjhig

nossa sociedade faz de suas práticas
ta
sociais. Logo, o magistrado não é uma figura criadora do direito, mas, antes disso, um participante
is
t
Ba
ly
26
.Sobre o modelo de Alexy ver Wilson Steinmetz em: Abeddacbjhig
vinculação dos particulares aos direitos fundamentais,2004.
el
beddacbjhig
un
27
.“O direito como integridade,
beddacbjhigportanto, começa no presente e só se volta para o passado na medida em que seu beddacbjhig
Br
beddacbjhig enfoque contemporâneo assim o determine. Não pretende beddacbjhig

recuperar, mesmo para o direito atual, os ideais ou objetivos
a
práticos dos políticos que primeiro o criaram. Pretende, sim, justificar o que eles fizeram [...] em uma história geral digna
ic
ss
beddacbjhig de ser contada aqui, uma história que traz consigo uma afirmação complexa: a de que a prática atual pode ser organizada
beddacbjhig
Jé
e justificada por princípios suficientemente atraentesbeddacbjhig

para oferecer um beddacbjhig
futuro honrado. O direito como integridade
deplora o mecanismo do antigo ponto de vista de quebeddacbjhig
‘lei é lei’, bem como o cinismo do novo ‘relativismo’. Considera
beddacbjhig
esses dois pontos de vista como enraizados na mesma falsa dicotomia entre encontrar e inventar a lei. Quando um juiz
declara que um determinado princípio está imbuído no direito, sua opiniãobeddacbjhig
não reflete uma afirmação ingênua sobre os beddacbjhig
motivos dos estadistasbeddacbjhig
do passado, uma afirmação que um bom cínico poderia refutar facilmente, mas sim, uma beddacbjhig
proposta interpretativa: o princípio se ajusta a alguma parte complexa da prática jurídica e a justifica; oferece uma
beddacbjhig
maneira atraente de ver, na estrutura dessa prática, abeddacbjhig
coerência de princípios que a integridade requer.” DWORKIN,
beddacbjhig Ronald, O império do direito, 1999, p. 274. beddacbjhig
28
beddacbjhig .Nesses termos, em Dworkin, não há uma contradição ou colisão entre princípios que será resolvida a partir do
beddacbjhig
estabelecimento de prioridades ou preferências (comobeddacbjhig
por exemplo em beddacbjhig
Alexy). Para Dworkin, não há uma colisão de
princípios, mas sim uma concorrência entre os mesmosbeddacbjhig
para um determinado caso. beddacbjhig
.FERNANDES, Bernardo Gonçalves, Curso de Direito Constitucional 7 ª Edição, 2015.
14
beddacbjhig
30
beddacbjhig que argumenta combeddacbjhig
o restante da sociedade , tentando convencê-la que sua leitura de fato atinge
o objetivo de trazer o direito ao caso à sua melhor luz. Para Dworkin, por meio de uma interpretação
beddacbjhig
construtiva com base na teoria da integridade,beddacbjhig
beddacbjhig há sim a possibilidade de uma única resposta correta
31
beddacbjhig a um caso concreto. beddacbjhig
beddacbjhig Portanto a integridade na atividade de aplicação do direito (visto que a integridade também
beddacbjhig
deve existir na atividade de produção legislativa) passa a serbeddacbjhig
um elemento necessário, e não uma beddacbjhig
04
opção, no Estado democrático de direito que se apresenta dotado de legitimidade, permitindo,
8:
:2
beddacbjhig
assim, que as decisões judiciais sejam tomadas por magistrados membros (inseridos) de um mesmo
12
3
“corpo coletivo”, oubeddacbjhig
seja, de uma “comunidade de princípios” 32, que mesmo diante do desacordo
02
beddacbjhig
/2
razoável (do pluralismo de modos de vida e de opções de vida digna atuais) têm como exigência
05
3/
igual respeito e consideração a todos os cidadãos. Ou seja, Dworkin defende que os juízes,
beddacbjhig
-0
independentemente de suas convicções pessoais e morais devem ser dotados da responsabilidade
m
co
beddacbjhig
(“moralidade política”) de tomar através de uma “interpretação criativa” a melhor decisão (decisão
l.
ai
para o caso. 33
gm
que melhor justifique as práticas de sua comunidade)
beddacbjhig
v@
ad
ita
fre
lly
Referências Bibliográficas
ne
ru
-b
6
ALEXY, Robert. Teoríabeddacbjhig

de los derechos fundamentales. Trad. Ernesto Garzón Valdés. Madrid: Centro de Estudios
-8
beddacbjhig
Constitucionales, 1997.
97
.1
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. 5. ed. Coimbra: Almedina, 2002.
02
.3
beddacbjhig CHUEIRI, Vera Karam; SAMPAIO, Joanna Maria de Araújo. Como levar o Supremo Tribunal Federal a sério: sobre a
beddacbjhig
43
beddacbjhig
suspensão da tutela antecipada, Revista Direito GV, beddacbjhig
v.5, 2009.
-1
DWORKIN, Ronald. O Império do direito. Trad. Jefferson Luiz Camargo. Sãobeddacbjhig

Paulo: Martins Fontes, 1999. beddacbjhig
s
ta
ei
_____ A Justiça de Toga. Trad. Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
Fr
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional, Salvador: Ed Podivm, 7ª Edição, 2015.
de
ta
GONÇALVES PEREIRA, Jane Reis. Apontamentos sobre a aplicação das normas de direito fundamental nas
is
t
Ba
beddacbjhig relações entre particulares. In: BARROSO, Luís Roberto (Org.). A nova interpretação constitucional: ponderação,
beddacbjhig
direitos fundamentais e relações privadas. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.
ly
el
un
HESSE, Konrad. Derecho constitucional y derecho privado. Trad. Ignácio Gutiérrez Gutiérrez. Madrid: Cuadernos Civitas,
Br
beddacbjhig 1995. beddacbjhig

a
ic
ss
Jé
30
.Nesses termos, em Dworkin, não há um juiz, por exemplo, de cunho “ativista”,
beddacbjhig nos moldes trabalhados (e defendidos)
beddacbjhig
por alguns constitucionalistas brasileiros! Em uma visão equivocada da obra de Dworkin temos inúmeros autores em solo
pátrio. Certo é que há uma diferença fundamental (que não é apenas formal) entre a atuação do legislador e a do juiz.
31
32
.Analisando a integridade do ponto de vista jurisdicional (...) os juízes deveriam interpretar o direito como sendo criado
beddacbjhig
por um único ator, a comunidade personificada. Estebeddacbjhig
autor construiria o direito com base em uma noção própria e
beddacbjhig coerente de justiça e equidade. Dessa forma, não bastaria analisar o direito como um processo histórico, ou apenas
beddacbjhig
beddacbjhig contemporâneo. É necessário interpretá-lo de maneira que a história jurídica seja coerente com o presente e com o
beddacbjhig
futuro. CHUEIRI, Vera Karam; SAMPAIO, Joanna Maria de Araújo. Como levar
beddacbjhig o Supremo Tribunal Federal a sério: sobre a
beddacbjhig
suspensão da tutela antecipada. p. 56, 2009. beddacbjhig beddacbjhig
15
beddacbjhig
beddacbjhig SARMENTO, Daniel. A beddacbjhig
vinculação dos particulares aos direitos fundamentais no Direito Comparado e no Brasil. In:
BARROSO, Luís Roberto (Org.). A nova interpretação
beddacbjhig constitucional: ponderação, direitos fundamentais e relações
beddacbjhig
privadas. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. beddacbjhig beddacbjhig
beddacbjhig
SILVA, Virgílio Afonso da, A constitucionalização
beddacbjhig do direito:
beddacbjhig os direitos fundamentais nas relações privadas, Ed
beddacbjhig Malheiros, 2005. beddacbjhig
04
8:
Como citar este texto:
:2
beddacbjhig
12
3
02
/2
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Os Direitos Fundamentais beddacbjhig
nas Relações Privadas à luz da Teoria beddacbjhig
05
da Integridade de Ronald Dworkin. Materialbeddacbjhig
de Aula da disciplina Teoria Geral do Direito Civil,
3/
-0
ministrada no Curso de Pós-Graduação em Direito Civil beddacbjhig
beddacbjhig
e Processual Civil com ênfase em beddacbjhig
m
beddacbjhig
Empreendedorismo – IPROJUDE/Faculdade Arnaldo Janssen, 2019.
co
beddacbjhig
l.
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6
-8
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M1D1 – Aulas 1.1;1.2;2.1

Prof. Dr. Bernardo Gonçalves

Os Direitos Fundamentais nas Relações Privadas

Integridade de Ronald Dworkin1

perspectiva, surge a necessidade de defender, com base no catálogo de direitos fundamentais, o

Belo Horizonte: Editorabeddacbjhig

beddacbjhig MG. beddacbjhig

possível afirmar que este ganhou consistência a partirbeddacbjhig

beddacbjhig originalidade ímpares, beddacbjhig

beddacbjhig à aplicação dos direitos fundamentais nas relações entre beddacbjhig

adoção da tese contrária da eficácia direta beddacbjhig

solucionados com base em princípios constitucionais

beddacbjhig Já a segunda corrente, que apresenta um acolhimento atualmente minoritário em solo

Constitucional entendeu que os Tribunais civis ao examinarem litígios de natureza

beddacbjhig questão de segurança jurídica) interpretar obeddacbjhig

descartam a aplicação das normas infraconstitucionais (mediante a irradiação de valores

beddacbjhig presentes diversos questionamentos da doutrina

beddacbjhig preceitos que garantem as liberdades constitucionais: a) o exercício, por beddacbjhig

à 1ª Emenda da Constituição norte-americana, que assegura liberdade debeddacbjhig

uma teorização20 (fundamentação teórica)

considerou a expulsão de associados de uma cooperativa

INCISO LV DO ROL DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS – EXAME – LEGISLAÇÃO COMUM. A

intangibilidade do preceito constitucional assegurador do devido processo legal direciona ao exame

beddacbjhig da legislação comum. Daí a insubsistência da óptica segundobeddacbjhig

protelatórios daqueles em que versada, com procedência, abeddacbjhig

Democrático de Direito – o da legalidade e beddacbjhig

LUCRATIVOS. UNIÃO BRASILEIRA DE COMPOSITORES. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DA

particulares em face dos poderes privados. II.beddacbjhig

processo legal, aobeddacbjhig

beddacbjhig 4) RR nº 122600-60.2009.5.04.0005, O caso julgado pelo TST envolveu regulamento de

empregados, dentro e fora do local de trabalho. Dispensados empregados que mantinham um

beddacbjhig consequentemente, a arbitrariedade da dispensa, fixandobeddacbjhig

beddacbjhig da matéria veiculada em suas razões. Agravo provido-. RECURSO

NORMA REGULAMENTAR QUE PROÍBE O RELACIONAMENTO AMOROSO ENTRE EMPREGADOS.

ABUSO DO PODER DIRETIVO DA RECLAMADA. INOBSERVÂNCIA

houve nenhuma alegação ou registro de quebeddacbjhig

cada pessoa que, por ser empregada, não beddacbjhig

da comunidade, nabeddacbjhig beddacbjhig

beddacbjhig semitas. Afirma a autora que em tais casos a aplicação do beddacbjhig

beddacbjhig aniquilamento da própria essências das entidades. Porém a beddacbjhig

todos os vizinhos, na medida em que tem o beddacbjhig

do ato gerador da beddacbjhig beddacbjhig

beddacbjhig outra parte da relação jurídica. Nesse caso, beddacbjhig

caso por exemplo de aplicação de cláusulas contratuais,

beddacbjhig de renúncia ao exercício do direito fundamental. beddacbjhig

relativas), parâmetros e standards adotamos uma posição hermenêutica contrária à da doutrina

beddacbjhig histórica institucional, tentando revelar a melhor leitura quebeddacbjhig

beddacbjhig enfoque contemporâneo assim o determine. Não pretende beddacbjhig

e justificada por princípios suficientemente atraentesbeddacbjhig

ALEXY, Robert. Teoríabeddacbjhig

DWORKIN, Ronald. O Império do direito. Trad. Jefferson Luiz Camargo. Sãobeddacbjhig

beddacbjhig 1995. beddacbjhig

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