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CAPETULOXY bape Aeuctiste (Cheek) (1992). _Aietsrdadies Basentte, Brpecca:s distR: Dieclow O DEFICIENTE AUDITIVO NA ESCOLA Raimundo Real Jiménez Fernando Rivas Prado Lourdes de la Rosa Moreno ‘Ana Maria Bandera Rivas Uma das consequéncias da passagem & pritica da integragio foi a presenga de alunos surdos na escola regular. A maioria dos professores que tiveram de se defromar com a educagdo unas sentiram que isso 08 tltrapassave, devido & existéncia de ideias erréneas anteriores, a0 desconhecimento do que pressupde a deficiéncia auditiva, & falta de condigdes educativas minima, etc. na integrago de surdos, a orientagdo ¢ guia do professor que tenha alunos surdos no seu trabalho educative, Dit jo-nes principalmente a professores responséveis por salas onde tanto 0s aspectos especificos como os aspectos gerais da surdez. ‘No presente trabalho nfo se pretende fazer uma andlise exaustiva de todas selecpio de temas, para a escola, em ipalmente aos alunos nossa opeto desenvolver os aspectos que surgem como consequéncia destes problemas de linguagem ¢ que no aparecem frequentemente na literatura sobre este tema. 350 Necessidades Ecucativas Especials 1. — APERDA AUDITIVA 1.1. — Coneeito de perda auditiva 5 conceitos gerais sobre surdez, classi , téenicas © métodes de avaliagio da perda auditiva, caracteristis centre a hipoactsia (nos seus varios graus) ¢ a surdez. ‘Mes 0 conceito de perda auditiva nem sempre é suficientemente ciaro para 1 pessoa que toma contacto pela primeira vez com o problema da surdez. it em porque é que ha tanta diferenga no ue tm, por exemplo, 70 fo, sendo essa normal pode captar como limiar inferior, desde -10 dB até +10 dB. A partir daqui a prosressdo produz-se de forma exponencial: 20 aume idade de um bel, ov 10 B, oque Eo mesme, o que fazemes & a por dez. Desta forma, 108 hipoactisica, € outro com 100 dB de perda, considerado surdo profundo. A diferenga na perda auditiva nfo € de 30 por cento, como poderia pensar- se & primeira vista, mas sim que a um sujeito com uma perda auditiva de O Deficiente Audiivo na Escola 351 100 dB é necessério aumentar a intensidade mil vezes mais que ao sujeito que tem 70 dB de perda, para que percebe oom da mesma forma. Se tivermos em conta que 70 dB é a intensidade que produz um grito a um metro de distancia, compreendemos que a entre uma perda de 70 dB e uma perda de 100 dB & mais do que signficativa pare 0 prognéstico de reabilitagéo. .edida global da perda auditiva para que se faga do problema de audigzo que uma pessoz apresenta. E necessério saber, além disso, qual o expectro de frequéncias que esté afectado pela surdez e-em que medida ‘Assim, as perdas auditives nas frequéncias baixas so mais prejudiciais do ‘que as perdas nas frequéncias alta. Para compreender a cause disto teremos de ‘analisar a relago enize a frequéncia de um som e 0 tom com que este som se pereebe. ‘A frequéncia de um som mede-se em ciclos por segundo ou Hertes (Hz). 0 couvid ftumano percebe sons cuja frequéncia se encontra entre 20 Hz 20 000 Hz. Pois bem, a resposta perceptive & frequéncia do som é 0 tom, Nao hi, no: imediatamente superior ou inferior, recorremos ao que se chama uma oitava. Ora bom, pereebe-se como uma citava superior a um tom dado, osom que, em termos fisicos. iro. Desta forma, embora entre de 2000 Hz para 1 4 uma oitava (a metade da sua frequéncia ) de 1000 Hiza500 Hzhéoutra, de 3002250 outrac de 250 Hza 125 Hzmais outra. Compreende-se agora porque é que as perdas auditives nas frequéncias baixas ‘0 de muito pior prognéstico do que as perdas nas altas frequéncias. 1.2. — Residuos auditivos aproveitiveis lagnéstico correcto de uma surdez é preciso fazer uma étrica Go grau de perda por relago com um expectro de elo menos, de 125 Hz a 4000 Hz, jd que séo estas as izadas na fala humana. No entanto hé q 0 Timiar auditivo e o Ii 10 que poderd ser aproveitado pare a outro problema, © forma a saber qual 0 residuo reabilitagdo da pessoa surda, limiar auditivo corresponds ao nivel de intensidade necessério para que ‘a pessoa surda perceba o som ¢ este limiar pode ser diferente em cada frequénéia. No entanto, na medida que vamos aumentando a intensidade do 352 Necessidades Educativas Especiais som chegamos a um ponto em que a intensidadeprodusz dor & pessoa, ea que ‘chegamos a0 chamado limiar de dor. A distancia q limiardedoré oque se chama residuo a frequéncia 0 limiar de dor aparecer antes do residuos utilizaveis nesta frequéncia, auditivo, entdo no haveré 2. — CONSEQUENCIAS DA HIPOACUSIA 2.1. — Na linguagem e no comportamento A audigéo 6 a vie fundamental etravés da qual a crianga desenvolve ormalimente a fala e a linguagem e que é a base de fases, a utilizaplo eficaz dest ipoacisia pode ter um efeito devastador se . 05 problemas de audigio deverdo ser Paraum maior aprofundamento dese importante ema ver Marches (1987), Lafon (1987) ¢ Lépez Messeguer (1989). 22. — Na leitura e na eserita Na tein _Umas percentagem elevada da populasdo surda actual carece de um nivel n diversos paises assinalam niveis conseguidos de terceiro ano da priméria, com uma O Deficionte Auditvo na Escola 353 pereentagem muito alta de analfabetismo funcional; quer apenas dominam « mecénea do letra mes sem eompreensto do qu lo da mesma forma que a crianga ouvinte, mas com uma série de diferengas substanciais: pobreza de vocabulirio, escasso conhecimentro da est Sintéctica, dificuldades de acesso 20. edigo fon capacidade de antecipagdo, de inferénciae de organizagéo. Estes factores so de enorme importéncia para um bom exereicio de feitura, ‘No processo de ensino da leitura 20 surdo devem organizar-se actividades que potenciem estas limizagdes para que, 2o ser posto frente a um texto, possa todas estes vies para a sua compreensio (ver capitulo de Marchesi dedicado 4 leitura, 1987). Isto ndo quer dizer que tenbamos de esperar um tempo demasiademente Jonge para pér e surdo em contacto com a leitur, pois alguns aspectes como.o jose potenciarmos letra ideovisual como via directa de acoso e lexi nos primeiros an, Alguns estudos referem que agprencizagem do cédigo fonolégico pode ser Leybeer, 1987). Uma vez. fe leitura numa fase posterior, Pareo.ensing da leitura@crianga surda sfoiteis as seguintes est = "Comegar coma leva 8Ovisa! Caprendizagem de palavras,logstips. ma VEE GUE € uma aprendizagem mais simples do que a anéncios, cartazes que vé na rua, televi fundamental para qualquer crianga, © de modo especial para o suréo, ua ver que com sun capacidade de autoinsrto fe eforgada em forma de joao. As palavras serio acompanhadas de desenhos, ou sexo lizadas muito préximo da realidade que reoresentam (os pais podem iro processo de aprendizagem em diversas situarbes). Progr ou narragies. Nestes as frases podem ser acompanhades de gestos. Todo nar-se textos para adaptacdio ao nivel de compreensto a orianga nos primeiros niveis, orientando as criangas poueo @ pouce para textos no adaptados € i 354 Necessidades Educativas Especials formaticos param ‘técnicas de leitura, 05 quals podem ser muito dteis para as criancas surdas, ividual segundo a idade do surdo e 0s niveis anos de idade para criangas ouvintes), Leer ‘Mejor (A partir dos nove anos de idade para ouvintes) LALO 0, LALO 1 2 LALO 2 (drigidos a erianpas ouvintes de sete a nove anos de idade). A CEPE edita programas PEL1, PEL2 e PELS, de Monfort e Juez, Na eserita em escrita no sudo préviinguistico esté srandemente afectada, 87) afirma que os problemas que os surdos tém em relagdo & ita derivam das suas difieuidades na linguagent oral e na compreensao da imeira vez uma redaciio, um exereicio ou pessoal elaborado por um surdo pr ficard surpreendido lendo hé-de perguntar-se: que é isto? O que quer dizer? Ao ‘acabar 0 texto, normalmente pouco extenso, fica com a sensagao de ndo ter ercebido nada. O texto representa um caas total. Se fizermos uma segunda {eituratalvez consigamos captar a mensagem que nos quer transmitiro aluno, Pensando nos professores que tomam contacto pela primeira vez com ‘alunos surdos © que desconhecem as caract da cscrita destes, selecciondmos alguns textos retirados das suas préprias redagdes e de ‘iferentes niveis de ensino, onde as dificuldades se evidenciam, TEXTO | No dia 23 de Dezembro os meus amigos ¢ exfomos ao cinema filme de (Regresso ao Futuro} ‘amos ao Bar evoltdémos para casa. no dia 24 de Dezembro a minha familia ¢ eu fomos co resteurante de Velez para ‘consoada e Depois voliémos paraa minka casa para visita o reeu primo, A eserita € sempre a mesma em toda a redagiio. Ocupa a extensdo ‘corespondente @ duas paginas de uma fothe. Corresponde a um aluno surdo do rimeiro ano de FPI de Ad iva, com 17 anos de idade. TEXTO2 Na terga de manhi 10:00, Nés fomos viagem de camioneta grande depois perto de Murcia vila de restawrante almogamos pouco tempo e jé O Deficiente Auditivo na Escola 355 és fomos a outras camionetade alicante de vila estava bonita e outras vila die Benidorm agui mais ou menos, 0 resto muito bom, Este texto ocupa as duas paginas de uma folha. E escrito por uma surda pré- locutiva do primeiro ano de FP] de Administrativa, com 17 anos de idade, TEXTO 3 1 chamo-me Carmen tenho one ans vou comsgar 7° cirso de $3 amin cr chomaSomeriaenaov mon colige charade Pequongs te BU Fo grandepofessora de intgroqto, acho bam gue es pode problema io brincar com sotroscome se no theson oprodlena © texto ocupe uma extensio de menos de um quarto de pagina. Corresponée a uma aluna de sexto ano de E.G.B., surda profunda, de 11 anos de idade, palavras de fungao (artigos, preposigaes conjuncées..) — Grande pobreza de vocabulitio ; — Uso inadequado do tempo nas frases; erros de concordéncia de género, nimero ¢ pessoa. — Dificuldades no uso de frases compostas, uso escasso de pronomes, falta de coordenacao de ideias, nd disposigio de parigrafos. — Uso incorrecto dos sinais de pontuacio. — Frases estereotipadas — Enos frequentes ie omissio, substituigdo, adigéoe troca da ondem das icas da eserita do surdo veja-se 0 sguagem escrita ‘escrita pedimos a0 aluno que realize dois tipos de sobre o tema que queira, com tempo e extensio Para a avalizeto proves: uma redagio fixado por nés no qual 0 tempo se cortrola, mas no se impde como'na prova 356 Necessidadee Eduoativas Especiais ‘Tomando como base 0s dados obtidas na avaliagdo da eserita, procede-se20 cio do tratamento, Para ta: E fundamental que 0 surdo escreva, mesmo que seja pouco € mal estruturado. E a partit das avaliagdes do seu trabalho que comecamos 0 n0ss0 inte que 0s professores tenham presente que lum exame utilize na sue redagdo as mesmuas palavras eguranga no momento de se langar na eserita é tio gande que memoriza totalmente toda a ligdo. Deveremos assegurar-nos sempre de que captou as ideias fundamentais do tema, isto é, que fez uma aprendizagem significativa, Se esse no for 0 caso, é conveniente mudaro tipo 4e prova ou entio fazer-Ihe ver que, mesmo m: ideas assimilades através das suas proprias palavras. Por tltimo, queremos salientar a ideia, partithada com pessoas surdes adults, de que a meta dos pais ¢ educedores de surdos prélinguisti 4 centras-se em primeiro tugar na fa i Teitura e eserita, deixando para segundo plano uma melhor articulaZo, (Pinedo, 1989) Apesar de tudo 0 que fica exposto, e mesmo que actualmente apenas sejamn ‘2505 excepeionais, & facto que, gragas & estimulapdo precoce adequada e integragdo escolar posterior (com um constant assessoramento ¢ coordenagéo com o,ambiente fami ida vez so mais 05 alunos surdos que vio conseguindo um desenvolvimento praticamente ndrmal da sua linguagem e fala, bem como da letura da escrita. 3.— IMPORTANCIA DOS PAIS NA EDUCACAO DAS CRIANCAS SURDAS E HIPOACUSICAS Os pais desempenham um papel decisivo na reabilitagdo dos seus filhos, pois é num ambiente de earinho e apoio que melhor se desenvolve uma criange. Deste afecto, apoio ¢ aceitasto da crianga (e nlo do problema) e do tempo que se Ihe dedique dependeré, em grande medida, a sua evolugo. Por outro lado, é a familia (geralmente a me) quem detecta em pri agar qualquer anomalia na crianga, neste caso um possivel déficie auditivo, e € 2 familia que tera de procurar que seja feito um estudo para comprovar a existéncia de uma hipoacisia ou surdez. A familia, ao tera confirmagao de que 2 crianga é surda tera de procurar 0s recursos tecnicos e profissionais necessérios para que se coloquem a crianga 0 Deficiente Auditivo na Escola 387 ‘umes boas préteses e que a crianga as aceité e nfo as tire; ao mesmo tempo terd de procurar uma escola ou um profissional que lhe d8 orientagBes oportunas & que trabalhe com a crianga. ‘Mas & na familia que a crianga passa a maior parte do tempo e por isso s0 ‘os pais ¢0s irméos que esto com ele mais tempo ¢ 0s que melhor podem ajudé- -lo. Uma vez confirmada a surdez ou hi solugdo médica 0 er familia em contacto com outros pais que, com mais experiéneia do possam aconselhar; com associagves de pais (ver por exemplo associagtes de Lafon, 1987); se a crianga tem menos de tr$s anos com de intervengo precoce guias de recursos que sao editados € desde que esta no tenha jente no nosso entender é pdr a iio, 08 de onde reside a familia € itil ter acesso ao curso por ica John Tracy (West Adams Boulevard, Los Angeles. ‘que depende em grande medida que a erianca, o mais a protese auditiva que a ajude a ouvir, um professor ‘que trabalhe com ela e, sobretudo, um ambiente favor ,compreensio (niio superprotecrio), ajuda e muita paciénea para ‘que se passem todos 0s momentos falando com a crianca,repetindo por vezes, incansavelmente, as mesmas coisas sem desesperar nunca, para 0 fim Ge algum tempo poder ter oprazer de a ver compreender e comunicar mais do.que se esperava no inicio Quase sem que se dé conta, estes pri ‘chegando 0 momento da escolartzagdos a partir dai a cr r que.cada vez neoassite de menos atengZo em casaseria escola que, através do Contacto com os eompanheiros ouvintes e os professores se ocupard progres~ nte da atengo a dar &crianga surda. Mas a familia tera que colaborer ¢ paricipar (mais do que com as outas egjaneas)juntamente com a escola em todo 0 procasso educativo do seu filhe hipoaciisieo ou surdo. ios e mais duros anos passaréo 4, — INTERVENGAO DE TERAPIA DA FALA 4.1. — Factores que influenciam 0 prognéstico Quanto mais cedo se comerar o tratamento da crianga deficiente auditive, melhores seram os resultados. Oprogndstico dependerd, entre outras coisas, do 358 Necessidades Educativas Especiais tipo de hipoaciisia ou surdez, do momento da sua aparieio, do momento em que tervengo . do tratamento, da propria criange e do grau de cago da familia, 4.2. — Sistemas e métodos na educaeio do surdo gestualista. O sistema oralista procura a aquisicdo da linguagem oral, sem a intervengo de nenhum sistema estruturado de gestos, apoiando-se apenas nos Alkm disso, damo-nos conta da: de métodos e formas de ajuda & comunicagdo que participam de uma ou outra forma em ambos os sistemas, 0 oral ¢ 0 gestual. + Ponto de viste do oralisme: Os oralistas, sempre que seja possivel a inguagem oral Prof. Petar Guberina, que baseia as suas investigarSes no estudo das forma ‘como o eérebro percebe a fala, tomando como ponto de partida a pe usando nestas investigacSes a palavra como estimulo, Estudando vatio

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