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Caroline Andrade Gomorra de Volta Ao Jogo
Caroline Andrade Gomorra de Volta Ao Jogo
Gomorra | 1ª Edição
Todos os direitos | Reservados
Livro digital | Brasil
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(hum) ano, ou multa, a violação de direito de autor que não tivesse como intuito a obtenção de lucro
com a reprodução da obra intelectual protegida.
Asas cortadas, eu era algo quebrado.
Eu tinha voz, tinha uma voz, mas eu não conseguia cantar.
Você me deprimia.
Eu lutava e agonizava no chão.
Tão perdida, cheguei no meu limite.
Eu tinha voz, mas eu não conseguia falar.
Você me colocou pra baixo. Eu luto para voar agora. Mas há um grito
interior que todos tentamos esconder.
Nós nos agarramos tanto a ele, não podemos negar. Nos come vivos.
Sim, há um grito interior que todos tentamos esconder.
Nós nos agarramos tanto a ele, mas eu não quero morrer
Eu não quero morrer.
Agora eu voo, atinjo as notas altas.
Eu tenho voz, tenho uma voz, me escute rugir esta noite.
E eu vou gritar como um pássaro liberto!
— Quem autorizou?
Me espreguiço na cadeira, perto do frigobar, e tombo meu rosto em
meu ombro, vendo Jonathan Roy[1] entrar feito um furacão dentro do quarto
de hotel. Levo meu cigarro à boca e o trago lentamente, o olhando.
Hu Li, que está sentado na poltrona perto da cama, se levanta calmo e
leva as mãos ao bolso da calça, deixando seus pés baterem lentamente no
chão. Observo o chinês sereno. Quem o olha, não diz que ele é o maior
ceifador da tríade[2]. É um dos conselheiros mais silenciosos que já ascendeu
dentro de Sodoma, e o mais cruel e imparcial.
— Roy — Hu Li o cumprimenta e faz um gesto de saudação com sua
cabeça, inclinando um pouco do seu corpo para frente. — Não era do
conhecimento dos olheiros que a garota é sua companheira.
Vejo os dedos de Roy se fecharem em punho, ao lado do corpo, e ele
virar sua face na mesma hora para mim, a deixando mal-encarada. Arqueio
minhas sobrancelhas, o provocando, sabendo que ele jamais admitirá que a
garota é sua companheira. A sua mania por autocontrole jamais o permitirá,
mesmo que todos tenham visto que ele está rendido a ela.
— Ela não é minha companheira. — Sua voz soa com raiva, mas não
consegue esconder a amargura escondida em suas palavras.
— Não? — pergunto, debochando dele por sua teimosia. Me levanto e
apago a bituca do cigarro no cinzeiro. — Se ela não é sua companheira, por
que quase avançou na minha garganta um tempo atrás? — o provoco mais
ainda, fazendo-o se recordar do meu encontro inusitado com sua garota.
Estava caminhando tranquilo no calçadão à beira-mar, observando a
praia, indo em direção ao local marcado, no qual Roy me esperava, quando a
desastrada menina trombou em mim e me sujou com sorvete. E antes que eu
pudesse dizer para ela que estava tudo bem, a vi se ajoelhar à minha frente e
limpar meu coturno, que estava sujo de sorvete.
— Não estou aqui para lhe dar satisfação, Czar — Roy fala, bravo, e
dá um passo à frente. — Estou aqui porque uma maldita regra foi quebrada!
— Todos os conselheiros têm conhecimento sobre as restrições um do
outro, Jonathan. Foi um erro cometido e ele já foi corrigido. Alguém abriu a
porta do quarto — Hu li diz para ele. — Os olheiros apenas tomaram
conhecimento depois, quando já estavam fisgados demais na maestria com a
qual você conduzia sua submissa.
— E, salientando, que maestria sua pequena tem, Roy. — Roy chega
ao extremo da sua perca de controle e ergue sua mão, segurando minha
garganta quando o provoco mais. — Até eu me perderia diante da entrega
dela.
Mantenho o ritmo da brincadeira, gostando dessa forma sem controle
dele. Se não estivesse me divertindo tanto em ver o controlador Jonathan
Roy, o conselheiro mais fodido de Sodoma, perdendo a compostura por conta
de uma mulher, com toda certeza teria socado sua cara apenas por ele sequer
pensar em segurar meu pescoço.
— Não me provoque, Czar — ele grunhe como um animal, me
soltando.
— Um mestre apenas perde o controle diante da sua companheira,
Jonathan. — Pisco para ele e arrumo minha jaqueta. — Sua sorte é que tenho
um bom coração e gosto de você, Roy. Para sua alegria, vi quem foi que
abriu a porta do quarto, deixando os olheiros entrarem.
Dou um passo à frente e vou para a porta do banheiro, buscar a
culpada pela quebra da regra que custou um show espetacular de Jonathan,
completamente rendido diante da sua submissa, perante alguns conselheiros
que participaram da festa de iniciação dos novatos, em uma festa exclusiva
para participantes seletos, que ocorreu aqui na ilha, na noite passada.
— Quem foi? — Roy pergunta, com o tom de voz zangado.
Puxo Freire pelo braço, a tirando do banheiro e a levando para o
centro do quarto. Sua face está vermelha enquanto chora. A solto e dou um
leve empurrão em seu ombro, para que ela fique na frente de Jonathan. Ela
acaba se desequilibrando e cai no chão, diante dos pés dele.
— Como sabem, somos uma família. Ninguém fode com ninguém,
ainda mais com um conselheiro. — Mantenho minha voz calma e dou um
passo para trás, levando minha mão ao bolso da jaqueta e olhando para ela.
— Nós nos reunimos essa manhã com o resto do conselho por uma
teleconferência e relatamos o que Freire andou aprontando. — Hu Li a olha,
com desgosto, e balança a cabeça. — A decisão de Salomão é sua, decida
qual será o castigo dela — Hu Li diz, sério, encarando Roy.
— Eu não sabia... — Seus dedos tentam tocar a ponta do sapato dele,
mas Jonathan se afasta, a olhando com raiva. — Juro, Jonathan, não sabia que
era você dentro do quarto...
— Tão falsa quanto esses silicones em suas tetas — falo e caminho
lentamente, parando perto da janela e acendendo um cigarro.
— Não podem me culpar por isso, eu não sabia... — Sua voz
mentirosa fala em prantos, com seus olhos derramando mais lágrimas.
É claro que ela sabia! Eu estava no corredor, andando, entediado,
quando a avistei levando os conselheiros direto para o quarto que estava
reservado para Roy e sua garota.
— Você sabia, Freire! — Roy fala, com ódio. — Estava junto comigo
e Czar quando todos os quartos foram estipulados. Sabia exatamente qual
seria o meu. Fez isso por ser uma vadia vingativa!
— Eu ensinei tudo que você sabe, Roy. Tudo que aprendeu foi eu que
lhe instruí...
— Aposto dez paus que foi por ciúmes — falo, rápido, parando meus
olhos em Freire e tragando meu cigarro. Sempre foi óbvio a paixão platônica
que ela sente por ele. — Nos conte, Freire, o que sentiu quando viu seu
mestre olhando para a submissa dele de uma forma que jamais olhará para
você?
A boca pintada de vermelho treme, e desviando seus olhos de mim,
Freire fica de pé. É uma vaca ressentida mentirosa, que mesmo diante da
verdade do que ela fez, mantém um olhar de quem está sendo injustiçada.
— Está banida, Freire — Roy a sentencia de uma forma fria, com
seus olhos refletindo ódio. Nunca o vi tão fora de si como ele está agora.
— Não pode me banir... — Com medo, ela olha para Hu Li, em busca
de ajuda.
— Você quebrou as regras de um mestre dentro da casa dele, Freire
— Hu Li fala, baixo, deixando seus dedos deslizarem sobre seu terno, o
endireitando.
— O que Jonathan decidir para seu futuro, será acatado. — Minha
voz soa alta, dando a minha sentença. — Está banida de Moscou. Nenhuma
Sodoma na Rússia toda abrirá as portas para você.
— A Tríade de Lótus lhe bane da Sodoma de Hong Kong. — Hu Li
bate o último martelo, quando sua boca se abre, a enxotando de Sodoma.
Fumo meu cigarro tranquilamente, encarando-a, enquanto sua
presença é expurgada de Sodoma. Uma decisão de um conselheiro é a
decisão de todos. Freire está banida de todas as casas dos outros conselheiros,
nenhuma porta de Sodoma se abrirá para ela. Poderá retornar apenas se um
dia Jonathan a chamar novamente. Freire não é burra, está levando seu rabo
de cadela velha no meio das pernas, sabendo que cada passo seu estará em
nossa mira. Um descuido, uma palavra contra, e a retaliação será cobrada alta
demais para ela ter condição de pagar. Todos pagam, de um jeito ou de outro.
Sodoma é a única que vence.
— Vai se arrepender disso, Jonathan — ela fala, amarga, olhando
para ele.
Roy dá um passo à frente, a fazendo se calar e tropeçar para trás.
— Está ameaçando um mestre, Freire? — Jonathan rosna entre os
dentes, a fuzilando com seu olhar, até Freire abaixar sua cabeça em
submissão, olhando seus sapatos.
— Não...
— Ótimo. Agora lhe aconselho que saia da minha ilha antes do
anoitecer, ou juro que ficará aqui para sempre.
Freire se vira, abre a porta e se retira do quarto, enquanto chora
incontrolavelmente, batendo a porta do quarto com força atrás dela.
— Bom, agora que resolvemos o caso da velha obcecada pelo pau de
Jonathan, preciso partir. Tenho assuntos para pôr em dia — digo e dou de
ombros, jogando o cigarro pela janela, me afastando dela. Retiro os óculos
escuros do bolso da jaqueta e solto um longo suspiro.
— Muitas garotas para observar, não é? — Hu Li sorri, me
provocando.
— Há muito tempo que uma não chama minha atenção, todas são
iguais. Bom, se resolverem dar uma passada em Moscou, não me liguem, não
quero ver a cara de vocês por um tempo — falo com desdém para eles, dando
as costas e me retirando do quarto do hotel.
Caminho devagar na direção do elevador, tendo os olhos de Freire me
fuzilando quando ela vira e me olha caminhar para aquela direção. Ela ergue
sua mão e limpa sua face, deixando todo seu rosto sujo de maquiagem.
— Está feliz, não é?
— Para ser franco, não posso afirmar que estou feliz. — Sorrio e paro
na frente da porta do elevador. — Mas meu dia melhorou 15% em ver
Jonathan chutando seu rabo velho para longe de Sodoma.
— Garoto idiota, você e Jonathan não passam de dois meninos
brincando dentro do conselho! — Ela bate seu pé no chão, com raiva, e ergue
seu dedo indicador, apontando para mim. — Seu pai estava errado quando
deu a cadeira dele para você e não para Kaiser!
— Faz o seguinte, quando você morrer — tombo meu rosto para o
lado e viro minha face, olhando para ela —, o que eu presumo que não vá
demorar muito por conta da sua idade avançada. — Ergo meu dedo e toco a
ponta do seu pescoço, alisando a pele flácida, que nem as cirurgias plásticas
dela conseguem esconder mais. — Fale isso pessoalmente para o meu pai, no
inferno!
Pisco para ela, rindo e entrando no elevador quando as portas se
abrem, levando os óculos escuros para meu rosto.
— Você ainda vai me pagar por isso, Czar. — A boca dela treme,
enquanto seus olhos me fuzilam com ódio, me rogando uma praga, parecendo
uma bruxa decrépita maldita. — Mais cedo ou mais tarde você vai pagar pelo
que me fez.
— Идите сами[3]! — Sorrio e falo em russo para ela.
Ergo meus dedos e lhe dou tchau, usando minha outra mão para
apertar o botão para descer, fechando a porta do elevador. A mão de Freire se
precipita e ela segura as portas, bloqueando-as, para não fechar.
— Se acha melhor do que todos, mas você não é. É apenas um
garotinho fraco, brincando de ser adulto. — Seus olhos param em meu peito e
me dá um sorriso amargo. — Por baixo dessa carcaça queimada, que você
tenta esconder com suas tatuagens, ainda é um monstrinho condenado em
chamas.
Retiro os óculos da minha face e cerro meus lábios, com todo meu
corpo ficando rígido. A olho com ódio e dou um passo à frente, ficando a
centímetros dela. Freire esboça um sorriso diabólico e balança sua cabeça
para os lados, notando minha reação ao saber que ela conhece o que as
tatuagens em meu corpo escondem.
— Achou que eu não sabia seu segredinho de família, Czar?! O
doente de merda que você é e o que sua piromania[4] lhe custou... — Sua voz
se cala, com seus globos oculares ficando arregalados.
Meus olhos ficam presos à cor rosada que sua pele branca adquire a
cada segundo que meus dedos espremem sua traqueia, tendo minha mão
apertando sua garganta. Minha outra mão se fecha com mais força,
comprimindo a armação dos óculos entre meus dedos, sentindo o material se
torcendo e se quebrando com a pressão que meus músculos fazem. Desejo
internamente poder fazer com a garganta de Freire a mesma coisa.
— Ar... a-ar... — Suas mãos se fecham em volta do meu pulso, sua
voz fica engasgada.
Estico meu braço e dou um passo para fora do elevador,
desbloqueando a porta, sem soltar Freire, a empurrando para frente, presa
pelo pescoço, vendo-a se erguer na ponta dos seus pés, lutando para respirar,
tendo sua face toda vermelha. Meu rosto se inclina lentamente perto do seu e
aperto um pouco mais seu pescoço. Vejo seus olhos se arregalarem com mais
angústia e seus lábios ficarem roxos a cada pressão que faço em sua garganta.
Deixo meu rosto ficar ao lado do seu, com meus lábios próximos ao seu
ouvido.
— Se conhece meu segredo e sabe o que ele me custou... — Abaixo
meu tom de voz, sussurrando para ela, com minha atenção presa no extintor
de incêndio, que está ao lado do alarme de segurança, perto da parede, no
corredor atrás dela. Meus dedos esmagam com mais ódio os óculos e sinto a
armação quebrar por inteira, desmontando em meus dedos. — Então teria que
ser muito tola ou uma suicida para querer me provocar.
Solto o pescoço dela e a empurro para trás. A vejo cambalear,
tossindo enquanto esfrega sua garganta, forçando o ar a entrar em seus
pulmões. Ela cola suas costas na parede e me olha assustada, com sua face
ainda vermelha.
— Me perguntou se eu estava feliz em ver Roy lhe chutar, e lhe disse
a verdade, não fiquei. Não sou o tipo de homem que fica feliz com coisas
inúteis. — Abro meus dedos e solto os óculos destruídos no chão, o vendo
estilhaçado no carpete do corredor do hotel. Ergo meu rosto para Freire e dou
um passo em sua direção, apreciando a forma como ela se encolhe, feito uma
ratazana assustada, perto da parede. — Mas lhe garanto que ficar assistindo
seu corpo inteiro queimar, até não restar mais nada, além de um esqueleto
retorcido e carbonizado, me daria muito mais felicidade nessa vida, do que
foder mil bocetas em Sodoma! — Estico meu braço e ergo minha mão,
deixando meu dedo tocar em sua face vermelha. — Tenha isso em mente, da
próxima vez que quiser conversar sobre os meus segredos, Freire, a menos
que você queira muito brincar com fogo.
Me afasto dela e caminho na direção da porta de saída de incêndio, a
largando para trás. Olho uma última vez para o extintor de incêndio e respiro
com força, tentando controlar meus pensamentos, antes que eles entrem em
colapso.
CAPÍTULO 1
O SEGREDO DA CARNIÇARIA
Mabel Shot
Moscou – Rússia
Cinco anos depois
Meu corpo é retirado do chão e sou jogada como uma boneca de pano
sobre ombros largos e fortes.
— Oh, meu Deus... Meu Deus, me solta! — grito, me debatendo e
tentando me soltar.
O aperto de aço fica mais forte em volta da minha cintura, meu rosto
tomba em suas costas, enquanto meus cabelos ficam bagunçados, voando
para lá e para cá, com o sangue do meu corpo sendo levado para minha
cabeça. Tento me segurar nas pessoas, para que alguma me ajude, mas apenas
vejo seus sorrisos aumentarem, estão completamente dispersos dos meus
gritos. E tudo fica escuro quando passo pelo paredão humano, que é lacrado
assim que meu capturador atravessa por ele.
— Escuta, olha, eu sou só visita! — falo, nervosa, e tento me virar,
batendo nas costas fortes. — Dá para me soltar, por favor...
Tento erguer minha cabeça, e pisco, confusa, olhando para o lado e
vendo apenas a luz em cima do centro acesa, com tudo ao seu redor escuro. O
homem que comia a ruiva está agora deitado ao chão, com a loira sentada no
pau dele, cavalgando, enquanto a ruiva está agachada, com as pernas abertas
perto do rosto dele, sendo chupada. Meu corpo para de se mover e fico atenta
ao que estou presenciando tão pertinho. Agora o homem que segurava as
bandejas não as tem mais em suas mãos, e muito menos está com seu pau
amarrado junto com suas bolas. O vejo de quatro, com sua cabeça abaixada,
tendo a mulher revestida de tecido siliconado atrás dele, de joelhos, com o
que devo presumir ser seu braço quase por inteiro dentro do seu ânus,
entrando e saindo lentamente do seu corpo.
— Oh, meu Deus... — balbucio, em choque, sem saber se estou
horrorizada ou fascinada com a elasticidade do cu do rapaz.
Minha mente está girando a 360 graus quando sou depositada ao
chão. Piso em algo macio e sinto meus pés descalços notarem que minha
sapatilha se perdeu em algum lugar no meio do trajeto. Tento focar minha
visão no homem que me carregou e empurro meus cabelos para trás,
respirando apressada, ouvindo os gemidos que estão por toda parte. Sons de
homens e mulheres, suspirando e gemendo, com suas respirações arfando.
Volto meu rosto para meu raptor no segundo que ele se move, chamando
minha atenção para a grande sombra parada à minha frente. A sombra dos
chifres sobre sua cabeça, me faz ter certeza de quem é. Praticamente dou um
pulo para trás e ergo minha mão, tentando deixar um espaço entre nós.
— Nem tente fazer algo estranho comigo, e muito menos se
aproximar da minha bunda, grandão! — falo, respirando depressa, tentando
soar firme. — Ou juro que vou chutar tão forte suas bolas, que elas vão subir
para sua garganta — advirto, zangada, desejando soar ameaçadora, mas a
única coisa que ganho é uma risada estrondosa, que faz seu peito vibrar, com
ele parando diante dos meus dedos, que ficam espalmados em seu peitoral.
— O que está fazendo perdida aqui, passarinho? — A voz dele soa
firme e ele fica estático à minha frente.
— Bom, para começo de conversa, eu não estou perdida — respondo
e forço minhas vistas, querendo enxergar alguma coisa além do homem
parado à minha frente. — Eu estou acompanhada.
— Está acompanhada?! — ele repete de forma cínica minhas palavras
e move seu peitoral para cima quando respira fundo. — E onde está seu
acompanhante, passarinho?
— Shot, senhorita Shot — digo, apressada, mantendo meus dedos
presos em seu peito quando ele tenta dar mais um passo para mim. — Não
me leve a mal, mas eu não gosto de receber apelidos de estranhos. Não está
me ouvindo te chamar de sátiro, bode ou seja lá o que essa sua máscara
representa!
Sua risada alta vem mais forte do que a primeira vez, chegando a
chocalhar seus ombros enquanto ri.
— Represento Pã! — Sua voz sai entrecortada com o riso, caçoando
ainda mais de mim. — Não acha que um passarinho seja digno de receber as
regalias de Pã?
Relaxo minhas pernas e baixo meus dedos do seu peito, empurrando
meus cabelos para trás, não entendendo do que ele acha tanta graça.
— Agora que já lhe diverti, poderia me dizer como eu saio daqui? —
falo em tom baixo, me sentindo uma tola por ter aceitado a chantagem
emocional de Macro, o deixando me arrastar para cá.
— Ainda não respondeu minha pergunta, passarinho.
A voz soa séria novamente, me fazendo sentir sua respiração próxima
do meu rosto, quando ele se move e inclina seu corpo para frente, persistindo
em usar um apelido para mim. Sinto algo cair perto do meu pé, sendo jogado
ao chão.
— Onde está seu acompanhante?
Antes que eu possa lhe responder, um gemido escandaloso chama
minha atenção, e eu acabo por infelicidade reconhecendo-o.
— Tenho quase certeza que deve estar a alguns metros de nós —
respondo, chateada, olhando para a esquerda e levando minhas mãos para
minha cintura. — Espero que esteja recebendo um braço inteiro no seu cu,
MACRO! — falo alto, gritando na direção de onde veio o gemido. O
estrondo rouco da risada pesada se faz novamente, me fazendo olhar para
frente, sentindo-o mais perto ainda de mim.
— Interessante! — ele diz, rindo, e sinto meu corpo congelar, ficando
em alerta quando a grande mão se espalma em minha face e escorrega seu
anelar por minha boca. — Um passarinho selvagem e arisco tão pequeno,
perdido entre os sátiros.
A textura do couro da luva em sua mão é ríspida e ao mesmo tempo
fria, trazendo arrepios ao meu corpo.
— O q-que está fazendo, senhor? — balbucio, sentindo meu coração
quase sair pela boca, de tão rápido que ele está batendo.
Escuto a respiração dele ficar mais pesada, puxando o ar para seus
pulmões e um som rouco saindo da sua boca.
— Por que está aqui, passarinho? — ele repete a pergunta de forma
baixa e escorrega seus dedos para minha nuca. Os sinto se embrenhando em
meus cabelos por conta da força que ele segura minha nuca.
— Ohhh... — Fecho meus olhos, querendo abrir um buraco no chão
assim que um gemido escapa dos meus lábios, sentindo o couro da minha
cabeça ficar sensível com a forma que ele está me segurando. — Senhor... —
Mordo meus lábios e seguro o segundo gemido quando ele prende mais forte,
causando um pequeno pico de dor em meu couro quando aumenta a pressão
que segura meus cabelos. A respiração dele se torna mais pesada e dá um
passo à frente, terminando a distância que tem entre nós.
— Senhor? — Ouço a voz dele sussurrar de forma perigosa perto do
meu ouvido. — Tem certeza de que quer me chamar assim, passarinho?
Ergo meus dedos e seguro seu braço, sentindo como se estivesse a um
passo de desabar no chão quando o nariz dele toca a minha garganta e sobe
lentamente para minha orelha e se enterra em meus cabelos.
— Poderia, por favor... — Mordo mais forte meus lábios, ficando
consciente da sua outra mão que está subindo pela lateral da minha perna e
escorregando lentamente por minha coxa, me fazendo contrair meus
músculos vaginais por conta da textura do couro. — Oh, meu Deus!
Comprimo mais forte meus olhos e respiro apressada, com minha
cabeça sendo movida de um lado ao outro devagar, com ele cheirando o outro
lado do meu pescoço, subindo com calma seu nariz e fechando sua boca na
ponta da minha orelha e a mordendo levemente, causando tantos arrepios em
meu corpo que eu nem sei exatamente onde começou.
— O que veio fazer aqui, passarinho? — Ele movimenta sua mão por
minha cintura e puxa meu quadril, o fazendo se chocar com o dele.
— Eu não sei... não sei, senhor. — Minha voz está tão mirrada, que
quase chega a se assemelhar com um choro.
Sinto com mais intensidade os gemidos à nossa volta ficarem mais
altos, o cheiro dele invadir meu sistema respiratório de forma rápida e
agressiva, quase como se fosse uma química injetada diretamente em minha
veia. As batidas da música ficam distantes, tendo apenas minha respiração e a
dele entrando em meus ouvidos. Sua língua desliza por meu ombro e raspa
seu dente, subindo novamente por minha clavícula, lambendo cada canto da
minha curva entre o ombro e o pescoço.
— O que veio buscar, passarinho? — Sua voz está ficando latente
dentro do meu cérebro, como se anulasse o restante de todos os sons, como
uma hipnose sonora.
E eu nem sabia que isso existia, se era possível, mas é justamente isso
que ele está fazendo comigo agora. Me hipnotizando, deixando meu corpo
inerte e meu cérebro em torpor, enquanto ele faz o que deseja comigo.
E o mais assustador disso tudo, não é o fato de estar sendo tocada por
um estranho, ou várias pessoas desconhecidas estarem gemendo à nossa
volta. O mais assombroso de tudo isso é que eu deixo, lhe permito me
envolver nesse perigoso timbre sedutor da sua voz.
E por que eu o deixo?
Eu não sei responder, não tenho ideia de como fazer isso parar, de
como ordenar meu corpo a voltar a me obedecer. Tem algo nele, um
magnetismo dominador, que faz meu corpo se render a qualquer demanda
dele, desencadeando coisas em mim que eu não posso sentir. Acordando um
lado impuro dentro do meu ser, há muito tempo adormecido, que se escondia
em minha alma, recluso e silenciado por mim há muito tempo. Não me
lembro o porquê o escondi, porque o trancafiei, mas sei que o mais sensato
seria o deixar lá.
— “Menina, não se atreva a falar de Deus aqui dentro. Se Deus
existisse, Ele não deixaria a gente fazer isso com você”. — A voz de Nate
recita baixo, falando lentamente, enquanto mantém a leitura do livro.
Meus olhos estão presos no teto, focados na lâmpada que está
piscando. Ela piscou 232 vezes, eu contei a cada novo piscar dela. A mão
suada escorrega por minhas pernas e sobe lentamente, entrando entre elas e
empurrando meu vestido para cima, me acariciando com lentidão.
— Por que está aqui, Mabel? — ele pergunta, baixo, fechando o livro
e se levantando, ficando parado ao meu lado.
Meus dedos, que estão com os nervos rígidos, se prendem à lateral do
meu corpo, ficando presos no tapete.
— Porque eu fiz uma coisa ruim. — Fecho meus olhos e tombo minha
cabeça para o lado, arqueando involuntariamente meu peitoral para cima
quando seus dedos tocam minha vagina, e arfando entre as respirações a
cada novo toque dele. Choro por não conseguir controlar as respostas do
meu corpo.
— O que veio fazer aqui, passarinho? — A voz mais firme pergunta
ríspida e empurra meu vestido para cima, deixando sua mão espalmada em
minha bunda, esmagando a pele entre seus dedos.
Ele aperta mais forte meus cabelos e fecha sua arcada dentária inteira
em meu pescoço, o mordendo profundamente, enquanto me sinto sendo
rasgada entre dor e prazer.
— Oh, meu Deus! — Fico completamente em abandono quando sua
mão solta meus cabelos e escorrega para frente do meu corpo, prendendo
meus seios entre seus dedos e os massageando. — Por favor, senhor, eu
preciso que me deixe ir...
Ele retira sua boca do meu pescoço e raspa sua face com a minha, me
deixando ainda mais cativa, raspando seus lábios em meu rosto. Massageia
minha bunda, enquanto brinca com meu seio em suas mãos.
— Por que, passarinho? — Ouço o som forte da sua respiração,
enquanto ele fala baixo. Me gira tão rápido, que nem consigo entender como
ele nos moveu de lugar.
A mão em minha bunda está agora parada na frente da minha virilha,
enquanto a outra, que acariciava meus seios, está presa na minha garganta.
— Uma pessoa que não sabe o porquê de estar aqui, é porque também
não sabe para onde vai. — Ele cola seu peitoral em minhas costas e me deixa
rente ao corpo dele. — Para onde vai, passarinho?
Fecho meus olhos e respiro com agonia, sentindo meu corpo queimar
a cada deslizar da sua língua em meu ombro. Sua mão espalmada à frente do
meu ventre, puxa com preguiça o tecido do vestido para cima, deixando
minha boceta desnuda livre do tecido que a cobre. Abro meus olhos e fico
com a visão rente à cena dos casais trepando ao centro, onde a luz está
iluminando. Vejo a ruiva deitada por cima da loira, as mãos da ruiva estão
esticadas para cima da cabeça da loira, imobilizando os pulsos da garota,
enquanto aquele homem das bandejas, que estava recebendo um antebraço
dentro do seu ânus, agora está comendo a ruiva, com seu corpo posicionado
por cima do dela. Ele geme, fechando seus olhos, enquanto a dominatrix está
ao seu lado, chicoteando suas costas. O homem negro, de mascará de gás,
tem até suas bolas enterradas dentro do cu do cara das bandejas, que vibra
alegre, fodendo a ruiva, recebendo tanto as chicotadas nas costas como o pau
do cara atrás dele dentro do seu cu. Um sexo grupal e explícito, tendo pares
de bocetas e paus se fodendo como se fossem um só. Sinto meu rosto quente,
meus cabelos sendo empurrados para cima do meu ombro, enquanto minha
própria boceta está pulsando, desejando que essa dor dentro dela seja
aplacada.
— Para onde vai, passarinho? — Sinto o aperto da minha garganta
ficar mais denso, com seus dedos se fechando em volta deles.
E eu tenho a noção que ele pode simplesmente quebrar meu pescoço a
hora que ele quiser, pode quebrar meu corpo inteiro, a julgar pelo seu
tamanho, mas ainda assim não sinto medo, não sinto nada além de uma
necessidade urgente que me consome por inteira, para que ele faça qualquer
coisa, qualquer maldita coisa que me liberte desse estado de perversão.
— Eu não sei, não sei — falo e fecho meus olhos, sentindo mais
medo de mim do que dele.
— Deseja voar, passarinho? — ele pergunta com calma, como se não
estivesse me torturando lentamente com seus dedos, que tocam minha boceta.
— Sim — murmuro para ele e deixo minha mão parada sobre a sua, o
instigando a me tocar com mais pressão.
Mas ele me castiga quando retira suas mãos do ventre e as ergue por
minha barriga, como se estivesse ensinando para uma criança desobediente
que tudo tem o seu tempo e nada acontece quando eu quero.
— Oh, meu Deus, por favor... — Mordo com força meus lábios e
sinto uma montanha-russa de emoções brincar dentro de mim.
— Tão apressada para bater as asas, passarinho. — Ele brinca comigo
como se eu fosse um novo passatempo, controlando as reações do meu corpo.
Sinto seu rosto encostar em minha nuca, com ele respirando fundo,
tendo suas mãos espalmadas em meus ombros, os esfregando lentamente, e
não entendo porque eu quero chorar. Sinto meus olhos queimarem e uma
frustação latente dentro de mim, por ele ter retirado suas mãos de cima do
meu ventre. As alças do vestido são empurradas lentamente, pouco a pouco
pelos meus braços, enquanto o tecido escorrega no chão, ficando parado em
meus pés.
— Dê um passo para o lado e deixe suas mãos posicionadas ao lado
do corpo, passarinho. — Sua voz rouca atrás de mim sai em comando e usa a
ponta da sua bota para tocar em minha canela, para que eu abra as pernas.
Ergo meu pé e afasto o vestido, dando um passo para o lado, fazendo
o que ele pede. Minhas mãos se mexem ao lado do meu corpo e abro e fecho
os meus dedos lentamente, os tendo inquietos.
Sinto o arrepio passar por minhas costas quando seu dedo livre da
luva de couro desliza do começo da minha nuca e escorrega por ela.
— Vai guardar seus sons para mim, passarinho. — Ele não está
perguntando e nem afirmando, mas sim me dando uma ordem. Passa seus
braços entre os meus e volta suas mãos para os meus seios, deixando as duas
paradas, uma em cada lado, os massageando com calma. — Gosto de ouvir o
som que sai dos seus lábios, passarinho, mas irá os deixar fechados, não os
dividindo com os demais, está me entendendo?
Meus ombros se encolhem e sinto o pico de dor que acerta meus seios
quando ele espreme meu bico em seus dedos. Mordo minha boca com toda
força e seguro o gemido.
— Boa menina — ele murmura e deposita um beijo em meu ombro.
Sinto meu corpo ficar mais agitado quando ele escorrega sua boca em
minhas costas e abaixa seu corpo, levando suas mãos junto, que percorrem
minha barriga. Minha pele recebe cada lufada de ar quente que sai por seus
lábios, enquanto ele me beija demoradamente, prolongando minha agonia.
Em um primeiro momento, meu corpo se retrai assim que sinto sua respiração
em minha bunda, mas ele me mantém presa, engaiolando meu quadril com os
seus braços, fazendo minha concentração ficar nos dedos dele, que estão
acariciando meu ventre. Fecho meus olhos. Esmago meus dedos em minha
mão, que fica em punho, e sinto minhas unhas cravarem com força nas
palmas das minhas mãos, com meus lábios sendo controlados pelos meus
dentes que os prendem.
Perversão é algo incontrolável. São aqueles pensamentos assombrosos
que nos pegam em uma tarde qualquer, em momentos inusitados, nos quais
apenas divagamos. Algumas pessoas os rejeitam bem, os empurram para
longe, outras os escondem, reprimem o lado soberbo e escroto da alma. Mas
eles estão ali, sempre à espreita, e às vezes são incontroláveis quando são
libertos. E os meus estão soltos, desenfreados, se sentindo vivos a cada
deslizar do seu dedo em cima da minha boceta, escorregando entre seus
lábios e se infiltrando dentro de mim. Meus olhos ficam presos no sexo
grupal e sinto como se o suor deles estivesse transpirando junto com o meu.
Meu carrasco me empurra para a borda a cada segundo que seu dedo
me fode, usando seu anelar para massagear meu clitóris. A respiração forte
em minha bunda fica mais próxima, com ele abrindo sua boca e abocanhando
um pedaço da carne, a mordendo tão forte como se estivesse tatuando sua
arcada dentária em meu rabo. Sua outra mão sai da frente do meu corpo e
para em minhas costas, a empurrando um pouco para frente, me deixando
com meu corpo levemente inclinado, mas lhe dando exatamente o que ele
deseja e me deixando completamente vulnerável de todas as formas para ele.
Não consigo o mandar parar, não consigo me fazer parar com isso. E ele me
empurra para mais longe nessa onda de prazer depravada, quando segura um
lado do meu rabo, afastando as nádegas.
— Oh, meu Deus... — Tombo minha cabeça e aperto mais forte meus
lábios, sentindo meus dentes machucarem a pele quando o toque invasor e tão
íntimo me pega de surpresa.
Sinto a língua dele tocar meu ânus, escorregando em volta dele, me
castigando quando retira seus dedos da minha boceta por conta de eu ter
falado. Sua boca se vira e morde forte meu rabo, me dando um alerta para
ficar em silêncio.
— Não cante para os outros, passarinhos! — ele fala em tom
dominante, arrastando seu rosto por minha bunda, o esfregando lentamente.
Seguro o soluço de dor e cravo mais forte minhas unhas na palma da
minha mão, sentindo cada nervo e músculo do meu corpo rígido. Ergo meu
rosto, com meus olhos ficando presos nos casais, que trocaram de posição. O
cara das bandejas está deitado no chão, com a loira montada em cima dele,
fodendo seu pau com a boceta dela; a ruiva a beija com paixão, com seus
braços esticados em seu ombro e suas pernas abertas, com seus pés dispostos
um de cada lado do corpo do homem deitado ao chão. O grande cara atrás
dela, com a máscara de gás, está a fodendo lentamente, entrando e saindo
com seu pau do rabo dela, que está vermelho, recebendo palmadas duras.
Meu corpo recebe a descarga de energia que o liga por completo.
Mordo meus lábios e morro com a onda de prazer que me pega ao sentir o
toque da sua língua novamente em meu ânus. Seus dedos malvados, que
largaram minha boceta, retornam para ela, alisando com agilidade e tocando
de forma constante meu clitóris. Quero gritar, quero berrar tão alto ao ponto
de estourar meus pulmões, a cada tremor de prazer que me assalta. Os dedos
dos meus pés se contraem e finco-os no colchonete, com os músculos da
panturrilha endurecendo, junto com os da coxa.
Jogo minha cabeça para trás e fecho meus olhos, respirando mais
forte, sentindo a forma como ele me fode despudoramente com seus dedos e
sua língua, deslizando, circulando, a deixando fluir em cada canto do meu cu.
É a primeira vez que algum homem faz isso em mim, e seria algo que eu
acharia estranho e repugnaria em qualquer tipo de aspecto ou circunstância,
mas aqui, agora, com esse homem ajoelhado atrás de mim, fodendo minha
boceta com seus dedos, me parece a coisa mais certa que alguém já fez
comigo.
Meus olhos se espremem com força, com o resto do meu corpo inteiro
se retraindo, me deixando sentir até a sola do meu pé formigando quando
explodo como uma avalanche de orgasmo que me consome por inteira,
alastrando tremores por minhas pernas. Ele me chupa com mais fome,
praticamente fodendo meu rabo com sua língua, massageando meu clitóris,
que lateja, inchado, vibrando com o gozo que acaba de receber. Sinto o
relaxamento completo me pegar, me fazendo desabar em meus joelhos com
pura exaustão, respirando com dificuldade. Me sinto lânguida, acabada e
esgotada de uma forma tão grande, que apenas desejo continuar nesse estado
de inércia.
Sua mão se retira do meio das minhas pernas, enquanto me sento em
cima das minhas pernas, com meu braço caído ao lado do meu corpo e meus
dedos tremendo. Tento forçar o ar a entrar por minhas vias respiratórias e os
batimentos cardíacos desacelerarem. Meus cabelos colados pelo suor em
minha bochecha, são empurrados lentamente por seus dedos, com ele ficando
de pé, parado ao meu lado. Sinto minha cabeça encostar em sua perna,
enquanto puxo o ar com força. Fecho meus olhos, gostando da sensação de
abandono diante dele, por deixá-lo saber o que acabou de fazer comigo,
enquanto ele acaricia meus cabelos. Sorrio e fecho meus olhos, esfregando
meu rosto em sua mão, como uma felina dócil que ele acabou de domesticar.
Sinto o toque dos seus dedos em minha boca, e quase como se fosse algo
automático do meu corpo responder a ele, meus lábios se entreabrem,
sugando seus dedos para dentro da minha boca. Os chupo pouco a pouco,
sentindo o gosto da minha boceta neles. Ouço o som da respiração dele ficar
mais pesada, com seu corpo se abaixando e sua face a centímetros da minha,
sustentando meu rosto em sua mão, enquanto chupo seus dedos com
preguiça.
— Venha, passarinho, vamos encontrar uma gaiola para você cantar
só para mim! — Sua voz rouca fala firmemente, com o timbre ficando mais
forte e com sua respiração acelerada.
Abro meus olhos e pisco, confusa, sentindo minha mente retornar do
estado vegetativo que ela estava há segundos. O som dos gemidos altos dos
outros à nossa volta entra em meus ouvidos, me fazendo retornar mais
depressa para a realidade. Abro minha boca e liberto seus dedos, tombando
meu corpo para trás, caindo de bunda no piso gelado. Meus dedos
escorregam e vão para trás de mim, para me sustentar, mas acabo encostando
em uma perna nua de alguém. Olho para lá na mesma hora e recolho meus
braços, os deixando sobre meu peito, percebendo que tem pessoas trepando
do meu lado.
— Oh, meu Deus! — Tapo minha boca e empurro meus cabelos para
trás, enquanto respiro apressada, tomando consciência do que acabei de fazer.
— Passarinho? — Volto meu rosto para o homem que acabou de me
foder, o qual eu nem sei como é sua face.
— Não, não... — murmuro, nervosa, e nego com a cabeça,
praticamente jogando meu corpo para a frente quando fico de joelhos e bato
meus dedos no chão, em busca do meu vestido. — Você fez algo ruim,
Mabel... Algo ruim.
Me levanto nervosamente quando encontro meu vestido caído em
cima do colchonete, e o seguro apertado junto ao meu corpo. Sinto o toque
dos dedos que raspam em meu braço quando saio correndo em disparada para
longe dele, atravessando o centro do salão, passando às pressas próxima aos
casais que estão transando. Me assusto quando o cara com a máscara de gás
se vira para me olhar. Impulsiono meu corpo para trás, com medo de que ele
tente me segurar, e acabo caindo no chão. Meus olhos caem para minhas
pernas nuas, subindo por meu corpo nu, parando na deformidade da cicatriz
grande em meu abdômen. Meus dedos trêmulos puxam o vestido com mais
desespero, me tapando.
— Não, não devia ter feito isso, Mabel! — murmuro, assustada,
sentindo as lágrimas queimarem em meus olhos.
— Ei, você está bem, pequena? — o homem da máscara de gás
pergunta, baixo, se aproximando de mim lentamente.
Visto às pressas o vestido, o passando por minha cabeça, e me levanto
rapidamente. O som do tilintar de algo caindo no chão, que estava embolado
em meu vestido, me faz olhar para os meus pés, e vejo a máscara de bode de
bronze a centímetros de mim.
— Ei, pequena, está machucada? — Me sobressalto quando um toque
se faz em meu braço, me fazendo pular para trás. Vejo o homem negro retirar
sua máscara, me dando um olhar preocupado. — Alguém machucou você...
Abaixo meus olhos para a máscara de bode de bronze e sinto meu
corpo todo tremer. Quero gritar que ele tinha feito muito pior, que ele não me
machucou...
Ele libertou meus demônios.
Elevo meus olhos para a direção de onde fugi, a tempo de ver a
grande sombra sair da escuridão e se mover diretamente para mim. Já estou
correndo em disparada quando o rapaz à minha frente tenta me tocar
novamente. Corro mais rápido, não querendo olhar para eles, para nenhum
deles, nenhuma dessas pessoas. Desejo apenas sair desse lugar e rezo para
que eu possa trancafiar novamente esse lado ruim dentro de mim, que ele
soltou.
— MABELLLL! — A voz distante de Macro chama por meu nome,
mas não paro, não olho para trás, não quero esperar por ele, não quero.
Ele não devia ter me trazido aqui. Macro, acima de qualquer pessoa,
tem consciência que esse é o último lugar que eu devia estar. Fecho meus
olhos e limpo as lágrimas, conseguindo passar pelo paredão humano e me
misturando entre as pessoas, correndo em direção às escadas.
— Por que está aqui, Mabel?
— Porque eu fiz uma coisa ruim.
CAPÍTULO 5
A FLAUTA DE PÃ
Czar Gregovivk
— Por que sempre tem que deixar essa sala parecendo uma geladeira?
Ergo meu rosto para Sieta, que invade meu escritório, tagarelando,
enquanto mexe no celular.
— Saia — falo, baixo, a encarando e abaixando a tela do notebook.
— E avise da sua chegada.
Os olhos marrons dela se erguem para mim, enquanto guarda o
celular no bolso da calça.
— Por quê? — Ela me dá um olhar de criança mimada e bate seu pé
no chão.
Balanço meu corpo na cadeira e a giro lentamente para o lado,
enquanto ergo minha mão e aponto meu indicador para a porta do escritório.
— Se retire do escritório, bata na porta e se anuncie. Você espera eu
dizer que pode entrar! — Lhe dou uma ordem, mantendo meus olhos presos
aos seus, a deixando saber que não estou brincando.
Sieta solta sua respiração pelo nariz, enquanto revira seus olhos e sai
do escritório feito uma criança malcriada, fechando a porta ao se retirar.
Apoio meus cotovelos na mesa e bato a ponta do meu sapato lentamente no
chão.
— É Sieta, posso entrar?! — ela pergunta, rabugenta, dando batidas
na porta.
— Só um momento — a respondo e olho para a porta, contando
mentalmente até dez, bem devagar. Ouço os resmungos impacientes da
minha prima. — Pode entrar.
Ela abre a porta com força e mantém seu corpo parado entre o vão da
porta, me dando um olhar de birra.
— Para que isso tudo?
— Educação é algo primordial, Sieta. — Paro de me balançar na
cadeira e endireito minha postura. — Não cometa o erro de esquecer dela
novamente, não terei paciência para lhe ensinar na terceira vez!
— Eu sinto muito — sussurra e encolhe seus ombros. — Eu sei que
cometi um deslize ao entrar no seu escritório quando Adrien estava aqui, mas
fiquei tão eufórica por ter encontrado a garota, que não via a hora de lhe
contar. Apenas para constar a meu favor, posso alegar pelo menos que me
senti participando do CSI Miami[26], por isso vacilei?!
— Não está investigando a cena de um crime, Sieta. — Aponto para o
sofá e faço um gesto de cabeça para que sente. — Entre logo e feche a porta.
— Oh, eu sei, mas foi tão emocionante! — Ela esboça um sorriso
arteiro em sua face e entra no escritório, fechando a porta atrás dela. —
Nunca tinha participado de nada disso, foi a primeira vez que você me pediu
ajuda e não queria falhar com você.
Olho para ela e sei que nunca consigo ficar bravo por muito tempo
com Sieta, que é sempre arteira e aventureira, mas leal e fiel. Não lhe digo
que o motivo de eu ter recorrido a ela, não fora porque eu preciso de ajuda,
poderia ter rastreado o pequeno pássaro em questão de segundos, sem
empecilho algum, apenas hackeando o sistema de segurança de Sodoma, mas
o problema é que fui eu que criei o programa anti-hacker para manter a
segurança dos participantes, e todos os conselheiros receberiam um alerta de
invasão no segundo que eu entrasse. Só que Sieta não, ela é neutra, sabia que
se ela entrasse com sua senha no sistema, não chamaria a atenção, já que ela é
meu braço direito na Sodoma de Moscou, cuida de quem entra e sai. Apenas
precisava de um nome para poder chegar até o pequeno pássaro.
E, normalmente, invadir o sistema e deixar os conselheiros saberem,
não é algo que me importaria, mas os deixar a par do que eu buscava, isso
sim era algo que daria assunto para eles me incomodarem. A fuga dela
durante as regalias já tinha chamado a atenção dos demais. Adrien foi quem a
viu passar correndo, fazendo com que o juiz quisesse saber qual era o motivo
da fuga dela. Ele apenas precisou olhar para a porra da máscara caída no
chão, para saber quem era o conselheiro que estava com a garota. Eu estava
tão surpreso pela forma como o pequeno pássaro se deixou ser cativado, se
entregando manso e obediente, que fiquei sem reação quando ela literalmente
bateu asas e voou, correndo para longe de mim, que não consegui nem ter
tempo de impedir sua fuga. Depois da merda feita, Sieta entregou de bandeja
para Adrien o que eu queria esconder: Jonathan Roy, um dos conselheiros,
ficar a par do que aconteceu. Nada poderia melhorar. Sabendo que não
poderia fazer nada, a não ser ter que lidar com as piadinhas de Roy mais cedo
ou mais tarde, preferi gastar meu tempo estudando o pequeno pássaro que
causou uma bagunça em minha casa, e depois que Adrien partiu, em menos
de uma hora, eu já tinha todas as informações abertas em meu computador.
Macro de Aviante, amigo de Mabel Shot, a trouxe como convidada.
Macro é iniciado em Sodoma há pouco mais de três meses. Está sob os
cuidados de Sebastian, o conselheiro da Itália. Era garoto de programa, sem
vício ou antecedentes criminais. Foi deixado pelos tios, aos dez anos, no
orfanato, depois que seus pais morreram em um acidente de carro. O mesmo
orfanato que Mabel Shot já estava há oito anos. Mabel foi adotada na
adolescência pelo casal Shot. Piter Shot, arqueólogo renomado, e sua esposa
descendente de família russa, Alekessandra Shot, dona de casa. Casal de
classe alta, impossibilitados de poder ter filhos, adotaram a jovem órfã sem
muita burocracia. Suspeito que o motivo da adoção ter sido tão fácil foi a
idade de Mabel na época, adolescentes não são adotados com muita
frequência. Os Shot não tinham muita informação decente para chamar minha
atenção, em nenhum deles, para ser franco, tanto o marido quanto a esposa.
Mas o que eles tinham de quantidade absurda de informações inúteis, era o
que o pequeno pássaro tinha de nada.
E digo realmente sério, absolutamente nada!
Fora as informações do orfanato, relatando que foi deixada pela mãe,
que era usuária de drogas, assim que o bebê nasceu, os papéis da adoção,
quando ela já tinha doze anos, e sua formação na academia de belas artes, não
constava mais nada sobre Mabel Shot. Sem antecedentes, prontuário médico,
rede sociais, passagem pela polícia, nada. Ela era quase um fantasma. Um
fantasma que estava escondendo algo, ou se escondendo de alguém, apenas
isso levava uma pessoa a ficar praticamente zerada de dados no sistema.
Sebastian foi quem me passou mais algumas informações, as quais não era
possível rastrear pela internet, depois de explicar para ele qual era meu real
motivo para estar interessado no seu protegido, Macro de Aviante.
Seu pequeno submisso tinha contado fatos interessantes e alarmantes
sobre a família perfeita dos Shot, que adotou Mabel. Alekessandra Shot era
uma boa esposa, conhecida pelas pessoas com quem ela frequentava a roda
da alta sociedade como uma mulher de coração bom e caridoso e de fé
incontestável. Mas por trás dos bastidores, espancava sua filha adotiva cinco
vezes ao dia, quase como se fosse um mantra diário. Professora particular de
Mabel, por isso sem dados de históricos escolar, ela só foi ter registro quando
ingressou na universidade. Mabel não frequentava escola, as aulas eram
lecionadas pela mãe adotiva, e sua saúde ficava aos cuidados de um médico
particular. Ela nunca deu entrada em hospital nenhum em toda Nova York,
não tem registro de nada.
Sebastian me contou que seu submisso, Macro, não conversa muito
sobre Mabel, fala apenas assuntos supérfluos, como o fato dela ser uma
pintora talentosa, que possui um dom nato com o pincel e as telas. Mas
quando perguntado sobre o porquê dele trazê-la para cá, o rapaz se fecha
como uma ostra. Sebastian me confidenciou que tentou induzir seu protegido
a se abrir através da relação dominador e submisso[27], mas Macro preferiu
uma punição a conversar sobre Mabel e ele, o que despertou meu interesse
quando o rapaz demonstrou ter extrema lealdade aos segredos da garota. E
com medo de quebrar o vínculo que ainda está passando por construção e
solidificação entre um dominador e seu submisso, Sebastian preferiu não
prosseguir em frente, para fazer o rapaz falar, dizendo que seu protegido
ainda não está pronto.
O que para o meu humor foi péssimo, pois odeio saber as coisas pela
metade, ainda mais quando é do meu interesse. Isso me irrita. E mesmo sendo
algo que eu teria deixado para lá em qualquer outra circunstância, com o
pequeno pássaro não consegui relevar, não quando é o meu rabo que pode
estar na reta. A fuga dela na noite das regalias tinha posto um alvo gigantesco
em minhas costas, e essas pontas soltas, lacunas abertas do seu passado, me
garantiria uma proteção.
— Foi até a galeria de arte de Rumeu? — pergunto para Sieta e me
levanto da cadeira, andando rumo à janela, olhando para a casa lotada.
Todas as noites o grande salão está repleto de clientes, transitando
dentro da casa fechada. Eu garanto a segurança dos frequentadores de
Sodoma, lhes dando a estabilidade de um local protegido, para poderem se
sentir à vontade.
— Fui até lá, mas não a vi. Ela trabalha no galpão, catalogando os
quadros — Sieta fala e sorri, soltando um estalo ao canto da boca. — Como
me pediu apenas para ir e sondar, não quis ficar fazendo muita pergunta sobre
os funcionários, apenas avisei a Rumeu que meu chefe tinha interesse em
fazer uma afortunada doação para a galeria e adquirir novas telas para sua
casa.
Levo as mãos ao bolso da jaqueta e balanço a cabeça em positivo,
mantendo meus olhos presos no salão abaixo de nós.
— Não sei por que não me deixou ir direto conversar com ela. Sabe
que tenho uma boa lábia, poderia explicar para ela que você ficou interessado
nela.
— Não tenho nenhum interesse na garota. — Me viro e encaro Sieta.
— Sério, quer mesmo usar essa desculpa para cima de mim, Greg? —
A pequena petulante me confronta com seu olhar zombeteiro. — Jura?
Nenhum interesse na garota, nem um interessezinho sequer?
— O único interesse que tenho nela é saber o porquê ela correu,
preciso saber a verdade, assim saberei como lidar com o julgamento do
conselho, se caso vier a acontecer um. — Viro-me e retorno a olhar a janela,
deixando meus olhos perdidos no balanço. — Adrien pode preferir esquecer
isso, mas sei muito bem que os outros podem querer levar o ocorrido adiante,
sua visita não foi apenas por educação.
— Acha que algum deles pode querer lhe expulsar de Sodoma? —
Sieta pergunta, preocupada. — Foi por isso que Adrien veio até aqui...
— Adrien é neutro, Sieta, ele jamais entregaria uma prova que
poderia usar contra alguém, como ele fez com aquela máscara de bode — a
respondo e a olho sério. Adrien a deixou aqui naquela noite apenas para me
deixar em alerta. — Vir até aqui antes de ir embora, e me contar
propositalmente que Jonathan já está a par do que aconteceu, foi apenas uma
forma educada dele me avisar que os outros conselheiros também já sabem.
— Mas Jonathan é seu amigo, ele jamais incitaria os outros
conselheiros a lhe condenar. — Ela se levanta e anda para perto de mim,
parando ao meu lado.
— Sim, exatamente isso, e foi por isso que ele apenas falou o nome
dele. — Viro meu rosto e olho para ela. Sua testa franze e ela repuxa seu
nariz, ficando pensativa. — Alguns conselheiros não ficaram contentes com a
expulsão de Freire, anos atrás, sem ela ter tido um julgamento apropriado
com todos os conselheiros reunidos.
— Mas aquela cadela quebrou as regras, ela levou alguns conselheiros
até o quarto onde um conselheiro já estava presente com a sua parceira,
propositalmente, sem o consentimento dele. Jonathan estava no direito de
declarar a expulsão daquela vadia!
— Adrien não foi o único que viu a menina sair correndo do salão,
Sieta. Havia uma conselheira bem perto deles, que presenciou a cena de
camarote — falo, baixo, e olho para ela.
— Morgana — Sieta murmura, assustada, e morde seus lábios. — Ela
estava literalmente ao lado deles, naquela noite que a senhorita Shot fugiu.
Balanço minha cabeça em positivo, concordando com ela. Morgana, a
dominatrix, uma das conselheiras da Alemanha, estava ao centro do salão
aquela noite, junto com seu submisso, participando da encenação com Adrien
e as esposas dele. Morgana tinha sido um dos conselheiros que foi contra a
expulsão de Freire, alegando que foi injusto seu julgamento. Como tinha sido
eu a entregar Freire para Jonathan, seu ódio por mim ficou mais explícito.
Morgana sempre me detestou, apenas escondia bem sua antipatia por mim.
Quando meu pai anunciou meu nome diante do conselho, comunicando que
eu seria o herdeiro da sua cadeira quando ele morresse, pegou todos os outros
conselheiros de surpresa, pois já era certo para todos os participantes que
Kaiser, meu meio-irmão, filho do primeiro casamento do meu pai, seria o
mais apto a ficar responsável pela Sodoma de Moscou. Mas o velho Czar foi
firme e direto diante da sua decisão, em me deixar como seu sucessor. Ele
dizia que os tempos estavam mudando em Sodoma, que uma nova era tinha
que iniciar junto com sangue novo. Depois de Jonathan Roy, eu fui o segundo
conselheiro mais jovem a ascender uma das cadeiras entre o conselho de
Sodoma.
Nem todos eram a favor, Morgana foi veemente contra a decisão do
meu pai, não escondendo de ninguém que ela preferia Kaiser a mim, já que
ele era o seu pupilo. Sabia que ela apenas estava esperando um deslize meu,
algum motivo para solicitar minha expulsão, mas por todos esses anos, eu
jamais dei esse prazer a ela, demonstrei o porquê do meu pai ter me
escolhido. Minha alma sempre foi perversa e dominadora, não precisava de
alguém para me ensinar a ser sádico, esse traço já tinha nascido comigo. Só
que agora, o pequeno pássaro assustado havia dado um bom argumento para
Morgana pedir minha cabeça em uma bandeja.
Não sei quanto tempo eu tenho, até conseguir descobrir por que ela
fugiu, o que eu fiz para poder assustá-la. Adrien é ético, ele jamais deixaria a
conversa às claras, mas de uma coisa eu sei, a corrida contra o tempo
começou, e vou usar de todas as artimanhas que estiverem ao meu alcance
para fazer o pequeno passarinho cantar a verdade para mim.
— Se vier a ter um julgamento, vai precisar que a garota testemunhe
— Sieta fala, preocupada, me olhando com aflição. — Como pretende fazê-la
estar ao seu lado, Greg?
— Vou jogar — a respondo e ando lentamente para minha mesa, me
sentando na cadeira.
— Sodoma? — Sieta arregala seus olhos e contorna a mesa, parando à
minha frente, espalmando as mãos na mesa. — Czar, mas já tem quase nove
anos desde a última e única vez que você jogou...
— Estou de volta ao jogo. — Ergo a tela do notebook, o ligando,
falando ríspido, cortando sua preocupação. Mantenho meus olhos na tela e
espero-a acender. — Apenas preciso encontrar o pequeno pássaro fujão.
— Mas, Greg... — Ela se cala quando seu telefone toca, o tirando do
bolso e o levando ao ouvido. — Sieta falando... Oh, claro que é para deixar,
merda!
Ergo meus olhos para ela e a vejo com seus olhos expandidos, me
olhando com um brilho de travessura. Encerra a chamada com um largo
sorriso no seu rosto.
— O que aconteceu? — pergunto para ela.
— Penso que não vai precisar se esforçar para encontrar seu pequeno
pássaro — Sieta responde, eufórica, e guarda o celular no bolso. — Acvo
acabou de me ligar para saber se Mabel Shot tem autorização para entrar
aqui.
Demoro alguns segundos para compreender o que Sieta está me
contando.
— Ela retornou? Voltou para Sodoma? — pergunto, surpreso, e me
levanto da cadeira.
— Seu passarinho acabou de pousar, primo. — Sieta ergue seu dedo e
aponta para trás de mim.
Me viro na mesma hora e encontro os olhos negros confusos, olhando
perdida para o quadro que tem do lado de fora da parede. Ando na direção do
espelho mágico e a vejo tão confusa e angustiada, apertando uma touca de lã
branca em seus dedos. E novamente aqui está ela, me cativando com sua
estranha inocência, sem maquiagem chamativa, em um vestido azul-marinho
escuro, longo e comprido, escondendo seu corpo. Tem apenas um delicado
par de brincos de pérolas pequeninas em suas orelhas. Encolhe os ombros,
passa seus dedos trêmulos em seus cabelos, desvia seus olhos do quadro e
caminha rumo às escadas.
— Mandem preparar minha saleta particular. — Dou a ordem para
Sieta.
Me viro e saio da sala a passos duros, andando rumo ao corredor leste.
— Não vai ter chance de fugir novamente, passarinho.
CAPÍTULO 8
SODOMA
Mabel Shot
— Sabia que não deveria ter permitido você vir. — O homem sério,
sentando-se ao meu lado, na poltrona do jato particular, fala zangado.
— Eu estou bem, Roy. — Ergo meu rosto e viro-o para ele, lhe dando
um sorriso calmo.
Solto meu cinto de segurança e estico meu braço para sua perna, o
deixando saber o que eu quero. Jonathan me ergue lentamente e me deposita
em sua perna, me deixando me aninhar em seus braços.
— Eu precisava vê-lo. — Encosto meu rosto em seu peito e passo
meu braço por seu pescoço, falando baixinho, estudando sua face
preocupada. — O que esses olhos azuis me escondem, senhor Roy?
Ergo minha mão e aliso sua sobrancelha, contornando seu cenho
franzido. Jonathan espalma sua mão sobre o meu ventre e o alisa lentamente,
ficando com seu olhar perdido em minha barriga.
— Apenas fiquei com receio dele lhe causar algum mal novamente...
— Jonathan, você instalou um vidro balístico de só Deus sabe o
tamanho da espessura, entre mim e Jon, e se eu não tivesse ido contra as suas
manias de controle, você teria colocado escolta armada na sala — falo, rindo,
e lhe dou um beijo na ponta do seu nariz. — Tenho certeza de que Jon não
poderia fazer mal algum contra mim, mesmo se quisesse.
Roy abraça minhas costas e me deixa mais aninhada em seus braços,
tendo seu queixo apoiado em meus cabelos, inalando o ar profundamente.
— Mas ainda assim acredito que não seja só isso que está lhe
preocupando. — Espalmo minha mão em seu peito, empurrando meu corpo
apenas um pouco para trás, para conseguir olhar em seus olhos. — O que
houve?
Conheço Roy, aprendi a desvendar o mar azul e profundo que reside
em suas íris. A fisgada no canto da boca me deixa saber que algo está
incomodando meu marido.
— Recebi uma convocação essa manhã — ele responde e abaixa seu
tom de voz, com seus olhos ficando fixos em meus lábios. — Morgana, uma
conselheira da velha guarda, que representa a Alemanha, abriu um pedido de
expulsão contra Czar.
— Oh, meu Deus, mas por quê? — Olho perdida para Roy, não
conseguindo imaginar o que Czar poderia ter feito para lhe custar a expulsão
de Sodoma.
— Ela garante que o russo feriu uma moça durante a festa que
aconteceu em Moscou. — Fico em choque, com meus olhos se expandindo,
absorvendo a informação de Roy.
— Czar jamais machucaria uma mulher... — digo, negando com a
cabeça.
Eu havia conhecido mais de Czar com o passar dos anos. Ele tinha
sido o único ligado à Sodoma que sabia sobre meu casamento com Roy, tanto
que viajou para a Itália para se encontrar com a gente. Baby realmente estava
certa sobre dizer que o russo era um gigante assustador, mas que nunca
machucaria ninguém. Poderia ser excêntrico e controlador como o Roy, mas
jamais machucaria uma pessoa.
— Morgana tem quatro testemunhas. Adrien já tinha me contado
sobre o ocorrido na semana passada, mas eu ainda tinha minhas dúvidas se
ela seguiria em frente. — Roy ergue seus olhos para mim e alisa meu rosto.
— Adrien é aquele rapaz que você me contou ser o juiz que não é juiz
de verdade, certo? — pergunto para Roy, me recordando da ligação que esse
homem fez para ele dias atrás.
— Sim, esse mesmo. — Jonathan respira fundo e balança sua cabeça
em positivo.
Pelo que pude entender da explicação de Roy, Adrien foi escolhido
para ser o juiz em Sodoma por conta da sua diplomacia e imparcialidade
entre os conselheiros. Com medo que as regras fossem quebradas e algumas
pessoas saíssem impunes, foi escolhido de comum acordo entre os
conselheiros que um juiz ficaria ao encargo de julgar os erros dos demais,
não importando quem eram os culpados, tanto dentro de Sodoma quanto fora.
Pelo pouco que Roy me fala e o resto que descobri por Baby, Sodoma é
literalmente a única a governar, não interessa quem você seja no mundo
exterior, seu cargo, bens, isso é irrelevante, pois quando você está dentro de
Sodoma, você é apenas você. E nada, absolutamente nada, impera mais que
Sodoma. Literalmente, Sodoma é a maior monarquia, uma roda de luxúria e
prazer, criada para satisfazer as almas perversas de quem a frequenta, não os
egos. Criada por homens poderosos que desejavam se livrar do cargo pesado
do poder e abraçar seus demônios, por isso Sodoma nunca deixaria de existir.
Um só não pode a governar, porque ela é todos. Mas, independentemente de
quem você seja, um conselheiro, protegido, frequentador, curioso ou apenas
alguém em busca de nova emoções, você respeita as regras, porque Sodoma
não perdoa quem as quebra. E isso pode parecer uma grande loucura, mas
não é.
Isso é SODOMA.
— Mas se Adrien é imparcial, por que lhe contou? — Busco respostas
ao olhar para Jonathan. Não entendo por que o juiz lhe contou o que já
imaginava que aconteceria.
— Adrien foi escolhido para ser o juiz de Sodoma por conta do seu
caráter justo, isso faz parte da índole dele, e Adrien conhece a história que
existe por trás de Morgana e Czar, e como ela amaria cortar a cabeça do
russo, até forjaria provas para isso se for preciso.
— História? — Me arrumo no colo de Jonathan e o olho com mais
curiosidade. — Não pode achar que vai me contar essas coisas e eu não vou
querer saber de tudo — falo apressada para ele, garantindo que não irei o
deixar em paz se não me contar tudo.
Roy respira fundo e encosta sua cabeça no assento, fechando seus
olhos e abrindo um pequeno sorriso.
— Havia me esquecido como sua curiosidade nunca tem fim. —
Belisco seu nariz quando ele me provoca.
— Roy, ande, me conta... O que existe entre Czar e essa mulher?
— Morgana foi a mestra de Kaiser, o meio-irmão mais velho de Czar.
Ela tinha que ensinar os dois. Para você se tornar um conselheiro, você
precisa aprender com um mestre da casa. — Ele abre seus olhos e me encara.
— O pai de Czar deu à Morgana os dois garotos, para que ela os moldasse,
mas Czar se negou, e isso, de alguma forma, feriu o ego de Morgana. Czar
nunca pensou que o pai dele escolheria ele, pois todos sabem que é o filho
mais velho que herda a cadeira do pai.
Meus olhos abaixam para o meu ventre, enquanto respiro fundo e
sinto uma agonia dentro de mim.
— Isso é uma obrigação? — pergunto, baixo, para Jonathan.
— Não, não é — ele responde rapidamente e espalma sua mão em
minha barriga, a alisando. — Nosso filho não será obrigado a nada.
Acho que minha respiração de alívio explicita minha felicidade
quando ouço isso sair da boca dele.
— Então Czar negou participar, seria isso? — Ergo meus olhos para
Roy, que está sério.
— Czar preferiu dar atenção para os outros negócios da família na
época. O poder dos Gregovivk nasceu de trabalhos inescrupulosos, e até
posso dizer, atrozes, por conta da ligação com a máfia. — Arregalo meus
olhos e fico mais interessada nessa história toda, não sabendo ao certo que
rumo vai tomar. — Czar sempre foi silencioso, seu cérebro é praticamente
um sistema operacional repleto de códigos, os quais ele quebra e decifra
qualquer segurança na internet. Isso chama a atenção de muitas pessoas, tanto
boas como ruins. Mas uma alma sádica, sempre será sádica, Gim, não
importa onde ela esteja ou o que faça, e, às vezes, algumas situações a traz
com mais selvageria à flor da pele, e Sodoma aguardou o retorno do filho
pródigo para casa.
— Não entendi... Você quer dizer que algo aflorou o lado sádico de
Czar, por isso ele voltou para Sodoma?
— Fogo — Jonathan responde de forma prática e suspira baixo. —
Czar é piromaníaco, Gim.
— Oh, meu Deus! — esbravejo, boquiaberta.
Nunca imaginaria que aquele homem sente desejo incontrolável de
atear fogo nas coisas. Isso está ficando pior e mais estranho a cada nova
informação que Jonathan me dá, o que para ser franca, não sei ao certo se me
assusta ou me deixa mais intrigada.
— Czar chegou a queimar alguém? — questiono, assustada, tentando
entender qual serventia um piromaníaco poderia ter para Sodoma.
— Sim, ele mesmo. — Dou graças a Deus por Roy estar me
segurando, porque tinha grandes chances de eu cair agora de bunda no chão.
CAPÍTULO 11
O VOO INESPERADO
Mabel Shot
— Não precisa sentir medo. — Olhos azuis, com cílios negros, piscam
para mim, arrumando meu cabelo atrás da orelha.
Ela anda silenciosa ao meu lado, como se estivesse conferindo até os
últimos detalhes da decoração da sua perfeita reunião que oferece para as
suas amigas socialites.
— Pensei que talvez pudesse ficar em casa hoje — murmuro e olho
para meus sapatos, espremendo meus dedos ao lado do corpo. — Não desejo
ir ao cinema hoje.
Ela para de andar à minha volta e para à minha frente, segurando
meu queixo e me fazendo olhar para sua face.
— Senhor Alkaev está lá embaixo lhe esperando, aguardando você
descer — Alekessandra rosna baixo e crava levemente suas unhas em minha
pele. — Não vou passar vergonha diante dele, e muito menos criar uma rixa
entre mim e a mãe dele. Nossas famílias são amigas há anos, prometi a ela
que você era a companheira perfeita para o filho dela.
— Não estou dizendo que não quero sair com Nate, Alekessandra.
Apenas não sinto que estou pronta para ter com o senhor Alkaev o que ele
deseja de mim, pensei que esperaríamos até nosso casamento...
— Deseja ir para a universidade, não é? — ela me corta, falando de
forma ácida, e dá um passo para trás, me encarando sem um pingo de
emoção.
— Sim, mas...
— Então sugiro que desça e faça exatamente o que eu lhe ensinei. —
Ela cerra seus lábios e passa seus olhos pelo meu corpo. — Não será
agradável e nem terá que gostar. Apenas seja silenciosa e dócil, é isso que
ele espera de você, com o tempo acabará se acostumando.
A vejo sair andando rumo à porta do quarto e o abrir, ficando parada
no corredor, olhando para mim, esticando sua mão. Viro meu rosto e me
olho mais uma vez diante do espelho. O vestido marcado, de alcinhas finas,
com um decote chamativo bordô, o qual Alekessandra tinha me dado de
presente de aniversário de dezoito anos, faz eu me sentir ainda mais nervosa
com o que irá acontecer no segundo que eu e Nate ficarmos sozinhos.
Lembro daquela noite, de como meu coração estava disparado e
minha respiração irregular. Um suor frio escorria por minha espinha, a
sensação da espuma do travesseiro que apoiava minha cabeça, um medo
angustiante que me consumia cada vez mais rápido, mas ainda assim me
mantive silenciosa e dócil, como Alekassandra disse que eu tinha que ser. É
estranho saber que eu descobri que teria minha primeira noite com um
homem, não porque ele me perguntou se eu queria trepar com ele, mas sim
porque tudo foi acertado com minha mãe adotiva, para quando eu atingisse a
maior idade. E ela usou minha virgindade para entregar minha carta de
liberdade. Se eu quisesse ir para a universidade, para me formar na academia
de belas artes, apenas precisava fazer o que ela me ensinou para agradar Nate.
E eu o fiz, mesmo sentindo as lágrimas quentes rolarem por minha bochecha
e sabendo que não era daquela forma que eu tinha pensado que aconteceria
minha primeira noite com um homem.
A primeira vez com ele não foi dolorosa, claro que teve o desconforto
do hímen sendo rompido, a resistência natural do corpo por ser invadido, mas
a única coisa que eu não senti em nenhuma das vezes que ele me tocou antes
daquele fim de semana, foi prazer. Mesmo que o prazer que o meu corpo
sentiu foi contra minha vontade, fora do meu alcance de poder sobre mim
mesma. Nate sempre pedia para eu ficar quietinha, deitada de bruços no
colchão, com a barriga para baixo, e nas raras vezes que ele me fodia de
frente, eu tinha que manter meus olhos fechados. Ele não queria que eu o
olhasse. E eu fazia o que ele me pedia, o que Alekassandra tinha me ensinado
ser.
Silenciosa e dócil.
Eu pensava que sempre tinha que ser assim, que porventura, se algum
dia eu tivesse com outro homem, ele tocaria meu corpo dessa maneira e eu
me manteria de olhos fechados, segurando os gemidos para não escapar dos
meus lábios, e não olharia em seus olhos. E pelas experiências que tive com
Nate, automaticamente foi assim que meu corpo agiu quando o senhor
Gregovivk me ergueu do chão, depois de retirar suas luvas, me depositando
sobre a mesa almofadada e esparramando meu corpo sobre ela. Me virei
lentamente e fiquei de barriga para baixo, com minhas pernas penduradas
para fora da mesa, fechando meus olhos.
— Não mandei se virar! — A voz rouca dele soa, e choca sua pélvis
contra minha bunda, prendendo seus dedos fortes em meus cabelos.
Sugo o ar com força para meus pulmões e abro meus olhos,
respirando com agonia, sentindo seu pau duro pulsar dentro da calça, com ele
o forçando mais bruto contra minha bunda.
— Eu pensei que me queria assim...
Antes mesmo que possa terminar de falar, ele se afasta e solta meus
cabelos, levando suas duas mãos ao meu quadril e me virando sobre a mesa
novamente, como se eu fosse uma boneca de pano, deixando minha barriga
para cima. Os olhos castanhos em tom escuro estão a centímetros dos meus,
me encarando com sua boca cerrada.
— Quando estiver dentro dessa sala, você apenas me obedece — ele
rosna, baixo, fazendo meu corpo se debater quando seus dedos apertam a
pontinha do bico do meu seio, causando um pico de dor na minha mama, que
se alastra pelo meu corpo.
— Merda! — Mordo minha boca, choramingando, tentando fechar
minhas pernas, mas ele prende minha coxa com sua outra mão e a mantém
aberta.
E os dedos que há poucos segundos me castigavam com brutalidade,
agora acariciam lentamente meu seio, com carinho. Meu peito sobe e desce
rapidamente, estufando para cima, com meu corpo respondendo entre
gemidos que escapam da minha boca à sua carícia na mesma medida que
responde aos seus castigos. Um beijo quente sobre meu seio é o suficiente
para disparar meu coração e queimar minha pele a cada cantinho que seus
lábios tocam, enquanto ele desce com preguiça sua boca por meu estômago.
Queria que ele tivesse tirado as malditas algemas dos meus pulsos, para que
eu conseguisse me segurar em qualquer coisa, para não me sentir tão perdida
como eu estou agora com seus beijos em meu corpo. O deslizar da sua língua
me lambendo, causa arrepios em minha pele, mas são seus dedos que
arrancam gemidos incontroláveis dos meus lábios, quando se infiltra de
mansinho dentro da minha boceta, entrando lentamente, como se estivesse
me provocando a suportar a inspeção que sua boca faz em mim.
— Oh, Deus... — Tombo minha cabeça para o lado e retraio minhas
coxas, sentindo cada músculo dela ficando rígido com o raspar do seu dente
em cima do meu clitóris.
— É assim que sempre deve deixar seu corpo para mim, passarinho.
— Um assopro morno sobre minha boceta nunca pareceu uma tortura tão
terrível quanto essa que ele faz agora. — Pertence apenas a mim e sempre
estará pronto para me receber, quente e molhado, como sua boceta está agora.
Ele retorna a beijar minha pele e escorrega sua boca por meu quadril,
subindo de mansinho. Seu dedo me fode com preguiça, brincando sem pressa
em minha boceta, me excitando ainda mais.
— Sim... — murmuro em resposta entre os gemidos e suspiros que
saem da minha boca.
A mão que segurava minha coxa, circula meu pescoço, com seus
dedos alavancando com apenas um puxão meu tronco para cima. Ele me
deixa sentada, respirando apressada, me encarando. Os dedos em minha
boceta se retiram e vão para meu quadril, arrastando meu rabo para a beirada
da mesa, deixando minhas pernas penduradas. Czar se afasta da mesa e vai
para perto do seu paredão. Pega uma grande barra de ferro e uma caixa de
preservativos sobre a bancada. Sinto meu peito disparar, enquanto tento fazer
minha mente se concentrar no que vem agora. Ele deixa a caixa de
preservativos ao meu lado e anda para onde eu estava pendurada, pegando a
argola de ferro que está nas correntes. Passa a barra de ferro no meio dela e
respira fundo, girando seu rosto para mim, me encarando quando retorna e
anda em minha direção.
É meio difícil controlar meu olhar, para não ficar encarando o grande
volume no centro da sua calça. A única vez que vi Nate nu, foi naquele fim
de semana, depois que ele me espancou e ficou pelado na minha frente. Foi
também a primeira vez que vi o pau do cara que me fodia há três anos. O
senhor Czar não me quer de costas, e agora não sei se devo olhar para ele ou
não. E se olhar o deixar bravo comigo, como Nate ficou quando eu olhei? Ele
acompanha meu olhar e abaixa sua cabeça, sabendo que estou olhando para
seu pau.
— Se lembra da palavra-chave para parar o jogo? — ele pergunta
quando para à minha frente, entre minhas pernas. — Porque é apenas falando
ela que pode evitar meu pau de entrar na sua boceta agora.
— Eu não esqueci a palavra. — Pisco rápido e desvio meus olhos do
seu pau para seu rosto.
— Lhe falei a regra, pode falar ela se estiver com medo. — Ouço a
respiração dele ficar mais pesada conforme ele puxa o ar por sua boca.
— Não estou com medo, senhor. — Mordo meus lábios e desvio
meus olhos dos seus, abaixando para as algemas em meus pulsos, com
minhas mãos descansando sobre minhas pernas.
— Seus olhos me dizem outra coisa, Mabel! — Ouço apenas o som
da barra com a argola sendo depositada ao lado do meu corpo, antes dele
retornar a prender minha garganta em seus dedos, não com brutalidade, mas
usando de força o suficiente para não desviar meus olhos dos seus. — O que
a está deixando assustada?
Respiro mais depressa e sinto a respiração dele tocar meu rosto
quando seu corpo se inclina de forma lenta para frente, percorrendo seu olhar
pela minha face.
— Lhe disse que seria um livro aberto para mim, não pode esconder
seus pensamentos de mim, passarinho. — Sua voz é como aço quando fala, e
para seus olhos nos meus. — Diga o que está lhe alarmando.
— O senhor não me quis de costas — falo, baixo, e paro meus olhos
em sua boca, a vendo se esmagar lentamente.
Sinto uma forte vontade de tocá-los com os meus. Qual punição ele
me daria se eu o beijasse? Qual sabor seu beijo deve ter? Nesse jogo que eu
aceitei é permitido o beijar? Deveria ter perguntado sobre isso. Me sinto
agitada, não conseguindo controlar meus pensamentos, que estão infestando
minha mente com o simples fato de olhar para sua boca.
— Me prefere assim, de frente, com os olhos fechados... — Passo
minha língua por minha boca e retorno a olhar para ele, sendo esmagada por
toda masculinidade que esse homem exala. — Se importa se eu preferir ficar
com eles abertos, senhor?
Uma reação breve de confusão toma seu semblante quando ele pisca
rapidamente, estreitando seu olhar, dando uma arqueada sexy em sua
sobrancelha esquerda. Sinto seus dedos apalparem minha coxa, percorrerem a
parte interna, subindo de mansinho até parar na frente da minha boceta,
raspando as pontas dos seus dedos sobre ela. O ar em minha boca vai ficando
menos fácil de sugar, com a sensação de sufocamento que seu aperto causa
em minha garganta.
— Se quisesse eles fechados, eu teria usado uma venda. — Ele
aproxima ainda mais sua face da minha, mantendo a pressão dos seus dedos
em minha garganta. Um milímetro, talvez menos do que isso, e a distância
permitiria apenas colocar minha língua para fora e tocar seus lábios. — Por
que me perguntou isso, passarinho?
Deveria existir alguma proteção em meu cérebro contra sua voz
traiçoeira. Ela brinca comigo de forma despudorada, ficando mais rouca,
baixa e sexy, causando estragos no meu encéfalo, o desligando e deixando eu
agir como uma boneca de ventríloquo que reage a qualquer gesto dele. Ele
respira mais forte e se aproxima, metendo de vez seu dedo dentro da minha
boceta e usando seu anelar para massagear meu clitóris inchado, que deseja
outros orgasmos, como se não tivesse acabado de experimentar uma descarga
grande de ocitocina[42] segundos atrás.
— O que a faz pensar que não vou querer ver esses grandes olhos
negros focados em mim, quando meu pau se afundar dentro dessa boceta
quente, passarinho? — Gemo, baixo, com a mordida que ele dá em meu
queixo, afundando ainda mais seu dedo dentro de mim e o retirando pouco a
pouco.
— Eu não sei... — Solto um soluço de prazer, desejando que ele mova
seu dedo novamente para dentro de mim.
— Responda minha pergunta, Mabel. — Seu dedo sai definitivamente
da minha vagina e prende sua mão atrás da minha cabeça.
Mantenho meu rosto perto do dele, imobilizando seus dedos
comprimidos em minha garganta, e os outros atarracados em meus cabelos.
Os olhos castanhos estão brilhando feito fogo, me queimando a cada segundo
que me encara, aguardando sua resposta.
— Quando era tocada por... — Minha boca se fecha automaticamente
e fico trêmula, sentindo a boca do meu estômago se apertar de asco, apenas
com o fato de chegar perto de pronunciar o nome de Nate em voz alta. — Ele
não me deixava olhar, senhor.
Czar se mantém sério e cerra sua boca, apertando mais forte meus
cabelos, respirando com força.
— Está me dizendo que todas as vezes que ele lhe fodeu
consensualmente...
— Ele me pedia para fechar os olhos ou ficar de costas, senhor
Gregovivk. — Sinto o alívio em meu pescoço dolorido e o ar retornar com
força para meus pulmões, quando ele solta minha garganta e dá um passo
para trás.
A sensação do medo me pegando, e um receio grande quando seus
olhos param em minha barriga, encarando minha cicatriz, me faz ficar
nervosa. Meu corpo não é bonito de se olhar. Tenho noção da deformidade
que Nate deixou em meu ventre, e isso me faz encolher mais.
— Eu não preciso olhar, não preciso... — falo, angustiada, com medo
dele parar justo agora e eu não saber se conseguiria ir adiante ou não.
Faço menção para fechar minhas pernas quando me arrumo, agitada,
na borda da mesa, mas sou impedida por seu braço, que se estica rápido e
segura meu joelho, o mantendo no lugar quando ele se move rápido, parando,
fazendo eu me assustar com a expressão zangada que tem em sua face.
— Por ora, apenas por agora vou deixar esse assunto em aberto,
passarinho — ele rosna feito um animal perigoso arreganhando suas presas,
quando seus dentes ficam à mostra. — Mas iremos conversar sobre isso e,
principalmente, me dará um nome.
Seus olhos mudam de direção e ficam parados na barra de ferro ao
lado da minha perna esquerda, analisando.
— Não aprecio sexo convencional, passarinho — ele diz, sério,
retornando seus olhos aos meus, os abaixando lentamente, e erguendo sua
mão e alisando meu peito lentamente. — Mas acho que podemos fazer essa
baunilha[43] virar um napolitano.
Ele me um dá sorriso frio e se afasta apenas um pouco, espalmando
sua mão em meu peito, me fazendo deitar minhas costas na mesa. Respiro
angustiada e tombo meu rosto para o lado, tentando o ver. Mas ganho um
beliscão no canto do meu seio como castigo.
— Pare de se mexer! — Uma risada baixa sai dos seus lábios, com ele
me olhando de forma quente. — Consigo visualizar tantas formas belas de
castigar esse seu pequeno corpo indisciplinado, passarinho!
Cristo, acho que poderia gozar agora, apenas com o olhar dele sobre
mim, de tão intenso e avassalador que é! E dentro de mim eu desejo que ele
me castigue, que me faça qualquer coisa que aplaque esse descontrole que
seu olhar e sua voz me causam, me deixando em transe. Seu corpo investe
acima do meu e toca o bico do meu seio, que lateja de tão dolorido que está
com seus castigos, o beijando com lentidão. E eu gemo, estufo meu peito
para cima, sentindo a mistura da dor com prazer, das pequenas sugadas que
ele dá. As grandes mãos estão dispersas, acariciando minhas coxas, subindo e
descendo com a mesma despreocupação que sua boca suga meu peito. Seus
lábios descem por meu ventre, que está retraído, se movendo rápido
conforme minha respiração entra mais depressa em meus pulmões. A euforia
cresce dentro do meu corpo e se mistura a receio, angústia e libertinagem.
— Ohhhhh! — Meu tórax se alavanca para cima e forço meu rabo
para baixo, contra o estofado da mesa, assim que sua língua encontra meu
clitóris.
Seu riso baixo é rouco e perverso, igual seus dedos quando esmagam
com brutalidade nas laterais das minhas pernas, as mantendo abertas, as
impossibilitando de se fecharem. Inalo mais forte o ar, sendo conduzida a um
atropelamento de sensações novas dentro do meu corpo. Se julguei ser prazer
o efeito que tomou o meu corpo por inteiro quando sua língua deslizou sobre
meu ânus, naquelas regalias profanas, agora entendo ainda mais o que é
profanação, pois é assim que me sinto sendo violada por sua boca, sem
respeito algum. E a cada escorregar da sua língua entre minha boceta, a
lambendo, me chupando com fome, mais necessitada dessa violação fico.
Não existe mais nada dentro da minha mente que não seja adorar cada
lambida perversa e indecente que ele me dá. Nunca nenhum homem me tocou
assim, não como esse russo me toca, despertando anseios novos e outros
antigos dentro de mim. Os primeiros orgasmos que ele me causou foram
alimentados com dor, mas esses agora que me pegam, sem aviso algum, são
mais selvagens, urgentes e angustiados. Causam tremores em meu corpo,
queimaduras na sola dos meus pés, como se estivesse descalça, pisando em
brasas. Meu corpo se repuxa, enquanto retorço meus pulsos na algema,
desejando que eles tivessem livres para eu poder me segurar em seus ombros,
sentir a força deles em meus dedos. É um céu e inferno resumido em um
único homem, que me deu dor e agora me oferece deleite.
Sua boca se concentra em meu clitóris, fazendo miséria com ele, o
qual nunca consegui sentir com meus próprios dedos. Sua mão esmaga mais
forte minhas coxas, até senti-las tão abertas, que suas partes inferiores se
encostem na mesa almofadada. Uma queimação nos músculos, por estarem
sendo repuxados enquanto estão rígidos, e um estremecimento, me acerta,
como um coração latente disparado dentro da minha boceta. Sua boca força
mais ainda contra minha pélvis, sugando o nervo que implora para receber o
que realmente merece.
— Oh, Deus... — Fecho meus olhos com força e estico meus braços
para cima, com meus pulsos algemados um no outro, me retorcendo na mesa,
sentindo tudo me engolir.
Um estopim de pólvora explodindo dentro da minha cabeça, enquanto
grito, perdendo meus sentidos, sendo tomada pela onda gigantesca de prazer
que me engole dentro dela. Gozo em desespero, desejando que ele pare, que
continue, não sabendo mais o que realmente desejo. E quando aquele homem
se afasta de mim, finalmente soltando minhas pernas e separando sua boca da
minha boceta, estou feito uma folha lisa e esticada em cima da bancada,
completamente exaurida de uma forma fodidamente boa. Um sorriso bobo
estampa minha face, pela recompensa que meu corpo recebeu, após ser tão
negligenciado por tanto tempo. Minha mente desliga sem condição alguma de
raciocinar, e se mantém leve. Talvez, se não tivesse tão absorta na descarga
de prazer que acabei de receber, teria prestado atenção no que ele estava
fazendo. E é apenas quando abro meus olhos, ao ser alavancada para cima
pelos meus pulsos algemados, que noto que seus olhos castanhos podem ficar
ainda mais quentes e lindos. Sua cabeça passa por baixo dos meus braços e se
infiltra entre eles, ficando com sua face a centímetros da minha. As grandes
mãos se prendem em minhas coxas molengas, a sustentando e me fazendo
circular sua cintura com minhas pernas.
— Mantenha seus olhos abertos, bebê, assim como suas pernas estão
em volta da minha cintura. — Ele esmaga seus dedos com brutalidade em
meu rabo e me faz soltar um gemido de dor. — Quero seus olhos em mim,
em cada segundo que meu pau foder sua boceta.
Sem condição alguma de conseguir reformular uma única palavra que
seja, por conta do orgasmo que acabei de ter, apenas me vejo balançar a
cabeça em positivo para ele, me afundando na perdição que são seus olhos.
Ele me alavanca mais para cima e causa uma fricção entre meus mamilos
sensíveis em sua camisa. Retraio minhas coxas em volta dele, gemendo
baixinho. Seus olhos brilham em diversão, me dando um sorriso perigoso,
erguendo ainda mais meu corpo, até ter meu colo na altura dos seus olhos.
Minhas pernas se comprimem ainda mais em volta das suas costas, enquanto
meus braços ficam presos ao lado da sua face. Tento afastar meu peito, para
conseguir aliviar a pressão e angústia que o tecido causa ao tocar nas mamas.
— Fique assim! — Ele solta um tapa forte em meu rabo, que me faz
congelar, sorrindo ainda mais perverso ao ouvir meu gemido.
Suas mãos soltam minha bunda e estica um braço para a mesa,
pegando um preservativo na caixa. Escuto o som do seu zíper sendo
abaixado, e dentro de mim queria que ele tirasse essa roupa, desejava poder
sentir minha pele tocando a dele sem nenhum tipo de restrição entre nós.
Seus olhos não desviam da minha face, enquanto ele cobre seu pau com a
camisinha. Meus cabelos estão colados em minhas costas suadas, e respiro
mais depressa, sentindo tudo novamente crescer dentro de mim, a ansiedade e
o receio. Meus olhos absortos se perdem em seus lábios, ficando presos neles.
Talvez a dificuldade de pensar me faça desejar ainda mais tocá-los com
minha boca. Nem que seja apenas para experimentar, saborear como um fruto
perigoso e provocante. São vermelhos em um tom rosado escuro, me dando a
sensação de ser Eva diante da maçã, quando a serpente a induziu a cometer o
primeiro pecado.
Não me sentia assim quando olhava a boca de Nate, e nem de nenhum
outro homem. Os beijos que Nate me dava eram tão frios e assustadores
quanto seus toques invasivos. A única coisa que apreciava em seus beijos era
que nunca eram longos, ele nunca se prolongava, e na hora que fazíamos
sexo, o único momento que sua boca chegava perto de mim, era após ele
gozar, e nem era nos meus lábios. Um beijo frio era depositado em minha
testa, como agradecimento por ter sido uma cadela obediente e ter ficado de
quatro na cama, em silêncio, esperando ele terminar de foder. Meu corpo fica
mais agitado, com a respiração ficando presa, o coração golpeando com
selvageria, assim que a ponta larga do pau, envolto da camisinha, para na
entrada da minha boceta. Seus olhos queimam com mais luxúria e um som
rouco sai da sua boca, com ele enlaçando minha cintura com seu braço
esquerdo.
— Não desvie seus olhos dos meus, Mabel! — ele ordena com mais
rouquidão, conseguindo deixar sua voz ainda mais sexy.
Respiro forte e fico apenas perdida, olhando para sua boca enquanto
ele empurra pouco a pouco meu quadril para baixo. Meu peito sobe e desce
tão rapidamente, que nem me incomodo mais com a dor que a fricção da pele
contra a textura da sua camisa causa em meus seios. Pelo contrário, eu gosto,
desejo que ele estivesse sem ela, para sentir a quentura da pele dele junto a
minha. Inclino meu rosto para o lado e o deixo me mover vagaroso para
baixo, sentindo a cabeça do seu pau passar entre os lábios da vagina e se
encaixar na entrada da minha boceta.
— É a última vez que irei perguntar, durante todo o jogo, passarinho.
— Sua boca se abre e solta sua voz com resistência, me deixando ver o pomo
de adão do seu pescoço subindo e descendo. — Se lembra da palavra-chave?
— Não... — murmuro, perdida, olhando para seus lábios, me sentindo
ainda mais atraída pelo pecado que está à minha frente.
— Não? — Ele esmaga com mais força meu rabo, me fazendo gemer
em pura dor. — Não lembra da palavra...
— O não é porque não vou dizê-la, senhor... — Ergo meus olhos para
ele e o respondo com sinceridade.
Vejo um brilho diferente em suas íris, que rapidamente é escondido,
ficando completamente o castanho sombrio, o deixando ainda mais sexy. Seu
movimento é rápido, tanto com sua boca, que me condena no segundo que
investe contra mim, me beijando com brutalidade; como seu pau, que se
afunda em uma tacada só dentro da minha boceta, me fazendo ofegar e
apertar mais forte meus braços e minhas pernas em volta dele, chorando com
dor e desejo em seus lábios. Não houve ternura, nem um aviso do que ele
faria, apenas a supremacia da sua masculinidade sendo aplacada em um beijo
selvagem e um pau grosso enfiado tão fundo dentro do meu corpo, que eu
poderia jurar que morreria ali, nos braços dele.
Perdida na linha fina da dor de ser aplacada com fúria e o prazer de
ter minha vagina preenchida, apenas me concentro no prazer. O mais puro e
leviano deleite que já recebi. Czar me beija com fome e escorrega sua língua
por dentro da minha, me tomando com luxúria. Minha boceta se retrai,
tentando o expulsar de dentro de mim com a mesma agonia que o suga para
lhe manter dentro dela. Ele leva suas mãos para meu rabo e o segura no alto,
dando acesso para as penetrações duras que seu pau faz dentro de mim, me
dizendo da forma dele que se eu estava procurando algo convencional, eu
estava no lugar errado, pois era aquilo ali que ele tinha a me oferecer: um
sexo cru e brutal, mas satisfatório pra caralho.
Quando sua boca liberta a minha do seu beijo bárbaro, estou ofegante,
completamente devastada diante do poder que ele me fode. E meu corpo
responde, meu corpo aprecia as batidas duras da sua pélvis contra a minha,
afundando ainda mais seu pau dentro da minha boceta, que o toma. Se eu
queria saber se poderia trepar com algum outro homem depois de Nate, Czar
me responde que sim a cada estocada que recebo do seu pau dentro de mim.
Só que não de uma forma normal. Suponho que nada mais será
normal na minha vida. Ele estava levando minhas perversões para outro
nível. Nate tinha me causado dor, tanta dor que eu achei que morreria, até ela
se transformar em uma sensação estranha de prazer deturpado. Mas o que
Czar faz comigo é diferente, ele não me dá apenas dor, ele me faz desejar o
prazer junto com a dor.
Meus olhos ficam presos aos seus, com meus peitos esmagando sua
camisa, sentindo toda a força bruta que estou sendo fodida, e eu desejo isso.
Minha cabeça tomba para trás, enquanto grito junto com os gemidos, tendo o
som da minha respiração ficando mais alto. Meu corpo é um mercenário que
lhe entrega o que ele quer, apenas para barganhar um prazer novo, o qual
Czar me dá. Sinto minha bunda sendo aterrissada novamente na bancada,
com ele me fazendo deitar sobre ela, mas não quero me separar, não agora.
Inclino minha cabeça e capturo seus lábios para mim, o beijando com
mais volúpia e desejo do que ele me tomou no primeiro. Sua mão esmaga
meu quadril com brutalidade ao lado do corpo, é um aviso para que eu o
solte, mas não quero, meu corpo não deseja tê-lo longe. Não me importo com
a dor da pressão das suas mãos, que esmagam minha pele ao ponto de fazer
meus ossos doerem. Pelo contrário, o instigo a me punir com mais dureza
quando escorrego a língua por sua boca e mordisco seus lábios. E em
contrapartida, ele me fode com mais brutalidade. Minhas mãos, com os
pulsos algemados, se seguram em sua camisa e espremem meus dedos no
tecido. Meus calcanhares vão para trás da sua bunda, o usando como impulso
para mover meu corpo para baixo contra seu quadril, assim que sua pélvis se
choca com a minha. Ele corresponde ao beijo com a mesma necessidade,
tomando controle e fazendo de mim o que deseja. Apenas solto seus lábios
quando sua mão para em meu pescoço, o esmagando com pressão, forçando
minha cabeça a ficar parada, controlando a quantidade de ar que entra e sai
dos meus pulmões.
— Indisciplinada, muito indisciplinada, passarinho. — Sua voz rouca
é dominadora, com ele levando seu quadril para trás, devagar, e retirando seu
pau quase por completo de dentro de mim, voltando forte, com um estouro
bruto ao se afundar dentro da minha boceta novamente.
Tento o beijar de novo, mas sou contida por sua mão que comprime
com mais pressão meu pescoço. Retorna a sair do meu corpo, para foder com
força na sequência. Gemo com agonia e seguro com mais desespero sua
camisa, contorcendo meu corpo abaixo do seu, com minha boca desejando
mais dos seus beijos, do seu sabor de vodca misturado à menta. Sinto como
se fosse uma drogada que experimentou apenas um pouco dos efeitos tóxicos
que a droga causa. Anseio por mais, desejo tudo, e como um malvado
traficante ele me nega, ele nega o que eu quero, porque sabe que apenas um
pouco já foi o suficiente para me fazer pedir mais para ele.
— Solte meu pescoço, Mabel — ele ordena com malícia, com seus
olhos diabólicos brilhando em divertimento, sabendo que descobriu um ponto
fraco em seu oponente de jogo.
— Senhor... — murmuro, quase chorando, quando ele para de se
mover, ficando completamente estático.
— Tão quente e teimosa. — Ele ri e beija meu ombro, esfregando sua
face lentamente por minha pele e parando ao lado da minha bochecha,
respirando pesado. — Deveria privar seu corpo do que ele quer, para lhe
ensinar a não ser teimosa.
Mordo minha boca e sinto meu peito acelerar. Meus olhos ficam
marejados por lágrimas, não quero parar, não quero que ele pare. Mas não
quero que ele se afaste. Meu corpo o deseja assim, sobre mim, com seus
olhos e sua boca perto dos meus. Não tenho como explicar isso para ele, não
entendo nem a mim mesma, apenas preciso que ele me tenha assim. Sinto-me
como uma prisioneira, que estava presa há anos, sem ver a luz do sol,
sentindo o gosto da liberdade pela primeira vez.
— Por favor... — choramingo e nego com a cabeça, segurando mais
forte sua camisa, para que ele se mantenha assim.
Demônios são perigosos para você chamar para brincar, nunca temos
controle sobre eles, ou nos efeitos que eles causam em nossa mente e corpo.
E sei que estou diante dos piores de todos que puderam atravessar o meu
caminho.
— Vou pensar em uma forma de punir esse seu pequeno ato de
rebeldia, Mabel! — Sua ameaça não me faz soltá-lo e muito menos me
amedronta nesse momento.
Nada mais tem importância alguma quando seu corpo retorna a se
mover, me fodendo com lentidão, capturando meus lábios e me fazendo
suspirar entre gemidos de alívio e prazer, apertando mais forte minhas coxas
em volta do seu corpo. Czar solta minha garganta e dá um passo para trás, me
arrastando ainda mais para a borda e deixando suas mãos pregadas em meu
rabo, e eu vou ao céu quando seu pau me fode com brutalidade, aumentando
suas estocadas, parecendo uma maldita britadeira feita de carne. A mordida
dos seus dentes em minha boca é anestesiada pelo prazer que o beijo
dominador dele causa na sequência, impulsionando meu corpo para frente a
cada penetração. Ele apenas quebra o beijo quando sente minha boceta o
sugar com mais pressão, tendo meu corpo, das pontinhas dos pés até meus
dedos das mãos, completamente retraído, com a força do orgasmo que está
crescendo dentro do meu corpo.
Seus olhos estão concentrados nos meus, e como uma ordem muda,
me fazem ficar obediente, mesmo quando tudo que eu vejo na minha frente
são pequenos pontinhos de luz brilhante, com meu cérebro explodindo em
mil partículas na quinta estocada, gozando com força, desesperada, sentindo
minha boceta expelindo fluidos quentes que jorram dela a cada penetração
bruta do seu pau. Entre meu gozo, que nubla minha mente, meus olhos ficam
focados aos seus e os vejo se comprimirem, quase se fechando, com seu
maxilar cerrado, tendo seu próprio gozo. E nada me pareceu algo tão bonito e
másculo quanto ver esse grande homem em cima de mim, indo à lona. Sorrio,
molenga, e fecho meus olhos lentamente, tombando meu rosto para o lado,
com meu coração palpitando em meu peito, afrouxando minhas pernas com
músculos gelatinosos da sua cintura.
— Vai ser castigada por isso, passarinho! — ele murmura, com sua
testa descansando em meu pescoço, e passa sua língua lentamente em minha
garganta.
Meus dedos relaxam e solto o tecido que segurei com tanta força e
sorrio com preguiça, não prestando nem um pouco de atenção em suas
palavras, que estão longe demais para que eu possa raciocinar.
— Sim, sim... — suspiro, baixinho, ao sentir uma última onda sacana
de prazer me percorrer ao toque quente da sua língua, deixando para me
preocupar com isso depois.
CAPÍTULO 16
OS DOIS LADOS DA MOEDA
Mabel Shot
Dou um passo para trás lentamente e olho para o chão quando abro a
porta do apartamento, deixando o grande homem passar. Observo seus
coturnos negros, combinando com sua calça jeans preta, enquanto anda
dentro do meu apartamento. Eu tinha ficado por umas duas horas sentada no
chão do banheiro, chorando, até conseguir tirar a voz de Nate da minha
cabeça. Tomei um banho, lavei o meu rosto e me esfreguei com força, a
ponto de causar dor em minha pele, como se pudesse apagar o toque de Nate
em mim. Quando já estava no quarto, me trocando, escutei as batidas
potentes na porta. Passei a camisola por meu corpo, andei de mansinho para
fora do quarto e olhei para a rua pela janela da sala, vendo que o carro de
Boris não estava mais lá. Mas, ainda assim, eu sabia, meu corpo sabia quem
estava batendo em minha porta.
Ergo meus olhos para ele e fecho a porta do apartamento lentamente,
encarando o grande homem silencioso, que estuda o interior de onde moro.
Seus olhos passam pela sala, vendo meu sofá de dois lugares e a TV na
estante, parando por um breve momento no corredor à esquerda, que leva
para o meu quarto e o banheiro, antes de se virar para mim. Ele deposita uma
sacola de papel sobre a mesa e gira para mim.
— Trouxe comida para você. — Ele aponta para a sacola e retorna
seus dedos para sua jaqueta preta de couro, abaixando o zíper dela.
Meus olhos deviam dos seus e ficam abaixados para meus pés
descalços. Ergo o direito e esfrego as pontinhas dos dedos em minha canela
esquerda, abraçando meu corpo.
— Boris...
— Está na casa dele — me corta, falando seriamente. A cadeira se
arrasta, com ele a puxando e jogando sua jaqueta no encosto dela, antes de
sentar. — Coma!
Meu rosto se ergue e olho para ele, que tem seus olhos concentrados
em mim. Ele inclina seu rosto para o lado e me estuda com atenção. Aperto
mais forte meus braços ao redor de mim e respiro fundo, não conseguindo ver
mais nenhuma semelhança do homem agressivo de horas atrás nesse homem
taciturno que me encara.
— O que houve com ele, senhor? — pergunto, baixo, ainda não
sabendo se devia ter o deixado entrar.
— O levei para a casa dele, já que no momento ele não se encontrava
apto para dirigir. — Dou um passo para trás quando ele levanta rápido.
Seus olhos param em mim brevemente, desviando para os armários da
cozinha. Ele caminha para lá e os abre lentamente, caçando por algo, e logo
encontra quando abre a porta superior do armário em cima da pia, retirando
um prato de lá.
— Tem alguma coisa para beber, ou gosta de comer sem tomar nada?
— Ele mantém sua voz calma e abre a gaveta de talher, retirando um garfo e
uma faca de dentro dela.
— Eu estou sem fome — falo, angustiada, olhando para o grande
predador que eu deixei entrar em minha vida. — Boris, ele...
— Ele está vivo, Mabel! — Seu grande corpo se vira e fica de frente
para o meu, andando rumo à mesa. — Levei Boris para a casa dele e tivemos
um momento agradável enquanto conversávamos. — Ele deixa o prato sobre
a mesa, junto com os talheres. — A propósito, creio que essa semana ele não
conseguirá comparecer à galeria, mas pediu para avisar que a partir da
próxima semana, algumas mudanças acontecerão nos uniformes das
funcionárias.
Solto meu corpo e ergo minhas mãos para minha face, a esfregando
enquanto respiro com mais agonia.
— Meu Deus, senhor Rumeu vai me dispensar...
Boris vai destruir meu futuro assim que abrir a boca dele, perderei
meu intercâmbio e todas as chances de conseguir um dia abrir minha própria
galeria. O senhor Rumeu não vai querer me dar nenhuma referência, ainda
mais depois do que aconteceu com o sobrinho dele. Eu saí com um cliente da
galeria de arte, mesmo que tenha conhecido o senhor Czar fora do meu local
de trabalho, ainda assim Rumeu vai achar que eu dei em cima de um cliente.
Não tinha como explicar para o homem onde verdadeiramente encontrei
Gregovivk sem o deixar saber da maldita sujeira que é minha vida.
— Olhe para mim! — As grandes mãos coladas em meu rosto, o
sustentam, fazendo eu afastar meus dedos da minha face e encontrar os olhos
castanhos tão claros e calmos agora me olhando. — Rumeu não vai lhe
dispensar, assim como Boris compreendeu que você está longe do perímetro
dele.
— Ele vai contar para o tio dele, o motorista particular do senhor
Rumeu ficou me esperando do lado de fora da sua casa a mando de Boris...
— Fecho meus olhos e nego com a cabeça, me recordando do corpo de Boris
sobre o carro. Não tem como esconder os socos que ele recebeu de Czar. —
Boris vai mandá-lo falar...
— Mabel! — A voz de Czar está mais grossa, falando em tom firme,
como uma ordem. Abro os olhos pouco a pouco e o observo. — Boris não irá
falar nada, ninguém vai falar nada.
— Como pode ter tanta certeza, senhor? — Mordo minha boca e sinto
vontade de chorar outra vez. Merda, eu tinha entrado nesse jogo para
conseguir entender porque sou assim, não para foder com tudo na minha
vida!
— Veio até mim por que confiou em mim, não foi? — ele pergunta e
dá um passo à frente, me olhando com tanta dominação que sinto meus
demônios se silenciando dentro de mim, diante do grande urso que segura
meu rosto em suas patas enormes. — Estou certo, Mabel?
Balanço minha cabeça em positivo lentamente, olhando para ele,
sentindo minha respiração se acalmando. A verdade é que até agora nem eu
mesmo entendo porque confiei nele, o que me fez sentir essa ligação. Mas eu
confio, confio nesse grande homem que me engole no poder do seu olhar.
— Ótimo, agora esqueça isso, e nunca mais entre em um carro com
outro homem sem minha permissão. — Ele passa seu dedo por minha
bochecha e esfrega-a com lentidão, não escondendo a zanga em sua voz, que
se tornou perigosa em tom rouco.
— Eu não sabia, senhor... — digo, baixo, para ele, negando com a
cabeça. — Não sabia que Boris iria fazer isso...
Deus, eu quero morrer por ter sido tão idiota! Sempre soube que Boris
era um cretino escroto, mas nunca pensei que ele tentaria fazer algo comigo.
— Não sabia... — murmuro, perdida, sentindo meu peito se esmagar
por dentro.
Ele dá um passo à frente e me segura com mais força, apertando seus
dedos com um pouco de pressão na lateral da minha face. Me sinto pequena,
frágil e minúscula diante da masculinidade dele. Czar faz eu me sentir como
aquela menina solitária que vivia no orfanato, à espera de agradar alguma
família que pudesse me dar um lar.
— Sei disso, pequeno pássaro, mas não cometa esse erro novamente.
— Ele respira fundo e alivia a pressão dos dedos em minha face. — Boris
não vai falar nada, não quando ele quer manter em segredo os pequenos
desvios de dinheiro que ele faz da galeria de Rumeu para a conta bancária
pessoal dele.
— Boris rouba do tio dele... — Pisco, perdida, olhando atônita para
ele, agora que recebi essa informação. — Como soube disso...
— Há anos que ele faz isso — Czar responde, sério, caindo seus olhos
para minha garganta. — Tenho meus métodos para descobrir os pecados das
almas, passarinho, assim como os podres que algumas pessoas desejam
esconder.
Sua voz agora é uma rouquidão completa, com seu peito expandindo.
Minha cabeça é inclinada para trás, com ele investindo a dele para frente e
depositando um suave beijo sobre minha garganta. Um gemido desinibido sai
dos meus lábios, me fazendo respirar forte com o contato da boca dele em
minha pele.
— Venha, não gosto de ser repetitivo! — ele fala sério e se afasta de
mim, dando um passo para trás e se sentando, apontando para a mesa. —
Coma!
Me sinto uma idiota quando meu rosto retorna para ele e o vejo sério,
encarando meu seio. Um olhar maroto reflete em sua face e me encara.
Abaixo meu rosto e observo os bicos das minhas mamas eretas ficando
visíveis no tecido fino da camisola.
— Espero que esteja com fome, porque eu estou faminto. — Ele sorri
e me dá uma piscadinha, empurrando a cadeira vazia perto da perna dele com
o seu pé.
— Eu não estou com fo... — Nego com a cabeça e olho para a mão
dele em cima da mesa, vendo os nervos das juntas dos seus dedos todos
vermelhos e com cortes espalhados em cima da mão, tendo o sangue seco
brilhando nela. Um grande corte reto se destaca entre os pequenos. — Está
ferido, senhor.
Dou um passo à frente e pego sua mão entre as minhas, vendo os
cortes na pele da sua mão.
— Não é a primeira vez que eu dou um soco em um vidro, Mabel —
ele responde rápido.
Lembro do som do vidro da porta do motorista se espatifando. Ele
usou sua mão para socar a janela, por isso tem tantos cortes pequenos
espalhados no dorso da pele. O vidro deve ter lhe ferido.
— Precisa limpar isso, ou pode infeccionar. — Solto seus dedos em
cima da mesa e ando apressada para o banheiro.
— Lhe dei uma ordem! — Ouço sua voz zangada falar alto.
— E eu disse que estou sem fome — respondo e entro no banheiro,
abrindo a gaveta do armarinho de limpeza e pegando uma bolsinha pequena
cor-de-rosa, onde guardo gazes, soro e uma caixinha de Band-Aid.
Abro a segunda gaveta, onde tem uma garrafinha de álcool, e a pego
em minha mão, usando minha coxa para fechar as gavetas. Evito olhar para
sua face quando retorno para a cozinha, pego um pano de prato limpo na
gaveta e molho na torneira da pia, o torcendo.
— Pensei que a parte que você me obedece quando eu lhe dou uma
ordem, ficou clara entre nós dois... — ele sibila, baixo.
Me viro e jogo o pano de prato torcido em meu ombro, olhando sua
face me estudando, com a porcaria da sobrancelha arqueada de uma forma
charmosa, que me faz ter vontade de suspirar. Seguro meu suspiro e me nego
a deixá-lo saber que gosto disso nele, andando a passos decididos em sua
direção e o confrontando.
— Dentro da masmorra erótica! — retruco, deixando a garrafa de
álcool e minha bolsinha em cima da mesa.
— Está me contestando? — Ele torce seu nariz e mantém seus olhos
em mim, enquanto abro a bolsinha e tiro as gazes e o soro de lá. — Espere,
nomeou meu quarto de jogos, passarinho?
— Talvez... — falo sem muita coragem, lhe dando uma rápida olhada
pelos cantos dos olhos e segurando um riso. — E sim, nomeei aquele
calabouço sádico, que de quarto de jogos não tem nada.
Dou um passo para trás e me viro de frente para ele, ficando ainda
mais ordinariamente encantada por sua sobrancelha arqueada. Inclino meu
joelho para a frente e flexiono minhas pernas, até tê-las tocando o chão. Meus
joelhos ficam unidos quando afasto minhas panturrilhas e sento no piso, com
minhas costas eretas e meus dedos espalmados em minhas coxas. Ergo meu
rosto para ele e tento manter meu sorriso covarde em minha face, para tentar
resistir ao charme da sua face descarada. Mas não é a sobrancelha arqueada
sexy que está me esperando, e sim sua testa franzida, com seu cenho
completamente sombrio, olhando para mim de um jeito estranho. Seu peito
estufa forte para frente, com ele cerrando sua boca e inalando o ar pelo nariz,
que se alarga. A camisa branca fica mais comprimida em sua pele, dando a
sensação de que o tecido não vai suportar a forma como seu tórax se expande
para frente. As veias dos seus braços se tornam mais visíveis, assim como a
que pulsa em sua garganta me mostra que seus batimentos estão disparados.
— O que foi? — pergunto, assustada, não entendendo porque ele está
desse jeito.
Pisco, confusa, e o vejo enrijecer todo seu corpo, respirando mais
fundo e escurecendo seu olhar, da mesma forma que o vi quando ele estava
do lado de fora do carro, socando a face de Boris.
— Eu lamento se ofendi sua sala de jogos, senhor — murmuro
rapidamente, me sentindo angustiada e abaixando meus olhos para minhas
mãos em minha perna, não entendendo porque ele está zangado. — Apenas...
apenas falei o que eu pensei quando a vi, foi uma brincadeira. E sobre as
ordens, eu entendi o que me propôs, mas a meu ver, isso seria uma coisa
metafórica, correto?! — digo, mais angustiada, não conseguindo controlar
minha voz ao ouvir sua respiração ficar mais pesada. — Não pensei que
ficaria me dando ordens se estivéssemos fora dela... e isso é uma coisa que...
Me assusto quando a mão dele se move rápida e se prende em meu
queixo, me fazendo calar e erguer minha cabeça para ele, não me deixando
desviar meus olhos dos seus.
— Quem lhe ensinou a sentar assim? — ele pergunta, sério, me
fazendo ficar ainda mais desconcertada.
— Como? — Mordo o canto da minha boca, não sabendo ao certo se
entendi sua pergunta.
— Quem te ensinou a se sentar nessa posição, Mabel? — ele repete a
pergunta, me deixando saber que ouvi corretamente sua primeira pergunta.
— Sempre me sentei assim, senhor — murmuro para ele, olhando
para minhas pernas quando ele solta meu rosto e esfrega suas mãos em suas
coxas. — Sento assim desde que me lembro. — Puxo o pano do meu ombro e
o esmago em meus dedos, não entendendo porque a postura que eu me sentei
o deixou agitado. — Posso limpar seus ferimentos... Se acha estranho eu
sentar no chão, posso sentar na cadeira sem problema algum, apenas me
sento assim porque fico confortável.
— Não, fique onde está. — Ele muda seu tom de voz, que está rouco
e baixo, igual como ficou na masmorra dele quando me levou para a mesa.
Seus olhos estão com um brilho intenso e forte, e não os desvia de
mim, sentada no chão, diante das suas pernas.
— Ok... — sibilo com vergonha e sinto minhas bochechas ficarem
aquecidas com a forma que ele está me olhando.
Estico meu braço de mansinho e infiltro meus dedos lentamente
abaixo da sua mão, vendo meus dedos sumirem embaixo da sua grande pata
de urso branca machucada. Levo o pano para ela, a limpando com calma,
mantendo meus olhos concentrados nos ferimentos e retirando o sangue seco.
— Quem lhe educou, Mabel? — ele questiona, sério, me fazendo
erguer meus olhos para os seus, os vendo curiosos, me observando com
intensidade.
— Minha mãe adotiva, senhor — o respondo calma, retornando a
limpar seus ferimentos. — Eu vivi em um orfanato até os doze anos, quando
fui adotada por um casal de filantropos que não podiam ter filhos.
— Ficou fluente em russo aprendendo a falar com um deles ou teve
aulas com professores? — Ele inclina seu corpo para frente, me deixando
sentir sua respiração no topo da minha cabeça.
— Alekessandra me ensinou. — Abaixo o pano depois de limpar sua
mão, o deixando em cima da minha coxa. Meu rosto gira para a direção da
mesa e procuro pela garrafinha de álcool. — Minha mãe adotiva sentia falta
de ter alguém para conversar na língua mãe dela, então ela me ensinou,
senhor.
— Ela lhe ensinou muito bem. — Ele mantém sua análise em cima de
mim, ficando em silêncio. — Ela que te ensinou a se sentar assim também?
— Pelo que me lembro, não, talvez tenha sido no orfanato... —
Lembro vagamente da cuidadora, quando eu tinha seis ou sete anos,
agrupando as meninas do orfanato e nos ensinando a sentar em roda, todas
ajoelhadas nessa mesma posição. — Nos sentávamos assim no carpete da
sala de brinquedos, e ficávamos em silêncio, aguardando a chegada dos
brinquedos.
Balanço minha cabeça para os lados, como se pudesse dissipar essas
lembranças.
— Vai arder um pouquinho seus ferimentos, por conta do álcool. —
Ergo meus olhos aos seus e me sinto sugada para seu interior, como se ele
estivesse caçando algo dentro de mim.
— Lido bem com a dor, Mabel. — Sua voz é séria quando ele me
responde. — O que mais Alekessandra te ensinou, passarinho?
Abaixo meu rosto e fico perdida, olhando para a garrafa de álcool e
dando um sorriso infeliz para ele. Alekessandra tinha me ensinado tudo,
desde a educação, a como me portar, a conversar com ela em russo, me vestir
e me manter obediente. No começo, eu não me importava, não me
incomodava aprender com ela, que sempre dizia que lecionar em casa seria
melhor do que ir para a escola. Eu tentava ser tudo que ela queria, assim ela
me amaria. Mas Alekessandra nunca realmente amou nada além dela mesma.
Às vezes, acho que nem seu marido ela ama.
— Tudo que sei, senhor — digo para ele e viro o álcool lentamente
sobre sua mão, sentindo uma dor dentro de mim ao pensar em infligir dor a
ele. — Poderia me passar as gazes, por favor? — peço para ele e deixo a
garrafa ao meu lado, ouvindo apenas um baixo resmungo dos seus lábios.
— Então acha que minha sala de jogos é uma masmorra sádica? —
Ele muda o assunto, entregando as gazes para mim. — E eu devo presumir
que sou o carrasco.
Reprimo um risinho e encolho os ombros, secando seus dedos com as
gazes, para limpar seus ferimentos.
— Não, senhor. — Mordo minha boca e nego com a cabeça. — Aiii!
Meu corpo se encolhe para o lado quando sua outra mão se estica e
me dá um beliscão no meu seio.
— Oh, meu Deus, poderia parar com isso?! — Repuxo meu nariz,
sentindo ardência em minha pele, onde ele beliscou.
— Lembre-se sobre a mentira, eu não tolero! — Ele recosta na
cadeira e solta o ar por sua boca. Ergo meus olhos rapidamente para ele e o
vejo sorrir de forma cínica para mim. — Sou seu carrasco, Mabel?
— Eu ainda não sei exatamente o que o senhor é — respondo, sincera,
para ele. Eu ainda não tenho ideia de quem realmente é esse homem. — Não
sei muito sobre o senhor, para ser realista. É confuso saber que o homem que
conhece cada perversão minha, é um desconhecido.
Ele balança sua cabeça em positivo, me encarando com interesse, e
por um breve segundo vejo uma faísca de diversão brilhar em seus olhos
castanhos.
— Vamos fazer uma troca, então, eu respondo uma pergunta sua e
você em contrapartida responde uma minha. — Ele é terrivelmente perigoso,
com sua forma astuta, se mantendo silencioso, me olhando sentada diante
dele. — Pergunte.
Ele se faz de complacente, mas dentro de mim sei exatamente onde
essa brincadeira de toma lá dá cá vai nos levar.
— Qual sua idade, senhor? — Começo a investigação por perguntas
corriqueiras, não sabendo ainda se vou direto ao ponto ou não e lhe pergunto
sobre as coisas que Macro falou.
— Trinta e sete anos, e sim, já faz bastante tempo que estou em
Sodoma — ele responde duas ao invés de uma, como se já soubesse qual
seria minha próxima pergunta, antecipando meus pensamentos.
— De qual lugar da Rússia sua mãe adotiva veio? — ele pergunta,
sério.
— Eu não sei. — Dou de ombros, quase me sentindo aliviada pela
pergunta que ele fez, já que eu tinha medo de que fosse outra. — Para ser
bem franca, Alekessandra nunca conversou sobre o passado dela. Há quanto
tempo é esse seu bastante tempo em Sodoma, senhor?
Abaixo meu rosto e volto a limpar seus ferimentos com as gazes,
segurando os dedos dele com os meus.
— Treze anos como conselheiro. Eu tinha vinte e quatro quando meu
pai me nomeou como conselheiro em seu lugar. — Ergo meu rosto e olho-o
apreensiva, tentando entender o que ele falou. — E dezesseis anos como
frequentador.
— Seu pai era de Sodoma também?
— Negativo, bebê. Uma pergunta, uma resposta. — Ele ergue seu
dedo indicador e o balança no ar. — Como era sua relação com seu pai?
— Na verdade, não tínhamos muito contato, ele sempre viajava
muito. Não tivemos muito tempo um perto do outro, minha mãe era quem
ficava comigo — respondo, baixo, me recordando das poucas vezes que meu
pai adotivo conversava comigo. Eram frases pequenas e rápidas, e logo
partia, me deixando sozinha na casa com Alekessandra. — O senhor já jogou
esse jogo muitas vezes, com outras mulheres? — Fico com o olhar baixo, me
sentindo apreensiva ainda ao me recordar da conversa com Macro.
— Eu fui o primeiro conselheiro a jogar Sodoma, quando ela foi
criada. Com você é a segunda vez. — Ele solta o ar pesadamente. — Quem
foi que lhe apresentou a esse homem, que te deu a marca no seu abdome?
Meu rosto fica frio, com o sangue congelando em minhas veias e meu
fôlego acelerando. Ele evita a pergunta crucial, mas sei que logo chegará
nela.
— Alekessandra nos apresentou. Ele ia no mesmo clube de golfe que
meus pais adotivos frequentavam. Um dia, ela me levou com ela, e ele estava
lá. — Solto as gazes no chão e pego a caixa de Band-Aid. — Já frequentava
Sodoma, por isso seu pai passou a cadeira para você, senhor?
— Sim — ele responde rapidamente, sem piscar ou sequer vacilar. —
Antes de encontrar esse homem, você ia a esse clube de golfe com sua mãe?
— Não. — Nego com a cabeça e pego um Band-Aid dentro da caixa.
— Alekessandra não gostava muito que eu saísse, ela preferia que eu ficasse
em casa, estudando, sendo lecionada por ela, ela não queria que eu perdesse o
foco. Mas acho que aquele dia, em que ela me levou ao clube, foi a primeira
vez que saí da casa onde morávamos.
Arrumo o Band-Aid sobre seu ferimento e tapo o corte maior, dando
um sorriso de satisfação ao ver seus ferimentos limpos.
— Pronto, acabei! — Sorrio para ele e fecho a caixa, pegando as
coisas no chão e me preparando para levantar.
Não chego nem a flexionar minha perna para cima antes dele me
erguer por baixo dos braços e me fazer sentar em sua perna, segurando meu
rosto com sua mão e o mantendo imobilizado.
— Qual o nome dele, Mabel? — Então, certo como um trovão, que
corta o céu depois do raio, quando a tempestade chega, a maldita pergunta é
proferida por sua boca.
— Preciso guardar essas coisas, senhor... — Mordo minha boca e
sinto uma ardência em meu pescoço, quando ele segura forte atrás da minha
nuca.
— Responda minha pergunta! — Sua voz é um aço sendo desferido
contra mim, cravando em minha alma, que grita para ser obediente a ele.
— Por favor... — Fecho meus olhos e nego com a cabeça, não quero
falar o nome de Nate.
Quando invocamos o nome dos nossos demônios em voz alta, é como
se o vento levasse o chamado para eles, desenterrando dor e medo do fundo
das nossas almas.
— Um nome, Mabel...
— Não posso falar o nome dele. — Abro meus olhos e o encaro,
respirando angustiada, implorando em silêncio que ele me faça qualquer
maldita pergunta, menos essa.
— Por que, passarinho? — Seu rosto se aproxima do meu, ficando a
centímetros de mim, e olha para cada canto da minha face, apertando mais
forte minha nuca. — Por que não diz o nome desse filho da puta para mim,
ou prefere que lhe jogue sobre essa mesa e lhe castigue com umas boas
palmadas até dizer o nome dele? Me dê esse nome ou juro que será isso que
vou fazer com você!
— Porque a última vez que proferi esse maldito nome, eu estava
deitada, amarrada no chão, em cima do meu próprio vômito e minha urina,
com minhas pernas machucadas e ensanguentadas. — Fecho meus olhos com
força e nego com a cabeça. — Com ele em cima de mim, marcando meu
corpo com um canivete, enquanto ria, sentindo prazer do que ele estava
fazendo comigo, mesmo eu gritando o nome dele, implorando para ele
parar... — Soluço entre o choro que me pega, negando com a cabeça mais
rápido. — Então não, senhor, eu não vou dizer esse maldito nome nunca mais
em voz alta. Prefiro cortar minha garganta a pronunciar o nome desse filho da
puta novamente. Se deseja me castigar por isso, pode ir em frente, eu não vou
dizer.
Quando meus olhos se abrem, é com um furacão de tempestade de
areia que eu me deparo. O semblante sombrio está duas vezes mais taciturno,
com seus olhos castanhos puxando para o negro, e um rosnado animalesco
saindo dos seus lábios, enquanto ele me prende mais forte. Mantenho meus
olhos presos aos seus, mesmo me sentindo assustada pela forma que ele está.
Czar respira fundo e abre sua boca como uma fera que arreganha suas presas,
pronto para atacar. E eu não lhe dou resistência alguma quando ela me ataca,
feroz e selvagem, me beijando com brutalidade, ao ponto de me fazer gemer
com dor em seus lábios, pela fúria do seu beijo. Os sinto pesados amassando
os meus, entre as mordidas que ele desfere, prendendo sua mão em meus
cabelos com raiva. Os utensílios em meus dedos escorregam, rolando para o
chão quando minhas mãos se seguram em seu peito. Sinto seu coração bater
forte em meus dedos. O som da cadeira indo ao chão é tão abrupta, como a
forma que sou depositada sobre a mesa, com ele puxando minha cabeça para
trás, me obrigando a olhar para ele.
— Está enganada, Mabel, se pensa que sua obediência se restringe
apenas àquelas quatro paredes. — Sua mão grande esmagando minha coxa
me faz arfar, respirando com irregularidade, tendo meus dedos trêmulos em
seu peito. — Seu rabo é meu, sua boceta quente é minha, assim como essa
adorável boca esfomeada. — Ele solta meus cabelos e prende meu queixo em
sua mão, recaindo seus olhos para minha boca. — Não estamos jogando
tabuleiro, passarinho, mas sim Sodoma!
Não tenho tempo de lhe responder ou raciocinar antes dele me beijar
novamente com brutalidade, devastando por completo meus pensamentos
coerentes, como um vendaval que assopra com pura força um castelo de
cartas, desmoronando-o. O prato vai ao chão, junto com os talheres, quando
sua mão me obriga a deitar. Sinto meu peito ofegante arfar a cada ar que
respiro, com meu corpo ficando elétrico e quente. Czar ergue meu rabo e o
alavanca apenas um pouco para cima, enquanto arrasta minha camisola por
cima da minha barriga até minha cabeça. Tento erguer meus braços para ele
tirá-la de vez, mas apenas percebo qual a sua intenção quando ele me gira
com força, me fazendo ficar de barriga para baixo. Meus braços são
imobilizados com um pedaço da camisola e a outra parte ele usa para cobrir
minha cabeça com o pano fino. Sinto-os sendo cruzados atrás de mim,
enquanto fico assustada e excitada ao mesmo tempo.
— Ohhhh! — gemo alto, sendo pega desprevenida por sua boca, que
morde meu rabo com força. Tento soltar meus braços da amarração que ele
fez, para que possa tirar a porcaria da camisola que cobre minha face. —
Merda! — choramingo e mordo minha boca com o tapa de mão aberto que
recebo na outra nádega, fazendo minha bunda arder e doer ao mesmo tempo
por conta da mordida e do tapão. Ele se afasta e me puxa pela cintura,
arrastando minha barriga na mesa, até meus pés tocarem o chão, me largando
sozinha, e eu paro de me mexer, arqueando meu tórax um pouco para cima,
tentando descobrir o que ele está fazendo. Giro minha cabeça, com
dificuldade, para enxergar através do tecido que deixa tudo embaçado.
— Senhor? — o chamo, assustada, respirando forte, sentindo o ar
ficar mais pesado por conta da restrição do pano.
A ponta fria do coturno de couro em seu pé toca meu tornozelo e
afasta minha perna, me fazendo ficar com elas arreganhadas. Sinto a
ansiedade chegando, assim como a agonia e o desejo doentio. Meu rosto vira
novamente para a esquerda, ao ouvir os passos dele andando pela cozinha e o
som da geladeira sendo aberta.
— O que está fazendo? — pergunto, aflita, querendo gritar de raiva
por não conseguir vê-lo.
— Vejo que precisa de ajuda com sua má alimentação — ele fala,
corriqueiro, batendo a porta da geladeira. — Amanhã cuidaremos disso.
— Não, não preciso! — digo, nervosa, tentando descobrir onde ele
está agora. — O que está fazendo, senhor Gregovivk?
Sua mão para em meu quadril novamente, com ele arrastando minha
calcinha para baixo, e respiro mais rápido, sentindo o toque quente dele em
minha pele, a deixando mais quente ao senti-lo escorregando a calcinha por
uma das minhas pernas. E quando ergo meu pé para tirar a outra parte, grito
ao receber outro tapa mais forte em meu rabo.
— Oh, merda! — choramingo, com minha bunda ardendo com suas
palmadas.
Ele faz minhas pernas ficarem unidas novamente, usando a alça da
calcinha para amarrar meu tornozelo, um no outro.
Cristo, minha calcinha já era!
— Por favor, tira isso do meu rosto, senhor! — peço quase chorando
para ele, desejando saber o que ele está fazendo. O terceiro round retorna
com mais força e ardência, fazendo minha boceta se retrair ao receber a
terceira palmada em minha bunda.
— Diga a palavra-chave se deseja que eu pare — ele me provoca,
rindo, e alisa minha bunda onde sua mão me bateu. — Ou me dê o nome que
eu quero ouvir.
— Foda-se! — rosno entre os dentes e mordo minha boca, engolindo
meu gemido de prazer por tê-lo me acariciando, mas logo o gemido se
transforma em grito quando ele bate novamente mais forte. — OH, PORRA!
— Também não é essa palavra, passarinho! — Czar ri e massageia
minha bunda com lentidão. — Perfeita!
— Não vou dizer! — Uso o resto de orgulho que tenho, o qual a essa
altura eu julgaria já não ter mais nenhum, me negando a desistir. — Não vai
ouvir essa palavra saindo da minha boca, senhor, e nem o nome que deseja.
— Esse é meu pássaro selvagem! — Ele ri e me faz arfar quando sua
boca assopra em cima das suas palmadas, instigando a pele a ficar mais
sensível. Sinto o beijo dele me fazendo ter choques ao sentir seus lábios frios
encostando em minha bunda quente. — Passarinho indisciplinado e arteiro!
— Ohhh, meu Deus! — Fecho meus olhos e deposito minha testa na
mesa assim que sua língua escorrega por meu rabo. Sinto as mãos dele se
prendendo uma de cada lado das nádegas e as abrindo. — Fria... Oh, tá fria!
— balbucio e respiro rápido, sendo torturada por sua língua gelada, que raspa
em cima do meu cu e o circula com lentidão. Sinto quando ele causa choque
em meu corpo, e reconheço a sensação do gelo ao ser tocado na pele, assim
que ele o empurra contra meu rabo.
— NÃO! — Me debato e tento me mexer, para fazê-lo parar com o
que quer que seja que esteja querendo fazer comigo.
— Bebê, esse seu rabo está tão quente, que o pobre cubinho de gelo
vai derreter antes do meu pau terminar de foder sua boceta...
— Senhor... senhor, por favor! — Tento me mexer, mas minhas
pernas amarradas pelas canelas, com meus braços presos nas costas, apenas
fazem eu me sentir como um peixe vivo que acabou de cair na frigideira.
— Por isso que peguei a bandeja de cubinho de gelo, para não
atrapalhar a brincadeira. — Ele solta um risinho e empurra a porra do cubo de
gelo dentro do meu cu.
Meu quadril se retrai, comigo colando minha barriga na mesa,
mordendo o tecido da camisola, sentindo a sensação de ter um cubo de gelo
entrando dentro do meu ânus.
— Magnífico, vai ficar mais lindo ainda quando começarmos a
trabalhar nele com os alargadores, o preparando para me receber — Czar fala,
rindo, dando um beijo entre minha bunda e passando sua língua por ela.
— Ohhhh! — O gemido escapa por minha boca, sem controle algum,
assim como meu quadril se empina para trás, gostando de receber o devasso
carinho que a sua língua me dá.
Seu dedo escorrega para minha boceta e esfrega em cima dela, me
chupando com mais ardor.
— Molhada e quente — ele murmura, rindo, soltando um tapa mais
leve em meu rabo.
Czar se afasta e faz eu me sentir completamente abandonada,
necessitando das suas carícias. O que esse homem faz comigo é algo
inacreditável. Ele me entorpece primeiro com a dor, para depois me fazer
implorar por prazer. Ouço o cinto da calça sendo solta, e dentro de mim algo
se agita, ficando eufórico, ansioso.
— Qual o nome dele, Mabel? — Sua voz é firme e me alerta do que
está por vir quando passa lentamente o couro da cinta por minha bunda. —
Eu ainda estou tentando controlar a ira de ver aquele merda do Boris tocando
no que me pertence, Mabel, então sugiro que não queira me testar agora.
— Não... — o respondo, baixo, sentindo a água do gelo escorrer
dentro do meu rabo e minha boceta.
Sinto a primeira batida do couro me atingir com leveza quando ele a
desfere apenas como um aviso.
— Nome! — ele fala novamente, mas nego com a cabeça, mantendo
meus olhos fechados.
— Ohhh, merda! — grito, comprimindo minhas pernas, sentindo o
suor escorrer por minhas costas e uma ardência filha da puta aumentar em
meu rabo.
— Mandei me dar um nome! — Minha pele ardida é apaziguada pelo
toque quente da sua mão, que acaricia minha bunda, onde a cinta acertou. —
Diga o nome dele, passarinho.
Respiro fundo e relaxo meu corpo, tendo minha saliva molhando o
pano da camisola, em cima do meu rosto.
— Não! — respondo e cravo com força minhas unhas na palma da
minha mão, empinando meu rabo para trás.
Czar respira pesado, antes de se afastar e soltar duas cintadas, uma
seguida da outra, em meu rabo, me fazendo chorar e morder minha boca,
encolhendo minhas pernas, apertando os músculos internos do meu rabo em
volta do cubo de gelo e o engolindo por completo.
— Não vai dizer o nome dele, Mabel? — Ele retorna a acariciar
minha bunda, respirando pesado. Sinto o cume duro que raspa em minha
coxa, me deixando saber que o pau dele está completamente duro.
— Não, senhor — falo com voz de choro, negando com a cabeça.
Minhas pernas fracas, que estão encolhidas, se esticam e ficam com meu
corpo largado sobre a mesa, aguardando por seu castigo.
Escuto sua respiração e sinto seu corpo se afastar de mim, com ele
dando um passo para trás. O tremor me pega. O medo, o abandono da
fragilidade por estar amarrada... Dou um pulo, assustada, assim que o som da
cinta estalando em cima da mesa com pura fúria se faz. Fico perdida,
completamente paralisada, não entendendo porque ele não me castigou de
novo. Minha mente está rápida, meu corpo hiperventilando e meu coração
disparado, sem saber qual será seu próximo passo. Um som diferente é feito,
e eu me mantenho em silêncio, tentando descobrir o que vem agora.
— Cristo... — murmuro entre arfadas rápidas e sinto o gelo
escorregar por minha bunda, onde ele bateu.
Uma anestesia se faz sobre o local depois do primeiro contato.
Respiro mais forte e sinto uma sensação prazerosa tomar conta de mim,
dissipando a dor. Czar deita sua cabeça em cima da minha nuca e respira
pesado. Meu corpo fica rígido e sinto o pequeno cubo ser empurrado
novamente para dentro do meu cu. Ele se afasta e tira suas mãos de mim, e eu
quero gritar, pedir para ele se afastar, mas mordo minha boca ao invés disso,
apertando forte meus lábios, esperando pela dor da cintada que vai vir agora,
depois do seu carinho. Mas não é com a cinta que ele me castiga, não quando
aperta meu quadril com suas mãos e empurra seu pau entre minhas pernas.
Sinto a textura do preservativo, a agonia da fricção do tecido raspando na
minha bunda ardida, seu pau se forçando para dentro da minha boceta, o
investindo tão fundo que sinto a mesa se movendo com o impacto. Bruto,
selvagem e nocivo, mas que arranca tudo de mim.
Gritos e gemidos rasgam minha garganta, enquanto meu corpo
imobilizado recebe cada impacto de bom grado que seu pau desfere dentro da
minha boceta, me fazendo arfar mais, me deixando à beira do precipício. Meu
corpo tinha aprendido a lidar rápido demais com a dor, ele apreciava cada ato
bruto que recebia, mas ele respondia apenas de uma forma tão avassaladora a
Czar. Minha mente está tão nublada, que sinto como se estivesse em queda
livre, desabando rápido. O gelo que derrete dentro de mim, o pau dele que
minha boceta engole, tudo me faz gemer desesperada. Sinto o tecido da calça
raspar com mais rapidez em minha bunda. O atrito que alimenta a dor e o
prazer, se torna mais angustiante, e a grande descarga do prazer chuta minha
alma para fora do meu corpo quando o orgasmo me acerta.
Meu corpo estremece, se empurrando para frente, enquanto grito,
gozando com seu pau me fodendo sem parar. Sua mão esmaga mais forte
meu quadril, estourando sua pélvis contra meu rabo, me jogando em uma
onda de prazer e dor, que me afoga a cada segundo que ela me acerta. Com
apenas esse homem que me castigou com seu cinto me segurando no
derradeiro momento que meus demônios se libertam. Czar vem rápido, logo
após de mim, precisando de apenas mais três estocadas fundas antes do seu
grande corpo estremecer, com ele gozando, soltando um ensurdecedor
gemido, abaixando sua cabeça em meu ombro e respirando fundo.
Desabo no chão feito uma gelatina inconsistente, quando ele tira as
amarras do meu braço e liberta minha face da camisola. Meu corpo trêmulo e
suado está completamente languido, com meu cabelo bagunçado, colado em
minha bochecha, e ergo meu rosto para ele, com meus dedos trêmulos
afastando as mechas da minha face. O vejo tirar a camisinha repleta de porra
do seu pau e amarrá-la. Não tem como eu não olhar para o pênis dele, grosso,
com veias saltadas e cabeça larga. Porra, realmente o pau dele faz jus ao
tamanho todo desse homem!
Ele caminha para o lixo da cozinha e descarta a camisinha, andando
com uma postura tão predominante, fazendo meu apartamento parecer mais
pequeno ainda por receber pela primeira vez uma presença masculina tão
potente. Czar retorna e anda para perto de mim, retirando sua camisa e a
jogando sobre a cadeira junto com sua jaqueta, mas é quando ele se vira,
curvando suas costas e erguendo seu pé na cadeira, para tirar o coturno, que
eu prendo o fôlego. A grande marca vermelha da pele encruada, que pega a
parte inferior das suas costas, faz eu sentir meu coração se apertar, ao
imaginar o tamanho da dor que a queimadura deve ter lhe causado.
— Todos trazem cicatrizes, passarinho — ele fala, baixo, sem olhar
para mim, como se soubesse para onde eu estava olhando.
Seu grande corpo se endireita e troca a perna, retirando o outro
coturno antes de ficar ereto e virar para mim. Compreendo agora por que ele
não me olhou com nojo, porque não vi repulsa em seu olhar quando me viu
despida à sua frente, confrontando minha cicatriz. Czar também teve que
aprender a conviver com a dele. Meus braços se esticam e enlaçam seu
pescoço quando ele se abaixa e me ergue em seus braços, de uma forma tão
protetora que chega a ser confusa diante do que ele acabou de fazer comigo
segundos atrás.
Não sei se ele é meu carrasco.
Um demônio pior que o primeiro que marcou minha alma.
Um grande urso protetor cuidadoso.
Ou minha pior perdição.
Mas, nesse momento, ele é tudo que minha alma precisa, e meus
demônios livres se sentem bem ao lado dele.
CAPÍTULO 18
SUBMISSA ALFA
Czar Gregovivk
Meu nariz escorrega por seu pescoço e inalo o perfume dos seus
cabelos molhados, escorregando a esponja por sua pele. As coxas nuas em
volta da minha cintura, tão quentes e macias, ficam confortáveis, como se
elas soubessem que são ali que tem que ficar. Mabel desencadeia as duas
formas que tenho na mesma proporção: o sádico que espancaria seu rabo
mais algumas vezes para fazê-la sentir dor com puro prazer, idolatrando a
teimosia dela; e o dominador, que está implorando para fazer dela nossa
submissa.
— São antigas? — ela murmura, baixo, escorregando seu braço por
minhas costas e tocando com a ponta das suas unhas em minhas queimaduras.
— Sim, muito antigas — respondo e levo nossos corpos para debaixo
do chuveiro, a enxaguando. — Elas lhe incomodam? — pergunto, sem
desviar meus olhos do seu ombro, vendo a espuma ir embora. Não deixava
elas verem, sabia que algumas mulheres se sentiam incomodadas quando
avistavam a queimadura em minhas costas.
— Não, senhor — ela responde com preguiça, depositando seu queixo
em meu ombro. — O senhor costuma fazer isso com todas?
— O quê? — Prendo a esponja no registro de água e ergo meus
dedos, empurrando os cabelos dela para o outro ombro.
— Cuidar... — ela fala, baixinho, quase não me deixando ouvir sua
voz por conta do chuveiro ligado. — Costuma cuidar da suas submissas ou
faz isso comigo apenas por conta do jogo?
Não, eu não fazia. Nenhuma delas iam para Sodoma em busca de
cuidado, a maioria ia apenas para desbravar seus anseios, conhecer mais
delas, foder pra caralho. As que vinham até mim já eram experientes,
queriam testar seus limites, por isso me procuravam. Sabiam que eu não
oferecia nada mais do que estava proposto a acontecer dentro de um quarto
de sadomasoquismo. Mas, novamente, o pequeno pássaro não é como elas,
Mabel não foi para Sodoma em busca de nada disso, e quando apareceu a
segunda vez, quase me fez cair sentado, completamente surpreso, ao ouvir
seu pedido tímido e angustiante de ajuda. Ninguém vai à Sodoma em busca
de ajuda, quem entra por nossas portas vai por curiosidade ou por desespero
em poder encontrar um lugar para poder ser o depravado de merda que é.
— Ser cuidada, isso a incomoda? — Em vez de responder, faço outra
pergunta para ela.
— Não, mas devia, eu acho. — Ela solta um longo suspiro, enquanto
alisa minhas costas. — Para falar a verdade, eu ainda não sei o que pensar
sobre isso, se fiz certo — ela fala, baixinho, e esfrega seu rosto em minha
pele.
— Fez certo o quê? — Colo suas costas na parede, com minha mão
presa em seu rabo, enquanto a outra segura sua coxa.
— O senhor — Mabel responde, baixo, e sinto suas mãos espalmadas
em minhas costas, com ela respirando de mansinho.
O vapor inunda o boxe do banheiro, enquanto ouço o som baixo da
sua voz, angustiada. Sinto seu coração bater junto ao meu, com seus seios
colados em minha pele, raspando lentamente. Meu pau responde rápido
quando ela move seu ventre em cima dele, de mansinho.
— Senhor Czar — ela sussurra em meu ouvido.
— Sim? — Minha voz sai abafada pelo barulho do chuveiro, que
deixa a água cair no chão.
— Posso ter liberdade para te beijar? — Sua boca escorrega por meu
ombro e o beija lentamente, voltando a raspar sua boceta em meu pau.
— Mabel! — Prendo mais forte meus dedos em sua coxa, lhe dando
um aviso para ela parar de se mover.
Ela traz seus olhos para frente e suas mãos pousam na lateral do meu
rosto, me olhando perdida.
— Não vou te tocar novamente, Mabel. — Minha voz sai pesada,
assim como minha respiração. Tento controlar o pequeno corpo teimoso que
me provoca. — Não é assim que o jogo funciona...
— Só me faça esquecer novamente o que me machuca, senhor. — Ela
me silencia, parecendo uma adoração profana e erótica dos meus pecados.
— Passar...
Seu beijo tímido me deixa sem reação, me pegando de surpresa, como
ela sempre faz quando toma a iniciativa. Seguro seu corpo mais firme e
aperto sua bunda macia, a deixando seguir em frente, mesmo consciente que
deveria ter que repreendê-la por seus impulsos. Não porque eu não quero
enterrar meu pau dentro da sua boceta quente, mas sim porque conheço os
demônios de Mabel. Não são apenas os da dor que são perigosos. A forma
que seu corpo faiscou rápido, se acendendo com mais força depois de cada
orgasmo ontem, me fez notar a grande chance que Mabel tem para possuir
hipersexualidade feminina[45]. Seus relatos sobre como estava viciada em
ficar se masturbando me garantem sua compulsão por sexo. Mas sou um puto
doente, que está sendo consumido pelo desejo que ela me causa. Seus dedos
atrevidos soltam o meu rosto, enquanto ela beija meu pescoço com mais
lascividade. Seu rosto expressivo me mostra sua dor misturada com seu
desejo insaciável. Ela não procura delicadeza, ela não procura carinho. O
pequeno pássaro procura libertação.
E só por agora, apenas dessa vez, porque desejo algo em troca, será
isso que darei a ela.
Suas pernas rodeiam a minha cintura com mais força e seu pequeno
corpo se esfrega com maior ardor ao meu, raspando sua pélvis. Mabel devora
meu corpo com sua boca e morde cada parte onde toca, se alastrando por meu
ombro. Fecho meus olhos e sei que ela está tirando meu controle, que nunca
nenhuma delas se entregou de forma tão pura e desesperada como Mabel.
— Por favor, senhor... — ela choraminga, baixo, e alavanca seu corpo
um pouco para cima, me olhando com luxúria.
Sinto quando ela se encaixa perfeitamente, posicionando sua pequena
boceta em cima do meu pau, que está duro, pulsando, implorando para senti-
la pele a pele, sem nada entre nós dois. Seus olhos buscam os meus com seu
pedido inocente, mas que devasta meu controle por completo. Consumido por
seu olhar de menina, não posso me mexer, não me moveria nem se quisesse.
Então, ela começa a descer, inibida e sorrateira. Seus olhos me mostram a dor
que ela sente ao ter meu pau entrando em sua boceta inchada, com meus
dedos esmagando mais forte seu rabo, que está dolorido das cintadas que
recebeu. Mesmo assim, ela não para, Mabel se solta e empurra seu quadril
para baixo. Joga sua cabeça para trás e um grito escapa de sua boca. Meus
olhos ficam petrificados em seu pescoço, que me mostra a marca perfeita da
sua rendição, me fazendo sentir orgulho, desejo e posse inflamar dentro do
meu peito. Meus lábios se fecham em sua garganta e chupo entre meus
beijos, escorregando-os até seu peito. Sugo seu seio quando ela começa a se
mexer sobre mim, me fodendo lentamente.
— Senhor... Gregovi... — Sua voz é embargada de dor, junto com seu
prazer, quando mordo seu ombro.
— Me dê um nome — murmuro com zanga, a fodendo mais lento,
não a dando o que realmente quer.
Sinto sua pequena boceta molhada e quente me apertar, engolir meu
pau dentro dela.
— Oh, Deus, por favor... — ela implora e tenta se mover mais rápido,
mas mantenho meu aperto em seu rabo, o impossibilitando de se mexer.
— Me diga o que eu quero saber. — Beijo seu ombro e raspo minha
boca perto da sua quando ergo minha cabeça. — E eu lhe dou o que quer.
Paro de me mexer por completo, com meu pau imóvel em sua boceta,
que o suga, com ela chorando em angústia por não receber o que quer.
— Por favor... Por favor, me faça ser livre...
— O nome — rosno, baixo, cerrando minha boca.
A faço gemer e mordo a sua boca quando pressiono mais forte suas
costas na parede, segurando seu pescoço e a fazendo me olhar.
— Me entregue o nome dele. — Recaio meus olhos para sua boca,
atrevida, e me aproximo lentamente, fazendo-a arfar quando paro meus lábios
a centímetros dos seus. — E, bebê, eu te prometo que vou te foder tanto essa
noite, que amanhã, a cada movimento que fizer, ainda vai ter a sensação do
meu pau comendo sua boceta.
Vejo os olhos dela ficarem marejados, com uma melancolia os
tomando.
— Por quê? Por que precisa tanto desse nome, senhor? — Ela encolhe
seus ombros e me olha perdida.
Porque odeio o fato de saber que esse bosta ainda está respirando, que
ele tinha machucado algo belo como sua pele, que tinha a ensinado de forma
errada a como responder à dor erótica. Porque eu garantirei uma cicatriz três
vezes maior na pele dele do que a que ele fez com ela.
— Me diga o nome, Mabel — peço novamente e a vejo fechar seus
olhos, se trancando dentro dela, enquanto respira fundo.
Já a estou amaldiçoando por uma vida inteira dentro de mim, sabendo
que meu pau está me condenando por estar enterrado dentro do corpo dela,
sem se mover, desejando a libertar assim como me dar a libertação. Mas
quando seus olhos se abrem e me encaram como um brinquedo quebrado,
ficando parados atrás de mim, com seu braço se levantando lentamente,
Mabel fica perdida. Giro meu pescoço e vejo o que chama sua atenção. Seu
dedo indicador desliza trêmulo no boxe do banheiro, arrastando pouco a
pouco, enquanto escreve no boxe repleto de vapor. Leio com ódio o nome,
sentindo meu peito se inflamar de fúria.
NATE!
Volto meus olhos para ela quando seu braço se abaixa, e vejo as
lágrimas escorrerem por sua bochecha.
— Não diga o nome dele, senhor. — Ela esmaga sua boca e deixa as
lágrimas caírem dos seus olhos.
Minha mão em seu pescoço a solta e inclino meu rosto para frente,
encostando minha testa na sua. Um instinto incontrolável me domina, quando
minha língua flui por sua bochecha e lambo sua lágrima, a tomando para
mim, tomando sua dor como minha, tanto quanto meu pau já tinha
reivindicado sua boceta.
— Voe alto para mim, passarinho — sussurro e respiro rápido,
soltando seu quadril e lhe deixando solta.
Mabel cavalga sobre mim em puro desespero, aumentando o ritmo do
sobe e desce do seu quadril. Dou uma rápida mordida no seu pescoço antes
de começar a beijar seu queixo, lambendo-o. Ela se solta cada vez mais,
minha pequena perversão feminina. Tremendo sobre mim, deixa-me mais
alto do que nunca, sendo fodido por uma mulher infernal. Ela se aperta mais
em mim, explodindo com o orgasmo, com suas pequenas garras enterradas
em minhas costas. Sua cabeça se volta para frente e sinto seus dentes me
morderem violentamente. Puxo seu quadril com mais força, mais rápido,
procurando assim minha própria libertação, a fodendo com fúria e uma fome
insaciável.
Levo meus braços para debaixo das suas coxas e a ergo, a deixando
na altura certa para receber as estocadas fundas do meu pau. Mordo seu
ombro com a mesma força que ela prende seus dentes nos meus, penetrando-
a com vontade. Mabel solta suas garras das minhas costas e me abraça com
desespero, gritando enquanto goza novamente. Tenho apenas tempo de
erguê-la uma única vez, retirar meu pênis de dentro dela e gozar fora da sua
boceta. Ela desaba sobre meu peito e me abraça com seu corpo todo trêmulo.
Vejo seus cabelos negros deslizarem sobre nossos corpos, enquanto ela
respira com dificuldade.
— Cristo... O senhor é meu carrasco, com toda certeza é sim! —
Escuto o riso baixinho dela entre seus suspiros e sussurros.
— Tem alguma ginecologista que te atenda aqui em Moscou? —
pergunto, rouco, com meus olhos fechados, tentando controlar minha
respiração, esmagando mais forte sua bunda em minha mão.
— O quê? — balbucia, confusa, e solta outro riso baixo. — Quer
saber sobre minha menstruação?
— Quero saber se toma algum remédio para não engravidar, Mabel.
— Afasto meu rosto do dela e a encaro. — Porque agora que tomou liberdade
de foder com o meu pau sem camisinha, acho bom começar a se cuidar,
porque será só assim que ele vai te comer daqui pra frente.
Vejo um sorriso tímido se esboçar em seus lábios inchados pelas
minhas mordidas, a fazendo ser meu demônio mais libidinoso, com seu corpo
trêmulo colado em mim e meu anjo puro com olhar envergonhado, que me
atormenta com meus pecados.
— Não, senhor, eu não tenho — ela responde, baixo, e para seus
olhos em meu peito. — E nem tomo.
— Amanhã vamos resolver isso, depois do seu trabalho — falo, sério,
e olho para seu peito, que sobe e desce rapidamente. — Vamos cuidar disso.
— Não devia fazer isso. — Ela fecha seus olhos e nega com a cabeça.
— Eu consigo me cuidar, senhor.
A faço gemer ao morder sua boca, quando pressiono mais forte suas
costas na parede.
— Amanhã eu cuidarei disso — finalizo o assunto e desligo o registro
do chuveiro, saindo do boxe com ela ainda presa em meus braços. Puxo a
toalha e a jogo sobre suas costas.
— Sabe que eu posso ir andando para o meu quarto?! — Ela arruma
seus braços em meu pescoço e me olha com timidez, nem parecendo a
criatura erótica que é. — É meio estranho ficar me levando para lá e para cá,
como se eu fosse uma mochila presa na frente do seu corpo.
Ao invés de responder sua brincadeira, apenas desfiro um tapa em seu
rabo, a fazendo se apertar em volta de mim.
— Aiii... — Ela dá um pulinho e se retorce, negando com a cabeça.
— A gente tinha que estipular umas regras para os castigos durante a semana,
já que é meio difícil trabalhar se eu não puder sentar por conta do meu rabo
dolorido.
— Seu belo rabo dolorido será o de menos, passarinho — a respondo,
saindo do banheiro, segurando-a pela bunda e lhe dando um apertão. —
Tenho outros planos com seu corpo quando chegarmos na cama.
— Na cama? — ela indaga, baixo, e mordisca a sua boca. — Então
acho que temos um problema...
Meus olhos desviam da sua face quando abro a porta de frente para a
porta do banheiro. Meus olhos ficam fixos na cama pequena de solteiro ao
canto da parede.
— Penso que a senhora que me alugou o imóvel mobiliado, não
pensava que eu iria receber visitas masculinas aqui — Mabel fala de forma
risonha, soltando seus braços do meu pescoço e pulando para o chão. —
Pena, não vou poder te pedir para ficar... Aquele sofá da sala é horrível para
dormir também.
Ela ergue sua cabeça para mim e arruma a toalha em seu corpo,
passando seus olhos rapidamente pelo meu corpo, batendo as pontinhas dos
seus pés no chão.
Dou um passo à frente e invado o quarto feminino, com uma
penteadeira com espelho organizada. Retorno meus olhos para frente e encaro
atrás de Mabel, vendo a grande janela. Arqueio minha sobrancelha e a estudo
com interesse, calculando a resistência das grades de ferro de proteção, e
sorrio ao imaginar seu corpo belo posicionado bem ali.
— O que foi? — ela pergunta, confusa, olhando para meu rosto e
dando um passo para trás quando ando em sua direção.
— Como disse, sua boceta vai se lembrar do meu pau amanhã! —
Meus braços já estão erguidos e a seguro pelos cabelos assim que ela se vira,
querendo escapar.
— Oh, não, não... Meus vizinhos são fofoqueiros, senhor. — Mabel
nega com a cabeça assim que compreende para onde tenho interesse em levá-
la.
— Então sugiro silenciar seu canto, passarinho.
Seus olhos não desviam dos meus, nem piscam nenhum segundo
sequer quando ele ergue meus pulsos amarrados, com minha calcinha para
cima. A toalha em sua mão passa por meus pulsos unidos, com sua outra
mão se espalmando em minha face e seu corpo se aproximando do meu.
Inclina sua cabeça lentamente para frente. Minha mente desliga e para de
funcionar assim que sua boca se cola à minha. É um beijo tentador, que
arranca gemidos e o meu fôlego, e meus seios eretos são esmagados por seu
peito. Czar separa sua boca da minha e vira meu corpo, colando seu peito
em minhas costas, deixando meu corpo preso entre ele e a janela. Viro meu
rosto, assustada, na mesma hora para ele, não achando que ele fala sério
quando me empurra para ela. E antes mesmo que eu possa falar alguma
coisa, sua boca já está sobre a minha, me beijando com devassidão, e eu nem
consigo pensar. Solto um gemido rouco, com meu corpo todo se tremendo
quando sua mão acaricia meu seio. Sinto seu pau raspar em meu rabo, o
cutucando com safadeza. Me sinto elétrica, com o sabor dos lábios dele me
levando a uma nova euforia. Seus dedos esmagam mais forte meus seios,
enquanto ele geme rouco entre nosso beijo, me fazendo ronronar manhosa a
cada raspada do seu pau em minha bunda, e a pressão dos seus lábios sobre
os meus.
— Gosto desse som, passarinho — Czar sussurra e afasta sua boca
da minha apenas um pouco, aquecendo minha pele com sua respiração
morna.
Sua mão esquerda desce por minha barriga e eu sinto minhas pernas
fraquejarem, quando tremem ao sentir sua língua deslizar pelo meu queixo e
me mordiscar. Fiquei tão perdida em suas carícias, que apenas notei que
meus braços estavam presos acima da minha cabeça, na barra da janela
aberta, quando quis tocar nele.
— Senhor, me tire da janela... Alguém... Oh, merda! — gemo, baixo, e
mordo minha boca, tendo os dedos dele brincando com os bicos duros do
meu seio.
— Você não vai poder cantar alto, passarinho — Czar sussurra em
meu ouvido e solta uma risada baixa.
— A minha vizinha do prédio da frente, ela pode ver...
— Então mais um bom motivo para ficar quietinha. — Ele ri e dá um
tapa em minha bunda.
— Senhor... — Fecho meus olhos e respiro, ofegante, tentando conter
os ruídos que saem da minha garganta.
Seu pau ereto desliza lento por minha bunda e me faz arfar o peito
para frente. A grande mão envolve meu pescoço com lentidão, fazendo meu
rosto virar novamente, para lhe dar acesso à minha boca, que ele beija com
brutalidade. Um beijo feroz e completamente diferente da preguiça que seus
dedos têm em deslizar por minha barriga, quase como se fosse uma tortura.
Gemo em sua boca e suspiro, agoniada, quando a ponta dos seus dedos toca
na frente da minha boceta, a sentindo úmida.
— A ideia de alguém nos ver te deixa excitada, bebê. — Ele solta meu
pescoço e me faz virar meu rosto para frente, olhando para a janela
escancarada. Sinto seu pau sendo empurrado entre as dobras da nádega,
enquanto ele o empurra lento para baixo e toca apenas a ponta da cabeça
rapidamente em minha boceta, antes de se afastar. — Sentir meu pau te
fodendo lento, para depois começar a foder rápido e duro, enquanto você
não pode soltar um barulhinho sequer, também me deixa excitado.
Czar afasta minhas pernas com seu joelho e deixa seu pau se esfregar
lentamente entre os lábios da minha boceta. Meu corpo treme, ficando frágil
e completamente à mercê dele quando sua mão sai da minha pélvis e segura
na lateral do meu quadril, o fazendo se empinar para trás. Meus olhos se
mantêm abertos, focados na janela do terceiro andar do outro prédio, onde a
luz do quarto está acesa, com a velha fofoqueira do outro prédio sentada em
sua cama, acariciando seu cachorro na cabeça, enquanto assiste TV,
completamente inerte. Se ela apenas virasse sua cabeça para a direita, me
veria do outro lado, amarrada diante da janela, completamente nua, com um
imenso homem atrás de mim. E a ideia de isso acontecer, dela olhar para
mim, faz minha boceta se inundar ainda mais com a possibilidade de ser
flagrada recebendo o pau de Czar dentro de mim, que se empurra
lentamente, sem pressa. Sinto meu corpo sensível, minha boceta inchada,
com a sensibilidade dela mais forte, e mesmo depois de ter o recebido dentro
dela duas vezes, em questão de pouco tempo, eu ainda quero mais.
— Oh, Deus... — suspiro e jogo minha cabeça para frente, a
tombando e olhando para o chão, sentindo sua pélvis colar em meu rabo
quando seu pau está por completo dentro de mim.
— Esse insaciável corpo vai fodidamente se lembrar de mim amanhã,
passarinho, a cada passo que você der.
— Cristo! — Aperto mais forte meus dedos na toalha, que os prende
acima da minha cabeça.
Sinto seu pau voltar a se mover, se retirando sem pressa, enquanto
minha boceta o deseja dentro dela, se apertando em volta dele. Ele retorna
com força e choca nossos corpos, apertando seus dedos em meu rabo,
deixando meu quadril completamente empinado, à sua disposição, recebendo
as estocadas do seu pau, as deixando mais fortes e brutais.
— Oh, Deus! — Mordo minha boca e ergo minha cabeça, com meu
corpo sendo fodido com loucura. Suas mãos soltam meu quadril e as ergo
para meus seios, os massageando.
— Sem barulho, bebê. Não quer que sua vizinha veja como fica tão
dengosa com meu pau lhe fodendo, certo?! — Ele aperta o bico do seio em
seus dedos e me faz morder meus lábios, segurando o grito.
Czar acelera as investidas do seu pau, parando do nada e voltando
lentamente a me foder, entrando e saindo, nos torturando, me levando para o
inferno de luxúria que ele me joga.
— Por favor... senhor. — Minha voz trêmula sussurra no quarto
escuro, implorando para ele fazer o que meu corpo deseja.
Seu puxão em meus cabelos leva minha cabeça para trás, colando em
seu peito. No segundo que viro minha cabeça e sinto sua respiração quente,
meus pés se erguem e choco minha boca com a sua, o beijando com
desespero. Não demora para ele tomar posse do beijo e me devorar com sua
boca, me deixando ainda mais viciada nesse sabor, enquanto ele me fode
com loucura, me penetrando até o fim em rápidas estocadas, me deixando
sentir suas bolas batendo em meu rabo, me fazendo desejar tudo que ele
possa me fazer sentir. E eu explodo nesse redemoinho de loucura, com meu
corpo tremendo, gozando em seu pau. Czar esmaga mais forte meus seios e
cola seu peito nas minhas costas, prendendo minha cintura com seu braço,
me mantendo imóvel. Meu corpo se debate e gemo em sua boca, que cala
meus sons, enquanto gozo forte novamente.
Sua testa fica encostada em meus cabelos, quando o corpo dele para
de se mover, respirando com força. Sinto o coração dele bater rápido dentro
do peito, colado em minha pele, assim como está o meu. Solto um gemido
baixo e sinto seu pau se retirar de dentro de mim. Minhas pernas tremem,
tendo os músculos esgotados. Eu me perdi nos olhos castanhos de Czar
quando ele soltou meus braços, me virando lentamente para ele e erguendo
meu corpo do chão.
— Sua vizinha não está pronta para o ato final, bebê! — Ele ri e dá
uma leve mordida em meu ombro.
— Acho que nem eu estou, senhor — falo com a voz entrecortada,
sentindo meu corpo ser largado na cama de solteiro, completamente
molenga.
Me assusto assim que minhas pernas são erguidas e ficam coladas no
peito dele, com suas pernas se flexionando, tendo sua pélvis na altura da
cama. Os olhos castanhos brilham como ouro, completamente diabólicos.
Fecho minhas pernas e sinto o pulsar dentro da minha boceta, com ela
completamente sensível, respondendo ao menor movimento que eu faço, ao
ter as sacanas lembranças invadindo minha mente.
— Nossa, onde vamos parar com toda essa violência! Ainda bem que
Boris lhe deixou em casa primeiro, Mabel, se não poderia ter acontecido algo
pior com você.
Pisco rapidamente e olho para uma das meninas que trabalha na
galeria, que tagarela à minha frente.
— Desculpa, o que disse? — Abaixo meu rosto para minha bolsa e
termino de guardar minhas coisas dentro dela.
— O assalto de Boris! — ela diz, rápido. — Disse que ainda bem que
ele lhe deixou em casa primeiro.
Sinto o desconforto me pegar, junto com meu coração, que fica
acelerado. Rumeu havia anunciado essa manhã que Boris foi assaltado ontem
à noite, na entrada do prédio onde ele mora. Tinham deslocado seu braço
esquerdo e quebrado o nariz dele na surra que ele levou quando tentou reagir
ao assalto, mas o assaltante levou seu relógio de ouro e o carro importado.
Rumeu não entrou em muitos detalhes, apenas disse que Boris estava bem,
que passou a noite no hospital e que hoje cedo deu queixa à polícia, mas
achava muito difícil eles conseguirem achar os pertences e identificar os
bandidos, já que Boris não se recordava do rosto deles. Tentei parecer
surpresa e assustada, enquanto por dentro estava em choque, por saber a
verdade do que houve com Boris.
— Sim, ainda bem — murmuro sem olhar para ela, me levantando. —
Tenho que ir, já deu meu horário.
Sorrio sem muita emoção e me viro, saindo rapidamente da sala. Sinto
o fisgar entre minhas pernas me deixar desconfortável, o que me faz ter que
endurecer minhas coxas.
— Merda! — Mordo meus lábios e bato o ponto. Saio do prédio com
passos lentos e solto um baixo suspiro.
O som do telefone tocando, me faz pegá-lo dentro da bolsa. Vejo o
nome de Macro na tela e aceito a chamada, erguendo o celular para minha
orelha.
— Oi!
— Dormiu cedo ontem, por isso não me ligou... — ele fala alto, por
cima do barulho de trânsito que tem do outro lado da linha.
— Pois é, acabei dormindo cedo — murmuro para ele, sentindo a
ardência em minha pélvis me desmentir.
— Imaginei, por isso nem quis lhe incomodar. Estava pensando em
passar no seu apartamento e pegar você para irmos jantar fora...
Coço minha cabeça ao ouvir a voz dele, andando lentamente pela rua
de trás da galeria, erguendo minha cabeça.
— O que... — sibilo, perdida, piscando várias vezes para ter certeza
do que estou vendo.
— Jantar fora hoje, vamos?
— Macro, eu... — Paro de andar e olho mais perdida ainda para o
outro lado da rua. — Já te retorno.
Desligo o celular e encerro a chamada, abaixando minhas mãos pouco
a pouco, olhando surpresa para uma jovem risonha de cabelos curtos e
negros, com óculos escuros na face, que está fumando um cigarro, sentada
em cima do capô de um carro amarelo, segurando um papelão escrito com
um canetão vermelho meu sobrenome.
Shot.
Pondero por alguns segundos, olhando para trás, na direção da porta
que eu saí, e qual a chance de voltar para dentro da galeria correndo, antes
que ela me veja.
— Mabel? Mabel Shot? — Volto meu rosto para ela, que está tirando
seus óculos e os ergue para cima da cabeça, olhando para mim.
Levanto minha mão de mansinho e lhe dou um sorriso envergonhado,
a vendo descer do capô do carro e jogar a placa de papelão em um latão de
lixo, no canto do prédio.
— Garota do céu, eu cheguei aqui já tem umas três horas! Estava
morrendo de medo de você sair mais cedo e eu não conseguir te encontrar —
ela fala, animada, parando diante de mim e levando suas mãos em sua
cintura, me olhando com curiosidade. — Então você é a senhorita Shot!
— Sou sim. — Sorrio para ela e estico meus dedos. — E você deve
ser?
— Sieta — ela me cumprimenta e aperta meus dedos aos seus. —
Greg me deixou encarregada de levá-la a uma consulta.
Sua mão solta meus dedos e anda lentamente em minha volta, me
olhando curiosa. Retira seus óculos da cabeça e morde a perninha dele
lentamente, no canto da boca. Fico confusa, tendo a mulher me estudando
como se eu fosse um manequim de loja, olhando dos meus sapatos marrons
para minha calça jeans e meu casaco em meu corpo.
— Greg? — indago, confusa, sem entender, ficando ainda mais aflita
com ela me olhando como se eu fosse um peixe de exposição em um grande
aquário. — Tem alguma coisa errada, por que está fazendo isso...
— Você é baixa! — Ela ri e para seu corpo à minha frente,
balançando a cabeça para os lados. — É menor do que eu. Finalmente
encontrei uma mulher menor do que eu!
Não sei se rio ou se fico com cara de tola, a olhando sem entender,
porque minha altura a faz rir.
— Sou prima do Czar, marquei uma ginecologista para você!
— Oh, droga, eu disse que não precisava! — Fecho meus olhos e
respiro fundo. — Não precisava ele ter que mandar alguém, ficar lhe
incomodando...
— Oh, meu Deus, claro que não me incomodo! Na verdade, isso é
impagável. — Ela leva os óculos escuros para a face e vira suas costas para
mim, andando na direção do carro. — Ande, venha, vai ser legal, eu prometo!
Eu pensei em irmos de trem, mas acho que de carro será melhor.
Ainda estou sem entender qual o maldito problema daquele homem
em me ouvir.
— Detesto andar de trem, a não ser quando estou bêbada... — Ela
para de andar e se vira para mim. — Você gosta de trem, já andou?
— Na verdade, eu andei uma vez só, mas gostei. — Olho perdida para
ela e para o carro. Como essa conversa chegou ao assunto de gostar de trem?
— A senhorita não precisava ter vindo.
— Oh, não, não! — Ela ri e nega com a cabeça. — Nada de senhorita,
me chame apenas de Sieta, prefiro coisas práticas. Sou um tipo de ser
humano solto, prefiro me denominar como uma moradora do mundo, sem
ficar presa a etiquetas. — Ela abre a porta do carro e entra nele, mantendo o
ritmo acelerado da sua fala. — Pedi para Yelena reservar a tarde para nós,
você vai gostar dela.
— Para ser franca, realmente prefiro eu mesma marcar meu
ginecologista. Uma das garotas me indicou o ginecologista dela, ela disse que
é um bom médico.
— Ela é um pouco diferente dos outros médicos, mas ainda assim
garanto que é a melhor — a mulher continua a falar, não ouvindo o que eu
disse e fechando a porta do carro.
Coço o topo da minha cabeça e olho para o carro amarelo. Ela abre a
porta do carro por dentro e a empurra para mim.
— Espero que não seja tímida. Não é, certo? — Vejo sua cabeça vir
para fora, enquanto ela me olha, sorrindo.
— Isso depende da situação. Mas o que estou tentando lhe dizer...
— Duas, então, dependendo do que está no meio das minhas pernas.
— Ela recolhe sua cabeça para dentro do carro, enquanto novamente me
deixa no vazio, não ouvindo o que eu falo. — Apesar que teve uma vez que
eu gozei quando o médico fez exame de toque em mim.
Me aproximo lentamente da porta do carona e a fecho com lentidão,
ficando ao lado dela, quando me inclino para olhar o interior do veículo pela
janela.
— Senhorita Sieta, não quero parecer mal-educada, com sua boa
vontade de ter vindo — digo calmamente, com palavras lentas, tentando ver
se ela me ouve, mas sou completamente ignorada por sua falta de atenção,
enquanto ela digita no celular. — Mas eu irei sozinha ao médico. O médico
que eu escolher...
— Devia atender! — Ela ergue o rosto para mim e me corta, dando
um largo sorriso.
— Atender... — Fico perdida, não compreendendo. — Atender o
que...
Antes que eu possa finalizar minha pergunta, o aparelho em meus
dedos começa a tocar. Me endireito e ergo o celular, olhando para o número
desconhecido.
— Quanto mais demorar para atender, mais chato ele vai ficar! — A
mulher risonha fala para mim. — Vai por mim, Greg fica insuportável
quando não dorme.
— Como ele arrumou meu número? — Solto o ar com força por
minhas narinas e dou um passo para trás. Tenho certeza que não dei o número
do meu celular para ele. Olho mais uma vez para ela, antes de atender a
chamada. — Alô?
— Por que não está dentro do carro? — Ouço o som rouco da voz
dele, que sai em tom zangado.
— Porque não quero. Tenho capacidade de marcar uma consulta com
um ginecologista sozinha, senhor — falo rápido, virando meu corpo e ficando
de costas para o carro de Sieta. — Não precisava ter mandado sua prima para
me levar, como se eu fosse uma adolescente na primeira consulta.
— Está me repreendendo por uma ordem que eu lhe dei ontem. —
Sua voz consegue fazer um estrago em minha mente até pelo telefone, soando
mais perigosa. — Pelo que me lembro, fui bem claro ao lhe dar a ordem.
— Não, não é isso. — Esmago minha boca e me sinto confusa. Fecho
meus olhos e respiro fundo. Eu ainda estava dopada pelo orgasmo que ele me
causou no banheiro, não achei que estava falando sério em resolver isso hoje.
— Ou sim! Quer saber, sim, eu estou te repreendendo por ficar querendo
controlar tudo!
— Uiiii, isso ficou interessante! — Me viro e vejo a face de Sieta, que
olha e ri para mim pela janela do carro. — Continua, eu nunca presenciei uma
mulher dando uma dura em Czar!
— Quer mesmo ir por esse caminho, Mabel?! — O som pesado da sua
respiração fica mais forte, com ele falando rouco.
— E-eu... — murmuro covardemente, abaixando meu tom de voz e
desviando meus olhos de Sieta. — Estou apenas dizendo que estou ciente de
que me mandou ir em uma consulta, assim como eu posso ir sozinha em um
médico que escolhi. Tem coisas que não quero que controle...
— Eu disse que cuidaria disso. Assim como você me deixou controlar
você no momento que aceitou o jogo — ele me corta, suavizando seu timbre.
— Agora entre no carro e acompanhe Sieta até a consulta que foi marcada
para você, ou se preferir, eu posso ir pessoalmente te levar.
Fico em silêncio e ouço o som da chamada sendo encerrada do outro
lado da linha, com ele nem me dando uma chance de lhe mandar ir à merda.
— Cretino! — xingo, baixo, e esfrego meu rosto.
— É, ele é! — A voz alegre da mulher falando atrás de mim, me faz
virar lentamente e olhar para ela. — Venha, prometo que depois da consulta
iremos tomar um porre de vodca e falar mal de Greg até nossas línguas terem
cãibra!
Dou um sorriso sem graça para ela e a vejo empurrar a porta do
carona lentamente. Dou um passo à frente e solto um baixo suspiro. Entro no
carro e sento lentamente, fechando a porta do carona, nem tendo tempo de
colocar o cinto de segurança antes dela ligar o carro e já o acelerar na estrada.
— Me recordo da viagem que fiz para a Espanha, alguns anos atrás...
Foram os melhores dias da minha vida... Sempre digo que toda pessoa em
algum momento precisa conhecer Madri. — Fico com meu corpo rígido e
comprimo meus olhos quando ela atravessa a pista e entra na frente de um
caminhão, sem dar seta para avisar o outro condutor que irá fazer a manobra.
— Sol, homens bonitos e sexys, o único problema é o egocêntrico filho da
puta que mora lá e controla cada passo que eu dou, mas eu acabo esquecendo
a raiva que sinto por ele, porque ele sabe me comer bem pra caralho...
Abro meus olhos e respiro fundo, girando meu rosto e vendo o
caminhão ficar para trás.
— Já foi para Madri, Mabel?
Olho para ela e a vejo segurar o volante com uma única mão,
enquanto leva a outra mão para o bolso da calça e retira seu maço de cigarro,
puxando um com a boca e o acendendo. Meus dedos se erguem na mesma
hora e puxo o cinto de segurança, o passando em volta do meu corpo,
deixando-o preso. Olho o carro sendo puxado para o acostamento, enquanto o
pé dela pressiona o acelerador.
— Conhece a Espanha?
Meu corpo tomba para o lado, seguindo o movimento do carro, que
foi direcionado para a pista novamente, com ela trocando de marcha.
— Não... — balbucio para a tagarela mulher, me arrumando em meu
assento, apertando meus dedos em meus joelhos.
— Garota, você tem que ir, vai amar! Lhe darei as melhores
referências de hotéis e restaurantes. Tem um pequeno bistrô em Madri, que
pertence a Juarez, passe por lá e diga que foi Sieta que te mandou...
— Oh, meu Deus! — Esfrego meu rosto, sentindo meu corpo todo
endurecido.
— Já foi para algum outro país, além da Rússia? Greg me disse que
você é de Nova York.
— Isso. — Confirmo com a cabeça, a respondendo, não desviando
meus olhos da estrada. — Na verdade, Moscou é o único lugar que conheço,
além de Nova York.
— Acho que passei uma vez por lá, não lembro muito bem. — Sieta ri
e fala animada, acelerando ainda mais o carro. — Mas, e aí, me conte, o que
te trouxe para a Rússia?
— Intercâmbio — respondo apressadamente para ela, virando meu
rosto e a vendo me olhar. — Não devia estar prestando atenção na estrada?
— Não se preocupe, sou uma ótima motorista! — Ela corta a frente
de um carro e dá uma risada quando fecho meus olhos e levo meus dedos
para o painel, me segurando nele, duvidando da sua afirmação de ser boa
motorista. — Intercâmbio... Legal! Eu acho que minha vida toda eu sempre
fiz intercâmbio, adoro conhecer as culturas de outros países.
Abro meus olhos quando o carro desacelera, fazendo eu me
surpreender com a vista que encontro. Sieta pegou a rodovia que leva para
fora da cidade, e os campos grandes, com montanhas distantes, ficam
visíveis.
— Confesso que não sou muito ligada à arte — Sieta tagarela e solta
uma tragada do cigarro. — Mas tenho certeza de que conseguiu um
intercâmbio em uma boa galeria de arte.
— Sim, a galeria de arte de Rumeu é muito boa, estou ganhando
muita experiência em trabalhar lá. — Minha voz está mais calma quando me
viro e a estudo. — Essa ginecologista fica fora de Moscou?
— A casa dela fica um pouco distante, ela gosta de ser mais reclusa,
mas te garanto que é excelente. — Sieta sorri para mim e me dá uma piscada.
— Você não teve medo de vir para cá, de sair do lugar de onde nasceu, para
conhecer uma outra cultura completamente diferente da sua, sem conhecer
ninguém?
— Não. — Giro meu rosto e fico com meu olhar perdido na janela.
Vir para Moscou foi a única forma que consegui de fugir de tudo que Nova
York me lembrava. — Tenho um amigo que mora aqui, então não me senti
completamente sozinha.
— Isso é bom, muito bom! — Ela abaixa seu tom de voz e dá um
risinho. — Ter alguém conhecido para nos receber em um lugar novo é
sempre bom.
— Na verdade, quando cheguei, Macro, meu amigo, não estava me
esperando, ele teve um compromisso — a respondo e retorno meus olhos
para ela. — Foi uma amiga do senhor Rumeu que me recebeu. Ela me levou
para a galeria...
Lembro da mulher elegante e bem-vestida que me esperava no
aeroporto naquele dia da minha chegada.
— Uma mulher? — A voz de Sieta, perguntando de forma alarmada,
me faz virar minha face para ela.
— Sim, uma mulher. — Sorrio para ela e confirmo com um balançar
de cabeça. — Como que era mesmo o nome dela?! — Repuxo meu nariz, não
recordando do nome da mulher.
Tento forçar minha mente a se lembrar do nome daquela coroa
bonitona, mas a verdade é que ela não era de falar muito, acho que trocamos
apenas duas frases.
— Freire? — Sieta me corta e me faz olhar, confusa, para ela.
— Não, não era esse nome. O nome dela era diferente. — Nego com a
cabeça, sentindo raiva por não conseguir lembrar o nome dela. — Lembro
apenas que ela estava com uma matrioska[53] dentro do carro. Passei o
percurso todo admirando a delicada boneca.
— CHEGAMOS! — ela me corta e fala de forma nervosa, sorrindo
para mim e retornando sua face para frente.
Viro meu rosto e olho a estrada de terra na qual ela entra, subindo
uma rua de ladeira. A grande mansão cinza, no topo da colina, se destaca
entre o cenário verde, demonstrando toda sua exuberância em cada detalhe
dela, com várias janelas a se perder de vista. Observo a estrutura dividida em
três andares, quando o carro estaciona na frente da casa. Vejo a mulher baixa
que sai pela porta da frente da casa, usando um quimono azul por cima de um
vestido amarelo, com os cabelos loiros caindo por suas costas. Um sorriso
largo aparece em sua face e ela balança suas mãos no alto da cabeça, nos
cumprimentando.
— Ela parece meio doida. Assusta em uma primeira impressão, mas
ela é legal! — Sieta sorri e desliga o carro.
Vejo Sieta sair lentamente do carro, olhando para a mulher, que
mantém seus olhos azuis em mim. Respiro fundo e abro minha porta,
retirando o cinto e saindo do veículo.
— Mabel, essa é Yelena. — Sieta me chama com um movimento de
mão, enquanto dou a volta no carro devagar.
A mulher alegre parece ter o sorriso mais largo ainda de perto. Suas
vestes são tão coloridas quanto suas joias, e não sei para onde olho, se são
para os colares grandes dourados no pescoço ou os anéis de pedras em seus
dez dedos das mãos.
— Olá, senhora Yelena, eu sou Ma... — Antes mesmo que estique
minha mão para lhe cumprimentar, estou sendo esmagada entre seus braços,
que me apertam forte entre eles, me fazendo inalar o odor de incenso
aromático que ela tem.
— Oh, que maravilha! Nem acreditei quando Sie me avisou que
estava vindo acompanhada. — Sinto a cremosidade do batom dela marcar
minha bochecha, que recebe um beijo estalado. — Oh, ela é linda! Não me
disse que estava saindo com uma mulher negra, Sie. Ela é uma bonequinha.
Arregalo meus olhos e fico sem saber o que dizer ao ouvir a alegre
mulher insinuar que eu estou me relacionando com Sieta.
— Oh, meu Deus! Está a deixando com vergonha, Yelena! — Sieta
resmunga e aperta o alarme do carro. — Anda, vamos entrar, estamos
congelando aqui fora!
— Sim, sim! — A loira radiante segura minha mão e me leva para
dentro. — Perdão se te deixei com vergonha, pensei que era mais uma das
namoradas de Sie. Na verdade, desejei que fosse, já que ela nunca me
apresenta nenhuma... — Ela gesticula com sua mão e dá um leve tapinha no
ar. — E então, veio aqui por qual motivo... Quer que eu leia sua sorte na
xícara de chá ou está querendo suco de luz? Olha, ele dá uma brisa, mas faz
maravilhas com sua libido. — Ela se cala e me olha mais atenta. — Na
verdade, ela está com cara de quem veio fazer um aborto, está tão alarmada a
pobrezinha...
— Aborto? — Meus olhos ficam mais arregalados ainda e me afasto
dela, dando um passo para trás, não entendendo que porra de clínica é essa.
— Oh, merda, mãe, está deixando a garota aterrorizada! — Sieta solta
o ar com força e me faz ficar mais perdida ainda ao ouvir ela chamando a
mulher de mãe. — Não sei como as pessoas pagam para vir aqui.
— Mãe? — Fico olhando entre as duas, tentando achar alguma
semelhança entre elas. A mulher loira, com cabelos compridos e roupas
coloridas, não apresenta ser uma mulher de idade que já tem uma filha adulta.
— O quê?! Você não me disse por que estaria a trazendo aqui... — A
mulher começa a andar, cantarolando um mantra.
— Eu disse que ela não causava uma boa primeira impressão. — Sieta
para do meu lado e cruza os braços. — Mãe, Mabel é a companheira de Czar.
— Companheira? — eu e a senhora Yelena falamos ao mesmo tempo,
quando ela se vira e me olha, mais assustada do que eu.
— Olha, acho que houve um engano. Eu e o senhor Gregovivk não
temos esse tipo de relação... — digo, nervosa, negando com a cabeça. — Não
sou companheira de ninguém...
— Ela está aqui pelo que eu estou pensando? — A mulher dá um
passo à frente e me olha, mais curiosa. — Ele nunca mandou nenhuma delas
para mim.
— Sim, ele me pediu ontem. — Sieta passa por mim e retira sua
jaqueta, ficando ao lado da mãe dela, com as duas agora me encarando como
se eu fosse um animal circense. — Quer que ela tenha controle sobre o ciclo
de natalidade, para os dois poderem trepar sem camisinha...
— É apenas para segurança, nós dois não queremos...
Sou silenciada pela mulher colorida, que anda para mim e segura meu
rosto em suas mãos, esmagando minhas bochechas, enquanto me olha de
forma estranha, dando um baixo riso.
— Esse momento pede algo mais forte que o suco de luz. — Ela sorri
para mim e espreme minhas bochechas, que estão começando a ficar
doloridas. — Sieta, pegue vodca na geladeira, e você, meu bem, vem comigo!
Vamos ver se Greg fez o mesmo estrago que o pai dele causou em minha
irmã!
— Sieta... SIETAAA! — chamo por ela, tentando me soltar, enquanto
a animada mulher me empurra para uma porta aberta.
CAPÍTULO 21
O CERNE DA ALMA
Mabel Shot
— Trazer ela até você foi com intuito de cuidar da fertilização dela.
— Observo a porta fechada e ouço o riso de Mabel dentro da saleta com
Sieta, enquanto se troca. — Não para embriagá-la e brincar de oráculo com
ela, tia! Não tinha que fazer o jogo da sorte com Mabel.
Ergo meu braço e bato na porta, sentindo pressa em tirá-la daqui.
Meu humor não está um dos melhores. Tinha ido atrás de Ramsés com
esperança de que ele me revelasse algo sobre a mãe adotiva de Mabel, mas
não, ele nunca a viu. Ramsés tem uma memória fotográfica, ele jamais
esquece de um rosto, nome ou local. Seus olhos nunca avistaram
Alekessandra, nem dentro de Sodoma e nem fora dela, mas em compensação,
recebi notícias novas, que me fazem desconfiar de amigos antigos. Sinto
como se estivesse voltado ao início, sem nada que ligue Mabel à Freire, e a
ideia abominável dela de transformar crianças em submissas alfas. Dentro
de mim me nego a acreditar que sejam apenas coincidências, não quando
existem várias similaridades, as levando para o mesmo caminho. Só porque
não encontrei uma ligação concreta, não quer dizer que ela não exista,
apenas não foi achada ainda.
— Ouviu alguma coisa do que eu acabei de lhe contar? — Tia Yelena
dá um passo à minha frente, me olhando nervosa.
— Ouvi! — Me viro e a olho. — Mabel, vamos! — chamo por ela,
mantendo meus olhos em minha tia. — Ouvi muito bem o que me contou, e
entendi que usou seu dom e conhecimento para leitura corporal, se
aproveitou da embriaguez dela para descobrir mais.
Os relatos da juventude dela tinham me deixado mais raivoso,
odiando não conseguir comprovar as minhas suspeitas, para poder dar um
fim de vez naquela cadela de Freire, por ter corrompido a vida de Mabel.
— Avise a ela que estou esperando no carro, tia! — Viro e caminho a
passos duros para fora da casa, não gosto nem um pouco de estar aqui.
Essa casa afastada da cidade tinha sido o primeiro lar da minha mãe,
quando meu pai a trouxe com ele, era onde ele e sua esposa Valéria traziam
suas submissas. Depois que meu pai escolheu minha mãe e a levou para o
palacete, esse imóvel ficou fechado, até meu pai dá-lo de presente para
minha tia morar com Sieta, quando seu marido morreu.
— Anput, Czar! — Escuto a voz da minha tia falando atrás de mim,
me fazendo parar de andar. — A jovem escolheu a máscara de Anput.
Viro lentamente e encaro tia Yelena, que está com sua pele pálida e
me olha nervosa. Ela dá uma rápida olhada na porta, onde Mabel está, e
vira seu rosto para mim, andando até ficar parada à minha frente.
— Fez o teste das faces com ela? — sibilo, estreitando meus lábios.
— O que deu na sua cabeça e na de Sieta, tia?
O teste das faces é uma brincadeira antiga, diziam que foi criada
pelos primeiros conselheiros. Era assim que eles descobriam qual o nível de
entrega das suas submissas. Tia Yelena, por mais que não quisesse entrar no
mundo de Sodoma, se sentiu curiosa, ligada de alguma forma, e durante anos
se aprofundou em seus estudos como se fosse o trabalho pessoal da sua vida.
Ela tinha conhecimento de cada ritual de iniciação, jogos, testes que os
mestres faziam com suas escolhidas. E ela sabia que Anput era conhecida
por ser a primeira escrava sexual do seu senhor. As poucas mulheres que a
escolheram, eram conhecidas como as mais especiais, pois sua entrega se
igualava ao tamanho da sua lealdade e obediência.
— A única vez que eu vi alguém escolher essa máscara, foi há trinta e
oito anos, aqui, nessa casa — tia Yelena murmura e aponta para o chão da
casa. — Dentro daquela mesma sala, quando Valéria fez o teste com sua
mãe!
— Está enganada, tia.
— Eu estava aqui naquela noite, Greg, Melissa me acolheu quando
fugi de casa, foi a primeira vez que eu vi Valéria pessoalmente, com suas
roupas chiques e lenço bordado, com o apelido que seu pai deu para ela.
Valéria me deixou participar, tanto que me pediu para escolher, mas eu não
escolhi, porque não desejava entrar no mundo para o qual minha irmã
estava sendo levada. Não me via dentro dele. — Yelena gira o anel do seu
indicador lentamente, negando com a cabeça. — Mas sua mãe sim! Melissa
aceitou fazer o teste, ela não ficou nem cinco minutos diante das máscaras
antes de apontar para Anput.
— Isso é só uma porcaria de acaso. — Respiro fundo e dou um passo
para trás.
— Não está me ouvindo, sobrinho! — Tia Yelena segura minha mão e
me faz olhar em seus olhos. Enxergo uma nuvem escura pairar sobre seu
olhar azul, um medo refletido dentro dele. — Se tem uma coisa que eu
aprendi, é que não existe acaso em Sodoma, Czar. Eu sei o que eu vi nos
olhos de Mabel, e ao menos que sua avó tenha renascido das chamas do
inferno para atormentar minha alma através dos olhos daquela jovem, me
mostrando o passado que eu e sua mãe fomos criadas, posso garantir que ela
passou pelo que nós passamos.
— Está querendo me dizer... — falo, baixo, e ergo meus olhos para a
porta, que é aberta.
— Que eu tenho quase certeza de quem quer que seja que criou
Mabel, sabia exatamente como Melissa foi educada — minha tia solta as
palavras lentamente, me fazendo olhar para ela, enxergando o real motivo
da preocupação que está refletida em sua expressão angustiada.
— Acho que alguém aqui precisa aprender a tomar vodca! — A voz
de Sieta, rindo, faz-me desviar os olhos da minha tia, enxergando Mabel
encostada nela, assoprando uma mecha de cabelo da frente da sua face e
soltando um soluço.
— Estou pronta, senhor! — Mabel sorri de ladinho e tapa sua boca
quando outro soluço a pega.
— Não há acasos em Sodoma, Greg — minha tia murmura para mim
e se vira, indo na direção delas.
A vejo sorrir para Mabel e segurar sua face, dando um beijo em sua
testa, arrancando um riso dela quando sussurra algo em seu ouvido.
— Poderia ter me levado para casa — ela murmura com preguiça e
boceja, enquanto a tiro do banheiro, entrando com ela no quarto de visitas.
Saio dos meus pensamentos e a seguro mais firme em meus braços,
com seu corpo enrolado na toalha.
— Você não tem uma banheira, eu teria que entrar com você no boxe,
para te limpar — respondo e a sento na beirada da cama. Viro e vou para o
armário, pegando uma toalha limpa para os cabelos dela. — E eu não
pretendia tomar banho com você assim.
— Eu poderia ter tomado banho sozinha, sabia?! — Ela boceja outra
vez, com sua voz ficando mais arrastada. — Comigo assim como?
— Embriagada! Se eu tivesse deixado você tomar banho sozinha,
teria caído lá dentro, e a queda seria feia, por estar alcoolizada. — Volto para
ela e estico a toalha e seco seus cabelos.
— Cristo, você é chato! — ela murmura e solta um gritinho quando
belisco a lateral do seu corpo.
— E você apenas escapou de ser disciplinada por conta da quantidade
de álcool que está em seu corpo. Não pense que acreditei na historinha da
minha tia. — Me agacho perto dela e seco seus braços e suas pernas, vendo o
sorriso arteiro em sua face. — Não pense que não vamos conversar sobre sua
malcriação no telefone, amanhã cedo, antes de você ir para o trabalho.
— Eu podia ter conseguido marcar um médico para mim sozinha,
senhor. — Ela tomba seu rosto para o lado e boceja, com seus olhos abrindo e
fechando, caindo de sono. — Não que esteja reclamando de Yelena. A
princípio, até desconfiei que ela não fosse ginecologista, confesso que me
assustei com ela no começo, quando ela me ofereceu maconha e um suco de
luz, mas tirando o lance do susto com a oferta do aborto, de resto eu gostei
bastante dela. Gostei muito dela, para ser franca, de Sieta também, apesar de
não recomendar ninguém para andar de carro com ela.
Escuto sua risada inundar o quarto. O toque quente dos seus dedos
sobre meus ombros me faz girar meu rosto, olhando sua mão se apoiando em
mim, enquanto ela sorri e solta um suspiro.
— Ela te prescreveu o remédio? — indago para ela e retorno a minha
atenção para seus pés, os secando.
— Sim, o papel está na minha bolsa. — Seus pés se mexem, com ela
rindo, os tentando puxar, me deixando saber que sente cócegas nos seus
dedinhos. — Oh, Deus, pare de fazer isso, senhor!
Ela se encolhe e nega com a cabeça, mas mantenho seus pés presos
em minha mão, olhando sua face.
— Comece a tomá-los amanhã mesmo. — Respiro fundo e percorro
meu olhar por sua garganta, abaixando para frente do seu busto, admirando o
contorno dos seus seios escondidos embaixo da toalha enrolada em seu
corpo.
Mabel me dá um olhar dengoso e respira fundo, mordendo o cantinho
da sua boca e desviando seus olhos dos meus lábios, balançando sua cabeça
em positivo.
— Como foi em seu trabalho hoje? — Mudo o rumo da minha
atenção antes que a foda da forma como meu pau deseja. Abaixo seu pé seco
e pego o outro para secar.
— Boris foi assaltado, sabia?! — Ela solta o ar com desânimo e
encolhe seus ombros, abraçando seu corpo. — Quebrou o nariz dele e
descolou o ombro, senhor. Pensei que me disse que teve uma conversa com
ele, não que o machucou gravemente...
— Sim, eu conversei — falo sem um pingo de remorso e retorno
meus olhos para ela. — E garanti que prestasse atenção em cada palavra que
saiu da minha boca, e eu também pensei que já tinha lhe mandado parar de
pensar nisso.
— Não achei que seria assim, não pensei que o jogo iria sair de dentro
da masmorra. Quando me disse que tomaria controle de tudo, pensei que
seria apenas entre quatro paredes, não que controlaria cada passo meu...
— Não controlo seus passos, Mabel. — Levanto e fico de pé à sua
frente, a olhando sério. — Cuido de você.
— Por que, senhor? — Ela abaixa seu olhar, com um aspecto tão
solitário e frágil, abraçando com mais força seu corpo. — Por que cuidar de
mim...
Porque algo dentro de mim a quer segura, quer lhe mostrar que o
mundo, o meu mundo que lhe foi apresentado, não é essa abominação que
ensinaram para ela.
— Vou buscar uma roupa seca para você, e depois algo para lhe
alimentar — respondo e me viro, saindo do quarto.
Caminho pelo corredor e vou até os meus aposentos. Abro meu
guarda-roupa e pego uma camisa minha para ela. Observo a mesa ao canto,
tendo a tela do computador ligada, ainda carregando o sistema de segurança
das empresas aéreas, o qual me informará quando foi a última vez que Freire
entrou e saiu de Moscou.
— Tem certeza, Ramsés? — Observo o homem de terno, com seus
cabelos negros cacheados, penteados para trás, olhando a foto de
Alekessandra.
Tive sorte em conseguir conversar com ele antes que partisse de
Moscou. Ele estava de passagem pela cidade, finalizando alguns dos seus
negócios hoteleiros que tem, antes de retornar para o Egito. Conversei com
ele na noite das regalias profanas, ele tinha dado uma passada por lá para
me cumprimentar e me contou que ficaria umas três semanas em Moscou
antes de ir embora.
— Não, nunca a vi. — Ele deposita a foto em cima da mesa e olha
para mim, fumando seu charuto. — Qual seu interesse nessa mulher? É ela
que estão acusando de você ter machucado, ou estão caçando um outro
alvo?
Fecho meu semblante e nego com a cabeça, retraindo os músculos da
minha face. Eu nunca machuquei uma mulher, mas apreciaria causar muita
dor, de uma forma bem diferente da qual eu proporciono as mulheres dentro
do quarto, à Alekessandra.
— Não, mas essa em questão eu poderia machucar! — respondo e
pego a foto, guardando no bolso da jaqueta. — Preciso descobrir umas
coisas, por isso estou atrás dela.
— O que realmente está buscando, meu amigo? — ele pergunta
calmamente, mantendo os olhos curiosos em mim. — Confesso que quando
me avisaram que estava me aguardando, pensei que tinha vindo atrás de mim
para ser sua testemunha... Mas noto que não foi por isso que veio.
Fico em silêncio, o encarando, não sabendo se posso confiar em
Ramsés para lhe contar por que estou buscando informações de
Alekessandra, sem correr o risco dele descobrir minhas suspeitas sobre
Mabel. Ramsés foi um dos conselheiros que desprezou Freire severamente
quando ela fez a pequena demonstração com a jovem que ela tinha treinado
para ser submissa alfa, não posso correr o risco dele chegar perto de Mabel.
— Apenas quero saber mais sobre essa mulher. — Me limito em lhe
dar uma resposta breve, não entrando em detalhes com ele.
— Deveria ter cuidado com seus inimigos, meu amigo. Nunca os
perca de vista, é assim que sempre está um passo antes deles. — Ele sorri
para mim e solta o ar do seu charuto. — Porque é quando menos estamos
esperando que eles atacam, não devia ter baixado a guarda.
— Morgana armou para mim, se aproveitou de uma situação que
aconteceu dentro da minha casa para manipular um golpe. — Solto o ar com
raiva por minha boca e me escoro na cadeira. — Tem certeza de que essa
mulher nunca entrou em Sodoma, Ramsés?
— Tenho tanta certeza que ela nunca entrou em Sodoma, assim como
sei que a garota de vestido branco, que passou correndo por mim na hora
que eu fui embora aquela noite, das regalias, nunca tinha pisado em
nenhuma das nossas filiais antes. — Ele sorri e me dá uma piscada,
abaixando o charuto para seu cinzeiro. — E eu sei que foi ela que estava
com você, e não essa aí da foto, apenas queria saber seu real interesse.
— Você a viu! — O olho com mais atenção. — Viu Mabel fugir
aquela noite?
— Sim, eu a vi. Já tinha notado a presença de carne nova antes. É
meio difícil não notar uma mulher como ela dentro de Sodoma: pouca
maquiagem, sem roupas promíscuas, não é o tipo de visitante que passaria
despercebida. — Ele arruma sua gravata e dá uma rápida conferida depois
no relógio em seu pulso. — Eu a avistei antes da fuga, estava no bar quando
ela passou com um dos adestrados de Morgana.
Fico perdido com essa informação, não entendendo a quem ele se
refere. O submisso da Morgana estava no centro do salão aquela noite,
segurando as bandejas, enquanto Morgana o preparava para as regalias
junto com as esposas de Adrien.
— Não, deve ter se confundido com outra garota, não era ela. —
Nego com a cabeça. — O rapaz que levou Mabel aquela noite é o submisso
de Sebastian...
— Eu nunca esqueço um rosto, Czar, sabe muito bem disso. Tanto
que é por esse motivo que está aqui, e lhe garanto que é a mesma garota.
— Mas o rapaz que estava com ela aquela noite é o garoto de
Sebastian...
— Só que antes disso, ele era o da Morgana. — Ramsés me acerta
precisamente com essa nova informação. — Como eu disse, nunca perca seus
inimigos de vista. Como bem sabe, minha relação com Sebastian nunca foi
das melhores, sei cada passo que ele dá.
— O rapaz era submisso de Morgana antes de ser de Sebastian... —
Respiro forte, reagrupando todas as informações em minha cabeça. — Mas
os relatórios apontaram que ele foi iniciado há pouco mais de três meses em
Sodoma...
— Em Sodoma, sim. Mas como um cão obediente de Morgana já tem
quase seis anos.
— Seis anos? — indago, incrédulo. — Então isso quer dizer que ela
anda praticando dominação fora do conselho? — Estreito meu olhar, tendo a
única resposta mais sensata para Morgana ter tido um submisso sem o
conhecimento dos outros conselheiros.
— Sim, eu andei de olho nela também. O amigo do meu inimigo é
meu inimigo também. — Ramsés fica sério, me encarando. — Mantive minha
atenção sobre ela, e você conhece Morgana, ela não costuma deixar pontas
soltas. Demorei quase três anos para conseguir achar alguns deslizes dela, e
tive algumas provas que me levam a crer que a pequena filha leal ao
conselho de Sodoma está se preparando para se rebelar...
— Ela vai abdicar sua cadeira, abandonar Sodoma, que ela sempre
alega ser tudo para ela, ou ela está querendo algo maior... Derrubar os
outros conselheiros e comandar Sodoma sozinha?
— Não, meu amigo russo, Morgana tem pretensões maiores. — Ele
ergue seu dedo e solta um estalo. Não demora muito para um dos seus
seguranças aparecer ao seu lado, com uma pasta, e entregar a ele. —
Julguei mais sensato ficar em silêncio sobre minhas pesquisas particulares
em relação à conselheira Morgana, porque estou atrás de uma prova real,
para jogar a merda toda diante do conselho. Mas julgo que agora será um
bom momento para deixar os outros a par disso, antes que ela consiga ir
mais longe.
Ele deposita a pasta em cima da mesa e a empurra lentamente em
minha direção.
— Deveria ler com calma, vai encontrar algumas coisas bem
interessantes nessa pasta. — Ramsés levanta e me dá um aceno de cabeça. —
Até o dia do julgamento, meu amigo, use com sabedoria. E se me der a
liberdade para te dar um conselho sobre o que anda lhe atormentando a
mente, volte ao início, é isso que eu faço quando chego em uma rua sem
saída, refaço meus passos e encontro a resposta sempre no começo.
O vejo se afastar e caminhar para fora do restaurante do hotel, onde
ele está hospedado, com a orla de seguranças que o protege. Ramsés é um
homem perigoso, com muitos inimigos que adorariam apagar da memória
dele os podres que ele sabe de cada um. Abaixo meus olhos para a pasta cor
creme. A encaro e vejo o carimbo vermelho de um desenho de uma águia,
com as asas abertas. A informação sobre Macro ter sido um aprendiz de
Morgana martela em minha mente.
— Sebastian mentiu para mim! — rosno, baixo, tendo mais certeza
ainda que minhas desconfianças estão corretas.
Alguém tinha trazido Mabel para Moscou propositalmente, e agora
tenho quase certeza de que a primeira noite dela em Sodoma não foi acaso.
— Não há acasos em Sodoma — murmuro e olho a tela do
computador, onde a pesquisa finalizada me mostra que Freire não vem para
Moscou há mais de sete anos. — O que está deixando passar, Czar?!
Saio do meu quarto, segurando a camisa, e volto para Mabel. Assim
que retorno para o quarto, a encontro deitada de lado, na beirada da cama,
com seus olhos fechados. Seu peito sobe e desce lentamente, com as pernas
encolhidas.
— Está querendo me dizer... — falo, baixo, e ergo meus olhos para a
porta, que é aberta.
— Que eu tenho quase certeza de quem quer que seja que criou
Mabel, sabia exatamente como Melissa foi educada — minha tia solta as
palavras lentamente, me fazendo olhar para ela, enxergando o real motivo
da preocupação que está refletida em sua expressão angustiada.
Respiro fundo e olho para ela, soltando a camisa ao canto, perto dos
pés da cama. A ergo em meus braços e ouço seu suspiro baixo, com ela
adormecida, retirando a toalha úmida da sua pele, a deixando nua e
arrumando corretamente seu corpo no meio da cama. A cubro e deixo meus
olhos passarem por sua pele, sentindo meu pau responder à visão do seu
corpo. Respiro forte, não conseguindo entender por que ela mexe tanto
comigo. Giro meu rosto e vejo sua bolsa em cima da poltrona, ao lado da
cama. Estico minha mão e a pego em meus dedos, buscando pela receita
médica que tia Yelena prescreveu para ela.
Seguro uma agenda velha em meus dedos e vejo o elástico passado
em volta dela. A folha dobrada, que está com a ponta para fora, me faz a
puxar, vendo que é a receita do remédio de Mabel. Antes que eu possa
guardar a agenda novamente, um pequeno papel cai ao chão, perto do meu
pé. Dou um passo para trás e me abaixo, pegando-o em meus dedos e o
virando lentamente. Meus olhos ficam focados na imagem da menina com
sorriso tímido, usando um uniforme azul, saia de pregas até os tornozelos e
uma camisa branca, tendo um blazer em cima dela, com uma trança caída em
seu ombro. Ao seu lado, o garoto magrelo de cabelos ruivos sorri, usando o
uniforme masculino. Observo o emblema de algum tipo de ave dourada, com
suas asas abertas, sendo circulada por folhas de louro douradas na lapela dele,
tendo o mesmo emblema na lapela do blazer de Mabel. Retiro meu celular do
bolso e digito o nome do orfanato que Mabel vivia até ser adotada por
Alekessandra.
A ordem das Linas.
Encontro reportagens antigas do jornal de Nova York, relatando a
importância do orfanato na vida das crianças que foram deixadas lá. Fundado
há trinta e cinco anos por um grupinho seleto de esposas de banqueiros e
juízes, a elite de mulheres poderosas, iguais seus maridos. Atualmente,
sobrevive de doações dos familiares dos seus patronos fundadores e outra
orla de socialites, que fazem jantares beneficentes para arrecadar dinheiro.
Fico em silêncio, lendo todas as informações e repassando as fotos que tem
na internet, olhando uma por uma. Mas é apenas uma que prende minha
atenção, a foto do emblema do orfanato, na frente dos portões de ferro. O
brasão de uma águia dourada, com as asas abertas, está encrostado no ferro.
— Ela que te ensinou a se sentar assim também.
— Pelo que me lembro, não, talvez tenha sido no orfanato. — Sua
cabeça se mantém baixa, com ela parecendo perdida em suas lembranças. —
Nos sentávamos assim no carpete da sala de brinquedos, e ficávamos em
silêncio, aguardando a chegada dos brinquedos.
— O orfanato! — murmuro e saio do quarto, levando a bolsa dela e a
foto comigo.
Meus passos me conduzem até meu escritório, no andar de baixo,
onde a pasta que Ramsés me deu está guardada na gaveta. Tinha saído de lá
com a cabeça quente, ainda pensando sobre a mentira de Sebastian e seu
submisso, e vindo para casa. Guardei a pasta e tomei um banho, para poder
dormir um pouco antes de ir buscar Mabel na casa de Yelena. Iria ler os
documentos que tinha dentro da pasta essa noite, com calma, para entender o
que Morgana andava aprontando, e como as informações que Ramsés
descobriu poderiam me ajudar diante do conselho no dia do meu julgamento.
Mas agora, com ela em meus dedos, observando o mesmo símbolo do
carimbo, que é idêntico ao emblema do orfanato que Mabel foi deixada na
porta quando era um bebê, meu mundo entra em ruína. Seguro a foto de
Mabel em meus dedos e abro a pasta lentamente, observando as palavras em
itálico, em caixa alta, escritas em uma folha em branco.
A ORDEM DAS MESSALINAS.
O nome do orfanato brilha em minha mente, como se cada pedaço de
um quebra-cabeça estivesse se formando diante de mim. Solto a foto de
Mabel e leio as páginas com as informações assustadoras de entrega de
mercadoria de luxo, que já estavam prontas para serem entregues aos seus
donos. Uma rota com nomes e horários de leilões de mulheres sendo
vendidas. E a cada parágrafo, mais nojo e ódio vou sentindo. Meu corpo
desaba na cadeira quando chego na última página. É uma folha xerocada de
um diário de contas. Vejo os códigos do que é rotulado como mercadoria da
Elite, tendo apenas alguns nomes, cidades e países para onde foram
entregues, mas é o último, o último código, que me faz inalar o ar com ódio
para dentro do meu corpo.
Jezabel – Nova York: produto corrompido, mas
ainda desejado pelo proprietário. Valerá o dobro
quando estiver finalmente pronta.
Dono: N. A. – Moscou.
— Mabel... — murmuro seu nome, entendendo perfeitamente que
Jezabel foi o código que deram para ela.
Mabel já estava sendo iniciada muito antes de ser adotada por
Alekessandra, e Morgana não estava tentando tomar o poder dos conselheiros
em Sodoma, ela tinha criado seu próprio mundo de perversão, doente e podre,
onde ela usava um orfanato como fachada para criar submissas alfas e
entregá-las para o mestre que pagar o valor mais alto. Sieta tinha razão, o
verme desgraçado que machucou Mabel está aqui, em Moscou. Ele a trouxe
de volta para ele, e a vagabunda da Morgana é quem está metida nisso.
Estava tão focado em Freire, que não percebi quem realmente é a depravada
por trás de tudo!
— Cadela, filha da puta!
CAPÍTULO 23
A CAIXA PRETA
Mabel Shot
Levo o copo de vodca à boca, nem sabendo mais quantas doses tomei,
olhando para a biblioteca escura. Já era tarde quando retornei para casa.
Fiquei em silêncio, observando-a adormecida na cama um bom tempo, antes
de sair do quarto e ficar sentado na poltrona da biblioteca, com as palavras de
Sebastian se repetindo e se repetindo dentro da minha mente. Ergo meu rosto
para a porta aberta quando a luz do interior do cômodo é acesa.
— Eu ouvi sons e imaginei que seria você. — Ela me dá um sorriso
tímido, com os olhos ainda sonolentos, e solta um baixo suspiro. — A noite
foi agitada em Sodoma?
Balanço minha cabeça em positivo, a deixando acreditar que eu estava
lá e poupando-a de saber a quantidade de crianças que eu consegui encontrar
nas minhas pesquisas, que saíram daquele orfanato e foram entregues para
supostas famílias. Solto um suspiro longo e percorro meus olhos por seu
corpo. A camisola solta, de seda rosa-clara, a faz parecer ainda mais inocente
junto com seus cabelos soltos. A pele negra fica à vista em seus braços e suas
coxas desnudas.
— Está tudo bem? — ela pergunta, baixo, esfregando o pé esquerdo
em sua perna direita, abraçando seu corpo e se escorando na porta.
— Gostou do seu quarto? — Desvio meus olhos dos seus e olho para
o copo de bebida em minhas mãos.
— Sim, o achei muito bonito — ela suspira, baixinho, me
respondendo. — Não sabia se voltaria para casa cedo, por isso acabei indo
deitar...
Volto meus olhos para ela, sabendo que eu mesmo apontei uma arma
para minha cabeça e a deixei engatilhada no segundo que tomei a decisão de
trazê-la para dentro dessa casa.
— Está tudo bem, senhor? — Mabel descruza seus braços e se afasta
da parede, andando de mansinho para dentro da biblioteca.
— Você sentia algo por ele? — pergunto, direto, mantendo meus
olhos nos seus, imaginando se no começo ela chegou a nutrir algo por ele. —
Amava Nate quando o conheceu?
Ela fecha seus olhos e respira fundo, negando com a cabeça.
— Abra os olhos, Mabel! — ordeno, sério, precisando ver a resposta
que seu olhar me dará.
Ela me obedece e abre suas pálpebras, deixando seus olhos pararem
nas garrafas vazias no chão, perto da poltrona.
— Penso que já bebeu demais, senhor. — Em um ímpeto de coragem,
mesmo ainda me deixando ver sua dúvida brilhar em seu olhar, a vejo
caminhar lentamente para mim e retirar o copo dos meus dedos, o
depositando na mesa ao lado do sofá. — Deveria ir se deitar...
— Está me dando uma ordem, passarinho? — Meus olhos ficam
presos em suas costas, percorrendo meu olhar para baixo.
— Não, senhor, apenas dizendo o que eu acho. — Mabel vira e me dá
um sorriso tímido. — Já passa da meia-noite, o senhor está visivelmente
cansado, sua expressão me mostra isso, e pelo visto já bebeu bastante
também... Precisa dormir.
Meu corpo se mantém estático quando Mabel dá um passo à frente e
flexiona seus joelhos, ficando ajoelhada perto das minhas pernas. Seu braço
se estica lentamente e pega minha perna, a puxando para frente,
desamarrando o cadarço do meu coturno.
— O que está fazendo? — Inclino minha cabeça para frente e olho
para ela.
— Estou cuidando do senhor. — A voz branda de Mabel sai baixa,
enquanto retira o sapato do meu pé. — Não é como se fosse o fim do mundo,
já que eu o deixo me dar banho.
Ela repete o mesmo gesto com o outro cadarço e retira o sapato do
meu pé, os deixando arrumados ao lado da poltrona de forma silenciosa,
como uma perfeita submissa que está me prendendo em suas mãos. Meu
ponto fraco, o calcanhar de Aquiles que me deixa vulnerável diante dos meus
inimigos.
— Não respondeu minha pergunta, passarinho. — Mabel se mantém
em silêncio, olhando para o tapete, com suas mãos descansando em suas
coxas. — Em algum momento você o amou?
— Eu tinha dezesseis anos na primeira vez que o vi. Como sabe, eu
vivia sempre em casa — ela suspira e dá um leve balançar em seu ombro
esquerdo. — Foi fácil me encantar por ele, aquele amor juvenil de conto de
fadas, senhor, onde ainda pensamos que o príncipe encantado virá nos salvar
das garras da terrível bruxa má... — Mabel ergue seu rosto para mim, tendo
um sorriso triste em seus lábios antes de o abaixar novamente. — Mas ele
não era um príncipe, e não foi lá para me salvar. Ele era o monstro que me
destruiria.
Ela se levanta de mansinho e mantém seus olhos no chão, não
olhando para mim. Vejo sua mão se mover e ficar esticada em minha direção,
me chamando para ir com ela. Sinto sua pele quente, enquanto meus dedos
escorregam entre os seus, se fechando em seu pulso. O pequeno corpo se
inclina para frente quando a puxo, usando sua outra mão para se escorar no
encosto da poltrona para não cair, com os olhos dela perto dos meus, um
negro brilhante tão profundo como um poço.
— Senhor...
— Também não sou um príncipe, passarinho. Eu sou o Bábaika[60],
que se alimenta da sua dor — falo seriamente, a encarando, não a permitindo
se afastar de mim.
— Pessoas como eu, que já tiveram diante do mal — seus olhos
recaem para minha boca, com ela mantendo seus olhos negros lá —,
aprendem rápido que não existe príncipe encantado, e que os Bábaika são os
mais confiáveis, porque eles não escondem quem eles são.
Seus olhos negros se erguem para os meus e me dá um olhar que me
faria arrancar minha própria alma se ela me pedisse. Meu espírito de Jezabel,
pequena pecaminosa na mesma medida que inocente, que veio a mim para
controlar seus demônios de luxúria, mas acabou condenando os meus com
seu olhar doce e alma lasciva. Não sou eu que me alimento da dor de Mabel,
mas sim ela que me vicia nela. A prendo pela nuca e trago seu rosto
lentamente para mim, vendo seus olhos se fechando calmamente, ansiosa e
entregue pelo que está por vir, como se esperasse por mim a noite toda. Toco
seus lábios sem pressa com os meus, me condenando entre seus gemidos e
boca macia, se entregando dócil, obediente e silenciosa.
Sua mão se ergue e se apoia em meu ombro, e afasto seu joelho, o
deixando se encaixar entre minhas pernas, a trazendo para mim. Minha mão
solta sua nuca e desliza sobre suas costas. A puxo de mansinho enquanto me
levanto. Minha mão se aperta forte em suas costas e solto seu pulso, a
erguendo pelo rabo e a beijando com fome, enquanto ela envolve suas coxas
em volta da minha cintura, me fazendo arfar e respirar com força, a tendo tão
entregue a cada beijo como se fosse tão minha, deixando seu corpo se
descobrir em meus braços. Sinto seus braços circularem meu pescoço, me
abraçando com mais força, a mesma que eu a beijo, com posse e dominação.
Ando poucos passos com ela em meu colo, apalpando sua bunda, apertando
com brutalidade. A respiração entrecortada entre nossos beijos fica mais alta,
com ela respondendo o beijo de forma avassaladora. Tombo seu corpo no
sofá, com o meu por cima dela. Apenas separamos nossos lábios por um
segundo, livrando meu corpo da camisa e a jogando longe, voltando a beijar
sua boca. Mabel escorrega seus lábios pelo meu queixo e comprime ainda
mais suas coxas em minha cintura, enquanto lambe minha garganta.
— Ohhh...
Ela geme, baixo, quando minha mão escorrega a alça da camisola
para o lado, deixando seus seios de fora. Abaixo minha cabeça e seguro seu
seio em minha mão, o levando para minha boca, a fazendo se incendiar e
cravar suas unhas em minhas costas, empinando seu busto para cima e me
dando mais liberdade para sugá-los. Meu corpo arqueia para cima e a puxo
junto comigo. Sua mão prende em meus ombros, enquanto as minhas
esmagam sua cintura, a forçando para baixo, a deixando sentir meu pau
rígido dentro da minha calça.
— Confia então no bicho-papão, passarinho? — Colo minha testa na
sua, forçando seu quadril mais para baixo, os deixando chocados. Mordisco
seu lábio inferior entre meus dentes e o sugo devagar, ouvindo o gemido dela.
Sua mão solta meu pescoço e a desliza sobre meu ombro,
escorregando para meu tórax, me beijando lentamente e arrastando seu
quadril apenas um pouco para trás. Os dedos pequenos com unhas compridas
me arranham enquanto se infiltram entre nossos corpos, desabotoando minha
calça e abaixando o zíper, mantendo a euforia do seu beijo. Enquanto leva
sua mão para dentro da minha calça e da cueca, um rosnado sai dos meus
lábios. Solto seu rabo e prendo minha mão em sua nuca junto com o cabelo,
tendo meu pau respondendo ao toque envergonhado dela. Um pequeno
gemido se forma em seus lábios, junto com nossos beijos, e ela geme mais
alto quando desfiro um tapa forte em sua bunda, a esmagando em seguida
entre meus dedos. Mabel segura meu pau duro e fecha seus dedos em volta
dele, deslizando sua mão para cima e para baixo, apenas deixando a ponta do
seu anelar circular a cabeça do meu pau, que pulsa entre seus dedos.
— Sim, eu confio nele — sussurra, afastando seus lábios dos meus,
fazendo eu me perder ainda mais em seus olhos quando eles ficam presos nos
meus, cheios de luxúria.
— Napolitano, bebê? — pergunto, caindo meus olhos para seus seios
eretos e nus, empinados para mim, retornando para sua face.
Seu rosto cai para o lado e se inclina para seu ombro, enquanto um
sorriso travesso se forma em seus lábios inchados.
— Sempre será melhor que baunilha! Oh, meu Deus... — Ela se
segura em meus ombros quando me levanto, nos tirando do sofá e nos
levando ao chão.
De joelhos entre suas pernas, meus olhos passam por seu corpo e vejo
os movimentos agitados do seu peito, que sobe e desce. Levanto e fico de pé
diante dela, levando minhas mãos para minha calça.
— Retire a camisola por cima e a deixe quando chegar no pescoço —
lhe ordeno, mantendo meus olhos em sua pele quente, que está arrepiada
quando ela faz o que mando.
Seus dedos tão apressados levantam a camisola, a arrastando por sua
barriga, com ela flexionando seus joelhos, deixando os pés ficarem no chão,
com as pernas abertas, me presenteando com a visão da pervertida calcinha
amarela de renda. Retiro minha calça e a empurro para baixo junto com a
cueca, me ajoelhando entre suas pernas, parando minhas mãos do lado do seu
quadril, arrastando sua calcinha para baixo e a tirando das suas pernas, tendo
a visão perfeita da sua boceta nua. Esmago a calcinha em minha mão e faço
uma pequena bola com ela. Mabel se atrapalha com a retirada da camisola
quando raspo a ponta do meu dedo sobre seu nervo, o esfregando lentamente.
A cubro com meu corpo, o deixando em cima de Mabel, com as pernas dela
se afastando a cada centímetro que meu quadril se aproxima da sua pélvis.
— Ohhh... — Ela fecha seus olhos e morde sua boca quando seguro a
camisola presa ao redor da sua garganta, enrolando o pano lentamente em
minha mão, com ele se apertando em volta dela.
— Abra sua boca para mim, bebê — ordeno com a voz rouca e meu
pau fica mais rígido a cada raspar da cabeça dele sobre os lábios úmidos da
sua vagina.
Mabel faz o que eu ordeno, e abrindo sua boca, minha cabeça se
inclina para perto da sua, escorregando minha língua por seus lábios
inchados. Antes que ela possa tentar me beijar novamente, me afasto e
introduzo sua calcinha dentro da sua boca, torcendo mais um pouco o tecido
da camisola, comprimindo-o em seu pescoço. Os grandes olhos negros se
abrem e ficam dilatados, com cílios grossos se debatendo rapidamente, me
olhando ansiosamente. Sorrio e abaixo minha cabeça, tocando seus lábios
com os meus, a impossibilitando de me beijar por conta da roupa íntima
dentro da boca.
Afasto um pouco mais sua perna, chocando de vez nossos quadris. Ela
respira mais forte o ar por seu nariz, mantendo seus olhos presos nos meus, e
por um segundo não há mais aquela loucura, a selvageria de segundos atrás, é
como se o tempo estivesse congelado dentro da biblioteca. Seus dedos se
erguem para meus ombros e apertam suas unhas em minha pele, enquanto
colo meu tórax em cima do seu peito, espalmando minha outra mão ao lado
do seu corpo, sentindo o calor da sua pele, e abaixo a minha mão, com seu
olhar me prometendo luxúria e doçura. Olhar em seus olhos negros tão
lindos, repletos de desejo, é como arrancar o ar dos meus pulmões, me
fazendo desejá-la sempre aqui, em meus braços.
— Meu passarinho selvagem — sussurro e escorrego meu rosto ao
lado do seu. Enterro meu rosto entre seu pescoço e seus cabelos, cheirando
seu perfume, e qualquer raciocínio que tinha se perdeu assim que meu pau se
arrumou entre os lábios molhados da boceta dela, se empurrando lentamente.
— Ohhh! — Ouço o som do seu gemido abafado pela peça íntima.
Meu pássaro selvagem me intoxica como uma heroína e morfina, entrando na
minha vida e fazendo ela ser tudo o que eu preciso.
Meu pau vai entrando pouco a pouco dentro do seu corpo, o tomando,
encaixando as pélvis até ter as peles uma colada às outras. Suas pernas se
abrem mais, deixando total acesso para eu foder seu corpo. Um gemido rouco
sai dos meus lábios, quase como um rosnado baixo quando suas unhas me
marcam, me arranhando, fazendo a ardência da pele virar um prazer doentio.
Ela me arranha mais felina, como uma pantera, quando meu corpo começa a
se mover, retirando meu pau e retornando a entrar com mais pressão. Minha
mão ao lado do seu corpo, vai para sua coxa e a esmaga entre meus dedos, a
fodendo devagar.
— Tão quente e pronta para me receber, meu passarinhão. — Minha
língua lambe sua orelha e mordo lentamente a pontinha dela, puxando mais
firme o pano da camisola em volta da sua garganta.
Mabel me abraça com desespero e respira mais rápido pelo nariz,
quando o corpo dela começa a receber os impactos do quadril com mais
brutalidade, tendo meu pau a fodendo do jeito que ela quer, entrando e saindo
forte, rápido e denso. Sinto sua boceta inchada, ainda por conta da forma
como a fodi sem um pingo de misericórdia essa manhã, descontando em seu
corpo o caos que ela causa dentro da minha mente, a impedindo de ver meu
rosto, para que não visse como ela estava me derrubando rápido e sem
controle algum de impedir a minha queda, minha ruína diante dela. Sinto sua
boceta inchada ficar cada vez mais quente e úmida, com os músculos que se
apertam em volta do meu pau, o engolindo com euforia, me deixando saber
que ela está se aproximando da borda. Jogo meu tórax para cima e solto o
pano do seu pescoço dos meus dedos, erguendo seu quadril junto comigo,
sem tirar meu pau de dentro dela, ficando com meus joelhos pregados ao
chão. Mabel cruza suas pernas atrás de mim, enquanto seus olhos lacrimejam,
recebendo as penetrações fortes dentro da sua boceta entre estocadas brutas e
rápidas. Suas unhas se prendem no tapete, o balanço dos seus seios é belo,
enquanto sobe e desce a cada impacto.
É como se toda a porra da minha vida se resumisse apenas a isso:
encher o pequeno corpo de Mabel com puro prazer. Sendo tudo que ela
precisasse de mim, o carrasco, o bicho-papão, o cuidador, o sádico que lhe
enche de dor e prazer, o dominador ou apenas o melhor pau que já fodeu sua
boceta. Eu não me importo, para Mabel eu serei o que ela precisar de mim.
Ela fecha seus olhos e tomba seu rosto para o lado, mordendo com força a
renda da calcinha, enquanto sua boceta vai prendendo meu pau dentro dela,
quase o estrangulando a cada investida que dou, a fodendo. Seu rosto se volta
para o meu, com ela abrindo seus olhos, me mostrando sua queda perfeita e
bela diante do gozo que se aproxima. Estico minha mão e arranco a calcinha
da sua boca, aumentando o ritmo da penetração.
— Senh... Ohhhh, Czar! — Ela respira com desespero, me fazendo
sentir meu peito se inflar ao ouvir meu nome saindo dos seus lábios.
Meu pequeno pássaro sobe como um cometa, rápido e eufórica,
gozando no meu pau, com seu corpo tremendo por inteiro, tendo os músculos
das suas coxas ficando mais rígidos em volta da minha cintura, da mesma
forma que sua boceta faz com meu pau. Me retiro de dentro da boceta de
Mabel e a puxo pela cintura enquanto a deixo em seus joelhos no chão, com o
resto do seu corpo sobre o sofá. Afasto suas pernas e me encaixo dentro dela,
deslizado meu pau para dentro da sua vagina encharcada, que parece um
vulcão escaldante. Meus dedos acariciam suas costas e ouço os gemidos
baixos dela. Paro minha outra mão em seu quadril e aperto com força sua
bunda, retornando a me movimentar mais rápido, a tomando com mais força.
Mabel grita entre os gemidos quando minha mão explode em cheio no seu
rabo, e sorrio a vendo empinar seu quadril para trás. Aliso o local que bati,
desacelerando o ritmo pouco a pouco. Seu corpo pequeno fica rígido assim
que meu dedo escorrega entre sua bunda redonda, sentindo o aperto do
pequeno buraco do seu cu em meu anelar quando o empurro para dentro.
— Senhor... — Seu rosto vira para mim, com seus olhos marejados
me mostrando luxúria e medo.
O dominador dentro de mim idolatra a forma como a palavra senhor
sai tão sexy da sua boca. Mabel usa seus cotovelos para sustentar a parte
superior do seu corpo, os apoiando no sofá. Seus olhos, presos aos meus, vão
se fechando lentamente assim que meu dedo vai empurrando mais fundo para
dentro do rabo dela. O deixo parado enquanto meu pau vai fodendo sua
boceta lentamente.
— Vai gostar tanto quanto eu quando meu pau entrar aqui,
passarinho! — rosno, baixo, respirando o ar com força, começando a mover
meu dedo junto ao ritmo do meu pau, a fodendo lentamente.
Seus dentes mordem seus lábios, a deixando segurar um gemido entre
a dor e o desejo quando minha mão estoura outro tapa em seu rabo, sentindo
a palma da minha mão arder.
— Senhor... Oh, Cristo! — Mabel geme e sinto sua boceta mais
quente e molhada, e aumento o ritmo.
Sua cabeça vira e cai para frente, com seu tórax tombando no sofá. A
fodo com mais força, aumentando o ritmo das penetrações. Mabel suga com
mais pressão meu dedo em seu rabo e meu pau em sua boceta me faz querer
fodê-la mais rápido. Aperto seu quadril com a outra mão e paro seu rabo no
lugar, a impossibilitando de se mexer, estourando tão fundo meu pau dentro
dela, como se pudesse me enterrar por inteiro. Seus gemidos aumentam, com
sua boceta ficando ainda mais quente e molhada, me fazendo gemer com
rouquidão. Retiro meu dedo de dentro do rabo de Mabel e sinto o novo
orgasmo dela lhe acertar quando seu corpo começa a tremer. A fodo mais
duro e solto com toda força as estocadas, esmagando seu quadril dos dois
lados com minhas mãos. Minha respiração acelera, com as batidas do meu
coração ficando disparadas. Meu pau sai da boceta de Mabel no segundo que
liberto meu jato de porra e jogo minha cabeça para trás, gemendo alto como
um animal, a puxando para mim pelos cabelos e colando suas costas em meu
peito, deixando minha porra escorrer nas suas pernas.
— Napolitano sempre será melhor... — ela murmura, rindo, levando
as pequenas mãos em minhas coxas e cravando suas unhas, causando um pico
de dor em meu corpo, aumentando a intensidade do meu prazer. — Quem
precisa de um príncipe encantado, quando se tem um Bábaika, que fode tão
bem?!
Minha cabeça retorna para frente e me inclino para perto do seu
ombro. Mordo seu pescoço, com minha mão presa ao redor da sua cintura, e a
levo comigo quando meu corpo cai para o lado lentamente, nos levando para
o chão. A puxo para mim e passo minha perna sobre a sua, apertando forte
seu corpo junto ao meu. Meu nariz se esfrega em seus cabelos e respiro
fundo. Minha mão bem firme em sua cintura a mantém perto, acariciando sua
pele lentamente.
— Diz meu nome outra vez... — peço, baixo, em seu ouvido,
desejando ouvi-la dizer meu nome novamente.
Seu rosto vira sobre seu ombro, enquanto ela me olha com seus olhos
negros, cheios de doçura e pecado.
— Czar. — O pequeno pássaro me suga com seus olhos negros,
condenando minha alma. — Czar, meu senhor.
O ar entra como gasolina em meus pulmões, com meu peito se
estufando, tendo uma sensação nova me consumindo ao ouvir a voz dela.
— Tem certeza de que deseja usar essa palavra, “meu” passarinho? —
Minha mão se ergue e seguro seu rosto, a mantendo olhando para mim.
— Meu bicho-papão — ela murmura e fecha seus olhos, levando sua
mão sobre a minha em sua face e a acariciando.
— Minha Mabel, meu pequeno pássaro selvagem... — Passo meus
olhos por sua face, sabendo que minha posse sobre ela será completa. —
Minha submissa!
— Sim, sou sua... — Ela sorri e suspira, esfregando seu rosto em
minha mão.
Minha pequena pecaminosa insaciável e dócil Jezabel, minha mais
perfeita e delicada ruína.
CAPÍTULO 25
EENTRE PIPOCAS E SEGREDOS
Mabel Shot
Los Angeles
Meu dedo toca a lateral da sua face e aliso seu rosto, que está
retornando à temperatura normal. Ainda posso lembrar da pele fria, com
lábios trêmulos, murmurando palavras desconexas quando a peguei em meu
colo. Eu estava com raiva, muito ódio, quando me direcionei para a boate e
fui atrás dela. Tinha acabado de receber a notícia de que a vaca da Freire
tinha se enforcado, um dos informantes da rede de Ramsés ligou para ele e
avisou que ela tinha sido encontrada. Estávamos há mais de duas semanas
buscando por ela, remexendo em cada canto, tentando encontrar alguém que
a tivesse visto, algum sistema que ela tinha passado. Mas ela tinha
desaparecido sem deixar rastro algum, mas foi justamente em Nova York que
ela se escondeu, e quando a achei, já não me tinha serventia alguma. Ainda
absorvendo a raiva dessa notícia, perdi de vez meu controle quando Ramsés
mandou uma mensagem dizendo que Mabel estava em uma boate no centro
de Moscou. Saí de Sodoma vendo tudo vermelho à minha frente.
Ela só tinha que ficar dentro da porra da casa. Esse foi um dos
motivos que a levei para morar comigo. Quando a encontrei, ela estava
quebrada, assustada, como uma criança, se agarrando a mim entre choro e
medo. Consegui pegá-la em meus braços antes que desabasse no chão. A
segurança de Ramsés que seguia Mabel, ficou ordenada de encontrar Sieta e a
trazer direto para mim. Saí de lá levando o pequeno pássaro em meus braços,
desmaiada para casa. Antes mesmo de parar o meu carro na porta de casa,
Ramsés já estava lá, me aguardando, com um médico de confiança dele.
Mabel retornou à consciência quando o médico a estava examinando.
Seus gritos repercutem dentro do quarto, com ela desferindo tapas no
rosto dele, ao acordar, com o médico tocando no braço dela, para medir seu
pulso. Começa a gritar desesperadamente, debatendo-se em convulsões de
choros e soluços, se arrastando para perto da cabeceira e encolhendo suas
pernas, fechando seus olhos. O médico retorna depois de preparar um
calmante intravenoso para injetar na veia dela, mas Mabel grita e se encolhe
ainda mais na cama.
— Nate... Não, não me toca de novo — ela murmura em meio ao
choro. — Por favor, não...
Seu choro, entre soluços, traz uma onda de dor para dentro do
quarto, me fazendo entender que a mente dela não está aqui.
— Se afaste dela! — Dou uma ordem e afasto o médico de perto dela
quando ele faz menção de se aproximar novamente.
— Mas eu preciso... — Seus olhos já estão arregalados quando o
ergo pela camisa e esmago meus dedos com força, o empurrando para longe.
— MANDEI SE AFASTAR DELA! — grito com raiva, o deixando ver
o tamanho da minha fúria.
O solto e o empurro para trás, sentindo ódio quando ele ergue suas
mãos para cima e balança a cabeça lentamente em positivo. Me viro
lentamente e pego-a com força, sentando-a em meu colo. Meu braço direito
abraça seu corpo e, com a outra mão, trago sua cabeça e apoio-a em meu
peito. Ela ainda está se debatendo, se encolhendo assustada em meus braços.
Escuto seu choro, enquanto apenas as palavras repetidas saem dos seus
lábios, com puro medo.
— Mabel fez uma coisa ruim... — Ela chora e ergue seus dedos,
espremendo em meus braços, respirando com força. — Fiz uma coisa ruim,
muito ruim.
— Shhh! — sussurro em seu ouvido e a aninho, lhe balançando
lentamente junto comigo. — Está segura, passarinho.
Ergo meu rosto para o médico e balanço minha cabeça para ele,
alisando as costas dela, murmurando que tudo está bem em seu ouvido.
— Me dê o braço, Mabel — ordeno e aliso seus cabelos, enquanto
com a outra mão ergo seu braço lentamente, o deixando esticado. — Está
segura. Confia em mim, não confia, passarinho?!
Ela esconde seu rosto em meu peito e crava suas unhas em meu
ombro, murmurando palavras entrecortadas, quase inaudíveis. Seu corpo se
retrai quando o médico acerta sua veia com a agulha, a fazendo chorar
ainda mais. Sinto seu corpo amolecer, com ela murmurando coisas
ininteligíveis. Solto seu braço lentamente e afasto sua cabeça, olhando em
seus olhos negros, cheios de dor.
— Menina, não se atreva a falar de Deus aqui dentro! — ela
murmura e fecha seus olhos, com as lágrimas escorrendo dos seus olhos. —
Se Deus existisse, ele não deixaria a gente fazer isso com você.
— Do que está falando? — Seguro seu rosto e tento entender as
palavras que ela disse. — Mabel, olhe para mim...
Balanço seu corpo, querendo que ela abra seus olhos e me diga onde
ela tinha ouvido essas palavras.
— Eu fiz uma coisa ruim... — Mabel apaga de vez, tombando sua
cabeça para trás, com o efeito do remédio a deixando dopada.
— Jadiri disse que apenas um jovem se aproximou dela, mas não era
um suspeito, apenas uma pessoa aleatória na balada. — Desvio meus olhos
da estante de livros e viro minha cadeira para Ramsés, que está sério, sentado
à minha frente, tomando sua vodca. — Marali me informou que ela vai ficar
bem. Quando acordar estará um pouco zonza, por conta do remédio, mas
estará mais calma.
Desvio meus olhos dos seus e observo a pequena mulher sentada no
sofá ao longe, com seus ombros caídos e olhos assustados. A informante de
Ramsés tinha cumprido sua ordem, trazendo Sieta direto para mim. Ainda
não tinha conversado com ela, desde o momento que saí do quarto, depois de
ter certeza que Mabel estava bem.
— Ela teve um surto de medo que acabou desencadeando a crise de
pânico[64]. — Balanço minha cabeça em positivo e mantenho meus olhos em
Sieta.
— Eu sei, o médico me passou essas informações antes de sair do
quarto. Não sei como agradecer a sua ajuda e a do seu pessoal, Ramsés. — O
vejo se levantar e inclinar sua cabeça lentamente para frente, deixando o copo
sobre a mesa.
— Sou um homem de palavra, Czar, temos um acordo, meu amigo
russo. — Ele me dá um breve sorriso e vira, andando lentamente para fora da
sala. — Até mais ver, Sieta.
Ramsés se despede de Sieta e sai lentamente. Seu rosto fino se ergue e
me encara, me olhando assustada, com sua face preocupada.
— Eu não tinha ideia que isso iria acontecer, Greg — ela murmura e
nega com a cabeça. — Jamais faria isso com ela se eu soubesse...
— Por que foi até lá? Por que a levou para um lugar onde ela seria um
alvo fácil, mesmo sabendo que a queria aqui, dentro dessa casa? — Respiro
fundo e esmago meus dedos. — Por que mentiu para mim, dizendo que a
levaria para jantar? Por que a largou sozinha naquele lugar, para início de
conversa...
— Eu não sabia que Mabel iria ter uma crise de pânico! — Ela
levanta, nervosa, e nega com a cabeça. — Apenas queria levá-la para passear,
para conhecer...
— NÃO MINTA PARA MIM, SIETA! — grito com raiva e desfiro
um soco em cima da mesa, que a faz sentar novamente.
— Eu não pretendia demorar, não pretendia nem levá-la... — Sieta
murmura, olhando para o chão. — Caien me ligou ontem à noite, pedindo
para que eu fosse vê-lo. Kaiser tinha reservado uma sala VIP para ele e mais
um convidado. Eu passei lá apenas para deixar uma escuta com Caien, ele iria
se infiltrar entre eles quando estivessem reunidos...
— Inferno, Sieta! — rosno com raiva e fecho meus olhos, esmagando
minha boca. — Em nenhum momento passou pela sua cabeça que ela deveria
ser a última pessoa a estar lá?
— Ele não tinha chegado — ela responde rapidamente e nega com a
cabeça. — Apenas o convidado dele estava lá. Kaiser não tinha chegado na
boate quando nós entramos. Eu não fiz por mal, Greg, sabia que os homens
de Ramsés estavam cuidando da gente e ela estava segura. — Sieta joga seu
corpo para trás no sofá e tapa sua face. — Só iria entrar e sair, jogo rápido,
depois voltaríamos para casa, apenas queria sondar Kaiser. Ele não é do tipo
de ir em uma inauguração de uma balada, esse homem que ele ia ver é
diferente, eu nunca o vi aqui por Moscou, pensei que podia ser alguma jogada
dele com Morgana...
— Lhe disse que iria cuidar de tudo, porra! E você vai lá e age por
impulso, mentindo para mim — rosno com ódio e sinto o sangue fugir do
meu rosto, com apenas a possibilidade de Kaiser pôr os olhos em Mabel.
Sieta tinha sido irresponsável e descuidada. — Pedi para ficar com ela,
porque eu estou tentando proteger a gente, merda, e você vai e a leva para a
cova do leão!
— Eu sinto muito, Greg... — Ela me olha e vira o seu rosto para mim.
— Não fiz por mal, sabia que não estávamos em perigo, que...
— Freire está morta, Sieta! — digo, sério, a deixando entender o que
eu disse.
Seu rosto fica completamente mortificado, com ela arregalando seus
olhos, se endireitando no sofá e olhando para mim.
— Freire, como assim...
— Foi encontrada morta dentro de um apartamento em Nova York,
enforcada — conto, abaixando meus olhos para a mesa e encarando os
documentos.
— Cristo... — Ela respira fundo e levanta, esfregando sua nuca de
forma agoniada.
— Estava tentando descobrir por que ela fez isso, quando me
avisaram da sua irresponsabilidade. — Fecho meus olhos e nego com a
cabeça, respirando fundo. — Isso que está acontecendo não é um episódio
dos seus programas de investigadores, Sieta, mas sim um perigo real. O que
acha que Kaiser teria feito com você, se ele sequer desconfiasse que estava o
monitorando?! Você e Mabel seriam dois corpos de indigentes que eu estaria
caçando essa hora...
— Greg, eu apenas queria te ajudar...
— Quer me ajudar, retorne para o clube e fique lá até eu lhe chamar
novamente. — Fecho minhas mãos e as esmago em punho, sentindo meus
nervos ficarem rígidos.
— Mas eu não quero deixá-la assim...
— Lhe dei uma ordem! — Desvio meus olhos dos seus, lhe
sentenciando, ligando o computador.
Escuto a respiração dela sendo solta lentamente, com seus passos se
arrastando, caminhando pela biblioteca e se direcionando para a saída.
— Me desculpe.
A voz baixa de minha prima se faz triste e ergo meu rosto para Sieta,
a vendo de ombros encolhidos, com postura derrotada, me fazendo ver a
pequena menina magrela de espírito aventureiro e leal de nossa infância.
— Sabe por que chamo Mabel de passarinho, Sieta? — pergunto,
baixo, batendo meus dedos na mesa.
Sua cabeça se move em negativo, com ela olhando para a porta
aberta.
— Porque é isso que ela é, um pássaro que foi criado preso em uma
gaiola, com asas cortadas e que nunca poderá voar. — Sieta vira seu rosto
para mim e me olha, confusa. — O homem para qual Mabel foi entregue, ele
não apenas lhe iniciou em masoquismo, ele a espancou, violentou, a estuprou
novamente, lhe torturando por um fim de semana inteiro, quebrando a mente
dela em fragmentos, assim como ele rasgou a pele dela com um canivete. E
depois disso ela foi solta, largada à própria sorte. Pássaros que não voam
ficam perdidos e vulneráveis no chão, quando não estão seguros em uma
gaiola.
Vejo a pele pálida de Sieta ficar sem um pingo de sangue, com os
lábios dela tremendo, enquanto seus olhos piscam rapidamente, com as
pupilas avermelhadas.
— Quando ela veio a mim, pedindo ajuda, me disse que queria ser
normal, mas eu sabia que Mabel nunca poderia ser uma menina normal, essa
é a verdade, por isso a mantenho aqui. — Abro meus braços e mostro a casa.
— Segura e protegida dentro dessa gaiola...
— Não contou para ela? — Sieta tomba sua face para seu ombro e
olha perdida para o chão. — Mesmo sabendo que ela nunca terá uma vida
normal...
— Mabel foi criada para ser uma submissa alfa, não para ser livre
como você. — Esmago meus lábios e sorrio com ironia. — Não terá
liberdade alguma para Mabel, porque ela foi resignada a ter uma coleira
invisível em seu pescoço.
Mabel jamais terá um espírito livre, não quando o seu é submisso,
cativo por doutrina e natureza. Estará para sempre propensa a qualquer tipo
de relação abusiva e cruel, buscando dor, motivada pala carência. Foi largada
para ficar sozinha, enquanto seu comprador aguardava o momento de arrastá-
la para o inferno outra vez. Se o pequeno pássaro não tivesse cruzado meu
caminho, com toda certeza Mabel estaria presa nas garras dele outra vez. Não
poderia soltá-la, tinha passado todos esses dias ao seu lado, convivendo com
ela, e a cada dia que se passava, mais preso à Mabel eu ficava, e a deixava
presa a mim.
— O que fará quando o jogo acabar, Greg? — Sieta murmura,
negando com a cabeça. — Como vai poder deixá-la partir, sem contar para
ela a verdade, do que realmente foi feito da vida dela? Irá abandoná-la à
própria sorte? Não compreendo o que ela sente...
— Não vou — respondo firmemente e respiro fundo. — Por isso disse
que cuidaria de tudo. Não posso prendê-la ao meu lado se ela não quiser
quando o jogo terminar, mas posso garantir que ninguém mais a machuque!
Mas para conseguir fazer isso, preciso ter certeza de que tanto ela como você
estão seguras. — Dou um olhar brando para ela, lhe alertando do seu erro e
como poderia ter custado caro se Kaiser tivesse descoberto a intenção de
Sieta. — Não faça as coisas pelas minhas costas novamente, Sieta.
— Não foi com essa intenção. — Ela nega com a cabeça,
murmurando. — Sei que fiz mal, cometi um erro por ter exposto ela dessa
forma, não calculei os danos dos traumas antigos de Mabel. Apenas queria
descobrir o que Kaiser estava fazendo lá e quem era esse homem.
— Esqueça Kaiser, apenas não cometa esse erro de novo. — Respiro
fundo e espalmo minha mão na mesa, apoiando para me levantar. — Kaiser é
o último dos meus problemas, com toda certeza deve ser mais algum dos seus
contatos de propina que custeia sua campanha política.
— Não era — Sieta responde rapidamente e dá um passo à frente, se
aproximando da mesa e levando sua mão para o bolso da calça. — Esse
homem que estava esperando por ele, não é um daqueles almofadinhas,
empresários, que querem ter um aliado no congresso para burlar as leis...
Caien o chamou de Rumão, ele é conhecido por alguns como...
— Dromedário — pronuncio o apelido do iraniano, famoso no
mercado clandestino de Marrocos, assim que Sieta fala. — Yusefe Rumão,
um comerciante perigoso.
— Isso, Caien o chamou assim. — Sieta bate a palma da sua mão em
sua perna e aponta o dedo em minha direção. — Conhece esse homem que
Kaiser iria conversar?
— Não pessoalmente, mas já ouvi histórias sobre ele, se não me
engano é uma antiga animosidade de Ramsés... — Ando silencioso, com meu
cérebro pensando qual é a coincidência de na mesma noite que recebo a
notícia que Freire se enforcou dentro do seu apartamento em Nova York,
Kaiser esteja se reunindo em Moscou com Yusefe Rumão. — Esse homem te
viu, Sieta? Viu Mabel? — Ando para ela e seguro seu braço, perguntando
nervoso.
— Não, ele não me viu... — Ela balança sua cabeça rapidamente para
os lados. — Muito menos viu Mabel. Eu estava perto, Greg, quase
conseguindo deixar a escuta pronta, quando a segurança de Ramsés me
atrapalhou...
— Ela te salvou, Sieta! — Solto seu ombro e dou um passo para trás,
retirando o meu celular do bolso, precisando que os informantes de Ramsés
fiquem de olho em Kaiser.
— Do que está falando? — Sieta me olha, perdida, não
compreendendo meu semblante preocupado.
— Yusefe Rumão, o Dromedário, como é conhecido no mercado
clandestino, é traficante de escravas sexuais em Marrocos! — Solto as
palavras com raiva, sentindo mais medo ainda do perigo que Sieta se expôs
junto com Mabel, e descobrindo agora qual era o interesse oculto de Ramsés.
Ele está de olho em Yusefe.
— Acha que Kaiser e esse homem podem ter alguma ligação, com a
loucura que Morgana fez...
— É isso que pretendo descobrir. — Ligo o aparelho, com a intenção
de discar para Ramsés, e vejo várias chamadas não atendidas de Baby. —
Merda!
— O que foi? — Sieta dá um passo à frente e olha para mim.
Leio a mensagem que ela me mandou, algumas horas atrás.
— A festa vai começar antes da hora! — Ergo meu rosto para Sieta,
enquanto aperto o botão de chamada do aparelho. — Ligue para Ramsés e
conte a ele o que acabou de me dizer, que seu antigo amigo está em Moscou.
Avise ao egípcio que preciso de Sebastian e Macro, está na hora deles saírem
da toca. Jonathan Roy chega segunda-feira em Moscou.
— Eles estão vindo!
Ouço a voz de Sieta se misturar com o toque das chamadas e me viro,
dando um sorriso assim que a voz alta se faz do outro lado da linha.
— Russo desgraçado de merda, quer me matar do coração, estou te
ligando há horas! — Rio com a voz brava que está alterada, me xingando.
— Admita que me ama, Baby, que já cansou de brincar de casinha
com esse seu minúsculo detetive e que sente falta da vida repleta de
promiscuidade que tinha em Sodoma! — falo, rindo, e caminho para minha
cadeira.
— Oh, vai chupar o meu pau, seu russo de merda! — Posso
visualizar a loira alta, balançando sua mão no ar, raivosa, enquanto bate o pé
no chão. — Freire está morta, Czar, você já ficou sabendo?
— Sim, já fiquei — a respondo, olhando para Sieta e a vendo levar o
celular para sua orelha. — Baby, Jonathan está aí com você?
— Sim, por quê? — ela diz, baixo, e muda seu tom de voz, ficando
mais assustada.
— Passe para ele, preciso contar uma historinha de ninar para embalar
os pesadelos do seu irmão! — Aperto um botão no teclado do computador e o
faço acender a tela do monitor.
Minha expressão de riso muda, ficando séria e encarando a foto do
corpo de Freire, enforcada, dentro da sala do apartamento dela, pela tela do
monitor que é interligada com meu aparelho do clube de Sodoma.
— Czar, aqui é Roy. — Ouço a voz séria de Jonathan do outro lado da
linha. — O que está acontecendo que eu não sei?
— As bruxas estão soltas, Jonathan, estão raptando crianças e as
treinando para serem submissas alfas — digo, baixo, esmagando meus dedos.
— E eu pretendo caçar essas malditas bruxas! Irei fazer uma coisa muito
ruim com elas diante do conselho. Mas antes que eu lhe conte tudo que sei,
preciso saber: estará ao meu lado, Jonathan Roy?
— Até a última cinza delas, Czar Gregovivk.
CAPÍTULO 29
120 DIAS EM SODOMA
Mabel Shot
Rússia – Moscou
Vinte e cinco anos antes
Tempo atual
Palacete dos Gregovivk
— Nada ainda? — Baby pergunta para Sieta quando ela entra na sala.
— Não, já reviraram a propriedade e nada dela aparecer — Sieta nos
responde, esfregando sua face. — Czar está a ponto de cometer uma loucura
se ela não aparecer. Por sorte, Jonathan está por perto, para conseguir
controlar os instintos do meu primo.
— Cristo, mas como ela saiu daqui com tantos seguranças fazendo a
ronda da casa? — Baby senta no sofá ao meu lado, falando nervosa.
— Ramsés disse que os seguranças não acharam rastro algum da fuga
dela...
— Talvez, o lago... Se ela souber nadar, pode ter muito bem cruzado
ele... — Olho para Baby e me mantenho em silêncio, ouvindo a conversa das
duas.
— Acho que não, Mabel morreria congelada antes mesmo de chegar
na metade, de tão fria que a água está essa época do ano — Sieta murmura,
abatida, e caminha para a mesa do bar ao canto, se servindo de uma vodca.
Minha cabeça se ergue e fico parada na direção da janela, olhando a
paisagem enquanto sinto aflição com o desaparecimento da jovem. Era perto
das nove horas quando Sieta desceu e entrou na sala de estar, avisando para
Jonathan que a menina tinha sumido. Eu fiquei preocupada com ela. Já se
passaram quase oito horas do seu desaparecimento e ninguém a encontrou.
Czar está completamente fora de si, a buscando em todos os cantos. Ele saiu
junto com Jonathan e Ramsés e foi para a galeria onde a senhorita Shot
trabalha. Depois passariam no apartamento dela, antes de irem para Sodoma.
Baby, a tia de Czar e Sieta reviraram toda a casa, mas nenhum sinal de
Mabel.
— Acha que alguém a pegou? Morgana ou esse homem que você me
contou? — Baby me faz olhar para ela quando ela pergunta, assustada, para
Sieta.
— Eu não acho provável, Mabel está assustada, não confiando em
ninguém, ela viu todas as anotações de Czar no dossiê de Ramsés. Talvez
pense que Czar mentiu para ela, para a machucar, que nem o desgraçado para
quem ela foi entregue...
— O que houve com ela, Sieta? — pergunto para a prima de Czar e
tento entender o que aconteceu realmente com a jovem.
— Mabel foi adotada por uma família, que a manteve fechada dentro
de casa, a criando para dar seguimento ao que ela já aprendia no orfanato...
Ela foi entregue a alguém, Czar buscou por ele, mas é um nome falso, não
existe. — Sieta esmaga sua boca e deixa visível a expressão de ódio em sua
face. — Mas o que ele fez com ela foi cruel, a machucou, a espancou, a
violentou... Tanto que foi por conta disso que ela chegou até Greg.
Fico mais atenta, tentando entender o que Sieta está me contando.
— Ela pensava que o que corpo dela sentia era alguma coisa ruim,
algum tipo de distúrbio adquirido pelo trauma que ela vivenciou na mão
desse homem. — Sieta inala o ar e balança a cabeça para os lados. — Ela não
consegue ter limite para dor, Mabel sente necessidade por sentir dor.
— Masoquista, por isso foi atrás de Czar... — Baby sibila, baixo, e
fica perdida, olhando Sieta. — Ela desenvolveu isso por conta do que viveu
na mão dele?
— Não é muito comum para uma pessoa que passou por um trauma
como esses querer o reviver, mas ainda assim pode acontecer — murmuro,
pensativa. — Cada cérebro reage de um jeito diferente...
— Só que Mabel não queria reviver, entende? Ela não buscou Greg
para ele machucá-la da forma que aquele verme fez. Ela apenas não
compreendia que não era o trauma.
— Mas sim como ela foi educada — finalizo por Sieta, tentando
imaginar como ela deve ter se sentido confusa e perdida, sem entender o que
sentia.
— Eu tenho medo de imaginar o que Czar é capaz de fazer se ela não
aparecer. — Sieta solta um longo suspiro e senta no sofá à nossa frente. —
Ele jamais a machucaria, foi um tolo em mentir para ela. Mas ainda assim
nunca faria mal algum, mas ele pode fazer mal a ele mesmo se não a
encontrar.
— Muita coisa de uma vez acontecendo — Baby murmura e olha
Sieta. — A morte do amigo, descobrir todas essas coisas... Czar apenas
precisa dar um tempo para ela compreender...
— Nunca o vi assim, Baby, nunca vi Czar tão fora de si...
— Eu sei como se sente, também já senti medo desse jeito. Uma vez,
quando Gim sumiu e Jonathan achou que ela tinha partido, ele só faltou
destruir aquela ilha toda, atrás dela... — Baby fala, baixo, e me dá um sorriso
fraco. — Por sorte, ela estava por perto...
Fico em silêncio, recordando disso, lembrando de quando Freire
contou sobre a monstruosidade que Sonja fez a Roy. Eu apenas corri, fugi,
me sentindo perdida e assustada. Ergo meu olhar e encaro a janela, olhando
um ponto distante.
— O que tem lá? — pergunto para Sieta e me levanto, caminhando
para a janela e estreitando meu olhar, tentando ver o que tem lá longe, entre
as árvores.
— Era uma casa de barcos, agora é só escombros. Os seguranças
deram uma olhada por lá, mas não viram nada... — Sieta me responde, baixo.
— Cristo, queria apenas entender como ela fugiu sem ninguém a ver!
Estávamos todos aqui, ela tinha que ter passado pela porta grande para chegar
até a saída... Nem os guardas a viram sair pelo portão.
Me aproximo ainda mais da janela e olho os escombros distantes. Um
pequeno brilho forte se faz lá dentro, como um reflexo prata quando o sol
bate entre as madeiras.
— É porque ela não saiu... — murmuro para mim mesma e dou um
sorriso de alívio.
— O que disse, Gim?
— Que vou sair um pouco, respirar o ar, ficar trancada aqui dentro
está me deixando mais angustiada ainda. — Sorrio e ando apressadamente
para fora da sala.
— Espere, não quer que eu vá com você? — Baby levanta e anda
atrás de mim. Viro e seguro seu pulso, olhando para a loira fatal à minha
frente, com sua expressão preocupada.
— Prefiro que fique. — Faço um sinal com a cabeça na direção do
sofá, e depois para a janela.
Baby vira sua face e observa a grande janela, olhando para o mesmo
rumo que eu estava.
— Ela...
— Não tenho certeza. — Abaixo meu tom de voz e ergo minha mão,
tocando a face de Baby e a fazendo me olhar. — Fique com o celular,
qualquer coisa eu te chamo...
Baby pisca para mim, consentindo com a cabeça, enquanto saio da
sala e ouço ela conversando com Sieta.
Fim!
EPÍLOGO
Mabel Shot
— Ohhh, Cristo! — Mabel grita assim que solto seus cabelos, para
dar um tapa em sua bunda, a empinando ainda mais para me receber dentro
dela.
— Porra, sua boceta é apertada, bebê! — digo, rouco, tentando não
perder o controle e a foder exatamente como imaginei. — Mas nada se
compara a esse rabo quente estrangulando o meu pau. Com certeza esse será
o segundo melhor lugar que ele já entrou, amor.
Puxo seu cabelo mais forte, o apertando em meus dedos, empurrando
meu quadril para trás e afundando meu pau, outra vez, lentamente dentro
dela, com mais desejo em seu rabo redondo, que amortece os impactos da
minha pélvis em sua bunda. As estocadas que começaram lentas vão
aumentando o ritmo conforme o seu rabo vai se adequando ao meu pau o
fodendo.
— Não vamos fazer isso sempre! — ela diz, baixo, entre soluços,
mentindo descaradamente, mesmo tendo sua boceta molhada lambuzando
meus dedos, que se afundam dentro dela e sentem o líquido escorrer sobre
eles, a desmentindo.
A fodo lentamente com meus dedos, junto ao meu pau em seu rabo,
entrando e saindo de mansinho. Como desejei isso, foder sua bunda gostosa e
carnuda, a tendo assim, quente, recebendo meu pau em seu íntimo.
— Nada de mentira, amor! — Solto outro tapa em sua bunda e
arranco dela outro grito.
— Czar, por favor....
Esfrego sua bunda onde eu bati, alisando com carinho e me
debruçando sobre ela. Seus gemidos aumentam quando minha boca para
sobre seu ombro, o beijando, e vou alastrando minha língua até próximo do
seu pescoço, deslizando minha boca por sua pele e mordendo sua orelha.
— Sabe que sou eu que estou tocando você, não é? — Desacelero
meu ritmo, entrando lentamente e saindo, empurrando meu pau em seu rabo,
beijando seus cabelos.
— Sim, meu senhor! — Mabel murmura, gemendo baixo. — Meu
Czar...
Ela choraminga baixinho, com seu corpo arrepiado a cada investida
do meu quadril contra seu rabo. Meus dedos descem por sua pele morna e
afagam seus seios, escorregando as pontas dos dedos sobre eles. Meu quadril
se aperta mais ao seu, deixando meu pau bem fundo dentro dela.
— Czar... — Ela se engasga, gemendo assim que beijo sua nuca.
Minha mão solta seus seios e escorrego-a para sua barriga, deslizando até sua
perna, esmagando a lateral da sua coxa em meus dedos.
Enfio mais fundo meus dedos dentro dela e os deixo lambuzados com
seu orgasmo lento, que vai pegando meu pássaro pervertido e quente. Movo
meu quadril outra vez e a faço gemer baixinho, com sua boceta se contraindo
em meus dedos, junto com seu cu que suga meu pau com mais força, o
estrangulando dentro dela. Mabel rebola lentamente, relaxando seu corpo.
Retiro meus dedos de dentro dela e trago-os à minha boca, os chupando e
sentindo seu gosto doce que me invade o paladar, como uma droga que me
viciou por completo desde a primeira vez que o experimentei.
— Tão minha, bebê. — Sorrio e cheiro seus cabelos, movendo meu
quadril com mais força dentro dela. Seu rosto se abaixa e abafa seus gemidos
no colchão.
Mabel ergue seus dedos e enterra suas unhas na minha perna quando
movo meu corpo para cima, segurando seus quadris pela lateral e soltando
meu peso de uma só vez, enterrando fundo meu pau em seu rabo, como se
fosse um prego na madeira.
— Ohh, meu Deus! — Ela abaixa a cabeça de volta e geme como uma
gata manhosa e sexy.
Meus dedos apertam mais forte sua pele, entrando com várias
estocadas, sentindo meu corpo quase a um passo de explodir, com meu
coração batendo acelerado.
— Vou comer esse rabo todos os dias antes do café da manhã. —
Sorrio e aliso sua bunda. O rosto dela se ergue, com seus cotovelos
sustentando seu corpo no colchão e ela virando para mim, me olhando feito
uma felina selvagem, nem parecendo a gata manhosa de segundos atrás.
— Não tenho certeza sobre isso, senhor!
— Está contestando minha ordem, passarinho? — Olho sua face se
contorcer quando empurro mais forte meu quadril contra o dela.
— Estou, senhor — ela choraminga entre gemidos.
Ergo minha mão e solto outro tapa em seu rabo, a fazendo se
engasgar, acelerando mais as estocadas dentro dela. Seus dentes mordem seus
lábios e volto a segurar seu quadril no lugar, a fodendo mais rápido. Mabel
grita um pouco mais alto e volta a enterrar seu rosto no colchão. Meus braços
passam por baixo da sua barriga, a trazendo para mim, e suas costas se colam
ao meu peito, com seu coração acelerado junto ao meu quando nos levanto.
Nos viro lentamente, sem deixá-la se mover, com meu pau ainda enterrado
dentro do seu rabo. Sento na beirada da cama e a trago comigo, a deixando
depositada no meu colo. Mabel congela e aperta forte suas unhas em minha
perna, enquanto choraminga, sentindo meu pau com mais força enterrado em
seu corpo. Afasto seus cabelos e beijo seu pescoço lentamente, deixando meu
pau imóvel dentro dela, sem me mexer. Ouço os gemidos baixos que ela vai
soltando a cada beijo que dou em sua pele. Beijo sua orelha e mordo um
pedacinho dela, retirando o cinto do seu pescoço, sussurrando em seu ouvido:
— Você comanda, bebê. — Minhas mãos param uma em cada seio e
os seguro forte enquanto massageio o bico. — Fode meu pau, do jeito que
gosta!
— Baunilha? — Ela vira seu rosto para mim e me olha por cima do
ombro, ficando perdida. — Quer que eu faça baunilha...
— Quero foder seu rabo, bebê, mas não comigo te dominando, e sim
com você voando livre para mim. — Minha mão solta seu seio e aliso seu
queixo, a deixando entender que no sexo anal não a quero submissa a mim.
— Quero que sinta o tanto de prazer que você me dá, passarinho.
Inclino meu rosto para frente e toco minha boca na sua, recebendo um
beijo dengoso dela, cheio de suspiros e ternura, e aos poucos seu quadril vai
se soltando e ela rebola em meu pau lentamente. Abaixo minha mão da sua
face e levo meus dedos para baixo, parando em cima do clitóris, que lateja.
Seus dedos apertam com mais força minhas pernas. Mabel vai se soltando
devagar, sei que ela está tão na borda como eu desejava. Seu orgasmo é forte
e latente. Desejo explodir minha porra dentro dela, e ela vai aumentando mais
ainda o ritmo, conduzindo nossos movimentos, me fodendo de uma forma
inocente, que chega a ser perverso, rebolando mais sacana conforme vou
circulando meu dedo em cima do seu clitóris, e a cada levantada que ela dá,
mais forte eu massageio seu seio e a deixo foder meu pau do jeito que ela
quer.
Meu pau pulsa forte, inchando mais ainda dentro do seu rabo, me
garantindo que não durarei muito se ela continuar a rebolar desse jeito. O
sangue bombardeia mais rápido dentro das minhas veias, correndo mais forte
a cada movimento que ela faz, rebolando seu quadril e engolindo meu pau,
apenas para depois quase sair por inteira e logo retornar e o foder. Meu outro
braço aperta sua cintura, a trazendo para mim. Minha testa cola em suas
costas quando ela solta meus lábios, e começo a mover mais rápido meus
dedos, me empurrando para dentro da sua boceta e a fodendo. Mabel grita
entre gemidos, movendo seu quadril mais rápido, com suas unhas bem
cravadas em minha perna. Seu corpo pequeno colado ao meu está suado,
tremendo a cada estocada do meu pau e meus dedos, e ela explode, gemendo,
deixando seu líquido quente escorrer sobre minhas coxas, gozando tão
perfeita, chamando por meu nome em completo abandono. Meus dedos
apertam seu corpo e mordo seu ombro, sentindo o primeiro jato de porra
explodir dentro dela quando ela goza outra vez, me levando ao céu, fazendo
seu cu apertar meu pau com tanta força, que não seguro mais meu gozo.
— Porra! — Abraço-a mais forte, gozando toda porra do meu corpo
de uma única vez, com meu coração batendo tão forte que sinto que vai sair
pela boca.
Nossos corações batem acelerados, assim como nossas respirações,
enquanto aperto mais forte meu pássaro com meus braços, amando a forma
como meu pau encontrou a perdição dentro desse rabo gostoso e quente.
— Oh, Deus, não! — ela choraminga assim que levanto nossos
corpos, com meu pau ainda dentro dela.
A deito na cama, com sua barriga para baixo, e aliso sua bunda,
sentindo meu pau escorregar para fora do seu cu, tendo minha porra saindo
dele. Ela se esparrama toda dengosa na cama, com sua cabeça deitada em
seus braços quando me arrumo ao seu lado. Continuo a acariciar sua bunda,
movendo meu pau devagarzinho na sua pele. Observo com prazer seu rabo
empinado para mim, despejando para fora toda porra que eu tinha deixado lá
dentro. O pequeno buraco escorre a porra cremosa branca, fazendo um
contraste com sua pele negra, e isso me parece a melhor visão que poderia ter
dela dessa forma, toda lânguida e mole, com sua preguiça pós-foda, tendo
minha porra marcando-a como minha. Movo-me, não me controlando e
beijando sua coxa, mordendo a lateral da sua bunda com força. Mabel dá um
pequeno pulo e tenta se afastar, mas a seguro e ouço seu riso quando a prendo
em meus braços. É o pequeno pássaro liberto que faz meu mundo se resumir
a ela quando a tenho tão livre perto de mim. Tombo meu rosto quando sua
cabeça descansa em meu braço, sorrindo para mim de forma amável.
— Eu te amo, Bábaika — ela sussurra de forma tão natural, abrindo
seus olhos preguiçosos e os deixando parar em mim.
Mabel tem um pequeno dom que poucas pessoas têm, ela me deixa
sem palavras quando se declara para mim de forma tão espontânea.
Minha submissa que veio a mim quando nem eu mesmo sabia que
precisava dela. Não foi Mabel que precisava de ajuda, mas sim eu. Quando
aceitei o jogo com ela, não estava apenas arrastando-a para Sodoma, e sim
me libertando. Meu corpo rola por cima do seu e prendo minha mão em sua
face, mantendo meus olhos fixos aos seus.
— Amar um mestre é loucura... — Abaixo meus olhos para sua boca,
acariciando-a com meus dedos. — Assim como um mestre amar uma
submissa como eu te amo.
— Não, senhor... — Ela sorri para mim e ergue seus braços para meu
pescoço, inclinando sua face, até estar a centímetros de mim. — Isso é
Sodoma!
A ORDEM DAS MESSALINAS
O BEDUÍNO E CORCEL SELVAGEM
Stella
Continua em breve!
AGRADECIMENTOS
Olha, eu nem tenho palavras para explicar ou descrever como me
senti escrevendo GOMORRA, um livro que eu nem sabia ao certo se
escreveria ou não. Mas confesso que me senti maravilhada e agradecida por
Czar ter me atormentado dia e noite para contar sua história, por ter feito eu
me apaixonar por ele e sua Mabel, ter conhecido novos personagens, abrindo
uma porta para esse novo projeto que está a caminho, além de ter me
permitido matar a saudade dos antigos.
Jon, meu querido Jon! Ainda não superei o papel de trouxa que você
me fez passar. Te amei tanto, magrelo. Mas foi incrível lhe encontrar por aqui
novamente, mesmo que tenha sido apenas de passagem.
Agradeço minha querida Val, como sempre. Nunca canso de dizer
como sou grata por tê-la ao meu lado.
Obrigada a todas as pessoas envolvidas nesse projeto. Minhas
revisoras amadas; Mônica, que me presentou com uma capa maravilhosa e
que eu amei muito; e minhas parceiras, que sempre embarcam nessas
loucuras.
E, como sempre, um agradecimento extremante especial para você,
meu leitor que eu amo. Obrigada por permitir que eu lhe arraste para esse
mundo eloquente e intenso de Sodoma.
Aguardo vocês em breve, com A Ordem das Messalinas!
OUTRAS OBRAS
Outras obras:
Primeira série:
KATORZE - LIVRO 1
PAOLO A RENDIÇÃO DO MONSTRO - LIVRO 2
PAOLO O DESPERTAR DO MONSTRO - LIVRO 3
ATENÇÃO: contém cenas eróticas e gatilhos que podem gerar desconforto. não
indicado para menores de 18 anos.
Tudo nessa vida tem um preço, e Yara sabia disso quando salvou a vida
do monstro que entrou em seu caminho. Tendo que escolher entre o homem
que amava e os frutos dessa paixão que cresciam em seu ventre, partiu,
deixando-o sem olhar para trás. O que ela não sabia é que sua magia deixou
rastros, e agora algo muito pior vêm atrás dela.
Seu mundo desaba quando suas filhas são levadas por um mal maior, e
o destino brinca com a pequena bruxa, colocando-a frente a frente com o
homem que tanto assombrou suas lembranças por longos anos.
O monstro se perde assim que seus olhos pousam na pequena mulher
solitária que vê em seus sonhos, e que agora está em carne e osso na sua
frente. Algo dentro de Paolo desperta, puxando-o para ela cada vez mais, sem
entender o que os liga.
O Cão e a Bruxa estão de volta em mais uma batalha.
Yara lutará com toda sua força para ter suas filhas de volta. No meio da
sua jornada, precisará mostrar ao monstro o poder e a força da magia do amor,
e encarar a ira de cinco anos longe dos olhos tão sombrios quanto o portão do
inferno.
Poderá o cão de caça perdoar a bruxa que o jogou no limbo por cinco
anos, sem despertar o monstro que habita nele?
Um inimigo antigo uniu os irmãos Ávilas em uma derradeira vingança. Daario e Paolo
juntos, lado a lado, abriram as comportas do inferno, trazendo carnificina e sangue
para aqueles que machucaram suas famílias.
A cada percurso da caçada, em uma busca cruel e implacável pelas suas mulheres, os
monstros estavam famintos por morte e justiça, fazendo aliados poderosos e alianças
inquebráveis, deixando um rastro de corpos por onde passavam.
A pequena bruxa Yara encontrou forças para lutar pela sua sobrevivência e do seu
filho quando a destemida pantera Katorze cruzou seu caminho de uma forma
inesperada. As duas mulheres traziam fé em seus corações de que seus monstros iriam
libertá-las, afinal nem todo predador é fatal, mas todos os monstros Ávilas criados
pelo cruel Joaquim são assassinos.
Uma maldição rogada por um erro cometido no passado faz Jesse correr contra o
tempo, para conseguir se libertar antes que a Lua de sangue se erga. Porém, o que para
ele é maldição, para Constância significa liberdade. Um segredo do passado entrelaça
o futuro dos dois, mas Jesse não imagina que a única pessoa que poderá libertá-lo é a
mesma que poderá odiá-lo pelo erro que cometeu.
Únicos
Quatro mulheres desesperadas por apenas uma noite de folga e por um segundo de
descanso ganham, misteriosamente, um sorteio relâmpago de rádio, que tem como
prêmio uma estadia nas suítes luxuosas do novo hotel da pacata cidade.
Cada uma tem sua história e seus segredos, mas todas trazem uma coisa em comum:
desejos reprimidos.
O Dia das Bruxas nunca mais será o mesmo para elas.
Não deixem de perder essa deliciosa noite de Halloween, principalmente se for uma
menina malvada.
Dylan Ozborne sabia que a pior época da sua vida era dezembro. Ainda não acreditava
que seu irmão havia o obrigado a ser o Papai Noel para o evento beneficente.
Elly poderia ter sido a boa menina o ano inteiro, mas deixou para ser a menina má
justamente três dias antes do Natal, indignada com o nada bonzinho e muito menos
velhinho Noel. Então resolveu se vingar do tirano e por fim lhe dar uma lição que
nenhum
A vida sempre foi puxada para Maria Rita, fazendo-a se tornar o alicerce da sua casa e
a moldando para ser a presença materna e paterna para suas irmãs. Não é de riso fácil,
e muito menos de ser dobrada por homem, mas algo muda em sua vida quando seus
olhos se cruzam com o peão chucro, Zeca Morais. Ele fará de tudo para laçar a mulher
endiabrada, que faz seu coração disparar. Um amor nasce sem freios entre os dois em
meio aos cafezais. E juntos terão que enfrentar um grande inimigo, que fará de tudo
para acabar com a vida de Zeca Morais.
João Paulo Guerra ama a vida que leva, sem ter que dar satisfação do seu destino para
ninguém. No entanto, ele tem apenas uma fraqueza, a qual nunca permitiu nem sequer
se aproximar, pois é a sua perdição. Uma criatura pequena, de boca atrevida, que
sempre lhe provoca. A cada dia está mais difícil ele esconder o sentimento que
aumenta dentro do seu peito por Maria de Lurdes. Mas, entre intrigas, mentiras e
maldades que rondam Maria de Lurdes e João Paulo, eles se aproximam,
especialmente quando Maria é condenada por toda a cidade, com injúrias e calúnias
sendo desferidas contra ela. Porém, há um mal maior a espreitando, o que faz com que
João jogue as cartas na mesa e mostre o lado cruel da família Guerra para defender a
pessoa que ama.
Yane Rinna tem sua vida mudada da água para o vinho quando se torna testemunha
principal de um assassinato. Ela se vê obrigada a entrar em um disfarce para garantir
sua segurança até o dia do julgamento. E de uma stripper desastrada, inteiramente
azarada, se torna uma freira monitora de quatro adolescentes rebeldes. O que ela não
imagina é que no último lugar que poderia sonhar, o amor e o desejo puro estarão no
ar. Dener Murati, o vizinho aristocrata do convento, tem seu autocontrole testado por
uma fajuta freira sexy, nada santa, que invade sua residência para se refrescar na
calada da noite, pelada, em sua piscina. A pequena feiticeira que o encanta vai virar
sua vida meticulosamente organizada de cabeça para baixo.
Cristina Self passou anos reclusa em seu mundo seguro, o qual criou para si mesma
depois de uma separação conturbada e violenta. Até que seu caminho se cruzou com o
notório advogado criminalista Ariel Miller, conhecido nos tribunais por seu cinismo e
frieza calculista. Seduzida pelo magnetismo que ele possui, a encantando com seu
olhar intenso, Cristina se desprende do seu mundo seguro, se permitindo se perder por
uma única noite no calor dos braços do charmoso homem. Mas o que Cristina não
sabe é que o destino tem outros planos para eles, um que ligará as duas almas
quebradas para sempre. E de um engano nada angelical, mas sim completamente sexy
e envolvente, Cristina irá do céu ao inferno para viver sua história de amor.
AVISO DE GATILHO: o livro contém violência doméstica e relacionamento abusivo.
Doty só queria uma coisa: achar o miserável que engravidou Tifany e chutar o rabo
dele até Dallas.
A única coisa que Joe queria era dobrar o demônio de olhos negros que o tirou do
sério e fazê-la pagar por sua língua afiada e boca suja.
Uma proposta!
Sete dias!
E tudo foi para os ares!
[29] Swing ou troca de casais, é um relacionamento sexual entre dois casais estáveis
que praticam sexo grupal como uma atividade recreativa ou social. Existem correntes
que consideram o swing quando um casal adiciona um ou mais elementos numa
relação sexual. No entanto, o swing é um estilo de vida que casais adultos assumem
para permitir e realizar suas próprias fantasias juntando-se com outros casais com a
mesma filosofia para compartilharem a amizade e a intimidade sexual.
[30] Os Illuminati (plural da palavra em Latim illuminatus, "iluminados") é um nome
dado a vários grupos secretos, tanto reais quanto fictícios. Historicamente, o nome
geralmente se refere aos Illuminati da Baviera, uma sociedade secreta da época do
Iluminismo fundada em 1 de maio de 1776. Os objetivos da sociedade eram opor-se à
superstição, ao obscurantismo, à influência religiosa sobre a vida pública e aos abusos
de poder do estado.
[31] Messalina era poderosa e influente, com uma reputação de ser promíscua, alega-se
que ela teria conspirado contra o marido e foi executada quando o plano foi
descoberto.
[32] Shibari é um verbo japonês que significa literalmente amarrar ou ligar. É uma
expressão que tomou um sentido diferente no século XX, quando o uso da corda
(nawa em japonês) começa a ser utilizada no contexto para fim erótico.
[33] Bondage é uma prática BDSM que consiste em prender, amarrar e/ou restringir
consensualmente um parceiro para fins estéticos, eróticos e/ou sensoriais. Um parceiro
pode ser fisicamente restringido de várias maneiras, incluindo o uso de corda,
algemas, vendas, coleiras, fita adesiva, mordaça, grilhão, entre outros.
[34] BDSM é a sigla que denomina um conjunto de práticas consensuais envolvendo
bondage e disciplina, dominação e submissão, sadomasoquismo e outros tipos de
comportamento sexual humano relacionados.
[35] Ginger Roy é protagonista do livro Sodoma: Um jogo perigoso.
[36] Vinte Mil Léguas Submarinas (no original, em francês: Vingt mille lieues sous les
mers) é uma das obras literárias mais famosas do escritor Júlio Verne. Originalmente
publicada em forma de uma série no periódico Magasin d'Éducation et de Récréation,
de Março de 1869 a Junho de 1870, teve uma edição ilustrada publicada em
Novembro de 1871, com 111 ilustrações por Alphonse de Neuville e Édouard Riou.
[37] Jon aparece em Sodoma: Um jogo perigoso.
[38] O Expressionismo foi um movimento artístico e cultural de vanguarda surgido na
Alemanha no início do século XX, transversal aos campos artísticos da arquitetura,
artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança e fotografia. Manifestou-se
inicialmente através da pintura, coincidindo com o aparecimento do fauvismo francês,
o que tornaria ambos os movimentos artísticos os primeiros representantes das
chamadas "vanguardas históricas".
[39] É um romance de mistério psicológico de 1954 por Boileau-Narcejac,
originalmente publicado em francês como D'entre les morts ( lit. '"From Between the
Dead"'). Serviu de base para o filme de Alfred Hitchcock , Vertigo, de 1958.
[40] Vertigo : Um Corpo que Cai/A Mulher que Viveu Duas Vezes é um filme
estadunidense de 1958, dos gêneros film noir e thriller psicológico, dirigido e
produzido por Alfred Hitchcock. A história foi baseada no romance de 1954, D'entre
les morts (Dentre os Mortos) por Boileau-Narcejac. O roteiro foi escrito por Alec
Coppel e Samuel A. Taylor.
[41] Futebol de mesa.
[42] Ocitocina ou oxitocina é um hormônio produzido pelo hipotálamo e armazenado
na hipófise posterior (neuro-hipófise) tendo como função: promover as contrações
musculares uterinas; reduzir o sangramento durante o parto; estimular a libertação do
leite materno; desenvolver apego e empatia entre pessoas; produzir parte do prazer do
orgasmo.
[43] Baunilha ou vanilla é o nome que, dentro do jargão da subcultura BDSM, se
aplica ao chamado sexo convencional. Predominantemente, o termo é utilizado para
denominar as condutas sexuais que caem dentro da faixa de normalidade para uma
determinada cultura ou subcultura, e se refere geralmente aos comportamentos sexuais
que não incluem elementos de BDSM: parafilias, kinks ou fetichismos.
[44] Jumanji é um filme americano de 1995 baseado em Jumanji, um livro infantil de
1982 escrito e ilustrado por Chris Van Allsburg. A história descreve um jogo de
tabuleiro com temática da natureza, onde animais reais e outros elementos aparecem
magicamente assim que um jogador joga os dados.
[45] A ninfomania, atualmente chamada de hipersexualidade feminina, é um transtorno
psiquiátrico na mulher caracterizado pelo excesso de apetite sexual ou desejo
compulsivo por sexo.
[46] A Pornografia hardcore ou hard core, é um gênero pornográfico adulto
notabilizado por conter cenas de sexo explícito em todas as formas possíveis, com o
detalhamento específico de genitálias em ações de sexo vaginal, sexo oral, de sexo
anal, ejaculações, entre outras.
[47] Na esgrima, touché (lit. "tocado", em francês; pronuncia-se tu-chê) é usado como
um reconhecimento de um golpe, dito pelo esgrimista que foi golpeado. Um árbitro
pode dizer "touché" para referir-se a um toque usando, por exemplo, a voz francesa:
para "sem ponto", que é "pas de touché" ("não tocado").
[48] Uma.
[49] Menina.
[50] Deus.
[51] Mulher.
[52] Não.
[53] Boneca russa.
[54] Hieróglifo ou hieroglifo (grego antigo, hieros, “sagrado” e glyphein, “gravar”,
"escrita sagrada" é como foram chamados cada um dos caracteres usados como escrita
no Egito Antigo. As escritas logográficas que são pictográficas na forma de modo a
lembrar o antigo egípcio, são às vezes também chamadas de "hieróglifos".
[55] Uma deusa antiga da mitologia egípcia.
[56] Anúbis (em grego clássico: Ἄνουβις) ou Anupo foi como ficou conhecido pelos
gregos o deus egípcio antigo dos mortos e moribundos, guiava e conduzia a alma dos
mortos no submundo. Anúbis era sempre representado com cabeça de chacal.
[57] Skynet é um personagem recorrente da saga Terminator, no papel de principal
antagonista. Skynet é o nome da inteligência artificial que lidera o exército de
máquinas na guerra do futuro contra os humanos, no filme O Exterminador do
Futuro.
[58] Hannibal Lecter é um célebre personagem de ficção criado pelo escritor Thomas
Harris, que apareceu pela primeira vez no livro Dragão Vermelho, de 1981. No
cinema, Hannibal estreou no filme Manhunter, de 1986, interpretado por Brian Cox,
mas, foi apenas no filme The Silence of the Lambs (1991) que o personagem, desta
vez interpretado por Anthony Hopkins, ficou famoso. Mais três filmes e três livros
sobre o médico canibal foram produzidos.
[59] Rá (do português Ré) é o Deus Egípcio do Sol, sendo a principal divindade da
religião egípcia. O culto ao Deus Sol foi muito próspero no Egito, sendo a principal
forma de adoração e um culto oficial por cerca de vinte séculos.
[60] Bábaika é a palavra russa usada para se referir à criatura, que em outras culturas, é
chamada de bicho-papão. Essa criatura geralmente leva embora as crianças que se
comportam mal.
[61] Esse tipo de luz é muito usado pela perícia para a análise de cenas de crime, pois
alguns fluidos fisiológicos, tais como sêmen, saliva e urina, bem como fragmentos de
ossos e dentes, fosforescem na presença da luz negra.
[62] Audrey Kathleen Hepburn-Ruston (Bruxelas, 4 de maio de 1929 — Tolochenaz,
20 de janeiro de 1993), mais conhecida como Audrey Hepburn, foi uma atriz e
filantropa britânica. Após pequenas aparições em vários filmes, ela estrelou na
Broadway na peça Gigi depois de ter sido descoberta pela romancista francesa
Colette, em cujo trabalho a peça foi baseada.
[63] My Fair Lady (Brasil: Minha Bela Dama ou Minha Querida Dama / Portugal:
Minha Linda Lady ou Minha Linda Senhora) é um filme estadunidense de 1964, do
gênero comédia musical, dirigido por George Cukor e baseado na peça teatral
Pigmalião, de George Bernard Shaw.
[64] A Crise de Pânico é um mal-estar súbito que acomete algumas pessoas, gerando
um grande desconforto físico e mental. Geralmente se dá em pacientes com
diagnóstico de Síndrome do Pânico, um transtorno psicológico caracterizado por
causar desespero, mal-estar repentino e sensação de que algo terrível está prestes a
acontecer.
[65] Os 120 dias de Sodoma, ou a Escola de Libertinagem (Les 120 Journées de
Sodome ou l'école du libertinage) é um romance do escritor e nobre francês Donatien
Alphonse François, marquês de Sade. Descrito como pornográfico e erótico, foi
escrito em 1785.
[66] O conceito da superioridade racial germânica, exaltado pelo nazismo através da
associação com a raça ariana, segundo Phillip Wayne Powell (Tree Of Hate, 1985),
teve início na Alemanha do século XV, quando os germânicos começaram a se
ressentir do fato milenar dos italianos olharem para eles com desdém, como um povo
inferior e atrasado.
[67] Termo pejorativo.
[68] Minha tigresa brava.
[69] Para mim é só a companheira dele.