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Ao Douto Juizo da __ Vara Civel da Comarca de Sigma

Joana Castro, Brasileira, estado civil xxx, profissão xxx, com cargo eletivo de vereadora do
Municipio Delta, que e limítrofe do município, inscrita no CPF xxx, e carteira de identidade sob
o nº xxx, residente e domiciliada a rua xxx, nº xxx, bairro xxx , cidade xxx, estado xxx, vem por
meio de seu advogado ( procuração em anexo), com endereço a rua xxx, nº xxx, bairro xxx,
cidade xxx, estado xxx, com fulcro ao art. 5º, LXXIII da CRFB/88, impetrar;

Ação Popular com Pedido de Liminar

Em face de João Santos, Brasileiro, estado civil xxx, Profissão xxx, com cargo eletivo de prefeito
da cidade de Sigma, inscrito no CPF nº xxx, e RG sob o nº xxx, residente e domiciliado a rua xxx,
nº xxx, bairro xxx, cidade xxx, estado xxx, de Pedro Silva, Brasileiro, estado civil xxx, profissão
xxx, inscrito sob CPF nº xxx, e RG nº xxx, residente e domiciliado a rua xxx, nº xxx, bairro xxx,
cidade xxx, estado xxx, e do Municipio SIGMA, pessoa jurídica de direito publico, inscrito no
CNPJ sob o nº xxx, situado a rua xxx, nº xxx, bairro xxx, cidade xxx estado xxx, pelas razões de
fato e direito a seguir expostas .

Dos Fatos

O município de Sigma tem uma fasta área de preservação ambiental localizada em sua área
central onde a mesma foi criada há mais de uma década por força de um decreto nº xx da lavra
do então prefeito, logo nessas áreas vieram a ter diversas construções o que deu por fim uma
grande valorização.

Devido a tal fato o atual prefeito Joao dos Santos vem a receber Pedro Silva, esse que em sua
campanha o auxiliou com diversas doações, com a promessa do prefeito que caso fosse eleito
desafetaria a área para que Pedro pudesse construir um conjunto habitacional para
comercialização.

Diante disso o atual prefeito editou o decreto nº YY no qual o Art. 1º promoveu a desafetação
da área de preservação ambiental, tornando-a bem dominical; o Art. 2º transferiu sua
propriedade a Pedro em caráter permanente, autorizando a construção do conjunto
habitacional no local. Com isso essa medida gerou um grande escândalo na cidade pois
começaram com movimentações de tratores e diversos trabalhadores de locais mais distantes
da cidade com isso causando pânico aos moradores de SIGMA ,

Pelo fato ocorrido a Joana de Castro, então vereadora do município Delta que é limítrofe de
Sigma decide por tomar providencias cabíveis para que seja impedida essa desafetação.
Da Legitimidade Ativa

De acordo com o que prevê a CRFB/88 em seu art.5º LXXIII, qualquer cidadão pode ser parte
legitima para propor a ação popular para que seja anulado nesse caso ato lesivo contra o meio
ambiente, patrimônio publico e a moralidade administrativa, juntamente com o que prevê a lei
4717/65 em seu art 1º caput:

“Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a


declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito
Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades
de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de
seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas
públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja
criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas
incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos
Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas
pelos cofres públicos.”

Diante disso tem-se que a autora tem total legitimidade para propositura da presente ação.

Da Legitimidade Passiva

Os impetrados são partes legítimas para compor o polo passivo, uma vez que a ação popular
pode ser proposta em face de pessoas públicas ou privadas, autoridades, funcionários ou
administradores que houverem autorizado, aprovado ou mesmo ratificado o ato impugnado
conforme disposto no art 6º° da Lei 4.717/65.

“ Art. 6º: A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as


entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou
administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o
ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e
contra os beneficiários diretos do mesmo.”

Do Cabimento

A presente ação tem seu cabimento pois o mesmo e previsto na constituição que qualquer
cidadão pode ser parte legitima para propositura de ação popular. Portanto por se tratar de
ato lesivo ao patrimônio público, bem como a moralidade e o meio ambiente, é cabível a
presente demanda conforme disposto no art 5º LXXIII da CRFB/88.

Do Direito

Diante do fato ocorrido, temos claramente que há um ato lesivo ao patrimônio


histórico, além de ser lesivo também ao meio ambiente, pois a construção de conjunto
habitacional no referido local vem a violar o disposto no art. 225 da CRFB/88 que tem
como função assegurar a preservação do meio ambiente e seu equilíbrio, logo em seu
inciso III vem a definir:

“III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e


seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção”

Então como se pode notar Pedro Silva ao ter a área como sua iria fazer construções
que acabaria por afetar o meio ambiente pois até mesmo através dos moradores era
possível saber que já estava sendo derrubada diversas arvores e sendo modificada a
estrutura do local por tratores e retro-escavadeiras.

No mais há de se dizer que a referida doação feita pelo prefeito vem a ser uma afronta
a moralidade administrativa que vem a ser protegida pelo art. 37 juntamente com o
art. 5º LXXIII, da CRFB/88, logo temos o fato de que sem motivo idôneo um bem
publico vem a ser transferido a uma pessoa particular o que afronta o principio de
impessoalidade também previsto no art. 37 da CRFB/88

Logo temos como notório um grande desvio de finalidade ao decreto editado, sendo
esse mesmo nitidamente feito em favor de Pedro Silva como forma de retribuição as
ajudas e doações feitas ao atual prefeito em sua candidatura, fato esse que cabe que
seja declarado como nulo o Decreto YY por violar os termos dos art. 2º alíneas c e ,
juntamente com o parágrafo único da lei nº 4717/65;

“Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades


mencionadas no artigo anterior, nos casos de:

c) ilegalidade do objeto;

e) desvio de finalidade.”

Diante tal fato cabe que seja declarado o referido decreto como nulo for ferir as
normas explicitadas.

Da Medida Liminar

A concessão liminarmente da tutela de urgência conforme estabelece art 300 do CPC,


pois como já dito, o fato de diversas arvores sendo derrubadas bem como estar sendo
feita alterações no solo da região, isso vem a ferir a preservação do meio ambiente
podendo causar sérios danos até o resultado útil do processo, logo tem-se como nítido
a concessão da tutela de urgência liminarmente.

Dos Pedidos

Ante ao exposto, requer a vossa excelência;


a) Que seja concedida liminarmente a tutela de urgência para que evite maiores
danos ao meio ambiente até o resultado útil do processo como prevê o art.300 CPC.
b) Que seja declarado nulo o decreto YY por violar princípios da administração
publica, bem como desvio de finalidade e ilegalidade do objeto, de acordo com o art.
37 da CRFB/88
c) A citação do ministério publico para que venha a acompanhar o feito como
fiscal da lei, como e estabelecido pelo art.6 º § 4 dalei 4717/65.

d) A citação dos impetrados na forma do art. 7º inciso I, alínea a, da lei 4717/65 para
querendo responda a presente ação, sob pena de revelia;

e) A condenação dos réus a custas e honorários advocatícios e ao ressarcimento de perdas e


danos como é estabelecido pelo art.12 da lei 4717/65

Da Provas

Protesta por todos os meios de provas em direito admitido, bem como provas documentais e
testemunhais.

Dar-se à causa o valor de R$1000,00 ( um mil reais)

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/ Data

ADV/ OAB

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