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Ao Douto Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal

Partido Politico YYY, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº xxx, com sede
no endereço Rua xxx, nº xxx, bairro xxx, cidade xxx, estado xxx, representado por seu
advogado que a esta subscreve ( documento procuratório em anexo), com endereço eletrônico
xxx, vem com fulcro ao art. 102, alínea “A” da CRFB, propor;

Ação Direta de Inconstitucionalidade

Em face da Lei Estadual XX em seus artigos 1º e 2º, editada com concurso do Governador do
Estado e da Assembléia Legislativa do Estado Omega.

OBJETO DA AÇÃO

O objeto da presente ação direta de inconstitucionalidade é impugnar a Lei XX (arts. 1º e 2º)


que violou a Constituição Federal de 1988. Os dispositivos foram editados pelo Governador e a
Assembleia Legislativa do Estado Ômega

Ocorre que as sociedades empresárias que exploravam essas atividades econômicas, bem
como os proprietários das áreas nas quais eram encontradas as substâncias minerais úteis,
constataram que a Lei Estadual XX lhes causaria um imenso impacto: as primeiras por serem
obrigadas a paralisar suas atividades, enquanto não obtivessem a autorização exigida no Art.
1º, isto se lograssem êxito em obtê-la; os últimos, corriam o risco de perder suas propriedades,
conforme dispunha o Art. 2º

DA LEGITIMIDADE

Nos termos do art. 103, I a IX, da CRFB/88, o partido político YYY possui legitimidade para
propor Ação Direta de Inconstitucionalidade. (detém representatividade no Congresso
Nacional)

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O Art. 1º da Lei XX viola o Art. 22, inciso XII, que confere competência privativa à União para
legislar sobre jazidas, minas e outros recursos minerais, pois foi outorgada atribuição, à
Secretaria de Estado de Turismo, para autorizar a exploração econômica das substâncias
minerais úteis encontradas nas áreas de potencial turístico do Estado. Logo, há uma
inconstitucionalidade formal.

Conforme entendimento do Tribunal Regional Federal da 4° Região:

“ADMINISTRATIVO.BENS DA UNIÃO. LAVRA ILEGAL. JAZIDA.TITULARIDADE


DO MINÉRIO APREENDIDO EM AÇÃO PENAL.ARTIGOS 20 E 176, AMBOS DA
CONSTITUIÇÃO.VALE LEMBRAR QUE OS RECURSOS MINERAIS SÃO DE BENS
DA UNIÃO E QUE A PESQUISA E A LAVRA DE RECRUSOS MINEIRAS SOMENTE
PODERÃO SER EFETUADOS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CONCESSÃO DA
UNIÃO. (TRF DA 4° REGIÃO- APELAÇÃO CÍVEL N°
XXXXX-41.20204.04.7201/SC- Rel: Marga Inge Barth Tessler)”
Logo ao se referir ai art. 2º da Lei XX viola o Art. 22, inciso II, que confere competência
privativa à União para legislar sobre desapropriação, já que o preceito criou um procedimento
abreviado de desapropriação. Há uma inconstitucionalidade formal.

O Art. 1º da Lei XX viola o Art. 176, § 1º, ao condicionar a lavra dos recursos minerais à
autorização ou concessão da Secretaria de Estado de Turismo, enquanto essa competência é
da União. Assim, há uma inconstitucionalidade material.

O Art. 2º da Lei XX viola a Constituição Federal ao dispor que seria devida aos proprietários
privados a indenização pelo potencial econômico das substâncias minerais úteis, quando é
sabido que estas últimas pertencem à União, nos termos do Art. 176, caput, ou do Art. 20,
inciso IX, ambos da CRFB/88, constituindo propriedade distinta da do solo. Há uma
inconstitucionalidade material.

No que tange aos recursos minerais, Leonardo Greco, importante e reconhecido doutrinador
vem afirmando que:

‘’ A legislação ambiental Estadual não pode derrogar ou retirar eficácia ao


direito federal, muito menos nas matérias de competência privativa da
União’’ (Greco, Leonardo. Artigo Competências Constitucionais em Matéria
Ambiental, Revista dos Tribunais v.687, p.30)

DA TUTELA DE URGÊNCIA E DA MEDIDA CAUTELAR

De acordo com art. 102, I, p, da CRFB/88 e art. 10 a 12 da Lei nº 9.868/99, entende ser cabível
a medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade.

A fumus boni iuris se caracteriza pelos fundamentos apresentados ao longo desta ação, bem
como pela documentação juntada em anexo. Por sua vez, o periculum in mora está
comprovado, pois as sociedades empresárias que exploram essas atividades econômicas terão
que paralisá-las e os proprietários das áreas nas quais são encontradas as substâncias minerais
úteis correm o risco de perder suas propriedades.

O fundamento é relevante e já existe urgência em obter a tutela jurisdicional, tendo em vista


que há violação clara à CRFB/88.

Isto posto, requer a concessão da medida cautelar para suspender a lei impugnada até o
julgamento definitivo da ação, em consonância com os referidos dispositivos legais acima
mencionados.

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer a V. Exa:

1) A concessão do pedido cautelar formulado para suspender a norma impugnada, na forma


do art. 102, I, p, da CRFB/88 e art. 10 a 12 da Lei nº 9.868/99;

2) Que seja julgado procedente o pedido principal da ação para assim ser declarada a
inconstitucionalidade da Lei XX nos termos do art. 102, I, a, CRFB/88 e Lei nº 9868/99;

3) Segue em anexo cópia dos documentos necessários para comprovar a arguição de


inconstitucionalidade, nos moldes do parágrafo único, art. 3º, da Lei. 9868/99;

4) Seja ouvido previamente o Procurador Geral da República na forma do art. 103, 1º, CRFB/88
e art. 8º da Lei. 9.868/99;
5) A citação do Advogado Geral da União na forma do art. 103, 3º, CRFB/88 e art. 8º da Lei.
9.868/99;

6) Requer sejam solicitadas informações dos responsáveis pela edição da lei impugnada, a
serem prestadas no prazo de trinta dias contados do recebimento do pedido, de acordo com
art. 6º, caput e parágrafo único, da Lei nº 9.868/99.

Dá-se à causa o valor de R$… para fins procedimentais.

Nestes termos, pede deferimento.

Local…. e Data…

Advogado

OAB

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