Professional Documents
Culture Documents
Revogação Preventiva - Ipatinga MG
Revogação Preventiva - Ipatinga MG
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
DOS FATOS
Foi então que o fato mais estranho e que este policial que efetuou a prisão já
sabia onde estava hospedada a segunda requerente, e procedeu com a prisão da mesma
também, sem o menor fundamento e em conseqüência recolheu a terceira requerente que
estava na padaria.
Ou seja Exª, uma situação totalmente armada e fantasiosa, visto que já tinham o
estado de flagrância todo armado em suas mentes, sob o intuito de não sabemos o
porque, mas como uma única ideologia, prejudicar os requerentes que estavam inocentes
na situação.
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
SE JÁ NÃO BASTASSE TAMANHO ABSURDO, AINDA SOFRERAM OS
ACUSADOS CONSTRANGIMENTOS DAS MAIS DIVERSAS FORMAS, BEM COMO
NÃO PUDERAM COMUNICAR O SEU ESTADO DE FLAGRANCIA, COMO E DE
DIREITO, ONDE QUEM AVISOU FOI UMA ADVOGADA QUE TEM UM ESCRITORIO
AO LADO DA DELEGACIA.
Há de reconhecer que tal conduta fora extremamente forçosa, uma vez que
não há ilegalidade prevista em lei acerca de celebração de contratos atípicos e o ramo que
a empresa atua se encontra amparado pelo art. 425 do Código Civil, o qual dispõe a
legalidade de celebração de contratos não previstos em lei. É de notória sabença que um
cidadão pode negociar e dispor de um empréstimo que contratou da maneira que
entender devida, desde que não seja para fins ilícitos, porém, mesmo com todo esse
amparo, o delegado indiciou os requerentes em tentativa de estelionato.
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
Paira o absurdo, deixar que trabalhadores, de uma empresa honesta,
arque com os ônus de outros golpistas do mercado e que estes sejam usados
como ”bodes expiatórios” de forma a dar uma justificativa a sociedade.
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
A certeza do direito penal mínimo no sentido de que nenhum inocente seja
punido é garantida pelo princípio humanístico e constitucional in dubio pro reo. É o fim
perseguido nos processos regulares e suas garantias. Expressa o sentido da presunção de
não culpabilidade do acusado até prova em contrário: é necessária a prova – quer dizer, a
certeza, ainda que seja subjetiva – não da inocência, mas da culpabilidade, não se tolerando
a condenação, mas exigindo-se a absolvição em caso de incerteza .
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
A esse respeito preleciona Fernando Capez, sem a real e efetiva necessidade
para o processo, a prisão preventiva seria "uma execução da pena privativa de liberdade
antes da condenação transitada em julgado, e, isto, sim, violaria o princípio da presunção da
inocência. Sim, porque se o sujeito está preso sem que haja necessidade cautelar, na
verdade estará apenas cumprindo antecipadamente a futura e possível pena privativa de
liberdade."
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
Os critérios previstos no art. 282, a que se refere o art. 321, do CPP, são, em
primeiro lugar, a proporcionalidade, traduzida em adequação (aptidão para a produção
dos efeitos desejados) e necessidade (impossibilidade de obtenção de tais efeitos por outro
meio). Nos termos do art. 282, I, do CPP, as medidas cautelares devem ser aplicadas quando
forem necessárias “para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e,
nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais”. Além disso,
como dispõe o art. 282, II, do CPP, devem ser aplicadas tendo em conta “a adequação da
medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou
acusado”.
A regra, portanto, na falta de motivos para a imposição da prisão preventiva,
será a decretação da liberdade provisória, sem fiança.
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
Como, em princípio, ninguém dever ser recolhido à prisão senão após a
sentença condenatória transitada em julgado, procura-se estabelecer institutos e medidas
que assegurem o desenvolvimento regular do processo com a presença do acusado sem
sacrifício de sua liberdade, deixando a custódia provisória apenas para as hipóteses de
absoluta necessidade.
O princípio ora sob epígrafe se expressa através dos denominados pressupostos cautelares,
chamados comumente na doutrina brasileira de finalidades da prisão preventiva. Decorre
de tal princípio que, para se ver decretada a medida coativa, deve revelar-se no caso
concreto uma das três finalidades expressas pela lei: a conveniência da instrução criminal,
o asseguramento da ordem pública ou a garantia da ordem pública. Na espécie sequer um
de tais pressupostos se encontra evidenciado.
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA
Os Requerentes não apresentam e não ocasionarão nenhum risco para a ordem pública,
cabendo ressaltar que é no seio da família, núcleo social de suma importância para a
redução da criminalidade, que o Requerente pretende se estabelecer e dar continuidade sua
vida cotidiana, razão pela qual não se pode cometer a injustiça de presumir uma
periculosidade inexistente.
Igualmente, impor aos Requerentes o cumprimento antecipado de uma pena é o mesmo que
fechar os olhos aos princípios que norteiam o ordenamento jurídico, em especial, no que
pertine ao princípio da inocência e a dignidade da pessoa humana.
Ademais, não há nos autos elementos suficientemente idôneos para se chegar a inarredável
conclusão de que a liberdade do requerente causará alguma insegurança à sociedade, isso
pelo fato de que o estado terá o controle sobre o acusado, de forma eficiente, com a
aplicação de medidas cautelares alternativas à prisão.
É sabido que deveria constituir-se uma segurança da coletividade, para impedir que o
acusado viesse a praticar novos delitos, ou viesse a consumar um crime tentado. Não é
evidentemente o caso dos autos. Os requerentes não possuem nada que desabone sua
honra, pois são cumpridores de suas obrigações, cidadãos trabalhadores e que nunca
participaram de nenhum grupo ou quadrilha para prática de delitos ou mesmo de qualquer
ato delituoso.
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
Ademais, são conscientes de que a instrução criminal é o meio hábil de exercer o direito
constitucional do contraditório e da ampla defesa, ONDE PROVARÁ SUA INOCÊNCIA NO
CURSO PROCESSUAL, razão pela qual não se pode presumir que o mesmo se voltará
contra o único meio que possibilitará o exercício de sua defesa.
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
No caso concreto, não há nos autos nenhum indício de que o Requerente integra alguma
organização ou grupo criminoso, coagiu testemunha, destruiu provas ou oferece risco às
A prisão não deve prosperar sob o argumento de se garantir a aplicação da lei penal, posto
que o Requerente possui possibilidade de trabalho, endereço conhecido e jamais se furtará a
se defender da acusação que lhe é imputada, sendo que poderá e se disponibilizará a ser
localizado a qualquer momento para a prática dos atos processuais, comprometendo-se a
comparecer a todos os atos do processo.
O mesmo tem requisitos legais para estar em liberdade e responder a todo ato processual
dessa forma, nada mais justo é que seja concedido através da postulada, em sede revogação
da prisão preventiva, para assim, seja efetuada a justiça consagrada na Constituição Federal
de 1988.
Referente a dignidade da pessoa humana, pontuam os autores Ives Gandra da Silva Martins,
Gilmar Ferreira Mendes, Carlos Valder do Nascimento (Tratado de direito constitucional, v.
1 / – 2. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2012): “O fundamento básico de todos esses direitos é a
dignidade da pessoa humana, pela sua criação à imagem e semelhança de Deus, diferente e,
portanto, superior a todo o universo material. As Constituições Alemã (art. 1.1), Chinesa (art.
38) e Espanhola (art. 10), entre tantas, assentam ser inviolável a dignidade da pessoa
humana.
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
Assim, nesse Estado Constitucional e democrático de direito é que encontraremos o
fundamento de validade do ius puniendi, bem como suas limitações. É um Estado em que os
direitos humanos deverão ser preservados a qualquer custo. Como diz precisamente
Norberto Bobbio, ‘o reconhecimento e a proteção dos direitos do homem estão na base das
Constituições democráticas’.
A Carta magna de 88: "Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.
Que espécie de ressocialização de um ser humano poderemos esperar, quando lhe são
sonegados os mínimos direitos constitucionalmente assegurados.
Vale dizer, não há mais como cogitar da liberdade divorciada da justiça social, como também
infrutífero pensar na justiça social divorciada da liberdade.
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
De outra, é certo que a ordem pública não será burlada e nem afetada com a soltura do
acusado, pois não se justifica nenhum argumento como o de que com a soltura poderia
voltar a delinquir, já que o mesmo é trabalhador, tem residência fixa e meios lícitos de
sobrevivência.
Neste sentido, a ampla defesa através de medidas protetivas ao acusado deverão exaurir-se
todas as possibilidades levando em consideração a presunção de inocência, consagrada na
Carta Magna de 1988, artigo 5º, inciso LVII.
Assim, deve vir assentada em elementos que demonstrem a sua efetiva imprescindibilidade
no contexto em que praticada a infração, especialmente com a entrada em vigor da Lei
12.403/2011. A prisão não pode ser encarada como antecipação de pena, pois seu caráter é
de necessidade diante da periculosidade do agente e da gravidade concreta do suposto
crime.
No caso em tela, vale ressaltar que não pode haver, quanto aos pressupostos para a
decretação da prisão preventiva, qualquer tipo de presunção.
Ademais, a prisão cautelar deve ocorrer somente nos casos em que é necessária, em que é a
única solução viável -ultima ratio - onde se justifica a manutenção do infrator fora do
convívio social devido à sua periculosidade e à probabilidade, aferida de modo objetivo e
induvidoso, de voltar a delinquir, o que certamente não é o caso presente.
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
Dessa forma, ínclito julgador, a concessão de LIBERDADE PROVISÓRIA SEM ARBITRAMENTO
DE FIANÇA ao acusado é medida que se ajusta perfeitamente ao caso em tela, não havendo,
por conseguinte, razões para a manutenção do mesmo aprisionado.
Ademais, MM. Juiz, não se pode ignorar o espírito da lei, que na hipótese da prisão
preventiva ou cautelar visa a garantia da ordem pública, a conveniência da instrução criminal
ou, ainda, para assegurar a aplicação da lei penal, que no presente caso, pelas razões
anteriormente transcritas, encontram-se plenamente garantidas.
a manutenção da prisão .
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
______________________________________________________________________________________
Dra. Lívia Torres – (21) 96434.4489
Dra. Fernanda Amaral – (21) 96505.8182