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REVISTA. | pronto } Histérico e Artistico ee onal | Mitos Indigenas Inéditos na obra de | Curt Nimuendaju O TOMBAMENTO DA SERRA DO MAR O tombamento da serra do Mar em Sao Paulo foi uma realizacio. notvel no universo da preservacao do patriménio natural brasifeiro. Para discuti-lo em profundidade, a Revista do Patriménio convidou duas pessoas que participaram em momentos diferentes do processo: Aziz AbSaber, gebarao, que deu incio aos trabalhos,¢ José Pedro de Oliveind Coste, anguitete. con especializacio ort planejamento ambiental, que atuou no final da operagio. Partindo denn ‘consenso, 0 tombamento, os dois tém abordagens histéricas diversas, com critérios divergentes, mostrando 0 quao fértil é a matéria, fornecendo subsidios para um assunto que chega tardiamente cm pauta: a preservacao do patriménio natural brasileiro. ‘ris do Cacpaao, no itoal do Parque Nacional de wer. de Bocsing ‘Serm do Mar, Evtad0 do Rio de lanero, no encontro da serra com 0 mar & ieoatve dora nome 1No21/1986 ada mats digno de set ins txito no Heo dos ptrims- ios naturals béicos de tum pais do que os expazos de suas paisagens de exce- Teh pe fos Seu teldoe ecalog 08 mals delicados ¢representativos. Os ‘Temanescentes mals signifcaivos de | seus econistemas continents ou mai- hot A rigor, tudo aquilo que ecaps da banalidade topogric paisgstca,su- blinhado por um tipo qualquer de'ex- cxpcionalidade ecoligica ¢ bistica, me- receria, desde 0 inicio, uma protegdole- fal, por uma modalidade qualquer de Aisposgfo estatutria, Para tanto, ima- | ginagto preservacionista foi muito fértil, esdobrando a tpologia dos intrumen: || tos de protegdo da naturea: parques na- sionals, parques estaduas, argues mux icipis, eserasfloresais,reservas bio Topica, estacies ecolégicas,santuarios ¢ reas de preseragio da vida silveste Para nfo falar das reseras indigenas, | que constituem em um tipo de e aturale antopologco,defendido pela _pespria Conti EY Algins estatutos legis para preserva- so, existentes entre nds, sfoexcelentes para concilisr protegio com uma certa Yistagfo turisticae cultural: os parques estaduas © os parques nacionas. Outros faclitam a vsitagio de pesqusadores ientificos, mas impedem a atuago de tum turismo de algun porte: a retenas florestas, a retervasbioldgicas © a8 esta $6es_ecoldgicas. Entre eles, as reservas biolipicas¢ os santustios para preserva 0 da via silvestre tém lmitaydes sin- da mais dréstica, Existem modismos, de Jntrodugéo recente, que protegem muito ouc0 ou quase nada, como €0 caso das ontrovertides éreas de preservago am- Biental. Na metade norte do pats exi tem condigées adequadas para oestabe- lecimento ‘de verdadeias reservas de biosfera, suscetves de receber um tata- ‘mento regional metSdico e polislente, dentro das idias de ponta que vém nor teanido a organizagfo e a flosofa para {ais tipos de grandes expagos natusis. Em alguns raros casos, aplcives so- bretudo a dreas de alta especificidade € undes bidtias e biostimdtess,acopla- 4as com intereste social indteto apica- -¥ umeestatuto, que, independentemente as leis da propredade prvada e sem a exigincia obrigatéria de qualquer pro- e890 de desapropriagfo, pode ter forga ara congelar 0 uso de um determinado espayo fico @ ecoldgico. Nao se trata 4e tomar todos os esparos que ja este- REVISTA DO PATRIMONIO HISTORICO E ARTISTICO NACIONAL O Tombamento da Serra do Mar no Estado de Sao Paulo Aziz Ab’Sdber* Rramphasos doors, meena do.eonerde fe Senge cece sets Ome 7 jam sob a agfo de uma ou outra modal: dade de preservago legal. Tombar gran- des espagos, situados em dreas dstantes, de gerenciamento problemitico, ¢ tio initil quanto estabelecer novos parques no papel, sem se tomar as medidas procedimentos indispenséveis a0 seu funcionamento, por meio de um correto plano de mancjo, fscalizagfo e implan- tagfo. Paradoxalmente, 0s espapos mais {ndicados para um tombamento situam- sae préximos de das altamente humani- zadas, sujeitas a uma fort e irefredvel pressfo da especulaggo imobiliria. Ha {que possuir, obrigatoriamente, um con- junto de infraestruturasinstaladase po- tencialmente dgeis, a ntvel regional est dual, para garantie a preservagzo plena ‘ou zoneada, definida nos tombamentos de reas naturais. Nao é por outra razfo {que a fachada ailintica de Sio Paulo, em setores nfo muito distantes da gran- de metrépole paulistana, tenha sido pio neira nos esforsos para o tombamento de alguns patriménios naturais bisicos: serra do Mar, uréia, Japi, Pedra Grande, Cantarera, Jaragud, Boturuna e cabece ras do Tieté. Eficil entender que para a protepto integrada da Naturezanascabe- eiras do rio Jurud ou do Purus, noscon- fins da Amazénia Ocidental, no Estado do Acre, seria necessirio invocar outro tipo de estatuto preservacionista do que © igido e, no caso, totalmente inade- quado tombamento. A mesma coisa se pode dizer da dtea do pico da Neblina ou do monte Roraima, ou ainda, do fonjunto da sera dos Caras O roteiro da decisto di ti er ceeeant (Adis Nacib Ab'Siber, godprato, profesor titular de Geografia da Universidade de Sf0 Paulo, foi vice presidente da SBPC (Sociedide Brasileira para o Progreso da Ciécia) e pres iu 0 CONDEPHAAT (Consslho. de Defesa {do Patsimbnio Historica, Arqueatdgico, Art ‘ico ¢ Turlstico), do governo de Sio Palo, He nr; of 7 hee vo rN =, REVISTA DO PATRIMONIO HISTORICO ee 1921/1986 TEARTISTICO NACIONAL. se, porém, exige qualificagdes que pai- tam muito acima de simples atos de val ade pessoal, ou de meras tiradas dems- sgéricas de eventuais © passageiros res- ‘ponsiveis pela administraeao publica. ‘A tomada de decisso para 0 tomba- mento é, antes de tudo, um ato de dis- cemimento cultural, que procura aten der as reclamagdes de muitas vozes ede | imuitas gerag6es. Como tal, é um ato de | inteligéncia ¢ de coragem coletiva. Tra- tase de uma estratépla trans-ideoldgica, destinada a ter permanéncia e validade histérica. Em qualquer caso, a garantia de sua implantagio dependerd do atvel de tratamento dado ao objeto de preser- vasfo, reconhecido por toda uma gera- fo de intelectuais, cientstas e lideres Cultursis. E por todos aqueles que opi ‘param na abordagem dos diferentes in- gulos envolvidos nas querelas sobre o es- ‘paco a ser protegido por forca de le. 'Nio sfo 0s governos que tomam a iniciativa do tombamento. AS solicita- 8es quase sempre partem de cidadsos fesclarecidos. Ou de grupos comunité- tos. Ou, ainda, de estudiosos sensbiliza- dos pela idsia de proteger o patriménio da Soviedade e da Naglo, de um modo fnteiramente ideaista e desinteressado. Em contraposigio as etemas expectati- vas de lucros dos expeculadores de todos ‘5 naipes. reconhecimento da excepcionalida- de e da aplicabilidade do estatuto do tombamento — em cotejo com outros Instrumentos de preservagfo — depende- rf sempre do consenso obtido pelo aconselhamento responsivel das comu- nidades cientficas, técnicas e culturais. Nada feito, se a linguagem dos técnicos ¢# dos cientists no tiversufiiente forga @ abrangéncia para sensibilizar intelec- tusis, ambientalistas, governos e pablico ee ieee gene Sos Soa comseen ia ah ep Proce ter mo Sos cent fora as grandes lutas pela sobre- ‘anos um procesio crbnico de avalanches para ultimar a decisto politi e juridica do tombamento. 0 apelo a0 recurso do tombamento somiente é aplicavel a uma érea ou gleba que, por razdes paisog ticas, ecoldgicas, hfdrieas ou ambientais, seja recon! damente uma drea necessitada de prote- 40 integral. Esto nesse caso, certamen- te: uma grande escarpa tvopical floresta- da, do tipo da “serra do Mar”, no Brasil de sudeste; uma pileo-itha, engastada no litoral, comportando diferentes ecossis- temas’ florestais e telictos arcaicos de ‘campos de (Guréia); um agrupa- mento monumental de “pies de agi ‘car”, situado em qualquer ponto do Bea- sil tropical atlintico (Rio de Janeiro, Espirito Santo, nordeste de Minas Ge: rais); um macigo serrano envolvente de ‘Serra de Paranapiacabe, Cubatio:a pollcto aires asfixiente sobe a serrs provocando em 20 ‘uma grande aglomeragfo urbana, dotado de fedgeis ecossistemas e grande valor de referéncia paisag(stica (Cantareira, {ta- peti, Japi, Boturuna, Givea, Gericind); uma serrania dotada de um chitesw | d'eau, com mananciais prioritirios pelo seu grande interesse social (Mantiqueira Bocaina, serra de Caldas); um conjunto de geutas calcdrias, sumidouros, ¢ de- press6es fechadas, com lagos sujeitos a | Grenagens de controle subterranco, in- cluindo eventuais sitios pré-histéricos € jazigos paleontologicos (regifo cirstica de Confins—Lagoa Santa, a0 norte de Belo Horizonte, noroeste de Minas, Piauf, Bahia, Sio Paulo, Mato Grosso do Sul). Areas de topografia ruiniforme s+ petaculares, que carccem de protegio miltipla, até mesmo em relagdo a visite ac SE i pe a a a cee ee | 4 ¢0 predutoria, & bizonhice dos téenicos oficiais. © dos comerciuntes de bugigan 228, incultos ¢ insensivels (Vila Velha, Sete Cidades de Piracuruca, Torres do Rio Bonito, Guaritas do sudeste rio -prandense, chapada dos Guimaraes, vale do So Francisco). Enfim, espagos de di- ferentes ordens de grandeze. Insesidos em diferentes domfnios morfoelimaticos ¢ Mtogeograficos, Dotados de diferentes feigtes paisagisticas locas, ¢ envolvidas f interpenetradas por diferentes ecossis- temas (geossistemas ¢ geotopos). E sub- metidas a diferentes graus de vulnerabili dade por processos erosivos e apes ane trope PP revs, pte or sare SE guns casos genercos, que en- {olvem esti ben defiidos de reco Thecimento de inportincia dos pate Innis considerados. Independents. trente da oom de gandeza espa © do nivel de dieldade paras delimita fo correla do bum corsiderado, 1. Pre fenvaglo. por tombumento. de arcs de SGaeae Kila, em que Fala inte esse ei uind protecao integrads dos te ara fins ge tombamento de éreas par Retihord Haak Serre Marumer [were ogmnee Panorama ta sera do Mar no Estado do Perand tomad do Pico do Merumbs 2 1,34 7m de site, Alto co Bas Visto OTOMBAMENTODASERRADOMAR ‘NOFSTADO Di SAO PAULO. cidos evolégicos regionais (caso da serra | do Mar, em Sto Paulo; serra de Caldes, no sul de Goiis). 2 Tombemento de 4iteas ou Setores de regiges, pelo princf- plo da i paisagens reco ‘cegO (morr0s teste :munhos, topografias nuiniformes, inser das em dominios natura definides por condigaes primarias e mio sujeitos & vist tagio turistica de masses; altos picos ro- chosos do tipo dos "plies de apicat™, in- selbergs,“dedos de Deus”, pedrastortas, ‘campos de matscdes no depredados, canyons e furnas, assomblias do feigges cirsticas bern preservadas, cavernas @ la pis, swnidouros ¢ depressbes edrstieas, Jagos de doings, lejedos dotados de mi- nienclaves relctos, ilhas continentais com vegetagio bem conservada e stooks biolégicos representativos, ecossstemas costeitos de protect obrigat6ria.3. Pre- servagia_de remanescentes.simévios de areas topograficamente banals, porém ecologica ebioticamente eriticat ane) a Banco de permop lntocdvels de ecossistemas primrios, em vias. de extincéa, 4. Areas de inteoduggo ‘ou reintrodueao. de espécies, considera | | 1 | | dos de sucesso plana.c dignss de prote Gio" infegrads_ou_hgeiramente zoncuda Gelios hortod desativados. sefores de ‘thas e glebas que foram coldniss pena rates de fazendase sitios do Estado ou de particulares, texzas doadss ov revert das a0 Estado por herangas jacemtes, So tadas de solores signifieativos de pasa- gens naturais, dignas de preservagao em mossico). Nesse contexto de tipologia, a serra do Mar tem a condis30 de ums critiidade indiscutivelmente mghipla. E geomorfologicamente erftica. F cealo amente critica. E eritica do ponto ée vista gootéenica, Possui citieldade do ponto de vista hidrico. F ¢ biologica- mente erftica. Daf por que.em S30 Pau Jo, sempre houve absolute consenso so- brea necessidade do tombsmento da serra do Mar. Razies da opie peo tombamento excopionaiede da sera do A Mar este selacionada a um verdo duito fee de atibutos 0 arp ‘mentos fluem desde o pélo das raxbes puramente cicatificas ato pelo das 12- 260s pragmticas, de grande valor Social | | | | | wate ose 1160" @ domettes magedtises Patnas ansustsart WAS*HC @ wish Em_primelro lugar, € preciso subliohar So Mat pois ma escola de lanetdla, Ea mals impocan te das_escarpas tropicals existente_no ‘qntrd® das teas quentes e smilag do Na categoria de grande borda, 2 do Pusat Basie, €.0, iat conti SEOISESS & gUrTOrTTORTEY,dB-eild a face oriental do contnente fo. B, ainda, aunidade pairagticn que, F despeito de estar situada no entremeio “Ga tego de maior interiorizagto do po foamento, © possuiéora da maior e mals “densa rede urbana de todo o Hemistério Sul, presenta uma biomassa vegetal ela tivainte bani preservada, mesmo quese ailidade dos ecosistomat iGo tropios imidos, desenvor ‘em terrenos de fortissima decivide May'€ consideiada 6’maior banco gone. fico remanescente de natureza tropical allintica, em ioda a face feste do Brasil, © que vale dizer em toda a vertente oriental da América do Sul Em contrapartide, € um espago eco- Ssico que no admite manipulagdes an- fpicas diretas ou indiretas. NZO possul ‘REVISTA DO PATRIMONIO HISTORICO E ARTISTICO NACIONAL wocago como espace agrério. Nao oft rece condigGes para sitios urbaniasveis. Nao pode servic como espace industrial E, acima de tudo, é dotado de tecidos eool6gicns e coberturas vegetais intocé- veis em relagio @ agdes mecinicas ou ‘quimicas, as quais de imediato so caps: 2es do deslanchar movimentos de massas de extrema periculosidade pera as insta lage humanas situadas no piemont nas baixadas ¢ estufrios, das 26nas cos toiras adjacentes. A posicao da serra do Mar na borda suborientsl do grande conjunto de pla naltos brasiliros, entre a fossa do médio Paraiba e 0 sistema de fossas de plata forma continental brasileira (bacia de Santos, bacia de Campos), the confers 0 ceriter de um brago terminal, no tempo | © no espaco, da grande familia de falhas linde em tecmo macro, a serra do | aque se fez atuarspés a fragmentagdo 40 Continente afro-braileiro pelo comple xo mecanismo da tectoniea de plas Ate ocretieco ‘mente. cem milhdes. de ta exist uma espécie de "Supercont nente transverio", reunindo of nicleos de terrenos antigos do Brae da Atria, sujetos a climas desvtcosristcos, até 3 © Inicio dos movimentos crustais ¢ sub: ‘erustais, que determinaram sua separa: ‘go ¢ deriva. Apés a separagio, houve a completagfo da formagao do Atlintico Sul, o qual passou a funcionar como fa- tor participante na amenizagto graduat dos climas aridos anteriormente existen- tes. O nivel tectOnico geral do tertitério brasileiro ainda era relativamente balxo, comportando subsidéncia terminal na Dacia do Parana e recorréncia de se mentaeio lagunar e flivio-acustre, por uma complexa rede de espacos interio res, enquanto um jogo de fossas tecto- nicas, de alta negatividade, se formava ‘na plataforma continental (caso da bacia de Santos). 0 soerguimento, por bascu- lamento, da borda do Planalto Brasileiro, fezse acompanhar nos derradeiros rea justes do equilfbrio tectonico, dando forigem as primeiras escarpas de falhas rosponsiveis pela eriagso do complexo sistema de escarpamentos da serra do Maz. Na testada das escorpas, faz-se sen tir ihas faixasaltitudinais de umidade, proveniente dos acréscimos de ar imido de inverno, que se soma, se atritae seal teraa, com as massas de ar continentais, provocadoras de chuvas de verdo. Serra Farinks Séeo'- Sora da Graciosa «Sera lotersgure ‘Serta des Orgs) vale dot rete a.~ Viste parcial de esconpa de sane Aco fain | cette | P estofiSteorames moses var sozoipeorge ee ysl falha, entre SW e NE LI =~s rear ISA + soerguimentos assimétricos do CE rei assess, eins pels gtnese da sorra do Mar, o- nheceram diversas retomadas de atua- {80, camportamento, falhamentos esc Toados, @ partir dos primeiros tempos da era cenoséiea (terciéri). Uma longa Tristria tectonics efisiografica marcou a iginese das escarpas, implicando em um Complexo sistema de reentalhamento de Sous sopés, até 0 advento das futuagées eas do ve2, tiveram sirias consequéneias para Face variat 0 nivel eral dos mares, oca- sfotiando mudangas climaticas e ecoldgi as nos espagos intertropicas, hoje pre dominantemente rides. ‘A pacir de uma superficie aplainada hoje Sobrelevada a 220-230 metros, da vertenteatlntica pré-serra do Mar,ocor reram sicessivas teentalhamentos com formacko de diversos niveis de erosto em rampas (patamares de_pedimenta- $10), no decorrer do climaticamente ins- fivel quaternério. No entanto, até me mo a flutuages climétices, na direeio ox climas secos — por ocasizo dos gran- des periodos glaciérios, em que o nivel {eral dos oceinos esteve rebaixado de dezenas de metros em relagzo 20 seu atual nivel de seferéncia, enguanto 3 corrente fra das Malvinas teve forsas pa- ra subir até Iattudes subequstorials — t- veram copacidade para eliminar 0 reduto das florestasacantonadas nas faixas mie das da testade média superior da serra do Mar. Por alguns milhges de anos, as excarpas da serra do Mar aslaram flores. tas, ofa mals extensas e continua, o7a tnals restutas e localizadas, refugiodas nas areas cepuzes de captar umidade, a ralor pate do ano. Um dos periodos sais estudados da retragao das forestas brasleias foi aquele ocostido entre 13,000 e 30.000 anos AP. (antes do presente), por ocesigo dos momentos Ierminals do quatemério antigo, a épo- cx glaciria conhecida como Wiirm Wis- consi Superior (pleistoceno terminal) Teatase de uma cadeia complexe © realmente espetacalar de fatos paleocti- iticos, paleoecoldgicos e paitagisticos: cm funcé da intensidade J glacizcio, a temperatura média global cai muito, afetindo todas as latitudes e altitudes. © nivel do mar, através de diversos po- rém continuos sebsixamentos, osceu are menos 100 metros de seu nivel avual. A cortonte fria des Malvinas, atusnde muito, porém em nivel mais baixo e mais afastade da costa atua, in- terceplos o roisiro de ponotracae das (0 TOMBAMI'NTO DA SERRA DO MAR ‘NO ESTADO DI SAOPAULO. Inustt de ar (Ho e Umi, proveniente dy reiso polar antirtea, Os tales os equenos fos torentesprowieats, Uierr encsbzararese molto. om fun fo do modanga do nivel do bse mart tno. para menos 100 metros, Aiguns, dente ees copatam diegbes estan fase lectonica- numa trate complesa de eixos. or segundo pela diego ge ral das velhas estruturas (NE-SO). ora acompanhando diéclases tectinicas € lie nas de flay que eussvam ome ge fal dos tertenod antigo. Cada exo dos bainos vals, endo etorados, torneuse tm cominhe paras poseriorinvstfo do mar ovordaeite 1000 6.000 anos, ‘prosinadamente. O mixin do Jeb amento do nivel do oosano correspow dew no mixin de intesidade de sem tridea, Mes asin, 3s foestas da 8 tudo Mar erase dscontinua, so breviveram numa drea-refiigio, no mui- | (contin orem sete pre | tarda, sob forma de um pande bow | Eo da Natura, uma potent blomosa | ftople em png serpin | | i ciopando para temperado quente. A se- ‘eure ganhou grandes teatos des depres- Bes intermontanas do planalo Atlanti- 0 € compartimentos de planaltos inte tlores. Numerosos subestoques de vege- tag30 florestal permaneceram em faces “nnidas de serranias e macigos regionals, ‘enquanto uma ponte de araucésias, atra: vvés dos reversos mais abrigados da serra do Mar, estabeleceu-se entre a area nuclear das araucirias e 0 refiigio de pi- huis, ainda hoje existente nos altas da Mantiqueira (Campos do Jord30, Mon: te Verde). Oct oat sot oe Petar tarina, em posigdo marcadasnente azonal ‘mais notdvel desses acontecimen- semiirides subtropicais. As matas ref giadas nas encostas médias e supetiores da serra do Mar passaram 2 funcionsr como o banco gentico bésico para a te- ‘expansio florestal na diregdo do Prsnal- to Atlintico e na depo dos sopés.¢ es pores da serra, onde a trantgressio flandrians desvinculow eciéentes, tans: formando-os em ilhas, 90 tempo em que © mar em ascensfo aleangou alguns ine- tras ¢ mais do que sou nivel atual ¢ for ou as primeitas grandes restingss, 4 custa de materiais da plataforms, rotra- bathados por uma abiesio progresiva, cologicamente muito ativa Hi que se concober que os processos de setrapicalzagao da fachada atlintica do Bras desde 13.000 unos até nossos dias comportaram uma verdadeira ce dela de fatos integrados. O aumento uni versal das ternperaturas médias determi nou a fusdo de aproximadamente dois terg0s do volume total do gelo acumula- Go nos pélos e regides corditheiranas ¢ 6 nfvel do mar subiu rapidamente, atra- vés de algumas fass diferenciais de atua- fo. Ao mesmo tempo, 2 grande corren- fe fia, que chepara até além do sul da Bahia, 'cefluiu para a costa de Argentina, feando com sus ponta terminal stuando enti © Rio Grande do Sul ¢ 0 Uruguai E-a covrente quente sul-brasleire passou 4 ocupar 0 seu espago atual, progiessiva mente a0 recuo das dguas Trias da cor rente das Malvinas. Mais calor e umida- de, um pouco por toda # parte, indepen- entemente de algumas pequenas reto- madas da semisridea, essocladss 2 mais calor € menor partcipagio eventual de smassa de ar polar atlintica, Progressiva mente, 0 clima quente e imide com ne voeitos destanchow ume decomposigfo gencralizada dos sores sub-rochosossu- perficiis. Enquanto pelfculas de solos em equilfrio instavel se formavam e se generalizavam por todas as faces das es- cearpas e de seus esporbes, a vegetagio forestal se adensava e se expandia, Rios e torrentes que, entre 13.000 e 20.000 anos, hasiam trensportado seinos maio- | es do que um punho ou uma cabeca. tomnaram-se perenes, deséritificaram-se nas cebeceiras, e passsram a receber pparticulas finas, de modo progressivo ¢ ieversivel, As lagunas, encarceradas en tre 05 sopés da serra do Mar e as praias barreiras da costa, apos terem recebido tum pouco de areiss “em bencos”, tra: vés de rios de porte pequene 2 médio, provindos da serra (ou polo retrabathe. ‘mento de arvias empurradas para a costa | pels calhs Sra oe NO 21/1986 Pst aes to fate depois, grandes lengdis de argilas, remo- vimentadas polas marés. Formase o del- ta intrslagunar a frente dos sios Cubs tdoMogi. Estabelecemse os primeiros manguezais, 0 sistema de gamboas, os “argos” entee as jungies intemas dos estuirios. Os homens dos sambaquis haviam chegado alguns milénios antes da an pllapfo das planicies de marés com man guerais. Ocipavam de inicio sitios pré- lagunares, construindo os sambaquis em cia de bancos de area, terragos de construgto matinha ov patamares bai wos de morzos. E, assim, gecaedes © ge- rayges de consicutores de sambaquis vi- vyeram da pesca e caga, no ambiente das Tagoras ede seus entornos imedistos, Entre 8.000 e 6.000 anos, quando eles descobriram os atributos das lagunas e all se fixaram, existia uma paisagem pa- fadisiaca,liguda a uma nove ordem to. | pleal, em inicio de reeonstrugdo. As fai | xas de mangues que bordejavam os lar | 405 canals © bordos das lagunas, ere ainda muito esteitas e embrfonicia, ofertando alimentos de féeil obtengto pela pesce ov coleta. As fanas arenosas dos bancos e restinges ainda exam domi aadas por palmdceas e estavam tendo 1e- centemnenteinvadidas por um fects ed fico de matas tropicais: a mats da figuet- 1a com palmaceas eas miatas dos jundas Essa seria a paisagem encontrada pelos povos tup-guaranis que, provindes do centro do continente, stingicam a costa, € desalojaram de seu habitat os remanes. centes das populagdes que constauicam 6% sambaquis. A expansfo e generaliza- ‘90 dos grandes manguezais, desde apr ximadamente 5.000 ¢ 6.000 anos ats, 9 chegada dos aguertidos tupisguara. nis piece ter sido as causes da rupture | de continvidade do govoamento ant for. O: grupos tupis foram mais lito 10s ou pralanos em alguns sctores da costa, ocupando terras desde a base da | serca do Mar até as ponta de praas do-_ | fades de aguadas © cursos d'igh, facil tadores de uma certa penetayao 8 dite Ho das planicies de piemonte. da tropicalidade no ambito da serra do Mare da zone costera que the € ‘Contigua. O refigio florestal, como legi- timo banco genético da natureza teopi cal, tem alguns milhdes de anos. En- ffeil deduzirse que foi relative: REVISTA DO PATRISIGNIO HISTORICO EARTISTICO NACIONAL quanto a reexpansio das Mlorestas por todos os setores das escarpas e seus es ppordes, macigos insulares e hes, proces- sowse dentro dos quadros evolutivos dos iitimos 12,000 anos, Foi um pro- Bgressivo esquema de aripligfo das con: digdes tropicaistimidss. por meio da ex- tensfo progressiva dos atributos que ji existiam no nicleo des drearefigios Os fortes dectives das escarpas nfo pos sibiitaram um espessamento muito grande dos solos. Um mossico complexo de litossoins, Tatossolos, materizis co- luviais finos e depbsitos de escorrega- ‘mentos forma o Suporte que serve de cho frégil para a manutengio das gran- des florestas. Qualquer manipulazé0 me- cfnica ou quimica, dentro de tais cis cunstincias, pode determinar uma acen- tuaeao incontrolivel dos procesios ero- sivas, por ocesido de grandes chuvadas de verdo. Foram construidos, 20 longo do tempo, apés 0 inicio da colonizacao, trilhas ¢ caminhos, para pedestres © para rmusres. Mais tarde intensificouse 0 tré- fego de muares transportando café. Es- tradas carcogdveis para cartuagens foram raras. Na maior parto dos estos, passou- -se direto dos caminhos de tropas para a feitura do estradas de ferro, a partir de 1863, a custa de solug6es técnicas com- pativeis, ¢ de obras de arte complemen- fares suficientes para evitar processos acelerados de crosfo, Mais reeentemen- te, fizecamse estradas e rodovias de dk ferentes padrGes técnicos, para vencer os escarpamentos e desdobrsr as ligasdes entre litoral ¢ plansito. Obras de apro- yeitamento hidrdulico, dos grandes des- niveis existentes nas escarpas da serra, itroduziram outras tantas_ manipula ‘Bes mantidas em equilibrio compativel com 08 processos morfoldgicos e pedo- génicos. Oleodutos e faixas para implan- tagio de fios de alta tensio foram cons- trufdos, com as precaugées desejivis Grandes chuvas de vero, em curto espi- {$0 de tempo, determinaram escorts; Imentos catastesficos na serra das Araras ¢ em Caraguatatubs. E, finalmente, na serra de Paranapiacaha, em Cubatia (SP), dovidos um fongo period deagres Ho feito por indistriss poluidoras, as mates da serra do Mar. mais préximas, softerem um fenecimento diferencia al tamente devastador e lesionante V asfixiante, realieada por patti ceulados € gases, foram suficien tes para fonecer desigualmente a bioma- sa vegetal primuiia © propiciar o apateci- inte anos de ows poluigdo aérea | che" da natureza contra seus proprios mento de sulcos pionciros ¢ ravinas en | brionérias em numerosos pontos da tes- | tada geral da escerpa. Uma grande chu- vada, em janeiro de 1985, culminou por provocar um gigantesco ¢ incontrolavel sistema de avalanche debris, que artas- tou para a baixada do rio Mogi ume | enorme carga detritica: suficiente pare cobrir em tode a largura ¢ extensfo 0 Teito maior, que anteriormente alojave apenas um setor meindrico daquele rio proveniente da setra, Foram centenas de escorregamentas de lamas ¢ outros ma- | terisis detriticos, que fizeram descer | troncos e galhos de drvores, juntamente | com locos que estavam entereados nos, | i | regolitos, até a0 bulxo rio Mogi. Chuvas de igual ou maior intensidade, ocosridas fa mesma ocasido, nZo resultaram em caldstrofes similares, em areas contiguas, nfo afetadas por uma poluigZo indus. trial Ufo violenta e continuads. A corre: lagao entre 0 lesionamento progressivo, @, finalmente, espasmédico da serra do | Mar, com a poluigdo de particulados e | gases, ficou intetramente comprovada, conforme previsio jé antiga da comunt dade cientifice brasileira. Os que n30 quiseram ouvir, agora temem a “revan- patrimonios. Hé certamente um alto n¢ tel de riseo para algumas daquelas indi trias que contibuitam para tomar Cubsto ume das ieeas mais poluides do mundo. Continusm a existir éxios pperigos pars as infra-estruturas instal das na baixada entre Cubutdo e Pass uera e ao longo do baixo Mogi-Cuba tio. AS populagdes carentes, que viver em precitios micleos residenciais prol trios, sentem-se mais do que aunca ameagadas por novas desgrapas, dentio da. desgraca permanente da. poiuicfo riltipl, ali existente. E farerr ros emergenciis pars, @ posterior, es tanearemse 38 numerosss e profundas lesdes deixadas pelas avalanchas deteti- cas nas tgremes encostas di seura do Mar. Tenta-e maguile as ls6es 0 inves de comibater as causas, bem conhecides, de seu aparocinento e progress. Num ¢a foi tia importante, portanto. a defesa integrada da secra do Mar, a nivel de to- dos 105 argumentos. Mesmo porque aps a relropicalizay3o geral da fachada atlim- tica do Brasil, que demorou alguns mi- Inares de anos, podernos avaliar a fore dos. procesios de disrupgio-envcadcia (resistesia antv6pica). Em menos de 25 anos, desfezse tods a harmonia ¢ 0 equilibrio dos fatosftsicos,ecoldgicose bidticos que a Natueers levou 12.000 anos para reconstruir, a partir de peque: ros bancos genéticos floresteis, de al- guns milhes de anos. Consenso no tombamento; rfo-consenso nos critérios eas 5 sts de tombamento nfo adm temas deeeonhecneta de prose dt aplesbade do ca Mo gl un ese line Bae cut ode saben de seas ntengbs embuties ct Cornea de espagon re state questes pls oo dil. Ss crest de aint pe Bis Pare tet Be presse, quem todos os ose surgtos partir f ese vo daqucee que fem eapectaia re fehs de foro © pose de tm Soman ten neta fem ques toroumar o mas posse de pe oe. env gue sr tanpeene. araparente bv ifengoes como eo cso ds ra do Mie, Tanspucate nos eto, como inlsmente noo 0 cto sera So Mar. Por suas implicagdes legais, como pel sn atusio sina dor Gite ge Metco e vines, etatuto do fom Dame de ben atrsi someate pode cer optado ex cao ites ig Ss Soe Sei en er do Mar, considera sto sense Cina ecg do tp da er do Mar é sme um bterneeaedertes dot do denote! stunt: Por ve ‘muitas razBes, os velhos gedgrafos viram em nossa serrania costeira uma espécie © dontmontgne: Nene senor si delimitagdo envolve um setor de sua cumende ssi, ure ba complada em sis complexe ste pe monte, O permet evcente dato po da cra So Mare Sto Plo poo Fras demi econ de quldmeton txtenefor dds a onto ao Esto Wo ats toners com o Bao do Frnt Bion poigersntogaade fe Cc lope da eae oa astra Ges ecosttenss Aorta ditencodot Ses recs reshoe dor plaaon tans se deb pecmgioprat siprssnayo de tesa tes quibmtrt Saeco otnent edad podnaci Nopmonte dosent tn com at ese planes de pemonte, net do $0020 mst deimtec sanNTO Da SetiRA DO MAR NO esr abo Disko paulo € uma tarefe mais complexa. Hé, tam- ‘bém, af a nocessidade de um outro tam- 0 de defesa ecolbgica (ecological buf- {fer zone), conforme 38 particularidades toposrificas, sltamente variiveis, de ca da subsstor os sopés das sorranias. Fei ta a delimitagio da serra, nos seus “ab tos" e em sua “aia” — para utiiage ve las exprassdes. portuguesas, aplcaveis aos seul dols exitemos — 0 restante do espage costeio constituse em uma fa xa geral de planejamento, que comporta tum mosuice extremamente complexe de terrenos, a merecct um zoneaniento ra: clonal e diversificado. Manguozais, esti Hincios de praia feléses, esurios,lagu- nas © campos de dunas so atributos na- tursis dessa regio, @ merecer posturas totalmente rostitivas Identicamente, as vertentes mais {n- seromes dos patamares de esparaes da serra, 08 altos moros fsolados das bai- xades, , acima de tudo, os morros que se constituem na “‘armatuse” ds linha de costa dovem softer séias postures ses tivas de uso, quando ado proibigio total de utilzagdo. Tarefa para ser feita em ‘comum agordo pelo municipio © pelo Estado, em fungio de conhecimentos acumblados e posturas cruzadas. A pro: pria Unifo, em funedo do velho e bené- fico estatuto das “terras de marinha”, também tem 2 obrigapdo de tomar co- rhecimento sobre as formas adequadas ou inadequadas de utilizagSo propostas para tais Sitios e paragens, aprovando ou ‘nfo sua implantacdo legal. F coibindo drasticemente os abusos do poder eco: amieo e do poder politieo. Sem o que jamais havers um verdadero e abrangen- te sistema de gorencismento costeiro, em nosso pais. Em qualquer hipotese, porém, entre a linhs basal do tombs. mento da serra e a linha de costa, haverd sum espa50 de uso miltiglo e de proi 6es diferenciadas. Nao hé qualquer pos- Sibilidade real de eplicar o estatuto do Tombamento, por extensfo de atribul ¢8e5, 20 complexo litoraneo, sujeito & hipls utibzagses descontinuas. Tra ase de uma irea de manipulagso fe. rencisl constante, que pressupée um esclarecida sistema de gerencizmento, contrado parcialmente no polo a nate. fers e parcalmente no palo dat interfe- rnciasigadas as irnplantegGes humanas, 2 nivel do urbano, do industrial, da pes. | ca e do lazer. Palo que cla carece mals de vina politica bem feita de ordenago espacial, com forte apelo a0 paisagismo ecol6gico e & proteeo dos fluxos bisi- cos da naturera costeira, Em neahuina hipstese, porém, 0 estatuto de tomba mento aplica-se, de sais, 20 500 “uri vers0” multivariado de fungi. FF, geet poem ir tmbacor alectoriemente. A maioria, den- tre eles, tem fungdes tipicas, que envol- vyem setores de protecdo integral e seto- res de implantzgdo de infra-stnuturas cspecificas ¢ particulares 2 cada caso Quer se trate de uma cimeira de planal- to, com mosaico de vegetaggo diferen- «isda (caso dos altos eampos da Bocaina «seus bordos florestados), ou seja um Aistsito clrstico com suas eavernas, su midouros, depressées fechadas ou sem fechadas e drenagens sincopadas (distri- 40s calcérios da Ribeira) ou, ainda, de parques em altiplanos onde se proces: Sam importantes contactos de vegeta¢io, tropical e subtropical, em area de solos relativamente pobres, porém atravessa- dos por rodovias de grande volume de circulagao (Alto Ribeira, no planalto de Paranagué). Para que s¢ posa tombar lum ou outro desses parques, muito sepa rados entre si, é necessirio realizar a du rae desafiante tarefe de elaboracio de tum “plano de manejo”, aprovado por uma comunidade esclarecida e represen- tativa, integrando as diretrizes, posturas, projetos e subprojetos existentes nesse plano, como parte integrante do tomba- mento. A idéia de englobar um conglo- merado de parques, estabelecidos no papel. dentro da area de tombamento dita da serra do Mar, foi muito infeliz, certamente exigindo tevisbes sucessivas, 1 curto ¢ médio prazos, para propiciat manipulagdes espaciais, implantagdes de infraestruturas, e sistemas de manejo, visitego pblica e administrasSo indivi dualizada Ontra consideragao importante « pro- éxito do tombamento da sesra do Mer Giz respeito & ética municipal. Em face do tombamento da serra e de amps se tores da faixa cosicira aflantica, é com- preensivel que haja ume avaliacso das conseqiéncias da proposta de preserva ‘0 integral de uma parcels signiticativa do espaco municipal. 8 stica dos ses- ponsivels pela coise publica municipal Importa como um teste de avaliagdo da aeuidede e do espirito de previszo das disetrizes do estatuto de tombaisento, Doutrinades, por longos anos, a maxi tmizar 2 effciéneta produtiva e tsibutdeia dos espagos sob sua jurisigzo, os res: ponséveis pela administrago municipal Sentemsse na obrigacdo de alectar 0s 2 ntendemos também que os par- Pz SKISAI eae tores do tombamento em relagfo 20 congetamento maior ou menot dos espa ges dlsponteei no tenitxio, para vot los. Ou sea, dos espa 3 escapo nto. Julgamos que n0 cao doe mnie piot que tem parcels ponde- raves de seu tents, localizatas na serra do Mat propriameste dia, ¢ ob fptsro um bom jogo de aaliagbes sobre © nivel de suficiéncia do espago tyquido | fesante para uss vaados, Getto do eee reaE tietodologia de um tombamiento, que possu a forga de um congelameato to- fal de importantes stores do. espago uokeipal, alguns procedimentos conco- initenes © complementaet .sobrepor 2 cara da dea tombada carta dos per Iietros dos. municipios envolidos atingdos pelo tombimento; 2. separ, tom alto nivel de ditcernimento, a p cela do espago a ser congelado pelo esta- tuto do tombamento, em relagfo rea efetivamente restante para 0 desenvol- mento de fungbes miltipas; 3. aaliagao uantitativa dos espugaepertencentes & rea tombada (serra), somados com gle- be ov suberpogos mjetor a forte f= tigdes e protbigbes de uso, existentes dentro da area de planejamento ordens- do (espagos costeitos). A partir desse il timo procedimento, deveia Ser conside- nado erflico qualquer eso de tombe. mmonto quo tedundstte em um congel- mento da orem de 70 475% do expigo total do municipio. Uri congelamento supeior 3 75% do espago muntcipa! ex gine, em todos os casos, uma serie de fompensapaes estudades — a nist exe dual, e mesmo federal ~ para fortlect. mento. administrative. os- municipios prejudieados. Em eatos de congelamien- {os Igual ou superiores 2 90%, a reldo deverin comportar todo um sient de compensgder, a par coms decretagdo de um estacuto especial de estincia tu. tiene de lazer, incuindo vantagens le 85 espcifcadss. Em termos de iiss realmente ciatives, o tombamento deve tia prestupor umm eonjunto de medidas compensariss, wivels ¢-progressivs. suficientes para encaminhar a ordenagiio dos espagos dsponiveis segundo razbes funcional, exttices e eeolSgiens, sem maiores prjuitos para a efiiéncia eco nbnicae socal do terit6xto municipal PP. arsonists yeasts ex fe otra seco de’ consieraydes fulgedas pertinentes. E certo, enttre toque modo de ver docasaea to | oF timo, a étiea do caigara ou REVISTA DO PATRIMONIO HISTORICO E ARTISTICO NACIONAL iis tarnultuado, em todo 0 provesso. E sabido que, presionadas pelos grandes proptietirios e imobiliaists, e por um Sentntimero de interessados difusos, que pretendem obter suas tetas por pregos aviltados, as populagbes caigaras vive com reosio de td e com medo de to- os. O que ado impede que alguns dea. tre eles caiom na tentagio de dispor de seus bens de ral, passendo a viver a trae gédis cotidiana das periferias urbanas das populagdes marginalizedas, No caso ds serra do Mer, 0 ponto de vists do gara € 0 de que possa continuar vivendo de uma coleta de pradutos vegetaisexis- tentes no interior das matas regions. Evidentemente que 0 estatuto do tom- bbamento terd que limitar ao maximo as ag0es predatérias nas frentes escarpadas dia serra propriaments dita. Mas pode- sia pressupor uma forte campanka de re- intiodugio de palmiceas comestiveis inos setores florestados da zona de tam- plo exoidgico da base da serra do Mar. ‘Tais procedimentos seriam vidveis desde que 05 rpios expecializados de. desen- Yolvimento florostal (Instituto Brasleito de Desenvolvimento Floresta) estives- sem apacelhados para protoger familias eaigaris tradicionas, habitantes do fun- do das baixadas litoraness, som pormitir coletas predatériss destinadas « forneci mentos industriis. Note-se que em areas tombadas, dotadas de poucas vies de acesi0 entre itorl e planalto, existem grandes faclidades para um gerencia mento correto das atividades de mino- rias de cultura tradicional, costuradas 2 coleta para alimentagSo e complemen- tagio de orgamento familiar. c3s0 do caigara coletor nifo difere do pescador caigara, que deseavolve atividades pes fquelras em Tagunas, estuisios, ios e praias. Muitos caigaras pescadores se de- ‘icam ao tsbatho no mar e0 trabalho de coleta em terra. Da mesma forma que incluem em suas atividades etécnicas de sobcevivéncia algumas culturas de quin- tal, paissgistieamente promiscuas, po- rém extremamente importantes para go- rantir um o;gameato. familiar situedo denteo dos Fimites do sufieiente. 0 en tendimento ea defesa da condigio cai gare equivale a0 nosso esforgo para en- fender e gocantir melos gara a sobrevi véncia dos tabalhadores do mare proje- tar nessa dtica de compreensio poracom as massas de populagio favelada, asim ‘como para com 08 pobres homens semi -eseravirados pela miragem dos garimpos. Evitara intermediagdo abusivae garantic lum lugar a0 Sol pata as populagbes cai- satas, na deea de margem, entee 0 e3pag0 Tombado e os espagos de planejamento, faz parte da mesina filosofia que nos conduz.d idgia-forca dirigids para a pre servago dos bancos genéticos da Nat reza, Enquanto que as escreasindigenas S40 espagos mais do que tombados, por ‘que piotegidos pela pripria Stica snces tralista que, pela prdpria Constiuigzo brasileira, reservou espacos naturais para fos. mais “antigos ¢ legitimos donos da tera No caso do torbamento da serra do Mar paulsta, onde 0 consenso sempre existin — muito embora negado pelos inconseqlentes de todos os portes mutta coisa haverd ainda para ser revisada e colocada em seu justo Tuga: Para isso, had que se munir de um universo cone tual mais completo, espectfica e abran- gente. Sem qualquer concessfo ao empi- rismo € 20 oportunismo politico. Feliz- mente, ainda hi tempo para corcigic er ros ¢ feorientar processos. O importante € que © principio do tombamento tenha recebido total aval das comunidades es- clarecidas ® descompromissadas. Num procedimento que, mals cedo ou mais tarde, deverd extravasar para outros se- tores da grande serrania costeira, que se estende do Espirito Santo a0 nordeste de Santa Catarina, comportando varios submossicos regionals de paisagens espe- taculares. Como os ageupamentos de ppontos rochosos ~ ‘ples de acicat” ° *dedos de Deus” ~ dos Estados do Rio ¢ Espirito Sento ¢ 0s setores florestados restritos@ altos pontdes angulosos reco- bertos por formagses rupesties, dos Es- tados do Parand e Santa Catarina, He rangas particularmente inspitadas da ma- tureza dos trépicos e subtrSpicos Simi dos, na fachada atliatica da terra brasi- leira Em 1977, jf havfamos anotado que a Setia do Mar é, “ao mesmo tempo, serva de biasfea, grande reserva ecols- ica, Area obrigatria para protegso de encostas e para o impedimento do polui ‘edo sedimentirie das éguas costciras dos | estuirios © sitios portuérios do titoral, | além de reconhecido filtro para prote- | so das condigdes “ambientais”, entre 35 aglomeragéies urbanas das baixadas € dos planaltos. Diziamos ainda. que por todas essas razSes “é uma dreafisiogri ciety of Londen, 1986, pp. 443 474 MAACK, Reinhard, "Breves noticias sobre 2 eologia dos extados do Parani e Santa Car fina, in Arguivas de Biologia e Tecnolopa, ol. 2, pp 65-156, Curitibs, 1947 Conte geolbgicolonsltdinel do Estado de Seo Paulo na lottude de Santos. BACIA DO PARANA MARTONNE, Emmanuel de, “Profimes rmeepholosigues au Brésil Tropical Atlante que", te Annes de Geographic, ano 49. n° 207, 27m 279, Paris, 1940 MOUSINHO MEIS, MC R., ¢ MONTEIRO. A, M. Fo, “Upper Quaternary "Rampas': Doce River Walley, Southeastern Beazilun Poteau" In Zettschift fur Geomonpholesie, wl. 23.98 2, 1979, pp. 132-151 PRANCE, Ghillean T., “Biological diversi cation in the Tropics" Proceeds of the Fh International Symposiim of the Association Of Tropica! Biology, (Macuto Beath. La Guar 13, Venezuela), New York, Columbia Univer sity Press. RICH, John Lyon, “The Face of South Ame nea. 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Coreen sai ISA No21/1986 i | i {12 que Portugal encontrou por estas pla- | condisbies climsiticas, de altitude e de la | titude, ela podia ser vislumbeada como preocupagio com a pre- servagio do que restou da Floresta tropicalatlintica e com a estabilidade ds e carpas ¢ encostas itor ‘neas, 0 Estado de Sto Paulo, culminow coma assinatura de seu tombimento, a nivel estadual, pelo Go- vemador Franco Mostoro a pela Secre- | tério da Cultura Cunha Lima no dia 6 de | junho de 1985. Além das escarpas da serra propriamente dita, foram incoxpo- rados a esse pertmetro seus esporoes ¢ alguns trechos do planalto e da baixada costeira, © também 2 maoria das ilhas 0 nosso literal, perfazendo sua Sea to- tal aproximadamente 13.000 km, que se estende da divisa do Estado do Rio de Janziro & do Para Esse tombamento 6 0 resultado de cerca de dez anos de estudos ¢ anslises por parte do Consetho de Dofesa do Pa- trimonio Histérico, Arqucol6gico, Artis {ico e Turstico do Estado ~ Condephaat. Para que se chegasse a sus completa ma. turagio © pata a definiefor de sua irea, iuitos esforgos foram despendidos. O que vamos tentar aqui € dar uma idéia fetumida das principais eazdes e etapas esse processo, A historia da floresta atfintica floresta atlintiéa, ou mata atlin- tica, que no inicio de nossa colo- Fines do pats, do Rio Grande do Norte a0 Rio Grande do Sul, foi a principal fonte de riquezas de exploracio imedia- 835. Com diversidade que resulta das uma grande faixa florestal continua, de | sere2 de duzentos qutlomettos de largu 2, que se alargava mais ao Sul, atingin 40 as Fronteitas do Paragual e da Argen tina, Floresta tropical plana com fans de mangues nas enseadss, fo Jos gran 8 fos, bafas e lagunas de iaMuéncia ss macés; mata de restinga nas baixadas arenosas do litoral; ou Mloresta associada & pinheirais no planalto, no Parana © gm Santa Catarina; ou mesmo eorapon love ou cedendo espaga a campos de al- fitude nos cumes das serrat da Bovaina, de Mantigueics, ¢ do Caporas. Apesar sas varlagGes, ela podia ser entendia ‘modo geral coino um mucigo cont Mo ¢ ‘nico. A designagdo comum de Rorestaatlantica & expressiva de svi lo- REVISTA DO PATRIMONIO HISTORIC E ARTISTIC NACIONAL Patriménio Natural e Estatuto do Tombamento: reflexdes sobre a estratégia de preservacao José Pedro de Oliveira Costa Edoncae calizagio junto ao aceano que the em presta o nome e é também feliz, jf que sua existéncia decorre, em grande parte, da proximidade do mar, que possiblita 2 umidade necessiria 20 seu desenvolvi- ‘mento. Duas foram a grandes unidades florestais existentes no continente sul- americano 8 Soca dos descobrimentos: 4 floresta amazdnica, cula Srea de ocupa 80 principal ainda ests preservada, mas que a cada dia sofre mois e maiores agressoes, e a floresta atiintlea, hoje ‘quase totalmente desaparecids, ‘A ocupasao da floresta atlantica deu- se, a0 longo de nossos qusse quinientos anos de histdria recente, por diferentes formas de explorscio. Primeiro, foi 0 pau-brasil. Para tirélo, 08 portugueses, fanceses e outros empreitavam o trabs- Tho dos indios, 0s quais, para sua extes fo, queimavam os troncos des drvores ra sua base, deixando quase sempre que © foga se propagasse por Larges exten Ges, destruindo a mata e multas veres ‘outras drvores desse espécie. Essa explo rapZo s6 termina quando essa madeira praticamente se extingue. A seguir, vie~ fam os engenihas do Nordeste em busca do espago do rico massapé para 0 plan- tdo da cana e da madeira para alimentar suas fornalhas “..., Bocas de fogo verds- deicamente tragadoras de matos, ciccere de fogo ¢ fumo, perpétua e viva imager dos vuleses, Vesivios e Etoas, e quase disse do Purgatério ou do Inferno (...) © alimento do fogo € a lenha, ¢ 56.0 Brasil, com a imensidade dos matos que tem, podia fartar, como fartou por tant tos anos @ fartard nos tempos vindouros 2 tantas fornalhas...”, j& nos escrevia Antonil, ao século dezoito. Quando as tetras se esgotavam ou a madeira terial nava, 0 engenho era transferido para re- ‘gifo de mata virgem, aum processo que 86 se estancou quando as matas também ‘se esgotaram. A par da exploragio cons Vieira, no Nordeste deu-se a ocupagiio da caatinga para o gado e a ocupagio da 70. ra de transigo desses ecossiste:nss, co: inhecida até hoje como 0 agreste, pra 0 (©) fond Pedeo de Olivcira Costa, acauiteo, rmsite em) plancjamento ambient} pels Uni- orsidady oa CalifSrais — Borksley © profes. Sor da Eyeuidade de Aryeitoturs e Uidsnsm0 da Univenidade de Sio Prulo, § seetine executive do Consetho Fetal do Meo Ant brente consslhera do Condepbist (Conse Iho de Delesa do Patrimonio Mitsrco, Ar ‘qucoligica, Artiste Torstieo).Sestte da overn ue So Pato plantio de lavouras de subsisténcia, A Aescoberte do ouro das Gerais deslocou © cixo de interesse economico para o Sul, acaretando soa procura 0 desvio de rios, esmonrte de novos e una inerivel imigragio de Portugal, que obrigou 20 covte das ireas Moresiadss para lavourss, 4 que sob las esto as teress de maior fertlidade. "Na insia de descobrir os meios donde provinham os malores de pasitos aarionss,protienram os minera- dores grandes queimes que devastara por completo extensas zones de mate (Simonsen). Esgotido © oure, muitas terras foram sbandonadss, etérels,ero- didas, improprias para quase todos os usos 0 café sugiv, a sxgur, como nove flemento criedor de riquezas. Iniial mente plantado no vale do cio Parambe do Sul, expandiuse para todo 0 Oeste do Estado de Sto Paulo e Norte do Parse 24, Asforma de plantio ers a mesma. AS fim que fe esgoteva um terreno, busca tase outto, & procure do “bafo do ser- 180". Raras vezes mais de dvasgerepSes de caferais foram plantadas nessa te pio. Aos prinsirossnais de censago da terre, novas florstas cram cortedas, & assim sucesivamente. Os terenos antes Cuitivados crim sbandonadas ¢ yeco- blame de capociras ov de floresta me: nos expressivas explores de madeira para a construgio de moves, casas, ou navios, também ocorreu sempre. Do Brasil seguiu grande parte da madei- ra para a reconstrugio de Lisboa apés.0 terremoto e, no século dezenove, foram acertados vtos contratos de venda & In- faterra. Essa exploracio e exportacio continuoy alé nossos dias nas forestas 0 Sul de Bahia, onde hi poucos anos extinguiuse o jacerands. $50 fatos ainda recentes as paisagens de Mlorestas carbo- ‘izadas, onde x6 sestam de pe 05 tvoncos fa galliada principal das madeiras mais, Festentes. Vitor esas queimadas no Oeste do Esiado de Si0 Paulo ¢ no Sul da Buhie, hé menos de doz anos. A bus- ca de terras de plantio ¢ a extsema util dade do pinheiro do Parand devastaram © interior d2sse Estado no periodo de Uma geragéo, e essa destruigfo continua ainds sem freios suficintes em quas to dos 0: lcais onde sobraram algumas madeisas de pé. E fondmeno também novo 2 ocupagdo de lrgas faixas de nos So litoral pelo turismo. Virios lotesmen: tos se expalharam ao longo da nossa cos- ta, vie de repre, sem qhielguer preocupa ‘80 maior que no 0 hucro dos empreen- dedores. O resultado é mais destruigfo.e © comprometimento da paisagem. O que estou da__mata atlintica esté pratiea. mente confinado as reas mais ingremes, e dificil acesso 3 exploragio: a serra do Mar. Estendendo-se do Espirito Santo a Santa Catarina, essa regizo montanhose poucs uilidade tom em termos de luc. E € af que esto os iltimos remanescen- tes desst Mloresta, as himas especies vee geisis e animais, que 2inda assim conti- swam & corer grandes riscos, Tustram esse processo os mapas eleborados pelo Instituto Florestal, de reconstituic0 da Cobertura Florestal do Estado de Sao Paulo. : ‘A par de toda essa destruizao, e até como resultante dela, vemos encontrar uma grande influéncia na cultura bres leira em relagao a essa floresta, que nés destrusmos. A Cesta de Caminha jé anunciava matas “até aonde a vista al- canga”, passando pelas descrighes de Vespicio que diz: “Esta tera ¢ muito amena: ¢ cheia de inémeras érvores ver des, ¢ muito grandes, e munca perdem folha, e todas tém odares suavissimos € aromiticos, produzem indmeros fru- tos...” Essas narragies do inicio do Re- nascimento, e a visio de uma paisegem fantéstica e desconhecida, levaram mui tos europeus a acreditar que tinham des- coberto 0 paratso terresre, lugar que, segundo interpretagbes biblica, estava rodeado de riquezas e de seres miticos, entse eles as amazonas, que acabou por designar © maior macigo florestal do pla- neta. Sérgio Buarque de Holanda estuda fesse_assunto com mestria em sua Visto do Paratso. Essa floresta serviu também para designar nosso pais, com @ sbun- Gincia de seu pau cor de brasa, cor de madeira incandescida, para pasmo de muitos que viram = designa cial sobreporse& religiosa fos so 05 ditos populares bea- V siloiros relacionados com 2 flo- resta: “macaco velho no p6e a mo em cumabuca”, "quebsar 0 gelho", lescastar 0 abaeaxi", “papagalo come millo, periquito leva a fama”. E muitas S40 a8 inspiagies de nosos poetas rela cionadas com 2 mata: “ab! da cor do ror, da cor da mata,! 0s olhos verdes da mulata, sdo cismadores e fats ¢ num beijo ardente e perfumado/ conserva 0 teavo do pecado/ dos saborosos camsbu- is” (Ary Barroso). Muitos cientstas se apaixonatam por nossa floresta. Spix e Martius a estudaram com profundidade, Darwin se tefere com entusiasmo 20 pa norame que © deslumbrov, Saint Haire deixou enorme quantidade de escritos fundamentals a0 entendimento do nosso rassado, de nossa mata, ¢ das nosses ser- ras cobertas por florestas. Muitas sfo as ‘madeira’ que recebemos da mata atfan- tica, Para citar apenas algumas, relacio- hnamos as seguintes: pau-brasil,ipés, pe+ robas, jatobas, embuias, aroeiras, ingés, cedros, canelas, jacarandis, copuibas © Jequitibés. As ‘mais deliciosas frutas e | inuitos alimentos advém também dessa Floresta; ela devemos o caju, © abacexi, 4 goiaba, 0 a1agé, a banana, 6 mano, 2 rmandioca, 0 inhame, © card, 2 taiobs, a batata-doce, o amendoim, a uvaie,o m- saculé, 08 palmitos, 0 sopoti © bacuri,o peauif, © cupuacu, o jenipapo, as abut 2025, 0 mill. o cai, = pitomba, a pi tanga, 0 caj-mange e os cambucés As razhes da necessidade de preservagao. da serra do Mar mrs rz que ete | senhaciagts presgfo docs do Math nc ne 0 ae ste Hoje spent cen te 3 Bet gos ca sgt tetera eto iNcator Nomatconentes ese nat tomer 0% cove sea mish Iressa pa peer eas coe sistemas. E infimo o que nos foi deixa- 4, ction pocopate sm ste scnon A sopode roo eet cae tember econ, Gentes pot Sia prc emanates 6 wo bao genio dar ep get etnias de tana dt ae porate | fret goe ope bre So Nor dese, age 680 pacts ore sane 0 ro, gue podem tedior em metorquadndce No, tras cap ti esa Sate @ panic ¢ anmae de pune siicao, Da plans, 2 nos am pao, aime fos panna Tin primate cx waren que Seb Jno de peocpen tombe neces hal orc lfedenrade eto nemo Guo cents nos odor on dor sina cusonat do nen lfoeoron fer taer,chos pega, anda Stucn inane pein, mute ito bean stapong ss, Sos, wan papepie emacs sips tot seat soument sg. Epona qo oma Cea rento este pais jd reeebeu a designagéo 2: terra dos pepagaios! Eeonomicamen- te essas espécies vegetais e animais tém também um significado muito importan- E conhecido o desenvolvimento que cs estulos de engenharia genética tém 1ido nos iltimos anos. E esses estudos 2m aumentado em muito a produtivida- 2 das culturase das criagdes,e poderdo sumentila ainda mais. A base deses tuabullos sf0 a5 especies existences no ratureza, Quando perdemos uma espé- ie, estamos prejudicando o futuro do hhomem. E quantas jé foram perdidas! E tantas outras tdo seriamente ameagadas 6 aqui no Brasil! Um exernplo: 9 pas. sam de algumas dezenas as espécies de mitho ou de mandioca exploradas eco- nomicamente. Muitas outras existem er estado selvagem, hoje sem utilizacio. Quando slguma praga nova ataca essas plantagées, elas tém que ser reforgadas através do’ cruzamento com as espécies selvagens mais resistentes, para ndo su- cumbir. Se tivermos exterminado as es. pécies selvagens, toremos comprometido fossa Sobrevivencia, A tetceira razio é a estabilidade das fencostas. A serra do Mar serve como an- teparo 2s frentes frias que vem do Sul, possbilitando a reten¢g0 das nuvens car. repadas de umidade, e a ocorréncia de Precipitacdes, que diversas vezes tomam a forma de trombas-d"égua. Af esto ak Buns pontos de maior indice pluviomé: Uwieo do pais, que ultrapassam mesmo meligdes feitas na floresta amazbnica. Esse alto indice de chuvas, aliado & alta declividade, caracteriza a regifo com tuma alta instabilidade, © que provoca sorstantes escorregamentos. Em Cara- gustatubs, houve grande nimero de vi timas fatais hE menos de duos décadas, Sem contar 0 prejuizos materia. A ser. 2 des Araras esoorregow; Blumenay, 0 Rio de Janeiro, Santos e VitSria slo c: d2des imsreadas por essas catistrofes Aléni desies acidentes propriamente di tos, 05 escorregamentos e exosSes asso: feiam 08 os da baixada, ocesionande fencheates que sto bastante frequentes nessa dres. E a melhor maneita cone- ida de se conseguir a estabilidade dassas encostas ¢ a preservagao de sua floresta Original AS copas atenuam o impacto pluviel no soto, © 2 espessa camada de folhas, guthos ¢ hrimus do chdo funcio- a como esponja evitando as enxurradas f itrando a descida mais lenta. das fguas. As rafnes entrelagadas trabaiham como uma malha, um tecido, que sus Tenta a estabilidade dos solos. Mesitv 35: REVISTA DO PATRINONIO HISTORICO TE ARTISTICO NACIONAL sim, quando a chuva € muito forte, esse equilforio natural podc tomperse ¢ oconter deslizamentos. A situagio é mui to mais critica quando hé a intesferéncia do homem. Estradas, moradias e planta- ‘es ferem nossa serra em divers0s pon- tos. Nesses trechos, a potencialidade de ura eatistrofe € muito maior. Quantas nip sfo af as estradas tantas vezes inter rompidas por barteiras, A Rio—Santos ests, hoje, sem possibilidade de uso e sem solugdo Imediata, inviabiizeda e In- viabilizando toda a enorme quantidade de recursos nela investidos. O exemplo A bananeirs, uma das frat neives de Mata Adlintics mais dramstico € 9 de Cubatiio. Ali, 2 fumaga carregada de agentes quimicos, das indistrias situadas na baixada do sopé da serva, exterminou toda sua vege: {ago de maior porte, Chuvas mais in- tensas, em fevereico iltimo, abrir fen das impressionantes no sola, e até o mo~ mento no se encontrou forma de re. cuperagio. A mancira mais econdmica ¢ Segura de $2 evitar todas esses prejuizos constantes é a manutengio da floresta original. A quarts razio, entre as mais impor- tantes para a prescrvagio da floresta atléntiea, é de cariter histérieo-cultural econdmiico-turistico. Raras s¥0 as pai sogens do mundo to belas quanto as da serra do Mar, com sua vegetagio intacta. Desde o Retascimento, essa visio tem deslumbrada aqueles que nos visitam. Do século dezenove nos ficaram desc ges de fascinasio por essa matureza pu jamce. Nos techs em que a sezra sede boca dieetamente sobre a gua, em fes tival de illus, bafas © enscades, poucss Ho a8 polaras para descrever sua beleza fexcepcional. F & justamente af que urn fespeculagao imobiliriaimedinista tem se assentado, descaractetizando ese po tencial turGtico © prejudicando nosse economia presente @ Futura. ® previo regultmentar com muito entero. eas focupagces, pars ndo lameatarmos, em foturo proximo, mais uma fonte de « quezs leremediavelmente peedida, Ate. {i tambym bon parte co nso puirimd- nig. histrico, resultado de muitos sé culos de ocupagao da fran itorines, que tem como enquadramento de sus Paisagem a serra embelezidora. As en- costes. de Parati esto, hoje, todas ‘cupadas e em processa de desizamen- to, ito apesar de estarem insluidas em um Parque Nacional! Nessas regides de- senvolvese ainds, apesar de cada ver mais agonizant, «cultura caigar,resl- fado de séculos de rlacay dieta desses homens corn a natureza. E preciso com preender todas ests riquezsse possibil- far sua preservagio com presteza, pars © bem desses antigos moradores da érea @ de todos nbs istéria do tombamento ‘ Estado de Sao Paulo, resumindo o méto- do sobre a vegetacdo brasileira intitule de. Apesar disso, a devastagdo conti: nuou. Na década de 40, é criads em Sio Paulo a Policia Florestal, com a finalida- Y ‘eusae DST us| 188 A devestapso floenal no Eetado de Si Poul PATRIMONIO NATURAL E ESTATUTO DE TOMBAMENTO al") ft Paulo Duarte ¢ Monteiro Lobato ja se ‘manifestam quanto & necessidade di pre- servagio de sua vegetag3o em Sdo Paulo © em toda sua extensfo. Apesar disso, continuam as derrubades. Na décads de 70, explode a proocupaco mundial com ‘© meio ambiente, No Brasil, o regime autoritério 48 pouca importincia 2 esse movimento, e as derrubadas prosse. guem. No final dos 70, Mauro Victor, antigo diretor do Instituto Florestal de Sio Paulo, publica Cem Anos de Devas tapio, em que dé 2 luz os snapes da de- vastagdo neste Estado, elaborado por es sa instituigo, caussndo impacto naque: Jes mais preocupadas com a situacio de nossas florestas nativas. Nessa poca, 2s sociedades ambientalistas civis, jd me: Thor organizadas, conseguem sua primei= ra vildria expressiva, impedindo 2 cons- tmugdo de um grande aeroporte na Re era de Cavcaia, uma das duas dtimas amostragens significativas da floresta ailintica da Aree Metropolitana de Sio Paulo. Tinha entdo sido iniciada uma trans. formaggo do entendimento do instru- mento do tombamento de nosso patri monio histérico. Essa figura, entendida iniciakmente como aplicivel ’s constr: (¢0es monumentais, passa a abranger a necessidade de preservacto da meméria de todas as classes sociais e dos conjun: tos urbanos, com todas suas interagoes. Sus aplicagdo 4 paisagem, entendida co- mo parte da historia, quer seja em seu estado natural ou trabalhada pelo ho- mem, estava latente. A ameaga de au | ‘mento das instalagoes no topo do PZ de Acicar levou 0 entdo Instituto do | Patrimonio Hist6rico € Artistico Nacio- nal a declarar seu tombamento, tomban- do também 0 penhasco do Corcovado. Estava aberto 0 caminho. Em Sio Pauio, 1 Secretaria da Cultura comega a estudar (© tombamento de éreas naturals. Em meados da décads passada, 0 Professor Azia_ Ab'Saber, entio conselheiro do Condephaat, formulou a necessidade do tombamento da serra do: Mar, em toda 2 sua extensfo no Estado de $0 Paulo. Data desse época 0 infcio do | acimulo de informacoes, por pare da Secretaria da Cultura, visindo a esse ob- jetivo, © Condephaat tomba, na rea | da seira do Mar, a Caleada de Lore. nae os monuimentos do Caminho do Mar; tomba também o macico da Surdia a Vila Caigara de Picinguabs. A Reser. va de Caucaia € tombeda pela Asse biéia Legislative do Estado. A serra do Japi também & tombada, Esees casos sibiitam a aqusgf0 de wma boa ex- zunca no tatamento da preset. fe eas natu. Av lado ees nici that outta propos eran desvol dus com a suesia fnaldade, Ja entS0 iam ado" dfiidos alguns parques © freenes na serre-do. Mat palit por gene do nstturo Floretal Em 1970-0 Etxerno do Estado ea, por deeeto © Poogu Estadual da Ses doar cup do isda mete do extonsdo da eect ee eee tar concess ofcis de derubatas ¢ Justitear uma fisaiasSo eventual Ea 1982, 0 Condephast abre oficalmen: te 0 proceso de tombamento da ser ra do Mar, mas ainda nao conclui a | delimiagto‘da dre ser pesewade. Em 1984, através de deteto. 0 Goveto do Estado declara a Area de Protegzo Am- Siental APA da Serra do Mar, comple ndo, comer parques deste, une funy da secon datiitacto de pee fenagio continua, da dvse Jo Rio de Tanelo do Purands AS APAS Soo dreas de grande interesse para 8 poseragao amibental ¢ possbittam que e diito ae propiedade se) resegldo, quran tindo 0 uso adequado a necesdade de protegf, Els ten uma base legal bas fantesecisthante 4 do tombamento. © Gonsetho Estatssl do Molo Ambisnte, reeEmeriado, responsive! por ese de fret, melted a news do tombe rrento Ga seura do Mat. Aird 90 tees mo ano, 0 Goyeeno Fader! declare @ de Proejdo.Anbiental de Cang nla-Iguape Peru, oom 4 fina. de de proteer 0 ecosistoma agua da tego oun foresta Ge Bain 2 encoe 135 casera ainda ado copeticades por uma deliitagdo de proteto, ‘A preocupayt de soredede civil av mesia Em outabeo de 1584, a5 wel $s independentes de proteggo do meio Esiente raallam reuniso om Ube, Com a inaldade do encontrar monly sfcaes deo protegsr a sera do Mar O tombsmnento € exigido como medida principe Em favereito de 1585, 0 ro. fessor Modesto Carvathoss osm a os nia “do.Condephant © dene co io protérioo tombamento Ga ere do Mar. E criado um grupo de trabalho: Se inaidade A mctodotogi ete tide 3 de abranger todos os mses {os de preseragio Jt exitontes pare a fesye areata snot t foxes nals expressivas e ameacadas que {he Se- Jam contiguus Assim, + dellodtqio oF moras folados do tort ti REVISTA DO PATRINONIO HISTORICO E ARTISTICO NACIONAL bém extremamente vulneraveis aos es corregamentos. As bacias hidragraficas, ‘que drenam gara a serra, sfo de unt mo~ ddo geral abrangidas, para garantir a qua- lidade das siguas que adentram 0s par- ques e reservas da regio. Baixadas onde ainda restam exemplos rarissimos de ecossistemas naturais cujo uso precisa ser disciplinado 30 englobadas. Por fim, fo inclufdas quase todas as ithas do lis toral, pela importancia e fragilidade de sous ecossistemias. Sfo deixadas de fora as ithas que abrigam as eidades de Szo Vicente, Santos e Guaryjé, ea tha Com- prida, no litoral Sul, pela complexidade dos problemas que apresentam, para ser estudadas posteriormente. Nesse proves- so, tem grande relevincia o trabalho do Professor Augusto Titarelll e ds equipe de Areas Natursis do Condephaat, que ha anos vinha se dedicando a esses problems. Junta-se 20s seus esforgos to- a a equipe do Conselho Estadual do Meio Ambiente. Em margo, 0 Coverna dor Franco Montoro libera uma verba significative para a fiscalizacdo dos 12: ‘cursos naturais, com especial destaque a serra do Mar, que tem um plano espe fico de proteeio definido. Em maio, em atengio as disposigdes legats, 0 Secreti- rio da Cultura publica edital de tomba- mento da serre, com grande repercussdo. A sociedade e grande mimero de politi cos apdiam a medida. Muitos empresé Fios de turismo ¢ proptietarios a contes- tam. So realizadas reuniSes, emitidos espachos, passados telegramas, defini dos procesios. Especifiea-se, no processo de tombamento, 2 preocupagio com 0 livre desenvolvimento das comunidades indigenas ¢ caigaras, e com 08 posseiras que viver da agrieultura de subsisténeia Proibesse a instalagio de indéstrias ou Joteamentos sem audiéncia prévia do Condephaat, A 6 de junho, a seria é oficiatmente tombada. A continuagao desse processo “J esta ainda, a0 tombamento da R serra do Mar no Estado de So Paulo, a definiggo do uso das reas abrangidas poe "seu pesimetco Reuniges tee sido eeatizadas com os ia. teressados © com 0 podores piiblicos municipais. E preciso. também que 0 tombamento soja conhecido, eatendido, « obsdocido por todos que tém interfe- ténein na drea. Somente a compresnsio de sou significado sovial e econdmico Por todos a cla relacionados goranticd sua preservagio to desejada © necessé preciso garantir a continuidade da 40 ativa da comunidade cien- fea e na definigo de usos e testrigdes compativeis com es- sa medida. O Condephaat conta, des- de 0 inicio do processo final de tom- bamento, com 3 apoio de diversos dr ‘gfos governamentais a ele relacionados. No ato de tombameoto, ficou definida uma comissio interdrgios estatals que ccongrega todas essas entidades relacions- ddas com a questo para viabilizar a apli- cago dessa medida. ‘Ainda no més de junho de 1985, os Governadares de Sfo Paulo e do Parsing roinem-se em Parangus, para assinar convénio de protecto ambiental conjun- ta da reglio litoranea da divisa desses dois Estados. Nessa cerimonia, ¢ afirma: da pelos dois chefes de Governo a inten- (p00 de liderar um movimento pelo tom: bamento da serra do Mar em toda a sua extensdo no tertitérlo brasileira, Essa t2- rofa depende de todos nds. MZos a obrat ISN Sy “Plantae de Mad Virgere Bingvim bromin,folhay vermetho vivo € asexterores endo excura BIBLIOGRAFIA ANTONIL, André Joo (Jofo Antonio Andreoni). Cultura e opuléncia do Brasil. Sa0 Paulo, CEN.,1967, CAMPOS, Luiz Fllippe Gonzaga te. Mappa Florestal. Rio de Jancito, Mi nistério da Agricultura, 1912, HOLANDA, Séigio Buarque de. Visio do paratio. Séo Paulo, C.B.N./Secro taria da Cultura ESP, 1977. MILLIET, Sérgio. Roveira do café e ow tros ensaios. Sao Paulo, Depactamen: to de Cultura, 1939, SIMONSEN, Roberto C. Historia Eco- némica do Brasil. S30 Paulo, CEN, 1957 SOUSA, Gabriel Soares de. Noticia do Brasil. Sio Paulo, Mastin, sd. Processos relatives a0 Tombamento da Serra do Mar, do CONDEPHANT.

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