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Cargos Carreira e Remuneração
Cargos Carreira e Remuneração
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4
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13 VALORIZAÇÃO DE PESSOAS COM A GESTÃO DE SALÁRIOS E
BENEFÍCIOS............ ............................................................................................. 39
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 CARGOS E SALÁRIOS NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL
No final do século XIX e início do século XX, foi criada, por Frederick Taylor,
a Administração Científica, que buscava aumentar os níveis de produtividade dos
trabalhadores sem elevar os custos de produção. Isso era feito com métodos
científicos que comprovaram a falta de padronização dos métodos de trabalho e o
desconhecimento dos administradores em relação ao trabalho realizado pelos
operários e à forma de remuneração. Em 1903, Taylor publicou a sua teoria, em
que defendeu a padronização dos métodos e ferramentas de trabalho. Propôs, de
certa forma, uma divisão de trabalho. Argumentou que os operários deveriam ser
escolhidos considerando as suas aptidões, mas que, mesmo assim, era preciso
treiná-los para diminuir o tempo de execução na atividade e, com isso, aumentar a
produtividade e o sistema de remuneração diretamente proporcional à produção
individual. Nessa época, a satisfação dos operários não era considerada como fator
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relevante para mudanças, até porque os salários estavam condicionados a
produção dos operários (JONES; GEORGE, 2011).
Após a Revolução Industrial, vários estudos e pesquisas surgiram trazendo
grandes contribuições para a administração. A partir do século XX, a administração
passou a ser considerada uma ciência e logo recebeu o nome de Administração
Clássica. A teoria clássica foi idealizada por Henri Fayol (1841–1925) e teve como
ênfase a estrutura econômica organizacional e a busca da máxima eficiência. Henri
Fayol foi bastante criticado por propor incentivos salariais e materiais aos
trabalhadores e por defender o excesso de comando nas organizações (JONES;
GEORGE, 2011). Em 1916, Henri Fayol defendeu 14 princípios da administração
utilizados até hoje em todo o mundo, que estão dispostos no Quadro 1.
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Com os princípios propostos por Fayol, surgiu a necessidade de definir o
trabalho entre os empregados. Para o autor, é necessário atribuir as
responsabilidades do trabalho de acordo com cada pessoa que o desempenha.
Para tanto, devem ser consideradas a sua especificidade e especialidade. Destaca-
se também o princípio 7, que diz respeito à remuneração pessoal, que visa garantir
à satisfação dos funcionários e das organizações. Nesse olhar de Fayol, percebe-
se o início da preocupação com o trabalhador. O foco não é somente na
compensação pela produção, mas com o resultado que influencia na satisfação ao
realizar a atividade (JONES; GEORGE, 2011).
Depois da Administração Clássica e em oposição à administração de
Taylor, surgiu a Teoria das Relações Humanas, que teve como pano de fundo os
estudos coordenados e realizados por Elton Mayo, em 1927, em uma fábrica da
Western Eletric Company. Essa experiência foi denominada Experiência de
Hawthorne, que é um bairro em Chicago. Conforme descreve Ribeiro (2003, p. 58),
“[…] o objetivo inicial era estudar a relação, entre a intensidade de iluminação e
eficiência dos operários, tendo a produção como medida de avaliação”. Como
principal conclusão, destaca-se que há uma relação diretamente proporcional entre
o fator social (empregados) e o sucesso da empresa. A integração social sequer era
considerada nas escolas anteriores. Os métodos de trabalho eram tão rigorosos
que a relação entre empresa e empregado era desumana. A partir daí, surge a
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Escola do Comportamento Humano, em que se passa a considerar as
necessidades humanas. Emergem, então, as teorias da motivação, a hierarquia de
necessidades de Maslow, a teoria de dois fatores, de Herzberg, e tantas outras que
são objetos de estudo até os dias atuais (RIBEIRO, 2003).
Do antagonismo entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas,
surge a Escola Burocrática, atribuída a Max Weber, então considerado o pai da
Teoria da Burocracia. Conforme Ribeiro (2003, p. 85), “[…] a burocracia surge da
necessidade de criar um modelo organizacional que considerasse todos os
aspectos organizacionais, fossem eles humanos ou estruturais”. Considerando essa
cronologia, Chiavenato (2008, p. 198) afirma que “[…] o conceito de cargo é uma
decorrência do trabalho imposto pelo velho e tradicional modelo burocrático”; afinal,
os cargos fazem parte do formato estrutural de uma organização. Alinhados a
Ribeiro (2003) e Chiavenato (2008), Jonas e George (2011) representam os
princípios da burocracia de Weber:
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3 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS
3.1 Cargo
3.2 Função
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de um gerente de vendas: estruturar a equipe de vendas, definir as metas e
estratégias de vendas, participar do planejamento anual e acompanhar as equipes
com o objetivo de cumprir metas, contratar vendedores, capacitar os vendedores,
desenvolver novos negócios e parcerias e acompanhar os indicadores de vendas.
3.3 Tarefas
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descrição de cargo é, para o empregado, “[…] uma declaração de suas tarefas,
deveres e responsabilidades”. Já para Nascimento e Carvalho (2006, p. 50), a
descrição de cargo diz respeito ao “[…] registro, de forma organizada, das funções,
tarefas e responsabilidades atribuídas a uma ou mais pessoas”.
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4 AVALIAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS: PRIMEIROS PASSOS
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são as cópias das descrições dos cargos e os manuais de avaliação elaborados
para essa finalidade. As reuniões serão realizadas para discutir os resultados das
avaliações realizadas pelos membros do comitê em busca de um consenso ou voto
da maioria (BES, 2018).
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Dessa forma, colocar os cargos e seus respectivos salários numa ordem de
importância significa utilizar um método de escalonamento simples, que é
considerado o mais fácil e que permite uma elaboração rápida. Para que você
entenda como funciona esse escalonamento simples, considere que o comitê de
avaliação elegeu como cargos-chave para serem avaliados os cargos de motorista,
recepcionista, assistente de recursos humanos (RH), supervisor operacional e
operador de máquinas I. Ao receberem as descrições desses cargos, com suas
devidas especificações, os membros do comitê já terão condições de perceber a
complexidade existente para o ocupante do cargo em termos das competências
exigidas (aqui considerados os requisitos mentais/ intelectuais e físicos), bem como
das responsabilidades envolvidas. A partir daí o manual de avaliação dos cargos
em questão irá apresentar uma tabela em que o avaliador pode colocar os cargos
em ordem de importância, de acordo com o seu entendimento. As avaliações de
todos os membros do comitê irão produzir um escalonamento como o apresentado
no Quadro 3, a seguir (BES, 2018).
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Após as avaliações realizadas pelos três avaliadores e a discussão
buscando um consenso, ficou estabelecido que a escala de importância dos cargos
em questão seguirá a seguinte sequência (em ordem decrescente de valores
salariais): supervisor operacional, operador de máquinas I, assistente de recursos
humanos, motorista e recepcionista. Esse escalonamento vai permitir que a
estrutura salarial respeite em termos de valores pagos e incentivos o que foi
estipulado pela avaliação. Dessa forma, o salário e os benefícios desembolsados
para o cargo de assistente de recursos humanos, por exemplo, não poderão ser
inferiores aos do cargo de motorista, pois aquele se encontra em posição superior
no ranking escalonado (Figura 2) (BES, 2018).
Você viu anteriormente que existem alguns métodos para que a avaliação
de cargos se realize de forma eficiente, entre eles os quantitativos e os não
quantitativos. Você já conhece um exemplo da primeira categoria, o método de
escalonamento. Ele é considerado o mais simples e de rápida elaboração,
desenvolvido a partir da construção de uma escala de valor subjetivo a respeito dos
cargos que se pretendem avaliar. Agora você vai conhecer os demais métodos que
podem ser aplicados na avaliação de cargos e salários (BES, 2018).
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Outro método não quantitativo é o método de graus predeterminados. De
acordo com Pontes (2011), esse método consiste em construir uma régua de
avaliação para comparar as características de complexidade e as dificuldades
impostas para cada cargo de determinada classe ou grupo ocupacional. Após, os
cargos são avaliados em relação a esses graus e recebem a devida classificação.
É aconselhado utilizar de cinco a 10 graus para cada um dos planos que envolvem
o cargo. Observe o Quadro 4, que exemplifica a aplicação do método de graus
predeterminados para cargos de natureza administrativa: auxiliar administrativo,
auxiliar de faturamento e auxiliar de contabilidade.
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Como você pode perceber na coluna final do Quadro 5, o consenso dos
avaliadores determina que o cargo de menor complexidade e, no caso, com
posicionamento inferior é o cargo de auxiliar administrativo, seguido pelo de auxiliar
de faturamento. O primeiro colocado na ordem de importância é o auxiliar de
contabilidade (BES, 2018).
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Para que o avaliador pudesse saber quanto pontos deveria atribuir para
cada cargo em relação ao fator avaliado no exemplo (a experiência), ele recebeu
em seu manual de avaliação dos cargos uma tabela com a descrição dos graus e
sua respectiva pontuação, como você pode ver no Quadro 7 (BES, 2018).
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7 A AVALIAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS E O PLANO DE REMUNERAÇÃO
FUNCIONAL
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A avaliação de cargos e salários proporciona que o plano de remuneração
funcional atue na manutenção da satisfação dos colaboradores. Eles poderão
conhecer o posicionamento de seus cargos em relação aos demais e perceber
como foram calculados, avaliados e ranqueados seguindo critérios sérios
previamente estabelecidos. Dessa forma, o ocupante de um cargo qualquer não
poderá receber um salário somado de benefícios e incentivos considerados
exorbitantes ou além do estabelecido, como se produzissem um certo
favorecimento. É importante você atentar à ideia de que a avaliação de cargos
dentro do plano de cargos e salários, ao minimizar a arbitrariedade, é um importante
instrumento para que se persiga a ética na distribuição equitativa dos valores a
serem pagos a todos na organização (BES, 2018).
Para que você possa entender mais precisamente a importância da
avaliação dos cargos na implantação ou na manutenção do plano de cargos e
salários de uma organização, deve considerar os fatores que afetam a composição
dos salários. Como você viu, os salários são influenciados por condições ambientais
internas e externas, conforme a Figura 4 (BES, 2018).
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Como você pode ver na Figura 4, existem itens específicos que afetam a
composição salarial, representados nas ações realizadas na avaliação dos cargos
e salários. Entre eles está o valor relativo do trabalho, ou seja, a possibilidade de
quantificação em termos monetários do que deverá ser o valor justo a ser pago ao
colaborador pelo que lhe é exigido e pelo que ele realiza no interior da organização
por meio do cargo que ocupa. O valor relativo do trabalho é o valor que se refere a
determinado cargo. Nesse caso, convém reforçar que o processo de avaliação de
cargos “Trata-se de um processo sistemático para determinar o valor relativo dos
cargos e estabelecer aqueles que devem receber remuneração maior que outros
dentro da empresa” (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005, p. 261). Dessa
forma, segundo os autores, a avaliação de cargos promove a equidade interna entre
os vários cargos que a organização possui.
Outro ponto importante é o valor relativo do funcionário para a organização,
uma vez que este costuma associar o valor que possui ao que a empresa lhe
oferece em termos de remuneração (salários mais incentivos ou benefícios). Ao
realizar as comparações entre os cargos e suas hierarquias propostas pela
empresa, os colaboradores poderão, além de perceber formas de ascensão, se
sentir valorizados e recompensados pelo investimento na sua qualificação e na
busca pelo seu aperfeiçoamento. Esse sentimento pode produzir motivação e
estimular um bom clima organizacional (BES, 2018).
Por fim, a importância da avaliação de cargos está relacionada não somente
com a implantação do plano de cargos e salários, mas também com outras
finalidades importantes para a organização. Uma avaliação de cargos e salários
permite o controle mais eficiente dos custos com pessoal. Além disso, serve de
instrumento junto às negociações sindicais para revisão dos salários da
organização, quando necessário. A avaliação dos cargos e salários também
repercute em outras práticas de gestão de pessoas, como na integração, no
treinamento e na seleção de pessoal (BES, 2018).
Ao estabelecer uma escala de valores para cada cargo e uma hierarquia
dos cargos, esse plano também poderá proporcionar melhoria nas relações entre
os gestores e colaboradores das organizações. As vantagens de investir na
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avaliação de cargos e salários são muitas. Isso faz com que, cada vez mais, as
empresas que adotam o sistema de pagamentos tradicional por funções implantem
com eficiência seus planos de cargos e salários. Como você deve imaginar, essas
empresas buscam seu equilíbrio interno e externo relacionado aos aspectos
salariais (BES, 2018).
8 PLANEJAMENTO DE CARREIRA
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por meio da elaboração de um plano de carreira, rearranjar com mais facilidade os
diferentes rumos profissionais, diante das oportunidades e ameaças que ocorram
no mercado de trabalho. Nesse sentido, a elaboração de um plano de carreira acaba
por envolver diferentes atores dentro e fora da organização. Isso ocorre porque ele
somente é eficaz se for coerente com a realidade e as necessidades das empresas
e das comunidades. É importante considerar uma interação evolutiva das partes
envolvidas nessa etapa da gestão de carreira (DUTRA, 2016).
De modo geral, o planejamento de carreira envolve duas partes essenciais,
uma delas é a própria pessoa e a outra, a organização. Ampliando essa
compreensão, podemos ainda inserir a família, o líder, os pares na equipe de
trabalho, dentre tantos outros. Especialmente por volta dos anos 70 e 80, as
empresas estipulavam qual seria a carreira dos seus funcionários, na medida em
que era a principal responsável pelas decisões da carreira de quem entrasse jovem
e de lá saísse aposentado. Mais recentemente, com mais autonomia e poder
decisório no que tange à valorização de seus projetos, valores, aptidões,
autodesenvolvimento e autogestão, as pessoas têm assumido protagonismo na
gestão de suas carreiras, pois é o próprio indivíduo quem avalia os riscos, toma
decisões e estabelece e atualiza as metas continuadamente (NEUBURGER, 2011).
O planejamento de carreira é um processo complexo que exige dedicação,
esforço e, principalmente, engajamento do profissional para compreender qual são
os seus objetivos de carreira e quais as possibilidades para a sua trajetória
profissional para traçar as suas metas. Como se pode realizar um planejamento de
carreira? A partir, dentre outros, da verificação e da análise das possibilidades para
o futuro profissional, avaliando o que foi conquistado versus as expectativas e os
objetivos para o futuro. Dessa maneira, é facilitado o processo de identificação das
viabilidades e também é possível direcionar os seus esforços para propósitos
específicos. Nesse sentido, a autoavaliação e o autoconhecimento são exercícios
intrínsecos às boas práticas do planejamento de carreira, especialmente porque o
que se planeja para os próximos passos da carreira deve ser pensado de forma
relacional com o contexto em que o profissional colocará o planejamento em curso.
Como explicou Chanlat (1996), precisamos pensar quais carreiras são possíveis
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para determinadas sociedades. Ainda, a prática laboral almejada, as possibilidades
para crescimento em um mesmo ambiente organizacional, ou em outros, ainda
dependerá das condições do mercado de trabalho (ROCHA-DE-OLIVEIRA;
PICCINNINI, 2011).
Independentemente do estilo, mais arrojado, detalhista ou despreocupado,
qualquer profissional pode realizar um planejamento da sua carreira, objetivando
estabelecer metas para a trajetória profissional. Isso posto, para a organização do
processo de planejamento, o qual insere-se em um debate mais amplo da gestão
de carreira, Xavier (2006) identifica recursos que podem ser utilizados pelo
indivíduo: analisar diversas questões para poder tomar uma decisão mais
consistente, identificar as inconsistências que lacunam a sua trajetória profissional,
ou seja, os pontos críticos de sua carreira, preencher formulários que facilitem as
decisões, ter documentos norteadores para auxiliarem no controle e fazer um
cronograma para dimensionar cada uma das etapas do planejamento. Além disso,
é necessário situar esses planejamentos em diferentes períodos de tempo, para
que sejam realizadas as avaliações periódicas acerca do que está sendo alcançado
e do que ainda pode ser mobilizado para o atingimento de determinada meta.
É fundamental que cada pessoa, antes de iniciar um planejamento de
carreira, faça uma autoanálise dos seus pontos fortes e fracos e de quais são as
suas qualificações e identifique em que momento está e onde quer chegar. Após, é
possível seguir para a próxima etapa, que é analisar o seu ponto de partida. Nesse
momento, o profissional necessita analisar o cenário em que está inserido,
elencando vantagens e desvantagens. O indivíduo poderá analisar as expectativas
e pensar em qual caminho poderá seguir. Em alguns casos, o auxílio de profissional
qualificado pode auxiliar na gestão da sua carreira, com a ampliação de
possiblidades que podem ser seguidas, bem como facilitação de manejo de
ferramentas disponíveis como recursos metodológicos para essa etapa de
consecução de alternativas. O segundo passo é o estabelecimento de objetivos. Por
meio dos objetivos podemos construir metas para facilitar o percurso
(NEUBURGER, 2011).
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Logo, para que possamos planejar uma carreira devemos, antes de partir,
entender de que forma o conceito foi definido e atualizado ao longo do tempo, o que
já possibilita ampliações das perspectivas iniciais do planejamento. Nessa linha,
Luca, Rocha-de-Oliveira e Chiesa (2016) apresentam alguns esforços de teóricos
no tema de carreira, no sentido de ofertar um panorama histórico sobre diferentes
definições de carreira, conforme o Quadro 9, e discorrem sobre os fundamentos do
fenômeno de maneira mais profunda e interdisciplinar.
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tempo, do ponto de vista teórico, é importante que um planejamento de carreira seja
também pensado de forma interdisciplinar, coadunando realização pessoal,
autodesenvolvimento, engajamento no trabalho, condições do mercado de trabalho,
perspectivas da organização, dos líderes, dos pares, da família, dentre outros.
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experiências laborais em contextos diferenciados, dependendo da trajetória
percorrida (SANTOS, 2019).
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ser interpretadas. Além disso, é preciso analisar se atende a todos os requisitos e
se precisa ainda realizar alguma qualificação para estar em consonância com os
seus objetivos profissionais.
10 MARKETING PESSOAL
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Na contemporaneidade, a noção tradicional de currículo foi atualizada em
consequência das mudanças em nossa forma de viver, decorrentes da introdução
da tecnologia, dentre outros aspectos, e do acesso ampliado a informações e
conhecimento. A folha impressa do passado foi digitalizada (ainda não extinta);
agora contamos com uma gama de redes sociais voltadas para a publicação de
currículos profissionais. Por meio dessas redes, os perfis se conectam a outros
perfis e a rede de conexão, à medida que cresce, é percebida como uma importante
ferramenta de network (rede de trabalho), imprescindível em razão da velocidade
com que as necessidades, o conhecimento e as oportunidades se atualizam
(SANTOS, 2019).
Nesses perfis, podemos encontrar relevantes informações sobre a trajetória
profissional dos indivíduos, com a integração dos “currículos em rede”, com a
visualização do que os profissionais têm feito e onde trabalham, além de novas
oportunidades de colocação profissional e desenvolvimento. Notícias sobre temas
de interesse também são compartilhadas nesse processo; o perfil virtual (ou o
currículo físico) visa, assim, a aglutinar o conjunto das experiências que se
desdobram em novos objetivos e metas de carreira, em diferentes percursos
(SANTOS, 2019).
Em termos didáticos, Neuburger (2011) destaca alguns detalhes a que as
pessoas precisam estar atentas no momento que realizam o preenchimento do seu
currículo: inserir corretamente competências, habilidade e atitudes, pois esse
preenchimento correto poderá ser um grande diferencial; realizar uma reflexão
sobre qual a área de trabalho que deseja atuar, além de saber qual o ambiente
empresarial que tem interesse em atuar; conhecer as formas de enviar o seu
currículo, se por meio de e-mail, preenchimento de cadastros ou divulgação em
redes sociais próprias para isso; e estudar e conhecer a cultura da empresa para a
qual está encaminhado o currículo, analisando se ela atende às expectativas.
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11 DIFERENTES BARREIRAS PARA PLANEJAMENTO E TRAJETÓRIA DE
CARREIRA
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para terem êxito nas suas escolhas, porém, precisam que sejam realizados esforços
extras, pois, na maioria das vezes, fatores externos atrapalham. Vamos pensar
novamente naquele garoto que tinha o sonho de ser jogador de futebol: na sua
adolescência, ele conseguiu espaço em um time renomado e estava sendo
reconhecido o seu talento, porém, tinha diversas complicações de saúde. Se
analisarmos essa situação, a meta está ao alcance do menino, porém, fatores extras
a sua vontade estão atrapalhando. Existem possibilidades objetivas de chegar ao
êxito na sua profissão, mas fatores que o atrapalham. Por fim, existem as
possibilidades percebidas, que são aqueles profissionais que percebem as
qualificações que ainda necessitam fazer para chegarem ao seu objetivo-fim,
entretanto, é necessário cuidado para não ser extremista e achar que sempre estão
precisando de mais qualificação para alcançar um objetivo. A barreira nesse quesito
tem relação direta com a percepção que as pessoas têm de si mesmas, um exemplo
interessante seria aquele profissional que atua há 10 anos na área de recursos
humanos, já passou pelos cargos de auxiliar, assistente e analista e perpassou por
todos os subsistemas da área, realizou diversos cursos de aperfeiçoamento e é um
líder nato, porém sempre acha que está faltando algo mais para tentar participar de
processo seletivo como gestor da área de recursos humanos (SANTOS, 2019).
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Para que se tenha plenitude em um planejamento de carreira e na trajetória
profissional, é relevante estar atento às mais diversas barreiras, aqui são
apresentadas algumas, porém existem outros aspectos que também devem ser
elencados, tais como: erros morais e éticos, erros profissionais, erros estratégicos
e erros de marketing pessoal, todos eles têm relação direta com as possíveis
barreiras e geram resultados que não são tão positivos (XAVIER, 2006).
Algumas questões no que diz respeito aos ajustamentos de planejamento
de carreira e à trajetória podem estar relacionadas às perspectivas de cada geração.
Silva et al. (2012) destacam, conforme o Quadro 10, as características, a relação
com o trabalho e o contexto a partir dos quais as diferentes gerações concebem as
suas noções de mundo.
Ainda, podemos inferir a questão de gênero como desafiadora no que se
relaciona ao planejamento e às decisões sobre a trajetória de carreira. Em razão da
pluralidade de elementos com os quais interagimos em nossa vida relacional
contemporânea, cada vez mais o debate acerca do planejamento de carreira pode
ser ampliado em diferentes perspectivas (SANTOS, 2019).
Na relação entre essas diferentes perspectivas, tem-se a dimensão do quão
desafiador é estruturar um planejamento de carreira e manter a manutenção de uma
trajetória fiel a ele, tendo em vista as amplas possibilidades de interferência nos
mais diversos âmbitos da vida social. Entretanto, com o auxílio de algumas
ferramentas ou alguns assessoramentos, quando desejado, é possível seguir um
plano a partir do qual as barreiras, que sempre acabam por existir, possam ser
contornadas (SANTOS, 2019).
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12 BENEFÍCIOS NA PERSPECTIVA DA GESTÃO DE CARREIRA
CONTEMPORÂNEA
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diretamente na gestão da carreira dos empregados, pois estes estão atentos ao
mercado e, compreendendo os componentes da remuneração, fica mais fácil fazer
escolhas. Afinal, a remuneração tem função de atrair e reter os talentos nas
organizações e recompensar os empregados pelos trabalhos executados ao longo
de um período. A remuneração é subdividida em remuneração direta e remuneração
indireta (WOLFF, 2019).
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também são responsáveis pela melhora no clima organizacional, uma vez que
contribuem para motivar e reter os empregados. Além disso, têm impacto
significativo na gestão de carreiras contemporâneas, porque propiciam aos
empregados oportunidades de desenvolvimento e recompensas não financeiras,
como liberdade e autonomia no trabalho. Esses dois fatores, a liberdade e a
autonomia, estão diretamente alinhados à busca pela qualidade de vida que vem
sendo foco nos dias atuais.
O aumento na quantidade de leis, os custos das tecnologias, as doenças
laborais, a concorrência global, as condições da economia e do mercado de
trabalho, dentre outras situações, influenciam na oferta de benefícios oferecidos
pelo empregador. Esses mesmos benefícios acabam influenciando na decisão do
empregado, que busca os melhores benefícios e serviços assistenciais (por ser uma
receita não tributável). Para as organizações, os benefícios são uma poderosa
ferramenta de atração e retenção de talentos (IVANCEVICH, 2011). A seguir estão
os tipos de recompensas que podem ser a razão de escolha na gestão da carreira
dos empregados atualmente (CHIAVENATO, 2008).
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responsável pelo início e gerenciamento da carreira, e a empresa, que deve
subsidiar o funcionário com feedback e comunicação clara e contínua acerca do
desempenho do empregado e informar quais as lacunas deverão ser aprimoradas.
Snell e Bohlander (2011, p. 177) ainda atribuem à empresa a
responsabilidade de “[…] fornecimento de informações sobre a sua missão, políticas
e planos e deve dar suporte a autoavaliação, o treinamento e o desenvolvimento do
funcionário”. É fundamental o apoio da alta gerência a fim de estabelecer um
contexto favorável para que esse desenvolvimento da carreira realmente aconteça.
Ivancevich (2011) reforça a ideia de que a gestão da carreira acontece
oportunizando ao empregado a ascensão dentro da organização, seja por maior
remuneração, maior quantidade de responsabilidades ou até melhor status.
Segundo o autor, “[…] os estudos a respeito das etapas da carreira mostram
mudanças nas necessidades e expectativas à medida que o profissional vai
passando de uma etapa para outra” (IVANCEVICH, 2011, p. 444), conforme ilustra
o Quadro 2.
40
décimo terceiro salário (gratificação natalina) (CHIAVENATO, 2008; MARRAS,
2016).
41
16 BENEFÍCIOS QUANTO AOS OBJETIVOS
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e satisfação. Assim, a empresa demonstra recompensar os seus empregados,
privilegiando não apenas o resultado financeiro, mas também as competências
técnicas e comportamentais importantes na contratação e na manutenção desses
conhecimentos, agregando vantagens ao patrimônio intelectual da organização
(WOLFF, 2019).
A criação de um ambiente favorável entre empregado e empregador
transformam os investimentos destinados a benefícios de valorização do capital
humano na eficiência de uma organização. As empresas devem desmitificar a ideia
de que benefícios e incentivos convertidos em capacitação, desenvolvimento,
segurança, melhoria da qualidade de vida, entre outros, são apenas linha de custo
no orçamento. Na verdade, são ferramentas poderosas para aumentar a satisfação
dos colaboradores, aumentar a lealdade em relação à retenção e garantir um clima
organizacional favorável, um local onde as consequências de ajustes e mudanças,
comuns a todas as empresas, sejam minimizadas (WOLFF, 2019).
17 ADMINISTRAÇÃO DA REMUNERAÇÃO
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18 PRINCIPAIS CONCEITOS DE REMUNERAÇÃO E INCENTIVOS APLICADOS
PELAS ORGANIZAÇÕES
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Você pode compreender os processos de gestão de pessoas da seguinte
forma (OLIVEIRA, 2016):
45
18.1 Processo de recompensas organizacionais
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por cada organização quando consegue promover este sentimento em cada
indivíduo (OLIVEIRA, 2016).
Você sabe que nenhum indivíduo está disposto a ofertar suas competências
sem ser recompensado. Sabe também que essas recompensas estão estritamente
ligadas à motivação humana. Conhecendo essa premissa, as organizações
estabelecem estratégias para recompensar os colaboradores da melhor forma, sem
prejudicar seu principal objetivo, que é o lucro! No entanto, pesquisas recentes
apontam que o lucro de uma organização e sua posição mercadológica no ambiente
em que está inserida são elementos diretamente relacionados com o desempenho
das atividades de cada indivíduo e com o cargo que ele ocupa na empresa
(OLIVEIRA, 2016).
Um dos elementos utilizados pelas organizações é a remuneração. A
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) no artigo 457, aponta que: “[...]
compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais,
além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação
do serviço, as gorjetas que receber.” (BRASIL, 1943).
Essas recompensas são chamadas de remuneração total. A aplicabilidade
dela varia de organização para organização, dependendo de três componentes, que
são (OLIVEIRA, 2016):
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• Remuneração básica – Aplicação do salário mensalista ou por hora
trabalhada.
• Incentivos salariais – Aplicação de bônus, participação nos resultados
da empresa, etc.
• Benefícios – Seguro de vida, seguro-saúde, relações subsidiadas, etc.
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Como você pode perceber, são muitas as ferramentas e informações
necessárias para gerir da melhor forma possível os recursos humanos das
organizações. Para finalizar este capítulo, reflita a respeito da seguinte questão:
como pode ser definida a administração de salários? Pesquisas recentes
apontam que a administração, enquanto ciência, técnica e arte, é o processo que
estuda o planejamento, a organização, a direção e o controle dos recursos
organizacionais (financeiros, humanos, tecnológicos, logísticos, etc.), com o
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propósito de atingir objetivos específicos. Entendendo cada um desses conceitos
fica mais simples de responder à questão levantada no parágrafo anterior. A
administração de salários pode ser definida como o processo de planejar,
organizar, dirigir e controlar o conjunto de normas e métodos que uma organização
deve adotar para aplicar salários equitativos e justos no seu ambiente (OLIVEIRA,
2016).
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Os cargos podem ser avaliados de forma simples, por meio da comparação
quantitativa ou qualitativa, conforme mostra a Figura 9.
51
cargo; 2) escolher qual o melhor fator de avaliação (requisito mental, físico,
habilidades requeridas, responsabilidades ou condição de trabalho); 3) selecionar
cargos de referência; 4) fazer uma avaliação dos cargos de referência; 5) distribuir
valores salariais para os fatores de avaliação; 6) construir uma escala de
comparação de cargos; 7) fazer a devida aplicação da escala de comparação dos
cargos.
• Método de avaliação por pontos – Método de avaliação mais utilizado
no mundo. Busca comparar os cargos através dos fatores de avaliação versus
valores em pontos. Trata-se de uma comparação quantitativa e percorre seis
etapas: 1) elaborar as descrições e análises dos cargos a serem avaliados; 2)
escolher os fatores de avaliação; 3) definir os fatores de avaliação; 4) graduar os
fatores de avaliação; 5) ponderar os fatores de avaliação; 6) atribuir pontos aos
graus de fatores de avaliação.
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A estratégia de uma organização está diretamente ligada ao
comportamento que ela apresentará no meio onde está inserida. Ou seja, está
praticamente ligada às mudanças que ocorrem no ambiente que a circunda. Adotar
um comportamento sistêmico e holístico é uma das ferramentas mais utilizadas
pelas organizações competitivas (OLIVEIRA, 2016).
O comportamento holístico se refere à visão global que a empresa tem de
todos os seus setores, além das estratégias adotadas e das atividades realizadas
na organização. Essa visão ampliada colabora para a representação única da
empresa. O pensamento holístico é contrário ao mecanicista, pois este separa a
empresa em blocos, o que gera perda da visão global (OLIVEIRA, 2016).
Como você viu na Figura 10, existem alguns aspectos fundamentais que
envolvem uma estratégia organizacional: nível institucional da organização
(participação de todos os níveis da organização na formulação dos objetivos), longo
prazo de projeção (definição do futuro da organização), envolvimento total da
empresa (sinergia total entre os departamentos) e aprendizagem organizacional
(aprender com erros e acertos). A remuneração por competências usa praticamente
os mesmos mecanismos de remuneração tradicional, no entanto, o fator de
avaliação é substituído pelo fator das competências individuais (OLIVEIRA,
2016).
A sigla CHA é muito usada quando deseja-se fazer referência ao conjunto
de características necessárias ao sujeito inserido em uma empresa. Competência
é o relacionamento harmonioso entre conhecimento, habilidade e atitude (CHA) que
53
um indivíduo apresenta como valor para ele e para as organizações. O Quadro 14
aponta algumas características do CHA (OLIVEIRA, 2016). Confira:
54
Como você pode perceber, os atores principais deste novo processo são as
pessoas, não o cargo que ocupam. A finalidade desta forma de pensar a
remuneração é recompensar o colaborador em consonância de suas competências
pessoais. No entanto, para que isso ocorra, é preciso seguir três passos (OLIVEIRA,
2016):
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