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Introdução

Quando estudamos os processos químicos, verificamos que existem relações entre as quantidades
das substancias que participam desses processos. Conhecer essas relações e determinar essas
quantidades é muito importante e faz parte do trabalho do químico.

Na indústria, por exemplos, a fabricação de um determinado produto exige cálculos antecipados


para se conhecer a quantidade exata de matéria – prima a ser usada e, assim, evitar desperdícios.
Percebe-se, então, a importância econômica desse trabalho.

No cotidiano, também já vivenciamos isso. Ao se fazer um bolo, utiliza-se uma receita, com as
quantidades certas de ingredientes. Quando se regula o motor de um carro, estabelece-se a melhor
proporção ar-combustível, para uma boa combustão. Um pedreiro, ao preparar a argamassa, sabe a
importância econômica desse trabalho.

As bases para os cálculos de quantidades de substancias que participam de uma reação química
surgiram, no século XVIII, com as leis de Lavoisier e de Prost.

Lei de Lavoisier: “Numa reação química, em sistema fechado, a massa dos reagentes é igual à dos
produtos”.
A+B C+D
m A + mB = mC + mD

Lei de Prost: “As substancias participantes de uma reação química estão em uma proporção, em
massa, constante e definida”

A+B C+D
mA mB mC mD mA = mB = mC = mD
m’A m’B m’C m’D m’A m’B m’C m’D

Como conseqüência dessas leis, podemos estabelecer a composição porcentual de uma substancia
chamada fórmula porcentual, e, a parti dela estabelecer outros tipos de fórmulas.

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Fórmula Centesimal ou Porcentual

A fórmula porcentual indica a porcentagem em massa de cada elemento que forma uma substancia.

Ela pode ser obtida a parti de resultados experimentais. Por exemplo, verificando-se
experimentalmente que 4g de hidrogênio reagem com 32g de oxigênio, produzindo 36g de água.
Então:

Hidrogênio + oxigênio água


4g 32g 36g
xg yg 100g (% = composição centesimal)

Pela lei de Prost:

4 = 32 = 36 x = 11,11g e y = 88,88g
X Y 100

Portanto, a fórmula porcentual para a água é H 11,11% O 88,88%

Com os conceitos de massa atômica, massa molecular e massa molar é possível obter outras
relações entre os elementos formadores de uma substância.

Exemplos:

a) Cálculos a parti da fórmula da substância.

Calcular a composição centesimal do ácido sulfúrico.


Dados: massa atômica: H = 1; O = 16; S = 32.

Resolução:

H2 S O4

1 x 2 + 32 + 16 x 4
A seguir, calculamos a massa molecular
do ácido sulfúrico.
2 + 32 + 64 = 98

Para o H 98g ácido sulfúrico 2gH X = 2,04% H


100g ácido sulfúrico x% H

Para o S 98g ácido sulfúrico 32 g S Y = 32,65% S


100g ácido sulfúrico y% S

Para o O 98g ácido sulfúrico 32 g O Z = 65,31% O


100g ácido sulfúrico z% O

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Evidente, a soma desses resultados deve ser igual a 100 (ou “quase” 100, dependendo da
aproximação dos cálculos, como aconteceria no exemplo acima com 2,0 + 32,6 + 65,3 = 99,9). É
sempre conveniente fazer esta soma para conferir os cálculos.

Observações

1ª) Quando a fórmula da substancia apresenta parêntese ou colchetes é conveniente “eliminá-los”,


como é feito em matemática, para facilitar os cálculos. Por exemplo, Ca 3(PO4)2 equivale a Ca3P2O8;
Fe4[Fe(CN)6]3 equivale a Fe4[Fe3C18N18] ou, melhor a Fe7C18N18; e sim por diante.

2ª) Quando uma substância contém água de cristalização , deve-se calcular a porcentagem da
água como se H2O fosse um único elemento, “pesando”18. Assim, por exemplo, na composição
centesimal do Na2CO3 * 10H2O são dadas as porcentagens do Sódio, do Carbono, do Oxigênio e
da Água.

3ª) Há casos especiais em que podem interessar as porcentagens de “partes” da substância


considerada. Por exemplo, o Ca3(PO4)2 equivale a (CaO)3(P2O5), uma vez que podemos obtê-lo
pela reação:
3 CaO + P2O5 Ca3(PO4)2

Neste caso, a composição centesimal do Ca 3(PO4)2 pode ser dada dizendo-se que ele encerra
54,19% de Cão e 45,81% de P2O5.

b) Cálculo a parti dos resultados da substância.

Análise de 0,40g de um certo óxido de ferro revelou que ele encerra 0,28g de ferro e 0,12 de
oxigênio. Qual a sua fórmula centesimal?

Resolução:

Para o Fe 0,40g óxido 0,28g Fe X = 70% Fe


100g óxido X % Fe

Para o O 0,40g óxido 0,12g Fe Y = 30% Fe


100g óxido Y % Fe

Conferindo: 70 + 30 = 100%

Fórmula Mínima

A fórmula mínima indica a menor proporção, em números inteiros de átomos dos elementos que
formam uma substancia.

Exemplos:

Sabemos que a composição porcentual de uma substância é de 40% de carbono, 6,7% de


hidrogênio e 53,3% de oxigênio. Vamos determinar sua fórmula mínima.

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Pelos dados, a fórmula porcentual é C 40% H6,7% O53,3%. Então, em 100g da substância temos 40g de
carbono, 6,7g de hidrogênio e 53,3 de oxigênio. Para obtermos a proporção em números de
átomos, dividimos essas massas pelos respectivos valores de massa molar dos elementos:

Carbono 40g...... = 3,3 mol


32g / mol
A proporção em mol indica a
Hidrogênio 6,7g... = 6,7 mol proporção em número de
1g / mol átomos (1 mol = 6,02 x 1023
entidades)
Oxigênio 53,3g... = 3,3 mol
16g / mol

Agora para encontrar a menor proporção em números inteiros, dividimos esses valores pelo menor
deles (3,3):

Carbono 3,3 = 1
3,3 Portanto, a fórmula mínima dessa
substância é CH2O
Hidrogênio 6,7 = 2 C1H2O1
3,3

Oxigênio 3,3 = 1
3,3

Alguns exemplos de fórmula mínima, aproveitando a ocasião para compará-la com as fórmulas as
fórmulas moleculares correspondentes:

Substância Fórmula Molecular Fórmula mínima

Água oxigenada H2O2 HO


Glicose C6H12O6 CH2O
Ácido sulfúrico H2SO4 H2SO4
Sacarose C12H22O11 C12H22O11

Observações:

1ª) Às vezes a fórmula mínima equivale a uma “simplificação matemática” da fórmula;


assim no primeiro exemplo acima temos H2O2 ÷2 HO; no
segundo, C6H12O6f ÷6 CH2O. Outras vezes, a simplificação não é
possível (foi o que aconteceu no terceiro e no quarto exemplo) e, então a fórmula
mínima “empata” com a fórmula molecular.

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Resumindo, podemos dizer que:

Fórmula Molecular = (Fórmula Mínima)n

Em que: n = 1, 2,3... N° inteiro

Nos cálculos químicos, a fórmula molecular é a mais importante. A fórmula mínima serve apenas
como uma etapa intermediaria no cálculo da fórmula molecular.

Fórmula Molecular

A fórmula molecular indica a quantidade de átomos de cada elemento que forma uma molécula de
determinada substância.

Exemplos:

Vamos determinar a fórmula molecular de uma substância que apresenta 9,09% de hidrogênio,
54,54% de carbono e 36,36% de oxigênio, e tem massa molecular igual a 88u.
A fórmula porcentual é H9,09%C54,54%O36,36%. Vamos determinar a fórmula mínima:

Hidrogênio 9,09g = 9,09 mols


1g/ mol

Carbono 54,54g = 4,55 mols


12g/ mol

Oxigênio 36,36g = 2,27 mols


16g/ mol

Dividindo esses valores pelo menor deles, temos:

Hidrogênio 9,09 = 4
2,27

Carbono 4,55 = 2
2,27

Oxigênio 2,27 = 1
2,27
Portanto, a fórmula mínima é C4C2O. Como ela é a menor proporção em átomos, a fórmula será
um múltiplo dela. Assim:

Fórmula molecular = (fórmula mínima)n


Massa da fórmula molecular = (massa da fórmula mínima)n

Então:
88 = (4 x 1 + 2 x 12 + 1 x 16)n 88 = 44n n=2

Logo, a fórmula molecular é: (H4C2O)2 = H8C4O2

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Para Obtermos a fórmula porcentual partindo da fórmula molecular, não é necessário determinar
antes a fórmula mínima.
Por exemplo, vamos determinar a fórmula porcentual do etano, sabendo que sua fórmula molecular
é C2H6.

Como a fórmula indica o número real de átomos na molécula, temos massa molecular do
C2H6 = 2 x 12 + 6 x 1 = 30 u (que corresponde a 100%), então:

30u -----100 X = 80%


Carbono 24u ----- X

Hidrogênio 30u -----100% Y = 20%


6u ----- Y

Logo, a fórmula porcentual de C12H6 é C80%H20%.

Lei volumétrica de Gay-Lussac

O físico e químico francês Joseph Louis Gay-Lussac fez os primeiros estudos sobre o
comportamento dos gases.

Comprova-se experimentalmente que:

de gás clorídrico

de gás amoníaco

de vapor de água

Note que 2 L + 1 L ≠ 2 L.

Portanto, o volume total dos gases antes de o processo se realizar nem sempre é igual ao volume
total dos gases formados após a realização do processo. Isso mostra que não existe a lei da
conservação do volume, como ocorre com a massa.

Gay-lussac já havia feito essa comprovação em 1808, que ficou conhecida como primeira lei de
Gay-Lussac: “os volumes de todas substancias gasosas envolvidas num processo químico, desde
que medidos nas mesmas condições de temperatura e pressão, estão entre si numa relação de
número inteiros e simples”.

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Como esta lei é válida para qualquer unidade de volume, costuma-se generaliza-lá assim:

Hidrogênio + cloro gás clorídrico


1 volume 1 volume 2 volume

Nitrogênio + hidrogênio gás amoníaco


1 volume 3 volumes 2 volumes

O volume total dos produtos pode ser menor que o volume total dos reagentes. Quando isso ocorre,
dizemos que há contração de volume.

Veja que o início da lei volumétrica coincide com a publicação da teoria atômica de Dalton (1808),
mas esta não explica os resultados obtidos por Gay-Lussac. Só em 1811, quando Avogrado
introduziu o conceito de moléculas como sendo um agrupamento de átomos e estabeleceu que
quaisquer gases, na mesma condição de pressão e temperatura, apresentam o mesmo número de
moléculas, é que se pôde entender a contração do volume numa reação química envolvendo gases.

Analisando duas situações:

Estamos supondo que cada volume contem duas moléculas. Como isso, - pode-mos perceber
que não ocorre à conservação de volume, mas sim a de massa, pois o total de átomos é o mesmo
antes e depois (8 + 4 = 12).

4H2 + 2O2 4H2O ou 2H2 + 1O2 2H2O

2 volume 1volume 2 volumes

Note que o número mínimo de moléculas exigido na reação revela o volume.

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Não há conservação do volume, mas há de massa (4 + 12 = 12 átomos). Essa reação pode ser
representada pela equação:

2N2 + 6H2 4NH3 ou 1N2 + 3 H2 2NH3

1 volume 3 volumes 2 volumes

Cálculo Estequiométrico

De acordo com a origem da palavra estequiometria, temos estequio, do grego stoicheion, como
elemento ou substância fundamental; e metria, do grego metron, como medida. Ou seja,
estequiometria significa medida de um elemento.

No entanto, de maneira mais ampla e precisa, ela se refere às relações ponderais nas formulas e nas
equações químicas. Então, estequiometria é a parte da química que trata da relação quantitativa dos
constituintes de uma espécie química e da relação quantitativa entre duas ou mais espécies
químicas presentes numa transformação química.

Para estabelecer essas relações quantitativas, fazemos cálculos estequiométricos. Com base na
equação química, podemos calcular a massa, o volume, a quantidade de matéria, o número de
moléculas etc., de uma ou mais espécie, em função de algum valor dado referente à outra espécie
química participante de uma reação.

Para isso, basta saber que os coeficientes indicam a relação em mols com que as espécies reagem e
se formam.

2Na + 2H2O 2NaOH + H2


2 atomos reage 2 móleculas produzindo 2 móleculas e 1 mólecula

2Na + 2H2O 2NaOH + H2


2 mols de Reagem com 2 Mols de Produzindo 2 mols de e 1 mol de
Átomos átomos moléculas moléculas

Alguns exemplos

1) De acordo com a equação Fe + O2 2Fe2O3, calcule:

a) A quantidade de matéria de oxigênio necessário para reagir com 5 mols de


átomos de ferro;

b) O número de moléculas Fe2O3 que se forma a parti de 3,01 x 1023 moléculas de


O2
Resolvendo:

a) Pela equação, temos: 4Fe + 3O2 2Fe2O3


4 mols 3mols 2 mols
5 mols X

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Montando a proporção:

4 = 3 X = 3,75 mols
5 X

Portanto, são necessários 3,75 mols de moléculas de oxigênio para agir com 5 mols de átomos de
ferro.

b) Da mesma forma:

4Fe + 3O 2 2Fe2O3
23 23
3. 6,02 . 10 2. 6,02 . 10
23
3,01 . 10 Y
23
3 x 6,02 x 10 = 2 x 6,02x1023 Y = 2 x 1023 moléculas
3,01 x 1023 Y

Logo forma-se 2 . 1023 moléculas de Fe2O3.


2) O carbono de cálcio reage com ácido clorídrico conforme a equação:

CaCO3 + HCl CaCL2 + H2O + CO2

Calculando a massa de água, em gramas, e o volume de gás carbônico, nas CNTP, que
formam a parti de 50g de carbono de cálcio, sabendo que Ca = 40, C = 12, O = 16.

Então, de acordo com a equação, podemos escrever:

CaCO3 + HCl CaCl2 + H2O + CO2


1 mol 2 mol 1 mol 1mol 1 mol

Transformando Transformando Transformando


Em gramas em gramas em litros(CNTP)

100g 18g 22,4 L


50g X Y

100g = 18g = 22,4 L X = 9 g e Y = 11,2 L


50g X Y

Portanto, forma-se 9g de água e 11,2 L de gás carbônico.

3) Calcular o volume de hidrogênio, a 27 oC 2 atm, que se obtém na reação entre 8g


de cálcio e quantidade suficiente de água, conforme a equação:

Ca + H2O Ca(OH)2 + H2

Pela equação, temos:

Ca + 2H2O Ca(OH)2 + H2

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1mol 1mol

40g 1mol
8g X

40g = 1 mol X = 0,2 mol


8g X

Então, obtém-se mol de hidrogênio. Para saber o volume correspondente, aplicamos a


equação de Clapeyron:

PV = nRT V = nRT = 0,2 x 0,082 x 300 = 2,46 L


P 2
Portanto, obtém-se 2,46 L de hidrogênio.

Poderíamos ter calculado direto o volume de hidrogênio que corresponde às CNTP e, depois,
aplicando a equação geral dos gases, obter o volume para 27 °C e 2 atm.

Ca + 2H2O Ca(OH)2 + H2
1 mol 1 mol

40 g 22,4 L
8g X

40 g = 22,4L X = 4,48 L nas CNTP


8g X

P1 V1 = P2 V2 1 atm x 4,48 L = 2 atm x V2 V2 = 2,46 L


T1 T2 273 K 300 K

Sugestões e ideias para a resolução de problemas

Pede-se que você determine a massa de produto que pode ser formada a partir de certa massa do reagente. Não
esqueça de que não se pode calcular a massa do produto numa única etapa. Você deve seguir um roteiro, como o
ilustrado a seguir, para que a reação do reagente A dê o produto B conforme a equação xA —» yB. Neste caso, a
massa do reagente A é convertida a moles de A. Então, mediante o fator estequiométrico, pode-se calcular os
moles de B. Finalmente, obtém-se a massa de B pela multiplicação dos moles de B pela respectiva massa
molecular.

Grau de pureza

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Vamos considerar uma amostra de blenda, um mineral constituído fundamentalmente por sulfeto
de (ZnS) e outras substâncias consideradas impurezas. Suponha que um químico queira efetuar
uma reação com ZnS proveniente dessa amostra. Para isso, ele deve pesar a amostra e determinar a
quantidade de ZnS presente nela. Mas antes ele precisa conhecer o grau de pureza da amostra, ou
seja, a porcentagem em que o ZnS está presente na amostra.

Como aplicar esse conceito por meio de alguns exemplos.


1) Vamos determinar a massa de ZnS em 40g de uma amostra de blenda com 90% de pureza de Zns.

Sendo o grau de pureza 90%, em cada 100g da amostra existente 90g de ZnS. Então:

100 = 90 X = 36g
40 X Massa da amostra Massa do ZnS presente
100g 90g
Portanto, em 40 g da
40g X
amostra de blenda estão
presentes 36 g de ZnS.

2) Suponha que um químico tenha provocado a reação entre 80 g de calcário e excesso de ácido
clorídrico. Vamos calcular o volume de gás carbônico obtido, a 27 °C e 3 atm, sabendo que o grau
de pureza do calcário é de 95% em Ca CO3.

CaCO3 + HCL CaCL2 + H2O + CO2

Montando a proporção, temos:

Calcário CaCO3 presente


100 g 95 g 100 = 95 X = 76 g
80 g X 80 X

Em 80 g de calcário existem 76 g de CaCO3. Calculando nas CNTP, temos:

CaCO3 + 2HCl CaCl2 + H2O + CO2


1 mol 1 mol

Transformando em Transformando em
Gramas Gramas

100 g 22,4 L
76g V

100 = 22,4 V = 17,024 L nas CNTP


76 V

P1 V1 = P2 V2 1 atm x 17,024 = 3 atm x V2 V2 = 6.23 L


T1 T2 273 300

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Rendimento de uma Reação

Devido a uma serie de fatores, como aparelhagem utilizada, deficiência do operador, impureza das
substâncias reagentes etc., Sabemos que, ao efetuarmos uma reação química, os produtos são
obtidos em quantidades menores que as previstas teoricamente. Ou seja, na prática, o rendimento
de uma reação nunca é 100%.

Exemplos:

1) A combustão de 42,5 g de amoníaco tem um rendimento de 95% . Calculando a


massa, em gramas, de água que se obtém nessa combustão, sabendo que N = 14, H =
1, O = 16 e a equação é:

NH3 + O2 N2 + H2O

Da equação, temos: 4NH3 + 3O2 2N2 + 6H2O


4 mols 6 mols

Transformando Transformando
em gramas em gramas

4 x 17 g = 68 g 6 x 18 g = 108 g
42,5g X

68 = 108 X = 67,5 g (massa de água que se obtém num rendimento de 100%).


42,5 X Para se obter a massa com o rendimento de 95% montamos a proporção:

100 Rendimento Massa de água obtida = 67,5 M = 64,125 g


95 100% 67,5 g M
95% M
Portanto, formam-se 64,125 g de água.

2) Vamos determinar a massa, em gramas, de etanol necessária para se obter 8,96 L de


gás carbônico nas CNTP, em uma combustão cujo rendimento é de 98%. A equação é:

C2H6O + O2 CO2 + H2O

Considerando rendimento de 100%, temos: C2H6O + 3O2 2CO2 + 3H2O

1mol 2 mols

Transformando Transformando
Em gramas Em litros

46g 44,8
X 8,96
46 = 44,8 X = 9,2 g (massa de etanol necessário num rendimento de 100%)

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Se o rendimento da reação é menor que 100%, isso significa que há perdas. Assim, a massa de um
reagente, para um rendimento menor que 100%, deve ter maior que a massa de um reagente para
um rendimento de 100%. Logo:
Massa de etanol necessária Rendimento
9,2 g 100%
9,2 = 98 M = 9,39g M 98%
M 100

Portanto, a massa de etanol é 9,39g.

Duas situações especiais

Até agora, nos nossos cálculos estequiométricos, sempre tivemos situações simples, em que,
sabendo-se a quantidade de uma substância, determinava-se de outra. Mas pode ser que o
problema forneça as quantidades de dois ou mais regentes ou que envolva uma mistura.

Vamos ver como realizar os cálculos nessas situações.

a) Quantidades dadas de dois ou mais reagentes

Nestas situação devemos, em primeiro lugar, descobrir as essas quantidades estão


estequiometricamente corretas ou se há excesso de uma delas. Se houver excesso, essa quantidade
não participará da reação. Exemplo

 Misturam-se 16g de hidróxido de sódio (NaOH) com 20 g de ácido sulfúrico (H 2SO4).


Vamos calcular a massa de sulfato de sódio (Na2SO4) que se obtém ao ocorrer à reação:
Sabendo que: Na = 23, H = 1 e S = 32.
NaOH + H2SO4 Na2SO4 + H2O

Pela equação temos: 2NaOH + H2SO4 Na2SO4 + 2H2O

2 x 40g = 80g 98g 142 g


16g 20g X

Para descobrir a quantidade em excesso, ignoramos uma delas e fazemos o calculo em função da
outra. Se o resultado for menos, é porque a quantidade ignorada está em excesso; se for maior, é
porque a outra está em excesso. Veja:
80 = 98 Y = 16 x 98 = 19,6g
16 Y 80
Logo, a quantidade em excesso é a de H 2SO4, ou seja, 20g. Assim, o excesso é de 0,4g (20 – 19,6)
então:
2NaOH + H2SO4 Na2SO4 + 2H2O
80g 98g 142g
16g 19,6g X 80 = 98 = 142 X = 28,4g
16 Y X

Portanto, a massa de Na2SO4 obtida é de 28,4g.


b) Ocorrência de mistura

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Havendo uma mistura, devemos estabelecer as proporções referentes às reações de cada
componente. Exemplo.

 9,6 de uma mistura de hidróxido de sódio (NaOH) e óxido de cálcio (CaO)são tratados
com ácido sulfúrico, produzindo 20,7 de sulfato de sódio (Na2SO 4)e sulfato de cálcio (CaSO4).
Sabendo que Na = 23, Ca = 40, O = 16, H = 1 e S = 32, vamos determinar a composição
centesimal dessa mistura.

Primeiro consideramos que cada componente reage isoladamente com o ácido sulfúrico e
determinamos a massa de cada um na mistura:

2NaOH + H2SO4 Na2SO4 + 2H2O 80 = 142


80g 142g X Y
X Y

CaO + H2SO4 CaSO4 + H2O 56 = 136


56g 136g A B
A B

Assim, temos as equações:


X + A = 9,6
Y + B = 20,7

80 = 142
X Y

56 = 136
A B

Resolvendo esse sistema, temos X = 4 e A = 5,6g.


Agora podemos determinar a composição centesimal da mistura:

Mistura NaOH
9,6g 4g P = 41,6%
100g P

Mistura CaO
9,6g 5,6g
100g P’ P’ = 58,3%

Logo, a mistura tem 41,6% de NaOH e 58,3% de CaO.

Referência bibliográfica

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FELTRE, Ricardo.Cálculo de Fórmulas .Química.São Paulo-SP.v.1,ed.3.p.369 - 377,Ano 1991.

SARDELLA, Antônio.Cálculos Químicos.Curso Completo de Química.São Paulo


SP.v.Único.p.247 - 264,Ano 2001.

KOTZ,C.John.TREICHEL, Jr. Paul.Relações Ponderadas em Reações Químicas: Estequiometria.


Química e Reações Químicas. Rio de Janeiro - RJ.v.1,ed.4.p.105,Ano 2002.

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