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SUPERINTENDÊNCIA

Luiz Edson Feltrim

GERÊNCIA
Emanuelle Marques de Moraes

CONSELHO FISCAL
Antonio Claudio Rodrigues
Carlos Augusto de Macedo Chiaraba (Secretário)
Jacson Guerra Araújo (Coordenador)

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Marco Aurélio Borges de Almada Abreu
José Alves de Sena
Luiz Ajita (Conselheiro)
Nábia dos Santos Jorge

PARTICIPANTES
José Alves de Sena
Luiz Ajita
Marco Aurélio Borges de Almada Abreu
Nábia dos Santos Oliveira
Sandra Helena Rosa Kwak

PRESIDENTE

D O P R OF ESSOR
Marco Aurélio Borges de Almada Abreu

VICE PRESIDENTE
Nábia dos Santos Jorge G U IA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Nunes, Maria Denise Crespo


Programa Concurso Cultural: guia do professor:
Concurso Cultural / Maria Denise Crespo Nunes, Ana Mariza Filipouski;
[organização] Instituto Sicoob. -- 21. ed. -- Brasília : Instituto Sicoob
Para o Desenvolvimento Sustentável, 2022. -- (Coleção Cooperação
nas Escolas)

Bibliografia ISBN 978-65-88056-14-1

1. Cooperativismo - Estudo e ensino (Ensino fundamental)


2. Professores - Formação I. Filipouski, Ana Mariza. II. Instituto
Sicoob Para o Desenvolvimento Sustentável. III. Título IV. Série.

22-107341 CDD-372.07

Índices para catálogo sistemático:

1. Cooperativismo : Estudo e ensino:


Ensino fundamental 372.07

Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964 Brasília 2022


é a agência de investimento social estratégico Eixo Cooperativismo e Empreendedorismo
do Sicoob. Foi criado para difundir a cultura
cooperativista e contribuir para o desenvolvimento Desenvolve programas e projetos que visam à difusão da cultura cooperativista,
sustentável das comunidades. inspirando jovens e adultos a serem agentes de transformação social, com base nos
princípios de democracia, solidariedade, igualdade e economia.

As atividades do Instituto começaram em 2004


Eixo Cidadania Financeira
no Sicoob Metropolitano e, em 2009, foram expandidas
para toda a Central Unicoob. Em 2018, o Instituto Conscientiza o cidadão sobre os seus direitos e deveres ao gerenciar suas finanças,
Sicoob foi nacionalizado e os programas passaram estimula o uso responsável do dinheiro, o hábito de poupar, planejar e fazer a destinação
consciente dos recursos financeiros.
a fazer parte da agenda de todas as Centrais
do Sistema, para que as ações fossem sistematizadas
Eixo Desenvolvimento Sustentável
e integradas aos objetivos estratégicos do Sicoob.
Contribui, estimula e promove o desenvolvimento de uma sociedade sustentável por meio
Seguindo o 7º princípio do cooperativismo, da educação, formação, cooperação e participação ativa de diversos atores sociais na construção
o interesse pela comunidade, os programas de soluções coletivas que promovam o bem comum e o desenvolvimento sustentável.

do Instituto estão centralizados em 3 eixos.

Cooperativismo e Empreendedorismo Este alinhamento mantém o foco e os investimentos direcionados


às diretrizes de responsabilidade social do Sicoob e responde
Cidadania Financeira às perspectivas interna e externa do negócio: o que a organização
espera da sociedade e o que a sociedade espera da organização.
Desenvolvimento Sustentável

Acesse www.institutosicoob.org.br
Quando nasceu o cooperativismo?
Vamos começar do início?
Em 1844, na Inglaterra, na cidade de Manchester, no bairro de Rochdale, 27 homens e uma
Para melhor apresentar o Programa Concurso Cultural, mulher criaram a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale, berço do cooperativismo.
veja algumas informações sobre o cooperativismo. Elas Foram inspirados por ideias de pensadores da época que defendiam uma sociedade baseada
estão organizadas de forma didática, considerando a na- na cooperação, para reagir às condições de trabalho consideradas desumanas.
tureza e a finalidade do Concurso, assim como o grau de
escolaridade dos participantes. O cooperativismo nasceu como alternativa para enfrentar as mudanças trazidas pela
industrialização. Sua história está ligada à luta por melhores condições sociais e de trabalho.
O resultado positivo que a primeira cooperativa alcançou influenciou a criação de muitas
outras, no mundo todo.

Cooperativismo Que valores guiam atitudes cooperativistas?


O que é?
ajuda mútua democracia igualdade honestidade
O cooperativismo é um conjunto de ideias que organiza grupos de pessoas para realizar
atividades econômicas e sociais de forma coletiva. Mas não é só isso! Esse jeito de produzir responsabilidade solidariedade equidade sustentabilidade
pensa também na qualidade de vida e na divisão justa dos resultados do trabalho de todos. E
tem mais! Isso tudo acontece em torno de uma palavra-chave: cooperação.
Valores se expressam em atitudes e revelam o jeito de ser de cada um, ou de um grupo.
Como começou? Guiam escolhas, organizam as formas de convivência, movimentam razão e sentimentos, dão
sentido às experiências, desenvolvendo a ideia de comunidade.
Na Inglaterra, há quase 200 anos, na época da Revolução Industrial, quando a produção
começou a ser feita em grande quantidade, graças às invenções tecnológicas movidas a vapor. Qual a relação entre o Concurso Cultural e o cooperativismo?
Artesãos e agricultores, atraídos pela oportunidade de trabalho, foram para as cidades em
busca de melhores condições de vida. O Concurso Cultural tem tudo a ver com o cooperativismo, já que a cooperação faz parte do
jeito como os estudantes se organizam para produzir os textos que serão inscritos. Enquanto
O aumento da produção enriqueceu muito os donos das máquinas e das fábricas. Os operá- produzem, vivenciam valores cooperativistas. A ideia é que aprendam na escola a agir coope-
rios cumpriam jornadas de trabalho de até 16 horas por dia. Recebiam salários baixíssimos e rativamente no dia a dia, sempre de olho no bem-estar coletivo.
moravam com suas famílias no entorno das fábricas, sem boas condições de higiene, saúde e
alimentação. Como isso tudo acontece?

Em pouco tempo, muitos se revoltaram. Criaram movimentos de resistência à exploração Observe o infográfico para conhecer a proposta de trabalho para cada ano escolar que
que sofriam, e começaram a pensar em construir uma sociedade mais humana e igualitária, participa do Concurso e localize o tipo de texto que a sua turma será desafiada a produzir.
capaz de conciliar trabalho digno com lucro. Foi então que surgiu o cooperativismo.
Fonte: Guia do Estudante do Programa Concurso Cultural.
O infográfico que acompanha o Guia do Estudante apresenta uma síntese

VIVENDO A COOPERAÇÃO da participação no Concurso Cultural. Enfatiza os conceitos estruturantes e parte


da observação da realidade, mostrando o passo a passo para a construção de textos

NA ESCOLA que são objeto do Concurso em cada ano de escolaridade (desenho, crônica, poema,
tira em quadrinhos) com a cooperação de colegas e do professor.

Ação conjunta para alcançar Valor do Cooperativismo que


objetivos comuns que COOPERAÇÃO COOPERAÇÃO estimula o respeito às pessoas
beneficiem bastante gente. e ajuda a viver junto.

3O ANO 5O ANO 7O ANO 9O ANO


interação participação trabalho coletivo protagonismo
Comunicação entre Forma de integração a um grupo Diálogo para debater ideias, Envolvimento em ações que
pessoas que convivem e que estimula o interesse e confrontar opiniões e tomar ultrapassam interesses individuais
se relacionam entre si. envolvimento com causas coletivas. decisões conjuntas. e se voltam para o bem comum.

desenho crônica poema tira em quadrinhos


Observam o recreio da escola Observam o entorno da escola Observam a rua onde moram Observam a comunidade

Constroem conhecimento Constroem conhecimento Constroem conhecimento Constroem conhecimento

Planejam o desenho Planejam a crônica Planejam o poema Planejam a tira em quadrinhos

Interagem com colegas Participam das atividades Realizam trabalhos coletivos Compartilham com colegas

Pensam sobre possíveis mudanças Pensam sobre possíveis acréscimos Pensam sobre possíveis mudanças Pensam criticamente a tirinha

Produzem o desenho final Finalizam a crônica Finalizam o poema Finalizam a tira em quadrinhos
SUMÁRIO

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Capítulo 1 - Desenhando a cooperação - 3º ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Capítulo 2 - Crônica, uma leitura do cotidiano - 5º ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Capítulo 3 - Poema, um olhar sensível para o lugar - 7º ano . . . . . . . . . . . . . 37

Capítulo 4 - Tira em quadrinhos, um olhar crítico sobre o contexto - 9º ano . . . . 52

Palavras finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Cada sequência didática pretende, passo a passo, oportunizar a apropriação de conheci-
mentos que podem ser associados ao tema anual do Concurso. Elas favorecem produções

Apresentação refletidas capazes de tratar dos conceitos estruturantes - cooperação, interação, participação,
trabalho coletivo e protagonismo - por meio de procedimentos de trabalho e formas de ex-
pressão textual indicadas como objeto do Concurso.

Guia do Professor e Guia do Estudante estão conectados entre si, variando apenas o desti-
natário de um e outro. Nesse sentido, convém que sejam estudados previamente pelos profes-
O Concurso Cultural, promovido pelo Instituto Sicoob em parceria com escolas das redes sores encarregados de promover o Concurso Cultural nas escolas, tendo em vista otimizar a
pública, privada e cooperativas educacionais, tem o propósito de colaborar com a constru- qualidade da produção de textos dos participantes.
ção de conhecimentos de estudantes do 3º, 5º, 7º e 9º anos do ensino fundamental. Para isso,
contempla diferentes tipos de texto, com linguagem verbal e não verbal, e sugere o desenvol-
vimento de uma metodologia de produção com o potencial de tornar as aprendizagens mais
significativas.

Este Guia do Professor é composto por sequências didáticas que tratam de cada produto es-
perado – desenho, crônica, poema e tira em quadrinhos -, com sugestões que abrangem desde
o planejamento até a inscrição do trabalho realizado. As sequências destacam cooperação e
cooperativismo como elementos articuladores da aprendizagem, além de valorizarem o con-
texto e a mediação do professor para criar condições favoráveis à produção dos estudantes.

A metodologia sugerida constitui um processo completo, que inicia com a observação da


realidade, se desenvolve por meio da reflexão (considerando a vida diária, dentro e fora da
escola) e culmina com a produção de um texto decorrente de ação refletida. Por isso, é capaz
de favorecer a ampliação de repertório e desenvolver competências que incidem tanto nos
objetivos de aquisição da leitura e escrita, orientados pela Base Nacional Comum Curricular,
quanto na qualidade das produções textuais esperadas pelo Concurso.

Como tal, é uma ação que dura no tempo - limitada aos prazos estabelecidos pelo Regula-
mento do Concurso -, ainda que ela não seja pormenorizada aqui, já que, para isso, é preciso
considerar, em cada aplicação concreta, os conhecimentos prévios, a necessidade e a disponi-
bilidade de cada turma, cada professor ou professora para se envolver com ela.

Os procedimentos têm ainda potencial para construir competências socioemocionais in-


dispensáveis à convivência colaborativa. Assim, abordam valores caros ao cooperativismo e
estreitam os pontos de contato entre o Concurso e a BNCC, fortalecendo o compromisso de
formar cidadãos capazes de ler, escrever e interpretar a realidade, incluir-se socialmente e
projetar um futuro digno para todos.

12 13
Capítulo 1
Desenho – 3º ano

Desenhando a cooperação

O capítulo trata da organização didática do trabalho proposto pelo Concurso Cultural


aos estudantes do 3º ano do ensino fundamental e se vale tanto dos conceitos estruturantes
interação e cooperação, como do processo de produção do desenho, entendido como texto
que recorre à linguagem visual para expressar ideias.

Conceitos estruturantes em evidência - interação + cooperação

A interação tem importante papel na formação pessoal e influencia a vivência coletiva, já


que proporciona trocas de experiências, de ideias, refere valores e interesses. É por meio
dela e com recurso à linguagem que as crianças questionam e relativizam saberes, percebem
diferenças e aprendem coisas novas. A escola é um cenário vivo de interações viabilizadoras
da cooperação entre pares, proporcionando o trabalho conjunto e a busca de objetivos comuns,
como preconiza o cooperativismo.

Competência da BNCC - área de Linguagens

“Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos,


dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável
de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais.”(EF15AR04) 1

1
(EF15AR04) Ensino Fundamental, 1º ao 5º ano, Arte, Competência 4.

14 15
Sequência didática para a produção do desenho
PROFESSOR
Etapa 1 - Antes da Produção
A linguagem, faculdade cognitiva exclusiva da humanidade, é
recurso para expressar sentimentos, pensamentos, desejos, co- a) Sobre o contexto
nhecimentos, para narrar experiências ou imaginá-las, produzir
sentidos e para interagir com os outros. Todo ser humano é ca- Desafie os estudantes a olharem atentamente para o mundo, descobrindo coisas que, à
paz de produzir significados e agir socialmente, pela linguagem primeira vista, podem não ser tão evidentes. Proponha que, durante o recreio na escola, ob-
verbal, ou não verbal. A linguagem verbal se expressa por meio servem, escutem, percebam como os estudantes se relacionam. Peça que façam registros a
da palavra e pode ser oral, escrita ou gestual. Já a linguagem não respeito de suas descobertas.
verbal recorre a signos não linguísticos, como cores, sons, figuras,
bandeiras, fumaça… O desenho se faz, portanto, predominante- Diga que, para registrar, poderão utilizar o recurso que preferirem, seja o desenho, seja
mente de linguagem não verbal. anotações, seja a redação de frases completas. Para possibilitar que os registros ocorram,
recomende que cada um carregue uma prancheta, folhas brancas e lápis apontados.

Depois, em classe, peça que colem no quadro, com fita crepe, todas as anotações realizadas
Práticas a partir do desenho e dos conceitos estruturantes e propicie uma conversa no grande grupo a partir delas. Pergunte:

Desenhar é uma forma de criar, de conferir materialidade a sentimentos, ideias, desejos e 1. T


 odas foram feitas da mesma maneira? (A ideia é que possam perceber que alguns de-
representações, o que supõe tomar decisões, enfrentar desafios e lidar com a realidade, repre- senharam, outros escreveram, utilizando diferentes linguagens para fazer os registros).
sentando situações de interesse pessoal ou coletivo. Quando o desenho está articulado a pro-
cessos orientados por estratégias educativas, ampliam-se as condições de apreensão do real. 2. T
 odos foram impactados pelas mesmas coisas? (A ideia é que observem que alguns se
fixaram no ambiente, outros nas pessoas, outros ainda nas relações entre as pessoas ou
O desenho possibilita aprendizagens, proporciona a expressão de emoções. É também uma delas com o ambiente).
eficiente estratégia de comunicação não verbal e ocupa lugar de destaque na construção do
pensamento infantil. Por meio dele, as crianças estabelecem relações com o mundo, buscam 3. T
 odas as anotações foram feitas do mesmo lugar? (A ideia é mostrar que algumas são
elementos significativos para se expressar, contam histórias, fantasiam e almejam ser compre- específicas – olham para poucos componentes; outras são mais abrangentes, têm uma vi-
endidas. Isso confere à experiência de criação infantil a oportunidade de interagir, perceber, são de cena mais ampla. Isso significa que o olhar tanto pode flagrar um cenário, quanto
interpretar e analisar a realidade, seja como criadoras, seja como leitoras. reduzir o ponto de vista e se fixar em detalhes).

A cada item observado, mude os registros de lugar, aproxime algumas anotações por seme-
lhança, explicitando o ponto de interesse com as representações que fizeram.

Encerre a atividade destacando que, ao observar, cada um escolheu um tipo de linguagem


(verbal ou não verbal), foi impactado por coisas diferentes do entorno (pessoas, ambientes ou
relações) e ocupou mais de um ponto de vista para produzir o registro.

16 17
Refira então que as observações decorreram de reflexão realizada cooperativamente a
respeito da produção individual e que todos colaboraram para construir a aprendizagem
coletiva. Esta prática dá corpo aos conceitos estruturantes destacados pelo Concurso Cultural
PROFESSOR
- interação e cooperação -, além de trazer à tona a vida do lugar. O desenho como linguagem também se constitui em instru-
mento para conhecer e é capaz de levar quem desenha a
b) Sobre o desenho como linguagem apropriar-se do mundo. Quando desenha, a criança estabe-
lece relações do seu mundo interior com o exterior, constrói
Refira que o desenho é uma linguagem não verbal que serve para a humanidade se comuni- conceitos e reformula significados, aprimora capacidades, se
car desde os primeiros registros humanos. Destaque a imagem rupestre do Guia do Estudante envolve afetivamente e opera mentalmente. O desenho
e informe que ela revela que o estado do Piauí já era habitado há 20 mil anos. representa sentimentos, expressa pensamentos, indica a forma
como a criança vai se apropriando do mundo e como ela é
Projete imagens de pinturas de Portinari que representem crianças em atitude de intera- capaz de representar essa apropriação.
ção, disponíveis em http://www.portinari.org.br. Dê destaque às reproduções Futebol, e Meni-
nos soltando pipa, entre outros, e converse com as crianças sobre eles. Reporte-se às pergun-
tas que estão no Guia do Estudante.

Etapa 2 - Durante a Produção

AÇÃO
http://www.portinari.org.br
a) Planejamento do desenho

Relembre a observação feita antes e proponha que cada estudante planeje um desenho
representativo de um olhar para o recreio da escola, tendo em vista o registro de um flagran-
te de cooperação ou de interação entre as pessoas, como uma brincadeira em grupo, ou um
Proponha que observem as obras e as descrevam, examinem sua composição e imaginem aluno mais velho que auxilia os menores a se organizarem para uma partida de futebol. Para
como cada pintura deve ter sido construída. auxiliar no planejamento, pergunte:

A ideia é perceberem que, por trás de um desenho mais elaborado, teve um esboço e o 1. C
 onsiderando o observado no recreio, o que cada um prefere registrar?
produto final, a tela, resulta de um processo que se desenvolve em etapas. Anuncie então que
procurarão desenvolver um processo completo de criação de um desenho capaz de referir 2. Q
 uem serão os personagens do desenho? Pode ser apenas um? (A ideia é constatarem
aspectos relevantes do lugar que observaram e das formas de interação que as pessoas do que, para representar a cooperação ou a interação, é necessário pensar em mais de um,
lugar vivenciam. e isso tem consequências para o desenho).

3. Q
 ue ação coletiva será representada? (A ideia é que, a partir da definição a respeito dos
personagens, não basta haver mais de uma pessoa representada na cena, mas elas de-
verão estar envolvidas em alguma ação cooperativa relacionada ao tema do Concurso).

18 19
4. Q
 uando a ação acontecerá? (A ideia é escolherem se a ação será em dia de sol ou de chu-
va, por exemplo, o que supõe decisões de representação do tempo na cena).
IMPORTANTE
5. O
 nde a ação acontecerá? (Restrita ao recreio, o lugar da ação também terá impacto so-
bre o que será representado, privilegiando um ambiente característico da escola onde o ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DO DESENHO INFANTIL
tema do Concurso possa ser observado). 7 a 9 anos - a criança aprende um esquema de representação
da forma humana e passa a representá-la sempre igual, im-
Depois de cada um definir uma cena interessante capaz de retratar a cooperação e a inte- primindo a elas um valor emocional. As representações das
ração, converse a respeito dos recursos que poderão usar. Diga que a finalidade do Concurso cenas acontecem em um único plano, sem sobreposições, mas
não é a representação realista, a cópia e a duplicação do real, mas o modo como cada um não é raro verificar a presença de duas dimensões. Tempo e
mostrará, com seu jeito infantil de desenhar, uma cena que se reporte à observação do mundo, espaço se fundem, mas às vezes aparecem representações si-
à memória e à imaginação. Para isso precisarão ensaiar hipóteses, registrando-as em folhas multâneas.
avulsas.
9 a 12 anos - conhecida como etapa do realismo, a represen-
b) Esboço do desenho tação nessa idade em geral tem menos exageros, omissões ou
distorções. Há preocupação com detalhes, diferentes tama-
Após imaginar a cena a ser representada, cada estudante, usando apenas lápis e borracha, nhos das figuras passam a representar planos e profundidade
procurará registrar seu esboço. Acompanhe os registros na classe, problematize os traços, as da cena, desenvolvendo uma noção de conjunto. Ainda pre-
formas, as linhas e os movimentos que cada um planejou para expressar e comunicar a ideia domina a espontaneidade sobre a crítica e a autocrítica dos
do desenho. próprios desenhos, mas há crescente interesse de corrigir tudo
que pareça imperfeito.
Informe ainda que, se desejarem, poderão acrescentar detalhes imaginados, desde que es-
tejam em harmonia com o resto e sirvam para reforçar a ideia geral do desenho. Examine com
eles a imagem do esboço de Portinari que aparece no Guia do Estudante.
REFLEXÃO
Oriente-os a utilizar o lápis sem pressionar demais para não marcar a folha, para que pos-
sam apagar e reformular, em busca de maior harmonia ou de refinamento da técnica de re- c) Leitura compartilhada do esboço
presentação.
Forme grupos com três estudantes cada e proponha que troquem impressões a respeito
Respeite sempre a etapa de desenvolvimento do desenho infantil e faça as crianças senti- do esboço de cada um.
rem-se empoderadas para mostrar a ideia com os recursos que possuem, com predomínio da
espontaneidade e sem excesso de autocrítica. Diga que examinem cada desenho considerando a relação da cena representada com o
objetivo da tarefa:

1. O
 esboço mostra pessoas envolvidas em relações de interação e cooperação, observadas
durante o recreio da escola?

2. Q
 ue traços, linhas e formas foram usados para representar cooperação?

20 21
3. E
 o tempo, como é tratado?
Etapa 3 - Depois da Produção
4. E
 o espaço onde ocorre a ação, o que é sabido dele?
a) Do ponto de vista pedagógico, os desenhos podem servir também para avaliação, já que
5. O tema do Concurso está presente? Como? são o resultado de um processo de aprendizagem. Para manter o sentido social da comunicação,
a professora promoverá a publicação dos desenhos no blog da turma, se houver, ou fará uma
Proponha ainda que troquem informações a respeito das melhores práticas para atingir o exposição em cordel das produções, colocando-as na escola, em espaço com bastante acesso
efeito esperado no desenho, utilizando uma folha separada para evitar interferências na au- de público, ou na sala de aula.
toria. Então conversem sobre cores e outros acréscimos capazes de qualificar o desenho aos
olhos do espectador. b) Do ponto de vista do Concurso Cultural, a professora, de posse de todos os desenhos da
turma, fará a pré-seleção dos três mais representativos e os encaminhará à Comissão Escolar
Acompanhe o trabalho dos grupos e interfira se perceber que alguma crítica está inibindo de Avaliação do Concurso.
ou desrespeitando a produção visual do outro. A finalidade desta etapa é cooperar para a
qualificação dos trabalhos entre colegas, sem impor soluções, a partir da ideia de que todos c) A Comissão Escolar de Avaliação do Concurso selecionará os três desenhos mais represen-
podem aprender a desenhar – mostrar, com linhas e traços que adquirem formas, um modo tativos da escola, reunirá a documentação disponibilizada pelo Instituto Sicoob (declaração de
de pensar e sentir o mundo. dados e termo de autorização), e os encaminhará à Cooperativa Sicoob Local.

AÇÃO REFLETIDA

d) Versão final do desenho

Individualmente, cada estudante/autor decidirá o que vai apropriar ou não do que foi suge-
rido pelos colegas. Depois, transferirá seu desenho para a folha oficial do Concurso e iniciará
o acabamento, colocando cor e/ou recorrendo a outras técnicas.

e) Revisão do professor

Acabada a versão final, ela é então mostrada à professora, cuja tarefa será apreciar e sugerir al-
guma complementação, se for o caso, sempre considerando a intenção comunicativa do desenho.

DICA
Mesmo os grandes artistas têm suas obras comentadas por pessoas
especializadas durante sua produção. Esta é também oportunidade
de ver o desenho como processo de criação que inicia, se desenvolve,
se faz e refaz até ser dado como pronto.

22 23
Capítulo 2
Crônica – 5º ano

Crônica, uma leitura do cotidiano

Neste capítulo, a organização didática destaca a participação, conceito estruturante que


consolida a interação, valoriza a comunicação ampliada e propicia a manifestação pública
de ideias e argumentos de estudantes do 5º ano do ensino fundamental sobre o tema do
Concurso. Apresenta, ainda, o gênero textual crônica, a ser produzido com base na leitura
da realidade próxima.

Conceitos estruturantes em evidência - participação + cooperação

Participar é uma forma de integrar um grupo, comprometer-se com interesses coletivos e


com o agir cooperativo.

A participação, no contexto em que se realiza o Programa, resulta do ato de intervir, ma-


nifestar ideias, influenciar decisões, compartilhar ou discordar, colaborando com atividades,
debates, pesquisas na comunidade ou projetos que envolvam a coletividade. Os conheci-
mentos relacionados ao tema do Concurso são construídos em cooperação e os estudantes
se apropriam do que aprenderam ao se posicionarem criativa e criticamente, frente ao
entorno em que vivem, durante o processo de produção textual.

Competência da BNCC - área de Linguagens

“Criar narrativas ficcionais, com certa autonomia, utilizando detalhes descritivos, sequên-
cias de eventos e imagens apropriadas para sustentar o sentido do texto, e marcadores de
tempo, espaço e de fala de personagens”. (EF35LP25)2

2
(EF35LP25) Ensino Fundamental, 3º ao 5º ano, Língua Portuguesa, competência 25.

24 25
2. Vocês têm alguma familiaridade com esses temas? Por quê?

PROFESSOR 3. Como eles se manifestam na vida cotidiana e por que chamam a atenção?
As diferentes formas de organizar a linguagem, bem como os
recursos utilizados para produzir significados, compõem a co- 4. I sto seria diferente se as pessoas fossem mais participativas e cooperassem para man-
municação, que se concretiza em variados gêneros de textos ter um ambiente legal para todos viverem?
para falar e escrever, todos eles aprendidos por meio das ha-
bilidades de ouvir e ler. O texto é central em qualquer comu- 5. O que/que coisas/que atitudes pode(m) mudar o que foi observado?
nicação e é sempre produzido com uma finalidade. Destina-se
a um interlocutor situado no tempo e no espaço e circula em Peça então que, com base no debate, cada um escreva no caderno a resposta à seguinte
suportes definidos. questão:

Pela participação e cooperação, é possível a gente olhar para as coisas do cotidiano de


um outro jeito?
Práticas a partir do gênero e do conceito estruturante
b) Realize com os estudantes uma caminhada pelo entorno da escola, para destacar e
A crônica é um gênero textual de base narrativa que registra um fato ou acontecimento registrar diferentes aspectos apresentados: o que está bem? o que precisa melhorar? o que
ligeiro e costuma circular em livros, jornais, revistas ou na internet. não existe e faz falta?

Para produzir crônicas, os alunos desenvolverão um olhar atento e sensível aos fatos do c) Depois, em uma roda de conversa, ouça o relato oral do que foi observado. Questione
dia a dia, observando como um acontecimento da vida cotidiana pode possibilitar a reflexão e complemente, quando for pertinente. Peça que anotem as observações mais relevantes.
a respeito de participação e cooperação, conceitos estruturantes destacados pelo Concurso Informe que, desse modo, estão buscando conteúdos para a produção textual que farão
Cultural. A realidade próxima fornecerá material para a reflexão crítica sobre ações, senti- individualmente. Anote uma síntese colaborativa da discussão em um painel e mantenha-o
mentos e comportamentos, a partir do que a vida do lugar traz à tona. exposto durante toda a sequência didática.

Sequência didática para produção da crônica Essas ações possibilitam que os estudantes falem e escutem, aproximem-se criticamente
da realidade e comecem a se ver como autores da produção que farão.
Etapa 1 - Antes da produção

Sobre o contexto

a) Selecione imagens e/ou manchetes de notícias de jornais, revistas ou da internet que


tratem da atualidade no país (relativas à saúde, ao meio ambiente, às formas de lazer, à
segurança etc.) e desafie os estudantes a descreverem o que veem/leem e a estabelecerem
relação com o lugar em que vivem. Pergunte:

1. Vocês são capazes de falar a respeito de cada imagem ou manchete?

26 27
Sobre a crônica b) Na sequência, debata a leitura em grande grupo, para que verbalizem a compreensão
do texto, reconheçam aspectos constitutivos do gênero e a intenção da autora ao escrever.
a) Acesse a crônica “História de bem-te-vis” de autoria de Cecília Meireles, importante
Reporte-se ao roteiro apresentado no Guia do Estudante.
jornalista, professora e poeta brasileira, nos endereços eletrônicos indicados a seguir e
observe que ela foi escolhida por tratar de um determinado contexto, tal qual os estudantes
A ideia é que observem que esta crônica é um texto narrativo e não se preocupa em
serão incentivados a fazer antes da produção dos textos.
mostrar um conflito, mas em provocar reflexão. Daí ser veiculada em geral em suportes
que se renovam de maneira veloz, como o jornal, a revista e a Internet. Muitas pessoas
escrevem crônicas, mas poucos cronistas, pela relevância e permanência dos temas que
DICA abordam, são publicados em livro.

https://portuguesirado.com.br/v20/2011/07/23/
c) Forme pequenos grupos e distribua crônicas diferentes para cada um, previamente
texto-para-interpretacao-6-historia-de-bem-te-vi-
selecionadas, cuidando que sejam simples, tenham características bem marcadas e apre-
nivel-fundamental/
sentem predominantemente um olhar para a vida cotidiana.

https://facetasculturais.com.br/2020/02/08/ Peça que leiam e anotem o que observaram, retomando o roteiro utilizado antes.
o-bem-te-vi-de-cecilia-meireles/

Chame a atenção para a DICA que consta no Guia do Estudante:

- História de bem-te-vis, começa assim: “Com estas florestas de arranha-céus que vão
crescendo, muita gente pensa que passarinho é coisa só de jardim zoológico”.

- E termina assim: “Que engraçado! Um bem-te-vi gago! ”

Peça que imaginem sobre o que trata a crônica!

Então, projete-a em sala de aula, se houver possibilidade, ou utilize outra estratégia, e re-
alize uma leitura comentada, explicando significados e estabelecendo relações com o lugar
onde vivem: o mesmo acontece por aqui?

Provoque-os para que descubram o olhar inusitado que a cronista dirige para o seu lugar,
refletindo a respeito do crescimento desordenado das cidades e as consequências que isso
pode trazer para os seres vivos.

Aproveite para enfatizar o tema do Concurso.

Fonte do excerto: ANDRADE, Carlos Drummond; MEIRELES, Cecilia et all. Quadrante 2. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1968. p. 178-9

28 29
DICA O que é uma crônica?

Muitos cronistas brasileiros aparecem disponíveis no Portal da


É um texto narrativo que tem o tempo/a atualidade como questão fundamental.
Crônica Brasileira (https://cronicabrasileira.org.br), que pode ser
A crônica trata da realidade, do cotidiano, é construída com linguagem espontâ-
uma fonte interessante para buscar crônicas na Internet.
nea, simples, tendo em vista a interlocução com o leitor.

O texto é rápido, ágil, em geral com poucos personagens e sem conflito, e o nar-
https://cronicabrasileira.org.br
rador pode participar da ação (primeira pessoa) ou narrar o que observa (terceira
pessoa).

Algumas crônicas publicadas em livro são previamente selecio- Numa crônica, os fatos do dia a dia são registrados com humor, emoção ou iro-
nadas para seus leitores, como é o caso de um clássico da literatura nia. A crônica olha para a realidade de um ponto de vista inusitado, destacando as-
destinada a adolescentes, o Para gostar de ler - crônicas, disponí- pectos que, em geral, as pessoas deixam de perceber. Nesse sentido, o gênero é ca-
vel em grande parte das bibliotecas escolares (São Paulo: Ática.). paz de fazer pensar sobre a vida e sobre o mundo a partir de um evento cotidiano.
Também vale consultar As cem melhores crônicas brasileiras (São
Paulo: Objetiva), organizadas por Joaquim Ferreira dos Santos, que Por que estudar a crônica em sala de aula?
reúne 62 cronistas, entre eles, Rubem Braga, Luiz Fernando Veríssi-
mo, Xico Sá, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e outros. 1. Porque narra fatos e recorre a estruturas linguísticas relacionadas ao tempo, e
possibilita reflexão linguística a respeito dos tempos verbais do passado (pre-
Diversos jornais atuais ainda publicam crônicas de escritores de térito perfeito e imperfeito), dos diferentes marcadores temporais (quando,
expressão local ou nacional, geralmente em setores dedicados à um mês antes, no ano seguinte etc.) e das formas narrativas em primeira ou
cultura e às artes. terceira pessoa.

2. Porque é uma narrativa ficcional curta, focada em temas cotidianos, com texto
acessível do ponto de vista da leitura e da produção escrita.
Para o fechamento, proponha que sintetizem as experiências de leitura e debatam:
3. Porque o gênero valoriza o olhar autoral sobre o cotidiano.
1. Que reflexões as crônicas lidas provocam?
4. P
 orque utiliza uma linguagem coloquial e, pelo tom que possui (humorístico,
2. Que aprendizagens sobre crônica as leituras possibilitam? poético ou irônico), atrai o interesse dos leitores.

Enquanto expõem, anote os aspectos relacionados à crônica em um painel e mantenha-o


exposto na sala durante o desenvolvimento da sequência didática.

30 31
Etapa 2 - Durante a produção Acompanhe o trabalho das duplas e vá sugerindo as características que ela terá: envol-
vem poucos personagens, utilizam linguagem simples e acessível, são curtas (no caso desta
AÇÃO crônica, deve caber na folha-padrão do Concurso) e provocam reflexão no leitor, geralmen-
te com um fechamento inusitado. O planejamento é também a possibilidade de haver, du-
a) Aquecimento rante o processo de produção do texto, um parâmetro claro para avaliá-lo. Encaminhe-os
então para escreverem, individualmente, a primeira versão da produção textual.
Comece com uma conversa que valorize os alunos como produtores de textos em geral.
Pergunte: c) Redação inicial da crônica

1. Quem gosta de contar histórias? A redação inicial é uma versão individual do texto final, onde as anotações de cada um e
o que foi planejado começa a ganhar corpo.
2. Que tipo de histórias cada um prefere contar?
Nessa etapa, os alunos concretizam aspectos relevantes para a escrita, antes enumera-
3. É
 possível contar histórias a partir da observação da realidade próxima, feita no entor- dos. Encerrada a produção inicial (reforce a informação a respeito do tamanho da folha do
no da escola, considerando a cooperação e a participação? concurso, o que indica que deve ser curta), forme novas duplas e proponha que façam uma
leitura compartilhada da produção de cada um.
4. Ao se referir à vida cotidiana, que tipo de texto narrativo é mais adequado criar?
REFLEXÃO
A ideia é que, enquanto conversam sobre o entorno, o diálogo amplie a observação, des-
tacando os conceitos estruturantes cooperação e participação (o tema das crônicas) e ante- d) Leitura compartilhada da crônica
cipando modos de desenvolver a narrativa (com humor, com ironia, ou com um tom crítico).
Antes de tomar a produção preliminar de cada um como objeto de análise, destaque
Faça as mediações necessárias durante a conversa, para que todos possam, em coopera- a ideia de que escrever é processo, envolve trabalho, dedicação. Como o texto sempre se
ção, inferir e concluir. Retome os painéis do tema e do gênero, que estão expostos na sala, dirige a um destinatário, convém que tenha leitores-colaboradores, papel que cada um de-
e avalie, junto com os estudantes, se há outros aspectos que desejem anotar como fonte de sempenhará ao ler a redação da crônica produzida pelos colegas. Esta atividade também se
consulta enquanto estiverem produzindo os textos. caracteriza como uma experiência cooperativa e participativa.

b) Planejamento da escrita de uma crônica Em duplas, peça que troquem a crônica com o colega. Depois, proponha que cada um
realize uma revisão cuidadosa do texto do outro, fazendo anotações e comentários.
O planejamento do texto é uma etapa importante do processo de escrita. Nele, fica mais
claro o que o autor tem em vista (divertir? fazer refletir? emocionar?); quem serão os leito- Sugira que tomem como ponto de partida a apresentação do planejamento inicial, como
res; como a história será contada (o narrador participará da história ou não?); a narrativa referência para avaliar a eficácia da comunicação. Enquanto trabalham, acompanhe as du-
terá início, meio e fim, qual a parte mais importante?; haverá diálogos?; que linguagem será plas, faça as mediações que julgar necessárias e recorra ao Guia do Estudante, subsidiando
usada para descrever a cena? Reporte-se às indicações do Guia do Estudante. com informações os pontos de observação a serem examinados.

Considerando o tema do Concurso Cultural e a observação do entorno proponha que, em


duplas, os estudantes planejem o que deve haver na crônica.

32 33
AÇÃO REFLETIDA Etapa 3 - Depois da produção

e) Reescrita da crônica/autoavaliação AÇÃO

Depois da avaliação cooperativa entre pares, proponha que cada estudante produza a a) Do ponto de vista pedagógico, a produção de crônicas pode servir para avaliação, já
versão final da sua crônica, alterando-a, a partir da contribuição do colega, o que lhe pare- que é o resultado de um processo de aprendizagem. Para manter o sentido social da comu-
cer pertinente. Peça ainda que faça uma última leitura do texto, considerando: nicação, a professora fará a publicação das crônicas no blog da turma, se houver, ou fará
uma exposição em cordel das produções, colocando-as na escola, em espaço com bastante
1. a correção e a adequação da linguagem; acesso de público, ou na sala de aula.

2. a pontuação: uso de vírgulas, de ponto final nas frases, com destaque para os diálogos b) Do ponto de vista do Concurso Cultural, a professora, de posse de todos as crônicas da
(exclamação, interrogação, reticências, dois pontos, travessão), se houver; turma, fará a pré-seleção das três mais representativas e as encaminhará à Comissão Escolar
de Avaliação do Concurso.
3. a ortografia (consulte dicionário, peça ajuda à professora em caso de dúvida).
c) A Comissão Escolar de Avaliação do Concurso selecionará as três crônicas mais repre-
Então, indique que prepare uma versão final e a entregue à professora. sentativas da escola, reunirá a documentação disponibilizada pelo Instituto Sicoob (declaração
de dados e termo de autorização), e as encaminhará à Cooperativa Sicoob Local.
f) Revisão final da crônica

A revisão final da crônica é tarefa da professora, que atua aqui como revisora de texto.
Ela toma em consideração todos os aspectos examinados pela avaliação cooperativa, suge-
rindo ainda, se couber, alterações e complementações com base no que foi tratado antes,
tanto em relação ao tema quanto em relação ao gênero.

DICA
Mesmo os grandes cronistas têm os textos revisados antes da publi-
cação por leitores especializados, por isso a importância da etapa
Revisão final da crônica.

g) Redação do texto final da crônica

Depois de lida e comentada pela professora, cada estudante, se necessário, faz os ajustes
finais recomendados e prepara o original a ser encaminhado ao Concurso Cultural. É o mo-
mento em que a crônica é passada a limpo na folha oficial do Concurso.

34 35
Capítulo 3
Poema – 7º ano
Poema, um olhar sensível para o lugar

Neste capítulo, o trabalho coletivo é destacado como conceito estruturante. Fruto de varia-
das interações humanas, ele resulta da participação e da contribuição efetiva de pessoas que
compartilham objetivos comuns. Destinado a alunos do 7º ano do ensino fundamental, será de-
senvolvido por meio do poema, a ser produzido a partir da leitura crítica da realidade próxima,
decorrente de experiências vivenciadas em diferentes atividades contidas na sequência didática.

Conceitos estruturantes em evidência - trabalho coletivo + cooperação

Interação e participação são elementos organizadores do trabalho/agir coletivo. Eles dão


identidade ao conteúdo de atividades conjuntas pautadas na cooperação, e favorecem a relação
dos alunos entre si e com o contexto social. Nesse sentido, oportunizam diálogo e novas formas
de convivência, de organização e de responsabilidade, capazes de beneficiar muitas pessoas.

IMPORTANTE
O trabalho coletivo, ainda que não faça parte da cultura de mui-
tas escolas, é um método de trabalho que valoriza a cooperação
e reafirma o caráter social da aprendizagem. Ao interagirem em
uma atividade conjunta, os estudantes têm contato com outras
experiências de vida e percepções distintas acerca do objeto do
conhecimento, alargam a visão individual, internalizam valores
e desenvolvem habilidades sociais, aprendendo a participar, res-
peitar o que o outro pensa e a defender pontos de vista pessoais.

O trabalho coletivo não transfere aos alunos a responsabi-


lidade pela aprendizagem, mas dá destaque à mediação do
professor, desde a apresentação da tarefa até a finalização
do processo.

36 37
PROFESSOR
Ao recorrer à linguagem verbal, os seres humanos se comu-
nicam por meio de textos. Dependendo da forma como eles
se organizam internamente, resultam diferentes gêneros
textuais, ou padrões relativamente estáveis de enunciados
que aparecem nas interações verbais. Os gêneros se distin-
guem pelo tema, pela forma compositiva, pelo estilo, pela
finalidade com que são produzidos, já que todos se prestam
à comunicação.

Sequência didática para produção da crônica

Etapa 1 - Antes da produção


Competência da BNCC - área de Linguagens
Sobre o contexto
“Criar poemas compostos por versos livres e de forma fixa (como quadras e sonetos),
utilizando recursos visuais, semânticos e sonoros, tais como cadências, ritmos e rimas (...).”
Com o propósito de filtrar a realidade pelo olhar subjetivo do observador, proponha que,
(EF67LP31) 3
em uma caminhada pelo ambiente próximo, observem situações relacionadas ao trabalho
coletivo e à cooperação com o objetivo de decidir: isso caberia em um poema? A ideia é que
Práticas a partir do gênero e do conceito estruturante
possam usar o observado para trazer à tona a vida do lugar com destaque para a linguagem,
explorando significação e sonoridade, características de um texto poético.
O objeto da produção no 7º ano do ensino fundamental, no âmbito do Concurso Cultural,
será o poema, gênero textual marcado pela musicalidade, pela subjetividade e pela escrita
versificada, seguindo ou não padrão e métrica definidos.

Para produzir poemas, os alunos serão motivados a desenvolver um olhar atento e sen-
sível aos fatos do dia a dia, a observar como a vida cotidiana pode possibilitar a reflexão a
respeito dos conceitos estruturantes trabalho coletivo e cooperação. A realidade próxima
fornecerá material para a reflexão crítica sobre ações, sentimentos e comportamentos que
possam impulsionar formas de convivência mais cooperativas.

3
(EF67LP31) Ensino Fundamental, 6º e 7º anos, Língua Portuguesa, competência 31

38 39
Sobre o poema
O que é um poema?
a) Faça uma leitura expressiva do poema Cidadezinha, de Mario Quintana
O poema é um gênero literário, um texto que privilegia os sentidos na forma de per-
ceber o mundo e de se expressar, daí ser construído por meio da linguagem. É escrito em
versos (que podem ser regulares ou irregulares, considerando métrica e rima); agrupado
em estrofes (uma ou muitas, conforme a adoção de uma forma fixa ou livre), e contém as-
Cidadezinha
pectos que dão ritmo ao texto, indicam pausas - percebidas pela audição ou pela visão - o
Cidadezinha cheia de graça…
que confirma a apreensão da realidade pelos sentidos.
Tão pequenina que até causa dó!
Por que trabalhar com poemas em sala de aula? Com seus burricos a pastar na praça…
Sua igrejinha de uma torre só…
Poemas são textos complexos, completos, desafiadores, construídos a partir de um
olhar subjetivo sobre a realidade. Sugerem formas de observar mudanças, angústias, des- Nuvens que venham, nuvens e asas,
cobertas e sensações. Os poetas usam palavras para falar de si e do mundo. Um leitor Não param nunca nem um segundo…
de poemas aprecia e aprende a fazer uso de recursos da linguagem, tornando-se mais E fica a torre, sobre as velhas casas,
sensível à realidade. Fica cismando como é vasto o mundo!…

Ao ser trabalhado em sala de aula, o poema: Eu que de longe venho perdido,


Sem pouso fixo (a triste sina!)
1. R
 ecorre a um ponto de vista pessoal, em que predomina a sensibilidade. O poema Ah, quem me dera ter lá nascido!
desenvolve uma percepção mais rica do real, recorrendo à linguagem simbólica, não
referencial; Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha... tão pequenina
2. Provoca a exploração de sentidos, em especial a visão e a audição, e desafia os es- Que toda cabe num só olhar...
tudantes a buscarem, pela linguagem, outros significados para o que a realidade
informa à primeira vista;
CIDADEZINHA – In: Lili inventa o mundo, de Mario Quintana,
Global Editora, São Paulo. © by herdeiros de Mario Quintana.
3. M
 obiliza para a atribuição de sentidos à vida cotidiana, estimulando a criatividade por
meio de palavras, de sons, de ritmos e outras formas inovadoras de compor um texto.

Poema e poesia são a mesma coisa?

Não. A poesia desperta a sensibilidade para a manifestação do poético no mundo, nas


DICA
artes e nas palavras. O convívio com a poesia favorece o prazer da leitura de poemas,
textos poéticos feitos de palavras. Por isso, por exemplo, ver um pôr do sol, observar um Mostre ainda a versão musicada do poema, em um tra-
bebê adormecido, ou a beleza de uma concha do mar pode ter poesia. Mas é preciso que balho realizado pelo músico e compositor Marcio de
este sentimento se expresse em palavras para se transformar em poema. Um poema é, Camillo, no cd Crianceiras Mario Quintana, disponível
portanto, a poesia organizada em palavras. em https://www.youtube.com/watch?v=cgYYnbCvLgc

40 41
Então, proponha uma conversa em grande grupo a respeito do poema lido.

Gostaram do poema?
IMPORTANTE
Rima - palavras que, num poema, possuem o mesmo som no
De que ele fala? final de cada verso.

Verso - cada linha do poema.


A ideia é que refiram se gostam de ler poemas e que identifiquem que este poema fala de
uma pequena cidade com admiração, indicando que o poeta “escreve com o coração”. Continue Estrofe - dentro de um poema, refere-se a um conjunto de ver-
a explorá-lo: sos, separado por um espaço de outro conjunto.

Soneto - é uma forma fixa, composta de duas estrofes com


Como sabem que ele é um poema?
quatro versos e duas estrofes com três versos.

Que recursos o autor usou ao compô-lo? Por quê? Hipérbole - recurso de linguagem relacionado ao exagero. Ex.:
tão pequenina; não para nem um segundo
Há sons que se repetem no poema? Quais?
Metonímia - recurso de linguagem que toma a parte pelo todo.
Ex.: asas, no lugar de pássaros, no primeiro verso da segunda
Há palavras que rimam? Cite exemplos.
estrofe.

Mostre como o texto é distribuído no papel e peça que indiquem alguns sons que se repe- Personificação - recurso de linguagem que humaniza o que é
tem, evidenciando musicalidade, com rimas. Refira-se aos termos verso e estrofe e proponha inanimado. Ex.: a torre fica cismando
que eles sejam incorporados às falas dos alunos:

Quantos versos tem o poema?


Pergunte então:
Quantas estrofes?
1. Como o poeta trabalhou a linguagem para dar as características que a cidadezinha possui?

2. Por que será que o poeta escolheu usar tantos diminutivos?

Leia, se necessário, mais vezes, para que percebam o exagero na descrição, que aqui serve
para indicar aspectos interessantes da cidade (tão pequenina que causa dó/ não param nunca
nem um segundo/que cabe toda num só olhar), o que também é reforçado pelo uso de diminu-
tivos, já que a ideia é tratar afetivamente a cidade. Informe que a hipérbole é um dos recursos
de linguagem que o poeta pode usar ao fazer poemas.

No verso 5, peça que os alunos digam o que significa a expressão “nuvens e asas”?

42 43
Indique a presença de outro recurso de linguagem, a metonímia, que toma a parte pelo
todo, pois aqui, ao dizer asas, o poeta se refere aos pássaros.
c) Peça então que alguns voluntários leiam os poemas em voz alta para a turma. Contrapo-
nha leituras de diversos alunos.
Retome os versos 7 e 8 e pergunte: uma torre pode cismar? Por que o poeta usa essa
expressão?
Leia você também, mostre a leitura de intérpretes famosos, encontráveis no Youtube, de
modo a destacar que ler decorre da interpretação sensível que o leitor faz do texto poético,
Ouça as inferências dos alunos e refira que a personificação também é utilizada como re-
bem como do respeito aos sinais que o poeta coloca no texto, à medida que se reporta à vida,
curso de linguagem pelos poetas.
aos pensamentos e ações humanas do dia a dia.

b) Distribua entre grupos alguns poemas, previamente selecionados, representativos de


um olhar sensível do poeta para seu lugar, ou para o trabalho coletivo, a cooperação (tais
como Quintana – O mapa; Carlos Drummond de Andrade – Confidência do Itabirano; canções DICA
de Chico Buarque – Carioca, Subúrbio; Gilberto Gil – Nos barracos da cidade, Caetano Veloso –
Dedique atenção especial à leitura oral, ocasião em que é
O nome da cidade, ou outros de que goste e sejam adequados aos interesses de seus alunos).
necessário ter foco na expressividade, respeito às pausas, às
ênfases, à pontuação e ao ritmo indicado por versos, sons e
estrofes para remeter ao sentido do poema. Esses recursos
são capazes de capturar a atenção dos ouvintes.
DICA
Antologias de poemas organizados especialmente para crianças e
jovens, como Poesia fora da estante (2 volumes), da Editora Projeto,
a coleção Para gostar de ler – poesia, da Editora Ática, bem como d) Em grande grupo, faça uma síntese das aprendizagens realizadas, dê relevância àquelas
poetas que escrevem poemas para esta faixa etária, (Sérgio Cappa- que estão relacionadas aos sentidos (visão e audição) para registrar emoções e sentimentos,
relli, Ricardo Azevedo, Eucanaã Ferraz, Rosinha, Roseana Murray, para lembrar de paisagens, cenas que acentuam a visão poética do mundo.
entre outros) são fontes seguras para ampliar o repertório de leitura
de poemas de seus alunos. Destaque também as figuras de linguagem que encontrarem, características de um modo
subjetivo de dizer. Anote-as em um cartaz e mantenha-o na classe enquanto a sequência di-
dática for trabalhada.

Proponha que realizem uma leitura silenciosa, anotem sobre o tema do poema e digam o
que foi observado a respeito de sonoridade, distribuição na página e usos de linguagem que
lhes pareçam relevantes.

44 45
Etapa 2 - Durante a produção 1. Que tema aparecerá no poema?

AÇÃO 2. A escolha das palavras vai valorizar a musicalidade, o ritmo do texto?

a) Definição do tema do poema 3. Como o poema será organizado no papel?

Retome os registros da caminhada orientada pelo entorno da escola, para destacar os di- 4. Ele será separado em estrofes, ou constituirá um só corpo?
ferentes aspectos (positivos ou negativos) relacionados ao trabalho coletivo e à cooperação.
Isso definirá o tema do poema. Reporte-se às indicações do Guia do Estudante e ao Caderno 5. O poema utilizará uma linguagem comum, ou recorrerá a diferentes recursos de linguagem?
Temático.
A ideia é que possam se apropriar dos conhecimentos adquiridos antes (sobre o contexto e
Disponibilize jornais e revistas e sugira que, em grupos, recortem imagens e palavras o gênero), para tomar decisões a respeito do texto a ser produzido, encaminhando em seguida
que sirvam para referir o que destacaram no entorno e que, segundo eles, poderiam ser para a redação.
usadas em um poema. Se tiverem acesso à internet, podem também imprimir palavras e
imagens. Depois, cole no quadro um cartaz e peça que os grupos anexem palavras e imagens c) Redação inicial do poema
selecionadas.
Proponha então que redijam uma versão preliminar do poema, buscando implementar as
Na sequência, converse sobre o quadro que compuseram, representativo do olhar constru- decisões tomadas antes. Esta etapa pode ser desenvolvida extraclasse e convém que os estu-
ído a partir do tema. Questione e complemente, para estreitar a relação do observado com os dantes a retomem muitas vezes, para dar maior clareza e expressividade ao texto, antes de
valores cooperação e trabalho coletivo. Durante o debate, peça que anotem as observações compartilharem o poema com os colegas.
mais relevantes e acrescentem, a cada uma delas, alguma impressão pessoal, que registre
como efetivamente o fato impactou sua sensibilidade.

Informe que, desse modo, estarão buscando conteúdos e escolhendo como abordar o po-
DICA
ema que farão. Mantenha o quadro exposto durante toda a sequência didática e recomende Estabeleça um prazo para a realização dessa etapa e sugira que
que cada aluno produza um “roteiro das emoções”, a ser utilizado como material de apoio cada “aprendiz de poeta” reavalie continuamente seu texto antes
para a produção de texto. de compartilhar.

Estas ações possibilitam que todos os estudantes falem, escutem os colegas, aproximem-
-se criticamente da realidade e valorizem o impacto que cada fato observado teve para
cada observador. É também uma forma de começarem a se ver como autores da produção
que farão.

b) Planejamento da escrita de um poema

Definido o tema do poema a partir da realidade observada, peça que cada estudante, indi-
vidualmente, faça algumas escolhas a respeito dos recursos e da forma de estruturar seu texto:

46 47
REFLEXÃO AÇÃO REFLETIDA

d) Leitura compartilhada do poema e) Reescrita do poema

A partir da primeira versão do poema, forme trios e estabeleça objetivos de ação: Depois da avaliação cooperativa entre pares, proponha que cada estudante produza a ver-
são final de seu poema, alterando-o a partir da contribuição dos colegas, se desejar, e ade-
- conhecer os poemas produzidos pelos colegas; quando-o ao tamanho da folha oficial do Concurso. Peça ainda que façam uma última leitura
do texto, considerando o resultado final:
- conversar sobre cada um, tendo em vista verificar se: trata do tema escolhido; tem ritmo
harmonioso; está organizado em versos e estrofes; faz uso de rimas; usa criativamente a 1. Há correção e adequação da linguagem?
linguagem, valoriza o sentido figurado das palavras, recorre a comparações e outras for-
mas de expressar um ponto de vista subjetivo; 2. A pontuação foi revisada com cuidado?

- oferecer sugestões que auxiliem cada autor a otimizar a primeira versão da escrita. 3. E a ortografia? (Peça ajuda ao professor em caso de dúvida).

Esta etapa da produção exige condições para ouvir o outro como um parceiro que lê cri- Sugira a consulta a dicionários, em especial os de rimas. Em forma física ou on-line, eles po-
ticamente, conversa e sugere, tendo em vista a qualificação do poema. Esteja atento/a para dem auxiliar a produção, evitar repetições e enriquecê-la. Então, diga que preparem a versão
orientar o desenvolvimento dos trabalhos e verifique também se os estudantes revelam as final e a entreguem ao professor.
habilidades sociais requeridas para esse tipo de interação.
f) Revisão final do poema
Para orientar o trabalho dos trios sugira que sigam o seguinte roteiro de análise:
A revisão final do poema é tarefa do professor, que atua aqui como um revisor de texto. Ele
1. O titulo é criativo? toma em consideração todos os aspectos examinados pela avaliação cooperativa, sugerindo
ainda, se couber, alterações e complementações com base nas questões que foram tratadas
2. O tema foi tratado de forma satisfatória? antes, tanto em relação ao tema quanto em relação ao gênero de registro.

3. O resultado final possui um ritmo harmonioso? g) Redação do texto final do poema

4. O poema tem organização clara em versos e estrofes? Depois de lido e comentado pelo professor, cada estudante, se necessário, faz os ajustes
recomendados e prepara o original a ser encaminhado ao Concurso Cultural. É o momento em
5. Há rimas? Elas foram cuidadosamente tratadas? que o poema é passado a limpo na folha oficial do Concurso.

6. Há uso criativo da linguagem, com comparações, metáforas, personificação etc.?

7. O tema do Concurso está presente? Como?

48 49
DICA
Mesmo os grandes escritores têm seus textos revisados antes da
publicação por leitores especializados, por isso a inclusão da etapa
Revisão final do poema.

Etapa 3 - Depois da produção

AÇÃO

a) Do ponto de vista pedagógico, a produção de poemas pode servir para avaliação, já


que é o resultado de um processo de aprendizagem. Para manter o sentido social da comu-
nicação, o/a professor/a fará a publicação dos poemas no blog da turma, se houver, ou fará
uma exposição em cordel das produções, colocando-as na escola, em espaço com bastante
acesso de público, ou na sala de aula.

b) Do ponto de vista do Concurso Cultural, o/a professor/a, de posse de todos os poemas da


turma, fará a pré-seleção dos três mais representativos e os encaminhará à Comissão Escolar
de Avaliação do Concurso.

c) A Comissão Escolar de Avaliação do Concurso selecionará os três poemas mais represen-


tativos da escola, reunirá a documentação disponibilizada pelo Instituto Sicoob (declaração de
dados e termo de autorização), e os encaminhará à Cooperativa Sicoob Local.

50 51
Capítulo 4
Competência da BNCC - área de Linguagens

“Inferir e justificar, em textos multissemióticos – tirinhas, charges, memes, gifs etc. –,

em q uadrinhos – 9º an o efeito de humor, ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de palavras, expressões ou imagens,

Tira o de clichês, de recursos iconográficos, de pontuação etc.” (EF69LP05) 4

Práticas a partir do gênero e do conceito estruturante


Tira em quadrinhos, um olhar crítico sobre o contexto Histórias em quadrinhos constituem um gênero textual de base narrativa que se apoia
em palavras e desenhos. A tira em quadrinhos, por sua vez, é concentrada, sintética, pode se
O Capítulo 4 apresenta o protagonismo como conceito estruturante que pressupõe a vi-
reduzir a uma cena alusiva a alguma situação atual, em geral tratada de forma anedótica,
vência da interação, participação e trabalho coletivo em ações de estudantes do 9º ano do
com humor ou para fazer pensar.
ensino fundamental, voltadas a atitudes cooperativistas.

Na produção desse tipo de texto, destaca-se a habilidade de síntese do autor, que pode
A ação protagonista se beneficia de temas que interessam aos jovens, oportunizam troca
ser verificada seja pelo traço ou formas do desenho, seja pelas palavras escolhidas para
de experiências e buscam soluções coletivas para o enfrentamento de situações-problema
retratar um ponto de vista sobre a cena.
que lhes dizem respeito, transformando-as em oportunidades de vivência de valores. O pro-
tagonismo acontece, então, a partir da leitura crítica da realidade.

O gênero de texto esperado para produção - a tira em quadrinhos - pertence ao campo de


atuação na vida pública. Como tal, supõe participação em situações de leitura e escrita dos PROFESSOR
textos que costumam circular na esfera jornalística. A tira em quadrinhos, em geral, contempla A multimodalidade mistura diferentes linguagens, considerando
temas que impactam a cidadania e o exercício de direitos, possibilitando o recurso a diferentes a variedade de modos de comunicação linguísticos (escrita e
linguagens em sua composição. É um texto multimodal, pois costuma recorrer à linguagem ver- oralidade), visuais (imagens, fotografias) ou gestuais. Essa diver-
bal e ao desenho, e tem no humor e na caricatura excelentes recursos para fazer crítica social. sidade está presente em diferentes suportes de textos contem-
porâneos, como jornais, livros, revistas, televisão, computadores
Conceito estruturante em evidência - protagonismo + cooperação e celulares, entre outros, e exige habilidades de leitura e produção
específicas.
A educação, quando educa o olhar para o que está próximo, acentua o pertencimento e
possibilita estabelecer laços de confiança e cooperação, práticas indispensáveis à partici-
pação social e ao exercício da democracia, valores que impulsionam e dão identidade ao
cooperativismo.

O protagonismo dá condições para os estudantes expressarem sua visão de mundo com


autonomia, transforma pautas reivindicatórias em causas de mobilização e abre perspecti-
vas para construir planos de futuro voltados ao bem-estar da coletividade. Interação, par-
ticipação e trabalho coletivo fazem parte do processo que conduz à liberdade de escolha,
ponto central do protagonismo. 4
(EF69LP05) Ensino Fundamental, 6º ao 9º anos, Língua Portuguesa, competência 05.

52 53
Sequência didática para produção da tira em quadrinhos b) Observação do contexto

Etapa 1 - Antes da produção Realize uma caminhada com os alunos no entorno da escola para que observem o con-
texto, extraiam informações que gostariam de compartilhar, escolham um foco de ação que
Sobre o contexto
possa se tornar o tema da tirinha. Reporte-se ao que está indicado no Guia do Estudante.
a) Aquecimento
c) Socialização
Antes da produção das tiras em quadrinhos, ou tirinhas, proponha uma atividade coletiva
para gerar ideias que colaborem para o conhecimento do tema e que orientem o olhar du- Na sequência, promova um bate-papo para relatarem aspectos que chamaram atenção,
rante a caminhada que farão. têm relevância para os estudantes e merecem ser explorados na tira em quadrinhos. Par-
tindo do conceito estruturante protagonismo, retome as ideias que surgiram da pergunta
Forme um grande círculo e realize um brainstorming. Explique o que é, para que serve disparadora.
essa técnica de discussão, como funciona, quanto tempo terão para apresentar suas ideias.
Anote na lousa uma pergunta disparadora: Proponha que destaquem uma característica da realidade observada para se posiciona-
rem e relacionar com o valor cooperação, bem como a mudança possível de ser provocada
Como os jovens podem contribuir com a qualidade de vida de uma comunidade, transfor-
pelo protagonismo, expressando sua visão de mundo.
mando-a em um lugar melhor para se viver?

Registre todas as ideias faladas. Depois, junto com os estudantes, organize as anotações,
excluindo o que é semelhante e detalhando as que forem mantidas.

DICA
O brainstorming ou chuva/tempestade de ideias é uma atividade
desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um grupo,
colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados. A técnica pro-
põe que o grupo utilize a diversidade de pensamentos e experiên-
cias para gerar um grande número de ideias a respeito de um tema.

Regras básicas do brainstorming

Regra nº 1: gerar o máximo de ideias possíveis durante o tempo


determinado.

Regra nº 2: não é permitido criticar ideias.

Regra nº 3: ideias ousadas e ambiciosas são bem-vindas.


Regra nº 4: as pessoas são encorajadas a construir a partir de outras
ideias.

54 55
Sobre o gênero a ser produzido
O que é uma tira em quadrinhos

A tira em quadrinhos consiste em um gênero textual de caráter humorístico que


tem por finalidade comunicativa realizar uma crítica a respeito de temáticas e con-
textos temporais específicos. É construída pela mescla de linguagem verbal escrita
e linguagem visual, ou seja, recorre a palavras e frases, bem como a imagens, ilus-
trações, cores, formas, formatos, posições corporais para produzir efeitos de sentido,
caracterizando-se como um gênero multimodal. Em geral apresenta poucos quadri-
nhos (quase sempre 3, que correspondem a introdução, desenvolvimento e conclu-
são) e se refere a questões de ordem social ou política vistos com humor. https://tirasarmandinho.tumblr.com/

Características da tira em quadrinhos a) Mostre a tira em quadrinhos do Armandinho e converse com os jovens sobre ela.
1. Retrata a atualidade; 1. Quem são os personagens?

2. Decorre de um fato social ou político relevante;


2. A que eles se referem?

3. C
 onstitui uma sequência narrativa completa (com início, meio e fim) tratada
3. Que solução o menino imagina a partir da declaração do adulto?
com concisão;
4. Ela lembra algum modo de agir que foi visto antes?
4. Vincula-se a um contexto compartilhado entre produtor e leitor;

5. Reflete um posicionamento crítico do autor; 5. Qual?

6. É
 um texto multimodal: concilia imagem (texto visual) e palavras escritas (texto Informe que as tiras em quadrinhos são sequências curtas de desenhos e textos que
verbal) para fazer humor e criticar; contam uma anedota ou uma história. Elas costumam falar sobre coisas que as pessoas
dizem ou fazem no dia a dia ou comentam notícias recentes, pessoas que estão na mídia
7. Recorre à ironia e ao sarcasmo para chamar a atenção do leitor para a realidade;
ou acontecimentos históricos, com a intenção de fazer o leitor sorrir e/ou pensar.
8. T
 em um tom provocativo, de quebra de expectativa, que constrói o inusitado e
chama a atenção para o tema; b) Forneça o endereço eletrônico de outras tiras em quadrinhos. Peça que naveguem
por eles e destaquem algumas tirinhas relacionadas ao tema do Concurso. Decida se
9. A
 limenta-se da novidade, por isso tende a ser datada, efêmera, embora possa
trabalharão em casa ou na escola.
também referir-se a situações atemporais;

10. C
 ostuma circular em jornais, revistas ou na internet (é texto do campo jorna-
lístico) e atinge leitores muito atentos aos acontecimentos do dia a dia.

56 57
Questões orientadoras da conversa:

DICA 1. A que aspecto da realidade as tirinhas se reportam?

2. Qual a relevância do tema que abordam? Por quê?


Alguns links sugeridos
3. Por que as tirinhas são consideradas narrativas?
Armandinho Garfield
https://www.google.com/
4. As tirinhas refletem um posicionamento do autor e levam o leitor a pensar?
https://www.culturamix.com/humor/
search?q=armandinho+tirinhas&tbm tirinhas/tirinhas-do-garfield/
=isch&hl=pt-BR&chips=q:armandinho 5. Quanto à linguagem visual, que recursos são usados para fazer humor e criticar?
+tirinhas,g_1:educa%C3%A7%C3%A3o
:H036akxkijc%3D&client=safari&sa=
X&ved=2ahUKEwj2uZ_72fz2AhXo 6. Quanto à linguagem verbal, que recursos são usados para fazer humor e criticar?
FrkGHfczBMsQ4lYoAXoECAEQIA Calvin e Haroldo
&biw=1799&bih=833
https://tiras-do-calvin.tumblr.com/
https://www.facebook.com/ page/11
7. A
 s palavras se relacionam com o que mostram as imagens? Que efeito isso tem sobre o
tirasarmandinho/photos/ leitor?
a.488361671209144.113963.488356901
209621/1625070614204905/?type
=3&theater A ideia é ampliar o repertório de leitura do gênero, reconhecer que tratam da realidade
Peanuts
próxima com humor, ironia ou sarcasmo, rompem as expectativas do leitor a respeito do
Mafalda https://www.google.com/search?
https://www.google.com/search?
q=peanuts+tirinhas+exemplos&rlz= tema e fazem pensar. Anote os aspectos mais relevantes em um cartaz e mantenha-o expos-
1C1EJFA_enBR766BR766&sxsrf=APq
q=mafalda+tirinhas+em+portugu% to na sala durante o desenvolvimento da sequência didática.
-WBv5L0OFjU2nDhyLAP4kNgjkiJ3x
C3%AAs&tbm=isch&ved=2ahUKEwj
TQ:1649170854051&source=lnms&
GtbjL7PX1AhWDDdQKHUHvA9
tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjjz7
IQ2-cCegQIABAA&oq=mafalda+
eXmP32AhXeH7kGHRQPBO8Q_AU
tirinhas&gs_lcp=CgNpbWcQARgBM
oAXoECAEQAw&biw=1821&bih=833
gUIABCABDIFCAAQgAQyBQgAEIAEM
&dpr=0.75
gUIABCABDIFCAAQgAQyBQgAEIAEM
gUIABCABDIFCAAQgAQyBQgAEIAE
DICA
OgcIIxDvAxAnOgYIABAIEB46BAgAE
Bg6BggAEAcQHjoICAAQCBAHEB46 Texto humorístico - aquele que faz o leitor rir, explora o inusitado,
BAgAEEM6CAgAEIAEELEDUNj9Bljjq
Adg2sIHaAFwAHgAgAGYA4gBjiuSA a ambiguidade de sentidos das palavras, por exemplo.
QkwLjQuNi44LjGYAQCgAQGqAQtn
d3Mtd2l6LWltZ8ABAQ&sclient=img&ei
=i2QFYobEEIOb0AbB3o-QDQ&bih=921 Ironia - é uma figura de linguagem relacionada ao humor, utiliza
&biw=672&client=safari&hl=pt-BR
palavras e expressões no sentido figurado que, em geral, dizem o
oposto do que o autor pretende afirmar. Por exemplo, frente a um
cenário poluído, o narrador poderia dizer: Vejam que bela imagem!
Depois, exponha-as na sala de aula, ou organize-as numa pasta on-line para disponibilizar Deve ser motivo de orgulho para os moradores do bairro!
a todos os estudantes.
Sarcasmo - é uma figura de linguagem que dá um tom mais ácido
c) Em grande grupo, converse sobre as tirinhas selecionadas e valorize a interpretação à ironia, mais crítico e malicioso. O termo refere-se à zombaria,
que deram aos textos e a função comunicativa que possuem. Esta é uma oportunidade de se escárnio. Por exemplo, frente ao cenário acima descrito, alguém
interessarem por conceitos importantes para o cooperativismo (cooperação e protagonismo), poderia perguntar: Olha! Foi por isso que o bairro foi cogitado
de exporem referências pessoais e visões de mundo e de sentirem-se atraídos pelo gênero de como exemplo de práticas sustentáveis de tratamento do lixo?!
texto que produzirão a seguir, bem como de referir conhecimentos prévios sobre ele.

58 59
Etapa 2 - Durante a produção REFLEXÃO

AÇÃO c) Leitura compartilhada da tira em quadrinhos

a) Planejamento da escrita de uma tira em quadrinhos Produzido o esboço inicial das tirinhas, forme grupos e coloque em discussão o resultado
até então obtido pelos estudantes que compõem o grupo. Proponha que examinem o traba-
Inicie esta etapa da produção com a visualização no Youtube do vídeo de Diogo Camargo, lho dos colegas a partir do mesmo roteiro orientador da análise das demais tiras em quadri-
youtuber e quadrinista, que trata do processo de produção do gênero (https://www.youtube. nhos, com destaque para as características de uma tirinha e sua função comunicativa.
com/watch?v=lA_C7k3Vcnk). Converse sobre o que viram, relacione as observações feitas com
o que foi destacado antes e construa na lousa, com a colaboração de todos, um roteiro para Circule entre os grupos durante as análises e desencoraje qualquer tentativa de juízo de
produzir tirinhas, também chamado de storyboard. Depois, peça que providenciem os ma- valor a respeito da “beleza” do desenho. Não é isso que importa, mas o quanto ele é capaz
teriais necessários para começar e remeta-os a um trabalho individual que cumpra todas as de representar o propósito da tirinha: ser irônico e/ou fazer pensar. Para isso, valorize o texto
etapas do roteiro. Reporte-se ao que aparece no Guia do Estudante. escrito e sugira, se for o caso, outros modos de dizer.

Neste momento, os estudantes precisam revelar condições para ouvir o outro como um
parceiro que lê criticamente, conversa e sugere tendo em vista a qualificação do produto final.

https://www.youtube.com/watch?v=lA_C7k3Vcnk). Ao desenvolverem esta etapa, além de reforçar a ideia de que a produção de texto, qual-
quer que seja, resulta de trabalho, os estudantes também desenvolvem as habilidades sociais
requeridas para esse tipo de interação, com destaque para a comunicação, a confiança no
outro, a colaboração, todas elas características de um trabalho coletivo.

AÇÃO REFLETIDA
b) Redação inicial da tira em quadrinhos
d) Reescrita da tira em quadrinhos
Acompanhe a produção individual dos estudantes e assegure-se de que cumprem todas as
etapas de produção. Oportunize que, a partir das contribuições dos colegas, cada um possa rever sua tirinha, e
alterá-la, se achar conveniente, transcrevendo-a para a folha do Concurso. Reforce a impor-
Primeiras decisões: definição dos traços principais dos personagens e roteiro geral - quan- tância do texto verbal para dar o tom crítico da tirinha, o que pode ser potencializado pela
tos quadros terá e criação do cenário que remete ao contexto desejado. linguagem visual.

Na finalização: desenho dos quadrinhos, encaminhamento dos contornos, cor e retoques, Chame a atenção para a correção e adequação da linguagem, a expressividade da pontu-
colocação de balões e outros textos verbais. ação e para a ortografia. Diga que se preocupem com cores, com contornos que possam dar
melhor acabamento à tirinha.
Sugira que se reportem ao vídeo sempre que necessário, retome algum quadrinho examina-
do antes para mostrar que todas as etapas são importantes, mas provisórias (podem sempre
ser mudadas, melhoradas), até que a tirinha expresse uma ideia e possa ser dada como pronta.

60 61
Sugira, por fim, uma autocrítica do trabalho pessoal, considerando a importância de cum- Etapa 3 - Depois da produção
prir as finalidades comunicativas para investir no resultado final. Assessore os alunos no pro-
cesso de reescrita e faça as observações e correções que julgar necessárias. AÇÃO
Então, indique que a versão final, na folha oficial do Concurso, seja preparada e entregue a) Do ponto de vista pedagógico, a produção de tiras em quadrinhos pode servir para ava-
ao professor. liação, já que é o resultado de um processo de aprendizagem. Para manter o sentido social da
comunicação, o professor fará a publicação das tirinhas no blog da turma, se houver, ou fará
e) Revisão do professor uma exposição em cordel das produções, colocando-as na escola, em espaço com bastante
acesso de público, ou na sala de aula.
A revisão final é tarefa do professor, que atua aqui como um revisor de texto. Ele toma em
consideração todos os aspectos examinados pela avaliação cooperativa, sugerindo ainda, se b) Do ponto de vista do Concurso Cultural, o professor, de posse de todos as tirinhas da tur-
couber, alterações e complementações com base nas questões que foram tratadas antes, tan- ma, fará a pré-seleção das três mais representativas e as encaminhará à Comissão Escolar de
to em relação ao tema quanto em relação ao gênero de registro. Avaliação do Concurso.

f) Revisão final da tirinha c) A Comissão Escolar de Avaliação do Concurso selecionará as três tirinhas mais represen-
tativas da escola, reunirá a documentação disponibilizada pelo Instituto Sicoob (declaração de
Depois de analisada e comentada pelo professor, possibilite que façam os ajustes finais, se dados e termo de autorização), e as encaminhará à Cooperativa Sicoob Local.
necessário, e preparem o original na folha oficial do Concurso Cultural.

DICA
Mesmo os grandes quadrinistas têm suas tirinhas revisadas, antes da
publicação, por leitores especializados, por isso a inclusão da etapa
Revisão final da tirinha.

62 63
Palavras finais REFERÊNCIAS

ANDRADE, Carlos Drummond; MEIRELES, Cecilia et al. Quadrante 2. Rio de Janeiro,


Os capítulos apresentados neste Guia do Professor pretendem subsidiar a prática docente, Editora do Autor, 1968.
ao mesmo tempo que colocam os estudantes no centro do processo educativo. Por isso, deslo-
cam a tradicional perspectiva de um ensino passivo para um ensino que engaja os estudantes
ARAÚJO, Djario D. Crônica: o cotidiano em destaque. In: MENDONÇA, Marcia (Coord.)
Diversidade textual: propostas para a sala de aula. Formação continuada de profes-
de forma produtiva e crítica, respeitando o modo como eles aprendem.
sores. Recife, MEC/CEEL, 2008. p.55 – 66.

A ideia é instrumentalizar os alunos para compreenderem diferentes tipos de textos, perce- CANDIDO, Antonio. Prefácio. Para gostar de ler crônicas. São Paulo: Ática. v. 1
berem suas características e que todos falam de coisas que estão no mundo, as quais é preciso
antes conhecer para então poder agir sobre elas. Quando se envolvem nesse processo, com CITELLI, Beatriz. Leitura e produção de textos no ensino fundamental. São Paulo: Cortez,
2001. v. 7.
auxílio de professores, os estudantes também exercitam habilidades sociais e emocionais que
colaboram para o seu pleno desenvolvimento como indivíduo, tornando-os responsáveis por IAVELBERG, Rosa. O desenho cultivado da criança. Porto Alegre: Zouk, 2013.
manter relações positivas com o ambiente e com a sociedade em geral.
MARINHO, Fernando. História em quadrinhos. Brasil Escola. Disponível em: https://
Além de culminar com a entrega de prêmios para estudantes e professores pelas melhores brasilescola.uol.com.br/redacao/historia-quadrinhos.htm.
práticas de produção textual, a metodologia que compõe o Concurso Cultural se apoia na
MARCUSCHI, Luiz A.; DIONÍSIO, Angela P. (Orgs.). Fala e Escrita. Belo Horizonte: Autêntica,
colaboração entre pares e com os professores, tendo em vista o desenvolvimento de uma
2005.
cultura da cooperação, bem como o compromisso maior da escola com a formação de leitores
e produtores de textos críticos e criativos. MARTINS, Mirian C. Teoria e prática do ensino da Arte:: a língua do mundo. São Paulo:
FTD, 2018.
Ainda que esteja aqui detalhada tendo em vista o Concurso e o tema do ano, a metodologia
MUNDO EDUCAÇÃO. Desenho. Disponível em: mundoeducacao.uol.com.br/ artes/de-
entende que a produção de textos é um processo que se constrói no tempo, repete etapas
senho.htm.
sucessivas e semelhantes - adequadas à natureza de cada tipo de texto e cada ano de aplicação.
Por isso, pode se repetir em outras circunstâncias, ser enriquecida com aspectos relacionados à MORICONI, Italo (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. São Paulo:
análise linguística e semiótica, e agregar ainda mais conhecimentos à produção do texto final. Objetiva, 2001.

Em síntese, ela adotada, pode ser reaplicada muitas vezes e envolver outros tipos de texto, NOVA ESCOLA. O desenho e o desenvolvimento das crianças. Disponível em: https://
novaescola.org.br/conteudo/121/o-desenho-e-o-desenvolvimento-das-criancas
já que dá finalidade comunicativa ao que produzem.
QUINTANA, Mario. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005.

SÁ, Jorge. A crônica. São Paulo: Ática, 1997.

SANTOS, Joaquim (Org.). As cem melhores crônicas brasileiras. São Paulo: Objetiva,
2007.

64 65
SORRENTI, Neusa. A poesia vai à escola: reflexões, comentários e dicas de atividades.
Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

TERRA, Ernani. Da leitura literária à produção de textos. São Paulo: Contexto, 2018.

https://www.youtube.com/watch?v=lA_C7k3Vcnk

https://tempodecreche.com.br

https://tirasarmandinho.tumblr.com

https://tiras-do-calvin.tumblr.com/page/11

https://www.culturamix.com/humor/tirinhas/tirinhas-do-garfield/

https://www.youtube.com/watch?v=A6hH9kFg3xQ

66
www.institutosicoob.org.br

/oinstitutosicoob /InstitutoSicoob /InstitutoSicoob

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