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QUINTA PARTE O PRIMEIRO PERIODO DO FERRO Scanned with CamScanner 1. 0S FATORES INTERNOS DA cRise co depois de 1200, todo o sistema polit i watt muito estével durante diversos cae eeetataren de nvaoresexternos provindos do Ocidente. A historografarmodes por Mae durante muito tempo com a cxlesgn externa e mi ee egou a questionarse se isso era sufciente para explic, io drist fed eso XIledesenhso mapa plc, a dative da jomas da cultura material, as relagSessociis eas ideologias. Nio ¢ por acaro que na peindzaiotecnol6pica realzada nos oitocentos a crise da séulo XIl separa periole do Bronze do periodo do Ferro. Exist conviogdo de que o choque dos invasores sobre as formagesestatais teve esacficica ¢ esas consequéncias porque os Estados jé estavam, de alguma forma, “es saiados”internamente de sua capacidade de resistincia, Os fatores externos (e especial sente migratdrios) esto presentes certamente, mas com um peso numérico reduzido (pov do mar}, ou reinterpretados como fatoresinternos (ndmades). Em vez de causas, scam a ser avaliados como consequéncias, e de origem do colapso passam a ser en- tendidos apenas como um aspecto dele. ‘ino refetimos & crescente crise demogréfica ocorrida em varias regiées, durante ‘Bronze Tardio. Os planaltos semidridos da Transjordénia e da Alta Mesopotimia re- ‘omam o nomadismo; na Anatélia e na Sitia, grandes cidades sio abandonadas ¢ 0 as- sentamentos concentram-se nos valesirrigados; no centro eno norte da Mesopotirmia 4 populagio é reduzida & metade. Esta crise deve-se, sobretudo, & diminuicio do nivel ‘demogrifco interno (isto é, das taxas de natalidade, pois as outras jd sio baixas), com- binada com fatores produtivos e sociais também presentes. Porém, essa tendéncia 3 re- ‘S20 interna foi acentuada por fatores politicos. Apesar da di tigio dos recursos =s7— Scanned with CamScanner —0 Primeiro Perfodo do Ferro — css, os paleios no quisem edimensiona Ping f eras oe liados), recorrendo a arrecadagSes mais pesaday sty, de vida (que, aids, sio amp iva jd em dificuldade, A presenca ete oy it ilacio produti ram arruinando a populaga Se eieslcl “= i vem militar, a submissio de regides inteiras ao ng Jnternacional, sambém militar, @ agamena dens -, vonstituem estratégias utilizadas pe! externo, a8 IME plating aa ea retioes oe a Goer © er ndémicos no perfodo do Bronze, mas que a docye | te, que eram problems ce do século XIV e depois no Final do see situa particularmente em meados lo século i pols no ‘a do século XUIL.Q, angustiososapcls dos sltimos res hittas a seus leimos aslo, Pa bt ig, spalguer cust, ou a nerve d Epo para manter em vidao miserly cy. tr, mostram uma situagdo de muita gravidade. Além disso, a sequéncia dendrocany, Tégica de Gordo registra por volta de 1200 alguns anos de muita seca, o que expca, 2 rerrvel caresta que assolou a Anata jé em dificuldades, Na Baixa Mesopotinis ¢ progressive colaso da rede de canas provocou uma crise na agriculture, bandonay fo a0 pastoreio semindmade as regides pantanosts, assim como as semidridas de tras regides. A degradacio da paisagem e do espago agririo, 20 espetdculo das grandes ‘Gdades do Bronze Médio reduzidas a recintos amuralhados vazios na estepe,assoma, ‘rise do comércio caravaneiro, que encontrava dificuldades cada vez maiores para aa ‘essarregides sempre mais amplas fora do controle palaciano. ‘As dificuldades demogréficas ¢ produtivas acompanhavam a crise social que,em uum plano lgico e cronolégico, pode ser considerada a causa primeira de todo 0 colap- 50. é discoremos a respeito das alienagdes de terras, ¢ da consequente escravidio por dividas, O fim da solidariedade no Ambito familiar e da aldeia produz fenémenos de enriquecimento (dos membros da aristocracia palaciana), de ruinas, de separasio ds, membros de um mesmo niicleo familiar (mulher ¢ filhos penhorados por divides) de fugas de devedores inadimplentes escravizados ou na iminéncia de slo. A escavizagio da populacio das aldeias contribui para o enfraquecimento da demografia, da motive. ‘Gio para produzir e da adesio popular & autoridade real, ‘Hi vimos que o rei do Bronze Tardio deixa de se preocupar com a ruina econdmi- ca da populaczo rural e no publica mais editos de remissio. Em ver. disso, ele se ent quece por meio de uma politica mfope de ganhos répidos e de solidariedade de chase. Mesmo no ambito familia, o fim da solidariedade tradicional manifestase na neces sidade de inserir cléusulas que exigem dos filhos um comportamento de asssténcia& obediéncia aos pais, como condicio para 0 acesso & heranga. Tudo isso tem sua rziO de ser. Quando lido na éptica individual, mostra a tentativa de garantir uma percent gem crescente de recursos cada vez mais escassos, Porém, 0 mesmo panorama andse do globalmente mostra a negatividade de um comportamento que nao leva em cont necessidades de salvaguardar as condigSes minimas de sobrevivéncia fisicae del de politica, para manter em fungo todo o mecanismo de concentragio de excedemm> Por parte dos grupos privilegiados. humanos € mate —s18— Scanned with CamScanner — Crise Reestruturagag — . re : ida populagio prefere cuidardeume en? ™ €m apresentarse p uma re 1 nena haildade pueteits nolo remo ee i HED, ep lo sua ver no reconhece mais no re a figura de ia jit desu Ni pode er tron dos necessitados, festa uma organizagio alternativa, porno ter os meox es nnn CONS itso ca reagao possiveléfugir,diante de difculdades mec ne SE oh acini. AS numero figs lem oe ca vraatdos de extradigao com procedimentos de busca de fuss no Svoltam pata Outros Estado pala io ole palaciano Os espagos de estepes ou de montanh: ioc oar prefer para os Fogitvos. ea ride pars 05 gro es expagos no esto “vazio’, sto ambientsfrequentads por grupos trans spd pasos que os Palos consderam como “bandos” pel fit ere = i seu controle, assaltarem as caravanase acolherem os fugitives. © grupo bal cferece ao8 fupitivos um polo alternativo, um modelo nao palaciano de arganizagio sociopolitica, impossivel de ser encontrado nas aldeias em via de desagregacio. A soli- fade com o palicio, ue estécomprometida, pode tomarse até mesmo uma so tiniedale contra o palcio, Para os fugitivs, ndivdualmene ou em pequens gro- pos nor sldariedadeenvole um deslocamento Fico, ums vida clandexina, Pt quando aldeas inteiras romper com o palcio passando &soidariedade tribal, In mse bir” sem precisa sir de onde esto. Desvencihamsse do excessivo peso fealepoltico mudando 0 polo de atragio, de solidariedade ede obediénca, edeixan- Joo Esado palaciano sem recursos materiais¢ humanos. Bs captura e entrega. Nesse INOS, mas para regides fora as cobertas de bosques tor: 2. AS MIGRAGOES DOS POVOS Quando os processos internos de deteriorasio socioeconémica e politic tinhar atngido niveis preocupantes, o Oriente Préximo fui invadido por uma onda de migr>- ies deorigem externa. Se compararmos a evolugao que a crise teve nas regides ociden- tus afetadas pela onda externa) com o que ocorreu ma drea ‘mesopotimica (nao atingida Pela acio dos invasores) é posstvel avaliar o peso dessa ago externa. Na Mesoporimia, Acris demogrdfca e econdmica protonga-se por séculos, o sistema politica ¢ cal ‘al mantém suas caracteristicas tradicionais, enquanto nas regides ocidentais a Chipe,Sitiae Palestina) acontecem mudangas radicais de cus clipe a i i wuliticas ¢ linguisticas. que 0 movimento migratério que ie at "OXI, tena sua or wula balcinica, uma regio que mio tinhe que = Se Ee io marktima, passa pelo "hig com o Oriente Préximo. Esse movimento, de conotagso ma —s19— Scanned with CamScanner —0 Primeiro Periado do Ferro — Mediterrineo oriental, que tinha se tornado, ha muito, parte das relagies pol jot ar “ . cas, ‘merciais com as regides litorsineas do Oriente Prdximo ¢ do Egito. A entidade yy mais importante era 0 mundo micénico,dividido em reinos autonomos mareqhe te urbanos, mas talvez aglutinados mediante alguma forma de hegemonia, Dae hititas coneciam um reino de Akhiyawa (isto & da Acaia), ultramarino ina Gage Foponeso) em rorno do qual se movimentam os elementos micénios das costs da Menor, Essa emvidade politica pode ser considerada como um “grande reing» do sistema politico préximo-oriental Ela possula alguns de seus ta60s organiza {como os arquivos em linear B, um simples reflexo da organizasio administra n® ximovoriental) e serviu de passagem para as regides nfo urbanizadas da Europe ; Pe do Mediterraneo central. ‘As relagdes do mundo micénico com as costas do Levante do Egito eram, sob tudo, comervais, distanciandose do que ocorria no Bronze Tardio préximo-oreny, Nesse caso, os aspectos diplométicos, politicos e “administrativos” do comércio eam muito modestos, prevalecendo uma atividade de fato, desempenhada por mercadors privados (ou que atuam de forma privada em relagio aos palécios). Um de seus resu tados mais evidentes é a volumosa exportacio de cerdmica micénica para a regio cos teira anatélia, para a Siria-Palestina e até para capitais egipcias. O comeércio acontcia geralmente de forma pacfica, e envolviavérias fotas (a ou as frotas mictnicas asi -palestnas, a cipriotae a egipcia). No entanto, havia grupos de pratas que atacavam as embarcagdes em trinsito ¢ os centros costeiros, com téticas semelhantes as utilizadas por certos grupos ndmades contra o comércio em erra firme. A fronteira entre piratz tia e atividades bélicas organizadas, entre senso dos palicios e sua cumplicidade, nem sempre é clara. i nos séculos XV (Madduwatta) e XIV (elAmarna) eistem noticias de semelhante cumplicidade, e a 4rea envolvida é, sobretudo, a costa meridional da An télia (da Licia& Cilfcfa) que conseguia evitar 0 controle hitita devido is suas concigies geogrdficas (com os montes do Tauro junto ao mar) e que continuard sendo uma era de piratas até 0 perfodo cléssico. Na segunda metade do século XIII, hé mais indicios de agitagao no Meditertneo oriental. O episddio mais importante é o envolvimento de populagBes mediterrineas na incursio dos Ifbios contra o Egito que é rechagada pelo faraé Merenptah em torno de 1230. Dessa “coalisio” faziam parte os eqwesh (aqueus), os lukka (licis) ts tpios povos do mar”: teresh, shekelesh e sherdana. Apenas o tiltimo jé era conhecido (desde © periodo amarniano) como grupo de mercenétios que agiam no Egito ¢ na Siis?s lestina, O episddio de Merenptah tem tragos em comum com a posterior invasio dos “povos do mar”, mas, por enquanto, enquadra-se mais na expansio micénica| (Equeshl ena atividade mercendria de grupos de especialistas (sherdana) ou de piratas (luk) do Mediterrineo oriental. Um segundo episédio interessante € a conquista hitita de Alashiya (Chipre), aler dleada por Shuppiluliuma Il em torno de 1200. Alashiya tinha um papel ¢ um sts pecial no mbito do sistema regional do Bronze Tardio. Era considerada um parceiro —s20— 4 Scanned with CamScanner — Crise e Reesruturagig — politicos. Adesso de Shuppilaliuma td sigs polis dia aver intereside nos a stir devia refi as ras ce asi ua potcia que incomes oi eal tae uma ameaga pata as rotas martimas entre cies thm erceiro indicio, que provém da arqueclog ; ga cultura “filisteia” na Pale a; em particular por ea Stria, € a presenga de elemer 7 sntos tipi- ct eis er ates enya de argila) que ecsie ° . INe grupos de flisteus ou de outros parentados ente si, Como Ocorre pes endtios aservico do Egito ates ashen ‘no século anterior, atuaram cn sis, formande nico consents que diam Salona vr '\ invasio, portanto, néo foi totalmente inesperada, ima surg de eeu i ‘ giu de repente no inf odo séulo XI, gerando pinico nos plicios do Oriente Proximo, que b bcos de documentos: 2s inscrigdes € os relevos utilizados na celebragio da vitria de Peed Il (8° ano =1190) sobre 0s invasores, dando-nosdetalhes sobre sua composiio ceobre o desenrolar dos acontecimentos; ¢ um grupo de cartas da Ugart que reflerem ‘0s angustiosos preparativos para resistir ao ataque. Os textos de Ramsés Ill, conhecidos hi mais tempo € com uma narta¢ao mais detalhada sobre o episddio, constituem uma importante base para a reconstrusio histrica da invasio.Porém, as cats de Uparit fronecem uma visio mais realist, sem as dstorgescomemorativas que limitam acre dibiidade das inscrigdes do fara6. TEncontramos nas cartas de Ugarit os primeiros indicios dos invasores, descritos somo um modesto grupo de embarcagbes que provocavam destruigdes nas costs sirias Upatce Alashiyatrocaram informasBese conselhos,provavelmente devido a0 fato de snbosdependerem dos htitas, seus principais forecedores de embarcages. Os apelos do ra hta para que houvesse uma reunio de forgas conta o inimigo com foram atendidos por Ugarit, que enviou barcos¢ tropas em apoio 20 grande rei, A defesa con- tras invasores foi organizada o mais a oeste possvel, no pafs de Lukka, justamente na sida do Egeu, com a evidenteintengio de proteger fodos 0: tertitrios hititas. No entant, seja porque os choques foram desfavordves & armada imperial, ou porque 0s invasores conseguiram se infiltrar € contornar as linhas defensivas, 0 fato é que os in- jpre, de Ugarite de Amurra vasoresavangaram até as regidescosteiras da Ciel de Chi por ndo terem defesas adequaclas, nem barcos da guerrs 9ST tropas. A esta altura, @ nica possibilidade de salvagio era protegerse nis cidades amaralhadas€ aguardar a passagem dos invasores. Porém, tanto Ugarit como outras cidades foram destrufdas pe- hos invasores, que evidentemente conseguiram destruir suas fortificagées. ; es ‘As informagbes das caras de Ugatit, escrits PU assim di, be dia anterior’ divergem das cartas de Ramsés Ill, escritas apés 0 esgoramento das Forgas InvasOr2 su Scanned with CamScanner 0 Pineiro Pero de Ferro — icerrineos (flisteus, zek “ go" de povos mediterr » 2CKer, sheke. thesh), as ti, Qode, ou seis # Cillcia, Arzawa, 0U seja,a Anat6ii, ee 2 Siri setentrional inham se qe ner hoc ro iChipre,e Karkemishy it0 & i : “ ne an nie gad iva 0 proprio ERO Os invasores so dee vido nae : amas (filisteus) Ou de chiftes (she tos em detalhe com seus t/picos rd cies dation oko pests com sas pica armas (spas OWE 7“ompanhalos de seus utesflios failings etal sobre carro puxados PO" ia costae pelo mar. Os egipios eriam nf, uma concomitant inves? aval, impedindo seu desembarque ou destruindo, tado os ivasoresem uma tala Mao eafcia poem ser considera my completamente, Mts elementos da SSO sim, os conceitos de coalgh como recursos literérios que como reflex los . € “coalisio” scampi efpcos das narragoes cBipias: Ness S10 6 cpisédio da batalha in. «ede comoo auge do confonto com 0 inimigo é evideneements ficticio (pois fay tum loclizagio e um desenvolvimento pontual dos fatos). E provavel que Rams 1 rcante episédio uma série de lutas (muito menos sane ry enue pequenas nécleos de ivasores, Pot MAF € Por Cera, contra as def tas oppiasna Sa, na Palestina eno Delta ~ um quadro no muito diverso do que apsentado nas cas de Ugo, ainda mais porque, 20 ating a Palestina ¢o Deb. tan invasio jt devia ter perdido muito de sua forga e de seus préprios components, ir invasio oeorreu, certamente, ede forma muito compacta e repentina, 0 que explica o plnico que x depreende das cartas ugartica ¢ 0 sentido de alivio que aparece nas inscrgGes comemorativas de Ramsé Il. No entanto, 08 fatos no devem ter tido ads rensio apresentada pelo faraé que quer destacar seu papel (heroico e tranquilizador) de baluarte Gnico no enfrentamento dos invasores. A contraposisioexpcta que Rams IH presenta entre um impéri ht que sucumbia diante da invasio e um império egipcio que conseguiu impedi-a, é parcial- mente verdadeia, O Egito permaneceu ineélume, mas as possesses sirio-palestinas fo ram perdidas,¢ € na Palestina que se instala 0 grupo de invasores mais numeroso: os flisteus. Mais tarde, veremos os fiisteus ocuparem uma “pentépole” (Gaza, Ashdod, Asan, Gat Allaron gue nse com oretitio costco qu vi da fronra 0 Egito até 8 altura de Jerusalém. Mais ao norte em dirego ao C. i Jaan os zeker, As informagdes i ego Carmel ae his demi de conosconcese a aiginensaceaaiee athe andloga } filisteia, Algumas regides sofreram dest omen dt ceyhcca “temic tea Up alah data estan desrugixmaisvilents es como (Chipre,Ciicis, Amug), outta foram provesides receberam grupos de imigrantes mers don ocean tam Pree (ota ibanesade Bibs a Carmelo, peomar Comore ats no devia ser muito ako, sobretido os que chem covingisico) pela popula preenieee De meeBrados (do ponto de vst én militar, sua coesio social ¢ sua ae Porém, no momento da invasio, sua for ‘io permitiram que desbancassem cidades Segundo 0 farad, Tesh, damuna c wes territérios do impétio hi quisessesintetizar em um dinico ¢ ma —s2~ Scanned with CamScanner Chive Reestuturaig amuralhadas, que fortalecessem sua posi¢éo ¢ que influenciassem a cultura material dhs regides envolvidas. O papel do Egito parece ambiguo: 0 uso dos “povos do mar” como mercendrios precede e depois acompanha o dréstico episédio da invasio, e & possivel que os faraés tenham permitido que os fiisteus se estabelecessem na Palestina substituindo suas préprias guarnicdes, cedendo-Ihes a administracio de terrtérios que oFgito nfo tinha mais condigées de assumir sozinho, uma administragio muito bem aproveitada pelos filisteus. Refazendo caminho contrério dos invasores, as causas de sua irrupgéo no Me- diterrineo oriental devem ser buscadas em algum proceso ot vazio na regido balefni- ca(eeuropeia em geral), sem que possamos precisé-los, mas de qualquer maneira no diz respeito & presente discussio. A penetragao dos fiisteus e dos grupos associados na Palestina € no Delta nao foi a nica nem a mais efetiva, Limitando-nos aos aspectos nigratérios ¢ étnicos, € preciso pelo menos lembrar que a decadéncia do mundo mi- ctnico associase & chegada de novos grupos & Grécia: a “migragio dérica’, em que pe~ sem todas as modificagdes efetuadas pela recente historiografia, ainda permanece um ‘contecimento relevante, e concomitante ¢ na mesma linha dos deslocamentos acon- tecidos no Levante. : ‘Na Anatblia, a grande coincidéncia wonolégica entre a qneria do império hititae ode Ugatit impede uma distingio de causas ¢ de modalidades entre clas. Os een mentos militares jé acenados (frente na Anatélia ociental contra os invasores) foram 543 Scanned with CamScanner eric do Fer 0 Primero Figura ns. Calera lca 13 ceric; 46 os sarefagosantropoides ea Scanned with CamScanner — Chive Restrtuagi — «para Hatt, provocando a desintegracio dinner est os ba pr cx od a Nena sp, 08 nde) sual, Hats que fi epg ou gic. PO in cenétios, ue também leyam s conn arnt de tt r co anardlicO dos séculos posteriores, com o deslocamente dent © mapa etno- sg este, €COM a NHAIGEO Os Figos no planaly eon ee ED oi F gy unto com 0 invasores marftimos, outros chegaram ‘os fi O primeira ce- dd anata a partir de Trade ese estendendo atéo ea rigios) por terra, seria destrudo Hata sprovetandose de ena sale BO segundo cenétio € que a aslo do exército hits too its no je ido a defesa da capital contra os antigo inimivas es ME peo da im me ainham nas proximidades de Hattusa. Os frigios wean pain ma Ane. ges sistarde, aproveitando-se do vazio polft Sastry d Politico que se somavs je e se ermas acentuados. Os dois cenéros no sio muito lineije ee cil wo : : envolve entre os fatoresinternos de crise (esvaziamento demogréficoe produtia) e i da passagem destraidora dos “povos do mar” pelas provincias meridionais ani, No entanto, sto os Figs a ocupar o vizio erado, contrbuindo para 0 xeimento da composigao etnolinguistica da Anata, com elementos de con jae elementos Surgidos mais recentemente, 3. A QUEDA DO SISTEMA REGIONAL ‘Axéo momento da invasio, o sistema regional do Bronze Tardio, com seus dois nies de agregagao (pequenos e grandes reinos) e com a rede de relagdes verticais e ho- anos, tinha se mantido em pé, apesar das dificuldades e dos ajustes. A passagem dos“poros do mar” ¢ outros movimentos migratérios pelo interior destruiu sobretudo sscdades palacanas, centros cruciais desse sistema. Dado que muitas vezes as deer céesro foram acompanhadas de reconstrugbes, ciando-se um amplo vazio de poder, indoo sistema de relagGes inter-tegionais desmoronou ¢ nio se reergueu mais €s6 bem raistarde foi possivel organizar um sistema distinto. A destruigio de muitos palécios ao mesmo tempo provocou a suspensio das re- lages diplomaticas, dos intercambios epistolares ¢ das rlagées politcas formais. Fal ‘am os interlocurores (os res instalados nos palicios) ¢ seus instruments esribas, nensageios, centros administrativos). Cessaram também as relagdes tributérias que ‘nelvam os pequenosreis aos grandes res, uma vez que ambos tnham desapare en no estvam mais em condigdes de pagar ou exigirtibutos.Inerrompezs= © ‘onéiopalaciano, que precisava dos entrepostos apoiados sicamente pelos ais pelo sistema de dotagées, garantias, protesoes ¢ apresemagies 4 ios afetou um sistema muito centralizado nos palécios, e significou sistema politico e das relagdes interregionais- —35— Scanned with CamScanner —0 Primeio Perfado do Fer — nto mais impressionante € 0 do imp ital (qualquer qu tena si mm dos “povos do mar”, que 4evastaram os tery, ea. Toda a regio precisou adaptarse a mies ves adminisrativos elementares (etapa it cso distinguir entre duas stuagies diversas coon eee spre dependents de Tarkhuntash e Kaemh trode Anatolia. No inuidae com as trades imperial, € UM eSruura para, reinos vassalos situados no espago entre 2 planicie de Konya € 0 Eufrates, a or da peninsula, com poucos habitates¢ mais infuencido pop ere cre halen, asumiv um ipo de agree pole fotement i, are crave reeroceso a nies habitacionas €otganizacionaispréurbanos, ea gum tempo dever ser aguardado para que surjam n2 ‘Anatélia novos centros urbanos 10. .ovatipologia do perfodo do Fer ; Son a eae mf i lécios com suas administragdes, rerocesso passageiro a niveis reduzidos de agregasio, lenta reconstitui¢ao do tecido politico de aco de novos grupos vindos do norte, < pasedo com as novas orientagbes. A prépriailha de Chipre, que no Bronze Tardio tina aleangado a unidade politica tinha se inserido com firmeza na rede das relagBes comer Ciais e diplométicas, passa agora por wma fragmentacdo em pequenos Estados urbanas, ‘com a chegada de novos grupos do oeste, depara com os primeiros contrasts énicos. (0 Egito nao passa por problemas internos, mas precisa renunciar is possesses asifticas e redimensionar as relagGes interregionais. Os filisteus assumem o controle da Palestina, mas em toda a faixa sirio-palestina inicia-se uma fase de independéncia, sem a presenga de grandes reis @ quem se devesse pagar tributos ou que fossem capazes de intervir militarmente, Mesmo a Assia, sem grandes problemas do outro lado do Eu- frates, nfo tinha, no momento, forga suficiente para ocupar 0 vazio ¢ realizar o sonho de chegar ao Mediterrineo acalentado pelos médio-asstrios do século XIII quand isto, no entanto, ndo era possivel. O fato ¢ que também as regides internas, intocadas pelos povos do mar’, foram afetadas por outros movimentos, e passaram por uma fase de fechamento e ajustes antes de retomar os contatos interregionais. Em linhas gerais a crise do século XI levou a uma clara divisio politica do Orie te Préximo. No este do Eufrates, apesar dos problemas das infiltragdes némades, per ‘maneciam os trés grandes reinos de dimensto regional (Assiria, Babildnia e Elam), que ‘mantiveram entre si uma relagio tripolar, caracterizada por fases pactficas ¢ por fases beligerantes, e por aliancas esporidicas (Babilénia e Elam contra a Assiia, a Babilénia a Assfria contra o Elam). Tudo isso garantiu um longo periodo de estabilidade na re gido. No oeste do Eufrates, o tradicional sistema regional passou por um processo de fragmentagio mais répido, sem hierarquias nem relagGes entre os Estados, formando- “Se um novo sistema, que em parte reflete a fragmentacio anterior (recorde-se que M4 nos, 0 desapareci Entre 0 ran redo a destrigio da ap hitita, Para ele ‘contribuiu - ° Jivel), mais que a passage ogo longo da costa medirén de agregacio politica mais modestos,€ 2. 526 — Scanned with CamScanner ‘ 105 reis e que a Anatdli i snnhava ques lia mantém uma dimensi 0a ago imperial. Porém, também adquire ons eons Sa fe grupos étnicos & tribais. moras 10. os 0905 oe 4s Norn gem do periodo do Bronze Ado Ferro é marcada por algumas inovagies apne era importantes consequéncias na organizagio territorial, socioe- nits ‘poles do Oriente Préximo, Nao se trata tanto de contribuigaes externas, rmigratsrios provenientes dos Bills, mas de inovagbes produridas ‘aneecedentes © encontram na prépriadrea do Oriente Préximo. A Hes x deseeadeou a ifso de noses que ames nha id l- i nine do sistema vigor ‘A destruigio de muitos centros urbanos, com eas ofcinasartesanas escolas de escribase centros comerciaisestimu- ‘ode elementos culturais e operativos alternativos, Assim, a cultura foi menos centrada nos palicios reais que a do perfodo do Bronze. jtorial ¢ social mais ampla, tornando-se mais acessfvel e menos a crise ¢ as inovagGes tecnolégicas afetaram as regides a este ea rma distinta, fazendo com que o Oriente Proximo fosse dividido 1] mais conservadora e outra metade ocidental mais inovadora. GOES TECNOLOGICAS E A ORGANIZAGAO TERRITORIAL mic i fluxos iene, CPS sgl fpdo.d0 Ferto en ‘uma difusto tern iva Além disso, ed lates de For oma meta oriental re agi qe acionalmente mare a pesagem pas uma noe er darnacts- ugiado ferro. A hipérese de que o ferro tena sido trazido do Ocidene, pelos “povos Ie que teriam sido vieoriosos devido ao uso de armas de ferro e no de bronze, domp ora com immpérios do Oriente Préximo}, ainda é defendida por alguns, mas a sage lena progressive, dos objets de ferro, parece ter avangado do Oriente Préxi- smo para a Europa, seguindo uma direso contréria & dos “povos do mar”. E no Orien- imo (Mitanni, Kizzuwatna,Siia) que se realizam as primeiras experiécias de fio do ferro durante 0 Bronze Tardio. Ndo se tratava apenas do ferro meteéri- «x puro ede ficil manejo, e que jétinha sido usado, de fato, para produzir pequenas jos bi muito tempo, mas também do ferro fundido,extraido do minério de ferro e técnicos e instalagdes apropriadas. De qualquer forma, en- guano as ofcinas de bronze palacianas eo comércio interregional para a importasao decobre e estanho se mantiveram em pé, a metalurgia do bronze predominou ¢ os 1 ‘ovexemplares de armas de ferro constitufam objetos de curiosidade de grande valor Com a ctise do comeércio e das oficinas palacianas, a metalurgia do ferro passou 2 ccuparovazio eriado, Ela se adaptava melhor 3 nova situagio, por diversos mouvo® Os abundavam no Oriente Préximo (excluindo a planicie), ainda que sem Bes. Portanto, podiam abastecer um grande ndmero de pequenos cio distribuidos em toda a regio, enquanto a metalurgia do bronze ‘comércio gil que ligasse as poucas regides em que havia grandes concen- «ue exgia conhecimentos —s27- Scanned with CamScanner 60 GA = 4K AA Xitsée, Tse, X sé. XMsée. XI see. Xsée, ‘Armas-c armamentos Figura n6,Utlizasio do bronze ‘na Palestina (C) do século XII i meta Utensitios roducio de armas ¢ utensflios em Chipre (A), na Siria (B) e —528— Scanned with CamScanner se ede estano aos centr de prods syste OE qrcada por uma renovada “we i pelido do Bian: abre 0 tanh localizados em pe spect minratria, que ; si, ‘Arabah) ou em dreas muito eden aridasem losis ainda 1 emosaiante> Essa ampliagio da prospeccio age ocidental, oe calzago de concentragBes mais modes ria deve ter contribuldo st Figo mas ques Ue a (Te cs lem dis, assalages ieid pan shee Ee er conecdos os procedimetos enios rlatier cessed oe als IMB cases Gi on Ir aE soticla te ree cane de Paes are as Nils od enianes A ncaa cos a, sera deservolvida nas fins pal lantes. A metalurgia do sprite 10 1ém de fort Palacianas. Assim, pode-se dizer que a tend eam de ores ferramentas¢ armas muito mas duras que a ve carcrerizase POT UMA ‘maior difusio no territdrio ¢ por uma maior aces ‘

> i ep hg ge] ~ a w tf LP tex +] x A x +t Fgura ng, Difusio ¢ evolucio do alfabeto no mundo semitico. -sI- Scanned with CamScanner — 0 Primero Period do Ferre — sno Ego) permaneceu ligad 205 sstemag i Jia (e também o Egito) permancie Bert da em das zonas.a MesopoTirt eg lfabetica se dfn na Si, na Pals traiconase complex, enguato Teas inovadoras~ com exceF50 ds inst na, na Anatélia eno Eget sina pany do pesndos coupe hititas hierogltfcas consttulcas de tentativa explicta de revitaizar eS5° ‘Outs inovagestéenicas iveram imP® dos assentamentos € na exploragio BPP sents ocorridos no Ambito ino per(odo da crise acto territorial que das ligadas a um aresse passado. ; _ vetantes consequencis na prépria distrib. astoril da regito. Trata-se também, neste do Oriente Préximo, que receberam um do século XII. Hé todo um conjunto de zganha destaque no infcio do perfodo dy erst de rerragos em éreas de cones e encostas de Tivo arborcultrae, sobreeudo olivicultura, assocadas {no periodo do Bronze tinham permanecido cobertas "A construgao de terragos passa pelo desmatamento, eer exe nas montanhas rornando a utlizagio desseseSpafos, antes sazonl, permanente. gualmente importante ¢ 8 retomad e 0 aperfeigoamento de téenicas de Fru dos terenos ids, prtcularmente os leitos de ul com téenicas de repre ues transversas ¢ sistemas de canais, que se difundiu, Je dgua por meio dedi ares ee “font aed (Ardbia setentrional, Transjordania, Neguev e Sinai No ambiente iraniano-arménio do norte, por sua vez, surgiu um novo método de iri 2cio, os dos anatsubterrneos, ue levam dgua para lugares distantesevitando a eva poracio. Essas técnicas de tratamento hidrico em regiGes semi ridas e montanhosas sio herdeiras ds primerase milenares técnicas hidréulicas que tinham sido utilizadas em regides aluvionais, produzindo uma grande ampliagao da regido agricola. ‘Aescavago de pogos mais profundos também fo facilitada por ferramentas defer ro. Essa atividade pode te sido incentivada por dificuldades climéticas de curta durago, ‘mas acabou ampliando os espagos de pastagens em regides semidridas. A documentagao cpigeéfica no registra a anénima obra de escavacio de pogos por tribos de pastores, mas, as realizadas pelos eis, e€significativo que durante a passagem do Bronze Tardio ao pe- odo do Ferro se escavem tantos pogos tanto no Egito como na Assfria. Um problema relacionado é 0 de impermeabilizar os pogos de forma mais eficiente do que ocorria no periodo do Bronze, a fim de garantir &s cidades ¢ &s fortalezas reservas de Agua pluvial invernal para utilizagio durante todo o ano. Escavaco de pocos, técnicas de imperme- abilizagZo, sistemas de abastecimento hidrico das cidades constituem um conjunto de clementos que poderd ser mais bem esclarecido pela arqueologia, mas pode-se afirmar que no final do segundo milénio houve importantes progressos nessa ditesio. eee fe em lage escla do camelo¢ do dromedro domestica Fis ephdo comapandtl “i em nivels historicamente irrelevantes. A rea de difusio ao deserto siiiv-ardbico, de a ee ca Se i forma que ambos se encontravam muito préximos 40 so caso, de progressos lentos forte impulso¢ valorizagio novidades técnicas com imp: Ferro. Um primeito caso é a ‘montanhas, que permitiu 0 cl 2 cerealicultura) em regides qu por bosques ¢ pastagens estivas sR ellis Scanned with CamScanner a 5 iene Tar cade Bll Fs, Rama Mad no Nee nade prods sroatori do prod do Feo em ambien din ina peal No cents enramen,Pn i aPC. —58— Scanned with CamScanner — princi Perodo doFer = urbanizada. Sua domexicaio abr nova iMtorias em ambiente desértio possibilidades pars onransporte de em et seit ctor re -desértico, dado que esses ea tm bebcr a cada dois dias. ‘Assim, tornarse posstvel conectay ros aprino ovina rec DSET yarn due ane Perm ldo fas dames por me os apenas em seas cu ‘Agora oasis stoman taigase tamarciras, Adm disso. a <8? fevada por um c vio dos bun rue vonstitvufam 0 rinico meio de transporte do periodo do nee ae das ras de arrvanas da peninsula ardbica sobretudo aque ligavs o interior da s ies Higiaze Témen, também havia as rotas que atravessavam o desert ail lo Iri, revlalan do ‘ocomércio também naquela regido. Para completar 0 qua _ ee lembrar que, to final do perfodo do Bronze, iniciou-se 8 utilizagio do cavalo aaa 10 (eno apenas dos atrelados aos carros) para o transporte spd men ae neu ee ou no perfodo do Ferro dando origem a uma No wor sbottuindo o uso do carro de guerss Eé preciso lembrar também que o camel se sreeado o dromedério) ornase um instrument Prec! para o combate, no tan to para atacarformagBes de infantaria, mas como TH de incursio e de fuga rdpida, Os efeitos dessas inovages sobre a organizagio territorial foram importantes. Por uum lado, as regides de colinas e montanhas que até ento tinham permanecido & mar gem dos acontecimentos hstbrcos importantes incorporam ao assentamento estive, com aldcias ¢ pequenas cidades. De outro | Jado, volta a ser ocupado, com assentamentos spricolas estévels, grande parte dos planaltos internos qe ja tinha sido habitada duran- bandonada progressivamente. Enfim, ao terrtério ame te o Bronze Antigo que foi a ” pliado de assentamento estvel soma-se outta fax ‘marginal constituida pelas regides Frequenadas plas caravanas. No conjunt,a dstribuigo dos asentamentns do Bron- sare. com znnas de concentragBesrestrias © extensos espagosvazis, transforms earn urna ocupacio espalhada por todo 0 terrtéro, ainda que com diferentes nivel de intensidade. Dentro dessa ocupagio extensiva do territério, as unidades habitacionais deviam ser de menor tamanho, Nas regides ocidentas, onde se difunde 0 novo modelo, jo hi grandes cidades com dezenas de milhares de habitantes, como as que tinham sido sc ndeleo central dos sistemas de assentamento durante todo o periodo do Bronze. As idades do primeiro perfodo do Ferro identficam-se mais com cidadelas fortficads tas com uma pequena populacio e com edificios piblicos de modestas dimensSes,& proporgio de populacio “urbana” reduz-se muito; as aldeias adquirem uma nov im portinciaeforalecem suas defess e suas estruturas, de tal forma que a clara diferew ga entre cidades e aldeias, proprio do perfodo do Bronze, torna-se menos acentuada. Quanto 205 sistemas de exploragao teritrial, a maior inovasao € © surgimento do nomadism “pleno” dos criadores de camelos, que se soma 20 nomadismo “feche do” (ou seminomadismo) dos pastores transumantes de caprinos ¢ ovinos. O> dois ti “Crescent Fértil, mas Fora da drea mais 34 — Scanned with CamScanner = Cre ¢ Reesrutnapi mn astinos como Mecanismo eeondmico, dregs de dfaso rela wns ni mae pikonde enaaeure {ine thas que se combina 0 espgD eo tempo, enn aioe ale habitacional de “pla mori. Ox emindee ei cham até ipo om ae ” ividades bélicas, sobret curses. Eles se eet ypemem avi bretudo como tropas auxiliares recrutadas pelos Es- ulturaem uma iio so prota: uth Manton ua relacio confltuosa com as cidade, mas dependem fun- aemente delas, Os novos ndmades “plenos", por sua ver, dedicamse& criagio “pros egal ‘agricultura intensivae irrigada dos ofsis, desenvolvem stvdades caer ica por conta Prépria. O uso do camelo eo controle das rotas de cara- jonas permite as tribos ndmades uma atuagio privilegiada no comércio interregional, ge fortalecem sem colocar qualquer absteulo, 0 fato de disor de montariasr- ede grande autonomin permitelhe dedicarse a uma lurativaatvidade bela de gens ede rica incursOes nas terras dos sedendros, e relacionaese com os Este anos em maior pé de igualdade, As reas si0 também diferentes a érea da transumancia permanece em estreito onto com as dea agriclas, ou mesclada com elas, de modo que entre pastores € realrres se estabelece uma relacio lingulstica énica e politica muito estreita. A drea ‘Brande nomadismo, a seu curno, continua sendo externa, constitu um complemen todo periodo do Ferro a0 trritétio de relevancia histric,e também um elemento que poem contro repies até eno isladas, Um cas tipco&o do lémen, que devido 8s ae condigSes climaticas é capaz.de manter uma cultura agricola e urbana considers tel mas que tinha permanecido isolada das grandes rotas comerciais. Seus produtos (ero, incenso e mirra) passavam pelo Egito antes de chegar ao Oriente Préximo. Com achegada do period do Ferro, o men pode inserirse nos grandes circutos comercinis tena relagbes puliticas, ¢ 0 mesmo pode ser dito para a faixa intermedisria do Higiaz. Um caso semelhante é 0 das terras situadas do outro lado dos desertos centro-ranianos, sonorte(Tarqueménia) e no este (vale do Indo). Depois da interrupsio das florescentes reages no terceiro milénio, essas regides tinham passado por uma fase de progress- roizolamento provocado em parte pelos deslocamentos de populagées ¢ pelo declinio dis grandes civilizagdes urbanas locais. Com o perfodo do Ferro, criam-se novamente condigGes para uma maior integragio, primeiramente comercial ¢ depois também po- lita, entre as varias culturas e cidades estatais da Asia sulocidental. Algo semelhante acontece com as comunicagdes maritimas, masa documentagio a espeito no & clara, Parece que no Mediterraneo a adosao de téenicas de navegasio mais evangadas (relagio velame/quilha/leme) permitiu uma navegacéo mais arriscada em telago &cabotagem costeira do perfodo do Bronze. © fim dos bloqueios regionals € 2 busca dos metais contribuftam para o fortalecimento da navegaGio grega ¢feniia te Mediterrineo ocidenta, desde 0 inicio do primeiro milénio. Algo parecido pode ser acontecido também no occano Indico, anda que em um regime de ventos totalmente verso (monies). Nesse caso, também nfo sabemos se acabotagem sazonal, que desde —35— Scanned with CamScanner —0 Primeire Perfo do Ferma — Inna, Magan ¢ Melukhkha a Suméria, nha sido substitu, vy sistema mais complexo € mais vasto para ligar indianas com o Iémen ¢ com a At oriental, Fraulo em toro da Peninsula Arabica c interconectando-se com ag eae ae egipcia, iemenita ¢ tra ania Tent impesio bem clara de que o infcio do perfodo do Ferro sgnifoon um nolo on tes e do comércio em todas as direges, como nunca tinha ocor outras flores. centes épocas proto-histér orterceiro milénio u no inicio do perfodo do Ferro por uw ‘© Golfo Pérsico e as costas iranianas ¢ 5.0 FATOR GENTILICO E O ESTADO “NACIONAL” [Actse dos palicios e das cidades eas novas disponibilidades técnicas para os ter ritérios semidridos significaram um aumento do peso politico do elemento ndmade, Isso évilido tanto para os “novos” némades cameleiros, que ocupam espagos antes inu- tlizados e que constituem, porcanto, um novo elemento, como para os antigos grupos transumantes, que ganham um destaque € um peso em relagio & sua marginalizacio durante 0 Bronze Tardio. A tribo pastoril torna-se foco de atrago ¢ de coesio politico alternativo em relagao a0 odioso paldcio real, que ern viétios casos acaba desaparecendy, ‘As aldeias acabam ficando sob a influéncia do grupo pastoril e no mais das cidades, em uum processo com poucos reflexos fisicos e impactos nas atividades de assentamentos, dado que o grupo pastorl sempre manteve bases sazonais nas terras agricolas e uma es- treita relagio com os camponeses. Porém, com o fim da subordinagio ao palicio real, que era de natureza principalmente fiscal, dos dois elementos residuais 0 grupo pastoril &o que representa o modelo alternativo de agregacio, passando a ser integrado pelas al- deias, A aldeia, que tinha passado pelas fases de comunidade autossuficiente, de comu- nidade dependente do palicio e de unidade administrativa, converte-se em um cli ou subgrupo da tribo, inserindo-se na estrutura tribal como célula de natureza gentilica. que houve nao foi tanto uma “sedentarizacio” de némades, ou uma “tomada de poder” por parte das tribos, mas uma reordenagio das relagdes sociopoliticas de acordo com um novo cédigo. Do cédigo administrativo préprio do Estado palaciano do perfodo do Bronze, passase ao cédigo do parentesco priprio de um novo tipo de Formagao estatal que se difunde com 0 perfodo do Ferro, ¢ que desemboca no Estado “nacional”. E verdade que essa visio se fundamenta principalierte sus dudos bfblicos, ue sio posteriores, porém, as raras documentages contemporaneas que chegaram até ‘nds confirmam suas linhas gerais. Os membros do Estado se reconhecem como tais na medida em que se consideram todos descendentes de um tinico antepassado epOni mo. A “carta de fundacio” do Estado gentilico ¢ a genealogia, que relaciona o patriar ‘ca mitico com os membros atuais da tribo, de acordo com relagdes de filiagio e de ca wen significado preciso se encontra no cédigo genealégico: primogeniturss, ses, casamentos, ¢ todas as formas de parentesco que significam varios modos € —336— Scanned with CamScanner — Crise ¢ Reestraturagig — eines sina Para integra as alias ot csen on epoio intermedi ho do He confesderado, antepassado dos ep6nimos Famili pi sd descent ede rmandede com os i438 OF galmente muito grandes e importantes para s ce Forma que sta posiio se Tunda” sobre histras nasgean een via de re historias nas quais os epOni snd de chegam a acordos pacfcos ou a relagSes confi epénimos (rise 2 7 Mas, em geral, hi um uso Frequente da “et nfituais que resultam na a la “etiologia” oto SY odos os elementos da realidade poltiea: frome gia” como carta de Fun- 1c alianga ou de rivalidad. zone youn commun das relages ds eS le, estatuto especial de certos grupos ou de vers jocalidades, recon savin do caréter comum de certos culos, proibigdes ¢ nor sos importinci ide certne Se isto se encontra em histérias que explicam rescues 0 pica lades topogréficas dos lugares em que elas sio sets on qu as simbolizar, i eestraturasiocm chavegentlica do sistema poltico em reps de atigos tamentos soma'se a OCUPAGIO (OU Teocupario) de novos teritérios, onde as novas politcas x estabelecem no vazio. Esse processo comesa jd no século XIII € ros séculos postriores. Na Palestina, os protagonists dessa ampliagio serra tetra so itis povs com linguas aparentaase ligadas com 05 lio “eal pode evar a um beco sem safda, as os rlaosbiblicos Copan boragées historiogréficas posteriores (e geralmente muito posterior —s4t— Scanned with CamScanner | 0 Primeiro Perfodo do Ferro — } {os nfo apenas em dados indiretos cincertos, mas, sobretudo, otivade objetivos préprios de seu tempo. Por iso€ preciso renseit 0 textos bn PO tempo, em seu ambiente pulltco-eultural leva consers30 0s probly rr sua redaio. E possivel que esas reconstrugSeshistoriogefca ge ooloed cumental ou alguns dados confidveis, mesmo que seja dificil de gy se ap depuaras noticias de todas assuasinfluénis polices regan do posterior sua redagio final. Em ver disso, material extrabbico pode ty im rmaisimediat, por ser contemporineo aos fatos eter motivages mais dviage yn sas difculdades sio encontradas especialmente quando se discuteaquegan 8 coxgens Os elitosbilios foram escritos em um perfodo muito distant do temp quer reconstruir, eas Fontes extrabiblias sobre esse tempo so pouco expicia, ratas, No que diz respeito ao relato biblico, a preocupagao com a identidade , a promogio politica e a jutiicacio religiosaesté centrada,sobretudo, origens, deformando mais ainda sua relagio com a realidade histérica, A seguir, apresentamos a linhas essenciais do quadro arqueol6gicoe context Com a queda do império egpcio que havia dominado a Palestina de meados do ses, XVI 20 inicio do XII, as populagées locais passaram por um periodo sem domi trangeio e sem drenagem dos recursos para destinagBes externas. Os tus ocupen parte do vazio deixado pelos egipcios, procuram estabelecer sua hegemonia sobe ae. mais cdades cananeias, conseguindo seu intento ao longo da costae nos ales (Yenc € médio Jordo), As regides de colinas, por sua vez, permaneceram fora de seu alea- ce. Nas regides de colinas e de montanhas da Cisjordénia e nos planaltos semirdes da Transjordania hé um processo de colonizagio caracter(stco da primeiro perodo do Ferro: desmatamento, construgdo de terragos, exploracio hidrica dos wédi, escaragio de posos, construcio de cisternas, difusao de aldeias e de pequenas cidades fortifix das, Esse Snovo” elemento € definido como “protoisraelita’, por se atribuido aos povs de origem tribal e pastorl, que ainda no se chamavam iscaclitas. A crise dos palicis reais faz com que os errantes ¢ fugitivos sejam atraidos pelas tribos. HA uma prove conexio etimolégica entre a designacio dos refugiados (habinu, ‘brpr) e 0 nome dos hebreus (br), vistos pela populagio Cananeia como um grupo de errantes, sem raze geopoliticas. Em escala regional, ¢ dificil combinar os microssistemas habitacionais (compro- vados arqueologicamente) com organismos tribais e politicos (comprovados na Bibi Como heransa do passado, temos as cidades “cananeias” residuais. Nem todos os pal> ios foram destruidos, pelo menos no mesmo perfodo, mas o empobrecimento geil ds struturas administrativas ¢ evidente. Um novo elemento sio as éreas de colonizas%™ a5 novas aldeias, as cidadelas das montanhas, resultado da sedentarizagio dos groP* de pastores. O sistema tem um equilibrio heterogéneo, sem um centro de poder q¥¢° unifique (no obstante a tenttiva flistea), A partir das fontes bfblicas postrires€F" ie = baie crs scones entre tribos (como tinha acontecido desde 0 ane Tibos ¢ cidades, para estabelecer direitos de pastagem, de casa dos, baseade '€ Mtg onal, a questo dg —542— | ili i Scanned with CamScanner Irae — mente d : Peo leste(monita). “outras entidades presentes no «ls de formagio (pré-monarquico) da enti oe period ji ee HHICO) da entidade et ica “tyrant” ue sts prin tages historogrtas tua weg a ee eo pee Nalor“fundador” das realidades e dos s historias que wi : Problema posse constitu & eStrutUra gencaldgica que serve de rec dc fn ae dM eibais. Na formulagao final, uma érvoy 1 fundagio” das ssi nits 2, J006), 0s epi i os dz fihos de 2) por Gkimo todos o ep ede cada uma . nimos dos clis-aldeias arg ‘vom 0s quais se inicia a érvore genealdien fy i ge geealogias S40 permeadas por todas as histrias “ctioligeas ne een wil Bete ieas” i tins nt qu dame sea EAN mesma) de sua formulagao. poxém, também intervém fatos espectfcos, pertnentes & época da redaio dos sens, que deformam O quadro. ‘Um primeiro elemento ¢ constituido pelos aconte- rans adios do exilio babil6nico e do retorno do exlio. Para justifear »vetorne Gocaldose suas pretenses territoriais sobre os grupos que tinham permanecide na puna, defende-se a histria “fundadora” das tribos israelitas que chegam de fora ¢ ana éoca femota, com a presenga primordial dos patriarcas (que se movem em ter {ibis que no so todos seus), que recebem a promessadivina de se tornar um povo saneroso¢ de ocupar todo o pais. Mais tarde, hé o primeiro exiio (no Egito) e um fzodoeretorno 3 Palestina (situados no século XI), que sio utilizados para delinear 0 exo e o retorno historicamente situado (ou seja. 0 século V1). Assim, a conquista de Josué apoiada em histérias etioldgicas com a conquista de Jericé, que & época estava standonada hd séculos) serve para justificar a retomada do pas pelo que regressaram doexto babilénico. Os cananeus, que habitam o territério, mas sem qualquer direito depermanecer nele porque a promessa divina os condena ao exterminio, servem para pregurar os “samaritanos” e os outros que permaneceram no territério ¢ que os que ‘eorram da Babil6nia consideram estranhos e abusivos. Portanto, toda a histéria do odo da conquista, da origem externa e da relagio com as populagdes autéctones, uma construgio “voltada” para os problemas do século VI, e que no tem nada a ver ‘om os do século XII. re genealc tani “ snes daunidade nacional (Abrago, Sica nica reunia os ‘pa « Sada um dos chefes de familia, e Um segundo elemento claramente datado (pelas polémicas em favor e contra a {o*uia que o acompanham) é 0 surgimento de um perfodo dos Juizes “quando no Pa ‘eno pals e cada um fazia o que bem entendia”. Esse periodo dos, Juizes, magis- a ‘ribais no hereditérios, sucederia ao perfodo das monarquias cananeias (des- “Por Josué), antes da criago da monarquia israelita com Saul ¢ Davi. O periodo ani objeto de polémicas entre quem avalia que a auséncia de um rei ésinal de dads Siment0 € de.caos politico, e quem projeta nele seus ideas de liberdade, igual ‘fata de opressdo fiscal ¢ administrativa. Esse conjunto de materiais também Scanned with CamScanner

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