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Quadrantes de Psicologia | 2022, vol. 24, nº. 3, e1643 ISNN: 0211-3481

ÿ https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1643

Polarização Política e Relações Intergrupais: um


estudo sobre Representações Sociais no Brasil
Polarização Política e Relações Intergrupais: um estudo sobre as
Representações Sociais no Brasil

Andréia Isabel Giacomozzi


Anderson Silveira
Amanda Cristina Albuquerque Tavares
Ana Maria Justo
Universidade Federal de Santa Catarina

Abstrato
Esta pesquisa teve como objetivo estudar a polarização política de grupos de esquerda e de direita e
suas Representações Sociais (RS) entre si, bem como investigar a experiência da violência política e a
crença em um mundo justo (CMJ). Uma pesquisa on-line foi realizada. Os grupos de esquerda usaram
os termos igualdade, empatia e justiça para se descreverem, enquanto os grupos de direita usaram
liberdade, conservadorismo e justiça. Ambos os grupos usaram termos negativos para descrever os
seus oponentes; os esquerdistas descreveram os direitistas como egoístas, ignorantes e intolerantes e
os direitistas descreveram os esquerdistas como corruptos, intolerantes e extremistas. Em relação à
violência, 72% afirmaram conhecer alguém que sofreu violência política nos últimos dois anos,
principalmente através das redes sociais. Quanto às médias da escala CMJ, os esquerdistas tiveram
média inferior aos direitistas. Existem diferenças significativas nas RS e nas posições entre os grupos, o
que pode estar no cerne da violência.
Palavras-chave: Psicologia Social; Violência; Representação social; Polarização política

Resumo
O objetivo deste trabalho é estudar a polarização política e as Representações Sociais (RS) dos grupos
de direito e de esquerda entre si, além de verificar a experiência da violência política e a crença em um
mundo justo (CMJ). Uma consulta on-line foi realizada. Os grupos de izquierda usaram os termos
igualdade, empatia e justiça para descrever a si mesmos, enquanto os grupos de direita usaram
liberdade, conservadorismo e justiça. Os dois grupos usaram pontos negativos para descrever as
oportunidades; os de derecha foram descritos como egoístas, ignorantes e intolerantes, e os de derecha
foram descritos como corruptos, intolerantes e extremistas. Sobre a violência, 72% disseram saber que
alguém sofreu violência política nos últimos dois anos, principalmente nas redes sociais. E sobre as
mídias na escala CMJ, os da esquerda percorreram um caminho mais baixo do que os da direita. Há
diferenças importantes no RS e posições entre grupos que podem estar no centro da violência.

Palavras-chave: Psicologia Social; Violência; Representação Social;


Polarização política
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2 Giacomozzi, Andréia Isabel; Tavares, Amanda CA; Silveira, Anderson e Justo, Ana Maria

INTRODUÇÃO

Seguindo uma tendência mundial, uma grande polarização política tem sido observada entre
os brasileiros (Giacomozzi et al., no prelo). Tal contexto polarizado é de interesse para uma
análise da psicologia social sobre como as realidades argumentativas validam
progressivamente as realidades sociais, o que pode favorecer o surgimento de discursos
políticos que fecham a possibilidade de ampla participação democrática. Pretendemos
analisar a polarização política e como ela está associada às representações sociais do seu
grupo (ingroup) e do grupo com posição política oposta (outgroup), considerando que tais
tensões podem gerar violência.

Na América Latina, os estudos sobre polarização foram conduzidos por Ignacio Martín-Baró
(1988, 2000), que define a polarização como um processo psicossocial no qual diferentes
posições em relação a um problema tendem a ser progressivamente reduzidas a duas
posições opostas e excludentes dentro de um espaço social. Acontece quando a posição de
um grupo pressupõe uma referência negativa à de outro, considerado rival. É um processo
dinâmico de forças sociais, onde classificar o outro torna-se uma necessidade para orientar o
próprio comportamento, o que pode gerar violência. Esse tipo de violência toma conta das
relações interpessoais, inclusive as mais íntimas.

Embora o mito da não violência exista no Brasil (Chauí, 2019), o país foi forjado com o
massacre dos povos originários e marcado por períodos de dominação autoritária com forte
militarismo e violência (Gomes et al., 2019). A violência está presente em diversos espaços
sociais e se manifesta principalmente contra determinadas populações marginalizadas,
pobres e negras (Giacomozzi et al., 2021, 2022; Vitali et al., 2021, 2022).

Representações Sociais e Relações Intergrupais


A partir das Representações Sociais (RS) é possível saber como os indivíduos compreendem
e se posicionam em relação aos fenômenos (Camargo et al., 2018; Rouquette, 1998). E a
forma como as pessoas veem o mundo é uma contribuição da sua pertença a determinados
grupos sociais (Tajfel, 1981), uma vez que tal pertencimento implica experiências relativamente
comuns e, consequentemente, opiniões, crenças e normas partilhadas, que levam a uma
forma semelhante de agir sobre o mundo. Assim, algumas ideias/representações só fazem
sentido quando avaliadas a partir de conhecimentos e valores específicos de determinados
grupos sociais (Doise, 1992). As RS, como forma de conhecimento socialmente construído
e compartilhado, variam de acordo com o contexto das relações sociais em que os indivíduos
estão inseridos, dando sentido à realidade dos grupos e influenciando suas visões de mundo
(Jodelet, 2001).

As RS podem ser um meio para os grupos afirmarem suas particularidades, o que demarca
sua importância na análise da dinâmica intergrupal (Deschamps & Moliner,

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2009). A partilha de RS confere estatuto a diferentes grupos da sociedade e apoia os critérios


que fundamentam as hierarquias e a comparação social (Moscovici, 2011). No presente
estudo, utilizamos a abordagem proposta por Jean-Claude Abric (2003), que considera as RS
como conjuntos organizados e estruturados de informações, crenças, opiniões e atitudes,
compostos por dois subsistemas, central e periférico, cada um deles que tem um papel
específico e complementar. Mais especificamente, pretendemos conhecer as RS de grupos
de direita e de esquerda, um do outro, entendendo que elas interferem nas relações intra e
intergrupais no contexto da polarização política no país e -vestido neste estudo.

Polarização Política e Redes Sociais

O número de pessoas que acedem às notícias através das redes sociais aumentou à escala
global (Newman et al., 2019). No que diz respeito à polarização política nas mídias sociais,
a teoria das RS pode auxiliar na compreensão da seletividade na busca por informações.
Serge Moscovici (1981), ao conceituar as mudanças provocadas pela comunicação nas
sociedades dos séculos anteriores, afirmou que enquanto a organização transforma massas
espontâneas em massas organizadas, a comunicação transforma estas últimas em públicos,
que, para ele, seriam verdadeiras massas em casa . As comunicações virtuais são elaboradas
através de mecanismos de operação específicos porque, ao se configurarem a partir da
comunicação anônima e à distância, colocam em xeque a capacidade discursiva e expressiva
de uma outra comunicação baseada na afirmação linguística e nos modos de operacionalização
sistemática em massa (Camino et al. ., 2019).

Posicionamento Político
Os significados de direita e esquerda adquiriram matizes diferentes ao longo da história e
serviram de combustível para os mais diversos regimes políticos do mundo.
Segundo Norberto Bobbio (2017), há mais de dois séculos, os conceitos de direita e esquerda
existem e, sendo antagônicos, pretendem divergir concepções, ideologias e práticas políticas.
A representação dos termos direita e esquerda está ligada ao modo de pensar das díades na
esfera do conhecimento.

Esses elementos sofreram alterações de significado e, em alguns casos, são atravessados


pelo fenômeno do preconceito, utilizado pelos indivíduos para descrever grupos sociais
diferentes dos seus (Rodrigues et al., 2015). Vale ressaltar que, de forma simplificada,
historicamente, o grupo de esquerda tem sido representado pela luta pelos direitos dos
trabalhadores e das classes sociais mais baixas, com o objetivo de promover o bem-estar
coletivo e a participação popular nos movimentos sociais. Economicamente, procuraria
promover uma economia mais igualitária

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sociedade, com maior distribuição de renda e interferência do Estado. Por outro lado, ser de direita
representaria uma visão mais conservadora, atrelada à tradição, com a intenção de manter o poder
centralizado em si mesmo e na prosperidade individual. Na esfera económica defende a iniciativa de
mercado com
uma economia livre, sem intervenção do Estado (Barros, 2019).

Nos últimos anos, tem-se percebido no Brasil uma avaliação negativa dos partidos de esquerda,
provavelmente devido aos escândalos de corrupção em que o Partido dos Trabalhadores (PT) esteve
envolvido, além do impeachment de Dilma Rousseff e da prisão do ex-presidente Lula, o que levou à
imagem manchada do partido e ao aumento do tom depreciativo dos partidos de esquerda (Mariano,
2019). Em contraste, a direita também tem sido estereotipada desfavoravelmente desde o regime
militar. Essa percepção, no entanto, sofreu mudanças desde que representantes de direita foram
eleitos nas eleições de 2018, com Jair Bolsonaro, que utilizou um discurso antipartidário e conservador
no campo dos costumes em sua campanha eleitoral. Além disso, o crescimento político do “sentimento
anti-PT” acompanhou a ascensão do conservadorismo religioso (Costa, 2019). Portanto, infere-se que
os estereótipos (Rodrigues et al., 2015) sobre ser “de direita” ou “de esquerda” se popularizaram no
Brasil e se fortaleceram desde as eleições de 2018, potencializando a polarização política no país.
Essa distinção de lados também resulta em conflitos de interesses e valores associados a grupos
sociais, bem como pode repercutir na forma como a justiça social é concebida.

Crença em um mundo justo

A crença em um mundo justo (CMJ) é um construto utilizado para pensar a justiça a partir de uma
perspectiva psicossocial e pode auxiliar na compreensão do processo de polarização. Voltada para a
compreensão de uma série de fenómenos sociais, a investigação tem-se centrado na investigação
dos fenómenos e processos psicológicos que permitem uma compreensão de como as pessoas julgam
questões relacionadas com a justiça. A base desta teoria é que os indivíduos são motivados a perceber
o mundo como justo, onde as pessoas têm o que merecem e merecem o que têm (Lerner, 1998; Maes,
1998). Haveria uma tendência dos indivíduos a recorrerem a estratégias a fim de eliminar qualquer tipo
de ameaça à CMJ, como a injustiça e o sofrimento da vítima. Assim, a injustiça não seria um conceito
congruente com esta teoria, uma vez que os infortúnios que ocasionalmente acontecem às pessoas
são atribuídos à sua própria responsabilidade, através do pensamento de que coisas ruins acontecem
a pessoas más (Lerner, 1998).

Este estudo pretende compreender como as RS de um grupo em relação ao outro (indivíduos de


esquerda e de direita) podem estar influenciando as relações entre

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entre esses grupos e os conflitos entre eles, bem como compreender como o fenômeno de
polarização política vivido no Brasil pode estar afetando as relações cotidianas entre grupos
de pessoas, amigos e familiares, considerando os aspectos psicossociais associados ao
fenômeno , como BJW.

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e comparativo. A amostra foi composta por


participantes maiores de 18 anos, por meio de questionário autoaplicável on-line, com tempo
de resposta aproximado de 20 minutos. O questionário online ficou disponível por 130 dias.
Participaram 1.241 pessoas, das quais 52% eram homens e 48% eram mulheres. Quanto às
suas posições políticas, 36,3% consideravam-se centro-esquerda, 29,7% esquerda, 13,7%
centro-direita, 13,5% direita, 4,3% extrema-esquerda e 2,5% extrema-direita. A média de
idade foi de 35 anos e 6 meses (DP=13,18). Do total de 1.241 participantes, foi utilizada uma
amostra pareada de 736 pessoas, sendo 52,6% do sexo masculino e 47% do sexo feminino,
com idade média de 35 anos e 6 meses (DP = 13,18), agrupados em duas categorias: 368
indivíduos de esquerda (agrupando aqueles que relataram ser de extrema esquerda,
esquerda e centro-esquerda) e 368 indivíduos de direita (extrema direita, direita e centro-
direita).
Todos os dados do presente estudo serão referentes a esta amostra composta por 736
pessoas.

Instrumentos

Foi desenvolvida uma pesquisa online, composta por itens abertos e fechados, com base em
pesquisas anteriores (Gerber et al., 2017; Iyengar et al., 2019; Pimentel et al., 2010; Wisneski
& Skitka, 2017). O questionário era composto por 54 questões divididas em 8 seções,
abordando os seguintes temas:

a) a Escala Global de Crenças em um Mundo Justo, composta por sete itens para avaliar
CMJ (Pimentel et al., 2010); b) uma questão sobre a percepção da situação do país em
relação à polarização política; c) uma pergunta fechada sobre posições políticas e duas
perguntas abertas sobre relações intergrupais, nas quais os participantes foram solicitados,
após declararem sua posição política, a descreverem seu próprio grupo (ingroup) usando
três palavras, e depois descrever o grupo adversário (exogrupo) usando mais três palavras;
d) questões sobre os conflitos decorrentes do tema político e, em caso de respostas
afirmativas, com quais grupos de pessoas, em que situações/locais ocorreram e como a
situação se desenvolveu com determinados grupos de pessoas (12 questões fechadas).
ções); e) Questões sobre sentimentos associados à polarização política e à violência (15
questões, sendo 14 fechadas e uma aberta); e)

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6 Giacomozzi, Andréia Isabel; Tavares, Amanda CA; Silveira, Anderson e Justo, Ana Maria

Perguntas sobre quais meios de comunicação foram utilizados para obter informações sobre política
(5 questões); g) Questões sobre confiança nos meios de comunicação e sobre o atual sistema político
brasileiro (4 questões); h) ao final do questionário foram incluídas seis questões sociodemográficas,
como sexo, região do estado brasileiro onde os participantes residiam, idade, renda, nível
socioeconômico, religião e escolaridade para posterior análise.

Procedimentos de coleta de dados

O termo de consentimento livre foi apresentado na primeira seção do questionário.


O estudo foi aprovado pelo CEPSH – Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos,
conforme Parecer nº. 3.590.056. Os participantes foram contatados por meio de mídias sociais,
WhatsApp e Snowball Sampling, em que cada indivíduo participante da mídia social cria conexões a
partir dela com outros membros de seu círculo e divulga o acesso ao questionário (Baltar & Brunet,
2012).

Análise de dados

Foi realizada análise estatística descritiva e relacional das questões fechadas por meio do software
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS-17.0). As respostas às questões de evocação de
palavras foram analisadas por meio do software IRaMuTeQ para análise de dados textuais (Ratinaud
& Marchand, 2015). Foi realizada análise prototípica, para que o material coletado na prova de
evocação fosse analisado considerando as dimensões individual (frequência) e coletiva (ordem média
de evocação), identificando assim a centralidade dos elementos nas representações (Wachelke et al.,
2016).

RESULTADOS

Quanto à região de residência, 6% dos participantes relataram residir na região Centro-Oeste, 10,1%
no Nordeste, 3,4% no Norte, 31,7% no Sudeste e 48,9% no Sul do Brasil. Quanto à renda familiar
mensal, observou-se que a maioria dos entrevistados possuía renda entre 5 e 10 salários mínimos
(SM) (26,4%) e entre 3 e 5 SM (19,4%). Outros dados mostraram que 2,4% relataram não ter nenhum
tipo de renda, 0,4% ganhavam até meio salário mínimo, 2,9% entre 0,5 e 1 salário mínimo, 12,6%
mais de 1 a 2 salários mínimos, 13,7% mais de 2 a 3 salários mínimos. salários mínimos, 17,1% mais
de 10 a 20 salários mínimos e 5% ganhavam mais de 20 salários mínimos.

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Quanto à escolaridade, observou-se que 0,7% dos entrevistados relataram não ter
concluído o ensino fundamental, 0,5% ter concluído o ensino fundamental, 1,9% não
ter concluído o ensino médio e 9,1% ter concluído o ensino médio, ou seja, um
percentual de 12,2. % da amostra concluiu apenas um determinado nível do ensino
básico. Em contrapartida, um maior percentual da amostra (87,8%) tinha acesso ao
ensino superior, com 26,4% dos entrevistados relatando ensino superior incompleto,
23,8% ensino superior completo, 6,5% pós-graduação incompleta e 31,1% pós-
graduação completa. -graduação.
Ao cruzar a escolaridade com o pertencimento político, observou-se que as pessoas
que se declaravam de esquerda concentravam-se na pós-graduação completa
(37,8%), no ensino superior incompleto (28,3%) e no ensino superior completo
(19,3%). categorias, enquanto a direita se concentrou nas categorias ensino superior
completo (28,3%), ensino superior incompleto (24,5%) e pós-graduação completa
(24,5%). Houve associação estatisticamente significativa mostrando que os
esquerdistas eram ligeiramente mais escolarizados que os direitistas [ ² = 43,82; gl =
7; p < 001]. Observou-se também que as mulheres estavam concentradas na
pertença política de esquerda (62%), enquanto os homens estavam na direita
(67,9%). Houve associação estatisticamente significativa entre as variáveis [ ² =
70,96; gl = 2; p < 001].
Quanto à concordância com a afirmação de que o Brasil está dividido politicamente,
obteve-se média geral de 5,1 (DP = 1,25) em uma escala de seis pontos, com o grupo
de esquerda apresentando média um pouco superior (M = 5,29, DP = 1,17). ) do que
o grupo de direita (M = 5,04, DP = 1,30) [t(726) = 2,76; p < 0,01).

Representações Sociais Ingroup e Outgroup


Na análise prototípica, a constituição da estrutura das RS nas descrições do
endogrupo e do exogrupo aparece por meio de elementos com maior frequência,
sendo que aqueles evocados primeiro tinham maior probabilidade de pertencer ao
núcleo central, enquanto aqueles com menor frequência e evocados posteriormente
representavam o núcleo central. periferia de representação (Wachelke et al., 2016).
Nas Tabelas 1 e 2 podem ser observados os elementos que os grupos de esquerda
e de direita utilizavam para se descreverem (ingroup). Para esta análise foram obtidas
2019 evocações, das quais 658 eram palavras diferentes, e aquelas com frequência
superior a 1 foram consideradas nas análises. No grupo de direita, obtivemos
frequência intermediária de palavras (f) de 7,31 e ordem média de evocação (MEO)
de 1,92. O grupo de esquerda apresentou f = 6,25 e MEO = 1,89.

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No quadrante superior esquerdo de cada um dos diagramas estão elencados os


elementos que constituíram o possível núcleo central das RS dos próprios grupos
de esquerda e de direita. Na amostra de indivíduos que se autodenominaram de
esquerda, as palavras que se destacaram para descrever o endogrupo e tiveram
maior frequência de evocação foram: “igualdade” (62), “empático” (47) e “justiça” (40). .
Este último elemento obteve maior ativação em relação aos dois primeiros citados,
com MEO = 1,5. Outros elementos como “liberdade”, “justa”, “democracia”, “justiça
social” e “direitos humanos” também foram importantes para o grupo, mostrando
uma RS ligada ao modelo ideológico de esquerda. A palavra “consciente” foi a
que obteve maior ativação (MEO = 1,2), apesar de sua menor frequência de
evocação (15).

MEO ÿ 1,92 MEO > 1,92


Elemento F*MEO** Elemento F*MEO**

Igualdade 62 1.9 Direitos de 24 2

Empatia 47 1,9 19 2.2


Justiça 40 Equidade 1.5 Humanista 19 2.2
Liberdade 29 1,8 Luta 1.9 16 2
Apenas 29 Educação 15 2
fÿ

Democracia 24 1.7 Comunidade 1.6 14 2.2


Justiça social 23 Respeito 1.8 14 2.4
Social 17 Tolerante 11 2.1

Direitos humanos 15 1.7 Progressivo 9 2


Consciente 15 1.2

Solidariedade 15 1,9

Equilibrado 7 1.7 Diversidade 7 2


Racional 7 1.9 Saúde 7 2.1
Militante 5 1.8 Justiça 6 3

Comunidade 4 1,5 Realista 5 2.4


Moderado 4 1 Iluminado 5 2
f<

Considerado 4 1 Resistência 5 2.4

Revolucionário 4 1,8 Inclusão 5 2.2


Liberal 4 1,8 Confidencial 4 2.2
Preocupado 4 1.8 Revolução 4 2,5

Desigualdade 3 1.7 Fraternidade 4 3

Lutadores 3 1.7 Honesta 3 2.3

Nota: *F = frequência de evocação **MEO = Ordem Média de Evocação

Tabela 1. Diagrama de quadrantes da descrição intragrupo dos participantes de esquerda

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MEO ÿ 1,89 MEO > 1,89


Elemento F*MEO** Elemento Merda* MEO**

Liberdade 49 1.6 Honesto 32 1,9


Conservador 34 1.5 Família 25 1,9
Justiça 25 1.4 Apenas 21 1,9

Inteligente 23 1.8 Trabalhadores 17 2.1


fÿ
Liberal 23 1.6 Patriota 16 2.2
Liberalismo 13 1.6 Justiça 14 2.9
Realista 12 1.8 Progresso 1.5 12 2.1
Equilibrado 11 Coerente 12 2.2
Racional 11 1.5 Respeito 1.4 10 2.1
Sensível 10 Igualdade 1.5 9 2.1

Capitalista 10 Meritocracia 1.7 Direitos 9 2.1

Diálogo 6 6 2
Ética 6 1.8 Valores 5 2
Mercado livre 5 1.4 Futuro 5 2
Moderado 5 1.4 Estúdios 5 2
Ordem 5 1.4 Crescimento 5 3
f<

Cético 5 1.6 cristão 5 2


Libertário 5 1.4 Desenvolvimento 1.5 5 2.6

Prosperidade 4 Empático 1.8 4 2,5


Correto 4 Esperança 1.2 4 2.2
Informado 4 Disciplina 1.8 Deus 4 2.2
Nacionalismo 4 4 2

Nota: *F = frequência de evocação **MEO = Ordem Média de Evocação

Tabela 2. Diagrama de quadrantes da descrição intragrupo dos participantes de direita

Em comparação, no grupo de direita, as palavras com maior frequência de


evocação tiveram maior taxa de ativação do que as do grupo de esquerda, apesar
de terem menor frequência quando comparadas ao mesmo grupo: “liberdade” ( f
= 49, MEO = 1,6); “conservador” (f = 34, MEO = 1,5); e “justiça” (f = 25, MEO =
1,4). Ressalta-se que, em ambos os grupos, o elemento “justiça” obteve lugar de
destaque, pois permaneceu entre as palavras com maior frequência e maior taxa
de ativação para se descreverem. Outros elementos centrais da direita foram:
“inteligente”, “liberal”, “liberalismo” e “realista”. Os elementos “liberdade”, “liberal”
e “liberalismo”, ocupando este primeiro quadrante, também mostraram a RS
vinculada à concepção de modelo econômico do grupo de direita.

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Ainda no que diz respeito ao quadrante da zona de contraste, no grupo de direita,


os elementos que foram mais frequentes e que também convergiram de forma
semelhante para uma representação de comportamento mais estabilizada foram:
“diálogo” (6), “ético” (6) e “moderado” (5). Apesar da baixa frequência, esta última
palavra foi a mais prontamente evocada em relação à primeira, com MEO = 1,4.
Outros elementos como “mercado livre”, “ordem” e “libertário” mostraram pronta
evocação (1.4) e expressaram uma representação de um modelo político baseado
no patriotismo/conservadorismo, bem como no modelo de mercado neoliberal.

No quadrante superior direito, o grupo de esquerda se descreveu como: “equidade”


(24), “direita” (19), “humanista” (19) e “luta” (16), o que novamente expressou ideais
políticos permeados pelos movimentos sociais e económicos no domínio socialista.
Já o grupo de direita utilizou as palavras “honesto” (f = 32), “justo” (f = 21) e
“trabalhadores” (f = 17) com altas frequências de evocações, e reiterou o
comportamento reto e correto. Ainda no mesmo grupo, os elementos “família”,
“patriota” e “progresso” apresentaram representações permeadas por ideais
conservadores em que favoreciam o mesmo grupo, tanto na família como na nação.

Na segunda periferia, ou quadrante inferior direito, o elemento mais destacado


utilizado pelo grupo de esquerda para se descrever foi a “diversidade” (f = 7 e MEO
= 2), que apontou para a primazia da liberdade e a pluralidade de formas de existir.
Outros elementos que convergiram com essa ideia também apareceram: “resistência”,
“inclusão” e “sensível”. Da mesma forma, também foram destacados os elementos
“saúde” e “justiça”. No grupo de direita apareceram elementos que envolvem
preocupação com o futuro, tais como: “certo”, “valores”, “futuro”, “estudo” e
“crescimento”. Por fim, outros elementos como “cristãos” e “Deus” sinalizaram
importância para o âmbito religioso.
As Tabelas 3 e 4 mostram os elementos listados para os grupos externos dos grupos
de esquerda e de direita. Para esta análise foram obtidas 1985 evocações e, destas,
760 eram palavras diferentes, sendo analisadas aquelas com frequência superior a
1. No grupo de esquerda obtivemos f = 6,57 e MEO = 1,89.
O grupo de direita apresentou f = 0,97 e MEO = 1,85.
No quadrante superior esquerdo, os elementos possivelmente centrais dos grupos
de esquerda em relação à direita eram “egoístas”, “ignorantes”, “individualistas”,
“intolerantes”, “conservadores”, “extremistas”, “conservadoristas”. ”, “fascista” e
“injusto”. Apesar da frequência de evocação um pouco menor, os elementos
“extremista” (24) e “fascista” (17) tiveram ambos uma activação mais elevada (MEO
= 1,5) em comparação com as outras palavras. Referem-se a estereótipos ideológicos
e políticos. O grupo de direita apresentou elementos que também remetiam a
estereótipos. As palavras mais evocadas para descrever o exogrupo foram: “corrupção” (32) e “intolerân

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Polarização Política e Relações Intergrupais: um estudo sobre Representações Sociais no Brasil 11

formiga” (22). O elemento “extremista” apresentou alta frequência e ativação (f =


21, MEO = 1,3). Outros elementos como “utópico”, “comunista”, “autoritário”,
“iludido” também ganharam importância. As palavras “socialismo” e “socialista”
vieram a seguir. No quadrante inferior esquerdo, ou zona de contraste, observou-
se que o grupo esquerdista listou o item “desinformação” (f = 6, MEO = 1,3)
como a melhor descrição para o outro grupo, conseguindo uma boa frequência e
melhor ativação. em comparação com os seguintes: “arrogante”, “atraso”, “rígido”,
“agressivo”. Os elementos “capitalista” (f = 5, MEO = 1) e “racista” (f = 5, MEO =
1,4) apareceram em seguida como os itens mais prontamente evocados e
indicaram importância para a descrição do exogrupo, pois o primeiro revelou um
estereótipo de um modelo econômico, e este último, de preconceito. Em relação
ao grupo de direita, as palavras que tiveram destaque foram “agressivo” e
“injusto”. As palavras “bem-estarismo”, “inocente”, “dependente”, “comunismo”,
“revolucionário” e “idólatra” dialogaram em ideologias estereotipadas do grupo de esquerda.

MEO ÿ 1,89 MEO > 1,89


Elemento F*MEO** Elemento F*MEO**
Egoísta 52 1.7 Meritocracia 30 1.8 2

Ignorante 44 Preconceito 27 Preconceito 2.1


Individualista 37 1,8 Desigualdade 20 2,5
Intolerante 30 1,8 18 2.2
Conservador 24 1.8 Alienado 14 1,9
fÿ

Extremista 24 1,5 Capitalismo 13 2.2


Conservadorismo 19 1,7 Dinheiro 1,5 11 2
Fascista 17 Elitista 10 2.2
Injusto 15 1.8 Violência 9 2.1
Radical 14 1.7 Egocêntrico 9 2
Odiar 11 1,8 Hipócrita 8 2.1
Desinformado 6 1.3 Fanático 6 2

Arrogante 6 1.7 utópico 5 2.2


Atraso 5 1.6 Religião 5 2.8

Rigidez 5 1.6 Desinformado 5 2.6

Agressivo 5 1,6 Indiferente 5 1,6 Homofóbico 2.6


f<

Direitista 5 4 1,8 Burro 4 2.8


Liberal 5 2.2

Capitalista 5 1 Racismo 4 2,5

Privilegiado 5 1.8 Potência 4 2,5


Racista 5 1.4 Desrespeito 4 2,5
5 3 Nota: *F = frequência de evocação
Reacionário 1.6 Manipulação 2.3

**MEO = Ordem Média de Evocação

Tabela 3. Diagrama de quadrantes da descrição do grupo externo de participantes de esquerda

Quadrantes de Psicologia | 2022, vol. 24, nº. 3, e1643


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12 Giacomozzi, Andréia Isabel; Tavares, Amanda CA; Silveira, Anderson e Justo, Ana Maria

MEO ÿ 1,85 MEO > 1,85


Elemento Elemento F*MEO** F*MEO**

Corrupção 32 1.8 Radicais 19 1,9


Intolerante 22 1.7 Hipócrita 18 1,9
Extremista 21 1.3 Alienado 17 2.1

utópico 12 1,5 Ignorante 1,5 16 2.2

fÿ
Comunista 10 Egoísta 14 2.2
Autoritário 10 1.5 Ingênuo 11 2
Iludido 8 1.6 Mudo 11 2.4
Socialismo 8 1.5 Desonesto 11 1,9
Socialista 8 1.6 Fanático 10 2

Respeito 7 1 Desrespeito 9 2.2

Manipulado 7 1.1 Democracia 7 2.1

Agressivo 4 1.8 Desinformado 4 2,5


Injusto 4 1.5 Invejoso 4 3
Bem-estarismo 4 1.5 Gado 4 2
Inocente 4 1.8 Desigualdade 4 2,5

Dependente 4 1 da Fome 3 2.3


f<

O comunismo 4 1.8 Doutrinação 3 2

Revolucionário 4 1.2Lula 3 2.3


Idólatra 4 1.5 Egocêntrico 1.5 3 2
Vagabundo 4 Coletividade 3 2.3
Desinformação 4 1.5 Vitimismo 3 2.3
Esquerda 4 1.5 Socialista 3 3

Nota: *F = frequência de evocação **MEO = Ordem Média de Evocação

Tabela 4. Diagrama de quadrantes da descrição do grupo externo de participantes de direita

No quadrante superior direito, o grupo de esquerda listou o item “meritocracia” (f =


30, MEO = 2) para descrever o grupo externo, o que mostra uma concepção
representativa de um grupo que tem como “crença em um mundo justo”. sua
fundação. As palavras “preconceituoso” e “preconceito” apareceram com
frequência e, por serem sinônimos, também demonstraram importância para o
grupo. Outros elementos, como “desigualdade”, “alienado”, “capitalismo”,
“dinheiro” e “elitista” também foram destacados e reafirmaram a concepção do
grupo adversário de ideias de representação que eram principalmente económicas.
Em relação ao grupo de direita, elementos como “radical” (19), “hipócrita” (18) e
“alienado” (17), “ignorante” (16), “egoísta” (14), “ingênuo” (11) ), “burro” (11),
“desonesto” (11) e “fanático” (10) frequentemente ganharam força em elementos,
evidenciando as concepções negativas do exogrupo.

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Polarização Política e Relações Intergrupais: um estudo sobre Representações Sociais no Brasil 13

Por fim, na segunda periferia, ou quadrante inferior direito, o grupo de esquerda listou
o elemento “fanático” como a melhor descrição para o grupo externo (f = 6, MEO = 2),
e em seguida: “utópico”, “religião” , “desinformado” e “indiferente”, o que indica uma
ideia representativa de alienação sobre o mundo. Também houve elementos ligados
ao preconceito: “homofóbico” e novamente “racismo”. Por fim, ainda no que diz
respeito aos afetos, o grupo de direita também elegeu elementos próximos da alienação
para descrever o exogrupo, tais como: “desinformado”, “invejoso” e “gado”. Este grupo
também utilizou elementos como “fome”, “desigualdade” e “doutrinação” para designar
uma representação da falta de apoio económico e alienação do grupo de esquerda
da esfera social.

Percepções do sistema político, da mídia e da crença em um mundo justo


Quanto à crença no sistema político brasileiro, a afirmação: “Em geral, o sistema
político brasileiro funciona como deveria” teve média geral muito baixa (M = 1,72, DP
= 1,06) na escala de seis pontos, com direita grupos de esquerda apresentando média
superior (M = 1,92, DP = 1,23) do que grupos de esquerda (M = 1,52, DP = 0,8).
A diferença entre as médias foi de 0,40 [t(629,45)= 5,27; p<0,001]. E quanto à
assertiva: “O funcionamento da maioria das políticas públicas atende ao interesse
geral da população”, a média geral também foi bastante baixa (M=2,0; DP = 1,06), sem
diferença entre os grupos, conforme Tabela 5.
A partir da pergunta: “Você mudaria sua posição política se um governo com posição
diferente da sua trouxesse melhorias ao país?”, obtivemos média geral de 3,60 com
DP = 1,81, com os grupos de esquerda apresentando média inferior (M = 3,46; DP =
1,67) do que os grupos de direita (M = 3,75; DP = 1,93). A diferença entre as médias
foi de 0,28 [t(719,35) 2,12; p < 0,05].

Em relação à confiança dos participantes nos meios de comunicação brasileiros, a


média geral da amostra ficou um pouco abaixo do ponto médio da escala (3,0) (M =
2,53; DP = 1,34). Os grupos de esquerda tiveram médias ligeiramente superiores (M =
2,82, DP = 1,28) do que os grupos de direita (M = 2,24, DP = 1,35), com diferença
estatisticamente significativa [t(734) = 5,96; p < 0,001].
E em relação às médias da escala CMJ, houve diferenças entre as médias dos grupos,
com o grupo de esquerda apresentando média menor (M = 2,15; DP = 0,8) do que o
grupo de direita (M = 3,37; DP = 1,0). A diferença entre as médias foi de 1,22 [t(704,22)
= 17,81; p < 0,001].

Quadrantes de Psicologia | 2022, vol. 24, nº. 3, e1643


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14 Giacomozzi, Andréia Isabel; Tavares, Amanda CA; Silveira, Anderson e Justo, Ana Maria

Diferença
Político Padrão
Itens avaliados n Significar Entre o
posição Desvio
significa

ASA direita 368 3,37 1,0


Média do mundo justo [t(734) = 5,96;
escala p < 0,001].
ASA esquerda 368 2.15 .8

O funcionamento da maioria ASA direita 368 2.08 1.14


[t(718,37)=
políticas públicas atendem
1,76;
interesse geral da população 1,00
ASA esquerda 368 1,94 p > 0,05]

Em geral, o brasileiro ASA direita 368 1,92 1.23 [t(629,45)=


sistema político funciona como 5,27;
deveria ASA esquerda 368 1,52 .8 p<0,001]

Tabela 5. Crença num mundo justo e no sistema político

Experiências de violência política e sentimentos associados


Quanto a ter sofrido alguma forma de violência política, 48% dos participantes
relataram ter sofrido violência verbal pessoalmente e 5% relataram ter sofrido
alguma forma de violência física. Ressalta-se que 77% dos participantes relataram
ter sofrido violência pelas redes sociais, como Facebook, Twitter, YouTube,
Instagram, e 68% exclusivamente pelo WhatsApp. Além disso, 72% relataram
conhecer alguém que sofreu violência política nos últimos dois anos, mais
frequentemente através das redes sociais.
Em uma escala de seis pontos, onde um corresponde a nenhuma vez e seis
corresponde a muitas vezes, ao comparar as médias dos grupos com diferentes
orientações políticas sobre terem sofrido violência por questões políticas, observou-
se que as médias foram semelhantes para ambos os grupos por meio do
Facebook, Twitter, YouTube e Instagram (M = 3,05; DP = 1,9). Já as médias para
o WhatsApp foram de 1,97 DP = 1,66, para os grupos de direita e 2,37 (DP = 1,55)
para os grupos de esquerda, mostrando que os grupos de direita relataram ter
sofrido menos violência por meio do WhatsApp [ t(730) = 3,34; p < 0,01], conforme Tabela 6.
Ao ter sofrido violência verbal pessoalmente, houve uma diferença marginalmente
significativa entre direitistas (M = 1,96; DP = 1,42) e esquerdistas (M = 2,16; DP =
1,44) [t(734) = 1,96; p < 0,001]).

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Polarização Política e Relações Intergrupais: um estudo sobre Representações Sociais no Brasil 15

Se tais conflitos ocorreram, onde e com que frequência ocorreram?

Erro padrão
Político Padrão
n Significar do
posição Desvio
significar

ASA direita 368 2.17 1.272 0,066


Local: WhatsApp
ASA esquerda 368 2,64 1.436 0,075

Local: Facebook, Twitter, ASA direita 368 2,93 1.606 0,084


YouTube e/ou
Instagram ASA esquerda 368 3.08 1.697 0,088

ASA direita 368 2.27 1.328 0,069


Local: no trabalho/escola
ASA esquerda 368 2,47 1.265 0,066

ASA direita 368 1,95 1.234 0,064


Local: em casa
ASA esquerda 368 2,61 1.487 0,078

ASA direita 368 1,63 1.047 0,055


Local: na rua
ASA esquerda 368 1,83 1.130 0,059

ASA direita 368 1,61 .931 0,049


Local: em eventos ou
festas 368 1,96 1.159 0,060
ASA esquerda

Tabela 6. Conflitos por motivos políticos

Quanto a ter causado violência em grupos adversários, 42% relataram tê-la causado
nas redes sociais (Twitter/YouTube/Instagram); 30% via WhatsApp; 24% relataram
ter causado violência verbal pessoalmente e 2% violência física. Em relação às
diferenças entre os grupos, numa escala de seis pontos, o grupo de esquerda
apresentou média ligeiramente superior (M = 1,71, DP = 1,21) por ter provocado
através do WhatsApp do que o grupo de direita (M = 1,50, DP = 1,13) [t(730) = 2,45;
p < 0,05]. O cenário inverte-se no que diz respeito a ter causado violência física,
onde a média dos participantes de direita (M = 1,09, DP = 0,54) foi ligeiramente
superior à dos participantes de esquerda (M = 1,01, DP = 0,09) [t (3870 = 2,95;p
< 0,005].
No que diz respeito aos conflitos decorrentes de divergências políticas, medidos
numa escala de seis pontos (onde 1 = nunca e 6 = sempre), a família e os amigos
tiveram o valor mais elevado (M = 3,13; DP = 1,42); conhecidos (M = 2,99; DP =
1,44) e estranhos (M = 2,58; DP = 1,53). Em relação a parentes/amigos [t (730) = 6,27; p <

Quadrantes de Psicologia | 2022, vol. 24, nº. 3, e1643


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16 Giacomozzi, Andréia Isabel; Tavares, Amanda CA; Silveira, Anderson e Justo, Ana Maria

0,001] e conhecidos [t (731) = 3,17; p<0,005], a média da frequência de ocorrência


de conflitos foi significativamente maior no grupo de esquerda.
Quanto a ter vivenciado conflitos e desentendimentos com amigos e familiares sobre
política, foram questionados os sentimentos acessados pelo participante no
momento da vivência. O sentimento mais acessado foi a Decepção às vezes sentida
por 27,9%, e frequentemente ou sempre sentida por 50% dos participantes. A
tristeza foi sentida algumas vezes por 27,7%, frequentemente ou sempre por 37,6%,
enquanto a raiva foi sentida por 31,8% em algumas discussões políticas,
frequentemente ou sempre por 34,2% dos participantes. Comparando a frequência
de ocorrência, a partir do pertencimento político, observou-se que os indivíduos de
esquerda relataram sentir mais raiva [t(608,9) = 6,37; p < 001]; mais tristeza [t(632)
= 6,34; p < 001] e mais decepção [t(606,78) = 4,86; p < 001].

DISCUSSÃO

Este estudo buscou investigar como as RS de um grupo em relação a outro


(indivíduos com posição política oposta) podem estar influenciando as relações
entre tais grupos e seus conflitos, bem como compreender como a polarização
política está afetando o relações cotidianas entre grupos de pessoas, amigos e
parentes. Observou-se que o sexo feminino se identificou com maior frequência
com o grupo de esquerda. Este facto também foi notado nas últimas eleições
presidenciais (2018), quando homens e mulheres dividiram os seus votos de uma
forma inédita na história do país. Como exemplo, o movimento popular #EleNão ,
organizado contra a eleição de Jair Bolsonaro, era liderado por mulheres, e ele foi o
candidato mais rejeitado pelas mulheres, visto que pesquisas do Datafolha
mostraram, no vez, que 52% das mulheres não votariam nesse candidato (Rossi et
al., 2018). Outro aspecto referente ao perfil dos participantes foi a escolaridade
ligeiramente superior entre os indivíduos de esquerda, embora isso possa ter ocorrido
em função do sexo, uma vez que as mulheres possuem maior escolaridade que os
homens no Brasil (PNAD/IBGE, 2019).
Observou-se também que a maioria dos participantes considerava o Brasil dividido
politicamente. Isto denota a ideia de uma forte polarização política, que é demonstrada
nas RS ingrupais e intergrupais identificadas. A análise estrutural das RS dos grupos
de esquerda em relação ao grupo interno mostrou que os possíveis elementos
centrais eram “igualdade, empatia, justiça e liberdade”. A importância hierárquica
do elemento “igualdade”, quando somado aos demais elementos seguintes, destaca
o destaque dos aspectos representacionais que permeiam os âmbitos político,
social e econômico do chamado grupo de esquerda.
Além disso, o elemento “justiça”, o terceiro na hierarquia, foi um dos elementos mais
prontamente evocados. Quanto ao grupo de direita, os elementos que constituem

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Polarização Política e Relações Intergrupais: um estudo sobre Representações Sociais no Brasil 17

Os possíveis núcleos centrais do endogrupo foram: “liberdade, conservadorismo


e justiça”. Vale ressaltar que, em ambos os grupos, o elemento “justiça” teve
destaque por permanecer entre as palavras com maior frequência e melhor taxa
de ativação. Os elementos “igualdade”, evocado pelo grupo de esquerda, e
“liberdade”, pela direita, para definir o endogrupo levanta questões importantes
para analisar as RS envolvidas na esfera da polarização política.Na história, a
direita está mais associada à defesa da tradição, garantia da ordem e proteção
da direitos individuais, o que exclui o paternalismo do Estado (Bobbio, 2017).
Assim, a direita estaria mais ligada à valorização da liberdade individual. Por sua
vez, a igualdade seria um ideal geralmente associado à esquerda, ou seja,
promovendo uma sociedade mais igualitária e com maior distribuição de
renda.Nesse sentido, a igualdade é um elemento que parece dividir grupos de
direita e de esquerda, uma vez que aqueles que a defendem acreditam que as
desigualdades podem ser abolidas ou minimizadas, enquanto aqueles que são
contra tenderiam a naturalizar as desigualdades. Segundo Norberto Bobbio
(2020), liberdade e igualdade são contraditórias e binárias: quem defende ou não
a igualdade; e aqueles que favorecem um Estado maior em detrimento da
liberdade individual. Tais resultados encontrados na análise prototípica das
evocações referentes ao próprio grupo são reiterados pelas diferenças nas
médias entre os grupos na escala CMJ.
Ressalta-se também que os elementos “liberdade” e “justiça” aparecem nas RS
referentes ao endogrupo de ambos os grupos. Contudo, ao considerar as
relações entre os elementos que compõem as RS, organizados em sistemas
centrais e periféricos (Abric, 2003), pode-se afirmar que eles possuem significados
diferentes para os grupos. Para o grupo de direita, “liberdade” denotaria uma
concepção mais associada à liberdade económica individual, enquanto para o
grupo de esquerda poderia referir-se às liberdades fundamentais garantidas pela
Constituição de 1988 (Costa, 2019). Esta inferência é apoiada pela análise dos
elementos periféricos identificados na análise prototípica.
Para o grupo de esquerda, os elementos da primeira periferia, ou seja, “equidade,
direitos, humanismo, coletividade e respeito”, e da segunda periferia,
nomeadamente, “diversidade, justiça, resistência e inclusão”, têm um papel
complementar e específico em relação ao núcleo central (Abric, 2003). Os
elementos das periferias confirmam a inter-relação com os elementos centrais
da representação. Quando os elementos “igualdade” e “liberdade” ganham
destaque no núcleo central, a periferia especifica como os participantes entendem
esses elementos, a partir de concepções de equidade (social/econômica), direitos
e diversidade social.

Quadrantes de Psicologia | 2022, vol. 24, nº. 3, e1643


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18 Giacomozzi, Andréia Isabel; Tavares, Amanda CA; Silveira, Anderson e Justo, Ana Maria

No grupo de direita, os elementos da primeira periferia, “família, trabalhadores,


patriotas, progresso e meritocracia”, e da segunda periferia, “valores, crescimento,
cristão e disciplina”, estão relacionados com o núcleo central. Assim, as palavras
“liberdade” e “conservador”, destacadas no núcleo central, podem ser compreendidas
a partir dos elementos mais pragmáticos mostrados nas periferias. Assim, a
“liberdade” pode ser associada à economia através das palavras “trabalhadores,
progresso, crescimento e meritocracia” e o “conservadorismo” materializa-se nos
elementos “família, patriotas, valores, cristãos e disciplina”.
O termo “justiça” parece ser central para ambos os grupos, mas também pode ser
compreendido na interação com as periferias. Para a esquerda: “equidade, direitos,
respeito, tolerante, esclarecido, inclusão e honesto”, e para a direita: “honestos,
justos, trabalhadores, coerentes, respeitosos, direitos e estudiosos”. Esses
elementos apresentados nos sistemas endogrupais periféricos destacam funções
convergentes, denotando que o sentimento de “justiça” é um componente importante
na sua autoafirmação.

Os processos identitários são marcados pela díade identidade/diferença envolvida


nas percepções dos grupos sociais (Tajfel, 1981), o que remete à importância de
considerar a relação endogrupo/exogrupo na abordagem das RS associadas ao
fenômeno de polarização política. Quanto às RS dos grupos de esquerda relativas
ao grupo externo, os possíveis elementos centrais foram: “egoísta, ignorante,
individualista, intolerante, conservador, extremista, conservadorismo, fascista e
injusto”. Apesar da menor frequência de evocação, os elementos “extremistas e
fascistas” foram prontamente evocados em comparação com os demais. Esses
elementos remetem a uma RS que está relacionada a aspectos associados a
estereótipos ideológicos políticos. Por outro lado, ao descrever o grupo externo, o
grupo de direita destacou “corrupção e intolerância”. A palavra “extremista” bem
como os elementos “utópico, comunista, autoritário e iludido” também foram
destacados.
Ao analisar os elementos presentes nas RS do exogrupo, podemos ampliar a
compreensão dos termos “justiça” e “liberdade”, atribuídos ao próprio grupo, uma
vez que a representação do endogrupo pode estar pautada nas ideias do grupo
oposto. diferença (Tajfel, 1981). Os elementos utilizados para descrever o grupo
externo pelo grupo de esquerda, nomeadamente, “individualismo, preconceito e
desigualdade”, vão contra as noções de “justiça” e “igualdade” utilizadas para descrever o grupo intern
E para analisar o grupo de direita, os elementos que, por oposição, corroboram o
entendimento dos termos “justiça” e “igualdade” são “corrupção, intolerante,
extremista, utópico e comunista”, e “radical, hipócrita”. , alienados, ignorantes e
desinformados”. Assim, para a direita, “justiça” e

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Polarização Política e Relações Intergrupais: um estudo sobre Representações Sociais no Brasil 19

“liberdade” são elementos que sustentam uma visão de uma comunidade menos
corrupta, intolerante, radical e hipócrita.
Destaca-se o papel que os estereótipos desempenham na articulação de ideias
construídas através das relações intergrupais, pois são produzidos a partir de fatores
motivacionais e identitários ligados à dinâmica social de grupos e ideologias.
Marcos Emanoel Pereira et al. (2003) apontam que os estereótipos surgem quando os
indivíduos inicialmente imaginam e definem o mundo, e depois o observam. Esse
mecanismo de pensamento é obtido a partir da categorização, que permite simplificar a
realidade para selecionar elementos do estímulo e agrupá-los em uma categoria
unificada. Assim, as opiniões relativas ao grupo externo são geralmente construídas
pelo pensamento categórico e manifestam-se através de crenças estereotipadas
partilhadas pelos membros do grupo. Este é um preconceito intergrupal, onde existe
uma vontade de classificar os membros do grupo externo como mais homogéneos do
que os do grupo interno, bem como uma tendência relacionada para beneficiar os
membros do grupo interno em detrimento daqueles do grupo externo (Tajfel, 1981; Pereira e outros, 2003).
As RS são caracterizadas como conhecimentos estruturados com função importante na
forma como os indivíduos agem diante da realidade (Rouquette, 1998). Para os
participantes deste estudo, a representação do seu grupo e do grupo adversário está
relacionada com estereótipos de grupos políticos nos domínios social e económico. Os
elementos centrais referem-se a uma dimensão avaliativa da RS, enquanto os elementos
periféricos são mais dinâmicos, referem-se a especificidades e a uma dimensão de
representação mais objetiva (Abric, 2003). As RS identificadas evidenciam a polarização
política no Brasil e remetem ao sistema de forças descrito por Ignacio Martin-Baró
(1988) em que a posição de um grupo pressupõe a referência negativa à posição de
outro, considerado rival. A polarização política é um fenômeno que permeia diversas
instâncias; não está apenas no raciocínio filosófico, mas também nas teorias políticas,
bem como nas RS e nas políticas públicas, que são questões concretas na vida política
quotidiana das pessoas. Desta forma, a análise representacional da polarização política
pode ajudar a compreender o contexto em que os indivíduos vivem e se relacionam
entre si. Tal rivalidade, marcada pela polarização política, causa intolerância para
ambos os lados, gera insatisfação e reduz o nível de representação política,
desgastando os preceitos democráticos e a legitimidade dos representantes (Costa,
2019).
Foi observada profunda insatisfação com o sistema político brasileiro entre os
entrevistados, e esse sentimento é mais pronunciado entre os de esquerda,
provavelmente porque vivemos atualmente sob um governo de direita. A confiança dos
participantes na mídia brasileira ficou ligeiramente abaixo do ponto médio da escala,
com os grupos de esquerda tendo uma média ligeiramente superior aos grupos de direita. Nisso
Neste sentido, face à sobrecarga de informação na Internet, os tempos são difíceis para

Quadrantes de Psicologia | 2022, vol. 24, nº. 3, e1643


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20 Giacomozzi, Andréia Isabel; Tavares, Amanda CA; Silveira, Anderson e Justo, Ana Maria

a indústria noticiosa considerando a desconfiança no jornalismo e no meio digital em


geral (Newman et al., 2019). Estudos observaram que, entre 38 países, o Brasil foi o
país com maior preocupação manifestada com a veracidade das notícias, pois 85%
dos entrevistados relataram ter tal medo (Newman et al., 2019). Esses dados
despertam atenção, uma vez que se analisa a relação entre a circulação de notícias
falsas e as implicações que isso repercute na democracia, visto que são capazes tanto
de promover desinformação quanto de limitar interpretações que divergem daquelas
predominantemente aceitas em relação às notícias falsas. um certo fato político.
Assim, a Internet e seus veículos de informação tornam-se componentes de suma
importância a serem analisados quando se trata de compreender o âmbito político e
sua relação com a democracia.
Percebeu-se também que os grupos de direita pareciam estar mais dispostos a mudar
a sua posição política se um governo com uma posição diferente da sua trouxesse
melhorias ao país. Além disso, constatou-se que o grupo de esquerda apresentou
frequência média significativamente maior de ocorrência de conflitos entre familiares/
amigos e conhecidos. Além disso, o facto de os grupos de esquerda terem relatado
sentir mais raiva, tristeza e desilusão quando confrontados com conflitos com amigos
e familiares por questões políticas parece sinalizar que os grupos de esquerda estão
mais apegados aos seus valores fundamentais. do que os grupos de direita. No
entanto, estudos sobre volatilidade eleitoral mostram algum questionamento da ideia
de forte adesão a um sistema partidário, uma vez que o comportamento dos eleitores
será instável e volátil ao longo dos anos, ou seja, as conversas com amigos e parentes
e o ambiente político são componentes importantes na a decisão de voto no Brasil
(Costa, 2019).
Quanto às pontuações médias na escala CMJ, o grupo de direita obteve pontuações
médias mais altas. Esta constatação foi corroborada por estudos que observaram que
as tendências para justificar o sistema estão associadas a crenças e valores
politicamente conservadores (Jost, 2017). Além disso, um estudo de Adrian Furnham
(2003) mostrou que em contextos de vulnerabilidade social, como no Brasil, em que
existem desigualdades sociais e econômicas, a CMJ faz as pessoas acreditarem que
aqueles que vivem à margem da sociedade têm menos porque merecem menos.
Dessa forma, as diferenças de classe são consideradas “legítimas”, o que faz da CMJ
uma forma de justificar injustiças e naturalizar experiências como a pobreza e o
racismo (Furnham, 2003; Gouveia et al., 2010).
As redes sociais, nomeadamente Facebook, WhatsApp, Twitter e YouTube, revelaram-
se os meios através dos quais ocorreu grande parte da violência e dos conflitos
políticos. A este respeito, Nelya Koteyko et al. (2013) destacam o meio de interação
digital como um contexto favorável para o surgimento da expressão da contestação
social e política. Sendo anônimas, as expressões de violência são

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Polarização Política e Relações Intergrupais: um estudo sobre Representações Sociais no Brasil 21

identificados em comentários e trocas de mensagens, nos quais os usuários comentam e


emitem prodigiosamente suas opiniões, muitas vezes carregadas de ódio e preconceito,
instigando não apenas práticas violentas, mas também tornando suas postagens um
exercício de violência.

Neste estudo, o fenômeno da polarização política foi abordado a partir de duas dimensões.
Primeiramente, a relação intergrupal foi considerada sob a contribuição teórica das RS.
Verificou-se que os grupos de esquerda e de direita percebem-se de forma diferente, com
alguns elementos comuns, cujos significados se distinguem quando se consideram as
relações entre os diferentes elementos evocados. Por sua vez, a representação do exogrupo
agrava a diferença, trazendo a prevalência de elementos negativos estereotipados, o que
corrobora o fenômeno de polarização descrito por Ignacio Martín-Baró (1988). Além disso, a
caracterização dos grupos, em termos de posições e crenças, mostra diferenças importantes
entre a direita e a esquerda, destacando que convivemos com diferentes formas de pensar e
conceber a sociedade, o que acaba por gerar conflitos e sofrimentos que também parecem
operam de maneiras diferentes entre os grupos. Parece-nos que o viés intergrupal, ao
exacerbar a diferença entre os grupos, estaria contribuindo para a manutenção de
representações e ações polarizadas, uma vez que a identidade de um grupo se constrói a
partir da oposição ao outro. Consequentemente, vivenciam-se a intolerância e a violência
contra a diferença.

Consideramos importante acrescentar que a polarização política pode ser bastante prejudicial,
como pode ser visto na recente pandemia de Covid-19, em que informações polarizadas e
falsas influenciaram indivíduos e grupos na descrença sobre a letalidade da doença e não
-adesão às medidas de higiene e isolamento recomendadas pelas autoridades de saúde em
todo o mundo (de Rosa et al., 2021) e também no Brasil (Giacomozzi et al., 2022; Justo et
al., 2020).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo deu visibilidade à polarização política vivida atualmente no Brasil e à profunda
insatisfação com o sistema político brasileiro vivenciada pelos participantes. Além disso,
observamos RS significativamente diferentes do grupo interno e externo, crenças e posições
dos grupos de direita e de esquerda no Brasil. Tais diferenças e concepções relativamente à
estereotipagem de grupos rivais podem estar no cerne da violência que ocorreu entre eles.

Tanto nas redes sociais como nas relações interpessoais diretas, a polarização política tem
sido alimentada por diferentes visões de mundo e formas distintas de inter-relacionamento.

Quadrantes de Psicologia | 2022, vol. 24, nº. 3, e1643


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22 Giacomozzi, Andréia Isabel; Tavares, Amanda CA; Silveira, Anderson e Justo, Ana Maria

representando fenômenos históricos, sociais e políticos. Esta baseia-se em grupos


de pertencimento e tem sido, consequentemente, pano de fundo para conflitos de
diversas magnitudes. Argumentos menores para casos extremos de violência têm
sido baseados em antagonismos de grupo. Os estudos na área da psicologia social
auxiliam na compreensão dos processos subjacentes, possibilitando a análise de tais
fenômenos que tiveram importante impacto no atual contexto social brasileiro.
Como limitação do estudo, destacamos que, embora a amostra do estudo incluísse
diversas regiões brasileiras, não foi uma amostra representativa. Assim, se por um
lado a estratégia de recolha de dados online permitiu aceder a participantes com
posições políticas distintas (nossa principal variável de interesse), ao mesmo tempo,
também os limitou a um público restrito em termos de rendimento familiar. e educação.
Novos estudos poderão aprofundar o tema estudado, principalmente considerando
a população menos favorecida economicamente.

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ANDRÉIA ISABEL GIACOMOZZI

Ph.D. Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP) e do Departamento


de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, membro do Laboratório de
Psicologia Social da Comunicação e Cognição (LACCOS), Brasil. agiacomozzi@hotmail.com

https://orcid.org/0000-0002-3172-5800

AMANDA CHRISTINE ALBUQUERQUE TAVARES

Psicóloga pela Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.


amandacatavares@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-2756-1065

ANDERSON SILVEIRA

Mestre em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP) e membro


do Laboratório de Psicologia Social da Comunicação e Cognição (LACCOS), Brasil.
andersonsilveirapessoal@gmail.com
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ANA MARIA JUSTO

Ph.D. Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP) e do Departamento


de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, membro do Laboratório de
Psicologia Social da Comunicação e Cognição (LACCOS), Brasil.
justoanamaria@gmail.com
http://orcid.org/0000-0003-2056-3575

FORMATO DE CITAÇÃO

Giacomozzi, Andréia Isabel; Tavares, Amanda Christine Albuquerque; Silveira, Anderson


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Representações Sociais no Brasil. Quaderns de Psicologia, 24(3), e1643. https://
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EDITORIAL DE HISTÓRIA

Recibido: 25-05-2020
1ª revisão: 08-06-2021
Aceito: 07-04-2022
Publicado: 30-12-2022

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