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Psicologia Geral - Parte 3
Psicologia Geral - Parte 3
A3 ILUS0E3 DA PBRCEPÇÂO
— C'omo se vê, fi <jl)n da cartola
é muilo vicnor do quo a altitra
da mesma (vide con/Irmoçdo
n o fi m d o c a p i t u l a ) .
FIGURA il
FIGURA *5
A8 ILL'SÔBS DA PERCBPÇXO
AS 1LU80B8 DA PEROEPÇIO
Tais erros de percepçâo constituem uma conseqiicn- Tôdas as cliamadas "ilusôes de ôtica" dos almana-
cia daquela bellssima capacidade de nosso espi'rito : a es- ques e das revistas, como os truques dos mâglcos, têm
trutura ou sintese mental, Cada fenômeno de percepçâo por causa a alteraçâo de um dos fatôres do esquema que
é um esquema de fatôres fisicos, fisiolôgicos e psi'quicos. nossa consciência jâ tinha formado a respeito de uma
Sempre que um dêsses elementos falta, ou se altera, nos percepçâo qualquer.
so psiquismo o compléta. E da mesma forma, quando
ao conjunto de fatôres ant-igos se junta um elemento Exemplo: pelo meu esquema mental das percepçôes
nôvo,^ essa modlficaçâo logo altera nossa percepcâo a visuals, eu sei que, dados dois objetos do mesmo tama-
respeito do objeto. nho, mas situados a diferentes distâncias de mim, o obje
to mais afastado se apresentarâ mener que o objeto mais
prôximo. Muito bem. Olhando agora para duas figu
ras humanas desenliadas num papel, em dois pianos dife
rentes, e aparentemente do mesmo tamanho, eu dirai lo
go que a mais afastada é maior que a mais prôxima (pois,
como vimos acima, se fôssem do mesmo tamanho, a mais
afastada pareceria mener). Mas êsse desenho (vide fi
gura 51 na pagina 254) foi feito apenas para iludir mi-
nlias percepçôes E, na realidade, as duas figuras sâo
exatamente do mesmo tamanho, como o leitor poderâ
medir com o compassé ou a régua...
For essa razâo é que os programas de ensino mo 1. Teste de percepçâo visual — o taquitoseôpio
dernes nâo sâo divididos em pontos, independentes entre
si, mas sim em unidades de assuntos correlates. Colocar diante do taquitoseôpio (que pode ser uma
Da mesma forma os modernos métodos de ensino. mâquina fotogrâfica, sem o filme, como dissemos no §
baseados na Psicologia. sâo globalizadores, tais como o 101-A) um cartâo, com algarismos, palavras ou dese-
nhos. O aluno olha de dentro da mâquina para fora.
método dos "Centros de Interêsse", de DECROLY e o
" M é t o d o d e P r o j e t o s " , d e D E W E Y: e m v e z d e s e r e m d i
O professor abre e fecha o obturador e pede que o
aluno reproduza o que viu no cartâo. Cada cartâo pode
vididos em "matérias" ou em "pontos" sâo apenas conter 5 algarismos: um escrito em cada canto e um
divididos em "fases" ou unidades de tempo (visto que no meio. O tamanho do cartâo nâo deverâ exceder de
nâo é possîvel dar tudo ao mesmo tempo) (vide Nô- 5 X 4 cm.
TULA n.o 38, abaixo).
2. Teste de percepçâo visual (II)
Nao existindo nem taquitoscôpio, nem maquina, O professor poderâ fazer numerosas experiências
nem quarto escuro, o professor escreverâ as letras ou cbm seus aluhos, nesse sehtido, com o abundante ma
numéros ou palavras sobre uma fôlha de papel, que terial que as revistas e almanaques oferecem sobre as
cobrirâ com um pane. Em seguida, com a maior rapi- "ilusôes de ôtica".
dez possivel, descobrirâ o quadro e tornarâ a cobri-lo,
9. A percepçâo como estrutura (I)
pedindo que o aluno diga o que viu ali.
4. Teste de percepçâo visual (IV) Para verificar a força das nossas estruturas men
tais (conf. dissemos no § 101), fazer o aluno repetir
_ Ainda outra forma de aplicar a experiência : passar uma frase de trâs para diante, palavra por palavra.
ràpidamente diante de uma vitrine, numa loja qual- É muito dificil porque a frase constitui um todo forte-
quer, e notar quantos objetos ali percebeu. Relacionâ- mente estruturado.
los. Depois, voltar à vitrine, para conferir a relaçao
feita com a realidade. Ver-se-â a tendência de nosso 10. A percepçâo como estrutura (U)
espirito de completar os quadros falhos.
o mesmo exercicio: fazer o aluno «petir a frase
5. A percepçâo como sîntese (X) de trâs para diante, porém silaba por silaba. No teste
anterior, a frase o menino viu a bola "P,
verificar experimentalmente o quanto a per- tlda asslm; bola a viu menino o. Neste teste a repeti
sîntese dos nossos sentidos, mandar o çâo correta serâ la-bo-ci'Viu-no-ni-me-o.
os olhos vendados, tocar em vârios objetos,
necidos e desconhecidos, e dizer quais sâo êles. 11. A percepçâo como estrutura (ill)
6. A percepçâo como sintese (II) o mesmo exercicio; mandar o aluno ràpida
mente as letras que formam uma P^lav^ ^er
fecharinf^wo ®^®riência: fazer o aluno, de olhos diante. Exemplo: brastletro, o aluno deverâ oiz
irrepiiiarm!^f simples pedaços de papelâo, cortados o-r-i-e-l-i-S'a-r-b.
apresentarem nenhuma forma
12. prova de Teorla Estruturalista
dos papelôês ° aluno desenhar a forma
■ Verificar que é muito mais fâcil guardar palavras
7. Decomposlçâo da percepçâo comuns do que palavras sem nexo; e mais fâcil g^^rdar
fJ^es do que palavras sôltas. Para isso mandar os
nos ^imnîef°^ ^i^ais ou me- ^Is repetirem as 3 séries seguintes (todas com o
mesmo numéro de palavras) :
m AfftO DO AMAfiÂL t'ONTOtiiiA PâiCÔLÔGiA GÈÎiAL 2BS
I) gloteb — bruniv — castex — reot — cineris 2. DOCKRAY, Floyd — ''General Psychology"; Pren
— oric — sefro — vlica. tice Hall; New York, 1936.
II) casa — elefante — borracha — rio — tinta — 3. FRôBES, José, S. J. — "Tratado de Psicologia
pilula — mulher — feijào. Empirica y Experimental"; Ediciones Fax; Madrid,
1946.
Ill) Os soldados Invadiram cidades pacatas cau-
sando grandes prejuizos. 4. TOULOUSE & PIERON — "Psicologia Experimen
tal"; Jorro Editor; Madrid, 1906.
RESPOSTAS AS FIGURAS
5. WARREN, Howard — "Précis de Psychologie";
Figura 45; cachorro. Figura 46: Mel. Édlpo. Fi Marcel Rivière; Paris, 1923.
gura 47: as duas diagonals sac perfeitamente Iguais.
Figura 48: as linhas pontilhadas dos dois trapézios sâo
iguais. Figura 49: sâo iguais a altura e a aba da
cartola.
Ficba-resnmo:
SS
1) Imagens visuals
2) Imagens auditives
(continus)
268 AFRO DO AMARAL FONTOURA
Ficba-resumo (conclusao) :
11 2 ) E X E R C t C I O S E E X F E R I Ë N G I A S
§ 107) DIFERENÇAENTRE PERCEPÇAO E IMAGEM
11 3 ) L E I T U R A S C O M P L E M E N TA B E S .
o regiVîmes no obj
stro de um capitule
eto emanterior o ®
nossa consci
ência Pois be^
«nagem é a representaçâo de ^
ipr. Em outras palavras: a percepçâo
^ivo, é uma apresentaçào do objeto ^
enquanto a imagem é uma ûm! eTuéde de
^Qntaçao (CUVILLIER). A imagem é uma espécie
oôpia da percepçâo, tal coino a Çdpi^ S
présenta o objeto ausente.
268 APRO DO AMARAL FONTOtmA
Flcha-resnmo (conclusâo) :
Vimos de
noum
capitulo
11 3 ) L E I T C R A S C O M P L E M E N TA B E S .
u registre objetoanterior
em nossao nercencâo ante-
a imagem é a representaçâo de uma p P.
rior, Em outras palavras: a no<;<in esnîrito
é uma avreseniacâo do objeto ao nosso espirito,
^nquant
o a(CtTVILLIER).
sentaçào iZgeré uma A imageni ^ j-e-
^ôpi
a da percepçào, tal como a C^pia fotogrâfica. re
présenta 0 objeto aqsepte.
2 7 0 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICCLCGIA GSRAL 271
PSICOLOGIAGERAL 273
1 0 8 . 4 ) M AT É R I A S E N S Î V E L Q U E E V O C A M —
As imagens correspondem, como vimos, às percepçôes. gens motoras. (Jâ nos referimos a elas, na "classifi-
Por isso elas se classificam, segundo a matéria sensi- caçâo das imagens quanto ao conteùdo".)
vel que evocam, de acôrdo com os vârios ôrgâos dos
sentidos. Assim, as imagens podem ser visuais, auditi- A força dessas imagens motoras é muito poderosa:
vas, olfativas, gustativas, tâteis, quinestésicas e verbals. — "depois de um longo trajeto de estrada de ferro,
0 viajante pode ter durante certo tempo a impressâo
de sentir o movimento do trem". E quando sai de
108.4.1) Imagens visuais — Sâo as mais nume- um navio que jogou muito, o viajante continua tendo,
rosas e as mais fréquentes. Podem referir-se a tôdas as
no corpo e principalmente nas pernas, a impressâo do
proprledades da percepçâo visual (forma, tamanho, cor, balanço da embarcaçâo.
relêvo e localizaçâo no espaço). Em gérai o individuo,
para ter as imagens visuais com mais nitidez, fecha os Sâo as imagens motoras que nos permitem adqui
olhos; mas isso nâo é lei. Hâ algumas pessoas que de rir habitas motores, tais como os de escrever, andar,
olhos abertos representam perfeitamente outros qua- ou tocar piano, ou escrever a mâquina, ou manejar
dros, e nâo misturam os detalhes do quadro que estâo um aparelho qualquer. Os movimentos que o indivi
vendo com os do que estâo imaginando. duo realiza repetidamente se unificam no seu esquema
motor, integram-se no seu prôprio "eu".
108.4.2) Imagens auditivas — Podem, como as Sâo ainda as imagens motoras, associadas às tâc-
Visuais, adquirir grande nitidez. Beethoven, o genial teis que permitem aos cegos lerem, através do "alfabe-
mùsico surdo, tinha imagens auditivas tâo perfeitas que to Braile", em relêvo.
pôde conservar na consciência extensas mùsicas, mes-
mo depois de nâo mais as ouvir. Assim, o aparelhamento da nossa consciência é
tâo maravilhoso que os vârios ôrgâos dos sentidos se
correspondem e se substituem entre si, dando em re-
108.4.3) Imagens olfativas, gustativas e tâteis — sultado que as imagens originârias de determinados
Sâo de menor freqùência e pequena importância. No sentidos se completam com as de outros, ou substituem
entanto, por um fenômeno compensatôrio dos mais in as dos outros (vide NÔTULA n.o 39, abaixo).
téressantes e dificilimo de explicar, os indivlduos des-
providos de outros sentidJos, conseguem, apenas com
estas imagens, chegar a fazer um juizo bem perfeito do NÔTULAS — N.o 39
mundo. Todos sabem que os cegos conseguem ter, sô- O caso de Helen Keler
mente com a conjugaçâo das imagens auditivas e tâ
teis, um conhecimento muito desenvolvido da ciência, O exemplo mais notâvel que a Histôria conhece a respelto
da filosofia e do mundo em gérai. é o de HELEN KELER. que era cega, surda e muda de nascença,
e no entanto conseguiu tamanho desenvolvimento com os sen
tidos que Ihe restavam que se tornou célébré no mundo inteiro
108.4.4) Imagens quinestésicas — Também se pelos seus conhecimentos e pela sua cultura. HELEN KELER
chamam imagens musculares, ou, melhor ainda, ima- chegou a obter imagens tâo perfeitas sobre todo o universo que
terminou por escrever a sua prôpria experiência, num impres-
sionante livro — "A histôria da minha vida".
produz nossas fantasias, nossos devaneios, nossas "vl- em forças e onde nossos desejos aparecem realizados.
soes". Também é ela quem fornece as imagens que O maior poder da criatura humana é talvez êsse de
povoam OS sonhos e as alucinacoes (vide NÔTUDA sonhar acordado, isto é, imaginar, devanear, fantasiar,
no 41). A imaginaçâo é o processo de lihertaçâo de nossas an-
gustias, de nossos recalques e complexes.
11 0 . 1 ) A I M A G I N A Ç À O É F O N T E D E T O D O
PROGRESSO — A imaginaçâo é o primeiro marco de
11 0 . 3 ) A I M A G I N A Ç A O É A F O N T E D A A R T E ,
separaçâo entre o animal e o homem. Com efeito, a DA LITERATURA — A imaginaçâo é a suprema do-
capacidade de imaginar é que faz a grande superio- minadora da arte. Ela se chama a inspiraçào do mû-
ridade das crîaturas humanas. É pela imaginaçâo que
sico, do pintor, do escritor. É a imaginaçâo quem pro
nossa consciência sobe além do nlvel concrete, mul- duz as obras de ficçâo, glorias da literatura universal
tiplica os conhecimentos, vai mais longe do que o 6 enlève para o pensamento de miRiôes de criaturas:
simplesmente percebido pelos sentidos. A invençào é um "Otelo" de SHAKESPEARE, um "Os miserâveis"
uma forma de imaginaçâo: todos os inventes que fazem de VICTOR HUGO, um "Dom Quixote" de CERVAN
a maravilha do mundo atual — a bùssola, a imprensa. TES, um "Braz Cubas" do nosso querido MACHADO
o arranha-céu, 6 râdio, o cinema, o microscôpio, a DE ASSIS. Da mesma forma é a imaginaçâo quem
televisâo — foram o fruto da imaginaçâo de alguém produz a "Serenata" de SCHUBERT, a "Polonaise" de
que "viu" mentalmente cousas até entâo jamais vistas CHOPIN, a famosa tela "A Ceia do Senhor" de LEO
pelos outres homens. NARDO DA VINCI, ou quadros modernistas do nosso
PORTINARI. E ainda as ôperas, as operetas, as comé-
11 0 . 2 ) A I M A G I N A Ç A O É A M A J O R C O N S O L A - dias e os di'amas do teatro e do cinema, bem como as
DORA DA VIDA HUMANA — ,É a imaginaçâo o grande novelas de râdio.
remédie para as nossas desgraças. Ela nos arranca
das realidades tristes da vida e nos leva a ver uma 110.4) OS PERIGOS DA IMAGINAÇAO — A ima
situaçâo melhor, onde nossas fraquezas se transformam ginaçâo é, por outro lado, a fonte de numerosas des
graças, porque leva o individuo a falsear a vida, a
fugir da realidade. O administrador, o chefe que tem
imaginaçâo exaltada, pode praticar os atos os mais
NÔTULAS — N.o 41
absurdos, com prejulzo para a coletividade que dirige
e para a propria sociedade. A falta do sentido de rea-
Inventores on âeseqnUibrados? lidade por parte de certes administradores do BrasU
foi uma das maiores desgraças nacionais...
que?rop?e Imaginaçâo de alguém
vida: trata-se de um sempre nessa dû- A imaginaçâo superexaltada passa a ser doentia,
grande capacidade. um i^vSntîîr ^ criador de Entra-se, entâo, no domlnio da "Patologia da percep-
um ^onhador, um d'SlSniteador O" çâo", estudada no capltulo anterior, pois a imaginaçâo
doentia leva o individuo a ver e ouvir cousas inexis-
coiLS foram a"minc?Dirf ^^jentores e criadorea
até encarcerados
tentes no mundo real. A alucinaçâo é um fenômeno
desse gênero.
\
f^SICOLOQIA GERAL 279
278 AFRO DO AMARAL FONTODRA
Assim também quando o menino monta a cavalo num
E dentro do campo alucinatôrio, o mais comum cabo de vassoura, êle se sente realmente galopando
dos casos de superimaginaçâo é a mania de perse- num cavalo. E a menina que acalenta a boneca nos
guiçào: o individuo se imagina perseguido, cercado de braços sente-a realmente uma criança, tanto que con
pessoas que Ihe querem fazer mal. Em um estado mais versa e ralha com a boneca.
grave, chega a "ver" o inimigo perseguindo-o nas ruas Por ai se vê como é errado, do ponto de vista
e dentro de casa. pedagôgico e psicolôgico, falar na mania de mentir da
A respeito de "imaginaçâo doentia" uma das mais criança. Nem deve ela ser castigada por isso; nâo hâ
notâveis pâginas até hoje escritas é "Le malade ima intençâo de mentir: o que hâ é imaginaçâo ou fàbula-
ginaire" (1673), a deliciosa peça de MOLIÈRE. çâo naturais.
E tanto essa imaginaçâo tem por objetivo preen-
cher um vazio na consciência da criança que, à medida
§ 111) PSICOLOGIA EDUCACIONAL
que vai crescendo, seu poder imaginative vai dimi-
AplicaçÔes do présenté capitnlo à Pedagogla nuindo, vai se adaptando às suas experiências. A
fabulaçâo vai sendo substituida pelo juizo e pelo ra
ciocinio .
assume enorme papel na infâncla.
E a éiwca em que o espirito da criança desperta, Mas a imaginaçâo nâo desaparece totalmente, e,
cresce, tem necessidade de açâo. Mas hâ uma descor- pelo contrârio, como vimos linhas acima, é ela um dos
relaçao entre a atiyidade mental e a ativldade real da grandes motores do mundo.
criança: sua capacidade de agir é diminuta. De forma Nesse sentido, o artista, cujo poder criador é enor
êsse vâcuo com a imaginaçâo cria- me, conserva-se sempre uma criança. Mas cada um
de nôs é também um pouco criança, pois, conforme
«nac* a mundo de cousas, pes- mostramos anteriormente, conserva um pouco êsse
Qnn ^ feiçâo, mundo que preenche poder de ausentar-se do mundo real, de vez em quando
TTiiinrtl ? atmdade e realizar:
onde ela "faz
realiza tudo que no (vide NôTULA n.® 42, abaixo).
comida", "trata
"gLeS"! é "ban^d^™"' ' ^ ^ NÔTULAS — N.o 4Z
discernimento da criança Somos sempre um pouco crianças
c?daL auf raciocinio capl E tanto somos um pouco crianças que apreciamcKS as fâ-bulas,
impede-a de distinm^^^^^^ infantil nâo possui ainda)
cérebro nào t o. verdadeiro do falso. Em seu os romances e as fantasias em tôdas as suas formas: llteratura
— cinema — teatro... Dai o sucesso das "Aventuras de GuU-
imagem criada
a reaUdade ^^a ^^"^^
da fantai imagem reproduzida
^ criança da
nâo distingue
v e r " o u d e " Ta r z a n " , d e " R o b i n s o n C r u s o é " o u d e " G i g a n t e
Voador", dos desenhos anlmados de Walter Disney, ou dos he-
rôis populares que surgem perlbdicamente.
Em suma, a imaginaçâo tem um papel tâo importante na
varanda^do seu^^aSStnr^^ elefante na nossa vida que, para satisfazê-la. trabalham milhares de ho-
imagem de um formou a mens, noite e ^a, gastando mUhôes de dôlares para fazer
nâo sabe que essa consciência; apenas filmes, ou melhor, fitas, isto é, quimeras, fantasias...
^ aeia, isto é, na realidade exterior,
sua cons-
280 AFRO DO AMARAL PONTOURA
PSlCOLOOtA GEftAii
Os Fenômenos Intelectivos:
IV) Idéia, Juizo, Raciocinio
Ficha-resumo:
§ §
11 4 ) C O N C E I T O D E I D Ë I A E D E I D E A Ç A O
11 6 ) M E C A N I S M O D A I D E A Ç A O :
1.» fase — Abstraçâo — Consiste em sô conslderar
os caractères comuos a determlnados
sêres.
2.^ fase — Generalizaçâo — Consiste em atribulr
êsses caractères a todos os sêres da mes-
ma espécie.
11 7 ) VA N TA G E N S E F E R I G O S D A I D É I A :
a ) Va n t a g e n s : a i d é i a é a f o n t e d e t ô d a f t l o s o f l a ,
da ciência, da literatura.
(continua)
PSICOLOGIA GERAL 289
284 AFRO DO AMARAL FONTOORA
9 § § §
m) DO JUIZO AO RACIOCINIO:
(continua)
s 114) CONCEITO DE ID£IA E DE IDEAÇAO
cretos, reglstrados por nossos sentidos. A idéia, ao e sintese. A anâlise se faz por meio da abstraçâo e
contrârio, é sempre àbstrata. A percepçâo é, por natu- a sintese por meio da generalizaçào. Sâo estas, pois,
reza, individual, a idéia pode ser individual ou geral. as duas fases na formaçâo dos conceitos.
Também nao se confundem a imagem e a idéia.
A imagem é a prôpria percepçâo, revivida na ausência 1.a Fase: .^STRAÇAO — Vejo pela primeira vez
do objeto. A idéia, ao contrârio, nao contém nenhum um gato em minha frente e em meu cérebro se im
elemento sensfvel, isto é, trazido pelos nossos ôrgâos prime a percepçâo do gato. Depois de ver êsse ou
dos sentidos. Exempio: a idéia de "nada", de "bem". outros gatos, minha consciência é capaz de formar a
A idéia, repetimos, é sempre abstrata. A imagem, como a imagem do felino na ausência do mesmo. Ao fim de
certo tempo o esplrito compreende que, apesar de
percepçâo, é sempre particular, a idéia pode ser geral. todos os gatos serem diferentes entre si (tâo diferentes
Exempio: eu posso formar a imagem de um certo homem.
0 meu colega Jorge de Lemos. Mas quando eu digo "o que eu nâo os confundo na vida real), possuem deter-
minados elementos ou caracteristicos em comum. En
homem é um ser racional", entâo nâo estou pensando em
nenhum homem particular: é a idéia homem. tâo, a consciência abstrai, tira êsses caracteristicos
comuns a todos os gatos, abandonando os elementos
Outro exempio: a imagem de livro sô pode ser a diferenciais de cada bichano. Eis al a abstraçâo. Ela
imagem de um certo livro que vi um dia diante de
meus olhos; ou entâo pode ser uma imagem esquema- é, pois, um processo de separaçâo, de anâlise mental.
tica^ uma espécie de esbôqo de imagem, résultante da 2.a Fase: GENERALIZAÇAO — No momento se-
fusâo de tôdas as imagens que possui'mos sobre livros guinte, de posse dêsses elementos comuns a todos os
que conhecemos. Ao contrârio, a idéia de livro nâo se
référé a livro nenhum
gatos, eu formo na minha consciência um idéia de um
gato abstrato, ao quai servem êsses caracteristicos.
Assim, uma palavra qualquer, conforme seu sen- E vejo, depois, que êsse gato ideal estâ em conformi-
tido na frase, pode estar representando uma percep dade com todos os felinos da mesma espécie que co-
çâo, uma imagem ou uma idéia: nheço. Entâo, eu generalize, e firmo em minha cons
ciência 0 conceito ou idéia de gato, que nâo se référé
A) "Êsse livro sobre a mesa é azul" (livro aqui a nenhum dos que conheço, mas que serve a qualquer
é percepçâo, refere-se a um livro que estou vendo) ; bichano do mundo, que exista, jâ tenha existido ou
v e n h a a e x l s t i r.
• "Lembr^me de um livro que vi antes" (em
nunha consciência surge b. imagem dêsse-livro);
Assim, o conceito de gato é um gato vazio de con-
(^) "O li^o é_o maior amigo do homem" {livro teùdo, vazio de qualidades senslveis ou de caracteris
^ui e pura idéia, nâo se référé a nenhum livro concreto. ticos particulares : é uma pura idéia, universal, abstra
material). ta, genérica.
5 116) MECANISMO DA IDEAÇAO Em suma: abstraçâo é "isolar o objeto de sua exis-
tência concreta". Generalizar é atribuir determinados
caracteristicos ou qualidades a todos os indivlduos de
nfroT^
atravesconceito
de um ou idéia
longo e se forma em
insensivel nossa consciência
processo de anâlise uma mesma espécie.
§ 11 7 ) VA N TA G E N S E F E R I G O S D A I D É I A
§ 119) CONCEITO DE JUÎZO
0 cachorro é um mamifero. Esta é a expressao mais juf2o a uih outro, é à outro mais, cainînhando inde-
finidamente. Mas para passai do primeiro juizo a ura
simples de todo jui'zo.
A importância do juîzo é enorme, em nossa vida. segundo, é precise que haja entre êles também uma
Passâmes o dia Inteiro e a vida tôda a julgar, a esta- ligaçào, um nexo; é imprescindivel que no segundo
belecer conexoes dêsse tipo: "A é B". "O juizo é a ope- juizo haja alguma das idéias contidas no primeiro
raçâo fundamental da inteligência", diz CUVILLIER. juizo; essa idéia é a ponte, ou o intermediârio entre
E jâ KANT afirmara que todo pensamento humane se ambos. Estabelecida a ligaçâo entre êsses dois juizos,
reduz ao julzo: — "pensar é julgar". jâ pode 0 espirito avançai mais, e formulai um ter-
ceiro, relacionado com aquêles.
E assim, de idéia em idéia, ou melhor, comparan-
§ 120) O JUiZO É SINTÉTICO E ANALfTICO do sempre as idéias duas a duas, vai o espirito humano
progredindo, até alcançar os mais altos cimos da ciên-
Cada jufzo, por mais simples que seja, envolve um c i a e d a fi l o s o fi a .
trabalho de sintese: é a aproximaçâo de duas idéias A êsse conjunto de duas idéias ligadas entre si, uma
das quais se liga depois a uma terceira é que se chama
"hi separadas.
bonito", Exemple:
que existem as idéias
separadamente, "Pedro"
podem e
ser unl- raciocinio. Portante, o raciocinio é a comparaçâo
das por um trabalho de sintese do meu espirito, e entâo entre duas idéias, por intermédio de uma outra. Usan-
direi: "Pedro é bonito". do de uma imagem vulgar: o raciocinio é semelhante
Mas o juizo é também uma operaçào de anàlise: ao caso da apresentaçâo de duas pessoas até entâo
a pesquisa, no meio de um todo, de uma qualidade desconhecidas entre si, apresentaçâo essa que é reali-
Que nos intéressa no memento. Exemple : para eu poder zada por intermédio de um amigo comum a ambas.
"Pedro é bonito", devo separar tôdas as outras qua- Êsse "amigo comum", no caso do raciocinio, se
aades de Pedro (altura, côr, inteligência, etc.) e sô chama o têrmo médio, cuja funçâo é "fazer passai de
considérai* a qualidade "bonito". uma idéia a outra, de um juizo a outro".
Exemplo: tenho em mînha consciência os conceitos
S 121) DO JUfZO AO RACIOCINIO "carioca", "brasileiro" e "sul-americano". Comparando
os dois primeiros, estabeleço um primeiro juizo: "o
carioca é brasileiro". Comparando em seguida os dois
£09 consciência se limitasse a estabelecer juu ùltimos, digo: "o brasileiro é sul-americano", e formel
munrin tS poderiamos conhecer a respeito do assim um segundo juizo. Comparando agora os dois
des flnc luaximo, conseguiriamos atribuir qualida- juizos entre si, posso estabelecer um terceiro: "o carioca
entro ^ e iestabelecer
entre duas_ a relaçâo de conveniência
déias quaisquer. é sul-americano".
A êsse conjunto de très juizos é que se chama um
acontece, porém. Nosso espirito tem uma
raciocinio, o quai é também "o resultado da compara
nheriHn ^^cnsa de progredir na sua marcha do co- çâo entre très conceitos, dois a dois".
vioipnto ° desconhecido,
^Jojenta de fazê-lo. e sente uma necessidade Como salienta bem DELACROIX, escrevendo no
gigantesco "Tratado de Psicologia" de GEORGES DU*
r\ entrp^rfit?'
duas iestabelecidû uma
déias, a consciênci primeira
a passa dêsseligaçao
primeiro
^âîCÔLÔGÎA GÈRÂL 'lèh
m AFRO DO AMARAL FONTOÙRA
O raciocinio também pode assumir a formula
MAS (vide NÔTULA n.o 43, abaixo), 'do ponto de A é B,
vista psicologico o raciocmio e o juizo sac uma mes- C é A,
ma operaçâo" — e per esse motivo é que ao fazermos logo, C é B.
a classificaçâo dos fenômenos psicolôgicos (capitule
VIII), colocamos num sô quadro o juizo e o raciocinio, Exemplo: sejam as très idéias ou conceitos A
sob a denominaçâo gérai de raciocinio, por ser este o (homem), B (mortal), C (José). Teremos: homemé
mais elevado fenômeno do conheciniento humano. mortal; José é homem; logo, José é mortal. A idéia
Em suma: o longo caminho sensaçào 'percep- A (homem) foi o intermediârio, ou têrmo médio entre
B e C.
çào ^ imagem ^ idéia _>. juîzo raciocinio exprime
a marcha ascendente do espirito em busca do saber e
§ 122) A RAZAO OU BACIOCINAÇAO
da verdade. Tais fenômenos representam, como cha-
mou MEYERSON, "le cheminement de la pensée". E, Assim como a faculdade de formar idéias se chaîna
em seu conjunto, constituem o Pensamento, a Razâo
ideaçao, assim também a faculdade de formar racio-
ou a Inteligência, glôria suprema do espirito humano. cinios se deve chamar raciocinaçào. Essa palavra, em-
Esquemàticamente, o raciocinio se resume em ex- bora regisirada pelos dicionârios portuguêses, é pouco
primir a conveniência entre duas idéias, por intermé- empregada, sendo em gérai substiiuida pelo vocâbulo
dio de uma terceira, ccmo vimos. Sua formula abre- razâo.
viada é, pois: Razâo, portanto, é a faculdade de raciocinar. Mas
A é B, comumente se chama razâo ao conjunto dos très fenô
ora, B é C, menos superiores da consciência: a idéia, o juizo e o
logo, A é C. raciocinio, porque os très estâo muito ligados entp si,
Êsses très fenômenos sâo privatives da consciência
Exemplo: sejam as idéias A = Gate; B = Mami- humana, ao passo que os fenômenos anteriores da
féro, e C = Vertebrado. Diremos entâo: o gato é ma- inteligência (a sensaçào — a percepçâo — a imagina-
mifero; ora, o mamifero é vertebrado; logo, o gato é çào) sào comuns ao homem e aos animais, pelo mènes
vertebrado. aos animais superiores. Por isso se diz que o homem
é um animal racional, isto é, o ûnico animal que pos-
sui razâo.
NÔTULAS — N.o 43
§ 123) PSICOLOGIA EDUCACIONAL
Para quem deseje aprofundar-se em Pslcologla é Indlspensâ-
vel o manuseio e a consulta amiudada a essa obra de GEORGES
DUMAS — "Noveau Traité de Psychologie", a maior obra de Aplicaçôes do présente capitulo à Fcdagogia
Psicologia do mundo, em 10 grossos volumes, de 500 paginas
cada um, a saber: 1.® Metodologia, Sistema Nervoso; 2.°) Sen- I) Como vimos neste capitulo, a idéia é sempre
Associaçôes sensitivo-motoras; 4.5 Aten- abstrata. Todo conceito é uma abstraçào. Exige, por
ti^' Memoria; 5.° Operaçôes intelectuals; 6.° Vida afe- isso, um certo desenvolvimento mental por parte do
Sinteses mentais; 8.®) Psicopatologla; 9.)
^j^^°P^^°Patologia: lO.o) Psicologia Aplicada. (Editera FeliX
296
tJO AMARAL FONTOUËA PSICOLOGIA GERAL 297
sem pensar em nenhnîîi^ ^ *^6 homem d) Que tome sempre como ponto de partlda a ex-
é format os conceitn^^i^^T?^^^ particular. Mais difi'cil periência da criança.
jwsiîça, categoria pfp «+« nada, iyifinito, virtude,
JU120S e racioclnios bâ'cpfS* dificil ainda é formulai 5 124) EXERCICIOS E EXPERIÊNCIAS
seados nessas abstraçôes.
1. Recortar de um jornal ou revista os quadrinhos
para o mental é dificultoso de uma "historia sem palavras". Baralhà-los e man
ança. Esta, por natur^t^ impossivel o é para a cri- dat o paciente reconstitul-los logicamente. Êsse exer-
cicio serve para verificar o tigo de ideaçào do Individuo
«rjdade mental so rnm^ imperativo de sua ima-
toca comnos séus
as sentiri!?^^^^
màos f ela ° ^ concreto, o que
ve, escuta,
e sua capacidade logica.
ndo do domfnio do connrpt^"^^^^^ ^ criança pas- 2. Recortar as palavras de uma frase, colando
cada uma sobre um cartào. Baralbâ-los e pedir ao
jjj) concrete para o abstrato. paciente que reconstitua a frase. Por exemple; pobres
— Deus — aos — é — emprestar — a — dar —, para
êtp4 tanto^ alunos, em nossas esco- reconstruir: "dar aos pobres é emprestar a Deus". Ve-
t r a amente
f o m a i s e f âfazer
c i i ^ form
m a t éQue
r i a : raciocinar
p o r q u e , pabs-
ara rificar-se-â o segulnte: a) que o pensaraento trabalha
^ para entender. sôbre estruturas, é estruturaiista, e por isso é mais
fâcil reconstituir um provérbio do que outra frase qual-
compj^g®"'io alunofll ^^oraçâo é uma reaçâo quer; b) as diferentes tendências do esplrlto do indi
viduo, segundo o sentido da frase que êle procura iov-
mente P^ra o sen ® fôssem mais
dadaa ^unosidade inata kinfantil,
a n, a nen^o ®ôbre osêle
mesmos,
certa- mar; c) o tempo dispendido pela inteligência de cada
um, para consegulr reconstituir as frases, que pode-
rào set variadas em tamanho e dificuldade.
V) Da crianças, tâo acentuada.
ef assuntos fôssem vivos, 3. Dar ao paciente um texto de 20 linhas, com
compreendi^i muitn mteressaria varias palavras faltando, para que êle as descubra e
P^eende-ios. ' mais faciiidade per
teriaêles,
em escreva.
VI) Ent~
é Indispensâ^el;^"® nieninos aprendam, real- 4. Dar ao paciente um provérbio, para que êle o
interprète.
^anto quanto possi'vel, ba- (Todos estes exercicios se tornam mais intéressan
tes quando feitos por um grupo — uma classe de estu-
dantes por exemple — a fim de que o psicologo possa
Parti
ndo^do^cnn'
0 remoto, ^^ nsado
do P^ra o ah^f^^^aente e agradâvel
? 'método intuitivo,: comparât os resultados e as diferenças de tempo gasto
' présente para o pasl^^^ prôximo para nas respostas. Uns e outre permitem verificar as va
rias tendências do espirito de cada estudante.)
m APnO t)0 AUAkAL F'ONl'OÙêÂ
CAPÎTULO Xlli
5 1 2 5 ) T 6 P I C 0 S PA R A D E B AT E Os Fenômenos Afetivos:
1. Diferençar percepçâo de idéia ou conceito. I) Prazer e Desprazer
2. Explicar como sobe o nosso espi'rito da percepçâo
à idéia.
(continua)
300 AFÎIO DO AMAilAL i^ONTOtmA
Ficba-rcsumo (conclusao):
î\
302 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA GERAL 303
tuosa. Digamos: prazer é aquilo que nos agrada, que a) resultado da satisfaçâo de algumas tendências;
nos dâ bem-estar, satiàîaçâo. b) resultado das atividades ûteis à expressâo da
vida;
Varias explicaçôes têm sido dadas, visando définir resultado do enriquecimento da vida;
c)
melhor o prazer.
d) resultado da satisfaçâo de uma das nossas ati-
Diz CUNHA LOPES: — "Prazer é o estado agra- vidades;
e) r e s u l t a d o do aumento da energia vital;
dâvel da sensibilitîûde, oriundo da satisfaçâo d'algu-
f) r e s u l t a d o do funcionamento normal dos nossos
ma tendência. Dor (ou desprazer) é o estado penoso
da sensibilidade oriundo de alguma tendência contra- ôrgâos;
g) r e s u l t a d o do tonus afetivo.
riada".
Hâ vârias leis que regem o fenômeno do prazer, mas II) O outro grande ensinamento do capitule é que
o homem joi feito para a açâo (conforme § 130). A ati-
que deixamos de citar per serem de mener importância. vidade causa prazer. Êsse é um dos mais fortes argu
Reglstramos aqui apenas a lei da relatividade. mentes em favor da escola ativa. A aula de "ouvir
De acôrdo com essa lei, um determinado prazer ou
dor se altera conforme sua posiçâo e relaçâo a outros apenas, em que os alunos ficam imôveis e mudos, es-
fenômenos da mesma espécie, ocorridos com a mesma cutando a palai^a do professor que "fala sozinho", pré
cisa ser substitulda pela aula viva e ativa, em que o aluno
pessoa. Exemple: um prato de sopa, que pode causar vibra, participa, trabalha, age, discute, faz cousas, p5e
muito prazer a um indlviduo, certamente Ihe causara em constante funcionamento seu cérebro e suas mâosl
desprazer se Ihe for servido depois de um lauto jantar... Muitas vêzes a distraçâo do aluno em aula, sua conversa,
A dança, que dâ muito prazer ao jovem, pode tornar-se suas brincadeiras têm por causa a necessidade de açào,
um desprazer conforme sejam a orquestra, ou o seu par, de usar a cabeça e as mâos, que o professor deixa inûteis,
ou 0 local da festa. exigindo das crianças, apenas, que "fiquem quietas" e
Inversamente, um estado desagradâvel pode trans- "escutem".
formar-se num prazer, ou pelo menos se tornar quase
insensivel. Exemple: a dor de um ferimento afeta o in- § 138) EXERCICIOS E EXPERIÊNCIAS
dividuo com uma certa intensidade. No entante, o mes-
hio ferimento pode nâo causar nenhuma dor a um sol- 1. Verificar o carâter reversivel do prazer. — Fa
dado, no auge da batalha. A grande tensâo nervosa do zer no paciente uma excitaçâo qualquer agradâvel
espirito anula momentâneamente o efeito do golp^ (cocegas, coçar, etc.) e ir aumentando de intensidade
fi s i c o . até que o prazer se torne em desprazer.
.2. Verificar os efeitos muscular es do prazer; medir
§ 137) PSICOLOGIA EDUCACIONAL a força do paciente no dinamômetro, antes e depois do
piazer. Êste pode ser produzido por um perfume agra-
Aplicaçôes do présente capitule à Pedagogia davel ou por uma mùsica embaladora.
3. Verificar os efeitos musculares do desprazer;
I) O grande ensinamento que o présente capitulo medir a força do paciente antes e depois de um despra
nos proporciona é este: devemos fazer com que nossas zer. Este pode ser produzido pelo cheiro do almiscar ou
aulas ofereçam prazer aos nossos alunos. Se as criatu- outra substância de odor igualmente forte e desagradâ
i^as adultas procuram o prazer e fogem da dor, muito vel. P,ode-se tornar o resultado mais intéressante, medin-
uiais o fazem as crianças. Quando o aluno mata o aul-^ do a dinamogenia do paciente: a) antes de começar;
para ir ao cinema, ou simplesmente para ficar escondido b) depois do cheiro agradâvel c) depots do odor desa
ho banheiro, êle esta, na realidade, obedecendo a essa
lei fundamental da natureza humana- — iugir do gradâvel. A pressâo obtida no dinamômetro da 1.^ vez
e desagradâvel.
é a normal, na 2.a vez deve ter aumentado e na 3.» deve
ter diminuido.
^ professor deve, é claro, punir tais alunos; nias
deve sobretudo evitar a causa da juga, tornando sua aula
314 APRO DO AMARAL FONTOORA
CAPÎTULO XIV
4. Repetir as experiências anteriores, porém com
grupos de estudantes. Poder-se-a escrever todos os Os Fenômenos Afetivos:
resultados, comparando entre si os rapazes. Tais resul-
tados variam segundo a maior acuidade olfativa, o poder II) As Emoçôes
de resistência do individuo e o seu estado geral.
5. Experiências idênticas podem ser feitas com os
mais variados excitantes: ruidos fortes, musica, luz in-
tensa sobre os olhos, corrente elétrica moderada que se
possa ir aumentando gradativamente. Ficha-resumo;
5 1 3 9 ) T Ô P I C O S PA R A D E B AT E
§ §
Ficha-resumo (concîusâo) :
Ficha-rcsumo (con(inuaçâo) :
1 4 7 ) E M O Ç Ô E S C O L E T I VA S :
a) Galvanômetro;
b) Mâquina de registrar mentiras;
c) Aparelho de SOMMER;
d) Piocesso fotogrâflco.
(continua)
9 141) CONCEITO DE EMOÇAO
ruido violento, a sûbita presença de uma pessoa ines- reaçôes de desespêro fica mais desesperado. Coriseguin-
perada, etc. nos causam emoçôes dêsse tipo. do dominar suas reaçôes orgânicas, mais depressa Ihe
v o l t a a c a l m a a n t e r i o r.
142.2) Exemple de emoçào-sentimento: acabo de
saber da morte de um amig.o que ainda ontem estêve
em mlnha casa; levo um choque, como no exemple an- S 144) FISIOLOGJA DAS EMOÇOES
144.2) REAÇÔES EMOTIVAS — Ficou bastante uma reaçâo para outra. A primelra emoçâo diante de
claro que todo fenomeno emotivo desperta uma reaçâo um acontecimento pode ser logo a sincope ou a morte
fisiolôgica correspondante, que se chama reaçâo emotiva. (vide § 144.6).
A razâo de ser dêsse fenômeno é que tôda emoçâo oca-
siona uma descarga brusca de energia nervosa no or 144.3) OS EMOTIVOS E OS HIPEREMOTIVOS
ganisme. — O aparecimento ou nâo de uma dessas reaçôes, bem
como sua maior ou mener intensidade, depende funda-
*Quanto
q > u a n t o maior
m a i o r for
l o ro ochoque
c n o q u eemocional,
e m o c i o n a i , maior
m a ^ o i serâ
seia mentalmente da constituiçâo do individuo, isto é, do seu
a descarga de energia e mais esta se irradiarâ pelo or-
^ ^1- x_ i rtv_
possivel, é a fuga.
144.5.5) Reflexo psicogalvânico — O psicôlogo
144.5.3) Movimento de expressâo — A emoçâo alemào VERAGUTH descobrlu recentemente que as
altera a fisionomia das pessoas: leva-as a abrir desme- reaçôes emotivas do indivlduo se manifestam através
suradamente ou apertar os olhos, a enrugar a testa, a do reflexo psicogalvânico: como se sabe, existe em nosso
apertar os lâbios, a fechar a mâo, a contrair ou distender organismo um potencial elétrico, que recebe o nome de
os mùsculos em gérai. eletricidade galvânica. As variaçôes emotivas do indivl
duo alteram esse potencial elétrico, podendo ser medi-
T " ■ ' ' ' - . . 1,1
das por um aparelho elétrico a êle ligado: o galvanôme-
tro (vide § 146.3).
NÔTULAS — N.o 49
144.5.6) Paralisia e morte — Choques emocionais
A emoçâo dos cxamcs muito violentos podem tornar o individuo momentânea-
mente mudo ou paralitico. Mas se êle fôr um tempera
Êsse fenômeno da inWîçâo ou paralisia emocional é muitw mento ultranervoso, essa paralisia pode ficar permanen-
connecido dos alunos nos dlas de exame... Todos os professô- temente. Também hâ casos de pessoas que desmaiam
res reglstram casos de bons alunos durante o ano que, na hora
fio exame ficam incapazes de dizer duas palavras...
PSICOLOGIA GERAL 327
m APRO DO AMARAL FONTOORA
Tem havido muitos casos de morte por emoçâo, em campo3 145.4) CÔLERA — A côlera se manifesta através
de futebol, quando o torcedor fanâtico assiste o seu clube fazer de contraçôes enérgicas dos supercilios, que se tornam
gôl. Per ai se vê que as grandes reaçôes emotivas nâo sâo ape- obliques e inclinados para baixo na sua parte interna;
nas consequências de desgraças, mas também de alegrias... Mor-
re se de alegria... Tem muita razâo, portante, os médicos quan- pela oclusào enérgica da bôca e pela forte dilataçâo das
narinas (GEORGES DUMAS). O individuo encolerizado
^°/®'^oniendam—aos parentesOdodoent*e
"Cuidado! doente nâo
que esta
podecom
ser ocontraria^
coraçâo adquire uma rigidez caracteristica no olhar, cerra os
aoi Nem cofrer emoçôes fortes!" dentes, aperta os lâbios, contrai os mùsculos de maneira
gérai. A côlera atua muitissimo sôbre o sistema vas
conta-se o caso do Individuo que desejava lou- cular: por isso se diz "ficou vermelho de raiva" ou "fi-
"sorte grande" na loteria, e gastava todo seu cou branco de raiva".
ver{ffn«? bilhetes. Ao fim de vârios anos, um dia.
câft lao
vrto ts grande
bilhete que
tinha sido
calu parapremiado e teve uma emo-
trâs, morto...
PSICOLOaiA GERAL
328 AFRO DO AMARAL FONTOtJBA 329
3 espécies de reaçôes; a pressâo dos mûsculos, os movl- grande grupo de pessoas estâ atingido pela mesma
emoçâo.
mentos dos mûsculos e os movimento do dedo anular,
que esta prêso ao aparelho e envolto numa tira de Assim se expîicam, em grande parte, as atltudes
borracha. das multldôes que aplaudem ou valam, no cinema, no
teatro, no futebol. Assim se explica também a facili-
1 4 6 . 7 ) P R O C E S S O F O TO G R A F I C O — E n f i m , u m dade com que as multldôes veneram um chefe ou o tru-
qutro processo usado para o registro das reaçÔes emo- cidam em praça pûblica... (vide NÔTULA n.o 50).
tivas é o de pr.ovocar no individuo os fenômenos emo-
cionais, enquanto outro experlmentador fotografa con- Mas êstes fenômenos constituem um capitule espe
secutivamente as reaçôes que se apresentam na fisiono- cial: a Psicologia das Multldôes ou a Psicologia Social,
lïiia do paciente. Numerosas fotografias obtidas por êsse que sera estudada mais adiante.
processo, constituem a maravilhosa coleçâo de GEORGES
DUMAS.
§ 148) PSICOLOGIA EDUCACIONAL
^ sugestâo desempenha papel importante nos Nada mais confragioso do que um individuo, na rua, em face
emotivos indlviduais, mais ainda é importante de um acontecimento qualquer gritar "nâo pode! nâo pode/".
No instante seguinte jâ hâ uma porçâo de gente a seu favor,
nâo grupos. Com efeito, as emoçôes coletiv^^ emocionada, quase colérica, achando também que "nâo pode!",
na causa; um primeiro Individuo se em^io- sem saber bem o quê...
um razâo qualquer; transmite essa emoçao a
Sundo, a um teraeiro, e dentro em pouco todo um
334 AFRO DO AMARAL FONTOORA PSICOLOGIA GERAL S35
É precise que o mestre saiba conhecer tals estados sentam as pessoas, procurando relacionar tais mâsca
de inibiçào, a fim de nâo julgar que o aluno seja mal- ras com os estados emocionais mais comuns: alegria —
triteza — côlera — mêdo.
criado, teimoso ou vadio.
III) Com bastante pratica, observaçâo e... paclen- ^ 5. Exercicios de auto-anâlise. — Cada estudante
farâ um quadro das suas reaçôes emotivas mais comuns.
cia 0 professor conseguira, ao fim de certo tempo, veri- Verificar quais sao as suas expressôes emocionais mais
ficar e interpretar as reaçôes emotivas de seus alunos,
comuns, isto é, os seus hâbitos ou "tics" emocionais.
funcionando como uma espécie de "mâquina de regis Cada indivfduo tem certa maneira particular de se por-
trar emoçâo", muito rudimentar. tar quando esta zangado ou alegre. Confrontar as suas
auto-observaçoes com o juizo que amigos e colegas façam
IV) O mestre deve usar largamente da "capaci- também a seu respeito.
fidde emotiva das massas", isto é, transmitir emoçôes
à sua classe, estimulando e entusiasmando os alunos 6. Emoçôes coletivas — Verificar como reage um
para a consecuçâo dêste ou daquele trabalho escolar. grupo qualquer diante de um determinado estimulo
emocional. Dizer, por exemple, diante de um grupo;
"houve uma grande desgraça!" ou "colegas! foram sus-
§ 149) EXERCICIOS E EXPERIÊNCIAS pensas as aulas!" ou outra cousa qualquer. É claro que
a frase deve ser pronunciada com ênfase, com emoçâo,
para despertar reaçâo. Analisar essas reaçôes. Pedir que
^ 1. E:^eriência de VERAGUTH — Apresenta ao cada um diga o que sentiu no momento. Confrontar as
paclente varias séries de palavras, que o experimentador confissôes de cada um com a impressâo que o mesmo
ia, pouco a pouco. As palavras que têm um contcûdo causou ao observador. naquele momento.
à^ocional paradâo
afetividade, o paciente,
reaçôes isto é, queque
emotivas Ihepodem
tocamser
de apre-
perto
ciadas mediante a experiência do reflexo psicogalvânico. § 1 5 0 ) T Ô P I C O S PA R A D E B AT E
çôes Melhoramentos; Sao Paulo, s/data. É um fenômeno do campo afetlvo, consciente, com-
plexo, elaborado, intenso e duradouro.
a) Sentimentos rellgiosos
b) Sentimentos éticos ou sociais
G) Sentimentos estéticos
•
(continua)
Flcba-resumo (conclasâo) ;
i \
I
340 AFHO DO AMARAIi FONTOURA
dia acabc, desaparcça, e Joao continui a abraçar e A côîera (emoçâo) diante de determinado fato pode
beijar Maria apenas pela emoçào que tais gestos cau- paralisar-se no seu desenvolvimento, tornando-se num
sam. As vêzes é possivel que nâo seja mais nem emo surdo e duradouro rancor (sentimento).
çào, mas simples habite, simples gesto automâtico..-
154.3) TRANSFORMAÇAO POR COMPOSIÇÂO
— Finalmente. podo ocorrer que duas ou mais emo-
3 15'J) ORIGEM DO SENTIMENTO
çôes diferentes ocorram ao mesmo tempo no espirito é
se reûnam, formando um sentimento. Exemple: o senti
Segundo I2IBOT, (vide NÔTULA n.o 51, abaixo) o mento amor é o î'esnltado da composiçâo de vârias'
sentimenLo nasce da emoçâo. Diz ele; "o sentimento
é uma emoçâo transjormada". E enumera os très emoçôes diferentes (emoçôes estéticas, provenientes de
atrativos fisicos: simpatia; admiracâo pelas qualidades
processes pelos quals uma emoçâo se pode transformar morais. etc.).
c'm sentiiuenlo:
155.1.2) Entre os sentimentos éticos ou sociais 156.1) É enorme a importâneia dos sentimentos
TITCHENER coloca a vergonha, a humilhaçâo, a val- îia existência do indivlduo e da humanidade. A vida
dade, os sentimentos de culpabilidade ou inocência, de de nada valeria sem êles. De fato, sâo os sentimentos
liberdade ou de coerçâo, de confiança ou desconfiança, que dào colorido, que dào sentido à vida. Sem êles,
de gratidâo ou ingratidâo, de inveja ou compaixâo, de o mundo séria uma massa amorfa de sêres a correrem
ciûme ou magnanimidade, de emulaçâo ou modéstia, ■de um lado para outre, automàticamente.
de clemência ou espirito de vingança, etc.
156.2) A inteligência sôzinha nâo bastaria, como
■nâo basta, para dar um ohjetivo, uma finalidade a
155.1.3) Entre os sentimentos estéticos estâo o
amor ao belo, o horror ao feio, o sentimento do cômico, tôdas as nossas açôes. A inteligência é fria e indiferente
do sublime, do trâgico, etc. como uma mâquina.
Tanto é asslm que os prôprios sâbios, filôsofos e
155.1.4) Entre os sentimentos intelectuais ou ^ cientistas se lançam ao trabalho e à pesquisa, semprs
gicQs estào o amor à verdade, o repùdio à falsidade, o -impulsionados por um sentimento: o amor de uma mu-
asnor à justlça, etc. Iher, ou o amor à gloria, ou o amor à humanidade....
•E nas poucas vêzes em que a obra dos sâbios nâo
é movida por essas causas sentimentais, torna-se fria,
155.2) CLASSIFICAÇÂO TRADICIONAL — ^
î*sico!ogia tradicional costuma classificar os sentimen- perde o sentido de realidade, deixa de ser humana.
^ apenas em très grupos: egoistas — altruistes ^ 156.3) Na vida diâria vemos que tôda atividade
itnpessoais. é inùtil, ou, pelo menos, pouco frutifera, quando nâo
comandada pelo sentimento: sô fazemos bem aquelas
155.2.1) Entre os sentimentos egoistas se encoB cousas que gostamos de fazer. Para veneer numa pro-
^ram: ambiçâo — ciûme — vaidade — orgulho — cora- fissâo ou numa emprêsa qualquer, a primeira condl-
gem — pesar — mêdo — angùstia — remorso —• honra
çâo é gostar delà (vide NÔTULA nP 52, abaixo).
dignidade — inveja — raiva — rancor, etc.
155.2.2) Entre os sentimentos altruistes estâo; J NOTULAS — N.« 52
a^ade
uiU ^ a— a gratidâo
caridade — a—lealdade
o desejo—dea ser bom — de—ser
solidariedade » Técnica e sentimento
diz vulgarmente, uma alma aberta (vide NôTULA n.^ O sentimentalismo é também o traço psicolôgico
54, abaixo). prédominante no povo português e no negro (donde o
Dêsse sentimentalismo nacional nasce a nossa tra- nosso sentimentalismo atâvico); e ainda no espanhol,
dicional hospitalidade, tao gabada por todos os estran- no russo, no arabe, no sirio, etc. Todos sâo, como os
brasileiros, grandes amorosos. Êste ultimo povo é co-
geiros que nos visitam. Dai, também, nasce a compai- nhecido pelo seu profundo amor à familia.
xâo que sentîmes per todos os que pedem esmolas na
rua, tornando a propssâo de mendigo uma das mais ren-
dosas e cômodas do pals...
§ 158) PSICOLOGIA EDUCACIONAL
Nos tribunals de jùri sào comuns as absolviçôes ré
sultantes da pena que os jurados têm do criminoso. .Aplicaçôes do présenté capitulo à Fedagogia
A facilidade com que os brasileiros recebem outras
pessoas, abrindo-lhes sua casa, ou entabulando cama- Èste capitulo nos leva diretamente à Pedagogia do
radagem na rua, no onibus, nas filas de espera, etc., é Amor: se os argumentos de ordem afetiva tém mais
outra afirmaçâo do nosso sentimentalismo. Igualmente força que os de ordem intelectual pura, entâo, saiba-
o é a extrema facilidade com que considérâmes as mos aproveitar a afetividade das crianças para melhor
outras pessoas como nossos "amigos", usando essa poder educà-las. Muito mais do que os adultes, as cri
palavra a cada passo. Até para abordarmos um des- anças sâo susceptiveis de se deixarem levar pelo cari-
conhecido na rua, dizemos: "o amigo pode prestar uma nho, pela maneira afàvel com que as tratemos.
informaçâo?" Muito mais do que corn pancadas, o pal consegue
Outra prova do nosso sentimentalismo é a maioria obter tudo do filho pelo amor e pelo cariniio. Da mes
absoluta dos crimes de amor cometidos no Brasil. En- ma forma o professor, sobretudo na escola primâria.
quanto em certos paises predominam os assaltos, os Pois se até os animais gostam de cariniio e pelo carinho
crimes de natureza econômica, politica, Ideolôgica, etc. sào domesticados, quanto mais as criaturas humanasl
no Brasil os crimes, na sua maioria, sao os de marido A Pedagogia do Amor foi o grande método educa-
e mulher, noivo contra a noiva, etc. Da mesma forma tivo através do quai DOM BOSCO conseguiu conquistar
OS suici'dlos, na sua quase totalidade, sao por amor. seus alunos, recrutados entre os garotos abandonados,
moleques e pequenos delinqùentes.
O mecanismo é simples: se o professor ama verda-
deiramente sua missâo, sua carreira, sua escola, seus
alunos, sem dùvida se farâ também amar por êles; ©
NÔTULAS — N.® 54 dêles obterâ o que nâo se consegue nam pela ameaça
nem pelo castigo.
Sentimentalismo nacional Pela puniçào e pela ameaça podemos obter de
nossos alunos atitudes negativas: que nâo façam de
Somos trâo sentimentais que, quaiido nâo conseguimos con- terminada cousa; nâo "matem" a aula, nâo se compor-
veneer alguém de nos concéder determinada cousa. depols de tem mal, nâo brinquem em classe, nâo deixem de fazer
apelarmos para a lei, para o dlreito, para a justlça (argumentes
de prdem intelectual), dizemos: "mas, afinal, você é nosso o exercîcio marcado para casa. Mas sô pela afetividade,
amlgo ou nâo é?" E èste argumente, de ordem sentimentaU
inuitas vêzes-decide a questâo a nosso favor.;;
5»SICOI.OGlA GERAL 349
348 AFRO DO AMARAL FONTOURA
) Ambîçîto ) l'CHar
É claro que uma pessoa muito sentimental respon-
f-ooistof ) Ciûme ) M6do
) Va l d a d f "
deria Sim a rôdas essas perguntas.
( ) AngrûstJa
) OrfTulho ) Remorso
) Honra ) Inveja
N.o 4 — Verificar a marcha do seu sentimento por
) Coragero ) DIffïiJdad».* •um cclega ou por um amigo qualquer: — Como come-
) Tîancor çou? — A que atribui voce o fenômeno da transfor-
maçâo de sua emoçdo pelo coiega em verdadeira ami
} Atnlzade ( ; I>e9eJo <io eer boœ zade? — Que fazem você e éle para manterem vivo
) Amor ( ) Deeejo do Ûtl' ésse sentimento?
) OratidSo ( ) Solldarledade
) Carldadf ( ) J ^ ^ l d a d e
) To l e r â n c i a < ) Con fiança
) Piedado < f Amor à crlança § 1 6 0 ) T Ô F I C O S PA R A D E B AT E
frs.
'ases- adiante,
TESTES DEe responda
médité SENTIMENTO - Leia as
Sim ou Nâo:
350 AFRO DO AMARAL FONTOURA
CAPfTULO XVI
5. Discutir a frase: so o amor é verdadeiramentB'
Os Fenomenos Afetivos:
construtivo.
JV) Inclinaçôes e Paixôes
5 1 6 1 ) L E I T U R A S C O M P L E M E N TA B E S
2 . 1 ) E l e t i v a s : n m i z a d e ; a m o r.
2.2) Domésticas; amor matemo, paterno, filial.
2 . 3 ) C o r p o r a t l Ta s : b a i r r i s m o ; r é g i o n a l i s m e ;
patriotisme; espirito de classe.
2.4) Fiiantrôpicas: ~'soUdariedàde u humana; <
am'or ao prôximo.
3) Inclinaçôes. ideaisi-pelo Bem, pelo Belo, pela
Verdade, por Dèiis.' Delas surgem a Arte, a Pi-
losofia, a Ciência, a Religiâo.
(continua)
PSICOLQGIA GERAL 353
552 AFRO DO AMARAL FONTOURA
Ficlia-reiumo (continuaçâo):
Ficha-resumo (conclusâo) :
§ §
164) COXCEITO DE FAIXAO:
170) REMÉDIOS CONTRA AS PA I X O E S :
— E a inclinaçâo tornada violenta e impetuosa. — E' muito difîcil destruî-las, diretamente; é mais
fâcil canalizâ-las, orientâ-las para um fim nobre.
165) IN'CLÏNAÇâO E FAIXAO: A sublimaçËo.
dade de conhecer, à nossa inteligência. As principals tas que êle prôprio cometla na véspera, antes de possuir
sao a curiosidade e a credulidade ou crença. A curio- a autoridade...
sidade é a inclinaçâo que temos para conhecer cousas Enfim, o amor à propnedade também brota das
novas, para pesquisar o desconhecido. A credulidade ou mais profundas tendências da aima humana. Revela-se
crença é a inclinaçâo que temos para acreditar naqui- pelo desejo de possuir muitas cousas: roupas ou casas,
3o que nao vemos e que nos dizem. Outras inclinaçÔes objetos de arte ou dinheiro, mesmo em quantidade mui-
dêste gênero sâo o amor à pesquisa, aos estudos, à cul- to superior àquela que normalmente a pessoa poderâ
usufruir durante a vida intelra.
tura, aos livros.
Outra forma do amor à proprledade bastante co-
mum é a mania de colecionar livros ou selos, moedas
163.1.2) INCLINAÇÔES AFETIVAS — Sâo as ou orquideas, caixinhas de fôsforos ou xicaras...
que se referem à nossa afetividade. As principals sâo
o amor do bem estar, o amor do progresse, o amor do
163.2) INCLINAÇÔES SOCIAIS — Sâo as que
oelo, o amor das emoçôes. É esse amor das emoçôes que têm por objeto o meio ambiente, as pessoas ou as ins-
leva os homens a procurai- as aventuras, as vlagens, o tituiçôes que nos cercam. Tais inclinaçôes compreen-
alpinismo, os esportes perigosos. dem quatre grupos: eletivas — domésticas — corpora-
tivas — filantrôpicas.
163.1.3) INCLINAÇÔES VOLITIVAS — Sâo as
que se referem à nossa vontade, à nossa necessidade d® 1 6 3 . 2 . 1 ) I N C L I N A Ç Ô E S E L E T I VA S — S â o a s
rnovimento, de ativldade livre. As principals sâo: o que têm por objeto uma pessoa livremente escolhida
mor a liberdade, o amor da proprledade. por nos. Podem ser a amizade ou o amor.
O amor à liberdade é uma inclinaçâo tâo profunda A amizade é a força espiritual que liga duas cria-
0 nomem que constantemente relutamos em fazer al- turas qualsquer. Baseia-se na afinidade mental: ten-
demos a gostar daquelas pessoas que pensam como nos,
que apreciamos, sô porque nos mandaram têm os nossos habites, os nossos gostos. Também a pro-
. ^ o-uior à liberdade chega às vêzes a ser mais vio- ximidade facilita o despertar da amizade: proximidade
° amor à vida, tanto assini que ru- de vizinhança, de profissâo, etc. A amizade, quando pro
funda, tende a fundir os dois individuos mentaîmente
uomens, através dos séculos, nâo hesitaram era num sô (vide NÔTULA n.o 55, abaixo).
n a r trazer
para « f gumu i pouco
l h o t imais
n a de
o uliberdade
n a s aog mundo!
uerras
doc.,- ? possm'-la.
Ju u® ® intenso Em otodos
amor à autoridade,
os grupamentos huma'^
NÔTULAS — N.o 55
Expressâo da amizade
Ihn' uum brinquedo de crianças, seja num traba-
movimento politico, hâ logo dissidênci^- RENAN disse, a respeito de sua amizade com BERTHOLET;
porque muitos querem mandar... Tal é a força desta "pensàvamxis tâo em comum que às vèzes eu nâo sabzc se de»
terminada idéia era minha ou dêle"...
ppfo ° homem, investido de uma pequena par- Êsse é 0 grau supremo a que pode atlnglr a amizade entre
duas aimas privUegiadas!
na CO ^ Poder, fica imediatamente transformado: tor-
nnilo
pouco dis^^ï'ogante, imperioso,
posto a comprecnder inexorajel.
e a perdoar aquelas fal"
358 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSlCOLOaiA OERAL 359
O amor é a força que liga um homem a uma mu- 0 individuo, loucamente, préféré fazer desaparecer da
Iher, e que compreende nao so uma atraçâo fisica mas terra o seu objeto amado, destrui-lo com suas màos, do
também moral. Quando so existe a afinidade fisica, o que vê-Io fugir de si.
amor dura pouco: na realidade nao era amor, era de- ^Em suma, o amor é a mais importante das incli-
sejo carnal. Passados os entusiasmos dos primelros tem naçôes e constantemente é tâo violento que se transfor
ma em paixâo. O amor é o supremo sentiraento do
pos (o periodo chamado de lua-de-mel), vêm o tédio e homem e o motor por excelência da vida humana.
0 aborrecimento mutuos. Quando so existe afinidade in-
Grandes obras na literatura e na arte, na ciência e na
telectual, moral ou arti'stica, também nâo é amor ver- politica tiveram por inspiraçâo e alavanca o amor. E,
dadeiro: é admiraçâo ou amizade. Sômente quando como tantas vêzes se tem dito, atrâs de cada grande
existem simultâneamente a atraçâo fi'sica e moral se homem existe sempre, a guiar-lhe os passos e a ani-
pode falar em amor. Nesse caso, passado o periodo de mâ-lo, o vulto da mulher que o ama. Sem o amor
entusiasmos e arroubos da lua-de-mel subsiste uma li- quase nada restaria do cinema, do teatro e, enfim, de
gaçâo que com o decorrer dos tempos se vai tornando tôdas as artes. O amor dâ um objetiv.o à vida, é o
cada vez mais forte, mercê de uma maior compreensâo grande estimulo para tôdas as formas de atividade e
mûtua. trabalho.
O verdadeiro amor é, ao mesmo tempo, fisico e Em compensaçâo, tem sido o amor o môvel de
mental, porque a criatura humana é, ao mesmo tempo, inûmeros crimes: assassinates, roubos, desfalque%
corpo e alma, sexo e espirito. Mas, assim como o espi- traiçôes...
rito nâo se deve dominar pela matéria, assim também E para que o amor seja a fonte da felicidade hu
no amor, para que haja uma felicidade duradoura, é mana e nâo das desgraças, é indispensâvel que o espi
indispensâvel que a atraçâo moral e espiritual seja mais ritual prepondere sobre o carnal. Por tôdas essas razôes
forte que a atraçâo sexual (vide NÔTULA n.® 56, é que a Religiâo santifica a uniâo dos cônjuges, o Es-
abaixo). tado a reconhece e protege, a sociedade a respeita e
O amor, justamente por causa da sua intensidade, reverencia.
se transforma com facilidade em odio. Isso porque a
criatura que ama nâo se conforma em perder o objeto 163.2.2) INCLINAÇÔES DOMESTIC AS — Sâo as
do seu amor, que represenca, para ela, algo da sua vida que ligam entre si as vânas pessoas da mesma faml-
ou uma parte do seu proprio ser. E assim, às vêzes, lia do mesmo sangue: é o amor paternal, maternal,
filial, fraternal, etc,
0 local, a regiao ou o pais de nascimento. O mais forte pelo Bem tem o nome de mriude; pelo Belo se chama
é o patriotismo e per êie milhôcs de indlviduos têm a Arte; pela Verdade constitui a Ciência e a Filosofia.
dado a vida. Mas às vêzes a inclinaçâo regionalista Finalmente a inclinaçâo do homem pelo Ser puro, que
é maior do que a patriotica, e surgem as guerras de é Deus, se chama a Religiâo.
secessâo e o separatismo. As antigas cidades gregas sâo O espirito religiose é, assim, fundamental, inato e
um exemplo da inclinaçâo regional dominando o senti- natural no homem, tanto como o espirito de famllia
mento nacional, tanto assim que a velha Grécia jamais ou de classe. — "O homem é um animal social", disse
conseguiu ser uma grande naçâo. ARISTÔTELES. "E religioso" acrescentou QUATRE-
PAGES. E ambos tinham razâo!
Vivo É, ^^cï^^açâo pelo meio moral e social em que se
sistivelmpntr nos tende irre-
escola dp il gi'upo (companheiros de % 164) CONXEITO DE PAIXAO
etc.).' de clube, de religiâo,
um' c'omnnTi?i^°^ l ajudar mais depressa um colega, Etimologicamente, paizâo significa
do individuo", (do latim pati - gentimentos
fuSconZdP
aça parte do ndp°
ossf |rou
u°pode
^° """partido
individuopolitico,
que nao xonada so/re a açâo de fatôres divei
os mais desencontrados. _ a nma inclinaçâo exa-
Podemos définir: - f=Xâa que se tornou
fôrça'
que^û^^g FILANTRÔPICAS — A
^^-se a inclinacân humanas entre si cha-
gerada". Ou; "paixâo e inclinaçâo vio-
impetuosa". Ou ainda: "paixao e uma m
■ua, ou espirito de solidariedade huma- lenta e anormal".
Na paixao, além do elemento afetivo, natural, exis 167.4) A PAIXAO LEVA AO FANATISMO — Êste
te também, ligado àquele, um elemento representativo
caracteristico é uma consequência dos itens 1 e 2: por
ser absorvente e embotar o raciocinio, a paixào com
(a imaginaçâo), cuja força é enorme na criaçâo e no facilidade se transforma numa espécie de adoraçâo
desenvolvimento das paixôes. É o nosso poder imagi-
cega, de fascinaçâo absoluta, que repele qualquer es-
nativo, quase sempre, quern exagera e da coloridos vio pirito de critica. As paixôes politicas ou religiosas
lentes aos nossos sentimentos e inclinaçôes, transfor- muitas vêzes atingem até o fanatismo (vide NÔTULA
mando-os em paixôes (vide NôTULA n.o 57, abaixo). n.o 58, abaixo).
3) Paixoes ideais: sao as que têm por objeto puras a consciêncla, no capitule IV (vide NÔTULA n.® 60,
Idéias — a Ciência, o Bern, o Belo, a Verdade, Deus. abaixo).
se manifestam exteriormente, jâ ela esta bastante de- Infelizmente, como o passional nâo pode dominar
sua torrente de afetividade, é mui^s vêzes joguete nas
senvolvida.
mâos das paixôes que o dominam. Em matéria de cri
- sendo possfvel extirpâ-la come se extirpa nin me sâo o passionais que fornecem os maiores contin
• ^^^®ocionado, o remédie para cembatê-la ^ gentes para as penitenciârias è os necrotérios, pois com
a intensidade com que àmam ou odeiam, fàcilmente
uni wdirefo. É canalizar a fôrça da paixâo p^ra
objeto, menos perigese ou mais util. Assiin, chegam aos extremes do assassinato e do suicidio.
fflpM destruir uma paixâo, é relativamente
É corne diz o provérbio:
-se uma paixâo com outra paixâo"... NÔTULAS — N.o 60
Sublimaçâo
processo de A criatura que tem uma t_ra"s-
^onscient^ P muito amiùde pelo nesso ia em outro objeto. Exemplo: a P paixâo
®°fo... Como sahpmn se révéla um bom filo- inconscientemente, esse ^mo apaixonados pela
^ezes tende a exnr^^o' frustrada muitas
é a outre objeto. Ta l feno- gela pintura. pela caridade. indijWuos^ em fazer
# jâ exphcada quando estudamo^ ^ uma oente querido sublimO'ni
proximo.
368 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA GERAL 369
Sendo o brasileiro urn povo sentimental (como dis- naçâo pela leitura, façamo-lo 1er bons livres em vez de
semos no capitule XV), com facilidade se empolga pelas pasquins ordinârios. ^Lcvemo-lo a 1er JULIO VERNE
razôes de ordem afetiva, entrega-se, passa da inclina- em vez de "Flash Gordon" ou o "Monstro de Lun-
çâo à paixâo. Todos os advogados, juizes, funcionâ- newille"...
rios da poli'cia sabem a quantidade enorme de crimes Il) O professor précisa ter o mâximo cuidado
passionais existantes entre nos. O brasileiro é uma com os tipos passionais, aconselhando-os sempre, para
criatura fundamentalmente boa. Raros sac, em nosso que aprendam a se controlar, pelo menos um pouco,
pais, os crimes corne cidos para roubar, e despertam Tanto quanto possivel, deve procurar dar a essas pal-
sempre uma onda de révolta na populaçâo. No entan- xôes objetos construtivos: os livros, as pesquisas, a
to, os crimes passionais, isto é, os crimes de amor, en- caridade, os trabalhos manuals, as atividades sociais,
chem 0 noticiârio dos jornais todos os dias (vide NÔ- eu, em ultimo caso, os esportes.
TULA n.o 61, abaixo).
§ 173) EXERCiCIOS E EXPERIËNCIAS
§ 172) PSICOLOGIA EDUCACIONAL
Aplicaçôes do présente capitulo à Fedagogia .1. Verificar, através da estatistica policial, a fre-
quência dos criines passio7iais no Rio e no Brasil. Ve
I) O mestre deve estudar seus alunos, para veri-
rificar a proporcào entre os crimes de amor e todos os
<iutros crimes.
ficar-lhes as tendências ou inclinaçôes, ajudando a
desenvolver as boas e combater as mâs. 2. Observai* a atitude do individuo apaixonado
Como dissemos, é muito dificil arrancar uma incli- em politica ou em amor. Registrar seus gestes e atos
naçâo, mas é relativamente fâcil canalizâ-la para uin ^ais peculiarcs. Confrontar com as atitudes tipicas do
objeto melhor, mais util. individuo apaixonado pelo dinlieiro ou pelo josu
Exemplo: é dificil destruir a "tendência colecio- Por uma idéia qualquer.
nadora" da criança; é mais fâcil canalizâ-la, fazendo 3. Exei-cicio de auto-introspecçâo - «eleni-
com que o menino, em vez de colecionar figurinhas de
balas passe a colecionar selos. Se o jovem tem incli-
lembrar-se das paixôes jâ teve. Separa-l^ em
amorosas. politico, ideais. etc., de ^
sificaçâo dada no § 169.
NÔTULAS — N.o 61
<^a.da uma? — Quai foi a mais violenta.
Pareceram ou se transformaram. „mcipais in-
Crimes passionais 4. Idem — Procurar do § 163)
um seman^as sem que se registre ^iinaçôes (de acdrdo corn a , ^jjte ou por escnto.
crever cada uma delas, nien a qus
tanto, diàriamente hâ meL perversidade. No en-
a mulher". da "moHnT.o ^ do "marido que ma-
n" ° uamoradC' e do aîifi ^ vestes porque , 5. ob„,„, n« «rl.'»;
a t a c0a ami
mgo.
o tT
i odos
v o êssW
f û t i l sâî^^^trol
s e daa, "ficdai fora
s c ude
s ssia",»e.
^picamente casos passionais-
t^ ^e^ '^'aSm 'e.nrt a: i s . , oerai -"
PSICOLOGIA GERAL 373
372 AFRO DO AR'IARAIi FONTOUBA
Ficha-resumo (continuaçâo) :
Ficha-resumo (couciusâo):
88
I' H
I 181) CARACTERiSTICOS DO REFLEXO
b> loao. compléta BECHTEREW: tôda Psicologia
■j nâo é mais do que uma Reflexcologia. Todos os
a) é um ato simples
) b) é imediato fenômenos psiquicos se reduzem a reflexos. (Isso
c) é automàtico é false.)
d) é constante
e) é Inato. 186) PSICOLOGIA EDDCACIONAL
(■
nào ser modificados pelo sujeito.
181) EXERCtCIOS E EXPERIÈNCIAS.
184) PAVVLOW E OS KEFLEXOS CONDICIONADOS
188) TÔPICOS PARA DEBATE.
a) reflexo condicionado é a reaçâo do indivlduo
peranto um estimulo improprio, artificial;
b) a experiéncia de PAWLOW com o cacliorro; o
189) LEITURAS COMPLEMENTARES.
animal acaba salivando apenas ouve o toque da
campainha que éle associbu ao jsrato de carne.
(continua)
§ 176) O MOVIMENTO COMO CAKACTERlSTICO
fundamental do universo
NÔTULAS — N.® 62
S ^y I R
elementos: a) um neurônio sensitive; b) um centre ner- Uni cHliniulo S, provtniicntc do niundo exterior, /cre um ôrgdo
voso; c) v.m neurônio meter. doo Hcntidoa, v Icvado por «ma via nervosa sc^iBiliva a «m oc^
tro ncrvoHOj a{ ne dd a inlcgraçâo I, isto é. élc ®
» i w s o o r / Ta i « t . s m M . f r n n s / o r m a , i d o - 5 C c m „ , o f o r a « .
t'i f»nr«i o ïfti/ju/o rxfcrior, otrovdff lias
qualquer (a luz, o som, a
or<r5o'i rin« ° alguém) fere os nosses
nios • ^^s^levam, através dos neurô- ,181,CAKACIEKISXICOSDOBEFLEXO
§ 181) CAftai. A
maioria dnc o' a um centra nervosa (na . «ada exis
lado ou intpnrnHn ai, o estimulo é asslmi-
em reacào vnu-^n* centre nervoso, e se transferma dêle
a) O renexo
é.aprimeira
primeira forma
forma
é um ato "
de de .^alo df
gar aos^nossos mnton? '^^'^T'ànios motores até che-
tado, déterminant "^o^spondentes ao ôrgâo afe- b) O refiexo é ijnediato^ ^ ^ tâo pequ«"
ni. i IB^^^^rm'etla lue decorre entre o
^ue é pràticamente despr ^pneiide de nenl^"
0 puxo, nesse" centésimo^^t^° picada no braço e
^ pica^ e a puxada h a k que decorre entre
acabamos de enunciar! ! acontece tudo Isso que interefrência de „ossa a
"ora, em alguns casos, f
^^«ainul-lo.
380 AFRO DO AMARAD FONTOURA
psicologia geral S81
d) O reflexo é constante: aparece sempre nas tinuarmos a arranhar ou causticar a pata da râ, todo o
mesmas circunstâncias, e se apresenta scmelhantemente
em todos os individuos da mesma espécie. Hâ certes seu corpo sera sacudido per treraores.
reflexes que sâo mesmo comuns a homens e animais
§ 183) CLASS1FICAÇA0 DOS REFLEXOS
(exemple: a dilataçâe da pupila, a salivaçâo, puxar o
membre afetado, etc.). 183.1) QUANTO À SEDE — Os reflexes podem
ser classiiicados quanto à sua sede em: reflexes da
e) O reflexo é inato: existe no individuo desde o medula, do bulbo, do cerebelo e do cérebro.
seu nascimento e independente do anrcndizagem, come lèm seae os refiexos da pele e dos os re
veremos abaixo. des membros, os de defesa. No J suor,
flexos dos centros respiratôrios, das s estâo
•da saUva, da tosse, do f f " ,n;brio. Finalmente,
§ 1S2) LEIS DOS REFLEXOS
sltuados OS centros dos reflexes do equ ^ olhos,
no cérebro se localizam os centros do
^*^^ômenos
inadas as reflexes obedecem a très leis, cha-
lets de PFLtJGER: ouvidos, etc. ,^^^0
roNHEClMENTO
183.2)
— Hà doisQUANTO
grupos deAO relaçâo
g os ao riosso
conscientes^.^^^^
excite PA LOCALIZAÇÂO — Quando se
ou resposta
OU se processa
resnnqtn local no
domesmo local.
organismo, a reaçâo Wiecimento: os f„„êles dos ^u^'^^pf^xos do
ïetiexos inconscientes sao visceras de
ciência, tais como os das nossas^^^^ S'^^fefx^«o-
Çâo é maS forte ^ estômago, do figado, dos ^ g^to,
SO na parte dn ^ reaçao passa a ser nao secreçào, etc.). ChamaimoO conUecim ^
fica simétrica ^^oitada como também na que ^os que se produzem dos membr ,
como o espirro, a contiaça ^
■<los olhos. etc. _ ^aKKEN ^cinco
é ainda mais ^ort?^ — Se a excitaçâo
^ fegiao simétrica « maior tempo, nao s6 183.3) CLASSmCAÇAO^.^g os
ganismo comeca a rof • ^ ^oage, mas também o or- C Q l o g o a m e r i c a n o WA K i ^ m o d i *
A experiê^ia ^0^0. grandes grupos: .nfluenoiod<«diia-_
Pitada, que contlmm ^ respeito é a da râ deca-
seus reflexes normaic' de morta, a apresentar
^a, com um âcido fnrfô se excitatmos a pata da
183.3.1) R®"®.®|j„Tnei-voso ^' °ùse^ol°®nto°
ficaçôes do nosso siste» dos J^^jeciinent ,
coirespondentes à nl+o estilete, os musculos ■taçâo da pupila; /no ^uiito; est
^présenta "lago e dos intestinos, s
® fôr maiscontmna?^
interna ^ movimento, e o
excitaçâo con- mento dos pêlos). ^ pdipeW»^'
Pnmeira, tambémcontra
se contV pata, simétrica à
â. Pinalmente. se con- . 133.3.2)
^controlados pelo