Professional Documents
Culture Documents
Exaltação
Exaltação
83
ARY
FORNIA
TH
OF
TH
UN
UN
16
E-LIBRARYOF LOS ANGELES E-
LIBRARYOF
THE UNIVERSIT H F-ม
UBRARYOF
CALIFORN
CALIFORN
ARY
OF
டி
THE ERSITY
ITY
CALIFORN
CALIFOR
UNIVERS
ANGELES
LOS ANGELE OF CALIFORN LIFORN
OF CALIFOR
ANGELE
THE UNIVERSITY LOS ANGELES
UNIV
THE
OFN
LOS
LOSS
ঃ
TR JR
UNIVERSITY
டி
THE RSITY
UNIVERSITY
CALIFORN
LIBRARY
THE
ANGE
R
OF
LOS
UNIVE
A-
OFI
THE
ARY
CALIFORNOF
OF
JR 5 VA JA
ANGELES
LIBRAOF
RYE-
டி
NIVERSITY
OF IFORN
CALIFOR
OF
LOS
LOSS
A-S
CARY
OF
YR YR
LIB
TH
UN
TH
OF
CA
LOS ANGELES THE UNIVERSIT HEHE
LIBRARYOF HE1LIBRARYOF ANGELES
ANGELES
LIBRARY
CALIFOOF
HE LIBRARYOF THE UNIVERSITY LOS ANGELES THE LIBR
THE LIBRARYOF
LOS
HE
OF
RN
UNIVERSITY
UNIVERSITY
UNIVERSITY-
CALIFORNI
UFORA
IBRARY
ANGELES
LIBRARY
OF CALIFORN LOS ANGELES OF CALI
OF- CALIFORN
THE
THE UNIVERSITY
THE
S
THE
OF
CALIFORNIA
LOS
LOST∙
प्रत
OFA
OF
R 5
UNIVERSTHE
LIBRARYOF E- LIBRARY LOS ANGELES THE UNIVERSITY BRARYOF
UNIVERS
LOS ANGELES THE LIBRARYOF HE-LIBRARYOF THE UND
THE UNIVERSITY
THE
JN
ITY
UNIVERSITY
- IBRARY
CALIFORN
LOF
प्रत
ANG
LOS
E
OF
A-
RN
RYOF
55 R JR
H
THE LIBRARY OF
UNIVERSITY
UNIVERSITY
THEVERSITY
CALIFORN
CALIFORN
LIBRARY
ALIFORM
THE UNIVERSIT LOSANGELES OF CALI
THE
UNI
MA
LOS-
OF
HE
OF
PR R
EXALTAÇÃO
OMNIA
EXALTAÇÃO
OMNIA
7677
APKET
J. A. ARARIPE Junior.
Carta de Araripe Junior ao "Jornal do Commercio " :
"Solicitando do Jornal a inserção , nas suas columnas
de honra, dos dous capitulos do romance Exaltação, es-
cripto por D. Albertina Bertha, o meu fim é chamar a
attenção para um dos talentos femininos que mais me tem
impressionado .
O romance Exaltação, no seu conjunto , apresenta ,
quer pela concepção , quer pelo estylo, qualidades extraor-
dinarias .
O poder descriptivo da autora tem um cunho singular
e o colorido da paizagem exibe notas fulgentes, que recor-
dam a escola dos coloristas italianos, e, ás vezes, o modo
do pintor inglez Turner .
Os dous trechos, que a autora me entregou , são talvez
os que mais lhe agradam .
A muitos leitores, porém, parecerão de uma abundan-
cia excessiva de adjectivação , devida quiçá á influencia
dannunziana. Ha um lyrismo insobrio ! Mas é precizo não
perder de vista que essa parte do livro contém justamente
o delirio, as folias, as communicações de amantes, victi-
mas de uma formidavel intoxicação pelo amor ; além de
tudo instruidos, cultos e devorados pela anciedade da reali-
zação de um typo ethico ultra vires.
O Jornal, publicando esses fragmentos, não fará senão
concorrer para que no horizonte das nossas lettras desponte
um astro de primeira grandeza . "
Thèse: tout ce qui est considéré comme bien, c'est
le mal d'autrefois que l'on a asservi . Mesure : plus sont
grandes et redoutables les passions qu'une époque, un
peuple, un individu, peuvent se permettre parce qu'ils peu-
vent s'en servir comme de moyens , plus leur culture se
trouve à un niveau élevé. Plus un homme est médiocre ,
faible, servile et lâche, plus il fera de mal : chez lui le
royaume du mal est le plus étendu . L'homme le plus bas
verra partout le royaume du mal (c'est-à-dire de ce qui
lui est interdit et hostile ) " .
Gorgoris dizia
Que vos venera só por nome e fama
Que ouvindo amor nos animos se cria,
Como por olhos, por ouvidos se ama .
Ulysséa, Pereira de Castro.
A. B. - 3
III CAPITULO
"11 de maio :
Dansei : tive a cintura enlaçada por braços , que
não eram os de Theophilo ... Mostrei o meu lindo
pescoço nú a olhares profanos, a orbitas torturadas ...
Meu Deus, por que nas pupillas paradas dos ho-
mens baila, fuzila, uma ironia, uma aneia, uma in-
terrogação, uma pausa diabolica ?
37
-
Eu, por mim, não lhes noto differença ...
Vejo-as todas iguaes, todas languidas retorquiu
ella.
― Senhorinha Ladice, é uma tormenta : por
onde passa, deixa signal, particulas que a trahem ...
--Sorrindo : ― Aquellas corollas, aquelles estames es-
tão cheios de seus gestos. Têm peccados, que me recor-
dam as suas attitudes serpentinas ...-Francisco nunca
se acreditou tão subtil, e attribuia isto á suggestão, ao
encantamento que vestia as fórmas desse corpo fragil .
Em finalizando, suas pupillas procuravam galvanizar-
se, rapidas, em as pupillas de Ladice .
Ella cessou de comer, cruzou o talher, e sentiu a
mesma sensação rosea que tivera no baile ; disfarçan-
do, disse :
- E' effeito de imaginação , ou talvez de coração
cheio de sympathia ...
—
Sou um homem positivo, mas , ao seu lado, sob
a sua dominação , desappareço , para surgir idéalista ,
romantico, um outro eu, emfim ... Reflexo pallido,
esvaido, longinquo de sua pessoa . E, depois de curto
silencio, sério, inquiriu-lhe de repente : Senhorinha ,
nunca amou ?
-
E as suas mãos , ligeiramente queimadas, premiam-
The o coração .
- "Acaricia-
"tas ; as rosas virgens avidas a dizer :-
"me ." Eu era a Rosa de todas as rosas, a Rosa de
"Vida, a Rosa de Amôr, a Rosa Immutavel que se
"não desfolha ; a Rosa Organica de un desejo selva-
"gem e immensuravel ...
66 --
Li um longo capitulo sobre a Paixão amo-
"rosa, talvez seja por causa d'isso ... respondi -lhe,
"debruçando-me sobre a janella . "De escriptor
"francez ?" - inquiriu-me elle.- " Não sei ; é de
"Theophilo ... Não me recordo o outro nome " e
"uma alegria feroz, maligna me dansava nos musculos ,
"ao atirar entre mim e elle essa palavra de sons ter-
"riveis ..."
* * *
suas mãos ; era uma alma sem horas mortas, sem es-
curos, sem subtilezas .
Essa phrase veio qual setta rasgar-lhe o amôr
proprio, a esperança ; aniquilar -lhe os sonhos alta-
neiros . Por minutos elle tomou a feição abatida de
passaro ferido que deixa tombar as azas ...
A Senhora de Assis em se afastando, deliciava- se
intimamente do damno que causára á compustura
elegante do chronista.
Toda a mulher é astuciosa e tem qualquer cousa
de felino . Gosta de judiar, de maltratar, de martyri-
zar tanto a presa, que ama, como a que lhe é indif-
ferente .
Armando permaneceu calado , fumando , incapaz
de encetar qualquer conversação .
Dinah, ao seu lado , não comprehendia , não se
podia explicar a transição subita de Armando e ta-
chava- a de exquisitice de literato .
A Senhora de Sant'Hilario se entretinha com um
velho Visconde, typo conservador , sempre irritado e
maldizente, que não cessava de menoscabar a socie-
dade moderna e as prerogativas concedidas á mulher
de hoje .
Em a sala contigua jogava-se o "bridge". A Se-
nhora de Assis esquivou-se furtivamente do salão para
uma pequena varanda . Ella tinha o coração cheio de
segredos e de exaltações : todo o seu ser era um só di-
thyrambo venusto, attico, incisivo ...
Embrenhando as mãos, os pulsos pela rama vi-
rente de uma trepadeira que vicejava ao redor, Ladice,
sentia voltear-lhe em a imaginação excessiva, o lyris-
174
***
E' a ultima noite da lua cheia . Levar-me-ás
á Praia de Botafogo . Quero ver a agua, o luar, as
montanhas, dizia Ladice ao seu marido .
Pela sua apparencia Francisco percebeu que ·
havia de ceder, de satisfazer-lhe o pedido , tal a von-
tade extraordinaria que se escondia em aquella com-
pleição franzina .
- Essa tua effusão pela natureza , ao envez de
arrefecer, augmenta prodigiosamente ... Já não a tens
mais como manifestação brilhante, como regalo mara-
vilhoso para a sciencia, para a vista ... Levas ao
exaggero, entras-lhe em os arcanos, vives-lhe a vida e
arrancas-lhe sensualidades novas ... Se escrevesses
quanta revelação estranha, atirarias ao mundo ...
Para mim, ella é apenas um espectaculo apaziguante,
e as impressões que recebo não passam além dos meus
sentidos externos ...
- Meu Deus ! como és feliz em te conservar
Theophilo continuou :
!
"If I were what the words are
And love were like the tune
With double sound and single
""
Delight our lips would mingle ... (2)
Ladice o interrompeu :
Theophilo continuou :
Ladice o interrompeu :
Ladice o interrompeu :
"Eu sou a doçura violenta da primavera, tu és a
tristeza fecunda do poeta, eu sou o cheiro agudo
das flôres, tu és a pulsação que se accelera, tu e eu
dualismo divino gerado em um só ser . "
Theophilo continuou :
Ladice interrompeu :
" Eu sou o amor que se dá, tu és o desejo im-
menso, eu sou a mulher, a noiva, a amante, tu és o
homem, o noivo, o amante, um só respirar, uma só
palpitação , um só fremito para dous corpos ..
Em falando, as mãos brancas de Ladice tinham
X CAPITULO
***
-
Blasphemas ... Amo-te por ti mesmo ... amo
teu perfil que morre em meu, as tuas ideias ,
os teus cabellos negros que sombream o pallôr de
lua matutina da tua face ; a ironia que te dansa ao
redor dos labios humidos e roseos .
- Ia pela ma-
companhia de sua mãe, ajudando- a .
nhã e só regressava á noite .
Escrevia constantemente ao seu amante ás vezes
cartas longas, onde o seu coração gemia, contorcia-
se pela sua ausencia ; outras vezes, algumas linhas
apenas, verdadeiras explosões amorosas, cheias d'ella ,
de seu sentimento :
Theo .
"Meu amigo.
Ladice . "
“ Meu Theo.
Ladice."
66 Theo .
Ladice . "
66 Theo .
"O futuro, o futuro ... E' a dominação de teu
"ser sobre o meu ...
Ladice . "
- 229
66 Theo .
"As minhas mãos acabam de acariciar as flôres
"das laranjeiras. Ainda estão pallidas, de poesia
"branca, de lyrismos delirantes . Lá sob o laranjal flo-
"rido, envolta em esse perfume que entorpece e que
"desvaira, eu me transformava pouco a pouco , ora
66
"- em uma particula da vida universal, um fragmen-
"to da natureza, a irmã dos astros, das cousas sensi-
"veis e inertes, um harpejo da harmonia, o som de to-
"dos os rumores ; ora em um nume amoroso , uma
"Napéa ardente, uma mulher que dizia ao amante, os
"olhos dentro de seus olhos :- Eu sou a tua vida can-
"tante ! Eu sou a tua chamma eterna ! Eu sou o teu
"ultimo destino ! ...
"Thêo, és minha loucura, a ebriez desordenada
"de minha juventude ...
Ladice . "
XI CAPITULO
(Browning . )
prehendes ?
Francisco fingiu não a ter ouvido . Elle não quiz
entrar em o detalhe d'essa phrase, temendo augmentar
a languidez de sua mulher. Inquietava-o o seu pallôr,
o seu alheamento a tudo. Elle passou o resto do dia
preoccupado. A' tarde, ao chegar da rua, encontrou-a
254
***
Theophilo a reteve .
----
Espera ... Dize -me quando serás minha total-
mente ... Quero-te toda como a terra tem o sol ...---
Elle inteiro, o seu motivo, a sua condição se agarra-
-267-
-
philo, encaminhando-se para o piano e abrindo -o :
Dona Ladice, queira fazer um pouco de musica ; al-
guma cousa de muito romantico ...
De olhos bistrados e attitudes languidas ?—
inquiriu ella, rindo muito os olhos nos olhos de seu
amante .
-
Não, de membros elasticos e mysteriosamente
romantica respondeu o Poeta, baixinho, entre
dentes, as pupilas em fogo .
Beethoven ? indagou ella alto .
---- Não, a tua alma e a tua dôr - murmurou
elle .
Theophilo sentou-se na mesma direcção, porém
distante, em uma cadeirinha baixa de longo espaldar,
que elle adivinhara ser propriedade exclusiva de La-
dice cobria-a um pedaço de setim azul, atirado negli-
gentemente .
João, apesar de conversar, não deixara de seguir
attentamente os minimos movimentos de Ladice e de
Theophilo . Aquelle rapido dialogo em o piano lhe deu
certo mal estar, embora nada tivesse percebido do col-
loquio de ambos . Esse leve e involuntario rancor lhe
servia de instrumento de combate, em revelar a ver-
dade, em pôr a nú as pequenas perfidias da mulher,
em destruir-lhe as grandes apparencias . O despeito
de Armando o tornava um sceptico, um corrosivo, um
impio aventureiro em pós esgares femininos, façanhas
duvidosas, exaggeradas em a sua raiva infructifera .
Esses dous negadores assumidos, esses dous nihilistas
de ficção se enganavam mutuamente , dilatavam a
mentira , escondiam a realidade a si mesmo , cada qual
- 307 -
***
311-
Ladice . "
318.
A. B. -21
-320 .
Rahel ."
― 324-
2
335 -
“ Meu Theo
LIBRARY
LIBRARY
UNIVERS
LOS LES
CALIFOOF
CALIFOOF
CALIFOR
LAOSELES
LOS ANGELES NICSANCE!
THE
THE LIBRARYOF THE UNIVERSITY
THE
HELIBRARYOF
ANGE
OF
OF
THE
ANG
RN
RN
CALL
OF
오늘 H 55
C∙ ALIFORNIA
. LIFORNLY
TY
LIBRARY
UNIVERSI
OF CALIFORN ICSANGELES
ANGELEST
CALIFOOF
ה UNIVERSITY
CALIFOUF
THE UNIVERSITY OF CALIFORN
-EFRAPY
LOS ANGELES OF CALIFORAL OF CALIFORN THE UNIVERSITY HALOSANCE!
THE
THE
ANGEL
OF
CA
LOS
LOS
.
RN
RN
A-
U
UNIVERSIT
UNIVERSITY
A
THE UNIVERSITY
CALIFOR
LOS ES
CALIFOR
LIBRARY
THELIBRARY
ANGEL
HE-LIBRARYOF THEUNIVERSITY LOS ANGELES HE-LIBRARYOF
THEY
THE
OF
OF
OFE-
JR
H& 5
UNIVERSI
OF CALIFOR LOS ANGELES · CALIFORNIA.
ANGELELO
OF - CALIFO
UNIVERS
THE UNIVERSITY
LIBRARY
THE RR
THE
LOS
STS
THS
VYA S Vf
TR
CALIFORNET
LOS
OFLIFORN
LOS S
NIOSANCEL
HE-LIBRARYOF THE LIBRARYOF THE UNIVERSITY
ANGE
OF
CA
TY
டி டி
IA
THE RSITY
CALIFORN
IT
ORN
CALIFO
LIFO
CALIFOR
THE UNIVERSITY
LIBRARY
FORNA
UNIVE
N
CALIFOR ALIFORN
THE
OF
OFE-
OF
RNIAF-
FR FR $
H
THE LIBRARYOF
UNI
OF
OF-
E
CA
11 .
THELIBRARYOF 山 CELES
LOS ANGELES THE UNIVERSITY THE LIBRARYOF
UNIVERSIT
UNIVERSIT
LIBRARY
ANGELES
OSLES
THE THELIB
THE
THE LIBRARYOF
OF
THE LIBRARYOF
ANGE
THE
LOS
THEY
AL
-LAOS
A
5
TY
MELIBRARY
THE RSITY
UNIVERSIT
FORA
UNIVERSI
LIBRAR
LOS ANGELES THE UNIVERSITY
OF- CALIFORN CALIFORNIA
OF CALIFORN LOS ANGELES OF-C
UNIVE
OF THE UNIVERSITY
ALOSA
THE
ANGE
IFORN
THE
OF
OF
LOSL
HEY
R 5
LIBRARY
LIBRARY
THE UNIVERSITY
THE
OF
@ RA
OF
THE
LIB
55 CA
UNIVERSITY
-LIBRARY
ELES
LIBRARY
OF CALIFORM
ANGELES
ANGELES
THE ERS
THEU
TY
THE UNIVERSIT OF- CALIFORN Y OF CALIFORN
THE
OF
ALOS ANGELES
CALIFO
HE
O- SIT OF
UNIV
LOS
OF
AN
LOS
HE
F
CALIFO-RN L
SO FR R
4FURHARYO
LIBRARY
LOS ANGELES THE UNIVERSITY HE- LIBRARYOF HE-LIBRARYOF
-LAOS ELES
THE
OF
UNI
ANG
UBRARY
OF CALIFORNIA
OF
TR $
TR JR
THE LIBRARYO
TH