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Copyright © 2023 By Natália Bisognin Machado, Always You.

Todos os direitos reservados.

Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida, apropriada, ou estocada sem prévia autorização da
detentora dos direitos.

Trata-se de uma ficção. Nomes, personagens, e acontecimentos são meros frutos da imaginação da
autora.

Quaisquer semelhanças com a realidade é pura coincidência. Texto revisado conforme o acordo
ortográfico da Língua Portuguesa.

Capa:

Natália Bisognin Machado

Diagramação:

Natália Bisognin Machado

Equipe de assessoria:

Larissa Lago

Betagem:

Larissa Lago, Luana Lima, Rafaela Luciana, Esther Hadassa, Regiane Bevitório, Atlas Harrigan

Revisão:

Larissa Lago
Nota da autora
Olá, seja muito bem vinda (o) a mais um livro. Já agradeço por estar dando mais uma oportunidade ao meu
trabalho.

Always you, é um livro não recomendado para menores de 18 anos por conter cenas explícitas como: Uso
de substâncias lícitas, palavras de baixo calão, cenas de sexo explícitas, entre outros.

Não é um livro pesado, a leitura dele é leve, espero que Jude, e Mia te deixem com o coração quentinho
assim como deixaram a autora.

Meu Instagram está aberto a quaisquer dúvidas, e surtos. @autorabisognin.

Encontro vocês no final.

Com amor, Natália B.


Escaneie o código, ou clique aqui, e ouça a playlist oficial de Always no spotify.
Para todas as pessoas que não conseguem demonstrar seu verdadeiro eu, e para aquelas que já se
apaixonaram pela melhor amiga. Pois é! Eu entendo vocês.
PRÓLOGO

CAPÍTULO 1

CAPÍTULO 2

CAPÍTULO 3

CAPÍTULO 4

CAPÍTULO 5

CAPÍTULO 6

CAPÍTULO 7

CAPÍTULO 8

CAPÍTULO 9

CAPÍTULO 10

EPÍLOGO
Sabe aquele momento em que você só queria estar em casa, comendo alguma porcaria, e lendo um bom
livro? Pois é! Era exatamente como eu queria estar agora. Porém, fui obrigada a estar aqui no meio desse tanto de
adolescente com os hormônios à flor da pele, por causa da minha melhor amiga, ela quase me trouxe arrastada para
cá, e logo que chegamos sumiu junto com o namorado, e eu fiquei igual uma pateta aqui sozinha.

Fico olhando o movimento na sala, sentada no sofazinho confortável. Beberico meu refrigerante, enquanto
vejo um garoto pisando em seus próprios pés, ele cai de cara no chão, e a bebida em seu copo vermelho acaba
vindo parar toda na minha roupa.

— Puta merda, desculpa. — O garoto diz de forma meio embolada, se levantando do chão com dificuldade.

Sinto o líquido escorrendo pelo decote da minha blusa, e fico de pé em um pulo. Hoje não é meu dia de
sorte. Largo a lata em algum canto dali.

— Eu juro que… não foi proposital. — Ele continua falando. — Eu posso… — o garoto soluça — te
ajudar, se quiser.
Faço uma careta, e me afasto dele.

— Você não consegue nem consigo mesmo, vai me ajudar como?

— Com o que você… — mais um soluço — quiser, princesa.

Reviro os olhos, e subo as escadas, à procura de algum banheiro. Estou me sentindo toda melecada, e esse
cheiro de álcool está me repugnando.

— Hey, Jude. — Ouço uma voz logo atrás de mim, e me viro dando de cara com James o namorado atleta,
e babaca da minha melhor amiga — tá procurando a Mia?

— Não, um garoto derrubou algo em mim, e eu queria achar um banheiro. — Respondo, e franzo a testa
quando vejo o olhar apreensivo dele — Porque você achou que eu estava procurando a Mia? Aconteceu alguma
coisa?

James coça a nuca, e começa a se virar, indo em direção às escadas.

— Não, é que vocês estão sempre juntas, então pensei que… você estava procurando ela, talvez? Bom, eu
preciso descer, tão me chamando lá.

Cerro os olhos, desconfiada desse comportamento estranho dele. Pego meu celular do bolso, e verifico se
tem alguma mensagem da Mia, mas não tem nada. Ela não entra a mais de 3 horas no whatsapp.

Jude:

Onde você tá?

Começo a andar pelo corredor, abrindo todas as portas. Infelizmente em nenhum vejo Mia, e sim casais se
pegando, outras se drogando. Meu celular vibra na minha mão, e pela barra de notificação vejo a resposta dela.

Mia bff:

Última porta do corredor.

Ando rapidamente até lá, e ouço um choro vindo de dentro. Pelo visto hoje vou precisar arrancar as bolas
de alguém. Abro a porta do quarto, e vejo a minha garota com a cabeça encostada no joelho, toda encolhida. É uma
visão de partir o coração. Fecho a porta logo atrás de mim, e caminho a passos vagarosos até ela.

Quero saber o que aquele vacilão fez para ela, e como devo torturar ele. Mia é alguém muito importante
para mim, não só por ser minha melhor amiga, mas por outra coisa também, um segredo que guardo comigo há
muito tempo.

— Ei, Mia. O que aconteceu? — Me sento na ponta da cama.


Ela levanta a cabeça, e me olha. Vejo sua maquiagem toda borrada, e seu cabelo todo bagunçado, como se
ela tivesse ido para guerra, ou algo assim. Mia se levanta, e me abraça. Sinto suas lágrimas molhando minha blusa.

— Aquele canalha me traiu com a Ashley.

— A líder de torcida? — ela anui, e me aperta. Suspiro, o cheiro gostoso de shampoo invade minhas
narinas. — Você é mil vezes melhor que ela, sabia disso não é?

— Se eu fosse tão boa assim, não teria levado um chifre.

Me desvencilho dela, e seguro em seu queixo, ela fixa o olhar no meu, e por um segundo me perco na
imensidão azul de seus olhos. Pigarreio, e tento voltar a linha de raciocínio.

— Nunca mais diga algo assim, entendeu? Você é melhor que os dois. Não precisa sofrer por um babaca
que só pensa com a cabeça de baixo. — por um átimo de segundo noto que ela desvia o olhar do meu, para a minha
boca. A garota funga, e volta a se encostar na cabeceira da cama.

— Tudo bem. Acho que você tem razão. Eu sou muito melhor que isso. Vamos descer, eu preciso esquecer
que essa merda toda aconteceu.

— Tem certeza? Mia, acho melhor a gente ir para casa.

— Não, ninguém vai para casa, vamos fazer dessa noite uma das melhores. Não posso deixar que ele pense
que ganhou.

A morena se levanta, se ajeita no espelho, e sai. Saio logo atrás dela. Algo me diz que alguma coisa vai
acontecer, só não sei se é boa ou ruim.

A festa continua bem agitada, e o cheiro de álcool já não me incomoda mais. Mia, e eu já bebemos tanto,
que mal sinto meu corpo. Agora estamos deitadas na cama dela, rindo igual duas doidas.

— Como é a sensação de beijar uma mulher? — Ela indaga, e me olha em seguida. Duas grandes, e lindas
esferas azuis.

— Porque quer saber isso?

— Sei lá, só me bateu a curiosidade.

— Curiosidade, ou está querendo experimentar? — Falo de forma brincalhona.

— E se eu quiser? Sempre quis saber qual era o sabor do seu gloss.

Mia responde, e encosta os dedos na minha boca, sentindo a maciez deles. Meu coração vai parar na boca, e
volta. Fecho os olhos me deliciando com essa sensação maravilhosa. Se ela soubesse que eu sempre quis beijá-la,
não me torturaria assim.

— São tão macios. Se eu te beijasse agora, você ia achar estranho? — Sua voz é quase um sopro, sinto sua
respiração batendo contra meu rosto.

— Não. Eu sempre quis isso. — Falo tão baixinho que acho que ela não conseguiu me ouvir.
Mia gruda de prontidão seus lábios nos meus, e eu me sinto como se estivesse ido ao paraíso e voltado.
Peço passagem com a minha língua, e o beijo que era para ser algo delicado, vira uma coisa mais quente, ela sobe
em cima de mim, e aprofunda mais nosso beijo. Algum tempo depois ambas estão sem roupa alguma, e Mia está
gemendo meu nome, enquanto chupo-a com fervor. O gosto da boceta dela é tão doce, que pode se tornar um vício
perigoso para mim.

E eu adoraria isso.

Acordo com uma dor de cabeça do caralho, sinto algo quente e pequeno enrolado em mim. Abro os olhos
bem devagar, e pisco algumas vezes, tentando me acostumar com a claridade, pelo teto de gesso, e o lustre percebo
que não é meu quarto. Olho para baixo e a visão me deixa desconcertada, meu coração bate tão rápido que parece
que irei ter um infarto a qualquer instante. A FUCKING MIA NUA, EM CIMA DE MIM. Ela parece tão serena
dormindo que nem vontade de mexer eu tenho. Levo minha mão ao seu rosto, com a ponta dos dedos empurro uma
mechinha de cabelo que estava caída. Linda pra caralho.

Puta que pariu, que porra aconteceu ontem?

Eu só me lembro de ter tomado algumas doses daquele copo vermelho que o garoto tinha derrubado na
minha roupa. Queria saber como vim para aqui na casa da Mia, e sem roupa na cama dela. Olho para seu pescoço, e
vejo algumas manchas vermelhas. Puta merda, e para piorar tudo, ainda deixei a menina marcada. Será que foi eu?
Vai que…

— Você tá bem? — Ouço sua voz, e vejo ela me olhando com o cenho franzido.

— E-eu? — pigarreio, ver a visão dos seios dela, não tá me ajudando a raciocinar — Tô, e você?

— Eu tô. — Mia coça a testa, e se levanta segurando um dos lençóis em seu corpo.

— O que aconteceu ontem?

— Prefiro que a gente não fale sobre isso, ok? — A morena fala de forma fria, e caminha até o banheiro. —
Para todos os efeitos isso nunca aconteceu.

Ouço a porta se fechando num baque, e encaro o teto por uns segundos. Será que algo vai mudar depois de
hoje? E se ela não me quiser por perto mais? Eu falei algo para ela? Porra, minha cabeça está uma confusão. A
única coisa pela qual eu rezo é para não perder ela. Amizade como a nossa não se acha em qualquer lugar.
8 anos depois.

— Eu preciso que me arranje uma nova ajudante hoje mesmo, pai.

— O que aconteceu com a outra? — Indaga meu pai com a mesma calma de sempre.

— Digamos que ela não aguentou o tranco.

— Mia, o que você aprontou?

— Não foi nada, eu juro. Por favor, tem como me fazer esse favor? — Começo a revirar minha gaveta,
atrás de um cigarro, digamos que com o acúmulo de tanto estresse, fui obrigada a recorrer a nicotina.

— Eu posso. Já estava me esquecendo, Jude tá voltando hoje, estou pensando em fazer um jantar especial
pra ela, e quero a sua presença.

Ouvir esse nome depois de tantos anos, me deixa com um friozinho na barriga, o que não era para
acontecer mais. Nos afastamos há muito tempo, a última vez que eu consegui olhar para ela foi no dia que
transamos. Depois disso, eu me senti tão esquisita, não conseguia nem me aproximar dela mais. Nossa amizade
acabou ali, naquela noite de bebedeira, eu sei que ela não tinha culpa de nada, eu que nunca consegui encarar quem
era de verdade, até hoje me sinto assim. Era como se tudo aquilo fosse tão certo na hora que a boca dela encostou
na minha — ou a minha na dela, tanto faz — que aquilo me assustou pra caralho.

Claro que até os dias de hoje, ainda penso nela. Infelizmente não consegui apagar seu cheiro, e todo o resto
dos fragmentos que ela deixou em mim.

— Mia? Você tá aí? — ouço a voz do meu pai do outro lado da linha.

— Sim, pai. Eu tô. Não sei se vou conseguir ir. Tenho muito trabalho aqui pra fazer.

— Vocês duas não se vêem há anos. Então você pode muito bem deixar as coisas para amanhã, e vim
curtir sua família, e sua amiga.
— Vou ver o que posso fazer, ok? Chegou gente aqui, preciso ir. Te amo.

— Mia, esper…— não espero ele terminar, e desligo.

Encosto minha cabeça na mesa, e suspiro.

— Eu sou a porra de uma covarde de merda. — Resmungo.

— Mia, eu queria que você…

Levanto a cabeça, e vejo Lisa, a secretária do meu pai me olhando como se eu fosse uma maluca. Talvez eu
realmente seja.

— Tá tudo bem? Se quiser, eu volto mais tarde.

— Não, tá tudo bem. Você quer que eu faça o quê?

— Assine esse documento só. Seu pai mandou avisar que já achou a garota nova para o cargo de secretária.

— Isso é ótimo — falo lendo o documento — pelo visto tá tudo certinho — assino, e entrego para ela
novamente.

— Amanhã cedo ela estará aqui.

— Precisa de mais alguma coisa?

— Não. Você não precisa de alguma ajuda? Eu posso te ajudar a organizar as coisas, se quiser. – Ela olha
para a minha mesa, e vê a bagunça de papéis nela.

— Não precisa, eu consigo me virar. Pode ir para casa.

— Tem certeza?

— Sim. Eu vou ficar bem.

Lisa anui, e se vira novamente saindo da sala. No que eu preciso de ajuda, infelizmente ela não pode se
meter. Isso eu preciso fazer sozinha, parar de ser covarde, e encarar ela.

Batuco minhas unhas recém pintadas decidindo o que fazer, e opto pela coisa mais fácil. Vou encher a cara,
foda-se. A Mia do futuro que encare a enxaqueca amanhã. Pego minha bolsa, e mando uma mensagem para minha
amiga.

Mia:

Tá afim de encher a cara?

Bella:
Quando, e onde?

Mia:

Agora mesmo, na boate de sempre.

Bella:

Amo seu lado irresponsável. Em 20 minutos tô lá.

— Odeio fila. — Resmunga Bella ao meu lado — SE NÃO DEIXAREM A GENTE ENTRAR AGORA
MESMO, VOU CHAMAR O DONO AQUI PRA TE DEMITIR. VOCÊ SABE QUEM ELA É? — ela diz
apontando para mim.

Nesse momento eu só queria me enfiar no primeiro buraco que eu visse por aí.

— Quer parar com isso? Tá todo mundo olhando pra gente.

— E daí? É uma falta de senso te fazerem pegar uma fila desse tamanho, sendo que a gente sempre passa
antes de todo mundo.

— Ele deve ser novo, dá um desconto.

Bella cruza os braços e bufa, parecendo uma criança fazendo birra. Apesar dela estar quase sempre
me envergonhando, ainda continua sendo uma das poucas amigas que sobrou. Nos conhecemos na faculdade, no
começo ela parecia não ir muito com a minha cara, e me chamava de patricinha metida. Porém, depois de um
trabalho que fomos obrigadas a fazermos juntas, acabamos nos aproximando bastante. Ela sabe tudo da minha vida,
até sobre a Jude, infelizmente em uma noite regada de muita bebida contei tudo sobre a garota dos meus sonhos
para ela. Pelo que Bella me disse, depois disso eu comecei a chorar muito falando que queria ela de volta. Um mico
total eu sei.

— Porque você tá tão calada assim? — A loira me cutuca com o cotovelo.

— O quê?

— Tô te achando estranha, o que aconteceu?

— Estresse no trabalho.

— É só isso mesmo? Você sabe que é só beber um pouco que a sua língua fica solta, né?

Rolo os olhos, e não respondo. Ela tem razão, uma hora ou outra eu vou acabar abrindo a boca. A bebida
me deixa extremamente vulnerável, e suscetível a fazer muita merda. Foi graças a isso que perdi minha melhor
amiga, e me tornei essa pessoa horrível.

Depois de quase 30 minutos na fila, finalmente entramos. O lugar está extremamente cheio, a vontade de
dar meia volta e ir embora é grande, mas acabo me convencendo que eu preciso disso, foi muita emoção para um
dia só. Preciso encher a cara.

Pego a vodka que o barman acabou de servir, e viro tudo de uma vez só. Balanço a cabeça, sentindo a
ardência em minha garganta.

— Mais uma. — Coloco o copo no balcão, e ele coloca mais um pouco no copo. Bella me intercepta antes
de eu tomar outra dose.

— Tá maluca? Não precisa beber igual uma louca.

Me desvencilho do seu toque, e viro a segunda dose. Bella balança a cabeça, e me puxa, levanto do
banquinho, e a sigo pelo amontoado de corpos suados dançando na pista, só paro quando chegamos em uma área
mais reservada.

— O que tá acontecendo?

Abaixo a cabeça, e suspiro.


— Jude voltou, era pra eu estar com o meu pai agora, em um jantar que ele está fazendo pra ela.

— Mas ao invés disso você está aqui enchendo a cara. Acho que tá na hora de você parar de fugir,
e ir logo encarar a garota.

— Eu… não sei se consigo. Vou falar o que pra ela? “Então, desculpa não ter falado com você mais
depois de termos transado quando tínhamos 17 anos, o que aconteceu é que você me fez sentir mais que meu
ex-namorado, e eu não soube encarar isso.” — debocho.

— Isso já é algo melhor do que ficar agindo igual uma fugitiva. Você tem tanto medo de quê? Assumir que
você gosta de mulheres não vai te fazer uma pessoa ruim, e seu pai não vai te deserdar por isso. O coroa é gente
boa.

— Eu não sei, e se eu tava delirando naquele dia? e na real, eu não gosto de mulheres?

— Você já pegou mais mulheres que seu ex em toda vida dele. Sério que vai jogar essa pra cima de mim,
Taylor?

Jogo a cabeça para trás e fito o teto por uns segundos. E de novo, ela tem razão. Eu preciso ser mais
verdadeira comigo mesma.

E daí que eu gosto de mulheres? isso não vai mudar quem eu sou.

— Amanhã depois do trabalho eu vou atrás dela. Agora preciso de mais um pouco de bebida. — Digo.

— Amo seu lado decidido. Eu faço questão de pagar essa rodada. — Bella ri, e saímos em direção ao bar.
Voltar é tão estranho. Quando sai de Los Angeles para cursar administração em Nova York, eu não pensava
em retornar para cá novamente, na minha cabeça, arrumaria um emprego lá que seria o suficiente para minha
permanência depois da conclusão da faculdade, mas infelizmente não foi o que aconteceu. Me endividei, e fui
obrigada a ter que voltar para a casa dos meus pais. Não que eu esteja reclamando, longe disso. Meus pais sempre
foram tudo para mim. Nesse meio tempo longe deles eu senti falta pra caralho. Mas a questão é que, eu não queria
voltar. Minha maior vontade era de poder levar eles comigo para lá. Tinha alugado um apartamento bom, que daria
para nós três. Achei que o estágio me contrataria depois da faculdade, mas foi um engano. Tentei de todas as
formas, outras empresas, mas só consegui um “Me desculpe, mas você não faz o perfil que a empresa procura.” Até
hoje não sei que perfil era esse que eles tanto procuravam. Cansei de tentar descobrir, e acabei voltando para o
confortável mas pequeno lar que eu nasci, e cresci. Aqui eu espero que as coisas pelo menos melhorem.

Ontem tio Lucca — Pai da Mia, vulgo meu pior pesadelo — fez uma janta em minha homenagem. Fiquei
muito feliz, e um pouco decepcionada em não ver ela lá. Achei que depois desses anos ela iria começar a ser mais
corajosa. Mas o que esperar de alguém que nunca conseguiu nem me olhar na cara depois de tudo? Foram anos de
amizade jogados ao vento em apenas uma noite. Eu não deveria ter ficado decepcionada com isso, e sim feliz por
não precisar enfrentar ela tão cedo, mas infelizmente por algum motivo meu coração bobo estava louco para vê-la
novamente. O lado bom dessa janta é que eu saí de lá com um emprego. Parece que a secretária do tio Lucca está
saindo da empresa, e ele me ofereceu o lugar dela. O salário é bom, ou seja posso ajudar meus pais, e ainda guardar
um valorzinho no banco, o que para mim está mais do que bom. Eu só queria isso, um pouco de estabilidade
financeira, e algo me diz que é o que esse emprego me dará.

Faço um rabo de cavalo bem alto, e aliso novamente o vestido preto, me olhando no espelho. Tudo parece
em ordem: maquiagem bem feita me deixando com um aspecto saudável, cabelo no lugar, roupa bem passada, e
principalmente salto alto. Eu odeio usar salto, quase sempre tropeço quando uso um tão alto assim, mas pelo menos
ele me deixa com uma postura mais confiante. E confiança é tudo o que eu preciso agora.

Pego minha bolsa que estava em cima da cama, coloco meu celular dentro, certifico que está tudo lá dentro
como meus documentos, e coloco a alça no meu ombro.

Sorrio quando sinto o típico cheirinho de café da manhã caseiro vindo da cozinha. Como eu senti falta
disso. Minha mãe arrasa quando se fala em panquecas. Nunca comi nenhuma que se igualasse a dela.

— Bom dia para os melhores pais do mundo. — Deixo minha bolsa na guarda da cadeira, e a puxo me
sentando em seguida.

Papai que estava concentrado em seu jornal, abaixa ele um pouco, e sorri.

— Bom dia, filha. Preparada para o grande dia?

— Mais que preparada, papai. Estou animada e com medo ao mesmo tempo. E se eu fizer algo de errado?

— Você se preparou por anos para estar em uma grande empresa, querida. Larga de ser boba, eu confio no
potencial da minha menina, e seu tio também. — Mamãe que estava no fogão terminando de fazer as panquecas se
pronuncia, e em seus olhos eu vejo o brilho de orgulho sendo emanado.

Se eles confiavam em mim, por qual motivo eu não poderia fazer o mesmo? Fiz 4 anos de administração,
me preparei para estar em uma grande empresa, agora finalmente estava acontecendo, e eu não iria decepcioná-los,
mesmo não sendo o cargo na minha área, e sim como secretária, isso não me importava, ainda mais que eu
trabalharia direto com o chefe.

— Obrigada por vocês confiarem tanto em mim. — Falei sentindo um bolo se formar em minha garganta.
Eu estava me sentindo bem sensível ultimamente. Época menstrual era uma merda mesmo.

— Sem chorar por favor, vai borrar sua maquiagem, e eu vou começar a chorar aqui em cima das
panquecas, e não é muito higiênico comer panquecas com lágrimas misturadas. — Eu quis rir disso.

Meus pais sempre me apoiaram em tudo, até quando eu me assumi lésbica. Nunca me repreenderam em
nada, a única coisa que ambos queriam era a minha felicidade, independente de tudo. Eu definitivamente tinha os
melhores pais do mundo, e os amava mais que tudo!
Nosso café da manhã foi regado de risadas, e meus pais me atualizando de tudo o que havia acontecido nos
anos em que eu fiquei fora. Posso dizer que os dois são bem fofoqueiros, como ambos são aposentados já tem
tempo de sobra para ficarem cuidando da vida alheia. Só nesse café da manhã soube que a filha mais nova da nossa
vizinha engravidou com 14 anos, e quase foi expulsa de casa. Fiquei com pena da garota? Sim! Ninguém merece
passar por uma situação assim tão nova, e ainda não ter a família apoiando. Por sorte a mãe dela mudou de ideia a
tempo, e quis dar o suporte necessário à filha. Agora logo, logo teremos mais uma criança correndo pela rua.

— Chegamos, moça. — Diz o taxista parando no outro lado da rua, e me tirando dos meus devaneios.

— Ah sim. Quanto deu? — Falo abrindo minha bolsa, e pegando minha carteira de dentro dela.

— 15 doláres. — Ele fala, e batuca os dedos no volante no ritmo da música que toca na rádio.

Pego as notas, e entrego para ele.

— Muito obrigada. Tenha um ótimo dia! — sorrio, e saio em seguida do carro.

Ele me responde, e sai com o carro em seguida.

Fico parada olhando a fachada elegante do outro lado da rua. Respiro, e inspiro devagar tentando acalmar
meus nervos.

Vai dar tudo certo, Jude. Você consegue. Repito isso como um mantra, tentando convencer meu cérebro.
Ensaio meu melhor sorriso, e começo a atravessar a rua. Um camaro vermelho passa a toda na minha frente, bem
em cima de uma poça, me molhando toda no processo.

A vontade de gritar e mandar tudo para os ares toma conta do meu ser. Porra de riquinho do caralho.

O carro é estacionado no outro lado da rua, atravesso o restante do caminho que faltava percorrer, pingando
como se tivesse acabado de tomar banho. Fecho a mão em punhos, e começo a bater na janela do carro, sem me
importar se estou prestes a fazer um barraco na frente do meu futuro serviço. A janela começa a descer, e quem eu
vejo a seguir me deixa paralisada. Mia em toda sua glória, ainda mais linda do que quando éramos duas
adolescentes.

Meu coração traidor dispara, e sinto que estou prestes a ter um infarto.

Mia

Mia

Mia

Com certeza é isso o que ele diz a cada batida acelerada.

Mia parece tão afetada quanto eu. Ela força um pigarro, e começa a falar:

— O que você está fazendo aqui?

A olho incrédula.
— Isso é sério? Você me molha toda, e a primeira coisa que me pergunta é o que eu tô fazendo aqui?

— Jude, me… desculpe por te molhar. Esse carro é novo, eu ainda estou tentando me acostumar com ele.
Às vezes ele…

— Guarde suas desculpas para você. Eu tinha hora, e agora como vou trabalhar assim? toda ensopada de
Deus sabe o que tinha naquela poça. — Faço uma cara de nojo.

— Você vai trabalhar aonde?

— Bem aqui. — Aponto para a fachada atrás dela.

— Aqui?

— Sim, você está surda?

— Em qual setor?

— Por que quer saber disso? — Digo, e ergo uma das sobrancelhas. — Ah, já sei, é para não aparecer por
lá, né? Saquei tudo.

— Quer parar de ser boba?

São anos de ressentimento explodindo dentro de mim como fogos de artifício. Ao mesmo tempo que sinto
que ainda a amo, também sinto muita raiva. Olhar para ela é como reviver aquele dia tudo de novo.

— Agora eu que tô fazendo papel de boba? — Reviro os olhos — Vou ser secretária do seu pai. Mais
alguma coisa?

— Do meu pai? — ela franze as sobrancelhas — Tem certeza disso?

— Sim.

— Que estranho isso. Bom eu tenho roupas aqui, se quiser eu te empresto. — Ela profere descendo do
carro.

— Estranho por… —- Fico hipnotizada por ela.

Os anos fizeram muito bem para ela. Seu corpo parece muito melhor que antes, em outras palavras ela está
uma grandíssima gostosa. Desvio meu olhar do seu corpo maravilhoso, e tento focar meus pensamentos. Ela falou
algo sobre me emprestar suas roupas? ou eu estou ouvindo demais?

— Jude você está bem? — Mia estala os dedos na frente do meu rosto. E eu me forço a prestar atenção nela
novamente.

— Sim, e… eu só aceito as roupas porque preciso muito.

— Isso já é algo, e me desculpa de novo. — Ela sorri, e destranca a porta de trás do carro, me entregando
uma sacola que estava ali. — Elas são novas, pode ficar para você. É meu pedido de desculpas.

Inspeciono o que tem dentro, e vejo duas peças de roupas vermelhas.


— Obrigada — abro um meio sorriso, e começo meu caminho para dentro do prédio. Mia segue em meu
encalço logo após ter ligado o alarme do carro.

— Tem um banheiro aqui embaixo, é na terça porta. — A morena aponta, e eu sigo em direção a tal porta,
sentindo um pouco de frio.

Mal começou meu dia, e já estou aqui toda ensopada. O que mais tem para acontecer?
Não deveria ter bancado a garota rebelde que se esquece das suas responsabilidades, e sai como se não
tivesse que cuidar de uma empresa no dia seguinte. Minha cabeça dói, e o meu corpo ainda mais. Parece que um
caminhão passou por cima de mim, e deu ré.

Me olho no espelho do carro pela décima vez desde que entrei nele, as olheiras entregam que eu não dormi
nada nessa noite. Se meu pai fosse para a empresa hoje, com certeza ia me dar um sermão de pelo menos 2 horas,
hoje meu humor não está dos melhores. Odeio não dormir pelo menos as 8 horas sagradas, mas ontem o dia foi tão
caótico com aquele assunto do meu pai, que eu precisei sair, e descarregar a tensão.

Eu descarreguei minhas preocupações, mas não foi lá grande coisa. Acabei ficando com um carinha até que
bonitinho, mas o sexo com ele foi bem meia boca, posso dizer. Ele não me deixou de pernas bambas, nem me fez
gozar várias vezes, muito pelo contrário. Isso me deixou desapontada? Muito! Ele se gabava demais, dizendo que
sabia muito bem como satisfazer uma mulher, e eu na minha inocência, acreditei nisso. Meninas, aprendam uma
coisa com a tia Mia, quando um cara se gaba demais, e diz que sabe como fazer uma mulher gozar, desconfie!
Esses são os que menos sabem.

Coloco o carro em movimento, e pouco tempo depois chego na rua da empresa. Sem querer piso no
acelerador, e acabo passando em cima de uma poça, encharcando a pessoa que estava prestes a atravessar a rua. O
sentimento de culpa me assola. A coitada da garota deveria estar indo trabalhar, e graças a mim, agora está
parecendo um pinto molhado. Estaciono o carro, e quando estou prestes a abrir a porta, ouço alguém bater na janela
do carro. Aposto que ela vai me xingar, e se fizer isso, vai ser mais que bem feito para mim. Desço um pouco a
janela, e vejo Jude parada me olhando.

Porra, destino tu me odeia mesmo, né?!

Que garota linda do caralho.


Ela parece estar mais gostosa ainda agora. Meu Deus, Mia foca! Você precisa falar algo. Mas o quê? Já sei.
Forço um pigarro, e falo:

— O que você está fazendo aqui? — Isso é sério, Mia? Seu cérebro não poderia ter pensado em nada
diferente?

— Isso é sério? Você me molha toda, e a primeira coisa que me pergunta é o que eu tô fazendo aqui?

Isso realmente foi ridículo, tenho que concordar com ela.

— Jude, me… desculpe por te molhar. Esse carro é novo, e eu ainda estou tentando me acostumar com ele.
Às vezes ele… — Não era mentira, tá que meu estado de morta-viva ajudou um pouco. Mas meu carro realmente
faz as coisas por conta própria.

— Guarde suas desculpas para você. Eu tinha hora, e agora como vou trabalhar assim? toda ensopada de
Deus sabe o que tinha naquela poça. — Faço uma cara de nojo.

Espera, eu ouvi bem? Ela vai trabalhar aqui? isso é alguma brincadeira do meu pai? Como ele contrata ela
assim? Sem nem me avisar antes. Será que…?

— Você vai trabalhar aonde?

— Bem aqui. — Ela aponta para a fachada atrás de nós.

Porra, não pode ser.

— Aqui?

— Sim, você está surda?

— Em qual setor? — Que não seja no cargo de minha secretária, por favor. Não aguentaria ficar tão perto
assim dela.

— Por que quer saber disso? — Ela ergue uma das sobrancelhas. — Ah, já sei, é para não aparecer por lá,
né? Saquei tudo.

— Quer parar de ser boba?

— Agora eu que tô fazendo papel de boba? Vou ser secretária do seu pai. Mais alguma coisa?

— Do meu pai? — franzo as sobrancelhas — Tem certeza disso?

Meu pai não estava precisando de secretária. Lisa trabalha há anos com ele, e faz tão bem o serviço que eu
duvido que ele trocasse ela assim. A não ser que ele transfira ela para trabalhar comigo, e a Jude fique no seu lugar.
Eu realmente espero que seja isso.

— Sim.

— Que estranho isso. Bom eu tenho roupas aqui, se quiser eu te empresto.


Ela aceita as roupas, e entra no banheiro para se trocar. Aproveito esse tempo para conversar com a
recepcionista.

— Você sabe se a Lisa vai ser transferida para o meu setor?

— Não sei de nada, senhorita. Seu pai não me avisou sobre isso. Só que uma moça viria para trabalhar com
você. Uma tal de Jude, eu acho.

— O quê? — Arregalo os olhos. Não, não, não. — Você tem certeza disso, Anna?

— Foi o que ele me passou, senhora.

Puta que pariu.

Sorrio para ela, e me afasto. Pego meu celular, e com as mãos trêmulas disco o numero do meu pai, ele
atende no segundo toque.

— Pai, você não podia ter feito isso.

— O quê? Dado um emprego a sua melhor amiga? Ela precisava de dinheiro, e você de uma secretária,
então trate de não assustá-la.

— O senhor, mais do que ninguém, sabe que eu não posso…

— Você pode, se permita minha filha. Eu só quero te ver feliz, ok? Te amo. Sei que você ainda vai me
agradecer por isso — Ele fala isso, e desliga.

Meu pai nunca soube o que aconteceu naquela noite, mas eu tenho certeza que ele tem suas suspeitas. Ele é
o melhor, e eu não tenho motivos para reclamar dele, pelo contrário. Minha mãe também, sempre foi o mais
compreensiva possível comigo. Mesmo nem eu mesma me entendendo as vezes, pena que ela não esteja aqui mais,
seria a única que me entenderia. Guardo o celular no bolso da calça, e me aproximo de Jude.

Ela de vermelho é um espetáculo, isso é demais para a minha sanidade mental.

— Bom, parece que houve um engano, Jude. — Ela desvia o olhar da recepcionista para mim. — Você vai
trabalhar comigo na verdade.

— O quê? Não. O trato era…

— Meu pai te enganou, ele sabia que se falasse meu nome, você não ia concordar.

Ela suspira, e se ajeita mostrando uma postura mais confiante, e sexy pra caralho. Droga de hormônios do
caralho, ela não pode fazer nada que minha vontade de atacá-la aparece.

— Ele tinha razão. Eu realmente não aceitaria, mas… — ela exita, e morde o lábio inferior. — Eu só vou
ficar porque preciso muito desse dinheiro. Apenas por isso.

Sorrio, vai ser um desafio, e tanto isso aqui, mas eu amo um desafio.
Ouço duas batidas vindas da porta, largo os papéis que estava analisando em cima da mesa, e mando a
pessoa entrar. A cabeça de Jude logo aparece na porta.

— Eu estou atrapalhando alguma coisa?

— Não, só estava analisando alguns papéis aqui, nada demais. Precisa de alguma coisa?

— Eu… trouxe um café, achei que ia precisar. — Ela responde, e se aproxima da mesa. Sorrio, e pego o
café da sua mão, tomando um gole em seguida.

Quentinho, e sem açúcar assim como eu gosto.

— Obrigada. Você ainda se lembra…

— Você sempre gostou de café amargo. Foram anos de convivência, Mia. Algumas coisas não mudam.

— Me desculpa por ter fugido de você. Por não ter dado uma explicação lógica para aquilo. Eu… me
assustei com os sentimentos confusos que eu tinha dentro de mim. — Sou sincera em cada palavra que sai da minha
boca.

Jude parece travar, e fica só me olhando sem pronunciar uma palavra sequer. Ela desvia a atenção para o
papel, e cerra os olhos.

— Isso aqui tá errado. — Ela diz, e aponta para o cálculo.

Essa não era a reação que eu esperava.

— O quê?

— Esse cálculo aqui tá errado. Era para dar 14.500, não 12.000. Tem alguém desviando o dinheiro daqui?

— O quê? Não que eu saiba. Você tem certeza disso?

— Já que duvida de mim faça as contas você mesma, senhorita Taylor. — Ela diz, e cruza os braços.

Abro a calculadora no computador, e refaço a conta, e sim, ela estava certa.

— Você não vai falar nada sobre o que eu disse? — Indago, e fixo meu olhar no dela. Jude se encolhe, e
desvia o olhar.
— Não tem nada para falar. Você fez merda, se arrependeu, e está perdoada. Mas e o cálculo?

— Você tinha razão. Tava errado mesmo. Vou entrar em contato com o contador para saber o que aconteceu
aqui.

— Bom, eu vou voltar para o meu lugar. Preciso terminar de arrumar seus horários. Aliás amanhã às 8:30
você tem uma reunião importante.

— Eu sei, e você vai comigo. — Falo pegando o telefone.

— O quê? Eu não…

— Não só pode, como vai. Esteja preparada. Mais alguma coisa?

— Não.

— Ótimo. — Sorrio, e ela sai da sala, me deixando sozinha novamente.

1 semana depois

— A reunião está finalizada. Obrigada a todos que participaram. — Sorrio, me levantando da cadeira.

Olho para o lado, e vejo Jude concentrada escrevendo algo em seu bloco de anotações. Ela está tão
centrada, que nem parece ter escutado o que eu disse.

— Mia, espero que valha a pena cada centavo que eu vou investir em seu trabalho. — O senhorzinho
barrigudo, e dono da metade da cidade, fala. Transfiro minha atenção para ele.

— O senhor sabe que eu sempre faço valer a pena. — Ajeito minha postura, e coloco a cadeira no lugar.

Não é a primeira vez que ele investe em algo que fazemos. Mais da metade dos prédios dele foi a Taylor 's
enterprise que construiu. É por isso que eu sempre digo, nós não construímos prédios, realizamos sonhos, e a
maioria desses sonhos tem mais de 10 andares.

Ele sorri, e arruma seu paletó.

— Eu sei, e é por isso que eu confio em vocês.

Nos despedimos, ele segue o seu caminho, e eu o meu. Me sinto tão esgotada, essa apresentação me deixou
muito tensa. Só queria umas certas mãozinhas me fazendo massagem. Isso me acende uma ideia.
— Jude? — falo no telefone — Você poderia vir até a minha sala? — Batuco as unhas na mesa — Ok, te
espero.

Largo o telefone no lugar, e me encosto mais na cadeira. A porta se abre, e Jude para em frente a minha
mesa.

— Aconteceu alguma coisa? — Ela diz, parecendo preocupada.

— Não. Te chamei aqui pra… Bom, eu sei que você não é paga para isso, mas eu não posso sair daqui
agora, e preciso me concentrar em alguns esboços. Você poderia fazer uma massagem em mim?

— Isso é sério? Não acredito que vocẽ me tirou do meu trabalho pra isso. — Profere cruzando os braços.

— Foi mal, mas eu só fiz isso, porque realmente preciso da massagem.

Ela bufa, e descruza os braços, vindo em minha direção.

— Aonde tá a tensão?

— Aqui. — Pego a mão dela, e passo onde sinto que preciso dos dedinhos mágicos.

Ela estremece, e sua respiração parece ficar mais frenética. Eu já nem sinto meu coração bater mais, ele
deve ter parado no instante em que peguei na sua mão. Fecho os olhos, sentindo ela tirar a tensão dos meus ombros.
Imagens da noite em que passamos juntas vem à minha mente.

Será que ela ainda tem gosto de gloss de morango?

Ela ficou com outras garotas depois de mim?

Várias perguntas surgem em minha cabeça, mas eu nunca terei resposta para nenhuma delas. O que me faz
pensar, será que eu não me enganei durante todo esse tempo? E se na verdade, eu sempre fui apaixonada por ela? É
estranho você ter descoberto uma traição, e o que te afetou mais foi o fato de ficar longe da sua melhor amiga, do
que do chifre em si?

O que teria acontecido se eu tivesse dado oportunidade para ela? Porra, tantas perguntas, e nenhuma
resposta. Eu não vou saber isso. Sempre vai ficar no e se…

Sinto sua aproximação, e a respiração batendo em meu rosto, abro os olhos a tempo de ver Jude se
aproximando de mim, levo uma das mãos, a sua nuca.

— O que você está fazendo? — Digo a centímetros dos seus lábios.

— Eu não sei. Eu… não sei, Mia. — Ela responde, e eu puxo devagar seu cabelo.

— Eu sei, Jude. Sei exatamente o que você quer. — Sorrio, e tomo sua boca na minha.

Jude suspira, e corresponde ao meu beijo. Apenas me entrego ao momento, e uma das perguntas já é
respondida. Sim, ela ainda tem o gosto daquele maldito gloss de morango, que me perseguia até hoje. Peço
passagem com a minha língua, e ela dá imediatamente, puxo-a para o meu colo, e ela senta. Mordisco seu lábio, e
puxo seu cabelo para trás, descendo o beijo pelo seu pescoço. Jude geme quando aperto seu seio com a mão livre.
— Mi… Mía, a gente não… Oh céus. Não podemos. —- Ela diz parecendo voltar a si, e sai do meu colo
rapidamente.

Minha respiração está caótica, e a dela mais ainda. Com o cabelo bagunçado, e o rosto corado, ela fica
ainda mais linda.

— Me desculpa. — Ela diz isso, e saí quase correndo da minha sala.

Esse beijo foi só a confirmação, eu sempre fui completamente apaixonada por essa garota. Mas a burrice, e
o medo faz a gente magoar pessoas incríveis. Pelo menos eu sei que sou correspondida. Agora só está na hora de
correr atrás do tempo perdido.
A vida quando quer ela vira uma safada com a gente. Quando eu aceitei esse emprego não fazia ideia de
que seria secretária da Mia, e não do pai dela. Ele me enganou direitinho porque sabia que eu não aceitaria
trabalhar com ela. Para piorar a situação, aquele beijo me deixou totalmente desestruturada. Tá que eu beijei ela,
mas não fui eu quem sentou no colo dela sozinha. Mia que me puxou, e quase transamos lá mesmo. Ai meu Deus.
Quem disse que não queria ficar perto dela? Eu. E agora estava quase entrando nas calças delas. Para de pensar,
Jude.

Termino de ajeitar as últimas coisas da agenda, levanto, me espreguiçando. Ficar muito tempo sentada me
deixou toda dura. Pego meu celular da mesa, e vejo que já são quase 19:00. Meu expediente terminou há mais de 2
horas, e eu nem percebi isso. Mando uma mensagem para minha mãe avisando que eu perdi o horário, mas já
estava saindo.

Aqui nesse andar só fica a sala da Mia, e a minha, então resolvo ir até a sala dela, para avisar que já estou
indo para casa. Antes de erguer a mão para bater na porta, ouço um barulho estranho vindo de lá. Algo como um
ofego, e um gemido? Sinto minha respiração ficando mais ofegante, e empurro um pouquinho a porta para ver se
está tudo em ordem. Será que é só para isso, Jude? Ou você está louca para ver se ela se masturba pensando em
você? Não seja tonta, você sabe bem o que está acontecendo ali. Tento calar meu subconsciente. Coloco minha
cabeça para dentro, e simplesmente nada me preparava para o que eu vejo a seguir. Mia com a saia levantada até a
sua cintura, encostada na mesa, enquanto enfia seus dedos freneticamente na sua boceta, quase chegando no ápice.
Ela morde os lábios tentando abafar os gemidos. Não consigo desviar meus olhos dessa visão. Minha boca saliva, e
eu preciso me controlar muito para não perguntar se ela precisa de ajuda. Iria amar enfiar minha cara ali, e só parar
de chupá-la depois que ela gozar pelo menos umas duas vezes na minha língua.

Como se sentisse minha presença, ela abre os olhos, e fixa seus olhos azuis nos meus. Suas orbes esbanjam
luxúria.
— O que você tá fazendo parada aí? Porque não vem me ajudar? Eu preciso da sua língua na minha
boceta agora mesmo. Me faz gozar como ninguém nunca conseguiu fazer antes.

Mia profere isso, e solta um gemido alto, que acaba afetando minha boceta, que encharca na hora.

— Jude? JUDE? — Alguém grita no meu ouvido, me acordando na mesma hora.

— O quê? — Acordo assustada, e quase surda também. Quando levanto meu olhar, me deparo com a
dona do meu sonho indecente, parecendo curiosa.

— Você estava aí se debatendo, me assustou. Era um pesadelo? — Mia diz, e ergue uma das sobrancelhas.

Se ela soubesse o que era na verdade…

— Sim, um pesadelo horrível. — Faço uma careta. — Que horas são?

— 19:00 seu expediente acabou já. Vai descansar. Eu estou indo agora também. Precisa de carona?

Ficar em um carro sozinha com alguém que eu quase transei na sala, e ainda por cima para piorar tive um
sonho erótico? Nem pensar.

— Não, eu pego um táxi.

— Tem certeza?

— Sim. Eu vou ficar bem.

Mia anui, e começa a caminhar, os saltos fazendo click, click no chão, me dão dor de cabeça.

— Esteja cedo aqui, temos um longo dia amanhã. Boa noite. — Ela sorri, e some do meu campo de visão.

Algo me diz que a minha noite não vai ser tão boa assim.

Um mês se passou desde o dia em que comecei a trabalhar aqui. Por incrível que pareça ainda não senti
vontade de pular no pescoço dela. E bom, os sonhos eróticos estão cada vez mais recorrentes. Estou ficando
maluca, sinto isso sempre que a vejo, e ela sorri para mim. É demais para o meu juízo.

Pego um copo de champagne quando o garçom passa por mim. Agradeço, e ele sorri para mim. Hoje tio
Lucca resolveu fazer uma festa beneficente em prol de um orfanato, eu ajudei a organizar cada coisinha, me senti
feliz sendo útil nessa parte. Caminho pelo local procurando pela Mia que sumiu há um tempo.

— Jude. — Ouço uma voz logo atrás de mim, e me viro, vendo o tio Lucca muito bem arrumado.
— Oi, tio. — Sorrio, e beberico um pouco do champagne, o gosto adocicado envolve minha língua.

— Está se divertindo? — Ele sorri, e toma um gole do conteúdo da taça.

— Sim, o evento está maravilhoso, espero que a gente consiga arrecadar o valor.

— Tenho certeza que vamos. A Mia pediu para te entregar isso.

Ele diz, e me entrega um papel. Franzo o cenho, e pego o papel da sua mão.

— O que é isso?

— Abra, e veja você mesma. — Ele sorri, e some do meu campo de visão.

Abro o bilhete, e leio o que está escrito.

“Me encontra no segundo andar, segunda porta à esquerda. Não demora."

Mordo a parte interna da bochecha, e olho ao redor. Seja o que for, ela com certeza não iria querer ser vista
comigo trancada em um quarto. Deixo a taça de champagne em cima da mesa, e me encaminho até as escadas,
cuidando para não pisar na barra do vestido. Fui obrigada a alugar, então preciso entregar essa roupa inteira. Chego
no andar de cima, e paro em frente ao quarto. Coloco o ouvido na porta, tentando ouvir algo, mas não tem um
mísero barulho.

Mas que merda que ela tá fazendo?

Respiro fundo, pouso a mão na maçaneta, girando-a em seguida. A escuridão me abraça, e não consigo ver
um palmo à minha frente.

— Mia? Que brincadeira sem graça é essa? Cadê você? — Não ouço nada, além do barulho das pessoas no
andar de baixo.

Deslizo meus pés pelo chão devagar, deixando a porta para trás. Logo ouço um baque, e a porta sendo
trancada. Me viro devagar.

— Puta que pariu.


Ouço Jude falar um palavrão, e sorriu, era exatamente essa reação que eu queria vindo dela. Assim que eu
tranquei a porta, liguei o globo que eu coloquei aqui para essa noite. Queria que ela tivesse a visão da roupa que eu
estava usando especialmente para ela. Planejei cada detalhe, e nada pode dar errado. Eu sei que deveria estar no
andar debaixo com o meu pai, mas já tem um tempo que ando me segurando para não rasgar a roupa da garota em
minha frente, e fodê- la em cima da minha mesa mesmo. Ela quer isso tanto quanto eu, sinto isso. Só não faço
porque seria antiético, pelo menos até agora.

— O que é isso tudo? — Jude diz, e desvia o olhar do meu corpo observando ao seu redor.

— O que você acha que é? — Indago, e me aproximo dela devagar.

— Eu… eu não faço ideia. Porque você tá aqui? Era pra…

— Shiu. Você fica tão linda com a boca calada. — Empurro seu peito, e ela cai sentada na cadeira que
estava atrás dela — Você não faz ideia de quanto tempo eu espero por isso. Preparei algo especial para essa noite.
Então só aproveita o show. — Aperto um botão no controle, e gimme more da Britney Spears ressoa pelo ambiente.

Mexo meus quadris conforme o ritmo da música, e logo me abaixo, ficando de quatro no chão, e
engatinhando até ela. Chego em sua frente, e fico no meio das suas pernas. Jude parece estar hipnotizada por mim,
acompanhando cada movimento meu.

Ergo o vestido dela, deixando amostra a calcinha de renda preta. Minha boca saliva. Se ela soubesse que eu
sempre sonhei em fazer ela chegar no limite, e tantas outras coisas, ficaria assustada. Quero transar com ela em
cada canto daquele escritório. Principalmente em cima da mesa. Passo meus dedos pela calcinha dela, sentindo ela
encharcada. Jude está tão pronta para mim.

— Eu me lembro daquela noite, como se tivesse acontecido ontem, principalmente de todos os orgamos
que você me deu. Ninguém chegou nem perto de você.

Jude engole em seco, e balança a cabeça. Afasto a calcinha dela, deixando sua boceta brilhante amostra,
posso ver que ela quer tudo isso tanto quanto eu. Mordo o lábio, e aproximo meu rosto de sua intimidade, o cheiro
delicioso que emana dela, me faz pensar no tempo em que perdi. Passo a ponta da língua, Jude geme, e joga a
cabeça para trás agarrando meu cabelo em seguida. Sorrio, eu amo ver a reação delas quando faço isso. O número
de mulheres que já transei ultrapassa dos homens, isso eu tenho certeza. Mas nenhuma chega nem perto de Jude.
Passo mais algumas vezes a língua pelo clitórios dela, e sugo para dentro da boca, Jude se contorce, e eu a puxo
mais para a beirada da cadeira, ela coloca uma das pernas em meu ombro, esfregando a boceta em minha cara atrás
de alivio. Amo ver ela assim perdendo o controle do seu próprio corpo, ela estremece, e goza em minha boca.
Limpo cada gota do seu gozo, sentindo seu gosto agridoce. Me levanto, e beijo-a em seguida, fazendo ela sentir seu
próprio gosto em minha língua. Ela corresponde, parecendo ainda mais excitada, querendo mais de mim. Eu quero
levá-la ao limite, tão perto do precipício.

Me afasto dela, e Jude resmunga.

— Você acha que acabou, amor? Está muito longe disso. Você vai sair daqui muito mais que saciada. —
Falo, e pego um vibrador, e uma algema em cima da cama. — Vem cá.

Jude se levanta com as pernas ainda tremendo, sorriu vendo que meu trabalho foi muito bem feito.

— Deita aqui.

— O que você vai fazer? Sabe que eu não… — Ela diz olhando para o vibrador.

Eu sempre soube que ela não gostava de penetração, Jude havia me falado sobre isso várias vezes, então eu
respeitaria isso. Vibrador pode ser usado de várias formas sem penetrar.

— Eu sei, só deixa comigo, ok? Eu sei o que estou fazendo.

Ela anui, e deita na cama. Me aproximo dela, e ela me ajuda a tirar o seu vestido. A visão da garota só de
calcinha, e sutiã combinando, me deixa maravilhada. Paro alguns segundos para admirá-la, e ela me fita com um
misto de curiosidade, e expectativa.

— O que foi?

— Nada, só estou admirando você. Não sei se sabe mas, você é a pintura mais linda que já fizeram. Se
tivesse um quadro seu, eu compraria só para passar horas olhando.

Vejo o rubor em seu rosto.

— Você me deixa sem graça assim.

Graciosa pra caralho acanhada assim.

— Isso não é nada perto do que ainda quero fazer com você.

Prendo seus braços com as algemas.

— Pra que precisa de tudo isso?

— Quero te empurrar no precipício do prazer.

Vejo seu peito subir, e descer em respirações pesadas. Tiro sua calcinha, e ela me ajuda erguendo os
quadris. Me abaixo dando um beijo em sua boceta. Jude acompanha cada movimento meu, me olhando com
luxúria. Pego o vibrador, e ligo. Passo devagar ele pela sua intimidade, Jude ergue os quadris, gemendo meu nome.
Passei anos imaginando como seria isso, e a realidade é ainda melhor. Minha boceta a esse ponto já está ensopada,
procurando por alívio. Nossa sorte é que esse quarto é a prova de som, e com a porta trancada, ninguém nos
atrapalha, ela pode gemer o quanto quiser. Infelizmente aquelas pessoas nunca saberão quantas vezes ela gozou
nesse quarto, e muito menos como gritou meu nome da forma mais linda que eu já vi.

Ergo seu sutiã, deixando os mamilos durinhos de tesão amostra. Sugo ele com a boca, enquanto esfrego o
vibrador em sua boceta. Faço o mesmo com o outro, ora chupo, outra lambo, deixando eles ainda mais duros, e
molhados pela baba que escorre.

Jude se contorce, tenta puxar as algemas e me alcançar, mas é sem sucesso. Momentos depois ela goza com
força, esguichando. Caralho, nunca tinha visto um esguicho assim. A morena parece já sem forças. O que me deixa
triste, tinha preparado tantas coisas para ela.

— Você acabou comigo. Não acha que tá na hora de eu fazer o mesmo com você? Mia, você não sabe o
quanto eu quero te fazer gozar. Você não sai do meu pensamento.

Sorrio com o seu momento sincero. Se ela soubesse o quanto eu a quero ainda…

Me aproximo dela, e tiro as algemas. Jude me agarra, e deita em cima de mim beijando minha boca. O
gosto dela é o meu vício. Como faz para parar de beijar? Sinto ela descendo os beijos pelo meu pescoço, chegando
em meus seios.

— Você tá ainda mais gostosa do que a última vez. Se soubesse a falta que essa boceta fez para mim…

Ela sorri, e ergue meu sutiã, morde levemente meu seio, e logo o suga, uma de suas mãos vai direto para a
minha boceta, ela afasta a calcinha, passando levemente os dedos por ela.

— Você tá pingando, Mia. Foi tão bom me torturar que ficou assim? Me responde uma coisa, as pessoas
que ficou depois de mim, te comeram tão bem quanto eu, hein? Elas te foderam tão bem assim? Como foi transar
pensando em mim? — Jude diz, introduzindo dois dedos dentro de mim me fodendo com força. Chego bem perto
de me jogar no precipício do prazer.

Ela falando essas coisas para mim, me deixou ainda mais excitada. Amo ser tratada assim na cama.

— Me responde. — Jude diz, e segura em meu rosto. Passando levemente seus lábios nos meus. — Você
não faz ideia de como eu senti falta dessa boca, desse seu mel. Porra, poderia passar a vida me deliciando nele. —
Ela diz, e quando estou perto de gozar, para. Choramingo de frustração. — Você só vai gozar quando falar que essa
boceta, e o resto são meus. Que ninguém mais vai te fazer gritar de prazer além de mim.

Tento achar minha voz na puta que pariu para responder. Preciso gozar, e principalmente que ela saiba que
eu sou dela, e não quero mais ninguém além dela.

— E…eu — Ela mexe um pouco o dedo, e logo para, me torturando — Eu sou sua, Jude. De corpo, alma, e
coração. Eu te amo. — A morena parece emocionada, e me beija.

Esse tempo que estamos passando juntas me fez ver que eu a amo. Só preciso de uma coisa, tomar
coragem, e assumi-la para o mundo.
— Eu nunca deixei de te amar, Mia. — Com a outra mão ela acaricia meu rosto, ainda com os lábios
colados nos meus. — Agora deixa eu satisfazer a minha garota. — Ela sorri, e descendo beijando todo o meu
corpo, parecendo admirar cada parte dele.

O que era para ser algo violento, vira uma coisa cheia de sentimentos, e palavras não ditas. Sua língua
parece desenhar cada traço do meu corpo até chegar em minha boceta. Ela me chupa com tanto fervor, que me sinto
como se estivesse pisando em nuvens. Agarro seus cabelos, e esfrego a boceta em sua cara com vontade, rebolando
em sua língua. Jude suga meu clitóris, e raspa ele em seus dentes, me levando ao limite. Gozo em sua língua, ela
continua me chupando até meu corpo se acalmar.

— Você gozando virou minha visão preferida. —- Ela diz enquanto se deita ao meu lado, e me puxa para si.

— Você fazendo qualquer coisa, é a minha visão preferida. — Falo beijando seu pescoço.

— Já tá com fôlego pra mais, mulher?

— A fraca aqui é você, não eu.

Ela ri, e me dá um selinho.

— Antes, quero saber se o que você disse é verdade, ou foi no calor do momento? Só porque eu estava com
os dedos dentro de você.

— Eu jamais brincaria com os seus sentimentos. Estava falando muito sério. Eu quero continuar de onde
nós paramos.

— O que isso significa?

— Você quer ou não namorar comigo? Se você achar muito cedo, a gente pode…

Jude segura em meu queixo, e me beija.

— Isso responde a sua pergunta?


— Eu sabiaaaa! — Diz Isa, enquanto termina seu Dry Martini.

— Dá para falar mais baixo? — Ela faz um biquinho, e eu reviro os olhos — Eu sei que já tava na cara,
mas… ainda tenho aquele medo.

Já faz quase 1 mês desde o dia da festa. Jude e eu estamos cada dia mais fortes, mas nosso relacionamento
permanece em segredo, ninguém, além da Isa, e meu pai sabem sobre isso. Sei que hoje em dia é normal namoros
com pessoas do mesmo sexo, mas eu ainda não estou pronta para os olhares julgadores na empresa. Preciso
continuar sendo respeitada, e temida. Meu pai sabe disso, tive que abrir todo o jogo para ele. Sua reação foi melhor
que a esperada. Ele apenas me abraçou, e disse que me amava mais que tudo, que queria a minha felicidade, e a
dela. E que não era para deixar ela escapar mais, contei sobre meus medos em relação às outras pessoas, e seu
conselho foi que eu tacasse o foda-se — Palavras dele mesmo — e procurasse uma psicologa, ela iria me ajudar
nesse momento. Sei que preciso ser mais corajosa, namorar, e não poder ter essa demonstração em público por
medo do julgamento alheio é horrível. Ninguém paga minhas contas, então porque eu ainda me sinto errada?

— Mia, quer parar de ser cagona? Pelo amor de Deus, gata. O que tem demais nisso? Não é como se você
estivesse cometendo um pecado. Você só chupa boceta no lugar de pau.

Passo a mão pelo rosto.

— Não sei porque eu ainda te conto as coisas.

— Você me ama, gatinha. Segue o que o seu pai disse, fazer terapia sempre faz bem.

— Eu sei. Só sei lá. Sinto que se eu demorar demais ela pode se cansar de mim.

— Então não demore. — Ela fala como se fosse simples assim. Talvez seja, e eu que complico.

Sinto meu celular vibrar no bolso da jaqueta, e vejo uma mensagem da Jude. Sorrio vendo a foto que ela me
mandou.
Amor:

Aonde você tá que não está aqui hein?

Mia:

Eu te disse que iria no bar com uma amiga, amor.

Amor:

Achei que não iria demorar. Se você soubesse a falta que está fazendo aqui, e como eu tô toda molhada
para você… Posso tirar uma foto se quiser.

Puta merda, ela quer me matar? Nesse 1 mês de namoro, já transamos em cada canto daquele escritório,
principalmente em cima da minha mesa. Nunca tinha sido tão bem comida. Sim, posso dizer que estou sendo muito
bem servida.

— Aonde você vai? — Pergunta Isa, enquanto eu me levanto do bar. — Já sei, vai dar umazinha né sua
safada?

Rio do que ela diz, e tiro a chave do carro que estava em meu bolso.

— Precisa de carona?

— Não, vou achar algum gostoso por aí para ser comida também. Não aguento mais esse tesão acumulado.

— Cuidado, e usa camisinha. — Me afasto e jogo um beijo para ela.

— Eu ia dizer para você também usar mas aí lembrei que dedo não engravida.

Mostro o dedo do meio para ela, e saio em disparada para o carro. Não posso deixar minha garota na
vontade.

Aperto a campainha, e espero. Jude logo aparece na porta com uma camisola preta, quase engasgo quando a
vejo. Ela me puxa para dentro da casa, e fecha a porta em seguida. A garota me prensa na parede, e toma minha
boca com a sua, em um beijo desesperado, sua língua aveludada brinca com a minha, enquanto ela arranca meu
casaco.

— Seus pais vão vê. — Falo tentando recobrar a consciência.


— Eles tão viajando. Estamos só nós duas aqui. Sabe o que significa? — Ela aproxima sua boca da minha
orelha. — Que eu posso te foder em qualquer canto dessa casa que eles nem vão saber.

Jude morde a pontinha, me arrepiando, e toma minha boca novamente. O fogo me incendeia, e sinto como
se pudesse incendiar esse lugar. Ela me joga no sofá, e se ajoelha desabotoando minha calça, e puxando-a em
seguida. Me ergo ajudando-a. A coitada vai parar longe com a força que ela joga. Minha calcinha é a próxima a ser
retirada. E quando eu vejo já estou me contorcendo com sua língua habilidosa, e os dedos entrando freneticamente
dentro de mim, me levando ao limite.

— Eu tenho algo especial para você. — Jude se levanta, e some do meu campo de visão. Aproveito esse
tempo para tentar me recuperar.

Ouço passos, e logo ela aparece na minha frente com um cinturão e um enorme pau despontando dele.

— Chupa, e deixa ele bem lubrificado. Tá pronta para ser fodida por ele? — Jude sorri, e eu desço do sofá.

Me ajoelho em sua frente, e ela passa o pau pela minha boca. Tomo-o em minha boca, sentindo ele bater
em minha garganta. Jude segura meus cabelos, e assume o controle do ritmo, fodendo minha boca com tudo. Ela
bate em meu rosto, deixando minha boceta ainda mais molhada.

— Você gosta disso, não gosta, minha puta?

Balanço a cabeça, sem conseguir proferir uma palavra.

— Levanta. — Faço o que ela manda. Jude me puxa até a cozinha, e me faz encostar meus seios na mesa.

Empino bem a bunda, e ela pincela a ponta dele em minha entrada.

— Tá preparada?

— Si… sim.

Jude bate em minha bunda, e me penetra em seguida, solto um gemido alto, e ela começa a se movimentar
devagar.

— Porra, tá gostoso, amor? Tá gostando de sentir meu pau entrando em você?

— Oh, por favor, me fode com força.

— Você quem manda. — Jude puxa meu cabelo, e estoca o pau com tudo na minha boceta. Me seguro na
mesa, sentindo minhas pernas amolecerem. — De quem é essa boceta?

A garota se abaixa, e morde meu ombro, sem parar de me foder.

— Su…sua. — Nem reconheço minha voz mais. — Eu… vou aaaaah, gozar.

— Goza gostoso no pau da sua garota. — Ela profere, e duas estocadas depois me sinto leve como se
estivesse voando, e gozo com força.

Meu corpo todo amolece, e me sinto incapaz de me mexer. Jude sai de dentro de mim.
— Tá tudo bem, amor? — Ela tira os cabelos que caíram no meu rosto, e me dá um selinho. Tento me
levantar mas não consigo. — Vem, eu vou te ajudar. — Me seguro nela.

Subimos as escadas, e ela me leva para o banheiro.

— Senta aí — Jude me ajuda a sentar no vaso, e tira o cintaralho em seguida. — Quem é a fraquinha agora?

Rio, e escoro as costas.

— O que aconteceu pra você tá com esse fogo todo hoje?

— Eu estava louca pra usar esse cinturão em você na verdade. Quando chegou, isso me animou. Acabei me
masturbando algumas vezes imaginando como seria te foder com ele.

— Agora tá explicado.

Jude sorri, e liga o chuveiro.

— Como foi a saída?

— Bom, tirando o surto da minha amiga quando soube que eu era uma garota comprometida, foi bem.

— Você falou de mim para ela?

— É óbvio, amor. Eu queria que ela soubesse como eu tô feliz, e completamente apaixonada.

Ela se aproxima de mim, e me beija.

— Você não faz ideia de como me faz feliz falando isso.

Me levanto.

— Você é a mulher da minha vida. Espero que saiba disso — Acaricio seu rosto, com os lábios ainda
colados nos dela.

— Eu te amo! Agora vem, você precisa de um banho. — Jude diz, e franze o nariz.

Entramos no chuveiro. Ela pega o sabonete, e a esponja, e começa a ensaboar todo o meu corpo,
demorando um pouco mais na minha boceta.

— Jude, não me provoca. — Falo, sentindo meu coração acelerar quando ela desce mais.

— O que eu tô fazendo demais? Só estou dando banho na minha namorada. — A morena faz um biquinho,
e solta o sabonete no chão, usando os dedos para brincar com o meu clitóris, me masturbando.

— Não faz isso.

— O que? Eu não tô fazendo nada demais.

Jude me prensa na parede, coloco meus braços em seu pescoço, tomo seus lábios nos meus, com uma fome
descomunal.
— Ainda não tive o suficiente de você.

— O que você quer, Mia?

— Sua boceta na minha boca.

Jude sorri, e dá um chupão em meu pescoço, deixando ele marcado.

— Ajoelha, e me chupa então, gostosa.

Faço o que ela manda, e chupo-a com vontade. Jude coloca uma perna em meu ombro, e rebola na minha
boca, em busca do seu orgasmo. Seguro sua nádega, e esfrego minha boca em sua boceta. Olho para ela, e a morena
está com os olhos fechados, apertando seu peito. Fodo sua boceta com a minha língua, ela geme, e encosta a testa
no box, chegando ao seu limite.

— Goza pra mim, amor. — Jude segura minha cabeça, e esfrega com tudo a boceta na minha cara.

Sinto seu gosto agridoce em minha língua, e me delicio com o seu gozo.

Ela tira a perna do meu ombro, eu logo me levanto, e a beijo.

— Você vai dormir aqui comigo?

— Tem dúvida? — Sorrio, e pego o sabonete. — Acho que eu não sou a única sem forças agora.

Ela sorri. A vida ao lado dela é boa demais.


— Tá tudo bem, mãe. — Seguro o celular entre o ombro e o pescoço, enquanto com uma das mão digito no
computador, terminando alguns relatórios.

— Vou encontrar a casa em pé ainda quando eu chegar?

— Não confia em mim? Consegui me manter viva por 4 anos longe de vocês.

— Você sabe bem o que aconteceu a última vez que ficou sozinha.

— Eu tinha 15 anos, e 0 juízo, diferente de agora com 25.

— Continua com 0 juízo. — Reviro os olhos. — Espero que não tenha revirado os olhos, mocinha. — Mãe
tem um poder inacreditável. — Vou te deixar trabalhar. Te amo, e juízo.

— Te amo, sempre tive. — Ela ri, e nós desligamos.

Volto a prestar atenção em algumas coisas do relatório, até que a porta da sala da Mia se abre, e o cara que
estava em reunião com ela sai. Presto atenção nos dois.

— Foi muito bom fechar negócio com vocês. — Ela sorri, e aperta a mão do cara.

— Logo seu projeto vai estar pronto.

— Uma pena não ter aceitado o jantar.

Cerro os olhos. Mas que porra é essa?

— Bem… — Ela me olha, e pigarreia — Logo te mando ele por e-mail. O esboço do projeto no caso.

— Ficarei ansioso para ver. — Ele sorri, e sai.


Espero ele sumir no elevador, e vou logo atrás dela.

— Que história é aquela de jantar? — Indago me aproximando dela.

— Ele queria fazer uma reunião comigo em um restaurante, mas eu recusei. — Mia responde, e se encosta
na cadeira.

— Você falou que era comprometida?

— Não, Jude. Ia ser algo estritamente profissional.

— Será mesmo? — cruzo os braços.

Mia respira fundo, e massageia a têmpora.

— Por que é tão importante pra você que eu fale pra todo mundo sobre nós? Meu pai saber que estamos
juntas não basta?

— Não, eu quero mais. Quero poder ser livre, e mostrar para todos o quanto eu amo você! Mas se você não
quer isso, então foda-se você.

Digo, e me aproximo da porta.

— Aonde você vai?

— Para um lugar em que você não esteja de preferência.

— Jude, espera. — Ela se levanta, vem até onde estou, e me abraça. — Me desculpa. O dia de hoje foi
estressante.

Afago seus cabelos, sentindo o cheiro gostoso do shampoo emanando dele.

— Você precisa dar um jeito nisso, não aguento mais te ver tão perto, e ao mesmo tempo tão longe. Não
poder segurar sua mão quando saímos.

— Eu sei que sou uma covarde do caralho. Só não desiste de mim, ok? Eu prometo que vou dar um jeito
logo, e te assumir para todos. O mundo precisa saber o quanto eu sou apaixonada por você. Só te peço mais um
tempo.

Suspiro, e sinto suas lágrimas me molhando. Aperto mais ela em meus braços.

— Tá tudo bem, nós vamos conseguir passar por isso.


— Você já marcou hora com a psicóloga? — Continuo olhando para a TV.

— Sim. — Mia responde, e pega mais pipoca.

Depois do surto que ela teve no escritório, fiquei preocupada com ela, e resolvemos assistir um filme na
minha casa, meus pais só chegam daqui uns dias.

— Isso é muito bom, você precisa.

— Como foi quando você se assumiu?

— Para os meus pais? — Indago, e a olho com canto do olho.

— Não, para o mundo. Não teve medo do julgamento alheio?

— Não, eles não pagam minhas contas — dou de ombros — você não deveria pensar tanto neles, a sua
felicidade vem em primeiro lugar.

— Como se fosse fácil. No mundo em que a gente vive precisamos de respeito. Você acha que é fácil a vida
que eu levo na empresa?

— Eu sei disso, mas porque você acha que eles não te respeitariam só porque você gosta de mulher? Isso é
indiferente na vida deles.

— Queria que fosse assim. Tem meu pai também, o restante da família massacrariam ele.

— Seu pai não liga, e a sua mãe estaria orgulhosa de ver a pessoa corajosa que você é.

— Minha mãe, se estivesse viva, iria ficar mesmo. Eu sinto tanta falta dela. Acho que essa é a primeira vez
que eu consigo demonstrar isso. Sempre me senti como um robô. Só não me sentia assim em relação a você. — Ela
me olha, e os seus olhos marejam.

Aproximo minha boca dela, e dou um selinho.

— Tá tudo bem você demonstrar como se sente. Eu tô aqui por você.

Ela fala algo, e se encosta em mim. Acabamos as duas dormindo juntas.


— Como você se sente em relação a isso? — A terapeuta pergunta, enquanto eu olho para o teto.

— Como um passarinho preso na gaiola.

— Do que você tem tanto medo, Mia?

Já faz quase 1 mês que comecei a frequentar terapia, e essa é a primeira vez que eu senti vontade de me
abrir de verdade. Contei sobre como foi quando minha mãe morreu. Infelizmente um câncer maldito levou ela, meu
pai sofreu, mas ele nunca deixou de ser presente em minha vida, pelo contrário. Ele deixava de trabalhar para ficar
comigo. Isso já aconteceu diversas vezes enquanto eu crescia. Criar uma filha que estava entrando na fase da
adolescência sozinho não é fácil, por isso eu admiro ele.

— Das pessoas me julgarem, perder meu lugar, e… — respiro fundo — de perder ela, principalmente.

— Uhum. Quando você fala ela, está se referindo à sua namorada?

— Sim. — Ela anui, e pelo canto do olho, vejo anotando algo no caderno.

— Porque tem esse medo todo? É algum trauma?

— O tanto de pessoas LGBTS que morrem por aí, diz por si só.

— Mia, eu vou ser sincera com você. — A terapeuta fala, e retira os óculos — você não pode viver se
escondendo de quem você é de verdade. Para viver é preciso ter coragem, se você não tiver, infelizmente em algum
momento ela vai perceber que merece mais. Eu sei que é difícil ouvir isso, mas… ninguém me falou, e eu perdi
uma pessoa incrível por ter sido covarde demais. A vida é boa quando você se arrisca, se arrisque e veja que novas
portas se abrem. Não ligue para o que os outros pensam, vai por mim, a vida é bem mais leve assim.
Isso era tudo o que eu precisava ouvir. A vida só é boa quando você faz valer a pena. Isso é o que eu vou
fazer, minha gata me espera.

— Isso era tudo o que eu precisava ouvir. Obrigada doutora. — Sorrio, e me levanto do sofá.

Ela sorri também, e fala antes de eu sair pela porta.

— Aproveite a vida, querida. Espero te ver aqui de novo semana que vem.

— Semana que vem, e nas próximas.

Saio de dentro da sala, e vejo Jude sentada ali.

A vida é feita de riscos.

— O que aconteceu? — Ela indaga, e vem até mim.

Sorrio, e acaricio seu rosto.

— Você tem roupa mais chique?

— O quê? Pra quê?

— Temos um jantar especial para ir. — Pego em sua mão, e saio com ela de mãos dadas.

— Mia, você… O que tá fazendo?

Paramos em frente a fachada do consultório, o fluxo de pessoas aqui é sempre cheio.

— Eu não posso viver com medo do julgamento alheio, Jude. Foda-se o que vão pensar, eu só quero que o
mundo saiba que eu sou completamente apaixonada por você. E você foi feita para mim. Eu te amo pra caralho,
Jude Bailey.

Profiro, e a beijo em seguida, na frente de todo mundo. O que eu sinto por essa garota vai além de qualquer
coisa.
— Miaaa. — Jude geme meu nome, enquanto a chupo com fervor. Sinto seus dedos em meu couro
cabeludo, e um ardor logo em seguida, ela puxou com força dessa vez, não posso negar que amo quando ela faz
isso.

A garota estremece, e goza logo em seguida. Subo beijando todo o seu corpo, até chegar em seus
seios, pequenos, e redondos cabe certinho na minha mão. Jude acaricia meu cabelo, enquanto eu brinco com a
língua no bico.

— Você tá pronta pra isso? — Ela indaga, e ergue uma sobrancelha.

— Mais do que pronta, acho que todo mundo merece me conhecer de verdade. Chega de esconder isso.

Jude sorri, e passa a mão pelo meu rosto.

— Eu estou muito orgulhosa de você, sabia? Sempre soube que você teria coragem suficiente pra isso.

Sua mão desce do meu rosto para a minha boca, e eu abro-a, chupando seu dedo em seguida.

— Não faz isso, se não vou ter que comer com aquele cinturão de novo.

— Só se me foder com força.

Jude tira o dedo da minha boca, e se desvencilha de mim.

— Meu amor, você vai ficar sem sentar por dias, se eu fizer isso.

Mordo meu lábio, e me viro ficando de frente para ela.

— Eu sou toda sua.

Ela amarra o cinturão, e engatinha na cama, ficando por cima de mim.

— Depois não vem reclamar.

Jude morde meu queixo, e penetra o pau na minha boceta, arqueio as costas.

— Geme pra mim, vai.

Respiro fundo, sentindo ela estocar devagar, mas ir aumentando o ritmo aos poucos, até estar em um ritmo
frenético.

— Ju… Jude, eu, eu… — Minha mente entra em pane, e eu mal consigo falar direito.

— Vai gozar?

Aceno com a cabeça, Jude aumenta ainda mais a velocidade da penetração, e deixa várias marcas de
chupões pelo meu pescoço.

— Sempre que olhar quero que lembre de quem você é.

Sinto minhas pernas tremendo, e gozo em seguida.


— Eu te amo, Jude. Obrigada por me entender.

— Eu te amo demais, amor. Nós vamos enfrentar isso juntas.

Sorrio, e a beijo.
Me sinto feliz, e com medo. Medo pela Mia. Eu sei que vai dar tudo certo, mas, e se ela recair? O que eu
menos quero é ver ela triste.

— Tô pronta. — Mia diz se olhando no espelho. O vestido vermelho, e colado em seu corpo, exala
confiança, e confiança é tudo o que ela precisa.

— Você tá uma grande gostosa. Como você está se sentindo? — Paro logo atrás dela, e beijo seu pescoço.

Ela se vira, e me abraça.

— Eu tô me sentindo bem. Finalmente vou fazer a coisa certa.

— Você sabe que se sentir desconfortável é só me avisar que a gente vem pra casa, ok? Tudo no seu tempo.

— Vai dar tudo certo, amor. Eu confio nisso, meu pai disse que vai estar comigo.

— Meus pais também vão estar lá. Estamos seguras.

— Sim, nós estamos.

Ela sorri, e me dá um selinho.

O caminho até a casa do pai da Mia, foi calmo, colocamos música, cantamos, senti que ela deu uma
relaxada, eu sei que esse momento é algo difícil, nem todo mundo aceita bem, e é complicado tacar o foda-se
quando isso envolve sua família, mas eu sei que vai dar tudo certo. Precisa dar.

Quando chegamos em frente a casa, há vários carros estacionados na frente, a rua está quase toda lotada,
então o dia de hoje com certeza será cheio.
Mia suspira, e olha pela janela.

— Você tá bem, amor? — Indago preocupada com ela.

— Sim, vamos?

Anuo, e ambas tiramos os cintos, e descemos do carro. Mia para ao meu lado, e segura minha mão.

— Nós estamos juntas nessa. — Sorrio, e beijo sua mão.

— Estamos, amor. Vai dar tudo certo.

Caminhamos lado a lado, de mãos dadas, entramos na casa, e a todo o momento Mia não larga minha mão.
Tio Lucca, meu pai, e minha mãe nos olham com um misto de orgulho, e felicidade em suas esferas. Eu me sinto
orgulhosa pra caralho da garota ao meu lado. Ela está se saindo muito bem, melhor do que até eu mesma esperava.
Sua confiança aqui é inabalável, vermelho é a sua cor literalmente. Além de muito gostosa, ela fica confiante, e
essa confiança a deixa ainda mais gostosa. Ela pode ter certeza que quando chegar em casa, vai gritar ainda mais
meu nome.

— Você quer outro champanhe? — Mia indaga, me tirando dos meus devaneios.

— Oi?

— Champanhe, quer?

— Ah, não. Ainda estou tomando — Ergo minha taça.

— No que você estava pensando? Tava me olhando com uma cara como se fosse rasgar minha roupa aqui
mesmo.

Chego bem perto do seu ouvido, e falo:

— Talvez seja exatamente isso que eu quero.

Ela sorri, e toma mais um gole do champanhe, vejo quando ela esfrega uma perna na outra, segurando sua
excitação. Tenho certeza que se eu colocasse a mão em sua calcinha, sentiria ela extremamente molhada.

— Quando a gente chegar na minha casa, eu vou sentar tanto na sua cara, que só te desejo boa sorte.

— Estou ansiosa por isso. — Digo bem baixinho.

As horas passam, e logo nós somos chamados para ir jantar. Todos sentam em seus lugares, e Mia fica em
pé.

— Eu agradeço muito que todos estão aqui. Todos vocês são essenciais na minha vida, por isso peço que
compreendam o que eu vou anunciar aqui. Então… — Ela suspira, e eu vejo suas mãos tremerem— Eu quero
apresentar a vocês oficialmente a minha namorada.

Mia diz, e eu me levanto ficando em pé junto com ela. Ninguém fala nada, nem se mexe, o clima fica muito
desconfortável. Tio Lucca pigarreia, e se levanta, vindo até nós.
— Antes de falarem qualquer coisa, eu quero dizer algumas coisas. Uma delas é; Mia, minha filha, você é
uma pessoa muito corajosa, e eu tenho muito orgulho de vocês duas. Jude, seja bem vinda a essa família, você já
fazia parte dela antes, mas agora é oficialmente minha nora. — Ele sorri, e beija nossa bochecha. — Eu espero que
todos vocês não me decepcionem, e aceitem. Aceite não, vocês não tem nada para aceitar. Apenas respeitem.
Minha filha é uma grande mulher, uma pessoa dedicada, merece ser feliz, e eu sempre soube que a felicidade dela
era essa garota que está aqui ao nosso lado. Obrigado por fazer ela uma pessoa mais feliz. Você foi a única que
aturou ela. — Ele ri.

Ouvir isso me deixou feliz, e emocionada. Mia sorri, e o abraça, balbuciando várias vezes a palavra
“obrigada”. Ouço um pigarro, e nos viramos. A avó de Mia se levanta, e caminha devagar até ela.

— Mia, você nunca me enganou — ela ri, e se aproxima da neta — eu nunca a julgaria por amar, acho que
o mundo precisa de mais amor.

Ela sorri, e abraça a avó.

— Obrigada vovó, fiquei com tanto medo de te deixar decepcionada.

— Que isso, querida. Eu só quero que você seja feliz. Apenas isso. E você vem aqui. — Ela aponta para
mim, e me puxa para um abraço. — Bem vinda a família, menina.

— Obrigada vovó.

Todo mundo nos abraça em seguida, e no final fomos mais acolhidas do que eu jamais imaginaria.

— Que orgulho de vocês. — Mamãe diz, e me dá um beijo na bochecha. — Só seja feliz minha filha. Você
merece.

— Eu te amo, mamãe.
Bato com a caneta na mesa novamente, irritada por não conseguir resolver um problema tão simples. Jogo a
cabeça para trás me encostando na cadeira.

— Problemas? — Jude fecha a porta atrás de si, e se aproxima de mim.

Coloco a cadeira mais para trás, fazendo um sinal para que ela se sente no meu colo. Ela senta, e eu acaricio
sua perna.

— Sim, mas não é nada demais, daqui a pouco minha mente clareia.

Desde o dia em que assumi o nosso namoro, Jude começou a passar mais tempo no meu escritório do que
no seu. Eu sou suspeita para falar, porque amo passar tempo com ela, principalmente quando ela usa sua mão
mágica para me fazer relaxar.

— Já até sei como te ajudar. — Jude profere, e morde levemente minha orelha, me arrepiando.

— Sem cintaralho aqui.

Ela ri, e me bate.

— Pra que cintaralho, se eu tenho minha boca, hein?

A morena sai do meu colo, e fica de joelhos embaixo da mesa.

— O que você tá fazendo aí?

— Confia em mim, amor. Só se aproxima, fica na beirada da cadeira, e relaxa.


Faço o que ela pede quase que automaticamente. Jude sobe minha saia até quase a cintura, e empurra minha
calcinha para o lado.

— Meu Deus, você já tá molhada pra caralho.

Sinto seus dedos em minha boceta, e estremeço. Jude passa quase que tortuosamente sua língua por toda a
minha intimidade, e volta mais devagar ainda. Rebolo em sua boca, quase que implorando em silêncio que ela pare
de me torturar.

— Mia? — Ouço a voz do meu pai, e a porta se abre em seguida.

Jude se aproveita desse momento, e segura em minhas pernas, aumentando o ritmo entre sugadas, e
lambidas. Puta merda, ela ainda me paga por isso.

— Oi, papai. — Tento parecer normal, e me ajeitar na cadeira, mas Jude me segura com força, enfiando
ainda mais a cara na minha boceta.

Me seguro para não gemer, enquanto vejo meu pai se aproximando.

— Cadê a Jude? Não é horário de expediente ainda?

Jude solta um risinho baixo, e eu quase bato nela por isso.

— Sim, pai, mas eu pedi para ela ir resolver algumas coisas para mim. — A garota suga meu clitóris, e eu
estremeço.

— Tá tudo bem, querida? Você tá branca. — Meu pai diz isso, e encosta a mão no meu rosto.

— Sim, papai. — Respiro fundo. — Aconteceu alguma coisa? — Indago sentindo o orgasmo começando a
me invadir. Porra, péssimo momento pra isso.

Quase bato em minha testa. Desvio meu olhar dele para Jude, que me olha com aquela carinha de safada,
enquanto se dedica ainda mais no meu clitóris. Disfarço, e desço uma das mãos até a cabeça dela, a acariciando.

— Não, eu só senti falta de você. Faz dias que vocês duas não aparecem lá, então resolvi vir ver como
estava as coisas. Não gosta da presença do seu velho?— Ele diz, e se encosta na cadeira.

— Nã... Não é isso, pai. É só que... — pigarreio, tentando focar meus pensamentos — o dia aqui hoje foi
estressante.

Me controlo muito para não revirar os olhos quando Jude enfia dois dedos dentro de mim, me levando ao
limite em segundos.

— Você tem certeza que tá bem, filha? — Ele diz, e franze o cenho.

— Ela tá ótima, tio. — Jude fala, e sai de baixo da mesa, limpando a boca.

— Oh entendi. Eu atrapalhei vocês, né? Meu Deus, me desculpe.

Papai fala, e se levanta, quase bato a testa na mesa.


— Pai, não, você não...

— Não se preocupa filha. Sexo é bom, podem continuar fazendo o que vocês iam fazer. Depois eu te ligo.
— Ele diz, e some porta afora.

Jogo a cabeça para trás. Seu pai falando que sexo é bom, é algo que te traumatiza num nível...

— Seu pai me entende. Sempre soube que o tio Lucca sabia aproveitar a vida.

— Meu pai vai me achar uma tarada agora, e a culpa é sua. — Aponto.

— Qual é, vai dizer que você não gostou do que eu fiz? Já te dei tantos orgasmos aqui, e você nunca
reclamou — ela diz, e senta na mesa.

— Agora é diferente. Não sei nem se você merece a aliança de diamante que eu comprei.

— Aliança de diamante? Que história é essa, Mia?

Abro a gaveta, e pego uma caixinha vermelha de veludo.

— Acho que não tem momento mais propício para pedir alguém em casamento que depois de um orgasmo.

Jude abre a caixinha, e me olha surpresa.

— A gente já perdeu tanto tempo. O que você acha de virar oficialmente uma Taylor?

Jude se joga em cima de mim, e nós duas quase caímos.

— Agora eu vi que você amou o oral. É claro que eu aceito ser sua, amor. Eu te amo.

— Eu te amo, meu amor.

Tomo sua boca na minha, em um beijo cheio de paixão.

É, a vida é realmente boa.


2 anos depois

Já faz mais de 1 ano desde que Mia e eu nos casamos. Nossa vida mudou tanto nesses anos, já não me sinto
mais a mesma pessoa de antes. Há 6 meses adotamos uma linda garotinha morena, e com os olhos mais lindos
desse mundo, azuis igual a mãe. Hoje é o aniversário de 1 ano dela, e eu nunca me senti tão feliz, e realizada quanto
agora.

— Cadê o bolo que não chega? — Mia diz caminhando de um lado para o outro, enquanto chacoalha a
pequena Chloe.

— Amor, calma, ok? Vai dar tudo certo. Daqui a pouco o bolo chega. Para de caminhar de um lado para o
outro, assim você fazer um buraco no chão ainda.

— Se esse buraco me levar até a confeitaria ficarei feliz.

Bufo.

— Você vai assustar a Chloe assim. Me dá ela aqui.

Pego ela no meu colo, e a balanço devagarinho. A menina brinca com o meu cabelo despreocupada,
enquanto a mãe continua caminhando, e gesticulando como uma doida.

— Hoje tinha que ser perfeito.

— E vai ser, amor. Ainda falta um tempo até a hora do bolo. — Chloe dá uma gargalhada alta do nada, e
isso enche meu coração de alegria.
Nesses meses em que ela está com nós, nos encheu de felicidade, a casa parece mais leve agora com ela. E
eu me sinto realizada, sou casada com a mulher da minha vida, tenho uma filhinha linda. O que mais eu poderia
querer?

Mia liga pela 10° vez para a confeitaria, enquanto eu brinco com o dedinho da Chloe.

— Como assim? Derrubaram a porra do bolo?

— Amor — Chamo sua atenção — Não fala palavrão.

Ela pede desculpas, e continua xingando o coitado do confeiteiro.

— Você precisa se acalmar.

— Você ouviu o que aconteceu? Derrubaram o bolo. E agora? O que a gente vai fazer?

— Eu...

Meus pais e tio Lucca aparecem na cozinha com um bolo enorme da Moana.

— Cadê a aniversariante do dia?

Eles dizem, e se aproximam de mim, enchendo a Chloe de beijos. Ela ri, e se joga nos braços da minha
mãe. Ela simplesmente ama a vovó. Desde que veio para cá sempre mostrou quem era sua escolhida.

— Sua mãe tava dando a louca de novo?— Tio Lucca diz, e Chloe só o olha.

— Ela quase pulou no pescoço do confeiteiro, se ele estivesse aqui na frente dela, eu teria pena dele.

Mia me dá um olhar mortal, e sem seguida abraça o pai.

— Você não existe pai. Obrigada por não me deixar na mão.

— Você acha que eu ia deixar essa princesa sem o bolo dela? Jamais!

A hora do parabéns é a mais animada, aqui não seria diferente. Chloe bate palminha junto com a gente, e ri
em seguida. Minha filha é a coisa mais adorável desse mundo, ajudamos ela a apagar a velinha, e em seguida
tiramos algumas fotos com ela. Desde que ela chegou aqui, minha galeria virou só de fotos dela. Sim, eu sou uma
mãe bem babona, confesso. Mas a Mia não está muito longe, ela tira mais fotos que eu.

— Obrigada por isso. — Mia diz, e me abraça por trás.

— Pelo quê?

— A família linda que nós temos. Nunca imaginei que seria tão feliz como eu sou com vocês.

Sorrio, e me viro ficando de frente para ela.

— Eu te amo, meu pãozinho de mel.

— Eu te amo, meu morango.

E foi assim que nós vivemos felizes para sempre. E sim, o nosso felizes realmente foi para sempre.
Agradecimentos
Opa, você chegou até aqui. Eu falei que nos encontrariamos de novo.

Esse espaço é especial para agradecer as pessoas da minha vida. Agradeço aos meus leitores por lerem as
coisas que escrevo (eu sei que vocês gostam de sofrer) Espero que tenham gostado de always, e se apaixonado por
elas. Já estava na hora de deixar elas voarem. Este conto é a adaptação da minha primeira história do wattpad. E
elas só estão aqui graças a minha assessora, e amiga Larissa, que quando eu contei sobre elas, já quis muito que eu
trouxesse esse conto para cá. Então cá estamos nós. Obrigada Lari por tanto, e principalmente por me encorajar a
trazê-las para o mundo literário. Eu amo você!

Agradeço também as minhas betas Luana, Rafaela, Esther, e Regiane por aguentarem minhas loucuras, e
betarem elas junto comigo. Vocês são tudo! Amo vocês.

E a minha família por me aguentar escrevendo, e surtando 24 horas. Pai e mãe, espero que vocês não leiam
este livro. Mas se lerem e chegarem aqui saibam que eu amo vocês.

Se quiserem embarcar comigo nos próximos surtos, me sigam no insta. Nosso próximo surto é o livro final
da duologia Corações corrompidos. Para quem não leu o primeiro livro, clique aqui, e leia Atormentada pelo
passado, logo terá seu desfecho. Encontro vocês lá.

Com amor, Natália B.

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