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Finanças Empresariais
Finanças Empresariais
FINANÇAS
EMPRESARIAIS
MISSÃO
VISÃO
EDITORIAL
Medeiros, Ricardo.
Finanças Empresariais / Ricardo Medeiros. – Serra: Multivix, 2018.
Seja bem-vindo!
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
CONCLUSÃO 38
CONCLUSÃO 54
4.2 AÇÕES 61
4.2.1 AVALIAÇÃO DE AÇÕES 62
4.2.2 AÇÕES COM TEMPO FINITO 63
4.2.3 AÇÕES NA PERPETUIDADE 64
CONCLUSÃO 65
CONCLUSÃO 82
CONCLUSÃO 94
REFERÊNCIAS 95
ICONOGRAFIA
ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS
GLOSSÁRIO QUESTÕES
MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES CITAÇÕES
EXEMPLOS DOWNLOADS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Caro (a) aluno (a), seja bem-vindo (a) a disciplina Finanças Empresariais, na qual você
será levado a compreender o papel do administrador no contexto econômico-finan-
ceiro. Mas, como as finanças podem ajudar a empresa e a você alcançar os seus obje-
tivos? O objetivo é que você compreenda porquê e como as decisões financeiras são
tomadas no âmbito gerencial. Já ouviu falar de maximização de riqueza? Conhece o
conceito de risco e retorno? Compreende por que as pessoas investem dinheiro nas
empresas ou mesmo nas organizações sem fins lucrativos? Além destas questões,
você também entenderá o trade off entre risco e retorno, avaliação de títulos e ações
e avaliação de projetos e decisões de financiamento, que são as etapas necessárias
para um entendimento sobre finanças empresariais. É importante destacar que o seu
empenho, dedicação e disciplina são fundamentais para que o seu aprendizado seja
satisfatório. Você deve seguir adequadamente as orientações propostas, participar
dos fóruns de discussão e ler os materiais disponibilizados, inclusive os complemen-
tares. Você é responsável pelo seu sucesso!
UNIDADE 1
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
> Demonstrar a
relação das finanças
com a decisão de
investimentos.
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, você aprenderá qual o objetivo da administração financeira e a im-
portância de relacionar as decisões de investimentos com o seu objetivo. Portanto,
serão apresentados os conceitos da administração financeira e suas funções, os pro-
blemas de decisões empresariais, além de como a gestão financeira de uma empresa
pode auxiliar nas suas resoluções.
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
O objetivo de uma empresa é gerar lucro e apresentar o maior retorno possível para
os seus proprietários, e para isso se tornar realidade é necessário que os investimentos
sejam bem realizados e os recursos financeiros bem administrados. Portanto, todos
os setores, funcionários e os gestores trabalham com esse objetivo. Como a adminis-
tração financeira auxilia nesse processo? Ela auxilia na tomada de decisões da em-
presa? Como podemos utilizar os recursos para aumentar o valor da empresa? Para
responder estas questões é necessário entender o que é administração financeira,
suas funções, sua importância na decisão de investimento, integração com os demais
setores e como ela interage com os problemas de gestão das empresas, temas estes
que serão abordados a seguir.
1 IMPORTÂNCIA DA
ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA
Administração é uma ciência que estuda os eventos que envolvem a administração
de empresas e governos, através de técnicas e procedimentos metodológicos com o
intuito de entender e explicar as melhores técnicas de aumentar a eficiência e eficá-
cia. No entanto, administração financeira, segundo Cherobim, Lemes Jr. e Rigo (2015)
é a ciência de cuidar do dinheiro e tomar decisões de investimento, financiamento e
destinação dos resultados.
Pode-se dizer que a Administração Financeira tem uma responsabilidade dupla junto
a empresa. O setor é responsável pela captação de recursos através de planejamentos
que revelam as necessidades financeiras para o bom funcionamento da organiza-
ção e pelos investimentos realizados pela empresa, ou seja, a aplicação dos recursos.
Sempre seguindo recomendações dos gestores.
A administração de ativos deve perseguir uma melhor relação entre risco e retorno
dos investimentos realizados pela empresa e proceder um gerenciamento eficiente
dos seus valores. Entre os controles do ativo a ser realizado estão a gestão contábil,
gestão do custo, gestão de crédito e contas a receber, além da situação financeira dos
estoques. Essas questões estão relacionadas a administração do capital de giro.
Toda decisão financeira tem como base a relação entre risco e retorno. Como os in-
vestimentos não oferecem certeza em relação aos seus resultados futuros, os resulta-
dos podem ser maiores, menores ou iguais ao projetado. Quanto maior o risco refe-
rente ao investimento, maior será o retorno exigido para atrair capital, pois existe uma
probabilidade maior desse retorno não ocorrer como o projetado.
Toda decisão de investimento passa por uma avaliação de risco e retorno. Quando
estamos falando em empresas, essa situação se torna um pouco mais complexa, pois
elas possuem vários investimentos.
Por essa complexidade, ao tomar decisões sobre investimentos empresariais, não po-
demos considerar somente a sua viabilidade econômica, e sim todas as questões que
podem ser afetadas por essa decisão, como a qualidade do produto e o desenvolvi-
mento do mercado.
As finanças se relacionam com o marketing através das definições dos valores que
serão gastos em propaganda, da definição dos preços dos produtos, quais são as con-
tribuições de cada produto para a empresa.
A logística também depende de uma boa sincronia com o setor financeiro. As deci-
sões de como será a entrega é dependente da disponibilidade financeira da empre-
sa, ela pode ser terceirizada, frota própria, ou até ser paga pelo cliente. Todos esses
fatores são decisões que necessitam de uma relação com o dinheiro.
Como visto, a interação do setor financeiro com os demais setores ocorre de diversas
maneiras. Pode ser uma simples decisão de comprar um novo equipamento que au-
menta a produção ou uma decisão mais complexa como a definição de como será
realizada a distribuição da produção.
No entanto, não é suficiente somente realizar o controle, é necessário fazer uma aná-
lise criteriosa e contínua de todas as informações disponíveis. É preciso levar em con-
sideração os custos, despesas, investimentos, vendas e impostos para identificar a real
situação da empresa e realizar o seu acompanhamento e não somente considerar a
diferença entre receitas e despesas.
Para entender melhor as causas que levam uma micro e pequena empresa a fecha-
rem as portas, leia o artigo: “Análise quantitativa sobre a mortalidade precoce de
micro e pequenas empresas da cidade de São Paulo”, de Luis Fernando Filardi et al,
publicado na Revista Gestão e Produção, disponível na internet.
UNIDADE 2
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
> Esquematizar o
Sistema Financeiro
Nacional.
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Iremos estudar nesta unidade o ambiente financeiro externo à empresa, que pode-
mos chamar de mercado financeiro. Ele é responsável pela intermediação financeira
dos agentes deficitários e superavitários, além de possuir uma estrutura que regula-
menta e supervisiona essas transações. Por fim, você compreenderá como funciona o
mercado de capitais e quais são os seus principais títulos.
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Você imaginou como os bancos conseguem o dinheiro que oferece para emprésti-
mo? Porque eles pagam juros quando colocamos dinheiro na poupança? E quem é
o responsável por garantir que o seu dinheiro esteja seguro no banco? Nessa unida-
de vamos conseguir entender melhor essas situações. Para isso é necessário que, na
sociedade, existam pessoas que consigam poupar e sempre possuam dinheiro extra
para realizar suas atividades e até investimentos. Na outra ponta, existem as pessoas
que necessitam, ou querem, comprar bens ou realizar investimentos em negócios e
não possuem dinheiro suficiente para isso. O mercado financeiro tem como objeti-
vo conseguir unir esses dois tipos de pessoas, um que necessita e outro que possui
dinheiro, para isso existe toda uma estrutura que oferece apoio e liquidez para essa
atividade de intermediação.
2 AMBIENTE OPERACIONAL
EXTERNO À EMPRESA
As empresas se tornam deficitárias por diversos motivos, entre eles estão as diferen-
ças entre os prazos de recebimentos dos clientes e os prazos de pagamentos aos
fornecedores, que cria a necessidade de capital de giro para a empresa financiar as
suas atividades, e oportunidades de investimentos que superam a capacidade de
financiamento interno da empresa.
Enquanto as empresas superavitárias têm essa situação por geração de lucros supe-
riores aos investimentos, venda de ativos da empresa, e como política de administra-
ção de caixa, e outras formas de geração de recursos.
Já as pessoas podem necessitar recursos para realizarem compras no dia a dia, adqui-
rir bens e serviços, e de bens duráveis de maiores valores, se enquadrando também
como agentes deficitários. As pessoas superavitárias procuram boas alternativas de
investimentos com o objetivo de garantir recursos para uma necessidade especial, ou
possuir recursos extras para uma velhice mais tranquila. Esse recurso extra pode ser
proveniente de poupança prévia, venda de bens, ou valores diversos economizados
ao longo do tempo.
Segundo Cherobim, Lemes Jr. e Rigo (2015), os agentes poderiam trocar os recursos
diretamente entre si, sem a interferência de um intermediário. Mas devido à comple-
xidade dos prazos, valores, custos, taxas de juros e a administração do risco, acaba por
exigir uma estrutura mais complexa para viabilizar esse fluxo de recursos. Além disso,
o processo dos participantes deficitários para encontrar os superavitários se tornaria
mais extenuante.
Os órgãos normativos do SFN são responsáveis por determinar as regras gerais para o
bom funcionamento do sistema. Existem três conselhos, como pode ser visualizado
na figura 1, que são responsáveis por essas regras, são eles:
Conselho Nacional
Conselho Nacional
Órgãos
Comissão Superintendência
Superintendência Nacional de
Banco Central de Valores
de Seguros Previdência
do Brasil (BCB) Mobiliários
Privados (Susep) Complementar
(CVM) (Previc)
Entidades
Bancos e Caixas Bolsa de Seguradoras e
Fechadas de
Econômicas Valores Reseguradoras
Previdência
Complementar
(fundos de pensão)
Bolsa de Entidades
Cooperativas
Mercadoria e abertas de
de Crédito
Futuros Previdência
Operadores
Sociedades
Administradoras de
de
Consórcios
Capitalização
Corretoras e
Distribuidoras
Demais Instituições
nao Bancárias
O CNSP está encarregado por fixar as diretrizes e normas da política de seguros pri-
vados, fixando as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada
aberta, capitalização e resseguro. É responsável também por estabelecer os critérios
de constituição das sociedades seguradoras, de capitalização, entidades de previdên-
cia privada aberta e resseguradores.
O último dos órgãos reguladores é o CNPC, que tem a função de regular o regime
de previdência complementar operado pelas entidades fechadas, ou seja, regula os
fundos de pensão que atuam em todo o território nacional.
Portanto, o sistema financeiro está conectado aos fluxos de recursos financeiros, per-
mitindo a pulverização do risco entre todos os participantes da economia. A divisão
do risco entre vários agentes, e o controle dos órgãos supervisores seguindo as regras
estabelecidas pelos órgãos normativos permitem transações mais seguras tanto para
o investidor como para o tomador de recursos.
Mas como o SFN pode regular esse fluxo de dinheiro, já que ele não atua no mercado
de forma direta? Como podemos evitar que falte dinheiro no mercado para pessoas
que necessitam de recursos? Esses acontecimentos ocorrem no mercado monetário,
que é responsável pelo controle da quantidade de dinheiro existente no sistema.
Os instrumentos que a Política Monetária utiliza para alcançar o seu objetivo são: ven-
da e compra de títulos públicos, aumento ou redução dos depósitos compulsórios,
redesconto bancário e a variação da taxa básica de juros.
Por último, a variação da taxa básica de juros (Selic) é um instrumento que eleva ou
reduz o custo de crédito no país, já que é a taxa básica de juros paga nos títulos públi-
cos brasileiros. Se a Selic aumenta, a taxa de juros no mercado também tende a sofrer
um aumento, enquanto uma redução na Selic possui um efeito contrário nas taxas
de juros. Essa variação restringe ou facilita o acesso ao crédito por meio dos agentes
financeiros a sociedade.
Segundo Cherobim, Lemes Jr. e Rigo (2015), “a renda fixa se caracteriza por estabele-
cer em contrato o prazo de vencimento, taxa de juros combinada (pré ou pós-fixada),
e garantias, e o rendimento da operação é conhecido previamente”.
Cherobim, Lemes Jr. e Rigo (2015) afirma que “os produtos de renda variável caracte-
rizam-se pela alta volatilidade do ganho. Não há prazo de vencimento, taxas de juros
ou garantias previamente estabelecidos”.
Ao contrário da renda fixa, a renda variável não traz garantias de remuneração e nem
de vencimento. A remuneração se realiza somente com a sua valorização ou, em al-
guns casos, os títulos de renda variável oferecerem direito a receber parte dos lucros
da empresa, sendo outra forma de remuneração. Já o vencimento ocorre somente
quando o título é vendido, não existe uma data de vencimento preestabelecido na
sua negociação.
O principal produto da renda variável são as Ações. A ação é uma parte de tamanho
determinado de uma empresa, sendo essa empresa obrigatoriamente constituída na
forma de Sociedade por ação, ou seja, quando uma empresa é uma Sociedade por
Ação é como se todos os bens e direitos da empresa fossem divididas em milhares de
partes, sendo uma parte chamada de ação, todas as partes juntas formam a empresa.
Desta forma, ao adquirir uma ação, a pessoa se torna sócia proprietária de uma parte
da empresa.
No caso contrário, quando a empresa obtém prejuízo, ou até não consegue o lucro
esperado, é provável que o preço das ações diminua, e nessa situação, pode aconte-
cer de não se distribuir dividendo, reduzindo a remuneração que o investidor poderia
ter. Nessa situação, existe a possibilidade do investimento causar prejuízo.
De forma diferente, as ações preferenciais não dão direito a voto nas assembleias,
mas como compensação, têm preferência no recebimento de dividendos, tornando
esse papel com características de títulos de dívida, pois existe uma obrigação da em-
presa pagar dividendos.
CONCLUSÃO
Podemos aprender nessa unidade o que é o mercado financeiro e sua importância
na estrutura da intermediação financeira, conseguindo conectar os agentes deficitá-
rios aos superavitários. De forma complementar, entendemos a importância da sua
regulamentação para dar segurança nas transações, além de facilitar o acesso e diver-
sificar o risco entre os agentes.
UNIDADE 3
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Estudaremos nesta unidade como quantificar o risco e o retorno de investimentos,
aprendendo quais são as características e fatores que influenciam nos seus resulta-
dos. Além disso, compreenderemos como a análise do risco e retorno pode ser feita
de forma conjunta, para tomar uma decisão de investimento que apresente uma
melhor relação entre o retorno e o risco do investimento.
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
O risco e o retorno são o ponto de partida de qualquer análise de investimento, seja
ele um investimento operacional, seja financeiro. Portanto é primordial conseguir
compreender e conseguir mensurar o risco e retorno de um investimento, conseguin-
do compreender seus fatores e características. Por último, além de conseguir calcular
o risco e o retorno de forma independente, é de extrema importância conseguir fazer
uma análise em conjunto destes.
3 ANÁLISE DE RISCO E
RETORNO
Nessa perspectiva, uma análise entre risco e retorno ocorre de forma integrada. Pode-
mos identificar duas situações dessa relação. A primeira é que há uma recompensa
pelo risco, e a segunda é que quanto maior a recompensa de um investimento, maior
será o seu risco.
3.1.1 RETORNO
Precisamos primeiramente entender o que pode ser considerado retorno. Aqui foca-
remos no retorno dos investimentos financeiros. Mas esse conceito pode ser aplicado
também à análise dos investimentos operacionais, mudando apenas os valores e ca-
racterísticas dos investimentos.
Todos nós procuramos investimentos que possam oferecer o maior retorno possível,
mas como podemos calcular esse retorno? A primeira alternativa aqui apresentada é
levar em consideração os dados históricos do ativo e considerar que o retorno espera-
do para esse ativo é a média dos seus retornos.
Arrojado: é aquele que costuma tomar mais riscos, investindo, por exemplo, em
produtos de renda variável, como fundos imobiliários e moedas estrangeiras.
Esses investimentos requerem muita técnica e disponibilidade.
Fonte: ECONOMIA - IG. Saiba o que é perfil de investidor e descubra qual é o seu. Disponível em: <http://economia.ig.com.
Imagine que temos a seguinte situação: você possui a opção de investir nestes dois
ativos, qual seria a melhor opção de investimento levando em consideração o retorno
esperado?
Título A Título B
Ano
Valor ($) Valor ($)
2013 30,00 45,00
2014 32,00 42,00
2015 35,00 40,00
2016 33,00 44,00
2017 37,00 47,00
2018 34,00 50,00
A primeira coisa a se fazer aqui é calcular o retorno de cada ano. Para isso, utilizamos
a seguinte equação:
A − At −1
Rt = t x100
At −1
Após encontrar o retorno de cada ano, podemos calcular o retorno esperado para
cada ativo considerando que o seu histórico de retornos é uma boa aproximação para
os retornos futuros. Utiliza-se a seguinte equação:
R( E ) =
∑R t
Feitos todos os cálculos, encontramos que o retorno esperado do ativo A é 2,87%, en-
quanto o do ativo B é 2,26%. Levando em consideração somente o retorno esperado
e o fato de os dados históricos serem uma boa aproximação para o futuro, o retorno
esperado do ativo A é superior ao do ativo B. Sendo assim, o ativo A é a escolha racio-
nal para um investidor, já que sempre buscamos o maior retorno possível.
Como podemos identificar qual o cenário será o real? Na verdade, não podemos de-
terminar qual é o cenário vai ocorrer, mas podemos determinar a suas probabilida-
des de acordo com suas características e das situações do sistema.
Então a chave para conseguir encontrar o retorno esperado considerando vários ce-
nários são as probabilidades de esses cenários se realizarem. Por isso que a forma de
calcular o retorno esperado sofre uma pequena alteração, já que os resultados não
possuem a mesma chance de acontecer.
Nos casos de cenários, podemos ver como calcular o retorno esperado na equação
seguinte:
R( E ) = ∑ρc xRc
Rc = Retorno do cenário.
R( E ) y 0, 20 x5 + 0, 60 x15 + 0, 20 x 20 =
= 14%
R( E ) y 0, 20 x5 + 0, 60 x15 + 0, 20 x 20 =
= 14%
3.1.2 RISCO
O risco total de uma empresa é composto por vários elementos, podendo ser econô-
mico ou financeiro. Estão presentes no risco econômico as alterações na economia e
no mercado, como o surgimento de um novo concorrente, e alterações na gestão e
planejamento da empresa, como vendas e investimentos. O risco financeiro é relacio-
nado diretamente com o dinheiro, como o nível de dívidas que a empresa possui e
sua capacidade de pagá-las.
Estes dois riscos, financeiro e econômico, podem ser afetados por diversos fatores,
fazendo com que o risco aumente ou diminua. Parte desses fatores pode ser con-
trolada ou administrada pela empresa ou investidor, enquanto na outra parte nada
temos como interferir.
A parte do risco que não podemos controlar ou interferir, chamamos de risco siste-
mático, pois esse risco faz parte do sistema. Podemos citar como risco sistemático a
variação cambial, políticas governamentais, situação da economia, entre outras. To-
dos esses fatores afetam todas as empresas, e os gestores ou investidores não podem
controlar, já que qualquer que seja o investimento, essa parte do risco existe. Não é
possível evitar totalmente esse risco.
Já os riscos que podem ser controlados, são denominados risco não sistemático ou
risco diversificável. Esse risco é inerente à própria empresa ou investimento, ou seja,
intrínsecos ao investimento. O risco não sistemático está no planejamento e gestão
da empresa, problemas de produção, sazonalidades de consumo, entre outras. Esse
risco pode ser diversificável ou controlado fazendo combinações de investimentos ou
melhorando o processo de produção e planejamento, no caso de uma empresa.
Mas afinal como podemos calcular o risco de uma empresa que consiga englobar to-
das essas características? Para responder a essa pergunta, partimos do entendimento
que os retornos das empresas e de seus ativos refletem esse risco, já que risco e retor-
no são analisados em conjunto.
Portanto, o risco de uma empresa pode ser identificado por meio da variância e do
desvio padrão de seus retornos. O desvio padrão é uma medida estatística que facilita
a comparação, por isso damos preferência para ela.
Conseguir mensurar o risco por meio dos dados históricos é uma situação que de-
pende e possui as mesmas características de se calcular o retorno esperado com
dados históricos.
O primeiro passo para calcular o risco de um ativo é encontrar a sua variância, já que o
desvio padrão é simplesmente a raiz quadrada da variância, como podemos verificar
a seguir:
∑(R − R( E ) )
2
n
σ A2 =
n −1
σ A = σ A2
n = Períodos utilizados.
Utilizando esses dados para verificar qual ativo possui o melhor risco, encontramos:
σ A2 = = 84,11%
5 −1
σA
= 84,11 9,17%
=
σ 2
B = = 58, 80%
5 −1
Conseguindo mensurar o risco dos ativos A e B, podemos verificar que o ativo A pos-
sui um risco maior que o ativo B. Como investidor naturalmente avesso ao risco, o
melhor investimento seria o ativo B, já que expõe o investidor a um risco menor.
Quando estamos falando em cenários, a forma de calcular sofre uma pequena mu-
dança. Essa mudança ocorre tanto na forma de se calcular o retorno esperado dos
ativos quanto na forma de calcular a sua variância.
∑ρ x ( R )
2
=σ A2 c C − R( E )
σ A = σ A2
A única diferença entre calcular o risco com dados históricos e calcular o risco com
cenários é a inserção da probabilidade dos cenários nos seus respectivos retornos.
Agora abordando o exemplo de retorno com cenários, podemos calcular o seu risco.
σX
= 490 22,14%
=
Aqui podemos perceber escolhas distintas analisando o retorno ou o risco para am-
bas a formas de calcular os seus dados, seja por dados históricos, seja por cenários.
Qual seria a melhor escolha? Quais os critérios que devemos considerar mais impor-
tantes?
Conseguimos realizar essa análise conjunta por meio do índice de Sharpe, que consi-
dera o prêmio pelo risco sobre o risco de determinado ativo como uma estimativa de
realizar essa análise conjunta.
O prêmio pelo risco parte do entendimento que existe no mercado um ativo livre de
risco e que esse ativo também possui um retorno esperado. Se existe um ativo que
não incorre em risco e oferece um retorno, qualquer investimento que apresente um
risco deve apresentar um retorno maior do que o retorno do ativo livre de risco:
PR
= RA − R f
PR
IS A =
σA
RA = Retorno do ativo.
Podemos aplicar esse conceito na análise realizada pelo risco e retorno com cenários
considerando que o retorno do ativo livre de risco seja de 5%. Quanto maior o índice
de Sharpe, melhor a relação entre risco e retorno:
15 − 5 14 − 5
IS X = = 0 45 ISY = = 0, 96
22,14 9, 42
Pela análise combinada do risco e retorno por meio do índice de Sharpe, verificamos
que o investimento que oferece a melhor relação entre risco e retorno é o investimen-
to Y.
CONCLUSÃO
Conseguimos, ao longo da unidade, entender o que é risco e o que é retorno. O pri-
meiro é a quantificação da incerteza, enquanto o segundo é considerado a rentabili-
dade do investimento.
Por último, aprendemos a fazer a análise do risco e retorno em conjunto por meio
do índice de Sharpe, conseguindo identificar quais investimentos possuem melhores
relações entre essas medidas, sendo esse o ponto principal de uma análise de inves-
timento nas finanças.
UNIDADE 4
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
> Considerar a
perpetuidade na avaliação
da ação.
4 AVALIAÇÃO DE TÍTULOS E
AÇÕES
Nesta unidade iremos aprender a fazer avaliação de títulos da divida e de ações. Para
isso precisamos entender o que é e como calcular cupons dos títulos da divida e os
dividendos das ações. Vamos entender como o preço desses títulos são formados
e como determinar a taxa de rentabilidade de um investimento. Vamos considerar
também o preço das ações quando não possuímos a intenção de venda.
De acordo com Berk e DeMarzo (2008), titulo da divida é um valor mobiliário vendido
por governos e empresas para arrecadar recursos de investidores hoje, com a promes-
sa de pagamento no futuro. Os prazos desses títulos são determinados como parte
do certificado do titulo da divida, que indica as datas e os valores a serem pagos. O
pagamento final também é definido, sendo o dia do seu pagamento denominado
de data de vencimento. A diferença entre a data de emissão, ou compra do titulo, é
conhecido como o prazo do titulo.
Além dessas informações, os títulos da divida podem fazer dois tipos de pagamentos.
O primeiro e presente em quase todos os tipos de títulos é o pagamento na data de
vencimento, que é chamado de valor de face. Esse pagamento é realizado uma única
vez e ao final do período do titulo.
O outro pagamento, que também ocorre com bastante facilidade, é o que ocorre de
uma forma periódica ao longo do prazo do titulo, esse pagamento é denominado de
cupom. O cupom ocorre com uma periodicidade definida, podendo ser semestral,
trimestral, anual, entre outros. Esse valor pago é definido através de uma taxa deter-
minada no próprio titulo.
Como visto, temos quatro informações básicas em um titulo da divida, o prazo, a data
de vencimento, o valor de face e o valor de cupom. Essas informações são indispensá-
veis para qualquer titulo, pois define as suas características, estando entre as informa-
ções que devem ser consideradas no momento de realizar a avaliação de um titulo.
Quando o valor negociado no mercado é superior ao valor de face, nós dizemos que o
titulo está sendo negociado com ágio. Em caso contrário, quando o preço negociado
é inferior ao valor de face, o titulo está sendo negociado com deságio.
O preço de um titulo hoje é soma de todos os valores que ele irá gerar para o inves-
tidor no futuro. Mas esses valores não podem ser simplesmente somados, pois o di-
nheiro possui valor no tempo, devido a incerteza do seu recebimento.
Por isso, precisamos saber quanto é esse valor que iremos receber no futuro, em va-
lores atuais, levando em consideração uma taxa de rentabilidade (que deve levar em
consideração a rentabilidade desejada e o risco de não receber o valor).
Entendido isso, temos duas situações há ser levada em consideração na hora de rea-
lizar a avaliação de um titulo, que é se o pagamento será realizado somente no ven-
Assim, separamos o calculo do valor do preço inicial em duas etapas, a primeira con-
sidera somente o valor de face, e a segunda, leva em consideração o valor de face e
os cupons pagos.
VF
PIT
1 i
n
Dessa forma, realizamos o calculo do valor presente do valor de face, dado uma taxa
de rentabilidade. Assim, podemos saber quanto é o preço inicial de titulo que paga
somente um valor de face no seu vencimento.
1
VF n
i 1
PIT
Utilizando a equação:
1
1.000 3
= − 1 =0, 03 ou 3
915
Portanto, conseguimos avaliar quanto é o valor inicial de um titulo que possui somen-
te um valor de face como pagamento, e também aprendemos a calcular a taxa de
rentabilidade exigida por investidores para um titulo que esta sendo negociado no
mercado por um preço determinado e valor de face.
Quando estamos avaliando um titulo que paga um valor de face, valores periódicos
de cupom, é necessário trazer para valor presente todos os valores que iremos rece-
ber no futuro, isso incluir o valor de face e todos os cupons que iremos receber ao
longo do período.
Como dito anteriormente, o cupom é referido como uma taxa de cupom, para que
depois seja realizada a conversão para saber o valor exato do cupom, que depende
da taxa e do valor de face do titulo.
Portanto, precisamos saber primeiramente como calcular o valor de cupom que ire-
mos receber, que pode ser realizado através da seguinte equação:
�
ic � xVF
CT =
Nc
ic = Taxa Cupon;
Assim sendo, para calcular o preço inicial nessa situação utilizamos a seguinte equação:
C VF
PIT
1 i n (1 i ) n
Precisamos ter uma pequena precaução aqui, pois a taxa e o prazo deverão está na
mesma base, isto é, se a taxa estiver ao semestre, o período utilizado também deve
está ao semestre.
0, 08 1.000
C= = 40
2
Após conseguir o valor que será pago de cupom, podemos realizar o calculo
do preço inicial do titulo.
40 40 40 40 1.000
PI = +
1
+
2
+
3
+
4 4
= 964, 54
(1 + 0, 05) (1 + 0, 05) (1 + 0, 05) (1 + 0, 05) (1 + 0, 05)
Desse modo, foi apresentado as formas de avaliação dos títulos da dívida para em-
presas e Governos que emitem esse tipo de titulo. Sendo ele com pagamento único
ao final do prazo com valor de face, ou com pagamentos periódicos de cupons mais
o valor de face.
4.2 AÇÕES
As ações são pequenas partes de uma empresa que são negociadas nas Bolsas de
Valores. O objetivo de uma empresa lançar ações é obter recursos financeiros no mer-
cado para realizar investimentos, esses recursos são obtidos no mercado primário,
quando as ações são negociadas pela primeira vez. Após isso, as negociações das
ações ocorrem entre terceiros.
Dessa forma, precisamos conseguir avaliar o preço de uma ação para saber o momento
de realizar o investimento, minimizando a possibilidade de perda do valor investido.
Da mesma forma que ocorre na avaliação dos títulos da divida, o preço das ações é de-
finido por quanto ela irá render para o seu portador. Só que de forma distinta ao que
ocorre com os títulos da divida, as ações não possuem um pagamento determinado
nem ao longo do tempo, e nem ao final do seu vencimento, já que não tem vencimento.
Para realizar a avaliação de uma ação, precisamos descapitalizar os valores que serão
recebidos no futuro, pelos mesmos motivos que descapitalizamos os valores recebi-
dos pelos títulos da divida.
Portanto, seguimos o mesmo principio adotado no calculo do preço dos títulos da di-
vida, existindo duas pequenas diferenças. Ao invés de pagamento de cupons, ao longo
do tempo existe o pagamento de dividendo, e ao invés de pagamento de valor de face,
a forma de receber um valor que equivale a esse, é necessário realizar a venda da ação.
LL
DA =
NA
Para avaliar o preço de uma ação quando existe um tempo determinado, precisamos
além do valor dos dividendos, do possível valor de venda dessa ação no futuro.
DIVn VV
PU A
(1 i ) (1 i ) n
n
Dessa forma conseguimos realizar o calculo do valor de uma ação, considerando que
iremos ficar com ela somente por um tempo determinado.
5 4 5 50
PU Q = + + + = 46, 80
(1 + 0,12) (1 + 0,12) (1 + 0,12) (1 + 0,12)3
1 2 3
O preço ideal dessa ação hoje seria de $ 46,80, considerando essas informações e que
ficaríamos com essa ação por três anos.
No caso de ficar com a ação de forma indefinida, não existe valor de venda da ação,
pois ela não será vendida. Mas por não existir um tempo definido, também existirá o
recebimento de dividendo por tempo indeterminado.
5 4 5 50
PU Q = + + + = 46, 80
(1 + 0,12) (1 + 0,12) (1 + 0,12) (1 + 0,12)3
1 2 3
Com base nisso, podemos realizar uma pequena alteração na nossa equação, partin-
do do pressuposto que os dividendos quanto mais no futuro, quando forem descapi-
talizadas, terão um valor cada vez menor, chegando a um ponto de ser irrisório.
Levando isso em consideração, existem duas situações, uma quando o dividendo é es-
tável ao longo do tempo, e outra quando o dividendo possui uma taxa de crescimento.
DIV DIV
PU A � � � � � � � � PU A
i ig
CONCLUSÃO
Aprendemos nessa unidade que um titulo da divida é um titulo que as empresas,
ou o governo, emitem para arrecadar recursos e financiar suas atividades. Para isso
prometem pagamentos futuros, com prazos determinados, cupons e valor de face.
Para avaliar de forma correta um titulo da divida, foi necessário primeiro entender
que o cupom é o pagamento periódico de um juros com taxa determinada, e que o
Compreendemos que ações são pequenas partes da empresa, e sua posse o torna
proprietário da empresa, com direito a recebimento dos lucros, que chamamos de
dividendos. Para isso vimos que dividendo é a parte do lucro liquido da empresa
pago para cada ação.
Também foi mostrado como realizar a avaliação de uma ação quando não há a inten-
ção de venda, pois o recebimento dos dividendos ocorrerá de forma perpetua. Essa
avaliação pode ser realizada considerando que os dividendos serão constantes ou
que terão crescimento ao longo do tempo.
UNIDADE 5
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
5 TÉCNICAS DE FLUXO DE
CAIXA, ORÇAMENTO DE
CAPITAL E TOMADA DE
DECISÃO
Vamos estudar nessa unidade o que é um fluxo de caixa e qual a sua importância
para a administração da empresa e tomada de decisões. Vamos aprender também
como avaliar a viabilidade de um projeto através do uso das técnicas de payback, va-
lor presente liquido e taxa interna de retorno.
O primeiro passo para conseguir compreender o que é fluxo de caixa é entender que
existe uma diferença entre rendimentos e fluxo de caixa. Os rendimentos incluem
débitos e créditos que não são de caixa, ou seja, valores que não necessariamente
desembolsados pela empresa são considerados no calculo dos rendimentos, como a
depreciação.
Já o fluxo de caixa considera somente os valores de caixa, isto é, valores que realmen-
te são pagos ou recebidos no caixa da empresa. Para calcular o fluxo de caixa de uma
empresa, precisamos realizar alguns ajustes nos resultados dos lucros da empresa.
Mas para que se dá ao trabalho de realizar todas essas alterações? Como utilizamos o
fluxo de caixa e realizamos a sua estruturação será exposto nos tópicos a seguir.
Tomando como base o fluxo de caixa, é possível fazer o planejamento diário, sema-
nal ou mensal das necessidades de recursos da empresa. Dessa maneira, é possível
programar os pagamentos da empresa, reduzindo a probabilidade da interrupção de
seus projetos ou atividade por falta de recursos.
Portanto, utilizamos o fluxo de caixa para realizar o planejamento das retiradas e re-
cebimentos do caixa, determinando a necessidade de empréstimos ou possibilidade
de investimentos. Mas como realizamos sua estruturação será demonstrado no tópi-
co seguinte.
Para estruturar o fluxo de caixa da empresa, precisamos encontrar o lucro liquido não
alavancado do período, e para isso utilizamos os dados realizados, ou projetados, de
receitas, despesas e impostos.
Utilizamos o lucro liquido da empresa, pois no fluxo de caixa não consideramos os va-
lores pagos com juros e amortização das dividas da empresa. Esses valores serão con-
siderados no custo de capital da empresa. Se fossem considerados nesse momento,
estaríamos contabilizando esses valores duas vezes.
FLUXO DE CAIXA
(=) Faturamento
(-) Custo de Mercadoria Vendidas
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas gerais e administrativas
(-) Depreciação
(=) Lucros antes de juros e imposto de renda (LAJIR)
(-) Imposto de renda
(+) Depreciação
(-) Investimento Inicial (somente quando necessário)
(=) Fluxo de Caixa
Podemos perceber que embora a depreciação não seja levada em consideração para
o calculo final do fluxo de caixa, é necessário colocar o seu valor devido ao seu impac-
to no valor do imposto de renda pago.
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7
Faturamento
(=) 150 150 150 150 150 150 150
(X 1.000)
(-) CMV (40%) 60 60 60 60 60 60 60
(=) Lucro Bruto 90 90 90 90 90 90 90
Despesas adm.
(-) 15 15 15 15 15 15 15
(10%)
(-) Depreciação 25 25 25 25 25 25 25
(=) LAJIR 50 50 50 50 50 50 50
(-) IR (34%) 17 17 17 17 17 17 17
(+) Depreciação 25 25 25 25 25 25 25
Investimento
(-) 200
Inicial
(=) Fluxo de Caixa (200) 58 58 58 58 58 58 58
Nós aprendemos a encontrar o fluxo de caixa que o investimento pode gerar, mas isso
é uma boa oportunidade de investimento? Será que vale a pena investir $ 200.000
para obter um fluxo de caixa de $ 58.000 durante 7 anos? Qual a taxa de retorno que
estamos obtendo ao investir nesse equipamento?
Para esse investimento ser viável, necessitamos que os retornos obtidos sejam maio-
res que os valores investidos inicialmente e que apresente um retorno, pelo menos,
igual ao exigido pelos investidores. Além disso, deve oferecer um tempo de retorno
compatível com o requerido pela empresa.
5.2.1 PAYBACK
vestimento inicial. Nos casos que o retorno não for obtido de forma exata, realizamos
uma regra de três para conseguir esse valor de forma mais precisa.
Existem algumas criticas ao modelo de payback efetivo. O primeiro deles é que esse
modelo não considera o valor do dinheiro no tempo. O segundo afirma que essa téc-
nica só considera os valores de fluxos de caixa ate obter o retorno do investimento,
ignorando os demais valores que possam ser gerados.
FCn
FCDn
(1 i ) n
Sabemos que o payback descontado está entre cinco e seis anos, para
determinar o tempo exato, realizamos a regra de três:
no ultim ano 881, 04
M= x12 = 12 = 0, 40 meses
de ano 26.424, 02
O valor presente liquido (VPL) é o valor monetário que o investimento irá gerar para a
empresa, e como o nome já indica, é um valor liquido e considera o valor do dinheiro
no tempo (através do valor presente).
FCn
VPL Ii
(1 i ) n
Ii = Investimento inicial.
Se a somatória dos fluxos de caixa descontados for maior que o investimento inicial,
isso significa que os recebimentos serão maiores que o gasto realizado no investi-
mento. Isso é a situação desejada para um bom investimento, que ele lhe ofereça um
bom retorno.
Nesse caso, se o VPL for maior ou igual a zero, o investimento está conseguindo ofere-
cer a remuneração a empresa, e o projeto poderá ser aceito. No caso contrario, quan-
do o VPL é negativo, isso significa que o investimento é superior aos recebimentos, in-
dicando que o projeto representa um prejuízo para a empresa, devendo ser rejeitado.
58.000
200.000 48.721, 68
(1 0,14)7
O VPL também recebe algumas criticas devido a sua metodologia. A primeira é que
ele considera o reinvestimento total dos fluxos de caixa ao longo do tempo, isto é, a
técnica do VPL considera que não haverá retiradas de valores ao longo do projeto,
somente no seu termino. Fato esse que não ocorre de maneira corriqueira.
A segunda critica que o VPL recebe, é que projetos que possuem um tempo de vida
maior, possui uma probabilidade de representar um VPL maior. Quando estamos
comparando dois projetos, e um apresenta resultados por 10 anos, e outro por 5 anos,
o projeto que apresenta retornos por 10 anos possui uma probabilidade maior de
possuir um maior VPL somente por ter um tempo maior.
Embora existam essas criticas, o VPL é uma das melhores técnicas de tomada de de-
cisão de investimentos, principalmente quando estamos querendo obter uma anali-
se de quanto (em valor) o investimento irá gerar para o investidor.
A TIR é derivada do VPL, isso porque a taxa de rentabilidade (i) utilizada para realizar
o desconto dos fluxos de caixa, afeta diretamente o valor final do VPL. Quanto maior a
taxa de desconto utilizada, menor o VPL do projeto, e quanto menor essa taxa, maior
o seu VPL.
58.000
200.000 82.368, 29
(1 0,10)7
58.000 58.000
200.000 9.066, 32
(1 0, 20) (1 0, 20)7
6
Ou seja:
FCn
VPL = ∑ − Ii =
0 ⇔ i=
TIR
(1 + i ) n
Isso ocorre porque quanto maior a taxa de desconto, menor o VPL, podemos visuali-
zar através do gráfico:
Para identificar a viabilidade do projeto pela TIR, fazemos a seguinte analise. Se a TIR
for maior que a taxa de rentabilidade (i) exigida pelos investidores, o VPL se torna po-
sitivo e podemos aceitar o projeto. Já quando ocorre o contrario, a TIR é inferior a taxa
exigida, o VPL é negativo, tornando o projeto inviável financeiramente.
O principal problema dessa técnica é que ela só pode ser utilizada quando temos um
fluxo de caixa tradicional. O fluxo de caixa tradicional é aquele que passa de negativo
para positivo uma única vez. Quando esses valores são alternados, o fluxo de caixa
não é tradicional, e a TIR não pode ser calculada.
0 1 2 3 4 5 6 7
-200000
50000 50000
4000 40000 40000 40000
0 4
1 2 3 5 6 7
-20000
-100000
CONCLUSÃO
Conseguimos definir que o fluxo de caixa de uma empresa, ou projeto, é o resultado
das entradas e saídas dos valores no seu caixa. Aprendemos também a sua importân-
cia para o controle do orçamento de caixa, oferecendo a possibilidade de um maior
controle sobre a necessidade de capital de giro.
Estudamos também como estimar o payback efetivo e descontado, VPL e TIR utili-
zando os fluxos de caixa estimados. Verificamos também quais os principais proble-
mas de cada uma dessas técnicas.
Por fim, analisamos a viabilidade de um investimento de acordo com cada uma das
técnicas aprendida. Vale destacar que o uso em conjunto de todas as técnicas aqui es-
tudadas, oferece uma analise mais completa possível sobre as características do projeto.
UNIDADE 6
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
6 DECISÕES DE
FINANCIAMENTO
Como você, uma empresa precisa determinar como pagar as suas contas, e qual
a origem dos recursos utilizados para realizar os investimentos. Dessa forma, a em-
presa precisa decidir se vai financiar suas atividades através de capital próprio ou de
terceiros. Qual são as características de cada uma dessas fontes de financiamentos?
E como abordar podemos utilizar esse conhecimento para escolher a melhor fonte
para a nossa empresa?
Dessa forma, é importante que a empresa possua boas fontes de financiamento, se-
jam elas bancos ou investidores dispostos a aplicar em seus projetos. Existem dois
tipos de recursos que podem financiar os investimentos, o capital próprio e o capital
de terceiros.
O capital próprio é o recurso que pertence diretamente a empresa ou aos seus acio-
nistas. Exemplos de capital próprios são os lucros retidos, dinheiro arrecadado pela
venda de ações no mercado primário, aporte dos proprietários, entre outras. Ou seja,
capital próprio são recursos oriundos da própria empresa.
Ativo Passivo
Capital de Terceiros
Patrimônio
Líquido
Capital Próprio
Portanto, é normal que os investimentos realizados por uma empresa possuam re-
cursos de próprios e de terceiros, e esses recursos têm custos distintos. Dessa forma, o
custo de capital da empresa deve ser uma media ponderada desses capitais.
Para conseguir calcular o médio ponderado de capital (CMPC), precisamos dos cus-
tos de capitais individuais de cada fonte de recurso para o investimento realizado.
Para completar a analise, precisamos da porcentagem em relação ao total de cata
tipo de recurso.
• Os retornos dos acionistas não são garantidos, podendo se tornar muito me-
nor do que o esperado, dependendo de sua variação.
Além disso, em caso de falência da empresa, os acionistas são os últimos na lista para
receberem algum dinheiro, ou seja, primeiro são pagas as responsabilidades traba-
lhistas, fornecedores, financiamentos, impostos, e se sobrar algum valor os acionistas
conseguem recuperar algum valor investido. O que muitas vezes não ocorre.
Outra situação que beneficia o uso de capital de terceiro, é que o seu pagamento
ocorre antes do pagamento de imposto de renda, isto é, o financiamento de terceiro
tem um beneficio fiscal, pois se não houvesse o pagamento do financiamento, paga-
ríamos mais de imposto de renda.
Todas essas situações resultam na preferencia pelo uso de capital de terceiro. Mas é
impossível realizar investimento com 100% financiado, sempre é necessário o uso de
alguma parte de capital próprio.
Portanto, o CMPC é a media ponderada dos custos de capital próprio com o capital
de terceiros, ponderado pela porcentagem de tipo de recurso. Dessa forma, a equa-
ção é a seguinte:
Ct Ce
Pt � � � � � � � � � � � � � Pe
Ct Ce Ct Ce
300.000 200.000
t = = 0= ,6 Pe = 0, 4
300.000 + 200.000 300.000 + 200.000
Como dito anteriormente, as fontes de financiamento por capital próprio são as ações
e a retenção de lucros da empresa. Mas como exatamente essas formas de financia-
mentos funcionam e conseguem gerar recursos para investimentos?
Vamos abordar primeiramente os lucros retidos, que é bastante simples. Todo lucro
da empresa pertence automaticamente aos seus acionistas, sendo ele distribuído ou
não. Por isso que consideramos os lucros retidos fonte de capital próprio.
Se uma empresa obtém lucro, mas não realiza a sua distribuição de forma completa,
essa parcelo que ficou retida deve ser utilizada na empresa de alguma forma. Entre-
tanto, essa forma de autofinanciamento possui suas restrições, a principal delas é que
dificilmente uma empresa consegue gerar lucros suficientes para financiar todos os
seus investimentos.
6.2.2 AÇÕES
Para ficar mais fácil o seu entendimento, imagine que uma empresa decide emitir
ações no mercado. O que ela faz é pegar toda sua empresa e dividir em pequenos
pedaços, e cada pedaço significa uma parte especifica da empresa, essa parte nos
chamamos de ação. Ao adquirir uma ação, você está se tornando dono daquela parte
da empresa, e quando mais ações se tiver, maior sua participação.
Portanto uma empresa com capital aberto pode ter milhares de donos, já que qual-
quer pessoa ou empresa pode comprar e vender as ações dessa empresa nas bolsas
de valores.
A primeira situação é se a empresa irá distribuir todo o lucro obtido, ou irá reter al-
guma parte desse lucro para realizar investimentos. Essa definição é importante pois,
determina qual será o nível de remuneração oferecida aos acionistas, afetando a es-
trutura de financiamento da empresa. Já que se não houver lucros retidos, será ne-
cessário a outra forma de financiamento.
3
PA 2 27, 00
0,12
3.000.000
=DIV = 3, 24
925.925, 93
3, 24
PA
= = 27, 00
0,12
O capital de terceiros é todo recurso que não pertence aos proprietários da empresa,
isso incluem os fornecedores, empréstimos, promessas de pagamentos e qualquer
prazo que a empresa recebe para realizar um pagamento.
Como os prazos ofertados pelos fornecedores nem sempre podem ser negociados, e
possuem uma limitação aos produtos ofertados, dificilmente essa é a principal forma
de financiamento.
Vamos abordar aqui formas de capital de terceiros que não são muito acessíveis para
as pessoas de uma forma geral. Explicaremos como funciona o financiamento atra-
vés do leasing, lançamento de títulos, nos tópicos seguintes.
6.3.1 LEASING
O leasing é considerado como um aluguel de um bem. Dessa forma, ele só pode ser
utilizado para bens moveis, como veículos, equipamentos, moveis, entre outros. A par-
te operacional do leasing é basicamente a mesma que um empréstimo convencional.
Quando realizamos o leasing de uma bem, estamos alugando o bem por um valor
mensal fixo por um período determinado. Após esse período, a empresa pode ficar
com o bem com o pagamento de um valor residual garantidor (VRG).
Quando necessitamos sempre ter os equipamentos novos, não faz muito sentido
comprar equipamentos e com pouco tempo vende-los. Repetindo essa situação va-
rias vezes por um curto período.
Assim sendo, o leasing soluciona essa situação. Quando se realiza o leasing do bem,
pagamos um valor mensal, ao termino do contrato, como não possuímos o interesse
de ficar com ele, devolvemos e realizamos um novo leasing com um equipamento
novo. Dessa forma mantemos sempre o equipamento mais atualizado, sem ter que
desembolsar valores para comprar o bem, nem na logística para realizar a sua venda.
Mas esse tipo de financiamento só pode ser realizado com bens determinados, por
isso possui uma limitação na sua utilização. Como alternativa para essa questão, te-
mos a opção de realizar a emissão de títulos, como vamos ver no tópico seguinte.
Dessa forma, o titulo nada mais é que um contrato que a empresa se compromete a
realizar um pagamento, ou pagamentos, no futuro.
CONCLUSÃO
Nesta unidade aprendemos a importância de se tomar a decisão correta quanto a
forma de financiamento de uma empresa. E para que essa decisão seja tomada de
forma correta aprendemos a realizar o calculo do custo médio ponderado de capital
(CMPC).
Vimos também que nas opções de capital próprio podemos reter os lucros obtidos
ao longo do tempo para financiar novos investimentos e as atividades da empresa, ou
podemos emitir novas ações para esse fim.
REFERÊNCIAS
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ASSAF Neto, Alexandre - Finanças Corporativas e Valor, 7ª edição - Editora Atlas- São Paulo 2014.
CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo; LEMES Jr., Antonio Barbosa; RIGO, Claudio Miessa. Fundamentos de
Finanças Empresariais - Técnicas e Práticas Essenciais. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
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EAD. MU LTIVIX.EDU.BR