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CARTA AFRICANA SOBRE OS PRINCIPIOS E VALORES DA DESCENTRALIZAGAO, GOVERNACAO LOCAL E DESENVOLVIMENTO LOCAL ay 1 PREAMBULO Nés, Estados-Membros da Unido Africana (UA) Guiados pelos principios © objectives consagrados no Acto Constituvo da Uniao Afvigana, particularmente nos A\tigos 3° e 4°, que enfatizam a importancia dda boa govemacao, da paricipagso popular, do Estado de Direito e dos Direitos Humanos, Inspirados na Decieragdo de Yaoundé adoptads pelos Ministros Africanos responsévels pela Descentralizagao e Desenvelvmento Local em 29 de Outubro de 2005 Invocando @ Deciséo do Conselho Executivo da UA, EXCL /Dee.677 (XX), auoptada em Adis Abeba, Etdpia, a 28 de Janeito de 2012, conforme endessada pela Cimeia de Chefes de Estado © Governo, relatva 20 Gesenvolvimento de uma Carta Africana sobre os Principis, Valores e Modelos de Descentralizagio © de Governagao Local Ingpirados na viséo da Uniéo Africana de uma Africa inlegrada, prospera © pactica, dirigida pelos seus proprios cidadéos © representando uma forge ‘dingmica na arena mundial Invocando a Carta AVricana dos Diretos Humanos © dos Povos (1981), a Conveneao da UA sobre a Pravengao @ Combate & Comupgao (2003), a Caria ‘Atnieana sobre Democracia, Eleigdes e Governagao (2007), a Carta Africana sobre 08 Principios e Valores da Fungao Publica e Administragéo (2011); Reconhecendo o contribute das organizapdes regionais, dos Estados-membros, Gas associagbes de autoridade local, das organizagdes da sociedade civil e dos Tideres tradicionals na promogéo, protecrSo, fortalecimento e consolidagao da descentralizagao, govemacao e desenvolvimento local, Determinados a promover os principios © valores da descontralizayéo, governagao 0 desenvahimento local em Aca como meios para melhorar Subsisténcia de todos os povos do continente: Convencidos de que os yurenius ov autoridades locsis conatituem oe alicarces te qualquer sisteria democratico de governagao: Reafirmando a nossa vontade colectiva de aprofundar a democracia articipativ, 0 reforgo dos cidadlos © da comunidade, promovendo @ Fesponsabilzagéo e a transparénoia das insttvigdes pdblicas, promovendo © = | 2 protegendo a diversidade cultural, promovendo a questo de género © a ‘equidace transgeracional ao nivel local e subnacional Comprometidos a assegurar os servigos bésicos a todos os poves do continente; Cientes das vérias formas de descentalizagao, incluindo a transferéncia, & Gesconcentragao e delegacao, nas esferas politica @ administrative; ‘Acordamos o seguinte capiruLor DEFINIGOES, OBJECTIVOS, AMBITO E VALORES Artigo | Dofinicoes Na presente Carta, excepto quando de outra forma for definido, a8 expressoes abate dever signifcar o seguinte: UA, Unido Africana. Cimeira, @ Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Unido Africana, Carta, a Carta Aficana sobre os Principios © Valores de Descentralizacao, ‘Governagao Local e Desenvolvimento Local Comissio, a Comisséo da Uniso AVricana, ‘Acto Constitutivo, 0 Acto Constitutive da Unido Aicana. Descentralizacao, a transferéncla de poderes, responsabilidades, capacidades € recursos de nivel nacional para todos os nivels subnacionais do govero, com © propasilo de fortalacer a capacidade quer da partcipagao popular quer na prestagao de servigos de qualidade, Desenvolvimento local, mobilzagao de recursos naturals e humanos, ‘econdmicos, socioculturais e politicos lacais, nacionais e globais para a melhoria Sfansformagso des meioe de subsistaneia, das teritérios @ das comunidades: ‘20 nivel local Desenvolvimento econémico local, um elemento de desenvolvimento local que enfaize 2 moblizagao de recursos endégenos, © conhecimento © 2 CGpacidade locals pare atvalr investimento que poss gerar actividades Funciondri central res locais. Africana Estado Pat presente Ci fadesao junt a) » a coonémicae inclusivas # crescimanta, @ quia nrameva a distibuicso eouitativa dos recursos. que incluam a gover Sociedade civil e outros actores relevantes a0 nive! loca ‘leit localmente. Estados-Membros, Estados-membros da Unido Africana, Ministro, Ministros do govemo central ou qualquer autoridade do governo ‘Comunidades Econémicas Regionals, blocos de inlegragéo regional da Unigo CTE, Comités Técnicos Especializados da Unido Atticans, vel Subnacional, lodos os niveis de governago abeixo do nivel nacional (0s objectivos da presente Carta sao 3 Governagao loca, socessos de governagaa e insttugbes 20 nivel subnacional .p80 alraves de © Com governos ou autcridades locais, lo Piiblico Local, um reptesentante do governo ou autoridade local ponsavel pela desoentralizacéo, governacdo © desenvolvimento te, qualquer Estado Membro que tenha Ratiicado ou Aderido & f2 e que tenha depositado os instrumentos de ratificagao ou de io ao Presidente da Comissae da Unido Africana Artigo 2° Objectivos Promover, proteger @ agi como calalisador da descentralizagao, ca \governagao e do desenvolvimento locais em Africa Promover € garantir a governagio @ a democracia locais coma um coos plares da descuntvaizayau en Africa Promover @ mobilzagéo de recursos locais @ 0 desenvolvimento ‘econémico com vista a erraicar # pobreza em Arica; 4 d) Promover 0 conharimanta das partes © uma visso comum dos Estados-membros em quesides relacionadas com) ‘descentralizaga0, governagao e desenvolvimento locals fe) Promover 0s principios © valores de base da descentralizacéo, governacao e desenvolvimento locas 1) Otientar a formulagao, implementagéo, monltorzacao e avaliagao de polices de descenvralizagao, governagdo © desenvolvimento loceis 20s nivels continental, regional, estatal e subnacional; 19) Encorejar 2 coordenagsa, a harmonizagao e a partiha efectivas de Conhecimentos entre os Estados-membros @ entre as comunidades feconémicas regionals n'a descentraizagao, desenvolvimento locais; ‘govemagao © hy Promover @ associagao © a cooperagao dos governos ou ‘utoridades locais a0s nives local, nacional, regional e continental e; i) Promover a partcipagao da sociedade civil, do sector privado @ da pop ‘desenvolvimento local Artigo 3° Ambito ‘A presente Carta cobre: a) ADescentralizagao b) A Govenagéo local ©) © Desenvolvimento local Antigo 4° Valores Fundamentals ‘1 procente Carta deur ser norteada pelos seauinles valores: '8) Comunidade — participagao local e incluso b) Solidariedade 6) _ Respeito pelos direitos humanos e dos poves {g40 na descentalzagao, governagdo local e em inicatvas de 16) Mversidade e tolerancia 2) Justia, Igualdade e equidade 1) Integridade 19) Responsabilidede civil cidadania hy Transparéncia e responsablizagso |) Recoptividade/capacidade de resposte capiTULo I PRINCIPIOS. ‘A abordagem pare a descentralizaga0, governagao © desenvolvimento local em ‘Attica deve ser sustentada pelos seguintes principos: Antigo 5° Governagao Local 4. Os Estados signatirios devem adoptar leisreguiamentos internos que reconhegam diferentes niveis de gavemacao com a obrigagao de exercer be suas competéncias através de mecanismos reguladores cleramente defnidos, 2. Os governos ou autoridades locais devem, de acordo com a lei nacional, possuir poderes para, de forma responsavel e transparente, gerir a sua Baministragao e finangas através de drgdes executives e assembleias deliberativas democraticamente eleitos. 3, Asfronteiras geagraficas de areas enquadradas na jurisdig#o de governos fou autoridades locals deverao ser modificadas de acordo com as isposigoes legais. 4. Os governos e auteridades locals deverdo ser consultados, através de Fegulamentos claramante definidos nos instrumentos legais nacionais ou ‘Submnacionais, sobre as poliicas sectorais, programas ou projectos que, Girecta ou inciveclamente, afectem as suas competéncias no impacto sobre as vidas das popuiagoes loceis Artigo 8° ‘subsidiariedade 4. © govemno central deverd car condigdes favordveis @ tomada de decisbes, 2 polticas e programes de iniciagao @ ser implementados © ‘adoplados aos mais halves niveis do governo, onde os governos © aulardades locais oferegam melhores garantias de pertinéncia e eficéci. (0s governos centrais dever criar condigbes que permitam a cooperagao a coordenagao entre o& niveis nacional e subnacional do goyerno & Eapacitar 0s governos © autoridades locals para que estes possam exeroor 26 suas fungées e responsabilidades. ‘Os governos ou auloridades locsis devem cooperar com os governos ‘centrals @ com outros actores locais para ating maior eficdcia e eficiéncia dos acios publicos na prestagac de servigos péblicos. Artigo 7° Mobilizagao de Recursos ¢ Desenvolvimento Econémico Local (0s governos cents deverdo adoptar legislagdo, avaliar © estabelecer mecanismos relevantes para conceder, aos govemos locals, autoridade para mobilzar © desembolser recursos a nivel local para o {desenvolvimento econémico local 0s governos centrais deverdo adopter legslagao e criar 08 mecanismos ecessaros de supervisao © avalacSo, de modo a garantir que @ percentage das receitas obtidas ads nivels nacional e local sejam Gfeciivamente transferides 90s governos © autoridades locals para o desenvolvimento econémico local ‘0s governos centrais deverao trabalhar em estreta colaborago com 08 governos ou uloridades locals para promover 0 sector privado @ as Ihiealivas © investimentos pare o desenvolvimento da comunidade, ftravés de estruturasiquadros legslativos, financeiros einsttucionais. (0s governos ou autoridades locais deverso, de acordo com a lei de forma responsdvel e transparente, obter, gefir © administrar os recursos focais com consulta a0 governo central, & sociedade civil e a0 sector piivado. alraves de mecanismos legais insitucionsis de partcipagao Elaramente defnidos ¢ regulamentados. Us governos vu wulviidades locnis deverée onoorajar @ sesegurar que = sociedade civ 0 sector prvado, as comunidades © as entidades hhacionais € subnacionais paguem os impostos locais e a6 taxas de Utizagéo através de mecanismos transparentes e eficientes claremente definides, artigo 8 Diversidade e Diferenciacao ‘Sem prejuizo do cumprimento da presente Carta: 1 (Os governos ou autoridades locais deverso exercer os seus poder em observancia das realidades locais, valores e costumes, assim como dos prineigios, normas e modelos nacionais, Os programas, projectos iniciatas devem ser implementados, de ‘acordo com a lel local, com consulta das partes interessadas e levados a abo respeitando a diversidade cultural, reigiosa e de género das populagdes das zonas urbanas e rurais do tertrio. Os Governos Locals @ Centrais © as Autoridades Locals poderao fectabelecer mecanismos consultivos que tomem em considerag30 85 Concigbes locals, para propor ou dar opinibes relacionadas com as Girectizes ou decisées sobre o desenvolvimento local. Contudo, 0 papel principal deve sero das autoridades locais eletas. Artigo 9° Logalidade (0s governos locais devem adoptar regulamentos, desenvover © implementar programas, projectos ou iniciativas locais consistentes com as leis e regulamentos nacionais Os Estados que fagam parte das polticas e instrumentos dos tratados fegionais, continentas e/ou globais devem apciar © assegurar que os ‘governos locals respeitem tais instruments etratados ao nivel local Antigo 10° Inclusdo, Equidade e lgualdade Os governos ou autoridades locals devem exercer as suas feeponsabildades e fungdes de forma inclusiva @ equitatva, ¢ dar igual itratamento aos residentes locale, de modo a assegurar que os cidadaos © be reswentes locals tentiam avcwsy lua a senvizes de qualidade, (Os governos ou autoridades locals devem assegurar que os grupos historicamente marginaizedos e as comunidades pobres, quer nes zonas furels quer nas urbanas, sejam incluidos e tenham prioridade na prestagso de servigos 3. Os governos ou autoridades locais devem desenvoWveriniciativas a favor fdos pobres © prestar particular atengao s mulheres e aos jovens, assim como 208 grupos mais vulnerdves, inclvindo, nao s6 mas também, os Idosos, a8 pessoes portadoras de deficiéncia, familias infectadas pelo HIV-SIDA, famias chefiadas por criangas, criangas de rua, indigentes, fnatfabetos, habilanies dos bairos de lata, familias rurais pobres, decompregades © sub-empregados, refugiados, sem-abrigo, minorias Geslocadas, em programes ou projectos de desenvolvimento © na implementagae © prestacdo de servos. 4. Os govemos ou autoridades locais nao devem discriminar com base no ‘sexo, idade, deficienci, estatuto social, religiso, lugar de origem, origem Ginica ou racial, associaga0 linguistica ou ideoogia politica no exercicio tas suas fungdes, na definigdo de paltcas, planiicagso, implementagao, monitor @ avaliagdo de programas ou projectos. 5. Os governos ou auloridades locals devem exercer as suas fung6es © Fesponsebiidades tendo em vista o desenvoWimento sustentével prevendo 0 desenvolvimento das futures geracdes, e tomando em Consideragao 0 desenvolvimento Inter-geracional e @ sustentabiidade ‘ambiental Antigo 11° Responsabllidade das Partes e Complementaridade (Os Estados-Membros devem assegurar o seguinte: |) Os governos e autoridades locais promovam methorem os meios, de subsisténcia e © ambiente das comunidades locas. ji) Os governos ou autoridades locais deve, dentro do espirto de boas relagdes entre os governos local e central, envolver todos os ‘ctores nacionals, sub-nacionais, do sector privado e da sociedade hil relevantes no desenvolvimento e implementagao dos planos € programas de desenvolvimento local, e assegurar a sue Consisténcis com as poliicas de desenvolvimento nacionais, fegionals ou continents, Ji) Os governos ou autoridades locais devem especificar os seus blanos © programas de desenvoimento local através de quadros {de cooperacso operacionais, tals como Tetmos de Compromisso, ‘que serd0 adoptados por todos os actores relevantes. Iv) Os governos locals ou centrais, ou as auloridades locals, S80 ‘brigades. por lei, a estabelecer mecanismos de mitua cooperagao ‘@ apoio com visla a alcangar es prioridades de desenvolvimento ‘global, continental, regional, nacional e local ¥) Eles estabelecem mecanismos de cooperagao entre es agéncias racionais de desenvolvimento, instiuigdes publicas, sector privedo sociedade civil por um lado, e com 08 govemos ou sutcridades locais, por outro, para apoiar a implementagao de prioridades de desenvolvimento local vi) Os govemos 04 autoridades locals devem prestar contas as Comunidades locals relativamente as polticas e decisées de desenvolvimento locais, sobre a implementagao de tais poiticas © Gecisdes © sobre a geslao dos recufsos financeiros. As responsabilidades da comunidade local e dos cidadaos a este Fespeito tém de ser claramente definidas para facilter a colaboraga0 ‘com os governos ou autoridades locais, vi) Os governs ou autoridades locais, de acordo com a legislacdo hacional © dentto do espirio de cooperagao governativa, deve prestar contas aos governos centrais e as comunidades, no que diz Fespeito 20 cumprimento das suas fungdes e responsabildades © ‘na implementagao de poltcas, projectos e programas. Artigo 12° Participagao |A legislaggo nacional deve garantie os direitos delinear as responsabiidades dos cidadaos na partcipagao na vida piblica a nivel local ‘A democracia deve ser o fundamento da governagéo local e deve essumi uma forma representative e partcipativa 0s govemos @ autorktades locals Uevem promover a participagtio de todos os segmentos da sociedade na planificagao, implementacéo, ositorzacao e avaliagao de poltioas, programas e projectos através de Dlataformas estruturadas da comunidade e ouiras formas de participagao, para assegurar 2 prestagdo de servigos de qualidade, (Os govemos locals ou as autoridades locals devem promover 0 GecetvoWvinents ve platafomnas de expressdo pualica pacions, democtaticas e inovadoras, Os governos @ autoridades locals deverao criar condigtes para a paricipagao significativa das comunidades, da sociedade civil e de outros Sclores na governagao local e desenvolvimento, 0s governos cenirais, em colaboragdo com os govemes e autoridades locais, deverdo convidar © encorajar a plena participagao da didspora Alrcana na promogso da descentralizagdo, qovernario€ desenvolvimento locals, através de pollicas e mecanismos claramente sefinides. Deve ser promuigada legislagae nacional que capacite © encoraje os governos @ autoridades locals a adoptar formas adequadas de participagao popular, de ervolvmento cv e outras formas de expressdo. Antigo 13° Representacao [A eleiggo de funciondtios pilblcos deve ser consagrada através de ‘quads legeis dos Estados-membros, que devergo defini claramente as suas modalidades e respectivo periodo, (Os governos centrais devem consagrar leis eleitorais que promovam elekgbes regulares, democriticas, lives, justas e transparentes do ‘governo local Os governos centrais devem estabolecer medidas inovadoras © ‘mecanismos apropriados que garantam a plena participagao de todos 08 ‘Sidadaes elegivels, incuindo medidas espectficas para a representagéo fe mulheres © de grupos marginalzados nas eleigbes dos governos Tocs, através de quacros de legisiagao nacional (Os funcionérios publicos locals devem representar devidamente 0s interesses. das comunidades locais e devem consullar as suas populacées, de forma continua @ regular, aliavés de quadros © recaniamos claramente especiicados. Os governos centrais devem adoptar legislagso @ estabelecer tmecenismos adminitratios © fnanceiros e usar as Tecnologias de Informagao © Comunicagao (TIC) para encorajar os residentes locais e as " comunidades a forecer fesdbaciiretomo 0s seus representantes Ibealmente eleltos, para que sean uuvidas as suas preocupagice © para ‘encontrar solugbes. Artigo 14° ‘Transparéncia, Responsabilizag3o e Comportamento Etico ‘0s govemos ou autoridades locals devem delinear claramente medidas hha legisiagz0 nacional para a promocdo da transparéncia © da Tesponsablizagse. Tal legslacdo deve definir com clareza os papéis © responsabiidades dos gavernos nacionais e subnacionais, agéncias publicas, fomecedores de servgas, funcionérios administativos e eleitos Corganizagces da sociedade civil (0s governos centrais e os governos ou autoridades locais devem proporcionar a particpagao da comunidade e estabelecer sistemas de Fesponsabilzagée na governagéo local bem como programas de desenvolvimento local, através ‘da publcagdo anual de relatérios de desempenho do governo local e divulgar demonsiragBes financeires ccompletas. Os govemos centrais © os governs e autoridades locais. deveréo ‘estabelecer mecanismos para combater todas as formas de corrupsao. (Os governos cantiais ¢ 0s govemos e autordades locals devem testabelecer mecanismos inovadores para a resoluglo de queixas, p promover e proleger as denUncias relacionadas com todas as formas de Compertamento © de praticas de comupgao, incluindo © suborno, 0 hentelismo, 0 nepotism, assim como para resolver denincias, (0s funcionérios piblicos locais devem pautar-se por comportamentos Jntegros e eticos no exercicio das suas funcses, (0s governos centrais deverdo adoptar legislagao e criar mecanismos para montorar padrbes de comportamento éiico pelos govemos e autoridades locais, Antigo 15* Integragdo de Genero, Juventude © de Portadores de Deticiencia (0 governos e autorldades locais dever integrar a questo do género, de juventude © dos portadores de deficiéncia em todo 0 processo de formlagao de poltices, de planificagao de desenvolvimento e prestago 2 de servigos, avsim come na implementagie, manitoria # avaliagan de projectos e programas de desenvolvimento, (0s governos ou autoridades locais devern promover © assegurar uma participagao equitativa e efectiva das mulheres, dos jovens e das pessoas: Pottadoras de deficiencia na vide publica, ideranga e cargos de gestdo fm todos 08 assuntos relacionados com governacao e desenvolvimento locais. (0s governos ou autoridades locals deverdo promover © aumentar a participacto das mulheres, dos jovens @ das pessoes portadoras de Beficencia em todas o$ ‘assunfos relacionados com govemagao © desenvolvimento locals. Antigo 16° Eficiéncia ‘Administragao da Governagto Local a) Deve ser adopiada legislagao nacional que capacite 0s governos Joeais na determinaggo e gesto da orgenizagao da administragao publica local dentra de um quedro comum de padrées nacionais, de Modo @ aesegurar a prestagdo de servigos acessiveis © de qualidade fs comunidades locais, ) Os governos au autoridades locais deverdo identiicar e implementar modalidades de prestagao de servigos inovadoras &s populagdes locas dentro de um quadto de legislacao nacional. Mobillzagao e Utiizacao de Recursos 13) Os governes locais devem ser provides de recursos. humanos, financeiros técnicos para exercerem as suas responsabilidades de forma eficiente e eficaz b) As Tecnologias de Informaga e Comunicagae devem ser eficazmente acessive's e utlizadas para tornar a governagao e o desenvolvimento Tocais mais encientes. Desenvolvimento de capacidade 2) Os goveros @ autoridades locals, assim como as associagdes governamentais locais, deverdo levar @ cabo iniciatvas claras © 8 ‘continuas de capacidade de desenvolvimento para_estimular 0 Sesempeniio us funtivnaivs © representantes locaimente cleitos para 0 exerciio eficaz @ efectivo das suas fungoes, by Os governos centrais deverdo criar insituigBes de servigo pobiico, programas especiais, e desenvolver curriculos especials no governo local e administragao publica local ©) Os governos centrais devergo encorajar tas iniciativas para parthar cexperiéncias © boas pralicas a nivel bilateral, regional e continental 4) As comunidades, a sociadade civil ¢ os cidadaos deverso beneficiar de capacidades de desenvolvimento de modo a contribuicem ‘ficazmente na adminisragao publica local e no desenvolvimento local. @) Os Estados Partes devem promover processes de revisto voluntaria pelos pares a nivele entre os paises. cursos Naturais ) Os Estados artes devem adoptar_legislago nacional © festabelecerem mecanismos, que incluam 0 govemno central, @ sociedade chill ¢ as populagtes locels, para assegurar a protecgao adequada e o uso sustentavel dos recursos naturais 8 nivel local bb) Os Estados Partes devem adoptar legistazao nacional e criarem ecanismos, que incluam 0 governo local, a sociedade civil e opulagio local, pars que 2s comunidades locais possam beneficiar dos recursos naturals explorados no seio destas comunidades. Q 0s governos centrais deve ser responsdveis pela distribuigao ‘equilativa dos beneficios adquiridos através da exploragao dos Tecursos naturais em determinadas localidades © comunidades por todos os governos subnacionais e comunidades locais. Financlamento do Governo Local, Gestio do Financiamento e Desenvolvimento Local i) Os governos centrais deve estabelecer legislago nacional que Qaranta aos governos locals @ intra responsablidade na gestdo dos Tecursos financeiros a0 nivel local. 4 i) © goverme contial dove aecogurar, através do apoio ® stinervigan fadequados, que os recursos financeiros alocados sao geridos eficaz © elicientemente, sem comprometer 0 principio da autonomia financeira local ii) Deve ser adoptada legislagao nacional para assegurar 2 sustentabilidade financeira dos governos locals iv) Os governas centrais deverso defini recursos locals, assim como transteréncias financeiras condicionats e incondicionais, \)_As transferéncias condicionais @ incondicionais do governo central para 0s governos ou auloridades locsis devem ser previsiveis transparent vi) As condigdes seb as quais 08 governos locsis poderdo ter acesso a fempréstimos, mercados financeiros e essisténcia ao desenvolvimento ‘devem ser definidas por lei vi) Os governes locais deverso implementar sistemas de prestagao de conlas, de audiloria e de gestéo para uma eficaz, eficente € ansparente gestio dos recursos financeiros de acordo com 0 rigoreso cumprimento das leis, normas © padrdes financeiros e de prestagao de contas nacionais. vii) Os governes ou as autoridades loceis devor identificar e estabelecer Imecanismos € processos para 0 uso eficiente e eficaz dos recursos financeitos na prestagao de servigos de qualidade previstos na lt Antigo 17° Solidariedade, Cooperacio e Parceria Deverdo ser adoptadas leis nacionals para regulamentar as condigSes 500 as queis 08 governos Ou as autoridades loceis podem formar parcerias Ou Cooperar com os governes locais de outros paises AMricanos bara aleanger objectivos comuns de desenvolvimento local, nacional & fegionale de integracao continental 0s govemos ou autoridades locals devern fazer parcerias apropriadas om governos locals de paises ndo Alicanos para promover @ Scoperagso, especialmente a cooperagao SubSul 8 3. Deve ser adoptada legislagao nacional que reconhege 0 direto de os {governos ou autoridades lotals formareii un assuviayau racial pata ‘cooperar e colaborar. 4. Tal associagie nacional deve ser orientada por leis pablicas e integrada no mecanismo de geste institucional descentralizeda, 5, 08 govemnos ou associagtes governamentais locais a nivel nacional devem ser livres de se aliarem a associagées governementais regionals, ‘continentais e globais. 6 Os governos centrais devem encorajar, apolar © assegurar a plena participago das assaciagdes governamentais locals como voz colectiva Gos governcs locais nas quesides © decisées de desenvolvimento nacional, regional e continental 7. Os governos centrais devem encorajar @ apolar o eficaz € independents funcionamento das associagbes do governe local 8. As inciatwas de integragao regional deverao promover a cooperagao dos governos ou autoridades locais entre os Estados-Membros, 0 fenquadramento da superviséo da cooperacte deve ser estipulado pelos Estados-Membros e Comunidades Econémicas Regionais, 9. Os governos centrais deverao apoiar os governos locais para uma completa participago nos processes, mecanismos © programas acs, rivels regionats @ continental CAPITULO MI MECANISMOS DE IMPLEMENTAGAO Antigo 18° Mecanismos de Acompanhamento Para que 0s compromissos incluidos nesta Carta surtam efeite, as acqdes abaivolistadas deverso ser levadas a cabo nos seguintes niveis: Implementagio pelos Estados-Membros ao Nivel Individual 2) Nivel do governe ou autoridade local (Os governos ou autoridades locais deverdo. 1) Ser igualmente responsavels © responsablizedos, perante as suas populagbes locals, pela implementagao dos objectivos desta Carla pela adasao aos seus valores e principios; 16 |i) Cooperar com © governo central e com os outros nivels subnacionais de govermo para _compreender as prioridades comuns de desenvolvimento; ii) Participar em Associagdes Nacionais do Governo Local e colaborar com a scciedade civil ¢ com 0 sector privado para alcangar os ‘objectives da Carta iv) Demonstrar vontade politica para, juntamente com o govemno central, Gelender © assegurar a implementagao dos objectives, valores © phineipios desta Carta; \V) Comprometer-se a criar 8s condigaes favordveis para a divulgagao e implementagao desta Carta; © vil) Comprometer-se a particioar na monitorzagao, aveliagso @ ‘comunicago sabre @ implementagao desta Carta by _Nivel de governo central Para faciltar © assegurar a implementagao desta Carta, os Estados-membros devern i) Adoptar medidas legislatvas, executivas © administrativas apropriadas, {que harmonizem as leis © regulamentos nacionais com os objectives desta Carta e que aderiram aos valores e principios nela contidos; iy Integrar os compromissos, objectives, valores e principios desta Carta ras poltcas e estratégias nacionais lip Tomar todas as medidas necessarias para assegurar a maior divulgagao possivel desta Carta; iv) Empreender um esforgo coordenado para colocar a descentralizagao e 0 desenvolvimento "local no centro da governagao edo desenvolvimento VW) Demonstrar vontade politica, nomeadamente através da slocagao de recursos apropriados, para @ concrelizagao dos objectives, valores © principios desta carta de uma forma conereta: © ” vi) Tomar os passos necessérios para desenvolver a cooperagto © pallifa Ue experiéncias nes arene de deacentralizagde, governagto & Hesenvolvimento locais, de acordo com 0s objectivos, valores € principios desta Carta, 2, Implementag8o ao Nivel da Comissto a) Nivel regional ‘As Comunidades Econémicas Regionais deve, de acordo com os seus instrumentos constitutives: |) Encorajar 0s Estados-membros a atifcar, aceder, implementar monitorar esta Carta; i) Integrar @ levar em conta os objectives, principios e valores desta Caria na elaboracao © adopeaa de politices regionals e instrumentos legais; ¢ ii) Apoiar ¢ facilitar a cfiago de uma plataforma ou forum consultvo regional apropriado para a vez colectiva e ac¢ao dos governos locais. b) Nivel continental Para assegurare facitar a implementagao desta Carta, a Comisso deve: ') Desenvolver diectrizes para a implementagao desta Carta ji) Faciitar a eriagao de condigbes favordvels para uma boa governagao local e desenvolvimento, com vista a prestar servigos publicos de ‘qualidade no continente 80 nivel local, através da harmonizagao de politcas e leis dos Estados-membros; ii) Apoiar © faciltar a criaggo de um forum ou de uma plataforma continental de consultaria adequada para a voz colectiva e acyao dos {gavernos locals dentro do quadro da UA; iv) Dar assisténcia aos Estados-membros na implementagao desta Carta fe coordenar a sua avaliagao; \) Mobilizar os recursos necessérios para apoiar os Estados-membros na ‘constugao de sua cepacidade de implementagao desta Carta; © vi) Levar a cabo revisdo periddica da Carta © apresentar recomendages ‘0s Orgaoe Deliberativos da Uniso Africana 10 Artigo 19° Apresentagao de Relatérios Os Estados:membros devem, a partir da data de entrada em vigor desta Carta, submeter @ Comisséo, a cada trés anos, um Relatério sobre as medidas legislaivas toradas ou outras com visia a concretizar os principios e compromissos desta Carta, A Comisséo deve preparer e submeter & consideragao da Conferéncia, através do Conselho Executive, 2 sintese do relatdrio de implementagéo desta Carta Artigo 20° Sistema de Reconhecimento, Permeacdo e Comemoragao Os Estados-membros deve insttucionalizar um Sistema imparcial @ lransparente de reconhecimento de um excepcional desempenho, ‘fiatidade e@ inovagdo na descentralizagao, governago @ desenvolvimento locas. Os Estados-membros deverao promover o sistema de reconhecimento & ppermeagao continental de modelos de exceléncia na descentralzacao, (governagdo e desenvolvimento local ‘A Comissao devera promover experiéncias inovadoras e instituir um Sistema de permeacdo por descentralizagao inovadora, governagdo & desenvolvimento locas. Os Estados-membros_deverso comemorer 0 ‘Dia Alicano da Descentralizagao © do Desenvolvimento Local’ 2 10 de Agosio de cada ‘ano, como forma de promover os valores @ principios desta Carta, capiTULo iV CLAUSULAS FINAIS. Artlgo 21° 160s de salvaguarda Dispos As disposigdes da presente Carta ndo devem ser interpretadas de forma Inconsistente com os principios fundamentais da lei internacional, assim ‘como direto internacional consueludinaro. 19 2 Nenhuma das disposigées da presente Carta deveré afectar as disposigses mais favoraveis relecionadss com 4 descentralizagao, igovernagao e desenvolvimento local consagrados na legislaggo intema {ios Estados Partes, ou em qualquer outro acordo regional, continental ou internacional aplicavel a estes Estados Parte. 3. Na aplicagao da presente Carta, as especifcidades © as necessidades ‘especiais dos Estados insulares dever ser tomadas em consideragao, Antigo 22° Resolucdo de Diferendo 4. Qualquer dispute relacionada com a presente Carta deverd ser resolvida de forma amigavel ou através de negociacbes entre os Estados Partes envolvides. 2. Caso a disputa néo seja resolvida através de forma amigavel ou por via de negociagao directa, os Estados Partes devem tentar resolvé-los lalravés de outros meios pacifico, tais como, os bons oficios, a mediago fe & concilagao, ou ainda através de quaisquer outros meics acordados fos Estados Partes. A este respeito, os Estados-Membros deverdio ser ‘encorajados a fazer uso dos procedimentos e mecanismos de resolugéo {de diferendos previstos dentro do quado da Unido, Artigo 23° Assinatura, Ratificagao ou Adesfo A presente Carta estard aberta a todos 0s Estados: Membros da Unido para fzspinalura, ralficaggo ou adesdo, em conformidade com os respectivos procedimentos constitucionais Antigo 24° Entrada em Vigor [A presente carta entrara em vigor trnta (90) dias apés a data de recepy0 por parte do Presidente da Comissdo da Unido Arcana do décimo quinto (15%) Instrumento de rtiicagao, » Artign 28° Alteragdes: Qualquer Estado Membro podera submeter propostas de alteracao ou revisdo a presente Carta ‘As propostas de alteracdo ou tevisdo deverso ser submetidas 20 Presidente da Comisséo da Unido Africana, que as transmits 0s Estados Pertes num prazo de trinta (30) dias a contar da data de recepgao. ‘A.Cimeira da Unido, por recomendiagao do Conselho Executivo da Unio, devera examinar a referida proposta na sesss0 seguinte, assegurando {que todas os Estados Parles tenham sido notificado num prazo de, pelo ‘menos, ts (3) meses antes do inicio da sessdo. 'A Cimeira da Unido deveré adoptar as alteragbes de acordo com 0 seu Regulamento intern. ‘As alteragSes ou revisdes devem entrar em vigor de acordo com as dlisposigoes do Artigo 24 © Artigo 26° Depositario 0s instrumentos de ratificagso ou adesto devem ser depositados junto do Presidente da Comissao da Unigo Africana Qualquer Estado Parte podera denunciar a presente Carta através de uma notiicagao escita dirigido ao Presidente da Comissao da Unigo ‘Aicana com um (1) ano de antecedéncia 0 Presidente da Comissao da Unido Afticana deverd noificar todos os Estados Partes sobre qualquer assinatura, o depésito de instrumento de ‘atiicagao ou adeséo, bem como a entrada em vigor da presente Carta, (© Presidente da Comissao deverd, igualmente, notiicar os Estados Panes sobre os peuldus de alleragiu uu de Uenuniagau ou as reservas apresentadas @ presente Carta ‘Aquando da entrada em vigor da presente Carta, o Presidente da CComissao deverd registé-la junto do Secretario-Geral das Nagbes Unidas, ‘em conformidade com 0 Artigo 102° da Carta das Nagées Unidas, a A presente Carta, foi redigida em quatro (4) linguas originals, Arabe, Inglés, Francés © Portugués, sendo os quatro (4) textos igualmente ‘auténticos, que sera depositads junto do Presidente da Comisso, que everd providenciar uma cépia autenticada da mesma a cada um dos Estados-Membros da Unido AVricana na sua lingua orginal ADOPTADO PELA VIGESIMA SESSAO ORDINARIA DA CIMEIRA, REALIZADA EM MALABO, GUINE EQUATORIAL (A 27 DE JUNHO DE 2014

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