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ISBN 978-85-60949-00-7
INTRODUÇÃO: UMA NOVA REALIDADE NO VAREJO ................................. 5
3
Introdução
7
PARTE 1
MUDANÇAS NO
COMPORTAMENTO DO
CONSUMIDOR
Capítulo l
O consumidor em mutação
Q CONSUMO EM MOVIMENTO
Por conta da mudança de ritmo e estilo de vida dos consumidores,
devido a um conjunto de fatores que inclui o crescimento das cidades,
14
a pressão do tempo, o trânsito caótico das metrópoles e a quebra do 0 C8NSIMll8R EM
MIITA(:ill
ritual familiar associado à alimentação, em todo o mundo vem ocor-
rendo um aumento da participação do consumo fora de casa em rela-
ção ao consumo total de alimentos. Essa área é um exemplo do nítido
alinhamento do Brasil em relação às grandes tendências de compor-
tamento do consumidor e às mudanças estruturais no mercado de
varejo e consumo. Com diferenças de ritmo e magnitude, mas seguin-
do a mesma direção.
Nos Estados Unidos, a participação do consumo fora de casa no
total do consumo de alimentos passou de 29% em 1987 para 40% em
2000 e já se aproxima dos 50%. No Brasil, a participação do food
service em 2003 alcançou 24%, colocando o País em patamares equi-
valentes aos alcançados nos mercados maduros na década de 80.
Nas famílias com renda mensal acima de 20 salários mínimos, porém,
o consumo está em níveis bastante similares ao dos consumidores
europeus e norte-americanos.
Procurando apropriar-se de parte dessa renda que se desloca da
compra de produtos in natura para o consumo de refeições prontas,
as redes supermercadistas vêm procurando acrescentar cafeterias,
restaurantes e rotisseries a seu mix. Com isso, buscam também al-
ternativas ao aumento da concorrência com outras empresas do setor
(entre 1996 e 2003, o número de lojas cresceu 69%, enquanto as
vendas avançaram 1,2%). Cada vez mais, os supermercados brasilei-
ros agregam sushi bars, pizzarias, risoterias, restaurantes, lanchone-
tes e outros formatos.
No exterior, a britânica Waitrose possui ilhas temáticas com foco
em vinhos, sushi, carnes e ostras, enquanto as lojas de departamen-
tos Galeries Lafayette, na França, desconstruíram seu lay-out e cria-
ram mundos, com soluções que envolvem a venda dos alimentos in
natura, pré-prontos para consumo em casa ou prontos, para serem
degustados na própria loja. Dessa maneira, os supermercados con-
tra-atacam. Da mesma forma como a ida ao restaurante limita osgas-
tos no supermercado, a compra de produtos sofisticados nos super-
mercados torna-se uma alternativa ao restaurante.
Portanto, a concorrência torna-se cada vez mais multidirecional,
exigindo dos varejistas uma visão abrangente dos consumidores e
do mercado. As mudanças de hábitos, atitudes, comportamento e
perfis dos concorrentes e dos clientes podem sinalizar ameaças e
gerar oportunidades.
CONCENTRAR É PRECISO
Uma conseqüência desse acirramento da concorrência é o aumen-
to da concentração no varejo. Os grandes operadores vão buscando
uma maior escala para conseguir melhores condições competitivas,
em uma espiral sem fim. No setor de supermercados, por exemplo,
os quatro maiores varejistas no Brasil têm uma participação consoli-
dada em torno de 40% nas vendas. Participação que tende a aumen-
15
AQaurraONDA tar, ainda que em velocidade inferior à dos últimos dez anos. Em 1995,
•SeM;es•VIIIEIII a participação dos quatro maiores era de 25%.
Comparativamente com o cenário internacional, estamos aquém
dos padrões dos países mais maduros, em especial dos europeus
ocidentais, mas bastante acima de outros países emergentes, em
especial os do conjunto BRIC.
No setor de bens duráveis, a participação atual dos quatro maio-
res varejistas é de 34,9% no Brasil. Casas Bahia, Ponto Frio, Maga-
zine Luiza e Insinuante, todas empresas com controle de capital nacio-
nal, certamente irão ampliar sua participação nos próximos anos. Por
conta dos fortes investimentos em expansão orgânica, tecnologia,
crédito, logística, recursos humanos e marketing, apesar do esforço
da indústria para evitar concentrar ainda mais suas vendas nessas
empresas, isso será inevitável.
Na área de farmácias e drogarias, as quatro maiores têm uma
participação estimada de 14,3%, número que irá crescer, ainda que
de forma menos acentuada quando comparada com outros setores.
Isso porque o apoio da indústria, o papel dos distribuidores, a impor-
tância das Centrais de Negócios e a informalidade têm criado uma
barreira natural a uma maior participação dos líderes, apesar dos in-
vestimentos em marketing, relacionamento, lojas, produtos, logística
e recursos humanos.
Já entre os operadores de materiais de construção, os quatro
maiores detêm parcos 9% de participação. São duas empresas com
controle externo, Telhanorte (parte do grupo francês Saint-Gobain) e
Leroy Merlin; e duas, a C&C, líder do setor, e a Dicico, com controle
local. Com grandes investimentos na abertura de novas lojas, logística,
tecnologia, recursos humanos, crédito e marketing, a participação dos
quatro líderes deverá crescer nos próximos anos. A informalidade, a
pulverização da distribuição por parte da indústria e a inexistência de
barreiras de entrada constituem um mecanismo redutor da velocida-
de de concentração, mas essa também será irreversível.
No setor de lojas de vestuário, os quatro maiores operadores (C&A,
Riachuelo, Renner e Marisa) têm uma participação conjunta de 9,6%,
em forte crescimento. O crescente amadurecimento estratégico, es-
trutural e de práticas de varejo por essas empresas faz prever que
esse número terá forte crescimento nos próximos anos. Esse setor,
em todo o mundo, tem uma tendência de menor concentração quando
comparado a bens duráveis, farmácias e supermercados. No Brasil,
os grandes investimentos em desenvolvimento e gestão de produtos
e marcas, lojas, crédito, logística e marketing irão impulsionar o au-
mento da participação dos líderes, mas as melhorias operacionais de
diversas redes de menor porte, além da própria informalidade, vão se
constituir num elemento equilibrador dessa tendência.
Essa movimentação mostra que a roda do tempo não pára e que a
tendência inexorável é o aumento da participação dos líderes no mer-
cado varejista brasileiro. Esse é um movimento estratégico e irreversível
16
e seus limites podem depender da maturidade de cada mercado e
seus consumidores e, acima de tudo, dos benefícios e eventuais pro-
blemas decorrentes do aumento dessa participação.
Ao mesmo tempo em que o perfil de consumo muda e os grandes
varejistas seguem firmemente seu processo de consolidação, vive-
mos de forma intensa um período de comoditização de produtos e
serviços. Dos mais simples, como alimentos e bebidas, aos mais so-
fisticados, como televisores de plasma, computadores pessoais e
automóveis. É cada vez mais fácil copiar um produto e as novidades
deixam rapidamente de ser exclusividade de uma empresa.
Isso significa que é praticamente impossível desenvolver uma van-
tagem estratégica sustentável com base apenas na oferta de produ-
tos. As exceções, que justificam a regra, ficam por conta de modelos
de negócios com propostas únicas, nas quais se mesclam utilidade,
inovação, solução, design, marca e distribuição, tais como a família
iPod da Apple. Ou a Zara, no setor de vestuário, que integra desen-
volvimento, produção, marca e distribuição de forma inovadora, aten-
dendo demandas emergentes a preços competitivos, dentro do con-
ceito fast fashion. Proposta seguida no País por empresas como
Riachuelo, Renner, Hering e Arezzo, também aliando desenvolvimen-
to, marca e distribuição, com produção por terceiros.
DESPESAS EM MUTAÇÃO
Como conseqüência de todos os fatores abordados até agora nes-
te capítulo, a composição de gastos do consumidor brasileiro vem se
transformando nos últimos anos. Alterações que ficam muito claras
quando analisamos a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do IBGE,
de 2004 e a comparamos com a versão anterior, de 1996.
Na década passada, o item Aluguel, Serviços e Taxas respondia
por 12,2% dos gastos. Na POF de 2004, saltou para 32,8%. Já as
despesas com Educação caíram ligeiramente, de 4,71 % para 4,68%.
O item Transportes, por sua vez, subiu de 14% para 18% dos gastos
dos brasileiros. Com isso, o grupo Serviços passou a responder por
55,4% das despesas, contra 30,9% em 1996.
Por outro lado, as principais categorias ligadas a produtos sofre-
ram declínios consideráveis. A Alimentação no Domicílio recuou de
17,4% para 15,8%. Vestuário e Calçados ficaram em 5,3%, contra
6% na década anterior. Eletrodomésticos e Equipamentos perderam
participação, de 3,8% para 2,3%. Já Móveis e Artigos para o Lar
tiveram uma queda de 2,7% para 2,3% entre as duas edições da
POF. Com isso, o grupo Produtos encolheu de 29, 1% das despesas
totais para 25,7%.
O mesmo movimento acontece em mercados mais maduros, como
os Estados Unidos. Lá, as despesas com serviços vêm crescendo a
um ritmo mais acelerado que os produtos. Em 2003, por exemplo, os
gastos com saúde avançaram 6,2% sobre o ano anterior, enquanto o
grupo Educação cresceu 4, 1% e o Serviços Públicos, 4,7%. As ven-
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das de Vestuário e Acessórios, por outro lado,,caíram 6,2%, acompa-
nhadas por Eletroeletrônicos (-1 ,4%) e Alimentos (-0, 7%).
Certamente, a próxima edição da Pesquisa de Orçamento Familiar
(POF) do IBGE, prevista para o segundo semestre de 2007, deverá
apresentar de maneira mais intensa a migração dos gastos para cate-
gorias como Telefonia Celular e Internet. Afinal, o Brasil fechou o ano
de 2006 com praticamente 100 milhões de usuários de celulares, um
índice de crescimento em torno de 15% na comparação com 2005. O
número de usuários continua em expansão, embora o fato de cerca de
80% da base ser de telefones pré-pagos limita o potencial de consu-
mo de serviços. Já o número de internautas chegou a 14, 1 milhões
em fevereiro de 2007, segundo dados do lbope / NetRatings, com
uma expansão de 6,3% sobre o mesmo período do ano anterior. O
total de pessoas com acesso à web no Brasil em qualquer ambiente
(trabalho, residência, e outros locais, como LAN houses), por sua
vez, chegou a 32,9 milhões de pessoas com 16 anos ou mais.
Mesmo com uma redução de 2 horas e 13 minutos (10%) no tempo
médio de navegação residencial mensal por internauta, na medição de
fevereiro de 2007, o Brasil continua sendo o país que utiliza Internet
por mais tempo, com uma duração média de 19 horas e 7 minutos por
mês. O tempo diário de utilização da Internet em fevereiro ficou em
41 minutos por usuário residencial.
Essas mudanças no comportamento do consumidor são tão impor-
tantes que o IBGE utiliza desde agosto de 2006 uma nova pondera-
ção para estabelecer o IPCA, índice oficial de inflação do País. As
principais mudanças estão refletidas no peso dos alimentos, que caiu
de 21,25% para 20,31 %. Em contrapartida, o item educação saltou
de 5,02% para 7, 13%, enquanto comunicação (que engloba telefonia,
Internet, correio e outros) teve um aumento de 3,92% para 6,56%.
A NOVA FRONTEIRA
O quadro das mudanças do comportamento do consumidor que
traçamos até aqui mostra que as fronteiras do varejo estão cada vez
mais fluidas e o universo competitivo fica muito difícil de ser delimita-
do, já que as empresas vêm ampliando categorias de produtos, for-
matos, canais, mercados e negócios. A diversificação estratégica vem
gravitando em torno de marca, infra-estrutura, logística, tecnologia,
RH e pontos de venda, exigindo que as empresas tenham grande
competência em operações, marketing e crédito.
Nesse sentido, um caminho a ser explorado pelo varejo é o do
serviço como elemento gerador de negócios e resultados, de uma
forma integrada às operações mercantis. A demanda crescente dos
consumidores por serviços abre às marcas varejistas um novo e imenso
campo de oportunidades.
Em todo o mundo, a integração de serviços ao negócio de varejo é
crescente e flagrante nos mais diversos formatos: supermercados
ampliam o fornecimento de soluções em delivery e catering, enquanto
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os home centers migram do "faça você mesmo" para o "fazemos por
você" e as lojas de eletroeletrônicos e informática configuram, mon-
tam, instalam, reparam e atualizam produtos. E há aquelas empresas
mais ousadas, que oferecem serviços com pouca ou nenhuma relação
com o negócio tradicional, como telefonia móvel, conexão à Internet,
crédito, empréstimos e seguros.
No Brasil, o principal foco de desenvolvimento de serviços vem
sendo a área financeira, como veremos mais adiante.
Os consumidores pressionam em busca de soluções e existe um
espaço cada vez maior para varejistas inovadores, que entendam o
comportamento de seus clientes e ofereçam soluções adequadas a
eles. Em um mundo que se movimenta em alta velocidade e no qual a
agilidade e a mudança são as regras, a liderança não necessariamen-
te é mais de quem faz melhor. Até porque o conceito de "melhor"
tornou-se relativo. A liderança, a cada dia que passa, é um atributo
que pertence a quem faz mais rápido.
19
PARTE 2
- ,
A EVOLUÇAO HISTORICA
DOS SERVIÇOS NO VAREJO
Capítulo 2
A primeira onda
Na medida certa
29
Capítulo 3
A segunda onda
um jeito diferente
Na Dinamarca, My Ways é um mix de restaurante com padaria
que oferece serviços como drive-thru e cinema para crianças
· 43
Capítulo 4
A terceira onda
PRESENÇA MACIÇA
Atualmente encontram-se no País várias seguradoras e corretoras
de origem nacional e estrangeira, mas poucas possuem o know-
how para a venda de produtos massificados, um aspecto essencial
para oferecer serviços financeiros no varejo. Entre as seguradoras
que oferecem produtos massificados em parceria com redes de lo-
jas no Brasil estão Ace, Cardif, Chubb, Mapfre, Garantech, Assurant
e seguradoras ligadas a bancos. É importante ressaltar que as se-
guradoras só podem distribuir seus produtos através de corretoras
nacionais ou estrangeiras.
Os produtos oferecidos pelas empresas possuem os mais di-
versos preços, pois o mesmo produto pode ter grandes variações
em suas coberturas, desde carência, quantidade e valor das par-
celas e valor do seguro. Essas coberturas são indicadas pelas
seguradoras, mas podem e devem ser ajustadas à região, ramo
de atividade, classe social dos clientes. Na tabela da página a
seguir estão identificados alguns ramos de atividade e os tipos de
cartões implantados um suas operações, bem como os serviços e
produtos oferecidos.
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AQmNTAONoA
oosSERv1ços NO VMuo Tabela 1 - Produtos e serviços financeiros oferecidos pelo varejo
Ramo de Serviços
Atividade Tipo de Cartão Produtos
Oferecidos
• Cartão convênio
Farmácia
• Cartão
• Private Label • Benefícios abastecimento
Cartão Benefício • Rede oferecidos em posto
credenciada pelo RH das • Cartão
empresas abastecimento frota
• Cartão premiação,
bonificação
• Cartão Alimentação
• Cartão Refeição
• Assistência
funeral
• Empréstimo
• Aquisição • Saque
de imóvel •Seguro/
• Cartão para Assistência para
Cartão de • Bandeirado pessoa jurídica veículo
Crédito • Híbrido • Empréstimo • Seguro de
• ~ivate La bel • Saque acidentes
• Venda de • Seguro internação
Seguros hospitalar
• Seguro perda
e roubo
•Seguro residencial
• Correspondente • Empréstimo
•Afinidade bancário • Recebimento
Farmácias • Bandeirado • Empréstimo de contas
• Private La bel pessoal •Saque
•Saque
• Desconto na
aquisição de
Redes de postos • Private Label • Abastecimentos seguros
• Reboque por falta
de combustível
• Saque
• Seguro perda
e roubo
50
ATERCEIRA ONDA
Ramo de Serviços
Atividade Tipo de Cartão Produtos
Oferecidos
• Assistência
funeral
• Capitalização
• Consórcio
• Empréstimo
• Garantia
estendida
• Pacote de
viagens
• Plano
odontológico
• Recebimento
• Agência de de contas
viagem • Saque
• Bandeirado • Correspondente •Seguro/
Redes varejistas • Híbrido bancário assistência
• Private Label • Empréstimo para veículos
• Saque • Seguro de
• Venda de acidentes
seguros • Seguro
informação
hospitalar
• Seguro perda
e roubo
• Seguro
presta mista
• Seguro
residencial
• Vale presente/
gift card
• Empréstimo
• Garantia
estendida
• Recebimento
de contas
• Correspondente • Saque
Supermercado / bancário • Seguro de
Atacado • Private Label • Empréstimo acidentes
pessoal • Seguro de
• Saque veículos
• Venda de • Seguro perda
seguros e roubo
• Seguro
presta mista
•Seguro
residencial.
Fonte: GS&MD
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AQmNTAONDA Q QUE O CONSUMIDOR QUER
DOS SERVIÇOS NO VAREJO
A Gouvêa de Souza & MD realizou um estudo que mostra a visão
dos consumidores sobre a oferta de serviços financeiros pelo varejo.
E os resultados são bastante eloqüentes na validação da opção de
disposição de serviços financeiros junto às lojas. A pesquisa "O Con-
sumidor e os Serviços Financeiros no Varejo" procurou conhecer os
hábitos dos consumidores em relação a esse tema, mostrando como
eles percebem, utilizam e desejam os serviços. Partindo de dois eixos
principais, a percepção em relação às lojas e seus cartões e a percep-
ção em relação aos bancos e seus serviços, o estudo também trouxe
insights importantes para a avaliação das combinações possíveis de
serviços financeiros no varejo.
Com uma amostra representativa de 85% da população brasileira,
87% do potencial de consumo, 89% dos estabelecimentos comerciais
e 89% das agências bancárias, a pesquisa mostrou que 58,5% dos
entrevistados possuem cartão de loja (private labe/ ou co-branded).
Esse percentual é mais alto na região Sul (64.4%) e mais baixo no
Sudeste (53.2%). Entre as mulheres, o percentual é mais elevado que
entre os homens (64,6% a 52, 1%).
Em um resultado que pode ser considerado previsível, as lojas que
oferecem crédito próprio há mais tempo apareceram com mais fre-
qüência na pesquisa. Entre as lojas de departamentos e de vestuário,
por exemplo, 69,2% dos consumidores entrevistados possuem um
cartão da C&A. A seguir, apareceram Renner (30,8%) e Riachuelo
(21.3%). Em supermercados e hipermercados, a liderança pertenceu
ao Carrefour, com 9,5% das citações. Sonae, Bompreço (ambas ad-
quiridas pelo Wal-Mart) e Pão de Açúcar apareceram praticamente
juntas, com cerca de 8% das referências. Nos eletroeletrônicos, o
carnê das Casas Bahia foi citado por 5,9% dos entrevistados, embo-
ra não se trate de um cartão de crédito.
No caso dos cartões de crédito com bandeira, a penetração muda
consideravelmente de acordo com o poder aquisitivo do consumi-
dor. Na classe A. 84,6% dos pesquisados tinham pelo menos um
plástico, índice que cai para 28,7% na classe D. Não à toa, as gran-
des bandeiras do setor vêm investindo na população de baixa renda
nos últimos anos.
Os cartões de loja são usados principalmente para o parcelamento
de compras (80.9% das respostas múltiplas), embora já haja uma
presença interessante de serviços financeiros: 12,2% dos entrevista-
dos disseram ter adquirido crédito pessoal; 9,8% fizeram financia-
mentos com o cartão; 4, 1% adquiriram seguro contra roubo do car-
tão; 3,5% usaram o cartão de crédito para compras em outras lojas; e
1,3% sacaram dinheiro oferecido pela loja por meio do plástico.
Há, porém, uma forte discrepância regional no uso dos recursos
dos cartões. No Nordeste, por exemplo, 92,3% dos consumidores
compram parceladamente com os plásticos, muito acima da média
nacional. O crédito pessoal é usado por 28% dos entrevistados do
52
Sul, enquanto 15,7% dos clientes do Sudeste realizaram financia-
mentos. Já o uso de seguros foi mais forte no Nordeste, com 10,3%
da população.
Os cartões de loja são mais usados pelos consumidores das clas-
ses B e C, com 52,6% e 62,4%, respectivamente. Na classe A, os
private labe/ estão próximos do nível de uso dos cartões de crédito
(42% a 43%), enquanto a classe D divide seus gastos de forma quase
equânime entre os cartões de crédito, private label e carnês.
No caso do relacionamento dos clientes com os bancos, os servi-
ços mais usados são saques (33,9%), cartões de crédito (27,5%),
crédito pessoal (21 %), depósitos (14, 1%) e compras parceladas
(13.9%). A pesquisa deixou claro que, na avaliação dos consumido-
res, os bancos são lugares indesejados e inconvenientes, já que 70,6%
dos entrevistados, em média, dizem que as lojas podem prestar os
mesmos serviços. Entre os principais motivos que levariam uma pes-
soa a procurar uma loja em vez de um banco estão a flexibilidade de
horário (46, 1%), o conforto (31,5%), o maior número de locais (23%) e
o melhor atendimento (15,6%). É interessante notar que, para 8,7%
dos consumidores, o varejo oferece taxas de juros menores que os
bancos, mesmo não sendo seu negócio principal. Agrupando as res-
postas, 74,3% dos consumidores apreciam a disponibilidade das lo-
jas e 37,2% avaliam positivamente o ambiente de compras, mais
prazeroso que um banco tradicional.
A conclusão da pesquisa "O Consumidor e os Serviços Financei-
ros no Varejo" é que os clientes estão muito receptivos a receber
ofertas de serviços financeiros nas lojas, que são locais nos quais
eles confiam e onde se sentem bem. Entretanto, o maior desafio, em
especial para as redes mais populares e já solucionado pelos líderes
de mercado, é equacionar os parâmetros de concessão de crédito, já
que quase 50% dos salários giram na economia informal e não podem
ser comprovados pelos métodos tradicionais.
Os resultados da pesquisa deixam claro, também, que ainda há
espaço para crescer nos mercados mais tradicionais e ricos do País.
A conquista de novos mercados não pode correr o risco de relegar
essas localidades, que concentram a maior parte da renda e da popu-
lação nacional.
O grande desafio, porém, é como encontrar soluções criativas que
atendam aos anseios do consumidor. Ao mesmo tempo em que a loja
dispõe de um relacionamento próximo com esse cliente, não conta, de
forma geral, com a expertise de um banco na gestão dos recursos
financeiros. Já as instituições financeiras são vistas como locais pou-
co amigáveis. Falar com o gerente para pedir um empréstimo é visto
como algo ruim, enquanto um financiamento na loja é positivo. Até
mesmo por uma questão de status: na fase qualitativa da pesquisa,
muitos consumidores disseram não gostar de ir ao banco solicitar um
serviço financeiro porque a visita ao gerente mostraria que eles esta-
riam precisando de dinheiro. A ida à loja, por sua vez, é um momento
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AQmNTADNDA de compras e prazer, tornando a compra de serviços financeiros mui-
DOS SERVIÇOS NO VAREJO to mais agradável.
Uma questão estratégica para o varejo, e que se torna ainda mais
relevante no atual momento do varejo brasileiro, de taxas de juros
declinantes e de corrida dos bancos e do comércio em busca dos
consumidores: não basta apenas oferecer cartões, é preciso ter ações
permanentes de ativação. A gestão eficiente e rentável dos cartões
precisa contemplar também a ativação, além do básico-básico das
boas políticas de crédito.
ALô,ALÔ,RESPONDE
Ao contrário do que acontece na maior parte dos serviços de tele-
fonia móvel no Canadá, que exigem contratos de longo prazo, a PC
Mobile oferece serviços pré-pagos com taxa fixa sem comprometi-
mentos adicionais. Os consumidores controlam quanto crédito que-
rem inicialmente e podem mudar esse valor a qualquer momento. Essa
flexibilidade é oferecida ao lado de funções básicas que estão dispo-
níveis em outras operadoras, como espera de chamadas, transferên-
cia de ligações, secretária eletrônica, SMS e conferência. Como dife-
renciais, o serviço conta com ausência de obrigações contratuais, ta-
rifas de ativação, planos complicados ou checagem de crédito, bem
como com um crédito inicial de C$ 1O.
O serviço foi colocado no mercado em 2005 e os aparelhos da PC
Mobile estão disponíveis em quiosques colocados dentro de um nú-
mero crescente de supermercados da Loblaw. O concorrente mais
próximo da empresa é a Virgin Mobile, do grupo britânico Virgin, que
está presente em varejistas como Wal-Mart, Future Shop, Best Buy,
Zellers, Seven Eleven e HMV.
Os serviços President's Choice, da Loblaw, trazem elementos da
terceira onda (os serviços financeiros) e também da quarta geração
(serviços não ligados ao negócio principal da empresa, como a telefo-
nia móvel).
A quarta onda
VIAJAR É PRECISO
A evolução dos serviços no varejo tem sido um processo que acom-
panha as mudanças de hábitos e demandas dos consumidores em todo
o mundo. Um dos exemplos mais eloqüentes da quarta geração dos
serviços são os negócios de viagens e turismo oferecidos por varejistas.
No passado, as grandes lojas de varejo, em especial na Europa,
Japão, Canadá e Estados Unidos, inevitavelmente tinham uma área
de vendas de serviços turísticos, usualmente nos andares mais altos
e menos promocionais. Essas operações, habitualmente, nada mais
eram do que agências de viagens que alugavam a área para oferecer
seus serviços aos clientes cativos da loja, com a locação sendo paga
em bases fixas e variáveis. Era uma oferta passiva de serviços, sem
integração com o negócio principal da loja.
O que marca essa nova era de relacionamento varejo/ viagens é a
crescente parcela de renda dos consumidores que se desloca para a
área de serviços, com forte crescimento no setor de turismo; possibi-
lidade de integração pela ativação de negócios através do uso das
informações atualizadas sobre os clientes; e, principalmente, novas
alternativas de financiamento, com ampliação dos negócios das áreas
de serviços financeiros dos varejistas.
As margens líquidas do negócio de turismo e viagens estão cada
vez mais baixas, na esteira da pressão pela redução de custos que
envolve todo o setor, em especial na área de transporte aéreo, pela
própria desintermediação que vem sendo implantada com o uso de
alternativas diretas de relacionamento entre as companhias aéreas e
os clientes finais.
Mas a oferta integrada dos serviços com o financiamento aos cli-
entes; o melhor uso das informações sobre os clientes para ativação
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AQmNTAONoA de negócios; o pouco espaço físico requerido; a não-imobilização de
oos SERVIÇOS NO VARuo recursos com estoques; e a possibilidade de terceirização da opera-
ção, apesar das baixas margens líquidas, fazem com que essa opção
exerça um atrativo muito forte para redes de varejo, determinando um
novo estágio na convergência entre esses setores.
Na oferta de serviços de viagens e turismo, um setor que movi-
menta cerca de R$ 20 bilhões por ano no Brasil, um aspecto relevante
envolve a escolha da alternativa entre a criação de uma estrutura pró-
pria, focada nesse negócio, e a contratação de serviços de terceiros,
homologados e controlados, que permitam ampliar a oferta sem one-
rar custos, porém com menor grau de controle.
No Brasil, a C&A é um bom exemplo de um varejista que criou um
novo serviço, não como extensão de sua atuação principal na revenda
de confecções e complementos de moda, mas alavancando essa ati-
vidade nos programas de relacionamento e nos serviços financeiros
oferecidos. No caso da C&A, a operação é terceirizada, através de
uma operadora de serviços turísticos (a TAM Viagens), uma vez que
esse processo ainda é recente. Se consolidado, é de se imaginar que
deva migrar para operação própria no futuro, até pela cultura de ne-
gócios da empresa.
Nessa sua atividade como distribuidora de serviços turísticos, com
sua marca, aval e financiamento, a C&A aproveita toda sua infra-es-
trutura e práticas gerenciais para desenvolver um novo negócio,
otimizando espaço físico de lojas e Tecnologia de Informação para
alavancar a venda de serviços financiados, a comunicação com o con-
sumidor e o relacionamento.
A Casas Bahia fechou em fevereiro de 2006 uma parceria com a
Sancatur, agência de viagens e turismo sediada em São Caetano do Sul
(SP), para a venda de pacotes turísticos nas lojas da rede, com financia-
mento nos padrões da varejista. Em um primeiro momento, foram insta-
lados pontos de venda em seis unidades da Casas Bahia, nas cidades
de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema
e Mauá (todas na região do ABC paulista), e em São Paulo, na loja da
Praça Ramos de Azevedo. A venda de pacotes turísticos foi iniciada em
abril de 2006 como parte do projeto de testar novos produtos e servi-
ços nas lojas da rede. A projeção da empresa é comercializar aproxima-
damente 1400 pacotes terrestres e marítimos e cerca de 12 mil passa-
gens aéreas por ano. No longo prazo, o projeto deve ser ampliado para
100 filiais da rede, que fechou 2006 com cerca de 550 lojas.
O grupo francês Carrefour, maior supermercadista do Brasil, refor-
çou em julho de 2006 sua atuação no setor de turismo com uma parce-
ria com a CVC, maior empresa do setor no País. O Carrefour, que até
então contava com apenas sete lojas de turismo para vender, basica-
mente, passagens aéreas, passou a oferecer aos clientes cerca de 500
pacotes turísticos. A bandeira Turismo Carrefour, criada em 2001, foi
mantida e, com o acordo, a CVC cuida da parte comercial e operacional.
Sua marca, porém, não foi agregada às lojas. O Carrefour pretende ter
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100 lojas dentro de seus hipermercados em 2009. Para a CVC, a par- AQUARTA ONDA
ceria representou a porta de entrada no grande varejo e a proximidade
com milhares de consumidores. A estimativa era vender 20 mil pacotes
nas lojas do Carrefour somente em 2006.
No ano anterior, em um movimento que iniciou sua atuação no se-
tor de serviços, o Submarino, um dos principais varejistas on-line do
País e parte do grupo B2W, que também conta com Americanas.com
e Shoptime, adquiriu por R$ 2,2 milhões a agência on-line de viagens
Travelweb, passando a oferecer passagens aéreas, estadia em ho-
téis, locação de automóveis e pacotes de viagem via Internet. Suas
operações se dão por intermédio da Rumbo, que lidera o segmento de
agência de viagens on-line na Espanha e pertence à Telefónica e ao
Amadeus (sistema global de distribuição de viagens).
Em maio de 2006, a varejista colocou no ar o Submarino Viagens,
serviço que permite aos consumidores acessar mais de 750 compa-
nhias aéreas, 55 mil hotéis em todo o mundo e mais de 150 roteiros
nacionais e internacionais. Os usuários têm opções de reserva de
passagens aéreas, hospedagem, pacotes e cruzeiros marítimos. A
agência virtual também opera o canal de viagens do portal Yahoo. Em
2006, a empresa apresentou um total de R$ 37,86 milhões em reser-
vas, com 26 mil passageiros ativos.
No EXTERIOR
O movimento do varejo rumo ao setor de viagens se iniciou na
Europa e hoje já conta com inúmeros exemplos significativos. EI Corte
lnglés na Espanha, Tesco na Inglaterra, Tchibo na Alemanha, Auchan e
Carrefour na França. Nesses casos, a operação de viagens e turismo
é um negócio do varejista, com sua marca e, usualmente, com opera-
ção própria desses serviços.
É preciso reconhecer que esse movimento se faz muito mais pre-
sente na Europa do que nos Estados Unidos, mercado no qual o cres-
cimento das vendas de varejo apresenta melhor desempenho e a ne-
cessidade de melhoria de resultados pela inovação em modelos de
negócio não é tão presente.
Nos Estados Unidos alguns poucos varejistas, com oferta focada
em segmentos de esporte e lazer, integraram as operações de viagem
a seu mix. Como é o caso da REI, de Seattle, que oferece, pelo serviço
REI Adventures, uma ampla oferta de programas às mais diversas re-
giões do mundo, com promoções via catálogos, site ou marketing dire-
to. Os programas de viagem, oferecidos desde 1987, contam com
atividades de aventura, como escalada, ciclismo, caminhada, rafting,
esqui / snowboarding e excursões multiesportivas. A REI Adventures
oferece mais de 100 roteiros anuais, para grupos pequenos, desde
saídas nos finais de semana até viagens à Patagônia, ao Himalaia ou ao
coração da Amazônia. Para completar a experiência, guias locais levam
os participantes a passeios fora das trilhas convencionais, desafiando
limites e integrando a cultura local aos programas.
79
AQmNTADNoA A oferta de produtos nas mais de 80 lojas da rede, nos catálogos
DOS SERVIÇOS NO V1umo e no site da empresa está totalmente orientada para esportes outdoor
e ajuda a varejista a estabelecer uma forte ligação com seus consumi-
dores. Ligação que é reforçada por seu modelo de negócio, em que
uma parcela significativa dos clientes é cooperada à empresa e rece-
be dividendos ao final do ano, usualmente na faixa de 5% a 10% do
volume de compras realizado.
Essa profunda conexão com os clientes, que tratam a loja como a
sua loja, permitiu que a REI avançasse da oferta de produtos para
serviços de viagens, usualmente desenvolvidos por terceiros, mas
com estrito controle da varejista. Dessa forma, a REI consegue, ao
mesmo tempo, oferecer um serviço de qualidade que esteja alinhado
aos seus princípios.
Um exemplo desses princípios é uma parceria fechada com a ONG
Bonneville Environmental Foundation (BEF). Ecologicamente correto,
o programa prevê a compensação de todo o gás carbônico gerado
pelas viagens realizadas pela REI Adventures, no primeiro caso do
gênero nos Estados Unidos. Para cada programa oferecido pela REI
Aventures desde o início de 2007, a empresa adquire Green Tags da
BEF, que são criados por meio da geração de energia com fontes
renováveis, como sol e vento. Cada Green Tag anula o carbono produ-
zido por 1030 milhas de viagens aéreas e equivale a 1000 kWh de
energias renováveis.
A REI Adventures espera adquirir mais de 52 mil Green Tags em
2007, anulando os efeitos de mais de 36 mil toneladas de dióxido de
carbono lançados na atmosfera, o equivalente à emissão de cerca de
6200 automóveis em um ano. Com essa iniciativa, a REI passa a ser
uma das 20 maiores compradoras de energia renovável dos Estados
Unidos. Um posicionamento que tem tudo a ver com esportes outdoor
e vida ao ar livre, que são os pontos-chave da varejista.
É no mercado europeu, porém, que é possível ter uma melhor com-
preensão da importância estratégica dos serviços de viagens e turis-
mo para os varejistas. Na França, por exemplo, um dos principais
operadores de viagens é a Central de Negócios Leclerc, uma das
maiores varejistas locais. Apesar do mercado de turismo estar prati-
camente estagnado na França, a Leclerc Voyages, divisão de viagens
da companhia, registrou em 2006 um crescimento de 5% sobre o ano
anterior, com receitas de 346,6 milhões de euros. A Leclerc Voyages
detém 12% do mercado de viagens da França e pretende aumentar
suas vendas para 500 milhões de euros até 201 O, em um claro sinal
da pujança do modelo. Ainda no mercado francês, o Carrefour faturou
224,7 milhões de euros em 2006 com a venda de passagens e paco-
tes turísticos.
No mercado britânico, a Tesco oferece, por meio de seu selo Tesco
Travei, uma série de serviços de viagens, incluindo seguros que po-
dem ser adquiridos da forma mais simples possível: os membros do
programa fidelidade ClubCard precisam apenas pegar em uma gôndola
80
AQUARTA ONDA
na loja um pacote de seguros no valor desejado e passá-lo pelo check-
out junto com o restante das compras. Ao passar o cartão ClubCard
para registrar a compra, automaticamente o cliente está segurado
para sua viagem.
Na Espanha, a rede de lojas de departamentos EI Corte lnglés
constituiu há quase 40 anos, em 1969, a sua operação de turismo. A
Viajes EI Corte lnglés começou a operar em 1970, inicialmente com o
objetivo de servir às necessidades de locomoção dos funcionários da
varejista. As economias obtidas com o negócio impulsionaram a em-
presa a oferecer o serviço aos clientes nas lojas de departamentos e,
mais tarde, nos hipermercados Hipercor.
Mais recentemente, comprovando o êxito do negócio, a Viajes EI
Corte lnglés começou a abrir lojas próprias, desvinculadas dos pon-
tos de venda do grupo, para atender a uma demanda mais ampla.
Atualmente, a operação da empresa está segmentada em unidades
corporativas (que prestam serviços para empresas), mistas (empre-
sas e consumidores finais), implants (unidades instaladas dentro de
empresas para atender apenas aos funcionários) e localizações
especializadas. A Viajes EI Corte lnglés é a maior agência de viagens
do mercado espanhol.
O movimento low cost, com companhias aéreas que oferecem ser-
viços mínimos e preços baixos, encontrou nos últimos anos um forte
parceiro no setor varejista. Como não poderia deixar de ser, esse
fenômeno foi percebido com mais força na Alemanha, onde se encon-
tram Aldi e Lidl, as duas maiores varejistas hard discount do mundo,
ambas com faturamento em torno de US$ 42 bilhões em 2006. A
Aldi, por exemplo, começou a vender, em maio de 2006, passagens
aéreas em parceria com a companhia aérea dba. As passagens cus-
tam a partir de 49,99 euros, incluindo todas as taxas, e podem ser
adquiridas em mais de 1600 pontos de venda para uso em cerca de
40 mil vôos domésticos e internacionais. De acordo com a dba, os
consumidores podem economizar até 250 euros por vôo.
No Reino Unido, a Lidl iniciou em setembro de 2006 a venda de
passagens aéreas da Air Berlin, terceira maior companhia de aviação
de baixo custo da Europa. Na primeira semana daquele mês, os con-
sumidores puderam adquirir passagens nas 390 lojas da Lidl no país
por 19 euros. As passagens davam direito a uma viagem de ida para
qualquer um dos 25 destinos oferecidos pela Air Berlin até o fim de
março de 2007. Em uma promoção semelhante realizada na Alemanha
pela Lidl, as passagens se esgotaram em dois dias. No mercado ale-
mão, por sinal, os 2600 pontos de venda da Lidl também oferecem
passagens de trem, no mesmo conceito de preços baixos que é a
essência do seu posicionamento de mercado.
A Air Berlin também tem acordos com outras varejistas. Em 2005,
por exemplo, fechou uma parceria para a venda de 100 mil passagens
aéreas a 29 euros cada nas lojas de descontos da rede Penny, perten-
cente ao grupo Rewe, maior varejista local. Os cupons podiam ser tro-
81
AQmNTADNnA cados por qualquer passagem aérea que custasse até 79 euros. Já a
DOS SERVIÇOS NO VAREJO Tchibo, varejista alemã que mistura cafeteria com loja de variedades,
tem um acordo com a Lufthansa para vender em suas lojas passagens
para 21 cidades da Europa. Por 79 euros, é possível voar para locais
como Londres, Barcelona, Madri, Paris, Atenas, Roma, Lisboa, Nice,
Amsterdã, Manchester, Praga, Budapeste e Zurique, a partir dos ae-
roportos de Hamburgo, Hannover, Berlim, Leipzig, Dresden, Düsseldorf,
Colônia, Frankfurt, Stuttgart, Nuremberg e Munique.
Na América Latina, os exemplos mais desenvolvidos de agências
de viagens gerenciadas pelo varejo encontram-se no Chile.
A Falabella, maior rede de lojas de departamentos do país, tam-
bém controladora da Sodimac, maior varejista internacional de mate-
riais de construção da América Latina, e com presença crescente no
setor de supermercados, iniciou as atividades de sua agência de via-
gens em 1997.
A Viajes Falabella foi constituída como um negócio independente,
pertencente à holding controladora da varejista. Com cerca de 35
filiais no mercado chileno, a empresa também atua na Argentina (cin-
co unidades) e no Peru (11 ). O próximo passo na expansão internacio-
nal será o mercado colombiano. A Falabella oferece pacotes de via-
gens de turismo e conta com equipes dedicadas ao mercado corpo-
rativo, para desenvolver viagens de negócios e organizar grupos para
eventos dentro e fora do Chile. Com mais de 200 mil passageiros e
um faturamento de US$ 95 milhões durante o ano de 2005 (contra
US$ 70 milhões no exercício anterior, uma expansão de 35%), a em-
presa vem avançando rapidamente no cenário chileno. É, atualmente,
uma das três maiores operadoras do setor no país. Segundo a empre-
sa, uma das razões para o crescimento da Viajes Falabella é a
integração com os serviços financeiros do grupo: os pacotes podem
ser financiados com o cartão private /abel da empresa, em condições
especiais, o que torna os serviços muito mais acessíveis aos clientes.
O crescimento também é justificado pela oferta de pacotes para o
mundo todo e pelo suporte dado aos consumidores para que eles
sejam atendidos em suas necessidades.
Um aspecto diferenciado da Viajes Falabella é a realização anual
de uma "liquidação de viagens", que, seguindo o modelo do varejo,
oferece pacotes a preços imbatíveis por períodos pequenos de tem-
po. Para isso, a Falabella aproveita o grande fluxo de clientes em suas
lojas para conseguir negociações vantajosas com hotéis e companhias
aéreas, repassando os ganhos para os preços finais.
Os planos da empresa são ambiciosos: tornar-se, até 201 O, a prin-
cipal agência de viagens do mercado chileno, com liderança em todos
os setores em que atua hoje (pessoas físicas, empresas e grupos) e
foco no binômio atendimento pessoal e preços baixos.
Enxergando o potencial desse mercado, a varejista chilena D&S,
líder no setor supermercadista, anunciou em meados de 2006 o lan-
çamento de sua agência de turismo Lider Viajes. A primeira loja foi
82
aberta no final do ano em Santiago e a operação vem sendo desenvol- AQUARTA ONDA
vida em parceria com o grupo espanhol EI Corte lnglés.
Novos CAMINHOS
O fato é que, na quarta geração dos serviços no varejo, o céu é
o limite. Como os serviços deixam de estar diretamente ligados ao
negócio principal das empresas, o varejo pode ampliar sua oferta para
quaisquer segmentos nos quais haja oportunidades interessantes e
convergentes, mas não necessariamente complementares, desde que
sejam convenientes para o consumidor e que ampliem e se beneficiem
da força da marca.
92
Um exemplo é o segmento de downloads de vídeos pela Internet, AQUARTA ONDA
que ainda se encontra no nascedouro mas que aguça o apetite de
empresas como o Wal-Mart. O maior varejista do mundo anunciou no
final de 2006 nos Estados Unidos o lançamento da versão beta de
seu serviço de downloads, que oferece mais de 3000 títulos de fil-
mes e programas de TV de grandes estúdios de Hollywood e redes
de televisão. Os vídeos podem ser baixados para PCs, notebooks e
dispositivos portáteis de mídia. O Wal-Mart é o primeiro grande va-
rejista a oferecer download de filmes com suporte de todos os gran-
des estúdios de Hollywood. Os produtos serão lançados no site si-
multaneamente ao lançamento em DVD e custarão entre US$ 12,88 e
US$ 19,88. Já os filmes de catálogo ficarão em US$ 7 ,50, enquanto
os programas de TV custarão US$ 1,96 por episódio. A empresa
continuará a oferecer pacotes com filmes em DVD e download para
títulos selecionados, assim como fez no último trimestre de 2006 com
Superman - O Retorno.
Em uma iniciativa semelhante, a Amazon.com, maior varejista on-
line do planeta, criou em 2006 o serviço Unbox Video Store, que ofe-
rece downloads de filmes para computadores e dispositivos móveis,
concorrendo diretamente com o iTunes, da Apple. O Amazon Unbox
oferece milhares de vídeos com qualidade de DVD, de mais de 30
estúdios de cinema e TV Quando o usuário faz o download de um
filme ou programa, o Unbox envia automaticamente um segundo ar-
quivo para download, adaptado a dispositivos portáteis compatíveis
com a plataforma Windows Media. O sistema ainda faz um relatório
dos conteúdos adquiridos em uma página personalizada para o
internauta, que age como um backup para baixar os vídeos em um
computador adicional. O Unbox entra para o grupo de serviços que
buscam capturar o crescente interesse dos consumidores por
download de vídeos on-line. O serviço vai fazer frente a lojas on-line
de vídeos, como a da Apple, bem como a locadoras como Blockbuster
e Netflix. O Amazon Unbox cobra US$ 7,99 a US$ 14,99 para a
maioria dos downloads de filmes e US$ 3,99 para o aluguel.
Com meses de vida, o Unbox já recebeu um upgrade, por meio de
uma parceria com a TiVo anunciada em fevereiro de 2007. O Amazon
Unbox by TiVo permite baixar filmes para os equipamentos de grava-
ção digital da TiVo, já bastante populares no mercado americano. Dessa
maneira, a Amazon quer ampliar sua presença para o enorme seg-
mento de TV a cabo e reforçar sua presença no setor de mídia, pro-
vendo conteúdo para outras empresas.
De olho. na
. . . .
balança
....... .
Solução completa
. .
.
de. luxo
...
Encantamento total
HoLr'sCAFÉ
Para imergir completamente na experiência Holt Renfrew, é impossí-
vel deixar de passar pelo Holt's Café. Ele traz o ideal europeu das
cafeterias como um lugar de encontro que oferece um grande ambiente,
serviço amistoso e alimentos frescos. É possível apreciar um espresso
matinal, um almoço informal ou sucos revitalizantes feitos com frutas
espremidas na hora. Nas lojas da Bloor Street, em Toronto, e de Mon-
treal ainda é possível dar-se um famoso tartine feito pela mundialmente
famosa casa de pães Poilane e trazido de avião de Paris. O Holt' s Café
é com freqüência reservado para eventos corporativos e celebrações.
FuR SERVICES
Outro serviço diferenciado disponível na Holt Renfrew diz respeito
aos casacos de pele. Além de vender produtos de marcas prestigiadas,
como Bisang, Carolina Herrera, Michael Kors, Anne Klein, Dennis
Basso, Vera Wang e Zandra Rhodes, a Holt Renfrew também apre-
senta uma série de serviços agregados. É possível, por exemplo, ar-
mazenar os casacos na loja durante o verão, em cofres protegidos
que têm temperatura e umidade controlados. A loja também oferece
seguros para os casacos e produtos relacionados. Os clientes con-
tam ainda com um processo de limpeza das roupas, que restaura
peças desgastadas e devolve-as à sua beleza e brilho originais, remo-
vendo sujeira e pó. Especialistas estão disponíveis para fazer peque-
nas alterações e reparos nas peças e os clientes podem se consultar
com designers para revitalizar roupas antigas.
CARTÃO HoLT's
Como parte do programa fidelidade, a Holt Renfrew conta com
seu próprio cartão de crédito, em parceria com a American Express.
103
AQmmONoA O cartão foi desenvolvido por Roberto Cavalli e conta com o logotipo
oos Sa!v1ços NO VMuo da varejista sobre um fundo magenta. Não há taxas anuais e os con-
sumidores recebem um ponto para cada dólar gasto. Se os clientes
usarem o cartão nas lojas Holt Renfrew, recebem 40% mais pontos.
Os benefícios para os portadores do cartão incluem 10% de des-
conto para o portador do cartão na primeira compra na Holt Renfrew,
convites para eventos exclusivos nas lojas, avisos antecipados sobre
campanhas de vendas, assistentes pessoais exclusivos, entrega gra-
tuita para compras acima de US$ 100, atendimento prioritário em
ajustes de roupas, acesso preferencial a eventos e resgate de 1% das
compras anuais como gift cards.
TAILORED-TO-MEASURE
A Holt Renfrew ainda conta com serviços personalizados, que incluem
gravação de monogramas e alfaiates para a costura de roupas sob medi-
da. Na compra de qualquer tipo de tecido fino, os alfaiates da Holt Renfrew
oferecem como cortesia a gravação de um monograma à escolha do clien-
te. Esse serviço de alfaiataria usa o sistema de medição Fitter TM, que
combina a tecnologia moderna com a experiência dos velhos tempos. No
momento da compra de um terno novo, o cliente simplesmente seleciona
seu tecido e estilo preferidos. A Holt Renfrew utiliza as medidas já grava-
das no sistema, produz a peça e entrega em casa.
COMPLEMENTOS À EXPERIÊNCIA
A Holt Renfrew também conta com alguns serviços que são gratui-
tos e funcionam como um reforço à experiência de compra. O assisten-
te pessoal de compras, por exemplo, pode ser acessado em qualquer
loja da Holt Renfrew. Os clientes podem ir ao ponto de venda pessoal-
mente ou enviar uma lista de compras. Seu assistente pessoal tomará
conta do resto. Atendimentos pessoais podem ser agendados por te-
lefone ou mesmo pela Internet.
Os serviços de concierge, por sua vez, são uma viga mestra da
proposta de valor única da Holt Renfrew. Em todas as lojas há uma
mesa para o concierge, localizada no piso principal. Os colaborado-
res recebem no local todo tipo de pedido dos clientes e a Holt Renfrew
assegura que eles tomarão conta de todos os detalhes, não importa
quão grande ou pequena seja a tarefa. Os serviços prestados inclu-
em a compra de ingressos para shows e teatro; reservas em restau-
rantes; compras de passagens aéreas e pacotes turísticos; informa-
ções sobre eventos dentro das lojas; agendamento de encontros com
os assistentes pessoais; cuidados com animais de estimação; entre-
ga de flores e/ou presentes; e coordenação de serviços de estilo de
vida, como limusines, lavanderia e referências de decoradores, arqui-
tetos e outros profissionais. Usar o serviço de concierge da Holt
Renfrew é como ter seu próprio mordomo.
Como muitos clientes da varejista são turistas do exterior, a Holt
Renfrew também oferece serviços de reembolso de impostos, com
104
um amplo espectro de opções de pagamento para minimizar os incon- AQUARTA ONDA
venientes das viagens internacionais.
Com todo esse mix de serviços, a Holt Renfrew quer, acima de
tudo, estar conectada aos seus consumidores-alvo para reforçar seus
vínculos com eles. A empresa regularmente realiza almoços e jantares
com seus 100 principais clientes de diferentes cidades. Como parte
de seus esforços para ampliar a presença junto ao consumidor mas-
culino, convida periodicamente os principais clientes
homens para eventos exclusivos.
A Holt Renfrew é outro caso de varejista que apre-
Holt Renfrew
senta, sob o mesmo teto, várias gerações de serviços.
O concierge e o assistente pessoal de compras, por Vendas 2006:
exemplo, são oferecidos como forma de agregar valor. US$ 424,9 milhões
Como representantes da segunda onda também apare- Número de lojas: 9
cem, por exemplo, o Tailored-to-Measure e o Fur Services, Formato de loja: loja de
que são serviços diretamente ligados ao negócio da em- departamentos
Balada forte
Um jeito diferente
. .
Receita caseira
115
Capítulo 6
A quinta onda
REFERÊNCIA TUPINIQUIM
O Brasil também conta com um dos exemplos mais bem-sucedi-
dos de serviço de quinta onda no varejo mundial. Trata-se do Banco
lbi, o braço de serviços financeiros da rede de lojas de departamen-
tos C&A. Com mais de 130 lojas independentes em todo o Brasil,
além de presença em um número semelhante de lojas C&A, o lbi tam-
bém atua na Argentina e no México, oferecendo aos clientes uma ampla
gama de soluções financeiras.
O lbi é há mais de 20 anos o braço financeiro da C&A, mas por
muito tempo esteve escondido, atuando apenas como a área de finan-
ciamento das compras realizadas com o cartão private label da varejis-
ta. No início da década, porém, ficou claro que havia um grande poten-
cial a ser explorado, por conta do aumento da capacidade de consumo
da população de menor poder aquisitivo, da ampla presença do cartão
de crédito C&A no mercado C14 milhões de unidades no final de 2006)
e do relacionamento já estabelecido com os consumidores. No início, a
oferta de serviços ficou restrita às lojas de departamentos, mas em
pouco tempo a direção da C&A percebeu que poderia abrir lojas inde-
pendentes, dedicadas apenas à oferta de serviços financeiros.
Atualmente, o lbi oferece serviços como os ibiCards, cartões de
crédito private label e co-branded, que permitem aos clientes adqui-
rir produtos em uma infinidade de pontos comerciais no mercado bra-
sileiro. Há cartões lbi com bandeira de shopping centers, que dão
pontos para participar de promoções nos centros comerciais; cartões
de multifidelidade, que bonificam os clientes para a aquisição de uma
grande variedade de produtos; e os cartões C&A, que também po-
dem ser usados na rede de fast-food McDonald's e na cadeia de
farcnácias Drogasil.
O lbi também oferece seguros que dão cobertura aos clientes em
vários tipos de situação. Acessíveis e descomplicados, já que o valor
é debitado diretamente na fatura do cartão ibiCard ou C&A, os segu-
· 121
AQu1mONoA ros estão disponíveis nas versões Acidentes Pessoais (Premiado e
oosSERv1ços NO VARuo convencional) e Educacional (Premiado e convencional). Os portado-
res do cartão ibiCard também podem contratar um plano de capitali-
zação, em que uma quantia entre R$ 30 e R$ 300 é investida mensal-
mente e o consumidor concorre a R$ 500 mil por semana e R$ 1
milhão nos sorteios extras. A partir do décimo segundo mês, é possí-
vel resgatar parte do valor investido, corrigido.
O lbi apresenta Certificados de Depósito Bancário (CDB). que po-
dem ser prefixados ou pós-fixados (indexados ao COI), com valores a
partir de R$ 1O mil e descomplicação na hora de realizar a aplicação.
Para os consumidores que precisam de dinheiro para emergências, exis-
tem o ibiCred, com ou sem garantia por meio de cheques; e emprésti-
mos para aposentados e pensionistas do INSS. com desconto no holerite.
Nas lojas C&A e nas unidades lbi o processo é menos burocrático que
nos bancos convencionais e as exigências para que o cliente adquira um
serviço financeiro também são menos rígidas.
O que foi citado até aqui, porém, são serviços relativamente previ-
síveis para uma instituição financeira. O lbi vai além, com seus planos
odontológicos ibiOdonto, que contam com uma grande rede de den-
tistas credenciados em todo o País. Pagando R$ 12,90 (plano Prata)
ou R$ 21 ,90 (plano Ouro) por mês, os consumidores podem manter
seus dentes saudáveis. fazendo tratamentos, extrações, ortodontia e
intervenções de emergência. Os valores mensais dos planos são de-
bitados diretamente na fatura do cartão C&A ou ibiCard.
Para as empresas. o Banco lbi oferece o ibiFolha, uma forma de
oferecer acesso ao crédito de forma simples e desburocratizada para
os funcionários em regime CLT. Com taxas de juros baixas e crédito
que entra direto na conta-salário do colaborador da empresa (no valor
mínimo de R$ 240,00), o serviço debita as parcelas automaticamente
no holerite, em até 36 prestações. O ibiFolha não exige a consulta aos
bancos de dados do Serasa, SPC e CCF.
Os varejistas podem contar com o apoio do lbi para a obtenção de
capital de giro por meio do serviço de Antecipação de Recebíveis. O
banco paga à vista os valores gastos pelos clientes nos cartões private
/abe/ da C&A, dos parceiros lbi e da bandeira Mastercard.
Os números falam por si e explicam por que a C&A vem investindo
forte na expansão da rede de agências lbi. O banco fechou o ano de
2006 com um lucro líquido de R$ 126,4 milhões, contra R$ 124,7 mi-
lhões apurados no exercício anterior. A queda dos juros contribuiu para
a redução dos ganhos, apesar do aumento da carteira de crédito da
instituição para R$ 3,5 bilhões, R$ 1 bilhão acima do registrado em
2005. O patrimônio líquido da empresa alcançou R$ 460,5 milhões.
Os conceitos e exemplos vistos ao longo deste livro traçam a evo-
lução da crescente utilização dos serviços como um diferencial com-
petitivo e uma ferramenta de incremento de rentabilidade em merca-
dos cada vez mais acirrados e comoditizados. Existe, porém, ainda
outro aspecto que merece ser analisado: qual é a imagem que o con-
122
sumidor tem de toda essa variedade de serviços. Será que o brasilei- AQUINTA ONDA
ro consegue racionalizar toda a oferta de serviços que as empresas
têm apresentado? Será que consegue enxergar nelas um diferencial
sustentável? Esses são assuntos para o próximo capítulo.
127
PARTE 3
-
A PERCEPÇAO DOS
CONSUMIDORES
Capítulo 7
Energia Bémca/Betropaulo/CFfliCESP
Engenheiro/0:mtrução/Ovil/Pedreiro/Obras
Vendas!Telerrerketing/V endedor
Agua/Fornec1rrento de água 2%
tv1édico/Ps1cologoiEnfenrngem
Superrrercado!f\/ercado
r.totorista/Transporte/ ôn 1bus 2%
Banco/Bancário/Banqueiro 2%
Fonte: GS&MD
Serviços Públicos
Atributos 9%
Serviços Financeiros 5%
Fonte : GS&MD
0%
Total Sudeste Sul Centro-Oeste t-bdeste
Fonte : GS&MD
lldi:açâode
an,pparente
Passando em frente
lFot.etosnctler Qitdcxr
.l lV
• 1•
.ilrnale fleviltas
~
l.i;ta
telefôni:a/Tetefone
L
nternet
Fonte : GS&MD
· 135
AQmNTA0NDA Interessante notar que a fonte de referência da loja e as suges-
DOS SERVIÇOS NO VAREJO tões de amigos, conhecidos e parentes costumam também liderar
as opções de contato de clientes com as redes de varejo para a
compra de produtos, como tem sido usualmente observado em
outras pesquisas.
Um exemplo típico desse fenômeno é a informação sobre cabelei-
reiros / barbeiros / manicures. Como mostra o gráfico 4, em 60%
dos casos, os clientes se informam com amigos ou parentes. Outros
36% responderam "passando em frente".
No caso das orientações de profissionais especializados, a im-
portância do boca-a-boca também é bastante sentida: 69% dos
clientes baseiam sua decisão de compra do serviço nas indica-
ções que receberam. Apenas 12% decidem ao passar em frente à
loja e 7% por meio de folhetos. Quando o assunto é a própria casa,
a confiança depositada na opinião de um parente ou conhecido é
ainda maior: 87% das escolhas de profissionais para serviços do-
miciliares (como empregada doméstica) se dão por indicação, o
que indica a ausência de outras alternativas relevantes para a busca
de informação.
Pontualmente, outros meios de informação conseguem ter uma
participação relevante. No caso das agências de turismo, 9% dos
consumidores também se informam pela Internet, em um sinal da cres-
cente desintermediação do setor, que também se reforça com os bons
números das vendas on-line no País.
Quando o assunto são os serviços de assistência técnica, 22%
dos consumidores se informam com folhetos, um percentual supera-
do apenas no caso das entregas em domicílio, para as quais 32% dos
clientes baseiam-se nos folders que recebem de terceiros. A garantia
estendida surge com força na informação por meio de folhetos, com
20% de citações. É comum, porém, que esses fo/ders sejam recebi-
dos na própria loja.
Para preocupação da mídia como segmento de negócios, os meios
de comunicação tradicionais têm pouca relevância na decisão de com-
pra de serviços. Os outdoors praticamente não foram citados. A te-
levisão foi relevante apenas na compra de ingressos (21 %), embora
nesse caso possa-se argumentar que a informação sobre os filmes e
shows seja obtida pela tevê. Houve ainda índices entre 5% e 10% de
citações para a televisão em categorias como óticas, orientações fi-
nanceiras e fotografia / downloads.
Refletindo uma redução da importância dos jornais, esses meios
tiveram seu maior volume de citações na categoria ingressos, com
7% do total. Novamente, vale dizer que os jornais são consultados
para informações sobre os filmes e shows, não apenas sobre os
ingressos propriamente ditos. Já a lista telefônica teve 10% deres-
postas quando o assunto é assistência técnica, mostrando que ain-
da existe representatividade desse canal como meio de busca de
serviços gerais.
136 ·
Existem algumas justificativas para a pouca penetração dos meios AVISÃO ARESPEITODOS
SERVIÇOS NO VAREJO
de comunicação de massa em relação aos serviços. O primeiro deles
é o fato de que, de forma geral, os serviços são oferecidos localmen-
te e, freqüentemente, de maneira informal. É o chaveiro da esquina, a
manicure do bairro, o "conserta-tudo" da rua de baixo. São negócios
que têm um raio de atuação muito pequeno e que, por isso, não têm
necessidade nem demanda para investimentos em mídias de grande
alcance, como televisão e rádio .
O segundo ponto importante é que os serviços, em sua maioria,
não são compras planejadas. Ao contrário de um móvel ou eletro-
eletrônico, em que o consumidor se preocupa em pesquisar preços e
buscar condições mais interessantes de financiamento, no caso dos
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Eslabelecimenlo de rua Eslabelecimento de Eslabelecimenlo dentro Nendimento erealiz:ação Nendimenlo ereali z:ação
shopping de outro eslabelecimenlo do ser.iço em casa em casa contralado por
(que não shopping) contralado por telefone indicação
100%
80%
60%
40%
20%
0% 1
[Jnheiro Cartão de crédrro Cartão de débrro Cheque à~sta/à Pagamento on- Rnanciamento Boleto
pram'pré-datado ine/Débito automático
Fonte : GS&MD
138
cinemas), agências de turismo (22%), garantia estendida (20%) e re- AVISÃO ARESPEITO DOS
SERVIÇOS NO VAREJO
velação de fotos/ serviços digitais/ downloads (19%). A residência
aparece apenas nos casos óbvios, como entrega em domicílio, assis-
tência técnica e serviços domiciliares.
Por terem baixo valor unitário na maior parte dos casos, os servi-
ços costumam ser pagos com dinheiro, como pode ser visto no gráfi-
co 6. A participação é de incríveis 99% nos reparos de roupas (que
incluem as costureiras, em regime absolutamente informal) e nos cha-
veiros (quem dá um cheque ou usa cartão para pagar R$ 3,00?), é de
95% nos cabeleireiros/ manicures/ barbeiros, de 88% na compra de
ingressos e de 84% nas assistências técnicas. Entretanto, cai sensi-
velmente em serviços de maior valor, como seguro-saúde (41 %, o
equivalente à soma dos débitos automáticos e pagamentos com
boleto), viagens (43%, contra 37% de pagamentos com cartão de
crédito), linhas de crédito (37%, contra 32% do débito automático) e
seguros de bens (29%, contra 23% dos pagamentos com débito auto-
mático em conta).
Um ponto a ser ressaltado é o baixo uso dos cartões de crédito
como meio de pagamento de serviços. Embora 46% dos entrevista-
dos tivessem pelo menos um cartão, os índices de utilização ficaram
bem abaixo desse número, como pode ser visto no gráfico da página
ao lado. Somente na aquisição de pacotes turísticos existe uma forte
participação desse meio de pagamento (37%), o que pode ser expli-
cado pelo valor das transações. Deve-se destacar também que o uso
dos cartões para contratação de viagens é maior entre as mulheres
(48%) e cresce quanto maior o poder aquisitivo do consumidor. Nas
óticas, 19% dos clientes usam cartões. Na garantia estendida, o índi-
ce é de 17%, o que pode ser explicado pelo uso do cartão para a
compra do produto ao qual a garantia está vinculada.
Pelo fato dos serviços serem locais e de pequeno porte, de forma
geral, o cartão de débito ainda possui uma presença tímida. O maior
índice de citações ocorreu nos seguros de bens, com 7%, seguido por
óticas e serviços digitais/ revelação de fotos/ download, com 5%.
Transações de pequeno valor, realizadas em locais de pequeno porte,
muitas vezes sem terminais POS, colocam o cartão de débito com índi-
ces bastante baixos de penetração. O ponto fora da curva nessa aná-
lise é o uso dos plásticos pela classe A nas óticas: 22% das compras.
Comodidade 23%
Fonte: GS&MD
Qualidade Duvidosa
Fonte: GS&MD
140
Para 25% dos consumidores, porém, existem desvantagens na ofer- AVISÃO ARESPEITO DOS
SERVIÇOS NO VAREJO
ta de serviços pelo varejo. O principal aspecto apontado (7% dos
entrevistados) foram os preços ou juros mais elevados, seguidos por
excesso de filas (4%).
ce\\\(O ~o(·
Fatores Importantes
io\~\ Súoes\0 Sú\ oes\0 oes\0
Confiança/Honestidade/Sinceridade/Idoneidade 9% 8% 14% 5% 9%
Garantia do serviço 5% 5% 3% 5% 5%
Facilidade/ Praticidade 3% 7% 1% 0% 0%
Fonte: GS&MD
Gráfico 9 - Vantagem em oferecer serviços que não têm a ver com o estabelecimento:
Organização/Ambiente organizado - 2
Diversifica o mercado/ area, hoje está tudo globalizado - .: _
k]ilidade/Economiza tempo
Comodidade
Praticidade
Fonte: GS&MD
: Gráfico 1O- Des":antagem em oferecer serviços que não têm a ver com o estabelecimento
Fonte: GS&MD
~0º 11..<º"'
Tabela 2 - Serviços que utilizaria . e< s'l.<-v <ç.\e ~o·
--- -···· ...
----------------- .,
Indicações de prof. para serviços dom1cii1ares 40% 46% 31% 40% 44% 32%
Linha de crédito /Orientações financeiras 41% 33% 30% 37% 37% 27%
Orientações de um profissional espec1a 1,zado 43% 43% 41% 46% 47% 35%
Fonte: GS&MD
Nacional 10%
Extra 9%
Wal-Mart 8%
Nenhum 33%
Fonte: GS&MD
Achaqui 2%
Nenhum 77%
Fonte: GS&MD
Em todo o País, a rede com mais citações foi a Ferreira Costa, com
7% , apesar de atuação restrita no Nordeste. A Tend Tudo teve 6% no
Nordeste e no 5% Centro-Oeste, a Tumelero teve 6% de citações no
Sul e a Leroy Merlin, 4% no Sudeste. O mais relevante, no setor, é o
imenso branco na mente dos clientes no momento de relacionar servi-
ços e marcas de varejo. Uma enorme oportunidade para as marcas
que forem mais ágeis.
Nas farmácias, o cenário não é tão negro quanto nos materiais de
construção, mas ainda assim mostra que o terreno é virgem: 76% de
citações "nenhum" no Sudeste, 71 % no Sul, 84% no Centro-Oeste e
61 % no Nordeste. O consumidor não reconhece as farmácias como
sendo um local de prestação de serviços, mesmo que exista um far-
macêutico disponível no local.
Nesse aspecto o único que se mostra diverso são os 24% de
citações à rede cearense Pague Menos na região Nordeste, que
diminuiu sensivelmente o desconhecimento regional e mostrou
que a aposta da rede em se tornar quase que uma loja de conve-
niência, oferecendo produtos para compras rápidas e também
serviços como correspondentes bancários, encontra ressonân-
cia junto à população local. A Panvel, no Sul, teve 8% de cita-
ções, enquanto a Farmácia dos Pobres teve 8% de respostas no
Nordeste. No Sudeste, a Drogaria Araújo teve 6% de citações.
A Santa Marta, mais citada no Centro-Oeste, teve apenas 6%
de reconhecimento.
Na percepção dos consumidores, as farmácias não são prestadoras
de serviços, apenas vendedoras de medicamentos, reflexo sem dúvi-
da da restritiva legislação que orienta o setor.
148
Os números são um pouco melhores no varejo de móveis e ÃVISÃO ARESPEITO DOS
SERVIÇOS NO VAREJO
eletroeletrônicos, mas também não são animadores.
As respostas "nenhum" ficaram muito à frente de qualquer rede,
com 75% de citações no Sudeste, 76% no Sul, 77% no Nordeste e
77% no Centro-Oeste. De forma geral, mais de três quartos dos 190
milhões de consumidores brasileiros não identificam serviços ofereci-
dos nas redes do setor.
Fonte: GS&MD
Nenhum 77%
Fonte: GS&MD
Fonte: GS&MD
20%
15%
15%
9% 9% 9%
10%
5% 3% 2% 3% 4%
0%
Extra Carrefour Wal-Mart Bompreço BIG Pão de Zaffari
Açúcar
• Conhecimento • Confiança
........ .. .
Fonte: GS&MD
: 7%
6%
: 6%
: 5% 4% 4%
: 4% 3% 3%
: 3% 2%
: 2% 1% 1%
: 1%
: 0%
Leroy Merlin TendTudo C&C Ferreira Tumelero Balaroti Tupan
Costa
• Conhecimento • Confiança
Fonte: GS&MD
9% 8%
8%
7% 6%
6% 5% 5%
5% 4% 4% 4%
4%
3%
2%
1%
0%
Pague Araujo Pan\€1 Santa Marta Farmais Pacheco Santana
Menos
Conhecimento • Confiança
. . . . . .. . . . . . . ... .... .... ... . . ....
Fonte : GS&MD
Conhecimento • Confiança
Fonte: GS &MD
25%
21 %
20%
15%
9% 8%
10%
5% 6%
5%
0%
C&A Renner Lojas Americanas Riachuelo Pernambucanas
• Conhecimento • Confiança
25% 23%
20%
16%
15%
10% 7% 6% 5%
5%
0%
BR lpiranga Shell Texaco Essa
• Conhecimento • Confiança
Fonte: GS&MD
156
Um fenômeno bastante parecido acontece nos postos de combustí- AVISÃO ARESPEITO DOS
SERVIÇOS NO VAREJO
veis. O consumidor não percebe que uma troca de óleo é um serviço,
mas escolhe uma marca e se agarra a ela. Se brasileiro é apaixonado por
carro, é natural que ele, depois de testar algumas bandeiras, eleja uma e
seja, ao menos, um pouco mais fiel.
Por isso, os índices de confiança nas marcas são expressivos. A
Petrobras, com sua bandeira BR, foi a mais citada em todo o País, com
23% no Sudeste, 20% no Sul, 21 % no Centro-Oeste e 28% no Nordeste.
Somente no Sul não foi a marca mais citada, ficando atrás da lpiranga,
com 27%. A lpiranga foi a segunda mais mencionada nas demais regi-
ões, com 14% no Sudeste e no Centro-Oeste e 10% no Nordeste.
Ainda que com índices menores, todas as marcas apresentadas no
gráfico 16 partilham da mesma característica de terem um grau de
confiança bastante sólido, que permite trabalhar uma variedade de
serviços com grande ressonância junto aos consumidores.
• Aldi - Alemanha
Vendas 2006: US$ 42 bilhões
Número de lojas: 7429
Formato de loja: hard discount
• Amazon.com - EUA
Vendas 2006: US$ 10,7 bilhões
Número de lojas: 1
Formato de loja: Internet
• Arezzo - Brasil
Vendas 2005: R$ 350 milhões
Número de lojas: 202
Formato de loja: especializada em calçados
• Auchan - França
Vendas 2006: US$ 39,8 bilhões
Número de lojas: 1020
Formatos de loja: hipermercados e supermercados
• B2W - Brasil
Vendas 2006: R$ 2,36 bilhões
Número de lojas: N/A
Formatos de loja: Internet, TV shopping
• Banco Azteca - México
Vendas 2006: US$ 1,2 bilhão
Número de lojas: 1600
Formato de loja: agências bancárias
· 167
AQmm010A • Banco lbi - Brasil
oos &Rv1ços 10 llumo Carteira de crédito 2006: R$ 3,5 bilhões
Número de agências: 260 (130 dentro das lojas C&A)
• Best Buy - EUA
Vendas 2006: US$ 30,8 bilhões
Número de lojas: 1150
Formato de loja: eletrônicos (bíg box)
• BJ's Warehouse - EUA
Vendas 2006: US$ 8,3 bilhões
Número de lojas: 172
Formato de loja: clubes de atacado
• Breuninger - Alemanha
Vendas 2006: N/D
Número de lojas: 11
Formato de loja: lojas de departamentos
• Build-a-Bear - EUA
Vendas 2006: US$ 400 milhões
Número de lojas: 270
Formatos de loja: loja de brinquedos, Internet
• C&A Modas - Brasil
Vendas 2006: R$ 3,2 bilhões (estimativa)
Número de lojas: 130
Formato de loja: lojas de departamentos de vestuário
• C&C - Brasil
Vendas 2006: R$ 1, 1 bilhão
Número de lojas: 37
Formatos de loja: home centers, Internet
• Carrefour - França
Vendas 2006 (mundo): US$ 129,9 bilhões
Número de lojas: 12547
Formatos de loja: hipermercados, supermercados, lojas de conveniência,
soft díscount
Vendas 2006 (Brasil): R$ 12,7 bilhões
Número de lojas: 401
Formatos de loja: hipermercados, supermercados, soft díscount
• Casas Bahia - Brasil
Vendas 2006: R$ 11 ,5 bilhões
Número de lojas: 527
Formato de loja: magazines (eletroeletrônicos e móveis)
• Casino - França
Vendas 2006: US$ 32,3 bilhões
Número de lojas: 9537
Formatos de loja: hipermercados, supermercados, restaurantes, lojas de
conveniência, lojas de descontos, lojas de departamentos
• Circuit City - EUA
Vendas 2006: US$ 11 ,6 bilhões
Número de lojas: 640
Formatos de loja: especializada em eletroeletrônicos (bíg box), Internet
168
• Comerei - México ftEIAÇÃO
Vendas 2006: US$ 4, 18 bilhões DE VAREJISTAS
Número de lojas: 272 CITADOS
Formatos de loja: hipermercados, supermercados, restaurantes, clubes
de atacado
• Coop - Itália
Vendas 2006: 19, 1 bilhões de euros
Número de lojas: 5700
Formatos de loja: supermercados, hipermercados, lojas de vizinhança
• Coop - Suíça
Vendas 2006: US$ 12,07 bilhões
Número de lojas: 1500
Formato de loja: supermercados
• Costco - EUA
Vendas 2006: US$ 58,96 bilhões
Número de lojas: 490
Formato de loja: clube de atacado
• CVC - Brasil
Vendas 2006: N/0
Número de lojas: 200
Formato de loja: agências de viagens
• CVS - EUA
Vendas 2006: US$ 43,8 bilhões
Número de lojas: 6200
Formato de loja: farmácias
• D&S- Chile
Vendas 2006: US$ 1,4 bilhão
Número de lojas: 103
Formatos de loja: hipermercados, supermercados, hard discount, farmácias
• Debenhams - Reino Unido
Vendas 2006: US$ 3,4 bilhões
Número de lojas: 160
Formato de loja: lojas de departamentos
• Decathlon - França
Vendas 2006: N/0
Número de lojas: 350
Formato de loja: artigos esportivos (big box)
• Dicico - Brasil
Vendas 2006: R$ 400 milhões
Número de lojas: 18
Formato de loja: home centers
• Dillard's - EUA
Vendas 2006: US$ 7,8 bilhões
Número de lojas: 330
Formato de loja: lojas de departamentos
• DSG - Reino Unido
Vendas 2006: US$ 13,5 bilhões
Número de lojas: 1200
Formatos de loja: eletroeletrônicos, telefonia celular, Internet
169
AQUINTA ONDA • Econauta - Portugal
Dos SERv1ços NO VARuo Vendas 2006: N/D
Número de lojas: 6
Formatos de loja: lojas de artigos esportivos e Internet
• EI Corte lnglés - Espanha
Vendas 2005: 15,9 bilhões de euros
Número de lojas: 1250
Formatos de loja: lojas de departamentos, supermercados, hipermercados,
lojas de conveniência, agências de turismo, postos de combustíveis.
• Elektra - México
Vendas 2006: US$ 3, 16 bilhões
Número de lojas: 1600
Formatos de loja: magazines (eletroeletrônicos e móveis), eletrônicos, agên-
cias bancárias
• Falabella - Chile
Vendas 2006: US$ 4.4 bilhões
Número de lojas: 144
Formatos de loja: lojas de departamentos, home centers, supermerca-
dos, shopping centers
• Fast Runner - Brasil
Vendas 2006: N/D
Número de lojas: 3
Formato de loja: especializada em artigos esportivos
• Fnac - França
Vendas 2006: US$ 6,06 bilhões
Número de lojas: 116
Formato de loja: especializada em artigos eletrônicos, música, livros e vídeo
• Galerias Lafayette - França
Vendas 2005: US$ 2,09 bilhões
Número de lojas: 67
Formato de loja: lojas de departamentos
• Globetrotter - Alemanha
Vendas 2006: 150 milhões de euros
Número de lojas: 7
Formatos de loja: lojas de artigos esportivos, Internet
• Harrods - Reino Unido
Vendas 2006: N/D
Número de lojas: 2
Formatos de loja: loja de departamentos, loja de conveniência
• Hering - Brasil
Vendas 2006: R$ 200 milhões
Número de lojas: 190
Formato de loja: especializada em vestuário
• Holt Renfrew - Canadá
Vendas 2006: US$ 424,9 milhões
Número de lojas: 9
Formato de loja: loja de departamentos
170
• Home Depot -EUA REIN;Ão
Vendas 2006: US$ 90,4 bilhões DEVAREJISTAS
Número de lojas: 2150 CITADOS
Formatos de loja: home centers, Internet
• Insinuante - Brasil
Vendas 2006: R$ 1,4 bilhão
Número de lojas: 220
Formatos de loja: magazine (eletroeletrônicos e móveis), Internet
• JC Penney - EUA
Vendas 2006: US$ 19,9 bilhões
Número de lojas: 1035
Formatos de loja: lojas de departamentos, catálogos, Internet
• Kaufhof - Alemanha
Vendas 2006: US$ 2,7 bilhões
Número de lojas: 141
Formato de loja: lojas de departamentos
• Kohl's - EUA
Vendas 2006: US$ 15,5 bilhões
Número de lojas: 834
Formato de loja: lojas de departamentos
• Lar Center - Brasil
Vendas 2006: N/D
Número de lojas: 120
Formato de loja: shopping de móveis e decoração
• Leclerc - França
Vendas 2006: US$ 20,6 bilhões
Número de lojas: 580
Formatos de loja: hipermercados, supermercados, superstores, óticas,
postos de combustíveis, vestuário, home centers
• Leroy Merlin - França
Vendas 2004 (mundo): US$ 4, 14 bilhões
Número de lojas 2004: 286
Vendas 2006 (Brasil): R$ 860 milhões
Número de lojas 2006: 13
Formato de loja: home centers
• Lidl - Alemanha
Vendas 2006: US$ 42 bilhões
Número de lojas: N/D
Formato de loja: hard discount
• Loblaw - Canadá
Vendas 2006: US$ 25,72 bilhões
Número de lojas: 1077
Formatos de loja: supermercados, hipermercados, hard discount, cash &
carry e clubes de atacado.
• Lojas Colombo - Brasil
Vendas 2006: US$ 1, 12 bilhão
Número de lojas: 340
Formatos de loja: magazine (eletroeletrônicos e móveis), lojas de mó-
veis, lojas virtuais (sem estoque), Internet
171
AQmNTAONoA • Lojas Renner - Brasil
oosSatv1ços NO VAREJO Vendas 2006: R$ 1,9 bilhão
Número de lojas: 81
Formato de loja: lojas de departamentos
• Lowe's - EUA
Vendas 2006: US$ 46,9 bilhões
Número de lojas: 1380
Formatos de loja: home centers, Internet
• Macy's lnc - EUA
Vendas 2006: US$ 27 bilhões
Número de lojas: 850
Formato de loja: lojas de departamentos
• Magazine Luiza - Brasil
Vendas 2006: R$ 2, 1 bilhões
Número de lojas: 354
Formatos de lojas: magazine (eletroeletrônicos e móveis), lojas virtuais (sem
estoque) e Internet
• Marisa - Brasil
Vendas 2006: N/0
Número de lojas: 165
Formato de loja: lojas de departamentos
• Marks & Spencer - Reino Unido
Vendas 2006: US$ 13,6 bilhões
Número de lojas: 456
Formatos de loja: lojas de departamentos, lojas de conveniência
• Meijer - EUA
Vendas 2006: US$ 12,5 bilhões
Número de lojas: 170
Formato de loja: supermercados
• Metro - Alemanha
Vendas 2006: US$ 80 bilhões
Número de lojas: 2378
Formatos de loja: supermercados, hipermercados, cash & carry, eletro-
eletrônicos, lojas de departamentos
• Migros - Suíça
Vendas 2006:
US$ 16,95 bilhões
Número de lojas: 1024
Formatos de loja: supermercados, quiosques, restaurantes, hipermercados
• Monoprix - França
Vendas 2006: US$ 2,07 bilhões
Número de lojas: 290
Formatos de loja: lojas de departamentos, lojas de conveniência
• My Ways - Dinamarca
Vendas 2006: N/0
Número de lojas: 1
Formato de loja: híbrido de Restaurante e padaria
172 ·
• Nivea Haus - Alemanha ftWIÇÃO
Faturamento 2006: N/D DE VAREJISTAS
Número de lojas: 1 CITADOS
Formato de loja: spa
• Nordstrom - EUA
Vendas 2006: US$ 8,6 bilhões
Número de lojas: 150
Formato de loja: lojas de departamentos
• Onofre - Brasil
Vendas 2006: R$ 400 milhões
Número de lojas: 32
Formato de loja: farmácia
• Grupo Pão de Açúcar - Brasil
Vendas 2006: R$ 16, 1 bilhões
Número de lojas: 499
Formatos de loja: hipermercados, supermercados, eletrônicos, lojas de vizi-
nhança, Internet
• Lojas Pernambucanas - Pernambucanas
Vendas 2006: R$ 950 milhões (estimativa)
Número de lojas: 238
Formatos de loja: lojas de departamentos, Internet
• PetSmart - EUA
Vendas 2006: US$ 4,2 bilhões
Número de lojas: 900
Formato de loja: lojas especializadas em artigos para pets
• Ponto Frio - Brasil
Vendas 2006: R$ 2,9 bilhões
Número de lojas: 369
Formatos de loja: magazine (eletroeletrônicos e móveis), Internet
• PPR - França
Vendas 2006: US$ 23,95 bilhões
Número de lojas: 981
Formatos de loja: lojas de departamentos, eletrônicos, vestuário, calçados,
artigos de luxo
• Publix - EUA
Vendas 2006: US$ 21,7 bilhões
Número de lojas: 902
Formato de loja: supermercados
• REI - EUA
Vendas 2006: US$ 1,2 bilhão
Número de lojas: 90
Formatos de loja: lojas especializadas em artigos esportivos, Internet
• Rewe - Alemanha
Vendas 2005: US$ 30 bilhões
Número de lojas: 10766
Formatos de loja: supermercados, cash & carry, restaurantes, hard discount,
drogarias, eletroeletrônicos
· 173
AQmNTAONDA • Riachuelo - Brasil
oosSa!v1ços No VARuo Vendas 2006: R$ 2,33 bilhões
Número de lojas: 86
Formato de loja: lojas de departamento de vestuário
• Ripley - Chile
Vendas 2006: US$ 800 milhões
Número de lojas: 43
Formatos de loja: lojas de departamentos, agências de viagens
• Rite Aid - EUA
Vendas 2006: US$ 17 ,3 bilhões
Número de lojas: 3300
Formato de loja: farmácias
• Safeway - EUA
Vendas 2006: US$ 40,2 bilhões
Número de lojas: 1755
Formato de loja: supermercados
• Sears - EUA
Vendas 2006: US$ 30 bilhões
Número de lojas: 995
Formatos de loja: lojas de departamentos, lojas de descontos, Internet
• Selfridges - Reino Unido
Vendas 2006: N/D
Número de lojas: 4
Formato de loja: lojas de departamentos
• Starbucks - EUA
Vendas 2006: US$ 7,8 bilhões
Número de lojas: 13000
Formato de loja: cafeteria
• Target - EUA
Vendas 2006: US$ 59,49 bilhões
Número de lojas: 1500
Formatos de loja: lojas de descontos, Internet
• Tchibo - Alemanha
Vendas 2006: 3,9 bilhões de euros
Número de lojas: 1000
Formatos de loja: cafeterias, lojas de conveniência, quiosques
• Telhanorte - Brasil
Vendas 2006: R$ 950 milhões (estimativa)
Número de lojas: 22
Formato de loja: home centers
• Terry White Chemists - Austrália
Vendas 2006: N/D
Número de lojas: 11 O
Formato de loja: farmácias
• Tesco - Reino Unido
Vendas 2006: US$ 68, 7 bilhões
Número de lojas: 2700
Formatos de loja: hipermercados, supermercados, lojas de conveniência,
superstore, Internet
174
REIAÇÃO
• Virgin - Reino Unido OE VAREJISTAS
Vendas 2002: US$ 7,2 bilhões
CITADOS
Número de lojas: 200
Formatos de loja: lojas de áudio e vídeo, telefonia, mídia digital
• Waitrose - Reino Unido
Vendas 2006: US$ 5,3 bilhões
Número de lojas: 185
Formato de loja: supermercados
• Walgreen - EUA
Vendas 2006: US$ bilhões
Número de lojas: 5300
Formato de loja: farmácias
• Wal-Mart - EUA
Vendas 2006 (mundo): US$ 345 bilhões
Número de lojas: 5930
Vendas 2006 (Brasil): R$ 12,9 bilhões
Numero de lojas: 302
Formatos de loja: supercenters, supermercados, soft discount, clubes de
atacado, lojas de vestuário, cash & carry, restaurantes
• Wegmans - EUA
Vendas 2006:
US$ 4, 1 bilhões
Número de lojas: 70
Formato de loja: supermercados
• Whole Foods - EUA
Vendas 2006: US$ 5,6 bilhões
Número de lojas: 185
Formato de loja: supermercados
• World Tennis - Brasil
Vendas 2006: N/D
Número de lojas: 131
Formato de loja: especializado em artigos esportivos
• Yardo - Suíça
Vendas 2006: N/D
Número de lojas: 1
Formato de loja: supermercado
175
Destaque
As lições do l 0° Fórum de Varejo
9,25
6 ,2 6,0
5,7
4 ,7 4 ,76
2 ,7
1,3
-1 ,29
L -0 .37-0,68
2002 ~'·'
-1,4
2004 2005 2006 2007 1
-3,68
CJP IB
• consumo de
Famílias
D Varejo
• • • • • • • • • •
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2006 2007 2008 2009 201 O 2011 2012 2013 2014 2015
- PIB - + - Estimativa gastos com ser.,iços --...consumo de famílias
Fonte: GS&MD
pação com a diferenciação em serviços. É por essa razão que forma- 10• fóRUM DEVARUI
tos em rápida expansão não estão tão desenvolvidos na oferta de
serviços quanto os supermercados ou as lojas de departamentos,
que vêm apresentando índices de crescimento muito mais tímidos e
atuam em ambientes mais competitivos.
187
O que é fundamental saber
Data&Varejo
..................................
Data & Varejo - o comércio brasileiro O comércio brasileiro em números
189
O que está além do horizonte
do varejo e da distribuição?
190
Inovar ou desaparecer?
Qual caminho sua empresa Marcos Gouvêa de Souza - Alberto Serrentino · Eduardo Macedo
irá seguir?
INOVAÇÕES NO VAREJO
DIFERENCIE-SE E CONQUISTE
Em todo o mundo, a constan te mudan- A LEALDADE DOS CONSUMIDORES
ça de cená rios, a imensa quantidade de
ma rcas e produtos que competem pela
atenção do consumi dor e a pressão sobre
a rentabil idade das empresas torn am a
inovação fundamental. Não há dúvidas: ou
as empresas buscam a inovação de for-
ma incessante, ou desapa recem.
INOVAÇÕES NO VAREJO
Diferencie-se e conquiste a lea ldade dos consumidores
Duração : 40 minutos
Acompanha Guia do Facilita dor
Apresentação: Alberto Serre ntino, Eduardo Henrique de Macedo e
Marcos Gouvêa de Souza
191
sente no varejo (alimentos e não-
alimentos), atacado, distribuido-
res, indústria de bens de consu-
mo, serviços e shopping centers,
tendo como clientes as princi-
pais empresas desses setores no
País .