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Contraponto Tonal I
Tópicos do Conteúdo Teórico do Contraponto Tonal Instrumental
Prof. J. Orlando Alves

1) Definições, breve histórico, bibliografia;


2) Características da Polifonia;
3) A importância relativa das notas;
4) Algumas implicações harmônicas mais importantes;
5) Considerações sobre o contorno melódico;
6) Princípios do contraponto a 2 vozes;
7) A forma nas invenções a duas vozes.

1) Definições:
• “A arte de combinar duas ou mais linhas melódicas independentes
simultaneamente de acordo com um sistema de regras” (Willi Apel,
Harward Dictionary of Music);
• “A técnica de combinação de duas ou mais linhas melódicas de uma forma
musical satisfatória” (Kennan, Counterpoint, p. 3).

Breve histórico (alguns dos principais tratados e sua importância):


• Tinctoris (1477) – reflexão sobre a natureza dos sons e as suas junções, onde as
regras possibilitam a criação e improvisação. Início do tratamento das
dissonâncias.
• Zarlindo (1558) – o mais influente tratado do séc. XVI. Relaciona os modos
eclesiásticos, propõe técnicas de imitação e inversões melódicas. Sistematização
maior do tratamento das dissonâncias.
• Vincenzo Galilei (1650) – adapta a teoria do contraponto às inovações
composicionais atribuídas a Monteverdi e rotulada de 2ª Prática, onde existe
uma maior liberdade na utilização das dissonâncias.
• Fux (1755) – retorno ao contraponto modal rígido, segundo a prática de
Palestrina. Sistematizou as cinco espécies de contraponto e tornou-se o tratado
mais didático para o ensino da composição.

Bibliografia básica (referencial teórico, disponível para cópia):


KENNAN, Kent – Counterpoint. Prentice Hall, New Jersey, 1999.

Bibliografia complementar:
GOETSCHIUS, Percy – Counterpoint Applied. Edwin F. Kalmus Publisher of
Music, New York.
BENJAMIN, Thomas – Counterpoint in the Style of J. S. Bach. Schimer Books,
London, 1986.
JEPPESEN, Kund - Counterpoint – The Polyphonic Style of the Sixteenth
Century. Dover Publications, New York, 1992.
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2) Características da Polifonia:
• Música com no mínimo duas vozes distintas de igual importância;
• Cada voz mantém sua identidade melódica;
• As vozes mantêm movimentos rítmicos e melódicos independentes;
• As vozes compartilham o mesmo contexto métrico e harmônico;
• As vozes podem compartilhar idéias motívicas;
• As vozes se complementam, criando uma única idéia.

3) A importância relativa das notas:


(condições que favorecem, ou indicam, a importância de determinadas notas em
uma melodia)
• Se a nota é a mais aguda ou a mais grave em uma frase ou segmento;
• Se é a primeira ou a última;
• Se possui uma duração mais longa;
• Se é repetida;
• Se possui uma acentuação dinâmica;
• Se é uma nota harmônica ou de passagem;
• Se está por grau conjunto ou por salto.

Exemplo (Kennan, pág. 8):

4) Algumas implicações harmônicas mais importantes:

• Paralelismos:

Exemplo (Kennan, pág. 47):

• Cromatismos (melódicos e harmônicos)


• É proibida utilização vertical da 4ª justa em tempo forte
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5) Considerações sobre o contorno melódico:

• Dois movimentos obrigatórios: a sensível sobe a tônica e a 7ª desce para a 6ª;


• Utilizar no modo menor a escala melódica;
• Quando existem saltos na mesma direção, as notas devem formar uma harmonia
aceitável dentro do estilo. Evitar, por exemplo (Kennan, pág. 14, ex. 20):

• Mesmo dentro de uma harmonia, dois saltos na mesma direção devem ser
evitados (acima de uma 6ª), pois quebram o contorno melódico. Geralmente o
salto é compensado por grau conjunto na direção oposta. Exemplo (Kennan,
pág. 15, ex. 21):

• A melodia deve possuir um sentido de direção para um clímax;


• Deve existir um balanceamento na utilização de graus conjuntos e disjuntos;
• Deve existir um balanceamento entre movimento ascendente e descendente.

6) Princípios do contraponto a 2 vozes:


• Independência entre as partes: utilização preferencial do movimento contrário
ou obliquo. O movimento direto deve ser utilizado como contraste entre os
anteriores;
• Implicações harmônicas: NUNCA excluir a fundamental e a 3ª em tempo forte
ou na definição de uma harmonia. Pode-se omitir a 5ª do acorde. Dobramentos:
nunca dobrar a sensível e a 7ª dos acordes de dominante.
• Ritmo harmônico: as mudanças de harmonia devem ocorrer de preferência na
mesma unidade de tempo;
• Cadências: no final de cada exercício deve existir sempre uma cadência
perfeita;

Tópicos de Revisão de Conteúdos Básicos

1) Revisão da nomenclatura das notas melódicas;


2) Revisão de tons vizinhos;
3) Revisão das dominantes secundárias.

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