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i T363m ‘haga, Paul Mente: intdugao&cucia cognitive / Pau Thagard (rad, Maria Rita Hofmeister Porto Alege And 1998 1. Psicologia cognitiva —Propriedates de mente. 1. Titulo cpu 159922 Catalogagio na poblicagao: MGnice Balleo Canto ~ CRB 10/1023 ISBN 85-7307-460-4 MENTE Introdugao 4 Ciéncia Cognitiva Paul Thagard Director ofthe Cognitive Science Program. Profes:or of Philosophy and Adjant Professor of Psychology and Computer Science at the University of Waterloo. ‘Tradugio: Matia Rita Hofmeister It Médica psiquiatra. ‘Tradutora formada pela Faculdade de Letras da PUCRS (uradutor e intérprete) ‘Consaltoria, supervisio e revisio (nica desta edigio Kéhia Cristina Stacco Smole Licenciada em Matematica pela USP. Douioranda em Educazao pela USP. PORTO ALEGRE, 1998 (Obra orginalment publica sb 0 alo ‘Mind introduction to eogniive science ‘© Massechussts Institute of Technology, 1936 ISBN 0.262-20106-2 Capa: Marto Rolnett Preparagio do onginal Suennicetitoa! = ARIVED pain eles editograticn aitoragto clednien Reservas todos os direitos de pubicagio em lingua portzuesa® EDITORA ARTES MEDICAS SUL LTDA. [Av Jeronimo de Ornelas, 670 — Fone (OS1) 330-3484 FAX (051) 330-2378 ‘90040340 Poro Alegre, RS, Brasil SAO PAULO Rua Francisea Lelio, 146 — Pinheiros Fone (O11) 882-6160 {05414.020 So Pauly, SP, Bras IMPRESSO NO BRASIL, PRINTED IN BRAZIL Para Aduin, uma mente privilegiads gtadecimentos ‘Sou muito grato aos estudantes da University of Waterloo que participaram «e varios cursos onde este material foi desenvolvido pela primeira vez. Agradego Andrew Brook, Chris Elias, Janet Kolodner, Amy Pierce, Michiel Ranney, Eric ‘Steinhart e eriticos andnimos pelos comentirios sabre 0 projeto inicial. Kim Honeyford fornecen excelente propaganda editorial. Agradego a Betty Stanton ¢ ‘Anne Mark, da Editora MIT, as valiosas sugestdes. Enquanto eserevia este livro, mintia pesquisa foi apoiada pelo Social Sciences and Humanities Research Council of Canada e pelo Natural Sciences and Enginesring Research Council of Canada, Agradego a Keith Holyoak (e Editora MIT) a permissio para aproveitar alguns pardgtafos de nosso livto Mental leaps. Azradeco muito a Jennifer Smith e Chris Elias 0 desenho “em quebra-cabe- ga" da capa, na edigao em inglés, e a Nina Gandhi a revisio, Tefacio ‘A cineia cognitiva € o estado interdisciplinar da mente ¢ da inteligéncia, englobando filosofia, psicologia,ineligéncia artificial, neurociéneia, ingiistica eantropologia, Suss erigens intelectuais sao da metade da década de 50, quando pesquisadores de diversas dreas comegaram a desenvalver teorias sobre-a mente bbaseadas em representagies complexas t procedimentos na érea da computacéi. Suas origens organizacionais sao da metade da década de 70, quando se formou a Cognitive Science Society ¢ 0 jomal Cognitive Science. Desde entio, mais de sessenta universidades da América do Norte e da Europa estabeleceram progta- ‘mas de ciéncia cognitiva e muitas ouiras formaram cursos sobre a mesma. ‘Ensinar mam curso interdiceiplinar de ciéneia cognitiva & diffcil porque ox estudantes que 0 fregiientam tém bases muito diferentes, Desde 1993 leciono ‘num eurso popular na University of Waterloo chamado Introdugao a Ciéncia Cognitiva. Por um lado, o cnrso atrai estudantes especializados na érea da com- putagiio oriundos da cigncia da computagao ¢ engenharia que sabem muito pouco Sobre psicologia ou filosofia; ¢, por ouro, atta estudantes que possuem uma boa base de psicologia ou filosofia, mas sabem muito pouco sobre computagao. Este livro faz parte de uma tentativa de formar umn curso que niio pressupde qualquer preparaglo especial em qualquer uma das éreas da ciéncia cognitiva, Ele preten- {de fuzer com que os estudantes se interessem pela mente ¢ pela inteligéncia para ‘qe vejam que existem muitas abordagens qne-complementam a investigagio das Existem pelo menos trés formas diferentes de apresentar a ciéncia cognitiva para uma platéia multidisciplinar. A primeira € concentrar-se em dreas diferentes da psicologia, da inteligéncia artificial, assim por diante, A segunda é organizar X_ Preficio © debate sobre diferentes fangdes da mente, como a resolugio de problemas, a meméria, o aprendizado e a linguagem, Escolhi uma terceira abordagem, sistc- aticamcate descrevendo ¢avalianido as prineipais corias da represeriagdio mental ‘ue foram defendidas por cientistas cognitivas (rede neural artificial). O debate sobre tais abordagens te6ricas fundumentais fornece uma mancica unificada de Apresentar as contribuigbes das diferentes éreas da ciéncia cognitiva para a com. Prensa de virias funcdes mentais importantes. ‘Meu objetivo ao escrever este livro & torné-to acessfvel a todos os estudan- (es que iro provavelmente se inscrever mum curso de introducio 4 citncia ognitiva, Para aleangar tal objetivo € necessétio, por exemplo, explicar a ldgica dde uma forma acessivel aos estuclantes de psicologia, explicar os algoritmos de computagao de forma acesstvel para estudantes ingleses, econtrovérsias filosdt cas de forma acessfvel para estudantes da ciéncia da computago. Um feedback Sobre as falhas na compreensio ser muito apreciado. Emibort este livra sejadirigido a estudantes nio-graduados, ele também pode ser til para gracuados ¢ universitirios que queiram ver como suas proprias dreas se aduptan A cigncia cognitive no ges. Nav cxcsevi ui caciciopédia, Conside. Fando que a tOnica central deste exercicio ¢ oferecer uma introdugao integrnda, eserevi o livro de forma relativamente breve e me mantive ficl a'seu objetivo. salientando mais o todo que os detalhes. Ao ver a cigneia cognitiva como a interseogo mais do que a unidi de todas as éreas relevantes, omili muitos i6picos ue siio basicos em introdugées & intcligéncia artificial, psicologia cognitiv, fr losofia da mente, © assim por diantc. Cada capitulo termina com um resumo ¢ sugestdes de Ieituras posteriores, A segio Notas, em cada capftulo, oferece infor. ‘mages de interesse especializado, Este livro foi eserito com muito entusiasmo pelo fato de as teorias da repre- Sentagio mental e computagao terem contribufdo para a compreensio da mente, ‘mas também com a consciéncia de que aciéncia cognitiva tem um longo cazninho a percorrer, A parte II do livro abord os desafios As suposigGes bisicas da citn. ‘ela cognitiva ¢ sugere divegtes para um trabalho interdiseiplinar futuro, umiatio PARTE | Abordagens da Ciéncia Cogritiva 1. Representagtio © Computagio ..... 2 Légica fost 31 3. Regras. . 49 4. Conceitos. 8 5. Anslogias 9 6. Imagens 95 7 Coucades... on vce 1D 8. Revistio © AValiag&0 a snunnnenn nee 129 PARTE Desafios da Cincia Cognitiva 9. Emogoes ¢ Consciénei. senses 14 10. Ambiente Fisicos e Sociais a 155 11, Sistemas Dindmicos ¢ Conhecimento Matematica "cr... 169 12. O Futuro da Cigncia Cognitiva ...senmnineneninnnrroonne 183 Referéncias Biblio grAfCAS ..sensninneneinnsis 191 Indice Remissivo... 203 PARTE I ABORDAGENS DA Giénaa Cocnmva ee Captruvo 1 epresentacao e Computacao ESTUDANDO A MENTE Voce jd se preacupau alguma vez sobre come a mente funciona? Todos os dias. as pessoas reaizam uma ampla gama de tactas mentai:resolvendo proble, mas no seu trabalho ou na escola, tomando decisdes sobre sua vida ‘pessoal, ex- plieando as aitades de pessoas que conhecem eajquirindo novos conccits come wrunge rock, bud hair day e vajando na Intemet/O principal objtive de clencie cognitive € explicar como as pessuas chegam a seus difeentestipos de pena, ‘mento. Queremas nfo apenas desereveros diferentes tipos de resaugio eprom. Aizado de problemas, mas também explicar como a monte realiza estas overs, el Entender como a mente funciona é importante para muitas atividades priti- as, Os edueadoresprecisam sabera natureza do pensamento dos estudantes para Planejar meliores mes de ensind-los. Engenhciras e outros desenhistas preci. sam saber o que os uilizadores potenciais de seus predates ito provavelmente pensar quando estiverem usando os produtos de forma eficaz ou nio, Pdcm set feitos eomputadores mais inteligentes refletindo sobre o que toma a5 pessoes imteligentes. Os polticas e outras pessoas que tomam decisGes porlom ter mis sucesso se compreendrem o processo mental das pessoas com as as in erat Mas estudar'a mente io ffeil, j que no podemos de repente abrir oma janela para ver como ela finciona. Ao fongo dos séculos, ldsofes¢ pscdlogos 16 Pare Pagar tifizaram uma série de metforas para a mente, comparando-a, por exemplo, a tuma folha banca na qual sio debxadas impressdes, a uma invengae hidrautica ‘com varias foreas operando-a, ea um quadro de ligagio telefnica. Nos dtimos. ccogiienta anos, toraram-se dispontveis novas moliforas sugestivas para o per Eamento através do desenvolvimento de novos tipos ve vomputadores, Mu tos, mus nin todos 0s eientistas cognitivos, véem 6 pensamento como wm tipsy de computagio & utiliza metaforas para descrever & expl Sbiveni cu aprenidem sobre seus problemas. (© QUE VOCE SABE? ‘Quando os estucantes comegam a estudar na universidade, eles t€mn tito inais a aprender além do material do curso. Aqueles ainda nifo-graduados, que tstto em diferentes programas, teio que lidar com assuntos muito diferentes, tnas todos eles t2m que adiquirir um coahecimento bisico sobre como a universi- ‘ale funciana. Como voc8 se inscreve em cursos? A que horas as aulas come- ‘gam? Quais os cursos bons e guais éevem scr evitados? Quais sio os requisites Fara uma nota? Qual €0 melhor eaminho de um prélio para o outro? Como sio os, Duttos estadantes do campus? Qual o melhor local para divertr-se sexta-feira a nite? Respostis a esses perguntas passam a fazer parte da mente da maioria dos ‘estudantes, mas de que forma passam a fazer parte? A maioria das cientistas ognitivos concorda que conkiecimento dentro da mente consists em represen tapsesmentais- Todos Cen tavleidade com as representagGes nko mentals, conto as palavras nesta pagina. Apenas uilizl as palavres “esta pégina” para represen far a pligina que vocé esté vendo agora. Os estudantes freqllensemente também "usam representagGes ilustradas, como mapas de seus carpus € prédios, Para res ponder & stultos tipos de conhiecimento, come, por exemplo, sobre o que as estu- Gantes sabem sobre a universidade, os cientistas cognitivos propuseram varios tipos de representagiia mental enmo repras, conceitos. imagens ¢ analogias. Os estudanies passam a fazer uso de regras como se eu quero me Jormar, preciso Jazar dez cursos. Bles tamhém adquiremoneeitas cnvolyendo novos termos como bird, Mickey Mouse ou gu, todos usados para descrever um curso especialmente facil, Para deslocar-se-de um prédio a outro, uma imagem ou quadro do leiaute do ‘campus deve ser muito Gti. Depois de entrar num curso de que gostam muita, os tstudantes podem tentar encontrar outro curso semelhante para se inscreverem. ‘Tendo interagido com numerosos estudantes de diferentes programas do campus, ‘0s estudantes podem formar estereétipos de tipos diferentes de pessoas nfo gra- ‘duadas, embora possa ser dificil dizerem no que exatamente constituem esses esterestipos. (0 conhecimento que os estadantes adquirem sobre a vida ma universidade ‘nfo €obtido apenas pelo actmulo de informagbes, Os estudantes enfrentam nu- rietosos problemas, como ir bent nos seus cursos, ter uma vida. social devente-& Meme AT ‘conseyuir um emprego depois da graduacio, A soluetio destes problemas exige {que a pessoa Taga coisas com as representaces mankais, como pensar que voce Sinda tom mais cinco diseiplinas antes de se formar, ou decidit ndo se inserever ‘mais na disciplina do professor Tédio, 4 cifncia cognitiva prope que as pessoas tem procedimentes mentais que opera nas representayes meats para produ vir pensamentos @ agdes. Tipos diferentes de representagbes mentais, como re rage conceltos, promovem tipos diferentes de procedimentos mentais, Conside~ ee diferemes formas de reprosentar nfiaros. A maioria das pessoas (era fami tidade com a representagdo numériea ardbica dos miimeros (1, 2,3, 10, 100, tc-) Geom os procedimentes padres de soma, multiplicapdo, c assim por diane. Os qiimeroe romanos podem também representar ndmergs (I, III, X, C, ete.) mas les exigem diferentes procedimentos pars a reatizagio de operagsesaritmsticas. “Tente dividir CIV (104) pot XXVI 26) 'A primeita paste dest livre expe as diforontes abordagens das repre Ges c provedimentos mentais desenvolvidos nas iltimas quatro décadas de pes inisa sobre a cineia cognitiva. Houve muitascontrovérsias sobre os méritos das iferentes-abordagens, € muitos ds prinepais ters da ciéacia cognitiva dis- ‘utiram yeementemente sobre a primazia da abordagem preferidia por cles. Mi- tha abardagem € mais clétic, 4 que acredito que as diferentes teotias da repre- Sentagio mental agora dispontveis so mais complementares que compettivas, A tonte humana & impressionantemente complexa, ¢ a compreetstio que temo dela pode ser maior ao Se cosiderar seu uso de fegras como aquelas deseritas fnteriormente, assim como muitos outros tipos de representagdes incluindo alga mrs n2o muito familiares, Hstasbltimas inchiem representayes “conexionistas” fou rede neural”, que sero diseutidas no capt 7. 0. COMECO ‘As tentativas de compreender a mente e suas operardes existem pelo menos desde os gregos, quando filésofos como Plato e Aristételes tentaram explicat a jatureza do conhecimento humano, Plaiiu peusaya que o conkeeiments mais, importante vem fe conceitos como viriede, que é um conhecimento inato, inde pendentemente da experiéneia dos sentidos, Outros fl6sofos, como Descartes & Leibniz, arubém acreditam que conkecimento pode ser obtido apenas pelo pen- samento ¢ pelo raciocinio, uma posigze cenhecida como racionalisimo. Atistotcles, {io contri, referia-se 20 conheciiento em termos de regras,tais como Fades os seres humanas sto mortais, que sio aprenclidas com a experiéncia, Esta posigao filoséfica, defendida por Locke, Hume e outros é conhecida como empirismo, No séoalo XVIII, Kant tentou combinar racionalismo ¢ empi- rismo, argumentande que 0 conhecimento humano depends tanto da experiéncia dos sentidos quanto de capacidades inatas da ment. ‘O estuco da mente permanecen no dominio da filosofia st6.0 século XIX, quando foi desenvalyida a psicologia experimental. Wilhelm Wunct e seus estu- 18 Poul Phagard dlantes iniciaram métodos Iaboratoriais para o estudo de operacdes mentais de forma mais sistemitica, Entrelanto, em poucas décadas, a psicologia experime lal foi dominada pelo bekaviorismo, uma visio que virtualmente negava a exis. téncia da mente, De acordo com behaviorist como J.B, Watson (1913), psico logia deve restringir-se a examina arelagdo entre estimules observudos respos {as comportamentais observadas. Foi proibide falar sobre a consciéncia ea repre- sentagio mental em discussoes cientificas respeitiveis. Especialmentc na Amé ea do Norte ¢ behaviorismo dominou a cena da psiealogia durante a década de 50. Por volta de 1956, 0 mundo da psicologia comegou a mudar dramaticarnen- te. George Miller (1956) sintetizou numerotos estudos que mostraram que ica acidade do pensamento human é limitada, sendo a meméria a curto prazo, por ‘exemplo, limitada em tomo de sete itens. (Fsta é a razdo pela qual ¢ difteil lem. bbrar niimeros longos de telefones ou do seguro social.) Ile propés que as limita. «es da meméria podem ser superadas recadificando-se as informagses em peda os, representagdes mentais que exigem procodimentos mentais para codificar ¢ ecodificar as informagées. Naquela época, computadores primitivos foram uti- lizados por poucos anos, mas pioneiras come John McCarthy, Marvin Minsky, Allen Newell e Herbert Simon estavam fundando o eampo da inteligéneia arf cial, Além disso, Noam Chomsky (1957, 1959) rejeitou suposigGes behavioristas sobre a linguagem como um habito aprendida, e propés, 20 invés disso, explicar ‘ habilidade das pessoas em entender a linguagem em termos dla gramitica men- tal formada por regras. Os seis pensadores mencionados neste pardgrafo podem ‘apenas ser considerados como os funcadores da eigncia cognitiva A histéria subseqiiente da eineia eognitiva é esbagada nos préximos caps: tulas em conexto com diferentes feorias da representagao mental, McCarthy tor- nou-se um dos literes da abordagem da intelig@ncia artificial baseada na ligica formal, que discutiremos no capftula 2. Na década de 60, Newell ¢ Simon mos- traram o poder das regras para responder aos aspecios da inteligéncia humana, ¢ o capitulo 3 descreve um trabalho subseqiente considerdvel nesta tradigao, Na década de 70, Minsky propés que estruturas semelhantes a conceitos sio a fouma ‘outtal Ue representagdes do conhecimento, ¢ outros que pesquisar sobre a inte ligEncia artificial ca psicologia abordaram estruturas semelhantes charnadas es {quemas e scripts (capitulo 4), Também naquela época os psiedlogas comecaram a demonstrar um intoresse etescente na imaginacio mental (capitulo 5). Maitas Pesquisas experimentais e sobre computagdo, desde a década de 80, se ccuparam do pensamento analégico, também conhecido como o raciocinio baseado num caso (capitulo 6). O desenvolvimento mais excitante da década de 80 foi 0 ‘Sungimento das teorias do conexionismo da represeniayo mental e processament, ‘modelados livremente nas redes neurais do cérebro (capitulo 7). Cada uma des. sas abordagens contribuiu para a compreensio da mente, © 0 capttalo 8 fornece lum resumo ¢ avalingao de suas vantagens e desvantagens. Entretanto, foram fei. tes numerosos desafios a idgia central de que a mente deve ser entendida em \ i Mente 19 termos de representagées mentais ¢ procedimentos, ¢ estes sin abordados na se- -gunda parte deste livro (capttulos 9-11), METODOS NA CIENCIA COGNITIVA A ciéncia cognitiva deve ser mais do que um almogo de pessoas de diferen- {es dreas conversando sobre a mente, Mas antes que exeminemos as idéina unificadoras da ciéncia cognitiva, devemos avaliar a diversidadle de perspectivas e métodos que os pesquisadores de diferontes dreas trazern para owstudo da men. teeda imeligencis, Emibora 0s psiodlogos cognitivos hoje fregtientemente se engajem ne mode- Jo teorizador ¢ computacional, seu primeiro métoclo & a experiéneia com seres ramanos. As pessoas — geralmente aquelas quo ainda nao se formatam e que satisfazem as exigéncias do curso — sio trazidas para o laboratétio para que diferentes tipos de pensamento possam ser estudados sob condigdes contre Para citar alguns exemplos des tiltimos capitulos, os psicdlogos examinaram ex. pperimentalmente os tipos de erros que as pessoas fazern no racioeinio dedutivo, as formas como as pessoas formam c aplicam conceitos, a velocidade do pensn ‘mento das pessoas com imagens mentais, ¢ o desempenha das pessoas que utili zam analogias para a resolugdo de problemas. Nossas conclusses sobre como a ‘mente funciona devem basear-se além do “senso comune da introspeegao, con- Siderando-se que isto pode dar um quadro ilusério das operagdes mentais, rnmitas das quais no S30 acessiveis & consciéncia. Experimentos psicol6icas ue euidadosamente abordam operacbes mentais de diferentes diregfes slo con- segilentemente cruciais para que.a ciéncia cognitiva sejt cientfica, Embora a teoria sem um experimento seja vaaia, 6 experitnenta sem a teotia ¢ vege. Para abordar as questées eruciais sobre a nattireza da mente, os experi mentos psicolégicos precisam ser passiveis de intempretagaio numa estraturd tes. ‘ict que postula a representagio mental © as procedimentos. Uma das melhores formas de sesenvolver esicuturas recricas © formands ¢ testanclo modelos com Putacionais que pretend-m scr andlogos as operagses mentais. Para complemen. ‘ar os experimentos psicolégicas com raciocinio dedutivo, formagio de concei. tos, imaginagio mental e resolugio analigica de problemas, os pesquisadores esenval veram madelos computacionais que estimnlam aspectos do desempenh humano, Desenho, construgdo ¢ experimentagia com modelos computacionais sio 0 método central da inteligncia artificial, o brago da ciéncia da-computagao envolvido com os sistemas de intcligéncia, De forma ideal, ma ciéncia cognitiva, 9s modelos computacionais e a experimentagso psicolégica indam lado a lado, mas um traballio mais importante sobre a inteligéncia artificial examinou @ pader de diferentes abordagens da representagdo do conhecimenio relativamente isola. das da psicologia experimental Embora alguns linviistas fagam experimentos psicolégicos ou désenvol- ‘yam modelos computacisnais, os mais atnais ulilizam métodos difeientes, Para 20 Paul Thagard ‘08 Lingtiistas da teadigiio de Chomsky, a principal tarefa tebrica éidentificar prin- ‘ipios gramaticais qe oferegam aesieutura basica da ffigua humana. A identifi teagiio ocorre observaido-sc diferengas suis entre express6es verbais gramaticais ‘ourno gramaticais. Em inglés, por exemplo, as frases “She hit the ball” e* Wha do you like?” sia grimaticais, mas "She the hit bail” e “What does you like? nfo sio. Uma gramatica de inglés explicard porque os primeiros sio aceitos ¢ 05 {itimos nao. Capitulos posteriares fornecem outros excmplos do trabalho te6rico te empfrico desempentiado pelos linglistas, tanto na traigo de Chomsky quanto cen outras ‘Como os psicélogos cognitives, os neurocientistas freqtientemente desem- penham experimentos contraladas, mas suas cbservactes so muito diferentes, aque 9s neurocientistasestio preocupados diretamente cam a naturezado cére: thro. Com sujeitos nao hurmancs, os pesquisadores podem inserir eletrodos e gra ‘var a estimulagéo de neurdnios individuais. Com humanas, para os quais esta téenica seria muito invasiva, tomeu-se possfvel nos anos recentes a utilizagao de tum aparelho de imagem magnética ou de p6sitrons para observar o que est acon- tocenda nas diferentes partes do oérebro, enquanto as pessoas esto executarddo ‘varias tarefas mentais. Por exemple, imagens cerebrais identificaram viriasregi- es do eérebio envolvidas ita imaginagao mental ¢ interpretagio de polavras. Evidéncias adicionais do funcionamento cerebral sii acreseentadas pela obser- vvagdio do desempenho das pessoas euja danificucio do cérebro € identificdvel Por exemplo, uma batida numa parte do eérebro dledicada & linguagem pode pro- duair défeite como a inabilidade de formar frases. Como a psicologia cognitiva, ts neurocisneia & tanto (e6rica como experimental, ¢ a teoria do desenvolvimento 4 freqlentemente auailiada por modelos computacionais em desenvolvimento do comportamento de um conjunto de neurénios. "A antropologia cognitiva expande o exame do pensamento humano para considerat como o pensamanta trabalna em diferentes umbieutes eulturais. O cs tudo da mente nao deve obviamente restringit-sc a como pensam as pessoas que falarn inglés, mas devem considerar possfveis diferenges nas formas de pensa- spent através das culturas, © capitulo 10 descreve comoa cigneia cogmitiva esta Se tomando cada vez mais ciente da necessidade de ver as aperagoes da mente em ambientes sociais e fisicos especiais, Para os antropélogos culturais, 0 método principal é a etnografia, que exige viver e interagir com membros de uma cultura por um perfodo suficiente para que seus sistemas socizis ¢ cognitivos se tornem parentes. Os antrop6logos cognitivos investigeram, par exemplo, as semelhan- tas diferengas entre as culturas nas palavres para designar as cores ‘Com poucas exeecies, os filésofos geralmente nao fazem observagves tempfricas sistemticas ou constroem modelos computacionais. Mas a filosofia ppermanece importante para a ciéncia cognitiva porque cla lida com t6pieos fn damentais subjacentes A abordagem experimental ¢ computacional da mente ‘Temas abstratos como a natureza da representacio ¢ computagio precisam ser abordados na pratica didca da psicologia on inteligéneia anificial mas ees ine- vitavelmente surgem quando os pesquisadores pensam muito sobre o que eles Mone 21 esti fazendo. A filosofia também lida com temas gerais, como a relagiio da men- te e do corpo, &-com temas metodolégices, como a natureza das explanagées tenconitadas na ciéneia cognitiva, Além de guesties descritivas sobre como as pessoas pensam, a filosofia se preocupa com questdes normativas sobre como vias devem pensar Junto com o objetivo wedrico da compreensio do pensamento fumano, a ciéneia cognitiva tem 0 objetivo prético de melhoré-lo, o que exige a reflexao normativa sobre o que nds gueremos que 0 pensamento seja. A filosofia a mente nao tern um método distinto, mas deve ter em comm com os melhores trabalhos tedricos em otras reas uma preocupagdio com os resultados empiticos. ‘Na sua fosma mais influencisivel, a ciéncia cognitiva é meramente a soma das reas 8 mencionadas: psicologia, inteligéncia avtificil, lingiifstica, new- raciéncia, antropologiae filosofia. O trabalho interdisciplinar toma-se mnito mais interessante quando hd convergénecia tesrica ¢ experimental nas conclasées sobre ‘a nabureza da mente, Os tiltimos capitulos dio exemplos dessa convergéncia que mostra o trabalho da ciéncia cognitiva na intersecedo de varias areas. Teorica- rent, a abordagem mais fértil fai a compreensio da mente em termos de repre sentagio e computagio. (COMPREENSAO COMPUTACIONAL-REPRESENTACIONAL DA MENTE ‘Agui esti a hipétese central da ciBncia cognitiva: © pensamento pede me- thor ger entendido em termos de.esirutiras representacionais nz mente e procedi- reatos compultacionais que operam naquelas esiruturas. Embora haja muita discordancia sobre a natuzeza das representagbes e computagies que corstituem fo pensamentto, 2 hipétese central 6 sulicien{emente geral para incluir a extensdo wal do pensamento na ci@ncia cognitiva, incluindo teorias conexionistas. Em restimo, chamo a abordagem da compreerisao da mente baseada nesta hipotese central de CRUM (Conputaional-Represencational Understanding of Mind). RUM deve estar ered. A parte dois dest livro apresenta alguns desafios Fondamentais dosta abordagem qule sigerom qe ns idias sobre representacdo © ‘computagio devem ser inadequadas para explicar fatos fundamentals da mente. ‘Mas avaliando 0 sucesso de diferentes teorias da representago do conhecimento, seremos capazes de ver 0 consideravel progtesso da compreensio dh mente tor- nado passfvel pela CRUM. Sem divide, 2 CRUM foi a abordagem tesrica @ ex- perimental da mente de maior sucesso jt realizada, Nem todas as pessoas das Gisciplinas da clBacia cognitiva coneordam com a CRUM, mas a inspeyao dos prineipais jorais de psicologiae outras reas revela que a CRUM ¢ atualmente abordigem dominante da cigncia eogaitiva, ‘Muito do sucesso da CRUM se deve ao fata de ela empregar uma mnalogia {ri derivada do descnvolvimento dos computacdores, Como o capitulo 5 descre- ve, as analogias freqientemente contribuern para novas idéias cientfficas, © a tador forneceu um meio muito mais pode anteriores, como 6 quadro de gages 22. Paul Thagard telefénicas. Os leitores com base na ciéneia da computacao terio familiaridade ‘com a caraeterizagao de um programa de computagiio que consista vm dads de eesteutura ¢ algoritmos, Linguagens moclernas de programagdio inclucm uma vay ss de estrutura incluindo uma seqiéneia de letras como “abe”, ni mmeros coma 3, ¢ estruturas mais complexas come listas (A BC) ou diagramas Algoritmes — procedimentos mecinicos — podem ser definidos como aqueles ue operamn em véries tipas de esinaturas, Por exemple, um procedimento eevee ode ser definido como a inversio de uma lista, trosando de (A B ©) para {C B A). Este procedimento ¢ realizado a partir de procedimentos menores, irando-se jum elemento de uma lista ¢ aevescentanclo-o ao inicio de uma autea, possibilitan. do a0 computador construir uma lista invertida ao formar (A), depois (21 A) ¢ depois (CB A). De forma semelhante, CRUM assume que a mente tem repre. sentagSes mentais andlogas aos dados dus estraturaa, e procedimentos vom. Putacionais semelhantes aos algoritmos, Hsquematicamente: ee ee Presronsa Mente aos estat + ‘epresenaeoes menials + lgoranos, rodedimentos computarionals programas en andamento = pensumento EEO Isto foi a principal analog da ciéncia cognitiva, embona ela tenha pego um Hovo tnuque do uso de otro andlogo, 6 c&cebro. Conesionisias propuseram roves ‘déias sobre a epresentagio ea computao, que utlizam neurGnins © suss cone, Ges como inspiraydes de dados estnturais, © a estimulagao de neusSnios o a ativagio difusa como inspiragdes de algoritmos. Logo, a CRUM trubalhe com tima analogia complexa de tr vias entre a mente, 0 cérebro ¢ 0s computadoren Mente, eézebro e computapia podem — cad um — ser atilzados prea sugetis novas ideias sobre os rniroe Nao exite um nica modelo eoniputacinsal dn mente, HE que diferentes tipos de abordagem de compatadorese programas sugerem diz ferentes formas pelas queis a mente deve ser trabalhuda. Os comptadotes com os quais a maioria de néstrabalha atualmentesio processadores em série, descr Penhando wma instrugo de cada vez, mas 0 eérebro ¢ alguns computadores re. Centemente fabricados so processadores paralelos, capzes de fazer ras ope ragies de uma sé ver, Se voce jd sabe umito sobre computadores, pensar sobre a mente em terms ste computagio pode se tornar wito natural, mesmo que vooé nfo concorde ue a mente seja basicamente como um computador, Os Ieitores que nunca sscrete, am tm prograrta de compuingio mas que jé usaram livros de culinira podern Considerar outra analogia. Un receita tem sempre duas partes: uma lista de in, Bredientes © instrugdes sobre o que fazer deles. Lin prato Go resultado da aplicn, Mento 23 ‘so das instrucies 20s ingredientes, assim como wn progeama em andamento resulta da aplicagio de algoritmos a dados estraturais como mimeras e listas, assim come o penstmento (fe acordo com a CRUM) resulta da aplicagiio de procedimentos de computagso a representagées mentais. A analogia da receiia om o pensamento ¢ fraca, jé que 05 ingredientes nio sio representagies, € as tmstrugdes sobre como cozinhar necessilam que alguém as intesprete- Os capi, los 2-7 fornecem exemplos simples dos procedimentas computacionais que pla- rngjam de forma mais diceta as operagGes da mente TEORIAS, MODELOS E PROGRAMAS. (: modelos de vomputador sto freqidentemente muito itis para a invest. aslo terien de processos mentas. A'vompreensio de medele ds beers opnitva expe a observagao das distngGes e voneadis enire quand loners crieinis: tora, modelo, programa e plataform, Ui teorta coautis poonta umeonjunto destuura representacionaise um conjimode poseee tee wk ta ets exiair Unr eos Compete oe ee S08 mills preos05,Toléspretando-os peta analogia com programas de comutado tes, que consistem de dacesextutiaiseslgorimes. loa vps sober eon tagies podem ser suplementadas por idéias eomputncionais peciee ob dag sstruturis, 08 proeessos mens podem ser dofinidos em termes saloon Para testa o model, deve'seimplementé-lo num program dk sftwee wen Tingoagern de programagto como LISP eu C. Ease programa pote tore any ‘atic de platafarmat eartare come Macintohes sin Worksanion anny Ps, ou ele pode ser expecalmene plancjade para amps capseticndc hilar como uniaMaqunade Conexis corn mits precessadoes eabaantoey rae Jelo, Muitostpos de estrtrase processos podem ser investigates desu fon, desde as rgrasecsrégits de pesquisa dealgum ip tradicional deltcigarng antici a as representa epacessos dedlivagdodiftsn deibicea tere Cees nowas waoes cameron Supona,porexemple, qi voc quer compreender como as rangasapren der a somaro¢nimeros de problemas como Ts +28 <7, Un leo angeaion Postulaia como esas exangus representam esses nfmeres ecanse cl gece sam as representages para cepa soma A teovia propia ss [3 dewese oon sentado por uma esata tice, uma acura eamblnad come 10 als ‘um complexo de esruturas somelhante a neutonien. A teons toner copay esi que operam sobre as estuturas para prdtitwn resale Co Incluindo a operagio que de alguna forma transforma 30 mas {ene al, om modelo computacionalespeificara n natureaa do represeniasbes« pooresrn tnais prcisamente pela euacterizagan le esuuturas Culgoilies progenies sue pretendem ser dhdlogos i representagtes mentase processe fe etea Pac avalarateora eo modelo, po. 2 eserever um progtamade compactor nena linguagem de compatagastcomo LISP, colocando e programa entneeearens 2A Paul Thogart pra comparar seu funeionamento com semas jumanas ¢ ehecando se-0 progr Jha no 56 retine as. mesmas tespastas cestas dos humans, mas também fa2 os mesmos tipos de ecros, Nosso programa deve funcionar em qualquer nimero de diferentes plataformas como PCs, ou ele deve ser feito especialmente para unt tipo especial de computador como a que imita ¢ estratura neuronal do vétebro. ‘A analogia entreghente ¢ compulacoy itil nos 48s estdigios do desenvolvi- mento das teorias Cognitivas! descoberta, modificasiia © avaliagio. As ideias campntacionais sobre tipos diferentes de programas frequentemente sugere roves fipos de estraturas e processos mentais. O desenvolvimento de tearia, do ‘modlelo e do progrima freqilentemente anclam lado‘ lado, jf. que eserever o pr ‘grama pode levar& invengio de novos tipas de dados estruturais e algoritmos que passama fazer parte do modclo,¢ tém andlogos na teoria, Por exemple, a0 escre- Yet um programa de computador para estimular que as pessoas fagam somas, um programador deve pensae num tipo de dads estrururats gue sugita novas idéias Sobre como as ctiangas representam mimeros, De forma semelhante, s avaliagio da teoria, do modelo e do programa fregiientements envolve todas os trés, consi- Gderandlo-se que nossa confianga na tearia depende da validade do modelo como foi mostrado no desempenho do programa, Se o progearia do computador para fazer somas niio pode ser aerescentado, ow se ele faz somas melhor gue os hum nos, ngs temas razdes para acreditar que a teoria cognitiva comrespondente de soma é inadequad. (0 programa em andamento pode contribuir para a avaliagao do modelo & teoria de trés formas. Primeizo, ele ajuca a mostrar que as representagSes ¢ pro- 295808 postularos s20 realizaiveis no computador. Ist ¢ importante, j& que muitos algeritmos que parecem razodveis numa primeira olhada no sobem na escala de ‘srandes problemas em computadores reais. Segundo, para mostrar no s6 acapa Cidade de realizagio de uma teoria, mas também a plausibilidade psicolégica, 0 [programa pode ser aplicado qualitativamente a vérios exemplos de pensamento. Nosso programa de soma, por exemplo, deveria ser capuaz. de reunit 0s mesmos tipos de respostas cert e rads, Teceiro, para mostrar uma adapiagdo de wma Forma muito mums detalhada entre a (eoria€ U yeusamente humano, o program pode serusado quantitativamente para dar origet a previsses dotalhadas do pen- Samento humano que podem ser comparadas aos resultados das experimentos psicolégicos. Se existem experimentos psicoldgicos que demonstram que as evian- ‘gas acertam uma certa percentagem de problemas de uma classe de soma, entdo.o frograma de computador deve ter a mesma percentagem dle acertos, AS teortas ognitivas por si proprias nio sio suficientemente precisas para dar origem & estas previsoes quantitativas, mas um medelo ¢ umn programa padem preencher o espago entre a teoria © a observagio, Mente 25 oe [AVALIANDO ABORDAGENS DA REPRESENTAGAO MENTAL ‘Agora podemes ser mais cspecificos sobre o que esperar da teoria da repre~ entagito mental, © quadro 1.1 Tisia cinco crtérios compiexos de avaliagao de tina certe quantia de representacdes © eomputagSes qu’. pode-se dizer, explieam 6 pensamento. Os capftulos 2-8 utlizam este ettério para avaliar scis diferentes Shordapens da representacio montal: l6gica, regras, imagens, analogias € cone- xGes (rede neural artifical, Cada uma das seis abordagens deseritas nos capftalos 2-7 propde um tipo especial de representagZo © um conjanto carrespondente de procedimentos computacionais. O primeira critéio, o poder representacional, preocupase €om a quantidade de informagses de um tipo particular de representages que podem sey expressas, Por exemple, um calerdério univessitério salienta: “Uma vez ad- mitido na Universidade, os alunos si avisados sobre 2 necessidade ce inscrever- fe antocipadamente ao inicio das conferéncias”. Alunos que levam isto a sério. pecessitardo representarisio internamente de uma forma que leve 2 inferéncias posteriores, como a conclusio deque eles devemt ir a0 escritério de registeos para Inserever-se nos proximos cursos de termos. Podemos ver que diferentes tipos propostos de representagio menial variam muito em termos de poder de repre sentacto, ‘Ks representagdes mentais sfo importantes nao apenas pelo que expressam, sas especialmente pelo que as pessoas podem fazer com clas. Podemas avai 0 poder eomputacional de uma abordagem da tepresentagia mental em fermos de Como ela considera os trs tipos importantes de pensamento de-alto nivel. Op: meito é a resolugde de problemas: uma teoria da tepresentagio mental deve s ‘capaz de explicar com as pessoas raciocinam para aleangar seus objetivs. Exis tem pelo manos ts tipos de resolugdo de problemas a sezem explicudos: plans jamento, tomaca de decisdes e explanacEo. © planejamento requer algném que QUaDRO 1.4 Critérios de Avaliagso ce Teorias de Representagio Mental 1 Poder de representa 2. Peder eomputacona + facelueao de proslems 1 thaneaments fi, Deciso Wi Expl , Aprecstzado | & Unguagen Pinusttidaie psiclagin Phusbildace neurelesten ‘Apbeacto pris 3 teense Bi. Beserho . Sitenss nteligentes 26 Paul Thagard imagine como sir de um estado inicil para o estado de objetivo final, passando Por varios estados intermediarios. O planejamento dos problemas inelui ilens como chegar 20 aeroporto antes da partida do avigo, + os tipos de exereteios comumente encontradas nos livros e exames dos alunos. Nesias qesiSen, san dladasalgurnas informagées aos estudantes e eles precisam imaginat came len Jara resposta, O estado inicial envolve o que o estudante cnnhece e as informer Bes na descrigo do problema, e.0 estado onde se tem um abjetive inclu! ume resposta. Oestudante tem que encontrar a solugio formando ma sequéncia de eileulos com sucesso, Na tomada de devisées, as pessous se deffontamn com uma série de diferen- {es significados para atingir seus objtivos e necessitam selecionaro melhor, Por exemplo, umn estadante que esti press ase formar pode previsar escolher cote DProcurar um emprogo, graduar-se ou freqilentar urna escola profissional cone ae direito ou de negécios. Estas decisdes sfo muito diffcels é-qne-elas exigeyn {ie 0 estudante identifique sens objetivos-e Tagine qual curso de aco meticr levaria.tais abjetivas, No planejamento de problemas, a tatela & encontias o ‘melhor plano de uma série de atitudes possivets, Protlemas de explanao exigem que as pestons imaginem por que alguma ‘oisa acontescu, Bles variam de quest6es comuns como oporquédle wh amigos ‘Arasar para o jantar a questées cienificas profundas como 0 porqué da likeone gem humana ter evoluido, Tedo.o ser humang com um weligéncia & capaz.de plancjat, tomar decis6es ¢ fazerexplanagges gerais. Umi teocia cognitiva {em que ter poder computacional suficiente para ofetecer explanagdes perettene Sobre como as pessoas resolvem este tipo de problemas. © poder computacional de um sistema de representagdes e procedimentos nfo 6 apenas uma questéo de quanto e sistema pots computar; deve-se tanibere levar em cousiderapdoo guau de eficiéncia da compatagie. Imagine uni provech ‘mento que leva apenas um segunclo para ser aplicado d@ uma ves, mas o dobre he tempo na segunda vez ¢trés vezes o tempo ha terceira vez, assim por dante Eno sessentaaplicapées levarto 2 x 60 segundos, que & mais tempo do-que houve nos vinte milhioes de anos ate queToi formada oanfrerso- Muy iataratc autficialmente os sistemas de inteligSncia precisam ter velocidad sufcionto are ‘rabalharem eficazmente nos seus ambientes Quando as pessoas resolver um problema, cla so geralmente capazes de aprender com a experigneia e assim resolver o problema de tia mancies saat, facil da proxima vez, Por exemplo, a primeira vez que os estudantes se instrevers ‘as aulas gerafmente € muito confuso,jé que eles nile sabern que procecimenion seguir ou como escolher boas aulas, Entetanto, subsealientemiente, inscrever se fica ipicamente mais fil, Part: do fato der inteligent? en aprender com aexpecidncs, de forma que uma teoris da represenacie egal tem que ter saficiente poder compuacional para explicar como as pessoas prea lem. Ao descrever dtrontes aboritagens da representagio mental, shesrece, ‘mos diferentes tipes d aprendizado humano, vatiando da aquisigae ds novos Mente 27 conceitos, como registro ou regras como Nica se inscreva para aulas as 8:30: tipos mais sutis de ajuste- do desempenho ‘Além da resolugaa de problemas © do aprendizado, uma teoria eognitiva feral deve responder pelo uso da linguagem pelos seres humanos. A nossa espe. sie € a tinica do mundo capaz de uti'zar a ingaagem de forma complex sees também € possivel que alinguagem seje a dinica capacidade cognitiva que'deve ser traada de forma especial. Peto menos trés aspectos do uso da linpuagem tem ue ser explicadas: a habilidade das pessoas para compreender a linpuagexn, sua habilicade para produzir expressbes verbais e a capecidade-univecsal das cris, ‘eas de aprender a lingagem., Diferentes abordagen da representagto do conhe. ‘imento fornecem respostas muito diferentes quanto a como elas fancionatn Se xinteligencia antici & vista como um braso da engenhatia, ela pode ” para “se-entio”. Por Se Paulas na biblioteca, emo Quincy esti na bibliotes, passa ser Poo Essay frases se-entio so chamadas de condicionais. Para expressar nega- ““naio-p” pode set esetito “-p", A partir destes blocos nés podemos construir formalizagées pare afirmagies eomplexas como “se Paula ou Quincy estio na biblioteca, enti Debra nfo esta’, que pode ser formalizadn coma (pV g)>~d Aqui, “‘p” significa “Paula esté na bibliotecn" © “q” joteca” ¢ “a significa “Debra ests na biblioteca” Foram desenvolvidas logicas mais complicadas que permitem tipos diferen- tes de operadores proposicionais. A ldgica modal acrescenta operadores de acor- do.com a necessidade ¢ possibilidade, de forma que podemos representar afirma~ (Ges como “E possivel que Paula esteja na biblioteca”, A l6gica epistémicaaeres- Eenta operadores para 0 conhecimento e a erenga, de forma que “Kp” representa “Sabe-se que p". A l6giea deodintica representa idéias morais como ade que p & permissivel ou proibido. ‘A ligica proposicional eaige afitmativas alegres come “Paula é uma estu- dante” como um todo indivis{vel, mas a légica predicada nos permitte quebri-las. O céleulo do predicado distingue entre predicados como Panla ov Quincy. Na ‘yersfio docileulo do predicado nsualmente ensinacto em cursos de filosofia, “Paula uma estudanto” & formalizado como *S(p)", onde “p” signitica Paula mais do ‘quesma proposi¢ao completa. Cientistas da computagio tendem a expressar isto de forma mais mnemdnica como “E-estudante (paula)". Além de propriedaces simples, os predicades podem ser uilizados para expressar a relaga entre duas fou mais coises. Por exemplo, “Paula faz filosofia 256” toma-se “faz (Paul 1256)", Oscdleuos dos predicados padem formalizar sentengas com quantificadares como “todo” ¢ “algum" utilizando varidveis como “x" ¢ “y". Por exemplo, “Ta- dos os estuclantes esto sobrecarregados™ passa a ser signifien “Quincy esta nail (pare toto 6) (estudante [x] — sabrecarregado (s)) Literalmente, esta afirmagio "Para qualquer *, st 2 é um estudante, entio x std sobrecanregndo. A frase “Os estudantes que cursam disciplinas obtém crédi- to através deles” podria ser formalizado como 34 Past Phage ee (pare-todo 2) (para-todo y) [(estudante (x) & curso (9) & treqienta (x,y) —> obtém erédito através (x,y Isto parece complicado, mas o que ditoem inglés é“Para qualquer x ey, se 2 €um estudante, y é uma disciplina e x fregiienta y, enti x obtém um credito através de 9” Os Ieitores eujo interesse é predominantemente a psicologia humana devem ‘agora estar perguntando “Por que vocé esti apresentando estes simbolos tate. ‘méticos para mim?”. A resposta é que alguns radimentos da Igica formal sito ieeessdrios para a compreensio de trabalhos mais recentes da ciéncia cognitiva, inelaindo alzumas propostas sobre como os seres humanos fizem a dedugiio, No 'minimo,femos que observar que as pessoas podem compresnder aficmagGes como “Estadantes que cursam disciplinas obtém eréditos através delas” ¢ utilizd-las paca fazer inferencias. A légica do predicato, a0 contririo de outras abordasens dla representagio que: vamos discutir, em suficiente poder representacional pata lidar com este exernplo, Embora a légica do predicado seja teil para muitos objetivos, ela toma-se Sbvia tio logo tentamos traduzir um texto na lingvagem natural. Por exemplo, fente colocar o whtimo parigrafo numa forma Isgica, Sua primeira fase inclui a palavra “agora”, ¢ prolongar a l6gica do predicaco para lidar com o tempo niio € 'uma tarefa fil. Ela tarmbém contém a palavra “voce”, que o leitor pode imaginar ‘que se refere a Paul Thagard, 0 autor deste livro, mas no fica claro como se deve explicar isto pela Iogica. Além disso, aestrutara dessa frase inelui arelagio “per. suntac™, que envolve tanto © propositor quanto a pergunta que é feita, de forma ue devemos ser capazes de encai xar uma proposiciio dentro de uma proposiciio, ‘© que nifo ocorre naturalniente no formalismo usual dt Idpica do predicad, Sea (adugiio da linguagem para o formalismo légico fosse fécil, devetiamos ter mais ccontianga de que.a I6gica formal captura tude que é necessétio para a representa. 0 mental, ‘A logica proposicional e predicativa trabalha para fazer afirmativas que tor- rem verdadciras ou falsas as afirmagées, mas nao oferecem qualquer mein de !idar com 4 incestezn, como em “Paula provavelmente esta na biblioteca”. Para {ais assergdes, a l6giea formal pode ser suplementada com a teotia da prababili- dace, que atribui mimeros entre Oe 1 As preposigées. Pademos entio escrever “P(p)= 0,7" para simbolizar que a probabilidace de Paula estar na biblioteca ¢ 7, PODER COMPUTACIONAL As representagdes por si s6s nfo fazem nada, Para que o pensamento seja §poiado devem ocorrer operagdes sobre as representages, Para se chegar a uina conclusaio na tégica, aplicamos regras de inferéncia para um conjunto de premix. sas, Duas das regras mais comuns de inferéncia possibilitam chegar a conelusdes ttitizando condicionais (se-ento As frases): Mente 35 Modus ponens pa > Conseaitentemente,¢ Modus tollens 24 nog Conseqitentemente,nie-p A putir do condicional “Se Paala esti na biblioteca, entéo Quincy esté na bibl ofcea"e dafnformagao de que Paula est na biblioteca, omadus poner nos eapacia Alinferir que Quincy esténa biblioteca, A partiedainformagéo de que Quincy nacestt ‘na biblioteca, 9 que seguc polo mods tollens é que Paula ndo esti na bibliotaca, Na ligiea do predicado existem regras de inferéncia para lidarmos com os quantificadores “todo” e “algum’. Por exemplo, aregrada instanciagio permite a dletivagc de um exemplo de uma afirmativa geral,liberanco ainferencia de (por. {ode 2)fhio (x), para frio (Paula), ox seja, de “Tudo esté rio” para “Paula esta {tia Uma aplicagio mais complicada aplica-se generalizagao de que todos os estudantes estio sobrecarregados. Regras abstratas de inferéncia como © modus ponens nfo estio pot si s6s processundo operagies. Para que sejam produsidas computacdes, elas precisam fazer parte de uma pessoa humana ou de um sistema de uma miquina que possatn aplicé-as a frases com a forma logica adequada, De uma perspectiva lagiea, 0 raciocinio dedutivo consiste em aplicar& inferéncia formal repras que eonsige rem somente a forma légica das premissas RESOLUCAO DE PROBLEMAS Plangjamenta Muitos problemas de planejamenta estao abertos a solugSes ue empregam a dedugio Idgica. Suponha que Tiffany seja uma estudante que quer format-se em psicologia. O catilogo de sua universidade The exigido para a graduagiio, Pela descrigao eral do catélogo, Tiffany pace inferira partir da regm da inferéneia da instanciagio universal os condieionais que se aplicam a ela, ineluindo ‘curser (Tiffany, Est 1) — pode-cussar (Tiffany, Est 2) ode-cursar (Tiffany, Est) &aberto (B12) — cursar (Tiffany, Est 2) ‘ursar (Tiffany, Est 2) —» pode-cursar (Tiffany, RM} ode-cursar (Tiffany, RM) & aberio (RM) ~» cursar Tiffany, RM) 36 Paul Thagant ‘cursae(Tiffony,RM 4 curs Tiffany, st 1) &eursar (Tiffany, Est 2) 4 cursar Tifa, ‘ete outs distplinas) -$formae-se cam Tiffany, psicologiaformature) ‘Altima covsicional é wma formalizagio algo inapropriada da afirmativa de que se Tiffany curse Métodos de Pesquisa, as duas disciplinas de esttisticn © sete outras diseiplinas, enti ela pode se formarem psicalogia. Tiffany pode user bstas condicionais e a régra dé inferencta modus ponens para dar origem # um plano, que em termos légicas € uma dedugio a partir de seu estado iicial, no fhaal cla ast cursand disciplinas de psicologia, para o estado de objetivo, no djual ela se foana, Tiffany pode planejar por dedusio que ela pode curstr Ests- tlea 1, depois Estalistica 2, © depois Métodos de Pesquisa © entGo sete outras dlisciplinas¢ finalmente formar-se em psicologia. Para o planejamento ser realizavel computacionalmente, a dedugdo deve ser pais Timtada que o conjunto geral de regras de inferéncias encontradas na Légien Formal. Por exempo, l6gica proposicional contéma seguinteregra de conjuncao Conjungo 2 4 Consequentemente,p & Esta regra ¢ hoa em termes Iégicos, mas em termos comput clog potencialmente desasieasa. Se Tifany cursou as duas disciplinas de estatistica, ‘cla poderia proveitosamente inferir <éussar (Tilly, Est 1) & cursa (Tiffany, Est 2). Mas ela nao hucraria nade fazendo a inferéncia adicional valida para ccorsar (Tiffany, Bst 1) & cursar (Tiffany, Hst2) & cutsar (Tiffany, Est 1) & oursor ‘litany, BSt2). Inferénclas descontroladas deste tipo iriam rapicamente levar a exaustio da meméria de qualquer pessoa ou sistema de miquinas. ‘O método dedutivo de planejamento € intuitivamente atrativo, mas ele pos- sui uma série de problemas so- brecarregado []) deve ser interpretada como dizendo que todo o estudante & sobrecarregado, mas a regra st.x € um estudante, exria x & sobrecarregado pode ser interpretada como um descuido, ou seja, como uma genetalizacaia grasseita ue pode admitirexcegdes. Devemos ter outra regra que diz que se x é wm est: dante ¢ x estd cursando diseiplinas facets, exra0.x ndo estd sobrecarregado. Es. las duas regras devem coexistir no mesmo sistema, mas o resullado deve ser & conchisao contraditéria de que um estudante em especial esté tanto sobrecarcea. Mente 54 do quanto nao sobrecarregado, jé que as operagdes computacionais do sistema bascailo em regras podem garanlir que apenas a regra mais adequada & aplicada Ao contrétio da I6giea, os sistemas baseados em regras podem também fa cilmente representar informagées estratégicas sobre 0 que fazer. As regrag fre~ {Tentemente contém agbes que representam objetivos, camo. voce guier ir pare casa no final de semana, ¢ voeé tem passagem de énibus, erie voe8 pode pegur um dnibus. Estas informagoes sobre os objetivos servem para enfocar 0 solucionador de problemas baseados na regen da tarcfa A mao, Assim, embora as ‘egrasinum sistema baseaclo em regras possam nao ter todo o poder representacional da l6gica formal, elas podem sor expressas por formas que aumentem a poder ‘compuracional e a plausibilidade psicolégica, PODER COMPUTACIONAL Resolugao de Problemas Nos sistemas baseados na I6gica, a operagio do pensamento 6 a dedugio \6gica, mas sob a perspectiva de sistemas baseados em regras, a eperario funda. ‘ental do pensamento &a pesquisa, Quando voc tem um problerna para resolver por exemplo, coma eserever Um enzaio para um curso vcd lem um espaco de Dossibilidades no qual tem que navegar. Esse espaco inclui os t6pivos poseiveis Sobre os quais voe@ deve eserever, a média de recursos da biblioteca dispontvels ue voce deve consullar ¢ os meios que voc8 deve empregar pare realmente os. ever nensaio. A realizaglo de sua tarefa determinada exige que voce busque no eapaga de agdes possiveis um caminho que o levaré de seu estado ata (ensaio a se feito) para o estado desejado (ensaio terminado que obters uma boa nota). Sisten jos em regras podem de forma eficiente fazer este tipa de pesqni §3.de um soiugio. Em problemas compiexos, impossivel procurar o espa ‘austivaniente pafa 2 melhar saluséo. Suponha, por exemplo, que vod bigs quatro diferentes roupas (camisas, meias, etc) que voc ten ez pegas de cata artigo (der camises, etc.) Entso existem muitas 109 combinagdes d feren tes de roupas que voce pode vestir cada dia, mas ninguém tem 0 tempo ou © interesse de considerar todas ibilidades. Aa.caninirio as pessoas confi- ‘am na heuristica, gue Go métados simples e priiieos-que contifutem para soli. ‘g6cs satisfatonias sem consi rsibitidudes. Uma heuristica como. "Nestiaacs maronscom ala narrons nascar enk a en csr sagen pum pina depanhre foe ee de problemas, o aprendi -o.uso da linguagem podem todos ser deseritas em isos de precy eaidedbseadana oes posse © prieogs tex una inportant ding ete mm loom pa 2» siuteraneno perma nfomayhestanealeceeeoean ee ‘2.omaselero malo menardevonnasbes na net ee ANSTITUTS 2- “s01n . TERAS 52_ Paul Thagart sejane processadas, Scb a perspectiva bascada.em regras, vo tem muitas regRts para a meméria.alongo prago. mas apenas wma pequena seleg de regras efatos atid aliyos a sua meméria a custo prazo e prontos para serem usados, Vooé provavelmente tem a data de aniversério de sua mie na meméria a longo prazo, thus a letara desta frase pode Comé-Jo consciente deta quando els fica ativa ma siemoriaa eurte praze. ‘0s eienistas da computupo ¢ psicéloges fazem uma éistingio importante cenite processamento em séti, no qual pensamento di um passo de cada vez, © processamento paralclo, no qual muitos passos ceorrem de uma sé vez. O rocessamnento baseado em regras pode ser tanto.em série, com wna regra sentlo {plicada de cada vez, quanto em paralelo, com muitas regras sento aplicades ‘Sullancamente. O pensamento consciente fende-a ser en série, como ebscrva- ‘mos quand fazemos uma inferéneia de cada vez, mas essas inferéncias podem depender de-numerosas tegcas sobre as quais nfo Lemos consciéneia de estarem sendo aplicadas simaltaneamente, © capitalo 9 aborta a pape! da consciéncia no pensarnento. Planejamento Muitos vo para a universidade nnma cidade distante de sua casa e de stla cidade, e freqiientemente enfrentam 0 problema de como ir para ‘casa no final de semania ou no final do perfodo letivo. Os rmeios dispontveis para irda universidade até sua casa podem ser expressos em colegdes de regras como se voe8 ditige na auto-estrada 1, x10 voe@ pode ir da universidade para sun casa Se voed pega a avenida, exrko voce pode irda universidade para a anto-estrada ‘Se voed pega a rua princ pal da universidade, bur%0 voeé pode irda universidade acé aavenid. se voed pega um Gnibus na estagio, rvrio vooé pode ir da univorsidade até sua eidade. se vaeé pga um dnibus da universidade até a estapo, exrio voeé pode ir a6 a estaglo, ‘Pedem também existe outras possibitidades, como pega uit tien ou ira pé. Os estudantes que devem resolver o problema de como ir para casa no final de semana podem procurar o espaco para agbes posstveis (i até a estagdo de Gnibus, rumando para a auto-estrada) ¢ fazerem juntos um plano que os leve onde quei- ‘As regras podem ser utilizadas para pensar tanto para a frente quanto para fds, Pensando para trés um estudante deve pensar que “Paco ir para Cast posse pegara auto-estrada, o que exige que cu pegue a avenida, a rua central e compre tum carro”. O objetivo & chegar em casa, mas 6 plano ¢ feito considerando uma Série de subobjetivos como pegar a auto-estrada, Pensando para a frente 0 est dante deve utilizar a inferéncia de forma similar a0 modus pronens para ver que “A rua principal me Teva até a avenida, que me leva até a auto-estrada.” Tunto.0 racioefnio pata a frente quanto para tr tentamm encontrar una série de regras que Mente 53 podem ser utilizadas para ir do ponto inicial ao objetivo, mas elas diferem na estrategia de busca empregada. ‘Outta estral sia possivel de pensamento éa bosca bidirecional, que combi- tia tanto trabalhar para a frente desde-o local de inicio quanto trabathae para tris desde o objetivo. Embora muitos problemas de planejamento possam ser enten- dlidos em termos de racivefnio baseado na wera, planejar desta forma ¢ dificil quando existern nivtas régras potencialmenterelevantes, ¢ aquele que raciocina {em que selecionar qual uilizaré nos pontos-chave de resolugdo de problema resolugio de problemas baseada em regis se-assemnelha muito Alégica dedutiva, mrad fere no fato de serdada muito mais tengo asesiratégias de aplicasiio das rogras certas no tempo cert. a ‘O mesino € verdadeiro para os tpos «le problemas de plan cestadantes eneoniram nas diseiplinas. Um peoblema de expressio matematica fA voed alguma informagao e exige que voc! calcule uma resposta. Por exemplo, pode ser dito a vocé que leva 75 minutos da universidade até sua cidade de ori- fem, sendo a disténesa de 100 guildmetres, © ser pedido a vac’ que ealcule a édia de velocidade na viagem. Regras, contilas nas operagdes matemsiticas, ngsttam a vooé como mover-se para a frente a partir da informagio dada em ditegio a uma resposta que pode derivar delas. Fntretanto, frequentemente sera ‘muis efieaz no lugar do trabalho ou somado ao trabalho para rds desde 0 objetivo Mi resposta desejada — om diregfoas informagies iniciais dadas. Em ambos os casos vové esti tentando encontrar uma seqiéne:a de tegras que oferega um ca~ tinho entre 0 inicio e o abjetivo. Eniretanto, net todos os plangjamentos sio baseados na regra. Veremos tos tims eapitilos como os esquernas © as analo~ gias poctem ajudara resolver o planejamento de problems. Deeisio Embora as regras sojam muito dteis na descoberta de planos, elas nem sempre so tvs na decis6o entre planos que competem. Um estudante pode Ser capa de utilizar regras para eonstcui doiscaminhos diferentes de iepara casa ho final de semaia, mas oresullado nio oferece vim ain sobre qual plano adatar. Dirigindo, pegando énibus e pegando um trem wore i para casa, mas qual © ceaminho que Voce utlizard necesstard uth bslaigv uuis camplexo de ebjetivos ‘como querer minimizar es cust0s, Tempo c problemas. Conseqiientemente, para a tomada de decisoes, 0 raciocinio basendd was tegras precisa ser suplementado por oulr0s processors, como 0 €éleule do valor esperacia mencionado no eapituts 2, ota salistagio contida paral desertta ro capital 7. Explanagae Como vimos na capfiulo 2, aexplanagiio pacle freqiientémente ser vista como tm tipo de proceso dedutivo cujas regras podem fancionar tanto quanto a deducao Iégica, Alguns tipos de formacao de hip6teses podem ser des~ ‘ritos como a busca de explanagées feites pelas regras. Suponha que voot tenta inserever-se numa disciplina eela esté lotada. Variasregras podem ser uplicadas: se uma disciplina €exigida para muitos programas, avr40 ela & preencbida rapid my! ai) 54 Paul Thagard ‘se uma diseipling tem um instrutor famoso, exo ols preenchida sapidanente © fato de saber que o instrutor da disciplina ¢ famoso, associado & segunda segra hii pouco determinads, permite a yoc® explicar porque cla estava lotada ‘quando voce rentou inscrever-se. Mesme quan voeé nfo tem certeza se a disci- plina tem um instrutor famoso ou ¢ exigida ean muitos progcamss, Voce pode conjeturar que estes podem ser verdadeiros (veja a diseussio sobre apnentizado abdutivo a seguir). Logo, a resolugéo de problemas de explanagio pode ser en- fendida em termos de raciocfnio baseado em regrus, se existe uma seqiiéncia de regras que permite & vac gerar 0 que precisa ser explicadoa partirdo que voce jé sabe, Aprendizado Nameroses tipos importantes de aprendizado sto naturalmente commpreen- didos em termos da aquisigio, da modifieagSo © da aplicugio de regras. Aleumas fogras podem set inatas, compreendendo parce do equiparmento biolégice com 0 ‘gual nascemos. Uma repra fisica como se algnma coisa vem ra direcdo de veus thos, exrk0 pisque nfo é uma regra que-as pessoas ou Oulros onganismtos tem que aprender, Mais controverso € 0 fato de que alguns cicntistas cagnitives dis. cutidos na préxima seedo acreditam que muitas tegras de linguagem so inatas Mas ninguém diria que as regras com as quais se inscreve nas disesplinas univer sitivias sfo inatas, e assim & que elas sao adquiridas? Como as afirmagées légicas deserites no capttula 2,28 regias podem ser aprendidas pela generalizagao indutiva, na qual os exeinplos sio tesumidos por mjo de Una regra_Algumas vezes as regras exigem muitos exemplos que as apéieni: vacé nio deve concluir a parti de apenas uma aula de engenharia que todas as aulas de engenharia sao diffveis, ou a partir de apenas uma diseiplina te Filosofia que todas as disciplinas de filosofia sto interessamtes. Mas os estidantes raralmente sdquitem a partir da experigncia reseas eomo sea ¢ wns cut ide rogramagio, svrio x consumird tempo e se v0c8 quiser entrar em disciplinas populares, sxrio voce deve se inscrever cedo. ‘Na generalizagdo indutiva as regras sia formadas a partir de exemplos; mas as regras podem também ser formadas a partic de outras tegras através de um proeesso que no modelo soak de cognicio & chamada (chunking) © ao modelo scr € chamado composicdo. Suponha gue vec? tenha usado muitas regres para planejar como irda niversidade para.a avenida, paca a auto-estrada ¢ para casa Da prézima vez que vocé quiser ir para casa, vooé rite necessitara passay por (odas as eiapas. Ao contritio, voe8 pode juntar as regras formando tuma test geral como st: voed quer ir da universidade para casa, exrio dirija. De forms semelhante, a primeita vez que voes reine tim horaio de aulas, voe® tem que procurar um plano muitas vezes, mas com a experiéncia vo’ pode utilizar uma regia de alto nivel comose voce quer ums bom hordrio, Exrio organize sues disci Mente SS plinas em horérias prosximas ¢ nao as espathe nos cinco dias da semana. Vere ‘mos na segio sobre plausibilidadc psicoldgica que 0 proceso computactonal te regia (chunking) fol usado para moldar muitos tipos de aprendlizado humano ‘Uma outra forma pela qual as regras podem sor formidas a partir de tepras & «a especializagdo, na qual inna regra existente 6 modificada para lidar com una sitwagio especifica. Se ir de carrasexta-feira tarde para casa pode ser demorado devido ao trifego pesado, a experiéncia levact voed a prochizir a wera espeeia. lizada se voc® quer ir da universidade para casa na sexta:feira d tarde ¢ voc std com pressa, evrho ndio dirija. ‘Como vimos no capitulo 2, as regras podem também ser uilizadas no aprendlix 2ado ablative. Suponla que umn arnigo sea esta com miva e deprimido. Natiral mente, vooé tenta dar explicagces sabre o que o esti incomedando. Suponka que ‘oes tenha chegado pela peneralizagao a regra se um estudante tne nna nota ruin, sxrho 0 estudante fica com raiva e deprinido, Voeé pode entao dar origem a uma explanapko possivel sobre porque seu amigo esté com raiva'e brabo, imaginando que ele deve ter recebido uma nota rum. Este 60 raciocinio abdative no qual uma renra retrocede para fornecer uma explanacio possivel do que acontece. E Sbvio que este tipo de inferéncia é muito aniscada,j4 que pode haver uma explicagiio melhor pars o estado de esphito de seu amigo — por exemplo, o baseado ha regra seumna pessoa é rejeitada por wm companheiro, syria ela fica com raivaedeprini- da. & escolha da melhor explanagda requer um tipo mals complexe de inferéneia ciseutida no capftulo 7. Mas as regras pedem ser muito ieis na formagao de hip. teses.como ade que seu amigo recebeu uma notaruim, Assim, a inferénciaabcutiva ‘adapta-se naturalmente ao raciocinio baseado em regras (Thagard, 1988), embora vejamos outros tipas de representa que também a apsiam As regras podem também ser ilizadas para a descrigao do lento aumento do aprendizado se cada regra tiver um valor numérico tepresentando sua utilide do ou plausibilidade associada a ela, Por exemplo, cada ver que tum estudante aplica com sucesso a regia se vocé quer ir da universidade para vasa, envio dirija, mais forte se tora a regra'e maior éa probabilidade de que elaseja empre- ‘ads no furaro, Em resumo, a8 regras podem ser criadts a patie de exemplos, a partir de outras regras, aplicadss abdutivamente © avaliadas quantitaivamente com base no seu desemponko, Linguagem Antes da revolugio cognitiva da década de SO, pensava-se que a lingtagem fosse um compoztamento aprencido por associagdo, Atrayés da experiéneia repe- tide com pares de palavras, as pessoas passaram a esperar onVi- juntas. Olin- atista Noam Chomsky desenvaiven um ponte de vista muito diferente sobre 0 infeto dh linguagem em sou Ii -0 de 1957 Estrutras Sinttieas. Chomsky arg entou que as modelos de aprendizado behaviorists no poderiam responder pela proclutividade da linguagem, ou seja, pelo fato de que existe tam nimers $6 Paul Thagard inefinido de frases qu as pessoas podem prod ¢compresnder Veet provi- welmente nunca encontou a fase “Ela foi paca a unversidale num camelo por- pura”, mas voce nao tem dificuldade-para ented. The aeordo com Choris, nossu habilidade de falar © de eompreender a Imguagem depend de possulmios uma gramdtica complexa que consist de 1e- gris que eonstentemente nfo sabemos que (emos. As ciangas que aprender sls: por exerplo,inielam fermando o passido dos verbosacrescentando “ed, fom esarem carscentes de que esto apicanto uma regra came SE voc® qt tulizar um verbo para deserever 0 passedo,evtR0 acrescente “et” ao verbo. motdrio que as enangas com menos de 5 anos supergeneralizem a repr, dizento “ond e"bringed ao inves de ulizar as formas imegulares que sio excegdes b repra, Akmajian et, (1995) descrevern repras que se aplicam 2 muitos aspeetos diferentes da linguagen. Pot exemplo, as pessoas qe falam ings sabem coro forinarnomesa partied verbos aerscentando "r”,como ao tansformar “write tn "writer" Saber também eps fonétcas sobre como pronunciar plas: com- pare az pronineinsprevsivelmente diferentes do “sen “easy “huts” ¢"dogs'7 Spang As setae sintéticas possiiliam sistemalicamente que tansformemos as aftmagoes em perguntas, compo quand ransformamos “Tam happy” em "Ar T happy?” deslocando o verbo auxiliar “arn” para inci da frase I visto inlvente ce Chomsky foi controversa noma série de asuntos. No capftao 7, cansideraremos aidéia conexionisa de que a inguagem consist iio Ge resras, mas de assocagoesfromas represenidas pele peso ene unidades simples. Independente do nosso conhecimento da linguagem ser methor repr- fenlado por regs, existe a questio dela ser aprendidn ou inata. Chomsky eont- nua susentanla qe todo o ser humano nasce com wma gramitica universal na ta: Partindo de sus iio nica, nas quai scrangas agirem a habilidade i ndizar a lmguagem abduiivamente, formando hipéteses sobre que regras aplicar sua linguagem individual (Chomsky, 1972), cle atualmente mantém a idéia de {que as clangan aprender a linguagem aotomiticamonts, merarsente reconhs- endo qual de un conjunta limitado de possibile a Hingusgem empregs (Chomsky, 1968). Todas as inguas humtanaspossiem noms, verbos, 2dettvos Droporigdes ou posposiges. Mes uma lngita como o jnponés nao tem artiges Sonmo “thee "do inglés, de forma que uma crlanga aprendendo japones tet qe itstanciara granvtcauntversal de wma forma diferente quea de un cianga ahrendendo ingles TEmbora as dias de Chomsky de que a linguagem eonsistz em regras inatas tenham tido uma enorme influgncia na linglftieaedreasassoiadss,considera- remos outas abordagens da finguagem em capitulo posterires, PLAUSIBILIDADE PSICOLOGICA De todas as abordagens computacionais-representacionais descritas neste livro, quil teve a maior aplicagao psicolégica? A resposta € clara: sistemas base~ Mone 57 dos em regras, Nao posso tentae fazor uma ampla revisio de todas essas aplica- ‘e5es, mas fomecerei uma mostra de algumas formas tipicas nas quais os sistemas bbaseados em regras foram utilizados para responder pelo comportamente huma- Newell (1990) mostrou como e soaa, uum modelo atval sofisticacla bases nia regra, pode ser aplicado a uma ampla gama de fendmenos psicol6gicos inte- ressantes. Por exemplo, ele descreve como o soak resolve problemas eripta- ritmélicos, que s2o quebra-cabseas nos quais as letras so substitufdas por néme~ ros (vertambém Newell e Simon, 1972). Um quebra-cabega é Doland + Gerald Robert, ome cada letra deve ser substitufda por um mimero distinto entre 0 e.9 de forma que toma a equagio verdsdeira. As regras podem ser muito titeis part a resolugio destes problemas, que, na nossa soma usual algoritmica, ¢ mais clara- monte repeesentada por Donald Geral Rober Conio comegamos.a resolver este problema? Voes deve rotar que ma segu- da coluna da esquerda O somada ao E produz Q. Isto faz lembrar da regra se 0 Gere) é somade a un numero, Evia’ nimero fica inalterada. Esta regra sugere que £66. Entio, olhande para a quarta coluna vos poder ver que jd.que A+ A=0, A deveria sor 5, Mas seguindo esta linha de raciveftio voce ters proble: mas, porque isto quer dizer que nenhumma transformagaa estava envolvida 1a soma de Le L para obter R, ou na soma de N e R para obter B. Assim, de alguma forma, R precisa ser duas vezes maior que L, mas pequeno o suficiente para que, a0 ser somado aN na terceira coluna, nfo produza uma transforrta- io, A tcansformagio na nossa soma algoritmica familiar envolve a regra st os Uigitas somados excedem 10, evrio escreva o segundo digito da soma epasse o 1 para a préxima colina & ecquerda. Esta regra riosira que ha um outro valor possivel para E: se E=9, entao O + H= O, desde que haja uma tasformagao da colina N+ R= 8, Trabalbar as consegincias deste ponto de partida utilizande regras sabre adigto e transformagda, junto com conhecimento adicional coma ide que se um dfgito esté uo inicio de um atimero, entio 0 digito nfo € 0, permite a voe€ (com um considerdvel esforgo) chegara uma conclusio, O soar 6 capa. de hmiodelar aspectos desse esforeo tendo muitos operadores que sugerem valores hnuméricos para os digites, © checando para ver se os resultados so eonsistontes tum cam poutre. O-soax foi também muito utilizado para modelar outros tipos de raciocinio de alto nivel como a determinagfio do que segue depois d= “Alguns arqueiros niio So langadores no erfquete” ¢ “Todos os canoeiros sto langadores no criquetc”. O soak nio utiliza neni a [égica mental, nem modelos mentais — as duas aborda. ‘pens dua declugdo descritas no capitulo 2 — mas, ao invés disso, Faz. uma busca

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