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GDM 200919 TMB R2428106 2428128
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MarketinG
Fabrício Palermo Pupo
Superintendente Prof. Paulo Arns da Cunha
Reitor Prof. José Pio Martins
Pró-Reitora Acadêmica Profa. Márcia Teixeira Sebastiani
Diretor de EAD Prof. Roberto de Fino Bentes
Coordenadora Editorial Profa. Manoela Pierina Tagliaferro
Coordenadora Pedagógica Profa. Adriana Pelizzari
Autoria Prof. Fabrício Palermo Pupo
Supervisão Editorial Josiane Cristina Rabac Stahl
Análise de Conteúdo Cristiane Lieuthier
Análise de Qualidade Betina Dias Ferreira
Edição de Texto Igor Debiasi Sousa e Climene de Moraes Favero
Design Instrucional Luana Przybylovicz, Lucelí de Souza Fabro
e Wagner Gonçalves da Silva
Design de Atividades Mariana Moschkovich Athayde
Layout de Capa Valdir de Oliveira
Imagem de Capa Juliano Henrique
Edição de Arte Denis Kaio Tanaami
Diagramação Bruno Akira Sato, Diego Ferreira Santos
e Jessica Sartori Ladoruski
Estágio de Design Gráfico Guilherme Rufatto
Revisão Ana Raquel Cruz, Elizabeth Pinheiro,
Marcos Ganzert e Yohan Barczyszyn
ISBN 978-85-8486-064-7
CDU 658.81
* Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados ao autor, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão de conceitos. Nenhuma parte
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Copyright Universidade Positivo 2014
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido
Curitiba-PR – CEP 81280-330
Ícones
Afirmação Curiosidade
Assista
Dicas
Biografia
Esclarecimento
Conceito
Contexto Exemplo
Sumário
Apresentação.....................................................................................................................9
O autor..............................................................................................................................10
Por fim, estes capítulos foram construídos para oferecer ao leitor uma visão am-
pla do que é considerado relevante e atual na gestão de marketing.
O autor
O Professor Fabrício Palermo Pupo é Doutorando em Administração (PMDA/
UP), Mestre em Administração (EBAPE/FGV), Especialista em Marketing (UFPR) e
Bacharel em Administração (UEPG). Atualmente, coordena o câmpus IBMEC Curitiba
(em parceria com a Universidade Positivo) e leciona na Escola de Negócios da UP.
Responsável pela implementação de quatro departamentos de marketing em empre-
sas nacionais, é sócio-fundador da consultoria Marketing Power Brasil desde 1999
e membro da Abraic (Associação Brasileira de Inteligência Competitiva). Entre outras
experiências, foi Secretário Municipal para assuntos estratégicos e comunicação.
Currículo Lattes:
<http://lattes.cnpq.br/6825159038529397>
A meus familiares.
1 Observatório: a luneta, a análise e a interpretação dos
cenários do mercado
“Pensar na gestão de um negócio como um todo faz com que nossos pensamentos sejam
remetidos a uma diversidade de assuntos inter-relacionados a ideias inspiradoras sobre
produtos ou serviços. Disso surgem diversas dúvidas sobre as decisões a serem tomadas
em relação ao produto, à propaganda, às vendas, aos estoques, enfim, são várias as refle-
xões sobre a realidade do mercado, dos novos fatos empresariais e dos fatos históricos a
respeito de um produto.”
O parágrafo que você acabou de ler tem um papel importante no início de todo
este texto, pois remete ao pensamento motivador que pretende dar uma mensagem a
você: os aspectos técnicos deste material poderão levá-lo a determinado degrau, e os
aspectos motivacionais, que remetem a sua vontade de crescer, poderão levá-lo a de-
graus ainda mais altos.
Esses pensamentos iniciais são trazidos à tona quando nos referimos a pala-
vras como produtos, mercados, estratégia e clientes. Porém, pare por um instante e
imagine Henry Ford no início do século XX planejando a venda dos primeiros Ford T.
Imaginou o raciocínio dele a respeito da cor do automóvel, de sua entrega e de seu
preço de venda?
As ideias de planejamento, vendas e produção foram evoluindo desde o início do
século XX. O tema “encorpou” e passou a ser reconhecido como marketing, termo que
vai lhe acompanhar durante toda essa disciplina. No decorrer do estudo, iremos des-
membrá-lo para que você possa compreender melhor seu uso.
O intuito deste capítulo é fazer de você um(a) observador(a) atento(a) do mer-
cado, da concorrência e do cliente, a fim de lhe oferecer lentes para enxergar o
mercado com mais precisão e poder
realmente colocar em prática aquilo que
deseja, seja em relação a um aumen-
to na participação de mercado ou ainda
ao crescimento da percepção de quali-
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Conceitos de análise
do ambiente externo
à empresa
Conhecimento sobre
ferramentas do
composto mercadológico, deve ser realista em relação àquilo que se oferta, pois, no
momento da comunicação, da mensagem ao consumidor, tudo isso aparecerá, e se
ocorrer uma falsa ou dúbia mensagem, pode acontecer uma frustração pelo cliente e
a consecutiva perda dele.
Para entender melhor o que compõe cada dimensão desses 4 Ps, acompanhe uma
breve explicação:
Produto
Preço
Praça
Promoção
Design Gráfico: Guilherme Rufatto
© kraphix / / Fotolia. (Adaptado).
• Produto (do inglês product): pode ser um serviço, um produto físico ou uma
ideia oferecida para o mercado. Nesse item, definem-se as características da
qualidade que se pretende atingir, o design que vai prevalecer, o nome da mar-
ca, as embalagens, os tamanhos, os formatos, os serviços oferecidos com o
produto e a garantia que ele terá.
Gestão de Marketing 14
• Preço (do inglês price): a quantidade de dinheiro ou outros recursos que os profis-
sionais de marketing pedem por suas ofertas. Engloba as definições de descontos,
preço psicológico, formas de pagamento facilitadas e condições para o crédito.
• Praça (do inglês place): trata-se dos processos pelos quais os produtos e servi-
ços serão entregues aos mercados (atacadistas ou varejistas) ou disponibiliza-
dos para um consumidor final. Envolve a definição dos estoques, dos locais de
venda e das formas (canais) pelas quais o consumidor terá acesso ao produto
(via lojas, catálogos, internet etc.).
Essa teoria, explicada por Theodore Levitt em seu livro A Imaginação de Marketing,
acerta o ponto no qual as empresas mais erram: o foco. Ela defende a ideia de que o con-
sumidor não compra somente o produto em si, e sim o benefício que ele traz. Nas pa-
lavras de Charles Revson, da Revlon: “Em nossas fábricas produzimos cosméticos; nas
lojas, os consumidores compram esperança” (KOTLER; KELLER, 2006, p. 7).
Isso resume grande parte da teoria de Theodore Levitt, na qual as empre-
sas fabricam algo que atenda às necessidades do cliente. Vejamos outro exemplo: a
Petrobras atua no ramo de combustíveis e, caso mantenha essa “imagem”, estará fa-
dada a manter todos seus esforços nessa área, em vez de buscar um reconhecimento
por ser do setor de energia. Assim, poderá estar presente por todo o tempo que “ener-
gia” for algo comercializável na sociedade.
Muitas organizações seguem a orientação de vendas, ensinadas em livros e cur-
sos padronizados, e sustentam que “os consumidores só compram bastantes produtos
de uma empresa quando ela despende um esforço em vendas e promoção” (KOTLER;
KELLER, 2006, p. 13). Esse conceito é praticado com produtos que os compradores em
geral não adquirem “todos os dias”, como seguro de vida ou plano funerário. Essas or-
ganizações tentam vender seus produtos com base nos benefícios futuros.
Segundo Kotler e Keller (2006, p. 40):
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propagandas pelo rádio, televisão, cartazes e mala-direta. Os
defeitos dos candidatos são ocultados do público porque o
objetivo é conseguir a venda, sem se preocupar com a satisfa-
ção posterior do consumidor.
• Uma mulher foi a uma loja de departamentos comprar um presente para uma
amiga. Como estava com pressa, comprou e saiu da loja, esquecendo sua com-
pra. O vendedor da loja fez um embrulho de presente, pegou seu endereço no
cadastro e entregou o presente em domicílio, sem cobrar nada.
Do ponto de vista financeiro, esses exemplos devem parecer uma forma não lu-
crativa de se fazer negócio. Como se pode ganhar dinheiro desfazendo-se de seus pro-
dutos, oferecendo serviços extras, gratuitamente? Mas, ao analisar a competição em
determinados setores, isso faz sentido na estratégia de marketing, pois se investe em
uma transação boa para ambas as partes. Como resultado, fortalece-se um relaciona-
mento lucrativo de longo prazo com o cliente.
Para manter um cliente satisfeito, não basta investir em uma ação isolada, como
propor abrir um departamento de reclamações. As empresas que cuidam melhor de seus
clientes mantêm um conjunto de ações que estabelecem altos padrões de relacionamen-
to, que em geral parecem esforços incomuns (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p. 9).
Portanto, o conceito de vendas vai além da troca de um produto por uma “moe-
da”. Sob o aspecto de marketing, o gestor deve entender do valor de seus produtos/
serviços, além de sua simples definição de uso.
informações que circulam na rede em 24 horas. Dessa forma, a pergunta a ser feita é:
como podemos distinguir entre todos os dados que circulam em todos os meios de co-
municação aqueles relevantes para o dia a dia da administração dos negócios?
Isso é possível, pois dados são os fatos em sua forma primária, como a designa-
ção de um departamento ou de um cargo que esteja isolado de um contexto ou que
não tenha conexões com outros dados disponíveis. Quando esses dados (isolados) são
reunidos ou estão organizados de maneira significativa e contextualizada, que faça
sentido para determinado objetivo, eles passam a ser considerados uma informação.
Tais dados podem ser distinguidos em duas formas (MALHOTRA, 1999, p. 127):
Por fim, nesse tópico você pode observar que nem sempre tomar uma decisão ba-
seada em dados poderá ser um bom negócio e que, por meio da organização ou do arran-
jo desses dados, poderemos inseri-los em um contexto e assim obter uma “informação”. O
problema nem sempre se refere aos dados, mas sim a análises mal elaboradas.
cliente;
• formas de controle na distribuição.
É necessário inserir uma cultura sobre tecnolo-
gias da informação na empresa, em todos os setores,
Gestão de Marketing 24
Demanda
negativa
Demanda Demanda
indesejada irregular
Demanda Demanda
plena em excesso
Demanda Demanda
declinante inexistente
Referências
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com/AboutAMA/Pages/DefinitionofMarketing.aspx>. Acesso em: 03/12/2013.
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18/11/2014.
Gestão de Marketing 30
Porter (1986)
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consumidor?
Considerar esse pensamento é obter uma vi-
são mais estratégica do negócio. Ler, visualizar ou
entender o que acontece “lá fora” é responsabilidade e competência dos gestores que
estão no topo das decisões, que têm a tarefa de manter produtos atrativos para a so-
ciedade e, por fim, atrair uma receita positiva para a empresa em que estão inseridos –
caso contrário, a companhia desaparece.
Entender a estratégia e acompanhar os movimentos das empresas são tarefas im-
portantes para tentar compreender o sucesso ou o fracasso de um produto. A porcen-
tagem de empresas que encerram suas atividades no período de três anos é de 48%
(IBGE, 2013).
Após contextualizar esse mercado e a necessidade da estratégia, podemos com-
partilhar um conceito formal do assunto. Segundo Fernandes (2013), uma estratégia
empresarial “é o conjunto de grandes propósitos, dos objetivos, das metas, das políti-
cas e dos planos para concretizar uma situação futura desejada, considerando as opor-
tunidades oferecidas pelo ambiente e os recursos da organização”.
Essa definição remete o leitor a observar determinadas palavras-chave na estra-
tégia: ambiente, objetivos, planos e recursos organizacionais. No que se refere ao am-
biente, que pode ser estável ou não, cabem observações sobre algumas forças sociais
que podem criar comportamentos na sociedade e trazer oportunidades e desafios às
empresas – por isso, conhecê-las e conviver com elas faz-se necessário. Observe algu-
mas dessas forças sociais (KOTLER; KELLER, 2006):
Design Gráfico: Guilherme Rufatto
Evoluções tecnológicas.
Customização.
Concorrência ampliada.
Convergência setorial.
Transformação no varejo.
Ambiente geral
A organização
Componente Componente
internacional fornecedor
Ambiente interno
Aspectos organizacionais
Aspectos de marketing
Aspectos financeiros
Componente cliente
Componente Componente
político tecnológico
Veja o quadro a seguir, que contém alguns exemplos de subitens que podem com-
por as forças político-legais, econômicas, sociais e tecnológicas:
Político-legais
São compostas de fatores ligados a decisões
governamentais e legais, como tributos, mudança
em determinadas legislações, políticas comerciais
internacionais e direitos dos consumidores.
Econômicas
Estão relacionadas aos movimentos econômicos,
como aumento do poder aquisitivo de classes mais
pobres, maior disponibilidade de crédito pelos bancos
e crescimento do produto interno bruto.
Sociais
Geralmente acontecem mais lentamente, por períodos
de longas mudanças e que afetam a sociedade como
um todo, por exemplo, envelhecimento da população
de um país, novas necessidades de alimentos mais
saudáveis, conservação do meio ambiente e mudanças
em relação aos valores da sociedade.
Tecnológicas
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farão uma empresa ter mais foco em relação a suas decisões de produtos e, principal-
mente, sua comunicação de marketing.
Em alguns casos, essa segmentação pode ser simplesmente considerada como os
usuários mais frequentes ou leais a uma marca. Em outros casos, há muitos critérios de
mapeamento a fim de “desenhar” seu público-alvo.
No quadro a seguir, há um grande número de informações que podem auxiliar um
gestor a identificar determinado público-alvo e encaixá-lo dentro de um agrupamento.
Para isso, os pesquisadores da área de marketing podem se utilizar de informações de-
mográficas (como idade, gênero etc.) e psicográficas (que remetem ao comportamen-
to e aos hábitos das pessoas).
Essas informações, agrupadas, às vezes apresentam um estilo de vida caracterís-
tico, e isso foi observado por alguns institutos de pesquisa, que acabaram por desen-
volver classificações a respeito de “estilos de vida”. A classificação mais utilizada é a
tipologia Valores e Estilos de Vida – VALS (Values and Lifestyles) –, desenvolvida pela
SRI (Stanford of Research Institute).
Dessa forma, o quadro a seguir pretende fazer um apanhado das informações ou
variáveis demográficas e psicográficas, a fim de facilitar a vida do gestor no momento
de fazer a própria segmentação. Acompanhe:
família.
Pessoas com valores semelhantes aos dos realizadores, mas com
Estilo batalhador
menos recursos econômicos.
Consumidores ávidos, que gastam muito com roupas, fast food,
Estilo experimentador
música e outros artigos favoritos dos jovens.
Pessoas que gostam de afetar seu ambiente por meios práticos.
Estilo criador Valorizam a autossuficiência e concentram-se em coisas familiares
(família, trabalho e recreação física).
Pessoas de renda muito baixa e poucos recursos para serem
Estilo lutador
incluídas em qualquer orientação de consumo.
Fonte: SRI – STANFORD OF RESEARCH INSTITUTE, 2013; SOLOMON, 2002. (Adaptado).
SEGMENTAÇÃO
Quando o negócio atende a determinada região, pode ser limitado
Geográfica
DEMOGRÁFICA
empresa algo que lhes satisfaça, será importante que o gestor esteja ciente de ferra-
mentas gerenciais que sirvam ou o auxiliem a “disseminar” essa personalidade dentro
dos diversos setores que compõem uma empresa.
Essa “disseminação” tem a ver com um dos
grandes quebra-cabeças da gestão baseada em es-
tratégia, relacionado com a imagem central da em-
presa, seja por decisão própria ou dos clientes,
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quando a empresa passa a ser reconhecida no decor-
rer de sua história.
Com a busca por um foco estratégico, a empre-
sa pode criar uma proposta baseada na razão pela qual existe. Tal conceito é comum
nos bastidores de consultorias e é denominado missão organizacional.
Essa “missão” é em geral apresentada de forma documental e relaciona informa-
ções do produto ou serviço que a empresa oferece. Também apresenta quem são seus
clientes ou o perfil deles e pode ser contemplada pelos valores relevantes e presentes
na empresa.
Segundo Churchill (2012), dependendo do perfil ou interesse da empresa, podem
surgir outras informações dentro da declaração da “missão” e também a respeito de
sua importância, como:
• indicação do segmento do qual a empresa faz parte, por meio de seus produtos
e serviços;
• visão do mercado e da tecnologia e ideia geral dos objetivos da empresa;
• filosofia pela qual a empresa é dirigida;
• definição de seu autoconceito organizacional;
• descrição daquilo que se deseja como imagem pública;
• importância e necessidade da missão organizacional perante todos os envolvi-
dos com a empresa;
• exposição do rumo da organização.
Assim, o intuito é descrever o propósito da empresa, usualmente criado pela dire-
toria e compartilhado por todos da organização.
Somados à missão, surgem os objetivos organizacionais, os quais devem, no mí-
nimo, descrever os resultados esperados a partir do cumprimento da declaração de
missão. Caso seja necessário o detalhamento, sugere-se que os objetivos sejam descri-
tos da seguinte forma:
Gestão de Marketing 38
Mensuráveis
Claros
Desafiadores
Realistas
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nas UEN com melhores resultados, comparativamente com o setor de seus concorren-
tes, ou seja, identificar quem realmente tem as competências essenciais e supera seus
competidores. Em gestão estratégica, é comum o uso de uma técnica para avaliar as
unidades de negócios que trazem retorno: a matriz de avaliação de crescimento e par-
ticipação de mercado, desenvolvida pelo Boston Consulting Group (BCG). Observe:
Alto
Crescimento do mercado (Market grouwth)
De acordo com Porter (1986), se as empresas tentassem ser boas nas três alter-
nativas, sem serem superiores em algum desses aspectos, perderiam para empresas
superiores em algum deles. O meio-termo pode ser complicado, pois, em média, as
empresas não dispõem de recursos financeiros suficientes para serem boas em todos
os aspectos. Além disso, cada estratégia de posicionamento requer um modelo de ges-
tão ou uma cultura organizacional própria. Mesmo assim, algumas empresas conse-
guem manter uma diferenciação no produto e oferecê-lo a um preço baixo, como é o
caso da Procter & Gamble, que oferece produtos de qualidade e começou a investir em
iniciativas para reforçar essa imagem e mostrá-la às marcas tradicionais, conhecidas
pelo público, como Ariel, Pampers e Hipoglós (MEYGE, 2012).
Gestão de Marketing 43
• o melhor desempenho;
• a marca mais confiável;
• o mais durável;
• o mais seguro;
• o mais rápido na categoria;
• o mais prestigiado;
• o melhor design;
• o mais conveniente.
Por exemplo, no setor automobilístico,
a Mercedes ocupa a posição de “maior prestí-
gio”, a BMW detém “o melhor desempenho”,
a Hyundai é “a de menor valor” e a Volvo ocu-
pa a posição de “a mais segura”.
Referências
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Janeiro: Elsevier, 2013.
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MEYGE, A. Marca Procter & Gamble é reconhecida por 74% dos brasileiros. Valor
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TREACY, M.; WIERSEMA, F. A Disciplina dos Líderes de Mercado. Rio de Janeiro: Rocco,
1998.
3 O monitoramento do mercado e os diversos
comportamentos em uma compra
O monitoramento do mercado ou as pes-
quisas que abastecem os decisores de marketing
Métodos convencionais
Abordagens
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Qualitativa
fatos.
Definição da amostra
© robu_s / / Fotolia
– O entrevistador deve ser capaz de compreender e registrar corretamente as
respostas.
ser vistos os culturais, sua classe social, os grupos sociais que costuma frequentar, seu
estilo de vida e as motivações que estão impulsionando-a para a compra.
intangíveis (VLS) que ele ganha comprando e usando um produto e os custos (CTs) para
obter esse produto. Hipoteticamente, a fórmula se apresentaria da seguinte forma:
VL = VLs – CTs
Fonte: KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p. 6; CHURCHILL, 2012, p. 15.
© MK-Photo / / Fotolia
quando o serviço ultrapassa as expectativas do con-
sumidor, ele poderá ficar encantado, ocorrendo o que
muitas empresas ou prestadoras de serviços desejam:
manter o cliente fiel aos seus serviços.
chego, minha mesa está reservada; nem preciso ligar antes”. Esse caso mostra uma
empresa voltada ao cliente, estrategicamente fazendo com que ele realize publici-
dade para o empresário.
Algumas empresas utilizam a incorporação da marca por meio da construção de uma cultura
de “servir” ao cliente da forma mais adequada e experiencial possível.
Situação de
consumo do Descarte, ao jogá-lo
Avaliação do
produto ou fora diretamente ou
produto ou serviço
serviço, na qual há por troca, doação,
após o consumo.
experiência com a reciclagem ou
marca. revenda.
Para completar as ideias dos três autores, os consumidores podem ser vistos
como atores no “palco do mercado”, em que cada um tem as próprias falas e os figuri-
nos e assume seu personagem preferido, tudo isso utilizado na “encenação” prazerosa
de uma boa compra.
Outro ponto de extrema importância neste estudo é a análise do comporta-
mento do consumidor como um processo. Antigamente, essa área era chamada de
Gestão de Marketing 62
Estímulos Receptores
sensoriais sensoriais
Imagens Olhos
Texturas Pele
Dentro deste contexto, em que a mente de uma pessoa é organizada por um pro-
cesso linear de processamento, ainda há situações de distorções ou predominâncias
das informações, como (SOLOMON, 2002):
• Atenção seletiva – Os estímulos são filtrados conforme a necessidade atual da
pessoa; praticamente são estímulos esperados. Exemplo: descontos em lojas
de shopping após uma data comemorativa.
• Retenção seletiva – Tendência a reter informações que sustentam suas cren-
ças e atitudes. Exemplo: lembrar pontos positivos do produto preferido mais
do que os pontos positivos do concorrente.
• Distorção seletiva – Transformar a informação em significados pessoais, inter-
pretação baseada em suas experiências.
• Percepção subliminar – Receber uma mensagem que não pode ser interpre-
tada pelos meios sensoriais; é uma informação “escondida” em um primeiro
momento.
© Cobalt / / Fotolia
tos com detalhes;
• vídeo do produto com instruções e uso;
• ferramentas que sugerem, durante a navegação no site, produtos alinhados ao
que o cliente procura.
Para aproveitar todo esse potencial do e-commerce, uma estrutura em logística
poderá fazer todo o diferencial. Além disso, a comunicação com este e-consumidor
deverá ser repensada em relação às lojas físicas de hoje, pois será necessário disponi-
bilizar contato direto via telefone, espaço para comentários, direcionamento para as
redes sociais e respostas com mais agilidade aos e-mails enviados à loja, ou seja, tratar
o virtual com características do presencial.
Depois da internet, a experiência de fazer compras nunca mais foi a mesma, in-
fluenciando toda a cadeia interligada a uma venda digital. Com a praticidade, a rapidez e
as promoções, o mercado de e-commerce tem crescido a uma velocidade muito grande.
Nos 15 primeiros dias de 2012, o setor on-line movimentou mais de um bilhão de reais (o que
representa um crescimento de 32% em relação ao ano anterior). Observando por este con-
texto, o mercado on-line pode representar o sucesso em vendas de muitas empresas atuais
(ROCHA, 2012).
Gestão de Marketing 66
Referências
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RIES, A. Foco: uma questão de vida ou morte para sua empresa. São Paulo: Makron
Books, 1996.
4 Gestão de produtos, precificação e marca
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Somos influenciados pelo contexto que envolve o marketing desde o momento
em que acordamos até a hora em que vamos dormir. Grande parte de nossas experiên-
cias, durante um dia, são permeadas por ações decididas pelo conceito de marketing.
Fala-se a todo o momento que uma empresa de sucesso faz um marketing de primeira
linha e que uma empresa fracassada não sabe fazê-lo. Isso é verdadeiro em parte, po-
rém não é suficiente para justificar todo o resultado que uma empresa obtém.
De Porta em Porta (SCHACHTER, 2002) conta a história de Bill Porter, menino com paralisia ce-
rebral que sofre limitações na fala e nos movimentos e, mesmo assim, revela-se um excelente
vendedor ao fazer sua primeira venda para uma alcoólatra reclusa. Confira!
po
Produto tencial
to ampliad
Produ o
uto esperad
Prod o
duto básico
Pro
Na odontologia e medicina, os serviços prestados pelo profissional são definidos como pro-
dutos de consumo. Além disso, apresentam características muito relacionadas ao profissional
que está prestando o serviço.
Gestão de Marketing 70
Produtos não
Produtos de
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completamente avaliadas, bem como as
estratégias de preço dos concorrentes. Os
profissionais de marketing consideram a de-
manda para a classe, a categoria e a marca do produto, bem como o custo para produ-
zir e colocar o produto no mercado. O preço pode, ainda, ser restringido por certas leis
que limitam as estratégias de preço ou por políticas de venda para o governo.
Analisar o potencial de lucro pode ser considerado uma etapa inicial, pois depen-
de de avaliar os lucros estimados para toda a faixa de preços considerada. Geralmente,
essa ação relaciona informações entre preço, demanda e lucros.
Um segundo momento é estabelecer o nível inicial do preço, um valor-base que dará
uma ideia fundamentada nos custos, na concorrência e no valor para o consumidor. É es-
sencial que isso esteja equilibrado com a estratégia de posicionamento do produto.
Após esses procedimentos iniciais, podem ser feitos ajustes de preço conforme a
necessidade, por exemplo, oferecer um desconto temporário para atrair compradores
ou cobrar mais por um produto que seja exclusivo.
Gestão de Marketing 74
3 pares por
R$ 100,00
Desconto sazonal
Descontos comerciais
50% de desconto
para atacado e
varejo
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10% de desconto
à vista
© tawesit / / Fotolia;
pode ser uma pequena porcentagem para pagamento em dez dias, com o prazo
final após um mês. Do ponto de vista do consumidor, esses descontos são ofere-
cidos para aqueles que pagam à vista, e não à prestação.
Adiantamentos
Descontos promocionais
Desconto
uer
30% em qualq
ja
produto da lo
© Studio_3321
para estimular as vendas e encorajar potenciais consumidores a experimentá-lo.
Isso pode ser obtido também com cupons de desconto.
Mercadorias-isca
Promoção
de
vídeogame
s
Além desses fatores, são definidas técnicas para ajustar preços de forma a refletir
diferenças de custo para atender compradores em diferentes locais. Trata-se de uma
forma de expansão em que a empresa tem que pensar como opção. Caso não deseje,
pode justificar-se considerando que sua logística não seja apropriada, sem a possibili-
dade de competir de igual para igual com seus concorrentes.
Nesse contexto, têm-se as seguintes precificações (CHURCHILL, 2012, p. 362):
• Precificação sem o frete – Com o preço FOB (Free on Board, ou “posto a bor-
do”), o preço do vendedor se refere ao artigo no momento de sua remes-
sa. O comprador é responsável pelos custos de transporte, o que o torna mais
atraente para compradores que estão perto do ponto de venda.
• Precificação uniforme na entrega – É o oposto da precificação sem o frete. O
valor da mercadoria inclui taxas de transporte. É chamado também de “desti-
no FOB”, desde que o título seja corrente no local onde o comprador recebe os
Gestão de Marketing 80
produtos. “FOB com frete adiantado” significa que o comprador pode deduzir
o valor de transporte do preço da mercadoria. No caso de “preço de ponto-ba-
se”, o vendedor baseia o preço em um ou mais pontos geográficos onde o pro-
duto é produzido.
Considerando que em cada nova região atingida o cliente terá uma realidade, po-
demos observar também que, a cada modificação no preço, haverá diferentes reações,
que podem ser referentes à diminuição ou ao aumento do preço; isso dependerá para
onde se deseja ir. Veja as seguintes situações (CHURCHILL, 2012, p. 368):
• Reações negativas a preços baixos – Acontecem quando o concorrente res-
ponde rapidamente a um preço baixo diminuindo ainda mais o valor de seu
produto. Isso pode criar um conflito negativo, a ponto de as margens de lucro
desaparecerem.
• Reações a preços altos – Ocorrem quando os concorrentes aumentam seus
preços e a demanda continua adequada. No entanto, quando a demanda dimi-
nuir, o preço deverá ser reajustado.
• Demanda pequena – Acontece quando a procura pelo produto é inferior
à esperada. Neste caso, deve ser observado todo o reposicionamento de
marketing.
• Grande demanda – Ocorre quando a demanda supera demasiadamente a pro-
dução. Isto pode ocorrer quando o preço está muito abaixo do praticado pelos
concorrentes.
Gestão de Marketing 81
Curva de demanda de um produto que muda com o As curvas de demanda determinam a receita total, a
passar do tempo. média e a marginal.
Estimativa feita utilizando a elasticidade-preço e fato- A diferença positiva entre as receitas totais e os cus-
res demográficos e psicológicos. tos totais.
Quantidade de compradores, sua localização, seu ní- Técnica para descobrir os lucros máximos medindo o
vel de consumo e sua condição financeira. efeito econômico de se produzir e vender uma unida- Design Gráfico: Guilherme Rufatto
de a mais.
Fatores psicológicos
a um produto com valor maior. Esse tipo de abordagem não inclui informações de cus-
to nem decisões racionais, e sim de percepção e imagem.
Desta forma, é importante entender a precificação baseada no valor para o
cliente.
• Preço de referência – Valor em relação ao qual os consumidores comparam o
preço oferecido.
• Precificação por demanda regressiva – Fixação de um preço começando pelo
valor estimado que os consumidores estão dispostos a pagar e somar margens
de lucro para o varejo e o atacado.
• Precificação pelo valor – Fixação de preços de forma que o valor de troca seja
mais alto que o dos concorrentes. Pode ser tangibilizado pela reputação da
marca e pelos serviços de primeira linha oferecidos.
• Vantagens e limitações da precificação pelo valor – Possibilidade de os clien-
tes não receberem aquilo que desejam. É preciso levar em conta os custos e
lembrar que as expectativas em relação ao produto estão elevadíssimas, ou
seja, o cliente é muito mais crítico em relação aos serviços.
Agora observe questões de escolha ética na formação dos preços, não previstas
em regulamentações específicas (KOTLER; KELLER, 2006, p. 450):
• Preços que confundem os clientes os le-
vam a comprar componentes de que não
necessitam ou induzem os consumido-
res à crença de que a qualidade é melhor
do que na verdade é. São eticamente
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questionáveis.
• Atração dos clientes, por meio de pre-
ço baixo, para um produto e consecutivo
desvio para produtos mais caros (chamada “isca e troca”).
Por fim, algumas considerações a respeito da formação de preços são neces-
sárias, pois toda decisão estratégica de preços requer uma avaliação para verificar o
resultado gerado. Desta forma, são utilizadas as “métricas de preços”, que são indica-
dores usados para analisar uma determinada variável baseada no preço dos produtos.
Por outro lado, uma lembrança negativa ou uma mudança arrojada de uma mar-
ca pode desconstruir a proposta de seu valor original. Muitos são os exemplos em que
uma marca perde o sentido original e tenta “ser tudo, para todos”, o que a enfraquece.
Porém, um cliente feliz também pode contribuir para aumentar o valor da marca
e a percepção que se tem, e, em muitos casos você pode até aplicar uma técnica sim-
ples de pedir para que o cliente que estiver feliz com o produto adquirido indique seus
serviços. Não há o que temer, isso funciona bastante.
4.4.1 Como gerir todo este processo sem que haja ruídos entre a marca
e o produto
Tudo dependerá do foco com o qual a empresa está atuando. Quando se fala em
processo, logo vem a ideia de algo organizado, com começo, meio e fim. É desta for-
ma que a empresa deve enxergar para que haja o mínimo de ruídos possível entre a
proposta de valor de um produto e sua real experiência.
Existe outro tópico a ser pensado a respeito do assunto, o qual tem uma gran-
de ligação com as expectativas dos clientes. Quando se elevam demasiadamente as
expectativas, por meio de uma comunicação, uma fachada de loja ou qualquer outro
meio, o cliente tende a esperar muito pelo serviço, podendo se tornar muito mais exi-
gente. Por outro lado, quando a empresa não exagera nessa questão e promete, por
meio da comunicação, entregar o suficiente para que ele fique satisfeito, no momen-
to da compra há alguns itens que surpreen-
dem o cliente, como garantia estendida ou
um serviço gratuito por seis meses, o que
pode fazer o cliente ficar muitíssimo satis-
feito, pois superou o esperado.
Um exemplo de empresa que mantém
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uma comunicação condizente com aquilo que
oferece é a rede de hotéis Ritz Carlton, con-
siderada uma empresa que preza pela “aten-
ção genuína e o conforto dos hóspedes”. De
acordo com seu posicionamento e foco, a
rede proporciona “o mais fino serviço pes-
soal e de instalações em um ambiente calo-
roso, agradável e refinado”. Essa experiência
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No entanto, muitas outras empresas buscam seguir uma receita pronta como
essa, mas, no momento da execução, não conseguem o mesmo resultado. É possível
lembrar também de casos de empresas que adquiriram outras, consideradas provedo-
ras de um “serviço superior”, e, após a compra e a incorporação, tal superioridade não
se sustentou e se perdeu com o tempo.
Quando uma empresa comunica que sua qualidade está acima da qualidade dos concorrentes,
ela eleva as expectativas dos consumidores. No entanto, caso haja uma única falha no momen-
to da prestação do serviço, a experiência do consumidor será péssima em virtude do nível de
exigência construído.
Gestão de Marketing 87
Referências
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William H. Macy. Direção de Steven Schachter. Estados Unidos, Warner Home Video,
2002. 1 DVD, 90 min.
YANAZE, M. H. et al. Gestão de Marketing: avanços e aplicações. São Paulo: Saraiva,
2006.
5 Eficiência na Comunicação Integrada de Marketing (CIM)
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A comunicação de um produto ou serviço dentro da gestão de marketing é um tó-
pico que está em contato direto com o consumidor e que pode provocar emoções das
mais diversas formas. Pode também impulsionar o desejo das pessoas de atender a
uma necessidade de forma específica. Um exemplo disso é o momento em que alguém
tem sede e resolve saciá-la tomando um refrigerante.
A comunicação, da forma que conhecemos, é visível, interpretativa e constante-
mente julgada por todas as pessoas que estão ao redor de uma marca, como concor-
rentes, funcionários, clientes e não clientes. Todos aqueles que estão recebendo uma
mensagem podem ser responsáveis por disseminar comentários, sejam positivos ou
negativos, e, como consequência, afetar a imagem que se tem de uma marca.
Na década de 1920, um pesquisador da área de comunicação propôs um conceito
que tentou explicar a eficácia de um anúncio e a forma com que provocava uma reação
no receptor da mensagem. Tal conceito é conhecido como AIDA – Atenção, Interesse,
Desejo e Ação (KOTLER; ARMSTRONG, 1998; YANAZE et al., 2006).
Esse conhecimento foi estudado por outros pesquisadores. Assim, chegou-se a
um quadro explicativo sobre a evolução do pensamento da comunicação das marcas.
Observe:
Gestão de Marketing 90
Toda essa introdução sobre os primeiros passos pelos quais a comunicação foi
pensada leva o gestor a refletir sobre as formas organizadas e eficientes de comuni-
cação, pois de nada adianta uma excelente ideia sem um bom meio para enviar uma
mensagem e vice-versa.
Outro conceito importante neste capítulo é de que os sinais emitidos por meio de
uma propaganda ou um informativo só terão significado se o receptor souber interpre-
tá-los, isto é, deve fazer sentido para a pessoa.
A Comunicação Integrada de Marketing (CIM) surgiu para que as empresas pudes-
sem tornar a comunicação promocional ou institucional um processo organizado, bem
planejado, bem orçado e com objetivos claros. Para isso, duas questões podem ser co-
locadas em pauta no início de um plano de CIM: o objetivo desejado e a que custo.
Um processo organizado e integrado abrange desde o planejamento e a criação
até as formas de integração com as diversas ferramentas, entre elas: a publicidade, as
promoções em vendas, os informes publicitários e os eventos, tudo lançado de forma
planejada.
Gestão de Marketing 91
Implementação da CIM
Implementação CIM
Combinar os
Plano de mídia
elementos
?
Design Gráfico: Guilherme Rufatto
© venimo / / Fotolia. (Adaptado).
Para entender o que é uma comunicação integrada, ou seja, que possua indícios
de integração entre mais de uma ferramenta, devemos nos lembrar da mudança de
mentalidade na comunicação em marketing a partir dos anos 1990 (SHIMP, 2009). Tal
mudança tem sido evidente com o avanço de novos fatos na sociedade, como a rápida
proliferação da tecnologia, a qual promoveu a fragmentação dos meios de informação,
tais como os canais de comunicação da internet.
Esses “novos canais” estão disponíveis via computador pessoal, tablets e celulares
com conexão de rede. O público pode escolher assistir àquilo que realmente tem interes-
se (exemplo: canais especiais do YouTube). Cabe ao gestor ter controle para mensurar a
entrega que esses canais estão promovendo e entender as mudanças organizacionais ne-
cessárias para níveis mais altos de integração. Observe o quadro a seguir:
Modelo da comunicação
Modelo da propaganda tradicional
integrada de marketing
Campanhas finitas, com um objetivo de Projetos articulados de forma duradoura,
curto prazo. com um engajamento entre os consumidores.
Pessoas de marketing e de operação Pessoas de marketing e operação se
atuando em diferentes esferas. integrando nas tarefas.
Essas características possibilitam ao gestor raciocinar sobre aquilo que está utili-
zando no orçamento de marketing, pois todo processo de comunicação tem um custo.
Por exemplo, mesmo em mídias de comunicação gratuitas, como o Twitter, há um cus-
to com o funcionário ou a empresa que vai postar as informações ou notícias.
As explanações anteriores esclareceram que os adeptos da CIM não estão presos
a um único meio de comunicação (como a propaganda em mídias de massa), mas, em
vez disso, utilizam os melhores pontos e meios de contato que permitem ao comunica-
dor divulgar as mensagens da marca para os públicos-alvo.
Gestão de Marketing 95
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pontos vulneráveis, permite à empresa enxergar opor-
tunidades de “conversar” e se relacionar com o cliente
potencial de forma mais presente e, com isso, obter a
preferência de compra de seu produto.
A comunicação feita esporadicamente e sem planejamento é o primeiro passo
para o fracasso em sua estratégia de comunicação de marketing.
Isso pode ocorrer quando um cliente solicita a um consultor de marketing um anúncio no jornal
do bairro, para que a marca de sua empresa seja divulgada (sem que essa ação tenha sido pra-
ticada anteriormente, ou seja, a marca ainda é desconhecida por esse público), e deseja saber
quando terá o retorno dessa ação aplicado em suas vendas.
Esse exemplo mostra o quanto uma comunicação pode trazer resultados positi-
vos, negativos ou nenhum retorno. É como se a CIM fizesse parte de uma teia (quando
integrada com outros meios) ou fosse isolada, apenas “um pequeno objeto jogado em
meio a um oceano”, o que significa que não fará nenhuma diferença.
Gestão de Marketing 96
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Nas ruas, vê outdoors e mobiliários em pontos de ônibus.
Acessa a internet.
Design Gráfico: Guilherme Rufatto
Atende o celular.
Almoça em um restaurante.
Gestão de Marketing 97
A partir da grande visibilidade de reclamações em redes sociais ou em sites específicos para re-
clamação, muitas empresas criaram departamentos de atendimento on-line para atender a es-
sas postagens e responder ao consumidor.
clientes (um balcão ou um display no caixa, ou ainda uma ação criativa que destaque o
produto, por exemplo).
Na outra tática, chamada de pull, o intuito é atrair os clientes para ir até uma loja
utilizando propaganda em massa. Tal estratégia pode ser aplicada para produtos já
escolhidos pelas pessoas antes de irem a uma loja (YANAZE et al., 2006, p. 335).
Alguns supermercados fazem propaganda em massa em parceria com grandes marcas. Essa é
uma das razões pela qual se vê um supermercado anunciando a marca de um pacote de deter-
minado açúcar, por exemplo, e não outra.
O uso preciso e ágil de métricas de marketing em uma organização serve de apoio nas
tomadas de decisão. Existem várias possibilidades de medir o desempenho do marketing
em uma empresa e cabe ao gestor organizar e definir quais são as prioritárias.
Normalmente, segundo Davis (2007), o monitoramento limita-se às vendas e à
preferência pela marca, mas os gestores percebem a necessidade de combiná-las a ou-
tras métricas, como a taxa de adoção de novos produtos, o valor da marca e o quanto
sua marca é “falada” espontaneamente nas mídias sociais.
Esses tipos de medições podem parecer incomuns e custosos em relação àqueles
normalmente usados pelo marketing, porém, a proposta é um monitoramento combi-
nado, a fim de se formar um sistema integrado de avaliação.
Nesse capítulo, a proposta é apresentar apenas algumas métricas, consideradas
genéricas, ou seja, que possam servir a diversos setores da economia. Assim, nova-
mente caberá ao gestor a escolha de seus indicadores relevantes.
Parcela de tempo
Não reflete se o Medir o quanto a
durante a qual
Porcentagem de tempo comércio obtém marca depende dos
as promoções
em promoção. vantagem dos esforços de promoção
temporárias são
descontos oferecidos. (desconto).
oferecidas.
Conhecer o desconto
Porcentagem média Pode ser oferecido para
médio (%) praticado
Desconto médio (%). sobre os descontos todos os produtos ou
em um período (ano ou
oferecidos. de modo isolado.
semestre).
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Em geral, é necessário que empresas que buscam ingressar no marketing digital
a fim de aumentar o número de visitas em seu site ou gerar mais vendas pela internet
cuidem das métricas de marketing digital de forma profissional, para obter informa-
ções precisas e corretas (LEDFORD, 2009).
O marketing digital pode ser considerado uma expansão na forma de se fazer propa-
ganda, antigamente feita por televisão, rádio, outdoor ou diversos outros meios. No am-
biente digital, há possibilidade de se medirem as informações com mais precisão em
comparação com os meios tradicionais, em virtude de programas (softwares) existentes.
Um programa, entre os diversos utilizados na internet, é o Google Analytics.
Trata-se de uma ferramenta digital que pode monitorar o site de uma empresa e forne-
cer dados sobre o perfil dos visitantes, o número de cliques em determinada página ou
o tempo de permanência em uma página.
Todas essas informações devem ser organizadas e escolhidas entre os diver-
sos indicadores para melhor acompanhar as informações pertinentes ao negócio em
questão. Assim, as decisões de comunicação e marketing digital podem ser mais bem
tomadas de acordo com os resultados obtidos, fazendo o gestor investir mais em de-
terminado espaço e menos em outro.
Gestão de Marketing 102
De acordo com o YouTube Ads Leaderboard, na edição de julho de 2013, a peça da Head &
Shoulders (Procter & Gamble) Donti Révi Caspa, com o técnico Joel Santana – criada pela agên-
cia África –, ultrapassou a marca de 15,5 milhões de visualizações.
Gestão de Marketing 103
Outro indicador também utilizado nos meios digitais pode ser o engajamento
com que a comunicação está sendo tratada pelos potenciais e atuais clientes, pois, de-
pendendo da ação, pode gerar muitos comentários espontâneos e, com isso, multipli-
car a força de integração da comunicação.
Esse exemplo mostra a precisão com que uma peça publicitária pode ser avaliada.
Porém, na CIM não se pode correr o risco de confiar o resultado apenas em uma ideia
genial, uma “grande sacada”. Deve haver sintonia entre a exposição do produto nos
pontos de venda e no site da empresa e outras mídias que estão em contato com o pú-
blico. Por fim, é possível haver um critério para mensurar o resultado que não tenha a
precisão daquele que quantifica o número de visualizações na internet.
Existem diversas métricas que podem ser aplicadas ao marketing digital, mas isso
depende do setor em que se atua, pois em alguns casos há mais relevância medir um
item e menos outro. Algumas métricas comuns podem ser: monitorar o número de ex-
posições de um banner virtual; calcular o custo a cada mil visualizações; monitorar o
número de pessoas que visualiza a página; saber a taxa de cliques que um banner vir-
tual gera; calcular o custo de cada clique em um banner virtual ou mensurar o núme-
ro de pessoas que sai de um site sem ter entrado em páginas que poderiam gerar uma
venda ou a propagação de um anúncio (FARRIS et al., 2007; PUPO; BOTELHO, 2011).
Qualquer empresa pode se utilizar dos benefícios de um portal web para criar re-
lacionamento com os clientes ou possíveis clientes. As pessoas podem estar procuran-
do informações sobre um produto semelhante ao seu e isso pode ser monitorado por
meio de ferramentas específicas da internet. É possível que essas buscas ofereçam in-
formações importantes a respeito de tendências ou mesmo sobre a inexistência delas
(LEDFORD, 2009).
A organização das métricas, de forma visual, por meio de painéis indicativos de
controle (dashboards), tem elevado sua importância para a gestão e os controles di-
nâmicos, principalmente com a introdução dos tablets e smartphones, pois agilizam o
acesso aos controles e as tomadas de decisão precisas.
Gestão de Marketing 104
Referências
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Gestão de Marketing 106
Facilitadores
Design Gráfico: Guilherme Rufatto
Comerciantes
Atacadistas e varejistas que compram e adquirem direitos
sobre os produtos que revendem.
potencializar a entrega. No final da disputa, a Pepsi saiu perdedora, pois não atingiu a
meta de vendas esperada (CHURCHILL, 2012; KOTLER; KELLER, 2006).
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Esse fato nos mostra que diversos fatores influenciam a seleção de canais de distri-
buição apropriados. O caminho mais seguro é mapear a maioria desses elementos, que
podem ser analisados e avaliados, e, ao se estabelecer um canal pela primeira vez, moni-
torá-lo para detectar possíveis mudanças que possam levar à necessidade de novos canais.
Com a adesão de mais pessoas nas compras on-line, muitas empresas entraram no comércio ele-
trônico e, consequentemente, tiveram que buscar novas formas de entrega. Isso fez surgirem com-
petições entre empresas do mesmo grupo, que trabalham em canais diferentes (on-line versus
presencial).
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As ações de distribuição mais comuns não
envolvem um processo complicado e múltiplo
ao se pensar em uma entrega, mas, no ramo de
flores comercializadas pela internet, por exem-
plo, é preciso talento para unir modais e levar o produto a tempo para o local que o
cliente deseja. Exemplo disso é a empresa Floreson-line.com.br, que, da mesma forma
que a Netshoes, montou um modelo de negócios bem-sucedido (WILNER, 2004). A es-
tratégia desse negócio foi uma mistura de consistência, senso de oportunidade e foco,
ajustada às necessidades dos mercados que emergiram com o advento da internet. Por
isso, a questão de natureza estratégica foi a diferenciação (PORTER, 1986), pois exis-
tiam 60 ou 80 sites brasileiros de flores na época em que iniciaram o projeto, e a em-
presa optou por esse posicionamento elitizado (WILNER, 2004).
O comprador adquire o produto on-line e deseja retirá-lo em um ponto de venda “físico” perto de
sua casa; com isso ele pretende economizar no frete ou apenas ver o produto que está adquirindo.
O cliente insatisfeito com uma compra quer devolver o produto em uma loja próxima.
O cliente quer “somar” pontos em seu plano de fidelização, seja on-line ou off-line.
Para entender alguns dos principais problemas sobre canais tradicionais de marketing,
Churchill (2012) propôs a análise das seguintes opções, caracterizadas por bens de consu-
mo, bens organizacionais e serviços. Observe:
Canais para bens de consumo Canal direto – o próprio fabricante distribui para
os consumidores.
Canal indireto – o fabricante envia aos varejis-
tas, os quais disponibilizarão aos consumidores
finais. Nesse caso, a marca poderá ficar exposta
com outras concorrentes do setor.
Indireto – do produtor para atacadistas, daí para
varejistas e depois aos consumidores.
Indireto – do produtor aos atacadistas, daí para
varejistas e, por fim, para os consumidores.
Canais para bens organizacionais Canal direto – do produtor para os compradores
organizacionais.
Indireto – do produtor para distribuidores e
empresas.
Indireto – do produtor para intermediários e
empresas.
Indireto – intermediários ligam produtores a
distribuidores organizacionais.
Canais para serviços Canal direto – de empresa de serviços para
consumidores.
Indireto – de empresa de serviços para agentes/
corretores e consumidores.
Fonte: CHURCHILL, 2012.
Diferenças entre canais e características dos bens.
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borracha reciclados, produzidos com pneus. Para com-
pletar, a embalagem do sapato pode ser feita de pape-
lão reciclado.
Outro formato pelo qual o canal reverso pode ser visto é quando a empresa pre-
cisa recolher um produto defeituoso. Nesse caso, devem ser feitos anúncios e comuni-
cados e se oferecer reembolso ou substituição. Um exemplo pode ser uma indústria de
brinquedos que descobre uma peça perigosa em um produto. Outro exemplo pode ser
o recall de uma indústria de automóveis.
Merchandising
[...] é um conjunto de técnicas responsáveis pela informação e apresentação
destacada dos produtos na loja, de maneira tal que acelere sua rotatividade.
Pode também ser considerada uma preparação da mercadoria para torná-
-la adequada à necessidade do consumidor e aos canais de distribuição
planejados.
Gestão de Marketing 115
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Gestão de Marketing 118
os varejistas. A grande maioria dos pesquisados declarou que já sabia o que comprar
antes de entrar em um supermercado. No entanto, a média de itens comprados do-
bra em relação aos itens planejados. Isso significa que o consumidor está mais atento
a ofertas, promoções, descontos e mais propenso à troca de produtos e marcas diante
de uma boa relação custo-benefício.
Outro dado apresentado em relação a estratégias que influenciam a decisão de
compras trata sobre o hábito de leitura de encartes, que diminuiu de 85% (1998) para
73% (2009), embora ainda seja uma porcentagem representativa e tenha determinado
impacto direto na decisão de compra (POPAI, 2009).
Sobre o layout das lojas e a estratégia de colocação de produtos nas prateleiras,
a pesquisa identificou que o percurso na loja se tornou mais objetivo, mais direcionado
aos corredores dos produtos que os consumidores desejam comprar.
Os resultados apresentados na pesquisa alertam, não só o setor de supermerca-
dos, que o consumidor se move e muda de comportamentos com o passar do tempo.
Assim, quando se fala em promover uma marca em um ponto de venda, deve-se con-
siderar todo esforço feito para atrair a atenção do consumidor. Isso pode ser resumido a
apenas uma ação específica ou um conjunto de ações focadas no mesmo interesse.
Dessa forma, as ações necessárias para promover o produto em um ponto de ven-
da podem ser pensadas de várias maneiras, respeitando o orçamento proposto para o
ano em questão, sem gerar custos extras para a venda do produto, pois do contrário
ele pode se tornar mais caro que o do concorrente.
Segundo Solomon (2011), para tangibilizar a ideia de promoção, é possível usar
algumas táticas, como:
• Vale-brindes.
• Sorteios.
• “Leve 3, pague 2” ou também porcentagem de
produto a mais na embalagem (“leve 500 g, pague
400 g”).
• Brinde anexo ao produto.
• Cupons com promoções ou descontos.
• Amostras grátis.
• Embalagens criativas reutilizáveis (como copos
de requeijão).
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Gestão de Marketing 120
Além dessas táticas, os varejistas analisam item a item a ser colocado em suas
prateleiras, a fim de obter mais lucro com determinados produtos que possuem maior
margem. Caso se observe um determinado supermercado, é possível identificar algu-
mas coisas em comum com outros de mesmo porte. Isso parecerá, inicialmente, coin-
cidência, porém não é. Veja o que é possível descobrir com uma observação dessa:
• O número de itens dentro de determinada categoria de produtos (por exemplo:
cereais matinais, xampus, artigos de limpeza, alimentos perecíveis etc.) pode
ser semelhante em supermercados com o mesmo porte.
• Diferentes fabricantes têm diferentes porcentagens de espaço de prateleira.
• Determinados produtos têm mais espaços que outros da mesma categoria.
• Alguns produtos de marcas diferentes estão juntos em uma promoção.
• Existem bens de marca própria.
A maioria dos observadores nunca pensou em como os produtos chegam às lojas.
Naturalmente, suas descobertas podem variar com base no tipo de varejista que visi-
tarem. Os especializados ou exclusivos em determinado segmento podem ter apenas
uma ou duas marcas. Além dessas observações, pode ser observado se os repositores
são prestativos ou não em seus atendimentos.
Por fim, essa é a realidade de um ponto de venda concorrido, e as empresas têm
que estar atentas, pois seus produtos podem ficar “nos fundos da prateleira”.
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Gestão de Marketing 121
Referências
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Saraiva, 2012.
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Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1224253-conar-proibe-participa-
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FRIEDMAN, T. L. O Mundo é Plano. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
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Disponível em: <http://www.popaibrasil.com.br/wp-content/uploads/2013/04/Resumo-
Super-e-Hiper-2009-2010.pdf>. Acesso em: 25/06/2013.
PORTER, M. Estratégia Competitiva. São Paulo: Campus, 1986.
SANT’ANNA, A.; GARCIA, L. F. D.; ROCHA JÚNIOR, I. Propaganda – teoria, técnica e prá-
tica. 8. ed. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2009.
SOLOMON, M. R. Comportamento do Consumidor. São Paulo: Bookman, 2011.
SOBRAL, E.; VALIM, C. E. A Netshoes Abre o Jogo. Disponível em: <http://www.istoedi-
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WILNER, A. Casos brasileiros. RAE Executivo, vol. 2, n. 4, nov. 2003 a jan. 2004.
7 O marketing de serviços e toda a sua presença na
empresa
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O consumidor pode tomar uma decisão racional ou emocional para avaliar as dife-
rentes opções de aquisições no mercado. Na prática, os consumidores se deparam com
alternativas entre as quais é preciso escolher, e, para incrementar ou ainda complicar
essa decisão, surge algo a que o consumidor não estava muito atento: o serviço embu-
tido no produto (a entrega, a assistência ou a garantia).
Assim, quando se compra um carro, pode-se pensar na rede de assistência técni-
ca; quando se adquire uma geladeira, também é possível analisar a marca em questão
e a garantia.
Na história das sociedades, em geral, a economia se ocupa de estudar questões
relacionadas às necessidades dos indivíduos. Por exemplo, algumas pessoas se dedica-
rão a atender à produção de bens materiais (alimentos, vestuário ou moradia) e outros
membros realizarão atividades ligadas a bens não materiais (educação, entretenimen-
to, descanso etc.).
Mediante essas atividades, obtêm-se os bens e os serviços necessários, enten-
dendo-se por bem todo meio capaz de satisfazer uma necessidade, seja dos indivíduos
ou da sociedade. A economia crescente em serviços se ocupa da maneira como se ad-
ministram recursos escassos, com o objetivo de acompanhar a produção dos diversos
bens provenientes da economia industrial e distribuí-los para consumo entre os mem-
bros da sociedade, acompanhados de todo um aglomerado de serviços, pessoais ou
não, ao consumidor. São os casos dos seguros, das assistências, das garantias e outros
Gestão de Marketing 124
que possam oferecer uma experiência extra daquela presente apenas dentro da emba-
lagem de um produto.
No dia a dia de uma pessoa, normalmente há escolhas a serem feitas. Os con-
sumidores, as empresas privadas e o setor público estão, a todo instante, buscando
alternativas para oferecer às pessoas e atender a suas necessidades. Assim, toda a so-
ciedade se depara com as escolhas e, portanto, atua no contexto do entendimento do
comportamento humano.
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Essas escolhas podem levar a uma escassez de determinado produto muito pro-
curado, e isso não é um problema tecnológico, mas de disparidade entre desejos hu-
manos e as ofertas dos meios disponíveis para satisfazê-los. As pessoas tratam de
atender inicialmente suas necessidades biológicas, primitivas, isto é, aquelas relacio-
nadas com alimentação, moradia e vestuário. Da mesma maneira, precisam prover-se
de certos serviços, como assistência médica, educação, transporte etc.
Uma vez atendidas essas ou outras necessidades, as pessoas se ocupam daquelas que
tornam a vida mais prazerosa, porém o nível de atendimento destas dependerá do poder
aquisitivo, do estilo de vida ou da cultura de cada indivíduo. A escassez de produtos, bens
ou serviços é um conceito relativo e refere-se a uma inspiração de adquirir uma quantidade
de bens ou serviços maior que a disponível, mesmo que uma pessoa já os tenha.
Gestão de Marketing 125
CATEGORIA DESCRIÇÃO
A terra ou os recursos naturais Abrange tudo o que a natureza aporta ao proces-
so produtivo. Estão mais conectados com a in-
dústria ou os produtos físicos.
O trabalho Essa categoria inclui o tempo e a capacidade in-
telectual dedicados às atividades produtivas.
Isso leva a pensarmos nos serviços oferecidos à
sociedade.
O capital Inclui os bens duradouros que não são destina-
dos ao consumo, mas à produção de outros bens.
Fonte: DRUCKER, 1968; 1976. (Adaptado).
É comum o uso do termo vocação quando se fala sobre a produção de determinada região. Isso
se aplica para a predominância das atividades presentes nela. Exemplo: a vocação da Colômbia
para a produção de café.
Gestão de Marketing 126
Quem responde a essas três questões básicas nas economias baseadas em servi-
ços são os diferentes agentes econômicos que atuam em uma infinidade de mercados.
As pessoas decidem que produtos e serviços vão comprar, a que profissão vão se dedi-
car e quanto de dinheiro vão guardar.
Gestão de Marketing 127
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cado. Um exemplo, já exposto em capítulos
anteriores, foi o da Netshoes, que conquistou
uma categoria de serviços por sua especialida-
de e seu modelo de entrega, além do compro-
metimento e de toda a execução prometidos.
Outro caso é o do site hotelurbano.com,
o qual está se destacando por oferecer um
bom produto e, por trás de tudo, manter um
atendimento e um relacionamento com os
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clientes.
De acordo com alguns pesquisadores, há
quatro fatores subjacentes a um crescimento
no lucro de uma empresa ligada aos serviços (LOVELOCK; WRIGHT, 2001):
Gestão de Marketing 130
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e com diversos conteúdos. Kotler (2006) e Bekin (2004) também sugerem formas de
comunicar e engajar os funcionários. Entre algumas dessas sugestões de aplicações
do marketing interno, o processo de motivar e promover o comprometimento é tido
como uma das metas dessas atividades. Por fim, o departamento responsável por es-
sas ações pode se basear pelo seguinte quadro, extraído dos conceitos e das ideias de
vários autores e que sugere ações com diversos objetivos.
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nário, há uma apresentação dos processos, com
dinâmicas de trabalho da empresa, no formato de
um vídeo que explica o dia a dia da empresa.
Outra atividade exercida pelos departamentos de recursos humanos é a de re-
crutamento e seleção, a qual estará relacionada ao perfil de funcionários que serão
contratados. Isso poderá afetar o resultado na execução dos serviços, pois eles serão
responsáveis por atender um consumidor com expectativas a respeito daquilo que es-
tão comprando e, caso não estejam engajados com a tarefa, poderão gerar a insatisfa-
ção do cliente (BERRY; PARASURAMAN, 1995).
Esse engajamento, quando bem-feito, pode ser reconhecido pelo empregador,
que poderá utilizar recompensas (financeiras ou não) e enfatizar o perfil desejado den-
tro da empresa (KOTLER; KELLER, 2006).
Por fim, de acordo com as responsabilidades de cada departamento na empresa,
a reflexão a seguir orienta sobre quem deverá assumir a responsabilidade do marketing
interno na empresa.
Observando que em algumas empresas não há departamentalizações, apenas
descrição de funções, sugere-se que as definições de papéis sejam bem claras e que,
no momento de mensurar os resultados, haja direcionamento sobre a quem foi delega-
do o papel do marketing interno. Em algumas empresas, também há a superespeciali-
zação e um grande número de departamentos. Mesmo dentro do marketing e recursos
humanos ainda há subdivisões, o que pode ser complexo de gerenciar, pois as descri-
ções são mais minuciosas que no caso de empresas menores.
Gestão de Marketing 136
Referências
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2004.
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GRÖNROOS, C. Marketing: gerenciamento e serviços na hora da verdade. Rio de Janeiro:
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LACOMBE, F. Dicionário de Administração. São Paulo: Saraiva, 2004.
LOVELOCK, C.; WIRTZ, J.; HEMZO, M. A. Marketing de Serviços: pessoas, tecnologia e
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SPILER, E. S. et al. Gestão de Serviços e Marketing Interno. Rio de Janeiro: Editora FGV,
2004.
YANAZE, M. H. et al. Gestão de Marketing: avanços e aplicações. São Paulo: Saraiva,
2006.
8 Qualidade de serviços e indicadores de desempenho em
marketing
“[...] qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode
oferecer a outra e que não resulta na propriedade de nada é considerado um serviço.”
Kotler e Keller
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melhor ou para pior. Você já deve ter ouvido a história
de alguma empresa, com ótima reputação, provenien-
te de muitos anos de construção, cujo deslize de ações
e atitudes passou a transmitir uma imagem “torta”,
que se tornou uma ofensa a seus clientes, resultando em ira, insatisfação, indignação e
proliferação de uma imagem negativa da empresa.
Administrar um serviço, procurando manter a qualidade e os padrões normais, e
deixar o cliente satisfeito são tarefas permanentes nas empresas, tanto em lojas físicas
quanto nas virtuais. Basta um deslize para que surja uma reclamação.
Às vezes, o serviço pode até não ter sido feito errado, mas, dependendo do posi-
cionamento que a empresa detém (de alto nível, por exemplo), uma pessoa pode es-
tranhar que o padrão esteja um pouco abaixo daquele com o qual está acostumada
– isso pode acontecer porque as expectativas dos clientes estavam extremamente ele-
vadas (CHURCHILL, 2012).
Um caso a ser analisado, escrito por Gregory G. Efthimiou (2008), é o da empre-
sa de aviação norte-americana JetBlue e a recuperação de sua imagem, que havia sido
prejudicada devido a um grave problema que enfrentou: durante 11 horas, centenas de
seus passageiros ficaram presos no aeroporto de Nova York em virtude de uma gran-
de nevasca. Após esse acontecimento, foram cancelados mais de mil voos em seis dias,
deixando os passageiros ainda mais desamparados. O incidente anulou muitos dos
acertos e a reputação que a empresa estava colecionando em seu histórico, que, na
época, estava prestes a assumir a quarta posição na lista dos 25 maiores líderes em
serviços ao cliente da revista Business Week (EFTHIMIOU, 2008).
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Gestão de Marketing 138
Tudo isso ocorreu por não haver um plano de contingência arrojado, que estives-
se de acordo com o posicionamento de qualidade em serviços que a empresa sempre
proporcionou. A oferta de reembolsos e a remarcação de bilhetes não conseguiram
aplacar a fúria dos passageiros, que ficaram horas presos dentro das aeronaves, sem
auxílio da empresa.
Para recuperar a imagem de empresa confiável, seu presidente, na época, enviou
um e-mail pessoal e concedeu entrevista na TV para se desculpar por não ter um plano
de emergência compatível com o esperado pelos clientes da empresa.
Aos poucos, a JetBlue reconstruiu seu nome, começando por uma nova Declaração
dos Direitos dos Clientes. Ela investiu em sistemas de informação mais precisos sobre a
localização de sua tripulação, melhorou o site para alterações de reservas on-line e trei-
nou sua equipe de escritório para agir operacionalmente quando necessário, tudo para
tentar reassumir a classificação que tinha conquistado antes daquele evento. O site da
empresa passou a promover melhor os seus dife-
renciais, trazendo à tona seu perfil como empre-
sa ágil e responsável com o relacionamento com
seus clientes.
Dessa forma, gerir os riscos de um negó-
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cio e prever as ações em um momento de crise
é necessário, custoso e importante a todos os
envolvidos – empresa, clientes e fornecedores.
Podemos fazer mais uma afirmativa, utilizando como base a ideia de que a dinâ-
mica de um controle eficiente é fundamentada pelo acesso técnico e profissional às in-
formações da gestão da empresa. Por exemplo, quando se deseja saber tal informação
de faturamento, isso tem de ser instantâneo, não necessitando gerar um relatório de
um dia para o outro.
Modernamente, o uso de um painel de controles (também conhecido como
dashboard ou cockpit) pode facilitar a vida de um gestor, por meio de softwares (al-
guns robustos, outros simples e acessíveis) ou planilhas e gráficos bem organizados e
atualizados.
Nível de risco de
aquisição dos serviços
É quando há dificuldade em avaliar alternativas, o que
torna arriscada a decisão de compra de serviços. Assim, os
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Experiência antecipada
com o serviço
Questão do preço do
serviço
Linha de visibilidade
Receber o
pedido
Entregar
Vaso A Grupo A
Arranjo A
Estoque Estoque
Colocar as flores
em um recipiente
Bens e serviços facilitadores
“[...] Não podemos controlar a qualidade de nosso produto tão bem quanto um engenhei-
ro de qualidade de uma linha de produção de uma fábrica de shampoo [...] ou seja, quando
você compra uma caixa de sabão em pó de uma marca conhecida, pode ter quase 100% de
certeza de que esse produto funcionará bem, no entanto, quando reserva um quarto em um
hotel com pouca credibilidade, não pode ter tanta certeza assim de que terá uma boa noite
de sono, sem qualquer perturbação e pessoas batendo nas paredes ou todas as outras coi-
sas ruins que podem acontecer em um hotel de referência duvidosa na cidade.”
Observe os itens que compõem as evidências físicas de sua empresa com as “lentes” de um
cliente, ou seja, a fachada, a vitrine, a logomarca no hall de entrada, o uniforme do balconista,
o site da empresa etc. Como dizem, “é comum se acostumar com uma lâmpada queimada na
própria casa”.
Gestão de Marketing 144
Qualidade Qualidade
Rapidez de
Tangibilidade Confiabilidade
resposta
DIMENSÃO DA
DESCRIÇÃO
QUALIDADE
Tangibilidade Refere-se aos aspectos tangíveis do serviço que podem servir de indicadores de
sua qualidade, tais como aparência física das instalações, equipamentos, pessoal
e material de comunicação.
Confiabilidade Diz respeito à capacidade da empresa prestadora do serviço em executá-lo
conforme contratado, de modo confiável e preciso.
Presteza Disposição de ajudar os clientes e fornecer o serviço com prontidão. Relaciona-se
também à rapidez de respostas na correção de erros.
Segurança Refere-se à capacidade dos funcionários da prestadora de serviço de inspirar
credibilidade e confiança nos clientes, além de conhecimento e cortesia.
Empatia Refere-se ao grau em que a prestadora do serviço é capaz de se adequar para
atender às especificidades de cada cliente, ou seja, a atenção individualizada e
cuidadosa que as empresas proporcionam aos clientes.
Fonte: PARASURAMAN et al., 1985; LOURENÇO et al., 2006. (Adaptado).
Por fim, o gestor tem um aparato para controlar a qualidade dos serviços, o que
poderá fazer toda a diferença na hora de sua promoção, pois saberá realmente quais
são seus pontos fortes e fracos. Um cliente poderá apreciar a honestidade com a qual
uma empresa é gerida, por exemplo, quando se apontam as competências que uma
empresa realmente tem e as que absolutamente não tem. Exemplo disso é quando
você vai a uma empresa buscar uma solução e ela acaba por convencê-lo de que tal so-
lução não está em seu portfólio, mas faz parte do negócio de um concorrente, o qual
trabalha com muita credibilidade em tal serviço. Quando isso acontece, gera-se muita
confiança em relação àquilo que se está propondo e, em vez de pensar no curto prazo,
ganha-se ao longo dos anos. Há empresas que topam qualquer negócio. Porém, ao nos
lembrarmos da frase “uma empresa sem estratégia faz qualquer negócio” (PORTER,
1986), podemos refletir sobre essa atuação, ou seja, tentar abraçar todos os projetos e
não ser excelente em nada, ficando sempre na média.
Gestão de Marketing 151
Referências
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EFTHIMIOU, G. G. Regaining Altitude: a case analysis of the Jetblue Airways Valentine’s
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SHOSTACK, G. L. Service positioning: through structural change. Journal of Marketing,
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152