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Sistema de Ensino Presencial Conectado/SOER EAD

Construindo o sucesso de sua carreira

Módulo II
Topografia I

- Topografia 1
- Topografia 2
- Topografia de circuitos integrados

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Topografia

Topografia e Geodésia
A geodésia tem por objetivo estudar as formas e dimensões de Terra, levando em
consideração a sua forma (esferóide). Topografia é a ciência que estuda a
representação gráfica de um trecho da Terra, considerado uma superfície plana. A
projeção ortogonal ou imagem figurada do terreno é a planta ou plano topográfico.
Divisões da Topografia
A topografia dispõe de dois elementos: a projeção horizontal, denominada planta e a
relação constante que é a escala da planta. De acordo como objetivo, a topografia
dividiu-se em: Topometria; topologia; taqueométrica e fotogrametria.
a) Topometria – conjunto de métodos empregados para colher os dados necessários
para o traçado da planta. A Topometria divide-se em: planimetria a altimetria ou
nivelamento.
Planimetria – medidas angulares e lineares efetuadas em planos horizontais.
Altimetria – medidas efetuadas na vertical, ou planos verticais.
b) Topologia – estuda as formas exteriores da superfície terrestre e as leis a que
deve obedecer a seu modelado. Principal aplicação: representação cartográfica do
terreno pelas curvas de nível.
c) Taqueometria – é a parte da topografia que se ocupa da medida de distâncias e de
diferenças de nível, dando origem ás plantas planialtimétricas. Aplicações principais em
zona fortemente acidentadas.
d) Fotogrametria – utiliza medidas feitas em topografias para definir a forma e as
dimensões de superfície e dos objetivos nelas contidos.
Grandezas Medidas Num Levantamento Topográfico
Medidas Lineares
 Distâncias horizontais;
 Distancias verticais; e
 Diferenças de nível.

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Podem ser feitas por processos expedidos ou diretos:
a) Processos Expedidos
 O passo;
 Velocidade de marcha.
b) Processos Diretos
 Trenas;
 Fitas de aço;
 Correntes ou cadeias do agrimensor.
Medidas Angulares
Podem ser azimutais ou horizontais e zenitais ou verticais.
a) Ângulo azimutal ou horizontal - medido no plano do horizonte. Adotado nas
operações de planimetria.
b) Ângulo zenital ou vertical - formado entre a linha do terreno e o plano do horizonte.
Comum nas operações de altimetria.
Unidades Medidas
Grandezas de Importância Topográficas
As grandezas de importância para a topografia são:
 Lineares – distancia entre pontos;
 Superficiais – áreas;
 Angulares.
Para as medidas lineares e superficiais, utiliza-se como unidade o metro (m). Para as
medidas angulares utilizam-se as divisões dos arcos em graus (xo), grados (gr) ou
radianos (rd). O metro quadrado (m²) é a unidade adotada usualmente nas medidas
de superfície (áreas). Para grandes áreas pode-se usar o quilômetro quadrado (Km²),
correspondente a um milhão de metros quadrados (1.000.000 m²), o hectare (há).
Para volumes usa-se o metro cúbico (m³)e, excepcionalmente, em pequenos volumes de
água (medidas de vazão) , o litro (l). Um metro cúbico (1m³) contém 1.000litors (l).
Unidades Lineares
Unidade de medida linear Correspondente Em metros (m)
1 polegada 2,54 cm 0,0254
1 pé 12 polegadas = 30,48 cm 0,0304
1 jarda 3 pés = 91,44 cm 0,9144

Unidades de Medidas de Superfícies


Unidade de medida superficial Correspondente
1 m² 0,01 are = 1 centiare (ca)
1 are 100 m²

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1 hectare (ha) 10.000 m²
Ex: 200.147,30 m² = 20.01473 ha (somar de 2 em 2 casas, partindo da direita).= 20 ha 01
a 47,3 ca
Grandes superfícies
Medida de Superfície Braças quadradas Hectares (ha) Metros

1 jarda 400 0,1936 Quadrados


1936 (m²)
1 alqueire menor (SP) 5.000 2,42 24.200
1 alqueire (MG ou GO) 10.000 4,84 48.400
Exemplo. 50 alqueires paulista correspondem a quantos hectares? Resposta. 50 x 2,42 =
121 hectares.
Medidas Angulares
Unidades de medidas angulares: grau, grado e radiano.
Medida angular Correspondente
1 grau 360 a divisão de um arco
1 grado 400 a divisão de um arco

Divisões em graus
1 grau = 60 minutos = 3.600 segundos 1° = 60´ = 3.600´´
Exemplos:
1) Converter o ângulo 450 39´ 15´´em centesimal (grados).
39
15
45º + 60 + 3600 = 45º+ 0.650º + 0.00420º = 45.65420º
Escalas
Definição
A topografia representa graficamente, em projeção horizontal, os acidentes de uma parte da
superfície da terra. Porém, os acidentes representáveis devem ocupar no papel posições
relativas, separadas por distâncias que, comparadas às verdadeiras, estejam em relação
constante. Escala corresponde à relação constante entre as distâncias (reais) medidas no
terreno e a sua representação no papel. Pode ser apresentada na forma de fração ou
proporção: 1/100 ou 1:100 (diz-se um para cem).
Assim, quando usamos a escala 1:100, cada cem unidades reais serão representadas, no
papel, por uma unidade. Ou seja: 100m equivalerão, no desenho, a apenas 1m.
Escalas usadas em topografia
 1:100 ou 1:200 – representa em planta de pequenos lotes urbanos;
 1:1000 – plantas de arruamentos e lotes urbanos;
 1:1000, 1:2000 ou 1:5000 – plantas de propriedades rurais; e

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 escalas inferiores – grandes regiões, mapas.
Geralmente a representação dos valores horizontais e verticais é feita em escalas diferentes.
Para realçar as diferenças de nível, a escala vertical costuma ser (10 vezes) maior que a
escala horizontal. Exemplo: escala horizontal 1:1000 e escala vertical 1:100.
Fórmulas de escala
e = u
E U ou e: E, u:U
onde:
e - escala ou razão escolhida; E
U – unidades medidas no terreno;
u – unidades que devem ser colocadas no papel e representar U.
Exercícios
1) Para representar no papel uma linha reta que, no terreno, mede 45m, usando a escala
de 1:50, qual será o seu valor em cm?
Resposta: e
E = 1/50; U = 45m; u?
então: 1/50 = u/45 u = 45/50 = 0,90m, logo u = 90cm
2) A distância entre dois pontos em planta é de 80cm, para uma escala de 1:250, qual
será o valor no terreno?
Resposta. 1cm = 80cm U = 250x80 = 20.000cm U = 200m
250cm Ucm 1
3) A distância entre dois pontos em planta é a de 820mm; sabendo-se que no terreno
esses pontos estão distantes de 615m; qual será a escala em planta?
Resposta. e = 1; E = ? u = 820mm = 0,820; U = 615m
1/E = 0,820/615 = 1/750 escala = 1:750
4) Se a avaliação de uma área resultou em 2575cm² para uma escala de 1:500;
a quantos m² corresponderá a área (A) do terreno?
Resposta. Na escala 1:500.
1cm em planta corresponde a 500cm ou 5m no terreno.
1cm² em planta corresponde a 250.000cm2 ou 25m² então: 1cm² / 25m² = 2575cm² / Am² =
64.375 m²
Erros em topografia
Os erros podem ser naturais, instrumentais ou pessoais.
Naturais – motivados por fatores como temperatura, vento, refração, gravidade ou
obstáculos.

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Instrumentais – devidos à imperfeição na construção/manutenção dos aparelhos.
Pessoais – problemas de vista do operador ou outros enganos.
Classificação do erro
 Enganos – têm origem na mente do observador. Ex. erro de leitura de mira, visando
num ponto errado etc.
 Constantes – devidos à temperatura, curvatura da trena, graduação errada etc.
 Acidentes – imperfeições da vista ou outros defeitos que tornam impossíveis leituras
exatas, variação no instrumento, pequena variação de temperatura etc. Na realização de
trabalhos, as escolhas do método e dos instrumentos dependem do grau de precisão de
cada instrumento, do método empregado e do conhecimento dos limites permissíveis dos
erros encontrados.
Métodos de Medição de Distâncias Horizontais
Descrição
Em topografia, a medida da distância entre dois pontos corresponde à medida de
distância horizontal entre esse dois pontos. As distâncias inclinadas são reduzidas às
dimensões de sua projeção horizontal equivalente. A medição é direta quando se
mede a própria distância; e indireta ou estadimétrica quando a distância é obtida
com o auxilio de cálculo trigonométrico. Para efetuar medições utilizam-se ainda como
acessórios, permitindo a materialização do ponto topográfico no terreno: piquetes,
estacas, balizas e fichas.

Medição Direta de Distâncias (com diastímetro)


Na medição da distância entre os pontos A e B, procura-se medir a projeção
A´B´ no plano topográfico HH´.

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Em distâncias maiores que o comprimento do diastímetro, manter o alinhamento por meio
de balizamentos. O balizamento pode ser feito por três operadores.

A distância horizontal DH = (1 + 2 + 3 + 4 + 5) x comprimento do diastímetro.


a) Prolongamento de um Alinhamento
Para prolongar um alinhamento AB existente,
um balizeiro situa-se no ponto inicial (A) e, de
acordo com plano de vista definido pelas duas
primeiras baliza, irá orientar a direção a ser
seguida. Obedecendo a essa direção, novas
balizas serão colocadas de modo a ficar encobertas pelas duas primeiras, A precisão do
balizamento decresce com o aumento do número de mudanças necessárias, por erros
pessoais.
b) Traçado de Perpendiculares
Usando para diferentes aplicações: demarcação de um alinhamento já existente;
amarração de detalhes de interesse. Nas medições diretas pode-se utilizar o método do
triângulo retângulo ou do triângulo isósceles. No caso do triângulo retângulo adotar uma
corrente de 12m, dispostos 3m, 4m, 5m de lado.

c)Transposição de obstáculos
A presença de obstáculos pode, às vezes, dificultar a medida da menor distância entre

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dois pontos. Nessas condições, a trigonometria é importante ferramenta.
c.1) Pontos extremos do alinhamento não intervisíveis
Calcular a distância desejada, conhecendo-se os lados de um triângulo. Do ponto C
avistam-se os pontos A e B, que compõem o alinhamento a ser medido. Medem-se as
distâncias CA e CB. Obedecendo a uma relação qualquer, ½ ou 1/3 dos alinhamentos
medidos (CA e CB), marcam-se os pontos D e E. Mede-se a distância DE.

Para os triângulos formados tem-se:


c. 2) Pontos extremos do alinhamento intervisíveis
A medida de um alinhamento que corta obstáculos exige contorno utilizando-se
perpendiculares ou paralelas obtidas por ângulos retos.

d) Localização de detalhes

Além da medição de linhas, é quase sempre necessário localizar acidentes de terreno, áreas
cultivadas, prédios, estradas, etc. Para isso, deve-se amarrar esse detalhe a uma linha de
referência.
e) Fonte de erros cometidos na medição direta de distâncias
Catenária - curvatura do diastímetro devido ao seu peso.
Tensão – tensões nas extremidades dos diastímetros – variação de flechas. Temperatura –
dilatação dos diastímetros.
Desvio vertical – quando o diastímetro está fora de nível – é cumulativo. Desvio lateral –
extremidade do diastímetro fora do alinhamento. Diastímetro fora do comprimento padrão –

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maior ou menor (20m).
Rumo
É o menor ângulo que o alinhamento faz com a direção norte-sul, assumindo a ponta norte
ou a ponta sul como origem. Contado à direita ou à esquerda, conforme o alinhamento se
encontre mais próximo do este (E) ou do oeste (W), o rumo não é superior a 90º (graus) ou
100 grados (portanto, varia de 00 a 900) e pode ser:

Azimute
É o ângulo que o alinhamento forma com a direção norte-sul, tendo a ponta norte
como origem. Contado de 00 a 360º, sempre no sentido horário.

 azimute da linha – Azn;


 azimute da linha anterior – Azn – 1;
 ângulo horizontal (sentido horário) – na.

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Conversões
Conversão de azimute em rumo

Conversão de rumo em azimute

Exercícios
1) Converter em azimutes os seguintes rumos:
a) 490 56´ 33´´ NW
b) 360 29´ 48´´ SE
c) 210 19´ 38´´ SW
2) Converter em rumos os seguintes azimutes:
a) 310° 03´ 27´´
b)143° 30´ 12´´
Rumos e Azimutes de Vante e de Ré
Rumos de vante e de ré
Rumo ou azimute de uma linha é a direção do alinhamento que vai de um ponto inicial até o
final. É o chamado rumo ou azimute de vante. Se, ao contrário, quer-se o rumo ou
azimute do final do alinhamento para a sua origem, tem-se o rumo ou azimute de ré.
Rumo de vante corresponde à direção tomada pelo alinhamento, do seu ponto de
partida até o final. Rumo de ré é quando se considera a direção do alinhamento do final até
o seu ponto inicial. Os rumos de ré possuem o mesmo valor angular do rumo de vante,
mas com o quadrante oposto pois são ângulos alternos e internos.

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Azimutes de vante e de ré
Os azimutes de ré, nos 1° e 2° quadrantes são iguais aos azimutes de vante mais 180°
(Azv + 180°). Nos 3° e 4° quadrantes, são iguais ao azimute de vante menos 180° (Azv –
180°).
Azimute de vante

Exercícios
1) São dados os rumos. Calcule os azimutes.
Linhas Rumo Azimute
1-2 42º15´NW
2-3 0°15´SW
3-4 89°40´S
4-5 10º15´S
E
5-6 89º40´N
E
6-7 0°10´NE
E
7-8 12°00´NW
2) Determinaram-se os rumos de vante para a poligonal aberta abaixo. Calcular os
rumos de ré e os azimutes.

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Linhas Rumo de vante Rumo de Ré Azimute(direta) Azimute(esquerda)
1-2 23°40´SE
2-3 45°50´SW
3-4 89º10´NW
4-5 10°40´NW
5-6 58°20´SW
6-7 34°50´NW
7-8 28°40´NE
8-9 0°00´

Coordenadas Parciais
Coordenadas (de abscissas e ordenadas) parciais são projeções de um lado do
polígono, nos eixos norte-sul e leste-oeste, medidas da origem do próprio alinhamento.
Equivale a transportar a origem do sistema para cada vértice do polígono. Os valores de
longitudes parciais E (+) ou W (-) devem ser anotados na coluna E ou W, de acordo com
o quadrante do rumo. Da mesma forma, as latitudes parciais N (+) ou S (-), anotadas na
coluna N ou S.
As coordenadas parciais são indispensáveis para o cálculo de poligonal, possibilitando
apurar o erro de fechamento linear, a distribuição desse erro, e o cálculo da área do
polígono.
Seja o lado AB de um polígono. As linhas norte-sul e leste-oeste passam no ponto A. O
ângulo NAB é o rumo de AB. O comprimento do caminhamento é I.

Assim:
Exercícios1) Calcular as coordenadas parciais e os erros de latitude e de longitude do
polígono apresentado na planilha abaixo.
Linha Az Distância Rumo Seno Cos Coordenadas parciais (m)
(m) R R Latitude parcial (x) Latitude
Parcial(Y)
Este (E) Oeste Norte Sul
(W) (N) (S)
1-2 255°20´ 58,08
2-3 229°50´ 51,54
3-4 159°00´ 48,95
4-5 110°30´ 51,75
5-6 41°40´ 86,61

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6-1 333°30´ 56,20

2) Calcular o azimute na poligonal da tabela abaixo.


Estaçõe Distância Deflexão Azimute
Estação s Ponto visado (M) Esquerda (e) Direita (d)
0 1 30,48 - -
1 2 51,9 28°28´ -
2 3 41,93 - 33°09´
3 4 22,99 - 105°52´
4 5 46,93 - 60°46´
5 6 47,91 53°08´ -
6 7 29,99 - 49°49´
7 0 56,96 - 90°28´
0 1 101°29´

3) Calcular as células em branco.


Linha Distância Az Rumo Se Co Longitude Parcial Latitude parcial
(m) mR sR (m) (m)
Este (E) Oeste(w) Norte(N) Sul (s)
0-1 30,48 148°40´
1-2 51,90 120°12´
2-3 41,93 153°12´
3-4 22,99 259°13´
4-5 46,93 319°59´
5-6 47,91 266°51´
6-7 22,99 316°40´
7-0 56,96 47°08´
Coordenadas Totais ou Absolutas
Quando o sistema de eixos é fixo e a origem coincidir com um vértice do polígono, os
demais vértices terão as suas coordenadas plotadas desse ponto de origem. São as
chamas coordenadas totais ou absolutas, obtidas pela soma algébrica das
coordenadas parciais (compensadas). O ponto por onde passará o sistema de eixos
terá coordenadas totais iguais a zero.
As coordenadas totais facilitam o desenho da poligonal e permitem o cálculo analítico da
área do polígono, sem a necessidade de desenhar a planta. As longitudes parciais serão
positivas (+) no sentido este (E), e negativas (-) no sentido oeste (W). Assim como as
latitudes serão positivas (+) no sentido norte (N), e negativas (-) no sentido sul (s).,
pela soma algébrica das coordenadas parciais (compensadas). O ponto por onde
passará o sistema de eixos terá coordenadas totais iguais a zero.
As coordenadas totais facilitam o desenho da poligonal e permitem o cálculo analítico da

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área do polígono, sem a necessidade de desenhar a planta. As longitudes parciais serão
positivas (+) no sentido este (E), e negativas (-) no sentido oeste (W). Assim como as
latitudes serão positivas (+) no sentido norte (N),e negativas (-) no sentido sul (S).
O sistema de eixos pode passar em qualquer vértice do polígono. As coordenadas
parciais serão sempre as mesmas, apenas as coordenadas totais terão os valores
alterados.
Exemplo 1. Calcular as coordenadas totais da planilha abaixo, adotando o ponto mais a
oeste como a origem do sistema de eixos. Desenhar o polígono.
Linha Longitude parcial comp. Latitude parcial comp. Coordenadas totais

Este E (+) Oeste W (-) Norte N (-) Sul S (-) Longitude Latitude
0-1 15,84 - - 26,03
1-2 44,84 - - 26,10
2-3 18,80 - - 37,40
3-4 - 22,59 - 4,30
4-5 - 30,20 35,95 -
5-6 - 47,86 - 2,63
6-7 - 20,58 21,83 -
7-0 41,75 - 38,75 -

Adotando como origem o ponto mais a oeste (7), a planilha ficará:


Linha Longitude parcial comp. Latitude parcial comp. Coordenadas totais

Este E (+) Oeste W (-) Norte N (-) Sul S (-) Longitude Latitude
0-1 15,84 - - 26,03
1-2 44,84 - - 26,10
2-3 18,80 - - 37,40
3-4 - 22,59 - 4,30
4-5 - 30,20 35,95 -
5-6 - 47,86 - 2,63
6-7 - 20,58 21,83 -
7-0 41,75 - 38,75 -

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Cálculo de Área de Polígono
Tipos Cálculos de Áreas
Os métodos para calcular áreas podem ser: gráficos, analíticos ou mecânicos. E a sua
atualização é associada à precisão e à forma da área.
Métodos Gráficos
Nos métodos gráficos divide-se a área total em figuras geométricas (triângulos,
retângulos, trapézios, etc.), calculam-se as áreas dessas figuras e, em seguida, a área
total. Os métodos gráficos têm pouca precisão em virtude dos erros gráficos decorrentes
da medição na própria planta e da escala do desenho, além das aproximações usuais (
i.e. transformar trechos curvos em segmentos de reta).
Métodos Analíticos
Os métodos analíticos têm melhor precisão e a vantagem de dispensar o desenho para o
cálculo da área. Permitem avaliar áreas apenas de lados retos (o que equivale a medir a
área da poligonal de base). Quando a planta apresentar lados curvos, ela não poderá ser
avaliada em sua totalidade por este método. Os métodos analíticos são identificados a
seguir.
Fórmula de Heron ou do Semi-perímetro
Consiste em avaliar a área de um triângulo analiticamente. Usado geralmente em
levantamentos à trena. O próprio trabalho de campo fornece dados para a constituição
de vários triângulos, cujos lados são medidos in loco.

Sendo:

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Métodos das Coordenadas (Graus)
Na aplicação deste método, trabalha-se com coordenadas totais. Na figura abaixo:
x1, x2,. . . são as longitudes totais e y1, y2, ... as latitudes totais

Fórmula
Então:

Para facilitar a memorização da fórmula, dispõem-se as longitudes totais sobre as suas


respectivas latitudes totais. Efetuar as multiplicações em cruz, respeitando-se os sinais
das coordenadas e admitir que numa direção os produtos serão positivos a na outra
serão negativos, fechando com as coordenadas totais do ponto de origem = 0,00.

2S = - X1 Y2 - X2 Y3 - X3 Y4-..... – Xn Y0 + X2 Y1 + X3 Y2 + X4 Y3 + X0 Yn
Pra a planilha em estudo, obtêm-se as longitudes e latitudes totais no quadro:
Linha Longitude total Latitude total

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0-1 57,59 12,72
1-2 102,43 -13,38
2-3 121,23 -50,58
3-4 98,64 -55,15
4-5 68,44 -19,20
5-6 20,58 -21,83
6-7 0,00 0,00
7-0 41,75 38,75

2S = ( + 19.587,4095 – 11.338,5634) = 8.248,8461


S = 4.124,4231m² S = 0,4124ha S = 0,1705 alqueires paulistas
Altimetria
Generalidades
A altimetria (ou hipsometria) tem por objetivo estudar o relevo do solo por meio das
medidas de distâncias verticais ou diferenças de nível. À operação para determinar essa
diferença de nível chama-s nivelamento. Quando as distâncias verticais têm como
referência a superfície do mar, elas são ditas altitudes. Quando o plano de referencia é
arbitrado, são chamadas cotas.
Diferença de Nível (DN)
A DN pode ser obtida por diferenças de: altitudes, cotas,
leitura em mira.
a) Diferença de Altitudes
DN = 520 – 500 = 20m

b) Diferença de Cotas
DN = 106 – 102 = 4m

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c) Diferença de Leitura na Mira
DN = 1,80 – 1,00 = 0,80m

d) Nivelamento Trigonométrico (ou indireto)


A diferença de nível é determinada pela resolução de triângulos (retângulos),
conhecidos uma base e o ângulo de inclinação, situados em planos verticais (cuja DN
deseja-se obter).
tga = BC
= DN No triângulo ABC:
AB

DN = DH tg a
Num ponto qualquer da mira:

DN = HA – HB
DN = HB - HA
DN = CE + EF – BC
DN = CE + CB - EF DN = CE + i – m
DN = CE + m - i CE = DH, tga
CE = DH, tga

DN = DH x tga – m + i DN = DH x
tga + m – I
e) Nivelamento Geométrico Simples
A diferença de nível é medida com o aparelho estacionado num único ponto. São feitas

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várias visadas deste ponto e, por isso, é também chamado nivelamento por irradiação. A
diferença de nível em um nivelamento geométrico simples é obtida por diferença de leitura
na mira ou por diferença de cotas.

Sendo:
 altura do plano do instrumento – AI (ou API);
 altura da mira em A (visada ré) – mA; API = CA + mA
 altura da mira em B (visada vante) – mB;
 cota do terreno em A – CA;
 cota do terreno em B – CB; CB = AI – mB
 plano horizontal de referência – PHR
f) Nivelamento Geométrico Composto
A diferença de nível é medida estacionando-se o aparelho em diversos pontos. Os pontos
intermediários são chamados pontos de mudança (ou auxiliares). O nivelamento
geométrico composto pode ser de uma poligonal aberta ou fechada.
g) Nivelamento de uma poligonal aberta
Neste caso é necessário conferir o nivelamento por meio de outro nivelamento no
sentido contrário, chamado contra-nivelamento.

Sendo:
 leitura na mira (no ponto vante) – PI (em 1), PM (em 2 e 3);
 leitura na mira (no ponto ré) – ré (em 0 e 2)
 altura do plano do aparelho – AI (nos pontos 1e 2) - A/1, A/2; A/1 = (cota do ponto 0) +

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(visada ré em 0),
A/2 = (cota do ponto 2) + (visada ré em 2).

Exercício
Dado o croqui e a caderneta de campo de um nivelamento, efetuar os cálculos das

altitudes.
Estacas Visada (m) Altitude do Altitudes (m)
Ré Vante instrumento
A-1 0,628 -
A-2 - 0,757
B-2 2,780 -
B-3 - 0,266
C-3 3,459 -
C-4 - 3,676
D-4 2,327 -
D-5 - 2,075
E-5 2,912 -
E-6 - 3,495
Altitude do ponto 1 = 19,90
Cálculos: altitude do ponto 1, H1 = 19,90 m
m
AIA = H1 + Ré em 1 H2 = AIA –
Vante em 2
AIA = 19,90 + 0,628 H2 = 20,528 – 0,575
AIA = 20,528 m H2 = 19,771m
Verificação de cálculo
Altitude final = Altitude inicial + ΣRé – Σvante
ΣRé = 12,106m Altitude final = 19,9000 +
12,106 – 1,269m
ΣPM = 10,269m Altitude final = 21,737m

Perfil do Terreno
Perfil Longitudinal e Transversal
Definição
Perfil é a representação gráfica do nivelamento, com o objetivo de estudar o relevo

21
(declives, locação de rampas, movimento de terra – cortes e aterros, curvas de nível e
em desnível, etc.) do terreno. O perfil é a linha de interseção da superfície do solo por
planos verticais que passam pelos alinhamentos. O perfil do eixo do caminhamento é dito
perfil longitudinal. O perfil na direção que atravessa esse eixo é chamado perfil
transversal.
Escala e Desenho do Perfil
O perfil é representado por uma linha reta, mesmo que o terreno não obedeça a um
alinhamento reto. Em geral, a escala vertical é dez vezes maior que a escala horizontal
(escala vertical = 10 x escala horizontal), como mostrado na figura. A distância entre
estacas é de 20m, usualmente.

Cota vermelha – distância vertical entre um ponto do greide e o ponto correspondente


no terreno. Ponto acima ou abaixo do greide chama-se cota vermelha positiva ou cota
vermelha negativa, respectivamente.
Ponto de passagem – o ponto do greide coincide com o ponto do terreno (transição
entre corte e aterro).
Declividade do greide (d) – diferença de nível entre os pontos inicial e final do greide.

Planialtimetria
Curvas de Nível
Definição
Curva de nível é o lugar geométrico formado pelos pontos de mesma altitude ou mesma
cota, em relação a um plano horizontal de referência denominado plano de projeção. É
a maneira de projetar a altimetria na planimetria. As curvas de nível de uma planta são
numeradas de modo a facilitar interpretações futuras.

22
13.1.2. Características das Curvas de Nível
Todos os pontos de uma curva de nível têm mesma elevação.
Duas curvas de nível não se encontram – resultaria num ponto com duas cotas. Curvas
de nível não se superpõem – equivaleria a um plano vertical.
Curvas afastadas – terreno pouco inclinado. Curvas próximas – terreno íngreme.
Uma curva de nível, não desaparece repentinamente.
Curvas de nível, em planta, fecham-se ou correm aos pares.
13.1.3. Traçado das Curvas de Nível
A união de pontos de mesma altitude (altitude inteira) define a curva de nível. As de nível
são traçadas com base na graduação de retas, obtidas por ocasião do levantamento
topográfico. O traçado das curvas pode ser em planta ou diretamente no campo.
a) Traçado em Planta
O traçado das curvas de nível em planta planimétrica pode ser feito após o levantamento
altimétrico. As cotas (ou altitudes) medidas são plotadas em planta, de acordo com a
escala estabelecida.
b) Traçado em Campo
Estas praticas baseiam-se no seccionamento do declive (divisão da encosta em
pequenas parcelas). O objetivo principal do traçado das curvas de nível em campo é a
conservação do solo. O tipo de solo e a declividade do terreno são parâmetros
importantes. Para cada cultura, dependendo do tipo de solo e relevo, há opções quanto
ao tratamento conservacionista adequado.
O traçado (implantação) das curvas de nível no terreno tem por objetivo principal reter a
velocidade das enxurradas, diminuindo a sua força erosiva com o uso de espécies de
grande densidade vegetativa ou com estruturas construídas mecanicamente, como a
demarcação de cordões de contorno nivelados. Há na literatura tabelas que
determinam espaçamentos para esse cordões de contorno. De maneira geral, pára um
mesmo tipo de solo, quanto maior a declividade do terreno, menor será a distância entre
as curvas. Para uma mesma declividade, o espaçamento entre cordões diminui para

23
solos mais facilmente erodíveis. Os cordões de encontro constituem-se, neste caso, nas
niveladas básicas. Entre as niveladas básicas é que são demarcadas as linhas de plantio,
em nível, segundo o espaçamento da cultura.
13.2. Classificação do Relevo
Plano - diferença de nível nula.
Ondulado - quando o terreno apresenta pequenos desníveis, inferiores a 20m.
Movimento - quando a superfície do solo apresenta uma serie de elevações (entre
20m e 50m) e depressões muito aproximadas.
Acidentado - quando o terreno tem desníveis muito sensíveis e aproximados.
Elevações entre 50m e 100m.
Montuoso – elevações entre 100m e 1.000m.
13.3. Elevações agrupadas
Montanha – aglomerado de elevações com forma e natureza diferentes.
Cordilheiras – montanhas sucessivas, com grande extensão e mesma direção.
Cadeia de montanhas – montanhas contíguas de forma alongada.
Serra – montanha de forma muito alongada.
Vertentes - superfícies laterais inclinadas como flancos, encostas, escarpas, rampas,
ladeira, aclive e declive.
Base ou sopé - parte inferior da elevação – na concordância com o terreno.
Dorso – superfície convexa formada pela continuidade de duas vertentes em uma
elevação.
Serrania – aglomerado de serras.
Maciços – grandes aglomerados de montanhas e montes.
Planalto – superfície extensa e regular, situada em grandes altitudes.
Montanhoso – quando o terreno é ocupado por um conjunto de elevações de uma cadeia
de montanhas.
13.4. Formas Compostas ou Derivadas (do relevo)
Outeiro – de menor porte que a colina, menor que 200m de altura.
Colinas – elevações suaves e isoladas no terreno.
Morros – elevações de vulto mais modesto (300m a 700m de altura).
Montes – elevações consideráveis e isoladas.
Cerros e Serrotes – elevações de vertentes penhascos e reduzidas dimensões.
Chapadas – elevações vastas e achatadas de contornos arredondados.

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Conceito e divisão de agrimensura
01- A agrimensura
A agrimensura teve suas raízes no antigo Egito. Nas margens do Rio Nilo, após as
cheias, os medidores de terra, agrimensores da época, restituíam as divisas entre as
propriedades, que tinham sido destruídas.
No decorrer dos tempos as técnicas utilizadas pelos antigos egípcios, para demarcação
de terras, foram se aperfeiçoando e hoje a agrimensura, além de dedicar-se a
demarcação e divisão de terras, atua nas mais variadas atividades da engenharia tais
como:
 Estradas - ferrovias e rodovias;
 Transportes;
 Portos e canais;
 Irrigação e drenagem;
 Cadastro técnico municipal, urbano e rural;
 Mapeamento urbano;
 Saneamento básico;
 Abastecimento d'agua;
 Urbanização - planejamento urbano;
 Locação de obras civis ou públicas;
 Projeto de loteamento;
 Traçado de cidades;
 Locação industrial;
 Mineração e pesquisas minerais;
 Aerofotogrametria,
 Geodésia por satélite - GPS;
 Geoprocessamento - GIS;
 Montagem de aviões e navios;
 etc...
02. Divisão da agrimensura
A agrimensura divide-se em:
a - topografia;
b - Geodésia.

25
Conceito e divisão da topografia
2.1. Topografia
A topografia consiste no conhecimento dos instrumentos e métodos que se destinam a
efetuar a representação do terreno sobre uma superfície plana denominada de plano
topográfico.
Plano topográfico
Plano topográfico é um plano perpendicular a direção do fio de prumo em um ponto
qualquer da superfície terrestre. O plano topográfico não deverá exceder a 25 Km, isto é,
um levantamento não deverá ultrapassar à uma área de 25 km de diâmetro.
2.2. Divisão da topografia
A topografia divide-se em:
 topometria;
 topologia;
 fotogrametria.
2.3. Topometria
A Topometria tem por objetivo o estudo e aplicação dos processos de medidas, baseado
na geometria aplicada, onde os elementos geométricos (ângulos e distâncias) são
obtidos por instrumentos topográficos tais como teodolitos, estações totais, níveis,
receptores GPS, trenas, miras etc...
A Topometria divide-se em:
 planimetria;
 altimetria
2.3.1. Planimetria
A planimetria consiste em obter os ângulos e as distâncias horizontais para a
determinação das projeções dos pontos do terreno para representação no plano
topográfico.
A planimetria atua no plano horizontal (plano topográfico) e não leva em consideração o
relevo do terreno. Os trabalhos provenientes da planimetria dão origem as plantas
planimétricas.
2.3.2. Altimetria
Na altimetria as medidas são efetuadas num plano vertical, onde obtemos as diferenças
de níveis ou distancias verticais. A altimetria, isoladamente, dá origem ao perfil do terreno
ou relevo e posteriormente poderemos determinar volume de terra, aterros e cortes.
Teremos então plantas planialtimétricas. A planimetria e a altimetria utilizam para o seu
desenvolvimento:

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 Goniologia
 Taqueometria.
Taqueometria
A taqueometria é a parte da topografia que trata da medida indireta da distância horizontal
e da diferença de nível. Os aparelhos usados na taqueometria chamam-se
"taqueômetros" que são teodolitos (mais antigos) providos de fios estadimétricos e ângulo
vertical.
Equipamentos utilizados na taqueometria: Trânsito e Teodolito
O trânsito dispõe de uma luneta que gira em torno de seu eixo suporte, mede ângulo
vertical e ângulo horizontal. As leituras dos ângulos são efetuadas através de limbos
externos auxiliados por uma lupa. Possui fios estadimétricos. O prumo é de cordão.
Os teodolitos (pequena evolução dos trânsitos) também medem ângulo horizontal e
vertical e possuem fios estadimétricos. As leituras dos ângulos são efetuadas através de
um sistema de prismas (leitura interna). Nos teodolitos eletrônicos os ângulos são lidos
num visor de cristal líquido. O prumo pode ser de cordão ou ótico.
2.4. Topologia
Topologia é a parte da topografia que estuda as formas exteriores da superfície terrestre e
as leis que devem obedecer o seu modelado, ou seja utilizamos de uma análise da
superfície do terreno para tomarmos decisões.
O estudo da topologia é de fundamental importância para o projeto de estradas.
Fotogrametria
Fotogrametria é a parte da topografia que tem por objetivo fotografar pequenos trechos da
superfície terrestre para representar num plano (carta topográfica).
A fotogrametria aérea ou aerofotogrametria utiliza-se de câmara especial, acoplada em
avião especialmente adaptado para este fim.
Aplicação da aerofotogrametria
A aerofotogrametria é aplicada em estudos iniciais e projetos de barragens, estradas,
portos, reflorestamento, cadastro técnico municipal, (rural e urbano), projetos fundiários
etc...
3. Geodésia
Geodésia é a parte da agrimensura que tem por objetivo o estudo da forma e dimensões
da terra.
A Geodésia divide-se em:
 Geodésia superior;
 Geodésia elementar.

27
3.1. Geodésia superior
A Geodésia superior, de cunho meramente cientifico, estuda a forma e as dimensões da
terra, gravimetria, deslocamento dos continentes, estuda e monitora falhas geológicas que
provocam os terremotos. A Geodésia utiliza-se de satélite para obtenção de medidas de
alta precisão. (Geodésia Celeste - GPS).
Os vértices da Rede Geodésica podem ser de 1ª, 2ª e 3ª ordem (em função da precisão)
e estão amarrados num ponto chamado "Datun".
Datun é o ponto de partida de uma rede geodésica. No Brasil o Datun está localizado em
Chuá (próximo a Uberaba) no Estado de Minas Gerais.
Distinção entre Geodésia e topografia
A Geodésia, em seus trabalhos, leva em consideração a forma da terra, enquanto a
topografia, que tem a sua atuação restrita a pequenos trechos da superfície terrestre,
considera este trecho como sendo plano. A este plano dá-se o nome de Plano
Topográfico.
3.1.2. Forma e dimensões da terra
A Terra tem a forma aproximada de um esferoide com achatamento nos polos. A figura
matemática que mais se assemelha com a forma da Terra é o elipsoide. Para esta figura
os geólogos denominaram "GEÓIDE" que etimologicamente significa "forma da Terra"
3.2. Geodésia elementar
A Geodésia elementar, ou Geodésia aplicada, procura determinar, com precisão, a
posição de pontos sobre a superfície terrestre, levando em consideração a sua forma,
fornecendo para a topografia uma rede de pontos para esta apoiar os seus levantamentos
topográficos.
Em 1924 a Assembleia Geral da Associação de Geodésia da União Geofísica e
Geodésica Internacional, reunida em Madrid, resolveu adotar o elipsóide de Hayford como
sendo o elipsóide de referência internacional.
Em 1967 a Assembleia Geral da Associação Geodésica Internacional, realizada em
Lucerne, recomendou, para a América do Sul, o Sistema Geodésico Sul-Americano que
adota para modelo geométrico da Terra o elipsóide de referência 1967.
Em 1983 o Brasil, através da Diretoria de Geodésia e Cartografia, expediu as instruções
para a adoção das Normas Gerais para Levantamentos Geodésicos e criando o Sistema
Geodésico Brasileiro.
Em 1984 o professor Luiz Carlos da Silveira calculou, para as latitudes brasileiras, os
coeficientes para os cálculos geodésicos no sistema UTM, usando o elipsóide UGGI

28
referência 1967 - SAD 69. O livro contendo as tabelas dos coeficientes e as respectivas
fórmulas, foi publicado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Em 1993 a Associação Internacional de Geodésia - IAG, o Instituto Panamericano de
Geografia e História - IPGH e a Agência Cartográfica do Departamento de Defesa dos
Estados Unidos - DMA, durante a Conferência Internacional para Definição de um Datum
Geocêntrico para a América do Sul, realizada em Assunção, Paraguai, criaram o Projeto
SIRGAS - Sistema de Referência Geocêntrico para a América do Sul.
O SIRGAS utiliza o sistema IERS - International Earth Rotation Service com parâmetros
do elipsóide "Geodetic Reference System - GRS of 1980".
O desenvolvimento do Projeto SIRGAS compreende as atividades necessárias á adoção
no continente de uma rede de referência de precisão compatível com as técnicas atuais
de posicionamento, notadamente as associadas ao Sistema de Posicionamento Global -
GPS.
Geoide
Geoide é a forma da terra correspondente a superfície definida pelo nível médio dos
mares prolongado através dos continentes.
Elipsoide
Elipsoide é uma figura matemática, gerada pela rotação de uma semi elipse em torno de
seu eixo menor, que imita a forma da Terra. É o sólido imaginário que mais se aproxima
do geoide. O elipsoide é conhecido da matemática onde seus elementos são
perfeitamente dedutíveis.

Goniologia
Goniologia é a parte da topografia que trata do estudo dos ângulos.
Ângulo:- ângulo é o trecho do plano compreendido entre duas semi-retas que têm uma
origem comum (vértice).
Os ângulos podem ser:
 Ângulo plano;
 Ângulo diedro;
 Ângulo triedro;

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 Ângulo esférico.
Ângulo plano
Ângulo plano é o ângulo medido sobre uma superfície plana que pode ser horizontal ou
vertical.
Plano horizontal
Os ângulos medidos no plano horizontal são denominados de ângulos azimutais (b).
Plano vertical
Os ângulos medidos no plano vertical são denominados de ângulos verticais (a).

Ângulo Vertical e Angulo Horizontal


Os ângulos planos podem ser:
 Ângulo reto
 Ângulo agudo
 Ângulo obtuso
Ângulo reto
Ângulo reto é o ângulo que mede 90°.
Ângulo agudo
Ângulo agudo é o ângulo que mede menos que um ângulo reto.
Ângulo obtuso
Ângulo obtuso é o ângulo que mede mais que um ângulo reto.

Ângulo diedro
Ângulo diedro é o ângulo formado pela intersecção de duas faces.

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Ângulo triedro
Ângulo triedro é o ângulo formado pela intersecção de três faces. Para intersecção de
mais de três faces denomina-se ângulo sólido.
Ângulo Esférico
Ângulo esférico é o ângulo medido sobre uma superfície esférica.
Goniometria
A goniometria tem como objetivo a medição do ângulo horizontal (no plano do horizonte) e
do ângulo vertical (no plano vertical).
Ângulo horizontal
Ângulo horizontal é o ângulo medido no plano horizontal (plano topográfico).
Ângulo vertical
Ângulo vertical é o ângulo medido no plano vertical (plano perpendicular ao plano
topográfico).
O ângulo vertical pode ser:
Zenital: origem no zênite (grosso modo Norte); Nadiral : origem no nadir (Sul); Horizontal
: origem no horizonte (linha do horizonte).
Atualmente os fabricantes de teodolitos estão produzindo somente teodolitos com ângulo
vertical zenital, isto é, a origem do ângulo vertical é no zênite. Nos teodolitos eletrônicos e
estações totais pode-se escolher a origem do ângulo vertical. O ângulo vertical com
origem no zênite é denominado de distância zenital.
Zênite (Z): É a direção contrária a direção do fio de prumo prolongada ao infinito.
Nadir: é a direção do fio de prumo.

31
Coordenadas geográficas
As coordenadas geográficas são formadas por:
Latitude e Longitude.
Latitude
Latitude (φ) de um lugar A é o ângulo formado pela normal a superfície do elipsóide e o
equador. Nos globos escolares ou mapas são representadas pelas linhas horizontais e
paralelas. A latitude varia de 0 a ± 90º, contados a partir do equador. É positiva no
hemisfério norte e negativa no hemisfério Sul.
Longitude
Longitude (l) de um lugar A é o arco, de equador, medido do meridiano de origem
(meridiano de Greenwich) até encontrar o meridiano do lugar prolongado até o equador. A
longitude varia de 0 a ± 180° contados a partir da meridiana de origem. É positiva a leste
de Greenwich e negativa a oeste de Greenwich. O sinal pode ser substituído pelas letras
E ou W respectivamente.

Unidades de medidas
As unidades de medidas usadas em topografia são:
1 - Unidades de medidas angulares;

32
2 - Unidades de medidas lineares;
3 - Unidades de medidas agrárias;
Unidades de medidas angulares
As unidades de medidas angulares são:
 grau
 grado
 radiano
Em nossos estudos somente iremos utilizar graus, de modo que não nos reportaremos a
grados e radianos.
Grau
Unidade de medida angular, no sistema sexagesimal, usado no Brasil para medidas de
ângulos. Sabemos que o ângulo reto mede 90 graus e que o ângulo raso mede 180 graus
e que uma circunferência completa tem 360o.
Há uma razão para isso. Os antigos pensavam que o Sol girava em torno da Terra em
uma órbita circular que levava 360 dias para completar a volta toda. Concluir que levava
360 dias foi uma grande conquista desses povos, que envolvia observação, coleta de
dados e cálculos não muito simples, pois não contavam com a aparelhagem de hoje.
Durante bom tempo fixou-se o período de 360 dias para esse percurso.
Assim, esse ângulo passou a ser a unidade de medida de ângulos e se chamou grau ou
ângulo de um grau. Portanto, para os antigos, o grau era a medida do arco que o Sol
percorria em torno da Terra, na circunferência de sua órbita, durante um dia.
Assim, 1 hora equivale a 60 minutos de hora e 1 grau equivale a 60 minutos de grau.
O nome de sistema sexagesimal, é devido a variação que é de 60 em 60 unidades. Dessa
forma, o ângulo raso mede 180 graus, porque é meia circunferência, e o ângulo reto mede
90 graus, porque é a quarta parte da circunferência.
1 grau = 60 minutos
1 minuto = 60 segundos
Notação: Nós representamos os graus minutos e segundos do seguinte modo:
Grau = º
minuto = '
segundo = "
Exemplo: 12° 16' 36" ( doze graus, dezesseis minutos e trinta e seis segundos).

33
Conversão do grau – Sistema Sexagesimal, para grau - Sistema Centesimal
Para obtenção das funções trigonométricas os ângulos deverão ser introduzidos nas
calculadoras científicas no sistema centesimal. As calculadoras científicas do mercado já
possuem teclas especiais que efetuam a conversão.
Por exemplo a calculadora científica da marca CASIO – fx-82MS, ou similares, e possuem
a tecla º ‟ “ (grau, minuto e segundos) que converte o sistema sexagesimal para decimal e
a segunda função(ou função inversa) faz o inverso.
→ º „ " converte para sexagesimal
º „ " → converte para decimal
Unidade de medidas lineares
A unidade padrão para medida linear é o metro que corresponde à décima-milionésima
parte do quadrante do meridiano terrestre, segundo deliberação da Assembleia Nacional
da França que o adotou a partir de 26/03/1791.
Em nosso País, o DECRETO n° 4.257 de 16/06/1839 regulou o assunto.
As unidades de medidas para superfície são:
1 metro quadrado = 1 m2
1 are que corresponde à superfície de um quadrado de 10 metros de lado ou seja 100
m2.
É muito usado o múltiplo destas unidades, o Hectare que equivale a 10.000 m2 e
corresponde à superfície de um quadrado de 100 m de lado. A conversão de um número
qualquer de m2 para ha basta separá-lo a partir da direita, de duas em duas casas de
algarismo, assim:
1.278.493 m2 → 127-84-93 = 127 hectares 84 ares 93 centiares
(10.000 m2)
Definições e origem das unidades de medidas
Alqueire
No Estado de São Paulo o alqueire equivale a 24.200 m2.
Em Minas emprega-se ainda o chamado alqueire mineiro de 100 braças em quadra, ou
48.400 metros quadrados. O chamado alqueire paulista de 40 litros corresponde a área
de 40 x 605 m = 24.200 metros quadrados ou seja 2,42 hectares e equivale a 100 x 50
braças. O denominado alqueire mineiro de 4,84 hectares contém 80 litros e mede 100
braças em quadra. O alqueirão do nordeste de Minas Gerais mede 200 x 200 braças o
que equivale a 19,36 hectares correspondente a 320 litros.

34
Milha brasileira
A milha brasileira é uma antiga medida equivalente a 2.200 metros.
Polegada
A polegada traduz o termo inglês "inch" e corresponde a segunda falange do
polegar (1 polegada = 2,54 cm).
Medida de Distâncias
Taqueometria
Conceito
Taqueometria é a parte da topografia que trata da medida indireta da distância horizontal
e diferença de nível. Os aparelhos usados na taqueometria são chamados de
"Taqueômetros", que são teodolitos providos de fios estadimétricos e ângulos horizontal e
vertical.
Na taqueometria, como acessório, utiliza-se a MIRA.
I - Fio vertical
Fio vertical é o fio de referência para as medidas de ângulos horizontais;
II - Fio médio horizontal
Fio médio horizontal é também denominado de fio nivelador, é o fio de referência para a
medida de ângulos verticais;
III - Fio horizontal superior e inferior
Estes fios são chamados de fios estadimétricos;
IV - Ângulo diastimométrico
Ângulo diastimométrico é o ângulo, com vértice no foco da objetiva, do teodolito, formados
pelos raios que vão do fio horizontal inferior ao fio horizontal superior ou "É o ângulo
formado entre o foco da objetiva e os fios estadimétricos".

35
Fórmulas taqueométricas
As fórmulas taqueométricas são utilizadas para podermos determinar a distancia
horizontal (DH) e a diferença de nível (DN) entre dois pontos.
V – Cálculo da Distância horizontal entre dois pontos:
DH = (Ls - Li) x 100 x cos2 β
DH = (Ls - Li) x 100 x sen2 Z
Ls e Li em metros
IV – Cálculo da Diferença de nível ou distancia vertical, entre dois pontos
DN = (Ls - Li) x 100 x sen β x cos β + Ai - Lm
Ou
DN = DH tg β + Ai - Lm
DN = DH cotg Z + Ai - Lm
Elementos das fórmulas:
DH = distância horizontal;
DN = diferença de nível;
Ls = leitura do fio superior em metros;
Li = leitura do fio inferior em metros;
Lm = leitura do fio médio em metros;
Z = distância zenital (teodolitos que possuem a origem do ângulo vertical no zénite); Z é a
medida do ângulo vertical = angulo de inclinação da luneta do teodolito
β = ângulo vertical para teodolitos que possuem a origem deste ângulo no horizonte.
Nos teodolitos atuais, a origem do ângulo vertical está no zênite. Usa-se o Z nas fórmulas.
Exemplo aplicativo
Ls = 2,351 m
Lm = 1,846 m
Li = 1,341 m
Z = 254° 36' 14"
Al = 1,530 m

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Cálculo da distância horizontal
Ls = 2,351 m
Lm = 1,846 m
Li = 1,341 m
Z = 254º 36‟ 14”
Ai = 1,530 m
Cálculando a distancia horizontal
DH = (Ls - Li) x 100 x sen2Z
Ls - Li = 2,351 - 1,341 = 1,01 m *
DH = 1,01 x 100 x sen2 254° 36'14"
DH = 1,01 x 100 x 0,929514699
DH = 93,881 m
Para o cálculo das funções trigonométricas (seno, cosseno, tangente ou cotangente), é
necessário o uso de uma calculadora científica. Vejamos:
Como se calcula o Seno de 254°36'14", para substituirmos na fórmula acima?
Com uma calculadora Casio fx-82MS, ou outra similar, tecle a tecla sin (de seno) da
calculadora e em seguida 254 + tecla º‟”, 36 + º‟”, e 14 + º‟”e em seguida tecle = vai
aparecer 0,964113426.
Agora devemos elevar ao quadrado (pois a fórmula é sen2); com o valor que está no visor
tecle x2, e em seguida = Vai aparecer 0,929514698. Este valor deve ser multiplicado por
1,01* x 100 (da fórmula), que vai dar 93,88098459 m ou arredondando = 93,881 m, que é
a distância entre os dois pontos medidos.
Cálculo da diferença de nível
DN = DH cotg Z + Ai - Lm
DH = 93,881 (já calculado acima), portanto,
DN = 93,881 x cotg 254° 36' 14" + 1,530 - 1,846
Cotg = cotangente do ângulo de inclinação da luneta
Estando Z compreendido entre 180° e 360° é necessário a troca do sinal do resultado da
DN, portanto,
DN = - 25,536 m
Como se calcula a cotg de 254º36‟14”
Na calculadora tecle tan + 254 + º‟”, 36 + º‟”e 14 + º‟” = 3,631439818, em seguida tecle x-
1 = 0,275372868, agora multiplique pela distância calculada anteriormente (93,881).
Fazendo-se a multiplicação obtem-se 25,85228028, que somado com 1,530 e subtraindo-
se 1,846 (elementos da fórmula cujos valores foram fornecidos acima) = 25,53628028 m.

37
Trocando-se o sinal, pois o ângulo está entre 180 e 360º, obtemos -25,536 m. Isto quer
dizer que o ponto visado está 25,536 m abaixo do ponto do teodolito; caso o resultado
fosse positivo o ponto visado estaria acima do ponto onde está estacionado o teodolito.
Leituras na mira
As miras topográficas podem ser de madeira ou metal. Podem ter 4m (a mais comum) ou
até 6 metros. As miras tem uma graduação de centimetros em centímetros com início na
base, aumentando de baixo para cima. A graduação é dividida em decimetros, cada
decimetro tem um número e um ponto vermelho, (um metro) ou dois pontos (dois metros),
ou tres, ou zero. Os retículos do teodolito são projetados sobre a mira que é onde iremos
fazer as leituras do retículo superior (LS), retículo medio(LM) e retículo inferior(LI) e
também do ângulo de inclinação da luneta ( que é o Z ou o B das fórmulas acima).

Os erros da taqueometria
Com o advento da estação total o uso da taqueometria está diminuindo, no entanto, em
alguns países do terceiro mundo, incluindo o Brasil, a taqueometria ainda vai conviver
com a topografia por mais algum tempo.
Precisão das Taqueometria
A fórmula
DH = (Ls – Li) x 100 x sen2Z
Mostra que o cálculo da distancia horizontal tem sua precisão em função de:
 Precisão das leituras na mira
 Precisão na determinação da constante multiplicativa K pelos fabricantes
 Precisão na medida do angulo vertical – distancia zenital Z
 Precisão do próprio teodolito (há aparelhos mais precisos e menos precisos)

38
Precisão das leituras na mira
As principais causas que influem na precisão nas leituras dos fios estadimétricos são:
a- erro de leitura na mira;
b- erro proveniente da má focalização dos fios estadimétricos;
c- erro proveniente da reverberação;
d- erro proveniente da retração;
e- erro proveniente da iluminação da mira;
f - erro proveniente da conservação de pintura da mira;
g- erro proveniente dos defeitos de graduação da mira;
h- erro proveniente da inclinação da mira; i - erro proveniente da dilatação da mira.

O quadro a seguir mostra os erros na distância horizontal de 100 m para diferentes


inclinações na mesma.
As miras de alumínio com a variação de temperatura de 20° pode ocasionar um erro de 3
a 4 mm e tem influência direta na medida do segmento Ls - Li.
Conclusão
Conforme o Cel. Carlos Braga Chagas, no seu livro Manual do Agrimensor, a precisão da
taqueometria chega a ± 24 cm para uma distância de 100 m. Com esta precisão pode-se
empregar a taqueometria nos levantamentos de áreas rurais.
A taqueometria não pode ser utilizada para levantamentos de áreas urbanas visando
projeto de loteamento.
O INCRA aceita, nos levantamentos topográficos de áreas rurais, a precisão de 1:500.
Mesmo assim, limitando os lances em 150 m.

39
Azimutes e rumos
Azimutes e Rumos são ângulos utilizados em Agrimensura que o topógrafo sempre estará
usando, quer seja nos cálculos, nos teodolitos, nas Estações Totais ou quando nos
cálculos utilizando GPS.
Em uma representação gráfica, sempre representamos o Norte na parte de cima de um
segmento de reta. O Sul sempre na parte de baixo, o Este à direita e o Oeste à esquerda.

1. Azimute
Azimute é o ângulo formado entre o Norte e um Alinhamento qualquer. Alinhamento é um
segmento de reta que vai do teodolito até o ponto visado, onde está situada a mira. Numa
representação gráfica, o teodolito estará sempre representado no cruzamento das linhas
N-S e E-O, e a mira estará representada no outro extremo da reta.
O azimute varia de 0º a 360º, contado no sentido horário, a partir do norte. Vide gráfico
baixo.
2. Rumo
Rumo é o ângulo formado entre o Norte ou o Sul (o que estiver adjacente) e um
Alinhamento qualquer.
O rumo varia de 0º a 90º contado a partir do:
Norte para a direita: NE
Norte para a esquerda: NW
Sul para a direita: SE
Sul para a esquerda: SW
(Vide gráfico abaixo)

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Transformação de rumos em azimutes e azimutes em rumos
Esta é uma operação que sempre o topógrafo precisa estar fazendo, para efetuar os
cálculos topográficos. Em todos os cálculos topográficos envolvendo ângulos, nas
matrículas cartoriais, ele sempre vai deparar com esta necessidade, pois vai encontrar
ângulos em rumos e em azimutes.

Para os cálculos de transformação de Rumos em Azimutes e vice-versa, devemos utilizar


uma calculadora científica. Faz a conversão do sistema sexagesimal (graus, minutos e
segundos A tecla º „ “ ) para o sistema centesimal. Após encontrar o valor, faça a
operação inversa, isto é, transforme o resultado, que está no sistema centesimal, para o
sistema sexagesimal, utilizando a segunda função da tecla º „ “ .
Acompanhe os exemplos mais à frente.

41
42
Obs.: Cuidado ao efetuar cálculos com ângulos. Há necessidade de se fazer a
transformação do sistema sexagesimal para o sistema decimal. Para isso, use a tecla
apropriada da calculadora científica, conforme explicado anteriormente.

43
Medida à trena
Introdução
A medida à trena se efetua sobre a linha, isto é, sobre o alinhamento, e sempre na
horizontal, não importando qual seja a „caída‟ do terreno.
Para uso em topografia a trena deve ser de boa qualidade.
Tipos de trena
Quanto ao material as trenas podem ser: de aço; de fibra de vidro; de lona.
I - Trena de aço
As trenas de aço são produzidas com lâmina de aço flexível de alta qualidade.
O aço é temperado e coberto com uma resina sintética branca. O revestimento é de
nylon, resistente a abrasão, protegendo a fita de aço contra a ferrugem e sem
possibilidade de descascar.

II - Trena de fibra de vidro


A trena de fibra de vidro é revestida de PVC, onde é efetuada a gravação . Não tem a
mesma resistência das trenas de aço, no entanto, pode ser usada em medições
topográficas.
III - Trena de lona
A trena de lona é fabricada de PVC/tecido. Tem um grande coeficiente de dilatação linear
e altera a medida com a umidade.
A trena de lona é muito vendida em lojas de materiais importados.
Devido a péssima qualidade destas trenas não deve ser usada em levantamentos
topográficos.
Para topografia de média e baixa precisão pode ser usado o cabo de agrimensura,
fabricado de fibra de vidro com revestimento de PVC. É usado como corda, sem estojo.
Erros de medida a trena
Os principais erros cometidos nas medidas à trena são:
 erro de leitura;
 erro de alinhamento;
 erro de inclinação;
 erro de aferição;

44
 erro de tensão;
 erro de catenária.
I- Erro de Leitura
Os erros de leitura na trena devem-se, apenas, ao operador. Estes erros são evitados
efetuando-se duas leituras (leitura de vante e leitura de ré) verificando as medidas em
campo.
II- Erro de alinhamento
Para a medida de uma linha deve-se, ao longo desta, fixar piquetes espaçados, entre si,
de uma distância menor que o comprimento da trena a ser utilizada na medida. O
alinhamento dos piquetes é executado teodolito. No entanto, um erro h do alinhamento
pode provocar um alongamento C da medida.
III- Erro de inclinação
As medidas à trena devem ser efetuadas, sempre que possível, no plano horizontal.

Numa distância de 30 m um desnível DN de 30 cm ocasiona um erro de 0,0015 m na


medida DH (1,5 mm).
Para levantamentos de precisão, pode-se medir a distância inclinada e reduzir para
distância horizontal com o ângulo vertical do teodolito.
As medidas devem ser efetuadas em vante e ré.

DH = Di x sen T
Usando este procedimento pode-se obter precisão de 1:5.000 a 1:20.000.

45
IV - Erro de aferição
As trenas são graduadas na temperatura de 20° C e sob tensão de 10 à 15 kg.
Em trabalhos de precisão como na medição de bases topográficas e montagem industrial
deve-se introduzir a correção de temperatura (dilatação) calculada pela fórmula, C = S (t -
to)α
Sendo:
to = temperatura de graduação ou de aferição;
t = temperatura de trabalho; S = comprimento da trena; α = coeficiente de dilatação do
material da trena.
Para uma trena de 30 m com temperatura de graduação 20° C e temperatura de trabalho
de 40° C. O coeficiente de dilatação do aço (material da trena) é de 0,000012.
C = 30 (40 - 20) 0,000012
C = 7 mm
Assim, para os trabalhos de precisão, deve- se corrigir as medidas da dilatação de trena,
adaptando-se um termômetro na caixa da trena para medir a temperatura.
V - Erro de tensão
Durante a medição, a trena deve ser submetida à mesma força tensora de graduação ou
de aferição. Quando a tensão é assegurada à mão, pode-se cometer erro sensível em
trabalhos de precisão.
10 kg ± 2 kg
Que equivale a tensão de graduação mais ou menos 2 kg.
Normalmente nos trabalhos topográficos a tensão da trena é obtida manualmente. No
entanto, nos trabalhos de alta precisão deve-se empregar o dinamômetro para obter a
tensão adequada.
VI - Erro de catenária
A trena pode ser aplicada sobre o solo ou suspensa, porém com a tensão indicada pelo
fabricante.
Nos trabalhos de alta precisão a tensão é obtida com auxílio de um dinamômetro. Nos
trabalhos topográficos comum a trena é esticada à mão.
Nos trabalhos de precisão, quando a trena é aplicada suspensa, faz-se uma correção de
catenária.
Como a correção é sempre muito pequena, costuma-se introduzir no conjunto das
trenadas.

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Precisão das medidas à trena
A trena de aço empregada nas melhores condições técnicas pode fornecer precisão da
ordem de 1:20.000, suficiente para medidas de bases topográficas e montagem industrial.
Nas medidas de poligonais topográficas de precisão (destinada a projeto de loteamento
entre outros) com estaqueamento prévio, reduzindo ao horizonte a distância inclinada
com o ângulo vertical do teodolito, medidas em ré e vante (adotando-se o valor médio)
pode-se chegar a uma precisão de 1:5.000 a 1:15.000.
A taqueometria não pode ser usada em levantamentos topográficos destinados a projetos
de loteamento, locações em mineração, montagem industrial, ... . Nestes casos, a medida
à trena substitui o distanciômetro eletrônico. A trena de aço, previamente aferida, conduz
a melhores resultado.
Estação total
Introdução
A estação total representa, atualmente (1999), o estágio mais avançado dos
equipamentos topográficos. Em palavras simples, uma Estação Total, nada mais é que
um teodolito totalmente informatizado. Entretanto, as estações estão cada vez mais
aperfeiçoadas, isto é, cada vez ela está mais evoluída, fazendo quase todos os cálculos
no campo, armazena todas as leituras feitas, e o que é mais importante, com uma
precisão impressionante. A leitura é determinada com um raio laser que é acionado, este
reflete em um prisma colocado na outra estaca; o espaço percorrido entre a estação e o
prisma é medido e isto nos dará a distância, entre eles. As leituras armazenadas, são
depois processadas em softwares topográficos apropriados resultando daí, os relatórios,
as tabelas, as plantas e os memoriais descritivos do levantamento.
Em alguns países do primeiro mundo os teodolitos já foram, quase que totalmente,
substituídos por estações totais. No Brasil, por algum tempo, ainda vamos conviver com
os teodolitos, miras e trenas, para execução de levantamentos topográficos.
Classificação das estações totais
Conforme a NBR 13.133 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, as
estações totais são classificadas em função da precisão - desvio padrão - das medidas
angulares e lineares.
Classificação das estações totais.
Classe de estações totais Desvio padrão Precisão angular Desvio padrão Precisão linear
1-Precisão baixa < ± 30" ± (5mm + 10 ppm x D)
2-Precisão média < ± 07" ± (5mm + 5 ppm x D)
3-Precisão alta < ± 02" ± (3mm + 3 ppm x D)

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30” = 30 segundos, ppm = partes por milhão D = distância
De acordo com o funcionamento as estações totais podem ser:
 Convencionais
 Robóticas
I- Estação total convencional
A estação total convencional não possui os movimentos horizontal e vertical motorizados.
Estes movimentos são manuais, efetuados pelo operador.
II- Estação total robótica
As estações totais robóticas tem os movimentos horizontal e vertical motorizados. A
busca do alvo é automática. Nessas estações totais o operador fica com o prisma
selecionando os pontos de levantamento. A medida é automática através da busca
automática do alvo. A comunicação do operador com a estação total é efetuada por
controle remoto onde são informados os nomes dos pontos, atributos, etc...
A equipe de topografia, para operação das estações totais robóticas, pode ser composta
por apenas uma pessoa.
No entanto, para garantir a segurança do equipamento, evitando roubo, deve-se deixar
um auxiliar junto com equipamento.
Quanto ao sistema de prumo as estações totais podem ser:
 Prumo ótico
 Prumo laser
III - Estações totais de prumo ótico
As estações totais de prumo ótico são idênticas aos teodolitos. Existe um sistema de
prismas que transferem a imagem do solo através de uma pequena luneta situada na
lateral da estação total.
IV - Estação total de prumo laser
As estações totais de prumo laser tem um dispositivo de laser que é acionado pelo
teclado.
Para estacionar o equipamento basta pressionar uma tecla e o laser será acionado,
colocando no solo um pequeno círculo avermelhado.
Alcance das estações totais
O alcance das estações totais varia de 700 metros a 10.000 metros dependendo do
número de prismas usados e do modelo da Estação.
Medida de ângulos
Equipamentos utilizados
Instrumentos para medidas de ângulos

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Os instrumentos utilizados para medição de ângulos são:
 Bússola
 Trânsito
 Teodolitos
No passado foram usados, para medição de ângulos, os seguintes instrumentos: a)
Pantômetro ou goniômetro, b)Esquadro de agrimensor
Estes instrumentos, atualmente estão fora de uso, podendo, as vezes, ser encontrados
em museus.
I - Bússolas
A bússola é um instrumento que se emprega, nos levantamentos topográficos, para
determinar o azimute do alinhamento inicial.
Consiste numa agulha imantada, de aço, que se move livremente em torno de um eixo
vertical, colocado no centro de um limbo graduado.
Inclinação da agulha
Em todo ponto equidistante dos pólos magnéticos da terra, a agulha é igualmente atraída.
No entanto, quando a agulha estiver colocada em ponto que diste desigualmente dos
pólos magnéticos, ela será mais atraída pelo polo mais próximo e inclinar-se á para ele.
Para anular esta inclinação, coloca-se um peso no lado oposto.
II – Trânsito
O trânsito é um instrumento utilizado para medição de ângulos horizontal e vertical.
No trânsito a luneta gira 360° em torno do eixo suporte. (O pantômetro não efetuava este
movimento). Não é prismático. Os ângulos, horizontal e vertical, são determinados
diretamente sobre um círculo graduado, situado externamente.
Um sistema de nônio permite a leitura de frações, normalmente de 20" em 20". Uma lupa
auxilia a leitura dos ângulos.
Atualmente os trânsitos possuem fios estadimétricos que permitem obter a distância
horizontal e diferença de nível por taqueometria.
O trânsito é usado em pequenos levantamentos topográficos na região rural. Em hipótese
alguma podemos utilizar o trânsito para serviços topográficos, destinados a projetos de
engenharia.
III – Teodolito
É um instrumento utilizado para medição dos ângulos horizontal e vertical e obtenção da
distância horizontal e diferença de nível por taqueometria.
O teodolito sofreu um avanço tecnológico na última década, passando de teodolito
prismático para os teodolitos eletrônicos informáticos.

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Os teodolitos podem ser:
Teodolito prismático
A leitura dos ângulos é efetuada através do auxílio de prismas posicionados sobre o
círculo graduado. A fração do grau é lida em nônio ou vernier. Em alguns teodolitos
prismáticos a fração de grau é lida de forma direta (leitura digital).
Teodolito eletrônico
O teodolito eletrônico é fruto do avanço tecnológico na fabricação de instrumentos
topográficos. Nestes teodolitos os ângulos são lidos diretamente em um visor com display
de cristal líquido semelhante ao visor de uma calculadora eletrônica.
Os teodolitos eletrônicos podem ser:
Teodolito eletrônico informático e Estação total.
Estação total
São teodolitos eletrônicos informáticos que possuem o distanciômetro eletrônico
integrado. Através de programas específicos, reduzem a distância, corrigindo da
temperatura e pressão (refração) fornecendo a distância horizontal e a diferença de nível.
Com a introdução da altitude e azimute inicial, fornece as coordenadas e altitude dos
pontos visados.
Alguns destes equipamentos possuem programas que calculam a poligonal fornecendo
todos os dados de fechamento inclusive a área, no final do trabalho (em campo).
Através de uma linha telefônica, os dados do levantamento são transmitidos para o
microcomputador, que alimenta a estação gráfica. Desta forma ao chegar no escritório a
planta já está desenhada.
Hoje temos uma grande quantidade de marcas de Estações no mercado, e os preços
estão caindo rapidamente
Descrição do teodolito
O teodolito é composto de:
a – Luneta
b – Eixos
c - Círculos graduados
a - A luneta é um dos principais componentes do teodolito. Tem o comprimento de 150
mm à 180 mm e é composta de ocular, objetiva e fios estadimétricos.
b - Eixos
O teodolito tem três eixos, que são:
b1 - Eixo principal b2 - Eixo secundário b3 - Eixo de colimação
b1 - Eixo principal

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É o eixo que coincide com a linha zênite/nadir ( fio de prumo) após estacionado e calado.
b2 - Eixo secundário
É o eixo suporte da luneta.
b3 - Eixo de colimação
É o eixo definido pela linha imaginária que passa pelo centro da ocular e o centro da
objetiva.
c - Círculos graduados
Os círculos graduados ou limbos, são graduados de 0o a 360° no sentido dos ponteiros
do relógio. O teodolito possui dois limbos, sendo um horizontal e outro vertical. O diâmetro
varia de 60 mm a 90 mm. São confeccionados em cristal nos teodolitos prismáticos e com
montagem tipo "incrementai photoeletric" nos teodolitos eletrônicos.
d - Principais partes de um teodolito prismático
 Parafusos calantes;
 Parafuso fixador do movimento geral;
 Parafuso de chamada do movimento geral;
 Parafuso fixador da alidade;
 Parafuso de chamada da alidade;
 Parafuso fixador do movimento vertical:
 Parafuso de chamada do movimento vertical;
 Nível tubular;
 Objetiva;
 Ocular da objetiva;
 Regulagem da focalização da imagem;
 Regulagem da focalização dos fios estadimétricos;
 Regulagem da focalização da ocular do limbo;
 Limbo horizontal;
 Limbo vertical;
 Ocular do prumo ótico;
 Regulagem da focalização do prumo ótico;
 Abertura para entrada de luz nos limbos;
 Dispositivo para pontaria expedita;
 Parafuso de movimento do vernier.
A localização destes elementos, varia conforme o teodolito.
De posse de um novo teodolito, é de fundamental importância, para operação do mesmo,
a localização de suas principais partes operacionais.

51
Alguns teodolitos (WILD T2, KERN DKM2) possuem apenas um movimento no plano
horizontal, desta forma estão desprovidos do movimento geral, não possuindo os
parafusos de fixação e chamada deste movimento. Nestes teodolitos existe um parafuso
que movimenta a alidade (movimento sobre o círculo graduado). O teodolito após
colimado é zerado através deste parafuso.
Nos teodolitos eletrônicos há, além dos itens enunciados, o teclado e o painel de
comando.
Precisão dos teodolitos
A precisão do teodolito é fornecida pelo fabricante e corresponde a menor fração de
ângulo que pode ser lida diretamente.
Os teodolitos podem ser de 1", 2", 6", 10", 20" e 1'.
Nos teodolitos de 1" de leitura direta, pode- se estimar até um décimo de segundo. Nos
teodolitos de 6"e 10" pode-se estimar um segundo. Nos teodolitos de 20" pode-se estimar
5"e menos de V pode-se estimar 10".
Os teodolitos de alta precisão, que são utilizados em trabalhos geodésicos, possuem
leitura direta de 0,1" ou 0,01" podendo ser estimado 0,01 e 0,001" respectivamente.
Operações de campo
As principais operações efetuadas com o teodolito são:
a – Estacionar,
b – Calar,
c – Zerar,
d – Colimar
a – Estacionar
É fazer com que o eixo principal do teodolito passe pelo ponto topográfico (prego sobre o
piquete).
Regra prática para estacionar o teodolito
a - Fixar um pé do tripé a mais ou menos 50 cm do ponto topográfico;
b - Com as mãos nos outros dois pés e com o prumo ótico (ou prumo de cordão) , ajustar
sobre o ponto topográfico, fixando as sapatas do tripé;
c - Com o movimento das hastes do tripé, ajustar o nível circular;
d - Com o movimento do teodolito sobre a mesa, efetuar o ajuste final.
b – Calar
É fazer com que o prato do teodolito fique perpendicular ao eixo principal.
Regra prática para calar o teodolito

52
a - Colocar o eixo longitudinal do nível tubular paralelo a 2 parafusos calantes onde é
nivelado;
b - Girar o teodolito até o eixo longitudinal do nível tubular ficar perpendicular aos dois
primeiros parafusos calantes e colocar a bolha do nível novamente no centro;
c - Repetir a operação para verificação e ajustar se for necessário;
d - Após a calagem verificar o estacionamento e ajustar se for necessário.
c - Zerar
É fazer com que o zero do círculo horizontal coincida com o zero do nônio.
d - Colimar
É fazer com que a imagem visada (balisa) coincida com eixo de colimação do teodolito.
Manutenção dos equipamentos de topografia
É fundamental, não só para o levantamento a ser executado como também para a obra
final ao qual se destina, que sejam observados os critérios de ajuste e aferição dos
teodolitos e níveis topográficos, bem como a qualidade e o estado geral do material de
apoio.
Os melhores instrumentos podem se desajustar ou sofrer acidentes. Também por melhor
que sejam os cuidados, a ação do tempo e o próprio transporte para os locais de medição
podem causar alterações.
Tomemos como exemplo os aparelhos transportados em caminhões ou pick-up que
enfrentam estradas precárias e cheias de buracos. Todos os componentes,
principalmente os parafusos tendem a afrouxar-se o que diretamente alteraria o ajuste
dos mesmos.
Método de medidas angulares
Introdução
Para o processamento de um trabalho topográfico, são necessários os seguintes
elementos: ângulo horizontal, vertical e distância horizontal da linha.
A medida dos ângulos deve ser bem feita, evitando com isto, o retorno ao campo para
conferência.
Métodos de medidas dos ângulos
Os métodos usados para medir e conferir os ângulos, em campo, são:
 Fechamento em 360°
 Repetição
 Ângulo Duplo
 Reiteração
 Deflexão

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1 - Fechamento em 360°
Consiste em medir o ângulo horário (ângulo à direita) e o seu respectivo replemento.

Com o instrumento em 2 zerado em 1, visa- se 3 lendo-se o ângulo α. Com o instrumento


em 2 zerado em 3 visa- se 1 lendo-se o ângulo β. A soma de α e β, teoricamente deve
ser 360°. No entanto devido a erros alheios a vontade do operador a soma fica próximo
de 360°. O erro a ser admitido será em função da precisão do instrumento e corresponde
a duas vezes a menor fração de ângulo lido diretamente, com exceção para instrumentos
de leitura direta de 1".
Considerando que o erro foi cometido nas duas leituras pode-se obter o ângulo
compensado da seguinte forma:
Subtraindo do ângulo α, 1/2 do erro se a soma for superior a 360°; ou
Somando ao ângulo α, 1/2 do erro se a soma for inferior a 360°.
Exemplo:

Considera-se "RÉ" a estação que foi zerado o instrumento.


Dos ângulos lidos temos:
α = 123° 18'16" ---> (ângulo a direita)
β = 236° 41'40" ---» (replemento)
soma = 359° 59' 56"
Como o instrumento permite uma leitura direta de 6" o erro pode ser admitido.
O ângulo compensado será:
α = ângulo lido + 1/2 do erro
erro = 360º - soma = 4” , que corresponde
½ do erro = 2”
Logo,
α = 123º 18‟ 18”

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E ANGULO LIDO DISTANCIA
RE FECHAMENTO HORIZONTAL CROQUIS
PV MEDIA
2 123° 18' 16" 35,436
1 236° 41'40"
3 123° 18' 18"

Ângulo duplo
Consiste em medir o ângulo, repetindo a leitura com o valor do ângulo lido registrado no
limbo do instrumento na visada de RE. Desta forma, o segundo ângulo será o dobro do
primeiro.
Deflexão
Consiste em medir as distâncias entre os pontos e o ângulo formado entre o
prolongamento do alinhamento de RE e o alinhamento de VANTE.
A deflexão pode ser à direita ou à esquerda.
Com o advento dos teodolitos de leitura interna com limbo graduado no sentido horário o
levantamento de poligonal por deflexão ficou restrito ao uso, em levantamentos de
exploração para projeto de estrada e linha de transmissão.

a deflexão à direita p deflexão à esquerda


Para se determinar a deflexão através do ângulo à direita, usa-se a seguinte relação:
deflexão à direita
deflexão = ângulo lido - 180°
deflexão à esquerda
deflexão = 180° - ângulo lido
O uso da deflexão fica restrito a levantamentos para projetos de estradas, mesmo assim,
os profissionais preferem ler o ângulo horizontal com ré na linha anterior.

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Descrição do teodolito
O teodolito é composto de:
a – Luneta
b - Eixos
c - Círculos graduados
a – Luneta
a - A luneta é um dos principais componentes do teodolito. Tem o comprimento de 150
mm à 180 mm e é composta de ocular objetiva e fios estadimétricos.
b - Eixos
O teodolito tem três eixos, que são:
 Eixo principal - Eixo secundário - Eixo de colimação
 Eixo principal
É o eixo que coincide com a linha zênite/nadir ( fio de prumo) após estacionado e calado.
Eixo secundário
É o eixo suporte da luneta.
Eixo de colimação
É o eixo definido pela linha imaginária que passa pelo centro da ocular e o centro da
objetiva.
 Regulagem da focalização da imagem;
 Regulagem da focalização dos fios estadimétricos;
 Regulagem da focalização da ocular do limbo;
 Limbo horizontal;
 Limbo vertical;
 Ocular do prumo ótico;
 Regulagem da focalização do prumo ótico;
 Abertura para entrada de luz nos limbos;
 Dispositivo para pontaria expedita;
 Parafuso de movimento do vernier.
A localização destes elementos, varia conforme o teodolito.
De posse de um novo teodolito, é de fundamental importância, para operação do mesmo,
a localização de suas principais partes operacionais.
Alguns teodolitos (WILD T2, KERN DKM2...) possuem apenas um movimento no plano
horizontal, desta forma estão desprovidos do movimento geral, não possuindo os
parafusos de fixação e chamada deste movimento. Nestes teodolitos existe um parafuso

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que movimenta a alidade (movimento sobre o círculo graduado ). O teodolito após
colimado é zerado através deste parafuso.
Nos teodolitos eletrônicos há, além dos itens enunciados, o teclado e o painel de
comando.
Precisão dos teodolitos
A precisão do teodolito é fornecida pelo fabricante e corresponde a menor fração de
ângulo que pode ser lida diretamente.
Os teodolitos podem ser de 1", 2", 6", 10", 20" e 1'.
Nos teodolitos de 1" de leitura direta, pode- se estimar até um décimo de segundo. Nos
teodolitos de 6"e 10" pode-se estimar um segundo. Nos teodolitos de 20" pode-se estimar
5"e menos de 1' pode-se estimar 10".
Os teodolitos de alta precisão, que são utilizados em trabalhos geodésicos, possuem
leitura direta de 0,1" ou 0,01" podendo ser estimado 0,01 e 0,001" respectivamente.
Operações de campo
As principais operações efetuadas com o teodolito são:
a - Estacionar
b - Calar
c - Zerar
d – Colimar
a - Estacionar
É fazer com que o eixo principal do teodolito passe pelo ponto topográfico (que é um
ponto marcado sobre o piquete ou um prego sobre o piquete).
Regra prática para estacionar o teodolito
A1 - Fixar um pé do tripé a mais ou menos 50 cm do ponto topográfico;
A2- Com as mãos nos outros dois pés e com o prumo ótico (ou prumo de cordão), ajustar
sobre o ponto topográfico, fixando as sapatas do tripé;
A3 - Com o movimento das hastes do tripé, ajustar o nível circular;
A4 - Com o movimento do teodolito sobre a mesa, efetuar o ajuste final.
b - Calar
É fazer com que o prato do teodolito fique perpendicular ao eixo principal.
Regra prática para calar o teodolito.
B1 - Colocar o eixo longitudinal do nível tubular paralelo a 2 parafusos calantes onde é
nivelado;
B2 - Girar o teodolito até o eixo longitudinal do nível tubular ficar perpendicular aos dois
primeiros parafusos calantes e colocar a bolha do nível novamente no centro;

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B3 - Repetir a operação para verificação e ajustar se for necessário;
B4 - Após a calagem verificar o estacionamento e ajustar se for necessário.
c - Zerar
É fazer com que o zero do círculo horizontal coincida com o zero do nônio.
d - Colimar
É fazer com que a imagem visada (balisa) coincida com eixo de colimação do teodolito.
Manutenção dos equipamentos de topografia
É fundamental, não só para o levantamento a ser executado como também para a obra
final ao qual se destina, que sejam observados os critérios de ajuste e aferição dos
teodolitos e níveis topográficos, bem como a qualidade e o estado geral do material de
apoio.
Os melhores instrumentos podem se desajustar ou sofrer acidentes. Também por melhor
que sejam os cuidados, a ação do tempo e o próprio transporte para os locais de medição
podem causar alterações.
Tomemos como exemplo os aparelhos transportados em caminhões ou pick-up que
enfrentam estradas precárias e cheias de buracos. Todos os componentes,
principalmente os parafusos tendem a afrouxar-se o que diretamente alteraria o ajuste
dos mesmos.
Outro fator muito importante é a proliferação dos fungos na ótica dos aparelhos. Estes
nada mais são que micro organismos provenientes da excessiva umidade de nosso clima
tropical, quando em seu inicio, são fáceis de serem eliminados, mas deixarem
proliferarem-se pode causar danos irremediáveis nas lentes e prismas, pois eles liberam
uma substância ácida, corrosiva, para os elementos óticos.
Após longos períodos de utilização sob estas condições adversas, aliando-se outros
fatores como o pó em obras de terraplenagem e estradas, os minérios, em minas e
escavações (destacando-se o carvão, a fluorita e a hematita, altamente prejudiciais aos
elementos mecânicos) é fundamental que o aparelho passe por uma revisão geral para
que volte a funcionar perfeitamente. Caso contrário o acúmulo destes agentes vai agindo
gradativamente nos elementos mecânicos provocando desgastes, folgas e por vezes o
bloqueio dos movimentos levando à necessidade de substituirem-se as peças
defeituosas.
Uma revisão geral em um teodolito implica em um serviço de aproximadamente 25 horas
contínuas, pois o mesmo necessita ser totalmente desmontado, cada peça é lavada em
benzina e os elementos óticos limpos com líquidos próprios para sua limpeza. Após isto,
as partes macânicas são lubrificadas com graxas vegetais importadas e especificadas

58
para cada função (eixo, roscas, flanges, etc...) observando o funcionamento perfeito de
cada conjunto, e a ótica isenta de poeira é montada ajustando-se os prismas e lentes.
Após os ajustes preliminares da ótica, o aparelho é encaminhado para o colimador onde
são efetuados os ajustes finais. São estes os mais importantes, pois afetam diretamente
no fechamento dos levantamentos. São eles: o ajuste dos níveis esféricos e tubulares, do
prumo ótico, micrômetro e por fim a colimação dos limbos vertical e horizontal, tudo isto
criteriosamente verificado. Em suma, um serviço meticuloso e demorado que deve ser,
entregue á profissionais especializados e capazes de executá-los com a responsabilidade
necessária.
Como manutenção preventiva, é aconselhável somente após a utilização do instrumento,
limpá-lo, com um pincel macio, tirando-se o pó, e a ótica externa com algodão embebido
em um pouco de álcool, com cuidado e observando a presença de areia, a qual riscaria as
lentes. Após isto o aparelho deve ser guardado em local ventilado e seco. Caso tenha
apanhado chuva, convém guardá-lo com a tampa do estojo aberta.
É importante frizarmos também que os acessórios de apoio (tripé, miras, balizas, trenas,
etc.) devem ser compatíveis com o serviço a ser executado. E a medida que o
levantamento exigir maior precisão será necessário também recorrer a aparelhos mais
precisos e a acessórios correspondentes como alvos de poligonação, prumadas óticas,
estádias de invar, equipamentos de centragem forçada, oculares de cotovelo, prismas e
filtros solares, etc...
Por vezes, somente um destes itens somado ao equipamento anterior já elevará
sensivelmente a qualidade do serviço.
Para finalizar frisamos que o prazo médio para se realizar uma revisão é de um ano e
meio, podendo, em casos de trabalho intenso diminuir este prazo. Para a verificação das
colimações vertical e horizontal e do ajuste do prumo ótico aconselha-se verificá-los pelo
menos 3 vezes por ano ou no início de cada obra, evitando-se assim ter que repetir o
levantamento caso haja algo errado. Observando-se estes cuidados, seu aparelho estará
sempre valorizado além de prolongar a sua vida útil.
Método de levantamento quanto às medidas angulares
Introdução
Para o processamento de um trabalho topográfico, são necessários os seguintes
elementos: ângulo horizontal, vertical e distância horizontal da linha.
A medida dos ângulos deve ser bem feita, evitando com isto, o retorno ao campo para
conferência.

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Métodos de medidas dos ângulos
Os métodos usados para medir e conferir os ângulos, em campo, são:
 Fechamento em 360°
 Repetição
 Ângulo Duplo
 Reiteração
 Deflexão
1 - Fechamento em 360°
Consiste em medir o ângulo horário (ângulo à direita) e o seu respectivo replemento.

Com o instrumento em 2 zerado em 1, visa- se 3 lendo-se o ângulo α. Com o instrumento


em 2 zerado em 3 visa- se 2 lendo-se o ângulo β. A soma de α e β, teoricamente deve ser
360°. No entanto devido a erros alheios a vontade do operador a soma fica próximo de
360°. O erro a ser admitido será em função da precisão do instrumento e corresponde a
duas vezes a menor fração de ângulo lido diretamente, com exceção para instrumentos
de leitura direta de 1".
Considerando que o erro foi cometido nas duas leituras pode-se obter o ângulo
compensado da seguinte forma:
Subtraindo do ângulo a 1/2 do erro se a soma for superior a 360°; ou
Somando ao ângulo a 1/2 do erro se a soma for inferior a 360°.
Modelo de caderneta para levantamento a trena.

Repetição
Consiste em repetir a leitura do ângulo isto é efetuar a leitura do ângulo duas vezes.
Exemplo:

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Considera-se "RÉ" a estação que foi zerado o instrumento.
Dos ângulos lidos temos:
α = 123° 18'16" -> (ângulo a direita)
(β = 236° 41'40" -» (replemento)
soma = 359° 59' 56"
Como o instrumento permita uma leitura direta de 6" o erro pode ser admitido.
O ângulo compensado será:
α = ângulo lido + 1/2 do erro
erro = 360º - soma = 4” , que corresponde
½ do erro = 2”
Logo,
Ângulo duplo
Consiste em medir o ângulo, repetindo a leitura com o valor do ângulo lido registrado no
limbo do instrumento na visada de RE. Desta forma, o segundo ângulo será o dobro do
primeiro.
Consiste em medir as distâncias entre os pontos e o ângulo formado entre o
prolongamento do alinhamento de RE e o alinhamento de VANTE.
A deflexão pode ser à direita ou à esquerda.
Com o advento dos teodolitos de leitura interna com limbo graduado no sentido horário o
levantamento de poligonal por deflexão ficou restrito ao uso, em levantamentos de
exploração para projeto de estrada e linha de transmissão.

a deflexão à direita p deflexão à esquerda


Para se determinar a deflexão através do ângulo à direita, usa-se a seguinte relação:
deflexão à direita
deflexão = ângulo lido - 180°
deflexão à esquerda
deflexão = 180° - ângulo lido
O uso da deflexão fica restrito a levantamentos para projetos de estradas, mesmo assim,
os profissionais preferem ler o ângulo horizontal com ré na linha anterior.

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TOPOGRAFIA DE CIRCUITOS INTEGRADOS
O que é a Topografia de Circuito Integrado?
A Lei 11 484/07 estabelece em seu art. 26 que topografia de circuitos
integrados (também chamada de chip) é uma série de imagens relacionadas que
representa a configuração tridimensional das camadas que compõem um circuito
integrado e na qual cada imagem represente, no todo ou em parte, a disposição
geométrica ou arranjos da superfície do circuito integrado em qualquer estágio de sua
concepção ou manufatura.
Qual a legislação aplicada?
A Lei 11.484 de 31 de maio de 2007, dispõe dentre outros sobre a proteção à
propriedade intelectual das topografias de circuitos integrados, sendo complementado
pelas resoluções do INPI nº 187/08 de 23/09/2008 e nº 190/08 de 23/09/2008.
Quais os documentos para o depósito?
O pedido de registro de topografia de circuitos integrados, que se refere a apenas
uma topografia de circuitos integrados, deve ser solicitado por meio de formulário próprio,
presentes no site do INPI (www.inpi.gov.br), apresentando os seguintes documentos:
1 - Descrição da topografia e de sua função;
2 - Desenhos/fotos da topografia;
3 - Circuito integrado relativo à topografia requerida;
4 - Declaração de exploração anterior, se houver;
5 - Documento comprobatório de titularidade ou documento de cessão;
6 - Autorização do titular de topografia original protegida, se for o caso;
7 - Tradução pública juramentada de docs. em língua estrangeira;
8 - GRU paga;
9 - Procuração, se for o caso .
A Resolução nº 187/08 estipula o formato dos desenhos e das fotografias a serem
presentadas.
Segundo a mesma resolução, as imagens da topografia serão apresentadas por meio de
desenhos ou fotografias, em meios digitais óticos, essenciais para permitir sua exata
identificação e a caracterização de sua originalidade.
Tais imagens poderão ser apresentadas da seguinte forma:
a) desenho nos formatos GDS-II, OASIS ou CIF, com as informações pertinentes a cada
formato, que permitam a visualização detalhada da topografia de circuito integrado; ou
b) fotografias nos formatos JPEG, JPG, TIF, em dimensões e resoluções que permitam a
visualização detalhada da topografia de circuito integrado;

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PASSO A PASSO RESUMIDO DO CALCULO DA PLANILHA TOPOGRÁFICA
1 – SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS
Ac = somar todos os ângulos da planilha
2 – SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS
Ai = 180 (n-2)
Sendo :
Ai = Soma dos ângulos internos.
n = número de vértices.
3- ERRO ANGULAR.
ef = Ac - Ai
No levantamento de uma poligonal fechada, a verificação se as observações foram boas
ou não é feita verificando – se o erro de fechamento ( ef ) se encontra dentro de um limite
tolerável ( et).
Essa tolerância é obtida pela lei de propagação dos erros e é expressa por:
Et = 3 x a x n
Onde :
a = precisão do teodolito
n = número de vértices da poligonal.
Se ef <= et , então procede – se o ajustamento dos ângulos.
A distribuição do erro pode ser feita em quantidades iguais por vértice.
Se ef > et o processo de cálculo deverá ser interrompido e há a necessidade de voltar ao
campo e determinar os ângulos novamente.
4 – CORREÇÃO:
Corr = ef/n
Onde:
Corr = correção a ser feita em cada um dos ângulos.
n = número de vértices.
ef = erro de fechamento.
OBS : A distribuição da correção é feita em quantidades iguais por vértices.
O sinal da correção é contrário ao sinal do erro de fechamento (ef).
5- CÁLCULO DO ÂNGULO COMPENSADO.
Ângulo compensado = ângulo lido + Corr
6- CÁLCULO DO AZIMUTE
AZn = AZ n-1+ an 180º
Onde:

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AZ n = azimute da linha;
AZ n-1 = azimute da linha anterior.
an = ângulo compensado.
Quando somar ou subtrair 180º.
Se Az n-1 + an for maior que 180º deve – se subtrair 180º
Se Az n-1 + an for menor que 180º deve – se somar 180º.
Se mesmo subtraindo 180°, o resultado for maior que 360º deve –se subtrair 360º. (O
azimute varia de 0º a 360º).
7- CÁLCULO DAS PROJEÇÕES:
As projeções são calculadas pela fórmula:
x’= D x Sen Az.
y’ = D x cos Az.
Sendo :
x’ - projeção no eixo X
y’ - projeção no eixo Y
D - distância
Az - azimute
8 – SOMA DAS PROJEÇÕES
Projeção no eixo X
com sinal = x’= ex (erro no eixo x)
Em módulo = | x’|
Projeção no eixo Y
com sinal = y’= ey (erro no eixo y)
Em módulo = | y’|
9- ERRO LINEAR
El = (ex)2 + ey)2
10 – PRECISÃO
Precisão = 1/(P/El)
Onde :
P = perímetro
El = Erro linear
11 – CÁLCULO DAS CORREÇÕES ( ERRO LINEAR)
Kx = ex / | x’|
Cx = | x’| x |Kx|
O sinal da correção deverá ser contrário do sinal do erro.

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A correção no eixo Y é dada pela fórmula:
Ky = ey / | y’|
Cy = | y’| x |Ky|
12 – PROJEÇÕES COMPENSADAS
x= x’ + Cx
y= y’ + Cy
O sinal da correção deve ser contrário do sinal do erro.
A soma das projeções compensadas deve ser 0 (zero)
13 – CÁLCULO DAS COORDENADAS.
Xn = X n-1 + x
Yn = Y n-1 + y
Sendo.
Xn = abcissa do ponto
Yn = ordenada do ponto
X n-1 = abcissa do ponto anterior
Y n-1 = ordenada do ponto anterior
x = projeção compensada do eixo x
y = projeção compensada do eixo y
As coordenadas do ponto de chegada deverão ser iguais as coordenadas do ponto de
saída.
TIPOS DE LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS
Quanto Aos Tipos, Podemos Classificar Os Levantamentos Em :
- Levantamento De Grande Escala
- Levantamentos De Média Escala
- Levantamentos Em Pequena Escala
GRANDE ESCALA
TRABALHOS : URBANOS E CADASTRAIS, SENDO QUE:
URBANOS
Destinado Ao Estudo De Urbanização Das Cidades,
Distribuição De Água E Esgoto,
Rede De Eletrificação
São Apresentadas Em Escalas 1:500 , 1:1000, E Alguns Casos 1:2000.
CADASTRAIS
Geralmente Solicitadas Por Prefeituras (Seção De Cadastro Municipal; Iptu)
Empresas Prestadoras De Serviço Público (Água, Telefone, Energia Elétrica)

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São Geradas Em Escalas 1:1000 A 1:2000 (Nas Zonas Urbanas E 1:5000 Nas Áreas
Rurais).
Estes Levantamentos, Pela Sua Precisão E Escala, Proporcionam Produtos Finais
(Plantas Topográficas) Que Traduzem Os Detalhes Planimétricos Da Área Levantada.
Os Levantamentos Realizados Para Representação Em Média Escala São Geralmente
Para Projetos Específicos (Barragens, Usinas Hidrelétricas, Estradas, Ferrovias, Linha De
Transmissão De Alta Tensão, Gasodutos, Aquedutos ).
São Geradas Plantas Topográficas Variando De 1:10.000 A 1:50.000, Conforme A
Dimensão Do.
A Partir Deste Tipo De Levantamento, A Aplicação Da Metodologia Da Topografia
Tradicional É Substituída Pelo Processo Aerofotogramétricos E De Imagens De Precisão
Orbital, Onde Os Trabalhos Topográficos De Campo Passam A Ser Importante, No
Suporte Para A Definição E Determinação Do Marcos Referenciais De Apoio Terrestre.
Os Levantamentos Em Pequena Escala São Utilizados Para A Representação De
Superfícies De Dimensão Territorial, Como Os Limites De Estado Dentro De Uma União
Territorial, Ou Até De Províncias E Países, Onde A Topografia, Auxilia Na Determinação
Do Apoio Geodésico, Nas Triangulações De Marcos Territoriais.
São Representada Em Plantas Em Forma De Mapa Na Escala Variando Entre 1:100.000
A 1:500.00
ROTEIRO DE CÁLCULO ANALÍTICO
1 CLASSIFICAÇÃO DO LEVANTAMENTO .QUANTO AO FECHAMENTO ANGULAR
 ÂI = 180° x ( N – 2 ) CAMINHAMENTO POLIGONAL HORÁRIO
 ÂE = 180° x ( N + 2 ) CAMINHAMENTO POLIGONAL ANTI- HORÁRIO
FA  1 N x Precisão angular do aparelho BOM LEVANTAMENTO.

FA  2 N x Precisão angular do aparelho LEVANT. .REGULAR.

FA  3 N x Precisão angular do aparelho LEVANT. RUIM.

FA > 3 N x Precisão angular do aparelho VOLTAR AO CAMPO


DISTRIBUIÇÃO DO ERRO ANGULAR
Em Função Do Nº De Vértices Com Distribuição Por Atribuição, Proporcinal À Distância
Linear Horizontal, Com Maiores Atribuições De Forma Crescente.
CÁLCULO DOS AZIMUTES
AZIMUTE VANTE :
AZIMUTE DA LINHA ANTERIOR + 180° + Â (ÂNGULO HORIZONTAL)
CÁLCULO DAS COORDENADAS PARCIAIS (PROJEÇÕES):

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PROJEÇÃO EM X (ABSCISSAS) SENO DO AZ. x DIST. HORIZ.
PROJEÇÃO EM Y (ORDENADAS) COSSENO DO AZ. x DIST. HORIZ.
SE O RESULTADO FOR MAIOR QUE 360º, SUBTRAIR 360° DO RESULTADO
VERIFICAÇÃO DO ERRO DE FECHAMENTO LINEAR

EL = x 2  y 2 (PITÁGORAS)
PERÍMETRO ( SOMA DAS DISTÂNCIAS LINEARES ENTRE OS PONTOS
DA POLIGONAL BASE)
P = DIST 1-2 + DIST 2-3 +… DIST (N-1)
CÁLCULO DE  X E  Y

X = x - x

EL= ∆X² + ∆Y² 1 : EL


Y = y  - y 

TOLERÂNCIA DO ERRO LINEAR


P
 2000 - DISTÂNCIA HORIZONTALOBTIDA POR ESTADIMETRIA
EL
P
 3500 DISTÂNCIA HORIZONTAL OBTIDA POR TRENA DE FIBRA
EL
P
 5000 - DISTÂNCIA HORIZONTAL OBTIDA POR TRENA DE AÇO
EL
P
 10000 - DISTÂNCIA OBTIDA ELETRONICAMENTE
EL
CÁLCULO DAS CONSTANTES DE CORREÇÃO DO ERRO LINEAR

x
KX =
x   x 

y
KY =
y   y 
COORDENADAS. PARCIAIS CORRIGIDAS : PROJEÇÕES ( 1+KX ) x COORDENADA
¨X¨ PARCIAL. CALCULADA PARA A COLUNA A
SER MAJORADA
( 1-KX ) x COORDENADA ¨X¨PARCIAL. CALCULADA PARA A COLUNA A SER
MINORADA

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( 1+KY ) x COORDENADA ¨Y¨ PARCIAL. CALCULADA PARA A COLUNA A SER
MAJORADA
( 1-KY ) x COORDENADA ¨Y¨ PARCIAL. CALCULADA PARA A COLUNA A SER
MINORADA
POLIGONAÇÃO – Levantamento Topográfico Planimétrico De Uma Superfície, Com
A Implantação De Uma Poligonal De N Vértices, Com A Finalidade De Obter Os
Azimutes, Ângulos Internos Ou Externos E Medidas Lineares Entre Os Vértices.
EQUIPAMENTOS
- TEODOLITO ELETRÔNICO (1 POR GRUPO)
- PIQUETES PARA POLIGONAL BASE (N PEÇAS)
- TRENA DE FIBRA DE VIDRO DE 20 CM (1 POR GRUPO)
- BALIZA E NÍVEL DE CANTONEIRA (3 POR GRUPO)
- BÚSSOLA ( 1 POR GRUPO)
PLANEJAMENTO OU METODOLOGIA
1- Cravar Os Piquetes Estrategicamente, Distantes Entre Si + 40 A 50 Metros;
2- Definir O Sentido Do Caminhamento, Sentido Horário (Ângulo Externo),
Sentido Anti-Horário (Ângulo Interno);
3- Instalar O Teodolito Na Estação Denominada E1, Determinar O Nm (Norte
Magnético), Visar A Estação Ré (E4), Ler O Azimute E Anotar Na Folha. Visar A
Estação Vante (E2), Ler O Azimute E Anotar Na Folha. Estacionar Em E2, Visar E1
(Ré) Zerando O Tedolito Angularmente, Na Sequência Visar Angularmente E3
(Vante). Estacionar Em E3, E4 E Fim. Medir Linearmente Com A Trena Tomando
Os Devidos Cuidados Técnicos Quanto A Linearidade E Horizontalidade E Anotar
Respecivamente Na Folha De Campo.
TRABALHO DE CAMPO II
LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO CADASTRAL, POLIGONAL ABERTA COM
DUAS BASES.
1º PASSO
ESTACIONAR O TEODOLITO ELETRÔNICO NA BASE E1, VISAR O NORTE
MAGNÉTICO COM A BÚSSOLA.
2° PASSO
VISAR A ESTAÇÃO BASE E2, E MEDIR O AZIMUTE E1-E2, MEDIR TAMBÉM A
DISTÂNCIA LINEAR E1-E2 COM A TRENA.

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3º PASSO
COM O TEODOLITO AINDA ESTACIONADO EM E1, VISAR ANGULARMENTE
‘AZIMUTE” OS PONTOS DETALHES A SEREM CADASTRADOS DENOMINANDO-OS
CONFORME PADRÃO ABAIXO
AV1, AV2, .....AVN – ÁRVORES
P1, P2, ....PN – POSTES, LUMINÁRIAS
C1, C2....CN – CONSTRUÇÕES, “PRÉDIOS”
CE1, CE...- CERCAS, ALAMBRADOS
RESUMINDO, OS DETALHES DEVEM SER CARACTERIZADOS CONFORME O NOME
COM UM OU DUAS LETRAS E Nº SEQUENCIAL.
4° PASSO
APÓS COMPLETADOS E COLETADOS TODOS OS DETALHES DA ESTAÇÃO E1,
FAZERA MUDANÇA DE BASE, CUJO PROCEDIMENTO É
ESTACIONANDO EM E2, VISAR A BASE E1 ZERANDO O TEODOLITO
ELETRÔNICO PROCEDENDO DE MANEIRA IGUAL DO TRABALHO ANTERIOR
5° PASSO
MEDIR LINEARMENTE TODOS OS DETALHES DENOMINANDO-OS CONFORME O 3°
PASSO.
SERVIÇOS TOPOGRÁFICOS
OPERAÇÃO
Apicuamento de bases, locação de eixos e assentamento de bases (com utilização de
grout).
CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE
Área aberta ou galpões metálicos.
RISCOS DE ACIDENTE
A) Queda de pessoa de mesmo nível;
B) Queda de materiais, equipamentos;
C) Queda de nível diferente;
D) Exposição a produto químico;
E) Exposição à poeira;
F) Impacto de objeto contra;
G) Impacto de objeto projetado;
H) Queda de ferramentas e materiais;
I) Corte

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MEDIDAS PREVENTIVAS
A1) Ao caminhar fazer uma inspeção no trajeto e no local onde pisa.
A2) É proibido correrias e brincadeiras na área de serviço.
B1) É proibido a circulação ou permanência sob a área de movimentação de carga
ou de montagem de peças.
B2) Obedecer às placas de sinalização de Segurança.
C1) Em trabalhos realizados acima de 2 (dois) metros, deve ser utilizado cinto de
segurança tipo pára-quedista;
C2) Para serviços em locais com acesso (escadas) sem guarda-corpo e aberturas
laterais ou de piso deverá instalado sistema de proteção coletiva (cabo guia ou
guarda-corpo rígido) em toda a extensão;
C3) Os cabos guias e cintos de segurança deverão ser inspecionados diariamente
pelos responsáveis pelo serviço a fim de atestar as condições de uso;C4) Em nenhum
momento o funcionário deverá acessar pontos elevados através da estrutura e
sim utilizar acesso seguro pré-estabelecidos;
C5) Escadas fixas (tipo marinheiro) de acesso acima de 6 (seis) metros devem ser
providas de gaiola protetora a partir de 2 (dois) metros da base até um metro acima da
última superfície de trabalho, salvo com a existência de sistema de trava-quedas
vertical;
C6) Todos os andaimes deverão estar travados, contra ventados, amarrados e apoiados
em sapatas sobre base sólida a fim de evitar tombamentos. Deverão ser montados com
piso completo, pranchões amarrados e guarda-corpo. Os acessos aos andaimes devem
ser feitos apenas através de escadas. Devem ser seguidos os itens na NR 18 relativo ao
uso de andaimes;
C7) As aberturas no piso de trabalho devem ter tapamento provisório resistentes
ou bloqueados fisicamente com guarda corpo;
C8) Não posicionar aparelhos topográficos próximo de escavações ou abertura de piso,
sem que estas estejam devidamente protegidas ( proteção rígida ).
D1) Utilizar botas e luvas de PVC no manuseio de Grout (cimento);
E1) Utilizar máscara contra poeira, durante a preparação do Grout (cimento);
F1) Deverá ser utilizado ponteiro específico e sem arestas;
G1)Os cabos das marreta ou martelos deverão ser inspecionados diariamente;
H1) Inspecionar ferramentas e materiais antes de executar a atividade;
H2) Todas ferramentas deverão estar amarradas durante serviços em altura;
H3) Deverá existir recipiente específico para deposito de ponteiros, calços;

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H4) É expressamente proibido jogar ferramentas ou materiais;
H5 ) É proibido a circulação ou permanência de pessoas sob carga suspensas;
H6) A área sob os serviços deverá ser demarcada e sinalizada;
I1) É obrigatório o uso de luvas de raspas no manuseio de arestas cortantes ou
perfurantes.

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