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AHISTORIA DO FEITICEIRO JUCA ROSA: MATRIZES CULTURAIS DA AFRICA SUBSARIANA EM RITUAIS RELIGIOSOS BRASILEIROS DO SECULO XIX Gana Samo Departamento de Histéria da Universidade Ea! de Campinas bo Pao, Bros Resumo: ca Rosa foi um dos mais importantes ideresreligiosos negros que o Brasi conhe- eu no século XIX, durante o periodo imperial. Filho de afrcanos, nascido no Rio de Janeiro, aentéo capital do fmpério do Brasil, Ross liderava uma misteriosa as0- ciagfo, contando com numerosos adeptos, provenientes de diferentes setores sci Nesta apresentagao pretendo mostrar que os rituais reiizados na casa do feiticeiro tinam relagdes profundas com movimentos rlgiososoriginérios da regito da ‘Africa Central, er especial do antigo reino do Congo. O objetivo ¢ expliciar que 0 estudo de diferentes eultaras africans c, onsequentemente, da rlgito em vérias sociedades da Africa Subsariana nos tiltimos séculos séo fundamentais para o enten- dimento das rligides que se desenvolveram no Brasil durante mais de vezentos anos de excravidao. Este texto centra-se na hist6ria do feticeiro Juca Rosa, uma personagem fasci- nante que viveu no Brasil durante o perfodo imperil (1822-1889). part: da his- tria de Juca Rosa chegaremos as influéncias de elementos eulturais da Africa Centro-Ocidental em priticas religiosas do Brasil, que sobreviver até hoje com muita forga na cultura brasileira, ‘Antes de comesar,considero importante sitar alguns marcos e6rics ¢concei- tuais com que trabalho, explicitando de onde parvo e sobre o que vou tratat.O mew trabalho & centrado no século XIX e a minha perspectiva é da hist6ria social da cul- tra, Assim, foco é'na experiéncia das classes mais desfavorecidase subalzrnas da sociedade, buscando resgatar as rolagdes ¢ confitos com 0s outros grupos socials, partindo das manifestagoes da cultura. A cultura é entendida como campo de embates entre os diferentes setores da sociedade, e parte-se dela para entender as relagbes socais e transformagées politicas, chegando também as questses de forma- Ges de identidades ede racismo. Por outro lado situando o trabalho na perspectiva deste Coléquio, é importante lembrar que a0 se pensar em uma historia da Africa Subsariana deve-se também c, necessariamente, considerar que se trata de uma historia de didspora. Isto & mais do 106 {que situar @ Africa no contexto da expansio imperial européia, hé que se levar em conta as muitas Africas existentes nas experigncias de homens e mulheres que foram ‘obcigados a deixar seus lugares de origem e reconstruir seus mundos do outro lado do Atlintico (LARA, 2000). Para se estudar questoesligadas a etnicidade, identidade continuidade ou nao de tradigbes culturais entre os dois lados do Atlantico, é pre ciso pensar no ponto de vista do mundo atléntico, ineluindo Afvica, Europa ¢ “América, ea hist6ria do trifico de escravos (THORNTON, 1992). Bom, vamos entao ao Juca Rosa. Embora ele tena sido um dos mais importan- teslideresreligiosos negros que o Brasil, sua historia nunca havia sido estudada com ‘mais cuidado, até mesmo pela dificuldade em encontrar fontes e material a respeito desta personagem. Nao se tratava de um feiticeiro qualquer, apenas mais um entre tantos e tdo variados praticantes de diferentes ates de cura, que habitavam 2 Corte Imperial a0 longo de todo o século XIX, concorrendo com os médicos centificos na disputa por pacientes (SAMPAIO, 2001). Filho de mae africana, nascido no Rio em 1833, Juca Rosa se destacou, ¢ seu nome permaneceu lembrado por varias décadas, tornando-se um sinénimo para fiticeiro negro'. Ao menos desde 1860 Rosa lide- ava uma misteriosa associacio, ¢ sus vasta clientela era composta ndo s6 por negros, escravos ¢ libertos, imigeantes, costueiras, prostitutas,capociras e diversos ‘rabalhadores pobres, mas também por comerciantes abonados, politicos influentes «e mulheres brancasluxuosamente vests. Membros de diferentes grupos sociais se mundo para realizar curas de doengas e também de eliminar maleficios, além de resolver problemas amorosos e sentimentais. Verificamos 0 papel do transe, dos tambores ¢ da danga. Contudo, eas nao esgotam a complexidade de detalhes das praticas do Pai Quibombo, pois, claramente, influencia de outras préticas cultura, provenien= tes da confluéncia de elementos culturais de outras partes da Africa e também de portugueses e outros europeus que conviviam no Brasil. Os diversos trabalhas e feitigos realizados por Rosa mostram que havia uma grande confluéncia de tradig6es afticanas, nao s6 do Congo e de Angok, mas de otras regides, se misturando no Brasil. Como jé foi dito, havia negeos provenientes de diversas partes do continente afticano, com linguas e costumes religioos diver- 50s dos bantos, como os forubis, ges, aja fons, e varios outros, que convisiam lado lado no Rio de Janeiro do século XIX (HARDING, 1997). A maioria dos escravos provenientes dessas outras culturasafricanas, como os iorubis, no Brasil chamados de nag®s, foi inicialmente conduzida a0 norte e nordeste do pais, mas apéso fim do ‘rafico em 1850, muitos deles foram levados para a regido centro-sul, € as miiltiplas influencias entre diferentes tradigdes se intensifcaram. Assim, ainda que a predo- ‘inancia no Rio de Janeiro tenha sido de africanos de origem banto, quaado pen- samas em priticas religiosas como as de Juca Rosa e outras encontradas depois de 1850 temos que levat em conta a influéncia de negros vindos do nordeste do Brasil, « especialmente da Bahia, Por isso, é preciso lembrar que a complexidade dos signi- ficados das prticase rituais que aconteciam na associagao de Juca Rosa, bem como das outrasatividades religiosas que existiam no Rio do perfodo, nfo se esgotam com as referéncias a culturas da Africa Centro-Ocidental. Havia outras influéncias, tanto de tradigées de outras culturas africanas quanto do catolicismo europeu. * Para ser caracteriada como “movimento rigiss ¢ preciso que tl pica ses, alm de sea Aintmic,noradors que spresente fede abertura pars incorporae vue elementos ese died ‘Nese send, a historadors Mary Karzch asics a prea relgoms de sfsnos «sve drcendentes ‘orale io m especial como novos movimento eligoes ulinando a mesma otio rest por Fe, Crnemere Vanna, ators i ctador,Beeados as tuadgoes da Aca Cental nae surglado da on ‘utc dedifrntes rion, sols, mites e rena de outes trades, inclasiv de outs pares daqcle continent apeenidas no Beso afianos earosderendente team desenelvido nots © dvetos ‘moriments gins. Assim, +aora mostra ue a airs doe afianosnio se converteysocitaiimo 4s coli mas rou uma nove relia Mary Krasch, Seve Wen Rio de Jans TaN8-1850 Pence Princeton Uniersty Pes, 1987 m2 Juca Rosa realizava as mais diversas atividades junto aos seus fii. Era conside- rado um feiticeiro poderoso, ¢, como vimios, buscado para a cura de males do espi- ito ¢ do corpo. Um dos feitigos que mais aparecem nas descrigGes das priticas con- uzidas por Rosa eram os reves, a letura dos depoimentos nos esclarece sobre alguns de seus significados. A testemunha Leopoldina, ao descrever um “trabalho” feito por ce, contou “(...) que em dias posteriores recebeu do préprio Rosa um breve para trazer @0 pescogo para dia Rosa dar-lhe felcidade com a condigao porém de trs-lo sempre ‘que deitasse com tal ou qual homem. Que ela ouviu dizer que a infragio desta ordemt,) isto € (.) de nao tirar o breve nesta ocasido traria apticagio de um castigo por José Rose quando este tinha 0 espirito na cabega.” Rodrigo Milito, outra testemunha, narrou (+) que fosé Rosa de-the um breve para trazerconsgo que nada The estou, ente> tanto fr he Jose Rosa recomendario de que enquano o touxese ao pescora nio pratcase sto algun cto sem dat Ihe naiia afi deter o dvido castigo, que tendo ele testemunha Sncorsido na fle depraticr ato reprovade tendo em so breve comuicow-lhe a Jose Ross que deuthe ecolher ov castign de uma dza de bolos ou pagamento da malta de il tis que ele testemunha prefer o pagamento da mula efetvamentepagou os 3 mil isa ‘Ross, Que breve nhs por fim evar «quem trouesseconsige que qualquer oxtco Fei cr The faeste qualguer mal (.) Que igual recomendagto fer Rosa 2 Genecese Campos ‘quando Ihe ew uma porcio de breve, parte dos quai iaha por fim dae fortuna ea outa Ivar de quabzanta.-)"" que seriam, exatamente, esses breves? Nao hé, nos depoimentos que constam do processo, descrighes desses objetos. Percebemos, pelo que contam os seguidores de Rosa, que eram considerados sagrados, por isso era preciso que, a0 usi-lo con- sigo, quem o carregasse se conservasse puro, ou néo praticasse qualquer “ato repro- vado", incluindo relagdes sexuais, Parece que Juca usava os breves também como :maneira de controlar seus fis, suas vidas, € as relagbes que mantinhiam com outras pessoas. Em textos sobre a religito umbandista atual, recomenda-se 20s ftis que ‘mantenham 0 “corpo limpo’, em oposigao ao “corpo sujo’, aquele que praticou ato sexual; mas o que é mais reforeado na nogéo de corpo limpo ¢ a pureza espiritual, livre de pensamentos negativos (PORDEUS JR.,1996). Ao investigar um pouco ‘mais, entretanto, encontramos em diversas priticas mégico ~ religiosas a presenga de elementos como os breves, ou amuletos usados em torno do pescogo, com o objetivo de protecio contra maleficos, o que nos ajuda a refletir sobre o papel e a Jmportancia desta pratica de feiticariautiizada por Juca Rose ‘Um dos sindnimos para breve pode ser “bentinko”, que significa “escapulirio de dois pequenos quadrados de pano bento, om oragles escritas, que os devotos trazem 40 pescoco” (SOUZA, 1986). Tal definigao nos remete & tradiglo catélica, na qual tencontramos o uso de objetos sagrados para se obter boa sorte, tradigdo que se per- "Proc fst Sasi ds Ross opt depoieato de Rodeigo Mit. 13, petua até os dias de hoje. No caso dos bentinhos, acredita-se que ao se carregar junto 420 corpo pedagos de pano utlizados e benzidos por padtes,fica-se protegido contra acidentes e docngas. Durante 0 periodo colonial, segundo Laura de Mello e Souza, a forma de feitigaria mais comum no Brasil, ou “tipicamente colonial” era a “bolsa de ‘mandinga’ ou simplesmente “mandingo” ou “patus’, sada tanto por escravos como por outros habitantes da col6nia, inclusive os senhores europeus, de nore a sul ‘Tratava-se de algo muito semelhante aos bentinhos: pequenas bolsas de couro ou tecido, contendo uma variedade de elementos rituais,usadas junto a0 corpo. 0 uso de bbentinhos ou de escapulérios entretanto, era acito, enquanto as bolsas de mindinga ‘ram consideradas priticas supersticiosas, econdenadas pela Inquisicao. Segundo a historiadora, as mandingas congregavam habitos culturais ecropeus, aficanos ¢ indigenas, o que seria um dos motivos de sua popularidade no Brasil colonial. Fm seu estudo, Laura de Mello e Souza faz. um rastreamento das origens ¢ forte presenga dessas bolsas em outros pafses e contextos, principalmente na Europa Medieval, mostrando que tinham relagéo com uma forte tradigio européia do uso de amuletos, “milenar” no entender da autora. Ao examinar documentos da Inquisigio, Souza encontrou diversos casos de brasieiros, portugueses e africanos, na coldnia e em Portugal, presos por fabricarem bolsas de mandinges. Ehs eram quase sempre feitas de pano branco, e continham as mais variadas combinagbes de elementos, como oragdes excritas em pedagos de papel lascas de pedra d’ara e outros tipos de pedra, raizes,ervas, enxofre, pélvora, balas de chumbo, essos de defunto, cabelos, unhas, gris, héstias. Os motivos alegados para o uso das bolsas de ‘mandinga eram, em geral, a protecio contra maleficios, ou a garantia do “corpo fechado’, isto é, protegido contra doengas ¢ acidentes. Além de raizes eurepéias, a autora afirma que as bolsas de mandinga se aproximavam também do “fetichismo amerindio’ ou a pratica de adoragao de objetos, acreditando-se na forca e mo poder dde sua materialidade, e de costumes de populacbes da Africa. Por outro lado, o termo “mandinga’, diz. muito sobre o objeto. Refere-se 20s ‘Mandingos, afticanos originarios da regiao da Senegimbia, na Africa Ocideatal, que «stavam entre os primeiros cativos trazidos para o Brasil. Muitos dees eram mucul- manos tinham 0 costume, tradicional na Africa, de carregar versos do Aloorao em ‘pequenos pacotinhos junto ao corpo. No Brasil, onde eram conlhecidos com males, «ram respeitedos por suas fortes habilidades como feiticeiros. Assim, o termo mar: dinga com o sentido de feitigo revela a influéncia desse povo no desenvolvimento de praticas magicas e religiosas de descendentes de africanos no Brasil, e também em outros pases da América Latina Quanto as breves que eram usados pelos fliados de Juca Rosa, podemos dizer «que eram um tipo de bolsa de mandinga ou patud, um amuleto fabricado pelo fei- ticero, e vendido aos que o procuravam. Eram, provavelmente, pequenos pedacos de tecido costurados, formando tum saquinho de pano, dentro do qual se colocavam folhas palavras magicas e outros objetos sagrados, para evita feitigos ou proteger contra maleficios, que se trazia junto ao corpo, num colar ao pescago. Como afir- m4 ‘mou a testemunha Milito, os breves guardariam de “qualquer outro fiticero Ihe fizesse qualquer mal’, «serviam também para “dar felicidad, “dar fortuna” e"livrar de quebranto’ como no caso de Generosa,funcionando como urn “contraetigo” Entretanto, bé também feitigos encontrados nas trades rligiosas do Congo aque se aproximam destes breves, € de outro tipo de feitigo realizado por Rose, as amarragGes, Eram rituais mais elaborados, praticados por Juca Rosa e seus fis, com a finalidade de conquistar amantes, de preferéncia rics e apaixonados, ou manter a estima e 0 amor dos mesmos, evitando que fostem abandonadas no futuro. O fii- ado Militéo contou (oe eta ceriménia 6 clebsada no mio das dees bugigangs que vn nesta dle end oeltrante Ros desl ee ple em por in ou converter en ego niin de wm desl 0 que sfx por am trabalho ehemado amara, ‘consar meio de alguca vencer dicdades da vida. (.)Que ast tambem a ma Cerin na aa em qo esau moa banc, port coela por Mariguhas “a Eaope. gue eto tna em vn eta mos ara su can cada Yer mals um pegacane ‘opulence daa prt: qu l fae oservige da amaragio que const: na calocao de “vad « meo de pan brancoextendde no cho e sabre ete ey fra de i Um ano prea caarnado, pond-s sore tuo um ber, zt de dene ob orb ina, {jo mihoe outa cols de qu to rears, ado en quatade de am ou ‘had, que feo ito aparece na sla «connote qe ea fei Maria Theres © os depos de pasate um alo por toda spares do corpo «por ods 6 oes, orci das vt oiou pscoge do gal erepetds por Mara Meena deat {ue pofria Ross mica vor svquartava amma Maia Thre csc ao pond nto dele tambem dene, obi at tect; com o bag fl amareado nos pas de que ba éemandow Row que ele teemunhs fos lngaraquleenbrulho& porta d igre de So Franclco de aul)” Assim, para “amarrar’ ou manter juntos dois amantes, Ross conduvia uma ceri- monia onde se amarrava um animal morto em panos pretos e vermelhos, previa~ mente arranjadas no formato de uma cruz. Tudo indica que a pessoa que se dese- java ter “amarrada’, ou presa de forma apaixonads a outra, estaria sendo representada pelo animal, o qual, uma ver preso a0s panos, estenderia as pessoas o estado em que se encontrava; os amantes ficariam assim simbolicamente amarra- dos, ees simbélico se estenderia a0 plano real. Como no caso do vod, uma repre- sentacio material simbolizava pessoas reais, e acreditava-se que o que acontecia & um se estenderia 20 outro (THORNTON, 1988) ‘Mas 56 isso ndo era suficiente: era necessiro o audio de santos, espiritos,enti- dades com que se encontrariam em outro plano, mas que teriam poder sobre este ‘mundo. jd que se peda ajuda aos santos era preciso pagar-Ihes. E como pagar san- tos, se eles estio em outro plano? No candomblé atu, fz-se oferendas de alimen- tos a entidades, acreditando-se que elas sio espiritos que jé tiveram corpo, ja vive- ram entre 0s humanos, tendo por isso suas preferncias e gostos em relagdo a cosas raterias, Espritos mais fortemente relacionados & matéria teriam muita ligagao com comidas, bebidas, cigarrs. Assim, nas oferendas que Rosa fazia aos espiritos Avera goto No os He TAS EEA SABIE ET A MAREN D9 HNO : : * us {que se comunicavam com ele, aos quais ele pedia favores, estavam sempre presentes farinha,feja0, azete, etc. ‘Além das oferendas aos santos, era preciso também, nos rituais conduzios por Juca Rosa, que ovorresse sacrifcio, Para iso, matava-se um galo,espalhando seu sangue pela pessoa que pedia algo. Rosa chegou a reconhecer que fazia isso, na p meira ver que depés; nas outras, provavelmente instruido por seu advogado, nto ‘mencionou tal fat. Assim se explicou Rosa: *(..) Responden que si seus os objetos que se tata que os consrvavaem au poder ‘com muito respeitoe que serviam-The para an objeto de sua renga qual € 0 mam caso de ‘enfermidade ou de difeuldade no corer david, sobre les derramar osangue de um gale; ‘que este ato que na su crencs arada as esprit ona almas era patiado pores espon- ‘dente em auiio de qualquer de seus amigos que por enfermo ini cle record que esas pessoas ndo receiagratificagdoalguma a nd ser cara ou aria pao lara esti nme que le também adorn.) Nesta apresentasao foi possivel mostrar de forma bastante resumida, um pouco do trabalho realizado por mim em outro momento, no qual analisei a fundo 0 ¢aso de Juce Rosa (SAMPAIO, 2000). Este caso € importante por abrir uma porta de 4acesso a0 ainda pouco conhecido modo de vida de sujeitos pobres, trabalhadores, ‘negros, imigrantes, esctavos ¢ ex-escravos, no Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX.A presence marcante da religiio no cotidiano destesindividuos.e mais Go que isso, a forte crenga na magia e na manipulagio do sobrenatural por pessoas ‘onsideradas especiais,revelou o papel fundamental da religiosidade nas formas de sociabilidade dos mais variados sujeitos sociais. Assim, para entender as relagdes centre 0s membros das clases mais pobres e desfavorecidas da sociedadee delas com ‘outros grupos sociais, a investigagdo das priticas religiosas mostrou-se altamente Privilegiada, A partir dos encontros ocorridos na casa do Pai Quibombo’, que foi tum dos primeiros pais-de-santo do Rio de Janeiro, pude obter informagbes sobre 0

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