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Respostas da Ciéncia e da Biblia Sobre Quando Comeca a Vida Pts nmalatehate) e John Weldon Barto Respostas da Ciéncia e da Biblia Sobre Quando Comeca a Vida John Ankerberg e John Weldon ey z @ Obra eae Missionéria «Chamada da Meia-Noite- Caixa Postal, 1688 - 90001-970 Porto Alegre-RS - Brasil Fone: (051) 241-5050 - FAX: (051) 249-7385 Traduzido do original em inglés: “The Facts on Abortion” Copyright © 1995 by The Ankerberg Theological Research Institute publicado por Harvest House Publishers Eugene, Oregon 97402 EUA Tradugao: Eros Pasquini Jr. Revisdo: Ingo Haake Ingrid H. L. Beitze Capa e Layout: Reinhold Federolf Agradecemos ao Dr. Milton Zilz pela revisdo final dos terrmos médicos e cientificos utilizados. Todos os direitos reservados para os paises de lingua portuguesa © 1997 Obra Missionaria Chamada da Meia-Noite R. Erechim, 978 — B. Nonoai 90830-000 — PORTO ALEGRE - RS/Brasil Fone: (051) 241-5050 FAX: (051) 249-7385, Composto e impresso em oficinas préprias “Mas, & meia-noite, ouviu-se um grito: Eis 0 noivo! sai ao seu encontro” (Mt 25.6). A “Obra Missionaria Chamada da Meia-Noite” @ uma missdo sem fins lucrativos, que cré em toda a Biblia como infalivel e etema Palavra de Deus (2 Pe 1.21). Sua tarefa é alcancar todo o mundo com a mensagem de salvacGo em Jesus Cristo e aprofundar os cristéos no conhe- cimento da Palavra de Deus, preparando-os para a volta do Senhor. Indice Prefacio.....sesecseeseese at 1. O que a ciéncia moderna diz acerca de quando a vida humana comesa? ......ccssssesssssseeeees 8 2. Como é que a tecnologia moderna tem comprovado que a vida comeca na concepgéio8... 18 3. NGo seria 0 feto apenas uma mera extenstio do corpo da mae?... 20 4. Como pode o embridio-feto ser uma pessoa? Ele nGo seria apenas uma pessoa “em potencial”?..... 24 . O que realmente acontece durante um aborto? .... 28 . Sera que a crianga sente dor durante 0 aborto? ... 34 . O que certas mulheres sentem durante o aborto? .. 37 ON AY . Seria o aborto um procedimento perfeitamente seguro para as mulheres? Quais sdo os riscos fisicos? ........ eres 9. Existem conseqiiéncias psicolégicas advindas de um aborto? ......eesseeessees 46 10. O que a Biblia ensina acerca do aborto? . 52 11.E 0 que dizer dos argumentos do movimento “pré-escolha’? soe 62 Conclusdo PreFAcio “O lugar mais perigoso do mundo é um ventre”. — Cardeal Sin, das Filipinas! “O fato de que o aborto e o infanticidio resultam na destruicdo de seres humanos inocentes nao pode, em si, ser razéio por encard-los como sendo errados”. - Michael Tooley’ “Embora cada holocausto uma vez praticado seja um evento sem precedentes por si s6, isso ndo deveria dimi- nuir o que todos os holocaustos tm em comum... a des- truicGo sistemdtica e generalizada de milhdes vistos como massas indiscriminadas de subumanos sacrificaveis. O ambiente cultural para um holocausto humano esta presente sempre que qualquer sociedade é desencami- nhada a definir individuos como menos que humanos e, portanto, destituidos de valor e respeito”. — William Brennan® “Os mentalmente defeituosos nao tém direito 4 vida, podendo, portanto, ser mortos para servir de alimento — se nds viéssemos a desenvolver um gosto pela carne hu- mana — ou para o fim de experimentasdo cientifica”. — Peter Singer* 8 + John Ankerberg e John Weldon Mortes Norte-Americanas Com base apenas nos dados atuais, no ano 2000 estaremos nos aproximando dos 50 milhdes de abor- tos, somente nos Estados Unidos. Em curtos 27 anos (1973-2000), nés teremos abortado 30 vezes todos os norte-americanos mortos em todas as guerras em que os Estados Unidos estiveram envolvidos. Na tabela ao lado, as vitimas de guerras sao repre- sentadas por mimeros arredondados para todas as mortes ocasionadas por ou relacionadas com comba- tes travados por norte-americanos. 1. O que a ciéncia moderna diz acerca de quando a vida humana comeg¢a? Muitas pessoas pensam crroneamente que 0 abor- to é uma questio “religiosa”. Nao €. E uma ques- tao cientffica, especificamente biolégica. As autori- dades cientificas quanto a quando a vida comega sfio os bidlogos. Mas, via de regra, sao os tiltimos a serem ouvidos quando se trata da busca de res- postas para essa questado. O que a ciéncia moderna concluiu é algo completamente cristalino: a vida co- mega na concepgao. Isso é uma questao de fato cientifico, nao uma filosofia, especulagdo, opiniao, conjectura ou teoria. A evidéncia de que a vida co- mega na concepgao é hoje um fato tao bem docu- mentado que nenhum cientista ou médico intelec- tualmente honesto e bem informado seria capaz de negar. tttttt trtttt t Os Fatos Sobre 0 Aborto * 9 de Guerras e Aborto (Cada cruz representa 100.000 mortes) Mortes Norte-Americanas Resultantes Segunda Guerra Mundial (600.000) Guerra da Independéncia (25.000) Guerra da Coréia (55.000) Guerra do Vietna (56.000) Guerra Civil (600.000) Primeira Guerra Mundial (120.000) Pere eee ee eres SEEeeerercrecy Seeeeee eee ee se Mortes em Abortos Recentes (1973-1990) (25.200.000) Pheer eter eee rene nee Seber eeee eee eeee reer ere ree eeeee cee ecececce recess eres A nivel mundial, a taxa de norte-americano estima- Até o ano 2.000 (estimativa de abortos poderd se aproximar de 48.000.000) 1 bilhdo de mortos: 20 vezes o total do. 10 * John Ankerberg e John Weldon Em 1973, a Suprema Corte dos Estados Unidos con- cluiu, no caso Roe versus Wade, que nao teria que deci- dir a “dificil questo” de quando se inicia a vida. Por qué? Em suma, eles disseram: ‘E impossivel dizer quando a vida comega’”’. A Suprema Corte induziu o ptiblico ao engano naquela época, e outros continuam a desencaminhar o ptiblico hoje em dia. Qualquer um que esteja familiarizado com a histéria da Suprema Corte haverd de saber que dois anos antes do caso Roe versus Wade, mais precisamente em outu- bro de 1991, um grupo de 220 conceituados médicos, cientistas e professores entregou um breve amicus cu- riae (conselho a uma corte acerca de uma questio legal) A Suprema Corte. Eles mostraram 4 Suprema Corte co- mo a ciéncia moderna ja havia determinado que a vida humana é uma processo continuo e que a crianca por nascer, do momento da concep¢io em diante, € uma pessoa e precisa ser considerada como pessoa, assim como sua mie.’ O sumério estipulou como seu préprio objetivo “mostrar quo clara e conclusivamente a cién- cia moderna — a embriologia, a medicina fetal, a genéti- ca, a perineonatologia, e toda a biologia — fundamenta a humanidade da crianga ainda por nascer.”* Por exemplo: “Na sétima semana, [a crianca ainda nao nascida] ja traz feigdes familiares externas e todos os 6rgaos inter- nos de adulto... O cérebro sendo configurado ja se asse- melha ao cérebro de um adulto e emite impulsos que ja coordenam o funcionamento de outros orgios... O cora- cio bate vigorosamente. O estémago produz suco. g4s- trico. O figado fabrica células sanguineas e os rins co- megam a funcionar extraindo 0 dcido trico do sangue da crianga... Os mtisculos dos bragos e do corpo ja po- Os Fatos Sobre o Aborto * 11 dem ser colocados em movimento. Apés a oitava sema- na... tudo que se encontraré no futuro bebé plenamente desenvolvido ja esta presente’. Esse documento com- provou cientificamente — acima de qualquer diivida — que a vida humana comega na concepg¢ao e que o “ser em gestagdéo é uma pessoa dentro do significado da Quinta e Décima-Quarta Emendas [da Constituigao nor- te-americana]’””. Alids, antes mesmo do caso Roe versus Wade, prati- camente todo livro-texto de medicina e biologia pressu- punha ou ensinava que a vida humana comeca na con- cepgdo. Que a vida humana comega na concepgio era fato médico aceito, mas nao necessariamente um fato médico discutido. E por isso que muitos livros-texto nao dedicavam muito espago a essa questao. Entretanto, havia muitos outros livros-texto que o faziam. Patrick A. Trueman, por exemplo, ajudou a preparar um sumd- rio para a Suprema Corte do Estado de Illinois, acerca da crianga ainda nao nascida. Ele observou: Nés incluimos um depoimento de um professor de me- dicina detalhando 19 livros-texto no assunto de embriolo- gia usados nas faculdades de medicina de hoje que con- cordam universalmente que a vida comeca na concep- gio... todos esses livros-texto concordam que é nesse momento que a vida comega. A corte derrubou isso ~ ela nao poderia ter derrubado isso porque houve um funda- mento légico/biolégico para essa tal lei". Assim sendo, embora a Suprema Corte tivesse si- do devidamente informada quanto 4 evidéncia cienti- fica, ela ainda assim escolheu argumentar que a evi- 12 + John Ankerberg e John Weldon déncia era insuficiente para provar que uma crianga ainda por nascer era humana por inteiro. Em suma, a deciséo por eles tomada refletiu meramente a enge- nhosidade e a opiniao da sociedade, e nao um fato cientifico. Mesmo durante o crescente debate acerca do aborto em 1970, os editores do jornal cientifico California Medicine (Medicina da Califérnia) salien- taram o “evitar curioso do fato cientifico, que todos, na verdade, conhecem, que a vida comega na concep- cio e € continua, quer intra ou extra-uterina, até a morte”, Mesmo decorridos 25 anos desde a revolugao do aborto que politizou a opiniao cientffica, textos médicos e cientificos ainda freqiientemente pressupdem ou afir- mam que a vida humana comeca na concepgao. Keith L. Moor, por exemplo, professor e catedratico do De- partamento de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Toronto, escreveu um livro-texto larga- mente utilizado nos cursos de embriologia médica, as- severando: O processo através do qual uma crianga se desenvolve a partir de uma dnica célula é miraculoso... O desenvolvimento humano é um processo continuo que comega quando um évwulo de uma mulher & fertiliza- lo pelo espermatozdide de um homem. O crescimento e a diferenciagao transformam o zigoto, uma célula Gnica... num ser humano adulto multicelular.'? A referéncia feita ao “processo miraculoso” num tex- to puramente secular nao chega a ser surpreendente. Até Os Fatos Sobre o Aborto * 13 mesmo um tnico filamento de DNA de uma tinica célu- Ja humana contém informacio equivalente a uma bi- blioteca de 1.000 volumes. A complexidade do prdéprio zigoto, de acordo com o Dr. Hymie Gordon, geneticis- ta-chefe da Clinica Mayo, “é téo grandiosa que esta além de nossa compreensdo”.* Num curto periodo de nove meses, um 6vulo fertilizado se multiplica em 6.000 milhdes de células que se tornam uma pessoa vi- va, que respira. Além do mais, diciondrios médicos e enciclopédias, todos afirmam que o embriao é humano. Entre os tantos que poderfamos citar estaéo 0 Dorland’s Illustrated Me- dical Dictionary (Diciondrio Médico Ilustrado Dor- land), Tuber’s Cyclopedic Medical Dictionary (Dicio- nario Médico Enciclopédico Tuber), e Encyclopedia and Dictionary of Medicine, Nursing and Allied Health (Enciclopédia e Diciondrio de Medicina, Enfermagem e Satide Associada), definindo o embriao como “o jovem ser humano a partir do momento da fertilizagio do évu- lo, até o inicio do terceiro més”.'* Em 1981, o Congresso norte-americano promoveu audiéncias acerca da pergunta: “Quando é que come- ga a vida humana?” Um grupo de cientistas interna- cionalmente conhecidos compareceu perante uma sub- comissdo judicidria do Senado.'* O Senado dos Esta- dos Unidos foi inforr:ado do seguinte pela Prof* Micheline Matthews-Roth, da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard: “Na biologia e na medi- cina, é fato aceito que a vida de um organismo indi- vidual reproduzida por meio de reprodugao sexual tem inicio na concepgio...”” 14 * John Ankerberg e John Weldon O Dr. Watson A. Bowes Jr., da Escola de Me- dicina da Universidade do Colorado, atestou que “o principio de uma vida humana individual é, do ponto de vista biol6gico, uma questaéo simples e objetiva — o principio é a concepcao. Esse sim- ples fato biolégico nao deveria ser distorcido pa- ra servir a propésitos socioldgicos, politicos ou econémicos”.'* O Dr. Alfred Bongiovanni, da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvania, destacou: “Os textos mé- dicos padrao ha muito ensinam que a vida comeca na concepgao”." Ele acrescentou: “E eu nao afirmaria que aqueles primeiros estdgios representam um ser humano in- completo como também nfo afirmaria que uma crian- ca, antes dos fortes efeitos da puberdade... nio é um ser humano. Trata-se de vida humana em cada um desses estdgios se bem que incompleta até o final da adolescéncia”.” O Dr. McCarthy De Mere, que é tanto um clini- co quanto um professor de Direito na Universidade do Tennessee, declarou: “O momento exato do ini- cio do ser pessoa e do corpo humano € 0 momento da concepgio”. O geneticista mundialmente conhecido Dr. Jerome Lejeune, professor de Genética Fundamental na Univer- sidade Descartes, em Paris, declarou: “Cada individuo tem um comeco bastante singular, o momento da sua concepcao”.”’ Os Fatos Sobre o Aborto * 15 O Dr. Lejeune também enfatizou: “A natureza huma- na do ser humano a partir da concepgao até a idade avancada nao é mera disputa metafisica; trata-se de ine- quivoca evidéncia experimental”. O chefe do Departamento de Genética Médica da Clinica Mayo, Professor Hymie Gordon, atestou: “Por todos os critérios da moderna biologia mole- cular, a vida esté presente a partir do momento da concepgéo”.** Ele foi além: “Agora podemos dizer, sem medo de er- rar, que a questao de quando a vida comega... € um fato cientificamente estabelecido... Trata-se de um fato de- terminado que toda vida, inclusive a vida humana, co- meca no momento da concep¢io”.** Naquela época, o Senado norte-americano propés 0 Projeto de lei do Senado n° 158, chamado de 0 “Projeto de Lei da Vida Humana”. Essas audiéncias, que dura- ram oito dias, e que inclufram 57 testemunhas, foram presididas pelo Senador John East. O relatério final concluiu: Médicos, bidlogos e outros cientistas concordam que a concep¢Go marca o inicio da vida de um ser huma- no — um ser que esta vivo e 6 um membro da espé- cie humana. Ha uma concordéncia esmagadora sobre essa questdio em indmeros escritos médicos, biolégicos e cientificos.* Em 1981, apenas um cientista discordava da con- clusio da maioria, e o fazia mais com base filos6- 16 + John Ankerberg e John Weldon fica que em termos cientificos propriamente ditos. Alids, os defensores do aborto nfo conseguiram se- quer apresentar uma testemunha perita que pudesse atestar que a vida comeca em outro momento que nao o da concepgio.””* Muitos outros bidlogos e cientistas concordam que a vida comega na concepgao. Todos concordam que nao had momento no tempo ou intervalo de tempo entre a concepgao e o nascimento em que o ainda nao nato seja qualquer outra coisa que néo um humano. O professor Roth da Escola de Medicina da Uni- versidade de Harvard ja enfatizou: “6 incorreto afir- mar que dados bioldgicos nao possam ser conclusi- vos... E cientificamente correto dizer-se que uma vi- da humana individual comega na concepcgao, quando évulo e espermatozdide se unem para formar o zigo- to, e que esse [ser] humano em desenvolvimento é sempre um membro de nossa espécie em todos os es- tégios de vida por que passa”.* Concluindo, concordamos com o pesquisador médico pioneiro, Landrum B. Shettles, médico e Ph.D., que “Hd um fato que ninguém pode negar: seres humanos comegam [a existir] na concepgao”.” Novamente é preciso enfatizar que ndo se trata de uma questao religiosa, é tio somente uma questdo de *Uns poucos afirmaram que a vida poderia comegar na nidagao. Entretanto, a nidagdo, se bem que importante, de modo nenhum define a vida. Os Fatos Sobre o Aborto * 17 cientifica. Cientistas de qualquer orientagao religiosa e até mesmo os que nado seguem nenhuma religido — ag- nosticos, judeus, budistas, ateus, cristaos, hindus, etc. — todos concordam que a vida comega na concepgao. Isso explica por que, por exemplo, 0 Cédigo Internacional de Etica Médica afirma: “Um médico deve sempre ter em mente a importancia de se preservar a vida humana, desde a concepgiio até a morte”.” E por isso também que a Declaractio de Gene- bra cobra dos médicos o seguinte: “Eu terei 0 mé- ximo de respeito pela vida humana a partir do mo- mento da concepgio; mesmo sob ameaga, nao fa- tei uso de meus conhecimentos de medicina de forma contraria as leis da humanidade”.*' Essas afir- magdes podem ser encontradas no World Medical Association Bulletin (Boletim da Associagio Mun- dial de Medicina) de abril de 1949 (vol. 1, p. 22), e janeiro de 1950 (vol. 2, p. 5). Em 1970, a As- sociagéo Mundial de Medicina ratificou novamente a Declaragio de Genebra.* Que diferenca faz se a vida humana comega na con- cepgio? A diferenga é a seguinte: se a vida humana co- mega na concepg¢io, entéo o aborto é matar uma vida humana. Negar esse fato é cientificamente impossivel.* *Mas, aceitar esse fato e afirmar que tirar a vida humana nao é moralmente errado é inacreditavel. Isso até mesmo faz lembrar da Alemanha nazista. Entretanto, hoje em dia tais argumentos tém aceitagao cada vez maior (e.g. Biomedical Ethics and the Law, de James M. Humber e Robert F. Almeder, p.16; cf. nota 3). 18 * John Ankerberg e John Weldon 2. Como é que a tecnologia moderna tem comprovado que a vida comega na concepcao? Os progressos mais recentes da tecnologia médica tais como a ultra-sonografia e a fetoscopia tém nos permitido contemplar o ventre materno e observar 0 desenvolvimento fetal até mesmo a partir da concep- c&o. Em termos do que conheciamos antes, a dife- renga € compardvel a ver a imagem de uma pessoa que refletida nas Aguas tranqiiilas de uma lagoa e ob- servar sua imagem num espelho. A medicina fetal moderna nos permitiu testemunhar o crescimento do pequenino individuo no ventre materno de forma as- sombrosa e incrivel.* O Dr. Bernard Nathanson relata como os avangos da tecnologia moderna levaram-no a mudar radicalmente sua crenga pr6-aborto. No passado, conhecido como “o rei do aborto” por causa de sua proeminéncia no campo e por ter realizado de mais de 60.000 abortos,* hoje ele é um oponente declarado do aborto porque os recentes avangos cientfficos da medicina fetal forgaram-no a aceitar o fato de que o feto é, na realidade, um ser hu- mano vivo: A tecnologia da ultra-sonografia é a aparelhagem que colocou uma janela no ventre materno. Foi a primeira vez que eu realmente pude contemplar um bebé. Até entéo nao podiamos. Para mim, Raio-X era estatistica. Nao da- va para se usar o Raio-X para se provar ou refutar qual- quer coisa acerca do feto. Mas o ultra-som nos fornece um quadro muito claro e preciso, permite que estimule- Os Fatos Sobre o Aborto * 19 mos a crianca, que verifiquemos como respira, como se movimenta, como engole, como urina, permite ver como tudo acontece. Existe agora um novo avango na tecnologia ultra-sono- grdfica que é conhecido como sonografia transvaginal. E emocionante. [Antes] as imagens eram étimas, mas nao se comparam a estas novas imagens — seu valor é tre- mendo desde a mais tenra gravidez. Agora através da sonografia transvaginal podemos en- xergar 0 saco gestacional — o pequeno saco da gravidez duas semanas apés a fertilizagdio. Podemos ver 0 cora- ¢Go comecar a bater com 3 semanas ou 3 semanas e meia. De forma que tudo isso nos fez recuar e atualizar muitos de nossos dados acerca da crian¢a ainda nao nascida. E eu no duvidaria que ja estéo surgindo novas tecno- logias agora mesmo; ultra-som colorido, que haveré de nos fornecer imagens ainda mais claras e vividas, aumen- tando nosso conhecimento sobre aquele paciente ainda nao nato.*° A razio pela qual a ciéncia moderna chegou ao vere- dito de que a vida humana comega na concepgao é que a ultra-sonografia e a medicina fetal moderna deram a esse critério um tremendo respaldo.* Toda lei cientifica conhecida (por exemplo, a biogénese — ou seja, que a vida brota somente da vida) e todo fato cientifico (por exemplo, que um individuo humano geneticamente no- yo e singular existe a partir da concep¢iio) exige essa conclusao. 20 * John Ankerberg e John Weldon E por tudo isso é impossivel definir-se a origem da vida humana em qualquer outro momento (isto é, sua viabilidade) exceto na concepgao. 3. Nao seria o feto apenas uma mera extensfo do corpo da mie? Biologicamente, € fato cientffico que, na gravidez, sao dois corpos diferentes. Primeiro, hé o corpo da mu- lher. Segundo, h4 um outro corpo — 0 da crianga. Evidéncia disso pode ser vista no fato de que muitas mulheres carregam em seus ventres criangas cujo tipo sanguineo é diferente do delas mesmas. E impossivel, aos olhos da medicina, que um tnico individuo tenha dois tipos sanguineos diferentes. Outra ilustragdo é uma mulher carregando um bebé masculino em seu ventre. Trata-se claramente de outro corpo. Além disso, 0 préprio corpo da mie reconhece a crian- ¢a como um corpo estranho. Essa tal crianga seria rejeita- da como “tecido estranho” pelo corpo da mulher nao fos- se pela protegiio oferecida pela placenta. Os médicos nos dizem que a placenta inexiste até que, por seu préprio de- senvolvimento, a crianga ainda nZo nascida provoque 0 inicio da formagio da placenta e a submeta a seu poder visando a auto-preservacio. Alids, o zigoto comega a for- mar a placenta a partir de 72 horas de existéncia. AW. Liley, professor pesquisador de fisiologia fetal em Auckland, Nova Zelandia, conhecido como o “Pai da Medicina Fetal”, afirmou: Os Fatos Sobre o Aborto * 21 O feto nao é um vegetal passivo, dependente, desnerva- do e fragil, como mantinha a tradi¢gio, mas um ser huma- no jovem, dindmico, plastico, eldstico, e, em grande medi- da, a cargo de seu préprio meio-ambiente e destino... Em suma, 0 feto organiza sua propria mae... de for- ma que os nutrientes sdo desviados para as necessi- dades fetais... Através da gravidez, é a mae, e ndo o feto, que é de- pendente e passiva.” E: E 0 embrido que faz cessar os periodos de sua mae e torna o ventre habitavel através do desenvolvimento da placenta e de uma cdpsula protetora de fluido para si mesmo. Ele regula seu préprio volume de fluido amniético e, embora as mulheres falem do rompimento de suas bol- sas ou da ruptura de suas membranas, essas estruturas pertencem ao feto. E por fim, @ 0 feto, e ndo a mae, que decide quando deve se iniciar 0 trabalho de parto.* Ele também afirmou: “Em termos bioldégicos, nio po- demos afirmar que o feto, seja em que estdgio for, seja apenas mero acréscimo da mie. Falando geneticamente, mae e bebé sao individuos separados desde a concep- cdo. Fisiologicamente, é preciso aceitarmos 0 fato de que o concepto est4, em grande medida, encarregado da gravidez”.” Além do mais, é fato cientifico que 0 pequeno ser no ventre materno jd possui impressées digitais, maos, pés, 22 * John Ankerberg e John Weldon pele, olhos, ouvidos e orgios genitais que nao sao os mesmos da mie. Tem seus préprios pulmées, sua pré- pria respiragdo, seu proprio sangue, corago e circula- ¢4o que nao sio os mesmos da mie. Tem sua propria boca, seu préprio est6mago e digestao, que também nao sao os mesmos da mae. O feto nao € parte do corpo da mae, da mesma forma que “o simples amamentar do bebé nio o torna parte do seio materno, ou um bebé de proveta no se torna parte de um tubo de ensaio. Um embriao é tao distinto do ventre materno que se um 6vulo fertilizado de um casal negro for transplantado para uma mie branca, ela teré um bebé negro”.” A luz desses ineg4veis fatos cientificos, agora pode- mos analisar o principal slogan daqueles que lutam pelo aborto. Os adeptos dos movimentos “pré-escolha” argu- mentam que “toda mulher tem o direito de controlar seu proprio corpo”. Toda mulher, de fato, tem direito de controlar seu proprio ‘corpo, mas ela nao tem direito de controlar 0 destino de outro ser humano — o bebé em seu ventre. Examinemos os termos utilizados no slogan."' Toda mulher — Pelo menos 50% dos bebés abortados so seres humanos do sexo feminisio. Fica ébvio, por- tanto, que esse slogan nao se aplica como verdadeiro para todas essas mulheres que foram abortadas. Se elas fazem parte do que se subentende por “toda mulher”, entiio, de maneira Sbvia a elas nao foi dado o direito de controlarem seus préprios corpos. Alias, 0 que esse slo- Os Fatos Sobre o Aborto * 23 gan realmente advoga € 0 elitismo dos poderosos sobre os impotentes, e nado a verdadeira igualdade para todas as mulheres. Se todas as mulheres que foram abortadas pudessem tornar 4 vida, vocé acha que elas concorda- riam que o aborto é uma pratica que garante os direitos e aigualdade de todas as mulheres? Tem o direito — Em termos legais, ninguém possui di- teitos absolutos sobre outras pessoas. A vida humana esté de tal maneira correlacionada que muitos direitos individuais precisam ser necessariamente restringidos para o bem da sociedade. Homem e mulher, por exem- plo, nao tém direito absoluto sobre o corpo dele ou dela para mutild-lo, para maltratdé-lo com 0 uso de drogas, para cometer suicidio, ou para por em perigo a vida de outros. O mesmo vale para a vida humana no ventre materno. Ninguém tem o direito de destrui-la. Para controlar — Estar “no controle de” inclui assu- mir responsabilidade pessoal. Mas, na verdade, muita gravidez tem sido ocasionada por ag6es irresponsdveis (por exemplo, promiscuidade). O aborto tem se tornado, ent&o, o meio conveniente de proteger um estilo de vida imoral, o meio de se acobertar a irresponsabilidade no controle de natalidade, ou ainda a forma de se evitar a responsabilidade pessoal na criagio de filhos. Seu préprio corpo — Conforme j4 demonstrado, o fe- to nfo faz parte do corpo da mie. Trata-se de uma pes- soa independente, que tem seu prdprio corpo. E por isso que Daniel Callahan, diretor do “Institute of Society, Ethics and the Life Sciences” (“Instituto de Sociedade, Etica e Ciéncias da Vida’), afirmou: “Um feto, e até 24 * John Ankerberg e John Weldon mesmo um embrifo, quer em termos genéticos ou hor- monais, desenvolve-se separadamente do corpo da mu- lher, no que diz respeito a todos aspectos organicos, sal- vo pela sua fonte de nutrigéo”.* 4. Como pode o embriao-feto ser uma pessoa? Ele nao seria apenas uma pessoa “em potencial’? Os defensores do aborto alegam que o feto humano vivo existente no ventre materno nado é uma pessoa completa, mas somente uma pessoa em potencial. As- sim sendo, nao est4 protegida pela Constituigéo como um ser humano e, por isso, pode ser eliminada pelo aborto. No caso Roe versus Wade, a Suprema Corte pressu- pos arbitrariamente que o se tornar ser humano s6 se configuraria se o feto ainda nao nato “tivesse, presumi- velmente, a capacidade de levar vida significativa fora do ventre materno”.” Eles decretaram que “a palavra ‘pessoa’, conforme é utilizada na Décima Quarta Emen- da, nao inclui seres ainda nao natos”.* Afinal, qual 0 erro do decreto da Suprema Corte ao estabelecer que o feto é pessoa apenas quando pode subsistir fora do ventre materno de forma “significati- va’? O erro reside no fato de que em nenhum lugar se define esse conceito de vida “significativa”. O que é vi- da significativa para uma pessoa pode nao sé-lo para outra. E quem é que julga? E como escreveu Richard Exley: Os Fatos Sobre o Aborto * 25 Se basearmos nossa decisdo na prevalecente retérica pré-aborto, ai, entao, o bebé ainda nao nato nao é uma pessoa a menos que seja desejado pela mae — a menos que seja perfeitamente saudavel, livre de quaisquer defor- midades ou outras anormalidades. O problema desse tipo de raciocinio é que ele se ba- seia na opinido subjetiva de uma parte tendenciosa — ou seja, a mae e/ou o abortador. Essa abordagem nao ape- nas ao bebé ainda nao nato seus direitos constitucionais, mas também abre uma caixa de Pandora* de abusos em potencial.“ Por que 6, entéo, que precisamos pressupor que o ser tem inicio na concepgio? Primeiro, porque é fa- to cientifico comprovado que a vida humana tem ini- cio na concepgao. Segundo, porque cada “indicador” de ser nado tem aplicacdo universal, como, por exem- plo, a capacidade de comunicacio, o nivel de cons- ciéncia ou de habilidade. Estes talvez faltem ao be- bé ainda nao nato, mas certamente também nio es- téo presentes em muitas outras pessoas debilitadas ou doentes. Terceiro, porque vida humana e ser humano sao insepardveis.”* Como é que os diciondrios definem 0 termo pessoa? O Oxford American Dictionary (Diciondrio Americano de Oxford) define pessoa como “um ser humano indivi- *Fabula mitolégica em que uma caixa enviada como presente dos deuses a Epimeteu, por meio de Pandora, liberou um enxame de males sobre a humanidade quando Pandora, proibida de abri-la, o fez por simples curiosidade. 26 * John Ankerberg e John Weldon dual”. O Webster’s Third International Dictionary of the English Language (Terceiro Diciondrio Internacio- nal Webster da Lingua Inglesa) define pessoa como “um ser humano individual”. Em outras palavras, uma vez que se estabeleceu (conforme j4 vimos) que 0 zigo- to (ovo fertilizado) é “um ser humano individual”, tam- bém se estabeleceu que ele é uma pessoa. A definigao objetiva de ser humano é a definigdo do diciondrio, mas também é a definicdo bioldgica — “um ser humano indi- vidual”. Assim sendo, “pelos critérios objetivos e cien- tificos, 0 individuo é uma pessoa através de todo seu desenvolvimento biolégico”.” Por que, entdo, existe hoje tanta confusdo acerca do feto ser ou nao uma pessoa? Isso se deve ao fato de se fazer confusdo generalizada entre os termos personali- dade e pessoa. E preciso distinguir-se personalidade de ser, uma vez que ambos ndo se equivalem: Personalidade @ um conceito psicolégico; ser (ou pes soa) é uma categoria ontolégica [propriedade e conheci- mento de ser]. Personalidade é uma propriedade, mas o ser @ a substdncia do ser humano. Personalidades sao formadas pelo que cerca a pessoa, mas o ser é criado por Deus. Assim sendo, a personalidade se desenvolve gradativamente, mas o ser ocorre instantaneamente na concepsiio.” Por isso, dizer que um ser humano nao é necessa- riamente uma pessoa é uma faldcia. A distingao en- tre “ser humano” e “pessoa” é arbitréria. Nao existem diferengas essenciais entre “ser um humano” ¢ o “ser uma pessoa”.” Os Fatos Sobre o Aborto * 27 E por esse motivo que, quando a vida humana esté presente, o ser est4 presente e com direitos humanos completos assegurados. Esses direitos jamais deveriam ser negados por aqueles que criam definigdes arbitrarias quanto a ser. Ser e humanidade nao crescem; sao inerentes. Nao sdo algo adquirido; s4o inatos. Nenhum ser humano é “mais” humano que outro. Essas afirmativas indicam, portanto, que 0 zigoto- feto nado é uma pessoa em potencial (1) porque es- td vivo (e nao potencialmente vivo), (2) porque pos- sui uma natureza humana Unica (e nfo uma nature- za humana em potencial), e (3) em qualquer estagio de seu desenvolvimento é mais acuradamente defini- do como uma pessoa de fato com grande potencial. A partir do zigoto, tanto genética, quanto fisicamen- te, existe um individuo singular: “Uma vez vivo, es- t4 totalmente ali como um ser Unico real, embora esteja ali apenas parcialmente como uma realidade desenvolvida. Nao existe tal coisa chamada organis- mo vivo em potencial’.” O zigoto € uma pessoa porque pode evoluir em nada mais que uma pessoa; a esséncia de seu ser jd existe: Nenhum corpo vivo individual pode “se tornar” uma pessoa a menos que jd seja uma pessoa. Nenhum ser vi- vo pode se tornar qualquer outra coisa além daquilo que ja é em esséncia... Apenas artefatos, tais como relégios de parede ou naves espaciais, vém a existir por partes. Seres vivos vem a existir de uma sé vez e ai vao se reve- 28 * John Ankerberg e John Weldon lando gradativamente para si mesmos e para o mundo, aquilo que eles ja, embora apenas incipientemente, sGo. Alguns desenvolvimentalistas utilizam-se da analogia da planta para caraterizar 0 zigoto. Mas a planta jamais se torna parte da casa, a menos que seja usada como papel de parede.”" Entdo, 0 que isso tudo significa? Significa que, atra- yés do aborto, estamos matando seres humanos vivos — pessoas humanas — e que ninguém pode conseguir nao se preocupar com essa questao. 5. O que realmente acontece durante um aborto? Uma das razées mais fortes pelas quais 0 aborto é to- lerado nos Estados Unidos é porque as pessoas nao con- seguem enxergar os procedimentos e os efeitos desses procedimentos na pequenina crianga presente no ventre materno. Até mesmo nossos pr6prios programas de te- levisfo acerca do aborto foram censurados. As emisso- ras de TV n&o permitiram que fossem exibidos. Esse é o motivo pelo qual o filme “The Silent Scream” [“O Grito Silencioso”] (que mostrava um aborto visto por dentro do ventre materno) foi tao controvertido e gerou emogées to intensas. Ele demonstrou visual e “visce- ralmente” os resultados do aborto sobre uma menina de 11 semanas de vida: O filme, utilizando-se da nova técnica ultra-sonografi- ca, mostra o contorno. da crian¢ga no ventre agitando-se para resistir ao dispositivo de succéio antes que o mesmo Os Fatos Sobre o Aborto + 29 arrancasse a cabesa da crianga. Ai contempla-se a crian- ¢a morta desmembrada e com a cabesa esmagada. De- pois, as diversas partes stio sugadas. Ninguém que assistir ao filme falaré em aborto “sem dor”. O médico que fez 0 aborto nao agiientou assistir o filme até seu final. Ele saiu ds pressas do recinto e jamais executou outro “procedimento”, embora tivesse feito va- rios milhares antes daquele momento.” Aqueles que sabem 0 que acontece durante o aborto acham dificil tolerar a pratica. O método utilizado depen- de da idade do ainda néo nascido, embora talvez seja necessdria a utilizagdio de mais de um método. Quando um aborto acontece nas primeiras doze sema- nas, como € 0 caso da maioria, o bebé ainda é pequeno © suficiente para ser sugado para fora do ventre por uma maquina bastante potente — que tem cerca de 25 vezes a poténcia de um aspirador de pd doméstico comum. Através desse método, conhecido como curetagem por succdo, a forca do vacuo literalmente destroca ou torce e arranca violenta e subitamente a crianca, membro por membro, até que a Ultima coisa a restar seja a pequenina cabega. Em qualquer aborto, a cabeca da crianga é grande demais para passar pelo tubo de succiio, entdio o aborteiro insere um forceps no Utero. O forceps é utiliza- do para agarrar a cabesa flutuante, e esmaga-la até que se forne pequena o suficiente para passar pelo tubo de succdio. Ai ela é, igualmente, vemos O Dr. Nathanson descreve o proceso, destacando: “O bebé é simplesmente retalhado e arrancado através da 30 * John Ankerberg e John Weldon méquina de suc¢do e dela sai como um punhado de car- ne retalhada”.® A medida que 0 tubo de sucgiio é girado dentro do ventre, a membrana e o fluido que cercam o bebé sao sugados rapidamente e aquele pequeno ser é dilace- rado em questdo de instantes. Por fim, a placenta, que esta bem aderida ao contorno do Utero, é arrancada. Um certo manual de instrugdio descreve assim essa fa- se do aborto: “A qualquer momento em que o mate- rial é sentido como que fluindo através do tubo, inter- rompe-se © procedimento até que o fluir cesse. Ai, en- t&o, o lento e gradativo padréo rotativo, para cima e para baixo, tem continuidade. Fluido tinto de sangue e@ pequenos pedacos de tecido réseo poderto ser vis- tos fluindo através do tubo plastico durante toda a cu- retagem por succGo”.* Outro procedimento abortivo é chamado de D e E ou “dilatago e evacuacdo”. Esse procedimento € realizado, via de regra, entre 0 quarto e 0 oitavo més. O colo do titero é igualmente dilatado, mas em lugar de sucgao, o férceps (assemelhando-se a um alicate) € ali inserido e — funcionando como uma bragadeira — preso a partes distintas do corpo, torcendo-as e arrancando-as aos pe- dagos. Ai entio a espinha dorsal e 0 cranio sao esmaga- dos e extrafdos. A cureta ou colher afiada e céncava € utilizada para “raspar” o Utero. Quando 0 processo D e C (dilatagao e curetagem) é utilizado, a cureta é inserida repetidas vezes no Utero e girada. Quando se encontra uma resisténcia, concen- tra-se ali a raspagem. Em outras palavras, 0 bebé po- Os Fatos Sobre o Aborto + 31 der ter seus bragos decepados, suas pernas decepadas, sua face cortada e sua cabega igualmente decepada, e seu corpo inteiro mutilado, feito em (pequenos) peda- cos. Ai as partes do corpo e a placenta sao sugados para fora.” O termo técnico utilizado para a metodo- logia de cortar 0 bebé em pedagos chama-se “macera- ¢4o”. Esses procedimentos todos s&o potencialmente perigosos. Sempre que € feito um aborto que corta e suga as partes do corpo da crianga, essas partes do corpo preci- sam ser cuidadosamente remontadas para verificar-se que um bebé “completo” esta ali fora do ventre. A ra- zao desse procedimento é 0 perigo de infeccao caso al- guma parte do corpo da crianga permanega dentro do titero. Um trabalho apresentado aos médicos da Asso- ciation of Planned Parenthood (Associacao de Paterni- dade Planejada) em 1978, descreveu com as seguintes palavras a técnica D e E: “O feto foi extrafdo em peque- nos pedagos para minimizar-se o trauma cervical. A ca- bega do feto foi, via de regra, o objeto mais dificil de ser esmagado e removido, devido ao seu tamanho e contorno. O operador mantinha registro de cada por¢io do esqueleto fetal...” O “método salino” — envenenamento por solugdo sa- lina — € outro procedimento abortivo que € utilizado en- tre 0 quarto e o sétimo més. Esse foi o método mais uti- lizado durante a década de 70.° Nesse procedimento, uma agulha de 3 1/2 a 4 polegadas € introduzida através da parede do est6mago da mie até atingir 0 saco amnié- tico. Extraem-se duzentos ml de liquido amniético, que sao substitufdos por igual quantidade de uma poderosa 32 * John Ankerberg e John Weldon solucdo salina. Nesse procedimento, a crianga bebe 0 sal, assim como o “respira”. Em suma, a crianga é len- tamente envenenada na medida em que o sal vai quei- mando a pele de seu corpo inteiro. A mae entra em tra- balho de parto e expulsa o bebé morto, bastante quei- mado e enrugado. Ocasionalmente, bebés que sobrevivem ao procedimento nascem com graves com- plicacgdes porque “através desse processo os tecidos e orgaos da crianga sofrem hemorragia e sao destruidos. Enormes feridas aparecem pelo corpo todo na medida que artérias e veias se rompem’”.® Outros abortos sao induzidos através de um produto quimico chamado prostaglandina. A prostaglandina consiste de compostos semelhantes a hormdnios que so injetados ou aplicados ao misculo uterino, gerando dano circulatério no feto, intensas contragdes, e a ex- pulsio do bebé. Ja que a prostaglandina nao é letal para © ainda nao nascido, tais abortos redundam em muito mais casos de partos com bebés vivos que o método sa- lino. Tais nascimentos (de bebés vivos) inesperados sao extremamente dificeis para a equipe médica e particu- larmente para a mae: “Ofegante & busca de ar, contrain- do-se e movendo-se de um lado para o outro, os bebés que nascem lutando para sobreviver ao aborto sao ines- queciveis para suas mies. Depois de presenciarem esses pequeninos morrerem, a cena é repassada mentalmente intmeras vezes, e ai pode bem comegar um ciclo de au- to-punigao”.*! Geralmente, quando a crianga nasce viva, deixam-na morrer de fome. Mas hd casos em que sao estranguladas ou mortas. Os Fatos Sobre o Aborto * 33 Alias, é tao dificil suportar o sofrimento decorrente desses abortos que o método da “dilatacg&o e expulsio” foi concebido especificamente para evitar-se problemas de um bebé que nasce vivo. Através do dilacerar, esma- gar ou envenenar uma crianga até que morra enquanto ainda “escondida” no ventre materno, os resultados sempre foram letais, mas “menos visiveis” para a mae e para a equipe médica. Mas a despeito disso, as conse- qiiéncias para a equipe médica ainda perduram. Por exemplo: No Havai, McDermott e Char relataram que “as pré- prias enfermeiras sentiram que haviam substituide os aborteiros ilicitos de outras cidades, e, assim como eles, estavam pessoalmente envolvidas no despedacar e re- talhar dos ‘bebés’ (a palavra que elas usaram para descrever os pedacos fetais expelidos e os préprios fe- tos que ainda estavam quentes e, por vezes até, ain- da respiravam)’... Os médicos n&o sGo mais imunes. Muitos paises tém relatado reagdes depressivas e esgotamentos ner- vosos cada vez maiores entre os médicos carregados de culpa.? cf. ? Ha mais um método chamado de histerotomia (ocor- re entre os seis e oito meses de vida do bebé). A tinica diferenca entre esse método e a conhecida cesariana é que o objetivo desta cirurgia é matar a crianga, e nado salvé-la. E feita uma incisdo no titero através do abd6- men, o bebé é removido e permite-se que ele morra via negligéncia — ou é morto por estrangulamento enquanto ainda no ventre materno (0 bebé nao pode ser estrangu- 34 * John Ankerberg e John Weldon lado fora do ventre). E irénico que, uma vez fora do ventre materno a crianga nao possa ser morta. Porque se isso ocorresse, 0 médico seria legalmente culpado de homicfdio. Legalmente, a crianga s6 pode ser abandona- da para morrer de fome.™ 6. Sera que a crianga sente dor durante 0 aborto? Desde 1981 havia grande suspeita, por parte de al- guns pesquisadores, de que criangas ainda nao nascidas fossem capazes de sentir dor logo que completassem oi- to semanas ou 56 dias.* (Hoje acredita-se até mesmo que isso ocorra antes). O Dr. Nathanson declara: “Creio que o bebé sente dor em todos eles [os procedimentos abortivos], [embo- ra] 0 grau, a sofisticagaéo da percepgao [da dor] certa- mente varie de acordo com 0 tempo de gestagiio... [mas] h4, na realidade, pouco questionamento quanto a dor ser sentida ou n&o, num grau ou outro, durante um abor- to”. Seja 14 qual for a sensagio de dor, restam poucas dtividas de que a maioria dos abortos causam dor a crianga. John T. Noonan Jr., professor na Faculdade de Direi- to da Universidade da Califérnia, em Berkeley, descreve como esses procedimentos abortivos s4o dolorosos aos ainda nio nascidos: Seriam essas tais experiéncias dolorosas? A introdugao de uma faca afiada na pele e a destruigdo de tecidos vi- Os Fatos Sobre o Aborto + 35 fais n@io pode sen&o ser uma experiéncia de dor para qualquer criatura sensivel. Ela dura cerca de dez minutos. Ser submetido a uma aspiracdio é doloroso, assim co- mo o desmembramento por suc¢éo. O tempo que decorre desde a formacéio do vacuo até a destruicéio final da crianga é também de cerca de dez minutos. A soluséo salina hiperténica causa aquilo ue & conhe- cido como “dor aguda e intensa” se, por acidente duran- te o procedimento, ela penetra subcutaneamente no cor- po da mulher que est sendo submetida ao aborto. De- luz-se que a crianca ainda néo nascida passe por experiéncia andloga, que dura perto de duas horas, na medida em que a solucdo salina necessita desse tempo até que 0 cora¢éio do feto pare de bater. O impacto da prostaglandina contraindo a circulaséo sanguinea ou danificando o coragdo deve ser andlogo ao fendmeno que ocorre em criangas j4 nascidas: nao séo nada ensdivsin.. H& uma observaciio feita por Melzack que é particu- larmente pertinente: a injecao local de soluséo iperté- nica salina abre a protectio da medula espinhal, que ele salientou causar fortes dores... A observacdo gené- rica que Melzack fez sobre o mecanismo da dor vale a ena ser lembrada: qualquer leséo que prejudique a in- foéncia ténica inibidora do cérebro abre a barreira, e com isso vem um aumento considerdvel de dor. Qual- quer método de aborto que resulte primeiramente em le- sGo do cértex poderé ter o efeito inicial de aumentar as sensagdes de dor.” 36 * John Ankerberg e John Weldon Noonan levanta outra questdo importante. Nao im- porta quao cruel possa ser essa dor, isso nao €a questdo principal. O que mais importa, em primeiro lugar, € a morte da crianga: Nao importa qual o método utilizado, as criangas ain- da nao nascidas experimentam o maior dos males fisicos, © término de suas vidas. Elas passam pela agonia da morte. Nao importa qudo mudos, quéo rudimentares as suas sensacdes, elas sao criaturas sensiveis, cada qual passando pela desintegracéo de seu ser e pela faléncia de suas capacidades vitais. Essa experiéncia por si s6 é dolorosa.” FE verdadeiramente incrivel que numa época onde grandes quantias de dinheiro e de esforgos sao dispendi- dos salvando-se baleias, filhotes de focas, drvores, Aguias-calvas (simbolo nacional dos Estados Unidos, N.T.), peixes de trés polegadas, e até mesmo ervas da- ninhas — numa época de grande preocupacao com “os direitos dos animais e do meio ambiente” — nao apenas negamos as criangas ainda nao nascidas 0 direito a vida, mas empedernidamente fechamos os olhos para 0 sofri- mento delas. Nao apenas as tratamos como menos que humanas, tratamos das mesmas como que tendo valor menor que animais e ervas daninhas. Os cachorros, por exemplo, tém direitos muito maiores nos Estados Uni- dos que criancas ainda nao nascidas. E por isso que um grupo de médicos, incluidos dois ex-presidentes da Associagéo Americana de Obstetras e Ginecologistas (Doutores Richard Schmidt e Fred Hof- meister), escreveu ao (ent&o) presidente Reagan, Os Fatos Sobre o Aborto * 37 apoiando a iniciativa de se disseminar a verdade de que os fetos experimentam, sim, a dor. Eles afirmaram: “Durante os tiltimos 18 anos exames reais de ultra-so- nografia, fetoscopia, estudos de ECG (eletrocardiogra- ma) fetal... e de EEG (eletroencefalograma) fetal de- monstraram a excepcional sensibilidade do feto humano a dor, ao toque e ao som’”.” 7. O que certas mulheres sentem durante o aborto? Milhdes de mulheres j4 aprenderam em primeira mao 0 que as técnicas de aborto fazem a seus filhos ainda nao nascidos. Algumas mulheres com abortos pratica- dos j4 no segundo ou terceiro trimestre da gravidez con- tam histérias de horror do tipo sentirem seus bebés se debatendo, procurando escapar das conseqiiéncias do veneno salino, das solugdes quimicas, ou até mesmo do forceps e da faca. Os médicos bem sabem o que ocorre a um ainda nao nascido. Um deles, por exemplo, que realiza o aborto da solucio salina, descreve assim a reagao: De repente, nota-se que no momento da infusdo salina existe muita atividade intra-uterina. Nao sdo correntes de fluidos. Trata-se obviamente do feto sendo afligido por engolir a solucdo salina concentrada, e chutando violen- tamente — [o que é] o drama da morte.” Se os médicos ficam incomodados ao observar essas experiéncias, como é que vocé acha que se sentem as 38 * John Ankerberg e John Weldon mfes quando experimentam as criangas morrendo den- tro de seus ventres? Nancy Jo Mann é a fundadora da organizac&o chama- da “Mulheres Exploradas Pelo Aborto” (WEBA, em in- glés). Ao procurar fazer um aborto quando mais jovem, ela percebeu que os conselheiros que a orientaram sobre o aborto haviam mentido deliberadamente para ela. Também jamais chegaram a informé-la acerca dos ris- cos. Ela descreve sua propria experiéncia através das se- guintes palavras de dilacerar 0 coragao: Depois que 0 liquido foi retirado, ele injetou 200 cc de solugdo salina concentrada - dai em diante, foi terrivel. Meu bebé comesou a se debater — parecia uma luta de boxe. Ela estava sentindo dores. A solucdo salina estava weimando sua pele, olhos e garganta. Estava sufocando, deixando-a nauseada. Ela estava agonizando, tentando escapar por todos os meios... Por algum motivo nunca me passou pela cabeca que com 0 aborio ela teria que morrer; eu nunca quis que meu beb& morresse; sé queria me ver livre de meu “problema”. Mas agora era tarde demais para voltar atras. Nao haviar como salvé-la. Ai, entdo, comecei a falar com ela. Procurei conforta- la. Tentei amenizar a dor que ela experimentava. Disse a ela que aquilo ndo era exatamente o que eu queria fazer a ela, mas que agora era tarde demais para parar. Eu Os Fatos Sobre 0 Aborto * 39 n@o queria que ela morresse. Eu implorei que ela nao morresse. Eu disse a ela que estava arrependida, pedi que me perdoasse, falei que sabia estar errada, e que eu nao queria mata-la. Durante duas longas horas eu a senti lutando dentro de meu ventre. Mas ai, subitamente conforme comegou, ela parou. Até hoje eu me lembro bem de seu Ultimo chute, no lado es- querdo. Ela tinha ficado sem forcas. Ela desistiu e morreu. A despeito de meu pesar e minha culpa, fiquei aliviada por que a dor dela havia acabado. Mas eu nunca mais fui a mesma. O aborto néo matara apenas a minha filha; matara também uma parte de mim mesma. Antes daquela agulha penetrar em meu ventre, eu gos- tava de mim mesma... Quando aquela crianga que eu havia abandonado comegou subitamente a se debater dentro de mim, eu me odiei. E foi rapido. Todas os resqui- cios de auto-estima, cada valor a que eu me apegava com muita devogdo, cada esperanga com a qual sonhara ~ tudo foi arrancado pelo veneno daquele meu ato futil. Cada meméria de alegria estava agora estragada pelo mau cheiro da morte... N&o havia mais como parar o processo. Nao ha- via mais como colocar tudo de volta onde um dia es- tivera. Eu ja nao tinha mais controle, ndo tinha mais escolha. Eu estava impotente. Me sentia fraca. Eu era uma assassina. Um pouco depois que a crianga parou de se debater, eles me aplicaram uma injesdo intravenosa para induzir 40 * John Ankerberg e John Weldon 0 trabalho de parto. O meu trabalho de parto foi dificil e durou 12 horas, a noite toda. Quando finalmente eu dei 4 luz, as enfermeiras nao conseguiram chegar a tempo 4 sala de parto. Eu dei @ luz a minha filha sozinha as 5:30 da ma- nha seguinte, dia 31 de outubro. E depois de dar 4 luz, eu a segurei em meus bragos. Eu a ceeerat de cima a baixo. Ela tinha cabelo na cabega, e seus olhos esta- vam se abrindo. Eu contemplei seus pequeninos pés e maos. Seus dedinhos das maos e pés jd tinham unhas e redemoinhos de impressdes digitais. Tudo era perfei- to. Ela n@o era um “teto”. Ela nao era um “produto de concepsao”. Ela era um pequenino ser humano... Ela era minha filha. Contorcida pela agonia, silenciosa e quieta. Morta. Parece que eu a tive nos bragos durante uns 10 mi- nutos ou mais, embora devam ter sido nao mais que 30 segundos — porque tao logo as enfermeiras entra- ram. correndo, elas arrancaram-na de minhas mdos e a atiraram - literalmente atiraram - numa comadre e a levaram embora. Para piorar, depois que minha filha foi levada, eles trouxeram outra mulher para a sala para passar ali a sua Gltima hora de trabalho de parto. Mas aquela mulher néio estava sendo submetida a um aborto. Nao, ela teve um saudavel e lindo menino. Néo hé palavras para descre- ver quéio rude isso foi para mim. Eu tive alta do hospital 8 horas apés o parto. O bole- tim oficial preenchido pelo meu aborteiro dizia que o Os Fatos Sobre 0 Aborto * 41 procedimento havia’ sido completado “sem complica- s6es”... Logo a seguir eu comecei a me retrair daqueles que me amavam, especialmente de meus familiares, uma vez que eles me apoiaram e me encorajaram a fazer o aborto... Trés semanas depois do meu aborto, eu optei por ser esterilizada através da ligactio das trompas. Nao dava para enfrentar a idéia de que algum dia eu poderia vol- tar a matar. Ela era devastadora demais... Comecei a me preocupar com pensamentos de morte. Comecei a fantasiar acerca de como eu haveria de mor- rer. Meu bebé havia se debatido por duas horas. Eu pro- curei imaginar como seria se eu tivesse que enfrentar uma morte semelhante... Quatro meses depois, o sangramento e a infec¢Go per- sistiam. Muito envergonhada para ir a meu préprio gine- cologista/obstetra, voltei ao Dr. Fong e ele executou uma nova limpeza do dtero, do tipo D e C. Ele abriu 0 colo de meu Utero e deixou o tampao dentro de mim. Trés sema- nas depois eu me encontrava grosseiramente apodrecida por dentro. Sete meses depois, com 22 anos de idade, fui forsada a passar por uma histerectomia total — tudo por causa do aborto legal, “seguro e facil”. A essa altura eu j@ ndo me importava mais se vivia ou morria... Eu odiava o mundo tanto quanto eu odiava a mim mesma”.” O que é que os adeptos do movimento “pré-escolha” dizem de algo assim? 42 + John Ankerberg e John Weldon 8. Seria o aborto um procedimento perfeitamente seguro para as mulheres? Quais sao os riscos fisicos? A maioria das pessoas continua a crer que 0 aborto é um procedimento seguro — pelo menos para a mie. Aqueles que apdiam o aborto estado constantemente nos dizendo que nao ha nada com que se preocupar. Mas essa visdo esté errada. Apés examinar “a vasta gama de literatura médica mundial no assunto”, o dou- tor Thomas W. Hilgers concluiu: “Os riscos médicos de um aborto legalmente induzido s4o bastante significati- vos € deveriam ser conscienciosamente pesados”.” Centenas de milhares de mulheres j4 pagaram um prego fisico e muitas j4 pagaram o pre¢o fisico final por seus abortos: milhares morreram.” A seguir est4 uma lista abreviada de possiveis conse- qiiéncias fisicas que podem advir a quem passa por um aborto: Morte Perfuracgdo do Utero Sangramentos que requerem transfusdes (sempre correndo 0 risco de infeccdes como hepatite e AIDS) Ruptura do colo do utero, com impacto desconhecido sobre a capacidade do colo em alguma gravidez sub- seqiente Os Fatos Sobre o Aborto + 43 Acidentes ligados 4 anestesia, incluindo-se convulsdes, choques, e parada cardiaca devido 4 reagéio téxica do anestésico utilizado Doensa inflamatéria pélvica e possivel infertilidade de- corrente Cirurgia n@o intencionada, incluindo-se a laparotomia, histerotomia, e histerectomia Perfuracéio da vesicula Perfuragéo do intestino Retencéio de restos ovulares Anemia Peritonite (uma séria infecgtio da membrana serosa que reveste interiormente a cavidade abdominal) InfeceSes menores e febre de causas desconhecidas Gravidez tubaria ndo detectada Embolia pulmonar (obstru¢do da artéria pulmonar) Tromboflebite venosa (inflamagéo de uma veia que se desenvolve antes de um codgulo sanguineo) Depressdo Psicose Suicidio.” 44 + John Ankerberg e John Weldon Muitas mulheres que j4 experimentaram tais proble- mas estao hoje indignadas por nunca haverein sido aler- tadas de tais conseqiiéncias antes do aborto. O fato la- mentavel é que nenhuma dessas conseqiiéncias pode ser prevista de antemio. A mulher que passa por um aborto est4 brincando de roleta-russa nao apenas com a satide de seu corpo, mas também com a capacidade de conce- ber no futuro, com sua prépria satide mental, e até mes- mo com a satide mental de seus futuros filhos.”* A seguir estéo algumas estatisticas oficiais da satide que revelam os perigos ligados 4 pratica do aborto. Ob- serve os seguintes dados: Estudos tém comprovado que 20 a 30% de todos os abortos por sucgtio ou pelo método D e C realizados em hospitais resultaréio em efeitos colaterais negativos e a longo prazo no que diz respeito primordialmente a fertili- dade e a reproduciio.” Primeiro, todo tipo de procedimento abortivo traz con- sigo riscos significativos... Falando de maneira geral, o indice de complicagées imediatas e a curto prazo nao é menor que 10 por cento... Evidéncias indicam que o indi- ce de incidéncia de enfermidade em determinada regidio é provavelmente bem mais alto.” A técnica da solugéo salina foi originalmente desenvol- vida nos campos de concentragtio da Alemanha nazista. No Japéio, onde o aborto foi legalizado na década de 40, a técnica salina foi banida por ser “extremamente pe- rigosa”. Alias, nos Estados Unidos, o aborto via absorcdo salina é a cirurgia eletiva com o segundo maior indice Os Fatos Sobre 0 Aborto * 45 acidentes fatais, perdendo apenas para os transplantes cardiacos. Apesar disso, leis estaduais tentando proibir abortos via absor¢do salina, por causa de seu alto risco para as mulheres que passam pelo aborto, vém sendo de- claradas inconstitucionais pelos tribunais.”* Complicagées freqiientes associadas aos abortos por prostaglandina incluem rupturas espontdneas do colo ute- rino, convulsdes, hemorragias, defeitos de coagulagéo, e ferimentos no. ttero. Abortos incompletos também sao muito comuns.” Um alto risco de infecg&o é comum a todos os tipos de aborto.” Estudos tém demonstrado que o risco de gravidez ect6- pica [que se realiza fora da localizagéio normal] aumenta consideravelmente apés um aborto... Tratamento de gra- videz ectépica requer cirurgia... [além disso], de acordo com um estudo, o risco de aborto esponténeo no segundo trimestre de gravidez aumenta dez vezes apés um aborto vaginal.*" Até mesmo os {ndices de mortes por abortos induzi- dos sio, com toda certeza, atenuados e deveriam causar preocupacao muito maior. Deveria ficar claro que existe uma grave imperfeicdo nas estatisticas de mortalidade apresentadas em prol do aborto legal. E bem possivel que apenas 5 a 10 por cento de todas as mortes resultantes de abortos legais estdo sendo informadas como sendo ligadas a abortos. Mesmo que 50% estivessem sendo religiosamente relatadas, essa 46_* John Ankerberg e John Weldon margem de risco extra é bem maior do que as mulheres estdio sendo levadas a crer. Na verdade, tendo por base apenas as mortes ligadas a abortos que sdo informadas, 0 aborto ja é a quinta maior causa de morte materna nos Estados Unidos. As causas mais comuns de morte por causa de aborto legalizado séio: hemorragia, infecctio, embolia pulmonar, insuficiéncia cardiaca, e complicagSes com anestesia. Elas podem ocorrer apés qualquer procedimento abortivo e geralmente sto imprevisiveis... E mais frequente as mor- tes ocorrerem depois que a paciente deixa a clinica... Além disso, deve-se deixar claro que o aborto de fato aumenta a chance de morte materna em qualquer gravi- dez futura.® E obvio que a industria do aborto tem tudo a ganhar e nada a perder ao reter os dados ligados as conseqiién- cias fisicas do aborto. 9. Existem conseqiiéncias psicolégicas advindas de um aborto? O “Royal College of Obstetricians and Gynecolo- gists” (“Colégio Real de Obstetras e Ginecologistas”), em um levantamento disponivel de dados psiquiatricos e psicolégicos, descobriu que muitas mulheres apresen- taram sérios problemas de ordem psicolégica apés pas- sarem pelo aborto. O Colégio Real relatou: “A incidén- cia de conseqiiéncias psiquidtricas sérias e permanentes foi observada numa variagio entre 9 e 59% dos casos”. Os Fatos Sobre o Aborto * 47 Até mesmo o obstetra-psiquiatra, Dr. Julius Fogel, de Washington, médico que faz abortos, admitiu antes da decisio da Suprema Corte em 1971: “Penso que toda mulher... tem um trauma se destruiu uma gravidez... ela est4 se auto-destruindo... um prego psicoldgico esta sen- do pago... Algo acontece nos niveis mais profundos da consciéncia de uma mulher quando ela destréi uma gra- videz. Sei disso como psiquiatra’”. Em 1989, apés ter feito mais de vinte mil abortos, ele reconheceu: “Nao restam dtividas acerca do desgosto emocional e do luto que se seguem a um aborto... Mui- tas voltam [ao consultério, mesmo que anos mais tarde] — algumas estao apenas mudas, outras hostis. Algumas irrompem em choro... Nao tenho a minima dtivida de que estamos perturbando um processo de vida”.** O todo do fenémeno de efeitos psicolégicos posterio- res que ocorre apés os abortos é conhecido como “sin- drome pés-aborto”.* Os primeiros estudos haviam pres- suposto que essa sindrome apareceria apds alguns me- ses depois que ocorrera 0 aborto, mas parece que na maioria dos casos ele pode ocorrer entre 5 e 35 anos mais tarde. Jé que 0 aborto sé foi legalizado nos Esta- dos Unidos a partir de 1973, é claro que ninguém pode comprovar esses efeitos maléficos a longo prazo de for- ma “cientiffica, estatfstica”. Mas os dados que estado sen- do colhidos apontam o rumo de efeitos devastadores da sindrome pés-aborto: Um estudo europeu relatou a existéncia de manifesta- Ses psiquidtricas negativas que se seguir aos abortos legais em 55% das mulheres examinadas por psiquiatras. 48 + John Ankerberg e John Weldon No American Journal of Psychiatry (Revista Americana de Psiquiatria), os pesquisadores relataram que das 500 mulheres que passaram por aborto que foram pesquisa- das, 43 por cento mostraram reagdes negativas imedia- tas. Apés uma revistio posterior... cerca de 10 por cento das mulheres foram classificadas como tendo desenvolvi- do “sérias complicagées psiquidtricas”. Em um dos estudos mais detalhados acerca de se- qiielas pds-aborto, lemos: “Ansiedade, que se faz pre- sente apds um aborto, é sentida de forma bem agu- da, foi encontrada em 43,1%... DepressGo, uma das emogdes a serem mais provavelmente experimentadas com forsa moderada, foi encontrada em 39,1% das mulheres pesquisadas... 26,4% se sentiram culpadas... [e] 18,1% nao sentiram qualquer alivio ou apenas um pouco. Estavam oprimidas por sentimentos_negativos. Até mesmo aquelas mulheres que apoiavam francamen- te o direito ao aborto, reagiram a seus préprios abor- tos com arrependimento, raiva, embarago, medo de censura e até mesmo vergonha.” Num outro trabalho, o mesmo grupo de psiquiatras re- latou que quando as minuciosas entrevistas foram feitas, cada mulher que abortou, “sem exceséo”, experimentou “sentimentos de culpa ou de profundo arrependimento... Todas as mulheres sentiram que haviam perdido uma par- te importante de si mesmas”... Um médico relata: “Desde que o aborto foi legaliza- do, tenho visto centenas de pacientes que fizeram a ope- ragdo. Aproximadamente 10% delas expressaram pou- ca‘ou nenhuma inquietacdo... Entre os outros 90%, to- Os Fatos Sobre o Aborto * 49 das mostraram sombras de angostia, ansiedade, pesar e remorso”.”” O aborto gera inevitavelmente sentimentos de culpa e de depressao na maioria das mulheres. Mas em algumas mulheres ele também aumenta 0 risco de suicidio. Estu- dos relativos a aborto e suicidio revelam: Sentimentos de rejeisdo, uma baixa auto-estima, cul- pa e depressdo sdio todos ingredientes propicios ao sui- cidio, e 0 indice de tentativas de suicidio entre mulhe- res que abortaram é@ fenomenalmente alto. De acordo com um estudo, as mulheres que abortaram sdo nove vezes mais propensas a tentar 0 suicidio que o resto da populacao. A existéncia desse alto indice de suicidios entre mulhe- res que abortaram é bem conhecido entre os profissionais que aconselham pessoas com tendéncias suicidas... Hou- ve um dramatico aumento nos indices de suicidio desde o inicio dos anos 70, quando o aborto foi legalizado. Entre 1978 e 1981 apenas, o indice de suicidio entre adoles- centes cresceu 500 por cento.* O aborto também tem sido identificado como causa de reagGes psicéticas e esquizofrénicas. Os sintomas in- cluem, em sua maioria, uma ansiedade extremada e sen- timentos de parandia.” Embora a maioria dos que defendem o aborto pro- mete que é com as mulheres que eles se preocupam, sao as préprias mulheres que eles possivelmente aju- dam a destruir. 50_* John Ankerberg e John Weldon Qualquer um que tenha examinado algumas dezenas dos mais de 300 estudos ja feitos acerca das conseqiién- cias psicolégicas decorrentes do aborto nao pode duvi- dar que os abortos causam complicagées psicolégicas nas mulheres.” O que é dificil de engolir é a irresponsa- bilidade daqueles que alegam que j4 ficou “provado” que nao ha perigos psicolégicos decorrentes do aborto. Se isso é fato, por que é que ha dezenas de milhares de mulheres freqiientando grupos como as Vitimas Americanas do Aborto (AVA, em inglés), as Vitimas da Escolha, Mulheres Exploradas Pelo Aborto (WEBA), Aconselhamento e Educag&o Pés-Aborto (PACE, em in- glés), Rede de Visdes Curadoras, e outros? Por que é, entéo, que centenas de assistentes sociais freqiientam conferéncias anuais acerca do pés-aborto na Universi- dade de Notre Dame se nao hd necessidade?"' No dia 16 de margo de 1989, o Congresso norte-ame- ricano ouviu um testemunho da psicdloga Wanda Franz, Ph.D., acerca dos perigos psicolégicos do aborto, numa audiéncia especial do impacto médico e psicoldgico do aborto:*” Mulheres que relatam efeitos negativos posteriores de abortos sabem exatamente qual o seu problema... Elas contam de terriveis pesadelos com criangas chamando por elas a partir de latas de lixo, pesadelos com partes do corpo e com sangue. Quando sdo relembradas do aborto”, ela continuou, “as mulheres voltaram a experi- menta-lo com terrivel dor psicolégica... Elas se sentem im- restaveis e vitimadas porque fracassaram na atividade comana mais natural — o papel de serem mes.” Os Fatos Sobre 0 Aborto * 51 Outros estudos tais como o Report on the Psychological Aftermath of Abortion (Relatério sobre as Conseqiéncias Psicologicas do Aborto), concluiram:* A lista de sequelas psicolégicas [reagdes posteriores] li- gadas ao aborto induzido é extensa [na literatura de pes- quisa] e digna de explicagéo: culpa, depressdo, desgosto, ansiedade, tristeza, vergonha, desamparo, desesperanca, auto-estima rebaixada, desconfianca, heatlidede contra si mesma e outros, remorso, problemas para dormir, so- nhos que se repetem, pesadelos, reacdes no aniversdrio [do ocorrido], sintomas psicofisiolégicos, ideagéo e com- portamento suicidas, dependéncia de bebidas alcodlicas e de drogas, disfuncdes sexuais, inseguranca, torpor, reexperiéncia dolorosa do aborto, esfacelamento dos re- lacionamentos, restricdo e/ou deterioracdo da comunica- Go, isolamento, fantasias fetais, auto-condenasiio, re- trospectos, choro convulsivo, desordens alimentares, preo- cupactio, pensamento confuso e/ou — distorcido, amargura, e um sentido de perda e vazio.* Além disso, 0 relat6rio citou varios dos mesmos pro- blemas encontrados em outros relatérios relativos 4 re- lutancia das mulheres em relatar problemas sérios.” Por fim, 0 relatério concluiu que os estudos com a maior parte de imperfeigdes sio os mais propensos a * Constatagao, verificagao e avaliagao epidemiolégica em larga es- cala sao usualmente as trés fases do desenvolvimento de uma pesquisa. Este relatdrio indica que, no caso das reagdes pés-abor- to, foi realizada somente a primeira fase da pesquisa, com a obser- vagao de que foi demonstrada a necessidade da segunda fase e a recomendagao de que ela seja realizada.* 52_* John Ankerberg e John Weldon relatar desfechos positivos.”* E também provavel que os dados ja disponiveis “representem por baixo a ex- tensio das conseqiiéncias psicolégicas negativas pds- aborto”.” Concluindo, os promotores do aborto podem até ale- gar que o aborto é sempre seguro, mas isso é simples mentira. (Existem até mesmo evidéncias no sentido de que o aborto chega a afetar até os irmios da crianga ain- da nao nascida.™). 10. O que a Biblia ensina acerca do aborto? No Antigo Testamento, a Biblia se utiliza das mes- mas palavras hebraicas para descrever os ainda nao nas- cidos, os bebés e as criangas. No Novo Testamento, 0 grego se utiliza, também, das mesmas palavras para descrever criancas ainda nao nascidas, os bebés e as criangas, 0 que indica uma continuidade desde a con- cepciio a fase de crianga, e daf até a idade adulta. A palavra grega brephos é empregada com freqiién- cia para os recém-nascidos, para os bebés e para as criangas mais velhas (Lucas 2.12,16; 18.15; 1 Pedro 2.2). Em Atos 7.19, por exemplo, brephos refere-se as criancas mortas por ordem de Faraé. Mas em Lucas 1.41,44 a mesma palavra é empregada referindo-se a Joao Batista, enquanto ainda nao havia nascido, estando no ventre de sua mae. Aos olhos de Deus ele era indistinguivel com rela¢gio a outras criangas. O escritor biblico também nos infor- Os Fatos Sobre 0 Aborto _* 53 ma que Jodo Batista foi cheio do Espirito Santo enquan- to ainda se encontrava no ventre materno, indicando, com isso, 0 inconfundivel ser (Lucas 1.15). Mesmo trés meses antes de nascer, Joao conseguia fazer um miracu- loso reconhecimento de Jesus, j4 presente no ventre de Maria (Lucas 1.44). Com base nisso, encontramos a palavra grega huios significando “filho”, utilizada em Lucas 1.36, descre- vendo a existéncia de Joao Batista no ventre mater- no, antes de seu nascimento (seis meses antes, para ser preciso). A palavra hebraica yeled é usada normalmente para se referir a filhos (ou seja, uma crianga, um menino etc.). Mas, em Exodo 21.22, é utilizada para se referir a um filho no ventre. Em Génesis 25.22 a palavra yeladim (filhos) é usada para se referir aos filhos de Rebeca que se empurravam enquanto ainda no ventre materno. Em J6 3.3, J6 usa a palavra geber para descrever sua con- cep¢ao: “Foi concebido um homem! [literalmente, foi concebida uma crianga homem]’’. Mas a palavra geber € um substantivo hebraico normalmente utilizado para traduzir a idéia de um “homem”, um “macho” ou ainda m “marido”. Em J6 3.11-16, J6 equipara a crianga ain- da nao nascida (“criangas que nunca viram a luz”) com reis, conselheiros e principes. Todos esses textos biblicos e muitos outros indicam que Deus nao faz disting&o entre vida em potencial e vi- da real, ou em delinear estagios do ser — ou seja, entre uma crianga ainda nao nascida no ventre materno em qualquer que seja 0 estégio e um recém-nascido ou uma 54 * John Ankerberg e John Weldon crianga. As Escrituras pressupdem reiteradamente a continuidade de uma pessoa, desde a concepgio até o ser adulto. Alids, nao ha qualquer palavra especial utili- zada exclusivamente para descrever 0 ainda nao nascido que permita distingui-lo de um recém-nascido, no to- cante a ser e com referéncia a seu valor pessoal. E ainda, o préprio Deus se relaciona com pessoas ainda nao nascidas. No Salmo 139.16, o salmista diz com referéncia a Deus: “Os teus olhos me viram a substancia ainda informe”. O autor se utiliza da pala- vra golem, traduzida como “substancia”, para descre- ver-se a si mesmo enquanto ainda no ventre materno. Ele se utiliza desse termo para se referir ao cuidado pes- soal de Deus por ele mesmo durante a primeira parte de seu estado embriondrio (desde a nidagao até as primei- ras semanas de vida), 0 estado antes do feto estar fisica- mente “formado” numa miniatura de ser humano. Sabe- mos hoje que o embriao é “informe” durante apenas quatro ou cinco semanas. Em outras palavras, mesmo na fase de gestacio da “subst4ncia ainda informe” (0-4 semanas), Deus diz que Ele se importa com a crianga e aest4 moldando (Salmo 139.13-16). Outros textos da Biblia também indicam que Deus se relaciona com o feto como pessoa. J6 31.15 diz: “Aquele que me formou no ventre materno, nao os fez também a eles? Ou nao é 0 mesmo que ros for- mou na madre?” Em J6 10.8,11 lemos: “As tuas maos me plasmaram e me aperfeigoaram... De pele e carne me vestiste e de ossos e tendGes me entreteceste”’.

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